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DOSSIER NOVOS MATERIAIS

E TECNOLOGIAS

artigo técnico

entrevistas

produtos

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Resíduos de VidroA Pozolana do Futuro para Betão Estrutural Ecológico

1 - INTRODUÇÃO

O betão é o material de construção mais utilizado no

mundo e o segundo produto mais consumido a

seguir à água [1]. Em 2011 a produção de cimento a

nível mundial atingiu 2.8 biliões de toneladas e esti-

ma-se que crescerá até cerca de 4 biliões por ano.

Paralelamente, a indústria do cimento enfrenta

desafios tais como os aumentos do custo do forne-

cimento de energia, exigências relativamente à

redução de emissões de CO2 e redução de extração

de matérias-primas em quantidade e qualidade [2].

Estima-se que cerca de 0.9-1 toneladas de CO2 são

emitidas para a atmosfera por cada tonelada de clín-

quer produzido [3].

Enquanto que no advento de produção de cimento

apenas interessava o cimento Portland, mais tarde

começaram a ser produzidos cimentos com vários

constituintes, em que partes do clínquer eram subs-

tituídos por adições mais ou menos reativas, isto é,

pozolanas [3]. Os benefícios ecológicos e ambien-

tais que advêm do uso de materiais alternativos

mais ou menos reativos, as adições, são vários [4]:

Novos Materiais

• Desvio de resíduos destinados a aterro para aplicações úteis;

• Redução dos efeitos negativos resultantes da produção de

cimento, nomeadamente redução de extração de recursos

naturais;

• Redução do consumo de energia para produção de cimento;

• Redução das emissões de gases com efeito de estufa, sobre-

tudo CO2.

Tem sido verificado uma crescente utilização nas indústrias do

cimento e betão de subprodutos industriais, tais como materiais

silico-aluminosos, assim como materiais naturais com proprieda-

des pozolânicas. A incorporação destes materiais em betão tem

conduzido a resultados encorajantes no que se refere às proprie-

dades mecânicas e de durabilidade em betão estrutural [5].

Apesar da existência, a nível mundial, de grandes quantidades

de resíduos industriais tais como escórias de alto-forno, cinzas

volantes, sílica de fumo e resíduos agrícolas como a cinza de

casca de arroz, os quais tem sido usados há muitos anos em

larga escala como matérias-primas e constituintes na indústria

cimenteira [7], e são considerados na normalização internacio-

nal [8], [9], existem ainda muitos outros resíduos industriais que

nunca foram utilizados [7], tais como o resíduo de vidro.

Na realidade, existem já alguns estudos com sucesso sobre a

utilização potencial de resíduos de vidro finamente moído como

material pozolânico, e o efeito deste material no desenvolvi-

mento da resistência e a reatividade aos álcalis [10-23]. O vidro

resulta da fusão de uma mistura de diversas matérias-primas

inorgânicas minerais, que é submetida a um processo de arre-

fecimento controlado tornando-se num material duro, homogé-

neo, estável, amorfo e isotrópico [9]. O vidro pode ser classifi-

cado em várias categorias, de acordo com a sua composição

sendo a categoria do vidro sodo-cálcico a mais utilizada para

fabrico de recipientes, chapa e folha de vidro, constituindo

cerca de 80% dos resíduos de vidro [10].

As percentagens dos constituintes principais dos diferentes tipos

de vidro são semelhantes, com exceção de Al2O3 e CaO [4], [6]. A

composição química típica do vidro sodo-cálcico é aproximada-

mente 70% de sílica, 13-17% de Na2O e 10% de CaO [10].

Na realidade, o vidro pode ser considerado como material pozo-

lânico de acordo com os requisitos da norma portuguesa NP

4220 [24] e também da americana ASTM C 618 C [25], exceto

no que diz respeito ao limite de álcalis, que é largamente ultra-

passado.

Autoria do Trabalho: Telma Ramos; LABEST, Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, Portugal. [email protected]

Ana M. Matos; LABEST, Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, Portugal. [email protected]

Francisco Araújo; FEUP, Departamento de Engenharia Civil, Porto, Portugal. [email protected]

Joana Sousa Coutinho; Professora Associada, LABEST, Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto,

Portugal. [email protected]

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Os álcalis podem causar no betão a reação álcalis-sílica, se o agregado for reativo. De facto, a reaçãoálcalis-sílica (ASR) resulta do ataque dos álcalis(sódio e potássio) que circulam na rede porosa dobetão endurecido, a determinados tipos de sílica(variedades criptocristalinas ou amorfas) que exis-tem nos agregados, provocando expansões e dete-riorando o betão. Várias barragens em Portugal e oViaduto Duarte Pacheco em Alcântara apresentamASR [26].

Assim, o elevado teor de álcalis no vidro tem susci-tado preocupação no que diz respeito à sua utiliza-ção como adição pozolânica em betão estrutural. Noentanto, vários estudos têm demonstrado que se ovidro for finamente moído não promove a ASR [16],[20], [21].

As propriedades pozolânicas do vidro começam anotar-se para granulometrias abaixo de aproximada-mente 300 micra. Abaixo de 100 micra o vidro apre-senta reatividade pozolânica superior à cinza volan-te, para percentagens reduzidas de substituição,após 90 dias de cura [5].

De facto, e de acordo com Shi e Zheng, o pó de vidroexibe elevada pozolanicidade e pode ser utilizadocomo substituto parcial do cimento Portland e, comoseria de esperar, a reatividade pozolânica aumentacom a finura [9].

O uso combinado com outras adições como cinzavolante, escória de alto forno e metacaulino, tambémreduz as expansões causadas por ASR. Em qualquercaso, o uso de pó de vidro como substituto parcial docimento conduz frequentemente a resistências mecâ-nicas mais baixas, sobretudo nas idades mais jovens[16], [19], [20].

Evidentemente que os benefícios ambientais e econó-micos que decorrem da reutilização de resíduos devidro na produção de cimento e betão podem ser muitoexpressivos em função da escala de utilização [10].

A tecnologia do betão auto-compactável (BAC) per-mite repensar o processo de construção devido àmelhoria da qualidade, maior produtividade e melho-res condições de trabalho. O BAC é uma tecnologiasustentável, cuja principal vantagem é a colocaçãosem necessidade de compactação, obtendo-se ummaterial homogéneo e portanto mais durável [27].

Este tipo de betão pode, à partida, ser mais dispen-dioso fruto também da maior quantidade de finosnecessária. É no entanto possível produzir BAC commodificador de viscosidade (BAC-MV), fluido e está-vel, com baixo teor de finos.

Figura 1. Curva granulométrica do cimento CEM I 42,5 R e do GPF.

Neste âmbito, foram desenvolvidos dois programas experimen-tais: o primeiro constitui um estudo preliminar em argamassas,com o objetivo de avaliar a viabilidade da utilização de resíduode vidro moído em que as propriedades de resistência e dura-bilidade, sobretudo a resistência a ASR, foram avaliadas; e osegundo com o objetivo de avaliar os efeitos sobre o BAC-MVfresco e endurecido, da substituição do cimento por resíduo devidro moído (10 e 20% de substituição), mantendo a razãoágua/ligante, tendo como finalidade a sua futura utilização naindústria de pré-fabricação e na indústria de betão pronto.

Com o propósito de avaliar na prática as composições estuda-das, foram produzidos in situ elementos pré-fabricados paraposterior caroteamento, com vista à realização em laboratóriode diversos ensaios de resistência e durabilidade no BAC-MV,em laboratório, tais como: resistências mecânicas, módulo deelasticidade, carbonatação e penetração de cloretos.

2 - PÓ DE VIDRO

O resíduo de vidro utilizado neste estudo foi recolhido numaempresa de reciclagem (A. J. Oliveira Cascos de Vidro, Lda) de,sobretudo, para-brisas de automóveis. Este resíduo foi adquiri-do e posteriormente moído por diversos processos mecânicosaté se obter um material com dimensões similares às do cimen-to Portland, como se pode verificar na figura 1. Como a recolhadas amostras foi realizada em épocas diferentes, para o progra-ma de ensaios das argamassas e o programa de ensaios rela-tivo ao BAC-MV, a designação utilizada para o resíduo de vidromoído foi GP e GPF, respetivamente, para cada programa.Ambos apresentam finura equivalente.

Na tabela 1 é apresentada a análise química do GP e GPF.

É de salientar a elevada concentração de alcalis, que poderiaeventualmente potenciar a ocorrência de reação álcalis-sílica.De facto, o resíduo de vidro respeita os requisitos químicos daNP 4220 [24] com exceção do teor de álcalis, cujo valor máximoadmissível para o Na2O equivalente é de 5%. Este limite éimposto pela norma justamente para evitar o desencadeamentode ASR, mas pensa-se que se moído finamente (abaixo de 100micra) contribui para as reações pozolânicas e a até mitiga aASR, como referido anteriormente.

