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Edição 07 da Revista dirigida ao setor de Fomento Mercantil - Factoring - do Estado do Rio Grande do Sul, abordando como tema principal um estudo que aponta o Brasil como a 5ª economia mundial em 2030.
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Revista SINFAC/RS • Março/Abril 2010
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Em 20 anos, a economia do Brasil deverá ultrapassar gigantes como Alemanha, Reino Unido e França.
Para continuar a trajetória bem-sucedida, o presidente reeleito, Olmar Pletsch, para a nova gestão 2010-2014, afirma que dará continuidade às políticas de gestão tendo como uma de suas metas ampliar o quadro associativo para 360 filiados.
Palavra do Presidente ...............................................................................................04
Atualidade .................................................................................................................................. 06
Geral ................................................................................................................................................... 12
Artigo ................................................................................................................................................... 18
Economia ......................................................................................................................................20
Entrevista ...................................................................................................................................... 22
Gastronomia ............................................................................................................................ 24
Em Foco ......................................................................................................................................... 30
Eleições ........................................................................................................................................... 36
Perfil ....................................................................................................................................................... 38
A Revista do SINFAC/RS é uma publicação do Sindicato das Sociedades de Fomento Mercantil - Factoring do Estado do Rio Grande do Sul
Rua Sport Club São José, 53 - conj. 302Fone/Fax: (51) 3341-3998
CEP 91030-510 - Porto Alegre/RSwww.sinfacrs.com.br - [email protected]
DIRETORIAPresidente:
Olmar João Pletsch 1º Vice-Presidente:
Marcio Henrique Vincenti Aguilar Vice-Presidente Administrativo:
Luiz Gerson Almada Vice-Presidente Financeiro:Rodrigo Librelotto Westphalen
Diretores Titulares:Letícia Hickmann Pletsch
Olmiro Lautert Walendorff Jaime Antonio Nunes
Maria Terezinha Deboni Grando Clito Santini
Gisele Ferreira Bier Roberto de Lorenzi
Norberto Pacheco de Antoni Alexander Bley
Carlos Gilbert Conte Diretores Suplentes:
Luciano Villa Verde CaetanoGilberto Bavaresco
Roseli de Castro SoaresKarina Deboni Grando
Ivanhoé FassiniRogério Vargas Fagundes Antonio Rodrigues Aguilar
Pedro Henrique de Souza Almada Angela Maria Marcon Ternes
Marcelo Pina Matusiak Delegados Titulares Representantes
junto à Fecomércio:Olmar João Pletsch
Olmiro Lautert Walendorff Delegados Suplentes Representantes
junto à Fecomércio:Márcio Henrique Vincenti Aguilar
Rodrigo Librelotto Westphalen Conselho Fiscal - Titulares:
Sérgio Grisólia WalendorffValdir Ferraz de Abreu
Jorge Alberto de Oliveira Pacheco Conselho Fiscal - Suplentes:
Diones Pastre CamargoLino Mattiello
Germano Brendler
EDIÇÃOFrancke | Comunicação Integrada
Av. Carlos Gomes, 466 - cj. 07Bela Vista - Porto Alegre/RSFone/Fax: 51 3388 7674
www.francke.com.brEditora-responsável:
Mariza Franck (Reg. Prof. 8611/RS)Redação:
Ana Lúcia Medeiros (Reg. Prof. 11582/RS) eTeresa Schembri (Reg. Prof. 6240/25/91 RS)
Projeto Gráfico: Hélio de SouzaDireção de arte/Capa: Alex Mello
Revista SINFAC/RS • Ano II • Nº 7
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A Revista do SINFAC/RS é um canal de informação do segmento de factoring. Nesta edição, abordamos temas de economia, gestão, marketing com clientes, tecnologia da in-formação, business intelligence, redes de relacionamento e para descontrair um pouco, uma matéria sobre gastronomia, e muitos outros assuntos de interesse do setor de fomento mercantil.
Como o nosso campo de atuação é de fundamental importância para a economia do país, ao fomentar milha-res de pequenas e médias empresas e gerar 2,1 milhões de empregos diretos e indiretos, a matéria de capa vem com o tema “Brasil, o gigante desperta”, que traz diversos estudos destacando o Brasil como uma das principais potências eco-nômicas globais.
Segundo a consultoria PricewaterhouseCoopers, da-dos divulgados no primeiro trimestre deste ano, em Londres, apontam que o país deverá ultrapassar em 2030, gigantes como Alemanha, Reino Unido e França. E até lá, cinco das dez maiores economias serão países hoje tidos como emer-gentes: China, Índia, Brasil, Rússia e México.
Essa e outras matérias como a importância das peque-nas e médias empresas na geração de empregos no Brasil – principais responsáveis pelo fomento do emprego em dez anos – estão nesta edição para você, leitor da revista.
Boa leitura!
Olmar João PletschPresidente do SINFAC/RS
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O evento de factoring que reunirá sindicatos, empresários e profissionais de todo o Brasil – o X Congresso Brasileiro de Fomento Mercantil – terá o apoio do SINFAC do Rio Grande do Sul. O maior encontro sobre o segmento, promovido pela Associação Nacional das Sociedades de Fomento Mercantil – Factoring (ANFAC), em parceria com os demais Sindicatos patronais de Fomento Mercantil do país, es-pera de 2 a 4 de junho, cerca de 700 participantes, no balneário per-nambucano de Porto de Galinhas. O vice-presidente do SINFAC/RS e da ANFAC, Marcio Aguilar, destaca que a cada dois anos o Congres-so Brasileiro de Fomento Mercantil é sediado em um Estado diferente, como uma forma de descentralizar a sua execução, sendo desta vez em Pernambuco. “O evento demonstra a importância em participar de discussões que assolam a atividade, debatendo questões unicamente de factoring no Brasil.”
Aguilar reforça ainda que será a oportunidade de fazer uma lei-tura das peculiaridades regionais de cada Estado a respeito das suas diferenças, na qual cada participante leva a sua bagagem de conhe-cimento, trazendo com isso grandes enriquecimentos para o setor. “É indispensável a participação dos empresários e dos operadores de factoring de todo o país, como demonstração de força e unidade do segmento, revelando, portanto, a importância direta dos Sindicatos em conclamar seus associados a se fazerem presentes nesse evento. A pro-pósito, os Sindicatos são parceiros diretos da ANFAC que é a associa-ção representativa do fomento mercantil.”
O presidente da Comissão Organizadora do X Congresso Brasi-leiro de Fomento Mercantil, Alcidésio Maciel, acredita que o foco Com-petitividade garantirá uma “singularidade ao evento, que proporciona-
X Congresso Brasileiro de Fomento Mercantil
espera por você
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Procure o Sindicato e faça logo a sua inscrição para o maior evento de
factoring brasileiro.
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rá aos empresários uma conscientização sobre a necessidade de investir em qualificação e em novas ferramentas tecnológicas, que atribuam às suas empresas diferenciais para enfrentar a concorrência num mundo cada vez mais globalizado”. A programação do Congresso propiciará, segundo o dirigente, uma “visão multifacetária dos assuntos que envol-vem a competitividade empresarial e as medidas necessárias para que cada empresa encontre o seu espaço no ambiente econômico”.
Para os associados gaúchos participarem do X Congresso Brasi-leiro de Fomento Mercantil, o SINFAC/RS estará fazendo as inscrições. Ela inclui, para cada participante, material de apoio, coquetel de aber-tura, dois brunchs, dois coffee-breaks e festa de confraternização.
O evento será realizado no Summerville Beach Resort Hotel, em Porto de Galinhas, mas os participantes têm a opção de escolher outros hotéis para se hospedar. As opções podem ser conferidas no endereço eletrônico www.anfac.com.br/congresso.
O vice-presidente do SINFAC/RS e da ANFAC, Marcio Aguilar, explica que o Sindicato gaúcho apóia incondicionalmente os seus as-sociados subsidiando as suas inscrições, porque esse evento é o fórum matriz para que as questões nacionais sobre o fomento mercantil sejam discutidas. “Conclamamos a todos a participar do evento, pois se faz necessária a formação de uma cultura homogênea do setor. Somen-te com um crescimento cultural nos manteremos fortes, competitivos e atuantes no mercado.” O encontro discutirá as perspectivas do fomento mercantil no Brasil, proporcionando o intercâmbio de informações, a troca de experiências e a aproximação dos empresários e profissionais do segmento de todo o Brasil.
