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Choque de um asteróide com a Terra há 245 milhões de anos contribuiu para a maior extinção de vida em massa do Planeta, com a morte de 90% das espécies marinhas e 70% das terrestres. Isto aconteceu em Araguainha-MT. ANO 01 - Nº 03 JUNHO/2014 R$ 10,90 7 898590 300500 FOTO: VICENTE MARTINS DE FREITAS CESÁREA NO BRASIL Coordenado pela Fundação Oswaldo Cruz, o estudo Nascer no Brasil constatou que as grávidas brasileiras são convencidas ao longo da gestação a terem seus filhos por parto cesária. MUNDIAL DE MOTOCROSS Trindade vai sediar dias 6 e 7 de setembro Etapa do Mundial de Motocross. O evento contará com a participação de equipes consagradas e os melhores pilotos do mundo.

Revista Olhaki 3

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Edição 03

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Page 1: Revista Olhaki 3

Choque de um asteróide com a Terra há 245 milhões de anos contribuiu para a maior extinção de vida em massa do Planeta, com a morte de 90% das espécies marinhas e

70% das terrestres. Isto aconteceu em Araguainha-MT.

ANO 01 - Nº 03JUNHO/2014

R$ 10,90

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CESÁREANO BRASILCoordenado pela Fundação Oswaldo Cruz, o estudo Nascer no Brasil constatou que as grávidas brasileiras são convencidas ao longo da gestação a terem seus filhos por parto cesária.

MUNDIAL DE MOTOCROSSTrindade vai sediar dias 6 e 7 de setembro Etapa do Mundial de Motocross. O evento contará com a participação de equipes consagradas e os melhores pilotos do mundo.

Choque de um asteróide com a Terra há 245 milhões de

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22 BRASiLGrandes projetosferroviários deverãosair do papel em 2015

12 EntREViStARuy OjedaDomo de Araguainha

20 munDOUm em cada 25 condenados nos Estados Unidos pode ser inocente

21 BRASiLClima de vale-tudo deverá marcar próxima eleição

24 gOiÁSBolsa Universitária chega a 153 mil estudantes e supera metas

28 mAtO gROSSOTrês biomas fazem do Estado um paraíso ecológico

29 PAtRiOtiSmOVocê sabe cantar o Hino Nacional?

30 minEiROSPrefeitura investe na pavimentação do Setor Cruvinel

31 DitO E fEitOFrases

36 ECOnOmiADelfi m Netto: “Conter infl ação com câmbio éerro mortal”

32 DE OLHO Em BRASÍLiARenata Carrijo

38 mERCADOCachaça Cambéba fabricada em Goiás conquista mercado internacional

ÍnDiCE

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48 fAtO inCRÍVELPode estar no Brasil homem mais velho do mundo

40 AgROnEgÓCiOVêm aí mais uma safra de grãos recorde no Brasil

42 ESPORtECom R$ 1,23 bilhão, Corinthians tem a marca mais valiosa no País

45 Eu Vi nA WEBCientistas querem enviar satélite para monitorar o Triângulo das Bermudas

46 nAVEgAR É PRECiSOGutemberg Oliveira

50 DE CAmAROtECom Hércules Dias

52 COmPORtAmEntOProfessores brasileiros perdem 20% das aulas tentando controlar bagunça em sala

58 ACOntECE nO BRASiLFundação Oswaldo Cruz revela que o parto cesária é

‘cultura instituída no Brasil’

56 CinEmAEm breve nos cinemasfi lme sobre a vida e obrade Irmã Dulce

61 SAÚDEEles são nossos amigos na saúde e na doença

63 nutRiçÃO E BOA fORmABenefícios da banana para seu organismo

DE TUDO PARA SEU VEÍCULO

Fone: (62) 3576-2002Fone: Fone: (62)(62) 3576-20023576-2002Rede: 9607-6675 / 9607-6678

AV. CASTELO BRANCO, 4157 - ST. RODOVIÁRIO - GOIÂNIA-GORUA DOS MISSIONÁRIOS, 592 - ST. RODOVIÁRIO - GOIÂNIA-GO

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Ano 1 - nº 03 - JUNHO - 2014

REVISTA EDITADA MENSALMENTE PELA OLHAKI REDAÇÃO, ARTE E

PUBLICAÇÃO LTDA.

EMAIL: [email protected]

CNPJ: 18.564.326/0001-07

SUCURSAIS

BRASÍLiASCN, Quadra 5, Bloco A, Sala 1.307Brasília Shopping, Brasília – DF.CEP: 70715-900Fones: (61) 3254-0262, 8440-2528 e 8154-6919

gOiÂniARua Geraldo Ney, nº 683, CampinasGoiânia – GO.CEP: 74515-020Fones: (62) 8141-9149 e 9312-1000

minEiROSAvenida Antônio Carlos Paniago, nº 75Sala 02, Setor Cardoso - Mineiros – GO. CEP: 75830-000Fones: (64) 3661-3071 e 9225-7039

DIRETORIA

DiREtOR gERAL:Fernando Brandão

DiREtORA EXECutiVA:Renata Santos Carrijo

DiREtORA COmERCiAL:Glória Elaine M. Preto

DiREtOR OPERACiOnAL:Gutemberg Viana Silva de Oliveira

EDitORES:Fernando BrandãoRenata Santos Carrijo

Diagramação: Rodrigo Martins

Revisão: Pite Rezende

impressão: Ellite Gráfi ca

tiragem: 20.000 exemplares

Circulação em 135 municípios de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Maranhão, Pará e Distrito Federal.

gOiÁS:Aparecida de Goiânia, Goiânia, Senador Canedo, Mineiros, Portelândia, Santa Rita do Araguaia, Chapadão do Céu, Perolândia, Estância, Caiapônia, Doverlândia, Palestina, Iporá, Arenópolis, Amorinópolis, Piranhas, Bom Jardim, Aragarças, Fazenda Nova, Jussara, Novo Brasil, Israelândia, Jaupaci, Firminópolis, São Luiz dos Montes Belos, Bom Jesus, Rio Verde, Itaguaçu, Paranaiguara, São Simão, Almerindópolis, Santa Helena, Aparecida do Rio Doce, Cachoeira Alta, Caçu, Jataí, Maurilândia, Castelândia, Porteirão, Aporé, Itajá, Lagoa Santa, Quirinópolis, Planalto Verde, Inaciolândia, Gouvelândia, Serranópolis, Goiatuba, Montividiu, Itumbiara, Catalão, Ipameri, Pires do Rio, Palmelo, Santa Cruz, Cristianópolis, Ouvidor, Vianópolis, Silvânia, Leopoldo de Bulhões, Bonfi nópolis, Cezarina, Palmeiras de Goiás, Paraúna, Jandaia, Indiara, Edéia, Pontalina, Itauçu, Itaberaí, Goiás, Sanclerlândia, Anicuns, Niquelândia, Uruaçu, Campinorte, Mara Rosa, Porangatu, Minaçu, Jaraguá, Goianésia, Itapaci, Rubiataba, Ceres, Rialma, Padre Bernardo, Alexânia, Abadiânia, Campo Limpo, Ouro Verde, Nerópolis, Petrolina, São Francisco, Pirenópolis, Piracanjuba, Caldas Novas, Rio Quente, Morrinhos.

mAtO gROSSO:Cuiabá, Alto Araguaia, Alto Garças, Alto Taquari, Ribeirãozinho, Araguainha, Ponte Branca, Barra do Garças.

mAtO gROSSO DO SuL:Campo Grande, Cassilândia.

tOCAntinS:Palmas, Gurupi, Alvorada do Norte, Porto Nacional, Paraíso, Miracema, Miranorte, Guaraí, Colinas, Araguaína, Colmeia, Araguatins, Pedro Afonso, Babaçulândia.

mARAnHÃO:São Luiz, Santa Inês, Imperatriz, Balsas, Açailândia.

PARÁ:Belém, Marabá, Tucuruí, Parauapebas, Tucumã, Redenção, Conceição do Araguaia.

DiStRitO fEDERAL:Brasília.

135 municípios de Goiás, Mato

Maranhão, Pará e Distrito Federal.

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O SEgREDO DAS gRAnDES EmPRESASPOR ORLANDO ODA

Se habilidade técnica, comercial e força de vontade fossem os fa-tores determinantes para criar uma empresa com vida longa e

próspera, a taxa de mortalidade empre-sarial deveria ser bem menor. Qual é a raiz que sustenta a vida longa? Será que não estão plantando uma empresa sem a raiz?

Esta abordagem não é para tratar da longevidade empresarial, como no li-vro “Feitas para Durar”, de Jim Collins. Também não estamos falando apenas de durar enquanto o fundador for vivo. A longevidade empresarial é outra ques-tão: depende da sucessão empresarial, mercado que atua, evolução tecnológica, e muitos outros fatores.

Perguntar quanto tempo uma em-presa vai durar é como perguntar quan-tos anos alguém vai viver. O objetivo deste artigo também não é tratar disso. Somente uma coisa é certa: não vai du-rar para sempre. É como a nossa vida.

Uma empresa, para ter uma vida longa e próspera, precisa de autorização. Ela se credencia à medida que se tor-na necessária, útil à sociedade, ou seja, quando os clientes reconhecem a sua utilidade. Milhares de empresas nascem e morrem porque não se credenciam, baseiam-se unicamente em obter resul-tados financeiros.

Não é que o lucro não seja impor-tante. O objetivo do palestrante não é receber aplausos. Se os aplausos forem poucos, significa que não está agradan-do ao público. Se o lucro da empresa for pouco, significa que o cliente não está aprovando a empresa. A empresa não está sendo administrada direito.

O lucro não deve ser o objetivo principal da empresa. Lucro é o principal parâmetro de análise. A lei da causalida-de diz que para receber algo é preciso dar alguma coisa. O resultado depende da causa. A causa para lucrar é ser útil a um grande número de pessoas, isto é, produzir bens e serviços úteis às pessoas.

Para produzir bens

e serviços úteis a preços que sejam acessíveis e competitivos é preciso de-senvolver várias habilidades: técnicas, humanas, inovação, percepção e diag-nóstico para ver e solucionar problemas complexos. Todas são importantes para o sucesso, porém, não são as verdadeiras causas da mortalidade precoce.

Um engenheiro civil estuda cinco anos na faculdade de engenharia para que? Para construir a sua casa? Não! Seu trabalho é construir a casa para outras pessoas. O fundamento do trabalho é sempre trabalhar para os outros. O fun-damento da empresa e do seu fundador é trabalhar para outras pessoas e nunca para si.

A raiz que alimenta e sus-tenta a edificação empresarial é igual a raiz da árvore. A raiz é in-visível, fixa e sustenta o tronco, galhos e folhas. O que man-tém a planta em pé na tempestade não é a es-trutura física do tronco. Da mesma forma, não é a estrutura física da empresa, como prédios e máquinas, que mantém a empre-sa viva no dia do vendaval.

O que sustenta a existência de qualquer coisa neste mundo é a ideia que é a causa. Existe enquan-to a ideia que sustenta existir. Um edifício que fica abandonado sem serventia, se desmorona. Toda empre-sa surge da ideia do fundador de suprir uma demanda, uma necessidade real ou potencial de clientes.

O que faz a empresa ter vida longa e próspera é manter viva a ideia de ori-gem da criação por meio de inovação. Não é o produto, o serviço ou a qualida-de. Estes são apenas resultados da ideia inicial. O segredo está na ideia de ori-gem, a raiz da essência do negócio, do início da empresa.

Orlando Oda é administrador de empresas, mestrado em

administração fi nanceira pela FGV e presidente do Grupo Afi xCode.

durar enquanto o fundador for vivo. A longevidade empresarial é outra ques-tão: depende da sucessão empresarial, mercado que atua, evolução tecnológica, e muitos outros fatores.

Perguntar quanto tempo uma em-presa vai durar é como perguntar quan-tos anos alguém vai viver. O objetivo deste artigo também não é tratar disso. Somente uma coisa é certa: não vai du-rar para sempre. É como a nossa vida.

Uma empresa, para ter uma vida longa e próspera, precisa de autorização. Ela se credencia à medida que se tor-na necessária, útil à sociedade, ou seja, quando os clientes reconhecem a sua utilidade. Milhares de empresas nascem e morrem porque não se credenciam, baseiam-se unicamente em obter resul-

Não é que o lucro não seja impor-tante. O objetivo do palestrante não é receber aplausos. Se os aplausos forem poucos, significa que não está agradan-do ao público. Se o lucro da empresa for pouco, significa que o cliente não está aprovando a empresa. A empresa não está sendo administrada direito.

O lucro não deve ser o objetivo principal da empresa. Lucro é o principal parâmetro de análise. A lei da causalida-de diz que para receber algo é preciso dar alguma coisa. O resultado depende da causa. A causa para lucrar é ser útil a um grande número de pessoas, isto é, produzir bens e serviços

Para produzir bens

damento da empresa e do seu fundador é trabalhar para outras pessoas e nunca para si.

A raiz que alimenta e sus-tenta a edificação empresarial é igual a raiz da árvore. A raiz é in-visível, fixa e sustenta o tronco, galhos e folhas. O que man-tém a planta em pé na tempestade não é a es-trutura física do tronco. Da mesma forma, não é a estrutura física da empresa, como prédios e máquinas, que mantém a empre-sa viva no dia do vendaval.

O que sustenta a existência de qualquer coisa neste mundo é a ideia que é a causa. Existe enquan-to a ideia que sustenta existir. Um edifício que fica abandonado sem serventia, se desmorona. Toda empre-sa surge da ideia do fundador de suprir uma demanda, uma necessidade real ou potencial de clientes.

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ARtigO

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ENTREVISTA

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Ruy Ojeda

DOmO DE ARAguAinHAAtRAi AtEnçÃO DO munDO

ENTREVISTAAsteróide que caiu em Araguainha-MT há 245 mihões de anosmudou a topografia desta região. O mar que aqui existiafoi deslocado numa tsunami gigantesca, que exterminou90% das espécies marinhas e 70% das terrestres

Ruy Ojeda

mudou a topografia desta região. O mar que aqui existiamudou a topografia desta região. O mar que aqui existiafoi deslocado numa tsunami gigantesca, que exterminoufoi deslocado numa tsunami gigantesca, que exterminou90% das espécies marinhas e 70% das terrestres90% das espécies marinhas e 70% das terrestres

Ruy Ojeda, estudioso do Domo de Araguainha

Cientistas do mundo inteiro têm buscado a cidade de Araguainha para conhecer e estudar um dos maiores

fenômenos do planeta terra: O Domo de Araguainha. Provocado pela queda de um corpo celeste de 2 quilômetros de diâmetro, a cratera é a maior da América Latina.

O impacto foi tão profundo que provocou o deslocamento do mar que banhava a região, formando uma tsunami gigantesca e exterminando 90% das espécies marinhas e 70% das espécies terrestres.

Em entrevista a Olhaki Revista o pesquisador Ruy Ojeda, considerado o “Embaixador do Domo de Araguainha”, fala sobre esse evento que deixou suas marcas no nosso Planeta e vem atraindo atenção da comunidade científi ca mundial.

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Quem é mesmo Ruy Ojeda e qual sua ligação com o Domo de Ara-guainha? Há quantos anos estuda o astroblema?

Ruy Ojeda – Falar sobre nós mes-mos é muito complicado, é sempre uma questão complexa. É mais fácil emitir-mos opinião sobre outras pessoas. Con-tudo, vamos lá. Em meados de 1979, na cidade de Campo Grande-MS, fui convi-dado pelo correspondente de “O Globo”, Jornalista José Eustáquio de Freitas para conhecer uma região com muito futuro para o turismo, com muitas corredei-ras, cachoeiras e águas muito cristali-nas. O material gerou um página inteira no caderno de turismo numa edição de domingo, e vendeu em primeira-mão para o mundo a cidade de Bonito, um dos pólos de turismo mais visitados no continente, na atualidade. Já em Cuiabá, 1982, casei-me com Ângela, do interior de MT. Tivemos dois filhos: Brunno e Ruan. No ano de 2001, cansados da agita-ção das grandes cidades (Campo Grande, Goiânia, Cuiabá, Curitiba, etc), resolve-mos morar numa cidade menor, pacata, tranqüila, com altos índices de seguran-ça: Ponte Branca, terra natal de minha esposa. Em 2002 tive o primeiro contato com os pesquisadores que vinham para a região estudar a Serra da Arnica (Domo de Araguainha). Ouvíamos falar de ge-ólogos vindos do Japão, China, Estados

Unidos, Inglaterra e, principalmente, da Alemanha. De acordo com uma autorida-de ambiental do estado de Mato Grosso, sou um “pesquisador autodidata”, já em publicação da Revista Pesquisa Fapesp (2007) fui citado como “Embaixador do Domo”. Em um documentário veicula-do no estado de Mato Grosso pela TV Record, “Carregador de Pedras”. Tenho formação Tecnólogo em Publicidade, servidor público, apaixonado pelas ques-tões ambientais desde sempre, sendo que, o primeiro vestibular feito no ano de 1982 em Cuiabá, na UFMT, foi exata-mente para o curso de Geologia. Eram duas etapas: na primeira fui aprovado, entretanto, por força das atividades pro-fissionais que exercia na época tive que me deslocar para Rondônia, não fazendo a etapa seguinte. No ano de 2002 acon-teceu o primeiro contato com pesquisa-dores do Domo de Araguainha, durante aula de campo com acadêmicos - Geo-logia da UnB, coordenados pelo Geólo-go Doutor e Mestre Claudinei Gouveia, Prof. Demerval Aparecido do Carmo e Prof. Roberto Santos Ventura, quando fui informado sobre o tema dos estudos: Astroblema de Araguainha, ou a Cratera de Impacto Meteoritica conhecida na academia como "Domo de Araguainha. A partir deste momento comecei minha luta para divulgar uma região com carac-terísticas únicas no Planeta, conforme

preconizou PHD Álvaro Crosta, geólogo da Unicamp, autor de tese de mestrado publicada, aceita pela comunidade cien-tífica mundial, de que a região era sim uma cratera de impacto através dos estu-dos do embasamento granítico que aflora no núcleo central do Domo. Afirmou em seu enunciado que "...Este sítio poderá as-sumir importância critica nos eventos de extinção de vida em massa no planeta". Atualmente continuo a luta em divulgar, ser um elo entre a comunidade científica e a grande mídia, creio que este objetivo tem sido cumprido com isenção, alheio a interesses diversos. São dois momen-tos distintos: No final dos anos 70 estava presente quando o mundo tomou conhe-cimento de Bonito-MS; no inicio deste milênio, tomei conhecimento de todos os aspectos científicos da maior com-plexidade e relevância para a comunida-de cientifica mundial que é o Domo de Araguainha, e iniciei a divulgação deste espetacular ambiente originado pelo contato de um fragmento rochoso, vindo de algum ponto distante do sistema solar, com a superfície terrestre.

Como definir o Domo de Ara-guainha?

