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Revista Sancho Notícias nº 23

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Revista Sancho Notícias nº 23 de junho de 2012

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FICHA TÉCNICA:TÍTULOSancho Notí[email protected] Secundária D. Sancho IDIRETORAntónio Pereira PintoREDAÇÃOCarolina Martins, Helena Torres, Paula AzevedoDESIGN GRÁFICOPaula AzevedoCAPA E CONTRACAPAEstefânio LemosDATA DE PUBLICAÇÃOJunho de 2012NÚMERO23PERIODICIDADESemestralTIRAGEM1000 ExemplaresDISTRIBUIÇÃOGratuitaMORADAAvenida Barão da Trovis-queira4760-126 V. N. de Famali-cãoTel: 252 322 048Fax: 525 374 686http://www.esds1.ptE-mail: [email protected]

O f e r t a E d u c a t i v a 2 0 1 2 / 2 0 1 3

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E d i t o r i a l

Nota RedatorialA elevada quantidade de artigos recibidos foi motivo de regozijo para a equipa. Contudo, por limitações de espaço, não foi possível publicar a totalidada dos trabalhos; pela mesma razão, alguns artigos tiveram de ser reduzidos, no entanto, foi nossa preocupação tentar não os alterar na sua essência. A todos agradecemos a colaboração e desejamos BOAS FÉRIAS!

Diz-nos Mircea Eliade que o mito é uma história sagrada que narra aconteci-mentos de uma forma imaginativa e fabulosa, mas que nos transmite uma ver-dade, verdade essa que, pela sua importância na organização social, se estabe-lece como reguladora da comunidade. Hoje como ontem, os mitos e as crenças continuam com essa função e mantêm essa aura de “sagrado”, de poderoso, de invencível e de imortal no desporto e no cinema, na música e na “socialite”, na política, na TV e, agora, nas redes sociais. Hoje como ontem, alimentamo-nos de mitos e de crenças, sejam elas verdadeiras ou não.Os mitos e crenças sempre se mantiveram como pilares da ordem social. A uto-pia, em contraposição, surge como subversão dessa ordem indispensável ao progresso. É na utopia, na imaginação e na criatividade que estará a solução para este nosso mundo que está a questionar os seus próprios fundamentos.Dos feitos do povo hebreu narrados na Bíblia, aos feitos ímpares do povo grego narrados em obras como a Ilíada e a Odisseia, povoadas de seres que, em imaginação, nada ficam a dever aos filmes de hoje sobre a conquista do espa-ço, dos romanos aos lusitanos, de Camões e das profecias do Bandarra até ao mundo de hoje, sempre vivemos num mundo povoado de mitos, crenças e utopias, que se tornam mais visíveis e importantes em momentos de crise em que todo o nosso mundo parece desabar. A utopia projeta-nos para o futuro, os mitos e as crenças, remetem-nos para um passado fabuloso e transmitem-nos alguns modelos de vida que nos indicam um caminho. Hoje como sempre, pre-cisamos de criar os nossos mitos e crenças, quais modelos de vida e projetos de futuro, muitas vezes inalcançáveis. Hoje, mais do que nunca, precisamos de “heróis” (não de vilões), esses seres superpoderosos que são o que nós que-reríamos ser, mas que não podemos, esses seres capazes de “mover montanhas”. Por isso, concentramos neles todas as nossa esperanças. Porque vivemos num mundo racionalizado, frio e calculista, regulado e ordenado, precisamos destes momentos de superação, de transcendência. Assim fugimos ao anonimato, deixamos de ser mais um que vive a rotina do seu dia a dia para pertencermos, nem que seja por fugazes momentos, à tribo dos vencedores, soberba-mente comandada pelo nosso herói. É assim no futebol, mas também o é na política. Infelizmente, hoje, a Europa está em crise de valores, mas também de líderes carismáticos, esses “heróis civilizadores”, que, com um projeto arrojado e revolucionário, nos conduzam para a “ilha dos amores” ou para o “dolce fare niente” a que já estávamos habituados (será que é possível e razoável? Parece-me que não. Temos mesmo que “mudar de vida”!).Faltam-nos hoje, em Portugal e na Europa, líderes capazes de nos mobilizar para a sua necessária reconstrução. Tam-bém é certo que é nestas alturas de crise que emergem os grandes líderes, os “heróis civilizadores” capazes de novos e arrojados projetos de transformação. Esperemos que não apareçam os ditadores, mas sim “Kennedys” e “Luther Kings”, “Afonsos Henriques” e “Infantes D. Henrique”. A nossa escola, pelo seu passado, também já tem os seus mitos e também vive de crenças. Na sua já provecta idade, há certamente histórias fantasiadas de professores e de alunos que por cá passaram. Quando os mais antigos contam histórias sobre esse passado, não deixarão de lhe acrescentar “o sal e a pimenta quanto baste”, fantasiando episódios que farão parte do imaginário da escola, das crenças e dos seus mitos, mais ainda quando estamos a iniciar um novo processo de mudança.Não esqueçamos, contudo, que, precisando de mitos e de crenças, e cada terra tem os seus, precisamos também da utopia, da esperança, da ousadia, da criatividade e, especialmente, do saber para sermos aquilo que queremos ser.

António Pinto (Diretor)

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O mito é o nada que é tudo... 4

A nostalgia do passado e a expectativa do futuroAmélia Figueiredo

“Mitos e crenças” são parte da cultura do homem, interferindo na formação da sua identidade. As crenças são as “regras” pelas quais vivemos. São oriundas da nossa educação, da cultura, do ambiente em que vivemos, do exemplo de pessoas que são importantes para nós e, por isso, procuram quase

sempre explicar a realidade dos fac-tos, misturando-a com fantasia ou fic-ção; os mitos são narrativas repletas de simbologia, retratando o modo de ver, sentir e dimensionar a realidade e, como tal, fazem igualmente parte do próprio processo de formação da iden-tidade.Todos os que passaram por esta “casa” contribuíram um pouco para construir a sua identidade e, por isso, fazem par-te da sua história…Até aqui, viajámos juntos… juntos, ultrapassámos muitos obstáculos, cho-rámos alguns insucessos, mas também gozámos muitos sucessos... agora che-gou o momento de seguir viagem so-zinha... As subidas e descidas foram realida-des sempre presentes. As experiências compartilhadas no percurso até aqui foram a alavanca para alcançarmos a alegria de chegar ao destino projetado. Levo no meu coração os sonhos de todos os alunos com quem tive o pri-vilégio de trabalhar ao longo de todos estes anos…, afinal sempre foram muitos os anos que passei nesta escola, desde setembro de 1976, da qual me despeço para enfren-tar um novo desafio na minha vida. Vi alguns de vós a desabrochar para a vida … existem momentos que jamais sairão da minha memória. Sei que barafustei, berrei, zanguei-me ... mas tenho consciência de ter estado sempre atenta e disponível para, na hora certa, ouvir, compreender, orientar e ajudar a resolver os vossos problemas. Como educadora, felicito-vos pela compreen-são e resignação com que aceitastes as minhas censuras aos vossos atos, por vezes, a dureza das palavras invia-

bilizava outra solução mais entendedora e calma, mas os adultos são assim e, por vezes, as circunstâncias assim o exigiam !... O meu pedido de desculpa autêntico, ver-dadeiro e sincero, sei que todos me perdoarão, com um abraço sem mágoa, pois a vossa sensibilidade irá permitir que entendam quais eram as minhas razões, pelo que re-cordarão não só as tristezas, mas também as alegrias que partilhámos. Acima de tudo, fica a amizade, o carinho, a enorme ternura que sempre senti por vós. Por todos vós! Alunos, colegas, funcionários…amigos que aqui fiz e com

os quais partilho todos os momentos de descoberta e aprendizagem que vivi; todos contribuíram para o meu crescimento e formação tanto a ní-vel profissional como pessoal. Não esquecerei nenhum de vós, podem estar certos disso. A todos agradeço por estes anos magníficos. Certa-mente que não se apagarão da mi-nha memória.Estou plenamente convicta de que nesta hora do até já me apetece le-var-vos para sempre comigo, pren-der a vossa atenção a tudo o que aconteceu e, acima de tudo, desejar--vos as maiores felicidades.O meu agradecimento àqueles que, mesmo de fora, mas sempre presen-tes, me quiseram bem e me apoia-ram nos bons e nos maus momentos. Divido com todos vós os méritos e conquistas, porque eles também vos pertencem. Estou orgulhosa por ter tido o privilégio de pertencer a esta família que é a escola D. Sancho I.Ao sair nesta paragem, espero lem-brar-me de tudo o que sempre pen-sei que tinha vontade de fazer, mas

para o qual não tinha tempo… Será que preparei a mente e planeei as minhas futuras atividades? Do que irei sentir mais falta? Colocando em prática antigos sonhos e proje-tos, irei conseguir ocupar esse “espaço”?Espero ter capacidade para estar mais ativa do que nunca. Equilibrar lazer, vida social e atenção à família.Neste momento de viragem, em que já sinto a nostalgia do passado e a expectativa do futuro, só me ocorre uma frase: OBRIGADA E ATÉ SEMPRE! pois tenho a certeza que nos vamos encontrar várias vezes por aí...

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5 O mito é o nada que é tudo...

Pela sua atitude interessada e dedicada, mais que uma professora, tornou-se uma amiga! Com os seus valores, a sua exigência e disponibilidade levou os alu-nos a bom porto! Foi um gosto crescer com a sua ajuda! Obrigada por tudo, professora Amélia!

Joana Costa (ex-aluna)

Muito

obrigada por tudo o que

me ensinou. A disciplina não seria a

favorita, mas a professora que a lecionava,

sem dúvida, ficou no coração! Parabéns por

uma carreira de sucesso.

Rita Marques (ex-aluna)

Na vida de todos nós, há etapas que começam, que vão evoluindo e que terminam para dar opor-tunidade a novas etapas.Neste momento em que termina uma dessas etapas para começar outras, de nós pais, merece o reconhecimento por todo o trabalho que de-senvolveu na partilha de conhecimentos, na facilidade da passagem de saberes, na troca de experiências, na manifestação de momentos de amizade e carinho que viveu com os nossos fil-hos. O nosso muito obrigada, Professora Amélia.

Encarregado de Educação de ex-aluno

Nestes anos vividos, dia após dia, muitas pessoas passaram por mim.Apenas algumas ficarão sempre na minha memória. Há vários anos (25 já lá vão), a Amélia Figueiredo, minha professora, tão bem me ensinou, me acari-nhou, me guiou e me acompanhou nas angústias, medos, derrotas e vitórias.Os anos passaram e o destino de novo nos aproxi-mou, não como professora e aluna, mas sim como colegas e grandes amigas.São pessoas como ela que ficam para sempre no meu coração.Ser amigo é: ouvir, confiar, acreditar, animar e aju-dar. Ela em mim confiou, acreditou, ajudando-me, animando-me e contribuindo para o meu crescimen-to como professora.Só me resta dizer: a Amélia foi, é e será uma grande amiga!

Cristina Pereira, antiga aluna e atual professora da escola

Mensagens para a professora Amélia

AOS MEUS MITOSAnselmo Freitas, professor de Filosofia

Ah, que saudade de um rosto a arderno inferno de querero que quer a Vontade.

Do Sol da infância,de um sorriso claro, imenso,a inundar o céu.

Que saudadeda alegria tensade caminhar na errância de viver de verdade.

De um olhar tão denso, tão mudoque nele pare tudoo que não merece lembrança.

Que saudadede acertar de errado,de dizer que sim à toa,de amar o mito alado,de voar longe da terra,como só a águia voa.

Ah , no teu mar imenso,a beijar na noitea claridade.

Mitos meus, meus esquecimentos,_ cuido de vós como quem só vive para cumprir, obediente,vossa antiguidade.Meu céu na terra,ânsia animal ,minha intensidade!

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6 Mitos e Crenças...

