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Revista Bimestral - Maio e Junho de 2004 Ano III N” 16 Projeto Mœsica

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Revista Bimestral - Maio e Junho de 2004 � Ano III � Nº 16

Projeto Música

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PREFEITURA MUNICIPAL DE MOGI DAS CRUZESSecretaria de Educação / Secretaria de Comunicação SocialAv. Vereador Narciso Yague Guimarães, 277 - Centro CívicoCEP 08780-900 - Mogi das Cruzes - SPPABX: (11) 4798-5000 Fax: (11) 4799-3067Site: www.mogidascruzes.sp.gov.br

Colaborações, sugestões e participações, entre em contato:Equipe do Cemforpe - Centro Municipal de Formação PedagógicaSede da Prefeitura Municipal de Mogi das Cruzes - 3º andarTelefone: (11) 4798-5145 ou 4798-5085 - Fax: (11) 4726-5304E-mail: [email protected] [email protected] Municipal de Comunicação SocialTelefone: (11) 4798-5155 ou 4798-5156E-mail: [email protected]

CAPA: Alunos da EM Prof. Adolfo Cardoso

����

O objetivo maior da Educação

é transformar a vida de indivíduos e,

para tanto, é preciso que os projetos,

essenciais para o processo educaci-

onal, tenham direcionamento mul-

tifocal que envolvam o sujeito apren-

diz como um todo.

Afinal não somos fragmenta-

dos, vivemos numa sociedade com

uma cultura viva dinâmica, na qual a

única certeza é a constante mudan-

ça.

Com essa visão nós, da Secre-

taria Municipal de Educação, traçamos

nossas metas. Elas demonstram que

nossos olhares são múltiplos, as cri-

anças os jovens, os mais velhos, to-

dos são seres humanos possíveis de

mudança.

Nosso papel é propiciar, com a

máxima qualidade que essas mudan-

ças ocorram.

Neste exemplar, vocês verão

crianças, jovens e adultos, aprenden-

do pelas múltiplas inteligências por

meio da dança, da música, de deba-

tes, visitas, produções, enfim, por meio

de atividades significativas diferencia-

das.

Temos também um pouco de

poesia - o afeto, a harmonia, os cami-

nhos são patamares sentidos por to-

dos aqueles que tem compromisso

com a educação.

Parabéns a todos os educado-

res, pela ousadia na construção de

tantos projetos multidisciplinares.

Nossa mensagem

Reconhecimento e valorização do profissional; humanização do trabalho de Supervisão; qualidade da forma-

ção do educador refletindo na qualidade de ensino; trabalho em equipe; união entre Supervisores, Diretores e Profes-

sores, que lutem pelos mesmos ideais e que escrevam, juntos, a história do Magistério. Esses foram os principais

assuntos discutidos durante o XVIII Encontro Estadual de Supervisores, onde a Equipe de Assessores da Secretaria

Municipal de Educação de Mogi das Cruzes participou em maio de 2004 em Campos do Jordão.

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As crianças se dividem em dois grupos cada um

deles com uma “mãe”, e começa o passeio cantado Bom

dia minha Senhorinha. As fileiras opostas avançam e re-

trocedem, uma de frente para outra, cantando frases mu-

sicais e se movimentando no ritmo da pulsação básica da

música:

fila A

Bom dia minha senhorinha!

Mando tiro tiro liro

Bom dia minha senhorinha!

Mando tiro tiro lá.

fila B

O que a senhora quer ?

Mando tiro, liro, liro

O que a senhora quer ?

Mando tiro, tiro lá.

E o diálogo cantado continua num vai e vem trazen-

do situações nas quais as crianças vão resolvendo se acei-

tam ou não o que lhes é proposto, mudando ou continuan-

do na fileira em que estão. Todas muito atentas,

envolvidas, cantando e se movimentando no ritmo

da música vão pensando: Agora será a minha vez?

Eu já serei escolhida? Vou aceitar ou não o ofício

que vão me oferecer? Espero outra oferta? Eu não

quero ser isto aí!...

Ou então... a brincadeira é Escravos de Jó.

Todos sentados em círculo no chão, cada um com

uma pedrinha, uma caixa de fósforo, ou alguma

coisa na mão.Todos cantam no mesmo ritmo, com

muita atenção e coordenação. As pedrinhas pas-

sam de mão em mão, às vezes param, às vezes

voltam, e a brincadeira segue: cantarolando, asso-

biando, cantando mentalmente (treinando a memó-

ria musical, a pulsação da música e o ritmo inter-

no), vão jogando, cantando e se alegrando por es-

Brincar, cantar, tocar!Iveta Maria Borges Ávila Fernandes

tarem acertando. Até que o ritmo aperta, acelera... Quantos

vão ficar?

Será que esta alegria e envolvimento do brincar,

cantar, sorrir está presente na infância de nossos alunos?

Será que estas e muitas outras brincadeiras que nos têm

sido transmitidas no decorrer dos tempos estão fazendo

parte das brincadeiras de nossas crianças? Ou o brincar

muitas vezes fica fora da sala de aula, estando também

ausente do mundo infantil? Será que corremos o risco de

quebrar por completo este fluxo de transmissão de conhe-

cimento oral, que tem possibilitado o nosso desenvolvi-

mento enquanto seres humanos, e que nos tem sido trans-

mitido de geração em geração?

Outro dia em uma palestra de Lydia Hortélio, que é

conhecida pelo seu excelente trabalho com música da

cultura infantil brasileira, ela colocava a importância de se

compreender a criança a partir da música da infância, do

seu movimento, de suas invenções; e dizia que estas raízes

se perdem nos tempos, sendo que vamos encontrá-las

nas pinturas, nas gravuras, nos achados arqueológicos.

Lembrava ainda que há outras maneiras de se chegar ao

conhecimento e não apenas pelo racional; que as brinca-

deiras têm música, espaço, tempo, tensão, caráter; e que

nelas vamos encontrar o gesto da infância, a vibração da

alma, o semblante da criança. “Não se sabe o ser huma-

no. Está se perdendo o referencial. O que é mesmo o ser

humano?”

Jogo rítmico com mãos - brincadeira cantada

Uni duni tê

Salame minguê

Um sorvete colorê

O escolhido foi você!

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O brincar é fundamental para o desenvolvimento da

criança: o brincar enquanto jogo de regras, como é o caso

do Pirulito que bate, bate, o brincar enquanto “faz de con-

ta”, como é o caso da brincadeira cantada e dramatizada

Pai Francisco.

Pai Francisco entrou na roda

Tocando seu violão

Da ra rão dão dão (bis)

Vem de lá seu delegado

E Pai Francisco vai pra prisão.

Como ele vem

Todo requebrado

Parece um boneco bis

Desengonçado.

Nesta brincadeira o ritmo da música é marcado

com palmas, que junto ao canto da letra sugerem a entra-

da dos personagens. Todos que estão na roda querem

desempenhar o papel do Pai Francisco ou do Delegado,

na história que é encenada nesta brincadeira. O imaginá-

rio, o “faz de conta” reina, e a alegria também.

Nas brincadeiras cantadas estão a pulsação, o rit-

mo, a melodia, a interpretação, o repente, a improvisação,

a criação, a memória musical, a apreciação, o imaginá-

rio... componentes indispensáveis para uma verdadeira edu-

cação musical.

Brincadeiras, jogos sonoros, jogos musicais, sen-

do ou não das culturas de tradição, são excelentes bases

para o desenvolvimento musical, para a construção de uma

linguagem musical.

De forma lúdica, can-

tando, movimentando e to-

cando instrumentos musicais

e/ou objetos sonoros, é des-

ta forma que as escolas que

participam do Projeto de Mú-

sica “Tocando e Cantan-

do... Fazendo Música com

Crianças”, estão iniciando

este trabalho. Ora com brin-

cadeiras que fazem parte do

repertório das culturas de tra-

dição ou “folclóricas”, ora am-

pliando para outros estilos

musicais.

As equipes das escolas têm procurado articular os

três eixos do ensino de Arte/Música: o fazer, o apreciar

e o refletir / contextualizar. No fazer o momento é de

tocar / cantar interpretando, improvisando, compondo. No

apreciar o foco é na percepção auditiva e musical muitas

vezes associada ao movimento. E no refletir /

contextualizar o foco é o que estão produzindo: as músi-

cas, seus compositores e intérpretes no tempo e no espa-

ço. Desta forma, propostas são desenvolvidas a partir dos

Parâmetros Curriculares Nacionais do MEC.

Nestes três eixos o desafio maior é trabalhar o fa-

zer em música, pois para isso é preciso:

• Manter vivo o repertório musical da humanidade. Procu-

rar, sempre que possível, criar arranjos com o próprio gru-

po de alunos para a interpretação dessas músicas.

• Continuar a ampliar este repertório, ou seja, desenvolver

o potencial criativo do aluno experimentando os mais di-

versos materiais sonoros, trabalhando improvisação e cri-

ação / composição musicais.

Assessoria de Música com a Profª Iveta Maria

Trabalhando pulsação básica e períodos musicais

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Iveta Maria Borges Ávila Fernandes éAssessora do Projeto de Música daSecretaria Municipal de Educação de Mogidas Cruzes, Assessora do MEC naelaboração dos PCNs de Arte / Música, Profªda UBC (Universidade Braz Cubas - Mogi dasCruzes) e da URCA (Universidade Regionaldo Cariri - CE).

Assim, tem-se utilizado:

• “cotidiáfonos”, ou seja, objetos sonoros do cotidi-

ano que, a partir de seu uso como materiais sono-

ros, se transformam em instrumentos musicais. Por

exemplo: produção de sons com folha de papel ce-

lofane, ou com água. Profa Judith Akoschky da

Argentina denomina estes instrumentos de

“cotidiáfonos”, nome que passou a ser utilizado por

muitos educadores musicais;

• instrumentos musicais a partir das invenções con-

temporâneas nesta área. Como exemplo estão os

criados pelo lutiê Fernando Sardo, de Santo André,

que foi convidado para dar duas oficinas de constru-

ção de instrumentos musicais para os professores

da SME de Mogi das Cruzes, em um dos cursos que mi-

nistrei. As professoras e algumas crianças que participa-

ram dos cursos de música organizados pelo CEMFORPE

já tiveram contato com instrumentos construídos por

Fernando Sardo, que é referência nacional nesta área;

• uma série de outros instrumentos musicais próprios para

iniciação musical, adquiridos pela SME - Secretaria Muni-

Percepção da forma musical tocando e dançando

Desenvolvimento do rítmo

Preparando-se para tocar com a Banda Sinfônica da Igreja Adventista

cipal de Educação.

Improvisa-

ção e criação /

composição é o

que mais exige em-

penho, pois, o que

geralmente a esco-

la tem feito é ape-

nas reproduzir as

músicas que já

existem. Neste

ponto há um gran-

de passo a ser

dado: o de utilizar a música como uma linguagem e, como

tal, ela está em processo de construção.

Construção que conta com a vontade e o

envolvimento da direção, das equipes das escolas, bem

como da Supervisão de cada uma delas, e equipe técnica

da SME. Ou seja, é um trabalho coletivo que apresenta

em cada uma das

escolas uma ca-

racterística bas-

tante singular, o

que não poderia

ser diferente, uma

vez que ele vai sen-

do construído a

partir da identidade

própria de cada

uma delas!

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Curtindo música na escolaEquipe da EM Prof. Sérgio Hugo Pinheiro

No ano passado nossa escola

trabalhou com o Projeto de Valores.

Este ano sentimos a necessidade de

trabalharmos algo que realmente sen-

sibilizasse os alunos. Surgiu então a

idéia do Projeto de Música e de Artes

Plásticas, pois nada melhor que es-

ses dois eixos para aflorar valores tão

adormecidos no mundo de hoje.

Vamos detalhar melhor o que

estamos trabalhando no Projeto de

Música, mas não deixamos de lado

os projetos de Artes Plásticas e Valo-

res, pois, um completa o outro.

No Projeto de Música nossa

intenção é proporcionar à criança a

convivência com o Universo Musical

através de experiências sonoras, con-

fecção de instrumentos musicais e

canto, contribuindo para a socializa-

ção e o respeito mútuo.

Aprender cantando, ou cantar

aprendendo?

Como em todo desafio, senti-

mentos como incertezas, inseguran-

ças, receios e o medo de não estar-

mos capacitadas a ensinar música

estiveram presentes em cada uma de

nós. Sentimentos esses que estão

sendo superados com a assesso-

ria que estamos tendo, que de for-

ma tão prazerosa nos mostra em

cada encontro que é possível tra-

balhar música na escola.

Começamos a trabalhar

com as brincadeiras cantadas, as

brincadeiras de roda como Tim do

lê lê, Ip Op, Escravos de Jó, Jipe

do Padre, Boneca de Lata, Bate

Monjolo, Trem de Ferro. Estas brin-

cadeiras por si só sugerem algum

movimento, mas também permi-

tem que cada criança vivencie e per-

ceba o ritmo em seu próprio corpo, fa-

zendo com que ela use suas fantasi-

as para expressar seus sentimentos,

valorizando suas descobertas e suas

criações.

“Realizar esse tipo de trabalho

ajuda a melhorar a sensibilidade dos

alunos, a capacidade de concentração

e a memória, trazendo benefícios ao

processo de alfabetização e ao racio-

cínio matemático.” (Giardi, G. In: Mú-

sica para aprender e se divertir. Re-

vista Nova Escola, Junho / Julho 2004,

p. 56) Uma experiência desafiadora, é

o que estamos notando em nossos

alunos.

Nesse início de projeto estamos

nos agrupando por série, até mesmo

para nos fortalecermos, nos sentirmos

mais seguras. A música em nossa

escola deixou de ser somente uma

área e virou projeto. Ela aparece trans-

versalmente, pois permeia todas as

demais áreas do conhecimento.

Exploramos os múltiplos espa-

ços dentro da Escola. Para trabalhar

o timbre, primeiro passeamos com os

alunos pela escola, pesquisando to-

dos os tipos de sons. Andamos pelos

corredores, ouvimos atrás das portas,

e conforme identificavam algum som,

iam nomeando. Depois gravamos as

vozes das crianças, dos funcionários,

das professoras e da diretora. Então

brincamos de adivinhar de quem eram

aquelas vozes. Desta forma mostra-

mos às crianças que cada voz, cada

O movimento e amúsica cantada no�Dia das Mães� e

no �Dia doDesafio�

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som, tem sua personalidade, e que

isto é chamado de timbre.

