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Edição 02 www.vivoverde.com.br Capa | Pg. 08 Pimenta Verde | Pg. 14 Banda Verde | Pg. 11 BioVerde | Pg. 18 Quem desequilibra o meio ambiente? Queimadas: se você esquenta com isso ajude a combater Bate-papo Verde Como será o fim do mundo? revista Tempo, Clima e Mudanças Climáticas Quem desequilibra o meio ambiente? Pg. 8

revista - VivoVerdeEstive observando um vídeo que trás um texto do Carl Sagan falando sobre “O Pálido Ponto Azul” e ele mostra a pequenez do nosso planeta diante do universo,

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Edição 02www.vivoverde.com.br

Capa | Pg. 08

Pimenta Verde | Pg. 14

Banda Verde | Pg. 11

BioVerde | Pg. 18

Quem desequilibra o meio ambiente?

Queimadas: se você esquenta com isso ajude a combater

Bate-papo Verde

Como será o fim do mundo?

revista

Tempo, Clima e Mudanças Climáticas

Quem desequilibra o meio ambiente?

Pg. 8

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03Editorial

05Impactos da mudança

climática

08Capa - Q

uem desequili-

bra o ambiente?

06O Pálido ponto azul

13Mudança Climática e

desigualdade de renda

14Queimadas: ajude a

combater

17#ecotweet

22Do grão perdido ao

aquecimento global

18Como será o fim do

mundo?

11Bate-Papo Verde

www.vivoverde.com.br Outubro 20102

Expediente - Revista Vivo Verde

Editora Chefe: Daiane Santana da Silva - @VivoVerdeEditora: Ana Franco - @anasfranco

Jornalistas:

Ana Franco - @anasfrancoFábio Souza - @fabiofsouzaGabriela Oliveira - @_gabiiiJoão Neto - @Chaos0013

Desenvolvimento: BlackJack

Flicker RevistaVVhttp://www.flickr.com/photos/revistavv

Youtubehttp://www.youtube.com/revistavv

CONTATO

E-mail:

[email protected]@vivoverde.com.br

Correspondência:

Revista VivoVerde210 Sul, Alameda 05, Lote 35, Casa 02 ou 03Palmas/TO, CEP: 77020-594

Twitter:Twitter.com/RevistaVV - @RevistaVVTwitter.com/VivoVerde – @VivoVerde

Revisão: Karine Buchweitz - @bmkarineProdutor gráfico: Jonathan Moreira - @JohnChronusPublicidade e Marketing: Hellen Bispo da Silva - @hellenbispoWebdesigner: Tiago Pastorello - @tpastorello

Colaboradores desta edição:Adriana Minhoto - @driminhoto, Giovanni Salera, Milla Scramignon - @ruivapedalante, Nathalia Soares - @chubby_ vegan, Rodrigo Leão - @RodrigoLeao, Thiago Lucas - @Zonotriko, Ted Fernandes - @tedfernandes.

Errata: Pedimos desculpas pelo erro na edição 01, na ilustração de @millascramignon, os créditos não estavam corretos. (Pág. 20)

índice

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www.vivoverde.com.br Outubro 20103

Editorial

urante estes últimos dias foi intenso o alvoroço das pessoas em relação à chegada do início das chuvas em algumas regiões. O Centro-Oeste, Norte e Nordeste foram regiões castigadas pela seca intensa e o aumento significativo das queimadas que tanto preocuparam o poder público e a população. Eventos que já eram tidos como populares, como é o caso da “chuva do caju” não veio este ano, rajadas fortíssimas de vento em

períodos prolongados foi alvo de preocupação em algumas localidades, calor intenso dentre outras problemáticas que assolaram certas regiões do país. Cada um tem uma visão diferenciada e uma percepção destas mudanças.

Pensando nisto, em relação a estas visões e acontecimentos decidimos fomentar as questões do “Tempo, Clima e Mudanças Climáticas”. As mudanças climáticas são um assunto que muito comentado, até mesmo há quem duvide sobre ele, como é o caso do chamado “climategate”, mas há uma grande confusão quando se fala em clima e tempo!

Por exemplo, como seria a forma correta de se perguntar para um amigo de outra cidade; “Como vai o tempo/clima aí em sua cidade?” Não é muito difícil resolver este problema, na verdade é apenas uma questão de conceito. Tempo - Refere-se à condição atual do local, como: se está chovendo, se há rajadas de vento ou trovoadas, se a temperatura anda muito alta ou muito baixa e por aí vai...Clima - É um apanhado de todos estes dados climáticos do tempo, em certo período de “tempo”, o que ajuda a fazer previsões meteorológicas. Sanadas estas dúvidas, creio que você já se encontre apto para conhecer nossa segunda edição, que vem recheada de assuntos atuais e que aguça a curiosidade de muitos.

Nesta edição temos o prazer de apresentar uma entrevista com o Professor José Luis Cabral que é coordenador do Núcleo de Meteorologia e Recursos Hídricos do Estado do Tocantins, no qual ele nos mostra de forma clara o que está causando os transtornos climáticos e qual é a sua culpa nisto. Quais os impactos de uma mudança climática? O que a ONU fala sobre isto? Uma matéria superinteressante sobre a atual e futura situação das queimadas no Brasil, além da estréia do Bate-Papo Verde, no qual traremos mensalmente entrevistas com bandas que fazem a diferença em relação ao meio ambiente; a banda

entrevistada desta edição é a Galinha-Preta, vale a pena conferir.

Aproveitem o tempo ameno e boa leitura!

Daiane Santana – Editorial RevistaVV 2° Edição – Outubro

D

“O tempo pode ser usado como uma bênção ou como uma arma

apocalíptica.”

Sidney Sheldon – Quem tem medo do escuro?

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www.vivoverde.com.br Outubro 20105

VeganVerde

ma mudança global para uma dieta vegana é vital para salvar o mundo da fome, da escassez de combustíveis e dos piores impactos das mudanças climáticas”, afirma o relatório da ONU.

