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Revista Rock Meeting #22

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Nesta edição Nº 22.:: Capa - Slasher, Perfil RM - Daniel (Espanhol) Carvalho, O que estou ouvindo?, Darth Jeder, Conversa de Luluzinha, Code em Recife, 'All Stars Cover Bands', Diário de Bordo - Fúria Night, São João no Orákulo. www.rockmeeting.net | @rockmeeting

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Junho chegou e meio ano está se passando. O que temos a dizer sobre o que já passou? Nada? Alguma coisa? Bom, no mínimo, o que pode ser destacado para estes seis meses iniciais é a animação.

Animação: s. f. 1. Ato ou efeito de animar(-se). 2. Alegria, entusiasmo. 3. Movimento. 4. Calor, vivacidade.

Esta animação toda não envolve, apenas, o momento do show em si, de estar naquele instante participando do seu grupo de amizade ou qualquer outra coisa que você tenha vivido. Animar-se também é ter paciência para alimentar sonhos e vontades. Durante estes seis meses de 2011, a animação esteve presente não só na parte "viva" da palavra, de sentir-se animado, mas de ter a coragem, o entusiasmo em querer concretizar algo. O que podemos destacar? O primeiro show do ano feito pela Rock Meeting. Um tributo para uma das maiores bandas de Death Metal. O retorno de uma das bandas mais virtuosas. O Metal tendo destaque em eventos alternativos. A colaboração dos amigos em ajudar outros. Consegue enxergar que não é apenas brindar vitórias ou manter vínculos, mas a animação é concretizar ações, mesmo que elas sejam difíceis de serem realizadas? O resumo disto tudo é que a animação é tudo isso e mais um pouco!

Editorial

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02 - Conversa de Luluzinha03 - Darth Jeder06 - Code em Recife10 - World Metal12 - Capa: Slasher21 - O que estou ouvindo?24 - All Stars Cover Bands

28 - Diário de bordo31 - 20 anos misantropia34 - São João no Orákulo35 - Perfil RM37 - De Brasília - Hellena38 - Eu Estava Lá

Nesta Edição:

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28 - Diário de bordo31 - 20 anos misantropia34 - São João no Orákulo35 - Perfil RM37 - De Brasília - Hellena38 - Eu Estava Lá

As matérias são de responsabilidade de quem as assina e não necessariamente refletem a opinião da Revista.

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Expediente

Direção GeralPei Fon

FotografiaPei Fon

RevisãoPei Fon

Yzza Albuquerque

CapaLucas Marques

Pei Fon

EquipeDaniel Lima

Jonas SutareliLucas Marques

Pei FonYzza Albuquerque

AgradecimentosAlcides Burn

Charlene AraújoVitória Alcântara

ContatoEmail: [email protected]

Orkut: Revista Rock MeetingTwitter: @rockmeeting

Veja os nossos outros links:www.meadiciona.com/rockmeeting

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Continue linda no inverno

Por Vitória Alcântara (@prafazerbonito1 | Pra Fazer Bonito)

Alguns cuidados são indispensáveis no inverno. Um deles é importantíssimo e você deve ficar atenta: não abra mão do protetor solar. Não é porque os dias estão menos ensolarados, chuvosos até, que devemos ficar sem o protetor. Os efeitos do sol são cumulativos e ao longo dos anos podem causar até câncer de pele. Então, se vai se expor, passe o protetor pelo menos 30 minutos antes de botar a carinha na rua. A gente geralmente lembra de passar hidratante pelo corpo. O que é ótimo, principalmente quando bate o friozinho. Mas sabia que enquanto cuidamos de pernas, braços e barriga esquecemos de uma parte bem sensível às baixas temperaturas? Pois é, estou falando da boca. Por ter uma pele bem fininha, os lábios ficam mais suscetíveis ao ressecamento e até rachaduras. Se isso acontecer, por favor, não fique puxando a pelezinha, além de machucar, pode infeccionar. Para ficar com os lábios macios, anote e siga essas dicas bem práticas:

*** Nada de ficar passando a língua nos lábios todo instante. A saliva é bem ácida e isso acaba ressecando a pele da boca;***Faça dos batons hidratantes seus aliados. Eles ajudam a aumentar a umidade e evitam o ressecamento. ***Hidratantes específicos para esta área também ajudam, escolha um que tenha em sua fórmula ativos como o ácido hialurônico, vitamina E, ceramidas e ômegas 3 e 6. *** E nada de inventar moda passando cremes corporais ou silicone nos lábios.

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Jeder Janotti Jr. - Headbanger e professor da UFAL-UFPE

Posso baixar, mas quero meu CD!!!

Em uma recente viagem a Porto Alegre, uma das cidades mais roqueiras do nosso país, tive a grata surpresa de ver ainda abertas duas lojas de CDs que são deleites para qualquer colecionador: a Stone Records e a loja do Bocão. Além de surpreso, tive de abrir a carteira, pois as prateleiras continuam cheias e abastecidas com o lado vintage do Metal e do Rock Setentista. De gravações raras do Deep Purple a pérolas do Rock nacional, como a banda Som Nosso de Cada Dia, as duas lojas me fizeram pensar sobre o que possibilita que ainda hoje, em plena época dos downloads gratuitos, esses “museus” do consumo musical continuem a existir. Conversando com os donos das duas lojas, descobri que elas não estão mal das pernas e nem pensam em fechar as portas. Boa parte de seus lucros vem: 1) de encomendas feitas por fãs de todo o Brasil através da Internet, e 2) da venda de acessórios como camisetas, bótons e até estatuetas de ídolos do Rock. Como não sou muito de comprar pelo correio, me peguei analisando a sobrevivência desses dinossauros do consumo de música através de meu próprio comportamento.

Fui criado em uma cultura em que o consumo de música significava uma espera ansiosa (líamos as críticas e passávamos todos os dias em nossas lojas prediletas para esperar o petardo aportar nas prateleiras), um hiato entre o desejo de possuir o objeto e o momento de escuta, fato que valorizava ainda mais o momento de encontro com a música. Lembro, especialmente, de quando comprei o álbum “Born Again”, do Black Sabbath. Eu não acreditava. Ian Gillan, ex-vocalista do Deep Purple, na banda que me fez mergulhar no Heavy Metal. Ainda consigo sentir o frenesi que me acompanhou no ônibus de volta para casa, enquanto apertava apaixonadamente o LP debaixo de meu braço. Rasgar o plástico, colocar o vinil no toca-discos, ver o encarte, ler as letras e ouvir “Born Again” era parar tudo o que estava fazendo só para me dedicar ao momento da escuta, uma dedicação total ao ato de ouvir música. Talvez por isso eu ainda esteja tão preso ao consumo dos CDs, de um produto físico cujo conteúdo está todo disponível (e de modo gratuito) na Internet para quem quiser e puder acessar.

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Sou formado em uma época em que, apesar dos lucros exorbitantes das grandes gravadoras e da distância entre a produção de uma boa parte das bandas e de seus fãs ao redor do mundo, ficávamos discutindo qual era a melhor forma de organizar nossas coleções, ou se valia a pena trocar o plástico que protegia os discos por uma proteção de flanela. Por isso, acho que enquanto ainda existir pessoas que, como eu, aprenderam a consumir a música através de seus suportes físicos de armazenamento, os CDs (e LPs) ainda terão lugar no mundo. Mas para os que pensam que esse é um apelo de puro saudosismo, saibam que estão enganados. Nada pode ser comparado ao fato de que estou somente a um clique de praticamente qualquer canção ou álbum que queira: nunca tivemos a oportunidade de consumirmos tanta música, ao vivo, como agora. Mas tenho que reconhecer que as músicas que estão só em meu HD e no meu “iPobre” se perdem como algo descartável, afinal, a Internet é um imenso depósito virtual de lixo e cultura (o próprio lixo não deixa de ser uma forma de cultura) e, na maioria dos casos, uma vez descartadas, essas canções podem ser recuperadas. Só acho que a própria volta dos antigos vinis, não mais como um produto de milhões de cópias, mas como algo vintage, para colecionadores, mostra que vivemos em uma época de hibridismos, em que aquilo que parece totalmente datado pode ter, também, seu lugar no mercado. A permanência dos CDs e LPs mostra que uma parcela dos fãs de música ainda associa o ato de ouvir bandas e intérpretes favoritos a um momento especial, em que se deixa outras atividades de lado somente para se dedicar a um dos mais importantes produtos culturais da cultura humana: a música.

