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LUIZ GONZAGA: Um legado de história Música, cultura, arte, vida são os destaques comemorativos do centenário do Rei do Baião N‘ 7 Ano IX 2012 Modelo 2012 FINAL.indd 1 20/09/2012 13:31:55

Revista Plural UnP

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Trabalho desenvolvido pelos alunos de Jornalismo da UnP em 2012.1. A matéria produzida por Daniel Freire é a "Especial", sobre o centenário de Luiz Gonzaga.

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LUIZ GONZAGA: Um legado de história

Música, cultura, arte, vida são os destaques comemorativos do centenário do Rei do Baião

N‘ 7Ano IX2012

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3OpiniãoArtigo

Crônica

4EntrevistaO criador de miniaturas

de celebridades

6Meio AmbienteOs perigos de criar um

animal silvestre

8Saúde

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Ciência e Tecnologia

Educação 2.0 um nova metodologia para o

ensino

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TurismoNatal aos olhos

do mundo

Graffiti, a arte que diverge da pichação

12

Som, ritmo e voz de um matuto mestre

14

CulturaBandas de rock natalenses sonham em ser famosas

21

Cultura

Especial

Sintomas comuns que mudam totalmente

o ritmo de vida da população

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10

EsporteEsporte de contato que traduz feminilidade e superação

ComportamentoElas preferem os ogros

Tecnologia - um mundo de distrações

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Revista Plural: Prazerosa experiência acadêmica, um passo para o caminho profissional

Com o lançamento de seu sétimo volume, ano IX, a Plural dá mais um pas-so definitivo rumo ao cumprimento de sua meta de periodicidade. O volume contemplará o primeiro semestre de 2012, gerando maior reconhecimento aos alunos do 7º período de Jornalismo da Universidade Potiguar.

Novas mudanças na diagramação foram incorporadas, mantendo a quali-dade da Revista, com o objetivo de con-quistar novos leitores. Após produtivas reuniões e diagramação concluída, todo um esforço foi despendido para tornar mais prazerosa à experiência de leitura daqueles que nos acompanham.

Em destaque a matéria da capa que homenageia o rei do baião Luiz Gon-zaga. Se estivesse vivo o cantor feste-jaria seu centenário, a matéria aborda a obra, talento, autodi¬datismo e aspec-tos de sua vida pública são colocados em evidência atestando o seu legado relevante na música popular brasileira. Esta edição traz uma entrevista com o artista plástico Marcus Vinícius que conversou com a repórter Janielle Borges rodeado com suas bonecas em seu ateliê.

Mas os destaques não terminam por aí, a repórter Carol Caiana foi en-tender um pouco do universo das mul-

heres, será que elas estão preferindo os ogros? Esta resposta só lendo a maté-ria. Contamos ainda com o destaque do esporte que nos explica o que o rugby, e sua conquistando na socie-dade natalense.

Agradecemos a todos aos alunos do 7º período que enviaram seus tra-balhos que é imprescindível para nossa missão, a professora Cintia Barreto que ministra a disciplina de Revista Impres-sa, que nos apoiou e confiou integral-mente em nosso trabalho viabilizando os atuais sucessos da Plural, tendo con-tribuído, ainda, com a apresentação deste número.

Revista Plural 7| Ano IX | 2012

Danielle Soares

Diretor da APEC: Milton Camargo/Reitora: Profa. Sâmela Soraya Gomes de Oliveira/Pró-Reitora de Graduação e Ação Comunitária: Profa. Sandra Am-aral de Araújo/Pró-Reitor de Pesquisa, Extensão e Pós-Graduação: Prof. Aarão Lyra/Escola de Comuni-cação e Artes: Profa. Maria Valéria Pareja Credidio Freire Alves/Curso de Jornalismo: Prof. Leonardo Bruno Reis Gamberoni.Orientação Editorial: Profa. Cintia dos Reis Barreto.Alunos da disciplina Revista Impressa: Aline Cristina, Anderson Vicente, Bruna Machado, Caroline Caiana, Ciro Pessoa, Daniel Freire, Danielle Soares, David Ta-vares, Débora Reis, Erika Paiva, Felipe Maia, Florence Macedo, Francinaura Almeida, Gerson Sidney, Heitor Clemente, Isabela Moraes, Janielle Borges, Karen Ol-iveira, Laís Fernandes, Karina Correa, Lídia Nascimen-to, Nara Rodrigues, Priscilla Almeida, Raul Barbosa, Rodrigo Loureiro, Thiago Goes, Thiago Damasceno, Vivian Mesquita e Walleanny Lima.Redação: Bruna Machado, Caroline Caiana, David Tavares, Daniel Freire, Danielle Soares, Erika Paiva, Felipe Maia, Florence Macedo, Janielle Borges, Lídia Nascimento, Nara Rodrigues, Priscilla Almeida, Rod-rigo Loureiro, Thiago Damasceno e Vivian Mesquita.Diagramação: David Tavares,Priscilla Almeida e Viv-ian Mesquita.Projeto Gráfico e Fechamento: Prof. Fabian Ubarana, David Tavares, Priscilla Almeida e Vivian Mesquita.Arte Capa: Will de Sousa.Tiragem / Impressão: 1.000 Contatos: [email protected]/ (84) 3216-8662As opiniões e conceitos expressos nesta revista não refletem necessariamente o ponto de vista da Instituição.

Expediente

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BAZAR VIRTUAL

Viciada em tecno-logia, maquiagem, viagens, shopping e livros. Atualmente possuí um bazar online em uma rede social.

Bazar é uma palavra derivada origi-nalmente do pahlavi, uma língua falada por persas entre 224 e 651 d.C. A palavra original é baha-char, que significa “lugar dos preços”. Em bazares podem ser en-contrados todos os tipos de produtos, desde os mais inusitados aos que utiliza-mos no nosso dia-a-dia e tem como ca-racterística serem encontrados produtos com preços bem mais baixos do que as lojas convencionais. Nos países orien-tais, essa prática é bem comum, pois foi lá que o bazar teve origem. No Brasil, até algum tempo, a palavra bazar estava vinculada a objetos, roupas e acessó-rios usados normalmente doados para a venda e arrecadação de dinheiro para entidades que realizam obras de carida-de, mas há algum tempo isto vem mu-dando. As pessoas passaram a vender o que não utilizam mais e estão tirando um bom dinheiro extra dessa nova fonte de renda.

Com a virtualização da idéia, a pala-vra bazar passou a ter outro significado entre a população brasileira, pois hoje existem vários grupos ligados a redes so-ciais quem têm como intuito a venda de produtos novos ou usados. Para alguns, a atividade ficou tão séria que levam a

vida em comprar coisas usadas e vender para outras pessoas. Tudo pode ser ven-dido, desde que esteja em bom estado de uso. Mas não só coisas usadas são co-mercializadas, algumas pessoas aprovei-taram a onda para fazer um dinheirinho extra e vender produtos novos e quem leva essa atividade a sério consegue fa-turar até dois mil reais utilizando apenas o tempo livre para a venda de produtos. A vantagem disso é que muitas pessoas conseguem comprar produtos bon com preços bem abaixo do mercado.

Para participar é simples, basta ter uma conta na rede social Facebook e procurar por algum grupo que já exista ou se você tiver a sua própria rede de amigos, pode criar um também. O ide-al é entrar em algum que já exista, pois como está lá a mais tempo, o número de usuários ligados a rede é bem maior. Não existe restrição e qualquer pessoa pode participar, desde que a mesma saiba respeitar o próximo e não venha a ferir os bons costumes que praticamos em sociedade. Para vender, você pode postar nesses grupos o produto que de-sejar, com tamanho, valor e condição de pagamento e aguardar até que alguém se interesse. Quem quer comprar, é só

comentar o interesse na foto postada. Você pode comercializar coisas com pes-soas que nunca viu na vida, por isso tem que ter sempre o cuidado de marcar en-contros em locais públicos, para garantir a sua segurança.

Agora a ideia tem saído da internet e entrado na vida real das pessoas, pois mensalmente os donos dos grupos de bazar têm organizado encontros onde as pessoas podem comercializar seus produtos e até trocar com outras pesso-as. O bom desses encontros é que eles têm acelerado as vendas e fazendo com que as pessoas não percam tempo mar-cando com diversas pessoas em locais diferentes, o que economiza também dinheiro para quem vai vender. Além disso, as pessoas mais velhas, que não tem tanta facilidade em manusear o computador, podem ir aos encontros tanto para vender como para comprar, atingindo um número maior de pessoas que gostam da idéia. Acredito que os ba-zares ainda têm muito a crescer e que essa idéia tem muito a florir ainda, pois como é algo novo no Brasil, considero apenas como um experimento. O que nos resta é aguardar para ver o que vai acontecer.

Lídia Nascimento

Quando eu pensei em ser jor-nalista, ainda criança, imaginava um uni-verso completamente diferente o qual seja a minha realidade hoje, além da vida corrida e cheia de fatos e novidades a todo instante, achava que era um mundo que só os ‘escolhidos’ teriam acesso, e de fato é, mas a palavra não é ser a esco-lha e sim ‘abduzido’. Acalme-se explico, antes de tudo, amo a minha profissão e tenho muito orgulho de exercê-la, porém na minha própria experiência e nos estu-dos agregados ao passar dos anos, somos orientados e ensinados a escrever sem-pre a verdade, seja ela qual for. Nos muitos anos de jornalismo social, entrei em choque com o que se chama de realidade, afinal, parece que estamos rodeados de atores e atrizes profissionais e cada um segue um script individual, numa luta pelo papel principal de quem é o mais importante e atrai mais flashes.Tudo é voltado para um cenário real, massagear o ego de homens e mulheres

da sociedade natalense. Há um grande interesse em mostrar algo, que não se sabe ao certo a finalidade social. É como se fosse um tipo de transvestir capas e coroas, de certa forma, se tornar reis e rainhas a fim de obter uma população inteira com função única de te aplaudir. E assim expõe uma persona-lidade que não é sua, atitudes inversas a realidade dos próprios sentimentos, apenas pelo prazer de se ver rodeado por pessoas importantes, mas por que esse desejo, se a fama não será minha, o di-nheiro não será meu? Posso até ganhar prestígio, mas pelo o que mesmo? Por ganhar convites para frequentar bailes e festas caríssimas, ver desfiles de grifes in-ternacionais dividas no cartão de crédito em várias parcelas? Ou atualizar as redes sociais com fotos do champanhe que é servido e mostrar para meus seguidores do instagram? Além dos absurdos em futili-dades, é curioso pensar no que faz essas pessoas acharem de tão magnifico e im-

portante divulgar certos acontecimentos, em sua maioria que faz parte da sua inti-midade, para se fazer valer prestigiado. Vejo pessoas que dizem querer ser solicitadas para tais eventos, que sua presença fosse algo que fizesse a diferen-ça, mas diferença em que? Se no final das contas é só mais uma pessoa que está ali roboticamente para elogiar e fazer indire-tamente uma propaganda do evento. Há casos de pessoas que ape-nas para não se sentirem excluídos do tal universo glamorosos aceitam convites de pessoas que não são tão bem-vindas em seu ciclo social. Ou seja, até que pon-to vale a pena o autosacrifício para se mostrar querido e solicitado para pesso-as que muitas vezes nem te conhece de fato? Ao meu ponto de vista, o motivo que as pessoas aceitam tal situação, para mostrar prestígio, mas no fundo há um ‘que’ de carência afetiva social, o que acho que justifica tais atitudes.

