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ANO 1—NÚMERO 1– 2014/1—PORTO AKEGRE—RS Revista

Revista la salle

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Revista

Page 2: Revista la salle

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Turma 231

Organização escolar:

Diretor: Ir. Lauro Bohnenberger

Vice-diretora e Supervisora Escolar : Ana Poppe

Orientadora Educacional: Fabiana Schumacher

Supervisor Administrativo: Roger Pochmann

Page 3: Revista la salle

3

Turma 231

Caros leitores, é com muito prazer que apresento este exce-

lente trabalho de meu alunos. Boa leitura!! Aproveitem a

nossa revista!

Breno Lacerda,

Professor de Português.

A primeira edição da revista La Sallada, escrita inteiramente pelos alunos da

231, do colégio La Salle São João, abrange temas muito diferentes e atuais. A pri-

meira matéria é sobre o Golpe Militar, que se instalou 50 anos atrás no Brasil. Ainda

falando sobre o Brasil, temos a matéria sobre as eleições, sobre a Copa do Mundo e

sobre a violência nos estádios de futebol. Num âmbito mais regional, a matéria sobre

Érico Veríssimo, um dos maiores escritores do Rio Grande do Sul, retrata a vida e

obras do escritor e a matéria sobre exposições culturais em Porto Alegre dá dicas

para os amantes da arte que vivem na capital.

Numa esfera mundial, a revista traz matérias sobre questões que ocorreram

em vários lugares do mundo. Uma delas é o voo MH370 da Malaysia Airlines, que

desapareceu dos radares entre a Malásia e o Vietnã no início do mês de março. Ou-

tra questão abordada pela revista é o conflito da Crimeia, na Ucrânia, explicado na

matéria com a ajuda dos professores de Geografia e História do Ensino Médio. Os

protestos na Venezuela em fevereiro deste ano também ganharam lugar na revista,

que explica em tópicos os motivos da revolta do povo venezuelano. Debatendo o as-

sunto da maconha, a matéria sobre a legalização da planta na Holanda e como é a

regulamentação do consumo no país nos dá um olhar melhor sobre os impactos do

consumo nos Países Baixos.

Na categoria entretenimento, as reportagens sobre os filmes Clube de

Compras Dallas e Doze Anos de Escravidão, falam sobre os queridinhos

do Oscar 2014. No âmbito brasileiro, a matéria sobre o concerto Nivea Vi-

va o Samba retoma o estilo musical muito popular entre os brasileiros.

Os projetos do La Salle São João constituem várias matérias da revista, o

Festival de Paródias, o Festival de Curtas e os investimentos feitos no co-

légio ajudam a ambientar o leitor no mundo dos escritores da revista. No

âmbito escolar, a matéria sobre Simbolismo e a entrevista com a ex-aluna

Gabriela Dias podem ajudar os futuros e atuais vestibulandos.

Esperamos que gostem da revista,

Giulia Reis..

Page 4: Revista la salle

4

........................................................................ Pg.

Fabiane Berwange, Mayara Colissi, Victória Wächter e Yuri Siqueira

Pg.

Pg.

12 Clube de Compras Dallas:

Tainá Sangali

.....................................................................................14

........................................................................ 2014: ano de investimentos no La Salle São João.

Daniel Oliveira

Pg. 19

Pg. 21

Mateus Costa

.......................................................................................

Pg. 22 Matheus da Luz Nunes e Luiz Felipe Buzetto

Pg.

27

...............................................................................Yuri Rodrigues

....................................

Pg. 29 ...............................................................................Gabrielle Martini e Laura Faneze

.......................................................................................

Pg. 34

Bárbara Arias

.....................................................................................Juliano Prauchner e Anderson Barrey

Conflitos na região da Crimeia

Eleições 2014: Os principais candidatos

Mistério sobre o voo MH370

O Espaço de Érico Veríssimo na Literatura Gaúcha

Um pouco de Simbolismo

Porto Cultura

Turismo da cannabis

Violência nos Estádios, uma vergonha para nós!

Pg. 31

Pg. 37 .................................................................

Anderson Barrey

.......................................................................................

Entrevista com Gabriela Dias 12 nos de Escravidão

50 anos do golpe militar 5

.......................................................................................

Page 5: Revista la salle

5

........................................................................ Pg.

O samba não vai morrer.

Maria Eduarda Cunha

Pg.

.....................................................................................14 Festival de Paródias La Salle São João

Giulia Vinciprova

Pg. 15 ........................................................................

2014: ano de investimentos no La Salle São João.

William Borba, Lucas Rech e Walter Gobbato

....................................................................................... Henrique Scherer e Rafael Muttoni

22

João Antônio Poli

Pg.

23

Pg. 25 ...............................................................................

....................................Bárbara Schilling

...............................................................................

....................................................................................... Caroline Corrêa

Pg. 33

.....................................................................................Juliano Prauchner e Anderson Barrey

Gastos com a Copa do Mundo

Eleições 2014: Os principais candidatos

Protestos e crise na Venezuela

O Espaço de Érico Veríssimo na Literatura Gaúcha

Um pouco de Simbolismo

Festival de Curtas La Salle São João

Turismo da cannabis

Violência nos Estádios, uma vergonha para nós!

Pg. 17

Pg. 31

Pg.

38

.................................................................

10

....................................................................................... Nicole Rech

12 nos de Escravidão

50 anos do golpe militar 5

.......................................................................................

Page 6: Revista la salle

6

50 anos do golpe militar

O golpe de 1964 e a instaura-

ção do regime militar

Por: Fabiane Berwange, Mayara Colissi,

Victória Wächter e Yuri Siqueira

N a madrugada do dia

1 de abril de 1964,

um golpe foi deflagrado contra

o governo legalmente constitu-

ído de João Goulart. A falta de

reação do governo e dos gru-

pos que lhe davam apoio foi

notável. Não se conseguiu ar-

ticular os militares legalistas.

Também fracassou uma greve

geral proposta pelo Comando

Geral dos Trabalhadores

(CGT) em apoio ao governo.

João Goulart, em busca de

segurança, viajou no dia 1 de abril do Rio, pa-

ra Brasília, e em seguida para Porto Alegre,

onde Leonel Brizola tentava organizar a resis-

tência com apoio de oficiais legalistas. Apesar

da insistência de Brizola, Jango desistiu de

um confronto militar com os golpistas e seguiu

para o exílio no Uruguai, de onde só retorna-

ria ao Brasil para ser sepultado, em 1976.

Tempos sombrios aqueles representa-

ram para o nosso país. Foram vinte e um

anos em que o povo brasileiro agia de forma

vinculada e artificial. Explico. Vinculada pelo

fato de que nada se fazia

se não em concordância

com as ordens dos milita-

res, à época no Poder. Ar-

tificial porque garantido

não era à sociedade ex-

pressar-se conforme seus

pensamentos e filosofias.

As expressões a que se

tinha acesso não eram fru-

to dos verdadeiros senti-

mentos, e as que eram, a

elas não se tinha acesso.

O poder real encontrava-

se em mãos militares. Nos

primeiros dias após o gol-

pe, uma violenta repressão atingiu os setores

politicamente mais mobilizados à esquerda no

espectro político, como por exemplo o CGT, a

União Nacional dos Estudantes (UNE), as Li-

gas Camponesas e grupos católicos como a

Juventude Universitária Católica (JUC) e a

Ação Popular (AP). Milhares de pessoas fo-

ram presas de modo irregular, e a ocorrência

de casos de tortura foi comum, especialmente

no Nordeste. O líder comunista Gregório Be-

zerra, por exemplo, foi amarrado e arrastado

pelas ruas de Recife.

Page 7: Revista la salle

7

A junta baixou um "Ato Institucional"–

uma invenção do governo militar que não es-

tava prevista na Constituição de 1946 nem

possuía fundamentação jurídica. Seu objetivo

era justificar os atos de exce-

ção que se seguiram. Ao lon-

go do mês de abril de 1964,

foram abertos centenas de

Inquéritos Policiais-Militares

(IPMs). Chefiados em sua

maioria por coronéis, esses

inquéritos tinham o objetivo

de apurar atividades consi-

deradas subversiva. Parla-

mentares tiveram seus man-

datos cassados, cidadãos

tiveram seus direitos políti-

cos suspensos e funcionários públicos civis e

militares foram demitidos ou aposentados.

Entre os cassados, encontravam-se persona-

gens que ocuparam posições de destaque na

vida política nacional, como João Goulart, Jâ-

nio Quadros, Miguel Arraes, Leonel Brizola e

Luís Carlos Prestes.

Entretanto, o golpe

militar foi saudado por impor-

tantes setores da sociedade

brasileira. Grande parte do

empresariado, da imprensa,

dos proprietários rurais, da

Igreja católica, vários gover-

nadores de estados importantes e amplos se-

tores de classe média pediram a intervenção

militar, como forma de pôr fim à ameaça de

esquerdização do governo e de controlar a

crise econômica. O golpe foi recebido com

alívio pelo governo norte-americano, satisfeito

de ver que o Brasil não seguia o mesmo ca-

minho de Cuba. Os Estados Unidos acompa-

nharam de perto a conspiração e o desenrolar

dos acontecimentos, principalmente através

de seu embaixador no Brasil, Lincoln Gordon,

e do adido militar, Vernon Walters, que havi-

am decidido, através da secreta "Operação

Brother Sam", dar apoio logístico

aos militares golpistas, caso estes

enfrentassem uma longa resistên-

cia por parte de forças leais a Jan-

go.

Os militares envolvidos no golpe

de 1964 justificaram sua ação afir-

mando que o objetivo era restau-

rar a disciplina e a hierarquia nas

Forças Armadas e deter a

"ameaça comunista" que, segundo

eles, pairava sobre o Brasil. Uma

ideia fundamental para os golpis-

tas era que a principal ameaça à ordem capi-

talista e à segurança do país não viria de fora,

através de uma guerra tradicional contra exér-

citos estrangeiros; ela viria de dentro do pró-

prio país, através de brasileiros que atuariam

como "inimigos internos". Diversos exemplos

internacionais, como as guerras

revolucionárias ocorridas na Ásia,

na África e principalmente em Cu-

ba, serviam para reforçar esses te-

mores. Essa visão de mundo esta-

va na base da chamada "Doutrina

de Segurança Nacional" e das teo-

rias de "guerra antissubversiva" ou

"antirrevolucionária" ensinadas nas escolas

superiores das Forças Armadas. Isto é, um

regime político que privilegiava

a autoridade do Estado em relação às liberda-

des individuais, e o Poder Executivo em detri-

mento dos. Poderes Legislativo e Jurídicos.

