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Nº 1276 | junho ' 13 | Ano 30 | Mensal | Assinatura Nac. 40€ | Diretor: Jorge Sousa | Edição: Tâmegapress | Sede: Marco de Canaveses | t. 910 536 928 | Tiragem média: 15 a 25.000 ex. | OFERECEMOS LEITURA “ Universidades devem ser âncora de criação de emprego no interior ” O futuro reitor da UTAD, António Fontaínhas Fernandes, que será eleito a 5 de julho e tomará posse no final desse mês ou início de agosto, reconhece que "a crise económi- ca com que Portugal se defronta, tem vindo a produzir impactos assimétricos com re- flexo nos indicadores económicos das regiões, alterando de forma significativa a geografia do desemprego". E defende, por isso, que o atual quadro "im- põe exigências acrescidas às políticas públicas e às instituições de en- sino superior, como âncora de fixação de população e de criação de emprego no interior". Ou seja, a agenda das Universidades "deve incluir preocupações no domínio da competitividade para o crescimento e o emprego, o que reforça a importância da investigação, inovação e desenvolvimento tecnológico". Comerciantes de Penafiel torcem o nariz às obras de requalificação Os desafios futuros dos PARQUES COM VIDA Prémio GAZETA JUNHO ’ 13 repórter do marão + norte António Fontaínhas Fernandes, futuro reitor da UTAD

Revista Repórter do Marão - JUN'13 * 1276

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Revista Mensal de Informação

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“ Universidadesdevem ser âncorade criação deemprego no interior ”O futuro reitor da UTAD, António Fontaínhas Fernandes, que será eleito a 5 de julho e tomará posse no final desse mês ou início de agosto, reconhece que "a crise económi-ca com que Portugal se defronta, tem vindo a produzir impactos assimétricos com re-flexo nos indicadores económicos das regiões, alterando de forma significativa a geografia do desemprego". E defende, por isso, que o atual quadro "im-põe exigências acrescidas às políticas públicas e às instituições de en-sino superior, como âncora de fixação de população e de criação de emprego no interior". Ou seja, a agenda das Universidades "deve incluir preocupações no domínio da competitividade para o crescimento e o emprego, o que reforça a importância da investigação, inovação e desenvolvimento tecnológico".

Comerciantes de Penafiel torcem o nariz às obras de requalificação

Os desafios futuros dosPARQUES COM VIDA

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António Fontaínhas Fernandes,futuro reitor da UTAD

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conhecimento

02 junho'13 | repórterdomarão

António Fontaínhas Fernandes, 51 anos, natural de Guimarães, é professor catedrático de bioquímica ambiental,

tendo sido Presidente da Escola de Ciências da Vida e Ambiente de 2009 a abril de 2013 e membro da reitoria da UTAD de 2006

a 2012. Integra a direção da Associação do Parque de Ciência e Tecnologia do Porto (PortusPark) e foi um dos responsáveis pela

candidatura do Regia Douro Parque. É ainda membro da Comissão Consultiva de I&D da Sociedade Ponto Verde, do Conselho de Admissão e Qualificação da Ordem dos Engenheiros desde 2010, e responsável pelo projeto Douro Empreendedor da rede EmpreenDouro.As suas preferências são a leitura e o râguebi (foi antigo jogador). Lê sobretudo poesia e temas de história. Autores que está a ler: “ A vocação histórica de Portugal” de Miguel Real, “o Remorso de Baltazar Serapião “ de Valter Hugo Mãe e “Papa Francisco. Conversas com Jorge Begoglio” de Francesca Ambrogetti e Sergio Rubin. O último filme que viu foi "Para Roma com amor", de Woody Allen. Entrevista de Jorge Sousa

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RM: Quais são, em síntese, as principais linhas de força do seu projeto para a UTAD?

AFF: O programa de ação defende um “projeto coletivo e sustentável” para a UTAD, que envolve as agendas do ensino e formação, da ciência e tecnolo-gia, do desenvolvimento económico e social, bem como um conjunto de temas transversais que influenciam o cumprimento das orientações definidas. A afir-mação da UTAD como espaço de ensino de qualidade, de investigação vocacio-nada para a sociedade, que valorize um ambiente de inovação e de empreen-dedorismo, exige um conjunto de mudanças, que se traduzam na melhoria da eficiência e eficácia da organização, no fomento de uma cultura de mérito que promova e apoie os melhores, envolvendo medidas de racionalização da ofer-ta formativa e da investigação, na perspetiva de contribuir para a sustentabili-dade da Universidade.

Que Universidade quer ter no final do seu mandato de quatro anos, em meados de 2017?

A construção de um projeto coletivo e sustentável para a UTAD, exige pre-parar uma universidade situada num campus atrativo, onde os docentes e in-vestigadores gostem de trabalhar, com elevada participação e envolvimento de todos os seus colaboradores, que seja criativa e com investigação reconheci-da no exterior e que mereça um elevado reconhecimento por parte da comu-nidade. A localização da Universidade num campus de reconhecida beleza pai-sagística e de proximidade entre os seus utilizadores, associada a um efetivo apoio social aos estudantes, constituem importantes vantagens competitivas, que contextualizadas numa estratégia de atratividade e de comunicação po-dem permitir atrair mais e melhores estudantes nacionais e estrangeiros. Este cenário exige uma nova forma de funcionamento, centrada numa cultura de trabalho colaborativo, em rede, de participação e inovação, característico de uma “Universidade Inteligente”. Para tal, é crucial valorizar o principal ativo da academia: as pessoas. É necessário estabelecer as necessárias interações entre os atores da comunidade académica, potenciando o poder da inteligência cole-tiva, das condições de aprendizagem e das perspetivas de inovação permanen-tes, fundamentais para a afirmação da Universidade. Esta atitude implica um es-forço deliberado para construir e aprofundar ligações com a sociedade, visando consolidar projetos existentes e lançar novos projetos.

Face à conjuntura económica e social do país e à mudança de

paradigma quanto à criação de emprego, quais as medidas que pretende implementar nos próximos anos na Universidade?

A crise económica com que Portugal se defronta, tem vindo a produzir im-pactos assimétricos com reflexo nos indicadores económicos das regiões, al-terando de forma significativa a geografia do desemprego. Os desequilíbrios demográficos acarretam consequências diversas que em períodos de crise se revestem de especial significado em regiões sensíveis do interior. Os efeitos des-te quadro assumem uma nova dimensão que impõe exigências acrescidas às políticas públicas e às instituições de ensino superior, como âncora de fixação de população e de criação de emprego no interior. A agenda das Universidades deve incluir preocupações no domínio da competitividade para o crescimento e o emprego, o que reforça a importância da investigação, inovação e desenvol-vimento tecnológico e convida à ação específica em prol da competitividade das empresas, em particular das PMEs, bem como do investimento em compe-tências humanas, através dos programas comunitários. Nesta perspetiva, deve-rão ser explorados mecanismos que procurem garantir um alinhamento entre o programa Horizonte 2020 e os fundos estruturais, visando criar uma “escada para a excelência” e aumentar a capacidade de investigação a nível regional, bem como capacitar as regiões com menor desempenho e menos desenvolvi-das para criarem pólos de excelência. Este desígnio tem de ser articulado com as políticas europeias, devendo as Universidades marcar posição nas suas áreas de intervenção, face às perspetivas dos programas europeus que obrigam a de-finir áreas estratégicas por região.

Os milhares de jovens licenciados que não encontram trabalho nas áreas em que estudaram comprovam que é preciso mudar a formação académica no superior. Que mudanças propõe?

A atual conjuntura de crise económica tem tido um impacto negativo na cria-ção de emprego, com particular incidência nos jovens licenciados. Por esta razão, algumas licenciaturas apresentam baixos índices de empregabilidade, uma situ-ação que se espera inverter quando a economia começar a crescer. Do ponto de vista estrutural, os diplomados em determinadas áreas têm maiores dificuldades de inserção no mercado de trabalho, um assunto que deve ser equacionado no processo de reorganização da oferta educativa. O programa de ação equaciona orientações que visam promover a transdisciplinaridade e o empreendedorismo, como competências transversais a adotar quer dentro da organização, quer no

Candidato único ao cargo de Reitor da Universidade de Trás-os Montes e Alto Douro (UTAD), o professor António Fontaínhas Fernandes tem sido o rosto das mais recentes iniciativas da instituição transmontana, como a criação e desenvolvimento da rede de empreendedorismo EmpreenDouro. O ex-presidente da Escola de Ciências da Vida e Ambiente (ECVA), que liderou durante quatro anos, promete uma Universidade mais voltada para as empresas, para as instituições de ensino profissional, em suma, para a comunidade. Defende, ainda, que as instituições de ensino superior devem funcionar como "âncora de fixação de população e de criação de emprego no interior". Para a continuidade do pólo de Chaves, Fontaínhas vai "exigir o envolvimento da autarquia e das instituições locais" e relativamente à ideia da formação médica é taxativo: "as prioridades [da UTAD] não passam pela criação de um curso de medicina".

Entrevista a

FontaínhasFernandesfuturo reitor daUniversidade

“UTAD deve ser a âncora de fixação de população e de criação de emprego no interior”Orçamento da UTAD tem vindo a ser reduzido de forma drástica, com forte contenção das despesas de funcionamento. Registou-se também uma redução substancial do quadro de pessoal.

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04 junho'13 | repórterdomarão

auto-emprego, na formação ao longo da vida, garantindo que os planos de formação para jovens e adultos em fase de requalificação profissional integrem estes conteúdos. Por outro lado, a Universi-dade equaciona a formação de diplomados em situação de desemprego em contextos que permi-tam melhorar as suas competências e empregabilidade, suportada por plataformas de ensino à dis-tância e prevendo formatos de atualização de conhecimentos em regime pós-laboral.

A UTAD é reconhecida pela excelência da sua formação em algumas áreas, nomeada-mente na Enologia, na Veterinária, na Engenharia Florestal, entre outras. Contudo, também continua a formar milhares de jovens em áreas com empregabilidade residual, como nas Ciências da Comunicação, para citar apenas uma área de formação. Como pre-tende alterar este "status quo"?

O potencial de inovação da UTAD nas áreas em que possui competências reconhecidas e in-fraestruturas, como é o caso das ciências agro-florestais, agro-alimentares, ciências animal e ve-terinária, biotecnologias, envolvendo a sua ligação à química, às engenharias e tecnologias, aos processos tecnológicos e ambiente, são cruciais para responder aos desafios atuais. No entanto, existem outras linhas científicas desenvolvidas na UTAD, consideradas de interface, caso das ciên-cias humanas e sociais, que em contextos de interação com outros centros de investigação e ou-tras instituições, podem permitir potenciar áreas complementares e alavancar projetos interna-cionais inovadores.

Há mais de uma dezena de anos que se discute a redução da estrutura de recursos hu-manos da UTAD, considerada por vezes como "pesada". Como vai o próximo reitor lidar com este processo, sendo conhecidas as restrições de financiamento das universidades nos últimos anos e que se prolongarão inevitavelmente nos próximos tempos? 

A UTAD, como outras Universidades, atravessa um momento decisivo da sua história, decorren-te da diminuição do financiamento público, da dependência de receitas próprias para assegurar o seu regular funcionamento, da necessidade de reestruturação da rede pública de ensino superior e das debilidades de natureza socioeconómica da Região Norte, que assumem particular relevân-cia no interior do país. Nos últimos anos, o orçamento da UTAD tem vindo a ser reduzido de forma drástica, o que provocou uma forte contenção das despesas de funcionamento e, sobretudo, uma descida acentuada das despesas com pessoal. Deste modo, registou-se uma redução substancial do quadro de pessoal, por aposentação e por não renovação de contratos. Em relação ao futuro esta é uma preocupação essencial, pois é crucial manter recursos humanos em certas áreas que garantam a qualidade de ensino e de Investigação. Estamos assim perante um equilíbrio difícil, que obriga a fazer escolhas. É necessário fazer mais com menos recursos, o que exige introduzir mudanças inter-nas que garantam a eficiência e eficácia da organização.