Confira os temas das palestras
A abertura do evento acontece no dia 2 de junho, a partir das 20h, com a palestra inaugural, “Perspectivas e Desafios do Fomento Mercantil no Cenário Econômico Brasileiro”, ministrada pelo presidente da ANFAC, Luiz Lemos Leite. No dia 3, “A Economia Brasileira e a sua Competitividade Frente ao Cenário Econômico Internacional” abre o ciclo de palestras. Logo após, as palestras com os temas “Inteligência Competitiva no Fomento Mercantil” e “Contratos Digitais: o relaciona-mento eletrônico reduz custos e riscos”. No turno da tarde, acontecem as palestras “Ética e Desenvolvimento Socioeconômico”, com o secre-tário executivo do Instituto ETHOS, Caio Magri; “Competitividade em quatro tempos: Estratégia, Qualidade, Inovação e Talento”; “Decisões Judiciais e seus Reflexos Econômicos”, com o ministro do Superior Tri-bunal de Justiça, Massami Uyeda; e “Produtos e Serviços Diferenciados para Empresas de Fomento Mercantil”; e à noite, jantar e Festa de Con-
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fraternização.No último dia, ocorrem as pa-
lestras “Tributação no Brasil - Impactos sobre o Cenário de Modernização da Economia Brasileira”, ministrada pelo secretário-adjunto da Receita Federal do Brasil, Marcos Neder; “Instrumen-tos do Mercado de Capitais e a Com-petitividade das Empresas de Fomento Mercantil”; “Agilidade do Judiciário como Fator de Competitividade Eco-nômica”; “Perspectivas da Economia Brasileira”, com o ex-ministro da Fa-zenda, Maílson da Nóbrega; “Crédito e Inadimplência – Panorama Geral”; “O Contrato de Fomento Mercantil e a Responsabilidade Cambiária do En-dossante”; e às 15h, cerimônia de en-cerramento do X Congresso Brasileiro de Fomento Mercantil.
“É indispensável a participação
dos empresários e dos operadores de
factoring detodo o país, como demonstração de
força e unidade do segmento [...]”
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Não existe ferramenta tecnológica e nem estratégia, por melho-res que possam ser, que consigam sucesso dentro de uma empresa sem que haja uma cultura voltada ao cliente. É o que afirma o consultor de Empresas nas áreas de Planejamento de Marketing, Vendas e Atendi-mento, Artur Vasconcellos, que já atuou como executivo de marketing de grandes empresas como Dell e Vivo (operadora de telefonia celular). Ele explica que toda a organização precisa ter uma cultura de foco no cliente, estabelecendo um relacionamento o mais próximo possível da-quilo que ele deseja, em termos de processos, agilidade, empatia, entre outros. Mas para isso, o consultor ressalva que o primeiro passo para a empresa iniciar um projeto de gestão do relacionamento com o cliente é sensibilizar as pessoas. “E isso tem que ter início na alta diretoria.”
A fidelização do cliente é algo cada dia mais difícil, em tempos em que todos os relacionamentos são superficiais, o tempo é curto, e a tecnologia substitui, muitas vezes, o contato humano. Porém, não é algo impossível, garante o especialista. A melhor maneira de fidelizá-lo através do marketing de relacionamento, recomenda Vasconcellos, é mostrar o quanto é fácil ser cliente da sua empresa, criar processos e experiências de compras diferenciadas e associadas às suas necessida-des, e deixar de errar em questões triviais como mau atendimento ou não entender o que eles esperam.
O marketing de relacionamento é uma estratégia de gestão que bem planejada empregará diversas ferramentas para fidelizar os clien-tes. Essa constatação de Vasconcellos nunca foi tão presente como ago-ra, já que as empresas, para se manterem no mercado, precisam estar cada vez mais informadas sobre as suas reais necessidades. “Nunca foi tão importante a lógica mais trivial do marketing, que é conhecer muito bem o que é relevante para quem eu quero atingir comercialmente.”
Esse tipo de marketing é importante em qualquer negócio, princi-palmente para empresas que atuam em setores altamente competitivos, de serviços ou atendendo a outras organizações. Vasconcellos afirma
“Nunca foi tão presente e
importante alógica mais trivial do marketing que é conhecer muito bem
o que é relevante para quem eu quero atingir
comercialmente.”
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Marketing de Relacionamento
fideliza clientes
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que para as empresas que não estão atentas em traçar e colocar em prática o marketing de relacionamento as consequências são muitas, como a perda de clientes, a queda de faturamento e problemas com a imagem da marca.
As empresas também precisam estar atentas ao fato de que o marketing deve ser produzido e feito por um profissional especializado para evitar erros primordiais, que acarretam na falta da visão global do tema. “O marketing ainda é um campo do conhecimento em que todos acham que são especialistas e, como ciência social, a área possui muitos estudos, pesquisas e teorias, que junto da experiência prática de alguns profissionais, permitem muito mais probabilidade de êxito na definição de ações, além de minimizarem eventuais riscos.”
Estimular o funcionário da empresa deve ser outro fator impor-tante para que o marketing de relacionamento dê certo. “Eles são a imagem da empresa. E é com os funcionários que os clientes se rela-cionam.”
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Artur VasconcellosConsultor de Empresas
Regis McKenna, um dos autores do marketing, define que Marketing de Relacionamento ou Pós-Marketing significa construir e sustentar a infraestrutura dos rela-cionamentos de clientes.
FIQUE SABENDO
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O mercado está à procura de um profissional que planeja e ge-rencia os dados e toda a rede tecnológica de uma organização. Ele é o chamado profissional de tecnologia da informação ou TI, que é cada vez mais, nos dias de hoje, necessário e requisitado pelas empresas de pequeno a grande porte. “Ele lida com a manipulação de infor-mações digitais e garante a execução de forma correta dos dados de uma empresa”, explica Reges Bronzatti, vice-presidente da Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação – Regional RS (ASSEPRO). Esse tipo de profissional – que pode exercer diversas fun-ções, desde programadores, analistas de sistemas, gerentes de projetos e implantadores de sistemas de informática, por exemplo – está em falta, apesar de o mercado oferecer salários altíssimos. Quem inicia na carreira pode começar com um salário entre R$ 1 mil e R$ 4 mil – dependendo do porte da organização – e chegar ao cargo de gerente ou diretor de TI, com salário de até R$ 20 mil. “Os melhores salários atualmente estão em TI”, garante Bronzatti.
A maior carência de mão de obra qualificada é a de pessoas capacitadas em desenvolvimento de software e interessadas em apren-der uma língua estrangeira, como o inglês, requisito fundamental para ingressar nesta profissão, informa o consultor em Tecnologia da Infor-mação e professor da disciplina de TI no MBA em Gestão de Negócios em Fomento Mercantil, Carlos Tadeu Queiroz de Morais. “A forma en-contrada pelas grandes empresas para suprir essa carência, vem sendo a contratação de profissionais fora do Estado do Rio Grande do Sul, ou mesmo, a busca em escolas técnicas, ou em cursos superiores de tecnologia, que são compactos e têm duração de dois anos e meio”, comenta Queiroz.
Um dos cursos técnicos mais procurados e com mais probabili-dade de emprego é o de desenvolvimento de sistemas, avalia o vice-presidente da ASSEPRO, Reges Bronzatti. “A demanda e a oferta sobre profissionais especializados para desenvolver sistema é muito grande. Os programas de computadores só nascem através da inteligência de uma pessoa.”
Como a profissão não exige a obrigatoriedade do diploma de graduação, os cursos técnicos, que têm duração mais curta, em média de dois anos, são um bom começo para quem deseja iniciar a carrei-ra. Isso porque, quem almeja mesmo ser um especialista em TI, tem
Tecnologia da Informação
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“O insumo da área de TI são as pessoas.
Sem elas, não há resultados.”
Procuram-se profissionais de
Reges Bronzattivice-presidente da ASSEPRO-RS
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que estar estudando e se especializando sempre, alerta Bronzatti. “As tecnologias nascem, evoluem e morrem, e a cada momento é preciso estar se atualizando, caso contrário, você sairá do mercado.” A Tec-nologia da Informação engloba gestão, administração e matemática, e ter domínio do inglês também é necessário, tanto que muitos cursos técnicos já oferecem a língua estrangeira dentro do currículo, explica o vice-presidente da ASSEPRO. “Tem que estudar muito, e quem tem vontade de aprender, será aproveitado e reconhecido pelo mercado.” Para quem deseja se aperfeiçoar com cursos de graduação, as opções são as faculdades de engenharia da computação e de software, análise de sistemas, sistemas de informação e ciências da computação.
Segundo Bronzatti, nos últimos cinco anos, cerca de 700 pro-fissionais graduados se formaram no Rio Grande do Sul, na área de Tecnologia da Informação. As regiões do Vale do Sinos, Metropolitana e Serra Gaúcha, são as áreas onde existe maior abrangência desses profissionais. As empresas gaúchas empregam cerca de 50 mil pessoas na área de TI, o que representam no cenário nacional, a empregabili-dade de 6% dos profissionais no Brasil.
De acordo com dados da última pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2008, o maior número de empre-sas de TI, está concentrado nos Estados de São Paulo, em 1º lugar, com 62 mil empresas; Rio de Janeiro, em 2º, com 13 mil; Minas Gerais, em 3º, com 9,3 mil; o Rio Grande do Sul, em 4º, com 7,8 mil; e o Paraná em 5º, com 6,8 mil.
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A ASSEPRO tem cerca de 206 associados, que oferecem uma média de 230 vagas para contratação. Bron-zatti faz uma estimativa que 7,8 mil empresas gaúchas oferecerão 10 mil vagas em TI neste ano de 2010. “O insumo da área de TI são as pessoas. Sem elas, não há resultados.”