“May the Force Be With You”

"(...)nunca tivemos a oportunidade de consumirmos tanta música, ao vivo, como agora".

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Hellcife Metal Fest – Campina Grande, Maceió e Recife unidos pelo Metal

Por Daniel Lima (@daniellimarm | [email protected])Fotos: Pei Fon (@poifang | [email protected])

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Hellcife Metal Fest – Campina Grande, Maceió e Recife unidos pelo Metal

Pela primeira vez em terras pernambucanas, A banda alagoana, code, se apresentou no mais novo point underground de Recife, o Bomber Rock Bar

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A conexão Alagoas-Pernambuco está consolidada, e mais um encontro de bandas desses estados aconteceu no dia 11 de junho, no Bomber Rock Bar, em Recife (PE). Code (AL), Pandemmy (PE),

Rabujos (PE), Cangaço (PE) e Infected Mind (PB) subiram ao palco de um local onde realmente o Rock and Roll é a lei. Ornamentado com pôsteres e bandeiras de bandas nas paredes e no teto, o Bomber Rock Bar faz qualquer amante do Rock se sentir em casa. O show começou com a banda Code mostrando que Alagoas também tem Metal e que o tradicionalismo musical de Maceió passa longe da musicalidade deles. Com um som agressivo e de qualidade, eles tiveram algumas dificuldades com o som, e Kedma Vilar (vocalista) teve de se esforçar além do normal para que seus companheiros de banda pudessem ouvi-la cantar, já que o microfone estava baixo, chegando ao ponto de o mesário perguntar se eles estavam passando o som. Passado esses pequenos problemas, o show transcorreu normalmente até seu término. Um detalhe que vale ressaltar é que a Code foi a única banda com mulher no vocal, o que já é normal, principalmente quando essa canta gutural. Em Maceió, já existe um legado de mulheres que cantam em gutural, e espera-se que mais surjam fazendo esse estilo vocal.

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A segunda banda foi a Pandemmy, que se classificou para a final do Wacken Metal Battle no Roça ‘n’ Roll, em Varginha (MG), e disputou uma vaga para representar o Brasil no Wacken Open Air (WOA) na Alemanha. O show começou com uma música do álbum lançado recentemente, “Idiocracy”. Este, que é um pouco diferente do primeiro, mostra a versatilidade da banda. No público, havia pessoas que batiam cabeça e cantavam as músicas da banda, mostrando que o esforço feito está sendo válido. Também estava no repertório músicas do primeiro EP, gravado em 2009, chamado “Self Destruction”, essas que já são conhecidas do público da banda. Uma variação entre os dois álbuns lançados pela Pandemmy fez o repertório da banda até o final do show, quando foram bastante aplaudidos pelo público. Em seguida veio a banda Rabujos. O som da banda pode ser descrito como “porrada na orelha”, mas a plateia continuou como estava desde o começo, inerte e olhando a banda tocar. O baixista da banda não pode comparecer por problemas pessoais, o que fez o show acontecer da maneira mais underground possível: com guitarra, bateria e vocal. Isso não influenciou o som da banda, qualidade não faltou, e diversos elementos se juntaram de tal forma que, no final, a sonoridade da banda não foi afetada. O vocalista deixou uma mensagem bacana: que não importava se era Punk ou Heavy Metal, a parada era Rock and Roll, e isso é o que as pessoas deveriam compreender. Por fim, a Infected Mind fechou a noite de apresentações no Hellcife Metal Fest. Apesar dos poucos (e fiéis) ouvintes do Heavy Metal que continuaram no Bomber para curtir mais uma convidada, a banda não decepcionou. Tocando músicas próprias, iniciou com “Blood in Your Eyes”, e em seguida veio “My Frustration”. Entre outros sucessos, a banda finalizou com “Rascals of Destruction”.

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Rise Against: banda lança vídeo contra bullying

A banda norte-americana Rise Against, de Punk Rock, acaba de lançar um vídeo anti-bullying. Assista “Make It Stop (September’s Children)” AQUI

Gorgoroth: “Under the Sign of Hell 2011” adiado para agosto

“Under the Sign of Hell 2011”, a regravação do terceiro álbum do Gorgoroth, que será lançada pela Regain Records, teve sua data de lançamento adiada para 29 de agosto devido a “problemas de fabricação”. No LP, Pest e Infernus repetem seus papéis como vocalista e guitarrista/baixista, respectivamente, da gravação original de 1996, enquanto Tomas Asklund assume a bateria.

O Gorgoroth continua a trabalhar em seu novo álbum de material original e está planejando entrar em estúdio no fim deste ano. O nono álbum da banda, “Quantos Possunt ad Satanitatem Trahunt”, foi lançado em 21 de outubro de 2009 na Europa, via Regain Records. O CD,

que foi disponibilizado no Estados Unidos em novembro do mesmo ano, foi gravado no Monolith Studio e contou com Infernus na guitarra, Frank Watkins (também conhecido como Bøddel, do Obituary) no baixo, Pest nos vocais e Asklund na bateria.

Running Wild: trailer de DVD e capa de livro biográfico A arte da capa do livro biográfico do Running Wild, intitulado “Death and Glory: The Story of a Heavy Metal Legend”, foi criada por Costin Chioreanu, conhecido por sua arte em ReUnation - A Tribute to Running Wild e muitos outros projetos e bandas.Veja o trailer AQUI

Vader: revelada capa de “Welcome To The Morbid Reich” A lenda do Death Metal Polonês Vader revelou a arte da capa de seu novo álbum, “Welcome To The Morbid Reich”. “Welcome To The Morbid Reich” vai ser lançado no dia 12 de agosto na Europa e no dia 13 de setembro na América do Norte, pela Nuclear Blast Records.

Pearl Jam: em novembro no brasil A banda Pearl Jam vai se apresentar no estádio do P a c a e m b u , em São Paulo, na primeira quinzena de novembro, provavelmente na primeira semana.

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Metallica: clássico em edição limitada em vinil verde

Versões em vinil verde do álbum “…And Justice for All”, do Metallica, já estão sendo vendidas. Apenas mil cópias foram prensadas. Metade será vendida para membros do The Metallica Club, através do site oficial da banda. A outra parte terá venda pública no site da loja Because Sound Matters. Essa edição limitada vem com quatro discos de 180 gramas, com rotação de 45 rpm. O material vem em uma box set.

Bruce Springsteen: Clarence Clemons morre aos 69 anos

Clarence Clemons foi saxofonista da E Street Band, que acompanha Bruce Springsteen. Ele teve um derrame no dia 12, foi submetido a algumas cirurgias e estava se recuperando, mas acabou morrendo na noite de 18 junho. Clemons era um grande amigo de Bruce e trabalhava com ele há mais de 40 anos. Muitas pessoas sentiram a perda, entre elas, Bono Vox, do U2, que dedicou uma música ao saxofonista em um show, no dia 18.Clarence entrou para a E Street Band em 1972 e participou da gravação de 12 álbuns da banda,

além de diversas turnês pelo mundo. “Ele amava o saxofone, os nossos fãs, e dava tudo de si a cada noite que pisava no palco”, escreveu Springsteen, em seu site oficial.

