Revolucao Feminina as Conquistas Da Mulher No Seculo XX

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CRISTINA NAVARRO ALTTIMAN SIMONE DE GES COSTA

REVOLUO FEMININA: AS CONQUISTAS DA MULHER NO SCULO XX.

FACULDADE EA DE QUEIRS JANDIRA- SP- 2009

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CRISTINA NAVARRO ALTTIMAN SIMONE DE GES COSTA

REVOLUO FEMININA: AS CONQUISTAS DA MULHER NO SCULO XX.

Trabalho apresentado ao curso de Administrao de Empresa da Faculdade Ea de Queirs, como requisito parcial para aprovao na disciplina Trabalho de Concluso de Curso ministrada pelo prof. Ms. Ariovaldo Emdio.

FACULDADE EA DE QUEIRS JANDIRA- SP- 2009

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CRISTINA NAVARRO ALTTIMAN SIMONE DE GES COSTAGRADUAO

Monografia apresentada para obteno do Ttulo de bacharel, pelo curso de Administrao Geral da Faculdade Ea de Queirs Orientador Prof Ms. Ariovaldo Emdio. Data : 30/10/2009

Resultado: 9,5 BANCA EXAMINADORA Prof. Ms. Ariovaldo Emdio Faculdade Ea de Queirs

Assinatura _________________________ Prof. Ms. Petrnio Pereira da Silva Faculdade Ea de Queirs

Assinatura _________________________

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AGRADECIMENTO A realizao deste trabalho contou com diversas colaboraes, sem as quais esta tarefa no teria sido concretizada. Primeiramente, agradeo a Deus no s por esse dia, mais sim por todos os dias, e por todas as conquistas que tive na minha vida, e por ter colocado pessoas boas no meu caminho: pessoas que fazem parte da minha vida, que me apoiaram e fizeram diferena. A Simone que me deu a oportunidade de fazer esse trabalho com ela, por ter acreditado na minha pessoa, e por ter sido quem me estendeu a mo nas horas difceis, e dando todo seu apoio para que eu pudesse continuar nessa batalha. Ao seu esposo Agnaldo, pela sua pacincia, dedicao e esforo, que nos acompanhou toda essa trajetria, a sua filha, por ter cedido todo seu espao e suas horas, que foram utilizadas para essa conquista. A minha me por ter me dado uma boa educao, e ensinado o caminho certo da vida. Ao orientador, professor Ariovaldo, e aos professores Dar e Rogrio que sempre se mostraram dispostos a nos ajudar e explicar nossas dvidas o quanto fosse necessrio, a professora Hani pelas suas sugestes que foram muito teis para o melhoramento do trabalho. A todos da turma de Administrao que, muitas vezes sem saber, me incentivavam a continuar em frente. Especialmente aos amigos (a) Ktia, Anne, Marcelo, Davi, Sidnei, Pedro por esses quatro anos de luta, que estiveram ao meu lado, apoiando e me dando bons conselhos, e a todas as pessoas que me ajudaram direta e indiretamente.

Cristina Navarro

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As dificuldades no foram poucas, foram muitos, os obstculos, muitas vezes, pareciam impossveis. O desnimo quis contagiar, porm, a garra e a persistncia foram maiores, sobrepondo esse sentimento, fazendo-nos seguir a caminhada, apesar da dificuldade do caminho. Agora, ao olharmos para trs, a sensao de dever cumprido se faz presente, podemos constatar que as noites de sono em claro, o cansao dos encontros, os longos tempos de leitura, digitao, discusso, a ansiedade em querer fazer e a angstia de muitas vezes no o conseguir, no foram em vo. Aqui estamos, como sobreviventes de uma longa batalha, porm, muito mais fortes e hbeis, com coragem suficiente para mudar a nossa postura, apesar de todos os percalos. Agradeo em primeiro lugar a Deus que iluminou nosso caminho durante este longo percurso acadmico. Ao meu esposo, Adnaldo Costa que de forma especial e carinhosa me deu fora e coragem, me apoiando nos momentos de dificuldades, a minha filha Andressa, meus irmos, minha sogra Dona Idalice e meus pais, Edson e Aparecida por estarem participando e torcendo pelo nosso sucesso, e de forma grata e grandiosa. E aos grandes amigos Pedro, Sidnei, Shirley e Ktia. Tambm ao orientador professor Ms. Ariovaldo Emdio, em especial a professora Dr. Liem Hani de Alcntara, Ms. Rogrio de Souza e Geraldo Dar, por nos orientar e estimular, com dedicao e pacincia, para que pudssemos desenvolver este trabalho.

Simone Ges

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RESUMO Tudo se inicia com a mulher na linha do tempo, posteriormente sua busca ao fortalecimento da essncia feminina na sociedade e o conhecimento dos aspectos histricos que permearam a evoluo. Na origem dos tempos, ela era confundida com a Natureza na sua totalidade: deusa, me-terra, entretanto, com o advento da cristandade deixou de ser cultuada para ser vista como o Outro, inverso do SujeitoHomem. Muitos sculos se passaram para que ela pudesse na fissura da sociedade burgus-capitalista, encontrar uma possibilidade de resgatar a sua condio de sujeito. O ps-guerra foi outro fator que a legitimou a ocupar espao apropriado e respeitoso, ou seja, com o seu ingresso no mercado de trabalho em meados do sculo XX, ela passou a gerar renda e tomar frente a sua deciso. Neste mesmo sculo, mais um ciclo se abriu a favor de melhores condies e direito ao voto, o Dia Internacional da Mulher. Elas apontaram caminhos, criaram novos conceitos e provaram que poderiam ser to bem-sucedidas quanto os homens, ganhando cada vez mais espao na poltica, sociedade e no trabalho, com o compromisso de manter o equilbrio sem perder a sua feminilidade, perante uma nova forma de viver, pensar e agir. Por fim, h de se constatar que com todo avano citado no decorrer do trabalho, atualmente a ascenso da mulher - me, esposa, dona-de-casa, agora tambm trabalhadora profissional, independente financeiramente, lutadora, guerreira, demonstra uma identidade que se expande para todos os lados no ambiente corporativo brasileiro e angaria um ritmo acelerado de evoluo.

Palavras - Chave: Mulher, Homem, Mercado de Trabalho, Sociedade

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ABSTRACT Everything starts with the woman in the timeline, then your search to strengthen the essence of women in society and the knowledge of the historical developments that permeated. At the beginning of time, she was confused with nature as a whole: goddess, earth mother, however with the advent of Christianity was no longer a cult to be seen as the Other, the Subject antithetical-Man. Many centuries have passed so she could in the cleft of the bourgeoiscapitalist society, find a chance to redeem his status as a subject. The postwar period was another factor that legitimized take appropriate space and respect, that is, with its entrance in the labor market in the mid-twentieth century, it began to generate income and take forward its decision. In the same century, another cycle opened in favor of better conditions and the right to vote the "International Women's Day." They pointed out paths, created new concepts and proved it could be as successful as men, gaining more space, politics and society with a commitment to maintain a balance without losing her femininity, is a new form of live, think and act. Finally, it would appear that with every advance cited in this work, now the rise of women - mother, wife, mistress of the house, now also working professional, financially independent, a fighter, fighter-show an identity that expands to all sides in the Brazilian corporate environment and raises an accelerated pace of evolution.

Keywords - Key: Male, Labor Market and Society

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Quando se sonha sozinho, apenas um sonho. Quando sonhamos juntos, o comeo da realidade. (D. Quixote).

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NDICE DE ILUSTRAES

Ilustrao 1 - Deusa Gaia .......................................................................................... 13 Ilustrao 2 - Deusa Lilith .......................................................................................... 15 Ilustrao 3- Deusa decada...................................................................................... 16 Ilustrao 4 - Sculo XIX ........................................................................................... 19 Ilustrao 5- Fora de trabalho Frana...................................................................... 20 Ilustrao 6- Revoluo Industrial ............................................................................. 23 Ilustrao 7- Mulher 1997 .......................................................................................... 27 Ilustrao 8- A mulher moderna ................................................................................ 29 Ilustrao 9- Participao cargos eletivos ................................................................ 31 Ilustrao 10- Mulheres candidatas a vereadora....................................................... 32 Ilustrao 11- Mulheres candidatas a prefeita ........................................................... 33 Ilustrao 12- Brasil iguladade de gnero ................................................................. 33 Ilustrao 13- Sociedade econmica ........................................................................ 35 Ilustrao 14 - Reproduo do quadro de Jean-Baptiste De Breat ........................... 35 Ilustrao 15- Mulher mercado de trabalho ............................................................... 36 Ilustrao 16- Mulheres chefes de famlia ................................................................. 37 Ilustrao 17- Mulheres assumem despesas ........................................................... 38 Ilustrao 18- Populao economicamente ativa ...................................................... 40 Ilustrao 19 - Rendimento Homem / 03 e 08 ........................................................... 51

