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1 | 03 DE JUNHO, 2014 | Ultra

Revista Ultra

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Saiba mais informações sobre esta copa.

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1 | 03 de junho, 2014 | Ultra

2 | 03 de junho, 2014 | Ultra

Diagramação: Rafael, Diego e Ueslei. Redator: Ueslei e Willians;Infográfico: Diego e Rafael.Pesquisa de Contéudo: Diego, GustavoRafael e Willians; Tratamento de Imagens: Rafael.Ilustração: Rafael Cordenador do curso: Gilberto lessaOrientadora do PIM: Yone Dias

EDITORIALultra, no dicionário do futebol, é aquela torcida que não importa a condição do jogo, o resulta-do ou o clima está lá empurrando o time todo o tempo. e, diferente das organizadas, sem orga-nização hierárquica. Pessoas que torcem porque gostam de futebol, sem se esquecer das con-dições sócio-políticas que os envolvem. daí o nome da revista. A ultra veio de como vemos, ou víamos, a Copa do Mundo. Que agora é feita aqui, toma nossas ruas, muda nosso percurso para ir trabalhar, nos-sa rotina de trabalho e até as férias escolares das nossas crianças. nos joga na cara instalações milionárias, construídas para acolher seu público. enquanto nós brasileiros, continuamos submeti-dos à falta de estrutura até nos eventos mais bá-sicos de nosso cotidiano, como aquele momento em que precisamos recorrer ao Sistema Único de Saúde, o SuS. Quanto ao futebol, ele sempre será apreciado. desde criança, gostamos de brincar com bolas de futebol profissional, bolas de papel ou de chu-tar latinhas de refrigerante no intervalo da esco-la, no famoso “passou-levou”. o fato é, se fute-bol não fez parte da sua vida, você não vive no Brasil. ele está inserido em nosso cotidiano tão profundamente, que pode não ser o seu espor-te preferido, mas onde foi aquele último show do Iron Maiden? o futebol está profundamente atrelado à cultura do brasileiro. Aqui, nos empenhamos em buscar fatos em todo o território nacional que têm, de alguma forma, relação com a Copa. Por serem muitos, dividimos o conteúdo em quatro partes. Que são: Turismo, estádios, Curiosidades e Protestos. As providências tomadas no setor de serviços relacionados ao turismo para que alcançásse-mos o alto-padrão foram admiráveis, porém la-mentamos pelas obras estruturais que compe-tem ao Governo Federal. Assim como também aconteceu nos estádios com seus projetos im-pecáveis, milionários e, atrasados. o que nos sobra então são as boas histórias desses vá-rios anos do evento na seção Curiosidades, e o levante da população contra a famigerada Lei Geral da Copa. Gostamos de futebol e de Copa do Mundo, mas não da forma como está sendo feita aqui no Brasil.

EXPEDIÊNTE

3 | 03 de junho, 2014 | Ultra

Sumário6 | Turismo

12 | ORÇAMENTOorçamento de estádios para Copa chega a R$ 8,9 bilhões

Praias, música e cultura. Tenha idéia dos gastos de turistas e brasileiros no mundial.

15 | Prazo de entrega dos estádios

16 | Curiosidades da copa do mundo

20 | Vai ter protesto na Copa?

estádios da Copa iniciam 2014 em obras e rompem prazo dado pela FIFA

os momentos e dados mais curiosos sobre a história das copas do mundo

o mundo inteiro está de olho no Brasil poucos meses antes do início da Copa do Mundo.

4 | 03 de junho, 2014 | Ultra

https://www.garoto.com.br/

5 | 03 de junho, 2014 | Ultra

6 | 03 de junho, 2014 | Ultra

Todas as belezas do Rio já foram descritas das mais diversas formas

e intensidades, em versos, prosa e música. e, quando o tema é turismo na cidade ma-ravilhosa, não há como fugir de fazer parte do coro. o Rio é arrebatador.

A feliz combinação entre serra e mar criou cenários des-

lumbrantes. do alto de suas pedras monumentais e picos, a cidade mostra suas cores. Vis-tas do Cristo, do Pão de Açú-car, da Pedra da Gávea, elas confirmam sua exuberância: o verde da mata, azul do mar, o branco das areias e todas as outras matisses e contrastes resultantes das misturas de paisagens, prédios e pessoas.

e, a partir do nível do mar, a sensação é a de que os mor-ros abraçam o Rio e suas be-las praias. na orla, a vida pul-sa nos calçadões e ciclovias pelas charmosas Copacabana, Leblon, Ipanema, Flamengo e Botafogo, com gente bonita o tempo todo circulando a pé, de bike e contemplando a paisa-gem, praticando esportes.

Praias, música e cultura fazem do Rio de Janeiro uma cidade verdadeiramente maravilhosa

| Turismo

7 | 03 de junho, 2014 | Ultra

À noite, os arcos da Lapa são um portal de entrada para a boemia. de dia, ali no centro, a capital do império reserva muitas histórias.

A cidade é inegavelmente bela, mas também temida. o crescimento populacional de-sordenado para os morros nas áreas centrais e nobres tornou as favelas parte integrante

da paisagem. e o contraste formado pela desigualdade so-cial, que muitas vezes aproxi-ma a criminalidade dos mora-dores e dos turistas, também tem a face do convívio amigá-vel incorporado à identidade da capital carioca.

A pacificação de algumas das maiores favelas, como Ro-cinha, dona Marta e do Com-

plexo Alemão, deu uma trégua ao medo de muitos visitantes, que hoje curtem visitas nas comunidades antes fechadas.

http://viagem.uol.com.br

“Principais cartões-postais do Rio de Janeiro, o Corcovado e a estátua do Cristo Redentor são pontos turísti-cos obrigatórios”

Ricardo Zerrenner/Riotur

8 | 03 de junho, 2014 | Ultra

Turismo em São Paulo

Estrategicamente localizado na região Sudeste do País, o Estado de São Paulo destaca-se por sua força econômica, diversidade cultural e também pela infraestrutura.

Seus 645 municípios estão conectados por meio de ótimas estradas, elenca-das sempre entre as melhores do País,

e por 35 aeroportos, dois deles internacionais: o Aeroporto Internacional de Guarulhos, a 30 quilômetros da capital, e o de Viracopos, em Campinas, a 100 quilômetros e localizado em uma região em franco desenvolvimento. Ambos passam por obras de ampliação para atender à crescente demanda.

os 11 milhões de habitantes da capital pau-lista e seus visitantes dispõem de uma rede de trem e metrô com mais de 330 quilômetros, que chega inclusive a alguns municípios da região metropolitana. esta malha metroferroviária está em expansão e trens e sistemas de controle an-

tigos passam por reforma, com o objetivo garan-tir menor intervalo entre os trens, além de mais conforto e segurança aos passageiros.

