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www.auniao.com A REVISTA SEMANAL D´A UNIÃO CULTO AO ESPÍRITO SANTO JORNALISTAS E POLÍTICOS À BULHA PÁG. 4 edição 34.757 · 28 de maio de 2012 · preço capa 1,00 (iva incluído)

revista U 11

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edicao da revista U, n11 de 28/MAI/2012, suplemento semanal à 2feira, do jornal A União

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A REVISTA SEMANAL D´A UNIÃO

CULTO AOESPÍRITO

SANTOJORNALISTAS

E POLÍTICOS À BULHA PÁG. 4

edição 34.757 · 28 de maio de 2012 · preço capa 1,00 € (iva incluído)

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28 maio 2012 / 03

A AmizAde à distânciaTEXTO / Marco de Bettencourt Gomes | [email protected]

A ausência marca profundamente a nossa história. Os que já partiram. Os que ainda não chegaram. Os desen-contros entre os que estão. Vivemos com um pai silen-cioso e com irmãos adormecidos. Esta é a nossa condi-ção. Aqui há que descobrir o nosso próprio espaço.Não se achar o dono de si mesmo ou das coisas. Não se iludir de ter recursos próprios suficientes para garantir o bom sucesso dos empreendimentos. Não pôr o mun-do todo e arredores a girar à volta do próprio umbigo.Nas intrigas, na vaidade, na mesquinhez, na inveja, na tristeza, no medo, no escrúpulo, na soberba, na presun-ção, na auto-suficiência, no exibicionismo, na rivalida-de, na vingança, no interesse próprio, na ganância, no lucro, na posse, no egocentrismo, aí falta o espírito.Descentrar-se de si mesmo. Fazer-se dependente, to-talmente dependente do absoluto.O encontro é um lugar humano. A relação é um espaço de identidade.O bem comum, a alegria, a privação, o serviço, a ge-nerosidade, o entendimento, a escuta, a persistência, a arte, a discrição. Aí está o espírito.A rotina alternar-se com a festa. A ritualização celebrar a condição efémera da vida. O ser recorrer ao religioso para dizer em palavras e gestos quem é e fazê-lo com os seus pares. É a dimensão de comunidade.Pôr de parte a melhor carne, o melhor vinho, a melhor roupa, e sacrificar o melhor, com custo mas com alegria. Gastar o que faz falta ao quotidiano e abandonar-se a esse gesto sagrado de partilha. Não consta que tenha vindo a faltar quando a partilha foi total.

sUMÁRiO

CULTO AO ESPÍRITO SANTO / pág. 16

NA caPa...

“A mensagem social transmitida pelo Culto do Espírito Santo continua oculta no anonimato do «popular»” – quem o defende é Antonieta Costa.À revista “U”, a estudiosa terceirense acredita que a prática deste culto – que tem hoje, Segun-da-feira do Espírito Santo, um dos seus pontos altos – retira a utopia das estruturas sociais, es-tando este particularmente assente no conceito da igualdade.

as estações do espírito 22

o silêncio dos inocentes 25

pórtico 13voos com garantias 14giulietta masina 15

solas p´as descalças 29baths 30o congresso do espírito santo 31

o império do amor e da partilha 06excentricidades 07

as alegrias do vício 23

ENTRETENIMENTO / OPINIÃO

07 maio 2012 / 28

“Citação e/ou frase aqui.”

AS MAIS VISTASONLINE

A MA-ÇONARIA INFLU-ENCIA A POLÍTICA PORTU-GUESA?

QUESTIONÁRIO

SIM

NÃO

CARTOON

Título Aqui

Título Aqui

KNAPPATEXTO / Frederica Lourenço

Possivelmente a utilidade é nenhuma. Já a originalidade é tanta, que só por isso vai ser, concerteza, um sucesso de vendas.A ideia partiu dos ateliers de design da IKEA: somaram câmara fotográfi-ca digital a ecologia, revestiram-na de cartão, adicionaram-lhe 2 pilhas AA e pronto, ficou incrivelmente gira. Tem um capacidade de armazenamento para 40 fotografias com resolução de 2.3MP, não tem ecrã de pré-visuali-zação, mas oferece-nos um pequeno buraco no papelão para espreitar. E depois basta termos uma entrada USB no computador, um cabo e pronto, já podemos publicar as fotos nas redes sociais.Por enquanto ainda não está à venda. Foi lançada em Milão em Abril passa-do, tendo sido incluída no kit de imprensa de um evento e distribuída pelos jornalistas presentes. Agora, está na fase de enamoramento com o público, ou melhor, do público por ela.

IKEA KNÄPPA DIGITAL CAMERA

..I am a fan of

EDITORIAL / SUMÁRIO

saber saborear sabores simples 11 i am a fan of knäppa 28

notícias à nossa maneira 05

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28 maio 2012 / 04

JORNALISTAS E POLÍTICOS À BULHA

O PSD/Açores requereu a audição parla-mentar do secretário regional dos Equi-pamentos, José Contente, na sequência da denúncia feita pelo conselho de redacção da RTP/Açores, que o acusou de interfe-rência no trabalho de uma equipa de re-portagem.“A requerida audição tem por objecto a denúncia feita pelo conselho de redac-ção da RTP/Açores, que acusa o referido membro do Governo de procurar con-dicionar e de interferir abusivamente no trabalho da equipa de reportagem que fez a cobertura dos estragos provocados pelo mau tempo na zona da Bretanha, em S. Miguel, a 11 de Maio”, refere o documen-to enviado ao presidente da Assembleia Legislativa dos Açores.O conselho de redacção da RTP/Açores (TV), num comunicado emitido a 18 de Maio e depois enviado ao Sindicato dos Jornalistas, acusou José Contente de “ten-tar persuadir a equipa de reportagem a não enviar para Lisboa um bloco de ima-gens em bruto que incluíam um depoi-mento da presidente da Câmara de Ponta Delgada”, Berta Cabral, e de “procurar impor a sua presença em directo no Te-lejornal da RTP/Açores, depois de gorada uma intervenção no Telejornal da RTP 1, que não se realizou por Lisboa se ter de-sinteressado desse directo”.Segundo o comunicado, José Contente “em pleno directo, interrompeu de for-ma abrupta a intervenção da jornalista, agarrando-a pelo braço que segurava o

José contente “em pleno directo, inter-rompeu de forma abrupta a interven-ção da jornalista”.

microfone e falando de forma intempes-tiva para o mesmo sem sequer aparecer na imagem”.Na resposta, José Contente considerou as acusações “injustificadas”, recordou que esteve no local várias horas e prestou declarações a vários órgãos de comunica-ção social e assegurou que a jornalista da RTP/Açores lhe propôs, depois de ter sido cancelado o directo na RTP 1, que “fizesse uma declaração para sair no Telejornal do dia seguinte, o que veio a acontecer”.“São falsas as acusações do condiciona-mento do directo da RTP/Açores, até por-que, num cenário de acidentes iminentes, como foi o caso da queda da Estrada Re-gional no Pilar da Bretanha, entendeu-se dar informação ao público na hora, pelo perigo real da circulação automóvel”, acrescentou José Contente.O presidente do Governo dos Açores, Car-los César, também se pronunciou sobre este caso, considerando que “os jorna-listas têm de compreender que são uma classe profissional como qualquer outra, que é sujeita a críticas, tal como tem o po-der de criticar os outros”.Para Carlos César, o conselho de redac-ção “devia ter a humildade de reconhecer que também na RTP/Açores há jornalistas que não têm qualidade e que também na RTP/Açores há jornalistas que não são isentos”.

LIMA TAMBÉM NA MIRANo comunicado enviado ao Sindicato dos

REVISÃO

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28 maio 2012 / 05

O Presidente dO GOvernO dOs AçOres, CArlOs CésAr, tAmbém se PrOnunCiOu sObre este CAsO, COnsiderAndO que “Os jOrnAlistAs têm de COmPreender que sãO umA ClAsse PrOfissiOnAl COmO quAlquer OutrA, que é sujeitA A CrítiCAs, tAl COmO tem O POder de CritiCAr Os OutrOs”.

Jornalistas, o Conselho de Redacção re-fere também uma situação ocorrida com o líder regional do CDS-PP, Artur Lima, que acusa de ter “caluniado de forma desabrida e vergonhosa os profissionais da RTP/Açores, sugerindo que não eram isentos e que estavam ao serviço de al-guns partidos”.A situação ocorreu na Assembleia Legisla-tiva Regional quando se discutia a situação na RTP/Açores e Artur Lima terá acusado os jornalistas da RTP/Açores que cobriam os trabalhos de falta de isenção por não terem dado voz a uma intervenção de um deputado do CDS-PP.O Conselho de Redacção recorda que “é impossível relatar tudo o que se passa no parlamento”, salientando que os jornalis-tas de serviço “deram prioridade ao que consideraram mais importante”, nomea-damente a uma conferência de imprensa conjunta do PSD com o CDS-PP.Na resposta, o CDS-PP acusou o Con-selho de Redacção da RTP/Açores de “atentado à liberdade de expressão”, considerando que o comunicado divul-gado por este órgão é uma “tentativa clara de intimidar e silenciar um deputa-do regional”.“O CDS-PP reafirma todas as críticas que fez à RTP/Açores e a alguns dos seus jor-nalistas, até porque a prosa utilizada no comunicado do desconhecido Conselho de Redacção é bem a prova da falta de rigor, ética e deontologia de alguns dos seus jornalistas e, consequentemente, a prova do mau jornalismo que temos vin-do a denunciar”, refere um comunicado assinado por Artur Lima, líder regional do CDS-PP nos Açores.

