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ANO 33 • N 290 MARÇO 2O11 PUBLICAÇãO DA ASSOCIAÇãO BRASILEIRA DE DISTRIBUIDORES VOLKSWAGEN UM PROJETO AMBICIOSO FELICIDADE

REVISTA SHOW ROOM - ASSOBRAV

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Ano 33 • n• 290

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por ela que nos movemos. Por ela nós levantamos da cama, com mais ou menos vontade, às vezes, sem vontade alguma, mas só pela perspectiva de encontrá-la, finalmente, o esforço terá valido a pena. A busca da felicidade é o motor do ser humano, e a pergunta ”o que nos traz felicidade” - um sentimento muito particular, com diferentes valores para cada um – o eterno dilema.O que faz o ser humano feliz é o tema principal desta edição pós-Carnaval, a data máxima de viver a felicidade. E apesar do invólucro filosófico, a importância do assunto deixa o campo do pensamento para ser tratado no campo econômico. Tanto é verdade que os economistas definem felicidade como “a percepção subjetiva de bem-estar”. Sim, eles acreditam na forte correlação entre dinheiro e bem-estar, de certa forma, desmentindo a máxima “dinheiro não traz felicidade”.É verdade que desde o Iluminismo se estabelece uma relação entre a evolução do ser humano rumo ao bem-estar e o progresso das nações, mas hoje, novos instrumentos de pesquisa avaliam nuances que aparecem entre os grandes pontos que trazem felicidade ao Homem. O estudo da Universidade da Pensilvânia (EUA) apresentado em nossa matéria de capa, mostra fundamentalmente que a variação de níveis de satisfação com a vida entre países é grande e relaciona-se à renda per capita, mas aponta algumas curiosidades também, como o fato de que o divórcio traz satisfação e melhora as condições de vida da pessoa e o ser solteiro e sem filhos também. No entanto, boa parte das conclusões da Pesquisa é conservadora e revela que países mais satisfeitos com a vida são os mais desenvolvidos, como Dinamarca, França e Estados Unidos. Os mais infelizes são os países africanos e em crise, como o Iraque e o Haiti, porém, não explica por que há países mais felizes ou mais infelizes, com renda per capita similar: Hong Kong e Dinamarca têm renda similar, mas os nórdicos são mais felizes que os asiáticos. O mesmo se verifica entre Brasil e Bulgária, que têm renda próxima. Enquanto os brasileiros obtiveram nota 6,5 na escala de 10 pontos de felicidade, os búlgaros ficaram abaixo de 4. Com isso voltamos à máxima “dinheiro não traz felicidade”, ou pelo menos à ressalva de que “só o dinheiro não traz felicidade”. De fato, o mesmo estudo indica que as sensações de bem-estar são influenciadas pela existência de boas relações pessoais, liberdade de ação, oportunidades de desenvolvimento e por fatores culturais. Assim como traços de personalidade como propensão à raiva, culpa e ansiedade também fazem com que as pessoas sejam mais infelizes. Ou seja, como as pessoas são fruto do meio em que vivem, fatores como relacionamentos, renda, educação e saúde definem a maneira como as pessoas se sentem. E sentir-se bem é “estar de bem com a vida”, condição que se conquista pouco a pouco, dia a dia, buscando incessantemente práticas, relacionamentos e tarefas que nos tragam pequenos e singelos prazeres. Nada muito complicado, mas também nada tão fácil que não exija sacrifício. É a vida.

Conselho Editorial

É

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3 RecAdoA mensagem do Conselho Editorial.

5 cARtAsO que dizem sobre Showroom.

6 QueM PAssou PoR AQuiAmigos e personalidades que visitaram a Assobrav e as empresas do Grupo Disal.

8 genteIvaldo Bertazzo, bailarino, coreógrafo, expert no corpo humano. Um dos mais respeitados e queridos artistas da atualidade, autor de livros e cidadão engajado nas questões sociais. Um brasileiro que nos enche de orgulho.

14 consóRcioOs bons números do segmento que é sempre uma boa opção de compra programada, não importa a crise.

18 cAPAO dilema “ser ou não ser feliz”. O que nos leva à felicidade ou o que nos traz

felicidade. Terapeutas, marketeiros e até economistas pesquisam

o assunto, visto que é condição prioritária para o desenvolvimento das nações.

24 tecHMAniAOs testes em laboratórios e em pistas de provas da indústria automobilística, segundo o jornalista Fernando Calmon.

26 Mundo veRdeO recado sobre a preservação do meio ambiente e suas implicações legais.

28 A PAsseioA pouco mais de mil quilômetros de Buenos Aires e com vôo direto de São Paulo fica um dos destinos mais interessantes e badalados para conhecer ou rever. Mendoza, no centro-oeste argentino, aos pés da Cordilheira dos Andes, é tudo de bom. Grande produtora de vinhos, de azeite, e famosa pela gastronomia, a cidade de clima agradável, com céus ensolarados na maior parte do ano, é um convite irresistível para quem curte não só a boa mesa, mas o esporte, a natureza e o agito.

36 FReio soltoA opinião, a crítica e a ironia do jornalista Joel Leite.

38 e se...A ficção de Maria Regina Cyrino Corrêa sobre como seria a nossa vida se os principais fatos

celebrados em março não tivessem acontecido.

39 QuAndo A bolA RolA...O comentário de Marcelo Allendes sobre o que acontece nos gramados, quadras, piscinas e...em outros espaços também.

40 novidAdesO que há de novo em eletrônicos, periféricos de informática e em outras utilidades.

41 livRos & AFinsNossas dicas para a sua biblioteca, cedeteca, devedeteca e pinacoteca.

42 vinHos & videiRAsA opinião abalizada de Arthur Azevedo, diretor executivo da ABS – Associação Brasileira de Sommeliers – SP e editor da Revista WineStyle e do site www.artwine.com.brartwine@gmail. comtwitter @artwine77

42 MesA PostAReceitas, segredos e informações sobre a história da gastronomia com o chef Gustavo Corrêa.

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Meio AMbienteLouvável a atitude da Rede Volkswagen em empreender um programa de conscientização do uso, reúso e descarte de materiais e matérias-primas das concessionárias, através da nova coluna lançada há pouco, “Mundo Verde”. Tomara todos os segmentos econômicos seguissem a mesma conduta.Lázaro Pereia

colunistAsGosto muito de ler os colunista de Showroom. Eles formam um conjunto de escritores divertidos e talentosos, cada qual no seu estilo, mas com o mesmo espaço. Esse modelo deixa a revista ágil e leve e acho que vocês poderiam ampliar o leque de colaboradores.Diná Alvares

MulHeRes Que FAzeM A diFeRenÇA.Parabéns para todas as mulheres dinâmicas, competentes, corajosas e profissionais como Celene Saorin, a mestre cervejeira entrevistada na edição passada (289-Fevereiro 2011). Em nome dela e pelas conquistas que alcançou em sua vida, sem estardalhaço e com muita dedicação, parabenizo a todas as mulheres que seguem esse caminho de seriedade e decência.Marcia Pernedes

PRodutos vwSou cliente da marca Volkswagen desde a década de 70 e, portanto, é desnecessário elogiar a qualidade dos automóveis. No entanto, uma queixa que tenho e que certamente não é só minha diz respeito ao mistério que sempre envolve o preço da próxima geração de carros.Por exemplo, tenho um Jetta e vou querer trocá-lo pelo novo, mas até agora não tive com o meu vendedor nenhuma pista do quanto esse carro vai custar. Manter segredo pode ser uma estratégia de lançamento, mas será justo com clientes fiéis, que gostariam de organizar-se financeiramente antes para fazer a compra de uma maneira melhor?Plínio Orlando

N.R.: Recordamos que para receber Showroom mensalmente os interessados devem enviar um e-mail à Redação ([email protected]) informando o seu endereço e solicitando o envio da publicação. Os pedidos serão atendidos por ordem de chegada e conforme a disponibilidade de exemplares.

Conselho EditorialAntonio Francischinelli Jr. , Evaldo Ouriques, Juan Carlos Escorza Dominguez, Mauro I.C. Imperatori e Silvia Teresa Bella Ramunno.

Editoria e RedaçãoTrade AT Once - Comunicação e Websites Ltda.Rua Itápolis, 815 • CEP 01245-000 São Paulo •SP • Tel (11) 5078-5427 [email protected]

Editora e Jornalista ResponsávelSilvia Teresa Bella Ramunno (13.452/MT)Redação - Rosângela Lotfi (23.254/MT)

Projeto Gráfico e Direção de ArteAzevedo Publicidade - Marcelo [email protected]

PublicidadeDisal Serviços - Maria Marta Mello GuimarãesTel (11) [email protected]

Impressão Gráfica Itú

Tiragem 6.000 exemplares

Permitida a reprodução total ou parcial, desde que citada a fonte.As matérias assinadas são de responsabilidade do autor e não refletem necessariamente a posição da Assobrav.Registro nº 137.785 – 3º Cartório Civil de Pessoas Jurídicas da Capital de São Paulo.

AssobravAv. José Maria Whitaker, 603CEP 04057-900São Paulo – SPTel: (11) [email protected]

Diretoria ExecutivaPresidente: Mauro SaddiVice-presidentes: André OshiroCarlos Roberto F de Mattos Jr.Elias dos Santos Monteiro Eric Braz TambascoFrancisco Veríssimo S Filho Luis Eduardo B Cruz e GuiãoLuiz Francisco Viscardi Nilo Moraes Coelho Filho Rogério Wink Diretor Ad-hoc: Bruno Abib Conselho de Ex-PresidentesSérgio Antonio Reze, Paulo Pires Simões, João Cláudio Pentagna Guimarães, Rômulo D. Queiroz Monteiro Filho, Orlando S. Álvares de Moura, Amaury Rodrigues de Amorim, Carlos Roberto Franco de Mattos, Roberto Torres Neves Osório, Elmano Moisés Nigri e Rui Flávio Chúfalo Guião.

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Publicação mensal da

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Para uma ”vista-d´olhos” mais que profissional, Catulo Ribeiro de Freitas, superintendente da área Vida e Previdência do Bradesco...

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A doce, mas engajada sucessora, Jamille Maria Vasconcellos Façanha, da VW Autonorte, de Sobral, Ceará, para mais uma sessão do curso Desenvolvimento da Excelência Empresarial, programa em parceria com a Fundação Dom Cabral...

Antonio Marcos Bassan, do complexo, e justamente por isso interessante setor de Pós-Vendas da Volkswagen do Brasil, para mais uma reunião sobre a operação com a Rede Volkswagen...

Da VW Abolição, do Rio de Janeiro, um de seus principais executivos, Gilberto Duarte, para saber a quantas anda o mercado de São Paulo...

Simpático, sem reclamar um segundo sequer do calor, Andreas Gennat, responsável pelo Processo de Negócios, em Wolfsburg, diretamente da Alemanha para uma visita de cortesia à Assobrav e seus diretores...

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Com o mesmo charme e a mesma vocação para os negócios da família, mas com estilos completamente diferentes, Yago Cesário Alves Belisanda, da VW Real do Rio de Janeiro, muitas vezes é confundido com o irmão, Luis Belisanda Neto. A coluna também se equivocou. Na edição passada, o clic era de Luis. Nesta edição apresentamos, para o grande público, Yago...

Yanna Nascimento Lima da VW Nacional, de Natal (RN), às voltas com sua pós-graduação em Finanças, para aperfeiçoar seus conhecimentos no varejo de veículos...

Eduardo David Garcia, gerente da Unidade de Negócios III da Yasuda Seguros, para trocar figurinhas com a diretoria da Disal Corretora de Seguros... 7

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Aos 21 anos, muito determinada, Luisa Probst Werner, da VW Promenac, de Itajaí, Santa Catarina, designer de moda, com ingresso assegurado na Faculdade de Administração, para completar sua formação empresarial...

