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CHARME! ® ARQUITETURA - DECORAÇÃO - DESIGN - ARTE ... ANO XII - Nº 81 - DISTRIBUIÇÃO DIRIGIDA TEMPO DE WWW.REVISTASIM.COM.BR

Revista SIM! 81

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Edição número 81 da revista SIM - Arquitetura, Decoração, Design e Arte

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CHARME!

®ARQUITETURA - DECORAÇÃO - DESIGN - ARTE ...

ANO XII - Nº 81 - DISTRIBUIÇÃO DIRIGIDA

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Diretor Executivo Márcio Sena([email protected])

Coordenação Gráfica e EditorialPatrícia Marinho ([email protected])Felipe Mendonça([email protected])

REDAÇÃO / DESIGNPatrícia Calife([email protected])

Beth OliveiraEdi SouzaErika ValençaDiego PiresGregMarco PimentelMicaele Freitas ([email protected])

RevisãoFabiana Barboza([email protected])

Arquiteto ColaboradorAlexandre Mesquita([email protected])

Operações ComerciaisMárcio Sena([email protected])

Eliane Guerra (81) 9282.7979([email protected])

Assessoria JurídicaAldemar Santos - O.A.B. 15.430

SIM! é uma publicação bimestral da TOTALLE EDIÇÕES LTDA

Redação R. Rio Real, 49 - Ipsep - Recife - PE CEP [email protected] / Fax: (81) 3039.2220ComercialR. Bruno Veloso, 603 - Sl 101Boa Viagem - Recife - PECEP [email protected] / Fax: (81) 3327.3639

Os textos e artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da revista.

CAPA

PROJETOS CHEIOS DE CHARME_p.52

Lourival Costa, Andréa Calabria e Diogo Viana apresentam três apartamentos com muita sofisticação e valorização da arte

RÁPIDAS_p.12As novidades da seção Fique por Dentro

JARDINS_p.22Kozmhinsky fala sobre o colorido das flores

GELLADEIRA_p.24Destaques de design vindas da web

É SUSTENTÁVEL_p.40Olinto e a madeira de pai para filho...

DELÍCIAS_p.92Rivandro França e seus pratos arretados de bom

PING PONG_p.46Seu Delino conta como nasceu a Iquine

LIVROS_p.20Lançamentos de Adélia Borges e Bete Paes

PROJETO_p.88Quarto de brincar por Silvana Gondim

ARTE_p.26A pluralidade de

Valeria Rey Soto, Herbert Loureiro e Ricardo Figueiredo

Foto: GregApartamento projetado por Lourival Costa

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Há algumas edições, a SIM! vêm destacando a arte. Neste número, o foco continua já que o mercado local está fervilhando de novos nomes, trabalhos e expressões das mais diversas naturezas. A cada pauta uma nova descoberta. Desta vez três artistas permeiam a publicação: Valéria Rey Soto, Herbert Loureiro e Ricardo Figueiredo, com seus estilos divergentes e, porque não, complementares.

Essa inspiração se amplia para a matéria sobre projetos de interiores. Os trabalhos, que têm como ponto de convergência o uso de obras de arte são assinados por Lourival Costa, com um apartamento cheio de personalidade; Andréa Calábria, com espaços contemporâneos e sofisticados; e Diogo Viana, que traz ambientes amplos e funcionais. Já Silvana Gondim apresenta soluções para compor um ambiente lúdico para as crianças, numa brinquedoteca residencial.

É Sustentável! destaca Olinto Madeira Ecológica, responsável pelo fornecimento da matéria-prima retirada do eucalipto. Em Delícias, a culinária regional contemporânea do chef Rivandro França, que monta seus inspirados pratos cheios de cores, formas, texturas e volumes. Destaque também para a entrevista do presidente das Tintas Iquine, que conta sua trajetória desde que carregava latas até tornar-se proprietário de uma das mais modernas e bem sucedidas empresas do ramo.

Não perca tempo, leia SIM! Patrícia Calife

EDiTORiAL

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Um encontro arretado entre Rivandro e as Patrícias

da SIM! numa matéria pra lá de deliciosa

Lourival e Edi desvendando o projeto

que foi capa dessa SIM!

Mariane Perretti prestigia o lançamento do livro de Bete Paes. Pura arte!

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FiQUE POR DENTRO

1. A Florense apresenta a Charm Collection, que destaca o design retrô, inspirado nas principais tendências europeias. As linhas Santa Fé e Bistrot tem mobiliário voltado para cozinhas. Enquanto que as linhas Provence, Sacramento e Matelassé trazem produtos especiais para Armários. Fone: (81) 3302.3800 | www.florense.com.br

2. A Calil Revest está com lançamentos exclusivos. Os azulejos retrô da Pavão Revestimentos são super coloridos e possuem diversos padrões. Com dimensões de 15,4cm X 15,4cm, o produto pode ser adquirido em formato de kits monocromáticos ou policromáticos. Fone: (81) 3091.1068 | www.calilrevest.com.br

3. A Onda apresenta com exclusividade uma luminária com design italiano contemporâneo e executada em estrutura de fibra de carbono e alumínio, com contrapesos para regular a altura. Fone: (81) 3325.1722

4. O Comodini Singolare, de acabamento hight gloss amarelo, é o mobiliário de destaque da Bontempo. Seu design clean e diferenciado exibe gavetas em espessura de 12mm, com ausência de puxadores. A abertura é feita através de uma ranhura especial. Fone: (81) 3327.8002 | www.bontempo.com.br

5. A linha de mármores clássicos da Portobello Shop apre-senta o Bianco de Ariston que, por ser originário da Cava de Drama na Grécia, também pode ser chamado de Ariston Drama. Entre as suas características estão suaves veios lineares em tons fendi e chumbo. Fones: (81) 3327.7378 e 3241.2825 www.portobello.com.br/portobelloshop

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FiQUE POR DENTRO

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1. A Climacom apresenta o Split Libero Artcool Inverter da LG que traz design exclusivo, além de ser ultra silencioso. O produto economiza até 50% de energia elétrica e conta com gás ecoló-gico R410-A. O Filtro antialergênico e antivírus deixa o ambiente mais purificado. Fone: (81) 3497.5252 | www.climacom.com.br

2. O site do Nucleope está de cara nova. Além de novo layout, o endereço eletrônico ganha ferramentas para deixar o espaço virtual ainda mais dinâmico e funcional. www.nucleope.com.br

3. Para inovar e divertir a cozinha, a Chá de Alice conta com objetos bem diferenciados. Entre as opções estão o ralador porco-espinho e o espremedor de barquinho, assinados pela marca alemã Kozier.Fone: (81) 3463.1288 chadalice.blogspot.com.br

4. Criada pelo design Fabrizio Rollo para OfficeForm, a Poltrona So Fabulous pode ser encontrada no Studio Premium. A peça executada em aço inox integra a coleção contemporânea da marca. A banqueta em Acrílico 6F se destaca por suas linhas retas e desenho inovador. Fone: (81) [email protected]