A política, a ciência e a técnica acrescentaram qualidade existencial à condição humana, mas não a preencheram totalmente. Há ainda muito sofrimento, muita exclusão, muita dominação e muita injustiça. E os responsáveis são, provavelmente, os homens do poder. Os restantes seres humanos parecem somente obedecer, subjugados que es-tão pela árdua tarefa da sobrevivência, da dignidade, da lucidez, da incerteza, da esperança, da felicidade. Se a so-brevivência estiver garantida ao ponto de não constituir preocupação, ocorrerá naturalmente a felicidade. A única coisa que desejam é que os poderosos não se ponham a complicar demasiado. Mas isso, como se sabe, é impos-sível. Aos comuns mortais, move-os o altruísmo, a cobiça, a curiosidade, a dominação. São estes que constroem as realidades, as narrativas e os mitos. Eis a realidade: «A miséria, tal como a abundância, esmaga-nos»1. Após a i-lusão do diheiro fácil, que nos afogou na abundância do consumismo, a cru-eldade da miséria. Eis a narrativa: ou pagamos o que devemos, ou não paga-mos. Se pagamos de imediato, como nos é exigido, empobrecemos. Se não pagamos, não deixaremos de empo-brecer por falta de crédito e confiança. O que posso dizer da miséria?! Vamos menos vezes às compras; gastamos menos dinheiro; compramos produtos mais baratos, consumimos mais refeições congeladas, mais conservas, mais salsichas, menos iogurtes, menos vinho e muito menos cerveja; substituímos a carne de vaca pela de porco, a dourada pelo carapau, o camarão pelo tremoço, o vinho pela água, o azeite pelo óleo, o carro pelo autocarro, o nordeste brasileiro pelo nordeste transmontano; cortamos no telemóvel, nos medicamentos, nas consultas ao médico, nos ginásios, nas danças, nas saídas à noite; nas idas ao res-taurante, ao cinema, ao teatro, ao museu; nos passeios ao domingo ou fim de semana, nas férias, no lazer e em tudo que cheire a cultura.Que posso dizer do dilema económico?! Que somente os dilemas morais são sérios e difíceis, os outros, nomeada-mente os económicos, são falsos e, como tal, resolúveis, se vontade houver por parte dos poderosos. Que posso dizer dos mitos?! Narrativas construtoras de coisas ou pessoas que não existem, mas que se supõe reais. Quimeras só possíveis por hipótese e que passam porque temos uma comunicação social acrítica, um povo de bran-

dos costumes e uma “comunidade pacífica de revoltados.” - Mito 1: “Empobrecer fortifica-nos.” Mas estávamos assim tão ricos, tão anafados, tão doentes, tão gulosos?! Por que é que são sempre os mesmos a voltar ao ponto de partida? Por que é que tem de ser o rendimento do trabalho a emagrecer e não o do capital? - Mito 2: “É possível fazer mais com menos.” Na vida, com menos faz-se menos, só excecionalmente se faz mais. Experimentem fazer uma omeleta somente com um ovo. - Mito 3: “O Estado Social europeu é incomportável.“ Tretas.Preferem o trabalho escravo sem direitos tal como o dos chineses? A saúde mercantilista dos norte-americanos? A miséria social dos árabes? A exclusão pela miséria e pela guerra dos africanos?- Mito 4: “O privado faz sempre muito melhor que o

Estado.” Podem até fazer mais, mas nem sempre fazem melhor, nem sempre servem quem mais precisa, nem sempre são mais baratas as suas medidas. - Mito 5: “Investiu-se em demasia na educação.” Pudera, o atraso que trazía-mos era de tal ordem, que o muito que se fez parece em demasia. Pegue-se so-mente nos números referentes à popula-ção ativa com ensino superior: França 32%; Alemanha 27%; Espanha 33%; Reino Unido 35%, Portugal 16%. - Mito 6: “As humanidades não são necessárias para nada.” De facto, a

deriva economicista do euro, acompanhada da ganância do dólar, deu nisto. Mas atentem nas palavras de uma in-vestigadora da universidade: “Postas as humanidades nas prateleiras das bibliotecas mais antigas, dá-se o início i-nevitável de uma crise humanitária. Sem a leitura, sem a reflexão, sem o pensamento associado ao que fomos, para onde vamos, quem somos, o que queremos, o que é a paz, a guerra, o amor, a vontade, a esperança(…) transformamo-nos em autómatos. Isto é (...) deixa de conhecer o mundo onde vive, deixa de pensar, deixa de ser competente a ler o que os outros escrevem, a ouvir o que os outros lhe dizem, a escrever as suas opiniões… Deixa de se amar a si, deixa de amar os outros… deixa de ser homem.”- Mito 7: “Os exames é que aferem o verdadeiro con-hecimento.” Como a crónica já vai longa, digo somente isto: a ação, seja ela qual for, não deve ter somente como fim a construção de uma obra ou objeto exterior, mas a formação daquele ou daqueles que estão envolvidos nesse processo. Salvarão os exames, mesmo os da troika, este povo de crença ilimitada.

1Mounier, Emmanuel, O Personalismo, Moraes Editores, Lisboa, 1976, p.42.

Os mitos de um povo crente…Domingos Manso, prof. de Filosofia

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7 Mitos e Crenças...O assassínio dos MédiciAndré Pedrosa, 1106

A conspiração dos Pazzi. Assim permaneceu para a história o enigma da tentativa de assassinato dos irmãos Lourenço e Julião de Médici, protagoniza-da a abril de 1478, na catedral de Florença, pelos membros da família Pazzi. «No século XV, a Itália estava muito longe de ser um país unificado, o que só aconteceria na segunda metade do século XIX. Roma, Florença, Nápoles, entre outras, eram capitais de Estados rivais, desejosos de se apoderarem uns dos out-ros»*. Com efeito, a família Médici destacava-se pela sua influência e autoridade junto das hierar-quias do Poder, sendo por de mais natural que o número dos seus adversários crescesse de modo proporcional ao incremento da sua primazia sobre a Itália de quatrocentos.A família de banqueiros administrava um verdadeiro monopólio de empresas comerciais, que geria audaciosamente, proporcionando o intercâmbio de inter-esses necessário à manutenção da sua posição nas oligar-quias que dominaram a Itália do século XV – o estabeleci-mento de uma clientela que congregava a classe política e os escalões superiores da Santa Sé.A família Pazzi seria facilmente reconhecida como um po-tencial adversário dos Médici na disputa pela supremacia do negócio da banca, opondo os clãs rivais numa contenda que a cidade florentina, pela sua dimensão, não poderia su-portar – o triunfo de uma família implicaria o afrouxar da atividade da outra, de maneira que pareceu evidente a total implicação dos Pazzi na tentativa de assassinato dos dois irmãos. Contudo, não será decerto rigoroso atribuir-lhes, em exclusivo, o conjunto da responsabilidade, erronea-mente assim considerada durante os quinhentos anos pos-teriores, à falta de melhor e mais visível esclarecimento.Lourenço de Médici incorreu numa série de erros políticos que prejudicaram a determinação do seu estatuto, de modo que muitos dos seus apoiantes e aliados procuraram a pro-teção de outras cidades e benfeitores. Um desses erros terá passado por uma divergência de interesses com o Papado a propósito da aquisição de uma cidade, pela qual compe-tiam Lourenço e o Papa. Este recorreu aos Médici. Não obstante, a surpreendente recusa da família em aceder à so-licitação do Papa terá desagradado em Roma, de modo que muito do anterior privilégio foi sendo substituído por subtil oposição: não só o Papado recorreu aos Pazzi na questão do empréstimo, como deixou Julião de Médici de fora na designação de cargos-chave na Igreja e nomeou Francesco Salviati arcebispo de Pisa sem consultar Lourenço, atitude extraordinária, tendo em conta que Pisa se encontrava sob

jurisdição do governo florentino. As pesquisas de Simonetta introduzem novo elemento no enredo: Frederico II de Montefeltro, duque de Urbino, au-tor de uma carta dirigida ao Papa, na qual se torna claro que a condução dos acontecimentos não foi orientada pela família Pazzi, tão pouco terá sido fruto do seu engenho o plano de assassinar os irmãos Médici. Na realidade, terá sido da responsabilidade do próprio duque a conceção da conjura, da mesma forma que terá disponibilizado o seu exército para restabelecer a ordem em Florença após o homicídio. Assim, com facilidade seria possível derrubar a primazia da família, de modo que todo o esquema não seria mais que uma sequela do tradicional pugilato das elites ur-banas, em permanente rivalidade e competição – com este propósito, Montefeltro reuniu o apoio do Papado, de Sal-viati e do clã dos Pazzi.A concretização dos seus desígnios não terá sido, de todo, eficaz. Julião é, com efeito, assassinado; Lourenço, con-tudo, escapa ao massacre e reage imediatamente, numa questão de horas, Francesco e Iacopo dei Pazzi foram exe-cutados; todo e qualquer suspeito foi decapitado, esquarte-jado ou lançado das janelas superiores do Palazzo Vecchio; Salviati, arcebispo de Pisa, foi enforcado; tudo somado, perfazia um brutal resultado de cem mortes. Não chegou a existir qualquer confirmação do envolvimento do duque de Urbino ou da Santa Sé – o episódio ficaria registado como a conspiração dos Pazzi. Poderá o leitor, enfim, constatar que hoje, porém, muito mais nos é dado a conhecer sobre os contornos e reais circunstâncias de uma intriga que deixou perplexo o Homem do Renascimento.

*Canal de História, Os Grandes Mistérios da História, 1ª edição, Clube do Autor, S.A., 2010

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8 Mitos e Crenças...

A lenda da Boca do InfernoMárcia Bertoluci, 12.08

Consta que em Cascais havia o castelo de um homem feiticeiro com um aspeto feroz e satânico, que um dia decidiu casar-se. Consultou a sua lâ-mina de cristal de rocha para saber onde morava a mulher mais bela das redondezas. Pediu aos seus cavaleiros que lha trouxessem e, assim que o homem a viu, ficou estupefacto com a sua beleza. Diz-se que lhe deu uma fúria de ciúmes e tratou de a esconder da cobiça alheia para preservar o seu amor; na verdade, escondeu-a do mundo para se proteger a si mesmo, que não a soubera cativar.Decidiu, então, fechá-la numa torre, ordenando a um guardião que a vigiasse. O tempo foi passando lentamente e tão só se sentia o guardião como a cativa do seu senhor. O horizonte de ambos era o mar…Certo dia, o guardião questionou-se relativamente à mulher que ali estava privada do mundo. Foi ao seu encontro e assim começou uma relação assente na cumplicidade dos segredos e da solidão. Algum tempo depois, decidiram fugir. O feiticeiro, conhecedor de tudo, ficou furioso. Tornou a noite numa horrenda tempestade e fez com que os rochedos se abrissem por entre as patas do cavalo. Despenharam-se no abismo cavaleiro e prisioneira, tendo sido engolidos pela boca do mar numa espécie de remoinho. O buraco nos rochedos, porém, nunca mais fechou, como se a ferida da natureza quisesse perpetuar esta história. Muitas vezes, volta o vento e retoma a fúria do mar.Por isto mesmo, e porque o povo da região nunca esqueceu a história, se chama àquele local de mistério Boca do Inferno.

Fernando Pessoa / Aleister Crowley / Boca do InfernoCrowley era um ocultista famoso. Pessoa, profundo conhecedor e praticante de astrologia, lendo numa publicação inglesa o seu horóscopo com alguns erros, escreveu-lhe a corrigir. Efetivamente Crowley ficou admirado com os conhecimentos de Pessoa e resolveu vir até Portugal para conhecer o poeta. Este apercebeu-se rapidamente dos desequilíbrios psíquicos e espirituais graves de Crowley, mas prestou-se a colaborar na encenação do seu suicídio na Boca do Inferno, o que permitia ao mágico escapar incógnito não só das suas amantes como também das auto-ridades e do público.

Penedo das Letras - História e lenda esquecidaAlexandra Oliveira e Mariana Correia 1008

“No dia 6 de dezembro de 1832, veio a este sí-tio e subiu a estas pedras sua majestade o Senhor D. Miguel I” - é isto que se pode ver bem gra-vado no alto do penedo das letras em Braga, na freguesia

de Oliveira São Pedro. Diz-se que o local inspirou, ao longo de tempos, lendas e narrativas de amores proibidos e que por

ali se refugiava o Rei D. Miguel

para se es-q u e c e r dos con-f l i t o s

com a sua mãe.

Porém, o povo sempre afir-

mou que o rei vinha ao Penedo das letras para cor-tejar uma moça da terra.

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9 Mitos e Crenças Revisitar a Caverna: a sabedoria escondida dos mitos.Anselmo Freitas, prof. de Filosofia

Toda a nossa vida assenta em dois tipos de ilusões: aquelas que sabemos que o são e aquelas em que acreditamos.

Que os grandes mitos antigos encerram uma sabedoria, está, obviamente, mais que estabelecido. Quanto mais não fosse, pelo carácter plurissignificativo dos conceitos e narrativas que envolvem.Será necessário distinguir, portanto, o mito no sentido genérico de falso conhecimento ou ilusão, de mito no sentido de sabedoria concentrada, narrativa, simbólica e metafórica, como acontece com o caso da alegoria da caverna. É quando o jogo é a sério que se vê quem é quem ou o que é o quê, e aí entra logo em ação o jogo da caverna; fingidos a fingirem espontaneidades. Tal é o jogo das ca-vernas, de tal modo a preocupação pela imagem por todo o lado impera.Somos o que sobra do que fingimos, e as cavernas em que habitam todo o tipo de prisioneiros, até os voluntári-os, cheiram sempre a morte a ao mofo de tudo o que não se transforma em vida. Só o homem é esse animal que finge. Que finge até à exaustão, até ao vómito, até ao ponto de não saber dei-xar de fingir. O que finge assim e não como o poeta que assumia, descarado, o fingimento (o que, obviamente, já não é bem fingir) mas como o animal silencioso, ativa-mente passivo (talvez a forma mais praticada de fingi-mento).Há que reconhecer que o homem é um mitomaníaco. Daí o êxito das cavernas e de todas as teorias, nossas ou alheias, que concorrem para a nossa consolação. Basta ver - e considerando desta vez a caverna global e atual de infinitas paredes-écrans em rede - o êxito dos mitos do chamado “pensamento único”, também ele uma fogueira alimentadora das sombras do capitalismo global. Teor-ias-sombra que os tontos repetem a cada passo, não vá alguém pensar que não são modernos e inteligentes. A madrinha má da Branca de Neve a querer, como todos nós, enganar-se ao espelho (e tudo pode ser espelho). E de onde virá esse império do mito – agora no sentido de falso -; essa vida assanhada pela ilusão? Será uma com-pensação, ainda em vida, da morte como verdade final? Será a fraqueza da vontade? Será a cegueira de quem não sabe o que quer, mas quer sem saber? Mas, voltando à noção de mito inicial, isto é, à expressão metafórica e narrativa da verdade, o que há a concluir é

que, de facto, muito temos a aprender. E é nesse sentido que pensamos que o mito da caverna é demasiadas vezes reduzido a uma simplicidade interpretativa exagerada.No mito da caverna, a ignorância não é indicada como “vazio de saber”, mas sim como uma sabedoria com certas características formais e de conteúdo, as quais mimetizam a verdadeira sabedoria. A isso acresce que, no conflito dos saberes, essa “sabedoria” vence; quanto mais não seja pela facilidade de acesso, pela baixa inten-sidade de trabalho que exige, pela consolação animal da pertença à carneirada, etc. Aaahh, que bom… Estar liga-do à rede é viver; e ser pro-activo; e eu e o meu telemóvel somos tão íntimos, etc, etc. Meu deus, que pachorra!Portanto, a alegoria da caverna apresenta a questão do conhecimento também como terreno da luta social e até política. Recorde-se que o prisioneiro que se liberta acaba por voltar para libertar os outros que vivem a falsa vida e a falsa sociedade, o fingimento naturalizado.Outra mensagem que nos parece presente na alegoria, e que decorre da análise anterior, assenta no facto de Platão afirmar que “naquelas condições”, isto é, conhecendo do real e de si mesmos apenas sombras, a comunicação não seria possível. Temos, portanto, falsa consciência, falsa identidade (pensar que se é o que não é e que se não é o que é), desequilíbrio, logo, não existência.De facto, os prisioneiros são apresentados, desde o início, como passivos. Praticamente são só olhos que seguem um menu apresentado na parede da caverna. Olhos sem cére-bro e vontade que vivem o que olham; écrans-espelho na agora caverna total em que tudo é écran, e do telemóvel à net podemos agora titilar com tudo, pasmados de formas e de cores, na estupidez vivida da despersonalização to-tal. Admirável mundo novo em que podemos imaginar e sentirmo-nos sendo tudo. O pessoano Álvaro de Campos ficaria deleitado com esse “nada que é tudo”. É verdade que, por vezes, quanto mais não seja por de-sespero, mais vale fingir que se sente do que coisa nen-huma, mas viver é outra coisa. Viver, como poderia ter dito Sócrates, é não ter o cuidado da vida. É assim que o covarde é o mais morto dos vivos. A criança é quem mais vive, em parte, por aquela mesma razão. Mas nós, mitomaníacos que somos, detestamos as mitofobias, e por isso o prisioneiro arrastado para fora da caverna quer matar o seu libertador.A verdade, de facto, é algo de inconveniente, e preferi-mos, quase sempre, mudar de ilusão, pois aguentar a ver-dade não é para todos. E é assim que se podia resumir tudo: onde há caverna não há verdade, nem sabor, nem vida, mas apenas as reles imitações dessas coisas.

