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Revista Newcor News 1 Newcor revista NEWS 7 Décadas de Pioneirismo e Excelência em Cardiologia Sociedade Brasileira de Cardiologia Capa Perfil Panorama da Cardiologia Atual e mais.... Volume XIX - Nº 38 - 2015

Revista newcor sbc 2015

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A revista Newcor News é uma mídia consagrada no mercado com mais de 20 anos de existência, tem como perfil editorial destacar as grandes instituições e os profissionais da cardiologia nacional

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Revista Newcor News 1

Newcorrevista

NEWS

7 Décadas de Pioneirismo eExcelência em CardiologiaExcelência em CardiologiaExcelência em Cardiologia

S B CS B CS B CS B CS B CS B CS B CS B CS B CS B CS B CS B CS B CS B CS B CS B CS B CS B CSociedade Brasileira de Cardiologia

Capa Perfi l

Prof Dr. Eduardo Prof Dr. Eduardo de Sousade Sousa

• • • • • • Notícias Notícias Notícias Notícias Notícias Notícias

• • • • • • Artigos Artigos Artigos

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• • • • • • OpiniãoOpiniãoOpinião

Panorama da Cardiologia Atual

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70° Congresso Brasileiro70° Congresso Brasileirode cardiologiade cardiologia

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XIX

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O inegável prestigio e reconhecimento internacional da Sociedade Brasileira de Cardiologia, adquirido pelas ultimas administrações da nossa entidade, foi fruto de um trabalho de abnegados colegas, os quais nas décadas de 70 a 90, pavimentaram as

relações internacionais , com suas mais poderosas congeneres das quais é parceira, como o American College of cardiology, American Heart Association e European Society of Cardiology.

Para isso, contribuiram decisivamente as edições do XIII Congresso Interamericano de Cardiologia e do XIII Congresso Mundial de Cardiologia, ambos realizados na cidade do Rio de janeiro, respectivamente em 1989 e 1998.

Durante meu período na Presidencia da Sociedade Intera-mericana de Cardiologia, houve um amadurecimento cientifi co da cardiologia brasileira, sendo que no período de 1989 a 1992, 12 delegações de renomados especialistas nacionais, puderam se ombrear com seus colegas norte-americanos, nos maiores san-tuários especializados dos estados Unidos, como a Mayo Clinic, a Cleveland Clinic, por exemplo, contando com a participação de re-presentantes como Adib Jatene, José eduardo de Sousa, para citar apenas alguns deles.

Em um periodo de 10 anos que estive na Diretoria da World Heart Federation, abri as portas da grande maioria dos eventos internacionais, para nossos especialistas, bem como da America Latina, já que esta entidade estava representada pela primeira vez por um cardiologista nascido e atuante no continente sulame-ricano.

Durante o recente 70º. Congresso da Sociedade Brasileira de Cardiologia, realizado em minha cidade natal, Curitiba, tive a oportunidade de externar tais feitos para a Memoria da Cardiolo-gia, iniciativa do Museu do Coração para que as futuras gerações possam conhecer os fatos aqui apresentados.

Finalizando gostaria de registrar a dedicação do Editor desta revista - Dr. Marcio Araujo pelo vigoroso trabalho para realização desta edição especial. Parabéns !!!

Editorial

SBC 7 Décadas de Pioneirismo

Prof. Dr. Mario Fernando de

Camargo Maranhão.

Presidente da Sociedade Paranaense de Cardiologia

(1976-1980)

Presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia

(1982-1983)

Presidente da Sociedade Interamericana de Cardiologia

(1989-1993)

Presidente da Federação Mundial de Cardiologia

(2001-2002)

Presidente do XIII Congreesso Mundial de Cardiologia

(1998)

Presidente doConselho Editorial

desta Revista

SBC

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Volume XIX - Nº 38 - 2015

Panorama Atual da Cardiologiano Brasil e no Mundo

Conselho EditorialPresidente:Dr. Mário F. de Camargo Maranhão

Conselheiros:Dr. Armênio GuimarãesDr. Fabio FernandesDr. Evandro Tinoco MesquitaDr. Jorge Pinto RibeiroDr. Michel BatlouniDr. Miguel Barbero MarcialDr. Nabil Ghorayeb

Uma publicação:Lúcida Artes Gráfi cas LtdaRua Carneiro da Cunha,209 sala 1Saúde - São Paulo - SP - 04144-00011-2339-4710 / 2339-4711e-mail: [email protected]

Diretor - Editor ResponsávelDr. J. Márcio da S. Araújo

Depto ComercialGilberto Cozzuol

Administração / CirculaçãoYvete Togni

Relações ExternasAriadne De Marchi

Produção e PublicaçãoLucida Artes Grafi cas

Fotografi aArquivo

Agradecimentos José LuchettiDOC PRESS ComunicaçãoAssessoria imprensa - SBCSociedade Bras. Cardiologia

As opiniões expressas ou artigos assinados são de responsabilidade

dos autores.

As opiniões expressas ou artigos

Homenagem Póstuma Prof Dr. Adib Jatene..........................06

Cardio NewsNotícias.........................................................................................08

Matéria de Capa7 décadas da Sociedade Brasileira de Cardiologia...............10

Gestão HospitalarSabincor.......................................................................................30

Perfi l Prof Dr.Eduardo de Sousa.......................36

Vida Saudável Consumo de Sal..........................................................................38

Perfi l EmpresarialBristol-Myers Squibb...................................................................40

AtualizaçãoPesquisa IBGETabagismo....................................................................................42

Destaque Dr. Mario Maranhão....................................44

ArtigoInfl uência da Hipotensão Arterial na Medida de Reserva de Fluxo Fracionado (RFF) .........................................46

OpiniãoMais Médicos? Como?Fim da Residência Médica........................................................48

Expediente Sumário

Perfi l Prof Dr.Eduardo de Sousa.......................36

Vida Saudável

Homenagem Póstuma Prof Dr. Adib Jatene..........................06

Cardio News

Destaque Dr. Mario Maranhão....................................44

Artigo

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6 Revista Newcor News

HomenagemHomenagemHomenagemHomenagemHomenagemHomenagemPóstuma ao

Prof. Dr. Adib Jatene

Conheci Adib Jatene, há 56 anos, no recém--fundado Instituto de Cardiologia do Estado de São Paulo – hoje Instituto Dante Pazza-nese de Cardiologia (IDPC) – quando eu lá iniciava a Residência Médica (1959) e ele,

como assistente do Prof. Zerbini, que Diretor da Cirurgia Car-diovascular do IDPC, dava os primeiros impulsos à sua extra-ordinária carreira profi ssional.

Aquele jovem médico de apenas 30 anos, já trazia bem demarcados os traços que o caracterizariam ao longo de sua jornada admirável: vocação e talento; arrojo e pioneirismo; espírito de serviço e capacidade de trabalho; integridade e ética; destemor e fé; liderança e autoridade, entre tantas outras virtudes, que poderiam ser também destacadas. E assim, com brilho invulgar, Adib soube desenvolver, o res-peitabilíssimo edifício humano que, hoje, mais uma vez contemplamos, com amizade, admiração e saudade.

Cabe inicialmente, homenagearmos o médico – ci-rurgião incomum, habilidoso, criativo, vanguardista, plu-

ral, de grandes contribuições e excepcionais resultados, que o fi zeram quase que seu paralelo em todas as dimensões da Cirurgia Cardiovascular, no país e fora

dele.

Da mesma forma, vale homenagearmos o educador médico, que formou Escola e gera-ções de alunos e seguidores, que nele se miraram, década após década, com grande respeito e admiração, para dele sempre aprenderem e haurirem o seu saber, suas habilidades e suas propostas inovadoras.

Também cabe homenagearmos o dirigente hospitalar, que no Dante Pazzanese, no Insti-tuto do Coração e no Hospital do Coração-ASS deixou rastros marcantes de sua visão adminis-trativa, sempre agregadora, sempre vanguardista, com a marca da competência e da compe-titividade, com que o Serviço Público do Estado de São Paulo se caracteriza.

Especial

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Mas também, nossas homenagens se voltam a ele como dirigente universitário: na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, como Diretor, ou como Professor Ti-tular da Disciplina de Cirurgia Cardiovascular, e como promotor da academização da Casa de Dante Pazzanese, ligando-a à USP, na qua-lidade de Entidade Associada, no início dos anos noventa. Esta Instituição Pública, à qual ele próprio denominava de “competitiva”, tem hoje mais de 150 Doutores, titulados somente nestas duas décadas, além de 10 Professores Livre-Docentes, e um membro titular no Con-selho Universitário da USP; tudo isso, graças às suas gestões e à sua visão acadêmica, que se propuseram a estimular centros de ensino, pesquisa e desenvolvimento tecnológico.

Não poderíamos deixar de homenagear, nesta oportunidade, o líder político da área da Saúde. Quer na Secretaria da Saúde do Esta-do de São Paulo, quer no Ministério da Saúde, Adib Jatene marcou a administração pública, discutindo amplamente a política nacional de saúde, seu fi nanciamento e a distribuição dos seus benefícios à população brasileira.

Na atividade médica privada, Adib Jate-ne igualmente teve destacados e inúmeros méritos: liderou a formação de nossa equipe composta de oito cardiologistas fundadores, clínicos, intervencionistas e cirurgiões que, juntos há mais de cinco décadas e meia, atua-mos inicialmente na Benefi cência Portuguesa de São Paulo e depois, nos últimos 35 anos,

no Hospital do Coração da Associação do Sa-natório Sírio. Este é um grupo quase que sem paralelo, eu diria, pela forma de praticar a Me-dicina Cardiovascular e pela própria união e longevidade. Nesta equipe, que gerou várias outras, também foi notável a gerência habili-dosa da sua direção infl uente.

Os destaques não param por aqui. Adib sempre foi uma voz a ser ouvida. Suas opini-ões, muito bem fundamentadas, tiveram – e por que não – têm o peso da sua vivência rica, do seu proceder ético, das suas refl exões maduras, da sua visão peculiar do mundo e das pessoas em quem se mirou. Vi-o citar inú-meras vezes pensadores, fi lósofos e santos – como Madre Tereza de Calcutá. Em todas elas, a preocupação com o próximo, em parti-cular com os menos assistidos. Creio mesmo, que se pudesse sumarizar esta jornada tão incomum e valorosa, em todas as diferentes e variadas situações, o faria dizendo que ele preocupou-se essencialmente com o ser hu-mano, e com o bem-estar do próximo, em to-das as dimensões: física, psíquica e social.

Adib Jatene divulgou e demonstrou far-tamente, em sua vida admirável, que “o con-trário do medo não é a coragem é a fé!” Ele também realçou e enfatizou que sem a fé, não há amor! E que sem amor não há a doa-ção de si mesmo, virtudes essenciais para fa-zer de um homem, o grande homem que Adib Jatene foi e é, em nossa memória e em nossa saudade!

“Eu nunca discuto problema, tem gente que se perde na discussão do problema.

Eu só discuto solução.”Dr. Adib Jatene

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Cade aprova compra da Hospira pela PfizerO Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou a aquisição do controle to-

tal da norte-americana Hospira pela farmacêutica Pfizer, por intermédio da Perkins, conforme despacho publicado no Diário Oficial da União (DOU). Pelo acordo aprovado, após a conclusão da operação, a Perkins será extinta e a Hospira se tornará subsidiária integral da Pfizer. O negó-cio foi anunciado pelas empresas em fevereiro deste ano e custou US$ 16 bilhões para a Pfizer, que agora deve ampliar as vendas de medicamentos injetáveis e de versões mais baratas de medicamentos biotecnológicos.

A Hospira é uma das empresas líderes em venda de medicamentos injetáveis e teve receita de US$ 4,4 bilhões no ano passado. A Pfizer prevê que a aquisição acrescente entre US$ 0,10 e US$ 0,12 ao lucro por ação no primeiro ano após a conclusão do acordo e que gere US$ 800 milhões em economias de custo dentro de três anos.

Mercado farmacêutico brasileiro deve atingir US$ 48 bilhões em 2020

O mercado farmacêutico brasileiro deverá crescer, em valor de mercado, dos US$ 29,4 bi-lhões em 2014 para cerca de $ 47,9 bilhões em 2020. O crescimento anual de 8,5%, é estima-do segundo a empresa de pesquisa e consultoria GlobalData.

