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Ano 4 | Edição 20 | Agosto - Setembro | 2013 MEDALHA LUCAS LOPES Fernando Henrique Schüffner Neto foi o agraciado TRANSPORTE EM BH Reflexões sobre mobilidade nos centros urbanos ENTREVISTA Ozires Silva fala sobre os desafios do Brasil CENÁRIO ECONÔMICO | ARTIGOS | INOVAÇÃO | MOBILIDADE E MUITO MAIS 123RF

Revista Mineira de Engenharia - 20ª Edição

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Revista Mineira de Engenharia - 20ª Edição

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Page 1: Revista Mineira de Engenharia - 20ª Edição

Ano 4 | Edição 20 | Agosto - Setembro | 2013

MEDALHA LUCAS LOPESFernando Henrique Schüffner Neto foi o agraciado

TRANSPORTE EM BHReflexões sobre mobilidade nos centros urbanos

ENTREVISTAOzires Silva falasobre os desafiosdo Brasil

CENÁRIO ECONÔMICO | ARTIGOS | INOVAÇÃO | MOBILIDADE E MUITO MAIS

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Page 2: Revista Mineira de Engenharia - 20ª Edição

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A Oi está investindo mais de 12 bilhões de reais do começo de 2012 até o fim de 2013.

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Page 3: Revista Mineira de Engenharia - 20ª Edição

O Brasil foi sacudido pela força das

manifestações que reuniram cente-

nas de milhares de pessoas nas ruas,

nos meses de junho e julho, a maio-

ria de jovens clamando por mudan-

ças. As reivindicações são inúmeras,

desde a redução da tarifa do trans-

porte coletivo, origem das manifes-

tações mobilizadas por meio das

redes sociais na internet, a questões

tais como: fim da corrupção e por

moralidade na aplicação do dinheiro

público, passando pela garantia do direito à saúde

educação, entre outras. O Brasil acordou, anuncia-

vam os cartazes exibidos por muitos manifestantes.

De fato, esperamos que esse momento singular da

vida brasileira tenha despertado nossos dirigentes

e produza bons frutos para a democracia, na vida

política, na economia, enfim, na vida dos brasileiros.

Para tanto, é necessário que nossos governantes es-

tabeleçam um diálogo franco com a sociedade, em

suas diversas frentes, para que o país amadureça e

dê um passo à frente. A população deu seu recado

de forma contundente. Não há mais condições de

contemporizar práticas lesivas aos cofres públicos

com propostas de crescimento econômico e social,

porque sempre que os recursos públicos são usados

indevidamente todos pagam a conta; não é mais

possível esperar que um Estado agigantado em sua

estrutura continue praticamente inoperante; não é

justo chamar os profissionais, os empresários, à

população em geral, a dar sua parcela de sacrifício,

a exemplo do pagamento excessivo de tributos, sem

que haja um cenário de novas

oportunidades e um retorno sa-

tisfatório.

É vital para a nossa democracia

uma reforma política que garanta

uma representação fidedigna dos

anseios da sociedade, por meio

de organizações partidárias e

políticos sérios, comprometidos

com o bem-estar social e com o

crescimento do país, e não mo-

vida por interesses pessoais e de

grupos que nada têm a ver com o que os brasileiros

precisam e desejam.

As ruas indicaram caminhos que podem levar o

Brasil ao desenvolvimento, ao exercício da política

de forma desinteressada, séria e competente; que

podem contribuir na formulação de uma política

economia maiúscula que nos garanta maior produ-

tividade e competitividade no mercado internacio-

nal; que podem levar a um cenário propositivo na

economia e de mais investimentos em áreas sensí-

veis, a exemplo da educação, da saúde, da segurança

e, também, de infraestrutura.

Estamos desejosos, que passada a estupefação

diante do clamor das ruas, nossos governantes não

procurem culpados ou desculpas, mas mantenham-

se atentos, arregacem as mangas e trabalhem de

forma conscienciosa, responsável. Isso é essencial

para que o Brasil siga em frente, fortalecido, demo-

crático, altaneiro, com cidadãos orgulhosos de

serem brasileiros.

3

EDITORIAL | PALAVRA DO PRESIDENTE

Passos à frente

oi.com.br

fim de 2013.

Ailton Ricaldoni Lobo

Presidente da SME

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Page 4: Revista Mineira de Engenharia - 20ª Edição

Compromisso com Você!

A Sociedade Mineira de Engenheiros, por meio de sua

equipe, tem desenvolvido uma série de trabalhos para

atender cada vez mais e melhor a cada um dos associados.

Em seus 82 anos de existência, a

SME trabalha para integrar, desen-

volver e valorizar a Engenharia, a

Arquitetura, a Agronomia e seus

profissionais, contribuindo para o

aprimoramento tecnológico, cien-

tífico, sociocultural e econômico.

Produtos e Serviços

Em nosso site há uma série de pro-

dutos e serviços como cursos, palestras, seminários,

eventos e uma extensa gama de convênios que você

poderá desfrutar.

São descontos de até 20% em academias, empresas auto-

motivas, de artigos de decoração, buffets, clubes, consultó-

rios, cursos de idiomas, empresas de turismo, faculdades,

floriculturas, gráficas, informática, laboratórios, óticas, pla-

nejamento financeiro, seguros, serviços fotográficos, hotéis,

beleza e estética, dentre outros.

Compromisso com o Futuro

Aprimoramento profissional e inova-

ção tecnológica também têm sido

uma das grandes bandeiras da SME

para oferecer os melhores produtos

e serviços para você e sua família.

Por meio de nosso site, da revista,

dos eventos e da participação nas

redes sociais, a SME tem se tornado, cada vez mais, um canal

aberto para ouvir suas sugestões e para representar seu

interesse.

Seja um associado da SME

SME

Mais informações: www. sme.org.br - (31) 3292 3962 ou [email protected]

4

PRESIDENTE Ailton Ricaldoni Lobo

VICE - PRESIDENTESRonaldo José Lima Gusmão

José Luiz Nobre Ribeiro

Victório Duque Semionato

Alexandre Francisco Maia Bueno

Délcio Antônio Duarte (in Memorian)

DIRETORESLuiz Felipe de Farias

Diogo de Souza Coimbra

Antônia Sônia Alves Cardoso Diniz

Marcílio César de Andrade

Alessandro Fernandes Moreira

José Flávio Gomes

Fabiano Soares Panissi

Janaína Maria França dos Anjos

Normando Virgílio Borges Alves

Clemenceau Chiabi Saliba Júnior

SUPERINTENDENTE José Ciro Mota

CONSELHO DELIBERATIVOMarcos Villela de Sant'Anna

Teodomiro Diniz Camargos

Jorge Pereira Raggi

Flavio Marques Lisbôa Campos

Rodrigo Octavio Coutinho Filho

Paulo Safady Simão

José Luiz Gattás Hallak

Alberto Enrique Dávila Bravo

Cláudia Teresa Pereira Pires

Márcio Tadeu Pedrosa

Sílvio Antônio Soares Nazaré

Felix Ricardo Gonçalves Moutinho

Levindo Eduardo Coelho Neto

Fernando Henrique Schüffner Neto

Ivan Ribeiro de Oliveira

CONSELHO FISCALJosé Andrade Neiva

Nilton Andrade Chaves

Carlos Gutemberg Junqueira Alvim

Alexandre Rocha Resende

Wanderley Alvarenga Bastos Júnior

CONSELHO EDITORIAL Ailton Ricaldoni Lobo

Antônia Sônia Alves Cardoso Diniz

Janaína Maria França dos Anjos

Fabiano Soares Panissi

José Ciro Mota

Ronaldo José Lima Gusmão

Coordenador EditorialJosé Ciro Mota

Jornalista Responsável Luciana Maria Sampaio Moreira

MG 05203 JP

Projeto Gráfico Blog Comunicação

Marcelo Távora

revista@@blogconsult.com.br

Av. Bento Simão, 518 | São Bento

Belo Horizonte | Minas Gerais

CEP - 30350-750

(31) 3309 1036 | (31) 9133 8590

Depto. Comercial | Vendas Blog Comunicação

[email protected]

(31) 3309 1036 | (31) 9133 8590

Tiragem 10 mil exemplares | Bimestral

Distribuição GratuitaVia Correios e Instituições parceiras

Publicação | SMESociedade Mineira de Engenheiros

Av. Álvares Cabral, 1600 | 3º andar

Santo Agostinho

Belo Horizonte | Minas Gerais

CEP - 30170-001

Tel. (31) 3292 3962

[email protected]

Fale conosco Contato [email protected]

ApoioPublicação

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Page 5: Revista Mineira de Engenharia - 20ª Edição

18ARTIGO | ALTERNATIVAS

ENERGÉTICAS

Cláudio Homero Ferreira da

Silva e Alexandre Bueno

26MEDALHA LUCAS LOPES

Fernando Henrique

Schüffner Neto é agraciado

MESTRES DA

ENGENHARIA

Edson Durão Júdice

40LEGADO SME

Rodrigo Octávio

Coutinho Filho

ENTREVISTA

Ozires Silva fala

sobre os desafios do Brasil

12

34

CAPA

Programa de incentivo à

produção e uso de

energia renovável

20

32ARTIGO | ENERGIA

Operação Energética

do SIN na Transição54

PRÊMIO SME CT&I

Prazo final

de inscrição6CENÁRIO ECONÔMICO

Desafio do Brasil e

controle da inflação

42MOBILIDADE

Metrô leve: alternativa

de transporte em BH

50NOVOS

ENGENHEIROS

André Luiz Pereira

Corrêa

46CERTIFICAÇÃO

Demanda aumenta por

certificação na construção

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Page 6: Revista Mineira de Engenharia - 20ª Edição

CT&I | PRÊMIO SME DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO

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Estímulo à pesquisae criatividade

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Page 7: Revista Mineira de Engenharia - 20ª Edição

Termina no dia 9 de se-

tembro o prazo de ins-

crição para o Prêmio

SME de Ciência, Tecno-

logia e Inovação 2013,

criado com o objetivo

de estimular a pesquisa

e a criatividade, a premiação é destinada a

estudantes regularmente matriculados nos

cursos de graduação de instituições de en-

sino superior em Minas Gerais, nas áreas

de Engenharia, Arquitetura e Agronomia.

Na história do prêmio, já na 22ª edição, mais

de 1500 trabalhos avaliados pela Comissão

Julgadora. A solenidade de premiação

ocorre, anualmente, no mês de novembro.

O Prêmio SME foi instituído com base em le-

gislação e normas do Conselho Federal de

Engenharia e Agronomia – CONFEA, do

Conselho Regional de Engenharia e Agrono-

mia de Minas Gerais – CREA-MG e do Con-

selho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil

– CAU-BR.

De acordo com o regulamento do Prêmio

SME de Ciência, Tecnologia e Inovação, os

participantes têm que apresentar trabalhos

técnicos-científicos com no máximo de 50

laudas (páginas), formatado de acordo com

as Normas da ABNT – Associação Brasileira

de Normas Técnicas. Os processos de ava-

liação, classificação e premiação serão con-

duzidos pela Comissão Organizadora do

Prêmio.

Os inscritos poderão concorrer individual-

mente ou em grupo com um ou mais traba-

lhos. Para os trabalhos técnico-científicos

apresentados em grupo, poderão participar

estudantes de outras profissões regular-

mente matriculados em cursos de graduação

em Minas, desde que o líder do grupo seja

um estudante das profissões de Engenharia,

Arquitetura e Agronomia. Não serão aceitos

trabalhos enviados por e-mail, nem postados

após a data limite divulgada no cronograma

do Prêmio.

Os vencedores receberão certificados e pre-

miações pecuniárias. Os autores de traba-

lhos que tenham se destacado, mas que não

ficaram entre os premiados serão prestigia-

dos com menção honrosa. A cada ano, é con-

cedido um prêmio especial para a Instituição

de Ensino Superior (IES) que tiver o maior

número de trabalhos classificados para a úl-

tima fase de avaliação. Caso tenha mais de

uma instituição de ensino relacionada ao

mesmo trabalho, concorrerá somente a ins-

tituição do líder do trabalho.

O formulário oficial do Prêmio SME de Ciência,

Tecnologia e Inovação está disponível no site:

www.sme.org.br ou pode ser solicitado pelo e-

mail [email protected]. Os candidatos deve-

rão entregar pessoalmente os trabalhos até 09

de setembro de 2013, data limite para inscrição

e entrega de documentos, na sede da SME, na

Av. Álvares Cabral, 1.600/3º andar – Lourdes,

no horário de 9h as 16h.

O regulamento está disponível para consulta no

endereço: www.sme.org.br. Mais informações

pelos telefones (31) 3292-3810 ou (31) 3292-

3678.

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Page 8: Revista Mineira de Engenharia - 20ª Edição

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Associação Brasileira de Engenharia de Sistemas Prediais ( Abrasip),

com apoio da SME, vai realizar no dia 25/09/13, 10ª edição do

Seminário de Atualização Tecnológica, comemorando também os

10 anos de fundação da entidade. O Seminário acontecerá de

8h às 18h, no auditório do CREA-MG. Mais informações no

site: www.abrasipmg.com.br.

Seminário

A SME mantém um calendário amplo de reuniões com diri-

gentes de várias entidades e do setor empresarial para dis-

cutir as questões que envolvem a mobilidade urbana em Belo

Horizonte e Região Metropolitana. A proposta é contribuir

na solução de problemas que envolvem o transporte público

e individual na cidade e o acesso da população aos serviços

que a Capital e a RMBH oferecem em tempo hábil e de

forma segura e com conforto.

Em agosto de 2012, a entidade realizou 1º Seminário de

Mobilidade Urbana em parceria com a ACMinas. Partici-

param do último encontro os engenheiros José Ciro

Mota, superintendente da SME, Luiz Otávio Portela,

membro da Comissão Técnica de Transportes; o diretor

da Construtora Queiroz Galvão, Berilo Torres e o presi-

dente do Conselho de Política Urbana da ACMinas, José

Participe, en

Reunião Mobilidade

Segurança no Trabalho

No período de 21 a 23 de agosto/13, será realizado o XVIII Congresso

Nacional de Segurança Integral, no Expominas, promovido pela Associação

Mineira de Engenharia de Segurança. Entre os principais temas para debate

estão: Planos do governo federal para o setor de segurança do trabalho para

os próximos dez anos; abordagem de dessa temática nas áreas industrial, am-

biental e comportamental; gestão de sinistros, desastres e catástrofes; ensino,

formação e qualificação profissional, engenharia de incêndio, entre outros.

Na coordenação do evento o presidente da Comissão de Segurança da SME,

engenheiro Silvio Piroli. Mais informações no site: www.pacin.com.br.

Em Assembleia Geral Extraordinária (AGE) realizada no último dia 08 de julho aprovou, entre

outros itens da pauta, o Convênio de N° 111/2012, firmado entre a SME e o CREA Minas, que

trata da ocupação e reforma do prédio da entidade, situado à rua Timbiras, 1514, no bairro

Lourdes. Foi aprovada ainda a criação de uma comissão fiscalizadora para acompanhar todas

as etapas da obra composta pelos engenheiros Alberto Enrique Dávila Bravo, Ronaldo Emílio

Simi, Hélio Nonato de Oliveira e Marcus de Resende Kfoury.

AGE aprova convênio

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Eleita a nova diretoria da Associação Brasileira de Engenhei-

ros Eletricistas-ABEE-MG para o período de 2013/2015.

Os integrantes são: presidente - Gilmar Pereira Narciso;

vice-presidente: José Flávio Gomes; 1° Secretário - Mar-

celo Aguiar de Campos; 2° Secretário - Fernando Luís

de Almeida; 1° Tesoureiro - Miguel Ângelo dos Santos

Sá; 2ª Tesoureira - Marita Arêas de Souza Tavares; diretor

de Relações Institucionais - Hélio Nonato de Oliveira; di-

retora de Eventos Técnicos - Cláudia Deslandes Figueiredo.

Délcio Antônio Duarte

ExpoEngenharia

Participe, envie notícias e novidades para: [email protected]

Está aberto o prazo para a indicação de

nomes de candidatos à Medalha Enge-

nheiro do Ano de 2013, homenagem pres-

tada pela SME a um profissional que

tenha se destacado e contribuído para o

desenvolvimento de Minas e do país, du-

rante solenidade de comemoração do Dia

do Engenheiro, realizada anualmente, no mês

de dezembro. A indicação à Medalha deve ser

feita, por meio de requerimento, ao Presi-

dente da SME. Esse documento deve ser

assinado por um número nunca inferior a

10 (dez) associados em gozo de seus di-

reitos estatutários, em formulário pró-

prio. Mais informações na sede da SME

pelo telefone: 3292 3962 ou pelo e-mail:

[email protected].

