84
www.planobrasilia.com.br Plano BRASÍLIA Novembro de 2009 · 2ª Quinzena Ano 7 · Edição 61 · R$ 5,00 ENTREVISTA Valter Xavier CIDADANIA Marlúzia Maria PONTO DE VISTA Chico Leite Politicamente Incorreto

Revista Plano Brasília Edição 61

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Revista com matérias sobre política, finanças, educação, saúde, comportamento, gastronomia, propaganda e marketing, entre outros.

Citation preview

Page 1: Revista Plano Brasília Edição 61

w w w . p l a n o b r a s i l i a . c o m . b r

PlanoBRASÍLIA

N o v e m b r o d e 2 0 0 9 · 2 ª Q u i n z e n aA n o 7 · E d i ç ã o 6 1 · R $ 5 , 0 0

ENTREVISTAValter Xavier

CIDADANIAMarlúzia Maria

PONTO DE VISTAChico Leite

PoliticamenteIncorreto

Page 2: Revista Plano Brasília Edição 61
Page 3: Revista Plano Brasília Edição 61
Page 4: Revista Plano Brasília Edição 61
Page 5: Revista Plano Brasília Edição 61
Page 6: Revista Plano Brasília Edição 61

Sumário

20 Política Brasília 36 Tecnologia 42 Automóvel

10 Cartas

12 Entrevista

16 Panorama Político

18 Brasília e Coisa & Tal

20 Política Brasília

22 Economia

24 Capa

28 Cidadania

30 Gente

32 Educação

36 Tecnologia

38 Cotidiano

40 Planos & Negócios

42 Automóvel

44 Cidade

46 Vida Moderna

48 Esporte

50 Personagem da Cidade

52 Saúde

54 Nutrição Alternativa

56 Comportamento

58 Moda

60 Cultura

62 Artes Plásticas

64 Gastronomia

66 Mundo Animal

68 Jornalista Aprendiz

70 Música

72 Propaganda & Marketing

74 Tá lendo o que

76 Frases

77 Justiça

78 Diz aí mané

80 Ponto de Vista

82 Charge

Page 7: Revista Plano Brasília Edição 61
Page 8: Revista Plano Brasília Edição 61

8

ExpedienteDIRETOR EXECUTIVO Edson Crisó[email protected]

DIRETORA DE PROJETOS ESPECIAIS Nubia [email protected]

DIRETOR ADMINISTRATIVO Alex Dias

CHEFIA DE REDAÇÃO Letícia Oliveira, Luciana Vasconcelos Reis

DIRETOR DE FOTOGRAFIA MorenoFoto: Estúdio Dephot

DESIGN GRÁFICO Rodrigo Dias, Romannessa Sanches, Daniel Sihler

COLABORADORES Mauro Castro, Romário Schettino, Tarcísio Holanda, Roberto Policarpo, Pedro Abelha, Milena Pimenta, Sabrina Brito, Flávia Umpierre, Ana Helena Melo, Dr. Renato França, Paula Marques, Gabriela Rocha, Luis Turiba, Lecino Filho, Ana Ferreira, Lilian Dias da Rocha Reis, Chico Leite, Guilherme Joran, Cleber Sousa.

REVISÃO Juliana de Oliveira Castro

DISTRIBUIÇÃO EM BANCAS Distribuidora Jardim

DIRETOR POR MAILING Vip Logística

IMPRESSÃO Prol Editora Gráfica

TIRAGEM 60.000 exemplares

CAPA Arte: Rodrigo Dias

REDAÇÃO Comentários sobre o conteúdo editorial, sugestões e críticas às maté[email protected]

AVISO AO LEITOR Acesse o site da editora Plano Brasília para conferir na íntegra o conteúdo de todas as revistas da editorawww.planobrasilia.com.br

PLANO BRASÍLIA EDITORA LTDA.SCLN 116 Bl H sala 218CEP: 70773 - 580, Brasília-DFComercial: 61 3041.3313 | 3034.0011Redação: 61 [email protected]

Não é permitida a reprodução parcial ou total das matérias sem a prévia autorização dos editores. A Plano Brasília Editora não se responsabiliza pelos conceitos emitidos nos artigos assinados.

CART

A AO

LEI

TOR Com a proximidade do fim do ano, muitas são

as expectativas e em Brasília a ansiedade é ainda maior, já que o processo eleitoral de 2010 foi deflagrado e com eles, uma chuva de escândalos, nossa capa pretende lembrar ao eleitor o valor que o voto de cada um tem, além da respon-sabilidade política de cada cidadão no combate à corrupção.

Entrevistamos o desembargador Valter Xavier, que se mostrou favorável ao voto obrigatório. Destacamos como personagem da cidade o mineiro Jorge Ferreira, que tem, na verdade, a alma brasiliense. Não esquecemos nossos amados bichos de estimação e conversamos com um dos poucos especialistas em animais silvestres no DF.

Em educação mostramos as novas tecnologias apre-sentadas pelas escolas, que além de aproximarem os alu-nos dos educadores, contribuem com o nível de interesse e consequentemente com um melhor aprendizado. Apre-sentamos um modelo de celular lançado recentemente pela BlackBerry que tem feito muito marmanjo ficar de boca aberta.

Também falamos do falso êxodo pelo qual Brasília passa todo mês de dezembro, quando recebe uma leva de moradores temporários, pessoas que apesar de terem casa e fonte de renda, vêm para o centro da Capital, apenas para conseguirem doações em dinheiro, roupas, cestas básicas e outras coisas mais.

Estresse, esta é realidade das famílias dos alunos que ficam de recuperação nesta época do ano. Em artes plásticas não esquecemos nossas raízes, destacando a cultura indígena como inspiração para a modernidade. E para acabar com o estica e puxa dos secadores de cabelo, apresentamos a escova fotônica, que promete acalmar as madeixas mais rebeldes sem agredir os cabelos.

Confirmamos também o potencial náutico existente na Capital, acompanhamos o treino da equipe brasiliense de canoagem polinésia, que se preparara para a com-petição mais importante da categoria, que acontecerá este mês no Rio de Janeiro. Ressaltamos ainda como a odontologia e seus avanços influenciam na beleza estética das pessoas, inclusive de beldades como misses.

Boa leitura e até a próxima!

Page 9: Revista Plano Brasília Edição 61
Page 10: Revista Plano Brasília Edição 61

10

CartasFale conosco

Cartas e e-mails para a redação da Plano Brasília devem ser endereçadas para:SCLN 116 Bl H Sala 218, CEP 70773-580 - Brasília-DFFones: (61) 3202-1357 / [email protected]

As cartas devem ser encaminhadas com as-siantura, identificação, endereço e telefone do remetente. A Plano Brasília reserva o direito de seleciona-las e resumi-las para publicação.

Mensagens pela internet sem identificação completa serão desconsideradas.

Erramos A Plano Brasília se desculpa por alguns dos erros visualizados na edição 60. Entre eles ressaltamos: 1) Página 10 – Na sessão “Carta ao leitor” a estimativa de agressões à mulher em Brasília são de 300/ mês. 2) As fotos da capa são de autoria de Lecino Filho. 3) O ser-viço da matéria de Cidadania (Cão guia) é [email protected] (61) 3345-5585.

À Chefia de Redação,Talvez tenhamos descoberto o destino das podas de árvores do DF. Foi instalada uma carvoaria com 12 fornos no setor de Mansões, Parque Estrela Dalva VII-A - Novo Gama-GO, precisamente na Quadra 298, Lote 8, próximo à margem do córrego Santa Maria. Como neste local há outras infrações ambientais, no caso extração de areia do córrego, bem que a Plano Brasília poderia fazer uma investigação jornalística até para esclarecer a omissão das autoridades Federal, Estadual e Municipal.

SaudaçõesFrancisco Brasileiro e Oliveira

ONG - Projeto Solo é Vida

À Plano Brasília,Hoje recebi, pelas mãos de um amigo, a revista Plano Brasília com a matéria do Mitzu. Mais uma vez agradeço a a generosidade, traduzida na linda matéria sobre o restaurante. Obrigado!

Edu FrancoAsa Sul

Confesso que fiquei extremamente impressionado, em todos os aspectos. É uma revista com excelente apresentação, diagramação, e com regularidade que deve atender ao público-alvo. Parabéns por tudo.

Aleksandro SitônioAsa Norte

Page 11: Revista Plano Brasília Edição 61
Page 12: Revista Plano Brasília Edição 61

12

EntrevistaPor: Letícia Oliveira | Fotos: Izaias Sousa e Arquivo IMAG-DF

A JUSTIÇA SE GARANTE, POIS A LEI É A MESMA PARA TODOS OS CIDADÃOS, AFIRMA O DESEMBARGADOR VALTER XAVIER

Atual presidente do Instituto dos Magistrados do Distrito Federal, o IMAG-DF, o Desembargador Valter Xavier, num momento tão delicado da política da Capital, concede entrevista à Plano Brasília para trazer um olhar do ordenamento jurídico sobre a questão da corrupção e sobre a grande questão do voto – direito que a maioria não conhece e não sabe devidamente usar. Mas segundo Dr. Valter, isso não é nenhum absurdo, como muitos pregam. Não saber votar não pode ser encarado como uma deficiência, mas sim como um processo de aprendizado, que leva muitos e muitos anos, muitos e muitos ajustes, em vários setores. O Brasil é um país novo e que há apenas 20 anos vive uma real democracia de direito. Mais especificamente sobre os escândalos das recentes operações da Polícia Federal, o Desembargador afirma: “Não acredito que haja mais ou menos corrupção, acredito sim que o acesso da população à informação aumentou”.

Page 13: Revista Plano Brasília Edição 61

PLANO BRASÍLIA: Em primeiro lugar, o senhor poderia explicar melhor qual é o papel do Instituto dos Magis-trados do Distrito Federal?

DESEMBARGADOR VALTER XAVIER: O papel do IMAG-DF, assim como das demais associações de classe, é o de defender os interesses das classes que representam. O IMAG, precisamente, defende os interesses culturais da magis-tratura, inclusive justificando a natureza do termo instituto e sua estreita relação com o termo cultura. O Instituto acredita que, por meio do preparo da magistra-tura, aumentam-se as possibilidades de espaços políticos mais amplos. Contudo, a partir desse aumento, adotar posturas é uma questão séria que necessita da devida atenção. Isso porque, mesmo em sendo o combate político louvável, ele desperta o interesse da população em geral. Quanto maior a influência política de uma associação de classe, mais ela será cobrada por suas posturas e essa exposição pode ser comprometedora. Veja-se o papel decisivo da OAB nesse momento. Contudo, não se pode esque-cer de um dos princípios básicos do orde-namento jurídico brasileiro, a Presunção da Inocência, por mais grave que seja a acusação.

Seria possível o senhor delimitar me-lhor no que consiste essa Presunção de Inocência?

É muito simples. O ordenamento jurídico brasileiro é categórico, ninguém pode

ser condenado sem que haja julgamento idôneo. E o julgamento é precedido da acusação e da ampla defesa. Somente depois dessas duas etapas é que se pode formar um juízo de culpa. É na Presunção de Inocência que encontramos, também, a noção de direito em que se opta pela soltura de cem culpados frente à pos-sibilidade de prisão de um inocente. A Presunção de Inocência não representa uma absolvição sumária, mas garante que o acusado tenha amplo direito de defesa e que não haja fragilidade em relação ao papel da justiça.

No caso específico da Operação Caixa de Pandora, o desejo de ver os cul-pados responsabilizados recaiu com maior força sobre os poderes Execu-tivo e Legislativo. Mas sabemos da investigação recaindo sobre alguns magistrados, qual a punição recairá sobre eles?

O mais importante, quando se fala nessa questão, é que as pessoas entendam que justiça e vingança são coisas diferentes e que, por princípio, uma exclui a outra. As pessoas são vulneráveis e, na magis-tratura, infelizmente, não é diferente. E olha que para ingressar na magistratura o indivíduo tem sua vida virada pelo avesso para verificar se a sua ficha é impecável. Mas, sem fazer qualquer prejulgamento no caso concreto, apenas podemos ter real percepção das pessoas quando colocamos o poder na mão delas, pois é o exercício do poder que costuma revelar o caráter de cada um.

Mas... E o que acontece aos magistra-dos envolvidos? No poder Executivo se fala em impeachment... No Legis-lativo em cassação... E no Judiciário?

Nos três poderes, o processo é o mesmo. Até porque a lei é igual para todos. Há a acusação, posteriormente o acusado tem o direito de defesa e depois acontece o julgamento. Impeachment, cassações, são modalidades de julgamento. Tem-se como medida garante da transparência de tais inquéritos, o afastamento do investigado, mas apenas quando o fato do qual se suspeita ter cometido guarda relação com a atividade por ele exercida ou com a possibilidade de influenciar a efetiva apuração e a eficácia de pos-terior condenação. Por exemplo, se um magistrado é acusado de atropelar uma pessoa, tal acusação não impede que ele continue exercendo suas atividades no âmbito do poder Judiciário e, in-clusive, a depender das circunstâncias, nem após a sentença o afastamento é uma condição sine qua non. Porém, se esse magistrado estiver sendo acusado de favorecimento ilegal em processos judiciais, aí sim, pela transparência da investigação, cabe o afastamento do cargo até que tudo seja apurado.

O que o senhor pensa a respeito da tentativa de aprovação da Lei que proíbe que pessoas que respondem a processos cíveis e criminais se candi-datem a cargos públicos?

Sinceramente, eu não sou favorável

[...] apenas podemos ter real percepção das pessoas quando colocamos o poder na mão delas, pois é o exercício do poder que costuma revelar o caráter de cada um

Page 14: Revista Plano Brasília Edição 61

14

a essa lei. Acredito que o povo deve se responsabilizar pelas escolhas que faz e que a ele cabe o juízo de valor. Até porque, seguindo a mesma linha da presunção de inocência, estar respondendo a processo não significa ser culpado. Nesse país, infelizmente, quantos e quantos processos têm sua origem manipulada. Um exemplo, você hoje se candidata, mas existem pessoas que não gostam de você, ou pessoas que simplesmente não querem perder as posições que ocupam. Nada as impede de ingressar com representação contra você, usando os cargos e a influência de que dispõem. Daí, até o julgamento, a eleição já passou e, uma pessoa indevi-damente acusada perde a oportunidade de realizar um bom trabalho frente ao cargo a que se candidata.

O senhor concorda com a afirmação sobre o brasileiro não saber votar?

Concordo sim, mas não acho isso ne-nhum absurdo. Votar é uma atividade que requer aprendizado, tal qual nadar, andar de bicicleta... Esquecemos que o Brasil é um país novo e que, quando admiramos o processo eleitoral de países como a França, estamos falando de um país com séculos e séculos de existência e de dimensões geográficas do tamanho de um dos estados brasileiros. E é por isso também que eu sou favorável ao voto obrigatório, pois só votando é que as pessoas aprenderão a votar cada vez melhor. E também não sou favorável a interrupções de mandato, exceto em

casos excepcionais. É necessário supor-tar as consequências das escolhas que fazemos. Votar por um prato de comida, pontualmente, custará muito caro lá na frente. Votar por uma colocação profis-sional, outra escolha que terá preço. A coisa pública tem dono e o dono é o próprio eleitor; logo, ele deve compre-ender que o voto deve ser um exercício de direito no interesse de todos.

Com essa explicação, é possível dedu-zir que o senhor também é contrário ao voto nulo...

Ao voto nulo, ao voto em branco, contra aqueles que não vão votar. A omissão é uma atitude que causa muito mais mal do que a de acreditar estar votando no “menos pior”. Porque é o “menos pior” que, de alguma forma, impedirá o que o pior de todos aja livre e impunemente, servindo como uma espécie de barreira. É necessário que o brasileiro dê mais valor ao voto e que continue se preocupando com política mesmo depois do processo eleitoral, acompanhando as ações dos seus eleitos.

E sobre o grande desvirtuamento dos políticos atualmente? Parece que a essência política se perdeu e que todos só estão preocupados com os interesses próprios, já se candidatam imaginando quanto e o que ganharão...

É... Infelizmente isso é algo recorrente

na história política do Brasil. Mas acre-dito que, em vez de ficarmos nos pren-dendo a tais fatores, devemos seguir adiante. O importante é que aqueles que possuem interesses comuns, que possuem boas intenções, não se cansem não, não se omitam, não se afastem. É a omissão dos bons que permite que a classe de corruptos cresça e se fortaleça.

Nesse momento em que a sociedade teme a impunidade, qual o recado que o senhor, a partir da sua experiência gostaria de transmitir?

De que é necessário tomar conhecimen-to, com as devidas considerações, de que não existe ser humano perfeito e que buscar isso é um processo que não levará a lugar nenhum. E que desconsi-derar o princípio da inocência também não se constitui numa medida capaz de garantir que injustiças ou desmandos deixarão de ocorrer. E vale aqui lembrar que, pior do que sentir-se injustiçado, é ter a certeza de que se cometeu uma in-justiça. Numa perspectiva religiosa, in-clusive, lembro que nem Deus pretendeu evitar os crimes lá na época do Paraíso; então, não cabe à sociedade sentir-se culpada pelos erros ou pecados dos seus representantes. O importante é saber utilizar os erros como degraus para o crescimento, e apoiar-se na certeza de que as leis devem ser iguais para todos os cidadãos: pobres, ricos, funcionários de Estado ou de pequenas empresas, magistrados, enfim...

[...] sou favorável ao voto obrigatório, pois só votando é que as pessoas aprenderão a votar cada vez melhor

Page 15: Revista Plano Brasília Edição 61
Page 16: Revista Plano Brasília Edição 61

16

Panorama PolíticoTarcísio Holanda | Fotos: Divulgação

CANDIDATURA PRÓPRIA NO PMDB?Uma moção assinada por represen-

tantes de 10 Diretórios estaduais do PMDB lançou, no sábado passado, em Curitiba, a candidatura a presidente da República do governador do Paraná, Roberto Requião. A moção não tem vali-dade, uma vez que a Convenção Nacional que tratará do lançamento ou não de candidatura presidencial será realizada em junho de 2010, segundo a legislação. Porém, de qualquer modo, o lançamento da pré-candidatura de Requião contribui para colocar obstáculos no caminho da facção dita majoritária, que apoia Lula e a candidatura de Dilma Rousseff.

Em torno de Requião, os que acre-ditam sinceramente que o partido deva ter candidato próprio, como vários repre-sentantes da seção gaúcha, incluindo o senador Pedro Simon, que se fez presente ao ato na capital paranaense. Também estão apoiando Requião o ex-governador paulista Orestes Quércia e seus seguido-res, que já fecharam um acordo com o governador José Serra. E os defensores da candidatura de Dilma Rousseff que, no entanto, se mostram insatisfeitos com o comportamento do PT em vários Estados, incluindo Minas Gerais.

Quem detém a maioria?

No discurso em que anunciou que vai começar um programa de viagens por todo o país, a começar pelo Piauí e Sergipe (seus avoengos são sergipanos), Roberto Requião provocou os defensores do apoio à candidatura de Dilma Rousseff, em tom desafiador: “Mandem um aviso aos nossos dirigentes nacionais do PMDB: aqui se consolidou uma pré-candidatura”. Roberto Requião, depois de permanecer à frente do governo do Paraná por oito anos, pretende se transformar naquele que vai capitalizar todas as insatisfações existentes em um partido dominado por chefes regionais.

O senador Pedro Simon deplorou que o PMDB esteja dividido entre os que desejam apoiar Dilma Rousseff e os que preferem o governador José Serra, advertindo: “Quem vai ganhar? O Serra? A Dilma? Ninguém sabe. Mas o que todo mundo sabe é que o PMDB vai estar no governo, seja quem for o vencedor. Isso tem que acabar”. Simon concluiu conclamando apoio a Requião: “Temos que ter um nome. E esse nome é o Requião”. Apesar disso, a impressão generalizada é que os defensores do apoio a Lula e à candidatura de Dilma são majo-ritários no partido.

Em seu discurso, o governador Roberto Requião justificou sua candidatura: “Sou amigo do Lula, sou amigo pessoal da Dilma, sou companheiro do Serra desde a época dos bancos universitários. Mas sou, antes de tudo, peemedebista e brasileiro. E se nos é dada a oportunidade de participar dessa discussão nacional, não podemos deixar de fazê-lo”. Convém lembrar que foi o ex-governador Antony Garotinho o último a tentar ser candidato a presidente da República no PMDB com uma ridícula greve de fome. Hoje, Garotinho está no PR e apoia Lula e Dilma.

Ala governista tranquila

O deputado Michel Temer, presiden-te licenciado do PMDB e nome a ser indicado para vice na chapa de Dilma Rousseff, afirma, de modo categórico, que não sofre qualquer risco a aliança do PMDB com Lula para apoiar Dilma, ainda que considere natural o debate sobre a candidatura própria. “O pré-compromisso está solidamente firmado. Não existe nenhuma vacilação” – disse o presidente licenciado do PMDB, acrescentando que não compareceu, mas não se opõe à reunião do Paraná, achando que ela até ajuda a mobilizar o partido para as eleições de 2010.

Temer lembrou que designou oito políticos do PMDB para manter contatos com uma outra comissão do PT, de sete membros, a fim de tentar ajustar os interesses dos dois partidos em alguns estados. Já se encontraram uma vez e voltarão a se reunir hoje. Os dois confli-tos mais evidentes são no Rio de Janeiro e em Minas Gerais, onde são candidatos o governador Sérgio Cabral (à reeleição no Rio) e o ministro das Comunicações, Hélio Costa, ao governo mineiro. Dois pe-tistas, Lindberg Farias, no Rio de Janeiro, e Fernando Pimentel, em Minas, resistem em retirar suas candidaturas.

