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Prémio GAZETA NOV / DEZEMBRO ’ 13 repórter do marão Nº 1280 | nov. / dezembro ' 13 | Ano 30 | Mensal | Assi. Nac. 40€ | Diretor: Jorge Sousa | Edição: Tâmegapress | Sede: Marco de Canaveses | t. 910 536 928 | Tiragem md.: 15.000 ex. | OFERECEMOS LEITURA Crise social obriga novos autarcas a grandes desafios Queremos fechar o interior ? O debate sobre a forma de fazer a reversão do declínio demográfico do interior do país tem mobilizado algumas universidades, no sen- tido de apontar caminhos para inverter uma tendência que, a não serem tomadas medidas concretas e urgentes, tornar-se-á irreversível. Num encontro sobre redes de empreendedorismo de todo o país, que teve lugar em Vila Real em novembro, o reitor da UTAD, Fontaínhas Fernandes, alertou para a desertificação do interior transmontano. O reitor da universidade, citando um estudo coordenado pela Universi- dade de Aveiro (UA), lembrou que a tendência dos fluxos migratórios mostra que o interior perderá um terço da população até 2040 e 75 por cento no final do século. “Este estudo serve assim para alertar a consciência dos decisores políticos porque o deixar andar não pode ser. Ou o país decide fechar o interior e toma as con- sequências disso, ou não quer isso e tem de agir em conformidade já para que não acorde daqui a 30 anos, quando já for tarde para resol- ver a situação”, conclui o coordenador do estudo, Eduardo Castro. José Luís Gaspar Amarante Rui Santos Vila Real Queijarias do Vale do Sousa reduzem produção mas aguentam-se

Revista Repórter do Marão - RM 1280 - nov/dezembro 2013

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Revista Repórter do Marão - RM 1280 - NOV / DEZEMBRO 2013

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Prémio GAZETA NOV / DEZEMBRO ’ 13

repórterdomarão

Nº 12

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Crise social obriganovos autarcas a grandes desafios

Queremos fechar o interior ?

O debate sobre a forma de fazer a reversão do declínio demográfico do interior do país tem mobilizado algumas universidades, no sen-tido de apontar caminhos para inverter uma tendência que, a não serem tomadas medidas concretas e urgentes, tornar-se-á irreversível. Num encontro sobre redes de empreendedorismo de todo o país, que teve lugar em Vila Real em novembro, o reitor da UTAD, Fontaínhas Fernandes, alertou para a desertificação do interior transmontano. O reitor da universidade, citando um estudo coordenado pela Universi-

dade de Aveiro (UA), lembrou que a tendência dos fluxos migratórios mostra que o interior perderá um terço da população até 2040 e 75 por cento no final do século. “Este estudo serve assim para alertar a consciência dos decisores

políticos porque o deixar andar não pode ser. Ou o país decide fechar o interior e toma as con-sequências disso, ou não quer isso e tem de agir em conformidade já para que

não acorde daqui a 30 anos, quando já for tarde para resol-ver a situação”, conclui o coordenador do

estudo, Eduardo Castro.

José Luís GasparAmarante

Rui SantosVila Real

Queijarias doVale do Sousa reduzem produção mas aguentam-se

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poder local

RM – Quando era pequenino, alguma vez disse “quando for grande quero ser presidente da Câmara”?

RS – Decididamente não. Nunca foi meu objetivo ser presidente da Câmara Municipal de Vila Real. Nem ser presidente de câmara algu-ma…

– E então qual era o seu sonho de menino?– Eu costumava dizer que queria ser rico! Estou a brincar! Dizia em

família exatamente isso, porque quem é rico pode fazer aquilo que qui-ser. E na altura dizia isso a brincar...

– Então e para conseguir esse objetivo de menino, acha que es-colheu a profissão certa?

– Não. Decididamente escolhi a profissão errada. Eu sou funcionário público, sou técnico superior na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, estou como presidente de câmara, porque nós não somos presi-dentes de câmara e antes disso estava como deputado. Um funcioná-rio público que cumpre as regras, que trabalhe no âmbito da adminis-tração, jamais chegará a rico, salvo se lhe sair a lotaria ou tenha uma grande herança.

– E costuma jogar?– De vez em quando jogo…a minha avó costumava dizer que só lhe

poderia sair o euromilhões por milagre, porque nunca jogava. Eu jogo de vez em quando e pode ser que um dia destes aconteça…espero que sim!

– Nasceu em Vila Real…– Nasci em Vila Real, no Bairro São Vicente de Paula.– E por aí foi vivendo?– Sim, eu vivi em Vila Real até aos 2 anos, depois dos 2 até aos 5 vivi

em Luanda. De lá para cá tenho vivido entre o bairro de São Vicente de Paula e a Translar.

– Viveu praticamente toda a vida aqui em Vila Real, cresceu com uma cidade liderada pelo PSD. Foram 37 anos. O que foi sen-tindo em relação à cidade?

– Eu acho que Vila Real nos últimos 37 anos evoluiu como evoluiu o país. Era impossível que tal não acontecesse. Em termos de infraes-truturas Vila Real cresceu e consolidou-se. A questão coloca-se mais na qualidade dessas infraestruturas e na sua pertinência. E também na maximização daquilo que foram os grandes projetos para Vila Real.

– Faltou visão de futuro? Visão estratégica?

Rui Santos, o novo autarca socialista de Vila Real

Queria ser rico, mas diz que escolheu a profissão errada. Foi a aposta do PS para ganhar a Câmara de Vila Real ao PSD. Conseguiu. Uma vitória que entrou para a história da cidade, por ter sido a primeira vitória do PS, em 37 anos de democracia. Chama “criminosa” à paragem das obras da autoestrada Túnel do Marão, quer ajudar os empresários a fixarem-se em Vila Real, garante que o preço da água é mesmo para descer e já pôs os motores a aquecer para o regresso das corridas de automóveis a Vila Real. Rui Santos, na primeira pessoa.

"Sou calmo, mas obstinado"

A paragem das obras no túnel, é uma paragem criminosa. (...) a obra está a degradar-se, a estragar-se. Cada dia que passa, o crime de ter aquela obra parada, aumenta.

Espero que a vontade dos transmontanos e durienses seja mais forte do que a apatia de quem hoje gere este dossiê do avião.

Entrevista de Eduarda FreitasFotos de Nuno Silva e de E.M.F.

02 nov/dezembro '13 | repórterdomarão

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– Eu julgo que sim, que faltou alguma visão estratégica. À medida que as coisas aqui vinham parar, quem aqui estava aproveitava, se-ria criminoso que não se fizesse, mas não houve um planeamento es-tratégico.

– O que aconteceu de diferente para que desta vez o PS conse-guisse ganhar a Câmara? O Rui Santos já tinha sido candidato à autarquia em 2009 e perdeu…

– Esta vitória é dos protagonistas do presente e de todos os que nunca desistiram e que sempre acreditaram na alternância. Desta vez conseguimos juntar ao PS muitos independentes, até militantes de outros partidos que resolveram apoiar-nos, porque acreditaram em nós e no nosso programa.

– Há quem diga que não foi o PS que ganhou…mas sim o PSD que perdeu…

– Eu penso que esta foi uma vitória do Partido Socialista com mé-rito, e com os deméritos de quem nos governou e de quem se propôs governar, porque houve um novo cabeça de lista do PSD, em quem, claramente, os vila-realenses não acreditaram.

– Como presidente de Câmara, qual é a sua prioridade?– São as prioridades do programa eleitoral. Aliás, queremos fazer

uma plataforma de concelhos do interior do país, porque achamos que o interior tem sido espezinhado e negligenciando por um poder cada vez mais centralista. É incompreensível que paguemos a água mais cara do país, que tenhamos taxas de saneamento abaixo da mé-dia nacional e que ainda não tenhamos gás natural em todo o nosso território.

– O que pode fazer a Câmara para combater o desemprego? – Pois…podemos recuperar o projeto da nova zona empresarial,

que neste momento está enterrado. Uma empresa que se queira ins-talar em Vila Real, que crie postos de trabalho, pode beneficiar de alguns descontos, quer nas taxas, quer no Imposto Municipal so-bre Imóveis, quer na Derrama, desde que garanta empregos de forma eficaz e durante algum tempo...

– Em relação ao Parque de Ciência e Tecnologia. A par-te física está a ser construída. E quanto ao conteúdo…?

– O loteamento está em fase avançado...só que isso não é o Parque de Ciência e Tecnologia. Esperamos que no inicio do pró-ximo ano possamos vender – entre aspas – o parque, que pos-samos fazer um plano de negócios juntamente com a CCDRN, com a UTAD, a Câmara de Bragança e o Instituto Politécnico de Bragança.

– O próximo ano vai trazer o avião de regresso a Vila Real?

– Eu espero que sim. Aliás, nós tentaremos junto do minis-tro da economia convencê-lo da pertinência dessa vinda do avião, da reativação da carreira aérea Vila Real/Bragança/Lisboa. Espero que a vontade dos transmontanos e durienses seja mais for-te do que a apatia de quem hoje gere este dossiê.

– Está nos planos da autarquia de Vila Real alargar a pista do aeródromo?

– O aeródromo tem que ser requalificado. E vamos tentar no próximo quadro comunitário requalificá-lo. Se conseguirmos que a sua utilização seja alargada, fará sentido ampliar o aeródromo, se isso não for viável, não faz sentido deitar dinheiro à rua.

– O aeródromo pode ser uma porta de entrada no Douro, Pa-trimónio Mundial…

– Já é. Mas era necessário que a linha área não fosse interrom-pida, por exemplo, e era necessário vender no mercado inter-nacional o aeródromo de Vila Real. É isso que vamos ten-tar fazer.

– E o que fazer para tentar impor Vila Real como

uma cidade importante no contexto do Douro?– Vila Real é a cidade mais importante no contexto do Douro… – Mas acha que isso se percebe…?– Não se percebe porque não houve uma estratégia de consolida-

ção de toda esta região. À exceção do concelho de Vila Real, o poder económico dos concelhos do Douro e mesmo de Trás-os-Montes está muito abaixo da média nacional. Isso significa que não conseguimos incrementar a marca Douro em benefício daqueles que cá vivem.

– Enquanto deputado, o recomeço das obras no túnel do Ma-rão era uma das suas bandeiras. E agora...?

– Vamos continuar a reivindicar! A paragem das obras no túnel é uma paragem criminosa. Estão 200 milhões de euros já pagos aos concessionários e a obra está a degradar-se, a estragar-se. Cada dia que passa, o crime de ter aquela obra parada, aumenta.

– Mas vai tomar alguma medida concreta? – Eu já pedi uma audiência ao senhor ministro Pires de Lima. Estou

à espera que seja marcada.

"Conheço três Pedros Passos Coelho"...

– E em relação ao primeiro-ministro. Ele tem raízes em Vila Real…cruzou-se alguma vez com ele, por Vila Real?

– Não, desde que sou presidente de câmara não. Antes também não… mas tive oportunidade de me cru-

zar com ele várias vezes na Assem-bleia da República. Uma das

últimas vezes interpelei-o sobre estas questões...

– E o primeiro-mi-nistro o que lhe dis-

se?– Pouco ou

nada... – Mas tem um

bom relaciona-mento pesso-al com Pedro Passos Coe-lho?

– Sim, em termos pesso-ais tenho um relacionamento

cordial. Aliás, ele foi presidente da

Assembleia Mu-nicipal de Vila

Real. O

"Sou calmo, mas obstinado"

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que eu acho é que o doutor Passos Coelho de então era um homem estruturalmente corre-to que defendia com clareza as suas opções. Entretanto tornou-se líder do PSD e para che-gar a primeiro-ministro renegou tudo o que defendia e quando chegou ao governo fez ao contrário daquilo que foi dizendo em cam-panha eleitoral. Ou seja, há aqui três Pedros Passos Coelho que eu conheço: um, que foi presidente da Assembleia Municipal de Vila Real, outro que foi líder da oposição e um ter-ceiro que é primeiro-ministro.

– O anterior presidente da Câmara de Vila Real, Manuel Martins, atribuiu a me-dalha de ouro da cidade a Pedro Passos Coelho. Pensa fazer o mesmo com José Sócrates?

– … Eu acho que se alguém, entre os dois, merecia uma medalha da cidade de Vila Real, era claramente José Sócrates. José Sócrates esteve associado a importantes projetos da cidade. Do doutor Pedro Passos Coelho, por

muito esforço que faça, a única coisa que me lembro é de aspetos negativos: encerramen-tos, paragens e atrasos. Quando a medalha de ouro da cidade foi atribuída ao doutor Pas-sos Coelho utilizou-se um requisito público em favor de uma ligação pessoal, entre o an-terior presidente da Câmara e o doutor Pe-dro Passos Coelho. Não foi com certeza o re-conhecimento de nada que ele tivesse feito pelo concelho de Vila Real.

– As corridas vão regressar a Vila Real em junho de 2014… foi uma das suas pro-messas eleitorais…

– Sim, vão regressar. Temos já uma comis-são promotora do circuito internacional de Vila Real, que será a responsável pela dina-mização do evento. Com o Clube Automóvel tentaremos fazer a parte desportiva.

– E já que estamos no campo das pro-messas eleitorais: também prometeu a diminuição do preço da água.

– A promessa era que em 2014 mantínha-mos o preço e que em 2015 começaríamos a baixar o preço da água. Temos que entrar na empresa, reestruturá-la para depois come-çarmos a baixar o preço. Cumpriremos todas as promessas que fizemos.

RM- No âmbito da ação social, o ante-rior executivo da Câmara de Vila Real im-plementou o Programa Câmara Amiga, de ajuda a famílias carenciadas. A Câma-ra Amiga vai sofrer mudanças?

– Sim, o programa vai evoluir no alarga-mento de alguns benefícios em função da si-

tuação socioeconómica das famílias. Por exemplo, a isenção de pagamento

de água em situações em que os dois elementos do casal este-jam desempregados.

– E quanto ao cartão das famílias numerosas, que dá vários benefícios a quem tem três filhos ou mais. Vai sofrer altera-ções?

