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BIOLOGY & HEALTH JOURNAL Revista de Biologia e Saúde ISSN - 2177-0239 Volume 4 - n. 2 – Janeiro a Julho de 2011

Revista Nardelli

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BIOLOGY & HEALTH JOURNAL

Revista de Biologia e Saúde

ISSN - 2177-0239

Volume 4 - n. 2 – Janeiro a Julho de 2011

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UNIÃO DE ENSINO DO SUDOESTE DO PARANÁ - UNISEPRevista de Biologia e Saúde da UNISEP – ISSN - 2177-0239

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REVISTA DE BIOLOGIA E SAÚDE DA UNISEP (BIOLOGY & HEALTH JOURNAL)

ISSN - 2177-0239

REVISTA CIENTÍFICA DOS CURSOS DA ÁREA DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE DA UNISEP

ENGENHARIA AMBIENTALEDUCAÇÃO FÍSICA

FARMÁCIAFISIOTERAPIA

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Catalogação na Fonte

A Revista de Biologia e Saúde da UNISEP (Biology & Health Journal) da UNISEP

é uma publicação oficial dos Cursos das Áreas de Ciências Biológicas e da Saúde daUnião de Ensino do Sudoeste do Paraná – UNISEP.

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Periodicidade: Semestral

ISSN - 2177-0239CDU – 034

1 - Biologia e Saúde – Periódicos

Volume: 04, n.2, Janeiro a Julho de 2011.

A responsabilidade pelo conteúdo dos textos publicados é exclusivamente dos autores.

É permitida a reprodução parcial dos textos, desde que citada a fonte.

Volume: 04, n.2, Janeiro a Julho de 2011.

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EA Revista de Biologia e Saúde (Biology & Health Journal) da UNISEP é uma

publicação dos Cursos da área de Ciências Biológicas e da Saúde da FAED –

Faculdade Educacional de Dois Vizinhos e da União de ensino do Sudoeste do

Paraná – UNISEP.

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2. Instituições de Ensino Superior

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Prof. MSc. Marcos Agenor Liston

11. Editor Responsável

Prof. Dr. Sideney Becker Onofre

12. Periodicidade

Semestral

13. Revisores

Inglês: Maria Montserrat Diaz Pedrosa Furlan

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Volmir Pitt Benedetti

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Page 8: Revista Nardelli

SUMÁRIO

Influência da obesidade hipotalâmica sobre o metabolismo e fertilidade de ratos wistar machos.

Margaret Seghetto Nardelli & Greicy Kiel .................................................................................................09

Efeitos do aprendizado motor sob a aquisição e o aperfeiçoamento das atividades dos membros superiores.

Cristhyano Pimenta Marques, Cláudio Silva Teixeira & Pollyanna F. M. G. Pimenta ..............................18

Quebra da dormência de sementes de canafístula (Peltophorum dubium (Spreng.) Taubert) e íris (Íris germanica).

Clair Aparecida Viecelli, Eliseu José Fiorese, Leandro Rampim & Vandeir Francisco Guimarães............28

Método pilates como recurso para tratamento conservador da escoliose idiopática adolescente.

Dora C. A. Segura, Fabiano C. Nascimento, Manoel A. A. da Silva, Carlos Alexandre Chiossi & Juliane

Honório Guilherme ...................................................................................................................................36

Normas para publicação............................................................................................................................44

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Art

igo

1Revista de Biologia e Saúde da Unisep – ISSN - 2177-0239

Biology & Health Journal - Volume 4 - n. 2 – Janeiro a Julho de 2011

09

INFLUÊNCIA DA OBESIDADE HIPOTALÂMICA SOBRE O METABOLISMO E FERTILIDADE DE RATOS WISTAR MACHOS

Margaret Seghetto NARDELLI¹ & Greicy KIEL²

¹Bióloga - Faculdade Assis Gurgacz - FAG- Av. das Torres, 500. 85810-110 - Cascavel - PR -

E-mail: [email protected]

²Profª Mestre da Faculdade Assis Gurgacz – FAG – Av. das Torres, 500. 85810-110 -

Cascavel - PR - E-mail: [email protected]

Recebido em: 16/05/2010 - Aceito para publicação em: 23/06/2011

RESUMO: O glutamato monossódico (MSG) lesa regiões hipotalâmicas, gerando a obesidade e

aumento do colesterol, que é um esteróide e um possível andrógeno. Com objetivo

de avaliar a influência da obesidade na fertilidade, ratos wistar machos N=10,

receberam por 5 dias pós-natos 4mg/g/peso de MSG e o controle (CON) salina.

Após cruzamento, foi avaliado número de fêmeas grávidas e de filhotes, após

sacrifício, peso, comprimento naso-anal (CNA), peso/volume dos testículos, peso

das gorduras retroperitoneal (GR) e colesterol. O volume testicular e CNA do

CON (0,88±0,20, 24,5±1,8) foi maior que os MSG (0,719±0,11, 21,6±1,4). Já GR e

o colesterol (22,8±6,8, 229,5±41,3) foram maiores no MSG comparado ao CON

(12,2±4,2, 175,4±43,2). O resultado do peso do animal e dos testículos foi

insignificante. O número de fertilizações (MSG 30=4 COM 30=28) e da média de

nascimentos (12=6) foi menor nos MSG comparado ao CON. Dessa forma

acredita-se que a obesidade interfere na morfofisiologia testicular dos animais

obesos-MSG.

Palavras-chave: Obesidade, glutamato-monossódico, fertilidade.

ABSTRACT: “Influence the obesity hypothalamic on the metabolism and fertility of male

wistar rats”. The Monosodium glutamate (MSG) damages hypothalamic regions,

causing obesity and increased cholesterol, which is a steroid and a possible

androgen. To evaluate the influence of obesity on fertility, male Wistar rats N=10,

received by 5 days 4mg/g/ weight post-native MSG and control (CON) saline.

After crossing, we evaluated the number of pregnant females and pups, after

sacrifice, the weight, nose-anal length, weight /capacity of the test, the weight of

recto-peritoneum fat and cholesterol. Testicle measure and nose-anal length, CON

(0.88±0.20, 24.5±1.8) was higher than the MSG (0.719±0.11, 21.6±1.4). Already

recto-peritoneum fat and cholesterol (22.8± 6.8/229.5±41.3) were higher in MSG

compared to CON (12.2±4.2/175.4±43.2). The result of the animal's weight and

testicle was insignificant. The number of fertilizations (MSG 30=4 CON 30=28)

and the average number of births (12=6) was lower in MSG compared to CON.

Thus it is believed that obesity interferes with testicle morphophysiology of MSG-

obese animals.

Keywords: Obesity, Monosodium glutamate, fertility

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1.0 - INTRODUÇÃO

A condição de obesidade segue uma

linha variável no tempo conforme valores

culturais e científicos. Durante muito

tempo na história da humanidade, o ganho

de peso bem como o acúmulo de gordura

foram tidos como sinais de saúde e

prosperidade. Hoje, contudo, a obesidade

é considerada uma doença crônica pela

Organização Mundial de Saúde (OMS)

(Almeida; Ferreira, 2007). A prevalência

da obesidade no Brasil aumentou 70%

entre 1975 e 1989, mostrando que tal

processo está se tornando mais

proeminente que a desnutrição (Claudino;

Zanella, 2007; Carneiro,2007), apontando

uma importante condição para uma maior

taxa morbimortalidade (Peres, 2007).

O aumento do peso corporal é

notório em países desenvolvidos e em

desenvolvimento. De acordo com a

classificação estabelecida pela OMS,

(1997), sobrepeso é definido como excesso

de peso corpóreo (índice de massa corporal

- IMC 25kg/m² a 29,9kg/m²) já obesidade

é denominada como excesso de gordura no

organismo, levando-se em conta o índice

de massa corpórea (IMC > 30kg/m²)

(Almeida; Ferreira, 2007; Peres, 2007).

Dados apontam a obesidade como a

segunda causa de morte no mundo,

detectando já em 1997, 300 milhões de

pessoas obesas e 750 milhões em sobrepeso

(OMS, 1999). O sobrepeso atinge

indivíduos de todas as classes sociais e tem

etiologia hereditária, constituindo um

estado de nutrição irregular ou da genética

para a obesidade (Claudino; Zanella,

2007).

Com mudanças de hábitos de vida, o

peso corpóreo das populações vem

aumentando, gerando vários problemas de

saúde pública mundial, e trás juntamente

uma gama de co-morbidades, dando outra

variação ao quadro, dificultando muitas

vezes seu reconhecimento (Almeida;

Ferreira, 2007).

Alguns distúrbios ligados à sexualidade e

à satisfação sexual indicam uma relação entre

obesidade e fatores psicológicos (Ribeiro-

Fi lho, 2007) . Além dos problemas

estigmatizados que apresenta, a obesidade gera

inúmeros problemas de saúde, como doenças

crônicas degenerativas (Peres, 2007).

A dislipidemia está associada às

alterações metabólicas e como conseqüência o

aumento dos valores de colesterol de

lipoproteínas beta de baixa densidade (LDL) e

lipoproteínas pré-beta de muito baixa

densidade (VLDL). A cada 1 kg de ganho de

peso corpóreo aumenta-se aproximadamente

20 mg a produção de colesterol total

(Tambascia et al., 2007).

Tendo em vista que o colesterol é um

esteróide e por isso, a base para a síntese de

testosterona e a espermatogênese, a fertilidade

de machos pode ser analisada por diferentes

ângulos (Campos; Damasceno, 2005). A

capacidade espermiogênica pode ser avaliada

por diferentes métodos, incluindo, entre

outros, análises quantitativas de sêmen e

estudos histológicos quantitativos do epitélio

seminífero (Almeida et al., 2004).

Entretanto, Lordelo (2007), realizou um

estudo sobre o comportamento dos

hormônios sexuais no peso. Percebeu nele que

a diminuição da função hipofisária pode levar a

um menor desenvolvimento dos órgãos

sexuais com redução da função testicular,

diminuindo a libido e a produção do sêmen,

desencadeando entre outros a impotência nos

homens (Ribeiro-Filho, 2007).

Homens com obesidade acima de

40kg/m² têm níveis de testosterona livre baixo

sem concomitante aumento de LH. As

alterações são reversíveis com perda gradual da

obesidade (Lordelo et al., 2007). A globulina de

ligação de hormônios sexuais (SHBG)

encontra-se diminuída em indivíduos obesos

causando grande impacto no metabolismo e na

ação dos esteróides sexuais. A diminuição da

SHBG decorre de menor produção hepática e

correlaciona-se inversamente ao IMC,

hiperinsulinemia e relação cintura-quadril

(Lordelo et al., 2007).

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Em homens moderadamente obesos, a

testosterona total é baixa devido à redução de

SHBG, mas a testosterona livre é normal.

Como já mencionado, a testosterona livre

poder ser reduzida em obesos graves

(IMC>40) devido à redução de freqüência e

amplitude de pulso de LH nesses indivíduos

(Lodelo et al., 2007).

Como visto, a obesidade está relacionada

a várias problemáticas em relação à saúde, às

doenças associadas e aos danos colaterais.

Sendo de total importância que se vá mais

longe nesta temática, tentando clarificar as

atenuantes, avaliando a influência da

obesidade na fertilidade e metabolismo de

ratos Wistar machos.

2.0 – MATERIAL E MÉTODOS

2.1 – Grupos - Foram selecionados inicialmente

20 ratos machos neonatos e divididos em dois

grupos: G1) MSG (n=10): Obesos sob indução

neonatal com glutamato monossódico (MSG).

G2) CONTROLE (n=10): Grupo Controle,

com administração de salina neonatal.

Os animais foram mantidos no biotério

setorial da Faculdade Assis Gurgacz (FAG) em

caixas de polietileno e temperatura (Tº) de 21 ±

1ºC em fotoperíodo claro-escuro de 12 horas e,

alimentados com ração padrão e água a

vontade.

A obes idade foi induzida pela

administração de MSG, do 2º até o 6º dia de

vida. A concentração indicada é baseada no

peso dos animais, sendo calculados pela

formula

MSG = [ ∑ PC . 4 . 0,1 ]

24%

(Dolnikkoff et al., 1988), sendo PC o peso

corpóreo.

Ao grupo controle foi administrado

solução salina no mesmo período em

concentração indicada e baseada no peso

dos animais, sendo calculado pela fórmula:

Salina = [ ∑ PC.1,25 . 0,1 ]

12,5% (Dolnikkoff et al., 1988).

2.2 - Avaliação de fertilidade - Com

aproximadamente 70 dias cada macho (tanto

do MSG como do Controle) foram colocados

para cópula com 03 fêmeas adultas,

permanecendo juntos por 15 dias. Após este

período os ratos machos foram retirados e as

fêmeas separadas.

Após aguardar o período que se permite

confirmar a gestação, foi avaliado o número de

fêmeas prenhas. Aguardou-se o período

gestacional das prenhas e após o parto (ou

período) foi avaliado o número de filhotes de

cada fêmea.

2.3 - Sacrifício e mensuração das variáveis -

Após período de corte e cópula os machos

foram separados tiveram seu peso e

comprimento avaliados. Em seguida os

machos foram sacrificados através de

decapitação e, seu sangue coletado em tubos de

ensaio, sem presença de anticoagulante.

Todos os animais foram dissecados

sendo retirada a gordura retroperitonial e

epididimal, as quais foram pesadas em balança

semi-analítica UD 2000/0.1 LE. Os testículos

foram retirados e avaliados quanto ao seu peso

volume, com uso de um paquímetro

Mitutoyo, modelo 536-134, (verificando-se

altura x largura x comprimento) e conservados

em formalina 10% tamponado por 48 horas,

seguido de conservação em álcool 70%.

O sangue coletado foi centrifugado e o

soro foi devidamente congelado. A partir do

soro foi realizada a mensuração do colesterol

total dos animais utilizando-se de kits

comerciais Labtest®, para a leitura da

absorbância.

