159
Universidade de São Paulo Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” Influência da irrigação e da adubação nitrogenada na produção e qualidade do óleo das sementes de pinhão-manso Irineu Pedro de Sousa Andrade Tese apresentada para obtenção do título de Doutor em Ciências. Área de concentração: Engenharia de Sistemas Agrícolas Piracicaba 2016

RICARDO DE NARDI FONOFF - USP...Ao professor Marcos Vinícius Folegatti, meu orientador, pela confiança depositada desde o início e pela sua atenção constante, sinceridade, amizade,

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1

Universidade de Satildeo Paulo

Escola Superior de Agricultura ldquoLuiz de Queirozrdquo

Influecircncia da irrigaccedilatildeo e da adubaccedilatildeo nitrogenada na produccedilatildeo e qualidade

do oacuteleo das sementes de pinhatildeo-manso

Irineu Pedro de Sousa Andrade

Tese apresentada para obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Doutor em

Ciecircncias Aacuterea de concentraccedilatildeo Engenharia de Sistemas

Agriacutecolas

Piracicaba

2016

2

Irineu Pedro de Sousa Andrade

Engenheiro Agrocircnomo

Influecircncia da irrigaccedilatildeo e da adubaccedilatildeo nitrogenada na produccedilatildeo e qualidade do oacuteleo das

sementes de pinhatildeo-manso

versatildeo revisada de acordo com a resoluccedilatildeo CoPGr 6018 de 2011

Orientador

Prof Dr MARCOS VINIacuteCIUS FOLEGATTI

Tese apresentada para obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Doutor em

Ciecircncias Aacuterea de concentraccedilatildeo Engenharia de Sistemas

Agriacutecolas

Piracicaba

2016

Dados Internacionais de Catalogaccedilatildeo na Publicaccedilatildeo

DIVISAtildeO DE BIBLIOTECA - DIBDESALQUSP

Andrade Irineu Pedro de Sousa Influecircncia da irrigaccedilatildeo e da adubaccedilatildeo nitrogenada na produccedilatildeo e qualidade do oacuteleo

das sementes de pinhatildeo-manso Irineu Pedro de Sousa Andrade - - versatildeo revisada de acordo com a resoluccedilatildeo CoPGr 6018 de 2011 - - Piracicaba 2016

158 p il

Tese (Doutorado) - - Escola Superior de Agricultura ldquoLuiz de Queirozrdquo

1 Jatropha curcas L 2 Manejo hiacutedrico 3 Fertilizaccedilatildeo mineral 4 Biocombustiacuteveis I Tiacutetulo

CDD 63385 A553i

ldquoPermitida a coacutepia total ou parcial deste documento desde que citada a fonte ndash O autorrdquo

3

Dedico Aos meus pais Pedro Miguel de Andrade e Antonia Maria de Souza Conrado

Agrave minha irmatilde Camila Souza de Andrade

Agrave minha namorada Natiele Moura Ferreira

Agrave DEUS meu guia

e consolador

companheiro de

todos os

momentos

Ofereccedilo

4

5

AGRADECIMENTOS

Agrave Deus por toda a sauacutede determinaccedilatildeo e sabedoria que tem me concedido ateacute entatildeo

a companhia sublime do Sagrado Coraccedilatildeo de Jesus na minha vida nesses uacuteltimos anos aliado

com a intercessatildeo da sempre Virgem Maria A Tua Graccedila me basta

Aos meus pais Pedro Miguel e Antonia Maria por toda educaccedilatildeo amor e carinho que

vocecircs tem me dado Este trabalho tambeacutem eacute fruto de vocecircs A minha querida irmatilde Camila

que com o seu exemplo de luta e perseveranccedila me inspirou e muito nesses anos de Doutorado

e a todos os meus familiares que sempre me apoiaram e torceram por mim nesta etapa

Agrave minha amada Natiele Moura Ferreira pela sua companhia nesses anos de namoro

e por todo o seu amor e compreensatildeo nos momentos em que passamos juntos (mesmo agrave

distacircncia) Agradeccedilo tambeacutem agrave todos os seus familiares que sempre me acolheram bem nas

minha idas a Petroacutepolis em especial a Marcos Benedito Sandra Cristina Joatildeo Pedro Marcos

Paulo e Vanessa Faustino

Agrave Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz por toda a infraestrutura e ao

Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia de Sistemas Agriacutecolas pela oportunidade de

realizaccedilatildeo do curso de doutorado onde estendo minha gratidatildeo aos professores pelo

conhecimento partilhado

Ao professor Marcos Viniacutecius Folegatti meu orientador pela confianccedila depositada

desde o iniacutecio e pela sua atenccedilatildeo constante sinceridade amizade e por todas as suas valiosas

orientaccedilotildees sejam no meio profissional-cientiacutefico ou na esfera humana Sinto-me honrado por

ter feito parte da sua equipe

As professoras Dra Patriacutecia Angeacutelica Alves Marques e Dra Thaiacutes Maria Ferreira de

Souza Vieira por todo apoio e auxiacutelio no desenvolvimento desse trabalho

Aos professores Dr Leonardo Duarte Batista da Silva Dr Felipe Gustavo Pilau e Dr

Fabio Ricardo Marin por suas sugestotildees e opiniotildees no exame de qualificaccedilatildeo para a melhoria

e engrandecimento dessa pesquisa em especial ao Dr Leonardo pelo apoio e amizade em

todos os momentos

Aos funcionaacuterios do Departamento de Engenharia de Biossistemas Gilmar Batista

Grigolon Paula Alessandra Bonassa Antocircnio Agostinho Gozzo (Seu Antocircnio) Acircngela

Maacutercia Derigi Silva Davilmar Aparecida Colevatti Heacutelio de Toledo Gomes Luiz Custoacutedio

Camargo e Paula Leme Mendes pela atenccedilatildeo e disposiccedilatildeo durante a realizaccedilatildeo dos trabalhos

Aos meus amigos membros do grupo de pesquisa com quem compartilhei

conhecimentos e experiecircncias Joatildeo Paulo Bruno Lena Adriano Diotto Ciacutecero Renecirc Eder

6

Fanaya Jr Otaacutevio Neto e Jefferson Joseacute obrigado pelos momentos de companhia dentro e

fora da aacuterea experimental e da Esalq Este trabalho tem a colaboraccedilatildeo concreta de cada um e

tambeacutem eacute de vocecircs

Aos meus amigos de poacutes graduaccedilatildeo Hermes da Rocha Kaline de Melo Marco

Bragaia Osvaldo Neto Joseacute Leocircncio Conan Salvador Marinaldo Pinto Dinara Alves

Marcos Amaral Daniel Leal Wagner Woff Eusiacutemio Fraga Fernando Barbosa Lucas da

Costa Santos Rony Sampaio Rogeacuterio Lavanholi Jeacutefferson Costa Ana Paula Damasceno

Fabriacutecio de Oliveira Luiacutes Carvalho Roberto Marano Timoacuteteo Herculino Thiago Villa

Acaacutecio Perboni Nathalia Alejandra Asdruacutebal Luiz Sobenko pelo bom conviacutevio

Aos professores do departamento do ciecircncias exatas Dr Carlos Tadeu e Dra Renata

Alcarde e aos receacutem doutores Dra Adriele Biase e ao meu amigo Dr Fredy Aguillar por

todo auxiacutelio estatiacutestico que necessitei e pelos esclarecimentos e atenccedilatildeo recebida por todos

Aos meus grandes amigos de feacute do grupo de oraccedilatildeo universitaacuterio (GOU) Aacutegua Viva

Tatiane Tokairin Mateus Mendes Antonio Paacutedua Andrea Domingues Natalia Arruda

Geraldo Costa Mariana Pontin Marina Losi Leandro Silva Andreia Nascimento Anna

Neto Dallila Rezende Fredy Ariane Silveira Baacuterbara Della Antonia Rebecca Riet Ana

Carolina Maacutercio Rezende Vanessa Queiroz e Patriacutecia Souza por todos os momentos de

conviacutevio partilha confraternizaccedilotildees e oraccedilotildees em que passei junto de vocecircs

Aos colegas de moradia que tive ao longo desses trecircs anos Marinaldo Valdevan

Adriano Pablo Conan Maicon Otaacutevio Cibele Cliacutessia Luanna Lilian pela companhia e

momentos de alegria e amizade

Agrave Universidade Federal do Paranaacute (UFPR) na pessoa dos pesquisadores MSc Alan

Diego da Conceiccedilatildeo Santos e Dr Andersson Barison parceiros nas anaacutelises de ressonacircncia

magneacutetica nuclear

Ao Instituto Federal de Satildeo Paulo campus Matatildeo-SP na pessoa do professor Dr

Danilo Luiz Flumignan pela oportunidade de parceria e por todo o apoio nas anaacutelises de

qualidade de oacuteleo e biodiesel e a todos teacutecnicos de laboratoacuterio e alunos envolvidos na

participaccedilatildeo e auxiacutelio nessas anaacutelises Deixo o meu agradecimento ao CempeqcIQUnesp

campus de Araraquara-SP pelas anaacutelises de cromatografia gasosa

Agrave Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior (Capes) e a

Fundaccedilatildeo de Amparo agrave Pesquisa do Estado de Satildeo Paulo (FAPESP) pela concessatildeo da bolsa

de doutorado

Agrave todos que contribuiacuteram de alguma forma para a realizaccedilatildeo deste trabalho Meu

muito obrigado Que Deus na sua infinita bondade abenccediloe a cada um

7

ldquoNatildeo vos lembreis mais dos acontecimentos de

outrora natildeo recordeis mais das coisas antigas porque

eis que vou fazer obra nova a qual jaacute surge natildeo a

vedesrdquo

(Isaiacuteas 4318-19a)

ldquoVontade de Deus eacutes o meu paraiacutesordquo

(Santa Paula Frassineti)

ldquoNatildeo entristeccedila o seu coraccedilatildeo por causa das afliccedilotildees antes

medita na Lei do Senhor e alegra-te pois o Senhor usa de meios

que noacutes natildeo entendemos para testar e treinar a nossa feacute para nos

fortalecer E por mais difiacutecil que seja confie Confie no Senhor e

Ele te abenccediloaraacuterdquo

(Autor desconhecido)

8

9

SUMAacuteRIO

RESUMO 11

ABSTRACT 13

LISTA DE FIGURAS 15

LISTA DE TABELAS 19

1 INTRODUCcedilAtildeO 23

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA 25

21 A cultura do pinhatildeo-manso (Jatropha curcas L) 25

22 Potencialidades e limitaccedilotildees para o cultivo do pinhatildeo-manso 29

23 Fatores que afetam o desenvolvimento e a produtividade do pinhatildeo-manso 34

231 Exigecircncias climaacuteticas para o cultivo do pinhatildeo-manso 35

232 Condiccedilotildees e uso do solo 37

233 Irrigaccedilatildeo e adubaccedilatildeo nitrogenada no pinhatildeo-manso 39

24 Qualidade do oacuteleo vegetal para produccedilatildeo de biocombustiacuteveis 44

241 Perfil composicional de aacutecidos graxos 45

242 Iacutendices de qualidade 49

3 MATERIAL E MEacuteTODOS 53

31 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea experimental 53

32 Descriccedilatildeo dos tratamentos e delineamento experimental 54

33 Caracterizaccedilatildeo do solo 56

34 Caracterizaccedilatildeo da aacutegua de irrigaccedilatildeo 57

35 Manejo da irrigaccedilatildeo 58

36 Monitoramento da umidade do solo 61

37 Manejo da cultura 62

38 Produtividade da cultura e produtividade da aacutegua 63

39 Anaacutelises de crescimento 64

310 Iacutendice de aacuterea foliar (IAF) 65

311 Iacutendice de clorofila 67

312 Teor e anaacutelises de qualidade de oacuteleo 68

3121 Teor de oacuteleo 69

3122 Anaacutelises preliminares dos iacutendices de qualidade do oacuteleo 70

3123 Iacutendice de acidez 71

3124 Iacutendice de iodo 71

10

3125 Iacutendice de peroacutexido 72

3126 Iacutendice de refraccedilatildeo 72

3127 Densidade relativa 73

3128 Estabilidade oxidativa 73

3129 Identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo de aacutecidos graxos 74

313 Anaacutelise dos dados 75

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 77

41 Monitoramento meteoroloacutegico 77

42 Irrigaccedilotildees realizadas 79

43 Monitoramento da umidade do solo 80

44 Produtividade da cultura 84

45 Produtividade da aacutegua 88

46 Anaacutelise de crescimento 91

47 Iacutendice de aacuterea foliar (IAF) 109

48 Iacutendice de clorofila 113

49 Teor e anaacutelises de qualidade de oacuteleo 120

5 CONCLUSOtildeES 135

REFEREcircNCIAS 137

11

RESUMO

Influecircncia da irrigaccedilatildeo e da adubaccedilatildeo nitrogenada na produccedilatildeo e qualidade do oacuteleo das

sementes de pinhatildeo-manso

Com a busca de novas soluccedilotildees para a produccedilatildeo de energia sustentaacutevel novas fontes

renovaacuteveis tecircm sido tema de estudos para o suprimento de energia no mundo diminuindo a

dependecircncia por combustiacuteveis foacutesseis O biodiesel pode ser usado para geraccedilatildeo de energia em

substituiccedilatildeo ao oacuteleo diesel e com isso muitas espeacutecies oleaginosas tecircm sido estudadas para

esse fim O pinhatildeo-manso (Jatropha curcas L) eacute uma espeacutecie da famiacutelia Euforbiaacutecea que tem

se destacado por ser uma planta perene ruacutestica e com elevada produccedilatildeo de oacuteleo O

conhecimento dos efeitos da irrigaccedilatildeo e da fertilizaccedilatildeo nitrogenada no seu cultivo se tornam

relevantes para um melhor manejo dessa cultura Este estudo teve como objetivo principal

avaliar os efeitos de diferentes niacuteveis de adubaccedilatildeo nitrogenada e de irrigaccedilatildeo na

produtividade no crescimento vegetativo e na qualidade de oacuteleo no cultivo do pinhatildeo-manso

O experimento foi conduzido em uma aacuterea experimental do Departamento de Engenharia de

Biossistemas da ESALQUSP em Piracicaba-SP Os estudos foram realizados nos anos

agriacutecolas de 20132014 e 20142015 com plantas a partir do terceiro ano de cultivo e

dispostas em espaccedilamento 3 x 4 m totalizando 833 plantas ha-1

Os tratamentos foram

dispostos aleatoriamente em duas aacutereas de cultivo com blocos compostos de quatros

repeticcedilotildees sendo os fatores constituiacutedos de dois manejos hiacutedricos (irrigado e sem irrigaccedilatildeo) e

quatro doses de adubaccedilatildeo nitrogenada a partir da sua recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo (150

100 50 e 0 de N) Cada aacuterea de cultivo era composta pelo tipo de manejo hiacutedrico

adotado e a anaacutelise dos dados foi feita de forma conjunta como anaacutelise de grupos de

experimentos O sistema de irrigaccedilatildeo utilizado foi o pivocirc central sendo adotado para toda a

aacuterea irrigada o mesmo manejo de irrigaccedilatildeo A irrigaccedilatildeo e as doses de N tiveram influecircncia

positiva nas variaacuteveis de crescimento como altura iacutendice de aacuterea foliar diacircmetro e volume de

copa Todos os teores de clorofila avaliados apresentaram os maiores valores com a praacutetica da

irrigaccedilatildeo e com as maiores doses de N aplicada mas apesar dessa diferenccedila todos os

tratamentos aplicados apresentaram baixa correlaccedilatildeo com o teor de N foliar A produtividade

de sementes e de oacuteleo de pinhatildeo-manso tambeacutem responderam de forma positiva aos

tratamentos aplicados chegando ateacute a triplicar os seus valores com a praacutetica de irrigaccedilatildeo e da

adubaccedilatildeo de N O teor de oacuteleo por sua vez natildeo mostrou variaccedilatildeo dos tratamentos quanto ao

seu conteuacutedo intriacutenseco por unidade de massa de sementes mas o fator manejo hiacutedrico

influenciou nos valores de alguns iacutendices de qualidade de oacuteleo como acidez iodo peroacutexido e

estabilidade oxidativa nos quais os tratamentos irrigados apresentaram de uma forma geral

os melhores resultados Com isso conclui-se que mesmo sendo adaptado a condiccedilotildees

adversas de clima e solo o pinhatildeo-manso responde bem agrave praacutetica da irrigaccedilatildeo e da adubaccedilatildeo

nitrogenada aumentando sua produtividade melhorando seu desenvolvimento vegetativo e

qualidade de oacuteleo para a produccedilatildeo de biodiesel

Palavras-chave Jatropha curcas L Manejo hiacutedrico Fertilizaccedilatildeo mineral Biocombustiacuteveis

12

13

ABSTRACT

Influence of irrigation and nitrogen fertilization in yield and quality of oil from jatropha

seeds

With the search for new solutions for the sustainable energy production new

renewable energy sources have been the subject of studies for the power supply in the world

reducing dependence on fossil fuels Biodiesel can be used for power generation as a

substitute for oil diesel which have increased the interest on oilseeds crops studies The

jatropha (Jatropha curcas L) is a species of the Euforbiaceae family that has stood out for

being a perennial rustic and high yield of oil plant The knowledge of the effects of irrigation

and nitrogen fertilization on the cultivation become relevant for a better crop management

The main objective of this study was the evaluation of the effects of different levels of

nitrogen fertilization and irrigation on productivity vegetative growth and oil quality in the

jatropha crop The experiment was conducted in an experimental area of the Department of

Biosystems Engineering at ESALQUSP in Piracicaba-SP The studies were conducted in the

agricultural years of 20132014 and 20142015 with plants from the third year of cultivation

arranged in 3x4 meters spacing totaling 833 plants ha-1

The treatments were randomly

arranged in two cultivation areas with blocks composed of four repetitions being the factors

consisted of two water management (irrigated and without irrigation) and four doses of

nitrogen fertilization from its fertilizer recommendation (150 100 50 and 0 N) Each

cultivation area was composed by the type of water management adopted and the data

analysis was made jointly as experiments group analysis The irrigation system used was the

center pivot being adopted for the entire irrigated area the same irrigation management The

irrigation and nitrogen levels had a positive influence on growth variables such as height

diameter and canopy volume All evaluated chlorophyll levels reached the highest values with

the practice of irrigation and higher nitrogen levels applied but despite of this difference all

treated samples showed low correlation with leaf nitrogen content The productivity of seeds

and jatropha oil also responded positively to the treatments applied reaching three times their

values with the practice of irrigation and nitrogen fertilization The oil content did not vary

with treatments as to its intrinsic content per unit mass of seeds and only the water

management factor influenced the values of some oil quality indices such as acidity iodine

peroxide and oxidative stability when the irrigated treatments showed better results in

general Thus it is concluded that even though being adapted to adverse conditions of climate

and soil jatropha responds well to practices of irrigation and nitrogen fertilization increasing

its productivity and improving its vegetative growth and quality of oil for biodiesel

production

Keywords Jatropha curcas L Water management Mineral fertilization Biofuels

14

15

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Partes que compotildee a planta de pinhatildeo-manso ramo com inflorescecircncias (a) caule

(b) folha (c) pistilo ndash flor feminina (d) estame ndash flor masculina (e) fruto em corte

transversal (f) frutos (g) fruto em corte longitudinal (h) semente (i) Fonte Heller

(1996) 26

Figura 2 - Niacuteveis de produtividades estimadas para a cultura do pinhatildeo-manso 39

Figura 3 - Tipos de aacutecidos graxos 46

Figura 4 - Croqui da aacuterea experimental contendo as aacutereas de cada manejo hiacutedrico e a estaccedilatildeo

meteoroloacutegica 54

Figura 5 - Esquema da distribuiccedilatildeo dos tratamentos na aacuterea sem irrigaccedilatildeo 55

Figura 6 - Balanccedilo hiacutedrico do sistema de lisiacutemetro de pesagem com as entradas e saiacutedas de

aacutegua do sistema sendo ET a evapotranspiraccedilatildeo E a evaporaccedilatildeo T a transpiraccedilatildeo I

a irrigaccedilatildeo R o escoamento superficial e P a precipitaccedilatildeo Fonte Lena (2013) 59

Figura 7 - Mediccedilatildeo da altura em plantas de pinhatildeo-manso 65

Figura 8 - Metodologia adotada para a calibraccedilatildeo do equipamento LAI 2200 com a escolha

da planta (a) leitura do IAF estimado com o LAI 2200 (b) retirada de todas as

folhas da planta (c) e determinaccedilatildeo em laboratoacuterio do IAF real da planta com o

equipamento CI-203 (d) 67

Figura 9 - Leitura do Iacutendice de Clorofila FALKER utilizando o ClorofiLOG 68

Figura 10 - Rancimat em operaccedilatildeo para determinaccedilatildeo de estabilidade oxidativa (a) e esquema

de funcionamento do equipamento (b) 74

Figura 11 - Dados meteoroloacutegicos observados durante o primeiro e o segundo ciclo de

avaliaccedilatildeo da cultura 78

Figura 12 - Lacircminas de irrigaccedilatildeo aplicadas durante o primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo da cultura 80

Figura 13 - Variaccedilatildeo da umidade do solo ao longo do tempo nos tratamentos sem irrigaccedilatildeo 81

Figura 14 - Armazenamento de aacutegua no solo na camada de 0-08 m para os quatro tratamentos

de adubaccedilatildeo nitrogenada e dentro do lisiacutemetro na aacuterea sem irrigaccedilatildeo utilizando a

sonda de capacitacircncia Diviner 2000 82

Figura 15 - Variaccedilatildeo da umidade do solo ao longo do tempo nos tratamentos irrigados 83

Figura 16 - Armazenamento de aacutegua no solo na camada de 0-08 m para os quatro tratamentos

de adubaccedilatildeo nitrogenada e dentro do lisiacutemetro na aacuterea irrigada utilizando a sonda

de capacitacircncia Diviner 2000 83

16

Figura 17 - Produtividade de sementes do pinhatildeo-manso em funccedilatildeo das diferentes doses de

adubo nitrogenado aplicado no terceiro ano de cultivo 85

Figura 18 - Produtividade de sementes do pinhatildeo-manso em funccedilatildeo das diferentes doses de

adubo nitrogenado aplicado no quarto ano de cultivo 86

Figura 19 - Produtividade de aacutegua para a cultura do pinhatildeo-manso para todos os tratamentos

no terceiro ano de cultivo 88

Figura 20 - Produtividade da aacutegua do pinhatildeo-manso em funccedilatildeo das diferentes doses de adubo

nitrogenado aplicado no terceiro ano de cultivo 90

Figura 21 - Altura meacutedia do pinhatildeo-manso (m) em funccedilatildeo do uso ou natildeo da irrigaccedilatildeo

complementar (a) e das doses de nitrogecircnio (b) durante o terceiro e quarto ano de

cultivo 92

Figura 22 ndash Perfis meacutedios da altura das plantas de pinhatildeo-manso para os dois anos de

avaliaccedilatildeo 95

Figura 23 - Linhas de tendecircncia para altura de plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias

apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a) e do manejo hiacutedrico

adotado (b) para o ciclo 201314 96

Figura 24 ndash Linhas de tendecircncia para altura de plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias

apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a) e do manejo hiacutedrico

adotado (b) para o ciclo 201415 96

Figura 25 - Diacircmetro meacutedio de copa do pinhatildeo-manso (m) em funccedilatildeo do uso ou natildeo da

irrigaccedilatildeo complementar (a) e das doses de nitrogecircnio (b) durante o terceiro e

quarto ano de cultivo 98

Figura 26 ndash Perfis meacutedios do diacircmetro de copa das plantas de pinhatildeo-manso para os dois anos

de avaliaccedilatildeo 101

Figura 27 - Linhas de tendecircncia para diacircmetro meacutedio de copa das plantas de pinhatildeo-manso em

funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a) e do

manejo hiacutedrico adotado (b) para o ciclo 201314 102

Figura 28 - Linhas de tendecircncia para diacircmetro meacutedio de copa das plantas de pinhatildeo-manso em

funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a) e do

manejo hiacutedrico adotado (b) para o ciclo 201314 103

Figura 29 - Volume de copa do pinhatildeo-manso (msup3) em funccedilatildeo do uso ou natildeo da irrigaccedilatildeo

complementar (a) e das doses de nitrogecircnio (b) durante o terceiro e quarto ano de

cultivo 105

17

Figura 30 ndash Perfis meacutedios do volume de copa de pinhatildeo-manso para os dois anos de avaliaccedilatildeo

107

Figura 31 - Linhas de tendecircncia para o volume meacutedio de copa das plantas de pinhatildeo-manso

em funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a)

e do manejo hiacutedrico adotado (b) para o ciclo 201314 108

Figura 32 - Linhas de tendecircncia para o volume meacutedio de copa das plantas de pinhatildeo-manso

em funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a)

e do manejo hiacutedrico adotado (b) para o ciclo 201415 108

Figura 33 - Equaccedilatildeo de calibraccedilatildeo do IAF para o equipamento LAI 2200 110

Figura 34 ndash Perfis meacutedios do IAF de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo da dose de nitrogecircnio aplicada

e do manejo hiacutedrico adotado 111

Figura 35 - Linhas de tendecircncia para o iacutendice de aacuterea foliar (IAF) das plantas de pinhatildeo-

manso em funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N

aplicada (a) e do manejo hiacutedrico adotado (b) para o ciclo 201415 112

Figura 36 - Variaccedilatildeo temporal dos teores de clorofila total em funccedilatildeo doses de nitrogecircnio (a) e

do manejo hiacutedrico (b) para o terceiro ano de cultivo 114

Figura 37 - Teores de clorofila total em funccedilatildeo das doses de nitrogecircnio aplicada para o quarto

ano de cultivo 114

Figura 38 - Teores de clorofila total em funccedilatildeo do manejo hiacutedrico adotado para o quarto ano

de cultivo 115

Figura 39 ndash Perfis meacutedios dos iacutendices de clorofila do pinhatildeo-manso para o segundo ciclo de

avaliaccedilatildeo 118

Figura 40 - Variaccedilatildeo temporal dos teores de N foliar em funccedilatildeo das doses de N aplicadas na

planta (a) e do manejo hiacutedrico adotado (b) 119

Figura 41 - Produtividade de oacuteleo do pinhatildeo-manso em funccedilatildeo das diferentes doses de adubo

nitrogenado aplicado no terceiro ano de cultivo 123

Figura 42 - Produtividade de oacuteleo do pinhatildeo-manso em funccedilatildeo das diferentes doses de adubo

nitrogenado aplicado no quarto ano de cultivo 123

Figura 43 - Quantificaccedilatildeo e composiccedilatildeo primaacuteria dos aacutecidos graxos do oacuteleo de pinhatildeo-manso

para todos os tratamentos avaliados 130

18

19

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Relaccedilatildeo entre a produtividade meacutedia de sementes e o rendimento de oacuteleo de

algumas culturas oleaginosas produzidas no Brasil 30

Tabela 2 - Necessidade de nutrientes na cultura do pinhatildeo-manso durante os quatro primeiros

anos de cultivo 41

Tabela 3 - Esquema da anaacutelise de variacircncia 56

Tabela 4 - Composiccedilatildeo textural do solo da aacuterea experimental 56

Tabela 5 - Anaacutelise quiacutemica da aacuterea experimental 57

Tabela 6 - Resultados da anaacutelise fiacutesico-quiacutemica da aacutegua utilizada para irrigaccedilatildeo 58

Tabela 7 - Teor meacutedio de oacuteleo por meio de prensagem mecacircnica e por solvente quiacutemico nos

frutos colhidos na aacuterea experimental antes da instalaccedilatildeo dos tratamentos 70

Tabela 8 - Iacutendices de qualidade do oacuteleo de pinhatildeo-manso para a aacuterea experimental 70

Tabela 9 - Estatiacutestica descritiva das variaacuteveis meteoroloacutegicas observadas na aacuterea experimental

77

Tabela 10 - Valores de F para produccedilatildeo de frutos (ProdF) e sementes (ProdS) em kg pl-1

relaccedilatildeo sementefruto (RelSF) e produtividade de sementes (PS) em kg ha-1

84

Tabela 11 - Produtividade meacutedia das sementes de pinhatildeo-manso (kg ha-1

) em funccedilatildeo do

manejo hiacutedrico e doses de nitrogecircnio aplicado 84

Tabela 12 ndash Anaacutelise de variacircncia para produtividade de aacutegua (PA) no terceiro ano de cultivo

89

Tabela 13 ndash Anaacutelise univariada de perfil para altura de plantas durante o ciclo 201314 92

Tabela 14 ndash Anaacutelise univariada de perfil para altura de plantas durante o ciclo 201415 93

Tabela 15 ndash Teste de esfericidade de Mauchly para altura de plantas para os dois ciclos de

avaliaccedilatildeo 93

Tabela 16 ndash Resultados dos testes multivariados para os fatores entre e intra indiviacuteduos para a

variaacutevel altura no segundo ciclo de avaliaccedilatildeo 94

Tabela 17 ndash Anaacutelise de regresssatildeo para altura de plantas em funccedilatildeo do dia apoacutes a poda (DAP)

para todos os tratamentos nos dois anos de avaliaccedilatildeo 96

Tabela 18 - Equaccedilotildees de ajuste para altura de plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias

apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada e do manejo hiacutedrico

adotado para os dois ciclos de avaliaccedilatildeo 97

Tabela 19 ndash Anaacutelise univariada de perfis para diacircmetro de copa durante o ciclo 201314 99

20

Tabela 20 ndash Anaacutelise univariada de perfis para diacircmetro de copa durante o ciclo 201415 99

Tabela 21 ndash Teste de esfericidade de Mauchly para diacircmetro de copa para os dois ciclos de

avaliaccedilatildeo 100

Tabela 22 ndash Resultados dos testes multivariados para os fatores entre e intra indiviacuteduos para a

variaacutevel diacircmetro de copa no segundo ciclo de avaliaccedilatildeo 100

Tabela 23 - Anaacutelise de regresssatildeo para diacircmetro de copa em funccedilatildeo do dia apoacutes a poda (DAP)

para todos os tratamentos nos dois anos de avaliaccedilatildeo 102

Tabela 24 - Equaccedilotildees de ajuste para diacircmetro de copa das plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo

dos dias apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicadas e do manejo

hiacutedrico adotado para os dois ciclos de avaliaccedilatildeo 104

Tabela 25 ndash Anaacutelise univariada de perfis para volume de copa durante o ciclo 201314 106

Tabela 26 ndash Anaacutelise univariada de perfis para volume de copa durante o ciclo 201415 106

Tabela 27 ndash Teste de esfericidade de Mauchly para o volume de copa para os dois ciclos de

avaliaccedilatildeo 106

Tabela 28 - Anaacutelise de regresssatildeo para diacircmetro de copa em funccedilatildeo do dia apoacutes a poda (DAP)

para todos os tratamentos nos dois anos de avaliaccedilatildeo 108

Tabela 29 - Equaccedilotildees de ajuste para o volume de copa das plantas de pinhatildeo-manso em

funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada e do

manejo hiacutedrico adotado para os dois ciclos de avaliaccedilatildeo 109

Tabela 30 - Anaacutelise univariada de perfis para IAF durante o ciclo 201415 111

Tabela 31 - Anaacutelise de regresssatildeo para o IAF em funccedilatildeo do dia apoacutes a poda (DAP) para todos

os tratamentos no segundo ano de avaliaccedilatildeo 112

Tabela 32 - Equaccedilotildees de ajuste para o IAF das plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias

apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicadas e do manejo hiacutedrico

adotado para o segundo ciclo de avaliaccedilatildeo 112

Tabela 33 - Valores meacutedios dos iacutendices de clorofila total A e B (ICF) e da relaccedilatildeo clorofila

AB das folhas de pinhatildeo-manso para todos os tratamentos avaliados no primeiro

ciclo de avaliaccedilatildeo 115

Tabela 34 - Valores meacutedios dos iacutendices de clorofila total A e B (ICF) e da relaccedilatildeo clorofila

AB das folhas de pinhatildeo-manso para todos os tratamentos avaliados no segundo

ciclo de avaliaccedilatildeo 116

Tabela 35 ndash Resumo da anaacutelise univariada de perfis para os iacutendices de Clorofila para o ciclo

201415 117

21

Tabela 36 ndash Teste de esfericidade de Mauchly para os iacutendices de clorofila e N foliar do

pinhatildeo-manso 118

Tabela 37 - Coeficientes de correlaccedilatildeo de Pearson entre o nitrogecircnio foliar e os teores de

clorofila na planta 119

Tabela 38 - Valores de F para o teor meacutedio () e a produtividade de oacuteleo (kg ha-1

) em

sementes de pinhatildeo-manso para todos os tratamentos avaliados 120

Tabela 39 - Valores Meacutedios do teor e produtividade de oacuteleo em funccedilatildeo do manejo hiacutedrico e da

dose de nitrogecircnio aplicada 121

Tabela 40 - Valores de F para os iacutendices de acidez (IA) iodo peroacutexido (IP) e estabilidade

oxidativa (EO) para os dois ciclos de avaliaccedilatildeo 124

Tabela 41 - Valores meacutedios dos iacutendices de qualidade de oacuteleo em funccedilatildeo do manejo hiacutedrico

adotado nos dois ciclos de avaliaccedilatildeo 125

Tabela 42 - Perfil composicional dos oacuteleos de pinhatildeo-manso () dos tratamentos avaliados no

ciclo 201314 128

Tabela 43 - Perfil composicional dos oacuteleos de pinhatildeo-manso () dos tratamentos avaliados no

ciclo 201415 128

Tabela 44 - Caracterizaccedilatildeo do biodiesel obtido do oacuteleo de pinhatildeo-manso para os dois

experimentos de manejo hiacutedrico 132

22

23

1 INTRODUCcedilAtildeO

Atualmente a maior parte da energia consumida no mundo proveacutem do petroacuteleo do

carvatildeo e do gaacutes natural Entretanto essas satildeo fontes natildeo renovaacuteveis e possuem previsatildeo de

esgotamento em um futuro proacuteximo Aleacutem disso os combustiacuteveis foacutesseis satildeo fontes muito

poluidoras e afetam o meio ambiente de forma severa o que faz a populaccedilatildeo mundial buscar

soluccedilotildees para tais problemas Com a crescente necessidade de encontrar fontes alternativas de

energia para substituir os combustiacuteveis foacutesseis diversas plantas vecircm sendo estudadas por

institutos de pesquisas e empresas A produccedilatildeo de biocombustiacuteveis por meio do

desenvolvimento dos setores agroenergeacuteticos pode se tornar uma soluccedilatildeo viaacutevel para o

suprimento da demanda energeacutetica mundial

Produzido a partir de fontes renovaacuteveis como oacuteleos vegetais e gorduras animais o

biodiesel pode ser usado para geraccedilatildeo de energia em substituiccedilatildeo ao oacuteleo diesel e ao oacuteleo

combustiacutevel O uso do biodiesel pode trazer uma seacuterie de benefiacutecios associados agrave reduccedilatildeo dos

gases de efeito estufa e de outros poluentes atmosfeacutericos tais como o enxofre aleacutem de

promover reduccedilatildeo do consumo de combustiacuteveis foacutesseis No Brasil a produccedilatildeo do biodiesel

pode cooperar com o desenvolvimento econocircmico de diversas regiotildees do paiacutes uma vez que eacute

possiacutevel explorar a melhor alternativa de mateacuteria-prima em cada regiatildeo Com isso em funccedilatildeo

de fatores como a vasta extensatildeo territorial e a grande diversidade de climas solos e espeacutecies

oleaginosas o Brasil encontra-se em uma situaccedilatildeo bastante promissora

O pinhatildeo-manso (Jatropha curcas L) destaca-se entre as oleaginosas com potencial

para a produccedilatildeo de biodiesel Esta cultura eacute apropriada ao cultivo em quase todo o paiacutes devido

a sua rusticidade e agrave resistecircncia a condiccedilotildees adversas de clima e solo (SATURNINO et al

2005) principalmente ao estresse hiacutedrico sendo tolerante agrave seca e podendo ser usada em

aacutereas marginais ou degradadas sem a competiccedilatildeo com culturas para fins de alimentaccedilatildeo

Aliado a esses fatores a alta porcentagem de oacuteleo por unidade de semente dessa espeacutecie em

comparaccedilatildeo com algumas culturas oleaginosas tradicionalmente cultivadas no paiacutes e em

outras regiotildees do mundo atraiacute a atenccedilatildeo de pesquisadores de diversos centros de pesquisa ao

redor do mundo para o conhecimento e o aprimoramento dessa cultura como uma matriz

energeacutetica para a produccedilatildeo de biodiesel

Contudo limitaccedilotildees teacutecnicas tecircm impedido a inserccedilatildeo imediata do pinhatildeo-manso na

matriz energeacutetica brasileira Por se tratar ainda de uma planta natildeo domesticada suas

caracteriacutesticas agronocircmicas natildeo satildeo completamente entendidas e os efeitos do ambiente sobre

24

as plantas natildeo tecircm sido completamente investigados Os resultados de pesquisas com a cultura

no Brasil ainda satildeo incipientes tendo iniacutecio faz pouco mais de dez anos de forma que ainda

haacute grande falta de informaccedilotildees sobre a cultura no paiacutes principalmente no que diz respeito agraves

suas demandas nutricionais e ao seu consumo hiacutedrico

Considerado por apresentar caracteriacutesticas como rusticidade e adaptabilidade a

condiccedilotildees adversas de clima e solo o pinhatildeo-manso assim como a maioria das culturas

agriacutecolas possivelmente pode obter uma boa resposta quando suprido das suas necessidades

hiacutedricas e nutricionais A adubaccedilatildeo e a aplicaccedilatildeo de aacutegua podem aumentar o rendimento de

sementes e oacuteleo do pinhatildeo-manso Mas a falta de informaccedilotildees sobre o cultivo de plantas

adultas a partir do seu pico de produccedilatildeo (4ordm ano) e da qualidade do seu oacuteleo sob a influecircncia

dessas variaacuteveis natildeo permite que se tenha um adequado manejo hiacutedrico e nutricional da

cultura uma vez que natildeo se conhece a fundo a resposta da planta pois trata-se ainda de uma

cultura com variadas expressotildees agronocircmicas

Sob a hipoacutetese de que o uso da irrigaccedilatildeo e a aplicaccedilatildeo de diferentes doses de

nitrogecircnio afetam os componentes de produccedilatildeo o crescimento vegetativo e a qualidade do

oacuteleo do pinhatildeo-manso desenvolveu-se este trabalho com o objetivo principal de avaliar os

efeitos dos diferentes niacuteveis de adubaccedilatildeo nitrogenada e de irrigaccedilatildeo na produtividade no

crescimento vegetativo e na qualidade de oacuteleo no terceiro e quarto ano do cultivo de pinhatildeo-

manso (Jatropha curcas L) nas condiccedilotildees edafoclimaacuteticas de Piracicaba-SP Os objetivos

secundaacuterios foram avaliar os efeitos da irrigaccedilatildeo complementar e da adubaccedilatildeo nitrogenada em

variaacuteveis de crescimento das plantas de pinhatildeo-manso os niacuteveis de clorofila de cada

tratamento e a correlaccedilatildeo desses teores com os valores de N foliar e os efeitos de cada

tratamento sobre o rendimento o perfil composicional de aacutecidos graxos e os iacutendices de

qualidade do oacuteleo do pinhatildeo-manso

25

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA

21 A cultura do pinhatildeo-manso (Jatropha curcas L)

O pinhatildeo-manso (Jatropha curcas L) pertence agrave famiacutelia Euphorbiaceae a mesma da

mandioca mamona e seringueira e que compreende aproximadamente 8000 espeacutecies com

cerca de 320 gecircneros As plantas do gecircnero Jatropha contecircm 160 espeacutecies aproximadamente

entre herbaacuteceas e arbustivas e apresentam valor medicinal ornamental e algumas satildeo

produtoras de oacuteleo como eacute o caso da espeacutecie Jatropha curcas L (SUJATHA DHINGRA

1993)

Esta espeacutecie destaca-se entre as oleaginosas com potencial para a produccedilatildeo de

biodiesel aleacutem de apresentar caracteriacutesticas desejaacuteveis tais como potencial de altos

rendimentos de gratildeos e oacuteleo boa qualidade do oacuteleo para a produccedilatildeo de biodiesel

adaptabilidade a diferentes regiotildees precocidade e longevidade Eacute uma planta reivindicada

como tolerante agrave seca tem menos necessidade de nutrientes utiliza insumos trabalhistas mais

baixos e natildeo compete com a produccedilatildeo de alimentos se cultivada em terras marginais

Consequentemente o pinhatildeo-manso eacute uma planta oleaginosa com potencial para o

desenvolvimento ambiental sustentaacutevel (PANDEY et al 2012)

Podendo ser um arbusto ou aacutervore pequena de crescimento raacutepido o pinhatildeo-manso

pode atingir ateacute trecircs metros de altura com diacircmetro de tronco de aproximadamente 20 cm

mais em condiccedilotildees especiais de cultivo pode atingir ateacute cinco metros de altura e diacircmetro

variando de 20 a 30 cm O pinhatildeo-manso possui caule liso de lenho mole e medula

desenvolvida mas pouco resistente e floema com longos canais que se estendem ateacute as

raiacutezes nos quais circula o laacutetex (HELLER 1996 SATURNINO et al 2005) O tronco que

conteacutem laacutetex eacute dividido desde a base em ramos que satildeo revestidos por uma camada grossa

com cicatrizes produzidas pela queda das folhas na estaccedilatildeo seca (DIAS et al 2007

HENNING 2009) Em resumo trata-se de uma planta perene de crescimento raacutepido e

caducifoacutelia a qual geralmente leva de quatro a cinco anos para atingir a maturidade com

expectativa de vida em torno de 50 anos (DRUMOND et al 2010)

A planta desenvolve uma raiz principal e quatro raiacutezes laterais sendo que a raiz

pivotante natildeo eacute normalmente formada quando as plantas advecircm de propagaccedilatildeo vegetativa

(HELLER 1996) As folhas satildeo verdes largas lisas e lobadas com nervuras esbranquiccediladas

na face inferior Eacute uma planta monoica e as inflorescecircncias terminais contecircm de 5 a 20 flores

femininas que se abrem em dias diferentes (SATURNINO et al 2005) Em cada

26

inflorescecircncia desabrocham primeiro as flores femininas seguindo o sentido de baixo para

cima na planta Do mesmo modo ocorrem a frutificaccedilatildeo e a maturaccedilatildeo Os frutos fecundados

tardiamente continuam a crescer depois da maturaccedilatildeo dos primeiros frutos de um cacho o que

gera colheita em diferentes eacutepocas do ano

O fruto eacute capsular oblongo com diacircmetro de 15 a 30 cm trilocular podendo

apresentar ateacute quatro sementes sendo formado por um pericarpo ou casca dura e lenhosa

indeiscente inicialmente verde passando a amarelo castanho e por fim preto quando atinge a

maturaccedilatildeo fisioloacutegica (DIAS et al 2007) A semente eacute ovalada endospeacutermica tegumento

rijo quebradiccedilo de fratura resinosa Na maturaccedilatildeo conteacutem de 53 a 62 de sementes e de 38

a 47 de casca pesando cada uma de 153 a 285 g (SATURNINO et al 2005) Na Figura 1

estatildeo apresentadas as diferentes partes constituintes da planta do pinhatildeo-manso

Figura 1 - Partes que compotildee a planta de pinhatildeo-manso ramo com inflorescecircncias (a) caule (b) folha (c) pistilo

ndash flor feminina (d) estame ndash flor masculina (e) fruto em corte transversal (f) frutos (g) fruto em

corte longitudinal (h) semente (i) Fonte Heller (1996)

27

De toda a morfologia da planta o sistema radicular eacute o que necessita de maiores

informaccedilotildees quanto a sua real distribuiccedilatildeo no perfil do solo e a sua absorccedilatildeo dos nutrientes

presentes na soluccedilatildeo do solo existindo pouquiacutessimos trabalhos na literatura que descrevem

com clareza o seu sistema radicular sendo restrito a condiccedilotildees especiacuteficas da regiatildeo Alves

Juacutenior et al (2014) avaliaram a distribuiccedilatildeo espacial do sistema radicular do pinhatildeo-manso no

Cerrado brasileiro e encontraram uma profundidade meacutedia e distacircncia horizontal

respectivamente de 060 e 075 m para plantas com 17 meses de idade e de 10 e 10 m para

plantas de 36 meses de idade Nunes et al (2009) e Ye et al (2009) relatam que em solos de

baixa densidade a raiz do pinhatildeo-manso pode chegar ao dobro do comprimento da parte aeacuterea

Estas informaccedilotildees contradizem o que se achava a respeito da cultura do pinhatildeo-manso pois

diversos autores afirmaram agrave respeito do sistema radicular da cultura como sendo curto e

pouco ramificado (HELLER 1996 ARRUDA et al 2004 SATURNINO et al 2005)

O oacuteleo bruto dos gratildeos eacute a principal mateacuteria-prima do pinhatildeo-manso e o seu

rendimento depende de diversas caracteriacutesticas da planta associadas aos fatores

edafoclimaacuteticos Entre os principais componentes da produtividade destacam-se as

caracteriacutesticas vegetativas da planta o nuacutemero de ramos o diacircmetro da copa a altura das

plantas o volume de copa a produtividade de gratildeos por aacutervore e entre as caracteriacutesticas de

qualidade da mateacuteria-prima o ldquopeso de gratildeosrdquo ldquopeso de amecircndoasrdquo ldquopeso de cascardquo (RAO et

al 2008) O oacuteleo eacute o produto de maior valor agregado da cultura do pinhatildeo-manso e

apresenta propriedades como uma maior estabilidade oxidativa do que o oacuteleo de soja menor

viscosidade quando comparado ao da mamona e melhores propriedades a frio que o oacuteleo de

palma (TAPANES et al 2008)

Quanto agrave porcentagem de oacuteleo destaca-se seu o alto teor por unidade de massa com

uma variaccedilatildeo de 27 a 38 o que representam de 53 a 79 do peso do fruto (ARRUDA

2004 DIAS et al 2007) Poreacutem os teores de oacuteleo podem variar de acordo com as

caracteriacutesticas geneacuteticas tecnologia de produccedilatildeo e de extraccedilatildeo adotadas (CARVALHO

NAKAGAWA 2000 MARQUES 2007) Diferentes meacutetodos podem ser utilizados para a

extraccedilatildeo de oacuteleos vegetais como a prensagem mecacircnica a extraccedilatildeo com solvente e a extraccedilatildeo

com fluiacutedo supercriacutetico Pelo meacutetodo de extraccedilatildeo com solvente de Soxhlet obteacutem-se maior

quantidade de oacuteleo em relaccedilatildeo a outros meacutetodos pois a amostra permanece em contato com o

solvente pela evaporaccedilatildeo e condensaccedilatildeo do mesmo sobre a amostra (BRUM ARRUDA

REGITANO-DrsquoARCE 2009) Entretanto por ser de baixo custo a prensagem mecacircnica eacute o

meacutetodo mais utilizado para extraccedilatildeo de oacuteleo nas induacutestrias

28

Com relaccedilatildeo a composiccedilatildeo do oacuteleo Visentainer e Santos Juacutenior (2013) relatam que do

teor meacutedio de oacuteleo encontrado nas sementes cerca de 608 satildeo compostos basicamente por

143 de aacutecido palmiacutetico 51 de aacutecido esteaacuterico 411 de aacutecido oleico e 381 de aacutecido

linoleico possuindo ao final um valor meacutedio de 20 de aacutecidos graxos saturados e 80 de

aacutecidos insaturados Entretanto assim como nas demais culturas oleaginosas a composiccedilatildeo e

teor de cada aacutecido graxo de oacuteleos vegetais com potencial para biocombustiacuteveis podem variar

de acordo com as condiccedilotildees climaacuteticas classe de solo localizaccedilatildeo geograacutefica estaacutedio de

maturaccedilatildeo das sementes variedades e praacuteticas agronocircmicas entre outros fatores (BERTI

JOHNSON 2008 KHEIRA ATTA 2009 HATHURUSINGHA ASHWATH MIDMORE

2011 SEZEN et al 2011 AKBARIAN MODAFEBEHZADI BAGHERIPOUR 2012

RAMANJANEYULU REDDY MADHAVI 2013 RODRIGUES et al 2013 SINHA et al

2015)

O pinhatildeo-manso apresenta alta toleracircncia agrave seca sendo cultivada em diversos paiacuteses do

mundo principalmente no semiaacuterido tropical (FAIRLESS 2007 ACHTEN et al 2008) A

elevada toleracircncia agrave seca aliada ao caule suculento de plantas de pinhatildeo-manso estaacute associada

ao metabolismo C3-CAM existente nesta espeacutecie funcionando em condiccedilotildees de deacuteficit

hiacutedrico o metabolismo CAM (LUTTGE 2008) As plantas CAM satildeo adaptadas agrave escassez de

aacutegua porque perdem pouca aacutegua por transpiraccedilatildeo durante aquisiccedilatildeo de CO2 uma vez que os

estocircmatos abrem-se no periacuteodo noturno e permanecem fechados durante o dia Segundo

Pimentel (1998) algumas plantas CAM facultativas podem atingir alta produtividade quando

funcionando como C3 poreacutem quando essas plantas apresentam o comportamento CAM

devido agrave um estresse ambiental a acumulaccedilatildeo de mateacuteria seca eacute reduzida

A distribuiccedilatildeo geograacutefica do pinhatildeo-manso eacute bastante vasta devido a sua rusticidade

resistecircncia a longas estiagens e agraves infestaccedilotildees de pragas e doenccedilas sendo adaptaacutevel agraves

adversidades de solo e clima Segundo Openshaw (2000) a espeacutecie estaacute distribuiacuteda

principalmente nas Ameacutericas na Aacutefrica e em parte da Aacutesia sendo largamente cultivada no

Meacutexico Nicaraacutegua Tailacircndia e em partes da Iacutendia No Brasil sua distribuiccedilatildeo geograacutefica se

estende por boa parte do territoacuterio sendo encontrada desde a regiatildeo Nordeste Sudeste e ateacute o

Estado do Paranaacute (ARRUDA et al 2004) Alguns pesquisadores apontam o Brasil como

provaacutevel centro de origem devido agrave distribuiccedilatildeo ao longo de todo o paiacutes (SUJATHA

DHINGRA 1993 ARRUDA et al 2004 SATURNINO et al 2005) poreacutem muitos estudos

estatildeo evidenciando como centro de diversidade geneacutetica e possiacutevel centro de origem o norte

da Ameacuterica Latina destacando-se Meacutexico e Guatemala (HELLER 1996 MAES et al

2009b PECINA-QUINTERO et al 2014) Estudos realizados por Nuacutentildeez-Coliacuten e Goytia-

29

Jimeacutenez (2009) para determinaccedilatildeo da distribuiccedilatildeo da espeacutecie e dos padrotildees climaacuteticos da

regiatildeo de origem apontaram o Meacutexico e o norte da Ameacuterica Central como o centro de

diversidade da espeacutecie No Meacutexico a diversidade geneacutetica eacute citada na literatura como sendo

expressiva sobretudo por ocorrer naturalmente o genoacutetipo atoacutexico sem a presenccedila de eacutesteres

de forbol Eacute comum no paiacutes a populaccedilatildeo de alguns estados se alimentarem da polpa ou

sementes de pinhatildeo-manso tradiccedilatildeo existente desde a eacutepoca dos maias sendo mais praticado

nos estados de Veracruz e Puebla (MAKKAR et al 1997 MARTIacuteNEZ-HERRERA et al

2006) Natildeo se tem relatos de ocorrecircncia do genoacutetipo atoacutexico fora do Meacutexico

22 Potencialidades e limitaccedilotildees para o cultivo do pinhatildeo-manso

O Brasil com sua vasta extensatildeo territorial e variedade climaacutetica apresenta um

enorme potencial para a produccedilatildeo de diferentes espeacutecies de oleaginosas que podem ser

utilizadas na siacutentese do biodiesel destacando-se a soja a mamona o girassol o amendoim a

palma de oacuteleo a canola e o pinhatildeo-manso A viabilidade de cada oleaginosa depende de sua

competitividade teacutecnica econocircmica e socioambiental aleacutem de aspectos como o teor de oacuteleo a

produtividade por unidade de aacuterea a adequaccedilatildeo a diferentes sistemas produtivos sazonalidade

e demais aspectos relacionados ao ciclo de vida da planta (VISENTAINER SANTOS

JUacuteNIOR 2013)

A cultura da soja destaca-se no cenaacuterio brasileiro dentre as principais mateacuterias-primas

utilizadas para a produccedilatildeo do biodiesel sendo 80 do oacuteleo produzido no paiacutes oriundo desta

oleaginosa A previsatildeo eacute que esta situaccedilatildeo natildeo se modificaraacute nos proacuteximos anos visto que

esta cultura tem uma cadeia produtiva organizada e estaacute no limite da fronteira tecnoloacutegica

mundial sendo o Brasil nos uacuteltimos anos o segundo maior produtor mundial poreacutem o seu

rendimento em oacuteleo eacute baixo (Tabela 1) (VISENTAINER SANTOS JUacuteNIOR 2013) O

pinhatildeo-manso (Jatropha curcas L) vem sendo fonte de estudos nos uacuteltimos anos devido ao

seu grande potencial na produccedilatildeo de oacuteleo para biocombustiacuteveis chegando a apresentar teor de

oacuteleo variando entre 32 a 40 quando extraiacutedo por meio de prensagem mecacircnica o que

garante a esta cultura altas produtividades meacutedias de gratildeos e de oacuteleo quando comparada com

outras culturas cultivadas no paiacutes (Tabela 1)

30

Tabela 1 - Relaccedilatildeo entre a produtividade meacutedia de sementes e o rendimento de oacuteleo de algumas culturas

oleaginosas produzidas no Brasil

Cultura Produtividade meacutedia de

sementes (kg ha-1

ano-1

) Teor meacutedio de oacuteleo ()

Rendimento meacutedio em

oacuteleo (kg ha-1

ano-1

)

Soja 2800 20 560

Palma de oacuteleo 15000 26 4000

Girassol 1800 45 774

Algodatildeo 1900 19 361

Amendoim 2400 45 788

Mamona 1000 48 470

Canola 1500 38 570

Pinhatildeo-manso 5000 38 1900

Fonte Ministeacuterios da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento-MAPA (2007)

Por ser o biodiesel um combustiacutevel biodegradaacutevel derivado de fontes renovaacuteveis

como os oacuteleos vegetais ldquovirgensrdquo ou jaacute utilizados e das gorduras animais satildeo evidentes as

vantagens da sua utilizaccedilatildeo na reduccedilatildeo da emissatildeo de gases poluentes e no balanccedilo de

carbono quando comparado com o diesel foacutessil No caso do biodiesel de pinhatildeo-manso pode-

se obter uma reduccedilatildeo de 55 na emissatildeo de fuligem e de 35 na liberaccedilatildeo de hidrocarboneto

que aliaacutes eacute uma substacircncia canceriacutegena Aleacutem disso o gaacutes carbocircnico gerado na queima eacute

consumido no processo de fotossiacutentese realizado nas lavouras de plantas oleaginosas e

devolvido agrave atmosfera como oxigecircnio criando dessa forma um ciclo fechado de produccedilatildeo

sem sobras poluentes (CARNIELLI 2003)

Com relaccedilatildeo agrave utilizaccedilatildeo do oacuteleo produzido a partir de sementes de pinhatildeo-manso

para a produccedilatildeo de biocombustiacutevel pode-se obter basicamente dois produtos O primeiro e

mais conhecido eacute o biodiesel que pode ser utilizado em substituiccedilatildeo ao diesel de origem

foacutessil (ACHTEN et al 2008) A segunda alternativa que ateacute o momento soacute foi utilizada em

pequena escala eacute o bioquerosene que pode ser utilizado em substituiccedilatildeo ao querosene de

aviaccedilatildeo Alguns testes neste sentido como voos experimentais jaacute foram ateacute realizados por

companhias aeacutereas e se mostraram muito satisfatoacuterios com relaccedilatildeo agrave viabilidade teacutecnica do

biocombustiacutevel

O pinhatildeo-manso eacute uma oleaginosa com grande potencial para produccedilatildeo de biodiesel

sendo que sua produccedilatildeo de oacuteleo pode chegar a 15 Mg ha-1

ano-1

Como algumas vantagens

esta cultura apresenta em sua cadeia produtiva a resistecircncia podendo desta forma ser

cultivado em todo o paiacutes facilitando a sua distribuiccedilatildeo e sua colheita que eacute manual o que

impulsiona a matildeo de obra familiar (VISENTAINER SANTOS JUacuteNIOR 2013)

31

O pinhatildeo-manso pode ser considerado uma das mais promissoras oleaginosas para

substituir o diesel de petroacuteleo pois as amecircndoas aleacutem de poderem gerar valores proacuteximos de

40 de oacuteleo extraiacutedo por prensagem mecacircnica podem render de 50 a 52 de oacuteleo quando

extraiacutedo a base de solventes Seu oacuteleo eacute empregado como lubrificante em motores a diesel e

na fabricaccedilatildeo de sabatildeo e tinta Aleacutem disso a torta que resta ao final da extraccedilatildeo eacute um

subproduto rico em nitrogecircnio potaacutessio foacutesforo e mateacuteria orgacircnica que pode ser utilizado na

adubaccedilatildeo tanto da lavoura de pinhatildeo-manso como em outras culturas (MARTINS

MACHADO CAVASINI 2008) Outro fator positivo eacute a utilizaccedilatildeo da casca dos pinhotildees que

pode ser usada como carvatildeo vegetal e mateacuteria-prima na fabricaccedilatildeo de papel (SLUSZZ

MACHADO 2011) e da madeira do pinhatildeo-manso que assim como as cascas dos frutos

podem ser utilizadas como material carburante de fornalhas (HELLER 1996 ARRUDA et

al 2004 SATURNINO et al 2005)

De acordo com Sato et al (2007) apesar da utilizaccedilatildeo do oacuteleo extraiacutedo da semente do

pinhatildeo-manso para a produccedilatildeo de biocombustiacutevel ser o mais difundido outras partes da

planta tecircm utilizaccedilatildeo econocircmica como na medicina tradicional na produccedilatildeo de sabatildeo na

iluminaccedilatildeo por meio de lamparinas em geradores de eletricidade combustiacutevel para fogotildees

extratos da semente como molusquicida inseticida e nematicida Ainda segundo estes autores

a planta eacute considerada meliacutefera podendo tambeacutem ser utilizada como cerca-viva de pastagens

e campos agriacutecolas pois natildeo eacute palataacutevel mourotildees de cerca ldquovivosrdquo e suporte para plantas

trepadeiras como no caso da baunilha (Vanilla aromatica)

A cultura aleacutem de ser uma boa opccedilatildeo agriacutecola para aacutereas aacuteridas semiaacuteridas e na

recuperaccedilatildeo de aacutereas degradadas promove a integraccedilatildeo do acesso agrave produccedilatildeo com renda (com

a venda do oacuteleo das sementes para fins combustiacuteveis) eacute suprimento de energia (o oacuteleo pode

ser utilizado em motores e maacutequinas para a geraccedilatildeo de eletricidade) contribui no

desenvolvimento rural (com o emprego da matildeo-de-obra familiar) e com consequente fixaccedilatildeo

do homem no campo seguranccedila alimentar pois permite o uso de culturas anuais alimentiacutecias

em consoacutercio aleacutem de melhorias ambientais como a formaccedilatildeo de um microclima que

favorece o desenvolvimento de outras culturas nas entrelinhas entre outros (SATO et al

2007)

No entanto o cultivo do pinhatildeo-manso precisa ser aprimorado para tornaacute-lo adequado

agrave produccedilatildeo de mateacuteria prima para a produccedilatildeo de biodiesel Apesar de possuir caracteriacutesticas

desejaacuteveis como resistecircncia a seca e rusticidade limitaccedilotildees teacutecnicas como a maturaccedilatildeo

desuniforme dos frutos e a baixa produtividade de gratildeos alcanccedilada em alguns locais tecircm

limitado a viabilidade econocircmica desse cultivo (ROCHA et al 2012) Por ser ainda uma

32

planta silvestre suas caracteriacutesticas agronocircmicas natildeo satildeo completamente entendidas e os

efeitos do ambiente sobre as plantas natildeo tecircm sido completamente investigados Para isso eacute

necessaacuterio o estabelecimento de teacutecnicas que propiciem colheita uniforme com maior

qualidade do oacuteleo e reduccedilatildeo dos custos de produccedilatildeo (LAVIOLA et al 2011)

Atualmente natildeo se tem conhecimento de nenhum programa de melhoramento geneacutetico

que vise a obtenccedilatildeo de um cultivar seguro para a expansatildeo vigorosa dessa cultura O processo

de seleccedilatildeo de acessos de pinhatildeo-manso com excelentes caracteriacutesticas de cultivo encontra-se

recente e na fase inicial em estudos feitos no Brasil (LAVIOLA et al 2014 PEIXOTO et al

2016) e em outros paiacuteses (GINWAL et al 2005 KAUSHIK et al 2007 MAES et al 2009b

WEN et al 2012a WEN et al 2012b) O desenvolvimento de um sistema de cultivo

comercial de espeacutecies selvagens de plantas deve ser feito com base no uso de cultivares que

apresentem suficiente uniformidade para garantir que a tecnologia de produccedilatildeo adotada seja

aproveitada na sua totalidade A falta desses cultivares natildeo permite recomendaccedilotildees teacutecnicas

confiaacuteveis sobre a melhor forma de propagaccedilatildeo populaccedilatildeo de plantio adubaccedilatildeo manejo

eacutepoca e tipo de colheita controle de pragas e doenccedilas etc A inexistecircncia dessas

recomendaccedilotildees tornam incertos eventuais investimentos em plantios comerciais (MARQUES

2007)

Outra limitaccedilatildeo conhecida da planta eacute que as suas sementes satildeo toacutexicas para animais e

humanos impedindo que o resiacuteduo das sementes seja utilizado como raccedilatildeo animal Entre os

principais componentes toacutexicos presentes no pinhatildeo-manso destacam-se o eacutester de forbol (12-

deoxi-16-Hidroxiforbol) a globulina e a curcasina que podem trazer riscos agrave sauacutede caso seja

ingerido a ingestatildeo de uma uacutenica semente fresca pode causar tanto vocircmito quanto diarreia

(PEIXOTO 1973) Segundo Visentainer e Santos Juacutenior (2013) outro fator negativo deste

oacuteleo para a produccedilatildeo de biocombustiacuteveis eacute o seu alto teor de aacutecidos graxos poli-insaturados

que favorecem sua raacutepida oxidaccedilatildeo durante a estocagem mas essa oxidaccedilatildeo pode ser

acelerada pela accedilatildeo do calor do oxigecircnio ou de traccedilos de metais pesados e de seus caacutetions

que satildeo comumente presentes nos materiais empregados na fabricaccedilatildeo dos tanques de

armazenagem podendo conduzir ao desenvolvimento de reaccedilotildees laterais como a formaccedilatildeo de

aldeiacutedos saturados (por exemplo hexanal heptanal ou nonanal) ou de compostos corrosivos

De acordo com estes autores os investimentos em pesquisas estatildeo trazendo soluccedilotildees para

estas questotildees por meio da mistura adequada de oacuteleos (blends) pela utilizaccedilatildeo de aditivos

pela obtenccedilatildeo de novas variedades e pela escolha da rota tecnoloacutegica mais eficiente

Marques (2007) relata a grande preocupaccedilatildeo dos pesquisadores brasileiros no

incentivo ao plantio em larga escala do pinhatildeo-manso pois esta eacute uma planta ainda selvagem

33

sobre a qual haacute pouco conhecimento teacutecnico-cientiacutefico e ainda natildeo foram encontrados na

literatura relatos sobre pesquisas cientiacuteficas de longa duraccedilatildeo relacionadas ao pinhatildeo-manso

Existem apenas estimativas preliminares de produccedilatildeo e de produtividade obtidas pela

extrapolaccedilatildeo de dados obtidos em plantas isoladas e a maior parte dos trabalhos cientiacuteficos

satildeo estudos baacutesicos realizados em laboratoacuterio ou em casa-de-vegetaccedilatildeo sobre temas

especiacuteficos O autor destaca outro problema entre os profissionais da aacuterea de ciecircncias agraacuterias

que eacute a ausecircncia de um mercado estruturado para esse produto e o desinteresse das induacutestrias

de extraccedilatildeo de oacuteleo no seu processamento em razatildeo das pequenas quantidades de sementes

disponiacuteveis Isso tudo do ponto de vista do agricultor sugere uma instabilidade empresarial

bastante perigosa pois o pomar de pinhatildeo-manso eacute perene e natildeo lhe permite a opccedilatildeo de no

ano seguinte migrar para outra cultura mais rentaacutevel em caso de prejuiacutezo

Apesar da carecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas baacutesicas a cultura vem sendo implantada

pesquisada e difundida em diferentes regiotildees do paiacutes e do mundo A histoacuteria recente do

cultivo em larga escala e os esforccedilos em estudos para o conhecimento do pinhatildeo-manso por

consequecircncia do apelo energeacutetico para a produccedilatildeo de biocombustiacuteveis iniciou-se no ano de

2003 quando a Comissatildeo de Planejamento da Iacutendia decidiu adicionar 20 do biodiesel do

oacuteleo de pinhatildeo-manso na mistura com oacuteleo diesel ateacute o ano de 2010 e 30 ateacute 2030 (IacuteNDIA

2003) Depois disso nos anos subsequentes a cultura foi introduzida em localidades do

Oeste Leste e Sul da Aacutefrica Aacutesia (Iacutendia China Japatildeo Malaacutesia Filipinas e Tailacircndia)

Ameacuterica do Sul e Central e Beacutelgica nos uacuteltimos onze anos (SINGH et al 2014)

No Brasil o interesse na produccedilatildeo do pinhatildeo-manso surgiu com a implantaccedilatildeo do

Plano Nacional de Produccedilatildeo de Biodiesel criado em 2004 poreacutem somente a partir de 2008 o

Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (MAPA) por meio da Instruccedilatildeo

Normativa nordm 4 de 14 de janeiro de 2008 autorizou a inscriccedilatildeo no Registro Nacional de

Cultivares da espeacutecie Jatropha curcas L abrindo caminho para sua exploraccedilatildeo comercial no

Brasil (ROSCOE 2008) Andreacuteo-Souza et al (2010) e Nery et al (2009) informam que esta

oleaginosa eacute considerada uma cultura potencial para atender a este programa pois possui

potencial de rendimento de gratildeos e oacuteleo e em sua fase inicial permite o cultivo em consoacutercio

com outras culturas de interesse econocircmico e alimentar Com a vantagem de ser perene natildeo

exige preparo anual do solo (ARRUDA et al 2004) Marques (2007) destaca o otimismo

encarado pelos pesquisadores brasileiros que consideram que o pinhatildeo-manso poderaacute se

tornar um negoacutecio viaacutevel e promissor desde que haja interesse no investimento de recursos

consideraacuteveis em pesquisa e desenvolvimento tecnoloacutegico a exemplo do que fez o IAC com o

