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Revista Sindilat 08

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Edição nº 08 da Revista do Sindicato das Indústrias de Laticínios do Estado do Rio Grande do Sul

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Incrível, o ano recém come-

çou e já estamos em maio, e come-

çou com grandes expectativas de

resultados. Já dissemos em outras

oportunidades que seria um ano

que exigiria cautela na sua avalia-

ção. Hoje temos certeza de que a

cautela era válida e se transformou

em preocupação. As indústrias, por

conta de uma concorrência de entrantes no Estado, buscaram

manter suas posições na captação de matéria-prima. Assim,

praticaram preços acima do recomendado pelo Conseleite, e

bem superiores aos preços internacionais dos vizinhos Uruguai

e Argentina – US$ 0,45 contra US$ 0,25. A entrada da entres-

safra normalmente suportaria essa agressividade, pois captura

preços maiores no varejo. Acontece que esses preços de vare-

jo não suportaram os preços da matéria-prima e as indústrias

veem dificuldades em apresentar resultados expressivos no

melhor período do ano.

Boas notícias são agradáveis de dar, mas as más notícias,

quando preventivas, são necessárias. Os produtores devem es-

tar preparados para redução dos preços e adequação ao mer-

cado. Não podemos ser irresponsáveis e permitir euforias que

mais adiante serão cobradas e rotuladas de falsos estímulos.

A indústria e o produtor se reúnem mensalmente e ana-

lisam os valores praticados no mercado, e indicam os preços

de referência da matéria-prima. Esses valores de referência in-

dicam a tendência do mercado, mas, mais que isso, o ponto de

equilíbrio desta relação produtor x indústria. Um desequilíbrio

estendido por muito tempo não se sustenta, e prova disso é

que a indústria vem oferecendo resultados negativos desde o

segundo semestre de 2009.

O Rio Grande do Sul tem tudo para continuar crescendo

na atividade e se firmar como a segunda força do país. Entre-

tanto, há necessidade de equalizar os segmentos produção,

indústria e varejo e todos com eficiência ganharem na escala.

Toda distorção (refletida nesses elos) põe em risco o equilíbrio

da cadeia, que não sobrevive sem respeito aos limites dos seus

componentes. A cautela se transforma em alerta!

Carlos Marcílio Arjonas Feijó

Presidente do Sindilat RS

editorial

03

expodireto

eleições

notícias

destaque 30

22

10

06

sumário

matéria de capa 08

responsabilidade social

economia

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14

O Brasil é um país respeitado e cobiçado mundialmente, afirma Mantega

geral 16

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expodireto

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A 11ª Expodireto Cotrijal, realizada de

15 a 19 de março, em Não-Me-Toque, superou

expectativa de público e de negócios. Paralelo

à Expodireto aconteceu o VI Fórum Estadual do

Leite, que reuniu a cadeia láctea de laticínios no

dia 17 de março, e teve a presença do secretá-

rio executivo do Sindilat RS, Darlan Palharini. O

gerente de Suprimento de Leite da CCGL Lati-

cínios, Jair da Silva Mello, que foi um dos coor-

denadores do VI Fórum Estadual do Leite, des-

tacou que os temas centrais do evento foram a

produção, a qualidade e o mercado, que além

de serem temas de interesse a produtores e téc-

nicos, devem juntos ser ações prioritárias a ser

Fórum Estadual do Leite

reúne a cadeia láctea em Não-Me-Toque

implantadas nas propriedades rurais. O evento

teve a promoção da Cotrijal e CCGL Lac (Coope-

rativa Central Gaúcha Ltda.).

Com o tema “Qualidade do leite: diferen-

cial para o mercado e para a remuneração do

produtor”, a palestra ministrada por Carlos Bon-

dan, médico veterinário e coordenador do Sarle

da Universidade Federal de Passo Fundo (UPF),

tratou sobre a melhoria da qualidade do leite,

que vai da propriedade até a indústria, visando

não só atender às exigências do consumidor,

como do mercado e da legislação. Abordou

ainda a situação atual da qualidade do leite e as

principais ações que devem ser tomadas pelos

“O consumidor hoje quer mais

segurança no que está

consumindo, por isso

a importância de as empresas investirem nos

seus produtos.”

Público lota o evento

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expodireto

produtores, como higiene de ordenha, resfria-

mento do leite, controle de mastite e escala de

produção.

A produção de leite no Brasil, a evolu-

ção dos preços e as tendências para o mercado

internacional foram assuntos que nortearam a

palestra “Situação atual e perspectivas do mer-

cado de lácteos”, com Gustavo Beduschi, enge-

nheiro agrônomo da Confederação Brasileira

de Cooperativas de Laticínios (CBCL). Beduschi

comentou que a produção de leite no Brasil e

no Rio Grande do Sul vem crescendo a taxas

superiores à demanda internacional, então a

necessidade de profissionalização de produtos

e indústrias, visando atender o mercado. Segun-

do ele, o mercado internacional está com ten-

dências de retomada dos preços, o que começa

a ser favorável ao Brasil para exportação, porém

a taxa de câmbio é um dos grandes entraves

atualmente.

Quais são as lições básicas que devem

ser feitas pelo produtor visando melhorar os

processos de produção de leite, com aumento

de produtividade e renda à família? Essas per-

guntas foram respondidas na palestra “Fatores

de impacto na rentabilidade da produção de

leite: onde concentrar os esforços”, que teve

como palestrante Wagner Beskow, engenheiro

agrônomo Ph.D. e pesquisador da CCGL Tec-

nologia. O palestrante alertou que ajustar um

sistema de produção econômica com aumento

da escala, buscando a rentabilidade da proprie-

dade e do uso de pastagens, é uma das formas

mais econômicas de produzir leite.

A 11ª Expodireto Cotrijal teve a presen-

ça da governadora do Estado, Yeda Crusius, e

demais autoridades. O presidente do evento,

Nei César Mânica, diz “que aqui nós reunimos

uma gama grande de forças políticas, que, com

sua presença, representam muito para a Feira,

e para a região, pois os visitantes podem estar

mais próximos de seus representantes e eles po-

dem ouvir mais facilmente aqueles que tomam

decisões importantes no Estado”. Segundo ele,

a Expodireto, além de tecnologia, inovações e

negócios, se tornou um ambiente de debate

político e reivindicações em todos os segmen-

tos e com anúncios importantes para a região.