São Paulo é conhecida como a capital de ne-gócios do País. Para se ter ideia, uma feira de negócios é realizada a cada três dias e o estado possui uma das melhores estruturas de pesquisa e desenvolvimento da América Latina. Porém,

São Paulo não é só trabalho. A cidade ofere-ce fartas opções de lazer e entretenimento. São apresentações de orquestras, óperas, exposi-ções, shows e espetáculos nacionais e interna-cionais. espalham-se pela cidade 125 museus, 164 teatros, 54 parques e áreas verdes e um au-tódromo internacional, que recebe o GP Brasil de Fórmula 1. Seus 15.000 restaurantes – mui-

| Turismo

9 | 03 de junho, 2014 | Ultra

tos deles de padrão internacional reconhecido – representam 52 tipos de cozinha.

São Paulo é a cidade mais visitada do País, e para atender a todo este público conta com a maior e mais qualificada rede hoteleira do Brasil – mais de 42 mil apartamentos em hotéis, pou-sadas em flats. Há ainda centenas de quartos disponíveis nos hostels para os “mochileiros”.

Para quem quer ir além da vida agitada da me-trópole, São Paulo oferece surpreendentes op-ções de turismo. Praia, fazenda, serra, aventura, rota histórica e circuito religioso.

São Paulo tem roteiros para todos os gostos, alguns deles a poucos quilômetros da capital.

Fonte:http://www.copa2014.sp.gov.br/preparativos/

Masp, um dos principais pontos turísticos de São Paulo

Hotel Royal Palm Plaza - Nova Califónia, em Campinas.

10 | 03 de junho, 2014 | Ultra

Turistas vão gastar R$ 25 bilhões na Copa de 2014, prevê EmbraturTuristas brasileiros e estrangeiros vão gastar juntos R$ 25,2 bilhões na Copa do Mundo de 2014, estima a Embratur, estatal do setor.

Turistas brasileiros e estran-geiros vão gastar juntos R$ 25,2 bilhões na Copa do Mun-do de 2014, estima a embra-tur, estatal do setor.

A projeção equivale a 28 ve-zes o que os turistas gastaram na jornada Mundial da juven-tude (jMj). Segundo cálculo da uFF (universidade Federal Fluminense), R$ 900 milhões saíram do bolso de 1,3 milhão de pessoas no evento. o valor ficou acima da expectativa da embratur, de R$ 660 milhões.

A maior parte das despe-sas previstas para a Copa de 2014 é de turistas brasileiros. A projeção é que 3 milhões de viajantes nacionais vão gastar R$ 18,3 bilhões, nas 12 cida-des-sede do evento.

São esperados ainda 600 mil estrangeiros -o dobro dos que foram à África do Sul em 2010-, que devem injetar R$ 6,8 bilhões. A estimativa foi feita com base no histórico de fluxo de turistas para o país e na procura por ingressos na agência da Fifa.

O valor de gastos fica próxi-mo de tudo que foi gasto por estrangeiros no Brasil no pri-meiro semestre deste ano: R$

7 bilhões, segundo conversão dos dados do BC pelo dólar médio do período.

no caso do estrangeiros, que costumam ficar mais que duas semanas, acompanhan-do todo o evento, a expecta-tiva é de gasto total médio de R$ 11,4 mil na Copa.

Para as estimativas de gastos de brasileiros, foi con-siderada uma estadia média de dez dias na cidade-sede. o Rio é o local mais caro: projeta-se um gasto diário de R$ 824 por pessoa que inclui hospedagem, alimentação, transporte e compras.

A variação de custo entre as cidades se deve às diferenças nos preços da hospedagem. Depois da capital fluminen-se, as sedes mais caras são Brasília (R$ 824), Belo hori-zonte (R$ 709) e São Paulo (R$ 645). As mais baratas são natal (R$ 412) e Curitiba (R$ 422).

Apesar da fama turística do Rio, a cidade que deve receber mais gente é São Paulo (595 mil turistas).

Segundo o economista da embratur Leandro Garcia, são esperados mais viajantes

na capital paulista porque a cidade é o principal ponto de conexão aérea.

"Algumas pessoas devem aproveitar a escala e ficar para os jogos locais", afirma.

PREPARAÇÃOA um ano da Copa do Mun-

do, outra pesquisa da embra-tur com turistas estrangeiros que vieram à Copa das Confe-derações mostrou que apenas 55,6% dos entrevistados con-sideram que o país está prepa-rado para o Mundial de 2014. outros 29% disseram que não está, e 15,4% responderam que não sabiam.

Para o presidente da em-bratur, Flávio dino, a avalia-ção dos turistas foi impactada pelas manifestações de junho, mês em que ocorreu o evento prévio à Copa.

As principais reclamações dos turistas estrangeiros na Copa das Confederações e na jMj foram em relação ao transporte urbano e aos servi-ços de internet e telefonia.

| Turismo

Fonte:http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2013/08/1322174-turistas-vao-gastar-r-25-bilhoes-na-copa-de-2014-preve-embratur.shtml

11 | 03 de junho, 2014 | Ultra

MOVIMENTO LOCALEstimativa das cidades por brasileiros

São Paulo

Rio

Brasilia

Belo Horizonte

Fortaleza

Salvador

Recife

Porto Alegre

Curitiba

Natal

Cuiabá

Manaus

3,84

3,53

1,67

1,53

1,51

1,49

1,01

0,95

0,86

0,85

0,66

0,46

Gasto total esperado,em R$ bilhões

Turistas esperados,em mil

594,9

422,7

202,3

216,4

283,5

281,5

162,9

207,9

204,6

205,6

122

95,6

12 | 03 de junho, 2014 | Ultra

Orçamento de estádios para Copa chega a R$ 8,9 bilhões

O jornal O Estado de S. Paulo publica nesta segunda-feira informações de um relatório que indica um aumento superior a 300%

no custo total de construção e reforma de estádios para a Copa do Mundo de 2014. Segundo a publi-cação, o primeiro levantamento técnico da Fifa no País, realizado em 2007, estimava um valor total de R$ 2,6 bilhões para o setor. Já o último documento aponta gastos de R$ 8,9 bilhões.

A reportagem cita que o primeiro relatório é assinado por Hugo Salcedo, coordenador de uma inspeção realizada em setembro e outubro daquele

ano. Foram visitadas cinco cidades das 18 que apre-sentaram projetos para receber jogos do Mundial.