5. Depois de fechar parceria com a Sabbia, a Refinare oferece, exclusivamente, banheiras da marca catarinense. O produto é anatômico e conta com processo de fabricação em Sandstone, que é ecologicamente correto. A instalação dispensa alvenaria e assentamento com argamassa. Fone (81) 3033.1875 | 3031.6763 www.refinare.com.br

6. O Novo Núcleo lança o 2º Anuário de Ouro da Arquitetura e Decoração de Pernam-buco. Com 249 páginas, a publicação reúne projetos de arquitetura e interiores assinados por importantes escritórios do Estado. Na capa, o destaque vai para o apartamento assinado por Márcia Nejaim. Fone: (81) 3091.5451 | novonucleo.com.br

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Divulgação

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FiQUE POR DENTRO

1. Com exclusividade para a Finni Conceito, a designer Jacqueline Terpins criou um centro de mesa e uma lamparina, ambos executados em espelho de cristal. As peças de desenho moderno podem ser aplicadas em ambientes de estar ou jantar. Fone: (81) 3032.3212 | www.finni.com.br

2. O forno indutivo portátil da Natutec é recomendado pelo renomado chef Douglas Van Der Ley. Por conta da sua grande variação de temperatura, entre 40 e 240 graus, é indicado para o preparo de foundue e de churrasco em grelha. O produto atende profissionais, estudantes de gastronomia e gourmets em geral. Fone: (81) 3236.5272 | www.natutec.com.br

3. A forma hexagonal está em tendência na Europa. Seguindo este estilo, a Solarium investe na criação de linhas com este formato. A Pulsati é ideal para paredes, além de conferir volumetria e efeito arrojado. Fone: (81) 3461.3735 | 3341.2713www.solariumrevestimentos.com.br

4. O aparador Sagato da Novo Projeto traz design inovador e diferenciado. Com tampo de couro sola e base de madeira em formato de X, a peça pode ser aplicada em ambientes internos de circulação ou estar. Fone: (81) 3466.2859| www.novoprojeto.com.br

5. Planejado pelos designers Flávio Borsato e Mauricio Lamosa, do Estúdio Bola, o sofá Less segue o estilo contemporâneo. O móvel, encontrado na Casapronta, é executado em chassis metálica com fundo vazado. Fone: (81) 3465.0010 | www.casapronta.com.br

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Marco Pimentel

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LiVROS

Design Artesanal por Adélia BorgesDesign + Artesanato: o caminho brasileiro é o nome do mais novo livro da jornalista, escritora e professora de história do design, Adélia Borges. O título, além de apresentar um panorama sobre a revitalização do artesanato brasileiro, fundamenta a aproximação dos campos do design e das artes ma-nuais, o que até então eram considerados opostos.

Para elaboração da obra, a autora percorreu todo o país, conheceu trabalhos e comunidades que fazem da arte manual uma iniciativa empreendedora e social proporcionando o desenvolvimento sustentável de suas regiões. “Selecionei trabalhos e técnicas que melhor exemplificassem a realidade de cada local como, por exemplo, as cuias feitas de massa de papelão reciclado e fibras de bananeira em Minas Gerais, flores feitas de couro de peixe no Mato Grosso do Sul, bolsas e cestos de capim-dourado em Tocantins. Especialmente aqui no Recife, contei com o auxílio e talento da amiga Janete Costa, importante nome que contribuiu para a valorização da produção local e responsável pela minha inserção no artesanato pernambucano”, finaliza.

Design + Artesanato: o caminho brasileiroAdélia Borges

Editora Terceiro Nome

Selecionei trabalhos e técnicas que melhor

exemplificassem a realidade de cada local

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Estampas e texturas por Bete PaesCom um trabalho de forte inspiração na cultura nordestina, a multifacetada Bete Paes tem uma capacidade ímpar em unir a identidade da expressão artística popular à diversidade dos mundos pelos quais transita, conferindo às suas criações alcance universal. No seu recém-lançado livro Estampa Brasileira, a designer e arquiteta sintetiza 30 anos de trabalho dedicado à arte e suas mais diversas variações. A obra retrata desde os primeiros trabalhos, como as pinturas e desenhos de cenas domésticas em acrílico, aos mais atuais, como móveis, peças utilitárias e insta-lações públicas feitas a partir de material de descarte. “O livro é a tentativa de condensar uma trajetória feita de inquietações e de compulsões”, afirma Bete.

Sempre em busca do inusitado, a autora também revela na obra a importância de compartilhar o conhecimento com os mais diversos tipos de artesãos e que a criação conjunta é também resultado de sucesso. “A experiência com os artesãos se tornou um trampolim para projetos sociais com diversas instituições e vários estados. Cada dia mais, esse trabalho me encanta e dá prazer”, finaliza.

Estampa BrasileiraBete PaesBEI Editora

O livro é a tentativa de condensar uma trajetória feita de inquietações e

de compulsões

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A experiência com os artesãos se tornou um trampolim para projetos sociais com

diversas instituições e vários estados

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Marcelo Kozmhinsky é

agrônomo e paisagista.

www.raiplantas.com

[email protected]

Fone: (81) 9146.7721

jARDiNS

Na composição de um jardim, alguns princípios básicos precisam ser considerados, como harmonia e proporção. Por isso, é importante observar as formas dos canteiros e de todos os elementos das plantas, como copas e folhas. Já as flores se destacam principalmente pelas suas cores. As primárias são o azul, o amarelo e o vermelho e as secundárias, diferentes combinações destas, originam o verde, o violeta e o laranja. No jardim, o contraste e a harmonia são obtidos com a junção das duas categorias.

O uso das cores no jardim transcende a questão mera-mente estética. Flores amarelas, laranjas e vermelhas, por exemplo, causam alegria, além da sensação de proximidade. Portanto, são ideais para áreas amplas gerando foco de atenção em locais vibrantes. Elas atraem a atenção das borboletas e simbolizam paixão e energia.

As flores de cor azul, roxo, lilás e rosa trazem relaxa-mento, concentração e calma. São ideais para pequenos espaços, já que ampliam o ambiente. São típicas nos jardins clássicos e de fácil combinação entre si. A flor branca é utilizada na transição de uma cor para outra, espaço no jardim e pausa a leitura do resto das cores. Ela fica bem junto ao verde ou em paredes coloridas, para contrastar, ela simboliza o frescor, a pureza e o relaxamento.

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A combinação de flores é similar à paleta de cores, trabalhando seus opostos ou comple-mentando com o que está ao lado, mas é preciso ficar atento para não misturar demais e causar poluição visual. Uma alternativa para di-versificar o uso de cores é gerar transições em manchas de tons, como roxo, azul, rosa e bran-co. As cores harmônicas criam uma atmosfera sutil, romântica e relaxante, ideal para peque-nos espaços. A coloração da folhagem também faz parte desta ideia. Num conjunto todo verde, a inserção de folhagem avermelhada deixa me-nos monótono este maciço de plantas.

É possível ter flores o ano todo num jardim. Faz parte de um projeto paisagístico bem ela-borado inserir árvores, arbustos e herbáceas de florescimento sazonal de uma forma planejada, onde cada parte do jardim poderá ter o charme do florescimento no conjunto ou na sua indivi-dualidade. Se você deseja um jardim harmo-nioso em cores, procure um paisagista que ele poderá lhe ajudar.