O último relatório da empresa afirma que a população cada vez mais idosa do Brasil levará a uma crescente incidência de doenças crônicas e associadas ao estilo de vida dessa população. Esses fatores, aliados ao grande investimento na área da saúde, serão os principais fatores para o crescimento do mercado durante o período previsto. Segundo o Diretor de Dinâmicas da Indústria da Saúde (Healthcare Industry Dynamics) da GlobalData, Joshua Owide, o setor farmacêutico nacional continua a prosperar, principalmente graças às políticas e reformas econômicas do país.

"O Brasil emergiu como urn centro global de fabricação para as empresas farmacêuticas e de biotecnologia, com países como a índia investindo pesadamente no setor desde que o ex--ministro da Saúde, José Serra, incentivou o investimento em empresas de genéricos. Como conseqüência, o Brasil é hoje um dos mercados farmacêuticos mais atraentes e promissores do mundo. De fato, o valor de mercado tem aumentado consideravelmente nos últimos seis anos", avaliou Owide. de saúde. "As iniciativas do governo, como o programa Farmácia Popu-lar, têm sido responsáveis pelo aumento da utilização e disponibilidade de genéricos, ainda impulsionado pelo anúncio de um investimento de US$ 34 bilhões no setor saúde brasileiro em 2014". Segundo o levantamento da GlobalData, as principais multinacionais que operam no mercado farmacêutico brasileiro são a Pfizer, a Novartis e a 33BB. enquanto as grandes empresas nacionais são Hypermarcas e a EMS Sigma Pharma.

Cardio News

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Brasil é o 15º em pesquisas clínicasSegundo a Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma), as pesquisas

clínicas no Brasil precisam de mais incentivo. O país, segundo a entidade, é o 15º do mundo neste quesito, resultando em um déficit anual de US$ 5,5 bilhões na balança comercial do setor. A solução para combater esse déficit está na criação de um ambiente mais favorável à inovação e maior cooperação entre governos, universidades e iniciativa privada. Segundo Anto-nio Britto, Presidente da Interfarma, os principais centros geradores de novas drogas no mundo são os países onde indústria e universidade trabalham de forma integrada para transformar a pesquisa básica em pesquisa aplicada. “Aqui, há muita resistência das universidades em tra-balhar com a iniciativa privada e a iniciativa privada resiste em assumir riscos.”

WAMA Diagnóstica investe em filial na Suíça

A Wama Diagnóstica anunciou a aber-tura de uma filial sediada na Suíça, cha-mada de Wama Diagnostics (Switzerland) Sàrl. Com um investimento de 1 milhão de francos, o objetivo da nova unidade é

desenvolver produtos em Biotecnologia e Diagnóstico In Vitro. A filial será estabelecida na re-gião do Cantão do Valais, situada na cidade de Monthey, no Parque Tecnológico BioArk, local que concentra empresas de tecnologia e ciências da vida, além de startups no campo de IVD. As novas tecnologias desenvolvidas serão transferidas para a unidade no Brasil, onde serão fabricados e comercializados os produtos. O Institute of Life Technologies, da University of Ap-plied Sciences Western Switzerland, irá colaborar com as pesquisas.

Ferramenta facilitará países a comprar

medicamentos de alto custo

Durante a 37ª Reunião de Ministros da Saúde do Mercosul, realizada em junho, em Brasília (DF), diversos países firmaram um compromisso para criar uma plataforma de compra conjunta de me-dicamentos de alto custo. A finalidade desta ferra-menta é garantir melhores preços de compra aos respectivos sistemas de saúde. No Brasil, o orça-mento para garantir o acesso aos medicamentos ofertados pelo SUS, em 2014, foi de R$ 12,66 bilhões. Para 2015, considerando o orçamento aprovado, será de R$ 14,05 bilhões, o que repre-senta um crescimento de 11%. Os ministros tam-bém aproveitaram a reunião para assinar acordos sobre redução do tabagismo, da obesidade infan-til e do sódio nos alimentos, bem como a criação de um banco unificado de informação sobre doa-ção de órgãos.

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Estudo do Brookings Institute, em Washington, estimou que se os Estudo do Brookings Institute, em Washington, estimou que se os Estudo do Brookings Institute, em Washington, estimou que se os 12,7 milhões de crianças e adolescentes obesos nos EUA, hoje, se 12,7 milhões de crianças e adolescentes obesos nos EUA, hoje, se 12,7 milhões de crianças e adolescentes obesos nos EUA, hoje, se transformarem em adultos acima do peso, eles podem gerar gastos transformarem em adultos acima do peso, eles podem gerar gastos transformarem em adultos acima do peso, eles podem gerar gastos extras de mais de US$ 1,1 trilhão ao longo da vida. O número repre-extras de mais de US$ 1,1 trilhão ao longo da vida. O número repre-extras de mais de US$ 1,1 trilhão ao longo da vida. O número repre-senta 6,6% do PIB do país. Para chegar a esse número, o pesquisa-senta 6,6% do PIB do país. Para chegar a esse número, o pesquisa-senta 6,6% do PIB do país. Para chegar a esse número, o pesquisa-dor Matt Kasman desenvolveu um modelo que projeta os custos ao dor Matt Kasman desenvolveu um modelo que projeta os custos ao dor Matt Kasman desenvolveu um modelo que projeta os custos ao longo da vida para dois grupos de pessoas entre 20 e 24 anos, um longo da vida para dois grupos de pessoas entre 20 e 24 anos, um longo da vida para dois grupos de pessoas entre 20 e 24 anos, um obeso e o outro com Índice de Massa Corporal considerado normal. obeso e o outro com Índice de Massa Corporal considerado normal. obeso e o outro com Índice de Massa Corporal considerado normal. O resultado mostra que os custos de adultos obesos são maiores O resultado mostra que os custos de adultos obesos são maiores O resultado mostra que os custos de adultos obesos são maiores em US$ 92.235 (R$ 276.705). Atualmente, o percentual de adultos em US$ 92.235 (R$ 276.705). Atualmente, o percentual de adultos em US$ 92.235 (R$ 276.705). Atualmente, o percentual de adultos obesos entre os norte-americanos chega a 34,9% (78,6 milhões), de obesos entre os norte-americanos chega a 34,9% (78,6 milhões), de obesos entre os norte-americanos chega a 34,9% (78,6 milhões), de acordo com o Centro de Prevenção e Controle de Doenças.acordo com o Centro de Prevenção e Controle de Doenças.acordo com o Centro de Prevenção e Controle de Doenças.

1º país do mundo a zerar a transmissão de HIV de mãe para fi lho é Cuba

Organização Mundial da Saúde (OMS) concedeu à Cuba a validação por ser o primeiro país do mundo que eliminou por completo a transmissão do vírus da AIDS, o HIV, e da sífi lis de mãe para fi lho. A divulgação foi feita pelo Ministro da Saúde Pública de Cuba, Roberto Morales Ojeda, na sede da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS) em Washington (EUA).A OMS reconheceu o fato como um marco histórico. Segundo o ministro, todo o procedimento foi possível por meio do sistema social de Cuba. Além disso, Ojeda disse que por trás deste resultado estão anos de esforços para garantir o acesso ágil a cuidados pré-natais, testes e me-dicamentos às mulheres grávidas, impedindo, assim, que estas doenças sejam transmitidas de mãe para fi lho.

Com mais de 22 anos de expertise na produção de implantes, a Engimplan desenvolveu o Es-ternoplan, solução que diminui o tempo de recuperação em cirurgias. Em vez da antiga fi xação do osso esterno com fi os de aço, é composto por placas e parafusos que compõem um único sistema, propiciando maior segurança ao paciente, que pode voltar às suas atividades sem a instabilidade e fragilidade das amarrações. Além disso, após sua fi xação, possibilita rápido acesso em caso de cirurgia de emergência, já que não necessita desparafusar, basta tirar a trava do sistema e realizar o procedimento. Todos os materiais que compõem o produto são altamente biocompatíveis, ou seja, não provocam rejeição orgânica, e são totalmente regula-rizados pela Anvisa.

Novo implante reduz tempo de recuperação em cirurgias

Estudo aponta que obesidade pode gerar gasto trilionário aos americanos

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Tabagismo é responsável por 85% das mortes causadas por DPOC

De acordo com o Ministério da Saúde, a DPOC atinge cerca de 7 milhões de pessoas no país e grande parte delas estão sem tratamento. Ainda segundo o ministério, o tabagismo - inclusive o passivo - é responsável por 85% das mortes cau-sadas por DPOC. A doença depende muito de diagnóstico, acompanhamento rigoroso e pode-ria ter outro panorama com maior conscientiza-ção e adesão aos tratamentos inovadores para a população em geral.

No Brasil, já estão disponíveis novos trata-mentos para essa doença, como o RELVAR® ELLIPTA®, primeiro tratamento de dose única diária que associa um corticosteroide inalató-rio (CI) a um beta2-agonista de longa ação (CI/LABA) para o tratamento de asma e DPOC (Do-ença Pulmonar Obstrutiva Crônica). Lançado pela GSK recentemente, o medicamento busca garantir o controle efetivo da DPOC. Embora os sintomas da DPOC sejam semelhantes aos da asma, as duas doenças são distintas. Na DPOC, por exemplo, há dano estrutural irreversível das vias respiratórias.

Valeant e AstraZeneca fecham acordo

A Valeant, farmacêutica canadense, infor-

mou que fechou acordo com a britânica As-traZeneca para adquirir, por US$445 milhões pagos em três etapas, os direitos de vender o remédio para psoríase brodalumab. As duas empresas também compartilharão os lucros com a venda do medicamento. Pelo acordo, a Valeant assumirá todos os custos de desenvol-vimento associados com a aprovação regula-tória do produto. A expectativa é que ele seja submetido para aprovação nos EUA e na União Europeia ainda este ano.

Distribuição de medicamentos cresce

18% no semestre

Enquanto a maioria dos segmentos econô-micos do país amarga retrações, o de distri-buição de produtos farmacêuticos pode até comemorar. O faturamento das empresas do setor avançou 18% no primeiro semestre na comparação com o mesmo período do ano passado. As vendas atingiram R$ 6,63 bilhões nos seis primeiros meses de 2015. Em uni-dades, foram 403 milhões, o que representa elevação de 12%, segundo dados da Abradi-lan (associação que reúne as distribuidoras). "O setor sente reflexo da crise, mas não tanto quanto os demais. As pessoas só deixam de comprar medicamentos em último caso", diz o diretor-executivo da entidade, Geraldo Car-doso Monteiro.

Prova de que o segmento também sofre com o freio na economia é o ritmo de expan-são em anos anteriores. A média no primeiro semestre costumava ficar entre 20% e 25%, chegando a 30% algumas vezes, segundo a entidade. Os próximos meses devem ser de desaceleração e a estimativa do setor é encer-rar 2015 com uma alta de 13% a 15% no fatu-ramento. "Muita gente dispensada no primei-ro semestre ainda tinha seguro-desemprego. Agora, não terão mais. Os demitidos deixam de ter plano de saúde e de ir ao médico com frequência, reduzindo o consumo de medica-mentos", afirma Monteiro. As 140 empresas associadas à entidade empregam hoje cerca de 11 mil pessoas. "Por enquanto, não temos percebido queda."

Cardio News

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Ministério da Saúde alerta população sobre perigos do narguilé

Para conscientizar a população sobre os malefícios do fumo do narguilé, o Ministério da Saúde levou as informações da campanha do Dia Nacional de Combate ao Fumo para perto da população. Um shopping de Brasília (DF) recebeu um totem para alertar que, ao contrário do que muita gente pensa, o nar-guilé pode causar diversas doenças, como câncer de pulmão, boca e bexiga, estreitamento das artérias e doenças respirató-rias. Segundo a Organização Mundial da Saúde, uma hora de uso o narguilé equivale a fumar 100 cigarros.

A ação faz parte da campanha nacional “Da Saúde se Cuida Todos os Dias”, que tem como objetivo incentivar as mudan-ças individuais e de comportamento, reconhecendo que a saú-de não é fruto apenas da vontade própria, mas também dos contextos social, econômico, político e cultural em que estão inseridos.

