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E X P E R I E N C E w w w.tot vs.co m /expe rie nce #2 ENTREVISTA O canadense Don Tapscott, criador do conceito Wikinomics, fala sobre inovaç ão, transparência e c omo o país tem a ganhar com criação colaborativa MACROECONOMIA  A s s umir p o s t ura p r o a ti v a é a melhor atitude diante do cenário econômico de 2014 VIVENDO NO Num mundo em que a velocidade das transformações é cada vez maior , cresce o desafio das empresas para manter evidência e relevância TESARAC PARCERIAS Unimed Porto Alegre, Ribeirão Preto e São José dos Campos mostram resultados vitoriosos

Revista Totvs 2

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E X P E R I E N C Ew w w . t o t v s . c o m / e x p e r i e n c e

#2

ENTREVISTAO canadense Don Tapscott, criador doconceito Wikinomics, fala sobre inovação,transparência e como o país tem a

ganhar com criação colaborativa

MACROECONOMIA Assumi r postura proati va éa melhor atitude diante docenário econômico de 2014

VIVENDO NO

Num mundo em que a velocidade dastransformações é cada vez maior, cresce o desaf iodas empresas para manter evidência e relevância

T E S A R A C

PARCERIASUnimed Porto Alegre,Ribeirão Preto e São Josédos Campos mostramresultados vitoriosos

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Por você! Onde quer que você este ja .

W W W . b s p t u r . c o m . b r  

v i a g e n s e t u r i s m oUma p a r ce i r a d a A la tu r J TB .

 Eficácia na gestão de viagens corporativas:

· Sua empresa tem uma visão clara e detalhada dos gastos de viagens?

· Tem alcançado os savings esperados?

· Já lhe foi apresentada alguma solução de expense management ?

· São disponibilizados relatórios gerenciais customizados para asnecessidades de análise da sua empresa?

· Mobile: Suas viagens estão nas palmas das suas mãos?

 

 r r r .

Como você percebe as viagenscorporativas na sua empresa:Investimento ou Custo?

A BSP Viagens e Turismo sabe o quão importante são as Viagens Corporativas para asempresas, elas proporcionam a concretização de negócios, trazem proximidade com

o cliente humanizando o relacionamento e agregam conhecimento. Por isso cuida-mos de todos os detalhes para que você fique tranquilo e tenha foco somente naobtenção dos resultados que suas viagens podem gerar.

Atuamos no mercado de viagens corporativas há mais de 25 anos, uma agência sobmedida para clientes que demandam atendimento personalizado e humanizado.Preparada para atender pequenas, médias e grandes empresas, contamos com osuporte da Alatur JTB , oferecendo a segurança de uma grande empresa de viagense mobilidade corporativa.

 

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Realização

PUBLISHER FLAVIO ROZEMBLATEDITORA CHEFE FLÁVIA DRATOVSKY

EDITORA DE INOVAÇÃOGABRIELA MAFORT

DESIGNERS DANIEL RAZABONE / DANIELA BARREIRA 

EQUIPE DE REPORTAGEM CARLOS VASCONCELLOS / RODRIGO CARRO /

SUZANA LISKAUSKAS

COLABORADOR PAULO MUSSOIFOTÓGRAFOS ANA GRILLO (EUA) / ANNA

CAROLINA NEGRI

PRESIDENTE DA TOTVS LAÉRCIO COSENTINOEXECUTIVOS DA TOTVS RODRIGO CASERTA  /

LÉLIO DE SOUZA / FLÁVIO BALESTRIN

Equipe de Marketing

DIANA RODRIGUES /  CRISTIANO CUNHA   /   ALINE LUIZ

Os artigos assinados são de inteiraresponsabilidade dos autores e não representama opinião da revista, da editora ou da TOTVS S.A.

 A reprodução das matér ias e dos artigos some nteserá permitida se previamente autorizada por

escrito pela editora, com crédito da fonte. Todos os direitos reservados.

 A revista TOTVS Expe rience não é vendida.

 TOTVS - Avenida Braz Lem e, 1631, Santana, São Paulo.Escritório de Operações Private – Rua Ministro Jesuíno

Cardoso, 454, Itaim Bibi.

E X P E R I E N C Ew w w . t o t v s . c o m / e x p e r i e n c e

#2

06

42

12

26 Acesse www.totvs.com/experience 

para ler a versão digital desta edição.

BOAS-VINDAS

É com prazer que convido você para a segunda edição da TOTVS Experience.

Nesta publicação, voltamos os nossos olhos ao momento de profunda mudança

pelo qual passa o mundo, quando antigos paradigmas estão em declínio e o

novo parece não se firmar. Estamos presenciando rupturas – na sociedade, na

ciência, na tecnologia, na economia, na cultura, na comunicação – tão rápidas,

abrangentes e intensas, que a forma de nos relacionarmos com o mundo tam-

bém está se transformando.

 Temos diante de nós desaf ios dos novos co mportame ntos da soci edade, f ren-

te aos desafios das organizações. Em um mundo cada vez mais plural, conectado

em rede, onde a comunicação acontece de forma fluida e além das fronteiras de

espaço e tempo, a tecnologia é a grande protagonista, a mola propulsora queleva à inovação.

É ela que, mesmo em cenários adversos da economia, pode ajudar as empre-

sas a crescerem, por meio de ferramentas que alavancam o planejamento e a pro-

dutividade – duas palavras de ordem que serão essenciais às companhias neste

ano. E espero que as reportagens nas páginas a seguir possam inspirá-lo ainda

mais para tais desafios.

 Também inspirados por esses novos comportamentos é que apresentamos e m

 janeiro nossa nova marca. Representada graficamente pelo diálog o de telas, que são

a intermediação que a tecnologia proporciona às pessoas, e o encontro do qual nas-

cem novas ideias, integração e compartilhamento. Nasce a luz. Dessa forma, a TOTVS

convida para um mundo em que pensando junto, fazemos melhor.

A inovação resultante de colaboração é o caminho para nossos clientes e nós expe-

rimentarmos o futuro. Um futuro + Simples, + Ágil, + Conectado, + Cloud e + Essencial!

 Tenha uma boa lei tura!

Laércio Cosentino , CEO da TOTVS

Estamos presenciandorupturas tão rápidas,

abrangentes e intensas,que a forma de nosrelacionarmos com omundo também está se

transformando”

Divulgação

06 MUNDOUm país singular, em que modernidade e tradição se combinam, Israelé referência mundial em tecnologia, inovação e incentivo ao empreen-dedorismo

12 ENTREVISTAO canadense Don Tapscott diz que empresas inteligentes estão cadavez mais porosas, usando o universo colaborativo para aproveitar co-nhecimento fora de suas fronteiras

18 CAPA Numa época em que a velocidade das transformações é impressionan-te, novos desafios se impõem e é preciso encontrar o equilíbrio entresolidez e capacidade de adaptação

26 OPINIÃO Segmento de saúde tem grandes ganhos de resultado ao aplicar solu-ções de tecnologia e softwares que se estendem para dia a dia médico

28 ESTRATÉGIAMigração para ‘cloud’ é forte tendência de mercado. Novos serviços ga-rantem performance, segurança e atualização constante

32 COMPETITIVIDADECenário econômico de 2014 apresenta desafios para as empresas,que devem assumir postura proativa para continuar crescendo

36 INFOGRÁFICOBig Data: como o grande volume de informação disponível hojepode ser usado para agilizar decisões, melhorar resultados e criar no-vas possibilidades de negócios

38 SOLUÇÕESInvestimento da TOTVS na empresa americana GoodData dá origema solução de Business Analytics em nuvem, com mais rapidez e me-

nos custo

42 ATUALIDADEComo a preparação para a Copa do Mundo de Futebol reflete ca-racterísticas de planejamento do país, com a falta de equilíbrio entreorganização e improviso

46 COMPORTAMENTO Tendência mundial, o mov imento Makers chega ao Brasil: baseadaem tecnologias como impressão 3D, a cultura do ‘Faça Você Mesmo’ já é chamada de Nova Re volução Indust rial

50 EM FOCO Sistema digital eSocial, previsto para começar em maio, unifica aces-so às informações trabalhistas e previdenciárias, com menos burocra-cia e mais transparência

54 SUSTENTABILIDADE Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social é peça-chave no setor de investimento social privado no país, organizandofundações e projetos

56 CASES DE SUCESSO Unimed Porto Alegre, Ribeirão Preto e São José dos Campos falam daduradoura parceira com a TOTVS e das melhores soluções para gestão

Í N D I C E

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No fim da década de 40, um pequeno país, localizado

no Oriente Médio, nascia para transformar a geopo-

lítica mundial. Poucos anos depois, uma região da

Califórnia, nos EUA, começava o desenvolvimento

tecnológico que impressionaria o mundo. Mas o que a criação

do Estado de Israel, em 1948, teria em comum com o Vale do

Silício, além da coincidência na origem cronológica? A resposta

está em uma área denominada Silicon Wadi, a versão israelense

do Silicon Valley.

Área de alta concentração de indústrias de tecnologia de

ponta localizada na costa mediterrânea de Israel, o Silicon Wadi

é o segundo maior polo de indústrias desse tipo do mundo,

atrás apenas do vale americano. O oásis da tecnologia de ponta

abrange a maior parte de Israel. Foi lá que nasceram empresas

como o Waze, um dos aplicativos mais utilizados no mundo e

comprado ano passado pelo Google.

No fim de 2013, uma pesquisa publicada pela Start up Ge-

nome, plataforma aberta para coleta e análise de dados sobre

start ups, empreendedores e investidores, classificou Tel Aviv

como a segunda melhor cidade do mundo para o desenvol-

vimento de start ups. Os números confirmam. A região de Tel

Aviv tem cerca de 5 mil empresas dessa natureza. Mais uma

vez, a concentração só é maior nos EUA, de acordo com os

levantamentos do Israel Venture Capital Research Centre. NaNasdaq, Israel fica em terceiro lugar em número de empresas,

atrás de China e EUA, países incomparavelmente maiores em

território e população.

Como um país acossado por dificuldades políticas e naturais setransformou em potência tecnológicaque atrai talentos do mundo inteiro

 por  Suzana Liskauskas 

MODERNA TRADIÇÃO

 Vista de Jerusalém, cidade que simboliza aHistória milenar da região e também abriga startups modernas: incentivo à inovação é constante

   S   h  u   t   t  e  r   S   t  o  c   k

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Israel é um lugar onde seaprende a ser focado: é preciso

extrair o máximo do mínimo”, descreveo engenheiro brasileiro Roger Shein,que viveu 15 anos no país

CELEIRO DE CIENTISTAS E VISIONÁRIOSEsse polo de geração de conhecimento e tecnologia trans-

formou Israel em um celeiro de cientistas e visionários. Com os

projetos ligados a pesquisa, investigação e desenvolvimento de

ideias inovadoras, o país se transformou em ponto de convergên-

cia para empreendedores do mundo inteiro.

“Para quem vem de fora, o país impressiona porque, em

curtíssima distância, se passa da tradição milenar à moderni-

dade mais avançada. Quando se vive lá, outra característica

salta aos olhos: Israel é um lugar onde se aprende a ser foca-

do. O território é pequeno e árido, as relações políticas com

os vizinhos são difíceis, são muitas as adversidades históricas.

É preciso extrair o máximo do mínimo. Isso leva à criativida-

de, à inovação”, descreve o engenheiro brasileiro Roger Shein,

que viveu 15 anos em Israel e participou da criação de três

empresas hoje consolidadas lá. De fato, a inovação é uma po-

lítica de estado: o país gasta mais de 4% do PIB em fomento

à pesquisa e desenvolvimento de projetos, o mais alto índice

entre os países da OCDE (Organização para a Cooperação e

Desenvolvimento Econômico).

Os autores do best-seller ‘Nação Empreendedora, Milagre

Econômico de Israel e o Que Ele Nos Ensina’, Dan Senor e Saul

Singer, também ressaltam a capacidade de lidar com desafios

e a persistência dos israelenses como fatores para o desenvol-

vimento do país. Para descrever o povo, usam uma expressão

prosaica: “chutzpa”, palavra de difícil tradução que se aproxima

de audácia, ousadia e “cara de pau”. O livro destaca também o

papel do exército no amadurecimento dos jovens. Para os au-

tores, as experiências impostas pela vivência no treinamento

militar, como a necessidade de tomar decisões em situaçõesde conflito, aumentam a responsabilidade e a capacidade de

trabalhar sob pressão.

BRASILEIROS EM INTERCÂMBIOAtenta à evolução das start ups em Israel, a organiza-

ção não-governamental Hillel, com sede no Rio de Janeiro

– que trabalha a integração de jovens judeus em ambien-

tes com oportunidades de desenvolvimento sociocultural e

profissional -, montou um intercâmbio que promove imer-

são nas áreas de empreendedorismo e finanças. No progra-

ma, durante dois meses, um grupo de empreendedores de

toda a América Latina participa de aulas na Universidade de

 Tel Aviv, estág ios em star t ups de primei ra linha , a ções de

networking e visitas a empresas e fundos de investimentos

em start ups.

Foi este cenário que atraiu a brasileira Melina Guelman, de26 anos. Formada em Marketing no Rio de Janeiro, ela partici-

pou do Hillel Entrepreneurship Experience como criadora da

1. Edifício comercial do centro de Tel Aviv éexemplo da arquitetura voltada para grandesdimensões que marca a cidade. 2. Fábrica da

Intel em Kiryat, em pleno deserto. 3. AyalonFreeway, uma das principais vias de Tel Aviv

T E C H N I O N : P I O N E I R A

Ela completa 112 anos em 2014, mas tem as célulasmais produtivas de Israel. Primeira universidade dopaís, a Technion foi criada como símbolo da recons-trução de uma pátria judaica, deixando para trás opassado que afastou essa comunidade do caminhodo ensino.

Com 12.850 alunos e 80 programas de pós-graduaçãode excelência, a Technion é hoje um dos berços da pes-quisa científica no mundo. E pioneira global em áreascomo biotecnologia, células-tronco, espaço, ciência dacomputação, nanotecnologia e energia. No currículo,três professores vencedores de prêmios Nobel.

Mais de 70% dos fundadores e gestores de indústriasde alta tecnologia de Israel estudaram na Technion,maior celeiro de start ups de alta tecnologia fora do Vale do Silício. Além disso, 80% das empresas is-raelenses listadas na Nasdaq são lideradas por gra-duados Technion.

