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Do Fundo do Baú Jugurta de Carvalho Lisboa: cronista de uma vida. Ano 1 | Edição 005 | Maio 2013 |ISSN: 2317-4331 seu primeiro poema aos 5 anos. Toninho, escreveu Poeta mirim

Revista Ponto & Vírgula - Maio 2013

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A revista "Ponto & Vírgula" traz na edição de maio, eu sua capa, o escritor Jugurta de Carvalho Lisboa.

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Do Fundo do BaúJugurta de Carvalho Lisboa: cronista de uma vida.

Ano 1 | Edição 005 |Maio 2013 |ISSN: 2317-4331

seu primeiro poema aos 5 anos.

Toninho, escreveu Poeta mirim

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EditorialÍNDICEAbril_2013

ExpEdiEntEDireção Geral: Irene Coimbra - [email protected] • Edição: Ponto & Vírgula Editora e Produtora de Eventos • Dep. Comercial: Paulo ou Irene - (16) 3626-5573 / 9733-2577 • Coordenador Editorial: Francine Muniz (MTb 44.300) • Coordenador de Produção Gráfica: Edmundo Cruz Canado • Diagramação e Arte: Natasha Valera Canado - Rosivaldo Antonio dos Santos • Impressão: São Francisco Gráfica e Editora • Fotografia de capa: Aline Olic • Fotografia: Lu Degobbi, Aline Olic e Heloísa Crosio.Tiragem: 3 mil exemplares.Os artigos assinados são de responsabilidade do autor. A opinião da revista é expressa em editorial.

| Irene Coimbra | Editora |

ÍNDICEMaio_2013

04 - Como comemorar 80 anos

07 - Poeta MiriM

O Nascer do Dia

O Autor

07 - Transtorno da somatização

08 - Namoro, casamento, amor

09 - HoMenageM

Bodas de Priscila Okano e André Micas

10 - A mulher na escrita sagrada

13 - CantinHo Literário

Why? Por quê?

Rimas

12 - Mãe, que saudade de você!

13 - Vagas para Moda

14 - UEI - Promovendo cultura e fazendo história

15 - O ambiente A ciência o definiria totalmente?

16 - Sarau de LançaMento Edição 004

A cada nova edição da Revista Ponto & Vírgula, cresce nosso entusiasmo e o desejo de aperfeiçoá-la cada dia mais e mais.

A partir deste mês, como poderá observar, adotamos uma nova diagramação, começando pela capa, que passa a ser nossa marca registrada.

Continuamos divulgando escritores, poetas, músicos, artistas plásticos, enfim, todos que estão ligados à Educação e Cultura, não só de Ribeirão Preto e região, como de todo o Brasil.

Nesta edição o destaque é para Jugurta de Carvalho Lisboa que, aos 79 anos, estreia no mundo literário com seu excelente livro de crônicas: “Do Fundo do Baú”.

Destacamos também o poeta mirim, Antônio Perucello Ventura, da cidade de Mococa, que, aos cinco anos, escreveu seu primeiro poema “O autor” e hoje, com 9 anos, está sempre participando de Saraus Literários ao lado dos pais, o poeta Antônio Ventura e a poetisa Débora Perucello Ventura.

A Ponto & Vírgula está recheada de artigos de talentosos escritores e é com alegria redobrada que a entregamos a você.

Esperamos que desfrute de uma agradável leitura.

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Como comemorar 80 anosEly Vieitez [email protected]

Ele é um menino de setenta e nove anos.Por que menino? Pelo entusiasmo, o otimismo, o exacerbado amor à vida. Diz sempre: Tomara que a prorrogação da partida seja bem longa e o Grande Juiz perca o apito para finalizar o jogo da minha existência.

Muito religioso, aceita os desígnios de Deus com mansidão. É grato e humilde. Enfatiza muitas vezes: Eu recebo muito mais que mereço. Não frequenta Igrejas nem Centros. Faz orações em profundo recolhimento. Em contrapartida, brinca muito, dá risadas homéricas.

Sem exagero algum, ele realmente é um workaholic. Não para o dia todo, conserta tudo em casa e fica feliz quando há algo a fazer, mesmo se tarefa árdua, sábado ou domingo.

A união familiar é um dos seus valores mais sólidos. Adora a vida em família. Saudosista em extremo, tem uma memória peculiar. Lembra de episódios, nomes, locais desde sua tenra infância.

Homem intenso, espirra alto, cantarola letras inteiras de músicas antigas. Foi músico. Quando jovem, tocava Sax Tenor na orquestra de uma cidade onde morou durante muitos anos. Aluno excelente, desde o Fundamental, contudo leu poucas obras literárias, até que oito anos atrás, viúvo, casou-se com uma escritora e acabou sendo seu secretário. Ele brinca: Leio toda sua obra, que passa pelos meus dedos, quando digito seus originais.