Michel Temer está convencido de que, se a cúpula do PMDB conseguir resolver os conflitos em Minas Gerais e Mato Grosso do Sul, a facção que apoia a candidatura de Dilma “chegará quase à totalidade”. Em Mato Grosso do Sul, o governador André Puccinelli é candidato à reeleição, mas é preciso retirar a can-didatura a governador do ex-governador Zeca do PT.

Page 17: Revista Plano Brasília Edição 61

17

O governador de Minas Gerais, Aécio Neves, está mais empenhado do que se imagina em ser candidato a presidente da República do PSDB. Seu périplo pelo país, as articulações políticas que faz, mostram que ele deseja mesmo ser o candidato tucano a presidente da República, embora enfrente um concorrente do peso do governador de São Paulo, José Serra. Aécio Neves já deu um prazo até dezembro para que o PSDB decida sobre a candidatura pre-sidencial, embora o governador José Serra tenha marcado para março de 2010 o momento de sua definição.

Terça-feira da semana passada, depois de visitar o go-vernador de Minas Gerais, no Palácio das Mangabeiras, em Belo Horizonte, o deputado Ciro Gomes foi claro e direto: “Se o governador Aécio Neves se viabilizar candidato a presidente da República... Eu penso que a sua presença é tão importante para o Brasil que a minha candidatura não é necessária mais”. Disse tudo o que tinha a dizer, mas acrescentou: “Temos uma visão muito parecida de quais são os grandes desafios do Brasil. Na política, se pudéssemos estar juntos, para mim seria extraordinário”.

Disputa

Os mineiros estão eufóricos com a hipótese da candida-tura de Aécio Neves. O deputado Humberto Souto lembra que o governador mineiro deu um prazo ao seu partido até dezembro para que defina quem será o candidato ou ele vai ser candidato ao Senado. O PSDB poderá prescindir do peso de Minas, o segundo maior colégio eleitoral do Brasil. Aécio disse na intimidade de um encontro que teve com alguns correligionários, nesses últimos dias, que está disposto a disputar com José Serra na Convenção Nacional do PSDB que escolherá o candidato.

Humberto Souto acha que Aécio Neves será o candidato do PSDB a presidente da República e que José Serra vai pleitear a reeleição como governador de São Paulo. Figura política importante e que tem ótimas relações com Aécio, acha que o PSDB não dará a legenda ao governador de Minas Gerais. No Congresso, a opinião predominante é que Aécio é muito mais agregador do que Serra e teria condi-ções de formar uma grande aliança partidária. O próprio

Lula teria dito, recentemente, ao comentar a hipótese da candidatura de Aécio: “Ele desarrumaria meu projeto”.

Apoio político social a Aécio

O deputado Humberto Souto lembra que, em recente manifestação do empresariado de São Paulo, realizado na capital paulista, Aécio Neves foi aplaudido pelos presentes durante cerca de cinco minutos. Souto observa que Aécio desperta grande confiança entre os empresários, “que têm horror ao Serra”, para empregar a expressão utilizada pelo próprio deputado. Não há dúvida de que Serra e Dilma se parecem, são dois tecnocratas com posições ideológicas definidas, enquanto Aécio Neves tem uma postura mode-rada a respeito dos problemas nacionais.

Afastar Aécio Neves do páreo não será uma tarefa fácil para José Serra. Atropelá-lo simplesmente, a essa altura, já pode ser interpretado pelos mineiros como uma humilha-ção a Minas Gerais. José Serra está colocado diante de um “diadema retroz”, que era como os inimigos de Benedito Valadares lhe atribuíam a expressão dilema atroz. Serra sabe que terá de enfrentar a desconfiança dos empresários, a reserva de muitos e a força da popularidade de Lula. Um petista de destaque comenta a desenvoltura de Aécio: “O Serra tem um clube de inimigos até no PSDB”...

O deputado Humberto Souto diz, textualmente, que o governador Aécio Neves desperta entusiasmo em vários partidos, cujos integrantes o procuram, como o PDT, o PR, o PTB e o PSB. Segundo Souto, o governador de Pernambu-co, Eduardo Campos, figura que tem influência decisiva no PSB, já disse que, se o governador mineiro for o candidato do PSDB a presidente da República, o PSB poderá apoiar a sua candidatura. No próprio PMDB, Aécio tem muitos amigos e sua candidatura a presidente da República consa-graria uma forte divisão no partido.

A essa altura, já não é possível ignorar a intensa mo-vimentação política de Aécio Neves, no PSDB e nos demais partidos. A manifestação de apoio à sua candidatura que o deputado Ciro Gomes acaba de fazer tem importância peculiar, uma vez que Ciro é conhecido no mundo político como feroz desafeto de Serra.

Aécio constrange o PSDB

Page 18: Revista Plano Brasília Edição 61

Furacão no BuritingaAs escandalosas imagens da farta distribuição de dinheiro feita por Durval Barbosa, ex-secretário de Assuntos Ins-titucionais do governador José Roberto Arruda (DEM), entraram como um furação nas eleições do Distrito Federal e arrombaram todas as portas. O presidente da Câmara Le-gislativa, Leonardo (Im)Prudente (DEM), aparece enfiando pacotes de dinheiro nos bolsos e nas meias. A propina do Arruda Gate altera muita coisa. A prometida repetição da dobradinha Arruda-Paulo Octávio vai pro brejo, especial-mente com a ameaça de expulsão do partido. A aliança PMDB-DEM fica em espera pelo desenrolar dos fatos. A oposição pode se beneficiar, se souber tirar proveito. Já a imprensa brasiliense precisa cumprir o seu papel de bem informar à população.

Respingos no Senado A prometida primeira vaga de senador para Tadeu Filipelli (PMDB), deixando a segunda para ser escolhida entre Alberto Fraga e Adelmir Santana, do DEM, e Cristovam Buarque (PDT), neste momento, merece reflexão mais profunda e detalhada especialmente por parte de Cristo-vam. Diante desse quadro, o candidato ao Senado pelo PT, Geraldo Magela, vai se sentir mais à vontade para escolher o seu parceiro de campanha. O PSB, o PDT e o PPF já aban-donaram o barco arrudista.

Benny e o quadrilátero Duas propostas de ampliar o quadrilátero do Distrito Federal estão na pauta de alguns políticos. Segundo o professor de urbanismo da UnB Benny Schvasberg, ex-presidente do Ins-tituto de Planejamento Urbano do DF no governo Cristovam Buarque, a proposta de emenda à Constituição, do deputado Tadeu Filipelli (PMDB), que prevê a desconstituição de seis municípios limítrofes com Goiás e sua integração como Re-gião Administrativa do DF, é equivocada e irresponsável com a nossa capital e com os municípios goianos, pois não resolve os problemas de infraestrutura deles e piora os do DF. Para o urbanista, a proposta do ex-governador Joaquim Roriz (PSC) é pior ainda. Roriz propõe assumir todos os 22 municípios da Região Integrada de Desenvolvimento do DF e Entorno (RIDE) – 19 de Goiás e três de Minas Gerais. Benny, atualmente assessor do Ministério do Desenvolvimento Social, defende gestão integrada da Área Metropolitana de Brasília.

Um grosso e um ressentidoComo fã do artista Caetano Veloso, tenho o dever de consi-derá-lo um ignorante político. Chamar Lula de analfabeto é uma grosseria inqualificável. Fala sério! Quanto ao César Benjamim(PSOL), trata-se de um ressentido, que quer aparecer fazendo acusações desqualificadas ao presidente Lula. Dá vontade de vomitar!

Venezuela e as oposiçõesA entrada da Venezuela no Mercosul depende da aprovação no plenário do Senado brasileiro. A oposição brasileira, liderada pelo senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), foi derro-tada pelos governistas com apoio, inclusive, da pragmática oposição venezuelana, que prefere ver Hugo Chávez no Mercosul do que isolado. É lógico.

FHC x lulismo – IPor falta absoluta de projeto político alternativo claro e de liderança ativa mais agressiva, o desesperado PSDB, esca-lou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso para abrir fogo contra o crescimento desenfreado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, tanto na popularidade interna quanto na condução do Estado brasileiro rumo à respeitabilidade internacional. Coube a FHC, na véspera do Dia de Finados, “denunciar”, na chamada imprensa livre brasileira, uma suposta “ditadura popular” capaz de perpetuar no poder o que chamou de “lulismo” e prejudicar o “futuro” do país.

FHC x lulismo – IIA repercussão em parte da imprensa foi enorme. Dezenas de opiniões se aliaram ao ex-presidente na tentativa de buscar uma “saída” para as ameaças do que chamaram de “subperonismo caboclo”. Um jornalista candango chegou ao cúmulo de comparar a liderança de Lula às históricas e passadas “ameaças à humanidade”, como Mussolini, Franco, Salazar, Perón, Hugo Chávez... quanta besteira!

Vagas no verdeO excesso de carros nas quadras comerciais do DF virou um problema ecológico. Incomodados com a fiscalização das filas duplas, os empresários propuseram ao GDF transformar as pontas das quadras em áreas de estacionamento. Solução mais cômoda. Todos deveriam lutar mesmo é por transporte público de qualidade e desestímulo ao uso do carro particular. O gover-no não tem projeto e os comerciantes só pensam nos lucros. Por que um cidadão precisa ir de carro da 412 à 312 Sul? Porque não tem ônibus disponível. Básico, senhor governador!

O STF e BattistiO Supremo Tribunal Federal (STF) devolveu a bola para quem tem o direito e o dever constitucionais de decidir sobre asilo, abrigo, extradição, ou seja, o presidente da Re-pública. O Supremo não tinha nada que examinar o pedido de extradição do governo italiano. Agora sim, Lula dará a palavra final sobre o caso Cesare Battisti. Espera-se que Lula seja coerente e mantenha o italiano no Brasil. Qualquer país pode pedir a extradição, mas não pode exigi-la, como faz a Itália de Berlusconi, que não agiu da mesma maneira com a França, onde viveu Battisti durante muitos anos.

18

Brasília e coisa & talRomário Schettino

Page 19: Revista Plano Brasília Edição 61

19

Comunicando

Delegada “esperta”A delegada Martha Vargas, que investiga o caso da morte do advogado José Guilherme Vilela, de sua mulher e da empregada do casal, tentou barrar um repórter Diego Amorim, do “Correio Braziliense”, numa entrevista coletiva. Só depois que o secretá-rio de Segurança do DF Valmir Lemos foi informado da tentativa de cerceamento do exercício profissional do jornalista é que as coisas mudaram de figura. Quem pensa que é essa delegada?

FH e DutraFernando Henrique Cardoso, finalmente, decidiu registrar seu filho Tomas com a jornalista Miriam Dutra (da TV Globo), que vive na Espanha. Tomas nasceu em 1991, mas nunca tinha sido apresentado à sociedade como filho de FH, nem sequer constava no registro de nascimento o nome do pai. Um acordo “secreto” permitiu a ida de Miriam para a Europa e segredo absoluto da história na imprensa chamada “grande e livre”. A propósito, José Eduardo Dutra, presidente eleito do PT, quando era presidente da Petrobrás, recebeu jornalistas em uma recepção. Quando perguntado sobre o que tinha em comum com FHC, Zé Eduardo disse: “Nada, a não ser um filho com o sobrenome Dutra”. Ninguém publicou essa frase, claro. A mídia brasileira, ao contrário do que faz com muitos outros políticos, preferiu omitir essa informação durante décadas. Isso é que é pagar o pacto!

Registro de jornalistaO ministro Carlos Lupi, do Ministério do Trabalho e Emprego, não abre mão de controlar o registro profissional dos jornalis-tas. Em reunião com representantes sindicais de jornalistas, dia 24/11, Lupi afirmou que o controle sobre registros profissionais é prerrogativa do Poder Executivo e que jornalista é uma pro-fissão cuja regulamentação está em vigor. "O que o STF revogou foi um dos itens da regulamentação", disse. O ministro marcou outra reunião para dizer quais serão os parâmetros adotados para a emissão do registro de jornalista, ouvindo os sindicatos.

Confecom-DF - IBastante participativa a Conferência de Comunicação do Distri-to Federal, realizada nos dias 20, 21 e 22 de novembro. Brasília elegeu 23 delegados à Conferência Nacional de Comunicação, que ocorrerá nos dias 14, 16 e 17 de dezembro, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães. Desses 23 delegados, 10 são do segmento empresarial de comunicação, 10 da sociedade civil não-empresarial e 3 do poder público. Os escolhidos estão en-carregados de defender na Confecom as propostas apresentadas pelos cerca de 300 participantes da Confecom-DF.

Confecom-DF - II

A conferência do DF contou com a presença de empresários ligados à Telebrasil, entidade que congrega as empresas de telefonia fixa e celular, e à ABRA (Associação Brasileira dos Radiodifusores), além militantes de entidades do movimento negro, dos homossexuais, dos sindicatos, dos estudantes e associações de moradores. A Confecom-DF aprovou propostas que defendem a divisão paritária das concessões de rádio e televisão entre os setores privados, públicos e estatais; reativação do Conselho Nacional de Comunicação e criação de um Conselho Distrital de Comu-nicação; medidas oficiais para impedir a discriminação dos gays e lésbicas na mídia e maior participação da população negra nos meios de comunicação, além de dezenas de outras propostas importantes para a democratização dos meios de comunicação no Brasil.

Fantástico em apurosA TV Globo está empenhadíssima em recuperar a audiência do Fantástico. As inúmeras chamadas semanais prometem quadros e mais quadros “interessantes” para o domingo pós-Faustão. Não tem jeito, a TV aberta brasileira continua intragável.

Nota de repúdioA Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária – ABRACO Nacional – protestou em nota oficial contra a prisão de seu diretor regional sudeste Jerry Oliveira, ocorrida em Hortolândia-SP. A prisão de Jerry e de Djanira Vilella, da coordenação da rádio comunitário Manancial, ocorreu durante ação da polícia civil no fechamento da emissora. “Essa medida arbitrária não se coaduna com o Es-tado Democrático de Direito e atenta contra a Constituição Federal, que assegura o direito a liberdade de expressão e de organização” diz a nota. O fato assume maior gravidade por estamos a poucos dias da I Conferência Nacional de Comunicação.

Aula de jornalismoAcabo de ler o livro “Pobre Nação – As guerras do Líbano no século XX”, do jornalista inglês Robert Fisk, editora Record. É um catatau de 960 páginas que valem a pena ser percorridas. Uma aula de jornalismo e de ética jornalística. É impressionante o relato desse profissional, que atuou por duas décadas como correspondente do jornal "The Inde-pendent" em Beirute, sobre uma das guerras mais cruéis de nossos tempos, não só pelas tecnologias utilizadas, mas também pela longa duração e pelo cinismo das autoridades que compõem esse o cenário macabro.

Page 20: Revista Plano Brasília Edição 61

20

Política BrasíliaPor: Letícia Oliveira

PANETONES...EM VEZ DE LÁGRIMAS!Nota oficial afirma que os responsáveis são vítimas, na verdade, e que o dinheiro era doação para campanha de 2006 para a compra de panetones. As lágrimas de 2001 foram mais convincentes...

Sexta-feira, dia 27 de novembro de 2009, 6h. A Polícia Federal invadia 24 endereços, entre residências, gabinetes de secretários de governo e Câmara Legislativa. Entre os endereços, o porteiro de um edifício da SQN 303 se assustava com a operação. Atordoado, ele comentou que nem sabia do que se tratava, considerando a quantidade de autoridades que mora e frequenta o pré-dio. Na mesma medida de atordoamento estavam os funcionários da Câmara Legislativa e empregados e familiares dos secretários de Estado. Entre eles, o secretário de Educação José Valente, que tão logo possível acionou sua assessoria para distribuir releases dizendo que não se pronunciaria enquanto não obtivesse informações concisas sobre a ação da PF. Repercutindo como o “DEMsalão” ou “Mensalinho” da Capital, escândalo que envolve propina, Governador e Vice, secretários de Estado e deputados de Brasília.

O dia foi crescendo e, na mesma

medida, as informações aumentando. O fio do novelo se desfazendo: O (agora) ex-secretário de Relações Institucionais, Durval Barbosa, em troca de redução de pena pelos mais de 30 processos cíveis e criminais, topou gravar imagens e áu-dios das ações ilícitas de Arruda, Paulo Octávio, Leonardo Prudente, Eurides Brito, Rogério Ulysses, Pedro do Ovo, entre outros, que recebiam dinheiro de empresas de informática do DF, entre elas Linknet, Vertax, Infoeducacional, Adler, além da construtora Camargo Corrêa, parceira comercial das empresas do vice-Governador Paulo Octávio e a Notabilis Comunicação e Marketing, que tem como sócio o filho do governador, Marcos Santana Arruda.

Bom, se o dinheiro foi utilizado ou não para a compra de panetones e de brindes de natal, Arruda declarou apenas R$ 8 milhões à Justiça Eleitoral. Entretanto, o inquérito da PF mostra um esquema de financiamento de campanha que começou em 2004 e foi até 2006

que contou com os R$ 56,5 milhões. Então, mesmo declarada, e Durval alega que Arruda forjou recibos vários, ciente da eventual necessidade de defesa, a quantia declarada representa apenas a sétima parte dos valores informados pela Polícia Federal.

E se o passado de Durval é a desculpa para Arruda, Paulo Octávio e dos demais para se declararem como vítima... E se Roriz está ou não envolvido no escânda-lo... E se o dinheiro foi apenas para cam-panha ou se o esquema continuou para o pagamento de deputados na votação dos projetos de governo no Legislativo Distrital, a pergunta que não quer calar é: Por que um homem com passado tão comprometedor continuou tendo tanta influência no atual governo? Por que Arruda aceitou que um homem, com o passado de Durval, o auxiliasse no seu projeto de campanha e permanecesse em seu governo, considerando que o Ministério Público já teria alertado ao governador que Durval estava sendo investigado? Por que as empresas envol-vidas, algumas delas já notificadas pelo Ministério Público, continuaram parti-cipando de licitações do atual governo?

Os demais partidos, tão logo as informações estavam sendo melhor ali-nhavadas, se reuniam para tomar suas decisões. A Bancada do PT na Câmara Legislativa, presidido pela Deputada Érika Kokay, chegou a falar em pedido de impeachment, e confirmou depois da reunião de sexta-feira à noite. Decidiu ainda que vai requerer das autoridades

Não matei, não roubei, não desviei dinheiro públicoArruda em 2001

““

Page 21: Revista Plano Brasília Edição 61

21

competentes o inteiro teor do inquérito, com seus des-dobramentos; abrir processo de investigação dos distritais citados no caso por indícios de quebra de decoro parlamen-tar; apresentar na Câmara requerimento de instalação da CPI da Corrupção, uma vez que considera os fatos até então apresentados apenas a “ponta do iceberg”; participar de reunião convocada pelos movimentos sociais para discutir a construção coletiva de um movimento suprapartidário pela Ética na Política do Distrito Federal. A OAB protocolou pedido de impeachment no dia 7 de dezembro. Somados a esses, são mais sete pedidos. Resta saber se haverá quórum na Câmara Legislativa, pois apenas cinco deputados andam comparecendo, estão isentos do escândalo e a Câmara foi invadida e está ocupada por manifestantes.

Muitos partidos viraram as costas para Arruda, entre eles PPS e PSDB, enquanto o DEM espera que o governador se justifique. E há os afastados pelo próprio governo, ou

por decisão própria, uma vez que os seus nomes estão arro-lados na investigação do Ministério Público e do Supremo Tribunal Federal. Com isso, mais dois questionamentos permanecem: Como funcionará a máquina administrativa com toda essa debandada? Quem é que vai querer apoiar Arruda agora e assumir as eventuais vagas que estão sendo abertas no Executivo e Legislativo local?

E mais... Há alguns anos, o atual governador, senador na época, chorou no Plenário, ao ser encostado na pare-de, admitiu ter mentido e auxiliado a violação do painel eletrônico de 2001. Agora ele se diz vítima, mas não é admissível que políticos tão influentes como os que estão envolvidos no escândalo, com tantos anos de cadeira, sejam vítimas do passado de uma única pessoa. A investigação é do Ministério Público, do Supremo Tribunal Federal! Dá para imaginar que Arruda precisará de verba para comprar lenços de papel.

Eu coloquei o dinheiro em minhas vestimentas porque não tenho pasta

““

Page 22: Revista Plano Brasília Edição 61

22

EconomiaMauro Castro

A interminável lista de pagamentosEm uma conversa informal com

amigos surge uma questão inusitada,

alguém pergunta: qual o percentual

do salário que seria razoável usar em

cheque especial? Com boa vontade para

elucidar a dúvida pedi mais detalhes

sobre a pergunta. O que acontece com

meu amigo é que ora o cheque especial

alcança a metade do valor do salário

e ora alcança quase 100% do valor do

salário. Um fato comum na vida do

brasileiro.

Para responder de forma franca e di-

reta, a resposta é ZERO. Não se deve usar

cheque especial. O que nos remete a um

problema de caixa de qualquer pessoa

comum. O problema é como então pagar

as contas que não param de chegar?

As contas não caem do céu e, tão

pouco, podem ser consideradas como

surpresas. As pessoas adotam hábitos

de consumidores nada críticos, espe-

rando pela próxima compra, como se

disso dependesse a sobrevivência. Este

cidadão comum é atingido com mais de

80 mil anúncios publicitários por ano

e provavelmente compete em status e

qualidade de vida com um grupo supe-

rior a cem pessoas, entre amigos, paren-

tes e vizinhos. Uma verdadeira batalha

sociológica e mercadológica pelos parcos

reais do cidadão.

