16
Impresso fechado. Envelopamento autorizado. Poderá ser aberto pela ECT PROJETO DE LEI QUER PROIBIR VENDA DE BEBIDAS ALCOÓLICAS EM POSTOS URBANOS Ano 8 - n o 59 - Maio - 2009 Lei do cheque fere livre comércio A Lei Estadual 14.649/09, aprovada na Assemble ia Legislativa, decreta restrições sobre a forma de recebimento de cheques por parte das empresas comerciais de Santa Catarina. Esta medida atinge diretamente os estabelecimentos comerciais, o que inclui a revenda de combustíveis. O Sindipetro entende que essa lei impede o revendedor de exercer livremente suas atividades e se posiciona completamente contra seu conteúdo. Por esse motivo, a Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas (FCDL) entrou com um Mandado de Segurança e já foram concedidas liminares. Acompanhe nas páginas 8 e 9.

Revista Sindipetro Maio 2009

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Revista Sindipetro

Citation preview

Page 1: Revista Sindipetro Maio 2009

Impresso fechado. E

nvelopamento autorizado. P

oderá ser aberto pela EC

T

PROJETO DE LEI QUER PROIBIR VENDA DE BEBIDAS ALCOÓLICAS EM POSTOS URBANOS

Ano 8 - no 59 - Maio - 2009

Lei do cheque fere livre comércioA Lei Estadual 14.649/09, aprovada na Assemble ia Legislativa, decreta restrições sobre a forma de recebimento de cheques por parte das empresas comerciais de Santa Catarina. Esta medida atinge diretamente os estabelecimentos comerciais, o que inclui a revenda de combustíveis. O Sindipetro entende que essa lei impede o revendedor de exercer livremente suas atividades e se posiciona completamente contra seu conteúdo. Por esse motivo, a Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas (FCDL) entrou com um Mandado de Segurança e já foram concedidas liminares. Acompanhe nas páginas 8 e 9.

Page 2: Revista Sindipetro Maio 2009

Página 2 I Maio 2009 I Revista Sindipetrog Editorial

Contra a aceitação irrestritade cheques

Consideramos um grande desrespeito a Lei Estadual que

impõe aos comerciantes aceitarem cheques sem restrições. De acordo com a Lei, do Deputado Nilson Gonçalves, fica expressamente proibido ao estabelecimento comercial exigir tempo de abertura de conta corrente para aceitar o cheque. Acontece que essa é uma medida que adotamos com objetivo de aumentar a segurança no recebimento do valor. Para reverter os efeitos da lei, vários órgãos de classe entraram com Mandato de

Segurança, e nós do Sindipetro também acionamos o setor jurídico para reverter o quadro. Ainda bem que este caso caiu nas mãos de um Juiz que entendeu que essa medida fere os princípios fundamentais constitucionais que regem o livre comércio e ele concedeu liminar a favor dos comerciantes. Um dos principais pontos que pesam a nosso favor é que o cheque não quita a obrigação de pagamento imediatamente, como é definido pelo

Código de Defesa do Consumidor, que estipula como regra ao pagamento o dinheiro em moeda corrente. Acompanhe essa discussão nas páginas centrais.

Luiz Antonio AminPresidente do Sindipetro

EXPEDIENTE

Jornalista responsávelDiagramação

Elair Floriano MTB 1167

Impressora Mayer

Distribuição gratuita para os postos

de combustíveis associados ao

Sindipetro

Tiragem: 500

NESTA EDIÇÃO

Mais eficiência no sistema de iluminação

Relação entre distribuidoras e postos

Gestão

Opinião13

Modelo de posto verde americano

Meio Ambiente3

4

Saiba maisGoverno quer elevar o CideNo lugar de aproveitar a folga existente na planilha de custos da Petrobras para baixar os preços dos derivados, o governo vai aproveitar a brecha para aumentar diretamente sua receita, elevando a Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico). A promessa é de que o preço permanecerá o mesmo para o consumidor, caindo apenas na contabilidade da Petrobras. É possível que apenas o preço do óleo diesel caia um pouco, por causa da pressão dos transportadores de carga. O objetivo, dito por um dos homens do governo, é, realisticamente, compensar o que o governo está deixando de arrecadar com as renúncias fiscais concedidas nos últimos meses – carros, motos, linha branca, material de construção e outras que deverão vir por aí. Fo

nte: O

Esta

do de

São

Pau

lo

Colabore com a próxima edição

Tem alguma sugestão, crítica ou opinião para a Revista Sindipetro? Escreva para [email protected]. Sua participação é importante para nós e será muito bem-vinda.

Distribuidores e postos de abastecimento que comercializarem combustível adulterado e tiverem essa infração comprovada poderão ter sua inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) declarada inapta pela Receita Federal, a pedido da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). A sanção está prevista em projeto do senador Demóstenes Torres (DEM-GO) aprovado pela Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI), sob a forma de substitutivo. A matéria tramita na CI em decisão terminativa e, portanto, terá de ser submetida a turno suplementar. As dificuldades de fiscalização abrangente de todos os fornecedores, o alto valor e a elevada demanda que a sociedade tem desses produtos foram citadas por Demóstenes como causas da proliferação dos casos de adulteração de

combustíveis na atualidade. Ele lembrou, em sua justificação, que um CNPJ inapto pode causar, para as empresas fraudadoras, diversas consequências, como a não-obtenção de benefícios fiscais e financeiros; a proibição de participação em concorrências e licitações públicas; o impedimento de transacionar com os bancos. Já o senador Flexa Ribeiro explicou que a emissão da declaração de inaptidão da inscrição no CNPJ das empresas infratoras é apenas uma nova hipótese de sanção possível de ser aplicada aos que transgridem as normas de abastecimento de combustíveis. Pela legislação em vigor, se considerados omissos costumeiros ou reincidentes, os fraudadores poderão ter seus registros no CNPJ suspensos ou mesmo cancelados.

Fonte

: Agê

ncia

Sena

do

Combustível adulterado terá CNPJ inapto

Page 3: Revista Sindipetro Maio 2009

Revista Sindipetro I Maio 2009 I Página 3 Meio Ambiente g

Posto Ecologicamente correto americano

Nos Estados Unidos já existem os postos denominados Green (verde). Parece contraditório

que o ambiente de um posto de combustível possa ter essa característica, mas é possível. Um posto em Los Angeles, que se diferencia dessa forma, traz uma arquitetura super moderna com elementos que prometem a sonhadaa sustentabilidade. Na avaliação da BP, marca da revenda de combustíveis, não se trata de somente parecer um protótipo da estação de abastecimento do futuro. A meta é de que seja um laboratório para inspirar outros estabelecimentos do gênero, onde as pessoas possam trazer e difundir algumas ideias novas baseadas no interesse de viver melhor. Com essa boa intenção, o posto ganhou clientes e curiosos. Eles utilizam como elementos green: cobertura verde, iluminação super eficiente e com baixo consumo, materiais de construção reciclados e/ou sustentáveis. Também possuem um sistema de filtragem que drena qualquer gota de gasolina que pingar no solo, antes

de ser direcionada para o sistema fluvial. Mesmo parecendo meio exagerado, este projeto ganhou vários prêmios e foi eleito como um dos postos de gasolina mais bonitos.