Há pouco tempo, em uma reunião familiar, suas filhas, que residem no Rio de Janeiro, disseram com entusiasmo: O senhor vai completar oitenta anos. Há que se fazer uma grande festa! Ele refugou. Não quis, seu desejo era outro. Há um ano começara a escrever textos sobre sua vida, desde a infância. Como disse ele, em entrevista na TV, fora picado pela Mosca Azul da inspiração. Queria publicar seu livro.

Os sonhos se realizam. Nosso herói não gosta de ficção. Optou, portanto, pela Literatura

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Testemunhal e começou a escrever crônicas e contos sobre episódios bizarros de sua vida. Publicou alguns no jornal. Os leitores gostaram.

Amante do passado, ele começou a rever cenas, fatos, episódios bizarros de sua infância e da mocidade. Vasculhou seu baú de guardados e, à noite, varava a madrugada no Computador, relembrando e teclando.

Realmente, comemorar oitenta anos com um lançamento de livro é algo expressivo. A obra será um documento vivo de sua rica história. Não são memórias, mas narrativas de acontecimentos insólitos de sua atribulada vida. Assim, dia 18 de maio, aconteceu no Hotel Nacional, o Lançamento de Do Fundo do Baú (Editora Funpec).

Jugurta de Carvalho Lisboa, nasceu em Cássia/MG em 1933, e ali viveu até 1944. A partir de então, fez vários pousos e decolagens entre Minas, São Paulo e Rio de Janeiro. Neste último permaneceu 31 anos. Em dezembro de 2004 mudou-se para Ribeirão Preto, onde se casou em segundas núpcias. Na infância e na adolescência, teve um convívio muito estreito com a natureza, em busca de aventuras. Daí o seu grande espírito telúrico e saudosista que até hoje o leva a viagens memoráveis, muitas delas colocadas no papel sob forma de literatura testemunhal e que fizeram parte do livro Do Fundo do Baú, lançado dia 18 de maio de 2013. Como na vida não existem barreiras ou prazo de vencimento para novas descobertas, encontrou na terceira idade, outros horizontes que o conduziram à reformulação de hábitos, antes voltados para coisas práticas e hoje o fazem sentir o sabor de uma boa leitura e adquirir o passaporte para penetrar no fascinante reino das palavras.

Em 2009 participou da Antologia Ave, Palavra! com o poema Enigma, em 2012 da Antologia Ponto & Vírgula, com 3 crônicas (Os pássaros entendem; Procissão do enterro e Duro na Queda) e em 2013, com 5 poemas (Enigma; ?; Poema; Quem há de... e Sombra e Luz).

Ele quis usar uma epígrafe e, ao invés de citar algo de um autor famoso, ele redigiu uma pequena confissão que, em síntese, é sua minibiografia: “Quando pensei que a estrada tinha terminado, o horizonte mostrou-me que a caminhada estava apenas começando”.

Na Terceira Idade, em geral fica-se nostálgico, relembrando acontecimentos bons e ruins, que são guardados no cofre silencioso da alma. É uma pena. Confissões ricas, de vidas interessantes, concretizadas em uma experiência repleta de sabedoria, vitórias e derrotas, são documentos preciosos. É justamente na Terceira Idade que escrever é uma função catártica eficiente. Afinal, todo ser humano é uma prova viva da mais complexa obra da Criação.

Jugurta com a esposa Ely Vieitez Lisboa

Jugurta com os amigos Francisco Duarte e Antônio Tórtoro

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“Meu Pai não é um homem comum, e sim, um homem como Um (aquele que significa os eventos

da vida do seu próprio jeito). Pelo que mostra, assumiu a coragem de ser homem, filho, marido,

pai..., apropriando-se da vontade, de boas intenções, caráter e correção. Pai que ensina a nadar, a fazer raiz

quadrada, a pescar...e a viver. Homem de origem simples, dotado de espírito alegre e inteligência.

Parece que guardou, como ouro, suas experiências e suas observações; é capaz de dividi-las como um presente. Chegou aos 80 anos, revigorado de sua

coragem, não se abateu com as curvas e os buracos da vida a ponto de perder o sentido. Está pronto para celebrá-la.” Assim diz a filha Gizelda Mumic Lisboa

(psicóloga), a respeito do pai. Da esquerda para direita estão: Mirna, Gizelda, Antônio (filhos), Beatriz(nora), Magda (filha), Paulo Cesar(genro), Janaina(nora) e Jugurta Filho.

Jugurta e seu filho Antônio, têm em comum o gosto de escrever poemas. Ambos participaram da Antologia Poética Ave, Palavra! (Editora Funpec-2009) com os poemas abaixo: Enigma e A Palavra.

Palavra,tal qual a verdade,seu reino é abissal.

Mergulhar nos seus mistérios,é transpor os caminhos da loucura.

De onde viemos?Para onde vamos?

Silencia a verdade: sem palavra.

Enigma_Jugurta C. Lisboa

Do átomo, a palavra, eletrônicas letras...Sons de ânions, plutons, quantuns, quarks!