Page 8: Revista la salle

8

O empenho em preservar a unidade por parte

dos militares no

poder, apesar da

existência de con-

flitos internos nem

sempre bem re-

solvidos. O medo

de uma "volta ao

passado" ou de uma ruptura no interior das

Forças Armadas estaria presente durante os

21 anos.

A falta de resistência ao golpe de 1964

não deve ser vista como resultado da derrota

diante de uma bem articulada conspiração

militar. Foi clara a falta de organização e co-

ordenação, a imagem mais fiel é a de "ilhas

de conspiração", com grupos unidos ideologi-

camente pela rejeição da política atual. Não

havia um projeto de governo bem definido,

além da necessidade de se fazer uma

"limpeza" nas instituições e recuperar a eco-

nomia.

A promessa de retomar o crescimento

econômico e o retorno do país à "normalidade

democrática". Só ocorreria 21 anos mais tar-

de. É por isso que 1964 representa um marco

e uma novidade na história política do Brasil:

diferentemente do que ocorreu em outras

ocasiões, desta vez militares não apenas de-

ram um golpe de Estado, como permanece-

ram no poder.

50 anos depois do golpe de 64, a ditadu-

ra militar ainda incomoda o país

“Durante os vinte e um anos de duração do

ciclo militar, sucederam-se períodos de maior

e ou menor racionalidade no trato das ques-

tões políticas. Foram duas décadas de avan-

ços e recuos” Os reflexos da dela pode ser

vista nos dias de hoje, podem ser vistos com

muita clareza nos cenários econômico, políti-

co e social brasileiro.

ECONOMIA

Na economia pagamos com juros estra-

tosféricos, o controle inflacionário. Tais juros

são, ainda, o melhor remédio para a inflação,

que é produto do “milagre econômico”. Os

mencionados juros fazem com que estagne-

mos em relação à economia. Durante aquele

período o Brasil chegou a crescer até 14% ao

ano, como ocorreu no 7º ano do golpe (1973).

Os efeitos negativos do aceleramento

exacerbado e, diria, irresponsável do cresci-

mento começaram a serem vistos durante o

próprio regime, como no ano de 1981, quan-

do houve uma retração de 4,3% do Produto

Interno Bruto. Não há que se falar em conjun-

ção de crescimento acelerado com inflação

sob controle, por isso esta última chegou a

atingir níveis plutônicos, como no ano de

1984 quando foi de 223,9% ao ano. Só para

efeito de comparação a meta inflacionária pa-

ra este ano–e não é das mais baixas–é de

6% ao ano.

POLÍTICA

No campo da política os efeitos são

mais visíveis ainda. As aberrações que hoje

estão presentes na esfera política nacional, e

que são decorrentes da repressão vivida en-

tre 1964 e 1985; Podendo ser visto por olhos

atécnicos. Um dos efeitos mais evidentes não

é no que o regime criou, mas sobretudo no

que impediu que funcionasse e evoluísse, co-

mo o surgimento de novos líderes, a amplia-

ção do eleitorado ou a sintonia do sistema

partidário com a crescente complexidade da

sociedade.

Antes no Poder, que não importando quem

ocupe o lugar de situação e governo, acaba

sempre sendo do mesmo jeito.

Page 9: Revista la salle

9

O que tem nos mostrado o Congresso

Nacional em todas as suas legislaturas é uma

atuação frequente no que diz respeito a ata-

ques da oposição contra os governantes no

Poder, que não importando quem ocupe o lu-

gar de situação e governo, acaba sempre sen-

do do mesmo jeito. Remeto-os para os “anos

sombrios” da ditadura, para explicar tal manei-

ra de agir dos parlamentares. Outra deformida-

de política, são os partidos que fazem de tudo

para alcançar seus objetivos políticos esque-

cendo a filosofia que apregoavam quando de

suas criações.

SOCIEDADE

Os militares porém, contribuíram, para o

desenvolvimento político na mente de nosso

povo. Com toda a repressão por eles promovi-

da, nossa sociedade atentou-se mais aos gru-

pos políticos que constantemente criticavam o

governo do momento, desaguou em campa-

nhas de grande apelo popular como as

“Diretas Já”. Tais acontecimentos causaram

uma onda de politização onde observamos ter

surfado uma boa parte de nossa população,

principalmente camadas volumosas dos movi-

mentos estudantis.

A educação foi uma área praticamente

desprezada no que respeita à sua es-

truturação e incentivo. Não era de in-

teresse dos governantes-militares da

época que uma massa populacional

tivesse acesso a um ensino de quali-

dade, pois temiam que se assim ocor-

resse, o movimento em seu desfavor,

no âmbito estudantis aumentasse.

A casa da morte.

Não se sabe ao certo quantas pesso-

as foram mantidas presas na Casa da

Morte, centro clandestino de tortura e

assassinatos criado pelos órgãos de

repressão da ditadura militar brasilei-

ra, em Petrópolis, na Região Serrana

do Rio de Janeiro.

Propriedade do empresário alemão

Mario Lodders, um simpatizante da

ditadura militar que a cedeu ao Exér-

cito. Os mortos na casa eram depois esquarte-

jados e enterrados nas cercanias. O número

total de mortos nela é até hoje desconhecido,

mas pelo menos 22 guerrilheiros foram trucida-

dos em seu interior.

Planta da casa descrita pela única sobreviven-

te, Inês Etienne Romeu:

Page 10: Revista la salle

10

Por: Maria Eduarda Cunha

A conteceu em Porto Alegre, no dia 16

de março, o espetáculo Nivea Viva o

Samba, no qual quatro ídolos do samba se

apresentaram para

uma multidão de

mais de 70 mil

pessoas. Contan-

do com a presença

de grandes nomes

como Martinho da

Vila, Alcione, Dio-

go Nogueira e Ro-

berta Sá, o espetá-

culo teve sua estreia nacional na capital gaúcha,

sendo um dos pontos altos da programação mu-

sical em comemoração aos 242 anos da cidade,

mas ainda passará por mais cinco capitais bra-

sileiras (Rio de Janeiro, Brasília, Recife, Salva-

dor e São Paulo).

O espetáculo Nivea Viva o Samba 2014 tem di-

reção de Monique Gar-

denberg, roteiro de Hugo

Sukman e direção musical de Alceu Maia. São

apresentados clássicos do ritmo, como compo-

sições de Zé Keti e o imortal “Não Deixe o Sam-

ba Morrer”, cantado por Alcione.

Os quatro cantores de gerações e estilos dife-

rentes participam da terceira edição do festival.

Martinho da Vila (Mulheres; Disritmia; Canta

Canta, Minha Gente), cantor e compositor cario-

ca, que começou

sua carreira nos

meados de 1960,

é o mais velho dos

artistas que se

apresentarão. Al-

cione (Meu Éba-

no; Você Me Vira

a Cabeça; Estra-

nha Loucura), ganhadora do Grammy Latino no

ano de 2003, promete surpreender e emocionar

o público com seus maiores sucessos. Roberta

Sá (Pavilhão de Espelhos; Fogo e Gasolina;

Mais Alguém), participante do programa Fama

em 2002, canta o samba no seu estilo mais mo-

derno, diferenciando-se dos companheiros de

palco mais tradicionalistas. Já foi indicada ao

Grammy Latino, onde concorreu contra o cantor

Diogo Nogueira. Diogo Nogueira (Deixa Eu Te

O samba não vai morrer.

Page 11: Revista la salle

11

Nogueira. Diogo Nogueira (Deixa Eu Te Amar;

Sou Eu; Fé em Deus), filho do sambista brasilei-

ro João Nogueira, é o mais novo dos artistas

que partici-pam do espetáculo. Já foi até joga-

dor de futebol, mas em 2007 montou sua pró-

pria banda e desde então vem conquistando o

Brasil.

O primeiro registro do samba brasileiro é

datado em 26 de novembro de 1916, com a gra-

vação da música Pelo Telefone (de Donga e

Mauro Almeida). O espetáculo Viva o Samba

antecipa a comemoração do centenário desse

gênero musical. Segundo a cantora e composi-

tora Alcione, o motivo para o samba comemorar

cem anos são as coisas boas que o ritmo con-

segue transmitir.

O projeto da Nivea visa homenagear o

samba, que é o ritmo brasileiro mais celebrado,

e seus principais cantores e compositores, tanto

de épocas mais antigas como os da atualidade,

gerando uma grande integração entre as gera-

ções, desde os mais novos até os mais velhos,

mostrando que o samba não tem idade e serve

ao gosto de todos.

Segundo Monique Gardenberg, cineasta e

responsável pela direção artística, o espetáculo

é dividido por temas que destacam o samba co-

mo crônica social do Brasil, como amor, desilu-

são e sensualidade.

A Nivea acha importante realizar essa festa mu-

sical para celebrar a cultura brasileira e ampliar

a vocação do samba de festejar a alegria do po-

vo brasileiro.

Page 12: Revista la salle

12

Clube de Compras Dallas: os desafi-os de ser soropositivo nos anos 80.

Por Tainá Sangali

H á aproximadamente 30 anos, uma

nova doença foi descoberta, a AIDS.

A doença ataca o sistema imunológico devido à

destruição dos glóbulos brancos causada pelo

vírus HIV. Desde então, a AIDS têm tido um

grande impacto na sociedade, tanto como uma

doença quanto uma forma de discriminação.

Atualmente, 35 milhões de pessoas convivem

com a doença, e aproximadamente 37 milhões

já perderam a vida a ela. No início de sua epide-

mia, nos anos 80, ela era tratada como sinôni-

mo de homossexuali-

dade e drogas injetá-

veis. Essa foi a época mais obscura da

doença, pois como ela recém tinha sido

descoberta, eram poucos os recursos

que existiam para controlá-la.

É nessa temática que se passa o

filme Dallas Buyers Club (Clube de

Compras Dallas), longa-metragem de

Jean-Marc Vallée, baseado na história

real de Ron Woodroof (Matthew McCo-

naughey), um eletricista texano, hete-

rossexual, machão e aficionado por ro-

deios e mulheres, e descobre que é

portador do vírus HIV em 1985. Os mé-

dicos lhe dizem que tem apenas 30 dias

de vida, e ele se recusa a aceitar isso.

