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Panorama da Cardiologia atual

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AstraZeneca do Brasil Ltda.Rodovia Raposo Tavares, km 26,9

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Contraindicações: Diprivan® é contraindicado em pacientes com hipersensibilidade conhecida a qualquer componente de sua fórmula. Interações medicamentosas: recomenda-se que os bloqueadores neuromusculares atracúrio e mivacúrio, não devem ser administrados na mesma via IV antes de se eliminarem os indícios de Diprivan®.Diprivan® (propofol) é um medicamento. Durante seu uso, não dirija veículos ou opere máquinas, pois sua agilidade e atenção podem estar prejudicadas.

Referências: 1- Servin FS. TCI compared with manually controlled infusion of propofol: a multicentre study. Anaesthesia 1998; 53(suppl 1): 82-86. 2- Irwin MG et al. Occupational exposure to anaesthetic gases: a role for TIVA. Expert Opin Drug Saf 2009; 8(4): 473-483. 3- Noriega RL et al.. Contaminación bacteriana extrínseca de propofol. Rev Mex Anest 1999; 22(2):59-67. 4- Segundo informações técnicas da bomba de infusão.

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Sonho e Realidade

Nossa comunidade vai construir o melhor hospital desse país”, com esse objetivo o Dr. Manuel Tabacow Hidal, tornou realidade o seu sonho,

desde a reunião em seu apartamento em 1955 até a inauguração oficial em 1971 foram 16 anos de muitas lutas que graças a perseverança do Dr. Hidal, foram alcançadas e ultrapassadas as metas almejadas.

Desde a sua fundação o Albert Einstein sempre foi pioneiro nas áreas em que atua, vide nossa matéria de capa onde destacamos toda a sua historia.

O “Einstein” hoje e um dos maiores patrimônios não só de São Paulo como do Brasil além de ser con-siderado um dos maiores centro de referencia de me-dicina do mundo, além disso, possui uns dos mais conceituados centros de pesquisas.

Nesse aniversário de 55 anos quem ganha somos nós Brasileiros que temos ao nosso dispor esse centro de excelência da medicina.

Agradecemos a todos os colaboradores, fornece-dores, anunciantes e amigos e aproveitando o ensejo desejar um feliz e próspero 2011, assim como solici-tar sua opinião sobre nosso trabalho.

Boa Leitura a todos.

Os Editores.

Editorial

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Volume XV - Nº 33 - 2011

Panorama Atual da Cardiologiano Brasil e no Mundo

Conselho Editorial

Presidente:Dr. Mário F. de Camargo Maranhão

Conselheiros:Dr. Armênio GuimarãesDr. Fabio FernandesDr. Evandro Tinoco MesquitaDr. Jorge Pinto RibeiroDr. Michel BatlouniDr. Miguel Barbero MarcialDr. Nabil Ghorayeb

Uma publicação:Lúcida Artes Gráficas Ltda

Rua Dra. Maria Augusta Saraiva, 7404545-060 Vl. Olimpia São Paulo SP

11-3349-1768 / 3849-2137E-mail: [email protected]

Diretor - Editor ResponsávelDr. J. Márcio da S. Araú[email protected]

Depto ComercialGilberto Cozzuol

AdministraçãoYvete Togni

CirculaçãoElaine Castellão

Redação Cassiana Zanini

Agradecimento:Assessoria de Imprensa do

Hospital Albert Einstein

As opiniões expressasou artigos assinados são

de responsabilidadedos autores.

10..................................Cardio News

18..................................Entrevista Dr. Elias Knobel

20..............................Matéria Capa

Especial 55 anos do Hosp. Albert Einstein22........Cronologia dos principais eventos

28........O Hospital

32........Entrevista Dra. Marcia Makdisse

36........Cirurgias Cardiacas

38........Plano de Expansão

42........Responsabilidade Social

45........Politica de Qualidade

48........Entrevista Telma Sobolh

50.........Atualização Médica

52 .........Opinião

Expediente Sumário

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Nova terapia reverte efeitos do derrame cerebral

Uma nova técnica que

impulsiona o cresci-mento de fibras ner-vosas pode reverter grande parte dos danos causados por acidentes vasculares cerebrais, ou derra-mes.

"Esta terapia po-derá ser usada para restaurar funções

mesmo quando aplicada muito tempo depois da lesão cerebral isquêmica ter acontecido," afirma Gwendolyn Kartje, da Universidade Loyola, em Chicago, nos Estados Unidos.

Sem ação

Hoje, os médicos pouco podem fazer para limitar os danos depois do primeiro dia após a ocorrência de um acidente vascular cerebral.

A maioria dos derrames são isquêmicos, ou seja, causados por coágulos sanguíneos.

Um remédio chamado tPA pode limitar os danos, mas deve ser dado nas primeiras três horas após o evento para se alcançar o maior benefício - a maioria dos pacientes não recebe tratamento nesse tempo.

Terapia anti-Nogo

Kartje e seus colegas agora descreveram um novo tratamento, chamado terapia anti-Nogo-A.

Nogo-A é uma proteína que inibe o cresci-mento de fibras nervosas chamadas axônios. Ela serve como um indicador sobre o cresci-mento de nervos que podem tornar um pa-

ciente excessivamente sensível à dor ou ex-perimentar movimentos involuntários.

O nome da proteína vem da expressão in-glesa "No go", que significa "não vá", porque, na prática, ela diz: "Não vá" para os axônios.

Na terapia anti-Nogo, um anticorpo de-sativa a proteína Nogo. Isso permite o cresci-mento dos axônios no lado do corpo afetado pelo derrame, promovendo a restauração das funções perdidas devido ao acidente vascular cerebral.

Recuperação pós-derrame

Kartje e os colegas relatam resultados en-corajadores da terapia anti-Nogo em camun-dongos que sofreram derrames medicamente induzidos.

Nove semanas após o derrame, seis animais receberam terapia anti-Nogo, qua-tro receberam um tratamento de controle, constituído por um anticorpo inativo, e cinco camundongos não receberam nenhum trata-mento.

Nove semanas depois, os animais que receberam a terapia anti-Nogo recuperaram 78% da sua capacidade de movimentação an-terior.

Em comparação, aqueles que não rece-beram tratamento recuperaram 47% da sua capacidade, e os que receberam o tratamento controle de anticorpos inativos recuperaram 33% do seu desempenho.

Exames posteriores do tecido cerebral das cobaias revelaram que os ratos que rece-beram a terapia anti-Nogo apresentaram de-senvolvimento significativo de novos axônios.

O próximo passo da pesquisa será avaliar a terapia anti-Nogo em pacientes paralisados por lesões na coluna.

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A White Martins tem enorme satisfação em ser fornecedora e parceira do Hos-

pital Israelita Albert Einstein, referência nacional de excelência em saúde, desde a sua fundação, em 1955. A empresa aproveita para parabenizar as vitórias alcançadas pelo hospital ao longo desses 55 anos e reitera seu compromisso de contribuir com toda a sua experiência, inovação e confiabilidade para continuar fazendo parte dessa história de su-cesso. Atualmente, a White Martins fornece com to-tal confiabilidade diversos tipos de gases medicinais (oxigênio, CO2, ar comprimido, hélio, nitrogênio em forma gasosa e líquida, argônio, misturas gasosas e misturas para análises) para esta instituição.

O que não falta são exemplos de projetos que demonstram que a parceria entre a White Martins e o Hospital Albert Einstein se fortalece a cada ano. No processo de expansão da Instituição, em que foi construída a unidade Hospital Albert Einstein Perd-izes, a White Martins desenvolveu e executou todo o projeto de infraestrutura de gases medicinais. Além disto, quando da duplicação da Unidade Hos-pital Albert Einstein Morumbi, executou e interligou a rede de gás que teve sua capacidade duplicada, com alto grau de confiabilidade e sem interferir no atendimento aos pacientes. O sucesso deste projeto, de grande complexibilidade, foi resultado de um ma-peamento detalhado das instalações do hospital e de um planejamento minucioso de todas as ações para execução da obra.

Como os produtos e serviços da White Martins são essenciais para as operações de seus clientes, a White Martins não mede esforços para garantir a confiabilidade de suas operações. Um exemplo deste comprometimento é o seu sistema de Gestão de Produção e Logística de Distribuição, com moni-toramento 24 horas por dia, 7 dias por semana, de suas plantas de separação do ar e de sua frota de caminhões e carretas.

Com investimentos constantes em inovação e tecnologia, a trajetória do Hospital Israelita Albert Einstein é marcada pela descoberta de novos trata-mentos que proporcionam a cura de milhares de pessoas. Outros dois fatores importantíssimos para este sucesso são o atendimento humanizado e a alta

capacitação de sua equipe de profissio-nais. A White Martins admira e se identifica com o trabalho deste hospital por acreditar que esses três pilares são es-senciais para o sucesso de qualquer administração.

Para estabelecer parcerias de sucesso com seus clientes, a White Martins busca constantemente exceder suas expectativas, oferecendo as melhores soluções do mercado. Por isso, a empresa desen-volveu o NEO - Nova Excelência Operacional - uma iniciativa pioneira no mercado de gases medicinais e industriais a nível mundial. Trata-se de um sistema que permite ao cliente avaliar em tempo real todo atendimento e serviço realizado. Com isso, é pos-sível identificar o nível de satisfação percebido pelos clientes e garantir a excelência operacional em to-dos os contatos.

A empresa mantém um intenso programa de desenvolvimento de tecnologias e soluções direcio-nadas para o segmento medicinal. Com o objetivo de oferecer ainda mais segurança e qualidade no fornecimento de gases medicinais, a White Martins desenvolveu o Programa de Excelência no Forneci-mento (PEF), uma iniciativa pioneira que permite a hospitais e clínicas adequarem seus sistemas cen-tralizados de gases às novas tecnologias e regula-mentações referentes à segurança e garantia de fornecimento.

Um reconhecimento do mercado ao trabalho desenvolvido pela White Martins foi a conquista do prêmio Top Hospitalar, na categoria indústria de infraestrutura. Desde a criação do prêmio, há 12 anos, a White Martins vem sendo reconhecida pela excelência de seus serviços em diversas categorias desta premiação, que é a mais importante do setor médico-hospitalar no Brasil. A White Martins foi lis-tada também entre as 12 empresas mais inovado-ras do país, pela revista Época Negócios, da Editora Globo, e pela consultoria A.T Kearney.

Cento e vinte empresas se inscreveram na se-gunda edição do prêmio, que é realizado também em 15 países europeus e nos Estados Unidos. O júri foi composto por especialistas em inovação, rep-resentantes da consultoria e jornalistas da Época Negócios.

Albert Einstein e White Martins:uma parceria de sucesso

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Atividades físicas reduzem risco de morte de homens com câncer de próstata

A prática de atividades físicas pode ser ainda mais impor-tante para homens com câncer de próstata, pois parece

reduzir seus riscos de morte, segundo recente estudo da Universi-dade de Harvard e da Universidade da Califórnia, nos Estados Uni-dos. De acordo com os pesquisadores, homens que fazem ativi-dades físicas mais vigorosas têm menor risco de morte não apenas por câncer de próstata, mas por qualquer causa.

Acompanhando, por 18 anos, mais de 2,7 mil homens diag-nosticados com câncer de próstata, os especialistas descobriram que “os homens podem reduzir seu risco de progressão do câncer de próstata após o diagnóstico ao adicionar atividades físicas à sua

rotina diária”. “Esta é uma boa notícia para os homens que vivem com câncer de próstata e se perguntam quais práticas de estilo de vida devem seguir para melhorar sua sobrevivência”, escreveu a pesquisadora Stacey Kenfield, nesta semana, no Journal of Clinical Oncology.

De acordo com os autores, tanto exercícios vigorosos quanto atividades físicas mais leves podem trazer benefícios para os homens diagnosticados com câncer de próstata. Os resulta-dos indicaram que, comparados a homens que caminham menos de 90 minutos por semana em passo leve, aqueles que caminham mais do que isso em ritmo rápido teriam 46% menor risco de morrer. E apenas as atividades vigorosas - mais de três horas por semana - foram as-sociadas a uma redução da mortalidade pela doença - 61% menor risco.

