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A SUA 1º REVISTA DO AGRONEGÓ CIO NORDESTE ALAGOAS/PERNAMBUCO - PUBLICAÇÃO ESPECIAL Ano IV | MARÇO/ABRIL 2012 NÚMERO 10 - PREÇO R$ 5,00 10 Fale Conosco: [email protected] A IMPORTÂNCIA DA UNIVERSIDADE RURAL DE PERNAMBUCO PARA O NORDESTE ANUNCIO Cuidados com Potros ao nascimento Apiário Princesa das Matas Zootecnistas mais forte a cada dia A Tradição das Cavalgadas se renovam dia-a-dia EUCALYPTOS Inovação na cultura em Alagoas Página 06 e 07 Página 16 e 17 Página 30 e 31 Página 13,25,26 e 27

Revista Trevo Rural 10

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Agronegócio

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A SUA 1º REVISTA DO AGRONEGÓCIO

NORDESTE

ALAGOAS/PERNAMBUCO - PUBLICAÇÃO ESPECIALAno IV | MARÇO/ABRIL 2012

NÚMERO 10 - PREÇO R$ 5,0010

Fale

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A IMPORTÂNCIA DA UNIVERSIDADE RURAL DE PERNAMBUCO PARA O NORDESTE

ANUNCIO

Cuidados com Potros ao nascimento

Apiário Princesa das Matas

Zootecnistas mais forte a cada dia

A Tradição das Cavalgadas se renovam dia-a-dia

EUCALYPTOS Inovação na cultura

em Alagoas

Página 06 e 07 Página 16 e 17 Página 30 e 31Página 13,25,26 e 27

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O nascimento de um potro é certamente um momento muito especial, pois constitui o desfecho de um período importante, a prenhez. Esta ocorrência é tão importante que pode

causar um profundo impacto nos rumos da criação e deve, portanto, ser encarado como único. A gestação da égua tem duração variada, entre 320 a 365 dias, e potros que nascem antes desse tempo gestacional são considerados prematuros. O período neonatal é uma fase do desenvolvimento que se inicia com o nascimento e se prolonga até aproximadamente os trinta dias de vida. A transição do ambiente uterino, onde o feto recebe proteção e nutrição, para o estado de vida livre, de total dependência da égua (Figura 1), é provavelmente a alteração mais profunda que o potro terá durante toda sua existência. Nesse texto serão enfocados os tópicos mais importantes do período neonatal, destacando procedimentos simples e úteis que podem ser realizados a campo. Ruptura e desinfecção do cordão umbilical: É através do cordão umbilical que o feto recebe as substâncias necessárias ao seu desenvolvimento e metabolismo durante a vida intra-uterina. A ruptura do cordão umbilical deve ocorrer espontaneamente ou, muitas vezes, é produzida

pela própria égua enquanto lambe o potro. A maneira natural de seccionar o cordão é exercer uma leve tração manual nas duas extremidades da área de constrição, cinco minutos após o nascimento, evitando-se o uso de tesouras. Esta manobra deve ser realizada sob condições rigorosas de limpeza, pois o umbigo é uma porta de entrada importante para microorganismos que causam doenças nos animais desta idade. A desinfecção do “coto” do cordão umbilical deve ser efetuada em seguida à sua secção, emborcando-o em um pequeno frasco de boca larga contendo solução de tintura de iodo 2%, duas vezes ao dia, diariamente, até a queda do cordão umbilical e cicatrização da pele. No decorrer da desinfecção as crostas formadas por sujidades e coágulos de sangue devem ser limpas e removidas. Se for observado o engrossamento do cordão umbilical, há forte sinal de inflamação/infecção. Nestes casos deve-se chamar um Médico Veterinário, para que esse profissional possa oferecer o tratamento necessário ao potro. Reflexo de sucção: Em média, 20 minutos após o nascimento os neonatos já demonstram a vontade de mamar. Este estímulo é denominado de reflexo de sucção (Figura 2). Caso não se manifeste neste período, constitui forte indício de que alguma coisa não está indo bem. A ausência do reflexo de sucção está associada, muitas vezes, aos potros prematuros.

Cuidados com Potros ao Nascimento

Profa. MSc. Luisa Gouvêa Teixeira – Médica Veterinária – Clínica Escola de Veterinária do Centro Universitário Cesmac

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Levantar e mamar: Após o nascimento o potro deve levantar-se, pela primeira vez, em até 60 minutos. Logo após conseguir manter-se de pé, este procura o teto da égua para mamar. Em média, duas horas após ter nascido o potrinho já estará mamando o colostro. Ingestão, volume e qualidade do colostro: O colostro é o primeiro leite produzido em cada lactação. A ingestão de colostro pelo recém-nascido é importante para sua sobrevivência, pois tem efeitos laxativo, nutritivo e também confere imunidade ao neonato. As substâncias energéticas encontradas na sua composição, especialmente glicose, evitam a hipoglicemia. O volume de colostro ingerido depende do tamanho do potro. Em raças de cavalos de grande porte, os neonatos mamam, em média, 160 mL de colostro a cada hora. Entretanto, se o colostro for de pior qualidade o volume ingerido deve ser ainda maior. A aparência física da secreção fornece um bom guia sobre a sua qualidade, devendo ser grossa, viscosa e de coloração amarelada. Banco de colostro: Em algumas situações o potro não pode receber o colostro da mãe. À medida que as éguas vão parindo, podem ser retirados 200 mL de colostro a cada lactação e separado para o banco de colostro. Dessa forma não faltará o necessário ao potro dessa égua. O colostro pode ser armazenado em frascos de vidro e congelado à -5°C por até dezoito meses. Desta maneira é possível estabelecer um estoque para a próxima estação de nascimentos, quando então será efetuada a renovação do banco. O descongelamento do colostro pode ser feito em banho-maria, mas nunca através de fornos de microondas, sob risco de desnaturar as proteínas presentes. Aleitamento Artificial: Este é um procedimento adotado quando a égua morre ou o potro é rejeitado e, para isso, é importante que o potro tenha mamado o colostro. O volume de leite ingerido por um potro durante o período de um dia chega a 20% de seu peso vivo. Q u a n d o se administra leite artificialmente deve-se fornecer, inicialmente, 100 a 150 mL de leite de cada vez, nas primeiras 48 horas. A partir do terceiro dia o fornecimento pode ser de duas em duas horas, aumentando-se os intervalos para quatro horas depois de sete dias. À medida que o animal se desenvolve a quantidade de leite é aumentada. Com os potros muito jovens pode-se fornecer o leite usando-se mamadeiras, no entanto, animais com