O sempre amigo e querido por todos, Luiz Roberto Petersen, preparadíssimo executivo e ser humano de primeira grandeza, em visita à Assobrav, durante período sabático...

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A s salas são amplas, iluminadas, cheias de macas; ordenadas, mantêm boa distância entre si. Nas paredes, à exceção da frontal, emoldurada por um espelho de fora a fora, existem armários com as portas semiabertas, tamanha é a quantidade de ossos dentro deles. As peças plásticas reproduzem, em partes, fielmente as dimensões da “escultura” que recebe o visitante logo à entrada: um esqueleto humano. Não, não se trata de uma sala de Anatomia. É a Escola do Movimento, do professor e coreógrafo Ivaldo Bertazzo. ”As pessoas precisam conhecer o próprio corpo se quiserem reeducá-lo”, diz, deixando claro a prioridade que dá à técnica, ao estudo, ao treinamento. Exigente e, de certa forma, rígido com seus alunos, o carismático professor não se incomoda com as queixas. Ao contrário, as absorve com grande bom humor, sua marca registrada: “um dia um aluno me disse que minha escola era uma tapeação já que as aulas consistiam de uma hora e dez minutos fazendo exercícios extremamente contidos, respirando, reprogramando-se muscularmente e só 15 minutos de dança. Mas não pode ser de outro jeito, porque as pessoas têm vícios, e se não tiverem os músculos reprogramados, na hora de dançar não conseguirão solicitá-los...”No edifício da Escola do Movimento, no tradicional bairro Pompéia, em São Paulo, o entra e sai é intenso. Gente de todo o tipo: bailarinos, atores, professores de educação física, fisioterapeutas, enfermeiros, terapeutas ocupacionais, e gente comum, jovens, de meia idade e de idade avançada. Os profissionais de saúde buscam aprofundar no famoso “Método Bertazzo” seu conhecimento acerca do funcionamento do aparelho locomotor e da biomecânica humana, para depois

aplicar e replicar a técnica em seus pacientes e alunos. As pessoas – digamos – comuns, de diferentes classes sociais, conhecimento intelectual e idade procuram entender o próprio corpo, reeducando-o, e através de gestos conscientes, viver o dia a dia de maneira mais saudável. “As pessoas se movimentam no piloto automático. A pressa, o excesso de trabalho e as tarefas diárias impõem gestos errados que podem comprometer o corpo, em especial a coluna”, costuma dizer Ivaldo, que, em síntese, propõe resgatar a maneira certa de se mexer.Mas sua notoriedade – pelo menos para o grande público – vem dos palcos e da TV. Recentemente tem sido visto como jurado no quadro “Dança dos Famosos”, do Programa do Faustão, e em participações do Fantástico, onde mostra como ter cuidados com o próprio corpo para viver mais e mais feliz.No mundo do espetáculo são famosas suas montagens desde os anos 1970 com bailarinos profissionais e amadores. Estes últimos, denominados por ele “cidadãos-dançantes”. Mas foi a partir de 2000, quando reuniu cerca de 60 adolescentes de 12 a 18 anos do Complexo da Maré no Rio de Janeiro, para realizar um projeto experimental pondo à prova os princípios da coordenação motora e o seu método de ensino, que o seu talento como educador e coreógrafo rompeu as fronteiras brasileiras. Do Rio vieram três espetáculos {Mãe Gentil (2000), Folias Guanabaras (2001) e Dança das Marés (2002)} e de São Paulo, em parceria com o SESC, recrutando jovens de várias periferias, nasceram os espetáculos Samwaad – Rua do Encontro (2003), que representou o Brasil na França e Holanda, Milágrimas (2005) e Mar de Gente, onde os jovens selecionados passaram a ser bailarinos profissionais da Companhia de TeatroDança Ivaldo Bertazzo.Pelo talento, pelo profissionalismo e pelo efetivo trabalho social, Ivaldo Bertazzo é um dos artistas brasileiros mais respeitados de nossa história recente. E pela disposição que demonstra, deverá permanecer no pódio por muito tempo ainda.

sHowRooM: Você está em evidência desde a década de 70, sempre renovando, criando propostas novas. Como não caiu no “modismo”? ivAldo beRtAzzo: Como tudo na sociedade, o trabalho corporal passa por modificações devido às novas necessidades das pessoas. No caso do corpo humano, as mudanças são decorrentes da exigência que passamos a fazer dele, de como ele modifica nossa relação com a cidade, com os objetos de nossa casa. E tudo se modificou muito. Há algum tempo, existia o escovão. Hoje existem produtos que facilitam muito a nossa vida. Agora, colocando a questão na ótica da moda, constatamos que na década de 60 as pessoas correram para as academias de dança porque, havendo ditadura, elas tinham um desejo maior de movimento; as pessoas se atiravam às escolas de dança com grande necessidade de expressar o que sentiam, justamente por causa da repressão. Era comum naquele tempo, inclusive, haver aulas de improvisação...

Em seguida veio o culto ao corpo, ao belo...Exato. Aconteceu o boom das academias de musculação, do trabalho, do fitness, e as escolas de dança diminuíram. Por quê? Porque veio mais tecnologia, aparelhos surgiram, novas ferramentas foram apresentadas às pessoas nas salas de aula. Então, quando você pergunta por que eu me mantenho na parada (risos) é porque eu venho acompanhando essas modificações e entendendo-as. Lógico que tem coisas que são princípios fisiológicos que eu não farei diferente nunca, mas o jeito de fazer modificou muito...

Entrando um pouco no aspecto técnico, qual é grande diferença do “Método Bertazzo”?Veja bem, levar alguém a se transformar em um dançarino são objetivos de uma companhia. O que eu quero na Escola (“Escola do Movimento – Método Bertazzo”) é mostrar e deixar bem claro e vivo no aluno que o corpo é uma ferramenta de comunicação que ele usa no cotidiano em vários níveis relacionais, seja no afetivo, no trabalho, na sua comunicação verbal, no cozinhar, no limpar, no organizar o seu espaço. O

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que acontece é que o corpo não deve ser submetido só a alongamentos nem só a muita contração. É preciso haver um equilíbrio entre alongar e contrair. Isto é, nunca se deve soltar totalmente uma unidade do corpo – um braço, por exemplo – e nunca se deve só contrair esse braço, pegando um halter e trazendo-o até o peito numa flexão extrema, fortalecendo o bíceps. Esses são dois extremos. O correto é estar sempre numa atitude de coordenação, onde você não se solta completamente.As lesões que a gente cria no corpo acontecem porque desaceleramos um esforço muito rapidamente. Ninguém aprende “o desacelerar” de uma força. O controle para reduzir a marcha é muito difícil de ensinar. E o meu método se propõe a isso, a mostrar que o segredo do corpo é construir o gesto, o movimento, no plano cerebral.

E você associa esses exercícios de origem, de movimentos básicos, a um gestual elegante que seria a dança? Eu foco mais no trabalho com técnicos. O meu aluno vem porque já conhece muito o que eu faço. Meu principal interesse é ensinar os professores a não provocar lesões...É fazer um trabalho no mundo corporativo, ensinando como as pessoas podem reeducar seu corpo mesmo estando no escritório. Como elas devem se locomover, como devem usar seu espaço de trabalho, para no final do dia se sentirem harmoniosas e não quebradas. Esse tipo de trabalho só existe no Japão. É o único país que faz uma ginástica laboral decente. A nossa ginástica laboral ainda é

muito limitada. Ela se presta a pequenos movimentos que não atendem às necessidades de hoje. Por exemplo, você tem que pôr na sua mesa de trabalho algumas ferramentas: uma bola de difícil pressão para fortalecer a mão, alguns pequenos elásticos para

o hábito de fazer isso. Por isso se cria uma camada de posa extremamente antiestética! Agora, me diga, qual é o grande sacrifício em escovar um pouquinho a própria barriga? São três ou quatro minutos por dia...

Acho que nós, ocidentais, gostamos de ficar à vontade, relaxados...(risos)Pois é, mas “à vontade” é uma faca de dois gumes. Na verdade, o corpo nasceu para se manter em um estado de organização. Por isso ficar fora do peso é um problema. Você passa a ter menos agilidade, o que dificulta a circulação e a respiração, e daí é um círculo vicioso. O engordar causa problemas nos joelhos, na região lombar, na contenção do abdômen....E no Brasil, já um país com um grande número de obesos,

alargar e evitar LER, tem que praticar alguns movimentos para ampliar a distância entre a cabeça e os ombros, porque no escritório duas ondas são muito prejudicadas: pescoço e cintura. A cintura é responsável por soltar o baixo ventre – que eu brinco e digo que é o Baixo Leblon -, soltando-o as pessoas ganham aquela famosa pochete (risos) e o pescoço perde o comprimento.

São as áreas importantes do corpo que você salienta em seu livro (Corpo Vivo – Reeducação do Movimento – Edições SESC SP)...Exato, são as zonas de trânsito, onde se tem que trabalhar muito, por isso as escovações! Você deve escovar o abdômen todo dia, transversalmente, de um lado para o outro. Você tem que ver que a pele da sua barriga fique avermelhada. No entanto, ninguém tem

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Sim. A história desse projeto em parceria com o SESC tem uma base totalmente científica. Eu parti do seguinte: o aluno que vinha à minha escola até então, era o caucasiano, como eu, você e a maior parte da “elite brasileira”, ou seja, assim como eu sou filho de pai italiano e mãe libanesa, o outro é filho de pai polonês e mãe espanhola, o outro é filho de pai português e mãe francesa, e assim por diante. Embora seja uma mistura de raças, os corpos dos descendentes de europeus, especialmente da Europa meridional, são mais parecidos entre si. E eu queria fazer um estudo científico com a “raça brasileira”, que é a fusão desses europeus e seus descendentes com o negro e o índio. Eu quis analisar o desenvolvimento do caboclo. E onde ele estava? Na periferia, com outro tipo de corpo, formado com carências, necessidades e aspectos bons também. Então, há 14 anos, quando comecei a trabalhar em projetos sociais, experimentei o método de reeducação do movimento, para complementar o que esses adolescentes não conseguiam na escola. Porque da mesma maneira que a matemática na escola pública de periferia é ruim, também o é a educação física e o desenvolvimento da criatividade, que se consegue através do estímulo da psicomotricidade fina. Então, esse projeto não se tratou de ensinar uma dancinha para o lazer, mas de fazer uma experiência com música,

não se utilizam técnicas térmicas. A gente deveria se submeter mais ao calor, fazer banhos quente e frios, para modificar a temperatura do corpo, técnica que substitui um pouco o tempo em que não se faz exercício. Nós precisaríamos adotar mais o vapor da sauna, a escovação, como disse, a percussão. No escritório, precisaríamos bater na musculatura mais tensa com um bastãozinho...Precisaríamos adotar a vibração, que algumas pessoas estão experimentando ao subir em “Power Plates”. Precisaríamos adotar o desequilíbrio, subir em pranchas que desequilibram, que nos fazem correr o risco de cair.Tudo isso é tecnologia ainda distante para a maioria, mas tudo isso nos deixa inteligentes, nos deixa alertas.