Ruy Ojeda – “Um domo, em Geo-logia, é uma estrutura de deformação consistindo de anticlinais com inclina-ções simétricas. O seu contorno geral numa carta geológica é circular ou oval. Os estratos num domo foram erguidos, e se seu topo for removido pela erosão, o resultado é uma série de estratos con-cêntricos que são progressivamente mais antigos quanto mais nos aproximamos do centro do domo, com as rochas mais an-tigas expostas no centro. Muitos domos geológicos são demasiado grandes para poderem ser apreciados à superfície, sendo aparentes apenas em mapas.” A fi-gura de um Domo tem o desenho de uma cúpula,com deposição rochosa circular, o formato conífera dos acidentes geográ-ficos, morros, vales e platôs provocados pelo impacto de um corpo celeste contra a superfície terrestre, como o existente na região da Serra da Arnica, no municí-pio de Araguainha - MT. Todas as cama-das rochosas internas da Terra, até uma

Impacto do corpo celeste com a Terra formou a Serra da Arnica

FOTO: VICENTE MARTINS FREITAS

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Ruy Ojeda

profundidade de 2,4 km, foram ejetados aflorando na superfície, no momento do impacto do bólido celeste, formando seu núcleo, a Serra da Arnica, com 8 km de diâmetro, expondo rochas e minerais. Portanto, é comum andar em trilhas na região central do Domo de Araguainha e encontrar amostras de granitos, que em pesquisas realizadas pela Petrobrás foram localizados a 2.400 m de profun-didade, e por aqui estão expostas. Fel-dspatos, turmalinas, cristais quartzosos, hematitas, e outras riquezas minerais de grande relevância para os estudos de crateras de impacto estão neste gigan-tesco laboratório a céu aberto, que tanto fascina cientistas e populares ao tomar conhecimento da história das rochas na maior Cratera Meteorítica da América do Sul. O pesquisador Cristiano Lana, de uma forma muito didática, exemplificou o Domo de Araguainha: “É como se re-tirássemos a nossa pele e segunda pele, nossos órgãos ficariam expostos, assim é o Domo de Araguainha: com suas vísceras a mostra”, concluiu. Resumindo, para vi-sualizarmos o Domo de Araguainha basta jogar uma pedra no meio de uma bacia com água, o local onde cair a pedra vai se elevar e será o domo, e serão formadas ondas circulares até a borda. É a imagem mais fiel do que é o Domo de Araguainha, a pedra será o meteorito e a água da bacia será a superfície e como ficou o relevo da topografia local após o impacto do corpo celeste, formando no seu entorno ondas circulares e concêntricas, que são pequenas colinas e vales. São 1.300 km², com uma depressão cercada de elevações

de 150 a 200 metros; uma pessoa no seu interior não consegue perceber que está em uma cratera, por suas dimensões; tem espaço para caber toda a região metropo-litana do ABC paulista (Revista Pesquisa FAPESP - 01/10/2007), percepção essa observada somente através das imagens de satélites. O Domo de Araguainha é uma estrutura de cratera complexa; no centro da mesma surgem elevações de-correntes do choque do meteorito.

Qual sua localização, onde se situa?

Ruy Ojeda – O Domo de Araguainha está localizado na divisa entre os estados de Mato Grosso, a Sudeste, e a Sudoeste de Goiás, 130 km de Mineiros e 115 km de Alto Araguaia/MT. Em seu interior exis-tem territórios de 6 municípios: Ponte Branca, Araguainha e Alto Araguaia/MT, Doverlândia, Santa Rita do Araguaia e Mineiros/GO. Com acessos pela BR 364 - GO 194 Portelandia/GO - Ponte Bran-ca/MT, a 70 km já estamos no interior da cratera meteorítica, ou, BR 364 de Alto Araguaia acessar a rodovia MT-100 des-tino Araguainha, são 70 km até o núcleo central ou Domo de Araguainha, Serra da Arnica. Importante frisar que o acesso é simples pelo fato de a rodovia passar no centro do Domo de Araguainha, sem qualquer grau de dificuldade para se che-gar até o monumento geológico. No seu interior existe setor urbano de duas ci-dades: Araguainha e Ponte Branca/MT. O rio Araguaia divide a cratera em duas partes: 40 % do lado goiano e 60% no lado matogrossense, mas quando se apro-

xima a 3 km do núcleo central do Domo de Araguainha, abruptamente muda seu curso em 90 graus a leste, pois o mesmo não encontra falhamento nas camadas rochosas compactadas ao centro, fazen-do uma trajetória diferente desde as suas nascentes, que têm direção Sul-Norte. Centro do Brasil, muito próximo ao co-ração geodésico do País, situado a 130 km na cidade de Barra do Garças.

Quando esse corpo celeste se colidiu com o planeta Terra?

Ruy Ojeda – Nos últimos estudos científicos publicados no ano de 2010, através da coleta de amostras in loco, para a Proposta de implantação do Geo-parque Astroblema Araguainha – Ponte Branca GO/MT, do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), estabelece a datação do Domo de Araguainha em 245,8 (-+ 5,5)milhões de anos. Porém, são inúmeras as datações, sempre próxima deste período, sem contudo deixar de dizer que há cam-po para controvérsia quando métodos de investigação científica chegam a nú-meros fora da aproximação de 248 a 245 milhões de anos, exatamente no final da Era Paleozóica. Os questionamentos são muitos, mas os métodos, por mais atuais que sejam as tecnologias aplicadas, não fogem deste parâmetro, até pela batalha de pesquisadores que expõem seus tra-balhos e publicações com o objetivo de assinarem a autoria do número exato. Observamos nos últimos 40 anos uma verdadeira corrida de geocientistas, pesquisadores, estudiosos e acadêmicos ao Domo de Araguainha, exatamente a

Todas as camadas rochosas internas da Terra, até uma

profundidade de 2,4 km foram

ejetadas, aflorando na superfície,

no momento do impacto do bólido

celeste Meteorito que caiu na Rússia em 2013, choque equivalente a 500 toneladas de TNT

FOTO: AGÊNCIA PRESS

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procura de respostas fundamentais que a comunidade científica busca: De onde viemos? Quem somos? Para onde va-mos? Existem na Terra poucos ambientes de impacto por corpo celeste de tão fácil acesso como é o de Araguainha, e por sua idade o torna tão relevante aos estudos sobre os ciclos da evolução da vida no Planeta.

Qual o tamanho desse asteróide e a dimensão do seu impacto?

Ruy Ojeda – Publicações científicas demonstram que, inicialmente, a cratera em seu núcleo era de 24 km de diâme-tro, chegando às extremidades a 40 km. Numa fórmula simples de 1/10, o diâme-tro é de 2,4 a 2 km de diâmetro aproxima-damente. As dimensões do seu impacto são inimagináveis para a mente humana. Nem mesmo imagens produzidas a partir do mais moderno gerador de efeitos es-peciais para o cinema, nenhuma película de ficção científica conseguiria reprodu-zir o cenário de tsunamis, terremotos, milhões de toneladas de gases e fuligens lançadas a 100 km de altura na atmosfe-ra, cobrindo nosso Planeta por anos.

Numa escala planetária, o Domo de Araguainha está entre as maiores tragédias do Planeta?

Ruy Ojeda – Nos estudos dos even-tos de extinção de vida no planeta Ter-ra, a comunidade cientifica determina até o presente sete momentos naturais que dizimaram as espécies existentes em cada período. O que torna atraente as pesquisas por aqui é a proximidade da idade do Astroblema de Araguainha, cicatriz provocada pelo impacto de um corpo celeste com a superfície da Terra, com datações que variam de 248 a 245 milhões de anos, coincide com a maior de todas as extinções em massa, que fez desaparecer cerca de 90% dos gêneros marinhos e 70% das famílias terrestres existentes. Para história dos ciclos evo-lutivos da vida no Planeta, é fundamen-tal as pesquisas realizadas em ambientes semelhantes ao de Araguainha, quando um evento catastrófico sob a ótica da

biodiversidade provocou. Tudo foi de-tonado, pulverizado a 100 km de altura, envolvendo o Planeta por anos com uma densa camada de fuligem, impedindo os raios solares de tocarem a superfície, consequentemente levando a extermi-nação de praticamente todos os seres vi-vos na superfície terrestre, animais ma-rinhos. Podemos afirmar que um novo ciclo de vida tem início com o final da Era Paleozóica.

Como é a formação geológica do epicentro do Domo de Araguainha, ou seja, do núcleo central do impacto?

Ruy Ojeda – Imaginemos na pro-porção do meteorito de 19 metros de di-âmetro de Tcheliabinsk na Rússia (2013) equivalente a 500 mil toneladas de TNT, comparativamente em Araguainha se-riam algumas dezenas de milhões de toneladas suficientes para formar ondas de choque capaz de alterar as estruturas internas das mais resistentes rochas co-

nhecidas como são o granito e feldspa-to, e minerais como ferro (hematitas) e manganês, provocando o cisalhamento em seixos, deslocando o leito marinho, lançando para a superfície formando montanhas de até 500 m de altura, hoje erodidas por processos naturais, encon-tramos elevações de 200 metros nos pontos externos circundando a porção central do Domo de Araguainha. A to-pografia na parte central do Domo de Araguainha é uma “verdadeira bagunça geológica”, concluem os pesquisadores, que anualmente estudam a cratera de impacto meteorítica às margens do Rio Araguaia.

O que mudou em nossa região após essa tragédia de efeito planetário?

Ruy Ojeda – Até 250 milhões de anos o Planeta era um bloco continental bem definido, chamado Pangea. Com o fim da era Paleozóica houve a separação. Lógico que o evento de Araguainha não fora o causador, entretanto, as mudanças climáticas decorrentes do impacto mete-orítico alteraram o ecossistema do Pla-neta. De uma plataforma marinha rasa à época, uma nova topografia nasceu, com elevações chegando a 500 metros de al-tura, e deposição de anéis com a fossili-zação de animais marinhos circundando toda a depressão meteorítica. No evento do último tsunami do Japão o eixo do planeta terra sofreu uma mudança em al-guns graus, forçando a imaginação o que aconteceria com a plataforma marinha rasa de aproximadamente 100 metros.

ENTREVISTAO Domo de Araguainha

abrange territórios de seis municípios: Ponte Branca, Araguainha e Alto Araguaia (MT),

Doverlândia, Santa Rita do Araguaia e Mineiros

(GO)

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FOTO: VICENTE MARTINS DE FREITAS

Rio Araguaia, na cidade de Ponte Branca-MT, corta Domo de

Araguainha em toda sua extensão

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Ruy Ojeda

Pode-se dizer que o Domo de Araguainha é uma das crateras de im-pacto mais importante do mundo?

Ruy Ojeda – Sim. Pela proximi-dade do momento geológico em 250 milhões de anos, quando aconteceu o maior evento de extinção de vida em massa do planeta Terra, e por ainda existir afloramentos rochosos expostos na região de fácil acesso aos pesquisado-res, as rodovias que levam ao interior da cratera de Araguainha estão próximas a grandes centros como Cuiabá e Goiânia. A maior importância para a academia é simular o que ‘aconteceria’ se um cor-po celeste de grandes dimensões co-lidisse contra o Planeta, o cenário está pronto aqui, com o metamorfismo nas camadas rochosas e topografia do rele-vo decorrente de um novo episódio se-melhante. O pontebranquense, e único dos seis geólogos filhos de Ponte Branca interessado, e com trabalhos desenvol-vidos no Domo de Araguainha, Gercino Domingos, profissional do órgão estatal Metamat, assegura que “o Domo é uma caixa preta e todos têm receio de enfiar a mão”. Talvez, é uma conclusão particu-lar minha, um dos fatores seja porque no ano de 1978 a Nuclebras tinha realizado pesquisas in loco, montando um verda-deiro arsenal tecnológico: laboratório com geólogos brasileiros e estrangeiros, logística que dispunha de helicóptero,

caminhões e equipamentos desconheci-dos aos moradores que foram contrata-dos para serviços braçais da “campanha” em busca de minerais estratégicos. No interior da cratera, espalhados em pon-tos diversos, existem poços que foram perfurados com sondas e lacrados com concreto. Certa vez encontrei-me com um dos maiores proprietários de ter-ras no Domo de Araguainha, em frente à porteira da sede da fazenda, disse “de baixo dos seus pés tem urânio, um geó-logo ligou o contador geiger e acusou a existência de urânio”, relatou. Informa-ções dão conta da existência de urânio no interior da cratera, entretanto, cien-tistas afirmam que a quantidade é pouco significativa, não sendo viável sua explo-ração comercial. A descoberta da cratera de impacto do Domo de Araguainha foi feita por pesquisa, publicada na comuni-dade científica mundial, pelo pesquisa-dor e cientista da NASA, Robert Spencer Dietz , French et al em 1973. Apontaram para uma nova tese, diferente de que a região era formada por explosões vulcâ-nicas, com base nos estudos das feições planares (shatter cones – só existente em locais onde aconteceram choque de meteorito contra a superfície terrestre).

Na ficção do filme Impacto Pro-fundo a Terra é destruída pela queda de um corpo celeste. Na verdade esse impacto já aconteceu aqui nas divisas de Mato Grosso e Goiás. Não é mesmo?

Ruy Ojeda – Sem nenhuma dúvida, Impacto Profundo criou cenário muito próximo do que ocorreu por aqui.Incrí-vel, tenho informação que um dos maio-res pesquisadores do Domo de Araguai-nha foi um dos consultores da produção do filme. Porém, a escala de semelhan-ças não chega a 5 % do que aconteceria se um meteorito de 2 km de diâmetro chocasse contra a superfície do Planeta. Com certeza mais um ciclo de vida no planeta teria fim.

O que seria da humanidade se hoje um asteróide dessa proporção se chocasse com a Terra?

Ruy Ojeda – Recentemente, em 15 de fevereiro de 2013, na cidade de Tche-liabinsk na Rússia, um corpo celeste com 19 metros de diâmetro, aproximadamen-te, conforme vídeos feitos no instante em que entrou na atmosfera, provocou pânico nos moradores, gerando danos materiais e humanos. Mais de 1.200 pessoas foram atendidas nos hospitais da região, em decorrência das ondas de choque e turbulência causados pelo bó-lido celeste só no fato de cruzar o céu. Foram segundos holocáusticos vividos pela população russa naquele momento. O cenário desenhado sobre a presença do ser humano e com registros em víde-os, do deslocamento de ar do meteorito, deflagrou atrito semelhante à explosão de uma bomba de grande intensidade. Conforme informação de pesquisadores publicada na Revista Nature, Peter Bro-wn e cientistas da University Western Ontário no Canadá, a explosão do me-teorito ao entrar na atmosfera terrestre equivale a energia desprendida por 500 mil toneladas de TNT. Em Araguainha as pesquisas indicam em 2 km de diâmetro o do meteorito viajando a 17 km/segun-do, na proporção do diâmetro da depres-são formada na superfície local, recebeu uma explosão equivalente entre 40 ou 50 milhões de toneladas de TNT. É uma visão inimaginável para o ser humano.

Qual o risco que o nosso Planeta corre? Isto pode acontecer novamente?

Ruy Ojeda – No Universo tudo funciona em ciclos, do nascimento à morte, tudo funciona assim, não é dife-rente a um novo período de bombarde-amento de meteoritos por aqui; porém, deve acontecer nunca antes de 2 mi-lhões de anos, possivelmente a raça hu-mana estará ocupando outros níveis de energia e ambientes. Portanto, o choque

Da esquerda para direita: Geólogo Dr. Carlos Shobbenhaus (Serviço Geológico do Brasil), Dr. Alvaro Crósta (UNICAMP), Ruy Ojeda (Prefeitura de Ponte Branca), Geólogo Jamilo Thomé (CPRM) e sentado Geólogo Gercino Domingos ( Metamat), durante estudos no Domo de Araguainha

A topografia na parte central do Domo de Araguainha é uma verdadeira bagunça geológica, concluem os pesquisadores que

anualmente estudam a cratera

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ENTREVISTAde um corpo celeste contra a superfície terrestre não será motivo para provo-car insônia. Podemos dormir tranquilos, pelo menos nos próximos dois milhões de anos.

Você é conhecido por aqui como “o Carregador de Pedras”. Possui al-gum fragmento importante sobre o asteróide que caiu em Araguainha?

Ruy Ojeda – Tenho um cuidado especial ao coletar uma amostra, pois no ano de 2005 fomos alvo de “geopiratas” que utilizaram a brecha legal de entrarem no País a título de pesquisa e acaba-ram levando toneladas de amostras rochosas “brechas de impacto”, “gra-nitos” e “hematitas”, estas últimas abundantes no Domo de Araguainha. Hoje restam poucos vestígios deste mineral, que para a pesquisa cien-tífica com o intemperismos, meta-morfismos originados no momento do impacto do meteorito tem carac-terísticas únicas. Deste episódio, al-guns poucos lucraram com a venda de amostras da Cratera de Impacto do Domo de Araguainha, comercia-lizadas em galerias especializadas neste gênero de produtos em Paris, França. Recebi o honroso posto de “Embaixador do Domo”, no ano de 2003, pelo ex-prefeito David, de Araguainha, por isso me esforço até os dias de hoje em corresponder. E por onde possa levar informações do Domo de Araguainha, e este espetacular laboratório a céu aber-to, quer seja num encontro em Univer-sidades, Centros de Ensino, Instituições das mais diversas, estarei “carregando pedras” para dizer que algo vindo do céu transformou tudo por aqui, as rochas são vestígios de um evento natural que ultra-passa a ficção científica: choque de um meteorito contra a superfície do Planeta. Completando sua pergunta, tenho uma pequena reserva técnica de amostras ro-chosas e de minerais, que faço questão de divulgar e ceder a qualquer pesquisador ou museu, afinal são peças que futura-mente poderão fornecer informações valiosas sobre a vida no planeta Terra no período de 248 a 245 milhões de anos.

Pensa em fundar um museu futu-ramente?

Ruy Ojeda – Acredito que é o

legado e talvez a contribuição mais importante de minha vida frente às questões do Astroblema de Araguai-nha, a implantação de um museu sobre do Domo de Araguainha, não apenas de documentos restritos à aca-demia e outros institutos de pesquisa, ou governo, mas sim pela pluralidade de amostras rochosas e mineirais, fos-séis, e outros artefatos de interesse ge-ológico e arqueológico de fácil acesso na região. Em 2012 a Universidade de Brasília (UnB) realizou um trabalho final de conclusão de curso com a tur-ma de Geologia, no Domo de Araguai-nha. Numa parceria, com cedência de alunos e professores, foi identificado grande número de amostras do Domo de Araguainha, formando um banco de dados inicial para montarmos espaço museológico nas dependências da bi-blioteca municipal de Ponte Branca. Existe disposição positiva do Chefe do Executivo, Prefeito Humberto, em montar o museu, que considero um grande passo para a execução e con-clusão deste projeto.

Existe uma preocupação de se preservar o local onde aconteceu o im-pacto, para futuros estudos científicos?

Ruy Ojeda – Até o momento, os trabalhos de conservação dos principais geossítios do Astroblema de Araguai-nha estão a mercê de tudo e de todos. “A academia está devendo ao Domo de Araguainha, nós pesquisadores estamos em falta...”, comentou um dos pesquisa-dores que frequenta o laboratório na-tural da cratera meteorítica. Em 2003 iniciou-se os trabalhos de pesquisas

através do IBAMA e posterior-mente transferidos ao ICMbio, recebendo titulação de área prio-ritária. Apresentei como Delega-do Estadual de Meio Ambiente na III Conferência Nacional de Meio Ambiente, Brasília 2008, Moção de Apoio à criação de “mosaico de unidades de conservação”. Ou seja, no meu entender, os ambientes distintos como Serra da Matinha, “ Afloramento das litologias do Gru-po Passa Dois - Fm Irati contato em contraste com as da Formação Aquidauana, área rica em fósseis”; o elevado do núcleo central do Domo de Araguainha, exposição de

brechas de impacto, granitos, hematitas” com outros pontos de interesse geoló-gico integrariam esta unidade de con-servação. Para a academia, a geologia do lugar é maravilhosa, outro tipo de con-servação temos bem próximo o Parque Nacional das Emas, com o explendor e toda a riqueza da fauna e flora dos cer-rados. Em 2010 o Serviço Geológico do Brasil elaborou proposta para implan-tação do “Geoparque do Astroblema de Araguainha – Ponte Branca MT/GO”, encaminhado a Unesco, com objetivo de receber esta titulação. Trata-se de uma modalidade de conservação muito nova, criada pela Unesco para desenvol-ver regiões de interesse geológico que representam aspectos relevantes para a história do Planeta. Não fere interesses fundiários, que é o ponto principal e que leva muitos proprietários a confundir com outras modalidades de unidades de conservação, pois aproveita os recursos sócio-ambientais com ênfase na geolo-gia do local para promover desenvolvi-mento de comunidades estagnadas.

Impacto Profundo criou cenário muito

próximo do que ocorreu por aqui. Incrível, tenho informação que um dos maiores pesquisadores

do Domo de Araguainha, foi um dos consultores

da produção do filme

"Brecha de impacto", aglomeração de diversas rochas "concretadas" num único bloco

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uma em cada 25 pessoas conde-nadas à morte nos Estados Uni-dos é provavelmente inocente, segundo um novo estudo esta-

tístico sobre o tema.O levantamento foi liderado pelo

professor Samuel Gross, da Escola de Direito da Universidade de Michigan, e reforça dois importantes e recorrentes questionamentos em países onde a lei prevê a pena capital: quantos inocentes já foram executados erroneamente e quantas pessoas que ainda esperam no corredor da morte são inocentes dos cri-mes pelos quais foram condenadas?