– Sim, vamos alte-rá-lo. Vamos imagi-nar que um casal tem três filhos, mas tem um rendimento de

três ou quatro milhões de euros, não é razoável

que tenha um único bene-fício fiscal. E pode haver um

casal que tenha um único filho e que tenha um rendimento per capita de 200 ou 300 euros. Esse sim, precisa de apoios significati-vos na área social.

– Relativamente aos Cen-

tros Escolares. Vai avançar com a cons-trução de mais centros escolares, pre-vistos pelo anterior executivo?

– Não. Os centros escolares que estão fei-tos, estão feitos. Mas não faz sentido insistir no erro, fazendo centros escolares em senti-do contrário aos fluxos de trânsito e em senti-do contrário à vontade dos pais na colocação dos seus filhos nas escolas. Vamos é fazer obras e adaptações onde for preciso para que as nossas crianças tenham as melhores con-dições para frequentarem a escola pública.

– No âmbito cultural, já o disse, o Palá-cio de Mateus é um ícone da cidade, mas com pouca relação com a autarquia. Vai tentar uma aproximação?

– Sim... Dentro de uns dias vou ter uma au-diência com o senhor conde de Mateus e ten-taremos potenciar a Casa de Mateus e a sua Fundação. Tentaremos potenciar essa Fun-dação em prol da cidade mas, obviamente, havendo contrapartidas.

– O Teatro Municipal de Vila Real vai ter um novo diretor?

– O Teatro não pode ter um novo diretor simplesmente porque a empresa municipal Culturval foi extinta e portanto neste mo-mento essa figura de diretor já não existe.

– Mas teoricamente - Vítor Nogueira - que foi diretor enquanto existiu a Cul-turval, pode continuar a ser responsável pelo Teatro...não?

– Sim, teoricamente tudo pode acontecer e isso também. Estamos numa fase de transi-ção, como compreende.

– Para final de conversa, como é que se descreve? Quem é o Rui Santos e o que podem esperar os vila-realenses de si nos próximos quatro anos?

– Olhe, tenho muita vontade de servir e de servir bem os vila-realenses. Sou uma pessoa calma, mas muito obstinada. Aquilo que me proponho fazer, tento de facto fazer.

“Cumpriremos todas as promessas que fizemos”

Corridas regressam em

junho Preço da água baixa em 2015 Não haverá mais centros escolares Apoio às

famílias vai sofrer alterações

poder local

Rui Santos (PS) destronou o PSD de uma capital de distrito que dominava desde o 25 de abril

04 nov/dezembro '13 | repórterdomarão

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Queremos fechar o interior ?O debate sobre a forma de fazer a reversão do

declínio demográfico do interior do país tem mobi-lizado algumas universidades, no sentido de apon-tar caminhos para inverter uma tendência que, a não serem tomadas medidas concretas e urgentes, tornar-se-á irreversível. Num encontro sobre redes de empreendedorismo de todo o país, que teve lu-gar em Vila Real em novembro, o reitor da UTAD, Fontaínhas Fernandes, alertou para a desertifica-ção do interior transmontano.

O reitor da universidade transmontana, citan-do um estudo coordenado pela Universidade de Aveiro (UA), lembrou que a tendência dos fluxos migratórios mostra que o interior perderá um terço da população até 2040 e 75 por cento no final do século. "Acreditamos que esta rede de apoio ao empreendedorismo do Douro pode continuar a contribuir decisivamente para a iniciativa empresarial, para a criação de um tecido mais dinâmico de empresas, orientado para a va-lorização dos recursos endógenos da região", afirmou Fontaínhas.

Voltando-se para o presidente da CCDR Norte, Emídio Gomes, presente na cerimónia, o reitor da UTAD subinhou que "as políticas públicas ba-seadas nos apoios da UE devem contrariar esta tendência de um interior menos estigmatiza-do, contrariar dinâmicas de despovoamento e atender aos novos fatores indutores de assi-metrias".

Fontaínhas Fernandes sintetiza: "nesta ló-gica, a promoção do empreendedorismo é obrigatória para contrariar os sucessivos agravamentos de crescimento urbano e de li-toralização do país, com fortes consequências na desertificação do meio rural e na ausência de massa crítica do interior, um fator inibidor do dinamismo económico e acesso a serviços avançados. Não me revejo num país centrado em duas áreas metropolitanas [Lisboa e Porto],

situadas numa macro região entre Lisboa e a Corunha".

Bragança e Vila Real também deverão perder populaçãoMas, afinal, o que diz o estudo do projeto DE-

MOSPIN, segundo o documento público revelado pela UA: "A manter-se a atual tendência da evolução do índice de fecundidade no país e não havendo migrações, no ano de 2040 a fai-xa do interior do país que vai desde Trás-os--Montes ao Alentejo terá perdido cerca de um terço da população atual. Esta é a principal conclusão de um estudo coordenado pela Uni-versidade de Aveiro (UA) no âmbito do projeto DEMOSPIN que, a longo prazo, aponta que as mesmas regiões podem, no cenário em que a atual tendência se mantém inalterada, per-der em 90 anos 75 por cento da população em relação a 2011. As regiões de Pinhal Interior Sul, Beira Interior Norte, Alto Trás-os-Montes, Douro e Serra da Estrela serão as principais vítimas do declínio demográfico que assola o interior de Portugal."

O estudo assinala que Guarda e Pinhel (Beira Interior Norte), Bragança (Alto Trás-os-Montes), Vila Real e Lamego (Douro) e Gouveia, Seia e Man-teigas (serra da Estrela) serão as regiões mais afe-tados pela baixa natalidade.

No estudo financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) e que, para além da UA, envolveu outras universidades e politécnicos, o investigador e coordenador do estudo, Eduardo Castro, lembra que o despovoamento do interior "é um processo que não se vai resolver natu-ralmente". “O problema tem de ser resolvido através de políticas fortes que decorram de decisões de investimento naquelas regiões”, conclui o investigador que aponta “as autoestra-

das com portagens, o fecho de hospitais, de tribunais, de escolas e de outros tantos servi-ços como o alimentar do ciclo vicioso do des-povoamento". “Quanto mais se fecha menos gente há. Isto é um ciclo vicioso que é preciso romper”, enfatiza.

“O país até pode admitir que é mais barato colocar as pessoas todas no litoral, acontece é que o património histórico e natural se degra-da e que uma série de infraestruturas feitas para o interior deixam de fazer sentido porque não há quem as use”, alerta o investigador.

“Este estudo serve assim para alertar a consciência dos decisores políticos porque o deixar andar não pode ser. Ou o país decide fe-char o interior e toma as consequências disso, ou não quer isso e tem de agir em conformi-dade já para que não acorde daqui a 30 anos, quando já for tarde para resolver a situação”, conclui Eduardo Castro.

Concelhos transmontanosjá perdem 15% por décadaA perda de população nos concelhos do in-

terior transmontano não é de agora: quase todos perderam entre 15 e 20 por cento de residentes na última década, segundo os dados do Censos 2011. O que o estudo diz agora é que o declínio demo-gráfico vai acentuar-se, sobretudo devido ao en-velhecimento da população, afetando a totalidade dos municípios, nomeadamente os dois principais centros urbanos da região – Bragança e Vila Real, ambos capitais de distrito e os únicos que regista-ram um aumento de população entre 2001 e 2011, ainda que ligeiro (de menos de 2% e 4%, respecti-vamente) e essencialmente por via da população estudantil residente. Resumindo: o estudo merece uma profunda e urgente reflexão de todos os pode-res públicos – nacionais, regionais e locais.

Interior do país corre risco de perder 75% da população até ao fim do século

demografia

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Vital para esta visão do futuro de Amarante é o próximo quadro comuni-tário de apoio, que entra em vigor em 2014, onde o executivo social-demo-crata poderá encontrar financiamen-to para intervenções de fundo, nomea-damente para a reabilitação do centro histórico da cidade e a requalificação das margens do rio Tâmega.

“Vamos desenvolver um programa, que começa agora, neste mandato, as-sente no pensamento de que temos de potenciar o rio Tâmega como ala-vanca para a cidade, fazendo a requa-lificação de toda a zona ribeirinha”, explicou o presidente da autarquia.

Além da renovação do Parque Flores-tal, que “está em degradação clara” e cuja gestão defende que deverá passar para a Câmara Municipal de Amaran-te, o autarca espera poder criar, numa propriedade adjacente, um parque ur-bano e uma ponte pedonal que ligue aquela zona à área do Rossio, na mar-gem direita do Tâmega.

Quanto ao centro histórico, que se estende desde o Largo Conselheiro António Cândido (vulgo Largo do Ar-quinho) até à zona de Santa Luzia, José Luís Gaspar pretende uma intervenção que acredita ser “urgente” para todo o edificado privado daquela zona, “até por uma questão de segurança”.

“Temos que ter muito cuidado com aquela zona, pois um incêndio

ali pode destruir toda a cida-de”, disse o autarca, adicio-nando que a par da requa-

lificação, há ainda uma possibilidade de um

projeto de regene-ração urbana,

em

poder local

José Luís Gaspar é o novo presidente da Câmara de Amarante desde 29 de setembro

O novo autarca de Amarante, José Luís Gaspar (PSD), pretende que a cidade (e concelho) retome o seu lugar de referência no norte do país mas defende que o processo deve ser feito através da “criação de critérios de rigor e de diferenciação” nas várias vertentes em que o município se pode afirmar.

Eleito pela coligação PSD/CDS no final de setembro, José Luís Gaspar defende, em entrevista ao RM, que o concelho tem “que se posicionar numa plataforma mais elevada a nível nacional e internacional” tirando proveito das qualidades que apresenta naturalmente e de projetos que têm sido implementados ao longo dos anos “mas também desenvolvendo outros”.

Entrevista de Paulo Teixeira (c/Fotos) e Jorge Sousa

06 nov/dezembro '13 | repórterdomarão

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repórterdomarão | nov/dezembro'13 07

consonância com as diretivas a ser de-finidas pelo próximo quadro comunitá-rio (Portugal 2020, QUADRO ESTRA-TÉGICO EUROPEU 2014-2020).

Circulação automóvel em S.

Gonçalo apenas no horário diurno

Relativamente à requalificação ur-bana, o edil aproveitou a ocasião para esclarecer que defende a abertura do trânsito na Praça da República (tam-bém conhecido por Largo de S. Gonça-lo) apenas parcialmente, ou seja, com a circulação permitida só de dia e restrin-gida à noite, fim de semana e no verão.

Noutro eixo de intervenção que quer dar prioridade no seu mandato, a aces-sibilidade, o autarca eleito de Amaran-te quer avançar com a conclusão do projeto da ligação rápida à autoestra-da A4 a partir de Vila Meã, atualmente interrompido em frente ao quartel dos Bombeiros Voluntários.

Ainda neste dossiê, José Luís Gas-par anunciou, recentemente, que vai lançar um estudo para avaliar a possi-bilidade de trazer, “de forma sustentá-vel” o comboio, elétrico e de bitola lar-ga, diretamente do Porto a Amarante, em sintonia com a eletrificação da li-nha do Douro, entre as estações de Ca-íde e Marco de Canaveses.

“Não é um excesso querer ter o comboio, aqui em Amarante. Temos que olhar para estas questões com uma visão temporal de médio e longo prazo”, disse, adiantando que o traba-

lho e estudo sobre este projeto tem em conta “o impacto para toda a região”.

O autarca reforçou, explicando que há indicadores que apontam para a ideia de que a eletrificação da linha do Tâmega “vem dar corpo” à linha do Douro e que, caso não seja comprova-da a sua sustentabilidade, será o pri-meiro a dizer que não a quer.

Caso seja essa a orientação do estu-do, José Luís Gaspar diz que tem um “plano B”, reutilizando o atual canal ferroviário para a circulação de um ve-ículo de transporte ligeiro.

Juntas de freguesia: trabalho em rede

Relativamente às freguesias, há si-tuações de obras e intervenções “que têm que ser resolvidas”, explicou o au-tarca, que se reuniu recentemente com os presidentes de junta das 26 fregue-sias do concelho (eram 40 antes da re-organização).

“Assumi com eles (os presidentes de junta) que vamos ajuda-los nas questões que precisam de ser resolvi-das e nas obras que têm de ser acaba-das” explicou, realçando que pretende um novo tipo de relação com aquelas autarquias.

Sob as novas regras da reorganiza-ção territorial, explica José Luís Gas-par, a Câmara Municipal pode decidir delegar competências nas juntas da freguesia, um processo que terá que estar concluído nos próximos 180 dias.

Contudo, avisa, as juntas de fregue-sia não vão ter capacidade de assumir inteiramente a possibilidade de realiza-

rem algumas dessas competências, por falta “de todo um envelope financeiro, logístico e de recursos humanos”.

“Nesse sentido, eu quero que as jun-tas trabalhem, em certos projetos, em rede, numa visão mais empresarial. Não estamos a falar de política, esta-mos a falar de trabalho. É uma ques-tão racional”, explicou.

José Luís Gaspar afirmou que pediu aos 26 autarcas de junta de freguesia uma postura de “razoabilidade” para que a Câmara e as freguesias possam ultrapassar as dificuldades e “partir de uma base zero que permita uma nova forma de trabalhar”.

Para esse efeito, explica que no pró-ximo ano vai definir um novo mode-lo de transferências de verbas para as juntas.

“Habitualmente, as câmaras efetu-am protocolos mas esses podem exis-tir ou deixar de existir. Com o novo protocolo, queremos que todas as jun-tas tenham a garantia de um mon-tante que permita aos autarcas de freguesia, durante o seu mandato, re-alizar uma obra de referência”, escla-receu.

Nova pobreza também afeta

AmaranteNa área da ação social, José Luís

Gaspar quer “um levantamento exaustivo” de todas as situações de emergência social do concelho para que se possa dar “uma resposta ime-diata, em particular naquelas mais prementes”.

repórterdomarão | nov/dezembro'13 07

O novo executivo pretenderequalificar o parque florestal,juntar-lhe um parque urbano e ligá-loà margem direita por uma ponte pedonal.