mais de três semanas devem ser ensinados a mamar diretamente no balde. É bom lembrar que os potrinhos começam vida a experimentar a ração concentrada a partir dos sete dias de vida. Outro aspecto importante é que os potros que mamam diretamente no balde, sem o contato constante com o homem, desenvolvem comportamento mais próximo ao natural da espécie. Os potros também podem receber leite de éguas extremamente mansas, denominadas de amas de leite, que normalmente aceitam o potro rejeitado junto com o seu. Em todos os casos relatados são fundamentais a habilidade, dedicação e persistência do homem sem o que qualquer tentativa é infrutífera. Eliminação do mecônio: O potro recém nascido deve fazer a primeira defecação, após a ingestão do colostro, em até seis horas (Figura 3). O mecônio são as fezes formadas durante a vida intra- uterina, apresentando coloração escura e extremamente aderente. A não eliminação dessas fezes provoca sinais clínicos de cólica no potro. Nestes casos deve-se chamar um Médico Veterinário, para que esse profissional possa oferecer o tratamento necessário ao animal. Diarréia do cio do potro: Ocorre em potrinhos entre seis e dez dias de idade, no período em que as éguas apresentam cio após o parto. Recentemente tem-se atribuído esta diarréia a adaptações fisiológicas do trato digestivo do potro à alimentação fibrosa e alterações na flora intestinal. As fezes apresentam-se líquidas, de coloração amarelada e odor desagradável. O potro não deixa de mamar, permanece ativo e alerta. Outros tipos de diarréia, muito semelhantes, podem se manifestar nesta fase, no entanto, deve-se estar atento ao estado geral do animal, o qual não se altera nos casos de diarréia do cio do potro. A partir das informações citadas, pode-se concluir que os potros neonatos necessitam de cuidados intensivos ao nascimento, os quais são possíveis de serem realizados nas propriedades que estes nascem. A produção de um animal saudável e com boas características raciais é um indicativo de que a criação está no caminho certo e que decisões tomadas há alguns meses atrás, na escolha dos reprodutores, foram acertadas. O nascimento de um produto excepcional é uma ocorrência rara, mas cada novo potro traz a esperança deste fato.

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Direção: José Cavalcante - [email protected] | Jornalista Responsável: José Cavalcante - Reg. 0001346AL | Administrativo e Comercial: José Cavalcante | Fotos: Valmir Pereira, Pedro Accioly, José Robeiro Brandão Costa | Colaborador:

Jacque Damasceno Pereira, Marcos Carnaúba, Dr. Paulo Vanderley, Dr. Joaquim Ferro, José Roberio Brandão Costa | Projeto Gráfico e Edição de Arte: Felipe Pitanga Machado - [email protected] | Impressão: Gráfica e Editora Mascarenhas - 82

3217.3600. Tiragem: 4.000 ExemplaresRevista Trevo Rural é uma realização da CR Comunicação Visual Ltda. CNPJ: 10.711.846/0001-93 - Av. Eraldo Lins Cavalcante,

215 Sala 06 - Serraria - Maceió - Alagoas CEP: 57046-570 Comercial: Residencial Recanto dos Lírios, 06 - Salvador Lyra - Tabuleiro dos Martins - Maceió - Alagoas CEP: 57000-000

Fone: 82 8825.9245As matérias são de responsabilidade de seus autores. Reprodução de artigos e matérias estão autorizadas, desde que citada a fonte.

EDITORIAL

EXPEDIENTE

SUMÁRIO

A Revista Trevo Rural é do segmento do Agronegócio em Alagoas e Pernambuco. Distribuída nas Lojas de Rações,

Clínicas Veterinárias, Entidades de Classes, Secretarias de Agricultura dos Estados e Municípios, Hotéis, Pousadas, Lojas

de Máquinas, Tratores, Caminhões e Utilitários.

DE VOLTA PARA SUA ORIGEM

As famílias que emigraram do campo para as grandes cidades, principalmente nas décadas de 70 a 90, em busca de emprego, estudo e conforto estão agora percebendo as desvantagens dos grandes centros. A busca desenfreada por melhores condições de vida, a loucura diária no trânsito e a violência urbana estão contribuindo para que muitas pessoas comecem a pensar na possibilidade de retorno a sua origem, isto é, o campo. A rotina simples de cuidar da terra e dos animais, o contato com a natureza, enfim, a vida tranquila do interior faz o homem sonhar novamente, percebendo que o importante é ter qualidade de vida. Este retorno deve ser apoiado e estimulado pelos governantes, pois, garante benefícios para todos. Reduz o êxodo rural e as desigualdades sociais das cidades, visto que as cidades não têm mais estrutura para abrigar novos habitantes. O campo é o espaço ideal para quem quer viver em sintonia com a natureza.