Rodrigo Loureiro

Colunista do Jornal Gazeta do Oeste,

editor do blog www.rodrigolourei-ro.com.br, produtor de eventos e asses-

sor de imprensa. Atualmente é

proprietário da Mix--Assessoria Comu-

nicação e Eventos e presta consultoria

em eventos sociais, políticos e empre-

sariais.

A HIPOCRISIA NO COLUNISMO SOCIALCRÔNICA

ARTIGO

Revista Plural 7| Ano IX | 2012

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Revista Plural 7| Ano IX | 2012

Janielle BorgesRiso fácil e so-nho alto, sou os livros que li, as viagens que fiz, os amigos que conquistei. Estou aqui é pra viver, cair, aprender, le-vantar e seguir. Sou isso hoje...Amanhã, já me reinventei.

Entrevistado pela repórter Janielle Bor-ges da Revista Plural, Marcus Vinícius da Sil-va Bernardo, ou apenas Marcus Baby. Na-talense, artista plástico, designer, blogueiro e técnico em edificações estampa revistas, jornais impressos, páginas da web e partici-pações em vários programas televisivos na-cionais. Rodeado com suas bonecas em seu ateliê, Marcus se mostra feliz e animado para a entrevista, com certa ansiedade e esboços de sorrisos se prepara para as perguntas. Como começou o seu trabalho de customiza-ção dos bonecos?

Começou uma vez quando eu estava assis-tindo televisão e vi uma pessoa que fazia co-leção de vários bonecos da cultura pop, então despertou em mim a vontade de ter os meus bo-necos, das pessoas que gosto. Então em 2005, no meu aniversário, pedi para um amigo me presentear com uma Barbie e um Ken e assim iniciou a minha carreira voltada para Toy-Art. Qual foi o seu primeiro boneco customizado?

Foi minha grande ídolo, Baby do Brasil, ou Baby Consuelo, como é mais conhecida hoje em dia. Aliás, o motivo pelo qual ado-tei como sobrenome ‘baby’, foi por causa dela, sempre fui seu grande admirador en-tão a tive como inspiração, ela juntamente com seu marido Pepeu Gomes (na época).

E como surgiram os outros bonecos?

Bom, o resultado da Baby do Brasil e Pepeu Gomes foi tão bom, tão satisfa-tório que não quis parar, então come-cei a homenagear meus grandes ídolos. Como começou esse sucesso todo em cima de você? Por que você já ultrapassou a mídia local, sites, famosos e revistas já conhecem e divulgam o seu trabalho.

Tudo começou quando eu fiz a boneca da cantora Marina Elali, daqui de Natal também. Marina elogiou meu trabalho publicamente e então despertou a curiosidade das pessoas para saber quem sou, mas o ‘boom’ mesmo aconteceu quando estava passando a nove-la ‘Viver a Vida’ de Manoel Carlos e eu fiz a boneca da personagem Luciana, interpreta-da por Alinne Morais, muitos sites elogiaram e divulgaram, principalmente os da Globo.

É verdade que a apresentadora Hebe Camar-go quis a réplica da sua boneca?

Na verdade quem quis foi o apresenta-dor Otávio Mesquita, para presenteá-la, me ofereceu bastante dinheiro, mas recusei. Por que você não aceita essas propostas? Você poderia ganhar bastante dinheiro com isso.

O CRIADOR DE MINIATURAS DE CELEBRIDADESCansado de procurar em lojas de brinquedos seus ídolos, hoje ele ‘fabrica’ bonecas personalizadas e possui em casa uma particular calçada da fama.

Foto: Janielle Borges

Foto: Janielle Borges

ENTREVISTA

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Revista Plural 7| Ano IX | 2012

As pessoas não querem a minha arte, querem comprar digamos as-sim ‘a minha fama’. Interessam-se pelo meu trabalho, porque saio na televisão, em grandes portais e tenho reconhecimento da maioria das réplicas que fiz. Aqui em Natal mesmo há muitos artistas plásti-cos que fazem esse mesmo traba-lho que eu e não vendem também, não porque não querem, mas por não ter quem compre. Meus bo-necos são feitos para mim ape-nas, aceito no máximo sugestões. A boneca da presidente Dilma fez um grande sucesso internacional, como você se sentiu com tanta re-percussão?

Foi um susto. Recebi uma li-gação internacional perguntan-do sobre a boneca, não lembro de onde era o jornalista, mas ele tinha um sotaque inconfundível tentando falar português comi-go. Perguntei onde ele tinha vis-to a boneca da Dilma e ele falou ‘cara, a mundo inteiro está falan-do da boneca da Dilma’. Depois de responder algumas curiosida-des dele, fui dar uma pesquisada na internet e me surpreendi com o que eu vi, vários países da Eu-ropa, Estados Unidos e Argentina, realmente estavam comentando até o Paquistão na sessão de polí-

tica internacional, fiquei chocado, mas ao mesmo tempo muito feliz.

Quem será o próximo homenage-ado?

A cantora Gaby Amarantos. Já estou em fase de concluir a boneca, em breve vou divulgar. E para quem ficou com vontade de ter uma doll do Marcus Baby, completamente sem chances?

Nem insista, sem chances mes-mo, mas adoro sugestões princi-palmente do apoio que recebo de várias fã-clubes, eles me incen-tivam muito, dão ideias de deta-

lhes, fica um trabalho bem bacana. Já que você não vende suas bone-cas, nunca pensou em ganhar di-nheiro com arte?

Ah, sim com certeza, de tanto as pessoas elogiarem o meu traba-lho eu resolvi investir em uma área que também gosto muito. Vou lan-çar em breve um livro fotográfico contanto um pouco da minha his-tória e com diversas fotografias de todas as minhas bonecas. Vai ser algo bem legal, porque vai ter uma repercussão nacional, então eu e todos os envolvidos estamos mui-to animados. O livro virá com um CD que vai conter alguns videocli-pes e um curta metragem que já estamos filmando e tem previsão para ficar pronto em dezembro. Além do lançamento do seu livro, há algum outro projeto?

Bem, vou participar dos primei-ros capítulos de um reality show daqui de Natal sobre tatuadores, por acaso eu estava fazendo uma tatuagem no estúdio onde come-çaram as gravações e pergunta-ram se eu queria participar, topei na hora. Não sei quando vai ao ar, mas será transmitido pela Sim TV e os episódios estão super engraça-dos, vale a pena ver.

“Meus bonecos são feitos para mim apenas. Aceito no máximo sugestões”.

Foto: Janielle Borges

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ENTREVISTA

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Revista Plural 7| Ano IX | 2012

Nara Rodrigues

“Jornalista antenada, cinéfila, apaixonada pela vida, sempre com um sorriso no rosto e o celular na mão”.

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OS PERIGOS DE CRIAR UM ANIMAL SILVESTREEspecialistas falam dos cuidados que devem ser tomados na hora da compra e do tratamento

com estes animais

Ter um animal silvestre em casa ou conhecer alguém que tenha se tornou normal aqui no Brasil. Segundo pesquisa divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), cerca de 38 milhões de animais são retirados da natureza, através do tráfico. Já o IBAMA (Instituto Brasileiro do meio Ambiente e dos Recursos Renováveis) avalia que 95% do comércio de animais silvestres brasileiros seja ilegal. Outro fator que muitas pessoas desconhecem é o perigo que esses animais representam para os humanos. Espécies como: macacos, araras e papagaios são os principais transmissores de doenças, tal como leptospirose e toxoplasmose.

Segundo o veterinário, Nailson Batista, muitas pessoas criam animais silvestres e exóticos sem a devida orientação. “Com relação às doenças transmitidas por animais silvestres, temos várias doenças, porém as principais são a coccidiose, leptospirose e a raiva, essas são doenças transmitidas diretamente por animais não criados em cativeiro, ou seja, animais oriundos de vida livre”, explica Nailson. Esse é o caso da dona de casa, Maria do Carmo Costa, que

há mais de 15 anos cuida de um papagaio “Ele foi um presente do meu filho. Pegamos ele bem pequeno e quando ele chegou não sabíamos o que dá para ele comer. Buscamos orientação nas lojas de ração pra animais. Mas foi só isso. Nunca levamos ele ao veterinário”, destaca.

Sobre a criação dos animais silvestres, o técnico ambiental, Ricardo Luiz explica que não há nenhuma lei que permita a criação legal de animais por pessoa comum. A única permissão é para criadores legalizados, junto ao IBAMA, os quais necessitam apresentar uma estrutura compatível para a criação da espécie solicitada, além disso, precisa se encarregar de promover a procriação dos animais em cativeiros e identificar a origem dos animais através das anilhas.

É importante ressaltar que após a comprar de um animal de criadouro não legalizado pelo IBAMA, não há mais como legalizar. “Se denunciado por um vizinho ou coisa parecida o animal é apreendido, [e o dono] recebe uma multa de R$ 500,00 por animal e poderá receber pena de 6 meses a 1 ano de detenção”, acrescenta o veterinário.

Animais em recuperação, que serão devolvidos ao habitat natural

Foto: Nara Rodrigues

MEIO AMBIENTE

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Revista Plural 7| Ano IX | 2012

Através de denúncias e fiscalizações mais de 200 animais, remanescentes de 2011, estão retidos no IBAMA-RN. Segundo o técnico, quando o órgão recebe uma denúncia à equipe vai verificar se o animal silvestre está em cativeiro, realiza a apreensão e leva para o Cetas (Centro de Triagem de Animais Silvestres) para fazer a classificação das espécies, colocá-las em quarentena e, posteriormente soltá-las. E acrescenta: “Quando a entrega dos animais é voluntária, quando se trata de um animal, ou dois no máximo, não há restrição. Mas, se forem muitas espécies já é considerado infrator e sofrerá uma autuação”.

Uma pesquisa realizada pelo IBGE entre 2000 e 2005 mostrou que o tráfico de animais silvestres é considerado o terceiro maior comércio ilegal do mundo, movimentando cerca de US$ 10 bilhões por ano. Apontando ainda o Brasil como um dos principais fornecedores de animais, responsável por 10% do mercado mundial.

Já quanto à soltura dos animais apreendidos, Ricardo Luiz, explica que são mapeadas as áreas de soltura dentro do Estado do Rio Grande do Norte, identificando o local que os animais devem ser soltos novamente, mas, muitos animais não fazem parte da nossa fauna e precisam ser transportados para outros estados. Já no caso dos animais que não conseguem mais voltar a conviver no seu habitat natural, o IBAMA, busca zoológicos dentro do país que possam receber esses animais.

Macacos prego doentes, infectam tratadores do IBAMA

Desde julho de 2011 que o IBAMA-RN não está mais recebendo novos animais. Em 2008, a professora Débora Rochelly, da Universidade Federal Rural de Pernambuco iniciou um trabalho de pesquisa com os primatas para avaliar as condições de saúde dos primatas em cativeiro. Em 2010, o estudo constatou que os macacos estavam doentes, mesmo assim, outros animais foram colocados no mesmo ambiente. Diante do quadro apresentado a pesquisadora resolveu ampliar o campo de estudo e realizou exames com os fun-cionários do Cetas.

