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ESPECIAL DIGITAL 2 . 0 REPÓRTER QUE FAZ FOTO, VÍDEO E TEXTO. DESTINO OU SONHO DE CHEFIA? QUANDO O JORNALISMO COLABORATIVO AJUDA. E QUANDO ATRAPALHA SUA MATÉRIA CABE NOS 140 TOQUES DO TWITTER? PREPARE-SE PARA FAZER SUA PRIMEIRA WEBVIDEORREPORTAGEM CURSO ABRIL 200 9 Treze ideias práticas que podem mudar seu site, seu celular e – sim, ela tem futuro! – sua revista

Revista Plug 2009 - Especial Digital

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Revista produzida pelos alunos do 26º Curso Abril de Jornalismo.

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Page 1: Revista Plug 2009 - Especial Digital

ESPECIAL DIGITAL

2.0REPÓRTER QUE FAZ FOTO, VÍDEO E TEXTO. DESTINO OU SONHO DE CHEFIA?

QUANDO O JORNALISMOCOLABORATIVO AJUDA. E QUANDO ATRAPALHA

SUA MATÉRIA CABE NOS 140 TOQUES DO TWITTER?

PREPARE-SE PARAFAZER SUA PRIMEIRAWEBVIDEORREPORTAGEM

CURSO ABRIL 2009Treze ideias práticas que podem mudar seu site,seu celular e – sim, ela tem futuro! – sua revista

Page 2: Revista Plug 2009 - Especial Digital
Page 3: Revista Plug 2009 - Especial Digital
Page 4: Revista Plug 2009 - Especial Digital

Não é só turbo. É turbinado.Não é só turbo. É turbinado.

CHEGOU

www.fiat.com.br SAC 0800 707 1000

MOVIDOS PELA PAIXÃO.

Não é só turbo. É turbinado.Não é só turbo. É turbinado.

MOVIDOS PELA PAIXÃOMOVIDOS PELA PAIXÃO.

Leo B

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Para ir à reunião de pauta.

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Para ir à festade lançamento.

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de rádio e telefone • Painel central na cor do veículo• Bancos esportivos revestidos parcialmente em couro• Rodas exclusivas de liga leve 17”• Sistema de som Hi-Fi• Cruise Control • Sensor de estacionamento.

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Page 5: Revista Plug 2009 - Especial Digital

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Page 6: Revista Plug 2009 - Especial Digital

Orientação: Alfredo Ogawa, Carlos Grassetti e Edward PimentaEdição: Amanda Zacarkim, Leo Branco, Luciana Oliveira, Paula Rothman (Texto); Fernanda Ribeiro, Letícia Pires, Maíra Miranda, Marina Brant (Arte)

Reportagem: Alexandre Salvador, Alessandra Moura, André Faust, Ana Luiza Leal, Cecilia Arbolave, Cecília Araújo, Clara Vanali, Elisa Tozzi, Felipe Carneiro, Frederico Machado, Giselle Hirata, Gustavo Simon, Juliene Moretti, Kleyson Barbosa, Luís Guilherme Barrucho, Marcio Orsolini, Mariana Amaro, Nádia Tamanaha, Raquel Borges, Renata Betti, Renan

Candeloro, Thiago Bronzatto (Texto); Eduardo Bessa, Luciana Martins (Arte), Diogo Salles, Paola Máximo, Pedro Silveira (Foto)

Colaboradores: Henrique Barone , Sattu, Vorko.com (Ilustração), Nelson Eufracio (Tratamento de imagem), Rosângela Ducati (Revisão)

Tratamento de imagem: Eduardo Blanco (Supervisor), Aldo Teixeira, Alexandre Fortunato, Cristina Negreiros, Fernando Batista, Leandro Alves, Luciano Custódio, Marcelo Tavares, Rogério da Veiga, Tatiana S. Silva

Produção: Wania Capelli

CURSO ABRIL DE JORNALISMO 2009

Coordenação: Edward PimentaProdução e Logística: Wania Capelli

Estagiários: Ricky Hiraoka e Valdir Junior

ORIENTADORES Adriano Sambugaro, Airton Seligman, Aline Sordili, Angélica Banhara, Angélica Santa Cruz, Bruno D’Angelo, Carolina Hungria, Christina Biltoveni, Cristiane Yamazato,

Daniel Tozzi, Demetrius Paparounis, Eliane Testone, Fábio Arruda, Felix Fassone, Fernando Ramos, Giuliana Tatini, Giuliano Girondi, Gisleine Carvalho, Jadyr Magalhães, Jefferson Rubbo, Kaio Medau, Kátia Perin, Kika Gianesi, Lia Camargo, Márcia Carini, Marcos Moitas, Maurício Grego, Peri Dias, Renata Aguiar, Renata Deos, Renata Verdasca,

Roberto Gerosa, Sandra Soares, Sérgio Gwercman, Sérgio Teixeira Jr., Thais Oyama e Wilson Weigl

PALESTRANTESAlexandre Ferreira, Aline Sordili, Ana Célia Aschenbach, Bia Mendes, Carlos Grassetti, Carlos Maranhão, Carlos Neri, Cláudio Ferreira, Daniela Bertocchi, Demian Grull,

Eurípedes Alcântara, Eriel Civale, Fabiana Zanni, Giuliana Tatini, Jairo Mendes Leal, João Gabriel de Lima, José Roberto Guzzo, Julius Wiedemann, Laurentino Gomes, Luis Crispino, Luiz Iria, Manoel Lemos, Marcelo Duarte, Marcelo Tas, Marcia Neder, Marco Bari, Monica Bergamo, Paulo Vitale, Policarpo Jr., Thais Oyama, Thiago Taboada e Thomaz Souto Corrêa

ALUNOS Texto: Alexandre Salvador, Alessandra Moura, Amanda Zacarkim, André Faust, Ana Luiza Leal, Bruno Meier, Caio Barretto Briso, Cecilia Arbolave, Cecília Araújo, Clara Vanali,

Elisa Tozzi, Felipe Carneiro, Frederico Machado, Giselle Hirata, Gustavo Simon, Juliene Moretti, Karolina Pinheiro, Kleyson Barbosa Pinto, Leo Branco, Luciana Oliveira, Luís Guilherme Barrucho, Marcio Orsolini, Manuel Cunha, Maria Luiza Figueiredo, Mariana Amaro, Nádia Tamanaha, Paula Rothman, Raquel Borges, Renata Betti, Renan Candeloro,

Ricardo Vasques Helcias, Sofia Krause e Thiago Bronzatto

Design: Bruno Bortoletto, Carolina Eitelberg, Daniela Cadore, Danielle Simões, Dânue Falcão, Eduardo Bessa, Eduardo Mendes, Everton Prudêncio,Felipe Grandinetti, Fernanda Ribeiro, Gabriela Vergaças, Giuliano Muccioli, Henrique Barone, Letícia Pires, Luciana Martins, Luiz Monteiro, Maíra Miranda, Marina Brant,

Mauro Kawasaki, Mirian Alves, Paula Fabris, Thiago Moura e Willian Knack

Mídias digitais: Conrado Braga

Vídeo: Ananda Morais, Bernardo Mangaravite, Gustavo Forti e Vitor Brunoro

Foto: Carol Freitas, Diogo Salles, Felipe Russo, Paola Máximo e Pedro Silveira

SERVIÇOS EDITORIAIS Apoio Editorial: Carlos Grassetti (Arte), Luiz Iria (Infografia)

Apoio Técnico e Difusão: Bia MendesDedoc e Abril Press: Grace de Souza

Treinamento Editorial: Edward Pimenta

Fundador: VICTOR CIVITA(1907-1990)

Presidente do Conselho de Administração: Rober to Civi taPre si dente Executivo: Giancarlo Civita

Vice-Pre si den tes: Arnaldo Tibyriçá, Douglas Duran, Marcio Ogliara, Sidnei Basilewww.abril.com.br

Editor: Roberto CivitaPresidente Executivo: Jairo Mendes Leal

Conselho Editorial: Roberto Civita (Presidente), Thomaz Souto Corrêa (Vice-Presidente), Giancarlo Civita,

Jairo Mendes Leal, José Roberto Guzzo

Diretor de Assinaturas: Fernando CostaDiretora de Mídia Digital: Fabiana Zanni

Diretor de Planejamento e Controle: Auro Luís de IasiDiretora Geral de Publicidade: Thais Chede Soares

Diretor Geral de Publicidade Adjunto: Rogerio Gabriel CompridoDiretor de RH e Administração: Dimas MiettoDiretor de Serviços Editoriais: Alfredo Ogawa

Page 7: Revista Plug 2009 - Especial Digital
Page 8: Revista Plug 2009 - Especial Digital

cada janeiro, uma tropa de garotos e garotas vin-

dos do Brasil inteiro se aglomera ruidosamente no

auditório do edifício-sede da Abril, em São Paulo.

Neste ano, eram 56 de 14 estados e mais dez jovens que

já trabalham na empresa. Diversos em sua origem, eles

esperavam a abertura do Curso Abril de Jornalismo, edição

2009, com uma expectativa única: provar que nasceram

para aquela que o presidente do Conselho da Abril, Roberto

Civita, chama de “melhor profissão do mundo”.

A melhor, sem dúvida para quem já a abraçou; sempre

atraente, como provam as 1800 inscrições para o curso

deste ano, mas... que profissão é essa hoje? E o que será

dela amanhã? Essas perguntas acompanharam os alu-

nos do primeiro ao trigésimo e último dia de atividades.

A convivência de papel e digital foi tema recorrente nas

palestras que a turma teve com grandes nomes da Abril e

do mercado (veja alguns deles nas imagens ao lado). Mesmo

nos trabalhos práticos, os efeitos da tecnologia no nosso

ofício eram evidentes. Nada menos que 11 dos 13 projetos,

todos sugeridos e supervisionados por publicações da

Abril, estavam ligados às plataformas virtuais.

Esta revista PLUG, totalmente produzida pelos alunos, é

um aprofundamento da questão. Findo o curso, os alunos

ganharam a tarefa extra de encontrar histórias, persona-

gens e fatos que explicitam alguns dos dilemas atuais

da carreira. Jornalismo colaborativo, videorreportagem,

Twitter... O que tudo isso muda na nossa vida?

Só para finalizar e não perder o foco do principal, o

que NÃO muda?

Desde que foi criado, em 1984, o Curso Abril tem

a missão de atrair, selecionar e treinar os melhores

talentos recém-saídos das faculdades. Em 25 anos,

temporada após temporada de gente barulhenta,

o curso abriu as portas para quem faria carreira – e vários,

história – na casa. Isso não muda.

A

Carlos Maranhão,

de VEJA SãO PAULO:

ler é fundamental Roberto Civita e Jairo Mendes

Leal com a primeira versão

do folder que apresenta os

participantes do Curso Abril 2009 fo

to: P

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CARTA AO LEITOR

A colunista Monica

Bergamo, da Folha de

S. Paulo, fala aos alunos

foto

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ilvei

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PLUG 2009

Page 9: Revista Plug 2009 - Especial Digital

SUMÁRIO

10 PLUG-IN

Caiu na rede Números e curiosidades da Abril e do mundo da mídia na internet

18 ENTREVISTA

O vídeo e a vida Com uma câmera na mão, Adam Ellick põe ideias na cabeça de jornalistas do NYT

22 ENSAIO

Carteira de trabalhoCinco profissionais da Abril fazem coisas que ninguém imaginava alguns anos atrás

28 REPORTAGEM

Estão atrás de você Entenda por que e para que você ainda vai ter uma conta no Twitter

32 REPORTAGEM

Ajuda externa Leitores e internautas viram repórteres com o jornalismo colaborativo. Isso é bom?

38 REPORTAGEM

E os jornalistas nisso? Com tantas tecnologias novas, quais são as tarefas dos profissionais ?

44 CURSO ABRIL

Mandou, tá feito! Conheça os 13 projetos práticos realizados pelos alunos deste ano

82 ARTIGO

O mundo dá voltas Roberto Gerosa, editor de Veja.com, e a primeira turma do Curso Abril de Jornalismo

Marcia Neder, de

CLAUDIA, ensina o que

as mulheres querem

Eurípedes Alcântara,

de VEJA: investir

na investigação

foto

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ilvei

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foto

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foto

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reit

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Thomaz Souto Corrêa

e o "Cavaleiro do Óbvio":

troféu em defesa do básico

e fundamental nas revistasPLUG 2009

Page 10: Revista Plug 2009 - Especial Digital

1983 A leva inicial de

PCs aportou na Abril com o

que havia de mais moderno

no mercado. Compare a

capacidade entre os aparelhos

da época e os atuais na Abril

Prológica S700

Lenovo 2009

origem

Brasil

origem

China

processador

4 MHz

processador

1.60 GHz

memória

64 Kb

memória

2 GB

cores

2

cores

16,7 milhões

<< 10 pRIMEIROSdE AbRILComputadores com 256 Kb de memória, Scitex e as mulheres, Idealyze, BOL... Como foram os passos iniciais da empresa na revolução digitaltexto Mariana Amaro design Letícia Pires

1971 O primeiro computador

da Abril chegou em 1971. Era um

IBM 360, trambolho que exigia

90 metros quadrados e a

supervisão de 55 técnicos.

Ele organizava as etiquetas

dos assinantes de VEJA e os

holerites dos funcionários com

seus 256 Kb de memória.

1981 VEJA foi a primeira

redação a entrar na era digital.

Em 1981, ganhou seis terminais

ligados ao que só os mais velhos

lembrarão: Centro de Computação

de Dados. Nenhum jornalista

botava o dedo neles. Para isso

existiam cinco digitadores.

1989 Duas semanas de treino

e SUPERINTERESSANTE estava

pronta para ser a primeira revista

feita na Abril sem auxílio das já

saudosas máquinas de escrever.

1987 Retocar as fotos

de mulheres na PLAYBOY era

coisa de artista. A partir de 1987,

o exercício da fantasia ficou

a cargo da Scitex, precursora

do Photoshop. A ex-jogadora

de basquete Hortência

deve agradecer até hoje.

foto

s: D

edo

c

PLUG 2009

Pioneiros,

personagens

e curiosidades do

mundo web

Pioneiros, PersonaGens e cUriosidades da tecnoLoGia no mUndo da mídia

Page 11: Revista Plug 2009 - Especial Digital

1992 Esta é para a

turma da arte: os primeiros Macs

chegaram apenas em 1992.

11 >>

1993 O futuro era o

CD-ROM. Pelo menos assim

diziam as bancas da época. A

edição do pioneiro ALMANAQUE

ABRIL em disco esgotou as

duas primeiras tiragens.

2000 A internet começa

a entrar nos celulares

e abre espaço para a

criação da Abril Sem

Fio. INFO e PLAYBOY

puxam a fila do

conteúdo da

editora produzido

para mobile.

1994 Na Copa de 1994,

nos Estados Unidos, a PLACAR fez

sua primeira cobertura quente com

máquinas fotográficas digitais.

Ganhou em tecnologia, perdeu

feio em qualidade, como você vê

na foto de Taffarel defendendo

um pênalti na final contra a Itália.2005 Em dezembro,

INFO é a primeira revista com

uma versão digital no Brasil.

VEJA havia chegado um pouco

antes, mas só podia ser acessada

pelos assinantes no exterior.

1996 Em 23 de abril foi ao ar o

Brasil Online, ou BOL , primeiro site

da Abril e também o primeiro site

de notícias do país (o UOL apareceu

apenas três dias depois). À época

existiam cerca de 15 mil

computadores conectados

na internet brasileira.

2000 Surgem a Usina do Som

e suas 37 mil músicas para o

internauta montar sua própria

rádio online – de graça! Bateu

em 240 milhões de page views.

Mas nem a publicidade nem a

posterior cobrança das músicas

fizeram a conta fechar. A Usina

saiu do ar em 2004.

1998 Assine a revista no

site e concorra a uma mochila,

uma camiseta ou ao maravilhoso

Kit Placar Traz a Copa Até Você,

com home theater, microondas,

geladeira e pipoca! Pronto: em

1998 abriam-se as portas das

promoções da Abril na internet.

1999 A Abril lança o Ajato,

provedor de internet de banda

larga que prometia diminuir o

tempo de um download de

sete horas para três minutos.

Isso foi em 1999, e você tem

muita sorte se não viveu os

tempos de internet discada.

2001 Não é por falta

de tentativas que a Abril

não tem hoje uma rede

social para chamar de sua.

O Nossogrupo.com.br

se propunha a ser o lugar para

pessoas com interesses

afins. O que faltou foi

interesse da audiência.

PLUG 2009

Page 12: Revista Plug 2009 - Especial Digital

<< 12

188 é o total

de blogs

nos sites da

Editora Abril

Em 3 anos, Reinaldo

Azevedo, de VEJA,

escreveu 20 mil posts com

600 mil comentários

10são os blogs que falam

de comida ou bebida,

o tema mais recorrente

nos sites da Abril

812 foram os

comentários

feitos ao post de Márcia

Piovesan, de TITITI,

quando ela sugeriu

um final para a novela

A Favorita

70posts

contaram

o passo-a -passo

da gravidez (de gêmeos)

da jornalista Ana

Holanda, no

Bebê.com.br

Numa editora especializada em revistas segmentadas, os jornalistas não perderiam a chance de falar de seu assunto favorito nos sites da Abriltexto Thiago Bronzatto

design Letícia Pires

bLOCOdOSbLOGS

Page 13: Revista Plug 2009 - Especial Digital

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PLUG 2009

13 >>500

xingamentos enviados

pela torcida do Cruzeiro (MG)

por causa do post

“Foquinha e seu drible”

renderam a Sérgio Xavier Filho,

diretor de redação de PLACAR,

o título informal de campeão

de imprecações nos blogs

10%

da audiência do site de VEJA vêm

de seus 16 blogs

145 é o total

de vídeos

com comentários sobre

filmes no blog da

colunista de cinema,

Isabela Boscov,

de VEJA

69%

dos blogs são

escritos por

mulheres

4 milhões de page views

foram gerados em dois

meses pelos

21 blogs do título

que mais investe na

blogosfera: CAPRICHO

Page 14: Revista Plug 2009 - Especial Digital

PLUG 2009

<< 14

Com tanta gente criando tanta coisa em tão pouco tempo, as empresas abusam da imaginação ao batizar seu novo serviço. Neste quadro você percebe que, entre muitas "viagens", há padrões. Estranhos, mas padrõestexto Kleyson Barbosa

design Letícia Pires

QUEM SOU EU?

MUNDO REAL

O googol é uma medida da Física que equivale a 10 elevado à centésima potência. Simboliza a imensidão da informação que o Google pretende organizar

Gênio matemático, Stephen Wolfram presta homenagem ao criador do primeiro site de busca realmente inteligente: ele mesmo

Auto-homenagem de quem projetou a rede social mais conhecida no Brasil. Pelo menos, o turco Orkut Büyükkokten não usou o sobrenome para batizar sua criação

O nome do serviço de hospedagem de vídeos é um anagrama da palavra movie (em português, filme)

A conexão se faz com a famosa maçã do físico Isaac Newton. Mas o nome e a mordida renderam anos de disputa com a homônima ex-gravadora dos Beatles

A frase “Follow your bliss” (em português, "Siga sua felicidade"), do estudioso de mitologia americano Joseph Campbell, foi o que inspirou o criador da rede social voltada para a autoavaliação

O nome do sistema operacional para celulares partiu da cabeça do engenheiro criador do aplicativo. Ele gosta de robôs e, assim, vamos de Android (em português, androide)

O nome é uma mistura do inglês wiki, termo das tecnologias usadas para criar sites colaborativos, e enciclopédia

Page 15: Revista Plug 2009 - Especial Digital

15 >>

VIAGEM NA MAIONESE

METáFORA

TROCA LETRA

O navegador ia se chamar Firebird, mas este nome já tinha sido registrado. Apelaram para o disponível Firefox. Fox significa raposa e ela está no logo. Mas Firefox é na verdade panda vermelho

Buscador alternativo, o Cuil é controverso. Seus donos dizem que o nome é a palavra irlandesa para conhecimento. Outros dizem que, dependendo do acento, vira avelã. Na dúvida, dá um Google

O comunicador instantâneo web usa a sigla para Mouse Exonic Evidence Based Oligonucleotide (nem vale traduzir, né?). Na verdade, era um nome facil de memorizar dentro de uma lista de 50 sugestões

Versão oficial do serviço de telefonia: “o mundo inteiro pode falar de graça” num língua perdida da Rússia. Melhor acreditar em versão menor de Skyper, contração de Sky peer to peer, ou “céu de par para par”

O assassinato de vogais em nomes foi popularizado por este site de compartilhamento de fotos. Mais um acaso. Flicker, que significa brilho intermitente, já tinha dono

Nem eles sabem por quê. A palavra para designar a rede social foi escolhida por ser curta e fácil de pronunciar em vários idiomas

É gorjear, em inglês. Escrever em até 140 toques no microblog seria como o gorjear de um pássaro. Sacou? Não? Podia ser pior. Os fundadores pensavam em batizá-lo como Twttr, sem vogais mesmo

É quase uma interjeição. Para a Microsoft a palavra traduz a sensação que a pessoa tem ao encontrar a resposta certa em seu novo serviço de busca

O aplicativo para celulares faz a união de duas palavras: free-ring (literalmente, anel livre). Free porque é na faixa e anel, como símbolo da ligação que faz entre redes sociais

A empresa começou como Jerry and David's Guide to the World Wide Web, em homenagem cabotina a seus criadores, Jerry Young e David Filo. O grito de comemoração veio depois

O nome é a união de hi (em inglês, oi) e do gesto que se faz ao levantar a mão aberta para cumprimentar as pessoas. Nada mau para uma rede social