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10 Lendas vivas...

LiteraturaLuís Vaz de Camões, célebre poeta por-tuguês, nasceu em 1524 e morreu a 10 de junho de 1580. É considerado uma das maiores figuras da literatura da lín-gua portuguesa e um dos grandes poetas do Ocidente. Escreveu inúmeras obras e peças destacando-se Os Lusíadas.

William Shakespeare nasceu a 26 de abril de 1564 e morreu a 23 de abril de 1616. Foi poeta e dramaturgo, sendo considerado o maior escritor inglês e o mais influente es-critor da arte teatral do mundo. Escreveu célebres obras tais como Romeu e Julieta, Hamlet, Sonho de uma Noite de Verão entre muitas mais.

HistóriaVasco da Gama nasceu em Sines por volta de 1460 e morreu na Índia a 4 de dezembro de 1524. Foi um navegador e explorador português. Destacou-se na época dos Descobrimentos por ter sido o comandante dos primeiros navi-os a navegar da Europa para a Índia.

Napoleão Bonaparte nasceu a 15 de agos-to de 1769 e morreu a 5 de maio de 1821. Foi um líder político e militar durante os últimos tempos da Revolução Francesa. Foi imperador da França mais de 10 anos, adotando o nome de Napoleão I.

MatemáticaPitágoras de Samos , matemático e filósofo grego , nasceu em 570 a.C. e morreu em 497 a.C. Descobriu proprie-dades interessantes e curiosas sobre os números. Criou o teorema de Pitágoras.

Pierre Simon Marquis de Laplace nasceu a 23 de março de 1749 e morreu a 5 março de 1827. Foi um matemático, astrónomo e físico francês. É conhecido principalmente por ter criado a equação de Laplace.

CiênciasAlbert Einstein nasceu a 14 de março de 1879 e morreu a 18 de abril de 1955. Foi um físico teórico alemão. Foi eleito o mais memorável físico de todos os tempos. É conhecido por desenvolver a teoria da relatividade.

Recebeu o Nobel de Física em 1921.

Antoine Laurent de Lavoisier nasceu a 26 de agosto de 1743 e morreu a 8 de maio de 1794. Foi um químico francês, considerado o cria-dor da química moderna. Foi o pri-meiro cientista a enunciar o princípio da conservação da matéria.

Música Francis Albert Sinatra nasceu a 12 de dezembro de 1915 e morreu a 14 de maio de 1998. Foi um cantor e ator norte-americano, considerado uma das maiores vozes do século XX e com mais de 50

anos e carreira. Lançou cen-tenas de canções imortalizadas na sua voz, como «New York», «Killing me softly», entre outras.

Bob Nesta Marley nasceu a 6 de fevereiro de 1945 e morreu a 11 de maio de 1981. Foi cantor, guitarrista e compositor jamaicano, o mais conhecido músi-co de reggae de todos os tempos. Grande parte do seu trabalho lidava com os problemas dos pobres e oprimidos.

Alexandra Oliveira e Mariana Correia 1008

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11 Os nossos mitos/As nossas crenças...

Superstição da sexta-feira 13Márcia Bertoluci, 12.08

Quantos de nós já não ouviram falar da “maléfica” sexta-feira 13? Haverá necessidade de ter medo deste número? Há duas lendas de há muitos anos atrás associadas a esta superstição. A primeira dizia que num banquete estavam presentes 12 deuses e que, sem ser convidado, apareceu Loki (Deus da Discórdia, do fogo e da maldade) que provocou a morte a Beldor, que era o favorito dos deuses. A segunda conta que Friga (deusa do amor e da beleza) se transformou em bruxa quando as tribos nórdi-cas se converteram ao cristianismo. Esta, para se vingar, todas as sextas feiras se reunia com 11 bruxas e o demónio para rogar pragas aos humanos.Foi também numa sexta-feira 13 de 1307 que o rei da França mandou perseguir os templários excomun-gando-os, perseguindo-os ou queimando-os na fogueira. Por outro lado, há quem veja o número 13 como sorte, visto que 1+3=4, correspondendo aos quatro elementos: terra, ar, água e fogo.

Sexta feira 13 – Fomos ver p’ra crerNo passado dia 13 de abril (sexta-feira), a turma 1206 deslocou-se a Montalegre no âmbito do projeto interrogar a ciência (PIC). A participação neste projeto teve como motivação a vontade de vivenciar as atividades comemorativas do dia das bruxas, em Montalegre. A acrescentar a esta curiosidade, os alunos manifestaram interesse em participar no referido projeto, fazendo o máximo de registos para, em jeito “jornalístico”, dar conta da experiência e dos saberes adquiridos sobre mitos e crenças.

À chegada a Montalegre, já era notório o ambiente festivo alusivo à ocasião, quer por parte dos habitantes, quer pelos inúmeros visi-tantes. As ruas já se encontravam animadas por vários grupos e decoradas com barraquinhas de artigos associados a esta comemoração. O grupo desde logo se sentiu envolvido pelo ambiente peculiar e aguardou com expectativa o espetáculo noturno. Apesar de as condições climatéricas não terem sido as desejáveis, a animação nas ruas não foi afetada. Durante o espetáculo, os participantes puderam assistir ao es-conjuro feito pelo Padre Fontes e beber a queimada, ficando assim livres de todos

os males. A finalizar este ritual, assistiu-se a um espetáculo piromusical nas muralhas do castelo.

Para uma melhor compreensão e contextualização da vivência deste ritual, o grupo agendou um encontro com o senhor Padre Fontes, para partilhar ideias e reflexões sobre Ciência e Pseudociência, adquiridas com a leitura do livro Um mundo Infestado de demónios de Carl Sagan.À inesquecível satisfação dos momentos noturnos, acrescia a expectativa de conhecer e conversar com o senhor Padre Fontes e saciar, através da entre-vista, a curiosidade de todos.Num ambiente familiar, o nosso entrevistado abriu-nos o seu espaço (em Vilar de Perdizes) e recebeu-nos de uma forma tão espontânea e tão acolhe-dora que o calor que emanava da lareira apenas nos reconfortava o físico. Nesta atmosfera, a conversa não se fez esperar e à primeira oportunidade, as perguntas surgiram.

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Sexta-feira 13... 12

Como surgiu a ideia de festejar todas as sextas- fei-ras 13?Sendo padre, não é dia santo nenhum. Geralmente, os dias santos são marcados pelas igrejas a nível mundial. Há os dias santos que agora até querem cortar, mas nós aqui decidimos inventar um dia santo diferente, que não tem santo nenhum nem diabo nenhum, mas é uma mistura de santos e diabos. (risos) A razão de fazermos isto foi para promover o turismo, a nível local e regio-nal. Com o pretexto do tema aliciante da magia e bruxaria, a coincidência da sexta com o 13, que não são muitas e criar acon-tecimentos numa é-poca em que não aco-ntece nada. É também para dar movimento à restauração e à ho-telaria e fomentar o crescimento, uma vez que quem vem classi-fica-nos ou desclassi-fica-nos. Se tem bom serviço voltam.Esta foi uma inicia-tiva que caiu bem na nossa mentalidade celta, mítica, religiosa, pagã, su-persticiosa, curiosa… Somos todos curiosos das coi-sas desta área, da bruxaria, do ocultismo, magia, mau-olhado, inveja… essas atitudes que afetam a sociedade menos educada. É uma forma das pessoas se questio-narem e brincar com aquilo que as aterroriza ou ame-aça, e foi daí que nasceu, aqui em Vilar de Perdizes, a tradição da queimada. Fazíamos uma queimada, que nasceu à lareira da minha casa materna aos meus 5/10 anos. Quando estávamos gripados, os meus pais pun-ham a caçarola ao lume com aguardente, chegavam-lhe o fogo e à luz da candeia, nós tínhamos uma cor quase de desenterrados (risos), aquele azulado com um amarelado, e passávamos com a caçarola pela cara de cada um para vermos a cara que fazíamos, vendo as almas do outro mundo, vendo as bruxas. São coisas da minha infância. Mais tarde, como padre aqui em Vilar de Perdizes, rodeei-me de colegas galegos que tinham a mesma tradição, mas com mais aparato, com mais esconjuro.

Um colega galego em 1973/72, participava em convívi-os e serões, aqui, e fazíamos os mesmos rituais. Ele ci

tou um esconjuro dos galegos e assim me associei aos congressos de medicina popular em 73. No fim dos con-gressos, que eram ao sábado, fazíamos uma queimada na rua, com uma caldeira de 40/50 litros de aguardente, no centro social, onde toda a gente podia participar. Fazíamos o esconjuro numa forma mais aportuguesada, e a partir daí realizávamos, todos os anos, esse ritual

em Vilar de Perdizes. A câmara sugeriu que fizés-semos isso mesmo em Montalegre, com publi-cidade chamativa e pro-grama criativo, com gru-pos musicais e teatrais, feira de produtos, con-seguiu chamar-se muita gente. A câmara viu que dava uma boa semente e aproveitou para semear no ano seguinte. Dá mui-tos frutos, sim dá!

Estas comemorações prendem-se com a cren-ça em bruxas. Elas ex-istem mesmo?

Tu é que sabes se e-xistes ou se não existes. (risos) Bruxas são uma crença medieval de pessoas que se diziam bruxas, que se embruxavam, que tinham pod-er, que tinham mau-olhado, que podiam atormentar as pessoas, animais e negócios. Fantasias que queremos desmitificar com esta brincadeira das sextas 13 dia, das bruxas. Em todas as aldeias havia dias das bruxas às sextas e terças. As bruxas juntavam-se num sítio específico. Aqui em Vilar de Perdizes são os campos de Valdim; em Montalegre é o Areal do Pereira, um sí-tio onde se acampava, numa encruzilhada qualquer, e ali faziam os combinados de patifarias que iam pregar aos homens ou mulheres, ou a quem fosse. Mas isso são tudo crenças! Como se dizia que o diabo andava à noite na rua, que não se podia andar na rua à noite, que não se podia assobiar à noite, pois chamava-se o diabo e que não se podia brincar com o lume, porque mijava-se na cama (risos). Há assim uma série de crenças que eram mais os pais que nos metiam esse medo para nos controlarem. Mas hoje já ninguém nos controla (risos).

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13 Sexta-feira 13...

Nesta entrevista, pretendemos fazer uma ligação entre a ciência e as crenças. Estando no séc. XXI, em que a ciência se afirma cada vez mais, qual é o lugar deste tipo de crenças? A ciência ajuda a evolução no campo da cultura tradi-cional, das crenças. Há coisas que a ciência não atinge, o sobrenatural. Mas o que é natural, da nossa criação e da nossa imaginação, a ciência pode selecionar e dizer, isto é falso e isto é como 2+2 serem quatro, não é por brincar com o lume que vais mijar na cama, ou assobiar de noite que vai fazer o diabo vir atrás de ti. E é isso que a ciência vai esclarecer e ajudar a entender que nem tudo o tem fumo é fogo…

Sabemos que or-ganiza os congres-sos de medicina popular desde 1983, em Vilar de Perdizes. Qual é o objetivo desta ini-ciativa?O primeiro foi só para alertar a região para não perder a tradição no campo da herbanária, dos chás como produto natural, saudável e equilibrado que os pode ajudar, e também para transmitir o conhecimento uns aos outros. A partir de 1975, estive no serviço médico da periferia e fiquei encarregue de criar postos médicos e instalar os médi-cos nas aldeias. Consegui pôr aqui, nesta aldeia, um posto médico. Arranjei casa e espaço para o médico dar consultas e fui à casa dos padres das outras al-deias para fazerem o mesmo. Comecei a dar conta que as pessoas iam ao médico por pequenos problemas, pequenas gripes e trocavam o chá pelas pastilhas do médico. Achei que isso era um exagero e que quem era mais afetado eram os velhos e as crianças. Os velhos nunca tinham tomado dessas coisas e agora estavam

a tomar tudo e mais alguma coisa e as crianças, que eram virgens nesse campo, começavam a ser vítimas

disso. Eu fiz um alerta e também fui vítima. Recebi um processo disciplinar, pois pus lá no consultório um le-treiro a dizer “Pés quentes, cabeça fresca, canais a-ber-tos, boa urina, merda p’ra medicina. (risos) Como na sexta-feira 13, veio aí toda a comunicação social local,

regional, revistas, televisões galegas e portuguesas, deu eco e toda a gente soube disso. E des-de aí, continuamos.