Segundo Gross, a maior parte das pessoas inocentes sentenciadas à morte ou executadas não chega a ser identifi-cada, nem libertada. Entre 1973 e 2004, apenas 138 prisioneiros, ou 1,6% de todos os condenados à morte nos EUA, foram inocentados e libertados após a constata-ção de vícios processuais.

Desde 1977, quando a pena de morte foi reinstaurada nos EUA, mais de 1.300

pessoas foram executadas no País.Gross e mais três estudiosos ana-

lisaram a questão empregando uma técnica recorrente em estudos médicos conhecida como análise de sobrevivên-cia. O bioestatístico Theodore Holford, da Universidade de Yale, disse que este "parece um modo lógico de análise des-ses dados".

Na opinião do professor de esta-tística John Grego, da Universidade da Carolina do Sul, talvez seja melhor levar em consideração a margem de erro do estudo e especular que a taxa de inocên-cia provavelmente oscila entre 2,8% e 5,2% dos casos de condenação à morte.

De acordo com o professor Jerry Fagan, da Escola de Direito de Colum-bia, trata-se do primeiro estudo a utilizar métodos estatísticos sólidos e adequados em relação à pena de morte nos EUA.

As conclusões do estudo serão pu-blicadas na próxima edição da revista Proceedings of the National Academy of Sciences.

mORtE DE inOCEntES

Levantamento feito nos Estados Unidos revela que um em cada 25 condenados à morte pode ser inocente

EBOLA EStÁ “fORA DE COntROLE”

O surto de ebola na África ocidental está "totalmente fora de controle", segundo Bart Janssens, diretor de operações do Mé-dicos Sem Fronteiras (MSF) em Bruxelas. Ele informa que o grupo de ajuda huma-nitária chegou ao limite de sua capacidade para responder ao grande número de casos da doença.

Organizações internacionais e go-vernos envolvidos precisam enviar mais especialistas em saúde para aumentar as mensagens de educação pública sobre como interromper a propagação da do-ença, disse Janssens à Associated Press. O Ebola já matou mais de 330 pessoas na Guiné, Serra Leoa e Libéria, segundo os números mais recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS).

"A realidade é clara e a epidemia está agora em sua segunda fase", afirmou Jans-sens. "E, para mim, está totalmente fora de controle." O surto, que começou na Gui-né no final do ano passado ou no começo deste ano, parecia ter diminuído antes de voltar a se acelerar novamente nas últimas semanas, chegando mesmo a se espalhar para a capital da Libéria pela primeira vez.

"Estou absolutamente convencido de que a epidemia está longe de acabar e vai continuar a matar um considerável núme-ro de pessoas, então, definitivamente será a maior já registrada", afirmou.

Os vários lugares onde a epidemia apa-receu e sua movimentação pelas fronteiras a torna um dos "mais desafiadores surtos de ebola já registrados", disse no início desta se-mana Fadela Chaib, porta-voz da OMS.

O surto não mostra sinais de dimi-nuição e os governos e organizações inter-nacionais estão "longe de vencer esta bata-lha", disse nesta sexta-feira Unni Krishnan, chefe de prevenção e resposta a desastres do grupo humanitário Plan International.

Mas a descrição de Janssens para a epi-demia é ainda mais alarmante. Ele advertiu que os governos afetados não reconhecem a gravidade da situação e criticou a OMS por não fazer o suficiente para advertir os líde-res sobre a questão. Segundo ele, são neces-sários mais especialistas para realizar o tra-balho vital de encontrar todas as pessoas que estiveram em contato com os infectados.

"Existe a necessidade de um verda-deiro compromisso político admitindo que esta é uma emergência muito grande", afir-mou Janssens. "Caso contrário, a doença vai continuar a se espalhar e, certamente, se propagar por mais países."

FONTE: ASSOCIATED PRESS

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O quadro de vale-tudo, criado pelos partidos na formação de alianças para disputar tanto a Presidência da Re-

pública quanto os governos dos Estados, levou à queda do ministro dos Trans-portes, César Borges, e o PTB para a oposição no dia anterior à convenção do PT que homologou a candidatura à reeleição da presidente Dilma Rousseff.

No caso do PR, o pronto atendi-mento da presidente Dilma à chanta-gem feita pelo partido conseguiu evitar a baixa na base aliada pelo menos na aliança federal. Nos Estados, é cada um por si. No caso do PTB, o partido ale-

gou que não tinha conseguido apoio do PT para fechar coligações nos Estados e que, por isso, marcharia com a candida-tura do tucano Aécio Neves. Mesmo as-sim, o governo aposta que terá uma fa-tia do PTB. Por isso mesmo, Dilma não deverá demitir funcionários do segundo escalão nomeados pela ala governista da legenda.

Esse clima de "bacanal eleitoral" - definição dada pelo prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB), ao sa-ber que o ex-governador Sérgio Cabral tinha abandonado a disputa para o Se-nado para ceder a vaga ao ex-prefeito Cesar Maia, do DEM - tem recebido

críticas generalizadas, mas é legal e está garantido pela Constituição. E já foi au-torizado pelo Tribunal Superior Eleito-ral (TSE) nas eleições de 2010.

Para o presidente do TSE, minis-tro Dias Toffoli, não há o que fazer. "Em 2006, o Congresso aprovou a Emen-da Constitucional 52, que derrubou a verticalização adotada pelo TSE e pelo Supremo Tribunal Federal (STF) nas eleições anteriores", afirmou Toffoli ao jornal O Estado de S.Paulo. "É a regra do jogo. Hoje prevalece o entendimento de que podem ser feitas alianças e co-ligações regionais diferentes do que foi decidido no plano federal."

Traições, chantagens e incoerências partidárias motivadas por brigas regionais incontornáveis marcarão a disputa eleitoral neste ano

AutOnOmiAA emenda, incluída no parágrafo

primeiro do artigo 17 da Constituição, assegurou aos partidos políticos auto-nomia para definir sua estrutura in-terna, organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações eleitorais. Diz que as agremiações partidárias ficam desobrigadas de fazer a vinculação en-tre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, deven-do seus estatutos estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidária.

Uma passada de vista em qualquer aliança regional montada pelos partidos mostra o quadro esquizofrênico da rea-lidade eleitoral brasileira. Em São Pau-

lo, por exemplo, o governador Geraldo Alckmin, candidato à reeleição pelo PSDB, apoia a candidatura do tucano Aécio Neves. Mas disputará a eleição tendo na vice o deputado Márcio Fran-ça, do PSB, partido que em tese é o gran-de adversário dos tucanos na briga para chegar ao segundo turno. Sem falar que Guilherme Afif Domingos, o vice atual de Alckmin, é ministro da presidente Dilma Rousseff, que é do PT, como se sabe, o principal adversário dos tucanos na luta pela conquista do poder.

O candidato a vice da presiden-te Dilma Rousseff é, de novo, Michel Temer, presidente nacional do PMDB. Mas o PMDB não se coligou com o PT

em São Paulo, o maior colégio elei-toral, no Rio de Janeiro, o terceiro, na Bahia, o quarto, no Rio Grande do Sul, o quinto. Também não fecharam alianças no Ceará e em Goiás, que es-tão entre os dez maiores colégios elei-torais. Em São Paulo, é provável que o peemedebista Paulo Skaf não faça uma campanha agressiva contra o PT. Mas no Rio de Janeiro, na Bahia, no Ce-ará e em Goiás o clima de rixa entre os dois partidos que estão no poder é muito grande. Há uma forte expectati-va de que a baixaria reine na disputa.

TEXTO: JOÃO DOMINGOS FONTE: AGÊNCIA ESTADO

LEi PERmitE “BACAnAL ELEitORAL”, DiZ tSE

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Em 2015 BRASiL VAi EntRAR nOS tRiLHOSTudo indica que o próximo ano será marcado por grandes projetos no setor de transporte. Governo autoriza estudos para seis novas ferrovias

O governo autorizou a ela-boração de estudos para a construção de seis novas ferrovias, que somarão 4.676

km. A expectativa é que empresas in-teressadas se candidatem a elaborar as análises sobre a viabilidade das linhas e apresentem suas propostas, que passa-rão por uma seleção pelo Ministério dos Transportes. Depois, esses estudos serão detalhados em projetos e só então come-çará a construção.

Dois dos trechos a serem analisados coincidem totalmente com uma propos-ta apresentada ao governo em março passado pelo grupo Pirarara, formado por quatro gigantes do agronegócio: Bun-ge, Cargill, Dreyfus, Maggi, mais a es-truturadora de negócios Estação da Luz Participações (EDLP). Conforme revelou o jornal "O Estado de S. Paulo" à época, elas não só pediram para fazer os estu-dos, como também se comprometeram a investir na construção das linhas, o que demandará recursos estimados entre R$ 10 bilhões e R$ 15 bilhões.

Pela proposta do Pirarara, a prin-cipal via de escoamento da produção do Mato Grosso ligará Sinop (MT) ao porto fluvial de Miritituba (PA), de onde a car-ga seguirá em barcaças até os portos mais ao Norte. A estimativa das empresas é que 40% da produção de grãos e farelo do Estado sejam embarcadas por essa li-nha, batizada de "Ferrogrão".

Também foi contemplada uma ferrovia entre Sapezal, no oeste mato-

-grossense, até Porto Velho (RO). É ou-tro trecho sugerido pelas empresas do agronegócio.

"Estamos muito animados", disse o presidente da EDLP, Guilherme Quin-tella. Ele informou que o grupo vai se candidatar a fazer os estudos. "As pre-feituras e os produtores do Mato Grosso estão entusiasmados com a ideia."

DiStÂnCiAA coincidência só não é total por-

que o projeto Pirarara previa uma liga-ção entre Campinorte (GO), onde passa a Ferrovia Norte-Sul, até Água Boa (MT). A proposta do governo é uma linha mais longa, ligando Campinorte até Lucas do Rio Verde, mais ao centro do Estado. Essa ferrovia já está estudada e aprovada pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

Os estudos contemplarão outros trechos importantes para o transpor-te de cargas, como uma ligação entre Dourados (MS) e Estrela d'Oeste (SP) e uma ferrovia ligando Açailândia (MA) a Barcarena (PA). Essa segunda dará outra saída para o mar à Ferrovia Norte-Sul, que atualmente utiliza o porto de Itaqui (MA). Também serão estudadas linhas de Anápolis (GO) a Corinto (MG) e de Belo Horizonte (MG) a Guanambi (BA).

De acordo com o Ministério dos Transportes, as linhas entre Sinop e Mi-ritituba e Sapezal e Porto Velho serão estudadas num prazo de oito meses. Para as demais, o prazo é de seis meses. A pasta esclareceu também que não há ex-

clusividade. Ou seja, mais de um grupo pode estudar o mesmo trecho.

OfiQuase dois anos após o lançamento

do Programa de Investimento em Logísti-ca (PIL), o governo ainda corre para criar o arcabouço técnico e jurídico para as concessões ferroviárias. Na semana pas-sada, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) divulgou uma resolu-ção que diz como funcionará o Operador Ferroviário Independente (OFI), uma fi-gura nova no marco legal brasileiro.

Hoje, os concessionários das ferro-vias são também os donos da carga que passa por elas. No novo modelo, as fi-guras serão separadas: o concessionário constroi e opera a linha, cujo uso será oferecido a transportadores de carga.

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BANCOS FEDERAIS VÃO FINANCIAR 70% DAS CONCESSÕES EM FERROVIAS

Os três maiores bancos oficiais fe-derais - BNDES, Banco do Brasil e Caixa - se comprometeram a financiar até 70% das concessões em ferrovias. O prazo é ainda mais generoso: 30 anos, sendo cin-co de carência.

De acordo com o Ministério dos Transportes, o compromisso em finan-ciar as novas linhas foi feito para os can-didatos a concessionários terem clareza sobre a disponibilidade de recursos.

Os empréstimos são considerados pelos empresários como fundamen-tais para a estruturação dos em-preendimentos, dados os elevados volumes de investimento que

serão necessários. A carta de apoio dos bancos foi di-

vulgada um dia depois de o governo au-torizar estudos para a construção de seis novas linhas, dia 11/06. Também ficou pronta a regulamentação sobre o Ope-rador Ferroviário Independente (OFI), uma figura criada com o novo modelo para o setor.

SEGUROPara completar o pacote ferrovi-

ário falta ainda uma peça, tida como fundamental:

o seguro garantia para os concessioná-rios. E as discussões sobre esse ponto ainda levarão algum tempo, segundo se comenta nos bastidores.

Basicamente, os concessionários querem ter certeza de que não terão prejuízos com a ociosidade das novas linhas. O governo já se comprometeu a comprar toda a capacidade de carga, por intermédio da estatal Valec. Mas os em-presários temem pelo futuro da estatal nos 30 anos da concessão. Por isso, está em gestação um mecanismo que lhes permitirá acessar os recursos direta-mente nos bancos. Já ficou acertado que o Tesouro aportará R$ 15 bilhões para essa finalidade. Mas, sendo necessário, isso será reforçado.

TEXTO: LU AIKO OTTA FONTE: AGÊNCIA ESTADO

Ferrovia Norte-Sul, trecho entre Anápolis e Palmas.

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BOLSA uniVERSitÁRiA AVAnçA nO EStADOPrograma chega a 153 mil estudantes e supera meta.Os universitários contemplados receberão o benefícioa partir do segundo semestre deste ano

Os novos beneficiados pelo Bolsa Universitária assina-ram, dia 25/06, o termo de compromisso para oficiali-

zar a inclusão no programa da Organi-zação das Voluntárias de Goiás (OVG), que concede bolsas parciais e integrais para a conclusão do Ensino Superior. A solenidade foi realizada no Ginásio Goiânia Arena, em Goiânia, e o progra-

ma selecionou para começar os estudos neste segundo semestre 10 mil acadê-micos, dos quais 9 mil receberão bolsas parciais e mil, integrais.

Durante o evento, a doutora Ana Noto, do Departamento de Psicobiologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), proferiu palestra sobre Com-bate às Drogas no Ambiente Acadêmico. “É importante que entremos na Univer-

sidade cientes da diferença entre ‘uso’ e ‘dependência’ do consumo de droga. Toda dependência começa com o uso. E a dependência acaba por comprometer toda a carreira acadêmica”, explicou a Doutora reforçando que, em caso de de-pendência, é fundamental que a família dê todo o aparato necessário à cura do dependente. “É um processo lento e de reaprendizagem”, afirmou.

Neste segundo semestre, o programa selecionou 10 mil acadêmicos para começar os estudos

FOTOS: EDUARDO FERREIRA

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OPORtuniDADE DE COmEçAR E DE PROSSEguiR

As bolsas parciais destinam-se a estudantes com renda bruta familiar mensal de até seis salários mínimos. Já as integrais são para alunos com renda bruta familiar mensal de até três salá-rios mínimos. Roberta Graciane Gui-marães, de 27 anos, encontrou no Bolsa Universitária a saída que precisava para prosseguir com seus estudos. ”Já estou no 8º período do curso de Direito, na Universo em Goiânia, e se não fosse esse programa eu teria que trancar. De-pois que concluir o curso pretendo fa-zer um mestrado”, disse a estudante que sonha em ser diplomata.

Já Ingrid Bueno Marques, de 19 anos, só está no 1º período do curso de Arquitetura e Urbanismo da PUC-Goiás

porque o Bolsa Universitária permitiu financeiramente seu ingresso. “É muito bom porque meus pais não queriam fa-zer financiamento. Estavam com muito medo de não conseguirem arcar com as despesas de um curso tão caro quanto o meu. Então eu devo muito ao Bolsa Uni-versitária“, disse a jovem estudante que trabalha pela manhã e estuda à noite.

A estudante Rayane Larrara afir-mou que está muito feliz com o bene-fício do governo estadual. “Eu sou de Uruaçu e estou no 1º período do curso de Gestão e Tecnologia da Informação. Estou muito feliz de fazer o curso. Por isso o grau de importância do programa é enorme, já que meu pai não pode ar-car com as despesas”, afirmou.

mAiS DE 150 miL BEnEfiCiADOS

Em seu discurso, a presidente da OVG, Valéria Perillo, lembrou que são 73 instituições de ensino que recebem os alunos do Bolsa Universitária, e que o programa é um investimento muito am-plo. “São destinados R$ 11 milhões por mês a essas instituições, que somam R$ 253 milhões por ano”. Já o governador do Estado, Marconi Perillo, disse que tais in-vestimentos fizeram com que o programa fosse não só um marco para Goiás, mas para o Brasil. “Foi por meio do exemplo do Bolsa Universitária que o governo fe-deral criou o Prouni. Esse programa ser-viu de inspiração e hoje é um marco para o Brasil”, afirmou Perillo.

Com a inclusão dos novos bolsistas, o programa chega a 153 mil estudantes beneficiados desde 1999, superando a meta estabelecida pelo governo de atin-gir a marca de 150 mil bolsas em 2014. “Já que superamos a meta, fizemos uma outra: atingir os 160 mil estudantes até o

final deste ano”, disse Marconi, pedindo aos estudantes que não deixem de prestar suas contrapartidas, o relatório de presta-ção de conta de seus estudos, já que o go-verno precisa apresentá-los ao Tribunal de Contas do Estado de Goiás (TCE).

E os alunos vão poder contar com mais uma alternativa de qualificação para o ingresso no mercado de trabalho, que são os cursos gratuitos a distância. A OVG vai firmar parceria com o Centro de Integração Empresa–Escola (Ciee) para que os bolsistas possam fazer es-ses cursos a distância gratuitamente e tenham a oportunidade de realizar en-trevistas para estágios em órgãos dos setores público e privado. Eles passarão a ter acesso a 32 cursos administrados pelo Ciee e que valerão como novas opções de contrapartida. A palestra de Ana Noto, da Unifesp também é parte dessa parceria.

FONTE: GOIÁS AGORA

Estudante Roberta Graciane

Futura arquiteta, Ingrid Bueno Marques

Aluna Rayane Larrara, de Uruaçu

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FOTOS: EDUARDO FERREIRA

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mAtO gROSSO

tRiLHAS ECOLÓgiCAS nO ‘CORAçÃO DO BRASiL’

Mato Grosso é o único estado do Brasil que possui três biomas diferentes: o Pantanal, o Cerrado e a Amazônia

Essa peculiaridade faz com que o estado de Mato Grosso possua uma grande diversidade ecoló-gica, com grande variedade de

espécies animais e vegetais. Em todas os biomas, os turistas têm a possibilidade de percorrer trilhas e entrar em contato com a natureza.

Localizada no cerrado, Chapada dos Guimarães tem inúmeras trilhas ecológicas, destinadas para todos os ti-pos de praticantes, dos mais experientes até os iniciantes. O Vale da Benção, por exemplo, tem uma trilha de 440 metros com sinalização adaptada para os defi-cientes visuais. Enquanto isso, para su-

bir o Morro de São Gerônimo, o ponto mais alto da cidade, é preciso um bom preparo físico para aguentar as seis ho-ras de caminhada e superar as subidas e descidas.

Outra trilha popular é a do Circui-to das Águas e da Casa de Pedra. O re-levo não oferece grandes dificuldades

durante o trajeto, mas o tempo estimado para conhecer todos os atrativos dos 6 km da trilha é de seis horas. Por isso, os turis-tas devem levar água e comida necessária, porque não existe nenhum comércio no local. Para fazer a caminhada é necessário realizar um agendamento pré-vio, junto à administração do Parque Estadual.

Durante o período da seca, o pantanal mato-grossense tam-bém é uma ótima opção para o passeio em trilhas. Com o acompanhamento de um guia, é possível observar a flora local e também o habitat natural das espécies animais que vivem no pantanal.

Para os interessados em fa-zer trilhas na floresta amazôni-ca, uma boa opção é o município de Alta Floresta. Lá, nas margens do Rio Cristalino, os turistas po-dem caminhar em trechos into-cados da floresta amazônica e entrar em contato com espécies existentes apenas na região.

