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Revista Vivace - nº 59 - maio 2014

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Page 1: Revista Vivace - nº 59 - maio 2014
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EXPEDIENTEPUBLICAÇÃO MENSAL DA ASSOCIAÇÃO MUSICAL DE RIBEIRÃO PRETORua São Sebastião, 1002 Centro | Tel.: (16) 3610.8932Jornalista Responsável: Moranga Brasil Comunicação. Maria Daniela Marques – MTb-56220e Fernanda Aleixo MTb- 27734r | Revisão: Cristiane Framartino Bezerra | Fotos: ProduçãoOSRP e Ibraim Leão | Projeto Gráfico: Heitor Teixeira | Fotolito e Impressão: São FranciscoGráfica e Editora LTDA. Tiragem: 2000 exemplaresParticiparam especialmente na elaboração desta edição Mariangela Quartim e Gisele Haddad

CONTATOS ORQUESTRA:Mariangela Quartim (gerente) [email protected] Quartim (produção) [email protected]é Antônio (administrativo) [email protected] (sócios) [email protected] Drahan (coral) [email protected] (arq. musical) [email protected]é Maria (inspetoria) [email protected] (financeiro) [email protected] Haddad (arq. histórico) [email protected]

0406101214161822

ÍNDICE

Ano VII - nº 59

08

CLÁUDIO CRUZ e Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto

EDITORIAL, Un baiser de ma mère!

ARQUIVO HISTÓRICO, A Orquestra e a PRA-7

PALAVRA DO ARTISTA

VIDA DE MÚSICO, Conheça sua Orquestra

CONCERTOS INTERNACIONAIS

NOTAS DE CONCERTO

JUVENTUDE TEM CONCERTO

AGENDA

Maio 2014

sinfonica.deribeirao #!/OSRP www.sinfonicaderibeirao.org.br3

DIRETORIA EXECUTIVAPresidenteDr. Cyrilo Luciano Gomes Junior1º Vice PresidenteSilvio Trajano Contart2º Vice PresidenteDaniel CredidioSecretário GeralEveraldo S. Rodrigues da SilvaSecretário AdjuntoCesar Augusto Campez NetoDiretor FinanceiroJulio Cesar RissoDiretor Financeiro AdjuntoJosé Cesar RicciDiretor JurídicoFabio Mesquita RibeiroDiretor Jurídico AdjuntoLuis Antonio PanoneDiretor PatrimônioNelson JacinthoDiretor InstitucionalEduardo Antonio da Silva

CONSELHO FISCALFiscal PresidenteAfonso Reis DuarteFiscal RelatorAguinaldo Alves BiffiFiscal MembroEdilberto JanesSuplenteLuiz Camperoni NetoSuplenteRaul MarmiroliSuplenteRoberto Abdul Nour

CONSELHO DELIBERATIVOPresidenteDr. Dirceu José Vieira ChrysostomoVice-PresidenteIdelson Costa CordeiroSecretarioLuiz Henrique Pacini Costa

CONSELHEIROSAbranche Fuad AbdoDinah Pousa Goudinho MihaleffEduardo José da Fonseca CostaElias Gomes GoveiaElvira Maria CicciJay Martins Mil-Homens JuniorJoão Luiz SverzutJosé Donizete Pires CardosoLais Maria FaccioMarcos Cesário FrateschiMargaret Lucca CabariteMaurilio Biagi FilhoRaul Franco GonzalezSebastião de Almeida Prado NetoSergio Roxo da FonsecaSylvester Milan A. JanowskiTereza Cristina Modé AngelottiTiago Wadhy RebehyVladimir Antônio Toniolli

SUPLENTESAdriana SilvaDemétrio Luiz Pedro BomJosé Antonio Parpinelli P. da CostaJosé Mario TamaniniMaria Carolina Jurca FreitasNeusa Celesta Vieira BighettiSander Luiz UzueleSebastião Edson SavegnagoValdo Barreto

Os artigos assinados não representam obrigatoriamente a opinião do veículo

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Nesse mês de maio, embora possa parecer clichê, desejo render homenagensàs mães, ciente de que, com certeza, foram elas, desde sempre, as grandes estimuladoras dogosto pela arte e pela beleza, que nos aproximaram da música.

Sobre as mães, Victor Hugo (1802-1885) escreveu:

Oh! O amor de uma mãe! Amor que ninguém esquece,Pão maravilhoso que um deus partilha e multiplica,Mesa sempre posta na casa paterna,Todos têm-no em parte, e todos o têm inteiro.

Por acentuado respeito, decerto, as figuras maternas foram pouco exploradas na lite-ratura operística. Pais há muitos, de filhos e filhas, mas mães, contam-se nos dedos.

Com algum esforço, recordamos de alguns personagens: a vingativa Rainha da Noite(A Flauta Mágica, Mozart), que era mãe de Pamina; de Hedwige, mãe de Jemmy (GuilhermeTell, Rossini); era cega a mãe da protagonista Gioconda (A Gioconda, Ponchielli); Lucia, aimpotente mãe de Turiddu (Cavalleria Rusticana, Mascagni); a preconceituosa Condessa deCoigny, mãe de Madalena (Andrea Chénier, Giordano); a misteriosa Azucena, que, na ver-dade, não era a mãe de Manrico (O Trovador, Verdi). Estou seguro que uma pesquisa maisatenta nos apontaria outras.

Poucas delas têm destaque no enredo, restando via de regra, à condição de coadjuvan-tes ou de figurantes. Que injustiça!

Hoje, dirijo minha reflexão a uma mãe, em especial. Malgradoausente na cena, ela está presente no coração do filho. Ela o ama, oampara, o aconselha, espera-o, ora por ele, deseja-lhe paz, amor e se-gurança. Trata-se da mãe de Don José (Carmen, Bizet), que, por in-termédio de Micaela, lhe manda uma carta, com um pouco de dinheiroe uma mensagem de seu amor verdadeiro. Ele a recebe com a emoçãoque somente um filho amado pode sentir: “Un baiser de ma mère!”