2.4 - Avaliação dos dados - Os dados foram

compilados e analisados estatisticamente

através do Teste t de Student, com significância

para p<0,05. Os valores representam a média

± o erro padrão da média.

3.0 - RESULTADOS E DISCUSSÃO

Em análise aos dados obtidos e

apresentados nas figura 1 a 8, verifica-se que no

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grupo Controle 28 fêmeas pariram, sendo que

a média de filhotes nascidos vivos foi de 12. Já

no grupo MSG apenas quatro (de um total de

30) fêmeas pariram, com média de filhotes

inferior a o outro grupo, sendo seis para cada

fêmea que pariu conforme Figuras 1 e 2.

Figura 1 - Número de fêmeas que pariram após período de cruzamento.

Figura 2 - Média de filhotes por fêmea em cada grupo.

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Revista de Biologia e Saúde da Unisep – ISSN - 2177-0239Biology & Health Journal - Volume 4 - n. 2 – Janeiro a Julho de 2011

A variação da média de peso do animal

(g), não foi significativa para os dois grupos, o

grupo MSG (375,2 ± 60,8) e o Controle (409,8

± 20,1) conforme Figura 3, o mesmo ocorreu

com a média de peso dos testículos (g) MSG

(1,32 ± 0,14) e controle (1,38 ± 0,11) (Figura

5).

Com relação ao comprimento (cm) naso-

anal, o grupo MSG (21,6 ± 1,4) foi menor que

o controle (24,5 ± 1,8) (Figura 4). Se esta média

do tamanho do rato for comparada com o peso

médio, percebe-se que pesos parecidos diferem

em tamanho.

Figura 3 - Média na variação de peso dos ratos machos.

Figura 4 - Média do comprimento naso-anal dos machos no momento do sacrifício.

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Revista de Biologia e Saúde da Unisep – ISSN - 2177-0239Biology & Health Journal - Volume 4 - n. 2 – Janeiro a Julho de 2011

A variável relacionada ao volume médio

dos testículos, estatisticamente contribuiu

para a significância da pesquisa diferindo em

volume (mm³), menor para o grupo MSG

(0,719 ± 0,11) e maior para o grupo Controle

(0,88± 0,20) (Figura 6).

O peso das gorduras (g) (22,8 ± 6,8) e o

colesterol (mg/dL) (229,5 ± 41,3), foram

maiores no MSG comparados ao peso das

gorduras (12,2 ± 4,2) e o colesterol (175,4 ±

43,2) do grupo controle como demonstrado

nas Figuras 7 e 8.

A dislipidemia está associada às

alterações metabólicas e como conseqüência o

aumento dos valores de colesterol total (Peres,

2007).

Figura 6 - Volume médio dos testículos no momento do sacrifício.

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Revista de Biologia e Saúde da Unisep – ISSN - 2177-0239Biology & Health Journal - Volume 4 - n. 2 – Janeiro a Julho de 2011

O colesterol é um esteróide encontrado

nas membranas celulares de todos os tecidos do

corpo humano, e transportado no plasma

sanguíneo de todos os animais. O colesterol

quando tem sua cadeia clivada (27C para 20C)

se transforma em pregnenolona que é

convertido a progesterona que passa a ser

andrógeno ou estrógeno. Testosterona é um

andrógeno produzido pelas cé lulas

intersticiais do testículo (Células de Leydig),

com uma produção limitada no córtex da

adrenal (Ribeiro-Filho, 2007).

O processo fisiológico, de formação ou

não de tes tosterona e indução da

espermatogênese, acontece regulado pela

secreção hormonal das gônadas, sendo

induzido pelo feedback endócrino, controlado

pelo hipotálamo e hipófise, mandando

informação para o órgão alvo, neste caso o

testículo. Mas, todo este processo depende da

concentração de hormônios esteróides no

sangue, que dependendo da quantidade manda

uma informação positiva ou negativa para a

produção de testosterona. Tal fato em relação

à fertilidade e a obesidade podem ocorrer

porque a concentração de colesterol total

encontra-se alta, provocada pela dislipidemia.

Neste caso o feedback age inibindo a formação

de testosterona (Guyton; Hall, 2006; Randall

et al., 2000).

A globulina de ligação de hormônios

sexuais (SHBG) encontra-se diminuída em

indivíduos obesos causando grande impacto

no metabolismo e na ação dos esteróides

sexuais. A diminuição da SHBG decorre de

menor produção hepática e correlaciona-se

inversamente ao IMC, hiperinsulinemia e

relação cintura-quadril (Lordello et al., 2007).

Esta proteína, embora varie de estrutura e

propriedades físico-químicas de uma espécie

para outra, tem importância capital na

regulação de disponibilidade de esteróides

sexuais para os tecidos alvo periféricos e

centrais (Nelson et al., 2001).

A diminuição da função hipofisária

pode levar a um menor desenvolvimento dos

órgãos sexuais com uma redução da função

testicular que diminui a libido e a produção do

sêmen desencadeando entre outros, a

impotência nos homens (Ribeiro-Filho, 2007;

Lordelo et al., 2007).

Figura 7 - Média de gordura peritoneal (epididimal + retroperitoneal).

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Figura 8 - Volume médio dos testículos no momento do sacrifício.

4.0 – CONCLUSÃO

A obesidade hipotalâmica pode gerar a

diminuição no crescimento corporal, sem

afetar o peso corporal total, mas induzindo o

aumento de depós i tos de gordura

retroperitonial + epididimal e colesterol total

elevado. Essas alterações no colesterol total

podem afetar significativamente os níveis de

testosterona, refletindo diretamente na

reprodução de ratos Wistar machos, quando

ao número de filhotes.

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Revista de Biologia e Saúde da Unisep – ISSN - 2177-0239Biology & Health Journal - Volume 4 - n. 2 – Janeiro a Julho de 2011

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Art

igo

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Biology & Health Journal - Volume 4 - n. 2 – Janeiro a Julho de 2011

18

EFEITOS DO APRENDIZADO MOTOR SOB A AQUISIÇÃO E O APERFEIÇOAMENTO DAS ATIVIDADES DOS MEMBROS

SUPERIORES

1 2Cristhyano Pimenta MARQUES , Cláudio Silva TEIXEIRA & Pollyanna F.M.G. 3PIMENTA

1Prof. de Anatomia Humana da Universidade de Rio Verde. Fazenda Campus do Saber –

Rio Verde - GO. E-mail: [email protected]. de Anatomia Humana da Universidade de Rio Verde. Fazenda Campus do Saber –

Rio Vede – GO. E-mail: clá[email protected] - Universidade de Rio Verde. Rua Sebastião Arantes qd 24 lt 11 - Residencial

Canaã - Rio Verde – GO. E-mail: cristhyano.anatomia@gmailcom

Recebido em: 22/11/2010 - Aceito para publicação em: 04/07/2011

RESUMO: O objetivo deste estudo é investigar os efeitos da aprendizagem motora sob a

aquisição e o aperfeiçoamento das atividades membro superior, através de um

levantamento bibliográfico, onde foram abordados dados científicos com o intuito

de analisar a literatura de base e trabalhos realizados recentemente. A justificativa

para a realização deste estudo baseia-a se pela grande utilização dos movimentos do

realizados pelo membro superior nas atividades diárias. O desenvolvimento da

preensão mostra semelhante nas seqüências descritivas nos conceitos de maturação

que vão dos movimentos reflexos voluntários. Foi observado diante da revisão que

nas primeiras fases do desenvolvimento, a mão é transportada passivamente, sendo

seu movimento determinado pela movimentação do ombro. O resto do corpo atua

como platéia e a mão utiliza o segundo reflexo de preensão. Esta preensão palmar

coloca em jogo uma força muito superior aos seus objetivos, constatada pela flexão

total dos dedos. As mãos acham o caminho mais curto, econômico e com maior

acuidade motora para apreender o objeto voluntariamente, satisfazendo seus

objetivos.

Palavras-chave: Membro superior, psicomotricidade, anatomia.

ABSTRACT: The aim of this study is to investigate the effects of motor learning in the

acquisition and improvement of upper limb activities, through a literature survey

where scientific data were approached with the aim of analyzing the literature and

the basic work carried out recently. The rationale for conducting this study is

based to the great use made of the movements of the upper limb in daily activities.

The development of hold similar shows in the sequences describing the concepts of

maturity ranging from reflexive movements volunteers. It was observed that

before the revision in the early stages of development, the hand is moved passively,

being given its motion by moving the shoulder. The rest of the body acts as the

audience and uses the second hand grasp reflex. This grip puts into play a force far

superior to their goals, as verified by full flexion of the fingers. His hands find the

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shortest path, and more economical motor accuracy to capture the object voluntarily

meeting their goals.

Keywords: Upper limb, psychomotor, anatomy.

1.0 - INTRODUÇÃO

O desenvolvimento motor é um

processo continuo e demorado, podendo ser

visto pelo desenvolvimento progressivo das

habilidades as quais são dadas através do

comportamento de movimentos observáveis

do sujeito (Oliver, 1998).

Para Oliver (1998), as dificuldades de

aprendizagem simbólica refletem uma

deficiente integração das noções de espaço e

tempo que são fundamentais para a

organização do sistema sensório-motor da

criança.

Somente o desenvolvimento preceptivo-

motor correto garantirá a criança uma

concepção mais ajustada sobre o mundo

externo que a rodeia.

O desenvolvimento global da criança

depende do comportamento preceptivo-

motor, o qual exige como condições, variadas

oportunidades de aplicações: a exploração

lúdica, o controle motor, a percepção figura-

fundo, integração intersensorial (sentidos),

noções de corpo, espaço e tempo, etc.

À medida que a criança cresce, sua

habilidade motora vai-se aprimorar e a

capacidade de controlar seus músculos e

mover-se com desenvoltura aumentam

consideravelmente.

Os estímulos são importantes, mas é

necessário tomar cuidado para não forçar este

processo de maturação. É preciso que os

músculos ossos e sistema nervoso tenham

a t i n g i d o d e t e r m i n a d o e s t a g i o d e

desenvolvimento para que naturalmente, a

criança possa desempenhar atividades

especificas.

Segundo Hassano et al., (1999), cada

criança é uma pessoa singular, com um

temperamento, estilo de aprendizagem,

antecedentes familiares e padrões de

crescimento específicos. Contudo, há

seqüências universais e previsíveis de

crescimento e mudança que ocorre durante os

primeiros anos de vida. À medida que se

desenvolve, a criança necessita de diferentes

tipos de estímulos e interações para exercitar

suas aptidões e desenvolver as novas aptidões.

Portanto nosso estudo objetiva-se em

investigar os efeitos da aprendizagem motora

sob a aquisição e o aperfeiçoamento das

atividades membro superior, através de um

levantamento bibliográfico, onde foram

abordados dados científicos com o intuito de

analisar a literatura de base e trabalhos

realizados recentemente. A justificativa para a

realização deste estudo baseia-a se pela grande

utilização dos movimentos do realizados pelo

membro superior nas atividades diárias.

2.0 - Classificação funcional dos músculos do membro superior

Os músculos estão distribuídos em torno

dos ossos de tal modo que, para cada grupo

muscular, encarregado de produzir um

determinado movimento, existe, do lado

oposto da articulação, outro grupo capaz de

agir em sentido contrario.

Albuquerque (1996) diferencia os

músculos em agonista a antagonista os quais o

primeiro tem ação por encurtamento das

fibras muscular, causando o movimento e

algumas vezes chamado de músculo principal

do movimento, já os antagonistas são aqueles

que apresentam ação oposta à dos agonistas,

seja para regular a rapidez ou a potencia desta

ação, usualmente são os músculos que não

estão contraindo, não auxiliam e nem resistem

ao movimento, mas que passivamente se

relaxam permitindo a maior facilidade do

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movimento.

Existe também um grupo de músculos

que se contraem ao mesmo tempo dos

agonistas, porem não são considerados os

principais responsáveis do movimento,

normalmente sempre estão em numero maior

que um (Costa; Macedo, 2000).

Na execução dos movimentos de nossos

membros, muitos músculos, às vezes bem

distantes dos segmentos do corpo que

desejamos movimentar, deverão entrar em

atividade. Não só os agonistas e os antagonistas

dos segmentos em movimentos devem ser

contraídos ou relaxados, muitos músculos, a

distancia, devem entrar em contração

isométrica para manter a postura e o equilíbrio

de todo o corpo e fixar os segmentos que

devem ser imobilizados para servirem de

ponto de apoio ao músculos responsáveis pelos

movimentos, chamados de posturais (Costa;

Macedo, 2000).

Os músculos posturais se subdividem em

fixadores e posturais propriamente ditos, para

Borelli (1999), a fixação muscular geralmente

leva a maiores patologias. Quando uma pessoa

tenta realizar um movimento muito

lentamente, com muita precisão e pouca

resistência externa, é uma tendência comum

utilizar uma fixação muscular. Durante o

movimento de apanhar um objeto no chão os

músculos que fixam o tronco para a realização

do movimento são chamados de fixadores.

Os músculos posturais propriamente

ditos são aqueles que entram em ação para

manter a postura ou reestabelcer o equilíbrio

do corpo alterado pelo movimento. Os

músculos responsáveis pela postura e pelos

movimentos estão unidos aos ossos e dispostos

em grupos OPOSTOS EM TORNO DAS

ARTICULAÇÕES (ALBUQUERQUE,

1996).

3.0 - Papel do sistema nervoso no controle dos movimentos e da postura

U m s i m p l e s c o m p o r t a m e n t o

propositado, como atirar uma bola, requer

vários tipos de informações sensoriais:

informações acerca do movimento da bola,

impacto, da posição dos braços, das pernas e do

tronco nos espaço.

