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1 Edição 8 | Agosto 2013 | R$ 8 Aldair Barbosa Simões Gomes O silêncio das vozes será a mesma coisa que as vozes do silêncio?”

Revista Ponto & Vírgula - Agosto 2013

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A edição de agosto da revista Ponto & Vírgula traz a escritora Aldair Barbosa Simões Gomes como destaque.

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Edição 8 | Agosto 2013 | R$ 8

Aldair Barbosa Simões Gomes“O silêncio das vozes será a mesma coisa que as vozes do silêncio?”

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ExpEdiEntEDireção Geral: Irene Coimbra - [email protected] • Edição: Ponto & Vírgula Editora e Produtora de Eventos • Coordenador Editorial: Francine Muniz (MTb 44.300) • Coordenador de Produção Gráfica: Edmundo Cruz Canado • Diagramação e Arte: Natasha Valera Canado - Rosivaldo Antonio dos Santos • Impressão: São Francisco Gráfica e Editora • Fotografia: Lu Degobbi e Heloísa Crosio. • Capa: Foto de Lu Degobbi; Criação e produção de AC Tórtoro (Grupo Amigos da Fotografia)Anuncie na Revista Ponto & Vírgula. Associe sua marca à Educação e Cultura! São três mídias: Impressa, Internet e TV.Publicidade e venda - Paulo ou Irene - (16) 3626-5573 / 9733-2577Tiragem: 3 mil exemplares.Os artigos assinados são de responsabilidade do autor. A opinião da revista é expressa em editorial.

Editorial

ÍNDICEÍNDICEAgosto_2013

| Irene Coimbra | Editora |

É muito bom saber que há pessoas que amam e se dedicam com alto profissionalismo e entusias-mo a tudo que fazem.

É muito bom saber que há pessoas que com-partilham dos mesmos ideais, dos mesmos sonhos e que lutam pra torná-los realidade!

É muito bom saber que essas pessoas traba-lham ao nosso lado, nos injetando ânimo nos mo-mentos difíceis.

É muito bom saber que existem:Francine Muniz, nossa Coordenadora Edi-

torial; Edmundo Cruz Canado, Coordenador de Produção Gráfica; Natasha Valera Canado e Rosi-valdo Antonio dos Santos, de Diagramação e Arte; e São Francisco Gráfica e Editora.

Sem o trabalho desses profissionais mara-vilhosos seria impossível divulgar os artigos de nossos colaboradores e também nossos parceiros. Artigos esses que alimentam nossas almas.

Por isso, minha homenagem deste mês é para essas pessoas maravilhosas, que estão na luta para que possamos colocar em prática todas as idéias em benefício da Educação, Saúde e Cultura.

Fica aqui registrado o meu eterno agradeci-mento a eles e meu compromisso com nossos lei-tores de continuar, cada vez mais, aperfeiçoando a nossa já consagrada Revista Ponto & Vírgula.

Muito obrigada!

04 - Homenagem alvim BarBosa

07 - Desmitificação e/ou a Inocência Perdida

Só rindo

08 - O propósito da vida

09 - Joias do cancioneiro popular

10 - CantinHo literário

Coração A porta da compreensão

Musiquinha de ninar

10 - Quinzinho

11 - Memórias de uma casa velha

12 - saúde

Assombros masculinos

13 - a voz do Professor

Quarenta anos, duas câmaras de gás Dicas de Português

14 - Homenagem

O pai mais perfeito

15 - Vagas para Moda

16 - sarau de lançamento Edição 007

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Silêncio Verde é, essencialmente, um teste-munho de vida vivida e sonhada. É a arte e a po-esia de um artista que viveu a magnitude de am-bas, e fez delas sua própria história.

Assim vejo a vida de meu irmão.Alvim Barbosa, poeta e ator, foi um idealis-

ta, criatura rara, que desde a infância queria um mundo mais justo. As grandes dificuldades que surgiram à sua frente ao longo de incrível trajetó-ria de vida, ao invés de desanimá-lo, alimentaram sua alma, e fizeram-no crescer.

Mineiro de Resplendor, cidadezinha no vale do Rio Doce, nasceu em 7 de dezembro de 1935. Foi o quarto filho de Alvino Elias Barbosa e Apa-recida Costa Barbosa.

Sua relação com o mundo das Artes Cênicas veio desde criança. Em sua terra natal, já montava e dirigia peças para o teatro da escola.

Em 1951 realizou o primeiro voo para o uni-verso das Artes: fez escala em Ribeirão Preto onde continuou seus estudos no Colégio Estadual Oto-niel Mota. A amada mestra, solidária e esfuziante, Florianete de Oliveira Guimarães, exerceu grande influência em sua vida cultural e artística.

Os seis anos que permaneceu em Ribeirão Preto foram plenos de atividades e realizações: Curso Científico (segundo grau); participação in-tensa na vida familiar; Serviço Militar; Cursinho para o Vestibular de Medicina; lançamento do seu primeiro livro de poemas, Sinfonia da Ausência, pela Martins Editora; trabalho jornalístico nos jor-

nais de Ribeirão Preto. Alvim lia vorazmente, e escrevia muito, especialmente poesias.

Por meio da Página Literária Alvim Barbosa, cultivou essencialmente o mundo das letras e das artes, e tornou-se amigo de grandes personalida-des deste universo, especialmente do poeta Paulo Bomfim, na época seu Guru.

Silêncio Verdevida e obra de alvim BarBosa

Após o exame Vestibular para Medicina, desistiu das ciências, e optou pelo mundo das Artes Cênicas.

Aterrissou na capital paulista em 1957 onde permaneceu por dez anos ligado ao mundo das Artes Cênicas e ao cinema. Foi premiado como Ator Revelação do Ano em 1960, pela Associação de Críticos de Arte de São Paulo - por sua excelen-te interpretação como um dos filhos de Mãe Cora-gem, de Bertold Brechet.