O consultor em Tecnologia da Informação e professor da disciplina de TI, no MBA em Gestão de Negó-cios em Fomento Mercantil, Carlos Tadeu Queiroz de Morais, ressalta que não só para as empresas de factorin-gs, como para todas que desejam se manter no mercado, é necessário ter conhecimentos em TI e estar se atua-lizando com as novas tecnologias. “A tecnologia está em tempo real e todos os anos são trocadas as versões.”
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Para o empreendedor que ainda não sabe da sua importância, vale lembrar que marca sem registro é marca sem dono. Portanto, não deixe para depois um procedimento que é essencial se fazer logo após o nome da empresa ser criado. Para isso, é necessário ter empresa constituída com objetivo social compatível com as atividades que se pretende proteger, e não havendo impedimentos legais ao registro, a marca pode ser solicitada. O sócio da Cia da Marca Consultoria Empresarial em Porto Alegre – que atende clientes em todo o Brasil –Emerson Hofart garante que o processo de registro da marca é muito simples. Ele explica que o primeiro procedimento é realizar uma análise de viabilidade, bem como, os registros já concedidos. Não se pode registrar uma marca igual ou semelhante a outra já existente, pois o ob-jetivo é impedir que os consumidores façam confusão entre as marcas, adquirindo um determinado produto ou serviço, quando pensam estar adquirindo outro.
O empresário informa ainda que num prazo de aproximadamen-te 30 dias o INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial) publica o pedido de registro e inicia-se o prazo de julgamento que leva cerca de dois anos. O presidente do INPI, Jorge Ávila, informa que graças à ampliação do quadro de examinadores, por meio da realização de concursos públicos, o órgão conseguiu reduzir de 14 anos para dois anos o tempo médio de espera para a obtenção de registro de marcas. A previsão é de que a última marca da fila vai ser examinada em 14 meses. “A gente está chegando a uma situação de equilíbrio e chegará à meta, que é cair para 12 meses”. Na área de marcas, o cresci-mento do número de depósitos tem sido de 10% por ano, alcançando 111.363 pedidos no ano passado.
As empresas que não possuem o registro de sua marca correm o risco de perdê-la, alerta Hofart. “É muito comum empresas precisarem mudar de marca pelo fato da mesma ser registrada por um concorrente”.
o nome da sua empresa
Proteja o seu maior patrimônio:
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Por isso, é prudente no momento de abrir a empresa verificar se a razão social escolhida não possui registro de marca no INPI, pois pode ocorrer da empresa necessitar alterar sua razão social em função da marca ser registrada por um concorrente.
Ele comenta que, em alguns casos, com o passar do tempo, as empresas são obrigadas a mudar a marca e, praticamente, perdem a identidade criada diante dos clientes. “Quanto mais tempo a empresa ficar no mercado sem registrar sua marca, maior será o risco e o preju-ízo, no momento em que precisar alterá-la.”
É necessário esclarecer também que o fato da marca estar regis-trada não impede que outra organização venha utilizá-la indevidamen-te. Hofart reforça que é justamente a posse do registro que garantirá a sua propriedade e permitirá ao seu titular ações legais, que façam cessar o uso da marca utilizada indevidamente. “Usar marca registrada por terceiros é crime.”
A importância da busca
Para o empresário se certificar que o nome desejado não foi registrado, o site da INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial), permite que qualquer interessado possa fazer busca de marcas já exis-tentes. Porém, para fazer uma análise segura é necessário contratar uma empresa especializada em Marcas e Patentes para realizar este tipo de pesquisa. “A busca de anterioridade deve contemplar o nome a ser protegido e a logotipia, considerando não somente a atividade do pretendente, mas também as atividades afins, para evitar que o pedido de registro seja negado por ocasião do julgamento”, explica o sócio da Cia da Marca Consultoria Empresarial, Emerson Hofart.
O registro de marca protege a identidade comercial e institucio-nal da empresa e de seus produtos e serviços, e o seu titular tem o direi-to de uso exclusivo da marca em território nacional. Segundo Hofart, a marca registrada deve ser utilizada, ou então o titular do registro pode vir a perdê-lo pela falta de uso.
O que pode ser registrado?
São registráveis como marca os nomes comerciais de produtos e serviços e seus logotipos. Existem três formas de apresentação para marca, que podem ser a Nominativa (protege somente o nome); a Fi-gurativa (protege somente o logotipo); e a Mista (protege nome e mais logotipo em um único registro, sendo a forma mais usual de proteção de uma marca. “Esclarecemos que a marca deve ser registrada exata-mente na forma utilizada pela empresa. E, caso exista uma variação entre a utilização de nome, nome com logotipo ou somente o logotipo, então é necessário proteger as variações”, explica Hofart.
Emerson Hofart, Sócio da Cia daMarca Consultoria Empresarial
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Estudos de diversos institutos apontam que o Brasil, em 20 anos, será uma das
principais potências econômicas globais.
‘Brasil, quinto no ranking mundial de economia, conversa com a líder China’. A manchete do jornal fictícia é um dos mais prováveis cenários globais em 2030. O país deverá ultrapassar gigantes como Alemanha, Reino Unido e França. E, até lá, cinco das dez maiores economias serão países hoje tidos como emergen-tes: China, Índia, Brasil, Rússia e México. Até 2020, o PIB (Produto Interno Bruto) do E-7 – como é chamado o grupo dos sete que inclui Indonésia e Turquia – será maior do que o do G-7 (Estados Unidos, Canadá, Japão, Alemanha, França, Reino Unido e Itália). Após a ultrapassagem, a distância seguirá aumentando: em 2030, o E-7 será 30% mais rico que o G7. A distância entre o G7 e o E7 se reduzirá a 35% já em 2010, e desaparecerá totalmente no final da década.
Esta é a análise da consultoria PricewaterhouseCoopers, di-vulgado no primeiro trimestre deste ano, em Londres. O relatório leva em consideração o ritmo de crescimento e a valorização média das moedas de cada país para traçar perspectivas de médio e longo prazos. Segundo o estudo, o E-7 e o G-7 terão pesos equivalentes por volta de 2019. “Em 2030, nossas projeções sugerem que o top 10 global do ranking de PIB terá a liderança da China, seguida dos Estados Unidos, Índia, Japão, Brasil, Rússia, Alemanha, México, França e Reino Unido”, afirmou o relatório, da PwC.
Brasil,o gigantedesperta
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O pesquisador da FEE (Fundação de Economia e Estatística) Alfredo Meneghetti Neto, informa que existem outros estudos que apontam para a mesma direção, como os do FMI (Fundo Monetário Internacional). “O Brasil tem se destacado com o fornecimento de insumos importantes para outros países, estabeleceu uma planta industrial bem posicionada e um amplo acervo.” Lembra que mes-mo entre os emergentes, o Brasil apresenta um crescimento vigoro-so, “mesmo que ainda tenhamos problemas sociais para resolver”. Meneghetti acrescenta que a classe média brasileira, que vem se engrossando nos últimos anos, já é a mais importante da América Latina. “Ainda vai ser preciso investir na área social, fazer as refor-mas tributárias e trabalhistas e melhorar a qualidade de vida da população como um todo.”
O alinhamento comercial com a China – principal parceiro do país – é uma alavanca importante para transformar a previsão em realidade. “Isso deve nos impulsionar muito, pois devemos cres-cer junto com a China.” Os principais produtos negociados entre eles na atualidade são minério de ferro, soja e petróleo. A locomo-tiva chinesa é o motor do fortalecimento do E7. “E mesmo que ela se desacelere progressivamente nos próximos 20 anos, como é es-perado, deve desbancar os EUA por volta de 2020 e ocupar o lugar de primeira economia mundial”, explica o estudo da PwC.
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“O Brasil tem se destacado com
o fornecimento de insumos
importantes para outros países,
estabeleceu uma planta industrial
bem posicionada e um amplo acervo.”
Além disso, explica Meneghetti, a produção industrial do G7 já está comprometida pela crise e pela restrição dos recursos na-turais. “Por outro lado, nós estamos com todas as condições de crescer em nossa capacidade, pois temos base tecnológica e in-vestimentos e saímos da crise primeiro.” Outras vantagens do Bra-sil são o aumento do consumo e de renda da população. Para o pesquisador, já em 2020, as diferenças entre o E7 e o G7 estarão zeradas. “A agenda do combustível é uma das condições essen-ciais do crescimento econômico. A viabilidade de exploração do petróleo no Pré-Sal, junto com o álcool (do qual somos detentores da tecnologia) e o etanol, nos garante uma posição confortável de player mundial. Nos próximos dez anos, não há perspectiva de nada superior ao petróleo no cenário mundial, ou que seja seu substituto. O etanol serve de alternativa, mas não toma seu lugar”, analisa ele.
