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Instituto Rio Santo Antônio Preserve a Mata. Cuide do Rio.

Revista IRIS

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Primeira edição da Revista IRIS, publicada pelo Instituto Rio Santo Antônio (IRIS), de Resende Costa - MG, em abril de 2012. Divulga as belezas e a degradação do rio Santo Antônio e alguns dos trabalhos desenvolvidos pelo Instituto IRIS nos anos de 2010 e 2011.

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Instituto Rio Santo Antônio

Preserve a Mata. Cuide do Rio.

Editorial

O Rio Santo Antônio nasce na proximidades do povoado Ribeirão, em Resende Costa, e percorre uma grande extensão deste município. Passa pelas regiões dos Pintos, Ponte Grande, Restinga, Vau, Ramos, Patrimônio e Penedo, até desaguar no Rio das Mortes, ao lado da histórica Fazenda do Pombal. Além de banhar a zona rural de Resende Costa, onde estão suas nascentes e a maior parte de seu curso, o «Rio Casamenteiro» percorre, também, territórios de Coronel Xavier Chaves e Ritápolis.

As águas do rio Santo Antônio são pródigas. Além de garantir o cultivo em suas margens férteis, o rio oferece o pescado, contribui para a amenidade do clima, garante a biodiversidade e proporciona lazer em seus remansos e cachoeiras.

No entanto, e lamentavelmente, o Rio Santo Antônio se encontra em processo contínuo de degradação, principalmente nas áreas pertencentes ao município de Resende Costa. Ausência de mata ciliar, erosão, deposição de lixo e esgoto doméstico em algumas áreas, e, segundo moradores antigos, diminuição considerável do nível da água nas últimas décadas. Além disso, a vida moderna tem levado as pessoas ao desinteresse pela cultura que o rio ajudou a produzir ao longo de décadas.

O IRIS

Com o intuito de provocar uma discussão a respeito do Rio Santo Antônio e propor iniciativas práticas voltadas para a preservação e revitalização do curso d’água, surgiu em Resende Costa o IRIS (Instituto Rio Santo Antônio).

O instituto IRIS tem desenvolvido trabalhos diversos voltados, principalmente, para a educação ambiental em Resende Costa. Ao longo de 2 anos de atividades, os membros do instituto constataram, na população

Esta publicação, organizada pelo instituto IRIS, reúne algumas das atividades promovidas pela ONG ao longo de sua existência e pretende juntar-se aos demais trabalhos da entidade como instrumento fomentador do debate acerca do Rio Santo Antônio e como material a serviço da educação ambiental de um modo geral.

do município, um grande desconhecimento a respeito do rio.

A maioria das pessoas não concebe o rio como um sistema, como um todo interligado, o que é fundamental para o desenvolvimento da consciência ecológica. O mais comum são concepções fragmentadas do rio, sem a noção de que as águas dos afluentes correm todas para o mesmo curso d'água e sem entender que a degradação de um único afluente do rio pode prejudicar toda extensão do Santo Antônio.

Conheça o Rio Casamenteiro

Instituto Rio Santo Antônio

Publicação organizada pelo:

Apoio:

Editoração: Fernando Chaves

Afluente Córrego dos Marianos. A p o p u l a r C a c h o e i r a d o s P i n t o s é u m d o s p o n t o s d o R i o S a n t o A n t ô n i o m a i s v i s i t a d o s por banhistas.

Alto do Penedo. Neste ponto o Rio Santo Antônio estabelece a divisa natural entre os municípios deResende Costa e Ritápolis.

Cachoeira do Penedo em período de cheia. Na página ao lado, a mesma queda d’água em período de seca

Bloco Cabeção 2010 adentrando a avenida

Ala da preservação. Bloco Cabeção 2010.