NOTÍCIAS À nOssaMANEIRA

TEXTO / João Rocha / [email protected]

O jornalismo é uma das profissões onde a margem para o condicionamento (pressão, tentativa de influenciar ou interferir se pre-ferirem) parece não ter limites.Em bom rigor, todos nós queremos a notí-cia “à nossa maneira”. Quando a comuni-cação social se cruza com os apetites po-líticos, é quase impossível a não existência de conflitos.Também na política saber comunicar é uma arte e nada melhor do que tentar passar a mensagem o mais “imaculada” possível.Para isso servem as assessorias de impren-sa, a nível partidário, e o Gabinete de Apoio à Comunicação Social (GACS), a nível go-vernativo.Os meios humanos e técnicos nas redac-ções, por norma, são escassos e muitas vezes o objectivo da notícia “simpática” acaba por ser conseguido – basta referen-ciar as inúmeras alegadas notas de esclare-cimento do GACS lindas integralmente no Telejornal.Compete ao jornalista lidar com a situação (pressão a valer terá um desempregado obrigado a sustentar a família) e, contra mim escrevo, saber viver harmoniosamen-te com as críticas sabendo de antemão que há vozes impedidas de chegar ao céu…

TAMBÉM NA POLÍTICA SABER COMUNICAR É

UMA ARTE

REVISÃO

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28 maio 2012 / 06

cEGaRaMcOMO aAVESTRUZTEXTO / Tomaz Dentinho

Há dias assisti a uma comunica-ção sobre a evolução dos paí-ses de leste depois da queda do Muro de Berlim. Os gráficos do comportamento do produ-to per-capita daqueles países a partir de 1990 são impres-sionantes e demonstram que aqueles que primeiro reestru-turaram as suas economias, e porventura mais perderam no ano da mudança, são também aqueles que não só mais cres-ceram depois mas também os que têm sido menos afectados pelas crises recentes.Muitas instituições públicas em Portugal estão neste dilema. Por um lado conseguem man-ter-se durante algum tempo

sem se reestruturarem porque o Governo vai ajudando com a redução dos salários. Por outro lado, embora tenham a noção clara que não conseguem sair da crise sem se reestruturarem, não têm coragem de o fazer na ilusão dependente de que al-guém os irá socorrer. A admi-nistração regional, as câmaras municipais, as universidades, os institutos, as associações e clu-bes dependentes dos dinheiros públicos, os departamentos, os hospitais, as escolas, tudo parece estar nesta postura de avestruz que não augura nada de bom.Os mais dinâmicos emigram, tentam exportar ou criam novas instituições já que as chefias daquelas onde se enquadram não assumem a sua respon-sabilidade. É pena que não aprendam com os bons exem-plos de alguns países de leste. Na verdade, muitas dessas ins-tituições já teriam recuperado os custos dessa renovação se já tivessem sido reestruturadas há um ano. Preferem a catás-trofe em vez da mudança, o colapso em vez da crise que fomenta oportunidades. Cega-ram como a avestruz!

O imPériO dO AmOr E da PaRtiLHaTEXTO / Carmo Rodeia

Esta é a segunda feira mais açoriana de todas. Não por ser o dia dos Aço-res mas por ser a segunda feira de Pentecostes, durante a qual vivemos esse Império maior de Amor e de Partilha, que se renova todos os anos em honra da Terceira Pessoa da Santíssima Trindade, onde quer que esteja um açoriano.Se há traço identitário do povo dos Açores é justamente este: o Divino Es-pírito Santo marca os rostos e as crenças dos açorianos. Dos que vivem nas ilhas ou dos que, noutras partes do mundo, vivem este dia como se fosse o mais importante do ano inteiro.Trazido pelos colonos povoadores, o culto enraizou-se a partir de Angra e difundiu-se, contagiando a generalidade da população. E, até os pri-meiros emigrantes açorianos, que partiram para o sul do Brasil no século XVIII, não se esqueceram de levar na bagagem uma prática que, ainda hoje, se celebra em toda a comunidade de Florianópolis com a coroação e o banquete, aberto a todos sem excepção, independentemente da sua condição social e política.É este sentido de partilha e de igualitarismo que importa realçar. Sobretudo, nos dias de hoje! Vivemos tempos difíceis. À crise de valores acrescenta-se agora uma crise económica que leva, cada vez mais, à criação de desigualdades e de exclusão social, sem olhar ao género, à profissão ou à condição social. São tempos de trevas que exigem de todos nós um comportamento di-ferente e, sobretudo, daqueles que tendo poder de decisão, devem cui-dar da coisa pública de forma mais altruísta.A crise é um tempo de estagnação, durante o qual podem existir opor-tunidades, que só serão reais se quem decidir tiver a Sabedoria e o Con-selho certos.No Espírito Santo que hoje assinalamos, na expressão que a Igreja lhe confere como “Aquele que dá a vida”, renovamos a Esperança da che-gada de um tempo novo, no qual todos os homens serão irmãos e onde o Espírito Santo será a fonte de todo o Saber e de toda a Ordem que, com os seus sete dons, guiará todas as pessoas.

OPINIÃO

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eXCentriCidAdesTEXTO / Paulo Brasil Pereira

Outro dia de conversa, uma leitora desta crónica fez-me um reparo: “Só falas de coisas caras, não és amigo dos pobres”. Então cara leitora, aqui vai uma página à sua medida.Muitas vezes sonhamos com uma casa, uma mesa de jogos com o tradicional snooker ou matraquilhos, etc. Mas com a tecnologia a fazer parte do nosso dia-a-dia, e com os ordenados a aumentarem dia após dia, que tal despender mais de 16.000€ por um simulador de pilotagem virtual? Coisa de crianças, né?O SIMTECHPRO MOTION faz qualquer adulto tornar-se num puto. Este simula-dor proporciona-lhe todas as derrapa-gens extremas e balanços de um carro de rali em qualquer circuito mundial (ou

um criado por si). O seu corpo sofrerá todas as inércias, mudanças de força G, Grip, subviragens e sobreviragens como se um F1 estivesse nas suas mãos. Três ecrãs estão à sua frente para proporcio-nar uma melhor sensação de condução e se preferir, podem ser a 3D.A estrutura feita em alumínio anodizado irá transmitir-lhe a segurança dos “san-tos antónios” e a tecnologia irá receber a informação telemétrica do jogo para que em tempo real sinta os movimen-tos no banco do simulador, banco este que pode ser à sua escolha, desde um F1, WRC, ou até daquele Bugatti que viu uma vez na garagem do vizinho…Está à espera de quê? Diga lá que não ficava bem lá em casa!

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28 maio 2012 / 08

CABELO:PERGUNTASESTE PRODUTO É BOM PARA O CA-BELO?Sou confrontado todos os dias com esta pergunta. A verdade é que tal panaceia universal não existe. Se nos disserem que tal produto é bom para a dor de barriga desconfiamos, já que a forma de tratar dependerá da causa que provoca a dor. Relati-vamente ao cabelo o mesmo acon-tece. Importa primeiro se há ou não doença e, no caso de haver, obter um diagnóstico preciso para poder prescrever o melhor tratamento. Assim, por exemplo, preparados de vitaminas e oligo-elementos só melhorarão quem tenha carência dos mesmos. Minoxidil em loção ou finasteride em comprimidos só melhorarão quem tenha alopécia androgenética. Irritantes e corti-coesteróides, quem tenha alopécia areata. Antibióticos, quem tenha fo-liculite decalvante; e assim em dian-te. Portanto, o produto bom para o cabelo não existe.O CABELO CAI MESMO NO OUTO-NO?Desde há algum tempo sabe-se que cerca de 70% das pessoas têm que-da sazonal, que provavelmente é homóloga à muda de pêlo de outros mamíferos e que é mediada pelas alterações endócrinas que a expo-

sição à luz provoca. O fenómeno chama-se deflúvio telógeno e cor-responde a um aumento do número de cabelos que estão na fase final do ciclo capilar. Também pode ser pro-vocado por outros estímulos como doença, cirurgia, medicamento, pós-parto ou até por estarmos mais pre-ocupados.LAVAR MUITAS VEZES FAZ MAL AO CABELO? E PRODUTOS? E FAZER TRANÇAS? E A SECAGEM?Lavar mais vezes o cabelo não faz cair mais cabelo. Trabalhos que com-param, na mesma pessoa, o número de cabelos que caem lavando três vezes por dia e uma vez por sema-na concluem não haver diferença no número de cabelos perdidos. Tam-bém o uso de gel ou amaciadores não aumenta a queda de cabelo. Ex-tensões e tranças, se determinarem tracção significativa, podem aumen-tar a queda. O uso de secadores nor-malmente não é prejudicial, excepto se o cabelo não for previamente lim-po com a toalha. Secar com secador cabelo muito molhado parte pontes dissulfito, o que altera a resistência e plasticidade do cabelo.