07

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08

matéria de capa

O Brasilé um país respeitado e cobiçado mundialmente, afirma Mantega

O ministro da Fazenda, Guido Mantega,

participou no dia 08 de abril, de encontro com

empresários gaúchos na Federação das Indús-

trias do Rio Grande do Sul (FIERGS), que reuniu

205 participantes. Ele foi recebido em Reunião

Almoço pelo presidente da FIERGS, Paulo Tigre

e representantes de mais de 30 diferentes seg-

mentos da indústria do Estado. O ministro abor-

dou o tema a “Economia Brasileira em 2010”,

onde destacou que a nova política econômica e

social priorizará o crescimento, a geração de em-

pregos, a inclusão social e distribuição de ren-

da, a dinamização do investimento, e o Estado

como fomentador do crescimento.

Segundo Mantega, o Brasil tornou-se um

país respeitado e cobiçado mundialmente. “Pas-

samos de devedor, subordinado aos ditames do

FMI ou da banca internacional, para credor pro-

tagonista. Cai o mito de que o Brasil é um país de

segunda classe.”

Ao recepcionar o ministro da Fazenda no

encontro com os setores, o presidente da FIERGS

destacou a “Nova Economia” do Estado. “O Rio

Grande do Sul vive um momento de desafios.

Diferentes atividades aqui se instalam como a

indústria naval, as florestas industriais, o polo de

laticínios, o etanol e biocombustíveis, as fábricas

de chips e muitos outros segmentos”, disse. O in-

dustrial agradeceu a disposição do ministro em

dialogar com os empresários gaúchos, e enfati-

zou que os participantes do encontro formam o

retrato da economia estadual, tanto pela diversi-

Guido Mantega ministra palestra na FIERGS

Mig

uel Â

ngel

o

Page 9: Revista Sindilat 08

09

matéria de capa

dade dos segmentos, quanto pela abrangência

de todas as regiões geográficas.

Paulo Tigre lembrou, porém, que perma-

necem para este ano pontos de alerta e atenção

na pauta empresarial: o câmbio; os juros; a carga

tributária e o ressarcimento dos créditos aos ex-

portadores; a concorrência de artigos similares

importados, especialmente da China; e a buro-

cracia da máquina estatal, que compromete os

investimentos privados e públicos considerados

necessários.

Durante o evento, o secretário executi-

vo do Sindilat RS, Darlan Palharini, entregou ao

ministro da Fazenda, Guido Mantega, um docu-

mento com as principais reivindicações do setor

que são:

• O pagamento imediato dos créditos

tributários de PIS/COFINS que as empresas têm

direito a receber, evitando assim que as empre-

sas tenham que buscar recursos em bancos para

suprir suas necessidades financeiras;

• Exclusão dos créditos de Pis/Cofins da

base de cálculo do IRPJ e CSLL, em razão do

tratamento tributário do Pis/Cofins como sub-

venção/incentivo e não receita operacional da

empresa.

• A retomada da Reforma Tributária é ne-

cessária já que o estado do Rio Grande do Sul é

hoje, o segundo maior produtor de leite do país,

produzindo 3,4 bilhões de litros por ano, porém

desta produção, apenas 1,5 bilhão são consumi-

dos no RS o restante 1,9 bilhão é comercializa-

do em outras unidades da federação como São

Paulo, Paraná e Rio de Janeiro que sobretaxam

nosso produto e reduzem os impostos do leite

produzidos em seus estados, o que nos faz per-

der competitividade;

• A criação de um grupo técnico para dis-

cussão conjunta no que se refere a caracteriza-

ção da atividade agroindustrial e rural.

“Cai o mito de que o Brasil é um país desegundaclasse.”

Page 10: Revista Sindilat 08

A candidata à Presidência da República,

Dilma Rousseff, participou no dia 15 de abril de

Reunião Almoço com 130 industriais gaúchos de

27 segmentos, na sede da Federação das Indús-

trias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS).

Durante duas horas, falou sobre os planos de

governo e abordou temas de interesse do setor,

como políticas industriais, educação e reforma

tributária.

A ex-ministra-chefe da Casa Civil escutou

do presidente da FIERGS, Paulo Tigre, a sugestão

de que as propostas da iniciativa privada estejam

contempladas nas plataformas eleitorais. “Cito,

por exemplo, a Reforma Tributária e outros fato-

res de competitividade do país, que precisam ser

enfrentados: educação, câmbio, juros, desonera-

ção de investimentos e modernização da legisla-

ção trabalhista”, declarou Tigre.

Em seu discurso, Dilma defendeu a tríade

do desenvolvimento, reunindo as políticas in-

dustrial, de educação e de inovação. “Não se faz

política industrial nos gabinetes em Brasília, se faz

conhecendo a realidade dos setores, como já fi-

zemos com vários segmentos aqui no Rio Grande

do Sul. Em relação à educação, é preciso investir

cada vez mais na qualificação. E é a educação que

vai gerar a inovação de que precisamos”, obser-

vou ela.

Questionado pela imprensa sobre a re-

cepção dos candidatos à Presidência da Repúbli-

ca na FIERGS, Paulo Tigre destacou que as portas

estarão abertas, pois se trata de uma entidade

apartidária. Portanto, “todos os candidatos terão

espaço para propor suas ideias e também ouvir

as demandas da indústria”. Estiveram na reunião

com a ex-ministra-chefe da Casa Civil empresá-

rios do segmento de Laticínios, representado

pelo presidente do Sindilat RS, Carlos Feijó; o di-

retor secretário, Alexandre Guerra e o secretário

executivo, Darlan Plharini. Além de representan-

tes dos setores de Alimentos, Fertilizantes, Auto-

peças, Veículos, Construção Pesada e Civil, Joias,

Tabaco, Olaria, Têxtil, Vestuário, Couro e Calçados,

Química, Petroquímica, Plásticos, Celulose, Papel,

Artefatos de Borracha, Gráficas, Móveis, Vinho,

Madeira, Metal-Mecânica, Material de Transporte,

Eletrônica e Farmacêutico, Madeira e Marcenaria.

eleições

Dilma defende indústria, educação e inovação

“Todos os candidatos

terão espaço para propor

suas ideias e também ouvir as demandas

da indústria.”