De acordo com estudos elaborados pela consultora Ernst&Young e a Fundação Getúlio Vargas, baseados nos indicado-
Alfredo Meneghettipesquisador da FEE
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res econômicos dos últimos 57 anos em 100 países, o PIB brasileiro deve crescer uma média de 4% por ano e saltar de U$ 963 bilhões em 2007 para U$ 2,4 trilhões em 2030. A previsão indica que o consumo brasileiro crescerá a uma média de 3,8% ao ano, impul-sionado tanto pela redução da pobreza, como pelo envelhecimento da população, que hoje, na sua maioria, tem menos de 25 anos. O crescimento de 150% do PIB leva em consideração fatores como a taxa de investimento média de 22,7% e a expansão da força de tra-balho para 0,95% por ano, equivalentes a níveis elevados de países desenvolvidos (0,1% por ano).
Entre outros indicadores, o estudo prevê que a escolaridade média da mão de obra brasileira passará de 7,8 anos em 2007, para 11,3 anos em 2030, e que o aumento médio da produtividade chegará aos 0,93% ao ano, muito próximos dos valores dos países desenvolvidos. A análise indica ainda que o crescimento mundial entre 2007 e 2030 dependerá, em grande parte, do desempenho dos EUA, mas também de países em vias de desenvolvimento como a China, Índia e Brasil.
Entre os reposicionamentos, três chamam mais atenção: a China, que ultrapassa os EUA, a Índia, superando o Japão, e o Brasil deixando para trás todos os gigantes europeus. Outra cons-tatação do estudo é que a economia indiana crescerá mais rápido que a chinesa na década de 20. “A influência do E-7 já é enorme e esta análise mostra que a questão não é se o E-7 ultrapassará o G-7, mas quando”, explicou Ian Powell, economista da PwC.
Contudo, Meneghetti alerta que nada vai cair do céu. O Bra-sil precisa fazer investimentos nas áreas de saúde e educação. “Em levantamento que realizei há pouco, dos 5,5 mil municípios do país, 2,95 mil não têm nenhum estabelecimento público de cultura, como teatro, museu ou cinema. Não há investimento nesta área, que é fundamental para a formação do cidadão e o fortalecimento da nação. É preciso de escolaridade para impulsioná-la.”
“Em 2030, nossas projeções sugerem que o top 10 global do ranking de PIB terá a liderança da China, seguida
dos Estados Unidos, Índia, Japão, Brasil, Rússia, Alemanha, México, França e Reino Unido.”
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sobreFomento Mercantil
“Não há relação de consumo entre
empresa de factoring e faturizada, uma vez que os valores
adiantados a esta, em face da negociação de
ativos, constituem incremento para
a atividade empresarial.”
No mês de março passado tivemos a honra de palestrar para o SINFAC-SP sobre “A Evolução dos Julgados do Tribunal Paulista sobre Factoring”, e referimos que as decisões estão cada vez mais demons-trando conhecimento sobre a nossa atividade.
Evidentemente que naquele Estado, seja pelo número de empre-sas de fomento mercantil ou ainda pela enorme quantidade de proces-sos que envolvem o setor, as mazelas da atividade podem ser desven-dadas, em tese, com mais facilidade.
De qualquer forma, já é passada a hora de reclamarmos sobre os julgamentos que envolvem o nosso setor e agruparmos as decisões, que não são poucas, que efetivamente dissecam o contrato de fomento mercantil e as operações.
Na esteira da evolução dos julgados, o nosso Tribunal de Justi-ça do Estado do Rio Grande do Sul igualmente demonstrou que está aprofundando os estudos sobre a atividade de fomento mercantil, em especial pelo uso da experiência dos profissionais da advocacia espe-cializados no setor, e também pela leitura de doutrinadores que escre-vem exclusivamente sobre fomento mercantil.
Passados quase três anos do julgado polêmico, que gerou enor-me desconforto no setor no cenário nacional (Apel. 70020325619 ), o mesmo Tribunal, agora, decide em sentido diametralmente oposto.
No julgamento da Apelação nº 70033460718 (acesso por to-dos no site www.tjrs.jus.br), ao decidir sobre uma ação revisional, o desembargador Pedro Celso Dal Pra assim declarou:
a) Sobre a aplicação do Código de Defesa do Consumidor:Não há relação de consumo entre empresa de factoring e fa-
turizada, uma vez que os valores adiantados a esta, em face da nego-
A evoluçãodos julgados
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o
ciação de ativos, constituem incremento para a atividade empresarial (atividade-fim). A faturizada, portanto, não é “consumidora”, justamen-te porque utiliza os créditos ou os produtos adquiridos como “meio”, e não como “destinatária final”. Tanto que, com o produto da venda de seu crédito visa à expansão de seus ativos, ao aumento de suas vendas, à eliminação de eventual endividamento e à transformação de suas vendas a prazo em vendas à vista.
b) Quanto ao Fator de Compra:Da mesma forma, não subsiste a alegação de que o contrato
de factoring seria, na verdade, um mútuo bancário, por se constituírem operações que em muito se distinguem.
Com efeito, como se sabe, o factoring é o negócio jurídico “entre duas empresas, em que uma delas entrega à outra um título de crédito, recebendo, como contraprestação, o valor constante do título, do qual se desconta certa quantia, considerada a remuneração”, consoante en-sina Arnaldo Rizzardo¹.
Deveras, o factoring com o mútuo não se confunde, pois este se caracteriza pelo empréstimo de dinheiro mediante a remuneração na forma de juros, ao passo que aquele, muito embora se assemelhe por conter natureza de um contrato bilateral, difere frente ao fato de a faturizadora receber o crédito representado por um título de crédito da faturizada mediante o pagamento de elevada comissão cobrada pelo serviço. E esta comissão (ou Fator de Compra), que constitui a remune-ração da faturizadora, é composta pela diferença entre o valor constan-te no título e o montante efetivamente repassado à faturizada (diferença entre o preço ajustado para compra e o valor nominal dos títulos), não se confunde com cobrança de juros, como quer fazer entender a parte apelante, justamente, como dito, porque não se trata de negócio jurídi-co bancário, mas de compra e venda de ativos financeiros.
c) Sobre a impossibilidade de limitar o Fator de Compras:De outro lado, ainda que eventualmente o fator de compra men-
sal (deságio verificado no mês) supere 1%, consoante se infere dos con-tratos celebrados entre as partes (fls. 93-106 e 119-132), o negócio jurídico não é abusivo ou eivado de nulidade, porque não se pode perder de vista que repousa justamente neste percentual a remuneração da empresa de factoring, na qual está inserta não só a remuneração pela prestação do serviço, como, também, os encargos, as despesas advindas da futura obtenção do crédito junto ao devedor originário do título, assim como os riscos assumidos pela faturizadora.
d) Para finalizar, sobre a prestação de serviços: Tampouco há falar em ausência de prestação de serviço, pois,
como dito alhures, esta consiste justamente na prática de compra de ativos, mediante remuneração advinda da diferença entre o preço de compra e o valor nominal dos títulos, gerando fomento mercantil e propiciando a expansão dos ativos da faturizada, aumentando suas
vendas, eliminando eventual endivida-mento e transformando suas vendas a prazo em vendas à vista.
Como vemos, o julgado pu-blicado no dia 05/03/2010 atende completamente a todos os anseios da categoria, e afasta os temores de pro-cessos julgados com base no precon-ceito da atividade.
Cabe ao setor providenciar e dar circulação a tais julgados, para disseminar o claro entendimento ju-dicial sobre o contrato, no rumo da solidificação da atividade e seu reco-nhecimento pelo Poder Judiciário.
Alexandre NevesConsultor Jurídico do
SINFAC/RS
¹In Factoring, 3ª edição,Editora Revista dos Tribunais, p. 13.
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Dois de cada três empregos gerados no Brasil, nas duas últimas décadas, se originaram nas micro e pequenas empresas, revela um recente estudo do Ipea (do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). De 1989 a 2008, o emprego nos pequenos empreendimentos cresceu 119%, saindo da casa dos 14,1 milhões para 31 milhões de vagas, com uma média anual de 890 mil novos postos de trabalho. E, nesta perspectiva, se mantido o atual nível de expansão da economia brasi-leira, até 2020 serão mais 19,3 milhões de empregos, dos quais 10,7 milhões advindos de pequenos negócios.
O Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Em-presas) apresenta números em concordância com os dados do Ipea. Em 2009, o segmento como um todo contribuiu com 1,023 milhão de novas vagas, enquanto as grandes companhias apresentaram 28.279 postos a menos. “A turbulência foi menor para micros e pequenas em-presas porque elas dependem menos do mercado global e atuam onde as grandes não chegam”, explica o assessor de Planejamento e Orça-mento do Sebrae gaúcho, André Campos. “Inclusive, as de zero até quatro funcionários não tiveram manifestação de desemprego.”
O assessor destaca que a cultura no país vem mudando: o em-preendedorismo é cada vez mais uma opção de vida e não uma falta de
Em 2010 devem gerar novamente mais de 1 milhão
de postos de trabalho.
Pequenos negóciossão a base do emprego no país
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escolha. “Aqueles que vislumbram um nicho mercadológico têm mais chances de sucesso e longevidade em seus empreendimentos.” Os se-tores que mais se destacam são de comércio e de serviços. As taxas hoje mostram que 80% deles sobrevivem a mais de quatro anos.