*Dermatologista

Colaboração: Clínica Médica da Praia da Vitória

Desde que me mudei para Leiria que a minha ilha Terceira me pare-ce maior, pelo menos maior do que era quando lá vivi.Por estes lados muito se queixam as gentes dos chamados problemas da interioridade, do abandono das regiões do nosso Portugal profundo em detrimento de um litoral rico e desenvolvido. Os novos partem da aldeia para estudar na cidade e por lá ficam. Voltam nos feriados e até

TERRA à VistaTEXTO / Rui Sousa

CIÊNCIA / OPINIÃO

CONHEÇA O SEU CABELO

TEXTO / Rui Oliveira Soares*

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isso, os feriados, estão em vias de extinção... O interior vê-se reduzido a uma massa humana envelhecida e cada vez mais isolada no mapa. Mais valia mudar o nome de Trás-os-montes para Trás-os-velhos...A Leiria em que vivo é povoada por muito poucos leirienses de gema. Por aqui encontra-se gente dos quatro cantos do país sem contar com as várias nacionalidades es-trangeiras que aqui assentaram arraiais. Uma manta de retalhos humana que cada vez mais desliza para o litoral deixando tudo o resto

a descoberto, ao frio.Tendo nascido e vivido por tan-tos anos numa ilha sei muito bem o que sente o interior profundo, e pergunto-me se nós, açorianos, não seremos vítimas de uma espécie de interioridade marítima, tipo Beira-Baixa rodeada de mar por todos os lados.O que é certo é que o único interior que interessa, o mais importante e valioso, é o interior de cada um de nós, e este, esteja eu onde estiver, há-de sempre cheirar a alquiátra e a hortuenses...

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JERóNIMO

FrAnCisCO

DE LiMATEXTO / Luís C. F. Henriques *

FOTO / Mike Maciel

O compositor português Jerónimo Francisco de Lima nasceu em Lisboa, a 30 de Setembro de 1743, vindo a morrer na mesma cidade, a 19 de Fevereiro de 1822. Terá, muito provavelmente, entrado como moço de coro para o Seminário da Patriarcal da sua ci-dade natal pois em 1761 (contava 18 anos de idade) viaja, junto com João de Sousa Carvalho (1745-1800), para Itá-lia a fim de estudar no Conservatorio di S. Ono-frio a Capuana, em Ná-poles. Esta cidade era um dos grandes centros italianos e Europeus de prática operática tendo por lá passado nomes como David Perez (1711-1778), Niccolò Piccini (1728-1800), Domenico Cimarosa (1749-1801) e Giovanni Paisiello (1740-1816), colega de Lima e Carvalho no Conservatório. Regres-sa a Portugal em 1767, assumindo o posto de organista e mestre de música no Seminário da Patriarcal. Esse mesmo ano marca a sua entra-da para a Irmandade de Santa Cecília (condição obrigatória para os mú-sicos a exercer a profis-são em Portugal), ocor-rida a 15 de Dezembro. Para além destes pos-tos também ocupava o

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posto de cantor, tendo possivelmente ocupado o cargo de mestre de capela da Patriarcal.Da sua produção mu-sical para os teatros régios da Ajuda, Salva-terra e Queluz de desta-cam-se, entre drammi, serenatas e cantatas, Lo spirito di contradizione (1772), Gli Orti Esperide (1779), Enea in Tracia (1781), Teseo (1783), La vera costanza (1785), Le nozze d’Ercole e d’Ebe (1785) e o Templo da Gloria (1802) entre ou-tras obras. É bastante extensa a sua produção musical sacra, abran-gendo praticamente quase todos os géneros, entre salmos, motetes, missas, etc. Destes des-tacam-se um Magnificat a 4 vozes e um Dixit Do-minus a 8 vozes, do qual existe uma cópia no Ar-quivo Capitular da Sé de Angra (MM 10) existin-do também um mote-te, O Lingua Benedicta (MM 11), obra de clara influência napolitana.

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28 maio 2012 / 11

Saber

Saborear

SaboreS

SimpleS

TEXTO / Joaquim Neves

Olhou para mim desafiadoramen-te, enquanto ba-tia ritmicamente com os dedos na mesa.

«Acolhedor de tons terra e verde-escuro seco, elegante, certa privacidade de olha-res de quem passa na rua oferecida por vimes junto às janelas, original, cozinha aberta em aquário, restaurante sugerido, comentado, bem avaliado.» Expressões que me acompanhavam na visita ao Sa-bores do Chefe. Se a comida é boa ou má, geralmente meus amigos escusam-se de me sugestionar. Também não critico de forma mal intencionada. Nem de ânimo leve digo o que não me agrada.Fui jantar sozinho. Aborrecido, pedi à mi-nha imaginação que convidasse alguém para me fazer companhia. Fiquei surpre-so com a visita: Sharon Stone.- Trouxeste aquele modelinho bege que tanto gosto, já não o vestias há muito tempo? Perguntei sorrindo meio irónico. Sentou-se, respondendo à provocação puxando por um cigarro e intencional-mente não cruzando as pernas.- Não podes fumar – disse. Sorrindo só olhou para mim. – Que é que estás a co-mer? – perguntou-me para desviar a con-versa que acabaria sempre em pedir mais um copo de whisky com bastante gelo. – Uns folhados de queijo de cabra com doce de maracujá. Dei-lhe a provar. – Gos-to do doce – sem mais mergulhou a ponta do dedo no meu prato e voltou a provar. – Sim está mesmo bom, quanto ao folhado… precisa de mais atenção, está demasiado seco, precisa de ser mais pincelado talvez,

MESA

sAbOres dO Chef

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ou fazer a massa na casa? Olhei para ela, não suporto americanos metidos a tentar denegrir seja o que for no meu país. – Sim – respondi com o ar mais natural do mundo. – A vaca quando chegou ao talho sucumbiu de susto de-vido à idade? Perguntou-me sarcástica. – Porquê que não vais meter mais gelo no whisky? – perguntei. Respondeu-me – Para quê, queres conservar o “filet” para futuras pesquisas? Ou chamas a isso “filet mignon”? E essa cama de pão, empapada, vais-me dizer que não houve tempo de selar o pão, e esse queijo meio derretido que tipo é?Já meio irritado, sentimento que ela con-segue sempre arrancar-me, principal-mente quando estou num restaurante com ela e começa a ligar aos detalhes, pedi a sobremesa. Dei-lhe a provar um dos suspiros em molho de limão. – Isto deve ser uma piada não? Olhou para mim desafiadoramente, enquanto batia ritmicamente com os dedos na mesa. – Porquê? Perguntei desentendido. – Por-que nunca vi suspiros, colados por em creme de limão um ao outro e chama-rem isso de sobremesa – respondeu-me oferecendo-me um sorriso sarcástico, atrás de uma leve irritação que quase a levou a cruzar as pernas. - Isso só pode ser porque vocês lá nas américas têm a mania que tudo é só pavlov e merengue italiano e nem distinguem uma cenoura de um pepino se não vier descrito numa embalagem – afirmei provocando. – Eu dou-te um “pav” com “love” à italiana. Eu distingo, e se queres saber mais eu até te explico onde…Pedi à minha imaginação que pedisse a conta. Que veio na realidade. Tirei umas fotos e fui-me embora. Apetecia-me um whisky sem gelo.Nota: Sabores do Chefe, Praia da Vitória.

Receita

AGNOLOTTI:

fAçA VOCê MESMO

MESA

sObremesAs ACAbAdinhAs de fAzer

Ingredientes: 500g de farinha de trigo. 3 gemas. 1 ovo. 1 pitada de sal.1 chávena (chá) de água morna.Recheio: 500g de pernil de vitelo de-sossado. 500g de lombo suíno. 200g de queijo parmesão ralado. 1 maço de espinafre cozido, espremido e picado. 2 ovos. 1 cebola fatiada em rodelas. 1 cálice de vinho tinto. 3 colheres (sopa) de azeite. 1 ramo pequeno de alecrim. Noz moscada. 1 litro de caldo de legu-mes. Sal e pimenta do reino a gostoModo de preparo Recheio: Refogue as carnes no azeite com o alecrim e a cebola, tempere com sal, adicione o vinho e deixe o álcool evaporar. Junte 3 conchas do caldo e cozinhe com a panela tapada por cerca de 2 horas, até as carnes amaciarem (se necessá-rio, acrescente mais caldo). Passe as carnes pelo moedor ou processador e misture com o espinafre, o parmesão, os ovos e pimenta e noz moscada a gosto. Ajuste o sal e reserve.Massa: Forme um vulcão com a fa-rinha, cave um buraco no centro e adicione as gemas, o ovo, o sal e a água aos poucos, enquanto trabalha a massa, até ficar lisa. Com o rolo da massa, estique até obter uma folha bem fina de massa (cerca de 3mm) e corte-a em tiras compridas com cer-ca de 8cm de largura. Distribua pe-quenas porções de recheio no meio da tira, mantenha espaço entre elas, e dobre-as ao meio, cobrindo o recheio. Com um cortador dentado ou carre-tilha, corte os agnolotti, destaque-os e belisque as pontas com firmeza para fechar bem. Cozinhe em água a ferver abundante com sal até que subam à superfície e escorra. Sirva-os em seguida.