O Brasil terá 12 sedes em 2014, um recorde na história da Copa. Com a inauguração da Arena das Dunas, em Natal, na última semana, cinco estádios ainda não foram entregues, atraso que obrigou a Fifa a pressionar o Brasil com frequência. Por outro lado, o valor elevado das obras tem norteado os protestos contra a Copa, como os ocorridos nesse ultimo final de semana. Copa, como os ocorridos neste último fim de semana.

12

| ORÇAMENTO

13 | 03 de junho, 2014 | Ultra

Estádios da Copa de 2014 custam 66% mais do que previsto

O valor gasto para a construção dos 12 estádios da Copa do Mundo no Brasil em

2014 é 66% maior que o previsto na Matriz de Responsabilidades assinada em 2010. Em valores absolutos, o orçamento subiu de R$ 5,3 bilhões para R$ 8,9 bilhões - incluindo os estádios privados bancados pelos clubes, mas financiados com dinheiro Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que já cedeu R$ 871,9 milhões aos clubes. As informações foram atualizadas pelo Ministério do Esporte na segunda-feira.

No entanto, essa não é a conta feita pelo Ministério do Esporte, que compara a elevação atual dos gastos com o último balanço das obras, divulgado em dezembro do ano passado, período no qual se verifica uma elevação de quase R$ 900 milhões com estádios. Se for comparado com o previsto em 2010, o orçamento subiu R$ 3,8 bilhões. Também não é in-cluído na conta do governo os R$ 900 milhões que serão pago pelo Estado da Bahia à concessionária

responsável pela Fonte Nova, dividido em parcelas anuais de mais de R$ 100 milhões, durante 15 anos.

O estádio mais caro é a Fonte Nova. O custo previsto incial-mente em R$ 591,7 milhões subiu para R$ 689,4 milhões, somada a já citada contrapartida - criticada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) - que eleva o total R$ 1,6 bilhão, 172% acima do previsto.

Isso acontece porque a escol-ha da empresa responsável pela reconstrução da Arena Fonte Nova foi feita com base na contra-prestação que seria paga governo do Estado. Ainda assim, o gover-no baiano comemora a economia de aproximadamente 0,2% (R$ 4,5 milhões) do total da obra porque pagará R$ 107,3 milhões anualmente, menos que os R$ 107,6 milhões previstos no edital.

No entanto, existe uma di-vergência com o TCU, uma vez que o governo baiano alega que o valoir a ser pago é de R$ 99 milhões, desde 2009, mas esses números não são os mesmos dis-pioníveis nos portais da trânspar-ência do governo federal, atualiza-

dos depois de 2009.Fonte Nova é o estádio que

mais se encareceu: custo ficou 289% do que assinado em 2010

O Estádio do Mineirão teve a segundo maior variação de orçamento com aumento de 63% do valor em relação aos R$ 426 milhões previstos em 2010, mas é uma PPP, financiada com em-préstimo de R$ 400 milhões do BNDES feito pelo governo do Estado. Entregue em fevereiro de 2013, o estádio mineiro custou R$ 695 milhões. As autoridades responsáveis pela obra justificam que quando foi assinada a matriz de responsabilidades, ainda não tinha sido feito um projeto que contemplasse todas as exigências necessárias.

O segundo estádio mais caro foi o Estádio Nacional de Brasília, o Mané Garrincha, que custou mais de R$ 1,4 bilhão, 88% acima dos R$ 745,3 milhões previstos incial-mente. Além disso, o governo do Distrito Federal arcou com todos os cursos sem recorrer a financia-mento do BNDES.

O TCU classificou o estádio como um dos “elefantes brancos

“O Estádio do Mineirão teve a segundo maior variação de orçamento com aumento de 63% do valor em relação aos R$ 426 milhões previstos em 2010

14 | 03 de junho, 2014 | Ultra

” da Copa. A justificativa das au-toridades é de que o estádio se tor-nará uma arena multiuso. Em maio foi disputado no local o jogo entre Santos e Flamengo, pela primeira rodada do Campeonato Brasileiro, que gerou a renda recorde de R$ 10 milhões. No entanto, o governo do Distrito Federal cedeu o estádio por uma taxa de apenas R$ 4 mil.Em contato com o Terra, a coor-

denadoria de comunicação para a Copa afirmou que para a obra do Estádio Nacional de Brasília está prevista a aplicação do redutor do Regime Especial de Tributação para Construção, Ampliação, Reforma ou Modernização do Estádios de Futebol (Recopa). Desta forma, como o governo do Distrito Federal pede a aplicação retroativa do benefício, o valor

final da obra ficará em aproxima-damente R$ 1,2 bilhão.

Estádio Valor em 2010** Valor em 2014** Variação

Mineirão (Belo horizonte) R$ 426.100.000,00 R$ 695.000.000,00 63%

estádio nacional (Brasília) R$ 745.300.000,00 R$ 1.403.000.000,00 88%

Arena Pantanal (Cuiabá) R$ 454.200.000,00 R$ 570.100.000,00 26%

Arena da Baixada (Curitiba) R$ 184.500.000,00 R$ 326.700.000,00 77%

Castelão (Fortaleza) R$ 623.000.000,00 R$ 518.600.000,00 -17%

Arena da Amazônia (Manaus) R$ 515.000.000,00 R$ 669.500.000,00 30%

Arena das dunas (natal) R$ 350.000.000,00 R$ 400.000.000,00 14%

Beira-Rio (Porto Alegre) R$ 130.000.000,00 R$ 330.000.000,00 154%

Arena Pernambuco (Recife*) R$ 529.500.000,00 R$ 532.600.000,00 1%

Maracanã (Rio de janeiro) R$ 600.000.000,00 R$ 1.050.000.000,00 75%

Fonte nova (Salvador) R$ 591.700.000,00 R$ 1.609.500.000,00 172%

estádio de São Paulo (São Paulo) R$ 240.000.000,00 R$ 820.000.000,00 242%

TOTAL R$ 5.389.300.000,00 R$ 8.925.000.000,00 66%

Comparação de valores de estadios de 2010 e 2014Confira a variação de custo de cada estádio da Copa do Mundo de 2014

Fonte: http://esportes.terra.com.br/futebol/copa-2014/estadios-da-copa-de-2014-custam-66-mais-do-que-previs

15 | 03 de junho, 2014 | Ultra

Prazo de entrega dos estádios

Estádios da Copa iniciam 2014 em obras e rompem prazo dado pela FIFA

O trabalho em áreas altas do estádio foi parali-sado em 14 de dezembro após a morte de dois

operários. Em 18 de dezembro, a Justiça liberou a re-tomada das obras.