PLUG 2009

Page 16: Revista Plug 2009 - Especial Digital

<< 16 COM A bOLATOdA

lanacion.comArgentina,26 milhões

espn.comEstados Unidos,923 milhões

noticias.uol.com.brBrasil,33 milhões

ultimosegundo.ig.com.br Brasil,70 milhões

g1.com.brBrasil,107 milhões

uol.folha.com.brBrasil,33 milhões

nytimes.com Estados Unidos,

120 milhões

foxnews.comEstados Unidos,

293 milhões

mediotiempo.comMéxico,

52 milhões

esmas.com México,62 milhões

gazetaesportiva.net Brasil,15 milhões

cnn.comEstados Unidos,

586 milhões

PLUG 2009

As 10 MAiores AudiÊnCiAs nA ABril (em milhões de page views)

47,7 29,6 18,8 12,7 11,2 10,1 9,1 7,9 7,1 5,7

M DE MULHER CAPRICHO VEJA CONTIGO! CASA.COM NOVA INFO VIAJE AQUI BOA FORMA MANEQUIM

clarin.comArgentina,342 milhões

estadao.com.br Brasil,

13 milhões

Fon

te: C

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fica

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ril d

e 20

09

Quais são os líderes de audiência pelo mundo na categoria "sites de notícia" na medição da consultoria americana comScore*texto Luciana Oliveira e Kleyson Barbosa design Letícia Pires

Em page views

Fonte: comScore, março de 2009

* Na categoria "sites de notícia",

a comScore não considera revistas, blogs

e portais

Page 17: Revista Plug 2009 - Especial Digital

17 >>

news24.comÁfica do Sul,

13 milhões

ifeng.comChina,

1,28 bilhão

news.sina.com.cnChina,

501 milhões

bbc.co.ukInglaterra,

71 milhões

marca.comEspanha,

189 milhões

goo.ne.jpJapão,

35 milhões

elpais.comEspanha,

62 milhões

menara.ma Marrocos,

42 milhões

algomhuria.net.egEgito,

34 milhões

spiegel.de Alemanha,

346 milhões

aufeminin.fr França,

135 milhões

lequipe.fr França,

401 milhões

163.com China, 311 milhões

abc.net.au Austrália,

16 milhões

guardian.co.uk Inglaterra,

33 milhões

rambler.com/newsRússia,

18 milhões

bild.deAlemanha,

117 milhões

supersport.co.zaÁfica do Sul,

4 milhões

thesun.co.ukInglaterra,

117 milhões

PLUG 2009

As 10 MAiores AudiÊnCiAs dAs revistAs AMeriCAnAs (em milhões de page views)

679 319 249 136 97,9 70,2 70 68,3 65,1 58,3

PEOPLE 1 SPORTS

ILUSTRATED 1

US MAGAzINE 2 FORTUNE 3 ENTERTAIN-

MENT wEEKLY 1INSTYLE 1 MARTHA

STEwART

LIVING 1

BETTER

HOMES AND

GARDENS 1

MAXIM 2 NEw YORK

MAGAzINE 1

Fon

te: 1

Om

nit

ure

, ab

ril d

e 20

09 2

Go

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le A

nal

ytic

s, a

bri

l de

2009

3 N

iels

en, a

bri

l de

2009

Page 18: Revista Plug 2009 - Especial Digital

PLUG 2009

<< 18 AS ApARÊNCIAS ENGANAM

Depois de treinar os profissionais do The New York Times para fazer reportagens em vídeo na web, Adam Ellick tem uma convicção: para os jornalistas, é mais fácil do que se imagina, mas demora bem mais

os 32 anos, o repórter Adam Ellick tem duas

funções claras no The New York Times. Na

primeira, faz matérias, como aquelas que

o levaram recentemente para uma tempo-

rada no Afeganistão e no Paquistão. A outra, pouco usual

em nosso meio, vem sendo realizada desde 2006 com os

correspondentes internacionais do jornal. Em ambas,

algo em comum: a câmera de vídeo. Ellick é, ao mesmo

tempo, quem produz parte dos melhores vídeos do site

do NYT e o responsável pelo treinamento de outros pro-

fissionais da casa no mundo das imagens.

Ellick parece uma escolha natural. Foi free lancer de

jornais em vários países durante seis anos, deu aulas de

jornalismo em algumas universidades e tem experiência

com os diversos meios de divulgação da notícia. Ainda

assim é visto com ceticismo por alguns colegas. “Muitos

temem que o trabalho seja desvalorizado ao adotar uma

forma de notícias de TV de que eles não gostam’’, afirma.

Em maio, Adam Ellick esteve na sede da Editora Abril,

em São Paulo, numa palestra fechada para jornalistas do

Grupo e para um workshop com a equipe de Veja.com.

Em entrevista à PLUG, ele conta como ensina seus cole-

gas a fazer bons vídeos: "É como cozinhar. Você precisa de

todos os ingredientes para fazer dar certo. Sem farinha,

você não pode cozinhar um bolo".

Atexto Bruno Meier design Maíra Miranda foto Paola Máximo

<< 18

// reportagem

Page 19: Revista Plug 2009 - Especial Digital

PLUG 2009

19 >>

Page 20: Revista Plug 2009 - Especial Digital

<< 20

É difícil treinar jornalistas do veículo

impresso para produzir conteúdo em

vídeo para sites?

ADAM ELLICK Esse é um processo com-

plicado. A introdução do vídeo em vá-

rios jornais dos Estados Unidos tem

sido confrontada com um grande ce-

ticismo de repórteres veteranos. Eles

temem que seu trabalho seja des-

valorizado ao se transformar numa

forma de notícia da qual não gostam.

A única maneira de fazer com que

isso tenha sucesso é esse profissional

entender o seguinte: na média das

matérias, o repórter escreve sobre

10% das informações que colheu. O

webvideojornalismo é um meio que

pode alcançar os outros 90%. O vídeo

deve ser defendido – e ele existe para

isso – como um meio que valoriza e

complementa a reportagem tradicio-

nal feita pelo profissional. Do contrá-

rio, seria o vídeo pelo vídeo. Não seria

elogioso, mas redundante.

Explique como você tem feito esse

treinamento no The New York Times.

ADAM ELLICK Ter começado minha

carreira como repórter de impresso

por seis anos me deu sensibilidade

para perceber os preconceitos. Eu es-

crevi um longo guia conceitual e de

instruções sobre como um jornalista

de impresso pode se tornar um jor-

nalista de vídeo. Sentei com cada um

dos repórteres, e nós lemos todo o

guia e vimos toneladas de exemplos.

Simplesmente armar

um jornalista com

uma câmera e dizer-

lhe o que tem de fa-

zer – como muitos

tentam – está destinado ao fracasso.

Vídeo é como cozinhar. Você precisa

de todos os ingredientes básicos. É

impossível editar um vídeo que não

tenha as tomadas necessárias para

uma boa edição, assim como não se

pode cozinhar um bolo sem farinha.

Quem é referência em vídeos de sites

jornalísticos para você?

ADAM ELLICK Há muita coisa ruim aí

fora que os internautas precisam se-

lecionar. A PBS [canal público de tele-

visão dos Estados Unidos] tem coisas

boas, especialmente o Frontline World

(www.pbs.org/wgbh/pages/frontline).

Qual é a principal dificuldade que

os repórteres encontram ao fazer re-

portagens em vídeo na internet?

ADAM ELLICK Eles começaram fazen-

do vídeos ruins. Depois melhoraram

produzindo vídeos o.k. Eventualmente

bons. Demora um tempo, mas qual-

quer um pode aprender isso. É como

escrever o lead de uma reportagem. Se

você faz isso sempre, em um ano vai

compreender o modo como é feito.

Você trabalhou em universidades

da Europa, dos Estados Unidos e da

Rússia. Os cursos de comunicação nas

universidades formam o jornalista

para as mídias digitais?

ADAM ELLICK Eu acredito nas meto-

dologias tradicionais. Os graduandos

em jornalismo são vítimas da tecno-

logia. Eles conhecem Flash e Final Cut

Pro, mas com frequência falta a base

para apurar e escrever. Sem essa base,

a tecnologia não vai permitir que você

"Armar um jornalista com uma câmera e só dizer-lhe o que ele tem de fazer está destinado ao fracasso"

Procure no NYT.com por >>Class Dismissed in Swat Valley

Ameaça Talebã"Segui uma garota paquistanesa

de 11 anos quando o Talebã fechou

sua escola e ameaçou a vida das

pessoas que viviam na cidade"

Procure por >>Skateistan

Procure por >>An Angel in Queens

Anjo em Nova York"Um motorista de ônibus

alimenta os mendigos com

o próprio dinheiro, todos os

dias, durante três anos"

Foco no personagem Os vídeos de Ellick mostram gente comum com histórias diferentes

Skate de Alá"Um australiano tenta levar

o skate para o Afeganistão,

mas, com a guerra, o

sucesso não é tão fácil"

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Page 21: Revista Plug 2009 - Especial Digital

21 >>

Como se faz para fugir dos modelos

tradicionais?

ADAM ELLICK No The New York Times,

eu tenho usado um estilo que não foi

visto na televisão nem empregado

nas páginas impressas. Eu definiria

como a primeira voz da revista. É a

primeira pessoa sem o narcisismo do

repórter de televisão. Mas ainda estou

trabalhando para refinar isso.

Existe futuro para os vídeos jornalís-

ticos na web?

ADAM ELLICK É muito cedo para qual-

quer um responder a essa questão

com autoridade. Ainda estamos nos

encontrando. Se você olhar a história,

bons jornalistas foram bem-sucedi-

dos tanto no papel como no jornal,

no rádio ou na televisão. Jornalista que

trabalha com vídeos jornalísticos para

web não deve ser diferente. Talvez o

maior problema com esse meio é que

ninguém descobriu uma forma viável

de ganhar dinheiro. O dinheiro ainda

está na televisão. Conforme o mercado

vai mudando, a situação deve se alte-

rar. Mas atualmente ainda há relutân-

cia mesmo entre aqueles que seriam

os corajosos para experimentar.

cresça como jornalista. Eu falo para

meus alunos esquecerem câmera,

edição, software e pegar um trabalho

por dois anos num jornal diário ou

num serviço de notícias na internet.

Mesmo que você não queira trabalhar

na mídia impressa, isso é treino para

os fundamentos da carreira. É como

um boxeador batendo em seu saco de

pancadas por anos antes da primeira

luta. Depois de tanto treino, você pode

aprender qualquer tecnologia e facil-

mente pular de um meio para outro.

Por que os vídeos na web ainda são

tão parecidos com os da televisão?

ADAM ELLICK Hoje, a tecnologia é mais

barata, mais leve e melhor do que an-

tes. Todo mundo pode gravar vídeos

para internet. A vantagem é ser mais

um meio democrático sem os “guar-

diões da ditadura”. A desvantagem

é que qualquer um pode gravar vídeos.

Em termos de produção e jornalismo,

a maioria das coisas na web é muito,

muito ruim. Além disso, a reação mais

previsível para qualquer pessoa que

faz vídeos é seguir o que conhece: te-

levisão. Vai demorar para ser estabe-

lecida uma linguagem própria.

Ellick nas ruas do Paquistão: "Qualquer um pode gravar. No fim, o conteúdo é o rei"

Qual é o perfil do jornalista que tem

feito sucesso ao trabalhar com vídeos

na internet?

ADAM ELLICK Não é diferente de

qualquer outro tipo de jornalista.

Tudo pode ser ensinado. Curiosidade

nesse meio é a característica mais

necessária. Em segundo, um aspiran-

te a jornalista deve aprender a apurar,

a desenvolver um olhar para o que é

uma reportagem e o que não é. Ele

precisa saber como olhar os fatos,

usar uma voz, escrever etc. Qualquer

um pode ensinar você a gravar. Claro,

algumas pessoas têm um olhar mais

artístico, mas no final o conteúdo é o

rei. Um dos meus vídeos mais pode-

rosos apresenta uma imagem com

chuviscos – ele foi gravado no telefo-

ne celular por homens que cometiam

um crime. Funcionou por causa do

conteúdo: uma mulher russa é despi-

da e agredida por policiais na Chechê-

nia por ter um caso extraconjugal. Até

agora nenhum espectador reclamou

da qualidade da gravação tampouco

me questionou sobre que câmera usei

para registrá-lo ou se é de alta defi-

nição. Eles só estavam pensando no

conteúdo. Isso é vitória.

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Page 22: Revista Plug 2009 - Especial Digital

// eNSaIo

<< 22

VAGASABERTASABERTASABERTAS

No passado recente, eles não teriam emprego na Abril.Suas funções simplesmente não existiamtexto Amanda Zacarkim e Elisa Tozzi design Marina Brant foto Diogo Salles

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Page 23: Revista Plug 2009 - Especial Digital

23 >>

MANOEL LEMOS_ CTO DA ABRIL DIGITAL_ Manoel Lemos, 34 anos, chegou à Abril Digital em 2008 com duas missões. A primeira é puramente administrativa. Ele precisa gerenciar as equipes de tecnologia responsáveis por funcionamento dos sites, desen-volvimento e implementação de novos programas e relacionamento com internautas. A segunda é bem menos corporativa. Lemos tem de captar as inovações que flutuam pela rede e adaptá-las às necessidades da Abril. “Sou um evangelizador tecnológico”, diz. Formado em engenharia da computação, foi gerente da Hypercom, uma multi-nacional de tecnologia, criador do BlogBlogs, portal que agrupa blogs brasileiros, e fundador da Webco, empresa que se dedica a criar produtos voltados a internautas.

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Page 24: Revista Plug 2009 - Especial Digital

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<< 24

MARcO MOREiRA_ ARQUITETO DE INFORMAÇãO_Se você nunca construiu um prédio, como pode ser arquiteto? Essa é a pergunta a que o arquiteto de informação Marco Moreira, 32 anos, mais tem de responder. Para tanto, ele lança mão da metáfora: “Desenhar um site é como erguer um edifício. É preciso avaliar o terreno, entender o que o cliente quer e montar uma estrutura que priorize o usuário”. Webdesigner por formação, Moreira trabalhou na Abril até julho de 2009 e se envolveu com arquitetura quando era estagiário, cinco anos atrás. Organizado e louco por planilhas, ele adora trabalhar nas etapas de criação de um site, que começam em pesquisas com internautas, passam por rascunhos de layout e chegam aos testes de navegabilidade. Testes que nunca terminam. “Sites são seres vivos; estão em constante mutação”, diz.

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FABiANA ZANNi_ DIRETORA DE MÍDIA DIGITAL_A internet dava seus primeiros sinais de vida na Editora Abril, e Fabiana já estava ansiosa por trabalhar no novo meio. Foi assim que, em 1995, bateu à porta do coordenador do projeto, Wagner Barreira, e pediu trabalho. Três meses depois, Fabiana programava páginas dos sites, além de editar e publicar matérias. Aos 38 anos, ela é diretora de Mídias Digitais, área de apoio que coordena ações de internet da editora. Sua equipe trabalha em busca de informação, desenvolvimento e novas linhas de negócio para todos os sites da casa. Ela brinca que queria ter saído da faculdade agora para aproveitar o que chama de “revolução social” na forma como produzimos e recebemos informação.

Page 26: Revista Plug 2009 - Especial Digital

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LiA cAMARgO_ WEBDESIGNER DA CAPRICHO_Sejamos sinceros. Não é esse exatamente o cargo da Lia. Entre outras tarefas, ela também desenvolve projetos, cuida do visual das páginas e identifica tendências na web. “Acho que minha função ainda não existe”, diz Lia, 25 anos, criadora de sites há nove e na equipe de Capricho.com.br desde 2007. Enquanto o RH não encontra o termo correto, ela se especializa num campo novíssimo: moderar comunidades de redes sociais para estreitar o contato com as meninas. A mais nova criação baseada nesse contato está em CAPRICHO Ama. “Vimos a necessidade que as meninas têm de falar de seu ídolo em comunidades e criamos uma página que traz o universo dos fan sites. Para as garotas, isso significa muito.”

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27 >>

RicARdO MAEkAwA_GERENTE DE SEO_ Na Abril Digital, Ricardo Maekawa, 33 anos, é um buscador de buscadores. Ele passa os dias à caça das palavras-chave que fazem um site aparecer com destaque no Google. Chama-se isso de search engine optimization (SEO) e, por suas regras, escrever “automóvel” na página em vez de “carro” custa uns bons milhares de page views. Aos buscadores da web não interessa a leveza do estilo do autor, e sim identificar se o site fala mesmo do tema procurado. “O texto tem de ser direto para que o encontrem”, afirma Maekawa. “Um link no Google é como uma chamada de revista: pode convencer o internauta a ler ou não.”

Page 28: Revista Plug 2009 - Especial Digital

<< 28

ssim que surgiram os pri-

meiros protestos contra o

resultado na eleição pre-

sidencial do Irã, em ju-

nho passado, o governo recrudesceu

a censura aos meios de comunicação.

Eficiente no passado, o cerco dessa vez

não impediu que o mundo soubesse

detalhes das passeatas e da repressão

que a ditadura local preferiria escon-

der. Em tempo real, pessoas mandavam

fotos, vídeos e textos diretamente das

ruas de Teerã, a capital iraniana – para

horror dos aiatolás e consagração do

Twitter como a mais poderosa aliada

do jornalismo entre as redes sociais.

Criado há apenas três anos, o Twitter

deixou de ser apenas um canal de mi-

croblogs pessoais, concebido para que

AAo ajudar o jornalista da pauta à cobertura dos fatos, o Twitter vira uma rede social que, enfim, vale a pena acompanhar

texto Kleyson Barbosa, Luciana Oliveira e Mariana Amaro design Luciana Martins

O CAMINhO A SEGUIR

// reportagem

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Page 29: Revista Plug 2009 - Especial Digital

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Protestos contra a eleição no Irã: o governo tentou

censurar, mas a informação se espalhou com o Twitter

CNN Breaking News [twitter.com/cnnbrk] Criada por um internauta que queria ler notícias da CNN no celular, hoje é a 3a conta mais popular no Twitter

aproximadamente 2 milhões de seguidores

New York Times [twitter.com/nytimes]São mais de 50 perfis do diário nova-iorquino para escolher. Um deles destaca as reportagens na capa do site, além de linkar blogs associados

aproximadamente 1,2 milhão de seguidores

MuckRack [twitter.com/muckrack]Rede social com perfis de jornalistas dos principais veículos no mundo. Tem busca de temas mais comentados pelos profissionais

aproximadamente 3 mil seguidores

Trampos [twitter.com/trampos]Funciona como uma agência de empregos, e apresenta vagas para designers, diretores de arte, arquitetos da informação e jornalistas

aproximadamente 6 200 seguidores

Chris Anderson [twitter.com/chr1sa]O editor da revista Wired traz links de ciência, tecnologia e inovação de diversas fontes em seu perfil no Twitter

aproximadamente 360 mil seguidores

Daniela Bertocchi [twitter.com/danibertocchi]A especialista brasileira em ciberjornalismo mostra links de pesquisas em arquitetura da informação da web

aproximadamente 1 400 seguidores

Sartorialist [twitter.com/sartorialist]A moda de rua inspira um dos blogs de design mais influentes do mundo, editado pelo americano Scott Schuman. Agora no Twitter

aproximadamente 550 mil seguidores

Quem está na frente?

alguém conte o que faz em telegráficos

140 toques, e virou fonte e ao mesmo

tempo disseminador de informações.

São 20 milhões de usuários cadastra-

dos no mundo, número que cresceu 15

vezes em um ano. Cada pessoa pode

falar sobre seu café da manhã, mas

também sobre um acidente que acaba

de testemunhar, um escândalo público,

as condições do trânsito na cidade,

enfim, pode dar uma notícia.

Mas por que chamar de “aliada” uma

rede com exércitos de concorrentes ama-

dores da imprensa? Porque o Twitter

ajuda o jornalista a se aproximar e até

mesmo ouvir melhor o leitor. E isso vale

para revistas, como se pode ver em

dois exemplos simples e diretos, um

de fora e outro da Abril.

Pete Cashmore [twitter.com/mashable]O fundador do Mashable, o principal blog sobre redes sociais e novidades da internet, comenta os dois assuntos em seu perfil

aproximadamente 930 mil seguidores

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Page 30: Revista Plug 2009 - Especial Digital

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um “twitteiro”, você recebe, via celular

ou página de internet, cada pílula de

texto que o “seguido” bota no ar.

Às vezes, o que chega faz do seguidor

quase uma testemunha da história.

Foi o que aconteceu com os amigos

do empresário americano Janis Krums.

Em janeiro passado, ele estava num

ferry boat a caminho de Nova York

quando presenciou o pouso forçado de

um avião da US Airways sobre as águas

do Rio Hudson. Em cinco minutos,

Krums usou seu iPhone para foto-

grafar os sobreviventes à espera

de ajuda nas asas da aeronave e

Na versão inglesa da Grazia, atual

fenômeno das revistas femininas euro-

peias, as repórteres que cobrem moda

têm de “twittar” direto das passarelas,

enquanto as modelos desfilam. “Nos-

sas leitoras amam, pois se sentem na

primeira fila vendo tudo pelos nossos

olhos”, afirmou recentemente Jane

Bruton, diretora de redação. "Nossa

cobertura é minuto a minuto.”

Ricardo Lombardi, diretor de VIP,

aproveita o Twitter de outra maneira.

“Uso como fonte de pautas para a VIP

e para o blog: são centenas de pautei-

ros trabalhando sem parar. De graça.

Incluindo eu, claro”, diz Lombardi, em

exatos 129 toques, a pedido da PLUG.

Outras redes sociais permitem atu-

alizações instantâneas ou conversar

com sua audiência em busca de ideias

para reportagens. O que faz o Twitter

diferente é a combinação de simpli-

cidade (poucos vão precisar de um

pré-adolescente ao lado para fazer seu

perfil no Twitter.com) com a total con-

veniência. Você só recebe informações

de quem quer e, caso se encha, basta

um clique para ficar livre. O princípio

básico está em “seguir” alguém ou

algo, como revistas, jornais e asseme-

lhados de mídia. Como “seguidor” de

enviou para sua página no Twitter.