Das novas ocupações geradas nos pequenos negócios, 52,1% são de trabalhadores com ensino médio. Houve também um avanço no número de postos ocupados por pessoas com maior nível de esco-laridade, como o crescente interesse de profissionais formados em uni-versidades que estão envolvidos com os pequenos negócios vinculados à tecnologia e à maior capacidade de produção. “Hoje muitas institui-ções de ensino superior oferecem isso aos alunos como um diferencial. Essa formação faz com que cada vez mais eles abracem o desafio, per-sistam e gostem de empreender”, diz Campos. Tudo isso num momento de franco otimismo quanto ao potencial de crescimento econômico do Brasil. Duas décadas atrás, o ensino fundamental respondia por mais de 77% da instrução dos trabalhadores; 15,6% possuíam ensino médio; e os com ensino superior eram apenas 7,1%.
Outros dados do levantamento apontam que dos trabalhadores vinculados à iniciativa privada, cerca de 38,4 milhões estavam ocupa-dos em empresas com até 10 postos de trabalho, dos quais 18,7 mi-lhões trabalhavam por conta própria; 16,5 milhões eram empregados assalariados e 3,2 milhões constituíam a categoria dos empregadores. Fazendo um comparativo com o PIB (Produto Interno Bruto), que cres-ceu a uma taxa média anual de 2,6% nos anos de 1989 a 2008, a taxa média de crescimento dos pequenos negócios não agrícolas, com até 10 empregos, situou-se em 4,2% no mesmo período.
Mas, em contrapartida, o aumento do número de novos empre-gos levou a uma queda na renda média dos ocupados (17,5%), provo-cada, segundo o Ipea, por uma combinação entre redução do peso da remuneração do trabalho no PIB e o aumento da ocupação. E assim, o
rendimento médio real do trabalhador não acompanhou essas melhorias. Em 14 dos Estados pesquisados pelo Insti-tuto, houve queda brusca nessa área, principalmente em São Paulo, Rondô-nia, Amazonas e Goiás. Pelos dados do Ipea, o rendimento médio nacional caiu de R$ 1.153,34, em 1989, para R$ 951,74, em 2008 – diferença de 17,5%.
Buscando alavancar os pe-quenos empreendimentos, o Sebrae desenvolve em 2010 um programa de atendimento individual reforçado, oferecendo consultoria in loco para as empresas. “Temos incentivado a for-malização dos negócios, que se trans-forma em benefício para a própria em-presa que passa a ter à disposição, por exemplo, acesso a crédito.” Seguindo a média da Instituição, no Rio Grande do Sul devem ser abertos 80 mil novos empreendimentos em 2010. Já o Ipea prevê a geração de mais de um milhão e meio de empregos em 2010, com o PIB (Produto Interno Bruto) devendo crescer 5,2%, e uma taxa de inflação de 4,7%. “Este otimismo é percebido de forma generalizada em todos os segmentos”, finaliza Campos.
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trevi
sta
em gestão. É um patrimônio dos gaúchos e nas suas ações podem-se
encontrar resultados nos setores público, privado e no terceiro setor. É
reconhecido como um dos principais programas de qualidade do país,
com uma forte atuação frente à sociedade. Além disso, participa ativa-
mente da Rede Nacional pela Qualidade, que está inserido através do
Fórum dos Programas de Qualidade e atua juntamente com entidades
parceiras que também visam à melhoria da gestão das organizações
brasileiras. Atualmente são 23 Estados brasileiros que possuem seus
Programas de Qualidade.
Quais são os resultados hoje e sua importância na
gestão da qualidade das empresas?
O PGQP atuou, no começo, principalmente nas grandes orga-
nizações gaúchas. Este passo foi muito importante para termos essa
boa referência frente às principais lideranças empresariais do Estado,
que rendeu ao Rio Grande do Sul um grande número de empresas
com reconhecimento nacional e internacional na área da Qualidade
da Gestão. Hoje o PGQP tem foco no Setor Público e também nas
empresas de todos os portes. O Modelo de Excelência em Gestão
adotado pelo PGQP pode ser utilizado por organizações de quaisquer
porte e segmento. É um Programa de todos. São mais de 8,7 mil em-
presas com termo de adesão, somos mais de 1,3 milhão de pessoas
envolvidas, contamos com um público de mais de 15 mil pessoas em
nossos eventos anualmente. Além disso, possuímos uma rede de 79
Comitês Regionais e Setoriais que levam o programa para todas as
regiões do Estado e para todos os segmentos de mercado. Isso resulta
em um acompanhamento muito maior dos nossos resultados e esfor-
PGQPcapacita mais de 300 mil pessoas
No Rio Grande do Sul, projetos
promovidos pelo Programa Gaúcho da
Qualidade e Produtividade geraram uma
economia de R$6,2 bilhões a partir de um
investimento de R$53 milhões. Para falar
sobre Prêmio da Qualidade RS e o pro-
grama, que já capacitou mais de 300 mil
pessoas, a Revista do SINFAC/RS, entre-
vista o coordenador executivo do PGQP,
Luiz Ildebrando Pierry.
O PGQP é reconhecido mun-
dialmente como modelo de ges-
tão. Como surgiu esta iniciativa?
Isto é multiplicado em outros es-
tados brasileiros?
O PGQP foi criado em 1992 numa
parceria entre as iniciativas pública e
privada, com o objetivo de promover a
competitividade do Rio Grande do Sul
para melhoria da qualidade de vida das
pessoas, através da busca da excelência
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entre
vist
a
ços. Como prova dessa eficácia, podemos citar uma recente pesquisa
que nos rendeu 94% de aprovação.
O Prêmio da Qualidade RS é reconhecido como um
dos maiores eventos da qualidade?
É o grande momento da qualidade e a hora em que todos se
unem para aplaudir os líderes e colaboradores que, durante todo o
ano, se dedicaram à causa da Qualidade na Gestão. Na verdade, é
muito mais do que um simples reconhecimento, é um momento de ce-
lebração dos colaboradores das organizações premiadas, que levam
toda a sua euforia e entusiasmo para dentro do pavilhão de onde ocor-
re o evento. Se pegarmos isso e juntarmos com a gigantesca estrutura
que montamos para este evento, com shows e performances temáticas,
acaba-se criando um grande espetáculo da Gestão. E é, sim, o maior
evento do mundo na área da Qualidade da Gestão, pois mobiliza,
anualmente, mais de 6 mil pessoas em cada evento. Além da festa
da premiação, o próprio troféu do Prêmio Qualidade RS é conhecido
como o Oscar da Qualidade através de sua credibilidade e dos crité-
rios para escolha dos vencedores.
Estar em dia com a saúde financeira da empresa é
um requisito importante para participar do prêmio?
Sim, um dos critérios de excelência se baseia nos resultados. São
observados não só os resultados do último ano, mas sim o histórico dos
últimos ciclos associados a referenciais comparativos. Além disso, tem
um item específico que avalia as práticas de gestão relativas aos proces-
sos econômicos financeiros e os res-
pectivos resultados. Podem concorrer
todas as organizações instituídas, que
tenham Termo de Adesão ao PGQP e
que utilizam os critérios de excelência.
Qual o maior reconheci-
mento das empresas que são
escolhidas?
É um reconhecimento às organi-
zações que se destacam na busca pela
melhoria contínua do seu sistema de
gestão, através da adoção de práticas
de gestão alinhadas aos Fundamentos
da Excelência, obtendo, consequen-
temente, resultados que atendam às
necessidades das partes interessadas
(clientes, força de trabalho, acionistas,
fornecedores e sociedade).
Quantas empresas estão
inscritas para participar este ano?
Serão 166 candidatas que te-
rão a oportunidade de ganhar a Me-
dalha Bronze e os troféus Bronze, Pra-
ta, Ouro e Diamante.
“É reconhecido como um dos principais programas de qualidade do país, com uma
forte atuação frente à sociedade.”
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O prazer da altagastronomia
Os prazeres da mesa ganharam nova dimensão no Brasil, nos últimos anos. Consumidores mais exigentes e preparações mais elabo-radas colocaram o país no roteiro da alta gastronomia – um conceito de culinária mais elaborada, que se come com os olhos, com a expec-tativa dos sabores a descobrir e da mistura inusitada de ingredientes. Os primeiros passos foram dados no final dos anos 70, com a chegada de chefs de cousine de renome internacional como os franceses Claude Trois Gros e Laurent Suaudeau (discípulos do papa da culinária Paul Bocouse), entre outros, trazidos por redes de hotéis internacionais do Rio de Janeiro e São Paulo, que não se limitaram a reproduzir especia-lidades conhecidas mundialmente. Como era difícil encontrar produtos importados, além de serem muito caros, os profissionais passaram a trabalhar com o que tinham a sua disposição, na melhor tradição da nouvelle cuisine. Encontrando uma riqueza culinária infinita, eles deram uma nova roupagem aos ingredientes locais, valorizando seu sabor e acentuando novas nuances.
“Atualmente, para a alta gastronomia, já
existem muitos cursos de aperfeiçoamento, como os do SENAC,
que forma 200 profissionais por ano.”
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A partir daí, os ajudantes de cozinha que aprendiam com os mestres, passaram a atender na alta sociedade. Além disso, os
jornais começaram a ter cadernos de gastronomia que apre-sentavam pratos mais sofisticados, divulgando seu preparo.