Já em 2011, teve início os óbitos dos macacos e a identificação de contaminação de oito funcionários, todos com leptospirose e alguns com toxoplasmose. Devido à contaminação, a Sesap (Secretaria Estadual de Saúde Pública) interditou o local. Mas, o IBAMA conseguiu através de liminar que os servidores continuassem fazendo a alimentação dos animais já retidos, mas cumprindo as exigências de saúde e segurança determi-nadas pela Sesap.

No primeiro semestre de 2012, entre papagaios, araras, macacos e azulões os funcionários ainda se veem tratados com descaso. “Muitos funcionários já não apresentam mais contaminação. Mas os exames que de-veriam ser feitos trimestralmente em toda a equipe ficou apenas no papel”, afirma Ricardo Luiz. E acrescenta, “estamos fazendo exames trimestrais por nossa conta, pois o IBAMA Brasília até a presente data não repas-sou a verba para tais exames”.

A assessoria de Comunicação do IBAMA-RN negou o ocorrido, mesmo as informações tendo sido divulga-das por diversos jornais e blogs da época, “As suspeitas foram debeladas; nenhum trabalhador apresentou qualquer sintoma de doença transmitida por animais”, afirma o Assessor de Imprensa Airton de Grande.

Já sobre a desinterdição do Cetas, o assessor acrescenta “O IBAMA-RN aguarda decisão do IBAMA-sede para que o CETAS seja desinterditado. Tecnicamente não há obstáculos para a desinterdição e a solicitação formal para reabertura já foi feita. O IBAMA-RN aguarda a desinterdição para muito breve”.

Arara em recuperação, no IBAMA

Foto: Nara Rodrigues

MEIO AMBIENTE

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Revista Plural 7| Ano IX | 2012

Bruna Machado

Bruna Machado, 22 anos. 7 perío-do. Apaixonada por jornalismo.Nossa profissão tem a responsab-ilidade de fazer o bem e esclarecer a sociedade. Cada dia uma nova experiência, um novo caso a expor, isso que me fascina.

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SINTOMAS COMUNS QUE MUDAM TOTALMENTE O RITMO DE VIDA DA POPULAÇÃO

Como o diagnostico e o tratamento adequado pode melhorar a qualidade de vida.

Dor forte na cabeça, geralmente de um lado só, latejante, acompanhada de náuseas, sensibilidade à luz e sons, tontura, cansaço, irritabilidade, dor no corpo, dor na cervical, dor na nuca e pescoço. Esses são os sintomas de uma cefaleia das mais comuns, presente de 10 a 20% dos indivíduos, a enxaqueca.

Passou de síndrome a ser considerada doença. Existem vários tipos como a enxaqueca crônica, episódica, menstrual, basilar e a enxaqueca hemiplégica ou ainda enxaqueca com ou sem aura. O tipo que tem aura é aquele mais comum onde a crise é precedida ou acompanhada por uma alteração na vista, pontos escuros, perda visual, pontos luminosos, linhas em zig zag, que duram de 5 a 60 minutos.

Hoje em dia já existem tratamentos que levam ao controle da doença e redução de suas crises. A enxaqueca normalmente tem vários aspectos em sua causa de origem, que pode ser genético, hormonal, comportamental ou emocional.

“A enxaqueca é uma situação delicada, porque recebemos de pacientes que apresentam sintomas leves até alguns que chegam a tomar remédio controlado, os médicos sempre procuram tratar para que o paciente sinta o alívio o mais rápido possível,já que os sintomas incomodam bastante. Na enxaqueca, o mais importante é o tratamento preventivo, para evitar o uso excessivo de analgésicos. “, explica a enfermeira, Adriana Cristina.

É uma doença que afeta diretamente as atividades e a qualidade de vida das pessoas que possuem a doença. Apesar do grande impacto na sociedade, ainda é uma doença pouco diagnosticada, muitas pessoas são acometidas, mas não sabem.

“No começo eu só tinha dor de cabeça, depois a frequência dessas dores foram au-mentando e comecei a perceber que só mel-horava quando eu ficava no escuro.Após começar a ver varias vezes os pontinhos

luminosos fui diagnosticada com enxaqueca. Depois de um tempo tentando descobrir a causa, meu médico chegou à conclusão que era hormonal, pois era sempre durante minha TPM.”, relata a contadora, Ângela Pereira.

Os hábitos pessoais estão intimamente ligados a fatores que são determinantes para as crises e por isso muitos médicos no intuito de descobrir para evitar os desencadeantes e para entender melhor, muitas vezes recomenda que o paciente faça um diário, anotando a ocorrência das crises e os fatores que as provocaram.

Depois de descobrir a doença o paciente muitas vezes tem que mudar hábitos alimentares, começar a praticar exercícios, regular o horário do sono e claro nos casos mais graves é realizado o tratamento com remédios.

“A minha começou com dor de cabeça e vontade de vomitar, mas só passa se eu dormir pelo menos 40 minutos no escuro total. Acontece com mais frequência quando eu passo o dia sem me alimentar direito.”, declara Irleide Tavares, estudante.

Em estudo epidemiológico feito recentemente no Brasil foi detectada a prevalência de 15,2% de enxaqueca no Brasil. A enxaqueca é mais comum em pessoas da raça branca, seguida pela raça negra, e menos comum em orientais.

Foto: Bruna Machado

Enfermeira Adriana Cristina

SAÚDE

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Revista Plural 7| Ano IX | 2012

Devido a grande quantidade de dispositivos todos interconectados, a educação 2.0 vem como um novo desafio para as instituições, professores e alunos.

Educação 2.0 uma nova metodologia para o ensino

Numa sociedade que muda muito rápido e onde, cada vez mais, as informações assumem papel de destaque, desenvolver a capacidade de transformar in-formações em conhecimento através da educação 2.0 é um de-safio das escolas, dos professores e também dos alunos.

Não se trata aqui de utilizar a qualquer custo as tecnologias, mas sim de acompanhar con-sciente e deliberadamente uma mudança de civilização que está questionando profundamente as formas institucionais, as men-talidades e cultura dos sistemas educativos tradicionais e, notada-mente, os papeis do professor e aluno.

O fato, porém, é que há algo de novo, e não necessariamente bom ou ruim, mas certamente não neutro, na maneira como as pessoas se apropriam da tecnolo-gia, e a tecnologia, das pessoas.

Para Glebe Duarte, especialista em redes sociais e coordenador da área de informática do Serviço Nacional de Aprendizagem Com-ercial (Senac), as redes e mídias sociais hoje permitem um com-partilhamento maior de conteúdo “As redes quando bem utilizadas, quando bem filtradas e monta-das com um propósito, poderão gerar uma base de conteúdo mui-to interessante no processo de aprendizagem” afirma.

Para ele, poucas instituições no Rio Grande do Norte, estão pre-paradas para lidar com este novo formato “É tudo muito novo, mes-mo sendo um conceito com mais

de 10 anos, mas mesmo assim, a implantação dessas ideias, se dá de forma muito lenta nas institu-ições”, Glebe diz ainda que apren-der a lidar com este novo modelo

é importante para receber mais informação, com qualidade e melhorar o processo de aprendi-zagem “Ser também um professor 2.0, não dá para ir contra, é usar o que existe de melhor deste novo mundo a favor. É um crescimento também para o professor e isso o deixará mais próximo do aluno e do processo de aprendizagem do mesmo”, disse.

A utilização das ferramentas da web 2.0 como recurso pedagógi-co no contexto de sala de aula, são formas de ensinar e de apren-der, que estão se consolidando com o passar do tempo. Para o filósofo Toledo, o aluno aprende algo novo e incorpora a essa ex-periência toda a sua bagagem de

experiências. Cada novo fato ou experiência é assimilado numa rede viva de compreensão que já existe na mente desse aluno, que constrói assim a aprendizagem.

Para a nova geração de alunos que se encantam com os jogos 3D e vídeos engraçados do youtube, a educação na escola precisa tornar-se mais atraente e intera-tiva, e o professor nesse contexto deixa de ser o detentor do saber e transmissor de conteúdos, pas-sando a ser o facilitador, aquele que estimula nos alunos a cultura de produção e debate de ideias e que não apenas ensina, mas aprende.

Para a estudante de ensino médio, Yngrid Gleyter, 17, seria muito bom se a metodologia nas escolas mudasse, já que o mundo nos dias de hoje vive tecnologia “Hoje o mundo é gerado por tec-nologia crescemos num mundo tecnológico e sabemos que nesse meio tudo é mais fácil, se na escola os professores trabalhassem mais com a internet, seria um estimulo para nós”, disse. Alguns profes-sores criam grupos de discussão na internet para poder integrar os alunos “No meu ver, é preciso mais que apenas discussão na internet, é preciso envolver nós estudantes nesse mundo que ainda é tão novo para nós”, finaliza Yngrid.

Para o especialista Glebe, essa nova aprendizagem de inclusão digital, é um caminho sem volta “Não vejo um mundo com menos tecnologia, vejo o contrário, cada vez mais, elas se tornarão simples e transparente”, destacou.

“Ser também um profes-sor 2.0, não dá para ir contra, é usar o que ex-iste de melhor deste novo

mundo a favor”

Gleber Duarte, especialista mídias digitais

Foto: Priscilla Almeida

CIÊNCIAS E TECNOLOGIAS

Por Priscilla Almeida

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Revista Plural 7| Ano IX | 2012

Florence Melo Macêdo

Formada em moda, graduan-da em jornalis-mo. Com um pé no mundo e o outro também, com a alma gran-de demais para o corpo que ha-bita. Uma vida feita de sucessão de pequenos mi-lagres, estranhas c o i n c i d ê n c i a s que resultaram de impulsos in-controláveis e que deram ori-gem a sonhos in-compreensíveis. Passei grande parte da vida fingindo que sou normal, mas por baixo da super-fície, sei que sou única.

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Os caprichos da natureza deram a Natal uma geografia di-versificada, perfeita para aqueles que anseiam viver extrema emo-ção. Pela terra, as reservas de Mata Atlântica, falésias, grutas, cavernas e dunas. No mar, belos corais, golfinhos e vida marinha ativa. Um dos destinos mais pro-curados no Nordeste brasileiro, a capital potiguar vem sendo cada vez mais procurada por jovens em busca de belas praias, aven-tura, calor o ano inteiro e badala-ções. Visitantes de todos os lu-gares do mundo escolhem Natal para respirar o “ar mais puro” das Américas, visitar o maior cajueiro do mundo e conhecer as mais de 20 praias com paisagens paradi-síacas de dunas e mar límpido e tranqüilo. Conhecida como “A Ci-dade do Sol”, possui em sua história o traço da colonização holandesa e portuguesa. A cidade vem recebendo cada vez mais turistas jovens de diferente lugares do Mundo, que chegam à cidade em busca de praia, sol, esportes radicais e noites regadas à caipirinha. Segundo a psicóloga Fabíola Nu-nes, que estuda o comportamento de adultos nesta faixa etária, os jovens investem cada vez mais em viagens. Muitos anseiam conhecer o mundo antes de escolher uma faculdade,

ou até mesmo após se formarem. “A viagem abre a cabeça do jovem para possíveis esco-lhas profissionais. Serve como uma espécie de conhecimento de si próprio em uma fase da vida em que ele precisa tomar decisões se-rias e definitivas”, afirma a médica. O estudante de arquitetura Manolo Rosado, 21, aproveitou o vínculo de sua facul-dade em Madrid com uma Universidade em Natal para conhecer o Brasil. O espanhol pla-nejava ficar seis meses na cidade, mas se en-volveu tanto com as belezas naturais e o povo acolhedor que acabou ficando um ano, cur-sando arquitetura. “Vim atraído pelas belas praias e paisagens naturais, que são muito fa-mosas na Espanha. Se eu voltei, foi pelas ami-zades que fiz aqui. Os brasileiros são pessoas muito abertas, que sempre procuram ajudar. Esparava mais das praias urbanas, mas me encantei com a Praia de Pipa. Um dos luga-res mais lindos que conheci e com uma noite muito boa”, pontua ele.

