Revista Judaica - Julho2004

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    VISO JUDAICA Julho de 2004 Av 5764

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    Nossacapa

    editorial

    Dirio de Pernambuco publicou em27/6 uma co-luna de Sebastio Nery, umcontumaz crtico de

    Israel [at a nada demais]. Desta vez, pormtentou deslegitimar o sionismo [e a assume seuracismo aos judeus, que ele no quer chamar de

    anti-semitismo]. O autor, afirma que os israelensese os nazistas tm mtodos semelhantes, refere-sead nauseama Sharon como Hitler e inventou suaprpria definio de sionismo: um movimentojudaico invasor, colonizador, imperialista, que achaque os judeus so uma raa sagrada, comdireito afazer o que quiser, j que so os prediletos de D-us.Nery sabe muito bem, pois no analfabeto, que osionismo um movimento que prega a igualdadedos judeus diante dos outros povos e sempre lutoupelo direito bsico como qualquer outra nao domundo: a auto-determinao emsua terra natal. Masseu anti-semitismo o torna umdesmemoriado. Umaresposta altura foi a do professor David Rosen-thal, da PUC de Pernambuco, reproduzida na pg. 7desta edio. Falando emCuritiba, dias atrs, o jor-nalista Alberto Dines comentou a respeito do com-portamento de Nery: Talentoso, mas faz qualquernegcio.. . Palavras que dizemtudo!

    Ainda estamos sob o efeito da brilhante mensageme da clarividncia de Pilar Rahola, que emmaio fa-lou emCuritiba: O fenmeno do anti-semitismo nomundo atual tema ver coma universidade, a inte-

    lectualidade e o jornalismo. Para ela, os organis-mos que deveriamalimentar a tolerncia, elevar a

    inteligncia e consolidar o pensamento crtico seconverteramemporta-vozes da negao do pensa-mento e do crescimento da intolerncia. Ela contouumepisdio ocorrido no Brasil que poucos ficaramsabendo. Tinha uma conferncia na Universidade deSo Paulo (USP), mas quando o reitor soube que suafala sobre o Oriente Mdio no seria o clssico daesquerda e que, portanto, no chegaria e diria queIsrael umEstado opressor, terrvel e malvolo eque a Palestina temtoda as vitimologias da Hist-ria, disse que sua posio poderia confundir os alu-nos e negou a conferncia. Ou seja, uma universi-dade que deve ser o frumnatural da discusso, ondecriamos pensadores, se converte numa instituiodestinada somente a adestrar e a substituir idiaspor lemas e falsidades como a de que o terrorismoislmico nasce da fome, do desespero e no da reso-luo dos conflitos. No! O terrorismo islmico dericos, est vinculado aos grandes oligarcas, tem ahaver comfanticos que tm telefone via satliteconectados coma Idade Mdia. No uma guerrados povos pela liberdade, mas uma guerra contra aliberdade. No umterrorismo libertador, umter-rorismo contra a liberdade. (Leia artigo na pg. 8)

    E agora temos a condenao da cerca pela ques-tionvel deciso da Corte Internacional de Justia

    A Re dao

    emHaia. Todos sabemque a conivncia da Autori-dade Palestina como terrorismo, hoje conhecida pelo

    mundo, forou Israel a construir a cerca, que emalguns poucos trechos ummuro, mas cuja nicafuno estabelecer uma barreira que impea osterroristas de atingir a populao civil em Israel.Todos, at mesmo os 15 juzes de Haia, principal-mente aqueles de origemrabe, incluindo-se entreeles o brasileiro Francisco Rezek, que ementrevistaao jornal O Estado de S. Paulo procurou, por meio defirulas jurdicas e jogo de palavras, justificar o in-justificvel. Por mais que no gostemos, a Lei daFsica da Ao e Reao no se aplica somente explicao dos fenmenos fsicos, escreveu ao F-rumdos Leitores do Estado, Pedro Paulo Kovesi,assessor da Bnai Brith do Brasil. De fato, no m-nimo curioso que a Corte de Haia condene a reaode Israel ao terrorismo, semno entanto condenar asaes terroristas que ocasionaramesta reao. Acom-panhe nesta edio de Viso Judaica tudo sobre acerca, nas pginas 12, 13 e 14.

    Viso J udaica continua recebendo mais e maispedidos de envio do jornal. Mas no estamos maisdando conta das despesas desse mailing comrecur-sos prprios. Por isso, a partir da prxima edioprecisaremos cobrar as solicitaes de remessa, atra-vs de assinaturas, a um preo mdico. Veja naspginas internas do jornal.

    A capa reproduz o quadro cujo ttulo Alunoe seu Mestre, pintado coma tcnica crayon con-t sobre papel azul e dimenses 50 X 65 cm, cri-ao de Aristide Brodeschi.

    Aristide Brodeschi nasceu emBucareste, Ro-mnia. arquiteto e artista plstico e vive emCuritiba desde 1978. J desenvolveu trabalhosemvrias tcnicas, dentre elas pintura, gravura

    e tapearia. Recebeu premiaes por seus traba-lhos no Brasil e nos EUA. Suas obras esto espalhadas porvrios pases e temno judasmo, uma das principais fontes de inspirao. o autor das capas do jornal Viso J udaica. (Para conhecer mais sobreele, visite o sitewww.brodeschi.com.br).

    Publicao mensal independente daEMPRESA JORNALSTICA VISO

    JUDAICA LTDA.

    Redao, Administrao e Publicidade

    [email protected] PR BrasilFone/fax: 55 41 3018-8018

    Diretora de Operaes e MarketingSHEILLA FIGLARZDiretor de RedaoSZYJA B. LORBERDiretora ComercialHANA KLEINERArte e DiagramaoSONIA OLESKOVICZWebmaster

    RAFFAEL FIGLARZColaboramnesta edio:

    Aharon Er l ich, Antonio Car los Coelho,Aristide Brodes chi, Assar Talhami,Avino am Porat, Benjamim Netanyahu,

    David Rosenthal, Edda Bergmann ,Helena Kessel, Jane Bichm acher deGlasman, Joseph Farah, MaozAzaryahu, Morris Abadi, NahumSirotsky, Pilar Rahola, Sara Burstein,Sergi o Feldm an, Srgio Rosv aldDonaire, Tila Dubrawsky, VittorioCor inald i e Yossi Groisseoign.

    Os artigos assinados no representam

    necessariament e a opinio do jornal

    www.visaojudaica.com.br

    O is rae lense e os can iba is

    Trs c aado res , um ing ls, u m f ran cs e umisrae lense , so presos por um a tr ibo d e can iba is .

    O ch e fe can i ba l m anda fe rv e r gua em trsca lde i res e in fo rma aos pr is io ne i ros que cada umtem d i re i to a um l t imo ped ido .

    O in gls p ede u m gole de u squ e e atendi do.

    O f r a n c s p ede um a taa de c hampan he etam bm ate nd id o.

    O p e d i d o d o i s r a e l e n s e s e r e v e l a in s l i t o : Quero que v oc me cu spa na c ara .

    Apesar de surp reso , o che fe can iba l concordae age . Logo em segu i d a , o i s r a e l e n se t i r a umap is to la qu e man tm esc ond ida n um b o lso f a lso daca la, d um t i ro no c he fe , que m or re na hora ,enquan to toda a t r ibo fog e apavorada .

    O ingls e o fr ancs se in dign am: Mas , se voc t i n ha uma a rma escond i d a , como pe rm i t i u que

    ch egss emo s a um a sit uao to ex tre ma? O israe lense respon de : Se eu comeasse logoa t i rando , vocs m e chamar iam de agresso r .

    Humor judaico

    Acendimento dasvelas emCuritibajulho/agosto

    (Shabat)

    DATA HORA

    23/7 17h27

    30/7 17h31

    6/8 17h34

    13/ 8 17h3720/ 8 17h40

    Compesar, noticiamos o falecimento dasseguintes pessoas:

    30/5 Moiss Dorfman, 84 anos

    8/6 Aron Wikler, 44 anos

    30/6 Jos ChaimHendler, 87 anos

    2/7 Marta Lang, 93 anos

    5/7 Eva Saalfeld, 91 anos17/7 David Krieger, 74 anos

    Datas importantes

    24 de julho

    Devarim/Shabat Chazon

    Vspera de Tish Beav

    26 de julho

    Jejum de Tish Beav

    27 de julho

    Vatchanan/Shabat Nachamu

    31 de julho

    Shabat kev

    7 de agosto

    Shabat Re

    14 de agosto

    Falecimentos

    O anti-semitismo destila seu venenoaqui no Brasil

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    *Sergio Feldman

    professor adjunto deHistria Antiga do Curso

    de Histria daUniversidade Tuiuti doParan e dout oran do em

    Histria pela UFPR.

    calendrio judaico uma li-

    o de Histria:Pessachcon-ta sobre o xodo do Egito;Purim sobre os judeus na

    Dispora (I mprio Persa); Su-cotsobre os quarenta anos no de-

    serto; I om Haatzmautsobre a criaodo Estado de Israel. Se o povo judeu denominado o Povo do Livro, pode tam-bmser considerado, o povo da Hist-ria. Durante a longa Disperso (Galut ouDispora) e apesar das perseguies atra-vs das pocas, sobreviveu a tudo isso echegou a seu renascimento com a cria-o do Estado de Israel (1948). A mem-ria parte integrante da sua identidadee parte fundamental de sua continuida-de. Se a maioria das datas e celebraesdo calendrio judaico temumcontextohistrico, isso demonstra esta tese.

    AHagaddePessachfrisa a neces-sidade de recordar e manter viva a me-mria coletiva: vehigadeta lebincha(econtars a teu filho). E adiante, na mes-ma narrativa, o texto frisa comgrandeveemncia: Em toda gerao deve ohomemconsiderar a si mesmo como setivesse sado do Egito (Bechol dor va-dor chaiav a Adam....). A histria par-te fundamental da identidade judaica.Tenho sentido a necessidade de proporaos membros da comunidade de Curiti-ba, que voltemos a estudar nossa hist-ria. Isso diante de certa agressividadeque voltou tona contra os judeus econtra Israel. Emparte isso provmdamdi a, e se relaciona com a crise doOriente Mdio. Mas h tambmuma ondarevisionista que surgiu h algumas d-cadas e que insiste na tese de que oHolocausto no ocorreu. Trata-se de uma

    tentativa de apagar a Histria comumaborracha e reescrev-la de outra ma-neira. Isso no uma novidade. J sefez isso emditaduras e emdemocracias.No algo especfico contra os judeus.Os stalinistas apagavam a presena deTrotsky nas fotos oficiais do PC soviti-co. Apesar da democracia os america-nos tambmapagamcertas lembranas.Isso s umexemplo e no exclusiva-mente contra algum grupo ou faco.So os assassinos da memria.

    Dei-me conta que o silncio, por

    vezes uma forma de consentimento.Calar-se aceitar; e s vezes nos cala-mos por pura omisso, indiferena oufalta de vontade de ler, estudar e falarsobre temas por vezes desagradveis.Seramos cmplices deste assassina-to? Estamos dando umenorme apoioaos revisionistas que tentamapagar amemria do Holocausto, se no manti-vermos a memria deste deprimenteperodo acesa. Mas como faz-lo?