O estudante Daniel Barros, de 22 anos, conta que quando soube desta informação parou fazer uso no narguilé. “Fiquei preocupado em saber disso e foi o que me motivou parar de fumar”, disse.

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Os ministros da Comunicação, Educação, Cultura e Saúde assinaram um acordo para a instituição do Sistema Público de Televisão Digital nesta terça-feira (1º/9), no Ministério das Comunicações. A iniciativa prevê a entrada no ar de quatro canais públicos – entre eles, o Ca-nal Saúde –, a partir da digitalização da televisão brasileira, que tem início previsto para abril de 2016, podendo estender-se por dois anos até cobrir todo o território nacional.

“O Brasil ainda deve um conjunto de TVs públicas para a população se enxergar e que isso signifi que um acréscimo de valor cultural, educacional e de democratização da informação", afi rmou o ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, na assinatura do acordo. Além dos Ministérios das Comunicações, da Educação e da Saúde, o projeto envolve a Secretaria de Co-municação Social, Fiocruz e EBC.

A previsão é que ainda em 2015 entrem no ar Canal Saúde e o Canal da Educação, ocu-pando faixas da multiprogramação da TV Brasil, nas cidades do Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília. Na sequência essa transmissão se estenderá a outras cidades brasileiras com mais de 100 mil habitantes, com o acréscimo do Canal da Cultura.

Canal Saúde passa a ser canal público em 2016

A Anvisa publicou na última segunda-feira (31/8) o registro de um genérico cuja substân-cia ainda não tinha concorrente no mercado. Isso signifi ca que os pacientes e médicos te-rão uma nova opção de tratamento para hi-pertensão a um custo mais acessível, uma vez que os genéricos chegam ao mercado com um preço 35% menor que o preço de tabela dos medicamentos de referência. Trata-se do besi-lato de levanlodipino comprimido simples, um anti-hipertensivo da classe dos bloqueadores dos canais de cálcio, indicado nos casos de hi-pertensão essencial.

Somente em 2015, a Anvisa já aprovou 26 registros de medicamentos genéricos inédi-tos. A concessão do registro signifi ca que esse medicamento é equivalente terapêutico de seu referêncial e que possui qualidade, efi cá-cia e segurança comprovadas.

Anvisa aprova genérico inédito para o tratamento

de hipertensãoResultado de uma parceria entre o gover-

no da Tailândia e o Exército dos EUA, o maior teste contra a Aids já realizado no mundo aconteceu com 16 mil voluntários tailandeses e descobriu uma vacina capaz de reduzir em quase um terço o risco de contrair o vírus HIV. Todos os voluntários receberam orientações de como se prevenir contra doença, entretan-to, a vacina foi dada a metade dos voluntários e a outra metade ganhou um placebo.

O risco de infecção pelo HIV foi 31,2% me-nor entre aqueles que receberam a vacina do que entre os que tomaram o placebo. O resul-tado é encarado com otimismo por cientistas, embora uma vacina global contra a Aids ain-da esteja longe de ser alcançada.

Vacina experimental diminui risco de

infecção por Aids

Cardio News

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GE Healthcare planeja benefi ciar mais de 350 milhões de pacientesA medicina tem progredido a passos largos,

mas ainda enfrenta muitos desafi os, como or-çamentos reduzidos, envelhecimento da po-pulação e aumento de doenças crônicas. Os países emergentes, inclusive o Brasil, buscam investir em tecnologia, infraestrutura e, princi-palmente, em mão de obra especializada para aumentar o acesso à saúde de qualidade.

Diante dessa necessidade, a GE Health-care acaba de anunciar um investimento de US$ 1 bilhão em ações globais para capacitar mais de dois milhões de profi ssionais, entre médicos, radiologistas, tecnólogos, obstetras, enfermeiros, biomédicos, engenheiros e ou-tros. A aplicação visa benefi ciar mais de 350 milhões de pacientes – número equivalente à população dos EUA ou 4,3% da população mundial – até 2020, incluindo o Brasil.

A empresa Lifemed vai iniciar a produção e a comercialização de três novos produtos. O pri-meiro deles é a reprocessadora de endoscópios Endolav Premium, capaz de efetuar a desinfec-ção de dois endoscópios convencionais simulta-neamente e a única a efetuar a desinfecção do novo endoscópio ultrassônico.

Os outros dois são: o monitor de sinais vitais LifeTouch de 17 polegadas, que disponibilizará todos os parâmetros de monitorização de sinais vitais de forma modular, e o sistema de moni-toramento remoto Signove, que funciona por meio de simulação ao vivo, integrando sistemas de comunicação e web, e que permitirá ao pro-fi ssional acompanhar os sinais vitais de seu pa-ciente a partir de qualquer lugar em que esteja.

Lifemed inicia produção de três novos produtos

A Takeda, oitava maior farmacêutica do País e que tem o 7º maior pipeline entre as compa-nhias globais, lançou ofi cialmente sua área de Oncologia no Brasil, dando um passo importante em seu compromisso de luta contra o câncer. Somente em 2013 foram investidos US$ 3,3 bilhões em pes-quisa e desenvolvimento, sendo 34% desse valor destinado a este setor, que representará, em fatu-ramento, aproximadamente 9% do portfólio da Takeda em 2018, com a expectativa que represen-te 26,4% do crescimento total da companhia no País.

O Brentuximabe Vedotina, primei-ro produto oncológico do laborató-rio chegou ao Brasil em janeiro de 2015 e é uma evolução no trata-mento da doença.

Takeda anuncia entrada no setor de Oncologia

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Fundado pelo jovem cardiologista Dante Pazzanese, mi-neiro formado no Rio de Janeiro, em 1937 criou o ser-viço de Cardiologia no Hospital Municipal de São Paulo, e desde os anos 30 promoveu cursos de eletrocardiolo-gia. Em 1939 fez um estagio de alguns meses no Heart

Station, da Universidade de Michigan, dirigido por Frank Wilson, onde entrou em contato com novos conceitos e aplicações da Eletrocardiografi a. Em 1943, o Dr. Dante organizou o primeiro curso de Cardiologia no Hospital Municipal de São Paulo, que foi muito bem frequentado. Numa atitude pioneira e de notável vi-são, o Dr. Dante Pazzanese promoveu a reunião de fundação da Sociedade Brasileira de Cardiologia, em 14 de agosto de 1943

Sociedade Brasileira de Cardiologia

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Foi uma reunião sem pauta científica, apenas de fundação da Sociedade, eleição da primeira diretoria e aprovação dos estatu-tos. Entre os 112 sócios fundadores constam vários nomes expressivos da Medicina brasi-leira, entre os quais Dante Pazzanese e seu irmão Olavo, Jairo Ramos, Luiz Décourt, Rei-naldo Chiaverini, Adriano Pondé, Leovegildo Mendonça de Barros, Quintiliano Mesquita, Eurico Bastos, Horácio Kneese de Mello, Ma-tos Pimenta, Vieira Romeiro, Bernardino Tran-chesi, Waldemar Decache, Luiz Feijó, Rubens Maciel, Francisco Laranja, Edgard Magalhães Gomes, Celestino Bourroul, entre outros. Dan-te Pazzanese foi eleito primeiro presidente, numa justa homenagem a seu espírito pionei-ro e agregador. A primeira reunião científica da recém-criada Sociedade de Cardiologia foi instalada na Santa de Misericórdia de Cam-pinas, em 12 de fevereiro de 1944. Daí para diante as reuniões foram realizadas sem inter-rupção, passando posteriormente a chamar--se Congresso da Sociedade Brasileira de Car-diologia; oito trabalhos foram apresentados na primeira reunião, predominando os temas Eletrocardiografia, Hipertensão Arterial, Infec-ção Reumatismal, Complexo de Eisenmenger e estudos radiológicos do coração. Estima-se em menos de cem os participantes.

A SBC foi a quinta sociedade criada no continente americano, precedida apenas pela

American Heart Association (1924), Socieda-de Mexicana de Cardiologia (1935), Socieda-de Argentina de Cardiologia (1937) e Socie-dade Cubana de Cardiologia (1937). Depois, bem mais tarde, os Departamentos foram criados nas Universidades, englobando áre-as afins, tal como o Departamento de Cardio Pneumologia da Universidade de São Paulo, criado em 1956/57 pela junção das equipes dos professores Décourt e Zerbini. (2). Neste ano comemoram-se os setenta anos da Socie-dade.

A história da Sociedade Brasileira de Cardiologia confunde-se com a trajetória da própria Cardiologia brasileira. Dante Pazzane-se, Jairo Ramos, Reinaldo Chiaverini, Luiz V. Décourt e Euryclides de Jesus Zerbini, em São Paulo; Magalhães Gomes e Luiz Feijó no Rio de Janeiro; Luiz Tavares, no Recife; Adriano Pondé, na Bahia; Rubens Maciel e Eduardo Z. Faraco, no Rio Grande do Sul; Arnaldo Eliam e Moysés Schuster, em Belo Horizonte; Gas-tão Pereira da Cunha, em Curitiba, foram al-guns pioneiros na implantação da Cardiologia brasileira como especialidade. Eles criaram serviços próprios, promoveram cursos na gra-duação e pós-graduação, criaram residências, fundaram institutos e estimularam pesquisas.

A especialidade cresceu rapidamente no Brasil, como de resto em todo mundo. As

Sociedade Brasileira de cardiologia - SBC

tornou a Cardiologia brasileira uma das mais avançadas do mundo

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doenças cardíacas assumiram enormes pro-porções e simultaneamente extraordinários avanços científicos ocorreram. As doenças não transmissíveis, especialmente a Ateros-clerose, Hipertensão Arterial e Diabetes sobre-pujaram as doenças infecciosas como princi-pal causa de mortes e morbidades aqui e no mundo todo, acarretando enormes perdas hu-manas e gastos astronômicos. Por outro lado, os progressos científicos e os avanços técni-cos criaram poderosos instrumentos diag-nósticos, tais como os métodos de imagem, bem como novas formas de tratamento. Ao longo dessas décadas a Sociedade Brasileira de Cardiologia cresceu de modo exponencial, não apenas acompanhando, mas indicando e iluminando os caminhos da especialidade. Hoje é a quarta sociedade do gênero no mun-do, quanto a número de sócios. A qualidade científica e a organização de congressos me-lhoraram nitidamente; considerável número de conferencistas da América do Sul, Estados Unidos e Europa frequentam os congressos de modo que a reunião tornou-se virtualmente in-ternacional.

Líderes mundiais, do passado e do pre-sente, como Paul Dudley White, Charles K. Friedberg, HJC Swan, William Ganz, Rene Fa-valoro, Eugene Braunwald, Peter Libby, Valen-tin Fuster, apenas para mencionar poucos, compartilham conosco seus conhecimentos e contribuições científicas. O congresso é a prin-cipal atividade científica anual da Sociedade, cobrindo prática médica, ensino, pesquisa e atualizações em todos os campos.

Nessas décadas houve grande cresci-mento no número de sócios da entidade, de seu patrimônio e do aprimoramento de sua estrutura administrativa. É digno de nota que a trajetória ascendente da SBC nunca foi in-terrompida; todas as diretorias deram contri-buições específicas para o crescimento da en-tidade e as linhas mestras de seus objetivos continuaram ininterruptas, independente dos

dirigentes eventuais. Num momento em que o país vive grave crise de condutas éticas no trato das coisas públicas, a Sociedade é um exemplo de seriedade e competência. Porém, a missão não está totalmente cumprida. As desigualdades na qualidade da assistência médica no país diminuíram, mas estão lon-ge de serem vencidas. Precisamos lutar pela excelência da prática médica em todos os recantos; os doentes merecem o melhor de nós, e não podemos transigir com incompe-tência, improbidade e ganância. Precisamos estender os cuidados modernos a todos os cidadãos e não apenas aos privilegiados. Pre-cisamos, com urgência, batalhar por melhor ensino médico em todas as faculdades; o pri-meiro requisito para boa assistência médica é o médico competente. Necessitamos dados nacionais confiáveis para estabelecer políti-cas públicas; não é possível fazer propostas de saúde nacionais sem conhecer profunda-mente a nossa realidade. Precisamos estudos nacionais para derivar conclusões científicas baseadas na nossa população e nossas con-dições de vida, e não depender de receitas externas. Nossa população de quase duzentos milhões, os mais de 150 centros cardiológicos bem equipados, a massa crítica de pesquisa-dores clínicos de que hoje dispõe a Cardiolo-gia brasileira oferecem condições únicas para que se façam amplos estudos aqui.

