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Ano 9 Edição 23 Ano 9 Edição 23 Kwanzas Kwanzas

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Ano 9 Edição 23Ano 9 Edição 23KwanzasKwanzas

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Cmdte da EsquadraNaval Operacional

Vice-Almirante João dosSantos Gregório Víctor

Cmdte da RNNVice-Almirante Valentim

Alberto António

Cmdte da RNSVice-Almirante DanielDomingos António

1976 - 2012“Marinha de Guerra Angolana Fortee Firme na Defesa das Águas Nacionais”

1976 - 2012“Marinha de Guerra Angolana Fortee Firme na Defesa das Águas Nacionais”

RReevviissttaa MMaarriinnhhaa,,ssuuaa iimmaaggeemm ee sseemmeellhhaannççaa!!

2º COMANDANTEAlmirante Augusto S.Lopes “Roca Monita”

COMANDANTEAlmirante Augusto da Silva

Cunha “Gugu”

CChheeffiiaa ddoo RRaammoo

CHEFE DO ESTADO-MAIORVice-AlmiranteFrancisco José

COMANDANTE ADJ.P/ED.PATRIÓTICA

Vice-Almirante Lando Filipe“Viper”

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MGA.Outubro.1

A N G O L A

UU MM ÁÁ RR II OOEDITORIAL 2 O testemunhoque não se calou

PALESTRA 40 a 49Coronel. Manuel Correia deBarros disserta sobre a Históriada Marinha de GuerraAngolana Comandante AvelinoSoares,1º Cmdte da Marinhade Guerra Angolana,fala da importancia da MGA

Revista Marinha Órgão de Imformação da Marinha de Guerra Angolana

MGA 36 ANOS 3 a 13CEMG/FAA GeraldoSachipengo Nunda presideacto centralGeneral “Disciplina” presideabertura

SS RReevviissttaa

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO E REDACÇÃO: Almirante Augustoda Silva Cunha “Gugu” (Coordenador) Vice-Almirante Jorge Fortes Ga-briel e Contra-Almirante Osvaldo Teixeira (Coordenadores-Adjuntos) DI-RECTOR:Capitão de Fragata Adão Lucas CHEFE DE REDACÇÃO:Capitãode Corveta Simão A.Kit-Carson REPÓRTERES TFR-Paulo António, PUBLI-CIDADE E MARKETING: TTC- Balumukeno de Lemos, DISTRIBUI-ÇÃO:Revista Marinha REVISÃO Paciência Gabriel FOTOGRAFIA Mr.Adriano Wilson, DESIGN & PAGINAÇÃO Revista Marinha TIRAGEM: 1200PROPRIEDADE: Marinha de Guerra Angolana DIRECÇÃO E ADMINIS-TRAÇÃO Avenida 4 de Fevereiro, n.º 863 Telefone interno nº 218029 Tele-fone Externo: 222337803 Caixa Postal n.º 1302 Luanda REGISTOMCS/503/B/2008 SITE www.mga.gv.ao E-mail: [email protected]

ACTUALIDADE 14 a 36General Nunda visita aBrigada de Fuzileiros NavaisHMS Dauntless em LuandaEspecialistas preocupadoscom a Segurança MarítimaEntrevista SecretárioExecutivo do Golfo da Guinéfelicita MGAAlmirante José Lopesvisita AngolaMarinheiros angolanossão formados no BrasilAmbriz forma EfectivosComandante da Marinhaacompanha treinos de coesãocontra a imigração clandestinaRegião Naval Sul LobitoRealiza acto Regional dos 36anos Da marinhaFormacão Aberta 8ª fase docurso de línguas estrangeiras

ENTREVISTA 37 a 39CMG- Domingos Pacavirafala do percurso da Escolade Especialistas Navais

Comandante leva mensagem Cívicae Patriótica Eleitoral ao Namibe e Lobito

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4.MGA.Outubro

O TESTEMUNHOQUE NÃO SE CALOU

EEDDIITTOORRIIAALLEEDDIITTOORRIIAALL

Decorridos trinta e seisanos desde a sua funda-ção, as memórias vivasdaqueles que contribuí-ram para a afirmação