Tem um aspecto revolucionário no seu método. Em linhas gerais o que é? A gente tem palavras proibidas de usar aqui. Por exemplo, relaxar. Relaxar é perder toda a organização motora. Então, nós dizemos: equilibre o tônus. Ao invés de dizermos “solta”, recomendamos: lentamente vá diminuindo a força muscular, mas mantenha ainda um grau de força. Veja, a palavra é muito importante. É preciso explicar o que exatamente queremos que o aluno faça, para que ele realmente comece um trabalho corporal. Hoje ainda vemos as pessoas se alongando para começar o treino, mas o fato é que alongamento é um remédio. E como todo remédio, perigoso. Você não toma remédio, assim, inadvertidamente. Então, é importante alongar-se no meio de uma aula e não no começo dela, porque você não alonga uma musculatura se ela está fria. Por essa razão é que no começo de qualquer atividade física, o que recomendamos é a fricção, a escovação, a vibração...Recomendamos também a organização da face, porque o rosto mexe em funções vitais do sistema nervoso central, e é fundamental manter essa vivacidade na face. Veja bem, não tem nada a ver com botox! O botox também é um ganho, em certas fibromialgias que não soltam, o botox é ótimo para diminuir a contração, mas o que queremos ensinar aqui é o uso interno da função.

E esse conceito, esse método, é o mesmo que leva adolescentes carentes, sem nenhuma base anterior de dança, a dançar tão bem?

gesto, psicomotricidade, para ver se os níveis de concentração, de reflexão, de elaboração deles melhoravam. Como responderam ao treinamento? Houve resistência?Resistência sempre tem, porque as pessoas despreparadas fisicamente têm níveis de desconforto corporal alto, e quando se começa a organizar isso, o mal-estar se amplia. Se eu tenho o vício de inspirar dilatando a barriga ou colocando o peito para a frente, quando faço posições arredondadas me sinto sufocado, porque não sei respirar nas costelas. O mesmo se vê em um bebê com patologias graves quando é tratado por um terapeuta: quando o profissional introduz posturas nesse bebe, ele as recusa, aos gritos. Então, é preciso entender que um bom trabalho de modificação da estrutura de organização psicológica no começo é conflitante, você mexe com confusão. Por isso é importante contar com outros profissionais, como assistentes sociais, psicólogos, educadores. É preciso um conjunto de coisas, como aulas de canto, de percussão – não na lata, como estão acostumados – mas de percussão fina, com tambor e baqueta...Porque quanto maior é o índice de extroversão, de descontração, de incapacidade de concentração do jovem, mais sutilezas você tem que propor, que é para dar a pororoca!(risos)

Que tipo de sutileza?Por exemplo, origami para um brutamontes que faz street dance...Ele recebe um papelzinho de 5 cm por 5 cm e tem que fazer um passarinho. Ora, é quase uma provocação! Mas quando isso é resolvido mecanicamente, ele já está mais preparado para o trabalho com o corpo. Outro exemplo, modelagem no barro. Mas o que isso tem a ver com o gesto dançante? O aluno constrói, ele modifica o barro e constrói uma forma, tudo isso vai alterando sua sensibilidade mais profunda. Tudo é muito técnico e neurológico. O criativo vem muito mais tarde.

Na verdade, esse tipo de trabalho faz falta a todo mundo, também – e, quem sabe, principalmente, à elite brasileira...Sem dúvida. Imagine o ganho de criatividade,

“QuAndo FoMos à euRoPA coM o esPetáculo, os Meninos Me PeRguntAvAM: “PoR Que essA PlAteiA cHoRA tAnto QuAndo vê A gente dAnÇAR?” e eu ResPondiA: cHoRA PoRQue o FilHo deles, Que é MAis PRivilegiAdo, não tocA instRuMento, não dAnÇA e não cAntA. PoRQue, no Fundo, no Fundo, todAs As PessoAs gostARiAM de se exPRessAR MelHoR, de exteRnAR seus sentiMentos dessA MAneiRA.”

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de sensibilidade, que teria um adolescente rico se fizesse um projeto como o Samwaad – Rua do Encontro? Imagine esse adolescente seguindo mais tarde uma carreira de marketeiro ou mesmo de empresário?Quando fomos à Europa com o espetáculo, os meninos me perguntavam: “por que essa plateia chora tanto quando vê a gente dançar?” E eu respondia: chora porque o filho deles, que é mais privilegiado, não toca instrumento, não dança e não canta. Porque, no fundo, no fundo, todas as pessoas gostariam de se expressar melhor, de externar seus sentimentos dessa maneira.Eu sonho em fazer um trabalho desse tipo com adolescentes da classe A. Eu ouço tanta bobagem ainda, do tipo: “um futuro e grande executivo, um futuro médico, não pode perder tempo dançando.”

É preconceito?Não. Infelizmente funciona aquele ditado: a gente não pratica o que fala, o que pensa, o que filosofa.É tão comum ver os adolescentes jogados nas cadeiras, sem postura alguma! Eles - e não só eles -, a maioria das pessoas têm uma preguiça psíquica. O esporte resolve a exigência de manter o tônus muscular para quem consegue vencer essa lassidão, mas ele não substitui o psicomotor fino, que se alcança com outro tipo de atividade, por exemplo, pregando botões, fazendo crochê, origami, cozinhando...Algumas escolas – muito poucas – têm atividades como ensinar as crianças a descascar batatas, preservando o legume ao máximo, sem se cortar, mas são raras.

Fale um pouco mais sobre o psicomotor fino... O psicomotor fino é voluntário. É quando você aciona uma atitude voluntária. É quando você se percebe fazendo alguma coisa. Você não prega um botão sem olhar atenciosamente. A digitação, por exemplo, é uma atividade de psicomotricidade fina, por isso discordo da tese de que o computador seja tão prejudicial ao físico. A digitação exige uma organização do olhar, as duas mãos agrupadas, os braços têm que flutuar, os dedos têm que ter velocidade. A digitação exige postura do tronco, das costelas... Ao contrário, escrever à mão, hoje, é difícil, porque a maioria de nós já não o faz mais. Perdemos

a prática, então incorremos na postura errada. Como é uma atividade ancestral, ao pegar na caneta, o ato de escrever nos vem à memória e, corporalmente, é entendido como uma regressão.

Essa resistência às sutilezas e aos benefícios da psicomotricidade é da nossa cultura ocidental?Eu diria que é da nossa cultura abaixo do Equador. Aqui é mais quente, a gente incha mais, têm mais preguiça. Mas o fato é que não dá mais para ficar deitado na esteira. Gente!, a população aumentou, a vida é correria, não dá mais para ficar repousando porque não vai cair manga!

(risos)

Pois é, parece um contra-senso, mas no Carnaval todo mundo ganha disposição, todo mundo sai rebolando...O Carnaval é a movimentação da libido. Agora, eu pergunto, não é melhor exercitar a libido todos os dias em uma aula de ginástica, em uma aula de dança? A exacerbação da libido no Carnaval deveria ser transformada em doses homeopáticas todos os dias. Seria muito mais saudável, mas as pessoas ainda têm uma visão problemática e “pecaminosa” sobre isso. O outro dia um aluno me disse: “Ô professor, esse exercício tá me dando tesão!” Eu respondi irônico: “jura? Então vou fazer também!” Ora, o problema de enfrentar sua libido é seu. Não tenho nada com isso. Felizes os que a possuem, mas que não seja só no Carnaval.

é tão coMuM veR os Adolescentes JogAdos nAs cAdeiRAs, seM PostuRA AlguMA! eles - e não só eles -, A MAioRiA dAs PessoAs têM uMA PReguiÇA PsíQuicA.

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Assim, a participação do consórcio no sistema de crédito para a aquisição da casa própria, majoritariamente, foi de 15,2%.“Este dado nos indica uma forte tendência para os próximos três anos. Com o forte aquecimento da construção civil e o imediatamente anterior aumento do poder aquisitivo da classe mais humilde da sociedade, é provável que a onda de aquisição do primeiro carro zero por parte dessas famílias, que hoje pertencem à classe C, já tenha acontecido. Agora essas famílias estão atrás da casa própria, o que demonstra um amadurecimento da sociedade. No entanto, os jovens dessa classe também estão vendo, individualmente, a possibilidade de terem o seu primeiro e exclusivo carro zero. Assim, constituem-se os novos potenciais consumidores de veículos de entrada do próximo triênio”, disse Raphael Galante, especialista em consórcio e consultor convidado pela diretoria da Disal Administradora de Consórcios – uma das empresas do Grupo Disal, braço comercial da Assobrav – para falar aos concessionários acionistas, no fim de fevereiro.

consóRcio continuARá AQuecidoO fato de o consórcio ter sido responsável por 7% das vendas de veículos leves em 2010, aliado à manutenção do preço de alguns produtos e ao derrame de 11,5 milhões de unidades previsto para o mercado interno nos próximos três anos indica que o consórcio de veículos

sobreviveu a crises e adaptou-se às necessidades de consumo conforme evoluiu a sociedade. Esta estabilidade, segundo os especialistas, dá ao Consórcio o status de ser uma das melhores opções de compra programada. Tanto é verdade, que mesmo diante da maior oferta de crédito ao consumidor hoje, a projeção mais conservadora de crescimento do Consórcio para 2011 é de 8%.As boas novas já foram anunciadas em 2010, quando o Consórcio superou a expectativa de crescimento inicialmente projetada, entre 6% e 8%. Ao invés disso, registrou 8,2% a mais de novas cotas vendidas, fechando o ano com 2,12 milhões contra 1,96 milhão de novas cotas comercializadas em 2009. O crescimento em volume de negócios também foi sensivelmente maior em 2010. O sistema cresceu 30,8% em comparação ao ano anterior, com 63,2 bilhões ante os 48,3 bilhões de 2009. Estes números representaram 1,7% de participação no PIB de 2010, contra 1,5% de participação do PIB de 2009.Os analistas comemoraram a alta significativa na venda de cotas de imóveis, o que evidencia o poder da nova classe C brasileira e a confiança na economia. Foram vendidas 223,6 mil cotas de imóveis em 2010, contra as 205,6 mil de 2009, registrando uma alta de 8,8% no segmento.

nAscido nos Anos sessentA coM A instAlAÇão dA indústRiA AutoMobilísticA no bRAsil, o consóRcio - sisteMA de concessão de cRédito isento de JuRos – nuncA PARou de cResceR.

tRês MilHões de consoRciAdos,1o MilHões de bens entRegues nA últiMA décAdA

O presidente da Assobrav e do Grupo Disal, Mauro Saddi.