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Resistência à compressão [MPa]

- aos 7 dias

- aos 28 dias

- aos 90 dias

Índice de atividade aos 28 e aos 90 dias [%]

Resistência ao álcalis-sílica - Expansões aos 14 dias [%]

Coeficiente de difusão dos cloretos [10-¹²m²/s]

Absorção por capilaridade [mg/(mm²mm¹/²)]

Profundidade de carbonatação [mm]

42 /

Novos Materiais

Tabela 1. Análise química do cimento CEM I 42,5 R e do vidro moído.

Tabela 2. Resultados do programa preliminar de ensaios realizados em argamassas.

SiO2 Al2O3 Fe2O3 CaO MgO Na2O K2O TiO2 P2O5

GP/GPF 74,43 0,53 0,479 7,885 0,84 16,68 0,155 0,051 0,018

CEM 19,79 4,37 3,52 63,09 1,67 -- -- -- --

3 - PROGRAMA EXPERIMENTAL

3.1 - ESTUDO PRELIMINAR EM ARGAMASSAS

Numa fase inicial, foi realizado um estudo preliminarem argamassas, produzidas de acordo com a NPEN 196-1, com o intuito de avaliar as propriedadesfísicas e a durabilidade.

O resíduo de vidro moído foi utilizado em argamas-sas como substituto parcial do cimento (0 %, 10% e20%) na produção de argamassas, e realizado umextenso programa de ensaios incluindo resistênciasmecânicas, resistência à reação álcalis-sílica, resis-tência à penetração de cloretos, absorção por capi-laridade, carbonatação acelerada e resistência aoataque dos sulfatos.

Também foi produzida argamassa com 10 % desubstituição do cimento por sílica de fumo comercial(SF) para efeito de comparação de resultados, umavez que esta adição é considerada a mais eficaz.

Na tabela 2 é apresentado um resumo dos principaisresultados obtidos no programa de ensaios emargamassas.

Toda esta primeira fase relativa ao programa de ensaios emargamassas é descrito de forma detalhada em [28], tendo-seconcluído que, embora o vidro sodo-cálcico apresente um ele-vado teor em álcalis, o uso de resíduo de vidro moído melhoraa resistência à reação álcalis-sílica e a resistência à penetraçãode cloretos, com o aumento da percentagem de substituição eainda melhora a resistência aos sulfatos sem comprometer aspropriedades mecânicas.

Finalizado o estudo em argamassas, foi necessário passar àfase seguinte, de utilização em betão deste novo material obti-do de um resíduo.

3.2 - BETÃO MODIFICADOR DE VISCOSIDADE

3.2.1 - MATERIAIS

Neste programa experimental utilizou-se um cimento PortlandCEM I 42,5 R da SECIL (conforme a NP EN 197-1 [29]), commassa volúmica de 3,11 g/cm³. A composição química e distri-buição granulométrica laser, quer do cimento quer do resíduode vidro moído, agora designado por GPF, foram apresentadosna tabela 1 e na figura 1, respetivamente.

Os agregados são os constituintes maioritários do betão edesempenham um papel primordial na sua qualidade. Os requi-sitos normalmente exigidos para o betão auto-compactável empeças estruturais são, em geral, válidos para os outros tipos debetão.

CTL

44,75

53,29

53,63

---

0,1771

16,20

0,0477

1,30

GP 20

29,79

41,73

54,27

78 |103

0,0410

7,80

0.0480

7,94

SF

39,58

52,5

60,58

98 | 115

0,0344

9,00

0.0394

7,25

GP 10

36,35

47,05

50,82

88 | 97

0,1305

9,50

0.0471

4,91

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Os adjuvantes usados foram o superplastificante Woerment FM 420, àbase do mais recente éter de policarboxilato, e o SR100 como agentemodificador de viscosidade (VMA) de elevada performance para betõesfluidos. Este último deve manter a homogeneidade do betão auto-com-pactável e aumentar a robustez, sem afetar significativamente a fluidez eao mesmo tempo melhorar a viscosidade plástica. Os seus requisitos res-peitam a norma NP EN 934-2 [34] e a prEN 480-15 [35].

3.2.2 - COMPOSIÇÃO

As principais características do BAC-MV são a possibilidade de obter umbetão de elevada deformabilidade, com pouca quantidade de finos, sendopossível produzi-lo no local da construção. Elimina-se assim, ou reduz-se,a necessidade de finos extra, por ex. fíler, bem como o respetivo custo.

De acordo com os requisitos estruturais da quantidade de armadura eespaçamento, para o presente estudo escolheu-se um BAC-MV para umaclasse R3 (segundo as recomendações da JSCE - Japan Society of CivilEngineers). O teor de cimento na amassadura é determinado pela classede resistência ou pelos requisitos de durabilidade que correspondem a ummínimo conteúdo de cimento e máxima razão a/c.

Ficou estipulado inicialmente que os betões deveriam cumprir os requisi-tos legais previstos na Especificação LNEC E 464 [37] para a classe deexposição XC4 e dimensão máxima do agregado Dmax16, assim sendo, omínimo teor de ligante será 330 kg/m³, com classe de resistência à com-pressão C30/37 e razão a/c inferior a 0,55.

Para projeto da composição do BAC-MV o conceito básico é o seguinte:o teor de água, cimento e agregados finos deverá ser aproximadamente65% do volume da mistura de betão, e os agregados grossos deverão sercalculados com aproximadamente 50% da sua baridade. Este conceitoprevê que sejam os agregados finos a transportar os agregados grossos[36].

Como objetivo estudou-se uma composição para a produção de betãopronto, pelo que a manutenção de consistência deverá ser de pelo menos90 minutos. Na tabela 4 são apresentadas as composições dos betões dotipo modificador de viscosidade realizadas. As composições calculadascorrespondem a um betão de controlo (BAC-MV CTL) só com cimentoPortland CEM I e um betão com 10% e 20% em massa, de substituiçãodo cimento por resíduo de vidro moído GPF (BAC MV 10% GPF e BACMV 20% GPF).

/ 33

Tabela 3. Caracterização dos agregados.

A Especificação LNEC E 467 [30] estabelece requi-sitos mínimos para os agregados para betão, abran-gidos pela norma NP EN 12620 [31] para poderemser utilizados em Portugal, no fabrico de betões noâmbito da NP EN 206-1 [32]. Esses requisitos sãotambém aplicáveis aos betões autocompactáveis noâmbito da NP EN 206-9 [33]. A caracterização dosagregados é apresentada na tabela 3 e as respeti-vas curvas granulométricas na figura 2.

Designação BAGO

AREIA DE ARROZ GRAVILHA

Módulo de finura 1,09 4,49 5,71

Massa volúmica (Mg/m³) 2,61 2,62 2,62

Absorção (%) 0,11 0,90 1,20

Baridade compactada (Mg/m³) 1,67 1,64 1,51

Figura 2. Curva granulométrica dos agregados utilizados.

Tabela 4. Composição dos betões do tipo modificadores de viscosidade.

Constituinte BAC-MV CTL BAC-MV 10% GPF BAC-MV 20% GPF(KG/m³) (KG/m³) (KG/m³)

Cimento (kg) 330 297 264

Adição 0 33 66

Água (L) 188 188 188

Areia Fina (kg) 648 648 648

Areia média (kg) 414 414 414

Gravilha (kg) 741 741 741

Woerment FM 420 (kg) 2,64 2,64 2,64

SR 100 (kg) 0,69 0,69 0,69

Razão a/l 0,57 0,57 0,57

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34 /

Novos Materiais

3.2.3 - BETONAGEM À ESCALA REAL

Dando cumprimento ao inicialmente estabelecido para

a elaboração deste estudo e perante a disponibilidade

da empresa de pré-fabricação Concremat, SA, foi pos-

sível validar os aspetos da auto-compactabilidade e

consistência, evidenciados por este betão durante os

ensaios preliminares em laboratório. Na figura 3

podem-se observar vários aspetos das betonagens na

Concremat. Além da verificação das propriedades do

BAC-MV no estado fresco, foram moldados vários pro-

vetes para ensaios mecânicos e peças de maiores

dimensões, de onde foram extraídas carotes para

ensaios de durabilidade.

3.2.4 - PROPRIEDADES NO ESTADO FRESCO

Após a amassadura procedeu-se à medição do espalha-

mento e do t500 como definido na NP EN 12350-8 [38],

cujos resultados se apresentam na tabela 5.