34

algodatildeo nos anos de 193040 com a cana de accediluacutecar na deacutecada de 195060 e com a soja nos

anos 196070

Com a expansatildeo dos programas energeacuteticos para o suprimento da energia mundial na

uacuteltima deacutecada o pinhatildeo-manso despertou muito interesse em todo o mundo A atenccedilatildeo

mundial para os biocombustiacuteveis a sustentabilidade ambiental e a utilizaccedilatildeo e recuperaccedilatildeo de

terras degradadas para seguranccedila da subsistecircncia com o pinhatildeo-manso criou um grande

interesse nessa espeacutecie (EVERSON MENGISTU GUSH 2013) Inuacutemeros trabalhos tem

sido apresentados com o potencial do pinhatildeo-manso para recuperaccedilatildeo de aacutereas degradadas

sequestro de carbono e pela alta eficiecircncia no uso da aacutegua (FRANCIS EDINGER BECKER

2005 ACHTEN et al 2008 KABIR HUSSAIN KIM 2009 ABHILASH et al 2010

ACHTEN et al 2010) Apesar dos seus vaacuterios meacuteritos muitos deles comprovados em centros

de pesquisas o pinhatildeo-manso ainda natildeo pode ser cultivado como uma cultura em larga escala

para a produccedilatildeo de biocombustiacuteveis por se tratar ainda de uma planta semisselvagem em fase

inicial de domesticaccedilatildeo (SINGH et al 2014) Entretanto faz-se necessaacuterio a continuaccedilatildeo dos

estudos nos centros de pesquisas para a validaccedilatildeo em condiccedilotildees de campo como na avaliaccedilatildeo

das reaccedilotildees da cultura sobre as diferentes praacuteticas de manejo localidade e resistecircncia a

pragas e doenccedilas para que assim possa se efetuar um soacutelido melhoramento geneacutetico Soacute apoacutes

essa etapa a cultura pode ser recomendada para o cultivo nas propriedades rurais Essas

medidas tornam-se necessaacuterias para evitar que o pinhatildeo-manso se torne mais uma vez um

colapso como biocombustiacutevel a niacutevel mundial (KANT WU 2011)

23 Fatores que afetam o desenvolvimento e a produtividade do pinhatildeo-manso

O plantio de pinhatildeo-manso ao redor do mundo tem sido incentivado pela sua

rusticidade e capacidade de desenvolvimento em condiccedilotildees adversas como em regiotildees

semiaacuteridas e aacuteridas Essa caracteriacutestica continua sendo muito difundida por alguns autores que

consideram o pinhatildeo-manso como uma planta que suporta situaccedilotildees de longas estiagens em

regiotildees de terra de baixa fertilidade e precaacuterias propriedades fiacutesicas com produccedilatildeo satisfatoacuteria

de oacuteleo (PEIXOTO 1973) No entanto tais condiccedilotildees podem afetar significativamente a

produtividade e o rendimento de seu oacuteleo

35

231 Exigecircncias climaacuteticas para o cultivo do pinhatildeo-manso

O pinhatildeo-manso desenvolve-se bem tanto nas regiotildees tropicais secas quanto nas

zonas equatoriais uacutemidas assim como nos terrenos aacuteridos e pedregosos podendo suportar

longos periacuteodos de secas Eacute encontrado desde o niacutevel do mar ateacute altitudes de

aproximadamente 1000 m poreacutem observa-se que a planta se desenvolve melhor entre 200 e

800 metros (SATURNINO et al 2005) Segundo Arruda et al (2004) o pinhatildeo-manso pode

se desenvolver sob diversas condiccedilotildees climaacuteticas tolerando temperaturas meacutedias anuais entre

18 e 285degC A espeacutecie natildeo tolera geadas fortes (temperaturas abaixo de 0ordmC) mas pode

sobreviver a geadas fracas (temperaturas acima de 2ordmC) perdendo entretanto todas as folhas

o que provavelmente reduziraacute a produccedilatildeo de sementes (SATURNINO et al 2005) Andrade

et al (2008) confirmaram essa informaccedilatildeo ao estudar a toleracircncia da cultura sob a incidecircncia

de geadas chegando a conclusatildeo de que a cultura do pinhatildeo-manso eacute pouco tolerante a

geadas apresentando uma temperatura miacutenima letal de -3 a -4 degC

A respeito da radiaccedilatildeo solar para o melhor desenvolvimento do pinhatildeo-manso Matos

et al (2009) obtiveram sucesso com o cultivo da espeacutecie agrave sombra ou a pleno sol As mudas

de pinhatildeo-manso demonstraram relativa variaccedilatildeo das caracteriacutesticas fisioloacutegicas quando

submetidas a diferentes irradiacircncias De acordo com esses autores os resultados sugerem que

o pinhatildeo-manso possui alta capacidade de adaptaccedilatildeo a diferentes condiccedilotildees da disponibilidade

de luz o que deve estar relacionado com a aclimataccedilatildeo do pinhatildeo-manso a baixas

irradiacircncias Em outro trabalho Matos et al (2011) comprovaram a alta plasticidade

fenotiacutepica da cultura em resposta agrave variaccedilatildeo da irradiacircncia destacando poreacutem o sistema de

produccedilatildeo a pleno sol como sendo o mais indicado para a produccedilatildeo de mudas Liang et al

(2007) apontaram que sob alta irradiacircncia solar a taxa fotossinteacutetica maacutexima obtida situa-se

entre 98 e 14 μmol m-2

s-1

Com relaccedilatildeo agrave precipitaccedilatildeo anual Kheira e Atta (2009) afirmam que o pinhatildeo-manso

cresce bem sob baixa pluviosidade requerendo apenas cerca de 200 mm de chuva para

sobreviver mas que tambeacutem responde a um maior iacutendice pluviomeacutetrico (ateacute 1200 mm por

ano) particularmente em ambientes quentes No Brasil em condiccedilotildees natildeo irrigadas a planta

cresce em regiotildees com precipitaccedilotildees pluviomeacutetricas variando de 480 a 2380 mm anuais No

entanto seu melhor desenvolvimento eacute verificado em regiotildees que apresentam pluviosidade

anual superior a 600 mm sendo tolerante a longos periacuteodos de estiagem (HENNING 1996

SEVERINO et al 2006) Isso significa que quando a planta eacute submetida a condiccedilotildees de

36

baixa disponibilidade hiacutedrica ela reduz o seu potencial vegetativo e produtivo natildeo

conseguindo portanto produzir tal quando eacute suprida corretamente com aacutegua e nutrientes o

que natildeo tira a sua grande capacidade de sobrevivecircncia sob condiccedilotildees desfavoraacuteveis de

disponibilidade hiacutedrica e de nutrientes do solo (LI et al 2010)

Segundo Henning (1996) a espeacutecie eacute tolerante a longos periacuteodos de estiagem com

precipitaccedilotildees anuais abaixo de 600 mm podendo sobreviver com apenas 200 mm anuais de

chuva por ateacute trecircs anos O autor afirma que a planta entra em dormecircncia devido agraves flutuaccedilotildees

climaacuteticas perdendo as folhas e utilizando aacutegua armazenada no caule nos periacuteodos de seca o

que consequentemente estimula e favorece o aumento do teor de oacuteleo nas sementes

Kesava Rao et al (2012) avaliando a resposta do pinhatildeo-manso na exigecircncia e uso da

aacutegua em uma regiatildeo semiaacuterida da Iacutendia encontraram produtividades que variaram entre 06 a

156 Mg ha-1

Os autores confirmaram a toleracircncia da cultura ao periacuteodo seco com uma

produtividade razoaacutevel e concluiacuteram que a distribuiccedilatildeo da precipitaccedilatildeo eacute mais importante do

que a quantidade de precipitaccedilatildeo para a obtenccedilatildeo de produtividades elevadas

Maes et al (2009b) estudaram as condiccedilotildees climaacuteticas de cultivo do pinhatildeo-manso no

Meacutexico e em paiacuteses da Ameacuterica Central provaacuteveis centros de origem da cultura constataram

que 95 das espeacutecimes foram encontradas em regiotildees de climas tropicais (Am Aw) com

pluviosidade meacutedia anual acima de 944 mm e uma temperatura meacutedia anual entre 193 e

272degC Os autores ainda afirmam que a maioria das amostras encontravam-se em regiotildees de

Savana com climas tropicais (Am Aw) e em climas temperados sem estaccedilatildeo seca e com o

veratildeo quente (Cfa)

Embora muitos estudos tenham sido realizados para descobrir sobre as melhores

condiccedilotildees climaacuteticas para o desenvolvimento e a produccedilatildeo da cultura muitos fatores

fisioloacutegicos ainda precisam ser estudados A floraccedilatildeo do pinhatildeo-manso por exemplo eacute uma

questatildeo complexa pois sabe-se que a floraccedilatildeo eacute induzida por fatores de estresse como

flutuaccedilotildees de temperatura e seca mas como exatamente isso ocorre ainda natildeo eacute conhecido

Em climas com uma precipitaccedilatildeo distribuiacuteda uniformemente e sem grande variaccedilatildeo sazonal

da temperatura o pinhatildeo-manso pode florescer continuamente quando natildeo haacute outras formas

de estresse induzido (FACT 2010)

37

232 Condiccedilotildees e uso do solo

Apesar da cultura apresentar boas caracteriacutesticas de adaptaccedilatildeo e rusticidade agraves mais

variadas condiccedilotildees climaacuteticas e de solo das regiotildees tropicais e subtropicais sendo ateacute indicada

para aacutereas com restriccedilotildees em nutrientes (HELLER 1996 AUGUSTUS JAYABALAN

SEILER 2002) alguns autores discordam que tais condiccedilotildees produtivas possam ser as ideais

para a cultura com finalidade comercial Arruda et al (2004) relataram que em solos aacutecidos

com pH abaixo de 45 as raiacutezes do pinhatildeo-manso natildeo se desenvolvem sendo necessaacuteria a

realizaccedilatildeo de calagem com base em anaacutelise quiacutemica do solo De acordo com Saturnino et al

(2005) a correccedilatildeo do solo quanto a seu teor de alumiacutenio livre pela calagem tem efeito

positivo sobre o desenvolvimento do pinhatildeo-manso Foidl et al (1996) por sua vez citaram a

espeacutecie como demandante de grandes quantias de nitrogecircnio e foacutesforo devido agrave alta produccedilatildeo

de biomassa

A necessidade do uso de fertilizantes tambeacutem foi relatada por Openshaw (2000)

segundo o qual em situaccedilotildees de altos niacuteveis de nitrogecircnio ocorre aumento de produtividade

Da mesma forma Arruda et al (2004) indicaram solos com altos teores de mateacuteria orgacircnica

sendo recomendado o uso de adubaccedilatildeo verde com leguminosas pois de modo geral estas

fornecem altos rendimentos por unidade de aacuterea plantada fixando o nitrogecircnio atmosfeacuterico e

transferindo aos solos por decomposiccedilatildeo orgacircnica os nutrientes essenciais como foacutesforo

caacutelcio ou enxofre aleacutem do nitrogecircnio

Com relaccedilatildeo ao uso e a classe de solo tem sido relatado na literatura que o pinhatildeo-

manso tem potencial para a recuperaccedilatildeo de terras marginais sequestrar o CO2 atmosfeacuterico (de

superfiacutecie e subterracircneo) crescer sob condiccedilotildees salinas e soacutedicas e consumir menos aacutegua (alta

produtividade de aacutegua) (FRANCIS EDINGER BECKER 2005 ACHTEN et al 2008

OGUNWOLE et al 2008 PANDEY et al 2012 WANI et al 2012 SINGH et al 2015)

Singh Singh e Tuli (2013) estudaram o cultivo do pinhatildeo-manso em solos soacutedicos da Iacutendia e

constataram que o cultivo dessa cultura reduziu a sodicidade do solo (densidade aparente pH

condutividade eleacutetrica e porcentagem de soacutedio trocaacutevel) e melhorou a fertilidade do local

(atividades de carbono orgacircnico do solo biomassa microbiana e enzimas) de acordo com o

crescimento e idade da plantaccedilatildeo Apesar de ser pouco exigente em condiccedilotildees climaacuteticas nas

regiotildees tropicais e subtropicais e adaptado para sobreviver a solos degradados e pouco feacuterteis

o pinhatildeo-manso deve ser preferencialmente cultivado em solos profundos bem estruturados

pouco compactados drenados e preferencialmente pouco argilosos (ARRUDA et al 2004)

38

Marrugo-Negrete et al (2015) avaliaram a capacidade do pinhatildeo-manso na

fitorremediaccedilatildeo de solos contaminados por mercuacuterio na Colocircmbia e encontraram resultados

bastante promissores Os autores verificaram o crescimento e o desenvolvimento do pinhatildeo-

manso mesmo em quantidade elevadas de mercuacuterio (Hg) no solo onde as maiores

concentraccedilotildees de Hg foram acumuladas nas raiacutezes seguidas pelas folhas e caules Estes

resultados apresentam a cultura como uma boa opccedilatildeo para a fitorremediaccedilatildeo de solos

contaminados com mercuacuterio pois eacute faacutecil de se plantar e manter e contribui para a conservaccedilatildeo

e recuperaccedilatildeo do solo adaptando-se facilmente a solos erodidos e em locais proacuteximos de

aacutereas de mineraccedilatildeo de ouro

Em relaccedilatildeo a textura de solo especiacutefica para o desenvolvimento das plantas Achten et

al (2008) afirma que a planta estaacute bem adaptada a solos de textura arenosa e meacutedia enquanto

solos muito argilosos satildeo inadequados para o pinhatildeo-manso podendo prejudicar o seu cultivo

na ocorrecircncia de algum alagamento ou saturaccedilatildeo no solo Segundo Foidl et al (1996) a

cultura desenvolve-se em todos os solos exceto em Vertissolos por preferir solos arenosos

Estes autores indicam que os solos argilosos pesados como os Vertissolos satildeo menos

adequados devido a sua limitaccedilatildeo para o desenvolvimento do sistema radicular do pinhatildeo-

manso devendo portanto ser evitado para o cultivo

Embora o pinhatildeo-manso se adapte a solos marginais a planta pode natildeo crescer bem

em solos arenosos caso eles sejam pobres no seu teor nutricional embora o seu sistema

radicular nesses solos apresentem um bom potencial para a exploraccedilatildeo de nutrientes

(VALDES-RODRIGUEZ et al 2011) Com isso eacute necessaacuteria cautela quando as plantaccedilotildees

de pinhatildeo-manso estatildeo previstas para o estabelecimento e recuperaccedilatildeo em solos pobres uma

vez que essas plantaccedilotildees podem natildeo se desenvolver bem ou pelo menos exigir uma

adubaccedilatildeo adicional

Tendo em vista o conhecimento inicial sobre a recuperaccedilatildeo de solos degradados com o

cultivo de pinhatildeo-manso outros estudos ao redor do mundo foram realizados com o objetivo

de avaliar os impactos das alteraccedilotildees das propriedades bioloacutegicas do solo para a recuperaccedilatildeo e

conservaccedilatildeo do solo e da aacutegua (KAGAMEBGA et al 2011 SOP et al 2011 WANI et al

2012) Em um outro estudo Chaudhary et al (2012) verificou a influecircncia significativa do

pinhatildeo-manso na estrutura da comunidade microbiana em solos da rizosfera no qual

constatou-se que na rizosfera dos solos onde era cultivado o pinhatildeo-manso a quantidade de

fungos foi mais elevada do que a de bacteacuterias e actinomicetos as quais contribuiacuteram

significativamente para a melhoria do solo como no caso das hifas fuacutengicas que promoveram

a agregaccedilatildeo desses solos

39

233 Irrigaccedilatildeo e adubaccedilatildeo nitrogenada no pinhatildeo-manso

As exigecircncias edafoclimaacuteticas do pinhatildeo-manso permitem seu cultivo em quase todas

as regiotildees do paiacutes no entanto essa eacute uma cultura ainda muito pouco explorada no Brasil

Segundo Tewari (2009) a cultura apresenta um potencial de produccedilatildeo de 2 a 3 Mg ha-1

em

condiccedilotildees aacuteridas sem uso de irrigaccedilatildeo tornando-se uma planta oleaginosa viaacutevel para a

obtenccedilatildeo de biodiesel Em condiccedilotildees de cultivos intensivos destacando-se uma boa

disponibilidade hiacutedrica estima-se que a produtividade possa atingir cerca de 5 Mg ha-1

(TEWARI 2009)

O pinhatildeo-manso por ser uma cultura tolerante ao efeito da salinidade exceto na fase

inicial de crescimento pode ser irrigada com aacutegua salina tolerando condutividade eleacutetrica de

ateacute 12 dS m-1

valor considerado relativamente alto frente ao tolerado por outras culturas A

cultura demonstrou tambeacutem a capacidade de translocar soacutedio do solo na forma de Na+ para a

parte aeacuterea da planta (DAGAR et al 2006)

Fact (2010) indica valores de produtividade de sementes (Figura 2) que variam de 15

a 100 Mg ha-1

ano-1

apresentando como principal problema para as baixas produtividades

atuais a pouca ou nenhuma seleccedilatildeo geneacutetica e limitaccedilotildees de aacutegua e nutrientes Quando todas

as exigecircncias nutricionais e hiacutedricas da cultura satildeo atendidas aliadas ao controle sistemaacutetico

de pragas e doenccedilas juntamente com a devida seleccedilatildeo geneacutetica a produtividade de sementes

ficaria entre 5 e 10 Mg ha-1

ano-1

Neste trabalho eacute apresentada tambeacutem uma produtividade

potencial teoacuterica da cultura que poderia atingir mais de 22 Mg ha-1

ano-1

Figura 2 - Niacuteveis de produtividades estimadas para a cultura do pinhatildeo-manso

Fonte adaptado de FACT (2010)

15

5

10

22

0

5

10

15

20

25

1 2 3

Pro

du

tiv

idad

e (M

g h

a-1

an

o-1

)

1- Produtividade atual - Fatores atuantes Pragas doenccedilas e

pouca ou nenhuma seleccedilatildeo geneacutetica

2- Variaccedilatildeo do potencial comercial - Com controle dos fatores

aacutegua e nutrientes

3- Produtividade potencial teoacuterico para a cultura

40

Entretanto da expectativa inicial de quatro ou mais toneladas de gratildeos por hectare

produtividades inferiores a 20 Mg ha-1

estatildeo sendo obtidas em diferentes condiccedilotildees

edafoclimaacuteticas principalmente em razatildeo de limitaccedilotildees hiacutedricas das condiccedilotildees nutricionais

do solo ou do ataque de pragas e doenccedilas (EVERSON MENGISTU GUSH 2013 IIYAMA

et al 2013 TIKKOO YADAV KAUSHIK 2013 TJEUW SLINGERLAND GILLER

2015) Projeccedilotildees natildeo realizadas da produtividade de gratildeos podem ser atribuiacutedas a observaccedilotildees

de plantas isoladas o que acabou desconsiderando a reduccedilatildeo no desenvolvimento em plantios

(ROCHA et al 2012) Apesar da complementaccedilatildeo hiacutedrica ocasionar em muitos casos o

aumento significativo da produtividade de sementes e de oacuteleo extraiacutedo estes natildeo chegaram

nem perto de atingir as mais diversas projeccedilotildees realizadas sobre o potencial comercial

maacuteximo da cultura (KHEIRA ATTA 2009 KESAVA RAO et al 2012 TIKKOO

YADAV KAUSHIK 2013)

Kheira e Atta (2009) afirmam que natildeo existem dados quantitativos disponiacuteveis e

confiaacuteveis sobre a necessidade e a eficiecircncia do uso da aacutegua do pinhatildeo-manso e em

ambientes permanentemente uacutemidos ou em situaccedilotildees com grande aplicaccedilatildeo de aacutegua e

fertilizante a planta pode ser induzida a uma produccedilatildeo elevada de biomassa poreacutem com

baixa produccedilatildeo de sementes

Para a cultura do pinhatildeo-manso existem poucas informaccedilotildees a respeito do seu sistema

radicular A maioria das informaccedilotildees disponiacuteveis levam em conta apenas observaccedilotildees de

natureza botacircnica natildeo se aprofundando no que diz respeito a sua distribuiccedilatildeo espacial no solo

e muito menos agrave caracterizaccedilatildeo das zonas de maior atividade Trabalhos dessa natureza para o

pinhatildeo-manso ainda satildeo escassos e se limitam a condiccedilotildees especiacuteficas do clima e solo da

regiatildeo (ALVES JUacuteNIOR et al 2014) aleacutem do tipo de sistema de manejo adotado Devido agrave

pouca quantidade de informaccedilotildees a respeito da distribuiccedilatildeo do sistema radicular reconhece-se

que sua caracterizaccedilatildeo eacute de extrema importacircncia para a determinaccedilatildeo dos paracircmetros de

manejo da irrigaccedilatildeo como a profundidade efetiva das raiacutezes que define a camada de solo a

ser umedecida bem como a aplicaccedilatildeo de fertilizantes Sousa e Guerra (2012) avaliando o

crescimento inicial de plantas de pinhatildeo-manso cultivadas em casa de vegetaccedilatildeo observaram

efeito significativo sobre a massa de raiz com a variaccedilatildeo na aplicaccedilatildeo de nitrogecircnio e

quantidade de aacutegua Krishnamurthy et al (2012) encontraram em um plantio de um ano de

idade na Iacutendia raiacutezes ateacute a profundidade de 14 m poreacutem a maioria do sistema radicular se

encontrava ateacute a profundidade de 03 m Estes autores salientam a importacircncia deste tipo de

distribuiccedilatildeo de sistema radicular para a funccedilatildeo de controle de erosatildeo e ainda comentam sobre

41

a relaccedilatildeo inexistente entre este tipo de distribuiccedilatildeo e a resistecircncia a seca caracteriacutestica

atribuiacuteda a esta planta Esta uacuteltima caracteriacutestica eacute atribuiacuteda mais a sua capacidade de controle

da perda por evaporaccedilatildeo por meio de queda de folhas e dormecircncia do que agrave capacidade de

extraccedilatildeo de aacutegua pelo sistema radicular

A colheita de frutos (casca + sementes) no seu quarto ano de cultivo extrai valores

meacutedios de 210 41 e 149 g kg-1

de nitrogecircnio foacutesforo e potaacutessio respectivamente

(LAVIOLA DIAS 2008) Embora a planta de pinhatildeo-manso seja muito resistente capaz de

manter sua sobrevivecircncia em solos com baixos iacutendices de fertilidade para se garantir um

niacutevel de produtividade satisfatoacuterio eacute necessaacuterio a adubaccedilatildeo tanto na implantaccedilatildeo da cultura

quanto na manutenccedilatildeo ao longo dos anos de produccedilatildeo (LAVIOLA DIAS 2008) Na Tabela 2

encontra-se uma recomendaccedilatildeo baacutesica para a aplicaccedilatildeo de nutrientes durante os quatro

primeiros anos de cultivo levando em consideraccedilatildeo um solo com boa fertilidade capaz de

suprir 50 da necessidade da planta Em um solo com baixa fertilidade estes valores

deveriam ser ampliados (FACT 2010)

Tabela 2 - Necessidade de nutrientes na cultura do pinhatildeo-manso durante os quatro primeiros anos de cultivo

Nutriente 1ordm ano 2ordm ano 3ordm ano 4ordm ano Total

kg ha-1

ano-1

N 23 34 69 103 229

P2O5 7 11 21 32 71

K2O 34 50 101 151 336

Fonte adaptado de FACT (2010)

Apesar de possuir boa adaptabilidade a diferentes condiccedilotildees adversas de solo e

disponibilidade hiacutedrica o pinhatildeo-manso como qualquer outra cultura para proporcionar uma

alta produtividade de frutos necessita solos feacuterteis e com boas condiccedilotildees fiacutesicas E apesar de

sobreviver em solos com baixa fertilidade a correccedilatildeo da fertilidade do solo eacute decisiva para se

obter sucesso e lucratividade com essa cultura uma vez que a espeacutecie extrai elevada

quantidade de nutrientes na colheita e se natildeo adequadamente adubada pode levar ao

empobrecimento do solo ao longo dos anos de cultivo (LAVIOLA DIAS 2008 CHAVES et

al 2009 SCHIAVO et al 2010 PONCIANO DE DEUS 2010) O crescimento e a

reproduccedilatildeo desta espeacutecie satildeo influenciados pelo seu estado nutricional Ocorrendo a

deficiecircncia nutricional esta cresce e ramifica menos implicando em menos frutos jaacute que os

mesmos satildeo produzidos na ponteira dos ramos O cultivo de pinhatildeo-manso promove elevada

extraccedilatildeo de nutrientes do solo e portanto o manejo da adubaccedilatildeo da espeacutecie exige atenccedilatildeo

(LAVIOLA DIAS 2008)

42

A recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo de uma cultura depende da demanda nutricional para o

crescimento vegetativo e reprodutivo (LAVIOLA et al 2006) devendo ser considerada a

eficiecircncia de aproveitamento dos fertilizantes aplicados e a fraccedilatildeo de nutrientes suprida pelo

solo (FRANCO et al 2008) O suprimento inadequado de nutrientes seja falta ou excesso

pode provocar restriccedilotildees ao crescimento das plantas e alterar relaccedilotildees entre biomassa aeacuterea e

radicular bem como promover alteraccedilotildees entre estaacutedios vegetativos e reprodutivos

(MARSCHNER 1995 MENGEL KIRKBY 2001 EPSTEIN BLOOM 2005 DECHEN

NACHTIGALL 2006) Silva et al (2009) relatam que a omissatildeo de macro e micronutrientes

em plantas de pinhatildeo-manso provocam sintomas visuais de deficiecircncia nutricional comuns a

outras espeacutecies e que essas deficiecircncias limitam a produccedilatildeo de mateacuteria seca

O suprimento de N por meio de fertilizantes minerais ou orgacircnicos associado agrave

complementaccedilatildeo hiacutedrica por meio da irrigaccedilatildeo quando aplicados corretamente e aliados com

o manejo integrado de pragas e doenccedilas auxiliam o pleno desenvolvimento vegetativo da

cultura aleacutem de garantir maiores rendimentos de semente e oacuteleo A demanda por N eacute grande

durante o crescimento e desenvolvimento das plantas pois eacute o nutriente mineral exigido em

maior quantidade pelas culturas e normalmente proporciona maior resposta em

produtividade A complexidade dos fatores que afetam o seu aproveitamento pelas plantas faz

com que o mesmo seja objeto de um grande nuacutemero de estudos que visam avaliar

principalmente o seu comportamento no solo e a sua relaccedilatildeo com a eficiecircncia da adubaccedilatildeo

(RAIJ 1991)

O pinhatildeo-manso apresenta alta taxa de crescimento sendo o N o nutriente mais

requerido para a formaccedilatildeo de folhas e frutos (LAVIOLA DIAS 2008) O N eacute essencial para a

assimilaccedilatildeo do carbono e formaccedilatildeo de novos oacutergatildeos na planta tais como gemas florais e

frutiacuteferas (MALAVOLTA VITTI OLIVEIRA 1997) uma vez que eacute o componente de

aminoaacutecidos proteiacutenas enzimas RNA DNA ATP clorofila e outras moleacuteculas (TAIZ

ZEIGER 2009) Na ausecircncia de N a planta tem o crescimento limitado tornando-se

amarelada pela perda da clorofila o que reflete em amadurecimento precoce perda de

produtividade e qualidade dos frutos (EPSTEIN BLOOM 2005)

O manejo do solo pode afetar os processos de consumo de aacutegua pelas plantas

modificando a aacutegua disponiacutevel no perfil Praacuteticas de fertilizaccedilatildeo como por exemplo a adiccedilatildeo

de N e P tem efeito indireto sobre a utilizaccedilatildeo da aacutegua por meio da melhoria da eficiecircncia

fisioloacutegica da planta (HATFIELD SAUER PRUEGER 2001)

Apesar de descrita como uma cultura indicada para regiotildees aacuteridas e semiaacuteridas

tolerante a restriccedilotildees na disponibilidade de aacutegua o pinhatildeo-manso tem gerado uma seacuterie de

43

afirmaccedilotildees contraditoacuterias com relaccedilatildeo a sua necessidade ou natildeo de irrigaccedilatildeo o que evidencia

a necessidade de estudos nas diversas regiotildees do Brasil para se avaliar a resposta da cultura

sob diferentes condiccedilotildees de cultivo e manejos de irrigaccedilatildeo Alguns autores descrevem a

espeacutecie com respostas positivas ao uso de irrigaccedilatildeo e principalmente a fatores relacionados agrave

produccedilatildeo e produtividade em cultivos comerciais possibilitando de trecircs a quatro colheitas por

ano (OPENSHAW 2000) Achten et al (2008) em trabalho sobre produccedilatildeo e uso de

biodiesel de pinhatildeo-manso destacam que embora o pinhatildeo-manso possa ser caracterizado

como uma planta tolerante a seca ainda natildeo se sabe qual a real resposta dessa cultura quando

irrigada e qual o comportamento do consumo hiacutedrico quando submetida a diferentes sistemas

de produccedilatildeo Os autores ainda mencionam a necessidade de irrigaccedilatildeo para garantir alta

produtividade nas regiotildees aacuteridas e semiaacuteridas

A quantidade e a qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo embora importantes para o

estabelecimento e praacutetica de manejo dos cultivos irrigados precisam tambeacutem ser

investigados O cultivo de pinhatildeo-manso submetido ao estresse hiacutedrico e uso de aacutegua salina

ou de reuso na irrigaccedilatildeo tem sido fonte de estudos recentes na mensuraccedilatildeo da adaptabilidade e

do desenvolvimento da planta onde bons resultados tem sido encontrados (SILVA et al

2010) A resposta do pinhatildeo-manso quanto agrave utilizaccedilatildeo de aacutegua residuaacuteria tem sido

satisfatoacuteria e apesar de possuir caracteriacutesticas de resistecircncia a periacuteodos secos o estresse

hiacutedrico sofrido pela cultura devido ao baixo conteuacutedo de aacutegua no solo tem reduzido

drasticamente o seu crescimento vegetativo (SOUSA et al 2012) peso dos cachos (SILVA et

al 2011) e caracteriacutesticas fisioloacutegicas como taxa fotossinteacutetica condutacircncia estomaacutetica e

transpiraccedilatildeo das plantas (SANTANA et al 2015) Sousa et al (2011) avaliaram o efeito do

estresse salino no crescimento e no consumo hiacutedrico no terceiro ano de cultivo do pinhatildeo-

manso e observaram que concentraccedilotildees acima de 16 dS m-1

causaram sensibilidade agrave cultura

que teve a aacuterea foliar e o nuacutemero de folhas como as variaacuteveis mais afetadas contradizendo

portanto a informaccedilatildeo relatada por DAGAR et al (2006) sobre a toleracircncia da cultura a altos

valores de condutividade eleacutetrica da aacutegua irrigaccedilatildeo

Embora haja muita especulaccedilatildeo sobre a quantidade de aacutegua exigida pelas plantas de

pinhatildeo-manso o consumo hiacutedrico ainda eacute pouco conhecido Lena (2013) determinou o

consumo hiacutedrico do pinhatildeo-manso em Piracicaba-SP comparando os meacutetodos de irrigaccedilatildeo por

gotejamento pivocirc central e cultivo natildeo irrigado na fase de formaccedilatildeo da cultura encontrando

valores de evapotranspiraccedilatildeo acumulada diaacuteria de cerca 5 mm dia-1

para o tratamento irrigado

por pivocirc central e de 3 e 2 mm dia-1

para os tratamentos irrigados por gotejamento e sem

irrigaccedilatildeo respectivamente O autor ainda ressalta que novos trabalhos precisam ser

44

elaborados para obter-se um melhor conhecimento da cultura a partir do seu terceiro ano de

cultivo Aleacutem disso trabalhos como o de Albuquerque et al (2009b) e Guimaratildees Santos e

Beltratildeo (2009) apresentam resultados bastante promissores para as praacuteticas de adubaccedilatildeo

nitrogenada e de irrigaccedilatildeo no crescimento inicial da cultura do pinhatildeo-manso o que mostra

que mesmo sendo uma cultura considerada por muitos como pouco exigente em fertilidade e

resistente a seca pode responder de maneira significativa quando natildeo houver restriccedilotildees desses

fatores

24 Qualidade do oacuteleo vegetal para produccedilatildeo de biocombustiacuteveis

A elevada demanda energeacutetica de combustiacuteveis foacutesseis no planeta estimulou o

interesse em fontes renovaacuteveis de energia que reduzam os impactos ambientais atualmente

presentes O uso de combustiacuteveis renovaacuteveis a eficiecircncia energeacutetica e proteccedilatildeo ambiental

tornaram-se questotildees importantes nos uacuteltimos anos (KUMAR CHAUBE JAIN 2012) A

utilizaccedilatildeo de biodiesel no Brasil e em outros paiacuteses tem apresentado grande potencial como

combustiacutevel contribuindo com a reduccedilatildeo dos niacuteveis de poluiccedilatildeo ambiental e como fonte

estrateacutegica de energia renovaacutevel em substituiccedilatildeo ao oacuteleo diesel mineral pois natildeo eacute toacutexico e

apresenta uma melhor qualidade de emissotildees durante o processo de combustatildeo (CORREcircA

ARBILLA 2006 LOcircBO FERREIRA CRUZ 2009)

Segundo Ramos et al (2003) qualquer mateacuteria-prima oleaginosa pode ser utilizada

para a produccedilatildeo de eacutesteres alquiacutelicos de aacutecidos graxos (biodiesel) mas a escolha da mateacuteria-

prima eacute um paracircmetro importante para a produccedilatildeo de biodiesel dentro das especificaccedilotildees

estabelecidas pelos oacutergatildeos reguladores Isso porque alguns oacuteleos vegetais apresentam

propriedades que o tornam inadequado para o uso direto em motores do ciclo diesel como sua

alta viscosidade acidez formaccedilatildeo de gomas devido agrave oxidaccedilatildeo e polimerizaccedilatildeo durante a

armazenagem e queima contribuindo para a diminuiccedilatildeo da lubricidade do oacuteleo e formaccedilatildeo de

depoacutesitos de carbono (FUKUDA KONDO NODA 2001) Sendo necessaacuterio adequar seu uso

por meio de algum processo quiacutemico para posterior utilizaccedilatildeo em motores que no caso datildeo

origem ao biocombustiacutevel

Como haacute uma grande variedade de mateacuterias-primas existentes para a produccedilatildeo de

biodiesel eacute plausiacutevel dizer que somente com o conhecimento pleno das propriedades que

determinam os padrotildees de qualidade do biodiesel eacute que seraacute possiacutevel estabelecer os

paracircmetros de controle que garantiratildeo o sucesso de sua incorporaccedilatildeo na matriz energeacutetica

45

nacional (RAMOS et al 2003) Neste sentido o Governo Federal por meio do Ministeacuterio da

Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (MAPA) publicou no DOU de 26122006 Seccedilatildeo 1

Paacutegina 140 a Instruccedilatildeo Normativa nordm 49 a qual estabelece o Regulamento Teacutecnico de

Identidade e Qualidade dos Oacuteleos Vegetais Refinados Nesta instruccedilatildeo estatildeo estabelecidos os

padrotildees de identidade que caracterizam os oacuteleos vegetais quais sejam iacutendice de acidez

iacutendice de peroacutexido densidade relativa iacutendice de refraccedilatildeo iacutendice de iodo cor e estabilidade

oxidativa a 110ordm C

241 Perfil composicional de aacutecidos graxos

Os oacuteleos utilizados como mateacuterias-primas para a produccedilatildeo de biodiesel satildeo obtidos de

diversas plantas oleaginosas O paiacutes devido a sua grande extensatildeo de terras de diferentes

classes de solo e clima disponibiliza inuacutemeras espeacutecies de oleaginosas que se diferenciam

principalmente pela composiccedilatildeo em aacutecidos graxos Os aacutecidos graxos presentes nos oacuteleos

vegetais satildeo aacutecidos carboxiacutelicos constituiacutedos por hidrogecircnio e carbono em sua cadeia

molecular Segundo Redaacute e Carneiro (2007) os aacutecidos graxos se diferem a partir do

comprimento de sua cadeia carbocircnica do nuacutemero orientaccedilatildeo e da posiccedilatildeo de insaturaccedilotildees

presentes na cadeia e da presenccedila de grupamentos quiacutemicos

Os aacutecidos graxos satildeo classificados como saturados mono e poli-insaturados

dependendo do nuacutemero de duplas ligaccedilotildees na sua cadeia de carbonos (Figura 3) Os saturados

natildeo contecircm dupla ligaccedilatildeo entre os aacutetomos de carbono Os monoinsaturados contecircm uma uacutenica

dupla ligaccedilatildeo e os poli-insaturados (linolecircnico linoleico e araquidocircnico) com duas ou mais

duplas ligaccedilotildees

46

Figura 3 - Tipos de aacutecidos graxos

Fonte wwazeitecombr

O conhecimento da composiccedilatildeo em aacutecidos graxos do oacuteleo vegetal eacute muito importante

porque muitas das propriedades do biodiesel tecircm origem nas estruturas dos aacutecidos graxos

originais As caracteriacutesticas do biodiesel que satildeo determinadas pela composiccedilatildeo dos eacutesteres de

aacutecidos graxos incluem qualidade da igniccedilatildeo calor de combustatildeo escoamento a frio

estabilidade oxidativa viscosidade e lubricidade (CAMARGOS 2005)

A anaacutelise da composiccedilatildeo dos aacutecidos graxos constitui o primeiro passo para a avaliaccedilatildeo

da qualidade do oacuteleo bruto eou seus produtos de transformaccedilatildeo Para determinar a

composiccedilatildeo em aacutecidos graxos meacutetodos cromatograacuteficos (cromatografia liacutequida e gasosa) e

ressonacircncia magneacutetica nuclear de hidrogecircnio podem ser utilizados (WUST 2004)

A cromatografia eacute um meacutetodo fiacutesico-quiacutemico de separaccedilatildeo A teacutecnica estaacute

fundamentada na migraccedilatildeo diferencial dos componentes de uma mistura que ocorre devido a

diferentes interaccedilotildees entre duas fases imisciacuteveis a fase moacutevel e a fase estacionaacuteria A grande

variedade de combinaccedilotildees entre fases moacuteveis e estacionaacuterias a torna uma teacutecnica

extremamente versaacutetil e de grande aplicaccedilatildeo (DEGANI CASS VIEIRA 1998) Ainda de

acordo com Degani Cass e Vieira (1998) a cromatografia gasosa eacute uma das teacutecnicas

analiacuteticas mais utilizadas Aleacutem de possuir um alto poder de resoluccedilatildeo eacute muito atrativa

devido agrave possibilidade de detecccedilatildeo em escala de nano a picogramas (10ndash9

- 10-12

g) A grande

limitaccedilatildeo deste meacutetodo eacute a necessidade de que a amostra seja volaacutetil ou estaacutevel termicamente

embora amostras natildeo volaacuteteis ou instaacuteveis possam ser derivadas quimicamente

47

A ressonacircncia magneacutetica nuclear (RMN) eacute um meacutetodo espectroscoacutepico de 1H que

assim como as demais teacutecnicas espectroscoacutepicas satildeo baseadas no princiacutepio de que as

moleacuteculas e aacutetomos podem interagir de diferentes formas com a radiaccedilatildeo eletromagneacutetica

revelando informaccedilotildees estruturais e termodinacircmicas de forma qualitativa eou quantitativa

dependendo da intensidade e do comprimento de onda da radiaccedilatildeo utilizada Os meacutetodos

espectroscoacutepicos possibilitam anaacutelises raacutepidas e diretas podendo detectar vaacuterios compostos

simultaneamente (IBANtildeEZ CIFUENTES 2001) aleacutem de permitir uma boa reprodutibilidade

na detecccedilatildeo dos componentes (BELTON et al 1996) Embora a teacutecnica possua as vantagens

na rapidez e na confiabilidade na determinaccedilatildeo quantitativa dos compostos soluacuteveis em uma

mistura o aparelho de RMN 1H apresenta um limite de detecccedilatildeo na ordem de partes por

milhatildeo o que pode natildeo ser possiacutevel agrave identificaccedilatildeo de compostos com baixiacutessima quantidade

nas amostras (BELTON et al 1996) O que pode se tornar uma vantagem quando a finalidade

eacute identificar apenas os componentes majoritaacuterios da amostra e os componentes traccedilos podem

ser desprezados

Os aacutecidos graxos presentes nos oacuteleos e gorduras satildeo constituiacutedos geralmente por

aacutecidos carboxiacutelicos que contecircm de 4 a 30 aacutetomos de carbono e podem ser saturados ou

insaturados A distinccedilatildeo dos oacuteleos com base no seu grau de insaturaccedilatildeo no tamanho das

moleacuteculas e pela presenccedila ou natildeo de grupos quiacutemicos reflete diretamente nas qualidades do

biocombustiacutevel produzido (WUST 2004)

Longa cadeia de aacutecidos graxos e pequeno nuacutemero de insaturaccedilotildees (duplas ligaccedilotildees)

ocasionam maior nuacutemero de cetano e lubricidade do combustiacutevel Entretanto um aumento no

nuacutemero de cetano ocasiona tambeacutem um aumento no ponto de neacutevoa e de entupimento (maior

sensibilidade aos climas frios) As moleacuteculas satildeo menos estaacuteveis quimicamente com nuacutemero

de insaturaccedilotildees elevado e isso pode provocar inconvenientes devido a oxidaccedilotildees degradaccedilotildees

e polimerizaccedilotildees do combustiacutevel se inadequadamente armazenado ou transportado

(BELTRAtildeO OLIVEIRA 2008)

Dessa forma tanto os eacutesteres alquiacutelicos de aacutecidos graxos saturados (laacuteurico palmiacutetico

esteaacuterico) como os de poli-insaturados (linoleico linolecircnico) possuem alguns inconvenientes

uma vez que satildeo pouco resistentes agrave oxidaccedilatildeo e o nuacutemero de cetano eacute geralmente baixo

Poreacutem satildeo mais facilmente degradados desaparecendo do meio ambiente em periacuteodos de

tempo mais curtos sendo mais vantajosos do ponto de vista ambiental (GOMES 2009)

Os oacuteleos saturados do tipo esteaacuterico ou palmiacutetico satildeo pouco fluiacutedos (grande

viscosidade) mas satildeo resistentes agrave oxidaccedilatildeo Encontram-se normalmente no estado soacutelido agrave

temperatura ambiente Geralmente apresentam um iacutendice de cetano excelente Poreacutem sua alta

48

viscosidade aliados agrave resistecircncia agrave oxidaccedilatildeo dificultam a sua degradaccedilatildeo remoccedilatildeo e limpeza

(GOMES 2009)

De uma forma geral um biodiesel com predominacircncia de aacutecidos graxos combinados

monoinsaturados (oleico ricinoleico) satildeo os que apresentam os melhores resultados

(BELTRAtildeO OLIVEIRA 2008)

A qualidade do oacuteleo eacute uma funccedilatildeo do seu perfil de aacutecidos graxos Oacuteleos com alto teor

de aacutecido oleico satildeo adequados para uso alimentar devido agrave sua longa vida de prateleira

enquanto que uma quantidade de aacutecido linoleico inferior a 3 eacute preferiacutevel para a estabilidade

do oacuteleo e para a produccedilatildeo de biodiesel eacute desejaacutevel um baixo conteuacutedo de aacutecidos graxos

saturados (RAJU EZRADANAM 2002) Sementes com alta razatildeo de aacutecido oleicolinoleico

podem indicar uma maior estabilidade e vida uacutetil mais longa (KAUSHIK BHARDWAJ

2013)

Ao lado de produccedilatildeo de sementes o teor de oacuteleo e a composiccedilatildeo de aacutecidos graxos satildeo

os dois principais paracircmetros bioquiacutemicos do pinhatildeo-manso que satildeo muito importantes para a

seleccedilatildeo de sementes com um alto rendimento e com alto teor de aacutecido graxo poli-insaturado

(KAUSHIK BHARDWAJ 2013) A composiccedilatildeo de aacutecidos graxos do pinhatildeo-manso eacute

classificado como um tipo de aacutecido linoleico ou oleico que satildeo aacutecidos graxos insaturados

utilizados como mateacuteria-prima para a produccedilatildeo de biodiesel (MITTELBACH

REMSCHMIDT 2004 ONG et al 2013) Apesar da importacircncia desta espeacutecie haacute poucos

trabalhos na literatura que mostram a influecircncia no manejo do pinhatildeo-manso na composiccedilatildeo

dos aacutecidos graxos presentes no oacuteleo da semente

A correta disponibilidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo para as plantas de pinhatildeo-manso

evitando a sua falta ou o seu uso excessivo pode ocasionar em um oacuteleo com melhores

caracteriacutesticas para a produccedilatildeo de biodiesel quanto ao seu perfil composicional Kheira e Atta

(2009) ao avaliarem as caracteriacutesticas do oacuteleo de pinhatildeo-manso encontraram nas plantas

manejadas com 100 da evapotranspiraccedilatildeo potencial (ETp) os melhores valores da razatildeo de

aacutecido oleicolinoleico em comparaccedilatildeo aos tratamentos irrigados com deacuteficit e com excesso O

uso da fertilizaccedilatildeo nitrogenada aleacutem de auxiliar no aumento da produtividade de gratildeos de

pinhatildeo-manso se correlaciona positivamente no efeito de alguns aacutecidos graxos do seu oacuteleo

tendo para o aacutecido oleico o seu maior efeito (AKBARIAN MODAFEBEHZADI

BAGHERIPOUR 2012)

49

242 Iacutendices de qualidade

Algumas caracteriacutesticas satildeo indicativas da qualidade de um produto No que se refere

aos oacuteleos vegetais paracircmetros fiacutesicos e quiacutemicos satildeo analisados e utilizados para garantir a

qualidade dos mesmos para a produccedilatildeo de biodiesel pois eacute por meio destes resultados que se

estabelece a teacutecnica que seraacute utilizada na sua produccedilatildeo e se haacute ou natildeo a necessidade do uso

de um preacute-tratamento da mateacuteria-prima (MELO 2012)

Desta forma satildeo determinados os iacutendices de acidez iodo peroacutexido e refraccedilatildeo aleacutem da

densidade relativa estabilidade oxidativa entre outros Estes paracircmetros de qualidade assim

como outros natildeo citados podem ser determinados por meacutetodos de referecircncia como os

estabelecidos pela AOCS (American Oil Chemistsrsquo Society) ou pela Ethiopian Standard os

quais tecircm sido bastante empregados por muitos laboratoacuterios e induacutestrias

O teor de acidez eacute uma das principais caracteriacutesticas relacionadas com a qualidade da

mateacuteria-prima Vaacuterios fatores podem influenciar a acidez de um oacuteleo vegetal mas o principal

eacute o tratamento dado ainda agraves sementes durante a colheita e armazenamento (PEREIRA 2007)

Estaacute diretamente relacionado com a quantidade de aacutecidos graxos livres presentes no material

lipiacutedico originados da hidroacutelise dos triacilgliceriacutedeos nas condiccedilotildees de conservaccedilatildeo e

processamento dos oacuteleos vegetais (MORETTO FETT 1998)

A alta acidez do biodiesel pode levar agrave sua degradaccedilatildeo mais raacutepida levando agrave

formaccedilatildeo de precipitados provocando o entupimento do filtro de combustiacutevel ou a

diminuiccedilatildeo de sua pressatildeo aleacutem de acelerar a corrosatildeo de partes metaacutelicas do motor e dos

sistemas de injeccedilatildeo (FLUMIGNAN et al 2012 VISENTAINER SANTOS JUacuteNIOR 2013)

O monitoramento do iacutendice de acidez ou nuacutemero de acidez no biodiesel eacute de grande

importacircncia tambeacutem durante a estocagem na qual a alteraccedilatildeo nos valores de acidez pode

significar a presenccedila de aacutegua eou degradaccedilatildeo oxidativa (FLUMIGNAN et al 2012)

O iacutendice de iodo eacute uma medida da insaturaccedilatildeo total dentro de uma mistura de aacutecido

graxo Aleacutem de indicar o grau quantitativo de insaturaccedilotildees no biodiesel ou oacuteleo

vegetalanimal o iacutendice de iodo eacute dependente do tipo de matriz utilizada O nuacutemero de

insaturaccedilotildees se trata de um importante componente na caracterizaccedilatildeo do oacuteleo vegetal e

consequentemente do biodiesel que seraacute produzido pois aleacutem de apresentar efeito nos valores

de densidade e de viscosidade dos biodieseis tambeacutem eacute de grande importacircncia na estabilidade

oxidativa dos biodieseis (FLUMIGNAN et al 2012)

50

O nuacutemero de iodo revela o nuacutemero de insaturaccedilotildees de uma determinada amostra e esse

valor constitui um dos paracircmetros de identidade dos oacuteleos vegetais pois cada dupla ligaccedilatildeo de

um aacutecido graxo pode incorporar dois aacutetomos de halogecircnio Por essa razatildeo quanto maior a

insaturaccedilatildeo de um aacutecido graxo maior seraacute a sua capacidade de absorccedilatildeo de iodo e

consequentemente maior seraacute o iacutendice de iodo (MORETTO FETT 1998)

Este meacutetodo consiste no tratamento da amostra de oacuteleo vegetal e animal ou biodiesel

com iodo em excesso que reage com as duplas ligaccedilotildees O iodo natildeo reagido eacute entatildeo titulado

com tiossulfato de soacutedio e o resultado expresso como gramas de iodo que reagem com as

insaturaccedilotildees em 100 g de amostra (FLUMIGNAN et al 2012) Segundo Ramos et al (2009)

o iacutendice de iodo de um oacuteleo vegetal ou de uma gordura animal eacute quase idecircntico ao do metil-

eacutester correspondente

O iacutendice de peroacutexido determina todas as substacircncias que oxidam o iodeto de potaacutessio a

iodo Estas substacircncias satildeo consideradas como sendo peroacutexidos ou produtos similares

provenientes da oxidaccedilatildeo das gorduras Os peroacutexidos satildeo produtos primaacuterios da oxidaccedilatildeo de

lipiacutedeos (AOCS 2003) Eacute um indicador muito sensiacutevel no estaacutedio inicial da oxidaccedilatildeo e sua

presenccedila eacute indiacutecio de que a deterioraccedilatildeo do sabor e odor em funccedilatildeo de sua instabilidade estaacute

por acontecer Quando sua concentraccedilatildeo atinge certo niacutevel mudanccedilas complexas ocorrem

formando compostos de baixo peso molecular oriundos de sua degradaccedilatildeo (REGITANO-

DacuteARCE 2006)

O iacutendice de peroacutexido eacute o mais usado para indicar o grau de oxidaccedilatildeo O valor de

peroacutexido eacute a medida do teor de oxigecircnio reativo expresso em termos de milequivalentes de

oxigecircnio por 1000 g de oacuteleo ou como milimoles de peroacutexido por quilo de moleacutecula graxa (1

milimol = 2 milequivalentes) (AOCS 2003) As substacircncias quantificadas satildeo geralmente

peroacutexidos e outros produtos similares resultantes da oxidaccedilatildeo lipiacutedica A aplicaccedilatildeo do iacutendice

de peroacutexido se daacute em todo o tipo de gordura ou oacuteleo (AOCS 2003)

Durante essa anaacutelise a amostra com solvente eacute adicionada em uma soluccedilatildeo de iodeto

de potaacutessio saturada Desta forma os iacuteons de iodo reagem com os peroacutexidos produzindo I2

Como indicador eacute adicionado amido que na presenccedila de I2 se colore de azul Ao titular-se a

soluccedilatildeo com tiossulfato de soacutedio ocorreraacute a oxidaccedilatildeo a tetrationato de soacutedio e o iodo eacute

reduzido a I- causando perda na cor azulada logo a quantidade de tiossulfato consumida eacute

proporcional agrave quantidade de iacuteons de iodeto presentes e indiretamente de peroacutexido

(BACCAN et al 1985)

O iacutendice de refraccedilatildeo de uma substacircncia eacute a relaccedilatildeo entre a velocidade da luz no vaacutecuo

e a velocidade da luz na substacircncia testada Eacute um paracircmetro fiacutesico importante para garantir a

51

qualidade dos oacuteleos Ele varia na razatildeo inversa da temperatura e eleva-se com o aumento do

comprimento da cadeia e tambeacutem com o grau de insaturaccedilatildeo dos aacutecidos graxos constituintes

dos trigliceriacutedeos (PEREIRA 2007) Por depender fortemente da temperatura as suas medidas

devem ser feitas em temperatura constante O iacutendice de refraccedilatildeo de oacuteleos e gorduras eacute muito

usado como criteacuterio de qualidade e identidade pois quando referente a um oacuteleo este iacutendice

aumenta com o iacutendice de iodo e pode ser usado no controle de processos de hidrogenaccedilatildeo de

oacuteleos insaturados (CECCHI 2003)

A densidade do biodiesel estaacute diretamente ligada com a estrutura molecular das suas

moleacuteculas Quanto maior o comprimento da cadeia carbocircnica do alquileacutester maior seraacute a

densidade no entanto este valor decresceraacute quanto maior forem o nuacutemero de insaturaccedilotildees

presentes na moleacutecula A presenccedila de impurezas tambeacutem poderaacute influenciar na densidade do

biodiesel como por exemplo o aacutelcool ou substacircncias adulterantes (LOcircBO FERREIRA

CRUZ 2009) Como eacute caracteriacutestica de cada substacircncia a determinaccedilatildeo da densidade em

oacuteleos eacute um paracircmetro importante para verificar se houve adulteraccedilatildeo com a adiccedilatildeo de aacutegua ou

substacircncias dissolvidas dentro das amostras (presenccedila de contaminantes)

A estabilidade agrave oxidaccedilatildeo ou estabilidade oxidativa reflete o tempo que o biodiesel ou

oacuteleo vegetal leva para se degradar formando compostos orgacircnicos volaacuteteis A estabilidade

oxidativa do biodiesel estaacute diretamente relacionada com o grau de insaturaccedilatildeo dos

alquieacutesteres presentes como tambeacutem com a posiccedilatildeo das duplas ligaccedilotildees na cadeia carbocircnica

(VISENTAINER SANTOS JUacuteNIOR 2013) Quanto maior o nuacutemero de insaturaccedilotildees (maior

iacutendice de iodo) mais susceptiacutevel estaacute a moleacutecula agrave degradaccedilatildeo tanto teacutermica quanto oxidativa

formando produtos insoluacuteveis que ocasionam formaccedilatildeo de depoacutesitos e entupimento do

sistema de injeccedilatildeo de combustiacutevel do motor (FLUMIGNAN et al 2012)

52

53

3 MATERIAL E MEacuteTODOS

31 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea experimental

A aacuterea experimental com a cultura e os lisiacutemetros jaacute instalados estaacute situada no

Departamento de Engenharia de Biossistemas na Fazenda Areatildeo da Escola Superior de

Agricultura ldquoLuiz de Queirozrdquo da Universidade de Satildeo Paulo (ESALQ ndash USP) em

Piracicaba-SP (latitude 22deg42rsquo30rdquoS longitude 47deg30rsquo00rdquo e altitude de 546 m) Aleacutem da aacuterea

cultivada com pinhatildeo-manso a aacuterea experimental conta ainda com um sistema de irrigaccedilatildeo

por pivocirc central barracatildeo para maacutequinas equipamentos e salas de apoio sistema de

bombeamento de aacutegua do rio Piracicaba para um accedilude casa de bombas para irrigaccedilatildeo

localizada e pivocirc central e painel controlador da irrigaccedilatildeo localizada (Figura 4)

O clima da regiatildeo segundo a classificaccedilatildeo de Koumlppen eacute Cwa denominado tropical de

altitude sendo caracterizado por grandes volumes de chuvas no veratildeo e por estiagem no

inverno (PEREIRA ANGELOCCI SENTELHAS 2002) A precipitaccedilatildeo meacutedia anual eacute de

1328 mm e a temperatura meacutedia anual de 216ordmC sendo a meacutedia em julho o mecircs mais frio

com 17ordmC e a meacutedia em janeiro e fevereiro como meses mais quentes com 25ordmC (CEPAGRI

2013)

O preparo inicial da aacuterea experimental junto com o transplantio das mudas ocorreu em

meados de dezembro de 2011 com as plantas dispostas no espaccedilamento de 3 m entre plantas

e 4 m entre linhas (12 m2 de aacuterea para cada uma) totalizando 833 plantas ha

-1

A aacuterea experimental com pinhatildeo-manso foi dividida de acordo com o manejo hiacutedrico

utilizado sendo composta pelos tratamentos irrigados por pivocirc central e natildeo irrigado

(sequeiro) Na Figura 4 encontra-se o croqui da aacuterea experimental onde pode ser observada a

disposiccedilatildeo dos sistemas de irrigaccedilatildeo no campo e a aacuterea total utilizada para cada tratamento A

aacuterea experimental localizou-se proacuteximo da estaccedilatildeo meteoroloacutegica da Fazenda Areatildeo da

ESALQUSP (Figura 4) o que contribuiu para a determinaccedilatildeo de variaacuteveis meteoroloacutegicas in

loco utilizados conjuntamente com os dados lisimeacutetricos para a realizaccedilatildeo do manejo de

irrigaccedilatildeo A estaccedilatildeo meteoroloacutegica dispotildee de um datalogger para leitura dos sensores de

temperatura umidade relativa do ar radiaccedilatildeo solar global velocidade e direccedilatildeo do vento

pressatildeo atmosfeacuterica saldo de radiaccedilatildeo e chuva

54

Figura 4 - Croqui da aacuterea experimental contendo as aacutereas de cada manejo hiacutedrico e a estaccedilatildeo meteoroloacutegica

O sistema de pivocirc central eacute composto de trecircs torres sobre rodas com 183 m de raio e

capaz de irrigar uma aacuterea de 105 haacute com uma vazatildeo real de 90 msup3 h-1

Quando acionado em

sua velocidade maacutexima (com relecirc ligado agrave 100 no painel controlador) aplica de acordo com

as especificaccedilotildees do fabricante uma lacircmina bruta de 44 mm em toda a aacuterea apoacutes cinco horas

e seis minutos (tempo total para uma volta inteira) Apoacutes a instalaccedilatildeo do sistema de irrigaccedilatildeo

testes de avaliaccedilatildeo foram realizados e foram verificados os seguintes paracircmetros Coeficiente

de Uniformidade de Christiansen (CUC) de 821 Coeficiente de uniformidade de

distribuiccedilatildeo (CUD) de 642 e eficiecircncia de aplicaccedilatildeo (Ea) de 777

32 Descriccedilatildeo dos tratamentos e delineamento experimental

A aacuterea irrigada por pivocirc central e sem irrigaccedilatildeo tiveram como tratamentos diferentes

doses de adubaccedilatildeo nitrogenada a base de ureia utilizando 150 100 50 e o tratamento

controle com 0 da recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo para a cultura (FACT 2010) Os tratamentos

aplicados na aacuterea irrigada por pivocirc central foram denominados como P1 P2 P3 e P4

respectivamente para 150 100 50 e 0 da adubaccedilatildeo nitrogenada Enquanto na aacuterea sem

irrigaccedilatildeo os tratamentos aplicados foram denominados de acordo com os tratamentos citados

respectivamente como S1 S2 S3 e S4 A aacuterea irrigada por pivocirc central recebeu uma lacircmina

55

Tratamento S1 (150 de N)

LEGENDA

Tratamento S4 (0 de N)

Tratamento S3 (50 de N)

Tratamento S2 (100 de N)

de irrigaccedilatildeo uniforme equivalente a 100 da evapotranspiraccedilatildeo da cultura que foi

determinada por meio de dois lisiacutemetros de pesagem localizados ao lado da aacuterea em estudo

O delineamento experimental de cada aacuterea foi em blocos casualizados sendo dividida

em 4 blocos por aacuterea o que implicou em 16 unidades experimentais para cada aacuterea

totalizando portanto 32 unidades experimentais (Figura 5) A anaacutelise conjunta dos dados

entretanto foi realizada como anaacutelise de grupos de experimentos (BANZATTO KRONKA

2008) A instalaccedilatildeo de cada tratamento foi determinada por linha de plantio onde realizou-se

previamente o sorteio dos tratamentos dentro de cada bloco O esquema da anaacutelise de

variacircncia para o experimento realizado com anaacutelise agrupada dos dois experimentos eacute

expresso na Tabela 3

Figura 5 - Esquema da distribuiccedilatildeo dos tratamentos na aacuterea sem irrigaccedilatildeo

As aplicaccedilotildees dos tratamentos assim como o iniacutecio dos estudos na aacuterea

experimental se iniciaram apoacutes o final do primeiro ciclo produtivo da cultura (final do

segundo ciclo de cultivo) em agosto de 2013 Os estudos foram realizados durante o terceiro

e quarto ano de cultivo da cultura o que correspondeu aos anos agriacutecolas de 20132014 e

20142015 com o iniacutecio do ciclo a partir do mecircs de agosto eacutepoca na qual todos os frutos jaacute

foram colhidos e por apresentar um periacuteodo caracteriacutestico marcado pela eacutepoca da poda de

renovaccedilatildeo ou limpeza (agosto) e encerrando-se no mecircs julho com o final da queda das folhas

(final do periacuteodo de senescecircncia)

56

Tabela 3 - Esquema da anaacutelise de variacircncia

Fontes de Variaccedilatildeo Grau de Liberdade

Blocos dentro de Irrigaccedilatildeo 6

Irrigaccedilatildeo (I) 1

Doses de N (N) 3

Interaccedilatildeo I x N 3

Resiacuteduo Meacutedio 18

Total 31

33 Caracterizaccedilatildeo do solo

As anaacutelises fiacutesico-hiacutedrico do solo foram realizadas no Laboratoacuterio de Fiacutesica do Solo

do Departamento de Engenharia de Biossistemas da ESALQ-USP e no Laboratoacuterio PiraSolos

em Piracicaba-SP

O solo da aacuterea experimental foi classificado como NITOSSOLO VERMELHO

Eutroacutefico (EMBRAPA 2013) apresentando para todas as aacutereas utilizadas textura argilosa nas

camadas de 0-02 m e 02-04 m e muito argilosa na camada 04-06 m de acordo com os

criteacuterios do Sistema Brasileiro de Classificaccedilatildeo de Solos (EMBRAPA 2013)

A caracterizaccedilatildeo da anaacutelise granulomeacutetrica do solo da aacuterea experimental foi resultado

da meacutedia de trecircs repeticcedilotildees de cada aacuterea experimental nas camadas de 0-020 m 020-040 m

e 040-060 m que se enquadram dentro da camada de maior influecircncia do sistema radicular

da cultura do pinhatildeo-manso (ALVES JUacuteNIOR et al 2014) Na realizaccedilatildeo da referida anaacutelise

foi adotada a metodologia de Bouyoucos (Tabela 4) conforme as recomendaccedilotildees de

Donagema et al (2011) A caracterizaccedilatildeo e elaboraccedilatildeo das curvas de retenccedilatildeo caracteriacutesticas

do solo para a aacuterea experimental foram descritos por Flumignan (2012)

Tabela 4 - Composiccedilatildeo textural do solo da aacuterea experimental

Aacuterea de cultivo Camada (m) Argila Silte Areia

Classe Textural ------------------g kg

-1------------------

Pivocirc Central

0-02 464 296 240 Argilosa

02-04 498 292 210 Argilosa

04-06 576 264 160 Muito Argilosa

Sequeiro

0-02 505 245 250 Argilosa

02-04 502 248 250 Argilosa

04-06 621 179 200 Muito Argilosa

57

A partir da caracterizaccedilatildeo inicial do solo feita por Flumignan (2012) e com outras

anaacutelises posteriores para comparaccedilatildeo adotou-se para a aacuterea sem irrigaccedilatildeo os valores da

capacidade de campo (cc) e o ponto de murchamento permanente (pmp) para as camadas de

0-040 m e 040-080 m respectivamente de 042 e 032 cmsup3 cm-sup3 e 043 e 033 cmsup3 cm

-sup3 A

densidade do solo representativa da aacuterea sem irrigaccedilatildeo foram de 153 145 141 e 127 g cm-sup3

para as camadas de 0-020 m 020-040 m 040-060 m e 060-080 m respectivamente Jaacute

para o solo da aacuterea irrigada por pivocirc central a capacidade de campo e o ponto de

murchamento permanente para as camadas de 0-040 m e 040-080 m foram de 044 e 031 e

046 e 035 respectivamente A densidade do solo representativa da aacuterea irrigada foram de

155 146 141 e 131 g cm-sup3 respectivamente para as camadas de 0-020 m 020-040 m

040-060 m e 060-080 m

A caracterizaccedilatildeo quiacutemica inicial do solo foi realizada mediante anaacutelise de amostras

compostas coletadas nas camadas de 0-020 e 020-040 m de profundidade nas duas aacutereas de

influecircncia do cultivo antes da aplicaccedilatildeo dos tratamentos Para as condiccedilotildees quiacutemicas

encontradas nas anaacutelises de solo natildeo foi necessaacuterio agrave aplicaccedilatildeo de calagem pelos valores da

saturaccedilatildeo por bases estarem acima de 60 Na Tabela 5 estatildeo apresentados os resultados da

anaacutelise de fertilidade

Tabela 5 - Anaacutelise quiacutemica da aacuterea experimental

Aacuterea de

manejo

Camada

(m)

pH

CaCl2

MO P S

(SO4)

K+ Ca

2+ Mg

2+ H+Al Al

3+ Sat

Bases

g dm-3

-mg dm-3

- ------------mmolcdm-3

----------- V

Pivocirc

Central

0-02 60 18 10 26 25 55 18 20 0 79

02-04 58 9 2 32 12 47 21 20 0 78

Sequeiro 0-02 55 18 18 22 13 49 13 25 0 72

02-04 55 11 4 26 10 44 12 25 0 70

34 Caracterizaccedilatildeo da aacutegua de irrigaccedilatildeo

A aacutegua utilizada no experimento foi proveniente do sistema do reservatoacuterio de aacutegua

localizado dentro da Fazenda Areatildeo e usada exclusivamente para fornecimento de aacutegua para

as culturas localizadas na aacuterea experimental Para saber se o conteuacutedo fiacutesico-quiacutemico da aacutegua

utilizada na irrigaccedilatildeo poderia influenciar na disposiccedilatildeo dos nutrientes fornecidos para a

cultura por meio da adubaccedilatildeo foi realizada uma anaacutelise da qualidade da aacutegua para verificar as

58

caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas presentes (Tabela 6) A anaacutelise fiacutesico-quiacutemica da aacutegua de

irrigaccedilatildeo foi realizada pelo Laboratoacuterio de Ecologia Aplicada localizada no Departamento de

Ciecircncias Florestais na ESALQUSP

Tabela 6 - Resultados da anaacutelise fiacutesico-quiacutemica da aacutegua utilizada para irrigaccedilatildeo

Paracircmetro Siacutembolo Unidade Resultado VMP(1)

Acidez pH - 68 60-95

Acidez (CaCO3) - mg L-1

(CaCO3) 63 -

Condutividade eleacutetrica CEa dSm-1

(25degC) 01 15

Alcalinidade Carbonato CO3= mg L

-1 0 -

Alcalinidade Bicarbonato HCO3- mg L-1

158 -

Alcalinidade Total 2CO32-

+ HCO3- mg L

-1 158 500

Caacutelcio Ca++

mg L-1

17 75

Magneacutesio Mg++

mg L-1

10 150

Sulfato SO4= mg L

-1 119 250

Nitrogecircnio - Nitrato N - NO3- mg L

-1 08 10

Nitrogecircnio - Amocircnio N - NH4+ mg L

-1 01 15

Foacutesforo - Fosfato P - PO43-

mg L-1

006 006

Potaacutessio K+ mg L

-1 23 -

Soacutedio Na+ mg L

-1 60 -

Dureza Total (CaCO3) - mg L-1

128 500

(1) Valores maacuteximos permitidos

De acordo com a classificaccedilatildeo da University of Califoacuternia Committee of Consultantes