Todos nós conhecemos bem uma mãe como essa, que nem sequerprecisa estar presente, visível, para nos transmitir o seu melhor carinho,o seu mais intenso cuidado. A ela nossa gratidão. Por ela, nossa prece.

EDITORIAL

4

Dr. Cyrilo luCianoGomes Junior

Presidente da AssociaçãoMusical de Ribeirão Preto

Por Cyrilo Luciano Gomes Junior

Un baiser de

ma mère!

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cos eram atraídos para a cidade para suprir a neces-sidade dos programas musicais transmitidos ao vivo.

A cidade passou a contar com maior diversi-dade nos gêneros musicais apresentados, mesclandomúsica “clássica” europeia, tangos, temas de óperas,valsas românticas, sambas, boleros e marchas, emconformidade com a tendência das outras rádios na-cionais. Os músicos que tocavam as cordas nas or-questras da rádio eram os participantes das socieda-des sinfônicas que mantiveram simultaneamente aOrquestra Sinfônica de Ribeirão Preto, fundada em1921; a Sociedade de Concertos Symphonicos (1923),a Sociedade de Cultura Artística de Ribeirão Preto(1929) e a Sociedade Musical (1938), nossa atual As-sociação Musical de Ribeirão Preto.

Um dos primeiros conjuntos musicais daPRA-7, o Quinteto Max, era liderado por MaxBartsch, que foi presidente da emissora e primei-ro presidente da Associação Musical de RibeirãoPreto. Muitos conjuntos apareceram em seguida,como a Jazz Band Cassino Antárctica, que comodiz o nome, também atuava em um dos cassinos dacidade, a Orquestra Jazz Tupan, Jazz Band Impe-rial, Cadioli e sua Orquestra, Jazz Band Record,entre outras.

Em 2012 comemorou-se os 90 anos daprimeira transmissão de rádio no Brasil. Dia 7 desetembro de 1922 marcou a transmissão, que ocor-reu simultaneamente à exposição internacional emcomemoração ao centenário da Independência doBrasil, inaugurada pelo presidente Epitácio Pessoa.

Pouco mais de dois anos depois, no dia 23 dedezembro de 1924, entrou no ar a primeira emis-sora de rádio de Ribeirão Preto, sendo a primeirado interior do Estado de São Paulo e do interior dopaís, conhecida posteriormente como PRA-7 (prefi-xo radiofônico número 7), por ser a sétima emissoraoficializada do Brasil. A emissora faz parte hoje doSistema Clube de Comunicação, afiliada das TV erádio Bandeirantes na região.

O livro “PRA-7 – A Primeira Rádio do Inte-rior do Brasil” de autoria dos jornalistas André LuisRezende e Gil Santiago, lançado em 2005, é uma daspoucas obras com informações da emissora na cida-de. O livro abrange a história desde as primeirasreuniões da Radio Clube até os dias atuais, mostran-do as dificuldades que enfrentaram estes pioneirospara colocar no “ar” uma emissora de rádio naquelaépoca. Esse ano, por ocasião dos 90 anos da inaugu-ração da emissora, o livro teve uma segunda edição,comemorativa e atualizada.

A importância da rádio para a história da mú-sica de Ribeirão Preto é imensa. Graças a ela, músi-

ARQUIVO HISTÓRICO

6

Por Gisele Laura Haddad

e a PRA-7A Orquestra

Gisele laura HaDDaDDoutoranda em Musicologia pela ECA/ USP - SãoPaulo e Mestre em Musicologia Histórica pelo IA-

UNESP - São Paulo.

Quinteto Max. Da esquerda para a direita Ranieri Maggiori (bandolin), Dr.Camilo Mércio Xavier (flauta), Max Bartsch (cítara), Francisco de Biase(violino) e Arthur Marsicano (violão). Fonte: Arquivo Histórico da OrquestraSinfônica de Ribeirão Preto.

Ficha de Identificação da Sociedade Musical de Ribeirão Preto, mantenedorada OSRP e fundada em 1938. O músico Luiz José Baldo atuava também na PRA-7. Fonte: Arquivo Pessoal Luiz Baldo.

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CAPA

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e Orquestra Sinfônicade Ribeirão Preto

Cláudio Cruz

Atual regente e diretor musical daOrquestra Sinfônica Jovem do Estado de São Paulo,Cláudio Cruz é incansável. Seu ímpeto musical o le-vou a construir um currículo invejável. Um dos vio-linistas mais reconhecidos, por seu virtuosismo e ta-lento, dono de uma carreira bem sucedida, optou pordedicar-se, também, à regência, onde caminha paraigual sucesso.Indagado pela revista Movimento Vivace sobre estasua decisão, Cláudio Cruz é enfático e seguro na res-posta – “Minha relação com a regência começou aos18 anos, período em que estava começando minhacarreira como concertista de violino. Comecei meusestudos com o maestro Olivier Toni, com aulas deharmonia, contraponto, regência, história da músicae muitas conversas sobre filosofia, que foram definin-do, de maneira contundente, minha personalidade.Nesta época, participei de minha primeira orquestrade câmara, sem regente, como spalla (primeiro vio-lino), liderava musicalmente a orquestra. Não tinha

a exata consciência, mas o fato de estudar a par-titura geral, definir a interpretação, preparar osensaios, já era o trabalho de um regente. Com acriação da Orquestra de Câmara Villa-Lobos, or-questra igualmente sem regente, eu era o diretormusical, spalla e tive a oportunidade de interagir,ainda muito jovem, com grandes nomes da músicainternacional como: Shlomo Mintz, Ingrid Haebler,Dimitri Sitkovetski, Nelson Freire, Antonio Mene-ses, Arnaldo Cohen entre outros.

Com todos estes grandes artistas eu intera-gi como regente, definindo as interpretações e osacompanhando. Aos 29 anos decidi assumir meupapel de regente, sem o violino nas mãos. Imedia-tamente comecei a ser convidado pelas melhoresorquestras brasileiras para atuar nessa função.Posteriormente, comecei a receber convites inter-nacionais. Desde 2001, assumi cargos de regentetitular e me considero agraciado, pois pude intera-gir com orquestras diariamente, desde os 18 anos

Cláudio Cruz e Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto, período onde era regente titular da OSRP.