Exemplos de flores

Branco: Lírio da paz, Iris da praia, Moreia

Violeta: Violeta, Alfazema, Hortência,

Tumbérgia ereta

Azul: Nuvem, Jacinto, Iris azul

Laranja: Paquevira, Estrelicia

Amarelas: Alamanda, Margarida, Chumbi-

nho, Iris amarela

Vermelhas: Ixora, Panamá, Camarão Gigante, Hibisco

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Catarina Monteiro e Rebeca Gouveia são designers

www.gelladeira.wordpress.com

[email protected]

[email protected]

GelladeiraG

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Nesta edição, o Gelladeira traz para você dicas de produtos descontraídos e que vão deixar sua casa supermoderna. Móveis coloridos e acessórios inspirados em redes sociais que fazem a diferença para uma decoração mais criativa e arrojada. Afinal, decorar é tudo de bom.

1. Oppa DesignA charmosa cadeira da linha UMA vem em cores que irão deixar o ambiente lindo e cheio de estilo. Quem produz a peça é Oppa Design, um estúdio que projeta móveis com estilo e funcionalidade, com design único e preços acessíveis. Cadeira UMA: R$ 199,00www.oppa.com.br

2. Designn ManiaaA Designn Maniaa é mais uma lojinha virtual superbacana com objetos lindos e inusitados e que reúne peças de design brasileiro e internacional com preços acessíveis. A onda de redes sociais está com tudo e junto com ela começam a surgir no mercado objetos modernos, como a almofada de Instagram e o aparador de livros Eu Curto. Almofada Instagram: R$ 65,00Aparador de livros Eu Curto: R$ 35,00www.designnmaniaa.com.br

3. Casa com GrifeMãe e filha se reuniram para produzir peças com muito carinho para deixar a casa mais bonita, receptiva e especia. Exemplo disso são as almofadas Love Bird, de 40 cm X 40 cm, que são lindas de morrer e irão deixar qualquer ambiente aconchegante. Almofada Love Birds: R$ 68,90www.casacomgrife.com.br

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Estética para apreciar e sentir

O traço preciso, o uso marcante da cor e a pluralidade de sentidos são elementos peculiares aos trabalhos de Valeria Rey Soto, Herbert Loureiro e Ricardo Figueiredo. As obras desses artistas visuais, apesar de evidenciarem o estilo singular de cada um deles, trazem características em comum que permitem um diálogo estético entre elas.

Através da feminilidade, Valeria Rey Soto expressa intensi-dade ao mesmo instante que demonstra leveza e doçura em suas obras. A sensibilidade é evidenciada pelo uso de cores fortes e cálidas que entram em harmonia e conseguem ressaltar a capacidade criadora do feminino. Todas essas características também são evidenciadas no trabalho sensível e contemporâneo de Herbert Loureiro. A descontração, a criatividade e o bom humor são elementos que integram seus desenhos e experimentações artísticas.

Ambos trazem em comum, ainda, o desenho enquanto suporte técnico. Fator que difere da produção de Ricardo Figueiredo, executada em pintura a óleo sobre tela de linho. Apesar dessa diferença mínima, o artista plástico se aproxima dos outros dois pela linguagem visual, que explora as cores e a delicadeza estética, abordando temáticas cotidianas de forma ressignificada. Assim como Valeria e Herbert, Ricardo recria uma interpretação muito própria das suas inquietações, alcançando o surrealismo em suas telas.

O diálogo entre os três artistas revela uma aproximação surpreendente entre os estilos de cada um deles. A técnica se torna uma mera figurante diante da multiplicidade de características visuais complexas e inusitadas, que inquietam ao primeiro olhar.

ARTE

Artistas visuais apresentam trabalhos inquietantes e complexos

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FeminilidadeValeria Rey Soto apresenta um desenho intenso com cores fortes

O traço leve e peculiarmente feminino é uma das marcas do trabalho da artista espanhola Valeria Rey Soto, que reside há quatro anos em Olinda/PE. Sua estética visual desperta uma percepção sensitiva que leva o espectador a explorar imagens possíveis, tendo o desenho como ponto de partida. Licenciada em Belas Artes pela Universidade de Salamanca, na Espanha, a artista veio pela primeira vez ao Brasil através do intercâmbio pela Universidade Federal de Pernambuco.

Essa vivência foi um dos fatores que influenciaram sua produção artística, que traz o uso marcante da cor e da figura feminina. “Meu estilo atual nasceu a partir do ano que eu fiquei aqui. Meus desenhos são muito mais coloridos, misturam humanos com bichos, além de serem mais figurativos. Tem um pouco da cultura daqui”, explica. Texturas, cores, elementos vegetais e da cultura popular olindense, como os Maracatus e o Cavalo Marinho, podem ser evidenciados nos desenhos abstrato-figurativos de Valeria. Referências que têm desempenhado papel fundamental em sua concepção estética.

fotos MARCO PIMENTEL / DIvULGAçãO

por BETH OLIvEIRA

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Na página ao lado: Lola, Garzas e

detalhe de ilustração. Nesta página:

Floridas Son Las Mortajas.

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“Quando vem uma ideia, eu gosto de trabalhá-la e, geralmente, faço uma série até acabar com ela. Este ano pretendo expor a série Vênus, que foi inspirada na deusa da fertilidade”, comenta. Nesse trabalho, a artista reinterpretou e recriou esculturas antigas, do período neolítico, de forma mais abstrata. Em paralelo ao desenvolvimento das obras, ela realizou pesquisas sobre essas figuras femininas. Esse mix de referências resultou em desenhos que remetem à capacidade criadora das mulheres, através de imagens humanas sem rosto.

A espanhola começou a desenhar e pintar há dez anos, mas foi durante a sua formação artística que passou a desenvolver o estilo atual. Segundo Valeria, os detalhes são uma característica forte em suas obras. “Gosto muito de movimentos, meus desenhos são muito dinâmicos. Eu sempre parto de um traço solto, não gosto de ficar medindo. Depois vou enchendo de outros desenhos e texturas. Sempre gostei de desenhar mulheres”, revela.

Valeria Rey Soto

[email protected]

www.valeriareysoto.com

Abaixo, da esquerda para a direita: Sabah El Fol e Huesos.

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IrreverênciaHerbert Loureiro ousa nos trabalhos inspirados na moda e na urbanidade

fotos GREG / DIvULGAçãO

por BETH OLIvEIRA

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Pluralidade é a característica marcante que dá uma pista sobre o trabalho contemporâneo e versátil do alagoano Herbert Loureiro. Jornalista por formação acadêmica, designer por afinidade profissional e artista por vocação, ele começou a desenhar aos 15 anos, tendo a ilustração de um livro como primeiro trabalho. Desde então, ele continua experimentando tanto a estética quanto a busca por suportes ideais para exprimir suas criações. “Sinto que eu ainda preciso achar um meio adequado, estou em fase de testes, onde nada está fechado. Nunca fiz curso de nada. Eu comprava pincel, caneta, tinta e achava o meu jeito de fazer”, revela.