A SBC tem hoje competência e na reali-dade obrigação de içar essas bandeiras. Pela sua trajetória, a Sociedade conquistou a con-fiança de todos os cardiologistas brasileiros e o respeito de toda classe médica. Arrisco afirmar que os fundadores, mesmo nos seus sonhos mais otimistas, não imaginaram a di-mensão que sua iniciativa pioneira tomaria no futuro. Urge agora encarar os novos desafios, com determinação e fé na própria competên-cia, para a que a história da Sociedade seja sempre pautada pela dignidade, altruísmo e espírito pioneiro.

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A nicotina absorvida através de adesivos para parar de fumar eleva os batimentos cardíacos e a pressão arterial, mas recen-te pesquisa feita por um brasi-

leiro nos Estados Unidos comprovou que o efeito é passageiro e não cumulativo como o de outros elementos tóxicos existentes no cigarro. O traba-lho é do cardiologista Márcio Gonçalves de Sousa, que usou fumantes voluntários, no maior centro de investigação sobre efeitos cardiovasculares do fumo, na Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos.

Márcio, que coordena o Comitê de Controle do Tabagismo da Sociedade Brasileira de Cardio-logia - SBC, acaba de voltar dos EUA e participou da discussão do Brasil Prevent, que aconteceu em setembro, no Expotrade de Curitiba, durante o Congresso Brasileiro de Cardiologia.

O Brasil Prevent é um evento voltado espe-cificamente para a prevenção das doenças car-diovasculares, que são líderes de mortalidade no País. Os problemas relacionados ao coração cau-sam 350 mil mortes a cada ano, grande parcela das quais evitáveis, diz o médico, se combatidos adequadamente os fatores de risco. Os principais fatores de risco são a obesidade, colesterol eleva-do, hipertensão arterial, sedentarismo e, em espe-cial, o tabagismo.

Pesquisa com cigarro e nicotina Márcio Gonçalves de Sousa conta que tra-

balhou nos Estados Unidos com o Prof. Neal Beno-witz, no grupo do Dr. Stanton Glantz, considerado o inimigo número um da indústria do fumo, com quem desenvolveu o projeto de pesquisa de três semanas, para a qual contou com jovens fuman-tes saudáveis, que dividiu em três grupos.

“Na primeira semana os voluntários fumaram normalmente”, conta o especialista, e passaram por exames completos, incluindo a mo-

noximetria, que indica a quantidade de monóxido de carbono no organismo.

Na segunda semana não foi permitido fu-mar e um grupo recebeu diariamente adesivo de nicotina com 21 mg, outro adesivo com 42 mg e um terceiro recebeu placebo, isto é, esses voluntá-rios receberam adesivo, mas sem saber que não continha nicotina alguma. Já na terceira semana todos permaneceram sem fumar.

A análise dos efeitos cardiovasculares mos-trou que com o cigarro e também com o adesivo, o organismo reagia com aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial. O que explica por-que, havendo outros fatores de risco, um único ci-garro pode, em determinado momento, ser o gati-lho para um infarto.

Resultado positivo A boa notícia, revela o médico, é que en-

quanto o efeito nefasto sobre o coração é crônico, quando do uso do cigarro, o efeito provocado pelo adesivo de nicotina desaparece sem sequelas, ra-pidamente, o que confirma o adesivo como um tra-tamento indicado para o tabagismo. O estudo foi muito completo, conclui o médico. “Fizemos aná-lise de vários marcadores inflamatórios ligados a problemas cardiovasculares e não constatamos efeitos negativos do adesivo, nenhuma alteração da coagulação nem alterações na resistência à in-sulina, por exemplo”.

A pesquisa reforça a segurança do adesivo de nicotina no tratamento do tabagismo e é im-portante na luta da redução do mesmo. O Brasil é um dos países que mais conseguiu reduzir sua prevalência, 30% nos últimos 10 anos. O que faz com que hoje menos de 11% da população adulta seja tabagista. O resultado da pesquisa é subsídio para as campanhas que objetivam fazer com que mesmo essa população abandone o cigarro.

Pesquisa de cientista brasileiro nos EUA sobre nicotina foi discutida no 70° Congresso

Brasileiro de Cardiologia em CuritibaAdesivos para nicotina elevam batimentos e pressão, mas efeitos colaterais

desaparecem e continuam sendo um tratamento indicado para o tabagismo

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O 70° Congresso Brasileiro de Cardiologia, aconteceu dia 18 de setembro, em Curitiba, é foi uma oportu-nidade para uma discussão

sobre uma nova terapia para tratamento do colesterol alto, queixa de muitos pacientes. Trata-se de uma injeção de anticorpos mo-noclonais, terapia hoje já usada por muitos pacientes com problemas inflamatórios e on-cológicos, cuja liberação já foi pedida para a Anvisa. O medicamento baixa o nível de coles-terol e estará indicado para aqueles pacientes onde só a terapia com os comprimidos (estati-nas) não é suficiente.

O tema foi discutido no simpósio do De-partamento de Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Cardiologia - SBC, organizadora do congresso. O evento foi aguardado pelos 6.000 especialistas brasileiros que estiveram presentes, além de vários dos mais destaca-dos cardiologistas internacionais, especial-mente convidados.

Para o presidente do Departamento de Aterosclerose da SBC, José Rocha Faria Neto, a novidade é muito auspiciosa, mas a medi-cação tem indicação específica, não deve ser usada por qualquer pessoa que precise baixar o colesterol e, inicialmente, deverá será cara.

O especialista explica que a indicação é para os pacientes que não suportam as estati-nas, medicação tradicional, mas que pode ter como efeito colateral dores musculares inten-

sas. Também é indicada para quem, mesmo tomando estatina, não logra baixar suficien-temente o colesterol, precisando um segundo medicamento. A terceira indicação é para a hipercolesterolemia familiar, que ocorre em famílias nas quais, por problemas genéticos, várias pessoas tem colesterol elevado, fenô-meno presente também nas crianças e que exige cuidados.

Há duas semanas na Europa

Ainda segundo Rocha Faria, os anticor-pos monoclonais anti-PCSK9 são conhecidos há algum tempo, mas só recentemente as pesquisas demonstraram sua eficácia, o que levou Estados Unidos e Europa a liberarem o medicamento. Na Europa a comercialização foi iniciada há poucas semanas.

“No Brasil, dois laboratórios, Sanofi e Amgen entraram com pedidos junto à Anvisa para comercializarem o produto”, explica o cardiologista, e ele deve ser ministrado a cada duas semanas, por uma injeção subcutânea.

350 mil mortes anuais

O interesse dos cardiologistas pela me-dicação de controle do colesterol é grande, porque o coração é a maior causa de morte no Brasil, respondendo por 350 mil óbitos anu-ais, muitos evitáveis, lembra o presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia, Angelo de Paola.

Medicação injetável para controle do colesterol

Foi tema do Congresso de Cardiologia, em Curitiba

O Congresso da SBC, reuniu os mais importantes cardiologistas do país e do mundo na capital paranaense

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O motivo é que os fatores de risco para o coração são fartamente conhecidos, mas ain-da insufi cientemente combatidos. São eles a obesidade, tabagismo, hipertensão arterial, sedentarismo e a taxa de colesterol elevada, que leva ao estreitamento e bloqueio das ar-térias coronárias, o que caracteriza o infarto.

O problema, diz Rocha Faria, é que ainda há poucos dias vários meios de comunicação deram abrigo a informações falsas, que dão a entender que não seria tão importante contro-lar o colesterol, o que não é verdade.

Grave também é o modismo de usar ‘óleo de coco’ como gordura saudável, quan-do o coco é rico em gorduras saturadas, que no organismo vão produzir colesterol. As gor-duras recomendadas e que com evidências científi cas comprovam ser úteis são o azeite

de oliva e óleo de canola.

O especialista conclui reafi rmando que não há dúvidas sobre o papel do colesterol sanguíneo como fator de risco independente para doenças cardiovasculares, fato compro-vado por estudos experimentais, epidemioló-gicos, genéticos e de intervenção. O adequado controle do colesterol é recomendado por di-retrizes nacionais e internacionais de socieda-des médicas, como a SBC, de nutrição, órgãos governamentais e a Organização Mundial da Saúde.

Os anticorpos monoclonais que comba-tem o colesterol representam mais uma arma e importante, para que a Medicina possa re-duzir o número de brasileiros que morrem a cada ano em decorrência do infarto.

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O imenso coração de um elefante, o fortíssimo cora-ção da girafa, que precisa ter força para bombear o sangue até o alto do longo

pescoço, o minúsculo coração do beija-flor, o coração de um homem que morreu devido a um infarto, com as coronárias entupidas bem definidas e até uma viagem dentro de um co-ração, feita com óculos especiais, foram ser apreciados em Curitiba, no Museu do Coração, que foi montado durante o congresso da SBC.

A iniciativa, da Sociedade Brasileira de Cardiologia, é a mais importante ferramenta dos especialistas para conscientizarem a so-ciedade dos fatores de risco para o coração e, assim, reverterem as estatísticas que indicam as doenças cardiovasculares como a maior causa de morte no Brasil, responsáveis por 350 mil óbitos a cada ano.

“O que nos entristece nesse número, é

que grande parte dessas mortes são evitá-veis”, diz o cardiologista Emílio Cesar Zilli, que desenvolveu o Museu itinerante com o obje-tivo de educar principalmente as crianças no sentido da prevenção.

Apesar do Museu se voltar principalmen-te para a prevenção, tem uma sessão inteira dedicada ao tratamento e mesmo à ressus-citação após parada cardiorrespiratória. Mo-

nitores especialmente treinados farão de-monstração do atendimento que o leigo pode prestar durante uma emergência. Bonecos especiais estavam no Museu, recebendo mas-sagem cardíaca, que pode ser a salvação de um infartado, mantendo sua vida, enquanto o socorro especializado não chega.

E é para atrair a garotada que o Museu fez convênio com a Secretaria da Educação para que leve os alunos das escolas munici-pais para visitar a mostra. O que não impede que escolas particulares e grupos interessa-dos visitem por conta própria ou se progra-mem pelo telefone da Sociedade Brasileira de Cardiologia, (11) 3411-5500, com Carolina ou Juliana.

O Coração Cidadão

O tema deste ano do Museu é ‘O Cora-ção Cidadão’, muito evoluído em relação aos anos anteriores, quando foi levado a Porto Ale-gre, Salvador, Brasília, e bem diverso de uma das suas primeiras edições, em 2008, na pró-pria Curitiba. Emílio Zilli conta que ao longo dos anos o Museu cresceu muito e desta vez presta também uma homenagem especial, na forma de uma sessão dedicada à História da Cardiologia do Paraná.

Zilli conta também que como se destina primordialmente ao público infanto-juvenil, o

Museu do Coração da Sociedade Brasileira de Cardiologia

Ficou de 18 a 21 de setembro, no Expotrade de Curitiba

A mostra terá várias atividades interativas e lúdicas, como montar um prato saudável em uma tela de computador ou

aprender a salvar uma pessoa com parada cardíaca

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Museu do Coração é bastante lúdico. O exem-plo é o quadro ‘O Prato Saudável’, brincadeira na qual a criança escolhe e vai tocando numa tela os alimentos cujas imagens se sucedem. No fi nal das escolhas, o programa informa se o prato é saudável do ponto de vista cardioló-gico e se há verduras, legumes e frutas sufi -cientes na refeição escolhida.

Ainda segundo o responsável pelo Mu-seu, o brasileiro já conhece sufi cientemente os fatores de risco para o coração, obesidade, sedentarismo, hipertensão arterial, colesterol elevado e tabagismo, mas ainda não introje-tou o combate a esses fatores em sua vida diária. Tanto é assim que a criançada passa tempo demais no computador e no celular,

deixando de se exercitar. A população brasi-leira continua engordando, a obesidade já é registrada até na primeira infância.