Do agitar das moléculas, nasce o verbo:Transcendência viva no explodir das estrelas.

Escrever sobre a palavra é uma contradição.Palavra é coisa que já nasce escrita por si só. É porta que abre o Reino das Possibilidades Grito que surge da inerte latência do vazio.

Máscara de baile no sonho das ideias,Depois que nasce, vira outra coisa.

(Palavra é um, é dois, é tudo... é nada).Nela, cabe um mundo... (I) mundo?

Pedaço de carne trêmula a flutuar no infinitoNo desfazer de sentido do pensante-pensado

Dá nome a quase tudo que é (ou só existe).

Palavra não dita, esquecida, apagada.Pá de cavar essências, na lavra da alma.A maior palavra de todas é o silêncio.

A Palavra_ Antônio Lisboa

Jugurta Lisboa com os filhos Jugurta Filho, Mirna, Magda e Gizelda

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poEta MiriM

Antonio Perucello Ventura (Toninho) nasceu em Ribeirão Preto/SP, em 31 de janeiro de 2004. Filho de Antonio Ventura e Débora Soares Perucello Ventura. Atualmente Antonio Perucello Ventura cursa a quarta série do ensino fundamental em Mococa. Adora ler e escrever, brincar e jogar video game. Começou a ler aos 4 anos de idade e escreveu seu primeiro poema O autor aos 5 anos, e aos 9, o poema O nascer do dia.

O autor diz poemas

que são cisnesmaravilhosos

que vivem no lago.Felizes.

O AutorÀs vezes meu coração entristece, escurece.

Mas quando olho pela janela volto a ficar feliz.

Com o sol à minha vistarenasço das cinzas como uma Fênix.Ergo minhas asas e voo pelo mundo

infinito.Quando o sol se põe, me transformo

em pedra lisacomo uma estátua que apenas vigia.

Até o nascer do diaminha forma de estátua madruga.

O Nascer do Dia

Transtorno da somatizaçãoPatrícia Toledo Viana_Terapeuta ocupacional

Gostaria de propor a reflexão sobre um conjunto de doenças que fazem li-gação entre corpo e mente: os “Trans-tornos Somatoformes”.

Segundo o DSM IV (Manual Diag-nóstico e Estatístico de Transtornos Men-tais), esses Transtornos são caracteriza-dos pela presença de sinais físicos tais como dores, inchaço, paralisia de mem-bros, vômitos, entre outros que não são completamente explicados por uma con-dição médica geral, pelos efeitos de subs-tâncias ou por outro transtorno mental.

Determinar a causa desse tipo de doença não é uma tarefa fácil. Mes-mo porque, na maioria dos casos, não é apenas um fator que a desencadeia. Resumidamente, pode-se dizer que essa é uma resposta do corpo às várias situações da vida que produzem di-ferentes sentimentos e emoções como raiva, ódio, decepção, entre outros que em geral são reprimidos, levando o in-divíduo a não ter a consciência de sua existência. Sigmund Freud, em uma de suas obras, descreveu o caso de Anna O., uma jovem que sofria de vá-

rios sintomas físicos como paralisa de membros e alterações visuais sem uma causa clínica exata. Entretanto, com o avançar do tratamento percebeu-se que uma das causas dos sintomas rela-cionava-se com recordações de seu pai.

Atendi alguns pacientes somatofor-mes com diferentes queixas. As mais comuns foram dores persistentes e inexplicáveis, paralisia de membros e, em um caso específico, crises seme-lhantes à convulsão. A semelhança que observei em todos esses casos foi a resistência em perceber e assumir sentimentos dolorosos e angustiantes, além da dificuldade de empatia e da capacidade de colocar-se no lugar do outro. Pessoas que sofrem desse trans-torno devem buscar ajuda. A primeira etapa é procurar um médico para diag-nosticar a doença. Após o diagnóstico, devem seguir as orientações quanto ao tratamento que pode ser farmacológi-co, através de medicamentos receita-dos exclusivamente pelo médico, ou tratamentos psicoterapêuticos indivi-duais ou grupais.

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Namoro, casamento, amorAnníbal Augusto Gama

Chegou o mês de maio, propício às flores e ao casa-mento. Mas todos os meses são adequados a ele. O mês de maio é também o mês da Virgem Maria, casta e bem compreendida por aquele varão mais velho do que ela, São José, o pai da boa morte.

A indissolubilidade do matrimônio, um sacramen-to, é imposta pela Igreja Ca-

tólica: até que a morte nos separe. Também São Paulo recomendava que antes casar do que arder. Incompreensivelmente, porém, o catolicismo pro-íbe o casamento aos sacerdotes. Não vejo razão para isso, pois São Pedro era casado.

Desde a mais remota antiguidade, a mulher foi in-feriorizada e sacrificada. Era até, no Antigo Testamento, considerada impura, durante os dias da menstruação.