Habitualmente, o artista costuma usar técnicas como nanquim em papel e programas de compu-tador para construir seus trabalhos, que sempre trazem colorido intenso. A moda e a cidade são as principais influências de Herbert, por isso seus desenhos valorizam personagens urbanos e textos de impacto, além de remeter ao estilo da pop art. “As pessoas falam que o meu trabalho de arte é muito bem humorado, delicado e até carinhoso, porque eu fico na peça, penso várias coisas sobre ela, invento frases e vou escrevendo. Por isso, usei no meu traço essa falta de técnica formal para criar um desenho descomplicado, com linhas meio tortas. Uso isso a meu favor”, argumenta.

Herbert tem se preparado para a exposição Caravana, que acontece em setembro deste ano na Pinacoteca de Maceió. A mostra é uma interpretação dele sobre o folclore nordestino, onde os personagens são recriados com vestimentas atualizadas, inspiradas na ousadia contemporânea.

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Ao lado: First comes love - Nanquim e pintura digital, 2011

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Herbert Loureiro

[email protected]

(82) 9913.4978

No topo da página: Vogue (2011) e série Hipster Yoga #2 e #3 - serigrafia duas cores sobre

tecido de algodão cru (2011); Abaixo, vidro sobre vidro #1: Pequenas histórias e anomalias

do meu lindo corpo humano - Posca sobre duas camadas de vidro sobrepostas (2011).

“Adoro criar personagens, nichos, cenas e coisas desse tipo”, observa. Além de brincar com conceitos visuais pré-concebidos, o artista costuma trazer reflexões sobre questões cotidianas. Um bom exemplo disso é a ilustração de capas da Revista Vogue com o olhar do artista. “Nos desenhos uso coisas divertidas, para fazer as pessoas rirem. Trabalhar com estereótipos é muito engraçado e isso já tem uma parcela de bom humor,” declara.

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SurrealismoRicardo Figueiredo aposta na técnica e cria uma linguagem simbólica

A figura humana rompe as barreiras da dimensão real e se une a elementos visuais que tornam cada obra singular e, ao mesmo instante, enigmática. É desta forma que o trabalho do artista plástico per-nambucano Ricardo Figueiredo provoca o espectador. Autodidata, ele conta que começou a desenhar quando ainda era criança. A experimentação com a pintura veio aos 12 anos e, a partir daí, não parou mais. Ele buscou sozinho técnicas diversas, além de enveredar por estilos como o impressionismo e o surrealismo, misturando de modo competente o figurativo e o abstrato.

Segundo ele, “a desvantagem de ser autodidata é demorar certo tempo para conseguir alcançar alguns conhecimentos. Mas, a vantagem é desenvolver coisas que não existem e ir descobrindo novas formas de pintar. Comecei sozinho, foi uma coisa bem instintiva que me levou a exercitar essa habilidade”, comenta. Foi através da experimentação e do estudo que Ricardo descobriu a pintura acadêmica e as técnicas europeias, onde são aplicadas várias camadas de tinta até chegar ao resultado final.

Além de trabalhar muito bem com as cores, o pernambucano demonstra amadurecer a inspiração inicial antes de criar uma nova obra. “O que me inspira mais é o pensamento. O quadro ‘A Inversão’ é um bom exemplo disso. A ideia desse trabalho é o papel do homem e da mulher na sociedade atual e essa troca de papeis. Cada vez mais, os homens ficam em casa cuidando dos filhos e as mulheres vão para a rua trabalhar”, exemplifica. Cada tela de Ricardo tem uma história que foi captada no coti-diano, seja nos jornais, nas vivências pessoais ou mesmo no ambiente urbano, temática muito presente em seu trabalho.

fotos GREG

por BETH OLIvEIRA

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Ricardo Figueiredo

[email protected]

www.palmariusarte.blogspot.com

Na página anterior: detalhe de Capital Alucinado 2 e A inversão.

acima: O cubo Mágico e Homem Apocalíptico; abaixo: Maestro.

Apesar de não ter passado por nenhuma escola de belas artes, sua técnica é bastante refinada, explorando eximiamente elementos como luz, sombra e perspectiva. A simbologia é um aspecto usado pelo artista para compor a sua linguagem estética. Gatos, cartas de baralho, flores, bocas, a cidade e outros elementos visuais podem ganhar interpretações e significados bastante singulares em suas obras. De acordo com Ricardo, “o artista precisa perder a ideia de unidade. Eu sou o mesmo em estado alterado, líquido, sólido e vapor”, define.

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é SUSTENTáVEL!

Madeira versátil

Com ciclo de vida curto, madeira de eucalipto é solução sustentável para diversos projetos

De maneira planejada, os empresários Olinto e Thiago Victor fornecem a madeira do tipo eucalipto para diversas construções e ainda criam exclusivos objetos de décor. A matéria-prima é cultivada na propriedade particular, localizada no município de Moreno, a 28 km do Recife/PE, e reforça o discurso de sustentabilidade por auxiliar na redução do desmatamento de espécies nativas.

“Temos uma área de nove hectares para cultivo. A estrutura ainda conta com serralharia, onde produzimos móveis, e galpão de tratamento para a retirada do amido responsável por alimentar os cupins”, adianta Thiago. Num comparativo entre a madeira de eucalipto manejada e a nativa — aquela que nasce involun-tariamente em uma plantação — Olinto explica que a primeira está apta para corte no prazo de 20 anos. Já a segunda, se for da espécie imbuia, por exemplo, precisará de aproximadamente 800 anos.

Seu uso, além de baratear os custos, traz aconchego e conforto, já que “tem o poder de aquecer o ambiente durante o inverno e esfriá-lo no verão”, diz Olinto. Características observadas no projeto do arquiteto Humberto Zírpoli para o restaurante Papacapim, em Boa Viagem, que recebeu o insumo para compor sua estrutura de 800 m2.

fotos GREG

por EDI SOUZA

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De pai para filho: Thiago Victor incorpora o

conceito de sustentabilidade cultivado por

seu pai nos negócios da família

Olinto – Madeira Ecológica

Fone: (81) 3465.3454

[email protected]

“A madeira ecológica abastece o ciclo adequado do plantio, sem falar que permite uma manutenção simples e eficaz. A energia peculiar é outra caracte-rística que fala por si. Para o restaurante, aproveitamos do telhado às mesas do salão”, argumenta Humberto. O material levou o acabamento de Stain, responsável por proteger das intempéries e preservar a beleza rústica.

Quando transformado em objeto, o que se vê são verdadeiras peças artísticas em que a natureza dita o contorno. “Trabalhamos com uma linha de uten-sílios feitos a partir da matéria bruta, de árvores que atingem entre 15 e 20 metros de altura. Cada um tem seu traço único, por isso um item nunca se repete ao outro”, defende Thiago. A partir daí surgem mesas para escritório, luminárias, pias, assentos e outros. “Não utilizamos o verniz comum para acabamento, porque ele resseca a peça. Dependendo da finalidade de uso do objeto, preferimos o selador específico”, finaliza.