Com os jogos educativos, o folder que foi distribuído aos visitantes e os painéis mostran-do outros problemas para o coração, os cardio-logistas esperam ajudar a formar uma socieda-de que tenha mais cuidados com seu coração. É que afi nal, diz ele, embora a Medicina tenha muitas armas para ajudar quem sofreu um infarto, um derrame, ou tem uma arritmia ou insufi ciência cardíaca, o melhor caminho é e continuará sendo a prevenção.

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O 70° Congresso Brasileiro de Cardiologia, em Curitiba, deve-rá superar, em termos de pro-gramação científica, o evento de Brasília, que foi considerado

um dos melhores já realizados pela SBC. A colocação é da diretora científica da SBC, Maria da Consolação Vieira Moreira, que, com a equipe de preparação, selecionou 500 palestrantes brasileiros e de mais de 30 estrangeiros, entre os maiores especialistas mundiais de cada setor da Cardiologia.

“Na escolha dos palestrantes, fizemos questão de contemplar as regiões brasilei-ras, escolhendo especialistas de todos os estados, de forma a reduzir as diferenças regionais e valorizar a alta capacidade dos especialistas distribuídos pelo território na-cional”, diz ela.

Cerca de 15% dos palestrantes é re-presentada por jovens cardiologistas. “As-sim, prestigiamos essa importante força médica do país”.

Nova geração

Essa determinação vai resultar, in-clusive, em renovação dos conferencistas, valorizando o “sangue novo” e as experiên-cias regionais, pois é preciso lembrar que o tamanho do território brasileiro faz que haja realidades diferentes nos estados com maior ou menor oferta de serviços, de hos-pitais, de recursos, e a diversidade da ori-gem dos apresentadores visa retratar essa diversidade de condições.

70° Congresso Brasileiro de Cardiologia

A diretora científica apostou no grande sucesso do congresso, também por causa da infraestrutura de Curitiba, que extrapola o moderno Centro de Convenções. A cidade tem um parque hoteleiro com opções para todos os gostos, farto transporte e também condições de lazer, que incluem atrações variadas. “Às quais há de somar o Museu do Coração e restaurantes regionais, inter-nacionais, italianos principalmente, e chur-rascarias famosas, pois a tradição culinária do sul do Brasil beneficia, em grande parte, quem é apreciador de carnes”, completa.

70° Congresso Brasileiro

Organização Sociedade Brasileira de Cardiologia

Av. Marechal Câmara, 160/Sala 330 - Centro - CEP: 20020-907 -

Rio de Janeiro - RJ Tel.: 55 21 3478-2700 ou

0800 314 4409 (Somente de telefones fixos)

www.cardiol.br

Local Expotrade Convention Center

Rod. Dep. João Leopoldo Jacomel, nº 10.454 - Vila Amélia

CEP: 83320-005 - Pinhais - PR Tel.: (41) 3661-4000

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Dante Pazzanese, fino sensor de seu tempo, entreviu a im-portância de se ter Institui-ções inteiramente voltadas à Cardiologia, em nosso meio

e, tanto a SBC, ao longo de sete décadas, como o IDPC, de seis decênios, vieram dar amplo cumprimento àquelas expectativas, plantadas já em meados do século passado. São indis-cutíveis, e conhecidas de todos, as formidáveis contribuições, que ambas Instituições, em seus respectivos campos de atuação, têm dado fren-te às suas distintas missões e desafios.

Em 2015, em que se celebram as sete déca-

das da SBC, vale lembrar alguns aspectos do Dante Pazzanese, que tem tido destacado papel na espe-cialidade. No ano passado, o Instituto comemorou seu Jubileu de Diamante (1954-2014) com grande realce: à restauração de sua área física (hoje com 62.000 m²); à atualização de seu parque tecnológi-co, novo praticamente na totalidade; à ampliação da capacidade instalada (de 303 para 384 leitos no último sexênio); à atividade assistencial, que do-brou na década passada (2.750.000 atendimentos em 2014) e, sobretudo, ao grande salto realizado

na área de Ensino e Pesquisa.

Tendo, há 25 anos, se tornado Entidade Associada da Universidade de São Paulo, o Dante Pazzanese iniciou um profícuo e susten-tado processo de academização que resultou, de 1992 a 2005, na obtenção do Doutorado por metade de seu corpo clínico (na época, 91 médicos). Isto foi conseguido majoritariamen-te, junto à Disciplina de Cardio-Pneumologia da Faculdade de Medicina da USP. Em 2006, a Instituição aplicou seu próprio Programa à Universidade de São Paulo e à CAPES, obtendo aprovação para o início de suas atividades, em abril de 2007.

Com uma área de concentração, seis li-

nhas de pesquisa, 18 disciplinas e 21 docentes, o Programa conta com 104 alunos matriculados e com 50 teses já defendidas até o presente. Sua característica diferencial, em nosso meio, é a integração de saberes das áreas de Bioenge-nharia e de Medicina Cardiovascular, esta volta-da especificamente às intervenções percutâne-as e cirúrgicas, que o faz distinto da maioria dos Programas clássicos voltados à Cardiologia.

A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) e o Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia (IDPC) comungam, nas suas origens,

do mesmo idealizador e fundador.

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A constituição do Pós-Doutorado foi con-sequência natural, ocorrida em 2011, propor-cionando aos doutores, em particular aos re-cém-titulados, a continuidade de suas linhas de investigação.

Por outro lado, os outros profissionais da

Saúde, das dez diferentes categorias que atu-am na Casa, também evoluíram no campo do Ensino, consolidando os cursos de Aprimora-mento e buscando a especialização por meio da Residência, o que já foi obtido desde 2012, na área da Enfermagem, junto à Escola de En-fermagem da USP, onde nos foram oferecidas, 12 vagas em 2014.

Concomitantemente, a Residência Médi-

ca do IDPC, a mais antiga da Especialidade no país (desde 1959) buscou, junto ao Ministério da Educação (MEC), credenciamento de mais 30 vagas para Residência em Cardiologia (hoje com um total de 66 ingressantes por ano); além de novas vagas para as sete diferentes áreas de atuação aprovadas pelo MEC: Hemodinâmica, Ecocardiografia, Cardiologia Pediátrica, Endo-vascular, Eletrofisiologia, Ergometria e Trans-plante Cardíaco, para os já graduados em Car-diologia Geral ou Cirurgia Vascular.

Ainda, para aprimorar o Ensino, promo-

veu-se a modernização da infraestrutura: con-tando a Instituição com vários laboratórios, lan--biblioteca, auditórios e museus e criando-se dois centros de treinamento, um para Emergên-cias Cardiovasculares, BLS, ACLS, RCP e outro para treinamento e simulação avançados em Ecocardiografia, Intervenções Percutâneas e Cirurgia Cardiovascular, com nove diferentes si-muladores.

Todo esse implemento na especializa-

ção (latu senso), associado ao forte impulso ao stricto sensu, impactou no terceiro pilar institu-cional: a pesquisa.

Formaram-se os laboratórios de Biologia

Molecular e o de Doença de Chagas; reformou-

-se a Cirurgia Experimental, seus anexos e o alojamento de animais, estes ligados à área de desenvolvimento da Bioengenharia.

Neste ano de 2015, o IDPC conta com um

total de 175 projetos de pesquisa, 47 subven-cionados pela FAPESP ou pelo CNPq, envolven-do cerca de R$ 22.000.000,00, para impulsio-nar investigações modernas, inovadoras e de grande interesse nesta área do saber.

Assim, assistência diferenciada, ensino

pós-graduado lato e strictu senso e pesquisa na fronteira do conhecimento fazem, hoje, da Casa de Dante Pazzanese uma importante Escola de Medicina Cardiovascular, que a habilita a fazer frente às grandes demandas do século XXI, na promoção da Saúde, do bem-estar social e de desenvolvimento, na especialidade médica. ■

Profª Drª Amanda GMR Sousa

Diretora Geral do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia (desde 2009) Presidente da

Comissão de Pós-Graduação e Coordenadora do Programa USP-IDPC

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SabincorGestão Hospitalar

Desde 1998, centro de excelência em serviços diagnósticos e terapêuticos em Cardiologia,

Neurologia, Angiologia, entre outros

Foi assim que o médico e escritor juizforano Pedro Nava respondeu a um questionário preparado pelo colega Car-los Paiva Gonçalves, quando era ainda garoto e estudava no Colégio Pedro II. E foi este encantamento pela arte de curar que sempre motivou os fundadores do Sabincor.

O Sabincor foi criado para ser um centro de excelência em ser-viços diagnósticos e terapêuticos em Cardiologia, Angiologia, Neu-rologia, entre outros. Ao longo de seus 17 anos, muito foi investido em serviços de alta complexidade, tecnologia de ponta aplicada à Medicina com foco no cuidado humanizado ao paciente. O resulta-do foi além e o Sabincor passou a ser sinônimo também de pionei-rismo médico-científico.

Eficiência, profissionalismo e humanização são os pilares do Sabincor. O Sabincor busca constantemente novos desafios para manter a qualidade conquistada com os anos de experiência cer-tificada pela Organização Nacional de Acreditação (ONA) e novos métodos que tornem o exercício da Medicina um gesto de muita técnica somada ao cuidado imprescindível ao ser humano.

- Que carreira pretendes seguir?

- A medicina.

- Por que a escolheste?

- Porque é a que oferece mais encantos, porque por intermédio dela, estudarei este emaranhado de vasos, esta reunião de músculos, esta teia de nervos.

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Informe Publicitário

Pioneirismo e liderança regionalNo final da década de noventa,

a paciente L. A., 64 anos, foi enca-minhada às pressas ao hospital com dor torácica aguda. A equipe do Sa-bincor avaliou o caso e concluiu que a melhor indicação era o implante de um Stent Farmacológico, proce-dimento inédito em Juiz de Fora até aquele momento. O procedimen-to foi então realizado com sucesso pela equipe.

O Sabincor foi o primeiro em Minas Gerais a utilizar o ecocardiograma in-tracardíaco em ablação de fibrilação atrial (FA) e na implantação do sistema de mapea-mento eletro-anatômico CARTO, sistema que permite a reconstituição tridimensional em cores da atividade elétrica cardíaca, melho-rando significativamente os resultados dos procedimentos invasivos para tratamento das arritmias cardíacas e reduzindo as taxas de complicações. Novamente na liderança, em 2013, o Sabincor realizou o primeiro implante percutâneo de valva aórtica em Juiz de Fora.

O implante por cateter de prótese valvar aórtica deixou de ser experimental e foi reco-nhecido pelo Conselho Federal de Medicina. Existem, hoje, mais de 60 mil casos de pa-cientes tratados por TAVI na Europa e nos Es-tados Unidos e cerca de 1400 casos no Brasil, com bons resultados clínicos. O estudo rando-mizado PARTNER demonstrou vantagem do emprego da técnica por via percutânea em comparação com os procedimentos cirúrgicos clássicos ou tratamento clínico convencional em pacientes idosos de alto risco cirúrgico. A

Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Car-diologia Intervencionista solicitou que a Agên-cia Nacional de Saúde Suplementar (ANS) antecipasse a inclusão desse método no rol de procedimentos obrigatórios para cobertura pelos planos de saúde, com o apoio da Socie-dade Brasileira de Cardiologia e da Associa-ção Médica Brasileira.

O Sabincor adota uma política forte de inovação e aprimoramento técnico constan-te, buscando sempre trazer para Juiz de Fora recursos de última geração utilizados nos melhores centros de Cardiologia do país e do mundo. Há dois anos, o uso do Sistema de Me-dição Fluxo Fracionado de Reserva (FFR) faz parte do rotina da clínica. O método mostra que lesões devem ser tratadas através de re-vascularização percutânea e quais devem ser mantidas em tratamento clínico. Uma avalia-ção econômica do estudo FAME revelou que a intervenção coronariana guiada pelo FFR é uma das raras situações na medicina moder-na onde uma nova tecnologia não somente melhorou resultados mas também poupou recursos.