Surgiu então a idéia de realizar-

mos uma Gincana com as Mães, onde

a equipe da escola interagiu não só

com as mães e filhos, como também

com a comunidade. Essas brincadei-

ras cantadas que são realizadas unin-

do o canto e movimento tiveram muito

sucesso, pois elas adoraram, tanto que

pediram “bis” no Dia do Desafio.

Exploramos também os espa-

ços além dos limites da escola. A ida

ao Teatro Vasques para assistir “Os

Músicos de Bremen”, um musical,

enriqueceu ainda mais os nossos pro-

jetos.

Mostramos as diferentes ma-

neiras de se contar ou cantar esta his-

tória utilizando várias linguagens (oral

e escrita, cênica, visual, musical) e

mídias como CD e livros. Ouvimos e

cantamos junto com as crianças, “Os

Saltimbancos”, uma fábula musical

inspirada no conto dos Irmãos Grimm

e adaptada por Chico Buarque, onde

cada animal possui uma música pró-

pria. Apresentamos aos alunos várias

versões literárias, de “Os Músicos de

Bremen”, de distintas editoras, onde

pudemos verificar os diferentes instru-

mentos musicais utilizados em cada

uma das versões.

Levamos os alunos a observar

a maneira como cada instrumento pro-

duz o seu som: através de sopro, cor-

das ou percussão. Isso além de tra-

balhar com o timbre, ou “com a voz”

de cada animal desta história; ou seja,

“o som característico” de cada um dos

“músicos de Bremen”. Começamos

então a classificar estes sons em

“sons naturais” e “sons artificiais”.

Explicamos às crianças que os sons

da natureza, dos animais, das vozes

das pessoas são chamados sons na-

turais, e que os sons das máquinas

produzidas pelo homem, como o mo-

tor, o relógio e os instrumentos musi-

cais, são chamados sons artificiais.

Como não tínhamos instrumen-

tos musicais em mãos, trabalhamos

com os “passarinhos cantores” do

Castelo Rá-Tim-Bum / TV Cultura. As

crianças ouviam a música fazendo de

conta que estavam tocando e tenta-

vam adivinhar qual o instrumento em

questão. Após este trabalho era apre-

sentada a imagem do instrumento

para a confirmação ou não das hipó-

teses levantadas.

Os alunos da EJA também tive-

ram oportunidade de ir ao Teatro para

assistir à “Orquestra Sinfônica Jovem

– Minha Terra Mogi”. Como anterior-

mente as professoras haviam prepara-

do os alunos para observar e ouvir os

instrumentos musicais, perceberam

que a orquestra estava em formação,

e que era constituída apenas por al-

guns instrumentos de corda: violino,

violoncelo e piano.

Enfim, o ensino de música vem

enriquecendo nossas aulas, tornando-

as mais agradáveis para nós e para

nossos alunos, contribuindo muito para

o desenvolvimento global, e ampliando

nosso conhecimento de mundo.

Cena de �Os Músicos de Bremen� no Teatro Vasques

Saída da escola para assistir aomusical �Os músicos de Bremen�

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Ao propormos

o projeto de música

“Pedro e o Lobo”, tí-

nhamos como princi-

pal objetivo explorar e

identificar os elemen-

tos da música, bem

como ampliar o co-

nhecimento de mun-

do e a formação inte-

gral de nossos alu-

nos.

Quando Sergei

Prokofiev compôs a

música para a história

Projeto de Música �Pedro e o Lobo�Judite M. Grilli Lovro

dores pelos tímpanos.

O principal material de apoio foi

o vídeo de Walt Disney “Pedro e o

Lobo”; outros recursos utilizados fo-

ram CDs com os temas musicais, li-

vros de várias editoras e vídeos com

outras versões da história.

Por meio de jogos e brincadei-

ras pudemos explorar as propriedades

do som, a percepção auditiva, a dis-

criminação dos temas musicais, a

memória musical

e a identificação

de instrumentos

da orquestra.

O projeto,

como um todo,

considerou o as-

pecto da inte-

gração do traba-

lho musical com

as outras áreas

do conhecimen-

to:

• natureza e so-

ciedade: localiza-Apresentação da Banda Sinfônica da Igreja Adventista:

escola e comunidade presentes

de Pedro e o Lobo, ele representou

cada personagem desse antigo conto

russo com instrumentos da orquestra.

Assim, Pedro, um garoto determina-

do a caçar o lobo, foi representado por

um tema musical tocado pelo quarte-

to de cordas; seus amigos: Sasha, o

passarinho, pela flauta; a pata Sônia,

pelo oboé; o gato Ivan, pelo clarinete;

o avô de Pedro, pelo fagote; o lobo,

por três trompas; e os tiros dos caça-

ção geográfica, clima, aspectos da cul-

tura, tais como: danças e vestuários,

a classificação dos animais e a cons-

ciência ecológica;

• linguagem: seqüência lógica no re-

lato da história, nomeação e escrita

dos nomes dos instrumentos, amplia-

ção do vocabulário;

• artes visuais: desenho e pintura,

dobradura, dramatização utilizando

fantoches;

• matemática e percepção visual: con-

juntos envolvendo a classificação dos

instrumentos de percussão, sopro e

cordas, jogos da memória, dominós e

quebra-cabeças;

• percepção sonora aliada ao movi-

mento por meio de jogos de regras:

um deles consistia em ouvir cada tema

musical, e a equipe solicitada deveria

correr até o cartaz do respectivo ins-

trumento.

Não limitamos nosso trabalho

à sala de aula apenas. Também reali-

zamos eventos com a participação

dos pais e da comunidade, como a

apresentação da Banda da Polícia Mi-

litar, na 2ª Expopin, realizada em nos-Ouvir, refletir e tocar: trabalho com percepção e memória musicais

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Equipe da EM Dom Paulo Rolim LoureiroDiretora: Rosilda J. RissoniProfessoras: Jaqueline Palanca Correa, JuditeM. Grilli Lovro, Márcia Silva Maciel e MariaBenedita C. Reis.

sa escola, e da Banda Sinfônica da

Igreja Adventista do Sétimo Dia - Mo-

vimento de Reforma, de São Paulo,

que se apresentou especialmente por

causa do projeto de música, na EE

“Luiz de Oliveira Machado” no bairro

do Barroso, onde temos duas salas

vinculadas. Os alunos vibraram ao

identificar os instrumentos da história

“Pedro e o Lobo”, e entusiasmados ex-

clamaram “Olha, aquele é o instrumen-

to do Pedro”; “Estão tocando o clari-

nete do gato Ivan!” Foi fantástico!

Percebemos que no final do se-

mestre houve uma melhora expressi-

va quanto à atenção e concentração

dos alunos em todas as áreas, e que

a sensibilidade e percepções foram

aguçadas.

Vale a pena destacar que tudo

isso foi alcançado num curto período

e que há muito a aprender e crescer,

que houve momentos de dúvidas, mui-

tas dúvidas! Receios, erros e acertos

e que as possibilidades são ilimitadas,

se houver vontade, pesquisa, uma boa

assessoria e envolvimento de todos.

O lúdico no reconhecimento do tema musical e timbre do fagote, namúsica �Pedro e o Lobo� de Prokofiev

Apreciação musical com apresentação da Banda do Corpo de Bombeiros

Apreciação musical com trabalho de �escuta ativa�:percepção sonora aliada ao dançar e tocar

Projetorealizado

com alunosna faixa

etária de 2anos e meio

a 6 anos

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“Um povo que sabe cantar está

a um passo da felicidade. É preciso

ensinar o mundo inteiro a cantar”.

Villa-Lobos

A musicalidade desenvolvida na

educação infantil é uma importante fer-

ramenta para o desenvolvimento da cri-

ança no que diz respeito a expressão

e comunicação de pensamentos, sen-

timentos, sensações e ampliação de

seu conhecimento de mundo.

Segundo o Referencial

Curricular Nacional para a Educação

Infantil ... “aprender música significa

integrar experiências que envolvam a

vivência, a percepção e a reflexão, en-

caminhando-as para níveis cada vez

mais elaborados”.

Diante de um universo de infor-

mações, a insegurança profissional

surge repleta de questionamentos.

Como iniciar musicalmente os alunos

se não toco nenhum instrumento?

Como as atividades se adequam à fai-

xa etária? A música poderá nortear e

ser parte integrante de todas as áreas

curriculares?

O professor anseia por respos-

tas imediatas, e na sua prática diária

vai aos poucos desmistificando o en-

sino de educação musical através de

atividades lúdicas e prazerosas,

contextualizadas em um projeto onde

há apoio pedagógico, participação da

comunidade, entusiasmo, envolvi-

mento de todos e trabalho em equipe.

Resgatar as brincadeiras de tra-

dição propicia um ambiente agradável,

além do aprimoramento da sensibili-

dade sonora e musical, o incentivo ao

relacionamento em grupo, auxiliando

a criança no desenvolvimento de sua

personalidade, na organização, na pon-

tualidade, na sensibilidade artística, no

despertar do senso crítico de sua rea-

lidade valorizando as diversidades cul-

turais.

Ouvir e brincar com a música,

discriminar eventos sonoros diversos,

Linguagem musical...aprender fazendo

aprender uma canção, criar e repro-

duzir criações musicais, improvisar,

compor e interpretar são objetivos tra-

çados na escola, que, sob atividades

simples de brincar de roda, brinque-

dos rítmicos, despertam, estimulam e

desenvolvem o gosto pela música,

além de propiciar a vivência de elemen-

Explorando, experimentando, pesquisando sons

Participação dos alunos em uma história musicada

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tos estruturais dessa linguagem.

Através da brincadeira a crian-

ça relaciona-se com o mundo que a

cada dia descobre, e é dessa

forma que se faz música: brin-

cando. Receptiva e curiosa, ela

pesquisa materiais sonoros,

experimenta e explora sons di-

versos, “descobre instrumen-

tos e cria objetos sonoros”, in-

venta melodias, histórias

musicadas, paisagens sono-

ras, e ouve com prazer a mú-

sica de vários povos descobrin-

do sua origem. Contemplamos

assim os eixos da educação musical:

fazer, apreciar e refletir.

De forma ativa e contínua, a

aprendizagem musical integra prática,

reflexão e conscientização, encami-

nhando a experiência para níveis cada

vez mais elaborados na aprendizagem.

EM Prof. Antonio Paschoal Gomes deOliveiraProjeto de Educação Musical: “OsSaltimbancos”Projetos Interligados ao projeto deeducação musical: Vivendo Valores naEducação, Meio Ambiente e ArtesVisuaisProfessores: Ana Claudia B. Gomes deCastro, Rosana Aparecida Martins deMiranda, Marinice Regina Alvim, TâniaNunes da Conceição PradoDiretora: Darly A. Carvalho

Participação dos alunos em uma história musicada

O fazer musical criando,improvisando

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Vera Lúcia dos Santos Barba

Quem canta, encantaA música na Escola Municipal Prof. Adolfo Cardoso

des está presente a apreciação musi-

cal de diversos gêneros, onde fazemos

a contextualização, enriquecendo o

universo de conhecimento dos alunos.

Sendo assim os eixos do ensino mu-

sical: fazer, apreciar e refletir, estão

presentes.

O desenvolvimento do projeto

requer empenho, visto que as crian-

ças no início apresentam dificuldades

de formar roda, pular corda, não tem

hábito de ouvir os comandos. Porém,

Começamos o projeto de ma-

neira tímida, pois na verdade, tudo que

é novo assusta.

Muitas questões surgiram, tais

como: Não temos conhecimento téc-

nico, como vamos ensinar? Será que

nossos alunos terão condições de to-

car instrumentos? Quais as atividades

que desenvolvem a linguagem musi-

cal nas crianças de educação infan-

til?

bramentos na prática.

A construção da linguagem

musical utilizada tem sido também

um meio para desenvolvimento da ex-

pressão, equilíbrio, auto-estima,

integração social, respeito, paciência,

controle da ansiedade, desinibição, li-

derança, respeito ao meio ambiente e

modo de sentir a importância do tra-

balho em equipe . Este todo veio de

Refletir sobre várias questões e

querer proporcionar aos alunos um

ensino de música com qualidade foi o

início do projeto.

Pesquisamos muito, pois exis-

te hoje uma vasta bibliografia sobre o

assunto. Após estudo encontramos

nosso caminho com a assessoria que

tivemos. Seriam as brincadeiras can-

tadas e cirandas, que na Educação

Infantil não é um trabalho novo. Novos

seriam nossos olhares e os desdo-

encontro com os outros projetos de-

senvolvidos pela escola que são: Va-

lores (Vivendo um mundo melhor) e

meio ambiente (Deixa o mato crescer),

sempre atentas à presença da

musicalidade, às frases musicais, à

exploração dos sons e suas qualida-

des (altura, duração, intensidade e tim-

bre).

Como não poderia ser diferente

as crianças exigiram mais. Começa-

mos então um novo processo, a re-

produção dos sons com o corpo, ins-

trumentos e objetos sonoros. Através

de histórias produzimos “paisagens

sonoras”. Fizemos pesquisa dos sons

de diversos materiais existentes, que

é sem dúvida uma verdadeira aula de

educação musical, e que para as cri-

anças é um momento mágico de des-

coberta, fantasia e criação.

Paralelamente a estas ativida-

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após aprender as brincadeiras, não

querem outras atividades, e nós como

educadoras temos que ampliar nosso

repertório para proporcionar atividades

que realmente sejam interessantes.

Para enriquecer o conhecimento as

professoras visitaram a 18ª Bienal In-

ternacional do Livro, onde assistiram

à palestra “Educando por meio da Mú-

sica” com o Profº Doutor pela USP

João Martins Ferreira, e estamos pro-

porcionando aos alunos atividades

extraclasse como ida ao teatro, apre-

sentações musicais na unidade e

fazendo aquisição de CDs e vídeos.

Portanto um investimento constante

em conhecimento e materiais.

Como resultado deste trabalho

temos uma escola mais alegre, pois

em algum canto sempre tem alguém

cantando. As crianças abandonaram

as brincadeiras agressivas, mostran-

do-se mais atentas e amigas, e todas

as funcionárias auxiliam no desenvol-

vimento das atividades. Solicitamos a

Professoras: Jussara Maria Rafael La-vra, Cristiane de Oliveira Rios Barbos eLuciana Rosa Fernandes AbibDiretora: Silvana Silva Maciel

Brincar e cantar junto a movimentos rítmicos com as mãos

Desenvolvimento rítmico e melódico por meio de brincadeira de roda

participação dos pais no resgate das

brincadeiras e exposto nosso objeti-

vo, contamos com o apoio de todos,

que passaram a enxergar as brinca-

deiras e a música na educação infan-

til como pilar importante para uma

educação de qualidade.