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PÓrtiCOTEXTO / Ângela Almeida

Jurámos tudo os salgueiros que acendem o silêncio,

A voz do canto serpenteado no vento, as ma-nhãs do rosto,

a sede dos lábios, o murmúrio da pele surda.

Dissemos querer tudo: a gestação do sonho, a viagem breve dos olhos, o chilrear livre das praias, a vertigem lúcida nos oceanos, o beijo da vaga na nossa certeza.

Plantámos árvores e perpetuámos a nossa vontade de ver

as folhas alegres e seguras nos ramos que amamos. Nunca teremos, ante o sorriso con-templativo, o envelhecimento das raízes. Do-er-nos-ia mais isso que a secura das marés. Contemplaremos sempre os salgueiros, acre-ditando que a ironia da felicidade nunca po-derá cegar a palavra que prometemos. Eter-namente.

PALAVRAS

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VOOSCOMGARAN-TIAS

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TEXTO / ACRA / Angra do

Heroísmo

As recusas de embarque, o cancelamento ou atraso de voos aéreos causam sempre grandes transtor-nos e aborrecimentos aos consumidores. Cabe às companhias aéreas mino-rar ou resolver as conse-quências destas situações, suportando os custos ine-rentes. Tal só não acon-tecerá se a companhia provar que tudo fez para

evitar o pro-blema o u e s t e ocor-ra por u m c h a -m a d o motivo de força maior, como uma tempestade, por exemplo.Os atrasos estão claramente definidos na legislação:- Duas horas ou mais em voos até 1500 km;- Três horas ou mais em voos intracomunitários com mais de 1500 km, ou outros voos entre 1500 e 3500 km;- Quatro ou mais horas para voos de maior distância.Perante os atrasos, são obrigações da companhia aé-rea:- Oferecer aos passageiros refeições e bebidas tendo em consideração o tempo de espera, duas chamadas telefónicas, mensagens via fax ou correio electrónico;- Quando a partida só ocorra nos dias seguintes ao previsto oferecer alojamento em hotel e transporte entre o aeroporto e o local de alojamento.Quando o atraso for de pelo menos quatro horas, pode decidir não viajar tendo direito, no prazo de sete dias, ao reembolso do preço do bilhete e a um voo de regresso ao ponto de partida caso já tenha efectuado parte da viagem.O reembolso terá de ser dado ou para a parte da via-gem não efectuada, ou para a viagem total (incluindo a já realizada) se o voo já não se justificar em relação ao plano inicial de viagem.

CONSUMO/OPINIÃO

viAGens AO Cerne dAs COisAs iv

desCObrir POrtuGAl

Embora possa parecer pedantismo reaccionário, a ver-dade é que, depois do fundamentalismo histórico que grassou em Portugal durante a ditadura (e não só), onde tudo o que havia para descobrir já o tinha sido feito, falar em outros povos habitantes do território nacional (para além dos já admitidos e enquadrados num buraquinho da história), foi sempre considerado crime de lesa pátria. Posteriormente chegou a altura de aceitar os romanos, a quem se julga dever grande parte do legado histórico português, segundo rezam os cânones. Mas para trás desses 200 anos antes de Cristo é como se não houvesse mais nada… os Celtas, por exemplo, que agora têm a validar a sua estada na península os resultados de uma importante investiga-ção genética, eram anteriormente considerados quase como inexistentes na península (para além de assunto tabu). Porém esses também poderão em breve ceder o lugar de “primeiros habitantes” a alguém que é dono de uma antiguidade assustadora: os Neandertais! Com efeito, os Cónios, uma população que vivia numa zona do Sul, Algarve e Alentejo, terá tido essa origem! Viajar pelo país pode agora significar quase uma viagem no tempo, de tal modo o território português está a abrir-se às emoções dessas novas descobertas. Marcando uma identidade tão múltipla e rica que pode aumentar o conceito de “Portugal” até ao infinito, viajar para dentro torna-se uma exigência étnica.

* Historiadora

DOS ALMENDRES

CROMELEQUE

TEXTO / Antonieta Costa *

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A resposta é simples: Giulietta Masi-na. Porquê? Porque é muito difícil não gostar de uma atriz que fez de Jesus Cristo em todos os seus filmes. Bem, pelo menos aqueles que eu “vi”. Por, digamos, inerência de cargo, a espo-sa de Fellini estava ligada ao melhor realizador que já existiu. Mas não fa-lemos do marido.Comecemos por “La Strada” (há aqui qualquer coisa que não funciona em português): o neorrealismo no seu melhor (mil perdões DeSica!) e o fil-me que corresponde ao evangelho de Marcos. Esclarecendo: a teologia sobre a Paixão não está ainda tão de-senvolvida como nos outros. Segundo esclarecimento: não me parece que Fellini tenha pensado neste paralelis-mo. Mas é por isso que a arte vale a pena. Voltando ao filme: Giulietta sur-ge grande, majestosa porque o seu papel é de uma criança vendida pela própria mãe a um saltimbanco.A pureza absoluta e o auto-sacrifício são oferecidos sobre o altar da malda-de. O papel redentor é desempenha-do até às últimas consequências. O filme, leve e alegre, conhece um final triste e drástico. A figura redentora é destruída pelo mesmo fogo que antes não a consumia: não em vão, mas sem uma ressurreição plenamente assu-mida ou pentecostes. Marcos também é poderoso sem esses elementos.“As noites de Cabíria” referem-se à vida da prostituta mais angelical que o mundo já conheceu. Não pretendo ser original ao comparar uma tal fi-gura a Cristo, alguém se encarregou de as colocar no Reino dos Céus em primeiro lugar. Retrato da inocência mais absoluta, ingenuidade autênti-ca e paradoxos semelhantes aos dos Evangelhos. Aqui é Mateus: a ela-boração mais esquemática de uma teologia estabelecida: a redentora

regressa majestosa do seu ato de ab-negação (como Jesus que morre de forma triunfal apenas neste Evange-lho).“Julieta dos Espíritos”: a ousadia de pôr uma protagonista a fazer de si própria? Uma mistura de ficção e re-alidade? Julieta é casada e desconfia que o marido lhe é infiel: tenta des-cobrir a verdade, tenta emancipar-se, tenta saber estar neste mundo e vencer mas acaba por rejeitar esses métodos e voltar ao papel de esposa submissa. As feministas devem achar o filme abominável mas uma identida-de é uma identidade.É em Lucas que o filho pródigo rom-pe com tudo o que é aceitável; é tam-bém exclusivo desse evangelista o “Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem”. Aquele que encarna o verdadeiro mundo parece não ter a dignidade de si mesmo. Está espezi-nhado, mas não era isso mesmo que ele queria? Se Sandra Milo foi mesmo amante de Fedú, então sim, aquele personagem messiânico era, de facto, ela mesma.Fellini recebeu um Óscar pela sua car-reira em 1993. Durante o seu discur-so de agradecimento teve de dizer o inesquecível: “-Giulietta, please stop crying!” que pode ser revisto nessa bíblia de memórias chamada youtube. Ele morreu em 1994 e ela faleceu 5 meses depois. Tem o significado que lhe queiras dar.Há quem ache que a sétima arte é para entreter: por isso mesmo é que temos grandes filmes que ninguém vê e coisas sem alma que geram milhões. Falta pathos, falta realidade: não há silêncios de transformação interior... nem sequer há sofrimento porque o herói pode tudo. São bons filmes, concordo. Mas não são cinema.