Cuidados com Potros aonascimento............................................... 06 e 07

5ª Cavalgada dos AmigosColônia Leopoldina........................................... 13

Chacara Mãe de Deus.................................... 14

Apiário Princesa das Matas.................. 16 e 17

EUCALYPTOS - Inovação nacultura em Alagoas................................. 18 e 19

Dia do Bicho ..................................................... 21

Fazenda & Companhia ........................ 22 e 23

5ª Cavalgada do VaqueiroGilbraltar Camping ClubJoaquim Gomes - Al ......................................... 25

Cavalgada Bom ConselhoArapiraca - AL ......................................... 26 e 27

Zootecnistas mais fortes acada dia..................................................... 30 e 31

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UFRPE desenvolve pesquisa para controlar praga que

ataca a Palma Forrageira no Agreste do Estado

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O Agreste pernambucano tem sido invadido pela Cochonilha-do-Carmim (Dactylopius opuntiae) que é uma praga

que ataca as plantações de Palma forrageira (Opuntia fícus-indica), e seu ataque dizima plantações inteiras em questão semanas, e o fim das plantações causa perda irremediável para a maioria das pessoas cultivadoras desta planta que serve de alimento aos animais em épocas de estiagem, mas nos períodos de seca severa a palma alimenta as famílias do Agreste do Estado. Em busca de uma solução eficiente a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) desenvolve uma pesquisa para controlar esta praga do semi-árido. A Cochonilha alimenta-se da seiva da palma injetando simultaneamente toxinas que causam a seca e morte dos Cladódios que são os frutos da palma, este processo pode durar de 15 dias a seis meses. A Cochonilha tem várias espécies mais a do tipo Carmim é a mais selvagem e agressiva de todas. A Palma Forrageira, Opuntia ficus-indica, é uma cactácea de origem mexicana cultivada em muitas cidades do agreste pernambucano que tem um valor energético muito importante, pois ela rica em vitamina A que combate anemia e é hipoglicemiante que auxilia no tratamento do diabetes sendo uma medicação natural seu valor é incontestável para a sociedade inclusive às pessoas que vivem nas regiões de seca e tem sua opção alimentar limitada as intempéries do clima da região e agora ainda têm que lutar contra a cochonilha em suas plantações. Atualmente, o principal controle desta praga se dá por meio de inseticidas industriais ou alternativos (sabão em pó, detergente neutro ou a água sanitária misturada com o detergente neutro, óleo mineral, dentre outros), mas segundo

o professor do Departamento de Química da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) João Rufino de Freitas Filho o uso desses inseticidas alternativos não têm sido prósperos nos resultados como esperado, pois ao invés de destruir ou ao menos controlar a praga os inseticidas tornam as populações de Cochonilha-do-Carmim mais resistentes. Todavia, o uso indiscriminado de inseticidas tem causado danos maiores, pois eles agridem o ecossistema, inclusive ocasionado danos sérios a saúde humana, pois sua alta toxicidade afeta não só as pragas alvo como também matam as espécies que trazem benefícios ao homem causando um desequilíbrio ambiental. “Este problema de descontrole da Cochonilha nos fez buscar por novas substancias que possuam atividades inseticidas sobre a Cochonilha-do-Carmim”. Enfatiza o professor João Rufino. Diante disso a pesquisa da UFRPE trabalha em seus laboratórios de Química para encontrar que combatam Cochonilha-do-Carmim, mas que não agridam o meio ambiente. Para controlar a praga os pesquisadores da UFRPE pretendem realizar a avaliação de produtos biológicos sintetizados em laboratório para encontrar uma atividade inseticida adequada para o controle da praga, e farão isso por meio de dois métodos o método clássico e o método de microondas. Na avaliação biológica a Cochonilha-do-Carmim é exposta a um bioensaio que seria isolar a cochonilha viva para expor - lá a soluções químicas para saber até que nível de concentração química ela resiste e por quanto tempo. Fizemos um teste com dez unidades de cochonilha e sua mortalidade ocorreu após em 72h da exposição do bioensaio. Mais informações pelos telefones: (81) 3320 6380 / 3320 6385.

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5ª Cavalgada dos Amigos Colônia Leopoldina

Situada no vale do Rio Jacuípe, próximo a serra da Teixeira, surgiu no século XIX em 1852 com a instalação da colônia militar foi que se efetuou como povoado. O nome atual tem origem a uma visita do Imperador Dom Pedro II acompanhado da princesa Leopoldina. Mito, tradição e história, três elementos presentes em cinco anos de cavalgada dos amigos em Colônia Leopoldina. O percurso é longo, ninguém reclama do cansado, é uma festa para todos, os participantes revivem as lendas, cavalgar em grupos muitas vezes conhecendo lugares intocáveis pelo homem, é uma das aventuras que mais atraem aos amantes das cavalgadas. Os organizadores, Aldo Gulart, Neilton Luna e Eugênio Lira com o apoio de José Maria Quirino, o referido evento não poderia ter sido melhor. Moradores Leopoldinenses e visitantes estavam homenageando a festa do padroeiro. Além da cavalgada também, uma cavalhada, é o resgate da tradição alagoana. Enfim, todos se realizaram e desfilaram em cortejo pelas principais ruas da referida cidade.

Texto e fotografia: Valmir Pereira

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ChácaraMaria Mãe de Deus

A Chácara Maria Mãe de Deus localizada na cidade de Rio Largo é um sonho realizado pelo empresário Sr. Luiz Carlos Tavares e do filho Sr. Sidney Almeida, na chácara tem de tudo, fruteiras, animais e muito lazer cuidado com muito carinho. Mas a principal atividade é sua criação de Carneiros das raças Santa Inês e Dorper, como se vê é muito bem organizada com um alto padrão de qualidade. As instalações estão praticamente todas prontas inclusive a primeira casa especializada em carne de carneiros a ser inaugurada com a marca “Ponto do Carneiro”, em breve, os profissionais da casa e seus clientes conhecerão as novidades do Ponto do Carneiro da sua criação ao corte da carne oferecida aos seus clientes, a hora está chegando!