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continuará aquecido. “Tanto é verdade que se vê, claramente, uma movimentação por parte das administradoras de consórcio ligadas às montadoras. Elas vão voltar a atuar fortemente no segmento”, esclareceu Galante aos empresários da Rede VW. O consultor adiantou ainda que as administradoras de consórcio independentes – caso da Disal Consórcios – tiveram a melhor pontuação no Índice de Satisfação do Cliente: 8,50%, registrando aumento em relação ao ano anterior, que foi de 8,42%. “As administradoras independentes tiveram 12% dos clientes encantados, 45% deles muito satisfeitos, 40% satisfeitos com ressalvas e apenas 3% de clientes insatisfeitos, condição que deve se manter no próximo futuro, considerando as vendas de melhor qualidade realizadas por elas”, disse Galante. De fato, apesar de a Disal Administradora de Consórcios ter registrado um crescimento de 8,85% contra um assombroso 55,94% das financeiras e um crescimento de 12,68% das administradoras ligadas a montadoras, o índice de cancelamento de cotas da administradora dos concessionários Volkswagen foi bem menor, o que identifica uma lucratividade real. “Enquanto as administradoras

de bancos e de montadoras têm 50% de cancelamentos a cada 100 cotas vendidas, a Disal tem apenas 35% de cancelamentos, isto é, mesmo registrando um crescimento menor, suas vendas têm sustentação, são reais”, ratificou Luís Carlos Toscano Júnior, diretor administrativo-financeiro do Grupo Disal, na mesma oportunidade.

uM exeMPlo de AdMinistRAÇão A Disal Administradora de Consórcios foi fundada em 1988 e desde então vem registrando, anualmente, um crescimento por demais expressivo. Atualmente conta com 205 concessionários Volkswagen associados e uma carteira com cerca de 98 mil clientes. Mas, talvez, seu número mais eloquente seja o de ocupar, há anos, a quarta posição no ranking das maiores administradoras de consórcios de capital nacional no segmento de automóveis. “O Consórcio os Concessionários Volkswagen é uma das empresas mais bem administradas e rentáveis que conheço. É um orgulho presidir um Grupo que conta com uma empresa tão saudável e promissora como esta”, festejou o presidente da Assobrav e do Grupo Disal, Mauro Saddi, ao abrir a última reunião dos acionistas.A Disal Administradora de Consórcios tem 338 pontos de venda, já contemplou cerca de 260 mil cotas e registra um volume de vendas superior a R$ 500 mil. “Só para se ter uma ideia do potencial desta empresa, de 2000 a 2010 as vendas do Consórcio dos Concessionários Volkswagen cresceram 159%, saltando de R$ 17.444 milhões para R$ 45.229 milhões”, salientou o conselheiro da Administradora, Stefan Ritschel Filho.Detendo 28% do mercado das administradoras independentes e 8% do mercado geral de consórcio de veículos leves, a Disal é mais que um bom negócio para seus sócios e acionistas. Com ela, esses empresários têm sustentabilidade e podem alçar vôos mais altos em novos empreendimentos. “O Demonstrativo de Lucro Bruto do Concessionário por Cota Faturada mostra que tendo como base um crédito médio de R$ 36.000,00, a Disal pagou entre comissões 15

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Raphael Galante, consultor.

Luís Carlos Toscano Júnior, diretor Adm-financeiro do Grupo Disal

A. Amorim, ex-presidente da Assobrav, foi homenageado pelos demais ex-presidentes e atual diretoria da Assobrav por ter implantado o CCVW.

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e dividendos a seus associados em 2010 R$ 4.325,00 por cota vendida contra R$ 3.130,00 das outras administradoras”, disse José Walmy da Silva Júnior, diretor de Vendas e Marketing da empresa, demonstrando o seguinte o raciocínio:“5% de comissão sobre um bem de R$ 36.000,00 são R$ 1.800,00, mais R$ 835,00 de dividendos (livre de impostos), mais R$ 1.690,00 correspondentes ao lucro bruto médio mais bônus por veículos faturado da Volkswagen do Brasil, totalizam R$ 4.325,00. Pelo mesmo raciocínio, a conta das demais administradoras de consórcio fecha em R$ 3.130,00, ou seja, R$ 1.195,00 a menos por cota vendida. E deve-se levar em conta, ainda, que neste cálculo não estão computadas as verbas liberadas para ações de marketing das concessionárias.”

50 Mil eMPRegos “Atualmente o Sistema de Consórcios representa os interesses de mais de três milhões de consorciados e é responsável pela movimentação de cerca de R$ 14 bilhões, que corresponde a aproximadamente 1% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, tendo entregue aproximadamente 10 milhões de bens nos últimos dez anos”, diz a ABAC – Associação Brasileira de Administradoras de Consórcio.Ainda segundo a entidade, os ativos administrados do Sistema de Consórcios foram estimados em R$ 89 bilhões em 2010, 64,8% maior que o registrado em 2006. Somente os recebíveis cresceram 61,7%. Saltaram de R$ 47 bilhões (2006) para R$ 76 bilhões (2010). Também a arrecadação de tributos e as contribuições sociais acompanharam o crescimento das atividades consorciais, apontando alta de 69,3%. Em 2006, o volume atingiu R$ 566 milhões, enquanto em 2010 cerca de R$ 958 milhões. O Sistema de Consórcios gera atualmente 50 mil empregos diretos e indiretos. Os números impressionam e prometem um futuro igualmente próspero. No segmento de veículos pesados - caminhões, ônibus, tratores, semirreboques, implementos rodoviários e agrícolas – por exemplo,

algumas variáveis importantes impactarão as vendas de cotas. É a contribuição que se espera das grandes obras necessárias para realização da Copa do Mundo 2014 e dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro, além do natural aumento da produção agrícola e das exportações de commodities, que justificarão a renovação da frota de caminhões e máquinas agrícolas.O segmento de motocicletas, historicamente, lidera as vendas de cotas e não deve ser diferente nos próximos anos. Segundo a ABAC, a aquisição de cotas, principalmente pelo maior poder aquisitivo da classe C, aliada aos preços acessíveis desses produtos, será certamente maior. Finalmente, o segmento de eletroeletrônicos também deverá manter-se aquecido, uma vez que o consórcio é a maneira mais prática e em conta para renovar periodicamente esses aparelhos, que rapidamente incorporam nova tecnologia.

Stefan Ritschel Filho, conselheiro da Disal Consórcios

José Walmy da Silva Júnior, diretor de vendas e marketing do CCVW

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MediR A FelicidAde nAcionAlPercepção subjetiva de bem-estar é como os economistas chamam a felicidade. Além dos filósofos, teólogos, sociólogos, psicólogos, antropólogos, autores de autoajuda, também os economistas têm se preocupado em responder a eterna questão do que traz felicidade, e eles acreditam na forte correlação entre dinheiro e bem-estar. E propõem utilizar instrumentos estatísticos para, finalmente, medir a felicidade. Essa doutrina vem permeando as áreas políticas e econômicas a partir do Reino do Butão, pequeno país asiático situado aos pés da Cordilheira do Himalaia com 700 mil habitantes e renda per capita média de 5 mil dólares. Há décadas, o Butão mede a Felicidade Nacional Bruta (FIB), índice considerado tão importante quanto o Produto Interno Bruto (PIB), usado nas políticas de planejamento e que engloba crescimento econômico, dimensões ambientais, sociais, culturais e espirituais do desenvolvimento. Entre as variáveis consideradas para elaboração da FIB estão: a boa saúde, a vitalidade comunitária, a proteção ambiental, o acesso à cultura e o bem-estar psicológico, pontos relevantes da evolução da sociedade. Em 2008, o presidente da França, Nicolas Sarkozy, pediu a dois prêmios Nobel de economia (Amartya Sen e Joseph Stiglitz) para definir medidas de contentamento. David Cameron, primeiro-ministro do Reino Unido, também quer recolher informações e medir as dimensões da felicidade ou bem-estar, isto é, a avaliação que os indivíduos fazem sobre a satisfação com a vida, a experiência com sentimentos positivos (prazer e satisfação) e com sentimentos negativos (preocupação e tristeza).

seR Feliz é uM conceito e cAdA uM teM suA PRóPRiA oPinião sobRe o Que é FelicidAde, sobRe o Que FAz sentido nA vidA, ou QuAl é o sentido dA vidA. séculos Antes de cRisto os gRegos Já tentAvAM ensinAR FelicidAde. nAdA MAis Antigo, PoRtAnto, neM MAis AMbicioso.

que faz você feliz? Pergunta o slogan de uma rede de supermercados. A resposta neste caso, invariavelmente, é: o consumo. “Na nossa sociedade felicidade é traduzida pelo acúmulo de bens”, lamenta Hélio Mattar, diretor presidente do Instituto Akatu pelo Consumo Consciente. O consumo é um instrumento de bem-estar e até certo ponto traz felicidade. “Até que sejam atendidas as necessidades básicas de uma pessoa, como moradia com algum conforto e alimentação adequada. A partir desse patamar, as pesquisas, principalmente realizadas nos Estados Unidos, mostram que o crescimento da renda per capita não traz o aumento da percepção subjetiva de bem-estar”, explica o executivo. Para ele, a felicidade não é traduzida pelo acúmulo de bens, mas pela realização do potencial intelectual e emocional de cada um, sem perder de vista o ser humano, e o que lhe dá sentido à vida.

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FelicidAde PoR FoRÇA de leiAté no Brasil há projetos que pretendem alterar o artigo 6.º da Constituição Federal, relativo aos direitos sociais com a menção de busca da felicidade. Quer imitar o 1º artigo da Declaração de Direitos da Virgínia, Estado norte-americano, que em 1776 determinou que “o direito de gozar a vida e a liberdade com os meios de adquirir e possuir propriedades, de procurar obter a felicidade e a segurança” é inalienável. O mesmo direito está na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (1789). O jurista Miguel Reale Júnior, em artigo escrito no jornal O Estado de São Paulo, comentou sobre a iniciativa: “Pensa-se possível obter a felicidade a golpes de lei.” Para ele, confunde-se bem-estar social coletivo com felicidade. “O povo pode ter intensa alegria ao ganhar a Copa do Mundo de Futebol, mas não há felicidade coletiva. A felicidade é um sentimento individual tão efêmero como variável, e depende dos valores de cada pessoa. Em nossa época consumista, a felicidade pode ser vista como a satisfação dos desejos, como a obtenção de glórias, de poder, de dinheiro. Ou pode residir no reconhecimento dos demais, por vezes importantes para o juízo que se faz de si mesmo. Ter orgulho, ter sucesso profissional, podem trazer felicidade. Já os direitos sociais são condições para o bem-estar, mas nada têm que ver com a busca da felicidade.” Em interpretação livre: o dinheiro não compra a felicidade. A pobreza também não.

As sensAÇões de beM-estAR são inFluenciAdAs PelA existênciA de boAs RelAÇões PessoAis, libeRdAde de AÇão, oPoRtunidAdes de desenvolviMento e PoR FAtoRes cultuRAis.

Desde o Iluminismo traça-se uma relação entre a evolução do ser humano rumo ao bem-estar e o progresso das nações. Nenhuma novidade nesses índices, mas diversas conclusões curiosas são tiradas das diferentes pesquisas. Uma delas, realizada pela Universidade da Pensilvânia (EUA), mostra que a variação entre níveis de satisfação com a vida entre países é grande e relaciona-se à renda per capita. Países mais satisfeitos com a vida são os mais desenvolvidos, como Dinamarca, França e Estados Unidos. Os mais infelizes são os países africanos e em crise, como o Iraque e o Haiti. Óbvio e fácil de entender. O dinheiro não explica por que há países mais felizes ou mais infelizes, com renda per capita similar: Hong Kong e Dinamarca têm renda similar, porém, os nórdicos são mais felizes que os asiáticos. Os europeus são homogêneos, exceto pelos infelizes portugueses. O Brasil e a Bulgária têm renda próxima,

porém, os brasileiros obtiveram nota 6,5 na escala de 10 pontos de felicidade, enquanto os búlgaros ficaram abaixo de 4, tornando-os o povo mais infeliz do mundo relativamente à sua renda per capita. Por outro lado, a relação entre a renda e os sentimentos positivos e negativos é fraca. Os estudiosos da Universidade da Pensilvânia concluíram que a felicidade é influenciada pelo aumento de renda, que melhora a avaliação que os indivíduos fazem de suas vidas, porém, não afeta o humor. As sensações de bem-estar são influenciadas pela existência de boas relações pessoais, liberdade de ação, oportunidades de desenvolvimento e por fatores culturais. Nos EUA, onde a felicidade é uma obsessão, vários dados sobre o assunto são coletados. Pesquisas feitas pelo Gallup, Eurobarometer e General Social Survey, entre outras, indicam que são quatro os fatores para felicidade ou infelicidade: gênero, personalidade, circunstâncias externas e idade.

divoRciAdo, seM FilHos e FelizEm geral, as mulheres são mais felizes que os homens. Mas as mulheres são mais suscetíveis à depressão: uma em quatro mulheres experimenta a depressão em algum momento de sua vida, em comparação com um entre dez homens. Ou as mulheres são mais propensas a experimentar emoções extremas, ou algumas mulheres são mais infelizes que os homens, enquanto a maioria está mais alegre.Traços de personalidade como propensão à raiva, culpa e ansiedade fazem com que as pessoas sejam mais infelizes.