GiULiEttaMASINA

OPINIÃO

TEXTO / Pe. Teodoro Medeiros

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ESPÍRITOSANTODAIGUALDADE

DESTAQUE

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ESPÍRITOSANTODAIGUALDADE

De facto, basta observar a atitude transmi-tida pelo Culto do Espírito Santo (E.S.), para se perceber a presença de uma mensagem oposta ao senso comum, no que se refere aos fundamentos da ordem social baseada na “Igualdade”.De modo subliminar e pouco aparatoso, mas tão nuclear que nunca desapareceu da sua prática, mesmo tendo de arrostar com as proibições e condenações da Igreja oficial ao longo dos séculos, esta mensagem contém um valor transcendente ainda não assimilado (no sentido de aceite) quer pela Igreja oficial, quer pela restante sociedade.De tão revolucionária que é, dá a impressão de passar despercebida mesmo dos próprios proponentes: o povo.No caso particular ou religioso, trata-se da atribuição ao homem comum (num sistema rotativo) da gestão filosófica, prática religio-sa e destinos do Culto.Este já é em si próprio um passo desmedido, considerando o historial que documenta o contacto do ser humano com o plano meta-físico, sempre pontuado por uma mediação de pessoas que o grupo distingue como “di-ferentes” das demais, destinadas quer por vocação, por dotes espirituais ou por prepa-ração especial, a essa tarefa.

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DESTAQUE

teXtO / Antonieta Costa*fOtOs / joão Costa

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Trata-se de uma posição generali-zada a todos os tempos e culturas.Ponderando tal passado histórico, a substituição desse modelo pelo das Irmandades do Espírito Santo, onde é o homem comum a assumir esse papel, pode ser considerado como uma revolução na história religiosa da humanidade. A proposta de con-

cessão da dignidade de interlocutor com a Divindade, entregue ao ho-mem comum é, de facto, uma origi-nalidade no contexto religioso.

ORDEM SOCIALMas olhando ao contexto social, ou ao conteúdo mais geral implícito neste modelo, verifica-se que ele se baseia num princípio que, afinal, já está presente na natureza a todos os níveis, assim como nas sociedades: o de que a responsabilidade pela “or-dem social” não só pode, como deve ser partilhada e gerida por todos os membros do grupo. Está na mestria desta prática exer-cida pelo Culto do E.S. ao longo de séculos a comprovação da exequibi-lidade do modelo. Ter a Igualdade Social como supor-te de um paradigma que se opõem ao hierarquizado, estabelecido pelo senso comum, não é em si uma no-vidade, visto já ter sido abordado em diferentes períodos históricos, por idealistas e filósofos, ganhando a definição de “utopia”, ou de ideal não concretizável, devido ao insu-cesso das várias tentativas (e.g. o Comunismo).No entanto, a novidade que o Culto do Espírito Santo apresenta, através da sua prática multissecular, é a de que o valor Igualdade Social pode funcionar como modelo organiza-tivo de uma sociedade, a exemplo do que se observa a outros níveis de organização. Ao exibir um pa-drão de comportamento ordenado, compatível com o princípio geral de auto regulação de toda a maté-ria (Química, Prigogine e Stengers, 1984) e, aparentemente, impedir que o “interesse próprio” se sobre-

ponha ao funcionamento da “mão invisível” (Economia, Adam Smith, 1776/1981), aqui personalizada pelo valor “Igualdade”, com o qual cada Irmandade se compromete (por es-tatuto), o Culto reafirma na prática a exactidão do princípio da capaci-dade organizativa, existente em to-dos os organismos.

DINÂMICASDO COLECTIVOPor outro lado, as experiências re-alizadas ao longo de cerca de dez anos, sob a orientação de Serge Moscovici (Psicologia Social, 1970s), testemunharam que a ordem social é construída através da interacção entre os vários grupos componen-tes da sociedade, com a influência a circular entre os indivíduos em todos os sentidos, no horizontal tan-to quanto no vertical, não havendo dominância de nenhum deles. Desta constatação, que vem contradizer o senso comum e mesmo estudos anteriores, sobressai o facto de que, no processo social, ou seja, na construção da sua realidade, todos os membros de cada grupo, tanto as maiorias e seus líderes como as minorias, actuam na definição da re-alidade em que vivem (embora dê a ilusão de que são os “chefes” a con-duzir as massas). A conjugação destas várias informa-ções permite uma leitura do prin-cípio defendido e revalidado pelo Culto (Igualdade Social), como fa-

DESTAQUE

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DESTAQUE

rituAis revelAm O COleCtivO

O bOdO COmunitÁriO

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zendo parte do processo “normal” de construção social da realidade e de crescimento social do ser huma-no, na sequência da evolução do es-tado animal (onde a dominância do mais forte, ou mais apto, era regra) para o espiritual, o qual lhe permi-te atingir a ordem social a partir da negociação de ideias e dinâmicas do colectivo.

A LINHADO FUTUROO sucesso da actuação auto regu-ladora observada no Culto, duran-te um tão vasto período de tempo, pode dever-se à aplicação deste princípio.Mas a compulsiva fixação da restan-te sociedade na inevitabilidade de um “líder” impede que a compre-ensão deste facto (de que é o cir-cuito de influências de uns sobre os outros que regula o sistema) siga o seu curso normal. Nesta “cegueira cultural” estará parte da respon-sabilidade pela estagnação em que se encontra o processo evolutivo da humanidade, com consequências de desagregação das suas escalas de valores.As vantagens que a nova proposta poderia trazer ao reformular das sociedades humanas, uma vez li-bertas da distorção da realidade ou da oposição ao seu funcionamento “normal”, são inimagináveis. Embora a acção do Culto possa vir a ser reconhecida como experiência notável, a sua transposição para o meio social poderá nunca aconte-cer. A humanidade poderá nunca conseguir a compreensão dos prin-cípios que regem a sua ordem, e perder assim essa oportunidade de evoluir. Porém, a mera existência da prática do Culto do Espírito Santo, testemu-nhando a capacidade estruturadora do ideal “igualdade social”, mesmo que este nunca transite para o so-cial, marca a excelência do modelo e indica a linha de futuro. Moscovici, Serge; Psychologie des minorités actives, University Pres-ses of France, 1979.Prigogine, Ilya; Stengers, Isabelle. Order out of Chaos: Man’s new dia-logue with nature. Flamingo. 1984.Smith, Adam; Riqueza das Nações. Lisboa: Ed. Fundação Calouste Gul-benkian, 1776, 1981.

* CITCEM - Centro de Investigação Transdis-

ciplinar «Cultura, Espaço e Memória», Facul-

dade de Letras da Universidade do Porto.

*Este artigo versa parte da temática a ser

discutida no V CONGRESSO INTERNACIO-

NAL SOBRE AS FESTAS DO DIVINO ESPIRITO

SANTO, a ter lugar na Ilha Terceira, de 31 de

Maio a 3 de Junho de 2012.

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DirectorMarco Bettencourt Gomes

EditoraHumberta Augusto

RedacçãoJoão Rocha, Humberta Augusto,

Renato Gonçalves, Sónia Bettencourt

Design gráficoFrederica Lourenço

PaginaçãoIldeberto Brito

Colaboradores desta ediçãoAdriana Ávila, Ângela Almeida, Antonieta Costa,António Lima, Carmo Rodeia, Elvino Vieira,Frederica Lourenço, Gabriela Silva,Hélder Fonseca Mendes, Joaquim Neves,José Júlio Rocha, Lino Borges, Luís Brum,Luís C. F. Henriques, Mike Maciel, Paulo Brasil Pereira, Rildo Calado, Rui Oliveira Soares, Rui Sousa,Teodoro Medeiros e Tomaz Dentinho.

Contribuintenº 512 066 981nº registo 100438

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Tiragem desta edição 1600 exemplaresMédia referente ao mês anterior: 1600 exemplares

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As EsTAÇÕEsDOdO EsPÍRitO

A CASANo capítulo II do livro dos Actos dos Apóstolos, quando se narra a experi-ência do Espírito Santo, no Pentecos-tes, entre os vários lugares referidos, o primeiro é curiosamente a casa, só depois vem a cidade, onde se cruzam todos os povos. Assim vemos que a experiência do Espírito começa num sujeito pessoal, numa atitude de fé, que se manifesta simbólica e mate-rialmente. Deste sujeito passa à sua casa, entendendo-se casa por linha-gem, e daqui alarga-se aos parentes e vizinhos. Então, o Espírito Santo acontece na casa daquela família, que, em princípio, é ou será parte de uma irmandade do Espírito Santo, juntamente com outras famílias da comunidade. O principal do fenóme-no, o menos mediático, acontece na casa: um quarto, um trono, um altar, os símbolos do Espírito Santo, a ora-ção, o convívio alegre e fraterno, as esmolas, o jantar, como «função» imputada ao imperador. Tudo isto é possível fazer-se por ini-ciativa pessoal e familiar sem grande interferência da irmandade (impé-rio), e sem qualquer escândalo para esta, muito menos para a paróquia. A casa, o império e a igreja não são lu-gares concorrentes do Espírito, mas concêntricos. Sublinho com maior insistência este aspecto, porque pa-rece ser o menos conhecido. Merece respeito e pudor tal como tudo aqui-lo que é próprio da intimidade. Essa presença e experiência, nas casas, são largas no tempo – sete sema-nas. O fenómeno é de uma discrição, simplicidade e ubiquidade tais, que escapa a um investigador que não possa respeitar o ritmo de tais bati-mentos.