Em 1966, chegou ao Rio de Janeiro como secre-tário/administrador da CIA de Cacilda Becker para o Teatro Maison de France. Essa escala no Rio durou 13 anos, sempre ligado ao teatro, a paixão de toda sua vida.

Atuou por dois anos e meio na Cia Cario-ca de Comédia. Em seguida, tornou-se membro

Aparecida Costa, 1926.

Aparecida e Alvino E. Borbosa(casamento, 1927).

Antônio, Aldair, Alda, Arletee Alvim (filhos, 1954).

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da direção do Teatro Princesa Isabel, onde permaneceu até 1976, quando então se tornou produtor teatral inde-pendente.

Ingressou na Fun-dação Nacional de Ar-tes (FUNARTE). Junto a Hermínio Bello de Carvalho, coordenou e divulgou o Projeto Pixi-guinha por todo o Brasil.

Em 1979, foi transfe-rido para Brasília como coordenador do auditório da FUNARTE. Realizou um trabalho inédito de apoio aos músicos e à Música Popular Brasileira.

Por motivo de doença, desligou-se da FUNARTE de Brasília em 1982 e fez uma aterrissagem em Vitória- ES.

Em 1986, a convite de Orlando Miranda, di-retor teatral no Rio, Alvim aceitou ser produtor executivo da peça Miss Banana, de Garson Kanin, com Regina Duarte encabeçando um grande elen-co. Esse pouso teve curta duração.

Para sua alegria, em 1987, assumiu a direção ad-ministrativa do Theatro Carlos Gomes, em Vitória-ES.

Em 1991, fez um voo mais longo com escala de onze anos na Praia Grande-SP, onde assumiu a dire-ção administrativa de três lojas de O Boticário. Nes-se período, deparou-se com uma enorme pedra no meio do caminho: foi submetido, em Ribeirão Preto, na Clínica do Coração, a uma bem sucedida cirurgia cardíaca, que, apesar de gravíssima, para sua alegria e de todos os familiares, compensou o sofrimento.

Ao longo de junho, julho e agosto de 2002, lançou - na Praia Grande-SP, Ribeirão Preto-SP,

Vitória-ES e Brasília-DF - seu livro e CD de poe-mas, O Tempo na Ponte. Participou da segunda Feira Nacional do Livro de Ribeirão Preto. Apo-sentou-se, e foi ao encontro de sua sonhada Pas-sárgada, viver o mistério e o encanto do mar de Guarapari-ES, que sempre o seduziu.

Mas o campo de pouso não estava preparado para receber o viandante sonhador que fez nova es-cala em Vitória-ES, junto ao mundo das Artes Cêni-cas, e passou a conviver no mundo de seus sonhos.

Em 27 de maio de 2007, no Teatro Municipal de Vila Velha, encenando a peça Morto por Trinta Dias, seu coração o traiu, e ele se ausentou do palco.

Agora é só silêncio, e saudade...Em 2008, o Governo do Espírito Santo,

por meio da Secretaria de Estado da Cultura (SECULT), em homenagem ao ator, nomeou um dos prêmios de teatro, Prêmio Incentivo Alvim Barbosa à Produçâo de Espetáculos Cênicos do Estado do Espírito Santo. Agradecemos o honrado tributo ao nosso querido irmão, ao ator e poeta sonhador que era todo coração...

Alvim - Ginásio Menino Jesus de Praga(Resplendor, MG, 1949).

Alvim - Serviço Militar(Ribeirão Preto, SP, 1954).

Alvim Barbosa(“Mãe Coragem”, 1960).

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Tempo cansadodestruindo a corsubjetivamente.Ganhar o tempoacima da solidão.Do que é possível

tudo se perde.Recuperar o tempo.

Talvez a emoção traídase transforme.

Ponte incomum.O rio é largo.Ao tem limitenem direção.A ponte é só.

Não passarei do gesto.A água turva te afogará.Este impulso no tempoProporcionará o tom.Descobrirei teu rosto

em minhas mãos.E o som da água entre meus

dedos-canção de teus cabelos.Havia a ponte.Preferiste o rio.

Violentei-me no chorode teu naufrágio.Perdeste o tempo.Ponte em ruínas.

Aldair Barbosa Simões Gomes nasceu em Resplendor, MG. Em 1947 casou-se com o médico Ribeirãopretano Ivo Si-mões Gomes, e passou a residir em Ribeirão Preto, SP.

Apaixonada pela Língua e Literatura Inglesas, ao ficar viúva, em 1968, iniciou seu trabalho no magistério.

Em 2007, já aposentada, perdeu seu querido irmão Al-vim Barbosa, e decidiu homenageá-lo contando a história de sua vida.

O tempo na ponte«

Aldair Barbosa Simões [email protected]

Alvim Barbosa

Família de Aldair: Fernando (neto), Cláudia (filha), Alessandra (neta), Daniel (neto) e Fernando (genro).

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Sempre me foi doloroso quando algum ico-noclasta destruiu um mito que me encantou na infância ou na adolescência.

Mineira, eu amava a figura de Tiradentes, com as barbas e os cabelos longos, a corda grossa no pescoço, o ar de homem bom, que lembrava muito o Cristo. Ele era meu herói, o líder da Incon-fidência Mineira, o homem que lutou pela liber-dade do Brasil, contra o jugo português. Vibrava com sua valentia, quase a ponto de sair de peito aberto a gritar com entusiasmo: “Libertas quae sera tamen”! Em uma aula trágica de História, no Colegial, o professor destruiu meu herói. Morreu sim, foi esquartejado, salgaram sua casa para que nada mais ali vingasse, mas ele era o mais pobre, o menos importante do movimento dos Inconfiden-tes. Como matar um Cláudio Manuel da Costa, ou o fidalgo imponente Tomás Antônio Gonzaga? Na Faculdade foi pior. Teses de pós-graduação pu-nham em dúvida, mesmo sua morte trágica. Ele teria fugido para a África e escapado do castigo execrável.