Seus colegas virtuais trataram de

espalhá-la e, em 20 minutos, o em-

presário dava entrevistas na TV so-

bre o resgate e a primeira imagem

a registrar o acidente, de sua autoria.

“Eu esperava chegar ao fim do ano

com mil seguidores. No dia seguinte ao

acidente, já tinha superado a marca”,

disse Krums à PLUG. Em junho, ele che-

gara a 5 500 pessoas acompanhando

seus comentários.

Ainda que tenha virado uma mi-

nicelebridade na rede social, Krums

está longe, muito longe, da legião que

Esta imagem do avião pousado no rio ganhou o mundo via Twitter

No ataque terrorista em Mumbai, na Índia, uma mensagem falsa enganou a inglesa BBC

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Page 31: Revista Plug 2009 - Especial Digital

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Toques para "twittar" melhorNão é só escrever pouco. O Twitter tem ferramentas que podem auxiliar o trabalho do jornalista. Eis algumas:

@ Este símbolo precede o nick, ou nome adotado pela pessoa, no Twitter. Se você quiser falar com um internauta, use o nick dele antes do texto.

RT Significa retwitt. É o famoso “citar a fonte” no jargão jornalístico. Se você achou interessante o que alguém escreveu e quer passar o post adiante, basta copiá-lo e acrescentar um RT na frente.

# Chamado de hashtag, ou jogo da velha, pode ser usado no post como um facilitador de buscas. No final da mensagem, basta colocá-lo, antes das palavras-chave.

Short URL Para não gastar toques com longos endereços de sites citados, vale usar serviços que "encurtam" a URL. Um bom exemplo é o Migre.me

TwitPic Não é possível enviar imagens via Twitter, mas você pode dar o endereço da foto hospedada num site. O TwitPic armazena e cria URLs especificamente para o Twitter.

TweetBeep É o alarme de mensagens. Quando os termos que você selecionou no Twitter são mencionados, ele manda uma mensagem para o seu e-mail. Mantém você alerta.

segue a americana CNN Breaking News,

a maior fonte de notícias no Twitter

com quase 2 milhões de seguidores.

Outros destaques são o jornal The New

York Times, com 1,2 milhão de seguido-

res, e o perfil da apresentadora de TV

Martha Stewart, com 900 mil.

Na Abril, a mais populosa seita de

seguidores são os 25 600 de CAPRICHO,

cujo perfil foi criado em agosto de

2007. Logo atrás vem o da SUPERIN-

TERESSANTE, com 21 800 pessoas.

Levantamento da agência Bullet, em

abril, mostrou que 79,3% dos "twittei-

ros" brasileiros seguem ou já seguiram

o perfil de um jornal, uma revista

ou um portal de notícias.

E o Twitter é apenas a porta de

entrada. “Como o espaço é pequeno,

a gente só conta o que faz, mas dá o

link para a matéria em nosso site”,

afirma Giuliana Tatini, editora-chefe

do site da CAPRICHO. “Isso aumenta

a audiência.” Hoje o Twitter é a nona

fonte de tráfego externo para os sites

da Editora Abril. Em fevereiro, ocupava

o posto 39. Em Veja.com, esse movi-

mento trazido pelo Twitter cresceu

sete vezes em três meses.

Para as empresas de mídia, o site

também funciona como uma ferra-

menta de broadcasting. Ele permite

que uma pessoa fale com muitas.

Agora de uma maneira tão rápida

que faz e-mail parecer ultrapassado.

Sérgio Teixeira Jr., editor executivo de

EXAME, considera que as duas for-

mas de utilizar o Twitter, dar links

ou dialogar, não são excludentes.

“O site pode servir para mil propósi-

tos”, afirma. “Não há regras sobre qual

melhor maneira de atuar. É uma

questão de escolha sobre qual será

o tipo de relacionamento com o inter-

nauta.” O jeito de usar o Twitter tem a

ver com o propósito de cada empresa

de comunicação e com o perfil de seus

leitores e telespectadores, ou melhor,

de seus seguidores na rede. É o caso

da revista americana People que,

durante o mês de junho, dedicou 10%

de seus tweets a responder comentá-

rios dos 700 mil seguidores.

Além da People, a revista de tec-

nologia Wired também ampliou o

diálogo com seus seguidores (em

maio, representava 4% dos posts; em

junho, 18%). Mas é bom lembrar que

toda escolha exige comprometimento

e não dá para começar a dialogar com o

leitor e depois parar. “A interação é um

caminho sem volta”, diz Teixeira Jr..

Até agora, viu-se que o Twitter traz

mais page views, amplia a interati-

vidade em tempo real, gera pautas

e comentários dos leitores. Mas,

desde que foi criado, o serviço ganhou

ferramentas extras

que ampliam as

possibilidades para

o jornalista (veja

quadro ao lado). Vale

dizer que ele tam-

bém serve como um

rádio-escuta moderno. Aqui começa a

lista dos perigos do Twitter.

Em dezembro do ano passado, um

grupo terrorista atacou a cidade de

Mumbai, na Índia. A BBC cobriu com

seus correspondentes e abriu espa-

ço no site para posts de “cidadãos”.

A maior parte trazia relatos de tes-

temunhas locais. Uma delas, no en-

tanto, publicou no Twitter da BBC

que o governo indiano teria pedido

que não fossem feitas mais atualiza-

ções via... Twitter. Era falso. Sob uma

saraivada de críticas da concorrência

e de seus próprios dirigentes, a BBC

se desculpou publicamente. Ela não

irá censurar os tweets, mas passou a

checar toda informação que acredita

controversa.

Pode-se usar um texto para dar o link da matéria e isso aumenta a audiência do site

PLUG 2009

Page 32: Revista Plug 2009 - Especial Digital

// reportagem

PLUG 2009

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Page 33: Revista Plug 2009 - Especial Digital

ada vez mais internautas adicionam fotos, pod-

casts, vídeos e textos a blogs ou redes sociais. Em

2008, os geradores de conteúdo eram 42,8% do

total de pessoas que navegam na web nos Esta-

dos Unidos, e eles serão a maioria em cinco anos, segundo

a consultoria eMarketer. O crescimento desafia a impren-

sa: amadores já têm tecnologia (celulares que tiram fotos

e gravam vídeos) e estrutura (blogs e redes sociais) para

furar os jornalistas no relato das notícias.

Para acompanhar seu público, veículos tradicionais in-

vestem em jornalismo colaborativo. O conceito nasceu

em fevereiro de 2000, quando o site coreano OhMyNews

estabeleceu o modelo no qual o internauta manda seu re-

lato, checado por um profissional antes da publicação. Dos

100 maiores jornais americanos, 58% tinham ferramentas

para o envio desse tipo de conteúdo em 2008, contra 24%

no ano anterior, segundo o Bivings Group. “O público está

deixando de ser apenas consumidor de conteúdo jornalístico

e adquiriu relevância informativa”, afirma Ramon Salaverría,

da Universidade de Navarra, na Espanha.

Essa relevância resultou nas histórias das páginas se-

guintes, como a do Spot.Us, site em que a audiência sugere

pautas e paga para que o jornalista as apure, ou a da 8020

Media, editora de revistas que só usam conteúdo escolhido

em suas comunidades virtuais. O relato colaborativo é ainda

mais importante quando jornalistas são impedidos de estar

no local da notícia, como na ofensiva israelense em Gaza,

no início do ano. Para suprir a demanda por informação, a

estudante Eman Mohammed tornou-se correspondente de

guerra e viu seu trabalho repercutir pelo mundo.

texto Leo Branco, Alexandre Salvador e Giselle Hirata design Eduardo Bessa ilustração Henrique Barone

AOS OLhOS dA MULTIdÃO

No mundo onde todos são repórteres, três exemplos de como transformar colaboração em jornalismo

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33 >>

Page 34: Revista Plug 2009 - Especial Digital

Uma vez impedida a entrada

de jornalistas estrangeiros em

Gaza, Eman Mohammed

(acima) tornou-se correspondente de

guerra. Seu foco era o impacto dos

bombardeios sobre as crianças

A história pelo lado de dentroNa Faixa de Gaza, o conflito testemunhado pelas lentes de uma moradora

“As redes sociais eram as bases de nossa ação”

man Mohammed tirou suas

primeiras fotos aos 18 anos,

quando ingressou no curso de

jornalismo da Universidade de Gaza.

Eventualmente postava algumas em

redes sociais e recebia elogios pela

sensibilidade com que retratava a

realidade à sua volta. Em dezembro

de 2008, enquanto estudava para as

provas do último semestre, presen-

ciou o bombardeio de sua sala de

aula no início da ofensiva israelen-

se contra militantes do Hamas, que

durou 22 dias.

Diante da guerra que interrompeu

as aulas e da impossibilidade de jorna-

listas estrangeiros entrarem na área

de conflito, Eman pôs-se a registrar o

que via com uma câmera Canon 40D.

O restante da logística de um jorna-

lista – coletes à prova de balas e car-

ros blindados, entre

outros – ela pedia a

colegas de agências

internacionais, às

vezes sem sucesso.

No segundo dia de

bombardeios, foi atingida no nariz por

estilhaços. Aos 21 anos, era a única

mulher a retratar a situação em Gaza

e, por isso, suas imagens tinham uma

perspectiva diferente. Seu tema pre-

dileto era o impacto da guerra sobre

as crianças. “Adultos podem se matar,

mas elas não poderiam ter passado

por esse sofrimento”, diz.

Ao fim da jornada, Eman enviava

as fotos para o Demotix, site funda-

do no segundo semestre de 2008 e

que reúne mais de 10 mil fotos e 5 600

colaboradores em 120 países. Após o

cadastro no site, é possível checar as

fotos de outros usuários e comprá-

las. As imagens de Eman foram pa-

rar no diário inglês The Guardian e

em uma emissora de TV do Líbano.

Após o conflito, ela recebeu 60 libras

e o reconhecimento, que vê com

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Page 35: Revista Plug 2009 - Especial Digital

Seu patrão é o internautaO Spot.Us faz a audiência pautar o repórter

No Spot.Us, o jornalista sugere a pauta, as pessoas financiam e recebem parte do dinheiro se ela for vendida a uma publicação. Criado por David Cohn (acima), o modelo financiou uma reportagem sobre os efeitos ambientais da extração de cimento na California

amargura. “Fiquei mal por causa do

trauma da guerra, mas tirar fotos

me deixou inspirada a fazer mais”,

diz, enquanto sonha em trabalhar

em outras zonas de conflito.

Do outro lado do front, o israelen-

se Niv Calderon, de 28 anos, sentia

que a imprensa internacional era

contrária a seu país, apesar do pavor

causado pelos mísseis do Hamas nas

cidades próximas à fronteira com

Gaza. Blogueiro e usuário de redes

sociais, Calderon emprestou telefo-

nes celulares com câmera a mora-

dores da região para que gravassem

a guerra que viam. Surgiu até um

vídeo sobre o movimento dos shop-

pings após o cessar-fogo.“Eu não in-

terferia no conteúdo, pedia apenas

que falassem em inglês”, conta.

Postado no YouTube, o material foi

para o site Help Us Win, criado por

Calderon para defender a posição

de Israel como vítima da guerra. “As

redes sociais eram as bases de nossa

ação”, conta ele. Sob slogan adapta-

do da Guerra do Vietnã – “Conquis-

tando corações e mentes para Israel”

–, o site agrega voluntários para fa-

lar bem do país no Twitter e no Face-

book. Os argumentos estão em carti-

lhas disponíveis online.

Um dos recursos mais populares

do Help Us Win é o Qassam Counter,

um programa de mensagens auto-

máticas que funciona no Facebook

e no Twitter. O intuito é alertar os

usuários cadastrados sobre os mís-

seis lançados pelo Hamas – chama-

dos Qassam – em solo israelense.

“Durante a guerra, eles perturbavam

meu dia”, conta Calderon, para quem

o efeito emocional dos 378 alertas no

Twitter influenciou a opinião inter-

nacional sobre o conflito. “Espero no

futuro não precisar das redes sociais

para mostrar nossa voz”, diz.

repórter freelancer Chris Ami-

co, de 23 anos, queria retratar

com maior profundidade o

impacto da produção de cimento no

sul da Califórnia, assunto que acom-

panhou enquanto trabalhava em um

jornal local. Em vez de vender a pauta

a algum veículo, Amico usou a web

para financiá-lo na empreitada. Ele

está cadastrado no Spot.Us, site no ar

desde novembro de 2008 em que jor-

nalistas “vendem” suas pautas direta-

mente a internautas. Vinte

pessoas colaboraram.

Amico arrecadou

os 350 dólares que

pediu para cobrir

ligações telefôni-

cas e viagens para

a reportagem, pu-

blicada em três

jornais locais, em

um da Finlândia e

no Spot.Us. “É uma

maneira de finan-

ciar histórias que

não seriam conta-

das de outra for-

ma e de envolver o público

no processo”, afirma.

O site funciona nos mol-

des de uma rede social.

Os jornalistas podem criar

perfis, visíveis para outros

usuários, em que publicam pautas e

pedem uma quantia para realizá-las.

Quando as doações atingem o total

solicitado pelo jornalista, ele recebe

um prazo para executar o trabalho.

A equipe do Spot.Us distribui o ma-

terial para outros veículos e divide o

lucro entre os internautas que finan-

ciaram a história. “Editores podem

pagar para ter preferência sobre as

reportagens ou obtê-las de graça, sem

a exclusividade”, diz o editor David

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Page 36: Revista Plug 2009 - Especial Digital

A editora de todos nósAqui a foto e a viagem do amador viram páginas de revistas

Cohn, de 26 anos, que fundou o site

após pesquisar a aplicação do crowd-

funding, modelo de financiamento

coletivo via internet, ao jornalismo.

A ideia de Cohn, ex-colaborador da

revista Wired, ganhou o concurso

anual da Knight Foundation, institui-

ção que premia as iniciativas mais

inovadoras em mídia. Cohn recebeu

300 000 dólares e supervisão edito-

rial para os mais de 400 jornalistas

cadastrados.

Desde a fundação, o Spot.Us rece-

beu 10 mil dólares em contribuições.

De 120 pautas enviadas, 19 foram

financiadas por internautas e duas

vendidas a outros veículos, uma de-

las sobre o mercado de sexo em São

Francisco, na Califórnia. As restrições

dos editores de veículos tradicionais

explicam a venda de poucas histó-

rias produzidas no Spot.Us. “A pauta

pode ser boa, mas eles não gostam

de publicar um material que foge de

seu controle editorial e que teriam es-

crito sob outro ângulo”, explica Cohn.

Ele acredita que a crise econômica e

o avanço das notícias gratuitas na in-

ternet devem mudar essa posição. As

redações diminuirão e serão obriga-

das a decidir se reduzem sua cober-

tura, perdendo qualidade e leitores,

ou se abrem sua estrutura para cola-

boradores externos. “As organizações

de mídia aprenderão a trabalhar com

conteúdos que não estão sob seu con-

trole editorial direto”, prevê Cohn.

A abrangência do Spot.Us é hoje a

região metropolitana de São Francis-

co, mas há planos de expansão para

mais cidades dos Estados Unidos e

outros países, inclusive na Améri-

ca do Sul. Por enquanto a equipe é

formada por Cohn e uma jornalista

contratada para gerenciar os comen-

tários incluídos no site.

crise econômica americana

afetou o mercado publicitário

e quase fechou a 8020 Me-

dia, uma das editoras pioneiras no

uso de conteúdo produzido na web

no mercado editorial de revistas. A

8020 Media foi fundada em junho

de 2006 com a premissa de utilizar

a contribuição de membros de co-

munidades online para produzir re-

vistas com conteúdos inovadores. A

editora, sediada em São Francisco,

na Califórnia, é responsável por duas

publicações, a JPG, sobre fotografia,

e a Everywhere, especializada em des-

tinos turísticos.

Em janeiro passado, a direção da

8020 Media anunciou que encerraria

suas atividades por falta de dinhei-

ro em caixa, resultado da saída dos

A

PLUG 2009

foto

: Leo

nar

do

rég

nie

r

foto

: Ro

ber

to S

eba

rep

rod

uçã

o

Na editora 8020 Media, são

os membros das comunidades

virtuais que enviam o conteúdo publicado

nas revistas

<< 36

Page 37: Revista Plug 2009 - Especial Digital

Quem foi que disse isso?Prepare-se para separar fatos reais de boatos

Para Juca Varella, do FotoRepórter, material colaborativo exige checagem

Em 3 de outubro de 2008, o va-lor das ações da Apple na Bolsa de Nova York caiu 5,4% em menos de 20 minutos após a informação de que Steve Jobs teria sofrido um ata-que cardíaco. A informação, veicula-da no iReport.com, canal colabora-tivo da rede CNN, foi desmentida e o autor, excluído do site que agrega conteúdo enviado por mais de 240 mil usuários. “Eles questionaram a informação, que foi removida por nossa equipe”, explica Jennifer Mar-tin, relações-públicas da CNN.

Os procedimentos de checagem, nesses casos, incluem entrar em contato com o autor do material e consultar especialistas no tema. Essa é a opinião do editor de foto-grafia Juca Varella, desde outubro de 2005 à frente do primeiro canal brasileiro de jornalismo colaborati-vo, o FotoRepórter, do Grupo Esta-do. “No começo, eu mesmo analisa-

primeiros investidores, entre eles

Steve Minor, fundador do portal de

tecnologia CNet. Dois meses depois,

a empresa foi vendida a um grupo

de investidores com a esperança de

diversificar o modelo de negócio:

em vez de apenas vender assinaturas,

a editora trabalhará com promoção

de eventos, venda de exemplares an-

tigos e itens promocionais.

As duas revistas publicadas pela

8020 Media trabalham unicamente

com conteúdo enviado por colabo-

radores cadastrados em seus sites.

O material é selecionado por edito-

res e submetido a votação entre os

internautas antes da publicação na

versão impressa. Tanto a JPG quanto

a Everywhere trabalham com edições

temáticas também escolhidas pelos

colaboradores já cadastrados. Autores

de fotos estampadas na Everywhere

ganham uma edição da revista, que

está no quarto número. Na bem edita-

da JPG, o prêmio é de 100 dólares e seis

números grátis da revista, que está

na 19ª edição, publicada em janeiro.

Para o editor da JPG, Brian Hunziker,

a colaboração de pessoas de fora é

fundamental para a produção da

revista, mas é preciso balancear a

contribuição entre amadores e pro-

fissionais. “Milhões de pessoas com

câmeras ao redor do mundo signi-

ficam milhões de pessoas no lugar

certo, na hora certa para tirar uma

boa foto e contar uma boa histó-

ria", afirma. Mas essa modalidade

de jornalismo, segundo o editor,

precisa de uma liderança forte dos

veículos de mídia. "É responsabilida-

de do editor checar os dados e pes-

quisar as fontes que colaboraram

em suas edições”, diz Hunziker. Hoje

a comunidade da revista tem mais

de 200 mil colaboradores.

va o material que recebíamos para ver se não era montagem”, conta. Hoje a tarefa de analisar o material enviado por 11 mil colaboradores cabe a uma equipe de oito edito-res. Ajuda no trabalho a exigência de CPF, telefone e outros dados pessoais no cadastro.

E, quando a informação está errada, de quem é a culpa: do co-laborador ou do veículo? No caso do iReport, a legislação ameri-cana diz que a responsabilidade é exclusiva da pessoa que postou a informação. Assim, a CNN está isenta de condenação, segundo o advogado Ronaldo Lemos, espe-cialista em direitos autorais pela Fundação Getulio Vargas. Se hou-vesse no Brasil um episódio seme-lhante, a decisão dependeria do juiz, pois falta uma lei que defina de quem é a culpa. “A insegurança é total”, afirma Lemos.

PLUG 2009

foto

: div

ulg

ação

37 >>

Page 38: Revista Plug 2009 - Especial Digital

// reportagem

<< 38

Marco Chiaretti, especialista em novas tecnologias: contra os modismos

PLUG 2009

Page 39: Revista Plug 2009 - Especial Digital

39 >>

texto Ana Luiza Leal, Clara Vanali, Nádia Tamanaha e Renata Betti

design Marina Brant foto Pedro Silveira

VOCÊ, VERSÃO REMIx

Com tantas novas mídias, querem que o jornalista vire um profissional multifunções. Será um fato inexorável na carreira ou só mais um papo-cabeça da sua chefia?

ntre 2000 e 2001, Giuliana Tatini se destacou

como uma das melhores repórteres da CAPRI-

CHO. Perguntava e escrevia bem. Sabia editar

o texto dos outros. Tinha jeito com equipes.

Virou editora da revista. E aí... foi trabalhar na web.

“Eu quis me dedicar a isso porque entendi que a internet

era importante para leitores de revistas, especialmente

os adolescentes”, diz a jornalista. Em dois anos, o site de

CAPRICHO virou referência em relacionamento com par-

ticipantes de redes sociais, extensão para mobile, vídeo

na web e em outras coisas que, obrigatoriamente, passam

ou já foram feitas por Giuliana, hoje editora sênior.

No caso dela, foi um convite da chefia que abriu

espaço para uma profissional multimídia. No atual ritmo

de mudanças no mercado, ficam algumas perguntas:

esse é mesmo o melhor caminho a seguir? Ou é o único?

“O jornalista atual não tem de escolher ser multimí-

dia. Essa escolha já foi feita. Quem não estiver atento

está fora da brincadeira.” As frases são de Marcelo Tas,

um dos profissionais mais bem-sucedidos da era digital.

E

Giuliana Tatini, editora de CAPRICHO:

do off para o online por

vontade própria

PLUG 2009

Page 40: Revista Plug 2009 - Especial Digital

PLUG 2009

<< 40

do digitado ao digital

Cada um no seu tempo, não haveria jornalismo sem estes aparelhos

máqUina de escrever

Se você tem 40 anos, são

grandes as chances

de ter batucado

matérias numa

Olivetti. Essas máquinas

de escrever dominaram

o século 20 até

o início dos anos 90

radiofoto

Popular no Brasil entre

os anos 40 e 60, transmitia

imagens e textos a longa

distância pelas ondas do rádio

teLefoto

Evolução da radiofoto

adotada a partir de 1979.