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Pintando o 7

PiNG-PONG

Seu Delino Anterino de Souza é o responsável pela criação de um verdadeiro império, as Tintas Iquine. A Fábrica, que soma nada menos que 38 anos, ostenta o título de maior indústria de tintas do Brasil com capital 100% nacional e está entre as cinco maiores da América Latina. Sempre à frente dos negócios, Seu Delino foi capaz de render-se aos avanços tecnológicos para que a empresa chegasse a ter, hoje, um moderno parque industrial e competentes projetos de gestão ambiental, a exemplo de técnicas de reciclagem e gerenciamento inteligente de resíduos. Todo esse sucesso se deve à história desse pacato nordestino, nascido em Jericó, interior da Paraíba que, de origem humilde, viu seu progresso acontecer de forma lenta e gradual graças a sua garra, força e determinação. Em entrevista à Revista SIM!, seu Delino conta como foi sua trajetória. Confira!

por ERIKA vALENçA

fotos GREG

O COMEÇO DE TUDO – “Eu nasci num pequeno sítio dos meus pais no distrito de Jericó/PB. Éramos muito pobres. Pequeno, ganhei da minha madrinha uma ‘cabritinha’ que, quando dava cria, se fosse fêmea ficava comigo e se fosse um macho ficava com meu pai, que vendia pra nos manter. Já maiorzinho, trabalhava na propriedade capinando e carre-gando lata d’água. Aos 17 anos, meu plantel era de quatro cabras, que vendi para custear minha viagem a São Paulo. Assim paguei minha ida de pau de arara.”

“A viagem foi muito difícil, passando fome e desconforto. Ao chegar em Martinópolis (SP), o motorista parou o carro onde tinha um senhor procurando alguém para trabalhar. Movido

pela fome, aceitei de pronto e rumei para a lavoura para colher algodão. Agora, imagine eu, caipira e semianalfabeto, em São Paulo. É muita coragem.”

MAIORIDADE – “Quando completei 18 anos, fui logo me alistar, pois vi que aquilo dali não ia dar por muito tempo. No Exército, fui transferido para o Mato Grosso. Lá, passei 1 ano e dois meses e depois fui, junto com um amigo, para Bauru tentar entrar para a polícia. Como só poderíamos tomar posse do cargo após 30 dias de dispensados do serviço militar, decidimos ir para São Paulo. Lá, fomos para um estabeleci-mento chamado Pensão da Baiana, que era no Brás. Paga-mos logo a janta e a dormida. No outro dia, acordamos sem

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nenhum documento e nenhum tostão.

Desesperados, conversamos com o cara da estação de trem que nos indicou uma pensão que agenciava trabalhadores para uma reforma de eucalipto em Jundiaí. Decidimos ir e, por lá, meu amigo, muito conversador, disse logo que tínhamos saído do exército e que eu sabia até bater à máquina. Com esse papo, nos livramos do campo. Ele trabalhando como segurança no armazém, e eu na área administrativa.

Com 15 dias ele foi dispensado e seguiu para Vila Anastá-cio, onde tinha um parente que era chefe de segurança e arrumou um emprego pra ele. Amigo de verdade, logo foi me buscar. Lá, eu preparava molde para fazer máquinas de costura. Passados quatro dias de trabalho, fui demitido, então pensei: e agora? Devendo à pensão, sem dinheiro nem trabalho... Na ocasião, me disseram que ali perto tinha uma “fabriquinha” de tinta recrutando pessoas.”

O LABORATóRIO – “Seis da manhã eu estava no local. Comecei no outro dia como ajudante de um carpinteiro bruto e mal educado, que só falava gritando. Eu não ouvia grito no Sertão, ia ouvir ali? Decidi não voltar. Me mandaram procurar um tal de Seu Roque que disse para eu voltar no outro dia. E assim comecei a trabalhar ao seu lado nas Tintas Prospa do Brasil. Foi ali que aprendi muito do meu negócio de hoje.

A minha função era lavar latinhas que recolhiam a tinta da máquina, botar na estufa e deixar tudo prontinho para os colegas irem pegar o material de análise. Aos poucos eu comecei a ir pegar as amostras. Depois, fui analisando temperatura e viscosidade, vendo o brilho, a secagem e a aderência. Meu trabalho já estava mudando de figura. Um dia, tirei férias e resolvi voltar para o Nordeste.

Depois de mais de 5 dias de estrada, cheguei à Jericó. Após quatro anos que saí de casa, regressei para minha terra. Foi uma festa. Mas em pouco tempo percebi que aquilo não ia

dar certo e voltei pra o Sudeste. A fábrica que eu trabalhava tinha sido vendida e o meu amigo Roque já estava trabalhando em outro lugar. Fui encontrá-lo na Indústria de tintas Pancor Ltda. e fiquei lá por um ano e oito meses. Ele seguiu para outra fábrica e eu, mais uma vez, o acompanhei.

Meu pensamento ainda estava no Nordeste, então decidi voltar e montei uma padaria. Infelizmente, não deu muito certo. Com cinco meses, recebi uma carta do Roque dizendo para eu voltar e que agora tinha condições de me pagar bem, num ambiente muito bom de trabalho. Me mandei pra São Paulo.

Chegando à fábrica da Brastintas, vi que existia um sério problema com a produção de resina que ninguém conseguia resolver. Não apenas o solucionei como comecei a tirar duas produções, no lugar apenas de uma como era de costume. Eu emendava sábado e domingo. Saía meia noite e chegava às quatro da manhã.

Ainda lá, fui trabalhar no laboratório de pesquisa. Eu sentia vontade de aprender, de inovar, de descobrir. Foi quando saiu um químico do laboratório de pesquisa e eu, nordestino sem estudo e sem curso superior, assumi o lugar, desbancando dois engenheiros, um japonês e um alemão.

O REATOR – “Um amigo me tomou um empréstimo e, sem ter como me pagar, me ofereceu um reator para quitar a dívida. Aceitei. Guardei a peça no armazém da fábrica que, quatro meses depois, me comprou por quase o dobro do preço da dívida.

Quando saí da Paraíba eu tinha o sonho de passar uma temporada em São Paulo e, ao voltar, montar uma bodega. Com o dinheiro do reator, pedi pra meu pai comprar umas bezerras. Elas ficaram adultas, deram cria e foram crescen-do. A propriedade então ficou pequena e não cabia mais a quantidade de gado, foi quando ele começou a comprar terras e colocar no meu nome. Foi isso que me ajudou a montar, no lugar da bodega, a Iquine. E não parei mais.”

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Constatei que não fui eu que levei a Iquine, e sim ela que me puxou e me apresentou ao que hoje eu sou

A IQUINE – “Quando montamos a empresa não tínhamos nada. Entrei de sócio com Simão (Tintas Diamante) para a implementação de uma fábrica de colas e resina num galpão coberto de 200m2 lá em Porta Larga. Como não possuíamos capital de investimento, comprávamos borracha a crédito em São Paulo. Demos então o nome do nosso negócio de In-dústrias Químicas do Nordeste. Um dia, o gerente do banco me chamou pra informar que já existia uma empresa com esse nome e que eu teria que mudar. De pronto disse logo: Iquine, e assim ficou.