Fonte

: theg

oodh

uman

.com/

alter

nativ

eene

rgy.c

om/ a

nadr

ayer

blogs

pot

Criatividade atrai público

Ainda valorizando a questão ambiental, eles aplicaram ideias de comunicação visual criativas nas bombas. No lugar das nomenclaturas comuns, como “super”, “master”, “top”, utilizam: “boa”, “melhor” e “ótima”, no sentido facilitar a identificação do cliente com o que deseja. O posto verde tem sido visto como diferencial e ganha a simpatia do público pelo caráter de conscientizar para o conceito de ecologicamente correto.

Novas regras de biocombustíveis beneficiam etanol brasileiro

O governo dos EUA classificou oficialmente o etanol de cana como o mais eficiente na redução de poluentes que o de milho, o que representa uma grande vitória para o produto brasileiro – e um forte revés para o etanol de milho, produzido pelos norte-americanos. As novas regras para as metas de combustíveis renováveis nos Estados Unidos foram divulgadas no dia 5 de maio pela Casa Branca. Essa classificação abre o caminho para usinas brasileiras concorrerem às cotas de “biocombustíveis avançados”, que serão de 2,2 bilhões de litros neste ano e chegarão a 80 bilhões de litros em 2020, observa o Estadão. Segundo a Agência de Proteção Ambiental, a Secretaria de Agricultura e a Secretaria de Energia dos EUA, o etanol de milho reduz em 16% as emissões de poluentes (em comparação com a gasolina), enquanto o de cana reduz em 44%. Além da emissão de poluentes durante o transporte e a distribuição e a queima de combustível nas usinas, os índices levam em conta também que o aumento da demanda por milho ou cana para produzir etano provoca alta dos preços dessas commodities e cresce a área cultivada em outros lugares, o que causa desmatamento e, consequentemente, emissão de poluentes. Como a regra não é retroativa, as usinas de etanol de milho nos EUA continuarão a funcionar e a fornecer para as refinarias. A regra vale para eventuais novas usinas de etanol de milho, que estão abaixo da qualificação ambiental.Fo

nte: E

stadã

o

Na prática, a Casa Branca inibe a expansão das usinas de etanol de milho em território norte-americano.

Posto em Los Angeles traz uma arquitetura super moderna com elementos que prometem a sonhada sustentabilidade.

Page 4: Revista Sindipetro Maio 2009

Página 4 I Maio 2009 I Revista Sindipetrog Gestão

Melhor rendimento na iluminação com menor custoGerenciar bem as finanças domésticas ou do empreendimento envolve a busca do melhor rendimento por

menor custo. E organizar o orçamento pode representar, inclusive, tentar reduzir o valor da fatura de energia elétrica. O engenheiro eletricista da Ioch Engenharia, Antonio Narloch Neto, orienta sobre o que deve ser feito para o revendedor alcançar o melhor resultado.

Laudo Técnico Para avaliar a situação das instalações elétricas é necessário um laudo (diagnóstico) técnico, que deverá ser elaborado por profissional habilitado: um engenheiro eletricista, de Segurança ou eletrotécnico. Neste laudo serão apontados os problemas das instalações elétricas, como também as oportunidades de melhorias. O profissional irá cumprir um protocolo, que passará por inspeções visuais e medições de grandezas elétricas (tensão, corrente, iluminação, etc), além de analisar o contrato de energia, caso o posto possua transformador instalado.

Projeto de Eficiência Energética

Depois do Laudo Técnico, o passo seguinte será a elaboração de um Projeto de Eficiência Energética ou projeto de retrofit. Neste projeto, o profissional habilitado indicará as melhorias no sistema elétrico que poderão ser realizadas para alcançar o objetivo desejado. Como exemplo, podemos apontar a substituição de lâmpadas e reatores e até mesmo das luminárias, por equipamentos de melhor rendimento e menor potência. Outras alternativas são: utilização de sensores de presença e relés horários, redimensionamentos de fios e cabos elétricos, substituição de disjuntores, equilíbrio de cargas por fase nos painéis, entre outras. Com este projeto será possível gerar o custo dos investimentos, bem como o retorno dos recursos a serem aplicados.

As alterações básicas que poderão ser realizadas são a substituição de lâmpadas e reatores e, dependendo do caso, a substituição das luminárias. A grande maioria dos postos possui seu sistema de iluminação bastante eficiente. O que ocorre, na maioria dos casos, é o desgaste dos equipamentos pela sua vida útil e pela falta de

manutenção adequada. Grande parte dos postos, mais de 70%, tem seu

sistema de iluminação da praça de atendimento composto por luminárias que utilizam lâmpadas de vapor metálico. Estas Lâmpadas possuem um alto rendimento luminotécnico, se comparado a outras fontes de luz providas por luminárias

com lâmpadas fluorescentes convencionais. Exemplo: para se obter o rendimento de 1 luminária com 1 lâmpada vapor metálico de 400 W, são necessárias 8 luminárias com 2 lâmpadas fluorescentes de 32W cada. Considerando apenas as lâmpadas, teríamos um acréscimo na potência instalada de, aproximadamente, 21%, além do custo de instalação e

manutenção (quando utilizada iluminação fluorescente).

No sistema de iluminação dos Postos

“Outro aspecto importante de um sistema de iluminação

adequado, são os ganhos com a segurança patrimonial (pois ajuda a inibir a ação de pessoas mal intencionadas) e social (auxilia na iluminação pública.

Page 5: Revista Sindipetro Maio 2009

Revista Sindipetro I Maio 2009 I Página 5 Gestão g

Menor potência afeta eficiência?

a Menor aquecimento do ambiente.

a Menor consumo de energia, pois os reatores também consomem, pelo efeito de dissipação térmica, algo próximo a 8% da potência da lâmpada.

a Ausência de ruídos (sons emitidos pelos reatores magnéticos),

a Ausência do efeito estroboscópico e cintilação (lâmpada piscando rapidamente).

a Vida útil longa.

a Menor peso e volume.

a Perfeito isolamento elétrico, entre outros.