“Observamos os benefícios de níveis possíveis de atividades, e nossos resultados sugerem que homens com câncer de próstata devem fazer alguma atividade física para sua saúde geral, mesmo em pequenas quantidades, como 15 minutos de atividade por dia de caminhada, cor-rida, ciclismo ou jardinagem”, destacou a pesquisadora. “Entretanto, fazer atividades vigorosas por três ou mais horas por semana pode ser especialmente benéfico no câncer de próstata, assim como para a saúde geral”, concluiu a especialista.

São os diversos tipos de castanhas e nozes disponíveis principalmente na época na-talina. Um exemplo disso é que, segundo recente estudo da Universidade Loma Linda,

nos EUA, uma alimentação rica em amêndoas pode ajudar a prevenir diabetes e doença cardíaca, ao melhorar a sensibilidade à insulina e reduzir o colesterol “ruim” (LDL) em pessoas com pré-diabetes.

De acordo com os autores, cerca de 16 milhões de americanos apresentam pré-diabetes - condição precursora do diabetes tipo 2 - e estima-se que, até o ano de 2020, metade da popu-lação dos EUA tenha o pré-diabetes ou já tenha desenvolvido a doença. Daí a importância de

Amêndoas podem reduzir risco de diabetes e doença cardíaca

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abordagens preventivas, principalmente incluindo uma alimentação balanceada e exercícios físicos.

Avaliando 65 adultos com pré-diabetes, os pes-quisadores notaram que, acrescentando amêndoas - 20% das calorias diárias - à dieta recomendada pela Associação Americana de Diabetes, os participantes apresentavam, após 16 semanas, melhores níveis de colesterol “ruim” e de sensibilidade à insulina - impor-tantes fatores de risco para diabetes tipo 2 e doença cardíaca.

Em artigo publicado no Journal of the American College of Nutrition, os especialistas destacam que esse efeito das amêndoas pode ser atribuído a nutri-entes como fibras e gordura insaturada, que podem melhorar o colesterol, além de aumentar a sensibilidade à insulina e a função das células beta. Uma porção de 28 gramas de amêndoas oferece 3,5 gramas de fibras, 13 gramas de gordura insaturada e apenas um grama de gordura saturada.

“É promissor, para aqueles com fatores de risco para doenças crônicas como diabetes tipo 2 e doença cardiovascular, que alterações na dieta possam ajudar a melhorar os fatores que cum-prem um papel potencial no desenvolvimento dessas doenças”, destacou a pesquisadora Michelle Wien na publicação. “Seria benéfico conduzir estudos de alimentação metabólica firmemente controlada e estudos pós-prandiais que apresentem quantidades controladas de carboidratos para confirmar os resultados desse estudo”, concluiu.

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Consumo de carne vermelha pode aumentar o risco de

infarto cerebral em mulheres

Estudo publicado no periódico Stroke mostra que o consumo de carne vermelha ou processada pode aumentar o risco de infarto cerebral em mulheres, mas não elevou

o risco de hemorragia intracerebral ou sunaracnoidea na população estudada.Pesquisas prévias já mostraram que o consumo de carnes vermelhas está associado a

alguns tipos de câncer e pode ser um fator de risco para doenças cardiovasculares, no entanto estudos epidemiológicos sobre o consumo destes alimentos e sua relação com derrames cere-brais ainda é limitado.

Com o objetivo de examinar a associação entre o consumo de carnes vermelhas e a in-cidência de derrames cerebrais em uma população feminina sueca, a Swedish Mammography Cohort, foram estudadas 34670 mulheres sem doenças cardiovasculares e câncer no início da pesquisa. Durante um período de seguimento de cerca de 10 anos foram diagnosticados 1680 novos casos de derrame cerebral, 1310 infartos cerebrais, 154 hemorragias intracerebrais, 79 hemorragias subaracnoideas e 137 derrames inespecíficos.

O consumo deste tipo de alimento foi associado a um aumento estatisticamente significa-tivo de infartos cerebrais em mulheres, mas não de hemorragia intracerebral ou subaracnóidea nesta população.

Troponina T pode ajudar a identificar doença cardíaca em adultos saudáveis.

Os idosos são maioria entre aqueles com diagnóstico de insuficiência cardíaca, mas a identificação dos fatores de risco tradicionais apresenta acurácia limitada para pre-

ver o risco de hospitalização e morte por doenças cardiovasculares nesta população.O objetivo do estudo publicado no The Journal of the American Medical Association (JAMA)

foi determinar se dosagens de troponina T (cTnT) em idosos estavam associadas ao risco de hospitalização e morte por eventos cardiovasculares.

Foi realizado um estudo longitudinal com a participação de 4221 adultos, com 65 anos ou mais, sem insuficiência cardíaca prévia, nos quais foi dosada a cTnT no início da pesquisa e 2 ou 3 anos após (n=2918). Os resultados mostram que, entre os participantes com as mais altas concentrações de cTnT, a incidência de insuficiência cardíaca e morte por doenças car-diovasculares foi maior do que naqueles com níveis de cTnT não detectáveis. Para aqueles com níveis inicialmente detectáveis e que apresentaram um aumento de mais de 50% nas dosa-gens posteriores, há um alto risco para insuficiência cardíaca e morte por doença cardíaca. Para os que tiveram uma diminuição de mais de 50% nos níveis de cTnT, há um risco reduzido para estas doenças quando comparados aos que apresentaram uma variação de dosagens menor que 50%.

Isto mostra que nesta coorte de idosos sem história prévia de insuficiência cardíaca, as variações nas dosagens de cTnT estão significativamente associadas à incidência de insuficiên-cia cardíaca e mortes por doenças cardiovasculares.

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Levantar mais vezes, mesmo que seja para beber água ou mudar o

canal da televisão, diminui o risco de desen-volver doenças cardíacas. A conclusão é de pesquisadores da Universidade de Queen-sland, Austrália, em estudo publicado hoje na versão on-line da revista "European Heart Journal".

Segundo a pesquisa, até quem é se-dentário, mas faz várias pausas para levantar durante o dia, tem menor risco do que quem faz atividades físicas e fica longos períodos sentado.

A pesquisa acompanhou 4.757 pessoas com mais de 20 anos entre 2003 e 2006. Cada voluntário recebeu um aparelho que monito-rou a atividade física durante sete dias.

Também foram medidos os níveis de quatro marcadores de risco de doença cardio-vascular: a quantidade de uma proteína que sinaliza a formação de aterosclerose, os níveis de HDL (colesterol "bom"), triglicérides e a cir-cunferência abdominal.

Quem se movimentou mais teve todos os índices melhores.

A diferença mais significativa foi na cir-cunferência abdominal: os participantes que ficaram menos tempo sentados sem pausas tiveram, em média, 4,1 centímetros a menos de cintura do que as pessoas que ficaram pa-radas na mesma posição.

"Já se sabe que a atividade física mo-derada ou intensa reduz o risco cardiovascu-lar. O surpreendente é que o estudo mostra que mesmo as pequenas quebras no sedenta-rismo já ajudam", diz Raffael Fraga, cardiolo-gista do Incor (Instituto do Coração).

Segundo Fraga, uma das explicações é que mesmo as atividades físicas mais leves aumentam o gasto energético total diário e, consequentemente, ajudam a diminuir a cir-cunferência abdominal.

A gordura intra-abdominal está relacio-nada à probabilidade maior de desenvolver aterosclerose e também ao aumento do co-lesterol.

"Qualquer redução na gordura abdomi-nal já representa uma queda de risco. Quatro centímetros é uma diferença muito grande", diz o cardiologista Ricardo Pavanello, do HCor (Hospital do Coração). O recomendado, segun-do a Federação Internacional de Diabetes, é que mulheres tenham no máximo 80 cm de cintura e homens, 94 cm.

DOSES HOMEOPÁTICAS

Para o cardiologista Antonio Sergio Tebexreni, da Unifesp, a pesquisa mostra que qualquer atividade física é importante.

“É possível dividir os 30 minutos de exercí-cios em etapas. Se você se movimentar várias vezes durante o trabalho, já é válido.” Além de aumentar o gasto energético total, sair da ca-deira e movimentar os músculos das pernas ativa a circulação sanguínea.

“Isso melhora a pressão arterial e ajuda no gasto calórico. Facilita o trabalho do coração, além de prevenir a formação de coágulos.” O cardiologista Nabil Ghorayeb, do HCor, discor-da do estudo. Segundo ele, a atividade física só traz benefícios quando é realizada a longo prazo e frequentemente.

“Levantar poucas vezes não muda a vida de ninguém”, diz o médico. Para ele, qualquer mudança de hábito para o sedentário faz dife-rença nas estatísticas, mas isso não quer dizer que o risco cardíaco vá ficar menor.

Tempo demais sentado eleva risco cardíaco

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Fiocruz: teste rápido faz diagnóstico do

HIV em até 25 minutos

O Teste Confirmatório Imunoblot Rápido, que permite confirmar o diagnóstico de

HIV2 em até 25 minutos (o atual leva de 1 a 30 dias para ficar pronto), foi lançado no dia 1º de dezembro de 2010, Dia Mundial de Luta contra a Aids, pelo Instituto de Tecnologia em Imunobio-

lógicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz).De acordo com o gerente de Programa de Reativos de Bio Manguinhos/Fiocruz, Antônio

Ferreira, são vários os benefícios trazidos por esta inovação tecnológica no diagnóstico do HIV. As gestantes vão ter menos risco de erro em seu teste preliminar, o que colabora para a diminuição da transmissão vertical do vírus (de mãe para filho) e evita o uso desnecessário da profilaxia medicamentosa com antiretroviral. Outras vantagens são a maior agilidade no diag-nóstico, a qual melhora o atendimento dos pacientes nos centros de testagem, além do melhor desempenho em termos de sensibilidade e especificidade.

O Imunoblot Rápido tem margem mínima de erro, custa cinco vezes menos para o Go-verno Federal, já está registrado no Ministério da Saúde e deve ser implementado no primeiro semestre de 2011. Fonte: Fiocruz

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Dr. Elias Knobel Um dos médicos mais con-

ceituados na medicina brasileira, o Dr.Elias Kno-

bel recebeu o título de Master pelo American College of Physicians. Os Masters compreendem um pequeno grupo de médicos altamente com-prometidos e selecionados por seu caráter pessoal, títulos honoríficos e recebem esta distinção pela excelên-cia e significado de suas contribuições na prática da arte da medicina nos EUA e em todo mundo. Dr. Elias Kno-bel já possuía o título de Fellow do American College of Physicians, que representam profissionais reconhe-cidos como exemplo de excelência e de contribuição na prática médica e para a comunidade. É também Fellow do American Heart Association e do American College of Critical Care Me-dicine. Apenas um número limitado de

profissionais é selecionado a cada ano, para o título de Master. Desde 1924, o American College of Physicians atribuiu o título de Masters para 648 profis-sionais em todo o mundo. No Brasil existem apenas 3 profissionais com este título honorífico.

Dr.Elias Knobel tem mais de 40 anos de profissão, é diretor emérito e fundador do Centro de Terapia Intensiva do Hospital Israelita Albert Einstein e professor adjunto da Escola Paulista de Medicina – Universidade Federal de São Paulo. Atualmente é vice-presidente do mesmo hospital. Tem inúmeros artigos publicados no Brasil e no exterior e é autor de 17 livros (três foram tra-duzidos para o espanhol), entre os quais se destacam os manuais de Terapia Intensiva, o best-seller Condutas no Paciente Grave e Condutas em Terapia Intensiva Cardiológica.

Entrevista

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NCN: O senhor participou da implantação da UTI no Hospital Israelita Albert Einstein? Como foi o processo?

O hospital começou a ser implantado em meados 1971, tinha a maternidade no 7º andar e tinha também o setor de internação clinica e cirúr-gica. Lembro-me que a primeira vez que vim aqui no hospital foi no começo 1972, estava em construção, mas tinha estes andares que funcionavam. Comecei minhas atividades neste hospital no dia 18 de maio de 1972 e fundei a UTI (Unidade de Terapia Intensi-va). Naquela época existia uma Unidade Coronária Intensiva, com quatro leitos, mas era só coronária e o hospital decidiu fazer algo mais amplo. Naquela época já existia em São Paulo, que tinha iniciado também a pouco tempo, UTI nos hospitais Nove de Julho, Beneficência Portuguesa e Sírio-Libanês. Eu permaneci como diretor desta unidade até o fim de novembro de 2004, que foram 32 anos! Eu vivo o hospital desde sua fundação. Praticamente eu estou aqui todos os dias desde aquela época. Inclu-sive, quando eu entrei aqui meu filho tinha 03 anos. Hoje, ele é chefe da unidade coronária há mais de 16 anos.

