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LENTES LENTES C I D A D Ã S S Revista Experimental da Disciplina Direitos Humanos, Cidadania e Justiça do Curso de Direito da Unochapecó - 2013/1 Organização de Carmelice Faitão Balbinot Pavi - Julho de 2013 3ª fase, matriz 395 “O direito é sempre meio, possibilidade do instituinte e da reversão, [...] é vida que se recria cotidianamente, às vezes ali mesmo onde o ‘direito’ é mais negado”. A partir de práticas sociais que vão se constituindo nas cidades, no cotidiano dos moradores, ocorre toda uma ‘re-significação’ do que é ‘direito’, ‘justiça’ e ‘igualdade’.” (GLORIA apud HERKENHOFF, 2000, p. 35). “[...] Cada um lê com os olhos que tem. E interpreta a partir de onde os pés pisam. Todo ponto de vista é a vista de um ponto. Para entender com alguém lê, é necessário saber como são seus olhos e qual é a sua visão de mundo. Isso faz da leitura sempre uma releitura.” (BOFF, 1997).

Revista Lentes Cidadãs

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Revista Experimental da Disciplina Direitos Humanos, Cidadania e Justiça do Curso de Direito da Unochapecó - 2013/1 Organização de Carmelice Faitão Balbinot Pavi - Julho de 2013

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LENTESLENTESC I D A D Ã SSRevista Experimental da Disciplina Direitos Humanos, Cidadania e Justiça do Curso de Direito da Unochapecó - 2013/1

Organização de Carmelice Faitão Balbinot Pavi - Julho de 2013

3ª fase, matriz 395

“O direito é sempre meio, possibilidade do instituinte e da reversão, [...] é vida que se recria cotidianamente, às vezes ali mesmo onde o ‘direito’ é mais negado”. A partir de práticas sociais que vão se constituindo nas cidades, no cotidiano dos moradores, ocorre toda uma ‘re-significação’ do que é ‘direito’, ‘justiça’ e ‘igualdade’.” (GLORIA apud HERKENHOFF, 2000, p. 35).

“[...] Cada um lê com os olhos que tem.

E interpreta a partir de onde os pés pisam.

Todo ponto de vista é a vista de um ponto.

Para entender com alguém lê, é necessário

saber como são seus olhos e qual é a sua

visão de mundo. Isso faz da leitura sempre uma releitura.”

(BOFF, 1997).

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LENTES CIDADÃSRevista Exper imental da Disciplina Direitos Humanos, Cidadania e Justiça do Curso de Direito da Unochapecó - 2013/1

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Esta revista virtual é o resultado do trabalho realizado pelos estudantes do 3ª fase, do curso de Direito, matriz 395, 2013/1, como requisito para cumprimento da

avaliação G2 da disciplina Direitos Humanos, Cidadania e Justiça. As fotos são mostradas obedecendo a ordem alfabética dos estudantes e apresentam as duas situações solicitadas para o trabalho, quais sejam: situações em que se evidencie a direitos humanos, cidadania e justiça e em que se configure a ausência deles. No cenário social e jurídico em que vivemos é necessário que espaços se voltem à discussão do que seja a Direitos Humanos, Cidadania e a Justiça no Estado

Democrático de Direito. Nesse sentido, este trabalho teve como objetivo contribuir na sensibilização e na percepção dos estudantes quanto ao seu grande

e fundamental papel como juristas e atores sociais, críticos e detentores do poder de auxiliar significativamente na realização da Justiça e dos princípios

constitucionais, alicerces do ordenamento Jurídico.

Carmelice Faitão Balbinoti Pavi (Professora e organizadora)

LISTA DE AUTORESBruna dos Santos Bruno Jaime Bernardi Clebert Anvalgleber Souza Viana Daiane Pasinato Spagnol Dionatan dos Santos Pilonetto Fernanda Czarnobai Gabriel Biesdorf Barro Grasieli Brugnerotto Soccol Ionara Suane Fae Ivan Barbiero Filho Julia Gemelli Kauana Vailon Lionara Marquis Filipini Mariane Cristina Ciota Michael Carreiro de Azevedo Natalia Cristina Pereira Paloma Dall Agnol dos Santos Priscila Bernardi Rubens Moises da Cruz Silvano Cavalli Taison GasparinTeresinha de Fatima Pedroso Alovisi

REfERêncIAS:

BOFF, Leonardo. A águia e a galinha. São Paulo: Vozes, 1997.