deste importante tentáculo das ForçasArmadas Angolanas fizeram ouvir assuas vozes diante de oficiais Generais,Almirantes, Superiores, TrabalhadoresCivis e Convidados que lotaram a Cen-tro de Conferências da Marinha paracaptarem de perto e ao vivo o relatodestes heróis que estiveram na origemda formação do Ramo.Este primeiro Simpósio sobre a His-tória da MGA, realizado nas vésperasde mais um 10 de Julho vem mesmoa propósito, porquanto a medidaque o tempo passa, os homens, talcomo um dia nasceram, neste tão con-turbado universo, também um dia hãode dizer adeus e os protagonistas destahistória, tal como qualquer outraalma viva na face da terra, não es-tarão muito distante desta incon-tornável realidade.Sublime oportunidade ainda teve oRamo de poder reunir as vozes destesvelhos marinheiros que embora consu-midos pelo tempo, com sapiência dis-sertaram com clareza osacontecimentos mais relevantes quemarcaram a MGA nos primórdios dasua criação. Durante as acesas horas de debates,soaram várias intervenções dos parti-cipantes o que demonstra inequivoca-mente o quão este tipo de evento já sefazia sentir no seio da família mari-nheira e não só. Passagem de Teste-munho. O meu apreço à Direcção deEducação Patriótica pela organizaçãode tão brilhante e importante evento. Ao comemorar o 36º aniversário eleva-se o espírito de responsabilidade, or-ganização e trabalho, pois sãocondimentos imprescindíveis na apli-

CFR. Adão Lucas

Sob o lema MGA Forte e Firme Celebremos o 36º Ani-versário, ficou reiterado o compromisso da alta hierar-quia das FAA em continuar a investir neste importanteRamo, face às ameaças que pairam nos mares

cação do desiderato a que as Forças Armadas se propuseram, aReedificação.Este ano a festa foi na petrolífera província do Zaire, no município do Soyo ondese localiza a Região Naval Norte. Foi Presidente do acto Sua Excelência o Chefedo Estado -Maior General das FAA que falou sobre a importância de que se re-veste a data na presença do Governador provincial do Zaire, oficiais Generais,Almirantes, Superiores, Subalternos, Sargentos, Praças, Trabalhadores Civis eConvidados.Sob o lema MGA Forte e Firme Celebremos o 36º Aniversário, ficou rei-terado o compromisso da alta hierarquia das FAA em continuar a investir nesteimportante Ramo, face às ameaças que pairam nos mares. Assim, a aposta nohomem e na tecnologia são as grandes prioridades nesta fase da reedificação.PARABÉNS MARINHA.

AANNOOSS3366há

Avelino Soares Correia de Barros

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.5MGA.Outubro

MGA 36 Anos

General “Disciplina” presideabertura do 1º Simpósio sobrea História da Marinha CCv. Kit-Carson

RRealizou-se no Centro de Conferências da Marinha de Guerra Angolanao 1º Simpósio da História do Ramo que foi presidido por Sua ExcelênciaGeneral Egídio de Sousa Santos “Disciplina”, CEMG Adjunto das FAApara a Educação Patriótica em representação de Sua Excelência General

de Exército CEMGFAA, Geraldo Sachipengo Nunda.

ANOS

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6.MGA.Outubro

MGA 36 AnosDISCURSO DE ABERTURA DO I SIMPÓSIO DA MARINHA DE GUERRAANGOLANA, PROFERIDO POR SUA EXCELÊNCIA GENERAL EGÍDIO

DE SOUSA SANTOS, CHEFE DO ESTADO-MAIOR GENERAL ADJUNTODAS FAA PARA A EDUCAÇÃO PATRIÓTICA

EXCELÊNCIA SR. ALMIRANTE AUGUSTODA SILVA CUNHA, CMDTE DA MGA;EXCELÊNCIAS SENHORES ALMIRANTESE GENERAIS;SENHORES OFICIAIS;ESTIMADOS CONVIDADOS;MINHAS SENHORAS E MEUS SENHORES!

Apraz-me em nome de Sua Excelência Generalde Exército e Chefe do Estado-maior Generaldas FAA que cabe-me a honra de representar

neste tão importante certame, saudarcalorosamente a MGA pela celebração do seu 36ºaniversário da sua criação que se assinala a 10 deJulho e pela realização deste fórum dedicado aosfeitos de muitos homens e mulheres que, fazendo opossível e o impossível, souberam graças à suajuventude, dedicação, firmeza, profissionalismo,vontade de bem servir, tornar possível ofuncionamento de um Ramo de tão grandecomplexidade. Por essa razão, permitam-meaproveitar este momento sublime para, em nomedo Estado-maior General das FAA, expressar aestes bravos combatentes, vivos e mortos, a nossahomenagem de respeito, admiração e apreço pelosseus feitos ao serviço da Marinha e da nossa PátriaMãe Angola.

EXCELÊNCIAS; DISTINTOS CONVIDADOS;MINHAS SENHORAS E MEUS SENHORES!