Tabela 5. Propriedades em fresco do BAC - MV.

Figura 4. Resultados da resistência à compressão

aos 2, 7, 28 e 90 dias.

Ensaio

Espalhamento (mm)

Tempo t500 (s)

3.2.5 PROPRIEDADES NO ESTADO ENDURECIDO

O ensaio de resistência à compressão foi realizado aos 2, 7, 28

e 90 dias de idade, segundo a norma NP EN 12390-3 [39], apre-

sentando-se os resultados na figura 4.

Figura 3. a) Misturadora da central; b) Tela transportadora do betão;

c) Amostra de betão a ensaiar e d) Moldes betonados

De acordo com os resultados obtidos, este betão é clas-

sificado quanto ao espalhamento como um BAC tipo

SF2 e, quanto ao tempo t500 é classificado como VS2.

A resistência à tração por compressão foi realizada de acordo

com a norma NP EN 12390-6 [40]. Os resultados obtidos são

apresentados na tabela 6. O ensaio do módulo de elasticidade

foi realizado segundo a especificação do LNEC E 397 [41].

Determinadas as forças a aplicar, foram usados extensómetros

com uma base de medida de 120 mm, para 10 ciclos de carga.

Apresentam-se na tabela 6 os resultados do módulo de elasti-

cidade.

O ensaio de carbonatação acelerado foi realizado conforme a

especificação LNEC E 391 [42]. As amostras de betão foram

expostas a um ambiente com 5 ± 0,1% de dióxido de carbono,

humidade relativa de 65 ± 5% e uma temperatura de 22 ± 2ºC,

numa câmara de carbonatação acelerada. A profundidade de

carbonatação foi avaliada ao fim de 28 dias. Os provetes foram

abertos por compressão diametral e a superfície foi pulverizada

com um indicador de fenolftaleína. Na zona não carbonatada do

provete, onde a argamassa é altamente alcalina, exibiu uma

coloração vermelho-púrpura. Por sua vez na parte carbonatada

do provete, onde a alcalinidade é reduzida, não ocorreu colora-

ção. Os resultados são apresentados na tabela 6.

A estrutura porosa do betão endurecido, sobretudo da rede

capilar, é o fator decisivo em termos de durabilidade, pois esta

depende principalmente da facilidade com que os fluídos,

sobretudo água pura ou com substâncias dissolvidas, dióxido

de carbono e oxigénio, penetram e se movimentam através da

rede porosa, principalmente nos capilares que formam uma

rede contínua, pois os microporos ou poros do gel já são dema-

siado pequenos para intervirem, e os macroporos, em geral,

estão isolados da rede. A esta “facilidade” ou “penetrabilidade”

é em geral associado o termo permeabilidade do betão, envol-

vendo os seguintes mecanismos de transporte através do rede

porosa [26]:

BAC-MV

680

3,0

CTL BAC-MV 10%

GPF

660

2,5

BAC-MV 20%

GPF

680

2,5

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Tensão de rotura à tração

por compressão diametral (MPa)

Módulo de elasticidade (GPa)

Profundidade de carbonatação

aos 28 dias (mm)

Coeficiente de carbonatação

exposição acelerada (mm/ano0,5)

Previsão da profundidade de

carbonatação aos 50 anos (mm)

[FEUP]

Coeficiente de absorção (mm/min0,5)

Coeficiente Dnsm (×10-12m2/s) - 28 dias

Coeficiente Dnsm (×10-12m2/s) - 90 dias

Melhoria

/ 35

a) permeação ou permeabilidade,

b) sucção capilar (ou absorção) e

c) difusão.

Para avaliar a absorção por capilaridade foi adota-

da o procedimento descrito na recomendação

RILEM TC 116 - PCD [43] mas em provetes cilín-

dricos de 100 mm de diâmetro e 50 mm de altura,

em vez dos provetes cúbicos recomendados.

Depois de secos em estufa, os provetes foram

colocados em contacto com uma película de 5 mm

de água. Realizaram-se então, pesagens sucessi-

vas de cada provete até às 4h30min. A absorção

de água por capilaridade no betão é dependente

da raiz quadrada do tempo e pode ser modelada

pela seguinte equação:

A = a0 + S.t0,5 ( 1 )

em que A(mg/mm2) é a absorção da água por uni-

dade de área da secção em contacto com a água,

S é o coeficiente de absorção por capilaridade

(mg/(mm2×min.0,5), t é o tempo passado desde o

instante inicial (minutos) e a0 é a água inicialmente

absorvida pelos poros superficiais (mg/mm2). Após

o traçado das curvas de absorção (A versus t0,5),

determinaram-se por regressão linear os coeficien-

tes de absorção capilar, S, tendo-se verificado uma

correlação superior a 0,98.

A permeabilidade aos cloretos foi determinada

através de um método de migração em estado não

estacionário, segundo a especificação do LNEC E

462 [44], desenvolvido por Luping e baseada numa

relação teórica entre os fenómenos de difusão e

migração. O coeficiente de difusão no estado não

estacionário (Dns) é calculado após um ensaio de

migração, em que se determina a profundidade de

penetração de cloretos (xd) por titulação, com uma

solução de nitrato de prata nas superfícies dos pro-

vetes abertos por compressão linear.

A diferença de potencial utilizada no ensaio de

migração foi de 20 V, durante 24 horas, tendo os

provetes de argamassa sido previamente satura-

dos. No ensaio de migração, os iões cloretos são

forçados a migrar de uma solução de NaCl em con-

tacto com uma das faces dos provetes e submetido

a uma carga negativa, através da argamassa até à

outra face onde se encontra uma solução NaOH

carregada positivamente.

O cálculo do coeficiente de difusão aparente (Dns)

(Equação 2) é determinado a partir da profundida-

de de penetração dos cloretos (xd), apresentando

os resultados aos 90 dias na tabela 6.

(2)

Dns = 0.0239 (273 + T) L

(U –2)t( xd–0.0238

(273+T) Lxd

U – 2)

Onde Dns é o coeficiente de difusão no estado não estacionário (10 - 12 m2/s) ,

U é o valor absoluto da voltagem aplicada (V, T é o valor médio da tempe-

ratura inicial e final na solução anódica (ºC), L é a espessura do provete

(mm), xd é o valor médio da profundidade de penetração (mm) e t é a dura-

ção do ensaio (horas).

Os resultados obtidos são apresentados na tabela 6. Sabe-se que quanto

menor for o coeficiente Dns maior a resistência à penetração de cloretos.

Tabela 6. Resultados de ensaios em BAC-MV

Embora o ensaio da resistência a ASR tivesse sido realizado anteriormente

com GP, decidiu-se realizar o ensaio com GPF considerando como habi-

tualmente uma areia reativa (CEN) mas também com a areia fina utilizada

no betão BAC-MV. São apresentados na figura 5 os resultados da expan-

são ao longo do tempo, e na figura 6 as expansões no final do ensaio.

Foram portanto produzidos quatro tipos de argamassa, duas só com

cimento e duas com substituição parcial do cimento por GPF. Das duas

argamassas só com cimento ou com cimento e GPF, uma foi confecionada

com areia CEN e a outra com a areia fina usada no betão, como referido.

BAC - MV 20%GPF

2,12

31,5

7,61

27,47

15,8

0,1040

30,98

14,46

53%

BAC - MV 10% GPF

2,12

33,5

6,06

21,88

12,5

0,0973

32,13

18,82

41%

BAC - MVCTL

2,41

39,5

3,98

14,37

8,2

0,0973

34,42

– (1 -Dns, 28

Dns, 90) x 100

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Novos Materiais

Note-se que o BAC-MV com GPF não respeita o critério de identi-

dade para a resistência à compressão, segundo a NP EN 206-1 [32]

aos 28 dias de idade. Contudo, os resultados aos 90 dias estão em

conformidade com os requisitos para a classe de exposição

ambiental definida. Apesar de o crescimento da resistência até aos

28 dias de idade ser rápido, nos betões com GPF verifica-se que o

aumento de tensão não abrandou tanto como nos betões de CTL,

havendo, por isso, todo o interesse em avaliar ainda a outras ida-

des, como seja aos 180 dias.

Tal como se verificou na resistência à compressão, observa-se uma

diminuição da resistência à tração por compressão diametral com o

aumento da percentagem de substituição. Contudo, os resultados

são meramente indicativos, uma vez que o número de provetes

ensaiados não foram suficientes para verificar eventuais desvios.

No que respeita ao módulo de elasticidade, os resultados compro-

vam que o módulo de elasticidade aumenta com o aumento da

resistência à compressão do betão, sendo muito próximos dos de

um betão convencional, considerando os valores indicativos, previs-

tos na EN 1992-1-1 (EC2) [46] para um betão da classe C30/37.