O presidente da SME, Ailton Ricaldoni Lobo, em nome dos associados, manifesta pro-

fundo pesar pelo falecimento do vice-presidente da entidade Délcio Antônio Duarte,

no último dia 2 de agosto, deixando uma enorme lacuna na vida da SME. Engenheiro

e homem público atuante, Délcio Antônio Duarte tinha ideias inovadoras e espírito

tenaz. Ele ocupou cargos públicos de primeiro escalão, em Belo Horizonte, tendo

muito contribuído para o desenvolvimento urbano e social da capital mineira.

A Escola de Engenharia da UFMG vai promover, nos

dias 12 e 13 de novembro, a ExpoEngenharia para apre-

sentar iniciativas e oportunidades dentro e fora da uni-

versidade para os alunos. O Evento será composto de:

equipes de competições (Baja, Fórmula, Aerodesign),

empresas juniores, grêmios, diretório acadêmico, entre

outras iniciativas estudantis. A ExpoEngenharia aconte-

cerá no prédio da faculdade de Engenharia, de 10h às

14h e de 17h às 21h.

Medalha Engenheiro do Ano

Diretoria da ABEE-MG

Durante a 55ª edição do Congresso Brasileiro do Concreto, que vai ocorrer de 29 de ou-

tubro a 1 de novembro, em Gramado, Rio Grande do Sul, o Instituto Brasileiro do Con-

creto (Ibracon) promoverá o Concurso Concreto Colorido Ecoeficiente - Eco-CC 2013.

A 4ª edição da competição, destinada a estudante dos cursos de arquitetura e engenharia

civil, tem como objetivo testar a produção de concretos resistentes, coloridos e com re-

duzido consumo de ligantes.

A equipe vencedora será aquela que possuir a maior pontuação do resultado da carga de rup-

tura do corpo de prova multiplicado por seu coeficiente de cor. O prêmio é de R$ 3 mil. Para

participar, é preciso se inscrever por meio do e-mail: [email protected] até 30 de agosto.

Ibracon promove Concurso Concreto Colorido Ecoeficiente

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Page 10: Revista Mineira de Engenharia - 20ª Edição

A empresa mineira Green Gold Engenharia e Projetos

anuncia expansão para o mês de agosto quando será

lançada a Green Gold Fácil, uma unidade de negócio

voltada ao público mineiro e com atuação em projetos

de pequeno e médio porte tais como lojas, restauran-

tes, galpões, edifício pequenos, entre outros. Com isso

a empresa pretende crescer 20 % até o primeiro tri-

mestre de 2014. A Green Gold é especialista na elabo-

ração e gestão de projetos multidisciplinares de

engenharia de sistemas prediais como elétrico, SPDA,

hidráulico, sanitário, gás e de prevenção e combate a

incêndio, entre outros.

As construtoras Patrimar e Engefor lançam novo empreendimento imobiliário, na região sul da cidade, no bairro

Vila da Serra, o Tribeca Square com apartamentos divididos em Studio (1 quarto) e 2 quartos, seguindo a tendência

que une conforto, alto padrão e estilo de vida. Para o final desse semestre, a Patrimar seguindo a mesma tendência

lançará o Manhattan Residence, no coração da Savassi, na esquina das ruas Sergipe com Antônio de Albuquerque.

Vetor Norte

Mais um grande loteamento é lançado no vetor norte da Capital, o

São Damião, localizado na Linha Verde, entre o Centro Administra-

tivo e o Alphaville Minas Gerais. Segundo informações da Smel Imó-

veis, trata-se de um empreendimento de uso misto multifamiliar,

um loteamento para um pólo empresarial e para construção de

prédios residenciais. O loteamento é da AP IMÓVEIS.

Expansão

O Índice Nacional da Construção

Civil (Sinapi), calculado pelo Insti-

tuto Brasileiro de Geografia e Esta-

tística (IBGE) em parceria com a

Caixa Econômica Federal, teve

queda de 6,15% em julho. A varia-

ção ficou 13,95 pontos percentuais

abaixo da taxa de junho.

A variação acumulada no ano de

2013 está em -2,30%, enquanto no

mesmo período de 2012 havia fi-

cado em 3,56%. Já em relação ao resultado dos últimos 12

meses, o valor passou para -0,30%, ficando 6,84 pontos

percentuais abaixo dos 6,54% registrados nos 12 meses

imediatamente anteriores.

O custo nacional da construção por metro quadrado,

que em junho havia sido de R$ 890,76, caiu para R$

835,95 no último mês, sendo R$ 461,43 relativos aos ma-

teriais e R$ 374,52 à mão de obra. A parcela dos mate-

riais teve variação de 0,12%, subindo 0,02 ponto

percentual em relação ao mês anterior (0,10%), já a mão

de obra teve variação de -14,68%,

caindo 12,69 pontos percentuais

em relação a junho (1,80%). De ja-

neiro a julho os acumulados são

1,68% (materiais) e -6,80% (mão

de obra), enquanto em 12 meses

ficaram em 3,09% (materiais) e -

4,18% (mão de obra).

A região Sudeste, com variação

de -6,81%, apresentou a maior

queda em julho. Os demais resul-

tados foram: -5,98% (Norte), -5,84%(Nordeste), -6,32%

(Sul) e -4,23%(Centro-Oeste).

Os custos regionais, por metro quadrado, ficaram emR$ 833,78 (Norte); R$ 780,36 (Nordeste), R$ 875,25(Sudeste); R$ 849,48 (Sul) e R$ 847,13 (Centro-Oeste). A Região Centro-Oeste tem a maior variaçãonos últimos doze meses: 1,67%.

Devido à pressão exercida pelo reajuste salarial decor-rente de acordo coletivo, Goiás registrou a menor quedaentre os estados, com taxa mensal de -1,07%.

Desoneração da folha de pagamento influencia queda do custo da construção

Tendência

INFORME

www.piniweb.com.br

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Page 11: Revista Mineira de Engenharia - 20ª Edição

Compromisso com as soluções para um futuro sustentável da engenharia e bem estar social.

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ART-0086FAÇA A ESCOLHA CERTA

Na hora de preencher a ART no campo(entidade de classe) escolha a SME através do código 0086.

Assim, você apoia a Sociedade Mineira de Engenheirosa representar a engenharia e oferecer os melhores serviços para você!

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Page 12: Revista Mineira de Engenharia - 20ª Edição

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ENERGIAS DE MINAS

Cadeia produtiva do setor e empreendimentos serão beneficiados comtributação especial

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Page 13: Revista Mineira de Engenharia - 20ª Edição

Mais uma vez na vanguarda nacional,

Minas Gerais acaba de lançar o Pro-

grama Mineiro de Energias Renová-

veis – Energias de Minas, que

concede tratamento tributário dife-

renciado para a cadeia produtiva e

empreendimentos que utilizem as fontes solar, eólica,

biomassas, biogás e hídrica, além de Pequenas Centrais

Hidrelétricas (PChs) e Centrais Geradoras Hidrelétri-

cas instaladas no Estado.

A solenidade realizada no Palácio Tiradentes, reuniu polí-

ticos, pesquisadores, empresários e investidores que já de-

monstraram interesse no potencial energético do Estado,

seja para a construção de fábricas de componentes,

máquinas e insumos ou mesmo para instalação de

usinas de produção. Na oportunidade foi assi-

nado o decreto que institui o Programa e

que foi publicado na edição de quinta-

feira do Minas Gerais, órgão de divul-

gação oficial do Estado.

Com a iniciativa, o governo pretende

consolidar Minas Gerais como cen-

tro de referência na produção de

energia limpa e, ainda, fomentar o

processo contínuo de atração de

novos investimentos para o Es-

tado, sobretudo para regiões

consideradas estratégicas como

o Norte e o Noroeste mineiros.

Na prática, o Programa prevê a desoneração do Imposto

sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para vá-

rios equipamentos destinados à geração desse tipo de ener-

gia elétrica, bem como isenção total do mesmo tributo para

o fornecimento de energia gerada em um prazo de 10 anos,

contado da data de início da operação da usina geradora,

com recomposição anual, gradual e proporcional, nos cinco

anos seguintes, de modo que a carga tributária original so-

mente restabeleça a partir do décimo sexto ano. Também

estão previstos benefícios fiscais para micro-geradores e

mini-geradores de energia elétrica.

Os empreendimentos de geração de energia poderão con-

tar, ainda, com linhas de financiamento de longo prazo ofe-

recidas pelo BDMG. O Programa inclui, ainda, apoio a

pesquisa e desenvolvimento e planos para capacitação téc-

nica de pessoal para o atendimento à demanda reprimida

do mercado do segmento que é chamado de Nova Econo-

mia. Para essas plantas serão reutilizadas áreas atualmente

ociosas, sem prejuízo ambiental.

O vice-governador do Estado, Alberto Pinto Coelho, foi

a principal liderança desse programa. “Estamos apostando

em potencialidades novas. Saímos na frente em relação

aos outros Estados porque essa é a vocação de Minas.

Além de ser a caixa d’água do Brasil, Minas também tem

grande potencial solimétrico e eólico. Incentivar a pro-

dução de anternativas energéticas é contribuir para o de-

senvolvimento do Estado”, afirma.

13

setor

m

Alberto Pinto Coelho, vice-governador de Minas Gerais

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Page 14: Revista Mineira de Engenharia - 20ª Edição

Desde 2010, por determinação do governo do Es-

tado, a Companhia Energética de Minas Gerais

(Cemig) faz o mapeamento do potencial energético

de Minas Gerais. Em 2010, foi lançado o Atlas Eólico,

que identificou capacidade de 40 GW no Estado. Os

pontos mais propícios para a exploração dessa

forma de energia estão localizados nas regiões

Norte e também no Triângulo Mineiro.

Em maio deste ano, a companhia lançou o Atlas So-

larimétrico, que analisou o potencial de cada região

do Estado, detectando que as áreas mais promisso-

ras são Triângulo Mineiro, Noroeste e Norte de

Minas Gerais.

Confeccionado com a participação das Secretarias

de Estado de Desenvolvimento Econômico, Fazenda

e, ainda, Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Meio

Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Desen-

volvimento dos Vales do Jequitinhonha, além do Ins-

tituto de Desenvolvimento Integrado de Minas

Gerais (INDI), do Banco de Desenvolvimento de

Minas Gerais (BDMG) e das concessionárias de dis-

tribuição de energia, o Programa Mineiro de Ener-

gias Renováveis é a resposta do executivo mineiro

às informações coletadas e, ainda, à demanda da ex-

tensa cadeia produtiva do segmento, que tem plei-

teado condições específicas como as que passaram

a valer a partir de agosto, para transformar o con-

ceito de geração de energia compartilhada em pro-

dutos competitivos e acessíveis.

O vice-presidente da Cemig, Arlindo Porto, enfatiza

que a intenção dos estudos realizados foi subsidiar

os investidores de informações técnicas seguras, o

que aumenta a competitividade de Minas Gerais.

“O setor não consegue sem incentivos. A Cemig

está pronta para adquirir toda a energia excedente

gerada, de micro, pequenos e grandes produtores.

A Cemig tem condições para isso”, explica. A

empresa já tem plantas eólica e solar.

Por outro lado, a descentralização da produção é

imprescindível para o projeto de desenvolvimento

do Estado. “Assim não ficaremos sujeitos apenas ao

regime de chuvas para produzir energia elétrica.

Neste ano corremos o risco de blackout energé-

tico em outros Estados, por isso as opções com-

plementares têm ganhado maior espaço”, ressalta.

O programa de P&D da Cemig vai iniciar o mapea-

mento da biomassa nos próximos meses. Esta será

mais uma alternativa a ser utilizada como fonte de

energia e de negócios. Além da cana de açúcar, está

em estudo o uso do eucalipto, visto que Minas Ge-

rais tem a maior área cultivada do país.

ENERGIAS DE MINAS

14

Arlindo Porto, vice-presidente da Cemig

Arlindo Porto, vice-presidente da Cemig

O programa de P&D da Cemig vai iniciar o mapeamento dabiomassa nos próximos meses. Esta será mais uma alternativaa ser utilizada como fonte de energia e de negócios. Além dacana de açúcar, está em estudo o uso do eucalipto, visto queMinas Gerais tem a maior área cultivada do país.

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Page 15: Revista Mineira de Engenharia - 20ª Edição

De acordo com a secretária de Estado de Desenvol-

vimento Econômico de Minas Gerais, Dorothea Wer-

neck, tratamento tributário diferenciado e, ainda,

regras transparentes são pontos importantes para a

decisão dos investidores que se interessam no poten-

cial energético do Estado. “Temos agilidade para os in-

vestimentos em parceria

com a Secretaria de Estado

do Meio Ambiente”, adianta.

O sucesso do Programa mi-

neiro é mostrar que os inves-

timentos já estão se tornando

realidade. Há que se conside-

rar, também, que o governo

de Minas observou experiên-

cias similares para construir

uma proposta melhor.

O anúncio do Programa Mi-

neiro de Energias Renováveis

– Energias de Minas repre-

senta o atendimento de rei-

vindicações dos empresários e investidores do setor.

A resposta será a oferta em escala de produtos com-

petitivos para o mercado estadual e nacional, como

adianta o presidente da Tecnometal, Marcelus Araújo.

“Estamos analisando a possibilidade de ter mais uma

unidade de negócios independente no Estado para fa-

bricação de placas fotovoltaicas”, adianta. Atualmente,

essa planta tem sede em Campinas (SP), mas o pacote

de incentivos do governo mineiro pode culminar na

sua transferência para Minas.

Para o empresário, o Programa representa visão de

futuro promissor para os negócios do setor, o que vai

afetar o plano de crescimento da companhia. “Se há

uma linha de financiamento, isso é importante para

quem vai investir. Da mesma forma, a compra da ener-

gia excedente. Vamos analisar o Programa com mais

profundidade para tomar as

decisões”, destaca.

O Norte de Minas é uma área

cogitada pela Tecnometal para

a nova planta, por se tratar de

região da Sudene. A geração

de empregos também é um

diferencial.

Outro empresário que, desde

o primeiro momento, está

entusiasmado com o Pro-

grama é o presidente da

Companhia Energética Inte-

grada (CEI), Romero Ferreira.

A companhia mineira já tem

investido no potencial do Estado há alguns anos, nas

áreas hídrica e solar. Atualmente são nove usinas no

Estado.

“O Programa é fundamental para o desenvolvimento

do setor. Quando se fala em setor privado e em in-

vestimentos de infraestrutura, são projetos de longo

prazo que demandam incentivos do governo e garan-

tias de que as regras são claras e não serão mudadas”,

justifica.

15

Dorothea Werneck,

secretária de Estado

de Desenvolvimento

Econômico de Minas Gerais

O Programa é fundamental para

o desenvolvimento do setor.

Quando se fala em setor privado e

em investimentos de infraestru-

tura, são projetos de longo prazo

que demandam incentivos do

governo e garantias de que as regras

são claras e não serão mudadas

““

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Page 16: Revista Mineira de Engenharia - 20ª Edição

16

A empresa já desenvolveu traba-

lhos em parceria com o governo

do Estado. O próximo projeto é

uma usina solar com potencial de

3 MW no Jaíba, Norte de Minas. A

escolha do local deve-se a carac-

terísticas técnicas, de radiação e,

também, das redes de conexão

disponíveis. O início da operação

deve ser entre o final de 2014 e

início do ano seguinte. O aporte

estimado é de R$ 30 milhões.

O empreendimento deve gerar 80

empregos na região e entre 160 e

200 para profissionais de outros

locais, nas áreas de Engenharia,

meio ambiente e planejamento.

“Envolve muita gente”, avalia o

empresário. A usina também será

um ponto de P&D que testará

tecnologias de outros países que

ainda não foram usadas no Brasil.

A empresa espanhola Solaria é

outra companhia que já demons-

trou interesse pelo potencial

energético de Minas Gerais. O

diretor da unidade brasileira, Ale-

jandro Beas, reafirma o interesse

no Estado, para duas áreas de ne-

gócios diferentes mas que têm in-

teresses em comum.

A primeira delas é uma fábrica de

células e módulos fotovoltaicos,

mediante investimento de US$ 50

milhões e US$ 100 milhões. A

outra, uma usina de geração de

energia solar, prevê aporte de R$

200 mil para cada 30 MW. O po-

tencial da região é 1 GW. “Seria

uma indústria brasileira com

know-how espanhol. Ao criar as

fábricas de lógica avançada, usare-

mos o Brasil como centro para a

América Latina”, projeta.

Como se trata de um projeto a

longo prazo, o incentivo do go-

verno mineiro faz toda a diferença,

segundo Baes.