Sofre muito preconceito quando desco-

brem a sua doença, sendo chamado de

gay muitas vezes. Então, ele passa a

adquirir ilegalmente a Zidovudina (AZT)

com um enfermeiro do hospital onde foi

diagnosticado soropositivo. amizade de

Ron e Rayon, e os ajudou em certos momentos.

Page 13: Revista la salle

13

Ao final da sua expectativa de vida, o en-

fermeiro avisa que a distribuição do medicamen-

to passou a ser controlada e não tem mais co-

mo retirar nenhuma caixa das instalações do

hospital. O enfermeiro fornece o contato de um

médico no México que pode ajudá-lo. Quando

entra em contato com esse médico, Ron desco-

bre que o AZT é altamente tóxico e que existe

um tratamento alter-

nativo com efeitos co-

laterais menores e

maior expectativa de

vida. Logo Ron vê a

possibilidade de um

negócio lucrativo:

transportar a medica-

ção não autorizada

pelo FDA (órgão do

governo dos EUA que testa e libera novos medi-

camentos) para os Estados Unidos.

Quando retorna para os EUA, ele encontra

Rayon (Jared Leto), u Rayon (Jared Leto), um

transexual soropositivo que conheceu em uma

de suas internações no hospital. Então os dois

criam o Clube de Compras Dallas, onde através

de uma taxa de associação de $400,00 dólares

mensais o paciente pode ter acesso a medica-

ção que desejar para tratar a AIDS. Mas o clube

de compras sofre ataques por parte da FDA e

do médico do hospital, que por diversas vezes

confiscam o estoque de Ron, o que faz do seu

negócio ora lucrativo ora nem tanto. O fato é

que, essas drogas que Ron e Rayon vendem

mostram mais sinais positivos e menos danos

ao organismo que o AZT. Rayon é viciado em

drogas, e no meio disso tudo ela vem a óbito.

Ron fica mal com isso, mas continua vendendo

as drogas para que os outros portadores do HIV

não tenham o mesmo destino que Rayon. Mais

tarde, ele perde a batalha judicial para continuar

vendendo os medicamentos, mas consegue o

direito para uso pessoal. É assim que Ron vive

mais sete anos depois de seu diagnóstico.

Dallas Buyers Club é, sem dúvida, um grande e

ótimo filme. As atuações de Matthew McCo-

naughey e Jared Leto são um dos pontos altos

do filme.

Matthew, que faz

o papel principal,

desempenha seu

papel de forma

perfeita. Conse-

gue passar a

imagem de um

típico machão

daquela época e

de como mudou

essas perspectiva homofóbica depois de desco-

brir que era portador do HIV. As mudanças físi-

cas também impressionam, já que ele teve que

emagrecer bastante para o papel. Jared Leto,

que faz o papel da Rayon, também foi impecá-

vel em sua atuação. Ele estava afastado das

telas havia 6 anos e voltou com tufo. Ele teve o

desafio de fazer um transexual, algo que não é

fácil, já que teve que depilar todo o corpo, princi-

palmente a sobrancelha, e emagrecer bastante.

Jennifer Garner aparece pouco no filme, mas

também é importante para a narrativa da histó-

ria, pois ela é uma médica que conquistou a

amizade de Ron e Rayon, e os ajudou em cer-

tos momentos.

Em 1986, o eletricista texano Ron Wo-odroof (Matthew McConaughey) é di-agnosticado com AIDS e logo começa uma batalha contra a indústria farma-cêutica. Procurando tratamentos alter-nativos, ele passa a contrabandear drogas ilegais do México...

Page 14: Revista la salle

14

Festival de Paródias

La Salle São João

Por Giulia Vinciprova

E xistem vários modos de nos lembrarmos

de pequenas coisas cotidianas, uma delas

é fazendo música. Pensando nas várias formas de

mnemônica, desde 2011 o colégio La Salle São

João vem incentivando seus alunos a buscarem

um jeito diferente de lembrar o conteúdo aprendi-

do no Ensino Médio. Buscando não somente o

aprendizado dos alunos, o projeto também tenta

proporcionar aos alunos um momento de experi-

ências musicais, para que os mesmos tentem de-

senvolver algumas habilidades artísticas.

A ideia do projeto foi, primeiramente, do ex-

professor de física Lauro. Porém, quem deu conti-

nuidade ao mesmo, chamado “Festival de Paró-

dias”, foi a professora de geografia do Ensino Mé-

dio, Fernanda Alvarenga. Em sua quarta edição

no ano de 2014, algumas mudanças aconteceram

no projeto deste ano em função da copa do mun-

do no Brasil.

De acordo com a professora Fernanda, o

projeto vem ganhando cada vez mais a aceitação

dos alunos do colégio, inclusive daqueles que ain-

da não estão no Ensino Médio. A Banda Marcial

do La Salle São João, juntamente com a Pasto-

ral, é grande apoiadora do projeto e dispõe al-

guns de seus equipamentos técnicos para uso

nos dias de apresentação.

As letras desenvolvidas pelos alunos pas-

sam por todos os professores do Ensino Médio

para que os mesmos possam julgá-las sem es-

paço para favoritismos, e, de acordo com a dis-

ponibilidade, cinco funcionários do La Salle

São João são escolhidos para serem jurados

dos dois dias de apresentação que ocorrem no

salão D. Como divulgação do projeto, todo o

ano os responsáveis pela imagem do colégio

contatam vários veículos de comunicação, tan-

to regionais quanto nacionais, para que o festi-

val tenha cada vez mais importância dentro da

formação dos alunos e do colégio. O projeto já

saiu na Zero Hora, no Kzuka, e no jornal O Polvo,

também já foi apresentado em fóruns internacio-

nais e nacionais pela professora coordenadora do

projeto, Fernanda Alvarenga.

Page 15: Revista la salle

15

Page 16: Revista la salle

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2014: ano de investimentos

no La Salle São João.

Por Daniel Oliveira

O tempo passa e deixa suas marcas.

Com o colégio isso também aconte-

ce. As paredes estavam ficando sujas. As mar-

cas do tempo estavam ali. Os alunos queriam

ver sua escola reformada. Neste ano, o Colé-

gio La Salle São João fez grandes investimen-

tos, principalmente em sua infraestrutura.

No final do ano passado, vimos a refor-

ma que estava em andamento no ginásio do

colégio. Por uma questão de segurança, troca-

ram todo o piso do ginásio, colocando madeiras

finas e bem mais resistentes.

Reformaram por completo a sala de ar-

tes, até bancos a armários novos colocaram na

sala. Isso proporcionou um ambiente bem mais

agradável e espaçoso para os alunos.

O colégio fez reformas muito grandes,

principalmente no bloco “B”. Investiram bastan-

te neste bloco. Estão finalizando um banheiro

para cadeirantes, isso facilitará o acesso para

os alunos. No turno integral, fizeram uma nova

sala, bem espaçosa, adequada para a hora da

soneca. Na sala tem tevê e muitos sofás.

No novo refeitório há mesas e cadeiras

apropriadas para alunos menores. Há uma be-

la área de recreação no próprio bloco, isso dá

muita segurança para os pequenos lassalistas

que mesmo chovendo, não serão privados de

brincar no pátio.

As novas salas de aula do bloco “B” es-

tão com espaço para guardar brinquedos e fan-

tasias e com modernos recursos de multimídia,

sendo que todos os professores são treinados

para operarem os novos aparelhos.

As salas também contam com banheiros

feminino e masculino, assim os alunos não pre-

cisam nem sair da sala para ir ao banheiro.

Além dos investimentos na estrutura das salas

de aula, o Colégio La Salle São João comprou

vários iPads dando muita diversão e conheci-

mento

para os

alunos.

Page 17: Revista la salle

17

No novo refeitório há mesas e cadeiras

apropriadas para alunos menores. Há uma

bela área de recreação no próprio bloco, isso

dá muita segurança para os pequenos lassalis-

tas que mesmo chovendo, não serão privados

de brincar no pátio.

As novas salas de aula do bloco “B” es-

tão com espaço para guardar brinquedos e

fantasias e com modernos recursos de multimí-

dia, sendo que todos os professores são trei-

nados para operarem os novos aparelhos.

As salas também contam com banheiros

feminino e masculino, assim os alunos não

precisam nem sair da sala para ir ao banheiro.

Além dos investimentos na estrutura das salas

de aula, o Colégio La Salle São João comprou

vários iPads dando muita diversão e conheci-

mento para os alunos.

Page 18: Revista la salle

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Gastos com a Copa do Mundo

Por: William Borba

Lucas Rech

Walter Gobbato

E m 2014, o Brasil irá sediar um

dos maiores eventos esporti-

vos da contemporaneidade, a Copa do Mundo.

O campeonato mundial de futebol foi pensado

em função de que cada região do país tivesse

ao menos um estádio sediando jogos de dife-

rentes seleções. Para isso pontos estratégicos

foram selecionados em todo o país. Ao redor

das construções dos estádios, hotéis, merca-

dos e comércio começam a se expandir para

arcar com a demanda e os padrões que a com-

petição exige, fazendo com que haja maior lu-

cro nas redondezas dos complexos futebolísti-

cos instalados.

Em ano de evento, todos os setores têm

seus gastos acentuados pela urgência de finali-

zar os projetos começados em 2007. O gover-

no com os estádios e infraestrutura para rece-

ber os turistas e as sele-

ções, os comerciantes ampliando seus estabe-

lecimentos e vários investimentos na qualifica-

ção de pessoas para que as mesmas possam

trabalhar nos vários setores envolvidos no

evento. Porém, as únicas pessoas que lucram

antes do acontecimento são os operários e a

construção civil, que cresce cada vez mais, já

que o setor está superaquecido com os novos

projetos da Copa.

O que enfurece a maioria dos brasileiros

que se opõem a Copa são os gastos com o

evento. A copa é um evento internacional, que

pode ajudar a economia do país a crescer. E

provavelmente muita gente vai ganhar com is-

so. Mas e as pessoas que vivem na linha da

miséria desse pais, como elas ficam? Muitas

pessoas passam fome, não tem acesso ao mí-

nimo que alguém precisa para sobreviver e al-

guns nem sabem que o país sediará a copa em

2014. Vergonha não é o atraso nas obras, e

sim é o povo de seu país na pobreza extrema e

bilhões de reais sendo gastos em obras desne-

cessárias que não serão completas e ao final

do evento, a manutenção custará tanto quanto

a construção dos projetos.