NATAL AOS OLHOS DO MUNDOComo uma das cidades mais procuradas do Nordeste virou destino de jovens turistas

Foto Manolo Rosado

Foto Google

Estudantes Espanhóis no passeio de Buggy

TURISMO

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Já no caso do holandês John de Heus, 27, sua vin-da a Natal foi ocasional. Ele veio com um grupo de ami-gos conhecer o Brasil, e acabaram ficando em Natal só por alguns dias, pois estavam de passagem para Fortale-za, mas parece que foi até coisa do destino. “Viemos pro Brasil num grupo de homens solteiros, sabendo que aqui haviam mulheres bonitas, mas claro que esse não era o motivo principal. Mas eu me apaixonei e hoje sou casa-do com uma brasileira que conheci em Natal numa festa. Essa cidade se tornou muito importante pra mim, e um dia penso em criar meus filhos aí. Quero que eles tenham a simpatia e a alegria de viver dos brasileiros”, afirma ele. Alesso Polcaro, italiano, 26, veio pela primeira vez à Natal de férias com os pais para passar 10 dias. Gosta-ram tanto que acabaram alugando uma casa e ficaram em terras potiguares por três meses. “Todos os anos eu venho ao Brasil e fico em Natal. Gosto das praias, do calor o ano inteiro, os esportes que posso praticar, das pessoas e principalmente da comida. Natal é uma cidade que se come muito bem, e os hoteis são muito bons”, sinaliza o empresário de produtos estéticos, que encontrou em Na-tal também uma oportunidade grande de fazer negócios. Hoje a capital do Rio Grande do Norte possui um grande número de leitos, seja em hotéis de luxo ou alber-gues, que atende às necessidades para todos os bolsos e procuras. Em Ponta Negra existe uma gama de opção de bares e restaurante que funcionam todos os dias, além de boates e agências que vendem pequenos pacotes para passeios pelo litoral potiguar e viagens à Pipa, um dos destinos mais procurados do Estado. Por sediar a Copa de 2014, a cidade recebeu fortes investimentos para incrementar a infraestrutura turística e ampliar o tempo de permanência do turista na capital, além de criar condições para que ele retorne em outras oportunidades. Segundo dados da Secretaria de Turismo do RN, entre 2002 a 2007 o fluxo turístico na cidade dobrou, passando de 1.423.886 para 2.096.322. Os vôos internacionais triplicaram passando de

5 vôos internacionais por semana para 23 que chegam da Argentina, 14 de Portugal, 10 da Espanha, 3 da Itália e mais vôos da Holanda, Alemanha, Suécia, Inglaterra, No-ruega, Dinamarca e Finlândia.

Apesar disso, todos os es-trevistados citaram problemas como escassez de transportes públicos, praias sujas e falta de in-fraestrutura no aeroporto e rodo-viária além da falta de segurança. A barreira da língua foi mais uma dificuldade enfrentado pela maio-ria deles.

Foto

Ale

ssio

Pol

caro

John de Heus e Lara de Heus

O italiano Alessio nas Dunas de Genipabu

Foto Lara de HeusTURISMO

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Danielle Soares

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GRAFFITI, A ARTE QUE DIVERGE DA PICHAÇÃOArte de rua além da arte: os dois lados da mesma moeda. A pichação, como o grafite é considerada arte de rua, são modalidades diferenciadas, cada uma tem sua

particularidade

Delicada e paciente com tudo e todos. Assessoria organizacional foi uma descoberta e hoje em dia é sua paixão.

Kailanny Goms

Nos anos 60, quando começaram a ser realizadas as intervenções em muros, pontes ou trens essa era vista por uma

audiência aleatória. O artista só ganhava fama quando os jornais o noticiavam como vândalo e criminoso.

Em toda a história, temos diversos representantes das mais diversas áreas artísticas que marcaram época. Atualmente, vivemos um período de completa liberdade artística e a cada dia vemos novas formas de se expressar artisticamente. Nesse novo milênio, talvez a maior expressão artística que possuímos é o Grafite.

Com um apelo completamente urbano, o Grafite consegue mesclar de maneira perfeita a pintura com elementos atuais e de protesto social.

Para o artista de rua POK (Kéfren Lima), a arte do grafite “é uma forma de manifestação artística em espaços públicos. É a forma de expressar toda

a opressão que a sociedade vive. Levar um pouco de arte a quem não tem acesso a nenhum tipo de cultura, presentear a cidade com uma arte. A partir do momento que eu faço um graffiti na rua, vou levar pra mim apenas uma lembrança, o registro da arte, mas ela esta ali para a cidade, apenas fiz o desenho, em um muro que não sei nem de quem é. Vejo o graffiti como uma obra entregue a aos moradores de uma comunidade, a um morador de rua, um advogado, médico, a arte do graffiti é para todos”.

A pichação, como o grafite é considerada arte de rua, são modalidades diferenciadas, cada uma tem sua particularidade. Vamos conhecer um pouco mais dessas modalidades.

O Grafite é uma arte que apareceu nos anos 70 tendo início em Nova Iorque, como movimentos culturais das minorias excluídas da cidade. Com a revolução contracultura de 1968, surgiram nos muros de Paris às primeiras manifestações.

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Possui uma preocupação estética e deixa marcas muito bonitas pela cidade. É considerada a arte da minoria, que tentam divulgar seus trabalhos fazendo maravilhosos desenhos nas ruas. Hoje já existem lugares em muitas cidades inclusive São Paulo com obras de Grafite que só acrescentam em beleza e sensibilidade.

As Pichações já são consideradas vandalismos, hoje o governo tem se voltado contra eles e até disponibilizado muros para que estas pichações acabem e quem é pego pichando pode ser penalizado por lei. As pichações ainda incomodam a sociedade.

Segundo LKS, é uma forma de expressão, à sociedade tem que se preocupar, mas com os problemas maiores da cidade, educação, melhoria na saúde. “Acho que o pessoal quando vê a gente pichando não tem que botar a gente para correr, nem dá na gente não, não descriminar. É só uma liberdade de expressão”, explica o pichador.

Vale lembrar que a diferenciação entre pichação e grafite é encontrada apenas no Brasil. Em outros países, o mesmo termo correspondente a

grafite é utilizado para as duas formas de arte de rua.

“A pichação é um tipo de protesto, é a escrita feita para determinar territórios, reivindicar algo. Também vejo como arte, o pichador escala prédios, marquises, isso tudo é muito perigoso. Isso não deixa de ser arte. Cada um com sua idéia”, explica POK.

As pessoas que escreviam suas tags, inscrições em paredes e vagões de metrôs em Nova York, no fim dos anos 60 e início de 70, se denominavam escritores. A mídia os apelidou de grafiteiros e essas tags, que se assemelhavam muito ao que chamamos no Brasil de pichação, com o tempo foram recebendo “enfeites” tais como desenhos figurativos e texturas.

Com o passar dos anos o termo grafite foi visto e revisto para conceituar expressões artísticas diversas e em diferentes superfícies e locais. Hoje é difícil dizer o que exatamente significa.

Para POK, o motivo que o fez buscar o graffiti foi algumas depressões, “não me sentia muito bem por fazer outra coisa que não gostava, e quando sai pra pintar na rua pela primeira vez, isso me fez um bem muito bom, você sentir a rua, sentir o movimento dela, os problemas que ela tem que as pessoas têm. Pintar na rua é genial, só quem esta na rua sabe o que estou falando”.

LKS nos conta que já foi pego várias vez-es. “Eles (policiais) batem na gente, tomam o material (spray) e depois temos que pin-tar o muro que pichamos outras vezes nos leva para a delegacia”, explica

A determinação também proíbe a venda de tinta spray para menores de 18 anos, e mesmo os maiores de idade deverão apresentar documento de identidade para a compra do produto.

As latas de tinta em aerosol deverão conter a inscrição “Pichação é crime (Art. 65 Da Lei No. 9.605/98). Proibida a venda para menores de 18 anos”. Em caso de descumprimento da lei, o pichador poderá ser detido pelo período de três meses a um ano e pagamento de multa.

A arte do graffiti está sendo bem aceito pela sociedade nos dias atuais, POK nos conta como está a situação hoje:“O graf-fiti esta sendo aceito sim, mas com aquele pequeno preconceito, mas o graffiti está aparecendo em novelas, programas e está se inserindo no cotidiano urbano. Lugares que só víamos publicidades e placas, agora esta se firmando o graffiti.”

POK, nos fala sobe sua inspiração com relação aos problemas do cotidiano em suas temáticas: “Utilizo sim os problemas sociais, vai de acordo de como estou me sentindo, quando comecei a pintar na rua, não me sentia muito bem pessoalmente, e nisso eu senti a necessidade de pintar e ali me expor na rua, de atribuir algo a mais para cidade, ai fazia meus desenhos todos muitos escuros, usava apenas a cor preta, daí as coisas foram mudando. Vi que a cidade já era muito escura, muito suja e aquele problemas que estava vivendo naquele tempo sumiu, e comecei usar cores mas vivas,e a temática do meu tra-balho é o caos da cidade,os problemas que sempre aumentam e tudo fica complicado como um entrelaçado”.

Pok

O grafitti de olho nos problemas sociais

Aline Cristina

A sociedade cria seus monstros

Aline Cristina

Manifestação ambiental

LEI DIFERENCIA PICHAÇÃO E GRAFITEOficial da União do dia 26 de maio

de 2011 determina a diferenciação entre duas formas de expressão muito comuns nas cidades contemporâneas: a pichação e o grafite. Pela lei anterior, tanto pichar quanto grafitar eram considerados crimes. Agora o grafite é descriminalizado e, quando tem o objetivo de valorizar o patrimônio público ou privado, é considerada “manifestação artística”. A pichação continua na mesma situação lanterior.

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Daniel FreireRadialista, obser-vador do mundo, aprendiz sempre e, quase jornalis-ta. Vivendo sob o signo da mutação é Socialista por convicção. Esse ca-rioca acredita ser o amor, a caridade, a amizade, os bons pensamentos e as boas ações, os ali-cerces dessa vida.