Decepcionada, infeliz, detestei a nova reali-dade. Depois foi durante uma visita às Cidades Históricas de Minas. A certa altura, o professor de Literatura Brasileira, que fazia o tour conosco, dis-se: “Daquela janela, Marília namorava o seu Dir-ceu, que residia logo acima...”. Todos os versos, as liras do livro “Marília de Dirceu” vieram-me à ca-beça, a doçura, a pureza do grande amor dos dois personagens famosos. E o professor completou: “Marília, cujo nome, na verdade, era Maria Doro-téia, não amava Dirceu. Hoje ela seria chamada de “carreirista”, uma jovem quase adolescente, mui-

Desmitificação e/ou a Inocência Perdida

to ambiciosa, atraída pela fortuna, fidalguia e pelo status de Gonzaga, o elegante português quaren-tão”. O professor tripudiou sobre minha tristeza. O nosso Dirceu também não a amava tanto assim. Logo que o movimento libertário foi descoberto pelos portugueses, o poeta escafedeu-se para a África, casou-se com mulher rica e analfabeta...

A vida desbotou-se, ficou mais feia, Víboras da dúvida picaram-me o coração, envenenando-o. Com certeza, Romeu e Julieta não morreram jo-vens, pelo seu amor impossível, Abelardo não foi castrado, Heloísa nunca entrou para o convento. D. Pedro arrancou mesmo leoninamente os cora-ções dos assassinos de sua adorada Inês de Castro, a que depois de morta foi rainha? Dante amou a vida toda sua Beatriz, vista de relance em uma ja-nela? Não morreu Fedra de amor, pelo seu Hipóli-to? Orfeu desceu aos infernos e resgatou Eurídice da morte?

Um mar de dúvidas. Tudo ficção. Lições fal-sas de beleza para que se engula a realidade insul-sa, insípida, tediosa. Uma lástima. Um pesadelo.

De repente, a incerteza virou a maldita Hi-dra de Lerna, com suas cabeças hiantes. E o Cris-to? Quantas versões surgirão ainda sobre a figura amada, tão carismática? Alicerçando-se nessa hi-pótese, escritores modernos têm publicado best--sellers com versões esdrúxulas sobre o chamado Messias.

Infeliz, com a alma cabisbaixa, argumentei com meus botões: Não seremos nós mitos, heróis da ficção de Deus? E quando o Diabo nos desmas-carar, com sua sarcástica lucidez? O que sobrará da magnífica Criação?

Melissa, 4 aninhos de pura vivacidade,para Vovó Ivone...

Melissa: Vó, assustei o Vô.Vovó Ivone: Oh, fia, não faz assim não. O Vô morre.Melissa: Morre nada vó, tá vivinho. Vai lá vê.

Ely Vieitez [email protected]

Só rindo_As tiradas de MelissaMelissa: Vó, o Vô dorme na oficina?Vovó Ivone: Não, fia, dorme com a vovó.Melissa: Cê ainda é casada???Vovó Ivone: Claro, fia!Melissa: Então cê não é uma perdida?Melissa: Vó, cê precisa emagrecê.Vovó Ivone: Ai, fia, ora a Deus por mim?Melissa: Orá? Pára de comê doce!

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Quando Moisés come-çou os seus primeiros estudos

de Kabbalah, se deparou com uma questão inde-clinável. Qual a finalidade da vida? Qual o intuito das dificuldades sejam elas financeiras, esportes, trabalho, amores...

Ao fazer essa pergunta todos respondiam de bate-pronto, sem vacilação: - O único objetivo é vencer. Vencer sempre!

Todos buscavam a casa mais confortável, o emprego que melhor remunerava, a roupa mais sofisticada, a mais bela mulher... Enfim, não bas-tava ser bom ou ser o segundo, todos buscavam, sempre, ser o primeiro.

A partir daí, ele começou a se questionar: - Será esse mesmo o intuito derradeiro da vida?

A explicação surgiu com a seguinte metá-fora1: “Um homem bem intencionado, com uma vida longa e produtiva, inteiramente dedicada à filantropia, depois de ajudar e compartilhar tudo o que possuía com os mais desfavorecidos, morreu e foi recepcionado por um anjo. A ele foi apresen-tada a sua nova morada. Um local privilegiado, com comida farta, conforto, paz de espírito, tudo sem resquício de injustiça ou miséria. Certeza de uma vida mansa, com tudo que ele havia sonhado durante a vida terrena. Bastaram alguns poucos dias para ele se sentir entediado e insatisfeito pelo ócio forçado, fazendo-o procurar o anjo para re-clamar: - Senhor anjo, estou muito impressionado, porém enfastiado e com muita saudade do tempo em que podia servir às pessoas mais necessitadas. Será que o Senhor poderia me ajudar a encontrar algumas pessoas pobres que precisem de ajuda?

O propósito da vidaAlberto Gonçalves

O anjo disse: - É claro que sim! Umas cem pessoas são suficientes?

Feliz da vida ele respondeu: - Para começar está ótimo!

- Eis aqui os pobres, a comida, as roupas, o di-nheiro e tudo o mais que você precisa para ajudá--los, disse o anjo.

Surpreso e extremamente desapontado ele argumentou: - Não é dessa forma que eu quero trabalhar. Eu gostaria de poder fazer os planos, arrecadar fundos, enfrentar as dificuldades e su-perá-las sozinho, sem ajuda.