Por Mariângela Quartim

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de idade. Grandeparte dos jovensregentes não têmesta oportunida-de.”

Seu vínculocom a OrquestraSinfônica e comRibeirão Pretoé antigo e sólido.Cláudio é o tercei-ro maestro titularda Orquestra Sin-fônica, que maistempo ficou nocargo, em 2002 ede 2005 a 2011. Erecorda-se: “Em1991, toquei como

solista com a Kammerorchester Berlim na Konzer-thauss de Berlim, na ocasião o Maestro Toni foi oRegente, lá conheci outro aluno do professor, RubensRicciardi, que estudava musicologia na Universidadede Berlim. Ali começou minha relação com RibeirãoPreto. O jovem Rubens me falava de seus planos decriar uma escola de música em Ribeirão. Posterior-mente, recebi vários convites para tocar recitaispara o Grupo Pró Música, concertos com a Sinfônica,master classes e recitais na USP. Lembro-me de meuprimeiro concerto com a Orquestra, em 1995, toqueio Concerto para violino e orquestra de Tchaikovsky.Em 2001 toquei o Concerto para violino e Orquestrade Mendelssohn, na época já dividia meu tempo entrea carreira de violinista solista e Regente, no mês denovembro do mesmo ano recebi o convite do Dr. LuizGaetani e do professor Rubens Ricciardi para assu-mir o cargo de regente titular da Orquestra, aceiteiimediatamente e, em janeiro de 2002, já estava mo-rando em Ribeirão com toda a minha família.

Diante do convite feito pela Diretoria da Asso-ciação Musical de Ribeirão Preto, em 2001, Cláudioreagiu bem ao desafio e com pleno apoio da Diretoriada Associação, da Prefeitura Municipal, FundaçãoPedro II, Patrocinadores, produtores locais, músicose associados, realizou espetáculos inesquecíveis. Aseu convite, a Orquestra se apresentou com gran-des solistas internacionais, como Antonio Meneses,Nelson Freire, Maria João Pires, Jean Louis Steuer-mann, Fernando Portari, Michel Bourdoncle, entre

outros. Cláudio convidou, também, diversos jovenspianistas japoneses, vencedores de concursos inter-nacionais, alunos do Brasileiro Cláudio Soares, quereside no Japão há trinta anos, desenvolvendo umtrabalho incrível com jovens pianistas.

Além de diversos concertos dedicados exclu-sivamente à ópera, participou da montagem de doistítulos dos mais importantes dessa literatura, Rigol-leto, de Verdi e La Bohémè, de Puccini.

A Orquestra, sob a sua regência, recebeu ain-da grandes artistas da Música Popular Brasileira,como: Ivan Lins, Toquinho, Naná Vasconcelos, DoriCaymmi, Guilherme Arantes, Agnaldo Rayol e LeilaPinheiro são alguns dos artistas que o público assis-tiu no Theatro Pedro II. Sinfonias de Beethoven eMozart, Coletânea, Do Violão à Orquestra (AntonioCarlos Jobim) e Clássicos Natalinos, são alguns dosCDs gravados pela Orquestra, sob seu comando,que, acima de tudo contribuem para atestar a quali-dade das realizações.

Conhecedor da Orquestra, da Associação ede sua história, Cláudio fala com propriedade sobreo passado, opresente ecom esperan-ça para o fu-turo. “ Acre-dito que omomento emque a Orques-tra Sinfônicade RibeirãoPreto foi cria-da e que oTeatro PedroII construído,foi mágico!Era uma épo-ca de grandeexpectativa;trazer para o Brasil a cultura europeia era algo im-portantíssimo, muitos músicos brasileiros se desloca-vam de navio para obter informações, os concertosrealizados, as pequenas produções, os “grandes ho-mens” que estiveram à frente da Sociedade LíteroMusical, hoje Associação Musical de Ribeirão Preto,tem meu profundo respeito e agradecimento.

A Orquestra hoje vive um momento de tran-sição, acredito que se toda a comunidade participardeste momento, ela pode se tornar uma das maioresorquestras do país, o apoio dos órgãos governamen-tais, municipal e estadual, a iniciativa privada, a mí-dia, todos podem eleger a Orquestra Sinfônica de Ri-beirão Preto como sua orquestra, pela sua história etrajetória. Nos anos em que estive contratado Regen-te Titular, conseguimos ampliar a orquestra, comple-tando os naipes de metais e percussão, ampliando aspossibilidades de repertório, convidamos vários so-listas internacionais, vários artistas da MPB, promo-vemos importantes espetáculos como óperas, balés,gravações de CDs, parcerias com escolas de Música,criação de projetos sociais. Este deva ser o cotidianode uma Orquestra Sinfônica, ela deve interagir comtoda a Comunidade.

Espero ver no futuro a Orquestra com umatemporada de concertos, ampla! Solistas, maestros,festivais de óperas, balés, CDs, turnês nacionais e in-ternacionais, comissionamento”.

Cláudio Cruz, uma ligaçãoprofissional sólida com Ribeirão.

Cláudio Cruz em ensaio com Rubens Ricciard, Rosana Lamosa, FernandoPortari, Leonardo Neiva, Sávio Sperandio , Claudinei de Oliveira, Cleyton

Pulzi e Reginaldo Nascimento, durante a montagem da ópera Lá Bohémè.

Cláudio Cruz no Theatro Pedro II, palco de tantasrealizações com a Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto.

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PALAVRA DO ARTISTA

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artistaPalavra doMÃOS À OBRALi recentemente um artigo de autoria de

umdosmaisconhecidospublicitáriosbrasileirosemque,para espanto de muitos, o autor faz uma crítica contun-dente à classe alta brasileira. Aponta o dedo para a faltade educação e cultura da elite tupiniquim, muito maispreocupada em exibir grifes famosas e carrões impor-tados do que em mergulhar num bom livro ou apreciarobras de arte. Entenda-se por “classe alta” aquela faixada população que, ao contrário da maioria, comeu direi-tinho, foi à escola, consumiu o básico e o supérfluo ao lon-go da vida e chegou à faculdade. Para nós, acomodadosabaixo do Equador, isso já é o bastante para se situar naparte superior da pirâmide social.