Fotos: ShutterStock

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   D  a  v   i   d   S   h  a  n   k   b  o  n  e   /   W   i   k   i  m  e   d   i  a   C  o  m  m  o  n  s

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‘Easyeating’, uma plataforma multifuncional na web que permi-tirá a turistas visualizar cardápios de restaurantes em diversos

idiomas. “Levei meu business plan encaminhado para aprimo-

rar na Universidade de Tel Aviv. E já tenho planos para montar

uma ramificação da minha empresa em Israel, onde os incenti-

vos às start ups são inúmeros, do Governo à iniciativa privada.

Enquanto lá o investimento mínimo que se obtém é de US$ 600

mil, em média, no Brasil, se a ideia foi excepcional, se chega no

máximo à faixa de R$ 400 mil”, compara Melina.

Pesquisas feitas pela Technion, a universidade mais antiga

de Israel, mostram que a indústria de alta tecnologia representa

mais de 54% das exportações industriais do país; 135 em cada

10 mil trabalhadores em Israel são cientistas e/ou engenheiros,

enquanto que, nos EUA, há 85 cientistas e/ou engenheiros em

cada 10 mil trabalhadores. Outro dado levantado pela Tech-

nion mostra que nove em cada mil habitantes de Israel estão

envolvidos com I&D (Investigação e Desenvolvimento), o que

representa quase o dobro das estatísticas semelhantes nos

EUA e no Japão.

Não por acaso, Israel é a nação que mais produz publica-ções científicas per capita - 109 por cada mil pessoas. O país

ainda estrela a lista dos que apresentam mais patentes regis-

tradas per capita e ocupa o terceiro lugar no ranking mundial

nos investimentos com P&D (Pesquisa e Desenvolvimento).

Israel é o oitavo em aparelhamento tecnológico, de acordo

com gastos de suas companhias de pesquisa, comunidade

científica, número de computadores pessoais e o índice de

penetração na internet. Também ocupa o 11º lugar em inova-

ção, 16º lugar em exportações de alta tecnologia e o 17º em

lucros tecnológicos. 

ESTILO DESPOJADO COMO O DO SILÍCIOA maioria das indústrias de TI em Israel está concentrada nos

arredores de Tel Aviv, que inclui as cidades de Ra’Anana, Herzli-

yz, Cesaréa, Haifa, a acadêmica Rehovot e Rishon Le Zion. Mais

recentemente, a área das indústrias de tecnologia ganhou um

reforço nos arredores de Jerusalém, com os parques de ciência

em Malha e Har Hotzvim.

A administradora de empresas Ingrid Vils Warshaws-ki, formada no Rio de Janeiro, também foi seduzida pela

promissora terra israelense. Ela mora com o marido e o

filho em Ra´Anana. A mudança foi motivada por um con-

vite para trabalhar na start up Snapkeys, desenvolvedora

de softwares para tecnologia móvel. “Vim dar um toque

brasileiro ao produto para lançar no mercado nacional”,

conta ela. Bem no espírito das start ups californianas, a

Snapkeys funciona em uma ampla casa, em que os fun-

cionários são motivados pelo ambiente descontraído,

que inclui a companhia diária de uma gata amarela de

olhos azuis.

Com sede em Jerusalém, a Snapkeys é exemplo da

Babel em que se transformou o país: fundada por um

iraniano e um francês, a empresa tem ainda na equipe

profissionais vindos dos Estados Unidos, Suíça, Rússia e

Alemanha. “Israel é um lugar que tem muito a ensinar.

 Todo empreen dedor que passa uma tempor ada no país

volta melhor”, resume o engenheiro Shein.

Fundada por uma comunidade judaica em 1909, nosarredores da antiga cidade portuária de Jaffa, Tel Avivé um celeiro de inovação. Da arquitetura à tecnologia:a cidade apresenta, por exemplo, a maior concentraçãodo mundo de edifícios estilo Bauhaus.

Em 1965 foi inaugurado em Tel Aviv o prédio mais altode Israel, a Torre Shalom Meir. Primeiro arranha-céudo país, manteve-se como o prédio mais alto do paísaté 1999. A ousadia da arquitetura combina com asmentes arrojadas de seus cientistas. Sede da Bolsa de Valores de Isr ael, Tel Aviv também concent ra os maio-res centros de pesquisa e desenvolvimento do mundo.

Um desses oásis é a Universidade de Tel Aviv, que, emconjunto com a Universidade Bar-Ilan na vizinha RamatGan, tem mais de 50 mil estudantes, grande parte delesde fora de Israel. Fundada em 1953, é a maior universi-dade de Israel, internacionalmente reconhecida no ensi-no e investigação nas áreas da física, ciência da compu-

tação, informática, química e linguística. “É uma cidadede jovens, de praia, de modernidade entre tanta tradiçãode Israel. Jerusalém, ao contrário, é pura História”, defi-ne a brasileira radicada em Israel Sabrina Grimberg.

Chamada de Cidade Branca, Tel Aviv concentraa maioria das indústrias de Tecnologia da Informação

T E L A V I V : A R R O J A D A

ShutterStock

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Ele foi eleito cinco vezes um dos 50 pensad ores mais influentes do planeta pelo Thinkers50,o Oscar dos negócios – ao lado de nomes como Jack Welch, Peter Senge e Jeff Bezos –, por

traduzir com maestria o impacto brutal da internet, principalmente na vida das empresas, em

textos considerados “iluminação pura”. Seu livro “Wikinomics” se tornou um best-seller tradu-

zido em 25 países, e o mais recente título, ”Macro-wikinomics, novas soluções para um planeta

conectado”, foi definido como um “manual para consertar um mundo quebrado”.

Em entrevista exclusiva à TOTVS Experience, direto de São Francisco, o canadense

Don Tapscott, CEO do Tapscott Group, conceitua o que considera a Era da Inteligência

em Rede, sugerindo que as empresas brasileiras adotem uma nova mentalidade para

responder à natureza colaborativa do país e, desta forma, assumam importante papel de

liderança em tempos digitais. Na entrevista, ele diz acreditar que a inovação aberta é a

chave de entrada de empresas e governos para o século XXI. E defende que a queles que

se abrirem para a co-criação, ou seja, a participação efetiva de colaboradores e fornece-

dores na geração de produtos e serviços, terão melhores resultados.

Ao longo dos últimos 20 anos, Tapscott vem apresentando conceitos inovadores, que se

tornaram parte do conhecimento contemporâneo sobre o impacto avassalador da internet no

mundo. Já em 1992, no livro “Mudança de Paradigma, A nova Premissa da Tecnologia da Infor-

mação”, ele vislumbrava o impacto da tecnologia da informação no mundo empresarial. Três

anos depois, mudou a maneira de pensar sobre a internet em “Economia Digital” e, em 1997,

definiu o comportamento da Geração internet no aclamado “A Hora da Geração Digital ”, mos-

trando como os hábitos da geração nascida digital mudariam as relações, o trabalho, as empre-

sas. No início dos anos 2000, “Capital Digital” antecipou ideias como a internet dos Negócios. E,

depois de fazer história com a série “Wikinomics”, no e-book “Abertura Radical, quatro princípios

inesperados para o sucesso”, Tapscott elenca a transparência, a colaboração, a abertura para ino-

var e a liberdade de informação como as novas regras de sobrevivência pós-revolução digital.

Um dos 50 pensadores mais influentes do mundo, ocanadense Don Tapscott fala à TOTVS Experience comexclusividade e defende que empresas abertas à colaboraçãoinovam de maneira mais rápida, barata e eficaz

 por  Gabriela Mafort   fotos Ana Grillo/São Francisco

CRIAR

  JUNTONOME: Don Tapscott 

DE: Ontario, CanadáCURRÍCULO:  Escritor e consultor especializado em estratégiacorporativa e t ransformação organizacionalBEST-SELLERS: Wikinomics: Como a Colaboração em MassaPode Mudar o seu Negócio  e A Hora da Geração Digital 

R E T R A T O F A L A D O

Don Tapscott na MarketStreet, centro financeiro deSão Francisco

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avaliar o valor de produtos e serviços em níveis que

não eram possíveis antes. Funcionários hoje em dia

compartilham informações anteriormente secretas

sobre estratégia empresarial, gestão e desafios. Para

colaborar de forma eficaz, as empresas e seus parceiros

de negócios não têm escolha, precisam compartilhar

conhecimento interno. Investidores institucionais

poderosos estão desenvolvendo visão de raio-x.E em um mundo de comunicações instantâneas,

informantes, mídia questionadora, e as facilidades das

pesquisas no Google, os cidadãos e as comunidades

O senhor foi um dos primeiros autores no mundo

a prever a importância da inovação aberta para o

século XXI. Por que o senhor acha que essa é uma

estratégia importante para as empresas na Era

Digital? As empresas mais tradicionais são um pouco

receosas com o que algumas delas consideram um

“passo radical”.A internet nos dá acesso não apenas à informação e ao

conhecimento, mas também à inteligência contida no

cérebro de outras pessoas e isso de maneira global.

Na minha concepção, esta não é a Era da Informação

e, sim, a Era da Inteligência em Rede. Já se nota há

tempos que as empresas tradicionais verticalmente

integradas são uma espécie de brutamontes paradoxal.

itãs capitalistas como Henry Ford tinham tudo para

serem verdadeiros líderes e aproveitar as virtudes

do mercado nos dias de hoje, mas suas empresas

funcionam como economias planejadas. Durante

décadas estas fortalezas corporativas triunfaram sobre

os concorrentes, mas não mais. A empresa monolítica,

 verticalmente integrada es tá começando a vacilar em

relação aos concorrentes mais ágeis.

 Como reagir?

As empresas inteligentes estão fazendo suas paredes

cada vez mais porosas. Elas usam a internet para abrir

e aproveitar o conhecimento, recursos e capacidades de

fora de suas fronteiras. Elas estabelecem um contexto

para a inovação e, em seguida, convidam seus clientes,

parceiros e outros terceiros para co-criar seus produtos

e serviços. O resultado disso é que as empresas

abertas podem inovar mais rapidamente, de forma

mais barata e mais eficaz, melhorando a qualidade da

expertise interna, o que da forma t radicional, fechada,

não seria possível fazer. Por exemplo, a colaboração

externa na Procter & Gamble, através do programa

“Conectar e Desenvolver”, permitiu à empresa aumentar

dramaticamente o conjunto de ideias de novos produtos,

com cerca de 60% vindo de fora. Com isso, a taxa de

sucesso de inovação foi uma economia de mais de US$ 1

bilhão em custos de Pesquisa e Desenvolvimento.

 No livro ‘Abertura Radical’, o senhor defende que

o antídoto para a crise da inovação é justamente essa

inovação aberta, voltada para a participação do cliente.

Mas como equilibrar transparência e compartilhamento

de informações sobre projetos internos com as

informações estratégicas da empresa?

Muitos se esquecem que, antes da chegada da internet,

a maioria das instituições era opaca e operava

secretamente. Isso já não é viável. Pessoas em todos os

lugares têm em suas mãos a ferramenta mais poderosa

que nunca para descobrir o que realmente está

acontecendo e informar os outros. Os clientes podem

 As empresas inteligentesestão fazendo suas paredes

cada vez mais porosas. Elasestabelecem um contexto parainovação e convidam clientese parceiros para co-criar seus

 produtos e serviços” 

Tapscott defende que esta éa Era da Inteligência em rede:“A empresa monolítica estácomeçando a vacilar”

 Agradecim ento Pal ace Hotel / São Fr ancisco

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rotineiramente colocam as empresas sob o microscópio.

Então, para mim, faz todo o sentido abraçar a causa

da abertura e da transparência, não apenas porque

é inevitável, mas porque é bom para a empresa.

Companhias abertas têm melhor desempenho. Elas têm

maior confiança e são capazes de construir melhores

redes. Isso ajuda a criar valores positivos – e numa época

em que a criação de valor é valorizada como nunca antes.

Dito isso, todas as organizações têm o direito, claro, a

alguma confidencialidade. As empresas têm segredos

comerciais legítimos. É claro que os funcionários

não devem violar acordos confidenciais ou a lei.

ransparência deve referir-se à liberação ou à e xposição

de informações pertinentes - informações que podem

ajudar os interessados quando eles as acessam ou

prejudicá-los se eles não têm acesso a elas. Mas ao invés

de pender para a opacidade, como foi feito no passado,

para a maioria das empresas cada vez mais faz sentido

optar pela abertura.

 Como vê o papel dos governos no estímulo à

inovação, na promoção deste ecossistema?A primeira onda de estratégias de “e-governo”

gerou alguns benefícios importantes. Fez com que

informações e serviços do governo se tornassem

mais acessíveis aos cidadãos, criando eficiência

administrativa e operacional. Mas muitas dessas

iniciativas focaram simplesmente em automação

de processos existentes, que apenas deslocaram os

serviços governamentais existentes para o mundo

online. A próxima onda de inovação apresenta

uma oportunidade histórica de redesenhar como o

governo opera, como e o que o setor público oferece

e, finalmente, como os governos interagem e se

envolvem com os seus cidadãos.

 Por quê?

Conhecimento, informação, talento e energia estão

sendo movidos, formatados e canalizados de uma

forma completamente nova, dentro, através e fora

dos limites do governo. Um número crescente de

governos entende a necessidade de distribuir o

poder de forma ampla e de alavancar a inovação, o

conhecimento e gerar valor a partir da sociedade civil

e do setor privado. Há um novo tipo de organização

do setor público emergindo: um governo aberto. Este

é o governo que co-inova com todos, especialmente

os cidadãos; compartilha recursos que antes eram

guardados a sete chaves; aproveita o poder da

colaboração em massa e se comporta não como um

departamento isolado ou jurisdição, mas como algo

novo: uma organização verdadeiramente integrada.

Hoje, essa é uma noção radical, mas talvez seja apenas

tão fantástica como a versão atual do governo, que

mais parece um príncipe feudal da Idade Média nos

 visitando em pleno século XX I.

Vamos falar agora sobre a América Latina e o Brasil.

Como você vê o papel da região na mudança para uma

nova mentalidade, a mentalidade colaborativa? Michel

Bauwens, pesquisador de iniciativas P2P (peer to peer),

disse que o Brasil é o país mais colaborativo do mundo.

Somos um dos primeiros países da lista de usuários

ativos de redes sociais. Mas, por outro lado, as empresas

brasileiras não estão se lançando tanto em iniciativas de

inovação aberta ainda. Como o senhor vê esse cenário?