- Veja bem, você morreu e agora as coisas são diferentes -foi a única resposta que obteve.

- Mas eu sempre trabalhei sozinho, lutei para diminuir as desigualdades sociais e agora você me apresenta os pobres e toda a ajuda necessária. Assim eu não quero, não tem graça, não existe mérito. Afinal, qual é vantagem de viver aqui no paraíso?

O anjo olhou profundamente dentro dos seus olhos e falou: - Quem foi que disse que aqui é o paraíso?

A partir daí o jovem Moisés se viu persua-dido de que o melhor da festa é esperar por ela. Ele descobriu que só existe valor nas conquistas obtidas com esforço e muito sacrifício. Ele perce-beu que quanto maior a dificuldade, mais rele-vante será a vitória. Ele entendeu que todos nós entramos nessa vida para enfrentarmos inúmeros desafios, não interessando se vamos vencer ou se seremos os primeiros, mas só importando como iremos lutar. O que realmente interessa é alcançar-mos um saudável crescimento espiritual.

1Essa metáfora é uma adaptação da história contada por Rav Berg, no livro de Yehuda Berg (2011). O Poder da Kabbalah: 13 Princípios para Superar Desafios e Alcançar a Plenitude. 1a Edição. Kabbalah Centre International Inc., São Paulo. 98-100. Informações: www.kabbalahcenter.com.br.

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Oscar Wilde, num momento de amargura, em palavras ainda mais amargas assim se referiu à ve-lhice: “A tragédia da velhice não consiste no fato de ser velho, mas no de haver sido moço”.

Ao meditar na tragédia de Wilde e nos espinhos de Garret, senti-me impelido a bisbilhotar no ama-relado baú de minhas saudades alguma fórmula que transformasse espinhos e tragédias em palejadas caricaturas literárias. Assim, entre tantas lembranças que fui respigando, encontrei algumas joias que me emocionaram quando jovem, e ainda hoje acaricio com enlevo. São gemas do cancioneiro popular bra-sileiro, que, ao ricochetear em minha alma, tiveram o condão de tornar presente o passado e reavivá-lo, despertando-me da minha insônia entalada de me-mórias. Letra e música, em saudável concubinato, fazem sempre explodir emoções que se derramam em “cascata de luz”.

Malgrado o angusto espaço, teimo em dividir com quem quiser alguns gramas do bom e do belo que exumei de meu baú.

É doce empinar bem alto as ricas emoções humanas rabiscadas, não raro, em guardanapos de um bar e transferidas para surrados pentagramas. Ao ler cada verso dei folga a meu silêncio e cantarolei cada canção. Eram saudades, sim, mas sem fumos de amargura.

Senti retroativa TRISTEZA ao reler: “A tristeza do teu pranto / é mais triste quando eu canto / a canção que te escrevi.”.

Admirei a grandeza e a força da AMIZADE ao repetir: “A sua palavra de força, de fé e carinho / me dá a certeza que eu nunca estive sozinho”.

Lambuzei-me de TERNURA com os versos: “Hoje eu quero a paz de criança dormindo / quero ternura de flores se abrindo / para enfeitar a noite do meu bem”.

A BELEZA parece ainda mais bela quando sur-ge, como fantasma, vestida de vida: “A deusa da mi-nha rua / tem os olhos onde a lua / costuma se embriagar”.

E tu, velho Cartola, dá-me uma esmola do per-fume de tuas ROSAS: “Mas que bobagem, / as rosas não falam, / as rosas simplesmente exalam / o perfume que rou-bam de ti”.

Merencória a FILOSOFIA de Ataulfo: “Eu era feliz e não sabia.”

Genial a catarse de ESPERANÇA camuflada em dois pequeninos versos de Sílvio César: “Ah! se eu fosse você, / eu voltava pra mim”.

Os poetas e seus ENGANOS... Até o velho Lalau, o grande Lamartine Babo: “Nós os poetas erra-

mos / porque rimamos também / os nossos olhos nos olhos de alguém”.

A DOR parece musa inspiradora de nossos cantadores: “Tire seu sorriso do caminho / que eu quero passar com minha dor. / Hoje pra você eu sou espinho, / espinho não machuca a flor. / Eu só errei quando juntei mi-nha alma a sua / o sol não pode viver perto da lua”.

Catulo e suas EVOCAÇÕES levaram-me a devorar incógnitas e suaves madrugadas, com os olhos embaçados pelas brumas do já se foi: “Coisa mais bela neste mundo não existe / do que ou-vir um galo triste. / No sertão se faz luar. / Parece até a alma da lua que descansa / escondida na garganta desse galo a soluçar.”

Talvez sejam, música e poesia, as únicas artes que moram no paraíso. Um dia, a mais de dois mil anos, quando no céu surgiu uma cintilante estrela, os anjos cantavam alegremente: “Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens que querem o bem.”

Na inspiração daquela estrela de paz, fico aqui a rebobinar as esculturais SAUDADES de Luiz Vieira, que desdenhando a pluma, preferiu lapidá-las com seu mágico buril: “Em qualquer estrela existe luz. / É todo jardim berço de flores, / Há em cada flor uma poesia, / em cada poesia mil amores. / Há em cada amor uma ilusão, / em cada ilusão uma ansiedade, / em cada ansiedade existe alguém / dese-jando alguém numa saudade”.

Saudade! Supremo esforço do amor para eliminar a ausência.