Segundo Brandão (1984), as áreas de

associação do córtex, onde o movimento e

planejado, são alimentadas por informações

sensoriais. Daí as informações são transmitidas

para o sistema motor, que gera comandos para

os movimentos ligados à antecipação, à

captura e à preensão do objeto. Esses

comandos motores a partir do cérebro têm que

ser dirigidos para determinados músculos do

corpo, e tem que ser sincronizados para

coordenar a contração e o relaxamento dos

grupos musculares oponentes. Tenho também

que regular a postura corporal como um todo.

E, finalmente, para regular o desempenho, os

sistemas motores requerem informações

continuas acerca das alterações da tensão

musculares. Enquanto os sistemas sensórias e

motor são importantes para atirar um objeto, a

dec i s ão de in i c i a r e comple t a r o

comportamento é regulada pelo sistema

motivacional.

Os sistemas sensoriais e motores usam

um meio comum, os sinais neurais para a

comunicação no interior do sistema nervoso.

Os sistemas sensoriais, são os pontos de

entrada, transformam a energia física em sinais

neurais, enquanto os motores usam os sinais

neurais para traduzir os planos para a ação em

forma contrátil, nos músculos produtores de

movimento (Fleury, 19999).

Ações proporcionais em organismos

complexos exigem uma coordenação fina da

atividade simultânea de diversas vias motoras.

Uma das tarefas-chave dos sistemas motores é a

escolha de uma resposta apropriada, em dado

momento, e a focalização da complexa

maquinaria do movimento sobre essa ação

(Behrman, 2002)

4.0 - Funções dos membros superiores

A sensibilidade do corpo baseia-se

primeiramente na ativação de determinadas

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terminações nervosas, distribuídas na pele, e

em estruturas profundas, músculos, vasos e

vísceras.

Os receptores são órgãos sensórias

especializados, que transformam o estimulo

mecânico, térmico, químico ou elétrico em

mensagens aferentes. Conforme suas funções

podem ser classificadas em exteroceptivas,

proprioceptivos e êntero ou interoceptivos

(Machado, 2002).

Para Brandão (1984), a mão é um

instrumento mais útil para a aquisição dos

nossos conhecimentos sobre o mundo. Graças

às funções motoras, ela é um instrumento de

ação colocada a serviço da inteligência,

indispensável para que se possa agir sobre os

objetos que rodeia o homem. Daí, a sua

importância na aplicação dos conhecimentos,

na satisfação das necessidades ou desejos e na

modificação do mundo em que se vive o

homem.

Os movimentos das diferentes partes dos

membros superiores permitem segurar, passar

a mão sobre objetos, deslocá-los de um para o

outro ponto, dispondo-os ou movimentando-

os no espaço segundo a vontade, manejá-los

como instrumentos intermediários em ações

ou, finalmente, atirá-los a distancia

Nas atividades para se agir os objetos, é

usado o tronco como ponto fixo das alavancas

representadas pelo segmento dos membros

superiores, correspondentes a escapula, braço

e antebraço.

Em todas essas ações, é importante a

independência dos movimentos do polegar e

do indicador entre si em relação aos demais

dedos da mão, e que os movimentos de todos

os demais segmentos dos braços. É também

importante para as diferentes atividades da

mão a possibilidade de flexionar uns dedos

enquanto se estende os outros, de juntar e

afastar dois ou todos e finalmente

de poder movimentar as articulações

metacarpofalangicas independentemente dos

movimentos da articulação interfalangicas

(Brandão, 1984).

As funções motoras básicas estão assim

distribuídas:

�Aproximação: movimentos dos diferentes

segmentos do membro superior que tem por

objetivo levar a mão a qualquer ponto do

espaço onde sua ação é desejada.

�Agarrar: o funcionamento da mão, sob o

ponto e vista da mobilidade, é como um

órgão essencialmente preensor, esta é

realizada pelos movimentos do polegar e dos

demais dedos da mão, apertando e

envolvendo o objeto a ser segurado.

�Soltar: é o processo dado pela ação dos

músculos extensores e abdutores da mão, que

por sua vez se torna muito importante, pois

não adianta segurarmos se não soubermos

soltar.

�Deslocar objetos ou o próprio corpo:

Devido às diferentes articulações dos

membros superiores, podemos modificar a

posição de objetos no espaço, deslocá-los ou

rodá- los . Os des locamentos ass im

provocados poderão ser de todo o objeto ou

só de parte, como, por exemplos, quando

procuramos deslocar um galho de arvore

para quebrá-lo.

�Tocar ou pressionar: tocamos um objeto

para verificarmos sua consistência.

Pressionamos um objeto par moldar a sua

forma ou para fixá-lo de encontro a outro.

�Manipular: os objetos são deslocados e

rodados entre os dedos ou girados no espaço

pelo movimento de prono-supinação, como

por exemplo, rodar uma maçaneta, girar uma

chave na fechadura.

�Lançar: o processo de lançamento é dado

pelo deslocamento no espaço a fim de que

sejam impulsionados com a força e a

velocidade desejada, em uma determinada

direção e soltá-los no memento exato.

Somente aos 5 anos a criança pode atirar com

precisão um objeto, pois somente nesta idade

existe a coordenação e a avaliação visual de

direção e distância do ponto a ser atingido,

necessários para que a criança possa lançar o

objeto com exatidão.

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Antes de haver adquirido as reações de

equilíbrio do tronco e saber permanecer

sentada ou de pé, a criança se utilizará dos

braços para manter-se nestas atitudes.

Palafore (1994) profere que um mau

equilíbrio afeta a correta construção de

esquema corporal porque traz como

conseqüência a perda da consciência da

mobilidade de algumas partes do corpo. Uma

criança que apresenta dificuldade de se

equilibrar não pode liberar seus braços e suas

mãos, que são imprescindíveis para a

aprendizagem que envolvem manipulações.

É o controle postural que garante uma

marcha automática e harmoniosa e,

conseqüentemente, a liberação do corpo para

os movimentos finos. Do contrario os

movimentos das crianças serão do tipo global e

rígido (Fleury, 1999).

Quando a criança começa a aprender a

ficar de pé, ela se sustenta com o auxilio das

mãos, segurando-se em alguma coisa fixa.

Pouco a pouco, irá também adquirindo

equilíbrio na posição de pé, primeiro soltará

uma das mãos e, depois, a outra, finalmente, as

libertará por completo.

Para Brandão (1984), o uso dos braços

protege o corpo na queda evidencia-se na

chamada reação protetora dos braços ou

reação de pára-quedistas. Quando uma

criança, suspensa no ar de face para baixo, é

movida bruscamente para o chão, seus braços

se estendem imediatamente como se

procurassem proteger o rosto contra o

impacto. Esta reação é observada, em geral

pela primeira vez, entre o 6º e o 8º mês.

Aproximadamente após os 7 ou 8 meses,

a criança aprende a manter o equilíbrio

quando sentada, escorando, ao cair, o peso do

corpo com os braços estendidos ou abrindo-os

para modificar o centro da gravidade.

Pelo 10º ou 12º mês, aparece uma reação

semelhante, evitando a queda para trás,

quando o tronco é empurrado para trás, os

braços se estendem e procuram suportar o

peso do corpo apoiando as mãos na superfície

de sustentação, atrás do tronco. Os braços se

colocam em extensão, em ligeira rotação

lateral e os antebraços em semipronação.

Para Mimura (1997) os movimentos

intencionais de defesa aparecem, pela primeira

vez, quando a criança volta à cabeça de um lado

para o outro em demonstração de que não quer

comer. Pelo fim do primeiro ano, a criança

recusa empurrando o que não quer pôr mais

tarde pelo 18º mês, durante as manifestações

de raiva e negativismo, agita os braços em

movimentos rápidos e alternados como se

quisesse bater no seu adversário, o que às vezes

faz.

5.0 - Desenvolvimento do sistema nervoso

Para Kandel (1997), o sistema nervoso

tem capacidade de receber, transmitir,

elaborar e armazenar informações. Recebe

informações sobre mudanças que ocorrem no

meio externo, isto é, relaciona o indivíduo

com seu ambiente e inicia e regula as respostas

adequadas. Não somente afetado pelo meio

externo, mas também pelo meio interno. As

mudanças no meio externo são apreciadas de

forma consciente, enquanto as mudanças no

meio interno não tendem a ser percebidas

conscientemente.

Segundo Moore (2007) o sistema nervoso

se divide:

�Sistema nervoso somático: rege as funções de

relação com o meio externo. Apresenta

componentes aferentes – conduz aos centros

nervos impulsos dos receptores periféricos

informando o que se passa no meio

ambiente.

�Sistema nervoso visceral: ocupa-se do

aspecto interior, a regulação a coordenação

dos órgãos. É autônomo, já que estes

processos não dependem da vontade do

homem. Suas via aferentes conduzem

impulsos dos receptores viscerais ate o

sistema nervos. Sua porção eferente leva

impulsos ate as vísceras, glândulas,

musculatura lisa ou cardíaca.

�Sistema nervoso central: consta do encéfalo e

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da medula espinal, estes são os principais

centros onde se relaciona e integra a

informação nervosa. Encontram-se

suspenso no líquor e estão protegidos pelas

meninges e estruturas ósseas.

�Sistema nervoso periférico: composto pelos

nervos que conduzem os estímulos em suas

vias aferentes e eferentes, e os gânglios

espinais.

Para Cohen et al., (2001), o sistema

nervoso central é a parte nobre do nosso

organismo, por presunção é a sede da

inteligência, o lugar onde se formam as idéias e

o lugar do qual partem as ordens para a

execução dos movimentos, para a regulação de

todas as funções. É o anteparo ao qual chegam

às impressões da vista, do ouvido, do tato, do

olfato, dos sabores. No sistema nervoso centra

fica em suma o comando de todo o organismo,

seja entendido no sentido físico, seja no

sentido psíquico. Toda a lesão que ocorrer em

uma parte qualquer do sistema nervoso central

é quase sempre permanente e não pode ser

reparada. As células do sistema nervoso tem

caráter definitivo, não se regeneram quando

são destruídas, como acontece, por exemplo,

com os outros tecidos, como a pele, os

músculos, etc.

O tecido nervoso é formado de células e

fibras nervosas, sendo caracterizadas por

inúmeros e longos prolongamentos chamados

dendritos. Entre esses há um mais longo do

que os outros, o cilindro-eixo que, a certa

distancia do corpo celular, se reveste de uma

bainha chamada de neurilema e constituía

fibra nervosa. Os outros prolongamentos da

célula nervosa, os dendritos, servem para

estabelecer o contato entre as células. As

uniões destas células formam os nervos

(Behrman, 2002).

Os nervos conduzem impulsos de ou

para o sistema nervoso central, dependendo do

sentido de condução se classificam como

motores, sensitivos e mistos. Os neurônios

motores são eferentes e levam estímulos do

sistema nervoso central para a periferia onde

alcança os tecidos alvos, os neurônio sensitivos

são eferentes e levam os estímulos da periferia

para o sistema nervoso central, já os misto

apresentam tanto o componente motor

quanto o sensitivo.

Conforme Kandel (1997), em um corte

anatômico do sistema nervos, tais como o

encéfalo ou a medula espinal, se vêem zonas

mais escuras e mais claras bem definidas. Elas

são as substancias cinzenta e branca

respectivamente, onde a substancia cinzenta e

formada pelos corpos de neurônio, é o local

onde se formam os centros de processamento

de informações.

6.0 - Características básicas do desenvolvi-mento da motricidade

Em qualquer ação é necessário que

determinados músculos alcancem um grau de

tensão e que outros se relaxem. A execução de

um ato motor implica, portanto, o controle do

tônus muscular.

A criança deve ser capaz de adquirir este

controle para que iniba ou relaxe

de t e rminados s egmentos corpora i s

desnecessários em algumas atividades. O tônus

muscular é fundamental para o funcionamento

das atividades motoras. Existem variações

tônicas que podem ser representadas da

seguinte forma: hipertonia, hipotonia,

paratonia e distonia (Fleury, 1999).

Nas primeiras semanas, o recém nascido

possui apenas seus reflexos herdados como

forma de adaptação ao ambiente, o que o torna

desprovido de recursos, tanto fisiológicos

quanto psicológicos.

Segundo Spitz (1993), do ponto de vista

psicológico, a criança apresenta uma

indissociaçao sujeito/objeto, ou seja, ela não

faz distinção entre o que é de seu corpo e o que

é do meio exterior, mas lentamente a criança

vai tomando consciência de seu poder sobre o

mundo externo, por exemplo: chorando

quando sente fome. É a isto que se refere o

chamado egocentrismo inicial infantil.

O estagio sensório motor é caracterizado

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por uma inteligência prática, que se determina

em presença dos objetos, das situações, das

pessoas e cujo instrumento é a percepção.

Nessa fase, é constatado um extraordinário

desenvolvimento mental, decisivo para todo

curso da evolução psíquica, pois representa a

conquista, através da percepção e dos

movimentos, de todo o universo pratico que

cerca a criança.

Para Oliver (1998), no período sensório

– motor se desenvolve o primeiro esquema de

conservação que é o esquema do objeto

permanente. Se a criança ainda não

desenvolveu este esquema, quando um objeto

desaparece de seu campo perceptivo é como se

ela não existisse. Se, ao contrario, esse esquema

está construído, a criança procura ativamente

o objeto desaparecido, mesmo quando fora de

seu campo perceptivo. A conquista do objeto

permanente se da de acordo com o

desenvolvimento do estagio sensório-motor:

�Substágios I (os usos dos reflexos até um mês)

e II (as primeiras adaptações adquiridas e a

reação circular primária de 1 a 4 meses), não

há nenhuma conduta relativa aos objetos

desaparecidos, ou seja, a criança não procura

ob j e to s au s en te s , d e evocação e

representação. Quando um objeto esta fora

do campo perceptivo é como se ele não

existisse.