Ringo Starr: ex-Beatle em Recife

Ringo Starr vem pela primeira vez ao Brasil. O ex-Beatle fará shows em Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília e Recife acompanhado da sua All Starr Band. O grupo é formado por Rick Derringer, Richard Page, Wally Palmar, Edgar Winter, Gary Wright e Gregg Bissonette.O último show da turnê acontece em 20 de novembro, em Recife, no Chevrolet Hall.

Jon Bon Jovi: cantor se submeterá à cirurgia no joelho Jon Bon Jovi atualizou os fãs da banda no Facebook sobre sua condição física após sofrer uma lesão em show na Finlândia. Na nota ele diz que está bem, apesar de ainda sentir um pouco de dor. Jon usará uma cinta para proteger o joelho até a cirurgia marcada para o próximo mês.

Poisonblack: confirmado show em São Paulo no mês de agosto A banda finlandesa Poisonblack, formada por Ville Laihiala (vocal, ex-Sentenced), Antti Leiviskä (guitarra), Antti Remes (baixo), Tarmo Kanerva (bateria) e Marco Sneck (teclado), se apresentará pela primeira vez no Brasil no próximo dia 27 de agosto (sábado). O show será no Manifesto Bar, em São Paulo, e os ingressos já estão à venda.

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Por Pei Fon (@poifang | [email protected])Fotos: Divulgação

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Na incansável busca pela essência do Metal brasileiro, a Rock Meeting tem a satisfação de compartilhar com vocês uma das bandas que vêm despontando no cenário brasileiro. A Slasher, banda paulista de Thrash Metal, é tão nova que seu progresso é incontestável. Seu mais novo début, “Pray for the Dead”, está disponível na página oficial (http://www.slasher.com.br) da banda para que todos possam ouvir as misturas feitas de maneira ímpar e cadenciada. Sem mais, confira uma entrevista exclusiva que fizemos com os músicos e conheça um pouco mais sobre eles.

Olá, pessoal! É com imenso prazer que estamos tendo esta oportunidade de conhecê-los um pouco mais. Inicialmente, gostaríamos que se apresentassem para os leitores da Rock Meeting.Saudações a todos da Rock Meeting! Primeiramente, muito obrigado pela oportunidade desta entrevista. Somos a banda Slasher, da cidade de Itapira, interior de São Paulo. Praticamos um som com predominante influência do Thrash Metal. Moderno, agressivo e sem medo de somar nossas identidades e influências aos sons. A formação atual é: Daniel Macedo (vocal), Lucas Bagatella (Guitarra), Lúcio Nunes (Guitarra), Wellington Clemente (baixo) e Alyson Taddei (Bateria).

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Vocês são uma banda de formação recente, iniciada em 2008. Contem-nos sobre o começo. Quem teve a ideia, quem convidou quem, e, principalmente, por que “Slasher”? Qual é o sentido por trás do nome da banda?Lúcio: Sim, verdade. A banda foi formada em 2008, mas a gente vem tocando junto desde 2002. Tínhamos um outro projeto de Thrash Metal chamado Manthus. Naquela época, éramos todos bastante inexperientes, possuíamos péssimos instrumentos e tudo era bastante precário.Lucão: Esse antigo projeto acabou se dissolvendo em 2007, com a saída de alguns integrantes. Depois de mais de um ano parados, surgiu a oportunidade perfeita para reativar o antigo anseio de fazer Thrash Metal. Era uma história inacaba que precisava ser continuada.Wellington: Eu era o único desconhecido nessa história toda (risos). O convite para fazer parte do Slasher foi feito pelo antigo baterista, Rafael Coradi. Trabalho profissionalmente como músico na noite (voz e violão), e em uma apresentação, encontrei com ele por acaso. Ele tocava com os outros caras, daí tudo rolou naturalmente. Sobre o nome da banda, certa vez estava assistindo a um documentário sobre filmes de terror, me deparei com um subgênero chamado Slasher e, em uma de nossas primeiras reuniões, propus esse nome, e todos abraçaram a ideia.

Calcados no Thrash Metal e consolidando o seu estilo no cenário brasileiro, reunir a galera para decidir o estilo musical não é um dos momentos mais fáceis. Como foi o processo de escolha? Havia um outro estilo, ou era mesmo o Thrash?Lucão: Desde nossas primeiras investidas, queríamos tocar algo agressivo e rápido. Começamos tocando algumas músicas de Slayer e Sepultura. Essas sempre foram nossas maiores influências. Wellington: Além das “porradarias” tradicionais, eu curto muito Punk Rock, Hardcore, e até trago um pouco dessa influência para as minhas composições, mas nada que se afaste muito do Thrash Metal.Lúcio: Todos trazemos um pouco de nossas influências para o grupo. A ideia era somar essas particularidades ao Thrash Metal.

Em três anos, vocês já têm o que mostrar. Um EP, um single, um début, “Broken Faith” sendo o primeiro, “Time to Rise” e “Pray for the Dead”, segundo e terceiro, respectivamente. O novo projeto, lançado em maio deste ano, pode-se dizer que é um sonho realizado?Lucão: Exatamente, a conclusão de um projeto que envolveu muito trabalho, superação e dedicação. É um alívio e, acima de tudo, uma grande satisfação, ainda mais feito de forma totalmente

Todos trazemos um pouco de nossas influências para o grupo. A ideia era somar estas particularidades ao Thrash Metal.

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independente. Wellington: Esse álbum é uma síntese do tempo em que tocamos juntos, e é muito bom finalmente poder curtir as composições finalizadas do jeito que queríamos. É a concretização das nossas ideias em forma som..

“Pray for the Dead” foi produzido por Ricardo Piccoli (Shadowside/Kamala), bem como os outros projetos. Qual a razão de ter sido ele a produzir o som do Slasher, culminando no primeiro début?Lucão: Conheci uma banda chamada Thriven, de Campinas (SP), por indicação de um colega de faculdade e pirei com a produção do som dos caras. Rapidamente entrei em contato com eles para saber onde gravaram, e me passaram o contato do Ricardo Piccoli (Piccoli Studio, também em Campinas). Apresentei o trabalho dele para a banda e todos ficaram de boca aberta com a qualidade das produções que havia no portfólio do site do estúdio. Concordamos que seria ele o produtor do nosso material. A partir daí, tudo rolou muito bem. Trabalhar com o Piccoli foi a escolha certa. O cara é fera.

Ainda sobre seu recente trabalho, por que disponibilizar na Internet a audição na íntegra do álbum de estreia?Lucão: Acreditamos muito no nosso material e não apostamos em uma música em específico. Trabalhamos duro em todas as faixas e achamos importante que todos tenham uma visão geral do nosso som, já que cada composição possui sua particularidade e é bem variada. O retorno que recebemos do pessoal mostra exatamente isso, cada pessoa tem como favorita uma faixa completamente diferente da outra. Uns curtem músicas mais rápidas e diretas, como “Enemy of Reality”, outros curtem algo mais trampado e diversificado, como a “Till the End”. E por aí vai. Wellington: Essa divulgação tem repercutido muito em shows, pois a galera já conhece as músicas mesmo sem ter a oportunidade de adquirir o álbum.Lúcio: A ideia é essa que o Wellington disse, dar a oportunidade à galera de conhecer o som antes

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de comprar o álbum.