Por ter matriz energética 86%

limpa, o Brasil ainda não desper-

tou para a necessidade de investir

em fontes alternativas. Nesse ce-

nário, Minas Gerais tem demons-

trado posicionamento distinto. O

presidente da Sociedade Mineira

de Engenheiros (SME), Ailton Ri-

caldoni, que esteve na cerimônia

de lançamento do Programa tam-

bém apoia a proposta. “O Pro-

grama Mineiro de Energias Reno-

váveis – Energias de Minas

confirma o pioneirismo de Minas

Gerais na produção de energia

limpa no país. Trata-se de uma ini-

ciativa fundamental, o ponta pé

inicial, para a implementação de

um parque gerador de energia re-

novável em nosso Estado, que é

muito bem servido de fontes de

energia solar, eólica, biomassas,

biogás e hídrica”, analisa.

Além disso, “o Programa tem

forte estímulo econômico porque

vai atrair a implantação de indús-

trias que vão gerar, consequente-

mente, trabalho e renda. Outro

aspecto importante dentro do

programa anunciado pelo vice-go-

vernador Alberto Pinto Coelho, é

o apoio à pesquisa e à capacitação

técnica que são essenciais para

atender as necessidades de um

projeto desse porte. Por todos

esses elementos, creio que deve-

mos comemorar a iniciativa do

governo que, em outras palavras,

significa desenvolvimento para

Minas Gerais”, confirma.

ENERGIAS DE MINAS

Ailton Ricaldoni,presidente da Sociedade Mineira de Engenheiros (SME)

O Programa tem forte estímulo econômico porque vai atrair a

implantação de indústrias que vão gerar trabalho e renda. Além

do opoio à pesquisa e à capacitação técnica que são essenciais

para atender as necessidades de um projeto desse porte, em

outras palavras, significa desenvolvimento para Minas Gerais

INNOVSolução inovadora do Monotrilho-Metrô aprimorar bairros emrapidamente a cond

INNOVIA é uma marca comer

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Page 17: Revista Mineira de Engenharia - 20ª Edição

INNOVIASolução inovadora de transporte de alta capacidade, o Monotrilho-Metrô BOMBARDIER INNOVIA vai aprimorar bairros em São Paulo e melhorar rapidamente a condição de vida dos Paulistanos.

SISTEMA INNOVIAMONOTRILHO 300

INNOVIA é uma marca comercial da Bombardier Inc. e de suas filiais.

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Page 18: Revista Mineira de Engenharia - 20ª Edição

18

A sociedade possui grandes desafios para a construção do fu-

turo: o crescimento da população e as questões associadas

(suprimento de: alimentos, água e energia; mobilidade; desti-

nação de resíduos; urbanização) a crescente demanda por

energia, com emissão de gases de efeito estufa – GEE e o con-

sequente aquecimento global. O modelo econômico mundial

é totalmente dependente de combustíveis fósseis e, se ainda

somos uma “ilha renovável” em um mundo não renovável, ca-

minhamos no sentido contrário à sustentabilidade. Os recur-

sos disponíveis no planeta não se renovam ou se recuperam,

podendo levar a um cenário de esgotamento. É interessante

observar que a questão energética perpassa por todos esses

desafios, uma vez que nosso modelo de desenvolvimento é

fortemente focado no crescimento da exploração dos recur-

sos naturais, notadamente energéticos, indicando não so-

mente a sua importância, como também a sua complexidade.

Bill Gates apresenta em uma visão simples, mas ao mesmo

tempo muito interessante e ilustrativa, a relação entre o

meio ambiente e a energia.

Postula que a emissão de GEE depende de quatro fatores: a

quantidade de indivíduos na Terra (população), a quantidade

de serviços consumidos por cada indivíduo (conforto), a

quantidade de energia consumida para produzir uma unidade

de serviço (eficiência energética) e a quantidade de GEE por

unidade de energia produzida (energia renovável).

Como não é razoável esperar uma interrupção no cresci-

mento da população em futuro próximo, e nem a redução

do nível de conforto esperado/consumido por indivíduo,

resta o binômio Energias Renováveis/Eficiência Energética

na base das soluções factíveis para se lidar com as questões

da energia, meio ambiente e sociedade. Agrega-se a essa base,

ainda, a tecnologia, constituindo-se no paradigma moderno

para a humanidade. A Cemig realizou entre os anos de 2009-

2012 um estudo de alternativas energéticas, que resultou na

publicação do livro: Alternativas Energéticas:

Alternativas Energéticas

Ver: http://www.thegatesnotes.com/Topics/Energy/Innovating-to-Zero-Emissions

Download: http://www.cemig.com.br/pt-br/A_Cemig_e_o_Futuro/inovacao/Alternativas_Energeticas/Paginas/default.aspx

Cláudio Homero Ferreira da Silva, Ph.D. | [email protected]

Alexandre Francisco Maia Bueno, engenheiro | [email protected]

ARTIGO | ENERGIA

UMA VISÃO CEMIG

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Page 19: Revista Mineira de Engenharia - 20ª Edição

19

• PETRÓLEO: quando a tecnologia de extração permi-

tir a exploração das jazidas do pré-sal em quantidades

econômicas, haverá certamente, no Brasil, um grande

incentivo para o seu uso;

• GÁS NATURAL: como fonte fóssil de menor impacto

e com crescente utilização, se configura como uma

opção de negócios em energia e em eletricidade; as mo-

dernas tecnologias de exploração de shale gás aumen-

taram a oferta e reduziram os custos deste energético,

o que também é esperado no Brasil;

• GEOTÉRMICA: devido às características dos solos e

da geologia do Brasil, não se vislumbra possibilidade

de utilização, na forma das tecnologias convencionais.

Entretanto nos locais onde exista tal potencial, ele se

mostra vantajoso ao ser utilizado;

• OCEÂNICA: acena para um futuro promissor, estando

atualmente em estágio inicial de desenvolvimento.

• NUCLEAR: os riscos associados com essa fonte a colo-

cam como uma incógnita, que exigirá muita discussão por

parte da sociedade. Entretanto, trata-se o desenvolvi-

mento tecnológico associado aponta para um futuro onde

a questão energética pode não ser mais um problema.

• HÍDRICA E EÓLICA: estas fontes já se constituem em

negócios maduros em energia elétrica;

• BIOMASSA/RESÍDUOS: estes energéticos se constituem

em oportunidades de negócios no Brasil;

• SOLAR: tecnologia razoavelmente madura no exte-

rior, ainda encontra-se em estágio inicial de exploração

econômica no Brasil; seu desenvolvimento na Europa,

calcado em fortes incentivos e subsídios governamen-

tais, não deve repetir-se no Brasil, visto que não temos,

como lá, o grande apelo da sustentabilidade (mais que

90% da energia elétrica produzida no Brasil já é de ori-

gem renovável);

• EFICIÊNCIA ENERGÉTICA: a energia mais barata é

aquela que foi economizada. Fazer mais como a mesma

quantidade de energia parece ser o grande desafio e a

grande oportunidade do futuro; estudos diversos

apontam para grandes oportunidades no setor;

Tecnologia e Inovação são os conceitos que possibilitarão

a transformação da relação entre a humanidade e a ener-

gia, modificando as relações entre conforto, energia e

emissões de GEE.

Este estudo possibilitou a elaboração do Mapeamento

de todas as possíveis fontes e usos finais de Energia,

bem como nas cadeias de transformação/conversão.

Trata-se de um retrato de um momento na história do

desenvolvimento tecnológico. As contribuições da ciên-

cia, tecnologia e inovação modificam as cadeias de

transformação, com repercussão sobre a configuração

desse mapa, exigindo disciplina no seu acompanha-

mento, não sendo, entretanto, esperadas a inclusão de

novas fontes de energia primária ou de novas formas

de uso final. Esse mapa se constitui em um ponto de

referência, onde é possível, além de vislumbrar opor-

tunidades, realizar reflexões associadas a realidade em-

presarial, de Estados, do País e do mundo:

Por tratar-se de uma questão complexa,

como muitas variáveis, a solução por

consequência não pode ser simples.

Desta forma, é esperado que lidar com

a construção do sistema energético do

futuro envolva: formação de recursos

humanos, formação de cientistas e de-

senvolvimento de ciência, desenvolvi-

mento tecnológico, industrial e cultural,

além da incorporação da segurança

energética e da sustentabilidade em

todas as discussões que envolvam a pro-

dução, transporte e consumo de ener-

gia. Por isto, os sistemas energéticos do

futuro serão construídos pela sua viabi-

lidade econômica e ambiental, configu-

rando-se em soluções que exploram as

potencialidades locais e atendam aos re-

quisitos de sustentabilidade. Sob esse

ponto de vista, todas as possibilidades

de fonte, transformação e uso se cons-

tituem em opções, ou alternativas ener-

géticas para o futuro da humanidade.

Mapeamento de Fontes Primárias, Usos Finais e Cadeias de Transformação da Energia:

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ENTREVISTA | OZIRES SILVA

Há certas pessoas que dispensam

apresentações. Quem acompanha

a história do país, sem dúvida, já

deve ter encontrado o nome do

coronel da Aeronáutica e enge-

nheiro formado pelo Instituto Tecnológica da Aero-

náutica (ITA), Ozires Silva, em muitos momentos

importantes do desenvolvimento nacional, com espe-

cial foco para a indústria aeronáutica.

Foi ele que coordenou a equipe responsável pelo

projeto e construção do avião Bandeirante. O enge-

nheiro foi, também, em 1969, o líder do grupo res-

ponsável pela criação da Embraer, considerada uma

das maiores companhias aeroespaciais do mundo.

Ele presidiu a empresa até 1986 quando aceitou o

desafio de comandar a Petrobras, até 1989.

No ano seguinte, assumiu o Ministério da Infraestru-

tura do governo de Fernando Collor de Melo mas re-

tornou à presidência da Embraer em 1991, para

desempenhar papel decisivo no processo de privati-

zação da companhia, concluído em 1994. Ozires Silva

também foi presidente da Varig por três anos, criou a

Pelo Nova Biotecnologia, primeiro fruto da Academia

Brasileira de Estudos Avançados, empresa focada em

saúde humana cuja missão é pesquisa, desenvolvi-

mento e produção de tecnologias inovadoras na área

de regeneração e engenharia tecidual.

Com tanta experiência acumulada, o engenheiro

acabou “conquistado” pela Educação. Presidente do

Conselho de Administração da Ânima Educação e

Cultura, Silva tomou posse como reitor do Centro

Universitário Monte Serrat (Unimonte) em 2008.

Além do trabalho, ele também alimenta o seu blog -

http://www.blogdoozires.com.br/ozires/ - e mostra

conhecimento apurado sobre a realidade nacional. E

assim, continua a participar e opiniar sobre os rumos

do País.

Nesta entrevista à Revista Mineira de Engenharia,

Ozires Silva fala sobre inovação, competitividade e

sobre os desafios do Brasil.

Ozires Silva fala sobre inovação, competitividade e os desafios do Brasil.

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rizz

a C

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cante

- C

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a dos

deputa

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Como o Sr. analisa a capacidade

de inovar do Brasil?

Infelizmente, o Brasil está mal. Re-

centemente um pesquisador

criou um indicador para apontar

onde o Brasil se situa em termos

de inovação em um cenário de 40

países divididos em três níveis de

desenvolvimento tecnológico:

alto, médio e baixo. O Brasil ficou

com a 38ª posição no ranking

geral, com excelência tecnológica

de baixo nível, o que tem impe-

dido que o país ocupe posição de

destaque que tanto almeja.

Tem países que têm uma taxa pe-

quena, mas a média geométrica

determina a aceleração dessas

economias. A Coréia do Sul vai

atingir 20% de aceleração. A Tur-

quia, 23% porque lá, embora o

nível tecnológico seja baixo, o

crescimento tem sido rápido. O

Brasil está com menos que 6%.

Embora haja exceções, essa média

representa um risco para o futuro

do país. Os jovens das próximas

gerações podem viver em um país

mais pobre que agora porque nós

não estamos fazendo a nossa

parte.

Não é preciso muito para consta-

tar que o mundo está vivendo

momentos extraordinários de

competência e cultura avançados.

Os produtos que estão chegando

para nós são os mais completos e

sofisticados, permitindo serviços

inimagináveis há algumas décadas.

Um exemplo é o telefone celular.

O mundo está avançando. Se

olharmos os mecanismos de estí-

mulo à ciência e tecnologia, boa

parte vem do governo e apenas

para instituições públicas, quando

80% dos estudantes de graduação

estão matriculados em escolas

privadas e alheios à pesquisa.

A condição para o desenvolvi-

mento nacional é hostil. Nas ins-

tituições oficiais, as pesquisas em

curso nem sempre respondem às

necessidades do país. É preciso

rever essa situação que tem ge-

rado um problema conceitual, já

que inovação no Brasil é o que se

importa de outros países. As em-

presas estão preferindo comprar

licenças de inovação que criar

seus próprios produtos. A Em-

braer, por exemplo, tem sido re-

cordista nessa metodologia.

Por outro lado, a distância entre

o governo e a sociedade tem

aumentado. Os governantes de-

cidem fazer tudo como querem

e bem entendem, sem ouvir a

população.

Como é possível mudar esse

cenário?

Democratizar as decisões é o pri-

meiro passo. Veja como as coisas

têm acontecido. Até nos projetos

culturais é preciso pedir autoriza-

ção do governo. No resto do

mundo, incentivos para a educa-

ção, ciência e tecnologia são li-

vres. O sujeito aplica e comprova

por meio contábil e tem dedução

no Imposto de Renda (IR).

A cultura governamental quer

controlar todo mundo, mas a na-

tureza consagrou a diversidade.

Não podemos nos

colocar na competição

mundial como um povo

que peca pela inércia e

por ser um seguidor das

tendências internacionais

de cultura e de

empreendedorismo.

O que prevalece no

Brasil é a existência

de clima legal de

restrições normativas e

regulamentares,

pavimentadas por um

grande preconceito das

autoridades, em relação

às iniciativas privadas.

““

Foto

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22

ENTREVISTA | OZIRES SILVA

A diversidade tem que ser

aceita como realidade da vida.

Se não tem duas coisas iguais,

porque o governo quer fazer

todos iguais e controlar a

todos?

Sinceramente, temos que

mudar porque estamos cor-

rendo um risco muito grande.

É preciso “descolar” dessa de-

pendência do setor público.

As empresas deveriam decidir

em investir em inovação por

conta própria. No entanto, nin-

guém quer aplicar recurso de

risco para fazer produtos. O

risco tem que ser corrido pela

empresa e seus funcionários.

As empresas precisam com-

preender que a inovação deve

ser parte da sua rotina diária,

da necessidade de criar novos

produtos e sair na frente para

conquistar o mercado e não

um assunto a ser discutido

com a academia. As universida-

des são coadjuvantes imporan-

tes mas apenas coadjuvantes.

O que é inovação para o Sr?

Os americanos preconizam

que inovação é a criação que

se transforma em produto e

resultado para a sociedade.

Por isso, é preciso discernir

entre inovação e pesquisa de

inovação. Há muitas pesquisas

sendo feitas mas os resultados

ainda são muito pequenos. O

recurso aplicado nessa área é

praticamente igual ao que a

Coréia do Sul destina. Lá, o de-

senvolvimento de tecnologias

justifica-se pelo atendimento

das necessidades da indústria

e da sociedade.

Basta lembrar que a Coréia do

Sul tem, hoje, marcas de peso

no mercado mundial. O carro

do ano nos Estados Unidos

neste ano foi o Hyunday HB20

repetindo a performance do

ano passado com o Hyunday

Elantra.

O que a sua experiência, como

engenheiro e ex-gestor de

áreas estratégicas para a eco-

nomia nacional, aponta como

caminho para que o Brasil seja

um país mais inovador?

O Brasil, pelos seus cidadãos,

os brasileiros, não é diferente

de muitos países no mundo. Há

nos brasileiros um interesse

pela novidade e pelo empreen-

dedorismo, isso bem compro-

vado por recente pesquisa,

realizada pelo Banco Mundial

(www.doingbusiness.com ), de-

monstrando o grau de criativi-

dade que funciona entre nós.

Portanto, não podemos nos

colocar na competição mundial

como um povo que peca pela

inércia e por ser um seguidor

das tendências internacionais

de cultura e de empreendedo-

rismo. O que prevalece no

Brasil é a existência de clima

legal de restrições normativas

e regulamentares, pavimenta-

das por um grande precon-

ceito das autoridades, em

relação às iniciativas privadas.

Isso, de um modo afasta os em-

preendedores que, quando vê

o difícil caminho a percorrer

nos corredores das reparti-

ções públicas, somados às dú-

vidas e as dificuldades a vencer

para colocar um novo produto

ou serviço no mercado, produz

nos investidores uma reação

de desistir, em muitas de suas

idéias. A consequência direta,

que prevalece entre nós, não é

a de pesquisar ou de se arriscar

a tentar lançar-se na produção

de resultados de pesquisas do-

mésticas.A solução, na maioria

dos casos, é buscar tecnologias

externas, provadas nos merca-

dos estrangeiros, e comprar os

direitos para replicá-las no

Brasil.