Há pouco mais de um ano, numa outra entrevista ao RM, referia que era necessário in-verter a tendência da UTAD funcionar como um posto de "recruta", referindo-se à ne-cessidade da região estar dotada de uma estrutura "que fixe e crie condições para o em-preendedorismo", ou seja, que o conhecimento gerado na UTAD (e também no parceiro IPB) não saia da região. Tendo como partida o sucesso da Rede EmpreenDouro, que me-didas e projetos defende para os próximos anos para manter a região no top do empre-endedorismo nacional?

A atividade empreendedora em Portugal tem vindo a aumentar, devido às dinâmicas de-senvolvidas pelas Universidades, uma missão que urge reforçar nos instrumentos comunitários em preparação. As políticas de promoção do empreendedorismo na UTAD devem ser abrangen-tes e incluir dinâmicas de empreendedorismo social e de base rural, celebração de protocolos com entidades que pratiquem o mentoring e o coaching, para apoiar os jovens empreendedores a construir a sua proposta de valor, planos de negócios e de inovação, bem como prestar o devi-do acompanhamento nas primeiras fases de vida e de crescimento da empresa. O campus deve ser pensado como um ecossistema empreendedor, envolvendo espaços de co-working que com-binem a criatividade individual e a proatividade na aprendizagem e inovação, como via de cria-ção de emprego e de empresas.

Está em construção um parque de ciência, com dois polos, um situado em Bragança (Bri-gantia EcoPark) e outro em Vila Real (Regia Douro Parque). Que contributo espera des-tas duas instituições para a criação de conhecimento, de criação de empresas e riqueza, bem como de investigação nas respetivas áreas (energias renováveis/ambiente e clus-ter da vinha e do vinho, respetivamente), de modo a estancar a perda contínua de popu-lação (e sobretudo de quadros) na região TMAD nas últimas décadas?

A Universidade deverá prestar especial relevância ao território e aos agentes económicos, o que exige pensar um novo formato de relacionamento com os atores regionais, envolvendo o po-der político, as empresas e as suas associações, os utilizadores de conhecimento e as diferentes instituições e associações de desenvolvimento. As autarquias com o apoio da Universidade deve-rão assumir um papel mais interventivo em oportunidades de atração de empresas e de capta-ção de novos investimentos para a região, com especial enfoque no Douro, as quais deverão ser equacionadas na preparação da Estratégia Norte 2020, para o próximo período de programação. É neste enquadramento que o Regia Douro Parque deve assumir uma relevância estratégica re-gional, que permita a captação de projetos de investimento em atividades de valor acrescentado e que requeiram mão-de-obra qualificada, e na atração de novas empresas comprometidas com a qualidade de produtos e serviços. O PC&T [Parque de Ciência e Tecnologia] pode ter um efeito positivo na sustentabilidade e manutenção dos recursos naturais, no desenvolvimento de proje-tos de I&D&I [Investigação+Desenvolvimento+Inovação] e de serviços de assistência científica e

conhecimento

Universidade equaciona a formação de diplomados em situação de desemprego em contextos que permitam melhorar as suas competências e empregabilidade.

UTAD será o vértice do triângulo que integra as Universidades do Minho e do Porto, em matéria de ordenamento da oferta educativa, de capacitação de valências investigativas e de transferência de conhecimento.

As autarquias com o apoio da Universidade deverão assumir um papel mais interventivo na atração de empresas e de captação de novos investimentos.

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tecnológica em domínios selecionados e na difusão de conhecimento que contribua para o au-mento da procura científica e tecnológica e da inovação empresarial. Deste modo, o PC&T pode potenciar a transferência de conhecimento entre as instituições de ensino superior e centros de I&D [Investigação+Desenvolvimento] a elas associados e as empresas, além de disponibilizar in-fraestruturas de elevado potencial, com condições qualificadas para a promoção das start-up nas áreas de competência da UTAD.

A ideia de fusão da UTAD e do IPB é recorrente. Defende a concentração numa única en-tidade do ensino universitário e politécnico para toda a região TMAD? Ou prefere que as duas instituições cooperem em projetos de vária índole, nomeadamente licenciatu-ras ou mestrados comuns, mas prossigam caminhos separados?

As políticas públicas suportadas pelos fundos europeus tornaram o interior menos estigma-tizado, embora as disparidades de desenvolvimento se mantenham, sendo a modernização da sociedade portuguesa e a sua exposição as formas mais intensas de concorrência internacional, gerando novos fatores indutores de assimetrias. As aglomerações do litoral contrastam com a au-sência de massa crítica do interior, um fator inibidor do dinamismo económico e do acesso a ser-viços avançados, que exige uma orientação conjunta das instituições do interior do país. Neste contexto, a cooperação da UTAD com outras instituições de ensino superior deve ser perspetiva-da, num quadro de colaboração, em diversas áreas, e implementada de forma gradual visando atenuar as dinâmicas de despovoamento verificadas no interior. A exemplo de projetos estrutu-rantes para a região que a UTAD tem vindo a desenvolver com o IPB, caso da criação do Parque de Ciência e de Tecnologia e da rede EmpreenDouro, a colaboração entre estas duas instituições poderá ser de uma crescente aproximação, admitindo contextos que potenciem a cooperação de recursos humanos e de infraestruturas. No entanto, este cenário não afasta um entendimento com o triângulo que integra as Universidades do Minho e do Porto, em matéria de ordenamen-to da oferta educativa, de capacitação de valências investigativas e de transferência de conheci-mento. A consolidação da UTAD como vértice deste triângulo pode ser a alavanca do desenvolvi-mento e o braço para um novo impulso do sistema regional de inovação do Norte, numa lógica de rede do conhecimento.

Face aos constrangimentos financeiros das universidades, a investigação pode ajudar a "compor" o orçamento. Que propõe para esta área da UTAD, sabendo-se que muitos dos projetos desenvolvidos nos últimos anos foram viabilizados precisamente com os proveitos obtidos dos serviços prestados às empresas?

O reconhecido papel das Universidades na coesão territorial sustenta a possibilidade de implementação de um modelo de financiamento plurianual que atenda a esta diferenciação e considere novos contextos, com contornos "competitivos". A missão das Universidades no de-senvolvimento das regiões está bem expressa em documentos estratégicos internacionais so-bre o ensino superior em Portugal, que sublinham a importância de intervenções integradas no interior do país. Este cenário obriga a encontrar soluções para as dificuldades com que a UTAD se defronta, o que requer uma ação interventiva e proativa, articulada entre o Conselho Geral, o Reitor e as diversas estruturas de governação. Com efeito, a valorização do conhecimento e do território é um desígnio estratégico da Universidade, que poderá abrir novas oportunidades de serviços especializados e uma nova carteira de atividades económicas, geradora de receitas em áreas com competências instaladas e reconhecidas pelo mercado. Além das temáticas anterior-mente mencionadas em que a UTAD possui competências reconhecidas, importa explorar no-vas oportunidades de investigação em contextos aplicados, de serviços especializados em áre-as consideradas “não tradicionais”, envolvendo as autarquias e as comunidades intermunicipais, os agrupamentos escolares, as federações e clubes desportivos, bem como outras instituições públicas e privadas.

Quanto ao pólo de Chaves, o que pretende fazer no imediato?

Atualmente, a UTAD reparte-se pelo campus de Vila Real e pelo pólo de Chaves, uma vez que em 2009 deixou de oferecer formação regular em Miranda do Douro. O formato de distribui-ção tripolar revelou sempre uma considerável imprevisibilidade quanto ao futuro dos pólos, uma vez que nunca se concretizou a devida consolidação das infraestruturas e dos recursos humanos, nem foi definido um plano de investimentos. A situação atual exige um posicionamento rigoroso sobre o destino do pólo de Chaves, quer em termos de disseminação do conhecimento, quer em contextos educativos diferenciados, cuja solução exige o envolvimento da autarquia e das insti-tuições locais e regionais. Na sequência desta decisão, será tomada uma decisão sobre a oferta educativa, tendo sempre em atenção a Universidade como um todo.

A ideia de um Curso de Medicina na UTAD será liminarmente rejeitada no seu mandato e com a sua gestão?

A encruzilhada que se vive no ensino superior exige que a instituição se concentre nas suas prioridades, que não passam pela criação de um curso de medicina. As instituições de ensino superior atravessam um momento decisivo da sua história, decorrente da diminuição do finan-ciamento público, da dependência de receitas próprias para assegurar o seu regular funciona-mento, da necessidade de reestruturação da rede pública de ensino superior e das debilidades de natureza socioeconómica da Região Norte, que assumem particular relevância no interior do país. Este cenário exige uma maior concentração na procura de soluções para as dificuldades com que se defronta, o que requer novas dinâmicas e uma ação interventiva das diversas estru-turas de governação da UTAD.

Colaboração entre a UTAD e o IPB poderá ser de uma

crescente aproximação, admitindo contextos que potenciem a cooperação

de recursos humanos e de infraestruturas.

A situação atual exige um posicionamento rigoroso

sobre o destino do pólo de Chaves, quer em

termos de disseminação do conhecimento, quer

em contextos educativos diferenciados, cuja solução

exige o envolvimento da autarquia e das instituições

locais e regionais.

Instituição deve concentrar-se nas suas

prioridades, que não passam pela criação de

um curso de medicina.

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06 maio'13 | repórterdomarão

economia ruralpolítica | autarquias

08 junho'13 | repórterdomarão

Em setembro de 2011, a autarquia penafidelense anunciava um projeto de Regeneração Urbana, com um investimento de 10 milhões de euros para beneficiar a cidade, torná-la mais bonita e acessível a todos.Apesar de inicialmente se ter afirmado que as obras deveriam estar terminadas em finais de 2012, algumas delas já foram dadas por concluídas, mas existem ainda outras a decorrer. Concluídas ou a decorrer, certo é que estas obras não agradam à maioria dos comerciantes penafidelenses que afirmam preferir a “antiga Penafiel”, que era mais bonita, tinha mais estacionamentos e lhes trazia mais clientes para os seus negócios.

Com doze projetos de requalificação numa área de 91 300 m2 e oitenta por cento dos 10 milhões de euros comparticipados por fundos comunitários, o Projeto de Regeneração Urbana centrou-se na en-volvente ao Centro de Saúde, Quinta das Lages, Praceta da Alegria, Rua Tenente Valadim e da Saudade, Avenida Gaspar Baltar e Sameiro, Praça do Município, Rua Direita e Rua do Carmo e Avenida Egas Mo-niz, com o objetivo de dotar o centro histórico e a cidade com melhores acessos e novos espaços, que possam proporcionar mais qualidade de vida à população envolvendo-as na cidade e capazes de con-tribuir para o desenvolvimento do comércio tradicional.

Comerciantes históricos insatisfeitos com o projetoContudo, a maioria dos comerciantes do comércio tradicional de Penafiel contactos pelo Repórter

do Marão mostra-se insatisfeita com as intervenções que têm sido levadas a cabo na cidade e afirmam que lhes roubaram muitos espaços de estacionamento e, consequentemente, afastaram os clientes, que por comodismo acabam por se deslocar para os centros comerciais onde os estacionamentos são mais fáceis.

Com mais ou menos obras, passeio mais largo ou mais estreito, com Regeneração ou sem ela, Pe-nafiel continua a ser uma cidade de comércio e nem estas intervenções lhe “roubaram” este estatuto, sendo visível a quem passa por Penafiel uma avenida principal contínua, formada por quatro artérias:

Comerciantes históricos de Penafiel criticam as obras da regeneração

O que pensam os comerciantes? Colocamos duas questões a seis comerciantes das ruas mais movimentadas do centro de Penafiel, alguns de-les agentes económicos históricos da cidade.