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SUMRIO

Introduo.................................................................................................................. 10 1. A mulher na linha do tempo.................................................................................. 11 1.1. Mulher: Me, Deusa, Terra................................................................................. 12 1.2. Mulher: O Outro Deusa decada ..................................................................... 16 2. Ingresso da Mulher no Mercado de Trabalho ........................................................ 17 2.1. Sculo XIX: mulher operria e marxismo ........................................................... 18 2.2 Histria da reivindicao feminina ...................................................................... 23 2.3. A figura da mulher emancipada.......................................................................... 27 3. A Mulher no Mundo Moderno ............................................................................... 29 3.1. O Dia Internacional da mulher ............................................................................ 29 3.2 Repercusso dessa Data no Brasil ..................................................................... 30 3.3 Ascenso da mulher nos dias atuais .................................................................. 33 3.4 A educao e a ascenso profissional da mulher brasileira................................ 34 3.5 Participao da Mulher no Mercado de Trabalho ................................................ 36 3.6 Desigualdades em decorrncia do gnero .......................................................... 44 Concluso ................................................................................................................. 52 Bibliografia................................................................................................................. 53

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Introduo

O desenvolvimento do tema proposto apresenta-se de forma a demonstrar a crescente transformao do papel da mulher na economia, sociedade e liderana nas ltimas dcadas. Dentre os estudos relacionados insero da mulher no mercado de trabalho, ser enfocado o incio da reviravolta de sua histria em termos de liberdade, autonomia e luta pela defesa dos direitos humanos, isto , uma mulher que se dispe a liderar no apenas em determinada rea de sua vida, mas sim nos processos coletivos. Sob este prisma sero abordados aspectos sobre o papel e funo da mulher na sociedade econmica. Como critrio quanto anlise da trajetria realizada pela mulher no espao empresarial e sua competncia profissional ser relevante a questo da melhoria educacional, que por sua vez, gera uma mudana de percepo, atitude, estratgia e de ao em vista da transformao de sua vida pessoal e social. Nas ltimas dcadas do sculo XX, o Brasil passou por transformaes, transio democrtica, cultural e social que tiveram grande impacto sobre o trabalho da mulher. A partir de uma nova viso, a atuao dela na liderana vem desencadeando influncia na transformao cultural das organizaes e ampliando as possibilidades existentes em conquistas. Entretanto, antes de tratarmos de sua participao no mercado propriamente dito, faremos uma abordagem histrica da rdua e paulatina insero da mulher na sociedade, e os fatores determinantes que possibilitaram essa conquista. Basicamente, essa elaborao monogrfica constitui-se de trs captulos: no primeiro, a titulo de contextualizao, ser realizado, uma breve pesquisa, a mulher e sua relao com o Outro; no segundo, seus primeiros e significativos passos transformao e, por fim, sua efetiva colocao no competitivo e discriminativo mercado de trabalho no Brasil. Este estudo visa desvendar um novo olhar sobre a figura feminina e a sua capacidade de transformao, ou seja, converter a insegurana em criatividade, e a sensibilidade em produo.

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1. A mulher na linha do tempo Na busca do fortalecimento da essncia feminina na sociedade e no conhecimento aos aspectos histricos que permearam a evoluo, a mulher, ao longo do tempo, vem conferindo na sociedade o modelo criado pelos homens. J que acaba exercendo para si um papel que no escolheu. Os estudos acerca das formas primitivas da sociedade humana so terrivelmente contraditrios. Duros trabalhos eram confiados ao pblico feminino e, em particular, carregava os fardos. Remetendo quele perodo histrico e claro a angstia vivida pela mulher servial de uma propriedade rural, vtima de seu corpo no perodo que precedeu o da agricultura. Entretanto, este ltimo fato isolado, possvel que essa funo lhe fosse determinada para que, nos comboios, o homem conservasse as mos livres a fim de defenderem-se contra os agressores ocasionais, indivduos ou animais. Seu papel era, portanto, o mais perigoso e o que exigia mais vigor, assim, a mulher submissa e inferiorizada pela sua fragilidade e condio fisiolgica, atendo uma posio marginalizada no que se diz respeito hierarquia social tendo como principais funes: cuidar do lar, trabalhar com a terra tanto em seu cultivo como na coleta de produtos agrcolas.Segundo as narrativas de Herdoto, as descries relativas s amazonas do Dome e muitos outros testemunhos antigos e modernos, aconteceu mulheres tomarem parte em guerras sangrentas. Mostravam nessas ocasies a mesma coragem e a mesma crueldade que os homens. Citam-se

algumas que mordiam ferozmente o fgado de seus inimigos. Apesar de tudo, provvel que, ento como hoje, os homens tivessem o privilgio da fora fsica. (BEAUVOIR, 1980, p.82).

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Sendo que tais crenas poderiam no passar de uma estratgia para possibilitar aceitao e submisso imposta pelo homem, tornando uma diviso ilusria no mundo de forma bipolar, onde em uma regio de acesso difcil, o homem tambm se encontra em situao igual sendo afligido a uma posio hierrquica marginalizada na sociedade. Quanto s mulheres normais, a gravidez o parto, a menstruao diminuam sua capacidade de trabalho e condenavam-nas a longos perodos de impotncia. Deste modo ela no encontra motivo para uma afirmao existencial, j que suportava passivamente seu destino biolgico.

1.1. Mulher: Me, Deusa, Terra.

A me evidentemente necessria ao nascimento do filho. ela que conserva e nutre o germe em seu seio, pois, atravs dela que no mundo visvel a vida do cl se propaga, desempenha assim, papel de primordial importncia. A

propriedade comunitria transmite-se pelas mulheres, a mulher assegurada pelos membros do cl, dos campos e das colheitas e inversamente, so por suas mes que esses so destinados a tal ou qual propriedade. Pode-se, assim, considerar que, misticamente, a terra pertence s mulheres. Elas tm o domnio em tempo religioso e legal sobre a terra e seus frutos. A Natureza na sua totalidade apresenta-se como divindade fora obscura sobre a terra.

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Ilustrao 1 - Deusa Gaia (fonte: Portalcot)

A Deusa, Me Terra (Gaia) foi principal divindade primordial para a criao e manuteno da vida, reverenciada por seu poder de gerar, criar, nutrir, proteger e sustentar todos os seres. A Deusa era a prpria Me Terra, a energia da vida e a morte do planeta, venerada no ciclo das estaes, nos fenmenos da Natureza, na riqueza e na beleza da terra, do cu, das estrelas, das montanhas, das guas, das plantas e dos animais. , em parte, por essa razo que lhe confiado o trabalho agrcola, capaz de atrair, a seu seio, as larvas dos antepassados, o poder de fazer jorrar dos campos semeados os frutos e as espigas. Trata-se, em ambos os casos, no de uma operao criadora e sim de uma conjurao mgica.

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Crenas similares so vivas ainda hoje entre numerosas tribos de ndios, da Austrlia, da Polinsia, e assumem uma importncia tanto maior quanto se harmonizam com os interesses prticos da coletividade. Esses fatos induzem a supor que existia, nos tempos primitivos, um verdadeiro reinado das mulheres. Dizer que a mulher era o outro equivale a dizer que no existia entre os sexos uma relao de reciprocidade: Me terra, Deusa, era para o homem semelhante, e seu domnio se afirmava alm do reino humano. Mas importante ressaltar que mesmo nas pocas em que ainda se sentia confundido ante os mistrios da Vida, da Natureza, da Mulher, o homem, nunca abdicou seu poder; quando, assustado ante a perigosa magia da mulher, ele a pe como o essencial e se realiza, permanece o senhor, como o senhor da terra frtil; ela destina-se a ser dominada, possuda, explorada, como o tambm a Natureza, cuja magia e a fertilidade ela encarnava. De acordo com certas interpretaes da criao humana em Gnesis, no Antigo Testamento, reconhecendo que havia sido fora criada por Deus com a mesma matria prima, Lilith rebelou-se, recusando-se a situao inferior. Na modernidade, isso levou a popularizao da noo de que Lilith foi primeira mulher a rebelar-se contra o sistema patriarcal. Contudo, eu tambm fui feita de p e por isso sou tua igual. (NOSPHERATT, 2009, P.1). Quando reclamou de sua condio a Deus, ele retrucou que essa era a ordem natural, o domnio do homem sobre ela, dessa forma abandonou o den. Infelizmente, o monotesmo judaico-cristo, que adveio da relao de Eva nas antigas escritas considerou a mulher a origem do pecado e de todos os males, suprimiu os smbolos do poder divino da Deusa, como sendo malficos ou pecaminosos. No livro O Orculo da Deusa, h um belo poema sobre Lilith, que

expressa bem suas caractersticas. (MARASHINSKY, 2009)

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Eu dano a minha vida para mim mesma Sou inteira Sou completa Digo o que penso E penso o que digo Eu dano a escurido e a luz O consciente e o inconsciente O sadio e o insano E falo por mim mesma Autenticamente Com total convico Sem me importar com as aparncias Todas as partes de mim Fluem para o todo Todos os meus aspectos divergentes tornam-se um Eu ouo O que preciso ouvir Nunca peo desculpas Sinto os meus sentimentos Eu nunca me escondo Vivo a minha sexualidade Para agradar a mim mesma E agradar aos outros Expresso-a como deve ser expressa Do mago do meu ser Da totalidade da minha dana Eu sou fmea Sou sexual Sou o poder E era muito temida.