Estas soluções são favorecidas

pelo mais comum dos com-

portamentos dos nossos con-

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Page 23: Revista Mineira de Engenharia - 20ª Edição

23

sumidores de favorecer, nos mo-

mentos de compra, produtos im-

portados. Podemos ainda incluir a

tendência bem brasileira de investir

pouco e aspirar rendimentos altos

no curto prazo. Mas, isso pode ser

uma das consequências de um

clima difícil para empreender no

Brasil.

O Sr. falou que é preciso indepen-

dência para investir em inovação.

No entanto, as empresas sempre

buscam recursos públicos para esse

tipo de projeto. Como mudar isso?

Na realidade, minha colocação foi

em relação à liberdade que é neces-

sária para gerar um clima de inova-

ção na sociedade. Por outro lado,

também temos de reconhecer que

recursos públicos para pesquisas,

desenvolvimento e investimentos,

são práticas internacionais, prova-

das como importantes, da mesma

maneira como legislações de estí-

mulo para com os interessados do

setor privado.

Os Estados Unidos aparecem no

mundo como a nação mais criativa,

com grande destaque entre todos

os outros países. Isso motivou

muito o setor privado a avançar no

caminho do risco dos empreendi-

mentos. Lá, temos o exemplo mar-

cante, na Califórnia que, com

expressivo destaque, absorve da

ordem da metade de todo o capital

de risco disponibilizado no país.

Na Califórnia prevalecem as ativi-

dades das chamadas “Venture Ca-

pital Companies” que, movidas pela

disposição de importantes segmen-

tos da população para investir,

muito contribuiram para a criação

de um Vale do Silício, da maior in-

dústria cinematográfica do mundo,

da expressiva participação nas in-

ciativas nos serviços de comunica-

ção global, etc.

Na Engenharia, inovação é condi-

ção básica para tudo. Como os en-

genheiros podem atuar de forma

inovadora? O Sr. considera que os

engenheiros que estão hoje no

mercado são inovadores? Por que?

É real a tendência dos engenheiros

de inovar e, é curioso observar na

atualidade, mesmo no Brasil, que

muitos dos alunos dos últimos

anos dos cursos de Engenharia têm

procurado criar seu próprio negó-

cio, no lugar de simplesmente bus-

car os empregos que lhes são

oferecidos pelas empresas. Esta é

uma tendência recente, e que está

sendo incrementada, que, eu, nos

meus tempos de graduação, não

observava entre meus colegas de

turma.

Hoje, pode-se constatar que mui-

tos dos recém-formados, quando

não conseguem materializar o

sonho do negócio próprio, por

falta de recursos financeiros ou

por outras razões, acabam contri-

buindo com sua criatividade e

propensão para inovação, nas em-

presas que os contratam.

Cabe aos empresários, ouvi-los,

apoiá-los e entusiasmá-los, pois de

um momento para o outro,

acende-se uma centelha de opor-

tunidade pode ser melhor aprovei-

tada para expressivos resultados

das próprias empresas.

É preciso rever essa situação que tem gerado

um problema conceitual, já que inovação no

Brasil é o que se importa de outros países. As

empresas estão preferindo comprar licenças

de inovação que criar seus próprios produtos.

““

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24

ENTREVISTA | OZIRES SILVA

Como o Brasil pode se tornar mais competitivo?

Este é um tema extremamente discutido entre as

empresas em operação no Brasil e bastante fo-

cado pelas associações de classe. É conhecida a

intensidade com que elas, sob a liderança da CNI

– Confederação Nacional da Indústria, trabalham

na direção do Governo e das entidades do sis-

tema financeiro, para identificar possibilidades de

estímulos ou de disponibilidade de capital de risco

para dar origem a novos empreendimentos.

Muitos empresários informam que suas empresas

são mundialmente competitivas até a porta de

saída da fábrica, mas perdem essa qualidade quando

enfrentam os impostos e a miríade de custos, lide-

rados pelos de logística e os de distribuição.

Como aproximar os estudantes de Engenharia da

área de Pesquisa?

A pesquisa na área acadêmica não é um tema fácil

de discutir. Nos dias correntes, a maioria dos gra-

duandos do ensino superior estuda em universi-

dades e faculdades privadas, que pagam impostos

e taxas, como se fossem empresas comuns, en-

quanto os alunos das escolas oficiais nada pagam.

Outros custos e a ausência de estimulos gover-

namentais e de demanda do setor empresarial,

como acontece para as entidades de ensino supe-

rior dos governos, pouco têm de reserva finan-

ceira para suprir as necessidades dos projetos de

pesquisas e desenvolvimento (P&D), hoje muito

mais sofisticados e necessitando de laboratórios

e mão-de-obra qualificada.

Em qualquer comparação que se faça, em relação

em países de maior sucesso, destacando-se mo-

dernamente a Coréia do Sul e a China, observa-

se que o tratamento recebido pelas escolas, esses

dois itens, isenção de impostos e taxas, além de

políticas financeiras destinadas a promover as ati-

vidades de P&D, têm produzido resultados bem

diferenciados em relação ao Brasil.

Como exemplo, graças aos incentivos oficiais, ins-

tituídos há quase 100 anos nos Estados Unidos, a

Universidade de Stanford, da California, coletou

como doações e auxílios diversos do setor pri-

vado, cerca de US$ 2 bilhões em 2012. E isso tem

se repetido em todos os anos e, como divulgado

pelos dirigentes, com tendências a crescer. Quase

todos esses recursos são voltados para as ativi-

dades de P&D resultando num acervo importante

para a melhoria dos currículos escolares e dos

processos de ensino, estimulando por consequên-

cia os próprios estudantes.

Muitos empresários informam que suas empresas são mundial-

mente competitivas até a porta de saída da fábrica, mas perdem

essa qualidade quando enfrentam os impostos e a miríade de

custos, liderados pelos de logística e os de distribuição.

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Empresários e profissionais do

setor de Engenharia e autori-

dades se reuniram no último

dia 11 de junho, no auditório

da Companhia Energética de Minas Ge-

rais (Cemig) para a solenidade de en-

trega da Medalha Lucas Lopes, honraria

instituída pela Sociedade Mineira de En-

genheiros (SME) em 1995 para home-

nagear os engenheiros que têm atuação

de destaque no segmento de Energia.

Neste ano, o agraciado foi o engenheiro

eletricista e diretor de Desenvolvi-

mento de Negócios da Cemig, Fer-

nando Henrique Schüffner Neto.

O presidente da SME, Ailton Ricaldoni

Lobo, destacou a importância da Cemig

como referência global na área de ener-

gia e o empenho e competência do ho-

menageado na direção da empresa. “Na

sua trajetória profissional, como enge-

nheiro e dirigente, as qualidades humanas

e técnicas e o desempenho, sem reparos,

que contribuíram para colocar a Cemig

no posto em se encontra hoje: um dos

mais sólidos e importantes grupos do

segmento de energia do Brasil. Portanto,

a outorga da Medalha Lucas Lopes ao

engenheiro eletricista, Fernando Henri-

que Schüffner, cuja trajetória brilhante

merece o reconhecimento da comuni-

dade mineira, é mais do que justa”.

O agraciado recebeu o diploma das

mãos do chanceler da Medalha, Flávio

Marques Lisbôa Campos, que reafirmou

a trajetória invejável desse mineiro do

Vale do Mucuri, nascido na zona rural de

Teófilo Otoni, cidade que ficou conhe-

cida como a Capital das Pedras Precio-

sas, ou melhor, dizendo, das pedras e das

pessoas preciosas, como dizem orgulho-

samente os seus cidadãos. Em seu dis-

curso, ele enfatizou a primorosa

preparação acadêmica e profissional do

homenageado, hoje um dos executivos

de destaque da Cemig.

Na mesma linha, o presidente da Cemig,

Djalma Morais, disse a dedicação e com-

petência de Fernando Schüffner à frente

da empresa que, por mais um ano, foi

parceira da SME para a realização da so-

lenidade. “Receber a condecoração da

Medalha Lucas Lopes é muito impor-

tante para qualquer engenheiro, espe-

cialmente, para os profissionais da

Cemig, uma vez que ele deu início a essa

concessionária. Além disso, a Sociedade

Mineira de Engenheiros é uma das maio-

res entidades de classe e muito impor-

tante para a categoria, uma vez que ela

tem papel fundamental na formação pro-

fissional, implementação das políticas de

desenvolvimento e focada no desenvol-

vimento integral dos seus membros”.

Em seu discurso de agradecimento, o

engenheiro eletricista Fernando Henri-

que Schüffner Neto, emocionado, disse

que sua carreira na Cemig se deve à

contribuição de diversas pessoas que o

ajudaram e fez agradecimento especial

ao ex-deputado federal Aécio Cunha, já

falecido. Observou ainda que o fato de

ser natural do Vale do Mucuri e ter de-

sempenhado quase que integralmente

sua carreira na Cemig guarda uma rela-

ção especial. “Teófilo Otoni é para mim,

como a nascente, de onde brotam as

águas ainda cristalinas e puras, e a

Cemig, o porto seguro para onde elas se

encaminham”.

O engenheiro disse, ainda, que “é uma

grande felicidade receber a condecora-

ção que tem como patrono o enge-

nheiro Lucas Lopes, que deu início a essa

corporação à qual tenho orgulho de per-

tencer e a honra de dirigir, com a missão

de participar diretamente da expansão e

ampliação de suas atividades no Brasil e

também no exterior”, concluiu.

26

MEDALHA

LUCAS LOPESSME

SME outorga Medalha Lucas Lopes a Fernando Henrique Schüffner Neto

Foto

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ola

n.

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27

José da Costa, Olavo Machado

e Ailton Ricaldoni

Edson Pereira, Idalmo Sales, Fernando Schüffner

e Ricardo Rocha

Ênio Brandão, João Alberto, Fernando

Schüffner e José Melhim Gatas

Ana Elisa, Ailton Ricaldoni, Gilman Viana

e Flávio Campos

João Camilo Penna, Ailton Ricaldoni, Olavo Machado e José Ciro

Fernando Schüffner, Fábio Tito, José da Costae Francisco Soares

Deputado Gustavo Correa, Fernando

e Luciana Schüffner (esposa) e Ricardo Veloso

Flávio Campos, chanceler da Medalha,

entrega diploma a Fernando Schüffner

Solenidade no auditório da CEMIG

mais de 400 convidados

Fernando Schüffner recebe a medalha das mãos

do presidente da SME, Ailton Ricaldoni

Fernando Schüffner e presidente da

Eletrobras, José da Costa Carvalho

Patrocínio Apoio Realização

opes er Neto

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HOMENAGEM | MEDALHA LUCAS LOPES

28

Heloisa Paiva, Ana Elisa Lobo, José da Costa, Sônia Lemos Ferreira,

Márcia Tito e Maria Eugênia Araújo.Angela Alvarenga, Fernando e Luciana Schüffner

e Carlos Eloy

Sylvio (pai), Diva (mãe),

Fernando Schüffner e Telma Soraya Rocha

Flávio Neiva, José Ciro, Otávio Werneck e Francisco Soares

Henrique, Fernando, Luciana e João Vitor ( família Schüffner )

Homenageado e familiares na cerimônia de entrega da Medalha Lucas Lopes

José Ciro, Ailton Ricaldoni, José Luiz Nobre, Fernando Schüffner, João

Márcio Siqueira e José Melhim Gatas

Gilman Viana, Olavo Machado, Carlos Eloy,

Fernando Schüffner e Levindo Coelho

Fernando Schüffner e Guy Villela

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Page 29: Revista Mineira de Engenharia - 20ª Edição

29

“É inequívoco afirmar que, para a Cemig possuir o expressivo histórico, foi fundamental a com-

petência do visionário dirigente Lucas Lopes e, no decorrer de mais de seis décadas de exis-

tência fez-se necessária a atuação de profissionais de altíssimo nível, como a do engenheiro

Fernando Henrique Shüffner Neto.

Fernando Shüffner é merecedor dessa honrosa homenagem, pois sua trajetória é marcada por

muita luta, compromisso, profissionalismo, competência técnica e, sobretudo, pela valorosa con-

tribuição no desenvolvimento de importantes ações para o fortalecimento dessa empresa que

é um orgulho para Minas Gerais.

Em nome do Governo de Minas cumprimento os membros do Conselho da Medalha Lucas

Lopes pela feliz escolha do nome de Fernando Shüffner, e à diretoria da Sociedade Mineira de

Engenheiros pelo permanente trabalho de valorização do profissional da Engenharia”.

REPERCUSSÕES

Danilo de Castro, secretário de

Estado de Governo de Minas

Gil

Leo

nar

di

Diretor-Presidente da Renova

Energia, Mathias Becker

Olavo Machado Jr.,

Presidente do

Sistema Fiemg

Victório Duque Semionato,

vice-presidente de Engenharia

da Mendes Júnior Trading e

Engenharia S.A.

“A entrega da Medalha Lucas

Lopes pela Sociedade Mineira

de Engenheiros tem muitos sig-

nificados – todos relevantes

para Minas Gerais. Em primeiro

lugar, nos propicia revisitar a

vida e a notável obra de Lucas

Lopes, nos permite comemorar

o aniversário da CEMIG e nos

dá a oportunidade para home-

nagear a engenharia e os enge-

nheiros mineiros como fez este

ano ao outorgar a Medalha

Lucas Lopes ao engenheiro

Fernando Henrique Schüffner.

“A Medalha Lucas Lopes reconhece a importância dos engenheiros para o desenvolvimento

do Brasil especialmente para a construção da indústria de energia do País, uma das mais limpas

e eficazes do mundo. A singular capacidade técnica e científica da Engenharia transcende o

campo técnico e tem gerado soluções que revolucionaram a sociedade moderna e transfor-

maram o Brasil em um País melhor.

É uma honra para a Renova Energia contribuir pelo segundo ano consecutivo com a realização

da Medalha Lucas Lopes, que premiou em 2013, por sua brilhante trajetória, o engenheiro Fer-

nando Henrique Schüffner Neto, o qual a empresa tem o privilégio de ter como conselheiro.

Somos testemunhas em primeira mão do impacto positivo da visão e a da capacidade excep-

cionais deste profissional para o progresso da sociedade brasileira.”

“A Medalha Lucas Lopes

homenageia aqueles que

buscam a excelência em

engenharia.Esse é um dos

valores da Mendes Júnior e

um dos motivos pelo qual

a empresa apoia essa im-

portante iniciativa da SME.

O engenheiro Fernando

Henrique Schüffner Neto,

agraciado este ano,tem em

sua trajetória profissional a

prática desse valor.”

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Page 32: Revista Mineira de Engenharia - 20ª Edição

MESTRES DA ENGENHARIA | EDSON DURÃO JÚDICE

Depois de 65 anos de docência na

Universidade Federal de Minas Gerais

e na Pontifícia Universidade Católica

de Minas Gerais (PUC Minas) o pro-

fessor Edson Durão Júdice, 88 anos,

chamado de mestre por seus pares e

ex-alunos, decidiu aposentar-se defi-

nitivamente. Há mais de 10 anos ele

prolongava a sua permanência na ins-

tituição, onde também deu aulas para

os cursos de Arquitetura e Economia.

“Creio que já tenho o direito de

descansar um pouco nesse tempo

que ainda me resta. Por isso preferi

encerrar meu contrato de trabalho.

Só o fato de não ter que me deslo-

car de casa para a universidade, vá-

rias vezes por semana, no atual

trânsito infernal das nossas ruas, já

é uma ótima vantagem. Além disso,

disponho de muito tempo para ler,

estudar, escrever, ouvir música,

enfim, viver agradavelmente. Estou

gostando de tudo isso e até agora

não me arrependi”, justifica-se.

Na verdade, a história do mestre

Edson Durão Júdice começou na

Escola de Engenharia da Universi-

dade de Minas Gerais (hoje

UFMG), ao receber o Prêmio

Artur Guimarães (medalha de

ouro), como o melhor aluno da

turma de Engenharia Civil de 1948.

A docência chamou um ano antes

da formatura, quando foi convi-

dado para dar aulas de Matemática

em um cursinho pré-vestibular. Na

época, ele conhecia o programa e,

por gostar da matéria, aceitou o

desafio. Com o tempo, viu que a

“aventura” deu certo porque os

alunos estavam aprendendo o

conteúdo e, o que é melhor, pas-

saram a gostar da matéria.

Depois, passou para o ensino

médio no Colégio Marconi. Lá, en-

sinou Física e Matemática para os

alunos do terceiro ano. Uma vez

graduado, não podia dar aulas para

o ensino secundário oficial porque

não cursava nenhuma licenciatura

e também não conseguiu ser con-

tratado como professor assistente

na Escola de Engenharia porque

não havia recursos disponíveis.