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poder local

O autarca defende que o trabalho nes-ta área tem que ser realizado também "em rede" e com uma nova forma de ge-rir todo o processo, porque há, no conce-lho, instituições da área social que pas-sam por dificuldades financeiras.

“Eu quero que muitas instituições percebam que não podem continuar como estão. Temos que gerir tudo isto de uma forma diferente”, disse.

O concelho tem cerca de duas de-zenas de IPSS ativas, que cobrem as mais diversas valências. A Misericór-dia local é a única que tem protocolo com a Segurança Social para "Cantina Social", servindo 110 refeições diárias e 60 cabazes mensais. Por outro lado, o número de beneficiários do Rendimen-to Social de Inserção (RSI) é de 534.

Turismo e cultura: planear e atrair

O turismo e a oferta cultural do con-celho são outro eixo em que a presi-dência do Município quer atuar, disse ainda o edil amarantino, defendendo, contudo, que o trabalho tem que ser feito “criando critérios de rigor e de diferenciação”.

“Na área do turismo, Amarante tem potencial em quase todas as áreas. É dos poucos exemplos nesta área em

que se pode afirmar isso”.

“É preciso fazer muita coisa. E, pri-meiro que tudo, é preciso mostrar Amarante ao mundo”, enfatizou, ex-plicando que há uma necessidade de se divulgar, “de forma massiva”, tudo o que o concelho faz de melhor.

Ressalta que é o papel da Câmara Mu-nicipal de divulgar e de criar condições para as diversas entidades, criando para o efeito parcerias com os diferentes ato-res na área da cultura, turismo, gastro-nomia e diversas outras áreas.

Atrair investidores O rio Tâmega, o património edifica-

do, o Museu Amadeo Sousa-Cardozo e o espólio de Teixeira de Pascoaes são, para José Luís Gaspar, exemplos do que melhor tem o concelho e que tem que fazer parte de uma nova estraté-gia de comunicação e divulgação.

“Em Amarante, nunca soubemos aproveitar, mesmo em termos de in-vestimento privado, o facto de haver vontade de investir aqui. Temos que facilitar o processo a quem o quer fa-zer”, justificou o autarca, sublinhando que o mesmo se estende ao desenvol-vimento industrial do concelho.

“Temos que nos posicionar de uma forma diferente. Amarante tem que ter, primeiro, um planeamento condi-

zente com a sua realidade, estruturar tudo muito bem e ir atrás de novos in-vestimentos para o concelho”, defen-deu José Luís Gaspar.

Água triplicaA concessão da distribuição de água

"em baixa" à Aguas do Noroeste, que a gestão socialista aprovou sozinha no mandato anterior, vai ter fortes implica-ções no tarifário que os consumidores vão pagar – o preço por m3 vai triplicar –, mesmo com o ajustamento faseado.

"O ajustamento vai ter que ser fei-to em quatro anos e o valor de conver-gência é que me preocupa. A água vai aumentar muito. Um exemplo: para o escalão mínimo, que acho ser 5 metros cúbicos, o fator de convergência, da-qui por quatro anos, indica que chega-rá a cerca dos 15 euros. Neste momen-to, esse tarifário está em cinco euros e alguns cêntimos", observou o autarca.

Além do problema com o pessoal que não transita com a concessão – algu-mas dezenas de funcionários que têm de ser colocados noutras funções – não foi acautelada uma tarifa social.

"Vou tentar quando o aumento for mais significativo, pelo menos para as famílias mais carenciadas, encontrar uma solução para o suavizar. Mas será mais um custo social", lembrou o novo autarca de Amarante.

08 nov/dezembro '13 | repórterdomarão

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repórterdomarão | nov/dezembro '13 09

Microgeração fotovoltaica permite

rendimentoanual de 16%

Diversos estudos levados a cabo permitiram concluir que uma unidade de microgeração de 5,0 Kw, corretamente dimensionada, mesmo no regime geral, isto é, sem qualquer bonificação, permite a obtenção de um rendimento anual de cerca de 16%. Isto só é possível

devido à baixa de preços dos painéis fotovoltaicos ocorrida durante 2013, bem como às diversas campanhas levadas a cabo pelos importadores e instaladores. A partir do início do próximo ano, é previsível que esta situação se inverta e que os preços voltem a subir.

É de referir que as instalações fotovoltaicas efectuadas através do regime geral, ao contrário das instalações no regime bonificado, dispensam a instalação simultânea de painéis solares térmicos. Também o seu licenciamento é mais simples dado não estar sujeito a rateio de atribuição de potência por parte da Certiel. A empresa Carvideo, devidamente licenciada para construção de instalações fotovoltaicas, através de alvará emitido pelo INCI, e com inúmeras instalações em funcionamento no norte do país e no concelho de Amarante, leva a cabo, durante o mês de dezembro, uma campanha na aquisição de unidades de microgeração no regime geral, constituída por painéis solares fotovoltaicos da marca Bosch e inversores SMA ou Kostal, que, por si só, são sinónimo de elevada fiabilidade e rentabilidade. Além do preço muito concorrencial destas unidades de microgeração, a sua aquisição, somente durante o mês de dezembro, vai dar direito à oferta de uma bicicleta eléctrica. Os clientes que aderirem a esta campanha, além do contributo ambiental com a instalação de painéis fotovoltaicos, também nas suas deslocações de proximidade poderão utilizar um meio de transporte que, por não ser poluente, permite um contributo acrescido na sustentabilidade.

A empresa Carvideo pode ser contactada através do email [email protected] ou através do telemóvel 919734183.

Publireportagem

TURISMO “Pretendemos um projecto sustentável e exequível para uma cidade que pode transformar-se num ponto turístico de excelência”.

REABILITAÇÃO URBANA“Faz sentido Amarante olhar para o exemplo de sucesso” do Porto e criar condições para o nosso projecto “avançar rapidamente”.

FINANÇAS “Com 10 milhões euros de empréstimos de médio e lon-go prazo [a bancos] e 800 mil de dívida a fornecedores , a situação financeira é até saudável. Mas tenho mais qua-tro milhões de compromissos financeiros relativos a obras começadas ou em curso, bem como o capital à Águas do Noroeste. Os compromissos que transitam têm primeiro de ser pagos em 2014 e só depois posso lançar novas obras”.

ÁGUA E SANEAMENTO “A concessão da água é uma parceria pública-pública. Mas será que vai ser assim daqui por vinte anos? Esse é o meu receio, que seja uma tentativa de privatização. Há câmaras que não aceitaram”.

“Solicitei à Águas do Noroeste que quero ter a oportunida-de de redefinir prioridades nos investimentos a realizar”.

OPOSIÇÃO“A oposição tem criado algumas dificuldades mas espero que impere o bom senso, nomeadamente quanto às compe-tências delegadas. Já tivemos em Amarante um período que foi muito turbolento e isso não ajudou ao desenvolvimento do Município”.

José Luís Gaspar promete melhorar a comunicação

Page 10: Revista Repórter do Marão - RM 1280 - nov/dezembro 2013

A Laticínios Halos (que tem sede na Quinta da Tapada, em Lousada), a Quinta da Aveleda (Pena-fiel), a Quinta dos Ingleses (também em Lousada) e a Quinta das Arcas (Sobrado, Valongo) são os prin-cipais produtores de queijo da região (exclusiva-mente de leite de vaca), totalizando mais de 800 to-neladas anuais. Além destas queijarias, o queijo do Ferreira recomeçou a ser produzido em 2012, agora sob a orientação de uma organização da economia social (ver caixa) mas ainda em pequena quantida-de. Algumas destas cinco organizações dedicam--se também à comercialização de vinhos e azeites e até de fruta, com particular destaque para o grupo Aveleda, um dos maiores produtores-engarrafado-res do país e o maior exportador de vinho verde, cujas vendas no exterior deverão atingir 19 milhões de euros em 2013. Dois queijos da Quinta daTapada premiados

A Laticínios Halos tem uma história de mais de 150 anos dedicados ao fabrico de queijo, 70 dos quais com o atual nome comercial. Localizada na Quinta da Tapada, em Lousada, a empresa tem vis-to os seus produtos serem reconhecidos a nível na-cional, tendo conquistado importantes prémios. No corrente ano, a empresa foi galardoada com dois primeiros prémios no concurso Queijos de Portugal 2013, promovido pela Associação Nacional dos In-dustriais de Laticínios (ANIL), no qual participaram 163 queijos de 56 fabricantes nacionais.

O seu Queijo Trevo conquistou o prémio de Me-lhor Queijo Flamengo, enquanto o Queijo Curado de 90 gramas Quinta da Tapada obteve o prémio de Melhor Queijo de Vaca.

Dedicada à produção de vinhos, kiwis, agrotu-rismo e queijaria, é neste último setor que a Lati-

cínios Halos tem maior atividade comercial, repre-sentando a produção de queijos cerca de 80 por cento da faturação da empresa.

“Fabricar bem, com inovação e com qualida-de”, é o lema da empresa e os prémios e reconheci-mento conquistados confirmam o estatuto adquiri-do ao longo de século e meio de história.

Para Duarte Vieira, diretor-geral da Quinta da Ta-pada, a qualidade do produto é a maior preocupação da empresa, que procura permanentemente fazer produtos “singulares, genuínos”, tentando inovar para se manter em atividade, sobretudo numa altu-ra de crise económico-financeira e com o mercado a mostrar acentuada quebra de poder de compra.

Com a economia em profunda recessão e a “subida brutal” dos custos de produção, entre os quais o leite, têm sido, segundo Duarte Vieira, “os maiores obstáculos que se têm colocado à empresa”, que se viu obrigada a baixar a sua pro-dução e a adaptar-se à quebra de vendas. “Temos capacidade para transformar quarenta mil litros de leite por dia, mas atualmente estamos a trans-formar apenas 100 mil litros por semana”, referiu o diretor-geral da Quinta da Tapada. A produção de queijo desceu para as 400 toneladas por ano. “Tivemos que subir o preço do queijo por causa do aumento do custo do leite e isso fez descer a procura”, explicou.

A Laticínios Halos SA faturou em 2012 dois mi-lhões de euros, 80 por cento dos quais na produção do queijo. Este ano, “com muito planeamento e or-ganização”, conseguiram vender mais cerca de três por cento em termos de valor, mas com a mesma quantidade. Com cerca de 30 funcionários distribu-ídos pelos quatro setores de produção, a empresa sofreu uma reestruturação em 2010, altura em que foram dispensados cerca de 10 funcionários, essen-cialmente dos quadros diretivos.

Queijarias do Vale do Sousa já pensam na exportaçãoA crise financeira que o país atravessa, aliada ao aumento do custo das matérias-primas, tem afetado alguns setores de atividade, que se vêm obrigados a aumentar os preços dos seus produtos e a reduzir a produção, trabalhando bastante abaixo da capacidade produtiva. Com reflexos no volume de vendas, naturalmente. O setor dos laticínios, que tem um importante núcleo de produção na sub-região do Sousa, não foge à tendência. Alguns industriais do Vale do Sousa, que o RM ouviu para esta edição, estão a produzir um terço daquilo que a sua linha de produção permite, enquanto outros laboram exclusivamente com a matéria-prima [leite] produzida internamente. Apesar disso, os quatro produtores de laticínios de maior envergadura na região (mais um enquadrado na economia social), produzem no seu conjunto mais de 800 toneladas de queijo por ano. As quintas da Tapada e dos Ingleses começaram a estudar o mercado da exportação.

Texto deMónica Ferreira

Paços de Ferreira tem alguma tradição no fabrico de queijo, embora a produção tenha sido interrompida há al-guns anos. E a retoma do fabrico tem agora um cariz social. O Complexo Social Inter-paroquial Arreigada, Ferreira e Fra-zão recuperou a marca “Queijo do Ferreira”, outrora pro-priedade da Agrária de Paços de Ferreira, criando um proje-to social que visa a sustentabilidade financeira das institui-ções sociais das paróquias de Arreigada, Ferreira e Frazão. Esta empresa social, liderada pelo Padre Samuel Guedes, assenta não só no projeto do queijo, mas também num ser-viço de catering, cofinanciado pelo Proder, para fornecer refeições aos utentes das valências das três IPSS.

No que concerne aos queijos, este começou a ser pro-duzido há cerca de um ano, mas ainda não há números concretos relativamente à produção. “Só a partir de janei-ro teremos noção dos números. Mas é certo que as pesso-as tinham saudade do queijo da Agrária e quando surgiu este nosso projeto a procura foi bastante e ao longo dos [últimos] tempos a procura foi aumentando e nesta altura de Natal a procura é ainda maior”, declarou o Padre Sa-muel Guedes. As expectativas “são muito boas, até por-que é um projeto social e as pessoas ao comprar estão a ter uma dupla satisfação, a de consumirem o produto e a de estarem a ajudar as instituições”, acrescentou.

Queijo viabiliza projetos sociais

10 nov/dezembro '13 | repórterdomarão

Page 11: Revista Repórter do Marão - RM 1280 - nov/dezembro 2013

Queijarias do Vale do Sousa já pensam na exportaçãoA exportação não vai além de 5 por cento da faturação, mas sobra a

ambição de aumentar este índice. “Acreditamos que como temos pro-dutos genuínos, característicos, singulares e com muita qualidade, que podemos ter muito sucesso no estrangeiro. Mas isso exige investimen-to que em tempo de crise não é fácil fazer”, salientou Duarte Vieira, dando conta de que seria benéfico para a empresa ter também “uma li-nha de fatiamento”, que permitisse vender o queijo em fatias, para maior satisfação do cliente.