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SOM, RITMO E VOZ DE UM MATUTO MESTRE

No ano de comemoração do centenário de Luiz Gonzaga, obra, talento, autodi-datismo e aspectos de sua vida pública são colocados em evidência atestando o seu legado relevante na música popular brasileira

Histórias de superação, de transposição das barreiras perversas impostas pela socie-dade ou por nichos sociais, sempre trazem um ar de emotividade. Da tinta metafórica ofertada pela vida, ou, proveniente de escol-has individuais, traços, linhas, círculos, rep-resentações variadas, objetivas e subjetivas, são empregados - conscientes ou inconsci-entes - para alinhar o rumo de cada ser. É certo também que nunca a tela se apresenta somente com cores vivas, claras, suaves e alegres. Por vezes, a sombra, o negro das tristezas e aquela cor turva da ferida que cis-ma em não cicatrizar, se esparrama nas telas da vida. Alegria e tristeza pavimentam a es-trada de cada um. Isto é fato. É sobre este cenário flutuante que se celebra neste ano, 2012, o centenário de Luiz Gonzaga do Nas-cimento, ou simplesmente, Luiz Gonzaga, o menestrel nordestino.

Saído do sertão nordestino, precisa-mente, da cidade de Exu, situada aos pés da serra do Araripe, em Pernambuco - 600 km de Recife, capital pernambucana, e à mesma distância da capital cearense, For-taleza – esse matuto pode tranquilamente ser inserido em um contexto de excepcion-alidade. Talento manifestado precocemente e lapidado pela influência do pai, Januário, tocador e consertador de sanfona, o garoto, segundo dos nove filhos do casal compos-to pela presença feminina de Ana Batista,

mais conhecida como “Santana”, cresceu, se apaixonou, sofreu, saiu pelo mundo, persis-tiu nos objetivos e conquistou um lugar de destaque na galeria da música popular bra-sileira.

Luiz Gonzaga foi um artista que soube como poucos ousar. Não ficou preso a ró-tulos estilísticos e foi adiante. Ousou na so-noridade de sua música. Rompeu a implicân-cia dos pseudo-experts que consideravam sua voz como fora do padrão de “vozeirão” que ditava o mercado na época. Sua música transcendeu a qualquer limitação de classi-ficação, era universal. Da fusão de zabum-

Thiago Damasceno

Aluno de jornalismo, casado e amante da Comunicacao. Comu-nicar e servir.

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ba, triângulo e sanfona e de sua voz anasalada, porém, vibrante e altiva, músicas bastante repre-sentativas do universo do cidadão sofredor do campo e do sertão, do cidadão comum de toda e qualquer cidade, ganharam vida e foram consagradas. Pela vida espalhou o seu talento, alcançou sucesso e teve que conviver com uma gangorra inerente ao recon-hecimento de sua importância musical. Ora, por cima, ora, por baixo. Oscilava períodos de luz

sobre a sua obra e momentos de apagão. Isso por parte da crítica e da imprensa, porque para o povo, principalmente, para o nordestino, o seu valor foi sempre incontes-tável. O casamento com a sanfona foi harmônico, feliz e duradouro. Entoando versos, envolvendo a amada de foles em seus braços e a acariciando no ritmado dançar de seus dedos, uma obra rica se con-struiu. O enlace foi tão perfeito, a relação por todo tempo irretocáv-el, que corpo humano e corpo in-

strumental pareciam uma coisa só.Perto de completar 18 anos,

havia se apaixonado perdidamente por uma moça chamada Nazarena e a quem namorava às escondidas do pai dela. Ao descobrir o namoro de sua filha com um sujeito que se mostrava sem encaminhamento na vida, o pai de Nazarena proíbe o namoro. O jovem Luiz Gonzaga não gostando da atitude do pai da moça – após ingerir doses de cach-aça para despertar coragem – vai

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tirar satisfações e leva uma sur-ra colossal. A partir desse acontec-imento, a vida de Gonzaga ganha novos contornos. Com vergonha da surra que levou, deixa Exu para trás e decide ir para o Ceará. Em Fortaleza, alista-se no exército e é na caserna que vai passar os próximos nove anos. Em razão de transferências, serve em algumas cidades brasileiras e se estabelece por mais tempo em Juiz de Fora, Minas Gerais. No quartel passa a ser soldado corneteiro e ganha o apelido de “bico de aço”. Vale destacar que durante todo o perío-do de vida militar, o “bico de aço” desenvolveu forte traço de discipli-na e não se separou em nenhum momento do instrumento de fole, exercitando-se em momentos es-parsos e esmerando cada vez mais a sua técnica.

Após ser desligado do exército, desembarcou no Rio de Janeiro, em 1939. Lá, iniciou a sua carreira profissional depois de muito penar pelos mais variados lugares nos quais tentava ganhar dinheiro e se tornar conhecido. Na verdade, a cidade o seduziu e o “pren-deu”. Luiz Gonzaga ao chegar a então capital federal e tendo que aguardar o embarque no navio que o levaria de volta à Recife, sai para dar uma volta pela cidade. Indicada por pessoas que por ali circulavam, vai conhecer a zona do mangue, reduto conhecido de prostituição. Claro, sem desgrudar do seu amado acordeão. Ao se de-parar com o movimento frenético do local, gente tocando e cantando em frente aos bares, mulheres em fartura e a pulsação daquele am-biente boêmio, com meretrizes, malandros, marinheiros do mundo inteiro, absorve um sentimento de encanto pelo lugar. Timidamente

começa a tocar o seu acordeão - sanfona para os nordestinos – e as pessoas gostam.

Logo consegue um companhei-ro, o violonista Xavier Pinheiro. O Rio de Janeiro havia conquistado aquele ex-marinheiro. Xavier acol-he Gonzaga em sua casa no morro de São Carlos e essa amizade só se fortalece ao longo do tempo. Pas-sam a tocar em bares do mangue, nas ruas, em gafieiras, em festin-has de subúrbio, nos cabarés da Lapa, enfim, em qualquer lugar que tivesse aglomeração de pes-soas. Tocando fados, mazurcas, polcas, choro, Fox trote, levam os seus dias.

A vida era dura. Gonzaga não recusava convite algum. Apre-sentando-se em uma casa noturna, deparou-se com um grupo de es-tudantes cearenses que foram de-cisivos na mudança do estilo musi-cal do Gonzagão. Esses estudantes perguntaram a Gonzaga de que lu-gar ele era. Ao responder Pernam-buco, recebeu o contra-ataque. Se ele era do Nordeste, por que não tocava algo típico da região? Gon-zaga retrucou que na próxima vez em que aparecessem por lá, ele tocaria algo ligado ao Nordeste. Esse compromisso ficou rondando a sua mente. Algum tempo depois quando os rapazes apareceram novamente, Gonzaga, no final da apresentação, mandou ver e ex-ecutou duas músicas que mistura-vam sons da cultura nordestina. Soltou “Pé de Serra” e o chamego, “Vira e mexe”, que sacudiram o ambiente e enlouqueceu a todos. Empolgado, decide ir ao programa de auditório que era o mais bada-lado da época. Era o programa do Ari Barroso. Fez enorme sucesso também por lá. Levou a nota máx-ima do exigente Ari e sua carreira

começou a decolar.Em 1941 grava o seu primeiro

disco como instrumentista. Leva quatro anos para conseguir o que tanto queria. Além de tocar san-fona, queria soltar a sua voz. En-tre 1941 e 1945, ficou só nos dis-cos de vertente instrumental. Foi proibido de gravar cantando em seus discos. As gravadoras alega-vam que ele não possuía uma voz que se enquadrasse nos padrões da época. Durante esse período fez carreira no rádio carioca e as por-tas foram se abrindo mais e mais.

Outro fato marcante em sua carreira foi quando, participando de um programa de auditório na Rádio Nacional se deparou com o estilo gaúcho do catarinense Pedro Raimundo, vestido com bomba-cha, pilcha e botas. Como em um lampejo surgiu a ideia de se apre-sentar com vestimenta típica do nordestino sertanejo e tendo como inspiração, a figura de Lampião. Sim, porque até então Gonzaga se apresentava de terno, gravata e sa-pato fino. Decidido que passaria a ter um novo figurino, o de canga-ceiro, e mesmo censurado por um bom tempo, nada o afetaria em sua decisão de ter uma indumen-tária própria tendo como um dos adereços, o chapéu de couro.

Foi entre os anos de 1945 e 1946 que veio a conhecer aqueles que se tornariam os seus dois parceiros mais efetivos, Humberto Teixeira e Zé Dantas. Em 1945 nasce também Gonzaga Júnior, filho de Odaléia Guedes - uma cantora da noite com quem Luiz Gonzaga flertou e que viria a falecer alguns anos depois vitimada pela tuberculose. A paternidade biológica de Gon-zaguinha sempre foi um assunto incutido em um campo minado, mas está registrado: Luiz Gonzaga

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do Nascimento Júnior. Pai: Luiz Gonzaga do Nascimento. A relação entre os dois sempre conturbada teve, alguns anos antes da morte de Luiz Gonzaga – Gonzaguinha viria a falecer em 1991, dois anos após a morte do pai - durante a turnê do show, “Gonzagão e Gon-zaguinha, a vida do viajante”, um momento de acerto de contas. Passaram toda a relação a limpo e segundo consta na biografia “Gon-zaguinha, Gonzagão, uma história brasileira”, da jornalista e escritora Regina Echeverria, reconhecer-am que o amor havia construído um envoltório sólido que os unia como pai e filho sem que houvesse a necessidade de laços biológicos. Ambos se desculparam pelas fal-has cometidas entre os dois e os corações ficaram em paz.

A música de Luiz Gonzaga se ex-pressou como forma consistente de tornar a cultura do nordeste conhecida no eixo Sudeste do país.

Soube revelar os anseios e todo o sofrimento do homem nordestino do campo e deu voz a esse povo sofrido dos rincões, tão esquecid-os e massacrados pelo descaso do poder público. Foi senão o maior, um dos maiores representantes da cultura nordestina. Ele não se resumiu somente aos aspectos de amargura do povo nordestino. Cantou amores, desventuras, an-danças, amizade, encontros, reen-contros. Sua música era uma festa de sonoridade ampla, irrestrita e o seu verbo profundo. Soube mis-turar com maestria gêneros e foi o grande expoente do baião.

Para o jornalista potiguar, radi-cado em Campina Grande, Xico Nóbrega, “Luiz Gonzaga é o maior nome da música popular brasilei-ra de todos os tempos. Diante do imenso carisma, a sua maestria no instrumento (sanfona), o can-tar maravilhoso, a riqueza temáti-ca, a quantidade e qualidade da

obra poético-musical, tenho essa certeza. Isto desde a segunda metade da década de 1940, quan-do lançou o seu gênero musical mais famoso, o baião, apesar da in-vasão cultural dos Estados Unidos”. O jornalista está à frente de alguns projetos culturais de reverência a figura de Luiz Gonzaga e trabalha incansavelmente na divulgação e preservação da obra gonzagueana. São três livros, uma enciclopédia de 150 obras comentadas, e mais duas obras temáticas sobre as in-fluências da Paraíba nas músicas DE Luiz Gonzaga. “Quanto mais eu desço no poço dos estudos do Rei do Baião, mas me deslumbro com a magnitude de sua obra, verda-deiro patrimônio do canto popu-lar da humanidade”. Além destas realizações, Xico Nóbrega trabalha na sucursal do jornal ‘A União’ de Campina Grande como repórter cultural, escrevendo sobre temas nordestinos, especialmente, Luiz

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Gonzaga. É um dos profissionais da imprensa brasileira mais dedi-cados a Luiz Gonzaga, desde 1989, quando fez a primeira e mais im-portante reportagem da vida, jus-tamente a cobertura do sepulta-mento do Rei do Baião. É o editor do site do Museu Fonográfico Luiz Gonzaga de Campina Grande-PB, o www.museuluizgonzaga.com.br, o primeiro da Paraíba do gênero notícia, memória, vida e obra do Rei do Baião.