De acordo com os resultados obtidos aos 28 dias, observa-se um

aumento da profundidade de carbonatação com o aumento da per-

centagem de substituição, sendo esta consideravelmente superior

à de controlo. Este fenómeno é habitual quando se utilizam adições

pozolânicas. Estes ligantes conduzem a um menor teor de hidróxi-

do de cálcio na pasta de cimento hidratada, o que implica menor

necessidade de CO2 para remover o Ca(OH)2 presente, promoven-

do o maior incremento na profundidade de carbonatação com o

decorrer do tempo. No caso em estudo confirma-se que a introdu-

ção do GPF não beneficia o controlo da carbonatação, podendo-se

mesmo afirmar que a penetração é tendencialmente o dobro quan-

do comparada com o CTL.

Na legislação em vigor e segundo a metodologia prescritiva para

uma vida útil de projeto de 50 anos, face às condições ambientais,

a classe de exposição XC4 requer um recobrimento mínimo nomi-

nal de 40 mm. Em todos os BAC ensaiados e pelas previsões obti-

das pode-se admitir que estes betões teriam um bom comporta-

mento no que respeita ao risco de corrosão induzida por carbona-

tação.

Pelos resultados obtidos, uma substituição de 10% de GPF não

afeta a absorção de água por capilaridade em betões. Contudo,

para 20% de GPF são obtidos coeficientes de absorção ligeiramen-

te superiores aos de controlo. Tais resultados podem ser explicados

pela menor quantidade de produtos de hidratação do cimento à

idade de ensaio, uma vez que as reações pozolânicas têm um

desenvolvimento mais lento, e deste modo, menor preenchimento

dos espaços residuais anteriormente preenchidos por água de

hidratação durante o estado fresco.

Analisando os resultados apresentados na tabela 6, observa-se

uma melhoria do desempenho relativamente à difusão dos clore-

tos em betão, com o aumento da percentagem de substituição.

Este fato está associado a uma matriz cimentícia menos porosa,

uma vez que a reação pozolânica promove a formação de produ-

tos de hidratação do cimento, diminuindo consequentemente a

rede porosa.

De acordo com a normalização em vigor, ASTM C 1260 [45], e

na qual se baseou este estudo, a mistura é considerada não

reativa se, após 14 dias em condições agressivas (ou seja, 16

dias de idade), a expansão não ultrapassar 0,10%.

3.2.6 - ANÁLISE DE RESULTADOS

Como se pode constatar pela tabela 5, a substituição de 10 ou

20% de cimento por GPF não afetou significativamente as pro-

priedades e a viscosidade do BAC no estado fresco.

No que respeita a resistência à compressão, pode observar-se

uma redução desta propriedade com o aumento da percenta-

gem de substituição do cimento por GPF. No BAC com GPF

observam-se grandes melhorias de resistência entre os 28 e os

90 dias de idade.

Figura 6. Resultado final das expansões do ensaio de ASR em arga-

massa com GPF com areia reativa (CEN) ou areia fina.

Figura 5. Expansão ao longo do tempo do ensaio de ASR em

argamassa com GPF com areia reativa (CEN) ou areia fina.

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Assim sendo, os cloretos têm mais dificuldade em progredir. Os pre-

sentes resultados vêm confirmar os resultados obtidos em estudos

anteriores realizados em argamassas. No que respeita à resistência

aos álcalis-sílica observa-se que a areia CEN é reativa aos álcalis. A

utilização do ligante com GPF reduziu a expansão em pelo menos

25%, passando a ter um comportamento inócuo, ou seja, não reativo.

A adição do GPF como pozolana pôde, portanto, prevenir com eficá-

cia a expansão resultante da reação álcalis-sílica, apesar de o teor em

álcalis ser bastante superior ao máximo admissível (5%) na norma,

confirmando o que foi comprovado por diversos autores [9], [10].

CONCLUSÕES

A utilização de um betão auto-compactável modificador de viscosida-

de está associado a diversas vantagens práticas e económicas, como

a redução do conteúdo em cimento e a eliminação de fíleres, tradu-

zindo-se também numa simplificação logística, sendo que o controlo

de qualidade poderá ser otimizado.

O presente estudo pretendeu avaliar a aplicabilidade do uso de resí-

duos de vidro moído como substituto parcial do cimento na produção

de betão. De acordo com o vasto programa experimental realizado

pôde observar-se o seguinte:

• A utilização do GPF não altera significativamente as propriedades e

a viscosidade do betão no estado fresco. As resistências mecânicas

diminuem com o aumento da percentagem de substituição do cimento

por GPF, essencialmente para idades mais jovens, porém deixa de

fazer diferença para idade mais avançadas (90 dias). Como acontece

geralmente com as outras pozolanas, a profundidade de carbonata-

ção aumenta com o aumento da percentagem de substituição;

• A absorção por capilaridade não é afetada para uma percentagem

10% de substituição, contudo, esta aumenta ligeiramente para uma

percentagem de substituição superior;

• Obtém-se um aumento do desempenho relativamente à difusão dos

cloretos em betão com o aumento da percentagem de substituição;

• No que se refere à reação álcalis no agregado, pode concluir-se

pelos resultados obtidos que o GPF reduz a reatividade. No entanto,

refere-se que o teor de álcalis não respeita a norma em vigor (NP

4220 [24]).

Finalmente, para além das vantagens já mencionadas, é de salientar

que é possível reduzir o tempo de construção aplicando um BAC de

resistências correntes contendo resíduo de vidro moído, mais econó-

mico do que os BAC´s mais resistentes com quantidade adicional de

finos, e contribuindo para a redução de emissões de CO2, a durabili-

dade e sustentabilidade na construção.

AGRADECIMENTOS

Os autores gostariam de agradecer à A. J. Oliveira Cascos de

Vidro, Concremat, Euromodal, Secil, Lemc e Labest.

Este trabalho é financiado por Fundos FEDER através do

Programa Operacional Fatores de Competitividade - COMPETE e

por Fundos Nacionais através da FCT - Fundação para a Ciência

e a Tecnologia no âmbito do projeto PCTD/ECM/098117/2008.

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Entrevista Amorim IsolamentosCarlos Manuel, Diretor Geral

CONSIDERA QUE A CRESCENTE PREOCUPAÇÃO COM A SUSTENTABILIDADE

E A EFICIÊNCIA ENERGÉTICA TEM UM PESO IMPORTANTE NO APARECIMEN-TO DE NOVOS PRODUTOS E TECNOLOGIAS CONSTRUTIVAS? DE QUE

FORMA?

A preocupação quanto à eficiência energética é uma realidade,

mas em relação à sustentabilidade existe de facto preocupação,

mas haverá com certeza algum caminho ainda a percorrer, espe-

cialmente em relação aos materiais, porque sustentabilidade sig-

nifica impacto ambiental do ciclo de vida dos produtos e durabili-

dade dos mesmos, reciclagem, etc.

Não se registará propriamente do aparecimento de novos produ-

tos, mas sim o aperfeiçoamento de tecnologias e sistemas cons-

trutivos com o objetivo de melhorar a eficiência energética,

nomeadamente isolamento pelo exterior (ETICS), janelas com

isolamento e maiores cuidados nas coberturas.

COMO É QUE O DESENVOLVIMENTO DE NOVOS MATERIAIS E TECNOLOGIAS

AUMENTA A RENTABILIDADE DA EMPRESA E MELHORA A RELAÇÃO COM O

CONSUMIDOR FINAL?

O desenvolvimento de novos materiais e tecnologias obviamente

contribuirá para mais soluções, mais qualidade e competitividade.

CONSIDERA A REABILITAÇÃO COMO O MERCADO FUTURO NA CONSTRU-ÇÃO? POSSUEM ALGUMA SOLUÇÃO ESPECÍFICA PARA ESTE MERCADO?

A construção nova é reduzida, em Portugal há excesso de casas,

muitas a necessitar de intervenção urgente, ou seja, já há merca-

do de reabilitação e será, com certeza, no futuro próximo, muito

importante para o sector da construção.

A AMORIM ISOLAMENTOS É UMA EMPRESA QUE INTEGRA A

CORTICEIRA AMORIM SGPS, TENDO COMO ATIVIDADE A FABRICA-ÇÃO DE AGLOMERADOS EXPANDIDOS DE CORTIÇA E FIBRA DE

COCO. A EMPRESA DEDICA-SE À PRODUÇÃO DE MATERIAIS DE ISO-LAMENTO A PARTIR DE MATÉRIAS-PRIMAS NATURAIS COMO A COR-TIÇA E O COCO, DEVOLVENDO E PRODUZINDO SOLUÇÕES DE ISO-LAMENTO TÉRMICO E ACÚSTICO EM AGLOMERADOS EXPANDIDOS

DE CORTIÇA, EM GRANULADOS E PLACAS/ROLOS DE FIBRA DE

COCO, MATERIAIS COM EXCELENTE DESEMPENHO TÉCNICO E AMI-GOS DO AMBIENTE - RIGOROSAMENTE 100% NATURAIS.