Assim, dedicou-se à Engenharia e

foi trabalhar na antiga Companhia

Siderúrgica Belgo-Mineira, como

engenheiro do Departamento de

Mineração e Sinterização na usina

de João Monlevade. No final de

1949, aconteceu a federalização

da UMG e foram abertas vagas

para professores.

Ele foi lembrado pelo então diretor

da Escola de Engenharia, Mário

Werneck, que o convidou para ser

professor assistente junto à cátedra

de Geometria Analítica e Projetiva,

regida pelo também mestre, Chris-

tovam Colombo dos Santos. Essa

relação duraria 12 anos. “Além de

muita Geometria, aprendi preciosas

lições de vida”, lembra.

Em 1950 ele alternou-se entre Belo

Horizonte João Monlevade, onde

preparou o substituto para sua

vaga. De volta a capital em caráter

definitivo, o engenheiro foi convi-

dado pelo professor Ivon Leite de

Magalhães Pinto, para ser professor

assistente na Faculdade de Ciências

Econômicas, nas cadeiras de Mate-

mática do curso de Economia.

Pela competência e interesse, ele

ascendeu na carreira e chegou a

professor catedrático de Geome-

tria Analítica e Projetiva, em 1962.

Ele foi, também, o primeiro chefe

do Departamento de Matemática

do Instituto de Ciências Exatas da

UFMG (ICEX-UFMG).

Júdice entrou na PUC Minas em

1966, onde lecionou diversas disci-

plinas de Matemática nos cursos de

Engenharia, Economia e Arquitetura.

Na instituição, ele foi diretor do

IPUC e também chefiou os departa-

mentos de Ciências Básicas e de

32

Com competência e interesse,

ele ascendeu na carreira docente

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Page 33: Revista Mineira de Engenharia - 20ª Edição

Engenharia Civil. Durante alguns anos,

o professor prestou serviço para a

Fundação Dom Cabral, no curso de

Engenharia Econômica. Nesse pe-

ríodo, foi, por dois mandatos, mem-

bro do Conselho Curador da

instituição. Entre 1969 e 1975, ele foi

conselheiro do CREA-MG, como re-

presentante do IPUC-PUC Minas.

Nesse período, presidiu, por dois

anos, a Câmara de Engenharia Civil da

entidade.

Com um currículo extenso, o enge-

nheiro tornou-se um dos mais renoma-

dos professores mineiros e formou

gerações de profissionais que estão no

mercado construindo o futuro do Bra-

sil. “Quando ensino matemática gosto

de mostrar aos alunos, com clareza, os

raciocínios que conduzem o pensa-

mento desde as hipóteses até as con-

clusões (teses). Procuro chamar a aten-

ção deles para a beleza e se for o caso,

a simplicidade dessas construções do

espírito. E também muito me agrada,

quando acho que o assunto merece

mais comentários, trazer para os alunos

um pouco da história das teorias mate-

máticas e de seus criadores”, destaca.

A gaveta cheia de medalhas, entre elas

a de professor emérito do Instituto de

Ciências Exatas da UFMG, as homena-

gens recebidas por diversas turmas de

formandos como paraninfo ou pa-

trono e o sucesso dos ex-alunos são,

lado a lado com a oportunidade de en-

sinar, as boas lembranças da docência.

Ele também guarda com carinho a via-

gem que fez a Europa com a turma de

1958 e as outras tantas, pelo Brasil, com

outras classes. “É maravilhoso poder

ver pessoas que conheci em minhas

aulas, ainda jovens, transformadas em

notáveis professores, importantes em-

presários, dignos políticos, ótimos rei-

tores e até ministros de Estado”,

relembra.

O semblante tranquilo do professor

Edson Durão Júdice é a prova de que

ele ensinou de acordo com virtude, jus-

tiça e bondade que aprendeu com os

pais, Herculano Júdice e Castorina

Durão Júdice. “O meu sentimentos

é de dever cumprido apoiado em

outro, ainda mais profundo, de grati-

dão a Deus e às pessoas que me

permitiram cumpri-lo. Eu agradeço

aos familiares, mestres e amigos que

tive a sorte de ter na vida”, enfatiza.

Em casa, ele recebe o apoio e os

cuidados da mulher, Maria Helena, e

as filhas Maria Laura, Valéria Maria,

Cynthia, Maria Alice e Érica.

33

““É maravilhoso poder ver pessoas que conheci em minhas aulas, ainda jovens, transformadas em notáveis professores, importantes empresários, dignos

políticos, ótimos reitores e até ministros de Estado.

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Page 34: Revista Mineira de Engenharia - 20ª Edição

Desafios do Brasilpara a retomada do crescimento

Desafios do Brasilpara a retomada do crescimento

ENGENHARIA | CENÁRIO ECONÔMICO

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Page 35: Revista Mineira de Engenharia - 20ª Edição

Independente do setor

de atuação, os empresá-

rios são unânimes em

afirmar que o segundo

semestre é sempre me-

lhor que o primeiro para os

negócios. No entanto, as pers-

pectivas para 2013 não são tão

positivas para o Brasil. Em

julho, o Fundo Monetário In-

ternacional (FMI) revisou para

baixo o índice de crescimento

do Produto Interno bruto

(PIB) de 3% para 2.5%.

A expectativa para o próximo

exercício também não é tão

das melhores. Embora 2014

seja o ano da Copa do Mundo,

o percentual de crescimento

do PIB também foi reduzido

de 4% para 3,2%. Para os eco-

nomistas da instituição, entre

causas domésticas e externas,

as restrições de oferta – leia-

se eternos gargalos de infraes-

trutura e a falta de mão de

obra qualificada - têm sido os

principais fatores que impe-

dem que o país retome o de-

sempenho positivo da década

anterior.

Esse tipo de previsão sempre

provoca uma reação de

alarme do mercado e, sobre-

tudo muitas perguntas. Para

responder apenas a uma delas,

o Brasil não é o único país

emergente a experimentar um

processo de desaceleração

econômica, ainda conforme o

FMI. Os BRICS terão uma per-

formance menos brilhante no

período.

Mas o Brasil foi o membro do

grupo que teve um corte mais

vigoroso em suas previsões de

crescimento. Segundo o dou-

tor em Economia e coordena-

dor do curso de graduação no

Ibmec-MG, Reginaldo No-

gueira, a situação nacional é

complicada graças a erros co-

metidos pelo governo nos

dois últimos anos. “O governo

permitiu que a inflação subisse

muito, aumentou o gasto pú-

blico e perdeu a credibilidade

junto à população”, enumera.

A solução seriam as reformas

estruturais tão aguardadas

pela população e pela classe

empresarial. E o Brasil teve

tempo e condição para fazê-

las, o que não aconteceu. “Ti-

vemos um período do go-

verno Lula que foi muito fa-

vorável para o país,

principalmente porque o

preço das commodities au-

mentou muito. Foi isso que

possibilitou o aumento da

renda e a expansão da eco-

nomia via consumo e con-

trole do desemprego. O

país deveria ter feito as re-

formas estruturais mas não

fez. O que sobrou de tudo

isso é a ressaca econômica

que estamos experimen-

tando agora”, explica.

A “bonança” passou – essa é a

verdade – mas ao que tudo in-

dica a sociedade só está per-

cebendo os efeitos da maré

de estagnação econômica

agora, depois de três anos.

Entre os sinais do mercado

está o retorno da inflação. O

governo também não deu

conta de controlar os gastos

da máquina pública e, com a

proximidade do ano eleitoral,

em 2014, a possibilidade de

modificar o cenário político e

econômico está cada vez mais

longe de se converter em rea-

lidade.

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Page 36: Revista Mineira de Engenharia - 20ª Edição

O país deveria ter feito as reformas

estruturais mas não fez. O que sobrou

de tudo isso é a ressaca econômica que

estamos experimentando agora.

Professor do IBMEC-MG, Reginaldo Nogueira

““ENGENHARIA | CENÁRIO ECONÔMICO

Além do famoso Custo-Brasil, a

carga tributária correspondente a

35% do PIB – considerada um

disparate para países com renda

per capita de US$ 12 mil - é uma

eterna reivindicação dos empre-

sários. Para o professor, essa re-

forma não entra em debate

porque o nível de endividamento

do governo é muito alto.

Por outro lado, reduzir o número

de impostos, a carga total e sim-

plificar o pagamento são medidas

que colocarão em xeque o go-

verno federal. “Não dá para sim-

plificar o sistema tributário sem

cortar gastos. Por isso o governo

tem se especializado em fazer

gambiarras, com desonerações

pontuais de alguns setores por

um tempo determinado”, alerta.

A reforma política é outra que,

nem com a população na rua,

deve se tornar realidade nos pró-

ximos meses. Tudo porque os

atuais representantes do povo

não correrão o risco de derrubar

um sistema no qual são “vencedo-

res” para implementar outro no

qual podem não se reeleger, como

enfatiza Nogueira.

A reforma administrativa também

não deve acontecer tão cedo. Re-

duzir cargos comissionados na ges-

tão pública e aumentar o número

de funcionários concursados es-

barra em diversos interesses polí-

ticos. Atualmente, o Brasil tem 39

ministérios.

O desafio nacional do momento

é controlar a inflação, o que re-

quer medidas de controle mone-

tário, ou seja, juros mais altos. A

recomendação do FMI repete a

dos economistas brasileiros. Só

que, nessa altura do campeonato,

o governo não tem recursos e

nem condição gerencial para fazer

nada, como avalia o professor.

A saída para o governo federal tem

sido a parceria com a iniciativa pri-

vada, para as PPPs, principalmente

para as obras de infraestrutura. A

ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi

Hoffmann, afirmou que as condições

de financiamento definidas para as

concessões de rodovias devem au-

mentar o interesse do setor privado.

Editais referentes às BR 050, entre

Goiás e Minas Gerais, e BR 262,

entre o Espírito Santo e Minas Ge-

rais já foram divulgados e o leilão

pode ser realizado já na segunda

quinzena de setembro. Os vence-

dores serão os consórcios ou

companhias que oferecerem o

menor valor para o pedágio. Os

projetos devem ser concluídos em

cinco anos. A taxa de retorno dos

projetos será de 7,2%.

36

REVISTA MINEIRA DE ENGENHARIA_ 20_Layout 1 20/08/2013 13:06 Page 36

Page 37: Revista Mineira de Engenharia - 20ª Edição

Mas ainda faltam soluções para os

outros modais brasileiros. A MP

dos Portos, sancionada no início

de julho com 13 vetos pela presi-

dente Dilma Roussef, estabelece

novo marco regulatório para o

setor.

Um dos pontos do texto apro-

vado pelo Congresso e vetado

pela presidente foi o que estabe-

lecia prorrogação automática por

mais 25 anos dos novos contratos

de concessão e arrendamento de

terminais em portos públicos.

O dispositivo garantia aos conces-

sionários, no total, 50 anos de

concessão, desde que eles promo-

vessem investimentos para mo-

dernizar e expandir a instalação

portuária.

Mas ainda faltam soluções para os

portos secos e para os aeropor-

tos que, lotados, oferecem um

serviço de baixa qualidade aos

usuários. Isso um ano antes da

Copa do Mundo de 2014.

Atrair investidores tem sido com-

plicado. De acordo com Nogueira,

ao travar a margem de lucro, o go-

verno federal inibe a aproximação

dos recursos tão necessários.

“Quem determina a margem de

lucro é o mercado que terá que

avaliar o risco que o governo re-

presenta”, afirma.

Com isso os projetos de infraes-

trutura estão praticamente para-

dos, embora a demanda por

obras de engenharia pesada este-

jam na ordem do dia. O professor

enfatiza que o que tem inviabili-

zado a parceria entre os setores

público e privado pode ser redu-

zida em duas palavras: incompe-

tência e ideologia. “Não se

consegue licitar uma obra com a

devida agilidade. A licença ambien-

tal é um exemplo da morosidade

do sistema”, exemplifica.

A Engenharia é parte integrante

do processo de desenvolvimento

econômico nacional e a atividade,

em todas as suas áreas de atuação,

tem grandes expectativas em re-

lação ao desempenho da econo-

mia nacional.

O presidente do Sindicato da In-

dústria da Construção Civil em

Minas Gerais (Sinduscon-MG),

Luiz Fernando Pires, afirma que o

setor está com desempenho po-

sitivo, apesar da redução do ritmo

de crescimento da economia. “A

velocidade das vendas caiu e o

mercado está mais acomodado.

Isso era algo esperado”, ressalta.

A retomada do crescimento eco-

nômico nacional, de acordo com

o dirigente, depende da atuação

do governo federal. “O país não

está fazendo o dever de casa para

atingir um patamar de cresci-

mento constante. É preciso me-

lhorar a eficiência da gestão e o

planejamento a longo prazo. No

entanto, ainda esbarramos na

baixa competitividade do país, um

problema que não se resolve tão

rápido”, alerta.

É preciso melhorar a eficiência

da gestão e o planejamento a longo

prazo. No entanto, ainda esbarramos na

baixa competitividade do país, um

problema que não se resolve

tão rápido.

““Luiz Fernando Pires, presidente do Sinduscon-MG

37

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Page 38: Revista Mineira de Engenharia - 20ª Edição

Presidente da

CMI/Secovi-MG,

Evandro Negrão

de Lima Júnior

ENGENHARIA | CENÁRIO ECONÔMICO

Ainda há muitas construções em curso, o que man-

tém a empregabilidade do setor em alta. Mas o desa-

fio das empresas, nesse cenário, é investir na melhoria

de processos para

reduzir os custos e

incrementar a pro-

dutividade.

O ramo imobiliário

também não enxer-

gou a estagnação de

crescimento, se-

gundo o presidente

da CMI Secovi-MG, Evandro Negrão de Lima Jr. “O

segmento está com desempenho positivo, acompa-

nhando a inflação do período”, destaca. No entanto,

o sentimento de euforia foi substituído por cautela

para selecionar os investimentos, o que revela o ama-

durecimento dos empresários.

“Historicamente, o segundo semestre é melhor que

o primeiro e será assim neste ano”, garante. O diri-

gente reconhece que o setor deve continuar traba-

lhando para promover o equilíbrio entre oferta e

demanda, principalmente nos empreendimentos di-

recionados para as classes populares.

A venda de imóveis deve continuar aquecida, assim

como o segmento de locação cujos resultados de-

pendem da taxa de juros praticada. Para o dirigente,

enquanto esse percentual cair, os contratos de loca-

ção serão bons negócios.

O setor de distri-

buição e comércio

de combustíveis vai

bem, obrigada. O

país que ocupa quarta posi-

ção mundial entre os merca-

dos de veículos do mundo tem

que manter abastecido. Membro

do Conselho de Administração da

ALE, Nelson Luis Salles de Moraes, afirma que o de-

sempenho da companhia, no primeiro semestre deste

ano foi positivo, com crescimento acima da inflação

do período.

A confiança no mercado foi revertida em R$ 150 mi-

lhões em investimentos em novos postos e melhorias

da infraestrutura para ganhar a preferência do con-

sumidor. “O varejo está em situação privilegiada. O

nosso negócio, assim como os supermercados, vai

muito bem porque são gastos obrigatórios”, ressalta.

O segmento imobiliário está

com desempenho positivo,

acompanhando a

inflação do período.

““

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REVISTA MINEIRA DE ENGENHARIA_ 20_Layout 1 19/08/2013 18:36 Page 38

Page 39: Revista Mineira de Engenharia - 20ª Edição

Até maio deste ano, foram comercializados 1,4 mi-

lhão de veículos, 8,8% acima do volume do período

correspondente no ano anterior. Com essa marca, o

país ficou na frente de Alemanha, Índia e Rússia, países

que registram, em 2013,

queda nos emplacamentos e

atrás da China, Estados Uni-

dos e Japão. Os dados são de

um levantamento da consul-

toria Jato Dynamics, com

base nas vendas globais de

carros.

No mercado nacional, o

ritmo das vendas de carros

novos caiu em julho para o

nível mais baixo em quatro

meses. O mercado, que vinha

girando uma média superior a 15 mil unidades no

mês passado, voltou a ficar abaixo de 14 mil automó-

veis e utilitários leves por dia útil, mostram dados pre-

liminares de julho. O volume também é inferior à

média diária registrada entre abril e maio, ao redor

de 14,4 mil carros.

A carta mensal da Associação Nacional dos Fabrican-

tes de Veículos Automotores (Anfavea), relativa ao

mês de junho deste ano aponta para que o licencia-

mento dos 318.619 veículos novos, naquele período,

foi 9,8% menor que no mesmo

mês de 2012. No acumulado

entre janeiro e junho, o aumento

foi de 4,8%, com 1.799.064 neste

exercício, ante os 1.716.916 do

mesmo intervalo do ano anterior.