Texto e fotografia: José Cavalcante

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AGUARDE!!!Brevemente a inauguração do

PONTO DO CARNEIRO

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O Apiário Princesa das Matas está situado na Fazenda Pedras de Fogo em Viçosa, Alagoas. S 09°

22’ 47,9”; W 36° 17’ 07,7”; altitude de 265m. A história do apiário está intimamente ligada à história da fazenda que foi adquirida em 1921 pelo senhor Edmundo José de Souza num total de 100 ha. Recebeu a denominação Pedras de Fogo pela grande incidência de pedras com o mesmo nome, usadas pelos povos antigos para produzir faíscas de fogo. Em 1958, Pedro Rebello de Souza filho caçula do Sr. Edmundo, assume os destinos da propriedade, dando continuidade à agricultura, consolidando a pecuária de corte, tornado esta a principal atividade econômica da fazenda. Desde aquela época o Sr. Pedro

Rebello adotava práticas conservacionistas de preservação da natureza como a preservar os animais e pássaros silvestres em liberdade, evitava o corte de espécies nativas arbóreas além, de manter a vegetação das margens dos rios e nascentes. Este modelo é conhecido hoje como sistema silvo agropastoril sendo muito difundida pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), tendo como premissa a convivência harmônica entre a vegetação nativa, agricultura e pecuária...Essa tecnologia proporciona a máxima produção de alimentos, fibras e energia por unidade de área. No ano de 2000, com o falecimento do senhor Pedro, os seus filhos Edmundo Accioly que é engenheiro químico e Pedro Acioli, engenheiro agrônomo, passaram

Apiário Princesa das Matas

Fotos e Matéria: José Cavalcante

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ao comando da fazenda. Neste mesmo ano decidiram que na parte de relevo mais ondulado e pastagem mais “suja” (capoeira) seria destinada também para a criação de abelhas. Em 2009 o Apiário Princesa das Matas (APM) inaugura sua Casa de Mel dentro dos padrões de higiene e sustentabilidade exigidos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Neste mesmo ano o APM é reconhecido e certificado pelo Ministério com o Selo de Inspeção Federal (SIF), sob Nº SIF-ER/0021. Já em 2011 o Apiário Princesa das Matas, desenvolveu junto com o SEBRAE-AL uma série de treinamentos e de melhorias objetivando a consolidação da marca, novas práticas de sustentabilidade e ampliação de mercado o que resultou no reconhecimento pelo Movimento Alagoas Competitivo. O Apiário obteve o Primeiro Lugar no Prêmio da Micro e Pequena Empresa na categoria inovação, concorrendo com mais de mil empresas de diversos setores empresariais do estado de Alagoas. As metas para 2012 são aumentar a produção de mel para atender a demanda de outras regiões do estado e a consolidação de transformar o Apiário Princesa das Matas em um Centro de Referência de estudos (Apiário Escola), em práticas apícolas em parceria com instituições de ensino do Estado de Alagoas. A idéia é que os alunos tenham cursos práticos (inscrições abertas) no dia a dia de um apiário, desde a fazer de conhecimento e recuperação da flora apícola, passando por práticas de manejo de campo até o beneficiamento na unidade de extração de produtos das abelhas (UEPAs) ou Casa de Mel, inserindo os produtos no mercado com geração de renda.

Contato para cursos na criação de abelhas e produção de mel: Fazenda Pedras de Fogo – Rodovia Viçosa / Mar Vermelho Km 06 estrada Vicinal Z. Rural – CEP: 57700.000 – Viçosa – AL. Telefone: (82) 99899168 – e-mail: [email protected]

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EUCALYPTOSInovação na Cultura em

Alagoas.

Surge em Alagoas uma nova cultura para as áreas de topografia mais alta com boa rentabilidade agrícola. Nesse contexto, o plantio do eucalypto entra como excelente

alternativa indicada para a nossa realidade, por se tratar de um recurso renovável para atender a crescente demanda de biomassa e reduzir a pressão sobre os remanescentes de florestas naturais. Com esta necessidade foi implantado em Alagoas um viveiro de mudas clonadas de eucalyptos no município do pilar, onde devemos produzir clones já testados em Alagoas, baseado na implantação de testes clonais que permitiram avaliar a interação genótipo-ambiente antes do plantio comercial, em condições edafo-climáticas distintas, na tentativa de selecionar materiais genéticos adaptados, altamente produtivos e com resistência a doenças.

Face a grande demanda de madeira e as dificuldades para obtenção de madeira de espécies nativas e com florestas renováveis, o plantio de eucalyptos surge com o objetivo principal de produzir biomassa para conversão de energia e evitar a pressão do desmatamento sobre a vegetação natural dos biomas terrestres brasileiros (cerrado, caatinga, mata atlântica, pantanal, pampas e amazônia). Necessita-se ainda buscar alternativas para atender as demandas de biomassa em cerâmicas, setor moveleiro, que surge com grande potencial em Alagoas, como também na construção civil. Daí partimos com pequenas áreas em diferentes regiões em Alagoas, tendo como objetivo analisar o comportamento da cultura do eucalypto. Neste ano de 2011 foi iniciado um plantio comercial em 22 áreas para avaliar o desenvolvimento da cultura.