�Substágio III (adaptações sensório-motores

intencionais e as reações circulares

secundarias de 4 a 8 meses) permanência

parcial do objeto. A criança procura apenas o

objeto desaparecido quando se se situa no

prolongamento dos movimentos de

acomodação, mas ainda não exibe conduta

eficiente de procura quando o objeto é

retirado de seu campo perceptivo. Ela

procura o objeto cuja parte visualiza, mas

não procura um que esteja completamente

escondido.

�Substágio IV (a coordenação de esquemas

secundários e sua utilização em novas

situações entre 8 a 12 meses). A criança busca

ativamente o objeto desaparecido sem levar

em consideração a secessão de deslocamento

visível. Por exemplo, se a criança ver um

objeto ser escolhido atrás de um tapume, ela

o procurará e o encontrará e o neste

respectivo lugar. Mas, se o objeto for

transferido de um lugar para outro, mesmo

sob o olhar da criança, esta o procurará no

esconderijo inicial.

�Substágio V (Reação circular terciária e o

descobrimento de novos meios através da

experimentação ativa dos 12 a 18 meses),

nesta fase a criança já consegue seguir uma

seqüência de deslocamento que o objeto

possa vir a sofrer, isto é, ela leva em conta os

deslocamentos sucessivos do objeto. Porem,

e la a inda não consegue imaginar

movimentos que não visualize.

�Substágio VI (Invenção de novos meios

através das combinações mentais dos 18 aos

2 4 m e s e s ) . O o b j e t o c o n s t r ó i

definitivamente. A criança já entende os

deslocamentos invisíveis, parecendo ser

capaz de direcionar sua busca através da

representação.

O recém nascido, quando firmemente

segurado na posição sentada, estende os braços

em direção aos objetos, desde que estejam

próximos e se desloquem dentro do seu campo

visual.

Para Caroli et al (2000), o recém nascido é

capaz de seguir um objeto brevemente com o

olhar e de acompanhar um rosto de um lado

para o outro, se estiverem suficientemente

próximos. É provável que o controle

conjugado do olhar e da mão, ou seja, a

capacidade para a preensão simples e para a

observação da mão marque o começo do uso

funcional da mão.

Aos 3 meses de idade, o lactente consegue

juntar as mãos na linha mediana e dobrá-las e

reabri-las, com 4 meses o controle da preensão

já é mais perfeito, sem que o lactente costume

bater nos objetos, ao invés de pegá-los.

Já aos 5 meses a preensão voluntaria já se

torna mais freqüente, o lactente consegue

pegar os dedos do pé em decúbito dorsal.

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A força da preensão ainda é mal dosada

nessa fase precoce da manipulação, o lactente

costuma exercer preensão demasiadamente

forte, encontrando dificuldade em soltar. O

ato de soltar não parece ser voluntario ante do

terceiro trimestre. Quando se da um biscoito à

criança, ela come, mas poderá esmagá-lo antes

que ele alcance a boca (Brandão, 1984).

Por volta dos 9 meses, a criança deixa de

devolver um objeto que lhe for dado, aos 12

entregará o mesmo se for solicitado. Alguns

bebês comem sozinhos com a colher a partir

dos 9 meses, mas a maioria o faz em torno dos

15 meses.

Para Meyerhof (1996), os primeiros

movimentos de preensão voluntários são

realizados com a mão inteira, com tendência

ao desvio para o lado ulnar. No decorrer do

segundo semestre de vida, o foco se desloca

para o lado radial, por volta dos 8 meses de

idade, a maioria dos objetos costuma ser

segurado nessa direção.

Na idade de 12 meses, ele é capaz de

segurar pequenos objetos entre as pontas dos

dedos polegar e indicador, quando esta idade

cerca dos 3 anos, a maior parte das crianças já

dispõem da assim chamada pega dinâmica em

tripé, a qual consiste no uso combinado de

polegar, indicado e dedo médio na execução de

pequenos movimentos usados no ato de

escrever. Parte do desenvolvimento do

controle funcional da mão consiste em

adquirir a habilidade no emprego dos dedos

tanto isoladamente como em conjunto.

Para Mimura (1997), o principal

elemento do sistema motor, responsável pelos

movimentos independentes dos dedos e pela

destreza motora, parece se sinopses entre os

neurônios do córtex motor, a época em que se

estabelece o predomínio de uma das mãos é

variável, mas por volta dos 15 meses, a maioria

das crianças já apresenta preferência por uma

das mãos, depois de dominada a preensão, o

desenvolvimento do manuseio parece

depender da pátria e das oportunidades

oferecidas pelo ambiente. A habilidade no

manuseio dos objetos torna-se cada vez mais

especifica em relação ao objeto e à tarefa.

Os movimentos ao serem executados,

despertam modificações nos receptores

sensoriais dos músculos, aponeuroses, tendões

e articulações. Estas sensações são captadas e

informa aos centros nervosos como o

movimento esta se processando, as posturas

dos segmentos do corpo, o estado de tensão ou

relaxamento dos músculos etc. (Kandel, 1997).

Sensações proprioceptivas podem ser

definidas como sentido de movimento e de

posição dos diferentes segmentos corporais.

Esta integrada pelos diferentes meios, pelos

quais o indivíduo conhece a posição de seus

segmentos corporais e suas relações recíprocas

com a gravidade.

Para Filho (1995), a propriocepção

consegue-se aprimorar e manter um equilíbrio

postural. Sendo assim, a déficit de equilíbrio, a

dificuldade de identificar formas geométricas

básicas deve-se a uma falta de estimulo

proprioceptivo, desencadeando em alterações

posturais mais graves como a hipercifose

dorsais presente na maioria da população com

deficiência visual.

As sensações propriceptivas, oriundas

nos órgãos do aparelho locomotor, nos

indicam atitude e os movimentos dos

diferentes segmentos do corpo, uns em relação

aos outros, mas não nos permitirão reconhecer

a posição e a orientação do corpo no espaço, se

ele esta na vertical ou na horizontal. Este

reconhecimento só será possível pela

percepção da posição da cabeça no espaço,

graças, principalmente, as sensações

labirínticas e à visão.

É também do labirinto que se originam

os estímulos capazes de determinar os reflexos

tônicos labirínticos e os reflexos de retificação

labiríntica, estes últimos são importantíssimos

para a aquisição dos padrões de movimentos de

extensão e flexão do corpo (MACHADO,

2002)

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7.0 - CONSIDERAÇÕES FINAIS

O desenvolvimento da preensão mostra

semelhante nas seqüências descritivas nos

conceitos de maturação que vão dos

movimentos reflexos voluntários.

Foi observado diante da revisão que nas

primeiras fases do desenvolvimento, a mão é

transportada passivamente, sendo seu

movimento determinado pela movimentação

do ombro. O resto do corpo atua como platéia

e a mão utiliza o segundo reflexo de preensão.

Esta preensão palmar coloca em jogo uma

força muito superior aos seus objetivos,

constatada pela flexão total dos dedos. As mãos

acham o caminho mais curto, econômico e

com maior acuidade motora para apreender o

objeto voluntariamente, satisfazendo seus

objetivos.

A repetição e a variabilidade dos

movimentos irão desenvolver maior destreza

natural, aos 12 meses de idade a criança, através

das mãos, determina o jogo completo da

articulação dos membros superiores.

E s t e e s t u d o , e n f o c a n d o o

desenvolvimento psicomotor do membro

superior, faz-se didaticamente, dentro da

evolução das etapas do desenvolvimento

normal. Sabe-se que quando há lacunas dentro

desta evolução, durante a primeira infância,

existe a possibilidade de a criança apresentar

problemas na escolaridade.

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Revista de Biologia e Saúde da Unisep – ISSN - 2177-0239Biology & Health Journal - Volume 4 - n. 2 – Janeiro a Julho de 2011

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Art

igo

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Biology & Health Journal - Volume 4 - n. 2 – Janeiro a Julho de 2011

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QUEBRA DA DORMÊNCIA DE SEMENTES DE CANAFÍSTULA

(Peltophorum dubium (Spreng.) Taubert) E ÍRIS (Íris germanica)

1 1 2Clair Aparecida VIECELLI , Eliseu José FIORESE , Leandro RAMPIM & Vandeir 2Francisco GUIMARÃES

1Faculdade Assis Gurgacz – FAG, Avenida das Torres n. 500, CEP: 85.806-095, Bairro Santa

Cruz, Cascavel, PR. – E-mail - [email protected] - [email protected] Estadual do Oeste do Parana - UNIOESTE, , Rua Pernambuco, 1777, CEP

85960-000, Marechal Cândido Rondon, PR – E-mail - [email protected] -

[email protected]

Recebido em: 23/11/2010 - Aceito para publicação em: 05/06/2011

RESUMO: A canafístula é uma espécie arbórea utilizada para a recuperação de áreas

degradadas, enquanto a íris é utilizada principalmente em paisagismo. Um dos

principais problemas do cultivo de canafístula e íris provém da dormência de sua

semente, a qual é imposta pelo tegumento. Desta forma, faz-se necessário relatar

métodos para superação da dormência em sementes destas espécies. A partir disto,

este trabalho teve como objetivo testar a eficiência de diferentes métodos de

tratamento de quebra de dormência na germinação de sementes de canafístula e íris

com a utilização de água destilada, ácido sulfúrico concentrado (98%), água quente o(98 C), escarificação mecânica, imersão em água de coco, imersão em solução com

-1giberelina (20 mg L ) e refrigerador (-4°C). De acordo com os resultados obtidos no

experimento, pode-se verificar que a causa da dormência das espécies podem ser

devido a impermeabilidade parcial do tegumento. O tratamento de escarificação

mecânica apresentou o melhor índice de germinação para a canafístula enquanto o

tratamento com ácido sulfúrico proporcionou maior acréscimo na germinação em

íris.

Palavras-chave: Plantas ornamentais, espécies arbóreas, escarificação, água de

coco.

ABSTRACT: “Numbess break of seed of Canafistula (Peltophorum dubium (Spreng.)

Taubert) and Iris (Íris germanica)” The canafístula is a forest species being used

for the recovery of degraded areas, while iris is used mainly in the ornamental

plant. One of the main problems of the canafístula and iris cultivation comes from

the numbness of seed, which is imposed by the tegument. This way, it is necessary

to look for new methods for overcome of the numbness in seeds of the specie.

Starting from this, this work had as objective to test the efficiency of different

methods of treatment of numbness break in the germination of canafístula and iris

seeds with the use of distilled water, concentrated sulfuric acid (98%), hot water

(98 ºC), mechanical scarification, immersion in coconut water, immersion in -1solution with gibberellin (20 mg L ) and refrigerator (-4°C). In agreement with the

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results obtained in the experiment, it can be verified that the cause of the numbness of

the species are due to partial impermeability of the tegument. The treatment of

mechanical scarification presented the index best of germination to canafístula, other

side, the treatment of sulfuric acid had presented the best indices of germination to iris.

Key-words: Ornamental plants, forest species, scarification, water coconut.

1.0 - INTRODUÇÃO

Com a expansão agrícola, tem-se

observado um comprometimento do

potencial genético de muitas espécies, em

decorrência da devastação florestal para

extração de madeira (Perez et al., 1999). Dentre

estas espécies, a Peltophorum dubium (Spreng.)

Taubert, também conhecida como canafístula,

pertencente à família Leguminosae, sub

família Mimosoidae. É uma planta heliófita,

pioneira, característica da floresta latifoliada

semidecídua da Bacia do Paraná, ocorrendo

também nos estados do Mato Grosso, Mato

Grosso do Sul, Rio de janeiro, Bahia e Goiás.

Sua madeira é empregada na construção civil,

marcenaria, carrocerias e em serviços de torno.

A árvore é ornamental e proporciona ótima

sombra quando isolada, podendo ser

empregada com sucesso no paisagismo. Por ser

uma planta rústica e de rápido crescimento, é

a d e q u a d a p a r a a c o m p o s i ç ã o d e

reflorestamentos mistos de áreas degradadas de

preservação permanente (Lorenzi, 2002).

Segundo Oliveira et al. (2003), a

dormência imposta pelo tegumento, comum

em sementes da família Leguminosae, como a

canafístula, tem trazido problemas aos

viveiristas na formação de mudas. Conforme

salientam Borges et al. (1980), se a dormência é

uma carac ter í s t i ca que f avorece a

sobrevivência em relação aos fatores adversos

do ambiente, nem sempre atende aos interesses

dos viveiristas interessados na propagação

dessas espécies. Este fato ocorre, porque após a

semeadura, a germinação das sementes que

apresentam dormência é demorada e

desuniforme, sendo necessário o emprego de

tratamentos que possam promover a rápida

hidratação e o início da germinação.

Em experimento realizado por Mattei et

al. (2002) foi comprovado a eficiência na

semeadura direta como uma alternativa de

implantação para a canafístula, possibilitando

transformar as áreas de capoeiras em um

sistema agroflorestal ou mesmo silvipastoril.

Sendo que para realizar a semeadura, foi

efetuado a prévia escarificação mecânica das

sementes a 1.725 rpm, durante 60 segundos,

com lixa Norton 60. Neste experimento a

germinação das sementes escarificadas ficou

em torno de 60 a 70%.

A formação de mudas de P. dubium é

simples, mas a presença de tegumento impede

parcialmente a penetração da água e o

desencadeamento dos processos metabólicos

próprios da germinação (Salerno et al., 1996).

Mattei (1999), concordando com esses autores,

comenta que os problemas de germinação da

semente de P. dubium não são causados por

problemas fisiológicos, mas, por uma camada

paliçádica no tegumento. Assim, segundo

Bianchetti e Ramos (1981) os tratamentos

usados para superar esse tipo de dormência,

baseiam-se no princípio de dissolver a camada

cuticular cerosa ou formar estrias/perfurações

no tegumento das sementes, pois a sua ruptura

é imediatamente seguida de embebição, o que

propicia o início do processo germinativo.