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Gestão Hospitalar Informe Publicitário

Hoje, oferecemos em nosso serviço de Hemodinâmica procedimentos diagnósticos como cineangiocoronariografi a, arteriografi a digital (aorta/carótidas/membros/cerebral), estudo eletrofi siológico, bem como procedi-mentos terapêuticos como angioplastias, im-plantes de stents, valvuloplastias, ablações, embolizações e implante de marcapassos e cardiodesfi briladores. Em nosso serviço de imagem e métodos gráfi cos dispomos de ecocardiograma bidimensional color Doppler, transesofágico e sob estresse farmacológico, M.A.P.A., Holter e ergometria. Em parceria com o Hospital Albert Sabin, o Sabincor dis-põe também de um ser¬viço de cirurgia cardí-aca de alto padrão e de uma Unidade Corona-riana moderna e atua¬lizada.

Agora, com a reestruturação do Hospital Albert Sabin, o Sabincor amplia e moderniza seu espaço para dar continuidade aos exce-lentes serviços prestados. O Sabincor acaba de adquirir um novo aparelho para a Hemo-dinâmica, o Allura Xper FD 10 F da Philips que brevemente entrará em funcionamento, assim que as obras de ampliação forem con-cluídas. O novo modelo melhora a percepção e controle para executar procedimentos cardí-acos, proporcionando imagens de alta resolu-ção em baixa dose de raios-x. Contudo, a nova infraestrutura é apenas um dos aspectos que traduzem a preocupação da clínica em manter a qualidade conquistada ao longo dos anos.

A busca pela excelência culminou com a criação de um evento científi co de grande porte, o Congresso Sabincor de Atualidades em Cardiologia, oferecido anualmente des-de 2003 para atualização de profi ssionais da área da saúde. O Sabincor também realiza, há 15 anos o Curso de Emergências Cardiovascu-lares ministrado por especialistas do Hospital Albert Sabin. Os melhores alunos do curso são selecionados para estágio na Unidade Corona-riana com acesso à Hemodinâmica, métodos gráfi cos e cirurgia cardíaca.

Em 2010, o Sabincor criou o projeto Di-retrizes em Debate, que traz os maiores es-pecialistas do País, participantes da criação da diretriz a ser estudada, para discuti-la com os cardiologistas juizforanos. Desde o início do projeto, já foram realizados nove eventos com os temas Hipertensão Arterial, Insufi ciên-cia Coronariana – infarto agudo do miocárdio com supra de ST, Fibrilação Atrial, Implante Por Cateter de Bioprótese Valvar Aó rtica, Re-serva de Fulxo Fracionado (F.F.R, Dislipide-mias, Prevenção da Aterosclerose, Antiagre-gantes Plaquetários e Anticoagulantes em Cardiologia, entre outros.

Ao perceber a necessidade de atualiza-ção para os profi ssionais gestores da saúde, em maio de 2015, o Sabincor realizou o I Coló-quio de Gestão em Saúde, com apoio da Fun-dação Getúlio Vargas, no qual questões fun-damentais para os gestores da saúde foram discutidas e boas propostas foram geradas. Eventos voltados para a comunidade também são realizados com freqüência, como o Praça do Coração, no qual uma equipe do Sabincor afere a pressão arterial, mede glicemia capi-lar e circunferência abdominal e calcula o IMC além de oferecer informações sobre doenças cardiovasculares ao público leigo. O Sabincor também patrocina atletas locais e eventos es-portivos da região para incentivar a prática de atividade física.

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SECRETARIA DO CONGRESSO

TUMATI COMUNICAÇÃO

Av. Procópio Teixeira, 19/01Bom Pastor, Juiz de Fora/MG32 [email protected]

SABINCOR

Rua Edgard Carlos Pereira, 600Santa Tereza, Juiz de Fora/MG32 [email protected]

Gestão Hospitalar Informe Publicitário

Congresso Sabincor de Atualidades em Cardiologia

Em Outubro de 2003, na Sociedade de medicina e Cirurgia de Juiz de Fora, realizou--se, o primeiro Simpósio Sabincor – Atualiza-ção em Doenças Cardiovasculares. O Sabincor criou este evento para que os cardiologistas de Juiz de Fora e região pudessem se atuali-zar, discutir pontos de vista e partilhar dúvidas e certezas. Já neste primeiro simpósio, convi-dados de renome nacional estiveram presen-tes para discutir assuntos de relevância para a Cardiologia naquele momento.

O evento cresceu e tornou-se um con-gresso de alto valor científi co para a região. Ao longo dos anos, além do evento principal para médicos, foram agregadas atividades para outras especialidades da área da saúde afi ns à Cardiologia. Hoje, o Congresso Sabin-cor de Cardiologia acontece simultaneamente ao Simpósio de Enfermagem em Cardiologia, ao Simpósio de Fisioterapia em Cardiologia, ao Simpósio de Educação Física e Reabilita-ção Cardíaca, ao Simpósio de Nutrição em Cardiologia e ao Simpósio de Gestão em Saú-de.

À primeira comissão organizadora jun-taram-se outras pessoas que somaram sua força para que o evento tivesse a amplitude que tem hoje. São médicos, enfermeiros, fi sio-terapeutas, profi ssionais de educação física, nutricionistas e gestores que trabalham ar-duamente durante meses para que o evento aconteça todos os anos.

Desde o primeiro simpósio, o evento re-cebe trabalhos científi cos que são avaliados pela comissão científi cas e, se aprovados, apresentados no congresso. Com alto nível científi co, os anais do evento são publicados e fi cam disponíveis no site www.congresso-

sabincor.com.br, com registro na Agência Brasileira do ISBN. Em 2010, a excelência do evento, bem como a realização ininterrupta do mesmo e o aprimoramento constante da empresa na assistência à saúde regional, ren-deram ao Sabincor o título de Entidade Bene-mérita concedido pela Câmara Municipal de Juiz de Fora.

Este ano, o Sabincor realiza o 13º CON-GRESSO SABINCOR DE CARDIOLOGIA, no Vic-tory Business Hotel e eventos, em Juiz de Fora, MG, nos dias 22, 23 e 24 de outubro, com carga horária de 20 horas aula. Confi ra a pro-gramação e faça sua inscrição através do site www.congressosabincor.com.br. Seja bem vin-do à Minas! Seja bem vindo ao 13º Congresso Sabincor de Cardiolgia!

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Sua trajetória, desde 1.959 quando integrou a primeira turma de residentes do Ins-tituto Dante Pazzanese de Cardiologia, é pontuada de

contribuições semanais na Cardiologia Interven-cionista do país e internacional. Tendo nascido em Pedreiras, no Mara-nhão, e concluído o curso médio nos colégios Maristas de Fortaleza-CE e São Luís-MA, gra-duou-se em Medicina na Universidade Federal de Recife-PE, em 1958. Deslocou-se para São Paulo por indica-ção do Professor Catedrático de Clínica Médica Fernando Simões Barbosa a Dante Pazzanese, quando este formava por convite, a primeira turma de seis residentes, do recentemente criado Instituto de Cardiologia do Estado de São Paulo. No início dos anos sessenta, no Children´s Hospital da Harvard Medical Scho-ol, Serviço de Alexander Nadas, adquiriu for-mação especializada em Cardiopatias Congê-nitas, o que possibilitou-lhe, ao voltar ao Brasil, ajudar a estabelecer as bases do cateterismo esquerdo do coração, no país. Contudo, o que definitivamente deveria atraí-lo para a vida acadêmica e profissional, foi a oportunidade de permanecer nos Labora-tórios de Cateterismo Cardíaco de Mason So-nes, na Cleveland Clinic, em 1.966, época em que era introduzida a cinecoronariografia e em que era treinada a primeira geração de divul-gadores deste método no mundo. Trazendo a técnica para o nosso país,

Eduardo Sousa realizou o primeiro procedimen-to de angiografia coronária no Instituto Dante Pazzanese, naquele mesmo ano. A experiên-cia que foi se acumulando deu oportunidade a Adib Jatene, com quem atuou em parceria de mais de 50 anos, de realizar, dois anos após, a primeira cirurgia de implante aorto-coronário de ponte de safena (1.968), que foi outro mar-co daqueles novos tempos da Cardiologia bra-sileira. Estes dois pioneiros passariam, então, a divulgar conjunta e intensamente ambos: a coronariografia e o tratamento cirúrgico de do-ença coronária, nos anos vindouros, formando várias gerações de intervencionistas e cirurgi-ões cardio-vasculares. Entretanto, as maiores contribuições de Eduardo Sousa estavam por vir. Com a re-alização da primeira angioplastia coronária, por Andreas Gruentzig, na Universidade de Zurique, na Suiça, participou do grupo original de introdutores da nova técnica de revasculari-zação percutânea do miocárdio, A partir daí e devido à sua vasta experiência com o balão de angioplastia (desde 1.979), teve papel central no desenvolvimento e aplicação dos stents co-ronários, sendo o primeiro a implantar o stent de Palmaz-Schatz, em humanos em 1.987. A pesquisa intensa que se seguiu, para aprimo-rar o método, deu-lhe a chance de introduzir, pioneiramente no mundo, os stents farmacoló-gicos (1.999), com implante destas endopróte-ses numa série de 30 pacientes, que foram os primeiros a serem tratados por esta biotecno-logia inovadora e transformadora da aborda-

Eduardo Sousa pioneiro e inovador

Amanda GMR Sousa

O Prof. Eduardo Sousa é uma das figuras mais eminentes e influentes da Medicina Cardiovascular brasileira do século XX.

Perfil

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gem intervencionista da doença coronária. A repercussão mundial foi imediata e, hoje, os stents farmacológicos de 3ª e 4ª gera-ções são implantados em mais de dois milhões de pacientes por ano, em todos os continentes. Capitaneando o Registro DESIRE (Drug Eluting Stents in the Real World) no Hospital do Coração – ASS, Eduardo Sousa e seu grupo acumulam a experiência de mais de 11.000 implantes, desde 2.002, quando os stents far-macológicos foram liberados para uso clinico no Brasil. Sempre atuante na vanguarda e ino-vador na introdução de novos métodos de tra-tamento intervencionista, preside, no Dante Pazzanese, na fase atual, o CIDEC (Centro de Intervenções de Doenças Estruturais do Cora-ção) – o “heart team” oficialmente constituído na Instituição, que dirigiu por 21 anos (1.983-2004). Lidera, lá e no HCor, a experiência clíni-ca com mais de 300 casos de implante percu-tâneo de prótese aórtica em idosos com EAo degenerativa. Seus trabalhos científicos, que superam o milhar, publicados em revistas de impacto in-ternacional, garantem-lhe posição de destaque no Research Gate (rede social voltada a profis-sionais da área de ciência, hoje com cerca de 7.000.000 de pesquisadores e investigadores inscritos), com 2.200.000 pontos de impacto, 12.400 citações e 7.500 artigos “baixados”, que lhe conferem um escore RG de 48,00, o que re-presenta muito elevada reputação científica.

Prestaram-lhe reconhecimento inúme-ras Instituições nacionais e internacionais, as-sim como o Governo do Estado de São Paulo, ao conceder-lhe em 2013, sua mais alta láu-rea – a Ordem do Ipiranga, no grau Grã-Cruz. Ocupa a cadeira nº9 (patrono Miguel Couto) da Academia Nacional de Medicina, onde representa uma voz forte e influente a fa-vor da Cardiologia Intervencionista brasileira. Muito oportuno, lembrar Eduardo Sou-sa, fundador e primeiro presidente da Socieda-de Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista – Departamento da Socieda-de Brasileira de Cardiologia, ao celebrarmos as7 décadas da SBC, sociedade que tem nes-te, um de seus representantes mais fiéis e le-gítimos dos princípios que Dante Pazzanese traçou ao fundar a Sociedade em 1.946!

Academia Nacional de Medicina, Rio de Janeiro (2007).

Ordem do Ipiranga, no grau Grã-Cruz Palácio dos Bandeirantes, São Paulo (2013).

Columbia University - Cardiovascular Research Foundation, EUA (2013).

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38 Revista Newcor News

As doenças crônicas não transmissíveis são um gran-de desafio para os sistemas de saúde em todo o mundo. Há cerca de quatro décadas

problemas como hipertensão, diabetes e doen-ças respiratórias crônicas estavam restritos pra-ticamente aos países desenvolvidos. Nas últimas décadas, entretanto, o problema alastrou-se glo-balmente, afetando de modo mais intenso os países em desenvolvimento que hoje contém o maior contingente da população mundial.