BRASIL. Constituição (1988). Disponível em: <www.planalto.gov.br>. Acesso em: 17 mar. 2013.

BRASIL. Decreto n. 3.298/99. Disponível em: <www.planalto.gov.br>. Acesso em: 17 jul. 2013.

BRASIL. Lei n. 7.853/89. Disponível em: <www.planalto.gov.br>. Acesso em: 17 jul. 2013.

HERKENHOFF, João Baptista. Justiça, direito do povo. Rio de Janeiro: Thex, 2000.

SANTOS, Milton. As cidadanias mutiladas. Preconceito. São Paulo: Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania do Estado de São Paulo, 1997.

BRASIL. Lei 10.098/00, regulamentada pelo Decreto Federal 5.296, em 2 de dezembro de 2004. Disponível em: <www.planalto.gov.br>. Acesso em: 17 jul. 2013.

ExpEDIEnTEUniversidade Comunitária da Região de Chapecó (Unochapecó)Av. Senador Attílio Fontana, 591-E, Efapi, Chapecó (SC)www.unochapeco.edu.br

Professora organizadora: Carmelice Faitão Balbinoti Pavi

Design gráfico e diagramação:Alexsandro Stumpf

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LENTES CIDADÃSRevista Exper imental da Disciplina Direitos Humanos, Cidadania e Justiça do Curso de Direito da Unochapecó - 2011/1

LENTES CIDADÃSRevista Exper imental da Disciplina Direitos Humanos, Cidadania e Justiça do Curso de Direito da Unochapecó - 2013/1

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Bruna dos Santos,Julia Gemelli

calamidade públicaNesta foto nos deparamos com uma situação que ocorre com grande frequência neste local - onde há ausência de cidadania, sendo que todos tem direito a moradia, que “integra o direito a um padrão de vida adequado. Não se resume a apenas um teto e quatro paredes,

mas ao direito de toda pessoa ter acesso a um lar e a uma comunidade seguros para viver em paz, dignidade e saúde física e mental.” Sendo assim, está sendo violado o direito dos moradores desse local, que não

assegura proteção a vento, chuva, umidade, “inundação e qualquer outro fator que ponha em risco a saúde e a vida das pessoas”.

12/03/2013

Referência: http://direitoamoradia.org/?page_id=46&lang=pt

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Adaptação da sociedadeNesta foto está representando uma forma da sociedade ajudar as pessoas com necessidades especiais. Para que eles como nos

possam ter uma vida saudável e que haja preferência por serem pessoas que precisam de uma atenção especial. Essa é uma forma que a sociedade fez para que todos possam ter direitos iguais para

que nenhum ou nenhuma seja discriminado de alguma forma.

16/03/2013

Referência:http://direitoamoradia.org/?page_id=46&lang=pt

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Clebert A. Sousa Viana,Silvano Cavalli

coletiva seletiva do lixo em xaxim, e o devido encaminhando à reciclagem

Conceitualmente falando cidadania é algo muito bom e belo em seu significado. Entretanto, bem sabemos que existe um abismo entre o ideal (conceito) e o real (sensível), talvez esta seja a maior

revolta das pessoas por não entenderem a razão deste abismo, visto que os direitos são para todos.Há tempo estamos observando na cidade de Xaxim-SC, onde está acontecendo, ou melhor,

aplicado a cidadania. De uma forma geral a cidade busca cumprir sem demagogia, a cidadania. Como referência nos baseamos na limpeza da cidade, Xaxim é uma cidade limpa, preocupada em

ausentar de sua população e visitantes a “poluição visual”. Contudo, esta preocupação não parte meramente do Município e suas secretarias, percebemos

que existe muitas pessoas que tem essa preocupação em conservar a limpeza, que através de suas ações realizam a cidadania fazendo a mesma acontecer.