1 - As obras pioraram os negócios. Prejudicou o meu e o dos outros, pelo menos é essa a perceção que tenho e do que vou ouvindo.Os clientes vêm menos a Penafiel, porque com as obras há menos estacionamento. Além disso, as pessoas que trabalham na zona utilizam os espaços destinados aos clientes. Em dias de feira ainda é pior para estacionar, porque ocupam os espaços pagos.As obras roubaram-nos os estacionamentos e as pessoas passam, mas é mesmo só de passagem porque não param.

2 – Não concordo com estas obras. Admito que a cidade poderá vir a ficar mais bonita, mas isso não sabemos porque as obras ainda não acabaram. Mas mesmo que fique mais bonita, piorou em termos de negócios. Passeios largos? É bonito, mas não é para o comércio. Este não foi um bom projeto, comercialmente falando. Sempre fomos conhecidos como sendo uma cidade de comércio, mas estamos a deixar de ser.

Eduardo Peixoto, 63 anos - CasanovaTem o negócio na cidadehá 60 anos

1 - As obras prejudicaram muito o negócio enquanto estiveram a decorrer. Apanhamos a altura de Natal e Páscoa com as obras em curso e nessa altura, em que deviam andar mais pessoas às compras e vendermos mais, não passava aqui ninguém. Atualmente, o facto dos negócios andarem maus, já não atribuo isso exclusivamente às obras, mas também ao facto de haver muito desemprego, das pessoas terem visto os seus subsídios cortados e até ao clima, que tem sido tão instável que não tem ajudado a vender. Vamos ver como correm as coisas daqui para a frente, mas não estão bem. Há lojas em saldo desde maio. Com as obras ficamos com menos estacionamentos, o que também nos prejudicou, porque as pessoas passaram a deslocar-se aos shopping’s, onde facilmente estacionam.

2 – Com as obras, a cidade ficou mais bonita. Acho que era necessário haver alguma intervenção ao nível dos passeios e ruas e a verdade é que agora estamos mais bem servidos. Saímos beneficiados em termos estéticos mas não em termos comerciais. Ficou a faltar nestas obras uma coisa: o aumento dos espaços para estacionar e isso devia ter sido pensado e feito.

Glória Soares, 50 anos - Lua de GroselhaEstabelecida em Penafiel há oito anos

1 - Estas obras tiveram vantagens por um lado e desvantagens por outro. Vendeu-se menos durante o período em que estas decorreram; as pessoas começam agora a voltar mas coloca-se um outro problema – a falta de estacionamento – e não havendo onde estacionar as pessoas não voltam. Aqui ficamos com menos 80 lugares de estacionamento e como as pessoas se habituaram ao comodismo e a estacionar o mais próximo possível do lugar onde querem ir, vão para os centros comerciais.

2 – Não concordo totalmente com esta filosofia do projeto. Os passeios não precisavam de ser tão largos porque muitas vezes mais parecem uma pista de ciclismo, porque as bicicletas passam aqui a grandes velocidades e quem vai a pé no passeio é que têm que se arrumar. Acho que algumas zonas ficaram mais bonitas e outras mais feias. Não gosto nada do que fizeram no Largo da Misericórdia.Em relação à estação da Mobilidade, acho que também não foi bem pensada, pois se pararem dois ou três autocarros seguidos, vão entupir o trânsito. Porque não a fizeram no Campo da Feira?Esta regeneração trouxe coisas boas e outras más, mas acho que não trouxe nenhum valor acrescentado à cidade.

Fausto Matos, 56 anos - Casa FaustoComerciante na cidade há 95 anos

Reportagem de

Mónica [email protected]

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repórterdomarão | maio'13 07 repórterdomarão | junho'13 09

Comerciantes históricos de Penafiel criticam as obras da regeneração

Concorda com as obras realizadas, com a filosofia do projeto?

Que efeito tiveram as obras no seu negócio? Melhoraram-no ou pioraram-no?1 2

1 - As obras aqui na cidade não me prejudicaram os negócios. Os negócios estão maus mas acho que não tem a ver diretamente com as obras realizadas aqui na cidade, tem a ver com o estado atual do país, com o desemprego. Pode ter havido um ou outro cliente que não tenha vindo cá por causa das obras, mas não é significativo.O trânsito sempre foi passando por aqui e as pessoas quando querem mesmo cá vir, estacionam onde podem.

2 – Concordo com as obras e com a filosofia do projeto de uma maneira geral. Isto é como em nossa casa, de vez em quando é preciso mudar, melhorar; mas as pessoas não se podem esquecer que melhorar e mudar também significa transtorno.Com as obras aqui no centro da cidade tudo ficou melhor. Só estou um bocado apreensiva em relação às obras do Sameiro, mas vou esperar pela conclusão das mesmas para depois avaliar o resultado.

Raquel Frade, 38 anos - Retrosaria CeluUma década de comércio na R. Dr. Joaquim Cotta

1 - Fomos muito prejudicados no decorrer das obras e no ano passado apanhamos o Natal e a Páscoa com obras e em algumas vezes a cidade fechada quase nos dois sentidos. E o cliente é muito bom enquanto está, mas quando se vai embora, vai mesmo, porque a oferta é muito grande; e se chega alguém aqui à cidade e ela está fechada, vai a outro sítio. E depois de se habituar, não volta.

2 – Não concordo com a filosofia deste projeto. Para mim a cidade era muito mais bonita como estava. As pedras do passeio que estavam antigamente eram mais bonitas; estas vão escurecendo e só não ficam piores porque nós, comerciantes, as vamos limpando de vez em quando.Em relação aos passeios mais largos, até concordo porque esta avenida é a avenida do comércio e as pessoas assim podem caminhar calmamente, sem se atropelarem umas às outras, mas a cidade de antigamente agradava-me mais. Principalmente a zona do Sameiro que vai ficar diferente mas para pior.Mesmo com as obras e com todas as intervenções, Penafiel continua a ser a cidade da “risca ao meio” e devia-se ter apostado mais na abertura de ruas alternativas à avenida.

Emídio Saro, 79 anos - Sapataria SarosDesde há 60 anos a calçar os penafidelenses

1 - As obras prejudicaram o meu negócio enquanto estiveram a decorrer, principalmente as do Largo da Misericórdia que nos deixou aqui encurralados durante algum tempo.Nessa altura tivemos um decréscimo ao nível dos clientes, mas agora as coisas estão a normalizar e espero que quando as obras terminarem de vez, que as vendas também melhorem e passem a ser como antigamente.

2 – Não concordo com esta filosofia de obras; não mesmo, de modo nenhum. Algumas delas não eram obras prioritárias; a cidade tinha outras prioridades, como por exemplo a requalificação e beneficiação da Escola D. António Ferreira Gomes, que precisa de ser intervencionada urgentemente.Gostava que a zona histórica fosse um exemplo de mobilidade, mas apesar destas obras não o vai ser; esta zona não ficou como devia.Entre o Penafiel de antigamente e o de agora, gostava mais do Penafiel de antigamente. Não sou saudosista nem conservadora, mas há coisas que ficam bem e outras não.

Goreti Ruão, 58 anos - Livraria Papel. Reis Meio século de história na cidade de Penafiel

duas ruas (Tenente Valadim e Saudade) e duas aveni-das (José Júlio e Sacadura Cabral) e um centro histó-rico onde existem lojas para todos os gostos e neces-sidades, muitas das quais com várias décadas e que já passaram por mais do que uma geração da família.

Faltam ligações à varianteContudo, apesar deste estatuto de cidade de co-

mércio, Penafiel continua a ser, segundo os comer-ciantes, a cidade “da risca ao meio” e as obras da Re-generação Urbana deveriam ter tido em conta esta questão e ter criado ruas paralelas, que permitissem mais alternativas para os automobilistas e que ao mesmo tempo gerassem mais lugares de estaciona-mento nas traseiras da cidade.

Outros há que defendem que existiam outras prio-ridades na cidade, ao invés de se andar a alargar pas-

seios e a melhorar os espaços existentes, caso do melhoramento de algumas escolas que estão a neces-sitar de intervenções urgentes, mas o dinheiro da Re-generação Urbana não pode ser canalizado para ou-tras áreas que não aquelas que estão diretamente ligadas à mobilidade e ao melhoramento dos espaços.

Mas de todo este projeto de regeneração que está a ser levado a cabo em Penafiel, a intervenção que está a ser efetuada no Sameiro é a que está a “doer mais no coração” dos comerciantes locais que viam aquele local como um espaço emblemático, com uma bela igreja, com um lago do qual todos se lembram desde peque-nos e com muito espaço verde.

Relativamente a esta intervenção, há aqueles que estão céticos quando à transformação positiva deste espaço, mas mantêm-se na esperança de que não per-ca a tradição e as características tão bem conhecidas

de todos os penafidelenses e de todos os que por cá passam, que geralmente não vão embora sem visitar o Santuário do Sameiro.

Em termos afetivos, a questão estética e a per-da da identidade da cidade “que era mais bonita an-tes das obras, com a sua calçada portuguesa, com os seus quiosques característicos, com os seus lagos”, são os principais argumentos apresentados pelos comer-ciantes. A redução nos lugares de estacionamento é o principal problema que apontam para estarem contra um projeto que tanto tem dado que falar na cidade.

Se a mudança vai ser boa ou má, é a dúvida que fica entre estes, que aqui nasceram, cresceram, constituí-ram família e empresas, que deram emprego às pes-soas e que não querem que se mate o comércio tradi-cional e a zona histórica desta cidade com quase dois séculos e meio de história.

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“Parques Com Vida”:projetos desenvolvidos

A marca “Parques Com Vida”, apresentada na edição de fevereiro, fruto do Projeto EQUAL “Parques Com Vida”, nasceu em 2005, fruto de um processo de debate, envolvimento, auscultação e corresponsabilização, entre agentes económicos locais, entidades públicas e associações de desenvolvimento local. Consiste numa imagem amiga do ambiente, cujo objetivo basilar é a promoção e divulgação das quatro áreas protegidas do Norte do país (Figura 1) - Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG) e Parques Naturais do Alvão (PNA), Montesinho (PNM) e do Douro Internacional (PNDI). É uma marca coletiva, que pode ser atribuída a empresas de restauração (Figura 2), alojamento, animação turística e/ou ambiental (Figura 3), bem como a pontos de venda ao público de produtos artesanais e agroalimentares de qualidade (Figura 4), nos 13 concelhos dos Parques referidos.

A sua estratégia passa pela valorização de produtos (bens e serviços) e pelo estímulo à realização de pontes concretas de cooperação entre estes setores, com vista à qualificação e ao escoamento de produtos locais. Por outro lado, com a marca “Parques Com Vida” pretende-se, a longo prazo, que os empresários e os outros atores locais aderentes capitalizem as mais-valias associadas à visibilidade turística do Parque onde se inserem, por via de uma discriminação positiva dos serviços de qualidade nele prestados.

Com objetivos de disseminar a marca “Parques Com Vida” e cimentar a rede promocional conjunta, alargada e coesa, de bens e serviços prestados nos territórios abrangidos pelas Áreas Protegidas no Norte de Portugal, encontra-se em curso o projeto “Rede de Comércio Sustentável Parques Com Vida em territórios abrangidos por Área Protegida

no Norte de Portugal” (APCV et al., 2011), financiado pela iniciativa comunitária promovida pelo Ministério da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território e cofinanciada pelo FEADER, no âmbito do Programa da Rede Rural Nacional, desenvolvido pela Associação Parques Com Vida (APCV) em parceria com a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), a Douro Superior - Associação de Desenvolvimento, a Associação de Desenvolvimento dos Concelhos da Raia Nordestina (CoraNE), e o Instituto de Desenvolvimento Agrário da Região Norte (IDARN).