Qualquer pessoa deveria ter em mãos,

ou quem sabe na mente, um controle de

como está a capacidade de compra – di-

nheiro disponível para gastar. Isso con-

siderando que dinheiro disponível não

significa apenas ter o dinheiro na mão,

deve também saber se esse dinheiro já

não tem uma destinação. O que remete

a uma verdade essencial para quem vive

dependente do cheque especial: sempre

pode gastar porque há quem garanta o

negócio – não importando a que custo.

Em uma visão prática do dia a dia

de qualquer pessoa é fácil constatar que

fica muito difícil perceber o quanto está

gastando. A rotina, problemas diversos

e o próprio descaso com a falta de

dinheiro faz com que qualquer tipo de

controle seja deixado definitivamente

de lado. Claro que essa não é a realidade

de todo mundo, mas se alguém estiver

lendo e percebendo certa similarida-

de de comportamento e realidade,

não chega a ser uma coincidência.

Está mais para uma estatística.

Para acabar com a interminá-

vel lista de pagamentos, deve ter

uma interrupção na interminável

e obstinada ação de consumo.

Aqui não vai nenhum discurso

contra o consumo. Trata-se ape-

nas de bom senso. Correr para

as compra por conta de uma redução

de IPI, uma promoção de parcelamento

em 17 vezes sem juros ou uma simples

chamada publicitária – Você Nunca Viu

Nada Igual – pode ser uma prova de

ingenuidade. É muito difícil saber como

controlar gastos e bastante penoso ter

que abrir mão de uma comprinha aqui e

um presentinho ali. Só que os excessos

custam mais caro do que o preço da

etiqueta do produto.

Pense bem. Quanto está pagando de

juros no cheque especial por mês, mul-

tiplique isso por 12 meses. Veja, com o

resultado, quantas coisas poderia fazer

com esse dinheiro. Ou, se preferir sofrer

um pouco mais, pense na quantidade de

coisas que os bancos estão fazendo com

o seu dinheiro, no seu lugar.

Page 23: Revista Plano Brasília Edição 61
Page 24: Revista Plano Brasília Edição 61

24

CapaPor: Letícia Oliveira e Milena Pimenta

Para livrar o voto do eleitor do poder econômicoPrestes a completar 50 anos, mais uma mancha se forma na história da cidade com pura vocação política. Será que o mo-mento é apenas de comemorar ou é hora de repensar o real valor do voto?

Em 2006, na tentativa de proteger o eleitor de uma das mais poderosas armas que alguém pode possuir, o voto, a justiça eleitoral foi radical: proibiu a participação de artistas com shows para campanhas, a distribuição de brindes, grandes cartazes de propaganda e programas de TV com efeitos eleitorais. Um dos objetivos da medida era proteger o voto do eleitor do poder econômico, ao qual os votos são constantemente submetidos, e ainda assim ainda tem gente que vota em A ou B, pela troca de favores.

Atualmente, a justiça tenta exercer com mais empe-nho tal controle e, com o apoio de milhões assinaturas da sociedade civil, aguarda que o Congresso Nacional aprecie projeto de lei que pretende não mais permitir que indivíduos que estejam respondendo a processos, casos da esfera cível e criminal em geral, não possam se candidatar a cargos públicos. Mas... Será que isso basta?

Imensa é a discussão sobre a consciência do cidadão para com o voto. Muitos afirmam categoricamente que os escândalos de corrupção pelos quais passamos, todos eles são oriundos do fato de o brasileiro não saber votar. Mas o que é saber votar? O que é ser cidadão de bem com efetiva participação política, independente dos seus interesses pontuais e do trabalho maior que os representantes do povo exercem nos três poderes da República? São essas as perguntas que a Plano Brasília quer responder, para depois então partir para a comemoração dos 50, dos 60, enfim, dos quantos anos mais Brasília possa ter e, certamente terá. Os nomes envolvidos nos escândalos de corrupção são sempre

os mesmos... É necessário ter armas de verdade, para esse combate, e ter mais decisão antes, no momento do voto e ao longo do mandato dos políticos eleitos.

Sempre que se conversa com pessoas que possuem alguma experiência política, envolvimento, independente de estarem exercendo cargos políticos ou não, a resposta é unânime. O aprofundamento da democracia passa por dois itens imprescindíveis: O da liberdade de imprensa e o de um judiciário autônomo. A população precisa entender que é ela a responsável por apontar as soluções para resolver os problemas que enfrentamos com relação à corrupção. É certo que tal solução passa pela organização da autonomia política e, também, por um povo que não pode deixar esmorecer o desejo de maior transparência e menos rouba-lheira. Tais momentos, como o então deflagrado, precisam ser superados e essa superação vai além do momento do voto. Todos os cidadãos, com suporte das entidades de classe, precisam estar presentes em todo o processo, até o último dia do mandato.

Por que a capacidade de per-dão do brasileiro, para políticos corruptos, é tão grande? Isso é um desperdício do voto, tão poderosa arma, com pessoas comprovadamente desonestas, corruptos, ladrões, enfim...

Page 25: Revista Plano Brasília Edição 61

25

Para Izaias Sousa, Assistente Ad-ministrativo e morador do Paranoá, 22 anos, são vários os motivos, mas os principais são a gratidão das pessoas, por terem sido beneficiadas por algum mo-mento, pelos governos. O outro motivo é o esquecimento... Collor já não voltou como senador? Já para Malena Gouvêa, 47 anos, Consultora de TI e moradora do Condomínio La Font, que também fica na região do Paranoá, “a questão não é que exista o perdão, o que existe é falta de comprometimento político do cidadão brasileiro, ele não tem compromisso, não se liga, é totalmente analfabeto político e só vota conforme seus próprios inte-resses, e nunca com relação ao interesse coletivo”. Marcelo Torres, 41 anos, Jor-nalista, morador do Lago Sul, é enfático, “discordo que haja ‘perdão’, pois muitos não se reelegem. A questão é muito com-

plexa, mas eu acho que 90% dos votos no Brasil são comprados, direta ou indi-retamente, 90% dos eleitores votam por interesse, conveniência, favor, promessa. O voto não é expressão da vontade livre do eleitor. Os resultados refletem o uso e abuso do dinheiro, 90% das eleições são vencidas por quem gastou mais (ou seja, quem pagou mais, comprou mais). Mas isso não resume a questão, que é muito complexa”.

Mas para o cientista político Ricardo Caldas, professor do Instituto de Política da Universidade de Brasília, o problema é um pouquinho maior e não reside no eleitor, mas no sistema político e eleito-ral brasileiro. Para Caldas, “O nosso sis-tema proporcional impede que o eleitor acompanhe o trabalho do seu Deputado e o puna, se for o caso. Além disso, os políticos corruptos não têm voto entre os eleitores tradicionais, mas compram os votos dos eleitores corruptos que vendem os seus votos. É por isso que eles não estão muito preocupados sobre como pensam os eleitores ou com a opinião pú-blica. Basta comprar os votos”, desabafa.

O deputado distrital Chico Leite vai um pouco mais além, e lembra da irresponsabilidade do povo. “Constan-temente realizo pesquisas sobre o povo lembrar em quem votou, principalmente quando se trata do nível local”, coloca com indignação. Ele registra que ter responsabilidade está no momento do

Relembrando o escândalodo painel eletrônico

O encontro entre o procurador da República no Distrito

Federal, Luiz Francisco de Souza, e o falecido senador, e então

presidente do Senado, Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA)*,

mais conhecido como ACM, deu muito o que falar em 2001. Em

fevereiro, a revista Isto É publicou reportagem sobre a visita.

A ocasião, gravada, revelava que ACM sabia como os senadores

tinham votado quando do episódio da cassação de Luiz Estevão

voto, mas também representa o cidadão acompanhando as ações dos políticos diariamente. “Aí sim os cidadãos estarão, de fato, exercendo seus direitos e deveres políticos e correm menos riscos de serem vítimas da corrupção.

Marcelo Torres

Luiz Estevão

Malena Gouvêa

Ricardo Caldas

Page 26: Revista Plano Brasília Edição 61

26

* Desde 2007, o PFL passou a adotar a sigla DEM, de Democratas.

** Em junho de 2004, políticos descontentes com as políticas do governo Lula, desfiliaram-se do PT e fundaram o P-SOL. Entre eles, a senadora Heloísa Helena.

(PMDB-DF), revelando, inclusive, que a senadora Heloísa

Helena (PT-AL)** teria votado a favor do senador, pois os

dois viviam um romance. E esse foi o pontapé inicial para

o escândalo do painel eletrônico.

A denúncia obrigou ACM a se posicionar. Negando o

diálogo, o senador baiano afirmou que o painel era in-

violável. Contudo, perícias da Polícia Federal comprovaram

que a voz gravada era mesmo de ACM. Com isso, o Senado

decidiu pela apuração dos fatos e chegou a então diretora

do Prodasen, Regina Célia Peres Borges, que confessou,

em depoimento, a violação do painel a pedido de ACM e

do então líder do governo, senador José Roberto Arruda

(PSDB-DF). Pressionado, ACM disse que havia recebido a

lista das mãos de Arruda e que a iniciativa do monitora-

mento dos votos havia sido do senador do DF e de Regina

Célia, mas após a leitura, havia rasgado o documento para

manter o conteúdo sob sigilo e evitar um possível pedido

de anulação da votação.

A partir desses depoimentos, o Conselho de Ética do

Senado realizou uma acareação entre os três envolvidos,

o que resultou no pedido de abertura do processo de cas-

sação de ACM e Arruda. Em 27 de maio de 2001, Arruda

renunciou, para evitar a cassação e a consequente perda de

direitos políticos. Dia 30 foi a vez de ACM, que renunciou

afirmando que a saída, naquele momento, o deixaria mais

próximo do povo e com oportunidades para trabalhar mais

pela Bahia. Seu estado de origem o recebeu com festa de

seguidores e protestos de opositores.

Em 2002, ACM se reelegeu senador pelo PFL baiano,

com 2,9 milhões de votos. Em Brasília, Arruda bateu recor-

des eleitorais, sendo o deputado federal eleito com o maior

número de votos da Capital, pelo mesmo partido de ACM.

José Roberto Arruda

Heloísa Helena

Antônio Carlos Magalhães

Page 27: Revista Plano Brasília Edição 61

27

Luiz Estevão

O ex-senador foi acusado de participar do escândalo de desvio de recursos da obra do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de São Paulo. Luiz Estevão responde a mais de 30 processos. Resultado: Em consequência das denúncias, teve seu mandato cassado e o afastamento das atividades políticas. Passou a co-mandar o time Brasiliense e trabalha nas empresas que divide com os filhos. Recentemente, o ex-senador comunicou a inte-grantes do PMDB que pretende pedir legenda para concorrer a uma vaga de deputado federal nas próximas eleições, em 2010. Ele explicou aos peemedebistas que a pena de inelegibilidade se encerra em 2010 e ele já poderia se candidatar.

Pedro Passos

Pedro Passou já protagonizou diversos escândalos, com dois mandatos de prisão e uma renúncia ao mandato parlamen-tar. Responde a diversos processos e foi acusado de fraudar licitações de obras públicas na Operação Navalha, da Polícia Federal. Resultado: Entrou em depressão, está solto e diz que tudo é passado e que hoje está de bem com a vida.

Benício Tavares

O deputado distrital Benício Tavares (PMDB) foi acusado de exploração sexual de adolescentes. Durante passeio de barco numa pescaria na Amazônia, ele foi acusado de pagar para fazer sexo com garotas menores de idade. Resultado: Cinco anos depois, o processo por exploração sexual de adolescentes não teve um desfecho no Tribunal de Justiça do DF.

Wigberto Tartuce, o Vigão

O ex-deputado Wigberto Tartuce, mais conhecido como Vigão, não teve muito futuro na vida política. Dono de duas emisso-ras de rádio, ele esteve em denúncias de desvio de recursos e não obteve sucesso nas eleições políticas. Resultado: Insatis-feito com a rejeição nas eleições, Vigão diz ter desenvolvido aversão pela vida pública e se concentrou nas suas atividades de empresário. “Deus me livre, não quero mais fazer política. Só me deu desgosto”, afirma.

Por onde andam...

Page 28: Revista Plano Brasília Edição 61

28

vvvv

CidadaniaPor: Luciana Vasconcelos Reis | Fotos: Luciana Vasconcelos Reis

Pestalozzi: Seriedade e muita dedicaçãoInstituição filantrôpica considerada segunda casa pelos portadores de deficiência mental, passa por dificuldades

Instalada em um terrreno de 31.000m² doado pela Novacap em 1965, a Pestalozzi do DF atende a mais de 130 pessoas portadoras de deficiência mental (DM) e deficiências múltiplas (DMU). A instituição filantrópica oferece, além do carinho especial dado pelos professores, coordenadores, funcionários e volun-tários, três refeições diárias e diversas oficinas que vão desde artesanato e re-creação, dança e reciclagem a aulas sobre a rotina do cotidiano.

Ao todo são nove oficinas voltadas aos alunos que, na maioria das vezes, não conseguem se adaptar em escolas

normais e precisam aprender a ter mais independência. “Nós fazemos um traba-lho de socialização para esta parcela da população que é vista com preconceito e muitas vezes tratada de forma inadequa-da. Aqui, além de receberem a atenção necessária, eles aprendem a lidar com outras pessoas e a fazer coisas simples que trazem mais confiança e autoesti-ma. Sentem-se importantes”, declarou Marlúzia Maria de Lima, presidente da Pestalozzi do DF há quase dois anos.

Os alunos chegam eufóricos por volta das 8h30 da manhã e saem por volta das 16h45. Boa parte deles vêm nos ônibus

cedidos pelo governo que passa pelas cidades do DF. Alegres e cheios de novi-dades, sentem-se em casa. Também não é para menos, são tantos mimos e atenção com que são recebidos pela equipe, que fica difícil não se sentir bem. Como é o caso de Marta Regina Herren, de 52 anos, que todos os dias entra na sala da diretora para perguntar se ela tem balas, mesmo vendo o baleiro cheio, espera que Marlúzia lhe entregue um punhado de guloseimas, o que a diretora faz com prazer e paciência.

Uma das características que mais chamam a atenção ao caminhar pelas instalações é a liberdade e alegria que os alunos sentem em receber visitas e em relação aos profissionais que os acom-panham. Em média, cada sala tem no máximo oito alunos, nos casos de DM e quatro, nos casos de DMU. São 23 funcio-nários que trabalham incessantemente para manter a estrutura física de mais de 2.600m². A instituição conta ainda com 37 funcionários públicos da secretaria de Educação, entre professores e dois coordenadores.

Os alunos atendidos recebem também assistência de um psicólogo, um fisio-terapeuta e um dentista. Mas segundo a coordenadora e psicóloga clínica, Luciana Pinho, que atua há 20 anos no DF, nove deles com pacientes especiais, a falta de recursos atrapalha e muito o andamento e até a expansão do trabalho da Pestalozzi: “Nossa clínica de atendi-mento terapêutico já foi referência no DF, atendíamos fonodiologia, fisioterapia e psicologia, só que hoje os aparelhos

Marlúzia Maria e seus pupilosPresidente da Pestalozzi-DF

Page 29: Revista Plano Brasília Edição 61

vvvv

29

estão ultrapasssados e a estrutura carece de reformas. Também precisamos de mais profissionais que possam nos auxiliar doando algumas horas do seu dia como fonodiólo-gos, assistentes sociais e nutricionistas, aqui todos são bem vindos”, destacou Luciana.

Uma esperança chamada Pestalozzi

A Pestalozzi só atende pessoas a partir de 14 anos e, segundo Marlúzia, os problemas enfrentados por uma ins-tituição filantrópica são muitos: “Conheci este trabalho há 19 anos, quando precisei de acompanhamento para um filho meu, que é deficiente mental, hoje com 45 anos, permanece aqui. Comecei sendo voluntária, desde então me apaixonei pela causa. Sei o que sofre uma família que tem uma pessoa especial”, afirmou dizendo ainda: “As dificuldades existem e sempre existirão, mas a vontade de transpô-las e dar mais qualidade de vida a tantas pessoas que enxergam a institui-ção como sua casa é ainda maior”, ressaltou.

Desde que assumiu, Marlúzia, eleita pelos pais dos alunos, trabalhou arduamente com sua equipe, para que vários documentos fossem regularizados, entre eles: alvará de funcionamento, registro do Conselho de Assistência social (CAS), registro no Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente (CDCA), registro no Conselho Nacional de Assistência Social e o registro de entidade beneficente.

Com estes documentos e certidões, a Pestalozzi, enti-dade localizada às margens da Avenida das Nações, poderá refazer novos convênios com o governo e assim melhorar o atendimento, além de ampliar o já existente. O local não passa por uma reforma há anos, a piscina está desativada e por falta de uma máquina de cortar grama, boa parte do terreno está com o mato alto. “O INSS dos funcionários, que estava atrasado, só foi pago porque o irmão Joaquim e a Milda Morais, do Colégio Marista, que sempre nos ajudam

fizeram a doação do valor”, afirmou a presidente.

O que não faltam são elogios à instituição, Ludovina Alves Vieira, moradora do Setor P. Sul, é voluntária há 14 anos e costura para os alunos, que a chamam de mãe. A costureira que se engajou à causa quando a filha Elisângela Maria da Silva, na época com 24 anos, não se enquadrava em nenhum tipo de instituição de ensino revela que a má-quina da instituição, foi doada e por incrível que pareça, foi encontrada em um lixão! “Dou graças a Deus que existe a Pestalozzi, esse lugar é mágico! Faz bem não só aos alunos, mas também às famílias. Estou com problema nos braços e não posso costurar, mas nos dias que venho para cá, a dor desaparece. A Elisângela gosta tanto daqui, que tem dias que acorda às duas horas da manhã, se arruma e acha que tem que vir”, concluiu a mãe entre sorrisos.

Nas aulas é possível observar o quanto estas pessoas são capazes de realizar e viver em sociedade com boa qualidade de vida. Fazem belas peças em cerâmica, e lindos vasos produzidos com materiais de cartonagem. Eles aprendem a pintar, desenhar, escrever e inclusive dançar. Há casos como do jovem Vinícius Nunes, de 21 anos, que teve paralisia ce-rebral e está aprendendo a fazer fiação. “Aqui eles aprendem muito: a se vestir e a vivenciar atividades diárias como pegar ônibus sem a ajuda dos outros. Meu filho está há 19 anos na instituição e eu só tenho a agradecer, porque sem o ensino especializado da Pestalozzi, o Suetônio, que passou da hora de nascer e teve lesão cerebral, não estaria tão bem, ele sabe conversar com as pessoas, vem e vai para casa sozinho, pega ônibus e metrô”, ressaltou a professora aposentada, Maria Inácia de Souza, que também já foi diretora voluntária da instituição.

Serviço:PestalozziSetor de Clubes Esportivos Sul Trecho 3 Lote 4 Av. das Nações Brasília (61) 3226.0101 | 3225.3376 | 3224.7641 [email protected]

Ludovina Vieira

Page 30: Revista Plano Brasília Edição 61

30

GentePor: Edson Crisóstomo

Page 31: Revista Plano Brasília Edição 61

31

No último dia 24 de novem-bro, para consolidar a tiragem quin-zenal e comemorar o novo Projeto Gráfico da Plano Brasília, recebemos colaboradores, mercado publicitário, autoridades e, acima de tudo amigos. E, em 2010, a Plano Brasília seguirá rumo à periodicidade semanal.

Obrigado!

Page 32: Revista Plano Brasília Edição 61

32

EducaçãoPor: Milena Pimenta | Fotos: Divulgação

Colégio utiliza a tecnologia como aliada no ensino

Lousa digital deixa a aula mais interativa e dinâmica

Com todo o avanço da tecnologia, as escolas estão ten-tando se aproximar cada vez mais dos alunos e, para isso, buscam aperfeiçoar e facilitar os métodos de ensino. Para se destacar e atrair novos alunos, elas investem em diver-sas estruturas para seus estabelecimentos. São inovações que contribuem para a evolução do ensino e trazem para as salas de aula um método motivador e mais dinâmico.

Uma escola em Brasília que está completamente por dentro do assunto é o Dínatos COC. O colégio alia moder-nidade e tecnologia em uma estrutura de apoio inovadora. Lá os alunos poderão contar com diversas formas de apren-dizado e profissionais capacitados e treinados para os mais avançados recursos educacionais.

Referência nacional, a unidade de Brasília é uma das consequências do amadurecimento do sistema COC de ensino. Localizada em uma ampla área e com uma infra-

estrutura física completa, a instituição oferece aos seus alunos sala de aula climatizada, cadeiras estofadas, sala de estudo, parque esportivo, laboratórios de informática e de ciências, uma completa escola de línguas, o COC Language School, entre outros.

Mas o que mais impressiona, é a estrutura tecnológica que a escola oferece a seus alunos. Lousa digital, livros eletrônicos, plantão on-line e aula do futuro são algumas das inovações que a instituição de ensino oferece. Os visio-nários do sistema COC de ensino acreditam que a educação precisa estar mais conectada à realidade dos alunos do século 21.

“A geração atual de estudantes lê, pensa e comporta-se de forma diferente das gerações anteriores. Realiza mais atividades simultaneamente, porém, geralmente superfi-ciais. Eles aprendem sem manuais e mais rapidamente. E as aulas precisam atender a essa nova lógica que é tão agressiva e caótica para as gerações anteriores, por isso os professores tradicionalmente possuem tanta dificuldade de atingir seu público alvo. Nosso segredo é tentar construir formas e ferramentas de comunicação que considerem a realidade do aluno atual, sem perder a natureza da nossa geração”, explica o diretor regional do sistema COC / Cen-tro Oeste e Norte, Clementino Castelo Branco Neto.