O IMPÉRIOA segunda estação é o império como lugar e como agregação de irmãos que partilham a mesma fé, o mesmo ideal e a mesma prática, salvaguar-dando assim o que por si, individual-mente, poderiam não assegurar.

O império (em sentido terceirense, não mariense), por um lado, é qua-se um lugar paralelo à casa familiar onde a festa acontece, por outro, é o fontanário, a casa do Espírito Santo (em sentido florentino ou corvino) ou da irmandade para onde tudo con-verge. É como um ciclo concêntrico. A articulação entre casa e império é muito diversificada. Há casos em que o império é que faz a festa, indepen-dentemente das casas dos irmãos. Outros, em que a festa é assumida nas casas particulares, sendo o impé-rio um suporte quanto à custódia das insígnias e à realização dos festejos de carácter público mais alargado. A figura do imperador não trata di-rectamente do império, mas da casa,

TEXTO / Hélder Fonseca Mendes

FOTO / Luís Brum

ENSAIO

A festa do Espí-rito Santo come-ça no coração humilde de um crente, enche-lhe a casa de alegria, e passa para o impé-rio no terreiro. Faz-se na Igre-ja, lugar de co-munhão com o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Desce à cidade, ensaiando um novo modo de vida, a que se pode chamar, na globalidade da dinâmica, Im-pério do Espírito Santo.

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onde acontece a experiência religio-sa, de reconhecimento agradecido por algo de extraordinário aconteci-do. O imperador nasce em casa, sen-do reconhecido no império. Ao im-pério cabe-lhe ter um mordomo, no verdadeiro sentido etimológico do termo, aquele que é mais responsá-vel pelo cuidado da casa comum do Espírito Santo e dos irmãos, ou então um procurador, tal irmão mandatado e reconhecido por todos os membros da Irmandade para a representar por tempo determinado.O imperador brota da casa esponta-neamente, por sortes (pelouro) ou por voto próprio (promessa). O mor-domo ou procurador são lugares de governo da irmandade que não inter-ferem no quadro familiar, totalmente autónomo da gestão do império. Ao império cabe-lhe organizar em cada semana do tempo pascal ou mesmo durante todo o ano a distribuição da coroa, assegurando-se de que os ir-mãos garantam a prática do culto do Espírito Santo, sejam como zeladores e ou simples irmãos de pelouro.

A IGREJAApesar do Espírito Santo não ter dono, é como o vento, diz o evan-gelho de João, é de relação pessoal directa, é dos irmãos, é da Igreja. O Espírito Santo é Deus, a Quem (e em Quem) se reza tal como ao Pai e ao Filho. No dizer de São Cipriano, au-tor do século III, no Tratado sobre a Oração Dominical: «o sacrifício mais agradável a Deus é a nossa paz e concórdia fraterna e um povo cuja união seja um reflexo da unidade que existe entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo». Quer dizer que se o Império é obra do Espírito Santo, a Igreja não pode ser obra de outro autor (cf. Act. 5, 39). Foi precisamente por se desejar, desde o século XI na Europa, com os monges (de Joaquim de Fiori) e, de-pois, os franciscanos (nos Açores, a partir do século XV), uma Igreja mais

espiritual, santa, evangélica e frater-na, que apareceu o Império do Espíri-to Santo. Império do Espírito Santo e Igreja não se podem dar mal na subs-tância. A Igreja será melhor quanto mais Império do Espírito Santo for. O Império do Espírito Santo será mais Igreja quanto mais se sentir povo de Deus chamado à santidade e à justi-ça todos os dias. O Império do Espí-rito Santo aparece para que a Igreja seja mais perfeita, e espiritual, me-nos mundana e carnal. Neste sentido é que o Império do Espírito Santo é sempre uma provocação saudável à Igreja toda, pois ela está chama-da à pobreza e à inocência, como à partilha e à abundância, à alegria e à festa, como à santidade e à justiça, frutos do Espírito Santo. Eis a alma e o autor do culto popular.

ENSAIO

em AnGrA, séC. Xvii

imPériO dO OuteirO,

O imPériO é ObrA dO esPíritO sAntO

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AS ALEGRIASdO VÍciO

“A virtude é quando se tem a dor seguida do prazer; o ví-cio, é quando se tem o prazer se-guido da dor”

- Margaret Mead

Alguns momentos de fraqueza que alimentam a alma, libertando-a de um mundo sólido de apatia cinzen-ta. Sempre, o êxtase em celebrar com toda a impunidade a alegria inebriante de um paraíso artificial. Às vezes, moléstia quando afecta de forma evidente a nossa capacidade de autodeterminação. Para todos, benesse imerecida no combate à apatia de todos os dias, muitas mais são as perspectivas que afectam a noção do vício termo que surgiu como uma nova construção

no século XIX.Actualmente, o valor dos meios quí-micos de prazer cresceu significa-tivamente, a par da sua influência económica, social e cultural, sem precedentes, sendo que desde sem-pre existiu uma demanda pelo pra-zer químico. Mas só com o advento de uma revolução técnico cientifica essa noção passou a ser rotulada de “a doença do vício”, com todos os seus estereótipos do viciado como exemplo da degeneração física e mental.Reconhecer a sua influência possibi-litou à ciência a obtenção de novos dados sobre a consciência, memória e imaginação da mente humana, as quais permitiram melhorar a identi-ficação e o reconhecimento de pato-logias de sofrimento individual. O vício permeia vastos domínios da subjectividade, uma ampla pros-pecção do mundo contemporâneo, e torna-se fácil reconhecer as for-mas impróprias na sua promoção e divulgação pelos diversos agentes económicos, modificando de forma algo casual e imperceptível a nossa liberdade.

TEXTO / António Lima

FOTO / Lino Borges

FOTóGRAFO

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O siLÊnCiO DOS INOCENTES

A história é verdadeira, embora alguns pormenores já tenham passado para a banda de lá do esquecimento. No dia da primeira comunhão daquele ano, já longe, por toda a paróquia, não se falou de outra coisa. Um sobressalto íntimo, uma espécie de tristeza colectiva e solidária percorreu muitos habitantes da-quela terra. Nesse dia, os mais blasfemos deverão ter pensado que Deus, em vez de ter descansado no sétimo dia, deveria ter rematado algumas arestas respeitantes à misericórdia, tais como nunca deixar que os filhos morressem antes dos pais ou que os pais morressem durante infância dos filhos.João é o nome fictício de uma criança a quem a mãe tinha morrido, assim, de repente, uns meses antes da sua primeira comunhão. Julgo que aos seis ou sete anos uma criança não apreende a dimensão fatal da morte e acomoda-se mais suportavelmente à ideia de que a mãe foi ter com Jesus. Mas o João chorava muito na escola, pelos intervalos adentro, nos cantos escondidos e nas casas de banho, um chorar baixinho e rouco, como a sua voz, envergonhado e de um tal desamparo que só as pedras não notavam.Falava imensas vezes da mãe e perguntava se o céu era muito alto. O João sabia que, no dia da sua primeira comunhão, ia receber Jesus. A igreja, como sempre por essas ocasiões, cheia como um ovo. Os cânticos do grupo coral a solenizar a missa e o sermão quase eterno do padre a demorar, como muitas vezes, a cerimónia. A celebração continuou, bem ensaiada, os meninos engravatados ou com “papillon”, como se usava, as meninas brancas como an-jinhos. Os pais, solenes e comovidos. No abraço da paz, o sacerdote convidou as crianças, que eram muitas, a dar um beijinho aos pais. Aconteceu, então, o inevitável. Muitos presentes viram o João sair do seu lugar e descer o corredor central, a olhar para um lado e para o outro, como se estivesse à procura de alguém. Há quem afirme que o viu chegar até ao guarda vento. Quem jure até que o ouviu chamar pela sua mãe, mas isto podem ser coisas que as pessoas acrescentam depois do facto.O certo é que todos perceberam tudo, quando viram uma senhora bondosa e comovida trazê-lo para cima, pelo corredor central, com as mãos sobre os om-brozinhos do miúdo, a segredar-lhe algum conforto aos ouvidos. O João vinha com as mãos a tapar o rosto, que se via muito vermelho, a chorar: de mágoa, de desilusão, de desgosto, ou simplesmente de vergonha por aquilo que, impulsi-vamente, tinha feito, ainda hoje não sei. Sei que chorou. E as lágrimas inocentes de uma criança são, como escrevia Dostoiévski, matéria mais que suficiente para levantar um porquê a Deus.Agora à distância de mais de 35 anos, julgo que, para o João, o Jesus que ele ia receber, e que lhe ficara com a mãe, talvez a pudesse trazer de visita no dia em que vinha ter com ele. Nunca lhe perguntei nada sobre o que se passou naque-le dia. Nutri sempre por esse acontecimento um respeito sagrado, mítico, até porque, por mais voltas que desse à cabeça, não concebia nada mais doloroso do que perder a mãe.Agora, já na casa dos quarenta, olho para esse acontecimento com imensa ter-nura e um picozinho de comoção. Quando somos crianças e nos ensinam coi-sas sérias, acreditamos em tudo. Quando há coisas que não compreendemos, procuramos sempre a solução mais simples. Lembro-me de um velho rádio, um majestoso Nordmende, anos 50, que meu pai acendia para ouvir as notícias ou os relatos de futebol. E de olhar lá para dentro, através dos buraquinhos de platex da parte de trás, para ver se as pessoas estavam lá dentro. Estou tentado, da próxima vez que encontrar o João, a perguntar-lhe se viu a sua mãe entre as pessoas da igreja. É essa a única resposta que me interessa.