Teremos a oportunidade de fazer um encontro com ahistória e com homens que a escreveram na primeirapessoa, onde aspectos relevantes serão tratados, desdea empreitada de administrar um Ramo sem quehouvesse experiência acumulada do passado, onde aarmada era uma parte das Forças Armadas destinada àelite e daí pouco ou nada acessível aos angolanos, aoesforço de fazer navegar os navios deixados, à formaçãointensiva de especialistas e quadros.“Um elemento sem dúvidas decisivo, foi a visãoestratégica do primeiro presidente de Angola, o Dr.António Agostinho Neto que tinha no mar um recursonão negligenciável pelas suas potencialidadeseconómicas e pelos perigos e ameaças que poderiaacarretar tanto a predadores das nossas riquezas vivas enão vivas e de possíveis ameaças de índole militar.Se a visão de Agostinho Neto era válida há quasequarenta anos, hoje inquestionavelmente o mar é umrecurso muito mais importante e os estados ribeirinhosdefendem cada milha das suas águas e fazem valer o

seu direito de definir os limites territoriais, incluindo aplataforma continental”.Perigos e ameaças sobre o mar, hoje constituempreocupação à escala planetária, como a pirataria, commaior incidência no nosso continente, tanto na parteoriental, onde o golfo da guiné, região onde nosinserimos, passou a ser a referência.A poluição marítima que advém da exploração dehidrocarbonetos, do transporte do crude em naviossupertanques e do lançamento ao mar de resíduosprovenientes da indústria e do lastro dos navios, constituioutra das grandes ameaças.Não obstante a Marinha ter herdado muitos navios daarmada portuguesa, também herdou excelentesinstalações como esta base naval e a do Soyo, umasoficinas navais dimensionadas para a formação de nívelmédio numa primeira fase e posteriormente de nívelsuperior fundamentalmente em navegação, máquinas,comunicações e electrónica, armamento de artilharia;mísseis, torpedos, minas, formação de comando eestado-maior e outros mais, enriqueceram o Ramo e oempirismo que norteou a primeira época, transformou-se aos poucos na arte e na ciência.Não se descura o papel da Marinha cubana que envioua Angola quadros valiosos, com destaque para segundoComandante da sua Marinha, o Cmdte Baes Vic, quecontribuíram para a assessoria na organização e naformação de especialistas navais.

EXCELÊNCIAS; DISTINTOS CONVIDADOS;MINHAS SENHORAS E MEUS SENHORES!

É gratificante ter nesta sala almirantes e oficiais quetiveram um papel na edificação deste Ramo, e que hojemuitos deles ocupam lugares de destaque nestaMarinha.Saúdo o camarada Avelino Soares da Silva, primeiroCmdte deste Ramo, cujas palavras todos aguardam comexpectativa.Parabéns ao Cmdte da Marinha pela iniciativa e a todosos que contribuíram para a sua materialização.Termino desejando êxitos a este simpósio e que as liçõesdo passado sejam bem aproveitadas, num momento emque a Marinha se prepara para dar um importante passorumo ao seu apetrechamento e modernização.Faço votos de que as intervenções correspondam àsexpectativas de todos os presentes.

Bem-haja à Marinha de Guerra Angolana.

Muito obrigado!

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.7MGA.Outubro

PPermitam-me aproveitareste momento sublimepara, em nome do Estado-maior General das FAA,

expressar a estes bravoscombatentes, vivos e mortos, anossa homenagem de respeito,admiração e apreço pelos seusfeitos ao serviço da Marinha e danossa Pátria Mãe Angola”. O certame foi dividido em 4painéis: Onde o primeiro serviupara o cruzamento deinformações e documentaçãohistórica da Marinha que tevecomo prelectores SuasExcelências; Tenente-general nareforma, Avelino Soares, 1ºCmdte da Marinha, o Calm. JoséMaria Lima e o Coronel Correiade Barros. O segundo e o terceiropaineis foram preenchidos porconferências versadas sobre “ Acapacidade Operativa do Ramo,A formação de Quadros até 1990e a Formação de Quadros no Paíse no Estrangeiro”, O papel do

CIEN na formação deEspecialistas Navais”, prelectadaspor Suas Excelências ” Valm.Valentim Alberto António,Calm/reserva José da ConceiçãoGonçalves “Dick” e o Sr. CMG -Carlos Artadino José dos Santos,Chefe da REP/Planeamento/DPQ.Para encerrar o ciclo deconferências, subiu ao pódiumSua Excelência Valm. MartinhoFrancisco António, Chefe daDirecção de Hidrografia e