(UCCC 1974) a aacutegua utilizada para irrigaccedilatildeo de foi classificada como C1S2 ou seja aacutegua

com baixo risco de salinidade o que eacute considerada adequada ao uso para a irrigaccedilatildeo O risco

de sodicidade foi considerado praticamente nulo devido ao baixo valor da razatildeo de adsorccedilatildeo

de soacutedio corrigida calculado com os resultados da anaacutelise assim como os baixos teores de

soacutedio apresentados na anaacutelise que garantem a ausecircncia de toxicidade desse elemento

35 Manejo da irrigaccedilatildeo

O manejo da irrigaccedilatildeo com a quantificaccedilatildeo da lacircmina de irrigaccedilatildeo a ser aplicada e a

determinaccedilatildeo da evapotranspiraccedilatildeo nos tratamentos foi realizada pela metodologia da

lisimetria de pesagem direta descrita por Lena (2013) e tambeacutem realizada na mesma aacuterea

experimental Essa metodologia consiste na utilizaccedilatildeo de tanques de metal preenchidos com

59

solo da proacutepria aacuterea experimental e que satildeo apoiados sobre um sistema de pesagem de alta

precisatildeo Basicamente o sistema de lisimetria proporciona a mediccedilatildeo das entradas e saiacutedas de

aacutegua do sistema Foram utilizados dois lisiacutemetros por aacuterea totalizando portanto quatro

lisiacutemetros no experimento que foram previamente dimensionados para que sua superfiacutecie

respeitasse o espaccedilamento das plantas e o pleno desenvolvimento do sistema radicular e da

parte aeacuterea da cultura Cada lisiacutemetro eacute ciliacutendrico e apresenta 391 m de diacircmetro interno (12

m2 de aacuterea) por 13 m de profundidade uacutetil do solo O sistema ainda apresenta um sistema de

drenagem que eacute composto por reservatoacuterios de armazenamento de aacutegua constituiacutedos de tubos

de PVC os quais possibilitam o armazenamento da aacutegua drenada atraveacutes do perfil do solo O

detalhamento da calibraccedilatildeo e das instalaccedilotildees dos lisiacutemetros utilizados na aacuterea experimental eacute

descrita por Flumignan (2012) Na Figura 6 eacute apresentado um esquema sobre o balanccedilo de

aacutegua no solo feito pelos lisiacutemetros

Figura 6 - Balanccedilo hiacutedrico do sistema de lisiacutemetro de pesagem com as entradas e saiacutedas de aacutegua do sistema

sendo ET a evapotranspiraccedilatildeo E a evaporaccedilatildeo T a transpiraccedilatildeo I a irrigaccedilatildeo R o escoamento

superficial e P a precipitaccedilatildeo Fonte Lena (2013)

A determinaccedilatildeo da quantidade de aacutegua necessaacuteria para repor a evapotranspiraccedilatildeo foi

calculada semanalmente para a aacuterea irrigada por pivocirc central A irrigaccedilatildeo foi realizada de

maneira manual ajustando o percentiacutemetro da velocidade de deslocamento circular

(caminhamento) do pivocirc a cada irrigaccedilatildeo de forma que fosse aplicada a lacircmina de aacutegua

desejada Um dia anterior agrave irrigaccedilatildeo os dados dos lisiacutemetros foram coletados e analisados

sendo possiacutevel verificar a lacircmina de aacutegua que foi necessaacuteria para repor na semana colocando

o armazenamento de aacutegua no solo na condiccedilatildeo de capacidade de campo para os tratamentos

60

irrigados A determinaccedilatildeo da evapotranspiraccedilatildeo da cultura (ETc) para o posterior manejo da

lacircmina a ser reposta pela irrigaccedilatildeo foi determinada pela contabilidade das entradas saiacutedas e

armazenamento de aacutegua nos lisiacutemetros (LENA 2013)

A profundidade efetiva do sistema radicular considerada foi de 50 cm baseado

principalmente nos trabalhos de Krishnamurthy et al (2012) e Alves Juacutenior et al (2014) que

apresentam que o sistema eacute capaz de atingir profundidades maiores que 1 metro poreacutem

apresenta a maioria das raiacutezes principalmente as responsaacuteveis pela absorccedilatildeo de aacutegua nas

camadas mais superficiais A capacidade de aacutegua disponiacutevel (CAD) foi determinada a partir

dos valores de umidade volumeacutetrica do solo no ponto de murcha permanente e na capacidade

de campo obtidas para cada aacuterea de manejo hiacutedrico adotado

Devido agrave alta escassez hiacutedrica ocasionada pela baixa pluviosidade ocorrida durante o

ano agriacutecola de 2014 em toda a regiatildeo Sudeste e no municiacutepio de Piracicaba-SP e com a

draacutestica reduccedilatildeo do niacutevel do reservatoacuterio localizado na Fazenda Areatildeo as praacuteticas de

irrigaccedilatildeo e o seu manejo foram realizados apenas no primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo (3ordm ano de

cultivo) sendo suspensas no ciclo seguinte devido a sua impossibilidade pelo baixo niacutevel do

reservatoacuterio no local e para que o mesmo pudesse se reestabelecer em um menor periacuteodo de

tempo Com o cessamento das irrigaccedilotildees na aacuterea de cultivo sob o pivocirc central a partir do

segundo ciclo de avaliaccedilatildeo todas as coletas e anaacutelises realizadas nos tratamentos de adubaccedilatildeo

localizados na aacuterea antes irrigada por pivocirc central passaram a ser consideradas como

mediccedilotildees dos tratamentos em uma aacuterea com histoacuterico de irrigaccedilatildeo visto que desde a sua

implantaccedilatildeo o local fora irrigado tendo o seu manejo adequado de irrigaccedilatildeo de forma a

suplementar o deacuteficit hiacutedrico nos periacuteodos mais secos do ano onde o regime de chuvas natildeo

era capaz de suprir a demanda evapotranspiromeacutetrica da cultura em determinado periacuteodo

Mesmo a localizaccedilatildeo da aacuterea experimental irrigada estando proacutexima da regiatildeo dos dois

lisiacutemetros de pesagem de forma que os tratamentos recebidos com as diferentes doses de

irrigaccedilatildeo apresentassem condiccedilotildees de textura do solo e relevo semelhantes ao das plantas

localizadas nos dois lisiacutemetros natildeo foi realizado um manejo quanto agrave quantificaccedilatildeo das

lacircminas de aacutegua requeridas por cada tratamento visto que com as diferentes doses de

adubaccedilatildeo nitrogenada o crescimento e consequentemente a evapotranspiraccedilatildeo das parcelas

irrigadas satildeo diferentes Assumiu-se para este estudo um manejo da irrigaccedilatildeo a partir dos

dados coletados de plantas inseridas nos lisiacutemetros e que estavam em plenas condiccedilotildees de

desenvolvimento e sem restriccedilatildeo de nutrientes onde a praacutetica de irrigaccedilatildeo serviu-se apenas

para complementar a falta de aacutegua nos periacuteodos mais secos do ano que eacute ocasionado pela

diminuiccedilatildeo das chuvas comparando com uma aacuterea onde natildeo se fez o uso da irrigaccedilatildeo

61

Possibilidades como a variaccedilatildeo da lacircmina de irrigaccedilatildeo no equipamento de pivocirc central com a

substituiccedilatildeo de diferentes tipos de bocais com as mais variadas vazotildees e dispondo os

tratamentos em linhas curviliacuteneas no sentido de rotaccedilatildeo do pivocirc chegaram a ser pensadas

entretanto foram rapidamente descartadas jaacute que esse sistema de irrigaccedilatildeo comporta uma

aacuterea total de 105 ha na Fazenda Areatildeo e aleacutem de atender a aacuterea cultivada por pinhatildeo-manso

de 10 ha que corresponde apenas a 95 da aacuterea atendida pelo pivocirc central o mesmo

equipamento atende agrave necessidade hiacutedrica de outras aacutereas de cultivo incluindo aacutereas de

experimentos de outros projetos de pesquisa

36 Monitoramento da umidade do solo

O monitoramento da umidade do solo foi realizado com o auxiacutelio de sondas de

capacitacircncia da marca Sentekreg modelo Diviner 2000 no qual estimou a umidade do solo por

meio de campos eleacutetricos de alta frequecircncia Esta conteacutem uma haste que ao ser inserida em

tubos de acesso previamente instalados no solo possibilita coletar a porcentagem de aacutegua no

perfil de solo desejado Para que isso ocorresse foi necessaacuterio antes fazer uma curva de

calibraccedilatildeo na aacuterea experimental na eacutepoca de implantaccedilatildeo da cultura para que assim de posse

da equaccedilatildeo de calibraccedilatildeo do solo caracteriacutestico da Fazenda Areatildeo todas as leituras do

equipamento transmitidas em unidade de frequecircncia pudessem ser convertidas em umidade

volumeacutetrica do solo Com a implantaccedilatildeo da cultura em 2011 foi instalado na aacuterea

experimental um tubo de acesso para cada lisiacutemetro de pesagem e outros 10 situados nas suas

plantas de bordadura (distribuiacutedos ao redor de cada lisiacutemetro) com a finalidade de comparar

os perfis de umidade dentro e fora dos lisiacutemetros

Durante o segundo ciclo de avaliaccedilatildeo da cultura (4ordm ano) foram instalados um tubo de

acesso por tratamento na aacuterea irrigada por pivocirc central e sem irrigaccedilatildeo de forma a comparar

os perfis de umidade localizados nas plantas com diferentes niacuteveis de adubaccedilatildeo nitrogenada

com as plantas que receberam a adubaccedilatildeo plena situados dentro e fora dos lisiacutemetros assim

como as plantas dos tratamentos P2 e S2 que receberam 100 de N Esse monitoramento foi

realizado para verificar se houve ou natildeo alguma mudanccedila draacutestica na variaccedilatildeo de umidade dos

diferentes tratamentos por adubaccedilatildeo nitrogenada quando comparada com as demais plantas da

aacuterea experimental

O monitoramento da umidade do solo dentro e fora dos lisiacutemetros foi realizado em

periacuteodos pontuais dentro dos dois ciclos de avaliaccedilatildeo do referido estudo e dentro de um

62

periacuteodo especiacutefico no segundo ciclo de avaliaccedilatildeo para os tratamentos adubados Os tubos de

acesso foram instalados de acordo com cada ponto de monitoramento entre a profundidade de

80-110 cm onde nesse estudo foi avaliado para todos os tratamentos e pontos de

monitoramento de umidade o perfil de umidade correspondente ateacute a profundidade de 80 cm

que representa a camada de maior influecircncia do sistema radicular da cultura do pinhatildeo-manso

(ALVES JUacuteNIOR et al 2014)

37 Manejo da cultura

Ao longo da conduccedilatildeo do experimento foram realizadas praacuteticas de manejo cultural

de forma a proporcionar as melhores condiccedilotildees para o desenvolvimento das plantas Dentre

essas praacuteticas se destacaram o controle de insetos de doenccedilas e de plantas invasoras O

controle de pragas se concentrou no combate da cigarrinha verde (Empoasca spp) aacutecaro

branco (Polyphagotarsonemus latus Banks) e percevejo (Pachoycoris sp) enquanto o

controle de doenccedilas foi voltado no combate ao Oiacutedio (Oidium sp) e ferrugem (Phakospsora

arthuriana Buriticaacute amp Hennen) As aplicaccedilotildees dos produtos quiacutemicos para o controle de

pragas e doenccedilas foram realizadas sempre quando diagnosticada a presenccedila destes na aacuterea

experimental Para o controle das plantas invasoras na entrelinha de cultivo foi utilizada uma

roccediladeira acoplada a um trator e entre plantas o controle foi realizado com roccediladeira manual

Apoacutes cada roccedilagem manual a aplicaccedilatildeo localizada de herbicida sistecircmico natildeo seletivo foi

realizada

A adubaccedilatildeo de produccedilatildeo para suprir a demanda nutricional da cultura foi realizada de

acordo com as recomendaccedilotildees de adubaccedilatildeo propostas por FACT (2010) A adubaccedilatildeo

nitrogenada foi feita na projeccedilatildeo da copa da planta parcelada em trecircs aplicaccedilotildees ao longo de

cada ciclo produtivo assim como a adubaccedilatildeo potaacutessica e fosfatada A adubaccedilatildeo das plantas

foi realizada utilizando os adubos quiacutemicos ureia superfosfato simples e cloreto de potaacutessio

para o suprimento de nitrogecircnio foacutesforo e potaacutessio respectivamente As quantidades de

nutrientes aplicadas no ciclo vegetativo do pinhatildeo-manso durante os primeiros anos de

cultivo da cultura seguiram as recomendaccedilotildees propostas por FACT (2010) e satildeo expressas na

Tabela 2 no item 233

63

38 Produtividade da cultura e produtividade da aacutegua

A produtividade de frutos e sementes da cultura foi determinada por meio de colheitas

manuais de todos os frutos que se encontraram a partir do ponto inicial de maturaccedilatildeo

(coloraccedilatildeo amarela) deixando na planta apenas os frutos verdes que foram colhidos

posteriormente Apoacutes a colheita os frutos foram postos para secar agrave temperatura ambiente

para a determinaccedilatildeo do rendimento de frutos (semente + casca) e sementes para cada

tratamento avaliado Aleacutem disso para se conhecer a influecircncia dos tratamentos no

desenvolvimento das sementes por unidade de massa nos frutos colhidos foi determinada a

relaccedilatildeo frutosemente para cada tratamento avaliado A maturaccedilatildeo dos frutos de pinhatildeo-

manso natildeo eacute uniforme observando-se em um mesmo cacho frutos verdes amarelos

castanhos e por fim pretos Desta forma em funccedilatildeo da desuniformidade da maturaccedilatildeo dos

frutos a periodicidade das colheitas ao longo do periacuteodo produtivo ocorreu em funccedilatildeo da

maior ou menor uniformidade de distribuiccedilatildeo da produccedilatildeo ao longo do tempo Em resumo

foram avaliados a produccedilatildeo meacutedia de frutos e sementes por planta (kg planta-1

) a relaccedilatildeo

sementefruto e a produtividade de sementes (kg ha-1

)

A eficiecircncia de uso na aacutegua (EUA) segundo Lima et al (2010) equivale a eficiecircncia

produtiva que atualmente eacute denominada como produtividade da aacutegua (PA) sendo

determinada neste trabalho para se avaliar a eficiecircncia da aacutegua aplicada na irrigaccedilatildeo para

produccedilatildeo final de frutos De acordo com Frizzone (2014) nas praacuteticas diaacuterias de irrigaccedilatildeo a

PA eacute um termo mais relevante que EUA cujo significado depende da aplicaccedilatildeo Segundo

Sousa et al (2000) a EUA pode ser determinada tanto para a produtividade de biomassa

como para a produtividade de frutos relacionando-se pela quantidade de aacutegua aplicada ou

evapotranspirada No caso deste trabalho a produtividade de aacutegua foi determinada pela

relaccedilatildeo da produccedilatildeo comercial da cultura (kg) ou seja para a produccedilatildeo final de sementes

com a quantidade total de aacutegua aplicada (irrigaccedilatildeo + precipitaccedilatildeo) (FRIZZONE 2014) A

quantidade de aacutegua consumida pela planta (evapotranspiraccedilatildeo acumulada) natildeo foi utilizada

neste estudo por ter sido determinada para as plantas que estavam inseridas no lisiacutemetro que

no caso se encontravam em plenas condiccedilotildees de desenvolvimento e fornecimento de

nutrientes via fertilizaccedilatildeo mineral fato que soacute ocorreu para os tratamentos em que a

fertilizaccedilatildeo mineral de nitrogecircnio foi plena (100) O caacutelculo da produtividade da aacutegua

(PAIR+PE) considerou nesse estudo a variabilidade do solo em cada aacuterea de cultivo bem como

identificar as diferenccedilas de cada manejo hiacutedrico fazendo uso da irrigaccedilatildeo complementar ou

64

natildeo e do desenvolvimento vegetativo da cultura (FRIZZONE 2014) que a cultura pode

sofrer com o estresse hiacutedrico e com a disponibilidade de nitrogecircnio pela fertilizaccedilatildeo mineral

O caacutelculo para a produtividade de aacutegua considerando a quantidade total de aacutegua aplicada eacute

expressa na Equaccedilatildeo 1

PAIR+PE = Rendimento comercial da cultura

Volume de Irrigaccedilatildeo+Precipitaccedilatildeorarr

Yc (kg)

IR+PE (m3) (1)

Por natildeo haver irrigaccedilotildees durante o segundo ano de avaliaccedilatildeo no cultivo de pinhatildeo-

manso devido agrave grande escassez hiacutedrica que assolou a regiatildeo Sudeste durante esse periacuteodo a

produtividade de aacutegua foi determinada apenas para o primeiro ano de estudo jaacute que a lacircmina

recebida para as duas aacutereas de cultivo foram apenas das precipitaccedilotildees ocorridas no local natildeo

havendo diferenccedila portanto da lacircmina recebida neste periacuteodo ficando a produtividade de

aacutegua condicionada apenas para a produtividade de sementes que continuou sendo avaliada A

produtividade dos frutos e sementes assim como as outras variaacuteveis analisadas foram

determinadas para o segundo ano de cultivo considerando que a aacuterea onde se encontra o pivocirc

central possui um histoacuterico de irrigaccedilatildeo jaacute que fora irrigada tendo o manejo adequado de

irrigaccedilatildeo desde a implantaccedilatildeo da cultura em 2011

39 Anaacutelises de crescimento

O crescimento das plantas foi avaliado em cada tratamento a cada trecircs meses por

meio de mediccedilotildees da altura da planta (m) do diacircmetro meacutedio de copa (m) e do volume de

copa (msup3) A determinaccedilatildeo da altura eacute definida como a medida entre a superfiacutecie do solo e a

uacuteltima folha emergida no aacutepice da planta Para o diacircmetro meacutedio de copa tomou-se como

ponto de avaliaccedilatildeo o valor meacutedio entre o diacircmetro de copa no sentido do maior espaccedilamento

(entrelinha de plantio) e o diacircmetro de copa no sentido de menor espaccedilamento (dentro da

linha de plantio) As mediccedilotildees da altura e do diacircmetro meacutedio de copa das plantas foram

realizadas em intervalos bimestrais ao longo dos dois anos de avaliaccedilatildeo da cultura com o

auxiacutelio de uma trena graduada em cm (Figura 7) sendo avaliadas as trecircs plantas disponiacuteveis

por cada parcela uacutetil O volume de copa foi estimado pela aproximaccedilatildeo do volume de um

cilindro de base eliacuteptica (LAVIOLA et al 2010)

65

119881119888119900119901119886 = (120587 1198631

2 1198632

2) ℎ (2)

em que

Vcopa = volume de copa (m3)

π = 314159

D1 = diacircmetro de copa no maior espaccedilamento (m)

D2 = diacircmetro de copa no menor espaccedilamento (m) e

h = altura da planta (m)

Figura 7 - Mediccedilatildeo da altura em plantas de pinhatildeo-manso

310 Iacutendice de aacuterea foliar (IAF)

As mediccedilotildees do iacutendice de aacuterea foliar (IAF) foram realizadas com o auxiacutelio do

equipamento LAI-2200 da marca LI-CORreg Esse equipamento foi desenvolvido para se

estimar o IAF de maneira mais praacutetica e de forma precisa desde que manejado de maneira

adequada Pelo fato de que no iniacutecio do primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo se buscava a melhor

metodologia para a leitura do instrumento e a validaccedilatildeo dos dados coletados o primeiro ano

de cultivo ficou restrito apenas agrave leitura das plantas sorteadas na aacuterea para a calibraccedilatildeo do

equipamento junto ao cultivo do pinhatildeo-manso feito em diferentes eacutepocas do ano

As leituras do IAF foram realizadas preferencialmente no intervalo entre 1000 e 1400

horas buscando a menor interferecircncia possiacutevel das nuvens na incidecircncia de raios solares o

que poderia prejudicar as interpretaccedilotildees das anaacutelises As avaliaccedilotildees ocorreram de forma

66

mensal iniciando a partir do mecircs de novembro de 2014 e encerrando-se em junho de 2015

com o teacutermino do periacuteodo de senescecircncia foliar uma vez que a partir desse mecircs as plantas de

pinhatildeo-manso estavam praticamente com a ausecircncia de folhas e o IAF foi considerado zero

Para uma melhor confiabilidade na determinaccedilatildeo dos valores de IAF medidos no

campo foi proposta uma calibraccedilatildeo do equipamento LAI-2200 nas plantas da aacuterea

experimental realizada concomitantemente com a avaliaccedilatildeo do experimento A calibraccedilatildeo do

equipamento LAI-2200 foi realizada a partir de 11 plantas proacuteximas da aacuterea experimental e

escolhidas aletoriamente As plantas foram selecionadas ao longo do ciclo de cultivo em

diferentes eacutepocas sendo que em cada eacutepoca do periacuteodo vegetativo e reprodutivo da cultura

duas plantas representativas nas duas aacutereas de cultivo foram escolhidas sempre uma na aacuterea

irrigada por pivocirc central e outra planta na aacuterea sem irrigaccedilatildeo A calibraccedilatildeo foi realizada

primeiramente a partir da estimativa do IAF pelo LAI-2200 feito em campo (Figura 8a e 8b)

utilizando-se a metodologia de plantas isoladas a mesma utilizada nas leituras da aacuterea

experimental Em seguida foi feita a determinaccedilatildeo do IAF real em laboratoacuterio pelo meacutetodo

destrutivo com a retirada de todas as folhas das plantas para serem passadas em um

integrador de aacuterea foliar utilizando o equipamento CI-203 da CID Bio-Sciencereg

(Figura 8c e

8d) Com os resultados obtidos foi feita uma comparaccedilatildeo do IAF real com o IAF estimado a

partir de um graacutefico de dispersatildeo utilizando uma planilha eletrocircnica de caacutelculo Assim com

base nos valores determinados foi estipulada a equaccedilatildeo de calibraccedilatildeo para o IAF que foi

utilizada para corrigir os valores estimados pelo LAI-2200

67

Figura 8 - Metodologia adotada para a calibraccedilatildeo do equipamento LAI 2200 com a escolha da planta (a) leitura

do IAF estimado com o LAI 2200 (b) retirada de todas as folhas da planta (c) e determinaccedilatildeo em

laboratoacuterio do IAF real da planta com o equipamento CI-203 (d)

311 Iacutendice de clorofila

A avaliaccedilatildeo do estado nutricional das plantas foi determinado a partir do iacutendice de

clorofila sendo utilizado o aparelho ClorofiLOG CFL 1030 Falkerreg

(Figura 9) Foram

determinados os teores das Clorofilas a b e total (a + b) expressas em Iacutendice de Clorofila

Falker (ICF) e da relaccedilatildeo clorofila AB As leituras procederam-se periodicamente nas folhas

de posiccedilotildees do 2deg ou 3deg noacute do ramo vegetativo ou floriacutefero do aacutepice para base (LIMA et al

2011) sendo as folhas coletadas para posterior anaacutelise de N foliar para assim correlacionar os

teores de clorofila com o nitrogecircnio presente nas folhas Para a coleta das folhas nas posiccedilotildees

estudadas foram consideradas apenas as folhas totalmente expandidas e contadas no sentido

aacutepicebase sem qualquer vestiacutegio de lesatildeo ocasionado por patoacutegenos

d c

b a

68

Figura 9 - Leitura do Iacutendice de Clorofila FALKER utilizando o ClorofiLOG

Foram realizadas trecircs mediccedilotildees por planta sendo em trecircs plantas por parcela obtendo

portanto nove leituras por parcela sendo a meacutedia das leituras o valor de ICF representativo

da parcela As leituras com o aparelho no campo foram realizadas sempre no mesmo horaacuterio

durante o periacuteodo da manhatilde com trecircs avaliaccedilotildees ao longo do primeiro ciclo de estudo da

cultura (3ordm ano) e cinco avaliaccedilotildees ao longo do segundo ciclo (4ordm ano) No primeiro ciclo de

estudo as avaliaccedilotildees ocorreram nos meses de jan2014 mar2014 e jun2014 ou seja periacuteodo

em que ocorre o aacutepice de florescimento (janeiro) formaccedilatildeo e maturaccedilatildeo dos frutos (janeiro e

marccedilo) e o processo de senescecircncia das folhas (junho) sendo realizada a anaacutelise foliar de N

apenas no mecircs de marccedilo Por sua vez no segundo ciclo de estudo as avaliaccedilotildees foram

realizadas nos meses de nov2014 dez2014 jan2015 fev2015 e abr2015 sendo possiacutevel

acompanhar todo o periacuteodo de desenvolvimento foliar do pinhatildeo-manso acompanhando

desde o aacutepice da emissatildeo de folhas (45 dias apoacutes poda de limpeza e conduccedilatildeo) passando pelo

periacuteodo reprodutivo (floraccedilatildeo e formaccedilatildeo de frutos) maturaccedilatildeo do frutos e iniacutecio da

senescecircncia foliar No segundo ano de estudo foram realizadas anaacutelises foliares de nitrogecircnio

em todas as eacutepocas Todas as anaacutelises foliares de nitrogecircnio foram realizadas pelo meacutetodo de

digestatildeo sulfuacuterica e determinaccedilatildeo por destilaccedilatildeo agrave vapor (MALAVOLTA VITTI

OLIVEIRA 1997)

312 Teor e anaacutelises de qualidade de oacuteleo

A quantidade e a qualidade do oacuteleo da cultura do pinhatildeo-manso foram determinadas

anualmente para cada ciclo de produccedilatildeo pelo fato da cultura natildeo apresentar produccedilatildeo

uniforme ao longo do periacuteodo produtivo impossibilitando a repeticcedilatildeo das anaacutelises pelo baixo

quantitativo de sementes em determinados periacuteodos do ano A seguir satildeo descritos o meacutetodo

69

de extraccedilatildeo do oacuteleo utilizado os iacutendices de qualidade e os meacutetodos de identificaccedilatildeo e

quantificaccedilatildeo dos aacutecidos graxos que foram posteriormente determinados

3121 Teor de oacuteleo

A determinaccedilatildeo da porcentagem de oacuteleo por semente pode ser realizada por extraccedilatildeo

em prensa hidraacuteulica e tambeacutem por uso de solvente quiacutemico Estes meacutetodos satildeo mencionados

por Achten et al (2008) e satildeo utilizados de acordo com a necessidade do usuaacuterio A prensa

hidraacuteulica eacute uma eficiente forma de extraccedilatildeo do oacuteleo para ser utilizado como biodiesel

enquanto a extraccedilatildeo quiacutemica eacute voltada para determinar a quantidade total de oacuteleo na semente

sendo mais utilizado em testes de laboratoacuterio Para este estudo apenas a determinaccedilatildeo do teor

de oacuteleo por meio de solvente quiacutemico foi realizada Para isso foram utilizadas amostras de 1

kg de polpa de semente por tratamento sendo necessaacuterio retirar as sementes do epicarpo e a

polpa da casca da semente antes do iniacutecio da extraccedilatildeo O meacutetodo da extraccedilatildeo quiacutemica de oacuteleo

vegetal foi realizado via Soxlet utilizando hexano como solvente e adotando o meacutetodo oficial

AOCS Am 5-04 da American Oil Chemistsrsquo Society (AOCS 2003) Apoacutes ter passado pelo

processo de extraccedilatildeo o oacuteleo extraiacutedo foi quantificado em porcentagem de oacuteleo por unidade de

massa de sementes e em seguida destinado para as anaacutelises laboratoriais de qualidade que

seratildeo descritas a seguir

Aleacutem da determinaccedilatildeo do teor (rendimento) de oacuteleo por unidade de massa de semente

foi calculado tambeacutem a produtividade de oacuteleo (kg ha-1

) que apresenta a quantidade de oacuteleo

produzido (kg) por unidade aacuterea cultivada (ha) A produtividade de oacuteleo foi determinada

utilizando o produto da produtividade de sementes (kg ha-1

) com o teor de oacuteleo (decimal)

(TIKKOO YADAV KAUSHIK 2013) e eacute expressa na Equaccedilatildeo 3

Produtividade de oacuteleo = Produtiv sementes x Teor de oacuteleo (3)

Para fins de caracterizaccedilatildeo do oacuteleo produzido nas sementes de pinhatildeo-manso colhidas

anteriormente na aacuterea foi determinado o teor de oacuteleo das sementes colhidas no ciclo anterior

ao iniacutecio dos tratamentos (2ordm ano de cultivo) para a determinaccedilatildeo do ponto 0 que foi o ponto

de partida dos valores de qualidade do oacuteleo para as aacutereas de sequeiro e irrigada por pivocirc

central cultivados sem variaccedilatildeo da adubaccedilatildeo nitrogenada O teor de oacuteleo (Tabela 7) foi

determinado por meio de prensa mecacircnica e por solvente quiacutemico (extrato eteacutereo) sendo este

70

uacuteltimo determinado na semente integral na qual natildeo houve nenhuma prensagem preacutevia no

resiacuteduo da prensagem mecacircnica (torta) para verificaccedilatildeo do quantitativo de oacuteleo que ficou

remanescente na torta prensada e na casca retirada para a prensagem das sementes

Tabela 7 - Teor meacutedio de oacuteleo por meio de prensagem mecacircnica e por solvente quiacutemico nos frutos colhidos na

aacuterea experimental antes da instalaccedilatildeo dos tratamentos

Aacuterea

Teor de oacuteleo ()

Prensa mecacircnica Solvente quiacutemico

Semente Torta Casca

Pivocirc Central 3977 5557 2257 056

Sequeiro 4172 5430 1862 056

3122 Anaacutelises preliminares dos iacutendices de qualidade do oacuteleo

As anaacutelises de qualidade do oacuteleo de pinhatildeo-manso que foram realizadas a partir do

oacuteleo extraiacutedo dos frutos coletados dentro dos tratamentos aplicados na aacuterea experimental

englobaram alguns iacutendices (padrotildees) qualitativos como iacutendice de acidez iacutendice de iodo

iacutendice de peroacutexido iacutendice de refraccedilatildeo densidade relativa estabilidade oxidativa e a

identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo de aacutecidos graxos Com a determinaccedilatildeo da porcentagem de oacuteleo

do ponto zero presente nas amostras dos frutos coletados antes da instalaccedilatildeo dos tratamentos

os oacuteleos obtidos na prensagem mecacircnica foram utilizados posteriormente para a realizaccedilatildeo de

anaacutelises laboratoriais na determinaccedilatildeo de alguns iacutendices qualitativos do oacuteleo (Tabela 8)

Tabela 8 - Iacutendices de qualidade do oacuteleo de pinhatildeo-manso para a aacuterea experimental

Carateriacutestica Aacuterea

Pivocirc Central Sequeiro

Aspecto LII(1)

- 220(2)

LII(1)

- 220(2)

Iacutendice de Acidez 04562 04562

Iacutendice de Peroacutexido 17280 17338

Estabilidade oxidativa (horas) 1169 983

Absortividade na faixa do UV (E 232 nm) 12284 13137

Absortividade na faixa do UV (E 268 nm) 01638 01434

Massa especiacutefica a 20degC (kg m-sup3) 9152 9148

Viscosidade cinemaacutetica a 40degC (mmsup2 s-1

) 3655 3702

(1) Liacutempido e isento de impurezas (2) Temperatura durante a observaccedilatildeo Iacutendices determinados no Biodiesel

produzido a partir do oacuteleo extraiacutedo das amostras avaliadas

71

3123 Iacutendice de acidez

O iacutendice de acidez eacute um indicativo do estado de conservaccedilatildeo do oacuteleo e do

biocombustiacutevel que seraacute produzido definido como a quantidade de KOH (mg) necessaacuteria para

neutralizar os aacutecidos livres de 1 grama da amostra (ANGARITA et al 2012) Atualmente no

Brasil a regulaccedilatildeo estabelece um valor maacuteximo de 05 mg de KOH g-1

na determinaccedilatildeo do

iacutendice de acidez no biodiesel O meacutetodo utilizado para determinaccedilatildeo do iacutendice de acidez foi o

da norma NBR 14448 (ABNT) no qual o iacutendice de acidez eacute determinado por meio de

titulaccedilatildeo potenciomeacutetrica

3124 Iacutendice de iodo

Para determinaccedilatildeo do iacutendice de iodo foi utilizado o meacutetodo Cd 1d-92 da American Oil

Chemistsrsquo Society (AOCS 2003) onde foi adicionado 15 mL de clorofoacutermio em 025 g de

amostra do oacuteleo extraiacutedo agitando o composto ateacute dissoluccedilatildeo da amostra Adicionou-se em

seguida 25 mL do reagente de Wijs e o frasco foi tampado deixando em repouso no escuro

durante 30 minutos Em seguida foi adicionado 20 mL de soluccedilatildeo de KI a 15 e 150 mL de

aacutegua destilada e titulou-se com soluccedilatildeo de Na2S2O3 01 N ateacute o desaparecimento de uma

coloraccedilatildeo amarela apoacutes agitaccedilatildeo Foi adicionado 1 mL de soluccedilatildeo de amido a 1 e

continuou-se a titulaccedilatildeo gota a gota ateacute o desaparecimento da cor azul Um ensaio em branco

foi conduzido paralelamente O Iacutendice de iodo foi obtido pela Equaccedilatildeo (4)

Iacutendice de Iodo (g I2100 g de amostra) =[(BminusA) x N x 1229]

Massa da amostra (g) (4)

em que

A - volume em mL de Na2S2O3 gasto na titulaccedilatildeo da amostra

B - volume em mL de Na2S2O3 gasto na titulaccedilatildeo do branco e

N - normalidade da soluccedilatildeo de Na2S2O3

72

3125 Iacutendice de peroacutexido

Para a determinaccedilatildeo do iacutendice de peroacutexido seguiu-se o meacutetodo Cd 8b-90 (AOCS

2003) em que foram pesados 3 g da amostra em frasco de iodo de 125 mL Adicionou-se 50

mL de soluccedilatildeo de aacutecido aceacuteticoisoctano (31) e soluccedilatildeo de iodeto de potaacutessio saturada e aacutegua

destilada A seguir foi realizada titulaccedilatildeo com soluccedilatildeo de tiossulfato de soacutedio (Na2S2O3) 01N

e o volume gasto apoacutes adiccedilatildeo de goma de amido forneceu a concentraccedilatildeo em peroacutexidos

expressa em meq O2 kg-1

de amostra segundo a Equaccedilatildeo 5

IP =N x (aminusb)

Massa (gramas) x 1000 (5)

em que

N - normalidade da soluccedilatildeo de Na2S2O3

a - volume em mL de Na2S2O3 gasto na titulaccedilatildeo da amostra e

b - volume em mL de Na2S2O3 gasto na titulaccedilatildeo do branco

3126 Iacutendice de refraccedilatildeo

Os oacuteleos e gorduras possuem poder de refringecircncia diferente conforme sua natureza

desviando com maior ou menor intensidade os raios luminosos que os atravessam O iacutendice de

refraccedilatildeo tanto para os oacuteleos quanto para as gorduras eacute medido agrave temperatura de 40ordmC Para as

mediccedilotildees do iacutendice de refraccedilatildeo foi utilizado o meacutetodo Cc 7-25 (2003) da AOCS mediante o

uso do Refratocircmetro Abbe digital de bancada da marca QUIMIS O refratocircmetro Abbe foi

ajustado com aacutegua destilada (IR 20ordmC = 13330) Certificada a pureza (limpeza e umidade)

dos primas colocou-se 2 gotas da amostra do oacuteleo extraiacutedo entre os prismas e fechou-os para

a estabilizaccedilatildeo da temperatura Ajustou-se o aparelho para obter a leitura mais precisa

possiacutevel e entatildeo foi determinada a leitura na escala que forneceu diretamente o iacutendice de

refraccedilatildeo absoluto agrave 40ordmC

73

3127 Densidade relativa

A densidade relativa de um oacuteleo determina a relaccedilatildeo da massa de um volume unitaacuterio

da amostra agrave 40ordmC em relaccedilatildeo agrave massa de um volume de aacutegua A densidade foi medida em um

densiacutemetro automaacutetico digital da marca Rudolph Research Analytical-DQM 2911 de acordo

com a norma ASTM D4052

Com o auxiacutelio de uma seringa o bulbo amostrador foi ambientado com a amostra de

oacuteleo Na sequecircncia colocou-se a amostra no bulbo verificando se no mesmo natildeo houve

formaccedilatildeo de bolhas Apoacutes a estabilizaccedilatildeo da temperatura (40ordmC) para cada amostra foram

realizadas as leituras de densidade fornecidas diretamente pelo aparelho na temperatura do

teste

3128 Estabilidade oxidativa

A estabilidade oxidativa do oacuteleo de pinhatildeo-manso foi determinada de acordo com a

norma ISO EN 6886 (2012) da Ethiopian Standard para oacuteleos vegetais e gorduras animais

utilizando-se o equipamento Rancimat 893 (Metrohm AG CH-9100 Herisau Switzerland)

(Figura 10a) na temperatura de 110degC sob o fluxo de ar de 10 L h-1

com amostras de 5 g

No meacutetodo Rancimat uma amostra de oacuteleo vegetal ou biodiesel eacute mantida em um

vaso de reaccedilatildeo agrave temperatura de 110degC e sob um fluxo de ar constante Neste momento

comeccedilam a se formar os peroacutexidos que satildeo os principais produtos formados na primeira etapa

de oxidaccedilatildeo da amostra Com o processo de oxidaccedilatildeo continuada satildeo formados compostos

orgacircnicos volaacuteteis dentre estes aacutecidos orgacircnicos de baixa massa molecular Estes compostos

satildeo transportados pelo fluxo de ar para outro recipiente contendo aacutegua destilada onde a

presenccedila dos aacutecidos orgacircnicos eacute entatildeo detectada pelo aumento da condutividade no sistema

(Figura 10b) O tempo decorrente ateacute a detecccedilatildeo dos aacutecidos orgacircnicos eacute denominado de

periacuteodo de induccedilatildeo (FLUMIGNAN et al 2012)

74

(a) (b)

Figura 10 - Rancimat em operaccedilatildeo para determinaccedilatildeo de estabilidade oxidativa (a) e esquema de funcionamento

do equipamento (b)

3129 Identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo de aacutecidos graxos

Com os oacuteleos extraiacutedos de cada tratamento foram coletadas amostras para a realizaccedilatildeo

da identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos aacutecidos graxos por meio de duas metodologias sendo uma

por cromatografia gasosa e a outra por ressonacircncia nuclear magneacutetica (RMN)

A cromatografia gasosa (CG) eacute o meacutetodo padratildeo adotado pela American Oil Chemists

Society (AOCS) e pela ETHIOPIAN STANDARD para a determinaccedilatildeo do conteuacutedo de

aacutecidos graxos e consiste na teacutecnica de separaccedilatildeo e anaacutelise de misturas por interaccedilatildeo dos seus

componentes entre uma fase estacionaacuteria (soacutelidaliacutequida) e uma fase moacutevel (gasosa) A CG

foi realizada de acordo com a norma ES ISO 12966-2 (2012) da ETHIOPIAN STANDARD e

a quantificaccedilatildeo dos aacutecidos graxos pelo meacutetodo da normatizaccedilatildeo que eacute baseada na

porcentagem relativa de aacuterea de um determinado aacutecido graxo em relaccedilatildeo a aacuterea total de todos

os aacutecidos (VISENTAINER FRANCO 2006)

As determinaccedilotildees da composiccedilatildeo de aacutecidos graxos por espectroscopia de RMN de 1H

foram realizadas num espectrocircmetro de RMN Bruker Avance 400 operando a 94 T com os

nuacutecleos 1H a 40013 MHz A metodologia completa de RMN

1H para a determinaccedilatildeo da

composiccedilatildeo de aacutecidos graxos de oacuteleos vegetais eacute descrita por Barison et al (2010)

75

313 Anaacutelise dos dados

Os dados experimentais do desenvolvimento vegetativo das variaacuteveis fisioloacutegicas da

produtividade e dos iacutendices de qualidade do oacuteleo de cada ciclo da cultura para cada tratamento

foram submetidos aos testes de Shapiro-Wilk (SHAPIRO WILK 1965) (valor p gt 001) e de

Levene (BOX 1953) (valor p gt 001) para verificaccedilatildeo baacutesica da normalidade e

homocedasticidade residuais

Os dados das variaacuteveis com os valores absolutos ao final de cada ciclo de avaliaccedilatildeo

como produccedilatildeo de frutos e sementes relaccedilatildeo sementefruto produtividade de sementes

produtividade de aacutegua teor e produtividade de oacuteleo aleacutem dos iacutendices de qualidade de oacuteleo

foram submetidos agrave anaacutelise de variacircncia (ANOVA) utilizando o PROC GLM do programa

computacional estatiacutestico SASreg (SAS INSTITUTE 2009) Os efeitos quantitativos foram

avaliados por meio de polinocircmios ortogonais utilizando anaacutelise de regressatildeo segundo sua

significacircncia pelo Teste F jaacute os efeitos qualitativos foram submetidos ao teste de meacutedias de

Tukey (valor p lt 005) Para o caacutelculo do Rsup2 na anaacutelise de regressatildeo foi determinado o Rsup2

corrigido no qual a variacircncia das repeticcedilotildees foi removida (erro puro) e o caacutelculo fez-se por

meio da relaccedilatildeo entre o Rsup2 da regressatildeo e o Rsup2 maacuteximo obtido da anaacutelise de variacircncia

(BERTHOUEX BROWN 2002) em outras palavras o Rsup2 corrigido eacute a porcentagem da

quantidade de variaccedilatildeo que pode ser explicada por cada modelo de regressatildeo

As variaacuteveis com medidas repetidas (dados longitudinais) como as anaacutelises de

crescimento o IAF os iacutendices de clorofila e o nitrogecircnio foliar foram analisadas por meio do

modelo de anaacutelises (uni e multivariada) de perfis que eacute o modelo mais simples para o caso de

medidas repetidas Inicialmente foram realizados para cada variaacutevel os testes de normalidade

e de esfericidade da matriz de variacircncia de forma a satisfazer agraves pressuposiccedilotildees do modelo O

teste de esfericidade utilizado neste estudo foi o teste de esfericidade de Mauchly (1940) que

verifica se uma populaccedilatildeo normal multivariada apresenta variacircncias iguais e as correlaccedilotildees

nulas Nos casos em que o teste de esfericidade de Mauchly resultou em natildeo significativo

(valor p gt 005) concluiu-se que a matriz de covariacircncias eacute do tipo esfeacuterica e o teste

univariado de perfis foi analisado caso contraacuterio o uso da anaacutelise multivariada de perfis

(MANOVA) que eacute uma das alternativas recomendadas neste caso foi adotada

(FERNANDEZ 1991) Para auxiliar na interpretaccedilatildeo dos resultados foram plotados os

graacuteficos do comportamento dos perfis meacutedios para visualizar a presenccedila ou ausecircncia de

paralelismo entre os perfis e se os mesmos satildeo horizontais O teste estatiacutestico multivariado

76

escolhido foi o teste de Traccedilo de Pillai pois apresenta o maior poder descritivo (tomada a

decisatildeo correta de rejeitar uma hipoacutetese H0 dado que H0 eacute falsa) sendo o mais robusto agrave natildeo

normalidade dentre os outros testes existentes na literatura como Lambda de Wilks Traccedilo de

Lawley-Hotelling e a Maior Raiz de Roy (JOHNSON WICHERN 2007) Estas anaacutelises

foram realizadas por meio do PROC GLM do SASreg utilizando o comando REPEATED e a

opccedilatildeo PRINTE (SAS INSTITUTE 2009)

A anaacutelise de regressatildeo nas variaacuteveis com medidas repetidas ao longo do tempo foi

determinada utilizando o PROC REG do SASreg e para a escolha do melhor modelo a ser

utilizado para cada tratamento seguiu-se de acordo com a significacircncia das estimativas dos

paracircmetros de cada equaccedilatildeo procedendo-se tambeacutem agraves comparaccedilotildees entre os modelos via

criteacuterio de informaccedilatildeo utilizando o criteacuterio de informaccedilatildeo de Akaike (AIC) e o criteacuterio

Bayesiano de Schwarz (BIC) escolhendo ao final o menor valor para tais criteacuterios O caacutelculo

do Rsup2 corrigido tambeacutem foi utilizado para estas variaacuteveis

Para os dados climatoloacutegicos coletados nos dois anos de experimento foi realizado

uma estatiacutestica descritiva com os valores meacutedios maacuteximos miacutenimos e o desvio padratildeo de

cada componente climaacutetico Para os perfis cromatograacuteficos analisados via cromatografia

gasosa o mesmo tipo de anaacutelise foi realizado devido ao baixo nuacutemero de repeticcedilotildees para a

realizaccedilatildeo das anaacutelises e pelo fato do fator bloco natildeo ter sido considerado nas anaacutelises Os

resultados das anaacutelises de caracterizaccedilatildeo do biodiesel natildeo passaram por qualquer anaacutelise

estatiacutestica servindo apenas como resultado descritivo das amostras de oacuteleo extraiacutedas das

sementes dos tratamentos

77

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

41 Monitoramento meteoroloacutegico

A estatiacutestica descritiva dos valores diaacuterios de umidade relativa do ar temperaturas

maacutexima meacutedia e miacutenima radiaccedilatildeo global e velocidade do vento coletados durante o periacuteodo

de estudo aleacutem dos valores de ETc para cada aacuterea de manejo hiacutedrico satildeo apresentados na

Tabela 9 Ao longo do ciclo a variaccedilatildeo diaacuteria de temperatura apresentou-se alta durante o

periacuteodo mais frio do ano tornando-se baixa no restante do ciclo apresentando ao final uma

amplitude teacutermica diaacuteria maacutexima de 247degC e 248degC ao longo do primeiro e segundo ciclo

respectivamente Mesmo assim a regiatildeo onde estava instalada a cultura apresentou uma

temperatura meacutedia anual de 230 degC e 238degC para o terceiro e quarto ano de cultivo

respectivamente ficando portanto dentro da faixa oacutetima de desenvolvimento da cultura qual

seja entre 180degC e 285degC (SATURNINO et al 2005) Entretanto a variaccedilatildeo sazonal da

temperatura no ano como pode ser observada na Figura 11 e geralmente ocorrida na regiatildeo

com temperaturas mais amenas nos meses do outono e inverno paralisa o crescimento das

plantas ocorrendo a queda natural das folhas o que pode provavelmente reduzir a produccedilatildeo de

sementes (SATURNINO et al 2005)

Tabela 9 - Estatiacutestica descritiva das variaacuteveis meteoroloacutegicas observadas na aacuterea experimental

Variaacuteveis

meteoroloacutegicas

Ciclo 201314 Ciclo 201415

Meacutedia Desvio

Padratildeo Maacuteximo Miacutenimo Meacutedia

Desvio

Padratildeo Maacuteximo Miacutenimo

Tmaacutex (degC) 297 425 387 145 301 399 386 162

Tmeacuted (degC) 230 361 309 123 238 320 302 136

Tmin (degC) 163 411 239 52 174 366 240 750

UR () 712 123 990 450 764 135 1000 330

Qg (MJ m-sup2 d

-sup1) 197 70 330 277 345 296 983 260

U2 (m s-1

) 160 044 362 078 137 063 391 022

ETc-I (mm d-1

) 374 221 814 040 321 219 818 053

ETc-S (mm d-1

) 146 088 491 046 291 167 746 042

Tmaacutex ndash Temperatura maacutexima Tmeacuted ndash Temperatura meacutedia Tmin ndash Temperatura miacutenima UR ndash Umidade

relativa do ar Qg ndash Radiaccedilatildeo global U2 ndash Velocidade do vento ETc-I ndash Evapotranspiraccedilatildeo da aacuterea irrigada

ETc-S ndash Evapotranspiraccedilatildeo da aacuterea sem irrigaccedilatildeo

O municiacutepio de Piracicaba-SP assim como boa parte da regiatildeo Sudeste apresentou

durante o ano agriacutecola de 20132014 um periacuteodo atiacutepico no regime de chuvas A quantidade

de chuvas incidida durante o veratildeo de 2014 na aacuterea experimental e em todo o estado de Satildeo

Paulo foi 90 a menos do que a meacutedia histoacuterica ocorrida no mesmo periacuteodo Isso fez com

que o niacutevel do rio Piracicaba que circunda a aacuterea experimental se reduzisse drasticamente e o

78

niacutevel de aacutegua do reservatoacuterio da fazenda experimental se esgotasse quase que por completo o

que acarretou na diminuiccedilatildeo das irrigaccedilotildees realizadas ao longo do ciclo Durante o primeiro

ciclo de avaliaccedilatildeo (agosto2013 a julho2014) ocorreram 5877 mm mal distribuiacutedos ao

longo do ciclo e concentrado na maior parte em periacuteodos isolados Esse valor anual descrito

representa uma quantidade 56 menor do que a meacutedia histoacuterica ocorrida no local e encontra-

se abaixo do limite miacutenimo na qual a produccedilatildeo eacute drasticamente afetada com valores anuais

inferiores a 600 mm ocorrendo principalmente em regiotildees de baixa umidade e que causa a

paralisaccedilatildeo do crescimento vegetativo (HENNING 1996) No segundo ciclo de avaliaccedilatildeo

ocorreu aumento do periacuteodo de chuvas com o valor anual (agosto2014 a julho2015) de

7150 mm bem distribuiacutedos ao longo de todo o ciclo

T maacutex ndash Temperatura maacutexima T min ndash Temperatura miacutenima UR - Umidade Relativa do ar PPT (mm) ndash

Precipitaccedilatildeo Eto Ac ndash Evapotranspiraccedilatildeo de referecircncia Acumulada (mm) Ppt Ac ndash Precipitaccedilatildeo Acumulada

(mm)

Figura 11 - Dados meteoroloacutegicos observados durante o primeiro e o segundo ciclo de avaliaccedilatildeo da cultura

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

Um

ida

de

rela

tiv

a (

)

Tem

per

atu

ra (

oC

)

T maacutex (degC) T min (degC) UR ()

1ordm Ciclo 2ordm Ciclo

0

10

20

30

40

50

60

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

Pre

cip

ita

ccedilatildeo

(m

m)

Lacirc

min

as

acu

mu

lad

as

(mm

)

Eto Ac Ppt Ac PPT (mm)

2ordm Ciclo1ordm Ciclo

79

A evapotranspiraccedilatildeo da cultura (ETc) apresentou para o terceiro e quarto ano de

cultivo do pinhatildeo-manso para as aacutereas manejadas com e sem irrigaccedilatildeo valores proacuteximos das

meacutedias encontradas por Lena (2013) para o primeiro ano de cultivo do pinhatildeo-manso nas duas

aacutereas em estudo A semelhanccedila dos valores de ETc para a fase de formaccedilatildeo da cultura no

campo no seu primeiro ano de cultivo com o terceiro e quarto ano de cultivo da planta se

deve ao caso da maior taxa de evaporaccedilatildeo do solo nos primeiros meses de cultivo jaacute que com

o baixo porte da planta e com o nuacutemero reduzido de folhas a sua taxa diaacuteria de transpiraccedilatildeo

foi considerada baixa Com o desenvolvimento vegetativo da planta no seu terceiro e quarto

ano de cultivo houve o aumento na taxa de transpiraccedilatildeo das plantas sendo superior nos

tratamentos irrigados devido ao maior porte das plantas e agrave incidecircncia foliar o que ocasionou

um maior sombreamento no solo diminuindo consequentemente a taxa evaporativa do solo

Everson Mengistu e Gush (2013) encontraram para plantas de pinhatildeo-manso na Aacutefrica do Sul

valores entre 3 a 4 mm dia-sup1 na evapotranspiraccedilatildeo diaacuteria das plantas durante o veratildeo

(dezembro-fevereiro) e com a queda natural das folhas no periacuteodo de inverno (maio-agosto)

o valor meacutedio diaacuterio foi insignificante sendo menor do que 1 mm dia-sup1

O pinhatildeo-manso possui metabolismo fotossinteacutetico intermediaacuterio C3-CAM (LUTTGE

2008) e sob estiacutemulo de falta de aacutegua salinidade fotoperiacuteodo ou termoperiacuteodo passam a

apresentar o comportamento CAM (LUTTGE KLUGE BAUER 1996) No caso deste

estudo quando o cultivo esteve em periacuteodos com altas temperaturas (gt 30ordmC) ou quando

sofreram grande restriccedilatildeo hiacutedrica no caso dos tratamentos sem irrigaccedilatildeo as plantas

possivelmente adotaram o metabolismo CAM economizando aacutegua e reduzindo a sua

acumulaccedilatildeo de mateacuteria seca (PIMENTEL 1998) Isto explica os baixos valores meacutedios de

ETc apresentados principalmente pelos tratamentos sem irrigaccedilatildeo nos periacuteodos de formaccedilatildeo

e emissatildeo de folhas antes do iniacutecio do periacuteodo caducifoacutelio

42 Irrigaccedilotildees realizadas

Na Figura 12 satildeo apresentadas as lacircminas aplicadas pelo sistema de irrigaccedilatildeo por pivocirc

central no terceiro ano de cultivo Problemas operacionais e de manutenccedilatildeo no sistema de

bombeamento nos meses de outubro de 2013 e janeiro de 2014 impossibilitaram a realizaccedilatildeo

da irrigaccedilatildeo na aacuterea Devido a reduccedilatildeo do niacutevel do reservatoacuterio ocasionado pelo baixo volume

precipitado no veratildeo de 2014 e associado ao final da produccedilatildeo de frutos e iniacutecio do periacuteodo de

senescecircncia das folhas a irrigaccedilatildeo a partir do mecircs de julho de 2014 foi cessada natildeo sendo

80

retomada no ciclo seguinte devido a seacuteria restriccedilatildeo hiacutedrica encontrada no reservatoacuterio No

total foram aplicados no primeiro ciclo de avaliccedilatildeo 7311 mm de lacircmina bruta de irrigaccedilatildeo o

que considerando o periacuteodo de pleno funcionamento da moto bomba aplicou-se uma meacutedia de

36 mm dia-1

Considerando a lacircmina total recebida (irrigaccedilatildeo + precipitaccedilatildeo) as aacutereas

cultivadas com irrigaccedilatildeo por pivocirc central e sem irrigaccedilatildeo receberam 13234 mm e 5877 mm

respectivamente Resultados semelhantes foram encontrados por Rao et al (2012) que

avaliaram o consumo hiacutedrico do pinhatildeo-manso no semiaacuterido indiano e encontraram para

plantas cultivadas sem nenhum estresse hiacutedrico uma variaccedilatildeo da evapotranspiraccedilatildeo da cultura

entre 1410 e 1538 mm por ano durante os anos de 2006 a 2009 e cultivado sob condiccedilotildees

naturais a ETc variou entre 614 e 930 mm

Figura 12 - Lacircminas de irrigaccedilatildeo aplicadas durante o primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo da cultura

43 Monitoramento da umidade do solo

Na Figura 13 satildeo apresentados a variaccedilatildeo de umidade do solo na aacuterea experimental

para as quatros doses de adubaccedilatildeo nitrogenada da aacuterea sem irrigaccedilatildeo em quatro diferentes

camadas ao longo do perfil do solo Ressalta-se que por apresentar apenas caracteriacutesticas de

monitoramento da umidade solo os valores apresentados foram coletados em um determinado

intervalo de tempo ao longo do segundo ciclo de avaliaccedilatildeo apenas como forma de

comparaccedilatildeo entre os tratamentos e o perfil de umidade do solo nos lisiacutemetros de cada aacuterea

onde na aacuterea irrigada o seu manejo foi adotado

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

set-13 out-13 nov-13 dez-13 jan-14 fev-14 mar-14 abr-14 mai-14 jun-14 jul-14

Lacircm

inas

ap

lica

das

(mm

)

81

Figura 13 - Variaccedilatildeo da umidade do solo ao longo do tempo nos tratamentos sem irrigaccedilatildeo

A umidade do solo presente na primeira camada do solo (0-020 m) apresentou as

maiores variaccedilotildees para todos os tratamentos monitorados tendo menores variaccedilotildees temporais

nas demais camadas do solo De acordo com Campos et al (1994) as alteraccedilotildees de umidade

do solo satildeo dinacircmicas e ocorrem em curto e longo periacuteodo de tempo sendo principalmente

na camada superficial do solo

A partir dos dados obtidos da caracterizaccedilatildeo inicial do solo feito por Flumignan

(2012) como capacidade de campo ponto de murchamento permanente e densidade do solo

representativa para a aacuterea sem irrigaccedilatildeo ao longo do perfil do solo foi calculado o

armazenamento de aacutegua no solo para os quatro tratamentos de adubaccedilatildeo e do lisiacutemetro de

pesagem localizados proacuteximos a aacuterea experimental (Figura 14) A partir dos dados

observados constata-se o maior consumo hiacutedrico e com isso os menores volumes de aacutegua

armazenados nos tratamentos sem restriccedilatildeo da adubaccedilatildeo nitrogenada com as doses de 150

de N (S1) e 100 de N (S2) seguido tambeacutem das plantas localizadas dentro dos lisiacutemetros

que foram tambeacutem adubadas com 100 da recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo para a cultura

25

30

35

40

45

50

Um

ida

de

vo

lum

eacutetri

ca (

)

S1 - 150N

0-20cm 20-40cm 40-60cm 60-80cm

25

30

35

40

45

50

S2 - 100N

0-20cm 20-40cm 40-60cm 60-80cm

25

30

35

40

45

50

Um

idad

e volu

meacutet

rica

(

)

S3 - 50N

0-20cm 20-40cm 40-60cm 60-80cm

25

30

35

40

45

50

S4 - 0N

0-20cm 20-40cm 40-60cm 60-80cm

82

Figura 14 - Armazenamento de aacutegua no solo na camada de 0-08 m para os quatro tratamentos de adubaccedilatildeo

nitrogenada e dentro do lisiacutemetro na aacuterea sem irrigaccedilatildeo utilizando a sonda de capacitacircncia Diviner

2000

A variaccedilatildeo da umidade volumeacutetrica do solo na aacuterea irrigada por pivocirc central nos

quatro tratamentos de adubaccedilatildeo aplicados em diferentes camadas do perfil do solo satildeo

apresentadas na Figura 15 Assim como nos tratamentos sem irrigaccedilatildeo os quatro tratamentos

adotados na aacuterea irrigada apresentaram o mesmo comportamento na variaccedilatildeo de umidade no

periacuteodo de avaliaccedilatildeo com a umidade na camada de 0-020 m apresentando as maiores

variaccedilotildees e as demais camadas com poucas variaccedilotildees ao longo do periacuteodo de monitoramento

Isso se deve ao fato dessa camada apresentar-se na superfiacutecie do solo e tendo o contato direto

da radiaccedilatildeo solar acaba favorecendo no processo de evaporaccedilatildeo da aacutegua nos primeiros

centiacutemetros de solo estando susceptiacutevel aos ciclos de umedecimento e secagem consequente

dos eventos de precipitaccedilatildeo e estiagem (CAMPOS et al 1994) A maior concentraccedilatildeo

radicular da cultura nos primeiros centiacutemetros do solo e as raiacutezes da vegetaccedilatildeo rasteira

contribuiacuteram na maior absorccedilatildeo radicular de aacutegua nesta camada favorecendo tambeacutem a sua

maior variabilidade de umidade do solo Aliado a esses fatores a baixa ascensatildeo capilar em

maiores profundidades nesse solo por apresentar lenccedilol freaacutetico profundo proporcionou uma

menor variaccedilatildeo de sua umidade nas camadas subsequentes

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

Arm

azen

amen

to d

e aacuteg

ua

no s

olo

(m

m)

S1 S2 S3 S4 Lisiacutemetro

83

Figura 15 - Variaccedilatildeo da umidade do solo ao longo do tempo nos tratamentos irrigados

O armazenamento de aacutegua no solo nos tratamentos irrigados diferente da aacuterea sem

irrigaccedilatildeo apresentou os menores valores para os perfis de solo situados dentro dos lisiacutemetros

seguidos em alguns momentos pelo tratamento P1 ou P2 e ao final pelo tratamento P3 O

armazenamento de aacutegua no solo ao longo de periacuteodo de monitoramento para os quatro

tratamentos de adubaccedilatildeo e do lisiacutemetro de pesagem localizados na aacuterea irrigada satildeo

apresentados na Figura 16

Figura 16 - Armazenamento de aacutegua no solo na camada de 0-08 m para os quatro tratamentos de adubaccedilatildeo

nitrogenada e dentro do lisiacutemetro na aacuterea irrigada utilizando a sonda de capacitacircncia Diviner 2000

20

25

30

35

40

45

50

Um

idad

e volu

meacutet

rica

(

)P1 - 150N

0-20cm 20-40cm 40-60cm 60-80cm

20

25

30

35

40

45

50

P2 - 100N

0-20cm 20-40cm 40-60cm 60-80cm

20

25

30

35

40

45

50

Um

idad

e volu

meacutet

rica

(

)

P3 - 50N

0-20cm 20-40cm 40-60cm 60-80cm

20

25

30

35

40

45

50

P4 - 0N

0-20cm 20-40cm 40-60cm 60-80cm

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

Arm

azen

amen

to d

e aacuteg

ua

no

so

lo (

mm

)

P1 P2 P3 P4 Lisiacutemetro

84

44 Produtividade da cultura

Ao longo do periacuteodo de colheita do terceiro ano de cultivo realizado de janeiro2014 a

junho2014 foram obtidos em meacutedia 158 kg de fruto por planta para toda a aacuterea

experimental Com exceccedilatildeo da relaccedilatildeo frutosemente todas as variaacuteveis apresentaram

diferenccedila significativa para o efeito da irrigaccedilatildeo e do aumento da dose de adubo nitrogenado

(Tabela 10) o que explica que o aumento da produccedilatildeo e da produtividade de frutos e

sementes se daacute pelo maior nuacutemero de frutos produzidos sendo o aumento da massa de

sementes proporcional Natildeo houve interaccedilatildeo entre o manejo hiacutedrico e as doses de N aplicadas

O tratamento P1 (150 N ndash Irrigado) foi o que apresentou a melhor resposta seguido do

tratamento P2 (100 N ndash Irrigado) Com relaccedilatildeo agraves doses de adubaccedilatildeo em todos os casos os

tratamentos com 0 de N (P4 e S4) apresentaram desempenho inferior diferindo

estatisticamente das demais doses aplicadas (Tabela 11)

Tabela 10 - Valores de F para produccedilatildeo de frutos (ProdF) e sementes (ProdS) em kg pl-1

relaccedilatildeo sementefruto

(RelSF) e produtividade de sementes (PS) em kg ha-1

Fonte de

Variaccedilatildeo

Ciclo 201314 Ciclo 201415

GL ProdF ProdS Rel SF PS ProdF ProdS Rel

SF PS

Blocos [I] 6 138

125

041ns

1246

268 157

ns 135

ns 158

ns

I 1 1512

1481

017ns

1478

428

365

054ns

365

N 3 307

319

345ns

319

307

241

080ns

242

I x N 3 083ns

094ns

194ns

094ns

106ns

047ns

113ns

048ns

Meacutedia geral 1188 0797 0668 6640 1499 0946 0632 8672

CV () 153 155 25 155 162 184 53 184

Niacuteveis de significacircncia 001ltPlt005 0001ltPlt001 Plt0001 ns - natildeo significativo I ndash Irrigaccedilatildeo N ndash

Doses de N GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo

Tabela 11 - Produtividade meacutedia das sementes de pinhatildeo-manso (kg ha-1

) em funccedilatildeo do manejo hiacutedrico e doses

de nitrogecircnio aplicado

Manejo

hiacutedrico

Doses de Nitrogecircnio

Meacutedias 150 100 50 0

Ciclo 201314

Irrigado 11078 9718 8730 5895 8855 A

Sequeiro 6018 4875 5258 1550 4425 B

Meacutedias 8548 a 7296 ab 6994 b 3723 c

Ciclo 201415

Irrigado 13088 11005 10110 7300 10376 A

Sequeiro 10750 7548 6465 3110 6968 B

Meacutedias 11919 a 9276 b 8288 b 5205 c

Meacutedias seguidas de mesma letra maiuacutesculas na coluna e minuacutesculas na linha natildeo diferem entre si pelo teste de

Tukey a 5 de probabilidade

85

Para a produtividade de sementes o modelo de regressatildeo linear obteve o melhor ajuste

para as duas condiccedilotildees da produtividade de sementes em funccedilatildeo das doses de N aplicadas nos

dois anos de avaliaccedilatildeo (Figura 17 e Figura 18) O uso da irrigaccedilatildeo duplicou a produtividade

de sementes no terceiro ano de cultivo apresentando tambeacutem uma oacutetima resposta com a

adubaccedilatildeo nitrogenada O quarto ano de cultivo (segundo ano de avaliaccedilatildeo) apresentou um

consideraacutevel acreacutescimo na produccedilatildeo de frutos e sementes no cultivo sem irrigaccedilatildeo com as

maiores doses de adubo nitrogenado onde o efeito da produccedilatildeo se mostrou acentuado com a

complementaccedilatildeo de aacutegua por irrigaccedilatildeo e com a correta adubaccedilatildeo nitrogenada quadruplicando

a sua produccedilatildeo em alguns casos quando se verificou o comportamento linear crescente no 4ordm

ano com acreacutescimo de 00035 Mg ha-1

e 00047 Mg ha-1

da produtividade de sementes para

cada kg de nitrogecircnio aplicado por hectare na aacuterea irrigada e sem irrigaccedilatildeo respectivamente

Por ser ainda uma planta em formaccedilatildeo eacute aceitaacutevel o fato da produtividade do terceiro ano de

cultivo da cultura ser inferior ao ano seguinte por receber uma menor dosagem na sua

adubaccedilatildeo de manutenccedilatildeo e por principalmente a cultura passar pelo processo de

estabelecimento nos seus primeiros anos jaacute que o seu pico de produccedilatildeo soacute eacute observado a

partir do seu quinto ano de cultivo (ARRUDA et al 2004)

Figura 17 - Produtividade de sementes do pinhatildeo-manso em funccedilatildeo das diferentes doses de adubo nitrogenado

aplicado no terceiro ano de cultivo

y = 00048x + 06377

Rsup2 = 09453 p-valor = 00099

y = 00038x + 0247

Rsup2 = 07245 p-valor = 00011

00

02

04

06

08

10

12

14

16

0 345 69 1035

Pro

du

tiv

ida

de

de

sem

ente

s (M

g h

a-1

)

Doses de N (kg ha-1 ano-1)

y = 2688x + 33292

Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007

Rsup2 = 08733 p-valor = 00012

0

100

200

300

400

500

600

700

800

0 345 69 1035

Pro

du

tiv

ida

de

de

oacutele

o (

kg

ha

-1)

Doses de N (kg ha-1 ano-1)

Irrigado Natildeo irrigado

Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)y = 2688x + 33292

Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007

Rsup2 = 08733 p-valor = 00012

0

100

200

300

400

500

600

700

800

0 345 69 1035

Pro

du

tivid

ad

e d

e oacutele

o (

kg h

a-1

)

Doses de N (kg ha-1 ano-1)

Irrigado Natildeo irrigado

Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)

y = 2688x + 33292

Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007

Rsup2 = 08733 p-valor = 00012

0

100

200

300

400

500

600

700

800

0 345 69 1035

Pro

du

tiv

ida

de

de

oacutele

o (

kg

ha

-1)

Doses de N (kg ha-1 ano-1)