E as pessoas, de-pois desses mes-mos congressos de medicina popu-lar, deixaram de ir tantas vezes ao médico por causa de uma gripe-zinha?Sim, depois pas-saram a conhecer mais os chás, a cultivá-los e a pô--los na horta. Fiz concursos de hortas várias vezes.

Sabemos que des-de menino sempre teve uma paixão pelas plantas. Acredita nos seus poderes? A Bíblia diz “sejam as raízes, as folhas e as flores o teu elemento e o teu remédio”. É assim em todas as civilizações. Nós alimentamo-nos delas, ou comemos ou não comemos. Todos esses produtos nos mantêm saudáveis e equilibrados.

Para terminar esta entrevista, queremos pedir-lhe que deixe uma mensagem aos jovens.O mundo e o futuro é vosso! Estamos à vossa espera!

Muito obrigado, senhor Padre Fontes, pelo tempo que disponibilizou e vamos com a certeza de que esta conversa vai produzir frutos.

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Sexta-feira 13 14

A ignorância ou o pior de todos os demónios …

Atualmente, a ciência parece progredir rapidamente, mas, quando olhamos para ao passado, damos conta que os estudos rigorosos de Galileu sobre a velocidade da luz foram incipientes, já que estavam condicionados pela ciência da época. Coube a A. Fizeau, mais de 200 anos após Galileu, a glória de determinar a velocidade de propagação da luz pelo “Método da Roda Dentada”. A ciência constrói hipóteses que podem ser testadas em busca de um conhecimento tem-porariamente duradouro, não procura o nosso acordo nem vai ao encontro dos nossos pré-conceitos, apela à criatividade e à especulação, ao colocar hipóteses, que serão tes-tadas até se concluir qual a que mais se aproxima da verdade em determinado momento. No entanto, como afirma Carl Sagan, devemos estar conscientes das nossas limitações e o cientista deve continuar à procura de novos dados. Deve manter a mente aberta para que a verdade não fique comprometida, já que as verdades científicas são sempre provisórias. Ante as descobertas, oscilamos entre o deslumbramento acrítico e o ceti-cismo pseudoinformado pelas notícias, quantas vezes, incapazes de detetar argumentos falaciosos e fraudulentos. A mediatização das notícias e a especulação jornalística adul-teram frequentemente os conteúdos. Resumem e sintetizam, reduzindo, por vezes, a um título o que pretendem vender. Quem lê?! Uma população cada vez mais afastada do que são a ciência e a termino-logia científica, alheia ao insucesso e ao erro, mas cada vez mais interessada nos resultados, nas descobertas e nas

promessas de eterna juventude e outros mundos.Vítimas do buraco na camada do ozono, das alterações climáticas, da poluição e da talidomida, olhamos com desconfiança para a ciência, que, aliada à descrença na razão humana e ao relativismo que constitui uma tendência da atualidade, mergulha o ser humano em zonas de desconfiança e trevas.Empurramos os nossos medos para o subconsciente e eles povoam os nossos sonhos sob todas formas. Mas, para quê questionar a ciência se é mais fácil aceitar a superstição e pseudociência? A impotência da medicina atira-nos para a fé e o silêncio desta, para a crença em curandeiros e bruxas.Dantes, os demónios escolhiam os ímpios e os descrentes. Hoje, os descrentes

escolhem a ignorância e alimentam os seus própri-os demónios com medo do conhecimento.Somos assolados pelas trevas da nossa ignorância e temos sonhos povoados por demónios privados que em festas e romarias exorcizamos. Afastamos o burro no 1º de maio, festejamos o dia 13 e o dia das bruxas e dizemos que certas ações parecem obra do demónio. Ao longo dos séculos, substituímos curandeiros por médicos, mezinhas por remédios, possuídos por esquizofrénicos, demónios por extraterrestres e raptos por abduções e, surpresa das surpresas, continuamos mergulhados na escuridão da nossa ignorância,

com medo de demónios, piores que os de outrora.Ah! Mas eu não acredito em demónios! – Afirmamos convictos.Porém, não acreditarmos nos demónios não nos protege deles, devemos sim, identi-ficá-los para os combater.Urge acabar com a iliteracia científica. A ignorância e a persistência na relativização da importância de conhecermos a terminologia científica devem acabar. Pensa-se que aquele que não acredita na ciência não acredita em nada. Mas é um erro, aquele que não acredita na ciência acredita em quase tudo o que é pseudociência e vive não em função da experiência, mas da crença.

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Outros projetos que interrogam a CiênciaTema: Muda-se o tempo, altera-se o clima?

No âmbito das disciplinas de Geografia, Português, Ciências Naturais e Ci-ências Físico-Químicas, os alunos do 8.º ano estão a trabalhar a temática do aquecimento global. Após o visionamento do filme “Verdade Inconveniente” e a leitura de literatura de apoio, os alunos elaboraram um texto dramático, cuja representação está em fase de preparação. A peça de teatro será apresentada durante o mês de junho; serão convidados os encarregados de educação e os formandos do PIC.

Tema: O Homem e o ConhecimentoEnvolvendo as disciplinas de Português, Geografia, Ciências Físico-Química e EMRC, a par-tir do “Poema para Galileo”, de António Gedeão, os alunos do 10.º ano elencaram questões proporcionadas pelo texto. Em trabalho de articulação disciplinar, durante as aulas de EMRC, os professores das diversas disciplinas envolvidas analisaram o poema, sublinharam a impor-tância do contexto sociocultural e fizeram demonstrações laboratoriais sobre o contributo de Galileu para a ciência. O produto final será a realização de um debate em formato de programa televisivo.

Tema: Biotecnologia aplicada à ciência – Da distrofia muscular ao “atleta perfeito”

Com a colaboração dos docentes de Filosofia, Biologia e Educação-Física, os alunos do 11.º ano procederam à implementação de experiências em laboratório virtual. Tra-balharam um artigo científico e pesquisaram sobre as diferentes técnicas de diagnós-tico de doenças em casos clínicos de modo a apresentarem os resultados aos seus pa-res. O objetivo será a produção de um poster que resuma as conclusões do trabalho. Será também produzido um artigo científico que responda à questão: “Deve a ciência corrigir as anomalias da natureza e manipular os processos evolutivos naturais?”.

Tema: Poetizar a ciênciaA partir do poema “A Pedra Filosofal”, de António Gedeão, e de um videoclip de Manuel Freire, procedeu-se a

uma discussão sobre conceitos relacionados com a ciência presentes no poema e foram selecionados sete temas científicos, nomeadamen-te: alquimia, descobrimentos, origem da vida, natureza, arte, energia nuclear ecomunicação. Estes temas foram explorados pelos alunos e, consequentemente, reproduzidos em sete painéis de caráter artístico.

Tema : Mãos de preto

Partindo da análise de um conto de autor previsto no programa de 10º Ano da disciplina de Português, os grupos de alunos encontram-se a pesquisar informação para que possam responder a cinco questões sobre a temática.O possível produto final será a criação de um cartaz ou uma peça de teatro.

O saber em Projeto

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Mitos do Saber... 16

A China e os seus mitosLei Ye, 1207 Eu sou o Lei e venho da China. O meu país é muito marcado pela su-

perstição e pela mitologia. É um país com uma longa história, em que as crenças passaram de geração em geração. Para nós, o gato não tem sete, mas nove vidas. Acreditamos que o eclipse é por causa do cão de Deus ter comido a Lua, como castigo aos homens. As cobras têm mui-to valor, por isso, quando aparece uma cobra em casa, é bom presságio se estiver nos locais onde se guardam alimentos; pelo contrário, se estiver em cima de um sítio alto, é sinal de má sorte. Porém, nunca devemos matar a cobra, pois o seu sangue vai originar males ainda maiores. Quando damos presentes ou flores, se for pelo aniversário ou casamento, tem de ser sempre um número par, pois significa que essa data se vai repetir. Pelo contrário, se for a um doente ou para um funeral, tem de ser ímpar, para que tal não volte acontecer. Quando al-guém está a comer, não se deve ver ao espelho, senão pode ficar gago. Estes são alguns exemplos de crenças populares.A nossa mitologia é muito rica e, a nível religioso, podemos ser taoistas ou budistas. Acredito em Pan Ku, pai dos Deuses, que foi o primeiro ser consciente e criador. No princípio do mundo, não havia nada, ape-

nas o caos e a escuridão. Todo o universo era um imenso ovo negro e dentro dele estavam Yin e Yang, opostos que coexistem, mantendo o equilíbrio. Dentro deste ovo havia, também, um terceiro elemento: Pan Ku, que cres-cia com o ovo, tornando-se gigantesco. Durante dezoito mil anos, o ovo flutuou, chocando os três elementos que estavam no seu interior. Passado este tempo, Pan Ku despertou e viu-se na escuridão. Enfurecido, mexeu-se dentro do ovo e, com um machado, partiu-o, separando o Yin e o Yang, dando início à criação do mundo e acabando com a escuridão total. O mais pesado, Yin, separou-se e afundou, transformando-se em terra. Yang, mais leve, subiu, formando o céu. Entre eles, ficou Pan Ku, a segurá-los, evitando que se juntassem novamente, trazendo a escuridão de volta. Pan Ku persistiu, mantendo Yin e Yang separa-dos, até que um dia percebeu que não havia mais escuridão. Tranquilo, deitou-se e morreu fisicamente, pois a sua alma continua viva. O seu corpo começou a transformar-se: o olho esquerdo no sol, o direito na lua, a sua respiração tornou-se no vento, o trovão surgiu da sua voz grave. O seu corpo deu origem aos continentes; o seu sangue formou os rios e os mares e o cabelo originou as árvores e flores. Dos seus dentes e ossos, surgiram as rochas e os minerais preciosos; o suor transformou-se na chuva, os seus músculos nas terras férteis e dos seres que habitavam seu corpo, como pulgas e bactérias, surgiram os animais, entre os quais o dragão. Na cultura ocidental, o dragão tem um significado negativo, mas no Oriente, é considerado símbolo de proteção e é uma mistura de muitos animais. Tem olhos de tigre, corpo de serpente, patas de águia, chifres de veado, orelhas de boi e bigodes de carpa. Está relacionado tanto com água, pois é protetor dos rios e oceanos, como com o ar. Quando havia seca, os povos pediam ao dragão que fizesse chover. Segundo o calendário chinês, 2012 é o ano do dragão, um ano de muita prosperidade. Vamos a ver…

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17 Mitos do Saber...O sociólogo Moisés Espírito Santo defende que crenças, mitos e superstições servem para preencher espaços vazios da imaginação. São um jogo importante da comunicação, porque as pessoas precisam de contar histórias. Antigamente, fazi-am-no à lareira, hoje, têm muitos outros recursos.

Crença DesmitificaçãoComer cenoura faz bem

aos olhos?A cenoura é rica em vitamina A e a deficiência grave em vitamina A causa cegueira, mas uma coisa não tem nada a ver com a outra.

O álcool combate o frio.

O álcool produz uma sensação momentânea de calor ao dilatar os vasos sanguíneos e ao dirigir o sangue até à superfície da pele, mas, em pouco tempo, a temperatura interior do corpo diminui e sente-se mais frio. Por isso, em situações de embriaguez, devemos agasa-lhar a pessoa e nunca tentar despertá-la com água fria.

A mudança de lua in-fluencia o parto?

Durante a lua cheia e a lua nova, existe uma força maior para o centro da Terra, o que aumenta a pressão pélvica e, consequentemente, as contrações.

Os ratos do Convento de Mafra

Segundo o mito do Convento de Mafra,ratos gigantes habitam os subterrâneos do convento e, durante a noite, saem para comer tudo aquilo que podem apanhar: cães, gatos, pessoas…Trata-se de histórias falsas. Não se nega a existência de ratos, mas estes vivem nos esgotos, o que é perfeitamente normal, pois este é um edifício antigo e de grandes dimensões. Além disso, o convento fica próximo da tapada de Mafra, junto ao campo, onde existem habitu-almente ratos a circular.

Mito sebastianista

Mito que surgiu na sequência do desaparecimento do rei D. Sebastião na Batalha de Alcácer-Quibir, em 1578. Por falta de herdeiros, o trono português terminou nas mãos do rei Filipe II de Espanha.Basicamente, é a esperança na vinda de um messias salvador, traduzindo uma inconformi-dade com a situação política vigente e uma expectativa de salvação, ainda que miraculosa.Apesar do corpo do rei ter sido removido para Belém, o povo nunca aceitou o facto, divul-gando a lenda de que se encontrava ainda vivo, apenas esperando o momento certo para voltar…

Pancadas de MolièreNo teatro vicentino, os sinais que anunciavam o início da dramatização eram manifestados através de gritos. Já no século XVII, em França, como as plateias eram barulhentas e agi-tadas, as peças tinham uma cena inicial para acalmar o público e impor o silêncio. Com o mesmo objetivo, Molière criou as suas três pancadas, usadas até hoje para avisar a plateia que o espetáculo vai começar.

Entrar com o pé direito

A tradição de entrar em algum lugar com o pé direito para dar sorte é de origem romana. Nas grandes celebrações dos romanos, os donos das festas acreditavam que, entrando com tal pé, evitariam agouros na ocasião da festa. A palavra “esquerda” significa, do latim, sinistro, daí já fica óbvia a crença do lado obscuro dos inocentes pés esquerdos. Foi assim que esta crença se espalhou por todo o mundo.