Zé Robs e Wander Morais, Compositor da marchinha tema do Bloco

IRIS l eva causa ambiental para a avenida

O tradicional Bloco do A composição e a Cabeção, comemorando em gravação de uma marchinha 2010 sua 13ª edição, levou tema para o bloco foi algo para a avenida uma causa inovador e contagiou as n o b r e : a p r e s e r v a ç ã o pessoas. A distribuição de a m b i e n t a l . O b l o c o folders educativos contendo reverenciou o Rio Santo um mapa com o percurso do Antônio, patrimônio natural de Rio Santo Antônio despertou a Resende Costa e região. curiosidade do folião e proporcionou à população um

Organizado pelo IRIS, melhor entendimento a com apoio da Prefeitura, da respeito da integridade, da Câmara municipal e da dimensão e da importância do Associação musical amadora curso d'água.de Resende Costa (AMARC), o bloco inundou a avenida de alegria e irreverência. Além disso, pôde despertar na população de Resende Costa o interesse pelo Rio Santo Antônio.

Quero mais peixes nestas águas Quero mais mata ciliar Não quero mais... Poluição Quero um cantinho pra pescar...

Foliões representam lavradores e lavadeiras do Rio Santo Antônio

O projeto Cine Mirante exibiu no dia 17 de abril de 2011, na b i b l i o t e c a m u n i c i p a l , o documentário Zezinho Fidel – O Palhaço do Circo Cabeção. O Filme foi produzido em Resende Costa durante o Carnaval 2011 por iniciativa do IRIS (Instituto Rio Santo Antônio). O Cine Clube Mirante é financiado pelo projeto Cine Mais Cultura, do governo federal, e pretende democratizar o acesso ao audiovisual no interior do país. A filmagem e a exibição de Zezinho Fidel contemplam um dos objetivos do Cine Mais Cultura: fomentar a produção local e não c o m e r c i a l d e c o n t e ú d o s cinematográficos. O documentário traz registros do bloco Cabeção 2011, intercalados por causos, reminiscências e relatos de José Ramos (o Zezinho do Célio), carnavalesco homenageado pelo Bloco.

Além de figura folclórica do carnaval de Resende Costa e de sósia de Fidel Castro há quase duas décadas, Zezinho é catador de lixo há 5 anos. Percorre a cidade de ponta a ponta com sua “bicicleta carroça” e recolhe papelão, plástico e vidro em estabelecimentos comerciais, casas, ruas e lixões. O material é armazenado em uma garagem ao lado de sua casa e vendido periodicamente para a reciclagem. O serviço é árduo e contribuí inegavelmente para a limpeza da cidade e para a preservação do meio ambiente. Além disso, Zezinho é produtor de húmos de minhoca, o mais eficiente adubo orgânico, excelente para o uso em hortas e para a recuperação do solo degradado. “O húmos é 100% natural, tem baixíssimo custo de produção, não agride em nada o meio ambiente e é um adubo extremamente eficaz”, explicou-nos o nosso Fidel Castro, fumando o charuto cubano que ganhara da amiga Ana Amélia do Jorge.

A figura do palhaço Zezinho representada no filme é capaz de provocar risos e divertimento. Mas José Ramos, o catador de resíduos e produtor de húmos, proporciona também reflexões relevantes de cunho ambiental, social e cultural. A exemplo do comandante cubano, Zezinho demonstra desenvoltura com as palavras e transmite suas mensagens com toda naturalidade durante as entrevistas do filme.

Emerson Gonzaga, Diretor de Comunicação do IRIS, espera que o filme seja a primeira de muitas produções organizadas pela ONG. Ele conta que, além de documentar o Bloco Cabeção 2011 e contemplar a figura folclórica de Zezinho, o filme f u n c i o n a c o m o u m p r o j e t o experimental.

“O documentário sobre o Zezinho é como o primeiro passo de um projeto mais ambicioso. Nosso movimento pretende utilizar a linguagem do audiovisual para semear a consciência ecológica e valorizar a cultura local. O IRIS já está planejando, por exemplo, a filmagem de um documentário sobre o Rio Santo Antônio, em seus vários aspetos: físico, cultural, folclórico...”, explicou Emerson.