A arena encerrou 2013 com 94% concluída. Não há prazo oficial para entrega do estádio. O governa-dor do Amazonas, Omar Aziz, já afirmou que tem até abril para conclui-lo.

Governo federal divulgou imagens da obra da Are-na da Amazônia, estádio de Manaus para a Copa Di-vulgação/Portal da Copa/Ministério do Esporte

Itaquerão :A queda do guindaste que carregava a última peça

da cobertura do Itaquerão, em São Paulo, provocou a morte de dois operários no dia 27 de novembro. Após a tragédia, 5% de toda a área do estádio ficou interdit-ada por cerca de suas semanas.

Isso atrasou a conclusão do estádio. A obra está 94% concluída, segundo último balanço divulgado pela construtora da arena. A Fifa espera o estádio pronto em abril.

13.12.2013 - Governo federal divulgou imagens da obra do Itaquerão, estádio de São Paulo para a Copa

Governo e Fifa acreditam nos prazosApesar dos atrasos, o governo federal já infor-

mou que as seis arenas serão concluídas "no prazo para a realização dos eventos-teste necessários para a Copa". Já o COL (Comitê Organizador Local) declar-aram ainda em dezembro que "reconhecem o esforço das 12 sedes e do governo federal na preparação para a Copa do Mundo" e que "têm confiança nos prazos apresentados pelas sedes para os estádios, garantindo a realização de eventos-teste essenciais para a Copa".

Vale ressaltar que 12 estádios receberão jogos da Copa. Seis deles já foram usados na Copa das Con-federações: Arena Pernambuco (Recife), Castelão (Fortaleza), Fonte Nova (Salvador), Mané Garrincha (Brasília), Mineirão (Belo Horizonte) e Maracanã (Rio de Janeiro). Todos estão oficialmente prontos para o Mundial.

| Estádios

16 | 03 de junho, 2014 | Ultra

16

| Curiosidades

17 | 03 de junho, 2014 | Ultra

CURIOsIDADEs DA COPA DO MUNDOOs momentos e dados mais curiosos sobre a história das copas do mundo

http://www.4dfoot.com/wp-content/uploads/2012/12/pele-first-wc1.jpg

18 | 03 de junho, 2014 | Ultra

• Na Copa do Uruguai, realizada em 1930, um jogador chamou a atenção de todos. o uruguaio héctor Castro não possuía uma das mãos. em função deste pro-blema físico e de sua habilidade com a bola no pé, ganhou o apelido de “o divino manco”.

• O primeiro gol da história da Copa do Mundo foi marcado por Lucien Laurent, da seleção da França, na Copa do Mun-do de 1930 (realizada no uruguai). este gol foi marcado aos 19 minutos do primei-ro tempo, no jogo de abertura entre Fran-ça e México, realizado em 13 de julho de 1930. os franceses levaram a melhor, nesta que foi a primeira partida da histó-ria da Copa, vencendo os mexicanos por 4 a 1.

• Na Copa do Mundo de 1934, realizada na Itália, o jogador da seleção italiana Lui-gi Bertolinientrou em campo com faixas de pano enroladas na cabeça. o jogador fez isso para proteger a cabeça, pois as costuras das bolas da época eram gros-

seiras e costumam ferir osjogadores.

• Na Copa do Mundo do México (1986), os brasileiros ficaram surpresos antes do jogo entre Brasil e espanha. em vez de tocar o hino nacional Brasileiro, tocou o hino à Bandeira.

• Na realizada nos Estados Unidos, em 1994, um fato muito curioso ocorreu no jogo entre Bulgária e México. O defensor mexicano Marcelino Bernal, ao tentar sal-var uma bola, exagerou na força e aca-bou quebrando a trave.

• Na Copa do Mundo do Japão / Coreia do Sul, realizada em 2002, ocorreu o gol mais rápido da história da competição. o jogador turco hakan Sukur marcou aos 11 segundos um gol contra a seleção da Coreia do Sul.

• Na base da Taça da Copa do Mundo de Futebol existe espaço para gravar o nome das seleções campeãs somente até o ano de 2038.

A Copa do Mundo de 1962 foi uma das mais violentas de todos os tempos. nos cincoprimei-ros dias de jogos, cerca de 50 jogadores ficaram contundidos em função de jogadasviolentas.

A partida entre Brasil e Inglaterra um cachorro invadiu o campo. Garrincha foi pra cima do animal, porém tomou um drible. o jogador inglês Greaves, teve sucesso e pegou o cão.

| Curiosidades

19 | 03 de junho, 2014 | Ultra

• Ainda na Copa de 1934, outro fato curio-so. o jogador da seleção suiça Leopold Kielholz jogou usando óculos. Mesmo as-sim, foi capaz de marcar três gols.

• Na Copa do Mundo de 1938, realizada na França, o jogador brasileiro Leônidas mar-cou um gol descalço. o fato curioso ocor-reu no jogo entre Brasil e Polônia, vencida por nossa seleção por 6 a 5.

• Na Copa do Mundo da Suíça (1954) um fato causou preocupação em todos que estamos assistindo ao jogo entre uruguai e hungria. Após fazer o gol de empate para sua seleção, o uruguaio juan eduar-do hohberg desmaiou em campo. ele re-cebeu atendimento médico e se recuperou no hospital.

• A Tunísia foi o primeiro país da África a vencer uma partida pela Copa do Mundo. Os tunisianos venceram os mexicanos por 3 a 1 na Copa do Mundo da Argentina (1978).

o camaronês Roger Miller foi o jogador mais velho a marcar um gol em copas do mundo, aos 42 anos Milla marcou o único gol da sele-ção de Camarões, na derrota para Rússia na copa de 1994.

o jogador mais novo a marcar um gol na copa do mundo foi o Brasileiro Pelé, com apenas 17 anos, ele marcou um gol contra a seleção do país de Gales, em 1958.