Vista parcial de plantio comercial em Alagoas

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O resultado foi excepcional. Foram plantadas 750.000 Árvores dos clones com aptidão para biomassa e serraria nos municípios de Arapiraca, São Miguel dos Campos, São Sebastião, Capela, Atalaia, Viçosa, Porto Calvo, Matriz do Camaragibe, Coruripe, Anadia e Jequiá da Praia. Todos estes plantios em áreas de topografia alta de fornecedores de cana que já estão avaliando a cultura para substituir estas áreas de maior custo para produção da cana de açúcar. O nosso objetivo em trazer este viveiro para alagoas é justamente produzir clones de boa qualidade com um custo menor, além de atender o nosso agricultor com um produto inovador em Alagoas para atender a demanda que deverá ser crescente a cada ano. Existem em Alagoas trabalhos para avaliar clones de elite e materiais de sementes em diferentes regiões do estado, para que sejam conhecidos clones mais apropriados para cada região em produtividade, resistência a doenças e adaptação edafo-climáticas, de modo a se tornar a tecnologia disponível aos produtores com custo benefício que justifique o investimento. A nossa atividade no viveiro não deverá ser baseada só em eucalypto e sim em mudas nativas destinadas a recomposição florestal de matas ciliares que basicamente se desenvolve as margens dos rios,

Vivero Plantbem Vivero Plantbem

corregos e outros corpos d’agua, sendo de grande importância para proteção dos recursos hídricos, pois atua como uma barreira natural. Com a aprovação do novo código florestal, deverá existir uma demanda para reflorestamento muito grande e com isto já estamos nos preparando para atender os nossos clientes de acordo com a sua necessidade de materiais de florestas. A nível de governo federal, através do Banco do Brasil, existe uma linha de financiamento denominada de abc-agricultura de baixo carbono. Linha esta para investimento destinado a promover redução da emissão de gases de efeito estufa na agricultura e contribuir para redução do desmatamento. O público alvo será produtores rurais, pessoas físicas ou jurídicas e cooperativas. O limite é de até R$ 1.000.00,00 por beneficiário por ano safra, com encargos financeiros de 5,5% ao ano, com 12 anos para pagar e 08 anos de carência. Para refletir e proteger as matas ciliares, as nascentes e a reseva legal, estamos investindo para: - garantir água de boa qualidade no presente e para o futuro.Conservar o solo fértil de boa qualidade;Conservar e recuperar a diversidade de plantas e animais da região.

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Fone: 82 9973-1218Pé Leve Velho - Arapiraca - Alagoas

REPRESENTANTE PARA GRANDE MACEIÓ

Gláucio MacárioFone: 82 9981-3332 | [email protected]

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Dia do Bicho O ano de 2011 no CESMAC, para a medicina veterinária, fechou com a comemoração dos 10 (dez) anos do curso nesta faculdade. Durante esses anos foram colocados no mercado profissionais gabaritados nas mais diversas áreas da profissão, principalmente no atendimento de c ães, gatos e grandes animais (Equídeos, Bovinos, caprinos e ovinos). O grande diferencial do curso é o atendimento prestado aos produtores, que acontece desde o atendimento na própria clínica mediante o pagamento de taxas com preços acessíveis em relação ao mercado, bem como através de atendimento prestado durante ações como o “Dia do Bicho” e aulas práticas em “Dia de Campo”, todas as ações acompanhadas por professores médicos veterinários especialistas nas áreas. O “Dia do Bicho” acontece uma vez por mês, os atendimentos são gratuitos, e na lista dos serviços estão incluídos consulta e exames que o médico veterinário achar necessários como: exames de sangue, fezes, urina, cultura, Rx, ultrassonografia e, dependendo da necessidade do animal, cirurgias também são realizadas, essas com agendamento realizado no dia da consulta. Todos os procedimentos que são realizados nesse dia não têm custo ao proprietário, sendo importante, apenas, que faça uma inscrição

para que seu animal seja atendido nesse dia. As aulas que são realizados no campo ou “Dia de Campo”, são marcadas previamente com o produtor, e fazem parte da rotina das aulas de disciplinas como: Clínica, Cirurgia, Reprodução entre outras, a sua realização depende única e exclusivamente da disponibilidade do proprietário, em ceder o espaço e os animais para o atendimento, e da programação da

turma para o período programado. Essas ações refletem o compromisso do CESMAC, através do curso de medicina veterinária, com a formação dos nossos profissionais oportunizando atuações com a prática da profissão, assim como atendendo aos rebanhos dos produtores rurais com uma equipe de alto nível profissional a baixo custo ou até mesmo custo zero, no que diz respeito as orientações sobre

manejo alimentar, sanitário, reprodutivo, vacinas, consultas e cirurgias. A Clínica Escola de Medicina Veterinária do CESMAC, está localizada na Rodovia Divaldo Suruagy, S/N, lote 04, QD 04, Praia do Francês, Marechal Deodoro a 25 de Maceió/AL, e está de portas abertas para receber o produtor e atendê-lo da melhor maneira possível.

Fotos e Matéria: Giulliano Aires Anderlini

O “Dia do Bicho” acontece uma vez por

mês, os atendimentos são gratuitos, e na lista dos serviços estão incluídos consulta e exames que o

médico veterinário achar necessários

Francisco Feliciano da Silva Júnior - Alunos do 8º e 9º períodos preparados para cirurgia em bovino

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FAZENDA & COMPANHIAVENDE-SE: Uma propriedade, no povoado do ABC, bairro de Fernão Velho, em Maceió (próximo ao distrito de Rio Novo), com 5.77 hectares, ótima casa sede, com 03 quartos, sendo um suíte, dependência de empregada, wc social, salas de estar e jantar, cozinha, sala especial para relax, varanda, área de serviço, garagem (pátio) para 10 veículos, canil, piscina com apoio e wc, acesso pavimentado em paralelepípedo, excelente estado de conservação. 02 casas de moradores, 02 galpões, sendo 01 fabricado pela Cipesa, 14 baias para cavalos, 01 piquet, 01 rodador para treinamento de cavalos, 01 desembarcador, todos em excelente condições. 01 tanque de aproximadamente 8,00m x 37,00m servindo de criatório de peixes, muita água, baixio, pasto, muitas fruteiras e coqueiros, e 01 pequena matinha conservada e cuidada. Vantagens do imóvel: A excelente localização do imóvel em Maceió, suas respectivas benfeitorias. Ótima para criadores de cavalos. Muita água.CONTATO: 8848-3912 / 8129-1608