IRIS lança Zezinho Fidel, documentário produzido em Resende Costa

Palhaço zezinho, personagem tradicional do carnaval de Resende Costa

O catador e produtor de húmos, Zezinho Fidel, assiste ao filme produzido em sua homenagem

Lançamento do Documentário Zezinho Fidel na Biblioteca municipal de Resende Costa

Folclore

O IRIS realizou, no mês de aluno do curso de junho de 2011, atividades voltadas Geografia da UFSJ e membro do para a educação ambiental junto à IRIS, propôs aos alunos uma incidência de diversos pontos de Escola Estadual Assis Resende. A reflexão sobre a água em nível erosão e de assoreamento no curso iniciativa contou com o apoio da global. Ramon apresentou dados d'água, e para a diminuição do nível prefeitura municipal e integrou o acerca da disponibilidade da água no da água, fato relatado, segundo cronograma de eventos da semana planeta e no Brasil, trabalhou Fernando, por antigos moradores e do Meio Ambiente de Resende conceitos como desmatamento, frequentadores de regiões banhadas Costa. As atividades ministradas lençol freático, desperdício, pelo rio. pela ONG incluíram palestras para poluição e reaproveitamento da A terceira e última palestra os alunos, além de uma caminhada água. Também apresentou projeções tratou da questão dos resíduos ecológica, realizada na Floresta da ONU sobre o consumo mundial e sólidos. O problema da destinação Nacional de Ritápolis. As palestras nacional da água, alertando para a correta do lixo foi abordado pelo foram realizadas no CPP (centro p o s s i b i l i d a d e d e c e n á r i o s Professor de Geografia e Diretor pastoral paroquial) e voltadas para d e s o l a d o r e s n u m f u t u r o Técnico do IRIS, Kesller Sulivan, os alunos do ensino médio. Já a relativamente próximo. que apresentou aos alunos um vídeo caminhada contemplou 40 destes A s e g u n d a p a l e s t r a , sobre questões ligadas ao lixo, como alunos, sendo 20 escolhidos por ministrada por Fernando Chaves, o consumismo e o desperdício. O mérito, através da análise dos estudante de Jornalismo da UFSJ e professor deu prosseguimento à boletins, e os demais escolhidos por Diretor Geral do IRIS, trouxe a palestra apresentando conceitos sorteio, dentre os interessados. discussão sobre a água para o âmbito como “Lixão”, “Aterro sanitário”,

As palestras trouxeram local. Foi apresentado um mapa “coleta seletiva” e “reciclagem”. como tema principal a água, didático com o percurso do Rio Também dedicou parte de sua fala à d e b a t e n d o s e u s u s o s e Santo Antônio e seus principais questão específica das sacolas características, sua escassez e afluentes. Posteriormente, foram plásticas, que representam um poluição, bem como as alternativas discutidos conceitos como bacia desafio para sociedade atual, visto para a preservação e para o uso h idrográf ica , mata c i l ia r e que são utilizadas de modo sustentável deste recurso. O assoreamento. i n d i s c r i m i n a d o e a f e t a m primeiro palestrante, Ramon enormemente a natureza.

Chaves, fotografias de áreas degradadas doRio Santo Antônio, apontando para a

Por f im, o palestrante apresentou slides com

IRIS promove palestras para estudantes do ensino médio

Alunos assistem vídeo sobre o consumo da água Mais de 200 alunos participaram das atividades

Educação Ambiental

Na semana do meio Ambiente de 2011, quarenta alunos do ensino médio foram contemplados pelo IRIS e pela Secretaria municipal do meio ambiente com uma visita à foz do Rio Santo Antônio e à Floresta Nacional de Ritápolis, na Fazenda do Pombal. Os alunos foram acompanhados por guias do Instituto Chico Mendes e puderam caminhar pela floresta, visitar e entender o funcionamento do viveiro de mudas da fazenda, além de assistir a uma palestra sobre a importância e as características da Floresta Nacional de Ritápolis, ministrada pelo Sr. Fábio, analista ambiental da reserva.

