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O mais jovem crítico de cinema, Paulo Matheus, volta ao Brasil para a estréia do filme “Cine Holliúdy” Vida de “Holliúdy”

Revista Veja - Vida de Holliúdy [ICG]

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Revista produzida por Paulo Matheus e Victor Nogueira para a disciplina de Introdução à Computação Gráfica, no curso de Jornalismo da Universidade de Fortaleza (Unifor). A revista apresenta uma crítica elaborada por Paulo Matheus para o filme cearense "Cine Holliúdy", de Halder Gomes.

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O mais jovem crítico de cinema,

Paulo Matheus, volta ao Brasil

para a estréia do filme “Cine Holliúdy”

Vidade“Holliúdy”

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Filmes em Cartaz

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festivais de piadas. Infeliz-mente, Chico faleceu ano passado; Renato, depois dos Trapalhões deixou de fazer bons trabalhos e teve

como conseqüência sua saída da TV e dos cinemas; Tiririca se ingressou no ramo político e Tom Cavalcante sumiu do mapa. Entretanto, todos os anos sur-gem humoristas regionais que contin-uam levando a cultura cearense para o Brasil e para o mundo. E é esse humor

A cultura cearense tornou-se reconhecida nacio-nalmente como a terra do hu-mor e do riso. Reconhecimento gerado por causa de nomes que se consagraram na televisão e no cin-ema, tais como Chico Anysio, Renato Aragão, Tom Cavalcante e Tiririca. Es-ses humoristas saíram de sua terra natal para almejar o sucesso no eixo Rio-São Paulo e, por lá, fizeram papéis para pro-gramas de humor, filmes de comédia e

Um filme pelo cinema, pelo Ceará

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peculiar, moleque e zombador que en-contramos em “Cine Holliúdy” [idem, 2012], produção originada pelo sucesso do curta-metragem “Cine Holliúdy – O Astista Contra o Cabra do Mal” [idem, 2004]. Todos os dois trabalhos são escri-tos, produzidos e dirigidos pelo cineasta local Halder Gomes.

Na história do longa temos Fran-cisgleydisson (Edmilson Filho), um exi-bidor de filmes de luta que mora no inte-rior do Ceará, em meados da década de 1970, junto com sua esposa e o seu filho, e tenta a todo custo manter sua sala de cinema aberta quando os aparelhos de televisão começam a se expandir pelas cidades. Seu trabalho é o que sustenta a sua família e, quando a situação finan-ceira começa a piorar, Francis decide levar todos para outra cidade, na espe-rança de melhores condições de vida. A trama foi comparada por alguns críticos com a do clássico italiano “Cinema Par-adiso” [Nouvo Cinema Paradiso, 1988],

por apresentar uma temática semelhante e tratar o cinema como agregador social entre as mais diferentes pessoas. Mas a relação com o filme italiano acaba por aí. “Cine Holliúdy” não se trata de um melodrama ou um romance, é, na ver-dade, uma comédia hilariante que car-rega do início ao fim as características do povo cearense: o palavreado, os trejeitos, as personalidades e as situa-ções próprias do Ceará.

Tanto que, após o término da ses-são, é quase impossível um cearense não se identificar com o modo de falar dos personagens. Mesmo pra quem não é da região, durante todo o filme há legendas que traduzem o linguajar “cearensês” e que auxiliam no entendimento das falas. Isso foi uma preocupação do diretor para com as demais regiões, que acaba dando certa identidade própria para o filme.

O vocabulário cearense é tão diversificado que precisa até de legen-da para ser compreendido. E aí está o grande triunfo de “Cine Holliúdy”: uma simples fala peculiar é capaz de gerar altas risadas no público, devido à fácil identificação com o seu povo. Os per-sonagens também contribuem para o divertimento do longa. Alguns ficaram exagerados – o padre, por exemplo -,

“Cine Holliúdy’ não se trata de um melodrama ou um romance, é, na verdade, uma comédia hilariante que carrega

do início ao fim as características do povo

cearense.”

Mas… peraí, filme brasileiro com legenda?! Isso mesmo!

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mas não chegam a ofender ninguém. Outros são puras representações de certos sujeitos que se encontram no Ceará e que se estendem também pelo nordeste, tais como o bêbado, os torcedores fanáticos por futebol e o “cisso” (alguém que não sabe con-trolar a fala, repetindo várias vezes a mesma palavra).

Toda essa peculiaridade acaba fazendo de “Cine Holliúdy” mais uma homenagem à cultura cearense do que ao próprio cin-ema. Mesmo que o motivo da reunião daquelas pessoas seja a exibição de um filme, o que fica claro na tela é a diversificação das várias figuras criadas pelo autor, envolvidas dentro de uma sala de cinema. É estranho perceber que, em um filme cujo título faz referência a mais famosa ci-dade cinematográfica, existam poucas citações aos clássicos hollywoodianos – a não ser o pôster do King Kong e a alusão de nomes como Bruce Lee e Walt Dis-ney. As homenagens à sétima arte ficam por conta apenas da exibição de filmes asiáticos de kung fu e do faroeste ameri-cano.

Os pontos fracos do filme estão em algumas piadas que não funcio-nam tão bem quanto as outras, o uso de efeitos especiais cafonas – alguns che-gam a ser desnecessários – e o desfecho tão abrupto e pouco desenvolvido. Tudo

isso é perdoado se lembrarmos do baixo orçamento o qual o filme fora realizado e também da limi-tação de certos recursos para a produção de um filme feito no Ceará.

Agora, saindo do conteúdo hu-morístico e partindo para um lado mais sério, o filme de Halder Gomes passa uma importante e clara mensagem sobre a decadência dos cinemas de bairros em detrimento das televisões, e que, mesmo

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não havendo profundidade do tema no roteiro, nos propõe uma reflexão sobre a atual realidade que a arte cinematográ-fica se encontra. Segundo afirmações do próprio diretor em entrevistas à im-prensa cearense, no Brasil existe cerca de 2.500 salas de cinemas (a maioria instaladas em shopping centers) para uma população de aproximadamente 200 milhões de habitantes, o que é algo desanimador para quem procura seguir uma carreira de cineasta, já que grande parte dessas salas são ocupadas por blockbusters vindos de fora ou por co-médias nacionais produzidas pela Globo Filmes. Uma situação que deixa pouco espaço para o cinema independente, que só alcança seu lugar em festivais region-ais ou pelo mundo a fora. Já no Ceará, apenas 5 dos 184 municípios do estado possuem salas de cinema. Ou seja, a televisão venceu a popularidade sob o cinema e a arte acabou sendo tratada como mercadoria.

Por fim, “Cine Holliúdy” é um filme pequeno, feito com baixo orça-mento, de pouca duração e que pode ser alvo de alguns preconceitos por aí, mas carrega um imenso coração e fora feito com grande amor por seus realiza-dores. Todo filme representa bem as car-acterísticas do seu autor (a trilha sonora brega, as lutas, o humor, a linguagem, o interior e o próprio cinema). A mensa-gem final mostrada na tela, que condiz à atual realidade, pode ser um tanto de-sanimadora para os amantes da sétima arte, mas é só lembrar-se do discurso de Francisgleydisson em determinada cena do filme, em que a paixão pelo cin-ema mostra-se eterna. Podem vir mais aparelhos de televisão, pode vir Inter-net, podem vir várias outras mídias. O cinema nunca morrerá!

CHEFE DE REDAÇÃOVICTOR NOGUEIRA

EDITOR CHEFEADERSON SAMPAIO

Por Paulo Matheus

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