Joias do cancionEiro popularWilson Salgado_Academia Ribeirãopretana de Letras

O escritor Wilson Salgado da Academia Ri-beirãopretana de Letras nasceu em Sorocaba, SP, em 14/12/1928. Filho de António Salgado e Clotilde Tatangelo, fez seus primeiros estu-dos em sua cidade natal. Em 1950 formou-se em Filosofia e Pedagogia pelo Colégio São Jo-aquim de Lorena, SP e, em 1960, em Direito pela USP - Universidade de São Paulo, Largo São Francisco, São Paulo, SP.

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Tarde fria, chuvosa, daquelas que convidam a qualquer pessoa ficar estendida num canto qual-quer. Realmente não seria num dia assim que al-guém sairia de casa, a não ser por motivos óbvios, tais como trabalho, médico ou algo parecido.

Nesse cenário desolador, ninguém parecia se aperceber da moça com capa longa que seguia ca-bisbaixa, e que adentrava a ponte que ligava as duas margens do rio que cortava a pequena cidade. Tam-bém, quem seria capaz de ler os pensamentos que por aquela pequena cabeça passavam?

A moça era eu. Andei quase até a metade da ponte e lá, de repente, parei.

cantinho litEráriodE Bridon E arlEtE

J.C. Bridon (2010).“Coração - A Porta da Compreensão”

À venda na BookStoreFone: 3911-5051

Comprei um notebook. Ele é lindo. Azul. Delgado. Elegante. A tela de seu monitor é de LED, de alta resolução. Ajuda-me a reduzir, um

pouco, minha grande limitação visual. Possui “intel inside”, como diz a propaganda. Realiza muitas tarefas com grande rapidez. Tem memória com muitos Gb. É giga pra cá. É giga pra lá. Não sei o que fazer com tantos gigas. Muitos estão esquecidos em algum recanto do disco rígido. Estes gigas re-clamam de seu abandono. Querem ser vistos. Não dou ouvi-dos a estas reclamações. Tal como políticos, que não ouvem reclamações populares.

Gosto de meu notebook. Seu nome de batismo é Joa-quim. Carinhosamente eu o chamo Quinzinho. Quinzinho diz ser meu amigo. Quando o ligo, antes de permitir que eu comece a usá-lo, ele me saúda dizendo: Bem-Windows. De-pois, me deseja um bom Windows. Estas saudações iniciais, diz ele, são uma demonstração de afeto. Pretende, afirma, diminuir minha ansiedade perante os mistérios dos progra-mas da Microsoft. Mais enigmáticos a cada aperfeiçoamen-to. Finjo acreditar em suas demonstrações de afeto. Receio sua ira. Sei que Quinzinho não somente é temperamental, é, principalmente, falso. Traiçoeiro, age de modo sub reptício. Tenho evidências insofismáveis de sua falsidade. Com fre-quência ele recusa atender meus pedidos. Aperto uma letra, mostra outra. Aperto uma letra, surgem no monitor muitas

outras, aleatoriamente. Vez por outra, apaga pastas e arqui-vos inteiros. De propósito. Toma decisões por conta própria. Quero salvar alguma coisa, ele salva em lugar desconhecido, difícil ou impossível de ser encontrado. Quando não manda tudo para o espaço sideral. Quinzinho nunca admite estar errado. Sempre sou eu quem fez algo indevido. Trabalhar com Quinzinho é um exercício de paciência infinita. Quando uso meu querido notebook temo por minha sanidade men-tal. Desconfio ter alguma tendência masoquista. Mas conti-nuo o usando. Ele é tão bonito.

Quinzinho deixou de ser uma simples máquina. Apropriou-se de características humanas. Tornou-se sá-dico. Tenho certeza. Considera-se superior aos humanos. Afirma ter capacidades muito superiores às de nós pobres mortais. É muita pretensão humana acreditar que o ho-mem foi feito à imagem e semelhança de Deus. Segundo ele, Deus não pode ter uma representação antropomór-fica. Segundo Quinzinho, Deus é um supercomputador conectado à internet. Com tablets e smartphones está pre-sente em todos os lugares (onipresente). Com as redes so-ciais tudo sabe (onisciente). Steve Jobs é seu profeta. Mas se Deus é um computador, precisaria de “upgrade”? Pre-cisaria ser atualizado? Deus poderia ficar ultrapassado e necessitar ser substituído por outro mais moderno, mais adaptado às necessidades dos dias de hoje?

Quinzinho não tem resposta para todas as perguntas.

Quinzinho_ Ithamar Vugman

E lá vêm os anjos.Vêm là de Belém,

Cantando e dançando,Nasceu em neném.Lá, lá, bem, lá, lá.Lá, lá bem lelém.

Lalalalá nasceu um neném

Musiquinha de ninar

Arlete Trentini dos Santos (2010).Histórias da Vovó Arlete 1 ed. Nova Letra.À venda na BookStoreFone: 3911-5051

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Quem quer passe por uma rua tão caótica, tal-vez nem me enxergue, mas se olhar para mim, e for velho, sentirá saudade; se jovem, nem imaginará meu passado glorioso. Estas paredes, manchadas pelo tempo, já sentiram o orgulho de quem veste roupa de gala para um baile de formatura.

Quantas lembranças! Estas altas janelas conhe-ceram tantas coisas: os lampiões a gás, as lâmpadas incandescentes, os anúncios em neon. Abriram--se para as serenatas, espiaram os namorados e até viram o menino apaixonado escalar minha parede para ofertar a flor à sua amada.

Crianças fazendo rodas, pulando cordas, empi-nando pipas, jogando peteca, pião, tamborete, pega--pega, queimada, barra-manteiga... Que saudade das prosas na calçada (quantas histórias a contar), do “plec plec” das patas dos cavalos, dos primeiros automóveis... Como eu gostava de assistir às pro-cissões, aos desfiles escolares, bandas, fanfarras e à marcha patriótica dos atiradores.