“A tecnologia está integrada e presente na realidade escolar, desde o acesso diário dos pais e alunos ao nosso portal - COC em sua casa, passando pelas telessalas e salas 3D, sem esquecer da lousa digital, do novíssimo material digital e do projeto lapCOC, um computador por aluno. Tenho certeza que o processo de ensino-aprendizagem ga-nhará outra dimensão após conhecerem as lousas digitais - DigiCOC I e II”, disse Neto.

O aluno Vítor Marinho, do 2° ano do ensino médio, diz que o método e a aplicação de tecnologias de ponta na educação são os principais diferenciais do Dínatos COC e ele aprova o investimento: “Essas tecnologias facilitam o aprendizado, pois os professores não perdem muito tempo

Page 33: Revista Plano Brasília Edição 61

33

para realizar algumas tarefas, assim os alunos podem ter um maior aproveita-mento nas aulas”, afirma o estudante.

Vítor explica que essas inovações contribuem para a evolução do aluno, deixando a aula mais dinâmica e dando possibilidade para que os professores tragam assuntos atuais e tenham acesso a tais informações com mais facilidade. Ele garante que os métodos são bons, mas que

não são aplicados todos os dias. “Somente quando necessária, pois em alguns aspec-tos ainda não é possível fugir do antigo quadro branco, mas a lousa digital é fre-quentemente utilizada, pois torna as aulas mais dinâmicas”. Para completar, ele ainda afirma que os professores são altamente capacitados e com grande experiência em pré-vestibulares, o que facilita o direcio-namento à entrada do aluno na UNB.

A mãe de Vítor, Ângela de Souza Ma-rinho é servidora pública federal e apro-va o sistema: “Métodos mais modernos de ensino despertam um interesse maior do aluno pelo assunto e estimulam a curiosidade”. Ela ainda diz que o colégio mantém os pais informados de tudo que acontece por meio do sistema on-line e também por telefone.

“Quando o Vítor passou para o COC foi uma surpresa para todos. Ele passou a se sentir motivado. Quanto mais as notas melhoravam, mais ele se interessava pelo colégio, ao ponto de passar a tirar dúvidas dos colegas que estavam tendo dificuldades”, disse a mãe orgulhosa.

Além dos segmentos de ensinos médio e fundamental, o Sistema COC possui em Brasília o Dínatos Vestibula-res.

Serviço: COC - BrasíliaSGAS 604 Conj. C Lotes 25 e 26Av. L2 Sul (61) 3322.0505

Page 34: Revista Plano Brasília Edição 61
Page 35: Revista Plano Brasília Edição 61
Page 36: Revista Plano Brasília Edição 61

36

TecnologiaPor: Luciana Vasconcelos Reis | Foto: Divulgação

Smartphone Blackberry Curve 8520 é a sensação do momento

De olho na parcela da população que é fissurada em tecnologia, as empresas oferecem lançamentos cada vez mais arrojados. Tudo é especialmente desen-hado para quem quer comprar seu primeiro smartphone

Pesquisas comprovam que a geração atual, executivos e mesmo os que passaram um pouquinho da idade, estão atentos às novidades tecnológicas, quando se trata de celular. Então, o vício do uso do aparelho está no mesmo ranking de outras dependências como jogo, tabaco e álcool. O resultado de tanta rapidez nos lançamentos altera o comportamento social das pessoas, já que ter um aparelho de última geração é sinal de status. O consumo excessivo destas tecnologias, além de se encaixar dentro dos padrões da sociedade mo-derna, é um prato cheio para as empresas de celulares.

Fernando Matias Rodrigues, de 22 anos, é um profissional em Tecnologia da Informação e Comunicação – TIC. Ele gosta de ter os mais recentes lançamentos em aparelhos eletrônicos, principalmente quando se trata de celular. “Troco o meu sempre que tem novidades no mercado. Já tive celulares comuns, mas como tenho uma vida agitada e preciso receber e enviar e-mails com rapidez o smartphone Blackberry atende com excelência às minhas necessidades”, afirmou destacando ainda: “Uma das grandes vantagens do aparelho é a crip-tografia de dados (SMS e voz), isso me dá mais segurança, além de possuir GPS. A tecnologia Wi-fi também faz toda a diferença, pois posso acessar a internet de qualquer ponto. Não consigo mais imaginar a minha vida sem um celular com estas funções”, concluiu.

A briga por clientes fica mais acirrada a cada dia. A Vivo investiu pesado e junto com a Research in Motion (RIM) (Nasdaq: RIMM, TSX: RIM), fabricante dos smartphones BlackBerry, lançaram o pacote BlackBerry BIS Light e o novo smartphone BlackBerry Curve 8520 no Brasil. No primeiro caso, clientes da Vivo têm acesso ilimitado a e-mail e aplicações de mensagens instantâneas (Windo-ws Live, Google Talk, Yahoo Messenger, BlackBerry Messenger). A mensalidade será de apenas R$ 49,90 mensais e o cliente tem 50% de desconto nas três primeiras mensalidades. O novo BlackBerry Curve 8520 também vem com preço mais acessível, variando de R$ 49,00, no plano Vivo Escolha 900 minutos, a R$ 499,00*, no plano Vivo Escolha 50 minutos, em conjunto com o novo pacote Blackberry BIS Light.

Esta iniciativa integra a bem sucedida estratégia da Vivo de segmentação de portfólio de smartphones e serviços para atender aos mais variados perfis de clientes. “Nosso posicionamento tem gerado um contínuo aumento na utilização de serviços de dados e de valor agregado (VAS) por nossos clientes”, informa João Truran, diretor regional da Vivo.

Pesquisas da Research in Motion (RIM) demonstram a evolução das soluções do smartphone. Segundo os levantamentos, o atual consumidor quer ter acesso

Page 37: Revista Plano Brasília Edição 61

37

em um mesmo aparelho, a e-mail, SMS/MMS, instant messaging e redes sociais, ou seja, trata-se de um novo estilo de vida. Por esta razão, o estudo é revelador ao identificar que os aparelhos deixam de ter o uso restrito ao trabalho para ser também um companheiro pessoal do usuário.

O BlackBerry Curve 8520 é um smart-phone altamente acessível, fácil de usar e com plenos recursos de comunicação e multimídia para manter o usuário co-nectado e informado em qualquer lugar. Este novo modelo de smartphone é leve e oferece acesso seguro a email e serviços de mensagens (SMS, MMS e mensagens instantâneas), teclado QWERTY completo e precisão ao digitar. Ele é o primeiro smartphone BlackBerry a ter teclas exclusivas para controle de recursos mul-timídia, localizadas na parte superior do aparelho e integradas de modo a oferecer aos usuários controles de áudio e vídeo rápidos e fáceis de acessar.

O BlackBerry Curve 8520 apresenta ainda o inovador trackpad sensível ao toque, que facilita o movimento do cursor e suaviza a seleção de conteúdos garantindo uma ótima experiência de navegação. Entre os recursos de mídia, possui câmera com resolução de dois MP e que pode tirar fotos e ainda gravar vídeos. O aparelho apresenta também memória expansível através de cartão micro SD/SDHC e suporta cartões com até 16GB para armazenamento adicional de dados (sendo que o aparelho vem com cartão

Veja o ranking dos mais caros aparelhos do Brasil:1. Motorola Aura

2. Blackberry Storm

3. HTC TyTN II

4. Sony Ericsson XPERIA X1

5. HTC Diamond

6. Blackberry Curve 8900

7. Palm Treo Pro

8. Samsung Innov8

9. Nokia N97

10. iPhone

R$ 7.000

R$ 3.799

R$ 2.999

R$ 2.999

R$ 2.899

R$ 2.629

R$ 2.599

R$ 2.499

R$ 2.399

R$ 2.199

micro SD/SDHC de 2GB), e ainda possui Wi-Fi, permitindo navegação na internet e transferência de dados.

Segundo Rick Costanzo, diretor geral da Research In Motion na América Latina, o novo smartphone BlackBerry Curve 8520 proporciona ao usuário excelente experi-ência em comunicação móvel do mercado e também jogos, acesso à música e a outros aplicativos móveis. A combinação entre os recursos do aparelho, seu design fácil de usar e os novos planos de dados da Vivo vai sem dúvida convencer novos clientes a migrarem de um celular tradicional para um smartphone e ajudará a expandir o mercado para smartphones BlackBerry no Brasil”, explicou.

E para quem imagina que os clientes estão interessados somente em múltiplas funções, esta enganado. Há pessoas que são tão ‘doidas’ por celular e por design diferenciado, que estão dispostos a de-sembolsar até sete mil reais, na compra de um aparelho, como o Aura da Motorola, que, apesar de não possuir as funcionali-dades modernas, o visual é um dos mais estilosos.

Page 38: Revista Plano Brasília Edição 61

38

CotidianoPor: Sabrina Brito | Fotos: Luciana Vasconcelos Reis

Falsa necessidadeCom a chegada das festas de fim de ano cresce o número de pedintes na Capital

Outro ano se encerra e novamente os moradores do DF se deparam com o mesmo problema - habitantes do entorno e, inclusive, de outros estados, vão para as ruas de Brasília pedir esmolas, doações e ajuda. E que mal há nisso? Aparentemente nenhum, mas a questão é que a iniciativa, além de estimular o crescimento do número de moradores nas ruas da cidade, por vezes, engana e lesa o sentimento de sensibilidade das pessoas.

Pesquisas apontam que o perfil da maioria destes “pedintes” é de origem pobre, entretanto, especula-se que muitas destas pessoas são beneficiadas por programas como o bolsa família, cartão Vida Melhor e Pão e Leite, linhas de crédito, entre outros benefícios financiados pelo governo, e muitas chegam a faturar até 2 mil reais

no mês de dezembro com as doações recebidas no centro da Capital, trocando em miúdos, muitos destes “pedintes” agem de má fé aproveitando-se do espírito natalino e da solidariedade dos brasilienses.

De acordo com o último levantamento realizado pela Secretaria de Desenvolvimento Social e Transferência de Renda do DF - SEDEST, entre janeiro e junho deste ano, dos 1.545 moradores de rua do Distrito Federal, 64% eram adultos, 24% adolescentes e 12% crianças e no mês de dezembro, esta estatística dobra, tendo em vista as come-morações de Natal e Ano Novo, período em que as pessoas tendem a ser mais solidárias e caridosas.

A pesquisa apontou ainda que 205 pessoas do total de entrevistados rejeitam qualquer espécie de tratamento

Page 39: Revista Plano Brasília Edição 61

39

psicológico ou ajuda com moradia. As pessoas que viajam para Brasília nesta época do ano (muitas vêm do Sul da Bahia) buscam roupas, dinheiro e co-mida e não aceitam outras ajudas. Elas negam qualquer aproximação porque já possuem data certa para voltar às suas casas: no início do próximo ano.

Vale lembrar que o GDF disponibiliza abrigos para os moradores de rua: é o caso do albergue Conviver (em Tagua-tinga) que recebe, em média, 400 pesso-as por mês. No local, homens e famílias dormem em alojamentos separados, os albergados recebem tratamento psico-social, quatro refeições diárias e podem ficar até 30 dias. Mais quatro albergues podem ser encontrados no DF: o Abrire (para crianças e adolescentes), a Casa Flor (para mulheres, sem vínculo com filhos ou marido), o Imigrante e Giração.

Além da questão social, segundo a administradora de Brasília, Ivelise Longhi, o contingente de pedintes nas entre quadras da cidade também é uma influência negativa no aspecto visual, já que nesta época do ano, a Capital recebe um número maior de turistas. “Esse não é um belo cenário para ser observado em nossas vias largas e nem embaixo dos nossos viadutos, pois a situação gera

uma falsa impressão de que esse é um problema social constante em nossa cidade”, afirma.

Para minimizar o problema, a administração da cidade atua junto com outros órgãos do governo, como a SEDEST, a Secretaria de Segurança Pública e o Núcleo de Ação Integrada – NAI. “Trabalhamos no sentido de coibir a permanência dessas pessoas nas ruas, conduzindo-as de volta às suas casas”, explicou Ivelise.

O NAI atua com a Vara da Infância, com a Agência de Fiscalização (Agefis), entre outros órgãos e tem como objetivo prevenir o aumento da criminalidade, da prostituição infantil, do tráfico de drogas e do aumento de moradores de rua, agravando ainda mais a situação. O NAI age especialmente na área central de Brasília, em conjunto com a 5ª DP.

A ajuda que atrapalha.O que fazer?

Diante de tal situação, dar esmolas não é a melhor solução. Segundo Ivelise, o ideal é exercer a cidadania e não dar esmolas. Ao dar esmola, um cobertor, um colchão, roupas ou mesmo alimentos

e dinheiro, automaticamente há um estímulo à permanência do “pedinte” naquele local e, como consequência, surgem as aglomerações. “A contingên-cia gera insegurança aos moradores, su-jeira no local, além de outros problemas sociais”, afirmou Ivelise, dizendo ainda: “Toda e qualquer ajuda acaba incenti-vando. Mesmo porque não dá para saber se aquela família de fato passa por dificuldades ou está ali somente para ter um natal mais rico. Portanto, faça doações somente a entidades sociais cadastradas e legalizadas. Nessa época do ano, muitas intensificam seus traba-lhos, justamente, para atender a todos, quando também há um aumento da mendicância nas ruas”, concluiu.

Já a prefeita da quadra 308 sul, So-lange Martins, sugere que os moradores interessados em ajudar ao próximo ado-tem, por exemplo, uma família. “Este é um procedimento antigo e que surte efeito positivo na vida dessas pessoas, já que ao adotar um lar, você estará aju-dando esta família durante todo o ano, o que é mais importante, além disso, é possível ter um acompanhamento das reais necessidades da família adotada”, disse.

A prefeita destaca a necessidade de mais campanhas para esclarecer e deses-timular a população quanto a este falso êxodo e necessidade. De fato ajudar ao próximo traz uma sensação de dever cumprido, de leveza na alma, mas é im-portante lembrar que a esmola vai aju-dar o pedinte apenas naquele momento e que durante todo o ano ele continuará passando frio e fome, portanto, este é um problema social e deve ser resolvido da melhor maneira para todos, daí a importância das campanhas. “Ninguém quer expulsar o pedinte das ruas, o que queremos e dar melhores condições de vida a eles”, completa Solange.

Page 40: Revista Plano Brasília Edição 61

Planos e Negócios Alex Dias

Os contribuintes do DF estão sendo estimulados a exercitar sua cidadania fiscal através deste programa que incen-tiva a solicitação de documentos fiscais com o número do CPF na aquisição de mercadorias e/ou serviços nos estabe-lecimentos credenciados para geração e aproveitamento de créditos que serão utilizados para abatimento dos débitos de IPVA e IPTU.

Até o momento estão credenciados no programa os estabelecimentos de Educação, de treinamentos, os cursos preparatórios, de formação de condu-tores, pilotagem, as Academias de con-dicionamento físico, os Restaurantes, Bares e Lanchonetes, os Hotéis, Apart – Hotéis e Motéis, entre outros. A lista completa poderá ser obtida no item 14.1

Programa Nota Legal

O colégio INEI – Lago Sul proporciona aos alunos do Ensino Integral frequentar as aulas no período da manhã e à tarde a oportunidade de participar de aulas ex-tracurriculares. São oferecidas pela insti-tuição atividades esportivas e culturais, como oficinas de artes visuais, teatro, música e dança. Além de aulas de língua estrangeira que completam um currículo escolar diferenciado (de qualidade).

Ensino Integrado – INEI Lago SulNo período da tarde, o INEI – Lago

Sul oferece também estudo orientado com apoio pedagógico, tudo oferecido em salas bem equipadas. A instituição disponibiliza almoço com cardápio ela-borado por nutricionista, para aqueles que ficam até às 16h30. Para os alunos que saem às 18h15 é também oferecido lanche.

Serviço:SHIS - QI 7 - Conj. 17- Lote FLago Sul(61) [email protected]

do link http://www.fazenda.df.gov.br/area=40&id_menu=1.htm.

Porém os contadores e contribuintes têm enfrentado muitas dificuldades para operacionalizar a comunicação destes dados entre eles e para a Secretaria de Fazenda.

Os Equipamentos Emissores de cupons fiscais e os softwares responsá-veis pela emissão dos cupons ainda estão sendo adaptados a esta nova realidade e impressoras fiscais muito antigas estão sendo trocadas por novos equipamentos capazes de efetuar a comunicação direta dos dados entre os Contribuintes, Con-tadores e a Secretaria de Fazenda do DF.

O Contribuinte deverá ficar atento junto ao seu contador para acessar

diariamente o site http://publica.agencianet.fazenda.df.gov.br/ onde a Secretaria de Fazenda disponibilizará a relação dos consumidores que denuncia-ram os estabelecimentos que ainda não informaram através do livro eletrônico os CPFs dos interessados. Estes estabe-lecimentos estarão sujeitos à multa de R$ 50,00 (cinquenta reais) por CPF não informado.

Mais informações a respeito podem ser obtidas no link http://www.notale-gal.df.gov.br

Page 41: Revista Plano Brasília Edição 61

Com uma natureza grandiosa e uma segurança que impressiona, a Reserva – Santa Mônica, mais novo empreen-dimento da JC Gontijo, fez sucesso antes mesmo da sua inauguração. O empreendimento realizou sua festa de lançamento no dia 21 de novembro, mas a conclusão da infra-estrutura está prevista para fevereiro de 2010.

A apenas 18 minutos da Ponte JK, o condomínio de alto padrão oferece segurança 24h por dia e proporciona uma estrutura para toda a família. Piscina adulta e infantil, salão social, saunas, bar, vestiários, quadras de tênis

Reserva by Santa Monica

Que tal ter na sua mesa de Natal um panetone de 4,5 a 4,9kg? 42 cm de diâmetro e 25 cm de altura? E mais, com toda a tradição e qualidade de uma das padarias mais tradicionais do Brasil, a Italianinha, de SP, com 110 anos de expertise? Essa é a vivência de Milton Maria, que é uma das pessoas que mais entende de panificação na cidade e que resolveu apostar num produto inovador para encantar a noite feliz de toda a sua família. Milton utiliza em seus produtos, e também no panetone, a massa madre, que é um fermento natural de princípios italianos e, na receita, não esqueceu a autêntica essência de panetone, com

Desmistificando conceitosequilibrada junção de essência de bau-nilha, essência de amêndoas e essência de flor de laranjeiras, para obter um leve aroma. Além disso, são ingredientes do

e poliesportiva, quiosques e um reserva ambiental extraordinária são algumas das vantagens do condomínio, que oferece até um Mini Mall para pequenas compras.

O bairro planejado é regularizado e já possui todas as licenças previstas. Caesb e CEB serão os responsáveis por

operar os sistemas de água, esgoto e energia. Mais de 50% dos 315 lotes já foram vendidos, a maioria possui uma média de 1000 m².

Serviço:JC Gontijo (61) 3345.9000

Panetone Gigante: uva passa argentina graúda sem semente, frutas cítricas glaçadas de pêra, laranja e figo. Não são utilizados produtos artificiais durante a produção do super panetone. Para completar a receita, são acrescentados condicionantes de volume de lecitina de soja, vitamina C, ácido cítrico esta-bilizado, rum, farinha de trigo especial, semolina de trigo, gemas de ovos e açúcar.

Encomendas:Milton Maria – (61) [email protected]: R$ 150,00

Page 42: Revista Plano Brasília Edição 61

42

AutomóvelDa Redação | Fotos: Divulgação

E-COUPÉ: Fascinação e eficiência em um modelo esportivo de luxo

Novo modelo da Mercedes Benz oferece inovações técnicas em uma aparência arrojada

Para quem gosta do design dinâ-mico da Classe E, a montadora lança a interpretação esportiva: Mercedes Benz E 350 Coupé. A versão que está sendo comercializada no Brasil tem um papel pioneiro no setor de moto-rização e oferece motor V6 de 272 cv.

O novo modelo é mais contem-porâneo, tem identidade própria e é caracterizado por um espírito de superioridade e paixão. Traz a indi-vidualidade por meio da variedade, oferecendo estofados e modelos exclusivos, pacotes de configurações para criar uma atmosfera harmoniosa e esquema de cores e misturas para enfatizar a elegância ou personalida-de moderna.

A Mercedes oferece no E-Coupé, todas as inovações técnicas que se pode encontrar em um modelo espor-tivo de luxo. Detecção de sonolência, controle seletivo de amortecimento e proteção preventiva dos ocupantes são apenas algumas das inovações que o carro oferece.

A segurança é outro ponto forte do lançamento. Com base em sensores altamente eficientes, câmeras e sistemas de radar fazem do modelo de duas portas um "parceiro inteligente", que consegue “ver, sentir e reagir” reflexivamente em situações críticas.

Oferece o mais amplo conjunto de funções de segurança desta categoria de

veículos, com sete airbags de fábrica, tensores e limitadores da força dos cintos.

A Classe E Coupé possui o que há de melhor em tecnologia de iluminação. Com a função "Adaptive Main Beam Assist" os faróis se ajustam e reagem au-tomaticamente à direção do momento.

Page 43: Revista Plano Brasília Edição 61

43

Potência e consumo conscientede combustível

Os motores, recém desenvolvidos, apre-sentam uma grande economia de combustí-vel devido a várias medidas práticas. Entre elas estão, a ativação, por solicitação, das bombas de direção e combustível, o uso de pneus com baixa resistência de rodagem e um sistema de controle do alternador que registra a situação de direção do momento e as necessidades de consumo de energia do veículo, além do fator decisivo que é a maior eficiência em aerodinâmica do mundo. Devido a esses fatores foi possível reduzir o consumo de combustível desses modelos V6 em até 0,6 litro a cada 100 km.