Até o Copacabana Palace Hotel ingressou nesta corrente, proporcionando culinária brasileira dentro do segmento de alta gastronomia. O chef Mamadou Abdoul Vakhabe
Sène (de origem senegalesa), professor, consultor e coor-denador do curso de Gastronomia do SENAC RS, que está no
Brasil há 31 anos, também com formação francesa na área, revela que estranhou muito a falta de valorização da gastronomia que en-controu quando chegou aqui. “Hoje temos uma gastronomia bem valorizada por aqui.”
Na atualidade, o prazer de preparar a alta gastronomia vai além dos profissionais, atraindo os que têm, no ato de cozinhar, um
Chef Mamadou Abdoul Vakhabe Sène
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hobby de satisfação. Muitos cursos de culinária para amadores são realizados atualmente, alguns tendo, inclusive, lista de espera. “Muitos vêm aprender pratos para fazer em casa aos amigos. Eu mesmo pro-movo muitos cursos rápidos para quem quer conhecer um pouco mais de perto as técnicas de uma culinária mais elaborada, mas que não de-seja se dedicar a isso profissionalmente.” Mamadou lembra que alguns anos atrás, trabalhar em cozinha não tinha formação específica, era atividade para pessoas que não tinham muita escolha, enquanto hoje, trabalhar em gastronomia passou a ser valorizado até por quem já tem curso universitário em outra área.
Para Mamadou, o Brasil deve muito ao chefe Alex Atala, pois ele tratou de apresentar no exterior a culinária brasileira na roupagem de alta gastronomia, difundindo uso de produtos da terra. “Ele faz muita pesquisa da culinária nacional, como o Pato ao Tucupi (originário do Pará), que apresenta quando participa de eventos internacionais.”
Descobrindo a floresta
O chefe da gastronomia do Senac gaúcho também tem feito pesquisas sobre a riqueza culinária do Estado, especialmente por ter influência de várias etnias. “O Rio Grande do Sul não tem apenas Car-reteiro e Churrasco, também oferece outros pratos como Espinhaço de Ovelha (que pode ser feito com carré ou paleta de cordeiro para ga-nhar novo visual), e combinações inusitadas como o Arroz de Origoni (uma passa de pêssego), prato bem conhecido, mas apenas na região de Pelotas. “Como se diz na África, ‘a árvore esconde a floresta’, exem-plo que pode ser bem aplicado na gastronomia gaudéria. Precisamos aprender a valorizar a culinária daqui, como acontece com a baiana, mineira ou capixaba.”
Apesar de ter um bom público apreciador da alta gastronomia aqui no Estado, o chef diz que faltam eventos e locais para promovê-la. “Temos muitos locais bons, mas há uma efetiva carência de restaurantes gaúchos de alta gastronomia [dá para contar nos dedos, confidencia]. Santa Catarina e Paraná estão à frente com maior número de restau-rantes top de linha.”
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O mercado gaúcho não acompanha, em número de opções, as exigências dos consumidores locais, nem mesmo Porto Alegre ou as principais cidades turísticas. “Eles não estão sabendo como tirar de casa as pessoas para apreciar pratos de alta gastronomia”, lamenta ele. Um dos principais motivos seria a pouca realização de eventos na área. “Porto Alegre só tem um, Gramado, que realiza alguns por ano e traz chefs de outros Estados do país. Deveria haver mais eventos gastronô-micos, mesmo com os jornais da Capital valorizando a alta gastronomia nos seus cadernos.” Como sede da próxima Copa do Mundo, o Brasil vai precisar ampliar seus serviços mais sofisticados. Mamadou vê aqui uma grande oportunidade, mesmo para Porto Alegre, que será uma das subsedes, para implantar mais restaurantes nesta categoria. “Teremos uma demanda de mão de obra muito grande. Haverá muito trabalho, pois os turistas estrangeiros em geral são muito exigentes.” Atualmente, para a alta gastronomia, já existem muitos cursos de aperfeiçoamento, como os do SENAC, que forma 200 profissionais por ano.
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nova gestão doSINFAC/RS
O crescimento e o reconhecimento do SINFAC do Rio Grande do Sul no cenário nacional demonstram o trabalho exercido de forma plena e comprometida da entidade gaúcha. Prova desse sucesso são as diversas ações realizadas em prol do desenvolvimento do factoring, como: o aumento do número de associados que passou de 130, nos últimos três anos, para 252 filiados; as Caravanas do Fomento Mercan-til, que percorreram o interior do Estado; os cursos de capacitação; as reuniões-almoço que trouxeram especialistas gabaritados para pales-trar aos empresários e profissionais do segmento; e o apoio e incentivo da entidade ao MBA em Gestão de Negócios de Fomento Mercantil.
Para continuar essa trajetória bem-sucedida, o presidente ree-leito, Olmar Pletsch, para a nova gestão 2010-2014, afirma que dará continuidade às políticas tendo como uma de suas metas ampliar o quadro associativo para 360 filiados. O dirigente reafirma que é tem-po de fazer uma autoanálise e partir para uma gestão diferenciada, com agenda nova de ação. Ele se sente satisfeito por muitos objetivos conquistados, e destaca a participação de 33 integrantes do SINFAC/RS, entre diretores e associados, no próximo Congresso Brasileiro de Fomento Mercantil, promovido pela Associação Nacional das Socie-dades de Fomento Mercantil – Factoring (ANFAC), em Porto de Gali-nhas, no próximo mês de junho. “Será a maior caravana presente no evento.”
A diretoria aumentou, passando de 20 para 30 componentes. O presidente e vice-presidente reeleitos, Olmar Pletsch e Marcio Aguilar, lideram a nova gestão de quatro anos, com os demais vice-presidentes: Luiz Gerson Almada, responsável pelo Administrativo e Rodrigo Librelot-to Westphalen, responsável pelo Financeiro. Segundo o vice-presidente Marcio Aguilar, o objetivo é dar continuidade ao crescimento sustentá-vel, com novos associados e uma estrutura de gestão descentralizada implantada por meio de uma reforma estatutária. “A descentralização é fazer com que os associados venham para dentro do processo adminis-
Ampliar e qualificarações integram
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trativo e tenham força decisória, na medida em que executam e apre-sentam projetos pela melhoria dos serviços prestados pela entidade.”
Todas essas ações, afirma Aguilar, são o resultado de um Plane-jamento Estratégico que pauta os procedimentos de gestão, que visam a participação coletiva: a melhoria nos serviços; os processos de co-municação com os associados; a continuidade com a interiorização do SINFAC/RS, através de uma agenda definida; a ampliação do número de cursos de formação para operadores de fomento e empresários; as reuniões de diretoria e almoço; e uma aproximação maior com a ANFAC.
O vice-presidente, Luiz Gerson Almada, destaca que a nova ges-tão vem com inovações para ampliar e melhorar o trabalho realizado pelo Sindicato, como a composição de 13 grupos de trabalho das mais diversas atividades da entidade, e o tempo de gestão, que passa de três para quatro anos, adequando o Estatuto do SINFAC/RS ao mesmo modelo da Fecomércio/RS. Ele frisa a iniciativa do presidente reeleito, Olmar Pletsch, em reformular o organograma do Sindicato que passa a ser composto por um presidente e três vice-presidentes, o aumento do número de participantes no Conselho Fiscal, e a criação de diretorias. Além da integração de profissionais mais experientes com um grupo de jovens empresários. “O Sindicato buscou manter e agregar novos talentos, que serão os sucessores do SINFAC/RS, iniciando um processo de sucesso com a formação de futuros líderes, que colaborarão com a grandeza de nosso Sindicato.”
O vice-presidente Financeiro, Rodrigo Librelotto Westphalen, também destacou o diferencial desta nova gestão, que implantou a criação de grupos de trabalho com a participação de todos colabo-radores, diretoria e vice-presidência. Librelotto reforçou ainda o com-promisso com a transparência dos novos projetos, no qual cada ação de marketing executada pelos grupos terá uma planilha de acompa-nhamento mensal das despesas. “Para isso agradeço desde já a de-
dicação do nosso diretor, Alexander Bley. Nosso comprometimento será de adequar os projetos conforme a previ-são orçamentária aprovada na última Assembléia.” O dirigente garante que as expectativas são as melhores. “O Sindicato cresceu e essas alterações só espelham a evolução da entidade.Nosso desafio é a busca constante da satisfação dos associados.”
“A descentralização é fazer com que
os associados venham para
dentro do processo administrativo e tenham força decisória [...]”
Marcio Aguilar, vice-presidente eOlmar Pletsch, presidente do SINFAC/RS
Foto
: Ros
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Informação é produto estratégico para
tomada de decisões, por isso as empresas
precisam guardá-las com cuidado.
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foco
Business Intelligence
Para basear suas decisões, as empresas necessitam da informa-ção em tempo real, informação como um elemento estratégico, o que tem levado os gerentes mais experientes a implementarem sistemas de BI (Business Intelligence) e incorporá-los aos projetos-chaves das com-panhias para a otimização de seus negócios e para trazer benefícios aos processos de produção. Como explica o consultor e especialista no assunto, João Sidemar Serain, de uma forma abreviada, os BI são os mecanismos que fazem chegar a informação certa, às pessoas certas e na hora certa.
