6

Click here to load reader

Revolução industrial alceu

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Revolução industrial alceu

A Revolução Industrial transformou o mundo após seu desenvolvimento na Inglaterra,

principalmente a partir do século XVIII. A expansão urbana e industrial do capitalismo, que teve

por base a exploração do trabalho assalariado por proprietários e controladores dos meios de

produção, alterou profundamente o cenário de diversos países e retirou boa parte da população

do campo.

No caso da Inglaterra, essa alteração iniciou-se ainda no século XVI, quando as Leis de

Cercamentos(Enclosure Acts) foram sendo editadas por sucessivos monarcas ingleses, mas que

ganharam maior fôlego a partir de meados do século XVIII. Essa alteração consistiu em uma

crescente ação de privatização de terras que eram de uso comum dos camponeses, através do

cercamento desses locais realizado por poderosos senhores locais. A paisagem rural inglesa que

era caracterizada pelo openfield (o campo aberto, sem vedação) passou a ter sua exploração nos

campos fechados.

As terras comunais inseriam-se em uma tradição econômica de utilização comunitária que

remontava à Idade Média, e sua privatização representava a ruptura das relações capitalistas com

o antigo mundo feudal. O senhor feudal deixava, assim, de ser o detentor da posse de terras para

se tornar o seu proprietário.

Os camponeses que utilizavam as terras de forma comunal e dela extraíam madeira, caça e outros

produtos viram-se privados dessa fonte de recursos. A incapacidade de produção em seus

pequenos lotes de terras obrigou esses camponeses a abandoná-las – sendo então apropriadas

pelos grandes proprietários – e a tentar melhores condições de vida nas cidades. Dentre elas,

destacavam Bristol, Birmingham, Manchester, Liverpool, Londres e Glasgow, que contavam com

inúmeras fábricas. Os camponeses passavam a ser, dessa forma, assalariados nas cidades,

contribuindo para a formação da classe operária na Grã-Bretanha.

As fábricas eram incapazes de utilizar toda a força de trabalho que se concentrava nas cidades,

gerando uma imensa massa de pessoas que ficavam desempregadas, o chamado exército

industrial de reserva. Para os burgueses donos das fábricas, o excesso de força de trabalho servia

para manter baixos os salários. Por outro lado, parte dos desempregados passava a mendigar e a

viver de pequenos crimes. Novas leis contra “vagabundagem” foram estabelecidas, resultando em

inúmeras prisões, açoites e enforcamentos.

Mas os cercamentos geraram ainda outra consequência. A terra passava a ser uma mercadoria,

possível de ser comercializada através da compra e venda. Além disso, os antigos senhores

tornavam-se fazendeiros, passando também a criar ovelhas para a produção de lã destinada a

manufaturas têxteis e a produzir outros produtos agrícolas para o mercado, como batatas e

beterrabas. A adoção de novas técnicas de plantio, como a rotação de culturas sem pousio e a

utilização de adubos e maquinário, buscou aumentar a produtividade do solo. Para aumentar ainda

mais as dimensões de suas terras, os fazendeiros passaram a drenar os solos pantanosos e a

abater florestas, além de cercar as terras comunais. A ciência foi utilizada na seleção de novas

espécies vegetais e no cruzamento de animais que garantiriam uma melhor produtividade. Esse

processo ficou conhecido como Revolução Agrícola, cujo aumento da produtividade garantiu o

abastecimento da população que passava a habitar as cidades, aumentando a expectativa de vida

e o crescimento demográfico. Mas isso não representou o fim da miséria nas cidades inglesas.

Nesse sentido, é interessante notar como a prática dos cercamentos de terras esteve na gênese

do capitalismo, contribuindo para a constituição da burguesia e do operariado, além de criar

condições para o desenvolvimento da Revolução Industrial e da Revolução Agrícola na Inglaterra.

Page 2: Revolução industrial alceu

As duas revoluções são indissociáveis da expansão que o capitalismo conheceu a partir do século

XVIII, transformando-se em modelo de aplicação em várias partes do mundo.

2ª REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

No desenrolar da Revolução Industrial percebemos que a necessidade crescente por novas tecnologias se tornou uma demanda comum a qualquer nação ou dono de indústria que quisesse ampliar seus lucros. Com isso, o modelo industrial estipulado no século XVIII sofreu diversas mudanças e aprimoramentos que marcaram essa busca constante por novidades. Particularmente, podemos ver que, a partir de 1870, uma nova onda tecnológica sedimentou a chamada Segunda Revolução Industrial.