Criar novos produtos continua a ser uma aposta da empresa e não há melhor altura para isso do que a época natalícia. “Vamos fazer uma nova reedição do Queijo com Chocolate e estamos a lançar um Queijo Pimen-tão para o Natal”, rematou Duarte Vieira, apontando estas apostas como símbolo da vitalidade da empresa. Exportação é prioridadepara a Quinta dos Ingleses

A Quinta dos Ingleses é outro dos grandes produtores de queijo da região e a sua produção situa-se atualmente nas 200 toneladas por ano. Com uma unidade de transformação de leite com capacidade para proces-sar 20 mil litros por dia, a empresa está a utilizar atualmente dois terços desta capacidade na produção dos seus quatro tipos de queijo. Antes da crise produzia 300 toneladas por ano. Nesta quinta também se produz vi-nho e azeite, mas é o queijo que assume maior relevância nos negócios da empresa, representando 60 por cento da faturação.

Com 24 funcionários, a empresa viu cair o setor dos laticínios e con-sequentemente o seu negócio. Segundo António Lemos, responsável da Quinta dos Ingleses, esta queda deve-se essencialmente “à redução do poder de compra". "Temos um produto de alta qualidade, dirigido para a classe média, com uma grande componente em termos de mão-de--obra que leva ao encarecimento do produto. Como se torna mais caro, as pessoas consomem menos porque têm menos dinheiro disponível”, acrescentou. Este responsável enfatiza que a solução passa pela expor-tação. Atualmente, a Quinta dos Ingleses tem já “canais abertos para a Europa, Ásia e Brasil”.

Aveleda e Arcas produzem queijocomo complemento

Na Quinta da Aveleda, em Penafiel e na Quinta das Arcas, em Sobrado,

Valongo, o vinho é rei e representa a maior fatia na atividade das empre-sas mas em ambas são produzidos queijos, aproveitando o leite produzido nas suas propriedades. Nas duas quintas são produzidas 180 toneladas de queijo por ano (140 na Quinta da Aveleda e 40 na Quinta das Arcas), ativi-dade que serve de complemento à atividade principal, o vinho.

Por terem as próprias vacarias, estas duas empresas levam vantagem em relação aos restantes produtores do setor dos laticínios, pois não pre-cisam de comprar a matéria-prima, ajustando a produção de laticínios às disponibilidades do leite produzido internamente.

No caso da Quinta da Aveleda, André Oliveira, responsável pela quei-jaria da quinta penafidelense, referiu que estão “a produzir sensivelmen-te o mesmo que no ano passado”, uma vez que “um ligeiro decréscimo na produção [em alguns meses], será recuperado neste mês natalício”.

Apesar da pequena produção, os queijos da Quinta da Aveleda (nas versões amanteigado e curado) podem ser adquiridos quer na loja existen-

te na Quinta quer em alguns mercados de retalho e até nalgumas cadeias de distribuição.

Relativamente à Quinta das Arcas, a produção de queijos significa seis por cento da faturação da empresa. São transformados dois mil litros de leite por dia, num total de 40 toneladas de queijo por ano.

“Aqui o queijo aparece para rentabilizar a produção do leite e não é nossa intenção aumentar a produção. Esta é a capacidade produtiva que temos e queremos manter esta regularidade, dentro deste nos-so objetivo, solidificar a nossa posição, manter os nossos clientes fide-lizados ao nosso produto e fazer o nosso mercado”, afirmou Fernando Machado, da Quinta das Arcas. Segundo este responsável, a produção tem sido “felizmente esgotada” e os efeitos da crise não se fazem sentir no que concerne à venda dos queijos.

repórterdomarão | nov/dezembro'13 11

Page 12: Revista Repórter do Marão - RM 1280 - nov/dezembro 2013

PENAFIEL – UMA CIDADE PENSADA PARA AS PESSOAS

O Jardim do Sameiro e o San-tuário da Nossa Senhora da Pie-dade e Santos Passos são conside-rados dois pontos emblemáticos de Penafiel. A requalificação de toda a sua zona envolvente, con-feriu maior segurança e confor-to nas áreas de circulação, privi-legiando a mobilidade pedonal. O Lago do Sameiro, elemento mar-cante na memória coletiva da ci-dade, foi valorizado através de um curso de água que, agora, o prolonga até à nova Praça Escri-taria.

A criação da Praça Escritaria, ponto de ligação entre o Centro His-tórico e o Jardim do Sameiro, apre-senta-se como um potencial palco de acontecimentos, tendo sido dese-nhado para fomentar as dinâmicas sociais e a utilização partilha do es-paço. Durante esta intervenção fo-ram desterradas as ruínas da Capela de S. Bartolomeu, que agora estão à disposição de todos, para que os pe-nafidelenses possam sentir o passa-do do território.

Requalificação da Envolvente ao Sameiro

Page 13: Revista Repórter do Marão - RM 1280 - nov/dezembro 2013

PUBLIREPORTAGEM

Produção editorial da responsabilidade da C.M. PENAFIEL

PENAFIEL – UMA CIDADE PENSADA PARA AS PESSOAS

Estação da Mobilidade

A Estação da Mobilidade tem como propósito funcional ser uma espécie de grande paragem, dota-da de todas as condições  de  con-forto  e  segurança  para os passa-geiros de transportes públicos de Penafiel. Está localizada na Ave-nida Egas Moniz, um ponto consi-derado estratégico, uma vez que neste eixo circulam os operadores de transportes e nas suas imedia-ções encontra-se um grande par-que  de  estacionamento.

A arquitectura contemporâ-nea do seu edifício insere na cida-de um carácter de modernidade, enquanto estrutura de aspecto leve e translúcido, que se assume como contraponto pleno de afir-mação e identidade ao desenvol-vimento linear do tecido urbano da cidade.

Page 14: Revista Repórter do Marão - RM 1280 - nov/dezembro 2013

Esta é também a opinião do presidente da Câmara de Vila Real, Rui Santos, que exige o retorno deste serviço de apoio à coe-são territorial [ver entrevista nesta edição].

O autarca exigiu há dias que o Governo lance novamente um concurso para a realização da carreira aérea nos moldes anterio-res, com a vantagem de neste momento ser possível prestar o ser-viço por um preço inferior – estima-se que o orçamento anual fique agora aquém de dois milhões de euros quando nos anos anteriores custou 2,3 milhões de euros.

"Passou um ano e fomos confrontados agora com uma evidên-cia. Esta carreira aérea só é viável se o que é financiado for a linha no seu conjunto e não o passageiro", salientou Rui Santos, em de-clarações recentes.

De acordo com o autarca socialista, só há um caminho: o Go-verno deverá proceder ao lançamento de um novo concurso nos moldes anteriores à interrupção desta rota que ligava Bragança/Vila Real e Lisboa em cerca de uma hora.

Ministério da Economia não se compromete

Um comunicado do Ministério da Economia veio refrear o entu-siasmo. Na comunicação do ministério titulado por Pires de Lima é dito que «as dificuldades levantadas pela Comissão Europeia re-lativamente à abrangência da proposta portuguesa, que visava a subsidiação das viagens de estudantes e trabalhadores, para além dos residentes, estão a ser dirimidas na sede própria», não se com-prometendo quanto ao lançamento de um novo concurso para a subsidiação por rota e não por apoio ao bilhete do passageiro.

A manutenção do anterior modelo foi sempre rejeitado pelo se-cretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, alegadamen-te por Bruxelas já não autorizar a subsidiação da carreira aérea por rota depois da construção da autoestrada transmontana, desde há alguns meses com o seu traçado aberto ao tráfego na sua totalidade.

“Era a falta desta infraestrutura que justificava aquele mode-lo”, argumenta o secretário de Estado, defensor do modelo exis-tente nas viagens de e para a Madeira.

“[No modelo anterior] Estávamos a subsidiar os que voavam e os que não voavam. A taxa de ocupação era abaixo de 50% e está-vamos a pagar pela rota mesmo que ninguém aproveitasse", argu-mentava Sérgio Monteiro ainda há menos de um ano.

Nenhum operador estáinteressado no novo modelo

Como bem refere o novo autarca de Vila Real, nenhum opera-dor aéreo está interessado em perder dinheiro com aquela rota, in-sustentável do ponto de vista económico.

A ligação foi financiada durante os últimos 15 anos diretamen-te às operadoras, com fundos comunitários, com base no isolamen-to da região, um argumento que, agora, não tem tanta razão de ser, apesar de uma viagem de automóvel entre Bragança e a capi-tal necessitar de quase seis horas, ainda que completamente fei-ta por autoestrada.

Com condições atmosféricas normais, a viagem entre Trás-os--Montes e Lisboa pode ser feita em cerca de uma hora, residindo no tempo gasto de deslocação o maior incentivo ao uso do serviço.

O ministério da Economia conclui o comunicado referindo que o trabalho relativo à carreira aérea está também a ser feito «com a necessária articulação com os senhores presidentes de câmara, na procura de uma solução comum que possa ser aceite pela Comis-são Europeia, em prol da coesão territorial».

Mas Rui Santos argumenta que a decisão é política: “Infeliz-mente temos um Governo centralista, em que cada vez mais te-mos que ir a Lisboa para resolver os nossos problemas e mais do que nunca essa linha aérea se justifica”.

O autarca deu conta que contactou diversos operadores, que lhe garantiram que, “com o modelo anterior seria impossível al-guém concorrer” mas que hoje é possível “fazer essa ligação aérea por um verba inferior”, na ordem de 1,9 milhões por ano, em vez dos 2,3 milhões anteriormente atribuídos.

No último ano de atividade, a linha aérea transportou uma média mensal de 8 mil pessoas entre Lisboa, Vila Real e Bragança, segun-do as contas do autarca de Vila Real, que revelou terem sido trans-portadas entre janeiro e novembro – a carreira foi suspensa a 27 des-se mês – “cerca de 90 mil passageiros”.

"Julgo que os regulamentos não mudaram. O Governo esco-lheu interromper a linha aérea para Lisboa", sublinhou Rui Santos.

Segundo o autarca de Vila Real, já se "perdeu muito tempo” com este processo, que urge corrigir rapidamente, acrescentan-do que o que existe da parte do governo “é uma enorme má von-tade para com o interior, em particular para com os distritos de Vila Real e Bragança".

Vila Real exige regresso do aviãoComo era previsível desde que o Governo suspendeu a carreira aérea entre Lisboa e o interior transmontano, há um ano, o modelo de financiamento ao passageiro não é aplicável nas ligações regionais no Continente, ao contrário do que vigora nos voos de e para as ilhas. Os elevados custos da viagem, quatro a seis vezes mais do que vigorava antes da suspensão, e a falta de operadores interessados demonstra que o modelo que o atual Governo quis implementar é insustentável.

Governo não revela interesse em lançar concurso de financiamento à rota

ensino profissional

14 nov/dezembro '13 | repórterdomarão

Page 15: Revista Repórter do Marão - RM 1280 - nov/dezembro 2013

Cabazes de Natal 2013

Os Centros de Promoção de Produtos Locais da Dolmen disponibilizam cabazes de Natal para oferecer aos seus Clientes, Amigos e Familiares!

Faça também um Cabaz de Natalà sua medida

Para encomendar:• Pessoalmente: Centros de Promoção da Dolmen, em Baião e no Marco de Canaveses• Telefone: Baião (255 542 154) ou Marco de Canaveses (255 521 004)• Telemóvel: 939 958 848• Email: [email protected]

Pontos de entrega :• CPPL Baião – Rua de Camões, 296, Campelo, Baião; • CPPL Marco de Canaveses - Alameda Dr. Miranda da Rocha, 266, Fornos, Marco de Canaveses;• Casa da Juventude de Amarante / Aventura Marão Clube – Ribeirinho, Amarante

Page 16: Revista Repórter do Marão - RM 1280 - nov/dezembro 2013

CENTROS DE PROMOÇÃO PRODUTOS LOCAIS: MARCO DE CANAVESES: DOLMEN - Alameda Dr. Miranda da Rocha, 266 | T. 255 521 004 BAIÃO: DOLMEN - Rua de Camões, 296 | T. 255 542 154

1 CESTO AMARANTE7 G VINHO VERDE 1 G ESPUMANTE 1 MARMELADA 1 QUEIJO 1 CAIXA BISCOITOS1 MEL 1 LICOR 1 COMPOTA 1 BISCOITO FUMEIRO NOZES

DOURO VERDE100€

1 G ESPUMANTE 4 G VINHO VERDE 1 MARMELADA 1 CESTO DE PALHA 1 LICOR 1 COMPOTA 1 MEL 1 ERVA AROMÁTICA 1 QUEIJO1 CAIXA DE BISCOITOSFUMEIRO NOZES 1 PANO DE NATAL

PAISAGENSMILENARES

1 G ESPUMANTE 2 G VINHO VERDE 1 LICOR 1 MEL 1 CAIXA DE BISCOITOS 1 CAIXA DE COMPOTAS FUMEIRO

TÂMEGA40€

1 CESTARIA FRENDE 1 G ESPUMANTE 3 G VINHO VERDE 1 COMPOTA 1 MEL 1 KG 1 LICOR 1 BISCOITO FUMEIRO 1 PANO NATAL

DOURO 50€

Page 17: Revista Repórter do Marão - RM 1280 - nov/dezembro 2013

CENTROS DE PROMOÇÃO PRODUTOS LOCAIS: MARCO DE CANAVESES: DOLMEN - Alameda Dr. Miranda da Rocha, 266 | T. 255 521 004 BAIÃO: DOLMEN - Rua de Camões, 296 | T. 255 542 154

1 CESTARIA FRENDE1 G VINHO 1 BISCOITO 1 MEL 0,5 KG1 COMPOTA 1 BISCOITOS FUMEIRO NOZES

ROMANO 25€

1 CESTA 1 G ESPUMANTE 5 G VINHO VERDE 1 LICOR 1 MEL 1 BISCOITOS 1 COMPOTA 1 QUEIJO 1 ERVA AROMÁTICA FUMEIRO

DOLMEN 75€

1 G ESPUMANTE 4 G VINHO VERDE 1 MARMELADA 1 CESTO DE PALHA 1 LICOR 1 COMPOTA 1 MEL 1 ERVA AROMÁTICA 1 QUEIJO1 CAIXA DE BISCOITOSFUMEIRO NOZES 1 PANO DE NATAL

PAISAGENSMILENARES 60€

Page 18: Revista Repórter do Marão - RM 1280 - nov/dezembro 2013

crónica / diversos

1 CESTARIA AMARANTE1 G VINHO VERDE 1 MEL 1 BISCOITO FUMEIRO

MEDIEVAL 15€

1 CESTA PALHA 1 BISCOITOS 1 G VINHO VERDE 1 COMPOTA

ROMÂNICO 8€

1 G VINHO VERDE 1 BISCOITO 1 COMPOTA 1 ERVA AROMÁTICA NOZES

RIO10€

2 G VINHO VERDE FUMEIRO VARIADO1 BROA 1 QUEIJO

SERRA20€

Produção editorial da responsabilidade da DOLMEN

Page 19: Revista Repórter do Marão - RM 1280 - nov/dezembro 2013

agenda /crónica

repórterdomarão | nov/dezembro'13 19

Natal no Marco Animação de rua, Feira de Artesanato e muita música

A cidade do Marco de Canaveses será palco, nesta quadra natalícia, de muita fes-ta e animação musical pelas ruas da cidade, no âmbito do programa "Animação de Na-tal 2013". Paralelamente, de 13 a 22 deste mês, junto ao Jardim Municipal, irá decorrer a Feira de Artesanato.