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Tocando e cantando,fazendo música na escola

Quando falamos de “Música na

escola”, a primeira reação é de que a

música esteja associa-

da à festa, lazer ou que

“qualquer coisa com

música, é bom”. Não va-

mos tirar este prazer,

mas temos uma propos-

ta de que a música as-

sociada às atividades

escolares promovam ou-

tros fins: a interação, o

respeito, a tolerância,

ampliação da coordena-

ção motora, a música

Lucimara Ferreli de Campos Bueno Ferraz

da nossa escola é, segundo nossa

proposta pedagógica, “desenvolver as

caram: “Vivendo Valores” e “Tocando

e cantando, fazendo música na esco-

la”. Assim, todos os

alunos estariam envol-

vidos num clima que

permitisse o desenvol-

vimento das áreas do

conhecimento, incluin-

do a linguagem musi-

cal, e de atitudes que

gerassem o exercício

do respeito, da tolerân-

cia, da responsabilida-

de, da cooperação, do

diálogo, fazendo usoAlunos da EJA: empenho ao tocar

como instrumento de ajuda na pronun-

cia, na dicção, no vocabulário, enfim,

no desenvolvimento global por meio

de ações comportamentais valorosas.

A música é, sem dúvida, uma

das mais valiosas formas de expres-

são da humanidade. Vários estudos

comprovam a importância da música

para o ser humano: às crianças, em

fase de desenvolvimento e aprendiza-

do do mundo; aos adolescentes,

capacidades físicas e intelectuais, a

socialização através da sensibilização

para o espírito de grupo, a coopera-

ção, a confiança e a interdependência”,

engendrando uma proposta que una

as possibilidades com as necessida-

des da comunidade escolar, criando

um espaço para que o aluno vivencie

situações que levem a comportamen-

tos associados a valores morais. Op-

tamos por dois Projetos que se unifi-

dos três eixos propostos pelos PCNs

/ Arte: fazer, apreciar e contextualizar.

Estes três eixos em música, têm

como foco a expressão, a comunica-

ção do aluno quando improvisa, com-

põe e interpreta; a percepção, fruição

e a análise ao apreciar e a

contextualização em relação a aspec-

tos culturais, históricos e geográficos.

Portanto a união dos projetos

otimizaria o trabalho dos professores,

Funcionários participando na elaboração de umarranjo musical, com a equipe da escola

como forma de expressar

as atitudes característi-

cas da idade, já que ou-

vem bastante música de

estilos diferenciados; e

por que não dizer ao adul-

to, pela expressão das

emoções, pela socializa-

ção, disciplina, pelo de-

senvolvimento do raciocí-

nio, enfim, características

valiosas que são para a

vida toda.

Assim, o objetivo

que se depararam com

alguns desafios: supe-

rar o medo, ao iniciar

um trabalho que su-

postamente exigiria

conhecimento de mú-

sica, colocar a mão na

massa, vivenciar que é

possível realizar as ati-

vidades, elaborar um

planejamento que arti-

culasse os eixos do

ensino de música com

as demais áreas do co-

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Lucimara Ferreli de Campos BuenoFerraz é Diretora da EM Profª EmilieNehme Affonso

nhecimento. O envol- vimento e o com-

promisso dos professores, sem dúvi-

da, impulsionaram o Projeto.

é um caminho que professores, funci-

onários e alunos buscam neste pro-

cesso, pois na medida que compre-

música, o tempo histórico e o espaço

geográfico (contextualizar).

As vantagens observadas com

o trabalho da linguagem musical na

escola, principalmente com os alunos

da EJA, foram: elevação da auto-esti-

ma, atenção e responsabilidade, au-

mento da freqüência nas aulas, per-

sistência e criatividade, conseguir

desvincular que aprender só acontece

escrevendo e lendo. A construção de

uma visão mais ampla sobre o projeto

Formação continuada de professores em momentode assessoria ao Projeto de Música

Vanilde Cássia Santos e Claudia

Campolino iniciaram as atividades com

apreciação de paisagens sonoras,

onde pudessem identificar sons da na-

tureza, sendo que estes sons eram

produzidos por instrumentos musicais

criados pelos alunos. Utilizaram co-

lheres, baldes com água, chocalhos

com diferentes materiais. Ao

contextualizar a paisagem, os elemen-

tos naturais, a relevância da preserva-

ção do meio ambiente, surgiu a pro-

posta de escolher uma música já co-

nhecida, para que os alunos organi-

Com os alunos do

Ensino Fundamental o

trabalho teve início por

meio de cantigas de ro-

das, cirandas e brinca-

deiras. É importante

lembrar que estas brin-

cadeiras, além de traze-

rem o resgate cultural da

música, exigem e pro-

porcionam o movimen-

to.

Com os alunos da

Educação de Jovens e

Adultos, as professoras

zassem outro arranjo. Es-

colheram “A correnteza”

de Tom Jobim.

Nesta época tive-

mos o privilégio de receber

da SME alguns instrumen-

tos musicais, que foram fun-

damentais para o desenvol-

vimento e andamento do

trabalho.

Alguns passos fo-

ram traçados:

1. conhecer a música

(apreciar);

2. identificar os sons;

3. conhecer os instrumentos;

4. ousar ao improvisar (fazer música);

5. conhecer o autor, a mensagem da endem e escutam de

maneira ativa, desenvol-

vem valores que podem

contribuir e ampliar a

cultura da escola.

A equipe de pro-

fessoras Mônica de

Campos, Luciana

Takigawa, Márcia Cân-

dida J. dos Santos,

Ùrsula G. M. Ruiz, Ana

Cristina A. Nascimen-

to, Anymary Fátima S.

R. A. Pires, Alessandra

R. P. Branco, Sandra

Maschio Ivani A. de Souza, Mônica A.

Violante, Kátia F. B. do Prado, Anna

Rita Del G. de Oliveira, e de funcioná-

rios Lucas J. da Silva, Vera B. dos San-

tos, Dirce N. Speranza, Maria

Evangelina M. da Silva, Edenilze M.

C. Henrique, Márcia S. Brás e Marisa

Severino, executam atividades que

norteiam o trabalho.

Alunos de EJA: participação marcante no Projeto de Música da escola

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Pensar em trabalhar com mú-

sica interdisciplinarmente, a princípio

foi desafiador e estimulante ao mes-

mo tempo, pois

houve um de-

sequilíbrio inicial no

qual a dúvida que

mais pairava era:

“Não temos dom

musical, como tra-

balhar?”

S a b e m o s

que a educação

musical desenvolve

o raciocínio, a sensibilidade rítmica e

auditiva do aluno, tornando-o mais re-

ceptivo às outras áreas do saber e

mais sociável na interação com o ou-

tro e com o Planeta, além de equili-

brar os pensamentos e as emoções,

gerando o prazer de

aprender, fazendo da

expressão um cami-

nho para a huma-

nização. Pensamos

que a música na esco-

la não deve ser apenas

ornamental, mas por

meio das vivências

pode desenvolver a

consciência crítica dos

valores planetários e

encontrar meios de le-

var os alunos a atuarem

como cidadãos.

Mas como trabalhar com músi-

ca em meio a tantos projetos, ativida-

des e rotinas escolares?

Nesse sentido, recebemos a

assessoria de Música da Secretaria

Municipal de Educação, que veio nos

mostrar como ampliar a fundamenta-

ção teórica e dirigir nossos primeiros

passos a caminho dessa nova forma

de trabalhar. Iniciamos o “Recreio Cul-

tural” que reúne todos os alunos, da

Educação Infantil ao Ensino Funda-

mental, em um momento de recreio

coletivo. Os professores têm este tem-

po para sentar com seus pares e pen-

sar em suas aulas e atividades, en-

quanto as 3ª ou 4ª séries monitoram e

organizam brincadeiras cantadas, ati-

vidades rítmicas, musicais e resgatam

as brincadeiras de tradição em “esta-

ções” espalhadas pela escola, onde

os alunos escolhem em qual sala e

atividade ficarão durante o recreio. Ou-

tra mudança inici-

al foi a constru-

ção de coti-

diáfonos, teatros

musicados e

brincadeiras de

mãos. Todas as

propostas são

exploradas em

sala nas diversas

disciplinas e ser-

vem ainda de suporte para pesquisas

e trabalhos escolares.

Enfim, o desafio inicial foi gran-

de, o desequilíbrio também, mas os

resultados... estes foram imediatos e

gratificantes, pois houve a

harmonização das

aulas, interesse mai-

or dos alunos em

pesquisas, fortaleci-

mento das equipes

de trabalho, amplia-

ção do vocabulário e

repertório da Educa-

ção Infantil, além do

retorno positivo dos

pais e das crianças.

Portanto, o

projeto de música

veio para completar a

forma dinâmica com que trabalhamos

todos os dias, desenvolver novas com-

petências em nossos alunos e profes-

sores e mostrar que ainda podemos

fazer e crescer muito nesta direção!

Musicando a vidana Escola Municipal Noêmia em seus primeiros passos

Equipe da EM Profª Noêmia Real Fidalgo

Explorando e tocando objetos sonórostransformados em em instrumentos musicais

Exploração de cotiáfonos em grupos

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O Fundo Social de Solidarieda-

de e a Soma – Sociedade Mogiana de

Assistência, através de parcerias, do-

ações, vendas de sucatas e lixo

reciclável, rifas e barracas em festas,

levantam recursos, que após pesqui-

sa e análise dos integrantes dos mem-

bros dos Conselhos Fiscais – distin-

tos – detectam e promovem o bom uso

em favor da coletividade.

Desta vez, em parceria com a

Secretaria Municipal de Educação foi

realizada a “Campanha da Visão” para

os alunos da EJA – Educação de Jo-

vens e Adultos que freqüentam as es-

colas municipais com o intuito de va-

lorizar as pessoas que, apesar da ida-

de, não perderam o entusiasmo, a for-

ça e a vontade de aprender. Com este

investimento, acreditamos estar faci-

litando o aprendizado, proporcionan-

do qualidade de vida e promovendo a

cidadania àquelas pessoas que não

tinham acesso à uma consulta

oftalmológica e nem dinheiro para com-

prar o óculos.

Valeu a pena! E um dos exem-

plos é o da dona Carmem Franco de

Almeida, de 79 anos, que está na sala

de aula de alfabetização da Escola

Campanha da Visão

Municipal Professora Eunice de

Almeida, localizada no Distrito de

Taiaçupeba. Ela não perdeu a consul-

ta medida agendada pelo Fundo So-

cial. Procurou a ótica e ganhou ócu-

los de grau pago pela Soma. Este é

o exemplo de que a vida deve ser apro-

veitada na sua plenitude, não deixan-

do escapar as oportunidades, sem-

pre valorizando a saúde, o crescimen-

to intelectual e a alegria de conviver

fazendo novos amigos.

Nossos agradecimentos aos

alunos, aos professores, aos douto-

res Carlos Roberto Fonçatti e Twa

Kong Ping, à Ótica Rubi e a todos os

voluntários que, com dedicação e ca-

rinho, cooperaram para superar todas

as expectativas deste trabalho.

Dr. Carlos Roberto Fonçatti

Dr. Twa Kiong Ping

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Novos olhares, novos caminhos naAlfabetização de Jovens e AdultosMudanças conceituais e

metodológicas têm desafiado as prá-

ticas docentes e a compreensão do

papel da Alfabetização de Adultos na

escola e na sociedade.

Trabalhar para a formação da

sociedade é tentar acabar com a

opressão e exclusão dos adultos anal-

fabetos. Trabalhar com e pelo ser hu-

mano, na busca

de novas propos-

tas de organiza-

ções educacio-

nais.

A escola

hoje, como a so-

ciedade, passa

por rápidas mu-

danças, porém

não pode perder

de vista o objetivo

maior da educa-

ção: o aluno, o ser

humano.

São as me-

diações que ele faz com o mundo que

constróem seus conhecimentos. Se,

olharmos para esse sujeito interativo

pelo ângulo quantitativo, ou mesmo

avaliá-lo por seu rendimento intelectu-

al, estaremos o excluindo.

O objetivo dos Programas vol-

tados para a alfabetização de adultos,

como a Alfabetização Solidária, Bra-

sil Alfabetizado, Educação para Jovens

e Adultos é um só - tornar o indivíduo

um cidadão consciente, participativo,

capaz de interpretar e registrar o mun-

do em que vive, capaz de interagir, de

entender o mundo a sua volta.

O adulto pensa de maneira for-

mal, hipotética, descobre pistas, che-

ca, realiza cálculos mentais; tudo de

forma intuitiva, porém para

ressignificar seus conhecimentos ele

precisa operar concretamente.

Eis o grande desafio: ele sabe,

já construiu grandes conceitos, ele vi-

veu e vive num mundo letrado,

permeado de informações. Falta adquir

o código da escrita e seu uso social.

Como construir essa ponte,

entre o vivido e o que precisa ser for-

malizado?

Acreditamos que basta cons-

truirmos caminhos para que ele dê o

salto entre o saber vivido e o saber ci-

entífico.

Afinal, nós construímos conhe-

cimentos com os outros, com os mais

experientes, num vir a ser constante,

permeado de indagações, de emo-

ções.

Foi o que buscamos fazer, seja

nos Projetos do Governo Federal, seja

nos Projetos de Nível Municipal, na

qual a maior preocupação está

centrada na formação específica do

professor de adultos.

Sabemos ser necessário o tra-

balho com metodologias diferenciadas,

sabemos também que o nosso adul-

to, já foi um indivíduo com menos

chances educacionais no passado,

enfim em sua maioria tem uma auto-

estima baixa.

Assim, é preciso

que o professor

atue em sala de

aula de maneira

d i ferenc iada,

unindo o saber

com a alegria de

aprender e para

tanto se faz ne-

cessário muita

competência,

habilidades, res-

peito, entendi-

mento de si e do

outro e acima de

tudo compromisso.