O consumo excessivo do sal está relacio-nado ao aumento no risco de doenças crônicas, como hipertensão arterial, doenças cardiovas-culares, doenças renais, entre outras. Segundo a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF/IBGE) de 2008, o consumo de sódio do brasilei-ro excede em mais de duas vezes o limite má-ximo recomendado pela OMS, de cinco gramas por dia. A média nacional é de 12 gramas.

Uma pesquisa realizada no município de Vitoria (ES) apresentou resultados concretos so-bre a relação entre o consumo de sódio e a pres-são arterial. Publicado no periódico Brazilian Journal of Medical and Biologica, o estudo “Re-lação entre o consumo de sal medido por coleta de urina de 24H e pressão arterial em adultos, na população de vitória – ES” encontrou uma associação entre o sal e categorias de índice de massa corporal (IMC), bem como com a pressão arterial e o consumo de sal.

A diferença na pressão arterial das pes-soas consumiam menos do que 6 gramas dia de sal e aqueles que ingeriram mais do que 18 gramas dia atingiu 13 mmHg. Indivíduos com hipertensão arterial tiveram uma estimativa de consumo de sal mais elevado do que o estima-

do para os de pressão considerada normal, in-dependentemente de estarem em tratamento.

A pressão arterial alterada pode causar aumento do coração, aneurismas e estreita-mento nos vasos sanguíneos, mais comumente na aorta e artérias no cérebro, pernas e intesti-nos. E endurecimento precoce de artérias pelo corpo, especialmente aquelas no coração, cére-bro, rins e pernas pode causar ataque cardíaco, AVC, falha nos rins ou amputação de parte da perna.

Redução do Sódio - Além de incentivar uma alimentação saudável e atividades físicas, o Ministério da Saúde tem buscado alternati-vas para reduzir a carga de doenças crônicas. Uma das ações visa o melhoramento nutricio-nal dos alimentos processados estão sendo co-locadas em prática, principalmente em relação à redução de gorduras, açúcares e sódio. Pla-no Nacional de Redução de Sódio em Alimen-tos, compromisso entre o Ministério da Saúde e a Associação das Indústrias da Alimentação (Abia), possibilitou que, em três anos (2011-2014), fossem retiradas 7.652 toneladas de sódio dos produtos alimentícios. A meta é que até 2020 as indústrias do setor promovam a re-tirada voluntária de 28.562 toneladas de sal do mercado brasileiro.

Mas, os alimentos industrializados não são os únicos responsáveis pelo excesso de sal que é ingerido. É preciso cuidar da maneira que preparamos os alimentos em casa e no que é consumido em restaurantes. E principalmente, deixar de adicionar o sal nos alimentos já pron-tos, isso significa retirar o saleiro da mesa.

Consumo excessivo de sal está

associado à hipertensãoAlém do aumento no risco de doenças cardiovasculares e renais

Vida Saudavel

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A campanha “Eu Sou 12 por 8” desenvolvida pelo Departamento de Hipertensão Arterial da Sociedade Brasileira de Cardiologia elencou 10 mandamentos para prevenção e controle da pressão alta

• Meça a pressão pelo menos uma vez por ano• Pratique atividades físicas todos os dias• Mantenha o peso ideal, evite a obesidade• Adote alimentação saudável: pouco sal, sem frituras e mais frutas, verduras e legumes• Reduza o consumo de álcool. Se possível, não beba• Abandone o cigarro• Nunca pare o tratamento, é para a vida toda.• Siga as orientações do seu médico ou profissional da saúde• Evite o estresse. Tenha tempo para a família, os amigos e o lazer• Ame e seja amado

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40 Revista Newcor News

A Bristol-Myers Squibb surgiu da fusão de dois laborató-rios americanos em outubro de 1989: o Bristol-Myers e o Squibb. O laboratório Bristol-

-Myers surgiu como Companhia Farmacêutica Clinton, Nova York. Em 13 de dezembro de 1887, Willian McLaren Bristol e Ripley Myers criaram uma farmácia em um pequeno sótão. Para o final do século XIX, tratava-se de uma novidade no país, pois até então eram os pró-prios médicos que faziam os medicamentos.

A empresa progrediu e expandiu seus negócios para todo o país. Em 1898, mudou de nome para Bristol-Myers Co. e, em 1900, para Bristol-Myers. Em 1924, a empresa já havia ultrapassado as fronteiras dos Estados Unidos e passou a atuar em 26 países, cres-cendo continuamente e incorporando diver-sas empresas bem sucedidas.

Ao final da II Guerra Mundial, a compa-nhia especializou-se em pesquisa e fabricação de antibióticos, tornando-se uma das maiores produtoras mundiais. Em seguida, conquistou o posto de líder mundial em terapia contra o câncer. Também fez importantes lançamen-tos em produtos para o sistema nervoso cen-tral, cardiovascular e na área dermatológica.

O laboratório Squibb foi criado pelo mé-dico e farmacêutico Edward Robinson Squibb no bairro do Brooklin, Nova York, em setem-

bro de 1858. A grande preocupação deste novo negócio era a ética médica e o compro-metimento com a busca da pureza e eficácia dos medicamentos. Nos Estados Unidos, o Dr. Squibb era conhecido pelas campanhas contra medicamentos adulterados e contri-buiu decisivamente para a criação da Lei de Drogas e Alimentos Puros que, mais tarde, deu origem ao Food and Drug Administration (FDA), órgão que controla a qualidade de pro-dutos alimentícios e farmacêuticos no país.

O laboratório Squibb foi instalado no Brasil em 1944 em razão de um programa de expansão decorrente da pesquisa e da fabri-cação da penicilina. Já o Bristol-Myers chegou ao País em 1949, com a distribuição de pro-dutos feita por meio da Laborterápica.

Em 1989, os dois laboratórios uniram forças e conduziram um processo de fusão global, que resultou na atual empresa Bristol--Myers Squibb.

Estratégia BioPharma

“Nosso sucesso como líder biopharma é medido pela diferença que podemos fazer na vida dos pacientes na superação de doenças graves.

Foi por meio da inovação que a Bristol--Myers Squibb se transformou em uma em-presa biofarmacêutica com visão de futuro. A

Bristol-Myers SquibbA Bristol-Myers Squibb é uma das mais importantes empresas biofarmacêuticas do mundo. A empresa dedica-se diariamente à sua missão de descobrir, de-senvolver e disponibilizar medicamentos inovadores que ajudem os pacientes a superar doenças graves.

Perfil Empresarial

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Bristol-Myers Squibb Presidente: Gaetano Crupi

Centros de PesquisaBélgica, Estados Unidos, França, Inglaterra, India e Japão

Origem da empresaNorte-americana

Ano de fundaçãoSquibb Corporation - 1858Bristol-Myers Company - 1887Fusão em 1989

Ano de instalação no Brasil1949

www.bristol.com.br

nossa exclusiva abordagem combina as van-tagens de uma tradicional empresa farmacêu-tica, que traz conceitos como alcance global e capacidade de integração comercial e de pro-dução, com as características das mais bem sucedidas empresas biotecnológicas, como a agilidade, pensamento empreendedor e flexi-bilidade.”

Nos últimos anos, a Bristol-Myers Squi-bb deu importantes passos no processo de transformação para biopharma. Em 2007, lançamos a Estratégia do Colar de Pérolas, iniciativa que engloba alianças, parcerias e aquisições estratégicas, e que já possui 19 pérolas.

Também faz parte desta estratégia o foco em mercados de alto crescimento, que representam significativas oportunidades a longo prazo. Dentro deste conceito, o Brasil foi selecionado como um mercado intercontinen-tal.

Hoje, somos uma líder biopharma com visão para o futuro, confiante na nossa estra-tégia, nos nossos colaboradores e na nossa cultura. Estamos mais focados, ágeis e capa-citados para conduzir nossos negócios e nos adaptarmos rapidamente às mudanças.

Seus esforços estão direcionados a pes-quisar novos tratamentos que supram as ne-cessidades médicas não atendidas em áreas terapêuticas como:

• Oncologia• Doenças cardiovasculares• Imunologia (artrite reumatoide e trans-

plantes)• Neurociência (distúrbios psiquiátricos

e doença de Alzheimer• Virologia (HIV e hepatite)• Doenças metabólicas (incluindo diabe-

tes e obesidade)

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No total, foram visitadas 81.767 residências em todo o País. O critério para definir se há ou não sobrepeso foi o índice de massa corporal (IMC)

Entre os brasileiros com mais de 18 anos de idade, 56,9% têm IMC de 25 ou mais. Destes, quase metade – ou 20,8% do total pesquisado – é considerada obesa, por ter o IMC igual ou maior que 30.

A Pesquisa Nacional de Saúde está em sua primeira edição e terá papel importantís-simo no delineamento de estratégias e planos de políticas públicas de saúde. Foram visita-das 81.767 casas em todos os estados bra-sileiros no segundo semestre de 2013, mas em apenas 62.986 dos lares seus habitantes aceitaram responder ao questionário do IBGE. Todos que toparam participar do estudo tive-

Pesquisa Nacional de Saúde, realizada pelo IBGE, constata: 56,9% dos brasileiros

estão com sobrepeso

ram peso, altura, circunferência da cintura e pressão arterial medidos, e 25% tiveram tam-bém amostras de sangue e urina coletadas para exames.

A PNS constatou ainda que 2,5% da po-pulação com mais de 18 anos tem déficit de peso, ou seja, IMC menor do que 18,5.

A cintura dos brasileiros também está mais “avantajada” do que recomenda o bom senso: 37,7% têm cintura aumentada, o que também eleva riscos de doenças cardiovascu-lares e diabetes. A pesquisa revelou que esse problema afeta 52,1% das mulheres e 21,8% dos homens.

A pressão alta, que pode estar relacio-nada ao sobrepeso, foi detectada em 22,3% dos entrevistados. Já 5,9% das pessoas apre-sentavam pressão baixa.

Atualização

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Destaque

• Primeiro e único sul-americano a ocupar a presidência da WHF Federação Mundial de Cardiologia (World Heart Federation), com sede em Genebra, e que congrega 166 entidades em mais de 100 países.

• Recentemente convidado pelo Dr. Dean Ornish, criador do con-ceito “Estilo de Vida Saudável”, para integrar o Board of Interna-tional Scientifi c Advisors de uma importante corporação multi-nacional americana, do segmento 'bebidas & alimentação'

• É Consultor em Cardiologia Preventiva e Qualidade de Vida pela OMS Organização Mundial de Saúde e UNESCO, tendo integrado o grupo que criou o Dia Mundial do Coração, comemorado anu-almente em todo o mundo.

• Chairman da 6ª Conferência Internacional de Cardiologia Pre-ventiva, que ocorreu em Foz do Iguaçu em Maio de 2005.

• Exerceu os mais importantes cargos em sua carreira, ao presidir as Sociedades Paranaense, Brasileira e Interamericana de Car-diologia.

• Fellow do Colégio Americano de Cardiologia (FACC), da Associa-ção Americana do Coração (AHA) e da Sociedade Européia de Cardiologia, das Sociedades Portuguesa, Espanhola e Francesa de Cardiologia; além de ser membro honorário da totalidade das Sociedades de Cardiologia da América Latina.

• Palestrante em inúmeros congressos nacionais e internacionais da especialidade; membro do Conselho Editorial de importantes revistas científi cas, no Brasil e no exterior. Autor e co-autor de inú-meros artigos publicados em revistas e livros de maior prestígio.

• Fundador e primeiro presidente do Rotary Clube de Curitiba - Batel.• Professor Livre Docente em Cardiologia da UFPR e Professor Ti-

tular da Faculdade Evangélica de Medicina do Paraná.• Tem especializações em São Paulo, Paris, Filadélfi a e Los Ange-

les, sendo fl uente em inglês, francês e espanhol.• Doutor em Cardiologia pela UFPR Universidade Federal do Paraná.• É presidente do conselho editorial desta revista.