Irrigado Natildeo irrigado

Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)y = 2688x + 33292

Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007

Rsup2 = 08733 p-valor = 00012

0

100

200

300

400

500

600

700

800

0 345 69 1035

Pro

du

tivid

ad

e d

e oacutele

o (

kg h

a-1

)

Doses de N (kg ha-1 ano-1)

Irrigado Natildeo irrigado

Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)

86

Figura 18 - Produtividade de sementes do pinhatildeo-manso em funccedilatildeo das diferentes doses de adubo nitrogenado

aplicado no quarto ano de cultivo

Patolia et al (2007) avaliaram o desenvolvimento do pinhatildeo-manso nos dois primeiros

anos agriacutecolas de cultivo (200405 e 200506) em funccedilatildeo da fertilizaccedilatildeo mineral de N e P e

notaram que apesar do aumento adicional da dosagem de N no primeiro ano cultivo natildeo foi

observado aumento significativo na produtividade diminuindo com a aplicaccedilatildeo da dosagem

de 60 kg ha-sup1 (N60) com relaccedilatildeo a dosagem de 45 kg ha

-sup1 (N45) Com isso as maiores

produtividades de sementes da cultura (356 e 4672 kg ha-1

) foram registradas com o uso de

N45 e N60 em 200405 e 200506 respectivamente A exigecircncia de uma menor quantidade

de N nos primeiros anos da cultura confirma as recomendaccedilotildees propostas por FACT (2010)

que estabelece doses crescentes dos nutrientes a partir do seu primeiro ano de cultivo no

campo ateacute o seu quarto ano de cultivo quando a cultura inicia o seu pico de produccedilatildeo

Os resultados apresentados nesse trabalho encontram-se abaixo do relatado na

literatura claacutessica sobre a cultura (HELLER 1996) entretanto por existir pouca informaccedilatildeo

sobre a cultura muitos autores estimaram a produtividade da cultura caso o seu provaacutevel

potencial fosse atingido (ARRUDA et al 2004 TEWARI 2009 FACT 2010) Em

contrapartida trabalhos mais recentes obtiveram produtividades semelhantes ou abaixo para

os primeiros anos de cultivo da cultura (KHEIRA ATTA 2009 KESAVA RAO et al 2012

TIKKOO YADAV KAUSHIK 2013)

O aumento da produtividade de frutos e sementes com a utilizaccedilatildeo da adubaccedilatildeo

nitrogenada comprova que essa cultura apesar de possuir caracteriacutesticas de adaptaccedilatildeo a

y = 00035x + 07638

Rsup2 = 09646 p-valor = 00015

y = 00047x + 0337

Rsup2 = 09674 p-valor lt00001

00

02

04

06

08

10

12

14

16

0 515 103 1545

Pro

du

tivid

ad

e d

e se

men

tes

(Mg h

a-1

)

Doses de N (kg ha-1 ano-1)

y = 2688x + 33292

Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007

Rsup2 = 08733 p-valor = 00012

0

100

200

300

400

500

600

700

800

0 345 69 1035

Pro

du

tiv

ida

de

de

oacutele

o (

kg

ha

-1)

Doses de N (kg ha-1 ano-1)

Irrigado Natildeo irrigado

Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)y = 2688x + 33292

Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007

Rsup2 = 08733 p-valor = 00012

0

100

200

300

400

500

600

700

800

0 345 69 1035

Pro

du

tiv

ida

de

de

oacutele

o (

kg

ha

-1)

Doses de N (kg ha-1 ano-1)

Irrigado Natildeo irrigado

Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)y = 2688x + 33292

Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007

Rsup2 = 08733 p-valor = 00012

0

100

200

300

400

500

600

700

800

0 345 69 1035

Pro

du

tiv

ida

de

de

oacutele

o (

kg

ha

-1)

Doses de N (kg ha-1 ano-1)

Irrigado Natildeo irrigado

Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)y = 2688x + 33292

Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007

Rsup2 = 08733 p-valor = 00012

0

100

200

300

400

500

600

700

800

0 345 69 1035

Pro

du

tivid

ad

e d

e oacutele

o (

kg h

a-1

)

Doses de N (kg ha-1 ano-1)

Irrigado Natildeo irrigado

Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)

87

condiccedilotildees adversas de clima e solo como a sua restriccedilatildeo de fertilidade pode obter ganhos

consideraacuteveis na sua produtividade quando o solo eacute corretamente suprido quanto agraves suas

exigecircncias nutricionais Mohapatra e Panda (2011) ao estudarem os efeitos de diferentes

dosagens e combinaccedilotildees da adubaccedilatildeo NPK na produccedilatildeo de pinhatildeo-manso de cinco anos de

cultivo no leste da Iacutendia encontraram para o tratamento que recebeu a maior dosagem de N

(60 g planta-sup1) aplicado via ureia a maior produtividade de sementes (42721 kg ha

-sup1) Yong

et al (2010) tambeacutem verificaram uma maior produtividade da cultura com aplicaccedilatildeo de

maiores doses de fertilizante nitrogenado tendo um aumento exponencial do nuacutemero de frutos

por planta com o aumento da dosagem de fertilizante tambeacutem foram obtidas melhorias nas

caracteriacutesticas fisioloacutegicas da planta como um maior teor de N foliar maior capacidade de

assimilaccedilatildeo maacutexima de CO2 e maior teor de clorofila total

A praacutetica da irrigaccedilatildeo garantiu para o primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo da cultura um

aumento de mais de 100 da produtividade de sementes em comparaccedilatildeo com o cultivo em

sequeiro Para o segundo ciclo de avaliaccedilatildeo a aacuterea com histoacuterico de irrigaccedilatildeo apresentou um

aumento crescente em relaccedilatildeo ciclo passado soacute que desta vez acompanhado com o aumento

do cultivo sem irrigaccedilatildeo ainda assim o aumento da produtividade na aacuterea com histoacuterico de

irrigaccedilatildeo apresentou-se com uma produtividade 489 maior do que o cultivo sem irrigaccedilatildeo

O uso da irrigaccedilatildeo complementar assim como neste estudo tem se apresentado essencial em

outros trabalhos para garantir o aumento da produtividade e a garantia da sobrevivecircncia da

cultura em alguns casos (KHEIRA ATTA 2009 BEHERA et al 2010 SILVA et al 2011

OLIVEIRA et al 2012 TIKKOO YADAV KAUSHIK 2013) Em uma aacuterea de baixada

irrigada com boa fertilidade Purcino e Drummond (1986) observaram que o pinhatildeo-manso

comeccedilou a produzir logo no segundo ano atingindo 2000 kg ha-1

de sementes Por outro lado

Drumond et al (2007) obtiveram produtividades variando de 330 kg ha-1

em condiccedilotildees de

sequeiro a 1200 kg ha-1

em aacuterea irrigada jaacute no primeiro ano de cultivo em Petrolina-PE

88

45 Produtividade da aacutegua

Na Figura 19 satildeo apresentados os valores de produtividade de aacutegua (PA) em

quilogramas de sementes produzidas para as aacutereas irrigada e sem irrigaccedilatildeo em funccedilatildeo das

diferentes doses de nitrogecircnio aplicada para o terceiro ano de cultivo do pinhatildeo-manso Para

este estudo foi calculada a produtividade de aacutegua apenas para o primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo

devido agrave ausecircncia de irrigaccedilatildeo no ciclo seguinte

Figura 19 - Produtividade de aacutegua para a cultura do pinhatildeo-manso para todos os tratamentos no terceiro ano de

cultivo

O tratamento S1 foi o que apresentou a melhor produtividade de aacutegua com 102 kg m-

sup3 seguido por S3 P1 e S2 Comparando a praacutetica da irrigaccedilatildeo os tratamentos irrigados natildeo

corresponderam proporcionalmente a uma maior produccedilatildeo pelo total de aacutegua aplicada na

cultura embora a PA natildeo tenha diferido entre os diferentes tipos de manejo hiacutedrico (Tabela

12) A produtividade meacutedia de aacutegua nos tratamentos irrigados foi de 067 kg m-sup3 enquanto

que nos tratamentos sem irrigaccedilatildeo foi de 076 kg m-sup3 valores estes superiores aos encontrados

por Sousa et al (2012) de 060 kg m-sup3 O efeito da adubaccedilatildeo nitrogenada mostrou-se

altamente significativo na PA (Tabela 12) o que confirma os resultados encontrados por

diversos autores em outras culturas agriacutecolas (NIELSEN HALVORSON 1991 MEDEIROS

DUBEUX JUNIOR 2008 CHAVES GHEYI RIBEIRO 2011) Assim como a

produtividade da cultura natildeo houve interaccedilatildeo entre o manejo hiacutedrico e as doses de N

aplicadas

P1

P2P3

P4

S1

S2S3

S4

00

02

04

06

08

10

12

150 N 100 N - S1 50 N 0 N

Pro

du

tiv

ida

de

de

aacuteg

ua

(k

g m

-sup3)

Irrigado (Pivocirc central) Natildeo irrigado (Sequeiro)

89

Tabela 12 ndash Anaacutelise de variacircncia para produtividade de aacutegua (PA) no terceiro ano de cultivo

Fonte de Variaccedilatildeo GL Quadrado meacutedio F Valor-p

Blocos [I] 6 00855 371 00141

I 1 00587 254 01281

N 3 05004 217 lt00001

I x N 3 00696 302 00569

Resiacuteduo 18 002305

Meacutedia geral 0715

CV () 212

I ndash Irrigaccedilatildeo N ndash Doses de N GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo

Com relaccedilatildeo aos tratamentos adubados constata-se que apenas os tratamentos sem

adubaccedilatildeo nitrogenada tiveram uma draacutestica reduccedilatildeo na produtividade de aacutegua

correspondendo com a sua baixa produtividade de sementes diferindo dos resultados

encontrados por Yang et al (2013) A Figura 20 apresenta o diagrama de dispersatildeo e a

equaccedilatildeo de regressatildeo da produtividade em funccedilatildeo das doses de nitrogecircnio aplicadas no solo

no terceiro ano de cultivo O modelo de regressatildeo linear foi o uacutenico que proporcionou ajuste

significativo para todos os componentes da equaccedilatildeo obtendo um coeficiente de determinaccedilatildeo

corrigido de 813 Sousa et al (2012) para o pinhatildeo-manso e Barros Juacutenior et al (2008) para

a cultura da mamoneira tambeacutem observaram um aumento linear para a PA nesses trabalhos

tais aumentos foram resultantes do incremento da disponibilidade de aacutegua no solo Pelo fato

do uso da irrigaccedilatildeo e da sua interaccedilatildeo com os tratamentos adubados natildeo ter dado efeito

significativo uma uacutenica equaccedilatildeo de ajuste da produtividade de aacutegua em funccedilatildeo das doses de

nitrogecircnio foi determinada

90

Figura 20 - Produtividade da aacutegua do pinhatildeo-manso em funccedilatildeo das diferentes doses de adubo nitrogenado

aplicado no terceiro ano de cultivo

A praacutetica da irrigaccedilatildeo apesar de ter gerado um aumento significativo na produtividade

de frutos e sementes de pinhatildeo-manso natildeo acarretou em uma variaccedilatildeo significativa na

produtividade de aacutegua para a cultura Estes resultados apresentam-se distintos quando

comparados com outros trabalhos da literatura nos quais a aplicaccedilatildeo da quantidade ideal de

aacutegua por irrigaccedilatildeo com o seu correto manejo para a cultura do pinhatildeo-manso permitiu trazer

diferentes resultados natildeo garantindo uma maior produtividade da aacutegua ou eficiecircncia no seu

uso Santana et al (2015) encontraram para as plantas de pinhatildeo-manso irrigadas com deacuteficit

hiacutedrico uma maior eficiecircncia do uso da aacutegua fotossinteacutetica com uma reduccedilatildeo de 27 no

consumo total de aacutegua entretanto as plantas com irrigaccedilatildeo plena (tratamento controle)

obtiveram uma maior eficiecircncia do uso da aacutegua na produccedilatildeo de biomassa devido ao efeito

negativo dos tratamentos irrigados com deacuteficit na produccedilatildeo de biomassa Kheira e Atta

(2009) avaliando a resposta do pinhatildeo-manso sob deacuteficit hiacutedrico no Egito encontraram

valores de PA de 021 044 031 e 041 kg m-sup3 para 125 100 75 e 50 da

Evapotranspiraccedilatildeo da cultura respectivamente apresentando um ajuste quadraacutetico assim

como foi encontrado por Deus et al (2012) Jaacute Sousa et al (2012) encontraram um aumento

na PA em plantas de pinhatildeo-manso que recebiam a menor lacircmina de irrigaccedilatildeo Estes mais

variados comportamentos da cultura com relaccedilatildeo a sua eficiecircncia do uso da aacutegua ou

produtividade de aacutegua como eacute mais comumente chamado nos dias atuais corroboram com os

relatos de Jongschaap et al (2007) de que o pinhatildeo-manso apesar de possuir caracteriacutesticas

de se desenvolver em regiotildees semiaacuteridas e aacuteridas tropicais sendo entatildeo considerada como

y = 000505x + 04537

Rsup2corr = 08129 p-valor = lt00001

00

02

04

06

08

10

12

14

16

0 345 69 1035

Pro

du

tiv

ida

de

de

aacuteg

ua

(k

g m

- sup3)

Doses de N (kg ha-1 ano-1)

91

uma cultura tolerante a escassez hiacutedrica ainda eacute pouco estudado no que se refere ao seu uso

da aacutegua e agrave sua eficiecircncia do uso da aacutegua

Com isso observa-se que a maior produtividade de sementes encontrada no

tratamento irrigado com a maior dose de nitrogecircnio aplicada natildeo corresponde agrave maior

produtividade de aacutegua que foi obtida no tratamento com a maior dose de nitrogecircnio aplicado

soacute que no tratamento sem irrigaccedilatildeo Comportamento semelhante foi encontrado por Yang et

al (2013) que estudaram os efeitos da adiccedilatildeo de nitrogecircnio e do uso da aacutegua no crescimento e

desenvolvimento do pinhatildeo-manso e encontraram que com o maior intervalo de irrigaccedilatildeo (12

dias) houve reduccedilatildeo significativa no crescimento liacutequido da planta na aacuterea foliar na massa

seca total e na capacidade de armazenamento da aacutegua Entretanto houve economia de aacutegua de

irrigaccedilatildeo de 21 quando comparado com intervalos menores (4 e 8 dias) Contudo os autores

relatam que os maiores intervalos de irrigaccedilatildeo aumentaram a eficiecircncia do uso da aacutegua na

irrigaccedilatildeo (EUAi) e a eficiecircncia do uso da aacutegua no cultivo (EUAet) Assim a combinaccedilatildeo ideal

foi o tratamento com intervalo de irrigaccedilatildeo de 12 dias com o uso de nitrogecircnio o qual pode

aumentar a eficiecircncia do uso da aacutegua que apresenta o mesmo o conceito da produtividade da

aacutegua com a diferenccedila de que a produtividade de aacutegua eacute o produto da integraccedilatildeo das taxas de

produccedilatildeo de mateacuteria seca e da transpiraccedilatildeo (ou evapotranspiraccedilatildeo) ao longo do tempo

(FRIZZONE 2014)

46 Anaacutelise de crescimento

Na Figura 21 eacute ilustrada a altura meacutedia da planta sob condiccedilatildeo irrigada e de sequeiro e

das doses de nitrogecircnio respectivamente nos periacuteodos de cultivo e nas eacutepocas de avaliaccedilatildeo

as cinco primeiras eacutepocas de avaliaccedilatildeo correspondem ao ciclo 201314 e as cinco uacuteltimas

avaliaccedilotildees ao ciclo 201415 Observa-se que a irrigaccedilatildeo influenciou muito pouco a altura da

planta sendo mais acentuado o efeito das diferentes doses de nitrogecircnio aplicadas Ao final de

cada ciclo produtivo as plantas apresentaram uma altura meacutedia de 265 m e 300 m para o

terceiro e quarto ano de cultivo respectivamente Verificou-se ainda um menor crescimento

entre o segundo e o terceiro periacuteodo e entre o seacutetimo e o oitavo periacuteodo de avaliaccedilatildeo eacutepocas

que coincidem com a fase produtiva da cultura corroborando com relatos de Larcher (2000)

Segundo esse autor paralisaccedilotildees no crescimento vegetativo das plantas em funccedilatildeo da

aceleraccedilatildeo do crescimento produtivo ocorrem pela canalizaccedilatildeo da energia e de materiais

destinados agrave floraccedilatildeo e agrave frutificaccedilatildeo que por sua vez originam-se no processo fotossinteacutetico

92

na incorporaccedilatildeo de substacircncias minerais e na mobilizaccedilatildeo de reservas para formaccedilatildeo e

enchimentos dos frutos Ao final da fase de maturaccedilatildeo dos frutos eacute iniciado o periacuteodo de

senescecircncia das folhas do pinhatildeo-manso o que gera um pequeno decreacutescimo no seu tamanho

evidenciado ao final de cada ciclo de avaliaccedilatildeo

(a) (b)

Figura 21 - Altura meacutedia do pinhatildeo-manso (m) em funccedilatildeo do uso ou natildeo da irrigaccedilatildeo complementar (a) e das

doses de nitrogecircnio (b) durante o terceiro e quarto ano de cultivo

Os resultados da anaacutelise univariada de perfil da variaacutevel altura de planta considerando

o esquema de parcela subdividida no tempo para o primeiro e segundo ciclo de avaliaccedilatildeo

indicam que existem diferenccedilas entre o tipo de manejo hiacutedrico as doses de N o tempo (Dias

apoacutes a poda de limpeza ndash DAP) e para todas as interaccedilotildees com exceccedilatildeo da interaccedilatildeo DAP x

irrigaccedilatildeo x doses de N para o primeiro ciclo (Tabela 13) e das interaccedilotildees irrigaccedilatildeo x doses de

N e DAP x irrigaccedilatildeo x doses de N para o segundo ciclo (Tabela 14) Observa-se que a

hipoacutetese de perfis coincidentes para os demais fatores foi rejeitada (plt005) pelo teste F

indicando que a altura do pinhatildeo-manso apresenta comportamento diferenciado conforme o

tipo de manejo hiacutedrico e a dose de N impostos

Tabela 13 ndash Anaacutelise univariada de perfil para altura de plantas durante o ciclo 201314

Causas da variaccedilatildeo GL Soma de quadrados Quadrado meacutedio Teste F Pr gt F

Modelo 63 1135799 0180286 2288 lt00001

Bloco (Irrigaccedilatildeo) 6 1207324 0201221 2553 lt00001

Doses N 3 1064012 03546706 4501 lt00001

Irrigaccedilatildeo 1 0255201 02552006 3238 lt00001

Irrigaccedilatildeo x Doses N 3 0065522 00218406 277 00457

Resiacuteduo a 18 0484241 00269023 341 lt00001

DAP 4 7780440 19451100 24683 lt00001

DAP x Irrigaccedilatildeo 4 0103565 00258913 329 00143

DAP x Doses N 12 0371960 00309967 393 lt00001

DAP x Irrigaccedilatildeo x Doses N 12 0025725 00021438 027 09923

Resiacuteduo b 96 075651 000788

Total corrigido 159 12114499

Rsup2 = 09376 CV = 369 Meacutedia da Altura de planta (m) = 241

DAP ndash Dias apoacutes poda de limpeza GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo

15

20

25

30

35

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Alt

ura

da p

lan

ta (

m)

Eacutepoca de avaliaccedilatildeo

Pivocirc central Sequeiro

Fator de variaccedilatildeo manejo hiacutedrico

15

20

25

30

35

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Alt

ura

da

pla

nta

(m

)

Eacutepoca de avaliaccedilatildeo

150 N 100 N 50 N 0 N

Fator de variaccedilatildeo doses de nitrogecircnio

93

Tabela 14 ndash Anaacutelise univariada de perfil para altura de plantas durante o ciclo 201415

Causas da variaccedilatildeo GL Soma de quadrados Quadrado meacutedio Teste F Pr gt F

Modelo 63 1313087 02084265 1754 lt00001

Bloco (Irrigaccedilatildeo) 6 1000679 01667798 1404 lt00001

Doses N 3 4204642 14015473 11797 lt00001

Irrigaccedilatildeo 1 1287016 12870156 10833 lt00001

Irrigaccedilatildeo x Doses N 3 00056569 00018856 016 09238

Resiacuteduo a 18 03705663 0020587 173 00463

DAP 4 5476071 13690178 11523 lt00001

DAP x Irrigaccedilatildeo 4 02311438 00577859 486 00013

DAP x Doses N 12 04533988 00377832 318 00007

DAP x Irrigaccedilatildeo x Doses N 12 01016963 00084747 071 07351

Resiacuteduo b 96 114053 00118805

Total corrigido 159 14271399

Rsup2 = 09201 CV = 384 Meacutedia da Altura de planta (m) = 284

DAP ndash Dias apoacutes poda de limpeza GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo

Conforme esperado pode-se observar nas anaacutelises univariadas de perfil para a altura

de plantas que nos dois anos de cultivo houve rejeiccedilatildeo pelo teste F (plt00001) da hipoacutetese de

perfis horizontais que testa o efeito do tempo indicando que agrave medida que o tempo progride

haacute variaccedilatildeo da altura do pinhatildeo-manso De forma semelhante a hipoacutetese de perfis paralelos

tambeacutem foi rejeitada (plt005) indicando que as interaccedilotildees DAP x irrigaccedilatildeo e DAP x Doses N

atuam de forma dependente no crescimento em altura do pinhatildeo-manso

As anaacutelises do teste de esfericidade de Mauchly para a variaacutevel altura das plantas para

os dois anos de cultivo satildeo apresentadas na Tabela 15 De acordo com os resultados

apresentados para cada teste a condiccedilatildeo de esfericidade foi satisfeita para o ciclo 201314 e

rejeitada para o ciclo 201415 o que indica que para o primeiro ano de avaliaccedilatildeo a matriz de

variacircncias e covariacircncias apresenta uma forma chamada HUYNH-FELDT (H-F) e desta

forma o procedimento para a anaacutelise univariada de perfis pode ser utilizado O segundo ano

de avaliaccedilatildeo por sua vez por natildeo satisfazer essa condiccedilatildeo para altura das plantas indica que o

teste univariado natildeo deve ser utilizado procedendo-se neste caso a anaacutelise multivariada de

perfis

Tabela 15 ndash Teste de esfericidade de Mauchly para altura de plantas para os dois ciclos de avaliaccedilatildeo

Ciclo de

avaliaccedilatildeo

Grau de

liberdade de F

Criteacuterio de

Mauchly (W)

Estatiacutestica Qui-

Quadrado Xsup2 valor-p

Estatiacutestica

utilizada

201314 9 043237 13765 01309 Univariada

201415 9 031697 22309 00079 Multivariada

94

Avaliando o crescimento em altura ao longo do tempo da Leucaena leucocephala

(Lam) de Wit Souza et al (2008) verificaram rejeiccedilatildeo da condiccedilatildeo de esfericidade pelo teste

de esfericidade de Mauchly fato este tambeacutem observado por Rabello Thiebault e

Vasconcelos Junior (2015) para altura de plantas de feijatildeo-vagem Por outro lado trabalhando

com dados longitudinais em experimentaccedilatildeo animal Cestari Costa e Minho (2012)

observaram que a condiccedilatildeo de esfericidade natildeo foi violada pelo teste de Mauchly Neste caso

o teste univariado poderia ser utilizado pois a matriz de variacircncias e covariacircncias

apresentavam variacircncias comuns e covariacircncias nulas

Por meio dos testes multivariados para altura de plantas no segundo ano de avaliaccedilatildeo

a hipoacutetese de coincidecircncia dos perfis meacutedios (efeito entre indiviacuteduos) foi rejeitada para as

doses de N e para o uso de irrigaccedilatildeo complementar indicando que as distacircncias meacutedias entre

cada um desses grupos satildeo diferentes (Tabela 16) Nas anaacutelises intra indiviacuteduos o teste para o

fator DAP (dias apoacutes a poda de limpeza) testou a hipoacutetese de perfis horizontais (constantes)

Esta hipoacutetese foi rejeitada o que indica que existem diferenccedilas verticais entre as curvas que

descrevem as alturas meacutedias das plantas ao longo do tempo O teste para as interaccedilotildees DAP x

I e DAP x N testou a hipoacutetese de perfis paralelos que foi rejeitada para a interaccedilatildeo DAP x I e

satisfeita para DAP x N para o teste estatiacutestico Traccedilo de Pillai embora ela tenha sido rejeitada

para os demais testes Com isso conclui-se a partir desses resultados que o crescimento em

altura para a interaccedilatildeo DAP x I eacute diferenciado pelo tratamento aplicado

Tabela 16 ndash Resultados dos testes multivariados para os fatores entre e intra indiviacuteduos para a variaacutevel altura no

segundo ciclo de avaliaccedilatildeo

Efeito Causa da variaccedilatildeo GL Teste F Valor p

Entre indiviacuteduos

Blocos (I) 6 730 00016

I 1 4027 lt 00001

N 3 4385 lt 00001

I x N 3 006 09807

Intra indiviacuteduos

DAP 4 34334 lt00001

DAP x Bloco (I) 12 277 00046

DAP x I 4 376 00216

DAP x N 12 169 00907

DAP x I x N 12 075 07021

DAP ndash Dias apoacutes poda de limpeza GL= graus de liberdade I ndash Irrigaccedilatildeo N ndash Doses de N

De acordo com o exposto os perfis meacutedios de resposta da altura das plantas (m) em

funccedilatildeo das quatro doses de adubo nitrogenado e das duas condiccedilotildees de manejo hiacutedrico nos

dois anos de cultivo pode ser representado graficamente conforme a Figura 22

95

Figura 22 ndash Perfis meacutedios da altura das plantas de pinhatildeo-manso para os dois anos de avaliaccedilatildeo

Com a exceccedilatildeo do primeiro periacuteodo de avaliaccedilatildeo em que os tratamentos foram receacutem

aplicados natildeo havendo portanto efeito sobre as plantas observou-se efeito significativo dos

tratamentos em praticamente todos os periacuteodos de avaliaccedilatildeo no primeiro ciclo ocorrendo

efeito significativo das doses de nitrogecircnio sobre a expressatildeo fenotiacutepica de altura meacutedia

(Figura 23) Esses resultados concordam com os encontrados por Albuquerque et al (2009b)

Oliveira e Beltratildeo (2010) e Yang et al (2013) O modelo polinomial de regressatildeo linear foi o

que apresentou o melhor ajuste para a altura de plantas em funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda de

limpeza (DAP) para todos os tratamentos apesar da reduccedilatildeo do crescimento meacutedio diaacuterio na

eacutepoca do inverno (Tabela 17) Para o segundo ano de avaliaccedilatildeo o uso da irrigaccedilatildeo mostrou

um efeito superior com relaccedilatildeo aos tratamentos natildeo irrigados em praticamente todo o periacuteodo

de avaliaccedilatildeo (Figura 24) e assim como para as doses de N de maior valor tiveram a regressatildeo

linear como melhor ajuste para a altura das plantas (Tabela 17) onde expressou-se o aumento

da altura das plantas no pico da produccedilatildeo natildeo ocorrendo o seu decreacutescimo no termino do seu

ciclo com o iniacutecio do periacuteodo do inverno Os demais tratamentos com deacuteficit (natildeo irrigado e

com as doses de 50 e 0 de N) tiveram o modelo de regressatildeo quadraacutetico como o melhor

ajuste para altura de plantas (Tabela 17) Na Tabela 18 satildeo apresentados as equaccedilotildees de ajuste

seguidos do coeficiente de determinaccedilatildeo corrigido (Rsup2corr) e do valor p para cada tratamento

nos dois anos de avaliaccedilatildeo

18

20

22

24

26

28

45 110 180 230 280

Alt

ura

da

pla

nta

(m

)

DAP

Ciclo 201314

150 N 100 N

50 N 0 N

22

24

26

28

30

32

34

45 90 130 190 260

Alt

ura

da p

lan

ta (

m)

DAP

Ciclo 201415

150 N 100 N

50 N 0 N

18

20

22

24

26

28

45 110 180 230 280

Alt

ura

da

pla

nta

(m

)

DAP

Ciclo 201314

Irrigado Natildeo irrigado

22

24

26

28

30

32

34

45 90 130 190 260

Alt

ura

da

pla

nta

(m

)

DAP

Ciclo 201415

Irrigado Natildeo irrigado

96

Tabela 17 ndash Anaacutelise de regresssatildeo para altura de plantas em funccedilatildeo do dia apoacutes a poda (DAP) para todos os

tratamentos nos dois anos de avaliaccedilatildeo

Modelo

Ciclo 201314

Irrigado Natildeo irrigado 150 N

F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC

Linear 1292 -26881 -26671 1423

-30348 -30140 787

-14210 -13985

Quadraacutetico 652ns

-26791 -26569 732ns

-30381 -30151 405ns

-14161 -13900

Modelo 100 N 50 N 0 N

F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC

Linear 1065 -14820 -14608 1324

-16041 -15808 427

-15645 -15416

Quadraacutetico 564ns

-14908 -14646 645ns

-15842 -15593 220ns

-15563 -15301

Modelo

Ciclo 201415

Irrigado Natildeo irrigado 150 N

F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC

Linear 505 -22525 -22358 243

-23220 -23050 459

-12768 -12632

Quadraacutetico 260ns

-22898 -22705 153 -23872 -23652 232

ns -13055 -12878

Modelo 100 N 50 N 0 N

F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC

Linear 311 -12585 -12439 257

-13791 -13635 118

-12617 -12430

Quadraacutetico 164ns

-12914 -12715 155 -14286 -14048 81

-12941 -12680

Niacuteveis de significacircncia Plt005 ns - natildeo significativo F ndash Teste F

(a) (b)

Figura 23 - Linhas de tendecircncia para altura de plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda (DAP)

para as diferentes doses de N aplicada (a) e do manejo hiacutedrico adotado (b) para o ciclo 201314

(a) (b)

Figura 24 ndash Linhas de tendecircncia para altura de plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda (DAP)

para as diferentes doses de N aplicada (a) e do manejo hiacutedrico adotado (b) para o ciclo 201415

18

2

22

24

26

28

3

0 50 100 150 200 250 300 350

Alt

ura

da p

lan

ta (

m)

DAP

150 N 100 N

50 N 0 N

18

2

22

24

26

28

3

0 50 100 150 200 250 300 350

Alt

ura

da p

lan

ta (

m)

DAP

Irrigado Natildeo irrigado

22

24

26

28

3

32

34

0 50 100 150 200 250 300

Alt

ura

da

pla

nta

(m

)

DAP

150 N 100 N

50 N 0 N

22

24

26

28

3

32

34

0 50 100 150 200 250 300

Alt

ura

da

pla

nta

(m

)

DAP

Irrigado Natildeo irrigado

97

Tabela 18 - Equaccedilotildees de ajuste para altura de plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda (DAP)

para as diferentes doses de N aplicada e do manejo hiacutedrico adotado para os dois ciclos de avaliaccedilatildeo

Tratamentos Equaccedilatildeo Altura (m) = f (DAP)

Rsup2corr Valor p Ciclo 201314

Irrigado 261x10-3

DAP + 196605 09697 lt00001

Natildeo Irrigado 22 x10-3

DAP +196074 09276 lt00001

150 N 258 x10-3

DAP + 198839 09710 lt00001

100 N 278x10-sup3 DAP + 196031 09326 lt00001

50 N 266x10-3

DAP + 192732 09698 lt00001

0 N 159x10-3

DAP + 197756 08960 lt00001

Tratamentos Ciclo 201415 Rsup2corr Valor p

Irrigado 254 x10-3

DAP + 256891 06737 lt00001

Natildeo Irrigado -1174 x10-5

DAPsup2 + 00053 DAP + 23023 07572 lt00001

150 N 281 x10-3

DAP + 256395 08370 lt00001

100 N 236 x10-3

DAP + 263288 07278 lt00001

50 N -1041 x10-5

DAPsup2 + 000505 DAP + 241365 08040 lt00001

0 N -122x10-5

DAPsup2 + 000521 DAP + 214707 06583 00012

O diacircmetro de copa para os diferentes tratamentos eacute apresentado na Figura 25 sob

condiccedilatildeo irrigada e de sequeiro (a) e para as doses de nitrogecircnio (b) respectivamente

Observou-se um comportamento semelhante ao paracircmetro altura no que se refere agrave curva de

crescimento Assim como na altura meacutedia da planta os tratamentos sem irrigaccedilatildeo e sem a

aplicaccedilatildeo de nitrogecircnio mostraram o menor crescimento no diacircmetro de copa quando

comparado aos demais tratamentos Em resumo independente do uso da irrigaccedilatildeo e das doses

de adubo nitrogenado o crescimento do diacircmetro meacutedio de copa seguiu o mesmo padratildeo para

todos os tratamentos tendo grande aumento da primeira para a segunda avaliaccedilatildeo e

aumentando com o tempo em uma taxa relativamente constante ao longo do ciclo ateacute a

penuacuteltima avaliaccedilatildeo quando o diacircmetro meacutedio de copa teve uma pequena queda devido ao

iniacutecio do periacuteodo de senescecircncia foliar

Na primeira avaliaccedilatildeo realizada o diacircmetro meacutedio geral foi de 154 m e ao final de

cada ciclo produtivo as plantas obtiveram um diacircmetro meacutedio de copa de 274 m e 322 m

para o terceiro e quarto de ano cultivo respectivamente assemelhando-se aos resultados

apresentados por Muumlller et al (2014) e superiores aos resultados de Torres et al (2011)

A variaccedilatildeo do diacircmetro de copa das plantas ocorreu principalmente em funccedilatildeo do

estaacutedio de desenvolvimento e da poda de manutenccedilatildeo e limpeza realizada sempre ao final de

cada ciclo de cultivo Ao longo do terceiro ano de cultivo o diacircmetro de copa das plantas de

98

pinhatildeo-manso tiveram uma taxa de crescimento acentuado ateacute marccedilo de 2014 tendo um

crescimento meacutedio diaacuterio de 061 063 059 e 045 cm dia-1

nas doses de 150 100 50 e

0 de nitrogecircnio respectivamente Com relaccedilatildeo ao tipo de manejo hiacutedrico adotado os

tratamentos irrigados e sem irrigaccedilatildeo apresentaram a mesma taxa de crescimento de 057 cm

dia-1

mesmo assim houve diferenccedila significativa da irrigaccedilatildeo nos dois ciclos de avaliaccedilatildeo o

que leva a concluir que o pinhatildeo-manso tambeacutem eacute exigente em aacutegua e quando suprido com as

suas necessidades hiacutedricas pode se desenvolver satisfatoriamente (FARIA et al 2011

OLIVEIRA et al 2012)

No quarto ano de cultivo os tratamentos com menores doses de nitrogecircnio aplicado

apresentaram as maiores taxas de crescimento diaacuterio sendo observada no tratamento com 0

de N (056 cm dia-1

) seguido do tratamento com 100 de N (054 cm dia-1

) 50 de N (051

cm dia-1

) e 150 de N (035 cm dia-1

) Diferente do terceiro ano os tratamentos com histoacuterico

de irrigaccedilatildeo apresentaram menor taxa de crescimento diaacuterio (044 cm dia-1

) em comparaccedilatildeo

com o valor meacutedio dos tratamentos na aacuterea sem irrigaccedilatildeo (053 cm dia-1

) Isso pode ser

explicado devido ao alto crescimento do diacircmetro no terceiro ano dos tratamentos irrigados e

com maiores doses de nitrogecircnio o que diminuiu a aacuterea de crescimento das plantas que no

final do quarto ano se encontravam com os ramos proacuteximos das plantas vizinhas mesmo com

a praacutetica da poda de manutenccedilatildeo e limpeza feito no final do terceiro ano Aleacutem disso o fato

da suspensatildeo da irrigaccedilatildeo no quarto ano de cultivo para a aacuterea irrigada eacute um fator que deve ser

considerado

(a) (b)

Figura 25 - Diacircmetro meacutedio de copa do pinhatildeo-manso (m) em funccedilatildeo do uso ou natildeo da irrigaccedilatildeo complementar

(a) e das doses de nitrogecircnio (b) durante o terceiro e quarto ano de cultivo

Por meio da anaacutelise univariada de perfil foi verificado que para os dois ciclos de

avaliaccedilatildeo o diacircmetro de copa apresentou diferenccedilas entre o tipo de manejo hiacutedrico utilizado

as doses de N e as eacutepocas de leitura realizadas (DAP) Para o ciclo 201314 a hipoacutetese de

10

15

20

25

30

35

40

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Diacirc

met

ro d

a c

op

a (

m)

Eacutepoca de avaliaccedilatildeo

Pivocirc central Sequeiro

Fator de variaccedilatildeo manejo hiacutedrico

10

15

20

25

30

35

40

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Eacutepoca de avaliaccedilatildeo

150 N 100 N 50 N 0 N

Fator de variaccedilatildeo doses de nitrogecircnio

99

perfis coincidentes foi satisfatoacuteria para as interaccedilotildees Irrigaccedilatildeo x Doses de N e DAP x

Irrigaccedilatildeo (Tabela 19) enquanto que para ciclo 201415 a interaccedilatildeo DAP x Doses de N obteve

essa condiccedilatildeo (Tabela 20) A interaccedilatildeo tripla DAP x Irrigaccedilatildeo x Doses N tambeacutem apresentou

condiccedilatildeo satisfatoacuteria para a hipoacutetese de perfis coincidentes sendo verificado para os dois anos

de cultivo Para os demais fatores a hipoacutetese de perfis coincidentes foi rejeitada (plt005) pelo

teste F o que indica nesses casos que o diacircmetro de copa do pinhatildeo-manso apresenta

comportamento diferenciado conforme o tipo de manejo hiacutedrico e a dose de N considerada

podendo haver interaccedilatildeo ao longo do tempo para um ou mais fatores

Tabela 19 ndash Anaacutelise univariada de perfis para diacircmetro de copa durante o ciclo 201314

Causas da variaccedilatildeo GL Soma de quadrados Quadrado meacutedio Teste F Pr gt F

Modelo 63 453052 071913 4968 lt00001

Bloco (Irrigaccedilatildeo) 6 1538018 0256336 1771 lt00001

Doses N 3 1121413 0373804 2582 lt00001

Irrigaccedilatildeo 1 139876 139876 9663 lt00001

Irrigaccedilatildeo x Doses N 3 0118585 0039528 273 00481

Resiacuteduo a 18 0829183 0046066 318 00001

DAP 4 3949819 9874546 68218 lt00001

DAP x Irrigaccedilatildeo 4 0063678 0015919 110 03612

DAP x Doses N 12 058035 0048363 334 00004

DAP x Irrigaccedilatildeo x Doses N 12 0157028 0013086 090 05459

Resiacuteduo b 96 13896 0014475

Total corrigido 159 466948

Rsup2 = 09702 CV = 477 Meacutedia do diacircmetro de copa (m) = 252

DAP ndash Dias apoacutes poda de limpeza GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo

Tabela 20 ndash Anaacutelise univariada de perfis para diacircmetro de copa durante o ciclo 201415

Causas da variaccedilatildeo GL Soma de quadrados Quadrado meacutedio Teste F Pr gt F

Modelo 63 2466208 0391462 2944 lt00001

Bloco (Irrigaccedilatildeo) 6 0542885 0090481 680 lt00001

Doses N 3 3145428 1048476 7884 lt00001

Irrigaccedilatildeo 1 1802003 1802003 13551 lt00001

Irrigaccedilatildeo x Doses N 3 0087148 0029049 218 00948

Resiacuteduo a 18 0830395 0046133 347 lt00001

DAP 4 1733346 4333365 32586 lt00001

DAP x Irrigaccedilatildeo 4 0434685 0108671 817 lt00001

DAP x Doses N 12 028251 0023543 177 00641

DAP x Irrigaccedilatildeo x Doses N 12 0203565 0016964 128 02455

Resiacuteduo b 96 127662 0013298

Total corrigido 159 259387

Rsup2 = 09508 CV = 368 Meacutedia do diacircmetro de copa (m) = 313

DAP ndash Dias apoacutes poda de limpeza GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo

Para o diacircmetro de copa pode-se observar pelas anaacutelises univariadas de perfil que nos

dois ciclos de avaliaccedilatildeo houve rejeiccedilatildeo pelo teste F (plt00001) da hipoacutetese de perfis

horizontais indicando que agrave medida que o tempo progride haacute variaccedilatildeo no diacircmetro de copa

do pinhatildeo-manso A hipoacutetese de perfis paralelos por sua vez foi rejeitada (plt005) para a

100

interaccedilatildeo DAP x Doses N e satisfeita para a interaccedilatildeo DAP x irrigaccedilatildeo para o ciclo 201314

enquanto que no ciclo seguinte tais interaccedilotildees ocorreram de forma oposta

Da mesma forma que ocorreu para altura de plantas o teste de esfericidade de

Mauchly para a variaacutevel diacircmetro de copa apresentou condiccedilatildeo de esfericidade satisfatoacuteria

para o ciclo 201314 e foi rejeitada para o ciclo 201415 (Tabela 21) Com isso sugere-se o

uso da anaacutelise univariada de perfis com parcelas subdividas no tempo para o primeiro ciclo

avaliaccedilatildeo e a anaacutelise multivariada de perfis para o ciclo 201415

Tabela 21 ndash Teste de esfericidade de Mauchly para diacircmetro de copa para os dois ciclos de avaliaccedilatildeo

Ciclo de

avaliaccedilatildeo

Grau de

liberdade de F

Criteacuterio de

Mauchly (W)

Estatiacutestica Qui-

Quadrado Xsup2 Valor p

Estatiacutestica

utilizada

201314 9 053605 10236 03317 Univariada

201415 9 039956 17255 00449 Multivariada

O diacircmetro meacutedio de copa das plantas de pinhatildeo-manso apresentaram por meio dos

testes multivariados a hipoacutetese de coincidecircncia dos perfis meacutedios (efeito entre indiviacuteduos)

rejeitada para as doses de N e para o uso de irrigaccedilatildeo complementar no segundo ano de

avaliaccedilatildeo indicando que as distacircncias meacutedias entre cada um desses grupos satildeo diferentes

(Tabela 22) A hipoacutetese de perfis horizontais (constantes) nas anaacutelises intra indiviacuteduos para o

fator DAP foi rejeitada indicando que existem diferenccedilas verticais entre as curvas que

descrevem os diacircmetros meacutedios de copa das plantas ao longo do tempo O teste para a

hipoacutetese de perfis paralelos foi rejeitada para as interaccedilotildees DAP x I e DAP x N o que define

que o crescimento do diacircmetro de copa do pinhatildeo-manso no segundo ano de avaliaccedilatildeo eacute

diferenciado de acordo com o tratamento aplicado

Tabela 22 ndash Resultados dos testes multivariados para os fatores entre e intra indiviacuteduos para a variaacutevel diacircmetro

de copa no segundo ciclo de avaliaccedilatildeo

Efeito Causa da variaccedilatildeo GL Teste F Valor p

Entre indiviacuteduos

Blocos (I) 6 196 01253

I 1 3906 lt 00001

N 3 2273 lt 00001

I x N 3 063 06053

Intra indiviacuteduos

DAP 4 35616 lt00001

DAP x Bloco (I) 24 213 00075

DAP x I 4 689 00023

DAP x N 12 257 00097

DAP x I x N 12 162 01161

DAP ndash Dias apoacutes poda de limpeza GL= graus de liberdade I ndash Irrigaccedilatildeo N ndash Doses de N

101

Os perfis meacutedios de resposta em funccedilatildeo do diacircmetro de copa do pinhatildeo-manso (m)

para as quatro doses de adubo nitrogenado e as duas condiccedilotildees de manejo hiacutedrico nos dois

anos de cultivo eacute apresentado na Figura 26

Figura 26 ndash Perfis meacutedios do diacircmetro de copa das plantas de pinhatildeo-manso para os dois anos de avaliaccedilatildeo

Para o diacircmetro meacutedio de copa observou-se efeito positivo dos tratamentos aplicados

em grande parte das medidas de avaliaccedilatildeo no terceiro (Figura 27) e no quarto ano de cultivo

(Figura 28) Durante os dois ciclos houve um efeito positivo do uso da irrigaccedilatildeo sobre a

expressatildeo fenotiacutepica do diacircmetro de copa sendo observado um acreacutescimo do diacircmetro nas

trecircs primeiras avaliaccedilotildees decrescendo ao final do ciclo Esses resultados corroboram com os

encontrados por Albuquerque et al (2009a) que analisando o crescimento inicial do pinhatildeo-

manso em condiccedilotildees de sequeiro no semiaacuterido nordestino verificaram um raacutepido crescimento

da cultura no periacuteodo chuvoso no entanto na eacutepoca seca do ano ocorreu uma draacutestica

reduccedilatildeo na sua taxa de crescimento O modelo de regressatildeo quadraacutetico foi o que apresentou o

melhor ajuste para o diacircmetro de copa das plantas em funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda de limpeza

(DAP) para os diferentes tipos de manejo hiacutedrico e doses de N para os dois ciclos de

avaliaccedilatildeo (Tabela 23) Com isso nos dois ciclos avaliados se expressou o aumento do

diacircmetro de copa no pico da produccedilatildeo decrescendo no termino do seu ciclo com o iniacutecio do

inverno A reduccedilatildeo do diacircmetro meacutedio de copa nas uacuteltimas coletas de cada ciclo corrobora

14

16

18

20

22

24

26

28

30

32

45 110 180 230 280

Diacirc

met

ro d

e co

pa

(m

)

DAP

Ciclo 201314

150 N 100 N

50 N 0 N

22

24

26

28

30

32

34

36

38

45 90 130 190 260

Diacirc

met

ro d

e co

pa

(m

)

DAP

Ciclo 201415

150 N 100 N

50 N 0 N

14

16

18

20

22

24

26

28

30

32

45 110 180 230 280

Diacirc

met

ro d

e co

pa

(m

)

DAP

Ciclo 201314

Irrigado Natildeo irrigado

20

22

24

26

28

30

32

34

36

38

45 90 130 190 260

Diacirc

met

ro d

e co

pa

(m

)

DAP

Ciclo 201415

Irrigado Natildeo irrigado

102

com a afirmaccedilatildeo de Santos et al (2010) de que o diacircmetro da copa do pinhatildeo-manso sofre

intensa reduccedilatildeo durante a estaccedilatildeo de inverno com a queda das folhas mas que essas

ressurgem vigorosamente apoacutes o iniacutecio das chuvas As equaccedilotildees de ajuste seguidas do

coeficiente de determinaccedilatildeo corrigidos (Rsup2corr) e do valor p para cada tratamento nos dois anos

de avaliaccedilatildeo para diacircmetro de copa satildeo apresentadas na Tabela 24

(a) (b)

Figura 27 - Linhas de tendecircncia para diacircmetro meacutedio de copa das plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias

apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a) e do manejo hiacutedrico adotado (b) para o

ciclo 201314

Tabela 23 - Anaacutelise de regresssatildeo para diacircmetro de copa em funccedilatildeo do dia apoacutes a poda (DAP) para todos os

tratamentos nos dois anos de avaliaccedilatildeo

Modelo

Ciclo 201314

Irrigado Natildeo irrigado 150 N

F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC

Linear 890 -1533 -1545 1272

-1791 -1808 503

-740 -753

Quadraacutetico 1571 -2205 -2190 2697

-2661 -2644 956

-1110 -1090

Modelo 100 N 50 N 0 N

F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC

Linear 809 -888 -905 530

-808 -820 316

-819 -831

Quadraacutetico 1750 -1351 -1329 873

-1136 -1120 683

-1175 -1156

Modelo

Ciclo 201415

Irrigado Natildeo irrigado 150 N

F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC

Linear 207 -1892 -1902 374

-1607 -1618 120

-841 -857

Quadraacutetico 673 -2493 -2479 850

-2206 -2193 414

-1181 -1175

Modelo 100 N 50 N 0 N

F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC

Linear 118 -858 -879 218

-952 -958 161

-851 -856

Quadraacutetico 566 -1290 -1285 379

-1196 -1181 374

-1131 -1107

Niacuteveis de significacircncia Plt005 ns - natildeo significativo F ndash Teste F

1

15

2

25

3

35

0 50 100 150 200 250 300 350

Diacirc

met

ro d

e co

pa (

m)

DAP

150 N 100 N

50 N 0 N

1

15

2

25

3

35

0 50 100 150 200 250 300 350

Diacirc

met

ro d

e co

pa (

m)

DAP

Irrigado Natildeo irrigado

103

(a) (b)

Figura 28 - Linhas de tendecircncia para diacircmetro meacutedio de copa das plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias

apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a) e do manejo hiacutedrico adotado (b) para o

ciclo 201314

O uso de anaacutelise de medidas repetidas no tempo fazendo uso de anaacutelises uni e

multivariadas tem sido uma alternativa no estudo do crescimento e do desenvolvimento de

plantas (GEBER DAWSON 1990 HANCOCK et al 2007 KING STANTON 2008

METCALFE et al 2008) tais como os efeitos da disponibilidade de aacutegua para as plantas e de

nutrientes que tem servido de fontes para alguns estudos (CARROL PALLARDY GALEN

2001 BREEN RICHARDS 2008 SANTIAGO et al 2012) Achten et al (2010)

monitoraram algumas variaacuteveis de crescimento e de produccedilatildeo de biomassa em pinhatildeo-manso

cultivadas em casa de vegetaccedilatildeo submetidas a trecircs diferentes niacuteveis de estresse hiacutedrico e

encontraram para as mudas que sofriam estresse hiacutedrico severo (natildeo irrigadas) a paralisaccedilatildeo

do crescimento o iniacutecio da queda das folhas e a reduccedilatildeo do diacircmetro do caule nos primeiros

dias apoacutes o iniacutecio dos tratamentos Por meio da anaacutelise de medidas repetidas os autores

confirmaram que os tratamentos de niacutevel de estresse hiacutedrico influenciaram significativamente

as variaacuteveis de crescimento enquanto que o tipo de Acesso natildeo teve efeito significativo O

efeito do tempo (idade da planta) e a interaccedilatildeo tempo X niacutevel de estresse tiveram interaccedilatildeo

significativa (valor p lt0001) influenciando no comprimento do caule nuacutemero de folhas

diacircmetro na base do caule volume de caule fator de forma e volume total (volume de tronco

+ ramos) no referido trabalho

2

24

28

32

36

4

0 50 100 150 200 250 300

Diacirc

met

ro d

e co

pa

(m

)

DAP

150 N 100 N

50 N 0 N

2

24

28

32

36

4

0 50 100 150 200 250 300

Diacirc

met

ro d

e co

pa (

m)

DAP

Irrigado Natildeo irrigado

104

Tabela 24 - Equaccedilotildees de ajuste para diacircmetro de copa das plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias apoacutes a

poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicadas e do manejo hiacutedrico adotado para os dois ciclos

de avaliaccedilatildeo

Tratamentos Equaccedilatildeo Diacircmetro de copa (m) = f (DAP)

Rsup2corr PrgtF Ciclo 201314

Irrigado -418x10-5

DAPsup2 + 001879 DAP + 091195 09480 lt00001

Natildeo Irrigado -385x10-5

DAPsup2 + 001769 DAP + 078312 09694 lt00001

150 N -438x10-5

DAPsup2 + 001984 DAP + 082331 09570 lt00001

100 N -386x10-5

DAPsup2 + 001833 DAP + 076701 09749 lt00001

50 N -389x10-5

DAPsup2 + 001787 DAP + 08647 09456 lt00001

0 N -393x10-5

DAPsup2 + 001692 DAP + 093513 09531 lt00001

Tratamentos Ciclo 201415 Rsup2corr PrgtF

Irrigado -454x10-5

DAPsup2 - 0016 DAP + 213748 08901 lt00001

Natildeo Irrigado -542x10-5

DAPsup2 + 001994 DAP + 159186 09187 lt00001

150 N -529x10-5

DAPsup2 - 001876 DAP + 195335 08588 lt00001

100 N -553x10-5

DAPsup2 - 001942 DAP + 187746 08906 lt00001

50 N -416x10-5

DAPsup2 + 00157 DAP + 201854 09074 lt00001

0 N -493x10-5

DAPsup2 + 0018 DAP + 160933 09500 lt00001

O volume de copa do pinhatildeo-manso para os diferentes tratamentos avaliados eacute

apresentado na Figura 29 Diferente dos valores encontrados para a altura meacutedia e o diacircmetro

de copa nota-se uma maior variabilidade entre os dois manejos hiacutedricos adotados e

principalmente entre as diferentes doses de adubaccedilatildeo aplicadas Para o primeiro ano de

avaliaccedilatildeo nesse estudo os tratamentos sem irrigaccedilatildeo e sem a aplicaccedilatildeo de nitrogecircnio

apresentaram os menores volumes de copa Jaacute no segundo ano de avaliaccedilatildeo que foi analisado

a partir da sexta eacutepoca de coleta os valores apresentados foram ainda mais contrastantes

Com exceccedilatildeo da seacutetima eacutepoca de coleta que coincidiu com o periacuteodo de pico da produccedilatildeo

justificando portanto a baixa variaccedilatildeo do volume de copa entre os diferentes tipos de manejos

hiacutedrico as demais eacutepocas avaliadas dentro do fator de manejo hiacutedrico e entre as doses

adubaccedilatildeo nitrogenada apresentaram uma alta diferenccedila entre os resultados obtidos

O aumento do volume de copa foi influenciado diretamente pelo maior

desenvolvimento em conjunto da altura e do diacircmetro de copa Os tratamentos que obtiveram

o maior volume de copa apresentaram uma maior emissatildeo de ramos laterais que

consequentemente vieram a ter um maior nuacutemero de inflorescecircncias emitidas permitindo uma

maior produccedilatildeo de frutos e oacuteleo por aacutervore como eacute o caso dos tratamentos irrigados e das

doses de 150 e 100 de nitrogecircnio Spinelli et al (2010) avaliaram os efeitos diretos e

indiretos das caracteriacutesticas vegetativas sobre o rendimento de oacuteleo de pinhatildeo-manso com 38

105

meses de cultivo em espaccedilamento 3 x 2 m e reportaram que ocorre um maior crescimento dos

ramos no sentido do maior espaccedilo de desenvolvimento resultando em uma copa maior Esses

mesmos autores destacaram ainda que o volume da copa tem efeito direto sobre a

produtividade de sementes sendo a arquitetura da copa uma caracteriacutestica importante no

cultivo do pinhatildeo-manso

(a) (b)

Figura 29 - Volume de copa do pinhatildeo-manso (msup3) em funccedilatildeo do uso ou natildeo da irrigaccedilatildeo complementar (a) e das

doses de nitrogecircnio (b) durante o terceiro e quarto ano de cultivo

Nas Tabelas 25 e 26 satildeo apresentados o resultado da anaacutelise univariada de perfis para

o volume de copa de pinhatildeo-manso para o primeiro e segundo ciclo de avaliaccedilatildeo

respectivamente Assim como para altura de plantas e diacircmetro de copa o volume de copa

apresentou diferenccedilas altamente significativas entre o tipo de manejo hiacutedrico e doses de N

utilizadas A hipoacutetese de perfis horizontais tambeacutem foi rejeitada indicando que agrave medida que

o tempo progride haacute variaccedilatildeo no crescimento em volume de copa do pinhatildeo-manso O

resultado dos testes de paralelismo foi rejeitado para as interaccedilotildees DAP x Irrigaccedilatildeo e DAP x

Doses de N para o ciclo 201314 enquanto que para ciclo 201415 apenas a interaccedilatildeo DAP x

Doses de N obteve essa condiccedilatildeo mostrando nesses casos comportamento diferenciado do

volume de copa do pinhatildeo-manso entre esses tratamentos ao longo do tempo

0

5

10

15

20

25

30

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Vo

lum

e d

e co

pa

(m

sup3)

Eacutepoca de avaliaccedilatildeo

Pivocirc central Sequeiro

Fator de variaccedilatildeo manejo hiacutedrico

0

5

10

15

20

25

30

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Eacutepoca de avaliaccedilatildeo

150 N 100 N 50 N 0 N

Fator de variaccedilatildeo doses de nitrogecircnio

106

Tabela 25 ndash Anaacutelise univariada de perfis para volume de copa durante o ciclo 201314

Causas da variaccedilatildeo GL Soma de quadrados Quadrado meacutedio Teste F Valor p

Modelo 63 4722827 749655 2491 lt00001

Bloco (Irrigaccedilatildeo) 6 257981 429968 1429 lt00001

Doses N 3 288904 963012 3200 lt00001

Irrigaccedilatildeo 1 101857 101857 3385 lt00001

Irrigaccedilatildeo x Doses N 3 132621 44207 147 02279

Resiacuteduo a 18 136315 75731 252 00021

DAP 4 3649956 912489 30322 lt00001

DAP x Irrigaccedilatildeo 4 126155 315387 1048 lt00001

DAP x Doses N 12 128198 106831 355 00002

DAP x Irrigaccedilatildeo x Doses N 12 202008 16834 056 08692

Resiacuteduo b 96 288898 30094

Total corrigido 159 5011726

Rsup2 = 09424 CV = 1327 Meacutedia do volume de copa (msup3) = 1307

DAP ndash Dias apoacutes poda de limpeza GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo

Tabela 26 ndash Anaacutelise univariada de perfis para volume de copa durante o ciclo 201415

Causas da variaccedilatildeo GL Soma de quadrados Quadrado meacutedio Teste F Valor p

Modelo 63 6849915 108729 3516 lt00001

Bloco (Irrigaccedilatildeo) 6 256135 426891 1380 lt 00001

Doses N 3 1478784 492928 15940 lt 00001

Irrigaccedilatildeo 1 662433 662433 21422 lt 00001

Irrigaccedilatildeo x Doses N 3 53523 17841 058 06315

Resiacuteduo a 18 268255 149031 482 lt 00001

DAP 4 403496 100874 32621 lt 00001

DAP x Irrigaccedilatildeo 4 116951 29238 095 04412

DAP x Doses N 12 918433 76536 248 00073

DAP x Irrigaccedilatildeo x Doses N 12 404572 33714 109 03771

Resiacuteduo b 96 296862 30923

Total corrigido 159 7146777

Rsup2 = 09585 CV = 779 Meacutedia do volume de copa (msup3) = 2259

DAP ndash Dias apoacutes poda de limpeza GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo

A condiccedilatildeo de esfericidade da matriz de covariacircncias para o volume de copa para os

dois anos de avaliaccedilatildeo foi satisfeita (Tabela 27) indicando que a anaacutelise univariada de perfis

com parcelas subdividas no tempo realizada anteriormente foi validada para os dois ciclos de

avaliaccedilatildeo natildeo sendo necessaacuteria a realizaccedilatildeo da anaacutelise multivariada de perfis para nenhum

caso

Tabela 27 ndash Teste de esfericidade de Mauchly para o volume de copa para os dois ciclos de avaliaccedilatildeo

Ciclo de

avaliaccedilatildeo

Grau de

liberdade de F

Criteacuterio de

Mauchly (W)

Estatiacutestica Qui-

Quadrado Xsup2 valor-p

Estatiacutestica

utilizada

201314 9 041419 14470 01066 Univariada

201415 9 043446 12590 01821 Univariada

107

Conforme os resultados apresentados das anaacutelises univariadas de perfis os perfis

meacutedios de resposta para o volume de copa (msup3) em funccedilatildeo das quatro doses de adubo

nitrogenado e das duas condiccedilotildees de manejo hiacutedrico nos dois anos de cultivo eacute apresentado na

Figura 30

Figura 30 ndash Perfis meacutedios do volume de copa de pinhatildeo-manso para os dois anos de avaliaccedilatildeo

O volume meacutedio de copa apresentou uma tendecircncia semelhante agrave observada para o

diacircmetro meacutedio de copa das plantas em alguns tratamentos tendo a regressatildeo quadraacutetica

como melhor modelo de ajuste para todos os tratamentos nos dois ciclos de avaliaccedilatildeo essa

apresentou para todos os tratamentos os menores valores de AIC e BIC (Tabela 28) As

equaccedilotildees de regressatildeo de cada tratamento seguidas do Rsup2 corrigido e do valor p satildeo

apresentadas na Tabela 29 Independente do periacuteodo em que foi avaliado com a exceccedilatildeo das

primeiras leituras no ciclo 201314 os tratamentos nos quais natildeo houve deacuteficit de aacutegua ou de

nitrogecircnio foram os que apresentaram os maiores resultados para o volume de copa (Figura 31

e Figura 32) De acordo com Spinelli et al (2010) o maior desenvolvimento da copa pode

aumentar a produtividade por planta diminuindo os custos da colheita no pinhatildeo-manso

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

45 110 180 230 280

Volu

me

de

cop

a (

msup3)

DAP

Ciclo 201314

150 N 100 N

50 N 0 N

8

11

14

17

20

23

26

29

32

45 90 130 190 260

Volu

me

de

cop

a (

msup3)

DAP

Ciclo 201415

150 N 100 N

50 N 0 N

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

45 110 180 230 280

Volu

me

de

cop

a (

msup3)

DAP

Ciclo 201314

Irrigado Natildeo irrigado

8

11

14

17

20

23

26

29

32

45 90 130 190 260

Vo

lum

e d

e co

pa

(m

sup3)

DAP

Ciclo 201415

Irrigado Natildeo irrigado

108

(a) (b)

Figura 31 - Linhas de tendecircncia para o volume meacutedio de copa das plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias

apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a) e do manejo hiacutedrico adotado (b) para o

ciclo 201314

Tabela 28 - Anaacutelise de regresssatildeo para diacircmetro de copa em funccedilatildeo do dia apoacutes a poda (DAP) para todos os

tratamentos nos dois anos de avaliaccedilatildeo

Modelo

Ciclo 201314

Irrigado Natildeo irrigado 150 N

F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC

Linear 968 2235 2246 1212

1912 1909 554

1138 1144

Quadraacutetico 711 2064 2084 1530

1392 1415 538

973 999

Modelo 100 N 50 N 0 N

F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC

Linear 957 937 942 760

939 945 299

969 973

Quadraacutetico 908 750 776 649

796 820 359

790 815

Modelo

Ciclo 201415

Irrigado Natildeo irrigado 150 N

F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC

Linear 376 2654 2656 380

2716 2716 228

1360 1354

Quadraacutetico 583 2250 2273 634

2274 2296 443

1079 1102

Modelo 100 N 50 N 0 N

F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC

Linear 217 1318 1307 314

1206 1206 174

1197 1195

Quadraacutetico 606 938 963 440

980 1005 351

942 969

Niacuteveis de significacircncia Plt005 ns - natildeo significativo F ndash Teste F

(a) (b)

Figura 32 - Linhas de tendecircncia para o volume meacutedio de copa das plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias

apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a) e do manejo hiacutedrico adotado (b) para o

ciclo 201415

1

5

9

13

17

21

0 50 100 150 200 250 300 350

Volu

me

de

cop

a (

msup3)

DAP

150 N 100 N

50 N 0 N

1

5

9

13

17

21

0 50 100 150 200 250 300 350

Volu

me

de

cop

a (

msup3)

DAP

Irrigado Natildeo irrigado

2

7

12

17

22

27

32

37

0 50 100 150 200 250 300

Volu

me

de

cop

a (

msup3)

DAP

150 N 100 N

50 N 0 N

2

7

12

17

22

27

32

0 50 100 150 200 250 300

Volu

me

de

cop

a (

msup3)

DAP

Irrigado Natildeo irrigado

109

Tabela 29 - Equaccedilotildees de ajuste para o volume de copa das plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias apoacutes a

poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada e do manejo hiacutedrico adotado para os dois ciclos

de avaliaccedilatildeo

Tratamentos Equaccedilatildeo Volume de copa (msup3) = f (DAP)

Rsup2corr PrgtF Ciclo 201314

Irrigado -268x10-4

DAPsup2 + 014066 DAP ndash 082484 08735 lt00001

Natildeo Irrigado -331x10-4

DAPsup2 + 015806 DAP ndash 29731 09940 lt00001

150 N -354x10-4

DAPsup2 + 017429 DAP ndash 26101 09583 lt00001

100 N -287x10-4

DAPsup2 + 015268 DAP ndash 255456 09593 lt00001

50 N -262x10-4

DAPsup2 + 013816 DAP ndash 135607 09464 lt00001

0 N -294x10-4

DAPsup2 + 013232 DAP ndash 107514 09491 lt00001

Tratamentos Ciclo 201415 Rsup2corr PrgtF

Irrigado -6788x10-4

DAPsup2 + 025585 DAP + 578175 09833 lt00001

Natildeo Irrigado -7289x10-4

DAPsup2 + 027341 DAP + 051229 09806 lt00001

150 N -7823x10-4

DAPsup2 + 029396 DAP + 367095 09526 lt00001

100 N -8129x10-4

DAPsup2 + 029947 DAP + 291215 09877 lt00001

50 N -602x10-4

DAPsup2 + 023689 DAP + 498426 09861 lt00001

0 N -6182x10-5

DAPsup2 + 022819 DAP + 102072 09974 lt00001

Embora a arquitetura da copa do pinhatildeo-manso seja uma caracteriacutestica importante na

seleccedilatildeo e caracterizaccedilatildeo de genoacutetipos superiores (RAO et al 2008 LAVIOLA et al 2010

SPINELLI et al 2010 BHERING et al 2012) existem poucos trabalhos que avaliaram a

diferenccedila da arquitetura das plantas considerando conjuntamente a relaccedilatildeo entre a projeccedilatildeo e a

altura de copa Segundo Rao et al (2008) tanto o diacircmetro quanto o volume da copa

constituem junto ao caracter nuacutemero de ramos os principais componentes de produccedilatildeo do

pinhatildeo-manso Para Bhering et al (2012) a seleccedilatildeo direta quanto agrave produccedilatildeo de sementes em

pinhatildeo-manso tende a estar relacionada ao diacircmetro e ao volume de copa e segundo esses

autores esta informaccedilatildeo eacute relevante para prever as adaptaccedilotildees necessaacuterias ao sistema de

produccedilatildeo (espaccedilamento colheitadeira) para as cultivares melhoradas que se espera obter

47 Iacutendice de aacuterea foliar (IAF)

A equaccedilatildeo de calibraccedilatildeo do equipamento LAI-2200 eacute expressa na Figura 33 A

calibraccedilatildeo foi realizada pela comparaccedilatildeo entre o IAF estimado com o equipamento LAI-2200

e o IAF real das plantas de pinhatildeo-manso determinado com o equipamento CI-203 (CID Bio-

Sciencereg) O IAF foliar real foi determinado pela razatildeo da aacuterea foliar total e a aacuterea do terreno

110

disponiacutevel agraves plantas Para realizar a calibraccedilatildeo do equipamento foram utilizadas dez de um

total de onze plantas sendo excluiacutedo o valor mais extremo Com um coeficiente de

determinaccedilatildeo (Rsup2) de 08287 pode ser observado que o IAF real foi cerca de 093 do IAF

estimado ou seja o equipamento LAI-2200 estava superestimando o IAF em cerca de 7

Com a equaccedilatildeo de calibraccedilatildeo obtida dos valores de IAF medidos no campo ao redor da aacuterea

experimental todos os valores de IAF foram corrigidos para valores mais proacuteximos dos reais

podendo a equaccedilatildeo de calibraccedilatildeo ser utilizada novamente quando as estimativas do IAF forem

realizadas com o equipamento LAI-2200 nas plantas de pinhatildeo-manso com as mesmas

caracteriacutesticas de cultivo e nas condiccedilotildees de clima e solo estudados

Figura 33 - Equaccedilatildeo de calibraccedilatildeo do IAF para o equipamento LAI 2200