Na época, mesmo com mercado propício, foi muito difícil conquistar o público. Fui de porta em porta oferecendo os produtos, e, aos poucos, atraí minha clientela. Posso dizer que foi o verniz que fazíamos que conquistou toda credibilidade da Iquine. Naquele tempo, existia um grande polo moveleiro e eu levava as amostras do meu produto às fábricas de todos os portes, mas havia muita resistência para conhecer o meu produto. Persisti e fui ganhando mercado.

Um dia estive em São Paulo e visitei meu amigo Roque, lá do meio da minha história, que trabalhava na RR (a marca mais consumida aqui). Lá, para minha surpresa, tinha uns galões do meu verniz para ser analisado. Ele até brincou dizendo que queria ver o que eu estava fazendo, porque a empresa que ele trabalhava produzia um bom verniz, mas quando chegava na

qualidade, o preço não acompanhava. Consegui fazer um preço 40% menor que a concorrência. Eu realmente come-cei a incomodar e crescer.

O tempo passou e, apesar de crescer numa boa velocidade, passamos por muitas situações difíceis, como um incêndio que destruiu todo nosso parque industrial. Mas, como sou teimoso e tenho muita disposição, não perdi tempo e recomecei tudo no outro dia.

Hoje, com todo esse trabalho, a Iquine tornou-se a maior indústria de tintas do Brasil totalmente nacional. Já conquistamos mais de 10 mil pontos de vendas e temos mais de 1.300 produtos. Nossa estrutura é moderna e, em 2010, conseguimos aumentar em mais de 40% a capa-cidade produtiva, atingindo a marca de mais de 10 milhões de litros de tinta por mês. Tudo é um processo de mudança e adequação para atender toda demanda dos 18 estados das regiões Norte, Nordeste e Sudeste.”

HOJE – “Hoje, quando vejo tudo isso (a fábrica), fico alegre e satisfeito em pensar que, com tando esforço, cheguei até aqui. No início eu ne imaginava que fosse crescer assim. Mas, no mercado, ou você se moderniza ou é atropelado. Enfim, constatei que não fui eu que levei a Iquine ao que é, e sim ela que me puxou e me apresentou ao que hoje eu sou.”

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DECORAÇÃO

É TEMPO DECHARME!

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Não importa o endereço nem o tamanho do lugar. A sensação de acolhimento e personalidade é o que mais norteia a criação dos projetos residenciais, mostrando que o estilo de vida do morador pode se revelar até nos pequenos detalhes. Entre a exuberância e o minimalismo do design, está o equilíbrio perfeito para estimular cada minuto dentro de casa.

É dessa forma que se apresentam os três trabalhos a seguir. O arquiteto Lourival Costa abre a seleção, destacando um apartamento amplamente personalizado, onde ousadia e bom gosto aparecem em toda a composição. Na sequência, Andréa Calabria traduz o conceito de contemporaneidade num projeto repleto de materiais nobres, pensado para uma família jovem. Por fim, Diogo Viana exalta o acervo de um apaixonado pela arte, ao decorar um espaçoso triplex de mobiliário neutro, porém de impacto.

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Trazer as preferências do cliente a um espaço que se tornasse funcional foi o

objetivo alcançado graças à maturidade do meu trabalho

“ ” LOURIVAL COSTA

Toque de personalidadeA harmonia entre os elementos distintos é ponto alto no projeto de Lourival Costa

por EDI SOUZA

fotos GREG

A antiga relação do arquiteto com os proprietários do apartamento determinou compo-sições que deram personalidade e expressão aos 320 m2. “Chegamos ao nosso oitavo trabalho juntos, entre criações e reformas”, soma Lourival. Por conta da sintonia conquistada com o passar dos anos, foi possível atender ao pedido de transformar a porta principal num atrativo à parte. “A cliente queria algo muito especial, então utilizamos um revestimento em couro prensado da pele do crocodilo, fornecido de maneira exclusiva pela Empório Beraldin. A inspiração foi mesmo hollywoodiana”, comenta. À primeira vista, surge o piano de calda realçado pela escultura de ferro by Marianne Perretti. A posição do instrumento leva em conta o melhor ângulo para uma apresentação na casa, aproveitando a integração dos ambientes.

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Já na ampla sala de estar, o arquiteto aponta a solução de destaque em meio às restrições. “A filha do casal sofre de alergia e, por isso, não pudemos trazer tapetes para a ambientação. Foi aí que criamos um rasgo no meio do gesso, responsável por ordenar essa grande quantidade de móveis. A arrumação foi definida a partir disso. A televisão está central a esse rasgo e os pendentes pontuam a mesa de centro e a de apoio”, explica.

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O projeto de iluminação foi assessorado pela La Lampe, e é composto basicamente por fluorescentes, que evitam a formação das sombras. “Ainda agrupei as luzes de foco para o teto não ficar poluído com muitos pontos. Graças aos frisos laterais, consegui alinhar a iluminação, as seis caixas de som e as sancas das cortinas”, completa. O tecido que cai pelas paredes de cor bege acinzentado imita o linho, mas é poliéster.

Para ter o caimento impecável, Lourival sempre confia a produção de suas cortinas à Dona Ruth. “Se todas as paredes fossem claras, elas não trariam o acon-chego. A opção foi usar um dourado, bem escurecido, para contrastar com as obras de arte. Assim, concentrei a maioria dos quadros em um só lugar, a fim de que eles saltassem aos olhos”, destaca.

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O interessante é que todos os itens do ambiente acabam se interligando. No estar são três setores. O home fica numa das extremidades, apre-sentando painel e móvel em laca Adress, da Casapronta, com texturas brilhante e fosca, respectivamente.

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Por toda extensão do apartamento, o mobiliário é composto basicamente por sofá e poltronas da Artefacto, além da mesa redonda de madeira e dos assentos vermelhos. As peças de Júlio Pechman também ganham destaque, a exemplo do aparador com tampo de vidro, do centro em pergaminho e das cadeiras douradas. Na sala de jantar, o designer também assina a mesa de madeira maciça, valorizada pelo lustre de Rafael Amato, da Iterpam. Mas tão especial quanto os objetos é o piso em granito, em tom rosado, trazido do Espírito Santo.

São pedras brancas dos Andes tingidas em vermelho que, ao serem iluminadas,

ganham esse efeito delicado“

” LOURIVAL COSTA

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“Fiquei muito surpreso no decorrer do projeto, quando a cliente aceitou o uso de uma cadeira estonteante ao lado de um móvel minimalista. Isso demonstra que ela também absorveu um pouco do meu estilo de trabalho, enquanto eu transmitia sua personalidade. Foi com essa troca que conseguimos um resultado muito equilibrado”, finaliza.

Lourival Costa

[email protected]

Fone: (81) 9996.5688

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A mistura contrastante entre o clássico e o moderno norteou todo o projeto.