As empresas brasileiras precisam de uma nova

mentalidade para responder à natureza colaborativa

do país. Podemos ver ao redor do mundo que os

clientes adoram colaborar. Eles colaboram com

empresas para ajudar a co-inovar tudo, desde

camisetas Treadless até anúncios de Doritos

no Superbowl. Eles compram bens e serviços

coletivamente no Groupon. Eles ajudam a encontrar

os melhores hotéis, compartilhando conhecimento

no rip Advisor e os melhores restaurantes através

do Restaurant.com. Eles emprestam dinheiro uns

aos outros por meio de bancos  peer-to-peer , como a

comunidade Lend. As empresas que não adotarem

este novo comportamento vão definitivamente ficar

para trás.

 Em seu livro ‘Wikinomics’, o senhor descreve

um novo modelo econômico no qual as empresas e

pessoas comuns estão se unindo em novas maneiras

de conduzir a inovação e o sucesso empresarial. Em

sua opinião, como será a empresa do futuro?

Em tempos de dificuldades econômicas, empresas

que são ágeis e flexíveis têm uma chance muito maior

de sobrevivência e até mesmo crescimento. Empresastradicionais enfrentam cada vez mais concorrência

de novas empresas, uma vez que é mais barato do que

nunca criar um negócio. Um estudo descobriu que a

disponibilidade de recursos, tais como a computação

em nuvem e o surgimento de infra-estrutura de

escritório virtual, tem impulsionado o custo de

lançamento de um empreendimento de internet de

cinco milhões de dólares em 1997 para menos de 50

mil dólares hoje em dia.

As pequenas start ups têm acesso a muitos dos

mesmos recursos que as grandes empresas, sem

as principais obrigações – burocracia, culturas,

sistemas, legados e antigas formas de trabalho, tudo

o que pode impedir a inovação. A inovação aberta,

onde o talento não tem que estar dentro dos limites

corporativos, beneficia todas as organizações, e

os maiores beneficiários podem ser inclusive as

pequenas empresas.

Faz sentido abraçar a transparência, não

apenas porque é inevitável, mas porque é bom para as empresas.Elas têm melhor desempenhoe mais confiança” 

E N T R E V I S T A

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FLUXOI N F I N I T O

Conta–se que, certa vez, quando lecionava no Instituto de Estudos Avançados de

Princeton, nos Estados Unidos, Albert Einstein aplicava uma prova para seus es-

tudantes quando foi alertado por um deles: “Professor, este teste está compro-

metido. Algumas questões são idênticas às formuladas no ano passado”. Einstein não se

abalou. “Não há problema”, respondeu calmamente. “As questões são as mesmas, mas

este ano as respostas são diferentes”. Verídico ou não, o episódio ilustra com perfeiçãoum conceito que define o momento por que passa o mundo hoje: o Tesarac.

O mundo passa por um momento de profundamudança, em que antigos paradigmas são

derrubados e o novo ainda está por vir  por  Rodrigo Carro

ShutterStock

C A P A

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Cunhado pelo poeta americano Shel Silverstain a partir de

experiências traumáticas (a morte da mulher e da filha), o termo

 Tesarac de fine um período histórico d e mudanç as drást icas na

sociedade. Os paradigmas vigentes são destruídos antes que

existam outros modelos capazes de substituí-los completa-

mente, em todas as suas dimensões. A humanidade atravessa

atualmente seu terceiro Tesarac. O primeiro ocorreu na passa-

gem da Idade Média para o Renascimento, quando a ruptura

com os valores feudais foi tão ampla que englobou, ao mesmo

tempo, avanços nos campos das artes (Da Vinci, Michelangelo),

na filosofia (humanismo) e na anatomia (com a popularização

da dissecação para estudo dos corpos humanos).

O segundo Tesarac emergiu durante a Revolução Industrial.

Os artesãos já não podiam competir com a indústria nascente,

mas as empresas que surgiam quebravam diante da instabili-

dade da demanda. Só bem mais adiante surgiria a publicidade

para informar ao consumidor quem vendia o quê. E se a era di-

gital é considerada uma nova Revolução Industrial, é necessário

esclarecer: já estamos numa era pós-digital. “Tecnologia é tudo

aquilo que nasceu depois da gente. O que nasceu antes já não

é mais tecnologia”, resume o publicitário Walter Longo, men-

tor de Estratégia e Inovação do Grupo Newcomm e presidenteda agência Grey Brasil. “O mundo digital era caracterizado por

um imenso choque, em que tudo era novo, inédito. As pessoas

estavam maravilhadas e fascinadas por essa tecnologia”. Tal

qual os índios brasileiros diante dos espelhinhos trazidos pe-

los descobridores portugueses, compara Longo, nós nos ma-

ravilhamos com o advento do celular, por exemplo, trazendo a

possibilidade de falar com qualquer pessoa em qualquer lugar.

Essa fase está acabando. Num mundo em que o total de linhas

móveis habilitadas é quase igual ao de habitantes – eram 6,8

bilhões de linhas no fim de 2013 –, as empresas que querem se

manter relevantes precisam constantemente se reinventar, ao

mesmo tempo em que aliam inovação e consistência.

 

MUDANÇA NA RELAÇÃO COM O MUNDOEm nenhum outro período da História, as rupturas – so-

ciais, culturais e econômicas – foram tão rápidas, abrangen-

tes e profundas. Na indústria cultural, a transformação gerada

pela transmissão de música na internet via streaming mos-

trou ser algo que ia muito além da evolução tecnológica:

trouxe uma profunda mudança de como nos relacionamos

com o mundo. “Estamos vivendo uma passagem da cultura

da posse para a do acesso”, define o produtor musical Ticia-

no Paludo, professor da Pontifícia Universidade Católica do

Rio Grande do Sul (PUC-RS). Um dos primeiros modelos de

negócio a ruir sob o peso das trocas de arquivos digitais pela

Internet, ainda nos anos 90, o faturamento da indústria fono-

gráfica voltou a crescer em 2012, depois de 13 anos, apesar

de o aumento ter sido de apenas 0,2% em relação ao ano

Não é o maior nem o mais poderoso que vence, mas o maisadaptado”, defende o engenheiroGermán Quiroga, presidente da NovaPontocom. Para ele, flexibilidade ecapacidade de adaptação começam pela escolha de pessoas certas, capazesde criar uma cultura da inovação

anterior. Ainda é cedo para dizer se o novo modelo é viável.

“No caso do streaming, por exemplo, o artista ganha centa-

vos cada vez que a música é tocada. Poucos ganham alguma

coisa e muitos ganham nada”, diz Paludo.

Mesmo empresas habituadas a se reinventar foram atingidas

pelo terremoto em curso, e o atual Tesarac provocou algumasbaixas. A experiência de ter migrado da fabricação de botas de

borracha, nos anos 60, para a liderança do mercado mundial de

celulares, posto que ocupou durante 14 anos a partir da década

de 90, não foi suficiente para a finlandesa Nokia manter a mesma

energia nos novos tempos. Sua trajetória é uma lição de que

antecipar a próxima tendência é exercício constante. Em 2007,

quando a Apple lançou o iPhone, o principal modelo da Nokia

era o N95, lembra Carlos Alberto Teixeira, o CAT, jornalista espe-

cializado que há 22 anos cobre a área de tecnologia. “Era um

aparelho melhor que o primeiro iPhone, mas o celular da Apple

tinha o teclado sensível ao toque, uma interface revolucionária”,

recorda. Foi o suficiente para derrubar o gigante finlandês. A

companhia tinha perdido sua visão de futuro e acabou engolida

pela Microsoft.

O desfecho dessa história e de outras similares traz à tona

os desafios para as companhias se planejarem num ambiente

instável, de mudanças tão velozes quanto intensas. A respos-

ta pode estar nos conceitos do naturalista britânico Charles

Fotos: ShutterStock

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40% dos jovens norte-americanos entre 16e 25 anos não têm e não querem ter carro.Isso seria inimaginável cinco anos atrás” 

E C O L O G I A TAMBÉM EM TESERAC

Embora tenha um papel inquestionável no Tesarac em curso, atecnologia é apenas uma das forças a alterar o equilíbrio global.No século XXI, os custos crescentes decorrentes das mudançasclimáticas ameaçam as bases da economia mundial, assentadasna queima de combustíveis fósseis. Os níveis atuais de gases doefeito estufa na atmosfera já são sucientes para aumentar a tem-peratura média global em 2°C até o m deste século, adverte Ser-gio Besserman Vianna, presidente da Câmara Técnica de Desen-volvimento Sustentável da Prefeitura do Rio de Janeiro. Além do

custo em termos de vidas humanas, as catástrofes climáticas vãobagunçar a estrutura de preços relativos da economia planetária.

“Tudo que emite gases do efeito estufa vai car mais caro, no

contexto de um acordo climático para evitar o pior cenário”, ava-lia Besserman, ex-presidente do Instituto Brasileiro de Geograa

e Estatística (IBGE). Na falta de um acordo global sobre emissõesaté 2020, o resultado será um aumento da temperatura médiaem 4°C ou mais. Apesar dos sinais tímidos de algumas mudan -ças, como a popularização dos carros elétricos e das usinas degeração eólica, a luz no m do túnel pode estar mais próxima

do que se imagina. “Há pouco tempo li no ‘New York Times’ que40% dos jovens norte-americanos entre 16 e 25 anos não têm enão querem ter carro. Isso seria inimaginável cinco anos atrás”,comemora Besserman.

Sergio Besserman adverte que,com níveis atuais de emissão de

gases, temperatura global podesubir em 2ºC até o fim do século

Darwin. “Não é o maior nem o mais poderoso que

vence, mas o mais adaptado”, afirma o engenheiro

Germán Quiroga, presidente da empresa de comércio

eletrônico Nova Pontocom e integrante do Conselho

de Administração da TOTVS, lembrando que Google e

WhatsApp não foram pioneiras em seus segmentos,

mas prevaleceram sobre a concorrência. Flexibilidade

e capacidade de adaptação, na visão dele, começam

pela escolha das pessoas certas, capazes de criar uma

cultura da inovação. A lista de ingredientes inclui ain-

da um ambiente propício, um desafio claro e um sis-

tema de meritocracia. Estar preparado é ter o produto

certo, na hora certa, como fizeram Microsoft (com o

sistema operacional MS-DOS) e a Apple (com a má-

quina pioneira Apple I).

À medida que se sofistica, a tecnologia vai desa-

parecendo da nossa percepção, integrada aos pro-

dutos do cotidiano, como os dispositivos “vestíveis”,

objetos – como óculos e relógios de pulso – compu-

tadorizados e conectados à internet. O mesmo vale

para a área de software. “Cada vez mais a tecnologia

é transparente”, diz Marilia Rocca, vice-presidente de

Plataformas e Cloud da TOTVS. Com a penetração de

computadores e aplicativos no nosso dia a dia, mes-mo softwares corporativos precisaram se render ao

Fotos: ShutterStock

   F  o   t  o  :   d   i  v  u   l  g  a  ç   ã  o

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“Uma empresa centenária como a IBM, por exemplo, poderia ter

morrido 20 vezes, se não soubesse inovar de forma consistente.

É uma organização que dá exemplo para o mundo todo”, elogia

Carlos Alberto Teixeira.

WIKI-TESARAC, A ERA DA COLABORAÇÃOO novo momento de ruptura é também marcado pela de-

mocratização da comunicação, com tal amplitude que põe em

xeque o próprio conceito de jornalismo. Hoje a informação é

estruturada e editada pelo próprio usuário e a notícia deixa de

vir dos meios tradicionais. É o ‘wiki-tesarac’, como define o juiz

e professor de Direito José Enzweiler. Autor do artigo “Reflexões

acerca do sistema eleitoral brasileiro: a ‘tragédia democrática’ e

o wiki-tesarac”, em que explora a defasagem do sistema eleito-

ral brasileiro, Enzweiler usa o exemplo de pintores pré-renas-

centistas para ilustrar como a ruptura com a ordem vigente não

está restrita a questões técnicas. “Será que faltava técnica aos

pintores antes do Renascimento para retratar uma cena em três

dimensões? Na verdade, a terceira dimensão era a do infinito,

estava reservada a Deus. A estrutura mental deles é que não

permitia usar a perspectiva”, analisa o magistrado.

Ao contrário dos outros dois grandes momentos de trans-

formação porque passou a sociedade, desta vez a troca deinformação se dá instantaneamente e praticamente sem fron-

teiras geográficas. As conexões globais aumentaram vertigino-

samente a velocidade das relações e das decisões. “A socie-

dade atual está sofrendo de ansiedade crônica e generalizada

por não conseguir lidar com a quantidade de opções e estí-

mulos. Fomos acostumados a trabalhar com isso ou aquilo. E

agora é isso mais aquilo”, sintetiza Ticiano Paludo, da PUC-RS.

Na era dos zettabytes, unidade equivalente a um sextilhão(10 ²¹) de bytes, as soluções definitivas se tornam rarefeitas. Não

por falta de mentes brilhantes, mas porque o mundo está fi-

cando mais plural.

padrão estabelecido no mercado doméstico, adotando uma

interface amigável e visualmente caprichada. “Hoje a tecnolo-

gia é fluida, permeia todas as atividades do indivíduo na com-

panhia”, acrescenta Marilia.

Numa época em que ascensão, apogeu e declínio de uma

companhia podem se resumir a um período de um ou dois

anos, qual o valor da experiência num mercado em constantemudança? O fato de uma empresa ser jovem tem pouco a ver

com sua capacidade de inovação. Migrar de uma plataforma de

negócios para outra implica questionar tudo aquilo que uma

empresa sabe fazer de melhor, inclusive a forma como ganha

dinheiro. É nessa hora que um sólido histórico de inovação

pode fazer a diferença, garantindo produtos e serviços alinha-

dos com as novíssimas necessidades dos clientes.

Ao longo do século passado, a arte também foi varrida por

sucessivas ondas de choque. A ausência de regras se cristalizou

como regra, a ponto de o filósofo e escritor inglês Roger Scruton

se perguntar por que expulsamos a beleza da poesia, da músi-

ca e da arte. No documentário “Why beauty matters” (Porque a

beleza importa), escrito por ele para a BBC escocesa, Scrutton

mostra como a originalidade passou a desempenhar um papel

central na arte moderna, mais preocupada em quebrar tabus

morais do que com a estética. Também na evolução da tecnolo-gia, a originalidade é central, mas não encerra todas as respostas.