Essa problemática é ressaltada também

para plantas de íris, pertencente a família

Iridaceae, a qual inclui 1750 espécies

distribuídas em 78 gêneros. Estas são plantas

com flores muito apreciadas e ocupam uma

importância econômica na ornamentação de

jardins. Estas plantas são ervas perenes com

órgãos de armazenamento subterrâneos,

rizomas, ou mais raramente bulbos. As folhas

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são decíduas ou persistentes e as flores são

frequentemente muito vistosas (Linnaei,

1753). A maioria das folhas são estreitas e

lineares, com textura rígida, sendo semelhante

a face superior e inferior. A inflorescência é

muito variada, mas geralmente racemosa ou

paniculada. As flores são suportadas,

individualmente ou em grupos, por 2 brácteas

semelhantes a espatas (Mancoff, 2003).

As sementes permanecem viáveis

durante muito tempo, devido ao seu

tegumento, permanecendo no estádio

dormente. Estas dispõem de um tegumento

r í g i d o , a p a r e n t e m e n t e , p o d e n d o

comprometer a entrada de água na semente,

dificultando a hidratação do embrião e

conseqüente germinação das sementes, mesmo

em condições ambientais conforme

levantamento realizado por Rocha et al.

(2003). Estes mecanismos regulam a

germinação das sementes desta espécie, uma

vez que a germinação constitui um dos pontos

mais críticos no ciclo de vida das plantas. Este

processo é influenciado por fatores bióticos,

intrínsecos a própria semente, assim como por

fatores abióticos, como luz, temperatura e

umidade (Silveira et al., 2003).

Para superar a dormência, outros

métodos podem ser empregados: embebição

em água, retirada do tegumento, corte do

tegumento, furo do tegumento, escarificação

mecânica, imersão em água quente ou fria,

água oxigenada, escarificação química com

ácido sulfúrico, ácido clorídrico, acetona e

álcool (Santarém; Áquila, 1995). Porém, os

tratamentos utilizados com sucesso para

superação da dormência tegumentar em

e spéc i e s f lore s t a i s , de s t acam- se a s

escarificações mecânica e química, além da

imersão das sementes em água quente

(Oliveira et al., 2003).

A dormência de sementes resulta de um

estado de equilíbrio entre substâncias

inibidoras da germinação, tais como o ácido

abscísico e cumarina e substâncias que

estimulam a germinação, como a giberelina

(Carvalho; Nakagawa, 1987). Segundo Perez

et al. (1999), o uso de reguladores de

crescimento na fase de germinação, pode

realçar o vigor das plântulas, diminuindo o

período de emergência e elevando a densidade

de plantas de várias espécies, bem como a sua

altura. De acordo com o custo de produção de

uma cultura, a semente corresponde a cerca de

10% do total, isso faz com que o uso de

sementes de baixo vigor aumente os custos da

produção pelo aumento da quantidade de

sementes utilizadas, além de diminuir a

qualidade das sementes ou mudas produzidas.

O uso de reguladores de crescimento,

como giberelinas (Bevilaqua et al., 1993),

citocininas (Cunha; Casali, 1989), e etrel (Suge,

1971), na fase de germinação, pode melhorar a

performance de sementes de várias espécies,

principalmente sob condições adversas. As

giberelinas constituem uma classe de

substâncias reguladoras de crescimento que

estimulam a germinação, o crescimento por

elongação, entre outras funções. Dentre as

várias giberelinas, destaca-se o GA (ácido 3

giberélico), disponível comercialmente e que

tem sido muito utilizado em sistemas

biológicos (Arteca, 1996).

Em trabalho realizado por Perez et al.

(1999), sementes escarificadas produziram

maior população inicial, ou seja, melhorou

significativamente o índice de germinação das

sementes da canafístula. Entretanto quando as

sementes foram embebidas em GA3 aumentou

significativamente o desempenho, ou seja,

houve incremento no vigor das sementes da

espécie.

A água de coco, que é o endosperma

líquido, é rica em zeatina – citocinina com

maior ocorrência natural, a qual ativa a divisão

e a diferenciação celular, o estabelecimento de

drenos e a diferenciação de cloroplastos, bem

como a germinação de sementes e a inibição de

senescência no desenvolvimento de plantas

(Taiz; Zeiger, 2004). As citocininas são básicas

para métodos de cultura de tecidos e

importantes para a biotecnologia (Raven et al.,

1996).

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Devido à importância que a canafístula

apresenta para exploração comercial e

reflorestamento, e dificuldade de produção de

mudas pela dormência de sua semente e a

dificuldade da presença de tegumento, este

trabalho teve como objetivo, testar a eficiência

de diferentes métodos de tratamento de quebra

de dormência na germinação de sementes de

canafístula (Peltophorum dubium (Spreng.)

Taubert) e íris (Íris germanica).

2.0 - MATERIAL E MÉTODOS

Os experimentos foram realizados no

Laboratório de Botânica e Fisiologia Vegetal

da Faculdade Assis Gurgacz – FAG – Campus

Cascavel, PR, com sementes coletadas na

região de Cascavel/PR.

Os tratamentos constaram-se de 100

sementes distribuídas em 4 repetições de 25

sementes por placa de petri, contendo 2 folhas

de papel filtro, sendo que a placa de petri e o

papel filtro foram autoclavados a 121ºC por 20

minutos a 1atm. A desinfecção da bancada e da

BOD, foram realizadas com álcool 70%. Foi

adicionado 10 mL de água destilada por placa

de petri. As placas de petri foram mantidas em

câmara de germinação (BOD) sob fotoperíodo

de 12hs luz a 25 ºC.

Para a realização do trabalho com

canafístula, as sementes foram submetidas aos

seguintes t ra tamentos : a ) te s temu-

nha/controle: tratada somente com água

destilada; b) ácido sulfúrico: as sementes foram

submersas em ácido sulfúrico concentrado

(98%) por 5 e 10 minutos e, a seguir, lavadas em

água corrente; c) água quente: as sementes oforam imersas em água quente (98 C) por 5 e

10 minutos; d) escarificação mecânica: as

sementes foram lixadas superficialmente (Lixa

D' Água A100); e) imersão em água de coco: as

sementes foram imersas em água de coco, por

um período de 24h; f) imersão em solução com

giberelina: as sementes foram imersas em

solução de giberelina, onde a mesma foi -1preparada na proporção de 20 mg L ,

totalizando 8 tratamentos. Não obstante, as

avaliações realizaram-se 7 dias após a instalação

do experimento para as sementes de

canafístula.

Quanto a íris, as sementes foram

submetidas aos seguintes tratamentos: a)

testemunha: sementes tratadas somente com

água destilada; b) ácido sulfúrico: as sementes

foram submersas em ácido sulfúrico

concentrado (98%) por 5 minutos e, a seguir,

lavadas em água corrente; c) água quente: as

sementes foram imersas em água quente (50 e

98ºC) por 5 minutos; d) escarificação

mecânica: as sementes foram lixadas

superficialmente (Lixa D' Água A100); e)

imersão em solução com giberelina: as

sementes foram imersas em solução de

giberelina, onde a mesma foi preparada na -1proporção de 100 mg L ; f) escarificação

mecânica com imersão em solução com

giberelina, após lixadas as sementes foram

imersas em solução com giberelina por 24H; h)

período no refrigerador por 24 horas a -4 ºC,

totalizando 8 tratamentos. As avaliações

realizaram-se diariamente para verificar o

Índice de Velocidade de Germinação (IVG) e

aos 40 dias após a instalação do experimento

verificou-se a percentagem de germinação.

O delineamento experimental utilizado

foi o inteiramente casualizado e as análises

estatísticas foram realizadas através do

programa estatístico JMP (Statistical Analysis

System, SAS Institute Inc. EUA, 1989-2000

versão 4.0.0.). A comparação entre as médias

dos tratamentos foi realizada através do teste

de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.

3.0 - RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados obtidos com a avaliação

dos tratamentos em sementes de canafístula

mostraram que a escarificação mecânica

apresentou a maior porcentagem de

germinação, seguido pela imersão em ácido

sulfúrico (10' e 5') e imersão em água de coco.

Quanto à hidratação, os melhores resultados

foram obtidos com a imersão em água quente

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(5' e 10'), seguido da imersão em água coco.

Esses dados podem ser observados na Tabela 1.

Com a escarificação mecânica, pode-se

considerar o percentual de sementes

germinadas como sendo amplamente

favorável à utilização deste processo (Tabela

1). Entretanto este método é bastante

trabalhoso e demorado, uma vez que a

escarificação testada foi manual, tornando-se

difícil a aplicação em larga escala, além de

possíveis danos aos cotilédones e ao embrião,

caso a escarificação não seja realizada por

pessoa treinada. Não obstante, Oliveira et al.

(2003) contataram que, apesar dos resultados

superiores proporcionados pela utilização da

lixa, ocorreu maior incidência de cotilédones

danificados, resultando na formação de

plântulas anormais, por tegumentos presos aos

cotilédones das plântulas, comprovando a

importância no desenvolvimento de plântulas

normais. Cotilédones presos (temporária ou

permanentemente) dentro dos tegumentos

tornam-se sujeitos à vários tipos de danos

(Burg et al., 1994).

Tabela 1 – Porcentagem de germinação e hidratação de sementes de canafístula Peltophorum

dubium (Spreng.) Taubert.

Tratamentos Variáveis avaliadas (%)

Germinação1 Hidratação2

Controle 00a 1a Ácido sulfúrico 5’ 16b 21b

Ácido sulfúrico 10’ 21b 40b

Água quente 5’ 00a 100b Água quente 10’ 00a 100b

Escarificação mecânica 62b 38b Imersão em água de coco

Imersão em solução comgiberelina

17b

1a

72b

5a

Nota: Médias na coluna, seguidas de mesma letra, não diferem entre si pelo teste de Tukey ao 1nível de 5% de probabilidade. Considerou-se germinadas as sementes que apresentaram imersão

2 da raiz com até 2 mm de comprimento; Considerou-se hidratadas as sementes que absorveram

água porém não germinaram.

A escarificação química com ácido

sulfúrico apresentou eficiência considerável,

porém, segundo Salerno et al. (1996), esse

sistema é inacessível aos viveiristas, devido aos

elevados custos e ao perigo no manuseio do

ácido. Resultados semelhantes foram

encontrados por Piroli et al. (2005), onde a

escarificação química com ácido sulfúrico por

5 minutos apresentou 31% de germinação.

Segundo os resultados da Tabela 1, o

t ra tamento que apresentou menor

porcentagem de germinação foi quando

forneceu giberelina exógena, diferindo os

resultado obtidos por Santarém e Áquila

(1995), os quais encontraram efeito

seignificativo para a germinação de sementes

de canafístula com a utilização de giberelina

exógena. Não obstante, Carvalho e Nakagawa

(1987), consideram que a dormência de

sementes resulta de um estado de equilíbrio

entre substâncias inibidoras da germinação,

como o ácido abscísico e cumarina, e

substâncias que estimulam a germinação,

como a giberelina. Fato descrito por Taiz;

Zaiger (2004), visto que as giberelinas

controlam vários aspectos da germinação de

sementes, incluindo a quebra de dormência e a

mobilização das reservas do endosperma, e

segundo Arteca (1996) promovem o

crescimento pelo aumento da plasticidade da

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parede celular seguida pela hidrólise do amido

em açúcar, que reduz o potencial hídrico na

célula, resultando na entrada de água no seu

interior, promovendo o alongamento.

A utilização de água quente, por ser um

método barato é possível ser utilizado em larga

escala, o que seria mais indicado. Porém, as

sementes tratadas com água quente em ambos

os tempos não apresentaram germinação,

concordando com os resultados obtidos por

Piroli et al. (2005), que relataram que, apesar

do tratamento com água quente apresentar

eficiência para promover a germinação de

sementes de várias espécies, cujo tegumento é

impermeável à água, a quebra de dormência

das sementes de canafístula não é significativo.

Os resultados não permitiram a

indicação do uso de água quente, devido a não

germinação de sementes, contradizendo aos

resultados obtidos por Oliveira et al. (2003), os

quais relataram a utilização de imersão em

água quente aquecida, com aproximadamente

90% de germinação em sementes de

canafístula, embora não tenha sido

estatisticamente superior ao tratamento com

ácido sulfúrico por 15 minutos. Mesmo assim,

os autores recomendaram a imersão em água

quente 95 ºC por 30 minutos e posterior

permanência na mesma água por mais 24

horas, fora do aquecimento, como o melhor

método para superação de dormência de

sementes de canafístula. Nesta abordagem, o

tempo utilizado neste experimento não foi

suficiente para superar a dormência das

sementes.

A água de coco apresentou resultado

significativo para a quebra de dormância de

sementes de canafístula, provavelmente pela

presença de citocinina (Taiz; Zeiger, 2004).

Segundo Raven et al. (1996), embora

aplicações práticas de citocininas não sejam tão

extensivas quanto das auxinas, têm sido

importantes nas pesquisas sobre o

desenvolvimento vegetal. A germinação destas

sementes tratadas apenas com água de coco

sem nenhum dano ao tegumento, mostra que

as sementes utilizadas neste esperimento não

p o s s u e m o t e g u m e n t o t o t a l m e n t e

impermeável, pois houve índice significativo

de germinação quando comparado ao

controle, contradizendo Oliveira et al. (2003).

O tratamento com imersão em solução

com giberelina, não apresentou resultados

significativos para nenhuma das variáveis

avaliadas. Assim, os métodos que utilizam

escarificação mecânica, ácido sulfúrico e água

de coco foram superiores. Também pode-se

destacar a eficiência e praticidade da realização

tratamento utilizando apenas água de coco.

Para as sementes de íris, os resultados

obtidos com a avaliação dos tratamentos

mostraram que a água quente a 98ºC e o

refrigerador apresentaram maior porcentagem

de germinação, seguido ácido sulfúrico,

porém, neste ultimo não houve diferença

estatística quando comparado a testemunha

água. Quanto à IVG, não houve diferença

entre os tratamentos. Esses dados podem ser

observado na Tabela 2.