10

Dilma Rousseff

Page 11: Revista Sindilat 08

eleições

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Page 12: Revista Sindilat 08

Empresas que já realizaram as doações: Cosulati, Latvida, Piá, Santa Clara, Bom Gosto, CCGL e Languirú

responsabilidade social

12

Uma iniciativa fez a diferença para as

crianças e adolescentes com necessidades

especiais, atendidas pela Kinder – Centro de

Integração da Criança Especial, em Porto Ale-

gre. E isso aconteceu quando a universitária

Fabiana Durgante e as demais colegas, Ariane

Correa e Luísa Dutra, procuraram o Sindilat RS

e fizeram uma parceria que deu certo. Fabiana

conta que conhecia o trabalho do Sindicato

e a possibilidade da entidade ajudar na ação.

Kinder recebe doações de leite

“Além do trabalho do Sindilat, buscando sem-

pre atender a interesses da categoria, essa

consciência social demonstra uma nova co-

notação de linha de trabalho. Quando procu-

rei para nos ajudar na doação, fui muito bem

atendida pelo Sindicato”, conta a universitária.

Fabiana e as demais colegas são estu-

dantes do curso tecnólogo de Secretariado

Executivo da Fatec (Faculdade de Tecnologia),

e a iniciativa fez parte do currículo das disci-

“Além dotrabalho do

Sindilat,buscando

sempre atender aos interesses da categoria,

essa consciênciasocial

demonstra uma nova

conotação de linha de

trabalho.”

A entidade atende bebês, crianças e adolescentes especiais

Page 13: Revista Sindilat 08

15

plinas de Programa Integrado de Secretaria-

do e Sistemas de Qualidade, que orientou as

alunas a realizar um trabalho de voluntariado,

que teve como entidade escolhida por elas

a Kinder, por conhecerem o trabalho social-

mente responsável que realiza.

A auxiliar administrativo de Desenvol-

vimento Institucional da Kinder, Jaqueline

Debastiane, elogia a iniciativa de pessoas vo-

luntárias, como a das estudantes, que pensa-

ram numa instituição e colocaram em prática

a ação. “Como atendemos alunos carentes

que precisam de ajuda, o leite é um produ-

to essencial para estas crianças.” Jaqueline

conta que as universitárias conheceram pes-

soalmente a Kinder, “se sensibilizaram com a

nossa causa e procuraram o Sindilat para nos

ajudar”.

A Kinder – Centro de Integração da

Criança Especial atende 317 pessoas entre

bebês, crianças e adolescentes com defici-

ências múltiplas, sem condições financeiras.

Para ajudar a entidade filantrópica, a Kinder

disponibilizou no seu endereço eletrônico

(www.kindernet.org.br) as formas de como

contribuir. Devido ao espaço físico da Kinder,

as doações de leite estão sendo feitas par-

cialmente. Participaram das doações até o

momento as empresas: Cosulati, Latvida, Piá,

Santa Clara, Bom Gosto, CCGL e Languirú.

responsabilidade social

Page 14: Revista Sindilat 08

economia

14

A questão tributária do leite

O Sindilat RS, representado pelo seu

presidente Carlos Feijó, seu diretor secretá-

rio, Alexandre Guerra; representante da CCGL,

Egídio Maffei e o secretário executivo, Darlan

Palharini, estiveram novamente reunidos na

Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz) dia 26

de abril, com o secretário da Fazenda, Ricardo

Englert; com o secretário adjunto, Leonardo

Gafrée; e com o diretor da Receita, Júlio César

Grazziotin, para discutir os temas competitivi-

dade e guerra fiscal.

O presidente Carlos Feijó reiterou que

os benefícios fiscais oferecidos pelos estados

de Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais, Rio

de Janeiro, Rondônia e principalmente Goi-

ás e São Paulo têm prejudicado “em muito a

cadeia láctea do Rio Grande do Sul, uma vez

que a venda de produtos lácteos para esses

Estados representa hoje 60% da produção”.

Em razão do Rio Grande do Sul ser um grande

exportador, com a produção em crescimento,

tanto no campo como no parque industrial, a

solicitação é de que o governo do Estado, “en-

quanto a Reforma Tributária não sai do papel,

consiga dar condições às indústrias de laticí-

nios do Rio Grande do Sul para competir com

os demais Estados da Federação”.

Pleito que até agora o governo do Es-

tado do Rio Grande do Sul tem administra-

do, mas a grande preocupação do Sindilat

RS é que essa dificuldade tem se intensifica-

do. Citando como exemplo, o leite UHT que

é produzido no Rio Grande do Sul e que tem

a necessidade de vender para outros estados

mais de 57% da produção, e o Estado de são

Paulo é o principal destino de 64% dessa ven-

da. E neste Estado, o leite vindo do Rio Gran-

de do Sul para acessar o mercado consumidor

é tributado em 18% e o leite UHT produzido

no Estado de São Paulo é isento, vale lembrar

que a produção de matéria prima em são Pau-

lo, não atende mais do que 30% do consumo

paulista.

A situação com o Estado de São Pau-

lo já esteve pior, foi quando da assinatura do

“O Rio Grande do Sul é um grande

exportador, com a produção em

crescimento, tanto no campo como no

parque industrial [...]”

Page 15: Revista Sindilat 08

economia

15

protocolo entre os estados do RS e SP,

para o recolhimento do ICMS antecipado

(substituição tributária) o que inviabilizou

a venda do produto leite UHT em outubro

de 2009, pois além do ICMS normal, tinha

o recolhimento antecipado, o que através

de encontros com a Secretaria Estadual

da Fazenda do RS, o Estado procurou a

Secretaria da Fazenda de São Paulo, para

retirar o leite da substituição tributária.

Além das dificuldades com o prin-

cipal mercado, o estado do Paraná, tam-

bém institui o recolhimento da substi-

tuição para o leite que vem dos outros

estados, com o diferencial de que o leite

produzido no Paraná é isento, e as indús-

trias paranaenses podem se creditar de

4% sobre a compra de matéria-prima,

sem necessidades de estorno, se a venda

do produto final for isento.

Política fiscal essa seguida pelos

estados de Santa Catarina, Minas Gerais,

Goiás, Rondônia e Rio de Janeiro, e que

a maioria dos estados brasileiros adotou

a política agressiva em relação a serem

fortes produtores de leite, pela principal

razão:

1º) Inserção de Produtores que es-

tão inviabilizados financeiramente;

2º) Custo social da população rural

é menor que da população urbana;

3º) O leite é um produto de dis-

tribuição de renda; o valor é pago men-

salmente, diferente de outras atividades

primárias.