    Nos anos que trabalhei na comuni-dade, como diretor de cultura judaica

    da Escola Israelita Brasileira SalomoGuelmann tentei estimular certas ati-tudes e procurei diversas vezes resga-tar a memria comunitria e a mem-

    ria do Holocausto. Numcerto perodoeu ainda estava na EIBSG e j traba-lhava na Universidade Tuiuti do Paran

    (UTP), quando recebi a proposta deminha coordenadora, para que realizas-se minha pesquisa acadmica institu-cional sobre a memria judaica. Fiqueibastante receoso, pois j conhecia astentativas de criar umprojeto de me-mria judaica realizado por um grupode valorosos membros da segunda ge-rao: o denominado Instituto Cultu-ral Bernardino Schulmann. Projeto esteque teve o apoio e a dedicao de gen-te do calibre de Sara Schulmann, CliaGalbinsky, Luiz Mazer zl, Moyss Bronf-

    man, J uca Zokner e muitos outros deenorme valor pessoal e de intensa ati-vidade comunitria. Se eles no con-seguiram, quem seria eu, um simplesmor(professor), vindo de outras pa-ragens e semrazes locais para tocareste projeto? Estimulado pelos meuspredecessores que diziameu ter o per-fil adequado por ser historiador, fui luta. Fiz algumas entrevistas, mas sentique para fazer alguma coisa, mesmopequena, deveria ter uma estruturamaior: monitores, digitadores, verbas

    e local para arquivar este material. Ten-tei obter patrocnios, mas no conse-gui. A pesquisa se encerrou e eu fiqueicommuitas entrevistas no processa-das e uma enorme frustrao. Escrevidois artigos sobre osRoit e Idn(judeusprogressistas), umsobre a SOCIB e ou-tro sobre sua presena no Brasil. Umdestes textos, eu publiquei nestas p-ginas. Ambos publiquei emrevistas deestudos histricos. Percebi a falta deinteresse de grande parte da lideranacomunitria em tratar da memria esobretudo do Holocausto. I sso eviden-cia a maneira como se permite esque-cer a memria. Trs de meus entrevis-tados j falecerame apenas umhaviaautorizado a publicao dos textos desua entrevista. Meu projeto terminoumenor do que eu acreditava: dois arti-gos e umas cinco entrevistas editadas.

    Sinto que os revisionistas no pre-cisammentir e fantasiar que o Holocaus-to no existiu. Os judeus s vezes somuito desmemoriados e s vezes, depropsito, no queremfalar de recorda-es tristes. Achamque lembrar de ge-nocdio e de pobreza no agradvel.No entendemo dever de reler e repetiraHagade aMeguilde Ester(Purim).Mas nemtudo so decepes e desinte-resse. Tivemos alguns sucessos notveis.

    Permitam-me relatar uma experin-cia excepcional que ilustra que nemtudoest perdido. Em1993, realizamos pelaprimeira vez, um evento denominadoHolocausto: Ser testemunha. A versoinicial do mesmo foi feita pela Federa-o Israelita do Paran, por iniciativada ento vice-presidente da FIP, Noemy

    Rozemblum. Tive a honra de ser convi-dado para participar. Muita gente seenvolveu e tivemos umpublico enormecomposto por colegiais de Curitiba. Des-

    de 1994, eu trabalho na Universidade(UTP). Aproveitei a estrutura da expo-sio da Federao Israelita realizada em

    1993 e reeditei a exposio original em1999, pela UTP, fazendo acrscimos eampliando a exposio do InstitutoYadVashem(Museu do Holocausto, de Jeru-salm). Tive apoio de dois membros dacomunidade, que ofereceram patroc-nios. Umatravs de sua empresa e ou-tro como doador annimo. Osucesso ex-trapolou o previsto: fizemos mostras naBiblioteca Pblica do Paran (Curitiba),UTP, viagens a Cascavel, Cndido Ron-don, Assis (SP), Ponta Grossa, etc. Aexposio foi reeditada emdiversos lo-

    cais de Curitiba pelas monitoras (alu-nas da UTP - Histria) que s recebe-rampagamento pelos estudos iniciais.Vrias apresentaes nas escolas pbli-cas de Curitiba se sucederam. Depois deseis anos de reedies a exposio estse desfazendo (fisicamente), pois osbannersestavam carcomidos de tantouso. Em2004, ela aparentemente desa-pareceu. O fato que semdvida cum-priu seu papel e valeu o esforo. Masseguemme ligando e pedindo para lev-la a escolas e entidades. Ointeresse pelo

    tema segue existindo.A memria do genocdio e do ex-termnio est se perdendo? Podemosfazer algo? Muitos sobreviventes j fa-leceram. Outros esto semlembranasclaras e lucidez.

    No ajudem aos assassinos da me-mria!! Este termo de Pierre Vidal Na-quet, historiador francs que denominaassimos revisionistasque queremapa-gar a memria do Holocausto com borra-cha.Podemos investir mais. Um exem-plo. Temos alunos da UTP e da UFPR que

    tminteresse empesquisar o Holocaus-to. So poucos, mas so importantes edevemser estimulados. Por que no criarfundos de auxilio a graduandos que quei-ramfazer monografias de graduao emtemas de memria judaica? Trata-se devalores pequenos: mas uma forma dese salvar umpouco da memria. Ofereauma bolsa de pesquisa.

    Apesar da comunidade no ter in-vestido emmemria, tivemos umpou-co de sorte, pois nemtudo se perdeu.Em1997 veio a Curitiba, a FundaoSurvivors of the Shoa, de Spielberg, eentrevistou (gravandoemvdeo) a todos ossobreviventes do Ho-locausto de Curitibaque aceitaramfaz-lo.Abenoado Spiel-berg. Um grande n-mero de entrevistas sefez. H chances de sal-varmos a memria.

    Temos boas not-cias e uma certa pers-

    pectiva. Um ativistabastante conhecido eempreendedor me con-vidou para iniciar um

    projeto de Museu do Holocausto. Emmeados de 2003 fizemos os primeiroscontatos e umpr-projeto foi elabora-

    do. Viajei para J erusalme pesquisei,sob orientao do professor Alberto Mil-gram(Tito), que viveu sua juventude emCuritiba. No arquivo do Yad Vashemela-borei uma pesquisa de imagens icono-grficas: fotos do acervo do museu-ar-quivo. O trabalho me gerou umcertosofrimento, mas a conscincia de queno podemos desistir. Confesso quepouco se sabe e pouco se entende datragdia e da violncia que sofreramnossos irmos judeus durante esse pe-rodo de violncias e crueldades. Con-

    venci-me de que no podemos desistirdeste projeto custe o que custar e de-more quanto demorar.

    O projeto est emandamento, massemlocal definido. Deve ser efetivadode maneira lenta e gradual, mas hgarantia de que ocorrer. Por isso es-tou conclamando os membros da Kehi-l e os sobreviventes do Holocausto eseus descendentes para se integrar nes-te resgate da memria. Os profissio-nais do projeto so pequenos dianteda misso. Pessoalmente me considero

    um modesto historiador, diante damaior misso de sua vida. Preciso dasua ajuda. Como poderiamme ajudar?Cedendo ou emprestando para copiar,objetos, documentos, fotos e principal-mente as entrevistas feitas pelos so-breviventes do Holocausto fundaodirigida por Steven Spielberg, emCuri-tiba. Se existiremsobreviventes quevivamemCuritiba e tenhamances-trais entrevistados emoutros cen-tros urbanos, tambmnos inte-ressam. As fitas seriamcopiadas

    e devolvidas aos seus donos. Osobjetos sero guardados emlu-gar seguro at a definio dolocal exato do museu, que deveser feita nos prximos meses. Tudoisso depende da ajuda dos sobrevi-ventes e dos filhos de sobreviventes doHolocausto. Contamos comsua ajudapara impedir que os assasssinos damemria matem pela segunda vez,nossos ancestrais que pereceram alKidush HaShem. Comemoo e o sen-timento de que o silncio cumplici-dade, rogo que nos apiem.

    Sergio Feldman *

    Os assassinos da memria(Museu do Holocausto em Cur i t iba)

    Museu do Holocausto de Curitiba

    Solicitamos que as pessoas que tenham sido entrevistadaspela Fundao Survivors of the Shoah (Sobreviventes doHolocausto) cedam, por emprstimo, as fitas para serem

    copiadas para o acervo do museu.

    As pessoas que tiverem fotos, objetos e documentos, e quequeiram permitir copiar ou fazer doao ao museu, rogamos

    que contactem conosco atravs da secretaria do CIP(Kehil), pelo telefone 3024-7575. Podemos buscar os

    objetos e as fitas em sua casa e devolv-los aps as cpias.Contactos com Sergio A. Feldman

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    Fontes: Bnai B r i th -Ernesto Strauss, diretor

    cul tural ; Minis trio dasRelaes Exterio res d eIsrael www.mf a.gov.i l -

    Cultura e Literatura.

    haim Nachman Bialik foi ohomem a cujos esforos eexemplo se deve, em grande

    parte, o renascimento do he-braico como lngua viva e instru-mento de uma nova literatura. Nelese honra um poeta e um patriota.

    Nascido numa aldeia russa, Bialikpassou sua infncia emumambien-te que fez aumentar seu amor inatopela natureza. Afeioado ao estudoe decidido a dedicar-se ao rabinato,

    comeou sua carreira nesse sentido.Mas a vocao potica, que nele des-

    pertara desde criana, o fezabandonar esses estudos e

    procurar, em Odessa, umcampo mais adequado sua personalidade. AchdHam, o eminente pensa-dor que exercia uma es-pcie de tutela espiritual

    sobre a juventude culta ju-

    daica, reconheceu imediatamente otalento de Bialik. A primeira compo-sio do jovem, Ao passarinho, pu-blicada numjornal, abriu-lhe, de s-bito, as portas da fama.

    Sua produo, a partir daquelemomento, foi fecunda e magnfica.Poemas, ensaios, glosas talmdicas,tradues das maiores obras de ou-tras literaturas para o hebraico fo-ram aparecendo sucessivamente eenriquecendo o cabedal da nova li-

    teratura hebraica. Alternou este tra-balho literrio com uma atividadedidtica. Professor de hebraico, quisdifundir essa lngua entre a juventu-de e foi umdos propulsores da esco-la hebraica moderna. Participou tam-bmde sociedades editoras e cam-panhas sionistas.

    Aps a guerra de 1914, fixou re-sidncia emIsrael, onde a atividadeliterria cedeu lugar de professor

    at sua morte prematura, em1934.Foi o mentor espiritual da juventudede Israel, que alentou e orientou, comseus livros e sua ao pessoal.

    Poesia

    A poesia hebraica vemsendo es-crita, virtualmente seminterrupo,desde os tempos bblicos, incorpo-rando influncias externas e tradi-es internas. A poesia do passa-do, que inclui temas religiosos e na-cionais, exprime tambm motivos

    da experincia pessoal, os quais sopredominantes na poesia contem-pornea. A ruptura com a expres-so potica tradicional ocorreu du-rante o perodo do iluminismo ju-daico na Europa (1781-1881), quan-do os judeus passaram a reivindi-car plena cidadania e a seculariza-o da vida judaica; e prosseguiuno final do sculo XIX, quando osionismo, movimento pela restau-

    rao da vida nacional judaica naTerra de Israel, comeou a ganharimportncia. Um dos principais po-etas deste perodo foi Chaim Nach-man Bialik (1873-1934).

    A obra de Bialik, que reflete seucomprometimento idia do renas-cimento nacional e rejeita a viabi-lidade da vida judaica na EuropaOriental, inclui longos poemas pi-cos sobre acontecimentos da his-tria judaica, mas tambm poesia

    lrica cujos temas so o amor e anatureza. Bialik, alcunhado opoeta nacional ou o poeta do re-nascimento hebraico, forjou umanova linguagem potica, libertan-do-se da excessiva influncia b-blica de seus predecessores, masmantendo a estrutura clssica e aclareza de expresso em seus ver-sos ricos e eruditos. Seus poemasso memorizados por geraes in-teiras de alunos israelenses.

    70 anos sem Chaim Nachman Bialik zl10 de julho - 21 de tamuz

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    o dia 30 de setembro de2000, quando a intifadateve incio, o jornal The New

    York Times, a agncia Asso-

    ciated Press e outros grandes r-gos da mdia mundial publicarama fotode umjovem rapaz - ensangentado eferido - sob a mira do cacetete de umpolicial israelense. A legenda o identifi-cava como uma vtima palestina das re-centes manifestaes coma clara im-plicao de que o soldado israelense eraquemestava agredindo o rapaz.

    Mas a verdadeira identidade da vtima foirevelada quando o dr. Aaron Grossman, deChicago, enviou a seguinte carta ao Times:

    A respeito da foto na pgina A5,do soldado israelense e o palestino noMonte do Templo, aquele palestino naverdade meu filho, Tuvia Grossman, umestudante judeu de Chicago. Ele, e doisde seus amigos, foramarrancados de seutxi, enquanto viajavamemJerusalm,por uma multido de rabes palestinos,e foramseveramente espancados.