Dr. Mário Fernando de Camargo Maranhão“Reconhecido ícone de muito prestígio no meio científi co acadêmico nacional e internacional, é considerado o papa da cardiologia preventiva, sendo constantemente requisitado a percorrer o Brasil e o mundo - entre atendimento de pacientes, aulas, palestras, conferências, congressos, produção de artigos para importantes jornais e revistas - pela sua habilidade como formador de opinião diferenciada ao mobilizar um grande número de médicos, como para os eventos que organiza, entre eles o XIII Congresso Mundial de Cardiologia do Rio de Janeiro em 1998, que atraiu 15 mil médicos do mundo inteiro

Primeiro e único sul-americano a ocupar a presidência da WHF Federação Mundial de Cardiologia (World Heart Federation), com sede em Genebra, e que congrega 166 entidades em mais

Recentemente convidado pelo Dr. Dean Ornish, criador do con-ceito “Estilo de Vida Saudável”, para integrar o Board of Interna-tional Scientifi c Advisors de uma importante corporação multi-

É Consultor em Cardiologia Preventiva e Qualidade de Vida pela OMS Organização Mundial de Saúde e UNESCO, tendo integrado o grupo que criou o Dia Mundial do Coração, comemorado anu-

Chairman da 6ª Conferência Internacional de Cardiologia Pre-

Exerceu os mais importantes cargos em sua carreira, ao presidir as Sociedades Paranaense, Brasileira e Interamericana de Car-

Fellow do Colégio Americano de Cardiologia (FACC), da Associa-ção Americana do Coração (AHA) e da Sociedade Européia de Cardiologia, das Sociedades Portuguesa, Espanhola e Francesa de Cardiologia; além de ser membro honorário da totalidade das

Palestrante em inúmeros congressos nacionais e internacionais da especialidade; membro do Conselho Editorial de importantes revistas científi cas, no Brasil e no exterior. Autor e co-autor de inú-meros artigos publicados em revistas e livros de maior prestígio.Fundador e primeiro presidente do Rotary Clube de Curitiba - Batel.Professor Livre Docente em Cardiologia da UFPR e Professor Ti-

Tem especializações em São Paulo, Paris, Filadélfi a e Los Ange-

Doutor em Cardiologia pela UFPR Universidade Federal do Paraná.

produção de artigos para importantes jornais e revistas - pela sua habilidade como formador de opinião diferenciada ao mobilizar um grande número de médicos, como para os eventos que organiza, entre eles o XIII Congresso Mundial de Cardiologia do Rio de Janeiro em 1998, que atraiu 15 mil

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Fundamentos:

Reserva de fl uxo fracionado (RFF) quando comparada a outros instrumentos de ava-liação funcional, tais como a reserva de fl uxo coronário

(RFC),émais reprodutível e menos dependente de fatores hemodinâmicos como frequência cardíaca e pressão arterial. Quando compara-da à angiografi a, por outro lado, a RFF agre-ga um poder prognóstico adicional, servindo também como ferramenta complementar de rotina nos casos onde não foi feita avaliação não-invasiva prévia.

Em casos de estenose coronária, porém, a variação da pressão transestenótica e do fl uxo coronário podem levar a uma maior in-fl uencia da pressão arterial nos valores de RFF aferidos, principalmente quando a medida en-contrada está próxima dos valores de corte. O presente estudo, por isso, defi niu como objeti-vo avaliar a variação do RFF no caso de hipo-tensão arterial no momento da mensuração.

Métodos/Resultados:

Foram incluídos apenas pacientes refe-renciados para avaliação invasiva com quadro de angina (estável ou clinicamente estabiliza-da) e que apresentaram hipotensão arterial durante a mensuração do RFF. Fatores de in-clusão adicionais: função ventricular preserva-

da, sem sinais de hipertrofi a ventricular asso-ciada, ausência de síndrome coronária aguda relacionada àarterial estudada e ausência de sintomas de insufi ciência cardíaca. Síndrome vaso-vagal era critério de exclusão.

A hiperemia coronária era atingida atra-vés da administração intracoronária de 1mg de nitrato, associado a 100-150µg de adeno-sina. Foram incluídos os pacientes com pres-são arterial média (PAM) ≤80mmHg, manten-do boa tolerância clínica. Era, então, realizada administração intravenosa de 0,5mg fenilefri-na, sendo realizada nova mensuração do RFF após 5 minutos de estabilização da PAM.

Dentre todos os 415 pacientes consecuti-vos submetidos a avaliação por RFF, apenas 12 pacientes (todos do sexo masculino), com 14 lesões intermediárias (58+/- 21% de estenose) preencheram os critérios de inclusão e foram avaliados prospectivamente. A artéria descen-dente anterior foi o vaso avaliado em metade dos casos. Na primeira medida de RFF (RFF1) a PAM foi 70 +/- 10mmHg, com 6 lesões (43%) mostrando resultado ≤0,80. Após a elevação da PAM para 101+/-14mmHg, todos os valores de RFF (RFF2) caíram (0,75+/-12 vs. 0,81+/-11; p<0,001), com 10 lesões (71%) apresentando RFF2 ≤0,8 (p<0,05 vs. RFF1). As 4 lesões com “crossover” do RFF foram justamente as com menores valores de pressão arterial ao nível da aorta (65+/-7 vs. 73+/-4mmHg) e 2 lesões tiveram RFF1 >0,85 que caíram para <0,75 após a administração de fenilefrina. Portanto,

Infl uência da Hipotensão Arterial na Medida de Reserva de Fluxo Fracionado (RFF)

Florence Verdier-Watts, MD

Artigo

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Revista Newcor News 47

em caso de hipotensão arterial, uma elevação da PAM de 31+/-16mmHg reduziu RFF em 0,05+/-0,03, reclassificando 40% das lesões inicialmente consideradas não significativas. A queda do RFF foi maior nas lesões angiogra-ficamente mais importantes e nos casos com menor PAM inicial, porém, sem significância estatística (p=0,12).

Conclusões/Comentários finais:

No presente estudo, em casos de hipoten-são arterial durante a aferição do RFF, houve queda do RFF com a elevação dos níveis pres-sóricos. Esta observação está em acordo com a hipótese de que há interdependência entre os valores de RFF e a pressão arterial quando estamos numa situação fisiologicamente li-mítrofe. Isto, porém, precisa ser melhor docu-mentado em outros estudos, sendo necessário também determinar se esses valores de RFF encontrados após estabilização hemodinâmi-ca apresentam o mesmo impacto clínico de uma medida simples, isolada, do RFF.

A RFF sempre foi classicamente consi-derada independente de condições hemodi-nâmicas, com uma variação inter-observa-dor de cerca de 4%, muito menor que a RFC (aproximadamente 18%). Os estudos iniciais de validação da RFF testaram a sua variação através da redução da PAM induzida por ni-troprussiato, mas esta droga tem um efeito taquicardizante reflexo, o que podem tornar compensatoriamente inalterados os valores de RFF. No presente estudo, por outro lado, foi utilizada uma medicação que causa elevação da PAM sem efeito cronotrópico ou inotrópi-co significativo. Apesar de todos essas infor-mações e de, em teoria, a hipotensão poder levar à subestimação da severidade de uma lesão, atéo presente momento, nenhum re-gistro clínico suporta esse raciocínio. E, além disso, nenhuma das diretrizes atuais sobre o assunto definiu qual a faixa de PAM ideal para uma realização confiável da medida de RFF. Portanto, pode haver ainda um longo caminho até a determinação da influência da PAM nas aferições de RFF.

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Não existe mais discussão de que o País necessita de mais médicos. Atualmente temos menos médicos por habitan-te do que o preconizado pela

Organização Mundial de Saúde. Essa é uma questão. Outro aspecto é a péssima distribui-ção dos profi ssionais médicos no Brasil.

A região Sudeste centraliza mais de 50 % dos médicos no Brasil, enquanto as demais regiões fi cam com 50% ou menos. Além dis-so, existe a concentração de médicos nas ca-pitais. É só comparar o número de médicos em Teresina com o do Piauí. Ou o número de médicos em São Luís com o do Maranhão. Até chegar às absurdas proporções entre Belém e Pará, Manaus e Amazonas e assim por diante.

A concentração de médicos, hospitais e laboratórios é diretamente proporcional à concentração econômica.

São Paulo é diferente? Não. A capital e região Metropolitana tem quatro médicos por mil habitantes. O mesmo número de Portugal, Espanha, Uruguai, Canadá e tantos outros pa-íses. Já a média para o Estado de São Paulo é de um médico para cada mil habitantes, mé-dia insufi ciente.

Vamos formar mais médicos? Claro! E aí, abrem-se escolas a rodo. Mas a formação dos profi ssionais não exige apenas professor, giz e lousa. É fundamental laboratórios de anatomia patológica, de histologia, farmaco-logia, fi sio logia e mais. Prefeitos, governado-res, secretários de saúde, ministros da Saúde e da Educação e presidente da República: os cursos da Saúde precisam de hospitais e equi-pamentos de saúde. E os docentes necessi-tam deles para ensinar acadêmicos e formar residentes e especialistas.

Delegar essa formação a grupos empre-sariais de questionável capacidade técnica e alto investimento em propaganda é uma ir-responsabilidade desumana. É como entregar causas jurídicas a advogados que não conhe-cem os Códigos Civil ou Penal.

Seguimos na Medicina, com anos de atraso, o mesmo leilão feito na advocacia com os cursos de Direito. E como no Direito, só nos resta o exame de sufi ciência técnica — pós--curso de formação, para corrigir a demagogia dos governantes aliada à sede capitalista dos empresários da saúde e da educação —, como legítima arma de defesa da saúde do nosso povo e da defesa da milenar Medicina.

Mais médicos? Como?

“A formação dos profi ssionais não exige apenas professor, giz e lousa. É fundamental laboratórios de anatomia pato-lógica, de histologia, farmacologia, fi siologia e mais.”

Antonio Pereira Filho

é Coordenador de Comunicação do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo

é Coordenador de Comunicação do Conselho Regional de

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A Residência Médica sempre foi considerada a melhor manei-ra de formar um especialista. Muitas coisas mudaram desde que William Stewart Halsted a criou, em 1889, no Departa-mento de Cirurgia da John Hopkins University, mas o concei-to foi aprimorado como método de treinamento nas mais

diversas áreas de Medicina. No Brasil também era assim.

A história da Residência Médica no Brasil foi pautada em conquistas que culminaram na formação qualifi cada de especialistas. Com a criação da Co-missão Nacional de Residência Médica (CNRM), fi cou estipulado o tempo míni-mo de 60 horas semanais, mais preceptoria, local adequado para treinamento e uma bolsa digna para o bom aprendizado, que acontece, muitas vezes, de dois a seis anos e exige dedicação intensa do residente.

E tudo ia bem, com a ampliação dos serviços, de maneira a comportar mais residentes e assegurando a qualidade da formação. No entanto, o gover-no federal decidiu que era necessário o aumento das vagas de forma emer-gencial, como já vinha fazendo com as faculdades de Medicina. Priorizaram-se os números – importantes para a propaganda eleitoreira – e esqueceu-se o principal: a qualidade da formação do profi ssional. Para expandir as vagas para todos os estudantes de Medicina não existe mágica: é necessário estru-tura, preceptoria, bolsas e investimento. Não parece ser esse o objetivo do governo federal.

Para atingir a meta, foi alterada a composição da CNRM, diminuindo a participação das entidades médicas e suas críticas. Em seguida, veio a lei do Mais Médicos e, por fi m, o Decreto 8.497/2015, que pode implodir a Residên-cia Médica ao equiparar cursos de curta duração (ou de fi m de semana, como alguns dizem) à mesma categoria de formação. Em vez de tratar o problema, busca-se outra alternativa, paliativa e danosa. Vários serviços de Residência já entraram em greve devido à falta de condições mínimas de formação, o que pode culminar em mais uma paralisação reivindicatória, liderada pela ANMR.

Os mais prejudicados são os pacientes, que de uma só vez perdem o avanço da Medicina, construído duramente pela Residência Médica. Essa é a hora de as entidades médicas reagirem e defenderem nossa formação de especialista, antes que seja tarde demais.

Fim da Residência Médica?

Nívio Lemos Moreira Junior

é Conselheiro do Cremespé Conselheiro do Cremesp

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