OPINIÃO

TEXTO / Pe. José Júlio Rocha

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NO MEU CAISNo meu cais há muitos destroços! Dele, parti inúmeras vezes à pro-cura de mim, das ver-dades que imaginei, de pessoas sofridas dentro da alma sôfrega da mi-nha adolescência e mais tarde, na idade madura, das minhas asas parti-das pela deceção.Partir é encher-se de coragem para mudar. De alguns lugares, a partida física é difícil mas quan-do se tem um objetivo, quando o sonho é maior que o medo, nada nos detém.Em pequena, ouvia falar de partida como uma fatalidade. O emigrante das ilhas que partia a salto, em baleeiras que demoravam semanas para aportar ao El Do-rado, os baleeiros que partiam à procura dos cetáceos que alimen-

tavam famílias e que, muitas vezes, não vol-tavam nunca mais. E tinha medo. Às vezes, deslocava-me à “vigia” de onde se avistavam as baleias e aquele imenso mar, mesmo ali á minha frente, parecia-me uma imensa provocação. Ao medo e à aventura! Mas nos dias de vapor, chegavam à ilha pes-soas, que cheiravam a mundos estranhos, ho-mens sorridentes, com grandes pastas, que mostravam coisas no-vas. Eram arautos do progresso, mensageiros de novidades. Os barcos de carga, transportavam do navio ao cais, algumas coisas que fariam a dife-rença para nós, nas se-manas seguintes: açúcar ao quilo, farinha, tudo ao quilo, pesado a rigor e embrulhado em papel pardo que se guardava, dobrado religiosamente, para reutilizar. Algumas vezes, vinham emigran-tes! Traziam navalhas de falquejar, águias de oiro cintilante e anéis gran-des no dedo “mindinho”. Contavam histórias fan-tásticas de enormes “buldingues”, fartura, trabalho bem pago, vida mais fácil e salários a tempo certo. Eram vo-zes que convidavam subtilmente a partir, a arriscar! E toda a gente tinha sonhos e suores frios quando pensava em deixar a pequena terra onde nascemos, à pro-cura de futuro em terre-no tão incerto como este passa-palavra de quem chega a uma terra pe-

PARTIDAS

TEXTO / Gabriela Silva*

FOTO / Elvino Vieira

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M A R Ç OS — 7 14 21 28 —T 1 E 15 22 29 —Q 2 9 16 23 30 —Q 3 10 17 24 31 —S 4 11 18 25 — —S 5 12 19 26 — —D 6 13 20 27 — —

A B R I LS — 4 11 18 F —T — 5 12 19 26 —Q — 6 13 20 27 —Q — 7 14 21 28 —S 1 8 15 F 29 —S 2 9 16 23 30 —D 3 10 17 P — —

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J U L H OS — 4 11 18 25 —T — 5 12 19 26 —Q — 6 13 20 27 —Q — 7 14 21 28 —S 1 8 15 22 29 —S 2 9 16 23 30 —D 3 10 17 24 31 —

A G O S T OS 1 8 F 22 29 —T 2 9 16 23 30 —Q 3 10 17 24 31 —Q 4 11 18 25 — —S 5 12 19 26 — —S 6 13 20 27 — —D 7 14 21 28 — —

S E T E M B R OS — 5 12 19 26 —T — 6 13 20 27 —Q — 7 14 21 28 —Q 1 8 15 22 29 —S 2 9 16 23 30 —S 3 10 17 24 — —D 4 11 18 25 — —

O U T U B R OS — 3 10 17 24 31T — 4 11 18 25 —Q — F 12 19 26 —Q — 6 13 20 27 —S — 7 14 21 28 —S 1 8 15 22 29 —D 2 9 16 23 30 —

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D E Z E M B R OS — 5 12 19 26 —T — 6 13 20 27 —Q — 7 14 21 28 —Q F F 15 22 29 —S 2 9 16 23 30 —S 3 10 17 24 31 —D 4 11 18 N — —

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quena, onde partir está nos genes de qualquer um que se preze!Ah, partir, nas asas de uma “ganhoa” ou num barco de pesca, apanhar algures um transatlân-tico e correr mundo! Também sonhei. Sonhei e fui.Ao princípio, acreditei ter encontrado o paraí-so. Toda a gente pensa que a felicidade está onde ainda nunca esti-vemos. Se a felicidade tivesse morada, já teria sido encontrada, estou certa. Mas não pensei nisso. E continuei à pro-cura.

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SE A FELICI-DADE TIVESSE MORADA, JÁ TERIA SIDO ENCONTRA-DA, ESTOU CERTA. MAS NÃO PEN-SEI NISSO. E CONTINUEI à PROCURA

PARTIDAS

PArtir, nAs AsAs de umA

“GAnhOA” Ou num bArCO de PesCA

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28 maio 2012 / 28

OPin-iOnaRticLE HEad-LinECOVER-AGETEXTO / Frederica Lourenço

Corat res et pore, siminis et debitas imporrundis dolorem denihil iundis vid explacias am, seque dolupta tem-qui quaspellandi debis a non eatur, im lam reped ut aliquo omnit aut quae-cea voles aut occus ut quatem diation poratem excearumquid que sequaere nonseque niet explitio blabo. Bo. Nam, te sant exerit remodit volore nimod magnatat anit adi quo commolectur aut ium non pedignam invelenim vo-luptat. Hillabor alibea con repremquid endes sande dunt eaturibusdam aut rest rernam quid eatem sunditasped que mi, odion por arciae maio. Itati-bus, si odit ist, quae ditatem nos nes dignatur, quaepro dustibus eatem quis auta aliatiatum net volorerum, consed que rere occuptature exper-

ci piscit verro quibus repre magnat magnam sunt dis nam quo dolorum quature scitium quatesto mos alicti rendiae similibere, cus, simusant, sae cum as sam ipiende rfernam se pro eicatibea quosa nonsed evendamet maximpo reicabo ritibusci sequostia nobitae ctoribu sciaeca boratquatem arum re repudit voluptate sus quiasi apereri onsent aliquatem illiquis est, sam qui demporporpor as dolectis aut quisque molupti assincti sit, ut labo. Bis derchil ilitam sit ped mi, offi-cab ipsant est veleseq uodiamus es ilibus, ommoluptatur aci andam et alit aut volorep ellendaero dolore mod et ulparum incias molorro to blaboria simoluptate nostion sectene vent undam ium qui quide consed quis-sequatus magnien imint, que re quo moditate volore laut asitatus, quia-temos que venet restia quia corunt. Ciendio con rehenis ipsunt ullupta si net dolore nos assitatqui rerrovi di-cidunt, quatur rectiumque rem que netur? Acerum eicae voluptiore mi-nihillabo. Vitatus, omnihicitate nihilit qui ut et volor audae quam essunti ossum, omnim hic totat. Uga. Itatem alibus dolo tem. Lesciam evelectur sanihiciae pos porum, si temporr ovi-dunt iatqui utenis nis et volupiene vo-lupta denduci llaces sinum, occus aut volendi blaborem fugiaecupici

“além das aptidões e das qualidades herdadas, é a tradição que faz de nós aquilo que somos.”

albert Einstein

PORTUGAL PODE SER CAMPEÃO EUROPEU DE FUTE-BOL?

QUESTIONÁRIO

sim 41,47%

nãO 58,53%

CARTOON

óCIOS / OPINIÃO

AS MAiS VistasONLINE

Desporto Adaptado ATLETA DO PICOVENCE TRÊS MEDALHAS DE OURO EM ANGRA

No novo hospitalSALA DE CULTO SEM QUEIXAS

F. S.

ENTRETENIMENTO / OPINIÃO

07 maio 2012 / 28

“Citação e/ou frase aqui.”

AS MAIS VISTASONLINE

A MA-ÇONARIA INFLU-ENCIA A POLÍTICA PORTU-GUESA?

QUESTIONÁRIO

SIM

NÃO

CARTOON

Título Aqui

Título Aqui

KNAPPATEXTO / Frederica Lourenço

Possivelmente a utilidade é nenhuma. Já a originalidade é tanta, que só por isso vai ser, concerteza, um sucesso de vendas.A ideia partiu dos ateliers de design da IKEA: somaram câmara fotográfi-ca digital a ecologia, revestiram-na de cartão, adicionaram-lhe 2 pilhas AA e pronto, ficou incrivelmente gira. Tem um capacidade de armazenamento para 40 fotografias com resolução de 2.3MP, não tem ecrã de pré-visuali-zação, mas oferece-nos um pequeno buraco no papelão para espreitar. E depois basta termos uma entrada USB no computador, um cabo e pronto, já podemos publicar as fotos nas redes sociais.Por enquanto ainda não está à venda. Foi lançada em Milão em Abril passa-do, tendo sido incluída no kit de imprensa de um evento e distribuída pelos jornalistas presentes. Agora, está na fase de enamoramento com o público, ou melhor, do público por ela.