Estas pessoas não estão estampadas nos holofotes e telejornais. Mas são capazes de levantar cedo de suas camas e com sua carroça saem nas ruas catando lixo recicláveis, tirando das portas de

muitas “mansões”, “sacolas cheias de garrafas pet”, papelões, ferros, ou seja, tudo possível de ser reciclado, através desta ação visualizamos a cidadania.

17/03/2013

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Esgoto à “céu aberto” no bairro Guarani - xaxim

Parece irônico, com aquilo que acabamos de falar acima. Ainda que exista cidadania em Xaxim-SC,

também percebemos o descaso com a área periférica da cidade, onde milhares não têm nenhuma

condição social para viver bem.

Andamos por alguns minutos no Bairro Guarani e logo percebemos o descaso com aquele povo que

precisa apenas do mínimo para viver “bem” e ainda assim não têm. Encontramos por lá a “céu

aberto” esgotos com bocas de lobo jorrando água próximo as casas onde muitas crianças brincavam

com se estivessem em um parque de diversão público. Desta forma não podemos falar que tal

realidade possui esta cidadania tão falada nos meios de comunicação e discutida em salas de aula.

Diante da situação presenciada podemos constatar ausência, descaso, de saneamento básico,

saúde, moradia digna, bem como de modo geral, falta de política pública voltada para assegurar as

necessidades básicas que toda pessoa precisa, e tem por direito para sobreviver.

Como meros estudantes de direito podemos opinar baseando-nos na Constituição Federal de 1988,

de acordo com o artigo 5º, que toda pessoa tem direito as suas necessidades fundamentais, as quais

constem: moradia, saúde, emprego, segurança, lazer, entre outras.

17/03/2013

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Daiane Pasinato Spagnol, Paloma Dall agnol

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Situações precárias do bairro de pantano Grande (RS)Cidadania é uma construção coletiva e tem por objetivo a participação da sociedade para seu próprio bem-estar, a realização dos deveres dos

cidadãos que dela fazem parte. Estabelecendo uma relação de respeito. É respeitar as decisões da sociedade para um melhoramento de vida, e nunca esquecer as pessoas que necessitam de ajuda, respeitar as diferenças, não

destruir patrimônios públicos, não jogar lixo no chão, não desperdiçar água, saneamento básico digno, não maltratar os animais, não desmatar, afinal

fazemos parte desta sociedade e todos sofreremos as consequências. É preciso mudar a si mesmo para que depois haja a mudança em nosso meio. Assim

como esta expresso na Constituição Federal de 1988, artigo 3º III- Erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais.

08/02/2013

Daiane Pasinato Spagnol, Paloma Dall agnol

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Bairro em melhores condições em pantano Grande (RS)

Ser cidadão é ter direito à vida, à liberdade, à propriedade, à igualdade perante a lei, direitos civis. Ser cidadão é aquele que

participa no destino da sociedade, colabora para uma construção de uma comunidade social e política, exerce seus direitos e

deveres. Com base no na Constituição Federativa Brasileira de 1988, artigo 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de

qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes ao País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à

igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:XXII – é garantindo o direito de propriedade.

XXIII – a propriedade atenderá a sua função social.

08/02/2013

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Dionatan Dos Santos PilonettoDionatan Dos Santos Pilonetto

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foto do centro de xaxim I Aqui está uma foto, onde demonstra como todas as ruas da cidade deveriam ser. Com rampas para melhor acessibilidade de pessoas especiais e também calçadas de boa qualidade onde as pessoas passam caminhar tranquilamente, sem que tenham problemas de tropeçar ou cair em buracos. Pena que nem todas as ruas/calçadas são dessa maneira. Muitas vezes deixam a desejar como veremos na próxima foto.