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A explicação é que essas pessoas são mais propensas a sentimentos negativos e, segundo os estudos, tendem a ter baixa inteligência emocional, o que prejudica os relacionamentos e as torna infelizes. E como as pessoas são fruto do meio em que vivem, as circunstâncias - todo o tipo de coisas como relacionamentos, renda, educação e saúde - moldam a maneira como as pessoas se sentem. Casar eleva o padrão de felicidade de uma pessoa, mas várias pesquisas sugerem que o divórcio também traz satisfação e melhora as condições de vida. De quebra, onde as leis de separação são liberais, a violência doméstica e o assassínio de mulheres diminuem. Nem o casamento nem o divórcio, porém, trazem mais tristeza do que estar desempregado.

constAtAÇões PolêMicAsOutra conclusão polêmica: pessoas com crianças em casa são menos felizes do que sem. Pessoas educadas são mais felizes, mas esse efeito desaparece quando a

renda é controlada. Em outras palavras, educação parece tornar as pessoas felizes, pois torna as pessoas mais ricas. E as pessoas ricas são mais felizes que as pobres. O quanto mais feliz, no entanto, é controverso. Por fim, a idade: todos pensam que as pessoas são mais felizes aos 30 anos de idade do que aos 70. Mas quando perguntadas sobre seu próprio bem-estar, as pessoas de 70 anos declaram-se mais felizes. Na grande maioria dos países, mostram os estudos, as pessoas são mais infelizes por volta dos 40 anos, início dos 50. O pico global de infelicidade é aos 46. A explicação é que as pessoas mais velhas controlam mais suas emoções, aceitam com mais tolerância a infelicidade e são menos propensas à raiva. Outras conclusões: pessoas felizes são mais saudáveis e curam-se mais rápido em caso de doenças. Pessoas felizes são mais produtivas, também.

sociedAde MedicAlizAdASe o bem-estar material conduz à felicidade, pergunta o psiquiatra do Hospital das Clínicas, Pedro Gomes de Alvarenga, por que uma multidão vivendo 21

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sob a abundância, está se tornando medicalizada e procura controlar a mente farmacologicamente? Tomando drogas para dormir, se animar, se manter elegante, para escapar do tédio e da depressão? “A riqueza material, sozinha, não é bastante para fazer uma pessoa feliz. Outras condições, como ter uma vida familiar satisfatória, amigos íntimos e ter tempo para refletir e buscar diversos interesses, têm sido relacionadas com felicidade”, afirma Gomes. A abundância não é suficiente, em parte porque, quando os recursos são desigualmente distribuídos, as pessoas avaliam suas posses não pelo que elas de fato necessitam para viver com conforto, mas, sim, em comparação com aquelas pessoas que têm mais. Não à toa o filósofo John Locke entendia que uma boa sociedade é aquela que permite uma maior quota de felicidade para um maior número de pessoas. Felicidade é um conceito abstrato que provavelmente não tem correspondência no mundo real, apenas num paraíso idílico.

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Fernando Calmon ([email protected]) é jornalista especializado desde 1967, engenheiro, palestrante e consultor em assuntos técnicos e de mercado nas áreas automobilística e de comunicação. Sua coluna Alta Roda começou em 1999. É reproduzida em uma rede nacional de 65 publicações entre jornais, revistas e sites. É, ainda, correspondente para a América do Sul do site just-auto (Inglaterra).

PoR FeRnAndo cAlMon

la escapa ilesa do “acidente” e seu lindo rosto, confortavelmente protegido.Na vida real, as coisas não se passam assim. Airbags precisam ser usados em associação aos cintos de segurança, que respondem pela maior parte da proteção em colisões. Relataram-se ferimentos graves e até fatais em pessoas de baixa estatura, quando da adoção compulsória nos EUA, nos anos 1980.A história dos itens de segurança passiva – diminuem consequências dos acidentes – está marcada por esforço técnico e progresso lento. O alemão Walter Linderer (1951) e o americano John Hedrick (1953) obtiveram as primeiras patentes para as bolsas. Alguns carros experimentais foram para frotas oficiais em 1954, porém se mostraram inviáveis.Pesquisas continuaram, enquanto o governo americano não conseguia tornar obrigatório o uso dos cintos. Em decorrência, as bolsas apresentavam grandes volumes e velocidades elevadas de enchimento (até 200 km/h) para inflar em milésimos de segundo. Utilizava-se ar comprimido sob enorme pressão. O Oldsmobile Toronado teve a primazia de oferecer airbag, só para motorista, em 1973.Na Europa, onde a resistência ao uso dos cintos de segurança era bem menor, os estudos se centraram em bolsas de dimensões menores. A Mercedes-Benz lançou no Salão do Automóvel de Genebra, em março de 1981, o primeiro automóvel de série com o que seria o sistema de proteção passiva realmente de grande eficiência, como conhecemos hoje. Há 30 anos o custo era 24

elevado e opcional no Classe S, modelo topo de linha da marca alemã.O segredo estava na combinação do airbag (no início apenas um, para o motorista) e cintos de segurança retráteis (em ambos os bancos dianteiros), acionados por cargas pirotécnicas de atuação segura. Sensores de colisão disparavam uma reação química, ruidosa de fato, contudo menos agressiva. Ao subtrair a folga natural das fitas se permitia o posicionamento correto do torso, além de transferir aos cintos parte da energia cinética gerada pela colisão. Três anos depois, os retráteis de acionamento pirotécnico já eram oferecidos de série em todos os Mercedes.No mesmo ano de 1984, o Porsche 944 Turbo tornou-se o primeiro automóvel de produção seriada a oferecer duas bolsas frontais como equipamento padrão. A partir de 1992, airbag para o motorista equipava todos os carros que saíam da linha de montagem da Mercedes e, em 1994, também para o ocupante do banco dianteiro. No ano seguinte, limitadores de esforço dos cintos estavam disponíveis.Hoje, os automóveis utilizam até nove airbags. Há estudos para bolsas no capô (proteção a pedestres) e sob o chassi (para diminuir distância de frenagem por atrito ao solo). A Ford oferece, no banco traseiro do Explorer, cinto de segurança com bolsa inflável embutida.No Brasil, a partir de 1º de janeiro de 2014, todos os automóveis novos terão airbags frontais. Mas, lamentavelmente, nada se fala sobre cintos retráteis e com limitadores de esforço.

PRoPAgAndA é A AlMA do negócio, diziAM os Antigos. e, no bRAsil, nAdA exPlicA tão beM A “PoPulARizAÇão” dAs bolsAs inFláveis (AiRbAgs) QuAnto o FilMe coMeRciAl, de 1999, eM Que A Modelo AleMã clAudiA scHiFFeR APARece eM teste de colisão Ao volAnte de uM citRoën xsARA.

evoluÇão lentA

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A União Europeia, em 18/9/2000, editou a Diretiva 2000/53/CE, para harmonizar normas dos países membros em relação aos veículos em fim de vida útil, visando minimizar o impacto ambiental negativo daqueles veículos, contribuir para a melhoria do meio ambiente e a poupança de energia.Esses veículos geravam na Comunidade Europeia entre 8 a 9 milhões de toneladas de resíduos anuais, que deveriam ser corretamente geridos. A reciclagem, mediante a reutilização dos resíduos, é item vital dessa diretiva.Segundo o Sindicato do Comércio Atacadista de Sucata Ferrosa, apenas 1,5% da frota brasileira que sai de circulação vai para reciclagem. Na Europa e nos EUA, em virtude de políticas públicas, o índice chega a 95 %.Os veículos automotores descartados no Brasil são transformados em sucatas sem cuidados ambientais, ocupam pátios públicos, lixões e fomentam operações ilegais de desmanche, as quais integram estruturas organizadas de furto e roubo de veículos.26

No caso da sucata, os veículos são submetidos à ação dos “Shredders”, que amassam as carcaças de veículos e outros produtos, para aproveitamento dos metais, sem uma preocupação maior com destinação ambiental e aproveitamento de sub-produtos.Estudos do “World Bank” de 1996 indicam que o custo da poluição (saúde e meio ambiente) é equivalente a 0,4% do PIB dos países.Veículos com mais de 20 anos são responsáveis por 77% das emissões de monóxido de carbono, em função da tecnologia anterior à implementação do Proconve.Em check-up gratuito promovido pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), em São Paulo, dos 1.008 veículos inspecionados, no período de setembro de 2.008 a abril de 2.009, 83% apresentaram um problema grave, como falhas no freio, vazamento no óleo ou desgaste de peças, que poderiam resultar em acidentes ou ampliar os congestionamentos.A CET aponta o maior envolvimento dos automóveis de mais de 10 anos de fabricação em acidentes com vítimas fatais, evidenciando a correlação entre veículos de idade avançada e o mau estado de conservação.

o teMA dA ReciclAgeM de veículos AutoMotoRes de Há Muito deixou de seR uMA AlteRnAtivA PARA estiMulAR A vendA de veículos AutoMotoRes novos e PAssou A seR uMA Questão de PolíticA PúblicA.

Ricardo L. S. Carvalho, advogado.

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ReciclAgeM de veículos AutoMotoResuMA Questão de teMPo

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MendozAde nAtuRezA MARAvilHosA e vinHo iRResistível

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às vezes A gente vAi longe eM buscA de novidAdes e exPeRiênciAs enRiQuecedoRAs e se esQuece Que teM tAntA coisA boA beM PeRtinHo. MendozA, nA ARgentinA, é uMA delAs. no centRo-oeste do PAís, Aos Pés dA coRdilHeiRA dos Andes, MendozA oFeRece cliMA AgRAdável, diAs ensolARAdos e céu bonito nA MAioR PARte do teMPo.

om clima, rios alimentados pelo degelo da cordilheira e o trabalho incessante do homem transformaram a região quase desértica em oásis, onde se vive e cultiva. Por terra ou por ar, chegar é simples. Mendoza fica a pouco mais de mil quilômetros de Buenos Aires, que podem ser percorridos na Rota Nacional 7, se você tiver tempo. Mas tem vôo direto de São Paulo para o aeroporto El Plumerillo.A província divide-se em 18 departamentos, que correspondem aos nossos municípios. É considerada grande produtora de vinhos, mas o azeite também tem o seu papel.A capital de Mendoza foi fundada em 1561, no Vale Huentola, perto de antigos canais. A cidade original, conhecida como Cidade de Barro, foi destruída por um terremoto em 1861. A nova cidade, reconstruída mais a oeste, fica junto ao sopé da serra e as duas são divididas pela Avenida San Martin.