É bom esfriar a cabeça. Toda vez que uma seleção sai como favorita para ga-nhar a copa do mundo ela

acaba perdendo

“ “

Pelé

20 | 03 de junho, 2014 | Ultra

Vai ter protestona Copa?ou, o Gigantevoltou a dormir?O mundo inteiro está de olho no Brasil poucos meses antes do início da Copa do Mundo

A mídia britânica, por ex-emplo, destaca o atra-so nas obras e aborda

questões mais amplas levanta-das pelos protestos recentes.Mas não podemos deixar de lembrar que há sempre uma dose de um alarmismo com eventos desse porte, o que é, com frequência, exagerado

pela mídia que gosta de provo-car polêmica.No caso de Londres, por ex-emplo, que sediou os jogos olímpicos em 2012, houve muitas críticas em relação aos gastos com as obras, aos problemas de segurança e ao sistema de venda e de alo-cação de ingressos.Muitos comentaristas destaca-ram também que Londres foi palco de grandes tumultos um ano antes dos jogos.

na época, isso gerou um grande temor de que a ci-dade não fosse capaz de sediar os jogos.Mas, quando eles começaram, grande parte da negatividade desapareceu. Até críticos ferrenhos (como eu) deram o braço a torcer.Contudo, acho que o caso de Londres não é igual ao do Bra-sil, principalmente porque os problemas brasileiros parecem ser maiores e mais graves.

| Manifestações

21 | 03 de junho, 2014 | Ultra

Penso nas enormes manifes-tações de junho de 2013 que testemunhei em Brasília e na crítica a respeito do contraste entre os gastos em me-gaeventos e as carências no serviço público.outro problema ligado às preparações para a Copa são as remoções forçadas em favelas por causa das obras.os protestos contra a política de reassentamento de mora-dores, forçados a deixar suas

casas, muitas vezes sem moradia alternativa adequa-da, estão ganhando cada vez mais apoio.o assunto vem sendo dis-cutido em jornais britânicos também. Mas, apesar dos problemas, a Copa do Mundo vai acontecer em junho.Será que os protestos vão continuar durante a Copa? Serão amplos ou isolados?Não busco exercício de futur-ismo, mas, sim, a sua opinião.

e se você participou de man-ifestações, está disposto a usar a atenção global gerada pela Copa como plataforma para atrair atenção para os protestos? ou o momento não é adequado?

Fonte:Sarah jacobsEstudante, Universidade de Oxford, blogueira da BBC Brasil

o fato de a Copa do Mundo ter se transfor-mado em símbolo das reivindicações de parte dos manifestantes que têm ido às

ruas do país pegou alguns de surpresa. o Brasil recebeu o direito de sediar o torneio há muito tempo, então por que só agora os problemas chegaram às ruas? ora, porque graças à mov-imentação contra os preços das passagens de transporte público o agora se tornou o momento certo de expor as insatisfações.

A Copa do Mundo, e a Copa das Confederações por tabela, são a mais perfeita representação do problema que, como expressei em outro texto, está na raiz das manifestações: o distanciamen-to entre os atos do poder público e os anseios da sociedade.

o mundial de futebol adquiriu essa característica não pelo que ele é. organizar a Copa do Mundo é uma oportunidade perfeita para um país jus-tificar investimentos. Com a Copa, não só o fu-tebol, mas também a infraestrutura de um país pode passar por melhorias, importantes para o crescimento duradouro. A Copa do Mundo de 2014 se tornou símbolo dos manifestantes pela forma como ela vem sendo conduzida nas três esferas de poder – municipal, estadual e federal.

O último balanço oficial do Ministério do Es-porte sobre as obras da Copa foi revelado em maio de 2012, quatro anos e sete meses depois de a Fifa escolher o Brasil como sede. naquele momento, apenas 5% das obras estavam com-pletas. o novo balanço será divulgado após a Copa das Confederações, mas as perspectivas não são boas.

As obras do legado (mobilidade urbana e aero-portos), ministro Aldo Rebelo (PCdoB) insiste em negar. o segundo vai para a iniciativa privada por um preço ridículo, e ainda terá de ser refor-mado para as olimpíadas de 2016.

Mesmo os estádios que serão usados posterior-mente se impõem como arautos da desigual-dade – tanto a social quanto a que existe entre o poder dos lobbys organizados, como o da Fifa, e o da população. São obras magníficas, pos-tas, muitas vezes, no meio do nada, como é o caso da Arena Pernambuco, em São Lourenço da Mata, região metropolitana do Recife.

“Não foi à toa que a Copa virou símbolo dos protestos”

22 | 03 de junho, 2014 | Ultra

Black bloc de sP promete radicalizar na Copa

Mesmo após o uso de um rojão causar a morte do

cinegrafista Santiago Andrade em um protesto no Rio, os adeptos da tática black bloc, em São Paulo, prometem radicalizar durante as manifestações contra a Copa do Mundo e não descartam nem mesmo ataques contra delegações de times estrangeiros."Nossa tática nunca foi ferir civis, mas, se não formos ouvidos, a

gente vai dar susto em gringo. Não

queremos machu-car, mas se for

preciso 'tacar' (coquetel) molotov em ônibus de delegação ou em hotel em que as seleções vão ficar, a gente vai

fazer", disse, em en-trevista ao Estado, o estudante Pedro (nome fictício), adepto da tática em São Paulo.

Segundo ele, as ações são discutidas pelos bla-

ck blocs, que estão orga-nizados no que chamam de células - pequenos grupos de até 30 pessoas que parti-

cipam dos protestos juntos. "A gente evita falar pelo Facebook. Essas estratégias combinamos pessoalmente

ou pelo Whatsapp. Para te dar essa entrevista, eu tive de con-

sultar os outros adeptos", contou.Em São Paulo, são pelo menos dez células. "No total, devem ser uns 300 participantes que são realmente ativos, mas, na Copa, tenho certeza de que o número será maior. Acho que vão ser mais de mil", afirma.

De acordo com o manifestante, o objetivo é mostrar para os estran-geiros que o País não tem segu-rança e fazê-los desistir de ficar no Brasil. "Se uma seleção sentir que há risco de vida, eles vão querer continuar aqui? Não somos contra a Copa do Mundo nem contra o futebol. A nossa luta é por uma educação e uma saúde melhores", afirmou o jovem, morador de Itaquera, na zona leste.Ele disse que a morte do cinegra-fista da Band foi uma fatalidade e que os responsáveis pela ação não são black blocs.Pedro revelou ainda que, embora os adeptos da tática não tenham reuniões periódicas nem uma liderança, eles estão se preparando juntos para os protestos contra a Copa, até mesmo com treinamen-to físico. “Todo mundo deve se preparar porque a Polícia Militar vai vir em peso. A gente está se preparando com treinos de artes marciais como Krav Magá, Jiu-jítsu e Muay Thai”, disse.O próximo grande ato contra a Copa está programado para o

| Manifestações

23 | 03 de junho, 2014 | Ultra

sábado, dia 22, em várias cidades do País. Pelo Facebook, mais de 10 mil pessoas já confirmaram presença na manifestação da capital paulista.Diversidade. Ao contrário das manifestações de junho, que tive-ram como principal articulador o Movimento Passe Livre (MPL), os protestos contra a Copa não têm um único organizador e reúnem os mais diversos movi-mentos sociais, desde militantes da área da saúde até os chamados hackerativistas, como os inte-grantes do Anonymous. Esses grupos formaram o coletivo Se Não Tiver Direitos Não Vai Ter Copa.Para I.G., integrante do movi-mento Contra Copa 2014 que divulga os atos nas redes sociais, os atuais protestos agrupam mui-tos manifestantes de junho que se sentiram “abandonados” após o MPL conseguir a redução da tarifa de ônibus em várias cida-des do País.“Me senti órfão do MPL porque eles abandonaram as ruas. Foi as-

sim que outros protestos horizon-tais foram aparecendo e começou a se criar grupos de afinidade. Os protestos agora são horizontais, populares e sem interferência de partidos e sindicatos”, disse.Os manifestantes contra a Copa prometem atuar em várias frentes, até mesmo fora das ruas. “O que posso dizer é que vamos apoiar os protestos de rua com ações virtuais que ainda não podem ser ditas”, afirmou um integrante do Anonymous. A invasão de pági-nas oficiais está prevista.

Fonte: http://noticias.uol.com.br/Imagens: http://paginadozero.files.wor-

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24 | 03 de junho, 2014 | Ultra

'Não há lei que segure os black blocs na Copa', diz promotorO promotor Marcelo Luiz Barone, que atua com a polícia na investigação dos atos de vandalismo e depredação em São Paulo

Entrevista - Marcelo Luiz Barone

entre junho e julho de 2014, quando o mundo todo acompanhará a Copa do Mundo no Bra-sil, o país corre o risco de ser palco de novos atos de vandalismo e não há nada que a justiça possa fazer para prevenir os ataques. essa é a opinião do promotor de justiça Criminal Marcelo Luiz Barone, representante do Ministério Público de São Paulo na força-tarefa que investiga os mascarados flagrados em atos de vandalismo. "os acusados são levados à delegacia, assinam um termo circunstanciado e vão embora. Preci-samos de uma legislação mais severa. Tenho muito medo do que pode acontecer durante a Copa do Mundo”, diz Barone. "hoje, o cara sai da delegacia como herói."

Dos 153 identificados pela polícia, 80 foram cha-mados para prestar esclarecimentos no depar-tamento estadual de Investigações Criminais (deic). Segundo Barone, a investigação des-mobilizou o protesto marcado nas redes sociais para o dia 15 de novembro. “Quando eles per-

cebem que podem ir para a cadeia, o movimen-to esfria.”Por que a depredação praticada pelos black blocs não é punida? o grande problema é a legislação. A maior parte dos crimes come-tidos pelos black blocs - depredação, desacato e desobediência à ordem policial e o crime de dano - é punida pela Lei dos juizados Criminais especiais (9.099/95), que é a lei da impunidade. Ela já nasceu frouxa por impedir prisões em fla-grante. os acusados são levados à delegacia, assinam um termo circunstanciado e vão embo-ra. Precisamos de uma legislação mais severa. Não existe uma lei que segure a ação dos black blocs e eu tenho muito medo do que pode acon-tecer durante a Copa do Mundo.

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25 | 03 de junho, 2014 | Ultra

Há alguma outra lei que pode ser aplicada? A única opção que temos é um dos artigos da Lei de Se-gurança nacional. Mas, se aplicada, o caso é deslocado para a competência da jus-tiça Federal e o governo do estado não quer isso, vai de-monstrar ingerência.

Qual é a saída? no inquérito aberto pelo de-partamento estadual de Inves-tigações Criminais (deic), a in-vestigação busca provas para autuar os acusados sob o crime de bando ou quadrilha armada, que também não tem pena efi-caz, vai de um a três anos. Se condenados, eles podem pe-gar a pena mínima, de um ano e meio para primários já conta-bilizado o agravante pelo uso de armas. Isso tudo nos leva a pensar: será que eles fazem isso tudo e não acontece nada?

Essa situação se aplica a to-dos os presos até agora? de todos os que foram presos, o único que teria uma pena mais severa é o rapaz que praticou a tentativa de homicí-dio contra o coronel da Polícia Militar. Se todos que partici-param do espancamento fos-sem presos, iriam responder por tentativa de homicídio. Foi uma cena típica para ser julgada em júri. do contrário, temos penas muito brandas. Por isso, não adianta nenhum governo dizer que vai resol-ver o problema. os detidos vão ser soltos e voltar para as ruas causar depredações.

Quais são as alternativas que estão sendo estudadas? o Ministério Público irá impor penas restritivas de direito, como a que impede o detido de fazer parte de uma nova

manifestação. Se desobede-cer, pode ser retirado pelos policiais. Mas, como eles vão para as ruas com o rosto co-berto, fica difícil identificar. É realmente uma situação muito difícil.

O que é a tática black bloc? em um primeiro momento, me pareceu um movimento organi-zado, mas quando eles foram ouvidos no deic, não se mos-traram tão organizados assim. São jovens indo no embalo do barulho criado na internet, em comportamento parecido com as torcidas de jogo de fute-bol, que se reúnem em redes sociais para combinar atos de violência e quebra-quebra contra as torcidas adversárias. Quando um deles vai para a cadeia, o movimento dá uma esfriada. estava marcada para o dia 15 de novembro uma grande manifestação em todo o país. era para ser o gran-de dia dos protestos, e não teve nada.

Esse esfriamento é atribuído à investigação? Sim, na véspera, na quinta-feira, muita gente foi chamada para depor no deic. eles sen-tiram que há uma investigação mais aprofundada e recuaram. Mas, infelizmente, a nossa le-gislação é pífia. Se tivermos

uma manifestação de grande porte na Copa, não vamos ter como segurar.

Há como se preparar?o Congresso teria de aprovar uma legislação mais rigorosa em relação aos atos de vio-lência e vandalismo nas mani-festações. Quando se fala em ordem, as pessoas confundem com ditadura, mas toda a de-mocracia precisa de ordem para existir.

Por que a legislação brasilei-ra ainda é falha nesse senti-do? o Brasil saiu da ditadura para uma legislação muito bran-da. A Constituição de 1988 assegura todos os direitos para o criminoso, mas para o cidadão de bem, nem tan-tos. nós estamos vendo hoje as consequências dessa le-gislação pífia. A lei de exe-cuções penais foi largada. É fácil de arrumar, mas temos que ser mais coerentes com o que queremos, se quiser-mos ordem e progresso, algo deve ser feito concretamente nesse sentido.