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FAZENDA & COMPANHIAVENDE-SE: Um sítio em Porto de Pedras - AL medindo 46 hectares, com plantação de aproximadamente 10.000 pés de coqueiros frutificando, muita água, (rio cortando o imóvel), muitas fruteiras, vizinho a periferia da cidade de Porto de Pedras, cortando a pista asfáltica em direção ao mar. Documentação 100% regular. Vantagens do imóvel: Excelente oportunidade para comerciantes do ramo do coco, empresários em hotelaria, construtores e investidores em geral, lembrando a valorização do imóvel em face ao Projeto Costa Dourada.CONTATO: 82 8848-3912 / 82 8129-1608

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Alagoas nunca recebeu tanto investimentopúblico e privado.Nem tanta confiança.Alagoas recebeu mais de 5 bilhões de reais em investimentos, desde 2007. Nesse período, 52 novas indústrias, 25 empreendimentos comerciais de grande porte e 21 hotéis se instalaram no estado, gerando 31.937 novos postos de trabalho. Em setembro, Alagoas alcançou o segundo melhor desempenho na geração de empregos com carteira assinada, segundo o Ministério do Trabalho. E garantiu a contrapartida para viabilizar as grandes obras públicas, como o Canal do Sertão, abastecimento d’água, duplicação da AL 101 Sul e construção de 36 mil casas.O Governo de Alagoas trabalha com seriedade para melhorar a vida dos alagoanos. E o Governo Federal e a iniciativa privada reconhecem, acreditam e investem neste trabalho.

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Texto e fotografia: Valmir Pereira

5ª CAVALGADA DO VAQUEIRO GIBRALTAR CAMPING CLUB

JOAQUIM GOMES - AL

Joaquim Gomes tem sua história ao engenho São Salvador. Joaquim Gomes Silva Rêgo, tinha uma patente de major da guarda nacional. Com espírito de empreendedor, o local alcançou notável prosperidade antes do início da colonização daquelas terras. A sua formação histórica anteriormente era uma pequena aldeia Arupé,chamada pelos índios de urucum. Falando um pouco das tradições: Em Joaquim Gomes é realizada as 3 cavalgadas por ano, a família Fragoso realiza a dos Amigos, Nino da Pimenta e filhos a Ecológica, Junior do Gibraltar e Binho da Cela com o apoio de Valmir Pereira a tradicional Cavalgada do Vaqueiro. Não podemos esquecer da burralhada do amigo Bananeira, Zé Valquírio e Neto da Rural, esses são finos corredores de cavalhada. Todos esses eventos são esperados e festejados com muito carinho por moradores participantes da referida cidade e nas demais vizinhanças.

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O interior nordestino é conhecido pela riqueza da sua cultura, o cangaço, os folguedos, a cavalgada, assim como pelas histórias transmitidas entre gerações ao longo de séculos. E entre os estados de Pernambuco e Alagoas, duas cidades estão ligadas diretamente por uma história, iniciada há mais de 140 anos, que une fé e força de vontade para desbravar novos horizontes e superar as dificuldades do caminho. Um acontecimento que passa a ser revivido pela geração atual das duas localidades e que confirma a vocação dessas terras para a sua fonte cultural. Um evento que une tradição, religiosidade e turismo regional, em meio a homens, mulheres e crianças. É a Cavalgada de Nossa Senhora do Bom Conselho, que chega a sua décima edição em 2012, consolidando-se como um movimento organizado, que tem envolvido a cada ano milhares de pessoas, durante seus três dias de realização entre o município pernambucano de Bom Conselho e capital do Agreste alagoano, Arapiraca. A Cavalgada de Nossa Senhora do Bom Conselho surgiu pelo empenho de um homem chamado Manoel André, o protagonista de

acontecimentos que mudaram para sempre toda uma região. Uma história que contribuiu para a união de cidadãos nordestinos e para fortalecer a religiosidade de um povo abençoado pela padroeira Nossa Senhora do Bom Conselho. Executado pela Associação dos Criadores de Cavalo de Sela de Arapiraca, a X Cavalgada de Nossa Senhora do Bom Conselho aconteceu no período de 31 de janeiro a 02 de fevereiro de 2012, sendo encerrada com a triunfante chegada em Arapiraca, quando a réplica da imagem de Nossa Senhora do Bom Conselho é entregue diretamente nas mãos do representante da Igreja Católica da região, antes de seguir em procissão pelas principais ruas do Centro da cidade. Mas, antes desse momento de fé e religiosidade, os cavaleiros e amazonas percorreram um longo caminho, feito há mais de 140 anos pelo fundador de Arapiraca, Manoel André, quando movido pela fé, veio de Bom Conselho com uma imagem de Nossa Senhora da Guia, depois chamada de Nossa Senhora do Bom Conselho, por ter sido trazida por ele da cidade pernambucana. Contam