Uma análise criteriosa da aplicação da luz irá definir o tipo e modelo de luminária a ser utilizada para cada ambiente e a atividade a ser desenvolvida. É interessante o empresário avaliar suas instalações elétricas

também porque a correta utilização dos recursos naturais implica em ganhos complementares. “O esforço para a redução da potência instalada não será somente redução nos custo de fatura de energia. Sem dúvida será vetor para o desenvolvimento sustentável de nosso meio. Sempre que elaboramos projetos de engenharia de qualquer empreendimento, sejam eles residenciais, comerciais, ou industriais, analisamos o ambiente e seu entorno. Fundamentalmente, consideramos aspectos de funcionalidade, manutenção, segurança, eficiência energética, ações de sustentabilidade, economia de água e outros insumos, reduções de custos globais e, em consequência, aspectos também sociais,” explica Narloch.

Para saber mais: Ioch Engenharia Ltda Antonio Narloch Neto Eng. Eletricista – CREA/SC 026.018-2 Fonte: (47) 3028-7770 [email protected]

VANTAGENS NA SUBSTITUIÇÃO DE REATORES Orientado por um profissional, a troca dos reatores eletromagnéticos por reatores eletrônicos traz as seguintes vantagens:

Page 6: Revista Sindipetro Maio 2009

Página 6 I Maio 2009 I Revista Sindipetrog Mercado

O Projeto de Lei (PL) 0450.1/2007 ganhou o repúdio da revenda, em manifesto assinado

pelo Sindipetro, juntamente com o Sincombustíveis, Sinpeb e o Sindópolis, que foi enviado à Assembléia Legislativa do Estado de Santa Catarina, no dia 14 de abril. De autoria do Deputado Estadual Narcizo Parisotto (PTB), foto, o PL propõe a proibição da venda e consumo de bebida alcoólica em Lojas de Conveniência instaladas em postos de combustíveis, localizados em áreas urbanas, no Estado e Santa Catarina, da meia noite às 6 horas da manhã. O deputado usou como justificativa para limitar a oferta de bebidas

alcoólicas nas lojas de conveniência a intenção de reduzir as ocorrências de acidentes de trânsito. O

PL aborda o problema do motorista dirigir alcoolizado, o que só pode ser combatido com a efetiva aplicação do Código de Trânsito Brasileiro. Se as lojas de conveniência dos postos não puderem vendar bebida alcoólica, também serão proibidas de vender as barraquinhas de lanche, bares e boates? “Por qualquer ângulo que se olhe, o referido Projeto de Lei mostra-se absolutamente discriminatório, desproporcional, desarrazoado e inconstitucional (livre mercado, liberdade de

concorrência, segurança jurídica e direito de propriedade)”, reforça o documento que foi encaminhado à Assembleia Legislativa.

Projeto de Lei pretende proibir a venda de bebidas alcoólicas em postos urbanos

“Por qualquer ângulo que

se olhe, o referido Projeto de Lei mostra-se absolutamente discriminatório, desproporcional, desarrazoado e inconstitucional (livre mercado, liberdade de concorrência, segurança jurídica e direito de propriedade).”

Foto:

Ales

c

Page 7: Revista Sindipetro Maio 2009

Revista Sindipetro I Maio 2009 I Página 7 Mercado g

Números apontam outro cenárioOs sindicatos esperam sensibilizar a

Assembleia Legislativa, pois o projeto aguarda discussão e votação em 2º turno. O problema que deve ser combatido é o do motorista que conduz o veículo embriagado. Já existe uma legislação que estabelece tolerância zero no consumo de álcool para os motoristas. A Lei Seca, sancionada pelo presidente Lula, em vigor desde o dia 20 de junho do ano passado, prevê punição para quem for flagrado com qualquer teor de álcool no organismo, com multa de R$ 955 reais e suspensão do direito de dirigir por um ano. Esta lei proíbe a venda de bebidas alcoólicas nas estradas federais e libera nos trechos urbanos. O Deputado Estadual Reno Caramori (PP) já manifestou seu apoio à reivindicação da revenda. Em carta de resposta aos sindicatos, destacou que já se pronunciou no Plenário, por entender que a norma trata de Direito Comercial, cuja competência legislativa é exclusiva da União. Para os sindicatos, o Estado deveria implementar medidas mais eficazes para diminuir o índice de acidentes, incluindo maneiras de atingir os infratores e não os trabalhadores honestos que comercializam bebidas alcoólicas.

DNIT traz álcool em último lugar no ranking de acidentesSegundo consta do estudo divulgado no site do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (DNIT), a ingestão de bebidas alcoólicas está em último lugar no ranking das causas responsáveis pelos acidentes nas rodovias federais:

Page 8: Revista Sindipetro Maio 2009

Página 8 I Maio 2009 I Revista Sindipetrog CAPA

Uma polêmica se instalou com a aprovação da Lei Estadual 14.649/09, proposta pelo Deputado Estadual Nilson Gonçalves, que impõe aos

estabelecimentos comerciais algumas proibições sobre a não aceitação de cheques de seus consumidores. Diz a lei que o comerciante somente poderá deixar de aceitar o cheque quando o titular da conta estiver com restrição no CDL, SPC ou Serasa e quando o consumidor não for titular da conta apresentada. Além disso, o estabelecimento comercial fica expressamente

proibido de exigir tempo de abertura de conta corrente bancária para receber o cheque. A lei obriga que estas disposições sejam fixadas em locais visíveis aos consumidores. Quem descumprir as novas regras fica sujeito

ao pagamento de multa no valor de cinco salários mínimos, ou de dez, no caso de reincidência. O Sindipetro questiona a legalidade desta

lei, pois ela impede que a revenda exerça livremente sua atividade comercial. Esse foi o mesmo entendimento da Federação das

Câmaras de Dirigentes Lojistas (FCDL), que entrou com um mandado de segurança, com pedido de liminar, contra a

aplicação da lei. O Juiz de Direito, Luiz Antonio Zanini Fornerolli considerou o seguinte: “mesmo que o

Estado de Santa Catarina detenha legitimidade para legislar acerca da matéria, resta analisar se

está de acordo com os princípios constitucionais”. O Código de Defesa do Consumidor é claro em vedar a recusa de

bens ou prestação de serviço diretamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento. Dentro desse conceito, chega-se à conclusão de que, se o consumidor desejar comprar um bem em moeda corrente, o comerciante é obrigado a fornecer, já que o dinheiro representa pronto pagamento. Mas aqui está uma questão chave: o Código Civil estipula como regra ao pagamento o dinheiro em moeda corrente. No entanto, o cheque não detém a característica do pronto pagamento, já que não tem capacidade liberatória.