Queríamos, também, que os ambientes tivessem um pouco mais de cor, por isso usamos mobiliário colorido para

quebrar a neutralidade

” ANDRÉA CALABRIA

Projetar com requinte Andréa Calabria apostou em materiais nobres e elegantes

por BETH OLIvEIRA

fotos MARCELO MARONA /

DIvULGAçãO

Sofisticação e contemporaneidade são elementos que comandam o projeto de um apartamento na Avenida Boa Viagem, Zona Sul do Recife. Com vista para o mar, a área de 309 m² foi planejada pela arquiteta Andréa Calabria para um jovem casal com três filhos. A ambientação teve como foco principal a integração de espaços como home theater, varanda e salas de estar e jantar. “A ideia foi unir esses ambientes para que a cliente pudesse receber os amigos confortavelmente. Por isso, fechamos a varanda e climatizamos toda a área social”, explica Andréa.

Materiais nobres e de grande durabilidade, como revestimentos em mármore, mar-moglass e mobiliário de design clássico, conferem mais requinte à decoração. Logo no hall de entrada, é possível encontrar a obra da artista plástica Marianne Peretti, em aço inox escovado, que mostra um dos espaços mais suntuosos do projeto. A parede, revestida de spacatto de mármore Botticino, o teto e a porta de entrada, em espelho cristal prata realçam ainda mais a elegância, além de criar efeito cênico.

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Na sala de estar, o branco predomina nas paredes, teto e cortinas. “O revestimento italiano Botticino aplicado no piso atribui ao projeto tons neutros e atemporais, assim como o uso da majestosa poltrona Mendini da Montenapoleone”, argumenta a arquiteta. A quebra da sobriedade ficou por conta de duas poltronas Metropolitan amarelas, da B&B Itália, e dos pufes com tecido colori-do, da Missoni. Destaque para a peça em laca preta no estar. “Esse móvel tem dupla funcionalidade. Ele serve como aparador para mesa de jantar e abriga todos os equipamentos e acessórios do home”, explica.

O projeto aposta, ainda, em inovação tecno-lógica para conferir mais praticidade. Por isso, o estar recebeu automatização, para cortinas, ar condicionado, som e iluminação, comandada pela La Lampe. O equipamento, além de ser gerenciado por Ipad (Kriese Inteligent House), permite criar várias cenas, regulando a intensidade da luz de acordo com a necessidade do morador.

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Na copa, mesa da Casapronta combinou bem com cadeiras ama-deiradas da Saccaro e luminária da Interpam em berinjela e dourado.

A mesa preta, que fica na sala de jantar, com espelho bronze da Itálica Casa, reflete a luxuosidade e a exu-berância da decoração, enquanto as cadeiras pretas de design clássico harmonizam com a contempo-raneidade do acrílico aplicado no encosto. A luminária de cristal da Scatto Lampadário e a escultura de Marianne Peretti ressaltam o requinte do ambiente.

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A cor de cada quarto foi escolhida segundo

a personalidade de cada filho

” ANDRÉA CALABRIA

Os quartos dos três filhos seguiram o mesmo perfil. Predomina o branco no mobiliário da Florense, nas bancadas de marmoglass da Inpermal e nos paineis da cama. O uso da cor fica por conta dos papéis de parede da Livre Decor e das colchas e almofadas da Maria Casa. São da Novo Projeto, camas, mesas de cabeceira e carrinhos laqueados, nos tons escolhidos especialmente para cada espaço.

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Já no quarto do casal, o painel de espelho por trás da cama tem a função de ampliar o lugar. “O espaço recebeu cabeceira em couro crôco offwhite, mesas laterais espelhadas e uma confortável poltona em couro marrom da Artefacto. Finalizam a decoração, manta de pele da Maria Casa e a confecção para cama da Bianco Quiaro”, enumera Andréa.

Logo em seguida, no banheiro do casal, mais sofisticação aliada à funcionalidade. “Foi aplicado, em todo o ambiente, o marmoglass branco. A penteadeira com tampo em vidro recebeu arandela de cristal da Scatto e cadeira Eros preta de Philippe Starck”, revela. Para arrematar, a iluminação da La Lampe apostou em leds coloridos sobre banheira Vallvé para criar um clima intimista, deixando o banho ainda mais relaxante.

Andréa Calabria

Fone: (81) 3421.3930

[email protected]

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As peças de arte adquiridas pelo cliente foram o start para o nosso

trabalho. Destaco o ótimo resultado obtido nas salas de jantar e estar

“ ” DIOGO VIANA

Arte é o focoO arquiteto Diogo Viana ressalta o acervo de um colecionador

por EDI SOUZA

fotos GREG

Diferentes obras de arte estão distribuídas pela ampla cobertura triplex de 800 m2. As áreas de convivência ostentam quadros de estilo clássico e contemporâneo, guiando a visão do morador que pretendia valorizar a sua coleção em novo projeto de interiores. Para atender essa necessidade, o arquiteto lançou mão de objetos e móveis neutros, a fim de que o colorido surgisse dos elementos fixados nas paredes.

Próxima à janela com vista para o mar, está a mesa redonda Spin by Guilherme Torres, feita com revesti-mento melamínico, acompanhada pelas cadeiras da Itálica Casa. Por cima, a flexibilidade de movimento da luminária Tolomeo. Ao lado, as esculturas de madeira criadas por Eudes Mota demonstram a fascinante convivência entre as diferentes expressões artísticas, em acervo ainda composto por João Câmara, Ciro Franco e Ernesto.

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“Revestimos o mobiliário existente com tons mais limpos, e adquirimos outros que complementam essa proposta da casa. Já o branco foi usado para dar harmonia”, explica Diogo. No térreo, estão a cozinha, a copa, o lavabo, os três quartos e as salas de jantar e estar. É neste último que o traço dos modernistas Anita Malfatti (foto ao lado) e Di Cavalcanti abrilhantam o espaço, realçados pela iluminação da La Lampe. “Colocamos os embutidos Wall Wash, que espalham toda a luz independente do tamanho da obra. Também incluímos um sistema de dimerização, que possibilita o surgimento de diferentes cenários”, enfatiza.

É assim por toda a extensão do apartamento, que revela um grande artista seguido do outro. As telas de figuras femininas, assinadas por Reynaldo Fonseca e agrupadas numa das paredes, enaltecem um charmoso canto com poltrona revestida em tecido da Maria Casa e mesinha de laca. O lugar está em frente à porta de entrada, que foi desenhada pelo arquiteto. “Na porta, além de revestirmos a madeira maciça com laca alto brilho amarelo, incluímos o puxador cravado e a maçaneta eletrônica. Ficou um espetáculo!”, comemora.

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A ambientação é formada por poucos móveis, favorecendo a circu-lação dos moradores. Os sofás da Forma, adquiridos há anos pelo cliente, ganharam novos tecidos, que trouxeram aspecto clean e sofisticado junto aos tapetes de Adroaldo. “Ainda utilizamos as cortinas da Habitare e os serviços da Marcenaria Interiores, de Virgínia Sampaio. Também distribuímos três mesas laterais de Jacqueline Terpins e um centro da Casapronta”, enumera.