16/03/2013

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foto do centro de xaxim II

Bom, aí está a prova de que nem tudo esta correndo a mil

maravilhas, e que será necessário rever para onde está

indo o dinheiro público, nossos impostos. Aí está uma

pequena prova, muito pequena ao meio tantas outras

que ocorrem em nosso país. E onde estão nossos direitos

humanos? Ninguém sabe ao certo. Se é bem distribuído,

também não sabemos, mas estamos convivendo dia-a-dia

com isso.

16/03/2013

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Gabriel Biesdorf Barro

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Gabriel Biesdorf Barro

posto de saúde municipal no

bairro Guarany, município de

xaxim (Sc)

A foto representa que o poder público está tentando

atender mais pessoas, e em mais de um ponto da

cidade, melhorando assim, a saúde do povo.

18/03/2013

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Batalhão da brigada militar,

município de xaxim (Sc)

Esta foto apresenta o batalhão da

polícia militar no município, que

serve e protege os cidadãos em

vários e diversos casos.

18/03/2013

prefeitura municipal de xaxim (Sc)

Aqui, constata-se a falta de acessibilidade para cadeirantes e outros deficientes físicos à prefeitura.

18/03/2013

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casa em xaxim (Sc)

Nesta foto, apresenta-se uma condição

precária de moradia, encontrada no bairro

Santa Terezinha (este local é próximo a

Unochapecó).

18/03/2013

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Animais de rua, adotados por

senhora em xaxim

Esta foto representa um ato de humanidade e cidadania. O fato de uma

senhora já de idade avançada adotar cães de rua é uma atitude exemplar,

nesta residência encontram-se aproximadamente 100 cães de rua, que

anteriormente encontravam-se abandonados e agora possuem um lar.

Esta atitude merece reconhecimento, é um ato humano e desenvolvido com

carinho. Se estes cães estivessem na rua, poderiam estar em más condições

de saúde e sofrendo, assim encontram-se saudáveis. Na imagem se fazem

presentes alguns cães, mas todos eles vivem soltos no terreno, também é

possível perceber que a residência esta em precárias condições e mesmo

passando por algumas dificuldades a senhora é exemplo para a sociedade.

Aqui os direitos humanos estão presentes, esta é uma pessoa cidadã.

16/03/2013

IONARA SUANE FAE, FERNANDA CZARNOBAI

IONARA SUANE FAE, FERNANDA CZARNOBAI

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no mundo da faláciaNum mundo contemporâneo que estamos

inseridos, uns do assuntos de grandes debates é a inclusão, e no meio disso a acessibilidade. Durante décadas as pessoas com alguma deficiência ficaram

privadas de encarar as ruas por não ter um local que comportasse suas necessidades.

Hoje temos a Lei nº 7.853/89 e o Decreto nº 3.298/99, que procuram cumprir a política

nacional para integração da pessoa portadora de deficiência, criando normas de acessibilidade para deficientes. A Constituição Federal de 1988 (art. 227 §2º) estabelece normas de construção de logradouros e de edifícios de uso público e sobre normas de fabricação de veículos de transporte coletivo, a fim de garantir o acesso adequado às

pessoas portadoras de deficiência. A Lei 10.098/00, regulamentada pelo Decreto Federal 5.296, em 2 de dezembro de 2004, define normas gerais e

critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com

mobilidade reduzida às vias públicas, parques, espaços públicos, edifícios públicos ou de uso

coletivo, edifícios privados, veículos de transporte coletivo e sistemas de comunicação e sinalização.

Diante de tantas leis e decretos que garantem os direitos das pessoas portadoras de deficiência, neste caso, as pessoas com deficiência visual,

deparamos diariamente com cenas que podemos considerar no mínimo indignantes como está desta

imagem, onde a lei se cumpre e é interrompida literalmente por um lixeiro, podemos a partir

disso ter noção da realidade de nosso pais, onde há leis e as pessoas insistem em suja-las, talvez

intencionalmente, talvez por ignorância ou interesse pessoal. Num mundo que se fala tanto

em igualdade percebemos através dessas ações que vivemos uma falácia e nos sentimos confortáveis

com isso, somente nos incomodamos quando nossos interesses são prejudicados. Até quando

fecharemos os olhos pra essas realidades e faremos algo em prol ao próximo?