Usava o telefone para

transmitir – isso quando

o telefone funcionava

teLex

O barulhento aparelho

mandava e recebia textos

por uma rede semelhante

à telefônica. Com seu

fim no ano 2000, acabou

também uma profissão:

o operador de telex

Ao longo de mais de 25 anos de carreira, ele viu a che-

gada da internet e dos primeiros sites de informação – no

início apenas uma reprodução online dos jornais impres-

sos. Aprendeu na prática as novas ferramentas e hoje

é considerado proficiente em todos os tipos de mídia. Seu

blog é um dos mais acessados do portal UOL; o progra-

ma CQC, que apresenta na TV Bandeirantes, faz sucesso

pela mistura de notícia com humor; e, aos 49 anos, Tas

usa serviços como Twitter e YouTube com a naturalidade

de um pré-adolescente.

Parte dos colegas da geração de Tas não comunga

da fé do multiespecialista. Muitos preferem manter o

foco numa área específica. “Eu não acredito mais nessa

coisa do homem-orquestra”, diz Marco Chiaretti, 51 anos,

jornalista e ex-editor-chefe de Conteúdo Digital do Grupo

Estado, há 13 anos lidando com novas tecnologias. “Isso

foi uma tendência que não se confirmou.” Ele não vê es-

paço para aquela imagem do repórter de jornal saindo

à rua para apurar uma pauta com uma câmera de vídeo

e uma máquina fotográfica. Se for necessário registrar

a imagem, afirma Chiaretti, é mais sensato enviar um

profissional especializado para esse trabalho.

Há quem prefira o meio-termo. Pedro Dória, colunista

do caderno Link, também do jornal O Estado de S. Paulo,

acredita que o melhor profissional entende das várias

mídias, mas prefere usá-las separadamente. “Uma vez

fui para a Espanha blogando e filmando ao mesmo

tempo. Foi equivalente à cobertura de uma guerra.

Dá um trabalho danado, e você não faz nada direito”,

diz ele. Edson Rossi, diretor de conteúdo do portal Ter-

ra, tem a mesma opinião. “Fazer tudo ao mesmo tem-

po não contribui para a qualidade de nada. Saber fazer

tudo amplia a qualidade”, afirma Rossi, que cita até um

exemplo anterior à discussão das multiplataformas.

“Fotografar e ter noções de design enriquece o repórter”,

afirma Rossi, com a experiência de quem foi diretor de

redação de CONTIGO! e VIP.

Na Editora Abril, não há uma orientação única para suas

55 revistas e seus 60 sites. Existem redações que integram

a produção para a internet e para o impresso (ou “on e off-

line”, como o jargão tecnológico gosta de defi-

nir). É o caso da CAPRICHO de Giuliana Tatini

e de outros seis profissionais que escrevem

para a revista quinzenal e também têm tex-

tos, fotos, vídeos ou podcasts publicados no

site ou no serviço mobile do título. Outras redações adotam

operações distintas, com equipes próprias – sem eliminar

colaborações de parte a parte.

VEJA pode ser colocada no segundo grupo, mas, como

se viu no Curso Abril de Jornalismo 2009, tem espaço para

jornalistas que produzam nos dois mundos ao mesmo

tempo. Pela primeira vez os alunos do curso designados

para VEJA e Veja.com apuraram um tema em comum que

viraria reportagem impressa e do site, além de infografia

e vídeo. “Uniu-se a boa reportagem a uma navegação que

"Não acredito nessa coisa do homem-orquestra. O repórter de jornal que sai à rua com uma câmera de vídeo e uma máquina fotográfica"

foto

: Ded

oc

foto

: div

ulg

ação

Page 41: Revista Plug 2009 - Especial Digital

PLUG 2009

41 >>

comPUtador

No Brasil, entrou

nas redações a partir

dos anos 80. Eram

trambolhos de

tela verde ou,

sabe-se lá por quê,

marrom na Abril

ceLULar

Os primeiros a

descobrir o poder

imediato do

aparelho foram

os repórteres

de rádio. Virou

substituto do

microfone logo

que chegou

em 1990

cÂmera

Pode ser de vídeo, fotográfica

ou de celular. Virou item comum

na vida das pessoas – e uma

polêmica na vida dos jornalistas

Marco Chiaretti, especialista em

novas tecnologias: contra os modismos

foto

s: D

edo

c

Page 42: Revista Plug 2009 - Especial Digital

PLUG 2009

<< 42

ajudou a contar a história de forma integrada, exploran-

do as possibilidades de cada mídia”, diz Roberto Gerosa,

editor-executivo de Veja.com.

Dos 13 trabalhos do Curso Abril 2009, 11 adotavam

de alguma forma a internet ou o celular (veja a apresen-

tação dos trabalhos a partir da pág. 44). Não foi decisão dos

alunos. Escolher o tema era prerrogativa das redações

participantes. Como a maioria queria testar projetos ou

ideias online, chamar os universitários foi uma solução

natural. Não só porque, aos 20 e poucos anos, todos são

“nativos” digitais, mas também pela própria formação.

Segundo levantamento da PLUG, das 100 maiores facul-

dades de jornalismo no país, 80% incorporaram matérias

ligadas à internet e vídeo à grade curricular.

Aparentemente consensual no Brasil, o mix de jorna-

lismo e tecnologia nas faculdades provoca polêmica nos

Estados Unidos. Até 2008, o jornal The New York Times

buscava estagiários na tradicional Universidade Colum-

bia. Para o projeto “Local”, lançado em 2008, o jornalão

bateu à porta da rival New York University. Explicação:

como se tratava de um site de notícias, o atual currículo

da NYU, já adaptado ao padrão da mídia virtual, produzi-

ria alunos mais bem preparados para a missão. Abalada

por casos assim, Columbia decidiu reagir e mudou sua

grade – para desgosto público de professores veteranos

Sem segunda chance

Não faz tanto tempo assim, mas provavelmente

você já apagou o Second Life da sua memória. Em

2007, o site prometia criar um universo paralelo virtual

em que todos teriam identidade e vida novas. Pessoas,

empresas, marcas e revistas correram para criar seus

“avatares”, nome do alter ego digital. A VIP foi uma das

primeiras na Abril a montar sua redação por lá e, na

estreia, reuniu 19 mil “frequentadores”. Pouco mais de

um ano depois, a experiência foi abandonada sem que

ninguém lamentasse (ou, pior, notasse).

VIP arriscou-se num problema comum na web. Como

saber se o fenômeno do momento é só isso mesmo: algo

do momento. “Foi uma aposta editorial na época”, diz

Ricardo Lombardi, diretor de redação, que não estava na

revista mas aprova a atitude. “O bom da internet é que

ela permite ao jornalista fazer esse tipo de experiência.”

Na verdade, há pouco espaço para escolha. “A imprensa

tem de estar sempre presente”, afirma Fernando

Madureira, gerente de interação editorial do UOL.

“O artista tem que estar onde o povo está.”

que veem na mudança um ataque ao texto de qualidade.

Se depender da inglesa BBC, multimídia antes mes-

mo de a palavra entrar na moda, o domínio das letras

continuará sendo item eliminatório no RH. “Sem um bom

texto jornalístico, não há uma base sobre a qual se possa

criar o resto”, afirma Américo Martins, editor-executivo

para as Américas do serviço mundial da BBC. Ele defen-

de que os jornalistas sejam cada vez mais capazes de

produzir material em áudio, vídeo e outras linguagens.

“É claro que há um limite para isso, e o limite tem nome.

Chama-se qualidade”, diz Martins.

Talvez não seja a melhor opção abraçar-

se ao seu texto impecável de 30 mil toques

e esperar que essa “onda” passe. Haverá

espaço para autores na imprensa? Prov-

avelmente sim. Mas vale ouvir Marion

Strecker, diretora de conteúdo do UOL: “Nem todos os

jornalistas da empresa produzem hoje bons textos, bons

vídeos, boas fotos e bons áudios. Acho natural que, com

o passar do tempo, eles aprendam a utilizar melhor as

novas técnicas e equipamentos. Os que já dominam es-

tão em vantagem competitiva na hora da contratação”.

Não está convencido ainda? Isso é coisa de portal

de internet? Palavras de Victor Javoski, gerente de con-

teúdo digital do jornal carioca O Dia: “Não é exigido que

o profissional saiba trabalhar com todas as plataformas, mas

é esperado. Não apenas no site, mas também no impresso.

Ser capaz de produzir um vídeo curto na beira do campo

de futebol, durante a entrevista com um político ou numa

delegacia já é regra na equipe do jornal, e não exceção”.

"O jornalista atual não tem de escolher ser multimídia. Essa escolha já foi feita. Quem não estiver atento está fora da brincadeira"

Page 43: Revista Plug 2009 - Especial Digital

PLUG 2009

43 >>

Marcelo Tas, multimídia por excelência: no blog, na TV, no Twitter...

Page 44: Revista Plug 2009 - Especial Digital

<< 2

Page 45: Revista Plug 2009 - Especial Digital

3 >>

Confira quem fez e o que foi feito

o virar esta página, você começa a conhecer os

13 projetos realizados no Curso Abril de Jornal-

ismo 2009. Fique atento aos detalhes: 66 jovens

profissionais de 14 estados, escolhidos entre

1 865 recém-formados de todo o país, trabalharam durante

31 dias. O resultado prático surgiu numa série de aplicativos,

sites, vídeos e reportagens feitos pelos alunos.

Se já era uma tendência nos últimos anos, em 2009 os

alunos abraçaram de vez o modo digital de fazer jornal-

ismo – ou “produzir conteúdo”, como virou moda falar. Essa

turma de garotos e garotas com 20 e poucos anos usou as

mídias virtuais para sugerir pautas, apurar matérias e se

divertir, claro, em meio a tantas redes sociais.

Nos relatos a seguir, feitos pelos próprios alunos, estão as

ideias inovadoras e os desafios de execução de cada grupo

de trabalho. Ao fim, surgiram propostas práticas e prontas

para usar de três novos sites, duas experiências com redes

sociais, dois canais de vídeo, um redesenho de banco de

dados e dois aplicativos para celular. (E um especial em

papel e um novo projeto editorial para seções de revista, que

o impresso está longe de morrer!)

Mas, antes de entrar na apresentação dos trabalhos,

talvez você queira saber quem são, afinal, os tão falados

“jovens profissionais” do Curso Abril. Eles estão aqui “atrás”,

nas páginas centrais do folder. Conheça um pouco de seus

gostos, hábitos, preferências. Eles são nosso novo público

– e, com certeza, nossos futuros colegas.

A

texto Amanda Zacarkim e Leo Branco

design Maíra Miranda ilustração Vorko.org

46 > capricho

50 > contigo!

54 > m de mulher

56 > men's health

58 > abril digital

62 > recreio

64 > gloss

66 > veja e veja.com

70 > boa forma

72 > info

74 > superinteressante

76 > exame

78 > casa.com

Page 46: Revista Plug 2009 - Especial Digital

Boa forma Gloss M de mulher Casa.com.br Contigo!Men’s Health Recreio Superinteressante Abril digital Exame Veja InfoCapricho

A vida em redeComo os alunos do curso se relacionam com a tecnologia

Eduardo BessaDesign

Alessandra MouraTexto

Gustavo SimonTexto

Ricardo VasquesTexto

Felipe RussoFotografia

Gabriela VergaçasDesign

Danielle CruzDesign

Paula RothmanTexto

Willian KnackDesign

Henrique BaroneDesign Marina Brant

Design

Renan CandeloroTexto

Amanda ZacarkimTexto

Bruno BortolettoDesign

Maria Luiza LaraTexto

Ana Luiza LealTexto

Felipe GrandinettiDesign

Nádia TamanahaTexto

Thiago BronzattoTexto

Ananda MoraisVídeo

Frederico MachadoTexto

Luciana OliveiraTexto

Paula FabrisDesign

Bruno MeierTexto

Letícia PiresDesign

Mirian AlvesDesign

Diogo SallesFotografia

Felipe CarneiroTexto

Raquel BorgesTexto

Bernardo MangaraviteVídeo

Luiz MonteiroDesign

Alexandre SalvadorTexto Mauro Kawasaki

Design

Fernanda Ribeiro Design

Elisa TozziTexto

Carol FreitasFotografia

Conrado BragaMídias digitais

Cecília AraújoTexto

André FaustTexto

Everton PrudêncioDesign

Daniela CadoreDesign

Karolina PinheiroTexto

Giselle HirataTexto

Eduardo MendesDesign

Mariana AmaroTexto

Giuliano MuccioliDesign

Kleyson BarbosaTexto

Marcio OrsoliniTexto Maíra Miranda

Design

Sofia KrauseTexto

Luís Guilherme BarruchoTexto

Gustavo FortiVídeo

Manuel CunhaTexto

Vitor BrunoroVídeo

Carolina EitelbergDesign

Thiago MouraDesign

Luciana MartinsDesign

Clara VanaliTexto

Renata BettiTexto

Caio BarrettoTexto

Pedro SilveiraFotografia

Leo BrancoTexto

Juliene MorettiTexto

Cecilia ArbolaveTexto

Paola MáximoFotografia

Dânue FalcãoDesign

33 jornalistasvieram daAnhembi Morumbi, Cásper Líberoe Mackenzie, todasde São Paulo

1,5%

80%

14%

4,5%

0%45,5% têm entre 22 e 23 anos

32% 23 designers

4 vídeo

1 mídias digitais

De onde vieram Idade Faculdades Formação

Números de 2009 Mídias tradicionais x digitais

100%inseridos em redes socias

participam demais cinco delas

assinam até duaspublicações impressas

A maioria assiste TV por no máximo 35,6% têm

mais de 1 000 músicas em seu iPod/MP3

28,2% trocam de seis a dez SMS por semana

leem até cincoveículos apenas nainternet

Redes Sociais

58%

47%73%

+1000músicas13% Twitter

29% Orkut25% YouTube

17% Facebook16,5% Blog pessoal

iPod/MP3 SMS Compras pela internet Conteúdos para a internet

Hábitos

iPod 9:42 AM

61,7% fazem até cinco transações comerciais onlinepor mês

90,2% já produziram conteúdo editorial para a rede

3horas/dia

A média de tempoque passam conectados àinternet é de

10horas/dia

xx x

Boa forma Gloss M de mulher Casa.com.br Contigo!Men’s Health Recreio Superinteressante Abril digital Exame Veja InfoCapricho

A vida em redeComo os alunos do curso se relacionam com a tecnologia

Eduardo BessaDesign

Alessandra MouraTexto

Gustavo SimonTexto

Ricardo VasquesTexto

Felipe RussoFotografia

Gabriela VergaçasDesign

Danielle CruzDesign

Paula RothmanTexto

Willian KnackDesign

Henrique BaroneDesign Marina Brant

Design

Renan CandeloroTexto

Amanda ZacarkimTexto

Bruno BortolettoDesign

Maria Luiza LaraTexto

Ana Luiza LealTexto

Felipe GrandinettiDesign

Nádia TamanahaTexto

Thiago BronzattoTexto

Ananda MoraisVídeo

Frederico MachadoTexto

Luciana OliveiraTexto

Paula FabrisDesign

Bruno MeierTexto

Letícia PiresDesign

Mirian AlvesDesign

Diogo SallesFotografia

Felipe CarneiroTexto

Raquel BorgesTexto

Bernardo MangaraviteVídeo

Luiz MonteiroDesign

Alexandre SalvadorTexto Mauro Kawasaki

Design

Fernanda Ribeiro Design

Elisa TozziTexto

Carol FreitasFotografia

Conrado BragaMídias digitais

Cecília AraújoTexto

André FaustTexto

Everton PrudêncioDesign

Daniela CadoreDesign

Karolina PinheiroTexto

Giselle HirataTexto

Eduardo MendesDesign

Mariana AmaroTexto

Giuliano MuccioliDesign

Kleyson BarbosaTexto

Marcio OrsoliniTexto Maíra Miranda

Design

Sofia KrauseTexto

Luís Guilherme BarruchoTexto

Gustavo FortiVídeo

Manuel CunhaTexto

Vitor BrunoroVídeo

Carolina EitelbergDesign

Thiago MouraDesign

Luciana MartinsDesign

Clara VanaliTexto

Renata BettiTexto

Caio BarrettoTexto

Pedro SilveiraFotografia

Leo BrancoTexto

Juliene MorettiTexto

Cecilia ArbolaveTexto

Paola MáximoFotografia

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33 jornalistasvieram daAnhembi Morumbi, Cásper Líberoe Mackenzie, todasde São Paulo

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0%45,5% têm entre 22 e 23 anos

32% 23 designers

4 vídeo

1 mídias digitais

De onde vieram Idade Faculdades Formação

Números de 2009 Mídias tradicionais x digitais

100%inseridos em redes socias

participam demais cinco delas

assinam até duaspublicações impressas

A maioria assiste TV por no máximo 35,6% têm

mais de 1 000 músicas em seu iPod/MP3

28,2% trocam de seis a dez SMS por semana

leem até cincoveículos apenas nainternet

Redes Sociais

58%

47%73%

+1000músicas13% Twitter

29% Orkut25% YouTube

17% Facebook16,5% Blog pessoal

iPod/MP3 SMS Compras pela internet Conteúdos para a internet

Hábitos

iPod 9:42 AM

61,7% fazem até cinco transações comerciais onlinepor mês

90,2% já produziram conteúdo editorial para a rede

3horas/dia

A média de tempoque passam conectados àinternet é de

10horas/dia

xx x

Bem-vindo ao nosso mundoConheça os 66 profissionais de texto, fotografia, design, vídeo e mídias digitais que integraram o 26º Curso Abril de Jornalismo

encarte dentro.indd 1 21.07.09 12:47:32

Boa forma Gloss M de mulher Casa.com.br Contigo!Men’s Health Recreio Superinteressante Abril digital Exame Veja InfoCapricho

A vida em redeComo os alunos do curso se relacionam com a tecnologia

Eduardo BessaDesign

Alessandra MouraTexto

Gustavo SimonTexto

Ricardo VasquesTexto

Felipe RussoFotografia

Gabriela VergaçasDesign

Danielle CruzDesign

Paula RothmanTexto

Willian KnackDesign

Henrique BaroneDesign Marina Brant

Design

Renan CandeloroTexto

Amanda ZacarkimTexto

Bruno BortolettoDesign

Maria Luiza LaraTexto

Ana Luiza LealTexto

Felipe GrandinettiDesign

Nádia TamanahaTexto

Thiago BronzattoTexto

Ananda MoraisVídeo

Frederico MachadoTexto

Luciana OliveiraTexto

Paula FabrisDesign

Bruno MeierTexto

Letícia PiresDesign

Mirian AlvesDesign

Diogo SallesFotografia

Felipe CarneiroTexto

Raquel BorgesTexto

Bernardo MangaraviteVídeo

Luiz MonteiroDesign

Alexandre SalvadorTexto Mauro Kawasaki

Design

Fernanda Ribeiro Design

Elisa TozziTexto

Carol FreitasFotografia

Conrado BragaMídias digitais

Cecília AraújoTexto

André FaustTexto

Everton PrudêncioDesign

Daniela CadoreDesign

Karolina PinheiroTexto

Giselle HirataTexto

Eduardo MendesDesign

Mariana AmaroTexto

Giuliano MuccioliDesign

Kleyson BarbosaTexto

Marcio OrsoliniTexto Maíra Miranda

Design

Sofia KrauseTexto

Luís Guilherme BarruchoTexto

Gustavo FortiVídeo

Manuel CunhaTexto

Vitor BrunoroVídeo

Carolina EitelbergDesign

Thiago MouraDesign

Luciana MartinsDesign

Clara VanaliTexto

Renata BettiTexto

Caio BarrettoTexto

Pedro SilveiraFotografia

Leo BrancoTexto

Juliene MorettiTexto

Cecilia ArbolaveTexto

Paola MáximoFotografia

Dânue FalcãoDesign

33 jornalistasvieram daAnhembi Morumbi, Cásper Líberoe Mackenzie, todasde São Paulo

1,5%

80%

14%

4,5%

0%45,5% têm entre 22 e 23 anos

32% 23 designers

4 vídeo

1 mídias digitais

De onde vieram Idade Faculdades Formação

Números de 2009 Mídias tradicionais x digitais

100%inseridos em redes socias

participam demais cinco delas

assinam até duaspublicações impressas

A maioria assiste TV por no máximo 35,6% têm

mais de 1 000 músicas em seu iPod/MP3

28,2% trocam de seis a dez SMS por semana

leem até cincoveículos apenas nainternet

Redes Sociais

58%

47%73%

+1000músicas13% Twitter

29% Orkut25% YouTube

17% Facebook16,5% Blog pessoal

iPod/MP3 SMS Compras pela internet Conteúdos para a internet

Hábitos

iPod 9:42 AM

61,7% fazem até cinco transações comerciais onlinepor mês

90,2% já produziram conteúdo editorial para a rede

3horas/dia

A média de tempoque passam conectados àinternet é de

10horas/dia

xx x

Boa forma Gloss M de mulher Casa.com.br Contigo!Men’s Health Recreio Superinteressante Abril digital Exame Veja InfoCapricho