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Crenças e expressões idiomáticas... 18

Crença / hábito ExplicaçãoBater três vezes na madeira

A origem mais provável está relacionada com o facto de os raios caírem com frequência sobre as árvores. Os povos antigos teriam interpretado este aspeto como sinal de que tais plantas seriam as moradoras terrestres dos deuses. Assim, sempre que se sentiam culpados por alguma coisa, batiam no tronco com os dedos para chamar as divindades e pedir perdão.

Passar debaixo da escada

Alguns acreditam que a superstição surgiu na Europa Medieval. Quando um castelo era atacado, a ponte era recolhida e um dos únicos meios de invadir era usar escadas. A defesa derramava óleo a ferver sobre os invasores. Quem segurava ou subia as escadas recebia um banho mortal. Portanto, passar por baixo de uma escada passou a significar má sorte.

Gato preto

Os egípcios estavam convencidos de que os gatos possuíam alma, e prova disso são os restos mumificados destes felinos encontrados nas escavações arqueológicas.Na Idade Média, as bruxas fazem do gato preto um elemento imprescindível para efetuar seus rituais e feitiços. Acreditava-se que os gatos pretos eram bruxas transformadas em animais. Hoje em dia, os supersticiosos creem que, quando um gato preto atravessa o seu caminho, é sinal de azar. Os místicos, no entanto, têm outra versão: quando um gato preto entra em casa, é sinal de dinheiro a chegar e acariciar um gato atrai boa sorte.

Partir um espelhoÉ provável que esta crença tenha a ver com a ideia de que o nosso reflexo é outra versão do original e, se causamos defeitos no espelho, causamos danos a nós mesmos. Assim, partir o espelho é fazer o mesmo com o alma, acreditando-se que a quebra de um espelho traz má sorte durante sete anos. Este período deve-se ao facto de as alterações fisiológicas no corpo ocorrerem de sete em sete anos.

Colocar flores nas sepulturas

Na atualidade, enfeitam-se as sepulturas com flores como sinal de afeto, mas a intenção original era proporcionar algo vivo no momento da morte. A coroa circular encerrava simbo-licamente o espírito e impedia-o de voltar.

Meeting Roménia Artur Passos, Adjunto do DiretorDe 29 de fevereiro a 3 de março, uma delegação de três professores da Es-cola Secundária D. Sancho I esteve em Bacau (Roménia) a participar num encontro do projeto “Strenghtening the Orientation From School to Job “(SOS), juntamente com outros elementos de instituições da Turquia, Itália, Hungria e Lituânia. O meeting, onde também participou uma delegação do Ministério da Educação turco, teve lugar na escola Coleguil Tehnic ‘Letea”. Da agenda de trabalhos, fez parte, entre outras tarefas, a apresentação das conclusões de um inquérito submetido a empresas que aceitam estudantes/formandos para formação em con-texto de trabalho. Este projeto, que se encontra na fase final, procurou preparar professores/ formadores a fim de orientarem convenientemente os estudantes/formandos para o atual mercado de trabalho.

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19 Crenças e Expressões Idiomáticas...

Mascote do Pena Aventura Park

No passado mês de março, a turma 902 venceu o concurso promovido pelo Pena Aventura Park para a elaboração de uma mascote. A participação da Escola Secundária D. Sancho I contou com o trabalho desenvolvido pelas várias turmas de Educação Visual dos 7º, 8º e 9º anos.A proposta apresentada, elaborada pelos alunos André Rodrigues, Davide Costa, Luís Aze-vedo e Rui Cruz, teve como objetivo dar uma resposta qualificada ao desafio lançado pelo parque aventura às escolas para a constituição de uma mascote representativa do progra-ma “Dê Mais Emoção à Sua Escola”.“Foxy” foi a selecionada de um conjunto de 60 propostas apresentadas por cerca de 20 escolas.A mascote será implementada sob a forma de uma bandeira gigante no dia 15 de ju-lho, data da comemoração dos 5 anos de inauguração do Pena Aventura Park.

Expressão Origem SignificadoLágrimas de

crocodiloO crocodilo, quando ingere um alimento, faz forte pressão contra o céu-da--boca, comprimindo as glândulas lacrimais. Assim, ele chora enquanto devora a vítima.

Choro fingido

Queimar as pestanas

Usa-se ainda esta expressão, apesar do facto real que a originou já não ser usual. Foi, inicialmente, uma frase ligada aos estudantes, querendo significar aqueles que estudavam muito. Antes do aparecimento da eletricidade, recorria--se a uma lamparina ou uma vela para iluminação. A luz era fraca e, por isso, era necessário colocá-las muito perto do texto quando se pretendia ler, o que podia dar azo a “ queimar as pestanas “

Estudar muito

Memória de elefante

O elefante fixa tudo aquilo que aprende, por isso, é uma dos principais atrações do circo.

Ter boa memória; recordar-se de tudo.

À grande e à francesa

Expressão relativa aos modos luxuosos do general Jean Andoche Junot, auxi-liar de Napoleão, que chegou a Portugal na primeira invasão francesa, e dos seus acompanhantes, que se passeavam vestidos de gala pela capital.

Viver com luxo e ostentação.

Dose para cavalo

O cavalo, por ser forte, necessita de doses exageradas de remédio para que este possa produza o efeito desejado. Com a ampliação do sentido, dose para cavalo é o exagero na ampliação de qualquer coisa.

Quantidade excessi-va; demasiado.

Parte uma perna

Este termo foi criado durante uma das muitas guerras em que os americanos estiveram envolvidos. Antes de partir para a frente da batalha, os soldados diziam uns aos outros: “parte uma perna”. Este seria o melhor destino que eles poderiam ter durante o combate. Afinal, mesmo ferido, o soldado continuaria vivo e, melhor, seria dispensado, retornando ao seu lar.

Boa sorte

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20 O Saber em Ação

Visita de Estudo a Lisboa e Mafra Francisca Carmo, 1201

Nos dias 27 e 28 de janeiro, as turmas de 12º ano dos cursos de Ci-ências e Tecnologias e Ciências Socioeconómicas realizaram uma visita de estudo a Lisboa e a Mafra, no âmbito das disciplinas de Biologia, Física, Psicologia, Matemática e Português.No primeiro dia, visitaram o Pavilhão do Conhecimento, onde ti-veram a oportunidade de ver três exposições: “Física no dia-a-dia” baseada na obra de Rómulo de Carvalho, “O mar é fixe mas não é só peixe” e “Explora”. Os alunos apreciaram bastante, pois as experiências foram surpreendentes, interessantes e gratificantes.De seguida, dirigiram-se para o Centro Cultural de Belém, onde puderam ver e admirar a exposição de arte do Museu Coleção Berardo. À noite, após o jantar na pousada, alunos e professores realizaram uma caminhada noturna até ao centro de Lisboa; num momento de alegre convívio, visitaram o Hard Rock e aproveitaram o som da música numa esplanada. No segundo dia, rumaram a Mafra para se juntarem ao resto das turmas de 12º ano.

Falar verdade a Mentir volta a fazer rir!Alunos do 801 e 802

No dia 18 de abril, as turmas do 8º ano da escola secundária D. Sancho I assistiram à peça Falar Verdade a Mentir, de Almeida Garrett, no auditório VITA, em Braga. Desloca-ram-se de autocarro acompanhados pelos professores: Liliana Miranda, Luís Guincho e Olímpia Moreira. A obra é de leitura obrigatória no 8º ano, sendo a ida ao teatro uma forma de complementar a leitura da mesma. Com o desenrolar da ação, as várias peripécias divertiram a audiência. Já no final, a companhia de teatro “ Arte D` Encantar” surpreendeu o público ao convidar o Tiago do 802, da nossa escola, para subir ao palco. Foi um momento muito engraçado e muito aplaudido por todos. Os alunos demonstraram um grande interesse e um comportamento exemplar.

Visita de estudo ao Convento de MafraAna Sofia Sá e Sara Ribeiro, 1208

No dia 28 de janeiro, no âmbito do estudo do romance Memorial do Con-vento de José Saramago, as turmas do 12º ano de Línguas e Humanidades rumaram a Mafra, onde se encontraram com os colegas que tinham viajado na véspera para Lisboa. Chegados a Mafra, algumas turmas iniciaram a visita ao convento, en-quanto outras assistiram a uma dramatização da obra.A visita ao palácio foi muito interessante, instrutiva e enriquecedora visto que possibilitou aos alunos uma melhor contextualização e compreensão da obra a nível histórico e ficcional. A adaptação dramática foi de qualidade excelente, tendo em conta a versatilidade e profissionalismo dos atores, que conseguiram prender a atenção do público durante todo o espetáculo.Esta visita de estudo superou as expectativas dos alunos, tendo funcionado como uma grande motivação para a leitura da obra saramaguiana.Por fim, e antes do regresso a casa, ainda visitaram a cidade de Óbidos, onde tiveram oportunidade de provar a fa-mosa ginginha e desfrutar das maravilhas do local…

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Sancho Notícias

21 O Saber em AçãoAlunos dos cursos profissionais da D. Sancho I

realizaram estágio em BarcelonaNo passado dia 29 de março, partiram para Barcelona dezoito finalistas dos cursos profissionais da Escola Secundária D. Sancho I, a fim de realizarem o seu estágio em empresas daquela cidade, no âmbito do projeto “Empowerment” - qualificar para o trabalho em contexto europeu (Programa Leonardo Da Vinci).De salientar que este tipo de estágios constituiu uma oportunidade de formação privilegiada, pois apenas três escolas secundárias a disponibil-izaram em Portugal. O grande objetivo deste projeto é integrar os alunos no mundo do trabalho, proporcionando-lhes a possibilidade de o fazer-em num mercado competitivo e europeu, contribuindo para a formação de uma mão de obra mais qualificada e capaz, conhecedora de ambien-tes multiculturais e com capacidade de integração. No regresso, os alunos trazem uma mala repleta de memórias, experiências e expectativas. Eis alguns teste-munhos…

Ana Fonseca, Curso de Técnico de Contabilidade

Num dia inesperado, surgiu-me a possibilidade de pod-er inscrever-me no projeto da D. Sancho “Em-powerment - qualificar para o trabalho em contexto europeu”,projeto esse que en-tusiasmou vários alunos, incluindo eu própria. O facto de poder participar num es-tágio na cidade de Barcelona alicia qualquer aluno e, quando se é esco-lhido, o sonho torna-se realidade.Estagiei na Gremi d’Instal•ladors del Baix Llobregat, na periferia da cidade de Barcelona, onde realizei muitas tarefas na área da Contabilidade.

Esta foi uma experiência fantástica, não só pelo facto de ter conhecido aquela magnífica cidade, mas também

por poder tirar partido dos conhecimentos lá adquiridos; esta experiência irá certamente

melhorar o meu currículo e deu-me a possibilidade de me tornar mais inde-pendente a vários níveis. Uma iniciativa como esta deveria ser tomada por outras escolas, pois é um

programa bastante enriquecedor para os alunos envolvidos. É uma sorte para

os alunos frequentarem uma escola que proporciona tal oportunidade aos seus alunos.

Carina Barroso - Curso de Técnico de Análises Laboratoriais

Depois das provas de seleção, da entrevista e das aulas de espanhol, os dezoito os alunos selecionados viajaram até à maravilhosa cidade de Barcelona para lá ficar por um período de seis semanas a realizar estágio.Eu fui uma das privilegiadas. Quando chegámos ao Hostel Sant Jordi, fomos bem recebidos por todos os membros. No dia 2 de abril, começaram “as práticas”, como lhes chamam os espanhóis. Hydrolab Microbiologica foi o laboratório de águas residuais que me acolheu

em estágio e a minha tutora chamava-se Isabel Martinéz. Sem dúvida que poder estagiar em Barcelona é uma porta que se nos abre. Quem sabe,

um dia, teremos a possibilidade de trabalhar em Espanha e noutros países da Europa?Agradeço à escola não só esta oportunidade única que me deu, assim como a possibilidade de usufruir de

outra cultura que pude conhecer melhor, novas pessoas, uma nova língua e novos costumes. Para além disto, fez-me crescer enquanto pessoa e ser mais autónoma. Foi uma experiência que jamais poderei esquecer, bem como muitas das pessoas que conheci. Até um dia, Barcelona!

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22 O Saber em Ação

A mí me gusta Barcelona Bruna Silva - Curso de Técnico de Secretariado

Tudo começa com um único passo e nós começámos com dois. Neste caso, dia 29 de março, chegámos a Barcelona e quisemos de imediato conhecer esta lindíssima cidade. Estáva-mos a 10 minutos do maior monumento de Barcelona, La Sagrada Família. Nos dias seguintes, continuámos a maravilhar-nos com a beleza da cidade: as Ramblas, a praia e outros aspetos admiráveis. Foi uma escolha bem feita, aqui passámos de tudo: bons e maus momentos, saudades, ansiedade, tristeza, amor, alegria e felicidade. Mas, não há nada como ver com os próprios olhos o que é verdadeiramente Barcelona e perceber o porquê de ela ser a inspiração de vários autores e poetas. Contudo, Barcelona não é apenas paisagem, ruas e monumentos. Nada estará completo se não tivermos connosco boas pessoas e bons amigos. O ambiente em nossa casa foi, desde o princípio, de cooperação, amizade e animação. Para combatermos as saudades, necessitámos de apoios e, na nossa casa, era o que não faltava. Inicialmente, a nossa vida fora esplêndida: tempos livres para passear, uma casa só para nós, o facto de podermos conviver com pessoas da nossa idade e fazer novas amizades. Até que começou o nosso quotidiano atribulado de estágio. Horas de desencontro, menos tempo para pa-

ssear e para descansar; mas tinha de ser, tínhamos de pôr em prática as nossas capacidades profissionais e fazer aquilo que realmente nos levou até lá. Houve al-turas em que a única coisa que queríamos era desistir e voltar a Portugal. Mesmo assim, com apoio dos nossos colegas, e principalmente da nossa monitora (Mireia Férnandez), não desistimos e ganhámos sempre força

e coragem para ultrapassar o obstáculo dos sentimentos. Os estágios foram muito fa-voráveis para o desenvolvimento das nos-sas capacidades, embora muitas vezes não tenhamos ficado satisfeitos. Aprendemos a lidar com as situações que menos nos agra-davam e a encarar a vida de outra maneira. A melhor coisa do estágio foi o facto de termos a oportunidade de conhecer muita gente de outros países e de outras culturas, pessoas que jamais iremos esquecer e que vão fazer

parte do nosso desenvolvimento humano e intelectual para sempre. Saudades? Claro que tivemos saudades. Dos pais, dos tios, dos primos, dos avós, dos professores e da esco-la, mas, principalmente, dos amigos que tivemos que deixar. Eles sabem que isto foi para o nosso bem e para crescermos enquanto PESSOAS. Daqui levámos uma bela experiência de vida e um conhecimento alargado da cidade. Mil e uma coisas visitámos e isto é real-mente lindo… valeu a pena.