Contato com o rio

Caminhada ecológica na Fazenda do Pombal

Alunos aprendem sobre o preparo de mudas

Caminhada pela Floresta

Rumo à Fazenda do Pombal. Ao fundo, o Rio Santo Antônio

Alunos caminham até a foz do rio SantoAntônio

DegradaçãoDegradaçãoDegradaçãoDegradaçãoDegradaçãoDegradação

Proximidades do Povoado Ribeirão. Erosão causada por ausência de mata ciliar

Uma das últimas árvores da margem foi engolida pela erosão.

Região próxima ao povoado dos Pintos. Erosão e assoreamento do rio.

Afluente Córrego do Pinhão. Início de Erosão. Ausência de Mata ciliar.

Mata Ciliar é a cobertura vegetal situada nas margens dos rios. Assim como os Cílios protegem nossos olhos, a mata ciliar protege os cursos d’água. A ausência de mata ciliar é uma das principais causas de erosão nas calhas dos rios. Além de evitar a erosão, a mata ciliar ajuda a manter o clima equilibrado; favorece a biodiversidade; faz sombra sobre os rios, diminuindo o índice de evaporação da água; e filtra resíduos agroquímicos, ajudando a preservar a qualidade da água.

Erosão ameaça Rio Santo Antônio

Região da Ponte Grande. Ausência de Mata ciliar e incidência de erosão

Região da Ponte Grande no período de cheia. Erosão ativa

Proximidades do Povoado dos Pintos. A erosão derrubou um poste da cemig.

Região da Ponte Grande.Erosão ativa causada por ausência de mata ciliar

Proximidades do Povoado Ribeirão. A mata ciliar foisubstituída por uma plantação de capim.

Ponte Grande. Sapata da ponte exposta. Segundo antigos moradores do entorno, o nível do rio diminuiu muito nas últimas décadas

O Instituto Rio Santo Antônio (IRIS) e Movimento A r e n a C u l t u r a l ( M A C ) organizaram no último domingo de agosto, 28, o primeiro mutirão para limpeza das lajes de cima. Os voluntários retiraram do local um volume de vinte sacos de lixo, contendo plásticos, papéis, garrafas e cacos de vidro, dentre ou t ros res íduos . O l i xo depositado no local, além de degradar a paisagem do mais conhecido cartão postal de Resende Costa, coloca em risco aqueles que transitam pelo local. Cacos de vidro, pilhas, l â m p a d a s f l o r e s c e n t e s quebradas, dejetos de utilização íntima e higiênica e até mesmo alguns objetos farmacológicos foram encontrados, como seringas e recipientes com resíduos medicinais de uso doméstico.

A moradora do entorno Maria Helena Resende, que contribuiu com o mutirão, elogiou a iniciativa e lamentou q u e b o a p a r t e d o s freqüentadores do local não tenha consciência ecológica e jogue seu lixo nas lajes. Maria Helena lembrou também que faltam latões de lixos mais bem distribuídos e de tamanho adequado à grande demanda do l o c a l , q u e é b a s t a n t e frequentado.

O mutirão de limpeza das lajes contou com o apoio do Instituto Estrada Real, que doou camisas e material de divulgação para os voluntários. Também contou com a pa r t i c i pação da Sec re ta r i a Municipal de Meio Ambiente, que disponibilizou faixas, vassouras, pás e veículo para o transporte dos dejetos.