A Fiat foi a montadora com maior

representatividade nas vendas, com

49.274 veículos. Embora o resul-

tado do acumulado entre janeiro e

junho e 2013 seja de 5.1% de cres-

cimento, as vendas caíram 9,3% em

relação a maio e 22,4% no compa-

rativo com junho de 2012.

Seguem a Volkswagen com 48.408 veículos novos em-

placados, 9% a mais que no mês anterior e a General

Motors, com 45.908 e 5% a mais de vendas que em

maio deste ano. No acumulado entre janeiro e junho,

a queda foi de 22,4%.

O varejo está em situação

privilegiada. O nosso negócio,

assim como os supermercados,

vai muito bem porque são

gastos obrigatórios.

““ Nelson Luis Salles de

Moraes, membro do

Conselho de

Administração da ALE

39

Wag

ner

Diló

REVISTA MINEIRA DE ENGENHARIA_ 20_Layout 1 19/08/2013 18:36 Page 39

Page 40: Revista Mineira de Engenharia - 20ª Edição

40

Engenheiro civil e de segurança

do trabalho, formado em 1975

pela Pontifícia Universidade Cató-

lica de Minas Gerais - PUC Minas,

Rodrigo Octávio Coutinho Filho

conheceu a Sociedade Mineira de

Engenheiros por meio do seu pai

que, também engenheiro civil da

turma de 1948, foi sócio ativo da

entidade tendo, inclusive, partici-

pado de diversas gestões como

membro da diretoria.

O ingresso na SME foi natural. O

engenheiro seguiu os passos do

pai e, nas gestões de Otávio Mar-

ques de Azevedo e Flávio Mar-

ques Lisbôa Campos, ele foi eleito

diretor e vice-presidente, respec-

tivamente. A presidência foi o

passo seguinte, para o período de

1993 a 1995.

“Minha passagem pela presidência

da SME foi muito ativa e produ-

tiva, pois tanto a diretoria, como

os conselhos e as comissões téc-

nicas colaboraram muito para o

desenvolvimento das várias ativi-

dades da nossa gestão”, ressalta.

Entre os temas que foram debati-

dos pela entidade em seminários

nacionais e internacionais realiza-

dos naquele triênio estão o Plano

2015 da Eletrobras, a Inforuso 93,

Gasoduto Brasil-Bolívia e trans-

posição do Rio São Francisco,

corrosão na engenharia sanitária

e ambiental, siderurgia – privati-

zação e desenvolvimento na Amé-

rica do Sul.

O Prêmio SME de Ciência e Tecno-

logia e, ainda, a Medalha Lucas

Lopes, foram duas atividades criadas

também durante a gestão de Ro-

drigo Coutinho que permanecem

até os dias de hoje, com enorme in-

teresse e participação dos enge-

nheiros e estudantes mineiros.

A SME sempre foi um espaço

para o debate. O Encontro Cauê,

projeto realizado por meio de

parceria com o Grupo Cauê

trouxe a Belo Horizonte perso-

nalidades como Hélio Jaguaribe e

o tributarista Ives Gandra.

Foi nessa gestão, também, que o

edifício sede foi reformado, para

a introdução das alterações na

distribuição das áreas internas

para permitir a criação do “Es-

paço Cultural SME”.

Para se aproximar ainda mais dos

engenheiros mineiros, a SME tam-

bém promoveu diversas visitas

técnicas. Entre elas Coutinho des-

taca a viagem aos Projetos Urucu

a Amazônia, ao Cempese e às pla-

taformas de petróleo, no Rio de

Janeiro, com a Petrobras.

O projeto Carajás, da então

Companhia Vale do Rio Doce,

hoje Vale, também foi uma das

experiências que auxiliaram os

engenheiros mineiros a se quali-

ficarem cada vez mais.

“Um momento inesquecível da

nossa gestão foi quando, pela pri-

meira vez na história da SME, o

primeiro presidente da República

engenheiro, Itamar Augusto

Cautiero Franco, visitou a sede

da Rua Timbiras para a inaugura-

ção da mostra “Trajetória da

Engenharia no Estado de Minas

Gerais e a presença da SME”, que

coincidiu com a entrega do pré-

dio, após a reforma.

Na época, Itamar Franco recebeu a

maior comenda do Estado, das mãos

do governador Hélio Garcia e, tam-

bém, o título de Engenheiro do Ano,

em festa preparada pela SME.

LEGADO SME – RODRIGO OCTÁVIO COUTINHO FILHO

Herança de pai para filho e muito trabalho pela SME

REVISTA MINEIRA DE ENGENHARIA_ 20_Layout 1 19/08/2013 18:36 Page 40

Page 41: Revista Mineira de Engenharia - 20ª Edição

41

Para Coutinho, a experiência

como presidente da entidade

possibilitou a ele conhecer uma

entidade única em seu formato e

atuação e, ainda, ampliar o círculo

de amizades e principalmente o

conhecimento profissional.

“A SME não é uma entidade em-

presarial, nem laboral, nem em-

presa pública ou privada. É uma

entidade política e apartidária”,

define. Para o engenheiro, a cola-

boração espontânea dos profissio-

nais da Engenharia e Arquitetura

de diversos segmentos de atuação

é outro diferencial. Há, ainda, pe-

quenos e grandes empresários,

funcionários públicos de diversas

esferas, profissionais liberais e po-

líticos, o que permite manter um

clima acolhedor para um debate

amplo sobre temas de interesse

dos profissionais da classe.

“Dessa forma todos os assuntos

tratados têm grande vantagem de

ter a colaboração de diversas opi-

niões e tendências de todos os

segmentos, o que traz credibili-

dade e independência que mar-

cam a tradição da SME”, enfatiza.

Atualmente, o engenheiro com-

põe o conselho da entidade e

acompanha de perto todas as ati-

vidades desenvolvidas pela atual

diretoria. “O meu interesse hoje,

e, acredito eu, o interesse de

todos que circulam em volta da

SME é colaborar para que nosso

país seja cada vez mais próspero

e desenvolvido em todas as áreas

pois a Engenharia e, consequente-

mente os engenheiros, só existem

em ambientes em desenvolvi-

mento”, analisa.

Coutinho defende a alternância

de diretores. “Gente nova, sangue

novo e novas ideias são sempre

importantes”, afirma. Para ele, o

trabalho realizado pela atual dire-

toria está maravilhoso, principal-

mente no cenário de dificuldades

em que a entidade estava.

A sede foi recuperada e deve pas-

sar por uma restauração para que

os engenheiros mineiros possam

voltar às origens e a diversidade

de programas desenvolvidos pela

atual diretoria.

Rodrigo Octávio Coutinho Filho

Minha passagem pela presidência da SME

foi muito ativa e produtiva, pois tanto a

diretoria, como os conselhos e as comissões

técnicas colaboraram muito para o desenvolvimento

dasvárias atividades da nossa gestão.

““

REVISTA MINEIRA DE ENGENHARIA_ 20_Layout 1 19/08/2013 18:37 Page 41

Page 42: Revista Mineira de Engenharia - 20ª Edição

A má qualidade do transporte coletivo brasileiro foi um

dos estopins para a onda de manifestações que têm levado

milhares de pessoas para as ruas desde junho deste ano.

Juntamente com saúde e educação de boa qualidade, essa

é uma reivindicação tradicional da população das grandes

cidades.

Com o aumento da frota de veículos automotores nas

ruas, o transporte coletivo teve a sua situação agravada,

comprometendo não apenas a qualidade de vida dos usuá-

rios do serviço, mas da população em geral. Soma-se a isso

o preço alto das tarifas, o péssimo estado de conservação

dos ônibus usados em algumas regiões e, ainda, a falta de

transparência em relação à planilha de custos do serviço.

O metrô leve, metrô suspenso ou monotrail volta a ganhar

espaço na discussão sobre as alternativas para melhorar a

qualidade do transporte coletivo em Belo Horizonte. Trata-

se de um modal competitivo, inteligente e viável que pode

ser implantado nos principais corredores de tráfego da ci-

dade como as avenidas Amazonas e Cristiano Machado.

Nesse último caso, o sistema passaria pela Cidade Admi-

nistrativa até o Aeroporto Internacional Presidente Tan-

credo Neves (Confins).

Basta um diagnóstico técnico da estrutura de tráfego de

Belo Horizonte para fortalecer a opção metrô leve. As

vias urbanas coletoras e arteriais ficam congestionadas

nos horários de pico. Da mesma forma, o transporte por

ônibus tem se mostrado insuficiente para atender a

todos nesses períodos de maior movimento e o espaço

no chão tem se mostrado cada vez mais restrito em

comparação com o número crescente de veículos em

circulação (leia-se ônibus, carros, motos e caminhões).

Outro fator que conta pontos a favor desse modal é que

obras viárias de grande porte – como é o caso do metrô

subterrâneo - têm seu custo aumentado drasticamente de-

vido aos valores pagos às áreas desapropriadas. Em alguns

casos, esses recursos podem até inviabilizar o projeto.

O prazo para execução do projeto também deve ser

observado. A implantação de cada quilômetro da linha

demanda um ano de trabalho.

No caso do metrô subterrâneo, esse prazo sobre sobe

para quatro anos.O sistema de transporte elevado sobre

um trilho que pode ser metálico ou em concreto armado

ou, ainda, incluir o uso de rodas metálicas, com pneus de

borracha ou levitação magnética.

42

TRANSPORTE | MOBILIDADE EM BH

Metrô leve: uma alternativa detransporte nos grandes centros

REVISTA MINEIRA DE ENGENHARIA_ 20_Layout 1 19/08/2013 18:37 Page 42

Page 43: Revista Mineira de Engenharia - 20ª Edição

43

Por usar peças pré-moldadas, apresenta conflitos re-

duzidos em relação à circulação de veículos, pedestres

e atividades do entorno que não são comprometidos.

As dimensões dos pilares e vigas e os grandes vãos

previstos permitem um tratamento da paisagem do en-

torno, possibilitando assim o cultivo de áreas verdes

arborizadas e espaços adequados aos pedestres.

Com a flexibilidade oferecida, as estações podem ser

acomodadas nos canteiros centrais das avenidas exis-

tentes ao longo do traçado, exigindo pequenas desa-

propriações para a execução dos acessos, que

contarão com escadas rolantes fixas e elevadores, ga-

rantindo assim a acessibilidade aos usuários.

O prazo de execução do projeto também deve ser

analisado. O metrô leve também tem inúmeras vanta-

gens sobre o sistema de ônibus coletivos. Uma delas é

a capacidade de transporte. Enquanto uma composição

com quatro vagões leva entre 300 e 550 pessoas por

viagem.

Já o sistema BRT, em processo de implantação na capi-

tal mineira, conduz 160 pessoas. Outro ganho é a qua-

lidade de vida da população, já que o sistema, por ser

movido à energia elétrica, praticamente extingue as po-

luições sonora e atmosférica.

Em relação ao metrô subterrâneo, um sonho que a

capital mineira tenta realizar desde 1981, o metrô

leve tem preço mais competitivo. O modal pode ser

usado, também, para fazer a ligação com as cidades

da Região Metropolitana de Belo Horizonte

(RMBH), como Contagem e Betim, conforme previa

o projeto inicial do sistema.

A Via Expressa seria outro corredor que poderia rece-

ber a estrutura, com trilhos suspensos com cerca de 15

metros do chão, nas duas vias. Apenas na velocidade, os

dois trens têm característica similar, já que ambos atin-

gem a velocidade de 80 km/hora.

Entre os apoiadores do metrô leve está o presidente

do Sindicato da Indústria da Construção Civil em

Minas Gerais (Sinduscon-MG), Luiz Fernando Pires,

que afirma que essa é a melhor solução para o trans-

porte coletivo de passageiros no momento. “Im-

pressionante como o governo do Estado iniciou

as atividades da Cidade Administrativa sem que

um sistema do gênero

fosse implementado pre-

viamente. Acho que o

monotrilho, inclusive,

poderia fazer a ligação

com o Aeroporto de

Confins”, sugere.

O dirigente lembrou que

em grandes cidades da Europa, como Paris, o

metrô subterrâneo tem trechos com trilho sus-

penso. “Apoio a SME nesse movimento de reivin-

dicar que o governo faça as obras de

infraestrutura necessárias para melhorar a quali-

dade de vida da população e a produtividade”,

ressalta.

Outro entusiasta do

metrô leve é o presidente

da ACMinas, Roberto Fa-

gundes. “Acredito que o

BRT, atualmente em im-

plantação em Belo Hori-

zonte, é uma solução de

caráter apenas paliativo,

sendo inadequado para atender tanto à demanda

atual quanto a projetada. Além disso, sozinho, é inca-

paz de oferecer serviços com suficiente qualidade

para convencer os motoristas a deixarem seus carros

em casa – o que, a rigor, é a única maneira de atenuar

o caos do trânsito da capital, já que a execução das

obras viárias necessárias para eliminar todos os gar-

galos existentes parece inviável”, enfatiza.

Ele acredita, também, que a melhor solução está na

combinação do metrô (o nosso, diga-se de passagem,

não teve concluída nem a metade das linhas previstas

no projeto original e sua execução se arrasta há

quase trinta anos) com o monotrilho, modal extre-

mamente interessante, seja por seu custo compara-

tivo, seja pelo fato de, ao trafegar em estruturas

suspensas, não interferir no uso das vias terrestres

normais, o que evita a necessidade de desapropria-

ções. “Além disso, Belo Horizonte dispõe de muitas

avenidas largas, sobre as quais podem ser erguidas as

estruturas, e isto favorece a adoção desse sistema

está sendo implantado em São Paulo”, avalia.

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REVISTA MINEIRA DE ENGENHARIA_ 20_Layout 1 19/08/2013 18:37 Page 43

Page 44: Revista Mineira de Engenharia - 20ª Edição

44

TRANSPORTE | MOBILIDADE EM BH

A Secretaria de Estado de

Desenvolvimento Econômico

apresentou, recentemente, à

Empresa de Transportes e

Trânsito de Belo Horizonte

(BHTrans), uma proposta para

implementar o metrô leve do

centro da capital ao aeroporto

Tancredo Neves, em Confins, na RMBH. O subsecretário

de investimentos estratégicos, Luiz Athayde, explica que a

proposta depende de decisões políticas.

"Temos estudos que podem utilizar o monotrilho ou o

VLT (Veículo Leve sobre Trilhos). Falta uma articulação com

os municípios envolvidos", disse. O primeiro passo é as pre-

feituras de Vespasiano, São José da Lapa, Confins, Lagoa

Santa e Santa Luzia manifestarem interesse. Ainda não há

custos nem datas.

O sistema de transporte elevado sobre um trilho que

pode ser metálico ou em concreto armado ou, ainda, in-

cluir o uso de rodas metálicas, com pneus de borracha

ou levitação magnética.

Por usar peças pré-moldadas, apresenta conflitos redu-

zidos em relação à circulação de veículos, pedestres e

atividades do entorno que não são comprometidos. As

dimensões dos pilares e vigas e os grandes vãos previstos

permitem um tratamento da paisagem do entorno, pos-

sibilitando assim o cultivo de áreas verdes arborizadas e

espaços adequados aos pedestres.

Com a flexibilidade oferecida, as estações podem ser

acomodadas nos canteiros centrais das avenidas existen-

tes ao longo do traçado, exigindo pequenas desapropria-

ções para a execução dos acessos, que contarão com

escadas rolantes fixas e elevadores, garantindo assim a

acessibilidade aos usuários.

O vereador de Belo Hori-

zonte, Tarcísio Caixeta (PT-

MG), disse que fez parte do

grupo de vereadores da capital

mineira que esteve em São

Paulo para conhecer o monotri-

lho. “Pudemos verificar de perto

as qualidades desse sistema. A

meu ver, é uma alternativa que deve

ser implantada, especialmente se considerarmos o tempo ne-

cessário, que é curto, e o fato de seu custo ser inferior ao de

outros meios de transporte. Por outro lado, é necessário ter

em conta que o monotrilho deve existir de forma integrada a

outros modais (ônibus, metrô, BRT etc.), para que o sistema

como um todo seja eficiente”, analisa.

O metrô leve já existe em megalópoles como Nova Ior-

que, Cingapura e São Paulo, entre outras.”Acredito que em

uma cidade como Belo Horizonte sua implantação é per-

feitamente possível, integrando-o a outros modais. Funda-

mental é que todos participem da elaboração de uma

política integrada de mobilidade urbana”, adianta o verea-

dor que defende uma solução de transporte integrada, para

atender às necessidades de deslocamento da população.

Em julho último, o vice-governador do Estado, Alberto

Pinto Coelho e o prefeito de Belo Horizonte, Marcio

Lacerda (PSB-MG) estiveram em Brasília para apresentar

ao governo federal uma lista de obras consideradas

prioritárias em mobilidade urbana para a RMBH. As de-

mandas do Estado somam R$ 7,3 bilhões.