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Muito arborizada, leva o nome da província da qual é a capital. E a cidade faz jus a essa condição, oferecendo tudo que se espera de uma metrópole e intensa vida cultural e artística. Para os amantes do pano verde, são três cassinos em hotéis. Se a pedida é um bom prato, encontra-se de tudo em Mendoza, com ênfase para as carnes de cordeiro e de vitela, assim como o salmão. Tudo acompanhado de uma maravilhoso vinho nacional... Mendoza ainda tem museus, teatros, galerias e intenso comércio, com produtos do mundo inteiro. Na Plaza Pellegrini, de quinta a domingo

acontece uma feira de antiguidades onde vale a pena garimpar.A vida noturna é agitada, não só na capital, mas também nos departamentos, onde sempre tem uma zona boêmia para deleite de quem gosta de balada. Em Lujan de Cuyo, por exemplo, tem o famoso Chacras de Coria, onde a vida noturna ferve.

o tAngo, seMPReNão dá pra ir à Argentina e não ouvir e ver tango. Em Mendoza não é diferente. Nos finais de semana, na Plaza Pellegrini, das antiguidades, sempre tem apresentações. E também

tem alguns bares dedicados à tradicional dança como o C’Gaston, e as apresentações de milonga no Teatro Las Sillas. E quando quiser curtir o campo, sabidamente belo na Argentina, encontrará em Mendoza um dos principais centros vinícolas da América do Sul. As uvas crescem muito bem acompanhadas por maçãs, cerejas e pêssegos, além de ricos vegetais e frutos silvestres. Os aromas são inebriantes… A variedade de uva mais famosa é a Malbec, cujo vinho é exportado para o mundo todo. Mas Mendoza também produz as uvas cabernet sauvignon, sauvignon blanc,

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syrah, tempranillo, merlot, chardonnay, semillon, chenin e bonarda.A região ainda oferece um grande desafio para os aventureiros: o imponente Monte Aconcágua, o pico mais alto da América, com 6.962 m. Em seu entorno, montanhas cobertas de neve, vales, rios planícies e desertos. A região é acessada pela mesma Rota Nacional 7, que liga Buenos Aires a Santiago, no Chile. Ali se pode fazer desde seguras caminhadas e circuitos de trekking até encarar uma das escaladas mais desafiadoras do planeta. Ou simplesmente entregar-se à monumental beleza dos picos nevados e das geleiras eternas. A temporada do Aconcágua vai de novembro a março e escaladas mais ousadas necessitam de permissão das autoridades locais.Não importa que tipo de diversão você procura, você vai encontrar. Esportes, golfe, spas com tratamentos completos de beleza, compras, jogos, folclore e lendas. Ao pé da cordilheira, as culturas se fundem e oferecem um leque de opções muito interessantes.

vinHoMendoza tornou-se membro do Great Wine Capitals Global Network em 2005. Ao lado de parceiros ilustres como Bordeaux, Bilbao, Firenze, Mainz, Porto, São Francisco, Christchurch e Cidade do Cabo, a província integra uma rede de capitais do vinho no mundo. São mais de 1.200 vinícolas despejando em nossos copos ao redor do planeta quase 10 milhões de hectolitros por ano (um hectolitro é igual a 100 litros! É muito vinho!).Destas vinícolas, mais de 100 estão preparadas para receber

visitantes. São museus, caves, fazendas, estâncias, tudo girando em torno do vinho produzido na região. As degustações são a melhor parte… Los Caminos del Vino são exatamente isso: um caminho que se percorre, experimentando o que há de melhor em vinhos, acompanhado de comidas deliciosas e desfrutando de uma paisagem deslumbrante, com as plantações bem cuidadas ao pé da Cordilheira. Alí se pode observar o grande contraste entre a moderna tecnologia e os processos artesanais tradicionais.É possível entender desde o plantio até a degustação, passando por colheita e processamento. Ainda se pode organizar para assistir a cursos e seminários. Em qualquer época do ano o passeio é inesquecível. São quatro regiões produtoras: Valle do Uco, centro, sul e leste. O Valle do Uco, ao sul da cidade de Mendoza, é a região mais alta, entre 900 e 1200 metros acima do nível do mar. Pitoresca, com tempo seco e temperaturas diferentes ao longo do dia, produz vinho ricos em cores e ideais para o envelhecimento.

FestAs e FestivAisDurante a época da colheita a programação cultural se intensifica. Festivas folclóricos e festas de colheita acontecem durante os três primeiros meses do ano, culminando com a grande Festa Nacional de La Vendimia. Este festival começou há muito tempo, quando o final da colheita era celebrado com dança e cantoria pelos imigrantes, encantados com o bom tempo e a natureza 31

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pródiga. Desde aqueles tempos celebrava-se a colheita elegendo a mais bela mulher, coroada com folhas de videira e cachos de uva. Esta festa é uma das maiores da Argentina, celebrada desde 1936. Hoje, acontece no Teatro Grego Frank Romero Day, no primeiro final de semana de março. Um grande show de luz e sons antecede a eleição da Rainha da Colheita, na imponente obra do arquiteto Daniel Ramos Corrêas. O teatro abriga mais de 19 mil pessoas. São 120 metros de boca de palco. Tudo fica ainda mais impressionante pelo fato do teatro estar rodeado de montanhas.Uma semana depois acontece o Rally de las Bodegas, já um clássico em sua nona edição.Na Páscoa, acontece o Festival de Música Clássica nas Rotas do Vinho, combinando boa música com vinho de primeira. São mais de 40 shows que acontecem em armazéns, igrejas e ao ar livre, somando a audição aos sentidos usados na degustação de bons vinhos.Circulando pela região de Mendoza o turista entra em contato com aspectos muito ricos como a

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paisagem, os animais, a vegetação, a arquitetura peculiar e a culinária farta. Tudo somado ao folclore e às tradições forma um patrimônio cultural cuidadosamente preservado e que ganha o mundo. Desde os tempos pré-colombianos o homem tira o melhor deste encontro do deserto com a montanha e a água dos degelos.

sAúde e belezAMendoza tem seis áreas de fontes termais e duas delas têm spas. Cacheuta em Lujan de Cuyo e Los Molles em Malargüe. A paisagem relaxante é o primeiro componente, mas a região oferece benefícios terapêuticos para doenças respiratórias, de pele e distúrbios circulatórios e digestivos. Mas os tratamentos de beleza também atraem muitos turistas. Muitos produtos desenvolvidos a partir de vinho e azeite – dois grandes produtos da região – trazem bem estar e descanso. Há opções para banhos em piscinas térmicas, grutas de hidromassagem e duchas. Uma boa massagem com azeite de oliva e óleo de uva, seguida de um mergulho numa piscina aquecida pode fazer milagres para um estressado visitante, vindo de uma grande cidade.Picos nevados fazem dos esportes de inverno uma grande atração. Mas o mais interessante é que Mendoza não é só para exímios esquiadores. Todo mundo pode se divertir nas estações de

esqui, mesmo que só queira desfrutar da paisagem. Ou da agitação noturna e dos restaurantes. O point mais famoso é Las Leñas. Tem infraestrutura completa, com hotel 5 estrelas, pousadas, escola de esqui, centro comercial, bares e restaurantes. De dia, esportes na neve, à noite, agito! Tem pistas de todos os tipos. Os elevadores são capazes de transportar mais de nove mil esquiadores por hora, oito horas por dia.Bem perto do Aconcágua, está Los Penitentes. Com 300 hectares de superfície esquiável, dividida em 23 faixas com comprimentos e declives diferentes. Um para cada tipo de esquiador. Valles del Plata - Vallecitos fica a 85 km da cidade de Mendoza. Um dos primeiros centros de esqui, surgiu na década de 40, do século passado. Fica a 2.900m de altitude. Lá se pratica esqui e snowboard. Você ainda encontra dois parques de neve, dedicados a iniciantes: Los Puquios e Aconcágua Esqui. Em Los Puquios tem uma área dedicada às crianças: Fun Park Discovery Kids, além de instrutores especializados em iniciar no esqui. No Parque de neve Aconcágua pode-se alugar equipamentos, o que é ideal para quem começa.

nAtuRezA MisteRiosAA região é pontuada por localidades cheias de histórias e lendas, cultivadas pela população, que acabam sendo grandes atrações para turistas interessados em entrar no clima.Se é o seu caso, visite o Poço das Almas, em Malargüe. Ali tem um rio subterrâneo, onde a erosão fez ceder uma parte da terra, formando um poço. O barulho do vento produz um som alto e triste, como um gemido. Os índios chamavam o poço de Tropole-Co, que pode ser traduzido como “água dos mortos” ou “água das almas que gritam”. Uma velha lenda diz que o poço surgiu quando houve uma guerra entre duas tribos. A mais agressiva, vinda do Chile, perseguia um grupo da zona de Los Molles. Durante a noite, quase sendo alcançados, eles ouviram um estrondo e os gritos dos perseguidores calaram-se. Apavorados, seguiram fugindo. No dia

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e 1832 formaram um exército com espanhóis, escravos rebeldes e índios pehuenches e atuavam a favor do rei dos dois lados da cordilheira. Em pouco tempo tornaram-se ladrões de gado e assaltantes. Perseguidos por um general chileno, usavam seu conhecimento de campo para fugir e escondiam-se nas cavernas do castelo. Diz a lenda que ali escondiam também o produto de seus saques, que foi usado para comprar o perdão do governo do Chile. Talvez, entre as pontas de flechas, contas de colar e restos de cerâmica perdidas por ali, esteja escondida parte do butim dos Pincheria.Brasileiros entram na Argentina apresentando o RG ou passaporte. Não vale carteira de habilitação, nem identidade profissional.

seguinte, voltaram para ver o que tinha acontecido e descobriram que o chão havia se aberto e os perseguidores foram engolidos. A partir de então, passaram a venerar os poços e acreditar que os gemidos são das almas que ainda penam por lá.Próxima parada, Caverna de Las Brujas, a 65 km da cidade de Malargüe. Até hoje só se explorou 5 mil metros da cavidade cuja formação iniciou há 200 milhões de anos. Seu interior é coberto por colunas, estalactites e estalagmites, formadas pela constante infiltração de água, há mais de 70 mil anos. Diz a lenda que duas mulheres brancas, capturadas pelos índios, fugiram antes que eles ferissem seus pés para impedi-las de andar. Sem saber aonde ir, refugiaram-se na caverna, só saindo à noite para pegar lenha e alimentos. Os nativos tinham medo de entrar na caverna, mas com o passar do tempo, perceberam que não havia mais os rastros deixados por elas nas saídas noturnas. Quando a curiosidade venceu o medo, foram até a caverna para ver o que tinha acontecido a elas. Lá chegando, foram surpreendidos por duas corujas. Passaram a acreditar que as mulheres transformavam-se em pássaros para poder fugir.

HistóRiA e lendAsA Laguna de La Niña Encantada é muito bonita, cercada por restos de lava das crateras próximas. Ali vivia uma tribo pacífica. Seu sossego acabou quando os Pehuenches, guerreiros valentes, começaram a visitá-los regularmente. Para acalmar os ânimos, acertaram um casamento que garantiria a paz. A filha do chefe, Elcha, casaria com o filho do patriarca Pehuenche. Mas Elcha estava apaixonada por outro de sua tribo e eles fugiram. Foram ferozmente perseguidos e quando se deram conta que não escapariam, saltaram abraçados para as águas geladas do lago. Os perseguidores ao verem

aquilo começaram a amaldiçoar o casal. A feiticeira da tribo, a mais violenta, gritando impropérios, atraiu um raio que a petrificou no topo da montanha. Desde então, presa em sua pedra, ela tem que testemunhar que nas noites de lua o reflexo da água devolve a imagem de Elcha, a niña encantada, que reencontra eternamente o seu amado.O vento e a água do rio esculpiram os Castelos de Pincheria. São 2 mil metros entre o Rio Malargüe e o Arroio Pincheria. A paisagem monumental convida a relaxar e passear a cavalo ou de bike. A formação rochosa lembra os muros dos castelos medievais. Mas o nome vem de um mito muito conhecido: o bandido chileno José Antonio Pincheria. Os Pincheria eram uma família de seis irmãos que fizeram uma guerrilha para devolver os territórios para o Rei de Espanha, após a libertação. Entre 1817

Carolina Gonç[email protected]

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utro dia recebi um email - desses que chegam sem você pedir e não se sabe de onde veio – questionando o preço do orégano. Era uma espécie de campanha contra a exploração do incauto consumidor pelos produtores de orégano no Brasil.O sujeito - João Belarmino é nome dele - fez uma conta simples e chegou a uma conclusão extravagante: ao pagar R$ 1,99 por um saquinho de três gramas do produto, concluiu que o quilo do tempero custa R$ 663,33. E questionou o exagero. Eu não sabia que o orégano era tão caro.