N o e n c e r r a m e n t o d a atividade de limpeza, membros do IRIS e do MAC entregaram ao secretário municipal de Meio Ambiente , João B i lá ia , um m a n i f e s t o q u e r e i v i n d i c a intervenções práticas nas lajes, visando à melhoria da paisagem e o cuidado com o meio ambiente do local. Além da defesa da retirada do reservatório da Copasa e da reivindicação por latões de lixo bem d is t r ibu ídos e de tamanho adequado à demanda do local, constam no manifesto as seguintes sugestões: remoção do Pluviômetro o b s o l e t o e e s t e t i c a m e n t e indesejável situado sobre a laje; remoção de um suporte obsoleto de antena situado próximo à gruta nossa senhora de Fátima e que tem servido como esconderijo facilitador de práticas escusas; negociação junto à Cemig com a finalidade de remover e instalar fora da pedra os postes que foram fixados sobre a laje nas proximidades do CPP, prejudicando a estética do local;

negociação junto à Cemig para remoção dos padrões e das caixas de medição instaladas junto à parede do passinho situado na praça nossa senhora de Fátima.

I R I S e M A C v ê m realizando há cerca de um ano u m a c a m p a n h a p e l a revitalização das lajes. Nos próximos meses, os dois movimentos devem realizar em parceria o “3º Luau nas lajes”, projeto que tem por objetivo efetivar a utilização cultural das l a j e s e r e i v i n d i c a r a revitalização daquele espaço.

IR IS e MAC p r o m o v e m ação voluntáriade limpeza nas lajes de cima

No mês de novembrode 2011, foi ao ar o site oficial do Instituto IRIS.

P a r a o b t e r m a i s informações sobre as ações da entidadevocê pode acessar

www.portaliris.org.br

ou enviar e-mail para:

[email protected]

Estamos dando o primeiro passo, mantenha a laje limpa

Canção de ninar Antonio(Flávia Cristina Silva)

Antônio, generoso reflete este céu coalhadoque os trabalhos já cessarame a coruja principia a vigília.

Antonio, meu amado, acalma tuas águas,que não demora a madrugada.Dorme Antonio, que as moças já se recolheram...

Antonio, seculartestemunha das dores destes homensdeixa-me esquecer em tuas margensas asperezas da dura faina.

Recordas a semeadura, Antonio?Quando o homem lavrava o tempoe as sementes germinavam esquecidaspor estes espaços de verdura?

Os troncos deitados sobre teu leito eram pasto de meninos e os seixos que te machucavam nas encostaseles os guardavam em caixas de sonhos.

Ah Antonio, tuas marulhasnutriram nossas cidades e vilas, acalentaram as noites dos pequenosde tão imensos quereres...

Teus braços de muitos nomesenlevam as cordas da viola sob a lua,amparavam os cegos que tropeçavam pelos ermos caminhos...

Quando caudaloso corrias estes matossombreado por tantas ramagens,os velhos bebiam nos ribeiros a claridade liquida de tua sabedoria...

Ias audaz, serpenteavasdepositando histórias em cada canto,lavando docilmente os rústicos tecidos desta terra.

E tu arrematas nas Mortesarrebatado por outras águas,longe do cochichar dos arroiosem ruínas tão alheias...

Nas cicatrizes destas margens ancestraisestão gravadas nossas memórias Antônio,tua morte há de secar nos a fonte da vida toda.

Quero descer esse rio Navegar em histórias sem fimEle é a razão de viver dessa gente Sacia a fome do povo Alimenta o poeta com inspiração

Canoa, jangada, gaiola,Não importa o tipo de embarcaçãoVou descer é no meu... No meu coração!

Quem sabe, então ô morena No fim desse rio eu volto a te ver Desaguando no mar Querendo crescer... (pescador)

O pescador Levanta a rede, vai pro marBuscar o seu sustentoNuma rede de tear

O meu coração Levanta o sonho, vai pro mar Me espere então, morena Guardo em mim o seu lugar

Coração pescador, Traz morena...

Do rio ao mar (Wander Morais)

Tenha acesso a outros conteúdos ligados ao rio Santo Antônio, o nosso rio casamenteiro.

Acesse: www.portaliris.org.br

Lá você encontra textos, músicas, vídeos e fotografias relacionadas ao meio ambiente e a cultura resende-costenses.