Navegação para falar sobre osAcidentes e Incidentes ocorridosno Ramo e a sua influência nacapacidade operativa daMarinha.A sessão de encerramento foipresidida por Sua Excia AlmiranteComandante do Ramo que naocasião disse que o certame nãoseria o último e nem a História daMarinha se esgotaria por aqui,incentivando os participantes, ex-marinheiros e marinheiros no

MGA 36 Anos

HOMENAGEM AOS MARINHEIROS

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8.MGA.Outubro

MGA 36 Anosactivo a empenharem-se nacolecta de factos que venhamengrandecer a nossa História:“Este Simpósio não será o últimoe nem a História da Marinha seesgota nos temas apresentados.As prelecções e aportesfornecidos pelos participantes,permitirão sem dúvidas umconhecimento e compreensão danossa história.Por isso, prosseguiu, estimulamospara que mais pessoas sedediquem na recolha e escrita danossa História, tomando comofontes, documentos e pessoasque servem ou serviram o nossoRamo”.O Almirante Gugureconheceu que nem sempre osinvestimentos na aquisição denavios correspondem aosinvestimentos em infra-estruturasde manutenção e reparação emesmo de meios correntes, comotintas marinhas para pinturapermanente das unidades dado oambiente corrosivo da água domar, para além das percas comos acidentes que o Ramo teve,foram um dos factores quecontribuíram para oenfraquecimento do nosso PoderNaval.Para finalizar, Sua ExcelênciaAlmirante Comandante da MGAagradeceu a coragem e esforçode todos quantos fizeram partedesta empreitada para queestejamos a projectar umaMarinha que venha a actuar nastrês dimensões: “Foramsobretudo homens bastanteousados, muitos deles apenasformados pelas academias davida mas que souberam levarsempre o navio ao porto seguro.Projectamos uma nova Marinhaque evolua faseadamente deBrow water Navy, Green waterNavy, Blue Water Navy.Agradecemos em especial apresença do Cmdte AvelinoSoares, o C/Alm. José daConceição e o Coronel Correiade Barros Gonçalves e todos osoutros prelectores pelascontribuições da História que vaipermitir a nossa área enriquecero nosso historial”.

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.9MGA.Outubro

MGA 36 Anos

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CEMG/FAAGeraldo SachipengoNunda presideacto central

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MGA.Outubro10.

MGA 36 Anos

TFR-PAULÃO B

Foi sob o lema: MGA Forte e Firme, Celebremos o36º Aniversário que o General de Exército GeraldoSachipengo Nunda, Chefe do Estado-Maior Ge-neral das Forças Armadas Angolanas

(CEMG/FAA) presidiu o acto central comemorativo do 36ºaniversário do Ramo, ocorrido na sede da Região NavalNorte, Soyo. No seu discurso, o General de Exército des-tacou os áureos tempos que marcaram a fundação da Ma-rinha e recordando que os navios navegaram rasgando omar de norte a sul com tripulações angolanas apoiando oExército em acções combativas e efectuando a vigilânciado extenso oceano, mantendo uma presença no mar e dis-suasão do inimigo da época. Nessa altura, prosseguiu o Ge-

neral, que pelas palavras do Presidente Agostinho Neto, aimportância da Marinha era inegável, não só para a defesada nossa economia como para a defesa militar da nação.Para o CEMGFAA, a Marinha vai assumir o seu verdadeiropapel face ao novo paradigma de ameaça à segurança glo-bal, nomeadamente o narcotráfico, imigração ilegal, pira-taria e tráfego marítimo com a reedificação em curso cujastarefas estão definidas na directiva do Comandante-em -Chefe. Sua Excelência o Presidente da República, EngºJosé Eduardo dos Santos, prosseguiu, definiu as prioridadespara as FAA onde se destacam o reequipamento e a poten-ciação da Marinha de Guerra Angolana. Hoje, a MGA temum papel crucial no âmbito da defesa da Nação garantindo

OComandante do Ramo, Almirante Augustoda Silva Cunha “Gugu”, também alinhouno mesmo diapasão ao se referir à cidade

do Soyo. Para o Almirante, o Soyo tem sido palcode importantes comemorações tanto ao nível doRamo como das FAA e como exemplo apontou arealização em Outubro dos VI Jogos DesportivosMilitares 2011. Soyo “ É um municípiointimamente ligado à Marinha, as entidadesadministrativas e a sua população sempreacolheram e acarinharam a nossa estrutura, ondeigualmente encontraram apoios em empregos,assistência médica e outros. Deste municípiopartiram muitos jovens em 1975 e 1976 quefizeram parte dos primeiros quadros deste Ramo,dos primeiros navegantes e chefes a vários níveis”.Durante a sua intervenção, o Almirante destacoua formação de quadros como um elemento vitalno relançamento do Ramo que já está acauteladacom o funcionamento da Academia Naval cujosprimeiros alunos frequentam neste momento osegundo ano, faltando agora imprimir esforçospara o arranque do Instituto Superior Naval e aaposta nas escolas. “ Foi acautelada a formação