    A foto emquesto no pode ter sidoti rada no Monte do Templo, uma vezque no h postos de gasolina no Montedo Templo, e certamente no comins-cries emhebraico, como a que podeser claramente vista atrs do soldadoisraelense que estava tentando prote-ger meu filho da multido.

    Em resposta, o New York Times pu-blicou uma insignificante correo queidentificava Tuvia Grossman como umestudante americano emI srael noumjudeu que havia sido espancado porrabes. A correo tambmdizia queo Sr. Grossman foi ferido na CidadeVelha de Jerusalm apesar de oespancamento na verdade ter aconte-cido no bairro rabe de Wadi al J oz, eno na Cidade Velha.

    Numa reao ao ultraje pblico quea correo inadequada causou, o NewYork Times publicou novamente a fotode Grossman desta vez coma legen-da correta comumartigo completodetalhando seu quase-linchamento nasmos de manifestantes palestinos.

    Odepoimento de Tuvia Grossman emdetalhes e na primeira pessoa sobre esse acon-tecimento, pode ser lido, emingls, numar-tigo intitulado Vtima da Guerra da Mdiaemwww.aish.com/jewishissues/israeldiary/.

    A sangrenta foto de Tuvia Gross-man se tornou umsmbolo na batalhapara assegurar que Israel receba umacobertura justa da mdia, assimcomotoda nao merece.

    Emabril de 2002, uma corte distri-tal emParis exigiu uma indenizao dojornal francs Liberation e da Asso-ciated Press para pagar danos a Gross-man, no valor de 4.500 euros.

    A corte condenou a AssociatedPress por apresentar erroneamente[Grossman] como membro da comuni-dade palestina, enquanto a corte cen-

    surou o Liberation por publicar afoto litigiosa comumcomentrio edi-tado de maneira errnea, dando fi-gura umsignificado e umescopo que afoto no poderia ter.

    Abuso rabe

    Ainda mais notvel foi o fato de quegrupos rabes adotarama foto de Gross-man emsua prpria propaganda, usandocinicamente um judeu ensangentadocomo smbolo da campanha palestina.

    Umsite oficial do governo egpcioainda usa a foto de Grossman emsua Ga-leria de Fotos. E o Centro de InformaoPalestina, www.islam.net, incorporou afoto de Tuvia numbanneremsua pginaprincipal (a imagemfoi recentemente re-movida do site).

    Alm disso, alguns grupos rabesconvocaram um boicote Coca-Cola,por fazer negcios comIsrael, e fize-ramcircular uma srie de postersparadivulgar sua causa. Umdesses postersmostra o sangramento de Grossman jus-taposto ao logotipo da Coca-Cola, e o

    texto Ao apoiar produtos americanos,voc est apoiando Israel .

    E, claro, a maior ironia de todas, que a imagemescolhida no posterpararepresentar o sofrimento palestino nofoi outra seno a de Tuvia Grossman,quase espancado at a morte por umamultido palestina.

    O site snopes.comrelata que, iro-nicamente, como Ramallah sede deuma engarrafadora da Coca-Cola queemprega 400 residentes (e indiretamen-te cria emprego para outras centenas),e as indstrias da Coca-Cola nos pa-

    ses do Oriente Mdio so operadascomo negcios locais, qualquer boico-te Coca-Cola no Oriente Mdio pro-vavelmente causaria mais danos mone-trios aos rabes e palestinos do queaos americanos e israelenses.

    Snopes.com nota outraironia: A Pepsi tambm estna lista de boicotes rabes,comacusao de que o nomePepsi um acrnimo paraPay Every Penny to Save Isra-el (Pague Cada Centavo para

    Salvar I srael) ou Pay EveryPenny to the State of I srael.(Pague Cada Centavo para oEstado de Israel). Como certavez notou a Associated Press,Chamar a Pepsi de um pro-duto judaico irnico, dadoque a Pepsi foi uma das mui-tas multinacionais que no feznegcios comIsrael durante os40 anos de boicote comercialrabe ao Estado Judeu.

    Como a mdia podeser tendenciosa

    Jornalista de origemrabe diz que

    Palestina umainveno recente

    ...No consigo deixar de imagi-nar porque todos estes palestinosdescobriramsua identidade nacionaldepois que Israel ganhou a guerra.

    A verdade que a Palestina no mais real que a Terra do Nunca. Aprimeira vez que este nome foi utili-zado foi em70 d.C. quando os roma-nos cometeramumgenocdio contra

    os judeus, destruramo Templo e de-clararamque no haveria mais a Ter-ra de Israel. A partir daquele momen-

    to, os romanos prometeram, que olocal seria conhecido como Palesti-na. Nome este derivado dos filisteus,o povo de Golias, que havia sido con-quistado pelos judeus sculos antes.Este foi o modo que os romanos en-contrarampara adicionar insultos injria. Eles tambmtentaram mu-dar o nome de Jerusalmpara AeliaCapitolina, mas este nome teve me-nos fora para se manter.

    A Palestina nunca existiu antesou desde ento, como uma entidadeautnoma. Foi dominado, alternada-

    mente por Roma, muulmanos, pe-los cruzados cristos, pelo ImprioOtomano e por umcurto perodo detempo pelos ingleses apos a Primei-ra Guerra Mundial. Os ingleses con-cordaramemdevolver ao menos, par-te do territrio ao povo judeu comouma ptria.

    No h uma lngua conhecidacomo palestino. No h uma culturapalestina diferenciada. Nunca houveuma terra conhecida por Palestina go-vernada por palestinos. Palestinosso rabes, indistinguveis de jorda-nianos (outra inveno recente), s-rios, libaneses, iraquianos, etc.

    ... O que dizer dos locais sagra-dos para o Isl? No existe Jerusa-lm! Ficou chocado? Pois voc deve-

    ria! No espero que veja esta verda-de brutal emqualquer outro veculoda mdia internacional. No seriapoliticamente correto...

    Eu sei que diro: Farah, a Mes-quita de Al-Aksa e o Domo da RochaemJerusalmrepresentamo 3 lu-gar mais sagrado do Isl.

    No verdade. De fato, o Corono diz nada referente a Jerusalm.Menciona Meca centenas de vezes.Menciona Medina por vezes incon-tveis. Mas nunca menciona J erusa-lm. Por uma boa razo: No hqualquer evidncia histrica queMaom tenha visitado J erusalmal-guma vez. Ento, como J erusalmse tornou o terceiro local mais sa-grado para o Isl?

    Joseph Farah *

    * Joseph Farah jornal ista e cr iou o Wor ldNetDai ly.com, nos Estados Unido s,onde trabalha com o editor e redator-chefe. Seus art igos esto no l ink http :/ /

    www.wor ldnetdai ly.com/news/archives.asp?AUTHOR_ID=134

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    el Aviv acaba de ser reconhecida pelaUnesco como Patrimnio da Huma-nidade. Precedida por Brasilia, ago-ra a segunda cidade moderna a ser

    contemplada comtal qualificao.Para muitos de seus cidados, este

    fato veio como uma inesperada surpre-sa: no s porque o pblico israelenseno deposita grande confiana emtudoo que provmda ONU, onde uma auto-mtica maioria se mostra emgeral hos-til a tudo o que se relaciona comestepas. Mas tambmporque esta dinmi-ca cidade nunca se deu ao trabalho de

    uma auto-avaliao.E ento para muitos,a declarao da Unescofoi o ponto de partidapara uma observao maisponderada de umpatri-mnio que no sabiames-tivesse emseu poder.

    Trata-se do excepcio-nal acervo de arquitetu-ras dos anos 30 que aquisurgiu naquele perodo,e que resulta ser quan-titativa e qualitativa-mente umdos mais sig-nificativos existentes:praticamente toda a ci-dade daqueles anos, quecontinua razoavelmentepreservada, resistindo ao

    desgaste do tempo e aos assdios daespeculao se coloca hoje como umdocumento vivo do Movimento Moder-no ou Estilo I nternacional.

    Aqui, este aspecto da histria da ar-quitetura costuma ser designado comoArquitetura Bauhaus. Isto porque mui-tos dos arquitetos que o viverameramformados naquela escola ou provinhamde ambientes europeus que propugnavama renovao tica e esttica contida namensagemdo Movimento Moderno.

    E chegando aqui emrefgio das in-cipientes discriminaes e perseguies

    do nazismo, defrontaram-se com umarealidade que permitiu facilmente assi-milar e aplicar aqueles postulados: uma

    necessidade de solues rpidas e eco-nmicas para a habitao das ondas deimigrantes; uma economia emformao,na qual faltavamos recursos e a mo-de-obra para arquiteturas mais sofisti-cadas; uma sociedade igualitria, aber-ta e solidria, que buscava uma expres-so simples e direta para seus anseiosde normalizao; e uma atmosfera lu-minosa de clima ameno, que incentiva-va o emprego de geometrias limpas eelementares, que o jogo de luz e som-bra enriquecia e fazia vibrar.

    Coloca-se ento hoje emfoco umagerao de talentosos arquitetos que fi-nalmente saemde umanonimato impos-to pelas dificuldades dos primeiros anosdo nascente Estado. E dirige-se uma re-novada ateno ao tecido urbano pecu-liar emque suas arquiteturas se desen-volveram: uma silhueta bastante unifor-me de edifcios de 3-4 andares, agrupa-dos emncleos de escala amistosa, aoredor de pequenas praas ajardinadas;uma justa hierarquia de ruas que nascondies da poca assegurava umaboa qualidade de vida, selecionando os

    vrios tipos de trnsito comevidentepreocupao ambiental pelo morador; umdosado equilbrio entre reas livres ereas construdas, garantindo ndices deventilao e salubridade prprios de umambiente moderno.

    Estas qualidades foramcodificadasem alguns planos urbansticos que amunicipalidade fez elaborar emetapasvrias do crescimento da cidade. Umdeles o do urbanista escocs Sir Pa-trick Geddes, que ainda nos anos 20foi encarregado de regularizar o cres-cimento do nascente subrbio de Jaffa

    para uma populao de 100.000 habi-tantes. Esta meta, hoje muito supera-da, demonstrou-se real para toda a faseemque o permetro assinalado pela de-clarao da Unesco se desenvolveu. Eassim, se as autoridades municipaissouberem manter o compromisso depreservao implcito no reconhecimen-

    to, estaremos diante de umfenmenobastante raro de orgnica simbioseentre tecido urbano e arquitetura.

    Naturalmente este fenmeno terque ser, agora mais do que antes dalurea internacional, revitalizado e re-valorizado emmbito maior do que oexercido at hoje. E so sobejamenteconhecidas as dificuldades orament-rias, os conflitos de interesses, as po-lticas de presso aplicadas por gruposde influncia, as contradies prove-nientes de legtimas necessidades daexpanso urbana, etc. todas mani-festaes caractersticas da problem-tica de defesa de patrimnio.

    A Tel Aviv patrimnio declaradapela Unesco era uma branca cidadepioneira, equilibrada e amistosa. Hoje,a Leste, Norte e Sul ela cresceu e vemse transformando numa frentica me-trpole. A antiga Jaffa j de h muitofoi incorporada a seu permetro; a

    cidade Bauhaus permanece no seucentro, rodeada de bairros novos, su-jeita a presses que ameaamseu ca-rter; diversos municpios autnomos

    vizinhos (Ramat Gan, Petach Tikva, Ho-lon, Bat Yam, Rishon leZion, Ramle,Lod, Ramat Hasharon, Raanana, Her-zlia) so na verdade parte inseparvelde sua conurbao. Os problemas de-correntes de tal concentrao so tpi-cos das metrpoles emdesenvolvimen-to, e podemfacilmente ser imaginados

    pelo leitor. Muitos deles esto agorana agenda da prefeitura, que se bene-ficiaria de umestudo da experincia deCuritiba para uma atitude anti-mega-lmana no enfrent-los. Outros, pelo

    seu carter mais amplo e pela posiode plo de atrao a nvel nacional quea cidade exerce, passam responsabi-lidade do governo. As solues variampela maior ou menor qualidade de pro-jeto; pela diferente medida emque re-cursos limitados so empregados comhonestidade e inteligncia; pela visode futuro que se faz necessria na com-plexa realidade israelense de hoje.