Com essa perspectiva, busca-

mos capacitar nossos alfabetizadores

para trabalharem com práticas

interacionistas, pautando-se numa

aprendizagem significativa, ou seja,

conhecer primeiro o adulto analfabe-

to, construindo a partir daí, atividades

que partam de seus conhecimentos

prévios e que façam parte de seu coti-

diano.

Percebemos com satisfação

que estamos no caminho certo. As pro-

duções textuais apresentadas, desde

o aprendiz na fase pré-silábica ao al-

fabetizado, estão permeadas de

Rony Gladys Albuquerque Lins Melo

Exposição de trabalhos de alunos no 1º ENFOPEB

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criatividade, de entusiasmo, de cren-

ças que o mundo poderá ser desvela-

dos por eles. Enfim, eles precisam

sentir que podem se modificar, cres-

cer.

Depoimentos realizados com

os alfabetizandos que mexem

conosco, que nos mostram que po-

demos fazer a diferença, tais como:

“Eu não sabia que na palavra

AMAVA tinha a letra do meu nome

MARIA. Agora ficou mais fácil. Já

achei um montão de pala-

vras do meu MA, até o da

minha vizinha tem”. (Aluna

Maria na atividade de leitu-

ra com crachás e alfabeto

móvel).

“Agora eu consigo

pegar o ônibus certo, ou até

pegar outro que passa pelo

mesmo lugar. Eu demoro

mas leio tudinho”. (Pedro na

atividade de leitura compar-

tilhada com o auxílio de ti-

ras de palavras – Alfabetiza-

ção Solidária).

“Quando vou no Supermercado,

sei comprar o mais barato, afinal

‘ARROIZ é ARROIZ’ só muda o pre-

ço” (Washington, na atividade com

cartelas de supermercado, formação

de situações problema envolvendo lei-

tura e valores– Alfabetização Solidá-

ria).

“Mas não é que esse monte de

quadradinhos faz a contra certa”.

(Ireuna, na atividade com material dou-

rado, abaco e cartela de numerais –

Alfabetização Solidária).

“Puxa, é ‘MIÓ ESCREVE me-

lhor’ sai mais certo e todo mundo

intendi” (Donizete, na atividade forma-

ção de palavras e frases por meio de

poesias - EJA-PMMC)*.

“Na escola eu sou feliz, esque-

ço dos meus problemas (EJA-

PMMC)*.

“Agora deixo ‘biete’ pra minha

muié na geladeira. (EJA-PMMC)*.

“Descobri a vida, descobri que

sou capaz” (EJA-PMMC)*.

“Antes eu não sabia nada, ago-

ra coloco os olhos nos livros e consi-

go descobrir” (EJA-PMMC)*.

Depois que o indivíduo alfabeti-

zado torna-se consciente de seu po-

der de interferência e questionamentos

de seu papel e seu direitos na socie-

dade, podemos dizer que atingimos

os nossos objetivos.

Nosso desafio foi lançado e

sentimos que estamos no caminho

certo.

Nos cursos de formação conti-

nuada, ocorridos nos meses de feve-

reiro a junho, sentimos o engajamento

de todos os professores da rede mu-

nicipal, bem como dos diretores que

participaram. As fotos demonstram um

pouquinho do que vivenciamos, dava

para sentir a emoção por meio dos

seus relatos. Constatamos essa

vontante nas visitas realizadas em al-

gumas escolas que mantém o EJA –

os alunos estavam felizes e querendo

sempre mais, muito mais. Nossas vi-

sitas foram filmadas com o objetivo de

mostrar posteriormente aos alunos e

professores envolvidos.

Rony Gladys Albuquerque Lins Melo éMestre em Psicologia da Educação,Professora do Curso de Pedagogia daUBC e Coordenadora do Programa deAlfabetização Solidária / UBC

Acreditamos que toda produção

didática deve ser mostrada para a co-

munidade local por meio de diferentes

eventos.

No 1º ENFOPEB ocorrido na

Universidade Braz Cubas de 1 a 4 de

junho foi realizada uma exposição de

diversos trabalhos elaborados pelos

alunos da Alfabetização Solidária e da

EJA, a qual recebeu diferentes visitas,

tal como do Prof. Dr. José Cerchi Fusari

que ficou emocionado ao ler depoimen-

tos e gratificado ao conhe-

cer os trabalhos com dife-

rentes textos – “Vale a pena

ser educador e mais, vale

a pena ousar ser educador

de adultos. Fico feliz pela

realização desse trabalho

conjunto”.

Este artigo resultou

da proposta desta Univer-

sidade em conjunto com a

Secretaria Municipal de

Educação de Mogi das Cru-

zes para a construção de

cursos de formação continuada para

os professores, pautada na Aprendi-

zagem Significativa, capaz de gerar

prazer e vontade de aprender; elevar a

auto-estima; e que não exclua o adul-

to analfabeto da sociedade, mas que

o torne um ser cada vez mais integra-

do e participativo. A tarefa é árdua, mas

gratificante.

Contudo e por tudo, para mu-

dar bastam poucas coisas: ter vonta-

de, ousadia, acreditar e sonhar com

um mundo mais justo, mais inclusivo.

* Obs.: EJA-PMMC - Educação de

Jovens e Adultos - Prefeitura Mu-

nicipal de Mogi das Cruzes.

Formação continuada - professores da rede municipal

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Uma realidade só se muda

quando os indivíduos participantes da

sociedade mudam sua forma de pen-

sar, e conseqüentemente sua forma

de agir através da aquisição de subsí-

dios e ferramentas para realizar essa

transformação.

Vivemos num país onde a desi-

gualdade social é gritante; os índices

de desemprego batem recordes

diáriamente; as pessoas não acredi-

tam mais numa sociedade melhor.

Nosso desafio é justamente

mudar esse panorama e acreditamos

que um dos caminhos para essa mu-

dança é a educação. Pautados nesse

princípio, nós, do Projeto Educar Para

Mudar, realizamos há mais de cinco

anos em Mogi das Cruzes e região, a

mudança da realidade de muitas pes-

soas que passam por nossos núcle-

os de cidadania anualmente; tendo

assim contribuído para a melhoria de

vida de muitas pessoas, ajudando a

construir um novo país.

Nosso trabalho vai muito além

do letramento, é na verdade, uma ação

reparadora numa dívida social que o

Estado tem com a sociedade, nós for-

mamos cidadãos conscientes do seu

papel social e político, preparando-os

para enfrentar os problemas culturais

e sócio-econômicos. Entendemos que

aprender é aumentar o cabedal de re-

cursos de que uma pessoa dispõe

para enfrentar os problemas que apre-

senta a vida cultural.

Transformação é a palavra cha-

ve do nosso trabalho, transformamos

excluídos em incluídos, não

escolarizados em pessoas capazes

de prosseguir nos estudos e realizar

sonhos que até então eram impossí-

veis. Nossa missão é “Educar Para

Mudar”. A educação é uma ferramen-

ta que dispomos para essa mudança.

O Projeto Educar Para Mudar

é um sonho idealizado pelo Coorde-

nador Geral do Projeto, o Sr. Ricardo

Silva, presidente do CCECASGSP

(Conselho Comunitário de Educação,

Cultura e Ação Social da Grande São

Paulo) que hoje responde por 500 sa-

las de aula espalhadas por toda a re-

gião metropolitana de São Paulo. O

Educar Para Mudar é uma ONG, sem

fins lucrativos, que presta serviços na

área educacional, que em parceria

com o Governo Estadual sob a super-

visão da Secretaria de Educação do

Estado de São Paulo - Processo nº

1690/0000/2000, visa combater o anal-

fabetismo e conseqüentemente a ex-

clusão social. Em Mogi das Cruzes,

contamos com 22 núcleos de cidada-

nia, sendo a sua maioria, situados em

Escolas Municipais, através de uma

parceria com a Secretaria Municipal

de Educação.

Temos a certeza que estamos

ajudando a mudar a cara do nosso

país, a construir uma sociedade mais

justa e igualitária, onde todos possam

exercer sua cidadania. Cremos que

podemos mudar essa frase que infe-

lizmente ainda faz parte da realidade

de muitas pessoas:

“Todos nós vivemos debaixo de um

mesmo céu, mas nem todos vêem o

mesmo horizonte”.

Educar Para Mudar

Anderson Serafim e Suely Ferreira Fur-tado são Coordenadores Pedagógicosdo Projeto Educar Para Mudar em Mogidas Cruzes.Maiores informações:CCECASFVFones: 4675-7870 / 4678-1811 / 4675-8349Acesse o nosso site:www.educarparamudar.com.br

Anderson SerafimSuely Ferreira Furtado

Seminário do ConselhoComunitário de Educação,Cultura e Ação Social da

Grande São Paulo,realizado em Ferraz de

Vasconcelos

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A Escola Estadual “Aprígio

de Oliveira” recebeu do Fundo de

Solidariedade do Estado de São

Paulo um forno, com a finalidade

de proporcionar o preparo de igua-

rias dentro do Projeto Escola da

Família.

Os primeiros trabalhos

executados pelo Projeto Escola

da Família, com o forno, incenti-

vou o período noturno - Educação

de Jovens e Adultos a desenvol-

ver o Projeto Pão .

Cada classe, juntamente

com seu professor-coordenador,

escolheu a iguaria que seria pre-

parada.

Em seguida todos os pro-

fessores da EJA prepararam suas

aulas, da semana, enfocando o

assunto do projeto (exemplo: a

disciplina História trabalhou o

tema desde os períodos bíblicos;

a disciplina Português trabalhou

a interpretação das receitas e ori-

entou o trabalho de pesquisa; a

disciplina Matemática trabalhou

medidas e unidades; a disciplina

Projeto PãoEducação de Jovens e Adultos

Ciências a fermentação e

higienização e a disciplina Inglês

trabalhos os vocábulos dentro do

tema e as demais disciplinas no

mesmo enfoque).

Após estudos, pesquisas

e receita escolhida (pão / pizza /

bolos / roscas e outros) cada

professor-coordenador levou seus

alunos para a aula prática, onde

tiveram oportunidade de finalizar

o projeto com a degustação do

pão por eles.

O projeto foi excelente,

inclusive em relação à participa-

ção dos alunos, conforme avalia-

ção dos gestores da escola.

A professora da classe es-

pecial de deficiente mental, den-

tro do seu tema alimentação e

incentivada pelo projeto que dera

certo, estendeu para sua turma

a preparação de pães, o que foi

muito bem recebido pelo alunos.

Os projetos idealizados

para um futuro melhor dos nos-

sos alunos, deixou toda a equi-

pe escolar motivada.

Equipe da EE Aprigio de Oliveira

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Para oferecer à comunidade do

Conjunto Santo Ângelo lazer, espor-

te, várias oportunidades para enrique-

cimento de sua cultura, habilidades,

qualificação para o trabalho, palestras

sobre saúde e ampliação dos conhe-

cimentos, a Escola Estadual Profes-

sora Lucinda Bastos abre suas por-

tas aos finais de semana, das 9 às 17

horas, com o Programa Escola da

Família, que é um programa da Se-

cretaria de Estado da Educação em

parceria com a UNESCO e o Instituto

Ayrton Senna, visando desenvolver

atividades esportivas e culturais, de

qualidade de vida e qualificação pro-

fissional, em todas as escolas públi-

cas estaduais. Várias são as ativida-

des oferecidas, todas igualmente im-

portantes.

O lazer fica por conta do futsal

e vôlei na quadra, enquanto que no

pátio o pingue-pongue e o pebolim ar-

rancam sorrisos da moçada. O xadrez

e a dama também têm a sua vez.

Do Curso de Informática, a car-

go do educador universitário Fábio,

participam pessoas das mais variadas

idades.

Noções de Telemarketing são

oferecidas pela voluntária Roberta a

um considerável número de jovens em

busca do mercado de trabalho, que

hoje requer várias habilidades, sendo

o telemarketing uma delas.

O Curso de Panificação

Artesanal, realizado na Padaria

Artesanal, doada pelo Fundo Social de

Solidariedade do Governo do Estado

de São Paulo, capacita interessados

não só do bairro, mas também de co-

munidades vizinhas, que buscam um

meio de compor a renda familiar, além

de poder contar com orientações do

Sr. Mizão, grande colaborador e volun-

tário. Aliás, é importante lembrar que

a Escola de Samba Unidos do Con-

junto Santo Ângelo, na pessoa do seu

presidente Mizão, é uma grande par-

ceira da escola, bem como da Escola

da Família. Além de colaborar na Pa-

daria Artesanal, promove para as cri-

anças o Curso de Percussão - Bate-

ria Mirim, e ainda o Curso de Mestre-

Sala e Porta-Bandeira.

A Oficina de Pintura em Tecido

tem reunido muitas senhoras e jovens,

já aptos a estampar camisetas e dar

acabamento nos panos de prato, com

pinturas as mais bonitas.

Para a dança, contamos com

a dedicação de uma jovem voluntária,

a Gisele, que bem ensina a expres-

são do Axé.

No Cantinho da Leitura, com a

educadora universitária Priscila, há o

envolvimento de muitas crianças. Ali

elas vivem as mais diferentes emo-

ções, num mundo onde a magia do

amor e da paz sempre prevalece so-

bre a guerra, a violência, as carências

no lar.

A Unidade Escolar tem uma fe-

liz parceria com a Secretaria Munici-

pal de Cultura e Meio Ambiente, atra-

vés da Biblioteca Comunitária. Muito

se tem feito pela comunidade, que se

esmerou no Curso de Teatro, com o

professor Válter, especialista no as-

sunto, hoje brilhantemente imitado

pela voluntária Raíssa, aluna do Ensi-

no Médio.

Com o professor João, apren-

demos muito sobre a importância da

reciclagem de papel, sendo brilhante

a participação de pais e alunos, que

hoje já expõem seus trabalhos para a

admiração de todos que visitam a es-

cola.

A Secretaria Municipal de Cul-

tura e Meio Ambiente realiza com a

comunidade o Curso de Grafitagem,

comandado pelo professor André que,

junto com os alunos, será responsá-

vel pelo embelezamento do muro da

escola.

O artesanato em E.V.A.

(emborrachado), sensação do momen-

to, tem na professora Olga uma habi-

lidosa representante, capaz de reunir

alunos, pais e até mesmo professo-

res de nossa escola. Os resultados

são apreciados durante a semana,

estimulando no aluno a criatividade em

sala de aula.

Tudo isto, sem contar o traba-

lho de tecelagem, que trouxe à nossa

escola a professora Cida Terra, e en-

volveu um bom número de pessoas da

comunidade. Foi um show e desper-

tou grande interesse.