A vida em redeComo os alunos do curso se relacionam com a tecnologia

Eduardo BessaDesign

Alessandra MouraTexto

Gustavo SimonTexto

Ricardo VasquesTexto

Felipe RussoFotografia

Gabriela VergaçasDesign

Danielle CruzDesign

Paula RothmanTexto

Willian KnackDesign

Henrique BaroneDesign Marina Brant

Design

Renan CandeloroTexto

Amanda ZacarkimTexto

Bruno BortolettoDesign

Maria Luiza LaraTexto

Ana Luiza LealTexto

Felipe GrandinettiDesign

Nádia TamanahaTexto

Thiago BronzattoTexto

Ananda MoraisVídeo

Frederico MachadoTexto

Luciana OliveiraTexto

Paula FabrisDesign

Bruno MeierTexto

Letícia PiresDesign

Mirian AlvesDesign

Diogo SallesFotografia

Felipe CarneiroTexto

Raquel BorgesTexto

Bernardo MangaraviteVídeo

Luiz MonteiroDesign

Alexandre SalvadorTexto Mauro Kawasaki

Design

Fernanda Ribeiro Design

Elisa TozziTexto

Carol FreitasFotografia

Conrado BragaMídias digitais

Cecília AraújoTexto

André FaustTexto

Everton PrudêncioDesign

Daniela CadoreDesign

Karolina PinheiroTexto

Giselle HirataTexto

Eduardo MendesDesign

Mariana AmaroTexto

Giuliano MuccioliDesign

Kleyson BarbosaTexto

Marcio OrsoliniTexto Maíra Miranda

Design

Sofia KrauseTexto

Luís Guilherme BarruchoTexto

Gustavo FortiVídeo

Manuel CunhaTexto

Vitor BrunoroVídeo

Carolina EitelbergDesign

Thiago MouraDesign

Luciana MartinsDesign

Clara VanaliTexto

Renata BettiTexto

Caio BarrettoTexto

Pedro SilveiraFotografia

Leo BrancoTexto

Juliene MorettiTexto

Cecilia ArbolaveTexto

Paola MáximoFotografia

Dânue FalcãoDesign

33 jornalistasvieram daAnhembi Morumbi, Cásper Líberoe Mackenzie, todasde São Paulo

1,5%

80%

14%

4,5%

0%45,5% têm entre 22 e 23 anos

32% 23 designers

4 vídeo

1 mídias digitais

De onde vieram Idade Faculdades Formação

Números de 2009 Mídias tradicionais x digitais

100%inseridos em redes socias

participam demais cinco delas

assinam até duaspublicações impressas

A maioria assiste TV por no máximo 35,6% têm

mais de 1 000 músicas em seu iPod/MP3

28,2% trocam de seis a dez SMS por semana

leem até cincoveículos apenas nainternet

Redes Sociais

58%

47%73%

+1000músicas13% Twitter

29% Orkut25% YouTube

17% Facebook16,5% Blog pessoal

iPod/MP3 SMS Compras pela internet Conteúdos para a internet

Hábitos

iPod 9:42 AM

61,7% fazem até cinco transações comerciais onlinepor mês

90,2% já produziram conteúdo editorial para a rede

3horas/dia

A média de tempoque passam conectados àinternet é de

10horas/dia

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Bem-vindo ao nosso mundoConheça os 66 profissionais de texto, fotografia, design, vídeo e mídias digitais que integraram o 26º Curso Abril de Jornalismo

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A vida em redeComo os alunos do curso se relacionam com a tecnologia

Eduardo BessaDesign

Alessandra MouraTexto

Gustavo SimonTexto

Ricardo VasquesTexto

Felipe RussoFotografia

Gabriela VergaçasDesign

Danielle CruzDesign

Paula RothmanTexto

Willian KnackDesign

Henrique BaroneDesign Marina Brant

Design

Renan CandeloroTexto

Amanda ZacarkimTexto

Bruno BortolettoDesign

Maria Luiza LaraTexto

Ana Luiza LealTexto

Felipe GrandinettiDesign

Nádia TamanahaTexto

Thiago BronzattoTexto

Ananda MoraisVídeo

Frederico MachadoTexto

Luciana OliveiraTexto

Paula FabrisDesign

Bruno MeierTexto

Letícia PiresDesign

Mirian AlvesDesign

Diogo SallesFotografia

Felipe CarneiroTexto

Raquel BorgesTexto

Bernardo MangaraviteVídeo

Luiz MonteiroDesign

Alexandre SalvadorTexto Mauro Kawasaki

Design

Fernanda Ribeiro Design

Elisa TozziTexto

Carol FreitasFotografia

Conrado BragaMídias digitais

Cecília AraújoTexto

André FaustTexto

Everton PrudêncioDesign

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Page 48: Revista Plug 2009 - Especial Digital

<< 46

a abertura do Curso Abril,

uma surpresa: um dos

projetos mais femininos

contava com a participa-

ção de quatro marmanjos e apenas

uma garota. A missão da editoria de

CAPRICHO foi criar um campeonato

de “colírios” – os meninos bonitos que

as adolescentes adoram –, uma disputa

baseada em ranking e votação, tendo

as redes sociais como referência.

O desafio do grupo era aproveitar

o blog Colírios (que mostra meninos bo-

nitos, famosos ou anônimos, indicados

pelas internautas) para criar algo novo

e, assim, fidelizar a internauta. Em todo

esse processo, não se perdeu de vista

o perfil da adolescente de CAPRICHO,

que consome informação e se relacio-

na com as amigas e com os “colírios”

usando a internet.

O projeto foi desenvolvido por dois

jornalistas, dois designers e um fotógra-

N fo, sob orientação da editora de internet

Giuliana Tatini e da webdesigner Lia

Camargo. De acordo com Giuliana, o

objetivo era propor algo que pudesse

ser realizado por completo em apenas

quatro semanas – da fase do brainstor-

ming até a funcionalidade completa do

site. “Se a ideia final fosse inteligente

e bem realizada, o projeto sofreria as

adaptações necessárias e iria para o

ar”, conta. De fato, o projeto foi bem-

sucedido e passa agora por ajustes nas

mãos de Phelipe Cruz, editor assistente

de Capricho.com.br, que previa a es-

treia da batalha para julho.

De início, o objetivo foi pesquisar

tudo que estava relacionado ao Univer-

so CAPRICHO: site oficial, blogs, perfil

no Twitter, aplicativos para celular, co-

munidades no Orkut, Fotolog e, claro,

sugestões e comentários das meninas

em todas as plataformas. Para se ter

uma ideia do tamanho desse universo,

UNIVERSO CAPRICHO>>maio de 2009>>

1,162 milhão de unique visitors

31 milhões de pageviews

Unir meninos bonitos e novas tecnologias: esse era o desafio do grupo de CAPRICHOtexto Amanda Zacarkim e Renan Candeloro design Maíra Miranda

PLUG 2009

Page 49: Revista Plug 2009 - Especial Digital

47 >>

MissãoOrganizar o primeiro

campeonato

brasileiro de colírios,

rede social baseada

em ranking e votação

Quem fez?> Amanda Zacarkim

TEXTO

> Renan Candeloro TEXTO

> Bruno Bortoletto DESIGN

> Willian Knack DESIGN

> Felipe Russo FOTO

Quem orientou?

> Giuliana TatiniEDITORA SÊNIOR

DE CAPRICHO ONLINE

> Lia Camargo WEBDESIGNER DE CAPRICHO

Palavra do orientador

"Todos os alunos foram criativos nas soluções dos problemas, entenderam as encomendas e os limites técnicos e souberam desenvolver um bom produto editorial. Além disso, se divertiram fazendo."GIULIANA TATINI

em maio de 2009 o site de CAPRICHO

registrou 1,16 milhão de unique visitors

e teve 31 milhões de page views, segun-

do dados do Certifica. As internautas

veem esse ambiente como uma amiga

virtual e encontram ali as respostas

para suas dúvi-

das, junto com

o conteúdo de

que mais gostam.

O valor desse pro-

jeto reside no fato

de que muitos

desses meninos

convivem com a garota na escola, no

shopping, na balada... E é exatamente

isso que potencializa o desejo de cada

adolescente de ver seu “colírio” ven-

cendo cada etapa da competição.

O nome do site, Top Colírio, foi defi-

nido com base em uma pesquisa de

opinião com 20 meninas da Galera

CAPRICHO – a ideia de “listar” meni-

nos bonitos, como num Top 5, agradou

à maioria delas. O próximo passo foi

definir regras para a competição, que se

baseia em um ranking gerado de acordo

com a porcentagem de aproveitamento

de cada candidato. Os meninos duelam

diariamente pela preferência das garo-

tas, e os votos resultam em rankings

semanais. As batalhas continuam até

que seja eleito o colírio do mês, que

ganha um ensaio fotográfico e pode

lutar pelo título de colírio do ano.

A principal ferramenta utilizada na

construção do campeonato foi o Orkut,

rede social do Google que comporta

As meninas são estimuladas a indicar os amigos e colegas de escola para concorrer. Fazem campanha por seus preferidos e, com isso, aumentam a audiência do site

O site simula uma batalha entre meninos indicados por garotas de todo o Brasil. Elas votam em seus favoritos até chegar ao Top Colírio. A disputa usa as redes sociais como referência

Page 50: Revista Plug 2009 - Especial Digital

<< 48

mais de 40 milhões de perfis brasi-

leiros*. O site, velho conhecido das

meninas, permite comunicação ágil e

prática, fator essencial num projeto de

quatro semanas. Os repórteres criaram

perfis no Orkut e entraram na comu-

nidade oficial da CAPRICHO, que hoje

conta com 105 mil membros. Criaram,

então, dois tópicos de discussão, pe-

dindo indicações de meninos bonitos

para participar da nova competição.

Em menos de quatro dias, o número

de respostas foi de deixar qualquer

internauta de primeira viagem de boca

aberta: 1 742 respostas e mais de 300

indicações de “colírios”.

Segundo Phelipe Cruz, o Top Colírio

terá inicialmente 200 meninos cadas-

trados, indicados por garotas de todo

o Brasil, concorrendo ao título de colí-

rio do mês. A ideia é que esse número

de indicações dobre já nas primeiras

semanas, de acordo com a expectati-

va de grande audiência do novo site.

Para que haja a fidelização da usuá-

ria, a proposta é que um novo colírio

entre na competição semanalmente,

1. Na home

o recurso de

maior destaque

é a batalha de

colírios. A garota

pode votar

diversas vezes,

escolhendo um

participante

como favorito

ou mudando

de ideia a cada

novo clique.

O menu à direita

indica quantos

meninos

bonitos ela

ainda verá

aleatoriamente

na disputa

2. Tratamento

top para o

menino mais

votado do mês,

que ganha

um ensaio

fotográfico e

pode concorrer

ao título de

colírio do ano

Como se escolhe o garoto dos sonhos

1

2Publicidade

PLUG 2009

rep

rod

uçã

o

Page 51: Revista Plug 2009 - Especial Digital

49 >>

de segunda a sexta. Aos sábados, será

aberta uma nova votação que definirá

os três meninos que permanecem no

jogo na semana seguinte. O resultado

é divulgado somente aos domingos,

o que potencializa o número de acessos

durante o fim de semana.

Além do site oficial, o Top Colírio evo-

luiu para vários aplicativos que tendem

a aumentar ainda mais o Universo

CAPRICHO: a disputa foi para o perfil

da internauta no Orkut, para fotos

no fotolog, virou stickers que levam

a brincadeira para a balada e até uma

busca de colírios pelo iPhone.

Phelipe e Giuliana confirmam a

estreia do Top Colírio em julho deste

ano. Quanto aos alunos do CAJ 2009,

Giuliana acredita que “todos foram

criativos nas soluções dos problemas,

entenderam as encomendas e os limi-

tes técnicos e souberam desenvolver

um bom produto editorial. Além disso,

divertiram-se fazendo”.

* Dados de pesquisa do Ibope//NetRatings

sobre redes sociais realizada em 2008

3. Cada

menino tem

uma página

de perfil em

que responde

a perguntas

e publica um

álbum de fotos,

uma das formas

de se destacar

na competição.

A seção foi

inspirada no

Orkut, a rede

social mais

acessada pelos

adolescentes

brasileiros

4. O que

seria de uma

rede social

sem interação?

No campo de

comentários, as

meninas podem

reclamar,

elogiar e

declarar seu

amor pelos

colírios da

CAPRICHO

5. A batalha

vai para o

celular com o

aplicativo de

iPhone. Usando

o Google Maps,

a menina

também pode

encontrar

os colírios de

sua cidade

ou seu estado

indicados

na disputa

5

Felipe Castelo Branco

3

4

PLUG 2009

rep

rod

uçã

o

rep

rod

uçã

o

Page 52: Revista Plug 2009 - Especial Digital

<< 50

os últimos anos, os sites

de celebridades aprovei-

taram fenômenos como o

Big Brother Brasil para au-

mentar sua audiência. Apostar em

novas editorias e seções na internet

é prioridade para publicações como

CONTIGO!. Essa é a visão de Felix

Fassone, diretor de redação, e Giuliano

Girondi, consultor de mídias digitais.

Para eles, investir em conteúdo multi-

mídia é o caminho, pois logo tudo será

transmitido não só em revistas, mas

por meio de sites, vídeos, celulares...

Desenvolver conteúdo para todas es-

sas plataformas é fundamental. Por

isso, a missão do grupo de alunos do

Curso Abril de Jornalismo foi criar

conteúdo multiplataforma, para web,

áudio e vídeo, com extensão na seção

de cultura da revista.

N Antes de mergulhar no universo

de celebridades de CONTIGO!, os seis

componentes do grupo quiseram

conhecer o público-alvo da revista.

Após algumas discussões com os ori-

entadores Fassone e Girondi, ficou claro

que a editoria Música não era explorada

nem no impresso nem no site. Surgiu

assim o canal CONTIGO! Na Parada.

O primeiro passo foi criar um plano

editorial para o Na Parada: missão, con-

ceito, análise de pontos fracos e pontos

fortes. Tudo aprovado pelos orientadores

e com base em palestra de Bia Mendes,

O primeiro passo foi criar o CONTIGO! Na Parada, um canal para mostrar a relação dos artistas com suas canções e bandas favoritas e, assim, revelar um lado pouco conhecido para os internautas

LUZES, CâMERA E... SOM

No site da CONTIGO!, você sabe tudo sobre as celebridades. Ou quase tudo... Com cinco ferramentas novas, a música vira, enfim, uma grande estrela

gerente de Apoio Técnico, da Diretoria

de Serviços Editoriais, que explicou, du-

rante o curso, como criar essa fórmula

e fazê-la ganhar vida e notoriedade no

mercado. Não demorou para as ideias

de seções surgirem. O problema é que

foram muitas – tantas que ficou difícil

chegar a um consenso.

A Tá no iPod é uma ferramenta que

traz as músicas que uma celebridade

tem em seu MP3. A ferramenta fun-

ciona com os mesmos comandos e

a mesma interface de um iPod real,

porém o usuário pode escutar apenas

texto Raquel Borges e Bruno Meier design Maíra MIranda

PLUG 2009

Page 53: Revista Plug 2009 - Especial Digital

A atriz Gigi Monteiro

encarnou a roqueira

Courtney Love para

o ensaio da nova

seção Atitude Pop

51 >>

MissãoElaborar projeto de

conteúdo cultural

multiplataforma com

extensão em papel

Quem fez?> Alexandre Salvador

TEXTO

> Bruno Meier TEXTO

> Raquel Borges TEXTO

> Paula Fabris DESIGN

> Bernardo Mangaravite

VÍDEO

> Diogo Salles FOTO

Quem orientou?

> Felix Fassone DIRETOR DE REDAÇãO

> Giuliano Girondi CONSULTOR DE MÍDIAS DIGITAIS

Palavra do orientador

"CONTIGO! Na Parada foi uma ideia renovadora para o site, pois trouxe a música e os músicos como foco editorial."FÉLIX FASSONE

foto

: Dio

go S

alle

s

Page 54: Revista Plug 2009 - Especial Digital

Música em várias versões

1. A página

do Na Parada

reúne as seções

criadas para

explorar a relação

das celebridades

com a música

2. Para ligar

as duas mídias,

destaques do

site viram notas

na seção Antena

da revista

1

2

<< 52

30 segundos de cada canção. Caso

queira ouvi-la por inteiro, ele tem a

opção de comprar o arquivo. Com

isso, o site de CONTIGO! pode fechar

parcerias com gravadoras, portais

e operadoras de celulares. Para esse

projeto, o repórter Alexandre Salvador

foi saber o que os artistas gostam de

ouvir enquanto se exercitam ou estão

em casa ou no carro. Enquanto isso,

a designer Paula Fabris cuidava do

layout da nova ferramenta do portal.

Girondi ressaltou que os leitores de

uma revista ou um site especializado

em celebridades sempre têm a curiosi-

dade de ver os famosos em diferentes

situações, destacando a importância

das imagens para o projeto. Seguin-

do a dica, o grupo criou o Atitude Pop,

ensaio fotográfico no qual uma celeb-

ridade incorpora um astro do mundo

da música. A principal dificuldade foi

encontrar um famoso que estivesse

disponível para passar um dia in-

teiro numa sessão de fotos. A repórter

Raquel Borges e o fotógrafo Diogo

Salles correram atrás de produção,

locação, maquiador e tudo mais para

transformar a atriz Gigi Monteiro

na roqueira Courtney Love.

Enquanto isso, Bruno Meier produzia

a Palinha. Nessa seção, a ideia era mos-

trar uma banda se apresentando para

o público de maneira descontraída, mes-

clando bate-papo e música. A banda

Trupe, do ator Raoni Carneiro, gravou

PLUG 2009

rep

rod

uçã

o

Page 55: Revista Plug 2009 - Especial Digital

3. Você

pode ouvir as

canções que

um artista

famoso tem no

MP3. Espaço,

quem sabe,

para uma

parceria com

gravadoras

4. Vale até

pedir para um

famoso cantar

no chuveiro

3

4

53 >>

sua participação em um programa di-

vertido e cheio de imprevistos. Durante a

gravação, um dos geradores de luz pegou

fogo – mas calma, não houve feridos!

Para aumentar a interação com

o site, o grupo criou o Agora É Sua Vez.

A primeira a participar foi a cantora

sertaneja Beth Guzzo, que convidou

o público a mandar vídeos imitando

sua performance no palco.

Outra parte bem-humorada do

projeto é o No Chuveiro, esquete di-

vertida na qual uma celebridade

improvisa uma cantoria no banho.

O humorista Evandro Santo, o Chris-

tian Pior do programa Pânico na TV,

aceitou o convite para participar e,

em frente às câmeras, soltou a voz

cantando Madonna enquanto a edição

satirizava o filme Psicose.

O grupo sugeriu que o projeto desen-

volvido para o site tivesse um espaço

na revista dentro da seção Antena,

que já faz parte da publicação. Com

isso, os leitores dos cerca de 170 mil

exemplares de CONTIGO! vendidos

semanalmente saberiam o que rola no

Na Parada. O objetivo é chamar o leitor

para o site e o internauta para a revista.

“CONTIGO! Na Parada foi uma ideia

renovadora para o site, pois trouxe

a música e os músicos como foco edi-

torial”, comentou Fassone. De acordo

com o diretor de redação, o mais impor-

tante foi conquistar um novo público

de 20 a 30 anos.

PLUG 2009

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o

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rod

uçã

o

Page 56: Revista Plug 2009 - Especial Digital

<< 54

urante o Curso Abril, um

dos assuntos mais fala-

dos eram as redes sociais.

Para o grupo das publi-

cações semanais, elas não foram só

um meio para concretizar o projeto,

apurando e descobrindo personagens.

Foram a própria missão da equipe.

No primeiro encontro, Demetrius Pa-

parounis, diretor de núcleo, Renata

Deos, editora-chefe do M de Mulher, e

Kika Gianesi, diretora de arte, listaram

as possibilidades para um novo canal

no portal feminino. O foco era criar

“um ambiente na web para mulheres

compartilharem experiências e desa-

fios do dia a dia”. Era necessário criar

na web um espaço aconchegante e

convidativo o suficiente para integrar

as cerca de 2 milhões de usuárias do

portal. Na prática, os alunos do curso

que utilizam redes sociais como hob-

by teriam de idealizar a interface e o

funcionamento desse espaço.

d Na primeira semana, o grupo já es-

tava trabalhando a pleno vapor. Aqui

vai a explicação: visitas aos chamados

“datalistas” para entender o que é data-

base marketing. Pedro Zaborowszy, um

dos analistas de marketing da Editora

Abril, pesquisou nomes de mulheres

aleatoriamente no banco de dados para

demonstrar de quanta informação so-

bre os brasileiros

a editora dispõe.

Para se concretizar,

o projeto poderia

tirar proveito dos

dados de cerca de

28 milhões de pes-

soas cadastradas. A expectativa é que

o M de Mulher possa descobrir gostos

e hábitos de suas leitoras para lhes

oferecer conteúdos personalizados. Ou

melhor, aquela sensação de “Ah, eu es-

tava mesmo querendo ler sobre isso!”.

Oferecer o que a leitora deseja. Estava

delimitado o desafio. O próximo pas-

so foi dar trabalho à designer Marina

Brant, que, escutando as sugestões do

grupo, criou o layout da rede social,

batizada de Do Meu Jeito. As páginas

internas serviram de exemplo das fer-

ramentas criadas: um “caderno de re-

ceitas” que as internautas usariam para

catalogar as suas favoritas e sugeri-las

a outras mulheres. A ideia está entre as

que Paparounis pretende usar no M de

Mulher em, no máximo, dois anos.

Enquanto isso, o designer Henrique

Barone desenhava personagens de ani-

mação e se deliciava com o roteiro de

um novo final para a novela A Favorita.

Esse seria o espaço mais divertido do

novo canal: as leitoras não dariam

O canal Do Meu Jeito, do portal M de Mulher, se adapta ao perfil das usuárias para entregar as noticias que elas querem

O objetivo é descobrir gostos ehábitos das internautas para conseguir aquela sensação de “Ah, eu estava mesmo querendo ler sobre isso!”