As meacutedias do IAF foram significativamente diferentes pelo teste F entre as diferentes

doses de N aplicada uso da irrigaccedilatildeo e eacutepoca de avaliaccedilatildeo (DAP) apoacutes o iniacutecio do quarto

ciclo de cultivo (201415) rejeitando a hipoacutetese de perfis horizontais (Tabela 30) Pela anaacutelise

univariada de perfis identificou-se tambeacutem interaccedilatildeo significativa entre as doses de N e a

eacutepoca de avaliaccedilatildeo e interaccedilatildeo altamente significativa entre a irrigaccedilatildeo e a eacutepoca de

avaliaccedilatildeo rejeitando portanto a hipoacutetese de paralelismo dos perfis Assim como para as

outras variaacuteveis de crescimento (altura diacircmetro e volume de copa) natildeo houve efeito da

interaccedilatildeo tripla Irrigaccedilatildeo x Doses N x DAP O efeito dos blocos dentro de cada experimento

(manejo hiacutedrico) mostrou-se significativo para o IAF o que reforccedila neste caso o uso do

delineamento em blocos aleatorizados dentro de cada experimento Simotildees et al (2014)

observaram que irrigaccedilatildeo e diferentes doses de N influenciaram no aumento da aacuterea foliar no

desenvolvimento inicial de pinhatildeo-manso assim como a interaccedilatildeo entre esses fatores

IAFReal = 0928 x IAFEstimado

Rsup2 = 08287

00

02

04

06

08

10

12

00 02 04 06 08 10 12

IAF

Rea

l

IAF Estimado

111

Tabela 30 - Anaacutelise univariada de perfis para IAF durante o ciclo 201415

Causas da variaccedilatildeo GL Soma de quadrados Quadrado meacutedio Teste F Valor p

Modelo 87 852864 09803 1194 lt 00001

Bloco (Irrigaccedilatildeo) 6 09908 016513 201 00668

Doses N 3 42497 147166 1726 lt 00001

Irrigaccedilatildeo 1 645795 645795 7867 lt 00001

Irrigaccedilatildeo x Doses N 3 045145 015048 183 01431

Resiacuteduo a 18 168772 009376 114 03161

DAP 7 611969 874242 10650 lt 00001

DAP x Irrigaccedilatildeo 7 554613 07923 965 lt 00001

DAP x Doses N 21 282023 01343 164 00465

DAP x Irrigaccedilatildeo x Doses N 21 18855 008979 109 03591

Resiacuteduo b 168 137914 008209

Total corrigido 255 990778

Rsup2 = 08608 CV = 2217 Meacutedia IAF = 129

DAP ndash Dias apoacutes poda de limpeza GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo

Verificou-se por intermeacutedio do teste de esfericidade de Mauchly realizado com 27

graus de liberdade e aproximaccedilatildeo Qui-Quadrado (35045) que a condiccedilatildeo de esfericidade foi

satisfeita com um niacutevel de significacircncia de 01377 (Teste de Mauchly natildeo significativo com

valor pgt005) Isto indica que a matriz de covariacircncia nesse caso eacute da forma esfeacuterica

apresentando variacircncias iguais e correlaccedilotildees nulas podendo ser empregado o modelo de

parcela subdividida no tempo pela anaacutelise univariada de perfis Na Figura 34 satildeo apresentados

os perfis meacutedios de resposta para o iacutendice de aacuterea foliar (IAF) em funccedilatildeo das quatro doses de

adubo nitrogenado e das duas condiccedilotildees de manejo hiacutedrico para o segundo ciclo de avaliaccedilatildeo

Figura 34 ndash Perfis meacutedios do IAF de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo da dose de nitrogecircnio aplicada e do manejo

hiacutedrico adotado

O modelo de regressatildeo quadraacutetico foi o que apresentou o melhor ajuste para todos os

tratamentos (Tabela 31) Um fato que contribuiu para este comportamento foi o iniacutecio das

leituras a partir dos 45 dias apoacutes a poda de limpeza o que impediu o ajuste dos dados iniciais

das primeiras semanas que seriam menores dado o iniacutecio da nova emissatildeo de folhas para este

ciclo O IAF apresentou uma grande variaccedilatildeo entre os tratamentos com os maiores valores

00

05

10

15

20

25

30

55 80 105 135 165 195 225 255

IAF

DAP

150 N 100 N

50 N 0 N

00

05

10

15

20

25

45 75 105 135 165 195 225 255

DAP

Irrigado Natildeo irrigado

112

para os tratamentos sem deacuteficit hiacutedrico ou de N Com o decorrer do tempo os valores foram se

decrescendo com os todos os tratamentos atingindo a mesma faixa de IAF com o iniacutecio da

fase de senescecircncia foliar (Figura 35) Na Tabela 32 satildeo apresentadas as equaccedilotildees de

regressatildeo de cada tratamento seguidas do Rsup2 corrigido e do valor p para o iacutendice de aacuterea

foliar

Tabela 31 - Anaacutelise de regresssatildeo para o IAF em funccedilatildeo do dia apoacutes a poda (DAP) para todos os tratamentos no

segundo ano de avaliaccedilatildeo

Modelo Irrigado Natildeo irrigado 150 N

F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC

Linear 1341 -2063 -2051 313

-2067 -2059 349

-833 -821

Quadraacutetico 822ns

-2071 -2602 504 -2302 -2288 288

-858 -846

Modelo 100 N 50 N 0 N

F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC

Linear 372 -980 -967 411

-1041 -1024 206

-1011 -997

Quadraacutetico 312 -1006 -992 282

ns -1041 -1023 196

-1045 -1030

Niacuteveis de significacircncia Plt001 ns - natildeo significativo F ndash Teste F

(a) (b)

Figura 35 - Linhas de tendecircncia para o iacutendice de aacuterea foliar (IAF) das plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos

dias apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a) e do manejo hiacutedrico adotado (b)

para o ciclo 201415

Tabela 32 - Equaccedilotildees de ajuste para o IAF das plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda (DAP)

para as diferentes doses de N aplicadas e do manejo hiacutedrico adotado para o segundo ciclo de

avaliaccedilatildeo

Tratamentos Equaccedilatildeo IAF = f (DAP) Rsup2 PrgtF

Irrigado -718x10-sup3 DAP + 254196 06710 lt00001

Natildeo Irrigado -715x10-5

DAPsup2 + 00185 DAP + 028721 06899 lt00001

150 N -649x10-5

DAPsup2 + 001389 DAP + 114529 06564 lt00001

100 N -601x10-5

DAPsup2 + 001285 DAP + 103989 07574 lt00001

50 N -56x10-sup3 DAP + 207776 06003 lt00001

0 N -549x10-5

DAPsup2 + 001288 DAP + 06784 07982 lt00001

0

02

04

06

08

1

12

14

16

18

2

0 50 100 150 200 250 300

IAF

DAP

150 N 100 N

50 N 0 N

0

05

1

15

2

25

0 50 100 150 200 250 300

IAF

DAP

Irrigado

Natildeo irrigado

113

Freiberger (2012) estudando o efeito de doses de N no crescimento de plantas de

pinhatildeo-manso concluiu que os valores de aacuterea foliar ajustaram-se ao modelo quadraacutetico o

qual permitiu estimativa de valor maacuteximo de 6469 cm2 para a dose estimada de 97 kg ha

-1 de

N Oliveira (2009) avaliando o crescimento e a capacidade produtiva em funccedilatildeo de adubaccedilatildeo

mineral no semiaacuterido paraibano observou que dentre as doses de N estudadas (0 30 60 e 90

kg ha-1

) a maior delas proporcionou o maior nuacutemero de folhas de pinhatildeo-manso com

tendecircncia linear crescente

A disponibilidade hiacutedrica complementada pela irrigaccedilatildeo aumentou significativamente

o iacutendice de aacuterea foliar nos tratamentos fato este tambeacutem observado em outros trabalhos nos

quais o estresse hiacutedrico afetou esta variaacutevel (MAES et al 2009a ACHTEN et al 2010

SILVA et al 2011) Duarte et al (2015) em um estudo sobre o desenvolvimento inicial do

pinhatildeo-manso confirmaram a grande capacidade que a planta tem de se adaptar ao deacuteficit

hiacutedrico ao verificar a capacidade da planta de tolerar o estresse hiacutedrico retardando o

crescimento da parte aeacuterea com ajustamento da aacuterea foliar para reduzir a taxa de

evapotranspiraccedilatildeo aleacutem de intensificar o crescimento da zona radicular Em um outro estudo

apesar de natildeo apresentar diferenccedila significativa em nenhuma das eacutepocas amostradas

Horschutz et al (2012) constataram que as maiores meacutedias do IAF foram observadas para os

tratamentos que continham complementaccedilatildeo hiacutedrica

48 Iacutendice de clorofila

A clorofila eacute o pigmento responsaacutevel pela captaccedilatildeo da energia solar atuando na

oxidaccedilatildeo da aacutegua e consequentemente na liberaccedilatildeo do oxigecircnio e na reduccedilatildeo do dioacutexido de

carbono para a formaccedilatildeo de cadeias carbocircnicas principalmente accediluacutecar (TAIZ ZEIGER

2009) Segundo Barbieri Juacutenior (2009) o clorofilocircmetro eacute um instrumento que indica de

forma indireta o teor de clorofila com base nas propriedades oacuteticas das folhas sendo que os

teores de clorofila total relacionaram-se diretamente com as leituras do clorofilocircmetro para

um experimento realizado com Capim-Tifton 85 com coeficiente de determinaccedilatildeo (Rsup2) acima

de 85 O autor ainda relata que a atividade fotossinteacutetica o conteuacutedo de proteiacutenas e de

carboidratos soluacuteveis o N total e os teores de micronutrientes existentes nas folhas satildeo

algumas das variaacuteveis que podem ser correlacionadas com o conteuacutedo de clorofila no tecido

foliar Na Figura 36 satildeo apresentadas as distribuiccedilotildees temporais dos valores de clorofila total

114

expressos em Iacutendice de Clorofila Falker (ICF) durante o terceiro ano de cultivo em funccedilatildeo da

dose de adubaccedilatildeo nitrogenada (a) e do manejo hiacutedrico (b)

(a) (b)

Figura 36 - Variaccedilatildeo temporal dos teores de clorofila total em funccedilatildeo doses de nitrogecircnio (a) e do manejo hiacutedrico

(b) para o terceiro ano de cultivo

Como pode ser visto na Figura 36 os teores de clorofila total se apresentam com niacuteveis

muito baixos no periacuteodo do florescimento e formaccedilatildeo de frutos em comparaccedilatildeo aos outros

dois periacuteodos fato tambeacutem observado pelas leituras realizadas no segundo ciclo de avaliaccedilatildeo

poreacutem com uma menor intensidade para as menores doses de N (Figura 37) Os tratamentos

irrigados apresentaram maiores valores de clorofila total durante o primeiro ciclo fato que

natildeo se repetiu no ano seguinte com o cultivo com histoacuterico de irrigaccedilatildeo (Figura 38) As

diferentes doses de N aplicadas influenciaram positivamente o aumento do teor de clorofila

total nos dois ciclos

Figura 37 - Teores de clorofila total em funccedilatildeo das doses de nitrogecircnio aplicada para o quarto ano de cultivo

300

350

400

450

500

550

Jan2014 Mar2014 Mai2014

ICF

Eacutepoca de avaliaccedilatildeo

150 N

100 N

50 N

0 N

a

a a

b

b

aa a

a a

aa

300

340

380

420

460

500

Jan2014 Mar2014 Mai2014

ICF

Eacutepoca de avaliaccedilatildeo

Irrigado

Sequeirob

a

a b

a a

420

440

460

480

500

520

540

Nov2014 Dez2014 Jan2015 Fev2015 Abr2015

ICF

Eacutepoca de avaliaccedilatildeo

150 N 100 N 50 N 0 N

a

a

a

a

ab ab

b

a

b

b

aa

aa a

aa

ab

bab

115

Figura 38 - Teores de clorofila total em funccedilatildeo do manejo hiacutedrico adotado para o quarto ano de cultivo

Os valores relativos de clorofila A e B apresentaram o mesmo comportamento da

clorofila total que eacute a soma das duas clorofilas Assim como na clorofila total os valores de

clorofila A e B diminuiacuteram com a reduccedilatildeo da adubaccedilatildeo nitrogenada e as doses de 50 e 0

da adubaccedilatildeo nitrogenada foram aquelas que apresentaram os menores valores (Tabela 33 e

Tabela 34) Diferente desses resultados Vale (2009) ao estudar o efeito da aplicaccedilatildeo de

nitrogecircnio na cana-de-accediluacutecar afirma que natildeo houve efeito significativo da leitura do iacutendice de

clorofila com o aumento da aplicaccedilatildeo de nitrogecircnio mesmo com o aumento significativo na

biomassa das plantas Para o ciclo 201314 apenas a clorofila B natildeo apresentou efeito da

irrigaccedilatildeo fato que influenciou a natildeo significacircncia da relaccedilatildeo clorofila AB Jaacute no ano

seguinte todas as variaacuteveis apresentaram efeito do manejo hiacutedrico

Tabela 33 - Valores meacutedios dos iacutendices de clorofila total A e B (ICF) e da relaccedilatildeo clorofila AB das folhas de

pinhatildeo-manso para todos os tratamentos avaliados no primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo

Manejo

hiacutedrico

Doses de Nitrogecircnio

150 100 50 0 Meacutedias

Clorofila Total

Irrigado 456 450 446 422 443 B

Sequeiro 487 464 451 415 454 A

Meacutedias 471 a 457 ab 449 b 419 c

Clorofila A

Irrigado 357 353 353 337 350 B

Sequeiro 377 365 358 340 360 A

Meacutedias 367 a 359 ab 355 b 339 c

Clorofila B

Irrigado 99 97 93 85 93 A

Sequeiro 110 99 93 75 94 A

Meacutedias 104 a 98 ab 93 b 80 c

Relaccedilatildeo Clorofila AB

Irrigado 407 429 437 466 435 A

Sequeiro 371 406 411 488 419 A

Meacutedias 389 c 418 bc 424 b 477 a

Meacutedias seguidas de mesma letra maiuacutesculas na coluna e minuacutesculas na linha natildeo diferem entre si pelo teste de

Tukey a 5 de probabilidade

420

440

460

480

500

520

540

560

Nov2014 Dez2014 Jan2015 Fev2015 Abr2015

ICF

Eacutepoca de avaliaccedilatildeo

Irrigado Sequeiro

a

a

aa

a

b

b

b a b

116

Tabela 34 - Valores meacutedios dos iacutendices de clorofila total A e B (ICF) e da relaccedilatildeo clorofila AB das folhas de

pinhatildeo-manso para todos os tratamentos avaliados no segundo ciclo de avaliaccedilatildeo

Manejo

hiacutedrico

Doses de Nitrogecircnio

150 100 50 0 Meacutedias

Clorofila Total

Irrigado 505 501 492 478 494 A

Sequeiro 495 484 447 448 469 B

Meacutedias 501 a 493 a 470 b 463 b

Clorofila A

Irrigado 387 389 383 376 384 A

Sequeiro 382 376 358 358 368 B

Meacutedias 385 a 383 a 371 b 367 b

Clorofila B

Irrigado 118 112 108 101 110 A

Sequeiro 114 108 89 88 100 B

Meacutedias 116 a 110 a 99 b 95 b

Relaccedilatildeo Clorofila AB

Irrigado 350 362 370 385 367 B

Sequeiro 346 361 414 419 385 A

Meacutedias 349 b 361 b 392 a 402 a

Meacutedias seguidas de mesma letra maiuacutesculas na coluna e minuacutesculas na linha natildeo diferem entre si pelo teste de

Tukey a 5 de probabilidade

A relaccedilatildeo clorofila AB apresentou os seus maiores valores para as menores doses de

N (50 e 0) aplicada devido ao baixo teor de clorofila B presentes principalmente nos

tratamentos sem irrigaccedilatildeo A manutenccedilatildeo dos altos valores de clorofila B presente nos

tratamentos com as maiores doses de N em qualquer condiccedilatildeo eacute um fator positivo pois deve

salientar-se que uma proporccedilatildeo relativa maior de clorofila B eacute uma caracteriacutestica importante

pois possibilita a captura de foacutetons de outros comprimentos de onda (VIEIRA et al 2010)

Os altos teores de clorofila apresentados nos tratamentos irrigados e com maiores

doses de N podem tambeacutem ser explicados pela maior incidecircncia de folhas devido ao estiacutemulo

da irrigaccedilatildeo e da adubaccedilatildeo nitrogenada ocasionando um maior sombreamento das folhas o

que faz com que elas possuam mais grana por cloroplastos apresentando uma maior

quantidade de clorofila por centro de reaccedilatildeo (FAHL et al 1994)

Quando submetidas a um estresse hiacutedrico severo os conteuacutedos de clorofila presentes

nas folhas das plantas muitas vezes podem vir a diminuir devido agrave degradaccedilatildeo progressiva da

clorofila nas folhas (MARTIacuteNEZ-FERRI et al 2004 JALEEL et al 2009 ANJUM et al

2011) ocorrendo tambeacutem para a cultura do pinhatildeo-manso (POMPELLI et al 2010) No

entanto Sapeta et al (2013) natildeo encontraram nenhuma reduccedilatildeo significativa nos teores de

clorofila A ou B nem mesmo com o tratamento sob maacuteximo estresse hiacutedrico Os autores

observaram contudo uma reduccedilatildeo das razotildees de clorofila AB durante o periacuteodo mais seco

ocasionado devido a um aumento no conteuacutedo de clorofila B Pompelli et al (2010) tambeacutem

117

observaram uma reduccedilatildeo da relaccedilatildeo clorofila AB no pinhatildeo-manso embora esta reduccedilatildeo

diferente do constatado por Sapeta et al (2013) tenha sido acompanhada por uma diminuiccedilatildeo

no conteuacutedo de clorofila total sendo principalmente de clorofila A

Na Tabela 35 eacute apresentada um resumo das anaacutelises univariadas de perfis para

clorofila total A B relaccedilatildeo clorofila AB e para nitrogecircnio foliar todos para o segundo ciclo

de avaliaccedilatildeo natildeo foram realizadas para o primeiro ciclo devido ao pouco nuacutemero de medidas

realizadas no periacuteodo o que comprometeria a caracterizaccedilatildeo da anaacutelise de perfis As meacutedias

de todas as variaacuteveis analisadas foram significativamente diferentes pelo teste F entre as

diferentes doses de N aplicadas e da eacutepoca de avaliaccedilatildeo (DAP) no quarto ciclo de cultivo

(201415) rejeitando a hipoacutetese de perfis horizontais (Tabela 35) O uso da irrigaccedilatildeo por sua

vez natildeo causou efeito para a relaccedilatildeo clorofila AB e para o N foliar satisfazendo portanto a

hipoacutetese de perfis horizontais para estas variaacuteveis A hipoacutetese de paralelismo de perfis foi

rejeitada para a interaccedilatildeo irrigaccedilatildeo x DAP em todas as variaacuteveis mas satisfeita para a

interaccedilatildeo doses de N x DAP (com exceccedilatildeo do N foliar) indicando que estas variaacuteveis

apresentam comportamento diferenciado conforme o tipo de manejo hiacutedrico adotado o

mesmo natildeo ocorreu com a diferenciaccedilatildeo das doses de N aplicadas indicando a coincidecircncia

(paralelismo) de perfis entre esses tratamentos

Tabela 35 ndash Resumo da anaacutelise univariada de perfis para os iacutendices de Clorofila para o ciclo 201415

Causas da variaccedilatildeo GL

Clorofila

Total Clorofila A Clorofila B

Relaccedilatildeo

Cl AB N foliar

Quadrado meacutedio

Modelo 63 217324

367981

62976

0513 3261

Bloco (Irrigaccedilatildeo) 6 83097ns

25898ns

19647ns

0153ns

1082ns

Doses N 3 118286

274952

329692

2269

14467

Irrigaccedilatildeo 1 168305

68644

219781 0455

ns 1416

ns

Irrigaccedilatildeo x Doses N 3 181522ns

62285ns

36156ns

0419ns

1156ns

Resiacuteduo a 18 3922ns

841ns

15416ns

012ns

558ns

DAP 4 542196 8979

206466

1714

1775

DAP x Irrigaccedilatildeo 4 549987 190026

176759

2148

6758

DAP x Doses N 12 91661ns

18896ns

34442ns

0205ns

2454

DAP x Irrigaccedilatildeo x Doses N 12 103502ns

27406ns

25717ns

0238ns

1094ns

Resiacuteduo b 96 89169 2221430 25387 0231 839

Rsup2 06153 06236 06195 05939 07183

CV () 622 405 1527 1296 965

Meacutedia 4797 3754 1043 37 300

Niacuteveis de significacircncia 0001ltPlt001 Plt0001 ns - natildeo significativo DAP ndash Dias apoacutes poda de limpeza

GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo

O teste de esfericidade foi realizado apoacutes a anaacutelise univariada para cada uma das

variaacuteveis e apresentou condiccedilatildeo de esfericidade da matriz de covariacircncias satisfeita para todos

os casos (Tabela 36) Validou-se portanto a anaacutelise univariada de perfis com parcelas

118

subdividas no tempo realizada anteriormente natildeo sendo necessaacuteria a realizaccedilatildeo da anaacutelise

multivariada de perfis para nenhuma variaacutevel

Tabela 36 ndash Teste de esfericidade de Mauchly para os iacutendices de clorofila e N foliar do pinhatildeo-manso

Variaacutevel

analisada

Grau de

liberdade de F

Criteacuterio de

Mauchly (W)

Estatiacutestica Qui-

Quadrado Xsup2 valor-p

Estatiacutestica

utilizada

Clorofila Total 9 05853 87937 04565 Univariada

Clorofila A 9 05595 95321 03897 Univariada

Clorofila B 9 05816 88986 04467 Univariada

Relaccedilatildeo Clor AB 9 03815 158187 00708 Univariada

Nitrogecircnio foliar 9 06342 74751 05878 Univariada

De acordo com os resultados apresentados nas anaacutelises univariadas de perfis os perfis

meacutedios de resposta dos iacutendices de clorofila total A B e da relaccedilatildeo clorofila AB em funccedilatildeo

das quatro doses de adubo nitrogenado e das duas condiccedilotildees de manejo hiacutedrico para o cultivo

do pinhatildeo-manso no ciclo 201415 satildeo expressos na Figura 39

Figura 39 ndash Perfis meacutedios dos iacutendices de clorofila do pinhatildeo-manso para o segundo ciclo de avaliaccedilatildeo

Na Figura 40 satildeo apresentados os perfis meacutedios dos teores de N foliar ao longo

segundo ciclo de avaliaccedilatildeo em funccedilatildeo das doses de N e do manejo hiacutedrico adotado Apesar de

apresentar alguma variaccedilatildeo ao longo do ciclo o teor de N foliar apresentou baixa correlaccedilatildeo

com os teores de clorofila A B e Total (Tabela 37) a variaccedilatildeo do teor de N possivelmente

estaacute condicionada principalmente a alta mobilidade do nutriente na planta O valor de N foliar

350

360

370

380

390

400

45 90 130 190 260

Clo

rofi

la A

(IC

F)

DAP

Clorofila A

150 N 100 N50 N 0 NIrrigado Natildeo irrigado

60

70

80

90

100

110

120

130

140

45 90 130 190 260

Clo

rofi

la B

(IC

F)

DAP

Clorofila B

150 N 100 N50 N 0 NIrrigado Natildeo irrigado

420

440

460

480

500

520

540

45 90 130 190 260

Clo

rofi

la T

ota

l (I

CF

)

DAP

Clorofila Total

150 N 100 N50 N 0 NIrrigado Natildeo irrigado

25

28

30

33

35

38

40

43

45

45 90 130 190 260

Rel

accedilatilde

o C

loro

fila

AB

DAP

Relaccedilatildeo clorofila AB

150 N 100 N50 N 0 NIrrigado Natildeo irrigado

119

apresentou-se altamente significativo para o efeito da eacutepoca ao longo do ciclo com um valor

de F de 2847 Devido a sua alta mobilidade na planta ele apresentou os menores teores na

folha selecionada nos periacuteodos de florescimento e formaccedilatildeo de frutos

(a) (b)

Figura 40 - Variaccedilatildeo temporal dos teores de N foliar em funccedilatildeo das doses de N aplicadas na planta (a) e do

manejo hiacutedrico adotado (b)

Tabela 37 - Coeficientes de correlaccedilatildeo de Pearson entre o nitrogecircnio foliar e os teores de clorofila na planta

Clorofila Total Clorofila A Clorofila B

Correlaccedilatildeo de Pearson 017961 016939 01752

Probabilidade 00425 00559 00462

Aleacutem da disponibilidade de nitrogecircnio na planta a leitura fornecida pelo

clorofilocircmetro pode ser afetada tambeacutem por outros fatores dentre os principais destacam-se o

cultivar o estaacutedio de crescimento determinadas caracteriacutesticas anatocircmicas das folhas a

irradiacircncia no momento da avaliaccedilatildeo e a localidade (FONTES 2011) Tais fatores necessitam

ser avaliados e padronizados apesar da interaccedilatildeo entre os mesmos tornar difiacutecil a

padronizaccedilatildeo Adicionalmente a concentraccedilatildeo de clorofila varia com a condutacircncia

estomaacutetica da folha causada pelas estaccedilotildees do ano sendo mais acentuada na primavera do que

no veratildeo (MATSUMOTO OHTA TANAKA 2005) Segundo Schepers et al (1992) mesmo

com algumas imperfeiccedilotildees o uso do clorofilocircmetro pode aumentar a eficiecircncia de utilizaccedilatildeo

do adubo nitrogenado pelas culturas e tem propiciado melhor manejo da adubaccedilatildeo

nitrogenada em cobertura chamado de ldquoadubaccedilatildeo quando necessaacuteriardquo

Com exceccedilatildeo dos valores referentes ao mecircs de janeiro2014 os teores de N foliar dos

tratamentos irrigados e com as maiores doses de N aplicado via fertilizante mineral

mostraram-se relativamente superiores quando comparados com os demais tratamentos

Segundo Fernaacutendez et al (1994) um acreacutescimo no suprimento de N estimula o crescimento

20

22

24

26

28

30

32

34

36

38

40

Nov2014 Dez2014 Jan2015 Fev2015 Abr2015

Teo

r d

e N

(g

kg

- sup1)

Eacutepoca de avaliaccedilatildeo

150 N 100 N

50 N 0 N

20

22

24

26

28

30

32

34

36

38

40

Nov2014 Dez2014 Jan2015 Fev2015 Abr2015

Teo

r d

e N

(g k

g- sup1

)

Eacutepoca de avaliaccedilatildeo

Irrigado Sequeiro

120

atrasa a senescecircncia e muda a morfologia das plantas aleacutem disto o aumento dos niacuteveis de

adubaccedilatildeo nitrogenada causa crescimento significativo no conteuacutedo de clorofila das folhas

Laviola e Dias (2008) citam que o N foi o nutriente mais requerido para a formaccedilatildeo de folhas

tal como para suprir a demanda metaboacutelica de frutos de pinhatildeo-manso Esses mesmos autores

calcularam teores meacutedios de nitrogecircnio nas folhas de 364 g kg-1

apoacutes o terceiro ano de

implantaccedilatildeo da cultura valores estes maiores dos que os obtidos neste estudo Schulz et al

(2014) encontraram valores proacuteximos a 40 g kg-1

no cultivo do pinhatildeo-manso consorciado

com capim tifton e valores acima 50 g kg-1

quando cultivado em solteiro Segundo Kerbauy

(2008) a demanda de N varia com a espeacutecie e o teor de N com a parte da planta analisada e

para um crescimento adequado a concentraccedilatildeo oacutetima estaacute na faixa de 20 a 50 g kg-1

de

mateacuteria seca da planta

49 Teor e anaacutelises de qualidade de oacuteleo

O resumo da anaacutelise de variacircncia dos resultados do rendimento (teor) meacutedio e da

produtividade do oacuteleo de pinhatildeo-manso para o terceiro e quarto ano de cultivo em funccedilatildeo do

manejo hiacutedrico adotado e da dose de adubaccedilatildeo nitrogenada satildeo apresentados na Tabela 38

Tabela 38 - Valores de F para o teor meacutedio () e a produtividade de oacuteleo (kg ha-1

) em sementes de pinhatildeo-

manso para todos os tratamentos avaliados

Fonte de Variaccedilatildeo

Ciclo 201314 Ciclo 201415

GL Teor de oacuteleo Produtiv de oacuteleo Teor de oacuteleo Produtiv de oacuteleo

Blocos [I] 6 100ns

1278

067ns

153ns

I 1 1121

13916

1779

3244

N 3 045ns

3352

2533

2288

I x N 3 192ns

137ns

514

097ns

Meacutedia geral 541 35744 534 45876

CV () 29 154 197 182

Niacuteveis de significacircncia 001ltPlt005 0001ltPlt001 Plt0001 ns - natildeo significativo I ndash Irrigaccedilatildeo N ndash

Doses de N GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo

Para o primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo apenas o manejo hiacutedrico apresentou efeito

significativo para o rendimento do oacuteleo apresentando um valor meacutedio de 541 Diferente

disso para o mesmo periacuteodo de estudo a produtividade de oacuteleo apresentou diferenccedila

significativa em praticamente todos os aspectos com exceccedilatildeo da interaccedilatildeo dos experimentos

de irrigaccedilatildeo e os tratamentos adubados chegando a duplicar a produtividade de oacuteleo com a

complementaccedilatildeo da irrigaccedilatildeo no seu terceiro ano de cultivo (Tabela 39) Tal efeito tambeacutem se

121

assemelhou ao segundo ciclo de avaliaccedilatildeo para a produtividade de oacuteleo com diferenccedilas

encontradas para o efeito da irrigaccedilatildeo e das doses de nitrogecircnio aplicadas O teor de oacuteleo

diferente do primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo apresentou melhor resposta com o efeito da dose de

nitrogecircnio aplicada e da complementaccedilatildeo da irrigaccedilatildeo entretanto obervou-se um menor teor

de oacuteleo nos tratamentos com adubaccedilatildeo nitrogenada e no cultivo irrigado sendo este uacuteltimo

tambeacutem ocorrido no ciclo seguinte (Tabela 39) Diferente disso Kalannavar (2008) relataram

altos valores do teor de oacuteleo extraiacutedo mecanicamente (3791) e da produtividade de oacuteleo

(97074 kg ha-1

) do pinhatildeo-manso quando adubado com 100 kg N ha-1

valores estes

superiores aos encontrados para as dosagens de 50 e 150 kg N ha-1

O aumento do teor de oacuteleo

com o uso da irrigaccedilatildeo e da adubaccedilatildeo nitrogenada tambeacutem foram relatados por Tikkoo

Yadav Kaushik (2013) que observaram um aumento de ateacute 9 com o uso da irrigaccedilatildeo e

aumentos de 17 33 e 64 de oacuteleo com a aplicaccedilatildeo de 30 60 e 90 kg ha-1

de N

respectivamente sobre o tratamento controle

Tabela 39 - Valores Meacutedios do teor e produtividade de oacuteleo em funccedilatildeo do manejo hiacutedrico e da dose de

nitrogecircnio aplicada

Manejo

hiacutedrico

Doses de Nitrogecircnio

150 100 50 0 Meacutedias

Teor de oacuteleo () - Ciclo 201314

Irrigado 538 535 529 524 532 B

Sequeiro 535 556 554 556 550 A

Meacutedias 537 a 546 a 542 a 540 a

Teor de oacuteleo () - Ciclo 201415

Irrigado 515 Bb 521 Ab 519 Ab 549 Ba 526

Sequeiro 548 Aab 516 Ac 530 Abc 573 Aa 542

Meacutedias 531 519 524 561

Produtividade de oacuteleo (kg ha-1

) ndash Ciclo 201314

Irrigado 5985 5199 4605 3092 4720 A

Sequeiro 3220 2721 2913 860 2429 B

Meacutedias 4603 a 3960 ab 3759 b 1976 c

Produtividade de oacuteleo (kg ha-1

) ndash Ciclo 201415

Irrigado 6744 5732 5244 3996 5429 A

Sequeiro 5891 3883 3428 1783 3747 B

Meacutedias 6318 a 4808 b 4336 b 2889 c

Meacutedias seguidas de mesma letra maiuacutesculas na coluna e minuacutesculas na linha natildeo diferem entre si pelo teste de

Tukey a 5 de probabilidade

Observando os resultados apresentados constata-se que de uma forma geral os

tratamentos natildeo irrigados apresentaram maiores teores de oacuteleo quando comparados com os

tratamentos irrigados apresentando uma meacutedia de 5504 contra 5317 dos tratamentos em

que foi utilizada a praacutetica da irrigaccedilatildeo Os teores meacutedios de oacuteleo obtidos encontram-se dentro

da faixa dos teores relatados por Sluszz e Machado (2011) Arruda et al (2004) Haas e

Mittelbach (2000) e Akintayo (2004)

122

Comportamento semelhante dos resultados encontrados para o rendimento de oacuteleo

foram observados por Deus et al (2012) que avaliaram o rendimento e a produtividade de

oacuteleo do pinhatildeo-manso sobre diferentes lacircminas de irrigaccedilatildeo e niacuteveis de adubaccedilatildeo potaacutessica e

observaram que o uso da irrigaccedilatildeo proporcionou uma diminuiccedilatildeo nos valores de rendimento

de oacuteleo nos gratildeos e aumento da produtividade do oacuteleo que foi proporcionado pelo aumento

da produtividade de gratildeos com o aumento da lacircmina de irrigaccedilatildeo

Apesar do teor meacutedio de oacuteleo ter sido levemente superior no terceiro ano de cultivo

tal fato natildeo influenciou a produtividade de oacuteleo do ano seguinte que foi superior (472 kg ha-1

)

devido principalmente agrave boa produtividade de sementes alcanccedilada no periacuteodo Outro ponto a

ser destacado eacute que a ausecircncia da irrigaccedilatildeo no quarto ano de cultivo natildeo interferiu na

produtividade de oacuteleo que obteve valores 690 superiores do encontrado para o cultivo sem

irrigaccedilatildeo desde a sua implantaccedilatildeo quando a comparaccedilatildeo se resume apenas no terceiro ano o

cultivo irrigado obteve produtividade de oacuteleo 515 superior ao cultivo sem irrigaccedilatildeo (Tabela

39) Estes resultados datildeo margem para que novos estudo possam ser realizados para a

maximizaccedilatildeo do uso da irrigaccedilatildeo na potencializaccedilatildeo da produccedilatildeo de oacuteleo e sementes do

pinhatildeo-manso durante a sua fase de formaccedilatildeo e estabelecimento (ateacute o quarto de cultivo) e

em periacuteodos posteriores ao seu pico de produccedilatildeo (a partir do quinto ano de cultivo)

Para os dois ciclos de avaliaccedilatildeo (3ordm e 4ordm ano de cultivo) os tratamentos com as

diferentes doses de adubaccedilatildeo e tipos de manejo hiacutedrico apesar de natildeo promoverem grande

variaccedilatildeo no teor de oacuteleo intriacutenseco das sementes melhoraram consideravelmente o

rendimento do oacuteleo vegetal em geral (Tabela 39) com aumento do nuacutemero total de

frutossementes produzidas por planta Resultados semelhantes foram encontradas por Yong

et al (2010) e Tikkoo Yadav Kaushik (2013) As relaccedilotildees diretas da produtividade de gratildeos

com o rendimento de oacuteleo do pinhatildeo-manso foram estudadas por Spinelli et al (2010) que ao

quantificarem os efeitos diretos e indiretos de caracteriacutesticas vegetativas e da qualidade da

mateacuteria-prima no rendimento de oacuteleo do pinhatildeo-manso observaram que a produtividade de

gratildeos foi o componente mais importante do rendimento de oacuteleo seguida do volume de copa e

do teor de oacuteleo nos gratildeos

Para a produtividade de oacuteleo foi encontrado para o terceiro ano de cultivo um modelo

de ajuste linear para o cultivo irrigado e um modelo polinomial de segundo grau para o

manejo hiacutedrico sem irrigaccedilatildeo em funccedilatildeo das doses de nitrogecircnio aplicadas naquele periacuteodo

(Figura 41) No quarto ano de cultivo com o aumento da aplicaccedilatildeo de N por unidade de aacuterea

o modelo de regressatildeo linear obteve o melhor ajuste para as duas condiccedilotildees da produtividade

de oacuteleo em funccedilatildeo das doses de N aplicadas nesse periacuteodo (Figura 42) Assim como para a

123

produtividade de sementes o caacutelculo do Rsup2 corrigido foi determinado para a produtividade de

oacuteleo em funccedilatildeo das doses de adubaccedilatildeo utilizada para cada manejo hiacutedrico nos seus dois anos

de estudo

Figura 41 - Produtividade de oacuteleo do pinhatildeo-manso em funccedilatildeo das diferentes doses de adubo nitrogenado

aplicado no terceiro ano de cultivo

Figura 42 - Produtividade de oacuteleo do pinhatildeo-manso em funccedilatildeo das diferentes doses de adubo nitrogenado

aplicado no quarto ano de cultivo

O uso da irrigaccedilatildeo como complementaccedilatildeo de aacutegua para o cultivo do pinhatildeo-manso

pode trazer grandes aumentos na produtividade de sementes e de oacuteleo como foi confirmado

y = 2688x + 33292

Rsup2 = 09569 p-valor = 00074

y = -00326x2 + 53742x + 1007

Rsup2 = 08733 p-valor = 00012

0

100

200

300

400

500

600

700

800

0 345 69 1035

Pro

du

tivid

ad

e d

e oacutele

o (

kg h

a-1

)

Doses de N (kg ha-1 ano-1)

y = 2688x + 33292

Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007

Rsup2 = 08733 p-valor = 00012

0

100

200

300

400

500

600

700

800

0 345 69 1035

Pro

du

tiv

ida

de

de

oacutele

o (

kg

ha

-1)

Doses de N (kg ha-1 ano-1)

Irrigado Natildeo irrigado

Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)y = 2688x + 33292

Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007

Rsup2 = 08733 p-valor = 00012

0

100

200

300

400

500

600

700

800

0 345 69 1035

Pro

du

tivid

ad

e d

e oacutele

o (

kg h

a-1

)

Doses de N (kg ha-1 ano-1)

Irrigado Natildeo irrigado

Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)

y = 2688x + 33292

Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007

Rsup2 = 08733 p-valor = 00012

0

100

200

300

400

500

600

700

800

0 345 69 1035

Pro

du

tiv

ida

de

de

oacutele

o (

kg

ha

-1)

Doses de N (kg ha-1 ano-1)

Irrigado Natildeo irrigado

Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)y = 2688x + 33292

Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007

Rsup2 = 08733 p-valor = 00012

0

100

200

300

400

500

600

700

800

0 345 69 1035

Pro

du

tiv

ida

de

de

oacutele

o (

kg

ha

-1)

Doses de N (kg ha-1 ano-1)

Irrigado Natildeo irrigado

Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)

y = 17461x + 41132

Rsup2 = 09711 p-valor = 00022

y = 24907x + 18217

Rsup2 = 09582 p-valor lt00001

0

100

200

300

400

500

600

700

800

900

0 515 103 1545

Pro

du

tiv

ida

de

de

oacutele

o (

kg

ha

-1)

Doses de N (kg ha-1 ano-1)

y = 2688x + 33292

Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007

Rsup2 = 08733 p-valor = 00012

0

100

200

300

400

500

600

700

800

0 345 69 1035

Pro

du

tivid

ad

e d

e oacutele

o (

kg h

a-1

)

Doses de N (kg ha-1 ano-1)

Irrigado Natildeo irrigado

Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)y = 2688x + 33292

Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007

Rsup2 = 08733 p-valor = 00012

0

100

200

300

400

500

600

700

800

0 345 69 1035

Pro

du

tiv

ida

de

de

oacutele

o (

kg

ha

-1)

Doses de N (kg ha-1 ano-1)

Irrigado Natildeo irrigado

Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)

y = 2688x + 33292

Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007

Rsup2 = 08733 p-valor = 00012

0

100

200

300

400

500

600

700

800

0 345 69 1035

Pro

du

tiv

idad

e d

e oacutele

o (

kg h

a-1

)

Doses de N (kg ha-1 ano-1)

Irrigado Natildeo irrigado

Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)y = 2688x + 33292

Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007

Rsup2 = 08733 p-valor = 00012

0

100

200

300

400

500

600

700

800

0 345 69 1035

Prod

uti

vid

ad

e d

e oacute

leo (

kg h

a-1

)

Doses de N (kg ha-1 ano-1)

Irrigado Natildeo irrigado

Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)

124

por esse estudo Mas a falta ou ateacute o excesso da aacutegua aplicada agrave planta podem diminuir o seu

potencial produtivo Em um experimento conduzido em solos arenosos do Egito Kheira e

Atta (2009) avaliaram a resposta do pinhatildeo-manso em condiccedilotildees de deacuteficit hiacutedrico e

concluiacuteram que a lacircmina oacutetima aplicada que foi correspondente a 100 da evapotranspiraccedilatildeo

potencial (ETp) proporcionou para as plantas de pinhatildeo-manso os maiores valores de

rendimento e produtividade de oacuteleo aleacutem da melhor eficiecircncia do uso da aacutegua na produccedilatildeo de

sementes e de oacuteleo de pinhatildeo-manso (044 e 013 kg m-3

) respectivamente Os resultados

concluiacuteram que a eficiecircncia do uso da aacutegua da produccedilatildeo de sementes e de oacuteleo de pinhatildeo-

manso diminuiacuteram com a reduccedilatildeo e o aumento da taxa de aplicaccedilatildeo de aacutegua a partir da

aplicaccedilatildeo ideal de aacutegua para a cultura (100 ETp)

O resultado da anaacutelise de variacircncia com os valores do teste F dos iacutendices de qualidade

do oacuteleo em funccedilatildeo do manejo hiacutedrico e da adubaccedilatildeo nitrogenada para os dois ciclos de

avaliaccedilatildeo do pinhatildeo-manso satildeo encontradas na Tabela 40 Pela ANOVA verifica-se que

apenas o fator irrigaccedilatildeo influenciou os iacutendices de acidez peroacutexido iodo e estabilidade

oxidativa em pelo menos um dos ciclos avaliados natildeo havendo efeito das doses de nitrogecircnio

e da sua interaccedilatildeo com a irrigaccedilatildeo

Tabela 40 - Valores de F para os iacutendices de acidez (IA) iodo peroacutexido (IP) e estabilidade oxidativa (EO) para os

dois ciclos de avaliaccedilatildeo

Fonte de

Variaccedilatildeo GL

Ciclo 201314 Ciclo 201415

IA Iodo IP EO IA Iodo IP EO

Blocos [I] 2 039ns

032ns

100ns

066ns

222ns

014ns

892 069

ns

I 1 794 453

ns 009

ns 132

ns 066

ns 285

399

112

N 3 071ns

072ns

191ns

060ns

243ns

079ns

070ns

499ns

I x N 3 072ns

146ns

009ns

063ns

001ns

007ns

070ns

001ns

Meacutedia geral 336 1013 0369 217 0526 778 0236 161

CV () 941 477 2896 238 405 171 634 862

Niacuteveis de significacircncia 001ltPlt005 0001ltPlt001 Plt0001 ns - natildeo significativo I ndash Irrigaccedilatildeo N ndash

Doses de N GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo

Os valores de densidade relativa e do iacutendice de refraccedilatildeo natildeo apresentaram diferenccedilas

significativas entre os tratamentos estudados nos dois anos de avaliaccedilatildeo apresentando valores

meacutedios para o ciclo de 201314 de 0911 e 1463 respectivamente para densidade e refraccedilatildeo

jaacute para o ciclo 201415 os valores meacutedios de densidade relativa e iacutendice de refraccedilatildeo foram de

0885 e 1458 respectivamente Os valores do iacutendice de refraccedilatildeo encontrados nesse estudo satildeo

similares aos que foram encontrados por Akintayo (2004) e Kheira e Atta (2009) que

relataram respectivamente um valor meacutedio de 1468 e 147 para o iacutendice de refraccedilatildeo a 25ordm C

do oacuteleo de pinhatildeo-manso Estes resultados assim como o que foi encontrado nesse estudo

125

estatildeo enquadrados dentro da faixa ou do limite maacuteximo permitido de acordo com o

estabelecido pela legislaccedilatildeo vigente (ANVISA 1999) e por outros estudos (BIODIESELBR

2011)

A densidade relativa tambeacutem pouco variaacutevel entre os diferentes tipos de tratamentos

apresentou valores proacuteximos aos encontrados por Akintayo (2004) BiodieselBR (2011)

Akbar et al (2009) e Oliveira et al (2009) De acordo com Portela (2011) a densidade eacute uma

propriedade que natildeo sofre grandes variaccedilotildees isso se deve ao fato do oacuteleo apresentar

densidade semelhante a de seus eacutesteres metiacutelicos poreacutem o seu controle eacute de grande

importacircncia tendo em vista que uma densidade elevada pode provocar problemas quanto a

injeccedilatildeo do combustiacutevel na cacircmara de compressatildeo podendo ocasionar obstruccedilatildeo dos bicos

injetores injeccedilatildeo de pouco combustiacutevel Do mesmo modo uma baixa densidade causa uma

injeccedilatildeo exagerada possibilitando haver uma queima incompleta ou consumo excessivo do

combustiacutevel

Na Tabela 41 satildeo apresentados os valores dos demais iacutendices de qualidade somente

em funccedilatildeo do manejo hiacutedrico visto que foi o uacutenico fator que influenciou em pelo menos um

dos ciclos os iacutendices de acidez peroacutexido iodo e estabilidade oxidativa

Tabela 41 - Valores meacutedios dos iacutendices de qualidade de oacuteleo em funccedilatildeo do manejo hiacutedrico adotado nos dois

ciclos de avaliaccedilatildeo

Manejo

hiacutedrico

Ciclo 201314

Iacutendice de acidez Iacutendice de iodo Iacutendice de peroacutexido Estabilidade Oxidativa

Irrigado 113 b 1038 a 029 a 202 a

Sequeiro 558 a 987 a 045 a 232 a

Meacutedias 336 1013 037 217

Manejo

hiacutedrico

Ciclo 201415

Iacutendice de acidez Iacutendice de iodo Iacutendice de peroacutexido Estabilidade Oxidativa

Irrigado 057 a 601 b 047 a 149 b

Sequeiro 048 a 956 a 001 b 173 a

Meacutedias 053 779 024 161

Meacutedias seguidas de mesma letra minuacutesculas na coluna natildeo diferem entre si pelo teste de Tukey a 5 de

probabilidade

O iacutendice de acidez uacutenico iacutendice de qualidade que teve diferenccedila significativa no

primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo apresentou altos valores nesse periacuteodo Esse fato nem sempre

pode estar condicionado agraves condiccedilotildees de campo em que a cultura foi submetida podendo

estar relacionado com as condiccedilotildees de coleta refrigeraccedilatildeo e armazenamento das sementes e

as teacutecnicas de extraccedilatildeo do oacuteleo das sementes estas se mal-empregadas favorecem a

degradaccedilatildeo oxidativa e a hidroacutelise dos trigliceriacutedeos contidos no oacuteleo alterando de forma

significativa as propriedades fiacutesico-quiacutemicas do mesmo (SILVA 2005) Segundo Angelucci

et al (1987) o alto teor de acidez de um oacuteleo bruto aumenta a perda da neutralizaccedilatildeo sendo

126

tambeacutem indicador de sementes de baixa qualidade de manuseio e armazenamento improacuteprios

ou de um processamento insatisfatoacuterio

O tipo de extraccedilatildeo do oacuteleo pode influenciar no iacutendice de acidez Pereira Coelho e

Mendes (2011) encontraram para o oacuteleo de pinhatildeo-manso extraiacutedo por prensa uma acidez

baixa com um valor meacutedio de 18 mg KOH g-1

quando comparado com o oacuteleo extraiacutedo com

hexano com valores acima de 151 mg KOH g-1

O aumento do tempo de armazenamento do

oacuteleo extraiacutedo eacute outro fator que pode trazer a elevaccedilatildeo do seu iacutendice de acidez (RIBEIRO et al

2010)

Considerando os resultados de uma forma geral apenas os tratamentos sem irrigaccedilatildeo

foram os que apresentaram um valor meacutedio do iacutendice de acidez acima dos limites

estabelecidos para oacuteleos natildeo refinados que estabelece um valor maacuteximo de 40 mg KOH g-1

(ANVISA 2005) Ainda assim os valores se encontram abaixo dos determinados por Oliveira

et al (2009) de 845 mg KOH g-1

e proacuteximos dos valores encontrados por Akintayo (2004)

Kpoviessi et al (2004) e Achten et al (2008)

O oacuteleo de pinhatildeo-manso extraiacutedo apresentou um baixo iacutendice de peroacutexido para todos

os tratamentos e soacute foi significativo devido agrave presenccedila quase nula de peroacutexidos nos

tratamentos sem irrigaccedilatildeo do segundo ciclo de avaliaccedilatildeo A presenccedila de peroacutexidos por menor

que seja indica que o oacuteleo sofreu oxidaccedilatildeo mas natildeo a ponto de comprometer a sua qualidade

original Nem o fato da extraccedilatildeo ter sido feita com solvente orgacircnico implicou em um

aumento elevado do iacutendice de peroacutexido fato esse observado por Pereira Coelho e Mendes

(2011) Apesar de natildeo ser um requisito de anaacutelise de combustiacuteveis o iacutendice de peroacutexido vem

se mostrando um objeto de estudo interessante uma vez que a reaccedilatildeo de oxidaccedilatildeo eacute muitas

vezes iniciada na sua presenccedila aleacutem de se observar aumento do iacutendice de peroacutexido com o

passar do periacuteodo de estocagem (RIBEIRO et al 2010 PORTELA 2011) Os valores do

iacutendice de peroacutexido determinados encontram-se muito abaixo dos relatados por BiodieselBR

(2011) (998 meq kg-1

) e Akbar et al (2009) (193 meq kg-1

) e da quantidade estabelecida pela

Anvisa (2005) de 150 meq kg-1

O iacutendice de iodo apresentou baixa variaccedilatildeo no primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo (987-1038

g I2 100 g-1

) em comparaccedilatildeo com o segundo (601-956 g I2 100 g-1

) Esses resultados mostram

uma menor capacidade de absorccedilatildeo de iodo pelas duplas ligaccedilotildees dos aacutecidos graxos

insaturados do oacuteleo extraiacutedo principalmente dos oacuteleos extraiacutedos dos tratamentos irrigados do

segundo ciclo Esse fato eacute considerado importante para a qualidade do oacuteleo de pinhatildeo-manso

jaacute que o seu oacuteleo tende a ser mais resistente agrave oxidaccedilatildeo por possuir um baixo iacutendice de iodo

em relaccedilatildeo aos demais oacuteleos vegetais estudados satisfazendo dessa forma uma importante

127

caracteriacutestica requerida como mateacuteria-prima para produccedilatildeo de biodiesel possibilitando

tambeacutem um maior tempo de armazenamento se houver necessidade

Pereira Coelho e Mendes (2011) ao realizarem os ensaios do iacutendice de iodo com o

oacuteleo de pinhatildeo-manso extraiacutedo com hexano encontraram valores de iacutendice de iodo de 91-98 g

I2 100 g-1

e com etanol um iacutendice de iodo de 106-108 g I2 100 g-1

Akintayo (2004) relatou um

valor de iacutendice de iodo de 1052 mg I2 g-1

valor proacuteximo do encontrado por Akbar et al

(2009) enquanto que Kpoviessi et al (2004) relataram valores para o iacutendice de iodo de 92 a

93 g I2 100 g-1

Os resultados destes autores comparados com os resultados do presente

trabalho estatildeo de acordo indicando que o oacuteleo do pinhatildeo-manso possui um alto grau de

insaturaccedilatildeo

A estabilidade agrave oxidaccedilatildeo mostrou-se tambeacutem variaacutevel com a influecircncia da irrigaccedilatildeo

os tratamentos natildeo irrigados apresentaram de uma forma geral um maior periacuteodo de induccedilatildeo

determinado pelo equipamento o que confere uma maior estabilidade agrave oxidaccedilatildeo a esses

oacuteleos e um maior tempo de vida uacutetil no seu armazenamento O oacuteleo de pinhatildeo-manso

apresenta um maior tempo de estabilidade agrave oxidaccedilatildeo quando comparado ao oacuteleo de outras

culturas usadas para a produccedilatildeo de biodiesel como a soja e o girassol Dessa forma a

estabilidade oxidativa do oacuteleo de pinhatildeo-manso mostrou-se satisfatoacuteria jaacute que a quantidade

exata de saturaccedilotildees eacute medida pelo ensaio de Iacutendice de Iodo e a presenccedila de saturaccedilotildees nas

moleacuteculas do biodiesel estaacute fortemente ligada agrave estabilidade oxidativa pois satildeo as duplas

ligaccedilotildees existente nos eacutesteres metiacutelicos que sofreram a oxidaccedilatildeo durante o armazenamento

Sendo assim eacute possiacutevel dizer que a estabilidade oxidativa do biodiesel de pinhatildeo-manso eacute

superior a 6 horas agrave 110ordm C (EN 14214) valor miacutenimo exigido pela ANP e pelo European

Committee of Standardization (DOMINGOS et al 2007 SARIN et al 2009)

Os valores das caracteriacutesticas fiacutesicas e quiacutemicas do oacuteleo de semente de pinhatildeo-manso

como os iacutendices de refraccedilatildeo acidez peroacutexido iodo entre outros sob diferentes relaccedilotildees de

lacircminas de aacutegua (125 100 75 e 50 da ETp) nas condiccedilotildees climaacuteticas egiacutepcias foram

estudadas por Kheira e Atta (2009) Os resultados observados pelos autores natildeo revelaram

quaisquer diferenccedilas significativas causadas pelos diferentes valores de lacircmina de aacutegua

Mesmo assim os autores chegaram agrave conclusatildeo de que a partir dos resultados obtidos as

melhores caracteriacutesticas de oacuteleo de semente de pinhatildeo-manso foram registradas com o oacuteleo

extraiacutedo das plantas que receberam 100 da ETp

Os resultados obtidos dos perfis composicionais realizados por cromatografia gasosa

dos oacuteleos extraiacutedos de pinhatildeo- manso para os anos agriacutecolas 201314 e 201415 encontram-se

respectivamente nas Tabela 42 e Tabela 43

128

Tabela 42 - Perfil composicional dos oacuteleos de pinhatildeo-manso () dos tratamentos avaliados no ciclo 201314

Aacutecidos graxos Natildeo Irrigado Irrigado

ȳ plusmn s 150N 100N 50N 0N 150N 100N 50N 0N

Aacutecido Palmiacutetico

(C160) 132 131 127 127 134 132 132 126 130 plusmn 03

Aacutec Palmitoleico

(C161) 08 09 08 07 08 08 08 08 08 plusmn 005

Aacutecido Esteaacuterico

(C180) 51 51 54 57 54 53 53 52 53 plusmn 02

Aacutecido Oleico

(C181) 401 395 408 426 403 407 412 398 406 plusmn 097

Aacutecido Linoleico

(C182) 399 397 393 373 392 393 390 408 393 plusmn 099

OUTROS 09 18 11 10 11 08 07 10 09 plusmn 033

ȳ = meacutedia geral s = desvio padratildeo

Tabela 43 - Perfil composicional dos oacuteleos de pinhatildeo-manso () dos tratamentos avaliados no ciclo 201415

Aacutecidos graxos Natildeo Irrigado Irrigado

ȳ plusmn s 150N 100N 50N 0N 150N 100N 50N 0N

Aacutecido Palmiacutetico

(C160) 130 136 133 134 135 134 135 134 134 plusmn 019

Aacutec Palmitoleico

(C161) 07 08 08 08 09 08 08 08 08 plusmn 006

Aacutecido Esteaacuterico

(C180) 55 55 56 59 55 51 55 54 55 plusmn 022

Aacutecido Oleico

(C181) 413 377 389 400 374 364 391 381 386 plusmn 156

Aacutecido Linoleico

(C182) 386 403 393 376 402 410 386 399 394 plusmn 112

OUTROS 09 20 21 23 25 32 25 23 22 plusmn 066

ȳ = meacutedia geral s = desvio padratildeo

Com os resultados obtidos pode-se evidenciar a baixa variaccedilatildeo da composiccedilatildeo do oacuteleo

de pinhatildeo-manso de acordo com os diferentes tratamentos realizados A realizaccedilatildeo da

irrigaccedilatildeo com os diferentes niacuteveis de adubaccedilatildeo nitrogenada praticamente natildeo causou

alteraccedilotildees na composiccedilatildeo do oacuteleo o que permite prever que sob ambos os efeitos a

utilizaccedilatildeo do oacuteleo para a transformaccedilatildeo em biodiesel resultaraacute em um biocombustiacutevel de

caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas semelhantes uma vez que a composiccedilatildeo dos aacutecidos graxos natildeo

apresenta alteraccedilatildeo significativa resultando em uma mesma quantidade de eacutesteres metiacutelicos

que satildeo produtos do oacuteleo empregado na reaccedilatildeo de transesterificaccedilatildeo

Poreacutem as caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas dos oacuteleos provenientes dos tratamentos com

irrigaccedilatildeo e sem irrigaccedilatildeo com diferentes niacuteveis de adubaccedilatildeo nitrogenada podem se

diferenciar pois a quantidade dos aacutecidos graxos apresentados nas Tabela 42 e Tabela 43 natildeo

especifica por si soacute a quantidade de aacutecidos graxos livres e a quantidade de mono- di- e

trigliceriacutedeos Isso implica diretamente na escolha da melhor rota de siacutentese para produccedilatildeo de

129

biodiesel jaacute que a presenccedila de aacutecidos graxos livres representa a acidez do oacuteleo que

inviabiliza a reaccedilatildeo de transesterificaccedilatildeo alcalina e sugere a esterificaccedilatildeo por aacutecido forte de

Lewis (LIMA 2005)

Como jaacute mencionado anteriormente a composiccedilatildeo de aacutecidos graxos do pinhatildeo-manso

eacute classificada como um oacuteleo do tipo de aacutecido oleico ou linoleico sendo composto de

praticamente 45 de aacutecidos graxos insaturados Para o primeiro ano de avaliaccedilatildeo a

porcentagem de aacutecidos graxos saturados (C160 e C180) e insaturados (C161 C181 e

C182) foram de 183 e 807 respectivamente jaacute no segundo ano o oacuteleo extraiacutedo

apresentou em meacutedia os valores de 189 e 789 para os aacutecidos graxos saturados e

insaturados respectivamente

Ao avaliarem a resposta do uso do fertilizante NPK na produtividade e na composiccedilatildeo

de trigliceriacutedeos em pinhatildeo-manso Akbarian Modafebehzadi e Bagheripour (2012)

encontraram para o nitrogecircnio altas correlaccedilotildees para produtividade rendimento de oacuteleo

aacutecidos graxos insaturados aacutecido oleico e aacutecido esteaacuterico sendo a correlaccedilatildeo entre nitrogecircnio e

produtividade altamente significativa agrave 1 de significacircncia Os aacutecidos graxos insaturados e o

aacutecido palmiacutetico tiveram as menores correlaccedilotildees com a adiccedilatildeo de nitrogecircnio sendo essas natildeo

significativas

Na Figura 43 satildeo apresentados a composiccedilatildeo primaacuteria (majoritaacuteria) dos aacutecidos graxos

presentes no pinhatildeo-manso e a sua quantidade () por meio de anaacutelise de ressonacircncia

magneacutetica nuclear (RMN 1H) para cada tratamento apenas para o primeiro ano de avaliaccedilatildeo

Constata-se que diferente da cromatografia gasosa o uso da irrigaccedilatildeo influenciou

significativamente na composiccedilatildeo dos aacutecidos graxos insaturados nas anaacutelises de RMN

causando aumento do aacutecido oleico e diminuiccedilatildeo do aacutecido linoleico esse uacuteltimo por sua vez

aumentou nos tratamentos em que natildeo havia o suprimento de aacutegua por irrigaccedilatildeo

130

Figura 43 - Quantificaccedilatildeo e composiccedilatildeo primaacuteria dos aacutecidos graxos do oacuteleo de pinhatildeo-manso para todos os

tratamentos avaliados

As diferentes doses de nitrogecircnio natildeo influenciaram na composiccedilatildeo dos aacutecidos graxos

insaturados Os aacutecidos oleico e linoleico satildeo os principais aacutecidos graxos insaturados presentes

na constituiccedilatildeo do oacuteleo de pinhatildeo-manso (ASHRAFUL et al 2014) Os resultados

encontrados para os tratamentos de sequeiro para aacutecido linoleico encontram-se muito abaixo

do teor meacutedio encontrado na literatura e um pouco acima para o aacutecido oleico diferindo dos

tratamentos irrigados que se encontraram dentro do padratildeo meacutedio do oacuteleo de pinhatildeo-manso

(AKINTAYO 2004 ASHRAFUL et al 2014 BERCHMANS HIRATA 2009) Natildeo houve

diferenccedila significativa para a composiccedilatildeo de aacutecidos graxos saturados nos tratamentos

Semelhante a esses resultados Flagella et al (2002) encontraram na composiccedilatildeo de aacutecidos

graxos do oacuteleo de girassol alto oleico um decreacutescimo em aacutecido oleico e esteaacuterico e um

aumento do aacutecido linoleico e palmiacutetico sob irrigaccedilatildeo Os autores descobriram que sob o efeito

da irrigaccedilatildeo suplementar e da semeadura precoce houve um aumento notaacutevel na produccedilatildeo de

sementes e uma diminuiccedilatildeo da razatildeo de aacutecido oleicolinoleico em genoacutetipos de girassol alto

oleico

Vaacuterios podem ser os motivos para a presenccedila da variaccedilatildeo dos aacutecidos graxos primaacuterios

nas anaacutelises de RMN sendo que as anaacutelises de CG natildeo apresentaram nenhum efeito Apesar

de serem oriundos da mesma aacuterea experimental os oacuteleos extraiacutedos satildeo de amostragens

0

10

20

30

40

50

60

70

N 150 N 100 N 50 N 0

Aacutecid

o O

leic

o (

)

Irrigado Sequeiro

a

bbb b

a aa

0

10

20

30

40

50

N 150 N 100 N 50 N 0

Aacuteci

do L

inole

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()

Irrigado Sequeiro

a a a a

bbb

b

0

5

10

15

20

25

N 150 N 100 N 50 N 0

Aacuteci

dos

Gra

xosS

atu

rad

os

()

Irrigado Sequeiro

b

a

abab

ab ab aba

131

diferentes e pela baixa seleccedilatildeo geneacutetica as plantas da aacuterea experimental satildeo passiacuteveis de

apresentarem inuacutemeras expressotildees fenotiacutepicas e no conteuacutedo de seu oacuteleo Os diferentes

procedimentos de anaacutelise para cada meacutetodo podem implicar nessa resposta sem contar que

apesar de ser extremamente preciso a anaacutelise de RMN determina com maior exatidatildeo apenas

os componentes primaacuterios (majoritaacuterios) que provavelmente satildeo os que realmente vatildeo

influenciar na qualidade do oacuteleo e do biodiesel produzido Jaacute a cromatografia gasosa consegue

detectar outros aacutecidos graxos em menor quantidade e com maior precisatildeo no oacuteleo ou no

biodiesel produzido

De acordo com Wang et al (2012) as mateacuterias-primas para o biodiesel de alta

qualidade tecircm alto teor de aacutecidos graxos monoinsaturados pois eacutesteres metiacutelicos de aacutecidos

graxos monoinsaturados satildeo considerados como sendo melhor do que os poli-insaturados para

a mateacuteria-prima de biodiesel de alta qualidade E de acordo com estes autores o oacuteleo de

pinhatildeo-manso se enquadra entre as plantas lenhosas que tem as melhores propriedades para

um biodiesel de alta qualidade devido ao conteuacutedo de aacutecidos graxos monoinsaturados ser

maior do que muitas espeacutecies

Pensando na resposta fornecida em funccedilatildeo da irrigaccedilatildeo pela maioria dos iacutendices de

qualidade de oacuteleo de pinhatildeo-manso e na quantificaccedilatildeo da composiccedilatildeo primaacuteria dos aacutecidos

graxos do oacuteleo de pinhatildeo-manso feito no primeiro ciclo optou-se por fazer a caracterizaccedilatildeo

descritiva dos iacutendices de qualidade do biodiesel produzido a partir das amostras de oacuteleo

extraiacutedas das sementes coletadas dos dois experimentos de manejo hiacutedrico (irrigado e sem

irrigaccedilatildeo) jaacute que a baixa variaccedilatildeo da maioria dos iacutendices de qualidade e da proacutepria

composiccedilatildeo dos aacutecidos graxos nas duas metodologias utilizadas nos tratamentos adubados

natildeo chegaria a influenciar no biodiesel produzido Na Tabela 44 satildeo apresentados os

resultados da caracterizaccedilatildeo do biodiesel produzido a partir das amostras dos tratamentos

irrigados e sem irrigaccedilatildeo Por falta de amostra ao final das anaacutelises de caracterizaccedilatildeo natildeo foi

possiacutevel fazer as anaacutelises de iacutendice de iodo e acidez para a amostra dos tratamentos sem

irrigaccedilatildeo ficando impossibilitada a comparaccedilatildeo dos resultados dessas duas caracteriacutesticas

entre os tratamentos irrigado e sem irrigaccedilatildeo

132

Tabela 44 - Caracterizaccedilatildeo do biodiesel obtido do oacuteleo de pinhatildeo-manso para os dois experimentos de manejo

hiacutedrico

Caracteriacutestica Irrigado Natildeo Irrigado Especificaccedilatildeo Meacutetodo

Aspecto LII LII (LII) (1) Visual

Massa Especiacutefica a 20ordmC 87758 87911 8500 a 9000 ASTM D4052

Viscosidade cinemaacutetica a 40ordmC 428 464 30 a 60 ASTM D 445

Teor de Aacutegua mg kg-1

95541 85747 200 ndash maacutex ASTM D 6304

Ponto de Fulgor ordmC 1105 905 100 ndash miacuten ASTM D 93

Teor de eacutester 9758 9264 955 ndash miacuten EN 14103

Resiacuteduo de Carbono 001 001 0050 ndash maacutex ASTM D 4530

Enxofre Total 31 26 10 ndash maacutex ABNT 15553

Soacutedio + Potaacutessio lt01 lt01 5 ndash maacutex ABNT 15553

Caacutelcio + Magneacutesio lt01 lt01 5 ndash maacutex ABNT 15553

Foacutesforo lt01 lt01 10 ndash maacutex ABNT 15553

Ponto de Entupimento de Filtro a

Frio degC

-1 -2 10 ndash maacutex

14 ndash maacutex

ASTM D 6371

Glicerol Livre 00133 0002 002 ndash maacutex ASTM D 6584

Glicerol Total 021 092 025 ndash maacutex ASTM D 6584

Monoacilglicerol 0669 0918 070 ndash maacutex ASTM D 6584

Diacilglicerol 0103 12541 020 ndash maacutex ASTM D 6584

Triacilglicerol 0022 47057 020 ndash maacutex ASTM D 6584

Estabilidade aacute Oxidaccedilatildeo A 110ordmC h 1087 895 8 ndash min EM 14112

Corrosividade ao Cobre 3h a 50degC

maacutex

1 1 1 ASTM D 130

Iacutendice de Iodo g 100 g-1

10420 --- Anotar EN 14111

Iacutendice de Acidez mg KOH g-1

lt01 --- 050 ndash maacutex ABNT NBR

14448

(1) Liacutempido e isento de impurezas

Limite Maacuteximo degC ndash de Janeiro a Abril e de outubro a dezembro 14degC maacutex e de Maio a Setembro 10degC maacutex