Ter parceiros fazendo parte de um projeto é fantástico. Qual o grau de importância que teve a participação de Rafael Olmos, vocalista do Kamala, na música “Hate”, e em “Tormento ou Paz”, que teve a contribuição de Ricardo Piccoli no backing vocal?Lúcio: As participações do Raphael e do Ricardo nesse CD foram muito importantes, pois mostraram que ambos acreditam em nosso potencial. Eles não hesitaram em aceitar nosso convite para fazer parte desse projeto. Somos grandes admiradores dos trabalhos que eles têm feito. O “Fractal”, último álbum da Kamala, é simplesmente maravilhoso, e as produções do Piccoli dispensam qualquer tipo de comentário. São excelentes! Enfim, ter a participação desses talentosos artistas em nosso álbum de estreia é muito gratificante.

A capa foi feita pelo designer francês Stan W-D. De que forma aconteceu o contato entre vocês? O trabalho

realizado por ele superou as expectativas da banda?Lucão: Conheci o trabalho do Stan pesquisando alguns sites especializados em arte digital. Resolvi entrar em contato e apresentar o trabalho do Slasher. Ele curtiu o som, a ideia do projeto e topou fazer. Pequisamos mais a fundo alguns trabalhos dele e tínhamos a certeza de que ele faria algo muito foda, mas o que nos surpreendeu foi o fato de ele conseguir entender e traduzir exatamente o conceito que queríamos na arte.Lúcio: Ele é um artista extremamente talentoso! A ideia da capa é traçar um paralelo entre religião e zumbis, colocando a religiosidade num plano central, controlando os mortos-vivos. Ele conseguiu traduzir perfeitamente o que queríamos. Vale muito a pena conferir suas criações no DeviantART (http://stan-w-d.deviantart.com). Ele também faz parte uma banda francesa de Heavy Metal Progressivo chamada Awacks.

Um ponto que certamente chama a atenção é a formação da banda. Um dos integrantes possui uma

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deficiência física, mas quem ouve a sonoridade do Slasher se surpreende com a vontade de Wellington de fazer o que gosta. O que ele tem representado para vocês? No mínimo, perseverança, acreditamos.Lucão: Sim, ele é um cara muito dedicado e presente na banda. Além de um grande amigo, possui um carisma ímpar. Por onde passamos, notamos o reconhecimento e a admiração do pessoal presente.Wellington: Não há limites quando se faz o que se gosta. Levo uma vida bem normal: sou casado há dez anos, tenho uma filha, um cachorro... O único problema é quanto ao acesso aos palcos, mas isso não chega a ser um grande empecilho.

Ainda sobre o baixista, já passaram por dificuldades em razão de ele precisar de uma atenção especial?Lucão: Não. Nós somos como uma família e enfrentamos todo tipo de problemas juntos, sendo com o Wellington ou com qualquer um dos demais integrantes. Até acho que todos os outros caras da banda, inclusive eu, já causamos muito mais situações embaraçosas do que ele (risos). Lúcio: O que realmente nos deixa chateados é perceber que, na grande maioria dos lugares (casas de shows, estúdios, palcos etc.), não há nenhum acesso alternativo ou estrutura auxiliar que facilite a locomoção de pessoas portadoras de deficiência. É uma falta de respeito! São itens mandatórios: hidrantes, extintores, rampas de acesso, enfim. O pessoal acaba dando menos importância aos itens obrigatórios de acessibilidade.

Voltando para a banda como um todo: shows. Vocês gravaram o primeiro vídeo oficial, “Broken Faith”, quando abriram o show para o Angra. Como vocês se sentiram naquele momento?Lucão: Tocar para um grande público é sempre muito foda. A resposta foi muito forte, e o show, sensacional. Aliás, Itapira está sendo considerada a “capital nacional do Rock” devido a quantidade de grandes eventos e público.Lúcio: Eu me senti bastante feliz, pois sempre admirei muito o trabalho do Angra. A resposta do público foi incrível também.

“Broken Faith” é uma música muito marcante. Certamente, ela é uma das que não podem faltar no setlist da banda. O que ela representa para vocês? Ainda mais agora, que já fez três anos que foi composta. Lucão: Para falar a verdade, a gente sempre gosta mais das músicas novas (risos). Com certeza ela é uma música muito forte, notamos pela resposta do público. Ela tem partes bem marcantes.Wellington: Ela era a música de abertura dos shows e funcionava muito bem com a introdução. É um “Thrashão” com algumas influências mais modernas, e com essa nova roupagem da “batera” que o Taddei fez, ficou ainda melhorLúcio: Só uma correção: a música “Broken Faith” tem um pouco mais de três anos. Ela foi composta entre 2004-2007, na época da banda Manthus. Foi uma de nossas primeiras criações. Essa música representa bastante coisa pra gente, pois ela, juntamente com as outras três canções do EP, abriu muitas portas e nos deu algum

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espaço no cenário nacional.Ano passado, vocês foram convidados a participar do Wacken Metal Battle Brazil. Contem aí, que sensação é essa de participar de um evento dessa amplitude?Lucão: Acho que foi o lance de maior impacto que participamos até hoje. Todos sabem do peso e da importância desse evento, que envolve todo o Brasil. Foi o que nos proporcionou maior notoriedade no cenário nacional, com tão pouco tempo de banda. Apesar de não sairmos vitoriosos, foi emocionante tocar com o apoio maciço do público presente, inclusive do pessoal da nossa cidade, que lotou dois ônibus para nos apoiar no evento. Para mim, foi o show mais marcante até hoje.Wellington: Nos sentimos realmente privilegiados como uma das bandas selecionadas, pois o nível de todos os artistas envolvidos é assombroso. Só de termos sido escolhidos já foi uma grande vitória.

Top five. Por mais difícil que pareça, selecionem cinco bandas que representam bem o som do Slasher e o que cada integrante ouve.Lucão: Realmente é complicado, mas vou citar cinco que, com certeza, representam nosso som: Slayer, Kreator, Metallica, Pantera e Testament. Eu, particularmente, escuto muita coisa variada, de Rock and Roll e Blues a Death Metal. Atualmente, estou escutando In Flames, Kataklysm e Lamb of God.Wellington: Como eu já disse, além de Thrash/Heavy, ouço muito bandas Punk, principalmente dos anos de 1980 e 90.Lúcio: É difícil citar quais bandas definem nossas músicas, pois todos temos influências bem distintas. Creio que caiba aos fãs, ouvir e definir da maneira que for melhor (risos). Ultimamente, tenho escutado bastante o último álbum do Pain of Salvation.

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Sobre o Metal nacional, o que vocês têm acompanhado? Quais bandas vocês podem destacar?Lucão: Korzus e Sepultura, sempre, além dos nossos amigos Thriven, Kamala, Command6... A lista é grande.Lúcio: O cenário nacional tem andado muito “foderosamente” fodido (risos). A cada nova banda brasileira que conheço, me surpreendo com a qualidade dos trabalhos. Além dos artistas que o Lucão levantou, posso citar também Laconist, Exhortation, Shadowside, Deventter, Aces 4 Tray, This Grace Found, Project46, Distraught... Estamos com muitas bandas boas por aí, é difícil lembrar de todas elas agora. Quem não conhece alguma das que citamos aqui, pode ir atrás do material deles sem medo. O único problema vai ser o torcicolo de tanto bater cabeça. (risos)

Planos para o futuro: o que podemos esperar do Slasher? Principalmente para o público nordestino.Lúcio: O principal plano para agora é divulgar, divulgar e divulgar (risos). Estamos trabalhando em dois videoclipes para as músicas “Enemy of Reality” e “Hate”. Na verdade, um deles é uma animação que está sento desenvolvida por Reinaldo Antonelli, da DC Studio. Estamos na correria para lançá-lo no dia 23 do mês que vem. Queremos muito fazer um show no Nordeste. Grande parte dos acessos em nossa página são dessa região. O público nordestino é sempre muito atencioso com a gente no Twitter, Facebook, Orkut... Enfim, continuaremos trabalhando e nos empenhando ao máximo, para um dia poder viabilizar uma turnê nordestina

Muito obrigado, mais uma vez. Sucesso! Lúcio: Mais um vez, muito obrigado pelo espaço e pela atenção. Aqueles que acompanham a Rock Meeting e ainda não nos conhecem, “bora” lá para a nossa página na Internet (http://www.slasher.com.br), escutar o nosso álbum de estreia na íntegra! No mais, muitíssimo obrigado por ter reservado um tempo do seu dia para ler esta entrevista.