Diante dessas situações é que o

Sindilat RS encaminhou ao governo do

Estado a concessão de crédito presumido

de no mínimo 5% na compra da matéria-

prima.

Page 16: Revista Sindilat 08

geral

16

Três de Maio foi o primeiro município

do Rio Grande do Sul a aderir ao Projeto Balde

Cheio - do Programa Produtividade e Quali-

dade do Setor Lácteo 2020, que promove a

transferência de tecnologia ao produtor de

leite, buscando desenvolver a pecuária leitei-

ra a pasto. O lançamento ocorreu durante o

Seminário “A Mulher Faz a Diferença no Setor

Lácteo”, no município, com o objetivo de valo-

rizar a produtora rural que trabalha na ativida-

de leiteira. O Sindilat RS esteve representado

nesse evento pelo seu secretário executivo,

Darlan Palharini. O lançamento realizado no

dia 13 de março integrou a programação da

13ª Semana da Mulher, que reuniu mais de 1,2

mil mulheres.

O Balde Cheio foi desenvolvido pela

Projeto Balde Cheio

Embrapa Pecuária Sudeste a partir de 1998,

e se caracteriza pelas inovações nos métodos

de transferência de tecnologia, fazendo com

que os resultados cheguem ao produtor rural.

No município de Três de Maio, o Projeto Bal-

de Cheio realizado pela Emater, Cooperideal

(Cooperativa para a Inovação e Desenvolvi-

mento da Atividade Leiteira) e Funcap (Agên-

cia de Capacitação e Desenvolvimento de

Três de Maio), com o patrocínio da Prefeitura

Municipal, é desenvolvido em dez pequenas

propriedades rurais de produção leiteira, que

recebem as informações tecnológicas desen-

volvidas pela Embrapa (Empresa Brasileira de

Pesquisa Agropecuária) e implantam em suas

propriedades, consideradas modelos. O pro-

jeto implantado em janeiro de 2010 será con-

é lançado em Três de Maio

A governadora Yeda Crusius no lançamento do Projeto Balde Cheio

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geral

17

cluído em 2012.

Um dos coordenadores da ação, o di-

retor da Funcap, Nírio Simeão Metzka, infor-

ma que para ser implantado o Balde Cheio,

foram visitadas e apresentadas as ideias do

programa para mais de 30 pequenas proprie-

dades rurais, juntamente com as indústrias

captadoras de leite), onde estes produtores

comercializam a sua produção leiteira. “Com a

qualificação da propriedade rural aumenta-se

a produção de leite”, frisa o coordenador.

Segundo o secretário executivo do

Sindilat RS, Darlan Palharini, as indústrias do

Rio Grande do Sul já fazem esse trabalho há

anos no fomento da produção leiteira e o Pro-

jeto Balde Cheio também atua nessa mesma

linha. “Para o alinhamento das finalidades de-

verá acontecer no decorrer dos próximos dias,

reuniões entre a FUNCAP e o Sindilat RS para

posteriormente levar essa proposta às empre-

sas associadas ao Sindicato”, conclui.

De acordo com informações divulga-

das pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agro-

pecuária (Embrapa), o trabalho desenvolvido

pelo Balde Cheio demonstrou a viabilidade -

técnica e econômica - da pequena proprieda-

de, ou propriedade familiar, para a produção

de leite. Alguns de seus resultados são a ob-

tenção de lucro em propriedades antes defi-

citárias, o aumento da renda do pequeno pro-

dutor, a redução do êxodo rural e o aumento

da produção de leite, por hectare/ano, de até

12 a 15 vezes (ou seja, de 1.100% a 1.400%).

A tecnificação e o bom gerenciamen-

to permitem que esses produtores familiares

multipliquem sua renda. Cerca de 90% dos

produtores vinculados ao projeto conseguia

produção diária inferior a 80 litros no início

dos trabalhos. Após a sua incorporação ao

projeto, passaram a obter de 300 litros a mil

litros dia. Mas o indicador mais importante na

atividade, que é a produção de leite por hec-

tare ano, foi elevado de 12 a 15 vezes.

Metzka destaca que o projeto é dividi-

do em três grandes vertentes: a primeira fase

é a produção e produtividade – por meio da

implantação do processos de recuperação do

solo, piqueteamento, manejo das vacas, tabe-

las de controle de produtividade litros/vaca/

dia, controle de temperatura, chuvas, entre

outras. O produtor recebe assistência dos téc-

nicos da Prefeitura, Funcap, da Cooperideal e

da Emater, num período de dois anos, que é o

tempo necessário para início da fase demons-

trativa aos demais produtores do município;

a segunda fase é a valorização da trabalhado-

ra rural na atividade leiteira, sendo a mulher

uma das principais envolvidas no processo de

produção de leite; e a terceira fase é a promo-

ção da Exposição da Terneira e da Economia

Familiar (Expo Terneira), que acontecerá de 3

a 6 de junho, em Três de Maio. “O grande ob-

jetivo é mostrar a importância da criação de

terneiras, que serão as futuras vacas com alto

potencial de produção”, diz.

O Balde Cheio tem como metodologia

de trabalho, segundo definição da Embrapa,

consiste que uma propriedade por município

é selecionada pelo extensionista interessado,

devendo ter preferencialmente o seguinte

perfil: ser de pequeno porte (a partir de 0,5

ha), que tenha na atividade leiteira sua prin-

cipal fonte de renda, para que sirva como

exemplo a outros produtores na mesma situ-

ação, e que seja de cunho familiar, para que

não haja interferência no aprendizado das

pessoas envolvidas.

A governadora do Estado Yeda Crusius

participou do lançamento do Projeto Balde

Cheio em Três de Maio.

“Com aqualificação da propriedaderuralaumenta-se a produção deleite.”

Page 18: Revista Sindilat 08

geral

Nestlé inaugura

18

Um empreendimento de mais de R$

100 milhões, que resultará em 750 empre-

gos diretos e indiretos para o Norte gaú-

cho, foi inaugurado em março, na cidade

de Carazinho. É a nova fábrica da Nestlé,

que movimentará a economia local com

a captação de leite, principalmente no

Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. A

inauguração contou com a presença da

governadora, Yeda Crusius, que destacou

que a instalação da unidade demonstra a

vocação do Estado e a preocupação com

o agronegócio, a qualidade e a geração de

empregos. “Com mais este lançamento, o

Rio Grande do Sul se recoloca nos trilhos

do desenvolvimento sustentável”, afirmou.