Quais são os exemplos des-sa legislação frouxa? em vários países, o sujeito é, por exemplo, condenado a prestação de serviços à comu-

26 | 03 de junho, 2014 | Ultra

nidade para evitar ir para a pri-são, se não cumprir, aí sim ele é preso. Aqui no Brasil, o Códi-go Penal permite que um trafi-cante de drogas seja condena-do a prestação de serviços à comunidade. ele não cumpre e nem vai para a cadeia por causa disso. Isso sem falar nos crimes cometidos por me-nores, como eu vou mandar in-ternar qualquer menor infrator se o juiz não interna nem o que comete latrocínio? o juiz ale-ga não ter vaga, outro é mais liberal e defende que a inter-nação vai torná-lo ainda mais delinquente. A verdade é que o sistema está errado.

Os black blocs perceberam isso? Sim. Se tivesse tido uma re-pressão imediata, eles teriam parado. Se o sujeito que de-predasse fosse para a dele-gacia e imediatamente preso, no dia seguinte, não tinha mais vandalismo nas mani-festações. A falta de poder intimidativo da pena leva a esse tipo de abuso. Aí vem a ala do direito que diz que prender não recupera nin-guém, isso pode ser verdade no sistema prisional brasilei-ro, mas seria diferente se ti-véssemos um sistema carce-rário sério. A pena privativa de liberdade ainda é a mais eficaz que temos, ainda não inventaram uma melhor. Se não segregar o bandido da sociedade, ele vai continuar a cometer crimes. não adianta falar para ele: 'olha não faça mais isso, seja bonzinho, isso não existe em nenhum país do mundo'. Claro, precisa-mos ter melhores condições de saúde e educação no país para dar mais oportunidades aos cidadãos, mas antes te-

mos que diminuir esses índi-ces de violência.

Quando os black blocs vira-ram caso de polícia? o caso mais grave foi o es-pancamento do coronel. Ape-sar de que já é caso de polícia quando há depredação. Mas quando um coronel é agredi-do, já estamos falando de um crime com pena pesada, de 12 a 30 anos em regime fechado. no momento em que o coro-nel foi agredido, é como se o estado estivesse sido jogado no chão sem a menor autori-dade. o estado está falido, é atingido e não consegue repri-mir legalmente essa violência. hoje o Brasil é um país sem lei e sem ordem.

A ação ds black blocs tem viés politico? Para mim, parece um viés cri-minoso, algo parecido com a história do grupo de amigos que decidiu colocar fogo em um índio. um deles teve essa ideia imbecil e os outros cinco foram no embalo. Com os black blocs acontece algo pa-recido, meia dúzia quer sair destruin-do tudo, cinquenta aderem e saem para as ruas. É uma forma de se revoltar contra tudo e todos. Se está re-voltado, meu amigo, bate a ca-beça na parede, não vai lá des-truir a loja de um cidadão de bem, que paga seus impostos. o black bloc destrói um lugar que pode gerar emprego para ele e para sua família, mas não enxerga isso. Se hovesse uma legislação mais séria, essa brincadeira teria parado rápido. hoje, o cara sai da delegacia como herói.

Qual é o perfil dos que agem como black blocs nos pro-testos? A maioria dos identificados é rapaz jovem com emprego e residência fixa, sem envolvi-mento com o crime. Mas a in-vestigação detectou também muitos bandidos infiltrados que iam para as manifestações para roubar. Muitos têm ante-cedentes criminais por roubo e se infiltraram para roubar os celulares de quem estava pro-testando. Alguns quebraram agências bancárias para levar dinheiro dos caixas eletrôni-cos. Misturou tudo, todos colo-cam a máscara e se infiltram na multidão.

Como driblar a dificuldade de a polícia identificar os infra-tores mascarados? esse foi tema principal das conversas do Ministério Públi-co com a polícia. os black blo-cs chegam às manifestações sem máscara, mas a colocam quando estão no meio da mul-

tidão e tiram após quebrarem tudo. em algumas cidades da europa, a polícia usa luminol [tinta fluores-cente detectada ape-nas por uma luz es-pecial] para marcar

o sujeito, mas nós não temos esse equipamento no Brasil. A justiça paulista acatou nosso pedido de quebrar o sigilo de duas páginas do black bloc no Facebook. Através de mensa-gens trocadas pela internet en-tre os investigados vamos ave-riguar se há prática do crime de bando e quadrilha armada.

Fonte: http://veja.abril.com.br/

eu tenho muito medo do que

pode acontecer durante a Copa

do Mundo

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27 | 03 de junho, 2014 | Ultra

Black Blocs: as ideias por trás das máscaras um dos fenômenos mais dis-

cutidos sobre as mobiliza-ções de junho (2013) é o apa-recimento do grupo Black Bloc. Vestido de preto, usando más-caras ou panos para esconder o rosto, o grupo tomou a linha de frente das manifestações e tem sido relacionado por seg-mentos da imprensa como vân-dalos, baderneiros e respon-sáveis pelos confrontos com a Polícia Militar. de acordo com a mídia, as máscaras seriam para esconder o rosto para a prática da desordem, mas será que é isso mesmo?

Tradicionalmente a imprensa tende a criminalizar os movi-mentos que contestam o sis-tema, foi assim com os movi-mentos anarquistas do começo do século XX, foi assim com os comunistas na era Vargas e

durante a ditadura Militar. Por-que pensar que agora seria di-ferente? entramos em contato com alguns membros do grupo conhecido como Black Blocs e tentamos compreender um pouco mais desse novo ele-mento que passa a fazer parte do cenário político fluminense.

As roupas pretas não são ape-nas para dificultar a identifica-ção, como tenta induzir a tele-visão, ela tem o simbolismo de união, solidariedade e compro-metimento com a causa. Black Blocs existem em várias partes do mundo. Sua atuação no egi-to e na Grécia tem chamado atenção e, sua manifestação no Brasil deixou muitos confu-sos. A ideologia que seguem é o anarquismo. Se organizam de forma horizontal, não apon-tam líderes. A faixa etária pre-

dominante varia entre os 18 e 26 anos, caracterizando como um grupo essencialmente jo-vem. A maioria são homens, mas mulheres também se fa-zem presentes. o grupo ini-ciou sua atuação no Rio de janeiro durante as primeiras passeatas de junho e, de lá para cá, segundo seus mem-bros, só tem crescido :

- O grupo já existia no Brasil há algum tempo. Nós, entretanto, começamos nossa atuação no Rio de Janeiro nas primeiras passeatas. Num primeiro mo-mento, éramos bem poucos, pois ninguém nos conhecia, agora nossa realidade é outra – diz um membro do grupo.