ORDEM DE PAGAMENTO NÃO É DINHEIRO

Nas liminares concedidas, faz parte da fundamentação que, como é de conhecimento público, o cheque constitui ordem de pagamento à vista. Assim, o emitente do título dá uma ordem para que o banco pague a importância consignada. Entretanto, o banco sacado pode não cumprir com a ordem dada, se ocorrer ausência de fundos. “Ademais, o cheque é um título emitido pró-solvendo, ou seja, não quita a obrigação que lhe deu origem. Essa obrigação somente se dará por satisfeita com o pagamento do cheque pelo banco sacado,” consideram os magistrados. Os Juízes avaliam ainda que se está claro que o cheque não quita desde logo a obrigação, portanto não se pode falar no pronto pagamento definido pelo Código de Defesa do Consumidor. Como a matéria em questão é de consumo, também se estabelece uma concorrência entre a União e o Estado. Se a União já fixou normas de caráter geral, mediante a publicação do Código de Defesa do Consumidor, não pode o Estado-membro legislar matéria específica que contrarie as normas gerais já estabelecidas. Se a legislação de consumo prevê que somente o pronto pagamento obriga o empresário a fornecer o produto ou serviço ao consumidor, não pode o Estado de Santa Catarina querer obrigar o fornecedor aceitar um título de crédito não causal, o cheque, como forma obrigatória de quitação da mercadoria adquirida.

Sindipetro questiona legalidade da “Lei do Cheque”Sindipetro questiona legalidade da “Lei do Cheque”

ATENÇÃO

Apesar do teor da sentença, o Código de Defesa do Consumidor está vigente e proíbe práticas discriminatórias.

Informe nas bombas o que o posto pratica, como não aceitar cheque de outras praças. Isto é importante para o consumidor ficar ciente, antes de abastecer, poupando constrangimentos de ambas as partes.

Page 9: Revista Sindipetro Maio 2009

Uma polêmica se instalou com a aprovação da Lei Estadual 14.649/09, proposta pelo Deputado Estadual Nilson Gonçalves, que impõe aos

estabelecimentos comerciais algumas proibições sobre a não aceitação de cheques de seus consumidores. Diz a lei que o comerciante somente poderá deixar de aceitar o cheque quando o titular da conta estiver com restrição no CDL, SPC ou Serasa e quando o consumidor não for titular da conta apresentada. Além disso, o estabelecimento comercial fica expressamente

proibido de exigir tempo de abertura de conta corrente bancária para receber o cheque. A lei obriga que estas disposições sejam fixadas em locais visíveis aos consumidores. Quem descumprir as novas regras fica sujeito

ao pagamento de multa no valor de cinco salários mínimos, ou de dez, no caso de reincidência. O Sindipetro questiona a legalidade desta

lei, pois ela impede que a revenda exerça livremente sua atividade comercial. Esse foi o mesmo entendimento da Federação das

Câmaras de Dirigentes Lojistas (FCDL), que entrou com um mandado de segurança, com pedido de liminar, contra a

aplicação da lei. O Juiz de Direito, Luiz Antonio Zanini Fornerolli considerou o seguinte: “mesmo que o

Estado de Santa Catarina detenha legitimidade para legislar acerca da matéria, resta analisar se

está de acordo com os princípios constitucionais”. O Código de Defesa do Consumidor é claro em vedar a recusa de

bens ou prestação de serviço diretamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento. Dentro desse conceito, chega-se à conclusão de que, se o consumidor desejar comprar um bem em moeda corrente, o comerciante é obrigado a fornecer, já que o dinheiro representa pronto pagamento. Mas aqui está uma questão chave: o Código Civil estipula como regra ao pagamento o dinheiro em moeda corrente. No entanto, o cheque não detém a característica do pronto pagamento, já que não tem capacidade liberatória.

Intervenção discriminatório no livre comércioTrazemos aqui as considerações finais que fazem parte das liminares concedidas. O Juiz de Direito Luiz Antonio Zanini Fornerolli deferiu o pedido de liminar encaminhado pelo CDL Florianópolis, no dia 18 de março. Essa liminar suspende os efeitos da Lei, mas precisamos aguardar a decisão final.

Estado de Santa CatarinaPoder JudiciárioComarca da Capital Unidade da Fazenda Pública

.....Não bastasse o flagrante confronto da lei específica estadual com a norma editada pela União através do Código de Defesa do Consumidor, visualiza-se ainda evidente dissimilitude com os princípios fundamentais constitucionais que regem o livre comércio. Urge salientar, de antemão, que as pessoas jurídicas são titulares de direitos fundamentais (Gilmar Ferreira Mendes), logo, os mesmos devem ser resguardados e protegidos. A livre iniciativa, assim como outros princípios constitucionais, está consagrada na ordem econômica constitucional e como fundamento da própria República Federativa do Brasil, confere ao particular total liberdade de comércio, ressalvadas apenas proibições legais. Consequentemente, impor aos estabelecimentos comerciais a obrigação de aceitar cheques, sem que eles possam na medida de deus interesses estabelecer critérios de aceitação, fere significativamente a liberdade iniciativa. Não se está admitindo aqui que o comerciante cometa abusos, nem tão pouco adote práticas discriminatórias, atentatórias à dignidade da pessoa humana. Longe disso!Só não podemos admitir que o Estado intervenha de maneira discriminatória no livre comércio das empresas aqui instaladas, impondo aos fornecedores a forma de pagamento que deverá adotar nas relações consumerista de compra e venda, e este por sua vez, por seu contrato sinalagmático, deve conter a presença de três elementos distintos, quais sejam: coisa, preço e consentimento. Nessa esteira, o preço, elemento indispensável ao contrato de compra e venda, não está só atrelado ao valor, mas também a forma de pagamento. E, pautado nos princípios da autonomia da vontade e do consensualismo, o Estado não pode restringir a forma de pagamento a ser utilizado pelas partes, impondo ao fornecedor a aceitação irrestrita dos cheques portados pelos consumidores. Desta feita, podemos concluir que, pelo fato do cheque não ter o poder liberatório da moeda, ninguém é obrigado a recebê-lo como forma de pagamento, pois só a moeda tem curso forçado. À luz do exposto, DEFIRO a liminar pleiteada para afastar de plano a aplicação da Lei Estadual nº 14,649/09, a fim de garantir a empresa impetrante o direito de não aceitar todo e qualquer cheque apresentado por seus consumidores. Notifique-se a autoridade coatora para, no prazo legal, apresentar suas informações.