A capacidade de processamento de leite

da nova planta é de 1,5 milhão de litros

por dia, que processarão também creme

de leite e leite líquido premium, com dife-

rencial nutricional, além de achocolatados

nos próximos meses.

O presidente da Nestlé Brasil, Ivan

Zurita, disse que a prioridade da Nestlé

mundial é investir no país. “Estamos foca-

dos no Rio Grande do Sul, principalmente

nova unidade em Carazinho

“Com mais este lançamento, o

Rio Grande do Sul se recoloca

nos trilhos do desenvolvimento

sustentável.”

A governadora Yeda Crusius na inauguração da nova fábrica

Page 19: Revista Sindilat 08

geral

19

nos municípios de Carazinho, Passo Fundo

e Palmeira das Missões,” sinalizou Zurita,

ao lembrar que a turbulência financeira de

2008 foi enfrentada e agora a vocação é

para o crescimento.

A fábrica de Carazinho permitirá que

a empresa cresça no segmento de leite Pre-

mium, afirmou o dirigente. “Ingressamos

neste mercado em 2009, em São Paulo, e

as vendas superaram as expectativas. Os

produtos de altíssima qualidade e a plena

aceitação do consumidor nos permitiram

avançar rapidamente para o Sul, Distrito

Federal, Minas Gerais e Rio de Janeiro.”

Ao arrendar a unidade da Parmalat

em Carazinho por 35 anos, a Nestlé aumen-

ta em 160% a capacidade instalada no Rio

Grande do Sul, juntamente com a fábrica

de Palmeira das Missões, no Noroeste do

Estado, inaugurada em 2008. A unidade de

36,5 mil metros quadrados passou por am-

pla readequação da estrutura, dentro dos

padrões da multinacional suíça.

O prefeito municipal de Carazinho,

Aylton Magalhães, destacou a importância

da nova unidade para a geração de mais

emprego e renda à comunidade. “Estamos

felizes com a Nestlé. Mas queremos am-

pliar essa presença em solo gaúcho, por

isso estamos prontos para oferecer área,

do tamanho que a Nestlé precisar, água

potável, energia da nossa Eletrocar e a in-

fraestrutura necessária para que a empre-

sa instale aqui o seu Centro de Distribui-

ção de toda linha de produtos para o sul do

Brasil. Nosso sonho será do tamanho que a

Nestlé precisar”, disse o prefeito.

A solenidade em Carazinho também

contou com as presenças do secretário

executivo do Sindilat RS, Darlan Palharini;

dos secretários da Ciência e Tecnologia, Ar-

tur Lorentz; da Administração e dos Recur-

sos Humanos, Elói Guimarães; do Desen-

volvimento e dos Assuntos Internacionais

(SEDAI), Márcio Biolchi; do chefe da Casa

Militar, coronel Marco Antônio Oliveira

Quevedo; do representante da Assembleia

Legislativa e deputado estadual Jerônimo

Goergen; e do presidente do Legislativo,

Gilnei Jarré.

Curiosidade sobre a Nestlé

Henri Nestlé, em 1866, na Suíça, lan-

çou a Farinha Láctea. Químico alemão, resi-

dente na Suíça, Henri tinha a preocupação

de combater a mortalidade infantil através

de um produto nutritivo. O alimento reunia

leite, açúcar e farinha de trigo, e misturado

em água quente era um alimento saboroso

e nutritivo para as crianças.

Page 20: Revista Sindilat 08

20

geral

ANVISA

Com o objetivo de aproximar o seg-

mento de laticínios com a Agência Nacional

de Vigilância Sanitária (Anvisa) para debater

e esclarecer assuntos pertinentes ao setor

lácteo, como a rotulagem, o consumo e a

comercialização do queijo, o presidente do

Sindilat RS, Carlos Feijó; o vice-presidente,

José Mário Hansen; e o secretário executivo,

Darlan Palharini, participaram no dia 05 de

abril, do Almoço Empresarial da Lide Sul, en-

tidade especializada em relações institucio-

nais no sul do país. O evento, no Porto Alegre

Country Club, reuniu lideranças políticas e

empresariais e teve como palestrante o pre-

sidente da Anvisa, Dirceu Raposo de Mello,

que colocou a ANVISA a disposição do Sin-

dilat RS através da sua diretora da Agência

gaúcha, Maria Cecília Brito.

Com o tema “A Saúde e os Perigos da

Informalidade”, Mello apresentou o Plano

Nacional de Combate à Falsificação e expli-

cou as ações previstas, atribuições e áreas de

atuação da agência. O dirigente destacou os

riscos do mercado informal e a posição da

Anvisa em regular essas questões, como por

exemplo, o contrabando de medicamentos,

cigarros e leite. Mello também afirmou que,

mesmo estando vinculada ao Ministério da

Saúde, a Anvisa não está subordinada finan-

ceira e administrativamente ao órgão do go-

traz posicionamento ao Rio Grande do Sul

“A entidadepropôs este

tema porqueenxerga a

informalidade um risco aos

negócios e ao desenvolvimento

do Brasil.”

Prefeito José Fortunati e demais participantes

Cris

tine

Roch

ol/P

MPA

Page 21: Revista Sindilat 08

geral

verno federal.

O presidente explicou ainda sobre o

trabalho de atuação da Anvisa e das agên-

cias reguladoras que têm o poder de atuar,

fiscalizar e legislar sobre determinados bens

e serviços. O diretor-geral do Lide Sul, Gusta-

vo Ene, adianta que a entidade “continuará

trazendo palestras com temas polêmicos e

provocativos num processo de construção

de um ambiente melhor”.

A Lide Sul formada por grupo de Lí-

deres Empresariais, conta com 49 empresas

associadas e mais de 120 participantes asso-

ciados que são os presidentes e vice-presi-

dentes das empresas. O Almoço Empresarial

teve a presença do prefeito de Porto Alegre

José Fortunati, de dirigentes de sindicatos e

federações empresariais, jornalistas, colunis-

tas e autoridades políticas do governo esta-

dual e municipal.