AS CARACTERÍSTICAS ÚNICAS DO PRODUTO CONFEREM-LHE UM

ELE VADO GRAU DE ISOLAMENTO TÉRMICO, ACÚSTICO E ANTIVIBRÁ -TICO, SENDO POR ISSO UTILIZADO NA CONSTRUÇÃO DE OLEODU-TOS, AEROPORTOS, EDIFÍCIOS, ADEGAS E NA INDÚSTRIA DA REFRI-GERAÇÃO, BEM COMO EM ESPAÇOS DE LAZER. EM EN TRE VISTA À

REVISTA “MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO”, CARLOS MA NUEL,DIRETOR GERAL DA AMORIM ISOLAMENTOS, PARA ALÉM DE

FALAR DA EMPRESA E DO SEU POSICIONAMENTO NO MER CADO,ABORDA AINDA TEMAS IMPORTANTES COMO A SUSTENTA BILIDADE,A EFICIÊNCIA ENERGÉTICA, A REABILITAÇÃO E A ECO-EFICIÊNCIA.

QUE BALANÇO FAZ DA ATIVIDADE DA EMPRESA, E QUAL O SEU POSICIONA-MENTO NO MERCADO?

Conscientes da realidade atual do sector e desde há bastante

tempo na procura constante de adaptação às maiores exigências

do mercado no que toca à inovação, qualidade e serviço, poder-se-

-á concluir que o balanço será moderadamente positivo.

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Isolamento parede exterior (ETICS) Telhados planos

As soluções são conhecidas e no nosso caso e de forma

muito convicta, afirmamos que o aglomerado de cortiça

pode ser a solução ideal nos isolamentos: na cobertura, na

parede exterior (ETICS) e no interior (solução lambourdé -

placas com réguas de madeira) e cortiça + gesso (Gypcork)

que garantem a eficiência termo-acústica, e obviamente de

durabilidade e de sustentabilidade ao mais alto nível.

OS MATERIAIS E COMPONENTES PODEM AFETAR A SUSTENTABILI-DADE FINAL DOS EDIFÍCIOS. COMO SELECIONAR MATERIAIS E

COMPONENTES PARA A CONSTRUÇÃO DE FORMA MAIS SUSTENTÁ-VEL?

A escolha - seleção dos materiais é extremamente impor-

tante para a sustentabilidade, pelo se deverá analisar o

ciclo de vida dos mesmos desde a matéria prima, processo

industrial, que tipo de emissões, a durabilidade, e até a

reciclagem no final do tempo de vida dos edifícios.

ESTANDO A ECO-EFICIÊNCIA MUITAS VEZES LIGADA À SUSTENTABI-LIDADE, PODERÁ SER ESTE UM NOVO MEIO DE AUXÍLIO DE RECUPE-RAÇÃO DO MERCADO? PODERÁ RELANÇAR DE ALGUM MODO O

INTERESSE EM FAZER OBRAS EM CASA?

Já por várias vezes dissemos - eficiência energética de

curto prazo não é sustentabilidade - mas o facto de haver

regulamentos que “obrigam” a controlo de emissões, ou

seja melhor isolamento, e também uma maior consciência

relativamente aos custos energéticos e ao impacto ambien-

tal, presume-se que seja um bom indicador para fazer

obras em casa e consequente meio de ajuda à recupera-

ção do mercado.

/ 41

PERSPETIVANDO ALGUMA RETOMA DO SECTOR NUM FUTURO PRÓXIMO, QUAIS

AS ÁREAS DA CONSTRUÇÃO QUE CONSIDERA MAIS PROPENSAS A UM POTEN-CIAL DE CRESCIMENTO?

Embora de forma moderada, os níveis de confiança regressarão e em

consequência teremos construção de novas vivendas, obras de infra-

estruturas públicas e privadas…, mas o maior crescimento, no nosso

caso, será o mercado da reabilitação.

Casa Graínho - Santarém (ETICS)

Moradia - Sintra (MD Fachada)

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Entrevista Bosch - João Paulo Oliveira, Responsável do Grupo Bosch em Portugal

QUE BALANÇO FAZ DA ATIVIDADE DA EMPRESA, E QUAL O SEU POSICIONA-MENTO NO MERCADO?

Apesar da atual conjuntura económica, estamos satisfeitos com onosso desempenho em Portugal. Obtivemos um crescimento de3,3% nas vendas em 2011, o que se traduziu num recorde de 1,047mil milhões de euros. Neste ano, a nossa produtividade aumentouem 5% e as nossas fábricas estão em condições de atrair novosinvestimentos. Estamos presentes em Portugal há 101 anos e,neste momento, somos um dos maiores exportadores a nívelnacional, pelo que queremos manter-nos líderes nos vários secto-res onde operamos.

CONSIDERA QUE A CRESCENTE PREOCUPAÇÃO COM A SUSTENTABILIDADE E

A EFICIÊNCIA ENERGÉTICA TEM UM PESO IMPORTANTE NO APARECIMENTO DE

NOVOS PRODUTOS E TECNOLOGIAS CONSTRUTIVAS? DE QUE FORMA?

Sem dúvida. Acredito que as questões da poupança e otimização derecursos são cada vez mais prementes nos processos de desenvol-vimento, conceção e produção de novos produtos. Hoje, mais doque nunca, assistimos a uma consciencialização empresarial e pes-soal sobre a temática da sustentabilidade e eficiência energética.

A ideia de fazer mais com menos tem vindo a ser premissa base nonegócio da construção, e o modelo de negócio atual da indústria daconstrução assenta já nos três eixos base da sustentabilidade: eco-nómico, social e ambiental. Estes alicerces já constituem uma preo-cupação real para o sector, quer a nível nacional como internacional.

COMO É QUE O DESENVOLVIMENTO DE NOVOS MATERIAIS E TECNOLOGIAS

AUMENTA A RENTABILIDADE DA EMPRESA E MELHORA A RELAÇÃO COM O

CONSUMIDOR FINAL?

A Bosch está constantemente a apostar em inovação. Só em 2011,anunciamos um investimento de 65 milhões de euros a concretizaraté 2015. É aqui que tentamos fazer a diferença. Apostamos emprodutos que vão ao encontro das necessidades dos nossos con-sumidores e contamos com os nossos especialistas para fazeremmais e melhor. Ao estarmos constantemente a inovar, mantemo--nos a par e, muitas vezes, lançamos as próprias tendências demercado, o que permite que os nossos materiais e tecnologiassuperem as expectativas do nosso cliente/consumidor.

Estamos ainda a diversificar a nossa gama de produtos, a investirem I&D e a aumentar a nossa flexibilidade e produtividade, o quenos permite ter confiança na manutenção da tendência positivanos próximos anos.

A BOSCH EM PORTUGAL É UMA FILIAL DO GRUPO BOSCH,UMA DAS MAIORES SOCIEDADES INDUSTRIAIS PRIVADAS A

NÍVEL MUNDIAL. O GRUPO BOSCH OPERA EM VÁRIAS ÁREAS

NOMEADAMENTE NA TECNOLOGIA AUTOMÓVEL, TECNOLOGIA

INDUSTRIAL (AUTOMAÇÃO E EQUIPAMENTOS DE EMBALAGEM),TECNOLOGIAS DE CONSTRUÇÃO (FERRAMENTAS ELÉTRICAS) ENA PRODUÇÃO DE BENS DE CONSUMO (TERMOTECNOLOGIA,ELETRODOMÉSTICOS E SISTEMAS DE SEGURANÇA).

NESTA ENTREVISTA DADA À REVISTA “MATERIAIS DE

CONSTRUÇÃO”, JOÃO PAULO OLIVEIRA, RESPONSÁVEL DO

GRUPO BOSCH EM PORTUGAL, FALA-NOS DA EMPRESA E

ABORDA TEMAS COMO A SUSTENTABILIDADE, A EFICIÊNCIA

ENERGÉTICA, O MERCADO DA REABILITAÇÃO E A ECO-EFICIÊN-CIA. APROVEITOU AINDA PARA DEIXAR ALGUMAS DICAS PARA

POTENCIAR O CRESCIMENTO DA ECONOMIA EM PORTUGAL.