Imagine então os pouquíssimos privilegiados quetêm algum ou alguns luxos acima do conforto e da dig-nidade – excelente salário ou renda, viagens, vida socialintensa, acesso a todos os bens de consumo materiais,acadêmicos e culturais.

Pois bem. Referi-me ao artigo acima porquevivo em Ribeirão Preto, uma cidade apontada como pa-raíso do agronegócio, dos serviços sofisticados, do mer-cado de luxo, de excelentes restaurantes, da diversidadede lazer, da revenda de lindos automóveis importados edeumainfinidadedesalõesdeestética,academias,esco-las de primeira linha e gente muito bonita.

É aí que entra a bronca do publicitário. E a mi-nha. Nesse paraíso tropical em que vivemos, onde é quefica o interesse pela educação e a cultura? Em que lugaros privilegiados ribeirão-pretanos colocam a produção eo consumo cultural?

Quem presta atenção, sabe que Ribeirão ofere-ce a seus habitantes tesouros bem mais valiosos que asvitrines dos shoppings. Temos aqui, por exemplo, umapreciosa e vasta coleção de arte contemporânea, hojeacomodada num belíssimo instituto aberto ao públicoe mantido por uma família local; nossa anual Feira doLivro é uma das mais prestigiadas do país. Além disso,algumas galerias de arte oferecem aos cidadãos o quehá de melhor em artes plásticas; grupos de teatro pro-duzem espetáculos, formam atores e apresentam peçasda melhor qualidade; jovens video-makers e cineastasaprendem e reproduzem sua arte em cursos e espaçoslocais, como o Stúdio Kaiser; músicos se formam e aper-feiçoam na USP-Ribeirão, assim como escritores se pro-jetamnacionalmenteatravésdeumaproduçãorespeitá-vel e grupos de dança extrapolam a arte das sapatilhase configuram formas de integração social.

Corais, óperas, instrumentistas e cantores, de-signers,cartunistas,bailarinos,atores,escritores,pinto-res e um crescente número de espaços de divulgação eexibição dão conta, mesmo que numa dimensão interio-rana, de um cenário cultural bastante respeitável.

À frente de tudo isso, é claro, nossa OrquestraSinfônica, do alto dos seus 93 anos, tem sido apontadacomo uma das melhores do país e é motivo de orgulhopara qualquer cidadão minimamente informado. Seusprojetos, festivais e exibições são acompanhados porcentenas de ribeirão-pretanos que, da platéia de ummagnífico teatro totalmente restaurado, assistem aosconcertos de música erudita, jazz, MPB e inflam o peitode alegria e orgulho.

Pois bem. É nesse cenário privilegiado (numpaís de tantas desigualdades) que a Sinfônica de Ri-beirão Preto atravessa uma constrangedora crise fi-

Carmen CaGnoé Jornalista, escritora e professora universitária

nanceira. Com uma tristeza enorme – e um bocadode vergonha - assistimos no palco do Pedro II seus 56músicos aplicados e talentosos nos presentearem commomentos de verdadeira arte e emoção sem receberseus salários, ou recebendo-os com atraso. Contrata-ções, manutenção, qualidade são investimentos queexigem dinheiro, caixa, estabilidade financeira, patro-cínio, sossego, ou seja, o mínimo que uma associaçãocomo a Sinfônica merece por tantos anos de dedicaçãoe qualidade.

Cabe aos cidadãos de Ribeirão Preto, princi-palmente aos mais abastados, refazerem suas priori-dadese,aindaquetarde,começaremareverseusvalo-res.Justiçasejafeita,umapartedeles(aindaquemuitopequena) já apóia e auxilia a cultura local, mas trata-sede uma parcela mínima.

Uma cidade sem educação e cultura está fadadaao insucesso; será sempre uma província acaipirada –mesmo com todas as grifes e carrões do mundo.

Nos centros urbanos dos países civilizados,quem banca bibliotecas, museus e orquestras não éo governo- mas os cidadãos que amealharam não sóbens e dinheiro, mas cultura suficiente para entenderque cidadania se constrói com conhecimento e infor-mação.

Ribeirão Preto, que tanto se orgulha de suaprodução agrícola e das benesses trazidas pelo dinhei-ro, poderia ser um exemplo para o resto do país. Paraisso, além de feiras de agricultura e corridas de auto-móvel, será preciso que seus cidadãos comecem a des-cobrir o valor da cultura e a investir cabeça, coração edinheiro na construção de uma comunidade verdadei-ramente emancipada.

Já temos meio caminho andado para isso. Osprodutores culturais – em que pesem problemas, di-vergências e dificuldades - têm desempenhado a duraspenas o seu papel. Resta-nos agora desempenharmoso nosso. Portanto, mãos a obra!

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DicionáriomusicalAbertura – Peça orquestral que

abre uma ópera ou outra obra longa, ou então es-crita para apresentação em concerto.

Allegro – (do italiano) Alegre, rápido; ummovimento em andamento animado.

Concerto – (1) Termo frequentemente apli-cado no século XVII à música para conjunto devozes e de instrumentos; desde então, costuma in-dicar uma obra em que um instrumento solista (ouum grupo instrumental solista) contrasta com umconjunto orquestral. (2) Termo que designa umaapresentação musical pública, habitualmente impli-cando a interpretação por parte da orquestra. Atémeados do século XIX, um concerto podia signifi-car praticamente qualquer tipo de entretenimentonão-teatral. Para uma apresentação em menor es-cala, costuma-se preferir o termo “recital”.

Ópera – Obra musical dramática em que al-guns ou todos os papéis são cantados pelos atores;uma união de música, drama e espetáculo, com a mú-sica normalmente desempenhando a principal função.