Palestra com presidente da Anvisa, Dirceu Raposo de Mello

Page 22: Revista Sindilat 08

notícias

22

Valor de Referênciado leite para abril e valor

projetado para maio

As indústrias e os produtores de lei-

te, reunidos no Conseleite RS, anunciaram

o valor de R$ 0,6548 para o mês de abril,

como indexador para os negócios do leite.

O valor foi obtido, após estudos feitos pela

UPF - Universidade de Passo Fundo, tendo

como referência o leite padrão (Base Instru-

ção Normativa 51 do Ministério da Agricul-

tura). Este valor foi homologado no dia 17

de maio em Porto Alegre, pelo Conselho

Estadual do Leite – CONSELEITE – que é um

órgão paritário formado pelas indústrias

através do Sindicato das Indústrias de Lati-

cínios do Rio Grande do Sul - SINDILAT RS,

e pelos produtores de leite, representados

pela Farsul, Fetag, Gadolando, Associação

dos Criadores de Jersey e Fecoagro. O Con-

seleite divulgou ainda a tendência do valor

de referência para o mês de maio, que é de

R$ 0,6604.

Page 23: Revista Sindilat 08

notícias

23

No dia 23 de abril, o ex-presidente do

Conseleite, Carlos Feijó, passou o cargo para

o atual presidente, Elton Roberto Weber, em

Assumea nova diretoria do Conseleite

uma reunião realizada durante a FestLeite, em

Anta Gorda. Feijó passa a assumir o cargo de

vice-presidente da entidade. Confira abaixo a

nova composição:

Presidente: Elton Roberto Weber

Vice-presidente: Carlos Marcílio Arjonas Feijó

Secretário: Jorge Luiz Machado Rodrigues

Vice-secretário: Pasqual Bertoldi

Tesoureiro: Alexandre Guerra

Vice-tesoureiro: Rui Polidoro PintoNova diretoria do Conseleite

Page 24: Revista Sindilat 08

24

notícias

Sessenta empresários de 19 segmentos

da indústria gaúcha estiveram no dia 17 de

março, na Câmara dos Deputados, em Brasí-

lia, para mostrar aos parlamentares os prejuí-

zos que a eventual aprovação da Proposta de

Emenda à Constituição (PEC 231/95) trará às

empresas brasileiras. A PEC reduz a jornada de

trabalho de 44 horas para 40 horas semanais e

aumenta o adicional na hora extra de 50% para

75% do valor da hora trabalhada.

“Mesmo que o Brasil tenha conseguido,

em 2009, passar melhor as dificuldades da crise

internacional do que muitos outros países, no

momento em que diminuirmos a jornada de

trabalho para 40 horas, com mesmo salário e

aumentarmos o valor da hora extra, estaremos

elevando nossos custos e diminuindo a com-

petitividade dos nossos produtos no exterior”,

afirmou o presidente da Federação das Indús-

trias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS),

Paulo Tigre, que liderou a comitiva em Brasília

e contou com as participações dos presidentes

da Federação do Comércio de Bens e Serviços

(Fecomércio), Moacyr Schukster, e da Federa-

ção das Câmaras de Dirigentes Lojistas (FCDL),

Vítor Koch.

Os empresários percorreram os gabine-

tes de líderes de partidos e visitaram deputa-

dos da Bancada Federal Gaúcha. Além disso, a

comitiva foi recebida pelo presidente da Câma-

ra dos Deputados, Michel Temer. Ele destacou

que os líderes partidários, na prática, indicam

as Propostas de Emenda à Constituição que se-

rão encaminhadas à votação no plenário.

“Pedi aos líderes que escolhessem duas

ou três PECs para votar até o fim do primeiro

semestre porque temos 62 propostas prontas

para ir a plenário. Então sugiro que haja mais

Empresariado gaúchomostra a parlamentares prejuízos

da redução da jornada de trabalho

Empresários presentes em Brasília

Page 25: Revista Sindilat 08

23

pressão junto a eles”, explicou Temer.

O presidente da FIERGS destacou que

os empresários já estão conversando com os

líderes partidários para evitar a votação da PEC

neste ano eleitoral. “Devemos continuar traba-

lhando pelo nosso ponto de vista e equilibrar

a situação. E as Federações de Indústrias estão

se posicionando para esse diálogo”, completou

Tigre.

A comitiva foi integrada por represen-

tantes dos segmentos metal-mecânico, cons-

trução civil, eletroeletrônico, têxtil e confecção,

reparação de automóveis, madeira, gráfico,

couro, calçados, fumo, material de transporte,

plástico, borracha, máquinas e equipamentos,

vinho, móveis, construção pesada, alimentos e

laticínios, que teve a participação do diretor-

secretário do Sindilat RS, Alexandre Guerra.

O objetivo da mobilização é promover

encontros com líderes partidários e com os

31 deputados da Bancada Federal Gaúcha. “A

FIERGS propõe o debate de uma ampla Refor-

ma Trabalhista a partir de 2011, pois o momen-

to, em ano eleitoral, é inoportuno para debater

alguma mudança agora”, aponta Paulo Tigre

a mobilização faz parte de uma ação coorde-

nada pela Confederação Nacional da Indústria

(CNI).

No início do ano, no mês de fevereiro,

um grupo de industriais, tendo à frente o presi-

dente da CNI, Armando Monteiro Neto, esteve

com o presidente da Câmara dos Deputados,

Michel Temer, e lideranças dos partidos. Mon-

teiro Neto destaca que a imposição por lei de

uma jornada única é prejudicial ao Brasil, “um

país heterogêneo, com diferentes situações no

mundo do trabalho”. Para ele, a livre negocia-

ção é o melhor caminho.

A indústria entende que a menor jorna-

da de trabalho estimulará a informalidade do

emprego e aumentará os custos e os preços

dos produtos. Como consequência, provoca-

rá demissões. “A política adequada é aquela

voltada para a geração de empregos, como a

redução dos custos das empresas e da carga

tributária”, argumenta Paulo Tigre.

notícias

“Devemoscontinuartrabalhando pelo nosso ponto de vista e equilibrar a situação. E as Federações de Indústriasestão seposicionando para essediálogo.”