IKEA KNÄPPA DIGITAL CAMERA

..I am a fan of

Page 29: revista U 11

28 maio 2012 / 29

SOLAS P’AS dEscaLÇasFundada em 2006 em S.Vicente Ferreira, em S. Miguel, a cooperativa cultural Descalças tem actuado no âmbi-to da criação e produção artística, principalmente nas

COOPERATIVA

áreas musical, teatral, ci-nematográfica e literária, sendo responsável pela Casa Descalça a funcionar em Ponta delgada.Neste espaço, para além de produções culturais

sEis anOs dE Vida

ANGRA património

Angra do Heroísmo, Cidade Património Mundial, far-se-á representar nos próximos dias 30 de Maio a 1 de Junho no Colóquio intitulado “Desafios e Oportunidades na Conservação e Gestão do Património Urbano”, em Bruges, na Bélgica. Organizado pela cidade de Bruges e pelo Governo da Flandres, o referido evento reflectirá sobre a problemática da conciliação desenvolvimento e preservação do Património Mundial. O Colóquio compreenderá quatro Workshops, “Desa-fios e questões relacionados com arquitectura contem-porânea & Desenvolvimento Urbano para as Cidades Património Mundial”, “Desafios económicos e questões para as Cidades Património Mundial”, “Desafios e ques-tões relacionados com gestão e monitorização a longo prazo para as Cidades Património Mundial” e “Patrimó-nio Mundial, responsabilidade partilhada”.Angra do Heroísmo será oradora neste último workshop intitulado “Património Mundial, responsabilidade parti-lhada”, sendo que a apresentação incidirá sobre a recu-peração do centro histórico após o sismo de 1980.

CULTURA

A atenção não deve ser monopolizada pelo realismo natural na apresentação do tema central na pintura, o risco de desvirtuar o potencial de acesso a diversas realidades e interpretações pelo simples naturalismo empobrece a experi-ência do estético.Assim sendo, para aju-dar o leitor a ter outra segurança e deleite na “leitura” de uma obra contemporânea de arte vou apresen-tar uma pequena lista de elementos centrais e sempre presentes na realidade criativa actu-al, fruto de séculos de evolução continua. representacional – toda a arte visual é re-presentational, é entre realidade e representa-ção que nasce a arte, o artista deve recriar.Composição – a ur-gência de estruturar o espaço da pintura é primária, determinante para a aparência do trabalho. O elemento estrutural apesar da sua indispensabilidade não se mantém sozi-nho necessitando de dialogar com as res-tantes categorias. expressão – o balanço entre visão externa e interna dá primazia de-cisiva á visão interna. O mundo filtrado pela sensibilidade única e pessoal, compreensão da original observação do artista.decoração – o com-promisso pela solução elegante, nas mãos de um artista talentoso a decoração torna-se parte de um variado e complexo reportório criativo, que em cria-dores inaptos pode tender para um orna-mentalismo vazio no mínimo podendo ser aceite como design.fantasia – estabelecida no lado oposto á razão, um mundo onde a ló-gica se dissolve numa ordem extra-racional e intuitiva.A habilidade do pintor em pensar é reforçada pela capacidade em sonhar, a fantasia vai enriquecer o vocabu-lário artístico e apro-fundar o significado da sua arte.

* Artista plástico.

ELEMEntOs dE PiNTURA MODERNA

TEXTO / António Lima *

regulares desenvolvem oficinas de formação e promo-vem a edição de livros e música.Após seis anos de actividade a cooperativa vive numa situação financeira difícil que põe em causa a continui-dade do projecto tendo realizado a 18 de Maio, uma fes-ta de angariação de fundos.Siga a sua actividade em http://descalcas.blogspot.pt/

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BAThSTEXTO / Adriana Ávila

Will Wiesenfeld. Oriundo da Califórnia, desde criança que a música faz parte do seu contexto, aos quatro anos aprendeu a tocar piano, 20 anos mais tarde adop-ta o pseudónimo de Baths eis senão quando lança o seu primeiro e até agora único álbum, intitulado Cerulean, lançado 2010 pela editora independente Anticon. Este trabalho foi gravado durante dois meses a partir do seu quarto. Segundo as críticas, nomes como Björk e Flying Lotus, fazem parte do leque de influências para Will. A discografia de Baths incluí também um EP de 7” The Nothing, lançado no ano anterior pela mesma editora.

tHE nOtHinG

Com um som um pouco fora do comum, Wiesenfeld uti-liza alguns samples de voz e de qualquer som quotidia-no que lhe pareça pertinente criando uma composição agradável, para os fãs. Sem dúvida, uma música para bater o pé, agora que se aproxima o Verão.

fESTA/SERRALVESSerralves, no Porto, abre mais uma vez as suas portas nos dias 2 e 3 de Junho para o festival Serralves em Festa, o maior acontecimento de expressão artística em Portugal, com música, performance, dança contemporânea, im-provisação, teatro, cinema, circo, fotografia, vídeo, visitas orientadas, exposições e outras actividades.

FADA sOLidÁRiaPara assinalar o Dia Mundial da Criança, o Centro

Cultural de Angra do Heroísmo recebe, no dia 1 de

Junho, pelas 10h30, a peça “ A Fada Solidária”.

Uma organização da Biblioteca Pública, esta peça

infantil é apresentada pelo Grupo de Teatro Galáxia

com autoria e encenação de Flávia Medeiros.

O espectáculo tem a participação de Ana de Sá, Ana

Clara Ávila, Camila Silveira, César Pimentel, Daniela

Medeiros, Íris Pedro, Madalena Oliveira, Mafalda Oli-

veira, Maria Araújo, Maria Domingues e Rita Sales.

60 AnOs de selosO Núcleo Filatélico de Angra do Heroísmo (NFAH) celebra o seu 60º aniversário com uma sessão solene no dia 12 de Junho e a inauguração de uma mostra comemorativa no dia 10.A sessão solene terá lugar a partir das 18h30 na sede da As-sociação de Bombeiros Voluntário de Angra do Heroísmo.Do programa consta a apresentação do novo logótipo do NFAH, o lançamento de selo e carimbo comemorativos e ainda a palestra “ Açores, uma agradável tentação filatélica” por Luís Fernandes.A exposição está patente até 8 de Julho.

CULTURA

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28 maio 2012 / 31

ESPiRiTO santOA ilha Terceira acolhe, de 31 de Maio a 3 de Junho, a quinta edição do Congresso Inter-nacional do Culto do Divino Espírito Santo.

CONGRESSO

Trata-se de um en-contro organizado pela direcção re-gional das Comu-nidades que con-grega as vertentes teórica e prática de uma tradição reli-giosa dos Açores

presente inclusive nas comunidades de emi-grantes radicados em diferentes pontos do mundo. Estados Unidos da América, Canadá, Bermuda, Havai, Brasil, Uruguai, Portugal Continental e Açores estarão representados no evento que decorrerá de 31 de Maio a 3 de Junho.

dia 1 de junho celebra-se o dia mundial da Crian-ça e o relvão em Angra do hero-ísmo irá receber, das 10h00 até às 14h00, um conjun-to de actividades pensadas para os mais pequenos.uma organização da Câmara muni-cipal em parceria com o serviço re-gional de Protec-ção Civil, está pre-vista uma tenda encantada animex, um parque pula pula animex, jogos tradicionais, acti-vidades de orien-tação, entre outras supresas.

intERnaciOnaL

OPINIÃO / AGENDA

OPINIÃO / AGENDA

07 maio 2012 / 31

CCTVTEXTO / Rildo Calado

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Está pronto um dos edifícios mais fabu-losos que tive a oportunidade “sentir”: a sede da China Central Television (CCTV). O edifício idealizado para comportar vá-rios escritórios, estúdios, salas de pro-dução e transmissão, é o maior projecto do gabinete OMA, com 473 000m². A construção teve início em 2004, tendo sofrido atrasos e imprevistos durante os 8 anos da sua construção. Apresenta-se como um elemento escultórico de linhas puras que desafia as regras da gravidade de forma progressiva, à medida que se eleva do chão. Com uma aparência espe-lhada rasgada por linhas que se cruzam (que começam e acabam sem aviso) e que criam um padrão que se assemelha às pistas de um circuito impresso de um chip. O projecto foi o selecionado num concurso internacional entre dez propos-tas. Rem Koolhaas e Ole Scheeren foram os nomes que representaram a equipa de arquitectos do OMA com o desejo que o edifício fosse um símbolo de mudança.

www.oma.eu

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