A empresa na Escola

No âmbito do projeto “A Empresa na Escola”, promovido pelo Município de Vila Nova de Famalicão, ocorreu, no passado dia 23 de março, uma reunião entre o Diretor da Escola, o Vereador da Educação e do Desporto da Câmara e o Presidente do Conselho de Administração da Argatintas. O referido pro-jeto tem como propósito promover a interligação entre a escola e a estrutura empresarial local, sendo de louvar o facto de a referida empresa se ter dis-ponibilizado para colaborar na iniciativa, tornando possível a consolidação deste desafio e a implementação d´A Empresa na Escola D. Sancho. Trata-se de um projeto que envolve várias valências e se destina especificamente aos alunos das áreas das ciências.

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23 O Saber de Português...

O amor é…

Foi num dia cinzento de inverno, enquanto a chuva fus-tigava as altas janelas do salão nobre, que tu, peque-na Suri, chegas junto a mim e questionas:− Mana, o que é o amor?Eu fiquei perplexa e fixei apenas esses teus grandes olhos escuros que me olha-vam de uma forma tão sin-cera e inocente!Mas eu não sabia a respos-ta, era algo tão complicado para mim, como é que iria traduzir de uma forma sim-ples para que tu pudesses perceber?!Tu sentaste-te ao meu lado, seguraste-me na mão e acrescentaste:− Não faz mal mana, se não sabes a resposta agora, eu posso esperar aqui contigo até que a resposta surja.Os meus olhos inundaram-se de orgulho, mas eu tinha realmente de pensar em algo para te dizer. Foi então que vasculhei nas minhas mais profundas memórias, procurei em cada sorriso, cada lágrima, cada ação, cada dia que passei, mas nada…Tentei lembrar-me de cada matéria lecionada, mas não…Será possível que uma matéria desta im-portância me tenha escapado?! Será possível que alguma vez me tenham dito uma definição

e eu não assimilei, não, não pode ser possível! Olhei novamente para ti, sentada no sofá, agora já a dormir profundamente, cansada de tanto esperar. Foi quando vislumbrei esse teu rosto inocente pousado nas minhas pernas, embalada nesses teus sonhos de criança, que eu soube o que era o amor.Amor, amor é agarrar a tua mão cada vez que choras

porque tiveste um pesadelo, amor é limpar-te as lágrimas depois de um dia mau, amor é rir contigo depois de uma traquinice qualquer, amor é abraçar-te quando os teus planos fal-ham, amor é estar aqui, ali ou onde precisares, é estar com as mãos ab-ertas e os braços estendidos para te pegar.Amor, pequena Suri, é ter-te aqui prostrada em minhas pernas, tão leve, tão indefesa… É pegar-te to-dos os dias e proteger-te, é defender-te com a minha própria vida.

Amar, amar é dares de ti mesmo o melhor por alguém em troca de nada. Amar é muito mais do que possas imaginar, é algo tão poderoso que nada nem ninguém pode descrever nem controlar, amar é ter-te aqui pronta para tudo, amar é dar-te o melhor de mim.Amar é entregares-te de corpo e alma. Amar é simples-mente dares-te!

Oferta de livros à escolaA livraria/papelaria Fonte Nova, situada na Alameda Luís de Camões, 142 R/C, honrou a biblioteca da nossa escola através da oferta de um número substancial de livros, que, certamente, serão de grande utilidade e interesse para os utilizadores do referido espaço. A cultura não tem preço, mas estas dádivas são sempre bem-vindas. A escola agradece à Fonte Nova a iniciativa.

Texto inédito apresentado no Torneio de Leitura

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Sancho Notícias

24 O Saber de Português...

LEITURA – uma realidadeA leitura – uma competência transversal – começa a ser uma boa prática na nossa escola. É mais ou menos con-sensual que os alunos leem mais. Queremos acreditar que as atividades previstas no pro-jeto do PNL e no PAA muito têm contribuído para esta agradável realidade. Assim, os professores de Português, com os seus alunos e nas suas aulas, desenvolveram as leituras previstas para este segundo período. Em paralelo, os alunos foram desafiados a partici-par no Concurso Nacional de Leitura que levou três alunos do terceiro ciclo e três do ensino secundário à fase distrital, que se realizou em Braga, no Dia Mundial do Livro (23 de abril). Para além disso, pela primeira vez, foi disputado o torneio de lei-tura que contou com a participação de 30 turmas e desen-volvido em três fases. A fase final constou do programa da Semana da Leitura que ocorreu de 5 a 9 de março.

Apesar de alguma controvérsia por parte dos alunos relativa ao regulamento a que um torneio está sujeito, a atividade suscitou entusiasmo e veio a revelar-se muito

positiva, como publicamente foi dito pelo Vereador da Cul-tura e do Desporto, Dr. Leonel Rocha, presidente do júri desta fase do torneio. Convém destacar que o pro-grama da Semana da Leitura se revelou variado e apelativo, uma vez que contou com a participação dos diferentes el-ementos da comunidade edu-cativa, nomeadamente com a presença de um escritor fa-malicense, cujo nome é já uma sólida referência no panorama

literário e cultural do nosso país – Jorge Reis-Sá.Agradecemos a colaboração de todos os que contribuíram para que a leitura continue a ser uma realidade, pois mui-tos e agradáveis momentos foram vividos e sentidos ao longo deste ano letivo.

No passado dia 9 de mar-ço, por volta das 14:30, recebemos na nossa es-cola o escritor famali-cense, Jorge Reis-Sá, no âmbito da 2ª fase do projeto do Plano Na-cional de Leitura (“Eu descubro um escritor”). O encontro realizou-se no auditório, tendo o convi-dado falado um pouco de si e da sua obra, do que o inspira e do seu percurso profissional e literário. Os alunos aproveitaram a oportunidade para colocar questões decorrentes da leitura dos livros Todos os dias e Equilíbrios pontuados.No final, todos concordaram que o encontro com Jorge

Reis-Sá foi cativante, in-formal e divertido, tendo mo-tivado para a leitura das suas obras. Foi evidente a empatia entre os alunos e o escritor, que, numa posterior troca de correspondência eletrónica, afirmou: “senti-me tão perto de todos vós que não resisti a dizer-vos do meu pai, do meu filho e, claro, do processo criativo que, não raras vezes, é tão mais circunstancial do que poderá parecer”.Resta-nos agradecer ao autor

a sua disponibilidade e simpatia. Esperamos que tenha apreciado este encontro, que, para nós, foi um interes-sante momento de partilha literária e vivencial.

Encontro com o escritor Jorge Reis-Sá

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25 O Saber da Ciência...

Dádiva de sangue

Quarta-feira, dia 18 de abril, decorreu mais uma vez, na nossa escola, a colheita de sangue pelo Instituto Português do Sangue (IPS) com a colaboração da Associação de Dadores de Sangue de V. N. de Famalicão. Esta atividade, dirigida a toda a comunidade escolar, foi previamente divulgada em todas as turmas e no sítio da escola, tendo tido grande adesão. Conscientes da importância deste ato, e na tentativa de o promover mais ativamente, este ano realizou-se na entrada da escola num autocarro do IPS devidamente equipado.

Conheça alguns mitos e verdades sobre a doação de sanguePara dar sangue é preciso fazer uma inscrição prévia. Mito Basta apa-recer no Instituto Português de Sangue (IPS), Centros Regionais de Sangue de Lisboa, Porto e Coimbra ou no hospital mais próximo com serviço de colheita.Tive várias doenças no passado e, por isso, não posso dar sangue. Mito Ao oferecer-se para dar sangue, será submetido a um exame clínico no de-curso do qual o médico esclarecerá as suas dúvidas.O sangue doado vai fazer-me falta. Mito Um adulto possui, em média, entre 4,5 e 5,5 litros de sangue. No decorrer da dádiva, ser-lhe-ão colhidos cerca de 450 ml de sangue (menos de 10% do total que tem). O tempo ne-cessário para repor o volume de 0,5 l de sangue doado é de +- 12 horas.O meu tipo de sangue é o mais comum, logo, não é tão necessário. MitoTodos os tipos de sangue são necessários. Você pode precisar de sangue.Não há qualquer restrição à dádiva de sangue. Mito Para ser dador pre-cisa de ter entre 18 e 65 anos de idade, mais de 50 Kg de peso, os níveis da hemoglobina acima dos 12,5 (mulheres) ou dos 13,5 (homens) e hábitos de vida saudáveis.Só se pode dar sangue uma vez por ano. Mito Pode repetir a dádiva, sem qualquer inconveniente para a sua saúde e bem estar (homens de 3 em 3 meses e mulheres de 4 em 4 meses).Quando se dá sangue fica-se mais fraco. Mito O sangue colhido é rapidamente reposto em circulação pelo organ-ismo. Momentos após a dádiva, qualquer pessoa pode voltar à sua ocupação normal.Não tenho muito tempo livre e dar sangue demora muito tempo. Mito Desde a inscrição, passando pela triagem clínica, colheita e refeição, todo o percurso demora cerca de 30 minutos.

Alimentação...

ÁguaMITO: Bebê-la antes ou durante as refeições faz aumentar o peso. FACTO: Com zero calorias, a sua ingestão reduz a sensação de fome, podendo até aju-dar a emagrecer.

GordurasMITO: Devem ser inter-ditas, num regime ali-mentar saudável porque são prejudiciais à saúde.

FACTO: A gordura é essencial para a saúde, quando em quantidades adequadas. A ingestão de determinados áci-dos gordos encontra-se associada a um risco reduzido de doença car-diovascular.

Hidratos de CarbonoMITO: O arroz e a massa no mesmo acom-panhamento são uma bomba calórica a evitar. FACTO: Se, juntos, ti-verem o mesmo valor calórico de uma dose,

o equilíbrio está garan-tido.

Iogurtes 0%MITO: Os iogurtes 0% não engordam. FACTO: Apesar destes iogurtes conterem 0% de matéria gorda, têm o mesmo valor calórico (ou até superior) à custa de um aumento em hi-dratos de carbono.

PãoMITO: Pão integral en-gorda menos que o pão branco.

FACTO: O pão integral tem a mesma quan-tidade de calorias que o pão branco, porém tem um maior conteúdo de fibras. BolachasMITO As bolachas de água e sal são as que en-gordam menos. FACTO: As bolachas de água e sal engordam como as outras bola-chas. Além da farinha, contêm mais gordura e sal, do que, por exemp-lo, as bolachas Maria.

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26 O Saber da Ciência...

VI Semana Europeia de Prevenção do Cancro do Colo do ÚteroO grupo de Ciências da Natureza, em parceria com a Equipa de Educação para a Saúde da escola D. Sancho I, assinalaram a VI Semana Europeia de Prevenção do Cancro do Colo do Útero com palestras, que decorreram nos dias 25 e 26 de janeiro, no auditório desta escola. As oradoras, Joana Silva e Joana Ribeiro (an-tiga aluna desta escola), bolseiras de investigação científica da Liga Portuguesa Contra o Cancro, abordaram vários conteúdos desta temática focando, essen-cialmente, a relação entre o HPV (vírus do papiloma humano) e o cancro. Estas sessões elucidaram muitos dos nossos alunos acerca dos sintomas, tratamentos e medidas preventivas desta doença.

Formações no âmbito do projeto PELT

Ao longo do 2º período, foram realizadas diversas sessões de formação/informação no âmbito do Projeto PELT (Programa das Escolas Livres de Tabaco). No dia 6 de janeiro, dirigida aos pais/encarregados de educação dos alunos do 7º ano; a maioria dos pais esteve presente. No dia 23 de janeiro, uma sessão para os diretores de turma que estão a aplicar o programa “Querer é poder I” e “Querer é poder II” nos 7º e 8º anos, respeti-vamente, e outra para um grupo de assistentes operacionais. No dia 26 de março, estiveram presentes outros assistentes operacionais e pessoal dos serviços administrativos. As formadoras foram as enfermei-ras Arminda Azevedo, Fátima Gomes e Sameiro Jorge do ACES Ave III Famalicão.Destas formações fica a mensagem:SEM TABACO - Mais VIDA: mais SAÚDE, mais INDEPENDÊNCIA, mais VIGOR, mais ENERGIA, mais BEM-ESTAR, mais MOTIVAÇÃO, mais SUCESSO, mais RESISTÊNCIA, mais EQUILÍBRIO, mais PRAZER, mais DINHEIRO, mais LIBERDADE!