Page 26: Revista Sindilat 08

26

notícias

Para alertar o segmento sobre os riscos

envolvidos no questionamento judicial do re-

colhimento da contribuição previdenciária do

produtor rural (antigo Funrural - Fundo de As-

sistência ao Trabalhador Rural), que desde 1992

deixou de incidir sobre a folha de salários e pas-

sou a tributar a receita de venda, e, consequen-

temente, a ser retido pela empresa adquirente

da produção, o Sindicato entrou em contato

com os seus associado, o que acabou fazendo

com que todas as empresas de laticínios tenham

optado por não entrar com a ação judicial.

A alteração ocorreu em fevereiro deste

ano, quando o Supremo Tribunal Federal (STF)

deu decisão favorável a uma ação proposta

pelo Frigorífico Mataboi, de Araguari, em Minas

Gerais, que questionava a legalidade do reco-

lhimento da contribuição previdenciária, vários

empregadores rurais e cooperativas começaram

a se mobilizar para o ajuizamento de ações e o

consequente ressarcimento do valor do fundo.

A assessora jurídica da Federação dos

Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do

Sul (Fetag-RS), Jane Berwanger, também alerta

que os pequenos produtores – que são enqua-

drados como segurados especiais - possuem

uma legislação própria, tanto na forma de con-

tribuição, como de benefícios, e não estão inclu-

ídos no artigo 1° da Lei 8.540/92, que foi julgado

inconstitucional pelo STF.

Sindilat alertasobre ações contra o Funrural

Jane explica que essa decisão não atinge

ou sequer beneficia os agricultores familiares. O

recolhimento dos segurados especiais está pre-

visto no artigo 195, parágrafo 8° da Constitui-

ção Federal, regulamentado pela Lei 8.212/91,

artigo 25, não havendo qualquer alteração, cuja

constitucionalidade possa ser questionada.

“Portanto os agricultores familiares não devem

entrar com esse processo”, frisa a advogada.

Para esses produtores que entraram na justiça,

os prejuízos estão em prováveis problemas com

os seus benefícios junto à Previdência Social, in-

forma Jane. “E a contribuição de produção é a

única que o produtor rural tem.”

A assessora jurídica informa ainda que,

segundo a Constituição Federal de 1988, os

empregadores rurais deveriam contribuir para

a Previdência Social sobre a folha de salários,

só que com a nova Lei 8.540 de 1992, em vez

dos empregadores pagarem sobre a folha de

salários passaram a pagar somente sobre a pro-

dução rural. Já para os agricultores familiares a

regra vem sendo a mesma desde a Constituição

Federal.

A advogada alerta que muitos produto-

res estão sendo procurados por profissionais

que os induzem a solicitar o ressarcimento do

Funrural, além de solicitar que assinem procu-

rações, sendo que muitos ainda, não consegui-

ram reaver os seus documentos.

Page 27: Revista Sindilat 08

27

notícias

Sindicato participa

A Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do

Leite e Derivados inaugurada, em novembro de

2003, é composta por 44 integrantes de diferentes

elos da cadeia produtiva tais como insumos, pro-

dução, indústria, comércio atacadista e varejista,

pesquisa, apoio institucional dentre outros, sendo

que 61% dos integrantes são do setor privado; e

95% de instituições de abrangência nacional. O

objetivo é identificar problemas e oportunidades,

definir ações prioritárias de interesse do agrone-

gócio, apoiar a formulação de políticas públicas,

harmonizar os interesses nas cadeias, além de go-

vernança e coordenação das cadeias.

Para tratar sobre as sugestões para o Pla-

no Agrícola e Pecuário 2010/2011 aconteceu a 3ª

Reunião Ordinária da Câmara Setorial da Cadeia

Produtiva do Leite e Derivados, no dia 22 de abril,

na sede do Ministério da Agricultura, Pecuária e

Abastecimento (MAPA), em Brasília. No encontro,

foi apresentado o Calendário das Missões Inter-

nacionais do Ministério em 2010. Além disso, os

integrantes do setor definiram a Agenda Estraté-

gica da Câmara Setorial deste ano, apresentando

sugestões para o Plano Agrícola e Pecuário, sen-

do o tema considerado mais importante da reu-

nião, a Integração Produtiva Brasil-Argentina que

reuniu representantes da Agência Brasileira de

Desenvolvimento Industrial (ABDI) e contou com

a presença do secretário executivo do Sindilat RS,

Darlan Palharini.

A secretária executiva de Câmaras Seto-

riais da Área Animal do MAPA, Sônia Azevedo

Nunes, informa que para discutir a integração

produtiva entre Brasil e Argentina, será realizado

um seminário com representantes das empresas

do setor de laticínios para apresentar e discutir as

propostas. “Hoje de toda a importação de produ-

tos lácteos, o Brasil participa com apenas 2% no

mercado e com isso temos chances enormes de

expandir.”

Segundo informações do MAPA, as opor-

tunidades de negócios identificadas a partir dessa

integração são a assimetria entre setores e em-

presas do Brasil e da Argentina, fortalecimento da

competitividade dos dois países e prioridades das

políticas nacionais de desenvolvimento.

Dentre as propostas do Plano Agrícola e

Pecuário 2010/2011 - Cadeia Produtiva do Leite

está o Programa de Investimento, que visa criar

linha de crédito para manutenção e aquisição

de matrizes exclusivamente de leite destinados

ao melhoramento genético do rebanho, estabe-

lecendo limite de até R$ 150 mil por produtor e

de até R$ 2,0 mil por animal, com taxa de juros de

4,5% ao ano independente de outros financia-

mentos controlados pelo crédito rural; bem como

igualar a taxa de juros para aquisição de máquinas

para os produtores comerciais cadastrados como

pequenos e médios semelhantes aos dos produ-

tores beneficiados no Programa Mais Alimentos.