No Pavilhão Bernardino Coutinho, no dia 17, terá lugar um espetáculo de Natal, in-titulado "Natal na Disney", onde os atletas marcuenses serão os grandes protagonistas. Esta iniciativa, organizada pela Academia de Patinagem do Marco, é dirigida a todas as crianças das escolas do ensino básico do concelho. De acordo com a organização, este evento permite oferecer aos mais novos momentos de lazer e mostrar-lhes em que con-siste a patinagem. O espetáculo irá ter duas sessões, às 09:30 e às 15:00.

A autarquia, em parceria com a Banda de Música de Vila Boa de Quires, organizam um Concerto de Natal a 15 de dezembro, pelas 15:30, na Sala de Espetáculos do Marco Fórum XXI. No dia 29, será a vez de a Junta de Freguesia do Marco organizar um "Con-certo de Natal com Grupos Corais", na mesma sala, pelas 15:00. 

Concurso de expressão plásticaTal como em anos anteriores, a Câmara Municipal do Marco de Canaveses promo-

ve o 7º Concurso de Expressão Plástica Carmen Miranda. Esta iniciativa, que permite apoiar os jovens artistas e estimular a atividade cultural e artística da comunidade esco-lar, está aberta a todos os alunos das escolas do Concelho, cujos trabalhos deverão estar relacionados com a vida e carreira artística da cantora.

As obras a concurso, e de acordo com o seu Regulamento, devem ser entregues de 15 a 22 de janeiro de 2014, no Museu Municipal Carmen Miranda. Os trabalhos premia-dos serão divulgados até ao dia 19 de fevereiro.

RESPINGOS – VI

1. O ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social, há dias, en-trevistado por uma jornalista, defendia a justiça dos cortes nas pensões de sobrevivência, referindo o caso hipotético de uma pessoa que tinha uma pen-são de quatro mil euros que acumulava com uma pensão de sobrevivência do mesmo valor. Quem ouvisse o ministro a falar desta forma o que concluiria? Que os cortes anunciados se destinavam apenas às pensões ditas milionárias. Pois bem. Tudo não passou de manipulação e cortina de fumo. Porque no dia seguinte ficámos todos a saber, assombrados, que os cortes vão atingir refor-mas bem mais modestas.

O ministro devia ter ao menos a amabilidade de ser sincero e assumir hones-tamente que estes cortes brutais atingem um vastíssimo universo de viúvos e viúvas pobres — e não apenas as pensões douradas que bem podem com eles.

Já houve vozes que chamaram indigna a esta medida, de modo que não vou repetir o adjectivo. Mas não vejo maneira de calar o quanto me repugna que os pensionistas, mesmo depois de mortos, continuem a ser a carniça de que os abutres do ultraliberalismo se nutrem com o mais imoderado e impudente dos apetites.

Já não é só uma questão de ‘cisma grisalho’ de que falava o Dr. Paulo Por-tas: é também uma questão de cisma cadavérico. E as explicações retorcidas que lhe ouvi depois, senhor vice-primeiro-ministro, só me confirmaram uma coisa: que temos em si verdadeiramente aquilo que se chama a man for all seasons.

2. Aqui há anos, diante de mais um assassinato pela ETA, a gota de água que fez transbordar o cálice, vimos a Espanha levantar-se como uma só pessoa e vir para a rua mostrar a sua imensa indignação. Houve manifestações gigan-tescas nas principais cidades e, como em todas as manifestações, gritaram-se palavras de ordem e exibiram-se cartazes. Um desses cartazes, multiplicado por mil, dizia apenas ‘Hijos de puta’. Mesmo reconhecendo nos espanhóis uma congénita e testicular rudeza, bem longe da brandura nacional, faço-lhes a justiça de acreditar que esse cartaz extremo era o produto de uma paciência há muito esgotada por sucessivos e repulsivos ataques etarras. E também é certo que, naquele contexto, a expressão ‘hijos de puta’ deixa de ser um insul-to chocarreiro para se transformar num desabafo pungente – e legítimo.

Não sei porquê, mas hoje, ao continuar a assistir, telejornal após telejornal, ao anúncio de medidas sanguinolentas contra os massacrados portugueses — assim como quem espeta um prego dando-lhe na cabeça sucessivas mocadas, cada uma mais fera e raivosa do que a anterior, e o povo é o prego e a troika o martelo e o governo a mão que maneja o martelo — vieram-me à ideia os tais cartazes. Porque seria?

Insondáveis arcanos do inconsciente!

3. E já que vamos em maré de perguntas, porque é que será que certos artigos que leio na imprensa a desancar autarcas caídos em desgraça que me trazem à lembrança uma fábula de La Fontaine, de que aí deixo, sem mais comentários, a versão de Bocage:

Decrépito o Leão, terror dos bosques, / E saudoso da antiga fortaleza, / Viu-se atacado pelos outros brutos, / Que intrépidos tornou sua fraqueza. / Eis o lobo c’os dentes o maltrata, / O cavalo c’os pés, o boi co’as pontas, / E o mísero leão, rugindo apenas, / Paciente digere estas afrontas. / Não se queixa dos fados; porém, vendo / Vir o burro, animal de ínfima sorte, / «Ah, vil raça! (lhe diz). Morrer não temo, / Mas sofrer-te uma injúria é mais que morte.»

A.M.PIRES CABRAL

[email protected]

RM - Nº 1280, Dez 2013

CARTÓRIO NOTARIAL DE AMARANTE__A cargo da Licenciada OLGA MARIA DE CARVALHO SAMÕES, Notária com o arquivo do extinto Cartório Público.____________________________________________________Faço saber para efeitos de publicação na imprensa local, que neste Cartório, no livro 301 a folhas 78 e seguintes, se encontra uma escritura de JUSTIFICAÇÃO de dezoito de outubro de dois mil e treze, em que:Maria Lúcia Barbosa Coutinho que também usa e é conhecida por Lúcia Coutinho, ca-sada, natural da freguesia de Ariz, concelho do Marco de Canaveses, com domicílio profis-sional na Rua Cândido dos reis, nº 9, 1°, freguesia de São Gonçalo, concelho de Amarante, outorga na qualidade de procuradora de: _________________________________________MANUEL MOREIRA COUTINHO, NlF.150.855.435 e esposa MARIA BARBOSA GOMES que também usa e é conhecida por MARIA BARBOSA GOMES COUTINHO, NlF.150.855.443, casados no regime da comunhão geral de bens, ele natural da freguesia de Ariz, concelho do Marco de Canaveses e ela natural do Brasil, residentes na Rua 1° de Maio, n° 64, freguesia de Tuías, concelho do Marco de Canaveses. _________________________DECLAROU: ____________________________________________________________Que os seus representados são donos, com exclusão de outrém do seguinte imóvel: _____Prédio urbano, composto por casa de dois pavimentos, no primeiro andar quatro divi-sões e no segundo andar quatro divisões, com a área coberta de cento e cinquenta metros quadrados, sito no lugar de Feira Nova, freguesia de Bem Viver, anterior freguesia de Ariz (extinta), concelho do Marco de Canaveses, descrito na Conservatória do Registo Predial do Marco de Canaveses sob o número MIL E TRINTA E DOIS, da freguesia de Ariz (extin-ta), inscrito na matriz sob o artigo 817, da freguesia de Bem Viver, que provém do artigo 258 urbano, que por sua vez proveio do artigo 149 urbano ambas da freguesia de Ariz (extinta), com o valor patrimonial de 50.030€._____________________________________________Tal prédio encontra-se registado na referida Conservatória do Registo Predial a favor de MARIA JOSEFINA DE SOUSA FARIA GIRÃO, conforme inscrição Ap. 5 de 1940/02/16, a qual foi devidamente notificada conforme processo 13/2012 deste Cartório. _______________No entanto, os representados da primeira outorgante adquiriram metade por escritura pú-blica de compra e venda em que foi vendedora a referida titular inscrita outorgada no ano de mil novecentos e sessenta. Mas, apesar das buscas efetuadas, não se conseguiu obter esta escritura que titula este contrato, ignorando-se também qual o cartório que a outorgou e as-sim, não obstante as árduas buscas efetuadas em todo o território nacional não foi possível obter o título que transmitiu esta metade para os representados da primeira outorgante. _____A restante metade por escritura de permuta outorgada no dia dezanove de Setembro de mil novecentos e sessenta e três no Cartório Notarial do Marco de Canaveses, exarada a folhas 57 verso do Livro B-13, a Fernando Moreira Coutinho e esposa Alzira Soares de Vas-concelos. _________________________________________________________________Os referidos Fernando Moreira Coutinho e esposa Alzira Soares de Vasconcelos, por sua vez tinham adquirido no ano de mil novecentos e sessenta a metade que posteriormente per-mutaram da titular inscrita na Conservatória por escritura de compra e venda que também, apesar das buscas efetuadas, não se conseguiu obter, ignorando-se da mesma forma qual o cartório que a outorgou e assim, não obstante as árduas buscas efetuadas em todo o terri-tório nacional não foi possível obter o título que transmitiu o dito prédio para o reatamento do trato sucessivo da titular inscrita na Conservatória. _________________________________Que em consequência dos referidos contratos de compra e venda de mil novecentos e sessenta e de permuta de mil novecentos e sessenta e três, os representados da primeira outorgante, ficaram donos e legítimos possuidores do citado imóvel na sua totalidade e entraram na posse do referido imóvel posse esta que foi assim mantida até hoje.___________Está conforme.___________________________________________________________Cartório Notarial de Amarante, 18/10/2013 A Notária, (Olga Maria de Carvalho Samões)

Bem sei que tempos de Natal requerem crónicas amáveis. Mas estes fulanos do Governo e outros enxovedos que tais mantêm-me permanentemente o fígado sob uma tal pressão que não tenho remédio senão insistir no tom de protesto e pessimismo habitual nos meus respingos.

Nota: Este texto foi escrito com deliberada inobservância do Acordo (?) Ortográfico.

Registo nº PA 1739/13

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Os números apresentados por Poiares Ma-duro no Encontro são um compromisso do po-der central mas também um desafio para as instituições e empresas da região. O governan-te anunciou que 93 por cento dos fundos co-munitários que vão chegar a Portugal até 2020 são destinados às regiões mais pobres do país, mas a nova lógica de distribuição das verbas vai exigir “uma mudança de comportamento dos agentes económicos”. Especificou o Minis-tro Poiares Maduro, “não basta fazer a identifi-

cação de prioridades”, é “fundamental que os fundos sejam dirigidos para a competitividade internacional”. O apoio direto às empresas que apostem na internacionalização será, portanto, uma área de eleição em termos de apoios co-munitários.

Interligado à competitividade está a capa-cidade de valorização do território, outra prio-ridade para os gestores do novo programa de apoios comunitários, como referiu também o Ministro: “É acrescentando valor ao território,

ao que é nosso, que teremos uma competitivi-dade resistente à globalização e a processos de deslocalização”.

Mas valorizar o território para que possa-mos ter desenvolvimento económico tem de assentar no conhecimento e aqui chegamos a outro dos enfoques dos apoios Portugal 2020, como sintetizou Poiares Maduro: “É fundamen-tal fazer associações entre a área do conheci-mento e a área das empresas. Portugal teve uma melhoria muito importante em termos de

Empresas e área doconhecimento têm de associar-se

A quase totalidade dos fundos do novo quadro comunitário serão dirigidos às regiões mais pobres do país. O compromisso é assumido pelo Ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional, Miguel Poiares Maduro, no fecho do I Encontro Nacional de Redes de Apoio ao Empreendedorismo, organizado pela Rede EmpreenDouro, que decorreu em Vila Real.

Emídio Gomes, presidente da CCDR Norte

Fontaínhas Fernandes e Rui Santos, presidente da CM Vila Real

Mais de 300 participantes no I Encontro de Redes do Empreendedorismo

Fontaínhas Fernandes, reitor da UTAD

Sobrinho Teixeira, presidente do IPB

I ENCONTRO NACIONAL DE REDES DE APOIO AO EMPREENDEDORISMO, EM VILA REAL

Ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional, Miguel Poiares Maduro, no encerramento da jornada organizada pela Rede EmpreenDouro

20 nov/dezembro '13 | repórterdomarão

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sistema científico, mas temos uma insuficiente transferência do conhecimento.”

Daí a importância, acrescentou o Minis-tro, de iniciativas como a Rede EmpreenDouro “que integrem e gerem processos de integra-ção entre o sistema científico e universitário e o sistema empresarial".

Neste contexto, é fundamental uma abor-dagem integrada, que promova também o en-volvimento dos municípios, numa lógica inter-municipal, concluiu o Ministro.