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Mas a peça que chamou mesmo a atenção do arquiteto tem 2 m x 2 m e ocupa uma parede de destaque na sala de jantar. “Admiro toda obra de José Patrício, principalmente esta que considero a mais significativa. Ela traz fragmentos de um mape-amento de desenho do esqueleto humano. Eles aparecem em micro pedaços, em partes aleatórias”. Nesse espaço, o branco surge imponente na mesa Jet de cinco metros, de Guilherme Torres, nas 12 cadeiras Tribeca, de Baba Vaccaro, e nas de extremidade Dinning Chair, de Jasper Van Grootel. A dimensão do móvel confirma o gosto da família em receber. Por fim, o lustre no mesmo tom, adquirido no exterior, arremata a ambientação ao lado de obras de importantes nomes como Tereza da Costa Rêgo, José Carlos Viana, Vicente do Rêgo Monteiro e, mais uma vez, João Câmara.

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O pavimento superior é outra área propícia à reunião de amigos. Revela-se através de uma sinuosa escada em laca, mantendo a proposta de decoração limpa. De início, está o aparador idealizado pelo arquiteto para abrigar a coleção especial de elefantes orientais. “Na sequência, o home theater exibe o papel de parede da Habitare, aplicado sob compensado. Em seguida, estão as duas mesas redondas com tampo de vidro, de acervo pessoal do cliente, e cadeiras de Sérgio Bernardo, da Casapronta”, mostra. Segundo Diogo, o resultado final alcançou o objetivo de trazer novo décor, agregando muita arte em grandes vãos ao cotidiano dos moradores.

Diogo Viana

[email protected]

Fone: (81) 3325.3253

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PROjETO

É hora de brincar

Não há como fugir da bagunça que toda criança faz. O jeito é organizar um canto só para elas, a exemplo deste quarto de 9,74m2, onde um menino de dois anos e sua irmã de cinco não encontram limites para a diversão. Repleto de elementos lúdicos, o pequeno espaço faz um convite à brincadeira, com locais bem definidos para TV, DVD, videogame, brinquedos, minibiblioteca e bancada de desenho. “É dessa forma que o jovem casal de clientes consegue manter a ordem nos cômodos restantes do apartamento, sem interferir no processo criativo dos filhos”, define Silvana Gondim. O mobiliário em MDF, com acabamento laca alto brilho, foi desenhado pela arquiteta e executado pela F. Móveis, em tamanho sob medida. “O normal de uma bancada para adultos é de 75 cm, enquanto este tem 10 cm a menos para facilitar a utilização dos pequenos usuários. Ainda incluímos prateleiras e gavetas, onde todos os objetos ficam guardados”, completa.

A arquiteta Silvana Gondim projeta espaço para o lazer das criançaspor EDI SOUZA

fotos GREG

Silvana Gondim

[email protected]

Fone: (81) 3445.3744 | 3236.6281

Div

ulga

ção

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Os modulados foram revestidos em azul, vermelho e amarelo, por serem cores que, além de interagir com qualquer brinquedo, adequam-se a ambos os sexos. Para esconder a fiação dos eletrônicos e trazer o lado educativo, a arquiteta desenvolveu a casinha inspirada no cuco. “Instalei um relógio no topo, para auxiliar na aprendizagem das horas, enquanto os aparelhos ficam agrupados”, destaca.

Tão significativo quanto o mobiliário são os papeis de parede da Habitare. “Gosto muito do tema de passarinhos,

mas ambos, o papel e o mobiliário, permitem a limpeza de

pequenas sujeiras do dia a dia”, reforça. Já na iluminação,

foram utilizados plafons embutidos Luna, da Daluz, com uso

da luz difusa. “Tem chegado muito projeto desse tipo no meu

escritório, apontando a nova tendência de organização das

casas. Gostei muito desse trabalho, pois, enquanto atende a

necessidade do cliente em manter a residência limpa, oferece

às crianças um espaço totalmente funcional e estimulante”,

resume Silvana.

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por PATRÍCIA CALIFE

fotos MARCO PIMENTEL

DELíCiAS

A culinária de Rivandro França, chef e pro-prietário do Cozinhando Escondidinho (Recife/PE), é cheia de personalidade e influências regionais. Apesar da forte vocação para cozinha sertaneja, seus pratos, para lá de contemporâneos, são um verdadeiro convite à contemplação. O uso despretensioso — ao mesmo tempo milimétrico e cheio de capricho — de cores, formas e proporções resulta em composições harmônicas e contrastantes, que traduzem tão bem e quase poeticamente sua história de vida. Em seus pratos, mais que deliciosas receitas, está o uso de elementos do cotidiano nor-destino, como quengas de coco, cumbucas e colheres de pau, ressaltando os ingredientes tão familiares ao paladar pernambucano.

Quando desafiado pela Revista SIM! para elaborar uma amostra do que é servido na sua casa, o simpático chef apresenta criações de tirar o fôlego. A sobremesa Triângulo Amoroso é geométrica, como o próprio nome sugere. Sua apresentação se dá numa sobreposição de formas circulares, arrema-

O chef Rivandro França propõe incursão pelo seu universo de formas e sabores

Sertão conceitual

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DELíCiAS

COziNhANDO ESCONDiDiNhO

Rivandro França

(81) 8618.6781

Gosto de observar, das minhas janelas,

os prédios e o morro de Casa Amarela. Transmito esse contraste para meus pratos, seja em cores, nas construções ou no uso do

doce com o salgado

” RIVANDRO

tada por elemento arquitetônico. O prato redondo é preenchido com chocolate meio amargo quente sob um semicírculo de bolo de rolo, de onde surge um túnel de sorvete de creme.

Outro exemplo é a Cambuca Virada, que sugere uma construção da qual se derrama o leito do rio e de onde surge, contemplativo, um pássaro que observa a paisagem. O tom predominantemente pastel é quebrado pelo verde da cebolinha e o vermelho da pimenta.

O Sururu ao Coco é coberto por uma quenga rodeada de farinha de dendê e acompanha macaxeira com textura de queijo. A simetria do prato é explicada pelo chef. “Me inspirei no ‘buraco’ de tanajura, lá da minha infância, onde a quenga dá o formato do formigueiro e a pimenta é o bumbum da formiga, iguaria apreciada no Sertão. A macaxeira forma as torres gêmeas do Capibaribe. O prato transmite o contraste dos dois cenários, capital e interior”, finaliza Rivandro.

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La LunaSaiba mais sobre a maior escola de gastrô do N/NE com foco em culinária, enologia e técnicas de preparo.

VateLConfira a cobertura completa do Banquete Vatel, o maior espetáculo da gastronomia brasileira.

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E no Gastrô...

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Mercado São JoSéO arquiteto André Dantas indica objetos de décor para comprar nos espaços públicos. Na seleção especial estão rendas, mobiliário, obras de arte, utilitários e até peças de vestuário, todos escolhidos em um passeio com a equipe da Revista SIM!

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noVa LoJa conceitoConheça o projeto da If Planejados Recife, assinado pelo arquiteto Romero Duarte, e seus produtos. A loja traz como diferencial a unificação dos serviços, desde a criação de móveis até o fornecimento de objetos de decoração.

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Studio PreMiuMNovo espaço, no Bairro de Boa Viagem/PE, mescla arquitetura e gastronomia em um único endereço. A ideia surgiu de viagens pelas principais capitais do mundo, adequando o conceito ao mercado brasileiro e pernambucano. Saiba mais no site.

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