O metrô leve não está na lista de projetos. Ao que tudo in-

dica, a aposta do poder público estadual ainda é o metrô sub-

terrâneo que receberá R$ 1 bilhão, em outubro, de acordo

com a presidente Dilma Roussef, em visita a Varginha, no Sul

de Minas, em agosto. O BRT também foi parte do pacote

apresentado por Minas Gerais para melhorar a mobilidade.

REVISTA MINEIRA DE ENGENHARIA_ 20_Layout 1 20/08/2013 13:07 Page 44

Page 45: Revista Mineira de Engenharia - 20ª Edição

45

Depois das gigantescas manifesta-

ções de rua no País, a mobilidade

urbana ganha novo relevo e o ca-

rimbo de um dos maiores proble-

mas nos grandes centros. Belo

Horizonte não foge à regra. No

dia a dia, congestionamentos, trá-

fego intenso, sistemas viário e de

transportes sobrecarregados, à

beira de um colapso.

Ao longo de décadas, algumas al-

ternativas foram adotadas. Ne-

nhuma delas capaz de responder

aos desafios atuais. De bondes e

trólebus aos ônibus urbanos, pas-

sando pelo metrô de superfície,

retorna-se à indagação original:

qual é o problema real, onde está

nó górdio do transporte na capi-

tal mineira?

O crescimento acelerado da ci-

dade e os efeitos disso explica-

riam, no entendimento de alguns

setores, os problemas atuais. Pla-

nejada para abrigar uma popula-

ção de no máximo quinhentos mil

pessoas, hoje, a capital mineira

tem cerca de 2,4 milhões de ha-

bitantes e uma frota de 1,3 milhão

de veículos. Uma realidade que

não poderia ser imaginada por

seus fundadores há pouco mais

de 100 anos.

Inúmeras análises passam pelo

quesito “faltas”: de uma política

consistente de transporte, de

obras de engenharia de tráfego, de

investimentos, de projetos exe-

quíveis e de vontade política que

perpassa todas as demais. É pro-

vável que todos tenham razão

As respostas do poder público,

em relação ao transporte nem

sempre satisfatórias, são muitas

vezes, ambíguas. Não existem re-

cursos para as intervenções ou

não têm projetos ou, ainda, nem

recursos nem projeto. Muitas

vezes a solução dos problemas

fica numa espécie de limbo, sem

encontrar guarida em nenhuma

esfera de governo.

O presidente do Conselho de Po-

lítica Urbana da ACMinas, José

Aparecido Ribeiro, lamenta que

interesses político-partidários im-

peçam que haja investimentos em

determinadas obras, num dado

município, por divergências parti-

dárias no comando das adminis-

trações. E completa: “não há falta

de recurso, mas de visão de re-

cursos para a cidade”.

Nas últimas décadas, as soluções

para as demandas decorrentes da

concentração urbana e das exi-

gências da vida moderna foram

associadas à utilização do auto-

móvel como meio de transporte

ideal para uma metrópole. A frota

aumenta de maneira vertiginosa

devido às facilidades de financia-

mentos, de isenção de impostos

para fabricantes, entre outros

pontos. Paralelo a isso, persiste

um paradigma que precisa ser

quebrado, diz Ribeiro. De que os

gargalos e congestionamentos

podem ser reduzidos com medi-

das paliativas, a exemplo da redu-

ção das pistas e aumento de

passeios para pedestres. “Esse sa-

crifício não pode ser colocado

para a população”, sentencia.

A cidade saiu do perímetro da

Avenida do Contorno, há déca-

das, e expande de forma avassa-

ladora na região metropolitana,

exigindo obras conjuntas, a

exemplo do Rodoanel, um pro-

jeto elaborado há uma década

pelo Departamento Nacional de

Infraestrutura de Transportes

(DNIT) para desafogar o trânsito

na região do Bairro Belvedere,

Zona Sul de Belo Horizonte. Re-

centemente, o governo do Es-

tado e a prefeitura de Belo

Horizonte anunciaram uma par-

ceria para concretizar as obras

do viaduto do Portal Sul, ligando

a BR-356 à estrada para Nova

Lima, na RMBH.

A expectativa é que se concre-

tize como sinal de mudança de-

cisiva de mentalidade,

direcionamento de investimen-

tos e prioridade do interesse pú-

blico, desatando, dessa forma, os

“nós górdios” do transporte na

Capital mineira.

Desatando nós no transporte em Belo Horizonte

REVISTA MINEIRA DE ENGENHARIA_ 20_Layout 1 20/08/2013 13:07 Page 45

Page 46: Revista Mineira de Engenharia - 20ª Edição

46

CERTIFICAÇÃO I CONSTRUÇÃO

Reduzir o consumo de insumos

básicos para controlar os custos e

aumentar a produtividade/compe-

titividade estão entre os principais

desafios da indústria da construção

brasileira. No entanto, a preocupa-

ção com o meio ambiente tem au-

mentado no mercado imobiliário,

seja para empreendimentos resi-

denciais ou comerciais.

Reflexo dessa tendência é o au-

mento de 40% do volume de cer-

tificações que atestem o uso de

melhores práticas entre janeiro e

abril deste ano como é o caso do

selo Leedership environmental

and Energy Design (LEED), do

Green BuildingCouncil Brasil

(GBC Brasil), organização não go-

vernamental (ONG) que atua em

parceria com entidades de classe

e empresas para fomentar a cons-

trução sustentável e promover a

certificação no país.

Atualmente, o Brasil é o quarto

do ranking mundial em empreen-

dimentos que pleiteiam certifica-

ções, com mais de 105 projetos já

aprovados. Segundo dados com-

pilados, há 732 registros sendo a

maioria na região Sudeste, com

428. Minas Gerais tem 16 regis-

tros e apenas 2 certificações. A

demanda ainda está concentrada

nos edifícios comerciais mas o

mercado residencial também está

assimilando essa tendência de

mercado.

O diretor técnico e educacional

da GBC Brasil, Marcos Casado,

afirma que o Brasil tem aberto es-

paço para as construções susten-

táveis. "Em 2012 havia uma média

de 16 registros por mês em busca

da certificação, ao passo que nos

primeiros cinco meses de 2013 o

número cresceu mais de 40%,

chegando a 22 solicitações por

mês".

Demanda por

certificação de

sustentabilidade

aumenta na indústria

da construção

REVISTA MINEIRA DE ENGENHARIA_ 20_Layout 1 20/08/2013 13:07 Page 46

Page 47: Revista Mineira de Engenharia - 20ª Edição

Para conseguir o selo LEED, é necessário atender a cri-

térios como eficiência energética; uso racional de água;

qualidade ambiental interna; uso de materiais, tecnolo-

gias e recursos ambientalmente corretos, entre outras

ações que minimizem os impactos ao meio ambiente.

Dos 100 empreendimentos aprovados, três obtiveram

o nível Platinum (máximo). Hoje os grandes destaques

na busca pela certificação LEED são os estádios-sede

da Copa do Mundo.

Um total de 65% das 100 edificações são comerciais

ou escritórios. Mas é interessante verificar que o custo-

benefício da adoção de medidas sustentáveis vem

atraindo outros tipos de empreendimentos, como os

residenciais. "Além dos números expressivos, o setor

deve comemorar a busca pela certificação por em-

preendimentos dos ramos industrial, fabril, esportivo,

hoteleiro, varejista e hospitalar, por exemplo. Prova

disso é que o centésimo empreendimento LEED no

Brasil é um centro de manutenção de uma garagem de

ônibus rodoviários, fato inédito", destaca o dirigente.

47

Eldorado

Business

Tower, em

Saõ Paulo,

é uma

edificação

certificada

Marcos Casado,

diretor técnico

e educacional da

GBC Brasil

REVISTA MINEIRA DE ENGENHARIA_ 20_Layout 1 20/08/2013 13:07 Page 47

Page 48: Revista Mineira de Engenharia - 20ª Edição

48

CERTIFICAÇÃO I CONSTRUÇÃO

Os benefícios da ado-

ção das medidas vão da

redução de ao menos

30% no consumo de

energia, de 50% no vo-

lume de água consu-

mida, de 35% nas

emissões de gases de

efeito estufa (GEE) e

de 65% na geração de

resíduos, além da eco-

nomia operacional mí-

nima de 8%.

De acordo com Casado, o incremento dos números

regionais costuma ser proporcional à adesão ao Pro-

grama Nacional de Educacional do GBC Brasil. Isso

reforça que o trabalho do GBC Brasil vai além da cer-

tificação de empreendimentos, passando também por

outros três enfoques: educação, por meio dos cursos

que já capacitaram mais de 47 mil profissionais no

Brasil; informação, com a divulgação de melhores prá-

ticas em eventos como a Greenbuilding Brasil - Con-

ferência Internacional & Expo, que terá sua 4ª e maior

edição este ano e,

ainda, atuação junto a

organizações gover-

namentais e privadas

para promoção de

políticas públicas que

possam contribuir

para o fomento da

construção sustentá-

vel.

"Desde a nossa fun-

dação, trabalhamos

para promover dis-

cussões no setor e quebrar preconceitos. O Refe-

rencial GBC Brasil Casa® para Casas Sustentáveis,

por exemplo, é uma das iniciativas atuais de maior

apelo no setor, pois estimula a adoção da sustentabi-

lidade por residências. Além disso, com o investi-

mento de empresas em tecnologias e produtos

verdes, conseguimos baixar consideravelmente os

custos de investimento em empreendimentos sus-

tentáveis – que hoje é de 1% a 7% do valor da cons-

trução", exemplifica.

O investimento de empresas em tecnologias e produtos

verdes, conseguimos baixar consideravelmente os custos de

investimento em empreendimentos sustentáveis – que hoje

é de 1% a 7% do valor da construção.

““Marcos Casado, diretor técnico e educacional da GBC Brasil

Rochaverá Corporate Tower. em São Paulo, é certificada

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Page 49: Revista Mineira de Engenharia - 20ª Edição

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Page 50: Revista Mineira de Engenharia - 20ª Edição

Razão e paixão unidas para construir uma carreira de sucesso

NOVOS ENGENHEIROS | ANDRÉ LUIZ PEREIRA CORRÊA

50

Quem diz que acertou de primeira e foi feliz desde

o primeiro semestre do curso é, sem dúvida, uma

exceção à regra. Graduado em Engenharia Mecatrô-

nica pela Universidade de Brasília em 2010, André

Luiz Pereira Corrêa, 25 anos, iniciou os estudos e

está profundamente feliz com o curso que escolheu:

Engenharia Mecatrônica.

Mas ele não se esquece dos momentos difíceis na

sala de aula e nem dos desafios que há três anos,

como profissional, enfrenta diariamente no seu dia

a dia de trabalho. “As vezes parece que a carreira, a

própria formação saíram dos trilhos, que a gente vai

falar, mas isso é consequência do engenheiro ser um-

solucionador de problemas”, explica. O resultado

dos dilemas é o orgulho de poder colher frutos que

tiveram origem em problemas que devem ser en-

frentados e solucionados.

Ao invés de robôs, o engenheiro decidiu ingressar

em uma das grandes áreas de mecatrônica, a de de-

senvolvimento de software para sistemas embarca-

dos, trabalhando em uma empresa que está

consolidada no mercado, com foco na área de solu-

ções em segurança da informação. “Essa me parece

uma decisão natural pois foi essa a profissão na qual

escolhi aprofundar meus conhecimentos, a partir de

2005, quando prestei o vestibular”, destaca.

Todo esse processo começou no primeiro período

da universidade, quando o então estudante apaixo-

nou-se pela área que escolheu. O resultado é que

ele trabalhou, desde então, para ser um dos melho-

res da sua área. No total são oito anos, dos quais

três no mercado que reafirmam que a decisão pela

Engenharia Mecatrônica foi e continua a ser acer-

tada.

“A decisão por me formar engenheiro foi construída

com base em alguns objetivos. O primeiro era a cer-

teza de que meu maior talento estava em trabalhar

com Exatas. Eu realmente apresentava uma facilidade

e uma boa capacidade de desenvolvimento em Ma-

temática e Física. O segundo objetivo está vinculado

ao fato de que sempre gostei de aplicações práticas,

e esta característica me levou para a Engenharia,

afastando um pouco de cursos mais teóricos, como

o bacharelado em Física e Matemática, mas com cer-

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Page 51: Revista Mineira de Engenharia - 20ª Edição

teza isso também teve muita influência de professo-

res e familiares que sempre me mostraram a carreira

de engenheiro como uma carreira mais promissora

em termos de remuneração e crescimento profis-

sional”, ressalta André Corrêa.

A Engenharia é uma área ampla. Nesse sentido, a En-

genharia Mecatrônica foi o segmento que melhor

respondeu à curiosidade do então estudante. Foi

nesse curso que ele descobriu a oportunidade de

trabalhar com a interface entre as duas matérias que

mais gostava no ensino médio: mecânica de disposi-

tivos e circuitos elétricos.

Além das expectativas pessoais, ele também escolheu

a Engenharia pela ligação da área ao processo contínuo

de desenvolvimento nacional, nas áreas de tecnologia,

inovação, agregação de valor ao que é produzido no

país. Como carreira, ele considera gratificante ver um

projeto, produto ou solução em que trabalhou sendo

usada, comercializada ou mesmo atendendo ao pro-

pósito inicial do projeto. “É uma sensação de que o

meu esforço teve propósito”, afirma.

Além do reconhecimento pelo seu trabalho, o enge-

nheiro almeja oportunidades para continuar se apri-

morando pois considera que, quem “trabalha duro”

no que gosta e busca colocação acertada encontra

o resultado merecido.

“Estou sempre em contato com colegas, colabora-

dores ou amigos e vejo que as oportunidades exis-

tem. Mas se isso representa um mercado aquecido

ou em aquecimento, não saberia dizer. Poderia dizer

apenas que as oportunidades estão lá e são maiores

que o numero de engenheiros dispostos a se manter

na área, como tenho observado”, analisa.

O mercado continua à procura dos melhores. André

já recebeu algumas propostas de emprego, e o que

mais lhe chamou a atenção dos interessados foram

as experiências profissionais que ele adquiriu du-

rante a faculdade. Além de ser um excelente estu-

dante, ele fez dois estágios, um de seis meses e outro

de oito. Os projeto de iniciação científica e os tra-

balhos cono freelancer também o ajudaram a ingres-

sar no mercado com um currículo inicial.

51

André Luiz Pereira Corrêa, 25

anos, graduado em Engenharia

Mecatrônica pela Universidade

de Brasília em 2010

REVISTA MINEIRA DE ENGENHARIA_ 20_Layout 1 19/08/2013 18:37 Page 51

Page 52: Revista Mineira de Engenharia - 20ª Edição

Depois de formatura e de adquirir mais experiência

profissional, principalmente na área de gerenciamento

de projetos, ele obteve a certificação PMP, que atesta

a competência do profissional. Tais diferenciais do

currículo geram oportunidades de trabalho mais qua-

lificadas.

Os próximos três serão decisivos para a conclusão

das etapas da formação profissional de Corrêa.

Atualmente ele está no último ano de mestrado em

Sistemas Mecatrônicos pela Universidade de Brasília

e no penúltimo ano do curso de Bacharel em Admi-

nistração de Empresas, que será base para que ele ini-

cie um negócio próprio na área de Engenharia.

“Os dois programas permitirão a ele voltar o foco a

novas experiências profissionais e a traçar novas

metas de qualificação profissional, buscando sempre

o aprimoramento da minha formação e a minha atua-

lização frente à evolução da engenharia mecatrônica”

enfatiza.

Solteiro e sem filhos, ele gosta muito de filme, seria-

dos da TV e de sair com amigos, principalmente se

for para churrascos. “Mas acho que todo mundo que

passa pela Engenharia e áreas afins fica tão envolvido

com esta carreira e não se desliga completamente

nem nas horas vagas. Comigo não é muito diferente.

Quando tenho um tempo, pesquiso e estudo um

pouco sobre as principais plataformas móveis hoje

(Android e IOS), até implemento algumas coisinhas

interessantes, e estou sempre lendo algum livro sobre

gestão e desenvolvimento de produtos, que é parte

do mestrado”, conclui.

As vezes parece que a

carreira e a própria formação

saíram dostrilhos, mas isso é

consequência do engenheiro

ser um solucionador

de problemas.