Enche os olhos o maravilhoso

trabalho social que encerra o

cronograma de atividades, com o Gru-

po Bem-Aventurados e o Grupo Casi-

nha da Paz, que vêm de São Paulo no

2º e 4º domingos do mês, congregan-

do pessoas de todas as origens, para

oferecer assistência às gestantes, cri-

anças e idosos. É o Projeto Escola

Programa Escola da FamíliaParcerias

Vera Lucia Goulart Pereira

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����

Solidária, dentro da Escola da Famí-

lia.

Assim, somando todas as par-

cerias, a Escola Estadual Professora

Lucinda Bastos procura plantar no

coração de muitos a alegria e a espe-Vera Lucia Goulart Pereira é Diretora daEE Profª Lucinda Bastos

rança de uma educação igual e de

qualidade para todos.

Todo o trabalho desenvolvido é

acompanhado e incentivado pela Edu-

cadora Profissional, professora Solan-

ge Aparecida Domingos Gustavo e

pela diretora da escola, professora

Vera Lúcia Goulart Pereira.

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����

Há mais de vinte anos no seg-

mento da Educação, a proprietária e

diretora do Colégio São Raphael (an-

tigo Cepas Kids) Mere Lílian de Sousa

Lima Laconca, neta e filha de

mantenedores, fez do ensino uma fi-

losofia de vida. Na unidade de Mogi

das Cruzes, na Rua João Gouveia, 168,

funciona a unidade de Educação In-

fantil e como meta para 2005 está

a implantação do Ensino Fundamen-

tal e Médio. O prestígio desta

Unidade não está somente na pres-

tação de serviços educacionais,

mas também no amparo social à

comunidade de Brás Cubas.

Nesta Unidade são desenvolvi-

dos programas sociais de orientações

à crianças e jovens no segmento es-

portivo e orientações sociais no âmbi-

to da saúde preventiva.

Além destas atividades a Uni-

dade cede seu espaço no período no-

turno para o programa de alfabe-

tização de jovens e adultos. Com

salas confortáveis, banheiros limpos

e amplo espaço, a professora Mere

Lílian destaca a importância da atitu-

de. “Se todos os empresários colo-

cassem o mínimo à disposição da

sua comunidade, nosso meio social

seria muito melhor, ajudar o próximo é

nosso dever...”, conclui a diretora.

A idéia do apoio não pára nesta

iniciativa... O plano é incentivar a

continuidade nos estudos e na qualifi-

Cepas Kids - Colégio São Raphaelcação profissional. Em parceria com

a Associação Internacional da Promo-

ção Social I. Felice Laconca, a meta

é qualificar para incluir estas pessoas

no mercado de trabalho. A Associa-

ção oferece apoio no segemento pe-

dagógico, clínico, fisioterápico, psico-

lógico e jurídico.

O Colégio São Raphael

(Cepas Kids) espera colaborar ainda

mais com a comunidade no próximo

ano, em setembro iniciará o processo

de triagem para bolsas de estudo no

segmento educacional e do esporte.

Mais informações poderão ser

obtidas pelos telefones: 4721-1427 /

4723-2999.

Aconteceu no último dia 26 de

Maio o Dia do Desafio (Challenge Day),

que foi marcado pela realização de

várias atividades em 1.881 cidades do

continente americano, com o objetivo

de alertar a população para a impor-

tância da prática de atividades físicas

na melhoria da qualidade de vida.

Criado em 1983, no Canadá, e

coordenado pelo Sesc São Paulo em

todo o continente americano, o Dia do

Desafio é uma disputa entre cidades,

com o objetivo de fazer com que seus

habitantes se exercitem, e promover

a integração de cidadãos por meio da

prática de esportes, da criatividade, da

liderança e do espírito comunitário,

além da compreensão sobre a impor-

tância de fazer da atividade física um

hábito para todos os dias do ano.

O Dia do Desafio ou Challenge

Day é realizado pelas prefeituras lo-

cais que organizam as atividades.

Dia do DesafioEquipe Escolar da EM “Monteiro Lobato”

(*) Matroginástica: é uma integração entre paise filhos por meio de atividades físicas, isto é,ao som de determinada música, pais e filhosrealizam movimentos juntos e mantém entre sium contato físico intenso e agradável.

As cidades participantes têm

como desafio mobilizar e reunir a mai-

or porcentagem de pessoas em rela-

ção ao total de habitantes. Cada pes-

soa deverá praticar 15 minutos de ati-

vidade física durante o dia.

Neste ano Mogi das Cruzes

competiu com a cidade de Torreon,

México, e ganhou pela segunda vez.

Em 2002, competimos com esta mes-

ma cidade e ganhamos.

Vale ressaltar que Torreon pos-

sui 200.000 habitantes a mais que

Mogi das Cruzes, e mesmo assim fo-

mos vencedores.

Em nossa cidade, este ano,

foram 98.731 participantes.

Tendo clara noção da importân-

cia e da magnitude deste evento, no

último dia 26 de Maio estiveram reuni-

dos no pátio da Escola Municipal

Monteiro Lobato, pais, alunos, profes-

sores e funcionários, num total de 190

pessoas, para a realização das ativi-

dades físicas, em lembrança ao Dia

do Desafio, sob a coordenação da di-

retora e professora de Educação Físi-

ca Valquiria Bena Tamura Nabarretti.

As atividades de aeróbica du-

raram cerca de 15 minutos e foram

destinadas aos adultos presentes.

Posteriormente, foi feita uma

Matroginástica(*) com os alunos e

seus pais.

E num terceiro momento, os

alunos foram à frente e dançaram suas

músicas prediletas, sendo seguidos

pelos demais.

Foi um dia agradável e entre

amigos que possibilitou mais uma vez

a inserção da comunidade dentro do

ambiente escolar.

Um apoio da iniciativa privada no contexto Educacional

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Profª Drª Geraldina Porto Witter éGestora do Curso de Psicologia daUniversidade de Mogi das Cruzes

Geraldina Porto Witter

Integração Escola - ComunidadeA presença de uma escola de

qualquer nível em uma comunidade

agrega valor a esta última. Quando a

escola e a comunidade se integram é

uma medida indireta da qualidade de

vida na última e da qualidade de vida

no trabalho na primeira. Garante-se

continuidade da ação família - escola

- comunidade na formação das novas

gerações.

A integração segue um plane-

jamento cuidadoso, pesquisa, conhe-

cimento, tecnologia, esforço, carinho,

respeito e muitas outras coisas, es-

pecialmente, quando uma nova esco-

la é instalada em uma comunidade

mais cuidado e esforços são requeri-

dos na busca desta tão recomendada

integração.

O diretor tem um papel funda-

mental. Precisa inteirar-se dos dados

da pesquisa que levaram à constru-

ção da escola naquele lugar, buscar e

sistematizar outros dados para poder

planejar a integração. Precisa conhe-

cer as várias estratégias disponíveis,

saber fazer escolhas compatíveis com

os dados. É necessário saber traba-

lhar com os líderes da comunidade e

atrair os pais. Abrir a escola a progra-

mas de atendimento à comunidade é

um caminho, mas precisa ser bem tra-

balhado. Além disso, outros precisam

ser buscados. A literatura científica tem

muitas propostas de eficiência com-

provada. Cabe selecioná-las e aplicá-

las.

Os professores são persona-

gens essenciais ao êxito desta

integração. Precisam saber como co-

laborar e empenhar-se junto aos pais.

Essa colaboração com a direção da

escola pode ser o fator diferencial.

Em Mogi das Cruzes estão sen-

do inauguradas muitas escolas, outras

foram recuperadas. É um momento de

júbilo. As escolas inauguradas são

belas e bem equipadas. É necessário

cuidar para que delas sejam extraídas

as melhores possibilidades para ga-

rantir não apenas qualidade de ensino

e de vida no ambiente acadêmico. É

preciso irradiar e assegurar mudanças

positivas na comunidade, ou seja, uma

adequada integração.

Para isto diretores, professores,

equipe técnico-científica e membros

da comunidade precisam esforçar-se

e envolver-se em programas diversos,

avaliá-los, corrigir eventuais desvios,

saber buscar apoio e conhecimentos

que possam garantir a desejada

integração.

Cabe aqui manifestar votos de

que todos se empenhem para que

sejam alcançadas as metas pretendi-

das.

Professores Sebastião e Geraldina Witter na inauguração da EM Prof. Dermeval Arouca

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����

“Apenas fazer uma tarefa é la-

buta. Expressar uma qualidade atra-

vés dela é riqueza. Aprender é a re-

compensa por respeitar a vida.”

Anthea Church

Diante de um contexto social

marcado pela modernização, os prin-

cípios humanos são distorcidos pela

influência de ideologias materialistas

na maioria dos países, trazendo como

resultados visíveis no mundo: a violên-

cia, a desagregação familiar, as desi-

gualdades sociais e os comportamen-

tos negativos estimulados muitas ve-

zes pelos meios de comunicação .

O quadro atual nos indica a ne-

cessidade de reformular a educação

para uma mudança comportamental na

busca do desenvolvimento da ética não

como conjunto de proposições abstra-

tas mas como atitudes para resgatar

a harmonia do “Planeta Terra”.

“Se eu pudesse deixar algum

presente a você, deixaria aceso o sen-

timento de amor à vida dos seres hu-

manos. A consciência de aprender

tudo que nos foi ensinado pelo tempo

afora. Lembraria dos erros que foram

cometidos como sinais, para que não

se repetissem. A capacidade de es-

colher novos rumos, deixaria para

você, se pudesse. O respeito aquilo

que é indispensável: além do pão, o

trabalho; além do trabalho, a ação. E

quando tudo mais faltasse para você,

eu deixaria, se pudesse, um segredo:

o de buscar no interior de si mesmo o

para que contribuam positivamente

para o fortalecimento das relações

entre os povos do planeta, surgiu a or-

ganização não governamental Univer-

sidade Espiritual Mundial Brahma

Kumaris (UEMBK), que vem se dedi-

cando às Nações Unidas para que

sejam defendidos os princípios: paz,

liberdade e democracia; conseguidos

através de tolerância, integridade, res-

peito de uns pelos outros, formando e

construindo peça a peça um senti-

mento de unidade entre as nações. E

desta forma que a ONU tem interagido

com as organizações não governamen-

tais e vem mantendo a interação en-

tre os países.

A obra “Vivendo Valores - Um

Manual”, em que está embasado o

projeto, foi lançada a fim de comemo-

rar o cinqüentenário comemorativo da

ONU e se concentra em: “reafirmar a

fé na dignidade e valor da pessoa hu-

mana” (Preâmbulo da Declaração das

Vivendo Valores na Educação:uma visão humana do relacionamento

Darly Aparecida de Carvalho

Capacitação dos professores envolvidos noProjeto Valores da ONG Brahma Kumaris

respeito e a força

para encontrar a

saída.” Gandhi

Através da

Organização das

Nações Unidas

(ONU), órgão in-

tergovernamental

que busca integrar

e movimentar to-

das as organiza-

ções mundiais,Trabalhando Valores - EM Profª Emilie Nehme Affonso

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����

Nações Unidas). É um material que

permeia um sentimento de valorização

e cooperação entre todos os povos do

mundo.

Há diferentes abordagens com

relação aos valores pessoais e cole-

tivos, porém se faz necessário que

estes valores estejam presentes no co-

tidiano da escola, na sala de aula, na

hora do recreio, nas atividades de re-

creação, no refeitório, na hora da sa-

ída e entrada dos alunos, observadas

e buscadas na verdadeira essência da

arte e da música e associada ao cur-

rículo. Proporcionadas através de ati-

vidades efetivas, onde a prática des-

tes valores humanos contribuirá na

construção da formação ética dos fu-

turos cidadãos, hoje nossos alunos,

no exercício da verdadeira cidadania

e conscientização de seus direitos e

deveres.

Implementar valores autênticos

numa cultura consumista não é tarefa

simples. Introduzir novos hábitos nas

salas de aula pressupõe uma mudan-

ça de comportamento, que exige

acompanhamento sistemático. O pro-

jeto “Vivendo Valores na escola” pro-

Darly Aparecida de Carvalho é Diretorada EM Prof. Antonio Paschoal Gomes deOliveira. Foi convidada a participar daCapacitação Internacional de Educado-res realizada em Oxford e a apresentaro trabalho realizado pelas Escolas Mu-nicipais de Mogi das Cruzes.

põe um programa

de atividades ba-

seado em princípi-

os éticos e espiri-

tuais, para que

possam ser

vivenciados na ins-

tituição educativa,

tornando-a um ele-

mento indispensá-

vel na reconstru-

ção de uma soci-

edade melhor.

Conscien-

bens comuns que devem ser resga-

tados e difundidos na sociedade atu-

al, pois as relações humanas são a

chave do desenvolvimento para a efi-

ciência de qualquer plano ou projeto

educacional, em 2004 uniram-se ao

grupo as escolas: CCII Profª Adahyla

Marques Campos Carneiro, CCII

Richer Romano Neto, EM Prof. Adolfo

Cardoso, EM Prof. João Gualberto

Mafra Machado, EM Prof. José Alves

dos Santos, EM Lourenço Della Nina,

EM Profª Emilie Nehme Affonso e EM

Profª Teresa Martins Pinhal. Os pro-

fessores, auxiliares de desenvolvimen-

to escolar, auxiliares de desenvolvi-

mento infantil e ajudantes gerais das

escolas, foram capacitados pela co-

ordenadora Wanda Canto, do Brahama

Kumaris, transformando assim, os

valores interiorizados em motivação

de comportamento para a prática com

os alunos. O trabalho do semestre cul-

minou no convite em levar à Oxford,

tes da necessidade de transformação

e com relatos de resultados alcança-

dos, surgiu em 2003, no curso de For-

mação de Gestores a oportunidade de

elaborar como finalização de curso, um

projeto envolvendo as escolas: EM

Prof. Antonio Paschoal Gomes de Oli-

veira, EM Leopoldino Cardoso de

Moraes, EM Profª Maria José Tenório

de Aquino Silva, EM Profª Mathilde Pi-

res de Campos Masci, EM Profª Regi-

na Célia Najar Ferreira Borelli, EM Prof.

Adolfo Martini, EM Profª Cenira Araújo

Pereira e EM Prof. Primo Villar.