FOTO: REPRODUÇÃO

Trilha que leva ao 'Vale da Benção', contemplação e

contato direto com a natureza

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RAiOS fÚLgiDOS BRiLHOu nO CÉu DA PÁtRiA...Hino Nacional brasileiro ainda confunde parte da população. Termos eruditos são difíceis de decorar e causam confusão na hora de cantar

Antes de cada jogo da seleção brasileira, a professora apo-sentada Neusa Maria Bon-fochi, de Cuiabá –MT, tenta

cantar o Hino Nacional, mas a memória falha logo após a primeira estrofe. Ter-mos eruditos como “raios fúlgidos”, “im-pávido colosso” e “terra mais garrida”, são difíceis de decorar e causam confu-são para muita gente na hora de cantar.

A professora lembra com carinho da sua infância quando os hinos pátrios eram ensinados aos alunos de sua esco-la todos os dias antes da primeira aula. “Quando eu estudava, e depois quando passei a lecionar, todos os dias as crianças faziam fila e cantavam o hino, hoje esse é um costume que se perdeu. Eu mesma já esqueço um pouco do hino”, avaliou

Assim como a maioria da popula-ção, a dona de casa Antônia dos Santos,

27, também não consegue cantar corre-tamente nem mesmo as primeiras es-trofes do hino e confessa não ter ideia do que significa termos como “margens plácidas”, logo no primeiro verso. “Tem termo que eu não faço ideia do significa-do, mas gosto muito de cantar o hino do meu País”, explicou.

Torcer para o Bra-sil é a maior diversão do aposentado José Gon-çalo, conhecido como Sargento Brasileiro. Dentro de uma Cara-van 78, pintada com as cores da bandeira do Brasil e com uma roupa verde e amarela extra-vagante, ele chama atenção diariamente nas ruas de Cuiabá por onde passa.

A ideia de pintar seu carro sur-giu justamente pelo seu amor à pátria. Tudo começou no ano 2000, quando ele

comprou uma Caravan (origi-nalmente na cor bege) e deu início à sua história de amor

com o 'escudeiro', como é conhecido o carro. Des-de então já até perdeu as contas de quantos adereços

verde e amarelo ele já comprou. Na hora de cantar o Hino Nacional, o patriota prova que conhece bem a letra e afirma que para ele os pequenos errinhos não importam, já que “o

importante é o sentimento

com que se canta”. O professor de português Henrique

Castelo Branco explica que a linguagem rebuscada e as frases na ordem indireta dificultam a compreensão do hino. Além de possuir palavras pouco usuais, sua le-tra é rica em metáforas. O texto segue o

estilo parnasiano, que prioriza a forma mesmo com sacri-fício da clareza da mensagem. “Muita gente erra o hino, e quando acerta, mal sabe o significado”.

Segundo ele, o primeiro verso do hino na ordem dire-

ta ficaria assim: “As margens plácidas do Ipiranga ouviram o brado retumbante de um povo heroico”. “Lembrando que plá-cidas significa tranquilo”, explicou Cas-telo Branco. O professor chama aten-ção ainda para a palavra ‘garrida’, que significa alegre ou elegante. “Na ordem direta, este verso poderia ser lido como: ‘Teus campos risonhos e límpidos têm mais flores do que a terra mais garrida”.

Apesar da linguagem pouco co-mum, o professor acredita que o Brasil é retratado no Hino Nacional de forma verdadeira. “Somos sim esse País gi-gante e fomos privilegiados por Deus com nossa natureza. O patriotismo pre-cisa estar dentro de nós, não apenas em época de copa”.

TEXTO: SINARA ALVARES FONTE: SECOM-MT

Tudo começou no ano 2000, quando ele comprou uma Caravan (origi-nalmente na cor bege) e deu início à sua história de amor

com o 'escudeiro', como é conhecido o carro. Des-de então já até perdeu as contas de quantos adereços

verde e amarelo ele já comprou. Na hora de cantar o Hino Nacional, o patriota prova que conhece bem a letra e afirma que para ele os pequenos errinhos não importam, já que “o

importante é o sentimento

“Costume de cantar o Hino Nacionalse perdeu com

o tempo

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PAtRiOtiSmO

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iniCiADA PAVimEntAçÃO DO SEtOR CRuVinEL

“Há anos os moradores deste setor estão reivindicando esta obra, e hoje es-tamos aqui para resgatar um compromis-so de campanha que firmamos com to-dos eles. O asfalto chegou. As máquinas estão aí para realizar obras de qualidade, porque nesta administração não se faz nada mal feito”. A afirmação é do Prefei-to de Mineiros, Agenor Rodrigues de Re-zende, durante o lançamento das obras de pavimentação asfáltica e de infraes-trutura no Setor Cruvinel, dia 09/06.

A solenidade foi prestigiada por inúmeras autoridades municipais e mencionadas pelo prefeito Agenor em seu pronunciamento. Estavam presen-tes o vice-prefeito Elmo Assis, o Geren-te da agência local da Caixa Econômica Federal, Valentim Dias Guerreiro Júnior, secretários municipais, os vereadores: Beatriz Carvalho Borges Delben (Presi-dente da Câmara Municipal), Gervanir Rodrigues de Rezende, Adão Oliveira Lima, Jeane Rezende Freitas Moreira, Renato Vasques de Souza, Marcelo Timo Machado, Edmar Ferreira de Andrade, Washington Luis Alves da Costa e Fer-nando Costa Lima, dentre outras autori-dades e moradores do setor.

Ainda falando aos presentes, o Pre-feito informou que a obra terá um custo bem superior a R$ 4 milhões e será exe-cutada através de convênio firmado en-tre o Governo Federal e a Prefeitura de Mineiros, com recursos liberados pela Caixa. Mais de 67 mil metros quadrados de vias públicas serão pavimentados, com infraestrutura de calçadas ecoló-

gicas, redes de esgoto, galerias pluviais, meios-fios e sarjeta, sinalização vertical e horizontal.

“Se os imóveis no Setor Cruvinel já vinham passando por um rápido pro-cesso de valorização, imaginem depois que estas obras estiveram prontas...” comentou o Prefeito em seu discurso, revelando em seguida: “Aqui mesmo neste local, onde estamos, assumo o compromisso de construir uma bela e moderna praça pública. Em poucos me-ses voltaremos aqui para inaugurá-la e entregar o asfalto com todos os serviços de infraestrutura”, garantiu.

O presidente da Associação de

Moradores do Setor Cruvinel, Jânio Carlos Pereira, também foi um dos ora-dores e agradeceu o Prefeito pelos be-nefícios: “Esse é um momento histórico para nós moradores, porque nossa luta foi longa. Em pouco mais de um ano de gestão, o Prefeito cumpre esse compro-misso. O Setor Cruvinel precisava des-ta obra, pois já conta com mais de 800 casas construídas, 21 estabelecimentos comerciais, que geram em média 240 empregos diretos”, disse.

As obras de pavimentação estão sendo realizadas pela empresa Arte Construção Eireli e serão concluídas até o final deste ano.

Ruas estão sendo preparadas para receber o asfalto e calçadas ecológicas. Obras terão um custo superior de R$ 4 milhões

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minEiROS-gO

Setor Cruvinel conta com mais de 800 casas, 21 estabelecimentos comerciais e gera em torno de 240 empregos diretos

FOTO: ODONEL PEREIRA

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Sabe, no fundo eu sou um sentimental. Todos nós

herdamos no sangue lusitano uma boa dosagem de lirismo.

Mesmo que minhas mãos estão ocupadas em torturar,

esganar, trucidar, o meu coração fecha os olhos e sinceramente chora

CHiCO BuARQuE

Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar nELSOn mAnDELA

Acidentes são inesperados e indesejados, mas fazem parte da vida. No momento em que você se senta num carro de corrida e está competindo para vencer, o segundo ou o terceiro lugar não satisfazem. Ou você se compromete com o objetivo da vitória ou não. Isso quer dizer: ou você corre ou não

AYRtOn SEnnA

Nossas escolhas não podem ser apenas intuitivas, elas têm que refletir o que a gente é. Lógico que se deve reavaliar decisões e trocar de caminho: Ninguém é o mesmo para sempre

PEDRO BiAL

Ser ‘diferente’ não é o que te faz estranho. É o que te faz especial. Não ligue para o que pensam, a sociedade gosta de rotular

RiHAnnA

Sinto não ter curso universitário, pois,

vai que acontece alguma coisa, eu não terei direito

a cela especial

giSELE BÜnDCHEn

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DitO E fEitO

Os ventos que as vezes tiram algo que amamos, são os mesmos que nos trazem algo que aprendemos amar. Por isso não devemos chorar pelo que nos foi tirado e sim, aprender a amar o que nos foi dado... Pois tudo aquilo que é realmente nosso, nuncase vai para sempre.

BOB mARLEY

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SEnADOR RESSALtA RiQuEZAS DO PAntAnAL

Acostumados com os contundentes pronunciamentos políticos do senador Ruben Figueiró (PSDB), os parlamentares foram surpreendidos com a bela defesa que ele fez de seu estado, o Mato Grosso do Sul. Figueiró ressaltou as riquezas do Pantanal. O parlamentar disse que a região é caracterizada por peculiaridades extraordinárias que precisam ser conhecidas pelos brasileiros. Ele destacou, além da grande biodiversidade do Pantanal, o patrimônio imaterial das festas religiosas, da música e da culinária da região.

- O Pantanal, além da sua riqueza natural, que embevece todos aqueles que lá vão, tem, também, um fundo cultural intenso - disse o senador.

Ruben Figueiró lembrou que, em sua atuação na Assembléia Nacional Constituinte, foi autor do dispositivo que classifica o Pantanal como patrimônio nacional.

ASSÉDiO SEXuAL nO tRAnSPORtE PÚBLiCO

A Câmara dos Deputados analisa o Projeto de Lei 7372/14, do deputado Romário (PSB-RJ), que torna crime o ato de constranger alguém por meio de contato físico com fim libidinoso. A intenção é punir o assédio sexual no transporte público, em que homens se utilizam da superlotação para se aproveitar de mulheres.

Segundo o projeto, quem for enquadrado no crime pode pagar multa e cumprir detenção (prisão em regime aberto ou semiaberto) de três meses a um ano. A pena poderá ser convertida em prestação de serviços ou outro tipo de pena alternativa.

Romário critica o fato de a lei que revisou os crimes sexuais em 2009 ter retirado a punição do abuso em transporte ou aglomerações públicas. A conduta, segundo ele, precisa voltar a ser crime, já que a impunidade incentiva o assédio.

Romário: A impunidade incentiva o assédio

LAZER PARA DEfiCiEntES

Projeto do senador Vicentinho Alves (SD-TO) propõe que, no mínimo, 5% de cada brinquedo e equipamento de lazer existentes nos parques de diversões e demais espaços de uso público sejam aptos para utilização por pessoas com deficiência, inclusive visual, ou com mobilidade reduzida (PLS 219/2014).

A proposta altera a Lei 10.098/2000, conhecida como Lei da Acessibilidade, que trata apenas dos parques de diversão e não oferece garantia expressa contra a exclusão nos demais espaços públicos. O novo texto destaca principalmente o direito das crianças.

Na justificativa do projeto, o senador ressalta que as crianças com deficiência têm o direito de brincar garantido no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e, mais explicitamente, na Convenção sobre os Direitos da Criança, que reconhece o direito "às oportunidades de lazer, de maneira que a criança atinja a mais completa integração social possível e o maior desenvolvimento cultural e espiritual”. (Com Agência Senado)

BRASÍLiA gAnHA 1º CEntRO DE tRAnSPLAntE DE mEDuLA ÓSSEA

Com 27 leitos de internação e 12 leitos de internação parcial, o Instituto de Cardiologia do Distrito Federal inaugurou o primeiro centro público de transplante de medula óssea no dia 18 de junho. Em novembro do ano passado foi realizado o primeiro transplante de medula óssea na rede pública de Brasília. Em 2013 foram três transplantes autólogos (quando o tecido encontrado no interior dos ossos é retirado do próprio paciente e implantado nele mesmo). Com a inauguração do centro, será possível fazer também procedimentos alogênicos , que permitem a retirada do material de um doador para o paciente. Segundo Arthur Chioro, ministro da Saúde, o Distrito Federal passa a integrar um grupo de 13 unidades federativas habilitadas a fazer transplante de medula óssea.

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DE OLHO Em BRASÍLiA

FOTO: REPRODUÇÃO FOTO: ZECA RIbEIRO

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JOAQuim BARBOSA:“tAntO fAZ”

Após participar de sua última sessão no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) no dia 16 de junho, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do CNJ, Joaquim Barbosa, disse que tanto faz se haverá prosseguimento nos debates sobre criação de cotas para ingres-so na magistratura. Fazendo gesto de indiferença, respondeu que está de saída e não está “nem aí” ao ser perguntado se a divulgação do censo do Poder Judiciário poderia levar a um debate sobre cotas dentro do CNJ.

FOTO

: REP

RODU

ÇÃOPRESiDEntE

COLOmBiAnO PREtEnDE EStREitAR RELAçÕES

COm O BRASiLO presidente colombiano Juan

Manuel Santos, reuniu-se com a presidenta Dilma Rousseff no Palácio da Alvorada, no dia em que a Colômbia enfrentou a Costa do Marfim no Estádio Nacional de Brasília. Santos disse que Brasil e Colômbia estão trabalhando juntos para se complementar, e não competir. Disse ainda que o Brasil teve importante papel nas negociações do governo colombiano com o Exército da Libertação Nacional, a segunda maior guerrilha em atividade no país. O presidente colombiano veio acompanhado da família para assistir a partida contra a Costa do Marfim.

PROnAtEC, DiLmA AnunCiOu 12 miLHÕES DE VAgAS

Durante cerimônia no Palácio do Planalto, dia 18 de junho, o governo anunciou a criação de 12 milhões de vagas para estudantes na segunda etapa do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). Criado em 2011, com o objetivo de ampliar a oferta de cursos, o Pronatec é um programa voltado para a capacitação profissional técnica de jovens e adultos, com a meta de realizar 8 milhões de matrículas até o fim de 2014. A presidenta informou durante a solenidade de lançamento do “Pronatec 2.0” que oferecerá 12 milhões de vagas em 220 cursos técnicos e 640 cursos de qualificação a partir de 2015. De acordo com levantamento do governo, das 7,27 milhões de matrículas da primeira fase, 5,28 milhões são de alunos que se declaram negros (72,6%).

PARA SORRIR OU CHORAR

A CAPitAL DO BOnÉGraças à criatividade

do deputado Alex Canziani, a cidade de Apucarana (PR) recebeu o título de “Capital Nacional do Boné”. Projeto de sua autoria foi aprovado e virou Lei em 6 de julho de 2010, pelo então pre-sidente em exercício José Alencar.

Na justificativa o parlamentar ressaltou que a cidade produz cerca de

60% dos bonés fabricados no Brasil e faria jus ao título.

DiA nACiOnAL DO SACiDe amargar mesmo foi o

projeto do então deputado Aldo Rebelo, que queria instituir o dia 31 de outubro como o Dia Nacional do Saci. Quer mais?... Ele justificou que na data é comemorado em outros países o Halloween e seria justo homenagear um símbolo do folclore nacional e uma “força da resistência cultural à invasão de X-men, dos Pokemons, os Raloins (sic) e os jogos de guerra”.

Conforme o texto do PL 2762/2003, a lei "apoiará as iniciativas, programas e ati-vidades culturais de entida-

des públicas (...), que poderão contribuir para a celebração do folclore brasileiro, através do Saci e de seus amigos (Iara,

Curupira, Boitatá e tantos outros)". A proposta, no en-tanto, não chegou a ser apre-

ciada por nenhuma comissão da Casa e foi arquivada em ja-

neiro de 2007, ao fim da legislatura.

De amargar mesmo foi o projeto do então deputado Aldo

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RenataCarrijo

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minEiROS

Tudo que você queria saber sobre a Ipiranga

Polít

ica de

Responsabilidade Social A Ipiranga conta com a parceria do Instituto Brasileiro dos Direitos da Pessoa com Deficiência no desenvolvimento de projetos de inclusão social como, por exemplo, a contratação de pessoas portadoras

de cuidados especiais e o patrocínio de publicações e de seminários sobre o assunto.

Organização não-governamental, a São Martinho atua há vinte e cinco anos em prol da causa da infância e da adolescência com direitos

violados no Rio de Janeiro. A Ipiranga apóia a Instituição por meio de sua participação no programa Mundo do Trabalho, voltado para inserção de

jovens no mercado formal de trabalho do RJ (Jovem Aprendiz).

Com programas de educação econômico-práticos que estimulam o desenvolvimento pessoal, proporcionam uma visão clara do mundo dos negócios e despertam para uma atitude empreendedora, a Instituição

recebe o apoio da Ipiranga com o envolvimento de seus funcionários como voluntários dos Programas no RJ, SP e Porto Alegre.

A Ipiranga é uma das mantenedoras da entidade, que, por meio da franquia social pioneira no Brasil, proporciona a formação profissional de adolescentes em vulnerabilidade socioeconômica em vários

Estados brasileiros. Por meio da Tecnologia Social Pescar, promove a aprendizagem básica para o exercício de uma profissão e estimula os jovens a adotarem novos hábitos e atitudes de convivência e cidadania.

A Ipiranga é uma das fundadoras e mantenedoras da Instituição, que desenvolve a cultura do trabalho

voluntário organizado no Rio Grande do Sul, através de programas que envolvem pessoas físicas, jurídicas universidades

e organizações da sociedade civil.pessoas físicas, jurídicas universidades

e organizações da sociedade civil.

A Instituição, criada há 15 anos pelo Grupo Orsa, desenvolve e compartilha tecnologias sociais inovadoras nas áreas de educação, garantia de direitos humanos, meio ambiente, cultura e geração de emprego e renda. Tem forte

atuação nos estados do Pará e São Paulo e recebe apoio da Ipiranga em seu projeto Geração Aprendiz voltado para a inclusão de jovens por meio da formação profissional integral e inserção no mercado de trabalho com

foco nas Lojas de Conveniência.

A AlfaSol através de seu Projeto Nacional oferece à jovens e adultos analfabetos, excluídos das políticas públicas de educação , oportunidade de ingressar no curso de alfabetização ministrado por alfabetizadores locais capacitados por Instituições de Ensino Superior parceiras. A Ipiranga com seu apoio viabiliza a implantação de dezenas de turmas de alfabetização em quatro municípios, com elevados índices

de analfabetismo e baixo IDH, localizados nas regiões Norte e Nordeste.

Estados brasileiros. Por meio da Tecnologia Social Pescar, promove a aprendizagem básica para o exercício Estados brasileiros. Por meio da Tecnologia Social Pescar, promove a aprendizagem básica para o exercício de uma profissão e estimula os jovens a adotarem novos hábitos e atitudes de convivência e cidadania.de uma profissão e estimula os jovens a adotarem novos hábitos e atitudes de convivência e cidadania.

A Ipiranga é um dos mantenedores do Pró-Saber, Instituto Superior de Educação é uma faculdade comunitária, credenciada pelo MEC, que forma professoras que atuam na pré-escola, em comunidades de baixa renda da cidade

do Rio de Janeiro. As 32 unidades de educação infantil onde as alunas do Instituto estão alocadas, e seu entorno, formam pólos sócio-educativos e culturais que constituem um núcleo de transformação e conhecimento.

A Ipiranga é um dos mantenedores do Pró-Saber, Instituto Superior de Educação é uma faculdade comunitária, A Ipiranga é um dos mantenedores do Pró-Saber, Instituto Superior de Educação é uma faculdade comunitária, credenciada pelo MEC, que forma professoras que atuam na pré-escola, em comunidades de baixa renda da cidade credenciada pelo MEC, que forma professoras que atuam na pré-escola, em comunidades de baixa renda da cidade

do Rio de Janeiro. As 32 unidades de educação infantil onde as alunas do Instituto estão alocadas, e seu entorno, do Rio de Janeiro. As 32 unidades de educação infantil onde as alunas do Instituto estão alocadas, e seu entorno, formam pólos sócio-educativos e culturais que constituem um núcleo de transformação e conhecimento.formam pólos sócio-educativos e culturais que constituem um núcleo de transformação e conhecimento.