Precede o casamento a delícia do namoro. Pelo menos o namoro do meu tempo, furtivo, e às vezes escondido. Principiava com uma troca de olhares, um sorriso. Pouco a pouco, a mocinha e o mocinho se aproximavam. Era, porém, entre eles, o silêncio e a contemplação mútua. Quando mui-to, entrelaçavam as mãos, e vinha o beijinho.

“Que beijinho doce;Que ele me trouxe!

Depois que beijei ele,Nunca mais beijei ninguém”

O cinema, a sala escura, era o lugar conveniente para o namoro. A mocinha reservava o lugar, com a sua bolsa, e o rapaz só chegava quando as luzes se apagavam, e ia principiar o filme. Ela era vigiada severamente pelos irmãos ou por uma tia velha, sol-teirona. Mas havia também o footing na praça, quan-do as moças passeavam num sentido, e os moços no sentido contrário, cruzando-se duas vezes.

As coisas mudaram muito, e para pior, pois já não existe este período de sobressalto e conhecimen-to. Hoje, logo no segundo encontro, o casal vai para a cama redonda dos motéis. Ou então se vale dos carros, estacionados numa rua escura, ou marginando o mato, na estrada. O automóvel, há cinqüenta, sessenta anos atrás, era um sonho impossível. Atualmente, é uma máquina infernal, o refúgio do egoísmo individual mais estúpido, e que mata.

Ninguém ingeria bebidas alcoólicas. Drogas, nem pensar! Éramos todos puros e ingênuos.

Quando uma moça “se perdia”, a punição era severíssima. Passava a ser enclausurada em casa, sem direito a sair, e virava uma solteirona desprezada, ou então se tornava uma beata, que não saía da igreja.

O casamento durava: os casais envelheciam, criando os filhos, as mãos entrelaçadas. O diálogo entre eles, quando as crianças já estavam dormindo, chamava-se “oaristo”, que o dicionário de Aurélio define como “entretimento íntimo, colóquio terno”.

O casamento já não dura; depois de três ou quatro anos, marido e mulher estão fartos um do outro, e divorciam-se. O divórcio consensual é tão fácil que se faz em Cartório.

O resultado são os filhos perdidos, delin-qüentes, drogados. A família pulverizou-se.

Ressalve-se que a mulher ganhou mais status. Trabalha, e muitas vezes é ela que sustenta o lar, com o marido aventureiro, ou sem profissão. Porque ela é certamente, mais inteligente do que o homem, mais sensível, e amadurece mais depressa.

Costuma-se dizer que “casamento e mortalha no céu se talha”.

Outra definição do casamento é esta: “Nup-tiae sunt conjunctio maris et foeminae, consortium omnis vitae, divini et humani juris communica-tio”, o que traduzido para língua de gente quer dizer: “As núpcias são a conjunção do homem e da mu-lher, que se associam para toda a vida, a comunhão do direito divino e do direito humano”.

Há, porém, aqueles que são contrários ao casa-mento, como Maupassant, que morreu louco: Para ele, o casamento é “uma troca de mau humor duran-te e o dia e uma troca de mau odor durante a noite”.

Todas as noivas são belas. É vê-las caminhan-do lentamente para o altar, no braço do pai, en-quanto o noivos as esperam, no altar. Elas flutu-am, são como deusas que baixaram à Terra.

Sei também de uma anedota em que o casal, indo ter com o padre, lhe perguntou se havia mal com o sexo, antes do casamento. E o padre respondeu: “Não há mal, desde que não atrase a cerimônia”.

Porque as noivas costumam atrasar para che-gar à igreja. Mas afinal, com a assistência já abor-recida, elas chegam, ao som da marcha de núpcias.

Vinha em seguida a lua de mel, a viagem. Era a Lua no céu e espiando, através da janela, o corti-nado sobre o leito nupcial.

Viver e envelhecer juntos. A casa, no silên-cio da noite.

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A grande maioria das mulheres sonha desde

criança com o “grande dia”. Nunca foi o meu sonho. Não que eu não acredite no

casamento. Pelo contrário. Eu não acredito no evento, na festa, naquele único dia que, depois de meses de planejamento, termina em 4 horas.

Pode soar banal, mas eu acredito mesmo é no amor, no casamento de almas. Aquele que não precisa de festa, que não precisa ser

HoMEnagEM

“Foi o casamento mais emocionante que já vi!”Irene Coimbra

mostrado. Ele acontece no momento que menos esperamos: na rua, em casa, na saída do cinema. E ele nos marca para sempre. Porque o sentir é para sempre.

Eu não sei se encontrei o amor da mi-nha vida, porque seria dramático demais pensar assim. Mas, definitivamente, en-contrei quem faz meu coração sorrir to-

dos os dias. E nada melhor do que dividir essa alegria com aqueles que realmente nos amam e nos querem bem, independente se as flores são amarelas ou vermelhas, se a comida é francesa ou baiana. O que importa são as pessoas, os sen-timentos bons compartilhados.