Ilustrao 2 - Deusa Lilith (fonte: Wikipdia, a enciclopdia livre.)

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1.2. Mulher: O Outro Deusa decada

Ilustrao 3- Deusa decada Fonte: Nuevorden

Segundo a escritora francesa Simone de Beauvoir (1970), em publicao ao livro O segundo sexo em anlise da condio da mulher e precursora da famosa frase: "No se nasce mulher torna-se mulher. Nas antigas criaes do mundo um mesmo elemento tem se tornado freqente, uma encarnao, a um tempo de macho e fmea. Dizer que a mulher era o Outro equivale a dizer que no existia entre os sexos uma relao de reciprocidade estava, portanto, fora desse reino. A sociedade sempre foi masculina, e o poder poltico sempre esteve nas mos dos homens, ou seja, a sociedade exaltava a superioridade masculina, o que era refletido na educao das moas, j que qualquer ato que fosse de desagrado ou servisse de ameaa paz social era visto por todos com maus olhos. O semelhante, o outro, que tambm o mesmo, com quem se estabelecem relaes recprocas, sempre para o homem um indivduo do sexo masculino, desta forma ele no partilhava sua maneira de trabalhar e de pensar, assim ela continuava escravizada aos mistrios da vida. A mulher sempre esteve destinada a ter dependncia do homem, e jamais ser seu semelhante. Esta compreenso acorrentou culturalmente a mulher, moldando-lhe sua existncia conforme estas possibilidades apresentadas. Com o advento das propriedades privadas e a idade de bronze e do ferro, as pacficas civilizaes matrifocais entraram em declnio,

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No basta dizer que a inveno do bronze e do ferro modificou profundamente o equilbrio das foras produtoras e que com isso se verificou a inferioridade da mulher; essa inferioridade no suficiente em si para explicar a opresso que suportou. Uma nova civilizao baseada em modelos de dominao e autoritarismo foi imposta, iniciando-se a perseguio da antiga religio e respectivas

representantes. Na medida em que ela considerada o Outro, em qualquer que seja sua magia, faz-se precisamente impossvel encar-la como sujeito. Simone Beauvoir (1970) relata a mulher e sua relao com o Outro:As pocas que encaram a mulher como o Outro so as que se recusam mais asperamente a integr-la na sociedade a ttulo de ser humano. Hoje ela s se torna outro semelhante perdendo sua aura mstica. Foi a esse equvoco que sempre se apegaram os antifeministas. De bom grado concordam em exaltar a mulher como o Outro de maneira a constituir sua alteridade como absoluta, irredutvel e a recusar-lhe acesso ao mistrio humano. (BEAUVOIR, 1970, p.91).

2. Ingresso da Mulher no Mercado de Trabalho O ingresso da mulher no mercado de trabalho teve incio apenas na metade do sculo XX, uma vez atingido este objetivo, passou a obter a capacidade de gerar renda com o fruto de seu trabalho e de competir no respectivo mercado. A necessidade de trabalhar e de colaborar no sustento da famlia levou a figura feminina a enfrentar duras horas desprovidas de qualquer recurso. Em um contexto neoliberal, a mulher em busca de melhores condies introduziu-se em padres vigentes de desigualdade. De acordo com Marx e Engels (2000), haveria uma relao fundamental entre a dominao de classe e a dominao de gnero, no mbito da famlia, de forma que a superao de ambas s

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poderia ocorrer a partir da profunda e radical transformao social, mediante a socializao dos meios de produo.A famlia individual moderna est baseada na escravido domstica, transparente ou dissimulada, da mulher (...) o homem que, na maioria dos casos, tem de ser o suporte, o sustento da famlia, pelo menos nas classes possuidoras, e isso lhe d uma posio de dominador que no precisa de nenhum privilgio legal especfico. Na famlia, o homem o burgus e a mulher representa o proletariado. (ENGELS, 2000, p.80.)

2.1. Sculo XIX: mulher operria e marxismo A mulher trabalhadora no tinha tempo para resultados incertos e arriscados, o papel dela na sociedade era diferente das demais. O feminismo liberal era visto com falta de apreo, porm era recproco, j que as operrias eram vistas como uma decadncia moral. O socialismo dizia defender os direitos das operrias e a sua igualdade, entretanto citada filosofia no abraava a causa feminista. Assim, houve um confronto entre os idealistas, quando viram que as mulheres estavam ganhando espao e poderiam entrar no mercado de trabalho. O socialismo daria melhores condies de vida a esse pblico segmentado de modo a garantir lugares apropriados e respeitosos. O casamento asseguraria melhores condies de vida e aos maridos seriam seguradas facilitaes para sustentar sua famlia. As mulheres eram exaltadas como boa me e esposa, o que tornava a vida do homem mais precioso, uma vez restrita aos seus deveres familiares, ficava excluda do trabalho social e da condio de assalariamento. De acordo Alambert (1986), no trecho Marxismo e as Mulheres Cabet, defende o coletivismo feminino e lamentava a triste sorte dessas mulheres. A defesa da famlia como modelo de instituio universal fazia parte do feixe de idias patriarcal, o que tornava preciso o combate, j que era importante que houvesse emancipao econmica da mulher e direito a igualdade. Ele definia como respeito, devoo, proteo dado consideraes ao lao da fraternidade significativo para as

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mulheres, ou seja, o homem deve dar condies para que ela possa ser feminina e consequentemente feliz, deve-se cultivar o amor entre ambos e assim, um completando o outro. Em uma relao ela, busca companheirismo, proteo e um amigo para todos os momentos. Estes so os princpios que fizeram a aliana revolucionria.As mulheres tero iguais direitos legais e igual educao. Cada uma escolher depois uma

profisso que no seja cansativa, deixando as funes exigentes para os homens. Toda moa casar, alm do mais, no casamento, dado que algum tem a palavra final, ser necessrio dar ao homem o maior peso da autoridade. (ALAMBERT, 1986, p.52).

Em meados do sculo XIX, outro tipo de feminismo surgiu mulher que trabalhava em indstrias em geral em servios braal, porm como auxiliares dos homens com salrios reduzidos.

Ilustrao 4 - Sculo XIX (fonte: redalyc)

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A estratgia para que houvesse uma mudana no era legislativo, mas uma organizao de trabalhadoras. Para destruir estas desigualdades, porm o

movimento adotado foi decepcionante, j que essas idealistas no foram proeminentes nem nos sindicatos nem nos partidos socialistas. O que distingue as diferentes pocas econmicas no o que se faz, mas como, com que meio de trabalho se faz. Os meios de trabalho servem para medir o desenvolvimento da fora humana de trabalho e, alm disso, indicam as condies sociais em que se realiza o trabalho (MARX, p. 204). Ampliando o significado do trabalho, para Marx a essncia do homem est no modo em como ele realiza o seu trabalho, quer dizer, o que e como se produz caracterizam o prprio homem: a sua natureza e a sua poca dependem das condies materiais, que determinam a produo. (MILLS, 1976, p. 235). Na Frana em 1900, 34,5% da fora de trabalho era feminina, mas apenas 6,3% dos sindicalistas eram constitudos de mulheres. Ver grfico abaixo.

Frana 1900 Trabalho feminino 34, 50%

Sindicalistas 6, 30%

Ilustrao 5- Fora de trabalho Frana (fonte criao prpria)

Em 1866, Association Internationale des Travailleurs, condenou o trabalho feminino como perda das boas qualidades prprias ou herdadas da raa, afirmando que o lugar que lhes cabia era em casa, como me zeladora do lar para os homens, s desse modo os homens podiam ter ordem e moralidade em suas vidas. Em 1875, no Congresso de Gotha, o Partido Socialista Alemo aceitou a orientao marxista, a proposta em que a mulher deveria ter os mesmos direitos foi negado, pois pressupunham que elas no estavam prontas. No ano de 1877, o Congresso Sindical na Inglaterra aprovou uma revoluo que o homem deveria sustentar sua parceira. J na Frana eles eram condicionados

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a pensar que, caso as mulheres fossem incentivadas a trabalhar, haveria desemprego e diminuio de salrio, eles passaram a temer. Tambm temiam que a insero delas no mercado de trabalho rompesse os laos familiares. Porm, em