A Ipiranga é uma das signatárias do Pacto, que foi lançado em maio de 2005, pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), pelo Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, pelo Instituto Observatório Social e pela ONG Repórter Brasil. A iniciativa orienta e fornece ferramentas para que o setor empresarial e a sociedade brasileira não comercializem

produtos de fornecedores que usaram trabalho escravo.

Pacto Nacional para Erradicação do Trabalho Escravo

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Ipiranga e você, apaixonados por carros

como todo brasileiro.

GASOLINA ORIGINAL ADITIVADA

Características:Além de contar com o controle de qualidade da Ipiranga, a Gasolina Original Aditivada usa uma das mais modernas tecnologias de aditivação do mundo. É o combustível ideal para quem ama seu carro e quer aproveitar o melhor dele.

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A Ipiranga tem umalinha completa de produtosgarantindo o melhor para você.

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infLAçÃO, gOVERnO uSA SuA ÚniCA ARmA

Conter inflação com câmbio é ‘erro mortal’, diz Delfim. Ele estima que IPCA deverá fechar o ano abaixo de 6,5%

O ex-ministro da Fazenda Del-fim Netto afirmou que o "Banco Central usa o câm-bio" para segurar a inflação

no curto prazo. "É um erro mortal, mas é o único (recurso) disponível no mo-mento", destacou. Ele estima que o Ín-dice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deverá fechar este ano pouco abaixo do teto de 6,5%.

Em entrevista ao Broadcast, servi-ço de notícias em tempo real da Agência Estado, Delfim afirmou que o próximo governo pode adotar algumas medidas essenciais para reduzir as pressões so-bre o IPCA a partir do início de 2015.

Segundo ele, a correção dos preços administrados deveria ocorrer de uma só vez no próximo ano. "Isso é funda-mental para retomar a ancoragem das expectativas sobre a inflação, ajudando a convergi-las à meta de 4,5%", disse. "As expectativas vão continuar eterna-mente elevadas se há a percepção ge-neralizada da sociedade de que preços administrados são responsáveis por 1,5 ponto porcentual do IPCA e isso não é corrigido nunca", ponderou

Nesse contexto, o ex-ministro de-fendeu que o governo anuncie a regra de retificação da defasagem dos com-bustíveis no Brasil em relação às cota-

ções internacionais."A sociedade deveria estar ciente

de que esta correção vai ocorrer num horizonte de 18 meses", destacou Del-fim. "Contudo, é fundamental deixar cla-ro que não há uma data exata de quando isso vai ocorrer, ela será aleatória dentro deste prazo e ponto final."

PiB EStAgnADODelfim afirmou que vê o Produto

Interno Bruto (PIB) estagnado no se-gundo trimestre, com resultado próximo de 0%. "A economia para 2014 está dada e deve ser relativamente fraca, com um crescimento ao redor de 1,5%", comen-tou. Ele acredita que a inflação neste ano ficará pouco abaixo do teto de 6,5%.

Contudo, Delfim ressaltou que, devido às "imensas potencialidades" que o País possui é totalmente vi-ável que a economia retome um ritmo de expansão entre 3% e 4% em três anos. "Para que isso ocorra é fundamental que o Estado se torne bem mais eficiente - nem mínimo nem balofo", comentou.

"Nesse contexto, não dá mais para usar a política fiscal para estimular o consumo, como ocorreu nos últimos anos", disse. "O superávit primário de-veria subir para a média de 2,5% do PIB ao ano, a fim de reduzir o patamar da dívida bruta dos atuais 58% para 45% do PIB em seis anos. E por que 45%? Esse número é relevante porque, se houver alguma necessidade de elevar os gastos públicos para puxar a demanda, há essa folga essencial."

Em entrevista ao Broadcast, servi-ço de notícias em tempo real da Agência Estado, Delfim afirmou que o próximo governo pode adotar algumas medidas essenciais para reduzir as pressões so-bre o IPCA a partir do início de 2015.

Segundo ele, a correção dos preços administrados deveria ocorrer de uma só vez no próximo ano. "Isso é funda-mental para retomar a ancoragem das expectativas sobre a inflação, ajudando a convergi-las à meta de 4,5%", disse. "As expectativas vão continuar eterna-mente elevadas se há a percepção ge-neralizada da sociedade de que preços administrados são responsáveis por 1,5 ponto porcentual do IPCA e isso não é corrigido nunca", ponderou

Nesse contexto, o ex-ministro de-fendeu que o governo anuncie a regra de retificação da defasagem dos com-bustíveis no Brasil em relação às cota-

Delfim afirmou que vê o Produto Interno Bruto (PIB) estagnado no se-gundo trimestre, com resultado próximo de 0%. "A economia para 2014 está dada e deve ser relativamente fraca, com um crescimento ao redor de 1,5%", comen-tou. Ele acredita que a inflação neste ano ficará pouco abaixo do teto de 6,5%.

Contudo, Delfim ressaltou que, devido às "imensas potencialidades" que o País possui é totalmente vi-ável que a economia retome um ritmo de expansão entre 3% e 4% em três anos. "Para que isso ocorra é fundamental que o Estado se torne bem mais eficiente - nem mínimo nem balofo", comentou.

públicos para puxar a demanda, há essa folga essencial."

Delfi m Netto, ex-ministro da Fazenda

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“A sociedade deveria estar

ciente de que a correção vaiocorrer num horizonte de18 meses”JuROS

Por outro lado, o ex-ministro da Fazenda ressaltou que o retorno da harmonia da política fiscal com a mo-netária, como havia em 2011, ajudará a reduzir os juros, o que é muito impor-tante para estimular os investimentos e ampliar a oferta. "Parece que há uma nova onda daqueles que acreditam que o Brasil não pode ter juro real abaixo de 6% ao ano. Isso é uma tolice e a taxa pode ser mais baixa, sim."

Mas Delfim destacou que a polí-tica monetária é uma espécie de força resultante do bom controle de gastos do governo, patamar do câmbio e ritmo de expansão dos salários compatível com a velocidade da produtividade do trabalho.

"Como a carga tributária está próxima a 36% do PIB, pode-se gerar muito mais eficiência no setor públi-co. E com isso é possível perfeitamente levar o déficit nominal para perto de zero em quatro anos", destacou.

Na avaliação do ex-ministro, um elemento essencial para estimular os investimentos no País é o governo in-tensificar o programa de concessões em infraestrutura, pois isso vai com-bater os gargalos nacionais de logística, especialmente em portos, rodovias e ferrovias.

"É preciso ter modicidade tarifária nos leilões, mas eles precisam ser fei-tos de forma que viabilize uma boa taxa de retorno dos projetos. E isso é coisa para profissionais e não para amadores de Brasília", disse.

infLAçÃO EStÁ EntRE OS mOtiVOSPARA AumEntO DO PESSimiSmO

No mês de junho ocorreu um baque generalizado nos índices de confiança apurados por diferentes institutos de pesquisa. "Houve uma desconfiança em vários indicadores, mas nada comparável ao pior momen-to recente, março de 2009. Naquela época havia uma recessão clássica. Agora não estamos nesse ponto", afir-ma Aloisio Campelo, Superintendente de Ciclos Econômicos do Instituto Bra-sileiro de Economia (Ibre/FGV)

Na sua avaliação, a queda na con-fiança está associada à desaceleração da economia e ao ceticismo em relação à recuperação da atividade. "Estamos num ano em que a política monetária está mais apertada, a inflação está demo-rando para ceder", diz. Além disso, ele ressalta que há um desapontamento em relação a atividade econômica por conta da Copa do Mundo, com indústrias para-lisando a produção, além das manifesta-ções, greves e risco de racionamento.

InflaçãoNa opinião do assessor econômi-

co da Fecomércio-SP, Altamiro Carva-lho, variáveis conjunturais negativas - como manifestações, risco de racio-namento de energia e de água - afetam o comportamento do consumidor. "O ambiente está muito turbulento e o consumidor não gosta de incerteza."

Mas o fator preponderante, na opinião do economista, que levou à

queda da confiança foi a inflação ele-vada que corroeu a renda. Além disso, o cenário para o emprego não é tão fa-vorável, quanto no passado recente.

Essa mudança de cenário foi sen-tida por Rita de Cássia Vieira, de 44 anos, que não tem carteira assinada há seis anos. Antes copeira, Rita, nesse período, trabalhou como ajudante de cozinha e cuidadora de idosos. Desde o ano passado, já foram 60 currículos en-tregues à procura de um serviço regis-trado, mas não obteve sucesso. "A Copa do Mundo só melhorou o mercado de trabalho para os jovens. Para os mais velhos e sem estudo, como eu, as coisas continuam de mal a pior", diz ela, que não completou o primeiro grau.

Ao rodar o supermercado, Rita, casada e com três filhos, se assusta com os preços. "Está tudo muito caro, principalmente os itens de alimenta-ção", diz.

Já para a aposentada Nancy Silva, de 72 anos, o desânimo da população vem de promessas não cumpridas que agora passam a pesar no bolso.

"Há um desgaste, pois nenhum projeto se conclui, não há retorno dos impostos. Vemos os picos da inflação, cada vez mais curtos, sobretudo com o básico, que é alimentação", diz a As-sistente Social. "A proximidade das eleições deixa a situação mais tensa, com a dificuldade de escolher o me-nos pior."

TEXTO: RICARDO LEOPOLDO FONTE: AGÊNCIA ESTADO

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CACHAçA ARtESAnAL, DE gOiÁS PARA O munDO

A Cambéba leva o produto de Goiás aos EUA e Europa e traz

dólares ao Estado. A criação do programa

Pró-Cachaça, as missões internacionais,

linhas de crédito e redução de impostos

impulsionaram o setor

A cachaça é um dos produtos ar-tesanais tradicionais em Goiás. E já mostrando os resultados da criação do Arranjo Produ-

tivo Local (APL) da Cachaça Goiana, a empresa Cambéba expande sua produção e cria uma representação de atacado na Flórida, nos Estados Unidos. A empresa já exportava a bebida graças a política de Comércio Internacional fomentada pela Secretaria da Indústria e Comércio (SIC).

O dono da empresa é atualmente o presidente da Associação Goiana de Produtores de Cachaça de Qualidade (Agopaq), Galeno Furtado. O investidor do produto artesanal já participou de 35 missões internacionais acompanha-do da SIC. O objetivo dessas missões é apresentar os empresários goianos ao mercado externo. “Já fui da Rússia à In-glaterra, e graças à ajuda da SIC conheci

os melhores investidores no meu ramo”, afirmou Galeno.

Hoje a empresa gera 44 empregos diretos e mais de 200 indiretos, e ainda trabalha frente à uma política de susten-tabilidade. “Além de levarmos o nome de Goiás ao exterior e trazer dólares ao Estado, também contribuímos para a não degradação do meio ambiente, que é e sempre será uma preocupação nossa”, disse o empresário que já exporta para Polônia, e de lá a bebida acaba sendo dis-tribuída para todo o continente Europeu.

A loja da Flórida deve começar a comercializar a cachaça daqui a quatro meses, quando o produto estiver devi-damente legalizado. “Já temos a certi-ficação do Instituto Biodinâmico e re-centemente a Cambéba também ganhou o prêmio internacional The 2014 San Francisco World Spirits Competition,

pelo qual fomos selecionados como me-lhores produtores do ramo”.

A família de Galeno é do Ceará, da região de Cambéba, município de Cau-caia, próximo a Fortaleza. “E nós mi-gramos para Goiás em função da abun-dância de água e da proximidade de Goiás com o mercado externo”, explicou o proprietário que fixou a fábrica no mu-nicípio de Alexânia, Entorno de Brasília, em 1993. “Mas essa cachaça é produzida desde 1808 pelos nossos antepassados”, acrescentou.

Durante 14 anos Galeno acompa-nhou o Governo de Goiás no percurso de Ásia e Europa. “Hoje digo que 90% do nosso sucesso é resultado do esforço do Governo do Estado de Goiás. Em contra-partida, geramos empregos e impostos”, relatou Galeno afirmando que sua pro-dução hoje chega a 600 mil litros/ano.

Galeno Furtado, proprietário da empresa goiana que exporta bebida para o mundo

FOTOS: EDUARDO FERREIRA

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A expansão em númerosA produção de cachaça, que no

início de 2012 era de 500 mil litros por ano, no final de 2013 chegou a 2,5 milhões de litros por safra/ano. Os da-dos são do Programa Pró-Cachaça, de-senvolvido pela SIC. O crescimento é atribuído, entre outras coisas, segundo o assessor especial deste APL, Moacyr Ferreira da Silva, às linhas de finan-ciamento facilitadas, oferecidas pelo Governo de Goiás aos produtores, a exemplo da redução na carga tributária, que diminuiu de 27% para 10% o ICMS cobrado sobre o produto.

Outro fator que influenciou o cres-cimento da produção foi a criação do Pró-Cachaça. Por meio deste programa as unidades de produção são fiscalizadas e registradas e é feito o incentivo à co-mercialização e à exportação da cacha-ça goiana, entre outras medidas. Ainda de acordo com o Moacyr, o objetivo do programa é capacitar o produtor, moder-nizar as técnicas de produção e, conse-quentemente, melhorar a qualidade da cachaça artesanal produzida no Estado. Segundo ele o produto artesanal é dife-rente daquele comercializado em larga escala pela indústria. “A cachaça arte-sanal não tem adição de açúcar, melado ou corante; ela passa por um processo de envelhecimento, a exemplo do que tam-bém ocorre com o vinho e o whisky; e seu consumidor não é um viciado, mas um apreciador”, explica.

Cachaça Cambéba é produzida desde 1808

“Além de levarmos o nome de Goiás

ao exterior e trazer dólares, também

contribuímos para a não degradação do meio ambiente

Qualidade dos produtos goianosDesde 2012, quando

foi criado o programa, a SIC realiza um censo no Estado com a finalidade de verificar o número de produtores e a qualidade da cachaça produzida aqui. Atualmente Goiás possui aproximadamente 1000 produtores e responde por 2% da produção nacional de cachaça. As maiores re-giões produtoras são o En-torno do Distrito Federal, sobretudo os municípios de Alexânia e de Formo-sa, e a região da Estrada de Ferro. A meta da SIC é elevar essa produção, por meio de incentivos fiscais e capacitação de produtores, para uma média que po-derá chegar a sete milhões de litros por ano, com selo de qualidade reconhecido internacionalmente.

Recentemente, a Secretaria da Ci-ência, Tecnologia e Inovação (Sectec) autorizou a aquisição de máquinas e equipamentos para viabilizar melhores

condições para o aumento da renda dos microempresários deste setor. O objetivo é fazer com que este lucro fique com o produtor goiano. Além da produção anual de mais de 2,5 milhões de litros de cacha-ça, outros 3 milhões de litros estão em envelhecimento. E a produção brasilei-ra supera 1,3 bilhão de litros por ano.

(GOIÁS AGORA)

Alambiques da fábrica, cachaça com mais de 200 anos de tradição

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ESTIMADA NOVA SAFRA RECORDE DE GRÃOS

A

A safra de trigo será 0,9% superior à estimada em maio. A produção nacional deve atingir 7,874 milhões de toneladas este ano, a maior desde o início da série histórica do LSPA, em 1974. “A área cultivada e a expectativa de rendimento, por enquanto, ainda se mantêm altas. Esperamos que as chuvas não venham. O trigo ainda está pequeno, a cultura está no início”, lembrou Flavio Pinto Bolliger, coordenador de Agrope

cuária do IBGE.No ano, a safra de trigo

deve ser 37,7% maior que a de 2013, devido ao clima favorável no Paraná e no Rio Grande do Sul, principais produtores. Apenas a produção do Paraná deve crescer 113% em relação a do ano passado.

CONAb

IBGE aponta recorde na safra de grãos do ano, com a produção de 192,5 milhões de toneladas. Conab vê alta de 2,8% em 2013/14

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AGRONEGÓCIO

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gOiÁS RECEBE munDiALDE mOtOCROSS

O evento, que vai trazer as principais equipes e os me-lhores pilotos do mundo a Goiás deve atrair mais de 40

mil pessoas e movimentar significativa-mente a economia local e regional. As obras do Motódromo Internacional do Estado de Goiás já estão sendo conclu-ídas na GO 0-60, km 16 da Rodovia dos Romeiros.

De acordo com o prefeito de Trin-dade, Jânio Darrot, a pista será vistoria-da pela Federação Internacional de Mo-tocross. “O povo trindadense tem muito orgulho em receber um evento tão gran-dioso e faremos o melhor para que ele seja de qualidade.” O responsável pelo evento, Carlos Romagnolli, afirma que estarão presentes mais de 20 países e 80 pilotos. “Com a ajuda de Goiás, o nosso

objetivo é manter o GP Brasil como o melhor GP do mundo, prêmio já rece-bido na Bélgica, no Awards 2012”, dis-se. Em 2014 estão sendo realizadas duas etapas, uma no Beto Carrero World, Santa Catarina, no mês de março, e o GP de Goiás. “O GP de Goiás vem para o es-tado para ser um grande sucesso e atrair turistas, fãs e apaixonados pelo esporte de todos os cantos do Brasil e do mun-do”, relata o organizador.

O governador Marconi Perillo lem-brou que o esporte faz parte do espírito dos goianos. “Estamos muito orgulhosos. Sem dúvida que o esporte já faz parte até da nossa cultura, e isso será ainda mais forte com a utilização do Autódro-mo de Goiânia e do Centro de Excelên-cia”. O presidente da Federação de Mo-tociclismo do Estado de Goiás, Roberto

Boettcher, foi um dos principais pilotos do País e o que mais representou o Esta-do em competições. “Em 1970 eu estava sendo o campeão da competição, e hoje estou aqui participando desta recepção. É muito gratificante”, relembrou. O pi-loto lembrou também que Goiás ainda é um dos principais revendedores de mo-tocicletas do Brasil.

IngressosAs entradas para a arquibancada

geral já podem ser adquiridas pelo va-lor de R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia--entrada para estudantes, professores e pessoas acima de 60 anos, mediante apresentação de documento). A Torcida VIP Coberta ficará no setor 2 e oferece uma visão privilegiada da largada e do salto de chegada. Além disso, os torce-

DE mOtOCROSS

O município de Trindade vai ser sede da Etapa do Mundial de Motocross nos dias 6 e 7 de setembro

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mERCADO ESPORtE

FOTO

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UIZ

PIRE

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dores receberão uma camiseta perso-nalizada e poderão visitar os boxes no domingo, dia 7 de Setembro, entre as 16h45 e 18 horas. A entrada para o setor custa R$ 150.

Já a Torcida VIP Largada Paddock foi criada especialmente para os faná-ticos pelo motocross, que terão acesso livre ao paddock. Com arquibancadas cobertas, o setor 4 oferece ótima vi-sibilidade da largada, chegada e praça de alimentação e portaria exclusivas.

O ingresso pode ser adquirido por R$ 180. No setor 7 do evento, a Torcida VIP Premium foi criada para acomodar confortavelmente o público, em local privilegiado, com acesso ao paddock, e coberto, além de todo o requinte do Lounge Vip e buffet exclusivo (no do-mingo). O valor da entrada é de R$ 300.

Há também o HC VIP Empresarial, localizado na reta de chegada, no setor 6, especial para empresas e patroci-nadores, que podem realizar ações de

relacionamento com clientes e funcio-nários. O local proporciona portaria e buffet (no domingo) exclusivos, e es-trutura completa com camarotes sepa-rados para 25 ou 50 pessoas. O valor pode ser consultado no telefone (14) 3815-5090. Os ingressos são limitados e, ao final dos lotes antecipados, outros não serão vendidos nas bilheterias ou site. No dia do evento o estacionamento deverá ser pago à parte.

A competição é dividida nas cate-gorias MXGP, motos de 250 cc ou até 450 cc; e MX2, motos de 125cc ou até 250 cc, com pilotos de até 23 anos de idade. Neste ano, o campeonato terá se-des em países da Europa, Ásia e Améri-ca Latina.