Tinha janelas também para o quintal. Quantos ocasos dourados antes do nascer das estrelas e a lua espiando, brincando de esconde-esconde! A cada aurora, o farfalhar das folhas e a revoada dos pássa-ros em sinfonias de mil tons.

Aqui dentro, ainda tenho as paredes impreg-nadas com a algazarra das crianças, o ralhar dos adultos, o arrastar dos chinelos dos velhos. Como era linda a minha sala de visitas com suas paredes ricamente decoradas! A escada e o corredor com a passadeira vermelha, presa com ferrinhos dourados.

Ah! A sala de jantar, onde abriguei tantos na-tais, compartilhando a alegria dos brindes à volta da enorme mesa e o gostoso rasgar dos papéis, desco-

Memórias de uma casa vElha

Nely Cyrino de Mello_ALARP, ARE e Casa do Poeta

brindo os presentes sob a árvore de brilhos, refletida nos brilhos dos olhinhos. Muitos quadros e retratos deixavam-me envaidecida; a bem da verdade, sentia o perfurar dos pregos, mas parecia uma adolescente a furar as orelhas para ostentar seus brincos. Que có-cegas me faziam as lagartixas quando saíam de seu esconderijo a caçar mosquitos.

Os quartos. Como eu me emocionava quando, nas noites geladas, o pai zeloso deitava-se em cada cama, aquecendo-as antes de ali colocar a criança.

Porém, meu recanto preferido era a cozinha. Que aromas deliciosos! Ali, minhas paredes eram feias, escuras, um canto com picumãs, mas quanto calor humano, sobretudo no inverno, quando to-dos, em volta do fogão à lenha, colocavam cascas secas de laranja entre os gravetos para avivar o fogo, enquanto saboreavam o café do coador de pano e ouviam da mucama “causos” de terror. Ahrrrrrr....Ivr.....Ughrrrrrrrr!!

Como eu me divertia nas noitadas musicais, cheias de encantamento!

Ah, meu passado, minha história... Vi o gramo-fone, a vitrola, o rádio, o telefone de parede, a TV, o LP, o CD, o DVD... computadores, celulares...

Agora tudo ficou tão triste... o piano fechado, o violino na caixa, os livros empacotados, prontos para a mudança. Lá fora, os prédios cada vez mais altos, cada vez mais perto, espremendo, espremen-do, escondendo o sol, tapando a lua, a rua escura cheirando a droga.

Meu Deus! Lá vêm vindo as máquinas! Meus átomos se contraem, as rachaduras são feridas.

Cadê todo mundo? Por que as crianças cresce-ram? Onde foram cantar os passarinhos?

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saúdE

Os homens têm uma certa sensação de in-vulnerabilidade — isso faz parte da cabeça deles. Passam boa parte da sua vida livre de todos os incômodos que a mulher tem, fazendo com que relaxem mais com a sua saúde.

Com o passar dos anos, começam a perceber a sua vulnerabilidade e passam a dar um pouco mais de valor aos cuidados médicos. O que mais os atemoriza hoje? Problemas com a próstata, dis-funções sexuais e a decadência física, que mexe muito com a cabeça das mulheres, mas também com a deles.

As mulheres pautam muito a vida em função da beleza e os homens, da força, da virilidade, da capacidade de agir, raciocinar. E na hora em que surgem falhas nessas áreas, ele percebe que, tal-vez, não seja aquele ser imortal que achava que fosse.

Há dois profundos temores hoje nos homens: o primeiro é o crescimento benigno da próstata, um fenômeno que ocorre em praticamente todos eles: ela aumenta de tamanho depois dos 40 anos e, dessa forma, o canal da uretra fica ocluído. Isso faz com que o homem comece a urinar sucessivas vezes, a não ficar em uma reunião prolongada, tem de levantar à noite, prejudica o sono, acorda mal, pode ter descontroles de urina.

O crescimento benigno é quase inexorável: todos os homens vão ter em maior ou menor grau — felizmente, apenas um terço, 30%, tem sinto-mas mais significativos que exigem apoio médico.

Nesses casos, há medicações que desobs-truem parcialmente a uretra e fazem o indivíduo urinar e viver melhor; apenas de 4% a 5% dos ho-mens têm de fazer uma cirurgia para desobstruir a uretra por causa desse crescimento benigno.

Essa é uma cirurgia, que se faz com seguran-ça e sem os inconvenientes de uma cirurgia maior nos casos de câncer. Ela remove apenas o fator obstrutivo, o homem passa a viver melhor e sem nenhuma sequela.

Esse crescimento não tem causa conhecida, surge por um desequilíbrio hormonal no homem maduro, ou seja, as células da próstata passam a se proliferar em decorrência dos hormônios. Não tem como prevenir. Existem algumas medidas, mas nenhuma consistente.

Existe a idéia de que o obeso e os fumantes teriam menos crescimento benigno da próstata. O

Assombros masculinosDr. Miguel Srougi

que é interessante é que a próstata seria o único lu-gar no organismo que eles deixam de ter todas as desvantagens, mas a realidade é meio dura: recen-temente se apurou que eles são menos operados da próstata, mas não porque ela não cresce, mas pelo receio dos médicos de operá-los porque com-plicam mais e também porque muitas vezes não vivem o suficiente para ser operados — morrem antes. É uma realidade perversa.

O câncer na próstata adquire maior relevân-cia porque tem uma grande prevalência: 18% dos homens - um em cada seis - manifestarão a do-ença. E também porque o tumor, que ocorre com muita frequência dentro da próstata, é eliminado com sucesso em 80%, 90% dos homens.

Se esse tumor não é identificado no momento certo e se expande, saindo para fora da próstata, as chances de cura caem para 30%. É um tumor muito comum e se for detectado a tempo, tem como resgatar esse paciente. Dos 18%, somente 3% morrem - a medicina consegue curar 15% dos homens, ou seja, a maioria.