 A sociedade sofre de ansiedadecrônica e generalizada por não

conseguir lidar com tantas opções eestilos. Fomos acostumados a trabalharcom isso ou aquilo. Agora é isso maisaquilo”, diz o professor Ticiano Paludo

Hoje a tecnologia é fluida, permeiatodas as atividades do indivíduo”,

explica Marilia Rocca, vice-presidentede Plataformas e Cloud da TOTVS

Dispositivo vestível, como Google Glass, é tendência: tecnologia vai se tornando invisível

Fotos: ShutterStock

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A ANATOMIA  DASAUDENOBRASILSoluções inovadoras levam Tecnologia daInformação para o dia a dia dos médicos erevolucionam gestão e clínica

O segmento de saúde tem,

ainda hoje, a menor taxa de

informatização do mundo. É

também o setor com maior

fragmentação na sua cadeia de valor. Por

isso, acreditamos ser um setor com um

longo caminho a ser percorrido e um ter-

reno muito fértil a ser explorado, no qual

o uso da Tecnologia da Informação traráimenso ganho para as organizações.

Para muitas indústrias, ‘IT doesn’t mat-

ter’, como avaliou o célebre artigo de Ni-

cholas Carr, publicado em maio de 2003

na ‘Harvard Business Review’. A TI não

faz mais diferença, ou seja, informatizar a

empresa não dá a ela mais performance,

porque a tecnologia já está disseminada

em sua forma de operar. No caso do setor

de saúde, o cenário é o oposto: a impor-

tância da informatização é enorme e traz

retorno significativo para as organizações,

tornando-as mais competitivas. São várias

as razões para que, no nosso entendimen-

to, o segmento mereça grande atenção.

Primeiramente, por ser um setor ainda

muito baseado em papel, a adoção de so-

luções de back office (com ERP, BI e folha

de pagamento) gera resultados impor-

tantes em redução de custos, controle de

estoques e diminuição de desperdício; me-

lhora o dia a dia dessas organizações e traz

expressivo ganho de performance. Devido

ao imenso volume de dados com o qual

operam, temos observado inclusive um

aumento no faturamento dessas empresas

a partir do momento em que passam a ter

todas as informações na ponta dos dedos.

Em seguida, é importante ressaltar

que o segmento de saúde tem um dos

maiores volumes de leis e regulamenta-ções. Por isso, além de se desdobrar para

buscar eficácia operacional e dar atenção

O segmento de saúdeé um mercado com

horizonte muito positivo,em que há margem parabastante inovação” 

Nelson Berny Pires é diretor do segmen-

to de saúde da TOTVS

identificamos a necessidade de criar uma

nova geração de sistemas para armazena-

mento das informações clínicas, inclusive

com novas interfaces com os profissionais

de saúde. Criamos uma equipe composta

por vários perfis de profissionais, alguns

de TI da TOTVS e outros da área de saú-

de, em especial do Hospital do Coração.

O HCor, localizado em SP e reconhecidodentro e fora do Brasil pelo seu padrão de

excelência, é muito mais que um clien-

te, é um parceiro que muito vem contri-

buindo para a evolução das soluções de

saúde da TOTVS, com a participação ativa

A Intel disponibilizou tablets para se-

rem usados dentro do hospital. A Micro-

soft fez um investimento no projeto para

colocar o software na nuvem e SQL Server,

de forma que os sistemas estejam à dispo-

sição dos profissionais de saúde dentro e

fora do hospital. A consultoria do Hospital

Albert Einstein, por sua vez, orientou sobre

a melhor forma de transpor para o sistemaa rotina dos médicos. E a TOTVS evoluiu o

software hospitalar e de prontuário eletrô-

nico para encaixar essas peças, tanto no

uso em nuvem quanto em tablets de últi-

ma geração, com reconhecimento de voz

e de escrita, atendendo aos processos su-

geridos pelo hospital Albert Einstein. Ain-

da em 2014, o HCor estará em pleno uso

desta ferramenta com as novas funcionali-

dades definidas de forma colaborativa.

INDÚSTRIA QUE GIRA BILHÕESA indústria de saúde é uma das maio-

res do mundo sob o ponto de vista eco-

nômico. Uma indústria que gira bilhões de

dólares por ano e, ainda pouco informati-

zada, tem um grande percurso sob o pon-

to de gestão – na utilização de processos,

aumento da produtividade, eficiência dos

resultados clínicos. É uma das indústrias

com maior investimento em pesquisa

nos próximos anos: uma vida mais longa

e com melhor qualidade é uma busca

incessante do ser humano. Em nossa opi-

nião, é um mercado com um horizonte

muito positivo, tanto sob o ponto de vista

de cadeia de valor, quanto na melhoria de

performance. Há margem ainda para mui-

ta inovação e espaço para profissionais

que auxiliam na evolução desse segmen-

to. Os desafios são bem-vindos.

de profissionais altamente qualificados e

processos de excelência mundial em ges-

tão e operação hospitalar.

Depois de muita pesquisa e estudo

em conjunto, chegamos ao desenho de

uma nova ferramenta para os profissio-

nais de saúde. Em 2013, a TOTVS assinou a

Aliança Estratégica em Saúde, a união de

quatro grandes empresas com o obj etivo

de desenvolver soluções para o segmen-

to de saúde, cada uma com sua compe-tência. As empresas são TOTVS, Hospital

Albert Einstein, Microsoft e Intel.

constante à necessidade de inovação e

renovação das empresas, os responsáveis

por organizações de saúde ainda pre-

cisam abrir espaço em sua agenda para

a gestão de compliance. Para o setor de

saúde, esse tornou-se um fator crítico de

sucesso, já que normas e procedimentos

mudam mensalmente.

RESULTADO CLÍNICOO terceiro ponto é uma questão que

viemos amadurecendo há alguns anos.

As organizações de saúde têm sucesso

quando conseguem oferecer ao público–

alvo um real resultado clínico na sua ope-

ração. Para um hospital, por exemplo, um

bom resultado clínico significa diminuir o

tempo de permanência do paciente na

unidade. A rápida recuperação diminui o

risco de infecção hospitalar, deixa o leito

livre para outra internação e aumenta a

satisfação do paciente.

 Traduzindo esses aspectos em soft-

ware e serviço, a TOTVS tem hoje um

conjunto de soluções que fica, a cada dia,

mais clínico, seja para reduzir o tempo de

permanência no hospital ou para auxiliar

na análise do perfil epidemiológico de

um grupo de pacientes de um plano de

saúde. Isso garante ações preventivas que

impactam diretamente nos custos destas

instituições. Dessa forma, nossas soluções

têm abordagem cada vez mais médica,

incorporando ao sistema aspectos deci-

sórios do médico e da equipe assistencial.

Elas ganharam características de conhe-

cimento clínico-assistencial, para que o

software dê suporte às decisões clínicas e

ajude nas tomadas de decisões.

O grande exemplo da segmentaçãopossível das soluções de TI é o prontuá-

rio de segunda geração. Há alguns anos

   C  o  m  p  o  s   i  ç   ã  o  s  o   b  r  e   S   h  u   t   t  e  r   S   t  o  c   k

 por  Nelson Berny Pires

O P I N I Ã O

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INOVAÇÃO

EMNUVEM por  Suzana Liskauskas

Operações ‘cloud’ são a grande tendência do mercadoatual e a TOTVS reforça equipe especializada,

oferecendo mais agilidade de atualização, serviços deIaaS e migração mais simples

Aentrada de empresas de grande porte na nuvem é uma das mais

fortes tendências do mercado de tecnologia deste ano. Em apenas

seis meses, a TOTVS registrou um aumento de 50% do volume de

clientes interessados em migrar para cloud  com gerenciamento da empre-

sa. A escolha é acertada: com alternativas eficientes e boa performance, omercado hoje está mais maduro para a entrada de grandes organizações.

 “Já faz algum tempo que, se a empresa fizer as contas na ponta do lá-

pis, conclui ser mais interessante migrar para cloud ”, conta Marilia Rocca,

vice-presidente de Plataformas e Cloud . Anos atrás, porém, havia uma preo-

cupação forte de que isso representasse uma perda de performance ou

de segurança. Hoje, as operações cloud  têm evoluído muito rapidamente,

com novas tecnologias e abordagens, possibilitando inclusive que alguns

modelos de alta disponibilidade, flexibilidade e escalabilidade sejam per-

mitidos com um custo acessível e de uma maneira muito rápida, fazendo

com que questões como essas sejam totalmente superadas. Além disso,

observa a vice-presidente, em nuvem os clientes também aferem ganhos

no TCO (Total Cost of Ownership), já que passam a compartilhar mais re-

cursos físicos e de software.

Paralelamente, para atender à demanda crescente, a TOTVS está criando

uma célula especial para atendimento de contas mais sofisticadas, dirigida

a grandes empresas. “Estamos segmentando os clientes e oferecendo no-

vas ofertas de serviços, que permitem uma customização maior, por exem-

plo, de acordo com as necessidades de governança, de TI e de

segurança das organizações”, explica Marilia. Com isso gerentes

ou analistas podem ficar inteiramente dedicados à conta.

CONJUNTO DE SERVIÇOS DE IAASAs empresas de maior porte também têm necessidades

específicas que serão atendidas por essas equipes. Ao tomar a

decisão de colocar na nuvem algo tão de missão crítica quan-

to o ERP, também passa a ser interessante à organização con-

tratar serviços de IaaS, infraestrutura como serviço na nuvem.

Se o cliente opta por colocar o sistema transacional na nuvem,

não há motivo para manter serviços de colaboração como, por

exemplo, o e-mail ou os servidores de suporte a infraestrutu-

ra, tais como os servidores de diretório. “Não é preciso manter

equipe especializada dentro da empresa, o time de TI local pode

focar na atividade core de seu negócio”, avalia a vice-presidente.

Hoje, a TOTVS já consegue oferecer um conjunto de ofertas sa-

télites, ao redor do ERP, para que o cliente possa tomar a decisão

de ir para nuvem, tendo como benefícios a redução dos custos

operacionais e de manutenção, a diminuição de investimentos

com CAPEX e a exclusão da preocupação com depreciação e

garantias, para que o ganho tecnológico permita maior flexibili-

Com a migração para nuvem,o time de TI local fica livre

 para focar na atividade core” 

dade para crescer de acordo com a necessidade. “A TOTVS estru-

turou-se para cuidar de todas as necessidades do cliente nessa

decisão de ir para cloud , não só na questão do ERP”, diz Marilia.

MIGRAÇÃO MAIS FLUIDA Outra preocupação da empresa é estruturar seu stack tecno-

lógico – bloco de componentes tecnológicos de um ecossiste-

ma de TI – de forma que seja cada vez mais simples para o clien-

te que ainda mantém seu ERP migrar para a nuvem da TOTVS.

As atualizações regulares vão permitir que a tomada de decisão

de ir para a nuvem seja cada vez mais fluida e transparente, não

uma operação de risco e disruptiva.

 

E S T R A T É G I A

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Por tudo isso, a convicção da TOTVS é que - seja através de

uma célula específica de atendimento com ofertas especializadas,

expansão da equipe de pesquisa e desenvolvimento e sustenta-

ção da sua camada cloud  - está preparada para os novos tempos.

TENDÊNCIA PARA OS PRÓXIMOS 10 ANOSPesquisas do Gartner Group no Brasil, desde 2013, confirmam

a evolução observada pela TOTVS. Segundo o estudo, o uso de

data centers em cloud  desponta como a grande tendência dos

próximos dez anos.

A tecnologia de cloud  vem chamando a atenção do mercado

desde 2006. O termo, porém, foi criado há quase 20 anos, num

documento interno da empresa Compaq. Se a tendência entre

empresas de grande porte é recente, a computação em nuvem

 já tinha se d esenhado como uma alternativa para pequenas e

médias empresas usufruírem dos benefícios da TI sem precisar

investir em infraestrutura pesada. Além da redução de custos, a

adoção do cloud  computing – em nuvem pública, privada ou, no

futuro, um misto das duas - traz uma série de benefícios, como es-calabilidade, segurança, implantação ágil e a facilidade de liberar

a empresa para focar no core business.

O uso de data centers emcloud desponta como a grande

tendência dos próximos dez anos” 

Agilidade: com a cloud computing , o tempo paraprovisionar um servidor caiu de meses para minutos.

Self-service: servidores podem ser provisiona-dos pelos próprios desenvolvedores, sem neces-sidade de profissional de infraestrutura de TI.

Simplicidade: computação em nuvem diminui acomplexidade necessária para cuidar de TI.

Elasticidade:  um dos destaques da cloud com- 

puting  é a possibilidade de aumentar ou diminuira capacidade computacional (número de servi-dores, por exemplo) de acordo com o serviço.

ShutterStock

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Multi-tenância: os recursos providos pelo fornece-dor de computação em nuvem são compartilhadosentre diferentes softwares, internos ou externos.

Custo adequado:  como recursos compartilhadospara vários consumidores do serviço, o custo ficamais acessível.

Consumo:  não é preciso comprar licença ou hard-ware. Paga-se conforme o consumo.

Segurança: cloud computing  é extremamente se-guro, com muitos milhões investidos para protegeras informações armazenadas na nuvem.

CARACTERÍSTICAS DA NUVEM

E S T R A T É G I A

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Ocenário econômico nacional traz grandes desafios em

2014. A projeção de crescimento do PIB é próxima à

performance de 2013. A expectativa para as eleições e

a suspensão de atividades para a Copa do Mundo também po-

dem dar um freio nas iniciativas. Algumas empresas se mostram

mais preocupadas em se manter à tona das dificuldades do que

em, efetivamente, crescer no ano de 2014. A atitude, no entanto,

dizem os especialistas, deve ser a inversa: é hora de ser proativo

e aproveitar as oportunidades que surgem no horizonte.

No cenário atual, a projeção para o crescimento do PIB gi-

raria em torno de 2% a 2,2%, aponta Alexandre Espírito Santo,

economista da Simplific Pavarini e professor do IBMEC-RJ. Se-

gundo ele, o consumo das famílias, que representa cerca de

60% do PIB, continua crescendo, ainda que num ritmo mais

lento. A alta do dólar, por sua vez, vai reduzir a perda do PIB

com importações. “Em 2013, essa perda foi de 0,7 ponto per-

centual, mas este ano deve ficar entre zero e 0,2 ponto”, diz oeconomista. Indústria e varejo registraram dados positivos nos

primeiros meses do ano, apesar de o Brasil ainda crescer abai-

xo do seu potencial. Gestora de recursos da Coinvalores, Tatia-

ne Cruz projeta um crescimento de 2%, mantidas as atuais

condições da economia, mas, assim como Espírito Santo, não

descarta a possibilidade de deterioração das expectativas

econômicas ao longo do período.