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Ratos de PorãoPor Daniel Lima (@danielimarm | [email protected])

City and ColourPor Yzza Albuquerque (@yzzie | [email protected])

É sempre difícil para mim, optar por um artista específico para colocar aqui, mas desta vez em particular não hesitei em minha escolha. “Little Hell”, o novo álbum do City and Colour, “vazou” na Internet há pouco tempo, o que automaticamente arrancou este pequeno espaço na Rock Meeting de qualquer outro artista que eu considerasse colocar aqui. City and Colour é uma one-man band: o cérebro por trás da música pertence a Dallas Green, canadense conhecido por ser guitarrista e vocalista do Alexisonfire, um dos mais bem sucedidos grupos de Post-Hardcore dos anos 2000. Mas apesar de compartilharem um integrante, os dois conjuntos musicais soam bem diferentes um do outro. No City and Colour, a coisa pende mais para o lado do Folk. “Na gringa”, as pessoas também se referem a esse tipo de som como Singer/Songwriter, porque, entre outros motivos, a música, em maior parte acústica, se destaca por conta da sintonia entre melodia e letra (daí vem o songwriter, “escritor de canção”) e voz do artista (singer, “cantor”). “Little Hell” é o terceiro CD de inéditas do City and Colour, precedido por “Bring Me Your Love”, de 2008, e “Sometimes”, meu favorito, de 2005. Recomendo para quem gosta de música mais calma, com instrumental impecável, e também para quem admira o trabalho e a poderosa voz de Dallas no Alexisonfire, mas não conhece o projeto paralelo do músico. Deste fantástico álbum, minha favorita absoluta (pelo menos por enquanto) é “O’ Sister”, mas também recomendo canções dos lançamentos anteriores, entre elas, “Sometimes (I Wish)”, “Comin’ Home”, “Like Knives” e “Day Old Hate”, do disco “Sometimes”, e “Body in a Box”, “Sleeping Sickness” e “Waiting...”, do “Bring Me Your Love”.

Ultimamente, tenho ouvido bastante coisa, mas um CD que não desgruda do meu ouvido é o “Ratos de Porão Ao Vivo”, gravado nos dias 21 e 22 de fevereiro de 1992 no Brittania, em São Paulo. É o primeiro registro da banda ao vivo, e, com certeza, o melhor de todos. Sem maiores discussões, nenhum álbum ao vivo do Ratos de Porão tem tantas músicas que os fãs da banda conheçam e gostem. “Anarkophobia”, “Aids Pop Repressão”, “Morrer”, “Sofrer”, “Beber Até Morrer”, “Caos” e “Crucificados Pelo Sistema” são algumas das que estão nesse álbum. Após a música “Igreja Universal”, tem algumas extras: “Novo Vietnã”, “Poluição Atômica” e “Agressão Repressão”. Barulheira de qualidade que vale a pena conferir. Para quem não conhece RDP, eu recomendo!

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SwitchfootPor Jonas Sutareli (@sutareli | jonas @rockmeeting.net)

MedellinPor Lucas Marques (@lucasmarx | [email protected])

Continuando na vibe Hardcore, mostro aqui uma banda que, apesar da fama de seus integrantes, não é tão reconhecida quanto deveria. A Medellin (@Medellinoficial) é uma banda de Sampa que é composta por membros oriundos de outras grandes bandas do cenário Hardcore brazuca. São eles: Badauí (CPM22) nos vocais, Hóspede (ex-Dead Fish, Aditive, Chorume) e Pablo (Questions e Blind Pigs) nas guitarras, Tadeu (Oitão) no baixo e

Carioca (Presto?) na bateria. Seu estilo mais agressivo, influenciado por bandas como Sick of It All, Good Riddance,

Madball, Comeback Kid e Hatebreed, a diferencia das outras bandas sobre as quais sua base é formada. Dialogando com Metalcore, Hardcore Melódico e NYHC (Hardcore Novaiorquino), o som da Medellin é cheio de pegada e energia, embalado por letras marcadas por indagações e indignações, debatendo sobre questões sociais e coisas do cotidiano. A banda, que leva o nome de uma lei antidrogas da Holanda, está na ativa há pouco mais de dois anos, tendo como material gravado somente um EP em 2010. Seu primeiro CD ainda está para ser lançado, tendo previsão para o segundo semestre de 2011. Está aí uma banda que me surpreendeu bastante. Ela traz elementos bem inovadores para a cena Hardcore brasileira. Vale muito a pena conferir o som dos caras.Acesse http://www.myspace.com/medellinoficial | http://tramavirtual.uol.com.br/medellin

Comeback Kid, Zakk Wylde, Johnny Cash, Queens of the Stone Age e Blindside são o que tem rolado na minha playlist na última semana. Mas não é sobre nada disso que eu irei falar. Ontem, me voltou à lembrança uma banda Pop com uma pegada de Rock. Switchfoot. Para quem não sabe (ou não conhece), a Switchfoot é uma banda com integrantes cristãos, que no início da carreira foi rotulada por essa vertente. Mas os integrantes não gostam de se fechar nesse rótulo - todavia, não negam sua fé cristã. Eles são dos EUA, surgiram em 1996 e têm sete álbuns lançados até aqui (o último foi “Hello Hurricane”, de 2009). Switchfoot me veio na memória por essa semana, e em uma situação me lembraram uma música deles. Cheguei em casa e fui ouvi-la, tocá-la e cantá-la. A música em questão é “Only Hope”. As letras da banda são bem positivistas, grande parte delas nitidamente com ideologia cristã. Switchfoot

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KamalaPor Pei Fon (@poifang | [email protected])

Voltando para o Metal, uma banda me chamou bastante atenção durante o final de maio. Não sei qual a razão, mas tenho procurado conhecer as bandas brasileiras em destaque. E através de um recado no Twitter, conheci a banda paulista Kamala, de Thrash Metal. Certa vez, alguém já havia me mostrado a banda, mas eu não dei muita atenção naquele momento. E a hora chegou. A banda foi iniciada em 2003, e já passou por algumas modificações. A atual formação é: Raphael Olmos (vocal/guitarra), Ricardo Piccoli (baixo), Andreas Dehn (guitarra) e Nicolas Andrade (bateria). Tenho escutado (exaustivamente) o CD “Fractal”. Kamala é uma deusa hindu e, para o início do CD, nada como uma música bem característica da religião para apresentar a banda. “Consequences” se agrega a esta introdução e é uma música bem marcante. Sempre que a escuto, fico surpresa com a força que ela tem. No começo você não espera muita coisa, fica impaciente, porque a coisa começa lenta, mas, de repente, alguns riffs se misturam e já acordam quem está ouvindo (neste caso, eu). Assim que a calmaria passa, vem logo uma porrada em seguida, que te instiga e faz querer bater cabeça logo de cara, você fica hipnotizado! Gosto bastante das músicas “The Fall”, “What Is That?”, e “Fractal”, além de “Consequences”. O Thrash Metal executado pelo Kamala me agrada bastante. Não é um vocal “calmo”, como o do Dave Mustaine (vai ver é por isso que ainda não consigo gostar por completo do Megadeth). Gosto do vocal mais agressivo, gutural, e isso me deixa mais ligada no som. Recomendo!

me leva a refletir e cair fundo em suas canções, no que posso chamar de experiência extra-sensorial, ou simplesmente “encontro com Deus”. Switchfoot me faz realmente ir a fundo. Bem distante! Isso é muito bom, dá para me desligar de tudo que está rolando agora e ficar só ligado nisso e sentindo, deixando fluir. Das faixas do Switchfoot, destaco “Amy’s Song”, “Dare to Move”, “Only Hope”, “24”, “Learning to Breathe” e “Meant to Live”. Sim, eu acredito em Deus e sou cristão. E aprendamos a conviver com as diferenças.