Page 19: Revista la salle

19

O Brasil tinha a chance de gerar lucro e mudanças importantes com a Copa do Mundo

deste ano sem realizar nenhum gasto público, como fez os Estados Unidos no evento de 1994.

Faltando poucos meses para os jogos, observa-se uma índice elevado de gastados em nome de

um evento que deveria nos beneficiar e não onerar.

Fotos: http://noticias.r7.com/

Page 20: Revista la salle

20

Conflitos na região

da Crimeia

Por: Mateus Costa

A região da Crimeia, situada na Ucrânia,

entre a Europa Oriental e a Federação

Russa, vive uma crise política social e econômi-

ca que vem abalando criticamente o país.

Historicamente, a Ucrânia fazia parte do bloco

socialista ao lado da União Soviética durante a

guerra Fria. Ao término da guerra em 1991, a

União Soviética fragmentou-se, o que causou

um processo de independência do leste euro-

peu. A Ucrânia assim como os outros países

comunistas vão entrar em um processo de tran-

sição do socialismo para o capitalismo. Consoli-

dada e organizada economia do novo país, for-

ma-se um grande mercado consumidor dentro

da Europa. O que ocorre na Ucrânia neste mo-

mento é o fato de ela

ter uma boa parte de

sua economia e população ligada à Rússia, e

ao mesmo tempo, a outra parte da população é

contra essa ligação econômica cultural, e defen-

de a ideia de uma maior relação com a União

Europeia, o que de certa forma causa uma riva-

lidade entre a cultura e os interesses da popula-

ção desse país.

Em novembro de 2013, o presidente da Ucrâ-

nia, Viktor Yanukovich, prestes a assinar um

acordo de livre comércio com a União Europeia,

cede a uma série de pressões feitas pela Rús-

sia, cancelando o acordo com o bloco europeu

e optando por uma reaproximação com o gover-

no Russo. Feito isso, estouram os conflitos e

protestos contra a decisão do presidente, resul-

tando em mais de vinte civis mortos por policiais

armados. Os protestos mais tarde chegaram a

reunir mais de trezentas mil pessoas nas ruas

pedindo a renúncia do presidente. Feito isso fo-

ram convocadas imediatamente novas eleições,

e dias mais tarde o presidente fugiu da Ucrânia,

deixando um governo de coalizão para tentar

resolver a caótica situação no país. Mesmo ten-

do fugido do país Viktor Yanukovich ainda se

diz como presidente, e representando esse lado

da Ucrânia que defende a Rússia, e o outro lado

então, querendo empossar um novo governo e

forçando a Ucrânia a aderir à união europeia,

surgindo assim a questão da Cri-

meia, que é

forte-

mente

ligado

à cul-

tura

russa,

em

fun-

ção

de suas origens.

Segundo a professora de Geografia do

Colégio La Salle São João, Fernanda Alvaren-

ga, a Crimeia, apesar de todos os conflitos, quer

de forma unânime se juntar à Rússia:

“... a Ucrânia então vai criar um estado de isola-

mento do resto da Europa, mas neste meio tem-

po a península da Crimeia se impõe e decide

aderir à Rússia. se alinhar com a Rússia.

Page 21: Revista la salle

21

A Rússia por sua vez, não querendo perder esse

aliado territorial, está tomando partido então pa-

trocinando um plebiscito aonde a população vo-

tou, e o senado deles aprovou, que eles então

deveriam se integrar à Rússia.”

A situação no presente momento é caracterizada

pela presença de tropas russas cercando a regi-

ão da Crimeia para fazer uma proteção contra a

população ucraniana, e a Rússia man-

tendo seu interesse em conseguir man-

ter ao menos essa península. A penín-

sula da Crimeia é um canal de passa-

gem para chegar ao mar negro, sendo

este um grande motivo dos interesses

russos nessa península. A Rússia

possui um grande território voltado

para o mar, mas esse é congelado,

então seria uma grande vantagem

territorial para a Rússia possuído

essa nova área de passagem.

Em resposta a chegada de tropas russas arma-

das e à participação ativa da Rússia, os Estados

Unidos intervieram junto com a Europa. A Euro-

pa por sua vez com mais cautela, por depender

do gás natural da Rússia (1/3 do gás natural con-

sumido no continente europeu é de origem rus-

sa), sendo assim não é de interesse europeu na

atual situação romper totalmente as relações

com a Rússia. Os passaportes de ucranianos e

russos envolvidos neste conflito foram cassa-

dos. As pessoas que haviam fugido do país fo-

ram deportadas. Essa crise já é chamada por

muitos de uma nova Guerra Fria. Temos de um

lado a Rússia, lutando por espaço territorial e do

outro os Estados Unidos, com alguns países Eu-

ropeus. Apesar de a Rússia não ser mais um re-

presentante socialista, na atual situação ela re-

presenta os seus ideais, e ao mesmo tempo, os

Estados Unidos e os países do oeste europeu

querem manter o capitalismo e a economia funci-

onando de forma globalizada.

Apesar de não ter diretamente nada a lidar com

os conflitos relacionados à Crimeia, os Estados

Unidos, conforme pode se observar ao longo da

história, tende a intervir em todos os conflitos do

mundo, e historicamente tem essa “rixa” com a

Rússia.

“... a Rússia quando entrou, já entrou com muita

força, já entrou armada, já entrou provocando

matanças generalizadas, e os Estados Unidos

vêm nessa ideia de que ‘não’, no direito interna-

cional isso não pode ser admitido, então vamos

ser contra isso para deter esse avanço, então os

Estados Unidos vem numa política de ‘estou pro-

tegendo o mundo’. Mas na verdade os Estados

Unidos diretamente não tem nada a ver com is-

so.”, diz a professora Fernanda.

O professor de História do Colégio La

Salle São João, Car-

los Ely, ao ser

questionado se

havia alguma

chance de uma

Terceira Guerra

Mundial, disse:

“Chance de guerra,

de guerra mundial

como alguns estão di-

zendo, não tem. Uma

guerra de proporções grandes não

teria. Poderia ter uma guerra localizada, entre países

como, por exemplo, Estados Unidos com Rússia, algu-

ma retaliação militar por parte da União Europeia.

Nos jornais estava que a União Européia vai tomar

sanções em relação à Rússia, se ela continuar com

esse processo de adesão da Criméia à Rússia. Acho

que guerra não, acho que vai ter mais sanções econô-

micas e cortes econômicos, vão parar de comprar

produtos da Rússia, vão deixar de fornecer produtos,

romper laços políticos (...). Mas guerra eu não consi-

go visualizar, eu acho que hoje não há interesse de

ninguém. Guerras ocorrem quando tem alguma parte

interessada, não consigo ver nenhuma das partes inte-

ressadas em um conflito armado e generalizado. ”

Page 22: Revista la salle

22

Dilma Rousseff Atual presidente do

Brasil, deverá ser a

candidata do PT nas

Eleições Presidenciais

de 2014. Dilma foi elei-

ta no dia 31 de outubro

de 2010, tornando-se a

assim a primeira mu-

lher a ser eleita chefe

de Estado na história

do Brasil.

Aécio Neves

Exercendo atualmente

o cargo de senador, o

político mineiro é con-

siderado por muitos, o

principal oponente da

presidente Dilma Ro-

usseff nas eleições

presidenciais de 2014.

Na última pesquisa de

intenções de votos pa-

ra presidente realiza-

da pelo Ibope, apare-

ceu em segundo lugar com 15%.

Eduardo Campos

Filiado ao PSB, já foi

duas vezes Deputado

Federal, Ministro da

Ciência e Tecnologia e

em 2006 foi eleito pela

primeira vez ao cargo

de governador de Per-

nambuco, sendo ree-

leito em 2011.

ELEIÇÕES 2014: OS PRINCIPAIS CANDIDATOS

Por: Rafael Muttoni

Henrique Scherer

E m um processo que se repete a

cada quatro anos, no dia 5 de ou-

tubro de 2014, os brasileiros irão às ur-

nas para esco-

lher o presiden-

te da República

e o vice-

presidente, 27

governadores,

513 deputados

federais, 1.059

deputados esta-

duais e 27 sena-

dores. Infeliz-

mente, grande

parte da popula-

ção brasileira não percebe a responsabi-

lidade que esse ato representa e acaba

indo as urnas sem informações aprofun-

dadas sobre o candidato em que vai vo-

tar, essa prática leva ao poder candida-

tos corruptos, pois ajuda a criar “currais

eleitorais” modernos.

Deve-se, portanto, chamar a atenção das

pessoas para a importância de praticar o

voto consciente. Desde 2013 tem ocorri-

do uma série de protestos por todo o Bra-

sil exigindo mudanças e o combate a cor-

rupção, espera-se que o povo vá para as

urnas esse ano com o mesmo espírito

com o qual foi para as ruas nesses últi-

mos meses e não se deixe enganar com

promessas falsas. É preciso pesquisar

sobre o passado de cada candidato e se

informar sobre as propostas de cada um.

Page 23: Revista la salle

23

Mistério sobre o voo MH370

Por: Matheus da Luz Nunes Luiz Felipe Buzetto

O Boeing da Malaysia Airline, sumido

no dia oito de março, continua sem

muitas explicações. As forças Armada da Ma-

lásia apresentaram dados de radares mostran-

do que o avião mudou de rota e chegou ao Es-

treito de Malaca, a centenas de quilômetros de

sua última comunicação.

O jornal local Be-

rita Harian citou o

chefe da Força

Aérea Malaia,

general Rodzali

Daud, dizendo

que uma base

militar detectou o

avião às

2h40mim, horário

local de sábado

(08 de março),

“Depois disso o

sinal do avião foi

perdido” ressaltou Rodzali, outro militar de alta

patente informou que a Força Aérea acredita

que o avião voava baixo.

Uma possibilidade de terrorismo ainda

estava sendo discutida. “Nenhuma reivindica-

ção foi confirmada desde

desaparecimento do avião

“pronunciou o diretor da

CIA, John Brennan, acredi-

ta que não pode se descar-

tar um vínculo com alguma

organização terrorista. Com

relação à presença de dois

homens que viajavam com

passaporte europeus falso,

a bordo do avião a policia

da Malásia lançou a hipóte-

se de imigração ilegal.

O Boeing 777 despareceu dos radares

na madrugada de sábado em algum lugar en-

tre a Malásia e o Vietnã, uma hora depois da

decolar de Kuala Lumpur. No dia onze de mar-

ço, as famílias se recusaram a receber uma

ajuda financeira de cinco mil dólares por pes-

soa da empresa de aviação Malaysia Airlines.