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São medidas e ações como estas que nos aproximam mais donosso consumidor. Produzimos e inovamos a pensar na funcio-nalidade dos nossos produtos e tecnologias para os nossos con-sumidores. Queremos ser parte integrante no seu dia-a-dia.

CONSIDERA A REABILITAÇÃO COMO O MERCADO FUTURO NA CONSTRU-ÇÃO? POSSUEM ALGUMA SOLUÇÃO ESPECÍFICA PARA ESTE MERCADO?

Em Portugal, a construção tem sido, até muito recentemente, umsector com um peso na economia superior ao da média europeia.É por isso natural que estejam a ser pensadas novas formas demanter esta competitividade sectorial. É igualmente claro que omodelo de desenvolvimento dominante até à data, assenteessencialmente na construção e na expansão de centros habita-cionais, se encontra esgotado por ser insustentável dentro devários segmentos.

Hoje em dia estamos também a assistir a um movimento diferen-te: as cidades mais cobiçadas serão aquelas que emanam umpeso histórico e nas próximas décadas assistiremos a um regres-so das populações e das atividades aos centros urbanos. Nestesentido, a questão da reabilitação urbana deverá estar sempreem cima da mesa no contexto da recuperação de todo um sector.

É necessário passar o enfoque do sector da construção para areabilitação e manutenção de edifícios e infraestruturas. Noentanto, este tipo de medidas exige uma maior qualificação dosprofissionais e das empresas.

De qualquer forma, a Bosch fornece uma gama de produtosinovadores e de alta qualidade, para o aquecimento e seguran-ça, por exemplo, que podem ser uma mais-valia para o sectorda construção, seja na reabilitação ou na construção de novosespaços.

/ 43

Desde o ano passado, oferecemos ainda um serviço de certificaçãoenergética que poderá ser utilizado pelos proprietários para valorizar osseus imóveis.

OS MATERIAIS E COMPONENTES PODEM AFETAR A SUSTENTABILIDADE FINAL DOS

EDIFÍCIOS. COMO SELECIONAR MATERIAIS E COMPONENTES PARA A CONSTRU-ÇÃO DE FORMA MAIS SUSTENTÁVEL?

Sabemos que os produtos utilizados numa obra ou construção, bemcomo os seus componentes, têm grande impacto ambiental e utilizambastantes recursos naturais. Estes aspetos fazem a diferença na dura-bilidade e eficiência de um projeto. Neste sentido, acredito que a ava-liação dos produtos e dos seus componentes, para além da vertenteambiental, deverá estar intrinsecamente ligada ao desempenho e vidaútil dos mesmos.

Os produtos devem responder aos requisitos base e fazer o seu papeldurante o período para o qual se destinam. Na Bosch, todos os produ-tos passam por testes rigorosos para avaliar o seu impacto ambiental,sendo certificados em conformidade com licenças ambientais. Os nos-sos produtos são desenvolvidos para serem o mais sustentável, eficien-tes e amigos do ambiente possível.

ESTANDO A ECO-EFICIÊNCIA MUITAS VEZES LIGADA À SUSTENTABILIDADE, PODE-RÁ SER ESTE UM NOVO MEIO DE AUXÍLIO DE RECUPERAÇÃO DO MERCADO?PODERÁ RELANÇAR DE ALGUM MODO O INTERESSE EM FAZER OBRAS EM CASA?

Julgo que poderá ser uma forma complementar para já. Atualmente háum crescente interesse na redução de impactos ambientais associadosao sector da construção. No entanto, apesar de já existir uma aberturade empresas e pessoas para a temática da eficiência, acredito queainda seja necessário existir uma maior consciencialização para osbenefícios da ecoeficiência no mercado sectorial.

Atualmente, as pessoas apenas fazem obras em casa se for estrita-mente necessário, grande parte devido à falta de financiamento e ver-bas próprias para realizar este tipo de ação. O investimento em obrasé grande, pelo que deverá existir um esforço acrescido para demonstrarque o ROI em materiais eco-eficientes é significativamente melhor.Acredito que, desta forma, se conseguirá potenciar um interesse maiorem fazer obras em casa.

PERSPETIVANDO ALGUMA RETOMA DO SECTOR NUM FUTURO PRÓXIMO, QUAIS AS

ÁREAS DA CONSTRUÇÃO QUE CONSIDERA MAIS PROPENSAS A UM POTENCIAL DE

CRESCIMENTO?

Tal como referi, acredito que o futuro da construção passe por ummelhor ordenamento do território, aliado à recuperação e reabilitaçãourbana a nível nacional. Assistimos a um êxodo enorme das forças ope-rárias e das empresas nacionais e internacionais para outros países.

Para que Portugal não se torne apenas um país de passagem, énecessário que o enfoque do sector passe da construção de novassuperfícies para a reabilitação, que é, com frequência, mais complexado que a construção corrente e exige uma maior qualificação dasempresas e dos profissionais. É necessário Portugal tornar-se ummercado exportador de matérias-primas no sector da construção.Neste momento, Portugal necessita de apostar na qualidade em vezde quantidade.

A Bosch está pronta para continuar a oferecer produtos de qualidadepara as casas dos portugueses.

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Entrevista Gyptec Ibérica Ávila e Sousa, Departamento Técnico

QUE BALANÇO FAZ DA ATIVIDADE DA EMPRESA, E QUAL O SEU POSICIONA-MENTO NO MERCADO?

Integrada no Grupo Preceram, a Gyptec Ibérica dedica-se à produ-

ção de placas de gesso laminado e disponibiliza ao mercado uma

gama completa de soluções que garantem altos desempenhos

acústicos e térmicos, resistência ao fogo, impacto e humidade. As

placas Gyptec, para além do cumprimento dos requisitos da marca-

ção CE, são certificadas com a marca [N] AENOR.

A Gyptec Ibérica, sendo uma empresa recente, tem vindo a crescer

de ano para ano, resultado do seu posicionamento único no merca-

do. O facto de ser uma empresa de capital português e a produzir

em Portugal um produto de qualidade reconhecida, tem contribuído

para um aumento sustentado da quota de mercado.

CONSIDERA QUE A CRESCENTE PREOCUPAÇÃO COM A SUSTENTABILIDADE E

A EFICIÊNCIA ENERGÉTICA TEM UM PESO IMPORTANTE NO APARECIMENTO DE

NOVOS PRODUTOS E TECNOLOGIAS CONSTRUTIVAS? DE QUE FORMA?

Estas preocupações, não sendo novas, têm ganho cada vez mais

importância. Num momento em que existe a preocupação, e a

necessidade, de utilizarmos os recursos de forma mais racional, é

fundamental o desenvolvimento de produtos e técnicas que con-

corram para esse objetivo.

COMO É QUE O DESENVOLVIMENTO DE NOVOS MATERIAIS E TECNOLOGIAS

AUMENTA A RENTABILIDADE DA EMPRESA E MELHORA A RELAÇÃO COM O

CONSUMIDOR FINAL?

A inovação, traduzida pelo lançamento de novos produtos ou

melhoria de processos, contribui de forma decisiva para a compe-

titividade. Promove a melhoria contínua e transmite ao mercado a

imagem dinâmica de uma empresa que procura antecipar e satis-

fazer as necessidades do consumidor.

Foi neste sentido que, apostando definitivamente no online, a

Gyptec disponibilizou ao mercado a sua mais recente novidade:

um completo e versátil Gestor de Soluções, desenvolvido com o

DEDICADA À PRODUÇÃO DE GESSO LAMINADO, ATRAVÉS DE MÉTODOS NÃO

POLUENTES E AMBIENTALMENTE SUSTENTÁVEIS DESDE 2009, A GYPTEC IBÉRICA

- GESSOS TÉCNICOS, SA, É UMA EMPRESA DE CAPITAL NACIONAL INSERIDA NO

GRUPO PRECERAM.

TODOS OS SEUS PRODUTOS OFERECEM SEGURANÇA, BELEZA E PERFEIÇÃO

TÉCNI CA PARA A APLICAÇÃO A QUE SE DESTINAM. A EMPRESA TEM UMA POLÍTICA

DE INVESTIMENTO ORIENTADA PARA O FUTURO E QUE PERMITIRÁ ASSEGURAR UM

SAUDÁVEL RETORNO DO INVESTIMENTO. A ELEVADA QUALIDADE, O ACONSELHA-MENTO EXAUSTIVO E O EXCELENTE SERVIÇO DE ATENDIMENTO SÃO ESSENCIAIS

PARA ASSEGURAR A SATISFAÇÃO DO CLIENTE.