Com o tratamento térmico em

refrigerador e/ou água quente, pode-se

considerar o percentual de sementes

germinadas como sendo amplamente

favorável à utilização deste processo em

viveiros para a produção de plantas

ornamentais para a utilização em projeto de

paisagismo.

A escarificação mecânica apresentou um

resultado estatisticamente inferior ao

controle. Este método testado foi manual,

podendo ocorrer possíveis danos aos

cotilédones e ao embrião, caso a escarificação

não seja realizada por pessoa treinada. Este

método se mostra eficiente para quebra de

dormência em sementes com tegumento

rígido, como é o caso de Iris germanica. Não

obstante, Oliveira et al. (2003) contataram que,

a p e s a r d o s r e s u l t a d o s s u p e r i o r e s

proporcionados pela utilização da lixa,

ocorreu maior incidência de cotilédones

danificados, resultando na formação de

plântulas anormais.

Page 34: Revista Nardelli

Tabela 2 – Porcentagem de germinação e IVG de sementes de íris (Iris germanica)

submetidas a tratamentos de quebra de dormência.

Tratamentos

Variáveis avaliadas (%)

Germinação1,* IVG2,*

Controle 51a 12a Ácido sulfúrico 5’ 59ac 15a

Escarificação mecânica+GA3 2b 13a

Água quente 50ºC 50a 10a Água quente 98ºC 64c 13a

Escarificação mecânica 30b 11a Refrigerador

Imersão GA3

67c

0d

13a

0b 1Considerou-se germinadas as sementes que apresentaram emersão da raiz com até 2 mm de

2 comprimento; Índice de velocidade de germinação; GA : Giberelina *Médias na coluna, seguidas 3

de mesma letra, não diferem entre si pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.

34

Revista de Biologia e Saúde da Unisep – ISSN - 2177-0239Biology & Health Journal - Volume 4 - n. 2 – Janeiro a Julho de 2011

A utilização de água quente e

refrigerador, por ser um método barato e

possível de uso em larga escala, seriam os mais

indicados. Esses resultados concordam com

Piroli et al. (2005), que relataram a eficiência

para promover a germinação de sementes de

várias espécies, cujo tegumento é impermeável

à água. Como os resultados permitiram a

indicação do uso de água quente, devido a

germinação de sementes, também concordam

aos obtidos por Oliveira et al. (2003), os quais

relataram a utilização de imersão em água

quente aquecida, com aproximadamente 90%

de germinação em sementes de canafístula,

embora não tenha sido estatisticamente

superior ao tratamento com ácido sulfúrico

por 15 minutos. Mesmo assim, os autores

recomendaram a imersão em água quente

95 ºC por 30 minutos e posterior permanência

na mesma água por mais 24 horas, fora do

aquecimento, como o melhor método para

superação de dormência de sementes de

canafístula. Nesta abordagem, a temperatura a

50ºC utilizada neste experimento não foi

suficiente para superar a dormência das

sementes, sendo necessária água fervente ou

98ºC. Assim, pode-se destacar a eficiência e

praticidade da realização tratamento

utilizando apenas choque térmico no

refrigerador.

O tratamento com imersão em solução

com giberelina, não apresentou resultados

significativos para nenhuma das variáveis

avaliadas. No entanto Bevilaqua et al. (1993) e

Arteca (1996) encontraram efeito significativo

para a germinação de espécies florestais com

presença de tegumento.

4.0 - CONCLUSÃO

Os tratamentos com escarificação

química com ácido sulfúrico, escarificação

mecânica e imersão em água de coco

proporcionam a quebra de dormência em

s e m e n t e s d e c a n a f í s t u l a , s e n d o

estatisticamente semelhantes entre sí quanto

ao índice de germinação. No entanto, a

imersão em água de coco mostra-se mais viável

para aplicação prática comparada aos demais

tratamentos.

O tratamento com água quente a 98 ºC e

refrigerador apresentaram índices de germina-

ção superior estatisticamente, mas são de difícil

aplicação prática para as sementes de íris.

Page 35: Revista Nardelli

35

Revista de Biologia e Saúde da Unisep – ISSN - 2177-0239Biology & Health Journal - Volume 4 - n. 2 – Janeiro a Julho de 2011

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Page 36: Revista Nardelli

Art

igo

4Revista de Biologia e Saúde da Unisep – ISSN - 2177-0239

Biology & Health Journal - Volume 4 - n. 2 – Janeiro a Julho de 2011

36

MÉTODO PILATES COMO RECURSO PARA TRATAMENTO CONSERVADOR DA ESCOLIOSE IDIOPÁTICA ADOLESCENTE

Dora C. A. SEGURA¹, Fabiano C. NASCIMENTO², Manoel A. A. da SILVA³, Carlos Alexandre CHIOSSI³ & Juliane Honório GUILHERME³

¹Profa. Msc. do Curso de Fisioterapia da Universidade Paranaense – UNIPAR, Campus

Toledo-PR. Av. Parigot de Souza, 3636 - Jd. Prada CEP: 85903-170 Toledo-PR

E-mail: [email protected]

²Prof. Msc. do Curso de Fisioterapia da Universidade Paranaense – UNIPAR, Campus

Toledo-PR. Av. Parigot de Souza, 3636 - Jd. Prada CEP: 85903-170 Toledo-PR

E-mail: [email protected]

³Acadêmicos do Curso de Fisioterapia da Universidade Paranaense – UNIPAR, Campus

Toledo-PR. Av. Parigot de Souza, 3636 - Jd. Prada CEP: 85903-170 Toledo-PR

E-mail: [email protected]

Recebido em: 16/10/2010 - Aceito para publicação em: 05/06/2011

RESUMO: A escoliose é um mal comum nos últimos anos, acometendo principalmente

adolescentes, que acabam por carregar consigo para vida adulta seqüelas que

poderiam ter sido evitadas se diagnósticas e tratadas. Trata-se de uma alteração

trivial em uma população que caminha para o sedentarismo e atividades diárias

cada vez mais limitadas. Acomete mais o sexo feminino, sendo que a maioria é de

origem idiopática. Diversas técnicas são citadas como corretivas do desvio, entre

elas, o Método Pilates, atualmente muito praticado para ganho de força e

flexibilidade muscular, demonstra excelentes resultados. Assim, este estudo

realizou uma descrição da evolução clínica, avaliada pela analise do Ângulo de

Cobb e pela Escala Visual Analógica de Dor, em 8 pacientes, do sexo feminino,

idade entre 10 e 16 anos, com diagnóstico de escoliose idiopática tóraco-lombar,

com angulação anormal entre 10°e 20°. As meninas realizaram 20 sessões do

Método Pilates Solo, executadas 2 vezes semanais, durante 45 minutos a sessão. Os

resultados evidenciaram uma melhora satisfatória do quadro de dor e uma redução

média da curva escoliótica de 16,1 (±2,357) para 14,2 (±2,605) graus. Concluindo

que o Método Pilates promove resultados estatisticamente satisfatórios na

melhora da sintomatologia, bem como, na redução do desvio postural.

Palavras-chave: Escoliose, Adolescente, Tratamento, Método Pilates.

ABSTRACT: “Pilates method as a resource for conservative treatment of

adolescent idiopathic scoliosis” Scoliosis is a common malady in recent years,

affecting teenagers that end up charging you for adulthood sequelae that could

have been avoided if diagnostic and treated. This is a trivial change in a population

that walks to the sedentary lifestyle and daily activities increasingly limited. It

affects more females, most of which is idiopathic. Several techniques are cited as

corrective of deviance, including the Pilates Method, now widely practiced to gain

Page 37: Revista Nardelli

37

Revista de Biologia e Saúde da Unisep – ISSN - 2177-0239Biology & Health Journal - Volume 4 - n. 2 – Janeiro a Julho de 2011

muscle strength and flexibility, shows excellent results. Thus, this study developed a

description of the clinical outcome, assessed by analysis of the Cobb angle and the

Visual Analog Scale of Pain, 8 patients were female, aged between 10 and 16 years,

diagnosed with idiopathic thoracolumbar scoliosis, with normal angle between 10 °

and 20 °. The girls performed 20 sessions of Pilates Solo, performed two times weekly

for 45 minute session. The results showed a satisfactory improvement of pain

condition and a mean reduction of the scoliotic curve of 16.1 (± 2.357) to 14.2 (± 2.605)

degrees. Concluding that the Pilates Method promotes statistically satisfactory results

in improving symptoms and in reducing the postural deviation.

Key words: Scoliosis, Adolescent, Treatment, Pilates Method.

1.0 - INTRODUÇÃO

Nossa estática é controlada por dois

sistemas fisiológicos: um sistema ascendente,

“o equilíbrio estático”, que é o equilíbrio da

perna sobre o pé, o qual é um dos pontos fracos

do homem. Ele é responsável por diversas

patologias, da qual não se exclui a escoliose. E o

sistema descendente, “a adaptação estática”,

composto por todas as compensações estáticas

dos desequilíbrios cefálicos que ocorrem na

coluna dorsal alta, com exceção das escolioses

estruturais porque não existem relatos de

escoliose estática cervical (Lotici, 2005).

Entende-se por postura, uma atitude

basicamente ereta, estabilizada ativamente por

mecanismos que restabelecem automati-

camente a orientação do corpo quando há

perturbações. Atualmente, as alterações

posturais são marcos da população em geral,

sobretudo, é demonstrativo nos últimos anos,

o aumento da incidência de problemas

posturais em crianças e adolescentes (Peres et

al., 2007).

De acordo com estatísticas atuais é cada

vez maior o número de pessoas com desvios

posturais, tais defeitos funcionais causam

alterações nas curvaturas normais da coluna

vertebral, tornando-as mais vulneráveis às

tensões mecânicas e traumas. Os desvios

posturais são comuns devido a ação de agentes

estressores e externos do cotidiano. No

entanto, para manter a postura adequada e

músculos flexíveis é importante fazer

diariamente uma série de exercícios, sobretudo

alongamentos, principalmente pessoas que

trabalham executando tarefas que requerem

muita precisão ou que passam a maior parte do

tempo sentada, como é o caso dos estudantes

(Carneiro; Souza; Munaro, 2005).

A escoliose é definida como um desvio

lateral da coluna vertebral, caracterizada por

modificação tridimensional incluindo

curvatura lateral no plano frontal, rotação

lateral no plano transversal e retificação no

plano sagital (Monsalve; Corena; Samudio,

2007; Döhnert; Tomasi, 2008).

Trata-se de um mal responsável também

por alterações da função pulmonar e

degenerativa precoce da coluna, as

deformidades de uma escoliose idiopática

podem apresentar repercussões estéticas e

psicossociais graves (Manhães et al., 2009).

Sua incidência atinge 4 indivíduos a cada

1.000 (Evans; Cariaga; Velásquez, 2003).

Bassani et al. (2008) descrevem que a

escoliose traz desequilíbrios na força e

comprimento musculares do tronco, fazendo

contração nos músculos do lado côncavo e

relaxamento do lado convexo, promovendo

importante assimetria muscular.

De acordo com Khouri et al. (2004),

entre as escolioses, 80% são consideradas de

origem idiopática e hipóteses buscam explicar

o seu surgimento: fatores genéticos,

esqueléticos, miogênicos, neurogênicos, assim

como uma associação de diferentes fatores.

Sendo que pequenos graus de curvatura

Page 38: Revista Nardelli

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Revista de Biologia e Saúde da Unisep – ISSN - 2177-0239Biology & Health Journal - Volume 4 - n. 2 – Janeiro a Julho de 2011

ocorrem em até 20% dos adolescentes, porém

em indivíduos do sexo feminino, esta

curvatura tem maior probabilidade de

surgimento e progressão, devido a forma do

corpo vertebral e menor suporte muscular. É

um problema evolutivo progressivo se não

tratado.

Segundo Rego e Scartoni (2008), a

escoliose idiopática é considerada um mal

m u i t o c o m u m n o s ú l t i m o s a n o s ,

principalmente acometendo uma parcela

jovem da população, que acaba por carregar

consigo para vida adulta seqüelas clínicas que

poderiam ter sido evitadas se diagnósticas e

tratadas precocemente de maneira correta.

Trata-se de uma alteração cada vez mais

recorrente em uma população que caminha

para o sedentarismo e atividades diárias cada

vez mais limitadas. Clínicas médicas

especializadas estão, a cada dia, mais

sobrecarregadas de crianças e jovens com

problemas ortopédicos, sobretudo, os

posturais (Manhães et al., 2009).

Diversas técnicas são citadas na

bibliografia como benéficas e altamente

eficazes. Porém, dúvidas norteiam os

pesquisadores de quais técnicas são mais

efetivas para cada população e problema.

O método Pilates

Sanches (2006) descreve que são

exercícios que se utilizam do peso do próprio

corpo em sua execução. É uma técnica de

reeducação do movimento, composto por

exercícios profundamente alicerçados na

anatomia humana, capaz de restabelecer e

fortalece os grupos

musculares fracos, alonga os músculos

encurtados e aumenta a mobilidade das

articulações, sendo assim, extremamente

indicado para correção postural, sobretudo

para os casos de escoliose. Movimentos

fluentes são feitos lentamente e com muito

controle para evitar estresse muscular. O

alinhamento postural é importante em cada

exercício, ajudando na melhora da postura

global promovendo uma correção de corpos

vertebrais desalinhados (Pontes, 2008).

aumentar a flexibilidade e a força muscular,

melhorar a respiração, corrigir a postura e

prevenir lesões.

técnica

Bertolla et al., 2007)

Assim, este estudo objetivou descrever

sobre a evolução clínica de meninas com

diagnóstico de escoliose idiopática submetidas

a uma técnica terapêutica atual, que é o

Método Pilates, como opção de tratamento

conservador, considerado extremamente

benéfico, para um público exigente que é a

população adolescente.