NCN: Qual é o índice de recuperação dos pa-cientes da UTI do Hospital Israelita Albert Einstein, após um período médio de uma semana?

Esta pergunta não dá para responder pelo seguinte: aqui na UTI temos todos os tipos de pa-cientes neurológico, com problemas respiratórios, cardíacos, pós-cirurgicos, com trauma... De uma maneira geral 90% dos pacientes saem da UTI, então a sobrevida é bem elevada. É claro que tem pacientes mais simples que entram apenas para vigilância e outros mais graves. É variável, não tem como comparar com uma UTI só com problemas cardíacos ou só pacientes obstétricos ou de trau-mas. Porque aqui atendemos várias especialidades na UTI. Mas já fizemos estudos, comparamos com as UTI’s americanas e a nossa é situada como de melhor nível. A nossa UTI é conhecida nos EUA, na Europa, no mundo todo. Eu todo ano dou aula na Europa. Acabei de voltar de Barcelona e recebi um premio de membro honorário da Sociedade Europé-ia de Terapia Intensiva e estou indo para o décimo sétimo livro publicado. Tudo isto tem um trabalho por trás, muitos anos de atividade, que o mundo acaba conhecendo. Motivo de muito orgulho e de muita honra tudo o que conquistamos e estamos conquistando, porque eu não quero parar por aqui.

NCN: Como deve ser o comportamento do

médico da UTI? É um médico que tem que conhecer todas

as patologias. É um médico, por exemplo, que não pode ser um cardiologista puro, tem que conhecer tudo, porque no paciente grave, muitas vezes, e-xiste o comprometimento de múltiplos órgão e o médico que tem que estar ali tem que conhecer muito a parte técnica da medicina, tem que estar em constante atualização, tem que estar linkado com os grandes centros do mundo, tem que ler re-vistas médicas, participar de trabalhos científicos, participar de publicação de livros, mas ele não pode deixar de ser um ser humano, não pode deixar de encarar aquela pessoa que ele está tratando com um ser vivo e não como um conjunto de órgãos. Não tem que tratar a doença, tem que tratar o doente, respeitar a necessidade individual de cada paciente, humanizar a assistência, cujo a vida está por um fio, nunca esquecer que o paciente não é um ser único e que tem uma família atrás dele, respeitar as convicções tanto no aspecto cultural quanto re-ligioso, considerar seus colegas médicos e enfer-meiros e trabalhar para ter sempre um resultado positivo no ponto de vista de gestão para que os aperfeiçoamentos continuem sempre a ocorrer. Ele também deve ser muito bem valorizado pelas ad-ministrações e diretorias das instituições, isto nem sempre ocorre, temos que dar tudo que ele merece em troca.

NCN: O senhor já escreveu 17 livros? Lancei dia 01 de Julho o livro “A vida por um

fio e por inteiro” e o que me deixou muito contente foi que em dois meses o livro esgotou e já estamos indo para a segunda edição. Eu conto neste livro como foi a história da criação, os valores da huma-nização, os princípios da gestão, sempre contando histórias de pacientes em momentos marcantes.

NCN: Quais títulos o senhor já recebeu? Qual foi o mais importante?

Recebi diversos títulos como o Master pelo American College of Physicians, sou Fellow do Ame-rican College of Physicians, sou Fellow do American Heart Association e do American College of Critical Care Medicine, entre outros. Mas o meu maior título é a minha família. Sou muito bem casado, tenho um filho que é cardiologista já está há quase 17 anos aqui no Einstein, uma filha farmacêutica bio-química de nível internacional e seis netos.

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DA SOCIEDADE BENEFICENTE ISRAELITA BRASILEIRA HOSPITAL ALBERT EINSTEINO nascimento da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Hospital Al-

bert Einstein (SBIBHAE), na década de 50, resultou do compromisso da comunidade judaica em oferecer à população de nosso país uma referência em qualidade da prática médica.

55 ANOS

Matéria de Capa

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O Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE) é um dos mais conceitua-dos da América Latina, por acreditar que seu trabalho não é tratar doen-ças, mas cuidar de pessoas. Capaz de atender a todas as demandas da cadeia de valor de prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação da saúde, o HIAE destaca-se pelo seu desempenho em procedimentos de alta complexidade.

Audacioso pioneirismo e persistente busca da qualidade pontuam o histórico da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Hospital Albert Einstein. Entre os principais momentos desta saga de mais de meio século, destaca-se:

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1950 Tudo começou com o sonho de um médi-co e empresário, Dr. Manuel Tabacow Hidal, que na noite de 04 de junho de 1955, em uma reunião em seu apartamento, com cerca de 100 pessoas presentes, a maioria médicos da comunidade judaica, propôs criar um hospital em retribuição a acolhida dos judeus pelo Bra-sil. Em 20 de setembro do mesmo ano, a So-ciedade Beneficente Israelita Brasileira Hos-pital Albert Einstein (SBIBHAE) é oficialmente fundada. Sob a liderança do Dr. Hidal, tem iní-cio a “fase visionária” da Instituição.

Antes desta reunião, em abril do mes-mo ano, morria o cientista Albert Einstein. Era o melhor nome que poderia ter: gênio da humanidade, marcado pelo seu humanismo, judeu e um dos rostos mais conhecidos num mundo ainda tão pouco globalizado.

Existia o sonho, mas não recursos para

torná-lo realidade. Foi quando Hessel Klabin, em seu testamento, deixou uma cláusula que constava que sua filha Ema Gordon Klabin, de-veria doar parte da herança para a construção de um hospital em São Paulo. Mas o dinheiro dava para pagar apenas metade do terreno. Ema Klabin comprometeu-se a quitar o res-tante. Mais tarde em 1958, o próprio filho do Albert Einstein, Hans, doou US$500 em cheque e também um relógio que pertencia ao pai. Hans Albert Einstein assenta, no dia 14 de setembro, a pedra fundamental do Hospi-tal Israelita Albert Einstein (HIAE).

Em 1959, formado por voluntárias, que têm como principal missão angariar recursos para as obras de construção do Hospital, nas-ce o Departamento Feminino da SBIBHAE. No mesmo ano, a Instituição começa a oferecer atendimento médico gratuito – primeiro em consultórios particulares e depois por meio de convênio com a Policlínica Linath Hatzedek.

1957 - Ema Gordon Klabin faz a doação de cheque do terreno

1958 - Hans Albert Einstein participa do assentamento da pedra fundamental

1955 - Primeira reunião

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1960 Em 1961, toda a estrutura do hospi-tal estava em pé, mas ainda só existia o es-queleto do edifício. Para construir os 22 mil metros quadrados que restavam ao hospital, a Sociedade Beneficente resolveu recorrer aos empréstimos bancários, o que não significava abdicar da boa vontade dos doadores.

Em 1963, Hidal anunciou que o equipa-mento de oftalmologia, doado em 1961 pelo Barão Edmond de Rotschild, entraria em fun-cionamento. Alguns setores já estavam fun-cionando, mas não tinham sido inaugurados oficialmente. Em 1969, em uma das alas já prontas do Hospital, é criada a Pediatria As-sistencial, para atendimento das crianças ca-rentes da região.

1970Mas a Sociedade queria ir além da sim-

ples construção de um hospital. E assim foi feito, construído com recursos provenientes de doações e do trabalho de um grupo de pessoas dedicadas, o Hospital Israelita Al-bert Einstein foi inaugurado em 28 de julho de 1971, em solenidade da qual participam as maiores autoridades da República. A partir de então tornou-se referência em tratamen-tos com tecnologia de ponta e atendimento humanizado.

No ano seguinte, passa a funcionar a Unidade de Terapia Intensiva. E, em 1977, começa a construção do Centro Médico de Di-agnóstico e Tratamento. Em 1979, iniciando uma fecunda gestão de 16 anos, o Dr. Jozef Fehér assume a presidência da SBIBHAE. Liderada por ele, a Instituição ingressa em sua “fase tecnológica”.

Entre outras importantes inovações, o Einstein põe em funcionamento os dois primeiros aparelhos de ressonância magné-tica de toda a América Latina.

1960 - Predio em Construção

1960 - Primeiro Predio do HIAE

1971 - Inauguração HIAE

1971 - Inauguração HIAE, com a presença do Pres. Republica Gal. Garrastazu Médici

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19801990

No final de 1980, assumia a presidência da SBIB-HAE o Dr. Josef Fehér, que foi um dos respon-sáveis pela modernização do hospital. Em 1981, começam as atividades do Centro de Estudos, em-brião do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa (IIEP). Em 1989, comprometida também com a educação, a SBIBHAE cria a Escola de Enferma-gem e a Faculdade de Enfermagem.

Em 1993, foi inaugurado o setor de radio-terapia e também foi o primeiro hospital do Brasil a montar um centro cirúrgico na área de oncolo-gia. Em 1995, foi realizado o primeiro transplante com sangue de cordão umbilical alogênico vindo do New York Blood Center (maior banco de sangue de cordão umbilical do mundo). No mesmo ano, o neurocirurgião Reynaldo André Brandt assume a presidência da Sociedade Beneficente Isra-elita Brasileira Hospital Albert Einstein. No ano seguinte, o novo edifício Jozef Fehér é inaugurado. Com 17 andares e 45 mil metros quadrados, ele permite ao HIAE aumentar substancialmente sua capacidade de atendimento.

Em 1997, foi criado o Programa Einstein na Comunidade de Paraisópolis para dar assistência a 10 mil crianças de uma das maiores comuni-dades carentes de São Paulo. Hoje, além desse programa e do atendimento à comunidade judai-ca, o Instituto Israelita de Responsabilidade Social Albert Einstein atua em conjunto com os gestores públicos de saúde para ajudar a suprir suas ne-cessidades assistenciais, tecnológicas ou de com-petências.

Em 1998, surge o Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein (IIEP), que se tornou uma entidade de referência no país e no exterior. No mesmo ano, com a inauguração do Ambu-latório Médico, têm início as atividades do Pro-grama Einstein na Comunidade de Paraisópolis, expressão maior da política de responsabilidade social da SBIBHAE. Em 1999, atendendo à estra-tégia de descentralização do atendimento, a SBIB-HAE cria duas novas frentes de atuação: a Unidade Avançada Einstein Alphaville, com primeiro aten-dimento, ambulatório, programa de imunização e exames por imagem; e a Unidade Avançada Ein-stein Jardins, voltada para a medicina preventiva, com check-up, diagnósticos e orientações sobre qualidade de vida. No dia 17 de dezembro, o Hos-pital Israelita Albert Einstein torna-se, fora dos Esta-dos Unidos, a única instituição de seu gênero a ob-ter certificação da Joint Commission International.

Programa Einstein na Comunidade de Paraisópolis

Radioterapia

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Em 2000 é inaugurado o Centro Médico Manoel Tabacow Hidal. O evento contou com presenças como o presidente da Republica Fernando Henrique Cardoso, do rabino Henry Sobel, do Sr. Miguel Colassuono, do Dr. Reynal-do André Brandt, do prefeito de São Paulo, Celso Pitta, do governador de São Paulo, Ma-rio Covas, do ministro da saúde José Serra, en-tre outras figuras ilustres.

No Mesmo ano é inaugurada a nova ala da Unidade de Terapia Intensiva Neonatal, uma das mais modernas da América Latina. No ano seguinte, com objetivo de promover o bem-estar da população carente de sua área de atuação, a Sociedade firma convênio de parceria com a Prefeitura do Município de São Paulo para implantação e coordenação do Programa de Saúde da Família, na região de Campo Limpo. Em 2001 é inaugurado o Com-plexo Telma Sobolh, para atender a comuni-dade carente do bairro de Paraisópolis.

Em dezembro de 2001, o Dr. Cláudio Lot-temberg assume a presidência da SBIBHAE.