A prosa, o verso e o rio casamenteiro

O Movimento Arena Cultural (MAC) e o Instituto Rio Santo Antônio (IRIS) realizaram na noite de sexta-feira, 30 de setembro, no Largo da Câmara Municipal o 3º Luau nas Lajes, projeto voltado para a valorização da cultura musical resende-costense e para a revitalização do Mirante das Lajes, patrimônio histórico e ambiental de Resende Costa. A exemplo das edições anteriores, o 3º Luau reuniu atrações diversificadas. A partir das 18h00, tiveram início as atividades voltadas para o público infantil. Uma oficina de percussão, coordenada pelo carnavalesco Márcio Fernandes (o Chiano), animou a meninada presente.

O Luau realizou também uma exposição de fotografias históricas de Resende Costa, cedidas pelo Conselho Municipal do Patrimônio Histórico, por meio do projeto “Quando a minha história conta a história de todos” da III Jornada Mineira do Patrimônio Cultural. Foi exibido, ainda, o filme “O som do coração”, história de um jovem criado em um orfanato, e que caiu no mundo em busca de seus pais, contando apenas com o seu incrível talento musical.

A apresentação dos músicos ligados ao MAC, que é um dos focos do Projeto “Luau nas Lajes”, contemplou diversas gerações, estilos e gostos. O tradicional grupo de seresta de Resende Costa, regido por Maria da Penha de Souza (a Penha do Jair), deu início à sequência musical da noite. Em seguida, se apresentaram as Bandas Insignes, Transtornados SDR, Trio Arte, Heitor e Quinzinho, Everaldo Oliveira, Banda do Chá Preto e Linfoma. Numa noite fresca e aconchegante, os presentes contaram, também, com os serviços de bar disponibilizados pela Pizzaria e Buteco da Maura e pelo Bar do Toru (bar da esquina).

Além de proporcionar oportunidade de apresentação para diversos músicos de Resende Costa, valorizando o artista e a cultura da terra, o Luau é um projeto que pretende resgatar a antiga tradição dos festivais culturais realizados nas Lajes de Cima durante a década de 80. O projeto congrega ainda as causas ambiental e turística, reivindicando do poder público uma revitalização do espaço tradicional das Lajes e a conversão daquele local em ponto turístico consolidado e em lugar apropriado para manifestações culturais diversas. Enquanto o MAC coloca em pauta a discussão acerca da valorização do artista e do patrimônio cultural de Resende Costa, o IRIS traz à baila a questão ambiental e urbanística. A parceria entre os dois movimentos teve início já há cerca de um ano e meio e tem emplacado iniciativas diversas.

Como surgiu o Projeto Luau nas Lajes

O primeiro Luau aconteceu em fevereiro de 2011, quando o IRIS preparava a 14ª edição do Bloco do Cabeção. Na ocasião, membros do MAC apresentaram ao IRIS a proposta de realizar um evento musical nas Lajes como aquecimento para o Bloco. E assim aconteceu o “Luau de aquecimento para o Bloco do Cabeção” (primeiro Luau nas Lajes).

Com o sucesso do evento, logo surgiu a ideia de se levar adiante o projeto, e fazer do Luau um meio de resgate da antiga tradição dos festivais de inverno, que agitavam Resende Costa na década de 80. Além disso, o segundo Luau, realizado em abril de 2011, incorporou publicamente a reivindicação pela retirada do reservatório da Copasa, convertendo o projeto Luau nas Lajes em expressão dos anseios de MAC e IRIS em relação à revitalização das Lajes e à conversão do mirante e da Praça Nossa Senhora de Fátima em pontos turísticos efetivos, capazes de receber eventos culturais diversos.

Projeto Luau nas lajes

O público compareceu para prestigiar os artistas locais

A garotada participou de oficinas de percussão e perna de pau

N o d i a 1 6 d e dezembro de 2011, o Instituto Rio Santo Antônio (IRIS) apresentou ao comitê de Bacia Hidrográfica Vertentes do Rio Grande (GD2) a candidatura do instituto a uma cadeira naquele órgão. O IRIS foi aprovado pela plenária do GD2, e será e m p o s s a d o c o m o representante da sociedade civil no comitê na próxima reunião da entidade, a real izar-se no mês de fevereiro de 2012.