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Oshow das

emoçõesA noite do “All Stars Cover Bands” foi repleta de lembranças para os que

estavam presentes, uma noite cheia de emoções

Texto e Fotos: Pei Fon (@poifang | peifang@

rockmeeting.net)

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A noite do sábado, aos dezoito dias de junho, foi algo ímpar, quando comparada

a alguns eventos que vêm acontecendo em Maceió. Não foi um show com músicas

próprias, celebração da história de alguma banda alagoana ou qualquer sentido que

sirva para a ocasião: o “All Stars Cover Bands” teve algo a mais para quem foi prestigiar

as bandas Dust’N‘Bones (cover de Guns), Mastermind (cover de Megadeth) e Black

Sabbath Project (não preciso mencionar de quem é o cover).

Havia boas expectativas, mas nem o melhor dos otimistas poderia imaginar o

bom número de expectadores que foram ao show. Talvez, o motivo pelo qual os fãs

da música estiveram presentes no evento seja a memória. Não era apenas um estilo

musical que estava sendo celebrado, mas foi um passeio pelo Metal oitentista do

Sabbath, ao Hard Rock do Guns e pelo Thrash do Megadeth.

Certamente, as boas lembranças levaram o público a comparecer ao apertado

Kfofo, no Jaraguá, cujo nome fez jus ao seu sentido literal. E o comando da noite

ficou por conta das baladinhas do Guns N’ Roses, tocadas pela banda Dust’N’Bones.

Não muito distante da positive vibration, o show começou praticamente sem atrasos:

apenas vinte minutos depois da hora marcada. Ok! Foi o tempo de respirar e olhar

para trás e ver que não tinha mais volta. Go ahead!

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A primeira banda da noite das emoções foi a Mastermind. Quase dois anos fora dos palcos,

os representantes do Megadeth, um dos grupos mais importantes para o Thrash mundial, voltaram

com força total. Sidney Jaires (guitarra), Victor Silva (vocal), Cléber Lúcio “Bel” (guitarra), Jonathan

Canuto (baixo) e Dey Matos (bateria) foram os que levaram o som da banda norte-americana ao

Kfofo.

Com alguns descompassos, até pelo hiato que a banda passou, a execução das músicas ficou

um pouco prejudicada, mas nada que tirasse o brilho de outrora. “Hangar”, “Skin O’ My Teeth”,

“Symphony of Destruction”, “Trust”, “A Tout le Monde” e “Holy Wars” foram algumas das músicas

tocadas na noite.

Em seguida, composta por Thiago Salgueiro (vocal), Cleber Amaral (guitarra), Michel Aguiar

(guitarra), Lucas Gaia (bateria) e Leandro Fernandes (baixo), a Dust’N’Bones subiu ao palco para

dar continuidade ao line-up do show. A audiência do Kfofo foi à loucura com as execuções do Guns

N’ Roses. Os grandes sucessos da banda estadunidense foram cantados por todos. “Sweet Child O’

Mine” foi cantada com louvor, e como o próprio vocalista da Dust falou: “Certamente você já ouviu

alguém cantar essa música”. Dito e feito. Ouvia-se em alto e bom som.

Finalizando a noite, o Black Sabbath Project mostrou seu potencial. Com algumas modificações

desde a sua primeira formação, a banda vem se consolidando. Desta vez, trouxe como frontman

Pedro, da Absurdos, o que foi bastante inovador, por causa de seu desempenho ímpar quando

assume os vocais. Pedro Ivo (baixo), Daniel Carvalho (bateria) e Bruno Felix (guitarra) completam a

banda.

O quarteto executou o repertório com firmeza e mostrou domínio nas canções da precursora

do Metal, levando à insanidade os que ainda resistiram aos bombardeios de lembranças. “Iron Man”,

“NIB”, “Paranoid”, “Symptom of the Universe”, “Snowblind” e “War Pigs” foram alguns dos clássicos

tocados na noite. O “All Stars Cover Bands” foi um verdadeiro flashback.

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Fúria Night – Garanhuns

Por Jefferson Santos (Imdy Project | Powerslave)

No mês de março deste ano, durante um dos ensaios das nossas bandas, nosso guitarrista

Marlus recebeu uma ligação de um amigo de Garanhuns, sua terra natal, o convidando para um evento naquela cidade. A proposta era participar do Fúria Night, destinado a promover o Rock em suas diversas vertentes na região, dando oportunidades a bandas locais e convidadas de se apresentar num evento aberto, com grande presença de público. A ideia inicial do organizador era contar com bandas de repertório autoral, mas as conversações evoluíram para a possibilidade das covers do Iron Maiden de Maceió se apresentarem também. O Imdy Project já trabalhava suas músicas próprias, e viria a mostrar suas criações pela primeira vez no dia 21 de maio, em Maceió, sendo um show fora uma bela oportunidade. Acertada a participação também da Powerslave, apresentada como cover do Iron, começamos a trabalhar intensamente para que o resultado fosse satisfatório. O show do dia 21 já estava definido, e seria uma ação beneficente em prol do Marlus, que teve a casa afetada pela enchente algumas semanas antes, além de também termos sido convidados a participar do Viçosa Pro Rock, no dia 28 de maio. Então, teríamos três shows

seguidos, e uma boa oportunidade de levar nosso trabalho para além dos limites da capital alagoana. Como as apresentações eram em locais bem distintos, poderíamos utilizar o mesmo setlist sem problema. Porém, após o show do dia 21, fomos surpreendidos pelo “abandono do barco” por parte do nosso baterista, sem maiores explicações. Recorremos então ao amigo de longa data, músico altamente reconhecido e fã incondicional do Iron Maiden: Messias Júnior, do Goreslave. O tempo era exíguo, e tivemos um ensaio apenas. Competente como é, Messias tirou de letra o repertório do Iron, mas, obviamente, não havia tempo de pegar as músicas próprias para Viçosa. Combinamos que tentaríamos para Garanhuns, porém, após voltarmos do segundo show, a gripe derrubou Messias e Breno (Dave Murray), nos deixando sem possibilidade de ensaio. Enfim, a alternativa era óbvia: repetir em Garanhuns o show de Viçosa, onde a Powerslave fazia a apresentação principal, e no meio acontecia a participação especial do Imdy, com o vocalista Daniel. Definimos as músicas, passamos para o Philipe (guitarrista), e lá fomos nós, de novo, sem um ensaio sequer!