Em 2002, o Einstein inaugura importantes instalações em diferentes pontos da cidade

2000

Dr. Cláudio Lottemberg presidênte da SBIBHAE.

de São Paulo: a moderna sede do Instituto de Ensino e Pesquisa, no complexo do Morumbi; o Centro de Transplantes, para acompanha-mento, no pré e pós-operatório, dos pacientes atendidos por meio de convênio com o SUS (Sistema Único de Saúde), na Avenida Brasil; e o novo prédio da Faculdade e Escola de Enfer-magem, na Avenida Professor Francisco Mora-to. Em 2003, sempre na vanguarda, o Einstein inova na área de cardiologia, oferecendo, em sua moderna Unidade de Tratamento Cardio-lógico, um atendimento integrado e focado no paciente. No mesmo ano, nasce o Instituto do Cérebro, uma entidade de vanguarda em pesquisa e assistência médica. E as realiza-ções do ano não terminam aí. Com a missão de coordenar e integrar um amplo conjunto de atividades filantrópicas, algumas quase tão antigas quanto a própria SBIBHAE, surge também o Instituto de Responsabilidade So-cial Albert Einstein (IRS). Em 2004, a área de Recursos Humanos e o Instituto de Ensino e Pesquisa somam esforços para criar a Univer-sidade Israelita de Saúde Albert Einstein (UI-SAE), a primeira universidade corporativa do setor hospitalar brasileiro, inaugurada no dia 15 de março. Oferecendo cursos e atividades para colaboradores, clientes e o público em geral, a UISAE tem como principal objetivo es-tender à área educacional o mesmo padrão de excelência conquistado pela SBIBHAE no campo da assistência à saúde.

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O HOSPITAL

Orientado pela incessante busca da excelência na assistência à saúde, o Hospital Israelita Albert

Einstein (HIAE) ocupa posição de vanguarda entre as instituições hospitalares da América Latina, sendo, por seu padrão de qualidade, certificada pela Joint Commission Internation-al e certificações ISO em numerosas áreas. Esse patamar de excelência, documentado segundo parâmetros internacionais, é plena-mente reconhecido por seus pacientes.

Pesquisas realizadas demonstram que

o Einstein supera as expectativas de 97% de seus pacientes – o maior índice já alcançado em mais de 100 instituições pesquisadas. Pio-neiro em alta tecnologia, o HIAE possuía, já na década de 1970, os dois primeiros equipa-mentos de ressonância magnética da América Latina. E continua na liderança, tendo incor-porado em 2003 um dispositivo diagnóstico de última geração, a PET CT, que associa as

virtudes da PET (Tomografia por Emissão de Pósitrons) às da CT (Tomografia Convencion-al), possibilitando a localização, com grande precocidade e alta precisão, de lesões tumo-rais mínimas, de até 4 milímetros de exten-são.

Combinando procedimentos de alta com-

plexidade e atendimento multidisciplinar, fo-cado no paciente, o Hospital Israelita Albert Einstein oferece uma medicina sintonizada com a vanguarda científica e tecnológica in-ternacional. Exemplo disso é a Unidade de Tratamento Cardiológico, que coloca à dis-posição dos clientes; o Programa integrado com todos os procedimentos de cardiologia (prevenção, diagnóstico, tratamento e reabili-tação); funcionamento 24 horas (com unidade de dor torácica, unidade coronariana semi-intensiva, unidade coronariana intensiva e a unidade de internação cardiológica); equipe multiprofissional (composta por médicos car-

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diologistas, enfermeiros, fisioterapeutas, nu-tricionistas, psicólogos e outros); rapidez de intervenção (capaz de fazer o diagnóstico precoce de doenças como o infarto agudo do miocárdio, reduzindo em até 80% o número de internações desnecessárias, e realizar, 24 horas por dia, procedimentos como o cateter-ismo cardíaco); central de monitoração car-diológica (que fornece, em tempo real, os di-versos parâmetros do paciente para a equipe médica e de enfermagem); acolhimento hu-manizado (com profissionais altamente ca-pacitados, ambientes aconchegantes, pisos anti-ruído e um posto de enfermagem para cada apartamento).

O Hospital Israelita Albert Einstein é,

hoje, o maior centro transplantador hepático da América Latina, realizando cerca de 120 transplantes de fígado por ano, quase 30% da média nacional. Convênios com o Minis-tério da Saúde e a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo permitiram democra-

tizar o acesso a essa medicina de alta com-plexidade. Mais de 90% dos transplantes de fígado, rins e pâncreas realizados pelo Einstein entre 2002 e 2004 deram-se por meio do SUS (Sistema Único de Saúde).

Importante ressaltar que, em nenhum momento, essa democratização comprom-eteu a qualidade. Ao contrário, a taxa de in-fecção registrada no período foi inferior à norte-americana. E a sobrevida dos pacientes após um ano de transplante, superior a 90%, equiparou-se aos melhores resultados dos Es-tados Unidos e da Europa. Com o objetivo de oferecer acompanhamento ambulatorial aos pacientes do SUS no pré e no pós-transplante, o Einstein inaugurou, em 2002, o Centro de Transplante Albert Einstein, uma unidade ex-clusiva e independente, localizada na Avenida Brasil, em São Paulo.

A ênfase em procedimentos de alta com-

plexidade não descaracteriza o Einstein como hospital geral, capaz de atender a todas as demandas do ciclo de prevenção, diagnós-tico, tratamento e reabilitação. Consagrado nacional e internacionalmente, o HIAE conti-nua inovando ininterruptamente sua perfor-mance. Exemplos disso são seus novos modelos de acolhimento, assistencial, integração de programas de assistência e programa de edu-cação médica continuada:

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Modelo de acolhimento – No início de 2003, o HIAE implantou o programa “Einstein Acolhendo Você”, com o objetivo de tornar ainda mais cordial e caloroso o relacionamen-to dos colaboradores com os clientes e seus acompanhantes. Mais de 3 mil funcionários passaram por rigorosos treinamentos, incor-porando com êxito as diretrizes do programa às suas práticas diárias.

Modelo assistencial – Buscando forta-lecer o vínculo com os clientes e otimizar os serviços prestados, o HIAE criou a figura do En-fermeiro de Referência, que integra todo o tra-balho da equipe de enfermagem mobilizada no caso, centraliza as orientações dos médi-cos, acompanha passo a passo a evolução do paciente e oferece a ele e sua família todo o conforto e a segurança que só um interlocutor com elevados valores humanos e sólida for-mação profissional pode proporcionar.

Serviços:

• Assistência domiciliar

• Banco de Sangue de Cordão Umbilical

• Banco de Sangue

• Centro de Cirurgia da Obesidade

• Diálise

• Maternidade

• Medicina Fetal

• Núcleo Einstein de Álcool e Drogas

• Reabilitação

• Terapia Intensiva

Integração de programas de assistência – Esta iniciativa de vanguarda, alinhada com as mais recentes tendências do cenário médico internacional, proporciona ao paciente de alta complexidade um atendimento multidisciplinar e multiprofissional, que otimiza o combate à enfermidade e aumenta as perspectivas de cura.

Programa de Educação Médica Continuada – Integrado à estratégia educacional da Universidade Isra-elita de Saúde Albert Einstein, este programa incentiva e implementa a permanente atualização e aprimoramento profissional dos médicos do Einstein, atribuindo pontos e reconhecimento para a participação em eventos, para a publicação de artigos e para outras ações vinculadas à produção e difusão do conhecimento científico.

Todas estas iniciativas convergem para que o Hospi-

tal Israelita Albert Einstein cumpra, com pleno êxito, sua missão de:

“Oferecer a mais avançada e inovadora atenção à saúde, com crescente humanização dos serviços e dentro dos mais altos padrões científicos e tecnológicos, visando a contínua melhoria da qualidade de vida”.

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Cirurgia

O Programa Eins-tein de Cirurgia conta com equipe especializada e oferece ao pa-ciente um atendi-mento diferencia-do, com qualidade e segurança.

Hematologia

Atendimento diferenciado para pacientes que so-frem com doen-ças do sangue, como anemias, leucemias e linfo-mas.

Neurologia

Protocolos, equipamentos de ponta e profissionais qualificados tornam a Neu-rologia Einstein uma referência interna-cional

Oncologia

Afiliado ao MD Anderson Câncer Center, um dos maiores hospitais do mundo especializa-do em câncer, o centro oncológico oferece terapias complementares como meditação, ioga e um grupo para cuidados da dor.

Especialidades:Ortopedia e Reumatologia

Cuidado com o sistema múscu-lo-esquelético desde o aten-dimento de urgência, cirur-gia, internação, até reabilitação e retorno às atividades

Otorrinolaringo-logia

Modernas técni-cas de diagnós-tico e tratamen-to cirúrgico dos problemas otor-

rinolaringológicos adultos e pediátricos

Pediatria

Atendimento para alta complexidade, es-paço também acolhe toda família, que pode permanecer 24h ao lado da criança

Transplante

Maior centro transplantador de fígado do País, Programa de Transplantes Einstein já realizou mais de 1.400 cirurgias pelo SUS

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Dra. Marcia Makdisse

Gerente Médica do Programa Einstein de Cardiologia Doutora pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)

Especialista em Cardiologia pela Sociedade Bras. de Cardiologia (SBC) Especialista em Med. Intensiva pela Assoc. Bras. de Medicina Int. (AMIB)

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NCN - Há quanto tempo a senhora faz parte da equipe de profissionais do HIAE?

Há 07 anos (desde agosto de 2003). No cargo de Gerente Médica do Programa de Cardiologia há 5 anos (desde 2005).

NCN - O que é o Programa Einstein de Cardiologia?

O Programa de Cardiologia é uma estrutura institucional criada com o objetivo de integrar os di-versos serviços oferecidos pelo Hospital, na área de cardiologia, garantindo a continuidade da assistência prestada aos pacientes cardiológicos, identificando oportunidades de melhoria, alinhando a incorpora-ção tecnológica e de novos serviços ao planejamento estratégico da especialidade, além de possibilitar a implementação de protocolos gerenciados, como o Protocolo de Infarto Agudo do Miocárdio e o de In-suficiência Cardíaca, que permitem a monitorização contínua de indicadores de qualidade. Além disso, alinhado à missão da SBIBHAE, o programa desen-volve ações em parceria com o Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa para o desenvolvimento de projetos de pesquisa e educação na área de Cardiologia (como por exemplo, a partir de 2011, terá inicio o Programa de Residência Médica em Cardiologia, aprovado pelo MEC) e com o Instituto Israelita de Responsabilidade Social, especialmente na capacitação de profissionais do sistema público de saúde (ex: Programa de Ca-pacitação em Insuficiência Cardíaca, no qual estamos capacitando, por meio de técnicas de Simulação Re-alística, profissionais das cidades de Campinas-SP, Juazeiro-BA e Belo Horizonte-MG – como parte do Projeto Territórios do Ministério da Saúde) . O programa está estruturado nas seguintes plataformas:-Centros Integrados: Compreende os centros de Arrit-mia, Insuficiência Cardíaca, Cirurgia Cardíaca Mini-mamente Invasiva e Robótica e Cirurgia Torácica Minimamente Invasiva e Robótica-Diagnóstico & Intervenção: Compreende os Setores de Cardiologia Diagnóstica (Ecocardiografia, Méto-dos Gráficos), de Intervenção Cardiovascular (cateter-ismo cardíaco e radiologia vascular e intervencioni-sta) e Imagem em Cardiologia (Medicina nuclear, angiotomografia e ressonância cardiovascular)- Clínico-Assistencial: Compreende as Unidades de pronto atendimento, as unidades de internação (Uni-dade de internação cardiológica-11º andar, Unidade Semi-intensiva Cardiológica - 8º andar e a Unidade

de Terapia Intensiva.- Prevenção e Reabilitação: Compreende as áreas de Reabilitação Cardiovascular e o Centro de Medicina Preventiva. - Qualidade e Segurança do Paciente: Responsável pela implementação de protocolos baseados em evi-dências científicas, monitorização contínua de indica-dores de qualidade assistencial como parte dos proto-colos de infarto e insuficiência cardíaca e desenho de ações de melhoria contínua. Os principais indicadores estão disponibilizados na internet (WWW.einstein.br) - home page da Cardiologia. O Programa conta comigo como Gerente Médica (Dra. Marcia Makdisse), 4 Coordenadores de Centros integrados (Dra. Fátima Cintra – Centro de Arritmia; Dr. Robinson Poffo – Centro de Ciru-rgia Cardíaca Minimamente Invasiva e Robótica; Dr. Ricardo Santos – Centro de Cirurgia Torácica Mini-mamente Invasiva e Robótica; Dr. Fernando Bacal – Centro de Insuficiência Cardíaca) e 1 Enfermeira Coordenadora (Enf. Alessandra Correa).