REdE dE

TRICô

PLUG 2009

texto Luciana Oliveira design Marina Brant ilust

raçã

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aro

ne

Flora e Donatela, da novela

A Favorita: juntas por

vontade das internautas

Page 57: Revista Plug 2009 - Especial Digital

55 >>

MissãoCriar um ambiente

na web para troca

de experiências entre

mulheres no dia a dia

Quem fez?> Luciana Oliveira

TEXTO

> Thiago Bronzatto TEXTO

> Henrique Barone DESIGN

> Marina Brant DESIGN

> Paola Máximo FOTO

Quem orientou?

> Demetrius Paparounis DIRETOR DO NÚCLEO SEMANAIS

> Renato Deos EDITORA-CHEFE MdeMULHER

> Kika Gianesi DIRETORA DE ARTE DO NÚCLEO SEMANAIS

Palavra do orientador

“Uma rede social é tudo o que falta para que o M de Mulher não seja só o maior portal feminino do Brasil, mas também o que mais conhece cada internauta.”

DEMETRIUS PAPAROUNIS

pitaco só no velho “comente esta ma-

téria”; elas poderiam sugerir finais

diferentes e vê-los na internet.

Para criar essas ferramentas, a equi-

pe precisava saber do que as inter-

nautas mais sentiam falta em sites

femininos. Para os jornalistas Luciana

Oliveira e Thiago Bronzatto, acabou

sendo a etapa mais apaixonante do

projeto – percorrer a Grande São Pau-

lo para tomar um cafezinho com as

leitoras do M de Mulher. O resultado

não poderia ter sido outro: confirmar

que para cada uma delas poderia haver

um site “com uma experiência única de

navegação”, como Paparounis explicou

desde o primeiro encontro, quando a

frase ainda não fazia sentido; um site

diferente, com toque especial, do jeito

de cada uma delas.

Cada mulher com seu jeitore

pro

du

ção

Um livro virtual para compilar na internet, pra todo mundo ver, as receitas prediletas

Nos fóruns das novelas, podem-se sugerir novos desfechos. Os mais votados ganham versão animada

As usuárias colocam suas informações pessoais, e o site indica a dieta mais adequada

Page 58: Revista Plug 2009 - Especial Digital

Foto

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<< 56

epois de mais um longo

dia de serviço, duas horas

de treinamento pesado na

academia. Na volta pra

casa, um trânsito intenso o espera.

Você olha para o relógio e vê que vai

se atrasar para aquela festa chata do

trabalho para a qual seu chefe o “con-

vidou” e à qual você não pode deixar

de comparecer. “Só passar em casa

rápido, comer alguma coisa, tomar um

banho e ir.” Bom seria se tudo fosse tão

simples assim. “Devo comer só uma

fruta para repor as energias gastas com

os mais de 300 abdominais que fiz ou

uma lasanha congelada para ‘forrar a

barriga’ e poder beber mais? Vou de

camisa polo ou de social e gravata?

Como dar uma escapadinha das con-

versas sobre tecnologia da informação

e arrumar um jeito de me aproximar

d

Exercícios físicos e outras dicas no primeiro aplicativo da Men's Health para iPhone

daquela gerente do RH que vive me

dando mole sem parecer arrogante?”

Você sabe que as respostas estão todas

em sua coleção de MEN’S HEALTH em

casa, mas em qual edição? Em que

página? Essas per-

guntas não fazem

mais sentido no

terceiro milênio.

Por isso, você vai

resolver seus pro-

blemas enquan-

to caminha até o

carro, ali mesmo, com o iPhone no bolso.

Basta acessar o aplicativo MH5 Bem-

Estar em Cinco Segundos e mergulhar nas

dicas rápidas enquanto o manobrista

não chega. Esse aplicativo, disponível

tanto no iPhone quanto na internet,

seria uma espécie de amigo sabe-tudo,

um oráculo sempre disposto a dar o

conselho certo para cada ocasião. Basta

percorrer as tags – palavras-chave que

organizam a informação – no aplica-

tivo, e a resposta aparece em algumas

poucas frases, fotos ou vídeos.

Foi pensando nessa rotina maluca do

homem sem tempo, que tem acesso à

informação de várias maneiras e ainda

assim vive cheio de dúvidas, que o grupo

norteou seu trabalho durante o Curso

Abril. Nas primeiras conversas, os orien-

tadores deixaram claro: a MH não é feita

para ser lida, mas para ser usada. Nada

texto Felipe Carneiro

e Frederico Machado

design Letícia Pires

Batizado de MH5, o programa é uma espécie de consultor pessoal sabe-tudo, sempre pronto para dar o conselho certo em cada ocasião – até para a balada

PLUG 2009

Page 59: Revista Plug 2009 - Especial Digital

Rep

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o

57 >>

MissãoProduzir e distribuir

conteúdo men's

HeaLtH em

plataformas móveis

Quem fez?> felipe carneiro

texto

> frederico machado texto

> Letícia Pires desiGn

> Luiz felipe monteiro desiGn

> diogo sallesfoto

Quem orientou?

> airton seligman diretor de redação

> Wilson Weigl editor

Palavra do orientador

"O pessoal do curso funcionou como um tubo de oxigênio para arejar e sacudir nosso caminho pela internet, que é obrigatório e inevitável.”

AIRTON SELIGMAN.

melhor que também usá-la no celular

e na internet, duas plataformas bem

conhecidas pelo leitor da revista.

Suportes definidos, hora de explorar

as possibilidades de cada um. Para

não ficar apenas no campo das ideias,

uma pauta multimídia foi pensada.

Os repórteres, o fotógrafo e o cinegra-

fista foram ao Clube Pinheiros, onde

César Cielo despontou para a elite da

natação mundial, a fim de conhecer

as técnicas do exercício funcional,

um treinamento que teve origem no

esporte de alto rendimento e virou

mania nas academias. Depois, consul-

taram profissionais de educação física

para mostrar como a técnica pode

ser adaptada à atividade física diária

do leitor de MEN’S HEALTH por meio

de vídeos, galerias de fotos, podcasts

e links relacionados. Enquanto isso,

os designers trabalhavam para aco-

modar as novidades, desenvolvendo

um novo layout para o site, de nave-

gação mais fácil e que valorize o MH5.

O celular, ou melhor, o iPhone também

ganhou um portal da MEN’S adequado

às particularidades do aparelho.

Pronto. Site com novo layout, portal da

revista no iPhone e um aplicativo dispo-

nível nas duas plataformas que levam o

conteúdo da MEN’S HEALTH ao usuário

de maneira simples, onde ele estiver.

Depois, uma matéria para mostrar como

é possível tratar o mesmo assunto em

plataformas diferentes. O que fica para

a Abril? “Claro que vamos levar algo do

trabalho deles. Eles foram selecionados

em uma geração que está por dentro

das mídias digitais e nos deram uma

contribuição muito rica”, afirma Airton

Seligman, diretor de redação.

Os benefícios são visíveis

Nada de textos longos. Para convencer, o melhor é mostrar exercícios em vídeos

Na versão para iPhone, tudo simples e direto

Page 60: Revista Plug 2009 - Especial Digital

O dESfILE fOI fEITO pARA VOCÊ

Com o TopModa, criado para a ABRIL DIGITAL, o internauta vê o melhor da passarela e até monta seu modelito

urante a primeira semana

do Curso Abril, era mais

fácil encontrar o grupo

da ABRIL DIGITAL pelos

corredores da Bienal do Ibirapuera do

que nas palestras. A missão deles era

planejar e executar a cobertura de um

evento de moda em tempo real: a 25ª

São Paulo Fashion Week, que começara

no domingo 18

de janeiro. Uma

votação inter-

na da redação

do portal Abril.

com escolheu

o tema, já que

era permitido o uso de soluções ori-

ginais para a cobertura de eventos. A

esse desafio, a equipe somou outro:

produzir conteúdo para um canal que

tivesse informações sobre os principais

eventos de moda do Brasil.

Nascia o conceito do Abril TopModa.

Para concebê-lo, foi preciso pesquisar

a audiência e a estrutura dos canais

de moda que são referências no Brasil

d e no mundo. Percebeu-se que a maior

parte dos cliques era de mulheres entre

18 e 50 anos. Para atingir faixas etárias

tão díspares – e possivelmente com

diferentes níveis de conhecimento

sobre moda –, o portal deveria ofere-

cer conteúdo relevante e fácil de ser

compreendido por todos os grupos.

Ficariam de fora os preciosismos e os

jargões do ramo. Daí partiu a missão

do site, que pretende desmistificar

o mundo fashion para quem é leigo

mas tem interesse no assunto.

Um site que propõe uma abordagem

acessível dos conteúdos deve facilitar

a navegação do internauta. Assim, a

estrutura do Abril TopModa previu

a classificação do conteúdo em tags,

palavras-chave que permitem encon-

O primeiro desafio cumprido: cobrir ao vivo a São Paulo Fashion Week e criar ferramentas que permitissem a participação da audiência

texto Leo Branco e Giselle Hirata design Maíra Miranda

<< 58

PLUG 2009

Page 61: Revista Plug 2009 - Especial Digital

MissãoPlanejar e executar

a cobertura de um

evento de moda

em tempo real

Quem fez?> Giselle Hirata

TEXTO

> Karolina Pinheiro TEXTO

> Leo Branco TEXTO

> Eduardo Mendes DESIGN

> Conrado Braga MÍDIAS DIGITAIS

> Paola Máximo FOTO

> Ananda Moraes VÍDEO

Quem orientou?

> Aline Sordili GERENTE DE CONTEÚDO

> Daniel Tozzi EDITOR DA ABRIL DIGITAL

> Carolina HungriaEDITORA-ASSISTENTE

> Renata AguiarDESIGNER

Palavra do orientador

"O fundamental foi a equipe entender que, neste projeto, a adoção e a criação de ferramentas originais para o site eram mais importantes que a produção de reportagens."DANIEL TOZZI

Das passarelas da São Paulo Fashion Week saiu o primeiro site da Abril totalmente dedicado a moda

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59 >>

Page 62: Revista Plug 2009 - Especial Digital

Moda passo a passo

1

2

3

rep

rod

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o

<< 60

trar, em uma página específica e atuali-

zada automaticamente, tudo que está

disponível sobre determinado assunto.

Em outro plano, o site se propõe es-

tar bem localizado em páginas de re-

sultados do Google. Para isso, a equipe

aplicou técnicas de SEO (otimização de

buscadores, em inglês), que definiram

os termos utilizados no site, seja nos

títulos e topos das páginas, ou em

nomes de seção, entre outros.

O conteúdo obedeceu a uma re-

gra: apesar de semelhantes a outros

portais de moda, as seções trariam

soluções originais. As galerias de fotos

do TopModa possuem uma ferramenta

que aproxima o zoom da imagem,

permitindo que o internauta veja os

detalhes das roupas. Elas também

têm filtros que separam as fotos por

cores, tendências e grifes. Tudo isso

facilita a vida do internauta, que pode

escolher, entre tantos recursos vi-

suais, aquele que mais lhe agrada.

Além de contar as tendências em

textos de críticos de moda, no TopModa

elas foram separadas em infográficos

que estimulam o uso da moda das

passarelas de maneira prática, no tra-

balho ou no lazer. Para acessar as infor-

mações dos desfiles em tempo real, o

TopModa propõe a utilização do CoverIt

Live, uma ferramenta de chat gratuita

PLUG 2009

Page 63: Revista Plug 2009 - Especial Digital

4

1. O Abril

TopModa torna

o mundo fashion

acessível para as

internautas. Em

Tendências, elas

encontram dicas

de acessórios,

com preços e

indicações de

pontos de venda

2. No Jogo

da Estilista,

a internauta

pode escolher

a estampa e

o tecido para

montar seu

modelo de

roupa ideal

3. A seção de

vídeos vai além

da cobertura

dos desfiles.

O foco é mostrar

a influência

das passarelas

no look dos

visitantes da

SPFW e o que

pensam os

profissionais da

semana de moda

5

5. É obrigatório

para um site

de moda ter

galerias de fotos

de desfiles e

tendências. No

Abril TopModa,

as imagens têm

visualização

aproximada e

filtros para que

o internauta

veja somente as

fotos que desejar,

seja por cores,

grifes ou peças

4. Para cobrir

em tempo real

os desfiles da

SPFW, o site

usa o programa

Coverlt Live, que

permite o envio

de comentários

via Twitter,

fotos e vídeos

rep

rod

uçã

o

61 >>

e disponível na internet que permite

o envio de fotos, vídeos e mensagens

via Twitter para a sala de bate-papo.

Entre outras interatividades, o usuário

pode ainda montar sua peça de roupa

em um jogo virtual, votar em enquetes,

deixar sua opinião em murais e testar

seus conhecimentos sobre moda.

Nos vídeos, a proposta era ir além

da cobertura dos desfiles e abordar

a moda fora das passarelas por meio

de linguagens audiovisuais inovadoras.

Foram criadas duas séries de vídeos:

uma sobre a vida de trabalhadores na

Semana de Moda de São Paulo e a outra

sobre a influência das tendências em

looks de visitantes na SPFW.

Todas essas iniciativas visaram

a um site que tivesse agilidade de atua-

lização, flexibilidade de edição e aces-

sibilidade na leitura e na navegação,

características-chave para um canal

que se propõe como referência em

moda no Brasil. Entre as ferramen-

tas que podem ser usadas pela Abril

Digital, de acordo com o editor Daniel

Tozzi, estão o sistema de tags por todo

o conteúdo do site, os filtros de busca

de imagens de galeria, além das pá-

ginas permanentes para as grifes. “Se

tivéssemos de colocar o site no ar hoje,

estaríamos em estágio bem adiantado

de desenvolvimento”, diz ele.

PLUG 2009

Page 64: Revista Plug 2009 - Especial Digital

<< 62

azer conteúdo para crianças

não é tarefa simples. Princi-

palmente para aquelas que

nasceram na era digital. Elas

acessam a internet, têm milhares de

canais de televisão, livros e revistas à

disposição. E não são apenas os meios

de comunicação que competem en-

tre si. Entram na disputa também do-

ces e brinquedos. Qualquer distração

pode ser concorrência.

A revista RECREIO, na versão im-

pressa, ocupa posição de destaque

nesse mundo de opções: informa,

educa e entretém cerca de 850 mil

leitores, de acordo com pesquisa do

Instituto Verificador de Circulação

realizado em 2008. Mas é preciso re-

novar. Para ter a mesma relevância

do mundo real, é vital que a publica-

ção mergulhe fundo no meio virtual.

f Hoje, a home da revista está em

desvantagem em relação a outros

sites para crianças. De acordo com

levantamento Ibope/NetRatings, que

estuda ranking de sites e portais,

Disney Online, a líder, teve média de

903 mil unique visitors por mês em

2008, enquanto o pico de audiência

da Recreio Online no período ficou

em torno de 100 mil unique visitors.

Comparando os demais sites infan-

tis com a página da RECREIO, nota-

se que ela é estática, o que pode ser

uma causa para os atuais resultados.

E foi exatamente esse o problema

apresentado para os alunos do Cur-

so Abril. Eles receberam a missão

de criar um canal de vídeos on-line

e um conteúdo multimídia, com ên-

fase na animação, um dos recursos

preferidos da garotada.

Quem disse que criança gosta de imagens paradas no site?

RECREIO MAIS ANIMAdO

Oi, eu sou o Tuneba. Agora eu me mexo de verdade. Vai lá ver no site!

texto Elisa Tozzi e Juliene Moretti design Fernanda Ribeiro

ilust

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Page 65: Revista Plug 2009 - Especial Digital

63 >>

MissãoCriar e produzir

conteúdo para canal

de vídeos do site

Quem fez?> Elisa Tozzi

TEXTO

> Juliene Moretti TEXTO

> Dânue Falcão DESIGN

> Fernanda Ribeiro DESIGN

> Mauro Kawasaki DESIGN

> Carolina Freitas FOTO

> Bernardo Mangaravite AUDIOVISUAL

Quem orientou?

> Fernando Ramos DIRETOR DE ARTE

> Cristiane Yamazato EDITORA

Palavra do orientador

“O resultado positivo foi decorrência do planejamento e envolvimento do grupo, que encontrou soluções eficazes para cumprir o desafio proposto.”

CRISTIANE YAMAZATO

Segundo Cristiane Yamazato, edi-

tora da revista, a linguagem audiovi-

sual é o caminho mais natural para

conquistar o público infantil. “Pes-

quisas mostram que o consumo de

vídeos na internet só aumenta, e a

tendência é continuar crescendo. O

público infantil está entre os grupos

analisados”, afirma Yamazato. Mas

como chamar a atenção da geração

multimídia para um canal de vídeos

no site da revista RECREIO?

O grupo fez levantamento e análi-

se de sites infantis para entender a

linguagem desses

meios e a relação

das crianças com a

internet e, em sites

adultos, para veri-

ficar quais são os recursos disponí-

veis para as crianças que acessam

qualquer tipo de informação. Com

os resultados, a equipe encontrou a

solução ideal para adaptar seções já

existentes no meio impresso para a

internet: vídeos curtos, de até dois

minutos, com cortes rápidos e se-

cos, narradores irreverentes, efeitos

sonoros e a interferências de anima-

ções. Dos layouts do site à pesquisa

de trilhas sonoras, tudo foi feito pe-

los alunos, que até se aventuraram

como dubladores.

As animações são eficientes para

suprir a necessidade de imagens e

ações impossíveis de ser realizadas

realmente. Também são compatíveis

com as mídias digitais, pois os arqui-

vos são menores, permitindo trans-

missões mais rápidas, além da cria-

ção de ampla variedade de assuntos.

No caso desse projeto, as animações

substituíram cenas que poderiam ser

fortes para crianças, como mostrar o

movimento da circulação sanguínea

dentro do corpo humano.

Mas animar não é um processo fá-

cil. Para produzir os cinco vídeos de

estreia da RECREIO no mundo das

animações, a equipe gastou 24 ho-

ras só na criação de roteiros e story-

boards. Contabilizou 15 horas para a

produção dos vídeos. Somou mais de

nove horas para a gravação de áudio. E

penou durante 88 horas para dar vida

aos personagens estáticos, tirados da

revista – o tempo seria bem maior se

fossem feitos novos desenhos.

Dessa forma, o grupo também

manteve a identidade da publicação

dentro do canal. Ao todo, foram 136

horas para montar apenas seis mi-

nutos de vídeos. Por ser tão trabalho-

sa, a linguagem nunca tinha sido tes-

tada pelo núcleo, como diz Cristiane:

“Esse processo demanda um ‘saber

fazer’ que não dominamos por aqui.

Além de ter um custo alto”. Conter

custos foi também uma das preocu-

pações da equipe do Curso Abril.

Para completar o projeto, não

adiantaria ter vídeos animadíssimos

se o internauta não conseguisse en-

contrar aquilo que procura. Para que

a criança não perdesse a paciência

buscando seu vídeo preferido, a prio-

ridade para o layout do site foi a faci-

litação da navegabilidade. Os vídeos

mais legais, os mais vistos e os mais

recentes receberam grande destaque

na home. E, para diminuir a ansieda-

de dos mais apressados, o campo de

busca aparece bem no alto. Assim,

quem sabe, o site da RECREIO não

termine ganhando a disputa contra

a barra de chocolate - ou alguns sites

um pouco maiores?

Criar seis minutos de vídeos animados com os personagens do site exigiu 136 horas de trabalho

Foram cinco historinhas feitas para o Canal da RECREIO

Page 66: Revista Plug 2009 - Especial Digital

<< 64

ogo no primeiro dia do Curso

Abril de Jornalismo foi apresen-

tada a missão: “Criar e produzir

conteúdo editorial para suple-

mento da revista GLOSS”. A equipe,

então, começou suas atividades como

em todo início de produção jornalística:

brainstorming. O auxílio em assun-

tos, pautas e projetos editorial e visual

veio com os argumentos de Angélica

Santa Cruz, diretora de redação, San-

dra Soares, editora de comportamento,

e Eliane Testone, editora de arte.

O formato do trabalho foi proposto

pelas orientadoras como forma de

relacionar novidades na revista com

o curso. “Iniciamos, neste ano, uma

série de suplementos especiais encar-

tados na revista, lançados em fevereiro

e março. É um formato que faz sucesso

e tem dado bastante certo, por isso

queremos experimentar mais. O pro-

jeto realizado durante o curso foi bom

para sugerir ideias nesse caminho”,

afirma a editora Sandra Soares.

A escolha do tema também ficou

a cargo das editoras. “O assunto ‘tec-

nologia’ foi escolhido porque tem tudo

a ver com a leitora da revista, que

é internauta e está inserida no universo

tecnológico”, diz Sandra. Além desse

perfil e do contínuo acesso à inter-

net, o público de GLOSS é composto

de mulheres entre 18 e 28 anos das

L

Na minirrevista, os alunos do grupo da GLOSS falaram para um público especial: eles mesmos

pRópRIO pApEL

texto Alessandra Moura design Maíra Miranda

Ícone entre as garotas ligadas em tecnologia, a blogueira Marimoon virou capa do especial

foto

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PLUG 2009

Page 67: Revista Plug 2009 - Especial Digital

65 >>

MissãoCriar e produzir

conteúdo editorial

para suplemento

de tecnologia

Quem fez?> Alessandra Moura

TEXTO

> Maria Luiza Lara TEXTO

> Paula Rothman TEXTO

> Danielle Cruz DESIGN

> Gabriela Vergaças DESIGN

> Felipe Russo FOTO

Quem orientou?

> Angélica Santa Cruz DIRETORA DE REDAÇãO

> Sandra Soares EDITORA DE COMPORTAMENTO

> Eliane Testone EDITORA DE ARTE

Palavra do orientador

"Ficamos contentes com o resultado. Pretendemos utilizar parte do material produzido, seja em formato de notas ou mesmo de matérias."SANDRA SOARES

classes econômicas A e B. As jovens

são escolarizadas e, na maioria, cursam

faculdade ou enfrentam o início da car-

reira profissional. “Leitoras”, inclusive,

estavam presentes na editoria – as

cinco garotas da equipe se encaixam no

perfil e são consumidoras da revista.