Cavalgada Bom ConselhoArapiraca - Alagoas

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os historiadores que Manoel André havia feito uma promessa para garantir a saúde de sua esposa, durante uma epidemia de cólera em meados do final do século XIX. Na ocasião, ele havia se dirigido ao convento da cidade pernambucana, onde foi buscar uma imagem de Nossa Senhora, para ser colocada em uma capela, construída em Arapiraca como pagamento da promessa. Todo o percurso entre Bom Conselho e Arapiraca, de aproximadamente 100km, foi efetuado a cavalo por Manoel André e familiares. Certamente ele jamais imaginaria que sua atitude seria revivida por descendentes de alagoanos e pernambucanos e que passaria a envolver em seu trajeto uma população de mais de 350 mil pessoas, moradoras dos cinco municípios por onde a cavalgada passa: Bom Conselho, em Pernambuco e Quebrangulo, Palmeira dos Índios, Igací e Arapiraca, em Alagoas. E por todo o trajeto, o grupo é recebido com festa e alegria, reforçando e incentivando em cada localidade folguedos como Guerreiro, Maracatu, Quilombolas, Pastoril, Bumba-Meu-Boi, Taiera, Violeiros, Repentistas, Trios de Zabumba, entre outras manifestações da cultura popular da região. Em cada parada, um espetáculo à parte. Um registro da força da cultura, da religiosidade e do turismo pelo interior do Nordeste. Mas a força deste movimento está também na responsabilidade social e ambiental promovida pela Acesa e adotada na prática pelos cavaleiros e amazonas.

Comunidades dos cinco municípios, através de suas associações de moradores, estão inseridas no projeto. A cada passagem da caravana pelos locais incluídos no percurso, muitos desses povoados carentes, os moradores são incentivados pelos organizadores do evento, e se tornam os fornecedores de alimentação e água, para o grupo da X Cavalgada de Nossa Senhora do Bom Conselho, estimado em mais de 350 pessoas, entre cavaleiros e pessoal de apoio. A Acesa, assim como as empresas participantes do projeto, assumem sua responsabilidade social com esta ação de transferência voluntária de renda entre as cidades, mesmo sendo Arapiraca o principal ponto da associação. No lado ambiental, os participantes da cavalgada são orientados a seguirem um ato que também já faz parte do evento: todo o lixo produzido durante a realização da viagem à cavalo é recolhido e destinado à reciclagem. No caso dos animais, toda uma estrutura de apoio é disponibilizada, incluindo acompanhamento de veterinários credenciados, tratadores, carros de transporte animal, carros pipa (água), alimentação a base de feno e ração, farmácia veterinária – a maioria é tida como animal de estimação – devido a forte insolação da época é respeitado o descanso dos animais a cada 15 km de marcha (bate sela). Na cavalgada todos são convidados à contemplação da natureza e envolvidos pelas tradições culturais de cada localidade. Um exemplo de movimento que une história, cultura, turismo e distribuição de renda com responsabilidade social.

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No atual ambiente de mudanças em relação aos cuidados com a natureza, questiona-se se o nosso planeta poderá suportar tantas agressões. Existe um paradigma para

nossa formação, uma vez que não há correspondência entre a realidade de preservação, demanda necessária e o foco da educação do homem no desenvolvimento desta prática. Dados mundiais indicam que o planeta está em estado de “pré-coma” diante da pujança dos diversos poluentes que diuturnamente, a ele são lançados. Como se já não bastassem, ainda temos o terrível habito de destruição das nossas árvores, nos privando assim dos verdadeiros filtros purificadores da atmosfera. Mais triste ainda, quando imaginamos que esta prática é milenar e infelizmente, pelo que parece, ainda perdurará por muito tempo, caso não sejam despertados para o paradigma supra citado. Sabemos que são diversos os motivos de destruição das árvores, mas em especial, este nos chama a atenção para tal sacrifício. Pois bem, tempos atrás um vereador lançou um projeto visando derrubar todas as árvores urbanas da cidade de Palmeira dos Índios, usando como justificativa o número de colisões que aconteciam naquela época, sendo um desses acidentes automobilísticos, responsável pela morte de um parente seu. Um outro vereador, em seu primeiro depoimento, para cortar as árvores se fazia necessário deixar a cidade sem iluminação pública, tendo em vista que os postes também deveriam ser arrancados. Felizmente o projeto não foi aprovado e

as palmeiras defronte ao colégio estadual sobrevivem até hoje. O outro caso não teve um final tão feliz pois, como não poderia ser diferente, aconteceu em Minador do Negrão, local de tantas façanhas que até hoje conservamos em nossa memória. Imaginamos aquela imensa árvore, já mencionada por nós em outro conto, implantada no coração da praça principal pelos nossos avós, palco predileto para bate-papos de fins de tarde, dos jogos de pinhão e ximbra, da formação da feira dominical, cenário e até do filme Vidas Secas. Esta mesma árvore foi motivo de polêmicas discursões, já que devido o seu grande porte, suas raízes já começavam a prejudicar os calçamentos de revestimento das novas ruas, além de ser hospedeiro do “Lacerdinha”, famoso inseto dos anos sessenta que ao atingir o olho humano provocam sensações e dores horríveis. Os motivos pareciam justificar o ato de cortar aquela árvore, porém, será que não havia outro meio de controle dos danos? Será que os argumentos de defesa sugeridos pelo nosso irmão Tarcízio não eram suficientes? O fato é que Lacerdinha venceu e a vida daquela árvore foi ceifada a golpes de machado. O pior ainda estava por vir pois o nosso irmão defensor da árvore, algum tempo depois, também perdeu sua vida em um trágico acidente de carro. Quem imaginava que ao comparar A ÁRVORE a uma verdadeira genitora, o poeta Augusto dos Anjos estava selando uma analogia tão cabível e aplicável este conto.

Históriada nossa terra

Dr. Joaquim FerroFazendo História

A Árvore

Filho, as árvores não têm alma.E esta árvore me serve de empecilho.É preciso cortá-la, pois meu filho.Para que eu tenha uma velhice calma.

Pai, porque tua ira não se acalma?Não vez que em tudo existe o mesmo brilho?Deus pôs almas nos Cedros e nos JunquilhosE esta árvore, pai, possui minha alma.