16/03/2013

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Ivan Barbiero FilhoIvan Barbiero Filho

O espaçosoIndivíduo estaciona o automóvel no meio de duas vagas de estacionamento, desse modo

impedindo que outros carros tomem posse de seus respectivos lugares.

09/03/2013

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A professora que auxiliaProfessora do Centro de Atividades Psicofísicas

Patrick (CAPP) acredita que seu trabalho vá muito além de lecionar e auxiliar os alunos à

atividade arriscada de atravessar a rua.

08/03/2013

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Kauana VailonKauana Vailon

Acessibilidade IVivemos em um mundo completamente globalizado e

comunicativo, onde sempre está em alto na mídia a integração de deficientes físicos na sociedade, porem muitas vezes nos

deparamos em casos que nos fazem pensar. “Como um caderante subirá uma escada com mais de quinze degraus?” As fotos

desta página são da entrada da câmara municipal de Quilombo, que estabeleceu recentemente neste local, onde no seu antigo

estabelecimento já não havia acesso aos cadeirantes. Um cadeirante é um cidadão comum da sociedade, também vota, e desde modo poderá querer participar das sessões legislativas do seu município, porém, terá um grande impasse ao

se deparar com a entrada da câmara municipal.

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Acessibilidade IIApesar de termos legisladores inconscientes sobre os atos que podem afetar terceiros, ainda temos empresários que ainda pensam no bem estar de seus clientes. Esta foto é

da “Drogaria e Manipulação Rodrigo Conci”, onde além de ser um ótimo estabelecimento sempre está pensando na

qualidade de seu atendimento e na acessibilidade para a chegada dos seus clientes com algum tipo de deficiência.

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Mariane Cristina Ciota, Grasieli Soccol

Mariane Cristina Ciota, Grasieli Soccol

câmara de Vereadores do município de xaximA Câmara de Vereadores do município de Xaxim é um exemplo

de justiça, cidadania e direito, onde os representantes que nós

escolhemos trabalham na intenção de melhorar nossa sociedade,

criando e reformulando leis que nos permitam viver cada vez melhor.

Nós cidadãos temos a obrigação e o direito de nos preocupar com

quem escolhemos para nos representar, e depois de escolhidos

devemos cobrar o que nos foi prometido. E a melhor forma de cobrar

isso é participando das reuniões na Câmara de Vereadores, assim

estaremos exercendo nossos Direitos e nossa Cidadania.16/03/2013

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casas em

situação precária

e em meio ao lixo

16/03/2013

placa caída em frente à casa18/03/2013

Acúmulo de lixo em espaço

público18/03/2013

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Lixo coletado por moradores para

reciclagem 18/03/2013

Acúmulo de lixo em frente a uma

casa 18/03/2013

Nestas fotos podemos perceber a situação crítica em que algumas pessoas vivem. Nestes locais infringe-se o Art. 6° da Constituição Federal, em que diz:

são direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados. As pessoas que ali vivem certamente não possuem

uma boa saúde, isso devido à falta de saneamento básico, o acúmulo de lixo e a pouca estrutura física das casas. Como podemos entender e aceitar a vida que algumas pessoas levam? Perante Deus e a Constituição Federal no seu Art. 5°:

todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à

vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade. Onde está a igualdade, o direito à vida, a segurança nessas imagens? Pessoas vivendo em meio ao lixo, com

suas casas sem qualquer segurança e estabilidade, pessoas que para ganhar seu sustento catam lixo e fazem do seu dia a dia um convívio com a sujeira. Onde estão

os direitos dessas pessoas? E os governantes que deveriam garantir isso?