“Todos os membros das famílias tentam

manterem-se otimistas e esperam que eles te-

nham sobrevivido, mas nós nos preparamos

para o pior” pronunciaram os parente de Ca-

therine e Bob Lawton um dos muitos casais

abordo do avião. O avião transportava 239

passageiros, sendo duas crianças, 159 chine-

ses, 38 malaios, 4 franceses, 7 indonésios, 6

australianos, 3 americanos, 2 canadenses e

também

russos e

ucranianos.

Com

um acordo

internacio-

nal, satéli-

tes de 15

países es-

tão procu-

rando o

avião desa-

parecido. A

China disse

ter encontrado destroços no oceano Indico,

mas depois de algu-mas análises, foi confirma-

do que os destroços não pertencia ao Boeing

777 da Malaysia Airlines.

Aos parentes, nada mais pode ser confirmado

sobre o incidente com

o Boeing, uma vez

que ainda estão sen-

do feitas buscas por

sobreviventes e até

mesmo destroços, nos

possíveis locais da

queda e, até agora,

nada. Continua esse

grande mistério.

Caso parecido

Em 1979, um avião da Varig per-

deu contato com pouco depois

de decolar, indo do Japão para

Los Angeles, seus destroços

nunca foram encontrados.

Page 24: Revista la salle

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PROTESTOS E CRISE NA

VENEZUELA

Por: João Antônio Poli

O s protestos que estão ocorrendo na

Venezuela nos últimos meses estão

inseridos em um contexto amplo de manifesta-

ções que iniciaram em janeiro e continuam até

o momento. Segundo os manifestantes, o mo-

vimento representa a insatisfação com as viola-

ções de direitos humanos, altos níveis de crimi-

nalidade e escassez crônica de produtos bási-

cos. Os índices de inflação chegaram aos

56,2% em 2013. De acordo com o presidente

Maduro, o que está acontecendo é o resultado

de uma “guerra econômica” contra seu gover-

no.

Em 2013, após a estreita e acirrada vitória de

Nicolás Maduro na eleição presidencial, grupos

opositores, principalmente os ligados a Henri-

que Capriles foram às ruas protestar contra o

presidente recém-eleito, pedindo que os votos

fossem recontados. Na

ocasião, as manifesta-

ções deixaram oito mor-

tos, dentre eles opositores e simpatizantes do

governo.

No início de fevereiro, uma ala radical da coali-

zão Mesa da unidade Democrática (MUD - con-

trária a maduro), encabeçada pelos opositores

Antônio Ledesma, Maria Machado e Leopoldo

López incorporaram-se às manifestações de

estudantes venezuelanos que protestavam

contra a falta de segurança nas universidades

e exigiram “La Salida” de Maduro do poder.

12 de Fevereiro

Na data da comemoração do Dia da Juventude

no país, os protestos que até então estavam

ocorrendo como fatos isolados, atingiram um

novo patamar. As manifestações a favor e con-

tra o governo terminaram com um saldo de três

mortos após confrontos muito violentos nas ru-

as. Duas pessoas foram atingidas por tiros em

Caracas e morreram.

Diante destes acontecimentos, o governo e a

oposição trocaram acusações. Representantes

de Maduro culpam “grupo Fascistas” de esta-

rem infiltrados nos protestos opositores. Entre-

tanto estes culpam militantes pró-governo ar-

mados, de atacar seus protestos.

Economia decadente e Violência Urbana

Os problemas econômicos e a forte violência

urbana provocam insatisfação em inúmeros se-

tores da sociedade, e vem sendo usados como

instrumentos políticos. O país apresentou em

Page 25: Revista la salle

25

O país apresentou em 2013 uma inflação que

chegou entre 53,4 a 56,2%,existe também forte

escassez de alimentos básicos como feijão, ar-

roz, leite e produtos de higiene.Somando isso

tudo também há os diários apagões de Energia

Elétrica.

De acordo com a ONG do Observatório de Vio-

lência Venezuelano (OVV), o país encerrou

2013 com uma taxa de 24.763 mortes violen-

tas, o que equivale a 79 mortos para cada 100

mil habitantes, uma das piores taxas do mundo.

Manifestantes

Em geral, os participantes dos protestos vêm

de setores insatisfeitos da sociedade, com as

políticas econômicas e de segurança pública

do governo atual.

Em sua maioria são estudantes universitários e

da classe média, que vem sido afetados pelas

falsas políticas populistas de Maduro. Apesar

de oposição,nem todos são radicais como o

MUD.

Existe também uma ala moderada, comandada

por Henrique Capriles, é totalmente contra o

governo, porém não é a favor dos protestos vi-

olentos.

Leopoldo López

Fundador do partido Voluntad Publica, e aliado

ao radical MUD,é o principal líder da oposição

e vem colocando em xeque o governo chavista

de Maduro com seu tom político e ativista con-

tra o totalitarismo do governo.

Os protestos na Venezuela vêm se tornando

cada dia mais expressivos e importantes,visto

que a população está em grande parte insatis-

feita com um governo que vem se mostrando

incapaz de solucionar os problemas do país,em

meio a um cenário de violência e de instabilida-

de econômica,consequências de um passado

recente semi ditatorial.

Page 26: Revista la salle

26

O Espaço de Érico Veríssimo

na Literatura Gaúcha

Por Yuri Rodrigues

O escritor Érico Veríssimo foi,

em 1941, para os E.U.A. em

missão cultural, lecionar literatura Brasileira na

universidade Berkeley. Em 1953, ocupou o

posto de diretor do departamento de assuntos

culturais da universidade Pan-Americana, seus

registros está descritos em “Gato preto em

campo de neve” e a “Volta do Galo preto”.

Em 1969 a casa onde nasceu foi trans-

formada em museu, a obra Música ao Longe

recebeu o prêmio Machado de Assis, e Cami-

nhos Cruzados, recebeu o prêmio Graça Ara-

nha. Em 1973 escreveu a trilogia da sua auto-

biografia (Solo de Clarineta) mas não comple-

tou o segundo volume.

A obra mais importante do autor é a trilo-

gia: O Tempo e o Vento, obra em que Érico

Veríssimo retrata 200 anos da história do Rio

Grande do Sul. Esta obra é muito ampla e

aborda diversas temáticas ao longo dos anos.

Os estudiosos definem a produção em

três fases que, apesar de serem divididas por

tempo, poderiam facilmente ser repensadas

quanto aos temas tratados.

Nas primeiras narrativas de Veríssimo,

entre 1930 e 1955, pode ser identificada sua

preocupação com a crise moral e espiritual que

o homem e a sociedade da época viviam. A

segunda fase de sua produção literária busca

investigar a relação entre o presente degrada-

do por crises e revoluções e o passado históri-

co marcado pelo heroísmo do povo gaúcho na

defesa de seu território.

AS FASES LITERÁRIAS DE

ÉRICO VERISSIMO

Page 27: Revista la salle

27

Assim como outros autores da segunda fase do Modernismo, Erico Verissimo se preocu-

pou com os problemas sociais de sua região natal, o Rio Grande do Sul. Desta forma, é possível

enxergar na trilogia de O tempo e o Vento, composta por, O continente (1949), O Retrato (1951)

e O Arquipélago (1961), retratos de uma região rica, bem diferente do Nordeste árido. A maior

diferença da obra está na ocupação do território. Até a última parte da trilogia, o estado do Rio

Grande do Sul ainda não estava totalmente povoado. Assim, a obra de Veríssimo retrata a for-

mação da sociedade gaúcha. Em geral, o autor procura ressaltar a importância do elemento hu-

mano como parte da formação de um povo.

Diferente dos autores contemporâneos, os romances de Veríssimo se preocupam com o

comportamento coletivo e com a reflexão sobre a relação entre o indivíduo e a sociedade; entre

o individual e o coletivo. A trilogia é considerada a sua obra-prima.

Já a terceira fase da produção literária é caracterizada pela ênfase a temas políticos como

em O senhor embaixador (1965), O prisioneiro (1967) e Incidente em Antares (1971).

Em 1994, a Rede Globo fez uma

minissérie inspirada no livro de

Érico.

Em 2013, este em cartaz o filme O

Tempo e o Vento inspirado na

obra homônima de Veríssimo.

Page 28: Revista la salle

28

Um pouco de

Simbolismo

Por Bárbara Schilling

O Simbolismo é um movimento

literário que surgiu no final do

século XIX na França. Ele foi inicialmente cha-

mado de Decadentismo, A denominação de de-

cadentismo sur-

giu como um ter-

mo depreciativo

e irônico empre-

gado pela crítica

acadêmica, mas

terminou sendo

adotada pelos

próprios partici-

pantes do movi-

mento. O movi-

mento representava uma ruptura com a menta-

lidade do naturalismo, buscando redimensionar

a subjetividade, a imaginação, desvendar o

subconsciente e o inconsciente nas relações

transcendentes do homem consigo mesmo e

com o mundo. Representa uma crise nos valo-

res tracionais da sociedade burguesa da época

e inicia a criação de novas propostas estéticas

que seriam utilizadas na modernidade. Teve

sua origem da obra de Charles Baudelaire cha-

mada As Flores do Mal, publicada em 1857.

Charles Baudelaire nasceu em Paris em

1821. Depois de uma infância conturbada, pu-

blica a obra “As Flores do Mal” contendo 100

de seus poemas. Por causa da obra, o autor é

acusado pela justiça

francesa de ultrajar a

moral pública.e todos os exemplares do livro

são confiscados. Essa censura deve-se apenas

a seis poemas do livro que é marcado pelo tom

sombrio, com textos que trazem como tema a

luxúria, a morte, a volúpia, a imundície etc..

Aceitando a censura, Baudelaire escreve ou-

tros seis poemas pra substituir os censurados.

O movimento Simbolista tende a “Forma

da Música” (poesia repetindo fonemas e combi-

nando rimas). O descritivismo parnasiano é

abandonado para buscar uma revitalização do

gênero lírico, reinventando palavra após pala-

vra. Acreditavam

que a verdadeira

poesia consistia

em insinuar e su-

gerir, não desig-

nando as coisas

por seus nomes

comuns. Inicial-

mente tinham co-

mo objetivo tradu-

zir as ideias para

uma linguagem simbólica, depois se converte a

uma negativa para a possibilidade de comuni-

cação lógica. Os principais poetas dessa cor-

rente literária foram: Charles Baudelaire, Paul

Verlaine, Arthur Rimbaud e Stéphane Mallar-

mé.