Luiz Gonzaga durante toda a sua carreira primou pela excelên-cia em seus discos e shows. Sem-pre se cobrava muito. Conquistou a admiração de muitos célebres artistas da música brasileira e das artes em geral, e teve canções suas gravadas por nomes como Gilberto Gil, Caetano Veloso, Raul Seixas, Dominguinhos, Elba Ramalho, Al-ceu Valença, Hermeto Pascoal, Fagner, Elis Regina, Lulu Santos, Maria Bethânia e muito mais gente boa e de destaque.

Asa branca é uma das músicas mais regravadas no Brasil e com algumas gravações internacionais também. É um dos artistas mais biografados. Possui uma legião de discípulos e fãs que não cansam de proteger e difundir a sua obra. Luiz Gonzaga é sinônimo de plu-ralidade, fineza. Seus versos, melo-dias e harmonias são destacados

como uma marca única e que es-tampam a sua identidade musical, irrepreensível. Ele foi detentor de uma esmerada capacidade cria-tiva.

Neste ano de comemoração aos seus cem anos, shows tributos e gravações de CDs e DVDs espocam de Norte a Sul do Brasil. Artistas e personalidades das mais variadas áreas reafirmam a importância do rei do baião para a música e cultu-ra popular brasileira. No carnaval deste ano uma justa homenagem se fez. A Unidos da Tijuca retratou a vida e obra de Luiz Gonzaga na avenida. O nome do enredo, “O dia em que toda a realeza desem-barcou na Avenida para coroar o rei Luiz do Sertão”. Pela força do tema, dentre outros requisi-tos, conseguiu a escola levantar o caneco de campeã.

Ele foi craque em variados rit-mos regional brasileiro, bem como, em ritmos de outros países: toada; xote; chamego; xaxado. Passou pela valsa, polca, mazurca, euro-peia; guarânia paraguaia; marchas juninas do nordeste; lundu, samba e choro, carioca; frevo, pernambu-cano; calango mineiro; maracatu africano, além é claro de ter ficado marcado como maior represent-ante do forró e do baião.

O filho de Januário foi um via-jante poeta musical que com seus baiões, forrós, xotes, toadas, xaxa-dos, estampou tão bem a realidade brasileira e, destacadamente, a do Nordeste. Inseriu um tipo de músi-ca com cara de Brasil e em uma época na qual os olhos e ouvidos se voltavam para a música ameri-cana, elevou o baião ao posto de expoente cultural.

O pesquisador e poeta, sócio do Instituto Cultural do Oeste Po-tiguar – ICOP e do Instituto Históri-

co e Geográfico do RN – IGHRN, Kydelmir Dantas, destaca que Gon-zagão foi uma figura ímpar. “Ele foi um dos maiores divulgadores da MPB, com ênfase para o Nordeste. Porém, gravou diversos gêneros musicais, antes de enveredar pelo ‘caminho da roça’ nordestina. Gravou valsas, choros, marchas, rancheiras, toadas, polcas, ma-racatus, frevos, sambas, maxixes, guarânias”. E Lembra nostalgica-mente o momento em que o rei do baião entrou na sua vida. “No final da década de 1960, pelas ondas sonoras da Rádio Brejuí, de Currais Novos, RN, comecei a ter contato com as músicas de Luiz Gonzaga. Aquelas melodias, a voz grave, o toque da sanfona... quando chega-va o mês de junho, os preparativos para as festas juninas excitavam o moleque na expectativa das comi-das típicas e nas danças da quadril-ha; os forrós eram para os adultos, depois comecei a participar. Lem-bro que a música “Olha pro céu” sempre me fazia levantar a vista, e vislumbrar a noite, os balões, os fogos de artifício, num enlevo de criança, numa saudade de adulto, como ainda hoje me ocorre”.

Recife foi o local escolhido pelo maçom Luiz Gonzaga para morar em sua fase final de vida. O lua, como era chamado também - pelo formato arredondado de seu ros-to - entre idas e vindas – sempre anunciava que iria parar – nunca conseguiu ficar por muito tempo longe dos palcos e esteve junto a ele, se apresentado, até bem antes de ser internado em um hospital de Recife com problema de câncer de próstata. O ano era 1989. No último show em que teve partici-pação – tributo a ele realizado no teatro Guararapes, na capital per-nambucana, Luiz Gonzaga, já de-

Seus versos, melo-dias e harmonias sao

destacados como uma marca unica e

que estampam a sua identidade musical, ir-

repreensivel

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bilitado em razão dos problemas de saúde, numa cadeira de rodas, proferiu em 06 de junho de 1989 – quarenta e seis dias antes de sua morte - estas palavras. “Boa Noite minha gente! (...) Minha gente, não preciso dizer que estou en-fermo. Venho receber essa hom-enagem. Estou feliz, graças a Deus, por ter conseguido chegar aqui. E estou até melhor um pouquinho. (...) Quero ser lembrado como o sanfoneiro que amou e cantou muito seu povo, o sertão; que can-tou as aves, os animais, os padres, os cangaceiros, os retirantes, os valentes, os covardes, o amor. Este sanfoneiro viveu feliz por ver o seu nome reconhecido por outros po-etas, como Gonzaguinha, Gilberto Gil, Caetano Veloso e Alceu Va-lença. Quero ser lembrado como o sanfoneiro que cantou muito o seu povo, que foi honesto, que criou filhos, que amou a vida, deixando um exemplo de trabalho, de paz e amor”.

Em 02 de agosto, Luiz Gonzaga saiu definitivamente de cena. Quer dizer deixou para trás o aspecto de homem e virou mito. Sanfona e artista se desligaram. Partiu para outros planos, feliz por ter con-struído uma carreira bonita e pelo passar a limpo de sua relação com o seu filho Gonzaguinha. E como ele mesmo cantou: “Minha vida é andar por esse país para ver se um dia descanso feliz, guardando as recordações das terras por onde passei, andando pelos sertões, e dos amigos que lá deixei”, dessa maneira, fez um delineamento que cabe em sua vida.

Mulherengo como sempre foi, teve em seu velório as presenças de Helena Neves Cavalcanti, a sua esposa legal – estiveram juntos por 40 anos - e Edelzuíta Rabelo,

paixão de sua última fase, debruça-das sobre o caixão e reverenciando antes de qualquer coisa, o homem, Luiz Gonzaga. “Amei Lula sem nada pedir ou esperar, mas sabendo que me bastava estar diante do homem mais extraordinário que já conheci, que me fez renascer e me ensinou grandes lições”, afirma Edelzuíta no livro, “Luiz Gonzaga: o matuto que conquistou o mundo”.

“Luiz Gonzaga está ao lado dos grandes compositores e intérpret-es da história de nossa música pop-ular. Sua intuição e predisposição para divulgar o canto do povo hu-milde do sertão nordestino, não têm parâmetros de comparação (...). Ele levou ao grande público as canções alegres ou tristes que refletem a alma brasileira”, enal-tece Regina Echeverria, escritora, jornalista e autora da biografia ‘Gonzaguinha & Gonzagão – Uma História Brasileira’. Ela detalha a descoberta de uma particulari-dade envolvendo a música ‘Paraí-ba’. Ela que tem o refrão: Paraíba masculina, mulher macho, sim senhor. “Sempre acreditei que a le-tra da música se referia a uma mul-her, mas não. A canção foi feita sob encomenda de políticos do Estado da Paraíba, ela sim, a masculina e

mulher macho”. O livro de Regina é uma das bas-

es do filme que será lançado no fi-nal do ano, “Gonzaga – De Pai para Filho”, superprodução do diretor Breno Silveira - 2 filhos de Francis-co - que narra a vida do sanfoneiro através do olhar de Gonzaguinha. O diretor fala de como lhe veio a ideia de desenvolver o filme. “Re-solvi voltar a filmar uma biografia ao receber fitas cassetes em que o filho adotivo entrevista Luiz Gon-zaga e expurga anos de frustração por ter sido abandonado em uma favela no Rio. Eles eram cão e gato, mas, graças a Deus, se perdoaram no fim dessas gravações em fitas e acabam fazendo juntos a turnê ‘Vida do Viajante’ que marca a paz entre os dois. Logo depois, os dois morrem. É muito louco. Gonzagão é um épico. Luiz Gonzaga foi um gi-gante, um mito no Nordeste, e tem uma história fantástica, própria para grandes públicos”, destaca Silveira.

A obra de um artista fala por si só. A figura do artista construída a partir de traços de sua personali-dade como pessoa comum ganha aceitação, devoção, reprovação, críticas, e por aí vai. No entanto, é a obra que atravessa o tempo e deixa registrada na história de um povo, de uma nação, na história universal, por que não?, a beleza, o vigor, a relevância que se debruça sobre ela. No caso de Luiz Gonzaga sua obra assim se apresenta e todo brasileiro tem obrigação de agra-decer a Deus por ter tido uma fig-ura humana que soube como pou-cos contar histórias e deixar para a posteridade uma obra ímpar.

Em Abril, durante a sua turnê pelo Brasil, o ex-beatle, Paul Mc-Cartney, ao pisar o palco em Recife sentenciou. “Salve a terra de Luiz

“Quero ser lembrado como o sanfoneiro que amou e cantou muito seu povo, o sertao; que cantou as aves,

os animais, os padres, os cangaceiros, os

retirantes, os valentes, os covardes, o amor”

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Gonzaga”. E um dos melhores depoimento sobre o rei do baião foi concedido pelo jornalista, escri-tor e ex-presidente da Academia Brasileira de Letras, Austregésilo de Athayde, no encarte do pro-jeto comemorativa à obra de Luiz Gonzaga, chamado 50 Anos de Chão. “As elites... Ah! as elites... Com que empáfia torcem o nariz para a alma brasileira... Nordeste? Coisa de pau-de-arara. E sanfona? Coisa de cego de feira... Como ex-plicar Gonzagão? No mínimo um ‘paraíba’ ridículo, usando aquelas roupas de cangaceiro. E tocando sanfona, ainda por cima! Quanta ousadia. Mas o sertão está em todo o lugar. As emoções não po-dem ser racionalizadas. Traduzir Gonzagão nem chamando Millôr Fernandes. O importante é que o povo o ama, se entende através de sua arte, faz levantar a poeira nos forrós de chão batido. Seus dedos de mestre traçam canções de tem-pos imemoriais. Sei que cada vez que abre o fole, a natureza se aqui-eta para melhor ouvir a si própria. E o Sul? Que se dana! Quem não for sensível o suficiente que vá construir espigões na beira da praia. Que vá tocar fogo no mato. Que dê tiros no Saci. Que acue a pintada. Gente besta! Faz mal não. É até melhor, pois que assim sobra mais pra quem o ama”.

Colaboração de Will de Sou-sa, aluno do curso de Design Gráfico da UnP. Ilustrador e designer freelancer, que gen-tilmente fez a ilustração da capawillsousa2.carbonmade.com

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Monumento em homenagem a Luiz Gonzaga, na entrada do Centro de Tradições Nordestinas, no bairro de São Cristovão, Rio de Janeiro

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Bandas de rock natalenses sonham em ser famosasMúsicos norte-rio-grandenses têm carreiras paralelas à música, levando-a apenas como um hobby

devido à incerteza do mundo musical.