Serviço:Brasília Motors Trecho EPIA Lote B - Saída Sul (61) 3301.9900

Page 44: Revista Plano Brasília Edição 61

44

CidadePor: Sabrina Brito | Fotos: Flávia Umpierre

Que tal um novo amigo ?Espaços de lazer promovem sociabilidade entre as pessoas e proporcionam qualidade de vida

Fomentar a interação do homem com o meio ambiente e promover maior sociabilidade entre as pessoas. Estes são alguns dos benefícios proporcionados por diversos espaços de lazer espalha-dos pela cidade do Park Way, cidade do Distrito Federal, incluída no plano urbanístico de Brasília em 1961.

Seja bem cedinho, às 5h da manhã ou no fim do dia, às 18 horas, as calçadas e os parques estão sempre movimentados com pessoas de todas as idades - crianças, jovens, adultos ou idosos, reunidas com o mesmo objetivo – qualidade de vida. Basta observar, há pessoas se alongando, outras caminhan-do ou apenas batendo um papo gostoso. Enfim, rompendo o estereótipo de que os brasilienses são pessoas “fechadas” e individualistas.

De acordo com o administrador da cidade, Antônio Girotto, a administra-ção tem como premissa básica a busca do bem estar dos moradores. “Pensando nisso, privilegiamos as ações em obras que possam contribuir para atingir um alto nível de satisfação para os morado-res”, afirmou. No Park Way os espaços de lazer compreendem as ciclovias (quadras 3/5), os parques vivenciais e as calçadas em toda extensão da região. “O mais importante é que dentro do programa de acessibilidade do nosso governo não esquecemos das minorias, PRVA – são as calçadas que estão sendo construídas privilegiando os portadores de deficiência visual”, completa.

As calçadas, em especial, são espa-ços onde os moradores deixam de lado o estresse do dia a dia, o trabalho ou os problemas de casa e, mesmo que por poucos minutos, em um local onde as pessoas se distraem, fazem uma agra-dável caminhada e conhecem o vizinho que há anos mora ao lado de sua casa, mas que nunca houve um momento para dialogar e se conhecerem melhor. É nas calçadas que a prática da caminhada gera a aproximação entre as pessoas, ampliando o círculo de amizades e a interação social, proporcionando assim, momentos de prazer e descontraçao.

É o caso de Roberta Ferreira, mora-dora do Park Way há três anos. Para ela, as caminhadas matinais são mais que uma atitude saudável, são também um momento para relaxar e fazer novas ami-zades. “Durante as caminhadas costumo encontrar meus vizinhos aproveitamos para conversar sobre o que fizemos no fim de semana e trocamos mudas de árvores umas com as outras”, conclui.

O aspecto mais importante da interação social é que ela modifica o comportamento dos indivíduos através do contato e da comunicação que se estabelece entre eles. Desse modo, os contatos sociais e a interação favorecem a relação de amizade, sentimento de res-peito, confiança e carinho pelo próximo, ou ainda possibilidades de negócios ou até mesmo o surgimento de um namoro, por que não? A sociabilidade constitui, portanto, condição indispensável ao

homem, já que promove bem estar e qualidade de vida, afinal, ninguém vive sozinho!

Além dos parques, ciclovias e cal-çadas, o morador do Park Way pode se sociabilizar através da campanha “Nosso Natal é Way” – concurso de decoração natalina, através do Carnaway (carnaval de rua) ou ainda, por meio do projeto Condomínio Ecológico, já que promove debates entre os moradores. Há também outros espaços de lazer que podem ser aproveitados pelos habitantes, como a academia situada ao ar livre, na quadra 6, a feirinha, na quadra 14, as quadras poliesportivas e, ainda, segundo An-tônio Girotto, em um futuro próximo, os moradores poderão contar com mais cinco academias ao ar livre e calçadas nos conjuntos.

O Park Way ou também chamado de SMPW abriga diversas reservas naturais com vegetação típica de cerrado, que somados aos córregos e nascentes transformam a cidade em um ambien-te sustentável. Além dos atrativos turísticos e culturais: edificações e monumentos tombados, patrimônios históricos que resgatam a história dos candangos e a história da construção da Capital Federal, como o Catetinho, a Casa Niemeyer, Recanto UNIPAZ, Casa de Fazenda, Mansão das Ocas, Mansão dos Arcos, o espaço Recanto das Águas e o Museu Vivo da Memória Candanga.

Page 45: Revista Plano Brasília Edição 61

45

Programa Condomínio Ecológico

A cidade do Park Way encontra-se inserida na Área de Proteção Ambiental das bacias do Gama e Cabeça de Veado, portanto, com o intuito de preservar o ecosistema natural, promover a res-tauração das áreas alteradas e garantir a proteção qualitativa e quantitativa dos recursos hídricos, foi criado o Programa Condomínio Ecológico, voltado aos condomínios que se comprometem a preservar os lotes dentro dos parâmetros ecológi-cos e desenvolvem ações que promovam impactos ambientais positivos ao meio ambiente. “Aqueles que aderem ao programa recebem o certificado de Condomínio Ecológico em graus diferenciados conforme sua adequação às condicionantes exigi-das no programa”, afirma Antônio Girotto.

Entre as condições estão os bloquetes, ideais para pavimentação de ruas, calçadas, jardins, estacionamentos, áreas rurais entre outros. Vale destacar algumas vantagens: é antiderrapante, permeável - permitindo que a água das chuvas retorne para o solo repondo o lençol freático e, principalmente, possibilita reparos em instala-ções subterrâneas com total reaproveitamento das peças retiradas.

Outra exigência se refere aos coletores seleti-vos, pois, com a coleta seletiva é possível separar os materiais recicláveis dos não-recicláveis. Isso quer dizer que uma parte do lixo pode ser rea-proveitada, minimizando a degradação do meio ambiente e principalmente, gerando renda para famílias de menor poder aquisitivo - tornando-se uma solução econômica e social.

Para Luzia Pires, moradora do Park Way há nove anos, o programa Condomínio Ecológico é essencial, pois faz nascer em todos os moradores o respeito pelo meio ambiente. “O Condomínio Vitória Park foi um dos primeiros a inserir o revestimento de bloquetes nas ruas”, afirmou Luzia, dizendo ainda: “Aqui houve uma consciên-cia desde o princípio do programa, em especial pelo síndico do condomínio, o senhor Américo, mantemos inclusive, as árvores originais do cerrado, como o pequizeiro plantado em frente ao condomínio”.

Além de outras exigências como as lâmpadas ecológicas, que garantem a economia de energia e redução da emissão de CO2 e as fossas ecológi-cas, que evitam danos à drenagem de qualquer quantidade de material orgânico (poluente ou potencialmente poluente) em cursos de águas, reduzindo a contaminação e a poluição dos lençóis freáticos.

A implantação das áreas de lazer, bem como a criação do programa ecológico, são ações que demonstram respeito e interação com o meio am-biente, sociabilidade e cidadania, as ações podem servir ainda, como exemplo para ações semelhan-tes em todas as demais cidades de Brasília.

Antônio Girotto

Page 46: Revista Plano Brasília Edição 61

46

Vida ModernaPor: Flávia Umpierre | Fotos: Divulgação

Escova Fotônica, a novidade que promete acalmar os cabelos rebeldesMais e mais mulheres estão aderindo ao alisa-mento que promete não agredir o cabelo e ter longa duração

A escova fotônica vem agradando às mulheres que querem deixar suas madeixas lisas e sedosas, sem correr o risco de estragá-las. O procedimento utiliza a chamada luz fotônica. A função dessa tecnologia é acelerar o amolecimento dos fios, deixando os cabelos com aspecto natural.

Durante o processo para alisar os cabelos é utilizado um percentual de apenas 3% de amônia. Isso permite a aplicação em todos os tipos de cabelo, sejam eles já alisados, tingidos ou descoloridos.

Quem não conseguia confiar em nenhuma outra promessa de liso perfeito, como a escova progressiva, a marroquina e a de chocolate, que têm pequena duração e não livram as mulheres do secador de cabelo, agora não somente se entregam, mas ade-riram completamente a essa novidade que as permite lavar o cabelo todos os dias.

O primeiro passo para fazer a escova fotônica é lavar o cabelo com um shampoo de limpeza profunda, para não deixar nenhum resíduo de outro produto que esteja no cabelo. O profissional de estética então passa um creme à base de diagliconato de amônia. Ele que irá alisar os fios, en-quanto o cabelo vai sendo penteado.

O produto age durante cerca de 50 minutos ao passo que o cabeleireiro expõe mecha por mecha à luz fóton. A cabeleireira Mônica Rocha, do salão Classique Cabeleireiros, explica que essa luzinha azul irá mudar a estrutura do cabelo, agindo de dentro para fora.

O cabelo então é lavado, em um processo bem demorado de enxague. Depois, é escovado e alisado com cha-pinha, para deixá-lo o mais liso pos-sível. “Os outros tipos de alisamento costumam deixar o cabelo ressecado e sem brilho. Mas com a luz fotônica o cabelo não perde água, logo, não

perde o brilho”, explica a cabeleireira que trabalha com alisamentos há 14 anos.

Após aplicar uma pasta neutra-lizante para fechar a cutícula do cabelo, ele é exposto novamente à luz fotônica. O último passo agora é fazer uma blindagem com produtos à base de aminoácidos e queratina para recuperar os nutrientes do cabelo.

Leandra Galvão, escrava do secador e da chapinha há mais de 10 anos, conta que a escova fotônica a fez mudar de rotina. Agora a professora perde menos tempo se arrumando quando precisa sair de casa: ”Lavo meus cabelos e vou trabalhar, não tenho mais que ficar secando ou usando vários cremes", conta.

O efeito da técnica pode variar de acordo com a estrutura do cabelo. Os fios mais crespos podem ficar cache-ados ou ondulados. "Tenho cabelos crespos, mas não gosto de cabelos

Page 47: Revista Plano Brasília Edição 61

lisos, e consegui o efeito que queria. Hoje tenho cachos definidos, soltos e com balanço, sem precisar usar nenhum produto para modelar o cabelo", expli-ca Andressa Amaral, outra cliente satisfeita com a escova fotônica.

Lançada na Feira Hair Brasil de 2005, a Escova Fotônica obteve êxito em todo o país, patenteada pela marca de produtos de beleza Tânagra. O preço do tratamento pode varia entre R$ 250,00 a R$ 700, 00, dependendo do tipo e do comprimento do cabelo, e só precisa ser refeita após seis meses.

Serviço:Classique Cabeleireiros212 Norte – Bloco B Loja 9 – Subsolo(61) 3447.7536

Page 48: Revista Plano Brasília Edição 61

48

EsportePor: Luciana Vasconcelos Reis | Fotos: Luciana Vasconcelos Reis

Canoagem em defesa do meio ambienteEquipe brasiliense vai representar o Distrito Federal na competição mais importante de canoa polinésia

Brasília tem o terceiro maior parque náutico do país. E é no Lago Paranoá, um dos maiores lagos urbanos do mundo, que a equipe brasiliense composta por seis remadores treina quatro vezes por semana durante duas horas a fim de deixar sua marca em uma das competi-ções mais importantes, a Etapa Sul-Americana do Circuito Mundial de Va’a (canoa polinésia), que acontecerá este mês, no Rio de Janeiro.

A embarcação, mais conhecida como canoa havaiana ou outrigger, vem das tradicionais canoas utilizadas pelos polinésios há mais de três mil anos. E como tudo, ao longo do tempo sofreu algumas modificações: hoje, são feitas de fibra de vidro e têm aproximadamente 14 metros de comprimento, mas a estrutura original permanece, o braço de madeira que se estende para o lado fixando-se a um flutuador, dá o equilíbrio necessário para que grandes distâncias possam ser percorridas com mais segurança.

Paulo Correia, capitão da equipe, além de advogado ambiental, é praticante da mo-

dalidade há dez anos e ressalta a abertura do esporte: “A canoagem é democrática. Aceita pessoas de todas as idades e profissões, nosso grupo, por exemplo, é composto por contador, biólogo, fisioterapeuta, administrador e en-genheiro florestal”. Assim como as diferentes profissões, cada remador do grupo tem uma função definida. “Essa peculiaridade é essen-cial no desenvolvimento e no senso de respon-sabilidade individual, principalmente quando estamos treinando para uma competição. Cada um aprende a lidar com suas obrigações e ao mesmo tempo coordenar as tarefas com o restante do time”, afirmou.

Cheios de vida e apaixonados pelo esporte, eles não perdem tempo e preparam a canoa com muita agilidade! Em poucos minutos a embarcação flutua e sobre o espelho d’água que reflete o mais lindo pôr do sol, desliza. Os remos, num movimento sincronizado, cortam as águas, que segundo o biólogo Pedro De Podestà, mestre em ecologia e doutorando também na área, oferecem as condições ideais

para a prática de esportes náuticos. “Que-remos utilizar a embarcação também como instrumento de combate a desinformação con-servacionista e em programas out learning de educação ambiental, possibilitando a inserção de pessoas de todas as idades, em cenários naturais, contextualizando assim, questões ambientais e problemas sócio-culturais locais”, destacou.

O esporte original, que já é sensação mundial, promete agora contagiar Brasília: “Queremos que esta riqueza seja explorada de forma consciente e sustentável, pelo menos pela equipe, onde a canoa e o lago passam a ser um só”, revelou Paulo. Segundo o despor-tista, a modalidade canoa havaiana faz parte do circuito internacional desde 2002. “Nos jogos Pan-Americanos do Rio 2007, que a mo-dalidade da canoa polinésia se apresentou pela primeira vez e nós tivemos este privilégio”.

O grupo de remo de Brasília é engajado à causa ambientalista e pretende para o ano que vem oferecer além de aulas de canoagem,

Page 49: Revista Plano Brasília Edição 61

49

passeios ecoturísticos, remada da lua cheia, desestresse empresarial, fitness e principal-mente educação ambiental. “Ao informar e educar através de comunicação criativa e alternativa damos uma identidade original às iniciativas em prol do homem e da natureza”, ponderou Paulo.

Sincronismo em ação

Para deslizar com harmonia é necessário ter união, logo, cada remador assume uma função: o número um (João Luiz), dita o ritmo da embarcação, o número dois (Rafael Serejo) é o espelho do um e serve de refe-rência para os remadores quatro e seis, além de ter uma função a mais, que é tomar conta do yako - trave de madeira que se apoia na ama (flutuador lateral da embarcação), para quando esta se levantar, ele (remador dois), deve se apoiar no yako evitando que a embarcação vire. Os remadores três (Luiz Guilherme) e quatro (Pedro De Podestà) são os remadores de força, de potência da embarcação. O banco cinco (Rafael Aquino) é o que auxilia o leme, o banco seis é o leme e o navegador do barco, ou seja, o seis é

o capitão e o navegador e a função dele é direcionar a canoa, aproveitar o máximo as ondas, dar comando e incentivar o time.

“Direcionar uma embarcação de 40 pés com uma pá de remo, confesso que é uma arte, requer uma grande habilidade”, concluiu Paulo. O grupo que treina incan-savelmente há quatro meses, pretende não só competir, mas transformar conceitos em atitudes. Como norte e filosofia se orientam pela Carta da Terra, praticam a Agenda 21 e desejam a ampliação do Protocolo de Kyoto. Além de respeitar a Convenção da Biodi-versidade. “Somos movidos pela urgência de transformar em atitude do dia a dia o conceito de preservação global. É a cultura da responsabilidade individual”, afirmou Rafael Serejo.

Rafael comenta que a canoa não deixa de ser uma família: “Dentro dela cada integrante tem sua responsabilidade, além do convívio que nos aproxima dia após dia, gerando um laço natural”, ponderou dizendo ainda: “Não é a qualidade de cada um que faz o time vencedor, mas a união”. Para Paulo Correia o grupo se define com a palavra Ohana, que em havaino significa família. Orgulhoso, ele

Serviço:Paulo Correia – (61) 8147.5040Pedro De Podestà – (61) [email protected]@yahoo.com.br

E-brigade, o “E” simboliza a busca do equilíbrio entre earth, envromment e energy EMV, direcionando a educação do ser huma-no para a preservação do meio ambiente

Paulo Correia

diz que a gestão ambiental do evento no Rio de janeiro, será feita pela brigada: “Coloca-remos coletores seletivos de lixo e faremos mutirão de limpeza na praia, tudo para conscientização e educação ambiental, ou seja, trabalhamos a cultura geral, pensando de uma forma global e agindo no local”.

Page 50: Revista Plano Brasília Edição 61

50

PersonagemPor: Letícia Oliveira | Fotos: Divulgação

Tocar a vida com homens e mulheres de bem!Esse é o projeto de Jorge Ferreira, personagem da cidade dessa edição. E falar mais desse projeto é falar do mineiro que tem a alma de Brasília dentro de si próprio

Há aproximadamente 50 anos, nascia em Cruzília, cidade do sul do estado de Minas Gerais, um cidadão que faria a diferença em vários momentos da vida cultural e política, de Minas Gerais, de Brasília, do Brasil. Com uma formação obtida em colégio Jesuíta, o atual em-presário Jorge Ferreira, sócio-proprietário de restaurantes e bares (com especial destaque na Capital), entre eles o Feitiço Mineiro e o Mercado Municipal, tem uma história que, certamente, orgulha minei-ros, brasilienses, enfim, cidadãos de bem.

Aos 16 anos, Jorge saiu de Cruzília, foi para Juiz de Fora, passou um período em Belo Horizonte e voltou para Juiz de Fora para fazer o curso superior na Federal de Minas Gerais. Em 1985, chegou em Brasília e começou como professor da Fundação Educacional do Distrito Federal. Orgulha-se por ter sido coordenador do grupo que implantou as cadeiras de so-ciologia e filosofia para o 2º grau, atual ensino médio. Dois anos depois, começou a atuar na Universidade Católica de Brasília e, de 1989 a 1993 esteve à frente do Sindicato dos Professores do Distrito Federal - SINPRO-DF.

Seu envolvimento com restaurantes começou em 1988, quando recebeu o convite para administrar a filial do res-taurante Gordeixos, no Plano Piloto, com

Jorge FerreiraNo Mercado Municipal, em busca do retrocesso modernizante

Page 51: Revista Plano Brasília Edição 61

51

mais quatro sócios. A experiência foi tão gratificante, que em 1989, Jorge se uniu com outros sócios para então montar um dos bares restaurantes que mais conta a história de Brasília e das pes-soas que vieram de outros estados para construir a Capital, tendo inclusive já sendo várias vezes por isso reconhecido: O Feitiço Mineiro... E lá se vão 20 anos!

Quando em 1995 se viu obrigado a deixar a Fundação Educacional e a Ca-tólica, Jorge assumiu inteiramente seu viés empresarial, “me tornei empresário por incompreensão da burguesia para com as ações dos movimentos, aprendi a separar cada instância da minha vida, a política, a privada e a empresarial, mas eu precisava sobreviver, meus ideais estão comigo onde eu estiver”, registra com certo incômodo.

O viés político de Jorge teve por início o ano de 1976, com o ingresso no movimento estudantil e com a par-ticipação atuante na campanha a favor da Anistia. Esteve com o movimento Trotskista, quando a Organização So-cialista Internacionalista decidiu pela fundação do PT. Também participou da criação da Central Única dos Tra-balhadores – CUT – e, quando chegou

a Brasília, utilizou a experiência para auxiliar a luta pelas questões políticas do Distrito Federal.

“Separei muito bem a minha postura de cidadão, da minha vida empresarial e, nela, procuro estar pró-ximo dos meus funcionários, para ter uma visão social que corrobore com o que acredito, em todas as empresas das quais sou sócio, as políticas de RH são uma máxima”, conta. Essas e outras histórias levaram Jorge ao título de Cidadão Honorário, em 2001, pelo trabalho cultural realizado por Brasília. E o que foram os 20 anos do Feitiço Mineiro? A excelente repercus-são foi resultado de uma paixão do brasiliense pela cultura, somada ao incessante trabalho de Jorge Ferreira, em uma Casa que já teve mais de sete mil shows e pela qual mais de nove mil artistas e músicos já passaram. Outro reconhecimento para o homem que transpira cultura foi a Revista Tira Prosa, que circulou por dois anos e meio e foi listada como uma das melhores revistas culturais do país. A redação da Tira Prosa funcionava na mesa do Feitiço. Atualmente, Jorge está na sociedade de 19 das melhores Casas de Brasília.

Há alguns anos, de barba, perfor-mance no Feitiço Mineiro...

Charge feita por Jaguar e veiculada no Jornal O Dia, do Rio de Janeiro

Entre os projetos mais atuais, um grande carinho pela proposta do retro-cesso modernizante do Mercado Munici-pal, que completou três anos agora em 2009. E Fazimento, livro lançado em co-autoria com Ziraldo, pela comemora-ção dos seus 50 anos. Inicialmente foi idealizado como um presente para os seus amigos – “pois sempre busco estar em equilíbrio para com o meu trabalho, minha família e amigos” -, mas que su-perou expectativas e, tendo os direitos autorais doados para a editora Geração, já foi lançado em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Tiradentes, Ribeirão Preto, Vitória, Curitiba e Foz do Iguaçu. E já tem previsão de lançamento em Belo Horizonte e Rio Branco. O livro que traz “causos” de Minas Gerais e poemas já pode ser encontrado em várias livrarias, e também na internet. “Vale à pena ver o brilhante trabalho de Ziraldo, no trato gráfico, nos desenhos, fiquei muito feliz com o lançamento”.