    Mas o ncleo dos anos 30, comsuaescala humana e suas arquiteturas cla-ras, despretensiosas e nicas, agoraprotegido por um pacto de preserva-o que ter que ser constantementelembrado e revisto, permanece comoum marco orientador para polticos,arquitetos e urbanistas.

    E o Movimento Moderno, manifes-tao autntica e insubstituvel dacultura contempornea, ter daquipara diante em Tel Aviv um dos docu-mentos mais relevantes: ao lado dosconhecidos nomes de artistas que odivulgaram internacionalmente comobras e com vigor polmico, contar-se-o tantos outros, que deixaram

    com modstia e f sua lembrana,num trabalho profissional de quali-dade, sem as intenes exibicionis-ticas que hoje explodem em gestosdramticos de falso brilho.

    Que a lio da Cidade Brancaseja assimilada como atitude civildigna de continuao.

    Cidade BrancaVittor io Cor inald i*

    *VittorioCorinaldi

    arquiteto e moraem Tel Aviv,

    Israel.

    Capa do Livro " Bauhaus Tel Aviv", comprefc io de Nahoum Cohen, que cit ahaver mais de mil edifcios construdosno "idioma" Bauhaus em Tel Aviv

    Outro prdio de Tel Avivpreservado e que represen tao estilo Bauhaus

    O edifcio situado na Rua Emil Zola, 17,em Tel Aviv

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    Na tradio judaica aprendemos como importante respeitar cadaelemento da Criao. No Ocidente, emgeral, emboa parte tambmpelainfluncia do monotesmo tico judaico, muito de ns abominamcer-tas prticas culinrias adotadas por algumas pessoas empases do Ex-tremo Oriente. No pretendo aqui abord-las emdetalhe, mas emresu-mo, tais prticas maltratamsobremaneira certos animais, que chocamat os coraes mais empedernidos. Certos animais so comidos vivos(o que a Tor probe), outros so maltratados (tambmproibido pelaTor) para pretensamente melhorar seu sabor, revelando egosmo doser humano que pratica tal ato.

    Um importante lder de um pas no Extremo Oriente, tido comogrande gourmet por muitos, come sashimide peixe vivo (jornal OEstado de S. Paulo, 4 julho de 2004).

    A tica judaica e os princpios da kashrut (alimentao adequada)tambmvisama que na alimentao possamos auxiliar na retificaodo mundo Tikun Olam revelando e elevando a parte Divinacontida no alimento. Portanto, alimentar-se deve ser um ato sagra-do e de muito significado. Por isto abenoamos a comida. O que noschoca ainda, enquanto participantes de uma sociedade ocidental, ver na televiso, eventualmente, a clebre corrida de touros. Nopodemos concordar que isto ainda continue acontecendo. Para quemj teve oportunidade de assistir, lamentvel o sofrimento e a an-gstia destes animais inocentes, provocados pela turba ensandeci-da. Quem so os animais e quem so os seres humanos? Deveramos

    ter vergonha e arrependimento.No foi para isso que D-us nos deu o livre-arbtrio. No foi paramaltratar os outros seres da Criao, subvertendo nossa condio hu-mana. Os leitores lembramdo episdio da vaca-louca na Europa? Poisj ficou muito bemclaro que a causa deste desastre foi, na verdade,obrigar o ruminante herbvoro a alimentar-se comrao contendo par-tes animais. E quanto gripe dos frangos?

    Enquanto o ser humano negar as Leis da Natureza, estar negandoas Leis de D-us. O ponto que temos que impedir estas e outras agres-ses fauna e flora, pois como diz o velho ditado: a Natureza sevinga. Quantos distrbios climatolgicos de hoje foramcausados peloexcessivo desrespeito ao equilbrio vigente na natureza? Que outrasconseqncias podero advir de nossos atos de hoje? Mantenhamosestas questes emmente quando estamos avaliando projetos de inves-timentos, quando no dia-a-dia nos alimentamos, quando jogamos res-duos emlocal inadequado e mesmo quando abusamos do uso dos recur-sos naturais escassos nossa disposio.

    Ter conscincia ambiental ter conscincia do Todo do qual faze-mos parte, pois somos uma parte do D-us acima. Shalom Uvrach.

    tica ju daic a e kashr ut

    O respeito ao serhumano, aos animais ea todo o meio ambiente

    Srgi o Ros vald D on aire*

    *Srgio Rosv ald D onaire con sult or empres arial.* David Rosenthal economista e professor da Universidade Catl ica de Pernambuco. Publ ic ado nojo rn al Diri o de Pe rn am bu co de 11/7/20 04 em res po st a a um ar ti go an ti -s em it a de Seb as tio Ne ry .

    Uma resposta para Sebastio Nery

    O que mesmosionismo?

    Dirio de Pernambuco publicou, na suaedio de 27 de junho pp, matria ve-nenosa e ofensiva aos judeus brasi-leiros e suas instituies e lideranas.

    Dirigentes e entidades judaicas no Bra-sil, agentes de Ariel Sharon, disfarados de

    rabinos e lderes sociais... uma das frases cha-ve do artigo, que junta meias-verdades a mentirasinteiras, para insistir no novo bordo do anti-se-mitismo, a equiparao entre Sionismo e Nazismo.

    Outra prola da matria - afirmativa de que ...a maioria dos judeus... no so sionistas... - re-flete o velho vcio de distorcer os fatos e substi-tu-los por opinies.

    No pretendo polemizar como colunista, co-nhecido anti-semita. Mas, como trata-se de umtema pouco conhecido, acho oportuno abord-lo,para esclarecimento dos muitos leitores, no fa-miliarizados comele: afinal de contas, o que ,mesmo, sionismo?

    Diga-se, de incio, que sionismo no se ba-seia na idia de que os judeus so uma raa sa-

    grada. Ao contrrio, ele reconhece que eles soumpovo como todos os outros - e, por isso, ne-cessitamde, e tmdireito a, uma ptria, que lhessirva de fonte de inspirao cultural e espiritual,de elo de ligao, e de proteo contra eventuaisrecrudescimentos da discriminao e de perse-guies, como as ocorridas na Alemanha nazista.

    Essa ptria o Estado de Israel, construdocomgrande esforo, ao longo de meio sculo (des-de o Primeiro Congresso Sionista, em1897, at formalizao de sua criao, em1948) - cujo di-reito existncia foi reconhecido internacional-mente, coma resoluo da Assemblia Geral daONU de 29 de novembro de 1947, presidida pelobrasileiro Oswaldo Aranha. A mesma resoluo quereconheceu tambmo direito da populao ra-be da regio criao de umestado rabe pales-tino - o que nunca chegou a acontecer, ficandoos territrios designados para isso sob a ocupa-o da Jordnia e do Egito.

    Desde ento, o problema - fonte do conflitoque se arrasta h quase 60 anos, entre israelen-ses e palestinos - vemsendo a recusa dos pasesrabes, e, mais recentemente, dos lderes pales-tinos, emreconhecer aquele direito, e suas fre-qentes tentativas de jogar os judeus no mar.As sucessivas guerras, da resultantes, geraram,semdvida, srios problemas humanos, sociais edemogrficos. Mas, emsua essncia, esses pro-blemas nada tma ver coma natureza do sio-nismo: eles exigemsolues polticas - que pas-

    sam, como nico caminho vivel, pelo reconhe-cimento mtuo dos direitos dos dois povos.

    Mas enfim, o que o sionismo? A resposta simples: sionista todo judeu que se sente cul-tural e afetivamente ligado a Israel e defende odireito desse Estado de existir e viver empaz. Emmaior ou menor intensidade, esse sentimento comum imensa maioria dos judeus - que so,portanto, sionistas - e se expressa, freqente-mente, nas opinies de suas lideranas e nas po-sies tomadas por suas instituies.

    preciso ressaltar-se que, entre os sionistas,existemdiferentes correntes de pensamento, no

    que respeita s relaes como povo palestino.Muitos discordamde mtodos usados pelo gover-no de Israel, para enfrentar a hostil idade pales-tina, mesmo condenando a violncia terroristacomque esta se vemexpressando. Quase todosconcordamquanto ao direito dos palestinos a seuprprio estado, convivendo lado a lado comIs-rael, como coloca o escritor israelense e sionistaAms Oz, segundo a revista Veja, de 3 de junho(p. 98): A boa notcia, que no se v na mdia, que a vasta maioria dos judeus israelenses e avasta maioria dos palestinos de origemrabe hojeaceitamque no h outra sada seno a convi-vncia de dois Estados vizinhos. A afirmativa deque sionismo uma forma de nazismo vemape-nas confirmar as palavras de Pilar Rahola, conhe-cida jornalista e parlamentar de esquerda espa-nhola: O anti-sionismo no passa de umguarda-chuva usado como uma confortvel proteo parao velho anti-semitismo.

    David Rosenthal *

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    * Pilar Rahola foi deputadano Parlamento espanhol pela

    Izquierda Rep ublicana Catalanae vice-prefeita da cidade de Barcelona.Escreve n os jo rnais El Pas, El Peridico

    e Avu i (em catalo). Dirige o program ade ent revis tas n a televi so. Alm di sso ,

    participa de debates pblicos econgressos internacionais sobre a

    temtica da m ulh er e da infncia. Temvrios l ivro s pub licad os em c atalo

    e castelhano.

    s mineiros tinham, at bemadian-tado o sculo XX, uma tcnica in-

    falvel para se protegeremnas pro-fundidades da rocha: os canrios.A pequena ave, mais sensvel

    que o homem falta de oxignio eaos gases txicos, morreria primeiroque estes se nas minas houvessemga-ses venenosos ou demasiado monxidode carbono. Se os mineiros vissemoscanrios morreremou asfixiarem-se, sa-biam que deviamabandonar a mina atoda velocidade. O canrio era o pri-meiro que sofria por ummal que aca-baria por matar a todos.

    EmSkopje, na ex-Iugoslvia, encon-trei certa vez umancio que havia sobre-vivido histria eriada de guerras de seupas. Contou-me o segredo de sua sobre-vivncia: Quando os judeus so perse-guidos ou escapam- disse comsua bocadesdentada - hora de fazer as malas.

    O ancio iugoslavo tinha razo: nahistria moderna os judeus foramos ca-nrios do mundo. Elementos minorit-rios e vulnerveis da sociedade, os judeussempre foramo primeiro alvo dos movi-mentos de destruio e desumanizao.

    Na Inglaterra do apaziguamento,

    Winston Churchill denunciava o verdadei-ro carter da Alemanha nazista. Umre-gime que comea perseguindo os judeus- dizia Churchill - cedo ou tarde amea-ria a liberdade e a vida de todos.

    A temperana moral do mundo posta prova. Se os judeus podemserperseguidos ou assassinados impune-mente - raciocinamos tiranos - entose pode passar para o prximo passo.Todas as grandes ditaduras de nossapoca - nazismo, stalinismo, esquer-da, direita - tiveramos judeus como o

    alvo predileto e como coelhinhos dandia de sua violncia assassina. Todasterminarampor causar milhes de mor-tos de todas as naes.

    Se o gs mata o canrio, cedo outarde matar o mineiro. E isto o quesucede hoje emdia como fundamenta-lismo islmico. O integrismo o novototalitarismo que ameaa as sociedadesocidentais. Sob umverniz de conceitosreligiosos, o fundamentalismo umadoutrina poltica totalitria e fascista.Israel e os judeus foramo seu primeiro

    alvo e, graas indiferena do

    mundo, agora o flagelo es-tende-se por qualquerlugar como uma im-

    piedosa epidemia.