1891, o partido Alemo finalmente aceitou os direitos feministas e filiaram-se aos partidos com algumas limitaes. No capitulo Marxismo e as Mulheres do livro Teoria Feminina (1986), Engels diz, a sociedade expressa os direitos e deveres de um povo, bem como a sua forma de governo, uma espcie que depende da economia, no h opinio, com fundamento incerto. O carter de um indivduo e sempre pela funo social. Nesse plano econmico havia um duplo padro onde o homem est em uma posio diferente. Marx e Engels (2000) diziam que a burguesia usava as mulheres como uma espcie de propriedade privada. A indignao burguesa em cima deste fato era apenas uma falcia, eles viam a mulher como propriedade particular. Para Engels (2000), as mulheres deveriam ser tratadas com seres humanos e no objeto, a situao das mulheres diferente da de outros grupos sociais oprimidos elas so a metade da humanidade mulher oferecido um mundo prprio a famlia. Exploradas no trabalho, relegadas casa estas duas posio compem sua opresso. (MITCHELL, 1971 p. 99). O feminismo liberal defendia a reforma legal de igualdade, com vistas libertao de todas elas e sua participao na luta de classes. Deste modo as idias socialistas deveriam penetrar em toda classe da sociedade. J o marxismo

propunha algumas estratgias as feministas podem voltar-se das estreitas preocupaes com o voto do casamento para a revoluo socialista. Nesse contexto, procurou estabelecer uma linguagem predominante na esquerda do pas, procurando provar como, em cada uma das questes levantadas pelos lderes e partidos polticos, era possvel tambm perceber a dimenso feminina. Atravs da linguagem marxista-masculina, as feministas esforaram-se para dar credibilidade s suas reivindicaes, para valorizar suas lutas e apresentarem-se como um grupo poltico inciso e digno de confiana. Com a revoluo socialista, o estado passaria a exercer algumas funes, que proporcionaria condies da mulher sair para o trabalho, das crianas obterem cuidado diurno (creche), dos idosos e doentes receberem direito a assistncia mdica. O marxismo aplicado a elas contribuiu com a teoria econmica, uma teoria

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de mudana. Os aspectos abrangentes do marxismo representavam um ponto de partida coerente com o feminismo e colaborou para a anlise econmica. Segundo Alambert (1986), no livro Teoria Feminina, Bebel empenhava em mostrar que as mulheres deveriam ter plena igualdade entre os homens no estado socialista, a luta pelo direito universal e pela extenso dos direitos polticos seria um caminho importante para sua educao poltica e sua adeso ao socialismo. A questo do marxista destinado obteno econmica era identificar as contradies e desestabilizar, a produo capitalista. No capitalismo a famlia diminuiu de tamanho medida que a quantidade de trabalhadores na indstria decresceu, com o aumento da Mecanizao, a favor de uma demanda de poucos trabalhadores qualificados (MITCHELL, 1971, p. 99).O capitalista, que compra a fora de trabalho e meios de produo, busca produzir um valor que tenha um valor-de-troca, ou seja, uma mercadoria destinada venda, mas que tenha um valor superior ao que foi necessrio para produzir inicialmente, assim a mulher e sua relao com o outro, parcelas em cada vez dos maiores dos

ocupando mercados

detrimento

monopolistas

tradicionais porque, de um lado, oferecia vantagens aos consumidores e, de outro, oferecia uma via de integrao produo social aos excludos pelas polticas restritivas das classes dominantes (SINGER, 1998, p. 29).

Segundo Singer (1998), os trabalhadores reagiram de trs formas distintas com o avano do modo de produo capitalista: 1. Opondo-se a ele devido ao fim do domnio dos mestres quanto ao antigo modo de produo, e com os resultados negativos dessa resistncia, se voltam luta pela legislao fabril; 2. Unindo-se luta pela democracia, e por fim; 3. Desenvolvendo modos prprios de organizao social, onde surgem no incio do sculo XIX as primeiras 16 iniciativas da formao de complexos cooperativos, buscando uma sociedade baseada na cooperao, frente pobreza gerada no incio da Revoluo Industrial. Ver imagem abaixo.

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Ilustrao 6- Revoluo Industrial Fonte: Flogo

2.2 Histria da reivindicao feminina Em artigo publicado pelo Conselho Estadual da Mulher Cedim (2005), a histria de lutas e conquistas de tantas mulheres, muitas delas mrtires de seu ideal, no decorrer de quase dois sculos, leva a humanidade a iniciar um novo milnio diante da constatao de que ela buscou e conquistou seu lugar. Mais que isso, assegurou seu direito cidadania, legitimando seu papel enquanto agente transformador. Para darmos nfase ao papel da mulher na sociedade, faremos uma pequena abordagem sobre a evoluo e conquista ao longo do sculo com algumas datas marcantes. 1873 Brasil - Publicado em Campanha da Princesa, MG o jornal O Sexo Feminino. A editora, Dona Francisca Senhorinha da Motta Diniz, tentava resgatar uma histria perdida, a histria das mulheres brasileiras. Advogava o sufrgio feminino. 1879 - Brasil - O Governo Brasileiro abriu as instituies de ensino superior do pas s mulheres; mas as jovens que seguiam esse caminho eram sujeitas a presses e desaprovao social. 1880 - Brasil - As primeiras mulheres graduadas em direito encontram dificuldades em exercer a profisso.

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1887 - Brasil - Rita Lobato Velho Lopes tornou-se a primeira mulher a receber o grau de mdica, no Brasil. As pioneiras encontraram muitas dificuldades para se afirmar profissionalmente e trs estiveram sujeitas ao ridculo 1889 - Brasil - Com a Proclamao da Repblica, Francisca Senhorinha da Motta Diniz mudou o ttulo do jornal "O sexo feminino" para "O Quinze de Novembro do Sexo Feminino". 1893 - Nova Zelndia - Sufrgio feminino, primeiro pas a conceder o direito de voto s mulheres. 1898 - Inglaterra - Inglaterra e Esccia jogam em Londres a primeira partida de futebol feminino. 1899 - Brasil - Uma mulher, Myrthes de Campos, foi admitida no Tribunal de Justia Brasileiro, para defender um cliente. 1910 - Brasil - A professora Deolinda Daltro funda o Partido Republicano Feminina. 1917 - Brasil - A professora Deolinda Daltro lidera uma passeata exigindo a extenso do voto s mulheres. 1918 - Brasil - A jovem Bertha Lutz, iniciando a carreira profissional como biloga, publica na "Revista da Semana "uma carta denunciando o tratamento dado ao sexo feminino. Prope a formao de uma associao de mulheres, visando a "canalizar todos esses esforos isolados. 1920 EUA - Sufrgio feminino. 1932 - Brasil - O Governo de Getlio Vargas promulgou o novo Cdigo Eleitoral pelo Decreto n 21.076, garantindo finalmente o direito de voto s mulheres brasileiras. 1948 - Depois de 12 anos sem a presena feminina, a delegao brasileira s Olimpadas segue para Londres com 11 mulheres e 68 homens.

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1949 - Frana - A escritora francesa Simone de Beauvoir (1908-86) publica o livro "O segundo sexo", uma anlise da condio da mulher. famosa sua frase: "No se nasce mulher: torna-se mulher". 1951- OIT - Aprovada pela Organizao Internacional do Trabalho, a 19 de junho, a Conveno de Igualdade de Remunerao entre trabalho masculino e trabalho feminino para funo igual. 1960 - Surge o novo feminismo, em paralelo com a luta dos negros norte-americanos pelos direitos civis e com os movimentos contra a Guerra do Vietn. Sri Lank (Antigo Ceilo) - Sirimavo Bandaransike (nascida em 1916) torna-se a primeira chefe de Estado. 1963 - EUA - Betty Fridan (nascida em 1921) escreve "A mstica feminina" que, juntamente com o "Eunuco feminino" -1970 - Germaine Green (nascida em 1939) apresenta uma crtica feminista do papel subordino da mulher na sociedade. Mulheres norte-americanas, inglesas, italianas, ganham as ruas difundindo as idias: "o privado poltico, nosso corpo nos pertence". 1965- Brasil - Regulamentao do Decreto 3199, criado no Estado Novo. 1970 - Reino Unido - Aprovada a igualdade salarial. 1971 Brasil - Um grupo de mulheres liderado por Romy Medeiros se rene no Restaurante da Mesbla, no Rio de Janeiro, para estudar uma estratgia visando comemorar um dia das mulheres, j que o Governo militar da poca proibia a comemorao do 8 de maro. Sugeriram a criao do dia 30 de abril, data de nascimento da pioneira Gernima Mesquita, mineira de Leopoldina (MG) que chegou a servir na 1 Guerra Mundial. A data passou a ser comemorada em 1980. 1974- Argentina - Izabel Pern nascida em 1931 torna-se a primeira mulher presidente da Amrica Latina (Portugal). 1980 - Brasil - Institudo, pela Lei n6. 971, de 9 de junho de 1980, o Dia Nacional da Mulher: 30 de abril.