Para reforçar a ideia de que o BI é cada vez mais indispensável dentro das empresas, Serain compara-o com um espelho retrovisor: impossível dirigir sem ele. “Um BI pode ser tão importante na sua em-presa como os espelhos retrovisores do carro e, seguramente, podemos compará-lo aos indicadores de performance que fazem parte desta so-lução. Um executivo precisa de métricas e unidades de medida para basear suas decisões. Sem esses recursos seus movimentos também se tornam lentos na tomada de decisão, e, mais cedo ou mais tarde, verá seu concorrente ultrapassá-lo”, explica ele.
Milhares de anos atrás, fenícios, persas, egípcios e outros orien-tais já faziam, a seu modo, um Business Intelligence, ou seja, cruzavam
uma ferramenta cada vez mais indispensável
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em fo
co
informações provenientes da natureza, tais como comportamen-to das marés, períodos de seca e de chuvas, posição dos
astros, para tomar decisões que permitissem a melhoria de vida de suas comunidades. O Business Intelli-
gence que se conhece hoje, começou nos anos 1970, quando alguns produtos foram dispo-nibilizados para os analistas de negócio. O grande problema era que esses produtos exi-giam intensa e exaustiva programação, não disponibilizavam informação em tempo hábil nem de forma flexível e, além de tudo, tinham
alto custo de implantação. Com o surgimento dos bancos de dados relacionais, dos PCs e
das interfaces gráficas como o Windows, aliados ao aumento da complexidade
dos negócios, começaram a surgir os primeiros produtos realmente di-recionados aos analistas de negó-cios, que possibilitavam rapidez e uma maior flexibilidade de análise.
Hoje há uma variedade muito grande de produtos e forne-
cedores no mercado de Inteligência Competitiva. “E as características de
cada solução vão depender da neces-sidade de cada empresa. Por isso é muito
importante saber avaliar cada uma delas e o que se propõe”, destaca o consultor. O conceito de
BI é válido para qualquer organização, mas seus benefícios sejam mais facilmente assimilados pelas grandes empresas, embora to-das precisem ser geridas, necessitando de indicadores de desempenho e informação para basear as decisões. Além disso, um BI deve ser um ciclo contínuo de melhoria, não termina com sua implantação. Será preciso formar um time com conhecimento interno, capaz de coletar, filtrar e organizar as fontes de dados de forma equilibrada, e promover sempre uma melhoria na apresentação das informações.
“Lamentavelmente, algumas empresas que já investiram somas consideráveis em seus projetos de Business Intelligence permanecem utilizando seus benefícios puramente no âmbito tático e operacional, deixando de conectá-los ao Planejamento Estratégico da empresa.” A eficiência do BI, vai depender da infraestrutura padronizada e conso-lidada dos sistemas de informação. Porém, deverá adaptar-se ao am-biente operacional já existente e não ser intrusivo, de forma a rentabili-zar ao máximo os ativos de informação já instalados.
Mas... por onde começar um BI? Serain explica que em toda a companhia há um “conjunto de dados mestres”, que são tidos como
os mais importantes para o negócio. Contudo, a proliferação de aplicações corporativas e a abordagem de desen-volvimento isolado de sistemas de in-formação fazem com que ocorra uma fragmentação desses dados mestres. Como consequência, o acesso aos da-dos torna-se lento e de difícil entendi-mento. “Geralmente, começamos um BI pelos sistemas mais expressivos e críticos da empresa, como por exem-plo Sistemas de Planejamento Orça-mentário, por que muitas empresas ainda realizam o planejamento com base em planilhas Excel.”
“Outra sugestão é começar pela área de vendas, marketing e fi-nanças, que costumam ser os patroci-nadores mais fortes das iniciativas de BI”, diz ele. Não basta querer que uma solução de BI seja implementada com sucesso, é preciso formular algumas questões iniciais voltadas aos objetivos do negócio da empresa como qual o objetivo, se o resultado final está ali-nhado ao negócio da empresa, fatores de risco do investimento, pontos fortes e fracos, qual tecnologia necessária, e seu alinhamento ao Planejamento Es-tratégico. É preciso entender que Bu-siness Intelligence é um projeto de ne-gócios e por isso deve estar alinhado à estratégia global da corporação. E o Planejamento Estratégico Corporativo precisa também estar alinhado ao Pla-nejamento Estratégico da Informação.
“A tendência é que o BI funcione com ferramentas Open Source (uma tendência cada vez maior) e que seja on-line, pois ele necessita de agilida-de. Precisa fazer carga uma vez ao dia e deve ter um servidor próprio – uma vez que ele não descarrega informa-ções antigas, só acumula – para não impactar o sistema”, aconselha ainda Serain.
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“A comunicação mediada por computador, através dos
weblogs e fotologs pode estar
contribuindo para reduzir a
distância entre as pessoas.”
A força das Redes Sociais é tão grande no mundo todo que elas passaram a estabelecer novas práticas sociais e modificar comporta-mentos. Redes Sociais são sites ou portais cujo conteúdo é praticamente todo construído pelos participantes e membros; é um grande facilitador do encontro de pessoas que compartilham as mesmas opiniões, gostos, idiossincrasias, curiosidades, interesses. Atualmente, estima-se que pelo menos 260 milhões de pessoas frequentem ambientes virtuais de socia-bilidade em todo o mundo. Conectam pessoas por afinidade que, de outra forma, não teriam chance de trocar informações e formar laços. Por isso, o computador se tornou o objeto de desejo do consumo na atualidade em todas as classes sociais. Nas mais altas, por ter cada vez mais sofisticação; e nas mais baixas, ter acesso à tecnologia.
O Brasil já é o terceiro país de maior tráfego de informações pelo ciberespaço, que são, predominantemente, de relacionamento pessoal (nos EUA e no Japão, os primeiros colocados, as informações são de caráter técnico). Entre as razões estaria a barreira do idioma, já que a maioria das informações técnicas está em inglês (de pouco acesso à maioria da população brasileira); e, por característica cultural, de contato mais próximo, por isso ganha o primeiro lugar no Orkut e no Twitter. Assim, as comunidades foram apropriadas pelos grupos sociais brasileiros e reconstruídas com novos sentidos. Elas se caracterizam principalmente pela exposição pública na rede das conexões de um indivíduo, mostrando aos demais quem são seus amigos e a quem está conectado. Permitem a gravação de perfis, com dados e informações
Redes sociaisponto de encontro de pessoas
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foco
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em fo
co
de caráter geral e específico, das mais diversas formas e tipos (textos, arquivos, imagens, fotos, vídeos, etc.), os quais podem ser acessados e visualizados por outras pessoas. Há também a formação de grupos por afinidade, com ou sem autorização, e de espaços específicos para discussões, debates e apresentação de temas variados (comunidades com seus fóruns) e pela construção de representações das pessoas ali envolvidas.
O universo internet é fascinante, veloz e, cada vez mais, ilimi-tado. As Redes Sociais se renovam instantaneamente e compensam o isolamento de quem está no computador e, ao mesmo tempo, abrem horizontes de novos contatos, permitindo encontros antes jamais ima-ginados. Como afirma a pesquisadora da área e professora de Comu-nicação Raquel Recuero “as pessoas estão utilizando essas ferramentas para reencontrar amigos, auxiliar a manter relações sociais e ampliar suas redes. E elas se constituem em espaços de trocas e interação, e é esse o primeiro uso dessas ferramentas: conectar pessoas”. São comuns os casos de pessoas que encontram amigos de infância, com quem não mantinham contato há anos, através do Orkut, ou famílias que se reúnem com parentes desaparecidos, descobertos através dessas ferra-mentas. Levantamento sobre o uso do Facebook nos Estados Unidos, por exemplo, apontou que um dos principais valores da ferramenta era permitir que os jovens mantivessem contato com suas redes sociais lo-cais quando se mudavam para estudar em outra cidade.
“As ferramentas de comunicação mediadas pelo computador
não criam Redes Sociais desconecta-das, distantes do mundo concreto de um determinado indivíduo. Ao contrá-rio, expressam e complexificam as re-lações sociais já existentes, a partir do momento em que parte dos espaços sociais vai desaparecendo do mundo contemporâneo”, expressa a pesquisa-dora. Atualmente, no Brasil, as Redes Sociais mais acessadas são os blogs, fotologs, Facebook, Orkut, Youtube, Twitter e Buzz.
Inseridas no cotidiano de um jeito que nem se percebe, seus usuá-rios contam o que se passa em suas vidas como algo essencial, abrindo mão de sua privacidade. Até famosos aderiram às novas redes, contando coisas particulares que não contariam em nenhuma entrevista. Para Recuero, “a comunicação mediada por compu-tador, através dos weblogs e fotologs, pode estar contribuindo para reduzir a distância entre as pessoas”.