Prova contará com a participação de grandes pilotos

Ingressos para a etapa de Trindade já estão sendo comercializados

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timÃO COLHE OS fRutOSCom a marca de R$ 1,23 bilhão, Corinthians lidera ranking nacional, seguido pelo Flamengo e São Paulo

O Corinthians tem a mar-ca mais valiosa do Brasil, avaliada em R$ 1,23 bilhão. Desde 2010, ano em que as-

sumiu a liderança do ranking, o clube paulista teve a sua marca valorizada em R$ 486 milhões. O segundo lugar é ocu-pado pelo Flamengo, com uma marca de R$ 1 bilhão e o São Paulo está em ter-ceiro, com R$ 879 milhões.

Esses são os principais resultados de um estudo da empresa de consulto-ria e auditoria BDO, que avaliou as mar-cas dos 23 principais clubes brasileiros.

Vários fatores contribuíram para a liderança corintiana como a força da tor-cida, as cotas de TV e os patrocínios. Por outro lado, o novo estádio ainda não entra na conta da valorização da marca. Pedro Daniel, gerente da Divisão de Esportes da BDO, explica que ainda é cedo para con-tabilizar os ganhos com a arena

"O Corinthians tem um belo produto nas mãos, mas é preci-so saber como ele será admi-nistrado no futuro", disse Daniel. "O estádio tem potencial para atrair parcerias comerciais e estimular o pú-blico e os consumidores. Por enquan-to, os ganhos foram apenas em visi-

bilidade e no orgulho da torcida".Embora seja realizado ano a ano, o

estudo mostra também a evolução das marcas nos últimos cinco anos. Nesse contexto, o Corinthians está colhendo agora os frutos das ações de relaciona-mento com os torcedores que foram rea-lizadas na conquista da Copa Libertadores e do Mundial de Clubes da Fifa, em 2012.

Até as campanhas de marketing fei-tas depois da queda do time para a Série B do Campeonato Brasileiro, em 2007, como a camisa com as fotos dos torce-dores na ação "Nunca vou te abandonar", ainda contribuem com o valor da marca. Por isso, os ganhos com o Itaquerão fica-rão mais para a frente.

RIQUEZA - "É importante ter uma marca forte para o clube conseguir

maiores receitas com as cotas de TV, conquistar torcedores, maiores bilhe-terias, enfim, ser mais forte financeira-mente", disse Pedro Daniel.

De acordo com o estudo, uma variá-vel sozinha não determina o valor de uma marca. Além da força da torcida (tama-nho, faixa etária e hábitos de consumo), o valor considera as receitas (cotas de TV e patrocínios de camisa, por exemplo). Um dos segredos para uma marca forte, por-tanto, é o relacionamento com a torcida.

A metodologia utiliza dados finan-ceiros, pesquisas com o torcedor, infor-mações de marketing, além de dados econômicos e sociais dos brasileiros. Os recursos com as transferências de atle-tas, no entanto, não entram no estudo, pois não fazem parte do ativo do clube.

Apesar da queda recente para a Série B, o Palmeiras é o quarto colo-cado, com uma marca que vale R$ 576 milhões. Esse valor se apoia, em grande parte, na tradição e na história do clube.

Além da consolidação da liderança do Corinthians, o estudo também aponta o crescimento dos clubes mineiros, espe-cialmente o Cruzeiro, que está em 8.º lu-gar, com pouco mais de R$ 400 milhões.

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ESPORtE

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tRiÂnguLO DAS BERmuDAS intRigA CiEntiStAS

Você provavelmente já ouviu falar do Triângulo das Bermu-das, uma zona com milhões de quilômetros quadrados de ex-

tensão, localizada no Oceano Atlântico. Seu perímetro fica em uma área que se encontra entre as Ilhas Bermudas, Porto Rico e as Bahamas.

A região é conhecida principal-mente pelos inúmeros e incompreensí-veis desaparecimentos de navios, barcos e aviões ocorridos por lá, o que, ao longo dos anos, vem gerando diversas teorias, especulações e superstições metafísicas quanto ao que, de fato, há no local.

Pensando nisso, cientistas do Insti-tuto Nacional de Astrofísica da Bolonha estão trabalhando em um projeto que parte da hipótese de que a causa da ano-malia está, na verdade, no espaço sideral. Para comprovar a teoria, eles enviarão um satélite para monitorar e medir a área misteriosa, conhecida no âmbito acadê-mico como “Anomalia do Atlântico Sul”.

CintuRÃO DE VAn ALLEnNo entanto, as esquisitices envol-

vendo o Triângulo não se limitam ape-nas à sua área em alto mar. Seus fenô-menos anormais se estendem a regiões que estão a centenas de quilômetros na superfície terrestre. São múltiplos rela-tos de astronautas que dizem ter visto clarões na área, provocando inexplicá-veis problemas de funcionamento nos instrumentos de voo utilizados em suas aeronaves.

Algumas medições de satélites feitas anteriormente mostraram que o cinturão de Van Allen — região interior de radiação da Terra onde as partículas

carregadas são concentradas — curio-samente encontra-se a uma menor distância do nosso planeta, exatamente sobre a zona do triângulo das bermudas. Os pesquisadores acreditam que talvez a variação do cinturão sobre essa área possa ser a razão das anomalias e misté-rios ocorridos no local.

O perímetro do Triângulo está em constante variação, em virtude de fato-res físicos, climáticos, geográficos e ge-ofísicos, que acabam influenciando no cálculo de sua área — que pode oscilar entre 1, 1 milhão de Km² e 3,95 milhões de Km². O satélite dos cientistas italianos poderá confirmar as informações obti-das nas pesquisas anteriores, que suge-riam que a zona da anomalia estaria se movendo para o Golfo do México.

ORigEm DO mitOAs lendas envolvendo o Triângu-

lo das Bermudas tiveram início após um incidente envolvendo cinco aviões militares dos Estados Unidos. Em 6 de dezembro de 1945, as aeronaves e suas tripulações, que somavam 14 pessoas, simplesmente sumiram sem deixar ras-tros, em um dia em que as condições meteorológicas eram totalmente favo-ráveis para o voo.

Pouco antes da perda do contato, um dos pilotos informou à base de Fort Lauderdale que suas bússolas não esta-vam funcionando e que eles não sabiam onde estavam. Após realizar operações para rastrear os aviões desaparecidos e não encontrar qualquer vestígio, rumo-res começaram a surgir no mundo intei-ro especulando o que haveria na miste-riosa zona.

TEXTO: GUILHERME DIAS FONTE: WWW.MEGACURIOSO.COM.BR

Estaria no espaço a resposta para o mistério do Triângulo das Bermudas? Cientistas italianos querem enviar um satélite para monitorar os fenômenos que ocorrem na área

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Eu Vi nA WEB

Há relatos do desaparecimento de aviões, navios e barcos na região

FOTO ILUSTRATIVA

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CAminHO SEm VOLtA

Há algumas semanas participei de uma palestra proferida pelo Dr. Dado Schneider, autor do livro: “o mundo mudou... bem na minha vez!” Dentre as interessantes citações, destaco: “Hoje, ao negar a existência de coisas simples do mundo digital, um profissional maduro está decretando sua concordata profissional’”. Sem delongar-me muito sobre a palestra, (recomendo e leitura do livro, veja link com sinopse da obra:http://www.integrareeditora.com.br/imp_download/g0rsqs5vw7_livreto_o_mundo_mudou.pdf), a citação foi para que possamos atentar sobre uma nova forma de relacionamento que, por osmose, está nos sendo imposta, ou seja, as redes sociais, cada vez mais presentes em nosso cotidiano. É um assunto polêmico e complexo que vem sendo discutido nas empresas, nas instituições de ensino, por cientistas renomados. Parece não ter mais volta. Ficar fora delas, em um futuro não muito distante, é estar alienado.

Hoje as pessoas saem para uma festa ou para um happy hour e conversam pelas redes, mesmo estando a centímetros de distância. O conceito de rede social já vem sendo utilizado há cerca de um século,

contudo, o meio digital proporcionou uma difusão geométrica da ideia e, resumindo tudo, as Redes Sociais nasceram para integrar membros com interesses e ideologias ligados pela relevância de um determinado assunto e para proporcionar integração e interatividade através de comunicação e compartilhamento de conteúdo.

O Homem é um ser social por natureza, o ser humano tem a necessidade de se comunicar socialmente e conviver em uma sociedade organizada através de regras e hierarquias. Não sabemos o futuro da sociedade, mas o futuro da comunicação, sem dúvida, está nas redes sociais e, desta forma, estaremos, nessa coluna, abordando, a cada publicação, aspectos de seu funcionamento.

O IDC divulgou os números de participação

de mercado mundial de utilização de sistemas operacionais para

smartphones. No topo, o android do

google continua firme e forte

em milhões de aparelhos

vendidos.Os números divulgados

também revelam que dispositivos maiores, chamados "phablets" (híbrido de telefone e tablet), representaram 21% do mercado de smartphones

O sistema operacional Android do Google era utilizado em quatro de cada cinco smartphones vendidos em todo o mundo no terceiro trimestre de 2013. Nesse mesmo ano a venda de tablets com Android superou a de iPads, de acordo com números divulgados pela Gartner. Embora a plataforma da Apple tenha apresentado dados positivos, surgiram muitos aparelhos com o sistema operacional do Google, que atende à crescente demanda nos mercados em desenvolvimento.

No mundo pós-PC vemos uma “guerra” intensa entre dois sistemas operacionais móveis: iOS e Android. É bem verdade que o Android tomou a liderança do iOS já tem um tempo e está bem “tranquilo” no topo, ainda que em alguns países a distância entre eles não seja tão grande assim, como por exemplo nos Estados Unidos, no Japão, entre outros.

Em países emergentes (incluindo o Brasil), porém, o Windows Phone está fazendo bonito e desbancando o iOS, chegando ao segundo lugar em pesquisas de participação de mercado. Nós já havíamos visto dados assim numa pesquisa da Jana Mobile publicada em Janeiro, mas até por não conhecermos a empresa, preferimos aguardar a publicação de novos estudos (de fontes mais conhecidas).

guERRA: iOS X AnDROiD

OS CAmPEÕES DE ACESSO

O site BI Intelligence divulgou a lista das redes sociais mais acessadas do mundo. Os números são referentes a outubro de 2013.

1º) Facebook: 1,15 bilhão de usuários únicos

2º) YouTube: 1 bilhão3º) Qzone: 712 milhões4º) Sina Weibo: 500 milhões5º) WhatsApp: 350 milhões6º) Google+: 327 milhões7º) Tumblr: 300 milhões8º) Line: 275 milhões9º) Twitter: 240 milhões10º) WeChat: 236 milhões

O DOmÍniO DOS AnDROiDES

Doutor em Comunicação e Palestrante, Dado Schneider

FOTO: REPRODUÇÃO

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mERCADO nAVEgAR É PRECiSO

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LAnçADO OOVOO PARA WinDOWS PHOnE StORE

A ooVoo lançou o ooVoo para Windows Phone, uma plataforma social para vídeo e bate-papo, que permite que os usuários se conectem de maneira instantânea com seus amigos mais próximos por meio de vídeo em alta definição. O ooVoo é gratuito e suporta chamadas de vídeo entre duas pessoas ou em grupos de até 12 pessoas. Acrescentar o Windows Phone à sua lista de plataformas é um marco importante, pois reforça a missão da ooVoo de realizar todas as interações por vídeo e experiências on-line compartilhadas do mundo.

A primeira rede social de sucesso no Brasil está próxima do fim. Seu proprietário, o Google, anunciou em seu blog que "é hora de dar adeus ao Orkut", marcando a data de encerramento do site para 30 de setembro. Até lá, segundo o Google, usuários poderão usar suas contas normalmente.

A transferência de conteúdo poderá ser feita por usuários do Orkut até setembro de 2016, incluindo álbuns de fotos (que podem ser migrados para a rede social Google Plus), dados de perfil, recados (os chamados scraps), depoimentos e posts de comunidades, através da ferramenta Google Takeout.

Depois do fechamento definitivo do Orkut, não será mais possível entrar

na rede, exportar fotos, jogar games ou utilizar aplicativos. As comunidades públicas serão preservadas em um "arquivo de comunidades" aberto ao público. Este arquivo, porém, será apenas para visualização e não aceitará novos tópicos, comentários ou enquetes.

O ADEuS AO ORKut

BB LAnçA PAgAmEntO POR APROXimAçÃO COm SmARtPHOnE

O Banco do Brasil, em parceria com a operadora de telefonia Oi e a bandeira de cartões Visa, anunciou nesta segunda-feira, 09, o lançamento oficial de um aplicativo que possibilita o pagamento por aproximação com smartphones. A facilidade é possível por meio da solução Near Field Communication (NFC), tecnologia que permite que smartphones enviem informações da transação

para um terminal eletrônico.A transação por aproximação

já é aceita em mais de 1,4 milhão de estabelecimentos comerciais do País, segundo nota das companhias à imprensa. Para realizar o pagamento por celular, o cliente tem de acessar o aplicativo Ourocard Visa Banco do Brasil, escolher a opção "Pagar", digitar a sua senha e aproximar o celular do terminal de venda habilitado.

RDiO EStÁ AgORA DiSPOnÍVEL nO BRASiL

A Rdio, um dos maiores serviços de streaming de música do mundo, anunciou que seu serviço já está disponível no Brasil, através do Chromecast do Google.

O Brasil é o terceiro maior mercado da Rdio e um dos seus mais rápidos em crescimento. Este anúncio surge após a notícia recente de que a Rdio firmou uma parceria estratégica e poderosa com o Grupo Bandeirante, abrangendo marketing, distribuição, conteúdo e promoções que irão expandir significativamente a presença da Rdio no Brasil.

CELuLAR AJuDAnDO nO COntROLE DA DiABEtES

Muitos recursos da tecnologia dos celulares podem ajudar os serviços de saúde. Aplicativos, como glicômetros integrados ao celular, podem computar as medições de glicose e ajudar a prever indivíduos com diabetes ou aqueles com um alto risco de desenvolver a doença. Outro aplicativo que pode ajudar é aquele que ajuda no controle do consumo calórico, auxiliando os diabéticos na escolha de refeições mais saudáveis, com informações sobre carboidratos, porcionamento e rótulos de alimentos. Apesar dos benefícios os pesquisadores ressaltam a necessidade de mais estudos que possam melhorar o funcionamento destes aplicativos e a importância do monitoramento médico/nutricional.

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GutembergOliveira

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morador do asilo Vila Vicentina, em Bau-ru, no interior de São Paulo, um filho de es-

cravos chega aos 126 anos de vida gozando saúde. José Aguinelo dos Santos pode ser o homem mais velho do mundo. Ele nasceu em um quilombo de Pedra Branca (CE), em 7 de julho de 1888, pouco depois de a princesa Isabel assinar a Lei Áurea, em 13 de maio do mesmo ano.

O que impressiona é o estado de saúde dele. Apesar da idade avançada, "Zé Aguinelo", como é chamado no asi-lo, tem uma saúde igual e até melhor que muitos idosos do local, mais novos que ele. Apenas o banho é acompanhado. O restante das atividades ele faz sozinho.

O idoso não tem doenças graves, não é hipertenso nem diabético, não tem indícios de Alzheimer ou proble-mas com a memória. Tem apenas certa dificuldade com a fala e uma pequena demora para acessar as informações e entender o que as pessoas dizem, um problema natural com a idade avançada, dizem os profissionais do asilo.

De remédios, ele toma apenas um xarope e um estimulante de apetite. Seu cotidiano é acordar às 7 horas, tomar café, ir para o banho e depois caminhar sozinho pelas dependências do asilo, conversar com os colegas e fumar um carteira de cigarros por dia, trazidos por outros idosos do local. "Eles trazem e eu

fumo", diz. Mas a maior parte do dia, José Aguinelo passa no quarto, acompanhado de outro amigo, também fumante.

Apesar da dificuldade na fala, Agui-nelo, que é um pouco tímido, consegue conversar bastante sobre sua vida, com a ajuda da psicóloga Mariana de Fátima Ca-nassa da Silva, que cuida do idoso e está acostumada a conversar com ele todos os dias. Em entrevista nesta segunda-feira, José Aguinelo se lembrou de sua infância e juventude no quilombo, onde ele disse que plantava milho, mandioca e cuidava de pe-quenas criações. E falou de uma irmã. "Eu tinha uma irmã folgada, mais velha, que judiava de mim Ela me batia toda semana. Se chamava Maria", conta ele.

Sobre namoradas na juventude, Aguinelo diz que "elas chegavam e pas-savam", mas não soube explicar por que não se casou com nenhuma delas. Sobre a religião, ele disse: "não quer dizer nada, todo mundo vai morrer". Mas a vida com a irmã e a família no interior do Ceará ficou para trás, segundo ele, quando saiu para fazer a vida. Ele não sabe dizer quan-

to tempo faz, mas afirma que não pôde trazer a mãe, que ficou no Ceará.

José Aguinelo dá a entender que passou pela cidade de Montes Claros, no interior de Minas Gerais, antes de chegar ao interior de São Paulo, onde foi trabalhar na agricultura. "Vim tra-balhar na colheita de café", diz, ao ser questionado sobre como chegou a Bauru. De acordo com a administração

do asilo, José Aguinelo foi deixado no asilo, em 1973, já com 85 anos.

"Naquela época o asilo não costuma-va pedir os documentos, a burocracia no abrigo era menor", diz Mariana. Os docu-mentos de Aguinelo são de 2001 e foram feitos após uma audiência que ele teve com um Juiz de Bauru. "O Juiz conversou com ele em um audiência e com as infor-mações que ele repassou, elaborou a cer-tidão de nascimento", conta a Psicóloga.

Segundo ela, o asilo tem intenção de checar a idade de José Aguinelo com um exame de carbono 14. "Isso é necessário porque, pelos documentos, ele pode ser o homem mais idoso do mundo", diz O pro-blema é que este exame, que só é feito no Hospital das Clínicas, em São Paulo, custa em torno de R$ 60 mil, e o asilo não tem condições financeiras para isso. "Estamos tentando ver se conseguimos algumas do-ações para fazer este exame", diz.

Se existe um segredo para viver bastante, Aguinelo não quis falar. Disse apenas que gosta de comer arroz, feijão e macarrão.

PODE EStAR nO BRASiL HOmEm mAiS VELHO DO munDOO descendente de escravo, José Aguinelo, nasceu dia 7 de julho 1888 de na cidade de Pedra Branca (CE). Reside atualmente em um abrigo de Bauru (SP).

Documentos comprovam idade de José Aguinelo, 126 anos

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fAtO inCRÍVEL

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Em dezembro de 2013 a Prefeitura Municipal de Mineiros fez adesão junto ao Ministério da Saúde para habilitar o serviço de Atenção Domiciliar em nosso Município. O intuito do Programa Melhor em Casa é levar atendimento médico (Dr Vinícius, Dr Neiton e Dr João Neto), de enfermagem (Dra Luana) e as Técni-cas em Enfermagem (Rosângela, Zila e Conceição), fisioterapia (Dra Romilda), farmacêutico (Dr Morgan) e odontológico (Dra Janine) a pacientes com doenças graves e acamados, sem possibilidade de locomoção a uma Unidade Básica de Saúde. Provisoriamente, a central do Programa Melhor em Casa encontra-se no CEO (ao lado da UBS – Unidade Básica de Saúde D. Sanica). A equipe possui um carro para aperfeiçoar o atendimento destes pacientes, uma vez que os mesmos são atendidos em seus domicílios.

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fELiZ E ORguLHOSOCom muito prazer aceitei o convite do estimado jornalista Fernando Brandão,

para escrever uma coluna aqui nesta conceituada revista. Tenho o maior orgulho de ter participado da luta profissional e, ao mesmo tempo, da amizade sincera e inquestionável do Fernando. Atuamos juntos na publicação da revista Alta Roda. E como até as pedras se reencontram, estou novamente muito feliz por conviver com este maravilhoso comunicador e companheiro de ofício. Obrigado Fernando!

Visita ao ‘stand’ da Doces Aledora na Natural Tech,

10ª Feira Internacional de Alimentação

Saudável, Produtos Naturais e Saúde, na

Bienal do Ibirapuera, em São Paulo!