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1985 - Brasil - Surge primeira Delegacia de Atendimento Especializado Mulher DEAM, em So Paulo e, rapidamente, vrias outras so implantadas em outros estados brasileiros. 1987 Brasil - Criado o Conselho Estadual dos Direitos da Mulher do Rio de Janeiro CEDIM/RJ, a partir da reivindicao dos movimentos de mulheres, com a atribuio de assessorar, formular e fomentar polticas pblicas voltadas para a valorizao e a promoo feminina, atravs do Decreto n 9906, de 6 de maio de 1987. Atualmente vinculado ao Gabinete Civil da Governadoria. 1988 - Brasil - Atravs do Lobby do Batom, as mulheres brasileiras, tendo frente diversas feministas e as 26 deputadas federais constituintes, obtm importantes e significativos avanos, na Constituio Federal, garantindo igualdade a todos os brasileiros, perante a lei, sem distino de qualquer natureza e assegurando que "homens e mulheres so iguais em direitos e obrigaes". 1989 - Brasil - O Governo Collor tira a autonomia financeira e administrativa do CNDM, esvaziando o rgo. Brasil - Em resposta ao desmantelamento do CNDM pelo Governo Collor, o movimento de mulheres voltou luta e criou o Frum Nacional de Presidente de Conselhos da Condio e Direitos da Mulher, uma instncia de articulao poltica, logo reconhecida e legitimada. 1990 - Brasil - O Frum Nacional de Presidente de Conselhos da Condio e Direitos da Mulher conseguiu diversos avanos acompanhando as aes do Congresso Nacional, estando articulado com os movimentos de mulheres para encaminhamento de projetos de lei. Junto aos Ministrios, encaminhou propostas de polticas pblicas. Mantinha contatos formais com agncias especializadas, organismos e fundos das Naes Unidas. 1996 - Brasil - Visando s eleies para prefeitos e vereadores, as mulheres se organizam em todo o Pas e, atravs do movimento Mulher Sem Medo do Poder, aumentam o nmero de vereadoras e prefeitas em todo o territrio nacional. O Congresso Nacional incluiu o sistema de cotas, na Legislao Eleitoral, obrigando os partidos polticos a inscreverem, no mnimo 20% de mulheres em suas chapas proporcionais (Lei n 9.100/95 - 3, art. 11).

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1997 - Brasil - As mulheres j ocupam 7% das cadeiras da Cmara dos Deputados; 7,4% do Senado Federal; 6% das prefeituras brasileiras (302). O ndice de vereadoras eleitas aumentou de 5,5%, em 92, para 12%, em 96. No Estado do Rio de Janeiro, as mulheres ocupam 12% das vagas nas Cmaras de Vereadores. Na capital, a bancada passou de quatro para cinco vereadoras. Ver grfico abaixo.

1997 Mulher X Poltica Cm aras de Vereadores RJ12%

prefeituras brasileiras6%

7,4% 7%

Senado Federal

Cm ara dos Deputados

Ilustrao 7- Mulher 1997 (fonte criao prpria)

2.3. A figura da mulher emancipada

Nos ltimos 150 anos, o movimento feminista tem sido responsvel por diversas conquistas na vida da mulher, no entanto, ainda h busca por melhores condies e respostas eficazes. Essa histria de luta e conquista, no decorrer de

quase dois sculos, leva a humanidade a iniciar um novo milnio, acreditando na fora de trabalho. Mas, assegurando o direito cidadania, reconhecendo seu papel enquanto agente transformador. Livre de todas as teorias econmicas e polticas, a mulher emancipada age entre os grupos da raa humana, entre as distines de classe do direito dela e do homem, independente de quem est frente. Kollontai (1972) descobriu e revelou seus traos.No sentimental, mas decidida, no ciumenta, mas um indivduo, no adora homens, mas espera alguma coisa deles, enfrenta a rejeio sem sofrimento e humilhao, mas com alvio de que pode retornar ao trabalho sem o desvio da paixo.

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No vergonha, mas plena de auto-afirmao. (ALAMBERT, 1986, p.68)

A emancipao permitiu o amor sem fronteiras e o xtase contido na profunda emoo da verdadeira mulher, namorada e me. A liberdade teve um significado ainda maior para elas e trouxe o direito de amar. De certo modo elas buscam autonomia frente as suas escolhas, algo que seja significativo e estvel, que proporcione melhoria em seu ambiente de trabalho e ligao afetiva para vivencia a sexualidade. Ela est livre e independente, e pode provar que sua influncia teria um efeito purificador sobre todas as instituies da sociedade.Poder haver alguma coisa mais ultrajante que a idia de que uma mulher crescida, saudvel, cheia de vida e paixo deva dominar sua nsia mais intensa, prejudicar sua sade e perturbar seu esprito, tolher sua viso, abster-se da profundidade e glria da experincia sexual at que aparea um homem bom para tom-la para si esposa. (ALAMBERT, 1986, p.69).

O homem deve estar atento as necessidades, e assim considerar os desejos e aquisies importantes da mulher, levando em conta sua posio, alm de oferecer apoio. No livro Teoria Feminina, Goldman (1986), diz deve-se descobrir como sermos ns mesmos e ainda achar unidade com outrem, como sentir-se em profunda comunicao com todos os seres humanos e conservar intactas as qualidades caractersticas de cada um. Hoje, o modo como cada uma se coloca frente sociedade se distncia cada vez mais do papel feminino exercido no sculo XIX, graas a sua influncia ela vive nos dias atuais frente ao seu tempo, expondose s crticas e lutando para conquistar o espao quase sempre acirrado.

3. A Mulher no Mundo Moderno

Ilustrao 8- A mulher moderna Fonte: horahnews

A mulher neste mundo moderno, que antes j era composta me, esposa, dona-de-casa, agora, tambm trabalhadora profissional, independente

financeiramente, lutadora, guerreira, demonstra uma identidade que se expande por todo lado. Situa-se nas extenses, apontando para a necessidade de abrirmos o imaginrio de cada um para algo novo, transformando a idia de que a identidade humana deva ser nica, fixa e intolerante.

3.1. O Dia Internacional da mulher O Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de Maro tem origem nas manifestaes feministas por melhores condies de trabalho e direito ao voto, no incio do sculo XX, na Europa e nos Estados Unidos. A data foi adotada pelas Naes Unidas em 1975, para lembrar tanto as conquistas sociais, polticas e econmicas das mulheres como as discriminaes e as violncias a que muitas delas ainda esto sujeitas em todo o mundo. A idia da criao dessa data foi proposta na virada do sculo XIX a XX, no contexto da Segunda Revoluo Industrial, quando ocorre a incorporao em grande escala da mo-de-obra feminina na indstria. Muitos outros protestos ocorreram nos anos seguintes, destacando-se o de 1908, quando 15.000 mulheres marcharam sobre a cidade de Nova Iorque, exigindo a reduo de horrio, melhores salrios e direito ao voto. No ano seguinte, o Dia Internacional da Mulher foi celebrado em19 de Maro, por mais de um milho de pessoas, na ustria, Dinamarca, Alemanha e Sua.

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Poucos dias depois, em 25 de Maro de 1911, um incndio na fbrica da Triangle Shirtwaist mataria 146 trabalhadores a maioria costureiras. O nmero elevado de mortes foi atribudo s ms condies de segurana do edifcio. Este foi considerado como o pior incndio da histria de Nova Iorque, at 11 de setembro de 2001. Para Eva Altermam Blay, sociloga e ex-senadora e militante dos direitos das mulheres, provvel que a morte das trabalhadoras da Triangle tenha incorporado ao imaginrio coletivo como sendo o fato que deu origem ao Dia Internacional da Mulher. Finalmente em 1975, a ONU incluiu o dia 8 de maro em seu calendrio oficial de comemoraes, e a data passou a ser reconhecida como marco da luta feminina pela defesa dos direitos humanos.

3.2 Repercusso dessa Data no Brasil O Dia Internacional da Mulher faz pensar sobre o seu papel na sociedade e rever conceitos, conquistas pessoais e profissionais. Algumas mulheres no mercado de trabalho apontaram caminhos, criaram novos conceitos e provaram que podem ser to bem-sucedidas quanto aos homens. No Brasil, a constituio Federal de 1988 simboliza um marco fundamental na instituio da cidadania e dos direitos humanos das mulheres. Mesmo com todos os avanos ainda ocorrem as desigualdades, seja de salrios, jornada excessiva de trabalho, de credibilidade e desvantagens na carreira profissional, mas muito h para ser modificado nesta histria, j que um longo caminho a percorrer. No obstante as discriminaes, os avanos foram sentidos no Brasil. Pode-se dizer que o dia 24 de fevereiro de 1932 foi um marco na histria da mulher brasileira, portanto nesta data foi institudo o voto feminino. Elas conquistavam, depois de muitos anos de reivindicaes e discusses, o direito de votar e serem eleitas para cargos no Executivo e Legislativo. Para Daniela Diniz editora da revista Voc RH, ainda pequena a participao efetiva da mulher na poltica. Segundo dado sobre a situao da mulher da revista Veja (2001), elas ocupam 12,7% dos assentos parlamentares no mundo. Esse nmero aumentou 5% desde a conferncia mundial, realizada no ano de 1995 em Pequim, caso siga este ritmo, a mulher alcanaria uma representatividade equilibrada somente em 75 anos.

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Entretanto, o Programa das Naes Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) no seu ltimo relatrio sobre o desenvolvimento humano no mundo, mostrou que apenas 9% dos assentos da Cmara e do Senado so ocupados por parlamentares do sexo feminino. O Brasil ficou na 142 colocao no ranking mundial de participao feminina em cargos eletivos, ou seja, o Brasil tem a menor representao no Congresso e na vida poltica da Amrica Latina. De acordo, com o estudo Ruanda com 53% o pas onde as mulheres tm conquistado maior espao na poltica, seguido de Sucia (47%), Cuba (43,1%), Finlndia (41%) e Argentina (40%).

Participao feminina em cargos eletivos

53% 47 % 43, 1% 40% 41 %

9%

Ruanda

Sucia

Cuba

Argentina

Finlndia

Brasil

Ilustrao 9- Participao cargos eletivos (fonte criao prpria)

As mulheres e os trabalhadores no podem ser seno cidados de segunda classe enquanto estas instituies continuarem a definir e estruturar nossa poltica Com a pequena representao, na melhor das hipteses, os cidados tm a opo de votar ou no, mas [ns mulheres] temos um papel pequeno na definio ou no consentimento ao regime enquanto tal. (Martha Ackelsberg, pg. 255).

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De acordo com a pesquisa realizada pelo Ibope (2009), revelou-se que a maioria dos brasileiros considera que a presena das mulheres no poder poderia melhorar a poltica. Grande parte dos entrevistados ainda se mostrou dispostos a votar em uma mulher para os cargos executivos, como a Presidncia e os governos estaduais. Veja o percentual de candidatas e de eleitas nas eleies de 2000, 2004 e 2008. Em 2000, as mulheres candidatas vereadora somaram 70.321, sendo eleitas 7.001, o que representa 9,95% das candidatas. Nesse mesmo ano, as mulheres candidatas prefeita somaram 1.139, sendo eleitos 317 que representa 27,83%. Nas eleies de 2004, as mulheres candidatam as vereadoras somaram 76.762, sendo eleitas 6.555, o que representa 8,53% das candidatas.

Mulheres candidatas a vereadora76.762 70.321 69.341

7.001

6.555 6.512 9, 95%

2000 2004 20088, 53% 9, 39%

Candidatas Eleitas

Representa

Ilustrao 10- Mulheres candidatas a vereadora (fonte criao prpria)

Nas eleies para prefeita, as mulheres candidatas somaram 1.494, sendo eleitas 407, representando 27,24%. Finalmente, nessas eleies de 2008, as candidatas a vereadoras somaram 69.341, sendo eleitas 6.512, o que representa 9,39% das candidatas. Nas eleies para prefeita, elas somaram 1.641, sendo eleitas 505, representando 30,77%. Os dados e a avaliao so do Centro Feminista de Estudos e Assessoria (2008), organizao no-governamental que acompanha o desempenho feminino nas eleies desde 2000.

33Mulheres candidatas a vereadora1.641 1.494 1.139 317 407 505 27,83% Candidatas 27,24% 30,77% 2000 2004 2008

Ilustrao 11- Mulheres candidatas a prefeita (fonte criao prpria)

3.3 Ascenso da mulher nos dias atuais A mulher da atualidade no se parece em nada com a mulher do passado. Ela passou a conduzir suas aes e se tornou multifuncional, bem resolvida, primam por liberdade e melhores condies de vida, sem deixar de lado sua feminilidade, espontaneidade e criatividade.

A mulher do sculo XXI, vem ganhando cada vez mais espao, no trabalho, na poltica, na sociedade, e na economia com o compromisso, de manter o equilbrio sem perder a sua feminilidade, perante uma nova forma de viver, pensar e agir.

Ilustrao 12- Brasil iguladade de gnero (fonte criao prpria)

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A mulher da atualidade se preocupa com os impactos de sua deciso e estabelece um dilogo aberto entre os colegas de trabalho, de modo a encontrar diversas maneiras para resolver os problemas e executar aes, mantendo o aprendizado continuo e a capacidade de adaptao. A atuao da mulher na liderana vem desencadeando influncia na transformao cultural das

organizaes, e transformando as possibilidades existentes em conquistas. As mulheres tm o perfil caracterstico para o empreendedorismo; elas fazem a administrao de casa e dos conflitos que l acontecem, afirma o gerente da unidade de atendimento individual do SEBRAE nacional, Enio Duarte pinto. O empreendedor uma pessoa que cria um novo negcio em face a risco e incerteza, com o propsito de conseguir lucro e crescimento, atravs da identificao de oportunidades de mercado e do agrupamento de recursos necessrios para capitalizar sobre estas oportunidades (PEREIRA, 1995).

3.4 A educao e a ascenso profissional da mulher brasileira Como se constatou, o rumo da mulher na sociedade econmica brasileira vem mudando com o passar dos anos, segundo o informe, a edio especial Veja Mulher (2001), ela teve acesso educao formal h pouco mais de 120 anos. H apenas 77 anos pode votar. E h mais de vinte conseguiu ser reconhecida pela Constituio quanto igualdade plena de seus direitos e deveres em relao aos dos homens. importante avaliar o crescimento dela, no apenas no mbito profissional, mas dentro do contexto de democracia.

O que elas reivindicam hoje serem reconhecidas como existentes ao mesmo ttulo que os homens e no de sujeitar a existncia vida, o homem sua animalidade. Uma perspectiva existencial permitiunos, pois, compreender como a situao biolgica e econmica das hordas primitivas devia acarretar a supremacia dos machos. (BEAUVOIR, 1970, p.86).

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A mulher na sociedade econmica

H aprox. 21 anos a mulher conseguiu igualdade de seus direitos e deveres em relao ao homem

Educao formal h pouco mais de 120 anos

H apenas 77 anos a mulher pode votar.

Ilustrao 13- Sociedade econmica (fonte criao prpria)

A estatstica, segundo Jacqueline Pitanguy ex-presidente do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher prova que, no fim dos anos 70 e incio dos anos 80, coincidindo com o processo de transio democrtica, o movimento levou o debate pblico questes como a reproduo, sexualidade e igualdade de direitos entre homens e mulheres. Esse processo de democratizao reivindicou e conquistou espao governamental.

Ilustrao 14 - Reproduo do quadro de Jean-Baptiste De Breat (fonte Reproduo Biblioteca Municipal de SP)

A Constituio de 1988, na qual os movimentos e Conselhos de Mulheres tiveram papel fundamental, estabelece igualdade entre homens e mulheres na sociedade. O perodo ps-1988 marcado, portanto, pela adeso brasileira aos mais importantes Tratados Internacionais de Direitos Humanos.

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S para se ter idia da importncia das mulheres, basta saber que elas representam mais da metade da populao brasileira. Conforme Sntese de Indicadores Sociais (2007), a populao brasileira em 2006 era de 187,2 milhes de habitantes, desse total, 96 milhes eram mulheres. O aumento da proporo de mulheres em relao a homens uma tendncia demogrfica no Brasil, ou seja, a cada nova pesquisa, os resultados mostram que a populao feminina tem aumentado cada vez mais em relao masculina. 3.5 Participao da Mulher no Mercado de Trabalho A presena da mulher na economia brasileira se deve a confiana para assumir sua fora e lidar com as diversas situaes profissionais a fim de obter credibilidade e sucesso na sua vida profissional. Conforme artigo publicado pelo Estado de So Paulo (2009), 53% dos postos de liderana nas 10 empresas consideradas as melhores para se trabalhar no pas so ocupadas por mulheres, 33% das famlias brasileiras chefiadas por mulheres, 55% dos matriculados no ensino superior so do sexo feminino, 10% dos profissionais de Engenharia no Brasil so mulheres. a nica em que no existe diferena salarial entre gneros, 76% dos profissionais de economia do Brasil so mulheres e 32% dos homens ganham a mais quando se compara salrios dos profissionais de medicina. As mulheres tm apresentado nos ltimos anos vrias mudanas no seu comportamento social. Ver grfico abaixo.

76% 53% 33% 10% 55%

Profissionais econonomia

As 10 melhores empresas

Famlias chefiadas mulher

Ensino Superior

Profissionais engenharia

Ilustrao 15- Mulher mercado de trabalho (fonte criao prpria)

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A reduo da fecundidade, a crescente participao no mercado de trabalho, a contribuio no rendimento familiar e a elevao da escolaridade so aspectos considerados fundamentais para dimensionar seu papel na sociedade brasileira (SABOIA, A. LUCIA, 2008: p 231). O estudo Mulheres do Brasil conduzido pela sociloga Oriana White (2004), pesquisadora da Universidade de So Paulo (USP) e diretora da CPM Research, representou uma virada no mercado em relao ao Mapeamento dos desejos da mulher deste sculo. Pelo tratar da caminhada, apesar dos fatores ainda discriminativos, inclusive de carter sexista como se observa do trecho abaixo, que impedem a plenitude da igualdade de direitos, no Brasil, as mulheres j so quase a metade da fora de trabalho. Sua participao nos ltimas seis dcadas tem sido um dos fatos mais marcantes ocorridos na sociedade brasileira. Entre os brasileiros que trabalham, as mulheres so quase a metade, e so responsveis pelo sustento de

aproximadamente 33% das famlias no Brasil. Segundo, o Globo Online (2007) o nmero de mulheres chefes de famlia cresceu 79% em dez anos, passando de 10,3 milhes, em 1996, para 18,5 milhes em 2006. O que mostra a Sntese dos Indicadores Sociais, divulgada pelo IBGE, com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domiclio 2006 (PNAD). Ver grfico abaixo Mulheres chefes de famlia 79%

10, 3%

18, 5%

1996

2006

Crescimento

Ilustrao 16- Mulheres chefes de famlia (fonte criao prpria)

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De acordo com o instituto, houve um crescimento acentuado no nmero de mulheres casadas que assumem as rdeas da famlia. Esse percentual saltou de 9,1% em 1996 para 33% em 13 anos. Ver grfico abaixo

2009 33% 2005 2000 1996 1995 1990 1985 9, 1%Mulheres que assumem despesas familiares, crescimento Mulheres que assumem despesas familiares

Ilustrao 17- Mulheres assumem despesas (fonte criao prpria)

Porm, os homens, seja na posio de pessoa de referncia ou cnjuge, ainda tm taxas de ocupao superiores a das mulheres. De acordo com a pesquisa, 73% das mulheres no papel de cnjuge ganham menos que o marido, sendo que 37,2% recebem at 50% do total obtido pelo companheiro. Quando a mulher a chefe da famlia em 70% dos casos o homem tambm tem rendimento superior.

bom ressaltar que, apesar dos significativos avanos os obtidos na esfera constitucional femininos, e internacional, os quais refletem as reivindicaes e anseios contemporneos ainda

persistem no imaginrio social brasileiro elementos sexistas e discriminatrios com relao s mulheres, que as impedem de exercer, com plena autonomia e dignidade, seus direitos mais

fundamentais.

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(PITANGUY, Jacqueline e MIRANDA, Dayse. O Progresso das Mulheres no Brasil, Braslia: Unifem. 2006 p. 23-297).

Sua participao nos ltimas seis dcadas tem sido um dos fatos mais marcantes ocorridos na sociedade brasileira. Entre os brasileiros que trabalham, as mulheres so quase a metade, e so responsveis pelo sustento de

aproximadamente 33% das famlias no Brasil. As estatsticas apontam que no Brasil, no perodo 1990-1998, a Populao feminina passou de 22,9 milhes para 31,3 milhes. As mulheres so uma parcela expressiva da fora de trabalho no Brasil: 31 milhes de trabalhadoras, o que corresponde a 41% da Populao Economicamente Ativa. J edio Especial do SENAI (2007), a importncia da mulher na fora de trabalho pode ser medida em crescente participao (PEA), em 2002 ela atingiu 43%. Em So Paulo, maior centro empregador do Pas, metade do contingente de trabalhadores j era formada por mulheres no incio deste sculo. Em pesquisa realizada pela Fundao Estadual de Anlise de Dados e da Secretaria de Economia e Planejamento, o nvel de ocupao feminino aumentou 5,6%, em 2008. Embora o movimento tenha sido observado, continuamente, nos ltimos dez anos, tal variao foi a mais intensa desse perodo. Para os homens, o

crescimento de 3,8% foi maior dos ltimos cinco anos, ao contrrio do ano anterior. Esse ritmo diferenciado ampliou a participao feminina no total de ocupados de 44,7%, em 2007, para 45,1%, em 2008. Ver grfico abaixo.

40

Populao economicamente ativa

2008 2007 2002 1976

45, 1% 44, 7% 43% 29%Ilustrao 18- Populao economicamente ativa (fonte criao prpria)

Em recente Boletim Regional Mulher 2009, O crescimento da participao da mulher no mercado de trabalho provavelmente est relacionado com o aumento da importncia dada carreira profissional. Porm vale a pena destacar o crescimento da participao da mulher por nveis de instruo, verifica - se uma elevao do nvel de escolaridade para ambos os sexos na PEA do Estado de So Paulo. De acordo a Fundao Seade (2007) a proporo entre mulheres com nvel de ensino evoluiu de 33% para 41%. J os homens, o grau de instruo cresceu de 27% para 33%, entre 1994 e 1998; em 1994, 53% das mulheres tinham concludo pelo menos o ensino fundamental, proporo que cresceu 61%, em 1998, entre os homens, estes percentuais correspondiam a 46% e 54%. O Ministrio da Educao, em levantamento realizado anualmente pelo Inep (2005), as mulheres matriculadas no ensino fundamental representam 16.367.401, total de 48,80%, j no ano de 2006, 48,66%. No Ensino Mdio, a proporo de matrculas aumentou nesse perodo. Em 2005, elas representam 53,99% e, em

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2006, 54,06%. No ano 2007, do total de 31.733.198 estudantes do Ensino Fundamental, ou 48,51% eram mulheres. Sendo que, no Ensino Mdio, o percentual delas supera o de homens. Representando 54,7% do total de 8.264.816 alunos. Veja grfico abaixo.Nvel de Ensino2010 2005 2000 30% 1995 20% 1990 1985 10% 0% Nvel de Ensino Mulheres 60% 50% 40% Nvel de Ensino Ano

Ilustrao 19- Nvel de Ensino (fonte criao prpria)

De acordo com Folha Online (2003) h mais mulheres graduadas que homens nas reas de educao (598 mil contra 61mil) artes, humanidades e letras (510 mil contra 149 mil) cincias, matemtica e computao (306 mil contra 240 mil) e sade e bem-estar social (537 mil contra 352 mil). Ver grfico abaixo.

Mulher X Homens na rea de educao352,000 61,000 149,000 240,000 Homens Mulher598,000 510,000 537,000 306,000

Educao

Artes, humanidades e letras

Cincias, matemtica computao

Sade e bemestar social

Ilustrao 20- rea de educao (fonte criao prpria)

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Os homens se destacam em cincias sociais, administrao e direito (1,2 milhes contra 1 milho); engenharia, produo e construo (461 mil contra 105 mil); agricultura e veterinria (101 mil contra 24 mil) e Servios (31 mil contra 23 mil).Os Homens se destacam em:1000,000 105,000 24,000 23,000

Mulheres 12000,000 461,000 101,000 31,000 Homens

Cincias sociais, Administrao e Direito

Engenharia, Produo e Construo

Agricultura e Veterinria

Servios

Ilustrao 21-OS Homens se destacam (fonte criao prpria)

Em estudo especial sobre a Mulher realizado pelo IBGE (2008), para quem possui nvel superior completo, o rendimento mdio habitual foi de R$ 2.291,80 em janeiro de 2008; enquanto que para os homens esse valor foi de R$ 3.841,40. Ainda comparando trabalhadores que possui nvel superior, o rendimento das mulheres cerca de 60% inferior, indicando que mesmo com grau de escolaridade mais elevado as discrepncias salariais entre homens e mulheres no diminuem.

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Ilustrao 22-mulheres com nvel superior completo

No mesmo estudo verificou que a escolaridade delas permanece alta em relao aos homens. Entre elas 51,3% possuam 11 anos ou mais de estudo em janeiro de 2003, contra 59,9% em janeiro de 2008.

Ilustrao 23-mulheres com nvel superior

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3.6 Desigualdades em decorrncia do gnero Alm dos problemas enfrentados, ainda h a falta de oportunidade no mercado de trabalho, salrio baixo, informalidade na contratao, extensa jornada de trabalho, instabilidade. preciso planejamento financeira especificamente para a mulher brasileira, para que elas possam se posicionar em relao ao futuro e possam vir a desfrutar com plenitude os benefcios trazidos nos novos modelos culturais (Eliana Bussinger, p188). Tais indicadores mostram as diferenas e semelhanas, relao situao do trabalhador do gnero masculino.A baixa remunerao das mulheres, por exemplo, se explicaria, na teoria neoclssica, por sua suposta menor produtividade (seja devido a um menor investimento em capital humano seja devido caracterstica quase inata tais como menor

compromisso com a empresa, menor expectativa de permanncia no trabalho devido primazia da vida domstica e familiar), por uma mobilidade imperfeita ou por discriminao que distorcem o processo de maximizao do lucro. Argumenta-se que o sistema econmico no teria nenhum interesse direto nessas prticas, e que a sua eliminao melhoraria de fato sua eficincia (Humphries e Rubery, 1994: pg. 403).

O rendimento mdio real por hora das mulheres ocupadas apresentou pequena variao negativa (-0,9%) em relao ao ano anterior, passou a corresponder a R$ 5,76, o que equivale a 76,4% do atribudo aos homens (R$ 7,53). Para estes, houve ligeiro aumento (1,0%), ampliando a diferena entre os sexos. O trabalho feminino aumenta a cada ano, mas ainda est longe de igualarse ao masculino, especialmente nos rendimentos (William 2003, p.230). Porm estas desigualdades vo alm, j que a busca por melhores resultados so caractersticas dos homens e mulheres em igual proporo. Os dois tm maneiras diferentes de encarar situaes. A mulher acredita e utiliza a intuio, o

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homem ao. As mulheres tendem a construir suas carreiras etapa por etapa, os homens planejam suas carreiras em longo prazo. As mulheres costumam tomar decises, j o homem tm uma maior capacidade de arriscar em novos empreendimentos, mesmo que isso lhe custe o emprego em certos casos.As mulheres tm denunciado o alto custo que elas pagam por competir no espao dos homens: Enquanto estes contam, de certo modo, com uma infra-estrutura de apoio, seja financeira, sejam apenas psicolgicas, para competir no mercado de trabalho, as mulheres devem provar duas vezes mais do que so capazes, alm de continuar a desempenhar as funes de me e de rainha do lar, exigidas tanto pelos maridos, quanto pelos filhos e familiares. (Rago, 1996, p.199).