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Alugamos uma van com a ajuda de custo

da organização e rachamos as demais despesas,

e saímos de Maceió por volta das 17h do sábado,

04, juntamente com os amigos da Raiser (Vitor e

João Goulart), após esperarmos uma hora pelo

Zeno (vocal). A viagem foi tranquila, com muita

descontração entre o pessoal, o que nos deixou

muito à vontade para o show. Chegamos por

volta das 20h, e o Daniel já nos esperava por lá,

adiantando que o clima estava especial para o

nosso lado, pois o público estava ansioso “pelos

caras que tocam Maiden”. Até onde apuramos,

nunca um cover do Iron havia aparecido por

aquelas bandas, pelo menos da forma fiel como

nos propomos a fazer. Fazia um friozinho, mas

nada comparado ao medo que nos fizeram

(parecia que tocaríamos no Alasca...).

Assim que chegamos, o evento começou

logo em seguida, com apresentação de bandas

locais e do Recife. Fomos escalados logo após a

Raiser, para ganharmos algum tempo, visto que

o baterista das duas bandas seria o mesmo. Por

volta das 22h, chegou a nossa vez! E como faz

diferença você tocar num lugar com bom apoio.

O pessoal do som se esforçou para nos atender,

mesmo com a dificuldade lógica de se trabalhar

com uma banda de Rock com três guitarras

(vocês não tem ideia do trabalho que dá para

equalizar aquilo...), algo bem incomum.

Com tudo pronto, apagamos as luzes

e soltamos o playback de “Satellite 15... The

Final Frontier”, nossa música de abertura,

para desespero do Marlus (“Isso não acaba

mais não, é?”), e entre risos e descontração,

detonamos a galera com “The Final Frontier”.

Mesmo com uma música menos conhecida, deu

para perceber a resposta do público: fantástico!

Seguimos com “El Dorado”, e as coisas foram

ficando melhores ainda.

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Terminadas as músicas mais novas, vieram os clássicos, para, aí sim, delírio total da galera: “Ghost of the Navigator”, “Die With Your Boots on”, entre outros, prepararam a galera para a participação do Imdy logo em seguida, com a troca dos vocalistas. “Prowler”, “Wrathchild”, “Remember Tomorrow” botaram abaixo, finalizando com “Purgatory” e “Killers”. Detalhe interessante: Philipe nunca as havia ensaiado com a gente, mas mandou muito bem! Encerrada essa fase, hora de Zeno voltar e finalizarmos a apresentação. “The Trooper” e “Only the Good Die Young” prepararam o caminho para a apoteose final, com “Fear of the Dark” (“Vai, Zeno! – Feaaar of thee daaaaarrrrk!!!”), e o gran-finale, com “Hallowed Be Thy Name”. Delírio absoluto da galera, com o Breno solando com a boca! Ainda tiramos duas músicas previstas, por total exaustão do Messias (o cara já ia a mais de 20 músicas!), mas nada que prejudicasse. Muito louca a galera na borda do palco pedindo palhetas e baquetas da gente, e esperando no pé da escada para tirar algumas fotos. Depois de nós, tocaram ainda mais duas bandas antes do encerramento do evento, e só nos resta parabenizar ao Rivelino pela manutenção desse projeto, melhorado este ano por ter sido em local aberto. Um exemplo para nossos organizadores daqui. Retornamos em seguida, na maior tranquilidade na van, e chegamos junto ao sol em Maceió. Cansados, é certo, mas felizes por tudo ter dado certo, e com mais convites e portas abertas para tocarmos por aí.

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20 anos de resistência ao tempoA banda Misantropia comemorou no dia 04 de junho 20 anos de banda

Texto e fotos Daniel Lima (@danillimarm | [email protected])

Juntar os amigos, montar uma banda e ensaiar virou rotina, mas resistir e fazer show são coisas que se tornaram complicadas.

Apesar das dificuldades que a vida impõe, a Misantropia reuniu algumas bandas para comemorar seus vinte anos no Kfofo. Estiveram presentes Zé Caveira, Resistir, Karne Krua (SE) e a aniversariante da noite. Zé Caveira, que iniciou o show por volta das 22h, foi a primeira a se apresentar. “Marte Ataca”, “A Marca dos Três Noves Invertidos” e outras composições dos Zumbis do Espaço fizeram o repertório da banda. Eles também tocaram algumas músicas próprias, e dessa maneira apresentaram ao público seu trabalho. Tocaram ainda “Dig Up Her Bones”, dos Misfits, além de contarem com participações especiais, entre elas a de Ives, que é baterista da Misantropia. Algumas músicas dos Ramones fizeram essa jam session, que deu o pontapé inicial na festa. Em seguida, veio a Resistir, com um som agressivo e letras marcantes. O público era pequeno, como estava desde o começo, mas o que importava não era a quantidade e sim a presença de pessoas que estavam ali para curtir as apresentações. Resistir também tocou músicas próprias e alguns covers da banda Descarga, som para conscientizar a sociedade de que a violência não é o melhor caminho para se resolver problemas que ela mesma construiu. A Resistir encerrou sua apresentação bastante aplaudida, e com certeza agradou ao público.

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Os sergipanos da Karne Krua foram os terceiros a subir ao palco do Kfofo. Nessa hora, o público realmente começou a se animar, uns pequenos empurrões começaram a acontecer, até que a roda abriu e a galera ficou animada. Uma verdadeira festa Punk se iniciou, com a galera cantando as músicas e mostrando que conhecia o repertório. CDs da banda estavam sendo vendidos na banquinha que havia, além de DVDs, camisas, livros, discos de vinil e outros produtos. O moshpit ficou nervoso, e depois de um ótimo show, o grupo, muito aplaudido, encerrou sua apresentação. Finalmente estava chegando a hora dos aniversariantes da noite subirem ao palco para mostrar um repertório baseado em 20 anos de música. A Misantropia agitou e tocou como se fosse o último show da vida. Estavam muito empolgados, e isso era visível no semblante de cada um dos integrantes. Tanto a primeira música da história da banda quanto as inéditas, que já estão sendo gravadas, estavam presentes no repertório. Agradecimentos foram feitos à galera que apoiou a banda desde o começo, aos demais presentes e às pessoas que ajudaram a construir uma festa como aquela. Depois disso, tocaram mais três músicas e o show chegou ao fim. Poucas bandas duram por tanto tempo, e isso é uma prova de que música se faz primeiramente por pessoas que gostam, e o que vier será consequência do trabalho. A banda está de parabéns por resistir durante duas décadas. Desistir é mais fácil que continuar, mas eles, com certeza, não fazem parte da maioria que abandonam o barco diante das dificuldades que qualquer músico enfrenta na estrada.

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Texto e Fotos Jonas Sutareli (@Sutareli | [email protected])