Segundo o presidente do IRIS, Fernando Chaves, a participação da entidade no GD2 será impor tan te porque permitirá ao IRIS maior conhecimento acerca do cenário hídrico da região das vertentes e de Resende Costa, além de possibilitar à ONG um entendimento m a i o r s o b r e o funcionamento do comitê, s o b r e a l e g i s l a ç ã o ambiental do estado e sobre os caminhos para se obter recursos que possam ser investidos em Resende Costa. “A participação no comitê será um grande aprendizado para o IRIS. O estado tem disponibilizado recursos significativos para a área do meio ambiente. N o e n t a n t o , o s procedimentos técnicos e burocráticos para se obter e utilizar esses recursos são b a s t a n t e c o m p l e x o s . Participando do comitê, o I R I S t e r á a c e s s o a informações importantes sobre a obtenção e o gerenciamento de recursos voltados para o meio ambiente. Além disso, te remos conta to com técnicos de toda a região, c o n t r i b u i n d o p a r a o amadurecimento do IRIS e apontando alternativas que podem ser aplicadas na p r e s e r v a ç ã o e n a revitalização ambiental de Resende Costa”, explica Fernando.

Instituto IRIS obtém cadeira no Gd2

Participação no Comitê de Bacia hidrográfica Vertentes do rio Grande

O comitê de bacia é o ó rgão responsáve l pe lo gerenciamento local das bacias h idrográ f icas . A po l í t i ca nacional de recursos hídricos prevê a gestão descentralizada e participativa das águas. Sendo assim, os comitês devem ser compostos por representantes de vários seguimentos da sociedade, tendo representação: o Estado; os municípios pertencentes à bacia; as empresas que utilizam água em larga escala; e a sociedade civil (por meio das ONG’s). O IRIS assumirá a vaga de representante da sociedade civil ocupada anteriormente pelo instituto OPTA, de São João del rei, que abandonou o comitê em dezembro de 2011. O m a n d a t o d a e n t i d a d e resendecostense se estenderá até o fim de 2012.

Fernando Chaves e Adriano Valério apresentam candidatura do IRIS ao GD2

O Gd2 é o comitê responsável pela bacia do rio das Mortes e Jacaré. ORio Santo Antônio é uma afluente damargem direita do Rio das Mortes.

interesse público e ambiental. A própria política nacional de recursos hídricos, por exemplo, confere importância destacada à participação das ONGs na gestão dos recursos hídricos brasileiros. O chamado terceiro setor tem, inclusive, representação nos comitês de Bacia hidrográfica, oferecendo contribuição importante na descentralização dos processos decisórios. Um avanço significativo a partir da fundação do IRIS é a tematização do Rio Santo A n t ô n i o , q u e p a s s o u a s e r crescentemente reconhecido pela população e vem se tornando pauta nas discussões políticas, ambientais e culturais do município. Estamos tirando o rio do desconhecimento e do descaso. Nisso já percebemos um grande progresso.

É perceptível a degradação do Rio Santo Antônio, principalmente pela erosão. O IRIS tem algum projeto de revitalização?

A erosão é, sem dúvida, um dos maiores problemas do Rio Santo Antônio. O solo de nossa região é pobre. Então, quando você suprime a mata ciliar dos córregos, as encostas desbarrancam mesmo. Não tenho números exatos, mas sabe-se que o índice de erosão em Resende Costa é bem alto, não só na calha do rio Santo Antônio. Acho que esse é um problema que deve mobilizar não só o IRIS, mas o poder público local. Resende Costa precisa de um projeto de recuperação de voçorocas. O que o IRIS tem feito nesse sentido é estimular e realizar estudos sobre nosso solo e sobre nossos recursos hídricos. Há um grupo de profissionais e estudantes de geografia interessados nessa área. Creio que, a médio prazo, teremos iniciativas mais concretas voltadas para essa questão.