Florianópolis, 18 de março de 2009.Luiz Antonio Zanini FornerolliJuiz de Direito

ORDEM DE PAGAMENTO NÃO É DINHEIRO

Nas liminares concedidas, faz parte da fundamentação que, como é de conhecimento público, o cheque constitui ordem de pagamento à vista. Assim, o emitente do título dá uma ordem para que o banco pague a importância consignada. Entretanto, o banco sacado pode não cumprir com a ordem dada, se ocorrer ausência de fundos. “Ademais, o cheque é um título emitido pró-solvendo, ou seja, não quita a obrigação que lhe deu origem. Essa obrigação somente se dará por satisfeita com o pagamento do cheque pelo banco sacado,” consideram os magistrados. Os Juízes avaliam ainda que se está claro que o cheque não quita desde logo a obrigação, portanto não se pode falar no pronto pagamento definido pelo Código de Defesa do Consumidor. Como a matéria em questão é de consumo, também se estabelece uma concorrência entre a União e o Estado. Se a União já fixou normas de caráter geral, mediante a publicação do Código de Defesa do Consumidor, não pode o Estado-membro legislar matéria específica que contrarie as normas gerais já estabelecidas. Se a legislação de consumo prevê que somente o pronto pagamento obriga o empresário a fornecer o produto ou serviço ao consumidor, não pode o Estado de Santa Catarina querer obrigar o fornecedor aceitar um título de crédito não causal, o cheque, como forma obrigatória de quitação da mercadoria adquirida.

Sindipetro questiona legalidade da “Lei do Cheque”Sindipetro questiona legalidade da “Lei do Cheque”

Página 8 I Maio 2009 I Revista Sindipetro Revista Sindipetro I Maio 2009 I Página 9 CAPA g

Page 10: Revista Sindipetro Maio 2009

Página 10 I Maio 2009 I Revista Sindipetrog Jurídico

Já foi motivo de diversas matérias a questão ligada ao volume de combustíveis contratados e efetivamente

adquiridos pelo posto revendedor junto a distribuidora a qual está vinculado.

A questão é de extrema importância, e como tal merece a especial atenção da Revenda, porque está se tornando frequente a modalidade de Ação de Rescisão Contratual (motivada) com pedido de indenização, propostas pelas distribuidoras sob alegação de descumprimento ou de cumprimento parcial dos contratos.

Quando a ação é proposta pela Distribuidora, sem que jamais tenha havido por parte do posto qualquer manifestação com relação ao volume de produtos contratados, a primeira impressão é bastante significativa, ou seja: a de que o descumpridor da obrigação – sem motivo aparente – é o posto revendedor.

Inicialmente, cabe salientar que um descumprimento contratual de volume de compras certamente não é a expectativa do posto revendedor quando assina o contrato.

Ao contrário. Assina o contrato para cumprir. E não só o que está previsto, mas muito mais do que

isso, pois a expansão, o crescimento é a meta almejada por todos os que se dedicam ao comércio, ou a qualquer ramo de atividade que assim o permita.

Pois bem:Toda e qualquer situação que de alguma forma

venha a interferir no desempenho comercial da empresa, especialmente no que se refere ao cumprimento contratual com o atingimento das metas ali previstas, deve ser ostensivamente noticiado, por meio escrito, sempre com cópia e comprovação de remessa e recebimento pela Distribuidora destinatária, desprezando a forma eletrônica porque é de difícil comprovação em eventuais necessidades.

Assim é possível elencar, a título de exemplo, algumas situações que podem influenciar negativamente no cumprimento do contrato pelo volume previsto, ou impedir o crescimento da empresa, vejamos:1. Alteração do fluxo de veículos na rua ou nas ruas de acesso ao posto. 2. Alteração do sentido da via pública. 3. Instalação de qualquer forma de obstáculo ao acesso dos veículos ao posto.4. Se na rodovia, construção de praça de pedágios próximo ao posto. 5. Aumento do número de postos na área de influência. 6. Concorrência predatória entre postos da mesma rede ou de redes diferentes.7. Concorrência predatória por postos sem bandeira.

8. Alteração significativa nas condições de pagamento das compras. 9. Recusa pela distribuidora exclusiva, ao fornecimento sob qualquer alegação, especialmente de excesso no limite de crédito. 10. Falta de atendimento aos pedidos de compras e tantos outros motivos e razões capazes de influenciar na redução de compras e no consequente descumprimento do contrato pelo volume previsto como sendo o potencial mínimo de vendas e compras no local.

Quando o posto revendedor não se posiciona com presteza e a urgência reclamadas, em cada situação de desconforto e de consequente prejuízo que experimenta, concorda tacitamente e por antecipação com as eventuais futuras alegações de que simplesmente descumpriu o contrato por volume de compras no prazo contratado, e assim, mostra-se mais complexa a defesa perante o Poder Judiciário.

Para o Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, é matéria pacificada no sentido de que em ocorrendo razão para o desequilíbrio contratual, é dever da parte prejudicada buscar a solução mediante o equilíbrio das prestações (de fazer), sob pena de, em não o fazendo, ser condenado por descumprimento.

Assim sugerimos a todos quanto estejam de alguma forma constatando que há divergência entre os volumes de combustíveis especificados contratualmente e as quantidades efetivamente adquiridas, para que inicialmente notifiquem a sua distribuidora, acerca da necessidade de adequação do contrato tomando por base a média das aquisições nos últimos 24 meses, quando for possível, ou o período efetivo da alteração no cumprimento do contrato. A seguir, tem-se um modelo de notificação com a finalidade acima referida:

Volume de produtos contratados e efetivamente adquiridos

Foto:

Sind

icomb

ustív

eis P

R

Page 11: Revista Sindipetro Maio 2009

Revista Sindipetro I Maio 2009 I Página 11 Jurídico g

Prezados Senhores:

(Razão Social do Posto), por seu Representante Legal adiante assinado, na qualidade de Revendedora da marca__________________________________________, comparece perante essa companhia fazendo referência ao Contrato __________________________________, assinado em data de ____________ pelo prazo de _____________________, para dizer que como é de seu conhecimento, o posto revendedor adquire combustíveis exclusivamente junto a Companhia. Ocorre que o volume de combustíveis contratado não condiz com a efetiva capacidade operacional do posto que nos últimos _____ meses está operando com o volume médio mensal de ___________.O motivo da redução das compras é _______________________________________. Assim, para resguardar direito, comparece perante Vossas Senhorias para requerer que seja efetivada a adequação do contrato à realidade da empresa, mediante instrumento contratual próprio que represente efetivamente a capacidade operacional da empresa no que se refere às quantidades mínimas mensais de produtos a serem adquiridos, e para que não seja alegado descumprimento contratual em qualquer tempo. No aguardo, agradecemos antecipadamente a manifestação de sua parte, em dez dias a partir do recebimento desta. Atenciosamente, AUTO POSTO.

Modelo de notificação

O que é denúncia de um contrato?

É comunicar por escrito, através de Cartório de Títulos e Documentos, que o denunciante não pretende considerar prorrogado automaticamente o contrato em curso.