NCN - O que o HIAE dispõe de recursos tecnológicos avançados que podem ser vistos como diferencial?

- Centro de Arritmia Cardíaca com Central de telemonitoramento (Home monitoring) para pacientes portadores de marcapasso. Nossa Central recebe di-ariamente informações sobre a presença de arritmias e alterações no funcionamento do marca-passo pos-sibilitando que essas alterações possam ser resolvidas mais rapidamente. Além disso, o Centro oferece toda a estrutura para diagnóstico e tratamento de pacientes com síndromes genéticas que levam à morte súbita em jovens (como por exemplo, a Síndrome de Brugada): teste da Ajmalina, teste eletrofisiológico, avaliação genética, implante e acompanhamento pós-implante de desfibriladores implantáveis.

- Angiotomografia das artérias coronárias: O HIAE possui 2 aparelhos Toshiba Aquilion One 320 detec-tores, que é o tomógrafo mais moderno que existe, e que permite o estudo detalhado da anatomia do cora-ção e das artérias coronárias. Além da excelente quali-dade da imagem, expõe o paciente a menor quanti-dade de radiação e de contraste que os tomógrafos anteriormente disponíveis.

- Implante percutâneo de valva aórtica: O HIAE foi o primeiro centro do Brasil a realizar o procedimento em 2008 e o primeiro a ser credenciado. Essa tecnologia

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permite que pacientes de alto risco para o tratamento cirúrgico convencional de troca de válvula, possam ser tratados de forma minimamente invasiva

- Sistema Da Vinci - Cirurgia cardíaca robótica: O HIAE foi o primeiro hospital da América Latina a re-alizar cirurgias cardíacas robóticas. Já foram realiza-dos 8 procedimentos para correção de doenças cardía-cas congênitas e troca de valvas cardíacas.

- Terapias Híbridas: Em 2010, foram realizadas as primeiras terapias híbridas para tratamento da Fi-brila-ção atrial no HIAE. Na fibrilação atrial, arritmia mais comum da prática clínica, o coração apresenta ritmo ir-regular o que compromete a função cardíaca e propicia a formação de coágulos no interior do coração que, ao se desprenderem, podem levar ao acidente vascular ce-rebral (derrame). A Ablação é um tratamento moderno que visa restaurar o ritmo normal do coração. Em geral, o tratamento é feito por meio de cateteres inseridos nos braços e na região da virilha que por meio de radiof-reqüência “cauterizam” o foco da arritmia. Quando esse tratamento percutâneo falha, pode-se ser tentada a Ablação cirúrgica por técnica minimamente invasiva na qual o cirurgião cardíaco e a equipe de arritmia in-tervencionista operam em conjunto em uma sala híbri-da que comporta toda a tecnologia necessária para esse procedimento conjunto. - Sistemas de suporte circulatório (“coração artificial”): O HIAE dispõe de 3 sistemas de suporte circulatório: Sistema Impella, Abiocor e BerlinHeart-Excor. Estão indicados para os casos de falência cardíaca refratária as medidas clínicas e possibilitam que o paciente esta-bilize a função cardíaca até o transplante cardíaco ou até que a função do coração se restabeleça, como por exemplo, após um infarto extenso ou miocardite (infla-mação do músculo cardíaco). O sistema Impella tem a vantagem de poder ser implantado na própria sala de hemodinâmica por meio de procedimento minimam-ente invasivo porém não pode ser utilizado por tempo prolongado. Já os sistemas Abiocor e Excor são im-plantados no centro cirúrgico, podem ser utilizados por vários meses e a bomba permanece para fora do corpo ligada por tubos ao coração e ao console que fornece energia para seu funcionamento. O sistema EXCOR tem a vantagem de poder ser implantado em crianças e adultos. No HIAE, também já foi realizado o implante de sistema BerlinHeart-Incor, totalmente implantável.

NCN - Como funciona o coração artificial e quais suas vantagens?

Existem dois tipos de sistemas de assistência circu-latória: os DAV (dispositivos de assistência ventricu-lar) e o coração artificial. Os DAV são utilizados, em geral, para suporte temporário ao coração, para as-segurar estabilidade e melhorar a qualidade de vida de pacientes que estão na fila de transplante (“ponte para transplante”) ou como ponte para recuperação, no caso de falências agudas do coração passíveis de recuperação, como infarto e miocardite. Esses dispos-itivos não são totalmente implantáveis e o ventrículo artificial permanece fora do corpo do paciente ligado a uma bateria. Os VADs podem ser implantados ap-enas para dar suporte ao lado esquerdo do coração, apenas ao lado direito ou podem ser implantados dois dispositivos para dar suporte simultâneo aos dois la-dos do coração. Já o coração artificial é desenhado para subs-tituir totalmente a função de bomba do coração, po-dendo em alguns casos necessitar da remoção do co-ração do paciente. Tais dispositivos são utilizados por tempo prolongado, sendo em geral indicados para pa-cientes que não são elegíveis ao transplante cardíaco (“Terapia de Destino”)

NCN - Qual é o índice de recuperação dos pacientes na cardiologia do HIAE? A taxa de mortalidade dos pacientes interna-dos por doença cardíaca, no período entre janeiro e setembro de 2010, foi de apenas 2,5%, o que significa que a 97,5% dos pacientes se recuperaram e puderam ter alta, após um tempo médio de internação de 5,5 dias. Além disso, a mortalidade hospitalar por infarto agudo do miocárdio foi de 3,6%, inferior a média de 5,5% que é a média divulgada pela Associação Nacio-nal de Hospitais Privados (ANAHP) e a Taxa de Rein-ternação em 30 dias por Insuficiência Cardíaca foi de apenas 8,2% em 2009, inferior à média de 24,5% dos hospitais americanos (Fonte: hospitalcompare).

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Einstein realiza as primeiras cirurgias cardíacas com robô da América Latina

A lenta e dolorosa recuperação de uma pessoa que enfrenta uma

cirurgia cardíaca deixou de ser uma realidade para alguns pacientes do Hospital Israelita Albert Einstein em outubro de 2009, quando o HIAE realizou a primeira cirurgia cardíaca minimamente invasiva. Na semana do último dia 15 de março, porém, o hospital apresen-tou mais um avanço nessa área e realizou as primeiras cirurgias cardíacas minimamente invasivas totalmente robotizadas da América Latina. No novo procedimento, o cirurgião – por meio de um console – maneja quatro braços de um "robô", capazes de realizar a operação com maior precisão e oferecer ain-da mais segurança aos pacientes. "Além de multiplicar os movimentos de um cirurgião, o equipamento oferece maior destreza porque não há tremor. E ainda conta com um sistema de captação de imagens digital que deixa o corpo humano mais nítido do que a olho nu", explica o cirurgião cardíaco Robinson Poffo, que comandou as operações no HIAE. Com a utilização do robô, um único médico controla dinamicamente até quatro instrumentos - como pinça, tesoura, ótica de

vídeo e afastador. Mesmo assim, o número de profissionais da equipe continua o mesmo. "Nosso maior objetivo é realizar cirurgias cada vez mais seguras. E sendo minimamente inva-sivas, esse tipo de cirurgia permite uma recu-peração muito mais rápida e menos dolorosa ao paciente", afirma o médico. Diferente das cirurgias de coração tradicionais, que necessitam de um corte de cerca de 25 centímetros no peito do indivíduo, as cirurgias cardíacas minimamente invasivas são realizadas por meio de incisões milimé-tricas e apenas um corte de 2 a 4 centímetros na lateral do tórax. Assim, a alta do hospital pode ser realizada em até 4 dias - diferente da técnica tradicional, em que o paciente precisa de 7 a 10 dias para deixar o hospital. Luzia Cristina Debatin, de 34 anos, foi a primeira pessoa a ser operada com a utiliza-ção do robô na América Latina. Depois de 4 dias da operação, recebeu alta e pode voltar para casa, em Santa Catarina. "Fiquei muito honrada quando soube que seria a primeira e muito feliz em me recuperar tão rapidamente", contou Luzia. "Desde o começo, os médicos me deixaram muita tranqüila em relação à se-gurança da cirurgia". A partir da entrada na fase adulta, Lu-zia queixava-se de cansaço, fraqueza e dificul-dade para respirar – sintomas de uma doença congênita chamada Comunicação Interatrial, caracterizada por uma abertura entre os dois átrios do coração, que permite a passagem de sangue de um para o outro. Essa movimenta-ção sanguínea, reflexo de uma má formação do septo que separa os dois átrios, aumenta a pressão e o fluxo nos pulmões, provocando fa-diga, insuficiência cardíaca e falta de ar. Para Luzia, a recuperação foi uma surpresa. "Até mesmo a região onde foi realizado o corte, que estava roxa, já voltou ao normal. E não sinto mais a falta de ar", afirmou, aliviada, an-

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tes de receber alta. Seu marido, Raulino Freitas, de 56 anos - que já passou por uma cirurgia cardía-ca convencional – conta que demorou muito mais para se recuperar e que aceitou rapida-mente que ela fosse operada com a utilização de robótica. "Não pairaram dúvidas. Ficamos muito seguros porque o robô tem menos chance de errar. Além disso, é programado por uma equipe de médicos especializados, por isso já esperávamos pelo acerto", explicou Raulino. Marcos Roberto da Silva, de 39 anos, também sofria de Comunicação Interatrial e foi o segundo a ser operado pelo novo méto-do. "Sempre fui esportista, mas me cansava muito fácil. Um dia, tive o início de um AVC e só assim eu descobri que tinha esse pro-blema. Precisava ser operado e fiquei muito satisfeito quando soube que não precisari-am abrir o meu peito e nem serrar o osso do tórax", lembra. "Minha recuperação foi 100%. No mesmo dia da cirurgia eu já podia me sen-tar. Agora estou me sentindo bem e estou indo para casa hoje, bastante tranqüilo. O assesso-ramento dessa equipe médica é de primeiro mundo. E é importante as pessoas saberem

que essa nova tecnologia vai curar doenças e oferecer uma recuperação tão rápida quanto a minha", afirmou Marcos, minutos antes de receber alta, apenas três dias após a cirurgia. De acordo com um dos médicos da equipe de cirurgiões, Dr. Renato Bastos Pope, Luzia e Marcos ganharam novamente uma vida normal. "A doença deles, quando corrigi-da a tempo, é como se nunca tivesse existido", explica o cirurgião. Por enquanto, o Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE) poderá realizar, com auxílio do robô, cirurgias de troca de vál-vula, de correção de arritmias, de alguns tipos de cardiopatias congênitas e de casos sele-cionados de revascularização de miocárdio. Mas nem todo paciente pode ser operado pelo novo método. Algumas deformidades no tórax impedem esse tipo de procedimento. Essas primeiras cirurgias, pioneiras na América Latina, foram acompanhadas por médicos dos EUA, onde o cirurgião cardíaco Rob-inson Poffo foi treinado e certificado. Somente com essa certificação, adquirida pelo Hospital Good Samaritan e pela East Carolina University - ambos americanos - um centro médico pode realizar esse tipo de procedimento.

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PLANO DE EXPANSÃO A Sociedade concluiu, em 2006, a elaboração de um

Plano Diretor para a expansão física e a remodelação das instalações da Unidade Morumbi até 2012. O projeto prevê dobrar o tamanho das instalações. Mas a iniciativa vai muito além dos aspectos quantitativos para responder às crescentes taxas de ocupação e ao aumento do número de pacientes exter-nos. O Plano busca alinhar a infra-estrutura física do Hospital às exigências das modernas tecnologias, à nova realidade da prática médica e aos mais rigorosos requisitos de qualidade no atendimento.

Serão construídos três prédios e um auditório. Para as obras em andamento, a área de engenharia buscou uma meto-dologia específica para que os pacientes não sejam incomoda-dos, incluindo dispositivos anti-ruído e horários especiais para execução dos trabalhos.