Page 29: Revista la salle

29

Em 1884, Paul Verlaine publica “Os Po-

etas Malditos”, enfatizando poetas simbolistas

como Rimbaud, Baudelaire e Mallarmé. Eles

eram a síntese do artista boêmio e decadente,

e criticavam profundamente a sociedade do

seu tempo. A sociedade era indiferente a eles,

pois eles eram difíceis de se entender. Isso os

levou a serem nomeados como poetas amaldi-

çoados. Essa maldição cresceu tanto que pare-

ceu ser tão moral e espiritual quanto social,

contribuindo para a imagem de que para ser

um verdadeiro artista, deve-se sofrer agonias

de gênio.

O simbolismo no Brasil teve inicio com a

publicação de duas obras de Cruz e Sousa:

Missal (prosa) e Broquéis (poesia), e teve força

no país até 1920 com o começo do movimento

modernista. Os principais autores do movimen-

to foram Cruz e Sousa, e Alphonsus de Guima-

raens.

Destes dois, o principal escritor do sim-

bolismo no Brasil foi Cruz e Sousa. Nasceu em

Nossa do Desterro, atual Florianópolis, filho de

ex-escravos desde pequeno recebeu a tutela e

educação refinada de seu ex-senhor, Marechal

Guilherme da Sousa. A mulher do Marechal

não tinha filhos então passou a proteger e cui-

dar da educação de João da Cruz. Ele adota o

sobrenome do Marechal Guilherme de Sousa,

tornando-se João da Cruz e Sousa.

Cruz e Sousa teve que enfrentar o pre-

conceito racial contra os negros, que era muito

mais evidente do que é agora. Em 1893 publi-

cou as obras que são consideradas o marco

inicial do Simbolismo brasileiro. Entre suas

obras podemos citar O Livro Derradeiro de

1961, Tropos e Fanfarras, de 1885 (feito em

colaboração com Virgílio Várzea), e “Outras

Evocações” de 1961. João da Cruz e Souza

faleceu em 1898, vítima de um caso grave de

tuberculose.

Antífona

Ó Formas alvas, brancas, Formas claras

De luares, de neves, de neblinas!

Ó Formas vagas, fluidas, cristalinas...

Incensos dos turíbulos das aras

Formas do Amor, constelarmante puras,

De Virgens e de Santas vaporosas...

Brilhos errantes, mádidas frescuras

E dolências de lírios e de rosas ...

Indefiníveis músicas supremas,

Harmonias da Cor e do Perfume...

Horas do Ocaso, trêmulas, extremas,

Réquiem do Sol que a Dor da Luz resume...

Visões, salmos e cânticos serenos,

Surdinas de órgãos flébeis, soluçantes...

Dormências de volúpicos venenos

Sutis e suaves, mórbidos, radiantes...

Page 30: Revista la salle

30

Porto Cultura

Por Gabrielle Martini

Laura Faneze

P ara quem gosta de fotografia,

de 13 até

12 de maio, na Usina do

Gasômetro haverá a expo-

sição “Genesis” do fotó-

grafo brasileiro Sebastião

Salgado. Fotos em preto e

branco apresentando te-

mas de debates sociais co-

mo animais, tribos e dife-

rentes lugares do mundo

são o foco do novo traba-

lho de Sebastião. A exposi-

ção, que acabou ocupando

oito anos da carreira de

Salgado, compondo 245

imagens capturadas nos

cantos mais selvagens do planeta e tendo co-

mo curadora sua esposa Lélia Wanick (com

quem criou a “Amazonas Imagens” uma agência

de imprensa fotografia que trabalha exclusiva-

mente sua produção e obra) mostra um novo

olhar sobre o mundo através das lentes de uma

câmera.

Tamanho o reconhecimento, o fotógrafo

foi convidado a ser ministrante da Aula Magna

2014 na UFRGS. A faculdade terá o privilégio

de ter externamente em seu Campus Centro,

obras de Salgado que permaneceram até o

mesmo período que a exposição na Usina do

Gasômetro. Mostrando mais importância ainda,

Salgado é ganhador de

diversos prêmios relaci-

onados a fotografia, como o prêmio Eugene

Smith de Fotografia Humanitária e o prêmio

Unesco categoria cultura no Brasil.

O trabalho começou em 2004, onde o foto-

grafo passou por mais de 30 países, abrangendo

expedições que necessitavam de muita caminha-

da, uso de helicópteros e até Canoas.

A foto ao lado representa uma experiên-

cia animal com uma baleia-

franca-austral na Argentina,

sobre ela Salgado conta “Ela

vinha, no início, com o bebezi-

nho dela, mas não se aproxi-

mava do barco. Depois, deva-

garzinho, foi se aproximando,

até o ponto em que ela vinha

ao barco e eu tocava nela co-

mo se fosse um cachorrinho.

(...) Ela é de uma sensibilida-

de extrema. Eu passava a

mão na face dela e via a pele

dela inteirinha tremer, até o

fim da cauda. (...) Ela às ve-

zes pegava a gente entre a cabeça e a cauda, e

eu não podia fotografar. A gente ficava dentro de-

la! Ficou amiga nossa”.

Quando criticado a respeito do patrocínio

da mineradora Vale, Salgado que tem grande

consciência social e contribui com organiza-

ções de causas humanitárias e preservação da

natureza, diz “A mudança não vai partir deles,

vai ser de todos nós”, referindo-se também aos

Page 31: Revista la salle

31

Seguindo a linha da sustentabilidade, a

Casa de Cultura Mário Quintana está de portas

abertas para receber doações de calçados para

manter o “Jardim de Reaproveitamento”. O proje-

to que tem como criador o biólogo Edgar Salla e

realizado por meio de uma ação ambiental, suge-

re a nós refletir sobre meio ambiente, recursos

naturais, consumo ex-

cessivo, resíduos ge-

rados, reciclagem e

reaproveitamento.

O biólogo afir-

ma “O seu andar vira

um jardim”, e os sapa-

tos usados que foram

renomeados de “vasos

sustentáveis” são

transformados em flo-

reiras e assim contri-

buem para uma Porto

Alegre melhor.

Para quem

quer outra opção Mari-

za Dias, atual referên-

cia para ilustradores,

lança seu mais novo

livro e sua nova expo-

sição. De origem guatemalense e filha de diplo-

mata, Mariza já morou em diversos lugares do

mundo como Roma, Paris e Bagdá.

Com fama de doidona e traços arrojados,

Mariza faz arte com o cotidiano e noticioso, im-

presso em jornais, todas para serem aproveitadas

da melhor maneira, fazendo com que os leitores

se prendam às suas reflexões sobre história, que

ao mesmo tempo criam uma nova. Suas ilustra-

ções sempre foram além do nanquim, sendo a

primeira a utilizar a Xerox para retratar texturas e

objetos como tecidos e guardanapos.

A exposição abriu em março e vai ate dia

quatro de maio, com entrada franca, e ocorre no

Museu do Trabalho, na rua Andradas, 230, centro

da cidade. As ilustrações foram expostas pela Fo-

lha de São Paulo e conta com trabalhos inéditos.

Seu livro “... E depois a Maluca Sou Eu”

traz 200 ilustrações publicadas desde 1977 até

2013, nas colunas de

Paulo Francis e Contar-

do Calligaris no principal

jornal de São Paulo. Ao

final do livro, há um de-

poimento ilustrado da

artista que foi escrito

durante sua primeira

internação pelo uso de

drogas, em 2001, repre-

sentando sua dor e hu-

mor perante a vida. So-

bre seu livro, ela tam-

bém fala “Sempre quis

ver tudo reunido, por-

que você acaba per-

dendo a noção de con-

junto de seu próprio

trabalho quando vai

publicando e não vai

arquivando à vista”.

Parcialmente financiado por seus amigos

e em pré–venda no site Catarse, que funciona

como uma espécie de “vaquinha” online para

bancar o restante, esforços não são medidos

para mostrar a todos seu trabalho, que ainda é

moderno, contemporâneo e visceral. Seu traba-

lho não envelhece e continua buscando novos

rumos para a expressão gráfica. Livro indispen-

sável na estande de jornalistas, artistas gráfi-

cos e de todos que

amam desenho.

Page 32: Revista la salle

32

Festival de Curtas

La Salle São João

Por: Caroline Correa

J á não é segredo nenhum que o La Salle

São João está sempre inovando em novos

projetos, para acrescentar na lista de

“inovações” que o colégio propõe, os professo-

res Carlos Ely, de história, e Douglas Justen,

de Filosofia, decidiram apresentar mais um pro-

jeto incrível. Para a nossa surpresa, será um

Festival de Cinema, produzidos em curta me-

tragem de 5 a 15 minutos com os temas de fic-

ção, documentário e animação. Produzir seu

próprio curta seria inédito, não? Como a escola

deu a liberdade de

botarem essa ideia

em prática, eles nem

pensaram duas ve-

zes em já darem iní-

cio ao projeto. Além

do mais, seremos

premiados não só

com troféus, mas

também teremos di-

reito a notas bônus

e entrada em tapete vermelho. Já pensaram

sobre como seria ter a experiência de viver um

quase Oscar? A ideia é trazerem jurados espe-

cializados, como Tabajara Ruas, documentaris-

tas, jornalistas e até professores da PUCRS. E

para acabar com tanta expectativa, tivemos

uma entrevista exclusiva (nada impossível) pa-

ra sabermos mais sobre esses curtas.

De onde surgiu a ideia?

Pensamos no projeto como um mecanismo pa-

ra vocês poderem se expressar. Vocês tem vá-

rias maneiras de dizerem o que pensam aqui

no colégio, mas o projeto de curta seria inova-

dor, é algo que o Carlos já desenvolveu em ou-

tros colégios e eu

(Douglas) também estou

desenvolvendo nas escolas onde trabalho. É

uma coisa que dá certo, que os alunos gostam.

É legal, imagina, tu criar um roteiro, produzir

um filme e ser responsável por isso.

Como botaram em prática e qual a reação

do colégio?