no exterior e muitos cadetes beneficiam dessaformação, garantindo assim uma formaçãodiferenciada. A implementação do InstitutoSuperior Naval de Guerra como instituiçãodestinada à realização de cursos para oaperfeiçoamento e ascensão na carreira, já seimpõe”. Acrescentando que “ esforços estão a serfeitos no sentido de reequipar as Escolas deEspecialistas e de Fuzileiros Navais, garante daformação de oficiais, sargentos e praças doquadro serviço militar obrigatório, nas respectivasespecialidades”. No prosseguimento do seudiscurso, o Comandante Gugu disse igualmenteregistarem-se melhorias nas condições deaquartelamento e acomodação das tropas paraque o serviço na Marinha seja mais atractivo.“Foram feitos investimentos no melhoramento dascondições de aquartelamento, de messes erefeitórios, áreas de lazer e outros, como forma detornar o serviço na Marinha muito mais atractivo”.Outrossim o Comandante ressaltou a importânciados desportos náuticos para a formação dohomem do mar. “ Muitos dos jovens que deramcorpo a este Ramo no início da sua criação vinham

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.11MGA.Outubro

MGA 36 Anos

a manutenção dos nossos recursos vivos e não vivos. “Ne-nhum país desperdiça uma milha da sua extensão, por isso,o nosso país para se afirmar como uma potência na Regiãodeverá investir na sua Marinha de Guerra”, disse. Na oca-sião, o CEMG sublinhou igualmente o simbolismo da ci-dade do Soyo para as operações navais e fluviais das FAA,afirmando que “ é uma região importante pela produção depetróleo no offshore e on shore e do projecto Angola LNG.A região do Soyo sempre constituiu uma praça da Marinha,pela sua posição geográfica, pela existência de uma via decomunicação importante, que é o rio Zaire bastante com-plexo sendo uma rota de navegação internacional e possuivários canais cuja vigilância se impõe pelo pe-

rigo da sua utilização para fins ilegais.”. O General de Exér-cito apelou ainda para a isenção partidária dos militares so-bretudo nesta fase da pré-campanha eleitoral. Os quartéisnão devem ser igualmente lugar para fazer política deacordo com a constituição. “ Votar é um direito inalienávele um dever de todos os angolanos aos quais os militaresnão são subtraídos. Os militares como parte integrante destepovo, vão no dia destinado ao voto exercer o seu direito devotar os governantes do nosso país. Os militares são apar-tidários não devem por isso fazer política partidária nosquartéis nem participar em comícios, manifestações oucampanhas eleitorais”, concluiu.

dos clubes navais e isso foi de importância capital,pois quem não gosta do mar dificilmente se tornabom marinheiro. O remo é um instrumento práticode liderança, pois o barco se desloca e manobracom a orientação de um homem, mais importanteque toda a força que os remadores possam imprimir.A vela é o melhor meio para o aprendizado demanobras aplicando-se os princípios da física. Umbom velejador será necessariamente um bomnavegador”.O Almirante reiterou a disposição do Ramo noseu reequipamento no quadro da reedificaçãoem curso. “O passo a seguir será o dereequipamento e modernização cuja fase deconcepção foi já finalizada. O equipamento eaquisição de meios navais vão operacionalizaras acções de patrulha e fiscalização na costa ecatapultar a Marinha e as FAA no geral paraas responsabilidades regionais lideradasapenas pela África do Sul. Permitirá aindauma presença permanente e regular nomar, dissuadindo assim eventuais ameaçase travar a forte pressão da imigraçãoclandestina de que é alvo o nosso país”.

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12.MGA.Outubro

MGA 36 AnosCerimónia de imposição de patentes

Acerimónia foi marcadacom a imposição depatentes aos oficiais

promovidos e graduados aosdiferentes graus militares. Naocasião foram entregues tro-féus aos vencedores nas maisdiversas modalidades despor-tivas, lembranças aos efecti-vos reformados, e ademonstração de um exercí-cio táctico militar.Presentes ao acto Suas Exce-lências o governador da pro-víncia do Zaire, GeneralPedro Sebastião, o CEMGAdjunto FAA para EducaçãoPatriótica, General Egídio deSousa Santos “Disciplina”,os Comandantes do Exércitoe da Força Aérea, generaisLúcio do Amaral e FranciscoLopes Gonçalves Afonso“Hanga”, Generais, Almi-rantes, Oficiais, Sargentos,Praças, Trabalhadores Civis,Autoridades Tradicionais,Religiosas, e Convidados.