Obs.: todas as fotos com exceção da Câmara de vereadores foram tiradas no Bairro

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Page 23: Revista Lentes Cidadãs

Michael Carreiro de AzevedoMichael Carreiro de Azevedo

Acessibilidade

A foto mostra uma calçada que atende as necessidade de

acessibilidade para cadeirantes na cidade de Chapecó/SC.

18/03/2013

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Page 24: Revista Lentes Cidadãs

Descaso do poder público

Essa foto foi tirada a poucas quadras da

foto anterior. Fica evidente o total descaso

do Poder Público para com as pessoas de

necessitam de “acessibilidade”.

18/03/2013

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Natalia Cristina Pereira, Terezinha Alovisio

natureza em aspectos diferentes IA natureza esta se distanciando e sumindo a cada amanhecer, só estão restando galhos e raízes fora de seu

espaço, devido muitas vezes a ação do homem que esta em busca de comodidade e grandes edifícios, transformando

uma natureza verde em florestas de concreto e aço.10/03/2013

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Page 26: Revista Lentes Cidadãs

natureza em aspectos diferentes II

Lugares poucos lugares que ainda restam essa bela e maravilhosa imagem, limpa e verde, mas

pode-se pensar que não é para sempre, pois o mundo esta se expandindo e a natureza escassa

aos olhos do homem.

20/12/2012

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Priscila Bernardi,Lionara Filipini

Priscila Bernardi,Lionara Filipini

Restaurante popular – chapecóA desigualdade do mundo é tão apavorante que alguns possuem muito,

enquanto outros não possuem nada, alguns passam fome, enquanto outros jogam comida no lixo. Diante desse problema, a prefeitura de Chapecó construiu um centro que proporciona uma refeição diária

por apenas R$ 2,00, ajudando quem necessita desse meio para viver e sustentar a sua família. Esse ato de cidadania nos mostra o quanto é

bom ajudar o próximo, pois essa refeição com um custo tão baixo muitas vezes é a única do dia daquela pessoa, sendo uma ótima forma de

aproveitamento dos impostos que nos são exigidos.

24/02/2013

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Destruição de patrimônio públicoAlgumas pessoas se acham no direito de destruir patrimônio público

para uso próprio, mostrando a ausência de cidadania dentro de cada um. Antigamente nesse terreno vazio havia árvores, um parquinho,

um campo de areia para as crianças brincarem e um salão de festas proporcionado para as pessoas da comunidade fazerem almoços e jantas

festivas, tudo sendo propriedade da prefeitura. Foi então que um dos moradores da comunidade decidiu destruir patrimônio público para

construir prédios para uso próprio e uso das pessoas que colaboraram com o planejado. A construção foi barrada pela prefeitura e o senhor

obrigado, por meios legais, a ressarcir os danos.

27/02/2013

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Rubens Moises da CruzRubens Moises da Cruz

Moradores da residência na rua Silvio Lunardi 1570

em xaxim sofrem por descaso do poder público

As fotos a seguir mostram a residência de um casal de idosos aposentados do

INSS que precisam reformar urgente o local onde vivem. O casal (ele com 80 e

ela com 76) precisam de cuidados especiais e recebem apoio de uma filha e do

genro. A família enfrenta problemas graves de saúde e precisa urgentemente

fazer uma reforma na casa onde moram, por conta do inverno que se aproxima.

Adquirir remédios e seringas para aplicação de insulina na senhora que

necessita inclusive de andador para se locomover é outro problema que a

família enfrenta. A rede pública não disponibiliza seringas e alguns remédios

no momento, e por burocracia administrativa está impedindo que a filha e o

genro vendam um terreno para promover a reforma da casa e ajudar os idosos.

Da esquerda para direita, vemos uma servidão forçada (foto 01) por onde a

família passa a mais de 30 anos, que dá acesso a residência do casal. Parte da

frente casa (foto 02) e final da parte da frente (foto 03).

13/03/2013

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Page 30: Revista Lentes Cidadãs

Nas fotos abaixo, da esquerda para direita, vemos a rua Silvio Lunardi e a

sevidão forçada (foto 04), que da acesso a residência. Nas fotos 05 e 06 podemos

ver que a mesma sevidão forçada (fotos 04,05 e 06), da acesso ao portão

secundário do Estádio da Montanha (Sociedade Esportiva e Cultural Guarany).