2.0 - MATERIAL E MÉTODOS

Trata-se de um estudo descritivo, no

qual a amostra foi constituída por 8 pacientes,

do sexo feminino, idade entre 10 e 16 anos,

com diagnóstico de escoliose idiopática

tóraco-lombar, com angulação entre 10° e 20°

verificada pelo ângulo de Cobb, que foi obtido

através do traçado de uma linha vertical no

platô inferior da vértebra mais inclinada, na

região inferior (vértebra limite inferior) e no

platô superior da vértebra mais inclinada na

região superior (vértebra limite superior),

permitindo traçar uma perpendicular ao traço

superior e inferior, partindo de um ângulo de

90° , obtendo um cruzamento das

perpendiculares já traçadas.

A se baseia em seis princípios

fundamentais para um trabalho eficaz, são eles:

a centralização, o controle, a precisão, a fluidez

do movimento, a concentração e a respiração.

Além disso, é um método dinâmico que visa

corrigir a postura, preocupando-se em

respeitar as curvaturas fisiológicas do corpo

( .

De acordo com Pontes (2008), outras

vantagens do Método Pilates são: estimular a

circulação, melhorar o condicionamento

físico e o equilíbrio, além de trabalhar a

consciência corporal, preparando o

adolescente para o retorno das atividades

diárias consciente do seu corpo no espaço

percebendo, assim, possíveis alterações

posturais adotadas diariamente.

Jago et al., 2006;

Page 39: Revista Nardelli

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Revista de Biologia e Saúde da Unisep – ISSN - 2177-0239Biology & Health Journal - Volume 4 - n. 2 – Janeiro a Julho de 2011

Como critérios de inclusão as meninas

deveriam relatar dor, possuir escoliose

comprovada por exames de imagem

radiológica e não ter efetuado em data anterior

o método Pilates. Como critérios de exclusão

as pacientes não deveriam possuir escoliose

com dupla curvatura, somatizar patologias

associadas à escoliose, bem como obesidade.

O estudo foi dividido em três episódios.

Primariamente foi efetuada uma avaliação e

indicação clínica para realização do método

proposto, ainda, realização do exame

radiográfico em posição ântero posterior e

cálculo do ângulo de Cobb, mensuração de

estatura total (média correspondente a

distância entre a região plantar e o vértex)

através de um estadiômetro portátil marca

Personal Sanny, posicionado no plano de

Frankfurt, com precisão de resolução

milimétrica e massa corporal através de uma

balança digital marca Filizola com precisão de

100g. As avaliadas estavam descalças vestindo

trajes de banho.

Em seguida as pacientes iniciaram um

tratamento composto por 20 sessões do

Método Pilates, através da realização dos

exercícios spine stretch forward, swimming,

leg pull front, leg pull front (variação), leg pull

back, one leg up-down e rolling back, com

séries de 10 repetições, aplicados também duas

vezes semanais durante 45 minutos a sessão.

Antes e após cada sessão do método as

adolescentes deveriam assinalar na Escala

Visual Analógica (EVA) o melhor parâmetro

de dor para aquele momento.

A Escala Visual Analógica – EVA

consiste em uma escala auxiliar na aferição da

intensidade da dor, é um instrumento

importante para verificar a evolução clínica

durante o tratamento e mesmo a cada

atendimento, de maneira mais fidedigna.

Também é útil para analisar se o tratamento

está sendo efetivo e quais procedimentos têm

surtido melhores resultados.

E, finalmente as pacientes foram

novamente avaliadas utilizando os mesmos

critérios iniciais.

Foi realizada analise estatística através do

cálculo das médias, desvios padrão, intervalo

de confiança das médias e na análise de

diferenças entre médias de amostras não

pareadas, efetuada pelo teste t de Student. Para

todos os cálculos estatísticos foi adotado nível

de significância de p < 0,05.

O estudo foi aprovado pelo Comitê de

Ética sob protocolo 18367/2010 e todas as

part ic ipantes t iveram o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido assinados

pelos responsáveis.

3.0 - RESULTADOS E DISCUSSÃO

As adolescentes tinham uma média de

idade de 13,12 (± 2,29) anos, todas com

diagnóstico clínico de escoliose idiopática

adolescente em região tóraco-lombar com uma

única curvatura, apontando não apresentar

uma causa definida para o desvio da coluna, e

indicação médica para o tratamento utilizando

como terapêutica o Método Pilates.

Existem várias classificações para

escoliose, sendo a idiopática dividida em três

tipos, infantil quando ocorre antes dos três

anos, juvenil entre três e dez anos e do

adolescente quando aparece após os dez anos

ou durante a puberdade (Verderi, 2005).

De acordo com Hall (1999), cerca de 70%

a 90% dos tipos de escoliose, recebem a

designação idiopática, ou seja, sem uma causa

definida. Casos leves a moderados são tratados

com fortalecimento e alongamento muscular,

e os casos graves com auxílio de órtese ou

cirurgia. Devido ao grau de curvatura

verificado neste estudo compreende-se a

indicação clínica para o Método Pilates,

considerado um tratamento conservador que

promove resultados extremamente satisfa-

tórios.

A escoliose pode aparecer em uma única

curva ou mais apresentando convexidade tanto

para direita quanto para esquerda e afetar uma

ou mais regiões da coluna, resultando em uma

ação de um conjunto de forças assimétricas que

incidem sobre o local, trazendo um desvio

Page 40: Revista Nardelli

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Revista de Biologia e Saúde da Unisep – ISSN - 2177-0239Biology & Health Journal - Volume 4 - n. 2 – Janeiro a Julho de 2011

assimétrico, lateral da coluna vertebral

(Verderi, 2005). As adolescentes do presente

estudo foram selecionadas através do

diagnóstico de escoliose idiopática de única

curvatura na região tóraco-lombar.

A escoliose afeta indivíduos de diferentes

idades, sendo que é na infância que se inicia a

grande parte dos problemas posturais,

principalmente os relacionado aos desvios da

coluna vertebral, exibindo fatores etiológicos

de origem emocional, sócio-cultural,

traumático ou fator hereditário (Ramos et al.,

2006). Trata-se de um dos desvios mais severos

da coluna vertebral, pois se inicia na infância

ou na adolescência e aumenta progressiva-

mente até que seus crescimentos ósseos

cessem, provocando deformidades severas e

importantes, promovendo alterações

estruturadas de seus elementos, especialmente

quando está localizada na região tóraco-

lombar (Moraes, 2007). Neste estudo, as idades

das adolescentes indicam que a escoliose pode

iniciar precocemente, em idade de maior

crescimento e formação corporal, sendo

indicativa de problemas futuros se não

diagnosticada e tratada corretamente o mais

rápido possível.

Na avaliação da estatura observou-se uma média de 1,55 (0,147)m, da massa corporal de 42,76 (11,70)kg, permitindo o cálculo de IMC, através da fórmula peso/altura², de 17,28 (2,37)kg/m².

A avaliação da massa corporal, estatura e IMC, neste estudo, indicam adolescentes com parâmetros de normalidade, enfatizando que não existem grandes predisposições para o aparecimento da escoliose, sendo que, diversos autores descrevem que a maioria das escolioses possui etiologia idiopática, ou seja, não possuem uma causa definida (Khouri et al., 2004; Monsalve; Corena; Samudio, 2007)

Rego e Scartoni (2008) descrevem que a

coluna vertebral é a mais prejudicada com

sobrecargas por suportar o corpo,

aumentando significativamente os problemas

posturais em toda a população. A má postura

Döhnert; Tomasi, 2008; .

adotada durante a vida, começando pela

infância é considerada como modelos

imperfeitos que acaba sendo integrados.

Assim, maus hábitos de saúde como sentar,

dormir ou descansar em padrões posturais

errôneos, transportar bolsas ou mochilas com

peso demasiado para o biótipo corporal,

realizar exercícios de forma descompensada

implicam em anormalidades das curvas

fisiológicas corporais.

Quase que a totalidade das escolioses

idiopáticas no adolescente não possui

s intomatologia até at ingirem graus

extremamente elevados, é comum os

adolescentes não referir nenhum incomodo

com o desvio, entretanto, a detecção do

problema precocemente diminui o percentual

de cirurgias e comprova a eficácia dos

tratamentos conservadores (Döhnert; Tomasi,

2008). Em contrapartida, as integrantes deste

estudo descreveram uma média de nível de dor,

avaliado pela Escala Visual Analógica, como

0,7 (±0,73), já ao final da vigésima sessão do

Método Pilates, ao repetir a avaliação notou-se

uma redução para um nível médio de 0,25

(±0,44). Ainda, dividindo, para fim de estudo

comparativo, a avaliação da dor em dois

grupos, um verificado entre a 1-10° sessão, e

outro, entre a 11-20° sessão, nota-se que a dor

pre s ente an te s do t r a t amento e ra

estatisticamente mais persistente até a 10°

sessão reduzindo consideravelmente até

desaparecer completamente ao final do

protocolo terapêutico proposto.

Donzelli et al. (2006) alcançaram

resultados semelhantes ao deste estudo quando

observaram que um protocolo baseado no

método Pilates, durante um período de seis

meses, a redução notável do quadro álgico de

pacientes com dores na coluna vertebral, sendo

que, grande parte dessa analgesia foi obtida

com apenas um mês do programa.

A média da analise do grau de curvatura

da escoliose das adolescentes antes do início do

tratamento foi de 16,12 (±2,35) graus, valor

considerado alto, sendo indicativo de

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Revista de Biologia e Saúde da Unisep – ISSN - 2177-0239Biology & Health Journal - Volume 4 - n. 2 – Janeiro a Julho de 2011

problemas futuros cada vez mais sérios devido

a propriedade progressiva da escoliose.

De acordo com Lotici (2005), uma

curvatura lateral da coluna acima dos 10º não

envolve somente o desvio lateral, mas

modificações estruturais das costelas e

vértebras com rotação e deformidade, sendo

assim considerada patológica. A escoliose é

uma afecção do crescimento, a qual provém

sempre de um desequilíbrio segmentar, que a

fisiologia estática deve compensar.

A escoliose idiopática é a maior causa de

deformidade no crescimento infantil, sendo o

sexo feminino mais acometido, necessitando

muitas vezes recorrer a procedimentos

cirúrgicos para total correção quando os graus

de irregularidade da curva escoliótica

ultrapassam graus muito elevados (Khouri et

al., 2004). Assim, estudos que avaliem a eficácia

das técnicas que minimizam este problema e

buscam a correção da curvatura anormal

devem ser sempre estimulados.

Leitão e Leitão (2006) mencionam que a

conduta terapêutica para a escoliose deve ser

específica, de acordo com as condições

anormais, tais como: tipo de curvatura, a

deformidade estética, a idade do paciente, a

intensidade e a localização das curvas, além dos

sintomas provocados pela deformidade.

Muitas técnicas são usadas para esta ampla

variedade, das quais incluem as massagens, as

manipulações vertebrais, a eletro estimulação

e os exercícios corretivos. Assim, devem ser

realizados estudos de acordo com cada caso

clínico com a finalidade de comprovar a

eficácia das técnicas.

Há diversos tratamentos elaborados a

partir de exercícios físicos que foram

instituídos em respostas às necessidades de

tratamento para pessoas com desvios posturais

na coluna. A ginástica corretiva é a única

forma de ginástica que tem o propósito de

reeducar as alterações morfológicas, por meio

de um processo de aprendizagem psicomotora.

Alguns adolescentes incluídos em práticas

desportivas que envolvam movimentos

repetitivos têm propensão a desenvolver

problemas de desequilíbrio muscular que

podem levar a desvios laterais da coluna.

Existem vários tratamentos para a escoliose,

que dependente do nível do desvio na coluna,

vai de exercícios, uso de coletes, podendo a

chegar à realização de cirurgias quando o caso é

muito grave (

Aparício; Pérez,

2005

Carneiro; Souza; Munaro, 2005).

Nessa vertente de variedade de terapias é

que surgiu como método conservador de

tratamento da escoliose idiopática o Método

Pilates.

O Método Pilates se baseia em uma série

de exercícios fundamentados nos movimentos

progressivos que o corpo é capaz de executar e

que pode ser realizada por pessoas que buscam

alguma atividade física, por indivíduos que

apresentam alguma patologia ou cirurgia

músculo-esquelética onde a reabilitação é

necessária. Os princípios do método são:

controle, concentração, consciência,

movimento harmônico e respiração. É uma

técnica dinâmica que visa trabalhar

alongamento e fortalecimento, tendo o

abdome como centro de força e preocupando-

se em manter as curvaturas fisiológicas

corporais (Sacco et al., 2005;

).

De acordo com Silva e Mannrich (2009),

in ic ia lmente o Método Pi la tes fo i

desenvolvido para ganhar força muscular,

porém com sua popularidade ganhou novos

objetivos incluindo definição postural e ganho

de flexibilidade. O método pode ser utilizado

na reabilitação tanto de idosos e gestantes e

para outras finalidades, como em tratamentos

de correção postural, ganho de força no pós-

operatório e ganho de massa óssea, onde a

técnica pode ser adaptada às disfunções de cada

indivíduo, sendo que possui poucas contra-

indicações.

Assim, após a conclusão do período de

tratamento proposto, através de uma nova

avaliação clínica e realização de novo exame de

imagem evidenciando o ângulo de Cobb, foi

possível observar uma redução da curva

escoliótica para 14,25 (±2,60) graus,

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Revista de Biologia e Saúde da Unisep – ISSN - 2177-0239Biology & Health Journal - Volume 4 - n. 2 – Janeiro a Julho de 2011

descrevendo uma evolução extremamente

significativa na melhora postural das

adolescentes.