Rodrigo Sangion, personal trainer, quarto colocado no concurso Model Universe Championship, realizado em Las Vegas e Miami, Estados Unidos. Jackeline Oliveira, Miss Brasil 2013.

Aledora - Rodrigo Sangion- Jacquelyne Miss Brasil, Alexandre Moretti e Alexandre Taleb

Doces Aledora, com fábrica em Bragança Paulista, comercializa produtos dietéticos há 15 anos e desenvolveu inúmeros estudos para colocar no mercado um produto que pudesse ser apreciado por todos, que fosse diet, zero adição de açúcar e sem glúten.

A Meliá Hotels International segue em sua expansão internacio-nal no segmento de lazer e férias com a abertura de dois hotéis no Egito, que se juntarão ao portfólio de sua recém-renovada marca Sol Ho-tels & Resorts. Assim, os novos Sol Taba e Sol Dahab serão inaugurados ao longo do mês de julho, somando um total de 657 apartamentos.

Ambos os resorts se localizam na Península do Sinai, às margens do Mar Vermelho, considerado um dos melhores destinos de mergulho no mundo, graças aos atrativos de seus corais e de sua biodiversidade marinha, que atrai milhares de tu-ristas por ano, e onde a companhia hoteleira já opera outros quatro es-tabelecimentos na cidade costeira de Sharm el Sheikh.

DE CAmAROtE   [email protected]

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gEntE QuE BRiLHA

Alfredo Gazaniga e André Caetano

Gabriela Markus e Manoella Deschamps

Adriana Dal Bello Pereira e Diogo Bernardes

Ademar Robert , Ariel Silva e Jane Matos

Os RP's José Carlos Muoio e Dudu Pacheco receberam para um "surprose party" em homenagem a Beth Szafir, no restaurante Trindade, no Itaim, SP.

Beth não via sua "turma" social em função das gravações já encerradas do programa da TV Record, "Aprendiz Celebridades".

com Hércules DiasA gRiffE DO COLuniSmO

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Controlar a bagunça e pedir si-lêncio aos alunos consomem 20% das horas dos professores brasileiros em sala de aula. O

desperdício de tempo dos docentes no País é o maior em uma lista de 32 nações. A média internacional de perdas por in-disciplina é de 13%.

Isso é o que mostra a Pesquisa In-ternacional sobre Ensino e Aprendiza-gem (TALIS), divulgada em 25/06 pela Organização para Cooperação e Desen-volvimento Econômico (OCDE). Os da-dos do Brasil foram coletados em 2013 em 1.070 escolas, com quase 14,3 mil professores e cerca de 1,1 mil diretores.

Para resolver tarefas administrati-vas, os docentes brasileiros ainda gastam 12% das horas em sala. Isso significa que sobra apenas 68% do tempo dos profes-sores para atividades de ensino e apren-dizagem. Segundo o estudo, um em cada quatro professores do Brasil gasta ao menos 40% das horas em sala com tare-fas que não são de ensino.

Mário Pereira, professor de Artes na rede pública de São Paulo há mais de 20 anos, confirma que a desordem atrasa o cronograma de conteúdos. "A saída é resolver pelo diálogo, o que nem sempre é fácil", relata. "Já interrompi aula por-que uma aluna chutou a porta ao entrar."

A pesquisadora da Fundação Carlos Chagas, Gabriela Moriconi, que parti-cipou do estudo, afirma que o apoio ao docente, em geral, é escasso. "As equi-pes escolares são pequenas. Faltam pro-fissionais com quem o professor possa

contar quando o problema de comporta-mento é grave. Isso acontece, por exem-plo, no Canadá e na Inglaterra".

JORnADAO levantamento também revelou

que o professor brasileiro trabalha mais tempo do que os colegas estrangeiros. Em média, gasta 25 horas semanais em classe, 6 a mais do que a média inter-nacional. "No exterior, é comum que os professores trabalhem em tempo inte-gral, em uma única escola", diz Gabriela. "O professor brasileiro tem pouco tempo para planejar as aulas", criticou.

TEXTO: PAULO VIEIRA FONTE: AGÊNCIA ESTADO

LiDERAmOS BADERnA Em SALA DE AuLAProfessores brasileiros perdem 20% das aulas tentando controlar a bagunça em sala, aponta pesquisa internacional TALIS

LEi EXigE EXiBiçÃO DE fiLmES nACiOnAiS Em ESCOLAS

As escolas brasileiras terão de exi-bir, a partir de agora, filmes nacionais aos alunos. A determinação está presen-te na Lei nº 13.006, publicada no Diário Oficial da União dia 27/06 e já está em vigor. "A exibição de filmes de produção nacional constituirá componente curri-cular complementar integrado à propos-ta pedagógica da escola, sendo a sua exi-bição obrigatória por, no mínimo, duas horas mensais", determina a Lei.

A regra vale para as escolas da educação básica, ou seja, até o 9º ano de ensino.

A nova Lei é assinada pela presi-dente Dilma Rousseff e pelos ministros da Educação, Henrique Paim, e da Cul-tura Marta Suplicy. Na verdade, a nova regra acrescenta o parágrafo 8º ao artigo 26 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.

O autor do projeto, senador Cristo-vam Buarque (PDT-DF), defende que a arte deve ser parte fundamental do pro-cesso educacional. Argumenta também, ao defender a proposta, que a criança que não tem acesso a manifestações artísticas usualmente se transforma em um adulto desinteressado por cultura e que por con-ta disso perde a chance de ter o "deslum-bramento com as coisas belas". Cristovam também defendeu que o cinema é a arte mais fácil para ser levada às escolas.

“Já interrompi aula porque aluna chutou a porta ao entrar

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COmPORtAmEntO

FOTO ILUSTRATIVA

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O servidor público aposentado José Alves de Matos, de 97 anos, morreu dia 15/06, em sua residência, na cidade de

Maceió (Alagoas), vítima de insuficiên-cia respiratória. Natural de Paripiranga (BA), a 264 km de distância de Salvador, o funcionário era conhecido por ser o último cangaceiro vivo do bando de Vir-gulino Ferreira da Silva, o Lampião, que dominou o sertão nordestino entre as décadas de 1920 e 1930.

José Alves ingressou no grupo do cangaceiro no dia 25 de dezembro de 1937, aos 20 anos, depois de se dizer perseguido pelas polícias da Bahia, Ala-goas e Pernambuco. "Naquele tempo os civis apanhavam mais da polícia do que os cangaceiros", conta a historiadora

pernambucana Aglae Lima de Olivei-ra, autora do livro "Lampião, Cangaço e Nordeste", atualmente fora de catálogo "Tinha oito parentes no bando, inclusive José Sereno, seu primo", acrescenta.

O dia em que entrou para o ban-do de Lampião lhe valeu o apelido de Vinte e Cinco. Preso pela polícia ala-goana pouco mais de um ano depois de ingressar no cangaço, José Alves de Matos foi alfabetizado na cadeia, o que contribuiu para que ele passasse em um concurso público para guarda municipal, segundo sua neta Juliana Matos Galvão. "Se havia algo que ele mais prezava em vida eram os estu-dos", lembra a neta, formada em Re-lações Públicas graças ao incentivo do avô. "Tenho orgulho disso. Uma pena

que ele não pôde comparecer à minha formatura, por já se encontrar doente", lamenta a jovem.

"Era um ser humano inteligentíssi-mo", lembra o pesquisador baiano João de Souza Lima". Com seis obras publica-das sobre o cangaço, João de Souza in-forma que conheceu Vinte e Cinco em 2005, por meio de um amigo comum. "Costumávamos conversar muito e numa dessas conversas ele revelou que o mo-tivo que o fez ingressar no cangaço foi o fato de a polícia ter violentado familia-res seus", conta.

José Alves, que era aposentado como servidor do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de Alagoas, foi casado por mais de 50 anos com Mariza da Silva Matos, e deixou seis filhos e 16 netos.

mORRE ÚLtimO CAngACEiRO DO BAnDO DE LAmPiÃOJosé Matos ingressou no grupo de Lampião em dezembro de 1937 e recebeu o apelido de ‘Vinte e Cinco’

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HiStÓRiA

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iRmà DuLCE gAnHARÁ fiLmE SOBRE SuA ViDA

Segundo produtora do filme, Iafa Britz, a caridosa irmã “foi um exemplo de mulher e só contar sua história não basta.É preciso paixão”

CinEmA

Segundo produtora do filme, Iafa Britz, a caridosa irmã “foi um exemplo de mulher e só contar sua história não basta.É preciso paixão”

Seu partido era o dos pobres. Para defendê-los, Irmã Dulce estendia a mão não importava a quem. Regina Braga, que a in-

terpreta num filme que está sendo con-cluído na Bahia, conta: "Um dia ela foi pedir ajuda a um empresário que cuspiu em sua mão. Irmã Dulce não se abalou. Limpou a mão e disse. Isso foi pra mim, agora a ajuda pros meus pobres". São muitas, inúmeras, incontáveis, as histó-rias sobre a religiosa baiana que ganha direito a longa para ser lançado ainda este ano, quando se comemora o cente-nário de nascimento de Irmã Dulce.

Regina Braga se reveza com Bianca Comparatto no papel. Bianca faz a jo-vem Irmã Dulce, até os 45 anos. Regina a interpreta dos 45 anos aos 70 e poucos. Irmã Dulce era pequenininha e no fim da vida, com apenas 30% da capacidade

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pulmonar, mal conseguia respirar. Era encurvada. Como se interpreta uma per-sonagem assim? "Ainda estou aprenden-do. É um aprendizado físico e emocional diário. Fiz pouco cinema, e até isso estou aprendendo. Vicente (Amorim, o di-retor) está sendo ótimo conosco. Estou muito feliz de poder contar essa história. O Brasil, mais do que nunca, precisa do exemplo de Irmã Dulce e seu Partido da Pobreza, como ela dizia."

Apesar da proximidade do mar, o calor é insuportável. A área conheci-da como Aeródromo de Salvador é um imenso descampado de duna, com rarís-sima vegetação. É aqui que, está sendo filmada uma cena essencial de Irmã Dul-ce. O longa dirigido por Vicente Amorim é produzido por Iafa Britz. Os cínicos dirão que ela está fazendo tudo por di-nheiro. Embora não seja uma judia orto-doxa, Iafa segue os preceitos religiosos. Jejua, comemora o Pessach. Chegou a se conectar para participar das festividades do último, já durante seu atual período em Salvador.

Um judia que produziu um filme so-bre espiritismo (Nosso Lar) e agora res-gata um ícone cristão do Brasil. Tudo por dinheiro? "Não, não é só o dinheiro", ela responde. Nosso Lar foi um projeto que caiu sobre ela, mas Irmã Dulce, não. Iafa foi atrás, a partir de uma conversa com Samuel Wainer, da Downtown, parceira da Migdal, a empresa de Iafa, no projeto. "Nosso Lar permanece comigo. Existem questões ali, sobre a vida após a morte, que me tocam muito. E Irmã Dulce é uma guerreira. O que essa mulher fez pelos pobres é o que acho que gostaria de fazer pelos filmes. Filmes diversos, que reflitam nossa gente, nossa cultura. Uma vez que você se envolve com Irmã Dulce, nunca mais larga dela. Irmã Dulce entranha na gente."

Iafa Britz, pan-religiosa? A própria Irmã Dulce era. "Isso aqui é a Bahia, gente. Tem uma cena no filme que acho genial. O encontro dela com Mãe Meni-ninha do Gantois. Quem faz a mãe é uma atriz do Rio. O sincretismo é total."

O próprio set nesse dia de calor in-fernal parece sob medida para ilustrar uma tese de sincretismo cultural e re-ligioso, mas é pura realidade. Em 1980,

quando o papa João Paulo II esteve pela primeira vez na Bahia (e no Brasil), ele rezou uma missa no aeroclube. A cúpula da Igreja Católica fez o que pode para es-conder Irmã Dulce do Papa, mas ela foi, como fiel, e, reconhecida pela multidão que chamava seu nome, roubou a festa do próprio pontífice. O Papa virou coad-juvante de Irmã Dulce.

É essa cena que está sendo filmada. Uma multidão de 500 pessoas diante de um palanque montado no meio do nada. Atrás dos figurantes, um telão verde. Por meio de efeitos especiais, eles serão mul-tiplicados para se transformar nos 500 mil que participaram da missa naquele dia. Os figurantes usam trajes de época - muitos homens de terno, mulheres de mangas longas. E os religiosos. O Papa, o Arcebispo, dezenas de integrantes das mais diversas ordens. Padres, freiras, ca-puchinhos. Todos transpirando debaixo daquele sol inclemente. Não é fácil fil-mar cenas de multidão. Vicente Amo-rim acompanha pelo monitor. Exorta o público a olhar para o local em que está a substituta de Irmã Dulce, o substituto do Papa. As pessoas se distraem. Olham para todos os lados, não gritam como ele quer o nome de Irmã Dulce.

Ele repete e repete, em busca de rostos selecionados entre o numeroso público, captado por meio de travelings laterais. E repete mais uma, duas vezes, agora com a própria Regina Braga, o corpo coberto pelo hábito, no alto do palanque.

Vicente Amorim chegou ao proje-

to há cerca de um ano. Desde então, tem respirado Irmã Dulce. Leu tudo sobre ela, fez as próprias pesquisas iconográ-ficas. Não importa se é religioso ou não. Importa que acredita em Irmã Dulce. "Essa mulher teve uma energia, uma força de vontade excepcional. Quando a Iafa me propôs, fiquei meio cético. Um filme hagiográfico? Mas depois descobri que ela precisou lutar contra tudo e to-dos em defesa dos seus pobres. Contra a oligarquia, a cúpula da Igreja, contra a própria saúde. Foi uma lutadora."

BRASiL nA mARRAFilho do embaixador Celso Amo-

rim, Vicente nasceu na Áustria e viveu nos EUA. Ele próprio reconhece que se fez brasileiro na marra, por amor ao Brasil. Sua filmografia o reflete, mesmo que, eventualmente, tenha feito filme no estrangeiro - Um Homem Bom, com Viggo Mortensen. No Brasil, estreou com 2000 Nordestes e fez O Caminho das Nuvens, Corações Sujos e, agora, Irmã Dulce. Na TV, faz um episódio da série As Canalhas e assina as ligações dos episódios de Rio Eu Te Amo (ainda inédito). Onde é que Irmã Dulce entra nessa história? Uma família que atraves-sa o Brasil pedalando, imigrantes japo-neses que se recusam a aceitar a derrota do Japão e formam sociedade secreta, um homem comum confrontado com a loucura do nazismo.

"Acho que o que me atrai são as his-tórias reais, de gente de verdade que en-frenta a adversidade." Ele está encantado com Irmã Dulce, com a equipe, com o roteiro (de L.G. Bayão e Anna Muylaert), que teve mais de dez versões. A história vale-se de um personagem ficcional - um João que representa as centenas, mi-lhares de crianças que Irmã Dulce ado-tou, e a quem ofereceu um futuro. É uma produção grande, de R$ 9 milhões. "Não temos nenhum patrocinador master. Um monte de gente e de empresas está con-tribuindo por meio da renúncia fiscal. A própria produção está sendo um grande esforço coletivo, como Irmã Dulce fazia. Essa mulher é um exemplo. Só contar sua história não basta. É preciso paixão, e eu nunca vi um set mais apaixonado", define Iafa Britz.

“Um dia ela foi pedir ajuda a um empresário

que cuspiu em sua mão. Irmã Dulce não se abalou. Limpou a mão e disse. Isso foi

pra mim, agora a ajuda pros meus pobres

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As grávidas brasileiras são con-vencidas ao longo da gestação a terem seus filhos por cesárea. É o que mostra o estudo Nas-

cer no Brasil - Inquérito sobre Parto e Nascimento, coordenado pela Fundação Oswaldo Cruz, divulgado em maio úl-timo. No total, 23 894 mulheres foram entrevistadas, em 266 hospitais de mé-dio e grande porte, localizados em 191 municípios brasileiros. O levantamento ocorreu em 2011.

Do total de mulheres ouvidas, 72% queriam parto normal logo que engravi-daram. Os bebês nasceram por cesárea em 52% dos casos. A situação é mais gra-ve na rede particular. Entre as mulheres que esperavam o primeiro filho e foram atendidas em hospitais pagos, o índice de mulheres que desejava cesárea era de 36% no início da gestação. Ao fim dos nove meses, essa proporção havia su-bido para 67%. Ainda que um terço das mulheres quisesse o parto normal, 89,9%

tiveram seus filhos pelo método cirúrgi-co. Entre as mulheres atendidas na rede pública, 15% queriam a cesárea tanto no início quanto no fim da gestação - 44% tiveram seus bebês dessa forma.

"Tem uma cultura instituída de que a cesárea é o melhor método para se ter filho. Talvez elas não sejam bem infor-madas. A cesariana aumenta o risco de morbidade respiratória nos bebês, tam-bém aumenta o risco de internação em UTI. Também faz aumentar os óbitos maternos. Em gestações subsequentes, pode haver placentação anormal, já que o útero não é mais íntegro. Outra ques-tão é que o bebê não se coloniza com as bactérias da mãe, já que não passou pelo canal vaginal. Ele se coloniza com a flora bacteriana hospitalar. Os efeitos, a lon-go prazo, são o risco maior de síndrome metabólica, asma e diabete", alertou a pesquisadora Maria do Carmo Leal, co-ordenadora da pesquisa.

Para a pesquisadora Silvana Gra-

nato, subcoordenadora da pesquisa, as mulheres fazem mais cesáreas "porque o nosso parto normal é muito ruim". Ela se refere ao número de intervenções des-necessárias, como episiotomia (corte na vagina para facilitar a saída do bebê) e aplicação de ocitocina (hormônio sinté-tico indutor de contrações).

O estudo chama a atenção ainda para a importância do planejamento da gestação. Das mulheres entrevistadas, apenas 45% disseram que desejavam a gravidez. Perguntadas se estavam satis-feitas com o nascimento do filho, 9% responderam negativamente. "Um quar-to das gestações terminam em aborto. Há uma falha no planejamento da gravidez e é preciso falar sobre isso agora. Temos de parar de fazer de conta que está todo mundo feliz com a gravidez. Está na hora de discutirmos o aborto no País", defen-deu Silvana. A depressão materna foi de-tectada em 26% das mulheres, entre 6 e 18 meses após o parto.

CESÁREA, CuLtuRA inStituÍDA nO BRASiL

Grávidas são convencidas a passar por cesárea, revela estudo Nascer no Brasil, coordenado pela Fundação Oswaldo Cruz

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ACOntECE nO BRASiL

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'CAiu A fiCHA'A professora universitária Lívia

Monnerat foi convencida a ter o pri-meiro filho por cesárea. Ela acredita-va, até o último momento, que Heitor nasceria de parto normal. Mas logo que entrou em trabalho de parto, o obstetra informou que o bebê tinha o cordão umbilical enrolado no pes-coço e por isso a criança "não des-cia". "Eu não tinha muita informação. Estava bem no início do trabalho de parto, as contrações nem estavam rit-madas, mas ele me fez acreditar que meu filho entraria em sofrimento", conta. Logo depois do nascimento do menino, ela diz que "caiu a ficha".

Antes de engravidar pela segun-da vez, passou a estudar o assunto Decidiu que não procuraria mais por médico que aceitasse plano de saúde. "Por várias razões o médico de plano não faz parto normal, seja pelo valor que ele recebe que não justifica, seja pelo tempo que ele dedica à pacien-te." Com 37 semanas de gestação dos gêmeos Amelie e Ícaro, um quadro de pré-eclâmpsia fez com que o par-to tivesse de ser antecipado. Vários mitos foram derrubados: Lívia teve parto normal depois de cesaria-na, eram gêmeos e Amelie tinha duas voltas de cordão no pesco-ço. "Só soube quando a médica desfez as voltas bem na minha frente", conta Lívia, que deu à luz há dez dias. "Eles estão ótimos."

TEXTO: CLARISSA THOMÉ FONTE: AGÊNCIA ESTADO

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Em apenas 200 anos, 47 espécies de aves da Região Metropolita-na de Belém, no Pará, podem ter sido extintas localmente. É o

que mostra o mais recente levantamen-to em torno do impacto da perda de ve-getação sobre a avifauna amazônica. O trabalho, publicado na revista Conserva-tion Biology, avalia a perda regional, mas a história que conta reflete o drama da chegada do desenvolvimento à floresta.