Nos dias de hoje, viver da mú-sica deixou de ser um sonho que possa se realizar com apenas talen-to e atitudes rebeldes para aqueles que tocam um instrumento ou sa-bem cantar. A indústria fonográfica está focada no que está fazendo sucesso no momento, que é o ‘ar-rocha’ e o ‘sertanejo universitário’, deixando de lado aqueles que fa-zem e apreciam o verdadeiro rock and roll.

Por isso, os jovens músicos, não são como Mick Jagger, vocalista dos Rolling Stones, que largou a fa-culdade de economia para cantar, muito menos como Steven Tyler, vocalista da banda Aerosmith, que nem um ensino superior procurou fazer, eles não mergulham mais de cabeça nessa incerteza que é a música, procuram fazer uma facul-dade, ou seja, deixar a música ape-

nas como uma segunda opção, um hobbie e um sonho, que um dia poderá se tornar realidade.

As bandas natalenses “2polos” e “Yanks” são adeptas dessa nova geração do rock brasileiro, todos os componentes de ambas as ban-das fazem ou já tem curso supe-rior, e trabalham em diversas áreas para assim poderem se sustentar, mas continuam acreditando que um dia o que lhes traz tanto prazer será o seu único trabalho.

O guitarrista da banda 2polos, Alan Trindade, está se formando em Arquitetura, e fala: “Pretendo exercer a carreira em que estou me graduando, mas na primeira oportunidade que a banda tiver de crescer nacionalmente preten-do me dedicar de forma integral a ela”.

Felipe Farias, é baixista e com-panheiro de banda do Alan, é formado em Publicidade e traba-lha como diretor de arte em uma agência publicitária. Ele diz: “Con-sidero sim a música um hobbie, mas é um hobbie que levo muito a sério, e quem sabe se torne algo mais. Seria muito prazeroso se pu-déssemos viver da música”.

“Na verdade a música é a me-lhor parte da minha vida! Quando terminei a faculdade de Psicolo-

gia, eu não sabia o que queria fa-zer, mas sabia o que não queria: não queria parar de tocar nunca! Quando estou tocando sinto como se tivesse em mundo paralelo. É o momento em que eu sou tudo o que eu queria ser”, conta Juliana Gonçalves, vulgo Juju Batera, bate-rista da banda Yanks.

O vocalista e fundador da ban-da Yanks, Yong Kim, é formado em Direito e trabalha em uma empre-sa de sua família, para ele a música é tudo, é onde consegue relaxar e curtir o show com os amigos/fãs.

“Tanto 2polos quanto Yanks, tem tudo para dar certo, são es-tilos diferentes, que já estão con-quistando apreciadores por toda a cidade. Todos os integrantes têm os seus trabalhos de segunda à sexta, mas quando chega o fim de semana, eles esquecem toda e qualquer preocupação que tive-ram e se jogam no rock and roll”, disse a produtora das duas bandas, Lanna Ferreira.

Banda 2polos no Centro Cultural DoSol

Divulgação

Aurino Neto

Banda Yanks tocando na festa PECADO, no Chaplin hall

“Considero a música um hobbie, mas é um ho-bbie que levo muito a sé-rio, e quem sabe se tor-ne algo mais. Seria muito prazeroso se pudésse-mos viver da música”

CULTURA

Por Vivian Mesquita

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Erika Paiva

Apaixonada por esportes. Está sempre por dentro do que rola no mundo da bola. Reservada e autêntica exprime através das palavras suas opiniões de maneira inova-dora, fazendo com que os mais improváveis leitores se apaixonem pelo esporte.

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ESPORTE DE CONTATO QUE TRADUZ FEMINILIDADE E SUPERAÇÃO

Driblando os preconceitos e ganhando popularidade na cidade, o rugby esta conquistando a sociedade natalense.

Alguém sabe como se joga Rugby? Aliás, alguém já ouviu falar de Rugby? Reza a lenda que um jogador teria pegado a bola de futebol com as mãos e correu até a linha de fundo adversária. Na tentativa de parar o garoto, os jogadores do outro time tentaram derrubá-lo sem sucesso.

Na realidade, estima-se que desde o século XVIII os medievais já praticassem o esporte, que inicialmente era chamado de football. Com o passar dos anos as características foram mudando, o esporte passou a ter suas próprias regras e agora é chamado de Rugby. O esporte é visto por muitos como bruto e violento, por ter muito contato físico. E é muito popular em alguns países da Europa, na África do Sul, Austrália e Nova Zelândia.

Como Rugby veio parar no Brasil e, mais

precisamente em Natal, é outra história. O esporte chegou ao Brasil no século 19, trazido por Charles Miller. No ano de 2006, um Frances, Wilian Laborde, fundou o primeiro time de Rugby do Estado, o Potiguar Rugby Clube. Foi quando Maíra Leal incentivada a praticar o esporte, passou a treinar com os meninos, e sentindo a necessidade de um time feminino fundou o Potiguar Rugby Clube Feminino.

Falando em time feminino, vem o questionamento, Rugby não é um esporte só para homens? Há quem diga que sim. Mas para Maíra Leal, capitã e fundadora do time feminino de Rugby, é puro preconceito. “Ainda existe uma barreira muito grande para a mulher praticar esporte. Ou a mulher joga vôlei ou joga handball, não existe outra opção pra mulher.”

Foto: John WillianESPORTE

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Chegando ao local de treinamento (campo de futebol, cedido pela UFRN), é perceptível a alegria e a vontade, das meninas, em treinar. A cada treino, uma nova adepta. O time feminino atualmente conta com 12 atletas, que disputam a modalidade “Sevens”- uma das quatro modalidades do Rugby. A irreverência e o amor pelo esporte são estímulos fundamentais para que o time siga jogando, já que elas não têm patrocínio. Ao ser perguntada como fazem para participar das competições, Eliana Jussara, atleta, foi direta: “Você acha que a gente recebe patrocínio de alguém? Você já viu alguém patrocinar o Rugby aqui no Brasil? Nós é que bancamos tudo.”

No Estado o esporte ainda é amador, e para manter o time, e continuar jogando, as meninas fazem rifas, vendem camisetas, pedem ajuda dos familiares. Para Maíra, já que todos os atletas de Rugby sofrem com o mesmo problema, a falta de patrocínio, um time ajuda o outro. “A comunidade do Rugby é muito unida. Se você precisar viajar para outra cidade e não tem onde ficar, mas conhece alguém que pratica o esporte pode ter certeza que esta pessoa vai te acolher.”

Durante o treino não é possível identificar a violência da qual tanto se fala. O que se vê é um esporte de contato como qualquer outro. Para fazer um comparativo, esportes de contato, tidos como não violentos, causam tantas contusões quanto o Rugby, ou até mais, que é o caso do Futebol de campo e do Handball. Algumas pessoas passam e olham o treino, tentando entender o esporte. “Acho que é a quebra de um paradigma cultural, que felizmente vem sido rompido por exemplos como esse, mas o preconceito ainda é fator determinante se tornando empecilho

para uma maior mobilização que poderia aumentar o numero de meninas praticantes!”, disse John Wilian, enquanto observava o time treinando.

O Rugby foi disputado durante as sete primeiras edições dos jogos olímpicos, até ser retirado pelo COI – Comitê Olímpico Internacional. Em 2009, uma nova votação trouxe a modalidade de volta, será nas Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro. “A expectativa é que, com as olimpíadas, a gente consiga mais adeptos e patrocínio. Queremos que o esporte cresça cada vez mais.” disse Maíra Leal.

APARTHEID

Ao fim da década de 1940, foi implantada na África do Sul o Apartheid (vidas separadas, em africânder). Movimento de segregação racial que impedia negros de se aproximarem dos brancos, a elite branca usufruía dos melhores bairros, escolas e melhores empregos. Por isso, os Sul-Africanos foram proibidos pela FIFA (Federação Internacional de Futebol) e também pelo COI (Comitê Olímpico Internacional) de participar de qualquer competição internacional.

Em 1990 o então presidente da África do Sul, Frederik de Klerk, aboliu o regime. Quatro anos depois foi realizada a primeira eleição livre e multirracial, com a vitória de Nelson Mandela. No ano de 1995, a África do Sul foi finalmente aceita em uma competição internacional. A Copa do Mundo de Rugby, que foi realizada na própria África do Sul.

Nos estádios o clima do Apartheid ainda prevalecia, já que, apenas um negro foi convocado para a seleção Sul-Africana de Rugby. No fim da competição a população, antes dividida, uniu-se para comemorar a conquista da Copa do Mundo, sobre a poderosa seleção da Nova Zelândia. A vitória é um marco na história da África do Sul e do Rugby.

Foto: John Willian

Foto: John Willian

Jogadoras em cobrança de um lateral ou lineout .

ESPORTE

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Carol Caiana

Paulista, são pau-lina, 21 anos, viciada em inter-net e chocolate, ruiva que ama rock, mais é fã da Wanessa Ca-margo, tem como principal fonte o dicionário, e é crítica consigo mesma.

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Elas preferem os ogrosAs princesas da vida real cansaram do papel de boazinhas e querem um final feliz ao lado do lobo mau

Mulheres de todas as cores, idades e sabores, como diria Martinho da Vila, o seguimento feminino é diverso de cara-cterísticas e cada uma delas possui uma beleza singular, mas em relação aos homens o assunto anda bem em comum: os ogros!

Muito se fala e palpita na definição de ‘um homem ogro’, mas o seu comportamento em geral se define em não servir de molde so-cial, um visual rústico, sem medo de chocar e das possíveis enxurradas de críticas que irão receber. Os ‘príncipes’ perceberam essa mu-dança de foco, e questionam o motivo de tanta atenção voltada para os denominados ogros.

Quem confirma isso é o músico e fotógrafo, Ademir Félix, 26. “Primeiramente não me considero nenhum pouco ogro, sou romântico, educado, abro a porta, dou flores, mas confesso que a concorrência existe. Mul-heres são complicadas por natureza, então, não acredito que vão querer um homem que esteja disposto a fazer tudo por elas ou que es-tejam enquadrados em padrões. Mulher gos-ta é de dificuldade mesmo”, desabafa Ademir.

Felipe Voigt, jornalista e ogro assu-mido explica, “É preciso deixar claro que há dois tipos de ogros: aquele romantizado, de certa forma, e aquele tosco. Um é gostoso de ter perto, o outro é apenas um chato, grosso, ignorante e mal educado. Há uma pequena cerca que separa um do outro, mas é bem fácil notar: o ogro “do bem” é aquele que não choca os outros com seus palavrões e modo de xingar por exemplo. Esse ogro vai beber com você, vai te ouvir e te dar uns ta-pas na cara, metaforicamente falando, claro. Não há desrespeito, há troca, diálogo franco e verdades expostas. Já o “do mal” é ofen-sivo, desagradável e repugnante. Perde o limite do bom gosto, exagera em questões escatológicas e realmente consegue ofend-er. Não tem graça e irrita de um modo ruim. Não sabe aplicar força na medida certa, irá se exceder em tudo: na bebida, na pegada, na cobrança, no descaso. Esse é um ogro gené-

rico, que faz mau uso do termo e que, infeliz-mente, está se proliferando. Eu me sinto meio isolado neste lado de cá da cerca, os bons estão em extinção, sabia?”. Declara Felipe.