Arco do Interior atentoA posição do Ministro do Desenvolvimen-

to Regional veio ao encontro dos receios ma-nifestados no início dos trabalhos do encontro pelo reitor da Universidade de Trás-os-Mon-tes e Alto Douro (UTAD), Fontaínhas Fernan-des, quando lembrou que “todos [na região] temos de multiplicar as vozes contra este ex-cesso de centralismo, quer na órbita nacional, quer na órbita litoral. Quando se fala da fal-ta de solidariedade da Europa, entre regiões mais ricas e pobres, seria bom que se dedicas-se algum tempo a olhar para o nosso próprio país e região”.

Na sua intervenção, Fontaínhas Fernan-des considerou também “determinante” que se deixe de ver as instituições do “arco do In-terior”, como “sendo um problema neste pro-cesso de reforma do Estado”. Este “arco do In-terior” e as suas instituições “merecem ser

apoiadas como âncoras de esperança, como âncoras de fixação de população, como ân-coras de criação de emprego e como agentes ativos na diminuição das assimetrias regio-nais”, concluiu Fontaínhas Fernandes.

Interior perde população há várias décadas

O reitor da UTAD salientou ainda que "são estratégias coletivas como esta que podem permitir contrariar os dados assustadores re-velados recentemente pelo projeto DEMOS-PIN, sobre o crescimento económico e empre-go das regiões". Os dados referem, lembrou Fontaínhas Fernandes, que a tendência dos fluxos migratórios mostra "que o interior per-derá um terço da sua população em 2040 e 75% em 2100".

Aos receios do presidente da UTAD res-pondeu o presidente da CCDRN, Emídio Go-mes, com a garantia de que, pelo que a ele diz respeito, “haverá um apoio inequívoco e in-condicional ao crescimento destas duas insti-tuições [UTAD e IPB – Instituto Politécnico de Bragança]”.

Emídio Gomes quis, no entanto, terminar com uma mensagem positiva, assumindo que a região “não quer continuar a ser uma região pobre” e que está determinado a usar o próxi-mo programa de apoio comunitário para co-locar o norte no grupo das regiões desenvol-

vidas da União Europeia.Num tom otimista, o presidente do IPB,

Sobrinho Teixeira, quis lembrar que “o inte-rior é cada vez mais uma oportunidade”, ideia que o presidente da Câmara de Vila Real, Rui Santos, também reforçou: “Pois bem, iniciati-vas como a Rede EmpreenDouro demonstram que nos cansamos de esperar pela boa von-tade de quem decide centralmente e toma-mos nas nossas mãos a construção do futuro. E eu acredito que o Douro tem futuro. Acredi-to que o Interior tem futuro, e cabe a nós, os que vivem e sentem esta região, fazer os ou-tros acreditar nesta evidência”.

O encontro, que decorreu no Teatro de Vila Real, organizado pela Rede EmpreenDou-ro, projeto que envolve 28 entidades, regio-nais, supra municipais, locais e nacionais, foi ainda um encontro de partilha de testemu-nhos de empreendedores e permitiu dar a conhecer, às mais de três centenas de parti-cipantes, projetos de educação para o empre-endedorismo, o trabalho de outras redes de empreendedorismo do país e apresentar as prioridades para a intervenção dos fundos co-munitários definidas pelo governo no âmbito do Portugal 2020.

Deste dia de trabalho com a participação de redes de apoio ao empreendedorismo de todo o país, saírem conclusões, apresentadas por Célia Ramos, chefe da Estrutura Missão Douro, às quais o Ministro Poiares Maduro se manifestou interessado em “ler e refletir com todo o cuidado”.

Produção editorial da responsabilidade da REDE EMPREENDOURO

PUBLIREPORTAGEM

Auditóriodo Teatrode Vila Real

Poiares Maduro, ministro do Desenvolvimento Regional

Sobrinho Teixeira, presidente do IPB

Os presidente das associações empresariais de Vila Real e Bragança participaram num dos painéis sobre empreendedorismo

I ENCONTRO NACIONAL DE REDES DE APOIO AO EMPREENDEDORISMO, EM VILA REAL

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O promotor do investimento, Rui Monterroso, um médi-co dentista natural de Amarante e licenciado pelo Instituto Superior de Ciências da Saúde, do Grupo CESPU, está a desen-volver contactos para associar-se a uma empresa espanhola da área da biotecnologia, com a qual já tem relações comer-ciais há algum tempo. Atualmente, gere duas clínicas dentá-rias em Celorico de Basto e Mondim de Basto.

É o primeiro investimento anunciado para o concelho depois da mudança autárquica saída das eleições de 29 de setembro. O empresário agradeceu o interesse manifestado pelo novo presidente da Câmara de Amarante, José Luís Gas-par, que prometeu agilizar o processo de licenciamento e de instalação da empresa na cidade.

Rui Monterroso, citado pela Lusa, adiantou que o projeto está a ser preparado para atrair médicos dentistas, investiga-

dores e formandos de várias nacionalidades.Segundo adiantou, já foram identificados alguns locais

para a instalação da clínica no centro de Amarante, sendo ne-cessário um espaço com cerca de mil metros quadrados .

O investimento inicial é de dois milhões de euros, mas poderá atingir 3,5 milhões de euros num horizonte de qua-tro anos.

A escolha de Amarante tem a ver, segundo o empresário, pela proximidade da cidade ao aeroporto do Porto e a exis-tência de boas unidades hoteleiras e de um campo de golfe.

O empresário avançou que tem o apoio de uma institui-ção bancária para criar em Amarante uma clínica "de referên-cia internacional", preparada para receber clientes do "mer-cado emergente do turismo dentário", nomedamente do norte da Europa e de Angola.

Centro de investigação dentárioUm empresário da área da medicina dentária promete avançar em Amarante com um centro de investigação e formação internacional, investimento que incluirá também uma clínica dentária. O investimento inicial é de dois milhões de euros mas poderá atingir os 3,5 milhões de euros. O promotor gere duas clínicas dentárias em dois municípios da região de Basto.

Investidor escolhe Amarante para instalar projeto internacional

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repórterdomarão | nov/dezembro'13 23

regiões

Capão é a iguaria da quadraSemana Gastronómica promove galináceo criado em Freamunde

O evento gastronómico decorre em oito restaurantes do concelho – Aidé, A Pre-sa, Casa do Campo, O Gusto, O Penta 2, O Tarasco, O Telheiro e Parrilhada (ver lista, com contactos e localiza-ções) – e permite que os amantes da iguaria a possam degustar, des-de que seja encomendado com 24 horas de antecedência durante a se-mana. Ao almoço/jantar de sexta a do-mingo o capão está inserido no menu.

No dia 12, terá lugar o XXII Concurso Gastro-nómico “Capão à Freamunde 2013", que consiste num jan-tar de capão e onde será premiado o restaurante que o confecionar melhor. O jantar é aberto a toda a população, com um custo de 20 euros, cujos bilhetes podem ser ad-quiridos na Junta de Freguesia de Freamunde.

No último dia deste certame, em que se realiza tam-bém a Feira de Santa Luzia, decorrerá a Feira dos Ca-pões e o Concurso de Melhor Capão vivo, onde todos os anos centenas de pessoas se deslocam ao concelho

para comprar capões.Em parceria com a Rota do Români-

co, será lançado um programa turís-tico intitulado "Uma tradição de

sentidos e sabores" que preten-de promover os patrimónios his-tórico e gastronómico da região.

Esta iniciativa, organizada pela Associação de Jovens ao Fu-

turo (AJAF), pela Associação de Cria-dores de Capão de Freamunde, pela Câ-

mara Municipal e pela junta de freguesia de Freamunde, pretende dar a conhecer melhor este produ-to, de modo que o capão "ganhe mais notoriedade no mercado podendo vir a ser um produto único de di-mensão nacional".

Na apresentação do evento, em que estiveram pre-sentes as diversas organizações do evento e o novo pre-sidente da câmara, Humberto Brito (ao centro), foram atribuídos alguns certificados de "embaixador" do capão de Freamunde.

Pelo oitavo ano consecutivo, realiza-se em Paços de Ferreira a Semana Gastronómica "Capão à Freamunde", que tem a adesão de oito restaurantes e que decorre até 13 de dezembro. Os apreciadores do capão têm uma oportunidade soberana de degustar uma especialidade gastronómica que praticamente é exclusiva da restauração pacense.Enquanto a denominação IGP não é aprovada em Bruxelas, nas instâncias da Comunidade Europeia, os criadores locais de capão estão impedidos de comercializar a carne do galináceo. A associação de criadores, que integra a organização do certame, garante que o processo está concluído e que em breve será aprovada a certificação europeia, aguardada há vários anos.

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Refer promete levar o comboio elétrico ao Marco

Apesar de a dotação financeira ser 10 % do projeto anterior

regiões

O projeto de eletrificação da linha do Douro, no troço entre as estações de Caíde e Marco de Canaveses, suspenso ainda durante o governo de José Sócrates, poderá avançar no próximo ano, a confirmar-se uma promessa recente da Refer, a empresa pública responsável pelas estruturas ferroviárias.O que causa alguma estranheza é o investimento anunciado (6,4 M€) ser apenas 10 por cento do montante da empreitada que não chegou a ser adjudicada em 2010 (que orçava 70 M€), ainda que na empreitada agora anunciada apenas esteja contemplada a eletrificação do troço, sem qualquer obra de requalificação quer na via quer nas estações.

A Refer anunciou recentemente que "o projeto de execução encontra-se concluído, tendo a obra um custo estimado em 6,4 milhões de euros, verba con-templada no orçamento de investimentos da Refer para os anos de 2014 e 2015". De acordo com a comu-nicação da empresa, divulgada pela Lusa, não é adian-tada nenhuma data para o lançamento do concurso pú-blico, uma vez que aquele ato "carece de portaria de aprovação dos compromissos plurianuais".

Segundo a Refer, aquele montante de investimento "compreende todas as obras necessárias à eletri-ficação do troço, bem como a intervenção nos tú-neis, para reforço estrutural e adequação do seu gabarito às exigências da instalação da infraes-trutura de catenária".

Apesar de não existir dotação orçamental para inter-venções de vulto, como acontecia no projeto anterior, a Refer comunica que está prevista nesta empreitada agora anunciada "a intervenção em estações e ape-adeiros, ao nível do comprimento e altura das pla-taformas de passageiros, para adequação às ca-racterísticas das composições de tração elétrica".

Intervenção minimalista agrada aos autarcasDe acordo com a calendarização da Refer, a obra de-

verá ter início ainda em 2014 – provavelmente no se-gundo semestre, dependendo o arranque da empreita-da da morosidade do concurso e da adjudicação –, com um prazo de execução de 15 meses.

A eletrificação da via entre Caíde e Marco é reclama-da há vários anos no Baixo Tâmega, sobretudo pelos autarcas de Amarante e Marco de Canaveses, permi-tindo que os comboios suburbanos do Porto cheguem à estação do Marco de Canaveses. Atualmente chegam

apenas à estação de Caíde (que tem suburbanos desde 1997), obrigando os passageiros a um transbordo para um comboio regional, de tração diesel.

O presidente da Câmara do Marco de Canaveses, Manuel Moreira, ficou satisfeito com o investimento proposto, mas defendeu que a obra "tem de ser com-pletada" mais tarde. Para o autarca, a obra "é impor-tante para permitir que os comboios suburbanos do Porto cheguem à cidade", mas lembrou que fica por fazer a requalificação das estações do Marco, Livra-ção e Vila Meã.

O autarca defende ainda que a eletrificação deve estender-se futuramente até à Régua, que melhoraria significativamente a ligação entre as regiões do Tâ-mega e do Douro, mas este projeto foi abandonado há anos devido aos custos elevados que implica, nome-adamente com a requalificação de diversas pontes e do túnel do Juncal, o mais extenso da linha do Douro, com 1.621 metros.

Investimento anunciado é de apenas 6,4 M€

Jorge Manuel Costa Pinheiro

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24 nov/dezembro '13 | repórterdomarão

Page 25: Revista Repórter do Marão - RM 1280 - nov/dezembro 2013

Fumeiro de Montalegrepromovido no Porto

A Câmara de Montalegre promove na semana do Natal, no Porto, a 23ª edição da Feira do Fumeiro, dando a conhecer em dois locais da cidade os sabores do Barroso – na loja interativa do Turismo Porto Norte Portugal (TPNP), no aeroporto Francisco Sá Carneiro, e na segunda edição do SABOREARTE, a realizar no Cine-Teatro Batalha.A dupla jornada promocional da Feira do Fumeiro, que vai realizar-se em Montalegre de 23 a 27 de janeiro, englobará ainda uma conferência de imprensa com presença do presidente da autarquia, Orlando Alves.

O programa que o município de Montalegre apresenta no aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto, promete animar a chegada ou o embarque dos passageiros. Durante dois dias, o espaço da Turismo do Porto e Norte mostrará jovens vestidas com trajes tradicionais a distribuir material promocional dos eventos mas será ainda dotado dos sabores mais característicos do planalto barrosão: fumeiro e presunto de Montalegre, acompanhado de pão de centeio, oferta da Associação de Produtores de Fumeiro da Terra Fria Barrosã.

A organização da Feira do Fumeiro pretende que os visitantes sintam a importância do certame, que é organizado há 23 anos ininterruptos.

O evento será também apresentado numa conferência de imprensa (dia 20, 11:00), onde marcará presença o novo presidente da Câmara de Montalegre, Orlando Alves, que tem sido o máximo responsável pela organização da feira desde a sua fundação. O autarca terá oportunidade "de vincar o impacto deste cartaz para o desenvolvimento da atividade económica do concelho".

Orlando Alves explica que "o aeroporto é um espaço muito movimentado, com muitos turistas em partidas e chegadas",

sobretudo nesta época natalícia, esperando que a mensagem divulgada proporcione que mais pessoas comecem a visitar Montalegre e a consumir os seus produtos.

Reinventar a terraA SABOREARTE – informa a organização – é

"uma espécie de "mini Feira do Fumeiro" que se realiza durante dois dias (os mesmos 21 e 22 de dezembro) no CineTeatro Batalha e que "tem dado bons resultados".

Fumeiro variado, carne barrosã, mel, licor, artesanato e outros produtos locais vão estar à venda durante os dois dias num local central da cidade do Porto.