Dentre as caracteriacutesticas determinadas na caracterizaccedilatildeo de um biodiesel algumas

podem ser facilmente alteradas com a qualidade da mateacuteria prima utilizada enquanto que

outras estatildeo mais condicionadas aos processos reacionais da produccedilatildeo do biodiesel ou do seu

tempo de armazenamento Com isso faz-se necessaacuterio o conhecimento de cada uma dessas

caracteriacutesticas do biodiesel e de como elas estatildeo mais susceptiacuteveis na alteraccedilatildeo da qualidade

do biodiesel produzido Pensando nisso Monteiro et al (2008) Locircbo Ferreira e Cruz (2009)

e Quintella et al (2009) classificaram os meacutetodos analiacuteticos para avaliaccedilatildeo da qualidade do

biodiesel em quatro grupos conforme as informaccedilotildees que podem proporcionar sendo estes

meacutetodos analiacuteticos para determinaccedilatildeo de contaminantes provenientes da mateacuteria-prima

meacutetodos analiacuteticos para avaliaccedilatildeo do processo produtivo meacutetodos analiacuteticos para avaliaccedilatildeo

das propriedades inerentes agraves estruturas moleculares e meacutetodos analiacuteticos para

monitoramento da qualidade do biodiesel durante o processo de estocagem Esta classificaccedilatildeo

ajuda no monitoramento da qualidade do biodiesel visando meacutetodos analiacuteticos automatizados

e que permitam monitoramento remoto em campo e ao longo de toda a cadeia produtiva

priorizando rapidez simplicidade e baixo custo (QUINTELLA et al 2009)

133

As caracteriacutesticas do processo produtivo (soacutedio + potaacutessio glicerina livre glicerina

total monoacilglicerol diacilglicerol triacilglicerol ponto de fulgor teor de eacutester e resiacuteduo

de carbono) apesar de apresentarem uma pequena diferenccedila entre os experimentos se deve agraves

interferecircncias ocorridas no sistema reacional tais como tempo de reaccedilatildeo razatildeo molar e

temperatura

Com relaccedilatildeo as caracteriacutesticas relacionadas agrave mateacuteria prima (caacutelcio + magneacutesio

enxofre foacutesforo e corrosividade ao cobre) estas natildeo permitem verificar nenhuma diferenccedila

significativa entre as duas amostras analisadas Apesar de estarem relacionadas diretamente

ao tipo de mateacuteria prima que chega para a extraccedilatildeo podendo ser alterado com o tipo de

manejo adotado no seu cultivo e nesse caso com os tratamentos aplicados no campo haveria

a necessidade de um maior nuacutemero de amostras de cada tratamento para verificar uma

possiacutevel alteraccedilatildeo nessas caracteriacutesticas O que se observa a partir dos resultados da Tabela

44 eacute que as duas amostras natildeo tiveram alteraccedilatildeo alguma desses paracircmetros ou houve muito

pouco como eacute o caso do enxofre total

Jaacute para os itens referentes ao processo de armazenamento (teor de aacutegua estabilidade

oxidativa e iacutendice de acidez) o teor de aacutegua foi diferente significativamente devido agrave secagem

do material poacutes-reaccedilatildeo de transesterificaccedilatildeo do oacuteleo em biodiesel Quanto ao iacutendice de acidez

natildeo foi possiacutevel realizar-se comparaccedilatildeo devido agrave ausecircncia do resultado na amostra sem

irrigaccedilatildeo jaacute mencionado anteriormente A estabilidade oxidativa por sua vez apresentou uma

diferenccedila significativa entre as amostras e uma das provaacuteveis causas pode ser o fato da

quantidade de insaturaccedilotildees entre os tratamentos ser diferente o que foi constatado nas

anaacutelises de RMN lembrando que novas anaacutelises precisam ser analisadas para verificar o niacutevel

de variabilidade do oacuteleo do pinhatildeo-manso extraiacutedo de uma mesma lavoura

As caracteriacutesticas referentes as estruturas moleculares (Ponto de Entupimento de Filtro

a Frio viscosidade massa especiacutefica e iacutendice de iodo) foram aquelas que apresentaram as

maiores diferenccedilas em especial a viscosidade e a massa especifica Pelas diferenccedilas

presume-se que existem pequenas diferenccedilas entre as composiccedilotildees das amostras o que pode

ser afirmado pelos ensaios de cromatografia gasosa realizado nos oacuteleos brutos (perfil

composicional) Quanto agraves outras caracteriacutesticas nada pode ser afirmado em especial ao

iacutendice de iodo que natildeo foi quantificado na amostra sem irrigaccedilatildeo devido agrave quantidade de

amostra ser insuficiente para essa anaacutelise

Pelos resultados obtidos com as anaacutelises de qualidade do oacuteleo nos tratamentos e da

caracterizaccedilatildeo do biodiesel pode ser afirmado que o pinhatildeo-manso (como uacutenica mateacuteria-

prima) pode obter-se um biodiesel com qualidade que atenda a todos os paracircmetros

134

estabelecidos pela legislaccedilatildeo vigente de acordo com ANVISA (2005) e ANP (2012) haja

vista principalmente o atendimento aos ensaios referentes agraves estruturas moleculares e agrave

estabilidade oxidativa

135

5 CONCLUSOtildeES

1) Mesmo sendo adaptado a condiccedilotildees adversas de clima e solo o pinhatildeo-manso responde

positivamente agrave praacutetica da irrigaccedilatildeo complementar e agrave adubaccedilatildeo nitrogenada chegando a

duplicar a produtividade de sementes com a praacutetica da irrigaccedilatildeo e a triplicar em alguns

casos quando a adubaccedilatildeo eacute feita de acordo com a recomendaccedilatildeo proposta pela literatura

A produtividade de aacutegua por sua vez natildeo apresenta diferenccedila significativa entre os

manejos hiacutedricos ficando restrita apenas para agraves doses de N aplicadas

2) As variaacuteveis de crescimento (altura da planta diacircmetro e volume de copa e IAF)

apresentam uma boa resposta quanto aos tratamentos aplicados Com as praacuteticas da

adubaccedilatildeo e da irrigaccedilatildeo as folhas permanecem por um maior tempo nas plantas

reduzindo o periacuteodo de senescecircncia em cada ciclo O IAF assim como outras variaacuteveis

apresentam maiores valores para os tratamentos irrigados

3) Todos os teores de clorofila avaliados apresentam maiores valores com a praacutetica da

irrigaccedilatildeo e com as maiores doses de N aplicadas No quarto ano de cultivo como natildeo

houve irrigaccedilatildeo os tratamentos com histoacuterico de irrigaccedilatildeo natildeo apresentaram diferenccedilas

entre os dois manejos hiacutedricos Apesar da diferenccedila do teor de clorofila entre as doses de

N os tratamentos aplicados apresentaram baixa correlaccedilatildeo com o teor de N foliar

4) Os tratamentos aplicados apresentam aumento no rendimento de oacuteleo no cultivo sem

irrigaccedilatildeo mas tal condiccedilatildeo natildeo eacute determinante no aumento da produtividade de oacuteleo com

os tratamentos irrigados apresentando maiores produtividades Com a baixa influecircncia do

conteuacutedo intriacutenseco de oacuteleo das sementes o aumento da produtividade de oacuteleo nos

tratamentos irrigados se deve principalmente pelo aumento da produtividade de sementes

5) Os iacutendices de qualidade de oacuteleo natildeo apresentam variaccedilatildeo significativa quanto agraves

diferentes doses de N ficando restritos para alguns iacutendices a variaccedilatildeo dos valores apenas

com a praacutetica da irrigaccedilatildeo para um dos ciclos avaliados

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2

Irineu Pedro de Sousa Andrade

Engenheiro Agrocircnomo

Influecircncia da irrigaccedilatildeo e da adubaccedilatildeo nitrogenada na produccedilatildeo e qualidade do oacuteleo das

sementes de pinhatildeo-manso

versatildeo revisada de acordo com a resoluccedilatildeo CoPGr 6018 de 2011

Orientador

Prof Dr MARCOS VINIacuteCIUS FOLEGATTI

Tese apresentada para obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Doutor em

Ciecircncias Aacuterea de concentraccedilatildeo Engenharia de Sistemas

Agriacutecolas

Piracicaba

2016

Dados Internacionais de Catalogaccedilatildeo na Publicaccedilatildeo

DIVISAtildeO DE BIBLIOTECA - DIBDESALQUSP

Andrade Irineu Pedro de Sousa Influecircncia da irrigaccedilatildeo e da adubaccedilatildeo nitrogenada na produccedilatildeo e qualidade do oacuteleo

das sementes de pinhatildeo-manso Irineu Pedro de Sousa Andrade - - versatildeo revisada de acordo com a resoluccedilatildeo CoPGr 6018 de 2011 - - Piracicaba 2016

158 p il

Tese (Doutorado) - - Escola Superior de Agricultura ldquoLuiz de Queirozrdquo

1 Jatropha curcas L 2 Manejo hiacutedrico 3 Fertilizaccedilatildeo mineral 4 Biocombustiacuteveis I Tiacutetulo

CDD 63385 A553i

ldquoPermitida a coacutepia total ou parcial deste documento desde que citada a fonte ndash O autorrdquo

3

Dedico Aos meus pais Pedro Miguel de Andrade e Antonia Maria de Souza Conrado

Agrave minha irmatilde Camila Souza de Andrade

Agrave minha namorada Natiele Moura Ferreira

Agrave DEUS meu guia

e consolador

companheiro de

todos os

momentos

Ofereccedilo

4

5

AGRADECIMENTOS

Agrave Deus por toda a sauacutede determinaccedilatildeo e sabedoria que tem me concedido ateacute entatildeo

a companhia sublime do Sagrado Coraccedilatildeo de Jesus na minha vida nesses uacuteltimos anos aliado

com a intercessatildeo da sempre Virgem Maria A Tua Graccedila me basta

Aos meus pais Pedro Miguel e Antonia Maria por toda educaccedilatildeo amor e carinho que

vocecircs tem me dado Este trabalho tambeacutem eacute fruto de vocecircs A minha querida irmatilde Camila

que com o seu exemplo de luta e perseveranccedila me inspirou e muito nesses anos de Doutorado

e a todos os meus familiares que sempre me apoiaram e torceram por mim nesta etapa

Agrave minha amada Natiele Moura Ferreira pela sua companhia nesses anos de namoro

e por todo o seu amor e compreensatildeo nos momentos em que passamos juntos (mesmo agrave

distacircncia) Agradeccedilo tambeacutem agrave todos os seus familiares que sempre me acolheram bem nas

minha idas a Petroacutepolis em especial a Marcos Benedito Sandra Cristina Joatildeo Pedro Marcos

Paulo e Vanessa Faustino

Agrave Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz por toda a infraestrutura e ao

Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia de Sistemas Agriacutecolas pela oportunidade de

realizaccedilatildeo do curso de doutorado onde estendo minha gratidatildeo aos professores pelo

conhecimento partilhado

Ao professor Marcos Viniacutecius Folegatti meu orientador pela confianccedila depositada

desde o iniacutecio e pela sua atenccedilatildeo constante sinceridade amizade e por todas as suas valiosas

orientaccedilotildees sejam no meio profissional-cientiacutefico ou na esfera humana Sinto-me honrado por

ter feito parte da sua equipe

As professoras Dra Patriacutecia Angeacutelica Alves Marques e Dra Thaiacutes Maria Ferreira de

Souza Vieira por todo apoio e auxiacutelio no desenvolvimento desse trabalho

Aos professores Dr Leonardo Duarte Batista da Silva Dr Felipe Gustavo Pilau e Dr

Fabio Ricardo Marin por suas sugestotildees e opiniotildees no exame de qualificaccedilatildeo para a melhoria

e engrandecimento dessa pesquisa em especial ao Dr Leonardo pelo apoio e amizade em

todos os momentos

Aos funcionaacuterios do Departamento de Engenharia de Biossistemas Gilmar Batista

Grigolon Paula Alessandra Bonassa Antocircnio Agostinho Gozzo (Seu Antocircnio) Acircngela

Maacutercia Derigi Silva Davilmar Aparecida Colevatti Heacutelio de Toledo Gomes Luiz Custoacutedio

Camargo e Paula Leme Mendes pela atenccedilatildeo e disposiccedilatildeo durante a realizaccedilatildeo dos trabalhos

Aos meus amigos membros do grupo de pesquisa com quem compartilhei

conhecimentos e experiecircncias Joatildeo Paulo Bruno Lena Adriano Diotto Ciacutecero Renecirc Eder

6

Fanaya Jr Otaacutevio Neto e Jefferson Joseacute obrigado pelos momentos de companhia dentro e

fora da aacuterea experimental e da Esalq Este trabalho tem a colaboraccedilatildeo concreta de cada um e

tambeacutem eacute de vocecircs

Aos meus amigos de poacutes graduaccedilatildeo Hermes da Rocha Kaline de Melo Marco

Bragaia Osvaldo Neto Joseacute Leocircncio Conan Salvador Marinaldo Pinto Dinara Alves

Marcos Amaral Daniel Leal Wagner Woff Eusiacutemio Fraga Fernando Barbosa Lucas da

Costa Santos Rony Sampaio Rogeacuterio Lavanholi Jeacutefferson Costa Ana Paula Damasceno

Fabriacutecio de Oliveira Luiacutes Carvalho Roberto Marano Timoacuteteo Herculino Thiago Villa

Acaacutecio Perboni Nathalia Alejandra Asdruacutebal Luiz Sobenko pelo bom conviacutevio

Aos professores do departamento do ciecircncias exatas Dr Carlos Tadeu e Dra Renata

Alcarde e aos receacutem doutores Dra Adriele Biase e ao meu amigo Dr Fredy Aguillar por

todo auxiacutelio estatiacutestico que necessitei e pelos esclarecimentos e atenccedilatildeo recebida por todos

Aos meus grandes amigos de feacute do grupo de oraccedilatildeo universitaacuterio (GOU) Aacutegua Viva

Tatiane Tokairin Mateus Mendes Antonio Paacutedua Andrea Domingues Natalia Arruda

Geraldo Costa Mariana Pontin Marina Losi Leandro Silva Andreia Nascimento Anna

Neto Dallila Rezende Fredy Ariane Silveira Baacuterbara Della Antonia Rebecca Riet Ana

Carolina Maacutercio Rezende Vanessa Queiroz e Patriacutecia Souza por todos os momentos de

conviacutevio partilha confraternizaccedilotildees e oraccedilotildees em que passei junto de vocecircs

Aos colegas de moradia que tive ao longo desses trecircs anos Marinaldo Valdevan

Adriano Pablo Conan Maicon Otaacutevio Cibele Cliacutessia Luanna Lilian pela companhia e

momentos de alegria e amizade

Agrave Universidade Federal do Paranaacute (UFPR) na pessoa dos pesquisadores MSc Alan

Diego da Conceiccedilatildeo Santos e Dr Andersson Barison parceiros nas anaacutelises de ressonacircncia

magneacutetica nuclear

Ao Instituto Federal de Satildeo Paulo campus Matatildeo-SP na pessoa do professor Dr

Danilo Luiz Flumignan pela oportunidade de parceria e por todo o apoio nas anaacutelises de

qualidade de oacuteleo e biodiesel e a todos teacutecnicos de laboratoacuterio e alunos envolvidos na

participaccedilatildeo e auxiacutelio nessas anaacutelises Deixo o meu agradecimento ao CempeqcIQUnesp

campus de Araraquara-SP pelas anaacutelises de cromatografia gasosa

Agrave Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior (Capes) e a

Fundaccedilatildeo de Amparo agrave Pesquisa do Estado de Satildeo Paulo (FAPESP) pela concessatildeo da bolsa

de doutorado

Agrave todos que contribuiacuteram de alguma forma para a realizaccedilatildeo deste trabalho Meu

muito obrigado Que Deus na sua infinita bondade abenccediloe a cada um

7

ldquoNatildeo vos lembreis mais dos acontecimentos de

outrora natildeo recordeis mais das coisas antigas porque

eis que vou fazer obra nova a qual jaacute surge natildeo a

vedesrdquo

(Isaiacuteas 4318-19a)

ldquoVontade de Deus eacutes o meu paraiacutesordquo

(Santa Paula Frassineti)

ldquoNatildeo entristeccedila o seu coraccedilatildeo por causa das afliccedilotildees antes

medita na Lei do Senhor e alegra-te pois o Senhor usa de meios

que noacutes natildeo entendemos para testar e treinar a nossa feacute para nos

fortalecer E por mais difiacutecil que seja confie Confie no Senhor e

Ele te abenccediloaraacuterdquo

(Autor desconhecido)

8

9

SUMAacuteRIO

RESUMO 11

ABSTRACT 13

LISTA DE FIGURAS 15

LISTA DE TABELAS 19

1 INTRODUCcedilAtildeO 23

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA 25

21 A cultura do pinhatildeo-manso (Jatropha curcas L) 25

22 Potencialidades e limitaccedilotildees para o cultivo do pinhatildeo-manso 29

23 Fatores que afetam o desenvolvimento e a produtividade do pinhatildeo-manso 34

231 Exigecircncias climaacuteticas para o cultivo do pinhatildeo-manso 35

232 Condiccedilotildees e uso do solo 37

233 Irrigaccedilatildeo e adubaccedilatildeo nitrogenada no pinhatildeo-manso 39

24 Qualidade do oacuteleo vegetal para produccedilatildeo de biocombustiacuteveis 44

241 Perfil composicional de aacutecidos graxos 45

242 Iacutendices de qualidade 49

3 MATERIAL E MEacuteTODOS 53

31 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea experimental 53

32 Descriccedilatildeo dos tratamentos e delineamento experimental 54

33 Caracterizaccedilatildeo do solo 56

34 Caracterizaccedilatildeo da aacutegua de irrigaccedilatildeo 57

35 Manejo da irrigaccedilatildeo 58

36 Monitoramento da umidade do solo 61

37 Manejo da cultura 62

38 Produtividade da cultura e produtividade da aacutegua 63

39 Anaacutelises de crescimento 64

310 Iacutendice de aacuterea foliar (IAF) 65

311 Iacutendice de clorofila 67

312 Teor e anaacutelises de qualidade de oacuteleo 68

3121 Teor de oacuteleo 69

3122 Anaacutelises preliminares dos iacutendices de qualidade do oacuteleo 70

3123 Iacutendice de acidez 71

3124 Iacutendice de iodo 71

10

3125 Iacutendice de peroacutexido 72

3126 Iacutendice de refraccedilatildeo 72

3127 Densidade relativa 73

3128 Estabilidade oxidativa 73

3129 Identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo de aacutecidos graxos 74

313 Anaacutelise dos dados 75

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 77

41 Monitoramento meteoroloacutegico 77

42 Irrigaccedilotildees realizadas 79

43 Monitoramento da umidade do solo 80

44 Produtividade da cultura 84

45 Produtividade da aacutegua 88

46 Anaacutelise de crescimento 91

47 Iacutendice de aacuterea foliar (IAF) 109

48 Iacutendice de clorofila 113

49 Teor e anaacutelises de qualidade de oacuteleo 120

5 CONCLUSOtildeES 135

REFEREcircNCIAS 137

11

RESUMO

Influecircncia da irrigaccedilatildeo e da adubaccedilatildeo nitrogenada na produccedilatildeo e qualidade do oacuteleo das

sementes de pinhatildeo-manso

Com a busca de novas soluccedilotildees para a produccedilatildeo de energia sustentaacutevel novas fontes

renovaacuteveis tecircm sido tema de estudos para o suprimento de energia no mundo diminuindo a

dependecircncia por combustiacuteveis foacutesseis O biodiesel pode ser usado para geraccedilatildeo de energia em

substituiccedilatildeo ao oacuteleo diesel e com isso muitas espeacutecies oleaginosas tecircm sido estudadas para

esse fim O pinhatildeo-manso (Jatropha curcas L) eacute uma espeacutecie da famiacutelia Euforbiaacutecea que tem

se destacado por ser uma planta perene ruacutestica e com elevada produccedilatildeo de oacuteleo O

conhecimento dos efeitos da irrigaccedilatildeo e da fertilizaccedilatildeo nitrogenada no seu cultivo se tornam

relevantes para um melhor manejo dessa cultura Este estudo teve como objetivo principal

avaliar os efeitos de diferentes niacuteveis de adubaccedilatildeo nitrogenada e de irrigaccedilatildeo na

produtividade no crescimento vegetativo e na qualidade de oacuteleo no cultivo do pinhatildeo-manso

O experimento foi conduzido em uma aacuterea experimental do Departamento de Engenharia de

Biossistemas da ESALQUSP em Piracicaba-SP Os estudos foram realizados nos anos

agriacutecolas de 20132014 e 20142015 com plantas a partir do terceiro ano de cultivo e

dispostas em espaccedilamento 3 x 4 m totalizando 833 plantas ha-1

Os tratamentos foram

dispostos aleatoriamente em duas aacutereas de cultivo com blocos compostos de quatros

repeticcedilotildees sendo os fatores constituiacutedos de dois manejos hiacutedricos (irrigado e sem irrigaccedilatildeo) e

quatro doses de adubaccedilatildeo nitrogenada a partir da sua recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo (150

100 50 e 0 de N) Cada aacuterea de cultivo era composta pelo tipo de manejo hiacutedrico

adotado e a anaacutelise dos dados foi feita de forma conjunta como anaacutelise de grupos de

experimentos O sistema de irrigaccedilatildeo utilizado foi o pivocirc central sendo adotado para toda a

aacuterea irrigada o mesmo manejo de irrigaccedilatildeo A irrigaccedilatildeo e as doses de N tiveram influecircncia

positiva nas variaacuteveis de crescimento como altura iacutendice de aacuterea foliar diacircmetro e volume de

copa Todos os teores de clorofila avaliados apresentaram os maiores valores com a praacutetica da

irrigaccedilatildeo e com as maiores doses de N aplicada mas apesar dessa diferenccedila todos os

tratamentos aplicados apresentaram baixa correlaccedilatildeo com o teor de N foliar A produtividade

de sementes e de oacuteleo de pinhatildeo-manso tambeacutem responderam de forma positiva aos

tratamentos aplicados chegando ateacute a triplicar os seus valores com a praacutetica de irrigaccedilatildeo e da

adubaccedilatildeo de N O teor de oacuteleo por sua vez natildeo mostrou variaccedilatildeo dos tratamentos quanto ao

seu conteuacutedo intriacutenseco por unidade de massa de sementes mas o fator manejo hiacutedrico

influenciou nos valores de alguns iacutendices de qualidade de oacuteleo como acidez iodo peroacutexido e

estabilidade oxidativa nos quais os tratamentos irrigados apresentaram de uma forma geral

os melhores resultados Com isso conclui-se que mesmo sendo adaptado a condiccedilotildees

adversas de clima e solo o pinhatildeo-manso responde bem agrave praacutetica da irrigaccedilatildeo e da adubaccedilatildeo

nitrogenada aumentando sua produtividade melhorando seu desenvolvimento vegetativo e

qualidade de oacuteleo para a produccedilatildeo de biodiesel

Palavras-chave Jatropha curcas L Manejo hiacutedrico Fertilizaccedilatildeo mineral Biocombustiacuteveis

12

13

ABSTRACT

Influence of irrigation and nitrogen fertilization in yield and quality of oil from jatropha

seeds

With the search for new solutions for the sustainable energy production new

renewable energy sources have been the subject of studies for the power supply in the world

reducing dependence on fossil fuels Biodiesel can be used for power generation as a

substitute for oil diesel which have increased the interest on oilseeds crops studies The

jatropha (Jatropha curcas L) is a species of the Euforbiaceae family that has stood out for

being a perennial rustic and high yield of oil plant The knowledge of the effects of irrigation

and nitrogen fertilization on the cultivation become relevant for a better crop management

The main objective of this study was the evaluation of the effects of different levels of

nitrogen fertilization and irrigation on productivity vegetative growth and oil quality in the

jatropha crop The experiment was conducted in an experimental area of the Department of

Biosystems Engineering at ESALQUSP in Piracicaba-SP The studies were conducted in the

agricultural years of 20132014 and 20142015 with plants from the third year of cultivation

arranged in 3x4 meters spacing totaling 833 plants ha-1

The treatments were randomly

arranged in two cultivation areas with blocks composed of four repetitions being the factors

consisted of two water management (irrigated and without irrigation) and four doses of

nitrogen fertilization from its fertilizer recommendation (150 100 50 and 0 N) Each

cultivation area was composed by the type of water management adopted and the data

analysis was made jointly as experiments group analysis The irrigation system used was the

center pivot being adopted for the entire irrigated area the same irrigation management The

irrigation and nitrogen levels had a positive influence on growth variables such as height

diameter and canopy volume All evaluated chlorophyll levels reached the highest values with

the practice of irrigation and higher nitrogen levels applied but despite of this difference all

treated samples showed low correlation with leaf nitrogen content The productivity of seeds

and jatropha oil also responded positively to the treatments applied reaching three times their

values with the practice of irrigation and nitrogen fertilization The oil content did not vary

with treatments as to its intrinsic content per unit mass of seeds and only the water

management factor influenced the values of some oil quality indices such as acidity iodine

peroxide and oxidative stability when the irrigated treatments showed better results in

general Thus it is concluded that even though being adapted to adverse conditions of climate

and soil jatropha responds well to practices of irrigation and nitrogen fertilization increasing

its productivity and improving its vegetative growth and quality of oil for biodiesel

production

Keywords Jatropha curcas L Water management Mineral fertilization Biofuels

14

15

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Partes que compotildee a planta de pinhatildeo-manso ramo com inflorescecircncias (a) caule

(b) folha (c) pistilo ndash flor feminina (d) estame ndash flor masculina (e) fruto em corte

transversal (f) frutos (g) fruto em corte longitudinal (h) semente (i) Fonte Heller

(1996) 26

Figura 2 - Niacuteveis de produtividades estimadas para a cultura do pinhatildeo-manso 39

Figura 3 - Tipos de aacutecidos graxos 46

Figura 4 - Croqui da aacuterea experimental contendo as aacutereas de cada manejo hiacutedrico e a estaccedilatildeo

meteoroloacutegica 54

Figura 5 - Esquema da distribuiccedilatildeo dos tratamentos na aacuterea sem irrigaccedilatildeo 55

Figura 6 - Balanccedilo hiacutedrico do sistema de lisiacutemetro de pesagem com as entradas e saiacutedas de

aacutegua do sistema sendo ET a evapotranspiraccedilatildeo E a evaporaccedilatildeo T a transpiraccedilatildeo I

a irrigaccedilatildeo R o escoamento superficial e P a precipitaccedilatildeo Fonte Lena (2013) 59

Figura 7 - Mediccedilatildeo da altura em plantas de pinhatildeo-manso 65

Figura 8 - Metodologia adotada para a calibraccedilatildeo do equipamento LAI 2200 com a escolha

da planta (a) leitura do IAF estimado com o LAI 2200 (b) retirada de todas as

folhas da planta (c) e determinaccedilatildeo em laboratoacuterio do IAF real da planta com o

equipamento CI-203 (d) 67

Figura 9 - Leitura do Iacutendice de Clorofila FALKER utilizando o ClorofiLOG 68

Figura 10 - Rancimat em operaccedilatildeo para determinaccedilatildeo de estabilidade oxidativa (a) e esquema

de funcionamento do equipamento (b) 74

Figura 11 - Dados meteoroloacutegicos observados durante o primeiro e o segundo ciclo de

avaliaccedilatildeo da cultura 78

Figura 12 - Lacircminas de irrigaccedilatildeo aplicadas durante o primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo da cultura 80

Figura 13 - Variaccedilatildeo da umidade do solo ao longo do tempo nos tratamentos sem irrigaccedilatildeo 81

Figura 14 - Armazenamento de aacutegua no solo na camada de 0-08 m para os quatro tratamentos

de adubaccedilatildeo nitrogenada e dentro do lisiacutemetro na aacuterea sem irrigaccedilatildeo utilizando a

sonda de capacitacircncia Diviner 2000 82

Figura 15 - Variaccedilatildeo da umidade do solo ao longo do tempo nos tratamentos irrigados 83

Figura 16 - Armazenamento de aacutegua no solo na camada de 0-08 m para os quatro tratamentos

de adubaccedilatildeo nitrogenada e dentro do lisiacutemetro na aacuterea irrigada utilizando a sonda

de capacitacircncia Diviner 2000 83

16

Figura 17 - Produtividade de sementes do pinhatildeo-manso em funccedilatildeo das diferentes doses de

adubo nitrogenado aplicado no terceiro ano de cultivo 85

Figura 18 - Produtividade de sementes do pinhatildeo-manso em funccedilatildeo das diferentes doses de

adubo nitrogenado aplicado no quarto ano de cultivo 86

Figura 19 - Produtividade de aacutegua para a cultura do pinhatildeo-manso para todos os tratamentos

no terceiro ano de cultivo 88

Figura 20 - Produtividade da aacutegua do pinhatildeo-manso em funccedilatildeo das diferentes doses de adubo

nitrogenado aplicado no terceiro ano de cultivo 90

Figura 21 - Altura meacutedia do pinhatildeo-manso (m) em funccedilatildeo do uso ou natildeo da irrigaccedilatildeo

complementar (a) e das doses de nitrogecircnio (b) durante o terceiro e quarto ano de

cultivo 92

Figura 22 ndash Perfis meacutedios da altura das plantas de pinhatildeo-manso para os dois anos de

avaliaccedilatildeo 95

Figura 23 - Linhas de tendecircncia para altura de plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias

apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a) e do manejo hiacutedrico

adotado (b) para o ciclo 201314 96

Figura 24 ndash Linhas de tendecircncia para altura de plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias

apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a) e do manejo hiacutedrico

adotado (b) para o ciclo 201415 96

Figura 25 - Diacircmetro meacutedio de copa do pinhatildeo-manso (m) em funccedilatildeo do uso ou natildeo da

irrigaccedilatildeo complementar (a) e das doses de nitrogecircnio (b) durante o terceiro e

quarto ano de cultivo 98

Figura 26 ndash Perfis meacutedios do diacircmetro de copa das plantas de pinhatildeo-manso para os dois anos

de avaliaccedilatildeo 101

Figura 27 - Linhas de tendecircncia para diacircmetro meacutedio de copa das plantas de pinhatildeo-manso em

funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a) e do

manejo hiacutedrico adotado (b) para o ciclo 201314 102

Figura 28 - Linhas de tendecircncia para diacircmetro meacutedio de copa das plantas de pinhatildeo-manso em

funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a) e do

manejo hiacutedrico adotado (b) para o ciclo 201314 103

Figura 29 - Volume de copa do pinhatildeo-manso (msup3) em funccedilatildeo do uso ou natildeo da irrigaccedilatildeo

complementar (a) e das doses de nitrogecircnio (b) durante o terceiro e quarto ano de

cultivo 105

17

Figura 30 ndash Perfis meacutedios do volume de copa de pinhatildeo-manso para os dois anos de avaliaccedilatildeo

107

Figura 31 - Linhas de tendecircncia para o volume meacutedio de copa das plantas de pinhatildeo-manso

em funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a)

e do manejo hiacutedrico adotado (b) para o ciclo 201314 108

Figura 32 - Linhas de tendecircncia para o volume meacutedio de copa das plantas de pinhatildeo-manso

em funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a)

e do manejo hiacutedrico adotado (b) para o ciclo 201415 108

Figura 33 - Equaccedilatildeo de calibraccedilatildeo do IAF para o equipamento LAI 2200 110

Figura 34 ndash Perfis meacutedios do IAF de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo da dose de nitrogecircnio aplicada

e do manejo hiacutedrico adotado 111

Figura 35 - Linhas de tendecircncia para o iacutendice de aacuterea foliar (IAF) das plantas de pinhatildeo-

manso em funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N

aplicada (a) e do manejo hiacutedrico adotado (b) para o ciclo 201415 112

Figura 36 - Variaccedilatildeo temporal dos teores de clorofila total em funccedilatildeo doses de nitrogecircnio (a) e

do manejo hiacutedrico (b) para o terceiro ano de cultivo 114

Figura 37 - Teores de clorofila total em funccedilatildeo das doses de nitrogecircnio aplicada para o quarto

ano de cultivo 114

Figura 38 - Teores de clorofila total em funccedilatildeo do manejo hiacutedrico adotado para o quarto ano

de cultivo 115

Figura 39 ndash Perfis meacutedios dos iacutendices de clorofila do pinhatildeo-manso para o segundo ciclo de

avaliaccedilatildeo 118

Figura 40 - Variaccedilatildeo temporal dos teores de N foliar em funccedilatildeo das doses de N aplicadas na

planta (a) e do manejo hiacutedrico adotado (b) 119

Figura 41 - Produtividade de oacuteleo do pinhatildeo-manso em funccedilatildeo das diferentes doses de adubo

nitrogenado aplicado no terceiro ano de cultivo 123

Figura 42 - Produtividade de oacuteleo do pinhatildeo-manso em funccedilatildeo das diferentes doses de adubo

nitrogenado aplicado no quarto ano de cultivo 123

Figura 43 - Quantificaccedilatildeo e composiccedilatildeo primaacuteria dos aacutecidos graxos do oacuteleo de pinhatildeo-manso

para todos os tratamentos avaliados 130

18

19

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Relaccedilatildeo entre a produtividade meacutedia de sementes e o rendimento de oacuteleo de

algumas culturas oleaginosas produzidas no Brasil 30

Tabela 2 - Necessidade de nutrientes na cultura do pinhatildeo-manso durante os quatro primeiros

anos de cultivo 41

Tabela 3 - Esquema da anaacutelise de variacircncia 56

Tabela 4 - Composiccedilatildeo textural do solo da aacuterea experimental 56

Tabela 5 - Anaacutelise quiacutemica da aacuterea experimental 57

Tabela 6 - Resultados da anaacutelise fiacutesico-quiacutemica da aacutegua utilizada para irrigaccedilatildeo 58

Tabela 7 - Teor meacutedio de oacuteleo por meio de prensagem mecacircnica e por solvente quiacutemico nos

frutos colhidos na aacuterea experimental antes da instalaccedilatildeo dos tratamentos 70

Tabela 8 - Iacutendices de qualidade do oacuteleo de pinhatildeo-manso para a aacuterea experimental 70

Tabela 9 - Estatiacutestica descritiva das variaacuteveis meteoroloacutegicas observadas na aacuterea experimental

77

Tabela 10 - Valores de F para produccedilatildeo de frutos (ProdF) e sementes (ProdS) em kg pl-1

relaccedilatildeo sementefruto (RelSF) e produtividade de sementes (PS) em kg ha-1

84

Tabela 11 - Produtividade meacutedia das sementes de pinhatildeo-manso (kg ha-1

) em funccedilatildeo do

manejo hiacutedrico e doses de nitrogecircnio aplicado 84

Tabela 12 ndash Anaacutelise de variacircncia para produtividade de aacutegua (PA) no terceiro ano de cultivo

89

Tabela 13 ndash Anaacutelise univariada de perfil para altura de plantas durante o ciclo 201314 92

Tabela 14 ndash Anaacutelise univariada de perfil para altura de plantas durante o ciclo 201415 93

Tabela 15 ndash Teste de esfericidade de Mauchly para altura de plantas para os dois ciclos de

avaliaccedilatildeo 93

Tabela 16 ndash Resultados dos testes multivariados para os fatores entre e intra indiviacuteduos para a

variaacutevel altura no segundo ciclo de avaliaccedilatildeo 94

Tabela 17 ndash Anaacutelise de regresssatildeo para altura de plantas em funccedilatildeo do dia apoacutes a poda (DAP)

para todos os tratamentos nos dois anos de avaliaccedilatildeo 96

Tabela 18 - Equaccedilotildees de ajuste para altura de plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias

apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada e do manejo hiacutedrico

adotado para os dois ciclos de avaliaccedilatildeo 97

Tabela 19 ndash Anaacutelise univariada de perfis para diacircmetro de copa durante o ciclo 201314 99

20

Tabela 20 ndash Anaacutelise univariada de perfis para diacircmetro de copa durante o ciclo 201415 99

Tabela 21 ndash Teste de esfericidade de Mauchly para diacircmetro de copa para os dois ciclos de

avaliaccedilatildeo 100

Tabela 22 ndash Resultados dos testes multivariados para os fatores entre e intra indiviacuteduos para a

variaacutevel diacircmetro de copa no segundo ciclo de avaliaccedilatildeo 100

Tabela 23 - Anaacutelise de regresssatildeo para diacircmetro de copa em funccedilatildeo do dia apoacutes a poda (DAP)

para todos os tratamentos nos dois anos de avaliaccedilatildeo 102

Tabela 24 - Equaccedilotildees de ajuste para diacircmetro de copa das plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo

dos dias apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicadas e do manejo

hiacutedrico adotado para os dois ciclos de avaliaccedilatildeo 104

Tabela 25 ndash Anaacutelise univariada de perfis para volume de copa durante o ciclo 201314 106

Tabela 26 ndash Anaacutelise univariada de perfis para volume de copa durante o ciclo 201415 106

Tabela 27 ndash Teste de esfericidade de Mauchly para o volume de copa para os dois ciclos de

avaliaccedilatildeo 106

Tabela 28 - Anaacutelise de regresssatildeo para diacircmetro de copa em funccedilatildeo do dia apoacutes a poda (DAP)

para todos os tratamentos nos dois anos de avaliaccedilatildeo 108

Tabela 29 - Equaccedilotildees de ajuste para o volume de copa das plantas de pinhatildeo-manso em

funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada e do

manejo hiacutedrico adotado para os dois ciclos de avaliaccedilatildeo 109

Tabela 30 - Anaacutelise univariada de perfis para IAF durante o ciclo 201415 111

Tabela 31 - Anaacutelise de regresssatildeo para o IAF em funccedilatildeo do dia apoacutes a poda (DAP) para todos

os tratamentos no segundo ano de avaliaccedilatildeo 112

Tabela 32 - Equaccedilotildees de ajuste para o IAF das plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias

apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicadas e do manejo hiacutedrico

adotado para o segundo ciclo de avaliaccedilatildeo 112

Tabela 33 - Valores meacutedios dos iacutendices de clorofila total A e B (ICF) e da relaccedilatildeo clorofila

AB das folhas de pinhatildeo-manso para todos os tratamentos avaliados no primeiro

ciclo de avaliaccedilatildeo 115

Tabela 34 - Valores meacutedios dos iacutendices de clorofila total A e B (ICF) e da relaccedilatildeo clorofila

AB das folhas de pinhatildeo-manso para todos os tratamentos avaliados no segundo

ciclo de avaliaccedilatildeo 116

Tabela 35 ndash Resumo da anaacutelise univariada de perfis para os iacutendices de Clorofila para o ciclo

201415 117

21

Tabela 36 ndash Teste de esfericidade de Mauchly para os iacutendices de clorofila e N foliar do

pinhatildeo-manso 118

Tabela 37 - Coeficientes de correlaccedilatildeo de Pearson entre o nitrogecircnio foliar e os teores de

clorofila na planta 119

Tabela 38 - Valores de F para o teor meacutedio () e a produtividade de oacuteleo (kg ha-1

) em

sementes de pinhatildeo-manso para todos os tratamentos avaliados 120

Tabela 39 - Valores Meacutedios do teor e produtividade de oacuteleo em funccedilatildeo do manejo hiacutedrico e da

dose de nitrogecircnio aplicada 121

Tabela 40 - Valores de F para os iacutendices de acidez (IA) iodo peroacutexido (IP) e estabilidade

oxidativa (EO) para os dois ciclos de avaliaccedilatildeo 124

Tabela 41 - Valores meacutedios dos iacutendices de qualidade de oacuteleo em funccedilatildeo do manejo hiacutedrico

adotado nos dois ciclos de avaliaccedilatildeo 125

Tabela 42 - Perfil composicional dos oacuteleos de pinhatildeo-manso () dos tratamentos avaliados no

ciclo 201314 128

Tabela 43 - Perfil composicional dos oacuteleos de pinhatildeo-manso () dos tratamentos avaliados no

ciclo 201415 128

Tabela 44 - Caracterizaccedilatildeo do biodiesel obtido do oacuteleo de pinhatildeo-manso para os dois

experimentos de manejo hiacutedrico 132

22

23

1 INTRODUCcedilAtildeO

Atualmente a maior parte da energia consumida no mundo proveacutem do petroacuteleo do

carvatildeo e do gaacutes natural Entretanto essas satildeo fontes natildeo renovaacuteveis e possuem previsatildeo de

esgotamento em um futuro proacuteximo Aleacutem disso os combustiacuteveis foacutesseis satildeo fontes muito

poluidoras e afetam o meio ambiente de forma severa o que faz a populaccedilatildeo mundial buscar

soluccedilotildees para tais problemas Com a crescente necessidade de encontrar fontes alternativas de

energia para substituir os combustiacuteveis foacutesseis diversas plantas vecircm sendo estudadas por

institutos de pesquisas e empresas A produccedilatildeo de biocombustiacuteveis por meio do

desenvolvimento dos setores agroenergeacuteticos pode se tornar uma soluccedilatildeo viaacutevel para o

suprimento da demanda energeacutetica mundial

Produzido a partir de fontes renovaacuteveis como oacuteleos vegetais e gorduras animais o

biodiesel pode ser usado para geraccedilatildeo de energia em substituiccedilatildeo ao oacuteleo diesel e ao oacuteleo

combustiacutevel O uso do biodiesel pode trazer uma seacuterie de benefiacutecios associados agrave reduccedilatildeo dos

gases de efeito estufa e de outros poluentes atmosfeacutericos tais como o enxofre aleacutem de

promover reduccedilatildeo do consumo de combustiacuteveis foacutesseis No Brasil a produccedilatildeo do biodiesel

pode cooperar com o desenvolvimento econocircmico de diversas regiotildees do paiacutes uma vez que eacute

possiacutevel explorar a melhor alternativa de mateacuteria-prima em cada regiatildeo Com isso em funccedilatildeo

de fatores como a vasta extensatildeo territorial e a grande diversidade de climas solos e espeacutecies

oleaginosas o Brasil encontra-se em uma situaccedilatildeo bastante promissora

O pinhatildeo-manso (Jatropha curcas L) destaca-se entre as oleaginosas com potencial

para a produccedilatildeo de biodiesel Esta cultura eacute apropriada ao cultivo em quase todo o paiacutes devido

a sua rusticidade e agrave resistecircncia a condiccedilotildees adversas de clima e solo (SATURNINO et al

2005) principalmente ao estresse hiacutedrico sendo tolerante agrave seca e podendo ser usada em

aacutereas marginais ou degradadas sem a competiccedilatildeo com culturas para fins de alimentaccedilatildeo

Aliado a esses fatores a alta porcentagem de oacuteleo por unidade de semente dessa espeacutecie em

comparaccedilatildeo com algumas culturas oleaginosas tradicionalmente cultivadas no paiacutes e em

outras regiotildees do mundo atraiacute a atenccedilatildeo de pesquisadores de diversos centros de pesquisa ao

redor do mundo para o conhecimento e o aprimoramento dessa cultura como uma matriz

energeacutetica para a produccedilatildeo de biodiesel

Contudo limitaccedilotildees teacutecnicas tecircm impedido a inserccedilatildeo imediata do pinhatildeo-manso na

matriz energeacutetica brasileira Por se tratar ainda de uma planta natildeo domesticada suas

caracteriacutesticas agronocircmicas natildeo satildeo completamente entendidas e os efeitos do ambiente sobre

24

as plantas natildeo tecircm sido completamente investigados Os resultados de pesquisas com a cultura

no Brasil ainda satildeo incipientes tendo iniacutecio faz pouco mais de dez anos de forma que ainda

haacute grande falta de informaccedilotildees sobre a cultura no paiacutes principalmente no que diz respeito agraves

suas demandas nutricionais e ao seu consumo hiacutedrico

Considerado por apresentar caracteriacutesticas como rusticidade e adaptabilidade a

condiccedilotildees adversas de clima e solo o pinhatildeo-manso assim como a maioria das culturas

agriacutecolas possivelmente pode obter uma boa resposta quando suprido das suas necessidades

hiacutedricas e nutricionais A adubaccedilatildeo e a aplicaccedilatildeo de aacutegua podem aumentar o rendimento de

sementes e oacuteleo do pinhatildeo-manso Mas a falta de informaccedilotildees sobre o cultivo de plantas

adultas a partir do seu pico de produccedilatildeo (4ordm ano) e da qualidade do seu oacuteleo sob a influecircncia

dessas variaacuteveis natildeo permite que se tenha um adequado manejo hiacutedrico e nutricional da

cultura uma vez que natildeo se conhece a fundo a resposta da planta pois trata-se ainda de uma

cultura com variadas expressotildees agronocircmicas

Sob a hipoacutetese de que o uso da irrigaccedilatildeo e a aplicaccedilatildeo de diferentes doses de

nitrogecircnio afetam os componentes de produccedilatildeo o crescimento vegetativo e a qualidade do

oacuteleo do pinhatildeo-manso desenvolveu-se este trabalho com o objetivo principal de avaliar os

efeitos dos diferentes niacuteveis de adubaccedilatildeo nitrogenada e de irrigaccedilatildeo na produtividade no

crescimento vegetativo e na qualidade de oacuteleo no terceiro e quarto ano do cultivo de pinhatildeo-

manso (Jatropha curcas L) nas condiccedilotildees edafoclimaacuteticas de Piracicaba-SP Os objetivos

secundaacuterios foram avaliar os efeitos da irrigaccedilatildeo complementar e da adubaccedilatildeo nitrogenada em

variaacuteveis de crescimento das plantas de pinhatildeo-manso os niacuteveis de clorofila de cada

tratamento e a correlaccedilatildeo desses teores com os valores de N foliar e os efeitos de cada

tratamento sobre o rendimento o perfil composicional de aacutecidos graxos e os iacutendices de

qualidade do oacuteleo do pinhatildeo-manso

25

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA

21 A cultura do pinhatildeo-manso (Jatropha curcas L)

O pinhatildeo-manso (Jatropha curcas L) pertence agrave famiacutelia Euphorbiaceae a mesma da

mandioca mamona e seringueira e que compreende aproximadamente 8000 espeacutecies com

cerca de 320 gecircneros As plantas do gecircnero Jatropha contecircm 160 espeacutecies aproximadamente

entre herbaacuteceas e arbustivas e apresentam valor medicinal ornamental e algumas satildeo

produtoras de oacuteleo como eacute o caso da espeacutecie Jatropha curcas L (SUJATHA DHINGRA

1993)

Esta espeacutecie destaca-se entre as oleaginosas com potencial para a produccedilatildeo de

biodiesel aleacutem de apresentar caracteriacutesticas desejaacuteveis tais como potencial de altos

rendimentos de gratildeos e oacuteleo boa qualidade do oacuteleo para a produccedilatildeo de biodiesel

adaptabilidade a diferentes regiotildees precocidade e longevidade Eacute uma planta reivindicada

como tolerante agrave seca tem menos necessidade de nutrientes utiliza insumos trabalhistas mais

baixos e natildeo compete com a produccedilatildeo de alimentos se cultivada em terras marginais

Consequentemente o pinhatildeo-manso eacute uma planta oleaginosa com potencial para o

desenvolvimento ambiental sustentaacutevel (PANDEY et al 2012)

Podendo ser um arbusto ou aacutervore pequena de crescimento raacutepido o pinhatildeo-manso

pode atingir ateacute trecircs metros de altura com diacircmetro de tronco de aproximadamente 20 cm

mais em condiccedilotildees especiais de cultivo pode atingir ateacute cinco metros de altura e diacircmetro

variando de 20 a 30 cm O pinhatildeo-manso possui caule liso de lenho mole e medula

desenvolvida mas pouco resistente e floema com longos canais que se estendem ateacute as

raiacutezes nos quais circula o laacutetex (HELLER 1996 SATURNINO et al 2005) O tronco que

conteacutem laacutetex eacute dividido desde a base em ramos que satildeo revestidos por uma camada grossa

com cicatrizes produzidas pela queda das folhas na estaccedilatildeo seca (DIAS et al 2007

HENNING 2009) Em resumo trata-se de uma planta perene de crescimento raacutepido e

caducifoacutelia a qual geralmente leva de quatro a cinco anos para atingir a maturidade com

expectativa de vida em torno de 50 anos (DRUMOND et al 2010)

A planta desenvolve uma raiz principal e quatro raiacutezes laterais sendo que a raiz

pivotante natildeo eacute normalmente formada quando as plantas advecircm de propagaccedilatildeo vegetativa

(HELLER 1996) As folhas satildeo verdes largas lisas e lobadas com nervuras esbranquiccediladas

na face inferior Eacute uma planta monoica e as inflorescecircncias terminais contecircm de 5 a 20 flores

femininas que se abrem em dias diferentes (SATURNINO et al 2005) Em cada

26

inflorescecircncia desabrocham primeiro as flores femininas seguindo o sentido de baixo para

cima na planta Do mesmo modo ocorrem a frutificaccedilatildeo e a maturaccedilatildeo Os frutos fecundados

tardiamente continuam a crescer depois da maturaccedilatildeo dos primeiros frutos de um cacho o que

gera colheita em diferentes eacutepocas do ano

O fruto eacute capsular oblongo com diacircmetro de 15 a 30 cm trilocular podendo

apresentar ateacute quatro sementes sendo formado por um pericarpo ou casca dura e lenhosa

indeiscente inicialmente verde passando a amarelo castanho e por fim preto quando atinge a

maturaccedilatildeo fisioloacutegica (DIAS et al 2007) A semente eacute ovalada endospeacutermica tegumento

rijo quebradiccedilo de fratura resinosa Na maturaccedilatildeo conteacutem de 53 a 62 de sementes e de 38

a 47 de casca pesando cada uma de 153 a 285 g (SATURNINO et al 2005) Na Figura 1

estatildeo apresentadas as diferentes partes constituintes da planta do pinhatildeo-manso

Figura 1 - Partes que compotildee a planta de pinhatildeo-manso ramo com inflorescecircncias (a) caule (b) folha (c) pistilo

ndash flor feminina (d) estame ndash flor masculina (e) fruto em corte transversal (f) frutos (g) fruto em

corte longitudinal (h) semente (i) Fonte Heller (1996)

27

De toda a morfologia da planta o sistema radicular eacute o que necessita de maiores

informaccedilotildees quanto a sua real distribuiccedilatildeo no perfil do solo e a sua absorccedilatildeo dos nutrientes

presentes na soluccedilatildeo do solo existindo pouquiacutessimos trabalhos na literatura que descrevem

com clareza o seu sistema radicular sendo restrito a condiccedilotildees especiacuteficas da regiatildeo Alves

Juacutenior et al (2014) avaliaram a distribuiccedilatildeo espacial do sistema radicular do pinhatildeo-manso no

Cerrado brasileiro e encontraram uma profundidade meacutedia e distacircncia horizontal

respectivamente de 060 e 075 m para plantas com 17 meses de idade e de 10 e 10 m para

plantas de 36 meses de idade Nunes et al (2009) e Ye et al (2009) relatam que em solos de

baixa densidade a raiz do pinhatildeo-manso pode chegar ao dobro do comprimento da parte aeacuterea

Estas informaccedilotildees contradizem o que se achava a respeito da cultura do pinhatildeo-manso pois

diversos autores afirmaram agrave respeito do sistema radicular da cultura como sendo curto e

pouco ramificado (HELLER 1996 ARRUDA et al 2004 SATURNINO et al 2005)

O oacuteleo bruto dos gratildeos eacute a principal mateacuteria-prima do pinhatildeo-manso e o seu

rendimento depende de diversas caracteriacutesticas da planta associadas aos fatores

edafoclimaacuteticos Entre os principais componentes da produtividade destacam-se as

caracteriacutesticas vegetativas da planta o nuacutemero de ramos o diacircmetro da copa a altura das

plantas o volume de copa a produtividade de gratildeos por aacutervore e entre as caracteriacutesticas de

qualidade da mateacuteria-prima o ldquopeso de gratildeosrdquo ldquopeso de amecircndoasrdquo ldquopeso de cascardquo (RAO et

al 2008) O oacuteleo eacute o produto de maior valor agregado da cultura do pinhatildeo-manso e

apresenta propriedades como uma maior estabilidade oxidativa do que o oacuteleo de soja menor

viscosidade quando comparado ao da mamona e melhores propriedades a frio que o oacuteleo de

palma (TAPANES et al 2008)

Quanto agrave porcentagem de oacuteleo destaca-se seu o alto teor por unidade de massa com

uma variaccedilatildeo de 27 a 38 o que representam de 53 a 79 do peso do fruto (ARRUDA

2004 DIAS et al 2007) Poreacutem os teores de oacuteleo podem variar de acordo com as

caracteriacutesticas geneacuteticas tecnologia de produccedilatildeo e de extraccedilatildeo adotadas (CARVALHO

NAKAGAWA 2000 MARQUES 2007) Diferentes meacutetodos podem ser utilizados para a

extraccedilatildeo de oacuteleos vegetais como a prensagem mecacircnica a extraccedilatildeo com solvente e a extraccedilatildeo

com fluiacutedo supercriacutetico Pelo meacutetodo de extraccedilatildeo com solvente de Soxhlet obteacutem-se maior

quantidade de oacuteleo em relaccedilatildeo a outros meacutetodos pois a amostra permanece em contato com o

solvente pela evaporaccedilatildeo e condensaccedilatildeo do mesmo sobre a amostra (BRUM ARRUDA

REGITANO-DrsquoARCE 2009) Entretanto por ser de baixo custo a prensagem mecacircnica eacute o

meacutetodo mais utilizado para extraccedilatildeo de oacuteleo nas induacutestrias

28

Com relaccedilatildeo a composiccedilatildeo do oacuteleo Visentainer e Santos Juacutenior (2013) relatam que do

teor meacutedio de oacuteleo encontrado nas sementes cerca de 608 satildeo compostos basicamente por

143 de aacutecido palmiacutetico 51 de aacutecido esteaacuterico 411 de aacutecido oleico e 381 de aacutecido

linoleico possuindo ao final um valor meacutedio de 20 de aacutecidos graxos saturados e 80 de

aacutecidos insaturados Entretanto assim como nas demais culturas oleaginosas a composiccedilatildeo e

teor de cada aacutecido graxo de oacuteleos vegetais com potencial para biocombustiacuteveis podem variar

de acordo com as condiccedilotildees climaacuteticas classe de solo localizaccedilatildeo geograacutefica estaacutedio de

maturaccedilatildeo das sementes variedades e praacuteticas agronocircmicas entre outros fatores (BERTI

JOHNSON 2008 KHEIRA ATTA 2009 HATHURUSINGHA ASHWATH MIDMORE

2011 SEZEN et al 2011 AKBARIAN MODAFEBEHZADI BAGHERIPOUR 2012

RAMANJANEYULU REDDY MADHAVI 2013 RODRIGUES et al 2013 SINHA et al

2015)

O pinhatildeo-manso apresenta alta toleracircncia agrave seca sendo cultivada em diversos paiacuteses do

mundo principalmente no semiaacuterido tropical (FAIRLESS 2007 ACHTEN et al 2008) A

elevada toleracircncia agrave seca aliada ao caule suculento de plantas de pinhatildeo-manso estaacute associada

ao metabolismo C3-CAM existente nesta espeacutecie funcionando em condiccedilotildees de deacuteficit

hiacutedrico o metabolismo CAM (LUTTGE 2008) As plantas CAM satildeo adaptadas agrave escassez de

aacutegua porque perdem pouca aacutegua por transpiraccedilatildeo durante aquisiccedilatildeo de CO2 uma vez que os

estocircmatos abrem-se no periacuteodo noturno e permanecem fechados durante o dia Segundo

Pimentel (1998) algumas plantas CAM facultativas podem atingir alta produtividade quando

funcionando como C3 poreacutem quando essas plantas apresentam o comportamento CAM

devido agrave um estresse ambiental a acumulaccedilatildeo de mateacuteria seca eacute reduzida

A distribuiccedilatildeo geograacutefica do pinhatildeo-manso eacute bastante vasta devido a sua rusticidade

resistecircncia a longas estiagens e agraves infestaccedilotildees de pragas e doenccedilas sendo adaptaacutevel agraves

adversidades de solo e clima Segundo Openshaw (2000) a espeacutecie estaacute distribuiacuteda

principalmente nas Ameacutericas na Aacutefrica e em parte da Aacutesia sendo largamente cultivada no

Meacutexico Nicaraacutegua Tailacircndia e em partes da Iacutendia No Brasil sua distribuiccedilatildeo geograacutefica se

estende por boa parte do territoacuterio sendo encontrada desde a regiatildeo Nordeste Sudeste e ateacute o

Estado do Paranaacute (ARRUDA et al 2004) Alguns pesquisadores apontam o Brasil como

provaacutevel centro de origem devido agrave distribuiccedilatildeo ao longo de todo o paiacutes (SUJATHA

DHINGRA 1993 ARRUDA et al 2004 SATURNINO et al 2005) poreacutem muitos estudos

estatildeo evidenciando como centro de diversidade geneacutetica e possiacutevel centro de origem o norte

da Ameacuterica Latina destacando-se Meacutexico e Guatemala (HELLER 1996 MAES et al

2009b PECINA-QUINTERO et al 2014) Estudos realizados por Nuacutentildeez-Coliacuten e Goytia-

29

Jimeacutenez (2009) para determinaccedilatildeo da distribuiccedilatildeo da espeacutecie e dos padrotildees climaacuteticos da

regiatildeo de origem apontaram o Meacutexico e o norte da Ameacuterica Central como o centro de

diversidade da espeacutecie No Meacutexico a diversidade geneacutetica eacute citada na literatura como sendo

expressiva sobretudo por ocorrer naturalmente o genoacutetipo atoacutexico sem a presenccedila de eacutesteres

de forbol Eacute comum no paiacutes a populaccedilatildeo de alguns estados se alimentarem da polpa ou

sementes de pinhatildeo-manso tradiccedilatildeo existente desde a eacutepoca dos maias sendo mais praticado

nos estados de Veracruz e Puebla (MAKKAR et al 1997 MARTIacuteNEZ-HERRERA et al

2006) Natildeo se tem relatos de ocorrecircncia do genoacutetipo atoacutexico fora do Meacutexico

22 Potencialidades e limitaccedilotildees para o cultivo do pinhatildeo-manso

O Brasil com sua vasta extensatildeo territorial e variedade climaacutetica apresenta um

enorme potencial para a produccedilatildeo de diferentes espeacutecies de oleaginosas que podem ser

utilizadas na siacutentese do biodiesel destacando-se a soja a mamona o girassol o amendoim a

palma de oacuteleo a canola e o pinhatildeo-manso A viabilidade de cada oleaginosa depende de sua

competitividade teacutecnica econocircmica e socioambiental aleacutem de aspectos como o teor de oacuteleo a

produtividade por unidade de aacuterea a adequaccedilatildeo a diferentes sistemas produtivos sazonalidade

e demais aspectos relacionados ao ciclo de vida da planta (VISENTAINER SANTOS

JUacuteNIOR 2013)

A cultura da soja destaca-se no cenaacuterio brasileiro dentre as principais mateacuterias-primas

utilizadas para a produccedilatildeo do biodiesel sendo 80 do oacuteleo produzido no paiacutes oriundo desta

oleaginosa A previsatildeo eacute que esta situaccedilatildeo natildeo se modificaraacute nos proacuteximos anos visto que

esta cultura tem uma cadeia produtiva organizada e estaacute no limite da fronteira tecnoloacutegica

mundial sendo o Brasil nos uacuteltimos anos o segundo maior produtor mundial poreacutem o seu

rendimento em oacuteleo eacute baixo (Tabela 1) (VISENTAINER SANTOS JUacuteNIOR 2013) O

pinhatildeo-manso (Jatropha curcas L) vem sendo fonte de estudos nos uacuteltimos anos devido ao

seu grande potencial na produccedilatildeo de oacuteleo para biocombustiacuteveis chegando a apresentar teor de

oacuteleo variando entre 32 a 40 quando extraiacutedo por meio de prensagem mecacircnica o que

garante a esta cultura altas produtividades meacutedias de gratildeos e de oacuteleo quando comparada com

outras culturas cultivadas no paiacutes (Tabela 1)

30

Tabela 1 - Relaccedilatildeo entre a produtividade meacutedia de sementes e o rendimento de oacuteleo de algumas culturas

oleaginosas produzidas no Brasil

Cultura Produtividade meacutedia de

sementes (kg ha-1

ano-1

) Teor meacutedio de oacuteleo ()

Rendimento meacutedio em

oacuteleo (kg ha-1

ano-1

)

Soja 2800 20 560

Palma de oacuteleo 15000 26 4000

Girassol 1800 45 774

Algodatildeo 1900 19 361

Amendoim 2400 45 788

Mamona 1000 48 470

Canola 1500 38 570

Pinhatildeo-manso 5000 38 1900

Fonte Ministeacuterios da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento-MAPA (2007)

Por ser o biodiesel um combustiacutevel biodegradaacutevel derivado de fontes renovaacuteveis

como os oacuteleos vegetais ldquovirgensrdquo ou jaacute utilizados e das gorduras animais satildeo evidentes as

vantagens da sua utilizaccedilatildeo na reduccedilatildeo da emissatildeo de gases poluentes e no balanccedilo de

carbono quando comparado com o diesel foacutessil No caso do biodiesel de pinhatildeo-manso pode-

se obter uma reduccedilatildeo de 55 na emissatildeo de fuligem e de 35 na liberaccedilatildeo de hidrocarboneto

que aliaacutes eacute uma substacircncia canceriacutegena Aleacutem disso o gaacutes carbocircnico gerado na queima eacute

consumido no processo de fotossiacutentese realizado nas lavouras de plantas oleaginosas e

devolvido agrave atmosfera como oxigecircnio criando dessa forma um ciclo fechado de produccedilatildeo

sem sobras poluentes (CARNIELLI 2003)

Com relaccedilatildeo agrave utilizaccedilatildeo do oacuteleo produzido a partir de sementes de pinhatildeo-manso

para a produccedilatildeo de biocombustiacutevel pode-se obter basicamente dois produtos O primeiro e

mais conhecido eacute o biodiesel que pode ser utilizado em substituiccedilatildeo ao diesel de origem

foacutessil (ACHTEN et al 2008) A segunda alternativa que ateacute o momento soacute foi utilizada em

pequena escala eacute o bioquerosene que pode ser utilizado em substituiccedilatildeo ao querosene de

aviaccedilatildeo Alguns testes neste sentido como voos experimentais jaacute foram ateacute realizados por

companhias aeacutereas e se mostraram muito satisfatoacuterios com relaccedilatildeo agrave viabilidade teacutecnica do

biocombustiacutevel

O pinhatildeo-manso eacute uma oleaginosa com grande potencial para produccedilatildeo de biodiesel

sendo que sua produccedilatildeo de oacuteleo pode chegar a 15 Mg ha-1

ano-1

Como algumas vantagens

esta cultura apresenta em sua cadeia produtiva a resistecircncia podendo desta forma ser

cultivado em todo o paiacutes facilitando a sua distribuiccedilatildeo e sua colheita que eacute manual o que

impulsiona a matildeo de obra familiar (VISENTAINER SANTOS JUacuteNIOR 2013)

31

O pinhatildeo-manso pode ser considerado uma das mais promissoras oleaginosas para

substituir o diesel de petroacuteleo pois as amecircndoas aleacutem de poderem gerar valores proacuteximos de

40 de oacuteleo extraiacutedo por prensagem mecacircnica podem render de 50 a 52 de oacuteleo quando

extraiacutedo a base de solventes Seu oacuteleo eacute empregado como lubrificante em motores a diesel e

na fabricaccedilatildeo de sabatildeo e tinta Aleacutem disso a torta que resta ao final da extraccedilatildeo eacute um

subproduto rico em nitrogecircnio potaacutessio foacutesforo e mateacuteria orgacircnica que pode ser utilizado na

adubaccedilatildeo tanto da lavoura de pinhatildeo-manso como em outras culturas (MARTINS

MACHADO CAVASINI 2008) Outro fator positivo eacute a utilizaccedilatildeo da casca dos pinhotildees que

pode ser usada como carvatildeo vegetal e mateacuteria-prima na fabricaccedilatildeo de papel (SLUSZZ

MACHADO 2011) e da madeira do pinhatildeo-manso que assim como as cascas dos frutos

podem ser utilizadas como material carburante de fornalhas (HELLER 1996 ARRUDA et

al 2004 SATURNINO et al 2005)

De acordo com Sato et al (2007) apesar da utilizaccedilatildeo do oacuteleo extraiacutedo da semente do

pinhatildeo-manso para a produccedilatildeo de biocombustiacutevel ser o mais difundido outras partes da

planta tecircm utilizaccedilatildeo econocircmica como na medicina tradicional na produccedilatildeo de sabatildeo na

iluminaccedilatildeo por meio de lamparinas em geradores de eletricidade combustiacutevel para fogotildees

extratos da semente como molusquicida inseticida e nematicida Ainda segundo estes autores

a planta eacute considerada meliacutefera podendo tambeacutem ser utilizada como cerca-viva de pastagens

e campos agriacutecolas pois natildeo eacute palataacutevel mourotildees de cerca ldquovivosrdquo e suporte para plantas

trepadeiras como no caso da baunilha (Vanilla aromatica)

A cultura aleacutem de ser uma boa opccedilatildeo agriacutecola para aacutereas aacuteridas semiaacuteridas e na

recuperaccedilatildeo de aacutereas degradadas promove a integraccedilatildeo do acesso agrave produccedilatildeo com renda (com

a venda do oacuteleo das sementes para fins combustiacuteveis) eacute suprimento de energia (o oacuteleo pode

ser utilizado em motores e maacutequinas para a geraccedilatildeo de eletricidade) contribui no

desenvolvimento rural (com o emprego da matildeo-de-obra familiar) e com consequente fixaccedilatildeo

do homem no campo seguranccedila alimentar pois permite o uso de culturas anuais alimentiacutecias

em consoacutercio aleacutem de melhorias ambientais como a formaccedilatildeo de um microclima que

favorece o desenvolvimento de outras culturas nas entrelinhas entre outros (SATO et al

2007)

No entanto o cultivo do pinhatildeo-manso precisa ser aprimorado para tornaacute-lo adequado

agrave produccedilatildeo de mateacuteria prima para a produccedilatildeo de biodiesel Apesar de possuir caracteriacutesticas

desejaacuteveis como resistecircncia a seca e rusticidade limitaccedilotildees teacutecnicas como a maturaccedilatildeo

desuniforme dos frutos e a baixa produtividade de gratildeos alcanccedilada em alguns locais tecircm

limitado a viabilidade econocircmica desse cultivo (ROCHA et al 2012) Por ser ainda uma

32

planta silvestre suas caracteriacutesticas agronocircmicas natildeo satildeo completamente entendidas e os

efeitos do ambiente sobre as plantas natildeo tecircm sido completamente investigados Para isso eacute

necessaacuterio o estabelecimento de teacutecnicas que propiciem colheita uniforme com maior

qualidade do oacuteleo e reduccedilatildeo dos custos de produccedilatildeo (LAVIOLA et al 2011)

Atualmente natildeo se tem conhecimento de nenhum programa de melhoramento geneacutetico

que vise a obtenccedilatildeo de um cultivar seguro para a expansatildeo vigorosa dessa cultura O processo

de seleccedilatildeo de acessos de pinhatildeo-manso com excelentes caracteriacutesticas de cultivo encontra-se

recente e na fase inicial em estudos feitos no Brasil (LAVIOLA et al 2014 PEIXOTO et al