ÁVILA E SOUSA, RESPONSÁVEL PELO DEPARTAMENTO TÉCNICO, IMAGEM E

COMUNICAÇÃO DA GYPTEC IBÉRICA, FALA-NOS DA EMPRESA, DA SUSTENTABILI-DADE E EFICIÊNCIA ENERGÉTICA, E DO MERCADO DA REABILITAÇÃO, ENTRE

OUTROS TEMAS.

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objetivo de facilitar a pesquisa, consulta e orçamentaçãodos sistemas integrados Gyptec. Os clientes preocupam-secada vez mais com as características técnicas dos produtose com os benefícios que poderão obter com a sua utiliza-ção, exigindo comportamento e performance.

Esta nova ferramenta de trabalho caracteriza-se pela suaversatilidade e propõe-se agilizar e acelerar esse processode decisão. O Gestor de Soluções vem facilitar a pesquisa,podendo esta ser efetuada separadamente através de parâ-metros técnicos, consoante a necessidade específica daobra, permitindo ainda a consulta de rendimentos e preçosdos sistemas Gyptec.

De notar que a plataforma conta já com centenas de siste-mas caracterizados, onde se encontram detalhadas as solu-ções mais adequadas e testadas para o mercado nacional.

CONSIDERA A REABILITAÇÃO COMO O MERCADO FUTURO NA CONS-TRUÇÃO? POSSUEM ALGUMA SOLUÇÃO ESPECÍFICA PARA ESTE

MERCADO?

Existe em Portugal um grande parque edificado e o investi-mento em obras novas está praticamente congelado. Noentanto, uma parte substancial dos edifícios existentes sãodesconfortáveis, e alguns nem possuem condições míni-mas de habitabilidade. É urgente promover a reabilitaçãourbana, associada ao isolamento, e apostar em edifíciosconfortáveis, mas com baixo consumo energético.

As placas de gesso laminado são, pela sua natureza, umproduto talhado para a reabilitação: leves, ocupam poucoespaço e têm uma aplicação limpa e rápida.

Para além disso, a Gyptec Ibérica desenvolveu novos pro-dutos para este mercado, sendo o mais recente a placa comisolamento incorporado em aglomerado de cortiça expandi-da, a placa GYPCORK, desenvolvida em colaboração coma Amorim Isolamentos.

OS MATERIAIS E COMPONENTES PODEM AFETAR A SUSTENTABILIDA-DE FINAL DOS EDIFÍCIOS. COMO SELECIONAR MATERIAIS E COMPO-NENTES PARA A CONSTRUÇÃO DE FORMA MAIS SUSTENTÁVEL?

Existem diversos fatores que condicionam e contribuempara a sustentabilidade dos edifícios. Desde logo a energiaincorporada nos materiais, quer pela natureza das matérias--primas, dos processos de fabrico e mesmo do local de pro-dução. Aqui gostaria de salientar a importância de se procu-rar utilizar produtos de origem local. No nosso país deve-mos preferir o fabricado em Portugal.

Outra vertente importante é considerar todo o ciclo de utili-zação do edifício. Reporto como essencial a escolha desoluções que contribuam para a poupança energética, quesejam duráveis e economicamente sustentáveis.

ESTANDO A ECO-EFICIÊNCIA MUITAS VEZES LIGADA À SUSTENTABI-LIDADE, PODERÁ SER ESTE UM NOVO MEIO DE AUXÍLIO DE RECUPE-RAÇÃO DO MERCADO? PODERÁ RELANÇAR DE ALGUM MODO O

INTERESSE EM FAZER OBRAS EM CASA?

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Estou convencido que no futuro próximo as pessoas terão tendênciapara viver mais em casa e valorizar o seu habitat. Não existindo, nem seprevendo que venha a existir, uma política de incentivos e financiamentodisponível para a compra de novas casas, é inevitável que os consumi-dores procurem melhorar e renovar o espaço que habitam.

Qual será a maior aposta? Soluções que melhorem o conforto, promo-vam a melhoria da qualidade de vida e que, fundamentalmente, sejameconómicos e contribuam para a redução da fatura energética.

PERSPETIVANDO ALGUMA RETOMA DO SECTOR NUM FUTURO PRÓXIMO, QUAIS AS

ÁREAS DA CONSTRUÇÃO QUE CONSIDERA MAIS PROPENSAS A UM POTENCIAL DE

CRESCIMENTO?

Esse é um exercício de futurologia interessante, mas dependente daestratégia que venha a ser desenhada para o país.

Para além da reabilitação habitacional, penso que veremos projetos dereconversão de alguns edifícios públicos e o aparecimento de novosempreendimentos turísticos em zonas de potencial crescimento.

Paralelamente, acredito que se assistirá a um retorno aos centros histó-ricos das cidades. Será essencial a revitalização da malha urbana, deforma a oferecer qualidade de vida e opções de consumo, sem a neces-sidade de grandes deslocações.

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Entrevista Roca Jorge Vieira, Diretor-geral

A ROCA É LÍDER MUNDIAL NA DEFINIÇÃO DO ESPAÇO DE BANHO E UMA FORTE

REFERÊNCIA NO MUNDO DO DESIGN. ESTÁ ATUALMENTE PRESENTE EM MAIS DE

135 PAÍSES E TEM 76 UNIDADES DE PRODUÇÃO DISTRIBUÍDAS POR CINCO CON-TINENTES. EMPENHADA NUM PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO CONTÍNUO, A

ROCA ESTÁ PROFUNDAMENTE COMPROMETIDA NA EXCELÊNCIA DO DESIGN DOS

SEUS PRODUTOS.

TEM COMO OBJETIVO OFERECER AOS CLIENTES ESPAÇOS QUE ESTIMULAM OS

CINCO SENTIDOS, PROPORCIONANDO EXPERIÊNCIAS ÚNICAS. JORGE VIEIRA,DIRETOR-GERAL DA EMPRESA, EM ENTREVISTA À REVISTA “MATERIAIS DE

CONSTRUÇÃO”, FALA-NOS DA EMPRESA E DO SEU POSICIONAMENTO NO MERCA-DO, ABORDA QUESTÕES COMO A SUSTENTABILIDADE, A EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

E A REABILITAÇÃO, ENTRE OUTROS.

QUE BALANÇO FAZ DA ATIVIDADE DA EMPRESA, E QUAL O SEU POSICIONA-MENTO NO MERCADO?

Estamos num ano verdadeiramente imprevisível, e isso reflete-seno comportamento registado ao longo do 1º semestre. Tivemosum início bastante positivo, seguindo-se um ligeiro abrandamentoda procura, agravado por temas relacionados com o crédito e,sobretudo, a falta de confiança por parte dos diversos agentes demercado.

Somos uma empresa líder na definição de espaços de banho comgrande responsabilidade no sector, e procuramos constantementeapresentar um conjunto de soluções altamente versáteis que seadaptam facilmente aos hábitos de consumo a nível global e queoferecem soluções personalizadas a todas as exigências.

Tentamos que a envolvente externa tenha o mínimo de influênciapossível naquele que é o nosso principal objetivo, e continuamosempenhados num processo de desenvolvimento contínuo.

A Roca está profundamente comprometida na excelência dodesign dos seus produtos, tentando oferecer aos clientes espa-ços que estimulam os cinco sentidos, proporcionando experiên-cias únicas.

CONSIDERA QUE A CRESCENTE PREOCUPAÇÃO COM A SUSTENTABILIDADE

E A EFICIÊNCIA ENERGÉTICA TEM UM PESO IMPORTANTE NO APARECIMEN-TO DE NOVOS PRODUTOS E TECNOLOGIAS CONSTRUTIVAS? DE QUE

FORMA?

Tenho a certeza que tem um peso importante. É por ter consciên-cia dessa importância que a Roca é pioneira no lançamento deprodutos desenvolvidos em harmonia com o meio ambientedesde a década de 60, quando a discussão sobre as ameaçasambientais começou a ganhar outra dimensão.

O nosso vínculo para com as questões ambientais pode tambémser comprovado pela criação da Fundação We Are Water(www.wearewater.org) em 2010.

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ESTANDO A ECO-EFICIÊNCIA MUITAS VEZES LIGADA À SUSTENTABILIDADE, PODE-RÁ SER ESTE UM NOVO MEIO DE AUXÍLIO DE RECUPERAÇÃO DO MERCADO?PODERÁ RELANÇAR DE ALGUM MODO O INTERESSE EM FAZER OBRAS EM CASA?

A eco-sustentabilidade é um dos principais valores da empresa. Anossa liderança global está firmemente vinculada a temas ambientais,convertendo-nos num forte ponto de referência na gestão de proble-mas ambientais, especialmente no que concerne a água. O aumentodo interesse por parte do consumidor final em relação às questõesambientais implicará muitas vezes uma remodelação de um espaço jáexistente, tentando torná-lo mais eficiente, ou pelo menos reduzir oconsumo de recursos importantes, como o caso da água por exemplo,e também nesse campo estamos preparados para responder.