E quando pedi que ele se definisse em uma palavra, além dela, ele me deu uma expressão que eu acredito ser um diferencial entre “as pessoas de bem”: Generosidade e ser amigo dos amigos. “Tenho grandes ideais de justiça e fraternidade, continuo um marxista que acredita no socialismo democrático, por isso trabalho 15 horas por dia, tenho as grandes amizades que tenho e minhas Casas são frequentadas por pessoas que pensam a cidade, o país!”, se orgulha.

Page 52: Revista Plano Brasília Edição 61

52

SaúdePor: Ana Helena Melo | Fotos: Divulgação

Medicina aliada à arteNovo método de trabalho criado e divulgado no Brasil e no mundo tem apresentado maravilhosos resultados nos rostos mais invejados do país

O conceito é bastante simples, mas até então não havia sido trabalhado por ninguém. Por que trabalhar apenas uma parte isolada do rosto se, ao final de qualquer pro-cedimento o que valerá é o resultado final em conjunto com todo o resto da face? Foi esta indagação, motivo das queixas de muitas pessoas insatisfeitas com os procedimentos estéticos, que levou o então odon-

tologista, Rosário Casalenuovo, a enveredar pelo mundo da arte e de todos os procedimentos estéticos relacionados à face.

Há quinze anos em Curitiba e há um ano em Brasília, o Instituto Ma-chado tem sido a chave do sucesso para a perfeição dos rostos de misses e personalidades por todo o país. “O conceito de arquitetura da face nada mais é do que o pensar de cada parte do rosto como membro de um conjunto, que precisa ser coeso e simétrico, como uma obra de arte”, conta o criador.

A novidade é um estudo da face feito com a cefalometria, que faz a medição dos ossos e dentes, que são suportes para o tecido mole do rosto. Rosário afirma que, com esta ferramenta, ele encontra o porquê das alterações que comprometem a harmonia da beleza: “Tratamos aqui da sutil diferença do bonito e do sublime, que se dá com a arte aliada à medicina”.

Segundo Casalenuovo, um dos trabalhos do Instituto Machado está em realizar um eficiente pla-nejamento, objetivando trabalhar todas as alterações necessárias da face. “Com este planejamento pronto é que se inicia a execução do tratamento, onde primeiramente se tratam os ossos e dentes. Com isto, o tecido mole do rosto, que são pele e músculos, estarão definidos. Em

seguida, é realizada outra avaliação para analisar se é necessário fazer os preenchimentos com a medicina estética ou cirurgias plásticas”, explica Casalenuovo, que continua: “No instituto contamos com pro-fissionais de todas as áreas direta-mente ligadas à estética, para que possamos, em um só lugar, oferecer um tratamento completo da face e proporcionar ao paciente uma saúde estética para o rosto”.

O profissional disse ainda que o novo método de trabalho estético e a assimetria da face possuem origem óssea ou funcional. “A segunda está relacionada à postura do maxilar in-ferior (posição). A óssea está relacio-nada ao crescimento com alteração, como no caso da Miss Mato Grosso 2008”, conta. Estes dois problemas podem ser confundidos entre si, e os tratamentos são completamente di-ferentes. Em grande parte dos casos de assimetria de face, aparecem as duas situações.

No último dia 27 de novembro, o doutor Rosário – também membro de destaque da Academia Internacional de Estética, por ser o único dentista a integrar a Academia - recebeu premiação do Congresso Interna-cional de Estética por seu trabalho inovador. “Faço odontologia com arte. Para mim, o resultado final, que precisa ser harmônico, é o mais importante. Hoje é difícil encontrar

Miss BrasilNatália Anderli

Page 53: Revista Plano Brasília Edição 61

53

profissionais assim no mercado. Temos excelentes profissionais atuando cada um em sua área específica, mas é difícil encontrar um que mapeie e trabalhe com tudo como um conjunto. Acho que disso veio o reconhecimento”, ressaltou.

Os resultados das técnicas decorrentes do novo mapeamento cefálico oferecido pelo doutor Rosário são encontrados nos rostos das famosas misses do Brasil. “Elas são meus mais honrados port-fólios, como a miss representante do Distrito Federal deste ano, a Denise Ribeiro, que se destacou das demais concorrentes também por apresentar um rosto com a perfeita simetria entre o queixo, o nariz, a boca e demais elementos da face. A Miss Brasil 2008, Natália Anderli e a Miss Mato Grosso Flávia Piana apresentam com evidência o desvio facial em uma fase intermediária do tratamento, onde foram trabalhados apenas o sorriso”, conclui o médico.

Serviço: Instituto MachadoSHN-Q.2 - BL.H Metropolitan Flat, Sobreloja 65 (61) 3328.0313 / 3326.0083

Page 54: Revista Plano Brasília Edição 61

Nutrição AlternativaPor: Dr. Renato França (*) | Arte: Daniel Sihler

A Nutrição Funcional é uma maneira de prevenir e tratar desequilíbrios nutricionais que podem gerar uma grande parte das doenças crônicas não-degenerativas atualmente conhecidas. Esses desequilíbrios são consequ-ências dos nossos hábitos alimentares e hábitos de vida, como exposição ao estresse e prática de atividades físicas.

Embora os seres humanos sejam semelhantes fisica-mente, cada um possui sua individualidade bioquímica, ou seja, o metabolismo de cada um funciona com algumas pe-culiaridades. Por exemplo, algumas pessoas ao consumirem

Um novo olhar sobre o que você come

café sentem dor de cabeça e insônia, já outras consomem sem nenhum problema. Isso ocorre pela forma que os di-ferentes organismos lidam com a cafeína; outro exemplo, por que duas pessoas do mesmo peso, sexo e idade, ao seguirem a mesma dieta e mesmo plano de atividade física não têm o mesmo resultado? O mesmo pensamento pode ser aplicado em diversas situações. Isso ocorre pela inte-ração da herança genética com sua alimentação e hábitos de vida.

Nosso corpo é todo composto por nutrientes, o que justifica a tão famosa frase: Você é o que você come. Se algum nutriente falta nessa composição, o funcionamento das nossas células, órgãos e sistemas pode ficar compro-metido, sendo esse o ponto de partida de várias doenças. Por esse motivo, a Nutrição Funcional procura focar sua atenção não apenas em calorias, carboidratos, lipídeos e proteínas, mas também nos micronutrientes, vitaminas e fitonutrientes presentes nos alimentos. Estes irão in-fluenciar no metabolismo desses carboidratos, proteínas e lipídeos; e também na formação de neurotransmissores, capacidade do sistema imunológico, combate ao excesso de radicais livres e toxinas no corpo e prevenção e tratamento de doenças.

O papel do nutricionista funcional é aproximar ao má-ximo a prescrição da dieta à individualidade bioquímica do paciente. Dessa forma, os ganhos na saúde são assegurados de forma duradoura e, consequentemente, os resultados na estética são otimizados.

(*) Dr. Renato FrançaNutricionista Funcional e Esportivo - CRN/1 5340Graduado em Nutrição pela Universidade de Brasília – UnBMembro do The Institute for Functional Medicine – EUA

Serviço:Dr. Renato França(61) [email protected]

54

Page 55: Revista Plano Brasília Edição 61
Page 56: Revista Plano Brasília Edição 61

56

ComportamentoPor: Paula Marques | Foto: Paula Marques

Recuperação escolar:castigo ou oportunidade?

Inicia contagem regressiva para as férias. Se tudo “der certo” esse é o destino dos alunos, caso con-trário, a recuperação é o que os espera

Para muitos pais, no mês de novembro inicia a última etapa a ser vencida para adiantar uma série na escola. Para outros, o peso é maior: é quando começa a corrida para que os filhos recuperem notas baixas acumuladas durante o ano em uma ou mais matérias. É um período de estresse para os pais e de maior dedicação dos alunos para atingir a pontuação exigida para virada de página no calendário escolar.

O tema para alguns é encarado como castigo. Para Arthur, de 15 anos, por exemplo, aluno do 1º ano do Ensino Médio e que sempre foi esforçado, ele estava acostumado a ter bom desempenho escolar, mas esse ano, segundo ele, está sendo um “pesadelo”. Duas disciplinas estão tirando o sono do adolescente: física e matemática. A enfermeira Ângela Alves, mãe do menino, acredita ser um grande corretivo para o filho: “Nos dois primeiros bimestres ele estava com ótimas notas e começou a brincar pensando que não precisava estudar mais”, afirmou Ângela. “Espero que com isso ele aprenda a lição”, completa.

De acordo com a pedagoga Patrícia Bento, há 15 anos na área, a recuperação é uma oportunidade dada tanto para os alunos quanto para os pais. “É o momento de detectar que está acontecendo algo com o filho, a recuperação vem como um Norte para os pais, mostrando que seu filho não está bem e precisa de ajuda. Se o aluno tiver que passar por isso sozinho provavelmente ele não vai conseguir”, ponderou Pa-trícia. Para a profissional os pais devem se incluir na situação e incentivar o filho a superar a dificuldade.

A especialista em psicologia comportamental cog-nitiva Alessandra Regina Rodrigues defende que um diagnóstico deve ser realizado. O fato é que muitas vezes existe uma realidade desconhecida dos pais, uma dificuldade de aprendizado. “Quando a criança é diagnosticada com quadro de deficiência mental, de dislexia, troca de letra, alteração na parte de lingua-gem ou escrita, déficit de atenção, transtornos entre outros, aí são crianças que precisam da recuperação, não é uma preguiça ou imaturidade, é uma dificulda-de”, explica Alessandra.

Já para assistente social Magda Angelino, o fato da filha Fernanda que está no 9º ano, ter ficado para realizar as provas de recuperação veio como oportunidade: “Ela já vinha com dificuldades e pediu minha ajuda. Coloquei na aula de reforço e sei que

Page 57: Revista Plano Brasília Edição 61

57

Como evitarAlgumas regras podem ser seguidas para garantir bons resultados e evitar que os alunos fiquem de recuperação.

• Resumos: Uma forma de recuperar o que foi dado nos bimestres anteriores é fazer resumos do material de estudo, grifando o que achar mais importante e encontrar palavras-chaves que resumem o assunto em tópicos;

• Textos: A leitura, com resumos, pode ser usada nas matérias de Língua Portu-guesa, de Literatura, Geografia, História e Biologia, por exemplo;

• Organização: Distribuir todo o conteúdo que deve ser revisado no tempo que resta. Quando faltar pouco mais de dois meses do fim de ano, dividir os dias que serão destinados ao reforço;

• Tempo: Depois disso, definir o tempo de estudo, por dia, e determinar o que será feito: quais matérias precisam ser recuperadas e quanto tempo será destinado a cada uma durante a semana;

• Recuperação: O aluno não pode se prender apenas ao material ensinado no bimestre. Deve ser recuperado o que foi dado durante todo o ano, pois o assunto atual está ligado aos anteriores;

• Exercícios: A prática de exercícios também contribui para a recuperação do material. Na Redação podem ser trabalhados temas atuais que marcaram o ano, como gripe suína. Em Matemática, Química e Física, os exercícios podem ser feitos em conjunto, para ajudar acabar com as dúvidas.

com esforço vai conseguir”, conta Magda. Diferente de Fernanda, Renato, de 17 anos, filho do comer-ciante Roberval Cordeiro, ficou para recuperação por “falta de vergonha”, diz o pai. “Agora quem tá esperto sou eu. Coloquei Renato em aulas particulares e fico no pé, não dou sossego”, revelou o comerciante.

Nesses casos, Dra. Alessandra explica que a recuperação pela imaturidade pode até ser consi-derada castigo, mas ressalta que o objetivo dela é sempre ajudar. “É imaturidade do aluno achar que no final do ano tudo vai dar certo sem ele ter feito esforço algum. Então pela imaturidade isso é um castigo. Ficar para recuperação ajuda a ter mais responsabilidade nas atitudes. E os pais precisam devolver para o filho a falta de responsabilidade que ele teve a partir do momento em que deixou suas obrigações com a escola”, finaliza a psicóloga.

Para Patrícia, a recuperação, em qualquer fase do aluno, seja infân-cia ou adolescência, precisa ter um

acompanhamento dos pais ou res-ponsáveis. Outro fator determinante para que o aluno fique de recupe-ração é quando o acompanhamento familiar deixa a desejar. A pedagoga diz ser importante que os pais não culpem os filhos caso caia o rendi-mento escolar. “Mesmo ele estando no ensino médio 1º ano, 2º ou 3º, o responsável deve ir à escola, olhar o boletim e observar como ele está”. Ela explica que deve haver sacrifício por parte dos pais: “É um trabalho árduo e de dedicação ao filho, que exige muito dos pais”, afirma. Em sua opinião, o educador também precisa enxergar o aluno de forma mais individual. “Deve-se respeitar o tempo, o ritmo e as exigências de cada aluno”, conclui.

Serviço:Clínica Integrar CognitivaSEPS 714/914Ed. Porto Alegre, Sala [email protected](61) 3245.1160 / 3245.1050

Page 58: Revista Plano Brasília Edição 61

58

ModaPor: Gabriela Rocha | Fotos: Bruno Santiago

Produções especiais para o final de ano

O mês de dezembro é sempre con-corrido com festas e vários eventos. São comemorações de Natal, Ano Novo e confraternizações. A época do ano pede produções chiques e bonitas para dar conta de tanta coisa na agenda.

O ideal é investir no versátil. Vestidos e peças claras transitam em vários ambientes com a adição de acessórios coloridos. Pulseiras, colares e brincos, todos em tamanho maxi, continuam como os grandes coringas para quem quer inovar e dar uma nova cara para uma produção antiga.

Blusa e cinto Bob Store, saia e sandá-lias Forum Tufi Duek, colar Fabricio Giannone

Colete Bob Store, short e sandália Forum, colar e pulseira Fabricio Giannone

Vestido Forum, colete Bob Store e pul-seiras Fabricio Giannone

Saia e blusa Forum Tufi Duek e brincos Fabricio Giannone

Vestido Forum, colar Fabricio Giannone

Page 59: Revista Plano Brasília Edição 61

59

Créditos:Fotografia: Bruno SantiagoProdução: Gabriela Rocha www.atesoura.wordpress.comBeauty: Arethusa Rossetto – Equipe Hélio Diffusion des CoiffeurModelo: Jordana Timotheo (Mega Model)

Serviço:Bob StoreParkshopping Nível Térreo - 2º Piso(61) 3361.8187

Fabrizio GiannoneParkshopping Nível Térreo 1º Piso(61) 3233.4958

ForumParkshopping Nível Térreo 1º Piso(61) 3233.4959

Fórum Tufi DuekParkshopping Nível Térreo - 1º Piso(61) 3346.7055

Mega ModelSCS Qd 01 - Ed. Antônio Venâncio da Silva Sala 1301 a 1307 - (61) 3224.7120

Hélio Diffusion des CoiffeurSHIS QL 08 Conj. 1 Casa 03(61) 3364.2000

Vestido e sandália Forum Tufi Duek, cinto Bob- Store

Vestido e sandália Forum, colar Fabricio Giannone

Vestido Forum Tufi Duek, sandálias Forum, bolsa e brincos Fabricio Giannone

Vestido Bob Store, brincos Fabricio Giannone

Vestido Bob Store, colar e carteira Fabricio Giannone

Vestido Forum, colete Bob Store, pulseiras Fabricio Giannone, sandália Forum Tufi Duek

Page 60: Revista Plano Brasília Edição 61

60

CulturaPor: Luis Turiba | Fotos: Divulgação

Oba Gbadebo, rei africano da família de Xangô, visita o Brasil e faz seguidor em Brasília

Olhos vivos, inquietos, profunda ancestralidade no olhar; dentes de mar-fim, roupa de rei e o rosto marcado por profundos cortes daqueles que trazem no sangue a dinastia do machado do Xangô no culto de Ifá.

Axé! Mil vezes axé! Axé mil vezes!

Estamos todos diante de um rei. Não há como não reverenciá-lo e respeitá-lo, seguindo-o nos mínimos gestos da sua lúdica pregação no mais puro encan-tamento ioruba. A boca africana fala como se cantasse palavras sábias, de grandes e profundos ensinamentos para todo o universo. Sons soltos no cosmos.

Oba Gbadebo, 82 anos, nigeriano de Obomojô, uma das muitas aldeias de Oió, terra do Rei Xangô, majestático orixá da justiça da etnia yorubá. Kaó! Kabeecili! Kaó! Salve o rei que está entre nós vindo do coração da Mãe África.

Oba Gbadebo – se diz Badebô, co-mendo o G – visita o Brasil pela sexta vez. Vem sempre em missão planetária, diplomática, política, religiosa e também pessoal. Tem seguidores no Brasil, entre eles os babás Sholá, que é nigeriano, mas mora em São Paulo; e Sebastião, que mora em Brasília.

Desta vez, o rei africano está cum-prindo uma longa agenda que tem tudo a ver com as discussões planetárias – a Conferência Climática de Copenhague, por exemplo, é assunto de todas as suas conversas -; e também com os problemas internos do Brasil: da crise de Sarney ao apagão de Itaipu.

Há quem afirme secretamente, é claro, que o Oba foi o grande protetor do prefeito Kassab, de São Paulo, contra

a candidata Marta Suplicy, cuja língua se soltou e andou falando demais con-tra homossexuais e perdeu uma eleição onde era favorita. Houve algo de feitiço naquele episódio, pois Marta, sexóloga de primeira hora, não poderia cometer tamanha gafe política numa cidade onde três milhões de pessoas vão a parada gay.

Mas depois de visitar São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador e Brasília, o rei Oba tem uma misteriosa agenda em Macapá, no Amapá, estado que elegeu o ex-presidente e senador José Sarney. Na intimidade, o presidente do Con-gresso é conhecido por acreditar nos poderes dos "encantados", como se diz no Maranhão.

Marquinhos agora éum príncipe

Mas na última sexta-feira 13, data cercada de energias transcendentais, Oba Gbadebo esteve em Brasília e rea-lizou uma breve e singela cerimônia no terreiro de candomblé Ilê Omo Odé – na Colônia Arniqueira, entre Riacho Fundo e Núcleo Bandeirante.

Lá, na presença de poucos, mas sig-nificativos representantes da sociedade brasilienses – empresários, políticos, jornalistas -, Oba coroou o pai de santo Marco Antônio Pereira Oliveira, 45 anos, conhecido como Pai Marquinhos de Obaluaiê, como "Baba Aritê", ou seja: aquele que está preparado para ser um

Oba Gbadebo

Page 61: Revista Plano Brasília Edição 61

61

Twitadas do Turiba

"Escrevo minhas obras para o futuro, sem esperar nenhum retorno do presença" . Heitor Villa Lobos

"Villas Lobos é a montanha, os outros o vale". Maestro Tom Jobim

futuro Babalaô, profundo conhecedor dos segredos das florestas, cargo máximo dentro da dinastia de Ifá. Para ser Babalaô, Marquinhos terá de passar um tempo na Nigéria e será libertado na Floresta Encantada, onde passará 21 dias e terá que entrar no Ibodúroom, o quarto purificador de almas e ações humanas. Ou seja: o príncipe de Arniqueira terá pela frente uma missão transcendental. Acima dos babás, só os Obas, mas esses têm laços sanguineos com os ancestrais de Xangô, Oxun, Ogum, Obaluaiê.

Depois de distribuir axés a todos os presentes na cerimônia e confirmar Pai Marquinhos na nova mis-são, com muitos cantos e magias no orí, Oba Gbadebo recebeu um pequeno boton do Cristo Redentor, do Rio de Janeiro, que foi imediatamente pregado na sua roupa de rei. Assim, ele voltará à África com as benções do nosso Cristo, ou Oxalá, como se diz no ioruba.

Floresta Sagrada e Secreta

Antes da cerimônia, porém, Oba esteve na Espla-nada dos Ministérios onde debateu três assuntos com ministros do governo Lula: a aprovação do Estatuto da Igualdade Racial pelo Congresso Nacional; o apoio à implantação pelo MEC do ensino da História da África e seus reflexos no Brasil.

Com as autoridades ambientalistas – representan-tes do ministro Carlos Minc e do Ibama - a conversa foi sobre a implantação da primeira "Floresta Sagrada" no Brasil, uma espécie de território protegido, como os indígenas, onde os cultores dos orixás africanos e seus descendentes terão o poder de administrá-la para que possam praticar livremente os ensinamentos dos orixás junto à natureza. Esse assunto, aliás, está intrinsecamente ligado às propostas brasileiras para a Conferência Climática de Copenhague.

- Mas onde será esta Floresta Sagrada? Pergunta o curioso repórter.

- Não podemos dizer. A escolha é secreta para protegê-la desde logo contra futuras especulações imobiliárias e do progresso insano, responde Baba Sebastião, cuja consciência ecológica e os conheci-mentos políticos impressionam pelas informações e poder de articulação.

Oba Gbadebo e Pai Marcos de Obaluaiê

Page 62: Revista Plano Brasília Edição 61

Artes PlásticasPor: Ana Ferreira | Fotos: Lecino Filho

Cultura indígena inspira modernidadeResponsabilidade Social invade as prateleiras e destaca um patrimônio quase que esquecido

Entre amigos a designer Cristiane Dias celebra o lançamento de sua nova linha de cerâmicas. Fascinada pela esté-tica indígena, principalmente pela arte do Sul do estado do Piauí, a designer já está na sua segunda coleção para a Tok&Stock. A nova linha da artista foi batizada de Koripó, inspirada na me-mória arqueológica dos sítios do Parque Nacional Serra da Capivara, no Piauí, famoso pela sua riqueza de pinturas rupestres e pré-históricas. Koripó é o nome de um grupo indígena que vivia nessa região.