Pensando em valores como

Atividade �colcha de retalhos - trabalhando valores�,realizado pelos alunos da EM Emilie Nehme Affonso

Atividade �Bandeira de Valores� feita durante acapacitação de professores

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����

Uma experiência de valorEquipe da EM “José Alves dos Santos”

Considerações sobre uma ati-

vidade com valores humanos que vem

dando bons resultados pedagógicos.

A atividade aqui publicada é

parte integrante do projeto pedagógi-

co “Onde está o meu valor?”, elabora-

do no início do ano por nossa escola

para ser desenvolvido ao longo de 2004.

Projetos com esta temática já haviam

sido feitos nesta Unidade Escolar des-

de 2000, na época com objetivos mais

restritos, diferentes ações e, inclusi-

ve, com outro nome: Projeto Virtudes.

Ao longo destes quatro anos al-

gumas adequações foram feitas, até

que neste ano, decidiu-se por uma

reformulação mais profunda. O nome

foi revisto, parcerias foram feitas. To-

dos os funcionários hoje participam de

palestras de capacitação com a equi-

pe da ONG Brahma Kumaris e o tra-

balho já foi divulgado pelo jornal do

bairro, a fim de que a comunidade o

acompanhe, e os objetivos foram am-

pliados

Hoje nosso projeto se baseia na

abordagem de quatro valores que con-

sideramos básicos ao nosso trabalho

– Responsabilidade, Amor, Respeito

e Paz, cada qual enfocado com maior

destaque em um dos bimestres do ano

letivo.

A escolha destes valores resul-

tou da preocupação de se trabalhar pe-

dagogicamente temas de importância

mais imediata à nossa comunidade,

e que através dos quais pudéssemos

debater assuntos como a existência

de diferentes modelos de família, vio-

lência, cidadania, preconceito, entre

outros assuntos tocantes não só à nos-

sa comunidade, mas à sociedade em

geral.

Para que pudéssemos envolver

pais, alunos e comunidade no traba-

lho a ser desenvolvido e assim contri-

buir para o exercício efetivo de valores

humanos, a equipe optou por criar

ações que fossem ao mesmo tempo

significativas ao trabalho pedagógico

e atrativas a todos os envolvidos. Ex-

periências anteriores nos mostram que

a vivência diária dos valores humanos

ou pequenos gestos reiterados valem

mais para a criança que memorizar lis-

tas infinitas de proibições.

Sendo assim, elaboramos

como uma das ações principais do

primeiro bimestre a confecção de bo-

necos de pano e a elaboração de ati-

vidades relacionadas a valores huma-

nos que os envolvessem. Os pais fo-

ram convidados a confeccionar os bo-

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necos em uma data previamente

marcada e a atividade seria realizada

em parceria com seus filhos. O mate-

rial foi providenciado pela escola e os

moldes preparados pelas professoras.

Cada turma confeccionou quatro bo-

necos, cada um de uma cor diferente

e divididos entre “meninos” e “meni-

nas” (quais seriam “meninos” e quais

seriam “meninas” o grupo de pais e

alunos decidia). Os pais que puderam

levaram acessórios de aviamento para

fazer o rosto e as roupas de cada bo-

neco.

Enquanto os pais costuravam,

as crianças ajudavam a preparar o

enchimento ou desempenhavam algu-

ma outra tarefa que o professor julga-

va necessária. Neste dia os pais lan-

charam junto com os filhos e pude-

ram observar o comportamento deles

em várias situações.

Confeccionados os bonecos, fi-

zemos uma exposição com os traba-

lhos de todas as turmas. Cada turma

escolheu uma maneira de nomeá-los

e alguns dias depois, após a elabora-

ção de algumas regras, os alunos,

quatro por vez, passaram a levar o

boneco para casa por um dia, com o

compromisso de trazê –lo no dia se-

guinte – afinal o primeiro bimestre foi

dedicado à Responsabilidade – e de

cuidar dele no período em que esti-

vesse em casa.Portanto, para a

concretização de nossos objetivos,

contamos com o envolvimento direto

dos pais de nossos alunos, e procu-

ramos deixar esta necessidade bas-

tante clara desde o princípio do proje-

to.

Vale ressaltar ainda que este

não é um trabalho novo, pois existem

outros divulgados em diversas publi-

cações que relatam experiências sem-

pre muito interessantes a partir deste

recurso.Para nossa equipe, inclusive,

este foi um ponto favorável a que a ati-

vidade fosse realizada, apesar das

dúvidas e apreensões.

O boneco é um brinquedo car-

regado de simbolismo, um elemento

praticamente indispensável à infância.

Por este motivo deve ser lembrado no

planejamento de atividades em sala de

aula, pois certamente o educador es-

tará proporcionando à criança oportu-

nidades de aprender com um recurso

que para ela é de grande interesse.E

é justamente este vínculo entre edu-

cador e aprendizagem que reforça a

idéia: “quando se aprende com o co-

ração, jamais se esquece a lição”.

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“Antes de proclamarmos a paz,

precisamos aprender a vivenciá-la efe-

tivamente, no dia-a-dia, em nossas

mais simples ações...”

Não se pode negar que vivemos

hoje em um mundo marcado por uma

grande crise de valores, talvez possa-

mos nos referir a uma verdadeira in-

versão de valores. Basta assistirmos

a um noticiário de TV ou mesmo ob-

servarmos, com alguma atenção,

acontecimentos nem tão distantes de

nossa própria vida, para percebermos

que a ética pessoal e profissional, a

responsabilidade por si e pelo outro, a

honestidade etc., têm sido cada vez

mais abandonados, em nome de um

individualismo, egocentrismo, egoísmo

quase infantis, que podem expressar-

se através de um novo modo de vida,

onde “é preciso se levar vantagem em

tudo”. As conveniências pessoais tor-

nam-se, assim, muito mais importan-

tes do que o bem estar grupal. E,

mediante dada situação, é muito na-

tural que algumas pessoas procurem

resgatar os tais valores quase (feliz-

mente, quase) perdidos, em busca de

um sentimento primordial de seguran-

ça, confiança e sobretudo de paz hu-

mana. Afinal, não se pode viver em paz,

diante de injustiças e incoerências de

todo tipo.

Não pretendo abordar a comple-

xidade do tema em questão. Sabemos

que as pessoas, de modo geral, po-

dem ser envolvidas quase inconscien-

temente, por esse clima social de de-

semprego, economia instável, crise na

saúde, educação, segurança pública

etc., reproduzindo em seu cotidiano,

atitudes tão absurdas e insanas, quan-

to aquelas que podem ferozmente re-

pudiar.

O ponto específico, que quero

aqui abordar, é minha preocupação em

que um tema, tão delicado, como o

de resgate aos valores essenciais para

à convivência humana e, conseqüen-

temente à promoção da paz, seja tra-

tado de forma superficial, como se fos-

se mais um conteúdo a ser ministra-

do em sala de aula, como qualquer

outro. Na verdade, não é. Devemos

estar atentos ao fato de que não se

pode promover algo que efetivamente

não se consegue viver, na prática.

Especialmente, em se tratan-

Vivenciando valores no dia-a-diaEdlaine Rego Nobre Franco

Edlaine Rego Nobre Franco é psicóloga,psicopedagoga e professora deEducação Infantil nas Escolas Municipais“Benedito Ferreira Lopes”- CAIC e“Antonio Pedro Ribeiro.

Não se pode negarque vivemos hoje emum mundo marcado

por uma grande crisede valores

... um tema, como o deresgate aos valoresessenciais para à

convivência humana,seja tratado de formasuperficial, como se

fosse mais umconteúdo a ser

ministrado em sala deaula

do de crianças pequenas, o exemplo

é o grande referencial e não vale a te-

oria do “faça o que digo, mas não faça

o que faço”. Portanto, somos mais do

que nunca convocados a voltar nossa

atenção para nossa própria vida e os

modelos que conseguimos transmitir,

através de nossas atitudes. Esse é,

sem dúvida, um bom exercício que nos

leva a questionamentos do tipo: “O que

para mim significa a paz?”; “Como

posso alcançá-la?”; “Qual é o tipo de

relacionamento que estabeleço com

as pessoas de modo geral e, especifi-

camente, com meus alunos e seus

pais?”; “Tenho agido de forma ética

com todos?” etc., etc., etc. O simples

fato de sermos educadores, não nos

autoriza, certamente, a ensinar noções

e conceitos de cidadania aos alunos.

Precisamos estar melhor resolvidos

(em termos emocionais) do que pro-

priamente preparados filosófica e di-

daticamente para isso. Afinal, como

já nos diz o grande poeta Milton Nas-

cimento, “sabe lá, o que é não ter e

ter que ter pra dar...”

“sabe lá, o que é nãoter e ter que ter pra

dar...”

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“10 Anos Construindo o Conhe-

cimento”, este foi o slogan escolhido

pela equipe do CCII Profª Ignêz Maria

de Moraes Pettená para as comemo-

rações do aniversário de 10 anos.

No final de 2003, escola rece-

beu uma reforma geral, que possibili-

tou a direção juntamente com o Con-

selho de Escola e funcionários a ela-

boração de uma decoração adequada

à clientela infantil, explorando formas,

figuras e dando maior importância às

cores de cada ambiente. Assim

estamos com uma escola socialmen-

te responsável, construindo de forma

democrática e participativa nossa Pro-

posta Pedagógica e viabilizando Pro-

jetos Educativos Especiais, garantin-

do o acesso do aluno a uma unidade

escolar especialmente preparada para

recebê-lo com motivação, para que seu

desenvolvimento ocorra num ambien-

te seguro, atendido por profissionais

valorizados, educadores qualificados

para ação pedagógica cada vez mais

eficiente, juntamente com uma equi-

pe escolar perfeitamente integrada

com a comunidade.

No dia 24 de Abril de 2004, a

unidade escolar realizou a “ESCOLA

ABERTA”, recebendo autoridades,

amigos, pais e convidados para as

comemorações. Todos os alunos do

Berçário ao Jardim I estavam presen-

tes, desenvolvendo atividades normais

do dia a dia na escola. Nossa inten-

10 Anos construindo o conhecimentoção foi mostrar como a equipe desen-

volve os projetos e de como os alunos

interagem com as atividades e com a

comunidade na escola, já que as ati-

vidades sociais dos pequeninos são

bastante intensas, justamente por

nossos Projetos estarem sendo de-

senvolvidos com as empresas do bair-

ro - nossas parceiras (Jornal Mogi

News, RUD Corrente, Reichhold do

Brasil, DEMAX, Confecções Madame

X, STRALU e Grupo Julio Simões) em

projetos de responsabilidade social e

também pela participação constante

da comunidade escolar nos Projetos

de Meio Ambiente, Coleta Seletiva de

Lixo, Mutirão de Limpeza, entre ou-

tros.

Equipe da CCII Prof Ignêz Maria de Moraes Pettená

Profª Marinina e os alunos do Jardim I do CCII Profª Ignêz Maria de Moraes Pettená

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����

A escola é um espaço

riquíssimo de possibilidades, onde os

alunos têm muito, não só para ouvir,

mas para dizer; não só para aprender,

mas para criar; não para reclamar, mas

para agir. É justamente através da

ação dos alunos que se tem melhor

visão da escola como con-

junto, como um todo.

Para uma ação cole-

tiva eficaz, dentro e fora da

escola, é de suma importân-

cia a participação dos

educandos de maneira dire-

ta e crítica.

A Lei Federal nº 7.398,

de 04 de Novembro de 1985,

assegura a organização de

Grêmios Estudantis, como

entidades autônomas repre-

sentativas dos estudantes,

em qualquer escola do país,

seja ela pública ou particular.

Na nossa escola, procuramos

fazer a primeira experiência com rela-

ção à formação de um Grêmio Estu-

dantil neste ano. Na verdade, a idéia

não é nova. Desde 2003, os alunos

vêm procurando a coordenação da

escola para partilharem de tal idéia.

Nada mais justo que nos empenhás-

semos em organizar o desenvolvimento

de tal ação.

E assim começamos... A prin-

cípio fomos em busca da legislação

pertinente ao assunto e lemos na ín-

tegra tudo aquilo que se referia à cons-

tituição de um Grêmio Estudantil.

Ao início do ano letivo de 2004,

a idéia foi compartilhada com os pro-

fessores, direção e funcionários da

escola, que acharam por bem “abra-

çar a causa”.

Todos engajados, deu-se início

à primeira etapa: o convite por parte

da escola, aos alunos, para que for-

massem chapas eleitorais, mediante

a seguinte condição: todas as chapas

tinham que ter pelo menos um repre-

sentante de cada série, ou seja, des-

de a primeira até a oitava. Portanto,

todas as chapas deveriam estar repre-

sentadas por alunos de todas as séri-

es, num mínimo de 08 (oito) e máxi-

mo de 13 (treze) componentes.

Formadas as chapas, houve o

momento de inscrição com entrega do

projeto de estatuto e propostas, que

durou aproximadamente um mês.

Todas as chapas inscritas fo-

ram aceitas: “The Dragons”, “Evolu-

ção”, “E.U. (estudantes unidos)”, “Um

futuro melhor”, “Detonando pra valer”,

“Chapa Branca (pela paz)” e “Tudo de

bom”.

Feito isto, houve o momento

das propagandas eleitorais que durou

04 (quatro) dias, em horários alterna-

dos e cronograma planejado para que

os alunos e o professor de cada sala

pudessem receber os membros de

cada chapa e ouvi-los.

A empolgação foi tanta, que os

ouvintes sugeriram um debate entre as

chapas. E esse foi o grande

momento, pois os professo-

res de diversas áreas uni-

ram-se num trabalho

interdisciplinar. Os professo-

res de Língua Portuguesa e

Inglês explicaram sobre a

importância de se avaliar a

postura dos candidatos e in-

clusive, orientaram todos os

concorrentes com relação à

entonação e leitura adequa-

das. Os professores de Ma-

temática, fizeram um traba-

lho relacionado à compila-

ção de dados e estatística, revelando

a princípio o que a escola entendia por

Grêmio Estudantil e posteriormente,

revelando a intenção de votos, através

de gráficos. Os professores de Histó-

ria e Geografia, organizaram o deba-

te: perguntas, tempo e mediação. Os

professores das demais disciplinas

ajudaram no trabalho de “bastidores”:

desde a conscientização quanto à im-

portância de tal evento, esclarecimen-

to de dúvidas, e até mesmo no auxílio

do registro de todos os momentos vi-

vidos pela escola nesta nova fase de

integração.

A escola abriu seu espaço para

que os alunos pudessem criar suas

propagandas e espalhá-las pela esco-

la: cartazes e faixas.

Grêmio Estudantilum exercício de cidadania

Juliana de Paula Guedes de Melo Santos

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3333333333

����

Juliana de Paula Guedes de Melo Santosé professora da EM “Benedito FerreiraLopes“ – CAIC

No dia 31 de março,

foi o dia da eleição. Tenta-

mos envolver a escola num

espírito eleitoral, o mais pa-

recido possível com aquele

que muitos enfrentarão a

partir dos dezesseis anos.

Havia mesários, fiscais, ur-

nas e cédulas. Todo um am-

biente foi criado para a re-

cepção desses “novos elei-

tores” e de suas intenções

de voto.

Todos os alunos de Ensino Fun-

damental I e II, participaram do pro-

cesso eleitoral.

Os votos foram apurados e a

chapa vencedora foi a “The Dragons”,

que aliás já tomou posse e está inici-

ando seu trabalho de maneira louvá-

vel.

A nossa Bandeira Nacional é a

própria imagem da Pátria. Há lei que

regulamenta a sua apresentação, no

entanto é o costume que a conserva

como símbolo de nacionalidade peran-

te o povo brasileiro.

Cabe pois à esco-

la, zelar pela prática do

Culto à Bandeira, de ma-

neira ordenada e respeito-

sa. É preciso que a edu-

cação se faça nas esco-

las e fora delas, mas para

isso é imprescindível que

o hábito ao respeito pelo

nosso pendão seja exer-

citado e não há melhor

local para isto que a es-

cola.

Na Escola Municipal “Benedito

Ferreira Lopes” - CAIC, o Culto à Ban-

deira é realizado semanalmente, com

a participação de todos os alunos da

escola (da Educação Infantil ao Ensi-

no Fundamental I e II), buscando-se

cumprir o exposto no decreto nº

4.835, de 08 de setembro de 2003.

Acreditamos que o respeito à

pátria é o início para uma vida cidadã.

Por isso, insistimos em praticar tal

ação.

Durante a solenidade, aspectos

como postura, letra do Hino Nacional

e estudo da Bandeira são abordados.

A solenidade é aberta com a leitura

da Exortação ao Hino Nacional, em

seguida passa-se ao Hino e,

E por falar em cidadania...

Conceição Aparecida Costa Rodrigues,Juliana de Paula Guedes de Melo Santose Maria Zeneide Gomes Yamamoto sãocoordenadoras na EM Benedito FerreiraLopes - CAIC

concomitantemente, ao hasteamento

ou arriamento, seguido da Oração à

Pátria.

Mais do que um momento, o

Culto à Bandeira vem traduzindo, atra-

vés dos atos dos educandos, uma mu-

dança de postura. Hoje,

nossos alunos respeitam

o momento e esperamos,

que sejam per- cursores

do amor ao Brasil.

Uma pátria só evo-

lui quando seus filhos lhe

têm amor e respeito.

Esperamos que

num futuro bem próximo,

nossos educandos de

hoje sejam homens orgu-

lhosos de sua nação e

propaguem este amor aos seus filhos.

Conceição Aparecida Costa Rodrigues,Juliana de Paula Guedes de Melo Santos

e Maria Zeneide Gomes Yamamoto

Este é um novo desa-

fio para a nossa escola, mas

antes de tudo, já é uma vitó-

ria, afinal o exercício da ci-

dadania através de ação de-

mocrática é a prova de que

estamos todos comparti-

lhando de um novo momen-

to, onde o pedagógico per-

mite pôr em prática a con-

cepção de aluno como cida-

dão do mundo.

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����

Segundo Terezinha Rios

(2002:26), “... a tarefa fundamental da

educação, da escola, ao construir, re-

construir e socializar o conhecimen-

to, é formar cidadãos, portanto contri-

buir para que as pessoas possam atu-

ar criativamente no contexto social de

que fazem parte, exercer seus direi-

tos e, nessa medida, ser, de verdade,

pessoas felizes...”

Sustentada pela afirmação aci-

ma, a equipe da EM “Profª Guiomar

Pinheiro Franco” iniciou um trabalho

em março de 2004, intitulado “Organi-

zação Estudantil”, onde, alunos de 1ª

a 4ª série do Ensino Fundamental, re-

presentantes eleitos pelas classes,

participam ativamente no processo

democrático da escola.

Periodicamente todos os repre-

sentantes se reúnem com a direção

da escola para discutirem sobre inú-

meros assuntos referentes ao anda-

mento da mesma, assuntos esses,

tratados anteriormente com a classe.

No mês de abril os represen-

tantes apresentaram as regras de con-

Educar na cidadaniauma ação que está dando certo

vivência discutidas em suas salas de

aula, elencaram também as críticas e

os elogios referentes ao prédio esco-

lar, as aulas, a merenda, funcionários

etc.

Mapearam a escola em todos

os seus aspectos, iluminando pontos

para reflexão. Para surpresa de todos

nós, os alunos observaram com rique-

za detalhes importantes, auxiliando

a direção na dinamização e na manu-

tenção do prédio escolar. No momen-

to da socialização das informações

alunos da 1ª série reivindicaram a ins-

talação de um playground e os alunos

de 3ª e 4ª séries solicitaram mais ati-

vidades culturais e esportivas na es-

cola. Estes sinais são importantes

para fazer da escola um espaço mais

agradável e interessante.

A vivência tem sido riquíssima.

Os alunos assumiram a tarefa com

responsabilidade. As mães estão re-

latando a motivação e compromisso

dos seus filhos quanto à função assu-

mida. Os professores observam mu-

danças significativas no comportamen-

Rosemeire Tonete de Carvalho

Rosemeire Tonete de Carvalho éDiretora da EM Profª Guiomar PinheiroFranco

to dos representantes e também da

classe . Temos a certeza de que está

ocorrendo a educação “na” cidadania

e não “para” a cidadania.

A escola deve proporcionar aos

seus alunos práticas de atuação e

modificação do contexto onde estão

inseridos. Será que a equipe escolar

deve pensar sozinha no que é melhor

para os alunos? Não. É necessário

perceber que o aluno tem voz e vez no

processo educativo, afinal a escola é

o espaço ideal para esse exercício.

Rios (2002), pontuou o exercí-

cio da cidadania como forma de atin-

gir a felicidade. Assim, a nossa equi-

pe busca a realização do aluno en-

quanto um ser individual e coletivo que

observa, interage, opina e colabora

para o bem estar de todos.

“Aprender é preciso, para viver.

É preciso aprender a viver”

Rios(2002:65).

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3535353535

����

A história da Educação no Bra-

sil, sempre que mudanças estiveram

em vias de se concretizar, aponta epi-

sódios de intensa angústia por parte

de muitos de seus protagonistas. Ain-

da que a urgência de avanços

metodológicos permeie quase todos

os capítulos dessa “história”, o

desequilíbrio que o novo suscita

inviabilizou que estivéssemos em com-

passo com a modernidade, que refle-

xões ganhassem mais espaços nos

momentos e esferas oportunos, que

pudéssemos sintonizar as nossas po-

líticas educacionais com as grandes

e reais necessidades dos alunos, das

comunidades do ritmo de desenvolvi-

mento sonhado para o país.

Com a rejeição ao novo tornan-

do-se quase uma prerrogativa de com-

portamento, com as restrições de re-

cursos sinalizando para a precarieda-

de quase absoluta, com a desfigura-

ção das instituições educativas que ti-

veram de assumir papéis cuja respon-

sabilidade era da família, com todo

esse panorama desalentador colocan-

do-nos em situações vexatórias nos

“rankings” dos organismos, tanto na-

cionais quanto internacionais, que

medem a qualidade do ensino, che-

gamos ao século XXI com a hercúlea

tarefa de pulverizar entusiasmos e

gerar comprometimentos. Uma vez

conhecedores das limitações de nos-

sos sistemas, cabe-nos desfazê-las

e, para tanto, é oportuno focalizar

prioritariamente os bons exemplos

que, apesar de tantos percalços, de-

notam que há luz não só no fim do

túnel mas em toda extensão do pro-

cesso. Isso significa que o aspecto

nevrálgico da Educação brasileira, que

ainda carece de tantos ajustes peda-

gógicos e administrativos, é sobretu-

do a frustração de não oferecer espa-

ços para todos, mantendo ainda tan-

tos distantes das salas de aula.

A inclusão desejada e tão em

voga nos debates que se instalam nos

centros acadêmicos, nas secretarias

de Educação, nas salas de professo-

res, está em marcha acelerada para

tornar-se problema resolvido. E como

era de se esperar, outras urgências

ocupam tais espaços de debates. A

inclusão digital é uma delas.

Entendendo que uma das fun-

ções das Universidades é engajar-se

nos esforços para melhorar, com suas

pesquisas e ações, a qualidade de vida

das pessoas, preocupar-se com a

Educação básica é condição obriga-

tória. Tal convicção nos faz ajustar as

nossas bússolas para um caminho

inovador, se pensarmos no panorama

anteriormente delineado, e inevitável,

se pensarmos que a parceria entre

Educação e Tecnologia está firmada

em caráter indissolúvel. A confecção

de recursos didáticos para esse uni-

verso informatizado tornou-se um de-

safio para a Universidade Braz Cubas,

cujo primeiro passo se materializou na

criação do CD-rom “Brincando e

Aprendendo”, destinado à 2ª série do

Ensino básico. Testado já por esco-

las municipais e estaduais de Mogi das

Cruzes, este CD-rom deverá futura-

mente estender seus conteúdos para

as demais séries e também para a

educação infantil. A idéia de elaborá-

lo nasceu de algumas conversas en-

tre a UBC e o grupo Mauricio de Sousa,

que comunga deste desejo de partici-

par das mobilizações para que a in-

clusão digital se consolide. O objetivo

de ambas instituições é melhorar a

Educação Brasileira, acreditando que

o formato virtual na difusão do conhe-

cimento constitui-se num aliado, que

merece investimentos financeiros e

envolvimento pedagógico entusiástico.

A autonomia do professor para

escolher os recursos mais pro-

ducentes para a sua realidade preci-

sa, obviamente, que as opções sejam

viabilizadas.Este cd-rom tem a preten-

são de tornar-se mais uma opção para

o trabalho docente e toda a equipe

envolvida em sua criação, pelos resul-

tados já obtidos e pelas perspectivas

que se intensificam, pactuaram com

sua continuidade por razões

inquestionáveis: a Universidade

potencializa seu papel de interventora

da realidade em que está inserida, aju-

dando a melhorar a qualidade da Edu-

cação; a secretaria municipal e dire-

toria regional permitem que seus pro-

fessores participem deste empreendi-

mento como co-autores da proposta,

uma vez que de suas impressões sur-

girão as avaliações e reformulações

necessárias e, convalidando toda mo-

tivação de que dispomos, tornar os

momentos de aprendizagem mais

lúdicos e prazerosos para os alunos é

sempre argumento indestrutível.

Inclusão Digital na Educação BásicaMaurício ChermannLuci Mendes Bonini

Iara Guadalupe GarciaElisabete Jacques Urizzi Garcia

Maurício Chermann é reitor daUniversidade Braz CubasLuci Bonini é coordenadora geral da Pós–GraduaçãoIára Garcia é coordenadora de Letras ePedagogiaElisabete Urizzi Garcia é Professora daUBC

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O fole da sanfona abrindo e fe-

chando e a melodia característica da

festa caipira, como eram conhecidas

as festas juninas, tomando conta do

terreiro:

“Com a filha de João,

Antônio ia se casar

Mas Pedro fugiu com a noiva,

Na hora de ir p’ro altar.

A fogueira está queimando

E o balão está subindo.

Antônio estava chorando

E Pedro estava fugindo.

E no fim dessa história,

Ao apagar-se a fogueira,

João consolava Antônio

Que caiu na bebedeira.” (*)

Os nomes dos três santos fes-

tejados, Santo Antônio dia 13, São

João dia 24 e São Pedro dia 29, estão

nessa letra de música junina.

Para eles, os devotos erguiam

mastros enfeitados, acendiam foguei-

ra onde se assavam batatas e coziam

pinhões. No amplo terreiro, entre ou-

tras danças, a quadrilha (marcada em

francês), aqui aportada com a Corte

ces mais tradicionais da festa, de

abóbora, coco, mamão, maçã do amor

e “pra quentá o frio” vinho quente e

quentão com amendoim ou pipoca,

tudo isso sem falar das variadas igua-

Santo Antônio, conhecido

como Antônio de Pádua, não era An-

tônio, nascido em Lisboa em 15 de

agosto de 1195, seu verdadeiro nome

era Fernando Bulhões. Pelos folclores

português e brasileiro, considerado de-

tentor de poderes milagrosos para en-

contro de coisas perdidas, proteção

aos taverneiros e varejistas e arranjo

de casamento. Ganha destaque a his-

tória do pão, milagre creditado ao San-

to que atendeu pedido de uma se-

nhora que, não conseguindo abrir a

fechadura de sua loja, prometeu-lhe

dar pão aos pobres, incumbindo-se a

tradição e a fé de transformá-lo no

Santo dos Pobres, devendo o pão ben-

to ficar perto dos alimentos para que

estes nunca faltem. Dentre as simpa-

tias que a tradição popular pratica no

seu dia, está a das agulhas virgens

colocadas num copo com água, uma

com o nome da moça, a virgem, e outra

com o nome do homem com que se

quer casar. Se as agulhas se unirem,

dá casamento na certa.

São João Batista, nasceu em

24 de junho, meses antes de seu pri-

Festas JuninasEgberto Malta Moreira

Alunas da EM Dr. Waldir Paiva de Oliveira Freitas

rias à disposição em dezenas de bar-

racas, enquanto fogos de estampido

e coloridos “alumiavam” as noites fri-

as e garoentas de junho.

Quadrilha dos alunos da EM Prof VandaConstantino da Costa

de D. João VI, punha

coroamento na cerimônia de

casamento da donzela com

o noivo fujão, sob a fiscali-

zação implacável do “doto

Delegado” e do “coroné”, pai

dela.