Os produtores, garante o presidente da Câmara, têm ficado "satisfeitos" com a iniciativa e mais de duas dezenas manifestaram a intenção de estar presentes.

"Temos a consciência que vale a pena [esta iniciativa]. Só falta mobilizar novos e menos novos neste grande desígnio de reinventarmos a nossa terra e procurarmos saídas para o povoamento do território", enfatiza Orlando Alves, empenhado em ajudar "aqueles que ainda acreditam que o Barroso tem futuro".

Sabores do Barroso descem à cidade na semana do Natal

No aeroporto e no Cine Batalha a 21 e 22 de dezembro

regiões

repórterdomarão | nov/dezembro'13 25

Page 26: Revista Repórter do Marão - RM 1280 - nov/dezembro 2013

O gosto pela agricultura foi o que levou Jorge Jesus, 20 anos, natural do Sobretâme-ga, Marco de Canaveses, a escolher a nossa escola há três anos. O seu objetivo de curto prazo não é procurar trabalho na área agrí-cola mas dar continuidade aos seus estudos numa universidade.

Por isso, está empenhado em obter uma nota boa no final do curso que está a frequen-tar na Escola Profissional de Agricultura e De-senvolvimento Rural de Marco de Canavaeses (EPAMAC). "A paixão pelo curso foi crescen-do desde o que dia em que me inscrevi", anota.

O curso de Agronomia na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), em Vila Real, é uma das suas opções, embora só no final do curso tenha que escolher. Mas tem desde já uma certeza: "tem de estar relacio-nado com o ambiente".

A crise económica e a falta de emprego, sobretudo para os jovens, leva alguns de-les a replicar o exemplo de amigos ou fami-liares. E estudar numa escola profissional tor-nou-se, assim, uma opção para muitos deles. Foi o caso da aluna Joana Sousa, 18 anos, na-

tural de Mesquinhata, Baião, que viu na EPA-MAC "uma oportunidade para estudar e in-gressar mais rapidamente no mercado de trabalho". Pretende aproveitar esta formação para encontrar um trabalho na sua zona de residência ou até no Marco de Canaveses, se-guindo as pisadas de uma irmã que estudou na mesma Escola e trabalha neste momento na área da agricultura.

Hugo Santos, 17 anos, de Vila Boa de Qui-res, é outro aluno da EPAMAC que pretende prosseguir os seus estudos em Agronomia. A UTAD deverá também ser a sua escolha.

O curso Técnico de Produção Agrária, que os três frequentam, servirá para ampliarem os seus conhecimentos técnicos da a

tividade agrícola, dada a forte componen-te prática do curso.

Jorge Jesus e Hugo Santos gostavam de trabalhar futuramente numa quinta ou em-presa agrícola, em tarefas de gestão.

Para o aluno de Sobretâmega, "o setor primário é uma oportunidade, numa al-tura em que todos os outros setores estão mal, sobretudo o terciário".

Neste momento "embora não tenha-

Ensino Profissional na EPAMAC atrai cada vez mais alunosA Escola Profissional de Agricultura e Desenvolvimento Rural de Marco de Canaveses (EPAMAC) ultrapassou este ano letivo as três centenas de alunos e conseguiu encontrar alojamento para quase um terço da população escolar, que é oriunda de 19 concelhos da região norte, da Feira a Torre de Moncorvo. A elevada procura pelo ensino profissional e sobretudo pelos cursos que a escola dispõe, esgotou a capacidade. O grau de empregabilidade e/ou de saídas profissionais constitui o maior capital deste estabelecimento de ensino com 320 alunos.Significativo é também o facto de cerca de um quarto dos alunos pretenderem prosseguir os estudos para a obtenção de uma licenciatura em Universidade ou Politécnico, depois da experiência na EPAMAC, onde a componente prática e os estágios em empresas são uma marca distintiva.O Repórter do Marão (RM) falou com três alunos do último ano de produção agrária, que contam as suas experiências e o que de melhor levam destes anos passados na EPAMAC.

Muitos deles pretendem prosseguir os estudos até à licenciatura

Jorge Jesus

ensino profissional

Hugo Santos Joana Sousa

26 nov/dezembro '13 | repórterdomarão

Page 27: Revista Repórter do Marão - RM 1280 - nov/dezembro 2013

Mediadora de Seguros em AmaranteProcura candidato (a)

Com experiência na Mediação de SegurosSolicita-se envio de carta de motivação com detalhe da experiência no ramo (tipo de trabalho desempenhado, seguradoras com que trabalhou, programas informáticos, etc.) curriculum vitae e foto.

Respostas para: [email protected]

Ensino Profissional na EPAMAC atrai cada vez mais alunosMuitos deles pretendem prosseguir os estudos até à licenciatura

mos todas as culturas na escola, estou apto para fazer quase tudo que tenha a ver com a agricultura, sobretudo para trabalhar em vários contextos que tenham a ver com a minha vertente, mais na área da produção vegetal", enfatiza.

Ambiente escolaré destacadopor todos

Jorge Jesus refere ainda que tudo o que aprendeu com esta formação será muito im-portante para o seu futuro na área agrícola, incluindo trabalhar com as máquinas agríco-las "porque temos mecanização, um bom professor e bons módulos para completar essa parte da formação". O aluno de pro-dução agrária prossegue: "É muito útil uma vez que nestes tempos usamos menos a mão-de-obra e mais as máquinas. Penso que a nível dessa área é muito relevante para nós estarmos bem preparados, não digo a 100% em apenas três anos mas a

prática também se vai adquirindo com o tempo".

O ambiente gerado entre os alunos desta escola é sempre apontado como uma mais--valia, quer por aqueles que já deixaram o estabelecimento de ensino há muitos anos quer pelos que ainda o frequentam. Jorge Jesus, Hugo Santos e Joana Sousa partilham essa ideia: uma opinião "muito positiva".

Para Hugo Santos, o facto de haver menos alunos torna o ambiente "mais acolhedor", o que "permite um maior convívio entre os colegas". Refere, ainda, que "ficam-me mais recordações desta escola do que daquelas que tive na minha passagem pela escola de Toutosa".

Jorge Jesus acrescenta que irá sentir sau-dades dos "amigos, dos professores e claro da Escola, do seu espaço e da maneira de trabalhar. Envolve uma boa área de forma-ção, excelente área paisagística. E depois os laços que se criam aqui são bons".

Joana Sousa, por seu turno, também ga-rante não esquecer os momentos que viveu durante estes anos na Escola,: "uma boa par-te da nossa vida fica na EPAMAC".

População escolar em 2013/14:310 alunos, 90 internos

Cursos:Técnico de Produção Agrária75 alunos, 4 turmas

Técnico de Gestão Equina60 alunos, 3 turmas

Técnico de Turismo Ambiental e Rural 60 alunos, 3 turmas

CEF Jardinagem e Espaços Verdes20 alunos, 1 turma

Cursos Vocacionais2 turmas de básico, 60 alunos1 turma de secundário, 20 alunos

CET Gestão de Animação Turística em Espaço Rural1 turma, 15 alunos

Transporte pago aos alunos de concelhos limítrofes

Alojamento e alimentação gratuitos

FORMAÇÃO VARIADA

repórterdomarão | nov/dezembro'13 27

Page 28: Revista Repórter do Marão - RM 1280 - nov/dezembro 2013

Armando MiroJornalista

opinião

Há mais de duas décadas, quando se ensaiavam novas formas de Economia na avalanche dos fundos comunitários, pensava que solidariedade, subsidiaridade, igualdade, equidade e desen-volvimento seriam os seus novos pilares. Aliás, estes termos e temas desapareceram do léxico dos responsáveis europeus, mas não saíram dos tratados que todos assinaram. Dizia então que nos devíamos «entreter uns aos outros», ou seja, comprar ou adquirir serviços a este e àquele para garantir o nosso emprego e subsistência, com eles a fazer o mesmo para garantir os deles. Afinal o «entretimento» acabou na Assembleia da República onde cada um procura, em vez de soluções, alternativas e entendimentos, entalar o adversário com uma blague, chacota, acusa-ção ou recordação de facto em que possivelmente se contradisse, etc. etc. etc. Como sair disto?

Quanto ao salário mínimo, que a OIT recomendou que fosse aumentado, logo a diligente RTP anunciou a abrir as notícias que “o Governo pode criar 100 mil postos de trabalho em 2014”. Só de-pois, no seu alinhamento, é que deu paternidade à sugestão, deixando entrever a possibilidade de o governo “poder” mas, ao que se sabe, não quer nem lhe reconhece a virtude. E é bom que não queira pois, perdoem-me a ironia, dar mais dinheiro aos do rendimento mínimo, seja ele salário ou obrigação social, decerto que os levaria a empanturrar-se em lautas refeições, mariscadas incluí-das, sem saberem o mal que lhes faria por não estarem habituados. Talvez nem saibam como tal se come. É um risco que não se pode correr pois, qualquer alergia ou indigestão, era-lhes fatal na de-mora da prova de pagarem ou não taxa moderadora, já que subiram de estatuto social. Lá ficava o país com menos pobres para o exercício do alto espírito solidário da caridade. Até o ministro da tutela ficava desarmado e não voltava a vangloriar-se de mais um acordo com uma IPSS ou o cor-tar da fita de mais uma cantina social, ápodo moderno da sopa dos pobres.

Vem depois o ranking das escolas, onde me parece que se comparam alhos com bugalhos, e as defesas e ataques mais estapafúrdios de ambos os lados, abafando o que alguma comu-nicação social desenterrou dos esmifranços de alguns milhões que os privados embolsaram em detrimento do público. Mas há uma conclusão que não vi ninguém tirar: se as «nossas» escolas, por serem muitas e tão díspares e dispersas, atingem os 9,43 - com mais sete déci-mas dava para ir à oral - e as privadas, na sua total autonomia de escolha e gestão, apenas se ficam pelos 10,74. Só se pode concluir que estas, afinal, são bem piores do que as outras. É o contrário da propaganda demagógica do “cheque ensino” e da “liberdade de escolha”. Não há dinheiro para o “Ensino Constitucional” mas não falta para os “empreendedores” que vendem aulas onde elas já existem de borla...

VEJAM SECONSEGUEM PASSARPOR ENTRE OSPINGOS DA CHUVA ...

28 nov/dezembro '13 | repórterdomarão

País neutral, o ponto mais ocidental de um continen-te a ferro e fogo, com um porto de onde partiam navios para o norte de África, continente americano e parcelas do império, obviamente que Portugal atraiu os serviços de propaganda e espionagem dos principais campos be-ligerantes. A Alemanha de Hitler e a resistente Grã-Breta-nha tiveram a fatia de leão, mas também aqui atuaram os serviços secretos italianos, franceses, norte-americanos, polacos, checos e romenos, e até soviéticos. Moviam-se com relativa impunidade, aqui arribaram nomes sonan-tes da espionagem até que, em maio de 1943, Salazar cri-minalizou a espionagem estrangeira em solo português.

“Espiões em Portugal durante a II Guerra Mundial”, por Irene Flunser Pimentel, A Esfera dos Livros, 2013, é por-ventura o mais sólido levantamento da arte de espiar e contra-espiar durante a II Guerra Mundial, em Portugal. A historiadora Irene Pimentel adverte que este estudo é para ser continuado, a despeito do livro ter mais de 500 páginas diz só ter consultado uma pequeníssima par-te das fontes disponíveis dos serviços secretos ingleses, norte-americanos e alemães, não tendo acedido aos ar-quivos espanhóis, franceses e italianos, entre outros.

A historiadora dá-nos o contexto desta espionagem feita em Portugal. A maioria da população portuguesa era aliadófila, mas houve matizes quanto aos apoios e simpatias, como ela escreve: “A assinatura do pacto ger-mano-soviético aproximou, de forma aparentemente es-púria, comunistas e germanófilo pró-nazis, afastando a Igreja Católica e elementos do regime salazarista da Ale-manha nacional-socialista. Por outro lado, a invasão da URSS, em Junho de 1941, reaproximou todos os antico-munistas portugueses da Alemanha e juntou no mesmo tempo os simpatizantes dos Aliados ocidentais e os co-munistas, adeptos da URSS, numa frente única contra o nazismo alemão. Também a imprensa portuguesa, bem como diversas instituições do regime, nomeadamente os organismos policiais e polícias, a Legião Portuguesa, o Exército, a Igreja, para não falar das organizações estatais da juventude, inclinaram-se também, a partir de 1941, para o lado alemão, para deste se afastando, à medida que a sorte da guerra se inclinava para o lado dos Aliados, a partir de 1943”. Como igualmente se compreenderá, as embaixadas acreditadas em Lisboa tudo faziam para atrair apoios e ganhar simpatizantes, havia que recrutar informadores, ter acesso aos horários de aviões, barcos e comboios, havia que comprar matérias-primas, etc. Sala-zar terá os seus amargos de boca, será o caso do desman-

telamento da rede britânica Shell que vinha industriada para dinamitar objetivos estratégicos caso os alemães in-vadissem Portugal. A situação atlântica é um forte con-dimento para a espionagem, na previsão de bombarde-amentos aéreos ou de ataques de submarinos e, além disso Portugal é também uma plataforma de passagem de prisioneiros de guerra, haverá troca de prisioneiros num ambiente em que os aparelhos telégrafos sem fio espedem e recebem mensagens dos contendores.

Um dos méritos da historiadora é manter a dinâmica do texto e o leitor permanentemente açodado por even-tos muitas vezes mirabolantes. Terá sido um exagero a di-fusão da ideia de que Portugal naquela altura era o prin-cipal centro de espionagem do mundo. Exagero ou não, por aqui circularam informações que serviram para deso-rientar os alemães quanto ao local e a data do desembar-

ESPIÕES EM PORTUGAL DURANTE A II GUERRA MUNDIAL

Beja Santos Ex-Assessor D.G.Consumidor

Page 29: Revista Repórter do Marão - RM 1280 - nov/dezembro 2013

que aliado no norte da França. Os hotéis lisboetas estavam referenciados como pró--alemães ou pró-Aliados. A historiadora diz que o Suíço-Atlântico, Duas Nações, Bristol, Victoria e Francfort estariam cheios de agentes alemães, como acontecia com o Ave-nida-Palace, na Praça dos Restauradores. “Um corredor ligava diretamente o cais dos comboios da estação do Rossio a um andar superior desse hotel, para possibilitar a chegada incógnita e sem controlo policial de personalidades importantes e espiões do Eixo, que também recrutavam no café Chave de Ouro, no Rossio, e entre as mulheres portuguesas e holandesas nos night clubs”.