Scherzo – (do italiano) Brincadeira. Peça – (do italiano) Brincadeira. Peça curta, muito ligeira.

Solo – (do italiano) Sozinho. Termo queidentifica, numa partitura, uma passagem quedeve ser executada por um só intérprete (em vezde dobrada por outros), ou aquelas partes de umconcerto dominadas pelo solista. O termo tambémé usado para uma peça executada por um únicoinstrumentista, ou, no período barroco, um únicoinstrumento com acompanhamento do contínuo.

Suíte – Conjunto de peças instrumentais,dispostas ordenadamente e destinadas a seremexecutadas em uma audição ininterrupta.

Viola – Instrumento de arco com quatrocordas, uma versão contralto do violino, com oqual se parece muito. A sonoridade, apesar de me-nos enérgica, mais do que se iguala à do violino emriqueza e calor emotivo.

Fonte: Dicionário Grove de Música; edição concisa/editadopor Stanley Sadie; editora assistente Alison Latham; tradução Edu-ardo Francisco Alves – Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1994.

DICIONÁRIO MUSICALDICIONÁRIO MUSICAL

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VIDA DE MÚSICO

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FERNANDO CHAGAS CORRÊA

Nome Artístico: Fernando Corrêa

Instrumento: Violino

Estado Civil: Solteiro

Nacionalidade: brasileira

Além da música, do que gosta? Jogar futebol comos amigos.

Fernando por Fernando: Descontraído, na maiorparte do tempo, inclusive no trabalho, por gostar

muito do que faz.

IVAN BENEDITO RODRIGUES

Nome Artístico: Ivan Rodrigues

Instrumento: Violino

Estado Civil: Solteiro

Nacionalidade: Brasileira

Além da música, do que gosta? De viajar, de ca-choeiras, filmes, estar com meus amigos e com afamília.

Ivan por Ivan: Sou bem humorado, dedicado e tei-moso. A música é minha vida, amo o que faço.

SVETLA NIKOLAVA ILIEVA

Nome Artístico: Svetla Ilieva

Instrumento: Violoncelo

Estado Civil: Casada

Nacionalidade: búlgara/naturalizada bra-sileira (dupla cidadania)

Além da música, do que gosta? Ler eCozinhar

Svetla por Svetla: Tranquila, muito ligadaa sua família e acredita que é sempre ne-

cessário se ter pensamentos positivos.

orquestra“TODA ALMA É UMA MÚSICA QUE SE TOCA”.RUBEM ALVES

Conheça sua

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WALISON LENON DE OLIVEIRA SOUZA

Nome Artístico: Walison de Souza

Instrumento: Percussão

Estado Civil: Solteiro

Nacionalidade: Brasileira

Além da música, do que gosta? Festejar com afamília, sair com a namorada, andar de bicicleta

e praticar yoga.

Walison por Walison: “ A vingança nunca é ple-na, mata a alma e envenena” Seu Madruga.

LINCOLN REUEL MENDES

Nome Artístico: Lincoln

Instrumento: Contrabaixo

Estado Civil: Casado

Nacionalidade: Brasileira

Além da música, do que gosta? Além da mú-sica o que eu mais gosto e curtir um dia depescaria e natureza na companhia do meuirmão Bruno e de meu pai Eurípedes.

LADSON BRUNO MENDES

Nome artístico: Bruno Mendes

Instrumento: Violoncelo

Estado Civil: Solteiro

Nacionalidade: Brasileira

Além da música, do que gosta? Curtir umaboa pescaria com os amigos e a família.

Ladson por Ladson: Família e amigos é onosso maior tesouro.

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PROGRAMAÇÃO

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Iniciou-se na música com seu pai, o luthier João Cruz,posteriormente recebeu orientações de Erich Lenninger, Ma-ria Vischnia (violino) e George Olivier Toni (Teoria e Regên-cia). Foi premiado pela Associação Paulista de Críticos de Ar-tes (APCA), Prêmio Carlos Gomes, Prêmio Bravo, GrammyAwards entre outros. Nos últimos anos regeu a Orquestra deCâmara de Osaka, Orquestra de Câmara de Toulouse, Orques-tra Sinfônica de Avignon, Northern Sinfonia (Inglaterra), aSinfonia Varsovia, New Japan Philharmonic, Hyogo AcademyOrchestra, Hiroshima Symphony (Japão), Svogtland Philhar-monie (Alemanha), Jerusalem Symphony Orchestra entre ou-tras. Atuou como Diretor Artístico e Regente nas montagensdas óperas Lo Schiavo e Don Giovanni em Campinas, Rigolet-to e La Boheme em Ribeirão Preto. Na temporada 2014 rege-rá no Brasil: a Orquestra do Teatro Municipal de São Paulo,Orquestra do Estado de São Paulo (OSESP), Orquestra Sin-fônica de Curitiba, Ópera, Balet e Concertos Sinfônicos emRibeirão Preto, além de concertos em agosto no Festival Ber-lioz na França, em Amsterdam e em Israel entre outros. De1990 a 2012 ocupou o cargo de Spalla da Osesp, atualmente éo Regente e Diretor Musical da Orquestra Sinfônica Jovem doEstado de São Paulo.

A Violista Jennifer Stumm é reconhecida mundialmente como uma das maiores defensoras de seu instrumen-to, famosa tanto por sua sonoridade distinta, quanto por seu entusiasmo sem medidas pela música. Aclamada peloWashington Post pela “beleza amorfa” de suas execuções, Jennifer Stumm já esteve nos mais nobres palcos ao redordo mundo, incluindo o Carnegie Hall, o Kennedy Center, o Concertgebouw, a Sala São Paulo e o Wigmore Hall. Suacarreira como solista se iniciou após sua vitória em três grandes competições internacionais em um único ano: WilliamPrimrose, Geneva e o Concert Artists Guild (onde ela foi a primeira violista da história a ganhar a primeira colocação).Nesta temporada, Jennifer Stumm apresentará Harold in Italy em quatro continentes, fará estréias com orquestrasna Alemanha e na Polônia, e lançará uma nova parceira com a EMESP Tom Jobim.

Jennifer é também uma grande comunicadora. Sua palestra no TED sobre a viola e as benções de ser diferente,The Imperfect Instrument (O Instrumento Imperfeito), foi nomeada na escolha dos editores como a melhor palestrano ted.com. A violista foi artista da capa da edição “Artists on the Verge” da Symphony Magazine. As gravações deHarold in Italy, para a Orchid Classics, serão lançadas em setembro. Seu disco de estréia, da Série Naxos’ Laureatede trabalhos de virtuosos italianos, recebeu grande aclamação crítica. Como uma artista da nova geração BBC, e re-cebedora do Prêmio Borletti Buitoni, Jennifer se apresenta em grandes festivais como Marlboro, Spoleto, Aldeburgh,Delft e IMS Prussia Cove. Seus parceiros e colaboradores incluem nomes como Beaux Arts Trio, Guarneri, Vermeere Alban Berg Quartets e o conjunto L’Archibudelli.

Nativa de Atlanta, na Geogia, Jennifer escolheu a viola na orquestra da escola, quando ela tinha oito anos, por-que achava q ela possuía o som mais bonito (e o violoncelo era pesado demais para carregar!). Ela prosseguiu com seusestudos e estudou com Karen Tuttle, no Instituto de Música de Curtis e na Julliard School, e também foi atrás de seusinteresses em política e astronomia na Universidadeda Pensilvânia. Seus últimos mentores foram NobukoImai e Steven Isserlis. Desde seus dias como profes-sora de violino na cidade de Atlanta, Jennifer tem sededicado ao poder da educação musical para gerar amudança social. Atualmente ela tem apoiado projetosglobais que desenvolvem e identificam talentos, osmais recentes são o Bolívia Clásica, o Atlanta MusicProject e o Guri São Paulo.

Jennifer Stumm tem atualmente a Cadeirados Estudos de Viola do Colégio Real de Música deLondres. A musicista se apresenta em uma viola deGasparo da Salò, c 1590, generosamente emprestadade uma coleção particular.

Trad. Victor Gobatti

CLAUDIO CRUZ

JENIFFER STUMMsolista

regente

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REALIZAÇÃO:

Orquestra Sinfônica de Ribeirão PretoDia: 3 de maio de 2014Local: Theatro Pedro IIHorário: 20hRegente: Cláudio CruzSolista: Jennifer Stumm

ProgramaA. Carlos Gomes (1836-1896) - Abertura da Ópera Maria TudorFranz Anton Hoffmeister (1754-1812) - Concerto para Viola em Ré Maior

I. AllegroII. AdagioIII. Rondo

Intervalo

Alberto Nepomuceno (1864-1920) - Série Brasileira - IV. BatuqueGuerra-Peixe (1914-1993) - Suíte Pernambucana 17H.Villa-Lobos (1887-1959) - Bachianas Brasileiras nº 2 - O Trenzinho do Caipira

“CONCERTOS INTERNACIONAIS”

MINISTÉRIO DA CULTURA E ASSOCIAÇÃOMUSICAL DE RIBEIRÃO PRETO APRESENTAM:

Page 16: Revista Vivace - nº 59 - maio 2014

NOTAS DE CONCERTO

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Notasde concertoCarlos Gomes, Antonio (1836-1896)

Abertura da Ópera Maria TudorO compositor campineiro Carlos Gomes foi um

grande mestre da ópera romântica. Transferiu-se paraMilão, onde conquistou o sucesso da Ópera “Il Guarany”em 1870, que lhe rendeu renome e fama internacional.

Em uma época com muitos problemas particula-res e financeiros, escolheu musicar a história da RainhaInglesa Maria Tudor, um drama escrito por Victor Hugo.

Perfeccionista e inseguro, trabalhou duro, fazendocorreções até a véspera da estréia. Porém, o talento, o su-cesso e a fama de nosso compositor despertaram inveja ereclamações dos italianos, da imprensa e pessoas influen-ciadas. Argumentavam que enquanto muitos italianosteriam pequenos teatros para expor suas obras, o “índioselvagem” tinha o melhor teatro e vaiaram a Maria Tudorsem dó e piedade.

Esta é uma belíssima obra, com uma abertura mui-to bem escrita e um lirismo fantástico. Por este motivo, aprópria imprensa teve que reconhecer seu mérito à me-dida que as récitas eram cada vez mais bem aplaudidas erecebidas pelo publico.

Hoffmeister, Franz Anton (1754-1812)Concerto para Viola em Ré MaiorNasceu em Rottenburg am Neckar e aos quatorze

anos de idade se mudou para Viena para estudar direito.Após seus estudos, decidiu seguir carreira musical e setornou um dos principais integrantes do classicismo vie-nense.

Seu Concerto para Viola em Ré Maior e o Concertopara Contrabaixo Nº1 possuem um papel importante naformação pedagógica do instrumentista, sendo muito soli-citado em audições de orquestras de todo mundo.

Os manuscritos desse concerto para viola se encon-tram na biblioteca de Dresden, onde podemos observarinúmeras imprecisões textuais e trechos incompletos quemostram um segundo movimento alternativo no estilo“Siciliano”, sugerindo que a obra possa ter duas versões.

O concerto inicia-se com uma bela introdução or-questral, após isso, o solista entra com um tema que seráa base para quase toda a obra. Temas posteriores em to-dos os três movimentos se relacionam intimamente a estaprimeira melodia. A peça é cuidadosamente construída,mostrando tanto o timbre escuro e suave da viola, como aagilidade que se aproxima ao do violino. A orquestra nãosó apóia o virtuosismo do solista, mas apresenta momen-tos de grande interesse melódico próprio.