Eu tinha notado que a pizza de mussarela dos domingos vinha vindo com pouco orégano, mas não imaginava que era por redução de custos. Afinal, com o preço de 1 kg do tempero o

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Joel Leite é jornalista, formado pela Fundação Cásper Líbero, com pós-graduação em Semiótica, Comunicação Visual e Meio Ambiente. Diretor da Agência AutoInforme, assina colunas em jornais, revistas, rádio, TV e internet. Não tem nenhum livro editado e nunca ganhou nenhum prêmio de jornalismo. Nem se inscreveu.

o PReÇo do PRoduto é o vAloR PeRcebido. não é neM o vAloR do custo de PRoduÇão e Muito Menos o vAloR do Peso.

seu Genaro compra mais de 10 kg de queijo!E a tinta de impressora, você já notou? Uma versão da impressora Lexmark usa um cartucho de 5,5ml de tinta colorida que custa R$ 75,00. Fez as contas? Você está pagando R$ 13.575,00 por litro de tinta.Imagine: um uísque 12 anos custa R$ 0,10 o mililitro e a tinta da impressora R$ 13,57. O Belarmino propõe a criação de uma lei que obrigue o comércio estampar em local visível os valores do produto em quilo, metro ou litro. Ora, Belarmino, assim também não. Essa história de vale quanto pesa não funciona. Cada produto tem seu valor intrínseco, nem sempre o peso é que determina o valor de mercado. Imagine se você for calcular tudo pelo peso, que confusão, que disparate? Um quilo de bolsa Louis Vuiton sai por R$ 4,5 mil, enquanto um quilo de Ferrari custa R$ 500,00. E um quilo de Gol não passa de R$ 25,00. Quer dizer, com um quilo de orégano você compra quase 27 quilos de Gol.

Os produtores de laranja do Oeste paulista sofrem com a venda da fruta por quilo. Os grandes compradores adiam o anúncio do preço da caixa até o limite, quando a laranja está prestas a apodrecer no pé. A laranja vai perdendo peso e concentrando o teor de açúcar. O comprador ganha e o agricultor perde.O preço do produto é o valor percebido. Não é nem o valor do custo de produção e muito menos o valor do peso. Certa vez, uma cliente do Clodovil, morto em 2009, pediu que o estilista fizesse um laço colorido como adorno do seu vestido. Ao saber o preço da produção, a moça ficou horrorizada: “R$ 300,00 por uma fitinha que se compra na loja de armarinhos?” Clodovil desfez o laço: “Agora sim, é uma fitinha da loja de armarinho. Custa só R$ 2,00.”O valor do produto independe de suas características físicas e objetivas, e muito menos do peso. Dar valor equânime ao peso seria uma medida tão injusta, Belarmino, que faria a Gisele Büdchen valer menos do que o Jô Soares. Definitivamente, não dá!

PoR Joel leite

não vAle QuAnto PesA

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lguns astrônomos defendem que, depois da Terra oscilar em seu eixo, tem um tal signo, chamado Serpentário, entre Escorpião e Sagitário. Os astrólogos juram que a mudança não interfere em quem você é. De qualquer maneira, é uma boa confusão... Vamos deixar ela pra lá, um pouquinho.O nome do mês de março homenageia Marte, que é o meu planeta regente. Março também marca meu inferno astral… Aí eu me pergunto: e se tudo o que os horóscopos dizem fosse verdade? Um site diz: “Júpiter faz um ótimo aspecto com a Lua e seus principais projetos ganham um novo fôlego. O dia é ótimo para planejar viagens e fazer planos de negócios, com resultados garantidos a médio e longo prazo.”Outro diz: “É importante fortalecer a sua fé. Confie que as coisas podem dar certo. Mantenha também a autoconfiança. Mas cuidado para não criar expectativas demais.”E este? “Obrigações financeiras e assuntos que necessitam de revisão podem pressionar seu astral. Se seguir os seus instintos, vai dar conta do recado.”

Se fosse tudo verdade eu teria um dia e tanto! No entanto, passei sentadinha

em frente do meu computador, escrevendo sobre variados assuntos. A coisa mais próxima de viagens que eu fiz foi escrever sobre aviões! 38

Minha fé continuou inabalável, mesmo depois de andar muito, na hora do almoço, à procura de um colar para ir a uma festa. Tive fé, mas não achei nada legal! Quanto às obrigações financeiras… Elas pressionam meu astral desde que eu parei de ganhar mesada do meu pai!Mas, a considerar os astrólogos, “Áries é o primeiro impulso no qual a sua alma se alimenta para seguir e percorrer a estrada da vida. Signo do elemento Fogo, representa o heroísmo, a aventura e a coragem que você precisa ter para abastecer o seu carro e dar a largada para a vitória.” Então, tá tudo resolvido! Na pior das hipóteses eu vou ser dona de posto de gasolina num futuro próximo!Na verdade, é sempre um “samba do crioulo doido” (atenção, esta frase é título de uma música. Não estou sendo politicamente incorreta). Não nego que, às vezes, algumas coisas estão certas, principalmente quando falam do meu estilo “direto” de me expressar. Só eu sei o quanto isso já me deixou em maus lençóis…“As pessoas nascidas neste signo são entusiasmadas e agressivas e diretas na forma de se expressar.”Também acerta quando diz que eu sou impulsiva. Mas e se eu fosse tudo o que dizem dos arianos? “Intenso, impaciente, audacioso, petulante, líder, ambicioso, sonhador, determinado, um furacão! Não sobraria tempo pra eu ser esta pessoinha meiga... (Tá, essa eu forcei!)

Maria Regina Cyrino CorrêaJornalista e publicitária, Ariana das boas, com toda a “dor e a delícia de ser o que é”[email protected]://felllikeaqueen.blogspot.com/www.2showcomunicacao.com.br

PoR MARiA ReginA cyRino coRRêAA

tudo o Que os HoRóscoPos dizeM Fosse veRdAde?

MARÇo é o Mês eM Que iniciA o Ano novo do zodíAco. diA 21 coMeÇA áRies. MAs AgoRA dizeM Que Mudou tudo. AQuele boM e velHo signo Que dAvA váRiAs PistAs A seu ResPeito Pode teR MudAdo…

Se eu fosse tudo o que os astrólogos dizem dos arianos, eu estaria milionária e famosa. Dormiria duas horas por noite, teria medalhas de ouro no peito. Seria arroz de festa das melhores baladas do planeta. Mas na verdade, os “e se...” não funcionam assim. Provavelmente, eu sou tudo o que os horóscopos dizem dos arianos, mas em doses tão pequenas que, combinadas, resultam em mim. Alguém como eu. Simples assim.Cada um de nós deve ser essa combinação maluca de tudo o que dizem dos seus signos, ascendentes, luas em casas esquisitas etc. E se num determinado momento resolvêssemos mudar, acatar essa nova configuração astrológica, com um novo signo entrando na última hora e já sentando na janelinha, ainda assim seríamos essa confusão que somos cada um, bem lá no fundo. Sim. Somos todos uma confusão ambulante. Sim, até mesmo aquele carinha certinho que senta perto da janela. Ou aquela sua tia que nem nunca namorou…Nossa confusão é nossa essência. Nosso céu e nosso inferno. E é dela que devemos tirar força pra seguir em frente.

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Marcelo Allendes é jornalista e colaborador do Banco Volkswagen. Quando completou seu primeiro álbum de figurinhas, lá nos anos oitenta, ganhou um quadro do SPFC. [email protected]

PoR MARcelo AllendesFescAlAR uM tiMe de Futebol. nAdA MAis coMPlicAdo nos diAs de HoJe. os ídolos nAsceM, cResceM e AcAbAM vestindo A cAMisA AdveRsáRiA.

início deste ano, quando Ronaldinho Gaúcho voltou ao País, entrou em leilão e acabou sendo comprado pelo Flamengo. O Grêmio, equipe de infância do jogador e que o revelou, não conseguiu fundos financeiros que alcançassem o salário mensal exigido pelo representante do atleta, que, aliás, também é irmão de Ronaldinho e ex-jogador do time porto-alegrense. Reconheço que são outras épocas. Hoje o mundo é movido mais por conveniências do que por paixões e amores. As pessoas mudam de emprego, procuram oportunidades melhores, planejam um futuro econômico sem sustos. Quase ninguém mais veste a camisa da empresa se esta não souber retribuir. No futebol, que há anos deixou de ser apenas um esporte para se transformar em negócio muito lucrativo, o cenário é o mesmo. A carreira é curta, a família é grande, os investimentos nem sempre dão resultado, muita gente belisca a fortuna da grande estrela. Remexendo o passado, contudo, saúdo os velhos ídolos dos meus álbuns de figurinhas ou dos cards que acompanhavam os chicletes ping-pong. Lá estavam os Serginhos, os Valdirs, os Zequinhas, os Luizinhos, os Manecos, os Zé Sérgios... e tantos outros...que campeonato trás campeonato vestiam sempre o mesmo uniforme.

utebol. Lá pelos anos oitenta, futebol era apenas para profissionais. Na época, eu e meus amigos, titulares de todas as peladas do bairro, víamos futebol de vez em nunca pela TV. Os campeonatos regionais e o nacional – conhecido hoje como Brasileirão – eram transportados para a nossa imaginação por meio do radinho de pilha. Ou, coisa rara, pelo motoradio do Fuscão parado na calçada, visita domingueira de algum tio. Mas as transmissões desportivas não seguravam criança alguma em casa. O nosso mundo era a rua, principalmente aos fins de semana, quando queríamos esquecer as segundas-feiras de escola. Mal terminava o almoço – que em minha casa costumava ser longo, pois nos sentávamos à mesa não apenas para a refeição, como também para ouvir os conselhos dos pais – a procissão de kichutes percorria as ruas atrás de uma bola e de mais meia dúzia para montar os contras. Embora naquela década poucos tivessem uma camisa oficial e de marca, cada um de nós conseguia citar de memória a escalação de nossos times de coração. Essa lembrança voltou a minha cabeça no

ídolos de Plástico

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MAis uM coMPetidoR

Em 2010 foram vendidos no Brasil 100 mil tablets, segundo a IDC, número que inclui vendas oficiais e o mercado cinza

– composto por consumidores que trouxeram o aparelho do exterior ou importaram ilegalmente. A previsão é que em 2011 as vendas alcancem

300 mil unidades. Um mercado em franca expansão, não só no Brasil. Para concorrer com o iPad, Galaxy Tab e outros deste segmento, a Motorola começou

a pré-venda nos EUA do Xoom. O tablet da empresa norte-americana virá em três versões que só diferem no quesito conectividade. O Xoom roda o Honeycomb

(Android versão 3.0), com o rápido processador Dual-Core de um GHz, tem tela de 10,1 polegadas com resolução de 1280x800 pixels, USB 2.0, câmera de cinco megapixels com

flash de LED, um GB de memória, 32 GB de espaço em disco, podendo ser ampliada com cartões de memória microSD, suporte para vídeos de alta definição e conectividade com

as tecnologias Wi-Fi, 3G e 4G.Nos EUA a versão 3G custará US$ 799 e a Wi-Fi US$ 600. No Brasil, o tablet deve chegar

no segundo trimestre de 2011, mas os preços não foram anunciados.

gAMe FoneTelefone ou game? Ambos. É o que promete o Xperia Play, um smartphone PlayStation anunciado pela Sony para breve, mas sem precisar quando. A plataforma de jogos móveis é um negócio importante para a empresa

japonesa, que já dispõe do PSP, o primeiro console de jogos para celulares.