A ligação com o Piauí vem da influ-ência dos pais, que nasceram no estado. Desde cedo, a designer buscou estar perto de suas raízes. Para ela, Brasília ajuda a manter a ligação com a cultura dos pais“. Brasília é uma síntese do Brasil, um caldeirão cultural aberto para todos os tipos de expressões individu-ais”, analisa Cristiane.

Essa mistura de etnias e culturas de Brasília cria um campo receptivo e produtivo para a arte de Cristiane Dias e desperta ainda mais o interesse dela de fazer o caminho inverso dos pais, que saíram do Piauí para vir para capital.

62

Page 63: Revista Plano Brasília Edição 61

63

A linha Koripó é uma sequência do trabalho iniciado com a Rupes-tre, lançada em 2002. A intenção em ambas as coleções é despertar a preocupação social com a preservação do patrimônio histórico brasileiro. A brasiliense tem um cuidado especial com aspectos culturais tão relevantes para o país, porém pouco valorizados. Para ela o respeito à cultura do outro é essencial para evitar interpretações errôneas.

As peças da nova linha da artista são produzidas na Oficina de Cerâmi-ca Serra da Capivara, nas imediações do Parque Nacional Serra da Capivara. Um trabalho manual desde a esmal-tação até a assinatura das peças.

Cristiane acompanhou o início da produção junto à Oficina e confia na competência dos artesãos.

O projeto Koripó já estava em sua mente, mas a oportunidade de colocá-lo em prática surgiu quando a Tok&Stock indagou a designer por novidades. Eles gostaram da propos-ta de retomar a cultura indígena do Brasil e aprovaram a nova coleção.

Para ela, essa retomada da cultura brasileira na arte deve ir além de uma simples tendência de mercado. A exposição dessa memória histórica e cultural deve ser um compromisso com a valorização do patrimônio, necessário para um desenvolvimento

sólido e verdadeiro do país. Cristiane é categórica, “se não aprendêssemos com nossos ancestrais, estaríamos reinventando a roda até hoje. Os brasileiros devem olhar mais o Brasil e se inspirar nele”.

A Linha Koripó de Cristiane Dias que faz parte da coleção comemorativa, de 30 anos da Tok&Stock. Conta com jogo de jantar, de sobremesa, tigelas médias e grandes, copos e vasos deco-rativos, tudo em cerâmica esmaltada.

Serviço:Tok&StokShopping Casa Park

Se não aprendêssemos com nossos ancestrais, estaríamos reinventan-do a roda até hoje

““

Page 64: Revista Plano Brasília Edição 61

64

GastronomiaPor: Letícia Oliveira

PRAZERES DA CARNE...

Suína, bovina ou caprina? A escolha é sua!

Mas tenha certeza, o mercado suíno está comemoran-do. É que o estudo da Cadeia de Distribuição e Consumo da Carne Suína no Brasil revelou um novo olhar sobre a carne suína. Cabe a nós, mortais, nos rendermos. E aos produtores e revendedores, divulgarem. O Distrito Federal saiu na frente e, desde o dia 20 de novembro, estamos em pleno Festival Suíno, que contempla várias opções de re-feições, com excelentes preços – variando entre R$ 14,90, R$ 24,90 e R$ 34,90, objetivando o incentivo do consumo de uma carne que, por experiência dessa colunista, é mais rica, mais saborosa, menos calórica e de digestão bem mais facilitada. Você sabia que o Brasil é o quarto maior produtor e o quarto maior exportador mundial? Seria muito interessante contar com a sua opinião leitor, sobre os pratos que você andou experimentando por aí, tanto o e-mail da redação, quanto o meu blog (http://todooamorquehouvernessavida.blogspot.com) estão abertos ao espaço que estou inaugurando nessa edição. A opinião do leitor.

Quando do lançamento do Festival, no Convento, Maria Cristina Costa montou um prato com picanha suína (foto 1), só para atender a um mimo meu e aumentar sua vontade de ingressar ou perpetuar no mundo suíno... Simplesmente divino!

E ainda me rendendo mais aos prazeres da carne, falemos da deliciosa Paleta de Cordeiro com a qual fui re-cebida, mais uma vez, por Rodrigo Freire, no Parrila Madri. Acompanhada por arroz parrillero, batatas bravas e farofa de ovo, a cocção lenta em parrila baixa, por aproximada-mente quatro horas, é uma iguaria: leve crocância por fora e uma estrondosa textura macia, suculenta e acompanhada do próprio molho da carne (foto 2). Um prato que além de-licioso, apresenta um excelente custo-benefício, uma vez que serve com fartura a três pessoas, por R$ 89. Para beber, aconselho o vinho servido na ocasião, um Cruz Alta Malbec, safra 2008. Mas atenção, se você decidir experimentá-lo, não se furte a entrar em contato e reservar, pois o servir do prato implica na disponibilidade da Casa, afinal, essa Paleta de Cordeiro é uma ciência. E se você é um amante da carne bovina, continuo indicando o Madrid. O restaurante, a partir de novembro, tem investido bastante no happy hour e para isso, além das tradicionais carnes provenientes da raça angus, gado jovem com ideal teor de gordura, cortes anatômi-cos, tempero com sal marinho, óleos neutros e preparados na parrila que garantem uma carne suculenta e macia, apresenta novo cardápio. Nele, é possível encontrar petiscos diversos na parrila, em que as carnes são pesadas a quilo – em geral 150 g, que incluem cortes angus-nelore, picanha argentina ou maminha, acompanhados de farofa e molhos diversos. Sem contar com a possibilidade de, como sobremesa, provar a deli-ciosa panqueca de doce de leite argentino (menos doce), com sorvete de creme crocante e bananas caramelizadas... Hum...

Foto

: Gui

lher

me

Jora

n

Foto

: Cle

ber

Sous

a

2

1

Page 65: Revista Plano Brasília Edição 61

65

Serviço:

O ConventoRestaurante, Antiquário e CaféPrato no Festival Suíno: R$ 24,90Sagrado (Picanha suína o molho de tamarindo e ale-crim, acompanhado de Cuzcuz de Ervas)EQS 208/209 – Dentro da Casa d’Itália (entrada pelo Eixo L) – Asa Sul(61) 3443.3104

Parrila MadridSCLS 408 Sul(61) 3443.0698

HEATEspaço ECCO – Setor Comercial Norte(61) 3328.4328

Belini Il RistoranteSCLS 113 Sul(61) 3345.0777

Marithimus(47) 3366.5187www.marithimus.com.br

Foto

: Rom

uald

o Lo

pes

Foto

: Chr

is I

saac

Foto

: Div

ulga

ção

E não podia deixar de prestigiar, aqui, meus amigos Júnior e Jaime e parabenizá-los pelo HEAT... Uma casa em que você pode aproveitar música boa, uma excelente e charmosa varanda, com o Espaço ECCO agregado e... Uma gastronomia carregada de carinho... Com deliciosas opções para a noite e para o almoço, comidinha de mãe, e preços generosos também! Minha dica: Queijo Brie com Damascos (R$24), acompanhado de pães torrados. Parabenizo, ainda, o projeto arquitetônico de Manuela Rampazzo (foto 3). Vale à pena conferir.

E, aproveitando o momento parabéns, lembro mais uma premiação recebida na 11ª Fenaostra 2009 para a equipe da Marithmu’s (foto 4). Empresa da região litoral centro-norte do Estado de Santa Catarina que expande seus negócios em Brasília, oferecendo degustações e harmonizações com ostras, mexilhões e polvos defumados em conserva de óleo vegetal, que mantém a maciez e o sabor original dos frutos do mar. A receita: Talharim ao molho de ostras defumadas.

E na onda dos jantares com harmonização é que brindo os meus leitores com a participação deles em minha coluna. Nessa edição, Flávio Bonfá, professor de geografia e sócio-proprietário do Restauracar, Lava-Jato Ecológico localizado no Brasília Shopping que participou dos pratos especiais criados por Chris Isaac, harmonizados pelos melhores rótulos brasi-leiros. O evento aconteceu na Belini Pães & Gastronomia, no último dia 30 de novembro. Entre as iguarias, camarões gran-des empanados com granola, servidos com molho de manga, gengibre e pimenta dedo de moça (foto 5), harmonizados com Espumante Miolo Millésime Brut. Flávio ficou encantado com o evento, e achou muito interessante as experiências pelas quais passou na noite e, enquanto professor, ficou admirado com o nível de atenção dos participantes na explicação da composição dos pratos e do trato para com os vinhos. Elo-giou, ainda, a iniciativa de um evento em que apenas vinhos e espumantes nacionais compuseram o cardápio e avaliou o evento como um momento de “quebra de paradigmas, em que foram apresentados vinhos das regiões mais altas de Santa Catarina, marcas que não são tão conhecidas da população em geral”, comentou. Ele tinha ideia de que tais eventos só aconteciam em clubes fechados, e surpreendeu-se com o local, com a relação custo-benefício (R$ 140,00 por pessoa) e com a organização, uma sequência de micro eventos em que muitos, muitos conhecimentos foram adquiridos. Fique de olho, haverá outras edições do evento.

3

4

5

Page 66: Revista Plano Brasília Edição 61

66

Mundo AnimalPor: Milena Pimenta | Fotos: Pedro Henrique Arosteguy

Tratamento especializado para animais silvestresEspecialista abre clínica para animais que necessitam de cuidados especiais

A medicina veterinária está evoluindo e com ela, seus profissionais. Todos os tipos de animais precisam de cuidados específicos, entre eles, os silvestres. Aves de pequeno e grande porte, répteis, pequenos mamíferos e pequenos roedores agora podem contar com um tratamento exclusivo e específico 24 horas por dia, em Brasília.

Se você possui um papagaio, um coelho, um hamster ou até uma cobra, saiba que já existem especialistas para esses animais. Um deles é o veterinário Pedro Henrique Arosteguy, especialista em animais silvestres.

Page 67: Revista Plano Brasília Edição 61

67

O veterinário conta que muitos clientes não possuem licença do IBAMA para ter seus bichinhos, como papagaios. “Eles ficam com medo da fiscalização e não sabem como transportar o animal. Quando chegam aqui o estado já está crítico”, afirma Pedro Henrique.

A clínica já atendeu alguns animais que são classificados como exóticos, por serem estrangeiros, como Calopsita, peri-quito australiano, cobras e até o chamado “furão”.

O especialista também faz implante de microchip em animais domésticos e silvestres, ajudando na identificação do animal pela zoonose. O serviço custa, em média, 100 reais. Ele explica que para exportação (viagem para o exterior) é imprescindível a aplicação do implante. “Todos os animais que irão viajar para o exterior tem que ter o implante. É nele que terão todas as informações do animal”, diz o veterinário.

O implante tem o tamanho de um grão de arroz e é in-jetado em um lugar específico subcutâneo em cada animal. Possui o mesmo material que o marcapasso e para os donos que querem identificar seus bichinhos oonde quer que este-jam, é só dar uma passadinha na clínica.

Serviço: Point AnimalSHCGN 715 Bloco G, Loja 19 Asa Norte (61) 3347.9305 / 3272.9204 / 9311.9786 (24 Horas)

Em menos de seis anos de profissão e com apenas três de especialidade, Arosteguy participou de projetos, fiscalização e apreensão de animais silvestres em Roraima. Trabalhando com animais como onças pintadas e tamanduás, ele desenvolveu um projeto de pesquisa relacionado com o número de atrope-lamentos desse tipo de animal em rodovias.

A ideia é preservar as vidas dos animais silvestres, por meio do projeto. O profissional conseguiu diminuir a velocidade das rodovias e com isso, minimizar a perda dos animais. A pesqui-sa, ainda qualifica e quantifica os animais que são atropelados, tendo assim, um resultado sobre o impacto no meio ambiente.

Nas grandes cidades, o atendimento a esse tipo de animal é inexpressivo. Por isso, há mais de um ano, Pedro Henrique possui uma clínica no fim da Asa Norte com atendimento a animais silvestres. O Pet Shop e Clínica veterinária Point Ani-mal, atende desde cachorros e gatos, até papagaios e cobras.

Tudo muito profissional. Com certeza os bichinhos irão adorar os brinquedos e produtos que o Pet Shop oferece, além de saírem lindos com os vários tipos de banho e tosa que a clínica oferece. Para os que não têm onde deixar seus animais em ocasião de viagem, a clínica também oferece o serviço de hotelaria, como é o caso de Donatela, tartaruga semi-aquática, que está passando uns dias na clínica e sempre retorna para tratamento.

Já na parte de trás, se encontra o consultório onde é possível fazer consultas de rotina e pequenos procedimentos cirúrgicos. Exames laboratoriais e diagnósticos especializados podem ser encaminhados ou realizados na própria clínica, tudo para garantir a melhor solução para a saúde física, emocional e social dos bichinhos.

Page 68: Revista Plano Brasília Edição 61

Jornalista AprendizFoto: Lílian Dias da Rocha Reis

O último desejo faz toda a diferençaA médica oncologista Luci Ishii acredita que sempre é possível ajudar o paciente, ainda que seja satisfazendo um último desejo

Foi em 1999 que Rose foi ver o pôr do sol na beira do Lago Paranoá. Seria o último da vida dela. A servidora pública de 27 anos, rejeitada pela mãe, sofreu de câncer de reto durante três anos. Da mesma forma, em 2000, uma paciente de 63 anos com câncer de ovário foi levada ao pontão do Lago Sul, a fim de relembrar a terra natal, Ceará. O último desejo das duas foi atendido pela médica oncologista Luci Ishii, de 52 anos. Luci trabalha há 24 anos com pacientes terminais, vítimas de câncer; mas, hoje, a atividade da qual mais se orgulha é a de poder realizar o último desejo dos doentes seja ele qual for. A oncologista se dedica incondicionalmente aos pacientes e procura prepará-los para a hora da morte, por meio da satisfação de um último desejo. Ela acredita que, por mais que chegue o último suspiro, ainda é cedo para dizer adeus.

Para a paulista Luci, esses momentos, ao contrário da melancolia imaginada, são prazerosos. “Há prazer em ver o sorriso de esperança no rosto dos doentes, inclusive na hora da morte”, afirmou. A oncologista entende que a iniciativa minimiza a dor do paciente e proporciona a ele momentos de alegria e distração. A inspiração de ajudar o próximo veio dos pais. “Meu pai foi um grande exemplo. Ele era espírita desde jovem. Minha mãe, católica. Eles que me ensinaram os caminhos corretos da vida. Meu pai, muitas vezes, se prejudicou para ajudar os outros; mas sempre foi feliz por isso. É dele que vem esta lição de fraternidade que orienta a minha vida”, relembra.

Levar um paciente terminal ao shopping para cumprir o último desejo: comprar um presente para o filho. No domin-go de folga, ofertar um dia de diversão. Fazer uma comida diferente. Levar flores. Escrever uma carta. Ouvir uma música predileta. Fazer um aniversário surpresa para o paciente no leito. São algumas das iniciativas da médica que já presenciou histórias significativas e reveladoras da alma humana diante da proximidade da morte. “Busco conforto para eles. Eles não podem gastar todo seu tempo de vida com medo da morte. O paciente não pode se sentir abandonado pelo médico. Sempre

gostei de dedicar um tempo a mais com eles, deixá-los mais felizes”, argumenta.

Com a mesma simplicidade, Luci carrega uma maleta de maquiagem, pronta a oferecer autoestima num blush rosado ou na cor vermelha de um batom. Por meio de uma campa-nha permanente em salões de beleza, ela recolhe os cabelos cortados pelos cabeleireiros para fazer peruca aos doentes que têm vergonha de exibir os efeitos da quimioterapia. E, ainda, promove lições de moda, ensinando as diversas maneiras de se usar o lenço que cobre a cabeça. “A expressão maior do amor

Luci Ishii

68

Page 69: Revista Plano Brasília Edição 61

69

Por: Lílian Dias da Rocha ReisIESBSGAS Quadra 613 614 – Av. L2 SulCoordenador responsável:Manoel Henrique Tavares Moreira(61) 3966.2381 3966.1385

é a caridade e caridade não é só dar coisas materiais, mas fazer o bem”, testemunha.

O trabalho de Luci começa quando as chances de cura estão praticamente esgotadas. Foi o caso da paciente terminal Magdahil Carvalho de Noronha. A doente teve, em 1987, câncer de pulmão e, após oito anos, câncer de mama. Resignada, foi encaminhada para Luci em 1996 e morreu em julho do mesmo ano. Antes de morrer, idealizou uma instituição sem fins lucrati-vos que fizesse gratuitamente campanhas de prevenção ao câncer, diagnóstico precoce e valorização da autoestima. A oncologista recebeu o projeto e o tornou realidade, fundando a Associação Brasi-liense de Apoio ao Paciente com Câncer (Abac-Luz). Os profissionais de saúde voluntários examinam, anualmente, cerca de 1,3 mil pessoas no final de semana. Hoje, a associação oferece auxílio ao Hospital de Base do Distrito Federal e ao Hospital de Apoio de Brasília.

Nem mesmo a vida difícil no passado fez Luci desistir de ajudar ao próximo. Sempre estudou em escola pública e au-xiliava os pais nas horas vagas. Formou-se em medicina pela Universidade de Brasília (UnB), em 1985, com especialização em oncologia. A escolha pela especialização foi tomada durante a faculdade. Ao longo do curso, frequentava os hospitais e examinava os doentes. Coincidentemente nos leitos que eram destinados a cada aluno, nos dela só internavam pacientes oncológicos. Passou a tomar gosto pelos internados e se interessar pelos tipos de tratamento. “Eu percebi que muita coisa podia ser feita vendo a necessidade deles”, diz.

Separada, mãe de Dayse, 18 anos, e avó de Enzo, de dois anos, é extremamente re-ligiosa. Luci é espírita e acredita que Deus lhe colocou na área de oncologia, porque tem uma missão. “Os pacientes precisam saber que, por mais que seu tempo seja limitado, nós temos que fazer alguma coisa pelo nosso crescimento espiritual”, afirma.

Com a fundação do Instituto de On-cologia Luci Ishii em 2001, a oncologista conseguiu realizar o sonho de montar um espaço onde a prática médica se confunde com uma abordagem terapêutica baseada nos cuidados paliativos. A clínica é exclu-siva para o tratamento e acompanhamen-to de pessoas com diagnóstico de câncer. A finalidade do instituto é oferecer todo o suporte necessário ao paciente para lhe dar qualidade de vida até o último estágio da doença. “Se eu parei na oncologia,

tinha uma razão de ser. Eu tinha que fazer algo a respeito, que não só a parte de estudo, de tratamento, mas alguma coisa a mais. Deus dá a cada um uma vocação; para que, dentro dessa vocação, a pessoa desenvolva ao máximo a doação de amor ao próximo”, destaca. A clínica presta assistência psicológica gratuita e orientação nutricional.

Luci trabalha no instituto de segunda a sexta, entra às 10h30 e só termina de madrugada, por volta de 5 horas. Dorme em média quatro horas e meia por dia. No turno noturno, faz relatório, assina guias de convênios e responde e-mails. Conhecida pela maneira dócil e atenciosa de atender os pacientes nas consultas, ela procura fazer com que os doentes relaxem, desfrutem a vida e aprendam a enfrentar a morte com sabedoria. A médica passa o famoso dever de casa aos pacientes que é uma reflexão sobre a própria vida deles. “Eu trabalho com o aprofundamento da fé, a reforma íntima, o perdão, o autoper-dão, o agradecimento e a prática do bem. Procuro potencializar a essência divina que há dentro de cada um”, revela a forma de tratamento.

Após a visita médica rotineira, retorna ao leito para conversar com os pacientes, saber dos sofrimentos deles. “Eu aprendi que nós temos responsabilidade com cada pessoa que nós conhecemos”, ensina. Nos fins de semana, ela visita em casa os pa-cientes que têm dificuldade de locomoção e idosos.

Luci fala sobre o impacto da pers-pectiva de morte no comportamento de pacientes e familiares. Ela afirma que alguns esperam do médico a iniciativa de livrá-los dessa angústia. “Em alguns pacientes, a família pede, por favor, para não contar. Mas eu acho importante contar, porque cada um de nós tem o direito de se preparar para a partida deste mundo”, reflete. Luci acredita que a função da profissão dela é reconhecer o momento em que a morte é iminente e ajudar o paciente a atravessá-la com o menor sofrimento possível. Conseguir que o doente viva o máximo de tempo com a menor carga de dor e encontre a morte com tranquilidade. Segundo a médica, em muitas situações, a descoberta da doença grave trouxe mudanças positivas na forma da pessoa enxergar a vida.

A oncologista explica que o câncer é uma doença do corpo, da mente e do Espírito. Um paciente positivo e pró-ativo contribuirá para o combate do tumor. Revolta, desespero, amargura e depressão

colocam o organismo em um estado de vulnerabilidade. “A tristeza é uma coisa tão séria que acaba até comprometendo o tratamento”, diz.

A médica explica que já houve casos de pacientes viverem mais que o esti-mado. Ela acredita que a sobrevida mais longa é gerada pela atitude mental. O lado psicológico, ou seja, a forma como o paciente lida com a doença também influi na eficácia do tratamento: “Além de sentir a onipresença divina, fazer o exercício de visualização, imaginando a luz poderosa que vai ativar as células de defesa do paciente, faço um exercício de elevação vibracional por meio dos bons pensamen-tos, das boas palavras e das boas ações”, revela.

Há 22 anos, Luci trabalha também no Hospital Santa Lúcia, às sextas-feiras. Devido à dedicação ao trabalho, sempre é convidada para congressos nacionais e internacionais, realização de palestras e tem recebido homenagens constante-mente. Este ano, ela recebeu da Câmara Legislativa do Distrito Federal o título de ‘Cidadã Honorária de Brasília’ por prestar relevantes serviços à comunidade. Ao todo, são cerca de dez títulos. “Ninguém devia receber medalha por fazer o bem. Tem que ser uma coisa natural que todo mundo tem que fazer”, ensina.