2016) e em outros paiacuteses (GINWAL et al 2005 KAUSHIK et al 2007 MAES et al 2009b

WEN et al 2012a WEN et al 2012b) O desenvolvimento de um sistema de cultivo

comercial de espeacutecies selvagens de plantas deve ser feito com base no uso de cultivares que

apresentem suficiente uniformidade para garantir que a tecnologia de produccedilatildeo adotada seja

aproveitada na sua totalidade A falta desses cultivares natildeo permite recomendaccedilotildees teacutecnicas

confiaacuteveis sobre a melhor forma de propagaccedilatildeo populaccedilatildeo de plantio adubaccedilatildeo manejo

eacutepoca e tipo de colheita controle de pragas e doenccedilas etc A inexistecircncia dessas

recomendaccedilotildees tornam incertos eventuais investimentos em plantios comerciais (MARQUES

2007)

Outra limitaccedilatildeo conhecida da planta eacute que as suas sementes satildeo toacutexicas para animais e

humanos impedindo que o resiacuteduo das sementes seja utilizado como raccedilatildeo animal Entre os

principais componentes toacutexicos presentes no pinhatildeo-manso destacam-se o eacutester de forbol (12-

deoxi-16-Hidroxiforbol) a globulina e a curcasina que podem trazer riscos agrave sauacutede caso seja

ingerido a ingestatildeo de uma uacutenica semente fresca pode causar tanto vocircmito quanto diarreia

(PEIXOTO 1973) Segundo Visentainer e Santos Juacutenior (2013) outro fator negativo deste

oacuteleo para a produccedilatildeo de biocombustiacuteveis eacute o seu alto teor de aacutecidos graxos poli-insaturados

que favorecem sua raacutepida oxidaccedilatildeo durante a estocagem mas essa oxidaccedilatildeo pode ser

acelerada pela accedilatildeo do calor do oxigecircnio ou de traccedilos de metais pesados e de seus caacutetions

que satildeo comumente presentes nos materiais empregados na fabricaccedilatildeo dos tanques de

armazenagem podendo conduzir ao desenvolvimento de reaccedilotildees laterais como a formaccedilatildeo de

aldeiacutedos saturados (por exemplo hexanal heptanal ou nonanal) ou de compostos corrosivos

De acordo com estes autores os investimentos em pesquisas estatildeo trazendo soluccedilotildees para

estas questotildees por meio da mistura adequada de oacuteleos (blends) pela utilizaccedilatildeo de aditivos

pela obtenccedilatildeo de novas variedades e pela escolha da rota tecnoloacutegica mais eficiente

Marques (2007) relata a grande preocupaccedilatildeo dos pesquisadores brasileiros no

incentivo ao plantio em larga escala do pinhatildeo-manso pois esta eacute uma planta ainda selvagem

33

sobre a qual haacute pouco conhecimento teacutecnico-cientiacutefico e ainda natildeo foram encontrados na

literatura relatos sobre pesquisas cientiacuteficas de longa duraccedilatildeo relacionadas ao pinhatildeo-manso

Existem apenas estimativas preliminares de produccedilatildeo e de produtividade obtidas pela

extrapolaccedilatildeo de dados obtidos em plantas isoladas e a maior parte dos trabalhos cientiacuteficos

satildeo estudos baacutesicos realizados em laboratoacuterio ou em casa-de-vegetaccedilatildeo sobre temas

especiacuteficos O autor destaca outro problema entre os profissionais da aacuterea de ciecircncias agraacuterias

que eacute a ausecircncia de um mercado estruturado para esse produto e o desinteresse das induacutestrias

de extraccedilatildeo de oacuteleo no seu processamento em razatildeo das pequenas quantidades de sementes

disponiacuteveis Isso tudo do ponto de vista do agricultor sugere uma instabilidade empresarial

bastante perigosa pois o pomar de pinhatildeo-manso eacute perene e natildeo lhe permite a opccedilatildeo de no

ano seguinte migrar para outra cultura mais rentaacutevel em caso de prejuiacutezo

Apesar da carecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas baacutesicas a cultura vem sendo implantada

pesquisada e difundida em diferentes regiotildees do paiacutes e do mundo A histoacuteria recente do

cultivo em larga escala e os esforccedilos em estudos para o conhecimento do pinhatildeo-manso por

consequecircncia do apelo energeacutetico para a produccedilatildeo de biocombustiacuteveis iniciou-se no ano de

2003 quando a Comissatildeo de Planejamento da Iacutendia decidiu adicionar 20 do biodiesel do

oacuteleo de pinhatildeo-manso na mistura com oacuteleo diesel ateacute o ano de 2010 e 30 ateacute 2030 (IacuteNDIA

2003) Depois disso nos anos subsequentes a cultura foi introduzida em localidades do

Oeste Leste e Sul da Aacutefrica Aacutesia (Iacutendia China Japatildeo Malaacutesia Filipinas e Tailacircndia)

Ameacuterica do Sul e Central e Beacutelgica nos uacuteltimos onze anos (SINGH et al 2014)

No Brasil o interesse na produccedilatildeo do pinhatildeo-manso surgiu com a implantaccedilatildeo do

Plano Nacional de Produccedilatildeo de Biodiesel criado em 2004 poreacutem somente a partir de 2008 o

Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (MAPA) por meio da Instruccedilatildeo

Normativa nordm 4 de 14 de janeiro de 2008 autorizou a inscriccedilatildeo no Registro Nacional de

Cultivares da espeacutecie Jatropha curcas L abrindo caminho para sua exploraccedilatildeo comercial no

Brasil (ROSCOE 2008) Andreacuteo-Souza et al (2010) e Nery et al (2009) informam que esta

oleaginosa eacute considerada uma cultura potencial para atender a este programa pois possui

potencial de rendimento de gratildeos e oacuteleo e em sua fase inicial permite o cultivo em consoacutercio

com outras culturas de interesse econocircmico e alimentar Com a vantagem de ser perene natildeo

exige preparo anual do solo (ARRUDA et al 2004) Marques (2007) destaca o otimismo

encarado pelos pesquisadores brasileiros que consideram que o pinhatildeo-manso poderaacute se

tornar um negoacutecio viaacutevel e promissor desde que haja interesse no investimento de recursos

consideraacuteveis em pesquisa e desenvolvimento tecnoloacutegico a exemplo do que fez o IAC com o

34

algodatildeo nos anos de 193040 com a cana de accediluacutecar na deacutecada de 195060 e com a soja nos

anos 196070

Com a expansatildeo dos programas energeacuteticos para o suprimento da energia mundial na

uacuteltima deacutecada o pinhatildeo-manso despertou muito interesse em todo o mundo A atenccedilatildeo

mundial para os biocombustiacuteveis a sustentabilidade ambiental e a utilizaccedilatildeo e recuperaccedilatildeo de

terras degradadas para seguranccedila da subsistecircncia com o pinhatildeo-manso criou um grande

interesse nessa espeacutecie (EVERSON MENGISTU GUSH 2013) Inuacutemeros trabalhos tem

sido apresentados com o potencial do pinhatildeo-manso para recuperaccedilatildeo de aacutereas degradadas

sequestro de carbono e pela alta eficiecircncia no uso da aacutegua (FRANCIS EDINGER BECKER

2005 ACHTEN et al 2008 KABIR HUSSAIN KIM 2009 ABHILASH et al 2010

ACHTEN et al 2010) Apesar dos seus vaacuterios meacuteritos muitos deles comprovados em centros

de pesquisas o pinhatildeo-manso ainda natildeo pode ser cultivado como uma cultura em larga escala

para a produccedilatildeo de biocombustiacuteveis por se tratar ainda de uma planta semisselvagem em fase

inicial de domesticaccedilatildeo (SINGH et al 2014) Entretanto faz-se necessaacuterio a continuaccedilatildeo dos

estudos nos centros de pesquisas para a validaccedilatildeo em condiccedilotildees de campo como na avaliaccedilatildeo

das reaccedilotildees da cultura sobre as diferentes praacuteticas de manejo localidade e resistecircncia a

pragas e doenccedilas para que assim possa se efetuar um soacutelido melhoramento geneacutetico Soacute apoacutes

essa etapa a cultura pode ser recomendada para o cultivo nas propriedades rurais Essas

medidas tornam-se necessaacuterias para evitar que o pinhatildeo-manso se torne mais uma vez um

colapso como biocombustiacutevel a niacutevel mundial (KANT WU 2011)

23 Fatores que afetam o desenvolvimento e a produtividade do pinhatildeo-manso

O plantio de pinhatildeo-manso ao redor do mundo tem sido incentivado pela sua

rusticidade e capacidade de desenvolvimento em condiccedilotildees adversas como em regiotildees

semiaacuteridas e aacuteridas Essa caracteriacutestica continua sendo muito difundida por alguns autores que

consideram o pinhatildeo-manso como uma planta que suporta situaccedilotildees de longas estiagens em

regiotildees de terra de baixa fertilidade e precaacuterias propriedades fiacutesicas com produccedilatildeo satisfatoacuteria

de oacuteleo (PEIXOTO 1973) No entanto tais condiccedilotildees podem afetar significativamente a

produtividade e o rendimento de seu oacuteleo

35

231 Exigecircncias climaacuteticas para o cultivo do pinhatildeo-manso

O pinhatildeo-manso desenvolve-se bem tanto nas regiotildees tropicais secas quanto nas

zonas equatoriais uacutemidas assim como nos terrenos aacuteridos e pedregosos podendo suportar

longos periacuteodos de secas Eacute encontrado desde o niacutevel do mar ateacute altitudes de

aproximadamente 1000 m poreacutem observa-se que a planta se desenvolve melhor entre 200 e

800 metros (SATURNINO et al 2005) Segundo Arruda et al (2004) o pinhatildeo-manso pode

se desenvolver sob diversas condiccedilotildees climaacuteticas tolerando temperaturas meacutedias anuais entre

18 e 285degC A espeacutecie natildeo tolera geadas fortes (temperaturas abaixo de 0ordmC) mas pode

sobreviver a geadas fracas (temperaturas acima de 2ordmC) perdendo entretanto todas as folhas

o que provavelmente reduziraacute a produccedilatildeo de sementes (SATURNINO et al 2005) Andrade

et al (2008) confirmaram essa informaccedilatildeo ao estudar a toleracircncia da cultura sob a incidecircncia

de geadas chegando a conclusatildeo de que a cultura do pinhatildeo-manso eacute pouco tolerante a

geadas apresentando uma temperatura miacutenima letal de -3 a -4 degC

A respeito da radiaccedilatildeo solar para o melhor desenvolvimento do pinhatildeo-manso Matos

et al (2009) obtiveram sucesso com o cultivo da espeacutecie agrave sombra ou a pleno sol As mudas

de pinhatildeo-manso demonstraram relativa variaccedilatildeo das caracteriacutesticas fisioloacutegicas quando

submetidas a diferentes irradiacircncias De acordo com esses autores os resultados sugerem que

o pinhatildeo-manso possui alta capacidade de adaptaccedilatildeo a diferentes condiccedilotildees da disponibilidade

de luz o que deve estar relacionado com a aclimataccedilatildeo do pinhatildeo-manso a baixas

irradiacircncias Em outro trabalho Matos et al (2011) comprovaram a alta plasticidade

fenotiacutepica da cultura em resposta agrave variaccedilatildeo da irradiacircncia destacando poreacutem o sistema de

produccedilatildeo a pleno sol como sendo o mais indicado para a produccedilatildeo de mudas Liang et al

(2007) apontaram que sob alta irradiacircncia solar a taxa fotossinteacutetica maacutexima obtida situa-se

entre 98 e 14 μmol m-2

s-1

Com relaccedilatildeo agrave precipitaccedilatildeo anual Kheira e Atta (2009) afirmam que o pinhatildeo-manso

cresce bem sob baixa pluviosidade requerendo apenas cerca de 200 mm de chuva para

sobreviver mas que tambeacutem responde a um maior iacutendice pluviomeacutetrico (ateacute 1200 mm por

ano) particularmente em ambientes quentes No Brasil em condiccedilotildees natildeo irrigadas a planta

cresce em regiotildees com precipitaccedilotildees pluviomeacutetricas variando de 480 a 2380 mm anuais No

entanto seu melhor desenvolvimento eacute verificado em regiotildees que apresentam pluviosidade

anual superior a 600 mm sendo tolerante a longos periacuteodos de estiagem (HENNING 1996

SEVERINO et al 2006) Isso significa que quando a planta eacute submetida a condiccedilotildees de

36

baixa disponibilidade hiacutedrica ela reduz o seu potencial vegetativo e produtivo natildeo

conseguindo portanto produzir tal quando eacute suprida corretamente com aacutegua e nutrientes o

que natildeo tira a sua grande capacidade de sobrevivecircncia sob condiccedilotildees desfavoraacuteveis de

disponibilidade hiacutedrica e de nutrientes do solo (LI et al 2010)

Segundo Henning (1996) a espeacutecie eacute tolerante a longos periacuteodos de estiagem com

precipitaccedilotildees anuais abaixo de 600 mm podendo sobreviver com apenas 200 mm anuais de

chuva por ateacute trecircs anos O autor afirma que a planta entra em dormecircncia devido agraves flutuaccedilotildees

climaacuteticas perdendo as folhas e utilizando aacutegua armazenada no caule nos periacuteodos de seca o

que consequentemente estimula e favorece o aumento do teor de oacuteleo nas sementes

Kesava Rao et al (2012) avaliando a resposta do pinhatildeo-manso na exigecircncia e uso da

aacutegua em uma regiatildeo semiaacuterida da Iacutendia encontraram produtividades que variaram entre 06 a

156 Mg ha-1

Os autores confirmaram a toleracircncia da cultura ao periacuteodo seco com uma

produtividade razoaacutevel e concluiacuteram que a distribuiccedilatildeo da precipitaccedilatildeo eacute mais importante do

que a quantidade de precipitaccedilatildeo para a obtenccedilatildeo de produtividades elevadas

Maes et al (2009b) estudaram as condiccedilotildees climaacuteticas de cultivo do pinhatildeo-manso no

Meacutexico e em paiacuteses da Ameacuterica Central provaacuteveis centros de origem da cultura constataram

que 95 das espeacutecimes foram encontradas em regiotildees de climas tropicais (Am Aw) com

pluviosidade meacutedia anual acima de 944 mm e uma temperatura meacutedia anual entre 193 e

272degC Os autores ainda afirmam que a maioria das amostras encontravam-se em regiotildees de

Savana com climas tropicais (Am Aw) e em climas temperados sem estaccedilatildeo seca e com o

veratildeo quente (Cfa)

Embora muitos estudos tenham sido realizados para descobrir sobre as melhores

condiccedilotildees climaacuteticas para o desenvolvimento e a produccedilatildeo da cultura muitos fatores

fisioloacutegicos ainda precisam ser estudados A floraccedilatildeo do pinhatildeo-manso por exemplo eacute uma

questatildeo complexa pois sabe-se que a floraccedilatildeo eacute induzida por fatores de estresse como

flutuaccedilotildees de temperatura e seca mas como exatamente isso ocorre ainda natildeo eacute conhecido

Em climas com uma precipitaccedilatildeo distribuiacuteda uniformemente e sem grande variaccedilatildeo sazonal

da temperatura o pinhatildeo-manso pode florescer continuamente quando natildeo haacute outras formas

de estresse induzido (FACT 2010)

37

232 Condiccedilotildees e uso do solo

Apesar da cultura apresentar boas caracteriacutesticas de adaptaccedilatildeo e rusticidade agraves mais

variadas condiccedilotildees climaacuteticas e de solo das regiotildees tropicais e subtropicais sendo ateacute indicada

para aacutereas com restriccedilotildees em nutrientes (HELLER 1996 AUGUSTUS JAYABALAN

SEILER 2002) alguns autores discordam que tais condiccedilotildees produtivas possam ser as ideais

para a cultura com finalidade comercial Arruda et al (2004) relataram que em solos aacutecidos

com pH abaixo de 45 as raiacutezes do pinhatildeo-manso natildeo se desenvolvem sendo necessaacuteria a

realizaccedilatildeo de calagem com base em anaacutelise quiacutemica do solo De acordo com Saturnino et al

(2005) a correccedilatildeo do solo quanto a seu teor de alumiacutenio livre pela calagem tem efeito

positivo sobre o desenvolvimento do pinhatildeo-manso Foidl et al (1996) por sua vez citaram a

espeacutecie como demandante de grandes quantias de nitrogecircnio e foacutesforo devido agrave alta produccedilatildeo

de biomassa

A necessidade do uso de fertilizantes tambeacutem foi relatada por Openshaw (2000)

segundo o qual em situaccedilotildees de altos niacuteveis de nitrogecircnio ocorre aumento de produtividade

Da mesma forma Arruda et al (2004) indicaram solos com altos teores de mateacuteria orgacircnica

sendo recomendado o uso de adubaccedilatildeo verde com leguminosas pois de modo geral estas

fornecem altos rendimentos por unidade de aacuterea plantada fixando o nitrogecircnio atmosfeacuterico e

transferindo aos solos por decomposiccedilatildeo orgacircnica os nutrientes essenciais como foacutesforo

caacutelcio ou enxofre aleacutem do nitrogecircnio

Com relaccedilatildeo ao uso e a classe de solo tem sido relatado na literatura que o pinhatildeo-

manso tem potencial para a recuperaccedilatildeo de terras marginais sequestrar o CO2 atmosfeacuterico (de

superfiacutecie e subterracircneo) crescer sob condiccedilotildees salinas e soacutedicas e consumir menos aacutegua (alta

produtividade de aacutegua) (FRANCIS EDINGER BECKER 2005 ACHTEN et al 2008

OGUNWOLE et al 2008 PANDEY et al 2012 WANI et al 2012 SINGH et al 2015)

Singh Singh e Tuli (2013) estudaram o cultivo do pinhatildeo-manso em solos soacutedicos da Iacutendia e

constataram que o cultivo dessa cultura reduziu a sodicidade do solo (densidade aparente pH

condutividade eleacutetrica e porcentagem de soacutedio trocaacutevel) e melhorou a fertilidade do local

(atividades de carbono orgacircnico do solo biomassa microbiana e enzimas) de acordo com o

crescimento e idade da plantaccedilatildeo Apesar de ser pouco exigente em condiccedilotildees climaacuteticas nas

regiotildees tropicais e subtropicais e adaptado para sobreviver a solos degradados e pouco feacuterteis

o pinhatildeo-manso deve ser preferencialmente cultivado em solos profundos bem estruturados

pouco compactados drenados e preferencialmente pouco argilosos (ARRUDA et al 2004)

38

Marrugo-Negrete et al (2015) avaliaram a capacidade do pinhatildeo-manso na

fitorremediaccedilatildeo de solos contaminados por mercuacuterio na Colocircmbia e encontraram resultados

bastante promissores Os autores verificaram o crescimento e o desenvolvimento do pinhatildeo-

manso mesmo em quantidade elevadas de mercuacuterio (Hg) no solo onde as maiores

concentraccedilotildees de Hg foram acumuladas nas raiacutezes seguidas pelas folhas e caules Estes

resultados apresentam a cultura como uma boa opccedilatildeo para a fitorremediaccedilatildeo de solos

contaminados com mercuacuterio pois eacute faacutecil de se plantar e manter e contribui para a conservaccedilatildeo

e recuperaccedilatildeo do solo adaptando-se facilmente a solos erodidos e em locais proacuteximos de

aacutereas de mineraccedilatildeo de ouro

Em relaccedilatildeo a textura de solo especiacutefica para o desenvolvimento das plantas Achten et

al (2008) afirma que a planta estaacute bem adaptada a solos de textura arenosa e meacutedia enquanto

solos muito argilosos satildeo inadequados para o pinhatildeo-manso podendo prejudicar o seu cultivo

na ocorrecircncia de algum alagamento ou saturaccedilatildeo no solo Segundo Foidl et al (1996) a

cultura desenvolve-se em todos os solos exceto em Vertissolos por preferir solos arenosos

Estes autores indicam que os solos argilosos pesados como os Vertissolos satildeo menos

adequados devido a sua limitaccedilatildeo para o desenvolvimento do sistema radicular do pinhatildeo-

manso devendo portanto ser evitado para o cultivo

Embora o pinhatildeo-manso se adapte a solos marginais a planta pode natildeo crescer bem

em solos arenosos caso eles sejam pobres no seu teor nutricional embora o seu sistema

radicular nesses solos apresentem um bom potencial para a exploraccedilatildeo de nutrientes

(VALDES-RODRIGUEZ et al 2011) Com isso eacute necessaacuteria cautela quando as plantaccedilotildees

de pinhatildeo-manso estatildeo previstas para o estabelecimento e recuperaccedilatildeo em solos pobres uma

vez que essas plantaccedilotildees podem natildeo se desenvolver bem ou pelo menos exigir uma

adubaccedilatildeo adicional

Tendo em vista o conhecimento inicial sobre a recuperaccedilatildeo de solos degradados com o

cultivo de pinhatildeo-manso outros estudos ao redor do mundo foram realizados com o objetivo

de avaliar os impactos das alteraccedilotildees das propriedades bioloacutegicas do solo para a recuperaccedilatildeo e

conservaccedilatildeo do solo e da aacutegua (KAGAMEBGA et al 2011 SOP et al 2011 WANI et al

2012) Em um outro estudo Chaudhary et al (2012) verificou a influecircncia significativa do

pinhatildeo-manso na estrutura da comunidade microbiana em solos da rizosfera no qual

constatou-se que na rizosfera dos solos onde era cultivado o pinhatildeo-manso a quantidade de

fungos foi mais elevada do que a de bacteacuterias e actinomicetos as quais contribuiacuteram

significativamente para a melhoria do solo como no caso das hifas fuacutengicas que promoveram

a agregaccedilatildeo desses solos

39

233 Irrigaccedilatildeo e adubaccedilatildeo nitrogenada no pinhatildeo-manso

As exigecircncias edafoclimaacuteticas do pinhatildeo-manso permitem seu cultivo em quase todas

as regiotildees do paiacutes no entanto essa eacute uma cultura ainda muito pouco explorada no Brasil

Segundo Tewari (2009) a cultura apresenta um potencial de produccedilatildeo de 2 a 3 Mg ha-1

em

condiccedilotildees aacuteridas sem uso de irrigaccedilatildeo tornando-se uma planta oleaginosa viaacutevel para a

obtenccedilatildeo de biodiesel Em condiccedilotildees de cultivos intensivos destacando-se uma boa

disponibilidade hiacutedrica estima-se que a produtividade possa atingir cerca de 5 Mg ha-1

(TEWARI 2009)

O pinhatildeo-manso por ser uma cultura tolerante ao efeito da salinidade exceto na fase

inicial de crescimento pode ser irrigada com aacutegua salina tolerando condutividade eleacutetrica de

ateacute 12 dS m-1

valor considerado relativamente alto frente ao tolerado por outras culturas A

cultura demonstrou tambeacutem a capacidade de translocar soacutedio do solo na forma de Na+ para a

parte aeacuterea da planta (DAGAR et al 2006)

Fact (2010) indica valores de produtividade de sementes (Figura 2) que variam de 15

a 100 Mg ha-1

ano-1

apresentando como principal problema para as baixas produtividades

atuais a pouca ou nenhuma seleccedilatildeo geneacutetica e limitaccedilotildees de aacutegua e nutrientes Quando todas

as exigecircncias nutricionais e hiacutedricas da cultura satildeo atendidas aliadas ao controle sistemaacutetico

de pragas e doenccedilas juntamente com a devida seleccedilatildeo geneacutetica a produtividade de sementes

ficaria entre 5 e 10 Mg ha-1

ano-1

Neste trabalho eacute apresentada tambeacutem uma produtividade

potencial teoacuterica da cultura que poderia atingir mais de 22 Mg ha-1

ano-1

Figura 2 - Niacuteveis de produtividades estimadas para a cultura do pinhatildeo-manso

Fonte adaptado de FACT (2010)

15

5

10

22

0

5

10

15

20

25

1 2 3

Pro

du

tiv

idad

e (M

g h

a-1

an

o-1

)

1- Produtividade atual - Fatores atuantes Pragas doenccedilas e

pouca ou nenhuma seleccedilatildeo geneacutetica

2- Variaccedilatildeo do potencial comercial - Com controle dos fatores

aacutegua e nutrientes

3- Produtividade potencial teoacuterico para a cultura

40

Entretanto da expectativa inicial de quatro ou mais toneladas de gratildeos por hectare

produtividades inferiores a 20 Mg ha-1

estatildeo sendo obtidas em diferentes condiccedilotildees

edafoclimaacuteticas principalmente em razatildeo de limitaccedilotildees hiacutedricas das condiccedilotildees nutricionais

do solo ou do ataque de pragas e doenccedilas (EVERSON MENGISTU GUSH 2013 IIYAMA

et al 2013 TIKKOO YADAV KAUSHIK 2013 TJEUW SLINGERLAND GILLER

2015) Projeccedilotildees natildeo realizadas da produtividade de gratildeos podem ser atribuiacutedas a observaccedilotildees

de plantas isoladas o que acabou desconsiderando a reduccedilatildeo no desenvolvimento em plantios

(ROCHA et al 2012) Apesar da complementaccedilatildeo hiacutedrica ocasionar em muitos casos o

aumento significativo da produtividade de sementes e de oacuteleo extraiacutedo estes natildeo chegaram

nem perto de atingir as mais diversas projeccedilotildees realizadas sobre o potencial comercial

maacuteximo da cultura (KHEIRA ATTA 2009 KESAVA RAO et al 2012 TIKKOO

YADAV KAUSHIK 2013)

Kheira e Atta (2009) afirmam que natildeo existem dados quantitativos disponiacuteveis e

confiaacuteveis sobre a necessidade e a eficiecircncia do uso da aacutegua do pinhatildeo-manso e em

ambientes permanentemente uacutemidos ou em situaccedilotildees com grande aplicaccedilatildeo de aacutegua e

fertilizante a planta pode ser induzida a uma produccedilatildeo elevada de biomassa poreacutem com

baixa produccedilatildeo de sementes

Para a cultura do pinhatildeo-manso existem poucas informaccedilotildees a respeito do seu sistema

radicular A maioria das informaccedilotildees disponiacuteveis levam em conta apenas observaccedilotildees de

natureza botacircnica natildeo se aprofundando no que diz respeito a sua distribuiccedilatildeo espacial no solo

e muito menos agrave caracterizaccedilatildeo das zonas de maior atividade Trabalhos dessa natureza para o

pinhatildeo-manso ainda satildeo escassos e se limitam a condiccedilotildees especiacuteficas do clima e solo da

regiatildeo (ALVES JUacuteNIOR et al 2014) aleacutem do tipo de sistema de manejo adotado Devido agrave

pouca quantidade de informaccedilotildees a respeito da distribuiccedilatildeo do sistema radicular reconhece-se

que sua caracterizaccedilatildeo eacute de extrema importacircncia para a determinaccedilatildeo dos paracircmetros de

manejo da irrigaccedilatildeo como a profundidade efetiva das raiacutezes que define a camada de solo a

ser umedecida bem como a aplicaccedilatildeo de fertilizantes Sousa e Guerra (2012) avaliando o

crescimento inicial de plantas de pinhatildeo-manso cultivadas em casa de vegetaccedilatildeo observaram

efeito significativo sobre a massa de raiz com a variaccedilatildeo na aplicaccedilatildeo de nitrogecircnio e

quantidade de aacutegua Krishnamurthy et al (2012) encontraram em um plantio de um ano de

idade na Iacutendia raiacutezes ateacute a profundidade de 14 m poreacutem a maioria do sistema radicular se

encontrava ateacute a profundidade de 03 m Estes autores salientam a importacircncia deste tipo de

distribuiccedilatildeo de sistema radicular para a funccedilatildeo de controle de erosatildeo e ainda comentam sobre

41

a relaccedilatildeo inexistente entre este tipo de distribuiccedilatildeo e a resistecircncia a seca caracteriacutestica

atribuiacuteda a esta planta Esta uacuteltima caracteriacutestica eacute atribuiacuteda mais a sua capacidade de controle

da perda por evaporaccedilatildeo por meio de queda de folhas e dormecircncia do que agrave capacidade de

extraccedilatildeo de aacutegua pelo sistema radicular

A colheita de frutos (casca + sementes) no seu quarto ano de cultivo extrai valores

meacutedios de 210 41 e 149 g kg-1

de nitrogecircnio foacutesforo e potaacutessio respectivamente

(LAVIOLA DIAS 2008) Embora a planta de pinhatildeo-manso seja muito resistente capaz de

manter sua sobrevivecircncia em solos com baixos iacutendices de fertilidade para se garantir um

niacutevel de produtividade satisfatoacuterio eacute necessaacuterio a adubaccedilatildeo tanto na implantaccedilatildeo da cultura

quanto na manutenccedilatildeo ao longo dos anos de produccedilatildeo (LAVIOLA DIAS 2008) Na Tabela 2

encontra-se uma recomendaccedilatildeo baacutesica para a aplicaccedilatildeo de nutrientes durante os quatro

primeiros anos de cultivo levando em consideraccedilatildeo um solo com boa fertilidade capaz de

suprir 50 da necessidade da planta Em um solo com baixa fertilidade estes valores

deveriam ser ampliados (FACT 2010)

Tabela 2 - Necessidade de nutrientes na cultura do pinhatildeo-manso durante os quatro primeiros anos de cultivo

Nutriente 1ordm ano 2ordm ano 3ordm ano 4ordm ano Total

kg ha-1

ano-1

N 23 34 69 103 229

P2O5 7 11 21 32 71

K2O 34 50 101 151 336

Fonte adaptado de FACT (2010)

Apesar de possuir boa adaptabilidade a diferentes condiccedilotildees adversas de solo e

disponibilidade hiacutedrica o pinhatildeo-manso como qualquer outra cultura para proporcionar uma

alta produtividade de frutos necessita solos feacuterteis e com boas condiccedilotildees fiacutesicas E apesar de

sobreviver em solos com baixa fertilidade a correccedilatildeo da fertilidade do solo eacute decisiva para se

obter sucesso e lucratividade com essa cultura uma vez que a espeacutecie extrai elevada

quantidade de nutrientes na colheita e se natildeo adequadamente adubada pode levar ao

empobrecimento do solo ao longo dos anos de cultivo (LAVIOLA DIAS 2008 CHAVES et

al 2009 SCHIAVO et al 2010 PONCIANO DE DEUS 2010) O crescimento e a

reproduccedilatildeo desta espeacutecie satildeo influenciados pelo seu estado nutricional Ocorrendo a

deficiecircncia nutricional esta cresce e ramifica menos implicando em menos frutos jaacute que os

mesmos satildeo produzidos na ponteira dos ramos O cultivo de pinhatildeo-manso promove elevada

extraccedilatildeo de nutrientes do solo e portanto o manejo da adubaccedilatildeo da espeacutecie exige atenccedilatildeo

(LAVIOLA DIAS 2008)

42

A recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo de uma cultura depende da demanda nutricional para o

crescimento vegetativo e reprodutivo (LAVIOLA et al 2006) devendo ser considerada a

eficiecircncia de aproveitamento dos fertilizantes aplicados e a fraccedilatildeo de nutrientes suprida pelo

solo (FRANCO et al 2008) O suprimento inadequado de nutrientes seja falta ou excesso

pode provocar restriccedilotildees ao crescimento das plantas e alterar relaccedilotildees entre biomassa aeacuterea e

radicular bem como promover alteraccedilotildees entre estaacutedios vegetativos e reprodutivos

(MARSCHNER 1995 MENGEL KIRKBY 2001 EPSTEIN BLOOM 2005 DECHEN

NACHTIGALL 2006) Silva et al (2009) relatam que a omissatildeo de macro e micronutrientes

em plantas de pinhatildeo-manso provocam sintomas visuais de deficiecircncia nutricional comuns a

outras espeacutecies e que essas deficiecircncias limitam a produccedilatildeo de mateacuteria seca

O suprimento de N por meio de fertilizantes minerais ou orgacircnicos associado agrave

complementaccedilatildeo hiacutedrica por meio da irrigaccedilatildeo quando aplicados corretamente e aliados com

o manejo integrado de pragas e doenccedilas auxiliam o pleno desenvolvimento vegetativo da

cultura aleacutem de garantir maiores rendimentos de semente e oacuteleo A demanda por N eacute grande

durante o crescimento e desenvolvimento das plantas pois eacute o nutriente mineral exigido em

maior quantidade pelas culturas e normalmente proporciona maior resposta em

produtividade A complexidade dos fatores que afetam o seu aproveitamento pelas plantas faz

com que o mesmo seja objeto de um grande nuacutemero de estudos que visam avaliar

principalmente o seu comportamento no solo e a sua relaccedilatildeo com a eficiecircncia da adubaccedilatildeo

(RAIJ 1991)

O pinhatildeo-manso apresenta alta taxa de crescimento sendo o N o nutriente mais

requerido para a formaccedilatildeo de folhas e frutos (LAVIOLA DIAS 2008) O N eacute essencial para a

assimilaccedilatildeo do carbono e formaccedilatildeo de novos oacutergatildeos na planta tais como gemas florais e

frutiacuteferas (MALAVOLTA VITTI OLIVEIRA 1997) uma vez que eacute o componente de

aminoaacutecidos proteiacutenas enzimas RNA DNA ATP clorofila e outras moleacuteculas (TAIZ

ZEIGER 2009) Na ausecircncia de N a planta tem o crescimento limitado tornando-se

amarelada pela perda da clorofila o que reflete em amadurecimento precoce perda de

produtividade e qualidade dos frutos (EPSTEIN BLOOM 2005)

O manejo do solo pode afetar os processos de consumo de aacutegua pelas plantas

modificando a aacutegua disponiacutevel no perfil Praacuteticas de fertilizaccedilatildeo como por exemplo a adiccedilatildeo

de N e P tem efeito indireto sobre a utilizaccedilatildeo da aacutegua por meio da melhoria da eficiecircncia

fisioloacutegica da planta (HATFIELD SAUER PRUEGER 2001)

Apesar de descrita como uma cultura indicada para regiotildees aacuteridas e semiaacuteridas

tolerante a restriccedilotildees na disponibilidade de aacutegua o pinhatildeo-manso tem gerado uma seacuterie de

43

afirmaccedilotildees contraditoacuterias com relaccedilatildeo a sua necessidade ou natildeo de irrigaccedilatildeo o que evidencia

a necessidade de estudos nas diversas regiotildees do Brasil para se avaliar a resposta da cultura

sob diferentes condiccedilotildees de cultivo e manejos de irrigaccedilatildeo Alguns autores descrevem a

espeacutecie com respostas positivas ao uso de irrigaccedilatildeo e principalmente a fatores relacionados agrave

produccedilatildeo e produtividade em cultivos comerciais possibilitando de trecircs a quatro colheitas por

ano (OPENSHAW 2000) Achten et al (2008) em trabalho sobre produccedilatildeo e uso de

biodiesel de pinhatildeo-manso destacam que embora o pinhatildeo-manso possa ser caracterizado

como uma planta tolerante a seca ainda natildeo se sabe qual a real resposta dessa cultura quando

irrigada e qual o comportamento do consumo hiacutedrico quando submetida a diferentes sistemas

de produccedilatildeo Os autores ainda mencionam a necessidade de irrigaccedilatildeo para garantir alta

produtividade nas regiotildees aacuteridas e semiaacuteridas

A quantidade e a qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo embora importantes para o

estabelecimento e praacutetica de manejo dos cultivos irrigados precisam tambeacutem ser

investigados O cultivo de pinhatildeo-manso submetido ao estresse hiacutedrico e uso de aacutegua salina

ou de reuso na irrigaccedilatildeo tem sido fonte de estudos recentes na mensuraccedilatildeo da adaptabilidade e

do desenvolvimento da planta onde bons resultados tem sido encontrados (SILVA et al

2010) A resposta do pinhatildeo-manso quanto agrave utilizaccedilatildeo de aacutegua residuaacuteria tem sido

satisfatoacuteria e apesar de possuir caracteriacutesticas de resistecircncia a periacuteodos secos o estresse

hiacutedrico sofrido pela cultura devido ao baixo conteuacutedo de aacutegua no solo tem reduzido

drasticamente o seu crescimento vegetativo (SOUSA et al 2012) peso dos cachos (SILVA et

al 2011) e caracteriacutesticas fisioloacutegicas como taxa fotossinteacutetica condutacircncia estomaacutetica e

transpiraccedilatildeo das plantas (SANTANA et al 2015) Sousa et al (2011) avaliaram o efeito do

estresse salino no crescimento e no consumo hiacutedrico no terceiro ano de cultivo do pinhatildeo-

manso e observaram que concentraccedilotildees acima de 16 dS m-1

causaram sensibilidade agrave cultura

que teve a aacuterea foliar e o nuacutemero de folhas como as variaacuteveis mais afetadas contradizendo

portanto a informaccedilatildeo relatada por DAGAR et al (2006) sobre a toleracircncia da cultura a altos

valores de condutividade eleacutetrica da aacutegua irrigaccedilatildeo

Embora haja muita especulaccedilatildeo sobre a quantidade de aacutegua exigida pelas plantas de

pinhatildeo-manso o consumo hiacutedrico ainda eacute pouco conhecido Lena (2013) determinou o

consumo hiacutedrico do pinhatildeo-manso em Piracicaba-SP comparando os meacutetodos de irrigaccedilatildeo por

gotejamento pivocirc central e cultivo natildeo irrigado na fase de formaccedilatildeo da cultura encontrando

valores de evapotranspiraccedilatildeo acumulada diaacuteria de cerca 5 mm dia-1

para o tratamento irrigado

por pivocirc central e de 3 e 2 mm dia-1

para os tratamentos irrigados por gotejamento e sem

irrigaccedilatildeo respectivamente O autor ainda ressalta que novos trabalhos precisam ser

44

elaborados para obter-se um melhor conhecimento da cultura a partir do seu terceiro ano de

cultivo Aleacutem disso trabalhos como o de Albuquerque et al (2009b) e Guimaratildees Santos e

Beltratildeo (2009) apresentam resultados bastante promissores para as praacuteticas de adubaccedilatildeo

nitrogenada e de irrigaccedilatildeo no crescimento inicial da cultura do pinhatildeo-manso o que mostra

que mesmo sendo uma cultura considerada por muitos como pouco exigente em fertilidade e

resistente a seca pode responder de maneira significativa quando natildeo houver restriccedilotildees desses

fatores

24 Qualidade do oacuteleo vegetal para produccedilatildeo de biocombustiacuteveis

A elevada demanda energeacutetica de combustiacuteveis foacutesseis no planeta estimulou o

interesse em fontes renovaacuteveis de energia que reduzam os impactos ambientais atualmente

presentes O uso de combustiacuteveis renovaacuteveis a eficiecircncia energeacutetica e proteccedilatildeo ambiental

tornaram-se questotildees importantes nos uacuteltimos anos (KUMAR CHAUBE JAIN 2012) A

utilizaccedilatildeo de biodiesel no Brasil e em outros paiacuteses tem apresentado grande potencial como

combustiacutevel contribuindo com a reduccedilatildeo dos niacuteveis de poluiccedilatildeo ambiental e como fonte

estrateacutegica de energia renovaacutevel em substituiccedilatildeo ao oacuteleo diesel mineral pois natildeo eacute toacutexico e

apresenta uma melhor qualidade de emissotildees durante o processo de combustatildeo (CORREcircA

ARBILLA 2006 LOcircBO FERREIRA CRUZ 2009)

Segundo Ramos et al (2003) qualquer mateacuteria-prima oleaginosa pode ser utilizada

para a produccedilatildeo de eacutesteres alquiacutelicos de aacutecidos graxos (biodiesel) mas a escolha da mateacuteria-

prima eacute um paracircmetro importante para a produccedilatildeo de biodiesel dentro das especificaccedilotildees

estabelecidas pelos oacutergatildeos reguladores Isso porque alguns oacuteleos vegetais apresentam

propriedades que o tornam inadequado para o uso direto em motores do ciclo diesel como sua

alta viscosidade acidez formaccedilatildeo de gomas devido agrave oxidaccedilatildeo e polimerizaccedilatildeo durante a

armazenagem e queima contribuindo para a diminuiccedilatildeo da lubricidade do oacuteleo e formaccedilatildeo de

depoacutesitos de carbono (FUKUDA KONDO NODA 2001) Sendo necessaacuterio adequar seu uso

por meio de algum processo quiacutemico para posterior utilizaccedilatildeo em motores que no caso datildeo

origem ao biocombustiacutevel

Como haacute uma grande variedade de mateacuterias-primas existentes para a produccedilatildeo de

biodiesel eacute plausiacutevel dizer que somente com o conhecimento pleno das propriedades que

determinam os padrotildees de qualidade do biodiesel eacute que seraacute possiacutevel estabelecer os

paracircmetros de controle que garantiratildeo o sucesso de sua incorporaccedilatildeo na matriz energeacutetica

45

nacional (RAMOS et al 2003) Neste sentido o Governo Federal por meio do Ministeacuterio da

Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (MAPA) publicou no DOU de 26122006 Seccedilatildeo 1

Paacutegina 140 a Instruccedilatildeo Normativa nordm 49 a qual estabelece o Regulamento Teacutecnico de

Identidade e Qualidade dos Oacuteleos Vegetais Refinados Nesta instruccedilatildeo estatildeo estabelecidos os

padrotildees de identidade que caracterizam os oacuteleos vegetais quais sejam iacutendice de acidez

iacutendice de peroacutexido densidade relativa iacutendice de refraccedilatildeo iacutendice de iodo cor e estabilidade

oxidativa a 110ordm C

241 Perfil composicional de aacutecidos graxos

Os oacuteleos utilizados como mateacuterias-primas para a produccedilatildeo de biodiesel satildeo obtidos de

diversas plantas oleaginosas O paiacutes devido a sua grande extensatildeo de terras de diferentes

classes de solo e clima disponibiliza inuacutemeras espeacutecies de oleaginosas que se diferenciam

principalmente pela composiccedilatildeo em aacutecidos graxos Os aacutecidos graxos presentes nos oacuteleos

vegetais satildeo aacutecidos carboxiacutelicos constituiacutedos por hidrogecircnio e carbono em sua cadeia

molecular Segundo Redaacute e Carneiro (2007) os aacutecidos graxos se diferem a partir do

comprimento de sua cadeia carbocircnica do nuacutemero orientaccedilatildeo e da posiccedilatildeo de insaturaccedilotildees

presentes na cadeia e da presenccedila de grupamentos quiacutemicos

Os aacutecidos graxos satildeo classificados como saturados mono e poli-insaturados

dependendo do nuacutemero de duplas ligaccedilotildees na sua cadeia de carbonos (Figura 3) Os saturados

natildeo contecircm dupla ligaccedilatildeo entre os aacutetomos de carbono Os monoinsaturados contecircm uma uacutenica

dupla ligaccedilatildeo e os poli-insaturados (linolecircnico linoleico e araquidocircnico) com duas ou mais

duplas ligaccedilotildees

46

Figura 3 - Tipos de aacutecidos graxos

Fonte wwazeitecombr

O conhecimento da composiccedilatildeo em aacutecidos graxos do oacuteleo vegetal eacute muito importante

porque muitas das propriedades do biodiesel tecircm origem nas estruturas dos aacutecidos graxos

originais As caracteriacutesticas do biodiesel que satildeo determinadas pela composiccedilatildeo dos eacutesteres de

aacutecidos graxos incluem qualidade da igniccedilatildeo calor de combustatildeo escoamento a frio

estabilidade oxidativa viscosidade e lubricidade (CAMARGOS 2005)

A anaacutelise da composiccedilatildeo dos aacutecidos graxos constitui o primeiro passo para a avaliaccedilatildeo

da qualidade do oacuteleo bruto eou seus produtos de transformaccedilatildeo Para determinar a

composiccedilatildeo em aacutecidos graxos meacutetodos cromatograacuteficos (cromatografia liacutequida e gasosa) e

ressonacircncia magneacutetica nuclear de hidrogecircnio podem ser utilizados (WUST 2004)

A cromatografia eacute um meacutetodo fiacutesico-quiacutemico de separaccedilatildeo A teacutecnica estaacute

fundamentada na migraccedilatildeo diferencial dos componentes de uma mistura que ocorre devido a

diferentes interaccedilotildees entre duas fases imisciacuteveis a fase moacutevel e a fase estacionaacuteria A grande

variedade de combinaccedilotildees entre fases moacuteveis e estacionaacuterias a torna uma teacutecnica

extremamente versaacutetil e de grande aplicaccedilatildeo (DEGANI CASS VIEIRA 1998) Ainda de

acordo com Degani Cass e Vieira (1998) a cromatografia gasosa eacute uma das teacutecnicas

analiacuteticas mais utilizadas Aleacutem de possuir um alto poder de resoluccedilatildeo eacute muito atrativa

devido agrave possibilidade de detecccedilatildeo em escala de nano a picogramas (10ndash9

- 10-12

g) A grande

limitaccedilatildeo deste meacutetodo eacute a necessidade de que a amostra seja volaacutetil ou estaacutevel termicamente

embora amostras natildeo volaacuteteis ou instaacuteveis possam ser derivadas quimicamente

47

A ressonacircncia magneacutetica nuclear (RMN) eacute um meacutetodo espectroscoacutepico de 1H que

assim como as demais teacutecnicas espectroscoacutepicas satildeo baseadas no princiacutepio de que as

moleacuteculas e aacutetomos podem interagir de diferentes formas com a radiaccedilatildeo eletromagneacutetica

revelando informaccedilotildees estruturais e termodinacircmicas de forma qualitativa eou quantitativa

dependendo da intensidade e do comprimento de onda da radiaccedilatildeo utilizada Os meacutetodos

espectroscoacutepicos possibilitam anaacutelises raacutepidas e diretas podendo detectar vaacuterios compostos

simultaneamente (IBANtildeEZ CIFUENTES 2001) aleacutem de permitir uma boa reprodutibilidade

na detecccedilatildeo dos componentes (BELTON et al 1996) Embora a teacutecnica possua as vantagens

na rapidez e na confiabilidade na determinaccedilatildeo quantitativa dos compostos soluacuteveis em uma

mistura o aparelho de RMN 1H apresenta um limite de detecccedilatildeo na ordem de partes por

milhatildeo o que pode natildeo ser possiacutevel agrave identificaccedilatildeo de compostos com baixiacutessima quantidade

nas amostras (BELTON et al 1996) O que pode se tornar uma vantagem quando a finalidade

eacute identificar apenas os componentes majoritaacuterios da amostra e os componentes traccedilos podem

ser desprezados

Os aacutecidos graxos presentes nos oacuteleos e gorduras satildeo constituiacutedos geralmente por

aacutecidos carboxiacutelicos que contecircm de 4 a 30 aacutetomos de carbono e podem ser saturados ou

insaturados A distinccedilatildeo dos oacuteleos com base no seu grau de insaturaccedilatildeo no tamanho das

moleacuteculas e pela presenccedila ou natildeo de grupos quiacutemicos reflete diretamente nas qualidades do

biocombustiacutevel produzido (WUST 2004)

Longa cadeia de aacutecidos graxos e pequeno nuacutemero de insaturaccedilotildees (duplas ligaccedilotildees)

ocasionam maior nuacutemero de cetano e lubricidade do combustiacutevel Entretanto um aumento no

nuacutemero de cetano ocasiona tambeacutem um aumento no ponto de neacutevoa e de entupimento (maior

sensibilidade aos climas frios) As moleacuteculas satildeo menos estaacuteveis quimicamente com nuacutemero

de insaturaccedilotildees elevado e isso pode provocar inconvenientes devido a oxidaccedilotildees degradaccedilotildees

e polimerizaccedilotildees do combustiacutevel se inadequadamente armazenado ou transportado

(BELTRAtildeO OLIVEIRA 2008)

Dessa forma tanto os eacutesteres alquiacutelicos de aacutecidos graxos saturados (laacuteurico palmiacutetico

esteaacuterico) como os de poli-insaturados (linoleico linolecircnico) possuem alguns inconvenientes

uma vez que satildeo pouco resistentes agrave oxidaccedilatildeo e o nuacutemero de cetano eacute geralmente baixo

Poreacutem satildeo mais facilmente degradados desaparecendo do meio ambiente em periacuteodos de

tempo mais curtos sendo mais vantajosos do ponto de vista ambiental (GOMES 2009)

Os oacuteleos saturados do tipo esteaacuterico ou palmiacutetico satildeo pouco fluiacutedos (grande

viscosidade) mas satildeo resistentes agrave oxidaccedilatildeo Encontram-se normalmente no estado soacutelido agrave

temperatura ambiente Geralmente apresentam um iacutendice de cetano excelente Poreacutem sua alta

48

viscosidade aliados agrave resistecircncia agrave oxidaccedilatildeo dificultam a sua degradaccedilatildeo remoccedilatildeo e limpeza

(GOMES 2009)

De uma forma geral um biodiesel com predominacircncia de aacutecidos graxos combinados

monoinsaturados (oleico ricinoleico) satildeo os que apresentam os melhores resultados

(BELTRAtildeO OLIVEIRA 2008)

A qualidade do oacuteleo eacute uma funccedilatildeo do seu perfil de aacutecidos graxos Oacuteleos com alto teor

de aacutecido oleico satildeo adequados para uso alimentar devido agrave sua longa vida de prateleira

enquanto que uma quantidade de aacutecido linoleico inferior a 3 eacute preferiacutevel para a estabilidade

do oacuteleo e para a produccedilatildeo de biodiesel eacute desejaacutevel um baixo conteuacutedo de aacutecidos graxos

saturados (RAJU EZRADANAM 2002) Sementes com alta razatildeo de aacutecido oleicolinoleico

podem indicar uma maior estabilidade e vida uacutetil mais longa (KAUSHIK BHARDWAJ

2013)

Ao lado de produccedilatildeo de sementes o teor de oacuteleo e a composiccedilatildeo de aacutecidos graxos satildeo

os dois principais paracircmetros bioquiacutemicos do pinhatildeo-manso que satildeo muito importantes para a

seleccedilatildeo de sementes com um alto rendimento e com alto teor de aacutecido graxo poli-insaturado

(KAUSHIK BHARDWAJ 2013) A composiccedilatildeo de aacutecidos graxos do pinhatildeo-manso eacute

classificado como um tipo de aacutecido linoleico ou oleico que satildeo aacutecidos graxos insaturados

utilizados como mateacuteria-prima para a produccedilatildeo de biodiesel (MITTELBACH

REMSCHMIDT 2004 ONG et al 2013) Apesar da importacircncia desta espeacutecie haacute poucos

trabalhos na literatura que mostram a influecircncia no manejo do pinhatildeo-manso na composiccedilatildeo

dos aacutecidos graxos presentes no oacuteleo da semente

A correta disponibilidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo para as plantas de pinhatildeo-manso

evitando a sua falta ou o seu uso excessivo pode ocasionar em um oacuteleo com melhores

caracteriacutesticas para a produccedilatildeo de biodiesel quanto ao seu perfil composicional Kheira e Atta

(2009) ao avaliarem as caracteriacutesticas do oacuteleo de pinhatildeo-manso encontraram nas plantas

manejadas com 100 da evapotranspiraccedilatildeo potencial (ETp) os melhores valores da razatildeo de

aacutecido oleicolinoleico em comparaccedilatildeo aos tratamentos irrigados com deacuteficit e com excesso O

uso da fertilizaccedilatildeo nitrogenada aleacutem de auxiliar no aumento da produtividade de gratildeos de

pinhatildeo-manso se correlaciona positivamente no efeito de alguns aacutecidos graxos do seu oacuteleo

tendo para o aacutecido oleico o seu maior efeito (AKBARIAN MODAFEBEHZADI

BAGHERIPOUR 2012)

49

242 Iacutendices de qualidade

Algumas caracteriacutesticas satildeo indicativas da qualidade de um produto No que se refere

aos oacuteleos vegetais paracircmetros fiacutesicos e quiacutemicos satildeo analisados e utilizados para garantir a

qualidade dos mesmos para a produccedilatildeo de biodiesel pois eacute por meio destes resultados que se

estabelece a teacutecnica que seraacute utilizada na sua produccedilatildeo e se haacute ou natildeo a necessidade do uso

de um preacute-tratamento da mateacuteria-prima (MELO 2012)

Desta forma satildeo determinados os iacutendices de acidez iodo peroacutexido e refraccedilatildeo aleacutem da

densidade relativa estabilidade oxidativa entre outros Estes paracircmetros de qualidade assim

como outros natildeo citados podem ser determinados por meacutetodos de referecircncia como os

estabelecidos pela AOCS (American Oil Chemistsrsquo Society) ou pela Ethiopian Standard os

quais tecircm sido bastante empregados por muitos laboratoacuterios e induacutestrias

O teor de acidez eacute uma das principais caracteriacutesticas relacionadas com a qualidade da

mateacuteria-prima Vaacuterios fatores podem influenciar a acidez de um oacuteleo vegetal mas o principal

eacute o tratamento dado ainda agraves sementes durante a colheita e armazenamento (PEREIRA 2007)

Estaacute diretamente relacionado com a quantidade de aacutecidos graxos livres presentes no material

lipiacutedico originados da hidroacutelise dos triacilgliceriacutedeos nas condiccedilotildees de conservaccedilatildeo e

processamento dos oacuteleos vegetais (MORETTO FETT 1998)

A alta acidez do biodiesel pode levar agrave sua degradaccedilatildeo mais raacutepida levando agrave

formaccedilatildeo de precipitados provocando o entupimento do filtro de combustiacutevel ou a

diminuiccedilatildeo de sua pressatildeo aleacutem de acelerar a corrosatildeo de partes metaacutelicas do motor e dos

sistemas de injeccedilatildeo (FLUMIGNAN et al 2012 VISENTAINER SANTOS JUacuteNIOR 2013)

O monitoramento do iacutendice de acidez ou nuacutemero de acidez no biodiesel eacute de grande

importacircncia tambeacutem durante a estocagem na qual a alteraccedilatildeo nos valores de acidez pode

significar a presenccedila de aacutegua eou degradaccedilatildeo oxidativa (FLUMIGNAN et al 2012)

O iacutendice de iodo eacute uma medida da insaturaccedilatildeo total dentro de uma mistura de aacutecido

graxo Aleacutem de indicar o grau quantitativo de insaturaccedilotildees no biodiesel ou oacuteleo

vegetalanimal o iacutendice de iodo eacute dependente do tipo de matriz utilizada O nuacutemero de

insaturaccedilotildees se trata de um importante componente na caracterizaccedilatildeo do oacuteleo vegetal e

consequentemente do biodiesel que seraacute produzido pois aleacutem de apresentar efeito nos valores

de densidade e de viscosidade dos biodieseis tambeacutem eacute de grande importacircncia na estabilidade

oxidativa dos biodieseis (FLUMIGNAN et al 2012)

50

O nuacutemero de iodo revela o nuacutemero de insaturaccedilotildees de uma determinada amostra e esse

valor constitui um dos paracircmetros de identidade dos oacuteleos vegetais pois cada dupla ligaccedilatildeo de

um aacutecido graxo pode incorporar dois aacutetomos de halogecircnio Por essa razatildeo quanto maior a

insaturaccedilatildeo de um aacutecido graxo maior seraacute a sua capacidade de absorccedilatildeo de iodo e

consequentemente maior seraacute o iacutendice de iodo (MORETTO FETT 1998)

Este meacutetodo consiste no tratamento da amostra de oacuteleo vegetal e animal ou biodiesel

com iodo em excesso que reage com as duplas ligaccedilotildees O iodo natildeo reagido eacute entatildeo titulado

com tiossulfato de soacutedio e o resultado expresso como gramas de iodo que reagem com as

insaturaccedilotildees em 100 g de amostra (FLUMIGNAN et al 2012) Segundo Ramos et al (2009)

o iacutendice de iodo de um oacuteleo vegetal ou de uma gordura animal eacute quase idecircntico ao do metil-

eacutester correspondente

O iacutendice de peroacutexido determina todas as substacircncias que oxidam o iodeto de potaacutessio a

iodo Estas substacircncias satildeo consideradas como sendo peroacutexidos ou produtos similares

provenientes da oxidaccedilatildeo das gorduras Os peroacutexidos satildeo produtos primaacuterios da oxidaccedilatildeo de

lipiacutedeos (AOCS 2003) Eacute um indicador muito sensiacutevel no estaacutedio inicial da oxidaccedilatildeo e sua

presenccedila eacute indiacutecio de que a deterioraccedilatildeo do sabor e odor em funccedilatildeo de sua instabilidade estaacute

por acontecer Quando sua concentraccedilatildeo atinge certo niacutevel mudanccedilas complexas ocorrem

formando compostos de baixo peso molecular oriundos de sua degradaccedilatildeo (REGITANO-

DacuteARCE 2006)

O iacutendice de peroacutexido eacute o mais usado para indicar o grau de oxidaccedilatildeo O valor de

peroacutexido eacute a medida do teor de oxigecircnio reativo expresso em termos de milequivalentes de

oxigecircnio por 1000 g de oacuteleo ou como milimoles de peroacutexido por quilo de moleacutecula graxa (1

milimol = 2 milequivalentes) (AOCS 2003) As substacircncias quantificadas satildeo geralmente

peroacutexidos e outros produtos similares resultantes da oxidaccedilatildeo lipiacutedica A aplicaccedilatildeo do iacutendice

de peroacutexido se daacute em todo o tipo de gordura ou oacuteleo (AOCS 2003)

Durante essa anaacutelise a amostra com solvente eacute adicionada em uma soluccedilatildeo de iodeto

de potaacutessio saturada Desta forma os iacuteons de iodo reagem com os peroacutexidos produzindo I2

Como indicador eacute adicionado amido que na presenccedila de I2 se colore de azul Ao titular-se a

soluccedilatildeo com tiossulfato de soacutedio ocorreraacute a oxidaccedilatildeo a tetrationato de soacutedio e o iodo eacute

reduzido a I- causando perda na cor azulada logo a quantidade de tiossulfato consumida eacute

proporcional agrave quantidade de iacuteons de iodeto presentes e indiretamente de peroacutexido

(BACCAN et al 1985)

O iacutendice de refraccedilatildeo de uma substacircncia eacute a relaccedilatildeo entre a velocidade da luz no vaacutecuo

e a velocidade da luz na substacircncia testada Eacute um paracircmetro fiacutesico importante para garantir a

51

qualidade dos oacuteleos Ele varia na razatildeo inversa da temperatura e eleva-se com o aumento do

comprimento da cadeia e tambeacutem com o grau de insaturaccedilatildeo dos aacutecidos graxos constituintes

dos trigliceriacutedeos (PEREIRA 2007) Por depender fortemente da temperatura as suas medidas

devem ser feitas em temperatura constante O iacutendice de refraccedilatildeo de oacuteleos e gorduras eacute muito

usado como criteacuterio de qualidade e identidade pois quando referente a um oacuteleo este iacutendice

aumenta com o iacutendice de iodo e pode ser usado no controle de processos de hidrogenaccedilatildeo de

oacuteleos insaturados (CECCHI 2003)

A densidade do biodiesel estaacute diretamente ligada com a estrutura molecular das suas

moleacuteculas Quanto maior o comprimento da cadeia carbocircnica do alquileacutester maior seraacute a

densidade no entanto este valor decresceraacute quanto maior forem o nuacutemero de insaturaccedilotildees

presentes na moleacutecula A presenccedila de impurezas tambeacutem poderaacute influenciar na densidade do

biodiesel como por exemplo o aacutelcool ou substacircncias adulterantes (LOcircBO FERREIRA

CRUZ 2009) Como eacute caracteriacutestica de cada substacircncia a determinaccedilatildeo da densidade em

oacuteleos eacute um paracircmetro importante para verificar se houve adulteraccedilatildeo com a adiccedilatildeo de aacutegua ou

substacircncias dissolvidas dentro das amostras (presenccedila de contaminantes)

A estabilidade agrave oxidaccedilatildeo ou estabilidade oxidativa reflete o tempo que o biodiesel ou

oacuteleo vegetal leva para se degradar formando compostos orgacircnicos volaacuteteis A estabilidade

oxidativa do biodiesel estaacute diretamente relacionada com o grau de insaturaccedilatildeo dos

alquieacutesteres presentes como tambeacutem com a posiccedilatildeo das duplas ligaccedilotildees na cadeia carbocircnica

(VISENTAINER SANTOS JUacuteNIOR 2013) Quanto maior o nuacutemero de insaturaccedilotildees (maior

iacutendice de iodo) mais susceptiacutevel estaacute a moleacutecula agrave degradaccedilatildeo tanto teacutermica quanto oxidativa

formando produtos insoluacuteveis que ocasionam formaccedilatildeo de depoacutesitos e entupimento do

sistema de injeccedilatildeo de combustiacutevel do motor (FLUMIGNAN et al 2012)

52

53

3 MATERIAL E MEacuteTODOS

31 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea experimental

A aacuterea experimental com a cultura e os lisiacutemetros jaacute instalados estaacute situada no

Departamento de Engenharia de Biossistemas na Fazenda Areatildeo da Escola Superior de

Agricultura ldquoLuiz de Queirozrdquo da Universidade de Satildeo Paulo (ESALQ ndash USP) em

Piracicaba-SP (latitude 22deg42rsquo30rdquoS longitude 47deg30rsquo00rdquo e altitude de 546 m) Aleacutem da aacuterea

cultivada com pinhatildeo-manso a aacuterea experimental conta ainda com um sistema de irrigaccedilatildeo

por pivocirc central barracatildeo para maacutequinas equipamentos e salas de apoio sistema de

bombeamento de aacutegua do rio Piracicaba para um accedilude casa de bombas para irrigaccedilatildeo

localizada e pivocirc central e painel controlador da irrigaccedilatildeo localizada (Figura 4)

O clima da regiatildeo segundo a classificaccedilatildeo de Koumlppen eacute Cwa denominado tropical de

altitude sendo caracterizado por grandes volumes de chuvas no veratildeo e por estiagem no

inverno (PEREIRA ANGELOCCI SENTELHAS 2002) A precipitaccedilatildeo meacutedia anual eacute de

1328 mm e a temperatura meacutedia anual de 216ordmC sendo a meacutedia em julho o mecircs mais frio

com 17ordmC e a meacutedia em janeiro e fevereiro como meses mais quentes com 25ordmC (CEPAGRI

2013)

O preparo inicial da aacuterea experimental junto com o transplantio das mudas ocorreu em

meados de dezembro de 2011 com as plantas dispostas no espaccedilamento de 3 m entre plantas

e 4 m entre linhas (12 m2 de aacuterea para cada uma) totalizando 833 plantas ha

-1

A aacuterea experimental com pinhatildeo-manso foi dividida de acordo com o manejo hiacutedrico

utilizado sendo composta pelos tratamentos irrigados por pivocirc central e natildeo irrigado

(sequeiro) Na Figura 4 encontra-se o croqui da aacuterea experimental onde pode ser observada a

disposiccedilatildeo dos sistemas de irrigaccedilatildeo no campo e a aacuterea total utilizada para cada tratamento A

aacuterea experimental localizou-se proacuteximo da estaccedilatildeo meteoroloacutegica da Fazenda Areatildeo da

ESALQUSP (Figura 4) o que contribuiu para a determinaccedilatildeo de variaacuteveis meteoroloacutegicas in

loco utilizados conjuntamente com os dados lisimeacutetricos para a realizaccedilatildeo do manejo de

irrigaccedilatildeo A estaccedilatildeo meteoroloacutegica dispotildee de um datalogger para leitura dos sensores de

temperatura umidade relativa do ar radiaccedilatildeo solar global velocidade e direccedilatildeo do vento

pressatildeo atmosfeacuterica saldo de radiaccedilatildeo e chuva

54

Figura 4 - Croqui da aacuterea experimental contendo as aacutereas de cada manejo hiacutedrico e a estaccedilatildeo meteoroloacutegica

O sistema de pivocirc central eacute composto de trecircs torres sobre rodas com 183 m de raio e

capaz de irrigar uma aacuterea de 105 haacute com uma vazatildeo real de 90 msup3 h-1

Quando acionado em

sua velocidade maacutexima (com relecirc ligado agrave 100 no painel controlador) aplica de acordo com

as especificaccedilotildees do fabricante uma lacircmina bruta de 44 mm em toda a aacuterea apoacutes cinco horas

e seis minutos (tempo total para uma volta inteira) Apoacutes a instalaccedilatildeo do sistema de irrigaccedilatildeo

testes de avaliaccedilatildeo foram realizados e foram verificados os seguintes paracircmetros Coeficiente

de Uniformidade de Christiansen (CUC) de 821 Coeficiente de uniformidade de

distribuiccedilatildeo (CUD) de 642 e eficiecircncia de aplicaccedilatildeo (Ea) de 777

32 Descriccedilatildeo dos tratamentos e delineamento experimental

A aacuterea irrigada por pivocirc central e sem irrigaccedilatildeo tiveram como tratamentos diferentes

doses de adubaccedilatildeo nitrogenada a base de ureia utilizando 150 100 50 e o tratamento

controle com 0 da recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo para a cultura (FACT 2010) Os tratamentos

aplicados na aacuterea irrigada por pivocirc central foram denominados como P1 P2 P3 e P4

respectivamente para 150 100 50 e 0 da adubaccedilatildeo nitrogenada Enquanto na aacuterea sem

irrigaccedilatildeo os tratamentos aplicados foram denominados de acordo com os tratamentos citados

respectivamente como S1 S2 S3 e S4 A aacuterea irrigada por pivocirc central recebeu uma lacircmina

55

Tratamento S1 (150 de N)

LEGENDA

Tratamento S4 (0 de N)

Tratamento S3 (50 de N)

Tratamento S2 (100 de N)

de irrigaccedilatildeo uniforme equivalente a 100 da evapotranspiraccedilatildeo da cultura que foi

determinada por meio de dois lisiacutemetros de pesagem localizados ao lado da aacuterea em estudo

O delineamento experimental de cada aacuterea foi em blocos casualizados sendo dividida

em 4 blocos por aacuterea o que implicou em 16 unidades experimentais para cada aacuterea

totalizando portanto 32 unidades experimentais (Figura 5) A anaacutelise conjunta dos dados

entretanto foi realizada como anaacutelise de grupos de experimentos (BANZATTO KRONKA

2008) A instalaccedilatildeo de cada tratamento foi determinada por linha de plantio onde realizou-se

previamente o sorteio dos tratamentos dentro de cada bloco O esquema da anaacutelise de

variacircncia para o experimento realizado com anaacutelise agrupada dos dois experimentos eacute

expresso na Tabela 3

Figura 5 - Esquema da distribuiccedilatildeo dos tratamentos na aacuterea sem irrigaccedilatildeo

As aplicaccedilotildees dos tratamentos assim como o iniacutecio dos estudos na aacuterea

experimental se iniciaram apoacutes o final do primeiro ciclo produtivo da cultura (final do

segundo ciclo de cultivo) em agosto de 2013 Os estudos foram realizados durante o terceiro

e quarto ano de cultivo da cultura o que correspondeu aos anos agriacutecolas de 20132014 e

20142015 com o iniacutecio do ciclo a partir do mecircs de agosto eacutepoca na qual todos os frutos jaacute

foram colhidos e por apresentar um periacuteodo caracteriacutestico marcado pela eacutepoca da poda de

renovaccedilatildeo ou limpeza (agosto) e encerrando-se no mecircs julho com o final da queda das folhas

(final do periacuteodo de senescecircncia)