A mulher entra agora numa fase de igualdade crescente. O talento profissional e a disciplina so decorrentes na busca cessante de conhecimento e aprimoramento, a mulher passou a enxergar o homem no s como concorrente, mas sim como aliado nas organizaes. Para Kanbour (2009), vice - presidente do Instituto Claro, A ela est mudando a atitude e vendo que no precisa competir com o homem, se for competente. Segundo uma pesquisa realizada pelo Grupo Catho, empresa de recrutamento e seleo de executivos, publicado na revista eletrnica O Globo as brasileiras esto apontando para uma participao histrica nos nveis hierrquicos mais elevados das empresas (presidentes e CEOs): 20,56%, h dez anos elas representavam apenas 10,39% dos altos cargos executivos. Ver grfico abaixo.Crescimento na alta direo

10,39

Ano 2000 Ano 2009

20,56%

Ilustrao 24-Crescimento na alta liderana Fonte criao prpria

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Observou-se que as mulheres conquistam cargos de chefia em mdia, aos 36 anos de idade, j os homens por volta dos 40 anos de idade. A ltima Sntese de Indicadores Sociais do IBGE, a maior participao das mulheres no mercado de trabalho tem se concentrado em quatro grandes categorias ocupacionais que, juntas, compreendem cerca de 70% da mo de obra feminina: servios em geral (30,7%); trabalho agrcola (15%); servios administrativos (11,8%); e comrcio (11,8%). Ver grfico abaixo.Mulher no mercado de trabalho30,7%

15%

11,8%

11,8%

Servios em geral

Trabalho agrcola

Servios adm inistrativos

Com rcio

Ilustrao 25- Categoria ocupacional (fonte criao prpria)

A revista eletrnica IG destaca que o trabalho tem peso importante em todas as classes, mas representa coisas diferentes para cada grupo. Para as mulheres AA, trabalho corresponde a desenvolvimento intelectual, alm de destaque como profissional. Para as entrevistadas da classe AB, o sucesso na carreira est relacionado ao desenvolvimento pessoal. J as mulheres da classe C reconhecem o trabalho como ajuda financeira.

Destaque classe socialClasse AA Classe AB Classe C Desenvolvimento intelectual e destaque profissional Desenvolvimento pessoal Ajuda financeira Ilustrao 26- Classe social (fonte criao prpria)

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De acordo com Seade (2007), Fundao Sistema Estadual de Anlise de Dados, o nvel de ocupao feminina aumentou 4,2%, em 2005, mantendo a trajetria de crescimento pelo stimo ano consecutivo e repetindo o bom desempenho de 2004, que foi de 4,1%. J em 2008, o crescimento apresenta de 5,6%.

Nvel de ocupao feminina

4, 1%

4, 2%

5, 6%

2004 0

2005

2008

Ilustrao 27- Nvel de ocupao feminina (fonte criao prpria)

Entre os homens, o nvel ocupacional tambm se elevou, mas em ritmo inferior ao das mulheres (2,6% em 2004, 2,4% 2005 e 3,2% em 2008).

Entre os homens

2,6%

2,4% 2005

3,2% 2008

2004 0

Ilustrao 28- Entre os homens (fonte criao prpria)

Isso implicou o aumento da participao feminina no total de ocupados de 44,2% em 2004 para 44,7% 2007. A Secretaria de Economia e Planejamento

(SEADE) destaca que em 2005, o crescimento do nvel ocupacional das mulheres

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deveu-se ao desempenho positivo da Indstria (8,8%), do Comrcio (4,8%), dos Servios (4,0%) e, em menor medida, dos Servios Domsticos (2,1%). Ver grfico abaixo.

Crescimento do nvel Ocupacional8,8% 4,8%

4,0% 2,1%

Indstria

Comrcio

Servios

Servios Domsticos

Ilustrao 29-Nvel ocupacional (fonte criao prpria)

Segundo UOL Economia (2009), o nvel de ocupao feminina teve um significativo aumento, em praticamente todos os setores de atividades analisados, sobretudo nas reas de comrcio e servios. Devido ao crescimento mais acentuado do nvel ocupacional, as mulheres ampliaram sua participao no total de 44,7% em 2007, para 45,1% em 2008. Tendncia que vem sendo observada continuamente ao longo da srie da pesquisa.

Nvel de ocupao feminina

2008 45, 1%

2004 44, 2%

2007 44, 7%

Ilustrao 30-Nvel de ocupao feminina (fonte criao prpria)

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Entre os homens, houve acrscimo na Indstria (3,7%), nos Servios (2,5%), no Comrcio (1,1%), na Construo Civil (1,9%) e nos Servios Domsticos (10,3%).

Entre os Homens10, 3%

3, 7% 2, 5% 1, 1% 1, 9%

Indstria

Servios

Comrcio

Construo Civil

Servios Domsticos

Ilustrao 31- Entre os homens (fonte criao prpria)

O estudo realizado pelo IBGE (2008) demonstra que o rendimento mdio habitual das mulheres em janeiro de 2008 foi de R$ 956,80, enquanto que o dos homens foi de R$ 1.342,70 para o conjunto das seis regies metropolitanas investigadas pela Pesquisa Mensal de Emprego. A partir desses valores, verifica-se que as mulheres recebem 71,3% do rendimento dos homens, aproximadamente 28,7% a menos. Ver grfico abaixo.Rendimento mdio (salrio 2008)

R $ 1.342,00 R $ 956,80

28,7% Mulher Homem Mulheres recebem menos

Ilustrao 32- Rendimento mdio (fonte criao prpria)

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Na anlise de cada regio metropolitana, esse percentual foi de 75,9% em Recife, 74,2% em Salvador, 65,2% em Belo Horizonte, 75,6% no Rio de Janeiro, 70,4% em So Paulo e 69,3% em Porto Alegre. Ver grfico abaixo.Anlise da regio metropolitana

o ul Pa e o r S le g A e rto n t P o r iz o o H o e ir lo J a n o B e de ad io S a lv fe R ci Re

70,40% 69,30% 65,20% 75,60% 74,20% 75,90%

Ilustrao 33- Anlise regio metropolitana (fonte - criao prpria)

A partir dos dados da tabela abaixo, observa-se que entre 2003 e 2008, o crescimento do rendimento da mulher foi maior no Rio de Janeiro, 16,5% (de R$ 817,20 para R$ 952,90) e menor em So Paulo, onde houve reduo de 2,2% (de R$ 1.100,86 para R$ 1076,40). Ver tabela abaixo.Rendimento mdio mulher/Jan03 e 08

Recife 2003 2008 647,88 703

Salvador 793,54 793,9

Belo Horizonte 705,09 816,1

Rio de Janeiro 817,82 952,9

So Paulo 1.100,86 1.076,40

Porto Alegre 782,73 897,2

Ilustrao 34- Rendimento Mulher / 03 e 08 (fonte criao prpria)

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Nota-se, ainda, que na regio metropolitana de So Paulo ocorreram os maiores rendimentos mdios habituais, tanto para os homens quanto para as mulheres. Por outro lado, em Recife, ambos tm os menores rendimentos.

Rendimento mdio homem /Jan03 e 08

Recife 2003 2008 834,91 926,2

Salvador

Belo Horizonte Rio de Janeiro

So Paulo 1.529,24 1.528,80

Porto Alegre 1.100,94 1.295,10

1.199,24 1.102,67 1.088,78 Ilustrao 19 - Rendimento Homem / 03 e 08 (fonte criao prpria) 1.070,40 1.250,80 1.260,90

Ilustrao 35- Rendimento Homem /03 e 08 (fonte criao prpria)

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Concluso

Da leitura que se exps sobre a mulher nesses trs singelos captulos, uma idia pode ser alinhavada nesse tecido histrico: a mulher tornou-se sujeito de si. Entretanto, a mulher era submissa e inferiorizada por sua fragilidade e condio fisiolgica. Porm, na Idade mdia ela foi busca de melhores condies e direito a igualdade, j na atualidade passou a conduzir suas aes e tornou-se multifuncional, bem resolvida, prima por liberdade e melhores condies de vida, sem deixar de lado sua feminilidade, espontaneidade e criatividade. O caminho percorrido pela figura feminina em busca de oportunidade, reconhecimento e igualdade foram rdua, lento, mas ao final, mostra-se promissor. Constatamos atravs desta pesquisa monogrfica que ela deixou de ser uma personagem passiva na sociedade familiar e social para ser um agente ativo, defensora de aes e argumentos em defesa de sua postura: planejar, organizar dirigir, controlar e realizar. De sua vida tribal, sedentria em tempos imemoriais, passa pela Revoluo Industrial, Revoluo Comunista na Europa, a movimentos feministas nos EUA at desembocar nas terras brasileiras ela muito lutou, mas tambm muito conquistou na seara pessoal civil, constitucional, social e econmica. Essa trajetria vitoriosa se deve principalmente a sua capacidade de transformar a insegurana em oportunidades e responde pelos seus atos de forma a agregar valores pessoais, compartilhando suas experincias, habilidades e principalmente um carter que lhe inerente, a sensibilidades.

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