O número da população mundial avança mais a cada dia, em 2050, a previsão da população é de 9,1 bilhões de pessoas e, “o consumo de carnes e laticínios é insustentável”, diz o relatório do painel internacional de gerenciamento de recursos sustentáveis do Programa Ambiental das Nações Unidas (UNEP). “Espera-se que os impactos da agricultura cresçam substancialmente devido ao crescimento da população e do consumo de produtos de origem animal. Ao contrário do que ocorre com os combustíveis fósseis, é difícil procurar por alternativas: as pessoas têm que comer. Uma redução substancial nos impactos somente seria possível com uma mudança substancial na alimentação, eliminando produtos de origem animal”. Diz o relatório da UNEP.O principal autor do relatório, Edgar Hertwich, afirma que “produtos de origem animal causam mais danos do que produzir minerais de construção como areia e cimento, plásticos e metais. A biomassa e plantações para alimentar animais causam tanto dano quanto queimar combustíveis fósseis”. A recomendação segue o conselho de Lorde Nicholas Stern, ex-conselheiro do governo trabalhista inglês sobre a economia das mudanças climáticas. O Dr. Rajendra Pachauri, diretor do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), também fez um apelo para que as pessoas observem um dia sem carne por semana para reduzir emissões de carbono (Meat free Monday).Os especialistas compararam várias atividades, produtos e recursos. O impacto do consumo de carne foi comparável com o consumo de combustível fóssil. Os dois crescem rapidamente com o desenvolvimento econômico. Ernst von Weizsaecker, um dos cientistas, disse: “A crescente riqueza econômica está levando a um maior consumo de carne e laticínios – os rebanhos agora consomem boa parte das colheitas do mundo e, por inferência, uma grande quantidade de água doce, fertilizantes e pesticidas”. Achim Steiner, subsecretário geral da ONU e diretor executivo da UNEP, afirmou: “Separar o crescimento dos danos ambientais é o desafio número um de todos os governos de um mundo em que o número de pessoas cresce exponencialmente, aumentando a demanda consumista e persistindo o desafio de aliviar a miséria e a pobreza”.Dentre diversos estudos, a Millennium Ecosystem Assessment (avaliação do ecosistema no milênio), cita os seguintes itens de pressão ambiental como prioridade para os governos de todo o mundo: mudanças climáticas, mudanças de habitats, uso com desperdício de nitrogênio e fósforo em fertilizantes, exploração excessiva dos oceanos e rios por meio da pesca, exploração de florestas e outros recursos, espécies invasoras, fontes não seguras de água potável e falta de saneamento básico, exposição ao chumbo, poluição do ar urbano e contaminação por outros metais pesados. A agricultura, particularmente a carne e os laticínios, é responsável pelo consumo de 70% da água fresca do planeta, 38% do uso da terra e 19%

da emissão de gases de efeito estufa, diz o relatório, que foi liberado para coincidir com o dia Mundial do Meio Ambiente. Ano passado, a Organização de Alimentos e Agricultura da ONU (FAO) deixou claro que a produção de alimentos teria de aumentar em 70% para suprir a demanda de 2050. Foi afirmado que os avanços na agricultura serão ultrapassados pelo crescimento populacional.O professor Hertwich, que é também diretor de um programa de ecologia industrial na Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia, disse que os países em desenvolvimento, onde ocorrerá grande parte do crescimento da população, não devem seguir os padrões de consumo ocidentais: “Os países em desenvolvimento não devem seguir nossos modelos. Mas cabe a nós desenvolver tecnologias em, digamos, energia renovável e métodos de irrigação.”

Nathalia Soares (Chubby Vegan)http://www.chubbyvegan.net@chubby_ vegan

Impactos da mudança climática Relatório ONU

“U

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www.vivoverde.com.br Outubro 20106

Colaborador

O pálido Ponto Azul

Ond

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amos

om a decorrência dos impactos climáticos, nosso planeta vem sofrendo graves impactos ambientais e parece que as pessoas ainda não se conscientizaram de que nossos hábitos estão sendo responsáveis

pela nossa futura extinção. Algumas consequências notáveis do aquecimento global já foram observadas, como o derretimento de geleiras nos pólos e o aumento de dez centímetros no nível do mar em um século. Em relação a 2009, hoje, o Brasil tem um aumento de 90% das queimadas, totalizando assim, cerca de 30.857 focos. As cidades brasileiras com maior número de focos são: Tocantins com o aumento de 445%, Piauí com 343%, Distrito Federal com 264% e Goiás com 201%. Já os Estados de Rondônia, Minas Gerais, Maranhão, Bahia e Rio de Janeiro mais que dobraram o total de focos.Estive observando um vídeo que trás um texto do Carl Sagan falando sobre “O Pálido Ponto Azul” e ele mostra a pequenez do nosso planeta diante do universo, um grãozinho de areia que, se não preservado, irá simplesmente desaparecer na imensidão. Uma parte muito interessante do vídeo diz o seguinte: “Nossas atitudes, nossa pretensa importância, a ilusão de que temos uma posição privilegiada no universo, tudo é posto em dúvida por este ponto de luz pálida. O nosso planeta é um pontinho solitário na grande escuridão cósmica circundante. Em nossa obscuridade, no meio de toda essa imensidão, não há nenhum indício de que, de algum outro mundo, virá socorro que nos salve de nós mesmos. A Terra é, até agora, o único mundo conhecido que abriga a vida. Não há nenhum outro lugar, ao menos em futuro próximo, para onde nossa espécie possa migrar. Visitar, sim. Estabelecer-se, ainda não. Goste-se ou não, no momento a Terra é o nosso posto.” As medidas devem ser impostas o mais rápido possível, para

que as consequências não sejam tão graves. Se o homem passar a agir de uma forma mais consciente, é possível reverter essas mudanças climáticas que vêm acontecendo, basta usar o bom senso. A verdade é simples: existe uma grande possibilidade da extinção humana em médio prazo. Nós, humanos, testemunhamos e até participamos da extinção de várias outras formas de vida terrestre e estudamos uma variedade de prováveis teorias para a extinção de alguns dos nossos próprios antepassados. Os seres humanos são as únicas criaturas na Terra que sabem que morrerão, e as pessoas ainda esperam que a doença, a velhice ou uma catástrofe sem precedentes os levem, um dia, a outro lugar. De 4 em 4 anos temos a Copa do Mundo, e o que nosso país faz quando se trata disso supera qualquer mobilização em prol do meio ambiente, mas o que o povo Brasileiro faz quando se determina é incrível. Nós temos recursos, nós temos know-how, temos a tecnologia e, apesar disso, não podemos recuperar os animais que foram extintos por nossa culpa, por nosso egoísmo, nós não podemos ressuscitar árvores que foram queimadas por nosso descaso com outros seres vivos.Não estamos pedindo, caro leitor, que a vida seja devolvida a tudo que foi perdido, pedimos somente que não se destrua mais. Nosso planeta é autosuficiente, se não destruíssemos o que nos foi dado de presente seriamos um planeta maravilhoso, sem tantas catástrofes e, consequentemente, com menos mortes, menos sofrimento e mais harmonia do homem com a natureza, com seu habitat, seu único território: O Pálido Ponto azul.

Ted [email protected]

C

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www.vivoverde.com.br Outubro 20108

Capa

‘O tempo está louco!’. Escutamos comumente esta expressão toda vez que vivemos ou temos notícias de secas extremas, inundações, furacões, deslizamentos de terras, derretimento das calotas polares e tantos outros efeitos das alterações climáticas que, de tanto oscilarem em uma gangorra

maluca de aquecimento-resfriamento do planeta, tem roubado a atenção até de quem pouco simpatizava com as questões ambientais. Como toda causa tem causador, assim como todo crime tem culpado, somos bombardeados diariamente com acusações e absolvições, ora de quem defende que seja o ‘desequilibrado’ ser humano também o culpado por tal desequilíbrio climático, ora de quem relaxa e acredita que as causas são tão naturais quanto o tráfego corrente dos rios. Pois bem, mediando os extremos desse julgamento, o Professor e meteorologista José Luiz Cabral nos ajuda a compreender o que está acontecendo com o clima e esclarece qual parcela cabe ao homem e o que compete à natureza como causa dos fenômenos climáticos. Sabemos que as variações climáticas sempre existiram, independente das ações humanas e decorrentes da aproximação e distanciamento natural da Terra ao Sol em determinados períodos. Desta forma, passamos frequentemente por ciclos naturais de mudanças do clima como, por exemplo, as estações do ano ou ainda os fenômenos populares El Niño e La Niña, responsáveis, respectivamente, pelo aquecimento e resfriamento das águas do Pacífico em determinadas épocas. O Professor Cabral, também coordenador do Núcleo Estadual de Meteorologia e Recursos Hídricos da Unitins, explica que a variabilidade climática, por si só, já responde por certas perturbações dentro do sistema e aponta que o problema maior não está propriamente nas mudanças, mas no nosso despreparo para enfrentá-las. O professor exemplifica essa questão da seguinte forma: “Por termos um período de estiagem muito longo, em decorrência da variabilidade climática, pode-se ter um ano com mais chuva, um ano com menos chuva. O problema é que quando chega, por exemplo, no período de ‘menos chuva’, muitas vezes a companhia não está apta a tratar a água do reservatório e nem mesmo tenha estimado o direito à demanda da população, isso é o que provoca o caos.” Cabral acrescenta ainda que, mesmo conhecendo reações como a seca há mais de cem anos, nós ainda não estamos preparados para uma anomalia climática dentro da própria variabilidade sobre a qual a ciência ainda não obtém muitas respostas. Se em parte muitas reações climáticas ainda são um mistério, por outro lado podemos observar que existe uma lógica quando estas manifestações seguem o curso natural, e uma incoerência a partir de certas interferências humanas. É aí que fenômenos, antes naturais, mutam para anomalias ambientais. Como exemplo dessas mutações está o efeito estufa, que é responsável pela emissão de gases essenciais para o aquecimento do planeta evoluiu para o aquecimento global,

em decorrência do aumento dos gases lançados na atmosfera através de ações antrópicas, resultando no problema de superaquecimento da Terra. O dióxido de carbono (CO2), tido como o principal causador do aquecimento global, é lançado de maneira excessiva na atmosfera através, principalmente, da queima de madeira realizada em prol do desmatamento, fato que, segundo dados fornecidos pelo WWF, representa 75% da emissão do gás no Brasil. Utilizando informações do IPCC (sigla em inglês para Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas), o professor Cabral explica que essa evolução temporal do CO2 está relacionada com a renda per capta mundial, provando que o homem é sim o principal causador desse processo. “Estamos em uma época de alto consumismo na qual pouco se tem feito pelo meio ambiente, a preocupação com o meio ambiente não está em primeiro plano.”, afirma Cabral. A alta emissão do dióxido de carbono tem afetado o mundo inteiro, e o aquecimento global tem sido o retrato agressivo de um desenvolvimento limitado e insustentável. Mas quando se trata de países como o Brasil, no qual a maior parte do PIB resulta do agronegócio e onde se tem uma desigualdade social gritante, torna-se mais complicado efetivar estratégias de redução do CO2. Como disse o Professor Cabral “essa variabilidade climática culmina também da ganância exorbitante da agricultura e agropecuária no nosso país.” Mesmo consciente da importância do agronegócio para o Brasil, o professor enfatiza que a prática tem de ser sustentável e que o conceito de sustentabilidade tem que estar mais eminente. Ainda que não tenha condições para uma agricultura 100% sustentável, já que seria necessário o investimento de 300 bilhões de reais e até agora só foram investidos 25 bilhões, o professor Cabral conta que nós temos sim alternativas que caminhariam para o desenvolvimento sustentável como, por exemplo, o planejamento da Embrapa para recuperação de áreas degradáveis para a atividade pecuária, o problema é que ações como esta são caras e o Brasil investe muito pouco. Além disso, mesmo diante de alternativas mais simples, o agricultor não segue as recomendações de preservação dos recursos porque, segundo o professor, “a tendência é diminuir custos e aumentar a lucratividade”. Outro exemplo do sacrifício de recursos naturais em prol da engrenagem capitalista está na cultura hídrica. O sistema de irrigação tanto rural, para plantio; quanto urbano, para manutenção de paisagismo, é feito de maneira inadequada, geralmente, porque os envolvidos não se dispõem a pagar um técnico especializado para a execução competente desta atividade. Já sobre as energias renováveis, como solar, eólica e a proveniente de biomassa do bagaço de cana, as quais também pouco são utilizadas no Brasil, o professor Cabral justifica que se tratam de tecnologias realmente caras para o país. “Mexer com energia renovável hoje é caro. Na Europa já existem iniciativas em que a geradora de energia solar

Quem o ambiente?

desequilibra

Interferência antrópica ou capricho da natureza? Saiba o que está causando os transtornos climáticos e qual a sua parcela de culpa.

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Capa

paga para o consumidor, mas no nosso casom em que quase 50% da população ainda está abaixo da linha da pobreza, o caso é diferente.”, argumenta Cabral. Há bastante tempo países tem se reunido através da ONU para discutirem as mudanças climáticas. A Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNECC, sigla em inglês), por exemplo, reúne os países membros todos os anos com o intuito de encontrar soluções para os principais causadores das mudanças climáticas no planeta. Foi tentando chegar a uma solução, ou pelo menos tentando amenizar os efeitos do aquecimento global, que se fizeram acordos e firmaram-se tratados como o Protocolo de Kyoto, no qual os países adeptos se propunham a uma redução de emissão de CO2. Ao ser questionado sobre a eficácia das ações governamentais em torno da problemática do clima, o professor Cabral afirma que o grande entrave está exatamente nas questões políticas, porque as maiores decisões ainda se concentram sob domínio das grandes potências. “Para ratificar o tratado de Kyoto, a Austrália só assinou nos últimos dois anos, a China ratificou, e só os EUA não entraram no acordo. Atitudes como esta é o que tem fadado as estratégias da ONU em torno das discussões climáticas ao insucesso porque, como a maior potência mundial pode não apresentar metas ínfimas de redução de carbono?” Enquanto os líderes mundiais aceleram a corrida por poder e enquanto cresce a ganância popular por consumo, o clima também reage progressivamente aos danos ambientais provocados pelo homem. O Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) apresenta registros de temperaturas extremas no Brasil, dentre elas a temperatura máxima registrada foi de 44,7º C na cidade de Bom Jesus do Piauí em 2005. Sobre esses dados, o professor Cabral comenta que possivelmente já tenham sido superados, já que no último trimestre tivemos um aumento de 20ºC na temperatura e que, se as previsões do IPCC estiverem corretas, aumentaremos a temperatura para uma diferença de 40ºC. Quanto às causas dessas alterações bruscas no clima, a ciência possui linhas de pesquisa divergentes. O professor Cabral distingue estas linhas entre “os que acreditam que essa variabilidade, as interglaciações e as possantes externas, por si só já sejam suficientes para provocar essas oscilações no clima; os que acreditam que de todas as emissões dos gases de efeito estufa não represente de 3 a 4% o que o próprio oceano lança para a atmosfera; e a linha do IPCC, que é a mais conservadora, acreditando que o homem é o principal causador.” ‘Quem desequilibra o ambiente?’. Com certo pesar e uma convicção de quem convive há muito tempo com esse questionamento, o professor Cabral responde: “Nós desequilibramos o ambiente, pela nossa falta de visão ecológica. Quem nunca jogou um copo descartável no chão? Quem nunca abriu a janela do carro e jogou um papelzinho de balinha, que leva décadas para se decompor do meio, para o lado de fora? Então somos nós.” E faz um alerta, “enquanto as pessoas não tiverem consciência ecológica e não tiverem os pilares da sustentabilidade erguidos dentro de qualquer política nós estaremos fadados a ter prejuízos.” Nem alarde e nem alienação, é preciso conhecer o meio em que vivemos, reconhecermos as ameaças reais e aí então propormos alternativas viáveis para enfrentá-las. Ficar procurando culpado para as causas dos transtornos climáticos pode não ser a melhor forma de solucionar o problema, mas talvez se começarmos a ter consciência de que somos parte influente nesse processo passemos então a nos cobrar uma postura mais participativa na preservação do nosso ecossistema.

Ana Franco - @anasfranco

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www.vivoverde.com.br Outubro 201011

Banda Verde

Bate-Papo Verde

R egado a ‘ecoideias’ de peso e ao rockn’roll em alto e bom som, o bate-papo verde chega com toda a intensidade hard, grindcore e punkrock da banda Galinha Preta. Além de ser marca registrada nos palcos de música independente pelo som barulhento, criativo

e consciente, a banda também é conhecida por abordar com irreverência questões globais, como desigualdade social e problemas ambientais. O Galinha Preta está na estrada desde 2002 e este ano lançou o 4º disco da carreira, entitulado ‘Ajuda nois aê’, com faixas que traduzem através do rock a gravidade dos problemas ambientais e transmitem a importância da preservação do nosso planeta. A convite da revista VivoVerde, o vocalista do Galinha Preta, coincidentemente conhecido por Frango Kaos, aceitou conversar com a gente e explicar melhor qual a ligação da banda com as questões ambientais. Confira!

VV: Como começou o ‘Galinha Preta’?

FRANGO: A banda começou em janeiro de 2002, como uma banda de amigos mesmo que se juntaram para tocar um barulho e se divertir. Eu não era da banda ainda, no início a formação era a seguinte: Manel no vocal, Beavis no baixo, Japonês na guitarra, Hells na guitarra , e o Embass na bateria. Depois o Manel saiu e eu fiquei no vocal, o Embass e o Beavis também saíram e o Japonês desapareceu. Então hoje somos: Frango no vocal, Bruno Tatalho no baixo, Hells ainda na guitarra, e Guilherme Thunner na bateria. E é assim que estamos aí gritando! E ao contrário do que todos pensam, o ‘Galinha Preta’ não tem esse nome porque eu me chamo Frango, na verdade o nome já existia antes da minha chegada na banda. (risos)

VV: A banda aborda bastante as questões sociais em suas letras, existe alguma intenção de cunho ambiental?

FRANGO: Sim. Falamos de problemas sociais e consideramos que política, ecologia, economia e cultura estão todos ligados. O nosso modo de vida está destruindo tudo! Queimadas, enchentes, erosões, pragas, desastres ambientais, tudo isso acontece interligado. Temos de nos preocuparmos com nosso futuro, na real, com nossa existência. Não precisa você ser um ambientalista ativista ou especialista para perceber o que está acontecendo de errado. O centro-oeste todo está ardendo em queimadas, no litoral as praias estão contaminadas com esgoto, seu olho arde de noite, e seu filho está no hospital com asma por causa da poluição dos carros, e por aí vai. São problemas comuns, do dia-a-dia, e vai piorar! Isso são sinais de que vamos sofrer e muito. Tenho o maior medo de lances como o ‘pré sal’, fico desconfiado, pois se os Estados Unidos não tiveram sucesso em conter um vazamento de petróleo no Golfo do México, mesmo sendo o país mais desenvolvido e pioneiro nessa exploração, será que esse tipo de acidente não pode acontecer aqui também? Temos tecnologia para explorar em águas profundas? Seria o fim de muitas cidades e a desgraça geral para o Brasil. Temos de acompanhar e se ligar em questões como essas aí, amigos. As composições do ‘Galinha Preta’ são bem humoradas,

mas falam de questões sérias. Tentamos mostrar que não é difícil tomar pequenas atitudes, que no resultado final fazem uma grande diferença para nossa qualidade de vida aqui na Terra!

VV: Como surgiu a letra “O saco plástico” e por quê?

FRANGO: Eu evito ao máximo os sacos de plástico, ainda não dá pra se livrar deles, pois estão impregnados na nossa cultura, mas podemos evitá-los e reduzir o consumo até conseguirmos nos livrar dessa praga. Quando era pequeno, minha mãe ia para a feira comprar alimentos e tinha uma bolsa, hoje em dia tem sacolinhas de plástico pra tudo. Aí pensei, durante a Guerra Fria, a CCCP representava o medo mundial de que o mundo fosse exterminado por uma guerra nuclear. Acidentes nucleares na Europa contaminaram animais, pessoas, a terra, e até hoje existem sequelas disto. A energia nuclear, que era a grande vilã, hoje em dia perdeu seu título para o saco de plástico ‘bonitinho, inocente, cômodo’, mas que é equivalente potencialmente à destruição do planeta. O plástico vai acabar com o planeta! Por isso a letra: “O SACO DE PLÁSTICO É A NOVA BOMBA NUCLEAR, O SACO DE PLÁSTICO COM O MUNDO VAI ACABAR! O MUNDO VAI PRO SACOOO!

VV: Além da ideia transmitida nos shows, a banda é engajada em alguma ação socioambiental?

FRANGO: Nos engajamos como pessoas comuns, acreditamos que só vamos ter realmente resultados, se a consciência ambiental vier de pessoas comuns, trabalhadores, donas de casa, estudantes. Nada de movimentos ou grandes ações. Pessoas simples é que fazem parte do dia-a-dia, do nosso cotidiano urbano, e muitas dessas pessoas não têm ideia de que o planeta está ficando sem reservas e precisa se recompor. Alertamos através da música e de nossas atitudes, quem quiser nos seguir, vamos nessa! Por menor que seja, sua atitude faz muita diferença!

VV: Existe alguma pretensão em trabalhar questões ambientalistas em projetos futuros?

FRANGO: Temos sim e estamos abertos a contatos. Temos um projeto de ecobags aqui na nossa cidade de concreto, Brasília, mas

ainda está em andamento. Queremos fazer e distribuir ecobags em frente de supermercados, gratuitamente, mas para isso precisamos de grana e estamos tentando apoio com o Ministério do Meio Ambiente, aqui em Brasília. No mais, quem quiser ajudar pode entrar em contato pelo e-mail ([email protected]) ou twitter (@galinhapreta_). Baixem nosso disco no www.myspace/galinhapreta.com, é de graça! Também queria agradecer a Daiane, a Ana Franco e a revista VivoVerde pela iniciativa de nos dar ouvidos! Somos muito gratos!

O Bate-Papo Verde agradece a colaboração do Galinha Preta e indica: http://www.youtube.com/watch?v=gncOoq-EQGM

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www.vivoverde.com.br Outubro 201013

Colaborador

U

Mudança Climática e desigualdade de renda

ma simulação feita pelo economista Gustavo de Moraes, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiróz (Esalq) da Universidade de São Paulo em Piracicaba, mostra que até o ano de 2020 as transformações que a agricultura do Brasil deve sofrer com as

mudanças climáticas contribuirão para tornar o Produto Interno Bruto (PIB) 0,29% menor do que seria se não ocorressem alterações no clima, acentuando ainda mais a desigualdade de renda da população. Moraes pesquisou o assunto em seu doutorado na Esalq e explica que a ideia do estudo nasceu a partir da divulgação do Relatório Stern em setembro de 2006. “Nele havia a ideia de um estudo com impactos econômicos, mas ainda um cálculo incipiente, sobretudo para regiões tropicais. Logo, surgiu a inspiração para se fazer uma conta para o Brasil, apenas na área de agricultura, talvez a mais afetada.”, declara o pesquisador.O economista se baseou em previsões da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) sobre a perda de áreas de cultivo de produtos agrícolas que possuem grande papel na economia. Já a Embrapa se fundamentou em seis cenários de mudanças climáticas, propostos pelo Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), da Organização das Nações Unidas (ONU). “Os impactos nas desigualdades, de renda e regional, surgiram durante a fase final do trabalho, de posse dos resultados nacionais. Foi então que houve a percepção a respeito desse aspecto. O objetivo central da tese não era este, mas sim quantificar impactos econômicos gerais”, acrescenta Moraes. Para o estudo, o pesquisador considerou dois cenários – um deles com mudanças brandas até 2020 e outro com aumentos mais graves de temperatura até 2070. Já com os dados em mãos, ele montou equações que mostram como as perdas na agricultura causam impactos em setores da economia. Na opinião de Moraes, se continuarmos a degradar o planeta e nos comportarmos de maneira egoísta, os eventos climáticos extremos irão aumentar e, com isso, a vida da população poderá ser afetada. “Acredito que, na ausência de medidas em eficiência energética, transição para matriz energética com fontes renováveis e comprometimento com recursos naturais em geral, a ocorrência de eventos climáticos extremos (furacões, secas em algumas regiões, excesso de chuvas em outras) em relação ao padrão e frequência com que estamos habituados irá aumentar. De outra parte, acredito que, na ausência de contra medidas, é possível esperar que o sofrimento humano aumente, na medida em que migrações de pessoas serão forçadas, bens materiais serão perdidos e mortalidade derivada de eventos climáticos aumente.” De acordo com dados divulgados na Agência USP de Notícias, ainda segundo o estudo, o PIB do Nordeste em 2020 será 4% menor do que seria caso não houvesse mudança climática. Já o Sudeste teria um aumento de 0,83%. Para o cenário de 2070, no nordeste, a queda seria 6,13%. O modelo também prevê aumento dos custos de produção de alimentos. Moraes afirma que apesar do pouco tempo de tese (ela foi defendida em três de maio deste ano) a aceitação foi muito boa. “Mas acredito que é muito cedo para se dizer algo definitivo.” Para o economista a mídia tem

ajudado na divulgação de temas climáticos, mas ainda é preciso dar mais importância a eles, pois existe muita confusão. “Acho que a mídia cobre bem o assunto, sobretudo quando destaca as controvérsias a respeito da intensidade dos problemas e seu debate pelo meio acadêmico. O espaço dado à questão me parece, contudo, possível de ser incrementado.” Finaliza afirmando que “mudança climática” e “aquecimento global” são tratados como sinônimos pela população. “Entretanto, isto apenas se deve à atual percepção de aumento das temperaturas globais, creio, provocada pela ação humana.”

Adriana [email protected]@driminhoto

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Pimenta Verde

Queimadas: se você esquenta com isso ajude a combater

D e acordo com os dados de queimadas no ano de 2010 o homem da atualidade pelo visto ainda está deslumbrado com a descoberta do fogo. No Tocantins é comum a ocorrência de queimadas e incêndios florestais nesta época

do ano, sobretudo por fatores climáticos (ventos e calor) e pelo uso indiscriminado do fogo. Provocar uma queimada sem controle pode causar sérios prejuízos à fauna e flora, reduzindo a cobertura vegetal, diminuindo a fertilidade do solo e comprometendo a qualidade do ar e, consequentemente, a saúde humana, provocando vários tipos de doenças, principalmente respiratórias. De acordo com dados atualizados do Inpe - Instituto de Pesquisas Espaciais - de janeiro até setembro o estado do Tocantins ocupou o 2º lugar no ranking de queimadas com 15.639 focos de calor, em 1º lugar Mato Grosso com 30.202 e em 3º lugar vem o estado do Pará com13.685 focos. Um dos principais motivos que contribuiu para que o Estado ocupasse o segundo lugar foi o incêndio florestal que começou no final do mês de junho no Parque Nacional do Araguaia, localizado ao norte da ilha do Bananal, entre os Rios Araguaia e Javaés e no Parque Estadual do Lajeado há 30 km da capital Palmas. De acordo com o ICMbio - Instituto Chico Mendes de Biodoversidade - e com Naturatins - Instituto Natureza do Tocantins - os incêndios já estão controlados. Outro motivo não menos importante, são os incêndios criminosos aqueles causados na nas margens de rodovias que se alastra rapidamente com os ventos fortes. Causando acidentes dificultando a visão dos motoristas que trafegam nesta época de temporada de praias pelo Estado. Ainda é comum entre os produtores rurais realizar

queimadas sem aceiros e não procuram o órgão ambiental competente, para realizar a queima controlada com aceiros planejados, incluindo equipamentos adequados, mão de obra treinada e medidas de segurança ambiental conforme manda a lei. Segundo o diretor de Biodiversidade e Áreas Protegidas do Naturatins, Antônio Santiago, a prática de se fazer queimada é uma questão cultural, que acontece há milhares de anos, mas que a população pode fazer a sua parte tomando atitudes simples como não colocar fogo no lixo doméstico e fazer aceiros ao realizar queimas em áreas rurais para preparo de solo para plantio, atividade que deve ter autorização ambiental. “O principal problema das queimadas é que elas podem acabar com a biodiversidade, matando plantas, animais e os microorganismos fundamentais para o equilíbrio ecológico”, alertou o diretor. Nas áreas rurais as queimadas diminuem a fertilidade dos solos, tornando as lavouras menos produtivas, e comprometem a qualidade da água, pois destroem as matas ciliares que são a proteção dos rios, riachos, córregos e ribeirões, contribuindo para a ocorrência de seca e a baixa unidade relativa do ar. Estudos científicos comprovam que as queimadas são a segunda maior causa para o aumento do efeito estufa e do aquecimento global. Nos centros urbanos as queimadas, geralmente, ocorrem de forma criminosa ou acidental como, por exemplo, quando uma pessoa joga pontas de cigarros em terrenos baldios. Algumas pessoas também utilizam o fogo na queima de lixo doméstico e limpeza de lotes baldios e com os ventos fortes, comuns nesta época do ano, as chamas se espalham causando danos ao meio ambiente e até às redes elétrica e telefônica. O fogo também acaba levando para dentro das residências, cobras, escorpiões, aranhas, rato, entre outras espécies

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Pimenta Verde

que fora do seu habitat natural, que podem causar acidentes aos seres humanos. A fumaça e a fuligem também causam problemas. Diminuem a qualidade do ar provocando doenças respiratórias, como asma e renite, atingindo principalmente, crianças e idosos, e às margens das rodovias podem diminuir a visibilidade dos motoristas e provocar acidentes graves. Monitoramento e multas O órgão ambiental do estado desenvolve ações para minimizar os efeitos das queimadas sem controle. A equipe da Diretoria de Monitoramento Ambiental, por meio de imagens de satélite, identifica áreas com focos de calor. Essas informações são repassadas às equipes de fiscalização das 16 Unidades Regionais do órgão que identificam e notificam ou multam os infratores. A multa para quem realiza queimadas sem autorização é de mil reais por hectare e reclusão de dois a quatro anos, conforme o Artigo 58 do Decreto Federal nº 6.514, de 25 de julho de 2008. Ajude a combater as queimadas Queimadas sem controle podem ser denunciadas ao Naturatins, por meio da Linha Verde do Naturatins (0800 63 1155).

box 1

Queimadas por mês em 2010- 15639 Focos Jan/Set

Histograma JAN 31 FEV 23 MAR 12 ABR 103 MAI 153 JUN 573 JUL 1925 AGO 4357 SETEMBRO 8270

ANO FOCOS DE CALOR NO TOCANTINS 2005 2006 2007 2008 2009

*O ano de 2009 foi um dos anos que menos houve queimadas devido ao privilégio de um período chuvoso mais extenso e também de ações efetivas do comitê e das prefeituras com as ações do protocolo do Fogo. *Já em 2010 o período seco, a baixa umidade relativa do ar, as altas temperaturas e os ventos fortes contribuíram para um aumento significativo dos focos de calor no Estado. *Vale lembrar que o monitoramento de focos e feito pelo INPE – Instituto Nacional de Pesquisas Especiais através do satélite NOAA 15 – noturno como forma de evitar sobreposição de focos.

Fábio Souza@[email protected]

13.006 5.513 12.835 8.840 4.057

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O meio ambiente está completo

Daiane, nova colunista de meio ambiente do Portal Insone

www.insone.com.br

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#ecotweet

@herambiental - Andei lendo a Revista @VivoVerde e achei genial! A HerAmbiental recomenda!! Pq quem disse que ecologia precisa ser chata! #Ficadica

@DoBemNews - Que bacana ! Desejo sucesso ! :-)> O blog Vivo Verde virou revista | NumClique - Estilo de vida digital numclique.net/o-blog-vivo-ve… via @VivoVerde

@jeversonlima - Parabéns a Editora da Revista @VivoVerde .... 1ª Edição de muitas que ainda virão!! :)

@nerdfashionist - Adorei a ideia, o projeto, a coragem. PARABÉNS à toda a equipe! ;** RT @VivoVerde Estamos aqui: http://ow.ly/2yqDv #thanks @nerdfashionist

@SWUbrasil - Pra que deixar a impressora ligada se não tem nada para imprimir? Desligue-a sempre que possível.

@GaiaEcologia - Parabéns! @VivoVerde Muito Sucesso!

@BiologoCaio - @VivoVerde Ficou muito boa a revista!! PArabéns #SHOW

@rotaorganica - @VivoVerde parabéns já dei um tweet pago na revista VV

@ferzinhaalves - A #RevistaVivoVerde ta shooow! Parabéns @DaianeVV e @VivoVerde

@JanaynnaBrandao - Quero Parabenizar a @VivoVerde pela Causa, e ainda pela qualidade da revista!!!O seu trabalho e muito importante, sucesso sempre!

@RenatoUchoa - @VivoVerde Fiquei muito impressionado com a qualidade (visual e conteúdo) da Revista Vivo Verde. Estão de parabéns! http://migre.me/1bnmm

@tortoyo - @vivoverde parabens ficou super d++++++ a revista :D

@sudefisio - @VivoVerde Parabéns pela revista...

@rbpaiva - @VivoVerde Parabéns pela nova conquista!

@ricardopontes - Parabéns pela revista :-) RT @VivoVerde Dêem boas vindas à Revista VivoVerde http://dlvr.it/4T8n7

@JulioCBorges - @VivoVerde parabens pela iniciativa :) // sucesso!

@coletivoverde - @VivoVerde Parabéns pelo lançamento =)))

@rederms - #Seca - Procure ter uma alimentação mais leve, regada a muitas frutas e verduras.

@prtristao - O rio atinge seus objetivos porque aprendeu a contornar obstáculos. (Lao-Tsé)

@biosustentavel - Plante uma árvore. Cada nova árvore consome 200 kg de gás carbônico por ano. Isso limpa a atmosfera e ajuda a combater o aquecimento global

@planetadocol - 70% das culturas agrícolas mais produtivas do mundo são polinizadas por insetos. 190 bi de dólares é o valor anual estimado desse serviço

Para participar, mande um tweet com a hashtag #revistavv

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BioVerde

T

Como será o fim do mundo?

oda pessoa, ao menos uma vez na vida, já se questionou acerca do fim do mundo.O ramo do conhecimento humano que trata desse tema tão polêmico e instigador chama-se “escatologia”. A escatologia

reúne as idéias e teorias acerca das últimas coisas, como o fim do mundo ou da humanidade.Atualmente, esse tema tem aglomerado um número crescente de pessoas leigas, pesquisadores, órgãos públicos, organizações privadas, instituições religiosas e ONG’s (Organizações Não Governamentais), que se debatem sobre as diversas teorias existentes.Aqui, apresentaremos algumas teorias e idéias sobre essa questão.A versão mais conhecida e mais popular sobre o fim do mundo está associada à Bíblia Sagrada. O seu último livro, chamado de Apocalipse ou Revelação, apresenta o fim do mundo como uma fase horrenda a ser passada pela última geração, e que culminará na destruição de todas as coisas sob a ação do fogo. Segundo os adeptos do cristianismo, o fim do mundo ocorrerá como punição pelas ações erradas que o homem está cometendo contra seu Criador, contra a natureza e, consequentemente, contra si mesmo. Essas idéias estão reforçadas em diversas passagens do Novo e do Velho Testamento.Para os cristãos, o mundo já foi destruído uma vez pelo Dilúvio e, conforme acreditam, o arco-íris é uma representação de um pacto firmado entre Deus e a humanidade. Nesse pacto Deus se comprometeu a não mais destruir a Terra sob a força das águas (ver Gênesis 9: 14-16), o que é usualmente dito pelos cristãos como um reforço à crença de que o mundo acabará sob a ação das chamas e do calor escaldante.A mais conhecida ONG que trata da proteção do meio ambiente, o Greenpeace, tem também uma visão de como será o fim do mundo. E um aspecto curioso é que existem várias similaridades entre a visão dos ambientalistas e dos cristãos. Para ambos, o fim do mundo está bem próximo e ocorrerá como fruto de erros e falhas humanas. Além disso, os ambientalistas acreditam que o fim está intimamente ligado ao calor do Sol. Para justificar tal idéia, eles apresentam dados do ultimo relatório do IPCC (Painel Intergovernamental para as Mudanças Climáticas), apresentado em Paris, em 02 fevereiro de 2007.Esse relatório apresenta que a temperatura média do planeta pode aumentar entre 1,8 e 4ºC até 2100, trazendo inúmeras alterações ambientais, como derretimento de geleiras e calotas polares, elevação do nível d’água dos oceanos, aumento de furações, ciclones e tornados, avanço dos desertos e extinção em massa de espécies. E, conforme pensam, tudo isso estará associado à morte de milhões, ou até mesmo bilhões de pessoas.Um outro grupo de pesquisadores que também acredita que o fim de nosso planeta está relacionado ao Sol é composto por astrônomos e físicos. Mas, para tais pesquisadores, o fim da Terra não ocorrerá tão rapidamente quanto pensam os ambientalistas. Conforme acreditam, o Sol tem 4,5 bilhões de anos e levará o mesmo tempo para esgotar suas reservas de hidrogênio e sair da “seqüência principal”. Com relação ao termo “seqüência principal”, entende-se que o Sol, assim como outras estrelas, passará por uma evolução. Ao usar todo o seu combustível de hidrogênio, o Sol passará por uma fase de instabilidade, inchando até 100 vezes, tornando-se assim uma “gigante vermelha” (um tipo de estrela ainda mais quente e brilhante). Dessa forma o Sol inchará engolindo a Terra e

outros planetas de nosso sistema solar.Essas três teorias apresentadas (do Cristianismo, do Greenpeace e da Astronomia) são mais do que simples idéias curiosas e instigantes. Mesmo que a veiculação dessas teorias por parte da mídia impressa e televisionada possa parecer sensacionalismo, com certeza, cada uma delas deve ser vista com atenção, pois diante de um tema tão polêmico e complexo como esse até a pessoa mais cética e despreocupada vai ver que as similaridades dessas três teorias não podem ser simples coincidências ou apenas frutos do acaso.

Giovanni Salera Júnior é Mestre em Ciências do Ambiente e Especialista em Direito Ambiental. Atualmente é Analista Ambiental do Governo Federal.

Maiores informações em: http://recantodasletras.uol.com.br/autores/salerajunior

Curriculum Vitae: http://lattes.cnpq.br/9410800331827187

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Alimentação Verde

O

Do grão perdido ao aquecimento global

tema da Revista VV deste mês é Tempo, Clima e Mudanças Climáticas. O planeta vem sofrendo alterações climáticas desde muito tempo atrás, a maior causa é a ação do homem. Muito do que foi feito é irreversível, pelo menos há curto prazo. Thiago

Lucas, Engenheiro de Alimentos conta mais sobre tão conturbado assunto. A humanidade em si muito pouco faz para “consertar” o que faz há décadas com o planeta, existem sim muitas iniciativas no sentido de se minimizar este impacto, “mas considero que no atual momento, pensar numa reversão é uma utopia, especialmente pelo tamanho da população” justifica Thiago. A solução para tal problema não está em “consertar” o que foi feito, mas sim em planejar e alcançar um novo ponto de equilíbrio para o planeta, e homem e todas as outras formas de vida.Então que ações deveriam ser feitas pra restaurar o equilíbrio do planeta?“Bom, acho que primeiramente se informar melhor sobre o estado atual do planeta. Muito do que vemos na mídia sobre aquecimento global tem uma carga de ciência e outra de especulação. Outro ponto seria estimar de forma mais precisa o impacto de todas as atividades humanas, produção de alimentos, construção, extração de recursos não-renováveis. A partir desses dados poderia ser possível estimar um estado de equilíbrio no qual as alterações climáticas fossem interrompidas (ou revertidas) e a população humana vivesse de forma adequada. O maior problema pra mim é considerar apenas uma forma de impacto em detrimento a outras, como se lidando com apenas uma delas pudéssemos solucionar o problema. Hoje em dia se fala muito em emissão de gás carbono, mas pouco ou nada tem se falado em controle da natalidade, por exemplo.”A população mundial cresce de forma acelerada e demanda de mais e mais alimentos, então como aumentar a produção e mesmo assim manter as nossas florestas? Usar o solo de forma mais eficiente pode ser a solução, mas deve-se também buscar formas alternativas de alimentos.Thiago explica que, para uma utilização do solo de forma mais eficiente devem ser utilizadas “tecnologias seguras de baixo impacto ou impacto reduzido de forma a aumentar a produtividade sem sobrecarregar o meio. Outra questão muito importante é o desperdício de alimentos.” Boa parte do que é produzido no campo não chega à mesa do consumidor. Perde-se por questões agrícolas (pragas na lavoura), com o transporte de grãos (boa parte da produção cai na estrada durante o trajeto campo/consumidor), processamento e etc. “só que esse desperdício invisível é uma questão que tem preocupado apenas a produtores e cientistas, infelizmente.”Thiago sugere que além de melhorar as técnicas de plantio, toda a cadeia produtiva precisaria ser revista. “Isso poderia envolver mudanças nos hábitos alimentares da população. Pense em uma fruta tropical qualquer consumida no mercado europeu, em todo o gasto e complexidade envolvidos. Se produtos locais fossem privilegiados, ocorreriam menos perdas no transporte, e o custo do alimento cairia.” Ao invés de rotularmos a agricultura e a indústria de alimentos como vilãs, devemos utilizar essas

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Alimentação Verde

tecnologias a nosso favor, e em favor do meio.A população precisa ser conscientizada de que deve-se aproveitar ao máximo os alimentos, muitas partes comestíveis dos alimentos são descartadas, seja na indústria ou no preparo doméstico. Existem projetos que ensinam a população a preparar essas partes não-utilizadas dos alimentos. “Outra alternativa seria o consumo de algas, que têm um bom valor nutricional, mas só são utilizadas em larga escala na culinária oriental. Essas mudanças envolveriam, sobretudo, mudanças culturais. Uma alternativa tecnológica que pode vir a se tornar real é a produção de alimentos sintéticos em biorrefinarias. As biomassa não utilizada de vegetais seria utilizada como precursora, junto de alguns recursos minerais, ar e água, na síntese de compostos orgânicos a partir dos quais poderiam ser sintetizados alimentos.”As pessoas normalmente se preocupam mais com água, energia e lixo. Na questão de alimentos, as pessoas podem tomar diversas atitudes que terão consequências indiretas e não imediatas. “Reduzir o consumo de carne, por exemplo. Se menos carne for consumida, ela terá menor demanda, isso reduzirá seu valor de mercado e sua produção tenderá a cair, assim como o impacto dela.”Lembrando que toda forma de impacto deve ser conhecida, para evitar assim, desastres ambientais. Não deve simplesmente inserir em um ecossistema um animal com o intuito de combater uma praga. Esses animais provavelmente não terão predadores naturais e poderão se tornar outra praga. Neste caso específico a solução se torna um grave problema.“Outro caso interessante é o DDT (Dicloro-Difenil-Tricloroetano, pesticida agrícola), que foi uma excelente alternativa, até que apresentou efeitos bem indesejáveis.”O aquecimento global (um resultado do efeito estufa) que tem como consequências principais o aumento na temperatura média dos oceanos, derretimento das calotas polares e o aumento no nível dos mares, é um dos assuntos mais comentados do momento. Tem na emissão de CO² na atmosfera o maior causador de tal fenômeno. Thiago explica que “o assunto esfriou devido aos vários encontros internacionais a respeito do assunto, todo mundo fala sobre o aquecimento global, mas a sensação que dá é que ninguém está realmente disposto a fazer alguma coisa sobre o assunto e com a recusa dos EUA em reduzirem as suas emissões, os outros países podem ter estar desmotivados, não é que falar é fácil, mas é que a maioria das soluções é pensada localmente.”As soluções devem ser pensadas em nível global, de nada adianta se um país do porte do Brasil diminui a emissão de CO² se os EUA não fazem nada para diminuir a sua própria emissão. A área afetada não será somente a daquele país, mas o mundo inteiro.

Por João Neto Chaos

Do grão perdido ao aquecimento global

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A mudança climática já começou: verões mais quentes, chuvas mais fortes,

nevascas. Mas quando a mudança de hábitos e de atitudes vai começar?

O Greenpeace trabalha todos os diaspara mostrar que é possível crescer sem para mostrar que é possível crescer sem

prejudicar o planeta e ainda reduzir aemissão de gases do efeito estufa.

Não dá mais tempo de esperar.

Só aceitamos doações de pessoas físicas como você. Não aceitamos ajuda de empresas ou governos, o que garante nossa independência e liberdade para atuar.