Disse e ajoelhou-se numa rogativa: Não corte esta árvore para que eu viva.E quando a árvore à sua pátria serra.Tombou aos golpes do machado bronco.

O jovem triste ajoelhou-se ao tronco. E nunca mais se levantou da Terra.

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MATÉRIA

ZootecnistasMais forte a cada dia

Os Zootecnistas são profissionais responsáveis pelo estudo e controle da reprodução, aprimoramento genético e nutrição de animais criados com

fins comerciais, visando o aumentar a produção e melhorar a qualidade dos produtos de origem animal. Realizam experiências com alimentação e pesquisam formas de garantir as condições de higiene, prevenção e combate doenças, para melhorar a saúde dos animais e a qualidade dos produtos derivados. Trabalham também como administradores e planejadores de fazendas e instalações rurais.

O Bacharel em Zootecnia tem como principal função zelar pela criação de animais para abate, como bovinos e suínos, por exemplo, aplicando técnicas de criação, aprimoramento, melhoramentos genéticos e manejo das raças para o consumo humano. Administra e planeja a economia rural de modo a organizar a criação de animais numa propriedade rural, com o objetivo de aumentar a produtividade, melhorando a qualidade e garantindo a sanidade dos rebanhos. Orienta o consumidor na compra e utilização de produtos, medicamentos e rações em lojas especializadas. Formula e desenvolve

Matéria/Fotografias: Adriana Lucena, estagiária da Assessoria de Comunicação, Política e Meio Ambiente do CECA/UFAL.

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suplementos alimentares em indústrias de ração e vitaminas. Supervisiona a aplicação de vacinas e remédios. Em síntese, a Zootecnia está presente em todas as etapas que envolvem a criação de rebanhos para utilização na indústria alimentícia. Frequentemente a atividade do zootecnista é confundida com a do veterinário e, às vezes, até mesmo a do agrônomo, pois as três áreas disputam a mesma faixa de mercado, a diferença está no foco de cada profissional: zootecnista é o responsável por técnicas de aprimoramento genético, enquanto o veterinário se concentra mais na saúde dos animais. Já o agrônomo é um especialista no estudo dos rebanhos e na interação com o meio em que vivem. Na prática essas atividades caminham juntas e se completam daí ser comum trabalho em equipes que integrem os três profissionais. Em Alagoas o Centro de Ciências Agrárias (CECA/UFAL) comporta o curso de Zootecnia que foi criado em meados dos anos 1997/1998, em função aos reclames das classes produtoras e diante do potencial técnico ligado a produção animal no Estado principalmente em bovinocultura de leite e corte, caprinos, ovinos, apicultura e piscicultura. Como a atuação do zootecnista abrange uma área bastante ampla - alimentação, instalação, manejo, melhoramento e produção dos animais - a necessidade deste profissional era mais do que sentida, já que a criação de bovinos em Alagoas é o detentor do maior rebanho comercial, além da evolução no mercado exportador nas áreas da avicultura e suinocultura. A piscicultura também vem ganhando adeptos no mercado brasileiro, devido as grandes extensões de áreas alagadas que servem para a criação em cativeiro. Para o Prof. Dr. Fábio Luiz Fregadolli, Coordenador do curso de Zootecnia do CECA/UFAL desde 2009, “para um curso relativamente novo, está crescendo bastante e tem grandes perspectivas, pois a devido à imensa demanda do agronegócio em Alagoas nos últimos anos, já que o zootecnista tem a função de levar aos produtores rurais os subsídios necessários para o fortalecimento da criação e produção de animais de corte”. Fregadolli ainda afirma que “no estado não existe ainda uma área de expressão produtiva de animais e a grande maioria dos pequenos produtores acabam não tendo domínio nas novas tecnologias

de melhoramento e produção de animais. Por isso, o profissional de zootecnia tem que levar a este tipo de público o que é necessário para o crescimento deste tipo de negócio em Alagoas”. O CECA/UFAL em parceria com a Secretaria de Agricultura do município de Joaquim Gomes criou um Projeto de Extensão intitulado de “Adequação de tecnologias para o setor produtivo animal e vegetal da área agrária do município de Joaquim Gomes-AL” iniciado em abril de 2011, que conta com a participação dos professores Dr. José Teodorico de Araujo Filho e Dra. Leila de Paula Resende, dos discentes Felipe de Souza Oliveira, Breno Kennedy Lima Bezerra, Marylia Gabriella Silva Costa, Thayse Silva Barros e Hélio Gomes Arcanjo Junior. Os acadêmicos do curso de Zootecnia e Agronomia do CECA/UFAL foram semanalmente ao município, para atuar junto aos povoados e assentamentos para inicialmente conhecer as dificuldades dos produtores rurais, ao tempo que faziam um atendimento emergencial, aconselhando e indicando formas de melhorar a produção animal e vegetal. Após o levantamento dos problemas mais recorrentes foram ministrados cursos abordando temas como Piscicultura, Adubação, Produção de laranja, criação de frangos caipira de corte e Mineralização. Estima-se que o projeto tem atendido por volta de 60 famílias de produtores rurais do município. Apesar da simplicidade do projeto, os benefícios à comunidade atendida ultrapassam o aspecto técnico apontando melhorias, motivando e melhorando a autoestima das pessoas. Ações simples como as realizadas pelos acadêmicos, mostram que o produtor rural ainda é carente de informação e permanece errando em questões muito bem definidas tecnicamente como, por exemplo, o fornecimento de sal branco, em detrimento do suplemento mineral para amimais ruminantes, onde o produtor procurando economizar perde no desempenho do animal. As profissões da área das Ciências Agrárias têm apresentado grandes perspectivas e abrangência de setores, para o futuro. No caso da Zootecnia, apresenta-se um mercado promissor, pois a profissão está voltada para a produção de origem animal tão necessário para a vida humana.

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