Laboratórios AbertosVindos da escola EB1 Conde S. Cosme e da EB1/JI Luís de Camões, esti-veram connosco alunos do primeiro ciclo e participaram nos Laboratórios Abertos 2012, organizados pelos grupos disciplinares de Física e Química e de Ciências da Natureza, com a participação, este ano, do grupo disciplinar de Eletricidade.Seis laboratórios abriram as suas portas para os seus mais queridos visitantes. Com um toque cada vez mais cativante, nestes laboratórios realizaram-se experiências que deixaram os mais pequenos de boca aberta. Esta também foi uma oportunidade para os alunos da nossa escola mostrarem as suas capacidades como cientistas e técnicos pois, foram eles que efetuaram todas as experiências, explicando com mestria os fundamentos das mesmas.Esta atividade revelou, mais uma vez, a capacidade de entrega dos nossos alunos quando estão motivados para a e-xecução de tarefas. Desde os alunos do 10º aos alunos do 12º ano, desde as experiências até ao acompanhamento das turmas ao longo da visita, demonstraram sempre simpatia, responsabilidade e dedicação. Agradecemos aos nossos alunos e participantes.

GIABrevemente, entrará em funcionamento, na nossa escola, o Gabinete de Informação e Apoio ao Aluno (GIA), no âm-bito da educação para a saúde e educação sexual.O atendimento e funcionamento do respetivo gabinete de informação e apoio serão assegurados por profissionais com formação nas áreas da educação para a saúde e educação sexual, em articulação com a equipa da saúde escolar do ACES Ave III Famalicão. Será sempre garantida a confidencialidade aos seus utilizadores.

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27 O Saber das Línguas...

Mon avenirDaniela Nogueira, 902

Dans l’avenir, je désirerais devenir médecin parce que j’aime aider les autres et je crois que c’est impor-tant de travailler pour améliorer la société. Pour exercer ce métier, il faut étudier beaucoup les sciences, la biologie… pendant beaucoup d’années !Parfois je parle à propos de ce métier, avec quelques cousins de mon père qui sont médecins. Je leur demande comment ils travaillent, ce qu’ils font, les événements les plus drôles… Je voudrais étudier à l’Université de Porto et je souhaiterais travailler à l’étranger pendant un an ou plus ! Pour obtenir plus d’informations sur cette profession, je désirerais visiter un hôpital et observer comment les médecins sauvent les gens qui souffrent de graves maladies ou qui sont prêts de la mort.C’est un job très compétitif et je ne pense pas que la vie d’un médecin soit facile, mais c’est certainement très gratifiant !

Mon avenir Margarida Machado, 902

Un jour j’aimerais être pédiatre. Je voudrais avoir ce métier parce que j’adore les enfants et j’aime aussi la médecine, alors j’ai pensé que ce serait la meilleure profession pour moi.Je voudrais obtenir un diplôme dans ce domaine et avant de commencer ma vie professionnelle, j’adorerais parler et m’informer avec mon pédiatre. J’aimerais aussi avoir un bureau seule ou en parte-nariat avec un collègue. En tant que professionnelle, je souhaiterais aussi aller vers les pays pauvres d’Afrique faire du bénévolat dans ce domaine.Ce serait la réalisation d’un rêve !

Multiculturalism…Under the great image that society wants to showLarge numbers of people are feeling themselves like misfits because ofThe labels they are attached to.In many developed countries there is a mixture of differentCultures,Unified people that have different ethnicities, skin colour, etc.Lots of stereotypes were made by society.The Caucasians, for example, are on top because of ancient pressure.Unhesitatingly I can say that many people have already tried to changeRacial discrimination, but unfortunately they failed.Acceptance from everybody about this theme was never accomplished.Largely the willingness and sacrifice of more people might somehow change that.Is there a time when prejudice, ethnocentrism and discrimination will stop?Somehow, I want to think positive.Maybe one day everybody will be treated equally.

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28 O Saber das Línguas...

Multiculturalism Diogo Ferreira, 1104

Each day of our lives, we witness a great diversity of human races, ethnici-ties, religions… when all of these groups converge on the same physical area we call this phenomenon “multiculturalism”.Nowadays, multiculturalism is not seen in the same way by everyone. Our society is full of stereotypes: we discriminate against people because of their colour of skin, their religious beliefs, their gender, their sexual orientation and many other factors that prevent us from seeing them as human beings.There is only one race: the human race, where people are a huge unity, where the beliefs and traditions of each one are respected and accepted, where violence and discrimination are considered a crime and the people who do that are severely punished.We need to change our values and begin to think a little bit more about the world around us. The problem may be right in front of us, but we cannot see it. We are unable to do that. People are focused on themselves, on their worries, their ambitions that they are blind to the needs of their own neighbour. Of course we have to think about ourselves, we are human beings like everybody else, but if we took our eyes from the mirror, from our wallet and bank account, we would realise how amazing our diversity, our customs, our rituals are… all the things that make part of our lives and define us and our history.The way of change is not so difficult. We only have to stop being the judge and put ourselves in the place of the victim, the ones who suffer in our hands, the ones whose tears mean nothing and whose bloodshed is only a way of achieving our ambitions and stupid goals.

José Alberto Silva, 1103

We must create links between us and lose ourselves in the streets of human fraternity in order to open our heart to the others, to feel what they

feel and understand what they think.The shadows that haunt our mind must be demystified and we

should hear the dumb pain that people who are put aside feel.

Tea Time

Há séculos que o chá se serve com toda a pompa e cir-cunstância, num ritual de convívio social, acompanhado

de várias e deliciosas iguarias.Foi o que aconteceu no passado dia 15 de março, na nossa

escola, onde um elegante chá das cinco foi requintada-mente servido pelos alunos do 9º ano, do curso CEF, Ser-viço de Cafetaria/Empregado de Mesa. Do menu constava essencialmente a chamada “finger food”, isto é, alimentos em miniatura que podem ser saboreados à mão, tais como mini sanduiches, scones, queques, biscoitos, bolos fatiados, tartes, pãezinhos, sem esquecer a manteiga e a seleção de

compotas. Contudo, o rei da festa foi mesmo o chá – preto, branco, verde… - e o respetivo acompanhamento com

leite.Foi, deste modo, que o grupo disciplinar de Línguas Ger-mânicas, os alunos do curso CEF e respetivas professoras da componente técnica, trouxeram à nossa escola um dos hábitos tipicamente britânico, introduzido na corte Ingle-sa por Catarina de Bragança, princesa portuguesa, filha

de D. João IV quando casou com Carlos III de Inglaterra.

Le 18 avril, c’était la fête du FRANÇAIS à l’école D. Sancho.

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29 O Saber do Desporto...

Vice-campeã NacionalNo dia 26 de fevereiro, no Algarve, JÉSSICA LOPES, aluna da turma 1103, sagrou-se VICE--CAMPEÃ NACIONAL de corta mato, no escalão de juvenis. O seu nome, o nome do clube que representou (Liberdade Futebol Club) e o nome de V.N. DE FAMALICÃO entoaram nos altifalantes da organização. A D. Sancho dá os parabéns à aluna e deseja-lhe muitas conquistas desportivas.

Tag Rugby

Como tem sido tradição nos úl-timos anos, a escola D.Sancho I sagrou-se campeã distrital de “Tag Rugby”. Assim, a equipa foi recebida pelo Di-retor, Prof. António Pinto, que agradeceu, em nome da escola, a prestação da equipa pela forma como a dignificou.

Dirigiu, ainda, palavras de estímulo a todos os jogadores, realçando

a importância que a vertente desportiva tem na formação global e integral dos alunos. O capitão de equipa, Hugo Araújo, procedeu à entrega do

troféu, agradecendo as palavras elogiosas do Diretor.

Atividades de Educação Física

TAG RUGBY (05-12-2012)

COMPAL AIR (29-02-2012)

CORTA MATO DISTRITAL(7-02-2012)

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30 O Saber do Desporto

2- Mito: “ Transpirar muito quando praticamos exercício físico ajuda a queimar gorduras…”É falso. Quanto mais intensa for a prática de exercício físico, maior é a probabilidade de haver perda de líquidos e não a “queima de gorduras”, uma vez que quando a temperatura muscular alcançada é elevada, utilizamos preferen-cialmente como recurso energético para produzir a contração muscular os açúcares em detrimento das gorduras. Em síntese, se queremos eliminar tecido adiposo, para emagrecer, devemos respeitar os seguintes princípios orientado-res: usar a menor quantidade de roupa possível, evitar as horas de maior calor para a prática desportiva, beber muita água para evitar que a temperatura corporal interior aumente em demasia e para repor o equilíbrio hídrico.

1-Mito: “ Se fizer muitas flexões abdominais, perco barriga…”Não é verdade. Fazer exercícios abdominais apenas desenvolve a massa muscular da parede do abdómen, não in-terferindo em nada com a percentagem de gordura do corpo. Se quisermos ficar com abdominais firmes e definidos, teremos de emagrecer e, para isso, é preciso conjugar estes exercícios específicos (abdominais) com uma alimenta-ção adequada e com exercícios cardiovasculares, de resistência aeróbica (corrida, bicicleta, etc.).

5- Mito ”Para emagrecer, tenho que passar fome” ou “ Para emagrecer, tenho que fazer exercício físico em jejum”É falso. Primeiro, para emagrecer não é preciso passar fome, alinhar em dietas restritivas, monótonas e rígidas. Pelo contrário, quem emagrece e consegue manter um peso saudável, até aumenta a quantidade de alimentos que ingere ao longo do dia (tendo sempre em conta as suas necessidades energéticas), mas fá-lo de uma forma repartida, cinco a seis refeições por dia. Sabe-se que o corpo humano está programado para acumular energia que não gasta sob a forma de gordura e este processo é aumentado quando se passa muitas horas sem comer, daí a necessidade de comer de três em três horas, sem sentir a sensação de fome.Segundo, para emagrecer, não se deve praticar exercício em jejum, porque a “queima” de calorias depende das reservas de hidratos de carbono do organismo. Assim, a prática de atividade física em jejum causa a diminuição da massa muscular e uma redução do metabolismo basal que, por sua vez, torna mais difícil a perda de massa gorda. Numa situação de atividade física em jejum, para além de prejudicar o desempenho desportivo, o nosso organismo assume um mecanismo de defesa que o leva a reagir de maneira inversa, “ poupando” calorias ao invés de queimá--las. Em suma, para emagrecer, devemos praticar atividade desportiva de forma regular e fazer uma alimentação rica em hidratos de carbono que são fornecedores de energia e também essenciais para a metabolização das gorduras.

4- Mito: “ Um jovem asmático não pode fazer atividade física…”É mentira. Pode e deve participar nas aulas de Educação Física e praticar outros desportos de lazer ou competição. Porém, deve procurar cumprir sempre o seu plano de controlo da doença prescrito pelo médico e, em conjunto com o professor de Educação Física, adotar alguns comportamentos de prudência, como tomar a dose indicada de bron-codilatador antes do exercício físico, ter um período de aquecimento mais prolongado e evitar a prática desportiva em ambientes alérgenos ou em temperaturas baixas.

3- Mito: “ A natação é a modalidade mais completa…”Todas as modalidades são benéficas para as pessoas, só que umas serão mais do que outras, pois vão ao encontro das necessidades individuais (potencialidades, limitações, aspirações, interesses) de quem as vai praticar. Sendo assim, generalizar que a natação é o desporto mais completo e benéfico do que outras modalidades, é falso.

Atividades Físico Desportivas: mitos e crençasIsabel Columbano, prof. de Educação FísicaNa sociedade, e sobre o assunto de Saúde, proliferam um número inesgotável de mitos e crenças. Procurarei, neste artigo, desconstruir “saberes falsos” sobre as atividades físicas, desportivas e a alimentação. A escolha recaiu nestas temáticas por considerar as mesmas fundamentais na promoção da qualidade de vida das pessoas e por estarem diretamente re-lacionadas com a minha atividade profissional, correspondendo àquelas que ouço com mais frequência.

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31 O Saber da HistóriaDescoberta das raízes romanas

As turmas 1007 e 1008 embarcaram numa enriquecedora viagem a Coimbra, desejosos de conhecer um pouco do nosso passado e das nos-sas origens. Inicialmente, visitámos o museu de Conímbriga, onde pudemos observar utensílios e objetos do quotidiano dos romanos. Este museu foi fundado em 1962, tendo sido as ruínas abertas ao público desde 1930. Com a visita, ficámos a conhecer um pouco da civilização romana, observámos uma maquete de um fórum romano, esculturas, mosaicos, fragmentos de estuques e frescos, em suma, o ambiente requintado das famílias mais ricas. Também apreciámos alguns modelos arquitetónicos e objetos relacionados com a religião, superstições e o culto dos mortos.Seguiu-se a visita às ruínas do exterior, onde encontrámos a história de um povoado que habitava Conímbriga na se-gunda metade do séc. I a.C. Graças à paz estabelecida na Lusitânia, operou-se uma rápida romanização da população indígena e Conímbriga tornou-se uma próspera cidade, tendo sido depois abandonada devido às invasões bárbaras .De seguida, visitámos o Mosteiro de Sta. Clara a Velha, fundado em 1286 como casa religiosa, ligada à ordem de Santa Clara. Foi extinto em 1311, mas, três anos mais tarde, a Rainha Santa Isabel retomou-o e lá reinstalou as claris-sas. Devido à localização do convento, este foi inundado com as cheias do Mondego, o que tornou impossível a sua habitação. Assim, o rei D. João IV ordenou, em 1677, a construção de um novo mosteiro num plano mais elevado. O primitivo mosteiro ficou designado por Santa Clara a Velha.Aconselhamos esta visita, já que a viagem ao tempo passado é sempre vantajosa para percebermos como tudo come-çou e o porquê de estarmos aqui.

A cultura castreja é um tema que não faz parte do plano de estudos do ensino básico e secundário. Para quem não esteve presente nesta conferência, pode explicar de uma forma sintética o que se en-tende por cultura castreja?Prof. Queiroga- A cultura castreja é muito associada ao celtismo e à imagem de Viriato, herói que faz parte das nossas origens e da nossa mitologia social; no fundo, é a cultura dos povos que viveram nesta região antes da chegada dos romanos. Apresentavam algumas ca-racterísticas comuns, como viverem em povoados for-tificados nos altos dos montes, em casas redondas… A palavra tem origem latina em “castro” (castelo).