E o melhor presente nesse momento é a amizade e o carinho, porque o metal enferru-ja, o vidro quebra, as coisas podem perder a validade e se estragarem. Mas a memória de um dia bom e os amigos que resistem ao tem-po, esses sim são eternos.

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antes me referi e toca o manto de Jesus nomeio da multidão, aquela que entra na casa do fariseu sem ser convidada e se apro-

xima de Jesus, lavando-lhe os pés com suas lágri-mas e secando-os com seus cabelos. Esse, indagado em pensamento pelo preconceito moralista se sabia quem ela era, perdoa-lhe os pecados porque muito amou. O Messias sabia, mais do que ninguém, quem ela era. Seu nome marcaria aquela que o seguiria passo a passo até a cruz: Maria Madalena. Há uma citação em Mateus que fala que o Mestre caminhava acompanhado pelos apóstolos e algumas mulheres, entre as quais Maria Madalena, a que fora libertada de seus pecados, mais Joana e Suzana. E o seguem, depois, na subida do calvário.

Não posso deixar de falar de Marta e Maria, a que sustinha e a que escutava, irmãs de Lázaro. E depois, passados três dias de sua morte, a que repreendeu Jesus por não ter socorrido o amigo na doença e a que nada disse, “permanecendo dentro de casa”. E Jesus chorou antes de chamar o amigo para fora do sepulcro. As lágrimas antecedem os milagres. E o relato da ceia na casa de Lázaro ten-do esse retornado do mundo dos mortos: Marta continua servindo e Maria abre o frasco de alabas-tro com o perfume do mais puro nardo e unge da cabeça aos pés o Nazareno. Face à indignação de Judas pelo desperdício, Jesus não a interrompe. Ela o estava ungindo em vida, para o seu sepul-tamento. Mulheres, quando nada dizem, mais nos falam. Por isso uma mulher, que não conheço o nome, mas distingo a voz, grita do meio da multi-dão, ao vê-lo passar: bendito o ventre que te gerou e mais benditos os seios que te amamentaram.

Na cruz, a mãe se retira do filho das entra-nhas, para ser a mãe de todos, quando João ouve do crucificado: Eis aí tua mãe. E a ela é dito: eis ai o teu filho. Desde então, as mulheres são mães de todas as crianças do universo. Ninguém deve ficar órfão neste mundo. E na descendência de Abraão, é quebrada a linhagem somente paterna. E quem conhece o Filho conhece sua Mãe.

Maria Carpi

Nos primeiros relatos bíblicos, temos Rute, a que colhia as sobras da espiga e, depois, a espi-ga inteira. Era estrangeira, vinda de fora do povo singular e foi se aquerenciando. Depois, a sábia Judite, que virou a sorte dos Assírios pela espada. Joana D’Arc seguiu-lhe o exemplo. Ela se opunha a que os filhos de Abraão dessem um prazo para Javé defendê-los, senão passariam para o inimigo, pois no cerco que esse lhes havia feito, os poços secaram e estavam a morrer de sede. Ela advertiu: “Não pretendam exigir garantias para os planos do Senhor”. E a bela Ester, a do êxodo, a de dentro estando fora que, para libertar o povo cativo, cati-vou o rei e o reinado.

Nos Evangelhos, aparecem muitas mulheres. A mulher desce das galerias da Sinagoga para o átrio do altar. A menina Maria de Nazaré vai “às pressas” à casa de Izabel, sua prima. Gosto de pensar que sentou-se sobre um burrico manso e branco, guiado por José. A locução adverbial “às pressas” dá um movimento ao texto e uma alegria a saltar de seu coração, com a novidade das entra-nhas. E Isabel exclama: a quem devo que a mãe do meu Senhor me visite? E escutamos o diálogo de duas grávidas, arraigado ao Verbo que germina desde o ventre. Já falei do Magnificat. Se alguém quiser saber quem foi Maria da Nazaré, a fiel is-raelita, basta ler esse poema de júbilo. E temos a profetisa Ana, quando da circuncisão do menino que viu cumprida a promessa feita a Abraão, jun-to com Simeão, antes dos olhos se fecharem.

E são tantas as mulheres que surgem e falam no percurso de Jesus. Não sigo o índice nem me precave-nho em ser exata nos termos. E se em todas me detives-se, desde o pano de Verônica, a filha de Jairo, a sogra de Pedro, a mãe dos filhos de Zebedeus, a perversida-de na dança da filha de Herodiades ou o sonho aflito da mulher de Pilatos, perderia o fio da meada. Apenas deixo que surjam através da evocação emotiva as telas que intensamente me marcaram. As mais pictóricas, onde o ver esquece as letras. Assim, além da mulher que *Trecho do item 62, do livro Abrão e a Encarnação do Verbo

A mulher na escritasagrada

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cantinHo litEráriodE Bridon E arlEtE

Sonhas com um mundo melhor?Está na hora de trazer à realidade teus mais

acalentados sonhos. Só assim o “teu mundo” se transformará e viverás muito feliz.