Exibido no Mobile World Congress, realizado em Barcelona, o Xperia Play

é um smartphone touchscreen com uma tela de 4 polegadas. O sistema

operacional é o Google Android, o processador Snapdragon 8255 de 1 GHz, conexão wi-fi, câmera fotográfica e tudo o mais que um telefone inteligente tem. Quando aberto, ao invés de um teclado QWERTY, o usuário encontra controles do Sony PlayStation, que podem ser usados para navegar na internet e em outras aplicações que não apenas os jogos.

novA linHA cAnonA Canon lançou uma nova linha PowerShot ELPH, agora com o sufixo “HS” indicando a tecnologia usada para melhorar a qualidade da imagem em situações de baixa iluminação, sem o uso do flash. São quatro modelos: SX230 IS, ELPH 500 HS, ELPH 300 HS e ELPH 100 HS. O destaque é a PowerShot ELPH 300 HS, anunciada como a câmera mais fina do mundo, com 24 milímetros de espessura. Fininha, mas conta com grande angular e zoom ótico de 5x. Outro destaque é a PowerShot SX230 HS, equipada com GPS para que o fotógrafo nunca mais esqueça a localização exata em que a imagem foi feita. O recurso coleta sinais de satélites e grava essas informações para os dados da imagem. Um software, incluso na câmera, permite a visualização em um mapa e mostra a localização de onde a foto foi tirada. Os novos modelos

também possuem vídeo em Full HD e, entre os vários outros recursos, um que seleciona automaticamente as configurações que correspondem com

a imagem: são 32 modos de cena diferentes. A ELPH 300 HS está disponível em vermelho, preto e prata; a PowerShot

SX230 HS em preto, vermelho e azul. Disponível no final de março.

Preços não divulgados.

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HistóRiA de suPeRAÇãoComo sempre acontece, embalados pelas indicações ao Oscar e estreia comercial do filme, os livros que os inspiraram também chegam ao mercado. Baseado na história real de Aron Ralston, o livro que deu origem ao filme “127 Horas” chega às livrarias pela Editora Seoman. Aron Ralston é um engenheiro mecânico norte-americano que aos 26 anos mudou-se para Aspen, no Colorado, para realizar o feito de escalar os 59 picos do Parque Nacional de Canyonlands com mais 4.300 metros, sozinho, no inverno. Com esse objetivo na cabeça, Aron saiu em uma tarde de sol para escalar o Bluejohn Canyon. A escalada solitária corria bem até que uma rocha de quase meia tonelada se descolou caindo sobre a mão direita e o pulso de Aron que ficou preso em uma fenda por seis dias. Com pouca água e comida, sem agasalho, o alpinista se deu conta de que não havia avisado ninguém para onde estava indo.Usando sua câmera de vídeo, Aron rememorou sua vida, gravou mensagens se despedindo dos amigos e da família. No quinto dia teve uma ideia radical, um ato extremo para sobreviver. “127 Horas” é um relato direto, engraçado e honesto, de como a morte encontra a vida. Uma história de superação e de luta pela sobrevivência. O filme desse relato, dirigido pelo britânico Danny Boyle (premiado com o Oscar em 2010 por “Quem quer ser um milionário’’) recebeu seis indicações ao Oscar, entre elas a de melhor ator, para James Franco (Aron Ralston) e de melhor filme.

“127 Horas- Uma Empolgante História de Sobrevivência”, de Aron Ralston.(Editora Seoman, 2011, 400 Páginas)Preço sugerido: em definição 41

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A FAlA do ReiO Discurso do Rei (The King’s Speech), o grande vencedor do último Oscar (melhor filme, melhor diretor, melhor ator, e melhor roteiro original) têm como pano de fundo a história da Inglaterra, do início do século XX até a entrada do país na II Guerra Mundial, centrada na história verídica do rei George VI, o monarca que luta para encontrar sua voz. Durante toda a vida, o príncipe Albert [Colin Firth] sofreu com a fala debilitante; nutria verdadeiro pavor em falar, não apenas em público, mas até com as filhas, a futura rainha Elizabeth e a princesa Margareth. A gagueira de Albert já o colocava em situações constrangedoras quando ele era apenas o segundo na linha de sucessão de seu pai, o rei George V. Após a morte deste e da posterior abdicação do Rei Eduardo VIII, que preferiu casar um uma americana, divorciada duas vezes (situação que a aristocracia inglesa não aceitava) a ser monarca, a deficiência na fala não era só um constrangimento: colocava em risco a liderança e a hegemonia da nação. Albert já havia consultado vários médicos, experimentado diversos métodos, até que sua esposa, Elizabeth [Helena Bonham Carter], encontra um excêntrico terapeuta da fala, Lionel Logue [Geoffrey Rush]. Depois de um começo difícil, com Logue não flexibilizando seus métodos e até forçando uma intimidade com Albert, chamando-o de Bertie, coisa que só a família fazia, os dois embarcam em um tratamento nada ortodoxo, com muitos conflitos, idas e vindas. Albert é coroado, adota o nome de George VI e quando o país está à beira de uma

guerra e precisando de um líder, os métodos de Logue tornam-se cruciais. Com o apoio de todos, o rei vai superar sua gagueira e proferir o mais importante discurso,

inspirando o povo e unindo-o para a iminente batalha. É um filme sobre a amizade, e retrata o frio humor inglês, a inadequação em

demonstrar emoções e sentimentos em público.Traz as atuações excelentes de Colin Firth, mas especialmente de Geoffrey

Rush, também produtor executivo do filme. Um bom filme, repleto de histórias humanas. Em cartaz desde 11 de

fevereiroO Discurso do Rei (The King’s Speech)

Dirigido por Tom Hooper. Com: Colin Firth, Geoffrey Rush, Helena Bonham Carter, Derek Jacobi,

Jennifer Ehle, Guy Pearce, Michael Gambon, Timothy Spall.

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se nos primeiros anos a uva Cabernet Sauvignon era a grande estrela da ala rubra do Chile, atualmente outras varietais estão ocupando o posto de grandes solistas dos vinhos daquele país. Entre estas, despontam a Syrah e a Carmenère como as principais apostas dos enólogos chilenos para os próximos anos. Bastante apreciadas pelos brasileiros, ambas as uvas dão origem a vinhos com muita fruta e de textura macia, com toques de especiarias e notas de chocolate e fino tostado, aportadas pelo uso criterioso de barricas de carvalho, especialmente o de origem francesa.Entre as uvas brancas, ainda subestimadas em seu imenso potencial para produzir vinhos de rara sutileza, merecem atenção a Riesling, a Viognier e a Gewürztraminer, juntamente com as já consagradas Chardonnay e Sauvignon Blanc, hoje tratadas com técnica muito mais apurada. No caso da Sauvignon Blanc, novos vales e novos terroirs têm sido explorados, visando a produção de vinhos muito mais frescos e focados na fruta, com destacados e intensos aromas. Quanto à Chardonnay, a diminuição do tempo em barrica e o menor uso de barricas novas deram como resultado vinhos muito mais elegantes e sofisticados, com ênfase na fruta e no caráter mineral.Ao lado disso, chama a atenção o cuidado com o enoturismo, com o surgimento de vinícolas espetaculares, tais como as novíssimas vinícolas de Casa Lapostolle e Errazuriz, que se somam à já mítica Almaviva na lista dos locais mais procurados pelos turistas. Novos hotéis ligados às vinícolas estão sendo construídos em todas as regiões do Chile, proporcionando momentos inesquecíveis para os que buscam conhecer melhor os bastidores desse fascinante mundo. Projetos ousados e cinematográficos, como a Viña Vik, estão chegando para movimentar ainda mais o setor, com programas turísticos diferenciados e de grande charme.Para completar o quadro, a capital do país, Santiago, acaba de ser escolhida pelo New York Times - com justiça, diga-se de passagem - como o melhor destino turístico em todo o mundo para 2011. As razões da escolha levam em consideração a ótima disponibilidade de hotéis,

excelentes restaurantes e ótimas atrações culturais, além de impecável limpeza urbana e segurança para o turista.

Arthur Azevedo é diretor da Associação Brasileira de Sommeliers –SP, editor da revista Wine Style (www.winestyle.com.br) e consultor da Artwine (www.artwine.com.br) twitter: @artwine77

PoR ARtHuR Azevedo

o cenáRio do vinHo cHileno veM PAssAndo PoR gRAndes tRAnsFoRMAÇões nos últiMos Anos, MelHoRAndo AindA MAis o Que Já eRA Muito boM. exPRessivAs MudAnÇAs nos vinHedos e nAs vinícolAs do cHile estão tendo coMo ResultAdo o APAReciMento de vinHos Muito elegAntes, de gRAnde PeRsonAlidAde e Muito cARáteR.

Tempo de preparo: 45 minutosRendimento: 4 porções

O arroz é um dos elementos principais de nossa alimentação, cultivado há dez mil anos no Oriente Médio e disseminado por todas as partes no mundo. Existem em torno de oito mil tipos de arroz. São diversas formas de apresentação como, na Cozinha Árabe - os charutos e na Cozinha Japonesa - os sushis. Eu, particularmente, gosto muito de risotos. Prato da Culinária Italiana, com cerca de 500 anos, destaca-se na Gastronomia Internacional.

PRePARo do cAldoColoque em uma panela 750 ml de água e cozinhe em fogo baixo 3 cebolas, 2 dentes de alho, 1 cenoura, 1 talo de salsão, ramos de alecrim, sálvia, tomilho e pimentas em grão até reduzir a 2/3 da quantidade inicial. Coe e use. Para fazer caldo de frango ou carne acrescente aparas de carne ou frango e carcaça de frango ou ossos de carne.

ingRedientes PARA uM Risoto MilAnês01 unidade de cebola02 xícaras de arroz arbóreo150 ml de vinho branco50 gramas de queijo parmesão ralado50 gramas de manteiga02 gramas de açafrão (em fio)500 ml de caldo de frango ou carneQB (quanto baste) de salQB de salsinha para decorar

Modo de PRePARo do RisotoEm uma frigideira refogue a cebola na manteiga, junte o arroz e continue refogando um pouco mais. Acrescente o açafrão. O primeiro passo é refogar a cebola na manteiga e em seguida o arroz porque cada grão deve ser envolvido pela manteiga antes de se acrescentar o vinho ou o caldo.Deglacear com vinho branco (acrescentar ao arroz o vinho branco e deixar que evapore totalmente);juntar o caldo, concha a concha, esperando que a porção de caldo anterior tenha sido absorvida pelo arroz até ficar “al dente” (entre 15 a 18 minutos). Desligar o fogo e acrescentar a manteiga e o parmesão. Ajustar o sal e deixar descansar em panela tampada por 5 minutos. Sirva quente.

dicAsEscolha o arroz apropriado.Nunca lave o arroz, é importante o amido contido na parte externa dos grãos para obter o ponto cremoso do risoto.Utilize uma panela larga, porque não é aconselhada uma camada muito grossa de arroz.O que faz o risoto ficar cremoso é a adição de manteiga e parmesão ao final do cozimento já com o fogo apagado.A escolha do Risoto Milanês não foi aleatória e sim por ser a base para outros risotos, e por acompanhar muito bem legumes cozidos no vapor ou legumes na manteiga, juntamente com carnes assadas ou grelhadas.Gustavo Corrêa é chef formado pelo SENAC Águas de São Pedro. Trabalhou em várias regiões brasileiras, em restaurantes renomados internacionalmente. Sua especialidade e prazer são os jantares temáticos. [email protected]

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PoR gustAvo coRRêARisoto