De acordo com Pontes (2008), o Método

Pilates aplicado em curto prazo ocasiona

melhora postural em alguns aspectos, porém

para obter ganhos mais significativos na

reeducação postural é necessário de vinte a

trinta sessões. Assim, conforme neste estudo,

torna-se importante dar continuidade ao

tratamento a fim de se obter uma completa

solução do problema.

4.0 - CONCLUSÃO

Foi possível concluir que o Método

Pilates é uma alternativa eficaz na correção da

escoliose idiopática adolescente, que promove,

através de seus diversos exercícios, uma

redução considerável do quadro de dor, e

ainda, de maior importância clínica, promove

uma correção postural oportuna, indicada pela

diminuição do ângulo de Cobb nos exames de

imagem.

Torna-se importante salientar que os

recursos conservadores para correção dos

desvios posturais necessitam de um tempo

prolongado de tratamento para atingir o

No estudo de Bertolla et al. (2007), o

método Pilates mostrou-se uma ferramenta

terapêutica eficaz no acréscimo da

flexibilidade de atletas altamente propensos à

diminuição dessa condição, constituindo uma

importante alternativa na prevenção e na

recuperação de lesões desencadeadas pela

diminuição do comprimento muscular, fator

também observado em casos de escoliose

idiopática adolescente.

A técnica Pilates apresenta muitas

variações de exercícios, pode ser realizada por

adolescentes que buscam alguma atividade

física, apresentam alguma patologia do sistema

músculo esquelético onde a reabilitação é

necessária, como a escoliose idiopática

adolescente, e também por esportistas que

visam melhorar sua performance (Aparício;

Pérez, 2005).

objetivo proposto pelas técnicas. Porem, torna

possível a correção da maioria dos casos de

escoliose descartando a necessidade da

indicação de um procedimento cirúrgico.

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arte do controle. São Paulo: Editora Planeta Brasil,

2005.

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flexibilidade de atletas juvenis de futsal. Rev

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Page 43: Revista Nardelli

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Page 44: Revista Nardelli

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A Revista de Biologia e Saúde da UNISEP (Biology & Health Journal) é um

periódico destinado à publicação de trabalhos científicos originais, artigos de

revisão e divulgação no campo das Ciências Biológicas e da Saúde.

Ver: http://www.capes.gov.br/avaliacao/tabelaareasconhecimento.html

NORMAS GERAIS

Todos os manuscritos submetidos devem ser inéditos. A publicação

simultânea de manuscritos descrevendo o mesmo trabalho em diferentes

periódicos não é aceitável. Os direitos de publicação passam a ser da Revista de

Biologia e Saúde da UNISEP (Biology & Health Journal), inclusive traduções;

publicações subseqüentes são aceitas desde que citada a fonte.

A Revista Biologia e Saúde da UNISEP (Biology & Health Journal),

recebe para publicação trabalhos científicos originais, revisões, notas e

resumos escritos em língua Portuguesa. O conteúdo dos trabalhos é de total

responsabilidade do(s) autor(es), e não reflete necessariamente a opinião do

Editor Chefe ou dos membros do Conselho Editorial.

A Revista Biologia e Saúde da UNISEP (Biology & Health Journal),

submeterá todos os manuscritos recebidos à análise de consultores ad hoc, cujos

nomes permanecerão em sigilo e que terão a autoridade para decidir sobre a

pertinência de sua aceitação, podendo inclusive, reapresentá-los ao(s) autor(es)

com sugestões para que sejam feitas alterações necessárias e/ou para que os

mesmos sejam adequados às normas editoriais da revista.

Todos artigos envolvendo estudos com humanos ou animais deverão

ter Pareceres dos Comitês de Ética de Pesquisa em Seres Humanos ou em

Animais das instituições a que pertencem os autores, autorizando tais estudos.

Todo material vegetal utilizado na pesquisa descrita no trabalho deve

ter a indicação do seu local de coleta (inclusive coordenadas obtidas por GPS,

se possível), o país de origem, o responsável pela identificação da espécie e a

localização da exsicata. Os autores devem estar preparados para fornecer

evidência documental de que a aprovação para a coleta foi concedida pela

autoridade apropriada no país de origem.

1. NORMAS PARA A ELABORAÇÃO DAS CONTRIBUIÇÕES

1.1 Os autores devem manter uma cópia (eletrônica e impressa) do manuscrito

submetido, para o caso de possível perda ou danos causados ao original

enviado.

1.2 As Figuras (fotografias, gráficos, desenhos, etc - em preto e branco)

deverão ser apresentadas em folhas separadas no final do artigo e numeradas

consecutivamente em algarismos arábicos. As respectivas legendas deverão ser

claras, concisas, sem abreviaturas e localizadas abaixo das figuras. Suas

respectivas posições no texto deverão ser indicadas, preferentemente, logo

após sua citação no corpo do trabalho.

1.3 As Tabelas e os Quadros deverão ser apresentados em folhas separadas no

final do artigo e numerados consecutivamente em algarismos arábicos. As

tabelas (dados numéricos) não podem ser fechadas por linhas laterais. As

Page 45: Revista Nardelli

45

respectivas legendas deverão ser claras, concisas, sem abreviaturas e localizadas na parte superior dos

mesmos. Deverão ser indicados os locais aproximados no texto, onde as tabelas e os quadros serão

intercalados, preferentemente, logo após sua citação no corpo do trabalho.

2. FORMATAÇÃO DO TEXTO E CONTEÚDO DO TRABALHO

2.1 Os originais deverão ser redigidos e digitados em folhas de papel tamanho A4, espaço 1,5; fonte tipo

Garamond, tamanho 12, com texto justificado, margens superior, inferior e esquerda de 3 cm e direita

com 2 cm, e perfazendo o total máximo de 25 páginas, incluindo figuras, tabelas e quadros.

2.2 Título e subtítulo: Deverão estar de acordo com o conteúdo do trabalho. Estes deverão estar escritos

em caixa ALTA, centralizados, negritados, fonte tipo Garamond, tamanho 14. Para os trabalhos

redigidos nas línguas Portuguesa e Espanhola, providenciar também versão do título para a língua

Inglesa, o qual acompanhará o Abstract.

2.3 Autores: Os nomes dos autores devem vir abaixo do título, centralizados. O nome e os sobrenomes

devem aparecer na ordem correta, sendo obrigatório que o primeiro (nome) e o último (sobrenome)

apareçam por extenso (ex. Sandra M. M. SILVA ou Diogo N. Naridam MARQUES). No caso de vários

autores, seus nomes deverão ser separados por vírgulas. O número máximo de co-autores não deve

ultrapassar o número de 05 (cinco).

2.4 Filiação dos autores: Após o nome de cada autor deverá constar um número Arábico, sobrescrito,

que indica sua instituição de procedência e, deverá aparecer logo abaixo da nominata dos autores,

também centralizado e com endereços completos, inclusive o CEP da cidade e o endereço eletrônico.

Deve-se assinalar o nome do autor principal com um asterisco sobrescrito, para o qual toda

correspondência deverá ser enviada.

2.5 Resumo em português: Deverá apresentar concisamente o trabalho destacando as informações de

maior importância, expondo metodologia, resultados e conclusões. Permitirá avaliar o interesse pelo

artigo, prescindindo de sua leitura na íntegra. Dever-se-á dar destaque ao Resumo como tópico do

trabalho (máximo de 200 palavras).

2.6 Palavras chave: Deverão identificar/representar o conteúdo do artigo. Observar o limite máximo de

6 (seis). São importantes para levantamentos em banco de dados, com o objetivo de localizar e valorizar o

artigo em questão. Deverão vir separados por vírgula.

2.7 Abstract: Os trabalhos redigidos nas línguas Portuguesa e Espanhola devem vir acompanhados

também da versão do resumo para a língua Inglesa. Evitar traduções literais. Quando não houver

domínio deste idioma, consultar pessoas qualificadas. O Abstract deve ser encabeçado por versão do

título na língua inglesa.

2.8 Key words: palavras chave em inglês. Também em número máximo de 6 (seis) e separados por vírgula.

2.9 Introdução: Deverá estabelecer com clareza o objetivo do trabalho e sua relação com outros

trabalhos na mesma área. Extensas revisões da literatura deverão ser substituídas por referências a

publicações mais recentes, onde estas revisões tenham sido apresentadas e estejam disponíveis.

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2.10 Material e Métodos: A descrição dos materiais e dos métodos usados deverá ser breve, porém

suficientemente clara para possibilitar a perfeita compreensão e a reprodução do trabalho. Processos e

técnicas já publicados, a menos que tenham sido extensamente modificados, deverão ser referenciados

por citação.

2.11 Resultados: Deverão ser apresentados com o mínimo possível de discussão ou interpretação pessoal

e, sempre que possível, ser acompanhados de tabelas e figuras adequadas. Os dados, quando pertinentes

deverão ser submetidos a uma análise estatística.

2.12 Discussão: Deverá ser restrita ao significado dos dados obtidos e resultados alcançados, evitando-se

inferências não baseadas nos mesmos. Opcionalmente, Resultados e Discussão poderão ser apresentados

num único item.

2.13 Agradecimentos: Este item é opcional e deverá vir antes das Referências Bibliográficas.

3. REFERÊNCIAS

A formatação das referências deve ser padronizada em conformidade com as exigências da revista, como

é mostrado abaixo:

3.1 Referência dentro do texto:

�No início da citação: autor em caixa baixa, seguido do ano entre parênteses. Ex. Pereira (1999).

�No final da citação: autor em caixa baixa e ano – ambos entre parênteses. Ex. (Silva, 1999) ou (Silva;

Souza, 1998) ou (Silva; Souza; Dias, 2000) ou (Silva et al., 1999) ou (Silva et al., 1995a).

�Citação textual: colocar, também, a página: Ex. (Silva, 1999, p.24)

3.2 As Referências Bibliográficas serão ordenadas alfabeticamente pelo sobrenome do primeiro autor,

em caixa baixa e em ordem crescente de data de publicação. Deve-se levar em consideração as seguintes

ocorrências:

3.2.1 Revista: Será utilizado a abreviatura do periódico, em itálico, definida no Chemical Abstracts

Service Source Index (ver http://www.cas.org/sent.html). Caso a abreviatura autorizada de um

determinado periódico não puder ser localizado e não for óbvio como o título deve ser abreviado, deve-

se citar o título completo.

�Vargas T.O.H. Fatores climáticos responsáveis pela morte de borboletas na região sul do Brasil.

Bras Assoc Entomol. v.11, n.2, p.100-105. 1996.

�Qu W. Li J. Wang M. Chemical studies on Helicteres isora L. Zhongguo Yaoke Daxue Xuebao 22:203-206,

apud Chemical Abstracts. v.116, n.3, p.124-136, 1991. Numa citação de citação, colocar o nome das fontes

em itálico.

�Wax E.T. Antimicrobial activity of Brazilian medicinal plants. J Braz Biol Res, v.41, n.5, p.77-82, 1977.

apud Nat Prod Abs, v.23, n.2, p.588-593, 1978.

3.2.2 Livro:

�Costa A.F. Farmacognosia. Lisboa: Calouste Gulbenkian. 1996. 560p.

3.2.3 Capítulo de livro:

�Farias C.R.M. Ourinho E.P. Restauração dentária. In: Goldaman, G.T. (org.) A nova odontologia. 5.ed. Rio

de Janeiro: Guanabara Koogan, 1996, p.95-112.

Rev

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3.2.4 Tese e Dissertação:

Doutorado – Faculdade de Ciências Agrárias, Universidade Estadual de Campinas.

�Romero M.A.V. Estudo químico de Brunfelsia hopeana Benth e do mecanismo de ação da escopoletina. João Pessoa,

119p. 1997. Dissertação de Mestrado – Programa de Pós-Graduação em Produtos naturais,

Universidade Federal da Paraíba.

3.2.5 Congressos:

�Thomas G. Selak M. Henson P.M. Estudo da fração aquosa do extrato etanólico das folhas de

Cissampelos sympodialis em neutrófi los humanos. XIV Simpósio de Plantas Medicinais do Brasil. Florianópolis,

Brasil. 1996.

3.2.6 Patentes: Devem ser identificadas conforme modelo abaixo e na medida do possível o número do

Chemical Abstracts deve ser informado.

�Ichikawa M. Ogura M. Lijima T. Antiallergic flavone glycoside from Kalanchoe pinnatum. Jpn. Kokai

Tokkyo Koho J. p.61, 118, 396, 1986. apud Chemical Abstracts n.105, p.178-186.

3.2.7 Páginas Internet:

Anvisa - Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Serviços de hemoterapia: relatórios de produção. Brasília, DF,

2002 Disponível: http://www.anvisa.gov.br/sangue/hemoterapia/index.htm. Acessado em

28/02/2009.

4. ENCAMINHAMENTO DOS ARTIGOS

Os trabalhos deverão ser enviados via eletrônica utilizando o endereço eletrônico da revista

([email protected]), ou na forma impressa, em que o autor deverá enviar uma cópia em disquete

ou CD utilizando-se o programa Word for Windows.

Revista de Biologia e SaúdeRevista de Biologia e Meio Ambiente

A/C do Prof. Dr. Sideney Becker OnofreAv. Presidente Kennedy, 2601.

Dois Vizinhos – Paraná – BrasilCEP – 85660-000

Fone/Fax: (46) [email protected]

Na carta de encaminhamento é solicitado a indicação de três consultores, de outras instituições, com

seus endereços postais e eletrônicos. A qualificação do trabalho será atestada por, no mínimo, por dois

consultores, indicados pela Editoria.

5. CUSTOS

A Revista custeará integralmente os trabalhos de até 25 páginas, incluindo tabelas e figuras. Acima deste

número de páginas, as despesas correrão por conta do(s) autor(es). Não serão aceitas fotografias

coloridas, a não ser que o(s) autor(es) custeiem sua publicação, independente do número de páginas do

trabalho.

Lima N. Influência da ação dos raios solares na germinação do nabo selvagem. Campinas, 755p. 1991. Tese de

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