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MGA.Outubro.13

MGA 36 Anos

Sua Excelência Governadorda Província do ZaireExcelentíssimos Senhores Chefesdo Estado-Maior General adjuntos das FAApara a Área Operacional e de Desenvolvimentoe para a Educação PatrióticaExcelentíssimo Senhor Comandante da Marinha,Excelentíssimos senhores Comandantes dos Ramos,excelentíssimos senhores Administrador Municípal,Autoridades Tradicionais e da Sociedade Civil doSoyo.

Senhores Almirantes e Generais, senhores Oficiais,Sargentos, Praças Trabalhadores Civis, começo omeu discurso com o agradecimento ao camarada

Comandante da Marinha de Guerra Angolana, peloconvite que me foi formulado para presidir ao actocentral que assinala o 36º aniversário da criação daMarinha de Guerra Angolana, um dos 3 Ramos dasForças Armadas Angolanas.Foi há 10 de julho de 1976, que o primeiro Presidente daRepública de Angola, Dr. António Agostinho Neto visitoua Base Naval de Luanda, na altura,a única estruturafuncional da Marinha, no encerramento do primeirocurso com a duração de três meses.Foi um momento histórico para as Forças Armadas dopaís que ainda não tinha feito um ano e também para aprópria Marinha de Guerra. Ela era, então formada,essencialmente por jovens, alguns ligados à Marinha,propriamente dita, outros aos desportos náuticos e àactividade de pesca. Havia nessa altura elementos que nunca tiveramexperiência ou vivência com o mar, que entretanto,aprenderam e fizeram funcionar a Marinha nascente,

colhendo, com esse feito, a admiração do nosso povo ede vários países do mundo.Os navios navegaram rasgando o mar de norte a sulcom tripulações angolanas, apoiando o exército emacções combativas efectuando a vigilância do extensooceano, mantendo uma presença no mar e dissuadir oinimigo da época.Nessa altura e pelas palavras do Presidente AgostinhoNeto, a importância da Marinha era inegável, não sópara a defesa da nossa economia, como para a defesamilitar da nação.Hoje , mais do que nunca, a Marinha de GuerraAngolana tem um papel crucial no âmbito da defesa daNação, garantindo a manutenção dos nossos recursosvivos e não vivos, do ambiente marinho, da segurançadas mercadorias e para exportação do nosso maisvalioso recurso económico que é o petróleo e nocombate à pirataria , ao tráfico de drogas e demercadorias no mar.A região do Soyo, sempre constituiu uma praça daMarinha , pela sua posição geográfica, pela existênciade uma via de comunicação importante, que é o riozaire, bastante complexo, sendo uma rota de navegaçãointernacional e por possuir variados canais cuja vigilânciase impõe, pelo perigo da sua utilização para fins ilegais.É uma região importante pela produção de petróleo noOFF SHORE e ON SHORE e mais recentemente, pelaimplantação do projecto LNG, que vai permitir aproduçaõ de gás natural liquefeito.Todos estas características geográficas e também pelopotencial económico, fazem do Soyo uma Zona degrande importância, cuja segurança deve ser garantidapela Marinha de Guerra Angolana.Excelências!

DDIISSCCUURRSSOO DDOO CCEEMMGG// FFAAAA 3366ºº AANNIIVVEERRSSÁÁRRIIOO DDAA MMGGAA

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MGA.Outubro14.

MGA 36 Anos

Minhas senhoras e meus senhores!Todos nós sabemos que o mar é um recurso de umvalor inegável e cuja utilização e aproveitamentointeressam aos países com ou sem litoral.O mar é um grande factor de desenvolvimento paraos países ribeirinhos, pelas facilidades que o mesmoproporciona, como fonte de alimentos de origemanimal e vegetal, de recursos naturais situados no seuleito e subsolo e como meio de comunicação paranavegação e para o fenómeno da economia.Muitos países utilizam grandes recursos nadelimitação das suas águas e da sua plataformacontinental com o objectivo de assegurem uma maiorextensão das águas, para além das duzentas milhas.Nenhum país desperdiça uma milha da sua extensão,por isso o nosso país para se afirmar como umapotência na nossa região deverá investir na suaMarinha de Guerra.Esse investimento deve incidir na formação dosquadros do Ramo, a todos os níveis, na aquisição denavios e de armamento costeiro e de adequadas infra-estruturas de apoio.A Reedificação das Forças Armadas Angolanas e daMarinha, em particular, passam necessariamente poradequar o Ramo às necessidades de hoje e do futuro,em função dos riscos e das ameaças que pairamsobre o mundo, o Continente e a Região ondeestamos inseridos. Uma atenção especial deve ser dada à adequação dasestruturas orgânicas, para racionalmente seprojectarem os cursos para a formação dos quadros eespecialistas, se criarem as infra-estrururas,destinadas à basificação, reparação emanutenção dos navios e para formação, eadministração, a logística e o aquartelamento dosefectivos.Sua Excelência o Presidente da República eComandante-em-Chefe das Forças ArmadasAngolanas, Engenheiro José Eduardo dos Santos,definiu as prioridades para as FAA , onde se destacao reequipamento e a potenciação da Marinha deGuerra Angolana.Caros Camaradas!