PERSPETIVANDO ALGUMA RETOMA DO SECTOR NUM FUTURO PRÓXIMO, QUAIS

AS ÁREAS DA CONSTRUÇÃO QUE CONSIDERA MAIS PROPENSAS A UM POTENCIAL

DE CRESCIMENTO?

A retoma do sector é, efetivamente, o que todos os agentes económi-cos anseiam. A atividade tem-se deteriorado trazendo perspetivaspouco animadoras, sobretudo ao nível da construção nova.

Ainda assim, num cenário desta natureza é previsível que, por força docrescimento do mercado de arrendamento, o sector da reabilitação deedifícios passe a ter uma dinâmica mais positiva. Também a hotelaria,para além das novas unidades que se vão construindo, necessita detornar a sua oferta mais competitiva e aí, sem dúvida que há um poten-cial enorme no campo das remodelações de norte a sul do país.

Trata-se de uma fundação de cariz ambiental, cujos objeti-vos principais são reduzir os efeitos dramáticos provocadospela escassez de água em diversos pontos do planeta, edu-car e consciencializar as populações para a importância deuma utilização sensata da água e motivar as pessoas nosentido de fazerem contribuições e apoiarem projetos deproteção do meio ambiente em regiões com difícil acesso arecursos hídricos, operando de forma autónoma ou em cola-boração com ONGs locais e internacionais.

COMO É QUE O DESENVOLVIMENTO DE NOVOS MATERIAIS E TEC-NOLOGIAS AUMENTA A RENTABILIDADE DA EMPRESA E MELHORA A

RELAÇÃO COM O CONSUMIDOR FINAL?

A evolução das sociedades, sobretudo do ponto de vistatecnológico, acabou por originar um novo tipo de consumi-dor final, mais informado e mais exigente. O estatuto daRoca como líder mundial reflete-se na criação de soluçõesaltamente versáteis que se adaptam facilmente aos hábi-tos de consumo a nível global e que oferecem soluçõespersonalizadas a todas as exigências.

Procuramos sempre que, num processo de investigaçãocontínuo, o design e a inovação trabalhem em conjuntopara construir um futuro de bem-estar comum. É graças aeste empenho que somos a marca de referência mundialna criação de espaços de banho.

CONSIDERA A REABILITAÇÃO COMO O MERCADO FUTURO NA

CONSTRUÇÃO? POSSUEM ALGUMA SOLUÇÃO ESPECÍFICA PARA

ESTE MERCADO?

Parece-me a alternativa natural para o atual contexto.Com o enorme abrandamento da nova construção emPortugal, é normal que a reabilitação se torne um mercadomais apetecível e onde as diferentes empresas do sectorvão querer ter uma participação significativa. A versatilida-de da nossa gama de produtos permite que em condiçõesnormais todos possam ser utilizados em reabilitações.

Estamos a falar de produtos de máxima qualidade, resul-tantes de uma investigação aprofundada e de um desen-volvimento contínuo das suas faculdades, e isso concebe--lhes uma aplicabilidade variada, adaptável aos mais dis-tintos espaços.

OS MATERIAIS E COMPONENTES PODEM AFETAR A SUSTENTABILI-DADE FINAL DOS EDIFÍCIOS. COMO SELECIONAR MATERIAIS E

COMPONENTES PARA A CONSTRUÇÃO DE FORMA MAIS SUSTENTÁ-VEL?

A preocupação com a sustentabilidade e a eco-eficiênciaestão presentes em todos os nossos produtos. Há mais decinquenta anos que a Roca assume continuamente o com-promisso de criar e desenvolver novas tecnologias para aconservação do meio ambiente. Este compromisso espe-cífico implica não apenas os processos de produção, as“fábricas de emissão zero”, mas também o desenvolvi-mento de novos produtos que contribuam para a poupan-ça no consumo de água, como é o caso do urinol semágua Hall, a torneira L90 ou o sistema W+W.

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Para uma maior autonomia, conforto e segurança, a OLI apre-senta o sistema “Easy Move”, uma estrutura autoportante quepermite ao utilizador ajustar a altura do sanitário à sua medida.

A nova solução é de ajuste mecânico, acionado por dois moto-res de baixa tensão que permite uma adaptação da altura dosanitário até 150 mm. É constituída por uma estrutura autopor-tante com autoclismo interior Darling OLI74 autoajustável emaltura pelo utilizador, para suporte de sanita suspensa.

“Easy Move” da OLI Ajusta a Altura do Sanitário à sua MedidaO acabamento final é dado por um painel frontal em vidro tempe-rado ou fibra de vidro, com a possibilidade de personalizar comuma infinidade de cores. Esta placa contém ainda uma aberturapara placa de comando à escolha na ampla gama de materiais etons que a marca dispõe.

De destacar que o sistema é ergonómico, ajustável e compatívelcom todas as sanitas suspensas. Com o “Easy Move”, as dificul-dades de acesso ao sanitário com uma altura inapropriada deixade ser um problema, ajustando-se às características dos seus uti-lizadores, desde as pessoas com mobilidade reduzida, às maisaltas e às crianças.

FONTE: AD COMMUNICATION

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ProdutosNovos Materiais

Downtown Collection: os Novos Acabamentos Exclusivos da Technal

Desenvolvida em parceria com vários arquitetos internacionais,a Technal acaba de lançar a nova Downtown Collection, consti-tuída por oito acabamentos 100% exclusivos.

New York Black, Bombay Grey, Dubaï Green e Shangai Brownsão algumas das cores arrojadas que se juntam à requintadagama de cores exclusivas da Technal, e que permitem umamelhor adequação e harmonização dos mais diversos projetosarquitetónicos.

Acresce ainda a particularidade de a nova gama de acabamentosexclusivos da Technal mudar de cor consoante a incidência daluz. Esta característica, bastante apreciada pelos arquitetos, per-mite criar dinamismo e um interessante jogo de cores nas suasobras. Aliás, graças às texturas finas e visíveis da DowntownCollection, acentua-se a sobriedade e a elegância das cores, quesão semelhantes aos materiais naturais, combinando desta formaa matéria e a luz.

A Downtown Collectionintegra-se na gama deacabamentos exclusivosda Technal, da qual tam-bém faz parte a ClassicCollection.

Ambas as coleções con-têm o selo Qualicoat Clas -se 2 que confere uma ga -rantia de 15 anos.

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Saint-Gobain Weber Renova Gama de Reparação e Regularização de Betão

Formação Modular Certificada Formação Financiada no Âmbito do POPH

Região NORTE

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:: Formação Base:: Comércio:: Secretariado e Trabalho Administrativo:: Enquadramento na Organização/Empresa:: Ciências Informáticas

Contactos : [email protected] || Pç. Francisco Sá Carneiro, 219, 3º, 4200-313 Porto Tel.: 225 074 210; Fax: 225 074 218/9 | Site: www.iforma.pt

INSCRIÇÕES / MAIS INFORMAÇÕES

www.iforma.pt

A Saint-Gobain Weber acaba de lançaruma nova gama de argamassas técnicas,destinadas à reparação e regularização debetão.

Com fórmulas mais ajustadas às necessi-dades e às elevadas exigências desta ati-vidade, esta gama disponibiliza produtosmais fortes - para utilização em situaçõesexigentes, simples de aplicar - para umafácil reparação do betão, e com boa renta-bilidade para garantir economia em obra.

Os novos produtos weber.rep rapide,weber.rep express e weber.rep basicforam desenvolvidos para responder àssituações mais exigentes da reparaçãoestrutural e não estrutural do betão, bemcomo com o cumprimento das normaseuropeias para a construção e reparaçõesestruturais, nomeadamente a nor ma EN-1504-3.

Apesar do betão ser um material construtivocom qualidades extraordinárias, está tambémsujeito a vários tipos de degradações que colo-cam em risco a estabilidade das estruturas.

De entre as causas mais problemáticas desta-cam-se a utilização de composições e matérias--primas inadequadas, as deficiências durante oprocesso de execução, os ataques químicos eos ataques físicos. Com este novo conjunto deprodutos a Weber vai ao encontro das necessi-dades crescentes do mercado e dos profissio-nais, com uma oferta de soluções que concor-rem para uma maior eficiência técnica e maisrentabilidade.

Sempre que se inicia uma reparação de betão,antes de escolher o produto é fundamental avaliaro local, o material, a espessura e a textura preten-didas, como o acabamento final do suporte, tudoisso para que o resultado vá de encontro às expec-tativas.