Pesando tudo isso na balança, como as empresas podem

se preparar para se defender neste cenário? Para o CFO da

 TOTVS, Alexandre Mafra, o mome nto exi ge qu e as empresas

invistam mais do que nunca em produtividade. “Precisamos

lembrar que a economia é cíclica e que o cenário não é feito

apenas de problemas, mas também de oportunidades”, avalia.

Mafra dá como exemplo a estratégia da própria TOTVS, que

vem explorando 10 novos segmentos de negócios, com dife-

rentes características de mercado. Desse modo, aproveitam-

se todas as oportunidades de crescimento, defende o CFO,

AT I T U D E EPROATIVIDADECenário econômico em 2014 traz desafios para as empresas, que precisam redobraresforços de produtividade e aproveitar oportunidades para continuar crescendo

 por  Carlos Vasconcellos ilustração Kiko

C O M P E T I T I V I D A D E

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C O M P E T I T I V I D A D E

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que destaca também a atuação do segmento de pequenas e

médias empresas, com crescimento superior ao PIB.

Para Mafra, as organizações devem evitar uma postura

simplesmente defensiva e o hábito de investir somente quan-

do a economia passa por um bom momento. “É hora de olhar

para dentro, e não apenas para o cenário econômico”, defen-

de. “Os empresários não podem se limitar a reagir. É preciso

agir proativamente, investindo em melhorias que permitam

entregar produtos superiores e serviços mais adequados aseus clientes”, argumenta. Esse investimento, explica, precisa

ser direcionado a ferramentas que permitam alavancar a pro-

dutividade. “Isso pode fazer toda a diferença entre sucumbir

ou sobreviver mais tempo debaixo da linha d’água, quando a

economia passa por maus momentos”, destaca.

OPORTUNIDADE NA ADVERSIDADESe “produtividade não é tudo, mas no longo prazo é qua-

se tudo”, como defende o prêmio Nobel de Economia Paul

Krugman, uma conjuntura econômica desfavorável pode até

mesmo trazer oportunidades, ao contrário de impor limites.

Para empresas bem preparadas, com estratégia e planejamen-

to, momentos de crise podem gerar chances de se destacar

da média do mercado. “Uma economia favorável leva todas

as empresas para frente, diminuindo a diferença de resultados

entre elas. Num momento de crise, ao contrário, só os mais

sólidos sobrevivem e passam a ocupar os espaços deixados

vagos”, pondera a economista e professora Melissa Wiemer,

que também defende uma postura positiva das organizações

no atual cenário nacional. “Há espaço para crescer”, defende.

Esperar passivamente a melhora do cenário ou a solução

das limitações logísticas, fiscais, trabalhistas ou de qualificação

de mão de obra do país não é a melhor solução. O desafio é

urgente. Não há, no entanto, uma fórmula única para enfren-

tar o cenário de crise ou baixo crescimento. Cada segmento

enfrenta desafios específicos de produtividade. “Porém, inde-

pendentemente do setor, do negócio ou do tamanho da em-

presa, é preciso abordar o problema da produtividade de for-

ma coordenada, em todas as suas vertentes: administrativa,

econômica, de engenharia e de marketing”, diz o especialista

em administração e gestão de empresas Luiz Carlos Cimatti.Com 35 anos de experiência em consultoria, ele observa que

é preciso uma visão holística da produtividade. O que isso

significa? “Que se a empresa tem um problema no setor de

engenharia, não basta adotar uma solução criada pela enge-

nharia com foco exclusivamente no setor. Com isso, ela até

adota medidas racionais, mas dificilmente enxerga a produti-

vidade do negócio como um todo”, explica.

META DA INFLAÇÃOOutro fator importante para o cenário econômico é a

persistência da inflação acima do ideal, o que tem levado o

governo a elevar novamente os juros. Na reunião do Comitê

de Política Monetária (Copom) em março, o Banco Central

elevou a taxa básica de juros da economia (Selic) para 10,75%

e deu sinais de que o ciclo de alta ainda não se esgotou. “Há

possibilidade de novas altas de 0,25 ponto nas próximas reu-

niões”, alerta Tatiane Cruz. A elevação dos juros, por sua vez,

torna mais difícil a condição de crédito no varejo, que impul-

sionava o consumo, principal motor do PIB nos últimos anos,

numa tendência que inibe o investimento.

A reação das empresas americanas à crise de 2008, objeto

de estudo do professor de Gestão em Vendas e colunista da

Rádio CBN Cláudio Diogo, traz lições também para o Brasil.

O professor, que se mudou para o estado americano da Ca-

rolina do Norte para estudar o mercado de lá, conta que o

foco das empresas foi oferecer mais aos clientes. “Mudar a

roupagem de produtos e serviços, levar novas experiências

 Apesar do tom moderadamente pessimista, o cenário traçado pelos especia-listas apresenta alguns fatores positivos para o Brasil. A realização da Copa doMundo, por exemplo, vai atrair um grande número de turistas e movimentardiversos setores da economia, ainda que com efeito desigual. Acompanhandode perto as grandes empresas listadas na Bolsa de Valores, a gestora de re-cursos Tatiane Cruz ainda não percebe interrupção no fluxo de investimentos.“Os projetos em andamento continuam e ainda há um clima de confiança namelhora da economia”, diz Tatiane. “Especialmente pelas oportunidades eminfraestrutura e pela força da classe média. Apesar de o crédito não cres-cer mais no mesmo ritmo, ele ainda cresce, e a inadimplência não saiu docontrole. Além disso, com 5,8% de desocupação, o país ainda vive em plenoemprego”, pondera. Alexandre Espírito Santo, por sua vez, observa que os números do desem-prego no país não refletem completamente o momento do mercado. “Te-mos mais jovens adiando a entrada no mercado de trabalho, temos o fenô-meno do desalento, que são as pessoas que deixam de procurar emprego

e saem da estatística”, enumera. “Tudo isso pode esconder um pouco asituação real do mercado de trabalho.”

CONFIANÇA EM MELHORA

Esperar passivamente a melhorado cenário ou a solução das

limitações não é a melhor postura.O desafio é urgente” 

aos consumidores, trazer mais serviços agregados foram algumas das solu-

ções que deram certo”, defende Diogo. Luiz Carlos Cimatti acrescenta que

todas as medidas de produtividade devem se refletir na precificação final

dos produtos e serviços, e no custeio de cada processo. “Peter Drucker alerta

que as horas paradas nas indústrias variavam de 20% a 50% do tempo total

de operação: ou seja, é preciso atenção para não jogar metade de sua pro-

dutividade pela janela”, observa o consultor. “Além do controle adequado

desse tempo, fazer a relação correta entre as horas paradas, os custos e os

preços praticados traz uma visão global das necessidades da organização.

São muitos os desafios.”

Os empresários não podem selimitar a reagir. É preciso agir

 proativamente”, alerta CFO da TOTVS

C O M P E T I T I V I D A D E

 34

I N F O

8/10/2019 Revista Totvs 2

http://slidepdf.com/reader/full/revista-totvs-2 19/31

BIGDATABig Data identifica a coleta e o processamento de grandes volumes de dadoscom base no uso de tecnologias digitais. Os dados são transformados em indi-

cadores e relatórios. O conceito abrange velocidade, volume e variedade. Sua

análise permite antecipar desejos, prever cenários e prescrever ações estratégicas.

GOVERNANÇA A plataforma em nuvem  possibilita diversos pro-cessos além da armazenagem: atribuição de tags,indexação, cópia, segurança e compartilhamento.

 ANALÍTICA 

É o coração do ecossistema.  Tra-ta-se do uso de ferramentas e mé-

todos para compreender, comuni-car e usar de forma inteligente osdados digitais. A analítica pode serdiagnóstica, descritiva ou prediti-va. Esta última só pode ser realiza-da em Big Data, porque exige gran-de volume, variedade e velocidadenos dados. Também por isso é feitaem nuvem

INTERFACE e

 VISUALIZ AÇÃO

O resultado da analí-tica  é um produto dedesign, entregue emrelatórios de fácil visua-lização ou em interfa-ces tecnológicas comoaplicativos.

E C O S S I S T E M A

Captura:  as relaçõesmediadas por apara-tos digitais geram da-dos que representamesses movimentos.Transmissão:  internetetecnologiade comuni-caçãomóvel transmitemdados para plataformadearmazenamento

EMPODERAMENTO

CAPTURA e

TRANSMISSÃO

Em Big Data é possível realizar todos os tipos de análise, inclusive a predi-tiva, que é a maior responsável pelo empoderamento do tomador de de-cisão. Isso porque permite um vislumbre do futuro, uma visão antecipadado cenário que está por vir.

GERAÇÃO DE DADOS

O fato gerador de dados digitaissão as relações que pessoas, or-ganizações, bens de consumo edemais elementos da sociedadeestabelecem uns com os outros.

MILHÕES285

d e d ó l a r e smovimentou o mercado deBig Data no Brasil em 2013

O U N I V E R S O

é o crescimento do mercadode Big Data entre

2012 e 2016

46%

>3.500

América do Norte

>2.000

Europa

>400

Japão

>300

Oceania

>200

Oriente Médioe África

>50

América Latina

Índia>250

China

TOMADA DE DECISÃO

Etapa de decisão ganhamais agilidade, acuida-de e visão detalhada domercado

DADOS DO MERCADO

ONZEBILHÕESD E D Ó L A R E S

são as que mais buscamsoluções de Big Data

 FINANÇAS, TELECOM E 

COMÉRCIO

$ $ $ $ $

Em 2013, mundialmente as soluções dehardware, software e serviços voltadaspara análise das informações geraramuma receita de

>50

BIG DATAE M P R E G O S

Nos EUA, em 2018, serãonecessários:

de140a190 milprofissionais capazes de analisar dados

1,5 MILHÃOde gerentes

DE ONDE VÊM OS DADOS

Twitter 1 BILHÃO DE TUÍTES/DIA = 80 TERABYTES

 YouTube 100 HORAS VÍDEO/MIN. = 72.000 TERABYTES

Boeing 1 VÔO TRANSATLÂNTICO = 640 TERABYTES

WallMart 1 MILHÃO DE TRANSAÇÕES/HR = 2,5 PETABYTES

OPORTUNIDADE DE NEGÓCIOS

23%10%

dos dados deste universo Big Data seriamúteis caso fossem identificados e analisados

de todos os dados disponíveis

são utilizados pelas empresas

BIG DATA AUMENTA A PRODUTIVIDADE50%

40%

30%

20%

10%

0%

 v a r e j o

 c o n s u l t

 o r i a

 t r a n s p o

 r t e  a é r e o

 a l i m e n t o

 s

 c o n s t r u ç

 ã o  a ç o

 a u t o m ó v

 e l e d i t

 o r i a l i n d ú

 s t r i a

 t e l e c o m u

 n i c a ç ã o

Fonte: TOTVS, Big Data Brasil, IDC/EMC, McKinsey Global Institute, Universidade do Texas

I N F O

 36

QUANTIDADE DE NOVOS DADOS ARMAZENADOSA CADA ANO EM TODO O MUNDO EM PETABYTES

2000

2006

2010

2013

2020

O TAMANHO800 Terabytes

o volume de dados deve crescer9 vezes até 2020

160 Exabytes

1.227 Exabytes4 Zettabytes

35 Zettabytes

Vendas por empregado

S O L U Ç Õ E S

8/10/2019 Revista Totvs 2

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22investimento naGoodData

TOTVS investe na empresa americana GoodData e traz para os clientessoluções de Business Analytics em prazo mais curto e com custo menor 

 por  Suzana Liskauskas

Dedicada a produzir alimentos que precisam de mui-

ta especialização, a Prodiet Nutrição Clínica, empre-

sa sediada em Curitiba e com atuação internacional,

buscava uma solução no mercado que oferecesse a

seus gestores a oportunidade de montar sofisticadas análises de

dados a partir das informações armazenadas em seus sistemas

de gestão. A solução sob medida chegou no início deste ano.

A Prodiet é a primeira cliente da TOTVS a usar o TOTVS Smart

Analytics. Criada em parceria com a americana GoodData, a so-

lução permite acesso ágil a dashboards de gestão, com rápida

implantação.

A partir do investimento da TOTVS na GoodData, realizado

em junho de 2013, os clientes da TOTVS passaram a ter acesso

ao estado da arte em termos de plataforma de inteligência de

negócios e Big Data. A TOTVS investiu 22 milhões de dólares na

GoodData, empresa provedora de aplicativos e plataforma de

analytics em nuvem, com sede em São Francisco, na Califórnia.

T O T V S S M A R T A N A L Y T I C S

O negócio foi a conclusão de uma busca da TOTVS para

tornar seu portfolio ainda mais atraente, sobretudo, na área de

BA (Business Analytics) e cloud . A parceria deu à TOTVS a exclusi-

vidade sobre as soluções da GoodData na América Latina.

FUNÇÕES MAIS RÁPIDAS E CONECTADASMateus Pestana, responsável na TOTVS pela parceria com a

GoodData, explica que a empresa procurava aumentar seu port-

folio, a partir de investimentos internacionais, em parceiros que

trabalhassem no segmento de BA e cloud . “A GoodData é inova-

dora porque vem endereçar uma questão que está surgindo

nos últimos tempos: ter um BA mais ágil e mais simples para

os nossos clientes. Nossa ferramenta agora entrega para o

cliente funções mais rápidas, mais diretas, mais conectadas,

enfim, mais cloud ”, conta Pestana.

De acordo com o executivo da TOTVS, historicamente, os

projetos de BA apresentam complexidade alta e demandam

Desenvolvido em parceria com a americana GoodData, o produto per-mite acesso ágil a dashboards  de gestão, com expressivos benefícios,como rápida implantação e custo competitivo. Por ser cloud , dispensainvestimentos em infraestrutura. O TOTVS Smart Analytics tem foco naexperiência do usuário.

GOOD

DATA MILHÕESDE DÓLARES

 38

S O L U Ç Õ E S40

8/10/2019 Revista Totvs 2

http://slidepdf.com/reader/full/revista-totvs-2 21/31

tempo para apresentar resultados, já que as ferramentas

precisam lidar e normatizar bases de dados de diferentes

sistemas. A quebra de paradigma do TOTVS Smart Analytics

é possibilitar que uma empresa desenvolva o BA com bai-

xo investimento e em muito menos tempo. “A TOTVS e a

GoodData aliaram as funcionalidades do BA à nuvem, tor-

nando possível que várias empresas utilizem a estrutura

com um custo menor”, explica Pestana.Diretor administrativo e de comércio exterior da Prodiet

Nutrição Clínica, Gabriel Tortelli conta que há muito tempo

buscava uma solução de BA que oferecesse mais mobilidade.