Assim, as componentes da editoria

GLOSS avistaram seu principal de-

safio: falar para um público ao qual

pertencem sobre um tema cotidiano

em sua vida. Afinal, trazer à tona seus

próprios interesses e dúvidas pode

parecer cômodo, mas ao mesmo tempo

exige reflexão. Foi preciso re-

pensar se determinados assun-

tos e ideias eram individuais

ou coletivos. E, especialmente,

se os temas abordados no es-

pecial impresso seriam úteis

ao universo virtual no qual

a leitora está imersa.

Foi justamente essa oni-

presença tecnológica que guiou

a produção do suplemento.

Pesquisas, entrevistas, busca

por fontes, foram muitas as

atividades realizadas pela in-

ternet, por e-mail,

Twitter, Orkut, Face-

book, Flickr e, espe-

cialmente, Google.

Diversos sites e

blogs foram indi-

cados, descobertos e lidos, resultando

em notas, dicas e seções de consumo

nas páginas da revistinha.

Muitos temas do universo de GLOSS,

como moda, estilo e beleza, foram abor-

dados no material, sempre com o en-

foque da internet. Todas as matérias

têm indicação de sites – uma forma

de ligar o conteúdo impresso ao meio

virtual. Também foram tratados assun-

tos como investimento online na bolsa

de valores, blogueiros bem-sucedidos,

paquera na web, novidades tecnológicas

e tecnologias “retrô”.

O suplemento revela, ainda, outra

atitude de GLOSS captada pela equipe:

mesmo quando o tema da matéria

é um alerta, o visual deve ser tratado

como um editorial de moda. Exemplo

dessa preocupação está na matéria

sobre garotas viciadas em internet.

O tema pode parecer pesado, mas

a concepção visual revela a sacada.

Que tal colocar essas mulheres no

meio da rua com seus computadores

no colo? E lá foram elas, em plena Ave-

nida Paulista, no centro de São Paulo,

vestidas de pijama, para mostrar seu

vício às leitoras da revista.

E, de fato, a matéria encontrou suas

leitoras – e seus leitores. Todo o con-

teúdo do suplemento pode ser lido nas

páginas do material, que foi impresso

e entregue no dia do encerramento do

curso. Com o produto final em mãos,

as orientadoras consideram que a

editoria GLOSS do Curso Abril realizou

um trabalho com qualidade editorial,

apto a ilustrar as páginas da revista.

“Encartar o suplemento integralmente

vai ser difícil. Mas ficamos contentes

com o resultado. Pretendemos utilizar

parte do material produzido, seja em

forma de notas ou mesmo de maté-

rias”, diz Sandra Soares.

Para quem não leu o suplemento,

fica a dica: uma das notas feitas já foi

reaproveitada na seção Mundo da edi-

ção de março (número 18, capa com

Juliana Paes) de GLOSS. Confira!

Uma garota sentada no meio da avenida com um notebook. Por quê? Porque a GLOSS exige surpresas

rep

rod

uçã

o

Page 68: Revista Plug 2009 - Especial Digital

<< 66

VEJA, LEIA E ACESSE

Planejada do começo ao fim, uma reportagem multimídia feita pela mesma equipe para VEJA e Veja.com

Pela

primeira vez

no Curso Abril,

o projeto

prático uniu

as mídias

impressa

e digital

texto Caio Barretto Briso e Luís Guilherme Barrucho design Maíra Miranda

foto

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ro S

ilvei

ra

PLUG 2009

Page 69: Revista Plug 2009 - Especial Digital

67 >>

screver uma reportagem

para a maior revista do

Brasil já seria um grande

desafio. O projeto da equipe

VEJA/Veja.com foi além. Ao realizar

uma cobertura jornalística multimí-

dia, o grupo viveu na pele as dificul-

dades com que veículos do mundo

inteiro deparam. A primeira delas:

como contar uma única história para

dois mundos, o impresso e o virtual,

à primeira vista tão distintos? Em se-

guida, surgiu outra

pergunta: os jovens

jornalistas estão

prontos para esse

desafio? Para cum-

prir a proposta, foi

necessário, pela pri-

meira vez, que as editorias de VEJA

e Veja.com formassem uma só. Até

2008, elas estavam divididas em dois

projetos no Curso Abril de Jornalismo.

“É uma necessidade da publicação

que a revista e o site estejam cada

vez mais próximos”, afirma Roberto

Gerosa, editor-executivo de Veja.com.

“E essa integração está alinhada com

os objetivos da empresa na área de

mídia digital”, acrescenta. Ele e Ká-

tia Perin, editora do site, orientaram

a equipe, formada por quatro jorna-

listas, duas designers, um fotógrafo e

um profissional de rádio e TV.

A tão propalada evolução tecnoló-

gica, no entanto, ainda não derrubou

E as paredes entre as redações. VEJA

e Veja.com têm repórteres exclusivos

e reuniões de pauta separadas. Por

outro lado, Gerosa conversa diaria-

mente com o diretor de redação de

VEJA, Eurípedes Alcântara, para que

o conteúdo divulgado no site não vá de

encontro ao da revista – e vice-versa. A

prática da boa vizinhança evita repe-

tição de matérias, acesso às mesmas

fontes e informações truncadas. Mas

ainda não é suficiente. “Acredito que

teremos uma união completa apenas

quando houver uma plataforma única

que sirva tanto ao conteúdo impresso

quanto à internet”, disse Gerosa. Seria

parte da solução para diminuir o des-

compasso entre as mídias impressa

e virtual. Por isso, não é de hoje que

especialistas correm contra o tem-

po para desenvolvê-la. Um exemplo

tímido dessa convergência, segundo

Gerosa, é o e-book, dispositivo em que o

usuário pode ler e baixar livros. Resta,

no entanto, adaptá-lo a jornais e revis-

tas brasileiras, além de diminuir seu

custo e produzi-lo em larga escala. Algo

pouco provável de ser estabelecido, a

curto prazo, no país, onde a população

O grupo foi em busca de uma resposta: o que professores e escolas estão fazendo para se adaptar ao novo aluno do século 21?

MissãoPlanejar e executar

uma cobertura

jornalística multimídia

para a revista VEJA

e o portal Veja.com

Quem fez?> Caio Barretto Briso

TEXTO

> Kleyson Barbosa TEXTO

> Luís Guilherme Barrucho TEXTO

> Sofia Krause TEXTO

> Carolina Eitelberg DESIGN

> Maíra Miranda DESIGN

> Vitor Brunoro RÁDIO/TV

> Pedro Silveira FOTO

Quem orientou?

> Jadyr MagalhãesREPÓRTER DE VEJA.COM

> Katia Perin EDITORA DE VEJA.COM

> Roberto Gerosa EDITOR EXECUTIVO DE VEJA.COM

Palavra do orientador

"Uma equipe multidisciplinar, como a de VEJA e Veja.com, mostra que é possível produzir uma reportagem que integre revista e internet se for planejada desde a pauta.”ROBERTO GEROSA

Page 70: Revista Plug 2009 - Especial Digital

<< 68

com acesso à internet não ultrapassa

os 40 milhões de pessoas.

A integração das duas plataformas

criou novos desafios para o traba-

lho do grupo. “Os projetos até então

eram muito mais focados. Era mais

fácil tanto para orientar quanto para

o grupo realizar. Neste ano a dimensão

foi maior, e a necessidade de organi-

zação da equipe também”, disse Kátia.

Coube aos oito profissionais escolhidos

desenvolver a pauta “Novas tecnologias

e educação”. A equipe foi em busca

de uma resposta para a pergunta:

o que professores e escolas estão fa-

zendo para se adaptar ao novo aluno

do século 21? Alguns dos maiores

especialistas do Brasil, dos Estados

Unidos e da Europa foram entrevista-

dos por telefone ou e-mail e, somados

ao restante da apuração, renderam

uma reportagem de dez páginas.

Havia, ainda, outra preocupação:

o conteúdo do site. Ele precisava trazer

O desafio no papel

A solução no virtual

≤ | 18 de fevereiro, 2009 | 6968 | 18 de fevereiro, 2009 | ≤ ≤ | 12 de novembro, 2008 | 69

Caio barretto briso, kleyson barbosa,

luís guilherme barruCho e sofia krause

Quem vai ensinar – e o Quê – a eles?internet, Skype, blogs, GPS, lousas interativas e simuladores 3d: nada disso é novidade para o aluno do século 21. A pergunta é se professores e escolas já se adaptaram a esse novo aluno ou se ainda lecionam como no século passado

Geração multimídia Alunos utilizam biblioteca da escola para  navegar na internet. Livros ficam em segundo plano Pe

dr

o S

ilv

eir

A

educação

1

1. Computadores

de um lado, livros

do outro:

o dilema do ensino

do século 21 foi

retratado numa

reportagem de

dez páginas para

a revista VEJA

2. Para a versão

impressa foram

produzidas fotos

e infográficos que

mostram

a necessidade

de um professor

adaptado às

novas tecnologias

1. O hotsite

exibe perfis

do aluno,

do professor e

da sala de aula

do futuro, sem

lousas nem

paredes.

O conhecimento

viajará pela

rede, e a

interação

aumentará

1 2

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ilust

raçã

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Fer

raz

PLUG 2009

Page 71: Revista Plug 2009 - Especial Digital

69 >>

algo que a revista não pudesse repro-

duzir no papel, e não ser um mero de-

pósito do que sobrou da parte impressa

do trabalho. Pensando nisso, os alunos

criaram um hotsite interativo. Com

base nas projeções dos especialistas

entrevistados, o grupo desenvolveu

o que seria a sala de aula do futuro,

na qual o internauta pode acessar

vídeos – alguns deles colaborativos

– e encontrar informações que vão

além do conteúdo da revista.

Para os orientadores da equipe,

o resultado foi positivo. “Os alunos

deram conta de mostrar que o jovem

jornalista deve ser capaz de lidar com

várias mídias”, diz Kátia. Tal avalia-

ção permitiu que o projeto ganhasse

a tela do computador de milhões de

brasileiros: depois de um mês, ele foi

ao ar no site Veja.com e pode, hoje, ser

acessado pelo buscador do site. Basta

digitar “a escola do futuro” e navegar

pela sala de aula virtual.

2. Os alunos

podem enviar

vídeos para

o site e contar

o que suas

escolas têm

feito de mais

inovador. Os

pontos coloridos

no mapa marcam

a localização das

instituições

3

3. Em entrevistas

gravadas, crianças

e adolescentes

revelam o que

esperam da

escola no futuro.

Há pedidos por

recreios mais

longos e até

por aulas sem

a presença de

professores

2

con

cep

ção

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ção

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João

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ioli

PLUG 2009

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ilvei

ra

Page 72: Revista Plug 2009 - Especial Digital

<< 70

missão da editoria era pro-

por o redesenho do site

de BOA FORMA, um dos por-

tais mais bem-sucedidos da

casa, entre os top 10 em número de

page views. A exemplo do que bus-

cam as leitoras da revista, a página

também passaria por um processo de

transformação para ficar ainda mais

bonita – nesse caso específico, com

novas ferramentas e soluções de design

interessantes, capazes de aumentar

o número de visitas e trazer maior

rentabilidade comercial.

O primeiro passo foi destrinchar

o site, em conjunto com os orienta-

dores, para detectar

o que funcionava bem,

o que poderia melho-

rar e o que deveria sair.

Um dos problemas en-

contrados foi a grande

dependência em relação

ao conteúdo impresso.

Os principais destaques da página,

que remetiam às matérias da revista,

ficavam estáticos. Como BOA FORMA

é mensal, eles assim permaneciam por

mais de três semanas. Resultado: um

site frio, a despeito do conteúdo vibrante

– e de boas iniciativas, como um bem

desenvolvido canal de vídeos.

De cara foram propostas atualiza-

ções semanais; a criação de uma

TV flash, uma sequência animada

de notícias que são destaque na home,

e um menu de canais superior que

abrisse mais espaço para conteúdo

e publicidade mas que ajudasse a tor-

nar o visual clean.

Na sequência, o grupo buscou re-

ferências em grandes sites de fitness,

beleza e conteúdo feminino para

descobrir ferramentas modernas

e interativas. E, com base em uma

pesquisa do próprio site, analisou

as vontades e aspirações das internau-

tas para selecionar o que de melhor

poderia ser usado para elas. Conhecer

as leitoras, afinal, é fundamental. Fo-

ram criados, então:

>> Para as que querem emagrecer,

uma seção personalizável que se tor-

nasse um espaço exclusivo da inter-

nauta dentro do portal, com direito

a gadgets de outros sites e notícias di-

A

A versão virtual de BOA FORMA precisava ficar mais leve e atraente. A receita da transformação: descobrir o que a internauta queria

O site antigo ainda dependia do conteúdo impresso e acabava desatualizado. No novo projeto, a interatividade estimula as pessoas a voltarem sempre

Leitoras foram convidadas para

contar como conseguiam

manter a forma

pERSONAL TRAINER

texto Gustavo Simon design Eduardo Bessa

PLUG 2009

foto

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Ru

sso

Page 73: Revista Plug 2009 - Especial Digital

71 >>

MissãoRedesenhar o site

pensando em uma

nova distribuição

de conteúdo, novas

ferramentas para

fidelização da usuária

e meios de trazer renda

Quem fez?> Gustavo Simon

TEXTO

> Ricardo Helcias TEXTO

> Eduardo Bessa DESIGN

> Fernanda Ribeiro DESIGN

> Felipe Russo FOTO

Quem orientou?

> Christina BiltoveniEDITORA DE FITNESS

> Kaio Medau EDITOR DE INTERNET

> Deise Coelho EDITORA DE INTERNET

Palavra do orientador

"Os meninos arriscaram novos ingredientes para o site de BOA FORMA. Acertaram a mão: as matérias ficaram uma delícia!”

CHRISTINA BILTOVENI

rigidas. E mais interação: aproveitando

o arquivo de matérias de BOA FORMA,

a usuária teria indicados uma dieta e um

plano de exercícios e poderia conferir

de hora em hora no portal os próximos

passos de seu desafio;

>> Para as esportistas, um guia de

academias e pontos de caminhada,

em possível parceria com serviços como

GoogleMaps, MapMyRun e Associação

Brasileira de Academias. Além de dar

indicações, as internautas poderiam

trocar experiências sobre cada ponto;

>> Para as que adoram experimen-

tar receitas saudáveis, uma seção

inteligente, antenada com a rotina

do usuário para sugerir as melhores

receitas de acordo com o dia da se-

mana e o horário da visita;

>> Para as fãs das estrelas da capa,

espaço para baixar a playlist do treino

das famosas;

>> Para as que só se inspiram com a

ajuda de casos do mundo real, gale-

rias de fotos e histórias de superação

de leitoras e internautas.

A home foi dividida em blocos temáticos e ganhou ferramentas que permitem personalizar o conteúdo

>> E, para as ávidas por conhecimento

sobre saúde e beleza, matérias com

atualização semanal.

As ferramentas ganharam um layout

que valorizou o conteúdo sem deixar

de reforçar o principal conceito de BOA

FORMA: ajudar a leitora a conseguir

um corpo mais bonito e uma vida mais

saudável, mostrando que a transfor-

mação é possível.

No fim, o grupo provou que a trans-

formação do portal também era pos-

sível. O projeto de reformulação, que

já estava sendo tocado pela redação,

recebeu boas sugestões – algumas só

não entraram no ar imediatamente

depois de recebidas para que a em-

presa também visse as boas ideias do

grupo. Cumpriu-se, pois, a proposta do

curso – oxigenar redações e abastecê-

las de soluções. Em agosto, quando

o novo site de BOA FORMA entrar no ar,

80% do layout e 50% das ferramentas

sugeridas pelo grupo devem fazer parte

do pacote. O portal continuará, certa-

mente, em muito boa forma.

rep

rod

uçã

o

Page 74: Revista Plug 2009 - Especial Digital

<< 72

ois designers ansiosos

pela criação, duas jor-

nalistas inquietas para

sair às ruas, um fotógrafo

louco para fugir das clássicas fotos

de estúdio e um projeto que dizia:

“Elaborar um site sobre games para

a INFO”. A princípio, um tema di-

fícil, já que o único que se delicia-

va em joguinhos e videogames era

o designer Thiago Moura. Para o res-

tante do grupo, um mundo distante

e ainda não explorado. Então, por

onde começar?

Logo na primeira reunião com os

orientadores, descobrimos que essa

proposta foi feita porque a audiência

do site sobre tecnologia se concentra-

va principalmente em dias úteis, no

horário comercial. A ideia, então, era

buscar novos usuários que aumen-

tassem o acesso à noite e nos fins de

semana. Falar sobre algum tipo de

entretenimento parecia ser a melhor

solução dentro dos possíveis temas

relacionados ao mundo da INFO.

A partir daí, o grupo iniciou pes-

quisas em sites de games para saber

como conversar com esse público tão

específico, exigente e ávido por notí-

d cias diárias sobre tendências, mercado

e lançamentos de jogos. O tempo era

curto e exigia a divisão de tarefas. As

jornalistas Clara Vanali e Renata Betti

devoravam informações na internet

e revistas sobre o assunto em busca

de boas pautas. Os designers Thiago

Moura e Luciana Martins encaravam o

trabalho de criar um layout que trans-

mitisse a adrenalina dos games sem

esquecer os padrões da INFO Online,

claro e de fácil navegação.

Mas, afinal, o que os gamers pro-

curam em um portal informativo de

jogos? Para descobrir,

uma pesquisa nas redes

sociais da internet foi

fundamental. Nesse caso,

nos fóruns de videogames.

Passamos a bola para os jogadores,

e eles rapidamente nos deram dicas

para a criação do mais novo portal

de games da internet – o INFO Games.

Após esse retorno dos usuários, a nossa

sorte só aumentou. Ao mesmo tempo

que acontecia o Curso Abril, São Paulo

recebia o maior evento de tecnologia

do mundo, o Campus Party. No local, o

Centro de Exposições Imigrantes, havia

uma arena dedicada aos games e cheia

A REGRA dO JOGO

texto Clara Vanali e Renata Betti design Luciana Martins

de boas histórias. Uma delas é a de um

menino que descobriu a vontade de ser

piloto após voar por 560 horas em um

simulador online. Com essa pauta, o

fotógrafo Pedro Silveira pôde começar

a mostrar seu talento.

Outro bom exemplo de matéria re-

alizada para o projeto foi sobre mu-

lheres que gostam de videogames ou

trabalham com eles. Três entrevistadas

contaram como nasceu o interesse pelos

jogos e como lidam com o preconceito

de meninos que não as levam a sério.

Com matérias como essas, o resulta-

do do projeto dos alunos foi um portal

de games que se destacou por trazer

conteúdo próprio, e não informações de

outros sites – o que já existia na rede.

As notícias não se restringiram ao

universo dos jogos, como dicas e tru-

ques, mas se relacionavam também a

mercado, perfil do usuário, novidades e

entrevistas com profissionais da área.

Outra inovação para o canal foi

a criação de widgets, janelas em que

O resultado foi um portal que produz conteúdo próprio e não copia dicas de outros sites

Como aumentar a audiência fora dos horários de pico? Obedeça aos gostos dos madrugadores virtuais e crie um canal de games como a INFO pediu

PLUG 2009

Page 75: Revista Plug 2009 - Especial Digital

73 >>

MissãoDesenvolver um

canal informativo

sobre jogos para

INFO Online

Quem fez?> Clara Vanali

TEXTO

> Renata Betti TEXTO

> Luciana Martins DESIGN

> Thiago Moura DESIGN

> Pedro Silveira FOTO

Quem orientou?

> Maurício GregoREDATOR-CHEFE DA INFO

> Renata VerdascaANALISTA DE SUPORTE

Palavra do orientador

“O grupo se empenhou em identificar o público-alvo e preparar conteúdo atraente para ele. Esse é o caminho.”

MAURÍCIO GREGO

A home do INFO Games mostra os destaques do site. Dentro dele o usuário pode navegar em páginas específicas para cada console

o usuário poderia personalizar sua

página e escolher o conteúdo a ser visto

no site. Além disso, o canal possibilitou

que as notícias estivessem divididas de

acordo com os consoles, os aparelhos

eletrônicos que executam os games.

Sendo assim, o gamer poderia clicar

apenas na seção sobre uma plataforma

e ler as notícias de seu interesse.

Uma experiência que pareceu distan-

te no começo acabou trazendo novos

conhecimentos. Para os orientadores

da editoria, Renata Verdasca e Mau-

rício Grego, o projeto final mostrou-se

dinâmico, atrativo e viável. Por ora, não

está prevista a implantação de um

canal de jogos na INFO Online.

Audiência para o canal não iria faltar.

Os games fazem parte de um segmen-

to importante, o de entretenimento,

e estão mais próximos de nós do que

imaginamos. Seja no celular, na televi-

são ou no computador, joguinhos são

sempre cativantes. Você, por exemplo,

vai dizer que nunca se arriscou nas

aventuras de um Mario Bros.?

rep

rod

uçã

o

Page 76: Revista Plug 2009 - Especial Digital

<< 74

asta uma folheada em qual-

quer exemplar da SUPER-

INTERESSANTE para concor-

dar que ela cumpre a missão

de ajudar seu leitor a compreender o

mundo que o cerca. Ela não pode ficar

parada. Mas por que uma revista com

essas características não optou por

aproveitar os alunos do Curso Abril

para, assim como as outras equipes,

mergulhar no mundo di-

gital? Porque, apesar de

seu conteúdo estar liga-

do aos assuntos multi-

mídia, a SUPER tem uma

constante vontade de melhorar o que

já faz bem: seu produto impresso.

O redator-chefe Sérgio Gwercman

explica que, nos últimos anos, a de-

manda editorial tem sido imensa e que

o curso coincidiu com um momento de

transição da SUPER: "A revista pretende

entrar num processo de reforma gráfica

e de mudanças de conteúdo. Então

vimos no curso uma oportunidade de

encontrar talentos que nos trouxessem

novas ideias." Os alunos tiveram como

missão apresentar dez páginas com

novas seções e soluções gráficas.