O que vives a sonhar, meu amigo? Sonhas com bons momentos em tua vida?

Com a realização dos teus ideais? Sonhas com teu mundo mais feliz, mais sincero, mais humilde?

Desejas ver concretizado tudo aquilo com que um dia sonhavas?

São perguntas que todos se fazem. Mesmo achando que tudo está bem, que tudo já acon-teceu, sabemos que, na realidade, os sonhos são muitos e que só serão concretizados se sonhados com o coração.

Esta realidade poderá, no princípio, ser um pouco traumática. No entanto, com o passar dos dias, este “sonhas com um mundo melhor” irá pe-netrar no mais profundo de nosso ser e nos trans-formará em seres humanos felizes.

Para que os nossos desejos encontrem eco e retornem em forma de realização pessoal, faz-se necessário que saibamos caminhar com nossos próprios pés, pois só assim entenderemos o que significa alcançar objetivos.

Devemos afastar o temor de nossas mentes. O medo da não-realização pode toldar nossos pen-samentos. Com isso, haverá um retrocesso nesse processo de aperfeiçoamento e nossa escalada es-tará prejudicada.

Devemos ter fé e acreditar sempre, pois este é o único e verdadeiro caminho.

A meditação feita com convicção irá nos levar por um caminho radioso, que poderá nos propor-cionar momentos maravilhosos em nossas vidas.

Cada dia é um novo dia e em cada novo dia, um novo passo em direção às realizações.

Tenho um pé de laranja lima.Tenho um pé de lima limão.Quem quiser falar comigo

Bata na porta do meu coração.

Sou alegre sou faceiraSou do bem, sou cozinheira.

Se eu fosse malvadinhaEu seria uma feiticeira.

Rimas

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que saudade de você!

Já é madrugada e ainda continuo acordada...Tantas coisas martelando minha mentee a saudade de você me chega de repente...Imagens da infância vão aparecendoe o passado vou revivendo...................................Me vejo pequeninavendo-a fazer aquele pão caseiroque eu tanto gostava,naquele forno à lenha, vermelho de brasas...Vejo-a me abraçando e meus medos afugentando...Vejo-me adolescentee você me ouvindo sempre paciente...Vejo-a com um olhar risonhome ouvindo falar de meus sonhos...Vejo-a ao meu lado ao me tornar mãe também,cuidando de mim com um carinho sem fim...Ah, mãe, que saudade de você!....................................Você tinha mesmo que morrer?

Mãe,

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Um dos motivos que fez com que a ideia do Vagas para Moda surgisse foi exatamente o fato de não só eu (Aline) como várias amigas “sofrer-mos” com a mesma maldição. A maldição do “en-vio em vão!”. Porque, no fim, é exatamente isso que a gente sente, não? Não tem retorno, não tem nada. A gente se sente tão solitário (snif snif).

A imagem recebeu vários comentários, men-sagens, e-mails e DMs de indignição e entre um desses, foi o caso da Marcela Santos (nome fictício) que topou compartilhar conosco a sua experiência negativa. Marcela cursa a faculdade de Design de Moda e em paralelo faz um curso profissionalizan-te de Modelagem. O dia-a-dia dela, assim como de quase todo mundo, é de muita correria.

Quando a Marcela buscava uma oportunida-de de trabalho na área de Moda, deparou-se com uma vaga que julgava ser adequada ao seu perfil: Assistente de Estilo. E lá foi a Ma mandar seu cur-rículo. Bolou uma carta de apresentação, enviou seu currículo e cruzou os dedos! E deu certo por-que ela foi contatada pela empresa no dia seguinte ao envio. O contato foi por e-mail e nesse, conti-nha os seguintes dizeres:

“Para futura entrevista em nossa empresa será necessário fazer teste abaixo:

Pesquisa sobre Cubismo estilo moodboard; Fazer desenho técnico de uma jaqueta (caso o candidato soubesse fazer); Fazer ficha técnica completa da jaqueta; Elaborar um e-mail para

fornecedor solicitando alguns insumos; Elaborar uma planilha no excel de pedido de compras.”Com uma semana de prazo, a Ma correu atrás

de tudo. Ela conta que nunca havia feito uma pes-quisa no modelo moodboard e ralou para preparar e conseguir montar trazendo um resultado perfeito.

Algumas semanas após o envio de toda a pes-

quisa, nenhum contato! Ela foi atrás e tentou um contato com a empresa que mesmo assim, não se posicionou sobre o processo e sua pesquisa.

Até hoje, são ouvidos “cri cri cri” no e-mail da Ma que não recebeu uma resposta!

Quando nós ficamos sabendo de relatos as-sim, surge um velho sentimento chamado revolta. Vamos aos possíveis fatos: a empresa estaria preci-sando dessa pesquisa, mas sem funcionários para efetuarem? A empresa se coloca na posição de toda--poderosa e acha que tem o direito de não agradecer o envio e muito menos, contatar a Marcela sobre o processo de seleção? A empresa estava tirando uma onda porque não tinha mais nada o que fazer?