Os pesquisadores ligados a mais de 20 instituições, entre elas Museu

Paraense Emílio Goeldi, Embra-pa, Universidade de Lancaster

e Instituto Ambiental de Estocolmo, se valeram de identificações feitas pelos primeiros naturalistas, que chegaram a Belém no começo dos anos 1800 e do último levan-tamento das aves da re-gião, de 1970.

Depois eles come-çaram a avaliar os regis-

tros de visualização da-quelas aves e observaram

que cerca de 14% das 329 de terra firme (que não são aquáti-

cas nem migratórias) não são vistas des-de 1980. Entre elas está a maior espécie de ave brasileira, o gavião-real (Harpia harpyja), e a arara-azul-grande (Ano-dorhynchus hyacinthinus). Ambas, de acordo com o estudo, devem ter sumido antes mesmo de 1900. A capital para-ense não é a única a assistir perplexa o extermínio de sua avifauna. Isto acon-tece no entorno da maioria das cidades brasileiras.

Segundo Nárgila Moura, do Goeldi, a construção de estradas, primeiramente a Real para ligar Belém a São Luís, e de-pois a rodovia para Bragança, foram os principais motores da perda de hábitat. No caso do gavião e da arara, ela destaca que a caça e o tráfico de animais foram fundamentais para o desaparecimento local das espécies.

O trabalho está sendo usado para alertar as autoridades para a preserva-ção e recuperação de florestas no en-torno da cidade. Nárgila explica que as aves ainda existem em um raio de até 300 km de Belém. "Temos muitos par-ques urbanos e florestas, mas estão ou degradados ou são de mata secundária. Se forem recuperados, as aves podem voltar a colonizar”.

Belém perde 47 espécies de aves em 200 anos. O gavião-real e a arara-azul-grande não são vistos na região metropolitana desde 1980

AVifAunA AmEAçADA.CADÊ O PASSARinHOQuE EStAVA AQui?

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munDO AnimAL

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A terapia com cães não pro-mete a cura de doenças, mas promove benefícios físicos e mentais, tais como melho-

ria da capacidade motora, do sistema imunológico, dos sintomas da depres-são; diminue a ansiedade e a pressão sanguínea, aumentam a sociabilidade e sentimento de auto-estima. A presen-ça do cachorro no hospital ameniza o ambiente e favorece as relações e a co-municação entre as pessoas, inclusive entre os profissionais de saúde.

A utilização de animais em am-bientes hospitalares ocorre com fre-qüência em hospitais nos Estados Unidos há várias décadas. No Brasil, o método foi introduzido no ano de 1997 pela veterinária e psicóloga Dra. Han-

nelore Zucks e é chamado de zooterapia ou terapia assistida por animais. É utili-zado principalmente com crianças, ido-sos e doentes mentais. Os animais mais utilizados em hospitais e casas de re-pouso são cães e gatos. As raças preferi-das de cachorros são a Golden Retriver e o Labrador, mas qualquer cão pode ser terapeuta, desde que seja saudável, dócil e treinado.

Estudos feitos com pessoas que perderam seus cônjuges mostram que os donos de animais estão menos pro-pensos à depressão e à sensação de iso-lamento. Uma pesquisa realizada pela Universidade britânica de Cambridge, em 2002, comprova que a maioria das pessoas que adquirem cães desenvolve segurança e auto-estima.

ELES SÃO nOSSOS AmigOS nA SAÚDE E nA DOEnçATerapia com animais de estimação na melhora da saúde humana

Existem evidências de que a nutrição precoce, o stress e, outras exposições ambientais similares pos-sam impactar a saúde no futuro. Um problema central é identificar os mecanismos que envolvem a "me-mória" biológica da nutrição precoce e outras exposições. Trabalhos mais recentes têm consolidado em torno da identificação de mudanças epige-néticas induzidas por experiências pré-natais ou maternas.

Modificações epigenéticas tipica-mente envolvem mudanças químicas

na cromatina, o que influencia quais genes devem ser expressados. A meti-lação é aumentada em tempos onde se espera que a a dieta seja mais deficien-te em doadores metil e em co-fatores relacionados que são necessários para a metilação. Os pesquisadores espe-culam que mudanças sasonais na dis-ponibilidade dietética de nutrientes essenciais, em vez de mudanças brutas nas calorias ou macronutrientes, po-dem valer para o aumento aparente na capacidade de transferência metil du-rante tempos de escassez dietética.

nÓS SOmOS O QuE nOSSAS mÃES COmERAm?

CuRiOSiDADE

Terapia com animais ganha espaço no Brasil

Alimentação saudável, saúde em harmonia

SAÚDE

FOTOS: REPRODUÇÃO

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DRª LAILA CARRIJO bORGES LIMbERGERGINECOLOGIA E ObSTETRÍCIA - CRM: 14552-GO

O QuE ÉIncontinência urinária é a inca-

pacidade de conter urina na bexiga, gerando perda da urina em situações do cotidiano.

QuAiS SÃO AS CAuSASAs principais causas de inconti-

nência urinária são: cirurgia pélvica, deficiência hormonal, prisão de ven-tre, tumores medulares, infecções do trato urinário, parto, doenças metabó-licas (diabetes), enfraquecimento do assoalho pélvico, obesidade, atividade física de impacto (jump, corrida, cor-da), entre outras.

QuAiS SÃO OS tiPOSExiste a incontinência urinária

de esforço que é a perda involuntária de urina devido o aumento da pressão abdominal sob o assoalho pélvico, por exemplo, tosse, espirro, risada e esfor-ço físico. Esta ocorre pela falência da musculatura esfincteriana uretral.

Incontinência urinária de urgên-cia é a perda urinária caracterizada pela vontade súbita de urinar e a pes-soa perde urina antes de chegar ao ba-nheiro.

Incontinência urinária mista é quando a paciente apresenta inconti-nência de esforço e urgência ao mes-mo tempo

COmO É fEitO O DiAgnÓStiCOO diagnóstico de incontinência

urinária de esforço e de urgência é re-alizado através da anamnese (história do paciente _ neste caso pode ser utili-zado o diário miccional), exame físico e urodinâmica.

COmO É fEitO O tRAtAmEntO DA inCOntinÊnCiA uRinÁRiA DE ESfORçO

O tratamento da incontinência urinária de esforço é basicamente ci-rúrgico, mas exercícios ajudam a re-forçar o assoalho pélvico. Atualmente a cirurgia de Sling é a técnica mais utilizada e a que produz melhores re-sultados.

COmO É fEitO O tRAtAmEntO DE inCOntinÊnCiA uRinÁRiA DE uRgÊnCiA

Para a incontinência urinária de esforço é realizado fisioterapia (ele-troestimulação) e medicações que inibem a contração vesical. Utiliza-se ainda aplicação de botox intravesical a fim de paralisar a contração da mus-culatura e evitar a perda urinária, esta deve se repetida a cada 6 meses.

O QuE É SLing Sling é um procedimento cirúrgi-

co que utiliza material sintético para apoio da uretra que visa eliminar a incontinência de esforço, apresenta eficácia de 85 a 90%.

O QuE É BEXigA CAÍDABexiga caída é o prolapso de be-

xiga e uretra devido enfraquecimento do assoalho pélvico. A paciente apre-senta sensação de peso na vagina, po-

dendo a bexiga se exteriorizar.

COmO É fEitO O tRAtAmEntO DO PROLAPSO VAginAL

O tratamento definitivo de pro-lapso vaginal é realizado através de cirurgia, tentando restaurar a mus-culatura do assoalho pélvico, através da rafia (sutura) da musculatura ou através da fixação do músculo pela utilização de material sintético. Outro tratamento é a utilização de pessários.

O QuE É PESSÁRiOPessário é um dispositivo médi-

co que é inserido na vagina, o mesmo comprime a uretra contra a sinfise pú-bica e eleva o colo da bexiga, podendo reduzir o vazamento de stress.

O paciente apresentando incon-tinência urinária deve procurar o seu médico para que o mesmo faça o diag-nóstico, proponha tratamento e me-lhore a qualidade de vida.

NOVO NÚMERO(64) 3672-7900Rua Belarmino Pereira, esq. com Rua 8,Mineiros-GO. CEP: [email protected]

SUA SAÚDEÉ NOSSO LEMA.

TIRE SUAS DÚVIDAS SOBREA inCOntinÊnCiA uRinÁRiA

DiCAS DE SAÚDE

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Composto basicamente de água e sendo pouco calórico, o me-lão é uma fruta muito refres-cante, podendo ser indicado

para vários tipos de dietas alimentares. Ele apresenta saponinas, taninos e flavo-nóides, o que confere a ele propriedades antiinflamatórias, diuréticas, adstrin-gentes, antidiarréicos, antimicrobianos e antissépticos, anticancerígenos e an-tioxidantes.

Assim como o melão a melancia ou Citrullus Lanatus é originária da África e seu cultivo ocorre em todo o Brasil, mas principalmente em áreas secas e de solo arenoso. É rica em água, contém baixa caloria, carboidratos, vitaminas do com-plexo B, cálcio, fósforo, potássio, ferro e compostos antioxidantes como o carote-nóide licopeno. Ela apresenta o aminoá-cido citrulina que ajuda na vasodilatação e melhora da circulação sanguínea. En-tretanto, algumas pessoas são alérgicas

a esse aminoácido, podendo causar pro-blemas gástricos e diuréticos.

Os carotenóides ajudam na preven-ção de várias doenças crônicas, entre elas as cardiovasculares e o câncer. De acordo com os estudos, o licopeno pre-

sente na melancia é uma boa opção para a prevenção do câncer de próstata. Ape-sar do seu sabor doce é riquíssima em água e minerais que ajudam no controle da insulina, sendo uma ótima opção para os diabéticos.

PROPRiEDADES fitOQuÍmiCAS DO mELÃO E DA mELAnCiA

A tangerina ou mexerica é uma fru-ta de baixo valor calórico, rica em vita-minas, minerais e compostos bioativos. Com destaque para as vitaminas A, C e do complexo B e para os minerais potás-sio, fósforo, cálcio e magnésio. Também é rica nos bioflavonóides. Traz benefí-cios à saúde como saúde de olhos e pele, auxilia na prisão de ventre, fortalece o sistema imune, ajuda no combate à gota (alta concentração de ácido úrico), reu-matismo, hipertensão, dislipidemias e aumento de peso corporal.

Ela é uma ótima opção de hidra-tação, visto que é composta de 90% de

água. Suas vitaminas conferem atividade antioxidante, o que ajuda no combate de doenças e do envelhecimento precoce. É recomendado o seu consumo com o ba-gaço, por ser rico em pectina (fibra), aju-dando no controle de saciedade, melho-ra do perfil lipídico e controle glicêmico. Por ser rica em magnésio, cálcio, fósforo e potássio, ajuda na contração muscular, saúde cardíaca e prevenção de câimbras. Pessoas que praticam atividade física se beneficiam dessa riquíssima fruta. Al-guns pesquisadores recomendam o chá (infusão) de suas folhas para combater a insônia.

O melão é um fruto originário da África com

produção acentuada

aqui no Brasil, principalmente no

Nordeste

BEnEfÍCiOS DA tAngERinA

nutRiçÃO E BOA fORmA

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Por ser extremamente benéfica aos praticantes de exercícios físicos, a banana recebe o status de ‘alimento dos atletas’, já que ajuda na prevenção de câimbras e dores musculares

A banana, o quarto alimento mais produzido no mundo e uma das frutas mais consumidas pelos brasileiros, também é conheci-

da pelo seu alto teor de cálcio e potássio. Originária do sudeste da Ásia, a

fruta está presente em muitos países, inclusive no Brasil, e por aqui as prin-cipais variedades da fruta que você pode encontrar são: banana-da-terra, prata, maçã, nanica e ouro.

Outro fator que a deixa tão presente em nossas mesas é o seu valor. “Por ser encontrada a preços populares ela sem-pre está presente à mesa dos brasileiros”.

No entanto, a banana traz outros benefícios à saúde. “Uma coisa que pou-ca gente sabe é que a fruta é um exce-lente aliado para quem precisa combater a insônia. A banana possui triptofano, um aminoácido precursor da melatoni-na, hormônio do sono, sendo uma ótima pedida para se comer à noite”, revela a nutricionista.

OutROS BEnEfÍCiOS: Rica em fibras, é grande aliada

na regulação do fluxo intestinal. Contém três açúcares naturais:

frutose, sacarose e glicose. E abastece nossos estoques de energia.

Rica em magnésio, torna- se eficaz para o corpo humano em vários processos biológicos, incluindo a contra-ção muscular. O magnésio é um impor-tante mineral que evita as famosas câim-bras musculares.

Por conter vitaminas do com-plexo B (B1, B2, B6 E B12), se torna um alimento importante para o sistema

nervoso. Além de minerais, contém fer-

ro, auxiliando pacientes em casos de ane-mia.

Ajuda na digestão, por sua composição nutricional, além de saciar a fome.

Possui um aminoácido chama-do triptofano que é precursor da seroto-nina, que está relacionada à regulação dos processos bioquímicos de humor e sono.

Mantém os níveis de açúcar elevado, eliminando o cansaço físico e mental.

tiRE SuAS DÚViDAS:SEM PASSAR DA CONTAPor ser uma fruta prática e de fácil

transporte, o ideal é consumi-la entre as refeições, nos momentos em que temos di-ficuldade em ingerir um alimento saudável. É um excelente alimento pós-treino.

BANANA X FIBRASA banana já é rica em fibras, mas é

normal ingerirmos com aveia, granola ou linhaça. A fibra reduz os níveis de coles-terol do nosso organismo, trabalha como uma vassoura limpando o excesso de gor-dura animal consumida. Além de saciar a fome e regular o sistema intestinal.

COMO CONSUMI-LAA banana é uma fruta muito versátil,

pode ser utilizada em batidas com leite, com cereais matinais, tostadas na frigi-deira, esmagadas com canela ou aveia ou na sua forma natural.

QUANTIDADE DIÁRIAO ideal é consumir de uma a três

unidades diárias, dependendo do gasto energético de cada pessoa.

SUPER DICAMuda o sobrenome, mas os bene-

fícios seguem os mesmos: prata, d´água, nanica, da terra, ouro, maçã. Não importa o tipo, o importante é nos beneficiarmos dessa importante fruta, tão apreciada pe-los brasileiros.

refeições, nos momentos em que temos di-ficuldade em ingerir um alimento saudável. É um excelente alimento pós-treino.

normal ingerirmos com aveia, granola ou linhaça. A fibra reduz os níveis de coles-terol do nosso organismo, trabalha como uma vassoura limpando o excesso de gor-dura animal consumida. Além de saciar a fome e regular o sistema intestinal.

pedida para se comer à noite”, revela a nutricionista. refeições, nos momentos em que temos di-nutricionista. refeições, nos momentos em que temos di-

ficuldade em ingerir um alimento saudável. É um excelente alimento pós-treino.

normal ingerirmos com aveia, granola ou linhaça. A fibra reduz os níveis de coles-terol do nosso organismo, trabalha como uma vassoura limpando o excesso de gor-dura animal consumida. Além de saciar a fome e regular o sistema intestinal.

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BEnEfÍCiOS DA BAnAnA PARA SEu ORgAniSmO

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gosto da metáfora da pipa para refletir sobre a atuação dos pais diante de situações coti-dianas com os filhos adoles-

centes. Quem já empinou pipa sabe que o segredo para o sucesso da brincadeira está em aproveitar a força e a direção do vento para fazê-la subir e, depois, quan-do já empinada, saber tensionar a linha, porque, quando muito esticada, se rom-pe, fazendo com que a pipa solta se perca pelos ares, ou, ao contrário, quando mui-to frouxa (com “barriga”, como dizem as crianças), leva a pipa a rodopiar nas alturas e, sem controle, cair ao chão.

Sabendo que o período da adoles-cência se caracteriza pela transição en-tre a infância e a vida adulta, temos o co-nhecimento de que o jovem adolescente, objetivando a autonomia adulta, vez por outra não apresenta ferramentas que lhe permitam um posicio-namento autônomo. Portanto, a adolescência é um momento de construção e consolidação de autonomia, e não uma época de comportamento propria-mente autônomo.

Por esse motivo, recorro à represen-

tação da pipa. Ao “dar linha”, lançamos nossos adolescentes às escolhas e às de-cisões que já são capazes de fazer. Não podemos cerceá-los, pois corremos o risco de possibilitar a formação de adul-tos heterônomos, dependentes e, até mesmo, irresponsáveis.

Todavia, não podemos confundir autonomia com irresponsabilidade. Os novos jovens precisam ser responsabi-lizados por suas ações; se ser autônomo é “ser dono do próprio nariz”, também significa saber cuidar do próprio nariz, ser responsável. O saber cuidar só se consolida quando ocorre um exercício de responsabilidade pelas escolhas rea-lizadas e pelas consequências que delas possam advir. Por meio desse exercício, o adolescente ganha confiança própria e de seus pais, além de adquirir autonomia para esta ou aquela questão.

Em contrapartida, os pais não po-dem se esquecer de que, se ten-

são demais arrebenta a linha da pipa, tensão de menos faz com que ela perca a esta-bilidade e o sentido. Deixar o adolescente solto, sem limite ou sem orientação, imagi-nando-o capaz de deci-dir tudo por si mesmo, é uma omissão do pa-pel educativo que deve ser exercido pelos pais. Há momentos em que, pressionados pela mídia, pelos pares, pelas compa-nhias, pela namorada ou namorado, entre outras razões, os adolescentes se sentem oprimidos e incapazes de reações de

enfrentamento a determinadas pressões. É hora de puxar e enrolar a linha ou, em outras palavras, de “tomar as rédeas nas mãos” para reconduzi-los a uma postura de equilíbrio.

Pais e mães comprometidos com a educação de seus filhos e que estabe-leceram com eles uma relação de afe-to, não devem ter medo de dizer não, mesmo quando a resposta ao “não” seja: “Todo mundo vai, só eu não”, ou “A mãe do fulano deixou, só você não deixa”, ou, ainda, “Todo mundo tem, só eu que não”.

O não pode ser tão bom quanto o sim, quando dialogado e explicado. Ao retirarmos a decisão do adolescente, precisamos deixar claro que não o re-colocamos em uma condição infantil; é necessário que ele perceba a com-plexidade da situação em questão e os desdobramentos que estão envolvidos. Devemos, ainda, explicar que, sendo os adultos da relação, em determina-dos momentos “tomaremos as rédeas”, já que temos um pouco mais de expe-riência, o que nos ajuda a enxergar os fatos com outras lentes. E, finalmente, necessitamos esclarecer que pais não são “coleguinhas” e que, algumas vezes, mesmo correndo o risco de sermos to-mados como antipáticos, temos a res-ponsabilidade de impor alguns limites.

Pai e mãe, então, têm a árdua ta-refa de “puxar” e “soltar” o filho ado-lescente, como possivelmente fizeram com a pipa, quando crianças, até que se atinja o objetivo fundante da educação, ou seja, até que ele saiba regenciar a angústia das escolhas e vivê-las de for-ma vibrante e intensa, para alcançar as alturas possíveis.

Francisca Paris é pedagoga, mestra em educação e diretora de

serviços educacionais da Saraiva

A mEtÁfORA DA PiPA

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OPiniÃO franciscaParis

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Em Goiás, o trabalho não para.

MAIS DE 4 MIL KM DE RODOVIAS

RECUPERADOS

OUTROS 2 MIL KM ESTÃO EM

CONSTRUÇÃO

RODOVIAS DUPLICADAS

E ILUMINADAS

6 NOVOS VIADUTOS NA

GRANDE GOIÂNIA

Obras que transformam e melhoram a vida dos goianos. É assim que o Governo de Goiás vai seguir trabalhando.

OUTROS 2 MIL KM ESTÃO EM

CONSTRUÇÃO

VIADUTOS NA GRANDE GOIÂNIA

Obras que transformam e melhoram a vida dos goianos. É assim que o Governo de Goiás vai seguir trabalhando.

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