Este projeto, em desenvolvimento desde o início do ano anterior e com a sua conclusão prevista para setembro de 2013, permitiu a elaboração e o desenvolvimento de análises específicas à marca “Parques Com Vida”, pretendendo-se, neste artigo, apresentar alguns elementos de diagnóstico e desafios futuros que se colocam à sua sustentabilidade.

“Parques Com Vida”: balanço crítico

Através da consulta e análise crítica de um conjunto de documentos disponibilizados e elaborados pela APCV e parceiros da marca “Parques Com Vida”, nomeadamente o seu Regulamento (APCV, 2007) e o Relatório Final de Avaliação Independente Parques com Vida (IDARN, 2008), foi realizada uma primeira abordagem de diagnóstico da marca “Parques Com Vida”. Recorrendo, posteriormente, à realização de um ciclo de quatro Workshops e Mesas Redondas, entre novembro de 2012 e janeiro de 2013, em Bragança, Vila Real, Ponte da Barca e Freixo de Espada à Cinta, territórios dos PNM, PNA, PNPG e PNDI, respetivamente, que visou a apresentação do Projeto e a promoção de um debate com

A Marca “Parques Com Vida”: passado, presente e

desafios futuros

Figura 1. Imagem do território “Parques Com Vida” (Fonte: Luís Borges) Figura 2. Atividade de restauração da Marca “Parques Com Vida” (Fonte: Adelaide Hotel)

sustentabilidade

10 junho'13 | repórterdomarão

PorAlexandra Marta-Costa, Luís Tibério e Artur Cristovão (UTAD/CETRAD, Vila Real) [email protected]

FotoADERE-PG

Page 9: Revista Repórter do Marão - JUN'13 * 1276

os atores locais ligados à restauração, hotelaria, animação e comércio sobre as formas de dinamizar uma “Rede de Comércio Sustentável Parques Com Vida”, foi identificado um conjunto de indicadores de avaliação que se resumem na Figura 5.

Verificou-se, pois, que a marca “Parques Com Vida”, implementada há cerca de oito anos, apresenta um carácter inovador, integrador e facilmente replicável. Ela resulta de um trabalho sério, congruente, integrado e em rede, realizado por um conjunto de agentes e comunidades locais, através de uma abordagem metodológica participada, envolvendo aspetos inovadores e possuidora de um portfolio de atividades e produtos bem equacionados e estruturados, que obedecem a pressupostos essenciais de qualidade, do território, sociais e ambientais.

Não obstante o conjunto de aspetos favoráveis encontrados, detetaram-se também algumas situações menos positivas, que resultaram no número reduzido de aderentes à marca “Parques Com Vida”. Destacam-se as debilidades encontradas no plano de marketing e na comunicação quase inexistente da marca, bem como os problemas relativos ao sobredimensionamento e complexidade da estrutura de direção adotada e sua inatividade.

“Parques Com Vida”:desafios futuros

O balanceamento dos fatores identificados anteriormente permite concluir que a marca “Parques Com Vida” poderá ter potencial para se afirmar no contexto nacional, sendo para isso necessário a recuperação, pela APCV, do capital de confiança gerado nos atores locais. Também é necessário que os agentes institucionais abracem de forma indelével

A Marca “Parques Com Vida”: passado, presente e

desafios futuros

Figura 3. Atividade de animação turística no território “Parques Com Vida” (Fonte: Aktiva Natura) Figura 4. Ponto de venda da Marca “Parques Com Vida” (Fonte: ADERE-PG)

a) Participação e envolvimento de vários parceiros

b) Abordagem metodológica coerente

c) Integração e diversificação de produtos e atividades

d) Importância da marca na promoção da qualidade

e) Promoção em rede dos territórios e dos produtos associados à Marca

f) Resolução ou atenuação dos problemas dos territórios abrangentes pela Marca

g) Estratégia inovadora do projeto

h) Fraca adesão à Marca

i) Plano de marketing mal concebido

j) Falha de comunicação da Marca

k) Inação da Direção da APCV

l) Sobredimensionamento e complexidade da direção da Marca

m) Insustentabilidade financeira da Marca

Figura 5. Avaliação da Marca Parques Com Vida

repórterdomarão | junho'13 11

Page 10: Revista Repórter do Marão - JUN'13 * 1276

esta marca, como destacado nas sessões de trabalho com os aderentes e com os envolvidos na marca “Parques Com Vida”. Urge saber reconhecer as assimetrias do território, respeitar a sua identidade e, ao mesmo tempo, conseguir incutir a noção de rede de atores, afirmar as suas vantagens e apostar numa disseminação credível e eficaz.

Porém, para o bom rumo da marca “Parques Com Vida”, são necessários não só pró-atividade nas suas ações, mas também a disponibilização de recursos, nomeadamente financeiros, sem os quais poderá pôr-se em causa a sua sustentabilidade e o seu contributo para o desenvolvimento económico, ambiental e social do território rural abrangido pelas áreas protegidas do Norte de Portugal.

Apresenta-se no Quadro 1, as oportunidades e ameaças identificadas para a marca “Parques Com Vida” que importam ter em consideração para o seu desenvolvimento futuro, que não pode ser desligado da realidade e heterogeneidade que caracteriza os quatro parques naturais, no que respeita a aspetos ambientais, económicos e sociodemográficos.

Com o objetivo principal de prosseguir com a discussão aqui iniciada sobre os desafios da marca “Parques Com Vida” numa agenda para o desenvolvimento dos territórios rurais, para além da apresentação dos resultados e produtos finais obtidos com o Projeto “Rede de Comércio Sustentável ‘Parques Com Vida’ em Territórios abrangidos por Área Protegida no Norte de Portugal”, irá decorrer, em setembro próximo, em Ponte da Barca, o Seminário dedicado ao tema “A Marca ‘Parques Com Vida’: do passado ao futuro”. A inscrição é gratuita, através de envio de email para [email protected].

BibliografiaAPCV (2007). Regulamento Geral da Marca “Parques Com Vida”. Associação Parques Com Vida, Freixo de Espada à Cinta.APCV; UTAD; Douro Superior; CoraNE e IDARN, (2011). “Rede de Comércio Sustentável Parques Com Vida” em territórios abrangidos por Área Protegida no Norte de Portugal”. Candidatura de projeto ao Programa da Rede Rural Nacional.IDARN (2008). Relatório Final – Avaliação Independente “Parques Com Vida”. Instituto para o Desenvolvimento Agrário da Região Norte, Vila do Conde.

• Tendência continuada para agravamento dos indicadores sociodemográficos;

• Posição periférica dos territórios;

• Deficiente perceção por parte das populações locais dos benefícios dos recursos das áreas protegidas e do seu valor económico potencial;

• Conflitos de interesses entre as populações locais e a administração das áreas protegidas;

• Dificuldade em concorrer e competir com outros territórios e marcas (nacionais e internacionais) com ofertas similares, na atração de visitantes, turistas e novos residentes e investidores;

• Instabilidade organizacional: afeta a parceria de desenvolvimento e o compromisso para com os princípios e filosofia do projeto e da marca.

• Programas de apoio ao investimento comunitários e nacionais disponíveis;

• Empenho da administração central no desenvolvimento das áreas protegidas;

• Aposta nacional no setor do turismo e em projetos diferenciadores: turismo em espaço rural, de natureza, gastronómico e cultural;

• Incentivo a criação de empresas de animação turística, de alojamento e de restauração em meio rural;

• Atração de novos investidores e novos residentes;

• Evolução da marca “Parques Com Vida” como marca nacional de referência no turismo de natureza: alargar a iniciativa à Rede Nacional de Áreas Protegidas;

• Facilitação aos agentes económicos promovida pela marca “Parques Com Vida” para a obtenção da certificação de instituições internacionais: Europarc Federation que atribui a Carta Europeia de Turismo Sustentável e a Pan Park Fundation com a certificação Pan Park.

Oportunidades AmeaçasQuadro 1. Oportunidades e Ameaças da Marca “Parques Com Vida”

“Parques Com Vida”

sustentabilidade

12 junho'13 | repórterdomarão

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22 outubro'12 | repórterdomarão22 outubro'12 | repórterdomarãoCEnTROs DE PROMOçãO PRODUTOs LOCAIs: MARCO DE CANAVESES: DOLMEN - Alameda Dr. Miranda da Rocha, 266 | T. 255 521 004 BAIÃO: DOLMEN - Rua de Camões, 296 | T. 255 542 154

Promovida pela Junta de Freguesia do Freixo, com o apoio da Câmara Municipal do Marco de Canaveses e da Dolmen, e que conta ainda com a colaboração da Estação Arqueológica do Freixo, Escola Profissional de Arqueologia, Direcção Regional da Cultura do Norte e Associação Musical Andarilhos, vai ter lugar no último fim de semana de junho a terceira edição do Mercado Romano de Tongobriga.

As ruínas da cidade de Tongobriga, com mais de dois mil anos de história, serão palco de representa-ções dramáticas, lutas de gladiadores e bárbaros, ado-rações a deuses, espectáculos de fogo, interpretações musicais e bailados do período da antiga cidade ro-mana protagonizados por mais de uma centena de ar-tistas e figurantes.

Além de dezenas de artesãos, ateliers de restauro e de arqueologia experimental, o visitante pode ainda apreciar várias iguarias gastronómicas e néctares do Concelho e da Região.

Com entrada livre, o III Mercado Romano, sob o lema "Os últimos dias do império", irá estar aberto ao público sexta das 20h00 às 24h00, sábado das 15h00 às 24h00 e domingo das 15h00 às 22h00.

Tongóbriga vai ser palco do terceiro Mercado Romano

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repórterdomarão | outubro'12 23

agenda | crónica

repórterdomarão | outubro'12 23

agenda | crónica

CEnTROs DE PROMOçãO PRODUTOs LOCAIs: MARCO DE CANAVESES: DOLMEN - Alameda Dr. Miranda da Rocha, 266 | T. 255 521 004 BAIÃO: DOLMEN - Rua de Camões, 296 | T. 255 542 154

Produção editorial da responsabilidade da DOLMEN

Comerciantes do Largo Conselheiro António Cân-dido, em Amarante, em colaboração com a associação Velha Lamparina, animam no último fim de semana de junho a segunda edição da “Feira à Moda Antiga”, que recria os usos e costumes dos anos 30 do século pas-sado.

A feira decorrerá no Largo Conselheiro António Cândido, rua 31 de janeiro e Rua António Carneiro, sen-do objetivo do evento a promoção e divulgação do ar-tesanato e cultura das gentes de Amarante, de modo a contribuir para impulsionar o turismo e a pequena economia local.

Serão comercializados diversos produtos de ar-tesanato. A gastronomia local também estará repre-sentada, nomeadamente com fumeiro, doçaria con-ventual, vinho verde e pão de Padronelo. Cantigas ao desafio, um baile de São Pedro e animação por grupos musicais e ranchos folclóricos integram o cartaz.

A Feira à Moda Antiga é promovida pela Dolmen e pela “Velha Lamparina”, instituição sem fins lucrativos que representa um movimento de artesãos portugue-ses vocacionados para recriações históricas. Município e juntas de Madalena e Cepelos também apoiam.

Amarante realiza mais uma Feira à Moda Antiga

Page 14: Revista Repórter do Marão - JUN'13 * 1276

regiões

O desemprego continua a aumentar no Tâmega e Sousa, índice que está em linha com o que acontece no país, tendo sido perdidos cerca de 7.000 postos de trabalho no espaço de um ano no conjunto dos 12 municípios que formam este espaço regional. Paredes, Penafiel, Paços de Ferreira e Marco de Canaveses continuam a ser os municípios com mais inscritos do IEFP.