A meta era que os gestores fora da área de TI conseguissem

aproveitar as informações da base de dados para pensar em

análises mais sofisticadas.

INTERFACE QUE PERMITE CUSTOMIZAÇÃO“Somos uma empresa de médio porte e nossa atividade prin-

cipal não está na área de TI. Soluções mais estruturadas de BA

exigem equipamentos de custo elevado, o que não estava no

nosso planejamento. Como clientes TOTVS, ficamos felizes ao sa-

ber da parceria. Havíamos pesquisado a solução da GoodData e

nos pareceu a mais adequada para nossas necessidades”, detalha

 Tortelli. Segundo ele, o diferencial do TOTVS Smart Analytics é ofe-recer flexibilidade e agilidade aos gestores. Além disso, a interface

amigável permite customização. “Com essa ferramenta, temos a

chance de explorar melhor os dados armazenados, com análi-

ses mais sofisticadas. A ferramenta é tão amigável que permite à

maioria dos nossos gestores, com boa experiência analítica, fazer

encomendas mais precisas à área d e TI”, elogia Tortellli.

Qual a sua opinião sobre o mercado de BA e cloud  no Brasil?O Brasil é uma economia que cresce rapidamente e tem a capacida-de única de incorporar rapidamente as novas tecnologias. O mercadobrasileiro é uma grande oportunidade para que líderes, como a TOTVS,

deem um grande salto em soluções que rodam na nuvem. Além disso,uma vez que cloud  é uma solução de alcance global, permite ao Brasil,e consequentemente às empresas brasileiras, acessar os mercados in-ternacionais. Com a nuvem, as empresas do mercado de BA no Brasilpodem crescer mais rapidamente que a economia local, com escala eflexibilidade infinitas.

O que a parceria com a TOTVS significa para a GoodData?Para a GoodData, a TOTVS é um parceiro que não é apenas líderem um mercado muito importante e em rápida expansão. Vemos aTOTVS como um parceiro com quem compartilhamos nossa visãopara o futuro. A TOTVS é uma marca forte no Brasil e que tendea crescer muito nos EUA, uma vez que rapidamente entrou para otime do BA baseado em nuvem. A GoodData e a TOTVS têm hojeuma estreita colaboração, que se materializa no entrosamento entre

Natural da República Tcheca, Roman Stanek é o CEO e

fundador da start up GoodData, criada em 2007 em São

Francisco, na Califórnia (EUA). Apesar de jovem, ele é um

veterano em tecnologia, com mais de duas décadas de

experiência em TI, que incluem a fundação e o comando

da NetBeans, principal ambiente de desenvolvimento Java.

A empresa foi adquirida pela Sun Microsystems em 1999.

No currículo de Stanek, também está a criação d o Systinet,

uma plataforma de governança SOA líder (adquirida pela

Mercury Interactive, e mais tarde pela Hewlett Packard, em

2006). O europeu com velocidade para criar e pensar em

inovação tecnológica fala de suas expectativas com relação

à parceria com a TOTVS.

E n t re v i s ta _ R o m a n S t a n e k  as respectivas equipes de desenvolvimento e gestão de produ-tos. Este alinhamento nos permite ser altamente colaborativo edesenvolver produtos rapidamente. Já estamos trabalhando em

conjunto para os novos produtos, que serão lançados em breve.

Quais são as perspectivas da GoodData para o mercado brasileiro eda América Latina, uma vez que a TOTVS se tornou um representan-te exclusivo nesses mercados?Fomos surpreendidos positivamente pelo compromisso da TOTVScom a inovação e a forma colaborativa como atua. A posição daTOTVS é um sinal de que os mercados brasileiro e latino-americanovão continuar a crescer e se beneficiar das novas tecnologias.

Qual é o próximo grande desafio para GoodData? As empresas hoje só conseguem analisar cerca de 10% de todosos dados disponíveis. Com a evolução das soluções da GoodData,nosso objetivo é ajudar os clientes a acessar mais facilmente e usartodos os seus dados para obter novas vantagens competitivas.

   D   i  v  u   l  g  a  ç   ã  o

   D   i  v  u   l  g  a  ç   ã  o

Sede da GoodDataem São Francisco tem

ambiente informal e queestimula criatividade

 40

A T U A L I D A D E

42

8/10/2019 Revista Totvs 2

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JOGODE CINTURA A Copa do Mundo de Futebol espelha defeitos e qualidades dasociedade brasileira, onde a criatividade, a alegria e o improvisoainda se impõem sobre o planejamento e a capacidade de organização

 por  Paulo Mussoi foto Ricardo Oliveira/Tyba

 42

A T U A L I D A D E

44

8/10/2019 Revista Totvs 2

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Um menino e uma bola. Não precisa de time, não precisa

de trave, não precisa nem de um campo. Mesmo improvi-

sado, sobre as águas de um rio qualquer, futebol no Brasil

é como a foto que ilustra a página anterior: sinônimo de beleza,

plasticidade, talento e improviso. E seu ícone maior, a bola, expri-

me com perfeição, sem arestas, esse conceito etéreo do “ser brasi-

leiro, com muito orgulho, com muito amor”, entoado pela torcida

mundo afora.

Foi graças a essa intimidade inegável com a bola, e nada mais,que o Brasil aprendeu a se impor no cenário internacional do fu-

tebol. O esporte mais popular do mundo, que movimenta bilhões

dentro e fora das quatro linhas, há 60 anos se curva ante ao talen-

to do brasileiro para o mais simples e importante, que é ludibriar

o adversário e empurrar a pelota mais vezes para dentro do gol.

Por todas essas décadas, contentamo-nos com esse domínio

abstrato. No imaginário do país do futebol, administrar o lado “di-

fícil” do esporte – o da organização, do planejamento e dos altos

investimentos – seria uma espécie de “prêmio de consolação” que

ficava para aqueles países menos talentosos com a bola nos pés.

De 20 anos para cá, porém, essa percepção começou a mu-

dar. A economia fortalecida e a nova dimensão política e eco-

nômica do país aos olhos do mundo estimularam o governo e

a iniciativa privada brasileiros a investir no esforço de trazer a

Copa para o país. Depois de três tentativas fracassadas (para as

Copas de 94, 98 e 2006), em 2007 o projeto brasileiro de Copa

do Mundo conquistou a FIFA. Finalmente, poderíamos não ape-

nas vencer, mas vencer no nosso quintal, diante dos corações

da nossa torcida extasiada. E, de quebra, extirpar o trauma de

1950, quando o país sediou a Copa de um mundo destruído

pela guerra e ainda assim perdeu em casa.

Mas esse novo e ousado objetivo de mostrar ao planeta que

o Brasil amadureceu também na administração e no planeja-

mento do “beautiful game” tem se mostrado, na prática, muito

difícil. Mais até que fazer gol do meio de campo. Como aquele

que nem Pelé fez, contra a Tchecoslováquia, em 1970, no México.

 ATR ASO S E M SÉR IEAinda em meados de 2013, qualquer um que acompa-

nhasse os preparativos do Brasil para a Copa de 2014 percebia

que o país enfrentaria sérias dificuldades para cumprir o cader-no de encargos da FIFA, que estabeleceu – sete anos antes -

tudo o que o país precisava fazer para receber o evento.

O improviso que faz o menino jogar bola sobre as águas e o

craque chegar ao gol pode ser umtrunfo para viabilizar a Copa” 

Nem mesmo no campo estritamente esportivo o país cum-

priu à risca suas obrigações de país-anfitrião. Em São Paulo, o

estádio do Itaquerão, escalado para sediar o jogo de abertura,

teve sua inauguração marcada para menos de um mês antes

da partida. O mesmo ocorreu com a Arena Pantanal, em Cuia-

bá, e a Arena da Baixada, em Curitiba. Para se ter uma ideia do

extraordinário dessa situação frente ao “padrão FIFA” de orga-

nização, nas duas Copas anteriores os estádios dos jogos de

abertura – o Soccer City, em Johanesburgo, e o Allianz Arena,

em Munique – ficaram prontos mais de um ano antes.

No terreno financeiro, as previsões também se mostraram

irreais: os investimentos para o evento se transformaram num

novelo de financiamentos públicos e os orçamentos extrapo-

lados se acumulam. No campo estrutural, as deficiências de

planejamento são ainda maiores. Das mais de 40 obras de mo-

bilidade urbana previstas para as 12 cidades-sede, apenas cinco

foram concluídas a tempo. Um resultado bem aquém do espe-

rado para a “Copa das Copas”.

Razões para isso não faltam. À inexperiência de gestores

brasileiros com grandes eventos, somam-se as dificuldades

que exigências jurídicas, fiscais, ambientais e indenizatórias

de todas as matizes impõem à implementação de projetos de

grande escala no Brasil.

ENTUSIASMO DO TORCEDORMas será que todos esses obstáculos de planejamento, e o

improviso daí resultante, farão da Copa no Brasil um fracasso aos

olhos do mundo? Não necessariamente. “Sem dúvida, o histórico

recente do país, em especial os longos anos de inflação descon-trolada que vivemos, criou uma geração com extrema dificul-

dade para pensar no longo prazo. Mas um evento relacionado

a futebol vai apenas espelhar o que é a nossa sociedade”, prevê

o consultor de gestão e marketing esportivo Amir Somoggi, para

quem a falta de cultura de planejamento não é exclusiva do es-

porte, mas uma característica brasileira, com a qual, de uma forma

ou de outra, o país aprendeu a lidar.

Em outras palavras: o improviso que faz o menino jogar bola

sobre as águas e o craque brasileiro chegar ao gol como nenhum

outro também pode ter sido um trunfo para a viabilização da Copa

brasileira. Feriados nos dias de jogos, priorização de voos, corredo-

res expressos para veículos credenciados e instalação de estruturas

provisórias minimizam o impacto das deficiências de infraestrutura.

A característica do improviso da Copa no Brasil flexibilizou até

mesmo as rigorosas exigências da FIFA. A entidade remarcou visitas

de inspeção e atrasou datas de entrega de fases de obras. Até Jérô-

me Valcke, o todo-poderoso secretário-geral da FIFA, fala com natu-

ralidade sobre a instalação de tendas e outras soluções temporárias

para abrigar imprensa, voluntários e torcedores VIP no Itaquerão.

O entusiasmo do torcedor – orgulhoso e ansioso por uma

Copa no Brasil há mais de 60 anos – é outro aliado contra a pre-

cariedade que será encontrada nos acessos e instalações dos es-

tádios em praticamente todas as cidades-sede. Mas o trunfo prin-

cipal pode estar mesmo é dentro do campo de jogo. Na Copa

do país do futebol, o resultado da competição também vai ser

determinante para a percepção de sucesso ou fracasso do evento.

O delírio por uma vitória brasileira, com a seleção sagrando-se he-

xacampeã mundial em pleno Maracanã, tem poder de apaziguar

as constatações negativas e enfraquecer as críticas à organização.

Já uma derrota – ainda mais se prematura – turvaria os humores

de maneira radical. É a constatação de um padrão histórico, agoraem grande escala: o futuro da pátria de chuteiras está, mais do

que nunca, nos pés do escrete canarinho.

Fotos: ShutterStock

Maracanã padrão FIFA:criatividade dribla faltade estrutura

O sucesso da Copadepende do resultado

dentro de campo

 

C O M P O R T A M E N T O

46

8/10/2019 Revista Totvs 2

http://slidepdf.com/reader/full/revista-totvs-2 24/31

T H ETecnologias como a impressão3D diminuem a distância entreinventor e empreendedor, noque já é chamado de NovaRevolução Industrial 

 por  Gabriela Mafort fotos Anna Carolina Negri 

M A K E R S

Oslogan da fábrica anuncia os novos tempos: “Produtos

feitos por você”. Ali, o “funcionário” produz o porta-

guardanapo de design moderno que ele mesmo pro-

 jetou. Pode também comercializá-lo com o pessoal do

bairro, que já conhece sua veia de inventor, e também globalmente,

com o auxílio de um nickname   internacional: Youngster.

Nesta gigantesca “empresa”, ele tem a companhia de cerca de

15 mil pessoas que sempre sonharam fabricar algo, mas era m im-

pedidos pelos altos custos de produção combinados a um certo

isolamento. Agora basta uma conexão com a internet: dias depois

o produto é real e pode ainda ser aperfeiçoado minuto a minuto,

com a ajuda de uma comunidade online atuante e voluntária.

Bem-vindo a um novo modelo de organização industrial dofuturo, que não está congelado em uma cena de ficção científi-

ca. A fábrica acima já existe, fica em Diadema e, comandada pela

força-motriz das impressoras 3-D, é um exemplo da chegada do

movimento Makers ao Brasil. Cada vez mais fortes nos Estados

Unidos e na Europa, os Makers são a materialização do espírito

‘Faça Você Mesmo’, que se tornou viável pelas tecnologias de

prototipagem rápida, com impressoras de objetos, cortadores a

laser e impressão por jato de tinta, entre outras.

“Daqui a algum tempo, as pessoas vão ter uma impressora

dessas em casa e elas mesmas farão seus produtos. Quebrou um

utensílio doméstico? O próprio consumidor vai produzir a peça em

casa, baixando o modelo do site e imprimindo o objeto. Isso vai

mudar bastante a forma de consumo das pessoas e a forma como

as empresas trabalham”, prevê Vinicius Dourado, gerente da fábrica

de Diadema, a Imprima 3D.

A empresa de Dourado é expoente desta corrente interna-cional e parceira do Makers Brasil, movimento idealizado pelos

empresários Alon Sochaczewski e Ricardo Cavallini com o ob-

Ricardo Cavallini e Alon Sochaczewski são os idealizadores do movimentoMakers Brasil: impressora 3D materializa o slogan ‘Faça você mesmo’

C O M P O R T A M E N T O

 48

8/10/2019 Revista Totvs 2

http://slidepdf.com/reader/full/revista-totvs-2 25/31

 jetivo de di fundir a tendência por meio de uma plataforma de

conteúdo, educação e consultoria. A dupla vem de projetos pio-

neiros e de muito sucesso na web, que ajudaram a fortalecer a

cultura digital no país. “A impressão 3D não é algo novo, mas

é tão maravilhosa que parece magia. Mas o principal não será

uma tecnologia em si, mas o ecossistema. É importante lembrar

que Facebook, Amazon, Google e outros gigantes da intern et

não teriam acontecido sem ferramentas gratuitas, que podiam

ser modificadas. O mesmo vai acontecer com a nova revolução

industrial”, enfatiza Sochaczewski.