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Um total de 29% dos brasileiros entre 10 e 17 anos preferem falar com amigos, família ou colegas, mais por meio do computador do que pessoalmente, indica pesquisa do Ibope. O estudo mostra ainda que dois terços dos jovens naquela faixa etária utilizam regularmente serviços de mensagens instantâneas como o MSN. As redes sociais ga-nham importância: já são rotina para 45% dos brasileiros entrevistados em geral, e para 72% dos jovens entre 18 e 24 anos.
Rede de negócios
Mas o que era apenas lazer foi rapidamente assimilado pelo mundo dos negócios. As redes sociais podem fornecer informações que servem de termômetro das empresas frente ao mercado, pois ali as pessoas são mais autênticas, dizem o que pensam de verdade e, muitas vezes, sobre as empresas em que trabalham ou das quais são clientes. Elas transformaram o boca a boca em uma ferramenta mais eficiente. Quando uma empresa é muito mal vista no mercado, pessoas chegam a criar comunidades específicas contra elas. Mas, o inverso também acontece. O uso de redes sociais serve tanto para defesa como divulgação de uma empresa ou marca. No Orkut, por exemplo, uma empresa pode (deve) ser a proprietária da sua própria comunidade, que leva o nome da marca, e utilizar este espaço para comunicação direta com o consumidor através de fóruns e enquetes que ali se oferecem, e divulgação da web site da empresa na internet. O custo efetivo para participação nestes sites é zero. No fim, isso tam-
“As pessoas estão utilizando essas
ferramentas para reencontrar amigos, auxiliar
a manter relações sociais e ampliar
suas redes.”
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foco
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bém mostra o lado humano de empresas, tornando-as mais amigáveis aos consumidores.
A internet já é o maior meio de comunicação colaborativo que existe. Em fevereiro passado, a compra de um apartamento de R$ 450 mil virou notícia relevante. É que ele foi comprado através de um apli-cativo na internet móvel do celular. Isso mostra o quanto as empresas devem estar preparadas para lidar com um consumidor cada vez mais informado, que prospecta empresas no ambiente web, diferentemen-te do que ocorria anos atrás, quando as empresas é que buscavam seus clientes. O diretor de Marketing da WBI Brasil, Paulo Kendzerski, aponta cases de sucesso de empresas que apostaram no comércio eletrônico e que obtiveram êxito nesse segmento com a aplicação de estratégias em marketing digital.
Segundo ele, essa ordem se inverteu em função das possibi-lidades de negócios geradas pela internet, que facilitou a procura por produtos e serviços da preferência do consumidor. “Hoje em dia notamos que não é o preço que decide a compra na internet, mas sim os caminhos que o consumidor irá percorrer até o ato da compra. Em vista disso, as empresas precisam ter um site bem planejado e investir em ações de mídia on line que facilitem o acesso desse consumidor até a sua loja virtual”, destacou. Kendzerski também apresenta dados que revelam o impacto do comércio eletrônico para os próximos anos, como a previsão de que 35% dos negócios do varejo serão impacta-dos pela internet, até 2012, e números que mostram um crescimento de até 30% das compras via internet, até 2014.
As redes sociais são um excelen-te lugar para colocar propaganda, para trabalhar dados. Mas cada plataforma tem um conteúdo diferente. Além disso, com a popularização das redes sociais como Orkut, Twitter, Facebook, entre outras, as organizações podem saber o que as pessoas pensam a seu respeito. Já existem profissionais e empresas es-pecializadas em monitorar essas redes sociais e passar relatórios importantes para balizar as estratégias de marketing e de gestão de pessoas.
Pesquisa feita pelo Ibope Niel-sen Online com 25 mil consumidores da internet, em 50 países, mostrou que as pessoas confiam mais na opinião de conhecidos (90%), e de desconhecidos que se manifestam on-line (70%), do que em propaganda. Os sites das em-presas também são igualmente confi-áveis, segundo a pesquisa (70%). No entanto, as formas convencionais de publicidade on-line têm menos crédito do que todos os demais tipos.
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Maturidade políticaAs eleições brasileiras de 2010 vão afetar muito menos a econo-
mia do que as anteriores. Mesmo que ela seja considerada como uma etapa grande que elegerá presidente, governador, senadores, deputa-dos federais e estaduais. A transição de um presidente para outro não vai estremecer nada, uma vez que a democracia do país está estabiliza-da. “Será a segunda vez na história recente que isso será assim”, aponta o cientista político, assessor da Fecomércio/RS, Rodrigo Giacomet.
A explicação está no fato de que o governo vem seguindo a mesma política econômica desde 1994, quando foi implantado o Plano Real e, mesmo com a alternância partidária, isso não foi alterado. Prova disso é que o presidente do Banco Central, Henrique Meireles, que está no cargo desde janeiro de 2003 (início do governo do presidente Luís Inácio Lula da Silva), era da equipe de Fernando Henrique Cardoso, quando ele foi ministro da Fazenda.
“Os mercados não temem porque sabem qual será o caminho tomado pela política partidária”, aponta Giacomet. Para ele, o povo vai estar intressado em acompanhar a eleição, já que não tem interesse de perder o poder de compra conquistado. “Permitir que chegasse alguém que fosse colocar a estabilidade monetária em risco seria jogar contra tudo o que foi conquistado, e o povo não pretende experimentar isso.”
Mesmo durante o período de campanha política não devem ser registradas oscilações, já que os setores produtivos conhecem o que será mantido, como o controle da inflação e o incentivo à produção, por exemplo. “O debate avançou muito e, mesmo que ainda não te-nhamos alcançado o patamar de outros países, como os EUA, já não temos mais incertezas”, avalia ele.
Já no âmbito estadual, as questões políticas que envolvem esta escolha não interferem na política macro do país. “Basicamente, go-vernadores tratam de assuntos relacionados a tributos, em especial de ICMS e sua gestão.” Em geral, o novo quer sempre arrecadar mais que o antecessor, uma vez que precisa de recursos para mover a máquina estatal, que tem seus custos sempre aumentados, nunca diminuídos. No Rio Grande do Sul, por exemplo, 52% do orçamento total está com-prometido com pagamento da folha funcional de ativos e de inativos. É preciso tomar cuidado para que sobre dinheiro para novos investi-mentos. Por isso é que a gestão estatal vem se munindo de tecnologia avançada (como a Nota Fiscal Eletrônica e o Sped – Sistema Público de Escrituração Digital –, e a Substituição Tributária, métodos de fiscaliza-ção mais rigidos e garantidos para inibir a sonegação.)
Diretrizes econômicas do país não serão alteradas
por eleições em 2010.
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ções
Com a Lei de Responsabilidade Fiscal, de 1997, ficou muito mais difícil de uma unidade federativa se endividar sem haver equilíbrio na arrecadação, o que acaba se transformando em um mecanismo de controle sobre o próprio governante da unidade federativa que res-ponde por infringir esta lei. “Este é um controle bem importante que acontece nos Estados.”
Para o assessor político da Fecomércio/RS, a baixa inflação e a estabilidade econômica vão mudar a cultura política e focar o debate na questão orçamentária, assunto do qual o Brasil ainda não discute, mas que seria de vital importância para nortear o desenvolvimento. “Caberia aos eleitores se manisfetarem, indicando para onde querem que sejam colocadas verbas: na saúde, na educação, no desenvolvi-mento e outros.” Um ponto positivo, cita Giacomet, é que o tema dos royalties do Pré-Sal acabou sendo conversa de botequim, ou seja se popularizou, e aos poucos outros mais serão discutidos. “Certamente chegaremos, como os EUA, a discutir 100% do orçamento nacional durante a campanha, o que será um ganho para todos. Mas isso se dará somente com o aumento da escolaridade, quando as pessoas en-tenderão o que está sendo discutido.”
O maior acesso à informação também pode fazer com que a eleição ganhe maior interesse por parte da população. Segundo o cien-tista político, apesar de o Brasil ter o voto obrigatório, os números de abstenções, votos brancos e nulos somam cerca de 30% e se aproxi-mam dos dados de países onde a participação no pleito é opcional. Os candidatos e seus partidos políticos, sob a influência dos meios de co-municação, buscam mais atuar no centro do que serpentear por ações extremas, seja de qual for o lado, tendo assim programas muito pare-cidos. “As questões de diretrizes econômicas do país já ultrapassaram o debate político.”
“As questões de diretrizes
econômicas do país já ultrapassaram o
debate político.”
A assessora de Marketing do
SINFAC/RS, Clari Helena Puntel, é
a responsável pelo relacionamento
com as empresas de fomento mer-
Relacionamento com factoRing?PRocuRe a claRi
cantil associadas à entidade, em
todo o território gaúcho. De dezem-
bro de 2008 até dezembro de 2009,
foram visitadas 179 factorings.
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Filiados/Região
265 Filiados
9 Delegacias Regionais
A partir da próxima edição, o leitor da Revista do SINFAC/RS poderá conferir as regiões onde estão inseridas as factorings associadas ao Sindicato. Confira no quadro abaixo as regiões que serão abordadas: Porto Alegre e Litoral, Caxias do Sul, Santa Cruz, Passo Fundo, Bento Gonçalves, Pelotas, Santa Maria, Uruguaiana e Bagé.