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Os números do crescimento: Hoje Expansão

Área 86 mil m² 229 mil m²Leitos 489* 720Salas de cirurgia 28 40Consultórios 100 250Leitos de pronto atendimento 10 59Vagas no estacionamento 1.250 4.000Assentos no auditório 200 500Salas de Aula 4 12

* Número de leitos referentes à Unidade Morumbi. A Unidade Vila Mariana dispõe de mais 23 leitos.

Pavilhão Vicky e Josef Safra• 16 andares • 70 mil m2 de área construída • 200 novos consultórios 20 novas salas cirúr-

gicas • 41 apartamentos para internação-dia • 1.500 vagas de estacionamento

Responsabilidade Social• 1.500 transplantes feitos pelo SUS, desde

2002. • Hospital Municipal Dr. Moysés Deutsch - M'Boi

Mirim, em 2009:• 184.198 atendimentos de Pronto-Socorro • 498.976 exames diagnósticos • 15.303 internações • 3.786 partos

Parcerias em muitos endereçosO Hospital Municipal Dr. Moysés Deutsch é apenas um dos muitos endereços de parcerias com a Pre-feitura de São Paulo. O Einstein mantém cerca de mil profissionais distribuídos em:• 12 unidades básicas de saúde (UBS), inclusive

as de Jardim Helga e Jardim das Palmas, inau-guradas em 2009;

• 75 equipes de saúde da família (compostas por 75 médicos, 75 enfermeiros, 150 auxilia-

res e 383 agentes comunitários de saúde); • 18 equipes de saúde bucal; • 5 núcleos de apoio à saúde da família; • 4 unidades de Assistência Médica-Ambulato-

rial (AMA).

Ensino e Pesquisa• 107.071 profissionais treinados, incluindo cur-

sos e eventos nacionais e internacionais • 1.361 alunos matriculados nos cursos técni-

cos e de complementação, de graduação e de pós-graduação lato sensu

• 334 artigos publicados em revistas científi-cas indexadas, 58 trabalhos apresentados em eventos e 12 livros ou capítulos de livros pub-licados.

Pesquisa: o IIEP tem mais de 240 estudos em desenvolvimento, com investimentos de R$ 18,5 milhões, sendo R$ 4,8 milhões da Sociedade e o restante de fontes externas (agências e órgãos de fomento, doações e parcerias com o Ministério da Saúde e a indústria farmacêutica). Cerca de 50 pesquisadores (incluindo pós-grad-uandos, pós-docs e pesquisadores contratados) envolvidos em mais de 100 projetos de pesquisa em andamento, nos centros de Pesquisa Clínica, Pesquisa Experimental e Instituto do Cérebro.

Einstein em números:

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AMBIENTE

A palavra “hospital” ainda provoca em algumas pessoas sentimentos de in-segurança e desconforto. Para mudar esta impressão, o HIAE tem empen-hado toda a criatividade, capacidade e esforço, não apenas oferecendo

aos pacientes a garantia de um excelente atendimento à saúde, mas também fazendo de instalações espaços de acolhimento e hospitalidade.

Pensando em cada detalhe, foi dado aos ambientes cores aconchegantes e decora-

ções de bom gosto e os átrios são agradáveis áreas de convivência. Amplo, moderno e confortável, o Hospital Israelita Albert Einstein localiza-se em um complexo arquitetônico situado no arborizado bairro do Morumbi, em São Paulo. Dele fazem parte dois prédios principais – o edifícios Jozef Fehér (Bloco A) e Manoel Tabacow Hidal (Bloco D) – e duas construções anexas (Blocos B e C), além dos pátios adjacentes.

Cada detalhe de suas instalações foi planejado de modo a oferecer aos clientes a

máxima comodidade. O objetivo foi tornar o ambiente hospitalar tão agradável e acolhe-dor quanto um hotel cinco estrelas ou a casa do próprio paciente. Decorados com móveis de bom gosto e objetos de arte, os átrios funcionam como espaços de convivência para os clientes e seus visitantes, com cafeterias, áreas para atividades culturais e lojas de conveniência. As paredes foram pintadas em cores aconchegantes, com uma tonalidade diferente para cada andar.

Equipamentos de última geração, profissionais com o consagrado padrão Einstein,

acolhimento impecável: isto é o que você encontra em todas as unidades de diagnóstico. Afinadas com os mais modernos e exigentes padrões internacionais, elas oferecem todos os tipos de exames e a garantia de uma marca que já se tornou sinônimo de excelência no atendimento à saúde.

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Responsabilidade SocialUma equipe diversificada composta por

mais de 400 integrantes

Atuando no Hospital Israelita Albert Einstein, na Comuni-dade de Paraisópolis, Resi-

dencial Israelita Albert Einstein e em Parcerias Públicas, os voluntários exercem importante papel social.

Seu trabalho é um exemplo de cidada-nia, responsabilidade social e amor ao próxi-mo, levando esperança para quem precisa de atenção e conforto.

Tudo começou em 1955, quando algu-

mas senhoras da comunidade judaica se re-uniram com um objetivo comum: colaborar com a construção do Hospital Israelita Albert Einstein e criar uma Pediatria que atendesse crianças carentes. A arrecadação de fundos,

A trajetória de quem tem contribuído passo-a-passo para o crescimento e o su-cesso do Hospital Israelita Albert Einstein um admirável exemplo de luta e dedicação para levar saúde e conforto àqueles que mais necessitam.

por meio de leilões de obras de arte, de bingos e chás beneficentes ultrapassou as expecta-tivas do grupo, encorajando essas mulheres entusiasmadas a seguir em frente. Em 1969, inauguram a Pediatria Assistencial.

Hoje, homens e mulheres de diferentes idades, classes sociais, religiões e formação profissional estão comprometidos com a mis-são de promover na sociedade, com excelên-cia de qualidade, a humanização, a transfor-mação social e a geração de conhecimento, por meio do trabalho voluntário consciente e profissional. Além disso, trabalham na capta-ção de recursos, colaborando para a manuten-ção do próprio Departamento, do Programa Einstein na Comunidade de Paraisópolis e do Residencial Israelita Albert Einstein.

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A história da Sociedade Beneficente Isra-elita Brasileira Hospital Albert Einstein (SBIBHAE) começou na noite de 18 de abril de 1955 como já foi dito. O primeiro presidente escolhido foi o Prof. Dr. Manoel T. Hidal e fazia parte deste grupo tam-bém, várias senhoras que abraçaram a causa.

A pedra fundamental do Hospital Israelita Al-

bert Einstein (HIAE) foi lançada a 14 de sete-mbro de 1958, num terreno doado pela Senhora Ema Gordon Klabin, com a presença de várias pessoas ilustres e, entre elas, o filho de Einstein, Hans Al-bert Einstein.

Em 1959, com o início da construção do Hos-

pital, formou-se o Departamento Feminino da So-ciedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Ein-stein com o intuito de colaborar com a obtenção de recursos para concretização da obra. Diversos pro-jetos sociais foram realizados pelo Departamento para auxiliar no alcance desse objetivo: leilões de arte, desfiles de moda, bazares, shows, bingos e outros. Em 1967, o Departamento Feminino, já ampliado, passa a ser o Corpo de Voluntárias.

Em 1969, foi inaugurado o Ambulatório da

Pediatria Assistencial, com a finalidade de propor-cionar assistência médica e social aos desprovidos de recursos. O Hospital foi oficialmente inaugura-do em 28 de julho de 1971 e, com isso, o Corpo de Voluntárias passa a se denominar Departamento de Voluntárias.

As voluntárias participaram da Campanha

de Vacinação Sabin, contribuindo com a Secre-taria da Saúde do Estado de São Paulo, a qual in-stalou um posto de vacinação no Hospital e um posto móvel na favela adjacente para garantir a vacinação de um grande número de crianças car-entes. Cientes de seus objetivos, as voluntárias sentiram a necessidade de ampliar seus conheci-mentos para um desempenho adequado de suas tarefas. A Federação de Obras Sociais ministrou cursos sobre a atuação do voluntariado e o Hos-pital das Clínicas junto ao Hospital dos Defeitos da Face ministrou cursos sobre o voluntariado no contexto hospitalar.

Posteriormente foi estruturado o Ambulatório

da Pediatria Assistencial, no qual as voluntárias sempre tiveram uma participação ativa, incluindo

orientação às mães por meio de palestras sobre noções de higiene, alimentação, vacinação, prep-aro correto de mamadeiras, entre outras. Para que o atendimento ambulatorial tivesse continui-dade, o Departamento de Voluntárias sentiu a ne-cessidade da criação da Enfermaria da Pediatria Assistencial, inaugurada em 1977, com o nome de Judith Schachnik, em homenagem à primeira presidente do Departamento.

Em 1997 surgiu um novo desafio. A Pediatria

Assistencial apresentava taxas de 40% de reinter-nações por problemas gastrointestinais crôni-cos e por doenças do aparelho respiratório. Mesmo oferecendo serviços médicos de alta qualidade, era necessário introduzir ações sócio-educativas para a promoção da saúde e prevenção de doen-ças, contribuindo assim para o bem-estar físico, psíquico e social das crianças atendidas. Começa-va então a ser idealizado um dos maiores marcos da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Hos-pital Albert Einstein e de seu Departamento de Voluntárias: o Programa Einstein na Comunidade de Paraisópolis (PECP).

Líderes da Comunidade de Paraisópolis,

em conjunto com grupos de técnicos do hospital e voluntárias, levantaram as reais necessidades da comunidade local e, posteriormente, por inter-médio da realização de um censo, tiveram esses dados comprovados. Em janeiro de 1998, o PECP começou a ser implantado em Paraisópolis, com a compra da primeira casa pelo Departamento de Voluntárias. Outros espaços foram adquiridos e, nos cerca de 4.500 m2 de área física, são atendi-das, anualmente, dez mil crianças no ambulatório e aproximadamente três mil pessoas, entre adul-tos e crianças, nas atividades sócio-educativas. Com tudo isso, de forma gradual, os voluntários foram aperfeiçoando seus métodos de trabalho e ampliando cada vez mais sua atuação e sua equipe.

Em 1999, o Departamento passou a contar com a colaboração de voluntários do sexo mascu-lino o que impactou em uma revisão na sua de-nominação para Departamento de Voluntários. Nesse mesmo período foi renovada a identidade visual da SBIBHAE e conseqüentemente a logo-marca do voluntariado.

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Em 2001, o PECP passou a ser conhecido como “Complexo Telma Sobolh” e ganhou novas instalações para o atual Ambulatório de Pedia-tria: uma quadra poliesportiva e a Casa da Cri-ança. Nesse mesmo ano a presidente do Volun-tariado, Telma Sobolh, desejosa em dar um salto de profissionalização ao departamento, buscou o modelo de gestão mais comprovado no mundo, a ISO 9001. O processo de implantação passou por várias etapas, desde a adaptação e tradução dos conceitos e princípios presentes nessas normas para a realidade das atividades realizadas pelos voluntários até uma auditoria independente rea-lizada pela Fundação Vanzolini que resultou em maio de 2002, na certificação do Departamento de Voluntários da SBIBHAE nos requisitos dessa norma.

Em 2003, o Departamento de Voluntários

teve publicamente reconhecido a qualidade de seus serviços, por meio da conquista do Prêmio Banas da Qualidade. Foi a primeira vez que uma organização voluntária concorre a prêmios regio-nais de Qualidade, comumente concedido a ou-tros seguimentos do mercado.

O Departamento de Voluntários integra, em

2004, o voluntariado existente do Residencial Israelita Albert Einstein (RIAE) e passa a prestar seus serviços à entidade que, além de oferecer abrigo aos idosos da comunidade, promove uma série de atividades de enriquecimento social e cul-

tural e oferece opções de lazer e entretenimento, proporcionando um cotidiano saudável aos que ali residem.

Com a constante evolução do Departamento

de Voluntários, em 2006 tornou-se necessário re-desenhar sua logomarca, de forma a transmitir àqueles que a veem a sensação de atualidade, eficiência e, ao mesmo tempo, de ternura e calor humano.

Em 2008, o Departamento, atendendo solic-

itação do Instituto Israelita de Responsabilidade Social, amplia sua atuação junto às parcerias públicas da SBIBHAE, visando contribuir com os colaboradores desta área no processo de human-ização e melhoria na qualidade do atendimento por meio do contato cordial e acolhedor aos pa-cientes e acompanhantes.