Primeiramente, faça uma contextualização histórica do IRIS (ano de fundação, principais realizações, ideais etc.).O IRIS é uma ONG ambiental e Cultural, idealizada e fundada por jovens da cidade de Resende Costa. Para se ter uma idéia, a média de idade entre os membros que dirigem hoje a entidade é de 25 anos. O IRIS foi fundado oficialmente em dezembro de 2009, mas o grupo idealizador da ONG já se reúne periodicamente e tematiza o assunto há cerca de 3 anos. O IRIS vem constatando que a população de Resende Costa sabe pouco sobre o Rio Santo Antônio. Muitos sequer sabiam o nome do curso d'água. Ora, como podemos esperar que as pessoas desenvolvam consciência ecológica sem que saibam sequer o nome do rio que banha o seu município? O IRIS foi fundado para colocar o Rio Santo Antônio em pauta, para tirá-lo do esquecimento e do descaso ao qual foi submetido pela vida moderna. O IRIS vem, em sintonia com a Política Nacional de Recursos Hídricos, de 1997, promover a discussão sobre a gestão das águas em Resende Costa e garantir o gerenciamento integrado, participativo e descentralizado dos recursos hídricos, como previsto na lei. As principais realizações da entidade se voltam para a educação ambiental, como no caso das palestras e caminhadas ecológicas voltadas para o público estudantil e da produção audiovisual de caráter cultural e educativo, como por exemplo o Documentário Zezinho Fidel e o Documentário em fase de produção sobre o Rio Santo Antônio. O IRIS está planejando, também, em parceria com a prefeitura de Resende Costa, a execução de pequenas intervenções na calha do Rio Santo Antônio, para recuperar

áreas afetadas pela erosão. Além disso, o IRIS procura produzir e estimular estudos técnicos e acadêmicos sobre nossa bacia, o que é necessário para embasar ações maiores de revitalização e p r e s e r v a ç ã o d o s n o s s o s mananciais. Como funciona o IRIS em questão de recursos e apoio da popu lação e au tor idades municipais?

Até o momento, o IRIS sobrevive do voluntariado e das doações de seus associados. São mais de trinta filiados e muitos dão sua contribuição voluntária, seja em anuidades, seja através de trabalho oferecido à entidade gratuitamente. Tanto a Prefeitura quanto a Câmara Municipal tem demonstrado muito interesse pelos projetos da entidade. Na segunda metade de 2011, o IRIS obteve o certificado municipal de utilidade pública, junto à Câmara dos vereadores. Com esse certificado, a entidade poderá abrir convênios com a administração municipal. Sendo assim, é provável que a ONG amplie suas plataformas de ação e possa intervir de modo mais concreto na realidade ambiental do município e do Rio Santo Antônio a partir de 2012. Qual a importância de um movimento de cunho ambiental para a cidade? Você, como um dos líderes, vê melhora nessa área após o surgimento do IRIS?O mundo inteiro passa hoje por diversos desafios ambientais. Não devemos pensar que nossa cidade está livre destes problemas por estar no interior ou por ser pequena. Uma ONG ambiental pode ajudar a gerenciar esses desafios e abrir espaço para a participação da sociedade civil em questões de

O resende-costense Fernando Resende Chaves, 26 anos, é um dos fundadores do IRIS e o primeiro presidente da entidade. Chaves

atualmente cursa a faculdade de Jornalismo na UFSJ (Universidade Federal de São João del-Rei). Nas próximas linhas, ele nos conta um

pouco mais sobre o primeiro movimento ambientalista de Resende Costa.

Patrocinadores

O IRIS agradece imensamente a generosidade de todos os

colaboradores, se a qual não seria possível realizar este trabalho

EDUARDO HENRIQUE

Arquitetura, Urbanismo. CREA: 88647/D(31) 9907 1297 / (32) 9954 [email protected]

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“Saúde e ambiente caminham juntos”

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