São João do Hardcore no OrákuloArraiá repleto de hardcore em pleno feriado

Na quinta-feira, 23 de junho, as bandas Mazé, Dof Lafá, Alma Bélica, Not My Problem, Dillema (PE) e Fixeen deram conta do line-up do feriado. Estava tudo pronto! Todos vestidos a caráter, ambiente ornamentado como um bom arraiá junino, e, claro, o que não se deve faltar em festa junina: comidas típicas, barraca de beijo e o correio elegante! O evento começou com a banda Mazé, fazendo um som mais leve, para quem curte uma vibe mais tranqüila, e com pouca gente ainda no local. Tocando alguns covers de bandas como Paralamas do Sucesso, a Mazé abriu a noite. Em seguida, com um pouco mais de pessoas presentes, a Dof Lafá assume o palco com uma pegada um pouco mais agitada, levando um som na linha de Blink-182, fazendo até um cover de “What’s My Age Again?”. Um apresentador, que só foi anunciado na hora, dava conta de animar a galera enquanto as bandas se arrumavam para tocar. Rolou até concurso de casal matuto mais bonito da noite. Depois que a Dof Lafá deixou o palco, o apresentador assumiu, animando a galera, e as meninas da Alma Bélica já se arrumavam para

se apresentar. Levando um som com pegada e covers de bandas com mulheres no vocal (o que faz sentido, já que a Alma Bélica é formada só por meninas), também tocando algumas músicas próprias, a banda fez uma apresentação consistente, que agradou ao público. A próxima banda era a Not My Problem. Fizeram um show bastante energético, Hardcore de qualidade. Mesclando músicas próprias e algumas covers, a banda fez um show que agradou bastante e rendeu alguns circle pits - pequenos, mas rendeu. Quem veio em seguida foi outra banda de Hardcore, a Dillema. Vinda de Pernambuco, Dillema estava lançando seu disco nas terras alagoanas. Com um Hardcore que lembra bastante a bem conhecida Dead Fish, a Dillema tratou de dar continuidade à energia e à agressividade Hardcore da Not My Problem. Para encerrar a noite, já com pouca gente no local, a Fixeen assumiu o palco e executou o seu som, agitando os que ainda estavam presentes para prestigiar a banda. E assim, em mais um ano, encerra-se outro arraiá do Rock no Orákulo. E que venham mais!

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Perfil RMO Perfilado do mês de junho é o tímido Daniel Carvalho, vulgo Espanhol. Aquele que

não se cansa de tocar, vai passar por esta bateria de

perguntas. Conheça-o!

Apresente-seOlá. Meu nome é Daniel. Sou músico, professor e roqueiro.

Pois bem, Daniel. Muitos te conhecem com o “Espanhol”. Como surgiu este apelido?Morei na Espanha quando garoto. Quando voltei, me botaram esse apelido para não confundir com os outros “Daniéis” do colégio.

Como baterista qual é a sensação de tocar o que gosta? Qual a sua inspiração?A sensação de tocar é sempre prazerosa. Agora, quando toco o que gosto MESMO, poderia dizer que é algo quase “orgásmico”.Principais inspirações são, em ordem cronológica, John Bonham (Led Zeppelin), Lars Ulrich (Metallica) e Neil Peart (Rush).

Você tocou em algumas bandas, entre elas, Anethesia, Imdy Project, Powerslave e Black Sabbath Project. No final de maio, tocou em quase todas no evento solidário. Você não se cansa? Canso, sim, mas na hora é tanta adrenalina que só sinto o peso no dia seguinte! P.S.: Agora só estou tocando com a Black Sabbath Project... =/

Em sua opinião, acha que o Metal em alagoas está estagnado?Acho que sim. Sei que tem muito metaleiro na cidade, mas não os vejo reunidos em peso. Só quando tem o MaceióCycle. O movimento é fragmentado e amador. Normalmente, só junta gente quando é uma atração de fora, e olhe lá. Tenho alguns palpites sobre isso, mas não vou me estender mais.

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Quais shows foram inesquecíveis para ti? Tanto tocando quanto sendo o fã da vez.Helloween e Gamma Ray tocando “I Want Out” juntos no palco foi bem marcante.Uma apresentação inesquecível que fiz foi o primeiro show da Black Sabbath Project. Na época, o nome da banda era outro e os músicos também. Foi em Arapiraca, era um festival, e às 3h da manhã, quando começamos, ainda estava lá o público todo esperando, quase 500 pessoas. Impressionou-me bastante, porque nunca vi isso em Maceió. Com bandas daqui, claro.

Quais bandas alagoanas você apontaria como promissoras? Independente do estilo.Eu apontaria a banda De$lucro e a Varial. Não é meu estilo, mas reconheço que a resposta do público deles é impressionante. Nunca vi outra banda ter suas músicas cantadas pelos fãs daquele jeito. Nem a Mopho.Uma banda promissora que eu gosto é a Messias Elétrico, do Pedro Ivo. Na verdade, esse músico tem vários projetos promissores. Ele é um cara bem promissor. Mas não quer continuar na minha banda...

Top 5. Chegou o momento difícil. Quais são as cinco bandas que não saem da sua playlist? Fale um pouco sobre a influência delas. Aqui o difícil é falar pouco. Pois bem: Rush, Scorpions, After Forever, Death e Restart.Rush: aula de música em todos os sentidos. Scorpions: balada é com eles mesmos (só presta até 1984). After Forever: mistura vários elementos no Heavy Metal, ótimas atmosferas, orquestrações e arranjos vocais.Death: recarrego minhas energias ouvindo isso. O poder flui pelo corpo!Restart: pegadinha do malandro! Ha!

Complete. Um show “perfeito” realizado em Maceió seria...? a primeira vez

Muito obrigado por sua participação. Sucesso. O que podemos esperar das bandas que você faz parte nesta segunda metade de 2011?Boa pergunta. Eu nunca sei o que esperar das bandas. Mas essa que me restou agora, a cover de Black Sabbath, pretende expandir seu repertório a outras bandas, e a músicas próprias. Acho que até eu vou me surpreender.

Eu apontaria a banda De$lucro e a Varial. Não é meu estilo, mas reconheço que a resposta do público deles é impressionante.

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Se você busca por Rock de peso, então achou. A banda Hellena vem aparecendo com grande força no cenário nacional. O mais interessante é que todos os integrantes estão unidos pela mesma causa, que é estar sempre tocando e inovando em ritmos e qualidade. Se ainda não os conhece, não perca tempo: escute o som dos caras.Por Saulo Novaes

Entre vocês, quem é o mais ligado ao Twitter?Acho que todos somos bem ligados ao Twitter. A galera está o tempo todo na Internet.Todos somos meio nerds e estamos o tempo todo procurando novidades sobre música, tecnologia, cinema etc.

O que acham do cenário musical de Brasília?A gente toca há bastante tempo, e temos o Hellena desde 2005, então juntos já vimos várias fases da cena. Brasília tem uma cena que se recicla com velocidade e muita facilidade, e por mais que perca “integrantes” antigos, a renovação sempre traz melhoria e profissionalismo.Hoje em dia, acredito que temos várias bandas boas, e um público crescendo e apostando cada vez mais nas bandas, o que é maravilhoso.Infelizmente, ainda existe muita coisa para melhorar, mas acredito que estamos no caminho certo. Só temos que correr juntos e sempre seguir o foco!

Vocês sempre tiveram muita presença de palco. Como isso surgiu?Nós sempre nos preocupamos muito em tocar músicas

que gostamos e em sentir a música de verdade.Acho que o fato de gostarmos de tocar juntos transcende e faz a gente explodir em conjunto, e isso “muda” a apresentação da banda.

Quais são as influências musicais?A gente tem influências individuais, que nos faz A gente tem influências individuais, que nos fazem aprender e gostar de música e, principalmente, nos formam como músicos, mas acho que, para a banda, sempre terá a unanimidade de alguns grupos de Hardcore e Metal. Madball, Hatebreed, Comeback Kid, As I Lay Dying, August Burns red, podem, sim, ser citadas como exemplos e influência.

Para quais bandas queriam abrir um show?Tem muita banda incrível que a gente queria tocar junto, fica até difícil nomear todas, mas abrir para As I Lay Dying, August Burns Red, A Day to Remember, The Devil Wears Prada, que são bandas que estão vindo ao Brasil ultimamente, ia ser sensacional. Tem muita banda boa! Para conferir o trabalho da Hellena, basta entrar em www.listn.to/hellena

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Eu Estava Lá

As imagens desta edição trazem um pouco do que foi o “All Stars Cover Bands”. O evento ocorreu no Kfofo, no dia 18 de junho. Line-up do show: Mastermind,

Dust’N’Bones e Black Sabbath Project.Fotos: Pei Fon