Jornalismo, design e fotografia tive-

ram que andar bem juntos ao longo

de todo o processo, que começou com

uma pesquisa aprofundada de várias

edições da SUPER e de outras publi-

cações. No diagnóstico elaborado, a

principal questão levantada foi a neces-

sidade de diversificar as vozes dentro

da revista, aumentar a presença de

temas comportamentais e culturais e

humanizar o conteúdo. Graficamente, a

busca se orientou no sentido de reforçar

a identidade visual, arejar as páginas

e utilizar ilustrações mais conceituais

e menos figurativas, além de ampliar

o espaço da fotografia.

Nem tudo que foi apresentado será

usado, mas as novas ideias e conceitos

ajudarão no processo de transformação

da revista. Gwercman assegura que ele

e o diretor de arte Adriano Sambugaro

ficaram muito satisfeitos com o resul-

tado final e que ambos vão estudar

algumas das propostas. “A princípio,

O objetivo foi trazer para a pauta da publicação mais temas ligados à cultura e ao comportamento

Na SUPERINTERESSANTE, a busca por soluções simples para humanizar a revista

dE VOLTA AO bÁSICO

texto Cecilia Arbolave e Cecília Araújo design Fernanda Ribeiro

b

Foto usada no projeto: gente

no lugar de ilustrações

foto

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reit

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PLUG 2009

Page 77: Revista Plug 2009 - Especial Digital

75 >>

MissãoCompor seções com

soluções gráficas

e propostas de

edição originais

Quem fez?> André Faust

TEXTO

> Cecília Araújo TEXTO

> Cecilia ArbolaveTEXTO

> Daniela Cadore DESIGN

> Everton PrudêncioDESIGN

> Carolina FreitasFOTO

Quem orientou?

> Sérgio GwercmanREDATOR-CHEFE

> Adriano Sambugaro DIRETOR DE ARTE

Palavra do orientador

"O Curso Abril coincidiu com um momento de transição da revista. O grupo deu conta do recado com méritos.”SÉRGIO GWERCMAN

vamos levar em consideração as crí-

ticas feitas e transpô-las para seções

já existentes. Um exemplo é tentar

‘humanizar’ o SuperPapo”, afirma.

Na seção SuperNovas, foi mantido o

caráter noticioso e sugerida uma inova-

ção: a criação de uma coluna. A sugestão

de autor para esse espaço é o jornalista

John Tierney, blogueiro e colunista do

The New York Times, que escreve sobre

descobertas científicas e tecnológicas

e seus desdobramentos na sociedade.

A escolha de Tierney partiu do tipo

de abordagem de seus textos, que se

adaptam bem ao estilo da SUPER.

Para a seção SuperRespostas, foram

apresentadas três propostas de subse-

ções. A denominada Como É Possível

faz um tipo de pergunta que leva a

explicações de cunho cultural e com-

portamental. A ilustração que acompa-

nha a matéria reafirma a decisão pelo

uso de imagens conceituais.

Outra subseção é Origem das Palavras,

que, com uma estrutura curta, é usada

para dar ritmo às páginas iniciais. A

terceira proposta é Como Chegamos, que

traz a evolução de uma invenção huma-

na, sempre explorando a infografia.

Já SuperFigura é um espaço onde se

conta a história de uma pessoa, pos-

sivelmente anônima para o grande

público, mas de destaque em sua área

de atuação. A seção traz personagens

ao mesmo tempo comuns e extraordi-

nários que inspirem o leitor. Ela abre

espaço para o uso da fotografia, técnica

que o grupo se propôs a fortalecer no

projeto editorial da revista.

A seção SuperInfo é a reformulação

do Pôster, uma subseção já existente.

O grupo manteve a dupla, mas acres-

centou um conceito à sua estrutura:

representar metaforicamente assuntos

difíceis de visualizar.

No Tech na Prática, foi decidido tratar

o tema tecnologia com viés mais hu-

mano e comportamental. A sugestão é

mostrar como algumas pessoas estão

utilizando as diferentes tecnologias

pelo mundo, muitas vezes de forma

inusitada e curiosa.

Para encerrar o pacote de altera-

ções na SUPER, o grupo criou O Planeta

Agradece, uma subseção de serviços que

apresenta os mais recentes produtos

tecnológicos que se propõem a diminuir

o impacto ambiental.

O que muda nas seções

SuperNovasColuna de John Tierney, blogueiro do The New York Times, que escreve sobre os desdobramentos sociais de novas descobertas

SuperRespostasA seção ganha três novas áreas:>> Como é possível >> A análise sobre fenônemos culturais e comportamentais >> Origem das palavras >> Rápida, direta e auto-explicativa>> Como chegamos >> Infográfico com a evolução de uma invenção

Os aparelhos mais modernos explicados e aplicados na vida real dos leitores

Tech na Prática

rep

rod

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Page 78: Revista Plug 2009 - Especial Digital

PLUG 2009

<< 76

EPara não ficar atrás da concorrência, como mostra o projeto de EXAMEtexto Mariana Amaro design Henrique Barone

VÍdEO pARA QUÊ?

m 2005, o YouTube mudou

completamente a relação

entre o vídeo e a internet.

O barateamento dos antes

caríssimos equipamentos para gra-

vação e edição ajudou na explosão

do acesso ao site e chacoalhou as em-

presas de comunicação que insistiam

em acreditar que videojornalismo é

coisa para a televisão. Elas estavam

certas em um ponto: a postura séria

e aquele velho padrão de passagens e

narração é realmente coisa para a TV.

A internet é o local para testar e des-

cobrir novas maneiras de transmitir

a informação.

Para experimentar esses forma-

tos, ninguém melhor que os jovens,

que vivem o momento mais multi-

mídia da história. Como a EXAME te-

ria à sua disposição a vontade de tra-

balhar de seis exemplos dessa nova

geração, nada mais interessante que

pedir a eles que desenvolvessem um

projeto audiovisual: uma série de re-

portagens em vídeo sobre um tema

pertinente para o leitor que seria

hospedado no portal da revista.

“A internet possibilita usar diver-

sos meios para transmitir uma no-

tícia. Os vídeos são o exemplo dessa

diversidade”, diz Sérgio Teixeira Jr.,

editor de EXAME, apaixonado por tec-

nologia e orientador do trabalho de

três jornalistas, um designer, um fo-

tógrafo e um midiálogo. “O vídeo leva

o leitor imediatamente para dentro

da matéria. Não precisa de descri-

ção. Ele mostra o fato e economiza

o tempo do leitor”, afirma Teixeira.

Não é por menos. A popularidade dos

web videos pode ser comprovada em

uma pesquisa feita pela consultoria

americana Trendstream: em janeiro,

durante uma semana, 97 milhões de

americanos assistiram a pelo menos

um desses vídeos.

Escolher o tema de uma série de

reportagens sempre é mais complica-

do do que sugerir uma única pauta.

A equipe do Curso Abril gravou quatro matérias em vídeo para a web, um formato popularizado pelo YouTube

foto

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ilvei

ra

PLUG 2009

Page 79: Revista Plug 2009 - Especial Digital

77 >>

MissãoRealizar uma série

de reportagens em

vídeo para o site

Quem fez?> Mariana Amaro

TEXTO

> Marcio Orsolini TEXTO

> Manuel Cunha Pinto TEXTO

> Giuliano Muccioli DESIGN

> Gustavo Forti LeitãoVÍDEO

> Pedro SilveiraFOTO

Quem orientou?

> Sérgio Teixeira Jr. EDITOR EXECUTIVO

> Peri Dias REPÓRTER

Palavra do orientador

“O trabalho envolvia vídeo e tinha uma grande complexidade logística,

além do tema específico: tecnologia de celulares. Apesar disso, o desempenho do grupo foi excelente.”

SÉRGIO TEIXEIRA JR.

Em janeiro de 2009, 97 milhões de americanos assistiram a pelo menos um vídeo na internet numa semana

1. Fazer vídeos não

basta. O hotsite dá

destaque à produção

2. Elementos como o QR Code

(código lido pelo celular) integram

o conteúdo a outras midias

O motivo é óbvio: o assunto precisa,

necessariamente, render várias pro-

postas interessantes com uma cer-

ta ligação. Depois de descartar pelo

menos dez sugestões, a eleita foi o

celular, por sua representatividade

para a comunicação e sua impor-

tância para os leitores de EXAME.

Quando foi lan-

çado no merca-

do brasileiro, em

1983, servia ape-

nas para fazer e

receber ligações. Isso parece piada

perto dos modelos disponíveis no

mercado hoje, que conseguem, en-

tre várias funções, contar batimen-

tos cardíacos, fazer check-in no ae-

roporto e ler códigos de barras.

A importância desse aparelhinho

na vida moderna foi explorada em

quatro reportagens. Desde os no-

vos aplicativos para o telefone até o

futuro do celular. Um dos entrevis-

tados conseguiu explicar em pou-

cas palavras o que ele representa.

Carlos Alberto Teixeira, assessor de

inovação da companhia aérea Gol,

disse que, “se uma pessoa esquece a

carteira em casa, ela não volta para

pegar. Algum amigo pode pagar seu

almoço. Mas, se essa pessoa esquece

o celular, ela volta”.

Encontrar imagens que dialogas-

sem com as entrevistas e fugissem do

senso comum foi a maior dificuldade

do grupo. A salvação foi o enorme ban-

co de imagens do YouTube.

Durante o processo de edição das

reportagens, surgiu a necessidade de

criar uma identidade para a série,

já que a intenção do editor era levar o

conteúdo ao ar. Para isso foi desenvol-

vido um hotsite com design e logotipo

inspirados no iPhone e constituídos

com elementos das matérias, como o

QR Code. Foram desenvolvidos ainda

conteúdos extras: um ensaio fotográ-

fico feito nos bastidores das grava-

ções, uma lista de reportagens sobre o

assunto publicadas em EXAME e uma

linha do tempo do celular.

Entre as lições aprendidas no Cur-

so Abril 2009, a principal foi dada por

Sérgio Teixeira Jr.: “Todas as publica-

ções deviam ter vídeos”. Que atire a

primeira pedra quem nunca parou de

ler uma matéria para assistir ao vídeo

sobre o mesmo assunto que estava ao

lado. Ou, pelo menos, assistiu depois

que terminou de ler.

rep

rod

uçã

o

1 2

Page 80: Revista Plug 2009 - Especial Digital

<< 78

Casa.com.br é um por-

tal da Editora Abril que

oferece ampla cobertura

editorial dos segmentos de

arquitetura, decoração e design. Em

maio, ele registrou 890 mil visitantes

únicos, 52% acima do registrado no

mesmo período de 2008, e 10,7 milhões

de page views. Dada a popularidade

das seções de conteúdo colaborati-

vo, como Mostre Sua Casa, Bichos

de Estimação e Faça Você Mesmo,

pode-se constatar que grande parcela

da audiência do site é composta de

pessoas comuns em busca de dicas

e informações básicas sobre os temas.

Por isso, desenvolver um produto para

profissionais é uma oportunidade de

estreitar o vínculo deles com as mar-

cas CASA CLAUDIA, ARQUITETURA

& CONSTRUÇÃO e Casa.com.br e,

além disso, levar os anunciantes a um

público altamente qualificado.

A missão que o grupo Casa.com.br

recebeu foi a de desenvolver um proje-

O to editorial com foco em redes sociais

para profissionais e estudantes de

arquitetura e decoração. O objetivo

era aumentar e qualificar a partici-

pação desse público no site por meio

da criação de um clube para promo-

ver a troca de experiências. Esse é o

foco do Casa/PRO, espaço virtual em

que o usuário cadastrado apresenta

seu portfólio, tem a oportunidade de

interagir com os principais nomes do

meio e acessa conteúdos editoriais e

serviços específicos.

De acordo com o orientador do

grupo, o gestor de projetos Jefferson

Rubbo, a vontade de trabalhar com

comunidades surgiu em 2007. "Utili-

zamos como referência uma demanda

prevista no planejamento estratégico

do Casa.com.br – o CasaNetwork,

uma rede social para decoradores,

arquitetos e estudantes. Tínhamos

o embrião do que se tornou o Casa/

PRO e concluímos que o grupo traria

boas ideias”, afirma.

Casa/PRO será ambiente para troca de experiências e contatos entre arquitetos

pROJETO COLETIVO

texto Ana Luiza Leal e Nádia Tamanaha design Fernanda Ribeiro

O Casa/PRO foi feito para ser a rede social do segmento

Page 81: Revista Plug 2009 - Especial Digital

79 >>

MissãoDesenvolver projeto

com foco em redes

sociais e clubes

patrocinados

Quem fez?> Ana Luiza Leal

TEXTO

> Nádia Tamanaha TEXTO

> Felipe Grandinetti DESIGN

> Mirian Alves DESIGN

> Conrado Braga MÍDIAS DIGITAIS

> Diogo Salles FOTO

> Ananda Morais AUDIOVISUAL

Quem orientou?

> Jefferson RubboGESTOR DE PROJETOS DO CASA.COM.BR

> Marcia Carini EDITORA DO CASA.COM.BR

> Marcos Moitas EDITOR DE ARTE DO CASA.COM.BR

Palavra do orientador

“Relevância, serviços e o relacionamento entre os profissionais e o núcleo CASA são os pilares para atrair os usuários ao Casa/PRO.”

JEFFERSON RUBBO

O projeto foi desenvolvido com base

na pesquisa em sites especializados

internacionais e brasileiros e no diálogo

com profissionais da área e de internet.

A linguagem usada por eles na web

e os assuntos e serviços buscados nes-

sas redes também foram objeto de

estudo. Após o levantamento, o grupo

constatou que o público

em questão exige con-

teúdo e design de van-

guarda. Para atraí-lo, o

projeto do Casa/PRO traz

blogs especializados as-

sinados por grandes nomes e uma seção

sobre o que os expoentes da área fazem,

além de reportagens especiais em texto,

vídeo e fotografia.

Conceitos como funcionalidade e inte-

ratividade pautaram o desenvolvimento

do Casa/PRO. Como o foco é a troca de

experiências, o perfil do usuário inclui

portfólio, currículo e fotografia. Nesse

ambiente, o internauta faz amizades

e contatos profissionais. Da mesma

forma, constrói o conteúdo do clube

por meio da proposição de tópicos nos

fóruns e da exposição de seus projetos

em galerias de fotos temáticas.

O usuário também tem acesso a um

calendário de cursos e eventos da área,

alimentado de forma permanente pela

redação e pelos próprios internautas.

“O Casa/PRO tem o ousado desafio de

reunir arquitetos e decoradores em

uma rede social digital. Relevância de

conteúdos, serviços, participação em

eventos e relacionamento entre os espe-

cificadores e os editores do núcleo CASA

& CONSTRUÇÃO são os pilares para

atrair e reter os usuários”, diz Rubbo.

Outra tarefa solicitada ao grupo foi

a criação de vídeos para divulgar a mar-

ca Casa.com.br. A proposta era fugir do

“Desenvolver um produto para profissionais é uma oportunidade de levar os anunciantes a um público altamente qualificado”

No hotsite especial, Mauro Munhoz (do Museu do Futebol)

mostra seus prédios favoritos em São

Paulo, como o Masp

foto

: Dio

go

Sal

les

Page 82: Revista Plug 2009 - Especial Digital

<< 80

Rede social em quatro passos e um viral

1. Na seção

Portfólios, o

profissional

se apresenta

e mostra seus

melhores

trabalhos aos

colegas em rede.

A home do

Casa/PRO exibe

os últimos perfis

atualizados

institucional e fazer algo leve e engra-

çado com elementos do cinema. Não foi

sem algumas horas de discussões que o

grupo chegou a uma premissa simples

e compatível com o orçamento – per-

sonagens inusitados, como uma freira

e um dono de botequim, em busca de

soluções de decoração no portal.

Foram produzidos dois curtas-

metragens e outros três roteiros que

complementam a série. Ao final, os

projetos foram divulgados no YouTube

e, em duas semanas, tiveram cerca de

1 090 visualizações.

O grupo desenvolveu ainda um vídeo

em que o arquiteto Mauro Munhoz,

autor do projeto do Museu do Futebol,

localizado no Estádio do Pacaembu,

em São Paulo, fala sobre as obras que

mais aprecia na capital paulista – lista

que inclui o Conjunto Nacional e o

Museu de Arte de São Paulo (Masp).

Para concluir o especial, pensado

como parte do material exclusivo do

1

2 2. Tópicos

de Discussão

é um fórum

em que os

membros

do Casa/PRO

propõem

e debatem

assuntos

relacionados

à área. Os

últimos temas

propostos viram

destaque no site

rep

rod

uçã

o

Page 83: Revista Plug 2009 - Especial Digital

81 >>

4. Um dos principais atrativos do Casa/PRO, o conteúdo

exclusivo reúne blogs assinados por profissionais renomados

e notícias sobre o mundo da arquitetura, design e decoração

5. Bem-humorado, o vídeo viral

foi criado para divulgar o site

Casa.com.br e recebeu

1 090 visitas em duas semanas

Casa/PRO, o grupo produziu fotografias

dos locais apontados por Munhoz. Por

fim, para hospedar o conteúdo, foi

criado um hotsite que, além de dispo-

nibilizar todas as imagens, trazia um

pequeno perfil do arquiteto.

“O desempenho do grupo foi for-

midável. Os alunos trabalharam

muito bem em equipe e contribu-

íram com soluções criativas para a

proposta”, afirma Jefferson Rubbo.

"O resultado será aproveitado na vida

real, com algumas alterações que

ocorrerão por conta das ferramentas.”

O Casa/PRO tem lançamento previsto

para novembro de 2009.

3

4

53. O To Do

é um calendário

colaborativo

no qual membros

podem acrescentar

eventos e até

organizar sua

própria agenda

rep

rod

uçã

o

rep

rod

uçã

o

Page 84: Revista Plug 2009 - Especial Digital

m 1984, os computadores ain-

da eram ficção nas redações.

Nos Estados Unidos, a Apple

lançava o primeiro Macin-

tosh, modelo “portátil” de “apenas 9

quilos” que podia ser “transportado

numa sacola”, segundo VEJA. Dá para

acreditar nesse conceito de mobilida-

de? Nós não digitávamos as matérias,

datilografávamos em jurássicas má-

quinas de escrever. Foi numa dessas

que batuquei o texto que valeu minha

vaga na primeira turma do Curso Abril

de Jornalismo em Revistas.

Se o objetivo da editora era trans-

mitir o conhecimento acumulado por

seus fazedores de revistas, o nosso, um

grupo de recém-formados de facul-

dades de São Paulo, era trabalhar na

casa. De preferência em VEJA.

Roberto Civita, então diretor-superin-

tendente da Abril, deu a aula inaugural.

O assunto: publishing. Nós éramos

irritantemente teóricos em 1984, e uma

palestra sobre publishing era um cho-

que de realidade. RC mostrava a impor-

tância do ciclo de publicação: desde a

criação, passando pela publicidade, até

a impressão e a circulação. Aprendía-

mos que havia algo além da apuração

e da edição de uma matéria.

E Para quem se julgava o centro do

universo, como nós, uma grande lição

era saber quem manda em uma pu-

blicação: “É o leitor, estúpido!”, diziam

pratas da casa como Thomaz Souto

Corrêa, Alberto Dines, Mário Escobar

de Andrade e Augusto Nunes. Os 15

dias de aprendizado valeram mais

do que quatro anos de faculdade.

Vinte e cinco anos depois, são ou-

tros os focas, mas segue o desafio:

abocanhar o peixe. O objetivo de cada

turma continua a ser um lugar ao

sol na Editora Abril. O da empresa,

renovar seu estoque de talentos.

O cardume agora é mais diversificado,

e a Abril não faz só revistas. Produz

conteúdo em papel, vídeo, internet,

celular e o que mais vier (alguém aí

também pensou no e-reader?). Meu

papel também mudou: de aprendiz

passei a orientador de grupos em mí-

dias digitais, especificamente aquelas

ligadas a Veja.com.

O perfil dos alunos acompanhou a

transformação. Plugada desde as fral-

das, esta turma está mais preparada

do que a de 1984. Conhece texto, foto,

vídeo, design e internet. Para minha

surpresa, as ideias costumam vestir

terno e gravata nas sugestões iniciais

que os alunos trazem. Reajo com um

bordão: “As ideias velhas, tenho eu”.

Estabelecido o cri-

tério de inovação,

o resultado sem-

pre surpreende. A

proposta neste ano

foi produzir uma

reportagem explo-

rando as possibilidades das mídias

impressa e digital.

Em 2009, o desafio é maior. Discute-

se como as revistas devem se reinven-

tar e como a Abril vai acompanhar

– e liderar – o processo. A revolução,

que já acontece, passa pelas mãos,

pelos olhos e pelas telas dessa moçada.

Os alunos de 1984, os de 2009 e os que

estão para chegar terão de continuar

aprendendo se quiserem ser protago-

nistas de tal transformação.

"Para quem se julgava o centro do universo, uma grande lição foi saber quem manda numa publicação"

1984, O CURSO QUE NÃO TERMINOU

>> Roberto Gerosa é editor executivo de Veja.com e foi aluno da primeira turma do Curso Abril de Jornalismo, em 1984

por Roberto Gerosa design Maíra Miranda

A primeira turma, a 25 anos atrás: só revistas, só São Paulo

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PLUG 2009

<< 82

Page 85: Revista Plug 2009 - Especial Digital

Era assim que recrutávamos os jovens talentos do Brasil, há 40 anos.

Vem aí o Curso Abril de Jornalismo 2010.

Reprodução de anúncio publicado na revista CLAUDIA, em novembro de 1967, para recrutar jornalistas que, meses depois, iriam integrar a primeira redação da revista VEJA. www.cursoabri l .com.br

Page 86: Revista Plug 2009 - Especial Digital

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