Só o comportamento de Felgueiras inverte esta tendência, a provar que a refundação do setor do calçado está a gerar resultados positivos, embora numa matriz completamente dife-rente do passado, ou seja, gera muito menos postos de trabalho. As grandes fábricas de mão de obra intensiva desaparecerem e apenas sobreviveu quem apostou em novos mercados e em valor acrescentado. Não é à toa que o calçado português é hoje o segundo mais caro do mundo, logo a seguir ao italiano. Uma evidência nos últimos números conhecidos do IEPF: de janeiro a maio foram criados 559 postos de trabalho em Felgueiras, enquanto em Paredes, onde predomina a indústria intensiva da madeira e mobiliário, tal como em Paços de Ferreira, desapareceram 634 empregos. Penafiel perdeu 350 empregos em igual período.

O número de desempregados aumentou quase três por cento (44.616 pessoas sem traba-lho), o que significa uma taxa de 18,2%, cinco décimas acima da média do país.

14 junho'13 | repórterdomarão

Mosteiro de Alpendurada classificado

O Mosteiro de Alpendurada foi classificado como monumento de inte-resse público, segundo portaria publicada em Diário da República. A classifi-cação inclui a igreja e a sacristia. Na proposta da Secetaria de Estado da Cul-tura escreve-se que o imóvel revela “o interesse do bem como testemunho simbólico ou religioso e o seu valor estético, técnico e material intrínseco”.

Também conhecido como Mosteiro de São João Batista ou Convento de Alpendurada – fundado em meados do século XI, ainda antes do “início do processo de formação da nacionalidade” – exerceu uma “grande influência na vida das comunidades rurais” existentes à sua volta, tendo desta forma interferido “na organização social, no desenvolvimento da agricultura e no processo de repovoamento do norte do país”.

A classificação fixa uma Zona Especial de Protecção (ZEP) em redor do edifício.

Desemprego cresce no Tâmegaapesar de recuperação em Felgueiras

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publireportagem

Solgás inova nasenergias renováveis enos sistemas de climatização

A empresa Solgás está sedeada no Marco de Canaveses desde 1979, ten do iniciado a sua atividade

como empresa de distribuição de gás pelo Sr. José Fernando Pinheiro Ribeiro. Ao longo dos anos foi notória a evolu-ção na área de instalação de redes de gás, aquecimento central, climatização, canali-zação de águas e energias renováveis.

Com um quadro técnico reconhecido qualificado, a Solgás assegura adequada execução dos trabalhos de acordo com os requisitos legais e as regras de boas práti-cas exigidas nesta área.

Ricardo Ribeiro é o novo rosto desta empresa cada vez mais virada para o fu-turo. Segundo o empresário, optando por uma bomba de calor em detrimento de uma caldeira a gasóleo, é possível ob-ter uma poupança de até 60 por cento nos custos anuais com aquecimento.

Considera que as energias renová-veis são uma aposta com futuro?

Sem dúvida alguma. Com o aumento de preço dos combustíveis fósseis torna--se imperativo a utilização de sistemas ba-seados nas energias renováveis. Com esse aumento do preço das energias conven-cionais, torna-se incomportável manter o conforto nas nossas casas. Apenas como exemplo, é de conhecimento público que o Estado Português pretende equiparar o preço do gasóleo de aquecimento ao ga-sóleo rodoviário, até 2014. Neste sentido, é-nos de todo útil que comecemos a pon-derar outro tipo de solução, como exem-plo a tecnologia aerotérmica (bomba de calor) ou biomassa (pellets e lenha).

De que forma se pode tirar partido dessas energias?

A Solgás, em parceria com a Casaplus, apresenta soluções de elevada eficiência energética no âmbito do aquecimento de águas sanitárias e/ou piscinas, climati-zação ambiental e micro produção elétri-ca (fotovoltaico).

Portugal é um dos países europeus com maior exposição solar, entre duas a três mil horas por ano. Este facto torna os sistemas solares térmicos e os sistemas solares fo-tovoltaicos em excelentes investimentos. Com o sistema solar térmico podemos capturar a energia produzida pelo sol para aquecimento da água que utilizamos para os banhos, podemos com a energia em ex-cesso efetuar o apoio ao nosso aquecimen-to de uma piscina ou mesmo dar o apoio ao nosso sistema de aquecimento de baixa temperatura. No que diz respeito aos siste-mas solares fotovoltaicos podemos utili-zar o sol para produzirmos energia elétrica, para posteriormente vendermos ao nosso fornecedor (ex. EDP). Esta energia rodeia--nos a todos e é gratuita, porque não uti-lizá-la para nosso proveito?

Quais os benefícios de ter uma insta-lação de painéis solares térmicos?

Um sistema de solar térmico força-do para aquecimento de águas sanitárias pode “oferecer” até 70-80% das necessida-des anuais de uma família, o que quer di-zer que apenas iremos utilizar 20-30% das energias convencionais como apoio ao aquecimento da água sanitária.

Ainda é preciso gás ou eletricidade de-pois de adquirir um painel solar térmico?

Sim. Os sistemas solares térmicos ne-cessitam de um apoio, pelo que é neces-sária a instalação de um equipamento que possa perfazer as necessidades diárias da água quente.

Mas se eu não quiser ter instalação de gás, quais são as alternativas?

Mesmo ao nível dos sistemas de apoio, temos soluções de elevada eficiência energética, como por exemplo a bomba de calor ou a caldeira a biomassa (pellets e lenha). As soluções que apresentamos vão sempre de encontro às necessidades do nosso cliente.

Se eu tiver uma painel solar térmico, deixo de ter custos com a água quente no futuro?

Não. No inverno, e eventualmente em alguns dias de verão, o sistema solar pode-rá não aquecer a água para todas a neces-sidades diárias pelo que é sempre neces-sário ter um apoio que apenas irá elevar a temperatura da água previamente aque-cida pelo sol, à temperatura desejada.

Este tipo de sistemas de aquecimento/ refrescamento/ arrefecimento, aliados aos sistemas solares e às fontes de calor ba-seadas em tecnologias renováveis permi-tem que possamos desfrutar do conforto nas nossas habitações de forma eficiente e rentável.

Quando fala em fontes de calor está--se a referir a quê propriamente? Qual a melhor opção?

As fontes de calor são os equipamen-tos que aquecem a água que posterior-mente é enviada para os sistemas de aquecimento, como os radiadores, piso radiante, ventiloconvectores, etc. Quan-do falamos em fontes de calor baseadas em energias renováveis, estamos a falar nas bombas de calor, caldeiras (pellets e lenha), entre outras, em que o combustí-vel não é de origem fóssil mas sim natu-ral, isto é, o ar ambiente no caso das bom-bas de calor e os resíduos de madeira no caso do pellet.

A escolha da fonte de calor a imple-mentar terá que ser analisada de acordo com o sistema de aquecimento a instalar ou já instalado, com as condições da pró-pria habitação e de acordo com a vontade e expectativa do cliente.

Quais as vantagens da bomba de ca-lor e das caldeiras a pellets ou lenha?

Quando falamos em bomba de calor falamos em tecnologia aerotérmica, Isto é, a bomba de calor por cada kWh de ener-gia elétrica consumido, produz até 4 kWh de potência térmica que irá transferir para a água do nosso sistema de aquecimen-to. Isto significa que com 1 kWh de ener-gia elétrica, esta fornece-nos 4 kWh em potência térmica, sendo que os 3 kWh de energia “a mais” são captados do ar am-biente. Podemos então dizer que a bomba de calor poderá ter até 400% de eficiência, ao contrário das caldeiras de gás ou gasó-leo convencionais que têm um rendimen-to de mais ou menos 80%. Por exemplo, ao optarmos por uma bomba de calor em detrimento a uma caldeira a gasóleo po-

demos chegar a uma poupança de 60% nos custos anuais com aquecimento. As caldeiras de biomassa são outras das solu-ções que apresentamos.

Como combustível utilizam as pellets de madeira que são um combustível or-gânico de forma cilíndrica, em que a sua produção provém de serrim e resíduos de madeira. Este combustível tem um poder calorífico equivalente a 5 kWh/kg, teores de humidade e cinzas abaixo de 10% e 0,5%, respetivamente. Estas carac-terísticas permitem uma combustão efi-ciente, de alto valor energético e prati-camente limpo. Ao compararmos com a bomba de calor é um equipamento com um pouco menos de eficiência energé-tica, mas mesmo assim e comparando com o gasóleo, apresenta uma poupan-ça na ordem dos 40%.

Mas e se eu tiver um sistema de aquecimento por radiadores, também é possível optar por este tipo de fonte de calor?

Sim. As bombas de calor Solius apre-sentam uma gama de equipamento de Alta Temperatura mantendo a eficiência de 400%, pelo que poderá ser colocada em substituição de uma caldeira a gás ou a gasóleo. Tal como as bombas de calor, as caldeiras a pellets ou lenha poderão subs-tituir as caldeiras de combustível fóssil con-vencionais.

Os técnicos credenciados da Solgás, em parceria com o Departamento de En-genharia da Casaplus, efetuarão um leva-mento pormenorizado do sistema exis-tente, por forma a idealizar qual a melhor fonte de calor a instalar com o intuito de tornar o seu sistema de aquecimento no mais eficiente e económico possível.

Solgás apoia a formaçãoNo passado dia 27 de maio a Solgás recebeu, nas suas instalações, os alunos do

curso Profissional Técnico de Energias Renováveis - Sistemas Solares, da Escola Secun-dária/3 Prof. Dr.º Flávio Pinto Resende, de Cinfães.

A visita dos futuros técnicos teve como objetivo promover a sua interação com a temática através de uma ação de formação prática, por forma a complementar o co-nhecimento teórico adquirido nas aulas. A formação foi orientada pelo Sr. Ricardo Ri-beiro, Sócio Gerente da empresa Solgás, Eng. Nuno Faceira, representante da Solgás, e Eng. Pedro Leandro, representante da marca Solius, que apresentaram diferentes sistemas, alimentados por diversas energias renováveis, tais como Sistemas Solares, caldeiras de biomassa e bombas de calor de aerotermia, através dos quais foi possível demonstrar o funcionamen-to dos mesmos.

Porque entendemos que a formação em contex-to de trabalho é essencial para o desenvolvimento e aprendizagem dos alunos, a Solgás acolhe diversos es-tagiários proporcionando – lhes um contacto direto com a sua futura profissão.

Ricardo RibeiroSócio-Gerente Solgás

PREPARE-SE PARAO VERÃO COM A NOSSA

VASTA GAMA DEAR CONDICIONADO

A energia viva

[Créditos: Jornal A Verdade (texto e imagens)]

Page 16: Revista Repórter do Marão - JUN'13 * 1276

regiões

16 junho'13 | repórterdomarão

O presidente da Turismo do Porto e Nor-te (TPNP) garantiu que será criada uma dele-gação no Douro da TPNP, com a marca Douro, apesar de não estar formalmente prevista na nova lei que entrou em vigor em maio e que fundiu a Turismo do Douro, anteriormente se-diada em Vila Real, na Entidade Regional de Turismo do Porto e Norte de Portugal (TPNP).

Melchior Moreira referiu que a escolha da localização não será imposta, mas escolhi-da pelos autarcas da Comunidade Intermuni-cipal do Douro (CIMDouro). Ao Douro ficará também associado, segundo o responsável, o "produto estratégico" enoturismo, gastrono-mia e vinhos. "Achamos que ficará muito bem acoplar ao Douro a sede da região norte para o produto gastronomia e vinhos", salientou.