eles se reivindicam como anar-quistas e se referenciam na primeira aparição dos Black

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28 | 03 de junho, 2014 | Ultra

Blocs em Seatle (1970), não se envolvem com partidos, mas também não os tomam como seus inimigos principais. Suas bandeiras envolvem fim de opressões, autoritarismo e deixam claro que seus inimi-gos não são os partidos polí-ticos, como se ventila por aí, mas sim todas organizações que promovem a opressão do homem pelo homem:

- nós somos contra qualquer autoritarismo. Temos como inimigos aqueles que se co-locam acima dos outros, não aceitamos que ninguém tenha poder sobre ninguém. Acre-ditamos na solidariedade, li-berdade e justiça. Queremos a democracia direta, com or-ganização e sem autoridade. nossos inimigos são os que humilham, os que não respei-tam o próximo, os que tiram a igualdade e impõem sobre a população o que acham certo. nós lutamos contra tudo o que reprime, tudo o que nos apri-siona. Reinvidicamos o direito da sociedade e damos voz e apoio ao povo. -diz um mem-bro dos Black Blocs.

os alvos principais do grupo são grandes empresas que, na visão dos Black Blocs pro-moveriam a desigualdade so-cial, o preconceito e outros valores que o grupo atribui ao sistema capitalista:

- nossos alvos em geral são multinacionais e adjacências. Acreditamos que essas empre-sas provoquem a infeliz sepa-ração de classes, evidenciem o preconceito e elevem a falta de respeito entre as pessoas.

Criminalizados pela mídia e até por setores da esquerda, os

Manifestante Black Bloc no Rio de Janeiro. (Foto: Bruno Bou Haya)

Black Blocs vem enfrentando sensações diferentes ao longo desse processo de mobiliza-ções que vive o Rio de janeiro. Se por um lado a PM os elege como inimigos e alguns par-tidos os acusam de começar confrontos e implodir os atos; por outros muitos militantes in-dependentes entoam gritos de apoio ao grupo nos atos, colo-cando-os como protetores dos manifestantes. eles rebatem as acusações de que come-çaram os confrontos com os

partidos. de acordo com eles, os confrontos da passeata dos 100 mil, na Rio Branco, com os militantes do Partido Socialista dos Trabalhadores Unificados (PSTu) começaram por conta que estes teriam iniciado o atri-to com eles. E afirmam que não tem nada a ver com o ataque aos Partidos ocorrido na mani-festação que reuniu 1 milhão de pessoas na Presidente Vargas:

- esse confronto não teve nada a ver conosco. não havia ne-

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29 | 03 de junho, 2014 | Ultra

nhum Black Bloc nesse dia. – Afirma uma das moderadoras da página do grupo na internet.o grupo também desmente a acusação de que teria levado coquetéis molotovs para a pas-seata do dia 11, onde uma cai-xa cheia de molotovs foi supos-tamente encontrada e entregue à Polícia:

- o Black Bloc foi para a linha de frente proteger os mani-festantes da polícia. não usa-mos Molotov, quem dirá uma caixa desses artefatos casei-ros , afinal, nunca que algo daquele tamanho caberia em uma mochila de costas. Te-mos certeza que implantaram aqueles Molotovs para nos incriminar e conseguir algo para nos difamar. – diz um militante do grupo.eles criticam a atuação dos partidos que, na visão de-les, foram hostis ao grupo na passeata chegando à prática, condenada pelos Black Blo-cs, da contratação de segu-ranças que tinham eles como alvos de contenção:

- não fomos bem recebidos pelos partidos na passeata do dia 11 de julho. de acordo com depoimentos, eles contrata-ram até seguranças para nos conter. Fomos agredidos. Mas não estamos generalizando, ti-vemos o prazer de em alguns momentos durante a manifes-tação caminhar entre eles e nada acontecer.

o grupo, que é alvo de inves-tigação dos serviços de inteli-gência da Polícia, admite que existe infiltração de agentes ex-ternos em seu meio. não des-cartam a possibilidade de que sejam Policiais disfarçados, mas garante que estão desen-

volvendo um método interno de avaliação e filtração para que isso não continue a acontecer. eles alegam que não usam da violência como arma e sim que apenas se defendem – e de-fendem os manifestantes – dos ataques da polícia. Condenam os roubos e chegaram inclusive a manifestar através das redes sociais essa posição, mas não criminalizam a quebra de se-des de empresas e repartições públicas.

Polêmicos, os Black Blocs ga-nharam as páginas de jornal de todo o país com uma visão extremamente distorcida e es-tereotipada pela grande mídia. o grupo se defende das acu-sações de que incitaria atos de violência e expõe sua ideolo-gia, pregando unidade das for-ças que lutam contra o sistema independente das diferenças ideológicas:

- Acreditamos que cada um tem o direito de escolher o que quer ser, no que acreditar e pelo que lutar. não aprovamos o preconceito. Cada um nas-ceu do jeito que é, branco, ne-gro, hétero, homossexual, ho-mem, mulher… Cada um tem seu propósito no mundo e não cabe a ninguém julgar. Igualda-de e justiça, é nisso que acredi-tamos e é isso que apoiamos. Todos estão lutando pelo que acham certo, só estamos fazen-do o mesmo e tentando assim, dar mais voz, mais expressão aos movimentos. Somos anar-quistas, mas isso não nos torna vândalos ou pregadores da vio-lência. Respondemos aos ata-ques da polícia, apenas. não queremos ninguém ferido, que-remos proteger, mesmo que às vezes algo saia errado. Quere-mos ajudar e acreditamos que

toda ajuda é válida, mesmo com ideologias diferentes. A união faz a força e nesse mo-mento, a força é o povo, sem distinção de ideologia.

Ao contrário do que apresenta a grande imprensa, ao invés de um grupo de “vândalos” e “baderneiros”, os Black Blocs se apresentam como um grupo anticapitalista que se presta ao papel, inclusive, de defender os manifestantes da opressão poli-cial. A mídia, por má fé ou falta de qualidade na apuração jor-nalística, parece ainda não ter entendido isso, mas parte das ruas parece já ter compreen-dido senão o grito de “não tem PM, não tem Choque, mas tem os Black Blocs” não seria ento-ado com tanta força como foi na última manifestação.

Fonte:http://paginadozero.wordpress.com/2013/07/22/black-blocs-as-ideias-por-de-

tras-das-mascaras/

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MacBook Air

31 | 03 de junho, 2014 | Ultra

A bateria dura até 12 horas. O dia dela só acaba com o seu.A bateria do MacBook Air de 11 polegadas dura até 9 horas com uma carga e a do

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