Correio elegante, ca-

deia, pau de sebo, quebra

pote, leilões de galinhas,

patos, leitoas e “outros bi-

chos”, brincadeiras que não

podiam faltar, animavam as

festas adocicadas pelos do-

mo Jesus Cristo, na aldeia de

Ain Karin. Seu aprendizado

se deu no deserto e os

Essênios (Judeus que viviam

apartados, praticando

espiritualidades conventuais:

vida em comum, penitências

corporais, abluções, rituais e

estudo das escrituras sagra-

das), foram seus mestres.

Foi formador de comunida-

des, fato que o caracterizou

como homem do povo e co-

nhecido como Santo

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Pesquisa: Comissão Maranhense deFolclore - Junho de 1996 - Boletim nº 5(Os Santos Padroeiros, por ManoelMarinho e Marcia Mendes)

(*) BENEDITO LACERDA E OSWALDOSANTIAGO(**) MESSIAS GARCIA E MAURO PIRES(***) ALVARENGA E RANCHINHO

batizador por ter batizado várias pes-

soas, inclusive Jesus Cristo, às mar-

gens do Rio Jordão. O catolicismo as-

sociou sua tradição à festa pagã da

fogueira, pois, segundo a lenda, Isa-

bel, mãe de São João, anunciou o

nascimento do filho à prima Maria, mãe

de Jesus, acendendo uma fogueira em

cima de um morro, tendo a fogueira

se tornado um bom presságio. São

João foi degolado por ter denunciado

o adultério praticado por Herodes com

sua cunhada Salomé. Não chegou aos

altares pela canonização, mas sim,

pela consagração popular e oficial da

Igreja primitiva, simbolizado por carre-

gar um carneirinho.

São Pedro, Simão, seu nome,

segundo as pesquisas, acredita-se ter

nascido no ano 6 AC em Betsaida, e

pelo ano 12 ter se mudado para

Cafarnaum. Era pescador e seu en-

contro com Jesus se deu na praia.

Apesar de impulsivo era leal, expansi-

vo e generoso. Convidado por Jesus

para ser seu seguidor, os evangelhos

contam que Simão, Tiago e João aban-

donaram as redes, o barco, os famili-

ares e o seguiram. Por sua fé e cora-

gem de se declarar por Jesus em pú-

blico, foi investido da missão de inici-

ar a Igreja recebendo as chaves do

Reino, passando, a partir de então, a

ser chamado de Pedro (Cefas ou

Kefas, em aramaico, que significa pe-

dra). Fez várias

viagens no cum-

primento da mis-

são, organizando

as Igrejas de Je-

rusalém, Judéia e

Samaria. Após

receber o cen-

turião Cornélio,

primeiro pagão

convertido, funda

a Igreja de Roma,

tornando-se o pri-

da estiagem e foram convertidas em

festa católicas, ampliadas em suas

comemorações pelos portugueses que

incluíram em suas comemorações os

dias das mortes de Santo Antônio de

Pádua, 13 de junho e de São Pedro,

29 de junho e do nascimento de São

João, 24 de junho. No Brasil, elas che-

garam trazidas pela colonização, tan-

to Ibérica como Portuguesa.

Seja pelo cunho religioso, seja

pela marca da tradição popular, as fes-

tas juninas merecem o destaque que

têm no calendário comemorativo, mas,

aos festejos populares não vêm sen-

do dadas as características de anti-

gamente, devendo ser retomadas com

toda sua força como uma das mais

antigas, alegres e populares comemo-

rações, com o fole da sanfona abrindo

e fechando e o povo cantando:

“Sorta o buscapé,

que eu quero vê corrê muié.

Oi sorta o buscapé,

Que eu quero vê corrê muié” (***)

Dr. Egberto Malta Moreira é advogado

Alunas da EM Prof Vanda Constantino da Costa

EM Prof Vanda Constantino da Costa

meiro Papa. Nero acusa os cristãos

de haverem incendiado Roma, Pedro

é encarcerado e crucificado na colina

do Vaticano, provavelmente em 29 de

junho do ano 67.

E a sanfona persistia nas ho-

menagens:

“Dos Santos do mês de junho

Santo Antônio é o primeiro

É querido dos brotinhos,

E Santo casamenteiro.

São João é mais lembrado,

É mais festejado

E a isso faz jus.

São João nós bem sabemos

Foi quem batizou Jesus.

Mas a São Pedro, entretanto

Quero tirar meu chapéu

Ele é um grande Santo

É o porteiro do céu” (**)

As tradicionais festas juninas

têm suas origens li-

gadas às fogueiras

acesas para saldar a

chegada do verão

europeu. Eram cul-

tos pagãos em que

havia sacrifícios de

animais e oferendas

de cereais para afas-

tar os demônios da

esterilidade, das

pestes agrícolas e

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A loja está aberta há cerca de seis

meses.

OBS: CERCA DE só pode ser usado

para números arredondados, como

nos exemplos acima. Por isso, não

se pode escrever “cerca de 133 livros

foram roubados” ou “chegou há cerca

de 12 minutos”. Esses números são

exatos, e não aproximados.

3. CASO / ACASO:

ACASO: é sempre acompanhado da

partícula “se”.

Exs.: Se acaso você quiser partir ain-

da hoje, compre logo a passagem.

Se acaso você chegasse antes da

hora, já estaríamos à sua espera.

CASO: rejeita a partícula “se”.

Exs.: Caso você queira partir ainda

hoje, compre logo a passagem.

Caso você chegue antes da hora, já

estaremos à sua espera.

4. AO INVÉS DE / EM VEZ DE:

AO INVÉS DE = ao contrário de

Exs.: Ao invés de baixar o preço, su-

biu.

Ao invés de entrar, o pessoal saiu.

EM VEZ DE = no lugar de

Exs.: Em vez de comprar verdura, com-

1. POR HORA/ POR ORA:

POR HORA: indica a relação entre a

distância percorrida ou quantidade e

o tempo de 60 minutos.

Exs.: O carro corria a 150 quilôme-

tros por hora.

A moça dobra 60 camisas por hora.

POR ORA: equivale a por enquanto,

por agora, e não define uma ação nu-

mérica.

Exs.: A direção do clube garante que

por ora vai manter todos os jogado-

res.

O empresário acha que, por ora, nada

mudará.

2. ACERCA DE / CERCA DE / HÁ

CERCA DE:

ACERCA DE = sobre, a respeito de.

Ex: Falou acerca da chegada do

homem à Lua.

A CERCA DE / CERCA DE: perto de,

aproximadamente.

Exs.: A torcida ficara a cerca de dez

metros dos jogadores.

O estoque da locadora ficou reduzido

a cerca de 500 vídeos.

HÁ CERCA DE: faz aproximadamen-

te, desde mais ou menos.

Exs.: O ônibus partiu há cerca de 15

minutos.

Algumas dificuldades daLíngua Portuguesa

prou carne.

Em vez de sentar-se na cadeira, pre-

feriu o banco.

5. AO ENCONTRO DE / DE ENCON-

TRO A:

AO ENCONTRO DE: designa uma si-

tuação favorável.

Exs.: Ele foi ao encontro do pai na

rodoviária.

O aumento veio ao encontro das suas

necessidades.

DE ENCONTRO A: indica choque.

Exs.: Ele escorregou e foi de encon-

tro à parede.

A decisão lhe desagradou porque veio

de encontro aos seus desejos.

6. PARA MIM / PARA EU

PARA EU = o pronome “eu” é sujeito

da oração infinitiva.

Exs.: Comprou o livro para eu ler.

É um caso para eu estudar.

PARA MIM = o pronome “mim” é re-

gido pela preposição para.

Exs.: Comprou o livro para mim.

Para mim, tudo parece muito estra-

nho.

Eliana Vianna Brito

Eliana Vianna Brito é professora daUniversidade Bras Cubas (Mogi dasCruzes) e da Universidade de Taubaté

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Uma lista compilada por uma

empresa britânica com as opiniões de

mil tradutores profissionais coloca a

palavra “saudade”, em português,

como a sétima mais difícil do mundo

para se traduzir.

A relação da empresa Today

Translations é encabeçada por uma

palavra do idioma africano Tshiluba,

falando no sudoeste da República

Democrática do Congo: “ilunga”.

“Ilunga” significa “uma pessoa

que está disposta a perdoar qualquer

maltrato pela primeira vez, a tolerar o

mesmo pela segunda vez, mas nunca

pela terceira vez”.

Em segundo lugar ficou a pala-

vra “shlimazi”, em ídiche (língua

germânica falada por judeus, especi-

almente na Europa central e oriental),

que significa “uma pessoa cronicamen-

te azarada”; e em terceiro,

radioukacz, em polonês, que significa

“uma pessoa que trabalhou como

telegrafista para os movimentos de

resistência ao domínio soviético nos

países da antiga Cortina de Ferro”.

Contexto cultural

Segundo a diretora da Today

Translations, Jurga Ziliskiene, embo-

ra as definições acima sejam aparen-

temente precisas, o problema para o

tradutor é refletir, com outras palavras,

as referências à cultura local que os

vocábulos originais carregam.

“Provavelmente você pode olhar

no dicionário e (...) encontrar o signifi-

cado”, disse. “Mas, mais importante

que isso, são as experiências cultu-

rais (...) e a ênfase cultural das pala-

vras.”

Veja a lista completa das dez

palavras consideradas de mais difícil

tradução:

1. Ilunga (tshiluba) uma pessoa que

está disposta a perdoar qualquer mal-

trato pela primeira vez, a tolerar o

mesmo pela segunda vez, mas nunca

pela terceira vez.

2. Shlimazl (ídiche) uma pessoa cro-

Saudade é a 7ª palavramais difícil de traduzir

da BBC, em Londres

nicamente azarada

3. Radioukacz (polonês) pessoa que

trabalhou como telegrafista para os

movimentos de resistência o domínio

soviético nos países da antiga Cortina

de Ferro

4. Naa (japonês) palavra usada ape-

nas em uma região do país para

enfatizar declarações ou concordar

com alguém

5. Altahmam (árabe) um tipo de tris-

teza profunda

6. Gezellig (holandês) aconchegante

7. Saudade (português)

8. Selathirupavar (tâmil, língua fala-

da no sul da Índia) palavra usada para

definir um certo tipo de ausência não-

autorizada frente a deveres

9. Pochemuchka (russo) uma pes-

soa que faz perguntas demais

10. Klloshar (albanês) perdedor

http://noticias.uol.com.br/bbc/2004/06/23/ult2242u116.jhtm

http://noticias.uol.com.br/bbc/2004/06/23/ult2242u116.jhtm - acessado em 23 dejunho de 2004.

Mãe, eu sinto Deus

no fundo desse seu olhar,

e na forma simples

e tão pura de me amar.

No modo de entregar,

na batalha pelos seus,

esse sentimento é um dom

que vem de Deus.

Um só gesto basta

para tanto me ensinar,

seu silêncio, suas palavras

são pra se guardar.

Mãe, eu quero honrar você

meu respeito vou lhe dar.

Sei que pra sempre

nós iremos nos amar.

Poesia “Mãe” de Bruna Aquilera da Silva,aluna da 4ª sérieE.M. Dr. Luiz Beraldo de MirandaConcurso de Poesia (integrante do Projeto“Vivendo Valores”).

SensibilidadeNo aperto de suas mãos

eu sinto paz e proteção.

Fruto de uma tão antiga

e doce relação.

Sinto as mãos de Deus

sobre suas mãos.

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A EM “Dr. Isidoro Boucault” vem realizando durante o ano de 2004 o projeto “Jubileu de Prata”, em comemoração

aos 25 anos de sua fundação. Este projeto está sendo desenvolvido por meio de várias ações, como: “Conhecendo sua

Escola e a História”, “Conhecendo a Escola e a Comunidade”, entre outras.

O concurso de poesias realizado em março culminou com a letra do hino da escola, que já está em andamento.

O regulamento do concurso previa que, dele poderiam participar alunos e seus pais. Com a colaboração de sua

mãe a aluna da 1ª série A, Victtoria Caldano Pires com 06 anos de idade foi a vencedora do concurso com a seguinte

poesia:

Quando pequenos aqui chegamos

Gigante nos parecia

Foi então que te amamos

A partir desse dia

Oh, nossa escola querida

Sempre, sempre iremos cantar

Foste a grande amiga

Com quem pudemos contar

Homens de bem nós seremos

Pois aprendemos com fervor

E com orgulho guardaremos

O que ensinaste com amor

Desde que foste fundada

Fazes parte da nossa história

Nossa escola amada

Estarás para sempre na memória

Isidoro Boucault seu patrono

Muito se orgulharia

Por ter seu nome dado

A quem muitos ensinaria

Como ouro que reluz

A Vila da Prata ilumina

Muitas crianças conduz,

Ama, educa e ensina.

Pessoa grande: quando conversa olhando nos olhos.

Pessoa pequena: quando abaixa a cabeça pra nós.

Pessoa grande: quando faz parte da nossa vida.

Pessoa pequena: quando não está nem aí pra ninguém.

Pessoa grande: quando faz do nosso dia um jardim flori-

do.

Pessoa pequena: quando faz do nosso dia um marasmo.

Pessoa grande: quando nos levanta do chão.

Pessoa pequena: quando nos ama da boca pra fora.

Pessoa grande: quando nos dá o ombro pra repousar.

Pessoa pequena: quando ignora e critica nossos proble-

mas.

Pessoa grande: quando nos faz levantar o astral.

Pessoa pequena: quando é pobre de espírito.

Pessoa grande: quando está pronta pra tudo.

Pessoa pequena: quando deixa tudo pra depois.

Pessoa grande: quando nos valoriza.

Pessoa pequena: quando nunca dá valor à nada ou nin-

guém.

Pessoa grande: quando ajuda sem interesse.

Pessoa pequena: quando faz algo esperando recompen-

sa.

Pessoa grande: quando faz tudo planejado.

Pessoa pequena: quando faz tudo relaxado.

Pessoa grande: quando aceita repreensão.

Pessoa pequena: quando rejeita um conselho.

Pessoa grande: quando reconhece seus erros.

Pessoa pequena: quando tropeça no próprio orgulho.

Pessoa grande: quando usa a dureza da sinceridade.

Pessoa pequena: quando usa a moleza da falsidade.

Pessoa grande: quando luta por suas conquistas.

Pessoa pequena: quando desiste ao primeiro fracasso.

“Na estrada da vida;

o caráter transparece...

A Medida de uma Pessoa”

A Medida de uma Pessoa

Maria de Lourdes Peixoto é aluna da EJA 2º termo – Profª Léa

da EM “Profª Ana Lucia Ferreira de Souza”

Jubileu de Prata