    Quando israe-lenses morremdespedaadospelas bombasterroristas, omundo se cala.Vozes de conde-nao se levan-tamcontra Israel

    e no contra osassassinos. Os algo-

    zes e no as vtimasrecebema solidariedade

    do mundo. O israelense entre as naesocupa o mesmo lugar que o judeu entreos povos: o eterno culpado, o vilifica-do, o causador de problemas. I srael

    acusado de causar o terrorismo islmi-co. Na realidade, o Estado judeu suaprimeira vtima e umcampo de provaspara os assassinos.

    A covardia e a indiferena do mun-do ao lidar com o terrorismo conven-ceu os assassinos de que poderiamata-car os Estados Unidos, a Europa e asia. Assim, o terrorismo converteu-senummal emescala mundial.

    Houve tambm outros canriosna histria moderna. Em 1938 o esta-do pacfico e democrtico da Checos-

    lovquia foi a primeira vtima de Hi-tler. Foi um balo de ensaio do nazis-mo. Se Praga casse, cairiam tambmVarsvia, Amsterd, Paris e Londres.No infame tratado de Munique, as po-tncias democrticas claudicaramanteHitler que, convencido de sua debili-dade, sentiu-se confiante para lanara Segunda Guerra Mundial.

    A lgica de Munique continua viva,tanto na Europa quanto nos assassinos.Quando a voracidade de Hitler recla-mava a Checoslovquia, Frana e In-glaterra assinalavam o pequeno pas

    centro-europeu como o culpado de umatenso que levaria guerra. Esse pasinsolente deve ceder - dizia Chamber-lain, referindo-se Checoslovquia -para salvar a paz. Praga foi forada aceder, a Checoslovquia desapareceu eainda assimcomeou a guerra. Hoje emdia a mesma lgica se aplica a Israel.Frente ao terrorismo, I srael deve ce-der, para salvar a paz.

    A falcia desse argumento bvia:o fundamentalismo islmico no buscaa reivindicao territorial, seno a des-truio de Israel e do Ocidente emseuconjunto. Frente a esta realidade, oOcidente e especialmente a Europa sosuicidamente cegos.

    Se, como a Checoslovquia, Israelcair ante o fundamentalismo, qual sero prximo passo? A Frana, que tememseu seio milhes de muulmanos eonde os grupos fundamentalistas ga-nhamcada vez mais poder? A Inglater-ra, onde ims fundamentalistas quei-mambandeiras inglesas?

    O que o Ocidente parece no en-tender que Israel o campo de ba-

    talha onde est lanado seu prpriofuturo. Se Israel cair frente ao terro-rismo, ento todo o Ocidente estarameaado. As mesmas redes de trfi-co de armas e dinheiro que os terro-ristas usam para atacar Israel so uti-lizadas para atacar os Estados Unidose outros pases ocidentais.

    Imad Magnia, o assassino do Hez-bollah que organizou o atentado AMIA,foi ativo na rede que promoveu a trag-dia do 11 de setembro. Ramzee Yussef,o lder do primeiro atentado s torres

    gmeas em1993 comeou no Hamas. OIr arma o Hezbollah e comas mesmasredes comandou o assassinato de dissi-dentes nas ruas de Berlim.

    Em Istambul, a estratgia dos ju-deus primeiro, depois o resto en-saiada com sangrenta eficcia: duassinagogas foram atacadas e s uns

    poucos dias depois alvos ingleses eturcos tambm o foram.

    Berlime J erusalm: Durante a Guer-ra Fria, o mundo pareceu ter aprendi-do. O Ocidente se deu conta de queBerlim era o canrio que no podiamdeixar morrer. Enquanto a ditadura co-munista construa o muro de Berlim,J ohn F. Kennedy visitou a cidade sitia-da e clamou: Eu sou um berlinense.Estava enviando uma mensagemclarae forte: Se Berlim atacada, todo oOcidente o . Se deixamos Berlimcair,isolada e fechada emummar de forashostis, ento ns seremos os prximos.

    Israel - curioso paradoxo - comoBerlim: umosis democrtico e ociden-tal rodeado de foras hostis e de ummundo rabe emcrescente radicalizao.Assimcomo Berlimpodia ser deglutidapela mar sovitica, Israel pode desa-parecer sob 20 ditaduras rabes.

    Porm, a lucidez do mundo - emespecial da Europa - durou pouco. Acegueira judeofbica no deixa ver obvio e empurra a Europa para umaespiral suicida. Ao invs dee olhar o

    problema de frente, os europeus con-sideramIsrael como umperigo para apaz. Igualmente foi ridculo conside-rar Berlim- e no os que a ameaavam- como umperigo para a paz. A mesmacegueira que fez comque Chamberlainchamasse Bens (o lder checoslovaco)de insolente e no a Hitler.

    Aos franceses, que por moda oudio judeofbico acusamIsrael de sero pas que mais ameaa a paz mun-dial, lhes perguntaria: Se o Hamas ven-ce, como detero os fundamentalistasda Frana? Na mente dos fundamenta-li stas, a queda de Israel aplainar ocaminho para futuras conquistas, nocorao mesmo da Europa.

    Devido cegueira e covardia deMunique, a Frana passou a ser, de pri-meira potncia do mundo a um pat-tico pas de terceira, e a Europa per-deu para sempre seu espao de proe-minncia. Agora, graas a seu anti-se-mitismo e sua hipocrisia, permitirao fundamentalismo islmico reinarsobre o continente.

    A Europa pensa se Israel no exis-

    tisse, o mundo seria umlugar mais se-guro da mesma maneira que pensavase a Checoslovquia no existisse, aEuropa estaria mais segura.

    to ridculo como ummineiro queveja o canrio sofrer se enoje comele,emvez de pensar que ele e seus com-panheiros corremsrio perigo.

    A correo poltica e a covardia nodeixamatacar o problema na raiz.Expertsalemes realizaram, a pedido da UnioEuropia, umestudo sobre os atos de anti-semitismo que assolam o continente. A

    concluso foi taxativa: elementos radicaismuulmanos estavampor trs da onda deviolncia antijudaica e a nova esquerdadava legitimao e sustento ideolgico aos

    ataques. A demonizao de Israel na m-dia, coadjuvava a violncia.

    A reao das autoridades frente aeste estudo mostra porque a Europa vaidireto ao desastre: o relatrio foi en-gavetado por considera-lo demasiadoofensivo. Em vez de fazer frente aoproblema e tomar medidas enrgicas,a comisso encomendou outro relat-rio mais balanceado.

    Algum dir: Sim, porm, e ospalestinos? Eles so os oprimidos eno Israel. A atitude da Europa notemnada a ver comos justos reclamosdos palestinos.

    Tambmdurante Munique os sude-tos de origemalem (no Oeste da Che-

    coslovquia) foramconsiderados opri-midos. Eles forama desculpa de Hitlerpara reclamar o desmantelamento dopacfico pas centro-europeu, mesmotendo Praga acedido a quase todas asdemandas de autonomia dos sudetos.

    Israel, tal como os judeus, no odiado pelo que faz, seno pelo que .Israel odiado por ser umosis demo-crtico e ocidental num mar de dita-duras. Israel odiado por apoiar-se emvalores de humanidade e liberdade cer-cado de tiranias sangrentas. I srael odiado porque representa umexemplonefasto para ditadores e tiranos. Noso os defeitos de Israel que os terro-ristas odeiam - os quais existem emabundncia -, mas suas virtudes. A In-tifada no foi lanada por causa da fal-ta de negociaes de paz, mas parafaz-las fracassar. Os atentados suici-das comearam empleno processo depaz, foramcausa e no conseqnciade seu fracasso. Aos olhos da EuropaArafat ganhou popularidade e legitimi-dade precisamente aps rechaar a paze lanar uma guerra.

    A falcia de que maiores conces-ses por parte de Israel detero o ter-rorismo to bvia quanto perigosa.Os que ainda crem, como a autoradestas linhas, na justia do reclamopalestino e na necessidade de umEs-tado palestino ao lado de Israel, de-vemsaber que o terrorismo - e a hosti-lidade da Europa - tmpouco a ver comessa reivindicao.

    A solidariedade comos palestinos, talvez, uma das maiores hipocrisiasdo sculo. A Europa que colonizou omundo rabe, que oprime suas prprias

    minorias muulmanas e que cala com-placente frente s tiranias que asso-lamo mundo muulmano, se descobrecomo campe dos direitos humanosprecisamente no tema palestino.

    A Europa, que - como a Frana -interveio dezenas de vezes em suasex-colnias africanas, lava suas cul-pas nas costelas de Israel. A Euro-pa que inventou o colonialismo, ogenocdio e o totalitarismo, conver-te as vtimas em culpados. A Euro-pa jamais protestou quando os pa-

    lestinos eram submetidos pelo Egi-to, Sria e J ordnia. Tampouco quan-do o Kuwait expulsou 300 mil pa-lestinos de seu territrio. S quan-

    A rebelio dos canriosPilar Rahola*

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    Po italiano recheado com queijos

    do Israel o suposto perpetrador,a solidariedade se faz ver.

    Longe de ser solidria, a Europatrata outra vez de apaziguar assassi-nos. Os que pagam, so outra vez osjudeus. Se no temos canrios - pen-saria um mineiro nscio e suicida -ento no haver gs txico na mina.

    Se no existisse Israel - pensameuro-peus covardes e anti-semitas - entono haveria fundamentalismo islmi-co. Os europeus so - nas palavras dogrande Milan Kundera - os engenho-sos aliados de seus prprios coveiros.

    Israel, como disse umjornalistaisraelense, umpas on probation. Oproblema no so os territrios ocu-pados, nemo conflito palestino. O tema o direito de Israel existir. Sua legiti-midade. Nenhumoutro pas do mundotemsua existncia questionada.

    Inclusive os que cremna necessi-dade de entregar territrios emtrocada paz, no devemenganar-se. A hos-ti lidade da Europa no temnada a vercomos territrios.

    Emuma notria pesquisa, 19% dositalianos disseram que Israel deveriadeixar de existir. Mais revelador que oresultado propriamente a pergunta:Por que legtimo para umpesquisa-dor europeu pr emdvida o direitode Israel existir e no o da ndia, S-ria, Frana ou Itlia?

    Israel tem que pedir permisso eperdo pelo mero fato de existir. Quemacompanha atentamente as emissestelevisivas europias ver que j nose debate acerca de tal ou qual planode paz, nem acerca de regras territo-riais. O debate centra-se emdeslegiti-mizar a existncia do Estado.

    A nova esquerda, que na realida-de tempouco de nova e muito do ran-o stalinista totalitrio, converteu emlegtimo o anti-semitismo e a deslegi-timizao de Israel. Os anti-semitasmodernos j no so velhos nazistas

    ou fascistas repulsivos, seno intelec-tuais progressistas e da moda. Comodiz Alain Finkielkraut, o tempo dosanti-semitas simpticos.

    Ofilsofo judeu-francs - que, diga-se de passagem, umantigo militantepela causa palestina - queixa-se amarga-mente: os debates nos quais participa-mos no so discusses, seno tribunais.Aceita-se a terrvel irracionalidade de seranti-semita como condio necessriapara ser liberal e anti-racista.

    Odireito de solo que os intelectuaisjudeus tmque pagar para seremaceitoscontinua subindo: se antes tinha que serpr-palestino, agora h que franca e ple-namente negar o direito a Israel de existir.

    A sociedade e os meios de comuni-cao colaboramativamente. Quando LePen - lder da extrema direita francesa -atacava os judeus, era condenado una-nimemente; quando Tarik Ramadampseudo-intelectual muulmano de esquer-da - lana uma lista de judeus suspei-tos, convidado a explicar sua posioemtout le monde en parle (umprogra-ma da atualidade muito emmoda na eli-te artstica e intelectual francesa).

    Se houvesse objetividade, se pode-ria lutar coma mesma fora pelos di-

    reitos dos palestinos e pelo direito deIsrael de existir livre e seguro, comoumestado judeu e democrtico.

    Paradoxalmente, as posturas israe-lenses mais extremas se vemfortale-cidas por esta atitude. Se o que se nega a existncia mesma do Estado, inclu-sive emsuas fronteiras de 1967, - pensa

    a extrema direita - ento, de que servefazer dolorosas concesses?Se o que se deslegitimiza Tel Aviv,

    ento para que renunciar a Hebron? Oargumento logicamente irreprovvel.Para que ceder territrios que se te-nhamno corao da conscincia his-trica judaica, se esse sacrifcio nonos assegurar a paz, o reconhecimen-to e a segurana?