Professor titular de urologia da Faculdade de Medicina da USP, pós-graduado pela Harvard Me-dical School, em Boston, nos Estados Unidos, 35 anos de carreira, uma dezena de livros publicados e outra centena de artigos espalhados mundo afora, Srougi tem a simplicidade daqueles que muito sa-bem, pouco ostentam e continuam lutando.

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a voz do profEssor

VARIG, julho de 1973, Rio. Galetti, chefe de ca-bine, trava a porta do Boeing 707. Sela o destino. Um passageiro fuma no banheiro. Lança rápido a bituca no cesto, consciente do erro. Propalam-se fumaça negra e incêndio. O comandante Gilberto orienta pouso imediato ao co-piloto Fuzimoto. Paris já se vislumbra por janelas enegrecidas. Um campo, úni-ca opção. Desliza gigantesco avião sobre hortaliças. O surdo ruído das chamas se rompe com o abrir da porta dianteira. Saltam tripulantes. Perecem cento e dezessete passageiros e outros sete tripulantes. Gil-berto não abrira oxigênio aos passageiros, evitan-do chamas que derrubariam a aeronave em áreas densamente povoadas. Escombros ainda quentes, amplo elogio ao seu ato. A proibição de fumar em lavatórios de banheiros passava a ser cumprida com empenho e tenacidade.

Boate Kiss, 27 de janeiro de 2013, Santa Maria. Estudantes em momento de descontração e conví-vio. Um espetáculo pirotécnico, a portas fechadas, amplia emoções. Irrompem-se chamas. Foge ao con-trole. Tentativa de controle de saída sela destinos. Agora, com aparente dolo. Duzentos e quarenta e dois jovens. Famílias destroçadas, descrédito am-pliado às instituições nacionais.

Unem estes tristes momentos não apenas incên-dio, heroísmo e tragédia. Enraizado culturalmente, o descrédito.

Varig em chamas. Trajano, um passageiro que se dirige próximo à cabine de comando. Desmaia.

Quarenta anos,duas câmaras de gás

Fuzimoto quebra janela lateral. O jato de ar garante sobrevivência e interação com o exterior. Pela fresta, ar nas narinas do passageiro independente. Sobrevi-ve à inalação do gás tóxico da queima de polímeros.

Kiss. Incêndio. Preciosas vidas se deslocam para uma nesga de luz. Perecem em um banheiro sem saída. Uma moça busca o ar do interior de um freezer. Sobrevive.

Jean Marc Veron. Bombeiro. Escuta que avião cai próximo à sua unidade. Corre. Com rústica es-cada, acessa a aeronave e salva dois. Honra sua for-mação.

Leonardo. Retorna à boate para socorrer. E mais uma vez. Não sai. Honrou sua formação. Deixa dúvida se deveríamos ainda votar em alguém.

O maior erro de tragédias que poderiam ser evitadas é subentender risco baixo sem considerar as inadmissíveis consequências. O cinzeiro colado no banheiro do avião, abaixo da placa de proibição, gerava a informação subliminar da permissividade. Há os que justificam material pirotécnico em am-bientes fechados porque muitos fazem.

Um dia, a tragédia. Um país que quer leis e não as quer praticar.

Descobre-se que relatório traduzido sobre as causas do incêndio aeronáutico continha inversão de parecer. Desobrigava indenizações à altura.

Na Kiss, horas após, declarações já deixavam dúvida se o poder constituído está mesmo prepara-do para impor leis, métodos e normas.

“Malgrado o angusto espaço...” (Wilson Salgado)a)angustiosob) apertadoc) confusoEstava sempre com uma expressão famélica...a)furiosab) famintac) aborrecida

a) Cajurú, Jaú, Tatuí, Períb) Cajuru, Jaú, Tatuí, Peri

Obs: Oxítonas, terminadas em u ou i precedidas de consoantes não são acentuadas. Ex: urubu; caqui, anu, Botucatu; Itapevi; etc.Oxítonas terminadas em u ou i precedidas de vogal são acentuadas. Ex: Jaú; Tatuí; Jacareí;

Dicas de Português

Creso de Franco Peixoto

Dicas de Português _ Irene Coimbra

Qual a alternativa correta? Qual a forma correta?

Respostas: todas as alternativas b Resposta: alternativa b

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Se pai fosse um bilhete premiado ou como carro importado

que a gente pode comprar...Um perfume preferido

que pode ser substituído quando não mais lhe agradar...

Eu escolheria um pai perfeito que tivesse esse seu jeito firme, porém carinhoso.

Com as mesmas mãos calejadas,e sua face enrugada

e seu olhar tão bondoso!

Um pai que soubesse ensinar com o mesmo jeito de falar

das belezas da vida.Mas por outro lado advertir,

sobre as maneiras de agir e nunca sentir-me vencida.

Com o mesmo sorriso amoroso quando fica orgulhoso

com algumas de minhas proezas.Esse mesmo olhar sincero, quando tem que ser severo

ao censurar-me com firmeza.

Com toda certeza eu lhe digo, se antes de ter nascidoeu pudesse escolher,

sem a menor sombra de engano pelo tanto que lhe amo

eu escolheria você.