Missão

"Promover na sociedade, com excelência de qualidade, a humanização, a transformação social e a geração de conhecimento, por meio do trabalho voluntário consciente e profissional".

Visão

"Ser um agente transformador, fortalecendo o conceito do trabalho voluntário".

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Política da qualidade"Promover, por meio do trabalho voluntário, o bem estar físico, psíquico e social dos

usuários de seus serviços, buscando melhorar permanentemente seus processos e garantir a continuidade de suas atividades".

Atuação A atuação do Departamento de Vol-

untários é ampla e vai além dos muros do Hospital. Em cada um dos locais onde che-gam, os voluntários desempenham papéis diferentes e com objetivos que atendem a um público específico.

No HIAE os voluntários têm como principal objetivo contribuir com os colabo-radores no processo de humanização hospi-talar por meio do contato cordial e acolhedor com pacientes e acompanhantes, nas diver-sas áreas (UTI adulto e infantil, Pediatria, Centro Oncológico, entre outras). Na Comu-nidade Paraisópolis contribuem com colaboradores no processo de transformação social, por meio da promoção da saúde, educação, cultura e geração de renda.

No RIAE auxiliam os colaboradores da instituição na promoção e na socialização entre os residentes e promovem atividades que proporcionam o bem estar físico, psíquico e social.

Nas Parcerias Públicas, participam em ações nas unidades com o objetivo de contribuir com o processo de humanização e melhoria na qualidade do atendimento, por meio do con-tato cordial e acolhedor com pacientes e acompanhantes, na AMA Vila Prel e nas unidades pós transplantes, entre outras

Hospital Israelita Albert Einstein

A atuação cotidiana dos Voluntários no

Hospital Israelita Albert EinsteinEntrosados com os profissionais do Hos-

pital, os voluntários procuram tornar mais amenas as estadas dos pacientes e de seus familiares

A atuação no Hospital Israelita Albert Einstein é um exemplo de solidariedade e dedicação.

Com sua inconfundível cordialidade, os voluntários estão presentes no Atrium, no

Banco de Sangue, no Centro de Reabilitação, na Quimioterapia, na Radioterapia, na Pedia-tria, na Unidade de Pronto Atendimento, na UTI, na Semi-Intensiva, no Serviço Religioso e no Centro Oncológico e sempre que for solici-tada a sua presença.

Programa Einstein na comunidade de Paraisópolis

Na segunda maior comunidade carente da cidade de São Paulo, um verdadeiro exercí-cio de cidadania e justiça social. Foi em agosto de 1997 que o Departamento de Voluntários,

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com apoio e incentivo da SBIBHAE, assumiu a responsabilidade de alinhar sua prática assis-tencial a uma nova visão da medicina que, em vez de enfatizar o tratamento da doença, pri-oriza sua prevenção e a promoção da saúde. Complementarmente aos serviços de alta tec-nologia médica, foram levadas à comunidade numerosas ações de caráter social e educa-tivo. Em janeiro de 1998, essas atividades foram integradas em um corpo sistemático e coerente, o Programa Einstein na Comuni-dade de Paraisópolis (PECP), que conta hoje com a participação decisiva de entidades e pessoas, de reconhecida capacidade de ação, que partilham o mesmo ideal: a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.

O trabalho na Comunidade de Paraisó-polis vai muito além do atendimento médico. Engloba também uma ampla relação de ativi-dades educacionais e sociais, destinadas a melhorar as condições de vida e a promover a cidadania.

Em Paraisópolis, um verdadeiro exér-cito de voluntários, profissionais, estagiá-rios e parceiros empenha-se para obter uma única recompensa: poder ver, no dia-a-dia, a evolução da qualidade de vida estampada no rosto de cada morador.

Residencial Israelita Albert Einstein

A história do Residencial Israelita Al-bert Einstein, localizado no bairro da Vila Mari-ana, região sul da capital paulista, remonta a 1937. Naquele ano, a comunidade judaica de São Paulo fundou o “Lar dos Velhos”, com o objetivo de dar abrigo à população idosa. Mais tarde, recebeu a denominação “Lar Gol-da Meir” e, em dezembro de 2003, foi incor-porado pela Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein.

Desde então, começou a receber total apoio e colaboração do Departamento de Vo-

luntários e hoje aloca cerca de uma centena de voluntários para atuar em diversos setores, atendendo aproximadamente 160 idosos.

Certificações

Para o Departamento de Voluntários, a política da qualidade é sua principal diretriz estratégica e encontra-se alinhada com as estabelecidas pela Sociedade Beneficente Is-raelita Brasileira Hospital Albert Einstein: pro-mover, por meio do trabalho voluntário, o bem estar físico, psíquico e social dos usuários de seus serviços, buscando melhorar permanen-temente seus processos e garantir a continui-dade de suas atividades.

Em 2008, o Departamento de Volun-tários foi auditado pela Fundação Carlos Al-berto Vanzolini e recertificado pela segunda vez. O Sistema de Gestão da Qualidade do De-partamento foi considerado aderente à norma de referência ISO 9001:2000 e não foram evi-denciadas não conformidades e destacados aspectos relevantes que demonstram a posi-tiva sustentação do Sistema: envolvimento da direção junto ao Sistema de Gestão da Quali-dade participação e comprometimento dos voluntários.

Objetivos da qualidade:

• Ampliar a atuação do departa-mento

• Captar de recursos

• Garantir o cumprimento das nor-mas do departamento

• Capacitar permanente do corpo de voluntários

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TELMA SOBOLH

O trabalho voluntário é fruto da motiva-ção e interesse pes-

soal, requerendo o comprome-timento com as atividades que desenvolve.O nosso Departa-mento de Voluntários foi criado com a missão de participar das atividades humanitárias da So-ciedade Beneficente Israelita Brasileira Hospital Albert Eins-tein, atuar em suas obras sociais e trabalhar para o bem-estar de todos. Hoje, nossa missão foi ampliada e lutamos para promover na sociedade, com excelência de qualidade, a humanização, a transformação social e a geração de conhecimento, por meio do trabalho voluntário consciente e profissional. A crescente consci-entização da sociedade civil como participante ativa na melho-ria da qualidade de vida é um fator fundamental para encurtar a enorme distância entre os extratos sociais na busca de uma so-ciedade mais justa.O Terceiro Setor, que se desenvolve cada vez mais em nosso país, vai ganhando impulso e respeito, tornando-se fator primordial nas transformações sociais.A conquista da Certi-ficação ISO 9001 veio coroar este trabalho que, desde 1959, sem-pre foi pautado por dedicação, organização e profissionalismo por todos aqueles que fizeram e fazem parte de nossa história”

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NCN: Há quanto tempo a senhora tra-balha no Departamento de Voluntários do Einstein?

Trabalho no Departamento de Voluntários

há 25 anos. Já estou há 16 anos como presi-dente. Fui convidada a ser voluntaria aqui no Einstein, porque eu tinha uma escola de re-creação e criatividade para crianças. Comecei arrecadando roupas para as crianças, ven-dendo caixinhas de chocolate aqui na lojinha do Hospital. Depois de diversas ações eu fui convidada a ser presidente do Departamento de Voluntários.

NCN: Qual é o trabalho realizado na Co-munidade de Paraisópolis?

Quando se fala em voluntariado não po-

demos deixar de falar que temos quatro áreas de atuação: Os voluntários do Hospital, os vo-luntários em Paraisópolis, do Residencial Isra-elita Albert Einstein e os voluntários das par-cerias públicas. Com relação à Paraisópolis, temos o trabalho de fazer uma transformação social, no sentido de melhorar a qualidade de vida do cidadão de Paraisópolis, O Programa de Paraisópolis tem uma história muito bo-nita. As esposas dos médicos e empresários fundadores sugeriram que o hospital cuidasse das crianças carentes. Num primeiro período, estas crianças eram internadas aqui no hospi-tal, isto até 1996, onde veio o risco de fechar a pediatria assistencial. Então tivemos que criar um programa que não se preocupasse só com a saúde da criança e sim de uma forma mais global como a parte sócio-educativa.

NCN: Além do atendimento no Complexo Telma Sobolh, existe algum trabalho de con-scientização de saúde na Comunidade de Paraisópolis?

Tudo que trabalhamos em Paraisópolis

tem o perfil de prevenção de doença e pro-moção da saúde. Temos muito trabalho de

conscientização da população de como lidar com seu corpo, como lidar com a sua saúde e trabalhar a resolução dos seus problemas, ou seja, procuramos dar condições para esta população se desenvolver e que tenha sus-tentabilidade para o que passamos para estas pessoas, elas se apoderam do conhecimento de como lidar com os seus problemas, não só do ponto de vista físico, como também do so-cial ou econômico.

NCN: Quais são as especialidades aten-didas no Complexo Telma Sobolh?

São muitas coisas que desenvolvemos

lá, temos a parte médica, onde atendemos 11mil crianças de 0 a 10 anos, com médicos especialistas em todas as áreas. Recebem to-dos os medicamentos e todos os exames são feitos por nós. Na parte sócio-educativa temos atividades de esportes, artes, educação e ge-ração de renda também. O programa já tem 12 anos e temos mais de 3.000 atendimentos nestes anos de funcionamento.

NCN: Como estas ações são viabilizadas financeiramente?

O voluntariado hoje se sustenta. São

mantidas pela Sociedade Beneficente Israelita Hospital Albert Einstein, assim como o depar-tamento de voluntariado, conseguimos tam-bém doações de empresas em campanhas. O objetivo é sempre ir atrás para conseguirmos aumentar o atendimento.

NCN: Hoje quantos voluntários o Einstein possui?

São 410 voluntários, em Paraisópolis por

volta de 130. Todo o mês temos uma reunião, onde divulgamos todos os setores de trabalho voluntário aqui no Einstein. O agente volun-tário tem que ser uma pessoa transformadora e humanitária.

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Resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) publicada nesta segunda-feira (10) no Diário Ofi-

cial da União estabelece que é prerrogativa do médico fixar prazos para retorno de con-sulta. De acordo com a norma, a consulta é constituída por anamnese (entrevista sobre o histórico do paciente e, se for o caso, da doen-ça), exame físico, elaboração de hipóteses ou conclusões diagnósticas, solicitação de exa-mes complementares (quando necessário) e prescrição terapêutica.

Quando houver necessidade de que o paciente se submeta a exames cujos resulta-dos não podem ser apreciados na consulta, o ato médico terá continuidade em um segundo encontro, que deverá ocorrer dentro de prazo fixado pelo médico – a resolução determina que, neste caso, não deve haver cobrança de novos honorários.

No entanto, havendo alterações de sinais ou sintomas que requeiram nova anamnese, exame físico, formulação de hipóteses ou conclusões diagnósticas e prescrição terapêu-tica o procedimento médico será considerado nova consulta e deverá ser remunerado. Nos casos de doenças que exigem tratamento prolongado, com reavaliações e modificações terapêuticas, as consultas poderão ser cobra-das, a critério do médico.

“A resolução regulamenta o ato da con-sultamédica e a possibilidade de sua com-plementação em um segundo momento, no retorno. Ela estabelece que cabe ao médico indicar livremente os prazos de retorno. A de-terminação do tempo necessário para aval-iação do paciente e de seus exames segue critérios técnicos e médicos, e não adminis-trativos”, explica o conselheiro federal Antônio Pinheiro, relator do documento. A norma diz que instituições de assistência hospitalar ou

ambulatorial, empresas que atuam na saúde suplementar e operadoras de planos de saúde não podem interferir na autonomia do médico e na relação do médico com o paciente, nem estabelecer prazo de intervalo entre consul-tas.

Os diretores técnicos dessas instituições serão eticamente responsabilizados em caso de desobediência às determinações da re-solução. Para o 2º vice-presidente do CFM e coordenador da Comissão de Saúde Suple-mentar (Comsu) da instituição, Aloísio Tibiriçá Miranda, o Conselho Federal de Medicina deixa claro com a resolução, principalmente para as operadoras de planos de saúde, que constitui infração ética interferir na autono-mia do médico para especificar prazos de re-torno. “A norma prevê situações que podem implicar necessidade de complementação de consulta, por exemplo a análise de exames – e isso não será remunerado. O que não pode haver é negativa de pagamento de honorário em consultas referentes a novos eventos”, ex-plica Miranda.