Page 70: Revista Plano Brasília Edição 61

70

MúsicaPor: Flávia Umpierre | Foto: Divulgação

Muito trabalho e disposição marcam o ano do Coral da UnB

O grupo desenvolveu importantes projetos e fecha dezembro planejando novidades

O ano termina com saldo positivo para o Coral da Universidade de Brasí-lia –UnB. O pessoal da voz marcante e impecável postura fala que trabalhou muito esse ano. O maestro Éder Camú-zis, conta que os projetos envolveram uma movimentação muito grande, não só musical, mas também administrativa.

“Cuidamos da divulgação, preparamos repertório, uniformes, viagens, patrocí-nio, passagem e hospedagem para toda a equipe”, pontua o maestro.

Foram dois grandes projetos. Primeiro, o 14º Festival Choral Internacional en Pro-vence, na França, em julho. Foi necessário todo o primeiro semestre de dedicação

a esse trabalho, que fez parte do ano da França no Brasil. O Coral da UnB se apresentou em diversas cidades francesas, levando a cultura brasileira àquele povo. O grupo fechou o projeto aqui no Brasil, com apresentações na Aliança Francesa, dia 25 de novembro, e dia 1º de dezembro na Universidade Paulista (Unip).

Page 71: Revista Plano Brasília Edição 61

71

A história de Bibi Ferreira teve início em 1983 com Edith Piaf, considerada um mito da música francesa. Estreou inúmeros musicais e foi reconhecida mun-dialmente por suas interpretações das canções de Piaf

Projetos para o

próximo ano

O Coral da UnB pretende gravar no ano que vem seu primeiro CD, que deverá ser lançado em 2011. Em parceria com a reitoria da universidade, juntamente com uma série de apresentações, dentro e fora do Brasil, para a comemoração de 30 anos do coral. “A gente não encerra o ano e descansa. Emendamos um tra-balho no outro”, desabafa a coralista Lílian Oliveira.

Serviço:Coral da UnBwww.coraldaunb.org.br

“A gente fez o inverso, foi o ano da França no Brasil e nós fomos à França. Levamos muita música brasileira, já que o estrangeiro quer ver a nossa música”, conta Lílian Oliveira, presidente da Associação do Coral da UnB.

No repertório, apenas duas canções francesas. O grupo achou importante ser simpático nesse sentido. Eles ensaiaram com afinco para cantar na língua do país que iriam visitar. Mas o destaque foi à música brasileira. Muito samba e bossa nova. Dentre os compositores mais representativos estão Noel Rosa, Tom Jobim, Carlos Lira e Ari Barroso. Músicas como “Aquarela do Brasil” e “Isso aqui o que é” não podiam faltar. Já nas apresentações no Brasil, também dentro do ano da França no Brasil, o repertório possui mais músicas francesas. “Fizemos uma dobradinha, cinco músicas france-sas, cinco músicas brasileiras”, revelou Lílian Oliveira.

Em espetáculos no Brasil, o coral exibiu uma breve explanação sobre o que seria apresentado: o compositor,

a canção e a forma de composição. O que eles chamam de concerto didático, envolvendo a plateia no contexto, no espírito da música que será apresentada, seja ela brasileira ou francesa, buscando uma maior interação.

Para fechar com segurança o reper-tório é preciso fazer muita pesquisa, ir a bibliotecas, internet, buscar com outros grupos e fazer um intercâmbio com colegas que estão fora do Brasil. Foi necessário buscar o que mais interessa aos estrangeiros na nossa música. Não esquecendo o estilo erudito, pois há uma preocupação do coral em mostrar que brasileiro não faz apenas samba, que existem também bons compositores eruditos, como Villa-Lobos e Roberto Luiz Fonseca.

Esse trabalho começou no ano pas-sado. O Coral da UnB mandou material contendo alguns trabalhos do grupo para os organizadores do festival na França. Foi a primeira vez que um coro brasileiro participou dom Festival Inter-nacional de Provence.

HistóriaO coral da UnB existe há 28 anos. Porém, não se consideram um coral

profissional por não ser formado exclusivamente por músicos. A maioria dos coralistas desempenha funções externas como arquiteto, médico, dentista e advogado, que não ganham para cantar no coral. Mas isso não tira a compe-tência nem a qualidade do coro, que tem ensaios constantes. Tanto que foram muito elogiados nas apresentações.

O Coral da UnB conta hoje com 32 coralistas, mas número pode variar durante o ano devido à ocupação profissional de cada músico. O coro é aberto à comunidade, e as seleções acontecem todo começo de ano. “Apesar de não ser um grupo em que as pessoas são musicistas, a seleção tem a sua exigência. A questão de voz, de afinação, do timbre, daquilo que a gente está precisando”, explica o maestro Éder Camúzis, que o grupo pode mudar para se adaptar ao estilo de repertório que irão cantar.

Apresentações comBibi Ferreira

A última semana de comemorações do ano da França no Brasil também foi marcada por um importante espetáculo. O show Bibi Canta e Conta Piaf, estrelado pela cantora Bibi Ferreira, contou com a participação do Coral da UnB e da Or-questra Filarmônica de Brasília. O coral já tinha feito esse trabalho com a Bibi outra vez, mas com uma formação diferente.

“Foi uma experiência muito interes-sante, pois fugiu um pouco daquilo que a gente está acostumado a fazer normal-mente. É muito gratificante trabalhar com uma profissional do calibre da Bibi”, conta a presidente do coral.

Para o Maestro foi uma troca inte-ressante devido ao contato com a Bibi Ferreira: “É um tipo de artista diferente do que a gente está acostumado. Com uma orquestra e um grupo de músicos profissionais, que dá um pique diferente. Uma emoção e uma tensão que muda a energia do trabalho”, conta ele.

Page 72: Revista Plano Brasília Edição 61

72

Propaganda e Marketing

50 ANOS DE PROPAGANDA

Pedro AbelhaDiretor da Front Comunicação

No próximo ano será lançado um livro sobre a história da propaganda em Brasília. Mais um belo projeto comemo-rativo dos 50 anos da nossa cidade. Esta publicação se materializou graças aos esforços do Sindicato das Agências do DF, patrocínio do Correio Braziliense e trabalho da professora Márcia Flausino e sua equipe. O projeto já existia há vários anos, mas os seus idealizadores nunca conseguiram materializá-lo. Para se ter uma noção, nos almoços de sexta-feira de uma “velha-guarda” do mercado, a ideia sempre vinha à tona, e Emil Teixeira, Joel Osório Alves, Leo Motta Neto, entre outros, sonhavam com a sua realização. A turma do Sindicato dos Publicitários também quebrava a cabeça buscando uma saída para viabilizar o projeto. Há cerca de três anos, com a ajuda de outros pioneiros, e diversas reuniões na Dimensão Propaganda chegou-se até a esboçar um roteiro do trabalho e eleger os redatores, que seriam o Bernardo De Fellipe, o Eduardo Franco e o Ludovico Ribondi. Infelizmente, por falta de patrocínio, o trabalho não foi adiante. Finalmente em junho do ano passado, Fernando Brettas encontrou Paulo César Marques em um evento, e conseguiu viabilizar o projeto. Parabéns a todos. Em um país conhecido pela falta de memória, é da maior importância que se procure preservar o belo trabalho feito na propaganda de Brasília. Vamos esperar, ansiosamente, a apresentação do livro ao mercado ano que vem. Vamos também, lutar para que sejam feitos ou-tros, com o que não se conseguiu incluir neste. A nossa história cabe em muito mais que um volume. E temos que agir rápido para não perdermos depoimentos

valiosos, já que, se o projeto tivesse sido viabilizado na época da sua concepção, teríamos o registro de figuras importan-tes como Meira Filho, Ricardo Pereira, Assis Alves e muitos outros.

CAMPANHA DE AIDS

O Ministério da Saúde lançou no dia 1º, a sua campanha para o Dia Mundial de Luta contra a Aids 2009, criada pela Master. Com o slogan “Viver com aids é possível. Com o preconceito não”, as peças mostram beijos entre pessoas sorodiscordantes para a aids. Ou seja, uma delas tem o vírus HIV e a outra não. Flávio Waite-man, vice-presidente de criação da Master, diz que o objetivo é causar impacto, mas de uma forma positiva. “Queremos mostrar que quem tem HIV também pode beijar na boca, pode namorar, pode trabalhar, etc”. Marcier Trombieri, assessor de comunicação do Ministério da Saúde, define o motivo da escolha do beijo como ícone da campanha: “Nossa intenção não é esgotar o assunto. E esses beijos trazem algo tão novo em nossa sociedade, que realmente podem gerar uma discussão muito interessante e contribuir para reduzir o preconceito”. A campanha será realizada em duas etapas: A primeira conta com a participação do fotógrafo e artista plástico Vik Muniz, que realizou uma obra especialmente para a luta contra o preconceito. Em

setembro deste ano, o artista reuniu cerca de 1.200 pessoas que vivem ou convivem com HIV/aids para montar mosaicos de imagens de beijos. A realização da obra foi toda documen-tada, o que gerou um filme de 60” e um documentário com os bastidores do trabalho. A segunda etapa da campanha será veiculada durante todo o mês de dezembro e conta com filme de 30”, dois spots de rádio, cartaz, anúncio, ação especial para empresas, além de peças de mídia exterior e de shopping. Com o título “Um deles tem HIV. O outro sabe”, as peças da campanha mostram pessoas que vivem com o vírus HIV dando um beijo na boca de pessoas que não têm o vírus. O casal que estampa os cartazes, por exemplo, é um caso real e mantém um relacionamento firme. Para mobilizar a população, foi criado o site www.todoscontraopreconceito.com.br. As pessoas poderão deixar mensagens e vídeos de apoio, buscar informações sobre a doença, baixar materiais para suas empresas, além de conhecer todas as peças de Vik Muniz e da campanha.

Page 73: Revista Plano Brasília Edição 61
Page 74: Revista Plano Brasília Edição 61

74

Tá lendo o que?

Renato HorneGerente de Marketing do Shop-

ping Pátio Brasil

Livro: Os Farrapos

Autor: Carlos Urbim

Livro: Mulheres que correm com os lobos

Autor: Clarissa Pinkola Estes

Livro: Grande Sertão Veredas

Autor: João Guimarães Rosa

Livro: A Cabana

Autor: William P. Young

Daniela GuimaJornalista

Renato RiellaJornalista

Dr. CharlesDeputado Distrital – Médico

Gineco-Obstetra

“Posso dizer estar apreciando

a história, verdadeira ou não, que

fala como a dor e as dúvidas advin-

das da perda de um ente querido

podem ser transformadas a partir

do reencontro com o amor de Deus.

Sou religioso, católico praticante,

por isto achei comovente e convin-

cente a forma simples e acessível

como Deus é mostrado. Acredito

nele assim mesmo, como alguém

próximo e amoroso, que cuida

de todos com zelo, protegendo e

ajudando a vencer todas as adver-

sidades”.

“Estou relendo Grande Sertão:

Veredas, de Guimarães Rosa, obra-

prima da literatura brasileira. Eis

algumas frases dele: Mente pouco

quem a verdade toda diz - Sofri-

mento passado é glória - O sertão

é do tamanho do mundo - Despedir

dá febre - Deus existe mesmo quan-

do não há - Toda saudade é uma

espécie de velhice - Viver é negócio

muito perigoso”.

“Para relaxar da correria do dia

a dia, gosto de ler e estudar assun-

tos ligados a psicanálise. Esse é um

livro de cabeceira, que revisito num

exercício contínuo de questiona-

mento interior. Ele aborda 19 mitos

que refletem arquétipos femininos

presentes em todas as mulheres de

hoje e que deixam diversas pistas

para entendermos melhor nossos

processos inconscientes e auto-

máticos, que nem sempre nos são

favoráveis. Dessa compreensão vem

a liberdade de criar e estabelecer

novos ritmos. Recomendo!”

“O livro de Carlos Urbim é uma

ótima forma de se conhecer as

raízes e o “DNA” das tradições e do

espírito de luta dos gaúchos. A obra

traz a história das motivações e dos

interesses da revolta Farroupilha

na então Província de São Pedro do

Rio Grande do Sul. Era uma época

de difícil acesso, em que a popu-

lação daquela região era escassa

e esquecida pelo Império. É uma

ótima leitura para quem gosta de

História”.

Foto

: Nils

on C

arva

lho

Foto

: Div

ulga

ção

Foto

: Gilb

erto

Alv

es

Foto

: Div

ulga

ção

Page 75: Revista Plano Brasília Edição 61
Page 76: Revista Plano Brasília Edição 61

76

FrasesCase-se com uma mulher que goste da

vida ao ar livre. Assim, se você a atirar pela janela de madrugada, ela sobreviverá.

W. C. Fields

Não gosto da direita porque ela é direita, e não gosto da esquerda porque ela é direita.

Millôr Fernandes

O problema de Brasília é o tráfico de in-fluência. O do Rio é a influência do tráfico.

Zozimo Barrozo Do Amaral

O rock é a AIDS da música.

Julio Medaglia

““Uma ideia que esteja seis anos à frente

de seu tempo não é uma boa ideia.

George Lois

““

Se Deus tiver de aparecer para os famintos, não se atreverá a aparecer em outra forma que não seja a de um prato de comida.

Mahatma Gandhi

“Sou uma ótima dona de casa. Sempre

que me divorcio, eu fico em casa.

Zsa Zsa Gabor

““Não gosto de saber o que as pessoas

dizem pelas minhas costas. Posso ficar vaidoso.

Oscar Wilde

Page 77: Revista Plano Brasília Edição 61

77

JustiçaRoberto Policarpo (*)

O começo de um novo tempo

O ano de 2009 termina com o sentimento de que o Distrito Federal precisa sofrer profundas e urgentes transformações.

A autonomia política do Distrito Federal e a defesa de eleições para a escolha de nossos governantes e representantes é resultado de uma dura luta empreendida, desde os tempos da ditadura, pelos movimentos sociais de nossa cidade. As de-núncias e imagens do governador e de autoridades públicas do DF recebendo dinheiro, em meio a um gigantesco esquema de cor-rupção, fazem que as entidades dos movimentos sociais e partidos políticos se reúnam para resgatar a legitimidade e a credibilidade das instituições políticas de nossa cidade.

O afastamento de todos os envolvidos, a começar do gover-nador, é condição imprescindível para a rigorosa e total apuração dos fatos pela Câmara Legislati-

va, pelo Ministério Público, pela Polícia Federal, pela Justiça e nas instâncias administrativas do GDF. É também essencial para que a população do Distrito Federal não seja prejudicada pela continuidade de um governo e de uma Câmara desmoralizados, sem legitimidade perante a população e sem condições de administrar a cidade.

Ao mesmo tempo, é imprescin-dível que a Câmara Legislativa, depurada dos acusados e suspei-tos, instale uma Comissão Parla-mentar de Inquérito (CPI) para, com celeridade, mas cumprindo os procedimentos legais, apurar todos os fatos e propor medidas saneadoras e punitivas.

Brasília e seu povo merecem respeito. É a capital de todos os brasileiros, sonho de uma geração de pioneiros que aqui vieram em busca de melhores condições de vida. Erguemos uma cidade acolhedora e construída com o

sacrifício e o trabalho de milhares de pessoas. Prestes a completar 50 anos, nossa cidade foi ferida na essência de sua alma e do seu sonho.

Temos a obrigação de livrá-la dos criminosos que tomaram de assalto a gestão pública e o co-mando dos poderes Executivo e Legislativo. Levaremos esta luta até o fim.

Que o próximo ano seja o marco de nascimento de um novo Distrito Federal, voltado à ética, à valorização dos trabalhadores e às políticas sociais de desenvol-vimento sustentável. E que todos nós possamos não só assistir, mas participar ativamente dessa construção.

(*) Policarpo é coordenador-geral do Sindjus e autor do blog www.blogdopolicarpo.com.br

Page 78: Revista Plano Brasília Edição 61

78

Diz aí manéPérolas do vestibular

"A natureza brasileira só tem 500 anos e já está quase se acabando."

"Nos dias atuais a educação está muito precoce."

"Isso tudo é devido ao raios ultra-violentos."

“Precisa-se começar uma reciclagem mental dos humanos, fazer uma verdadeira lava-gem celebral em relação ao desmatamento, poluição e depredação de si próprio.”

"A concentização é um fato esperançoso para o território mundial."

"O problema ainda é maior se tratando da camada Diozoni!"

“Animais ficam sem comida e sem dor-mida por causa das queimadas.”

“O que vamos deixar para nossos ante-cedentes?”

“A terra é um dos planetas mais conhe-cidos e habitados no mundo. Os outros planetas menos demográficos são: Mer-curio, Venus, Marte, Lua e outros 4 que eu sabia.”

“As estrelas servem para esclarecer a noite e não existem estrelas de dia porque o calor do sol queimaria elas.”

“O que é de interesse de todos nem sempre interessa a ningém individu-almente.”

“No paíz enque vivemos, os problemas cerrevelam...”

"Imaginem a bandeira do Brasil. O azul representa o céu, o verde representa as matas, e o amarelo o ouro. O ouro já foi roubado e as matas estão quase se indo. No dia em que roubarem nosso céu, ficaremos sem bandeira."

“É um problema de muita gravidez.”

"Tudo isso colaborou com a estinção do micro-leão dourado."

“A AIDS é transmitida pelo mosquito AIDES EGIPSIO.”

“O Euninho já provocou secas e enchen-tes calamitosas...”

Page 79: Revista Plano Brasília Edição 61
Page 80: Revista Plano Brasília Edição 61

80

Ponto de VistaChico Leite (*)

Direito à moradia digna X Lei Orgânica: um falso conflito

O GDF enviou recentemente à Câma-ra Legislativa proposta de emenda para revogar o inciso III do art. 329 da Lei Orgânica do Distrito Federal. Tal dispo-sitivo prevê que o título de domínio (es-critura) de imóvel público de programa habitacional seja concedido após dez anos de posse do bem. Sinteticamente, os beneficiários de lotes em programas habitacionais de baixa renda permane-cem na posse do imóvel pelo período em questão, após o qual se configura o direito ao registro da escritura pública.

A concessão da escritura às famí-lias de baixa renda fortalece o direito social à moradia, contido no art. 6º da Constituição, garantindo segurança e um nível adequado de vida. Com a es-critura, os beneficiários dos programas habitacionais têm acesso a linhas de crédito destinadas especificamente aos mais carentes e podem melhorar as moradias. Além disso, a escrituração em cartório confere legitimidade e seguran-ça às transações imobiliárias e permite a transferência aos herdeiros.

Entretanto, é preciso dizer que a Lei Orgânica jamais se constituiu em um obstáculo à aquisição desse direito. Muito pelo contrário.

Há, em todo o Distrito Federal, mi-lhares de lotes cujos moradores, embora tenham direito, ainda não receberam a escritura pública, apesar de a concessão

de uso ter sido entregue há mais de 20 anos. Santa Maria, por exemplo, foi loteada em 1992 e, passados 17 anos, muitos moradores ainda não receberam a escritura. Por isso, recentemente, du-rante o projeto “A Câmara mais perto de Você” na cidade, apresentei Indicação Legislativa ao GDF para que apressasse o registro e a entrega das escrituras aos moradores da cidade. O mesmo pode ser dito do Paranoá, cuja regularização jurídica vem se arrastando desde sua criação, em 1989, o que nos motivou a provocar novamente o Executivo a supe-rar as pendências e liberar as escrituras aos moradores. A situação ocorre em praticamente todos os núcleos urbanos do Distrito Federal.

Além disso, a Lei Orgânica permite que a Concessão de Direito Real de Uso seja utilizada nos programas habitacio-nais do Distrito Federal. Trata-se de um instrumento que possui os mesmos efei-tos de uma escritura pública: registro em cartório, transferência aos herdeiros e aceitação em contratos de financia-mento, como se faz usualmente com a escritura pública. Para isso, bastaria que o GDF aplicasse a lei.

Entretanto, observamos que a inten-ção parece ser a de utilizar a política habitacional para fins meramente políti-co-eleitoreiros. Aliás, as terras públicas e os legítimos anseios por moradia há muito têm sido explorados no Distrito

Federal para tais fins. Por isso há tantos problemas envolvendo o tema: pessoas que aguardam na fila de espera por um lote e jamais são contempladas, denúncias de irregularidades na con-cessão, atuação de falsas cooperativas, estelionato, grilagem de terras públicas e uma intensa comercialização de lotes oriundos de programas habitacionais.

Afinal, é preciso perguntar: por que razão o GDF jamais entregou as escrituras de milhares de lotes em Santa Maria, Paranoá, Ceilândia, Samambaia, Setor “M” Norte, entre outros, cujos moradores estão esperando há décadas pelo documento?

Portanto, temos fortes razões para concluir que a proposta de alteração da Lei Orgânica para concessão imediata das escrituras não está lastreada pelo compromisso de legitimar a posse e dar segurança à população mais carente, tampouco de conferir efetividade ao direito social à moradia. Para alcançar esses fins, não seria necessário alterar a Lei Orgânica. Afinal, com o prazo hoje previsto na lei ou sem ele, como pretende o governo, a escritura pública é direito dos moradores, e entregá-la é dever do Poder Público.

(*) CHICO LEITE - Procurador de Justiça licenciado, professor de Direito Penal e Deputado Distrital pelo PT

Page 81: Revista Plano Brasília Edição 61
Page 82: Revista Plano Brasília Edição 61

82

ChargeEixo Monumental

Page 83: Revista Plano Brasília Edição 61
Page 84: Revista Plano Brasília Edição 61