Moradadores a mais de 30 anos passando por esta servidão forçada, são

legítimos proprietários do imóvel (desde o ano de 2008) e possuem escritura

registrada em cartório.

Mas, para o casal de idosos tomar posse da escritura naquele ano de 2008, foi

preciso criar uma lei municipal (LEI 3269, de 28 de julho de 2008) para incluir

no documento de posse uma “entrada legal” que foi retirada do terreno ao lado

pertencente a filha e genro do casal (fotos 07,08)

A parte da frente do terreno da casa dos idosos (figuras 01,02,03) estão

em terras que pertencem a prefeitura municipal de Xaxim. O prefeito em

exercício naquela época informava que não podia fazer nada a respeito pois

se tratava de ano eleitoral e legalmente estava impedido para conceder a

liberação legal da parte de terra da frente da casa do casal de idosos.

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Page 31: Revista Lentes Cidadãs

presença dopoder público

O Baú do artesanato é uma idéia de um grupo de mulheres talentosas que precisavam de um espaço

para expor suas criações. Desde desde sua fundação em 2010 recebem apoio do município para sua

manutenção.

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Taison Gasparin,Bruno Bernardi

Taison Gasparin,Bruno Bernardi

A moradia adequada foi reconhecida como direito humano em 1948, com a Declaração Universal dos Direitos Humanos, tornando-se um direito humano universal, aceito e aplicável em todas as partes

do mundo como um dos direitos fundamentais para a vida das pessoas.Vários tratados internacionais após essa data reafirmaram que os Estados têm a obrigação de

promover e proteger este direito. Hoje, já são mais de 12 textos diferentes da ONU que reconhecem o direito à moradia. Apesar disso, a implementação deste direito ainda é um grande desafio.

O direito à moradia integra o direito a um padrão de vida adequado. Não se resume a apenas um teto e quatro paredes, mas ao direito de toda pessoa ter acesso a um lar e a uma comunidade seguros

para viver em paz, dignidade e saúde física e mental. O Brasil acolhe a vivência de problemas e manifesta o desejo de resolvê-los. Mas, ao expor à

sociedade internacional a própria condição interna, busca ressaltar a dimensão socioeconômica da questão. Não oculta seus problemas (haja vista a cobrança de ONGs quanto aos episódios de

Candelária, Vigário Geral, Carandiru, índios ianomâmi etc.), mas procura mostrar a relação com a questão do desenvolvimento. Em outras palavras, procura mostrar afinidade entre pobreza, criminalidade, violência e violação dos DH, o que significa que há causas estruturais a serem

atendidas e que as violações de DH não acontecem com a cumplicidade do Estado.16/02/2013

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O Direito à saúde é componente de um conjunto de direitos chamados de direitos

igualitários, que têm como inspiração o valor da equidade entre as pessoas. No Brasil este

direito somente foi reconhecido na Constituição Federal de 1988, antes disso o Estado

apenas dava atendimento à saúde para trabalhadores com carteira assinada e suas famílias,

as outras pessoas tinham acesso a estes serviços como um benefício e não como um direito.

Durante a Constituinte de 1988 as responsabilidades do Estado são repensadas e requerer a saúde de todos passa a ser seu dever:

Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, o lazer, a segurança, a

previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.

Art. 30. Compete aos Municípios: VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, serviços de

atendimento à saúde da população;

Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e

econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal

e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.

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Projeto Gráfico:Alexsandro Stumpf

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Revisão textual e metodologia:Carmelice Faitão Balbinot Pavi

Milton Santos denomina essa situação de marginalidade dos direitos de “cidadanias mutiladas” – segundo

ele cidadão é o indivíduo que tem a capacidade de entender o mundo, a sua situação no mundo e de compreender os seus direitos para poder reivindicá-los

(SAnTOS, 1997).