André Luiz Pereira Corrêa

““

52

NOVOS ENGENHEIROS | ANDRÉ LUIZ PEREIRA CORRÊA

André já tem o concreto

reconhecimento com

premiações por mérito

e esforço pessoal

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Page 53: Revista Mineira de Engenharia - 20ª Edição

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Page 54: Revista Mineira de Engenharia - 20ª Edição

O período de chuvas, chamado pe-

ríodo úmido, do Sudeste / Centro

Oeste, tradicionalmente, ocorre

entre os meses de novembro e abril,

e nessa ocasião sempre há ocorrên-

cia de vertimentos nos diversos re-

servatórios deste subsistema, em

função do atendimento ao Plano

Anual de Prevenção de Cheias do

Operador Nacional do Sistema Elé-

trico - ONS, que é um instrumento

de planejamento da operação hi-

dráulica dos aproveitamentos hidre-

létricos integrantes do SIN – Sistema

Interligado Nacional.

Este Plano foi criado de forma a aten-

der às restrições hidráulicas operati-

vas, seja de vazões máximas ou de

níveis máximos, visando à proteção

contra inundações de determinados

locais. Para tal, são definidos os volu-

mes de espera para os reservatórios

em todas as semanas operativas do

período úmido, razão pela qual, o

ONS, juntamente com o agente pro-

prietário do empreendimento, deter-

mina, quando necessário, a abertura

dos vertedores das usinas para efe-

tuar o controle de níveis dos reser-

vatórios, disponibilizando volumes

vazios capazes de absorver parcelas

de futuras afluências. Desta forma, na

ocorrência de afluências elevadas, é

possível evitar danos, com um risco

prefixado, que possam ser causados

nos referidos locais sujeitos às inun-

dações.

As incertezas associadas à previsão

de precipitação e vazões geram dú-

vidas sobre a necessidade ou não de

despacho das usinas termelétricas.

Mesmo após a criação das Curvas de

Aversão a Risco – CAR a questão

persiste, dado que as premissas nas

quais essas curvas se baseiam podem

54

ARTIGO | ENERGIA

A Complexa Operação Energética

do SIN na Transição 2012/2013

Mírian Adelaide

Rennó Ribeiro Costa

Pinto é engenheira

Mecânica formada e

pós graduada pela UNIFEI

ban

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f123

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Page 55: Revista Mineira de Engenharia - 20ª Edição

55

ser superadas, deixando dúvidas

sobre a real segurança de se aguar-

dar que sejam tocadas, para só após

serem acionadas as usinas térmicas.

Ocorre que sempre existe o dilema

entre antecipar a geração térmica e

correr o risco de se verter a corres-

pondente energia, o que se verifica

em períodos chuvosos superiores à

Média de Longo Termo – MLT, ou o

contrário, ou seja, postergar a gera-

ção térmica e chegar ao final do pe-

ríodo úmido, a níveis críticos de

armazenamento, com significativo

impacto no risco de déficit. Tal dilema

tende a se intensificar, na medida em

que o reservatório equivalente do

Sistema Interligado Nacional – SIN,

vem perdendo sua capacidade de re-

gularização, como consequência de

ter sua capacidade estagnada frente a

um crescimento firme do mercado

de consumo de energia elétrica.

Como a perspectiva de construção

de novas usinas com reservatórios

de porte é de baixíssima probabili-

dade, visto que a opção adotada pelo

país é de se fixar nas hidrelétricas a

fio d’água, o “sofrimento” vai se re-

petir a cada final / princípio de ano.

Entretanto, quanto a esse dilema, ter

a certeza de se ter tomado ou não a

decisão mais favorável, só após o final

da estação chuvosa, quando se tem

definido, além do nível de armazena-

mento para suportar o próximo pe-

ríodo seco, a situação de se ter

estocado total ou parcialmente a

energia correspondente à geração

térmica despachada. O ideal, é que o

aproveitamento tenha sido total, ou

seja, que não tenha sido necessário

verter qualquer montante de energia

“turbinável”.

Sob tal enfoque é importante anali-

sar a operação energética realizada

na transição 2012 / 2013, particular-

mente tendo em consideração os

altos valores de despacho térmico,

que geraram muitos questionamen-

tos, principalmente em decorrência

dos elevados montantes de Encar-

gos de Serviços de Sistema – ESS,

que deram causa. Um parâmetro ex-

pressivo para essa análise é a opera-

ção da Usina de Itaipu, uma vez que

é a última da cascata do subsistema

Sudeste / Centro Oeste e, portanto,

a mais propensa a vertimentos.

Como praticamente não ocorreram

vertimentos em Itaipu durante o

ano de 2013, assim como da mesma

forma não ocorreram nas demais

usinas do SIN, fica caracterizado o

acerto da operação energética con-

duzida pelo Operador Nacional do

Sistema Elétrico – ONS, que levou

aos níveis de armazenamento mais

favoráveis possíveis em todos os

subsistemas (embora não tão con-

fortáveis) e garantiram o aproveita-

mento total da energia gerada pelas

termelétricas.

Em outras palavras, fica demons-

trado que a decisão pela geração

termelétrica total disponível, mesmo

fora da ordem de mérito, foi a me-

lhor que poderia ser tomada, uma

vez que foi totalmente armazenada,

garantindo a maximização possível

da segurança energética futura. Se

não tivesse havido tal decisão esta-

ríamos amargando uma situação

muito mais crítica, sem possibilidade

de reversão do arrependimento.

Todos os meandros dessa complexa

operação são detalhados a seguir.

Detalhando a Operação Energética

do SIN 2012 / 2013.

O armazenamento do subsistema

Sudeste / Centro Oeste registrado

no final do ano de 2012 foi o menor

do histórico, com 28,9% em relação

à capacidade máxima de armazena-

mento.

Ao analisar a operação hidráulica de

anos anteriores na UHE Itaipu, pode

ser observado que, à exceção do

período úmido de 2013, os demais

anos sempre apresentaram verti-

mento neste reservatório. Itaipu, por

estar a jusante de toda cascata

SE/CO, recebe a afluência de todas

as bacias do Sudeste, com destaque

para os rios Grande, Paranaíba, Tietê

e Paranapanema.

O último vertimento significativo re-

gistrado da UHE Itaipu ocorreu em

julho/2012 e, desde então, o seu

nível de montante só foi reduzindo

e, no início do mês de setembro

esse nível já trafegava em valores in-

feriores à cota mínima de operação

da usina que é 219,00 m.

Fica demonstrado que a decisão pela geração termelétrica total

disponível, mesmo fora da ordem de mérito, foi a melhor que

poderia ser tomada, uma vez que foi totalmente armazenada, ga-

rantindo a maximização possível da segurança energética futura.

ban

co d

e im

agens

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f123

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Page 56: Revista Mineira de Engenharia - 20ª Edição

56

ARTIGO | ENERGIA

A situação crítica do subsistema Nordeste no decorrer de

2012 exigia que a transferência de energia do SE/CO para

o Nordeste permanecesse maximizada até que o subsis-

tema Norte passasse a transferir energia para o Nordeste,

quando do enchimento do reservatório da UHE Tucuruí, de

tal maneira que a geração hidráulica das usinas no Nordeste

ficasse minimizada, apenas atendendo às restrições hidráu-

licas impostas pela cascata do rio São Francisco, já que havia

despacho adicional por garantia energética de todas as tér-

micas do Nordeste, ou por aplicação do Procedimento

Operativo de Curto Prazo – POCP ou por determinação

do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico - CMSE.

Com o agravamento das condições energéticas do SIN no

decorrer de 2012, provocado por uma hidrologia desfavo-

rável, a operação energética vem se caracterizando pelo

despacho maximizado de térmicas desde 18/10/2012,

quando o CMSE determinou a entrada de todo o parque

térmico, inclusive aquelas a Diesel de maior custo, R$

1.116,69/MWh, totalizando uma geração térmica de

14.000 MW despachadas continuamente. Em 11/05/2013

houve a retirada das térmicas mais caras, ficando despa-

chadas as térmicas até o custo de R$ 915,17 /MWh.

Durante a primeira quinzena de janeiro/2013 e nos

meses de fevereiro e março houve melhoria significativa

da Energia Natural Afluente - ENA do subsistema Sul,

permitindo que esse subsistema exportasse energia para

o subsistema SE/CO. E, com o enchimento do reserva-

tório da UHE Tucuruí, o subsistema Norte manteve ma-

ximizada a transferência de energia para o subsistema

Nordeste e o excedente energético foi transferido para

o subsistema SE/CO.

Isto permitiu a minimização da geração das usinas Furnas,

Emborcação (Theodomiro Carneiro Santiago) e Nova

Ponte, com objetivo de se buscar a recuperação do nível de

armazenamento de seus reservatórios, respeitando-se as

restrições operativas e elétricas vigentes.

O gráfico a seguir mostra os níveis de armazenamento des-

ses reservatórios, que são os maiores e os de cabeceira das

bacias dos rios Grande e Paranaíba, durante o período

úmido de 2013, indicando que para o caso de Emborcação

e Nova Ponte foi atingido ao final do período úmido, coin-

cidentemente, os mesmos níveis registrados na entrada

desse período úmido.

Face à necessidade imposta pelas baixas afluências aos re-

servatórios das regiões Sudeste / Centro Oeste e Nor-

deste, e visando não deplecionar ainda mais esses

reservatórios, à época em que foi determinado pelo CMSE

o despacho máximo das térmicas, também foi flexibilizada

a cota mínima operativa da UHE Itaipu (219,00 m), de

acordo com o Sumário Executivo PMO da semana 20 a 26

de outubro:

“A exploração da geração da UHE Itaipu será dimensionada

em função das afluências e do nível de armazenamento de

seu reservatório, que poderá atingir a cota 218,00 m”.

Posteriormente, essa flexibilização foi permitida até a cota

217,5m na semana 24 a 30 de novembro, até que, em

14/12/2012 foi autorizada a flexibilização para a cota 216 m.

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Page 57: Revista Mineira de Engenharia - 20ª Edição

57

Isto resultou no deplecionamento contínuo do reservatório

de Itaipu conforme indicado no gráfico a seguir, atingindo o

seu menor nível do histórico em 31/01/2013, com 216,07m.

Ressalta-se que mesmo à época do racionamento de 2001,

o menor nível de Itaipu havia sido 217,60 m em dezembro

de 2001, como pode ser observado no gráfico acima.

Vale lembrar também que no segundo semestre de 2007 as

condições hidrológicas do SIN estavam desfavoráveis, le-

vando a curva de armazenamento do SE/CO à ultrapassa-

gem da Curva de Aversão ao Risco - CAR em 22/01/2008,

e o Custo Marginal de Operação - CMO para R$

637,23/MWh, conduzindo ao despacho de todas as térmi-

cas, cuja potência naquela época era inferior a 7.000 MW.

O período chuvoso de 2008 sofreu atraso e em

março/2008 as afluências aumentaram fazendo com que o

reservatório de Itaipu viesse a verter, conforme indicado na

linha verde do gráfico acima, ao atingir a cota máxima de

220,40 m, nos meses de março e abril de 2008.

Pois bem, a operação energética através da máxima explo-

ração da geração em Itaipu nos meses de novembro/2012,

dezembro e janeiro/2013, com o consequente rebaixa-

mento do nível de seu reservatório foi extremamente con-

veniente, dado que houve parcial recuperação do nível em

fevereiro e a partir de 15/03/2013 uma frente fria na região

Sul causou vazão incremental ao reservatório de Itaipu da

ordem de 5.000 m3/s. Embora a UHE Itaipu esteja no sub-

sistema SE/CO, a hidrologia da região Sul influencia forte-

mente o regime hidrológico das vazões incrementais à

Itaipu, o que elevou bruscamente, em duas semanas, o nível

para a cota máxima operativa do reservatório.

Não fosse a estratégia de flexibilização da cota de Itaipu

teria havido vertimento ao tempo em que ocorre o despa-

cho de todo o parque térmico fora da ordem de mérito,

que implica em pagamento de Encargo de Serviços de Sis-

tema – ESS.

A brusca elevação do nível em março, conforme mostrado

no gráfico acima, se verificou numa época em que a geração

de Itaipu se mantinha maximizada para atendimento à carga

do SIN, que registrava recordes de demanda em todos os

subsistemas, ocorridos entre 01/02/2013 e 13/03/2013.

Cabe deixar claro à sociedade que a ocorrência de verti-

mento em usina hidrelétrica é decorrente da “sobra de

água”, que seria incompatível com a situação atual, quando

essa mesma sociedade recebe informação de que o custo

do despacho adicional de térmicas, fora da ordem de mérito

por segurança energética, equivalente a 32 milhões de reais

por dia, a considerar o valor correspondente ao mês de fe-

vereiro/2013, quando o ESS foi de R$ 957,60 milhões.

No gráfico a seguir estão os valores mensais relativos ao

ESS devido ao despacho adicional das térmicas por segu-

rança energética.

Mírian Adelaide Rennó Ribeiro Costa Pinto é engenheira

Mecânica formada pela UNIFEI - Universidade Federal de

Itajubá, pós graduada pela UNIFEI, foi professora da

UNESP – Universidade Estadual Paulista na disciplina de

Sistemas Térmicos e trabalhou na CESP – Companhia

Energética de São Paulo, hoje atua com consultoria em

planejamento energético e análise da operação do Sis-

tema Interligado Nacional, e sócia da Hedaidi Engenharia.

REVISTA MINEIRA DE ENGENHARIA_ 20_Layout 1 19/08/2013 18:37 Page 57

Page 58: Revista Mineira de Engenharia - 20ª Edição

No início de 1944, a turma

que se preparava para fazer o

vestibular no Instituto Eletro-

técnico de Itajubá – IEI, hoje

Universidade Federal de Ita-

jubá – UNIFEI, promoveu

reuniões cujo objetivo seria o

de formalizar um acordo para

dar um basta nas atitudes vio-

lentas dos veteranos que im-

punham o trote que vinha

sendo realizado antes do ves-

tibular. Participei de várias

destas reuniões, cujo líder

deste movimento era o Licí-

nio Marcelo Seabra. Ficou

então decidido que se algum estu-

dante fosse submetido a trote antes

do vestibular e, se este fosse aplicado

com violência, haveria o revide contra

os veteranos. E não deu outra! Um

grupo de veteranos invadiu uma Re-

pública onde moravam vários estu-

dantes de fora e lhes aplicaram o

trote, raspando-lhes a cabeça a força.

A reação não tardou. Certa noite,

após um levantamento de onde mo-

ravam os veteranos que participaram

daquele ato, um grupo de mais ou

menos 30 estudantes invadiu as Re-

públicas dos veteranos, arrombando

janelas e portas, raspando a cabeça de

alguns deles e gerando uma grande

confusão.

Segundo narrado pelo Licínio Seabra

ao Projeto Memória da CEMIG, no

dia seguinte o clima era de guerra,

com gente armada andando pra lá e

pra cá. Apesar da gravidade da situa-

ção, só mesmo por sorte não houve

vítimas fatais. Contou ainda, que do

grupo de calouros fazia parte alguns

cariocas que eram bons de briga e

topavam qualquer parada. Um deles

era o Marcelo Alencar, ex-Prefeito do

Rio, que estudou no IEI até o 2o. ano,

depois foi para o Rio onde estudou

Direito.

Consta que na praça cen-

tral da cidade, um grupo de

veteranos agarrou o Hélio

Braz, neto do Dr. Wences-

lau Braz, para lhe aplicar o

trote, quando seu amigo

Marcelo Alencar sacou de

uma mauser ameaçando-

os caso não largassem o

rapaz.

Logo depois, Clodoveu

Holzmann chegou na Re-

pública, ainda branco de

susto, narrando-nos o epi-

sódio naquele seu jeito tí-

pico muito engraçado:

- Eu estava sentado em um banco da

praça quando, em meio à confusão, o

Marcelo sacou sua mauser toda cro-

mada. Vi quando a arma brilhou para

a esquerda, depois brilhou para a di-

reita. Quando parou de brilhar pen-

sei: Caramba! está apontada na minha

direção! E zupt! me atirei em baixo

do banco para me proteger.

Luiz Figueiredo Cabral (Turma de

1949), aposentado da Cemig, criador

da “Escola de Formação e Aperfei-

çoamento Profissional de Sete La-

goas”, da CEMIG, mais conhecida

como “Escolinha do Cabral”.

58

Par ticipe e envie seu “causo” para jornal [email protected]

CAUSOS DA ENGENHARIA

ACONTECEU EM 1944

História enviada pela Engenheira Marita Arêas de Souza Tavares

Sobre os personagens desta história: Licínio Marcelo Seabra (Turma de 1948), falecido no ano de 2000, foi presidente da CEMIG, de

FURNAS e da NUCLEBRAS; Clodoveu Holzmann (Turma de 1946), falecido em 2008, foi professor da UFPR, responsável pelo pla-

nejamento do sistema de transmissão da COPEL, no Paraná, e pela introdução do sistema MRT nas redes de distribuição brasileira.

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Page 59: Revista Mineira de Engenharia - 20ª Edição

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Page 60: Revista Mineira de Engenharia - 20ª Edição

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