Nessa nova etapa, o emprego da energia elétrica, o uso do motor à explosão, os corantes sintéticos e a invenção do telégrafo estipularam a exploração de novos mercados e a aceleração do ritmo industrial. Dessa forma, percebemos que vários cientistas passaram a se debruçar na elaboração de teorias e máquinas capazes de reduzir os custos e o tempo de fabricação de produtos que pudessem ser consumidos em escalas cada vez maiores.

A eletricidade já era conhecida um pouco antes dessa época, mas tinha seu uso restrito ao desenvolvimento de pesquisas laboratoriais. Contudo, passou a ser utilizada como um tipo de energia que poderia ser transmitido em longas distâncias e geraria um custo bem menor se comparado ao vapor. No ano de 1879, a criação da lâmpada incandescente estabeleceu um importante marco nos sistemas de iluminação dos grandes centros urbanos e industriais da época.

O petróleo, que antes tinha somente uso para o funcionamento de sistemas de iluminação, passou a ter uma nova utilidade com a invenção do motor à combustão. Com isso, ao lado da eletricidade, este mineral passou a estabelecer um ritmo de produção mais acelerado. Sob tal aspecto, não podemos deixar de destacar outras descobertas empreendidas no campo da química que também contribuíram para essa nova etapa do capitalismo industrial.

Novas experiências permitiram o aproveitamento de minérios antes sem importância na obtenção de matéria-prima e outros maquinários. O aço e o alumínio foram largamente utilizados pela sua maior resistência e maleabilidade. Métodos mais simples de fabricação permitiram que o ácido sulfúrico e a soda cáustica fossem acessíveis. Por meio desses dois compostos a fabricação de borracha, papel e explosivos pôde ser feita em larga escala.

Com relação aos transportes, podemos ver que as novas fontes de energia e a produção do aço permitiram a concepção de meios de locomoção mais ágeis e baratos. Durante o século XIX, a construção de estradas de ferro foi o ramo de transporte que mais cresceu. Nesse período, Estados Unidos e Europa possuíam juntos cerca de 200 mil quilômetros de trilhos construídos. Segundo outros dados, somente na década de 1860, mais de dois milhões de pessoas eram empregadas na manutenção desse único meio de transporte.

Por meio dessas inovações, as indústrias puderam alcançar lucros cada vez maiores e dinamizar o processo que se dava entre a obtenção da matéria-prima e a vendagem do produto ao consumidor final. Ao mesmo tempo, o controle mais específico sobre os gastos permitiram o cálculo preciso das margens de lucro a serem obtidas com um determinado artigo industrial. Dessa forma, o capitalismo rompia novas fronteiras e incidia diretamente na aceleração da economia mundial.

Por Rainer SousaMestre em História

3ª REVOLUÇÃO INDUSTRIALO mundo, após a segunda metade do século XX, depois da Segunda Guerra Mundial, ingressou em uma etapa de profundas evoluções no campo tecnológico desencadeada principalmente pela junção entre conhecimento científico e produção industrial. O processo industrial pautado no conhecimento e na pesquisa caracteriza a chamada Terceira Revolução Industrial. 

Nessa etapa ou fase produtiva, todos os conhecimentos gerados em pesquisas são repassados quase que simultaneamente para o desenvolvimento industrial. 

A Terceira Revolução Industrial ou Revolução Tecno-científica permitiu o desenvolvimento de atividades na indústria que aplicam tecnologias de ponta em todas as etapas produtivas. A produção de tecnologias é um ramo que apresenta como um dos mais promissores no âmbito global. 

Essa nova fase produtiva não se limita a produtos de pouco valor agregado, como nas revoluções industriais anteriores, pelo contrário, o conhecimento inserido, no qual foram gastos anos de

Page 3: Revolução industrial alceu

estudos e pesquisas, agregam elevados valores no produto final, mesmo que tenha sido gastos pouca quantidade de matéria-prima. 

Nesse sentido, as atividades que mais se destacam no mercado estão vinculadas à produção de computadores, softwares, microeletrônica, chips, transistores, circuitos eletrônicos, além da robótica com grande aceitação nas indústrias, telecomunicações, informática em geral. Destacam-se ainda a expansão de transmissores de rádio e televisão, telefonia fixa, móvel e internet, indústria aeroespacial, biotecnologia e muitas outras inovações. 

É bom ressaltar que a inovação de um dos itens citados contribui diretamente ou indiretamente para o desenvolvimento de outro, desse modo, fica evidente que ocorre uma intensa interdependência entre eles. 

No mundo capitalista, a inserção de tecnologias e o aprimoramento constante da mesma promovem uma dinamização produtiva, intensifica o trabalho, cria produtos e mercadorias de maior qualidade para concorrer em um mercado cada vez mais competitivo, gera diminuição de custos. Esse processo desencadeia uma enorme acumulação de capitais pelos donos dos meios de produção que posteriormente serão usados para realizar investimentos no desenvolvimento de novos produtos e na geração de inéditas tecnologias de ponta, sempre a serviço da indústria. 

CONSEQUENCIAS

A Revolução Industrial alterou profundamente as condições de vida do trabalhador, provocando

inicialmente um intenso deslocamento da população rural para as cidades, criando enormes

concentrações urbanas. A população de Londres passou de 800.000 habitantes em 1780 para mais

de 5 milhões em 1880, por exemplo. No início da Revolução Industrial, os operários viviam em

péssimas condições de vida e trabalho. O ambiente das fábricas era insalubre, assim como os

cortiços onde muitos trabalhadores viviam. A jornadas de trabalhochegava a 80 horas semanais, e

os salários variavam em torno de 2,5 vezes o nível de subsistência.[carece de fontes] Para mulheres e

crianças, submetidos ao mesmo número de horas e às mesmas condições de trabalho, os salários

eram ainda mais baixos.

A produção em larga escala e dividida em etapas iria distanciar cada vez mais o trabalhador do

produto final, já que cada grupo de trabalhadores passava a dominar apenas uma etapa da

produção, mas sua produtividade ficava maior. Como a produtividade do trabalho aumentava

os salários reais dos trabalhadores ingleses aumentaram em mais de 300% entre 1800 até 1870.[carece de fontes] Devido ao progresso ocorrido nos primeiros 90 anos de industrialização, em 1860 a

jornada de trabalho na Inglaterra já se reduzia para cerca de 50 horas semanais (10 horas diárias

em cinco dias de trabalho por semana).

Horas de trabalho por semana para trabalhadores adultos nas indústrias têxteis

1780 - em torno de 80 horas por semana

1820 - 67 horas por semana

1860 - 53 horas por semana

2007 - 46 horas por semana

Segundo a teoria marxista, o salário corresponde ao custo de reprodução da força de trabalho, ou

seja, ao valor mínimo necessário para que o trabalhador sobreviva. Esse nível mínimo

de subsistência varia historicamente. Os trabalhadores, notadamente a partir do século XIX,

passaram a pressionar os seus patrões, reivindicando melhores condições de trabalho, maiores

salários e crescentes reduções da jornada de trabalho. Com maiores salários, o conjunto dos

trabalhadores pôde também elevar o seu nível de consumo, tornando possível a produção em

massa de bens de consumo.

Page 4: Revolução industrial alceu

Sindicatos e movimentos de trabalhadores

A Grande Assembleia Cartista de 1848, em Londres.

Os empregados das fábricas formaram associações e sindicatos, a princípio proibidos e

duramente reprimidos, durante a Primeira Revolução Industrial. Na segunda metade do século XIX,

a organização dos trabalhadores assume um considerável nível deideologização. O sindicalismo

na virada do século XX é caracterizado por veleidades revolucionárias e de independência em

relação aospartidos políticos.

Após a Primeira Guerra Mundial, uma parte dos sindicatos se alinha ao

ideário socialista e comunista, enquanto outra parte se inclina para o reformismo ou para

a tradição cristã. Em 1864 é criada em Londres a Associação Internacional de Trabalhadores,

a Internacional, primeira central sindical mundial da classe trabalhadora. No mesmo ano, na

França, é reconhecido o direito de greve. Em 1919 é criada a Organização Internacional do

Trabalho, um dos mais antigos organismos internacionais, com direção tripartite, composta por

representantes dos governos, dos trabalhadores e dos empregadores.

Movimento Ludista (1811-1812)

Reclamações contra as máquinas inventadas após a revolução para poupar a mão-de-obra já eram

normais. Mas foi em 1811 que o estopim estourou e surgiu o movimento ludista, uma forma mais

radical de protesto. O nome deriva de Ned Ludd, um dos líderes do movimento. Os luditas

chamaram muita atenção pelos seus atos. Invadiram fábricas e destruíram máquinas, que,

segundo os luditas, por serem mais eficientes que os homens, tiravam seus trabalhos,

requerendo, contudo, duras horas de jornada de trabalho. Os manifestantes sofreram uma violenta

repressão, foram condenados à prisão, à deportação e até à forca. Os luditas ficaram lembrados

como "os quebradores de máquinas". Anos depois os operários ingleses mais experientes

adotaram métodos mais eficientes de luta, como a greve e o movimento sindical.

Movimento Cartista (1837-1848)

O "movimento cartista" foi organizado pela Associação dos Operários, exigindo

melhores condições de trabalho, incluindo:

a limitação de oito horas para a jornada de trabalho

a regulamentação do trabalho feminino

a extinção do trabalho infantil

a folga semanal

o salário mínimo

Este movimento lutou ainda pela instituição de novos direitos políticos, como o estabelecimento

do sufrágio universal ( nesta época, o voto era um direito dos homens, apenas), a extinção da

exigência de ter propriedades para que se pudesse ser eleito para o parlamento e o fim do voto

censitário. Esse movimento se destacou por sua organização e por sua forma de atuação,

chegando a conquistar diversos direitos políticos para os trabalhadores.

Consequências[

Page 5: Revolução industrial alceu

O PIB per capita mudou muito pouco durante a parte da história dahumanidade anterior a

Revolução Industrial. (As áreas vazias significam ausência de dados, e não de níveis muito baixos.

Não há dados para os anos 1, 1000, 1500, 1600, 1700, 1820, 1900 e 2003).

A partir da Revolução Industrial o volume de produção aumentou extraordinariamente: a produção

de bens deixou de ser artesanal e passou a ser maquinofaturada; as populações passaram a ter

acesso a bens industrializados e deslocaram-se para os centros urbanos em busca de trabalho.

As fábricas passaram a concentrar centenas de trabalhadores, que vendiam a sua força de

trabalho em troca de um salário.

Outra das consequências da Revolução Industrial foi o rápido crescimento econômico. Antes dela,

o progresso econômico era sempre lento (levavam séculos para que a renda per

capita aumentasse sensivelmente), e após, a renda per capita e a população começaram

acrescer de forma acelerada nunca antes vista na história. Por exemplo, entre 1500 e 1780 a

população da Inglaterra aumentou de 3,5 milhões para 8,5, já entre 1780 e 1880 ela saltou para 36

milhões, devido à drástica redução da mortalidade infantil.

A Revolução Industrial alterou completamente a maneira de viver das populações dos países que

se industrializaram. As cidades atraíram os camponeses e artesãos, e se tornaram cada vez

maiores e mais importantes.

Na Inglaterra, por volta de 1850, pela primeira vez em um grande país, havia mais pessoas vivendo

em cidades do que no campo. Nas cidades, as pessoas mais pobres se aglomeravam

em subúrbios de casas velhas e desconfortáveis, com condições horríveis de higiene e

salubridade, se comparadas com as habitações dos países industrializados hoje em dia. Mas

representavam uma grande melhoria se comparadas as condições de vida dos camponeses, que

viviam em choupanas de palha. Conviviam com a falta de água encanada, com os ratos,

o esgoto formando riachos nas ruas esburacadas.

À medida que a Revolução Industrial se desenvolveu, a produção manufatureira britânica saltou à

frente da de outras grandes economias.

O trabalho do operário era muito diferente do trabalho do camponês: tarefas monótonas e

repetitivas.

A vida na cidade moderna significava mudanças incessantes. A cada instante, surgiam novas

máquinas, novos produtos, novos gostos, novas modas.

Estudos sobre as variações na altura média dos homens no norte da Europa, sugerem que o

progresso econômico gerado pela industrialização demorou varias décadas até beneficiar a

população como um todo. Eles indicam que, em média, os homens do norte europeu durante o

início da Revolução Industrial eram 7,6 centímetros mais baixos que os que viveram 700 anos

antes, na Alta Idade Média. É estranho que a altura média dos ingleses tenha caído continuamente

durante os anos de 1100 até o início da revolução industrial em 1780, quando a altura média

começou a subir. Foi apenas no início do século XX que essas populações voltaram a ter altura

semelhante às registradas entre os séculos IX e XI.14 A variação da altura média de uma população

ao longo do tempo é considerada um indicador de saúde e bem-estar econômico.