Dentro em breve, o nosso país vai realizar as eleiçõesgerais.O povo terá a grande oportunidade de escolher oPresidente da República e titular do Poder Executivo eos Deputados à Assembleia Nacional.Votar é um direito inalienável e um dever de todos osangolanos, aos quais os militares não são subtraídos.Os militares como parte integrante deste povo, vãono dia destinado ao voto, exercer o seu direito devotar os governantes do nosso país.De acordo com a Constituição da República deAngola, como tem sido referido diversas vezes, osmilitares são apartidários, não devendo por isso, omilitar fazer política partidária nos quartéis ou emqualquer outro lugar, nem participar em comícios,manifestações de qualquer natureza ou tomar partede qualquer campanha eleitoral.Neste período, devemos manter uma atitude deabsoluto respeito à Constituição do nosso país, comdisciplina total e cumprimento rigoroso e escrupulosodas disposições pertinentes sobre a conduta dosmilitares antes, durante e após a realização daseleições.Nenhum militar poderá ser usado para qualquer tipode campanha, nem tão pouco os nossos quartéisdevem ser utilizados por qualquer força parapropósitos eleitorais e de outra índole.Excelências,Minhas senhoras e meus senhores,Ao comemorarmos 36 anos de criação da Marinhade Guerra Angolana, felicito todos os Almirantes,Oficiais, Sargentos,Praças e Trabalhadores Civis noactivo ou na reforma, por mais este aniversário.Felicito o Comando e todo o pessoal da Região NavalNorte por albergar tão importante acto.Agradeço a sua Excelência Senhor Governador daprovíncia do Zaire, às Autoridades Administrativas,Religiosas e à Sociedade Civil pela colaboraçãoprestada na realização desta actividade.Auguro para a Marinha de Guerra Angolana, muitosêxitos no cumprimento da sua missão.

Muito obrigado!

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MGA.Outubro.15

MGA 36 Anos

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MGA.Outubro16.

Actualidade

OChefe do Estado- MaiorGeneral das FAA, Generalde Exército Geraldo Sachi-pengo Nunda, visitou a Bri-

gada e a Escola de Fuzileiros Navais, agranja e o local onde serão erguidas asinstalações da futura Escola de Fuzi-leiros Navais no município do Ambriz,província do Bengo. Após ter- se intei-rado da situação operativa, organiza-tiva e funcionamento das respectivasunidades, o CEMGFAA, baixou indi-cações para a supressão das deficiên-

cias apresentadas pelas unidades e con-siderou oportuna a sua presença tendoressaltado a necessidade de se inculcarnos militares o resgate dos valores mo-rais e militares para com a nação so-bretudo valores como a lealdade eintegridade. “ Os valores orientam osmilitares. Os militares devem ser leaisà constituição, aos órgãos de soberania,aos símbolos nacionais, à integridade,o respeito à hierarquia e a disciplinados militares deve igualmente merecero cuidado dos comandantes”. OCEMG teceu essas considerações mo-mentos depois de ter visitado igual-mente o Batalhão de Infantaria

Motorizada estacionado no Vale do Pa-raíso, no território da Região MilitarNorte, no quadro do programa de ajudae controlo. Em seguida, o General deExército rumou para o Soyo onde pre-sidiu o dez de Julho.

GENERAL NNUUNNDDAAVISITA A BRIGADADE FUZILEIROS NAVAIS

TFR PAULÃO B

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MGA.Outubro.17

Actualidade

HHMMSSDDAAUUNNTTLLEESSSSEEMM LLUUAANNDDAA

ATRACOU NO PORTO COMERCIAL O MAIS MODERNO NAVIO DEGUERRA DA MARINHA REAL BRITÂNICA.