Invariavelmente há na cláusula prazo a antecedência com que deve ser enviada a denúncia, sob pena do contrato ser renovado automaticamente por outro igual período.

Geralmente, o prazo é de um ano de antecedência considerado a data do vencimento do contrato.

Por exemplo, se o contrato vigora por dez anos a vencer em 31.12.2009, o prazo máximo para que a Companhia esteja notificada é o dia 30.12.2008.

Quem denuncia?

Somente denunciam os proprietários do imóvel (pessoas físicas ou jurídica) quando há locação para a distribuidora.

Denuncia também a empresa, quando é a própria locadora ou é vinculada aos proprietários do imóvel.

Todos devem preferencialmente denunciar em conjunto, aí incluídos os fiadores ou intervenientes

hipotecantes.

Inquilinos não denunciam contrato sob nenhuma hipótese

Quando o posto revendedor for locatário ou sublocatário, em nenhuma hipótese deve denunciar o seu contrato, pois se denunciar, está renunciando ao seu direito a Fundo de Comércio.

A medida correta para o Locatário ou sublocatário ao se aproximar o fim do prazo contratual, mais precisamente com oito meses de antecedência, se não for renovado por outro período igual, ou no mínimo por outro período de cinco anos, até 180 dias antes do vencimento final, deverá propor Ação Renovatória de Locação, sob pena de não o fazendo, igualmente abrir mão de seu direito ao Fundo de Comércio.

Da denúncia dos contratosOutra matéria relevante e que deve sempre ser lembrada é a Denúncia dos Contratos.

Amarílis Vaz CortesiAdvogada – atende no Sindicombustíveis-PR

Informe Jurídico – Cível

Page 12: Revista Sindipetro Maio 2009

Página 12 I Maio 2009 I Revista Sindipetrog Trabalhista

Ex-sócio responsabilizado

O resultado de um julgamento em Minas Gerais serve de alerta para problemas

decorrentes de sociedades. Acompanhando o voto do juiz convocado José Marlon de Freitas, a 1ª Turma do TRT-MG negou provimento ao recurso de um ex-sócio, que reivindicava a sua exclusão da execução movida contra uma empresa, argumentando de que não poderia ser responsabilizado pelas dívidas trabalhistas contraídas por uma sociedade, da qual já havia se desligado formalmente há quase dez anos. No caso, ele alegou que desde 1999 não figura mais como sócio da empresa executada, que se encontra em atividade com outro nome e passou a ter outros sócios após a sua saída. Alegou ainda que está suportando sozinho execução capaz de comprometer o seu pequeno patrimônio. Pelo que foi apurado no processo, o recorrente ainda integrava os quadros societários da empresa na época em que vigorava o contrato de trabalho do reclamante. Pouco tempo depois de o recorrente se desligar da sociedade, a empresa ficou impossibilitada de pagar suas dívidas. Essa

situação de decadência já era previsível, tanto que o sócio retirante fez constar no contrato a sua exclusão de várias obrigações, dentre as quais as trabalhistas, com evidente intuito de se precaver. A empregadora não foi mais encontrada e não ficou comprovada a existência de uma sucessora da empresa executada.

Em jogo o patrimônio pessoalPara o tribunal é amplamente aceita a aplicação da teoria da desconsideração da personalidade jurídica, pela qual os sócios respondem com seu patrimônio pessoal pelos débitos contraídos pela sociedade, em caso de inadimplência desta. Considerando-se que o recorrente integrava a sociedade na época e diante das tentativas frustradas de execução contra a empresa e os sócios majoritários, a Turma concluiu que o ex-sócio é o único que poderia responder pelos créditos devidos ao reclamante. “Compreende-se a irresignação do recorrente, mas não há amparo legal para seja a sua responsabilidade fixada na proporção da sua participação no contrato social,” é parte do trecho da decisão de 1º grau.

Alfredo de Miranda Coutinho

Assessor Jurídico

Page 13: Revista Sindipetro Maio 2009

Revista Sindipetro I Maio 2009 I Página 13 Opinião g

Injusta relação

Tenho debatido com um grupo de amigos revendedores alguns aspectos importantes da relação entre a revenda e as companhias distribuidoras de derivados de petróleo.

Segundo a ANP - Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis são quase 230 as distribuidoras cadastradas na autarquia, das quais cerca de 160 estariam ativas.

Os revendedores – pequenos e médios empresários, genuinamente nacionais – são mais de 32 mil, espalhados pelo território continental do Brasil.

As distribuidoras têm na Petrobrás praticamente o seu único fornecedor, sendo vedado à Companhia estatal praticar preços diferenciados entre elas.

Uma característica marcante desse relacionamento é a grande disparidade entre a dimensão das distribuidoras, empresas que faturam dezenas de milhões de reais e a dos empresários revendedores.

Ao analisar este relacionamento não se pode deixar de considerar diferentes dispositivos constitucionais vinculados à Ordem Econômica. Dentre eles se destacam a livre iniciativa, a defesa do consumidor, a repressão aos abusos do poder econômico, o tratamento favorecido às pequenas empresas e a preservação da livre concorrência.

Como o preço ex-refinaria, que inclui os tributos (PIS, COFINS, CIDE e ICMS) é o mesmo para todas as distribuidoras, cabe indagar o porquê das variações tão acentuadas nos preços dos produtos por elas vendidos aos revendedores.

Para postos com galonagem de 200 mil litros estas diferenças chegam a representar para o revendedor um custo adicional mensal da ordem de R$ 58 mil e R$ 30 mil, respectivamente, para a gasolina e o óleo diesel.

A sistemática atual enseja às distribuidoras a possibilidade de fixar ou, pelo menos influenciar fortemente, a definição das margens brutas

da revenda e, consequentemente, os seus resultados.

O atual relacionamento revenda / distribuição mais se assemelha a uma relação de subordinação, na qual os revendedores brasileiros perdem gradativamente a sua autonomia, o controle do seu negócio, tendendo a se transformar em meros agentes comissionados das distribuidoras.

Há outros aspectos negativos e distorções que não podemos desconsiderar. As distribuidoras praticam preços diferenciados entre os postos “bandeira branca” e os “embandeirados” favorecendo os primeiros em detrimento dos segundos que lhes devem fidelidade.

Os contratos de compra e venda mercantil, com natureza de contratos de adesão, alguns com cláusulas leoninas que os revendedores não podem alterar, impondo a compra em uma única distribuidora, parecem afrontar o princípio da “liberdade de escolha” previsto no Código de Defesa do Consumidor, cuja aplicação, à revenda, por analogia, deveria ser examinada.