O projeto foi muito bem aceito pelo colé-

gio. Conversamos com o setor pedagógi-

co e a direção e eles ainda reforçaram

que iriam investir, nos apoiarem, que seria

um projeto novo, até porque os objetivos

do colégio é sempre a renovação, então

foi essencial termos a escola como uma

base de apoio. O curta será separado em

etapas:

Sinopse – trechinho sobre o que se trata o

filme, tema principal;

Roteiro – para um curta de 15 minutos, é

basicamente de quatro a cinco páginas,

levando em consi-

deração a impor-

tância de coerên-

cia entre o curta e

o roteiro;

Banner – um

banner legal para

chamar a aten-

ção, tendo uma

página inicial com

os banners cria-

dos por vocês;

Design de capa – salvo em dvd, é impor-

tante ter uma capa, como um folhetinho,

para entregarmos aos convidados;

Produção do filme – o básico e mais im-

portante, afinal de contas, não haverá cur-

ta sem uma produção.

A ideia é que os curtas fiquem no departamen-

to de mídia da biblioteca, como por exemplo,

um professor querer trabalhar em um tema es-

pecífico, então eles podem utilizar o material

que vocês produziram. O colégio é muito par-

ceiro, ele é bem enfático, entao ele vai nos aju-

dar no que puder. Se quisermos buscar algo a

mais, isso é por nossa conta.

Page 33: Revista la salle

33

Qual a importância do projeto?

Além da questão da nota, dos troféus, certifica-

dos e os acréscimos que o La Salle disponibili-

zará, o que nós queremos é que vocês possam

aprender com isso, se descobrirem. Daqui a

pouco vocês percebem que em vez de escolhe-

rem uma certa faculdade, acabam gostando e

ficando pela parte de cinema, jornalismo, rádio

e TV, apenas um exemplo. Quem sabe alguns

acabam tomando gosto por isso e seguindo es-

sa ideia. Queremos que tirem algo proveitoso

disso, que os curtas passem uma mensagem

significativa para cada um que estiver assistindo

e também para os que gravaram.

O maior desafio para o planejamento e realiza-

ção do Festival ainda há por vir! Nosso maior

desafio é fazer os alunos comprarem a ideia, o

resto é relativamente fácil, pois nós podemos

montar. Afinal, não depende só de nós, pode-

mos ter o melhor planejamento de curta metra-

gem do mundo, se nós chegarmos e a galera do

ensino médio nao comprar a ideia, não sai festi-

val nenhum.

Quais são os critérios?

Terá uma série de critérios, lembrando que não

pode haver palavrão e os temas são livres. É

legal que seja como uma ótica social, onde pos-

sam passar algumas imagens boas com isso,

um fundamento. Não podem aparecer imagens

de empresas e propagandas. Temos como ideia

fazer uma abertura, aparecendo todas as curtas

metragens, inclusive do colégio Mãe de Deus

(Zona Sul) que por sinal venceram o Festival de

Guaíba, e o colégio onde o Carlos trabalhava

(Glória), para terem uma base mais ou menos.

Serão exibidos todos os curtas criados, claro

que apenas os que se encaixam nos padrões

de critérios propostos. A qualidade da gravação

e áudio, caso o som não for muito bom, nós não

iremos mandar vocês refazerem todo o curta,

mas vamos pedir para porem legenda, entao é

trabalho a mais. O figurino e o cenário vocês

terão liberdade para filmarem onde quiserem.

Durante a apresentação no Festival, serão elei-

tos os melhores curtas, de 1º até 3º lugar. Mes-

mo ainda não decretado, é capaz de serem até

15 pessoas no grupo para a gravação, podendo

incluir pessoas de fora e até mesmo as outras

turmas, já que é um trabalho de Ensino Médio.

Quais são as avaliações de filmagem?

Como por exemplo “Ah vamos fazer um curta

como Game of Thrones” não, nós queremos ori-

ginalidade e criatividade, vocês criam o roteiro,

claro que tem direito de pegarem algumas idei-

as de outros filmes, mas adaptados para serem

uma coisa de vocês. É preciso que seja uma

coisa nova, que tenha clareza das ideias, que

assista o curta e se entenda a história, que pas-

se uma mensagem e seja interessante.

O que esse projeto significa para vocês?

Isso é um sonho da gente, existem milhares de

festivais acontecedo no brasil inteiro, Festival de

Porto Alegre, Festival de Brasilia e até mesmo

um dos mais conhecidos, como o Festival de

Santos. Hoje em dia é muito mais prático se ins-

crever, já não é preciso por em cds ou pen dri-

ves, é simplesmente entrar no site e cadastrar

todos os detalhes do teu curta, tu joga no youtu-

be e manda pra eles. Caso o curta de vocês se-

ja indicado, vocês são convidados a participar

da noite do festival. O curta é um trabalho pra-

zeroso de ser feito, é uma coisa boa para se fa-

zer, são várias horas de filmagem para aqueles

15 minutos valerem a pena, uma obra que vo-

cês mesmos estarão criando.

E então galerinha, o que acharam? Estão ansio-

sos? É importante ressaltar que no dia das

apresentações dos curtas, vocês estejam vesti-

dos socialmente, não ousem chegar com tênis

esportivos e não é necessário exagerarem nos

vestidos. Para a sorte das meninas, não exigem

os longos (ufa). Os recursos serão responsabili-

dade nossa, mas eu garanto que os professores

não negarão uma pequena ajudinha para nós. E

sabem o mais legal? Os professores Carlos e o

Douglas também fizeram parte da criação dos

curtas, tivemos em primeira mão a revelação

sobre um dos cenários das filmagens, o que se-

rá que eles estavam fazendo no Parque Eólico

de Osório? Agora é só esperar para ver.

Page 34: Revista la salle

34

Turismo da cannabis

Por: Bárbara Arias

A Holanda é famosa pela sua tole-rância às drogas leves que, se-

gundo alguns estudiosos, representam riscos menos significativos à saúde pública, dentre elas, encontram-se os derivados da cannabis.

Mas como a droga chegou aos Países Baixos? Logo após a Segunda Guerra Mundial, através dos soldados, a maconha atingiu o lo-cal, porém seu consumo era restrito a grupos reduzidos, isso até o início dos anos 60, aproxi-madamente.

Logo depois apareceram os Provos, grupo de pessoas motivadas a importunar as auto-ridades. Uma maneira de provo-car era portando folhas secas, e como a polícia ainda não possu-ía muito conhecimento sobre a erva, acreditavam fosse mariju-ana, punindo equivocadamente as pessoas.

Então, no começo dos anos 70, o gover-no realizou estudos sobre a droga, e dois rela-tórios (Baan e Cohen) propuseram a legaliza-ção dos derivados da cannabis, contudo as au-toridades acreditavam que não seria plausível por conta dos tratados internacionais e das perspectivas dos demais países europeus.

Finalmente, em 1978, o governo fez a distinção entre drogas leves e drogas pesadas, fazendo parte do primeiro grupo: as pílulas pa-ra dormir, tranquilizantes, cogumelos mágicos e a cannabis. Desde então, a utilização da ma-conha deixou de ser vista como uma ofensa e a venda de pequenas quantidades passou a ser tolerada, fazendo com que o mercado negro se reduzisse drasticamente.

Com a tolerância da maconha, a moda dos Coffeeshops (local onde o negócio central é o comércio de maconha) na Holanda foi cres-cendo, tendo o ápice nos últimos anos.. Como o consumo da erva e seus adjacentes não é legal, existem algumas regras específicas e fis-calizadas pelas autoridades.

O único local em que é permitida a ven-da da droga são os coffeeshops, além disso, o estabelecimento não pode vender mais de 5g

de maconha para o mesmo cliente por dia. Somente maiores de 18

anos podem frequentar o ambiente e adquirir os produtos que se originam da cannabis. Álco-ol, cigarros de tabaco e drogas pesadas (como cocaína, ecstasy, LSD, heroína e etc.) não po-dem ser comercializados e consumidos nestes locais. Também é proibido qualquer tipo de pu-blicidade utilizada para atrais pessoas até os coffeeshops.

A entrada de turistas em coffeeshops é liberada, porém em 2012 o governo holandês queria fazer com que o consumo da maconha no país fosse acessível somente aos residen-tes da Holanda. O objetivo era fazer com que diminuísse o “turismo da droga”, feito por turis-tas do mundo inteiro que vão até a Holanda com o a intenção de consumir entorpecentes e acabam trazendo transtornos

(engarrafamentos, algazarras, imenso barulho e etc.).

Contudo, seis meses após de lançada, a lei fora revogada tra-zendo alivio para os proprietá-rios de coffeeshops. O governo permitiu que cada cidade deci-disse se a entrada de turistas seria ou não liberada nos locais.

Produtos feitos a partir da cannabis.

O país possui com cerca de 670 cof-feeshops espalhados pelo seu território. No ano de 2013, a Holanda recebeu mais de 12,7 mi-lhões de turistas, aonde cerca de 35% tinham o intuito de ir aos coffeeshops.

Além desses estabelecimentos, o país conta com o Museu da Maconha&Hashish, que mostra a história da erva, rituais, uso medicinal, entre outras coisas, e a Universidade da Maco-nha, onde é ensinado as técnicas de cultivo.

Universidade da Maconha

Mas mesmo tendo como atração princi-pal a maconha e os estabelecimentos para o consumo, apenas 25% dos municípios holan-deses possuem coffeeshops.

Page 35: Revista la salle

35

Violência nos Estádios, uma vergonha para nós!

Por: Juliano Prauchner

Anderson Barrey

O futebol é o esporte mais difundido e

praticado no Brasil, é considerado

uma paixão nacional e é o maior fenômeno so-

cial dos últimos anos, pois ocupa grande parte

das pautas esporti-

vas no rádio, na tele-

visão, nos veículos

impressos e, mais

recentemente, na in-

ternet.

Ao longo de

mais de 100 anos de

história no país, o

futebol foi ganhando

cada vez mais espa-

ço. Atualmente, é im-

possível compreen-

der este esporte sem

contextualizá-lo, pois ele agrega fatores como

cultura, política e economia. Porém uma inqui-

etação vem incomodando todo torcedor fanáti-

co por futebol, o caso da violência cada vez

mais presente nos estádios, esse fato tem afas-

tado os torcedores dos estádios, muitos aca-

bam optando por assistir ao jogo em casa dis-

tante da violência.

O futebol como meio de expressão de identi-

dade nacional tornou-se tema comum de en-

saio e pesquisa no que se refere à canalização

de algumas formas de agressividade que ocor-

rem em um jogo de futebol, não precisamente

dentro de campo, mas em todo o estádio, so-

bretudo nas arquibancadas.