Turismo do Porto e Nortepromete Delegação no DouroTúnel do Marão resgatado:

o primeiro ato de um longo caminho

O resgate por parte do Estado da concessão do Túnel do Marão, fundado no incumprimento pela Concessionária Autoestrada do Marão, que parou a obra em junho de 2011, não significa que as obras da auto-estrada Amarante-Vila Real (A4) se reiniciem a curto prazo. A conclusão da obra, que deverá estar construída em cerca de 60 por cento, segundo várias fontes, será agora da responsabilidade da Estradas de Portugal (EP). Ainda antes de relançar o projeto, este organis-mo terá, contudo, de proceder à vistoria e recuperação de to-dos os equipamentos no terreno, incluíndo o túnel e lançar concursos e adjudicações, além de apresentar candidaturas a fundos comunitários para o cofinanciamento da obra. As-sim, dificilmente o prolongamento da A4 para Trás-os-Mon-tes será aberto ao trânsito antes de 2016, sendo consensu-al que os procedimentos burocráticos e a construção da obra em falta necessitam de cerca de três anos.

A concessionária Autoestradas do Marão, que junta as empresas Somague e MSF, suspendeu as obras em toda a ex-tensão da autoestrada que vai ligar Amarante a Vila Real a 27 de junho de 2011. Dois anos depois e após de um longo pro-cesso negocial, o Estado anunciou o resgate da concessão.

O Estado português "entende que se verificou o incum-primento definitivo do contrato de concessão em resultado de violações graves e não sanadas das obrigações contratu-ais", uma vez que os sublanços, cuja construção está inter-rompida, deveriam ter entrado em serviço em 13 de novem-bro de 2012.

O diferendo segue agora para os tribunais. A concessio-nária Autoestrada do Marão reagiu e anunciou que caberá aos tribunais dirimir o conflito. Para o consórcio, “caberá aos tribunais, e apenas a estes, determinar em sede própria os in-cumprimentos que tenham ocorrido, as respectivas causas e responsáveis, independentemente dos considerandos ver-tidos no despacho ora publicado, que apenas reflecte a po-sição do Estado e que a concessionária veemente, e frontal-mente, rejeita”.

Explicou ainda que o projecto do Túnel do Marão se tor-nou “crescentemente inviável” desde Dezembro de 2009 e que, não obstante os “denodados esforços da Auto-estrada do Marão e dos seus accionistas em manter o projecto em marcha, tal se veio a verificar absoluta e definitivamente im-possível”, por motivos que considerou serem “da exclusiva responsabilidade do Estado”.

A Autoestrada do Marão disse que as “longas negocia-ções” foram encerradas “em Maio de 2012, após o Estado ter

apresentado, em Fevereiro desse ano, uma proposta que via-bilizava a reestruturação da concessão”. Esta proposta foi “for-malmente aceite” pela concessionária mas “o mesmo Estado acabaria por nunca a vir a assinar”.

Empresas e transmontanos ansiosos pela obra

Empresários, autarcas e sindicato esperam há anos pelo anúncio do reinício da construção do Túnel do Marão mas re-conhecem que o processo pode demorar ainda algum tem-po. O presidente da Nervir - Associação Empresarial de Vila Real, Luís Tão, citado pela Lusa, reconheceu que o resgate "é mais um passo na direção certa, mais um degrau que está ul-trapassado", mas este responsável reconhece que estes pro-cessos "são sempre muito lentos" e portanto o reinício da obra "ainda possa demorar mais um ou dois anos".

Luís Tão queixa-se, também, de o Governo ter apresen-tado o final da ligação aérea com a existência de uma autoes-trada... que não existe.

"Perder uma ligação aérea com esse argumento já é um custo imensurável, fora o atraso da região de 20 ou 30 anos que pensávamos que podia ser encurtado com as vias de co-municação", frisou.

Também as localidades abrangidas pelas obras, a Cam-peã, freguesia do concelho de Vila Real, e Ansiães e Candemil, do lado de Amarante, anseiam pelo reinício das obras.

Alguns pequenos negócios locais perderam-se, por não poderem aguentar tanto tempo a paragem da construção.

Para o representante dos sindicatos da construção, o rei-nício das obras pode significar reabilitar mais de um milhar de postos de trabalho. Albano Ribeiro classifica esta medida de vital para a região e para o setor da construção, que perde "todos os dias centenas de postos de trabalho".

Albano Ribeiro, também em declarações à Lusa, diz que o importante "era anunciar já a data da reabertura dos tú-neis", ciente de que ainda haverá muitos trâmites antes que as máquinas e os operários voltem ao terreno.

O sindicalista teceu duras críticas ao ministro da Econo-mia, a quem acusou de "estar a fazer uma gestão mal feita" do processo e considerou ser "uma vergonha" que o Estado esteja a pagar "milhares de euros todos os meses por uma obra parada, que vai ter um custo final superior em mais de 60% do inicialmente previsto".

O Teatro de Vila Real organiza mais um ci-clo Concertos de Verão – Festival de Músicas do Mundo, que este ano cumpre a sua 10.ª edição. Até agosto, serão apresentados mais de duas dezenas de concertos, tendo como palcos o Auditório Exterior e a Esplanada do Teatro. Ao sábado, sobem ao palco principal algumas das mais interessantes vozes femini-nas da nova geração da música portuguesa – Luísa Sobral, Márcia, Cuca Roseta e Diaman-tina – ao lado de artistas consagradas, como Teresa Salgueiro e Ana Moura, que abriu o ci-clo musical. Previstas em agosto as atuações da banda Melech Mechaya e da cantora irlan-desa Niamh Ni Charra.

Concertos de Verão em Vila Real

Jorge Manuel Costa Pinheiro

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Page 17: Revista Repórter do Marão - JUN'13 * 1276

Descubra o mundo com ...

Cassandra das Neves e Daniel Dias *

crónica

repórterdomarão | junho'13 17

RESPINGOS – IV1. Começa a tornar-se monótona a frequência com que o Tribunal

Constitucional detecta inconstitucionalidades em legislação deste Go-verno. O último caso foi aquela coisa das entidades intermunicipais do Dr. (por assim dizer) Miguel Relvas. E, caso o governo avance com algumas medidas que tem anunciado, estima-se que chumbarão no Tri-bunal Constitucional — mais certo não canta um galo, como diz o nosso povo.

Aí está uma coisa que muito me espanta. Segundo se diz, o Governo gasta milhões e milhões com a assessoria de sociedades de advogados topo-de-gama. Em troca, é justo exigir que essas almas forneçam ao Governo pareceres devidamente fundamentados.

E então surge, inevitável, a pergunta: será que o Governo não man-da passar a pente fino, por esses assessores, a legislação produzida? Se não manda, devia mandar — pois justamente para isso é que servem os assessores. Se manda e eles não descobrem inconstitucionalidades que depois o Tribunal Constitucional vem denunciar (com todos os prejuízos daí decorrentes), estará talvez na hora de mandar dar uma volta ao bilhar grande a esses senhores, que, a ser verdade o que se diz, nos custam os olhos da cara — pelos vistos, para nada ou pouco menos que nada.

2. É ponto assente que não há democracia sem liberdade de imprensa. Mas a sabedoria das nações também postula que qualquer liberdade é para usar, e não para abusar. É o respeito por esse postulado que distin-gue o bom do mau jornalismo.

Vem isto a propósito da sofreguidão com que chusmas de (por assim dizer) jornalistas rodeiam as suas vítimas e as bombardeiam com per-guntas muitas vezes capciosas que não têm outra finalidade senão pro-vocar algum deslize, alguma desatenção, alguma pequena incoerência (mesmo involuntária) que depois possa ser explorada até à exaustão. Pode a vítima dizer pepitas de oiro, que isso nada interessa; mas se cai numa contradição ou deixa escapar uma inconsideração, por mínima que seja, então isso já interessa, e muito. Por outras palavras: isso já vende.

Dizem eles, os tais (por assim dizer) jornalistas, que tudo isto é em prol da verdade e da transparência. Mas na verdade é em desfavor do real interesse da sociedade. Porque — não sei já onde li isto, mas subs-crevo — bem acima de cinquenta por cento das crises e dos afrontamen-tos sociais são consequência da mentalidade tablóide e predatória desses (por assim dizer) jornalistas.

3. Quem não se lembra da célebre teoria das forças do bloqueio, que afanosamente procuravam sabotar os gloriosos esforços (infelizmente coroados de êxito) do então primeiro-ministro Cavaco Silva para des-mantelar a economia portuguesa — indústria, agricultura, pescas?

Pois parece que a teoria foi agora repescada por Vítor Gaspar, que, na sessão parlamentar de 7 de Junho, apontou o dedo ao mais improvável dos sabotadores: São Pedro.

A chuva, na esclarecida análise do ministro, foi um dos responsáveis pelo mau desempenho da construção civil nos primeiros meses do ano.

São Pedro, que, como se sabe, detém na corte celeste o pelouro da meteorologia, vem assim juntar-se ao Tribunal Constitucional como se-gunda e não menos temível força de bloqueio.

Vítor Gaspar disse aquilo sem se rir, o que não pode deixar de nos causar algumas perplexidades. E a gente bota-se a adivinhar qual será a próxima força do bloqueio a tramar o governo. O lince da Malcata? Os eclipses da Lua? A lei de Lavoisier?

[email protected]

LOs AnGELEsLos Angeles, do Estado da Califórnia, é a segunda cidade mais popu-

losa dos Estados Unidos depois de Nova Iorque, com uma população de 3 792 621 habitantes.

O idioma oficial é o inglês embora em Los Angeles, como em toda a Califórnia, se fale também espanhol – facto comum em quase todos os bares, restaurantes e hotéis, devido à grande concentração de imigran-tes latinos (47,3% dos residentes da cidade têm origem latina ou hispâ-nica).

A moeda oficial é o dólar americano e o clima de Los An-geles é quente, com baixo nível de humi-dade, sendo que as temperaturas mé-dias da região se si-tuam entre os 13ºC e os 23ºC.

Umas das carate-rísticas desta cida-de são as largas e longas avenidas a atravessar vários bairros ou municípios, sendo disso exemplo, a Sunset Boulevard ou Rota do Sol - a mais conhecida com 32 km de extensão até à praia em Pacific Palisades.

Um dos ícones mais conhecidos de Los Angeles, com 14 metros de altura e 110 metros de com-primento, é o painel construído em 1923, onde se lê Hollywoo-dland, instalado em Mount Lee. Note-se, no entanto, que uma das maiores atrações turísticas é a Calça-da da Fama compos-ta por mais de 2500 estrelas em 18 blocos.

Uma viagem de ida para Los Angeles pode custar entre 400 a 600 euros depen-dendo da época.

* Alunos do 2º ano do curso Técnico de Turismo Ambiental e Rural da Escola Profissional de Agricultura e Desenvolvimento Rural de Marco de Canaveses

A.M.PIRES CABRAL

Nota: Este texto foi escrito com deliberada inobservância do Acordo (?) Ortográfico.

Page 18: Revista Repórter do Marão - JUN'13 * 1276

EPAMAC

Page 19: Revista Repórter do Marão - JUN'13 * 1276

Produção editorial da responsabilidade da EPAMAC

Page 20: Revista Repórter do Marão - JUN'13 * 1276

Armando MiroJornalista

opinião

O que se passa em Portugal, na Europa e no Mundo não é de bom augúrio. Seja qual for a via ou o emissor, há grandes dificuldades em entender o que querem dizer. Porém, o evoluir das situações, e olhan-do para a História, mostra-nos o acelerar vertiginoso dos acontecimen-tos menores que prenunciaram os conflitos maiores da primeira me-tade do século XX.

Para além disso é cada vez mais complicado destrinçar se o que nos dizem é o adivinhar de pitonisa, o desabafo de céptico que em nada acredita, ou a visão dos raros analistas rigorosos que logo têm de cor-rigir o que há bem pouco afirmaram. Faltam ainda os meticulosos, cio-sos da sua grande honestidade intelectual, mas cada vez tão difíceis de encontrar como um melro branco, para além dos abundantes charla-tães que pululam como cogumelos em souto depois das chuvas.

É naquela categoria, que teve o seu apogeu em Delfos, que se en-quadra a grande maioria pois põe-se a adivinhar lendo os “sinais” do sangue ou das tripas da vítima, o tempo que faz ou os ventos que so-pram.

A generalidade usa e abusa da sabida ausência da memória colec-tiva ou da preguiça mental para relacionar os dados apresentados e os que os precederam. Sabe também da inoperância dos filtros da Co-municação Social entretida noutros interesses, não havendo por isso o escrutínio e a análise comparativas das situações descritas, das razões invocadas e até a evidência dos factos que negam, obliteram ou con-traditam.

E se nos grandes temas ou assuntos a clareza tarda um pouco, pois vão-se atropelando as teorias e contradições até ao esquecimento ou ao surgir de outros problemas - esquema usado para adiar soluções - há pequenos pormenores que, por o serem, poderão parecer inócu-os ou fúteis. São no entanto perigosos pois, com aquele carácter, facil-mente se generalizam e aceitam como normais.

A nível mundial, com a desculpa da segurança, até onde somos ca-pazes de tolerar a invasão de tudo o que é expressão da nossa vida pri-vada? E quando vemos ao longe a violação dos direitos dos outros, de que é que nos lembramos dos nossos que não tivemos ou dos que po-deremos perder? E por que será que as contestações se vão alargan-do como mancha de óleo por todo o planeta sem escolher ricos ou pobres?

Por cá, quando se degladiam afirmações que um diz que o ou-tro disse e o seu contrário, por que não se esclarece a verdade pelos meios disponíveis em vez de se atiçarem na esperança de que cada

um acredite no que a sua fé lhe dita e tudo fique na mesma? O “espec-táculo” da greve aos exames, e o relatório das parcerias público/priva-das (PPP´s), são exemplos recentes e flagrantes do que poderia ser a transparência e a verdade, sem o degradante desgaste dos responsá-veis e a cada vez maior e avassaladora torrente da desconfiança e má imagem dos políticos.

E por que assim vamos andando, num temor cada vez maior que apenas encontra arrimo na esperança cada vez menor de que algo possa melhorar, leva a que se vá admitindo cada vez mais o que, ainda há bem pouco tempo, nem sequer admitíamos como exercício de re-tórica. Para que não nos tirem a manteiga, seremos capazes de admi-tir que nos tirem o pão não tendo assim onde a pôr?

Publicar as listas das pessoas que têm apoios sociais, nomeada-mente na habitação e outros, ou condenar sumariamente um cida-dão que um “pide paisano” entendeu agradar ao chefe levando-o à justiça, não ofendem um sentir democrático e de cidadania plena?

Recordemos agora uma pitonisa, neste caso o pitoniso Eduardo Catroga, que se gabou de que o primeiro acordo com a troika era bom e vantajoso para nós e que foi ele que o negociou, e agora diz que foi o Sócrates e que afinal estava mal «desenhado». Depois afirma, do alto da sua sapiência, que «daqui a dez anos a História vai demonstrar que este governo e Vítor Gaspar tinham razão». Não será que, por ra-zões mais evidentes e já a altos níveis afirmada, bastaram dois anos para que a Economia, o FMI e outros responsáveis mundiais a tenham dado ao nosso “filósofo”?

E quem foi que há uns bons anos, na chefia da Nação, avisou publi-camente que as bolsas andavam a vender gato por lebre, e anos de-pois comprou, com as suas parcas economias, acções a preço de gato (que os vizinhos até dão para se verem livres deles) para depois ven-der a preço de lebre, afundando o buraco que a banca nacional cavou e vamos continuar a pagar?

Quem se lembra disto e do resto? Quem liga, interliga e relacio-na os factos para apurar a verdade? Por que razão, quando se aponta uma anomalia, discrepância, maningância, artimanha, irregularidade, ilegalidade ou vigarice, não se investiga e esclarece até uma conclu-são aceitável, plausível e esclarecedora, em vez de se vasculhar o pas-sado para encontrar algo parecido em adversário e levar ambos ao ol-vido? Será que, sejam quais forem os visados e os acusadores, estão todos mancumunados para ficar tudo na mesma? Se não é, normal-mente parece...

SÓ TEMOSPITONISAS (?)...

20 junho'13 | repórterdomarão

Um texto inédito de Eça de Queirós foi casualmente descoberto na Biblioteca Nacional e revela uma faceta até hoje desconhecida do escri-tor de Os Maias. Fica-se a saber que o jovem Eça tinha em grande apre-ço a ópera cómica e que colaborou com Jaime Batalha Reis na preparação de um libreto que seria musicado por Augusto Machado, um dos nomes mais prometedores daquele final dos anos 60 do século XIX.

Conforme se escreve na contracapa, “Composta em 1869, “A Morte do Diabo”, conhecida apenas por referências em textos dispersos dos seus li-bertistas, Eça de Queirós e Jaime Batalha Reis, esteve perdida durante 120 anos. Foi descoberto no espólio do autor da música, na Biblioteca Nacio-nal, numa partitura sem qualquer menção ao título nem aos autores. “A Morte do Diabo” mostra a expressão humorística dos seus autores, sobre-tudo Eça de Queirós, numa faceta pouco conhecida, o verso cómico”.

Esta incursão por “A Morte do Diabo, Fragmentos de uma opereta”, edi-ção de Irene Fialho, Mário Vieira de Carvalho e José Brandão, Editorial Ca-minho, 2013, é uma delícia. Em A correspondência de Fradique Mendes já havia uma séria alusão à vivência da juventude literata lisboeta. Um con-junto de jovens entusiastas por introduzir uma viragem no movimento li-terário dava imensa atenção a manifestações de índole internacional so-bre estética moderna. Composições de poetas satânicos franceses, por exemplo, eram exaltadas e transformadas como símbolos que puses-sem a ridículo a ordem literária vigente, de pendor academizante e ultrar-romântico. O mesmo se passava com as novas composições operáticas, caso de o Fausto, de Gounod, em que Mefistófeles saia triunfante, e Fradi-que (ou Eça de Queirós) observava: “Tem o escárnio, tem a violência, tem as trevas, a jovialidade e o medo. Range, ri, treme, devasta, insulta e vence”. O senhor Diabo passou a estar na moda. Eça, no verdor dos seus 21 anos, faz parte do Cenáculo da Travessa do Guarda-Mor, ao Bairro Alto. Ali se en-contram Batalha Reis, Augusto Fuschini, José Tedeschi, António e Augus-to Machado. Divertem-se a deitar abaixo a escola literária ultrarromânti-ca, propõem-se novos projetos de arte. Eça, arauto do realismo, considera que a galhofa que opereta cómica permite deve ser explorada tal como em Paris estão a dar sensação as operetas de Offenbach, o moderno mo-vimento de ideias tudo tinha a ganhar com a exploração quase histriónica do espírito satânico. Fradique era o produto das imaginações de Batalha Reis, Eça de Queirós e Antero de Quental. Teve vida curta, os seus autores cedo divergiram, porém marcou-os, como Batalha Reis escreverá perto do fim do século: “O nosso plano era considerável e terrível: tratava-se de criar uma filosofia cujos ideais fossem diametralmente opostos aos ideais geral-mente aceites. Dessa filosofia saia naturalmente uma poesia, toda uma li-teratura especial, que o Antero de Quental, o Eça de Queirós e eu, nos pro-

púnhamos construir a frio, aplicando os processos revelados pelas análises da crítica moderna, desmontando e armando a emoção e o sentimento, como se fossem máquinas materiais conhecidas e reproduzíveis”. O estu-do de Irene Fialho abrange todas estas facetas e faz-nos compreender a in-tenção estética que move estas figuras do Cenáculo.

Mário Vieira de Carvalho discorre sobre “A Morte do Diabo” no contex-to da cultura musico-teatral em Lisboa. Eça e os seus pares, sentindo-se socialmente responsáveis pela difusão do livre espírito derramado pela li-teratura, pela ciência, pela arte com espontaneidade e anarquia individu-al, estigmatizam as decadências e consideram que a arma da caricatura era a mais adequada para introduzir a nova Razão. Deviam ser usadas can-tigas ou canções e introduzir um contrapeso ao gosto convencional exi-bido na ópera de S. Carlos, devia-se exagerar o falso, pôr a caricatura em hipérbole, dar voz à pantomima e à momice burlesca. Offenbach era a re-ceita. No ataque ao Teatro de S. Carlos, escreve Eça: “O Teatro de S. Carlos não é a formação de bons atores nacionais: ao contrário, é uma manei-ra de fazer reputações aos artistas estrangeiros (…) O Teatro de S. Carlos não é um elemento de civilização, é um elemento de decadência. Uma ópera é um lupanar de áreas. Cada dueto, é uma expressão erótica, sensu-al e lasciva. Aquilo adormece a honestidade, amolece, faz o ser físico lân-guido, romanesco…”.

Escolhido o meio (a opereta cómica) conversou-se com Augusto Ma-chado, um outro entusiasta de uma grande revolução política ou social, o músico ficou encarregado de fazer a música para “A Morte do Diabo”. Foi sol de pouca dura, o libreto ficou incompleto, cada um daqueles artistas adotou um novo rumo. Augusto Machado ainda veio a aproveitar uma parte da música de “A Morte do Diabo” na sua ópera-bufa intitulada Sol de Navarra, estreada no Teatro da Trindade, em 1870, sem grande êxito. Os que os libertistas pretendiam era ridicularizar os burgueses lisboetas da Baixa, que Mário Vieira de Carvalho regista a preceito e exemplifica na parte musical. Também nos esclarece que os fragmentos que sobrevive-ram do projeto dão-nos indicações suficientes quanto ao perfeito enten-dimento que parecia existir entre o músico e os libertistas, houve excelen-te conjugação entre a blague musical e a blague literária.

E a grande revelação dessa faceta de Eça que ninguém suspeitava vem a seguir, com a apresentação do libreto, um texto pândego e cheio de vitrí-olo. É uma grande surpresa para devotos queirosianos, permite perceber esses jovens intelectuais que pretendiam implantar novos ideais e pôr ter-mo ao ultrarromantismo gasto e desorado.

Vale a pena saborear este texto de um Eça improvável que em breve vai partir para novos desígnios.

AquElES TEMPOS EM quE EçA dE quEIrÓS gOSTAVA dA ÓPErA CÓMICA

Beja Santos Ex-Assessor D.G.Consumidor

Page 21: Revista Repórter do Marão - JUN'13 * 1276
Page 22: Revista Repórter do Marão - JUN'13 * 1276

Cartoons de Santiagu

SALÃO LUSO-GALAICODE CARICATURAVILA REAL

Publicação da IV Série

[Pseudónimo de António Santos]

O olharde...

eduardO pintO 1933-2009

Amarante - Anos 60

Remendando o globo

artes

sEnsIBILIDADEs

Fundado em 1984 | Revista MensalRegisto ERC 109 918 | Dep. Legal: 26663/89

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Assinaturas | Anual: P/ Embalamento e pagamento dos portes CTT – Continente: 40,00 | Europa: 70,00 | Resto do Mundo: 100,00 (IVA incluído)A opinião expressa nos artigos assinados pode não corresponder necessariamente à da Direção deste jornal.

Esta edição foi globalmente escrita ao abrigo do novo acordo ortográfico. Porém, alguns textos, sobretudo de colaboradores, utilizam ainda a grafia anterior.

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22 junho'13 | repórterdomarão

Trabalho de Santiagu para oCartaz da exposição de Vila Real

2013

Page 23: Revista Repórter do Marão - JUN'13 * 1276

ZORAIDAPois é minha mãe, hoje ainda não podemos falar com a nossa meni-

na. Telefonei de manhã para a loja a perguntar se o computador esta-va composto, e o rapaz que me atendeu respondeu-me que estavam à espera de uma peça, e que depois me mandava uma mensagem. Esta-vam a ser quase sete da tarde e a mensagem não apareceu. E eu de re-pente fiquei tão nervosa, tão nervosa, com uma angústia tão grande a pesar-me no peito, uns calores e uns suores pelo corpo todo, como nunca me tinha acontecido. Já será a menopausa?