Prática também inaceitável das distribuidoras é a tentativa de eximir-se do passivo ambiental dos postos revendedores. Para isto estão transferindo aos empresários da revenda, a preços simbólicos ou mesmo gratuitamente as bombas, tanques e demais equipamentos, tendo como pretexto a necessidade de eliminar os respectivos custos de manutenção.

A categoria revendedora deve, através de assessoria jurídica contratada pelos seus Sindicatos, analisar o assunto detalhadamente, pois o risco ambiental é muito elevado em termos econômicos e tem, até mesmo, implicações penais, conforme Lei nº 9605 de 12.02.98, inclusive para os empresários, gerentes e outros prepostos.

Enfim, há uma série de desacertos e distorções que devem ser corrigidas, para preservar a revenda de combustíveis, atividade da maior importância para a sociedade brasileira.

Ricardo Maranhão, engenheiro e consultor

de empresas e Conselheiro do Clube de

Engenharia

“Cabe indagar o porquê

das variações tão acentuadas nos preços dos produtos por elas (distribuidoras) vendidos aos revendedores.”

O ex-deputado Ricardo Maranhão participou do 1º Encontro Sul Brasileiro de Revendedores de Combustíveis & Lojas de Conveniência de Santa Catarina, realizado em março. Durante a reunião dos

presidentes dos sindicatos, ele defendeu a revenda em relação às distribuidoras. No artigo, confira mais da opinião de Maranhão.

“São quase 230 as distribuidoras

cadastradas na autarquia, das quais cerca de 160 estariam ativas. São mais de 32 mil revendedores espalhados pelo território continental do Brasil.”

Page 14: Revista Sindipetro Maio 2009

Página 14 I Maio 2009 I Revista Sindipetrog Últimas

Líderes defendem mais proteção para usuários de cartões de crédito

Opresidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse, no dia 23 de abril, que a indústria de

cartões de crédito do país necessita de maior responsabilidade, transparência e proteção aos usuários desse sistema de pagamentos. Conforme publicou o Valor Online, após encontro com dirigentes do setor de cartões de crédito, o presidente disse: “Estamos confiantes de que podemos chegar a um consenso que permita a essa indústria fornecer crédito e funcionar dentro de um modelo estável de negócios”. Na avaliação dele, é necessário ter legislação específica que proteja os milhões de

usuários de cartões contra surpresas nas taxas de juros e no modo de operação dos cartões. Esse tipo de risco costuma aumentar conforme aumenta a inadimplência, tendência mais forte em tempos de crise e de desemprego. Outra exigência de Obama seria mais clareza nas condições de uso do cartão e suas taxas, de modo a facilitar ao cliente a comparação com outros produtos e a busca das melhores condições. “Chega de letras pequenas, de termos e condições confusas”, afirmou. Tanto a Câmara como o Senado dos EUA estão trabalhando em versões dessa legislação.

Governo brasileiro também quer pressionar gestoras de cartões O governo brasileiro também pretende pressionar de forma mais incisiva a indústria de cartões de crédito para promover uma redução dos custos que ela impõe aos clientes. Uma fonte do governo disse que uma das possibilidades é chamar os representantes do setor para conversar e forçá-los politicamente a ajustar sua conduta. A ideia é convencer as empresas que dominam o mercado a trabalhar com preços menores, reduzir a margem de lucro e diminuir as barreiras à entrada de novos concorrentes. Caso demonstrem resistência, o governo pode partir para uma ação mais dura. Outra possibilidade que está no cardápio do governo é determinar a desverticalização do setor. Hoje, as empresas de cartão de crédito controlam todo o processo: credenciamento, fornecimento de terminais de pagamento, captura e processamento de transações, encaminhamento de pedido de autorização e compensação e liquidação. Outra alternativa mais radical é transformar o segmento em um setor regulado, o que poderia significar o tabelamento de preços. Entretanto, o governo estuda promover alguma regulamentação do setor, tentando fechar brechas que garantam a concentração do sistema e estimular uma maior concorrência. Os pontos problemáticos são: a excessiva concentração do setor; o elevado tempo entre o recebimento do dinheiro do cliente e o repasse ao lojista, que hoje é de 30 dias, e a falta de repasse dos ganhos de escala das empresas para o consumidor; a proibição de se cobrar preços diferentes quando as operações são feitas por meios diferentes (cartão, dinheiro, cheque), o que aumenta o poder das operadoras. Fo

nte: O

Esta

do de

São

Pau

lo

Petrobras produz 1o óleo de Tupy A Petrobras iniciou no dia 1º de maio a produção de óleo no Polo Pré-Sal da Bacia de Santos. O primeiro óleo de Tupi foi retirado no navio-plataforma FPSO BW Cidade de São Vicente. À tarde, na Marina da Glória, no Rio de Janeiro, a amostra de óleo foi entregue solenemente ao presidente Lula, marcando o início do desenvolvimento da maior jazida de petróleo já descoberta pela Petrobras no Brasil, se confirmadas as expectativas. Tupi tem volume de óleo equivalente (petróleo e gás) recuperável estimado entre 5 e 8 bilhões de barris. O FPSO BW Cidade de São Vicente pode processar diariamente 30 mil barris de petróleo e ficará ancorado em águas ultraprofundas (2.140 m de profundidade).

Sideraço agora é Arxo Desde 1º de maio, a Sideraço Industrial do Brasil, empresa fabricante de tanques subterrâneos de combustíveis associada à ABIEPS, passa a ser ARXO (lê-se Arcso) Industrial do Brasil. A empresa catarinense que há 20 anos atende as exigências dos consumidores realizou um evento no dia 16 de abril, no Rio de Janeiro, para oficializar a mudança. A nova marca é resultado de mais de seis meses de estudo e engloba todos os pontos fortes e oportunidades para a empresa, inclusive no longo prazo, já que o nome escolhido pode ser pronunciado igualmente em outros idiomas. Fonte: Ibieps

Page 15: Revista Sindipetro Maio 2009

Revista Sindipetro I Maio 2009 I Página 15 ANP / Fecombustíveis g

Síntese de preços praticados em SCPeríodo: de 26 abril a 2 de maio de 2009

GASO

LINA

preço ao consumidor preço distribuidoraMunicípio Médio Mínimo Máximo Médio Mínimo MáximoBlumenau CaçadorChapecóConcórdiaFlorianópolisJaraguá do SulJoinvilleMafraS. Miguel D´OesteVideiraXanxerê

ÁLCO

OL

preço ao consumidor preço distribuidoraMunicípio Médio Mínimo Máximo Médio Mínimo MáximoBlumenauCaçadorChapecóConcórdiaFlorianópolisJaraguá do SulJoinvilleMafraS. Miguel D´OesteVideiraXanxerê

DIES

EL

preço ao consumidor preço distribuidoraMunicípio Médio Mínimo Máximo Médio Mínimo MáximoBlumenauCaçadorChapecóConcórdiaFlorianópolisJaraguá do SulJoinvilleMafraS. Miguel D´OesteVideiraXanxerê

GASOLINA CUF 75% Gasolina A 25% Alc. Anidro(1) 75% CIDE 75% PIS/COFINS Carga ICMS Custo da Distribuição Alíquota ICMS Preço de Pauta(2)

PR 0,8166 0,2048 0,1350 0,1962 0,7290 2,0816 28% 2,6034RS 0,8346 0,2258 0,1350 0,1962 0,6497 2,0413 25% 2,5987SC 0,8283 0,2086 0,1350 0,1962 0,6500 2,0181 25% 2,6000

1 – Corresponde ao preço da usina com acréscimo de PIS/COFINS e custo do frete2 – Base de cálculo do ICMS.