Os hooligans são torcedores que colocam a

violência lado a lado com a paixão pelo seu clu-

be, essa onda de vandalismo começou em

1960 na Inglaterra, e agora se expande cada

vez mais por países como: Rússia, Itália, Ho-

landa, Polônia e Brasil. As torcidas dos times

mais envolvidos são: Chelsea, West Ham e Mil-

lwall da Inglaterra, Milan, Lazio e Internacionale

da Itália, Zenit e Spartak Moscow da Rússia,

FC Den Haag e Ajax da Holanda, Grêmio e

Palmeiras do Brasil. Esses torcedores têm co-

mo princípio defender seu time na arquibanca-

da, enfrentam torcedores adversários e até

mesmo a policia dentro e fora dos estádios,

tendo a violência como fator único.

No momento em que uma pessoa participa de

uma torcida organizada, ela se expõe a situa-

ções de diversas emoções, muitas vezes repri-

mida pelo meio social do cotidiano. Desta for-

ma, é diante da tor-

cida que essa pes-

soa demonstra sua

identidade e come-

ça a manifestar e

agir de maneira

que não faria isola-

damente colocando

para fora todo sen-

timento de impotên-

cia e frustração

pessoal, que foram

diluídas no coletivo

das arquibancadas.

Sobre esse aspec-

to, o futebol apresenta dimensões positivas li-

gadas ao espetáculo a motivação e a alegria de

várias pessoas, porém o mesmo tem trazido a

violência, em que parte integrante dos noticiá-

rios esportivos vem mostrando que, tanto no

campo, entre os jogadores, quanto na arqui-

bancada, entre os torcedores, vem ocorrendo

um índice alto de violência.

A violência exacerbada dos torcedores, por sua

vez, não poderia ser entendida de forma sim-

plista, uma vez que está presente a manifesta-

ção de alguns marginais. Essa violência consti-

tui a expressão da sociedade brasileira por

muitas vezes reprimidas em outras ocasiões.

Nesse sentido, eis a seguinte questão: O que

está acontecendo que tem gerado tanta violên-

cia estádios de futebol?

Page 36: Revista la salle

36

O historiador Nicolau Sevcenko comenta o mo-

tivo dessa paixão pelo futebol:

‘’... Parte da explicação esta nas cidades, parte

no próprio futebol. A extraordinária expansão

das cidades se deu a partir da Revolução Cien-

tífico-Tecnológica, pela multiplicação acelerada

da massa trabalhadora que acorreu em suces-

sivas e gigantescas ondas migratórias. Nas

metrópoles assim surgidas, ninguém tinha raí-

zes ou tradições. Na busca de novos traços de

solidariedade coletiva, de novas bases emocio-

nais de coesão que substituíssem as comuni-

dades, essas pessoas se vêem atraídas, dra-

gadas para a paixão futebolística que emana

estranhos, os faz comungarem ideais, objetivos

e sonhos, consolidando famílias vestindo as

mesmas cores...’’ (SEVCENKO apud LIMA,

2002, p. 7).

A violência é inerente ao futebol desde o seu

período primitivo. Por se tratar de um jogo com

muito contato físico, gerando agressões entre

atletas, o torcedor, espectador que considera o

jogador de seu time ‘ídolo’ pode se contagiar

com um possível ato de violência dentro de

campo ocorrido no campo e repetir nas arqui-

bancadas. Os torcedores brigam ‘’ para con-

quistar uma espécie de ‘domínio’ sobre o torce-

dor adversário’’.

Como o futebol não pode ser retirado do seu

contexto, pois perderia o sentido, a violência

nos estádios é reflexo da falência do sistema

de segurança nacional. A polícia é mal-

remunerada e equipada.

Page 37: Revista la salle

37

Tivemos um caso grave e marcante em um jogo

clássico entre Grêmio e Internacional pela 14ª

rodada do Campeonato Brasileiro no ano de

2006, em que torcedores da ‘’Geral do Grêmio’’

queimaram banheiros químicos e invadiram o

espaço destinado aos torcedores do Internacio-

nal, causando diversos confrontos com a policia

e torcedores adversários, repercutindo negativa-

mente por todo território nacional. Percebe-se

que são 400, 500 torcedores, que já vão dispos-

tos ao estádio para tumultuar e tirar o foco do

espetáculo, atos de puro vandalismo são co-

muns causando muito trabalho a polícia. A cate-

goria engloba títulos que possuem como

característica o resultado da violência no

Gre-Nal como as prováveis punições apli-

cadas aos infratores e a repercussão do

fato.

A violência envolvendo o futebol tem re-

cebido cada vez mais atenção dos profis-

sionais, dirigentes e autoridades. Estes

episódios ocorrem em momentos isola-

dos, não fazem parte do cotidiano futebo-

lístico. Porém quando ocorrem não de-

vem ser ignorados. O futebol brasileiro,

nos últimos anos, passou a preocupar-se

com a modernização, seja na infraestrutu-

ra ou na legislação para torcedores e pro-

fissionais envolvidos. O Estatuto do Tor-

cedor apresenta algumas medidas relati-

vas a segurança dos envolvidos numa

partida de futebol, mas até o momento,

não foi criada nenhuma legislação especifica

para punir torcedores envolvidos em atos de vi-

olência. A mídia exerce um papel importante no

futebol. A grande parte das receitas dos clubes

brasileiros vem das cotas pagas pelas emisso-

ras de televisão.

O futebol brasileiro tem que ser encarado com

mais profissionalismo pelas instituições organi-

zativas, tendo que a violência nos estádios pas-

sou a ser considerada um problema social, uma

vez que tomou uma enorme proporção e um

grande incomodo aos interesses em torno do

evento esportivo.

Page 38: Revista la salle

38

Entrevista com

Gabriela Dias

F ormada no grupo de 2013, a nossa ex-

aluna, Gabriela Dias, sempre fez o tipo

exemplar! Cumpria com seus deveres com to-

tal responsabilidade e empenho. Para sua sur-

presa (e nem tanto para seus professores),

Gabriela passou no seu primeiro vestibular, no

curso de jornalismo. A UFRGS é a 4º melhor

universidade do Brasil, perdendo para a USP

(1º), UFRJ (2º) e UFMG (3º). A tão cobiçada

vaga, finalmente, foi conquistada! Enchendo

sua família e professores de orgulho, essa foi

uma oportunidade perfeita de conversarmos

com Gabriela, e assim, perguntar como

foi sua caminhada até a universidade. Em

uma conversa bem dinâmica, com a lasallista,

perguntas foram selecionadas , e como de es-

perado, respondidas com convicção e espon-

taneidade.

Anderson: Gabriela, qual foi a sensação dela

ao saber que teria passado no vestibular?

Page 39: Revista la salle

39

Gabriela: Inicialmente, eu não acreditei que

teria, de fato, passado na UFRGS. Foi meu pai

quem me deu a notícia, então, pensei que ele

houvesse lido errado, ou algo do tipo. Depois,

quando percebi que não havia engano, fiquei

feliz e aliviada por ter atingido meu objetivo.

Anderson: Todos sabem que entrar em uma

instituição de ensino renomada como a Univer-

sidade Federal do Rio Grande do Sul não é na-

da fácil. O que mudou em sua rotina de estu-

dos e quando começou a realmente focar no

vestibular?

Gabriela: Como minhas aulas começarão só

em agosto, estou em uma rotina tranquila e

sem aulas. Me foquei no vestibular desde mar-

ço de 2013, quando comecei o 3º ano, mas

sempre fui estudiosa. Acredito que o estudo

que me permitiu ser aprovada tenha sido o con-

junto de conhecimentos que adquiri na escola e

na vida também!

Anderson : Por favor, Gabriela, podes dar al-

gumas dicas para os próximos "guerreiros" que

estão se preparando para o vestibular?

Gabriela: Não deixem para estudar só para as

provas, estudem diariamente, e aproveitem as

aulas, vocês têm excelentes professores. Boa

sorte.

Page 40: Revista la salle

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12 Anos de Escravidão: será ape-

nas mais um filme a tratar da es-

cravidão?

Por: Nicole Rech

D iante de toda a obra apresentada, é

percebível a quebra de tabus, cria-

dos pela comunidade, em relação ao racismo. A

história chocante de um homem negro que já

estava livre, mas mesmo assim teve sua vida

corrompida pelas mal-

dades causadas por

homens sem coração, emocionou aqueles

que assistiram ao longa.

Descrevendo o filme em poucas palavras,

diria que, além de ser inspirador e realista, é

uma história que tem a capacidade de nos

fazer chorar, indignar e fazer refletir sobre

um período da história em que a escravidão

e sua crueldade dominavam uma época que

não é bom lembrar.

O filme 12 Anos de Escravidão conta a his-

tória de um homem negro livre, pai de famí-

lia, musico e letrado, Solomon Northup, que

vive em Nova Iorque e após aceitar uma

proposta de trabalho em Washington, é reti-

rado inesperadamente de seu universo, sen-

do então acorrentado e torturado. Logo, So-

lomon é vendido como escravo no sul do pa-

ís (região pró-escravista) e passa 12 anos nas

mãos de dois senhores de escravo, Ford e

Edwin Epps, para então conquistar sua liberda-

de.

O longa é inspirado em uma real história, conta-

da na autobiografia de Solomon Northup “12

Anos de Escravidão”, que como muitos negros

sofreu com a dor da escravidão.

Page 41: Revista la salle

41

O filme foi dirigido por um afro-americano, Steve

McQueen e escrito por outro afro-americano,

John Ridley. Concorreu a 9 Oscars, e recebeu

3 deles: Melhor Filme, Melhor Atriz Coadjuvante

(Lupita Nyong’o) e Melhor Roteiro Adaptado.

Porém, conquistou as lágrimas e o coração de

todo o público, com a emocionante e chocante

história de um negro que sofreu injus-

tamente nas mãos da escravidão ame-

ricana.

Diferente de Django Livre, que tam-

bém conta a história de um escravo

negro, 12 anos de escravidão apre-

senta um lado totalmente real, onde

desde a primeira cena mostra um ca-

pataz ensinando aos escravos como

realizar o seu “trabalho” corretamente,

sem deixar de cantar uma alegre can-

ção.

O importante dessa obra cinematográ-

fica são os costumes deixados para trás e o

amadurecimento do modo de pensar da socie-

dade. Assim como é interessante relembrar do

passado vivido por negros escravizados, que

penaram durante muitos anos nas mãos de

pessoas que não tinham a capacidade de pen-

sar no bem da sociedade, e só queriam privile-

giar a si mesmos.

Page 42: Revista la salle