O pai mais perfeitoHelena Agostinho_ALARP e Casa do Poeta

homEnagEm

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A Fabiana Araujo é apaixonada por bolsas e sa-patos. Tão apaixonada que foi trabalhar para a Arezzo e lá caiu de amores (mais ainda) pelos acessórios que deixam a maioria das mulheres loucas e apaixonadas! Ela é a designer por trás da marca ribeirãopretana, Fah Araujo, que trabalha com bolsas exclusivas. Formada em Moda, aceitou nosso convite para falar sobre Moda e suas criações

VpM: Como a Moda entrou na sua vida? Fabiana Araujo: Desde nova, ia muito à casa da mi-

nha avó e ela sempre dava algumas coisinhas para que eu e minha irmã brincássemos. Cortávamos canudinhos co-loridos e colocávamos em lãs coloridas para fazer colares. Ela também tinha um quarto de costura, e eu vivia nele! Tinha uma caixa com mil botões, de várias cores e mode-los, caixas de linhas, agulhas, vários tecidos. Eu gostava de costurar, mas confesso que costurava pouco, fazia mesmo eram bolsinhas e bonecas de tecido. Eu, minha irmã, mi-nha prima e algumas amigas passávamos muitas tardes na minha avó e sempre pegávamos as roupas dela para montarmos looks. Tenho fotos dos “desfiles” até hoje. Na verdade, acredito que a Moda entrou na minha vida gra-ças a minha avó.

VpM: Como foi a experiência de trabalhar para uma das principais marcas de acessórios do país, como a Arezzo?

Fabiana Araujo: Foi ótima! Uma coisa que apren-di lá foi ver o que as pessoas gostam, o que elas querem comprar, o que vende. Além disso, na Arezzo, há a preocupação em mostrar à sua equipe de vendas o que se está usando, o que irá usar.

VpM: Como surgiu a Fah Araujo? Fabiana Araujo: Na época da faculdade, em um

trabalho, os alunos tinham que criar uma bolsa. Criei e adorei! Foi de tecido, com tachas e alça de corrente. Nun-ca tinha feito uma bolsa desse jeito, me virei e consegui, claro que com muitos defeitinhos! Acabei gostando de fa-zer, e acabei fazendo mais bolsas de tecido, que colocava E.V.A., para ficarem estruturadas. E sempre com tachas. Cheguei até vender uma! Com o final da faculdade, veio o TCC. No começo, não fazia idéia do que falar. Vendo uma revista de Moda, vi uma reportagem que falava das 5 bolsas clássicas. Resolvi fazer o meu TCC sobre 3 delas. Fazendo o meu TCC, foi surgindo a idéia da Fah Araujo. No final, já sabia o que queria.

VpM: Onde você busca inspiração para suas criações? Fabiana Araujo: Busco inspiração em todo lugar.

Em muitas revistas, na internet, nas ruas, shoppings, bares, festas, nas bolsas de outras marcas. Em tudo da para se inspirar.

VAGAS MODAPARAAline Olic

www.vagasparamoda.com.br

VpM: Qual material usado para criação? Fabiana Araujo: As bolsas são confeccionadas em

couro. Para a compra do couro, levei meu pai e um amigo para me ajudarem a olhar se não havia muitas marcas já que o couro tem marcas naturais, como mar-ca de carrapato, riscos e nervuras. São utilizados me-tais como tachas, fechos, fecho éclair, entre outros. Uso tudo da melhor qualidade, sempre.

VpM: Quais as marcas e/ou grifes que você mais admira? E qual modelo?

Fabiana Araujo: Uma das grifes que eu mais ad-miro é a Hermès, pois os modelos das bolsas são sim-ples, “limpas”. São modelos clássicos, a pessoa pode usar sempre. Gosto muito de bolsas clássicas. Tanto que as que eu crio, são modelos mais clássicos. Não crio modelos loucos e extravagantes. Claro que gosto de bolsas diferentes também, mas sempre opto pelos clássicos. Admiro muito também a Louis Vuitton, uma grife que está há anos no mercado, e sempre muito bem, sempre desejada. Tem a Chanel, que não tenho nem o que comentar. Para mim, só elogios.

VpM: Carregar uma Chanel verdadeira, grita sta-tus, e isso não há quem negue. Em sua opinião, você acredita que a maioria das pessoas que usam bolsas de grifes, as utilizam mais por status e menos por sua his-tória e o que ela significa?

Fabiana Araujo: Na minha opinião, muitas pes-soas que usam essas bolsas de grife, com certeza as usam por status. Claro que elas também pensam, na hora em que adquirem uma, que vão pagar pela qua-lidade e a história da grife. Mas o status, com certeza, acaba falando mais alto. Porque se não fosse, essas pes-soas comprariam uma bolsa parecida ou igual de uma grife com o preço mais baixo, pois hoje em dia muitas marcas criam/copiam bolsas de grifes. Infelizmente no mundo é assim, as pessoas gostam de mostrar status. Não são todas, mas são muitas.

VpM: Você tem planos para 2014 com a Fah Araújo?

Fabiana Araujo: Serão criados novos modelos e pretendo, logo, colocar online o e-commerce da marca.

Aline OlicPós graduada pela FGV emAdministração de Empresas

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Sarau de Lançamento daEdição 007

IreneEly

Vivi AdéliaJugurta

Nida e Aldair

Cida e RosaToledo e Guilherme

Dr. Anníbal

Aldair e Heloísa

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Revista “Ponto & Vírgula”

Heloísa, Lu e Carmen Carolina, Vivi e Luís Alberto

Rita e Elisa

Maria Célia e Marli

ConvidadosElaine e Giovana

Marisa e Marcos

Tereza e Neide

Rosicler

Nely, Jannes e Magali

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Francine

Irene e Lucília

Luís Alberto

Maria Odete, Lucy, Shirley, Eunice, Magda, Graça

Dr. Anníbal

Vivi e Luís Alberto

Cléo Reis e Irene

Tórtoro

Sílvia, Wilma e Lucília

Dr. Ithamar

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Cezar Augusto Batista

Próximos lançamentos

“Histórias de Arquibaldo”“Vamos gozar... a Vida?”

Aguardem!

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