DIESELUF 97% diesel 3% Biocombustível 97% CIDE 97% PIS / COFINS Carga ICMS Custo da Distribuição Alíquota ICMS Preço de Pauta(1) PR 1,3022 0,0903 0,0291 0,1436 0,2530 1,8182 12% 2,1080RS 1,3184 0,0903 0,0291 0,1436 0,2581 1,8395 12% 2,1512SC 1,3156 0,0903 0,0291 0,1436 0,2580 1,8366 12% 2,1500

1 – Base de cálculo do ICMS.

Custo Resumido Ato Cotepe no 8 de 22 de abril – DOU de 23.04.09 – Vigência desde 1o de maio de 2009

Fonte: Fecombustíveis

2,593 2,570 2,599 2,186 2,122 2,2392,632 2,582 2,688 - - - 2,433 2,369 2,530 2,134 2,048 2,2132,609 2,490 2,720 2,131 2,080 2,2402,539 2,419 2,599 2,165 2,040 2,2322,518 2,399 2,539 2,136 2,070 2,1722,489 2,399 2,589 2,157 2,108 2,2182,548 2,490 2,670 2,166 2,144 2,2112,503 2,369 2,811 2,140 1,998 2,2232,597 2,490 2,690 2,132 2,090 2,1822,454 2,379 2,599 2,139 2,079 2,177

1,793 1,770 1,799 1,431 1,352 1,4961,734 1,690 1,749 - - - 1,635 1,529 1,799 1,336 1,250 1,4621,835 1,650 1,950 1,309 1,195 1,4771,654 1,480 1,789 1,401 1,290 1,4891,693 1,599 1,739 1,367 1,300 1,4331,614 1,460 1,799 1,416 1,273 1,7501,710 1,670 1,760 1,427 1,336 1,5141,718 1,569 1,929 1,337 1,250 1,4281,769 1,680 1,899 1,437 1,306 1,5711,748 1,598 1,880 1,254 1,178 1,323

2,128 2,099 2,149 1,939 1,918 1,9572,156 2,029 2,260 - - - 2,170 2,059 2,248 1,915 1,860 1,9512,174 2,120 2,270 1,898 1,860 1,9702,160 2,090 2,190 1,932 1,850 1,9702,075 1,999 2,099 1,904 1,883 1,9462,150 2,069 2,189 1,933 1,879 1,9782,114 2,080 2,150 1,909 1,897 1,9222,224 2,089 2,369 1,939 1,901 1,9942,137 2,060 2,190 1,898 1,855 1,9652,153 2,049 2,239 1,900 1,873 1,921

LMC eletrônicoA ANP está realizando audiências públicas com o objetivo de discutir mudanças significativas para o Livro de Movimentação e Combustíveis (LMC), e também seu preenchimento eletrônico e on-line. Traremos as informações assim que forem definidas.

Page 16: Revista Sindipetro Maio 2009

LINHA DIRETA GRATUITA com o Associado, através do telefone 0800474 474.

REVISTA SINDIPETRO, de publicação mensal.

CIRCULARES: divulgação, interpretação e esclarecimentos ao Associado de novas leis e portarias e de todos os demais assuntos de interesse da categoria. Assim que surge algum fato de importância para o revendedor, o Sindicato envia imediatamente uma circular sobre o assunto. Também disponibilizada a todos os associados pela internet, através dosite www.sindipetro.com.br

ASSESSORIA JURÍDICA CIVIL: em análise de contratos, defesas administrativas em autuações e processos administrativos, direito preventivo e rotinas administrativas.

ASSESSORIA JURÍDICA TRABALHISTA: direito preventivo, elaboração de pareceres, negociações coletivas, assessoria em dúvidas e orientações diversas.

ASSESSORIA CONTÁBIL, FISCAL E TRIBUTÁRIA: impostos, prazos, documentos, rotinas, LMC e legislação.

PORTARIAS E LEIS: sempre que solicitar, o associado recebe, via correio, fax ou e-mail, cópias de leis, portarias e demais decisões dos órgãos e autoridades constituídas a respeito do segmento de combustíveis. Conforme a importância e urgência, cópia do documento é anexada às circulares.

CICLO DE CONGRESSOS REGIONAIS: realizado ao longo do ano pelo Sindipetro, de modo a cobrir todo o estado, o Ciclo de Congressos Regionais é um fórum de debates que

reúne revendedores de diversas regiões em torno de uma programação de palestras sobre assuntos de grande interesse da categoria.

AUDITÓRIO E SALA DE REUNIÕES: a sede do Sindipetro possui um moderno e equipado auditório que permite a realização de cursos, palestras e seminários destinados à atualização do revendedor e também uma ampla sala de reuniões. Estes espaços podem ser utilizados pelo associado em qualquer época, mediante solicitação prévia.

CONVÊNIO COM FORNECEDORES E PROFISSIONAIS: o associado pode consultar um cadastro de fornecedores de produtos e de prestadores de serviços para postos. Indicamos firmas de coleta de resíduos para a realização de testes de estanqueidade, consultoria ambiental, venda de tanques, bombas, empresas de treinamento e muito mais.

LEVANTAMENTO CADASTRAL: através de consulta ao Serasa, o associado tem acesso à ficha cadastral de qualquer empresa do país, com informações de títulos protestados, cheques sem fundos, entre outros dados.

LIVROS DE MOVIMENTAÇÃO DE COMBUSTÍVEIS: fornecemos o LMC.

CONVÊNIOS: para cursos de formação e qualificação profissional.

NEGOCIAÇÃO COLETIVA: anualmente, nosso Sindicato debate a convenção coletiva com os Sindicatos Laborais, estabelecendo os índices de reajuste salarial para a categoria.

Este Sindicato luta por seus interesses e mantém você informado sobre as modificações no setor dos combustíveis.

O Sindipetro conta com um acervo de equipamentos e serviços para você: