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Ano 2 - Nº 2 Fevereiro de 2013

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Ano 2 - Nº 2 Fevereiro de 2013

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Greve no serviço público

Aposentadoria Integral

Ranking salarial

Policial e Judoca

2012: Um ano de conquistas

Entidades de policiais dos países lusófonos criam organização internacional

Olho Vivo

Panorama Brasil

MAT

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EDIT

OR

IAL A quem interessam os sindicatos

de gaveta?

Foi seguindo a máxima do ditado popular que diz “uma andorinha só não faz verão” que os trabalhadores

passaram a se organizar em sindicatos. Juntos passaram a lutar por melhores condições de trabalho e melhores salários. A estratégia deu certo. Foi graças à unidade da classe trabalhadora que conquistas históricas foram arrancadas, como a jornada de oito horas diárias, carteira assinada, férias remuneradas, 13° salário e seguro desemprego.

Os sindicatos de servidores também alcançaram conquistas importantíssimas para o conjunto da categoria, como o Regime Jurídico Único (RJU), estabilidade no emprego, concurso público, liberação do FGTS, ampliação da licença maternidade, entre outras. Especificamente para os policiais, uma das mais relevantes conquistas, a Aposentadoria Especial (Lei Complementar nº 51/1985). E vale lembrar aqui que somente a partir da Constituição Federal de 1988, os servidores públicos passaram a ter direito à organização sindical, embora ainda não exista uma legislação específica que regulamente o direito de greve do setor.

O sistema de organização sindical adotado no Brasil hoje é o da unicidade sindical, regido pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Por sua natureza aglutinadora, a unicidade sindical permite que um sindicato represente toda uma categoria de trabalhadores e em nome dela negocie com os patrões, sendo as

conquistas compartilhadas entre todos, independentemente de o trabalhador ser ou não filiado à entidade. É graças a esse conceito que os sindicatos podem utilizar em ações coletivas na Justiça o instrumento do substituto processual.

Tanto a unicidade sindical quanto a unidade dos trabalhadores, organizados por meio de sindicatos gerais, fazem toda a diferença nas negociações com o patrão, especialmente durante a greve, principal instrumento de luta da classe trabalhadora. No caso do funcionalismo público, o patrão é o próprio governo, o que explica o fato de este último vir apoiando a chamada “pluralidade sindical”, utilizando para tal a publicação de portarias que burlam a CLT e permitem outras formas de organização. O objetivo, é claro, é enfraquecer o poder de luta dos servidores.

Tudo para atender a uma lógica simples: quanto mais sindicatos, mais divididos ficam os diversos setores que compõem o serviço público e mais fácil fica para o governo negar reajustes ou, como acabamos de ver nas dezenas de greves de órgãos federais, impor um valor de reajuste sem estabelecer uma negociação de fato com a categoria.

Mas, apesar da força dos sindicatos gerais, de uns anos para cá, o Brasil tem visto um movimento que está na contramão do sindicalismo internacional: a proliferação de entidades sindicais que pulverizam ainda mais a base dos trabalhadores, muitas das quais sem nenhum comprometimento com os interesses

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EDITO

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Lda categoria. Enquanto que na Europa e nos Estados Unidos, por exemplo, o movimento é oposto. Sindicatos combativos, como os dos metalúrgicos, dos siderúrgicos e dos químicos, discutem a unificação com outras categorias profissionais com o intuito de fortalecer o poder de negociação e de ação sindical.

Segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), somente em 2011 foram 1.207 pedidos de registros sindicais. Atualmente existem 9.822 sindicatos de trabalhadores com registro ativo em todo o Brasil. A maioria surgiu de olho numa parcela do Imposto Sindical, cujo valor é descontado anualmente direto da folha de pagamento de todo trabalhador, seja ele sindicalizado ou não, e repassado para sindicatos que, muitas vezes, o trabalhador nem sabe que existem.

São os chamados sindicatos de gaveta ou de fachada, criados apenas para servir aos interesses de alguns pseudossindicalistas que veem a luta de classe como um negócio lucrativo. A criação desses sindicatos ganhou ritmo acelerado com o incentivo de algumas centrais sindicais que têm o mesmo objetivo, abocanhar parte dos recursos advindos do imposto sindical.

Isso porque a Lei 11.648/08, que rege a criação das centrais, determina que para ser reconhecida, uma central sindical precisa atingir o índice de 7% de representatividade. Infelizmente, para alcançar esse percentual, algumas centrais estimulam a formação de novos sindicatos causando uma divisão nas categorias de trabalhadores.

O que é necessário fazer para proteger os trabalhadores de todo o País dessas práticas antissindicais? Em minha opinião, é necessário discutir e aprovar uma regulamentação específica para a abertura de novos sindicatos. Como bem afirmou o ministro do Trabalho e Emprego, Brizola Neto, é preciso acabar com a “fábrica de sindicatos fantasmas, sem representatividade”. Ele ressaltou que a falta de regras claras sobre a questão enfraquece a legitimidade dos sindicatos.

É importante salientar que para ser forte o movimento sindical não depende do número de sindicatos, mas sim da representatividade da entidade e da capacidade de pressão da categoria nas negociações. Por isso, é imprescindível tornar os sindicatos atuantes e acabar com os sindicatos de gaveta.

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Entrevista com Rogério Greco

Ser policial não é para qualquer um

Autor do livro “Atividade Policial - Aspectos Penais, Processuais Penais, Administrativos e Constitucionais”, o procurador de Justiça Rogério Greco é o entrevistado especial desta edição da Nossa Voz. Mestre em Ciências Penais pela UFMG, doutor pela Universidade de Burgos (Espanha), professor de Direito Penal e autor de diversas obras jurídicas, Greco se diz um apaixonado pela atividade policial. Nesta entrevista, ele fala de suas experiências na elaboração da publicação que se tornou um best-seller entre os policiais, aponta os aspectos positivos e os negativos da atividade, opina sobre a carreira única, analisa as greves e levanta polêmica ao falar da insegurança do policial no exercício de sua função, citando os assassinatos de policiais em São Paulo e no Rio de Janeiro, critica a Súmula das Algemas, entre outros assuntos.

Com tantas áreas no Direito para escrever, por que escolheu o trabalho do policial para ser o centro do livro “Atividade Policial - Aspectos Penais, Processuais Penais, Administrativos e Constitucionais”? O que nesta atividade lhe chamou atenção? O livro foi lançado em 2010 e já está na

4ª edição. A que atribui o sucesso da publicação?

Na verdade, sou um apaixonado pela atividade policial e me realizo estudando e escrevendo sobre o tema. Tenho muitos amigos na Polícia, que me permitem conhecer e participar das atividades narradas no livro. Já tive oportunidade de incursionar com o BOPE/RJ, um dia após o dia D da invasão do Complexo do Alemão; de participar, como observador, no interior de um helicóptero da Polícia Civil de Minas Gerais, em uma operação que envolveu aproximadamente 400 policiais, com inúmeras prisões e apreensões de drogas e armas; de realizar o curso de negociação e gerenciamento de

crise, na Polícia Militar da Paraíba, enfim, durante toda a minha carreira profissional, já vivenciei inúmeras experiências na área policial, que me habilitam a escrever sobre o tema.

Embora tenha sido escrito por um autor que exerça suas atribuições no Ministério Público, a minha afinidade, bem como os cursos e preleções que ministro em muitas academias de Polícia em todo o Brasil, fazem com que o livro retrate o dia a dia do policial. O sucesso do livro, em grande parte, pode ser atribuído à realidade das situações que são estudadas, uma vez que os integrantes das polícias nele se identificam e buscam soluções concretas para os fatos que ocorrem durante seu trabalho.

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Uma das partes do livro trata especificamente da atividade policial. Quais os aspectos desta atividade que você destacaria?

No caso da Polícia Civil, quais aspectos da atividade você destacaria como positivos e negativos?

Você acha que a sociedade enxerga de maneira positiva o trabalho do policial?

A lei protege o policial?

É difícil escolher um tema, pois todos eles merecem um destaque especial, a exemplo do que ocorre com as investigações, ou mesmo a que envolve operações especiais, negociação e gerenciamento de crise, atiradores de precisão, enfim, a atividade policial, como um todo, sempre se destaca, tendo cada uma delas a importância que merece.

A lei prevê institutos que garantem a atividade do policial, embora, na prática, muitas vezes, mesmo agindo de acordo com a lei, os policiais se encontram numa situação de vulnerabilidade. Veja, por exemplo, a hipótese em que um policial, durante uma troca de tiros, acaba causando a morte do seu agressor. Um inquérito policial, obrigatoriamente, será instaurado, visando apurar aquele fato que culminou com a morte de uma pessoa. Até que se demonstre que o policial agiu em legítima defesa, muita água correrá por debaixo dessa ponte, trazendo angústia, ansiedade, insegurança, enfim, fazendo com que o policial fique psicologicamente abalado com a possibilidade de ser denunciado pelo Ministério Público, mesmo agindo amparado por uma causa de justificação. Assim, ainda que a lei o ampare, isso não quer dizer que o policial ficará completamente livre de qualquer “aborrecimento”. No entanto, isso também faz parte da profissão por ele abraçada, que lida, diuturnamente, com todo tipo de criminalidade que se dispôs a combater.

Como aspecto positivo, poderia destacar o fato de que a polícia civil está cada vez mais especializada, em diversos setores, a exemplo do que ocorre no combate ao tráfico de

drogas, sequestros, na proteção dos hipossuficientes etc. Como aspecto negativo, poderia afirmar que, como um todo, a polícia ainda necessita estar melhor aparelhada, não somente no que diz respeito à aquisição de novos armamentos e viaturas, mas também com relação ao próprio local de trabalho, no qual, muitas vezes, o policial é obrigado a exercer suas funções em lugares inadequados, sem o conforto mínimo exigido para que possa desempenhar seu mister com dignidade. Em muitos rincões do País, as delegacias de polícia são situadas em locais inapropriados, insalubres, sem ventilação, com a parte elétrica comprometida etc. Além disso, também a remuneração do policial não é condizente com a importância da função que ele exerce.

Podemos dizer que existe um divisor de águas extremamente importante da maneira como a sociedade enxerga a Polícia. Esse marco é a Constituição Federal de 1988. A partir da promulgação da referida Constituição, a Polícia deu um salto de qualidade, sendo que a sociedade acompanhou essa evolução e passou a aplaudir o trabalho do policial. Embora ainda exista certo preconceito, fruto de um resquício da ditadura militar, período em que a polícia agia, quase sempre, de forma truculenta e ilegal. Hoje a sociedade já comprova a mudança de comportamento e vê no policial um aliado, e não mais um inimigo,graças a Deus. Quando incursionei com o BOPE, indo em direção ao Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, percebi nitidamente essa mudança de mentalidade. Fui embarcado na parte de trás da viatura, na caçamba. Quando o comboio parava nos sinais da cidade, as pessoas que estavam nas calçadas e nos carros, aplaudiam os policiais. Foi uma sensação de orgulho indescritível. Embora não fizesse parte da tropa, senti orgulho pelos meus amigos policiais.

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A sua pesquisa sobre a atividade policial percebeu diferenças na atividade entre uma região e outra?

Na sua opinião, ser policial é uma profissão como outra qualquer?

O governo criou a Força Nacional de Segurança Pública. Qual sua opinião sobre a proposta da instituição e sua eficácia?

Certa vez, em uma entrevista concedida ao Tribuna do Norte, o senhor afirmou que preferiria ir para a guerra a ser um policial nas ruas brasileiras, de lá pra cá a sua opinião mudou?

Qual a sua opinião sobre a 11ª Súmula Vinculante do Supremo Tribunal Federal (STF) que limita o uso das algemas pelos policiais a casos excepcionais?

A COBRAPOL tem defendido a aprovação pelo Congresso Nacional da Lei Geral da Polícia Civil, que cria regras nacionais para o ingresso na carreira e um plano de cargos com princípios e normas gerais de organização. Qual a sua opinião sobre o assunto?

Como não poderia deixar de ser, os Estados mais “pobres” da Federação e fracos politicamente não conseguem investir e, consequentemente, possuem uma Polícia menos estruturada.

Essa súmula, na verdade, não retrata a realidade das ruas. Exigir que o policial fundamente o uso de algemas é uma burocracia desnecessária. Todo abuso deve ser punido, independentemente de quem o pratique e, ao que parece, a súmula pretendeu evitar que pessoas de classe média ou média alta fossem submetidas ao uso de algemas, como acontecia com as prisões que, legitimamente, eram realizadas pela Polícia Federal. O interessante é que enquanto somente o pobre (que é a nossa clientela padrão) era algemado, nenhum Tribunal havia levantado a bandeira da regulamentação do uso de algemas. A partir do instante em que os criminosos de colarinho branco, pessoas de classe média ou média alta, começaram a ser presos, o entendimento mudou, e passaram a enxergar nisso uma atitude ofensiva à dignidade da pessoa humana. É um raciocínio, com todo o respeito, bastante hipócrita.

Todo auxílio no combate à criminalidade é bem-vindo, principalmente quando você consegue reunir policiais altamente capacitados de todo o País. A Força Nacional de Segurança

Ser policial não é para qualquer um e exige uma abnegação e uma determinação que, muitas vezes, o prejudica no relacionamento com a família e com os amigos. Enfim, o policial, em virtude das suas exigências profissionais, dedica-se quase que exclusivamente à sua atividade, colocando sua vida em risco, sentindo prazer em cumprir sua missão e servir à sociedade.

Sempre defendi um plano de cargos e carreiras para a Polícia. Em minha opinião, o ideal seria que o candidato ingressasse na Polícia como detetive ou agente, por exemplo, com uma escala ascendente, até se chegar ao cargo de delegado. Assim, quando alguém ocupasse esse cargo importantíssimo na carreira policial, já teria passado por todas as experiências necessárias ao comando de seus subordinados. Para tanto, se exigiriam, durante a carreira, para efeitos de ascensão, determinados cursos, a exemplo do bacharelado em direito.

Minha opinião não mudou. Os governos ainda não despertaram para a importância da Polícia e a insegurança dos seus policiais. Tomemos como exemplo o

que vem ocorrendo no Rio de Janeiro e em São Paulo, onde criminosos, a todo instante, matam policiais, principalmente os que não estão em serviço. Estão sempre às ocultas, esperando o melhor momento para o ataque, ao contrário do que ocorre na guerra, onde se tem conhecimento de onde vem o inimigo.

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Os policiais civis têm deflagrado greves em todo o País. Reflexo apenas dos baixos salários ou também das situações adversas que esses profissionais enfrentam diariamente?

Na sua opinião, com o formato das polícias que temos hoje e todos os seus problemas, o Brasil está pronto para receber a Copa do Mundo (2014) e as Olimpíadas (2016)?

Pública reúne um grande número de policiais experientes em operações especiais, sendo úteis, principalmente, em atividades que exigem um nível de treinamento maior.

As greves, na verdade, dizem respeito a um conjunto de reivindicações. Com certeza, os baixos vencimentos pagos à Polícia, de uma forma geral, e também as condições precárias de trabalho, além da ausência de um plano de cargos e carreiras, fazem com que os policiais se mobilizem em busca de soluções com os governos federal e estaduais.

Os policiais, assim como os médicos brasileiros, conseguem se adaptar a qualquer situação, e não será diferente com os eventos que ocorrerão no Brasil. Em todo o País, a preocupação gira em torno de situações inusitadas, a exemplo de ataques terroristas, nas quais falta experiência no combate a essa prática criminosa. No entanto, muitos policiais já começaram a receber treinamento específico e, até o início dos eventos esportivos, já estarão prontos para defender a nossa sociedade.

Atividade Policial: Aspectos Penais, Processuais Penais, Administrativos e Constitucionais (2012 - 4ªedição )Rogério GrecoEditora IMPETUS350 páginas

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O ano de 2013 deve ser marcado por uma intensa discussão no Congresso Nacional sobre o

direto de greve do servidor. A intenção do governo é regulamentar a greve no serviço público o mais rápido possível para evitar uma nova onda de paralisações como a que ocorreu em 2012. No centro do debate, a definição dos setores essenciais e dos serviços inadiáveis, com o objetivo claro de impor limites e regras mais duras, em especial para as áreas de saúde e segurança pública. Em entrevista exclusiva para a Nossa Voz, o secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça, confirmou a intenção do governo de regulamentar a lei de greve. Segundo ele, a ausência de regras na área prejudica não apenas as entidades sindicais, mas o próprio governo, e garantiu: “a intenção não é restringir as greves, mas institucionalizar a negociação coletiva e regulamentar o direito de greve”. O secretário afirmou ainda que a lei deverá ter abrangência nacional. Mas fez questão de esclarecer que o debate sobre seus parâmetros será feito no Congresso Nacional.

Além do texto que o Executivo Federal prepara, tramitam no Congresso Nacional atualmente 11 projetos de lei que tratam do direito de greve do servidor público. O mais recente deles é o PL 4.532/2012, de iniciativa do deputado Policarpo (PT-DF). Apresentado em outubro de 2012, o projeto foi apensado ao PL 4.497/2001, de autoria da ex-deputada Rita Camata (PMDB/ES), que já possuía outras nove proposições apensadas.

O projeto do deputado Policarpo é defendido no Parlamento como fruto de três anos e meio de negociações entre as entidades sindicais e diversas instâncias do Governo Lula. Mas, ainda assim, recebeu diversas críticas de sindicalistas, que reclamam principalmente do fato de o PL estabelecer que a negociação coletiva seja feita num sistema permanente de negociação no âmbito dos poderes da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, sem estabelecer um prazo para o término dessas discussões.

Outro ponto polêmico é de que o direito de greve do servidor público será submetido a juízo de proporcionalidade e razoabilidade, o que no caso dos policiais implica também na suspensão temporária do porte de arma para os que aderirem à greve.

Greve no serviço público:discussão deve esquentar em 2013

Agência Brasil - Tânia Rêgo

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Além disso, o PL autoriza o corte do ponto dos grevistas, caso não haja acordo para a reposição ou compensação dos dias parados ou do trabalho acumulado, e ainda determina que os dias parados não sejam computados para fins de estágio probatório (art. 20 da Lei 8.112/1990). Entre os itens positivos está o fato de que os acordos gerados na negociação coletiva serão publicados no Diário Oficial, com informações sobre a sua abrangência, aplicabilidade, prazos e vigência.

Hoje, nem sempre os acordos firmados com os governos são cumpridos na íntegra por falta, justamente, de um documento legal.

Já a participação do servidor na greve não poderá ser usada como critério para avaliação de desempenho, avaliação ou índices de produtividade, ou justificativa de incapacidade para o desempenho da função pública. O PL assegura ainda a dispensa de ponto ao representante sindical que componha a bancada sindical da Mesa de Negociação.

Agência Brasil - Marcello Casal Jr

Agência Brasil - Valter Campanato

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A Polícia que queremos para nós e para o Brasil

Uma Polícia unificada, com regras nacionais para o ingresso na carreira e um plano de cargos com princípios e normas gerais de

organização que visem ao mesmo tempo a valorização do policial civil e a melhoria dos serviços prestados à população brasileira. Esse é o novo modelo que representantes dos policiais civis de todo o País traçaram para a categoria no XII Congresso da COBRAPOL, realizado em Manaus, capital do Estado do Amazonas, no final do mês de maio de 2012.

Foi consenso entre as entidades filiadas à COBRAPOL que o foco central das ações desenvolvidas pela Confederação ao longo de 2012 deveria ser a luta pela aprovação da Lei Geral, criação da Carreira Única e cumprimento pelos governos dos Estados da Lei Complementar nº 51 de 1985, que concede Aposentadoria Especial aos policiais civis.

Desde então, a COBRAPOL passou a empreender todos os seus esforços em defesa das reivindicações. No Ministério da Justiça, participou ativamente da construção do texto base da Lei Geral da Polícia Judiciária, cujo documento final contemplou todas as alterações sugeridas pelo presidente da Confederação, Jânio Bosco Gandra, e pelas demais entidades representativas dos policiais civis. Entre elas, a inclusão da Carreira de Perito na Polícia Judiciária e a exigência de nível superior para o ingresso na carreira de Agente de Polícia. A minuta do PL foi encaminhada à Casa Civil e à Presidência da República para ser enviado ao Congresso Nacional. Em 2012, a Confederação também deu início às negociações com o governo para a criação da Carreira Única, proposta que tem o apoio do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.

Graças às articulações políticas, a direção da COBRAPOL também conseguiu o comprometimento do ministro da Previdência Social (MPS), Garibaldi Alves Filho, que afirmou que seu ministério trabalhou na elaboração de um substitutivo ao Projeto de Lei Complementar (PLP) nº 554/2010, em tramitação no Congresso Nacional, para garantir a integralidade e paridade na Aposentadoria Especial aos policiais.

Vale esclarecer que a Aposentadoria Especial já é regulamentada pela Lei Complementar nº 51 de 1985, conforme determinou o Supremo Tribunal Federal (STF), o problema é que alguns Estados têm se valido da Emenda Constitucional nº 41 para aplicar à Aposentadoria Especial do policial o mesmo cálculo utilizado na aposentadoria proporcional do servidor público, o que ocasiona uma quebra da paridade entre ativos e aposentados.

Durante a 17ª Reunião Ordinária do Conselho Nacional de Segurança Pública (CONASP), realizada nos dias 14 e 15 de junho de 2012, o presidente da COBRAPOL, Jânio Bosco Gandra, fez um discurso emocionado em defesa da Aposentadoria Especial dos policiais civis e ressaltou que a categoria quer a revisão da matéria, mas somente para incluir os agentes penitenciários que ainda não possuem esse direito.

A defesa da COBRAPOL levou os membros do CONASP, em decisão colegiada e por unanimidade de votos, após ampla discussão temática, a recomendar ao Poder Executivo a medida política de retirada do Projeto de Lei Complementar (PLP) nº 554/2010, que tramita no Congresso Nacional e representa um retrocesso em relação à atual Lei Complementar 51/85.

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Ranking salarial aponta problemas

Um levantamento recente da COBRAPOL comprova a defasagem dos salários dos policiais civis em

todo o País. O ranking do Piso Salarial traz dados atualizados em julho de 2012 e também demonstra a disparidade salarial entre os Estados brasileiros (ver quadro). O Distrito Federal está no topo da lista, com piso de R$ 7.514,33. Já Santa Catarina tem a pior remuneração, no valor de R$ 1.953,00. A diferença neste caso é de R$ 5.561,33.

Especialistas apontam que a defasagem salarial leva muitos policiais civis a exercerem atividades paralelas. “Os chamados bicos causam prejuízos não apenas para os policiais que trabalham dobrado, mas também para os cidadãos, a corporação e o próprio Estado, porque o policial acaba não se dedicando integralmente à segurança pública”, explicou o presidente da COBRAPOL, Jânio Bosco Gandra.

Ao aceitar serviços extras como segurança particular, para trabalhar no horário de folga ou ainda estendendo o seu expediente diário, o policial também expõe sua vida. O número de assassinatos de policiais nessa situação é cada vez maior. De acordo com balanço da Ouvidoria da Polícia de São Paulo, divulgado em 2011, quase 70% dos assassinatos de

policiais militares e civis nos últimos dez anos no Estado ocorreram fora do horário de serviço.

Os baixos salários também incentivam os policiais a ingressarem em outras carreiras dentro ou fora do serviço público. Vale lembrar que grande parte dos Estados brasileiros exige nível superior para os cargos de Agente e Inspetor de Polícia, o que tem atraído para a instituição advogados, engenheiros, economistas, dentistas, administradores, entre outros profissionais. No entanto, a falta de investimentos por parte dos governos na valorização do policial civil tem ocasionado grande evasão no setor. Segundo dados do Estado do Rio de Janeiro, somente em 2010 foram 377 vacâncias na Polícia Civil. Em outras regiões esta realidade não é diferente.

A estratégia dos governos federal e estadual de não investir na remuneração do policial vai na contramão do que países desenvolvidos vêm fazendo para tornar eficaz a atuação dos seguimentos responsáveis pela segurança pública. A cidade de Nova Iorque, por exemplo, conseguiu reverter os altos índices de violência com melhorias nos salários de seus policiais.

A pesquisa organizada pela Confederação também relacionou o número de policiais

Agência Brasil: Marcello Casal Jr

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e de habitantes em cada Estado. Da qual é possível concluir algumas incoerências, como o fato de São Paulo – o Estado mais rico e populoso da Federação, com quase 40 milhões de habitantes – pagar o nono pior piso salarial, de R$ 2.998,30, ficando abaixo do Amazonas, Paraná, Tocantins, Amapá, Rondônia, Pará e Sergipe, cujas remunerações variam de R$ 3.059,00 a R$ 4.211,00.

O Estado também tem o maior efetivo da Polícia Civil, 36.623 policiais. No entanto, quando relacionado ao número de habitantes, esse efetivo se torna pequeno, apenas um policial para cada mil habitantes. No Amapá, por exemplo, que paga o quinto melhor salário, de R$ 3.544,00, e tem um efetivo de 1.929 policiais civis para atender uma população de 615.715 pessoas, essa relação é de 31 policiais para cada mil habitantes.

Em outros Estados cuja população é maior que 10 milhões de habitantes, a proporção de policial civil por mil habitantes é igual a de São Paulo. É o caso do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul, que possuem uma população de 10.582.840 e 15.420.375 habitantes, respectivamente, e apenas um policial para cada mil habitantes.

Já na Bahia e em Minas Gerais, 14º e 24º no ranking do Piso Salarial, essa relação sobe para três e dois policiais por mil habitantes, respectivamente. Ainda segundo os dados, o menor efetivo é o de Roraima, com somente 838 policiais. Os estados do Acre, Alagoas, Amapá, Ceará, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Paraíba, Piauí, Rondônia, Sergipe e Tocantins possuem efetivos abaixo de dois mil policiais.

Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), o número recomendado de policiais (militares e civis) é de um para 250

habitantes. De acordo com o Anuário 2010 do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o efetivo policial de São Paulo naquele ano, somados militares e civis, era de 117.148 policiais. O que representa a proporção de um policial para 340 habitantes. Ou seja, ainda fora dos padrões da ONU. Situação que se repete em quase todos os Estados brasileiros.

É em função dessas discrepâncias que a COBRAPOL permanece defendendo a aprovação pelo Congresso Nacional da Lei Geral e do Piso Salarial Nacional. A primeira matéria foi discutida ao longo de 2012 pelas entidades representativas dos vários segmentos que compõem a Polícia Civil e pelo Ministério da Justiça, o que gerou uma minuta de projeto de lei encaminhada à Casa Civil. Já o Piso Salarial Nacional foi votado e aprovado em primeiro turno na Câmara dos Deputados em 2010, na forma das Propostas de Emenda à Constituição (PECs) 446/300, que geraram a Emenda Aglutinativa nº 2. No entanto, em função de acordos entre os líderes dos partidos e o governo Lula e agora, Dilma, e a despeito de todos os esforços que a COBRAPOL vem empreendendo para que a proposição seja votada em segundo turno, o texto foi retirado da pauta do Plenário.

Agência Brasil: Marcello Casal Jr

Agencia Brasil

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1º2º3º4º5º6º7º8º9º10º11º12º13º14º15º16º17º18º19º20º21º22º23º24º25º26º27º

Distrito FederalAmazonasParanáTocantinsAmapáRondôniaParáSergipeSão PauloRoraimaGoiásRio Grande do SulEspírito Santo BahiaCearáPernambucoPiauíMaranhão Mato Grosso do SulParaíbaMato GrossoRio de Janeiro AcreMinas GeraisRio Grande do SulAlagoasSanta Catarina

7.514,334.211,004.020,003.930,803.544,003.511,003.424,883.059,002.998,302.977,062.971,002.777,932.700,002.665,912.640,002.600,002.522,902.502,312.361,212.325,522.300,002.300,001.300,002.254,812.120,002.070,001.953,00

5.2002.4214.0501.8001.9291.2622.6001.301

36.623838

3.2782.7931.4004.1261.6815.3891.3502.3001.6091.9161.659

10.3001.3009.0115.8001.9432.885

2.455.9033.732.173

10.284.5031.243.627

615.7151.453.7537.065.5731.939.426

39.827.570395.725

5.647.0353.013.7403.351.669

14.080.6548.185.2868.485.3863.032.4216.118.9952.265.2743.641.3952.854.642

15.420.375686.652

19.273.50610.582.8403.037.1035.866.252

Ranking Estado Piso R$ EfetivoProdutivo

Habitantes(atualização: julho de 2012)

Quadro demostrativo do ranking do piso salarial, efetivo provido dos policiais civis e habitantes

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Judoca patrocinado pela COBRAPOL conquista bronze em Mundial na Rússia

Aos 26 anos, Marcelo Ferreira Vaz da Silva divide o seu tempo como inspetor da Polícia Civil no Rio Grande do Sul e

judoca profissional. Colecionador de vitórias, ele comemora sua mais nova conquista, a medalha de bronze no Campeonato Mundial de Judô Policial – World Police Judo Championship –, realizado de 28 de setembro a 1º de outubro, em Kazan, na Rússia, e organizado pela International Police Sport Union (USIP).

Único brasileiro a participar da competição, Marcelo enfrentou atletas de 14 países. Pelo feito de ter sido o primeiro policial do País a ganhar uma medalha em um evento oficial da USIP, o judoca recebeu da Confederação Brasileira de Esportes de Policiais e Bombeiros (CBEPB) um Certificado de Mérito

Desportivo. A homenagem foi entregue pelo presidente da Confederação, Marcelo Resende, no dia 25 de novembro, durante os Jogos Brasileiros de Policiais e Bombeiros, evento realizado em São Paulo, e do qual Marcelo também se tornou campeão.

Treinando no Grêmio Náutico Gaúcho de Porto Alegre, o policial judoca também é campeão sul-americano de Judô, dos Jogos Abertos Brasileiros e da Copa Rio Internacional de Judô, entre outros títulos nacionais e internacionais. Para participar da disputa no continente europeu, Marcelo contou com o apoio da COBRAPOL, do SERVIPOL/SINPOL (Sindicato dos Servidores da Polícia Civil do Rio Grande do Sul) e da UGEIRM (Sindicato dos Escrivães, Inspetores e Investigadores de Polícia do Rio Grande do Sul), além de empresas gaúchas.

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Faixa preta de judô, Marcelo trabalha na Delegacia de Repressão ao Roubo de Cargas do Departamento de Investigações sobre Crime Organizado (DEIC) e ministra aulas de Defesa Pessoal na Academia de Polícia Civil do Rio Grande do Sul, no curso de formação de alunos escrivães e inspetores de polícia.

À Nossa Voz, o policial-atleta respondeu algumas curiosidades sobre sua profissão e o esporte que pratica.

Como é ser um policial e um atleta ao mesmo tempo?

É difícil conciliar as duas profissões?Quais são os próximos desafios do atleta Marcelo?

Neste último torneio você estava representando o Brasil e também a Polícia Civil, foi difícil segurar a emoção para a luta?

É muito bom poder fazer o que a gente gosta. No meu caso me sinto privilegiado, pois faço as duas coisas que mais gosto. Consigo exercer a profissão de Policial Civil sem deixar de praticar o Judô. Na verdade, uma atividade acaba completando, de certa forma, a outra. São minhas duas grandes paixões.

Foi extremamente emocionante desde a preparação até o momento da competição. Eu estava me preparando para fazer aquilo que sempre fiz (lutar), mas dessa vez iria representar, além do meu País, a nossa Polícia Civil do Rio Grande do Sul, o DEIC e até a Delegacia de Roubo de Cargas. No momento em que subi no tatame em solo russo, sentia que levava comigo todo esse peso, mas isso não me atrapalhou em nada, pelo contrário, essa pressão me fortaleceu e, graças a Deus, consegui essa medalha tão importante.

Realmente é complicado conciliar essas duas atividades. Porém, ao mesmo tempo, é muito gratificante. Atualmente a prioridade acaba sendo minha profissão de policial, e sempre que sobra um tempinho vou treinar. Apesar disso, sempre tive um apoio muito grande por parte da minha noiva, da minha família e dos colegas da Polícia. A principal dificuldade é a falta de apoio financeiro, o que é muito diferente dos outros países do mundo, que investem no desporto policial.

Estou me preparando para duas grandes competições policiais que vão ocorrer em 2013. Os Jogos Sul-Americanos de Policiais e Bombeiros, que provavelmente será realizado na cidade de Bento Gonçalves.Mas meu grande desafio e um sonho também é representar o Brasil nos World Police and Fire Games, ou seja, os Jogos Mundiais de Policiais e Bombeiros que será realizado na Irlanda do Norte. Esse é o maior evento policial do mundo, é como se fossem os Jogos Olímpicos para os policiais do mundo inteiro.

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Quais os desafios que o policial Marcelo enfrenta no dia a dia das ruas em Porto Alegre?

Do que você mais gosta, do judô ou da atividade policial?

É importante estar preparado fisicamente, porém é muito mais importante estar preparado psicologicamente para enfrentar os desafios impostos pela profissão, porque a cada dia enfrentamos um desafio completamente diferente. Como trabalho em uma delegacia especializada (Delegacia de Repressão ao Furto e Roubo de Cargas), é sempre muito grande a demanda de ocorrências, porém temos uma ótima equipe na delegacia, e acredito que estamos fazendo um bom trabalho, visto que nos últimos dias desarticulamos as maiores quadrilhas de roubo de cargas do Estado.

São duas sensações completamente diferentes, ambas envolvem muita adrenalina, mas de maneira distinta.É incrível subir no tatame para lutar e representar não só um País, um Estado, sua família, mas também todo o tempo dispensando em exaustivos treinamentos, o ápice é a vitória, sensação única.Mas não tem nada como trabalhar como policial, também é única e emocionante a sensação de cumprir um mandado, por exemplo.E assim como no tatame, também temos que estar extremamente preparados, física e psicologicamente, para o trabalho policial.

Fotos: Acervo pessoal do atleta

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Olho VivoUnicidade sindical

Sistema Único de Segurança

Está em discussão no Conselho de Relações do Trabalho (CRT), órgão vinculado ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), um texto alternativo à Portaria nº 186/08 do MTE que fixa normas para a concessão de registro sindical e alterações estatutárias das entidades. A portaria flexibilizou as regras para a criação de sindicatos e abriu um perigoso caminho para o fim da unicidade e da contribuição sindical. Com isso, transformou o MTE numa fábrica de “sindicatos de gaveta”.

O órgão possui uma composição tripartite, por isso, as discussões da nova portaria envolvem representantes do governo e entidades sindicais dos trabalhadores e dos empregadores. A expectativa é que o novo documento seja finalizado até janeiro de 2013. Uma das principais mudanças deverá ser a redefinição da “Tabela de Categorias”, artigo 577 da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), que define os grupos das atividades econômicas e profissionais organizadas por categorias. A direção da COBRAPOL vai continuar acompanhando a questão em 2013 para garantir que os direitos dos trabalhadores e de todos os policiais civis sejam resguardados.

Está em tramitação na Câmara dos Deputados projeto que cria o Sistema Único de Segurança Pública (SUSP) e disciplina a organização e o funcionamento dos órgãos responsáveis pela segurança pública. O Projeto de Lei 3734/12 é de autoria do Poder Executivo e integra o Programa Nacional de Segurança Pública e Cidadania (Pronasci). Pela proposta, a União terá o papel de coordenar e definir as regras gerais do sistema, que devem ser respeitadas pelos Estados e pelo Distrito Federal na instituição de suas políticas de segurança pública. O Ministério da Justiça será o responsável pela gestão do SUSP.

O sistema seria integrado pelas polícias Federal, Rodoviária Federal, Ferroviária Federal, Civil e Militar; pelos Corpos de Bombeiros Militares; e pela Força Nacional de Segurança Pública. O projeto prevê ainda a unificação dos conteúdos dos cursos de formação e aperfeiçoamento dos policiais, a integração dos órgãos e instituições de segurança pública e a utilização de métodos e processos científicos em investigações. O PL tramita em caráter conclusivo e ainda será analisado pelas comissões de Educação e Cultura; de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. A COBRAPOL está acompanhando a matéria e, se necessário, irá intervir para que as atribuições e os direitos dos policiais civis sejam preservados.

Agência Brasil

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Conte até 10!

Força NacionalSegurança Nacional

Preocupada com a onda de violência que tem afligido São Paulo, a COBRAPOL divulgou uma nota pública no seu site, dia 7/11, chamando a atenção das autoridades para a necessidade urgente de elaboração de um Plano Nacional de Segurança Pública. A nota alerta para o fato de que uma política nacional neste sentido pode inclusive evitar que a violência se espalhe para outras capitais e regiões do País, tornando a situação ainda mais insustentável. Para a direção da COBRAPOL são necessários investimentos em segurança em todos os Estados e municípios brasileiros e no Distrito Federal, que passam por uma reforma salarial, capacitação do policial e condições adequadas de trabalho.

Uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 195/12 transforma a Força Nacional de Segurança Pública em órgão permanente de segurança nacional, com quadro de pessoal e carreira próprios. De autoria do deputado Vanderlei Siraque (PT-SP), a matéria prevê que o órgão atuará em casos de comprometimento da ordem pública nos Estados e no Distrito Federal. Mas, para que a Força Nacional possa atuar será necessário pedido do Governo do Estado e autorização da Presidência da República. A PEC deve ser votada em 2013, isso se a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara dos Deputados aprovar sua admissibilidade. Caso seja aprovado, o texto será analisado quanto ao mérito por comissão especial, para depois ser votado em dois turnos pelo Plenário.

Inspirado nas estatísticas que atestam que mais de 50% dos homicídios cometidos nas capitais brasileiras são por motivos banais ou por atos impensados, o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) promove a campanha “Conte até dez. A raiva passa. A vida fica”, lançada dia 8/11/2012. A ação está sendo divulgada em emissoras de rádio e TV, jornais e revistas. Júnior Cigano e Anderson Silva, ídolos do UFC, e Sarah Menezes e Leandro Guilheiro, medalhistas olímpicos de Judô, são os porta-vozes da campanha, que inclui um game onde o vencedor é o jogador que comete menos atos violentos.

Agência Brasil: lson Dias

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Polícia do Amapá

2012: o ano das conquistas

Os policiais civis do Estado do Amapá comemoraram muitas conquistas no ano de 2012. Representada pelo

Sindicato dos Policiais Civis (SINPOL/AP), entidade filiada à COBRAPOL, a categoria conquistou reajuste de 20% no salário, um dos maiores concedidos pelo Governo do Estado do Amapá (GEA) este ano aos servidores públicos, incluído neste total, 8% de aumento linear referente à data-base e à incorporação da parcela compensatória de 10% sobre o salário base.

Mas para chegar a esse percentual foram inúmeras as reuniões de negociação. Em uma delas, no dia 30 de maio, o presidente do SINPOL/AP, Elias Rodrigues, e o vice, Antônio Sotelo, entre outros membros do sindicato, se reuniram com o governador do Amapá, Camilo Capiberibe, no Palácio do Setentrião. Na ocasião, os sindicalistas apresentaram a proposta do setor para a data-base. Também participaram da reunião os secretários de Estado da Justiça e Segurança Pública, Marcos Roberto Marques, e da Administração, Luiza Cearense, o chefe de Gabinete

Civil, Kelson Vaz, e o procurador-geral do Estado, Antônio Kleber.

Para Elias Rodrigues a disposição do GEA de negociar com os policiais foi um dos pontos positivos da Campanha Salarial de 2012. “A atitude do Governo demonstrou compromisso com a valorização dos policiais civis no Amapá. Isso é extremamente importante para que a categoria avance na conquista de suas reivindicações”, afirmou. O presidente do SINPOL/AP lembrou ainda que há oito anos os policiais não tinham um reajuste significativo, recebendo apenas o percentual referente à data-base, sem a recomposição das perdas salariais.

Com o diálogo aberto pelo governador Camilo Capiberibe, a entidade representativa dos policiais civis do Amapá espera dar continuidade em 2013 às negociações para melhorias salariais que amenizem as perdas ocasionadas pela inflação e pelos anos sem reajuste salarial real; além de benfeitorias estruturais, como a reforma dos prédios das Delegacias de Polícia e o reaparelhamento da corporação.

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Para tal, o setor conta com um forte aliado, o deputado estadual Charles Marques (PSDC), que durante muitos anos exerceu a profissão de policial civil. “Não fui eleito como policial civil, mas coloquei o meu mandato à disposição da categoria porque sou policial e compreendo que preciso trabalhar também por este setor”, declarou em entrevista à Nossa Voz.

Marques teve um importante papel nas negociações com o GEA, integrando a Assembleia Legislativa do Amapá (ALAP) nas discussões. Com isso, a ALAP aprovou no Orçamento de 2013 os recursos necessários para que a Secretaria de Administração do Estado (SEAD) repita o reajuste concedido em 2012 aos policiais civis, elevando de R$ 3 milhões previstos em 2011 para R$ 6 milhões em 2013. “Mas é claro que esse aumento, assim como outros investimentos na valorização do policial civil, depende de um diálogo permanente com o Governo do Estado. É preciso entender que o policial não pode realizar um bom trabalho

se nas delegacias continuar faltando papel ou impressoras, ou mesmo coletes à prova de balas ou viaturas. Todos esses equipamentos são essenciais para a eficiência da Polícia Judiciária”, comentou.

Para Charles Marques a principal conquista dos policiais civis em 2012 é a consciência de que formam uma categoria. “Um marco nesse processo de conscientização foi justamente a inauguração da sede do SINPOL/AP. O sindicato foi fundado em 1990, mas até este ano não tinha um espaço físico próprio. Isso ajuda a agregar os policiais e a formar um entendimento coletivo sobre a força da categoria”, afirmou.

A sede do SINPOL/AP foi inaugurada no dia 9 de novembro com uma grande festa que reuniu toda a direção da entidade, inúmeros filiados, além de autoridades como o governador Camilo Capiberibe e o deputado Charles Marques. O presidente da COBRAPOL, Jânio Bosco Gandra, também prestigiou o evento.

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FEIPOL/SUL é oficializada

Combate ao assédio moral

No início do mês de outubro, a direção da Federação Interestadual dos Trabalhadores Policiais Civis da Região Sul (FEIPOL/SUL) deu entrada no

Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) à solicitação de registro sindical da entidade. Criada em março deste ano, a federação teve a sua filiação à COBRAPOL aprovada na mesma assembleia de fundação, em 2/03/12, que contou com a presença de representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Segurança Pública de Santa Catarina (SINTRASP/SC), Sindicato dos Policiais Civis de Santa Catarina (SINPOL/SC), Sindicato dos

Servidores da Polícia Civil do Rio Grande do Sul (SINPOL/RS), Sindicato dos Escrivães, Inspetores e Investigadores de Polícia do Estado do Rio Grande do Sul (UGEIRM Sindicato), Sindicato das Classes Policiais Civis do Estado do Paraná (SINCLAPOL/PR) e Sindicato dos Policiais Civis de Londrina e Região (SINDIPOL/Londrina).

O presidente da FEIPOL/SUL é André Luiz Gutierrez (foto), que também preside o SINCLAPOL/PR, e os vices são Cláudio Abel Wohlfahrt (UGEIRM/Sindicato), policial civil gaúcho, e Arílson Carlos Nazário (SINPOL/SC – SINTRASP/SC), policial civil catarinense. A proposta é de que a federação atue em conjunto com os sindicatos e entidades representativas dos policiais civis na Região Sul do País, organizando a luta por melhores condições de trabalho na região e integrando-a à luta nacional organizada pela COBRAPOL.

O Sindicato dos Policiais Civis de Alagoas (SINDPOL/AL) lançou em outubro a cartilha “Assédio Moral dentro da Polícia Civil é Crime”, como parte da campanha de

combate à prática na instituição policial. Na ocasião, o sindicato promoveu uma mesa-redonda com o tema “Assédio moral e suas implicações no serviço público”, com o coordenador-geral do Sindjus/AL, professor Marcus Robson Nascimento Costa Filho, e a professora e enfermeira do Trabalho Kelly Nascimento, os quais debateram as questões jurídicas e de saúde das vítimas de assédio moral.Também participaram do evento, representando a CUT/AL, a professora Girlene Lásaro, e representando a Polícia Civil, a delegada Ana Luiza Nogueira, diretora da Divisão Especial de Investigação e Capturas (Deic).

Panorama Brasil

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Espaço para treinar tiro

Paraná reconhece direito à LC 51/85

STF reconhece legitimidade do SINDIPOL/ES

Segundo levantamento do SINDPOL/AL, 50% dos agentes de polícia sofrem com o assédio moral, que pode causar doenças físicas ou psicológicas, tais como depressão, palpitações, tremores, distúrbios do sono e digestivo, hipertensão, dores generalizadas, perda da motivação, da criatividade e da capacidade de liderança, além da queda da produtividade.

O Sindicato dos Funcionários da Polícia Civil do Estado do Amazonas (SINPOL-AM) construirá no ano que vem em sua sede um stand de tiro. O espaço servirá para que os policiais civis possam aprimorar sua técnica de pontaria e tiro, tanto de

maneira profissional como esportiva, para aqueles que participam de torneios na área. A ideia surgiu durante o 1º Torneio de Tiro da Polícia Civil, realizado em novembro, no stand do Clube Amazonense de Tiro (CATE). Segundo o presidente do sindicato, Moacir Maia, além dos treinos, no stand também serão realizados torneios.

No dia 30/10/2012, o Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu a legitimidade do Sindicato dos Policiais Civis do Espírito Santo (SINDIPOL/ES), filiado à COBRAPOL, como único representante da categoria polícia civil no Estado capixaba. A 1ª Turma

da Corte Suprema foi unânime em indeferir o Agravo Regimental interposto pelo Sindicato dos Delegados de Polícia do Espírito Santo (Sindelpo/ES). Em decisão anterior, de 30/08, o ministro do STF Dias Toffoli já havia indeferido recurso extraordinário contra o Acórdão da Segunda Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Espírito Santo, que julgou ilegal o desmembramento das classes na Polícia Civil, em ação promovida pelo SINDIPOL/ES.

O Tribunal de Contas do Paraná, por meio da sua Uniformização de Jurisprudência (Acórdão nº 2878/12), reconheceu que os policiais civis do Estado têm direito à aposentadoria especial com base na Lei Complementar nº 51/1985. Para receber

o benefício, o policial precisa ter 30 anos de serviço, com pelo menos 20 deles em cargo de natureza estritamente policial. A decisão é fruto de um trabalho desenvolvido pelo Sindicato das Classes Policiais Civis do Estado do Paraná (SINCLAPOL/PR) e pelo Sindicato dos Policiais Civis de Londrina e Região (SINDIPOL/Londrina).

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Entidades de policiais dos países lusófonos criam organização internacional

Criada por representantes de entidades de policiais do Brasil, de Cabo Verde, Portugal e

Moçambique, a Organização Internacional de Entidades Representativas de Policiais de Língua Portuguesa (OIP) tem como missão promover, defender e desenvolver a profissão policial, como organismo de polícia democrático, com a função primordial de garantir a segurança, a ordem e a paz públicas aos cidadãos.

Com sede no Brasil, a OIP é uma organização internacional não governamental, totalmente independente, respeitadora de todas as tendências politicas, religiosas e filosóficas. A Organização também tem entre suas atribuições apoiar as entidades membros na melhoria das condições de trabalho e sociais dos policiais.

São fundadoras da OIP a Associação dos Ex-membros da Polícia da República

de Moçambique (AEMPRM), a Associação Nacional de Praças (ANASPRA), a Confederação Brasileira de Trabalhadores Policiais Civis (COBRAPOL), a Federação Nacional de Policiais Federais (FENAPEF), a Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais (FENAPRF) e o Sindicato Nacional da Polícia de Portugal (SINAPOL), este último também estava representando os policiais de Cabo Verde.

Mas a filiação à OIP esta aberta a todas as entidades dos países de língua portuguesa que representem policiais ou antigos policiais, bem como seus familiares, desde que sejam organizações cujo principal propósito seja a representação e a defesa de profissionais de policiais, além de legalmente constituídas e que possuam corpos diretivos legalmente eleitos e que respeitem os princípios democráticos.

I Encontro Internacional de Entidades Nacionais dos Policiais dos Países de Língua Portuguesa, em Brasília (Foto:Benito Urbina)

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Encontro internacionalA organização foi fundada durante o I Encontro Internacional de Entidades Nacionais dos Policiais dos Países de Língua Portuguesa, realizado dias 16 e 17 de janeiro de 2013, em Brasília, e organizado pela COBRAPOL. Durante o encontro também foram eleitos os membros da Diretoria Executiva, da Assembleia-Geral e do Conselho Fiscal, as três instâncias que compõem a Organização. Por aclamação, o presidente da COBRAPOL, Jânio Bosco Gandra, foi escolhido para presidir a Diretoria Executiva da OPI no triênio 2013-2016. Os demais membros da Organização são:1º Vice-presidente: Nuno Alexandre Azevedo Lourenço Martins/PT2º Vice-presidente: Nazário Muanambane/MZSecretário-geral: José Gaspar/PTSecretário-geral adjunto: Esperança da Conceição Paunde/MZSecretário de Relações do Trabalho: Francisco Carlos Sabino/BRSecretário de Relações Internacionais: Marcelo Moraes Pinto/PTSecretário de Relações Sociais: Elisandro Lotin de Souza/BRSecretário de Relações Jurídicas: João Valderi de Souza/BRSecretário de Formação: Mario Azevedo/PTSecretário de Cultura: Feliciano/MZTesoureiro: FENAPRF/BR

Assembleia GeralPresidente: Rui Manuel Domingos Carvalho/PTVice-presidente: Manuel Domulena Tubar/MZSecretário: Antonio Erivaldo Henrique de Sousa/BRConselho de FiscalizaçãoJoão Carlos Goulart Domingues/BRSaid Momad/MZPRF/BR

Representantes das entidades lusófonas comemoram criação da OIP(Foto:Benito Urbina)

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Aposentadoria integral:

SSPC/PB garante direito na Justiça

O Sindicato dos Servidores da Polícia Civil do Estado da Paraíba (SSPC/PB) garantiu na Justiça o direito à

aposentadoria integral para os policiais Francisco Camilo de Souza (agente de investigação) e José Nogueira Costa (perito criminal), em Mandados de Segurança (MS) impetrados pelas advogadas da SSPC/PB, Andréa Henrique de S. Delgado e Ana Cristina Henrique de Sousa e Silva.

O MS em favor do policial Francisco Camilo de Souza foi deferido por unanimidade pela Segunda Seção Especializada Cível do Tribunal de Justiça da Paraíba (TJ/PB), em 18 de abril. O processo transitou em julgado em 23 de maio. Já o Mandado em benefício de José Nogueira Costa foi concedido em 17 de outubro, pela Primeira Seção Especializada Cível do TJ/PB. Em ambos os processos, a relatora foi a juíza Vanda Elizabeth Marinho, que no primeiro substituía o desembargador João Alves da Silva, e no segundo, o desembargador Marcos Cavalcanti de Albuquerque.

Nos dois casos, as advogadas defenderam a aplicação da Lei Complementar (LC) 51/1985, que garante aposentadoria com proventos integrais para policiais que tenham 30 anos de serviço, sendo pelo menos 20 deles no exercício de cargo de natureza estritamente policial. Em 2010, a LC 51/85 foi considerada válida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em Mandado de Injunção interposto pela COBRAPOL. No entanto, muitos Estados ainda se negam a aplicar a lei e utilizam as Emendas Constitucionais (EC) nº 41/2003 e 47/2005 para justificar a quebra da paridade e a integralidade nas aposentadorias dos policiais.

Para o presidente do SSPC/PB, Antonio Erivaldo Henrique de Sousa, que acumula o cargo de tesoureiro-geral da COBRAPOL, as decisões unânimes representam uma grande

vitória para os policiais civis do Estado da Paraíba, pois gera jurisprudência, mas também é de suma importância para o restante da categoria. “A Justiça da Paraíba está dando um exemplo para todo o País. Os policiais expõem suas vidas ao perigo no exercício da profissão e ao se aposentarem têm o direito de receber a remuneração integral”, declarou Erivaldo.

A advogada Andréa Henrique lembra que vários policiais civis já procuraram o SSPC/PB para terem seus direitos restabelecidos e Ana Cristina informa que os policiais aposentados devem procurar a assessoria jurídica do sindicato para ingressar com ação, caso se sintam prejudicados pela Paraíba Previdência – autarquia vinculada à Secretaria de Estado do Governo da Paraíba, responsável por gerir o regime próprio de previdência dos servidores públicos efetivos do Estado.

Andréa Henrique deS. Delgado

Ana Cristina Henrique de Sousa e Silva

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