Nepomuceno, Alberto (1864-1920)Série Brasileira - IV. BatuqueUm dos principais inspiradores da corrente nacio-

nalista, Nepomuceno nasceu em Fortaleza e transferiu-separa o Rio de Janeiro. Estudou em Roma, Berlim (ondefoi influenciado pela estética do romantismo germânico) eParis. Podemos ouvir o nacionalismo de Nepomuceno comfervor em sua Série Brasileira, escrita em 4 movimentose estreada em 1897. O primeiro movimento (Alvorada daSerra) é um belo realismo musical, que se inicia com umtema folclórico brasileiro (sapo cururu) e podemos ouvir ocanto dos pássaros da nossa flora, inclusive do belo sabiá.Terminado a segunda parte (Intermezzo), podemos des-cansar imaginando que estamos em uma deliciosa redede balanço após o almoço (A Sesta na Rede). E o últimomovimento, é uma orquestração da sua Dança de Negros,

originalmente composta para piano, aqui chamada de Ba-tuque, onde podemos ouvir a influência da cultura africa-na miscigenando com nossas raízes.

Guerra-Peixe, César (1914-1993)Suíte PernambucanaNasceu em Petrópolis-RJ, onde iniciou sua carrei-

ra como violinista e arranjador. Foi aluno de Koellreut-ter, com quem aprendeu a técnica do dodecafônismo. Foiconvidado a residir na Europa e nos EUA, mas recusouos convites e assinou contrato com a Orquestra da Rádiode Pernambuco, onde iniciou suas pesquisas de músicasfolclóricas.

Após compor a Suíte Sinfônica Nº1 (Paulista), ime-diatamente começou a escrever a Suíte Sinfônica Nº2(Pernambucana) desenvolvida em 4 movimentos. I. Mara-catu: descreve a manifestação cultural folclórica pernam-bucana afro-brasileira que acompanha o cortejo real. II.Dança de Cabocolinhos: mostra uma dança carnavalescarealizada nos bairros, representada por uma peça teatralcom os carnavalescos vestidos de índios. III. Aboiado: ou-viremos um canto monótono que os vaqueiros fazem parareunirem os gados espalhados pelo campo. IV. Frevo:dança de rua orquestral com ritmo derivado da marcha edo maxixe, contagiante e muito dançante.

Villa-Lobos, Heitor (1887-1959)Bachianas Brasileiras nº 2 – IV. Tocata (O Tren-

zinho do Caipira)Natural do Rio de Janeiro, após a morte do pai, pas-

sou a trabalhar como violoncelista e em rodas de choro,onde desenvolveu habilidades ao violão. Viajou pelo Brasilaprendendo muito sobre a música folclórica regional e in-dígena. Sua enorme admiração por J. S. Bach fez com queestudasse e herdasse a ciência do contraponto, e isso lherendeu a série de 9 obras: As Bachianas Brasileiras. Estasérie foi escrita para formações diversas e fundiu elemen-tos musicais folclóricos brasileiros com o estilo barroco deBach.

A segunda obra da série foi estreada no Festivalde Veneza a 3 de setembro de 1938 e composta por 4 mo-vimentos: I. Prelúdio (O Canto do Capadocio), II. Ária (OCanto da Nossa Terra), III. Dança (Lembrança do Sertão)e IV. Tocata (O Trenzinho do Caipira). Esta bela tocatanarra uma viagem pelo interior brasileiro com bom hu-mor e alegria, onde os instrumentos da orquestra imitamo som de uma locomotiva (Maria Fumaça).

Anderson Castaldi –Compositor, Arranjador,

Regente, Violinista eProfessor.

[email protected]

por Anderson Castaldi

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MINISTÉRIO DA CULTURA E ASSOCIAÇÃOMUSICAL DE RIBEIRÃO PRETO APRESENTAM:

JUVENTUDE TEM CONCERTO

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Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto

Dia: 4 de maio de 2014

Local: Theatro Pedro II

Horário: 10h30

Regente: Cláudio Cruz

Solista: Jennifer Stumm

Programa:

A. Carlos Gomes (1836-1896) - Abertura da Ópera Maria Tudor

Franz Anton Hoffmeister (1754-1812) - Concerto para Viola em Ré Maior

Alberto Nepomuceno (1864-1920) - Série Brasileira - IV. Batuque

Guerra-Peixe (1914-1993) - Suíte Pernambucana 17

H.Villa-Lobos (1887-1959) - Bachianas Brasileiras nº 2 - O Trenzinho do Caipira

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Ficha Técnica

MAETRO CONVIDADOCláudio Cruz

MAESTRO ADJUNTOReginaldo Nascimento

VIOLINO IDenis Usov (spalla)Petar Vassileiv KrastanovGiliard Tavares ReisPaola RedivoMariya Nihaylova KrastanovaLuciano Borges NascimentoEduardo Felipe Correa de OliveiraAnderson CastaldiDimas Carter Araujo da Costa (convidado)

VIOLINO IIMarcio Gomes dos Santos Jr (chefe de naipe)Ilia Gueoguiev IlievArthur Lauton Carvalho de SousaHugo Novaes QuerinoJosé Roberto RamellaJonas Mafra GonçalvesIvan Benedito Rodrigues (trainee)Fernando Chagas Corrêa (trainee)

VIOLAWillian Rodrigues da Silva (chefe de naipe)Guilherme de Carvalho PereiraRossini Rocha da SilvaAdriel Vieira Damasceno (trainee)Michele Silva Piçaço (trainee)

VIOLONCELOJonathas da Silva (chefe de naipe)Svetla Nikolava IlievaThieres Luiz BrandiniLadson Bruno MendesMaurelio Morais Peotta (estagiário)músico convidado (convidado)

CONTRABAIXOMarcio Pinheiro Maia (chefe de naipe)Vinicius Porfírio FerreiraWalter de Fátima FerreiraLincoln Reuel Mendes

1º OBOÉ 1Marcos de Souza Aquino (convidado)

2º OBOÉ E CORN INGLESJosiane Cristina Cicolani Marques (convidado)

FLAUTASergio Francisco Cerri (chefe de naipe)Lucas Martinelli de Lira (piccolo)Riane Benedini Cury