    Frente a isto, a esquerda se v es-vaziada de argumentos e impelida aosextremos, e os que desejamumacordo

    baseado emconcesses mtuas sentem-se como ingnuos que ignoramos ver-dadeiros motivos de seus adversrios.

    Quando o presidente francs Dela-dier voltou de Munique esperava serlinchado por sua claudicao ante Hi-tler. Emvez disso, foi recebido por umamultido que o ovacionava por ter sal-vado a paz. Ningum queria morrerpela Checoslovquia. Fingindo umsor-riso, voltou-se para seu ministro dasRelaes Exteriores e murmurou: Quelscons! (Que imbecis!).

    As similitudes coma poca atual so

    arrepiantes. Lderes que legitimamdi-tadores e assassinos so tratados comoheris da paz, enquanto asseguramumfuturo de mais guerra e terrorismo. Per-gunto-me se enquanto desfrutava de suaexcitao miditica anti-americana eanti- israelense, J acques Chirac se ha-via voltado para Dominique de Villepinpara dizer Quels cons...

    Canrios indceis. Bem, agora su-ponhamos que emuma mina, os can-rios digambasta! Basta de morrer paraalertar os mineiros de perigos iminen-tes. Basta de sofrer, porque de todos

    os modos os mineiros no nos prestamateno e seguemenvenenando-se len-tamente comos gases txicos da mina.

    Basta de morrer gratuitamente, por-que a triste verdade que aos mineirosno importa. Basta de asfixiar-nos pornada, porque a nica coisa que recebe-mos o dio e no a solidariedade dosmineiros aos quais salvamos. Basta,porque os mineiros jamais aprendero alio e jamais entendero que se nsmorrermos, morrero eles tambm. Bas-ta, porque nemsequer cuidamde ns,para cuidarem-se a si mesmos.

    Basta. Nos negamos a ser as cobaiasda mina; vamos fazer o que fazemto-dos os demais: defender nossa prpriavida antes de tudo.

    Esta a legtima escolha de Israel hoje.

    VJ INDICA

    Comdia

    A jovemjudia Suzie Gold (Summer Phoenix) mora na Inglaterra comsuafamlia que faz questo de seguir as tradies judaicas. Para isso, os pais deSuzie escolhem umrapaz judeu para ela se casar, s que seu corao batemesmo por Darren (Leo Gregory), umgaroto de outra religio. Pronto, a confu-so est armada. Agora, ela vai sofrer grande presso por parte da me, doirmo e da av. Filme agradvel que mostra a realidade da segunda gerao deimigrantes que luta para encontrar seu espao numpas to multicultural.

    FILME

    Receitas com grife

    Para uma noite fria programe um encontro com a famlia e os amigos. Sirva o porecheado, os queijos preparados e arrume cestas de pes diversos: baguettes, pe-quenos pes de centeio, pes de queijo, torradas, pletzales, et c. Tudo regado a umbom vinho tinto. E voil, bom apetite.

    Ingredientes

    1 po italiano redondo, semmiolo erecortando a tampa;1 vidro de requeijo cremoso;1 pote de creme de mesa;150 gramas de queijo gorgonzola;150 gramas de queijo roquefort;2 colheres de queijo mascarpone(opcional);

    Modo de fazer

    Misturar todos os queijos amassando bem.Recheia-se o po italiano comesta massae cobrir coma tampa do po. Embrulhar opo empapel alumnio, colocar numafrma e assar durante uns 50 minutos. Dpara abrir o papel e ver se o queijoderreteu e est bemquente. Servir.

    Queijo brie com amoras

    Ingredientes:

    1 queijo brie;

    Gelia de amoras.

    Modo de fazer:

    Esquentar o queijo brie e cobrir comagelia de amoras. Servir quente.

    Queijo Catupiry com alho

    Ingredientes:

    1 queijo catupiry;

    10 dentes de alho ou cebola.

    Modo de fazer:

    Cortar o alho emlminas e fri tar emazeite de oliva.No deixar torrar demais. J ogar fervente, como

    azeite, emcima do queijo e servir emseguida.

    ErrataPor uma falha inadvertida do software editor de texto utilizado edio do jornal Viso Judaica, a notcia publicada na

    pgina 9 da edio de junho, n 25, saiu com o nome da vereadora Nely Almeida grafado de forma errnea. Tanto nottulo, como no corpo da matria Vereadora Nely Almeida props e Cmara Municipal aplaude o VJ, o texto foi publica-do como sendo Ney Almeida, muito embora tenha sido redigido como Nely Almeida. Por razes que desconhecemos, um

    dispositivo interno do programa converteu automaticamente o nome Nely para Ney em todas as referncias feitas, sem,no entanto, informar sobre isso. O erro passou, inclusive, pela reviso, que no o identificou. Por esse motivo, pedimosescusas nossa estimada vereadora Nely Almeida e aos nossos caros leitores.

    Diretor:Richard Cantor

    Suzie Gold

    Judia solteira procura

    9

    Elenco:

    Summer Phoenix, Leo Gregory, Stanley Townsend, FrancesBarber, Steve Jameson, Leon Lissek, Rebecca Front

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    Yossi Groisseoign

    panormicaVISO

    Terror emdeclnio, motivaoemaltaSegundo o ministro da Defesa israelense,Shaul Mofaz, a capacidade de ao dos ter-roristas palestinos contra Israel foi reduzi-da, na medida em que foram desarticuladose a cerca construda. Isto levou a umadrstica diminuio no nmero de atenta-dos, que em relao ao mesmo perodo de2003, registraram uma queda de 90%. Noentanto, a presso continuar, pois a moti-vao destes grupos permanece em alta.

    Mofaz revelou que as foras de seguranaapreenderam 58 potenciais suicidas-bomba,com os rigorosos procedimentos de fiscali-zao, especialmente nos portes de passa-gem entre a Cisjordnia e Israel.

    Mortoolder daAl AqsaNuma ofensiva na cidade de Nablus, no norteda Cisjordnia, no final de junho, o exrcitoisraelense conseguiu pr as mos no dirigen-te mximo das Brigadas de Al Aqsa na Cisjor-dnia. Nayef Abu Charekh, o lder da Al Aqsa,o mais procurado dos terroristas, foi surpre-

    endido durante a revista de uma casa na Cash-ba, a parte histrica da cidade de Nablus, juntocomseis companheiros. As Brigadas dos Mr-tires de Al Aqsa so a milcia armada da AlFatah, a maior das organizaes palestinas,fundada por Yasser Arafat. Ao lado do Hamase da Jihad Islmica, dois grupos de inspira-o religiosa, tem realizado atos de terrorcontra israelenses. O Hamas tem suas basesprincipais na faixa de Gaza, enquanto as Bri-gadas atuamprincipalmente na Cisjordnia.

    RayCharles apoiavaIsraelO grande e inesquecvel cantor e pianista RayCharles, recentemente falecido emsua resi-dncia emBeverly Hills, Estados Unidos, aos73 anos de idade, declarou certa vez: I srael uma das poucas coisas que gosto de apoiar.Os negros e os judeus esto ligados por umahistria comumde perseguies.

    EconomiaotimistaNo se trata de tirar concluses apressadas,mas depois de umbomtempo, os dados eco-nmicos de Israel esto mostrando uma me-

    lhora sensvel emsua situao econmica. Omaior destaque de todos que durante o pri-meiro quadrimestre de 2004 houve umcresci-mento de 5,5%, bemacima das estimativas maisotimistas. As exportaes no mesmo perodoaumentaramem49,5%. E o que tambmresul-ta emoutro dado alentador que a quantidadede turistas chegados a Israel aumentou em88%emcomparao como ano anterior. Oministroda Economia, Bibi Netanyahu, assegura que opas vai por umbomcaminho...

    Frana: destrudomural

    decrianas judiasVndalos profanaram um mural pintado porcrianas judias durante a Segunda Guerra

    Mundial em um campo de trnsito no o sulda Frana onde foram mantidas prisioneirasantes de serem deportadas para a Alemanha.A profanao, segundo informou um histo-riador polcia, mais uma na estatsticacrescente dos delitos anti-semitas na Fran-a, onde vive a maior comunidade judaicada Europa, de cerca de 600 mil pessoas. Omural, de uma cena no campo, foi encontra-do quase totalmente destrudo. O ministrodo Interior Dominique de Villepin condenouo ataque e pediu ao prefeito local que en-contre os responsveis.

    Basededados sobrevtimas daShoA iniciativa consiste em obter uma esp-cie de panorama integral do que foi a co-munidade judaica durante a Sho e, na me-dida do possvel averiguar para o registroda Histria o nome de cada vtima, disseBobby Brown, diretor do Escritrio de Is-rael do Congresso J udaico Mundial. A pro-psito, o Governo da Hungria ps em mar-cha um projeto baseado em arquivos simi-lares sobre as vtimas judaicas alems e ita-

    lianas, criados atravs dos esforos do Con-gresso Judaico Mundial e do Instituto deRecordao do Holocausto Yad Vashem, deIsrael. O projeto hngaro pretende entre-gar ao Yad Vashem o arquivo de 55 milhesde documentos, e facilitar a colaborao deespecialistas do Museu e Centro de Docu-mentao de Budapeste. Quando o empre-endimento estiver completo, os nomes dasvtimas judaicas na Hungria se somaro aosdo Salo dos Nomes no Yad Vashem.

    Arafat agoraaceitaIsraelO jornal Haaretz publicou entrevista na qualYasser Arafat afirma definitivamente enten-der que Israel deve preservar seu carter comoEstado Judeu. Esta foi a primeira vez que Ara-fat disse reconhecer o carter judeu do Estado.Na entrevista o presidente da Autoridade Na-cional Palestina abordou tambmo problemados refugiados palestinos, baseada na Resolu-o 194 da Assemblia Geral da ONU. Mas eleno quis dizer quantos refugiados ele insistiriaque Israel absorvesse como uma condio paraqualquer acordo de paz. Amos Malka, antigochefe da Inteligncia Militar de Israel, dissetambmao Haaretz que Arafat estaria disposto

    a aceitar umcompromisso de retorno de ape-nas 20 a 30 mil refugiados para Israel.

    Arafat IIComrelao a fronteiras, Arafat essencialmen-te confirmou as colocaes de Malka - queele poderia assinar umacordo sob o qual Is-rael iria se retirar de 97 a 98% da Cisjordniae que desse aos palestinos territrios equi-valentes em tamanho e qualidade aos 2 ou3% que ficariamcomIsrael. Ele concorda queIsrael iria manter a soberania sobre o Muro

    das Lamentaes e o Quarteiro J udeu da Ci-dade Velha de J erusalm, e os israelensesganhariam liberdade de acesso aos lugaressagrados sob controle palestino.

    HomenagemdoAmazonas aIsraelEmManaus, a Assemblia Legislativa do Es-tado do Amazonas realizou uma sesso sole-ne, por moo do deputado estadual Wander-ley Dallas, para homenagear o 56 anivers-rio da Independncia do Estado de Israel.Almdo deputado Dallas, integrarama mesa

    de honra da sesso o embaixador de Israel noBrasil, Daniel Gazit; a governadora emexer-ccio, desembargadora Marinildes Lima deMendona; o presidente emexerccio do Tri-bunal de J ustia do Estado, desembargadorHossana Silva; o deputado federal ReinaldoSantos e Silva; o presidente da AssembliaLegislativa, Lino Chixaro; o vereador IsaacTayah, representando a Cmara Municipal deManaus; o presidente do Ciam(Comit Israe-lita do Amazonas), Celso Assayag; e o pri-meiro-secretrio da Confederao Israelita doBrasil (Conib), Flvio Unikowsky.Fizeramuso da palavra na ocasio o deputa-do Dallas, o embaixador Gazit e Assayag. Adesembargadora Marinildes Lima de Mendon-a fez a entrega de uma placa comemorativa.