Os castros situavam-se geralmente no topo dos planaltos, o que influenciava muito o dia-a-dia dos seus habitantes; pode dizer-nos como viviam eles?P.Q.- Os castros situavam-se nas zonas de elevada altitude, mas tinham boas acessibilidades. A base da

economia estava ligada à agricultura e à criação de gado. Podemos, por-tanto, afirmar que a localização nas encostas era bené-fica, apesar de tudo. Se olharmos com atenção para ter-ras como Fafe e o Vale do Lima, verificamos que se parecem com os castros, mas sem as muralhas.

Em Portugal, podemos encontrar muitos vestígios desta cultura, mais precisamente no norte do país, não é verdade?P.Q.- Sem dúvida, eu creio que passam já dos mil os castros conhecidos e, concretamente, no conselho de Ponte de Lima, existem tantos castros como freguesias atuais, o que nos dá ideia da ocupação do território no fim do primeiro milénio a.C.. Esta ocupação tem a ver com o facto de o Vale do Lima ser uma zona muito fér-til e, portanto, mais propícia à fixação de populações.

Entrevista ao professor Francisco QueirogaAdriana Jorge, Alexandra Alves, Luís Miranda, Pedro Ferraz, 1007O arqueólogo e professor Francisco Queiroga prestigiou esta escola com uma aula sobre o tema “Arqueologia e Cultura Castreja”. Após tão produtiva apresentação, ainda nos concedeu uma entrevista esclarecedora em ambiente descontraído.

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32 O saber da História... Um fator que influenciou muito a fertilidade da zona do Vale do Lima foi o rio Lima…P.Q.- Sim, não só influenciou na agricultura como nou-tras áreas pois o rio Lima era um rio com um tremendo potencial mineiro; nele tínhamos depósitos aluvionares de estanho e, eventualmente, traria algum ouro. É um rio muito interessante, pois é muito rápido até um deter-minado ponto e depois muito lento.

O professor é um conhecido arqueólogo português, com pesquisas importantes feitas no nosso concelho. O que o levou a escolher esta profissão?P.Q.- O acaso. Quando estava no liceu, gostava muito de Biologia, mas, depois, com o 25 de abril, descurei um pouco os estudos. Quando estava no final do curso, resolvi enveredar pelas letras, pois estas tinham mais saída profissional; na altura, só havia História e Direi-to e escolhi História. Depois disso, fui encontrando o meu caminho, estudando pontos de interesse, no fundo, a investigação. Creio que se não fosse a arqueologia, seria em biologia ou outra área qualquer, penso que aquilo que realmente é fascinante é investigar, descobrir coisas, e pode--mos descobrir em qual-quer área.

Nós, alunos de Humanidades, no nosso imaginário, associamos a imagem do arqueólogo à do Indiana Jones! É mesmo assim? Aventura e emoção?P.Q.-Tem muita emoção, cada vez que descobrimos uma coisa é uma emoção. O Indiana Jones transmite a ideia de que tudo em arqueologia é magnífico, o que não é bem assim…

Como vê esta profissão na atualidade? Tem futuro? Aconselha-nos a seguir esta área ou considera que tem pouca saída profissional?P.Q.- Essa questão não é muito fácil de responder. No meu tempo, não existia a profissão de arqueólogo. O que havia era indivíduos que trabalhavam na arqueo-logia nas horas vagas e que passavam a maior parte do seu tempo, principalmente no verão, a fazer escavações. Só mais tarde, com o processo de Foz-Côa, devido a leis internacionais de proteção do património, é que os arqueólogos começaram a ser necessários e pagos e a arqueologia passou a ser considerada uma profissão. Muitos estudantes da universidade optaram por essa

área e, ao acabarem os trabalhos como o do Alqueva, todos os que lá estavam ficaram no desemprego. Por-tanto, podemos tirar a lição de que nunca devemos pre-ver o futuro com demasiado rigor.

Então, considera que em arqueologia há falta de em-prego e que é difícil de se conseguir uma carreira nessa área?P.Q.- Sim, mas arranjar emprego é difícil em todas as áreas, por isso, não devemos apostar numa só saída profissional. Eu licenciei-me em História, fiz um dou-toramento em Arqueologia e, ao acabar o doutoramen-to, fui para Antropologia. Atualmente, sou professor de Antropologia e Sociologia. Penso que devemos apostar na formação contínua e na contínua adaptação às cir-cunstâncias.

Professor, quais as atividades e projetos que desen-volve atualmente?

P.Q.- Na área da Arqueologia, estou a preparar um congresso sobre a guerra e uma comunicação sobre a relação da morte com as sociedades guerrei-ras.Em relação à arqueologia de campo, não sei quando voltarei a fazer, pois o país está em crise e nós temos que nos adaptar às circunstâncias.

Sendo professor universitário deixe-nos dicas do que considera importante para obtermos sucesso

na nossa vida e formação.P.Q.- É preciso, acima de tudo, a preparação e a auto-nomização da aprendizagem, mas creio que vocês estão bem encaminhados. Na universidade, têm toda a liber-dade, mas também têm responsabilidade porque depois ninguém vos vai dar o apoio que tinham cá no secundá-rio, portanto, têm de ser autónomos; basicamente, reser-var tempo para copos, para discoteca, para aulas e para o estudo. Isso é relativamente fácil de fazer; eu sou a prova disso, pois praticava seis modalidades de despor-to quando estava na universidade e fiz o curso, portanto, dá para fazer tudo, nós temos de gerir o tempo de forma autónoma e seguir os nosso próprios interesses. Essa é a verdadeira liberdade do indivíduo.Ao professor Francisco Queiroga, agradecemos a disponibilidade, a partilha, os esclarecimentos e os conselhos que nos deixou. É o exemplo evidente de que com trabalho, persistência, determinação e res-ponsabilidade, conseguiremos atingir os nossos ob-jetivos. Obrigado.

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33 O saber da Matemática...

8º Campeonato Nacional dos Jogos Matemáticos Ricardo Costa, prof. de Matemática

Neste campeonato, pretendeu--se envolver o máximo de alunos participantes. Foram apurados alunos do 3º ciclo e do ensino secundário. Cada escola pôde inscrever somente um elemento por jogo e nível de ensino. Para que pudessem participar na final, foi neces-sário que, em cada escola, um professor se responsabilizasse pela sua divulgação junto dos alunos, bem como, pela organização da primeira fase do campeonato. No dia 11 de janeiro, realizou-se o apuramento do Jogo Hex. Os alunos Duarte Barbosa (802) e Jorge Leite (1207) foram os vencedores. No dia 18 do mes-mo mês, ocorreu a eliminatória do jogo Rastros. Os

vencedores foram os alunos Gonçalo Bezerra (801) e José Paulo Oliveira (1205). Na eliminatória do jogo Avanço, realizada no dia 29 de fevereiro, o vencedor foi Pedro Ferraz (1007). Este

jogo destinava-se somente aos alu-nos do ensino secundário. Em rela-ção ao 3º ciclo, Diogo Bulhosa (801) venceu o apuramento do jogo Ouri.A final do 8º Campeonato Nacional de Jogos Matemáticos (CNJM8), promovida em conjunto pela Uni-versidade de Coimbra, a Associação Ludus, a Associação de Professores de Matemática, a Sociedade Por-tuguesa de Matemática, a Ciência Viva, o Museu da Ciência da Uni-

versidade de Coimbra e Associação Académica da Universidade de Coimbra teve lugar no dia 9 de mar-ço de 2012 no estádio universitário de Coimbra. Nes-ta final, quatro alunos da Escola Secundária D.Sancho I ficaram em segundo na sua série, tendo um aluno atingido a fase final.

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Associação de Estudantes 34

No passado dia 2 de maio, a associação de estudantes, juntamente com Pelouro da Juventude da Câmara Muni-cipal de Vila Nova de Fama-licão, realizou uma sessão de coaching orientada por João Ricardo Pombeiro. Este come-çou por se apresentar e expli-car aos alunos em que consiste o “coaching”. É um processo definido com base num acordo entre o coach (profissional) e o coache (cliente) para

atingir a meta desejada pelo cliente. O coach apoia o cliente no sentido de realizar as metas de curto a longo pra-zo através da identificação e uso das próprias competências desenvolvidas e também para que reconheça e supe-re as suas fragilidades. O palestrante fez passar a seguinte mensagem aos alunos: todos os objetivos na vida se conseguem desde que haja esforço, dedicação e muito trabalho. Os alunos saíram do auditório motivados e com

ideias mais convictas em relação ao seu futuro.

Criação da Rede de Associação de EstudantesFoi no passado dia 30 de abril, que a associação de estudantes da nossa escola, juntamente com outras sete escolas do município de Vila Nova de Famalicão, assinou um protocolo de cooperação, tendo, assim, sido criada a primeira rede de Associação de Estudantes a nível Nacional. Esta per-mitirá um fortalecimento das relações entre os estudantes do concelho e uma maior interação entre todas as associações para futuras atividades. O protocolo foi assinado no Salão Nobre dos Paços do Concelho, com a pre-sença do presidente da Câmara Municipal, Arquiteto Armindo Costa. A iniciativa, apadrinhada pela autarquia de Famalicão, pôde contar, para além da nossa associação de estudantes, com as associações da Escola Profissional Tecnológica do Vale do Ave – Forave, Escola Cooperativa Didáxis, Escola Profissional Cior, Escola Secundária Camilo Castelo Branco, Escola Secundária Padre Benjamim Salgado, Escola Superior de Saúde do Vale do Ave e, ainda, a Universidade Lusíada.Esta é mais uma das grandes iniciativas que demonstra a preocupação e o interesse da associação de estudantes da Escola Secundária D. Sancho I no bem-estar dos alunos.

Baile de finalistas Agora que terminaste mais um ciclo da tua vida escolar, nada melhor do que o festejares da melhor maneira e, para isso, a tua associação de estudantes vai ajudar a proporcionar-te um Baile de Finalistas inesquecível. A associação de estudantes da escola D. Sancho I tem o prazer de informar--te que, no dia 8 de junho, poderás contar com a entrega do teu diploma de finalista na fantástica Quinta de Salvador, em Vila Nova de Famalicão, um magnífico espaço, repleto de classe e bom gosto. Durante um jantar requin-tado e cheio de glamour, poderás contar com um animador para a tua festa e, ainda, como convidado especial, o DJ Hugo Azevedo. Após o jantar, a festa continua num espaço de diversão noturna; a associação de estudantes disponibiliza autocarro para transporte de todos os finalistas e assegura o regresso à escola.A Associação de Estudantes e a Rádio D.Sancho I contam contigo para em-

barcares nesta grande comemoração.

Sessão sobre Coaching por João Ricardo Pombeiro

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35 Os nossos mitos...

Nome

Mito

Joaquina Vilas Boas, Encarregada de Educação

Tânia Fernandes, Turma 702

Ana Azevedo, Turma 1209

Alcina Marques, Téc-nica da Secretaria

Goretti Ferreira, Prof. de Portu-guês

Carlos Barbosa, as-sistente operacional

Música Roberto Carlos Adele Bon Jovi Tina Turner Pink Floyd Zeca Afonso/ Vítor Espadinha

História D. Afonso Henriques Vasco da Gama Salgueiro Maia Joana dÁrc Nelson Mandela Vasco LourençoDesporto Terry Fox Naide Gomes James

RodríguezCarl Lewis José Mourinho Eusébio

Ciência Albert Einstein Frankenstein Einstein Charles Darwin Einstein EinsteinCinema Charlie Chapplin Tim Burton Brad Pitt Sean Connery Kevin Costner Roger MooreLiteratura Luís Vaz de Camões Sophia me Mello

B. AndresenLuís Vaz de Camões

Nicholas Sparks Eça de Queirós José Saramago

Mito pessoal

os meus pais, pois foram quem me educou e ensinou a ser responsável e cumpridora; fizeram com que não me tor-nasse uma parasita da sociedade.

a minha mãe porque me deu muita inspiração e me ensinou muita coisa

a minha família porque é quem cuida de mim, me ensinou o que sei e me apoia em tudo.

a minha mãe porque é o meu porto seguro, a guerreira em mo-mentos de grandes batalhas, a sábia nos conselhos

o meu pai porque é um vencedor, ensinou-me a nunca desistir. A minha mãe porque é um exemplo de paciência e de bondade.

a minha mulher, os meus filhos e o meu neto porque são a minha família mais chegada e são muito meus amigos.

Minha crença

Deus. É Ele quem me dá força dia-riamente. Deus está sempre presente no meu coração.

Ninguém muda, pode parecer que sim, mas, no seu interior, continua a mesma pessoa.

FCP, é o clube que me deu alegrias durante a vida.

Cristianismo, porque me identifico com os seus princípios e valores.

O terço, trago-o sempre comigo por uma questão de fé.

Creio na igreja católica; fui educado para seguir os passos da religião católica.

Projeto Eco-EscolaSérgio Marques, prof. de Física e Química

Concurso Poster Eco-Código

A nossa escola participará no concurso Eco- Poster. O Eco-Có-digo cor-responde a um dos e-lementos do programa : Eco- Esco-las. O Eco-Es tudan te deverá con-seguir iden-tificar um conjunto de atitudes e comporta-mentos con-ducentes à melhoria do ambiente na escola, em casa e na sua região.

No dia 22 de março, festejou-se na escola o dia Mundial da Floresta, com uma feirinha de plantas e produtos agríco-las biológicos. Esta atividade está inserida no projeto Eco- Escola.

Sendo a D. Sancho uma Eco-Escola, que faz parte da As-sociação Bandeira Azul, par-ticipou no desafio que a Tetra Pak propôs: dar azo à imagi-nação e criar uma árvore com embalagens da Tetra Pak com base no tema “A conservação da Floresta”. Mais informa-ções sobre a eco-escola no site http://ecoescolasanchoi2012.blogspot.pt/.

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