Mas por qual motivo os ogros andam tendo destaque e preferência no universo feminino? Talvez seja justamente seu com-portamento avesso ou seu ‘que’ de rebeldia. As mulheres estão ocupadas demais com trabalhos, faculdade e família, para se preo-cupar em manter-se princesa sempre para o seu par, então despojar um pouco, relaxar na cobrança, sentir-se confortável com alguém que não irá falar que você precisa ser boneca e não mulher já é um dos principais motivos.

Para confirmar isso, Lanna Caroline Ferreira, 27, produtora musical acrescenta, “Por definição o ‘ogro’ seria uma coisa ruim, porém em contraponto aos ‘príncipes’ que são os moços bonitinhos, arrumadinhos, chatin-hos e certinhos. Gosto daquele tipo de homem que é homem de verdade, que sabe dominar as situações, é seguro, competente, que pro-teja, dá um frio na barriga e bagunça o coreto.

A vida merece emoção e um homem sem sal, ou muito perfeito enjoa rápido. A maioria das mulheres vai preferir um homem de atitude, que saiba a medida cer-ta entre o carinho e o beliscão.” Entrega.

Para elas, segurar as atitudes, fazer a linha ‘politicamente correto’, se conter em excesso, são fonte segura de decepção, pois ao se conter demais, omitir pensamen-tos, se caracterizam de um personagem que não é mais atrativo, porque muitas vezes por trás da aparência de bom moço, se esconde um homem narcisista e egoísta.

Uma admiradora confessa dos ogros, Jéssica Amélia Dias, estudante de Direito, complementa, “Tudo é questão de molde e de encaixe, príncipe procura por Barbie e estou longe de ser uma mulher pré-fab-ricada, sem opinião e atitude, enquanto as mulheres de hoje julgam-se princesas deli-cadas, estou quebrando a minha coroa e

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querendo que o príncipe caia do cavalo. Aliás, gosto mesmo é de vilão ele é mais gato.” Conclui.

Já para o psicólogo An-dré Carvalho, a preferência por esse tipo de homem justifica porque mulheres em sua maioria se sentem atraídas por homens que não se preocupam em seguir qualquer tipo de padrão de eti-queta, que ditam sua maneira, não se submetendo a ser uma mari-onete social. “Isso reflete em aut-enticidade e faz com que desperte o olhar feminino”, justifica André.

O fato de serem transpar-entes e usarem de sinceridade ao excesso, faz com que sua fama e sucesso seja compreensível, afinal toda mulher gosta de ser respon-sável por um lado desbravado de qualquer ogro, de saber que as fraquezas, dúvidas, receios e fra-cassos, são aceitas por eles, porque apesar da subjetividade feminina, todas concordam em um ponto, eles sabem ressaltar as qualidades, a beleza implícita, particulari-dades femininas, nuances e misté-rios que envolvem esse universo.

A maioria das mulheres que vestem a camisa “eu prefiro os ogros’ são geralmente aquelas que passaram diversas vezes por relações fracassadas e estão cansa-das de procurar o que todo mundo determina que seja procurado, re-gados as mentiras, rostos bonitos e sorrisos socialmente forçados. As admiradoras dos ogros querem alguém para extravasar, poder sair tranquilamente de jeans e chinelo e ser tão admirada quanto se es-tivesse usando tecidos finos. Os ogros são aqueles tipos de ho-mens que se você quiser gritar, chorar, xingar, gargalhar, ele não vai mandar você ter postura, mas fazer tudo isso junto com você.

“A vida merece emoção e um homem sem sal, ou muito perfeito enjoa

rápido”

Foto: Google Imagens

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Fillipe Maia

Virginiano de 22 anos. Sou feito de son-hos e realiza-ções. Amo via-jar, conhecer novos lugares e culturas. Um natalense preparado para enfren-tar desafios. O mundo me aguarda e eu estou pronto e melhor a cada dia que passa. Paz, fé, amor, conhecimento e otimismo. Isso me basta, o resto eu conquisto.

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Às vésperas de uma prova deci-siva na faculdade, Thales Pinheiro en-frenta uma escolha difícil em sua mesa de estudos: livros ou computador?

A escolha terminou na informática.Essa preferência é um reflexo de avanços

do passado. O desenvolvimento tecnológi-co cresceu aceleradamente desde a Seg-unda Guerra Mundial, quando na época, a preocupação era expandir a tecnologia, na tentativa de aumentar e diversificar a produção de armamentos mais modernos, que poderiam destruir cidades e descobrir informações que eram mantidas em seg-redo. Daí em diante começou a servir de interesses políticos e econômicos, geran-do grandes transfor-mações na sociedade.

Hoje, a infinita ca-pacidade tecnológica e o dilúvio de novos aplicativos e progra-mas que facilitam a vida de qualquer um, têm levantado uma questão: Até que ponto essas tecnologias interferem na maneira como as pessoas pensam e se comportam?

A constante parceria entre as tec-nologias e os jovens, faz deles grandes personagens nessa polêmica.

Thales, o personagem lá do início, é um exemplo disso. O estudante afirma ser de-pendente severo de computadores, tablets e aparelhos celulares – só os mais moder-nos. “Eu já acordo pegando meu celular ao lado da cama para conferir minhas redes so-ciais e meus e-mails.”, revela o rapaz de 22 anos. Quando perguntado se esse vício por estar sempre conectado, atrapalha de algu-ma forma sua vida, ele é categórico: Nunca!

Existem ainda os que se utilizam das tec-nologias apenas para curtir a vida. Bárbara Guedes diz que não consegue passar um dia sem postar fotos do que está fazendo no seu dia a dia, ou sem realizar um ‘check in’ ao chegar a um local diferente. “Eu já criei essa necessidade. Se eu estou comendo al-guma coisa muito gostosa, eu tiro uma foto e posto para os meus amigos verem. Se eu chego na academia, faço um chek in para as pessoas saberem que eu estou malhando mesmo. Se a aula está chata, posto foto da turma dispersa só para ver os comentários

depois. Virou um vício.”, comen-ta a estudante.

Para Roberta Amorim, psicólo-ga especializada em trabalhos com o jovem, é nessa fase da vida que o ser humano se con-centra menos ao realizar uma ativi-

dade. “O jovem, seja ele homem ou

mulher, por sua natureza já encontra di-ficuldades de se manter concentrado em uma atividade que exija um pouco mais de atenção por muito tempo. Esse deses-pero em estar conectado aos amigos e ao mundo através de computadores, ce-lulares ou tablets, é fruto da sua fase de vida. É a necessidade de se autoafirmar a todo momento. E isso só complica quan-do o assunto é a concentração nos estu-dos, por exemplo”, destaca a psicóloga.

O estudante de jornalismo Jessé Neto assume que é impossível não estar pre-sente nesse mundo tecnológico, porém ele não se considera um ‘escravo da rede’.

T E C N O L O G I A - U M M U N D O D E D I S T R A Ç Õ E SA forte presença de celulares, computadores e gadgets na vida das pessoas, em especial os jovens, tem provocado desatenção e dificuldades de focar numa tarefa.

Para o estudante Jessé Pereira muitos jovens se tornaram escravos da tecnologia

Foto: Fillipe Maia

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“Eu acesso todos os dias min-has redes sociais, mas não deixo que isso conduza minha vida. Eu acho que muita gente vive conectada porque sente uma necessidade de mos-trar às pessoas uma vida que muitas vezes não é real. É aí que as tecnologias influen-ciam no comportamento e na maneira de pensar de muita gente”, revela o estudante.

Mesmo na rede mundial de computadores, a popular-mente conhecida “terra sem lei”, é preciso se comprometer com as ações realizadas. Não muito tempo atrás – cerca de 4 anos – muitas pessoas desco-briram como usar a tecnologia a seu favor, profissionalmente. É o caso das famosas ‘blogueiras’ que resolveram unir o útil – tra-balho – ao agradável – paixão por moda. Um bom exemplo lo-cal é Flávia Pipolo, a arquiteta de 31 anos afirma, começou o blog como hobby, mas com o tempo a necessidade falou mais alto. “A ideia do blog começou aos pou-cos, sem muitos acessos, mas com o tempo as visitas aumenta-ram e hoje, as cerca de sete mil visitas diárias não deixam eu me separar do celular, Ipad ou com-putador. Não posso deixar de fazer atualizações diárias, mas em respeito ao marido e aos fil-hos, tenho evitado ficar conecta-da nos finais de semana. E olhe que hoje eu assumo, sou viciada nisso, não consigo passar um dia sem acessar a internet”, conta a blogueira em meio a risadas.

De acordo com o empresário do ramo publicitário Gusttavo Mendonça, os jovens profissio-nais entram no mercado de tra-

balho afundados no mundo tec-nológico. “A maioria dos jovens que contrato para trabalhar na minha empresa já chegam aqui sabendo de muita novidade que as vezes nem eu, que trabalho diretamente com vários tipos de equipamentos, conheço. A minha preocupação é que eles não per-cam o foco do trabalho e acabem se distraindo com esse aparelhos. Minha função além de tudo, é di-recionar essa paixão por tecno-logia, para algo produtivo e útil para o trabalho que desenvolve-mos aqui”, ressalta Gusttavo.

Ainda segundo a psicóloga, essa é uma área que fascina os jovens por ser também uma das poucas áreas em que eles têm um melhor desempenho, com-parado aos adultos. “Eles são mais corajosos para lidar com o novo e se arriscam a testar equipamentos ou novidades que os mais velhos têm receio de parecerem incapazes ou ul-trapassados”, aponta Roberta.

Três meses é um período aceitável, para que uma pes-soa sem um enorme hábito de leitura consiga terminar de ler um livro de proporções médias.

Thales conseguiu ler apenas 43 páginas de um livro, que segundo ele “tem uma história interessantíssima”. Porém, ele normalmente favorece, Fa-cebook, Twitter, YouTube e a produção de vídeos digitais.

“No YouTube você pode contar toda uma história em sete minutos”, explica ele, “Um livro leva muito tempo, eu pre-firo a gratificação imediata”.

Em entrevista publicada no site da Harvard Medical School, nos Estados Unidos, pesquisadores dizem que a

atração das tecnologias afeta os mais velhos, mas é particular-mente poderosa para os jovens. O risco, dizem eles, é que o de-senvolvimento do cérebro pode ser diferente. Enquanto que os adultos são capazes de man-ter a atenção por mais tempo em uma atividade, o cérebro do jovem é estimulado a saltar sempre para o próximo passo.

Segundo Michael Rich, associ-ado da Harvard Medichal School e diretor executivo do Centro de Mídia e Saúde de Boston, modi-ficar a rotina das pessoas hoje e fazê-las depender menos das no-vas tecnologias é praticamente impossível e se for algo sem lim-ites, pode causar preocupação. “A preocupação é que estamos criando uma geração na frente de telas, cujos cérebros estão caminhando a passos largos, para serem moldados de uma for-ma diferente”, relata o médico.

Ao que parece, o questiona-mento agora passará a ser outro. Será que é possível manter-se atualizado no mundo tecnológi-co sem acabar com o poder de concentração do ser humano?

Flávia Pipolo descobriu como usar o vício em tecnologias na hora do trabalho

Foto: Fillipe Maia

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Imagem: Equipe Revista Plural 2012

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