Como já falado, todos nós merecemos respei-to. Educação custa caro e tempo é dinheiro, certo? Poderia dizer aqui que a “culpa” não é da empresa e sim do gestor? Poderia. Mas veja bem, se sua em-presa tem uma política você deve seguí-la e se você (gestor de qualquer área) age dessa maneira, bem...

A pergunta que fica é, se uma empresa que não respeita seus funcionários e possíveis funcio-nários, como nós podemos respeitar os produtos dessa empresa?

VAGAS MODAPARAAline Olic

www.vagasparamoda.com.br

Aline Olic - Pós graduada pela FGV emAdministração de Empresas

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No ano de 1997 a 1999 a Secretaria da Cultura em Ribeirão Preto abrigou o projeto Grandes Em-presas na Literatura, onde aconteciam oficinas literá-rias, encontros semanais onde se produziam textos e publicavam em livros, que foram grandes reali-zações pessoais para muitos, e onde despontavam agradáveis surpresas. Trabalho coordenado pela es-critora Cristiane Framartino Bezerra.

Finalizado o projeto, com a idealização do então escritor João Nery Pestana e da poetisa Josy Macha-do, um grupo, formado por vinte membros, também idealistas, dando continuidade às atividades literá-rias fundou a UEI-União dos Escritores Independen-tes, marcando seu nascimento com a publicação de uma coletânea de poesias.

Esse pequeno voo, tímido, discreto, aconte-ceu em maio de 2000, quando finalizava o milênio, nascia discretamente o grupo que hoje é sinônimo de união, trabalho, e como resultado, o aprendiza-do e o nascimento de escritores que primam pela técnica apurada na produção literária. Hoje, aos doze anos de fundação tem por finalidade divul-gar o trabalho e promovendo autores ribeirãopre-tanos. Conforme seu estatuto, a entidade lança sua antologia bienalmente. A Sexta Antologia, lançada recentemente, é composta por vinte auto-res e gêneros diversos.

No grupo UEI, onde há ideias e objetivos afins, alguns são iniciandos no templo da pala-vra, outros, antigos caminheiros da senda. Nes-ses doze anos de ininterrupta atividade cultu-ral, apesar de todos os percalços, a UEI abraçou projetos grandiosos a exemplo do “Paz e Poesia”, idealizado pela poetisa Cléo Reis, o “Projeto Sa-rau no Coreto”, realizado na Praça Sete, aos do-mingos pela manhã. Tem ainda o CD “Poemas de Amor”, lançado em 2003. Trata-se de uma cole-tânea de quinze poesias de autores da entidade gravadas pelos renomados radialistas Márcia Heloísa e Luiz Schiavone Júnior. Nossa entida-de tem ainda como meta descobrir novos valo-res e trazê-los para o cenário literário.

A reunião do grupo acontece no terceiro sábado do mês, na rua Liberdade, 182, segundo andar, quando há produção de textos e leitura dos mesmos, estudo dos grandes autores e suas obras, numa troca de experiências e conhecimentos, sempre relacionados com o mundo das artes e, de uma maneira especial, com a literatura.

Aos interessados em conhecer, ou participar do grupo, basta que tenham ideais afins, pois ao explorar o mundo das artes as compensações são infinitas.

Para adquirir nossos livros ou informações: [email protected]

Promovendo cultura e fazendo história

Leda Pereira_Presidente

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O ambienteFrancisco Moura Duarte_Presidente FUNPEC-RP

“Como eu o vejo” é uma frase que, apesar de todo o esforço para expressar uma opinião impar-cial, deve ser suspeita por causa do passado, de suas experiências pessoais e do treinamento formal. Em seu pequeno clássico Flatland (Flatlândia), Edwin A. Abbott descreve uma sociedade que vivia intei-ramente dentro de um mundo bidimensional, como numa página, onde estas palavras são impressas. Os habitantes da Flatlândia tinham uma variedade de formas geométricas que permitia serem reconheci-dos como indivíduos e membros de vários estratos sociais. A ausência era qualquer coisa que expressas-se a noção de em cima e em baixo, conforme nossa familiar terceira dimensão. As casas, por exemplo, eram adequadamente representadas por plantas bai-xas; mas os telhados e os porões requeriam altura ou profundidade - conceitos estranhos aos flatlandeses.

Se um cidadão da Flatlândia fosse compor uma série de ensaios intitulados “Como eu o vejo”, talvez os habitantes de nosso mundo tridimensional fos-sem engraçados, e certamente não seriam impressos.