TFR PAULÃO B

Page 18: revista marinha

Com o objectivo de estreitar asrelações entre as Marinhas,atracou em Luanda, no pas-sado dia 27 de Junho, o mais

moderno navio de guerra da MarinhaReal Britânica “HMS Dauntless” dotipo T-45 da classe destroyer 33. Com220 tripulantes, o HMS Dauntless pos-sui um calado de 7,4 metros, uma bocade 21,2 metros e um comprimento de152,5 metros. Equipado com sensoresde alta definição cujos radares multi-funcionais podem alcançar alvos até300 kms, é um navio construído comtecnologia de ponta e tem como princi-pal objectivo a defesa anti-aérea. É tidocomo um dos navios de guerra maisavançados do mundo que é comandadopor um capitão-de-mar-e-guerra.Já em solo angolano, o Comandante donavio, o Capitão-de-mar-e-guerra, WIllWarrender, foi recebido pelo Coman-dante da Esquadra Naval Operacional,Vice-Almirante João dos Santos Gregó-rio Victor, em representação do Coman-dante do Ramo. “ A segurança no Golfoda Guiné é um dos temas mais canden-tes da actualidade para a estabilidade

dos países”, por isso, disse o Coman-dante da ENO que “devemos conjugaresforços nesse sentido”. O ComandanteWill disse ter sido uma honra trazer aLuanda o Dauntless e ficou feliz ao serrecebido pela nossa Lancha Patrulheirana baía e poder trocar experiencias comos angolanos. “ A nossa missão na costaocidental com essas viagens é para ga-rantir segurança dos países da ÁfricaAustral, na proteção das águas territo-riais e da zona económica exclusiva”,afirmou. Essa é a primeira viagem àÁfrica Austral do HMS Dauntless. A de-legação foi ainda recebida em audiên-cias separadas de cortesia pelo capitãodo Porto de Luanda, Mariano CasteloBranco, presidente interino da Comis-são Administrativa de Luanda, Directordas Relações Internacionais do Minis-tério da defesa, Gen. José Luís CaetanoHigino de Sousa “Zé Grande” e pelopresidente da cidade do Kilamba, Joa-quim Israel Marques.

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RM: Fale-nos da pirataria e da Comis-são do Golfo da Guiné, GG.

Dr MT: A Comissão do Golfo daGuiné integra oito estados, mas é issoque nos preocupa. Hoje tem um con-ceito mais vasto que vai desde o sul doSenegal até ao sul de Angola. E é todaessa zona que enfrenta uma série deproblemas e desafios que terão de servencidos para encontrar estabilidade,segurança e a paz que permite aos

povos dos respectivos países poderempromover o desenvolvimento econó-mico e bem-estar social na paz e natranquilidade. São esses desafios quenós temos de enfrentar. Eles colocam-se a vários níveis mas hoje o impor-tante é que a comunidade internacionalestá muito sensibilizada para estes pro-blemas, particularmente, com a recru-descência dos actos de pirataria eroubo a mão armada no alto mar. Real-mente há uma preocupação em se en-

contrar uma estratégia global, inte-grada para enfrentar esses desafios. Éverdade que alguns países têm tentadocriar condições para atender aos pro-blemas ao nível nacional mas nós es-tamos convencidos de que toda a gentehoje concorda com esse ponto de vistaque terá de ser uma estratégia real-mente integrada em que haja verda-deira sinergia entre diversos actoresnacionais, regionais e internacionaispara que os resultados possam surtirefeitos.

RM: Há condições técnicas para ospaíses membros assegurarem a segu-rança no Golfo?

Dr MT: Na verdade é que uma estra-tégia de luta eficaz e eficiente contra oterrorismo, pirataria e todos essesmales no Golfo da Guiné, é extrema-mente difícil. Porque envolve avulta-díssimos meios quer económicos efinanceiros como técnicos e tecnológi-cos ou ainda recursos humanos. Masestamos convencidos de que os esfor-ços individuais não nos permitirão quecheguemos longe. Mas se houver umasinergia regional, continental e com oapoio da comunidade internacional, o

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SECRETÁRIOEXECUTIVO DOGOLFO DA GUINÉFELICITA MGA

ODr Miguel dos Anjos da Cunha Lisboa Trovoada foi o Primeiro-ministro (1975-1979) e Presidente da República de São Tomé ePríncipe (1991-2001). É o actual Secretário Executivo da Co-missão do Golfo da Guiné. Encontrámo-lo a bordo do navio in-

glês Dauntless que esteve em Angola onde proferiu o discurso de abertura daconferência, e à margem da mesma acedeu aos nossos microfones.

Entrevista