    Annanvressurgimentoalarmantedoanti-semitismoO secretrio-geral da ONU (Organizao dasNaes Unidas), Kofi Annan, afirmou que humressurgimento alarmante do anti-semi-tismo em todo o mundo. Quando procura-mos justia para os palestinos, devemos re-pudiar qualquer umque tente usar a causapara incitar o dio contra os judeus, emIs-rael ou emqualquer outro lugar, afirmou An-nan durante a inaugurao da primeira con-ferncia da ONU dedicada totalmente dis-cusso do anti-semitismo. Annan disse que difcil acreditar que 60 anos depois do Holo-causto o anti-semitismo estivesse levantan-do sua cabea.

    AnnanIIMas evidente que assistimos ao ressurgi-mento alarmante desse fenmeno sob novas

    formas e novas manifestaes, declarou.Desta vez, o mundo no pode e no deveficar emsilncio.Annan pediu que os membros da ONU adotemuma resoluo para combater o anti-semitis-mo, parecida comuma aprovada emabril pelaOrganizao para a Segurana e a Coopera-o na Europa. Temas polticos incluindoaqueles em Israel e em qualquer lugar noOriente Mdio nunca justificamo anti-semi-tismo. Annan tambmdisse que a Comissode Direitos Humanos, combase emGenebra(Sua), deveria estudar o anti-semitismo coma mesma preocupao dada ao racismo con-

    tra muulmanos emvrias partes do mundo.Os judeus no devemreceber o mesmo graude preocupao e proteo? Questionou An-nan, cujo discurso foi vrias vezes interrom-pido por aplausos da platia, que inclua di-versos lderes judeus americanos e represen-tantes de outras religies.

    Rossi noMurodas LamentaesO padre Marcelo Ros-si esteve em Israel

    filmando cenas deseu prximo filmeAmigos de f. O gru-po de 12 brasileiros

    inclui dois jornalistas e a viagema Israel teveapoio operacional da Federao Israelita doEstado do Rio de Janeiro Fierj (via Varig eEl-Al). EmJ erusalm, Marcelo Rossi visitou oMuro das Lamentaes.

    MuseudaSho, nacasadeMusssoliniRoma ter um Museu da Sho em um localemblemtico: Villa Torlonia, onde viveu oditador fascista Benito Mussolini. A cidadefoi ocupada pelos alemes em 8 de setem-bro de 1943 e em 16 de outubro foram de-portadas quase 1.100 pessoas do gueto aocampo de concentrao de Auschwitz, naPolnia, dos quais retornaram apenas 16.Entre as muitas matanas efetuadas pelosnazistas em todo o territrio italiano sedestaca a das Fossas Ardeatinas, em Roma,onde em 24 de maro de 1944, 332 pessoasforam mortas com tiros na nuca, entre eles

    um rapaz de 16 anos, alm de 70 judeusque estavam para ser deportados. O ato foiuma represlia a um atentado da Resistn-cia na capital no dia anterior, que matou33 soldados alemes. Hitler ordenou quefossem mortos 10 italianos para cada ale-mo. Dois foram assassinados apenas porterem presenciado o fato.

    Ataquedefoguetes contraSderotNa manh de 28 de junho terroristas maisuma vez atacaram Sderot, uma cidade ao

    sul de Israel. Um dos foguetes explodiuperto de um J ardim de Infncia. Duas pes-soas morreram; uma delas um menino de 4anos, a caminho da escola. Sua me ficoumuito ferida e dez outras pessoas foram fe-ridas tambm. Os terroristas disparam con-tra comunidades Israelenses quase todos osdias. As organizaes terroristas esto ten-tando tornar a Faixa de Gaza uma base apartir da qual eles podero disparar contracentros de populao bem no interior deIsrael, matando e aterrorizando as pessoas.O terrorismo em forma de lanamento defoguetes, como qualquer outro tipo de ter-

    rorismo, faz parte dos esforos de sabotarqualquer iniciativa poltica de acalmar a re-gio. Enquanto a Autoridade Palestina fa-lha em cumprir suas obrigaes dentro doMapa do Caminho para desmantelar a infra-estrutura terrorista, I srael continuar acumprir sua obrigao de proteger seus ci-dados, lutando contra o terrorismo.

    Vaticanovanti-sionismocomoanti-semitismoLderes do Vaticano assinaram um comuni-cado expressando total rejeio ao anti-semitismo em todas as suas formas, inclu-indo o anti-sionismo como a mais recentemanifestao do anti-semitismo. O texto foiemitido ao final do 18 Encontro J udaico-Catlico, realizado na semana passada emBuenos Aires. Lderes catlicos e judeus de-cidiram tambm juntar esforos para tra-balhar pela justia e pela beneficncia.Viemos Amrica Latina e conseguimosuma mudana profunda. O governo e a Igre-ja Catlica, as duas instituies mais im-portantes da regio, esto nos apoiando,

    disse o vice-presidente do Congresso J u-daico Mundial, Elan Steinberg. Lderes daBnai Brith Internacional, latino-america-na e local, participaram do evento.

    (com informaes dasagncias AP, Reuters, AFP,EFE, jornais Alef na internet,Jerusalem Post, Haaretz e IG)

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    Nas palavras do Rebe de Lubavitch an-terior, Rabi Yossef Ischak A recitao dosSalmos em pblico surte um efeito in-calculvel. No h palavras para descre-

    ver o mrito dos participantes deste atoe do prazer que causa nas alturas. Esteprocedimento atrai bnos sobre espo-sos, esposas, filhos e netos, sade, far-tura e pelo sucesso no que se necessitamaterial e espiritualmente.

    Os Salmos so um dos 24 Livros Sa-grados, possuindo tanto a grandeza daTor como a da prece, portanto quem osrecita combina o mrito do estudo e daorao. As vrias formas em que podemosdividir os Salmos aludem tambm a estaproximidade com a Tor. So cinco livros,correspondendo aos cinco livros da Tor;sete sees, correspondendo s poressemanais da Tor.

    Este Livro Sagrado tem acompanhadoo povo judeu nas provaes e na alegria.O Rei David, a quem se atribui em gerala autoria dos Salmos (apesar de seremcitados para alguns de seus captulos ou-tros autores como Adam, Malkitzedec,Avraam, Mosh, Heiman, Yedutun, Assafe os trs filhos de Korach) transporta paraos versos que escreve os dramas e ale-grias do seu cotidiano. Mas em qualquerdos Salmos, mesmo no maior desespero,

    Salmos: a orao de todos os momentos

    Queri do I ssale

    Vocfoi , e sempre serum exemplo de vida a ser segui do.Aprendemos valores e princpios que eu espero, possa estar pas-sando aos meus fil hos e fu turamente aos netos (Bruno e Dani,no tenham pressa!) .

    Aprendemos t radies e boas maneiras de como educarmos nossos fi lhos. Vocsempre optou pela tua presena conosco em prol do t eu parnusse, present e em

    nossas vidas, l evando/ buscando os fi lhos e amigos em todos os lugares, seja com aKombi ou com a Rural-Wyll is que tan to percorreram esta ci dade a qualquer hora dodia ou da noit e. Jamais esqueceremos isto!

    Espero que minhas i rms (Surale e Fradale) e eu, possamos ter lhe proporcionadonaches, a voce a nossa queri da me Baba I da.

    Ns temos mui to orgulho de voc. As pessoas que ti veram a oport uni dade deconviver com vocsempre te admi raram mui to, seja na Sinagoga, Beit Chabad, teusvizi nhos, t eus operrios das obras e amigos dos teus f il hos.

    Meu fi lho Bruno t inha uma admirao especial por voc. Passava, em mdia, duashoras por dia, duas vezes por semana sugando os conhecimentos do Zeide, pri nci-palment e quanto a fi lsofos e pensadores judeus, repart indo os conhecimentos comseus amigos do Dror e do Cursinho, alm de escut-lo mui to.

    Ficamos extremament e orgulhosos quando voce a me gravaram seus depoimen-tos para a Fundao Shodo Steven Spielberg, e tambm para o MorSergio e para a

    turma do Dror na comemorao do I om Hasho, que foi apresentado na Sinagoga.Eventualmente vocfazia papel de apaziguador entre alguns membros da coletividade,

    algumas vezes com sucesso, outras no, mas vocsempre tent ava di rimi r as dif erenas.

    Voce a me, como mui tos gri ners, chegaram ao Brasil depois da Segunda Guerra,somente com a vontade de recomear suas vidas part indo prat icamente do zero, e contan-do com a colaborao de alguns judeus jradicados em Curi t iba ant es da guerra. Vocno deixou fortunas materi ais, mas sim digni dade e um grande nome a zelar. Espero quepossamos mant er valores e tradies a serem passados de gerao a gerao.

    Vocse foi dest a vida para se reencontrar com a Baba Ida e teus entes queri-dos, mortos no Holocausto.

    Saiba que independentemente da t ua idade cronolgica ( 87 anos), vocti nhauma cabea mui to j ovem. E por i sso as pessoas gostavam t anto da tua presena erealment e foi um pri vilgio podermos convi ver tant os anos com voc, lcido atolt imo moment o, um pai maravil hoso e to presente em nossas vidas.

    Descanse em paz, vocmerece. Muit as saudades, seu fi lho Nechemie.

    BH

    Sara Burste in*

    *Sara B urst ein biblio tecria ap osent ada.

    Carta a meu pai

    Nomio Hend ler

    Ida e Jos Hendler

    Foto:

    lbumd

    afamlia

    A idade e sade de Yasser Arafat, o lder palestino, so grande preocupao paraIsrael, e a questo est emestudo nos mais altos meios. A concluso a que se chega queo ideal seria que ele tivesse a melhor sade possvel e vivesse longos anos.

    Arafat vive na Mokada, uma residncia que resta de um centro cvico em Ra-mallah, uma de suas capitais, (Gaza a outra) que fica a cinco minutos de J erusa-lm. Ele raramente aparece. Tem gente que gostaria de acert-lo. Palestinos. Almdo mais, est avisado pelos israelenses que tem liberdade de ir para aonde quiser.Sem o direito de volta.

    A coisa serissima. Commais de 70 anos, cansado de guerras e lutas polticas, ele o smbolo da resistncia palestina. Da determinao de criar umestado independente.

    Umheri para a massa rabe. E obstculo tomada do poder pelos setores extremistase fundamentalistas como o Hamas, sunita, e o J ihad, xi ta. Para ambos, seria ideal queele se fosse para o outro mundo. Poderiamcriar uma Palestina de leis muulmanas. Nofaltamfanticos prontos a envi-lo para o Paraso.

    Arafat no temsubstituto designado. No h ningumcomo prestigio para assumiro lugar dele comos poderes e influncia dele. a questo. Uma delas.

    Existem grupos que imaginamabrir um tmulo para ele na colina do Templo. Ondeficama Al Aksa, a terceira mais sagrada mesquita rabe, e Omar, a da pedra, cobrindo olocal onde, por tradio Abraho, o patriarca do monotesmo, teria deitado seu primo-gnito para sacrific-lo para Eloim, D-us, como prova de f e amor. Foi quando apareceumcarneiro que o anjo informa que D-us mandou para ser sacrificado emlugar do filho.E onde nasceu a expresso a ovelha de D-us do cristianismo. E a briga entre rabes e

    judeus.Os rabes alegamque o primognito foi I smael, fi lho da serva Hagar, de Sara,mulher de Abraho. Os judeus, que vieram antes, insistem que foi Itzhak, fi lho davelhice de Sara que engravida aos 90 anos, um dos milagres narrados no Testamento.Quemno l o Velho Livro perde uma leitura incomparvel embeleza, qualidade liter-ria, aventuras fantsticas, sagradas. Os rabes se consideramismaelitas, descendentesde Ismael. Os judeus traamsua origema Itzhak, pai de J ac, que foi pai dos 12 quederamorigems 12 tribos das quais, pela tradio, sobrevivemBenjamin e J ud, da onome judeu. As dez outras desapareceremna histria.

    Na Colina do Templo o rei Davi instalou as Pedras das Leis recebidas por Moiss, oprofeta, no monte Sinai. Guerreiro, mos sujas de sangue, no foi autorizado por Eloima construir o Templo. A misso coube a seu filho, Salomo, o rei sbio. Foi o PrimeiroTemplo, destrudo pelos babilnios (que vivamno que hoje o Iraque). Depois, exiladosos judeus para a Babilnia, no regresso construramumpequeno templo, o Segundo.

    Herodes, o rei construtor, construiria o Terceiro e ltimo que as legies romanas arrasa-rame destruramJerusalm. Restou o Muro Ocidental. Muro das Lamentaes onde athoje os judeus ortodoxos chorama destruio do Templo. E o seu lugar mais sagrado.

    Na Colina do Templo no existe ums tmulo. Na cidade murada eramproibidos ostmulos. J esus, por exemplo, foi enterrado perto do que veio a ser o Santo Sepulcro. Erasexta-feira, vspera de shabat, dia sagrado no qual proibido o trabalho. Foi enterradonumjardim prximo e transferido para fora dos muros no domingo, conta uma tradiodonde ascendeu.

    Existemgrupos rabes muulmanos que queremumtmulo para Arafat na Colina doTemplo onde, comcerteza, acabaria sendo local de adorao. Proibido por lei religiosajudia e muulmana. A cidade, no dia dos funerais, seria invadida por centenas demilhares de peregrinos, grave problema de segurana. Risco de que optem por nela

    permanecerem, certeza de choques militares. Problemo para Israel.Como evit-lo? Ideal seria que, doente, removido para tratamento emoutro pas,

    no seria uma sada?

    Outro problema que preocupa: se Arafat morre em Ramala o mundo rabe dirque foi morto pelos judeus. O melhor que morra vigiado por no-judeus. A massarabe perigosa quando histrica. Se bota na cabea que judeus mataram Arafatviro para ving-lo.

    Israel quer evitar tal suspeita emtodas as hipteses e por todos os meios.

    E temmais: Arafat no temherdeiro poltico. A morte deixaria uma vazio que logoos diversos grupos que queremo poder tentaro preencher. Seria a confuso e guerracivil. Outra grande ameaa estabilidade da regio. O melhor mesmo que Arafat paraa eternidade, conclui-se...

    Arafat -problema se morre

    Nahum Sirotsky*

    *Nahum Sirotsky jornal ista, correspondente da RBS e do lt imo Segundo/IG em Israel.A pu bli cao des ta co lun a tem a au tor izao do a uto r.

    encontramos a f inesgotvel no conso-lo e justia Divina.

    Cantados no Templo Sagrado pelos le-

    vitas, recitados pelos judeus oprimidosatravs dos sculos, eles no permitemque a tristeza seja sua tnica. Mesmoquando refletem sofrimento e dor, o re-conhecimento da justia e bondade doCriador est presente.

    O grupo de mulheres que faz a leiturados Salmos, semanalmente s teras-fei-ras, completou este ano 13 anos de exis-tncia. Quando ainda no dispnhamos denenhuma publicao transliterada dos Sal-mos (hoje facilmente encontrvel), j con-tvamos coma transliterao primorosa dasaudosa amiga Dora Sommer zl.

    Quando ao final da recitao referenteao dia (emhebraico e tambmsua tradu-o) lemos a lista de nomes de pessoaspedindo bnos para os vrios problemasque preocupamas pessoas (sade, traba-lho, famlia), temos o sentimento de utili-zar umcanal de comunicao comD-us,como fez o Rei David.

    Convidamos as mulheres que queiramfazer parte do grupo de estudo e leiturados Salmos a participar deste trabalho nabusca de ummundo melhor e mais feliz.No Beit Chabad, s teras-feiras, 8h30.

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    os ltimos meses houve uma dra-

    mtica reduo de 90% nos ataquesefetuados pelas organizaes terro-

    ristas palestinas, conforme demons-tram as estatsticas. Essa tendnciano provm do desejo das organiza-es terroristas em diminuir os ata-ques perpetrados contra a populaode Israel, ou de um esforo da Autori -dade Palestina para preveni-los, mas

    to somente da deciso deIsrael em construir a cercade segurana contra-terro-ristas e sua guerra contra

    as organizaes de terror ea sua infra-estrutura.

    Isto especialmentesignificativo, porquantoonde quer que a cerca te-nha sido completada, asorganizaes terroristasno tiveram mais sucessopara cruz-la.

    A cerca de seguranaest satisfatoriamente cum-prindo seu nico propsito:o de poupar vidas. J foram

    salvas as vidas de muitos is-raelenses como resultadodireto do estabelecimentoda cerca anti-terroristas.

    Comparao

    Uma comparao do n-mero de ataques terroristasem Israel, perpetrados apartir da Samria, aps a

    construo da cerca de segurana, e onmero de ataques efetuados pelosmesmos grupos terroristas, antes do

    incio da construo da cerca, revelaumgrande declnio nos ataques terro-ristas perpetrados emIsrael.

    Nos 11 meses anteriores constru-o do primeiro segmento no incio deagosto de 2003, e o final de junho de2004, os grupos terroristas tiveramsu-cesso emefetuar apenas 3 atrocidadesemIsrael. Todas as trs ocorreramnaprimeira metade de 2003, durante a

    qual 26 israelenses foramassassinados

    e 76 feridos. Emdois destes casos, osterroristas se infiltrarampela Samriaemreas onde a cerca ainda no tinhasido completada. Na terceira, uma ter-rorista mulher entrou atravs da entra-da de Bartaa, usando um passaportejordaniano.

    Emcontraste, durante os 34 mesesdo incio da intifada emsetembro de2000, at a construo do primeiro seg-mento contnuo da cerca anti-terroristano final de julho de 2003, entre Saleme Elkana, na Samria, grupos terroris-

    tas baseados efetuaram 73 ataques(atentados suicidas, disparos, explosesemcarros) dentro de Israel (incluindoJ erusalm), nos quais 293 israelensesforammortos e 1950 ficaramferidos.

    A comparao dos dados mostra umdecrscimo de mais de 90% no nmerode ataques, de uma mdia de 26 ata-ques por ano antes da cerca, para 3ataques aps a construo da cercaanti-terroristas. I sto significa umde-crscimo de mais de 70% no nmerode israelenses mortos: de uma mdia

    de 103 assassinados por ano antes dacerca, para 28 aps a construo dacerca. Similarmente, significa a quedade mais de 85% no nmero de feridos:de uma mdia de 688 por ano, antesda cerca, para 83 feridos por ano apsa construo da mesma.

    Tentativas prosseguem

    Enquanto o nmero de ataques caiuabruptamente, o nmero de tentativasde ataques que foram frustrados nosvrios estgios de preparao desde a

    construo da cerca anti-terroristas emagosto de 2003 permaneceu alta. Du-rante esse perodo as foras de segu-rana evitaram dezenas de ataques porgrupos terroristas baseados na Samria,nos estgios finais de preparao. Comoresultado da priso de terroristas e che-fes de clulas, 24 cintures de explosi-vos e bombas foramdescobertos.

    A concluso bvia: o fator prin-cipal da queda abrupta no nmero deataques efetuados emIsrael por terro-ristas nos ltimos meses, a cerca de

    segurana. Por isso as campanhas nomundo todo entre os simpatizantespalestinos para tentar derrub-la.

    O sucesso da cerca anti-terroristana Samria resultou na mudana dolocal de partida dos terroristas para aJ udia. Nos ltimos meses, a Judia onde ainda no h uma cerca contnua tmse tornado a principal base parao envio de terroristas (incluindo dosgrupos terroristas baseados na Sam-ria), para dentro de Israel. Emmais dametade das dezenas de planejamentosde ataques, que foram frustrados des-de a construo da cerca de seguran-a, os terroristas pretendiamse infil-trar emIsrael atravs da Judia, geral-

    mente por Jerusalmou Ramallah.

    Importncia da cerca desegurana

    Os dados mais recentes divulgadossobre o zeramento dos ataques suici-das e reduo das mortes e feridos emataques, indica que a construo dacerca de segurana de suma impor-tancia, pois sua funo de salvar vidasest demonstrada claramente, muitoembora este fator fundamental no te-nha sido levado emconta pelo Tribu-nal I nternacional de Haia ao decidir-se contrrio cerca, na consulta quelhe fora formulada pela ONU por insti-gao dos pases rabes e muulmanos.

    O fato que a Corte de Haia noquis tomar conhecimento de que a cerca umverdadeiro obstculo que impedea passagem dos terroristas e poupamuitas vidas civis que tambmno tmsido levadas emconta.

    A verdade que a Autoridade pa-

    lestina nunca fez nada para impedir queesses ataques suicidas continuassemamatar civis indiscriminadamente. Pelocontrrio, descobriram-se provas de quea AP no s estimula, financia comotambmmantmseu prprio grupo ter-rorista lanando homens-bomba suici-das e assassinos. Emoutras palavras,enquanto no houver com quemsen-tar-se para conversar sobre umposs-vel acordo, o atual ou qualquer outrogoverno israelense tudo far para de-fender sua populao civil. E a cercade segurana j demonstrou ser umadas melhores defesas ou melhor, o me-lhor obstculo diante das intenes ter-roristas de assassinar pessoas. Por issoa deciso da corte no ser acatada,pois ela colocaria emrisco novamentea populao de Israel.

    O maior argumento que se colocacontra a cerca o incmodo que elacausa aos palestinos que vivemnas suasimediaes, o que levou a Suprema Cor-te de J ustia emIsrael a determinaremvrios lugares que o traado da cer-ca deve ser mudado, ainda que impli-que numimportante desembolso eco-nmico, para melhorar as condies dospalestinos. Mas a Corte israelense de-

    clarou que a cerca necessria paraproteger a populao. Nenhumgasto,por maior que seja, ou nenhum des-conforto, por maior que este seja, po-der se igualar perda irreversivel dede vidas humanas.

    Suprema Corte de Israeldecide mudanas na cerca

    A Deciso da Suprema Corte de Is-

    rael em relao rota planejada daCerca de Segurana de Israel, na reanorte de J erusalm, enfatiza a impor-tante posio da fora da lei e revisojudicial sobre as iniciativas de segu-rana emIsrael para proteger seus ci-dados do terrorismo palestino, o ques possvel numa democracia. A Cor-te tambmreconhece o direito de Is-rael de construir a cerca de seguranapara combater o terrorismo, e na ver-dade, dentro dos ditames da justiaprocurou compatibilizar isso com asnecessidades humanitrias da popula-o palestina local.

    A Corte determinou claramente queo objetivo da cerca o de segurana,emsua natureza. O presidente da Cor-te, Aharon Barak, disse que combasena lei internacional e a lei de Israel,as autoridades de segurana de Israelpodemplanejar a rota da cerca, levan-do em considerao as necessidadesmilitares. Ao mesmo tempo, a Corteenfatizou que a rota deve tambmle-var emconsiderao as questes hu-manitrias e deve ser criado umequil-brio entre estas duas questes. A Cor-te determinou que o governo israelen-se dever mudar a rota da cerca aonorte de J erusalm, a fimde equilibraresses interesses.

    O governo israelense implementara deciso da Suprema Corte de Justiaem seu planejamento e nova rota dacerca e levar emconsiderao as im-plicaes do julgamento para a novarota da cerca de segurana de maneirageral. O planejamento de Israel da cer-ca de segurana tem continuamentelevado emconsiderao a necessidadede reviso judicial e recurso legal paratodos os residentes na regio.

    A cerca anti-terroristas salva vidas eelimina 90% dos atentados

    O traado da cercana realidade avana

    muito pouco noterritrio considerado

    pales tino, mas quena realidade no tem

    fronteira definida enem est

    perf eita mentedemarcada

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    A maioria dos observadores j esperavaque o Tribunal Internacional de Justia deHaia daria sentena contra a legalidade dacerca de segurana israelense. I srael optou

    por no apresentar ante aquela Corte ne-nhuma defesa de sua construo, tendo re-metido emseu lugar uma declarao na qualsustenta que a Corte carece de autoridadelegal para emitir opinio sobre umassuntopoltico que temque ser objeto de negocia-o entre as partes.