Considere um objeto esférico atingindo e pene-trando o mundo dos flatlandeses. Após uma pertur-bação localizada, quase todos os flatlandeses teriam sido forçados a recuar diante do círculo crescente, um círculo que eles não foram capazes de visualizar claramente. Depois que o diâmetro máximo da es-fera - o Equador - passou pela terra deles, o círculo intruso diminuiu e finalmente desapareceu. Tudo voltaria ao normal uma vez mais. Apenas o Eins-tein local, cuja mente não estava limitada pela reali-dade da Flatlândia, alegara que os recentes eventos poderiam ser, adequadamente explicados ao evocar uma terceira dimensão, dentro da qual uma “esfe-ra” poderia existir, contendo, por sua vez, não só a Flatlândia, mas um possível universo. É claro que ele estaria sujeito ao ridículo.

Não sendo um Einstein, é com considerável temor que eu me comprometo a discutir os eventos - especialmente os eventos ambientais e sociais - da maneira como os vejo. O que permite que eu seja tão impetuoso é apenas a minha convicção (em harmo-nia com os líderes de dezenas de academias e socie-dades científicas e com milhares de cientistas) de que

o ambiente, no sentido mais amplo do termo, traz o problema mais importante até agora para todas as so-ciedades humanas, sejam elas desenvolvidas ou em desenvolvimento. Questões ambientais, todos devem acabar reconhecendo, são também questões sociais.

Instigar um crescimento populacional igual a zero é invadir os assuntos familiais, religiosos, cul-turais e políticos, o que pode representar uma igno-rância abismal. Essas questões estão numa dimensão desconhecida! O meu consolo, porém, é a minha compreensão pessoal de que os problemas ambien-tais são multidimensionais. Como geneticista po-pulacional, aprendi - como todos os especialistas - a concentrar-me apenas nas dimensões de importância para minha pesquisa. Os especialistas muitas vezes introduzem afirmações captadas ao alegarem que “tudo o mais é igual”.

Coletivamente, esses ensaios representam a ma-neira como eu vejo o mundo. O mundo é complexo e, às vezes, posso comprovar involuntariamente que estou em desacordo comigo mesmo. Congratulo e agradeço aos leitores que discernirem tais inconsis-tências; essas pessoas cuidadosas são essenciais na busca de soluções duradouras. Infelizmente, esses cépticos atenciosos têm poucas chances de serem en-corajados nos campos acadêmicos e universitários. Lá, cada especialista é aconselhado a ensinar sua “especialização”. Questões ambientais/sociais não constituem matérias principais.

Esse impasse poderia ser resolvido se os instru-tores de todas as categorias fossem solicitados a mos-trar o que suas especialidades exercem nas questões. Como cada instrutor é um habitante de uma Flatlân-dia, a instrução adequada para os estudantes exigirá equipes de instrutores especializados. Cada membro dessa equipe poderia ficar incrédulo diante das ou-sadas alegações dos demais indivíduos; a incredu-lidade é um estágio intelectual inevitável que deve ser experimentada durante a expansão coletiva das mentes anteriormente focalizadas. Considere com que assombrosa admiração um flatlandês, tendo emergido da pagina sobre a qual estas palavras estão escritas, o contemplaria - se assim você o desejasse - pela primeira vez.

A ciência o definiria totalmente?“Mudanças são produzidas pela luta assim como pelo argumento, e é necessário reconhecer esse fato,

mesmo quando você está fazendo o melhor para introduzir alguma razão no processo.” J.B.S. Haldane (1939).

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Dia 20 de abril de 2013, tivemos mais um Sarau de lançamento da Revista “Pon-to & Vírgula” - Edição 004, no Hotel Na-cional da Rua Duque de Caxias, 1313 - Ri-beirão Preto.

A parte musical foi abrilhantada pelos Vio-lonistas Raphael Heijy e Berto Silva que iniciaram tocando A Casinha da Colina, de Vicente Celestino, sendo acompanhados por todos os convidados, num grande e belíssimo coral, em homenagem ao

Sarau de Lançamento daEdição 004

Prof. Dr. Francisco Moura Duarte A parte literária teve a participação de

muitos escritores, poetas e declamadores lo-cais e regionais.

Mais uma noite de magia e beleza! Mais um Sarau inesquecível!

Tudo foi gravado pelos cinegrafistas Na-tan Ferraro e Francine Rodrigues e apresenta-do no programa “Ponto & Vírgula” na TVRP dia 25 de abril de 2013.

Nilva Mariani Adélia e Zoraide

João Cunha e Jarbas Prof. Duarte e Irene

Lu e Tórtoro

Dr. Ithamar e Dra Rose

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Revista “Ponto & Vírgula”Lucília e Wilma Rosa Ventura e Debora

Raphael Heidy

Silvia Uzun

Toledo e Guilherme

Dumara Lucimara, Rennedy, Fátima e José

Irene Coimbra

Berto Silva

Ely e Jugurta

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Dr. Anníbal

Irene Coimbra

Heloísa Crosio e Irene Coimbra

Wanise, Dr. Edson, Prof. Duarte, Dr. Nelson eMarisa (Esposa do Prof. Duarte)

Luzia, Graça, Maris, Marlene,Heloísa e Giovana

Luzia Granato

Raphael Heidy e Berto Silva Wanise De Avila

Maria Lucia Cardoso

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