CLARINETAKrista Helfenberger Munhoz (chefe de naipe)Bogdan Dragan

FAGOTELamartine Silva Tavares (chefe de naipe)Denise Guedes de Oliveira Carneiro

Presidente Cyrilo Luciano Gomes Junior1º vice-presidente Silvio Trajano Contart2º vice-presidente Daniel CredidioGerente Mariangela Quartim

FichaFichaFicha Técnica

TROMPAEdgar Fernandes Ribeiro (chefe de naipe)Carlos Oliveira Portela (traine)Moises Henrique da Silva Alves (trainee)Nadabe Tomás da Silva (convidado)

TROMPETEAndré de Souza Pinto (chefe de naipe)Natanael Tomas da SilvaFelipe Barbosa (convidado)

TROMBONERicardo Pacheco (chefe de naipe)José Maria LopesThales Naia Batchi Thomaz de Souza (con-vidado)

TROMBONE BAIXOPaulo Roberto Pereira Junior

TUBAAdilson Trindade de Avila

TÍMPANOSLuiz Fernando Teixeira Junior (chefe de naipe)

PERCUSSÃOKleber Felipe Tertuliano (trainee)Walison Lenon de Oliveira Souza (trainee)Carolina Raany Candido da Silva (estagiária)

MÚSICOS LICENCIADOS

VIOLADaniel Fernandes Mendes Junior

VIOLONCELOSilvana Rangel Teixeira

EQUIPE PRODUÇÃO EADMINISTRATIVO

GERENTEMariangela Quartim de Moraes

ADMINISTRATIVOJosé Antônio Francisco

FINANCEIROFrancisco EvangelistaRosana Cristina Araujo

PRODUÇÃOJulia Quartim

INSPETORJosé Maria Lopes

ARQUIVISTA MUSICALLeandro Pardinho Santos

MONTADORESElvis Nogueira Mota da SilvaThaniz Gabriell de Moraes Lopes

ARQUIVISTA HISTÓRICOGisele Laura Haddad

Patronos e PatrocinadoresArteris S/A

Associação Com. e Ind. de Ribeirão Preto

Astec - Contabilidade

Augusto Martinez Perez

Banco Ribeirão Preto S/A

Caldema Equipamentos Ind. Ltda

Central Energética Moreno de Açucar e

Álcool Ltda

Cia. Bebidas Ipiranga

Construtora Said

Dr. Raul Gonzalez

Estacionamento Stopark

Fundação Waldemar Barnsley Pessoa

Grupo WTB

Hospital São Francisco Sociedade Ltda

Hotel Nacional Inn

Interunion

Itograss Agrícola Alta Mogiana Ltda

Matrix Print

Maurílio Biagi Filho e

Vera Lúcia de Amorim Biagi

Maubisa

Mesquita Ribeiro Advogados

Molyplast Com. Imp. e Exp. Ltda

Price Auditoria

RibeirãoShopping

Riberball Mercantil Ind. Ltda

RTE - Rodonaves Transp. e Enc. Ltda

Santa Helena Indústria de Alimentos S/A

São Francisco Gráfica e Editora Ltda

Sasazaki Indústria e Comércio Ltda

Savegnago Supermercado Ltda

Stream Palace Hotel

UNISEB COC

Usina Alta Mogiana S/A - Açúcar e Álcool

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AGENDAAGENDA

2222Agenda

2014Mês de Maio:SÉRIE “CIRANDA SINFÔNICA”Regente: Reginaldo NascimentoSolista: Sérgio Cerri – flauta

Dia 11 de Maio, domingo.Horário: 19h30Local: Centro Cultural Professor Cícero Barbosa Lima Junior/Ituverava - SP

CONCERTO ESPECIAL DENTRO DA PROGRAMAÇÃO DA“ FEIRA NACIONAL DO LIVRO DE RIBEIRÃO PRETO”Regente: Reginaldo Nascimento

Dia 17 de Maio, sábado.Horário: 21hLocal: Theatro Pedro II/ Ribeirão Preto – SP

Mês de Junho:SÉRIE “ CONCERTOS INTERNACIONAIS”Regente: Roberto Minczuk – maestro convidadoDia 07 de Junho, sábado.Horário: 20hLocal: Theatro Pedro II/ Ribeirão Preto - SP

SÉRIE “ JUVENTUDE TEM CONCERTO”Regente: Roberto Minczuk – maestro convidado

Data: dia 08, domingo.Horário: 10h30Local: Theatro Pedro II/Ribeirão Preto-SP

Mês de Julho:SÉRIE “ CONCERTOS INTERNACIONAIS”Regente: Victoria Ratsyuk (Ucrânia)– maestrina convidadaData: dia 19, sábado.Horário: 20 horasLocal: Theatro Pedro II/Ribeirão Preto-SP

SÉRIE “ JUVENTUDE TEM CONCERTO”Regente: Victoria Ratsyuk (Ucrânia)– maestrina convidada

Data: dia 20, domingo.Horário: 10h30Local: Theatro Pedro II/Ribeirão Preto-SP

SÉRIE “ CONCERTOS INTERNACIONAIS”Data: Agosto, dia 16, sábado.Data: Setembro, dia 06, sábado.Data: Outubro, dia 18, sábado.Data: Novembro, dia 01, sábado.Horário: 20 horasLocal: Theatro Pedro II/Ribeirão Preto-SP

SÉRIE “ JUVENTUDE TEM CONCERTO”Data: Agosto, dia 17, domingo.Data: Setembro, dia 07, domingo.Data: Outubro, dia 19, domingo.Data: Novembro, dia 02, domingo.Horário: 10h30Local: Theatro Pedro II/Ribeirão Preto-SP

Mês de dezembro:CONCERTO DE NATALData: dia 20, sábado.Horário: 20 horasLocal: Theatro Pedro II/Ribeirão Preto-SPData: dia 21, domingo.Horário: 10h30Local: Theatro Pedro II/Ribeirão Preto-SP

Observação: Constam aqui apenas as datas das Séries “ConcertosInternacionais” e “Juventude Tem Concerto”. Os demais Concertosserão oportunamente anunciados.Datas sujeitas, eventualmente, à alteração.

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