Os atores que aqui espiaram ganham forma, tornam-se convincentes, abre-se o ce-nário e somos confrontados com a atividade dos protagonistas e induzidos a perceber o papel de máquinas poderosas como a máquina alemã de cifra “Enigma” que virá a ser descodificada em Bletchley, na Grã-Bretanha. Os espiões estão atentos às negociações luso-britânicas, os alemães irão transformar-se no principal destino das exportações portuguesas, precisavam avidamente de volfrâmio, conservas, lãs, peles, couros, esta-nho. Só muito mais tarde é que os Aliados conseguirão impedir a exportação de ma-térias-primas críticas para o Reich. A autora passa em revista, uma fase após a outra, a atuação das redes de espionagem, não esquecer que Hitler arquitetou invadir Portu-gal para atacar Gibraltar. Nesse pano de fundo, vemos a propaganda dos beligerantes, a vinda de Walter Schellenberg, um todo-poderoso das SS, com o plano gizado em Ber-lim para raptar o duque de Windsor. Lisboa enche-se de notabilidades e refugiados a partir da queda da França, vemos a postura das instituições do regime atraídos pelo na-zismo e pelo fascismo, os espiões encontram-se nos hotéis, proliferam os agentes du-plos, acompanhamos as atividades da PVDE (antecessora da PIDE) e da legião portu-guesa, a guerra prossegue e intensificam-se as ações de desinformação, constituem-se focos de resistência com o concurso de diferentes refugiados. Depois entram em jogo os serviços franceses e norte-americanos, e os soviéticos também fizeram a sua perni-nha. Figuras lendárias como Kim Philby e Ian Fleming por aqui andaram à cata de infor-mações e a consolidar redes.

Em meados de 1942, Salazar está convencido que passou o perigo de uma inva-são de Portugal, os britânicos tornar-se-ão gradualmente mais exigentes, e depois os norte-americanos. Salazar não poderá recusar a base das lajes e outras facilidades nos Açores, isto numa altura em que os soviéticos estão na ofensiva, Mussolini foi afastado do poder e os norte-americanos desembarcaram na Sicília. A historiadora nunca per-de o bom ritmo e a vivacidade da escrita, desvela as redes alemãs e onde e como Lis-boa é uma placa giratória para a movimentação dos espiões, há histórias surpreenden-tes como a do agente Zig Zag, espião duplo, enganou meio mundo, era Edward Arnold Chapman, o relato destas peripécias é impressionante. Mas há mais agentes duplos, como Garbo que montou uma rede fictícia. Proeza que merece destaque é a Opera-ção Fortaleza, que serviu para enganar os alemães que a todo o transe pretendiam sa-ber antecipadamente onde ia decorrer o desembarque aliado. Como se lê compulsiva-mente o que se refere aos últimos anos da guerra e como da vitória aliada se caminhou para a Guerra Fria, multidões festejaram o fim da guerra em Lisboa na mesma altura em que a bandeira nacional era posta a meia haste pela morte de Hitler. Habilidosíssimo, Salazar felicitou o governo inglês e esteve presente na missa de ação de graças e adian-tou que houvera a derrota de “uma visão porventura demasiado continental da Euro-pa” face à “conceção historicamente mais exata da sua universalidade – queria dizer “do Atlântico” – tudo fora favorável ao interesse de Portugal…

repórterdomarão | nov/dezembro'13 29

E por falar em (Tribunal) Constitucional, que tantos agora demonizam e apregoam que deveria ser mais pragmático e adequado às “circunstâncias excepcionais do país», entre outros mimos, sugerindo-o como uma espécie de Conselho da Revolução com demasia-dos poderes, lembrou-me a nossa desdita com o túnel do Marão que não vislumbro po-der um dia atravessá-lo. Não seria lógico que o “douto” magistrado que aceitou a provi-dência cautelar do homem da Água do Marão, decretando a suspensão da obra, subisse a parada para outra instância, ou outra medida razoavelmente adequada, sopesando os reais milhões da obra em curso que parou e os milhares de postos de trabalho em causa, com eventuais prejuízos da água? Não é ela de todos nós e só daquele senhor por conces-são? E se é legítimo, normal e democrático opinar sobre o TC, por que não fazer o mesmo com os outros tribunais para não deixarem prescrever e acelerarem os processos dos que se aboletaram lautamente no Estado e agora pagamos (quase) todos nós?

E já agora, por falar em “todos nós”, que dizer senão perguntar com que direito, e com que mandato ou autorização, os governos, e este em especial, pegam nas nossas riquezas colectivas, como a água, luz, transportes, correios, seguros, TAP, RTP, etc. etc. etc., e os “con-cessionem” ou vendam sem o nosso assentimento, e sem que disso tiremos algum provei-to directo? E nem sequer é o «vão-se os anéis mas ficam os dedos» pois, no final das con-tas, os que compram só ficarão com os lucros impondo as suas condições, e nós, como sempre, pagaremos os prejuízos que aparecerem. Não é assim que acontece? Não é as-sim com os submarinos e a banca, e não estou só a pensar no BPN ou no BPP que os nos-so maiores continuam a ignorar e a esconder, como bem se depreende das habituais es-tratégias políticas? E por que será que o Governo não paga as suas dívidas aos nacionais? E por que não dá 3% ou 4% em certificados de dívida pública, pagando mais aos estran-geiros mesmo que o limite sejam os 4,5% de Rui Machete? Quando havia escudo ainda se percebia mas, com o Euro, o dinheiro é o mesmo e já não há o problema das divisas. E que dizer dos novos super-ricos, mais de oito centenas, e a que milagre económico se atribui tal façanha? Mas, se estes são muitos, ainda faltando contabilizar os que não se sabe pois, dos fundos atrás citados e desaparecidos, que têm de estar nalguns bolsos e serão ainda bem mais, mesmo assim continuam a “perder”. Volta a ironia que me penaliza pois, os po-bres, dão uma “cabazada” pois são bem mais de dois milhões.

Façam o favor de ser felizes, e vejam se conseguem passar por entre os pingos da chuva...

LEONOR e GONÇALOSim, estamos bem, prima. Não temos de pagar renda de casa, não pa-

gamos condomínio, o quintal é regado com a água do poço, temos co-elhos, temos galinhas, temos ovos, temos verduras, temos batatas e ce-bolas para o ano inteiro. E temos uma arca cheia.

Agora também temos um cãozinho que nos guarda a casa. É um pastor alemão, muito bonito. Se vier alguém tem lá dentro o Ronaldo à espera. O cão chama-se Ronaldo, porque quando o comprámos dis-seram-nos que ele estava registado com esse nome. Não achei graça ne-nhuma ao apelido, mas agora já estou habituada. Sabe, prima, o ser hu-mano habitua-se a tudo.

Para se sentir seguro, o Gonçalo também tem uma caçadeira carre-gada por baixo da cama. Mas ele, coitado, já ouve muito mal, e quando adormece, desata logo a roncar. Ai, prima, o ressonar dele enerva-me, e custa-me imenso a pegar no primeiro sono. É um tormento. Viro-me para um lado, acendo a luz, viro-me para outro, fecho a luz, e só não saio da cama porque sempre tive esse problema, desde pequenina, de ter pavor do escuro. Eu podia tomar um comprimido para dormir, mas acho que já tenho medicação a mais. Eu penso assim: não te preocupes, Leo-nor, se não dormires hoje, nem amanhã, de certeza que aterras depois de manhã, ou numa noite qualquer.

Não sei se acontece o mesmo consigo, prima, mas sabe, é na negrura da noite que eu vejo com mais nitidez tudo o que se passa. E foi sempre de noite que me lembro de ter tomado as grandes decisões, umas cor-reram bem, outras nem por isso.

Ai, prima, tínhamos conversa para muitas horas, se eu me pusesse a contar-lhe tudo o que me passa pela frente enquanto o Gonçalo resso-na. Sabe, passa tudo a correr, a correr, como se fosse um filme que nunca acabasse. Eu acho que isso não é muito bom, porque tudo o que come-ça deve ter um fim. Aliás, as coisas muito boas, mesmo muito boas, du-ram uns instantes. E depois já não há mais nada. É o vazio.

Sim, tive uma vida boa. Podia ser pior, isso é verdade. Mas há sempre um mas, prima. Todos as vidas têm sempre um mas.

Veja o meu caso. Estive casada dezanove anos com o Armando, o meu primeiro marido, e sempre nos demos bem, se descontar o tempo que demorou a ultrapassarmos o choque de sabermos que eu nunca iria en-gravidar. Nessa altura tive medo que ele fosse arranjar uma mulher que lhe desse um filho, e me abandonasse. Mas isso não aconteceu, se calhar por eu estar muito atenta, ou então fui muito bem enganada. Foi a par-tir dessa altura que eu fiquei com dificuldades em adormecer.

O Armando trabalhava no banco, eu trabalhava num escritório, e fize-mos esta casa sem problemas, tudo estudado ao pormenor.

O Armando gostava de caçar. E o seu grande amigo era o Gonçalo, que estava casado com Hermínia, que foi minha colega na escola pri-mária. Eles gostavam de ir caçar juntos, e faziam as comezainas deles, e às vezes o Gonçalo entrava em casa bem animado, mas nunca foi vio-lento comigo.

Se eu fosse contar todos os pormenores, a prima ainda perdia o últi-mo autocarro, e então, passando o filme mais para a frente, sabe o que aconteceu? Veja lá, prima, se isto não dava uma telenovela: um dia, a Hermínia disse-me que não se sentia bem, e disse-lhe para ela se deixar ficar, que fosse à procura de um médico. Poucos meses bem nos custou ir ao funeral da Hermínia, e o Gonçalo passou a vir jantar connosco qua-se diariamente. O Armando não o largava.

E um dia, ao fim da tarde, atendo o telefone no escritório e para meu espanto ouço o Gonçalo a dizer-me que o Armando se tinha despistado com o carro novo, que tínhamos comprado há um mês, ou nem isso. E não teve coragem de me dizer que ele estava morto.

Concluindo porque só faltam cinco minutos para o autocarro chegar. O Gonçalo tratou do funeral, tratou das papeladas. Um ano depois co-meçou a tratar de mim, e eu dele. Foi bom enquanto durou.

António Mota

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crónica

Page 30: Revista Repórter do Marão - RM 1280 - nov/dezembro 2013

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Esta edição foi globalmente escrita ao abrigo do novo acordo ortográfico. Porém, alguns textos, sobretudo de colaboradores, utilizam ainda a grafia anterior.

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30 nov/dezembro '13 | repórterdomarão

Cartoons de Santiagu

CONTRACAPA: Santiagu criou também o trabalho publicado na última página sobre o Facebook.

[Pseudónimo de António Santos]

Publicação da IV Série

O olharde...

EDUARDO PINTO 1933-2009

SENSIBILIDADES

NA CURVA DA ESTRADAAmarante

Finais Anos 60

Gandhi 2013

PolíticaInternacional

2013

Page 31: Revista Repórter do Marão - RM 1280 - nov/dezembro 2013

Grupo MCoutinho ganha troféu FORD de satisfação do cliente

repórterdomarão | nov/dezembro'13 31

empresas

A MCoutinho Ford voltou a ver o seu trabalho enaltecido com a conquista de mais um troféu. "Chairman's Award" 2012 é o galar-dão mais importante da Ford Motor Company, sendo o quinto recebido pela concessão.

Regularmente, os clientes MCou-tinho Ford são consultados sobre os serviços prestados pela empresa, in-formações que são divulgadas pelo programa "A Opinião do Cliente", o que permite à marca avaliar a qual-quer momento os níveis de satisfação dos clientes.

A cerimónia de entrega do tro-féu teve a presença de Diogo Rezen-de, presidente da Ford Lusitana e de António Coutinho, presidente da Co-missão Executiva do Grupo MCouti-nho, entre outros dirigentes e gesto-res do grupo automóvel.

O Continente lançou pelo 11º ano consecu-tivo mais uma Missão Sorriso, projecto alarga-do a todos os distritos do país. Este ano, segun-do a comunicação da empresa do Grupo Sonae, o principal objetivo é promover a melhoria da qualidade de vida de crianças e seniores, não só atuando na área da saúde e do envelheci-mento ativo como apoiar a luta contra a fome.

Os projectos serão premiados de acordo com a votação online, que está disponível no site continente.pt até final do ano.

No distrito de Vila Real concorrem 14 ins-tituições para receber o apoio da Missão Sor-riso do Continente, relativos a projetos de in-tervenção nas áreas da Saúde e Bem-Estar da Criança, Envelhecimento Ativo ou Luta Con-tra a Fome.

Estão a concurso 60 projetos do distrito do Porto, nomeadamente de Amarante, Marco de Canaveses, Penafiel e Paredes.

Foram recebidos 282 projetos, um número recorde de participações, decorrendo a fase de votações online no site da cadeia alimentar. O Continente premeia os vencedores com valo-res angariados através da venda de produtos Missão Sorriso nas lojas Continente, com mon-tantes até 50 mil euros.

Os projetos foram agrupados por distrito, incluindo as regiões autónomas dos Açores e Madeira, que serão premiados mediante os re-sultados da votação online e avaliados, poste-riormente, pelo júri da Missão Sorriso.

– É o quinto galardão conquistado pela concessão automóvel

Missão Sorriso Quase 300 projetos a votação

Page 32: Revista Repórter do Marão - RM 1280 - nov/dezembro 2013

Faceb

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