Faço cinquenta e quatro no dia vinte de Julho. Hei de marcar uma consulta na minha médica para ver o que ela me diz. Quantos anos ti-nha a mãe quando lhe apareceu a menopausa?

Tão cedo?Voltei a telefonar para a loja dos computadores, e o rapaz respon-

deu-me que a peça tinha acabado de chegar naquele momento, que eu podia passar por lá amanhã a meio da manhã. Claro que me mentiu, e eu fiz de conta que não entendi.

Contando este, já são três dias que não vejo a Zoraida, e parece uma eternidade.

Sabe que hoje de tarde dei comigo a pensar no bem que os compu-tadores e internet trouxeram a toda a gente, ricos e pobres, velhos e no-vos, homens e mulheres.

A Zoraida, antes de se ir embora deu-me um curso acelerado de com-putador, teve muita paciência comigo, coitadinha. Escrevi todos os por-menores num caderno. E lá aprendi a ligar o computador para nos ver-mos e conversarmos à vontade. Eu bem dizia que não ia aprender, mas a necessidade faz milagres, essa é que é a verdade.

Basta-me olhar para os olhos da minha filha para saber se ela está fe-liz ou não. A mãe tinha razão: os olhos são as janelas da alma. É assim que se diz, não é?

Ai, a princípio custou-me tanto, lembra-se mãe? Ela lá longe, na Suí-ça a olhar para nós toda sorridente, a dizer que estava tudo bem. E nós: mostra a cama, Zoraida, mostra devagarinho; mostra as paredes, mos-tra a mesa, mostra devagarinho, mas mostra tudo. E ela, coitada, a atu-rar as nossas cusquices, com uma paciência de santa.

Não, ainda não consegui aceitar, mãe. Parece um pesadelo. Como é possível que a minha Zoraida, sempre tão boa aluna, que fez tudo o que tinha de fazer sem nunca perder um ano, não tenha uma escola onde possa ensinar?

Lembra-se quando ela dizia, com muita graça: eu sou uma pofessola. Quando ela acabou o décimo segundo ano, ainda lhe disse: filha, não

será melhor escolheres outro curso. Já pensaste na engenharia, na eco-nomia, ou então na enfermagem. Doentes hão-de de haver toda a vida.

E ela respondeu-me que não queria ser infeliz.Se me tivesse ouvido talvez ainda cá estivesse. Ou não. Vai-se a ver

está tudo desgraçado. O Gualter é engenheiro civil e está no Brasil, a Rosarinho é enfermeira e está em Inglaterra, o Ludgero é economista e está muito bem em Luanda a trabalhar com um tio que é angolano, mas nem sei o que é que ele faz.

A nossa Zoraida lá está na Suíça a trabalhar num restaurante. Se não fosse a prima Ana arranjar-lhe esse trabalho, ainda agora por aqui an-dava toda chateada por não ter nada para fazer.

Não, ela diz que está bem, tudo legal, tudo certo, mas o olhar dela não me diz a mesma coisa.

Tenho tido pesadelos.Bem, vamos ver se amanhã podemos ver a nossa menina. A internet

torna as saudades mais leves. Boa noite, mãe.

António Mota

[email protected]

artes | crónica

repórterdomarão | maio'13 23

Edgar Cardoso recordado no centenário do nascimento

O centenário do seu nascimento – 11 de maio de 1913, em Resende – e os 50 anos da abertura ao trânsito de uma das maiores intervenções do projetista, a ponte da Arrábida – trouxeram para a opinião público o nome, a vida e a obra do grande Mestre das pontes em Portugal, o engenheiro Edgar Cardoso.

O engenheiro, que apesar de não ter sido o autor foi um dos grandes impul-sionadores da construção da ponte da Ermida, entre Baião e a sua terra natal, uma das últimas travessias construída sobre o rio Douro, foi um projetista de renome mundial, mas foi em Portugal que construiu algumas das pontes mais belas.

As pontes da Arrábida, no Porto, de Mosteirô (na foto, que Edgar Cardo-so considerava "a sua melhor e mais bela obra"), entre Baião e Cinfães, de san-ta Clara, em Coimbra, Edgar Cardoso, na Figueira da Foz, do Vale da Ursa, so-bre o rio Zêzere, ferroviária de s. João, no Porto e de sarmento Rodrigues, em Barca d'Alva, são alguns dos seus projetos mais conhecidos, a par da exten-são da pista do aeroporto da Madeira. O engenheiro é ainda autor de proje-tos em Macau e Moçambique.

A obra de Edgar Cardoso, que faleceu aos 87 anos, foi assinalada em diver-sas instituições de ensino superior (Porto e Viseu, entre outros) e por várias au-tarquias. Resende dedicou-lhe uma sala no museu municipal. Formou-se na Fa-culdade de Engenharia da Universidade do Porto e foi professor universitário. "Genial e muito criativo" são os adjetivos mais usados para caraterizar a sua per-sonalidade.

Paulo Morais explica como a corrupção gerou a crise

"Toma conta de mim", o singledo novo álbum de Abrunhosa

Paulo Morais, antigo vice-presidente da câma-ra do Porto e um dos principais rostos do país no combate à corrupção, lançou mais um livro onde pretende explicar como a corrupção que grassa em Portugal gerou a crise que afeta os portugueses.

Tal como afirmou à nossa revista, quando o entrevistámos em Março, Paulo Morais repete "que a corrupção é uma das causas mais profun-das da crise". O livro "Da corrupção à crise. Que fa-zer?" foi editado pela Gradiva.

Pedro Abrunhosa regressou à edição mu-sical ("Longe" foi editado em 2010) e promete disco novo em outubro. Por enquanto, chegou ao iTunes, às rádios nacionais e às plataformas online o single Toma Conta de Mim, considera-do um "aperitivo" para o novo álbum de origi-nais. 'Toma Conta de Mim' é uma canção "onde tento invocar a capacidade coletiva do afeto, de olharmos o futuro de frente sem deixarmos ninguém para trás", afirma o músico portuense.

Page 24: Revista Repórter do Marão - JUN'13 * 1276

1º Ciclo de Estudos (conducente ao grau de Licenciado)Enfermagem

2º Ciclo de Estudos (conducente ao grau de Mestre)Enfermagem Enfermagem Comunitária Enfermagem de Saúde Materna e ObstetríciaDesenvolvimento Humano e Saúde

Oferta Educativa 2013/2014

Escola de Ciências Agrárias e Veterinárias

Escola de Ciências Humanas e Sociais

Escola de Ciências e Tecnologia

Escola de Ciências da Vida e do Ambiente

Escola Superior de Enfermagem

1º Ciclo de Estudos (conducente ao grau de Licenciado)Arquitetura Paisagista Engenharia Agronómica Engenharia Florestal Engenharia Zootécnica Enologia Medicina Veterinária (Mestrado Integrado)

2º Ciclo de Estudos (conducente ao grau de Mestre)Arquitetura PaisagistaEngenharia Agronómica Engenharia FlorestalEngenharia ZootécnicaMedicina Veterinária (4º ano)Segurança AlimentarSistemas de Informação Geográfica

3º Ciclo de Estudos (conducente ao grau de Doutor)Ciência Animal Ciências Agronómicas e FlorestaisCiências Veterinárias

1º Ciclo de Estudos (conducente ao grau de Licenciado)Animação Sociocultural (a funcionar em Chaves)Ciências da ComunicaçãoEconomia Educação Básica Gestão Línguas e Relações EmpresariaisLínguas, Literaturas e Culturas Psicologia Serviço Social Teatro e Artes PerformativasTurismo (a funcionar em Chaves)

2º Ciclo de Estudos (conducente ao grau de Mestre)Ciências da Comunicação – variante em Jornalismo Ciências da Comunicação – variante em Relações Públicas e Publicidade Ciências da Cultura – Especialização em Cultura e Comunicação. Ciências da Educação - Especialização em Administração Educacional Ciências da Educação - Especialização em Animação Sociocultural

Ciências da Educação - Especialização em Comunicação e Tecnologia Educativas Ciências da Educação - Especialização em Educação de Adultos Ciências da Educação - Especialização em Educação Especial: Domínio Cognitivo e Motor Ciências Económicas e EmpresariaisEmpreendedorismoEnsino de Biologia e de Geologia no 3º Ciclo do Ensino Básico e no Ensino Secundário Ensino de Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário Ensino de Educação Pré-Escolar Ensino de Educação Pré-Escolar e Ensino do 1º Ciclo do Ensino Básico Ensino de Física e de Química no 3º Ciclo do Ensino Básico e no Ensino Secundário Ensino de Inglês e de Alemão no 3º Ciclo do Ensino Básico e no Ensino Secundário Ensino de Matemática no 3º Ciclo do Ensino Básico e Secundário Ensino de Português no 3º Ciclo do Ensino Básico e Ensino Secundário e de Espanhol nos Ensinos Básico e Secundário

Ensino do 1º Ciclo do Ensino Básico Ensino do 1º e do 2º Ciclos do Ensino Básico Ensino de InformáticaEnsino de TeatroGestão – Gestão Agrária e Agroalimentar Gestão – Gestão EmpresarialGestão – Gestão PúblicaGestão dos Serviços de Saúde Línguas Estrangeiras Aplicadas - Variante Comércio e Relações Internacionais Psicologia Clínica Psicologia da EducaçãoServiço Social – Gestão das Organizações

3º Ciclo de Estudos (conducente ao grau de Doutor)Ciências da CulturaCiências da EducaçãoCiências da Linguagem Estudos Literários

1º Ciclo de Estudos (conducente ao grau de Licenciado)Comunicação e MultimédiaEngenharia Biomédica Engenharia CivilEngenharia de Energias Engenharia de Reabilitação e Acessibilidade Humanas Engenharia Eletrotécnica e de Computadores Engenharia Informática Engenharia Mecânica Matemática Tecnologias de Informação e Comunicação

2º Ciclo de Estudos (conducente ao grau de Mestre)Comunicação e MultimédiaEngenharia Civil Engenharia de EnergiasEngenharia de Reabilitação e Acessibilidade Humanas Engenharia Eletrotécnica e de ComputadoresEngenharia Informática Engenharia Mecânica Estatística AplicadaTecnologias da Informação e Comunicação

3º Ciclo de Estudos (conducente ao grau de Doutor)Ciências FísicasDidática de Ciência e TecnologiaEngenharia Eletrotécnica e de ComputadoresInformática

1º Ciclo de Estudos (conducente ao grau de Licenciado)Bioengenharia Biologia Biologia e Geologia Bioquímica Ciência Alimentar Ciências do DesportoEcologia AplicadaEducação Física e Desporto Escolar Engenharia do Ambiente Genética e Biotecnologia Química MedicinalReabilitação Psicomotora

2º Ciclo de Estudos (conducente ao grau de Mestre)Arqueologia Pré-histórica e Arte RupestreBiologiaBiologia Clínica Laboratorial Bioquímica Biotecnologia e Qualidade Alimentar Ciências do Desporto - Especialização em Atividades de Academia Ciências do Desporto - Especialização em Avaliação e Prescrição na Atividade Física Ciências do Desporto - Especialização em Jogos Desportivos Coletivos Educação Física e Desporto - Especialização em Desenvolvimento da CriançaEngenharia do Ambiente

EnologiaGenética Molecular Comparativa e Tecnológica Gerontologia: Atividade Física e Saúde no IdosoGestão dos Recursos Naturais

3º Ciclo de Estudos (conducente ao grau de Doutor)Ciências da Terra e da Vida Ciências do Desporto Ciências Químicas e Biológicas Genética Molecular ComparativaGeologiaQuaternário, Materiais e Culturas

No ano letivo 2013/2014 alguns cursos poderão não abrir vagas.

UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO www.utad.pt