Essa Nova Revolução Industrial é preconizada no mais recente

livro de Chris Anderson, autor de “A Cauda Longa” e “Free: o futuro

dos preços”. Em “Makers, a Nova Revolução Industrial”, o mago da re-

volução do software e da internet, ou “mundo dos bits”, a gora se

volta para o que chama de “mundo dos átomos”, o mundo real. Ele

compara as máquinas de prototipagem aos computadores pessoais

que, conectados pela int ernet, promoveram mudanças radicais no

comportamento humano e no mundo empresarial nas últimas dé-

cadas. Agora, segundo Anderson, é a vez dos Makers. “Já vimos o

que o modelo da web, de inovação democratizada, fez para impul-

sionar o empreendedorismo e promover o crescimento econômico.

Apenas imagine o que um modelo semelhante poderia fazer na eco-

nomia mais ampla das coisas reais. Hoje a distância entre inventor e

empreendedor foi encurtada ou mesmo deixou de existir”, escreve.

EMPRESAS ATENTAS AO CONSUMIDOR MAKERNo horizonte dos próximos 10 anos, com o qual trabalha An-

derson no livro, a indústria vai se abrir mais e mais. A essência do

livro gira em torno do caminho que o setor está fazendo para

se tornar digital. “Os objetos físicos agora começam em telas e

esses projetos podem ser compartilhados online como arquivos.

Esta tendência, antes restrita aos escritórios de desenho indus-

trial, agora se estendeu aos consumidores,” escreve Anderson.

As empresas se antecipam aos novos tempos. Em março, a Lego

– segunda maior fabricante de brinquedos do mundo em vendas

e a maior em lucro – anunciou que estuda a possibilidade de os

consumidores fazerem suas próprias peças e bonecos a partir deimpressoras 3D. “É uma tecnologia fascinante e certamente abre

várias novas portas. Estamos estudando isso muito intensamente

e monitorando, procurando saber que oportunidades potenciais

há para os consumidores”, disse o diretor financeiro da empresa,

John Goodwin, ao jornal Financial Times. À frente do FabLab Brasil,

Heloísa Neves concorda que as empresas precisam mesmo agir ra-

pidamente. “A estratégia maker já começa a possibilitar uma nova

forma de conceber o produto, de trabalhar com protótipos, com

modelos mais colaborativos, mais rápidos e mais baratos,” pontua.

Os FabLabs são laboratórios de fabricação, onde milhares de

inventores fabricam os mais variados produtos, na maioria das ve-

zes de forma colaborativa. Hoje existem quase mil “makerspaces”

espalhados pelo mundo. Muitos são formados por comunidades

locais, em espaços físicos. Outros funcionam apenas como mer-

cado global de makers, como a americana Etsy, que tem cerca de

um milhão de vendedores ativos. Em 2012, eles comercializaram

quase 900 milhões de dólares.

MENOS HIERARQUIA NO TRABALHOChris Anderson prevê que no futuro o papel das empresas

menores vai ser maior e que um negócio será, ao mesmo tempo,

pequeno e global, artesanal e inovador. “Acima de tudo criando o

tipo de produto que não se encaixa na economia de massa do ve-

lho modelo”, destaca. Maker de carteirinha, ele mesmo surfa neste

mar com uma companhia multimilionária de robótica aérea, um

hobby que se transformou primeiramente numa pequena em-

presa, ao lado de um sócio que conheceu numa comunidade da

internet. A 3D Robotics tem apenas 20 funcionários fixos e outros

100 são colaboradores virtuais apaixonados pelo tema.

O futurólogo Jean Paul Jacob, pesquisador em residência da

Universidade da Califórnia, em Berkeley, avalia que, muito por conta

do aumento da participação dos consumidores nas empresas, exis-

tirão cada vez menos níveis hierárquicos. “O trabalho vai mudar. É o

que eu chamo de “para baixo, volver!”, com cada vez menos níveis

de funções. Os funcionários serão mais independentes e terão mais

liberdade para mudar de departamento. Uma companhia que hoje

quer se preparar para o futuro deve integrar-se mais e mais comseu cliente, co-criador do processo de inovação, e ir na direção de

dar mais mobilidade e autonomia aos funcionários,” afirma Jacob.

PROFESSOR DE STANFORD PREVÊUMA REVOLUÇÃO NA EDUCAÇÃO

Nos Estados Unidos, o governo Obama abraçou a causa eretirou burocracias para que empresas de pequeno por-te tivessem acesso a financiamento via crowdfunding, semcumprir a complexa contabilidade do mercado tradicio-nal. Políticas públicas como essa têm efeitos exponenciais.“Dois alunos meus acabam de criar um protótipo de um kitde eletrônica para escolas e levantaram 110 mil dólaresno Kickstarter em um mês. Os protótipos custaram 5 mildólares, feitos com fabricação digital. Há 10 anos, teriamcustado 50 mil dólares”, exemplifica Paulo Blikstein, pro-fessor brasileiro que está à frente do FabLab da Escola deEducação da Universidade de Stanford, no coração do Valedo Silício, onde a cultura maker ferve.

Blikstein é um defensor dos Laboratórios de Fabricaçãocomo ferramenta de educação e vê neles um efeito demotivação socialmente transformador. Quando olha parao Brasil, lembra que é necessário fazer o dever de casa,se quisermos ter um papel de liderança nesta Nova Re-volução Industrial: “Precisamos rapidamente adaptar alegislação para fazer essa revolução explodir. Não po-demos querer viver na economia do século XXI com umaburocracia do século XIX. Essas novas formas de criaçãoe comercialização de produtos requerem uma infraestru-tura legal e econômica diferente, e o país que fizer issomais rapidamente terá enormes vantagens competitivas”.O escritor Chris Anderson fala dos Makers em seu novo livro: para ele,

mudança no mundo real será tão profunda quanto foi a do universo digital

 Alunos criam seus próprios objetos nas aulas do Laboratório de Fabricação (FabLab) daEscola de Educação da Universidade de Stanford, no Vale do Silício

Tendências de escritório dedesign agora se estendem aos

consumidores”, diz Anderson

   W   i   k   i  m  e   d   i  a   C  o  m  m  o  n  s

   D   i  v  u   l  g  a  ç   ã  o

E M F O C O

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 por  Carlos Vasconcellos  ilustração Daniel Razabone

PAPELcom os dias

CONTADOSTOTVS participou das discussões sobre o eSocial, sistema digital que unifica acessoàs informações trabalhistas e previdenciárias. Mudanças começam em maio

Adeus, formulários para a Previdência Social.

Adeus, documentos de papel para o Ministério do Trabalho, Caixa Econômica, Receita Federal. Está

previsto para entrar em vigor a partir de maio o

sistema de escrituração digital trabalhista e pre-

videnciária, o eSocial. O sistema vai unificar o envio de todas as

informações do empregador sobre seus empregados em uma

base de dados a ser compartilhada pelos diferentes órgãos do

governo que fiscalizam ou recolhem essas contribuições.

Para o advogado Fabrício Trindade de Sousa, sócio do escri-

tório Corrêa da Veiga Advogados, especializado em Direito Tra-

balhista, o sistema vai trazer benefícios no médio, e mesmo no

curto, prazo para empresas e empregados. “Apesar do esforço

que será necessário para a adaptação das empresas, o eSocial

será positivo”, avalia.

Segundo Sousa, para o empregado, o sistema permitirá

acesso a toda informação sobre sua vida laboral em um único

local. “Hoje, ele precisa acessar vários órgãos, fazer agendamen-to prévio em outros”, diz. “Com o e-Social, a relação com o em-

pregador fica mais transparente.”

Vale lembrar, destaca Souza, que além dos órgãos autori-

zados, só o próprio empregado e a empresa terão acesso aosdados. “O sistema garante o sigilo”, diz.

MENOS BUROCRACIAJá para as empresas, continua Souza, o eSocial vai represen-

tar uma redução na burocracia. “Agora tudo será online, feito

em um só lugar. E não foi criada nenhuma exigência além das

que já existem”, explica o advogado. Ele também ressalta que

o sistema servirá como uma defesa adicional para as empresas

em caso de litígios trabalhistas de má fé.

“Isso se chama ‘presunção favorável’ e já acontece hoje com

as informações fornecidas de forma correta pelas empresas aos

órgãos públicos”, esclarece Souza. “Em nosso entendimento, a

ferramenta do eSocial reforça essa presunção em favor do em-

pregador se ele de fato estiver agindo corretamente, reforçan-

do sua defesa contra reclamações injustas.”

O eSocial é mais uma etapa do Sped (Sistema Público deEscrituração Digital), que vem sendo implantado no país desde

2006. De lá para cá, o projeto implantou a Nota Fiscal Eletrônica

CRONOGRAMA * S i l

E M F O C O

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Essas informações serãoconsolidadas em um banco dedados único, compartilhado

 pela Receita Federal, PrevidênciaSocial, Ministério do Trabalhoe Caixa Econômica Federal” 

e o Sped Contábil. Convidada por um de seus clientes a acom-

panhar o primeiro projeto-piloto do Sped, ainda na fase con-

tábil, a TOTVS vem participando desde o início das discussões

sobre escrituração digital no país.

PIONEIRISMOAs primeiras articulações para a implantação do eSocial co-

meçaram em 2009, conta o vice-presidente de Sistemas e Seg-

mentos da TOTVS, Gilsinei Hansen. “Também temos participado

de reuniões técnicas com o time da SERPRO, no âmbito do pro-

 jeto”, acrescenta.

Esse acompanhamento tem permitido à empresa manter

suas soluções sintonizadas com o avanço do eSocial. Qualquer

alteração no sistema ou em suas interfaces é imediatamente co-

municada aos clientes pela rede social corporativa da TOTVS. “A

comunicação aos clientes leva no máximo uma semana, a partir

da decisão do Fisco”, diz Hansen. A informação é atualizada o mais

rapidamente possível pela Consultoria Tributária de Segmentos

da TOTVS ([email protected]), em todos os

canais, o que inclui um hotsite dedicado ao eSocial. “Desse modo,

o cliente pode acompanhar atentamente a mudança.” Na prática, o sistema vai enviar todas as informações sobre

cada empregado da empresa – como licença médica, depósito

do FGTS, concessão de férias, contribuição ao INSS, admissão e

demissão – em um único formulário digital. Essas informações

serão consolidadas em um banco de dados único, compartilha-

do pela Receita Federal, Previdência Social, Ministério do Traba-

lho e Caixa Econômica Federal.

“Em uma segunda fase, a DCTF web (Declaração de Débitos

e Créditos Tributários Federais) será incorporada ao ambiente

do eSocial que, por fim, emitirá as guias para o pagamento –

ou restituição – das obrigações tributárias, previdenciárias ou

trabalhistas”, explica o executivo.

Renata Seldin, gerente sênior da TOTVS Consulting, observa

que as empresas que não se prepararam adequadamente para

a chegada do eSocial podem ter problemas. “É preciso juntar

muita informação que normalmente ficava dispersa na empre-

sa, e quem não estiver com a casa em ordem pode ter dificul-

dades”, alerta.

Renata explica que o trabalho de consultoria da TOTVS per-

mite que as empresas melhorem seus processos e organizem

suas informações, para que a transição para o eSocial seja suavee sem traumas. “Nós começamos com um amplo diagnóstico

dos processos do cliente”, diz.

 ATE NÇÃ O A OS PRA ZO SO processo de consultoria inclui entrevistas não ape-

nas na área de Pessoal ou de Recursos Humanos,

mas todos os departamentos que são afetados pelo

eSocial, como Financeiro, Jurídico ou de Segurança e Medicina do

 Trabalho. “Assim temos uma análise de situação que permite locali-

zar onde estão todas as informações necessárias”, diz Renata.

Com isso, a consultoria testa a qualidade dos dados: se fal-

tam informações, se estão corretas, se há duplicidade ou erros.

“Muitas vezes, esses dados estão em bancos de dados ou siste-

mas diferentes, sem integração entre si”, destaca Renata.A partir desse diagnóstico, a TOTVS Consulting redesenha

processos e propõe soluções, que podem usar ou não os pro-

dutos TOTVS. “A fase de análise dura em média dois meses. Já a

implantação de soluções dependerá do resultado do diagnósti-

co”, diz Renata. “Pelo prazo apertado, quem ainda não começou

a se adaptar à nova realidade deve evitar mudanças radicais nos

seus sistemas de TI.”

Na avaliação de Renata, o segmento de pequenas e mi-

croempresas é o menos preparado para o eSocial. “Os empre-

sários parecem contar com adiamentos no cronograma”, diz a

especialista. “É certo que a implantação já foi adiada duas vezes

anteriormente, mas as empresas devem aproveitar esse tempo,pois o trabalho a fazer é grande e o eSocial será uma realidade

cedo ou tarde”, conclui.

Tipos de empregadorPrazo para cadastro de

eventos iniciaise tabelas

Prazo para transmissãofolha de pagamento eencargos trabalhistas

Substituição da SEFIPa partir de 

Produtor rural, pessoa física esegurado especial 30/04/2014   06/06/2014

FOLHA MAIO/2014MAIO

Empresas tributadaspelo lucro real 30/06/2014

07/08/2014FOLHA JULHO/2014 NOVEMBRO

Empresas tributadas pelolucro presumido, entidadesimunes e isentas, optantespelo simples nacional, microempreendedor individual(MEI), contribuinte individualequiparado à empresa eoutros equiparados a empresa

30/11/2014 05/12/2014FOLHA NOVEMBRO/2014

JANEIRO/2015

Órgãos da administraçãodireta da União, estados,Distrito Federal e munícipios,autarquias e fundações

31/01/2015 06/02/2015FOLHA JANEIRO/2015

JANEIRO/2015

CRONOGRAMA *  eSocial

*Sujeito a alterações

O Q U E M U D ACom o eSocial, as empresas terão em um só ambiente:

 Folha de pagamento Digital;

 Folha de pagamento Digital Simplificada para pequenas em-presas (Microempreendedor Individual e Simples Nacional,por exemplo);

Registro de Eventos Trabalhistas (RET);

Banco de Dados com “Visão Empregado” (será possívelenxergar as informações do histórico do empregado, bemcomo informações de sua remuneração – contrachequesou holerites);

 DCTF Web;

Portal do Trabalhador (Ambiente onde os relatórios po-

derão ser gerados em relação às informações enviadaspelo e-Social).