Justiça – Em setembro de 2010, o Con-selho Regional de Medicina do Rio de Janei-ro (Cremerj) notificou a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) sobre o descum-primento de decisão da 6ª Vara da Seção Judiciária Federal do Rio de Janeiro emitida em 2005. Na decisão, o juiz Fabio Tenenblat afirma que as operadoras de planos de saúde não podem limitar o pagamento de consultas realizadas em intervalo inferior a 30 dias por alegação de que se trata de retorno.

“Segundo o entendimento das rés, inde-pendentemente das causas que ensejaram a ida ao médico mais de uma vez em curto intervalo de tempo, não haveria cobertura ou reembolso, pois estaria configurado o retorno (ou reconsulta). Percebe-se facilmente, pois, o rematado disparate”, diz o juiz na decisão.

CFM fixa norma para retornode consulta médica

Atualização

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Novas regras para venda de antibióticos em farmácias

A partir de 28 de outubro de 2010, começaram a valer as novas regraspara a venda de

antibióticos nas farmácias e drogarias de todo o país. Os medicamentos só podem ser vendi-dos com a apresentação de duas vias da re-ceita médica, sendo que uma delas ficará com o estabelecimentoe outra com o consumidor. Essa norma já vale para remédios psicotrópi-cos, conhecidoscomo de tarja preta, usados no tratamentode depressão e ansiedade.

As receitas terão validade por dez dias a partir da prescrição do médico. Os médicos e profissionais habilitados devem prescrever o remédio com letra legível e sem rasuras.

A regra vale para 93 tipos de substâncias antimicrobianas que compõem todos os anti-bióticosregistrados no Brasil, como amoxicili-na, azitromicina, cefalexina e sulfametoxazol, algumas das mais vendidas no país. Estão de fora da lista os antibióticos usados exclusiva-mente em hospitais.

O estabelecimento que desrespeitar a re-gra está sujeito a punição, que vai de multa até interdição. Com a venda mais rígida, a An-visa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) quer evitar o uso indiscriminado de antibiótico pela população e conter o avanço dos casos de contaminação por superbactérias, como a KPC --responsável pelo recente surto de in-fecção hospitalar no Distrito Federal.

Em nota, a Abrafarma (Associação

Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias) alega que a regulamentação causará tran-stornoaos brasileiros. A entidade argumenta que Novas regras para venda de antibióticos em farmáciasparte significativa da popula-ção não tem acesso a uma consulta médica e que a receita de controle especial também não está disponível em todos os municípios. "Não poderá ser aceita uma receita médica comum e, nesse caso, a farmácia não poderá dispensar o medicamento, mesmo prescrito corretamente pelo médico ou dentista", diz a associação.

A Abrafarma solicitou adiamento do iní-cioda vigência da medida para esclarecer a sociedade. Procurada pela reportagem, a An-visa informou que a data estipulada estava mantida. As farmácias e drogarias tiveram prazo de 30 dias para adequação.

A resolução da Anvisa, editada em outu-bro, determina mudanças também nas em-balagens e bulas, que deverão ter a seguinte frase: "Venda Sob Prescrição Médica - Só Pode Ser Vendido Com Retenção da Receita". As empresas farmacêuticas têm mais cinco me-ses para se adequar.

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Desde 2005, o Conselho Regio-nal de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) avalia o

desempenho dos estudantes do sexto ano de Medicina das escolas médicas paulistas. Em 2010, 43% foram reprovados na primeira fase e 68% não passaram na segunda etapa, uma prova prática que simula situações de atendi-mento médico.

Mesmo considerando as limitações de um Exame, que é facultativo, a alta reprova-ção pode ser um indicador de falhas graves no ensino de graduação em Medicina e na for-mação de novos médicos em São Paulo que já concentra 30 escolas médicas que formam 2.300 jovens médicos por ano.

Em 2010 chamou a atenção o baixo índice de acertos em especialidades que con-centram a solução de muitos problemas de saúde da população. Muitos jovens médicos desconhecem o diagnóstico ou o tratamento adequado de problemas de saúde comuns e de doenças como sífilis, hanseníase e tuber-culose. Outros tiveram dificuldade na leitura de exames como angiografia, raio X e eletro-cardiograma.

O Exame do Cremesp , uma proposta inovadora de avaliação externa do ensino médico, dá um recado que precisa ser levado em conta. O ensino médico vai de mal a pior e os atuais mecanismos de avaliação in loco realizado pelas próprias faculdades durante o processo de graduação e o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade/MEC), são insuficientes para provocar as mudanças necessárias.

À qualidade duvidosa de boa parte das escolas médicas brasileiras soma-se outro problema: brasileiros e estrangeiros formam-

se em cursos do exterior - em Cuba, Bolívia, Paraguai, dentre outros países - que não ga-rantem o mínimo de conhecimentos, habili-dades e competências requeridos para o exer-cício da medicina .

Em 2010 acompanhamos o inédito pro-cessounificado de revalidação de diplomas estrangeiros,uma ação conjunta dos Ministé-rios da Saúde e Educação, que conta com o apoio do Conselho Federal de Medicina, que sempre defendeu maior isonomia, transparên-cia e padronizaçãono processo de revalidação de diplomasde médico obtidos no exterior

Mesmo cientes da péssima formação oferecida por essas escolas, ficamos surpre-sos que apenas dois candidatos, dentre mais de 500 inscritos, conseguiram a revalidação após a análise de equivalência curricular, e provas objetiva, discursiva e prática.

Sem diploma válido, emitido por cursos que não se exigem vestibular e cobram men-salidades mais baratas que as escola priva-das brasileiras, centenas de recém-formados entram na ilegalidade e muitos chegam a atuar no Brasil, nas regiões de fronteira e peri-féricas, colocando em risco a saúde da popu-lação assistida.

Por isso, ao mesmo tempo em que defen-demos uma reforma do ensino médico no Bra-sil, somos contrários à aceitação automática de diploma estrangeiros e defendemos a ma-nutenção de rigoroso processo de revalidação, além do incremento na fiscalização do exercí-cio ilegal da Medicina em defesa da qualidade à assistência da nossa população.

Medicina em riscoDesiré Carlos Callegari

1º secretário do Conselho Federal de Medicina

Opinião

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Governo novo, velhos problemas. A expectativa de solução para as históricas dificuldades enfrenta-

das pelo Sistema Único de Saúde (SUS) é tão grande quanto a responsabilidade dos gestores eleitos e de suas equipes em atender aos in-úmeros pleitos que transitam pela área. Um dos mais importantes, sem dúvida, é o fim do subfinanciamento da saúde, o que impede in-vestimentos no setor de uma forma geral e, por fim, mostra sua fatura nas emergências lota-das dos hospitais e pronto-socorros.

O desafio não será fácil. O Conselho Fe-deral de Medicina já fez o alerta: a situação do orçamento da saúde para 2011 é uma das mais críticas dos últimos anos. Os recursos pre-vistos para o setor são de R$75,6 bilhões. Na avaliação dão CFM, seriam necessários ao me-nos R$ 100 bilhões para dar conta do recado, um aumento de 38% com relação à dotação de 2010.

O caso piora quando se constata que nem toda a verba da saúde é investida na área. O governo costuma incluir nesta conta itens es-tranhos, como é saneamento básico. Ninguém nega que obras de água e esgoto reduzem in-dicadores de doenças, mas inseri-las na alínea da assistência em saúde atesta um desvirtua-mento dos cálculos públicos.

Para acabar com este problema, o remé-dio é simples: a aprovação da lei que regula-menta a Emenda Constitucional 29, que trami-ta há anos pelo Congresso Nacional. Mas se a resposta é esta, porque não aprová-la logo? Devolvemos a pergunta aos parlamentares e ao governo.

Lembramos que a medida tem impor-tante efeito normativo ao fixar os percentuais mínimos a serem aplicados anualmente por es-tados, Distrito Federal, Municípios e União em ações e serviços de saúde. E mais: ela deixa

cada coisa em seu lugar, ou seja, define o que é gasto com assistência e o que não é gasto com assistência. Com a separação de canos e leitos, o tamanho da conta saúde ficará claro.

Por outro lado, independentemente do fim da novela da Emenda 29, o novo governo não pode ignorar a necessidade de valorizar o médico e os outros profissionais da saúde. Achincalhados por baixos honorários e víncu-los empregatícios frágeis ou inexistentes, cada vez menos médicos aceitam trabalhar em condições precárias, em municípios distantes ou mesmo nas periferias de grandes centros. Mais uma vez, o prejuízo recai sobre a popula-ção, impedida de ter acesso ao melhor atendi-mento.

Ao contrário do que alguns pensam, não há falta de médicos no país e o fim da desas-sistência não depende da abertura de cursos de medicina em escala industrial e nem da revalidação irresponsável de diplomas obtidos no estrangeiro. Ressalte-se que ambas as me-didas jogam a qualidade da prática médica no país ladeira abaixo.

A criação de uma carreira de estado para o SUS, com remuneração digna e perspectivas de progressão, nos mesmos moldes de juízes e procuradores (proposta apresentada pelo CFM), é uma saída para o impasse. Com ela, o governo teria mais facilidade de cumprir sua promessa de entrega de 500 unidades de pron-to-atendimento (UPAs) e completar milhares de equipes do programa Saúde da Família que es-tão acéfalas.

E assim, acompanhamos a chegada do novo Governo, renovando nossas esperanças. Agora, os médicos acompanharão atentamente a confluência dos astros para ver como o desejo expresso de mudanças resultará em ação con-creta, efetiva e coerente para que 2011 seja um bom ano para a saúde brasileira

A saúde espera por respostas

Roberto Luiz d’Avilapresidente do Conselho Federal de Medicina

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Ao final de mais um ciclo, aí está 2011. Como a cada vira-da de ano, renovamos nossos

sonhos, expectativas,deixando no ar uma onda de esperançae de tempos melhores. No fundo, o que buscamos é uma sociedade mais justa, com igualdade de oportunidades e respeito ao próximo. Não é muito, apenas o básico.

Falar em atender às necessidades so-ciaismais prementes da população nos dias de hoje nos remete diretamente à saúde. No último pleito eleitoral, essa questão foi apon-tada como a principal preocupação dos brasil-eiros. Não é para menos. Em pleno século XXI, nossos hospitais seguem lotados, muitos sem condições adequadas de atendimento, ci-dadãos padecem em filas esperando por uma consulta ou sobre macas nos pronto-socorros, além de outros tantos problemas que se agra-vam drasticamente.

Obviamente esse é o tipo de situação que deve ser resolvida com urgência. Espera-mos que os novos governantes honrem a pala-vra empenhada em suas campanhas, dando à saúde e ao e-xercício da medicina a prioridade que merecem.

É imperioso, por exemplo, que todos ori-entem suas bancadas de deputados e sena-dores a aprovar a regulamentação da Emenda Constitucional 29. Assim, teremos mais recur-

sos para o setor e regras rigorosas para im-pedir desvios de verbas para outras rubricas.

É essencial também conter a abertura in-discriminada de escolas da medicina. Precisa-mos de bons médicos para atender adequa-damente aos pacientes, sejam eles carentes ou mais abastados. Ou seja, não precisamos de quantidade, e sim de qualidade. Devemos sepultar a tortuosa tese de formar aos mon-tes médicos para o SUS. Isso é mais uma dis-torção da interferência incompetente no cur-rículo médico de bacharéis em medicina que nada sabem, de fato, de medicina.

Também é hora de discutir sobre os recur-sos humanos. Os gestores, tanto do sistema público quanto do suplementar, não podem mais continuar sub-remunerando médicos e profissionais de saúde. Eles têm de receber salários dignos, pois são essenciais ao bom desempenho da assistência.

Enfim, mais do que tudo, precisamos, nessa nova etapa, da união de médicos, pa-cientes, lideranças da sociedade civil e gover-nantes para que consigamos nosso objetivo maior, que é a humanização da saúde. Os que estão em cargos públicos têm obrigação de transformar em realidade nossos anseios e necessidades. Então, que o façam imediata-mente.

O que esperar em 2011 na saúde e na medicinaAntonio Carlos Lopes,

presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica

Opinião

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Essa é a homenagem da Orizon ao Hospital Albert Einstein pelos seus55 anos de existência. Estamos honrados em fazer parte desta história.

Mazal Tov(Parabéns!)