de reunião com a Câmara Setorial do Leite e Derivados

Page 28: Revista Sindilat 08

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notícias

XXIII Fórum da Liberdade

Um dos maiores eventos de debate de

ideias da América Latina, o XXIII Fórum da Liber-

dade, que aconteceu nos dias 12 e 13 de abril,

na Capital gaúcha, teve como tema “Seis Temas

para Entender o Mundo”. A edição 2010 contou

com a presença do vice-governador do Estado,

Paulo Feijó; do presidente do Sistema Fiergs,

Paulo Tigre; do secretário executivo do Sindi-

lat RS, Darlan Palharini, entre outras personali-

dades. O vice-governador, Paulo Afonso Feijó,

falou que era a sua 23ª participação no Fórum

da Liberdade e agradeceu a oportunidade de

participar do evento que “debate e enxerga um

futuro melhor para o país e para o Rio Grande

do Sul”. O presidente do Instituto de Estudos Em-

presariais (IEE), Luiz Leonardo Fração, destacou a

escolha temática do Fórum, inspirada no livro As

Seis Lições, de Ludwig Von Mises. Para ele, “o ca-

pitalismo está em constante desenvolvimento,

em oposição ao socialismo, sistema planejado e

que desafiou a premissa de que somos todos di-

ferentes”. Num embate entre lógica e crença, ele

ressaltou que o sistema escolhido pelos gover-

nantes foi um misto entre os dois - “o interven-

cionismo”. Ele comentou que “a única das seis

lições que não pode ser explicada pela lógica é a

política, mas a combinação da democracia com

o capitalismo, mesmo estranha, foi a melhor en-

contrada”. E finalizou: “quanto mais intervenção,

mais desigualdade. Não existe sistema mais jus-

inicia em defesa do capitalismo

“O capitalismoestá em constantedesenvolvimento,

em oposição aosocialismo,

sistema planejado e que desafiou a premissa de que

somos todosdiferentes.”

Abertura do XXIII Fórum da Liberdade no Centro de Eventos da PUCRS

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rz

Page 29: Revista Sindilat 08

27

to que o capitalismo”.

A palestra especial do evento trouxe para

o debate o presidente do Banco Central (BC),

Henrique Meirelles, que defendeu que a manu-

tenção da política de variação da taxa de juros

básico segue como a mais eficaz ferramenta

para o controle da inflação. Durante a palestra,

Meirelles rebateu as críticas quanto ao controle

da taxa Selic para o controle inflacionário. Se-

gundo ele, ao contrário do que se imagina, uma

eventual elevação dos juros básicos não terá um

efeito restritivo aos investimentos no país. “Ima-

gine esta política como a condução de um carro.

Alguns pensam que qualquer movimento de

controle representará um pisão no breque que

fará o carro capotar. Mas, às vezes, é necessário

um pequeno ajuste para manter o ritmo.”

Segundo Meirelles, o sucesso da política

econômica atual foi fundamental para que o

Brasil fosse o país com o menor período de retra-

ção durante a crise financeira mundial de 2009.

A instabilidade global, segundo o presidente

do BC, mostrou que é preciso haver regras que

limitem o risco tomado pelas instituições finan-

ceiras. “É preciso uma entidade que regule e zele

pela estabilidade. No Brasil há o Banco Central”,

afirmou.

O XXIII Fórum da Liberdade, que trouxe

como assunto de abertura a defesa do capita-

lismo, colocou também em discussão os temas

socialismo, inflação, intervencionismo, investi-

mento estrangeiro, políticas e ideias. O evento

teve a participação de palestrantes gabaritados

como o ex-presidente da República e sociólogo,

Fernando Henrique Cardoso; do presidente do

Conselho de Administração da Gerdau, Jorge

Gerdau Johannpeter; do ex-presidente do Ban-

co Central e presidente do Conselho de Admi-

nistração da BM&F Bovespa, Armínio Fraga; e do

presidente do Conselho Administrativo de Defe-

sa Econômica (CADE), Arthur Sanchez Badin.

notícias

Page 30: Revista Sindilat 08

destaque

SINDILAT/RS - Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Estado do Rio Grande do SulAv. Mauá - n° 2011 - Sala 505 - Centro - Porto Alegre / RS

CEP 90030-080 - Fone:(51)3211-1111 - Fax:(51)3028-1529

www.sindilat.com.br - [email protected]

DIRETORIA

TITULARES

Presidente: Carlos Marcílio Arjonas Feijó

Vice-Presidente: José Mário Hansen; Wilson Zanatta

Diretor Secretário: Alexandre Guerra

Diretor Tesoureiro: Angelo Paulo Sartor

EQUIPE SINDILAT

Secretário Executivo: Darlan Palharini

Secretária: Maria Regina Rodrigues

30

Univates inauguraLaboratório do Leite

A Univates inaugurou no dia 9 de abril o

Laboratório do Leite, que já está em funciona-

mento. Com um investimento de R$ 900.000,00,

o espaço está localizado no Prédio 5 da Univates e

conta com equipamentos de última geração, que

resultam em precisão e reprodutibilidade dos

resultados, além de rapidez, custo baixo, capaci-

dade de terceirizar laboratórios de indústrias e de

tomar decisões imediatas. O evento contou com

a presença de diversas autoridades - entre elas o

deputado federal Beto Albuquerque; a prefeita

de Lajeado, Carmen Regina Pereira Cardoso, e o

reitor da Univates, Ney Lazzari - e de técnicos que

contribuíram com a implantação do laboratório.

O laboratório, além de atender aos requi-

sitos da Rede Brasileira de Qualidade do Leite

(RBQL), do Ministério da Agricultura, Pecuária e

Abastecimento (MAPA), quanto às análises ofi-

ciais requeridas pela Instrução Normativa nº 51,

disponibiliza a produtores de leite e indústrias

de laticínios uma gama analítica adicional que

alavancará o segmento do leite, como controle

leiteiro, controle da nutrição animal, da qualida-

de do leite e derivados, entre outros, além de ser

mais um passo para a implantação do Parque

Científico e Tecnológico do Vale do Taquari (Tec-

novates).

Fruto de um amplo trabalho público/pri-

vado, o projeto foi aprovado pelo Ministério do

Desenvolvimento Agrário com a conjugação de

recursos obtidos através de emenda da Bancada

Gaúcha no Congresso Nacional e mais a contra-

partida concedida pela Prefeitura Municipal de

Lajeado, além de verbas da própria Univates. In-

formações sobre o espaço podem ser obtidas no

endereço eletrônico www.univates.br/unianalises.

EDIÇÃO

Francke | Comunicação Integrada

Av. Carlos Gomes, 466 - cj. 07 - Bela Vista

Fone/Fax: 51 3388.7674 – www.francke.com.br

Editora Responsável: Mariza Franck (Reg. Prof. 8611/RS)

Redação: Ana Lúcia Medeiros (Reg. Prof. 11582/RS)

Diagramação: Guilherme Dentice Pereira

Capa: Hélio de Souza

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Revisor: Flávio Dotti

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