Não há transformação social semo fortalecimento da parceria com

Rodrigo Alvarez eRaquel Coimbra:foco dos projetos é

S U S T E N T A B I L I D A D E

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Por que o investimento social das empresas é importante para o país por  Carlos Vasconcellos

Arealização do 3º Fórum Brasileiro de Filantropos e Inves-

tidores Sociais, prevista para novembro, em São Paulo,

marca a consolidação dos esforços do setor privado

no desenvolvimento de projetos sociais. Em 2013, o encontro

reuniu mais de 200 pessoas. Representantes de fundações e

organizações privadas, diretores de empresas e doadores par-

ticulares se encontraram para discutir experiências, casos de

sucesso e boas práticas em uma atividade que vem crescendo

desde o começo da década de 1990. “Faltava um espaço ex-

clusivo para essa troca de experiências entre a comunidade de

doadores”, explica Rodrigo Alvarez, diretor do Instituto para oDesenvolvimento do Investimento Social (IDIS), entidade que

organiza o Fórum.

UM FAZ SUA PARTE

o fortalecimento da parceria como setor privado”, diz Raquel Coimbra, gerente de projetos do IDIS

CADAO evento, realizado em parceria com o Global Philanthropy

Forum, coroa 15 anos de esforços do Instituto no fomento ao in-

vestimento social privado no país. Criado em 1999, o IDIS logo se

tornou uma peça-chave na arquitetura do setor, ajudando a orga-

nizar projetos, instituir fundações e prestando consultoria a organi-

zações privadas interessadas no setor. Além disso, é hoje represen-

tante da Charities Aid Foundation para o Brasil e a América Latina.

O IDIS prestou consultoria estratégica para o Instituto da

Oportunidade Social (IOS), entidade de capacitação profissio-

nal mantida pela TOTVS e seus parceiros. “Ajudamos o IOS a se

organizar para o futuro”, conta Alvarez. Os próximos passos in-cluem a expansão do IOS por meio de franquias sociais, cujo

modelo poderá ser estruturado pelo IDIS.

Considerando a demanda do mercado profissional na área

de tecnologia, o IOS pretende se consolidar como uma organi-

zação de ponta na área de capacitação. “O plano dá um norte

para a entidade nos próximos anos e aponta os desafios a serem

enfrentados”, explica Alvarez.

Raquel Coimbra, gerente de projetos do IDIS, lembra que o

foco do trabalho do instituto está no doador. “Não há transfor-

mação social sem o fortalecimento da parceria entre o setor pri-

vado, a sociedade civil e o Estado”, diz. Ela observa, no entanto,

que a demanda dos doadores mudou ao longo dos anos. “No co-

meço do nosso trabalho, éramos muito procurados para ajudar a

criar instituições”, diz. De fato, o IDIS colaborou com a formação

inicial de importantes organizações de investimento social, como

o Instituto Avon e o Instituto Camargo Corrêa, entre outros.

Atualmente, um grande número de empresas já mantém

suas próprias fundações, institutos ou possui uma área interna

para cuidar do investimento social privado, prova do avanço al-

cançado pelo setor. “Com isso, há hoje uma grande preocupa-ção com o monitoramento de resultados e com a avaliação de

impacto dos projetos”, explica Raquel.

INVESTIMENTO COM FOCO E QUALIDADE  Segundo Raquel, o foco e acompanhamento dos projetos

é fundamental para a obtenção de bons resultados. “Muitas ve-

zes, a instituição gasta um volume considerável de recursos, de

forma assistencialista e dispersa, comprando cestas básicas ou

pagando a conta de luz de creches, sem ver um retorno mais

efetivo para a sociedade e a empresa”, diz.

Para ajustar o foco, argumenta Raquel, é preciso perguntar qual

a expectativa da organização em relação ao investimento social.

“Onde a empresa opera? Quais necessidades ela pode atender?

Qual a vocação da empresa nessa área?”, enumera. A partir dessas

respostas será possível desenvolver iniciativas mais consistentes,

de preferência com o envolvimento direto da alta liderança da or-

ganização no processo. “É preciso ter participação nesse nível, para

que o projeto realmente tenha um impacto no negócio.”

R E S P O N S A B I L I D A D E E M P A U T A Rodrigo Alvarez observa que o perfil dos investimentos sociaisprivados também mudou, ganhando contornos mais próximosaos do negócio da empresa de origem. “A partir de 2005, asustentabilidade e a responsabilidade social corporativa entra-ram de vez na pauta das empresas”, conta. “Como o investi-mento social privado é correlato, a conexão com o negócio daempresa passou a ser mais cobrada.”

Na opinião de Raquel, embora seja desejável haver mais in-centivos fiscais para ações de investimento social privado –“Como há na cultura, com a Lei Rouanet” –, as iniciativas nãopodem depender exclusivamente desse tipo de mecanismo.“Leis de incentivo poderiam ajudar o setor a dar um saltoqualitativo”, argumenta. “Mas iniciativas financiadas exclu-sivamente por renúncia fiscal não configuram, a nosso ver,ações de investimento social privado. É preciso ter um valordo orçamento do negócio dedicado à área social, pois quem

preza esse tipo de iniciativa não está fazendo isso só por cau-sa de um benefício fiscal”, conclui.

   D   i  v  u   l  g  a  ç   ã  o

fundamental

C A S E S D E S U C E S S O

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PARCERIA DE

Unimed Porto Alegre e Ribeirão Preto comemoram sucesso da transição paraa plataforma TOTVS 11, enquanto Unimed São José dos Campos implementatambém a nova solução TOTVS Smart Analytics

 por  Carlos Vasconcellos

CAMPEÃSP

ara a Unimed Ribeirão Preto, o desfile das campeãs do Carna-

val aconteceu na Quarta-Feira de Cinzas. Mais precisamente

ao meio-dia, quando o setor de Tecnologia da Informação

da cooperativa de saúde colocou oficialmente no ar a plataforma

 TOTVS 11. O desfile – ou melhor, a migração – começou na sexta-

feira, véspera de Carnaval, e estava completa no domingo. Na se-gunda-feira, o sistema estava pronto para os últimos testes e na ter-

ça já estava disponível nas unidades de atendimento de urgência.

  “Conseguimos uma transição praticamente sem problemas. Se

não tivéssemos avisado nossos 900 cooperados de que o sistema sai-

ria do ar no Carnaval, eles nem perceberiam a mudança”, comemora

Wagner Gueleri, coordenador médico de TI da Unimed Ribeirão Pre-

to. Assim como no Carnaval, uma mudança dessa natureza começa

muito antes, e exige muito preparo. “As negociações começaram em julho do ano passado, e o treinamento, em novembro”, conta Fabia-

no Rezende, coordenador de TI da Unimed Ribeirão Preto.

Rezende explica que, com o TOTVS 11, a empresa dá um salto

tecnológico que permitirá uma interface muito mais amigável

para os 142 mil beneficiários, 900 cooperados, 400 consultórios

e mais de 100 hospitais e laboratórios ligados à empresa. “Isso é

importantíssimo, porque esse público não recebeu treinamento

específico”, observa.

Alguns módulos do novo programa vão trazer ganhos de

produtividade para a Unimed de Ribeirão Preto. “O Módulo de

Cadastro ficou muito mais fácil de usar, e o de Marketing Recep-

tivo mescla funções de workflow e CRM, melhorando o aten-

dimento ao cliente”, diz Rezende. O sistema também permite

agendar operações pesadas de processamento, otimizando a in-

fraestrutura de hardware. “Isso é muito importante para organizar

o processamento das faturas e do pagamento aos prestadores de

serviço e cooperados”, diz Rezende.

Gueleri lembra que o relacionamento entre a Unimed Ribeirão

Preto e a TOTVS começou em 1997, e o processo de migração do

sistema aproximou ainda mais as duas empresas. “O atend imento

pelo canal Private permitiu mais integração entre o nosso pessoal

e a equipe de apoio da TOTVS”, diz. Rezende, por sua vez, destaca

que a manutenção do contrato com a TOTVS foi importante para

evitar riscos na transição de sistemas. “Pelo know-how e conhe-

cimento técnico, sempre defendemos essa parceria como o me-

lhor caminho para nós.” Eduardo Amaral, diretor administrativo

da Unimed Ribeirão Preto, compara a transição tecnológica a um

benefício invisível. “Clientes, cooperados e empresas terão um im-

pacto positivo com a melhoria de gestão e otimização de recursos,

mesmo que não percebam isso diretame nte”, explica.

UNIMED PORTO ALEGRE: TRABALHOCONJUNTO MELHOROU PRODUTOA Unimed Porto Alegre também tem uma parceria campeã

com a TOTVS e em fevereiro deste ano concluiu o processo de

migração para a plataforma TOTVS 11. “Fizemos uma seleção no

mercado e decidimos manter a parceria que vem desde 2004,porque percebemos que o sistema é o que melhor atendia às

necessidades do nosso negócio”, explica Antônio Pires, superin-

tendente de TI da Unimed Porto Alegre. “Além disso, também era

mais viável economicamente.”

O projeto de migração foi complexo e teve início no final de 2012,

com um redesenho de processos que levou quatro meses. O resul-

tado foi a incorporação de novas funcionalidades ao produto. “Em

vez de investirmos em uma solução customizada, estreitamos nossa

parceria com a TOTVS e propusemos uma série de funções que po-

deriam ser incorporadas em definitivo ao sistema”, conta Pires.

A Unimed Porto Alegre – que atua na capital, regiões Metro-

politana e Centro-sul e Litoral Norte do Rio Grande do Sul - tem

números expressivos. Cooperativa de médicos líder no mercado

de assistência à saúde na região sul do país, possui mais de 690

mil clientes e cerca de 420 pontos de atendimento (entre serviços

credenciados e próprios), na maior estrutura em prestação de ser-

viços à saúde dentro de sua área de atuação. Fundada em 1971,

a cooperativa conta com 6,3 mil médicos e sua estrutura própria

de atendimento inclui hospital, laboratório, centros de diagnóstico

por imagem, centro de oncologia, pronto-atendimentos, unidades

de atendimento Odonto Unimed e o SOS Emergências Médicas.

 Trabalhando em harmonia, a relação entre o cliente e a con-

sultoria levou à evolução do produto. “O módulo de auditoria, por

exemplo, foi reformulado com base em nossas sugestões”, explica

Pires. “Agora ele funciona por meio de um sistema de malha fina, que

detecta operações fora do padrão e aciona o serviço de auditoria.”

Já os perfis de usuário foram redefinidos com segregação

por função. “Agora, eles levam em conta o perfil de risco de cada

acesso, em cada área de negócios da empresa”, diz Pires. O pro-

duto ainda apresenta outras vantagens. “O módulo web facilita a

atualização de cadastro de clientes e empresas, e o módulo ECMtrabalha com o conceito de workflow , o que antes não fazíamos

de forma sistemática”, enumera o superintendente.

Equipe de TI, presidente e diretoradministrativo da Unimed RibeirãoPreto comemoram o sucesso doupgrade para o TOTVS 11

Unimed Porto Alegre trabalha com aTOTVS desde 2004: boa relação fezcooperativa propor modificações queforam incorporadas à plataforma

Fotos: divulgação

C A S E S D E S U C E S S O

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O resultado final foi uma plataforma com poucas funções

desenvolvidas exclusivamente para a Unimed Porto Alegre. “O

processo de desenvolvimento levou a melhorias no produto,

que reduzem o custo de manutenção e estendem os benefícios

a outras empresas”, avalia Pires. “No final, a parceria incorporou

algo que agrega valor ao produto da TOTVS.”

A transição tecnológica foi feita sem percalços e dentro do

prazo previsto. “Reunimos colaboradores de várias áreas da Coo-

perativa, que integraram um grande time. Por meio de um traba-

lho multidisciplinar, todas as etapas foram conduzidas de forma

orquestrada e conseguimos fazer o processo sem impacto para o

usuário final, sem problemas”, diz Pires.

UNIMED SÃO JOSÉ DOS CAMPOSELOGIA FLUIDEZ DO PROCESSOA Unimed São José dos Campos, maior cooperativa médica

do Vale do Paraíba, com 136 mil clientes e 702 cooperados, é

mais uma das unidades da rede de cooperativas de saúde que

contam com o apoio da TOTVS. Desde 2002, a empresa utili-

za soluções TOTVS em áreas como Gestão de Planos de Saúde,

Materiais, Recursos Humanos e Gestão Financeira.

Um dos diferenciais que conquistaram o cliente para essa es-

colha foi a possibilidade de atender ao intercâmbio da Unimed do

Brasil, que usa um protocolo próprio de transações (PTU). “Antes,

os processos não fluíam com eficácia”, conta Julio Cesar Teixei-

ra Amado, diretor presidente da Unimed São José dos Campos.

“Dependíamos muito da TI, que era terceirizada, para atender à

demanda, e isso era um tanto burocrático.”

A adoção dos softwares formalizou processos de modo a

criar um padrão operacional para todas as áreas. Isso fez com

que clientes e cooperados da Unimed São José dos Campos

logo sentissem a diferença no atendimento. “Com o passar

dos anos, contratamos serviços de consultoria”, conta Amado.

“Tínhamos algumas dificuldades na operação, como as altera-

ções de legislação.”

Amado considera que o apoio das consultorias e serviços

internos, com algumas programações específicas para a cartei-

ra da Unimed São José dos C ampos, demonstra que os produ-

tos da TOTVS não são apenas “um programa de caixinha que

‘é isso e pronto’”.

Em 2014, a parceria está mais forte do que nunca. “Somos

atendidos por um canal Private, e com o SLA quase imediato, de-

pendendo da complexidade da demanda”, destaca Amado. “Além

disso, esse canal sempre nos oferece novas ferramentas que agre-gam valor a nosso negócio. Um grande exemplo é o ECM, que

nos permite mapear processos com workflow de responsabilida-

des e estágios”, diz.

A mais recente novidade adotada pela Unimed São José

dos Campos é a ferramenta TOTVS Smart Analytics powered by

GoodData, integrada ao ERP, que está sendo implantada junta-

mente com a versão TOTVS 11. A ferramenta será utilizada por

diretores, executivos e gestores de todas as áreas e possibilitará

a análise das informações da Unimed e outros legados em um

banco de dados único. Os dashboards trarão facilidade do ma-

nuseio das informações para a tomada de decisões.

“Com a ferramenta teremos números coletados e filtrados

para cada necessidade de gestão e indicadores nas áreas as-

sistenciais, administrativa e financeira, fazendo da cooperativa

uma empresa mais competitiva em seu ramo de atuação. A le-

gislação vigente, e em evolução crescente, também nos reme-te à necessidade de possuir um produto de alta performance”,

afirma Amado.

São José dos Campos:atendimento Privateestreitou a parceria

 A TOTVS sempre nos oferecenovas ferramentas que agregam

valor ao nosso negócio” 

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