56

Tabela 3 - Esquema da anaacutelise de variacircncia

Fontes de Variaccedilatildeo Grau de Liberdade

Blocos dentro de Irrigaccedilatildeo 6

Irrigaccedilatildeo (I) 1

Doses de N (N) 3

Interaccedilatildeo I x N 3

Resiacuteduo Meacutedio 18

Total 31

33 Caracterizaccedilatildeo do solo

As anaacutelises fiacutesico-hiacutedrico do solo foram realizadas no Laboratoacuterio de Fiacutesica do Solo

do Departamento de Engenharia de Biossistemas da ESALQ-USP e no Laboratoacuterio PiraSolos

em Piracicaba-SP

O solo da aacuterea experimental foi classificado como NITOSSOLO VERMELHO

Eutroacutefico (EMBRAPA 2013) apresentando para todas as aacutereas utilizadas textura argilosa nas

camadas de 0-02 m e 02-04 m e muito argilosa na camada 04-06 m de acordo com os

criteacuterios do Sistema Brasileiro de Classificaccedilatildeo de Solos (EMBRAPA 2013)

A caracterizaccedilatildeo da anaacutelise granulomeacutetrica do solo da aacuterea experimental foi resultado

da meacutedia de trecircs repeticcedilotildees de cada aacuterea experimental nas camadas de 0-020 m 020-040 m

e 040-060 m que se enquadram dentro da camada de maior influecircncia do sistema radicular

da cultura do pinhatildeo-manso (ALVES JUacuteNIOR et al 2014) Na realizaccedilatildeo da referida anaacutelise

foi adotada a metodologia de Bouyoucos (Tabela 4) conforme as recomendaccedilotildees de

Donagema et al (2011) A caracterizaccedilatildeo e elaboraccedilatildeo das curvas de retenccedilatildeo caracteriacutesticas

do solo para a aacuterea experimental foram descritos por Flumignan (2012)

Tabela 4 - Composiccedilatildeo textural do solo da aacuterea experimental

Aacuterea de cultivo Camada (m) Argila Silte Areia

Classe Textural ------------------g kg

-1------------------

Pivocirc Central

0-02 464 296 240 Argilosa

02-04 498 292 210 Argilosa

04-06 576 264 160 Muito Argilosa

Sequeiro

0-02 505 245 250 Argilosa

02-04 502 248 250 Argilosa

04-06 621 179 200 Muito Argilosa

57

A partir da caracterizaccedilatildeo inicial do solo feita por Flumignan (2012) e com outras

anaacutelises posteriores para comparaccedilatildeo adotou-se para a aacuterea sem irrigaccedilatildeo os valores da

capacidade de campo (cc) e o ponto de murchamento permanente (pmp) para as camadas de

0-040 m e 040-080 m respectivamente de 042 e 032 cmsup3 cm-sup3 e 043 e 033 cmsup3 cm

-sup3 A

densidade do solo representativa da aacuterea sem irrigaccedilatildeo foram de 153 145 141 e 127 g cm-sup3

para as camadas de 0-020 m 020-040 m 040-060 m e 060-080 m respectivamente Jaacute

para o solo da aacuterea irrigada por pivocirc central a capacidade de campo e o ponto de

murchamento permanente para as camadas de 0-040 m e 040-080 m foram de 044 e 031 e

046 e 035 respectivamente A densidade do solo representativa da aacuterea irrigada foram de

155 146 141 e 131 g cm-sup3 respectivamente para as camadas de 0-020 m 020-040 m

040-060 m e 060-080 m

A caracterizaccedilatildeo quiacutemica inicial do solo foi realizada mediante anaacutelise de amostras

compostas coletadas nas camadas de 0-020 e 020-040 m de profundidade nas duas aacutereas de

influecircncia do cultivo antes da aplicaccedilatildeo dos tratamentos Para as condiccedilotildees quiacutemicas

encontradas nas anaacutelises de solo natildeo foi necessaacuterio agrave aplicaccedilatildeo de calagem pelos valores da

saturaccedilatildeo por bases estarem acima de 60 Na Tabela 5 estatildeo apresentados os resultados da

anaacutelise de fertilidade

Tabela 5 - Anaacutelise quiacutemica da aacuterea experimental

Aacuterea de

manejo

Camada

(m)

pH

CaCl2

MO P S

(SO4)

K+ Ca

2+ Mg

2+ H+Al Al

3+ Sat

Bases

g dm-3

-mg dm-3

- ------------mmolcdm-3

----------- V

Pivocirc

Central

0-02 60 18 10 26 25 55 18 20 0 79

02-04 58 9 2 32 12 47 21 20 0 78

Sequeiro 0-02 55 18 18 22 13 49 13 25 0 72

02-04 55 11 4 26 10 44 12 25 0 70

34 Caracterizaccedilatildeo da aacutegua de irrigaccedilatildeo

A aacutegua utilizada no experimento foi proveniente do sistema do reservatoacuterio de aacutegua

localizado dentro da Fazenda Areatildeo e usada exclusivamente para fornecimento de aacutegua para

as culturas localizadas na aacuterea experimental Para saber se o conteuacutedo fiacutesico-quiacutemico da aacutegua

utilizada na irrigaccedilatildeo poderia influenciar na disposiccedilatildeo dos nutrientes fornecidos para a

cultura por meio da adubaccedilatildeo foi realizada uma anaacutelise da qualidade da aacutegua para verificar as

58

caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas presentes (Tabela 6) A anaacutelise fiacutesico-quiacutemica da aacutegua de

irrigaccedilatildeo foi realizada pelo Laboratoacuterio de Ecologia Aplicada localizada no Departamento de

Ciecircncias Florestais na ESALQUSP

Tabela 6 - Resultados da anaacutelise fiacutesico-quiacutemica da aacutegua utilizada para irrigaccedilatildeo

Paracircmetro Siacutembolo Unidade Resultado VMP(1)

Acidez pH - 68 60-95

Acidez (CaCO3) - mg L-1

(CaCO3) 63 -

Condutividade eleacutetrica CEa dSm-1

(25degC) 01 15

Alcalinidade Carbonato CO3= mg L

-1 0 -

Alcalinidade Bicarbonato HCO3- mg L-1

158 -

Alcalinidade Total 2CO32-

+ HCO3- mg L

-1 158 500

Caacutelcio Ca++

mg L-1

17 75

Magneacutesio Mg++

mg L-1

10 150

Sulfato SO4= mg L

-1 119 250

Nitrogecircnio - Nitrato N - NO3- mg L

-1 08 10

Nitrogecircnio - Amocircnio N - NH4+ mg L

-1 01 15

Foacutesforo - Fosfato P - PO43-

mg L-1

006 006

Potaacutessio K+ mg L

-1 23 -

Soacutedio Na+ mg L

-1 60 -

Dureza Total (CaCO3) - mg L-1

128 500

(1) Valores maacuteximos permitidos

De acordo com a classificaccedilatildeo da University of Califoacuternia Committee of Consultantes

(UCCC 1974) a aacutegua utilizada para irrigaccedilatildeo de foi classificada como C1S2 ou seja aacutegua

com baixo risco de salinidade o que eacute considerada adequada ao uso para a irrigaccedilatildeo O risco

de sodicidade foi considerado praticamente nulo devido ao baixo valor da razatildeo de adsorccedilatildeo

de soacutedio corrigida calculado com os resultados da anaacutelise assim como os baixos teores de

soacutedio apresentados na anaacutelise que garantem a ausecircncia de toxicidade desse elemento

35 Manejo da irrigaccedilatildeo

O manejo da irrigaccedilatildeo com a quantificaccedilatildeo da lacircmina de irrigaccedilatildeo a ser aplicada e a

determinaccedilatildeo da evapotranspiraccedilatildeo nos tratamentos foi realizada pela metodologia da

lisimetria de pesagem direta descrita por Lena (2013) e tambeacutem realizada na mesma aacuterea

experimental Essa metodologia consiste na utilizaccedilatildeo de tanques de metal preenchidos com

59

solo da proacutepria aacuterea experimental e que satildeo apoiados sobre um sistema de pesagem de alta

precisatildeo Basicamente o sistema de lisimetria proporciona a mediccedilatildeo das entradas e saiacutedas de

aacutegua do sistema Foram utilizados dois lisiacutemetros por aacuterea totalizando portanto quatro

lisiacutemetros no experimento que foram previamente dimensionados para que sua superfiacutecie

respeitasse o espaccedilamento das plantas e o pleno desenvolvimento do sistema radicular e da

parte aeacuterea da cultura Cada lisiacutemetro eacute ciliacutendrico e apresenta 391 m de diacircmetro interno (12

m2 de aacuterea) por 13 m de profundidade uacutetil do solo O sistema ainda apresenta um sistema de

drenagem que eacute composto por reservatoacuterios de armazenamento de aacutegua constituiacutedos de tubos

de PVC os quais possibilitam o armazenamento da aacutegua drenada atraveacutes do perfil do solo O

detalhamento da calibraccedilatildeo e das instalaccedilotildees dos lisiacutemetros utilizados na aacuterea experimental eacute

descrita por Flumignan (2012) Na Figura 6 eacute apresentado um esquema sobre o balanccedilo de

aacutegua no solo feito pelos lisiacutemetros

Figura 6 - Balanccedilo hiacutedrico do sistema de lisiacutemetro de pesagem com as entradas e saiacutedas de aacutegua do sistema

sendo ET a evapotranspiraccedilatildeo E a evaporaccedilatildeo T a transpiraccedilatildeo I a irrigaccedilatildeo R o escoamento

superficial e P a precipitaccedilatildeo Fonte Lena (2013)

A determinaccedilatildeo da quantidade de aacutegua necessaacuteria para repor a evapotranspiraccedilatildeo foi

calculada semanalmente para a aacuterea irrigada por pivocirc central A irrigaccedilatildeo foi realizada de

maneira manual ajustando o percentiacutemetro da velocidade de deslocamento circular

(caminhamento) do pivocirc a cada irrigaccedilatildeo de forma que fosse aplicada a lacircmina de aacutegua

desejada Um dia anterior agrave irrigaccedilatildeo os dados dos lisiacutemetros foram coletados e analisados

sendo possiacutevel verificar a lacircmina de aacutegua que foi necessaacuteria para repor na semana colocando

o armazenamento de aacutegua no solo na condiccedilatildeo de capacidade de campo para os tratamentos

60

irrigados A determinaccedilatildeo da evapotranspiraccedilatildeo da cultura (ETc) para o posterior manejo da

lacircmina a ser reposta pela irrigaccedilatildeo foi determinada pela contabilidade das entradas saiacutedas e

armazenamento de aacutegua nos lisiacutemetros (LENA 2013)

A profundidade efetiva do sistema radicular considerada foi de 50 cm baseado

principalmente nos trabalhos de Krishnamurthy et al (2012) e Alves Juacutenior et al (2014) que

apresentam que o sistema eacute capaz de atingir profundidades maiores que 1 metro poreacutem

apresenta a maioria das raiacutezes principalmente as responsaacuteveis pela absorccedilatildeo de aacutegua nas

camadas mais superficiais A capacidade de aacutegua disponiacutevel (CAD) foi determinada a partir

dos valores de umidade volumeacutetrica do solo no ponto de murcha permanente e na capacidade

de campo obtidas para cada aacuterea de manejo hiacutedrico adotado

Devido agrave alta escassez hiacutedrica ocasionada pela baixa pluviosidade ocorrida durante o

ano agriacutecola de 2014 em toda a regiatildeo Sudeste e no municiacutepio de Piracicaba-SP e com a

draacutestica reduccedilatildeo do niacutevel do reservatoacuterio localizado na Fazenda Areatildeo as praacuteticas de

irrigaccedilatildeo e o seu manejo foram realizados apenas no primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo (3ordm ano de

cultivo) sendo suspensas no ciclo seguinte devido a sua impossibilidade pelo baixo niacutevel do

reservatoacuterio no local e para que o mesmo pudesse se reestabelecer em um menor periacuteodo de

tempo Com o cessamento das irrigaccedilotildees na aacuterea de cultivo sob o pivocirc central a partir do

segundo ciclo de avaliaccedilatildeo todas as coletas e anaacutelises realizadas nos tratamentos de adubaccedilatildeo

localizados na aacuterea antes irrigada por pivocirc central passaram a ser consideradas como

mediccedilotildees dos tratamentos em uma aacuterea com histoacuterico de irrigaccedilatildeo visto que desde a sua

implantaccedilatildeo o local fora irrigado tendo o seu manejo adequado de irrigaccedilatildeo de forma a

suplementar o deacuteficit hiacutedrico nos periacuteodos mais secos do ano onde o regime de chuvas natildeo

era capaz de suprir a demanda evapotranspiromeacutetrica da cultura em determinado periacuteodo

Mesmo a localizaccedilatildeo da aacuterea experimental irrigada estando proacutexima da regiatildeo dos dois

lisiacutemetros de pesagem de forma que os tratamentos recebidos com as diferentes doses de

irrigaccedilatildeo apresentassem condiccedilotildees de textura do solo e relevo semelhantes ao das plantas

localizadas nos dois lisiacutemetros natildeo foi realizado um manejo quanto agrave quantificaccedilatildeo das

lacircminas de aacutegua requeridas por cada tratamento visto que com as diferentes doses de

adubaccedilatildeo nitrogenada o crescimento e consequentemente a evapotranspiraccedilatildeo das parcelas

irrigadas satildeo diferentes Assumiu-se para este estudo um manejo da irrigaccedilatildeo a partir dos

dados coletados de plantas inseridas nos lisiacutemetros e que estavam em plenas condiccedilotildees de

desenvolvimento e sem restriccedilatildeo de nutrientes onde a praacutetica de irrigaccedilatildeo serviu-se apenas

para complementar a falta de aacutegua nos periacuteodos mais secos do ano que eacute ocasionado pela

diminuiccedilatildeo das chuvas comparando com uma aacuterea onde natildeo se fez o uso da irrigaccedilatildeo

61

Possibilidades como a variaccedilatildeo da lacircmina de irrigaccedilatildeo no equipamento de pivocirc central com a

substituiccedilatildeo de diferentes tipos de bocais com as mais variadas vazotildees e dispondo os

tratamentos em linhas curviliacuteneas no sentido de rotaccedilatildeo do pivocirc chegaram a ser pensadas

entretanto foram rapidamente descartadas jaacute que esse sistema de irrigaccedilatildeo comporta uma

aacuterea total de 105 ha na Fazenda Areatildeo e aleacutem de atender a aacuterea cultivada por pinhatildeo-manso

de 10 ha que corresponde apenas a 95 da aacuterea atendida pelo pivocirc central o mesmo

equipamento atende agrave necessidade hiacutedrica de outras aacutereas de cultivo incluindo aacutereas de

experimentos de outros projetos de pesquisa

36 Monitoramento da umidade do solo

O monitoramento da umidade do solo foi realizado com o auxiacutelio de sondas de

capacitacircncia da marca Sentekreg modelo Diviner 2000 no qual estimou a umidade do solo por

meio de campos eleacutetricos de alta frequecircncia Esta conteacutem uma haste que ao ser inserida em

tubos de acesso previamente instalados no solo possibilita coletar a porcentagem de aacutegua no

perfil de solo desejado Para que isso ocorresse foi necessaacuterio antes fazer uma curva de

calibraccedilatildeo na aacuterea experimental na eacutepoca de implantaccedilatildeo da cultura para que assim de posse

da equaccedilatildeo de calibraccedilatildeo do solo caracteriacutestico da Fazenda Areatildeo todas as leituras do

equipamento transmitidas em unidade de frequecircncia pudessem ser convertidas em umidade

volumeacutetrica do solo Com a implantaccedilatildeo da cultura em 2011 foi instalado na aacuterea

experimental um tubo de acesso para cada lisiacutemetro de pesagem e outros 10 situados nas suas

plantas de bordadura (distribuiacutedos ao redor de cada lisiacutemetro) com a finalidade de comparar

os perfis de umidade dentro e fora dos lisiacutemetros

Durante o segundo ciclo de avaliaccedilatildeo da cultura (4ordm ano) foram instalados um tubo de

acesso por tratamento na aacuterea irrigada por pivocirc central e sem irrigaccedilatildeo de forma a comparar

os perfis de umidade localizados nas plantas com diferentes niacuteveis de adubaccedilatildeo nitrogenada

com as plantas que receberam a adubaccedilatildeo plena situados dentro e fora dos lisiacutemetros assim

como as plantas dos tratamentos P2 e S2 que receberam 100 de N Esse monitoramento foi

realizado para verificar se houve ou natildeo alguma mudanccedila draacutestica na variaccedilatildeo de umidade dos

diferentes tratamentos por adubaccedilatildeo nitrogenada quando comparada com as demais plantas da

aacuterea experimental

O monitoramento da umidade do solo dentro e fora dos lisiacutemetros foi realizado em

periacuteodos pontuais dentro dos dois ciclos de avaliaccedilatildeo do referido estudo e dentro de um

62

periacuteodo especiacutefico no segundo ciclo de avaliaccedilatildeo para os tratamentos adubados Os tubos de

acesso foram instalados de acordo com cada ponto de monitoramento entre a profundidade de

80-110 cm onde nesse estudo foi avaliado para todos os tratamentos e pontos de

monitoramento de umidade o perfil de umidade correspondente ateacute a profundidade de 80 cm

que representa a camada de maior influecircncia do sistema radicular da cultura do pinhatildeo-manso

(ALVES JUacuteNIOR et al 2014)

37 Manejo da cultura

Ao longo da conduccedilatildeo do experimento foram realizadas praacuteticas de manejo cultural

de forma a proporcionar as melhores condiccedilotildees para o desenvolvimento das plantas Dentre

essas praacuteticas se destacaram o controle de insetos de doenccedilas e de plantas invasoras O

controle de pragas se concentrou no combate da cigarrinha verde (Empoasca spp) aacutecaro

branco (Polyphagotarsonemus latus Banks) e percevejo (Pachoycoris sp) enquanto o

controle de doenccedilas foi voltado no combate ao Oiacutedio (Oidium sp) e ferrugem (Phakospsora

arthuriana Buriticaacute amp Hennen) As aplicaccedilotildees dos produtos quiacutemicos para o controle de

pragas e doenccedilas foram realizadas sempre quando diagnosticada a presenccedila destes na aacuterea

experimental Para o controle das plantas invasoras na entrelinha de cultivo foi utilizada uma

roccediladeira acoplada a um trator e entre plantas o controle foi realizado com roccediladeira manual

Apoacutes cada roccedilagem manual a aplicaccedilatildeo localizada de herbicida sistecircmico natildeo seletivo foi

realizada

A adubaccedilatildeo de produccedilatildeo para suprir a demanda nutricional da cultura foi realizada de

acordo com as recomendaccedilotildees de adubaccedilatildeo propostas por FACT (2010) A adubaccedilatildeo

nitrogenada foi feita na projeccedilatildeo da copa da planta parcelada em trecircs aplicaccedilotildees ao longo de

cada ciclo produtivo assim como a adubaccedilatildeo potaacutessica e fosfatada A adubaccedilatildeo das plantas

foi realizada utilizando os adubos quiacutemicos ureia superfosfato simples e cloreto de potaacutessio

para o suprimento de nitrogecircnio foacutesforo e potaacutessio respectivamente As quantidades de

nutrientes aplicadas no ciclo vegetativo do pinhatildeo-manso durante os primeiros anos de

cultivo da cultura seguiram as recomendaccedilotildees propostas por FACT (2010) e satildeo expressas na

Tabela 2 no item 233

63

38 Produtividade da cultura e produtividade da aacutegua

A produtividade de frutos e sementes da cultura foi determinada por meio de colheitas

manuais de todos os frutos que se encontraram a partir do ponto inicial de maturaccedilatildeo

(coloraccedilatildeo amarela) deixando na planta apenas os frutos verdes que foram colhidos

posteriormente Apoacutes a colheita os frutos foram postos para secar agrave temperatura ambiente

para a determinaccedilatildeo do rendimento de frutos (semente + casca) e sementes para cada

tratamento avaliado Aleacutem disso para se conhecer a influecircncia dos tratamentos no

desenvolvimento das sementes por unidade de massa nos frutos colhidos foi determinada a

relaccedilatildeo frutosemente para cada tratamento avaliado A maturaccedilatildeo dos frutos de pinhatildeo-

manso natildeo eacute uniforme observando-se em um mesmo cacho frutos verdes amarelos

castanhos e por fim pretos Desta forma em funccedilatildeo da desuniformidade da maturaccedilatildeo dos

frutos a periodicidade das colheitas ao longo do periacuteodo produtivo ocorreu em funccedilatildeo da

maior ou menor uniformidade de distribuiccedilatildeo da produccedilatildeo ao longo do tempo Em resumo

foram avaliados a produccedilatildeo meacutedia de frutos e sementes por planta (kg planta-1

) a relaccedilatildeo

sementefruto e a produtividade de sementes (kg ha-1

)

A eficiecircncia de uso na aacutegua (EUA) segundo Lima et al (2010) equivale a eficiecircncia

produtiva que atualmente eacute denominada como produtividade da aacutegua (PA) sendo

determinada neste trabalho para se avaliar a eficiecircncia da aacutegua aplicada na irrigaccedilatildeo para

produccedilatildeo final de frutos De acordo com Frizzone (2014) nas praacuteticas diaacuterias de irrigaccedilatildeo a

PA eacute um termo mais relevante que EUA cujo significado depende da aplicaccedilatildeo Segundo

Sousa et al (2000) a EUA pode ser determinada tanto para a produtividade de biomassa

como para a produtividade de frutos relacionando-se pela quantidade de aacutegua aplicada ou

evapotranspirada No caso deste trabalho a produtividade de aacutegua foi determinada pela

relaccedilatildeo da produccedilatildeo comercial da cultura (kg) ou seja para a produccedilatildeo final de sementes

com a quantidade total de aacutegua aplicada (irrigaccedilatildeo + precipitaccedilatildeo) (FRIZZONE 2014) A

quantidade de aacutegua consumida pela planta (evapotranspiraccedilatildeo acumulada) natildeo foi utilizada

neste estudo por ter sido determinada para as plantas que estavam inseridas no lisiacutemetro que

no caso se encontravam em plenas condiccedilotildees de desenvolvimento e fornecimento de

nutrientes via fertilizaccedilatildeo mineral fato que soacute ocorreu para os tratamentos em que a

fertilizaccedilatildeo mineral de nitrogecircnio foi plena (100) O caacutelculo da produtividade da aacutegua

(PAIR+PE) considerou nesse estudo a variabilidade do solo em cada aacuterea de cultivo bem como

identificar as diferenccedilas de cada manejo hiacutedrico fazendo uso da irrigaccedilatildeo complementar ou

64

natildeo e do desenvolvimento vegetativo da cultura (FRIZZONE 2014) que a cultura pode

sofrer com o estresse hiacutedrico e com a disponibilidade de nitrogecircnio pela fertilizaccedilatildeo mineral

O caacutelculo para a produtividade de aacutegua considerando a quantidade total de aacutegua aplicada eacute

expressa na Equaccedilatildeo 1

PAIR+PE = Rendimento comercial da cultura

Volume de Irrigaccedilatildeo+Precipitaccedilatildeorarr

Yc (kg)

IR+PE (m3) (1)

Por natildeo haver irrigaccedilotildees durante o segundo ano de avaliaccedilatildeo no cultivo de pinhatildeo-

manso devido agrave grande escassez hiacutedrica que assolou a regiatildeo Sudeste durante esse periacuteodo a

produtividade de aacutegua foi determinada apenas para o primeiro ano de estudo jaacute que a lacircmina

recebida para as duas aacutereas de cultivo foram apenas das precipitaccedilotildees ocorridas no local natildeo

havendo diferenccedila portanto da lacircmina recebida neste periacuteodo ficando a produtividade de

aacutegua condicionada apenas para a produtividade de sementes que continuou sendo avaliada A

produtividade dos frutos e sementes assim como as outras variaacuteveis analisadas foram

determinadas para o segundo ano de cultivo considerando que a aacuterea onde se encontra o pivocirc

central possui um histoacuterico de irrigaccedilatildeo jaacute que fora irrigada tendo o manejo adequado de

irrigaccedilatildeo desde a implantaccedilatildeo da cultura em 2011

39 Anaacutelises de crescimento

O crescimento das plantas foi avaliado em cada tratamento a cada trecircs meses por

meio de mediccedilotildees da altura da planta (m) do diacircmetro meacutedio de copa (m) e do volume de

copa (msup3) A determinaccedilatildeo da altura eacute definida como a medida entre a superfiacutecie do solo e a

uacuteltima folha emergida no aacutepice da planta Para o diacircmetro meacutedio de copa tomou-se como

ponto de avaliaccedilatildeo o valor meacutedio entre o diacircmetro de copa no sentido do maior espaccedilamento

(entrelinha de plantio) e o diacircmetro de copa no sentido de menor espaccedilamento (dentro da

linha de plantio) As mediccedilotildees da altura e do diacircmetro meacutedio de copa das plantas foram

realizadas em intervalos bimestrais ao longo dos dois anos de avaliaccedilatildeo da cultura com o

auxiacutelio de uma trena graduada em cm (Figura 7) sendo avaliadas as trecircs plantas disponiacuteveis

por cada parcela uacutetil O volume de copa foi estimado pela aproximaccedilatildeo do volume de um

cilindro de base eliacuteptica (LAVIOLA et al 2010)

65

119881119888119900119901119886 = (120587 1198631

2 1198632

2) ℎ (2)

em que

Vcopa = volume de copa (m3)

π = 314159

D1 = diacircmetro de copa no maior espaccedilamento (m)

D2 = diacircmetro de copa no menor espaccedilamento (m) e

h = altura da planta (m)

Figura 7 - Mediccedilatildeo da altura em plantas de pinhatildeo-manso

310 Iacutendice de aacuterea foliar (IAF)

As mediccedilotildees do iacutendice de aacuterea foliar (IAF) foram realizadas com o auxiacutelio do

equipamento LAI-2200 da marca LI-CORreg Esse equipamento foi desenvolvido para se

estimar o IAF de maneira mais praacutetica e de forma precisa desde que manejado de maneira

adequada Pelo fato de que no iniacutecio do primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo se buscava a melhor

metodologia para a leitura do instrumento e a validaccedilatildeo dos dados coletados o primeiro ano

de cultivo ficou restrito apenas agrave leitura das plantas sorteadas na aacuterea para a calibraccedilatildeo do

equipamento junto ao cultivo do pinhatildeo-manso feito em diferentes eacutepocas do ano

As leituras do IAF foram realizadas preferencialmente no intervalo entre 1000 e 1400

horas buscando a menor interferecircncia possiacutevel das nuvens na incidecircncia de raios solares o

que poderia prejudicar as interpretaccedilotildees das anaacutelises As avaliaccedilotildees ocorreram de forma

66

mensal iniciando a partir do mecircs de novembro de 2014 e encerrando-se em junho de 2015

com o teacutermino do periacuteodo de senescecircncia foliar uma vez que a partir desse mecircs as plantas de

pinhatildeo-manso estavam praticamente com a ausecircncia de folhas e o IAF foi considerado zero

Para uma melhor confiabilidade na determinaccedilatildeo dos valores de IAF medidos no

campo foi proposta uma calibraccedilatildeo do equipamento LAI-2200 nas plantas da aacuterea

experimental realizada concomitantemente com a avaliaccedilatildeo do experimento A calibraccedilatildeo do

equipamento LAI-2200 foi realizada a partir de 11 plantas proacuteximas da aacuterea experimental e

escolhidas aletoriamente As plantas foram selecionadas ao longo do ciclo de cultivo em

diferentes eacutepocas sendo que em cada eacutepoca do periacuteodo vegetativo e reprodutivo da cultura

duas plantas representativas nas duas aacutereas de cultivo foram escolhidas sempre uma na aacuterea

irrigada por pivocirc central e outra planta na aacuterea sem irrigaccedilatildeo A calibraccedilatildeo foi realizada

primeiramente a partir da estimativa do IAF pelo LAI-2200 feito em campo (Figura 8a e 8b)

utilizando-se a metodologia de plantas isoladas a mesma utilizada nas leituras da aacuterea

experimental Em seguida foi feita a determinaccedilatildeo do IAF real em laboratoacuterio pelo meacutetodo

destrutivo com a retirada de todas as folhas das plantas para serem passadas em um

integrador de aacuterea foliar utilizando o equipamento CI-203 da CID Bio-Sciencereg

(Figura 8c e

8d) Com os resultados obtidos foi feita uma comparaccedilatildeo do IAF real com o IAF estimado a

partir de um graacutefico de dispersatildeo utilizando uma planilha eletrocircnica de caacutelculo Assim com

base nos valores determinados foi estipulada a equaccedilatildeo de calibraccedilatildeo para o IAF que foi

utilizada para corrigir os valores estimados pelo LAI-2200

67

Figura 8 - Metodologia adotada para a calibraccedilatildeo do equipamento LAI 2200 com a escolha da planta (a) leitura

do IAF estimado com o LAI 2200 (b) retirada de todas as folhas da planta (c) e determinaccedilatildeo em

laboratoacuterio do IAF real da planta com o equipamento CI-203 (d)

311 Iacutendice de clorofila

A avaliaccedilatildeo do estado nutricional das plantas foi determinado a partir do iacutendice de

clorofila sendo utilizado o aparelho ClorofiLOG CFL 1030 Falkerreg

(Figura 9) Foram

determinados os teores das Clorofilas a b e total (a + b) expressas em Iacutendice de Clorofila

Falker (ICF) e da relaccedilatildeo clorofila AB As leituras procederam-se periodicamente nas folhas

de posiccedilotildees do 2deg ou 3deg noacute do ramo vegetativo ou floriacutefero do aacutepice para base (LIMA et al

2011) sendo as folhas coletadas para posterior anaacutelise de N foliar para assim correlacionar os

teores de clorofila com o nitrogecircnio presente nas folhas Para a coleta das folhas nas posiccedilotildees

estudadas foram consideradas apenas as folhas totalmente expandidas e contadas no sentido

aacutepicebase sem qualquer vestiacutegio de lesatildeo ocasionado por patoacutegenos

d c

b a

68

Figura 9 - Leitura do Iacutendice de Clorofila FALKER utilizando o ClorofiLOG

Foram realizadas trecircs mediccedilotildees por planta sendo em trecircs plantas por parcela obtendo

portanto nove leituras por parcela sendo a meacutedia das leituras o valor de ICF representativo

da parcela As leituras com o aparelho no campo foram realizadas sempre no mesmo horaacuterio

durante o periacuteodo da manhatilde com trecircs avaliaccedilotildees ao longo do primeiro ciclo de estudo da

cultura (3ordm ano) e cinco avaliaccedilotildees ao longo do segundo ciclo (4ordm ano) No primeiro ciclo de

estudo as avaliaccedilotildees ocorreram nos meses de jan2014 mar2014 e jun2014 ou seja periacuteodo

em que ocorre o aacutepice de florescimento (janeiro) formaccedilatildeo e maturaccedilatildeo dos frutos (janeiro e

marccedilo) e o processo de senescecircncia das folhas (junho) sendo realizada a anaacutelise foliar de N

apenas no mecircs de marccedilo Por sua vez no segundo ciclo de estudo as avaliaccedilotildees foram

realizadas nos meses de nov2014 dez2014 jan2015 fev2015 e abr2015 sendo possiacutevel

acompanhar todo o periacuteodo de desenvolvimento foliar do pinhatildeo-manso acompanhando

desde o aacutepice da emissatildeo de folhas (45 dias apoacutes poda de limpeza e conduccedilatildeo) passando pelo

periacuteodo reprodutivo (floraccedilatildeo e formaccedilatildeo de frutos) maturaccedilatildeo do frutos e iniacutecio da

senescecircncia foliar No segundo ano de estudo foram realizadas anaacutelises foliares de nitrogecircnio

em todas as eacutepocas Todas as anaacutelises foliares de nitrogecircnio foram realizadas pelo meacutetodo de

digestatildeo sulfuacuterica e determinaccedilatildeo por destilaccedilatildeo agrave vapor (MALAVOLTA VITTI

OLIVEIRA 1997)

312 Teor e anaacutelises de qualidade de oacuteleo

A quantidade e a qualidade do oacuteleo da cultura do pinhatildeo-manso foram determinadas

anualmente para cada ciclo de produccedilatildeo pelo fato da cultura natildeo apresentar produccedilatildeo

uniforme ao longo do periacuteodo produtivo impossibilitando a repeticcedilatildeo das anaacutelises pelo baixo

quantitativo de sementes em determinados periacuteodos do ano A seguir satildeo descritos o meacutetodo

69

de extraccedilatildeo do oacuteleo utilizado os iacutendices de qualidade e os meacutetodos de identificaccedilatildeo e

quantificaccedilatildeo dos aacutecidos graxos que foram posteriormente determinados

3121 Teor de oacuteleo

A determinaccedilatildeo da porcentagem de oacuteleo por semente pode ser realizada por extraccedilatildeo

em prensa hidraacuteulica e tambeacutem por uso de solvente quiacutemico Estes meacutetodos satildeo mencionados

por Achten et al (2008) e satildeo utilizados de acordo com a necessidade do usuaacuterio A prensa

hidraacuteulica eacute uma eficiente forma de extraccedilatildeo do oacuteleo para ser utilizado como biodiesel

enquanto a extraccedilatildeo quiacutemica eacute voltada para determinar a quantidade total de oacuteleo na semente

sendo mais utilizado em testes de laboratoacuterio Para este estudo apenas a determinaccedilatildeo do teor

de oacuteleo por meio de solvente quiacutemico foi realizada Para isso foram utilizadas amostras de 1

kg de polpa de semente por tratamento sendo necessaacuterio retirar as sementes do epicarpo e a

polpa da casca da semente antes do iniacutecio da extraccedilatildeo O meacutetodo da extraccedilatildeo quiacutemica de oacuteleo

vegetal foi realizado via Soxlet utilizando hexano como solvente e adotando o meacutetodo oficial

AOCS Am 5-04 da American Oil Chemistsrsquo Society (AOCS 2003) Apoacutes ter passado pelo

processo de extraccedilatildeo o oacuteleo extraiacutedo foi quantificado em porcentagem de oacuteleo por unidade de

massa de sementes e em seguida destinado para as anaacutelises laboratoriais de qualidade que

seratildeo descritas a seguir

Aleacutem da determinaccedilatildeo do teor (rendimento) de oacuteleo por unidade de massa de semente

foi calculado tambeacutem a produtividade de oacuteleo (kg ha-1

) que apresenta a quantidade de oacuteleo

produzido (kg) por unidade aacuterea cultivada (ha) A produtividade de oacuteleo foi determinada

utilizando o produto da produtividade de sementes (kg ha-1

) com o teor de oacuteleo (decimal)

(TIKKOO YADAV KAUSHIK 2013) e eacute expressa na Equaccedilatildeo 3

Produtividade de oacuteleo = Produtiv sementes x Teor de oacuteleo (3)

Para fins de caracterizaccedilatildeo do oacuteleo produzido nas sementes de pinhatildeo-manso colhidas

anteriormente na aacuterea foi determinado o teor de oacuteleo das sementes colhidas no ciclo anterior

ao iniacutecio dos tratamentos (2ordm ano de cultivo) para a determinaccedilatildeo do ponto 0 que foi o ponto

de partida dos valores de qualidade do oacuteleo para as aacutereas de sequeiro e irrigada por pivocirc

central cultivados sem variaccedilatildeo da adubaccedilatildeo nitrogenada O teor de oacuteleo (Tabela 7) foi

determinado por meio de prensa mecacircnica e por solvente quiacutemico (extrato eteacutereo) sendo este

70

uacuteltimo determinado na semente integral na qual natildeo houve nenhuma prensagem preacutevia no

resiacuteduo da prensagem mecacircnica (torta) para verificaccedilatildeo do quantitativo de oacuteleo que ficou

remanescente na torta prensada e na casca retirada para a prensagem das sementes

Tabela 7 - Teor meacutedio de oacuteleo por meio de prensagem mecacircnica e por solvente quiacutemico nos frutos colhidos na

aacuterea experimental antes da instalaccedilatildeo dos tratamentos

Aacuterea

Teor de oacuteleo ()

Prensa mecacircnica Solvente quiacutemico

Semente Torta Casca

Pivocirc Central 3977 5557 2257 056

Sequeiro 4172 5430 1862 056

3122 Anaacutelises preliminares dos iacutendices de qualidade do oacuteleo

As anaacutelises de qualidade do oacuteleo de pinhatildeo-manso que foram realizadas a partir do

oacuteleo extraiacutedo dos frutos coletados dentro dos tratamentos aplicados na aacuterea experimental

englobaram alguns iacutendices (padrotildees) qualitativos como iacutendice de acidez iacutendice de iodo

iacutendice de peroacutexido iacutendice de refraccedilatildeo densidade relativa estabilidade oxidativa e a

identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo de aacutecidos graxos Com a determinaccedilatildeo da porcentagem de oacuteleo

do ponto zero presente nas amostras dos frutos coletados antes da instalaccedilatildeo dos tratamentos

os oacuteleos obtidos na prensagem mecacircnica foram utilizados posteriormente para a realizaccedilatildeo de

anaacutelises laboratoriais na determinaccedilatildeo de alguns iacutendices qualitativos do oacuteleo (Tabela 8)

Tabela 8 - Iacutendices de qualidade do oacuteleo de pinhatildeo-manso para a aacuterea experimental

Carateriacutestica Aacuterea

Pivocirc Central Sequeiro

Aspecto LII(1)

- 220(2)

LII(1)

- 220(2)

Iacutendice de Acidez 04562 04562

Iacutendice de Peroacutexido 17280 17338

Estabilidade oxidativa (horas) 1169 983

Absortividade na faixa do UV (E 232 nm) 12284 13137

Absortividade na faixa do UV (E 268 nm) 01638 01434

Massa especiacutefica a 20degC (kg m-sup3) 9152 9148

Viscosidade cinemaacutetica a 40degC (mmsup2 s-1

) 3655 3702

(1) Liacutempido e isento de impurezas (2) Temperatura durante a observaccedilatildeo Iacutendices determinados no Biodiesel

produzido a partir do oacuteleo extraiacutedo das amostras avaliadas

71

3123 Iacutendice de acidez

O iacutendice de acidez eacute um indicativo do estado de conservaccedilatildeo do oacuteleo e do

biocombustiacutevel que seraacute produzido definido como a quantidade de KOH (mg) necessaacuteria para

neutralizar os aacutecidos livres de 1 grama da amostra (ANGARITA et al 2012) Atualmente no

Brasil a regulaccedilatildeo estabelece um valor maacuteximo de 05 mg de KOH g-1

na determinaccedilatildeo do

iacutendice de acidez no biodiesel O meacutetodo utilizado para determinaccedilatildeo do iacutendice de acidez foi o

da norma NBR 14448 (ABNT) no qual o iacutendice de acidez eacute determinado por meio de

titulaccedilatildeo potenciomeacutetrica

3124 Iacutendice de iodo

Para determinaccedilatildeo do iacutendice de iodo foi utilizado o meacutetodo Cd 1d-92 da American Oil

Chemistsrsquo Society (AOCS 2003) onde foi adicionado 15 mL de clorofoacutermio em 025 g de

amostra do oacuteleo extraiacutedo agitando o composto ateacute dissoluccedilatildeo da amostra Adicionou-se em

seguida 25 mL do reagente de Wijs e o frasco foi tampado deixando em repouso no escuro

durante 30 minutos Em seguida foi adicionado 20 mL de soluccedilatildeo de KI a 15 e 150 mL de

aacutegua destilada e titulou-se com soluccedilatildeo de Na2S2O3 01 N ateacute o desaparecimento de uma

coloraccedilatildeo amarela apoacutes agitaccedilatildeo Foi adicionado 1 mL de soluccedilatildeo de amido a 1 e

continuou-se a titulaccedilatildeo gota a gota ateacute o desaparecimento da cor azul Um ensaio em branco

foi conduzido paralelamente O Iacutendice de iodo foi obtido pela Equaccedilatildeo (4)

Iacutendice de Iodo (g I2100 g de amostra) =[(BminusA) x N x 1229]

Massa da amostra (g) (4)

em que

A - volume em mL de Na2S2O3 gasto na titulaccedilatildeo da amostra

B - volume em mL de Na2S2O3 gasto na titulaccedilatildeo do branco e

N - normalidade da soluccedilatildeo de Na2S2O3

72

3125 Iacutendice de peroacutexido

Para a determinaccedilatildeo do iacutendice de peroacutexido seguiu-se o meacutetodo Cd 8b-90 (AOCS

2003) em que foram pesados 3 g da amostra em frasco de iodo de 125 mL Adicionou-se 50

mL de soluccedilatildeo de aacutecido aceacuteticoisoctano (31) e soluccedilatildeo de iodeto de potaacutessio saturada e aacutegua

destilada A seguir foi realizada titulaccedilatildeo com soluccedilatildeo de tiossulfato de soacutedio (Na2S2O3) 01N

e o volume gasto apoacutes adiccedilatildeo de goma de amido forneceu a concentraccedilatildeo em peroacutexidos

expressa em meq O2 kg-1

de amostra segundo a Equaccedilatildeo 5

IP =N x (aminusb)

Massa (gramas) x 1000 (5)

em que

N - normalidade da soluccedilatildeo de Na2S2O3

a - volume em mL de Na2S2O3 gasto na titulaccedilatildeo da amostra e

b - volume em mL de Na2S2O3 gasto na titulaccedilatildeo do branco

3126 Iacutendice de refraccedilatildeo

Os oacuteleos e gorduras possuem poder de refringecircncia diferente conforme sua natureza

desviando com maior ou menor intensidade os raios luminosos que os atravessam O iacutendice de

refraccedilatildeo tanto para os oacuteleos quanto para as gorduras eacute medido agrave temperatura de 40ordmC Para as

mediccedilotildees do iacutendice de refraccedilatildeo foi utilizado o meacutetodo Cc 7-25 (2003) da AOCS mediante o

uso do Refratocircmetro Abbe digital de bancada da marca QUIMIS O refratocircmetro Abbe foi

ajustado com aacutegua destilada (IR 20ordmC = 13330) Certificada a pureza (limpeza e umidade)

dos primas colocou-se 2 gotas da amostra do oacuteleo extraiacutedo entre os prismas e fechou-os para

a estabilizaccedilatildeo da temperatura Ajustou-se o aparelho para obter a leitura mais precisa

possiacutevel e entatildeo foi determinada a leitura na escala que forneceu diretamente o iacutendice de

refraccedilatildeo absoluto agrave 40ordmC

73

3127 Densidade relativa

A densidade relativa de um oacuteleo determina a relaccedilatildeo da massa de um volume unitaacuterio

da amostra agrave 40ordmC em relaccedilatildeo agrave massa de um volume de aacutegua A densidade foi medida em um

densiacutemetro automaacutetico digital da marca Rudolph Research Analytical-DQM 2911 de acordo

com a norma ASTM D4052

Com o auxiacutelio de uma seringa o bulbo amostrador foi ambientado com a amostra de

oacuteleo Na sequecircncia colocou-se a amostra no bulbo verificando se no mesmo natildeo houve

formaccedilatildeo de bolhas Apoacutes a estabilizaccedilatildeo da temperatura (40ordmC) para cada amostra foram

realizadas as leituras de densidade fornecidas diretamente pelo aparelho na temperatura do

teste

3128 Estabilidade oxidativa

A estabilidade oxidativa do oacuteleo de pinhatildeo-manso foi determinada de acordo com a

norma ISO EN 6886 (2012) da Ethiopian Standard para oacuteleos vegetais e gorduras animais

utilizando-se o equipamento Rancimat 893 (Metrohm AG CH-9100 Herisau Switzerland)

(Figura 10a) na temperatura de 110degC sob o fluxo de ar de 10 L h-1

com amostras de 5 g

No meacutetodo Rancimat uma amostra de oacuteleo vegetal ou biodiesel eacute mantida em um

vaso de reaccedilatildeo agrave temperatura de 110degC e sob um fluxo de ar constante Neste momento

comeccedilam a se formar os peroacutexidos que satildeo os principais produtos formados na primeira etapa

de oxidaccedilatildeo da amostra Com o processo de oxidaccedilatildeo continuada satildeo formados compostos

orgacircnicos volaacuteteis dentre estes aacutecidos orgacircnicos de baixa massa molecular Estes compostos

satildeo transportados pelo fluxo de ar para outro recipiente contendo aacutegua destilada onde a

presenccedila dos aacutecidos orgacircnicos eacute entatildeo detectada pelo aumento da condutividade no sistema

(Figura 10b) O tempo decorrente ateacute a detecccedilatildeo dos aacutecidos orgacircnicos eacute denominado de

periacuteodo de induccedilatildeo (FLUMIGNAN et al 2012)

74

(a) (b)

Figura 10 - Rancimat em operaccedilatildeo para determinaccedilatildeo de estabilidade oxidativa (a) e esquema de funcionamento

do equipamento (b)

3129 Identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo de aacutecidos graxos

Com os oacuteleos extraiacutedos de cada tratamento foram coletadas amostras para a realizaccedilatildeo

da identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos aacutecidos graxos por meio de duas metodologias sendo uma

por cromatografia gasosa e a outra por ressonacircncia nuclear magneacutetica (RMN)

A cromatografia gasosa (CG) eacute o meacutetodo padratildeo adotado pela American Oil Chemists

Society (AOCS) e pela ETHIOPIAN STANDARD para a determinaccedilatildeo do conteuacutedo de

aacutecidos graxos e consiste na teacutecnica de separaccedilatildeo e anaacutelise de misturas por interaccedilatildeo dos seus

componentes entre uma fase estacionaacuteria (soacutelidaliacutequida) e uma fase moacutevel (gasosa) A CG

foi realizada de acordo com a norma ES ISO 12966-2 (2012) da ETHIOPIAN STANDARD e

a quantificaccedilatildeo dos aacutecidos graxos pelo meacutetodo da normatizaccedilatildeo que eacute baseada na

porcentagem relativa de aacuterea de um determinado aacutecido graxo em relaccedilatildeo a aacuterea total de todos

os aacutecidos (VISENTAINER FRANCO 2006)

As determinaccedilotildees da composiccedilatildeo de aacutecidos graxos por espectroscopia de RMN de 1H

foram realizadas num espectrocircmetro de RMN Bruker Avance 400 operando a 94 T com os

nuacutecleos 1H a 40013 MHz A metodologia completa de RMN

1H para a determinaccedilatildeo da

composiccedilatildeo de aacutecidos graxos de oacuteleos vegetais eacute descrita por Barison et al (2010)

75

313 Anaacutelise dos dados

Os dados experimentais do desenvolvimento vegetativo das variaacuteveis fisioloacutegicas da

produtividade e dos iacutendices de qualidade do oacuteleo de cada ciclo da cultura para cada tratamento

foram submetidos aos testes de Shapiro-Wilk (SHAPIRO WILK 1965) (valor p gt 001) e de

Levene (BOX 1953) (valor p gt 001) para verificaccedilatildeo baacutesica da normalidade e

homocedasticidade residuais

Os dados das variaacuteveis com os valores absolutos ao final de cada ciclo de avaliaccedilatildeo

como produccedilatildeo de frutos e sementes relaccedilatildeo sementefruto produtividade de sementes

produtividade de aacutegua teor e produtividade de oacuteleo aleacutem dos iacutendices de qualidade de oacuteleo

foram submetidos agrave anaacutelise de variacircncia (ANOVA) utilizando o PROC GLM do programa

computacional estatiacutestico SASreg (SAS INSTITUTE 2009) Os efeitos quantitativos foram

avaliados por meio de polinocircmios ortogonais utilizando anaacutelise de regressatildeo segundo sua

significacircncia pelo Teste F jaacute os efeitos qualitativos foram submetidos ao teste de meacutedias de

Tukey (valor p lt 005) Para o caacutelculo do Rsup2 na anaacutelise de regressatildeo foi determinado o Rsup2

corrigido no qual a variacircncia das repeticcedilotildees foi removida (erro puro) e o caacutelculo fez-se por

meio da relaccedilatildeo entre o Rsup2 da regressatildeo e o Rsup2 maacuteximo obtido da anaacutelise de variacircncia

(BERTHOUEX BROWN 2002) em outras palavras o Rsup2 corrigido eacute a porcentagem da

quantidade de variaccedilatildeo que pode ser explicada por cada modelo de regressatildeo

As variaacuteveis com medidas repetidas (dados longitudinais) como as anaacutelises de

crescimento o IAF os iacutendices de clorofila e o nitrogecircnio foliar foram analisadas por meio do

modelo de anaacutelises (uni e multivariada) de perfis que eacute o modelo mais simples para o caso de

medidas repetidas Inicialmente foram realizados para cada variaacutevel os testes de normalidade

e de esfericidade da matriz de variacircncia de forma a satisfazer agraves pressuposiccedilotildees do modelo O

teste de esfericidade utilizado neste estudo foi o teste de esfericidade de Mauchly (1940) que

verifica se uma populaccedilatildeo normal multivariada apresenta variacircncias iguais e as correlaccedilotildees

nulas Nos casos em que o teste de esfericidade de Mauchly resultou em natildeo significativo

(valor p gt 005) concluiu-se que a matriz de covariacircncias eacute do tipo esfeacuterica e o teste

univariado de perfis foi analisado caso contraacuterio o uso da anaacutelise multivariada de perfis

(MANOVA) que eacute uma das alternativas recomendadas neste caso foi adotada

(FERNANDEZ 1991) Para auxiliar na interpretaccedilatildeo dos resultados foram plotados os

graacuteficos do comportamento dos perfis meacutedios para visualizar a presenccedila ou ausecircncia de

paralelismo entre os perfis e se os mesmos satildeo horizontais O teste estatiacutestico multivariado

76

escolhido foi o teste de Traccedilo de Pillai pois apresenta o maior poder descritivo (tomada a

decisatildeo correta de rejeitar uma hipoacutetese H0 dado que H0 eacute falsa) sendo o mais robusto agrave natildeo

normalidade dentre os outros testes existentes na literatura como Lambda de Wilks Traccedilo de

Lawley-Hotelling e a Maior Raiz de Roy (JOHNSON WICHERN 2007) Estas anaacutelises

foram realizadas por meio do PROC GLM do SASreg utilizando o comando REPEATED e a

opccedilatildeo PRINTE (SAS INSTITUTE 2009)

A anaacutelise de regressatildeo nas variaacuteveis com medidas repetidas ao longo do tempo foi

determinada utilizando o PROC REG do SASreg e para a escolha do melhor modelo a ser

utilizado para cada tratamento seguiu-se de acordo com a significacircncia das estimativas dos

paracircmetros de cada equaccedilatildeo procedendo-se tambeacutem agraves comparaccedilotildees entre os modelos via

criteacuterio de informaccedilatildeo utilizando o criteacuterio de informaccedilatildeo de Akaike (AIC) e o criteacuterio

Bayesiano de Schwarz (BIC) escolhendo ao final o menor valor para tais criteacuterios O caacutelculo

do Rsup2 corrigido tambeacutem foi utilizado para estas variaacuteveis

Para os dados climatoloacutegicos coletados nos dois anos de experimento foi realizado

uma estatiacutestica descritiva com os valores meacutedios maacuteximos miacutenimos e o desvio padratildeo de

cada componente climaacutetico Para os perfis cromatograacuteficos analisados via cromatografia

gasosa o mesmo tipo de anaacutelise foi realizado devido ao baixo nuacutemero de repeticcedilotildees para a

realizaccedilatildeo das anaacutelises e pelo fato do fator bloco natildeo ter sido considerado nas anaacutelises Os

resultados das anaacutelises de caracterizaccedilatildeo do biodiesel natildeo passaram por qualquer anaacutelise

estatiacutestica servindo apenas como resultado descritivo das amostras de oacuteleo extraiacutedas das

sementes dos tratamentos

77

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

41 Monitoramento meteoroloacutegico

A estatiacutestica descritiva dos valores diaacuterios de umidade relativa do ar temperaturas

maacutexima meacutedia e miacutenima radiaccedilatildeo global e velocidade do vento coletados durante o periacuteodo

de estudo aleacutem dos valores de ETc para cada aacuterea de manejo hiacutedrico satildeo apresentados na

Tabela 9 Ao longo do ciclo a variaccedilatildeo diaacuteria de temperatura apresentou-se alta durante o

periacuteodo mais frio do ano tornando-se baixa no restante do ciclo apresentando ao final uma

amplitude teacutermica diaacuteria maacutexima de 247degC e 248degC ao longo do primeiro e segundo ciclo

respectivamente Mesmo assim a regiatildeo onde estava instalada a cultura apresentou uma

temperatura meacutedia anual de 230 degC e 238degC para o terceiro e quarto ano de cultivo

respectivamente ficando portanto dentro da faixa oacutetima de desenvolvimento da cultura qual

seja entre 180degC e 285degC (SATURNINO et al 2005) Entretanto a variaccedilatildeo sazonal da

temperatura no ano como pode ser observada na Figura 11 e geralmente ocorrida na regiatildeo

com temperaturas mais amenas nos meses do outono e inverno paralisa o crescimento das

plantas ocorrendo a queda natural das folhas o que pode provavelmente reduzir a produccedilatildeo de

sementes (SATURNINO et al 2005)

Tabela 9 - Estatiacutestica descritiva das variaacuteveis meteoroloacutegicas observadas na aacuterea experimental

Variaacuteveis

meteoroloacutegicas

Ciclo 201314 Ciclo 201415

Meacutedia Desvio

Padratildeo Maacuteximo Miacutenimo Meacutedia

Desvio

Padratildeo Maacuteximo Miacutenimo

Tmaacutex (degC) 297 425 387 145 301 399 386 162

Tmeacuted (degC) 230 361 309 123 238 320 302 136

Tmin (degC) 163 411 239 52 174 366 240 750

UR () 712 123 990 450 764 135 1000 330

Qg (MJ m-sup2 d

-sup1) 197 70 330 277 345 296 983 260

U2 (m s-1

) 160 044 362 078 137 063 391 022

ETc-I (mm d-1

) 374 221 814 040 321 219 818 053

ETc-S (mm d-1

) 146 088 491 046 291 167 746 042

Tmaacutex ndash Temperatura maacutexima Tmeacuted ndash Temperatura meacutedia Tmin ndash Temperatura miacutenima UR ndash Umidade

relativa do ar Qg ndash Radiaccedilatildeo global U2 ndash Velocidade do vento ETc-I ndash Evapotranspiraccedilatildeo da aacuterea irrigada

ETc-S ndash Evapotranspiraccedilatildeo da aacuterea sem irrigaccedilatildeo

O municiacutepio de Piracicaba-SP assim como boa parte da regiatildeo Sudeste apresentou

durante o ano agriacutecola de 20132014 um periacuteodo atiacutepico no regime de chuvas A quantidade

de chuvas incidida durante o veratildeo de 2014 na aacuterea experimental e em todo o estado de Satildeo

Paulo foi 90 a menos do que a meacutedia histoacuterica ocorrida no mesmo periacuteodo Isso fez com

que o niacutevel do rio Piracicaba que circunda a aacuterea experimental se reduzisse drasticamente e o

78

niacutevel de aacutegua do reservatoacuterio da fazenda experimental se esgotasse quase que por completo o

que acarretou na diminuiccedilatildeo das irrigaccedilotildees realizadas ao longo do ciclo Durante o primeiro

ciclo de avaliaccedilatildeo (agosto2013 a julho2014) ocorreram 5877 mm mal distribuiacutedos ao

longo do ciclo e concentrado na maior parte em periacuteodos isolados Esse valor anual descrito

representa uma quantidade 56 menor do que a meacutedia histoacuterica ocorrida no local e encontra-

se abaixo do limite miacutenimo na qual a produccedilatildeo eacute drasticamente afetada com valores anuais

inferiores a 600 mm ocorrendo principalmente em regiotildees de baixa umidade e que causa a

paralisaccedilatildeo do crescimento vegetativo (HENNING 1996) No segundo ciclo de avaliaccedilatildeo

ocorreu aumento do periacuteodo de chuvas com o valor anual (agosto2014 a julho2015) de

7150 mm bem distribuiacutedos ao longo de todo o ciclo

T maacutex ndash Temperatura maacutexima T min ndash Temperatura miacutenima UR - Umidade Relativa do ar PPT (mm) ndash

Precipitaccedilatildeo Eto Ac ndash Evapotranspiraccedilatildeo de referecircncia Acumulada (mm) Ppt Ac ndash Precipitaccedilatildeo Acumulada

(mm)

Figura 11 - Dados meteoroloacutegicos observados durante o primeiro e o segundo ciclo de avaliaccedilatildeo da cultura

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

Um

ida

de

rela

tiv

a (

)

Tem

per

atu

ra (

oC

)

T maacutex (degC) T min (degC) UR ()

1ordm Ciclo 2ordm Ciclo

0

10

20

30

40

50

60

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

Pre

cip

ita

ccedilatildeo

(m

m)

Lacirc

min

as

acu

mu

lad

as

(mm

)

Eto Ac Ppt Ac PPT (mm)

2ordm Ciclo1ordm Ciclo

79

A evapotranspiraccedilatildeo da cultura (ETc) apresentou para o terceiro e quarto ano de

cultivo do pinhatildeo-manso para as aacutereas manejadas com e sem irrigaccedilatildeo valores proacuteximos das

meacutedias encontradas por Lena (2013) para o primeiro ano de cultivo do pinhatildeo-manso nas duas

aacutereas em estudo A semelhanccedila dos valores de ETc para a fase de formaccedilatildeo da cultura no

campo no seu primeiro ano de cultivo com o terceiro e quarto ano de cultivo da planta se

deve ao caso da maior taxa de evaporaccedilatildeo do solo nos primeiros meses de cultivo jaacute que com

o baixo porte da planta e com o nuacutemero reduzido de folhas a sua taxa diaacuteria de transpiraccedilatildeo

foi considerada baixa Com o desenvolvimento vegetativo da planta no seu terceiro e quarto

ano de cultivo houve o aumento na taxa de transpiraccedilatildeo das plantas sendo superior nos

tratamentos irrigados devido ao maior porte das plantas e agrave incidecircncia foliar o que ocasionou

um maior sombreamento no solo diminuindo consequentemente a taxa evaporativa do solo

Everson Mengistu e Gush (2013) encontraram para plantas de pinhatildeo-manso na Aacutefrica do Sul

valores entre 3 a 4 mm dia-sup1 na evapotranspiraccedilatildeo diaacuteria das plantas durante o veratildeo

(dezembro-fevereiro) e com a queda natural das folhas no periacuteodo de inverno (maio-agosto)

o valor meacutedio diaacuterio foi insignificante sendo menor do que 1 mm dia-sup1

O pinhatildeo-manso possui metabolismo fotossinteacutetico intermediaacuterio C3-CAM (LUTTGE

2008) e sob estiacutemulo de falta de aacutegua salinidade fotoperiacuteodo ou termoperiacuteodo passam a

apresentar o comportamento CAM (LUTTGE KLUGE BAUER 1996) No caso deste

estudo quando o cultivo esteve em periacuteodos com altas temperaturas (gt 30ordmC) ou quando

sofreram grande restriccedilatildeo hiacutedrica no caso dos tratamentos sem irrigaccedilatildeo as plantas

possivelmente adotaram o metabolismo CAM economizando aacutegua e reduzindo a sua

acumulaccedilatildeo de mateacuteria seca (PIMENTEL 1998) Isto explica os baixos valores meacutedios de

ETc apresentados principalmente pelos tratamentos sem irrigaccedilatildeo nos periacuteodos de formaccedilatildeo

e emissatildeo de folhas antes do iniacutecio do periacuteodo caducifoacutelio

42 Irrigaccedilotildees realizadas

Na Figura 12 satildeo apresentadas as lacircminas aplicadas pelo sistema de irrigaccedilatildeo por pivocirc

central no terceiro ano de cultivo Problemas operacionais e de manutenccedilatildeo no sistema de

bombeamento nos meses de outubro de 2013 e janeiro de 2014 impossibilitaram a realizaccedilatildeo

da irrigaccedilatildeo na aacuterea Devido a reduccedilatildeo do niacutevel do reservatoacuterio ocasionado pelo baixo volume

precipitado no veratildeo de 2014 e associado ao final da produccedilatildeo de frutos e iniacutecio do periacuteodo de

senescecircncia das folhas a irrigaccedilatildeo a partir do mecircs de julho de 2014 foi cessada natildeo sendo

80

retomada no ciclo seguinte devido a seacuteria restriccedilatildeo hiacutedrica encontrada no reservatoacuterio No

total foram aplicados no primeiro ciclo de avaliccedilatildeo 7311 mm de lacircmina bruta de irrigaccedilatildeo o

que considerando o periacuteodo de pleno funcionamento da moto bomba aplicou-se uma meacutedia de

36 mm dia-1

Considerando a lacircmina total recebida (irrigaccedilatildeo + precipitaccedilatildeo) as aacutereas

cultivadas com irrigaccedilatildeo por pivocirc central e sem irrigaccedilatildeo receberam 13234 mm e 5877 mm

respectivamente Resultados semelhantes foram encontrados por Rao et al (2012) que

avaliaram o consumo hiacutedrico do pinhatildeo-manso no semiaacuterido indiano e encontraram para

plantas cultivadas sem nenhum estresse hiacutedrico uma variaccedilatildeo da evapotranspiraccedilatildeo da cultura

entre 1410 e 1538 mm por ano durante os anos de 2006 a 2009 e cultivado sob condiccedilotildees

naturais a ETc variou entre 614 e 930 mm

Figura 12 - Lacircminas de irrigaccedilatildeo aplicadas durante o primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo da cultura

43 Monitoramento da umidade do solo

Na Figura 13 satildeo apresentados a variaccedilatildeo de umidade do solo na aacuterea experimental

para as quatros doses de adubaccedilatildeo nitrogenada da aacuterea sem irrigaccedilatildeo em quatro diferentes

camadas ao longo do perfil do solo Ressalta-se que por apresentar apenas caracteriacutesticas de

monitoramento da umidade solo os valores apresentados foram coletados em um determinado

intervalo de tempo ao longo do segundo ciclo de avaliaccedilatildeo apenas como forma de

comparaccedilatildeo entre os tratamentos e o perfil de umidade do solo nos lisiacutemetros de cada aacuterea

onde na aacuterea irrigada o seu manejo foi adotado

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

set-13 out-13 nov-13 dez-13 jan-14 fev-14 mar-14 abr-14 mai-14 jun-14 jul-14

Lacircm

inas

ap

lica

das

(mm

)

81

Figura 13 - Variaccedilatildeo da umidade do solo ao longo do tempo nos tratamentos sem irrigaccedilatildeo

A umidade do solo presente na primeira camada do solo (0-020 m) apresentou as

maiores variaccedilotildees para todos os tratamentos monitorados tendo menores variaccedilotildees temporais

nas demais camadas do solo De acordo com Campos et al (1994) as alteraccedilotildees de umidade

do solo satildeo dinacircmicas e ocorrem em curto e longo periacuteodo de tempo sendo principalmente

na camada superficial do solo

A partir dos dados obtidos da caracterizaccedilatildeo inicial do solo feito por Flumignan

(2012) como capacidade de campo ponto de murchamento permanente e densidade do solo

representativa para a aacuterea sem irrigaccedilatildeo ao longo do perfil do solo foi calculado o

armazenamento de aacutegua no solo para os quatro tratamentos de adubaccedilatildeo e do lisiacutemetro de

pesagem localizados proacuteximos a aacuterea experimental (Figura 14) A partir dos dados

observados constata-se o maior consumo hiacutedrico e com isso os menores volumes de aacutegua

armazenados nos tratamentos sem restriccedilatildeo da adubaccedilatildeo nitrogenada com as doses de 150

de N (S1) e 100 de N (S2) seguido tambeacutem das plantas localizadas dentro dos lisiacutemetros

que foram tambeacutem adubadas com 100 da recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo para a cultura

25

30

35

40

45

50

Um

ida

de

vo

lum

eacutetri

ca (

)

S1 - 150N

0-20cm 20-40cm 40-60cm 60-80cm

25

30

35

40

45

50

S2 - 100N

0-20cm 20-40cm 40-60cm 60-80cm

25

30

35

40

45

50

Um

idad

e volu

meacutet

rica

(

)

S3 - 50N

0-20cm 20-40cm 40-60cm 60-80cm

25

30

35

40

45

50

S4 - 0N

0-20cm 20-40cm 40-60cm 60-80cm

82

Figura 14 - Armazenamento de aacutegua no solo na camada de 0-08 m para os quatro tratamentos de adubaccedilatildeo

nitrogenada e dentro do lisiacutemetro na aacuterea sem irrigaccedilatildeo utilizando a sonda de capacitacircncia Diviner

2000

A variaccedilatildeo da umidade volumeacutetrica do solo na aacuterea irrigada por pivocirc central nos

quatro tratamentos de adubaccedilatildeo aplicados em diferentes camadas do perfil do solo satildeo

apresentadas na Figura 15 Assim como nos tratamentos sem irrigaccedilatildeo os quatro tratamentos

adotados na aacuterea irrigada apresentaram o mesmo comportamento na variaccedilatildeo de umidade no

periacuteodo de avaliaccedilatildeo com a umidade na camada de 0-020 m apresentando as maiores

variaccedilotildees e as demais camadas com poucas variaccedilotildees ao longo do periacuteodo de monitoramento

Isso se deve ao fato dessa camada apresentar-se na superfiacutecie do solo e tendo o contato direto

da radiaccedilatildeo solar acaba favorecendo no processo de evaporaccedilatildeo da aacutegua nos primeiros

centiacutemetros de solo estando susceptiacutevel aos ciclos de umedecimento e secagem consequente

dos eventos de precipitaccedilatildeo e estiagem (CAMPOS et al 1994) A maior concentraccedilatildeo

radicular da cultura nos primeiros centiacutemetros do solo e as raiacutezes da vegetaccedilatildeo rasteira

contribuiacuteram na maior absorccedilatildeo radicular de aacutegua nesta camada favorecendo tambeacutem a sua

maior variabilidade de umidade do solo Aliado a esses fatores a baixa ascensatildeo capilar em

maiores profundidades nesse solo por apresentar lenccedilol freaacutetico profundo proporcionou uma

menor variaccedilatildeo de sua umidade nas camadas subsequentes

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

Arm

azen

amen

to d

e aacuteg

ua

no s

olo

(m

m)

S1 S2 S3 S4 Lisiacutemetro

83

Figura 15 - Variaccedilatildeo da umidade do solo ao longo do tempo nos tratamentos irrigados

O armazenamento de aacutegua no solo nos tratamentos irrigados diferente da aacuterea sem

irrigaccedilatildeo apresentou os menores valores para os perfis de solo situados dentro dos lisiacutemetros

seguidos em alguns momentos pelo tratamento P1 ou P2 e ao final pelo tratamento P3 O

armazenamento de aacutegua no solo ao longo de periacuteodo de monitoramento para os quatro

tratamentos de adubaccedilatildeo e do lisiacutemetro de pesagem localizados na aacuterea irrigada satildeo

apresentados na Figura 16

Figura 16 - Armazenamento de aacutegua no solo na camada de 0-08 m para os quatro tratamentos de adubaccedilatildeo

nitrogenada e dentro do lisiacutemetro na aacuterea irrigada utilizando a sonda de capacitacircncia Diviner 2000

20

25

30

35

40

45

50

Um

idad

e volu

meacutet

rica

(

)P1 - 150N

0-20cm 20-40cm 40-60cm 60-80cm

20

25

30

35

40

45

50

P2 - 100N

0-20cm 20-40cm 40-60cm 60-80cm

20

25

30

35

40

45

50

Um

idad

e volu

meacutet

rica

(

)

P3 - 50N

0-20cm 20-40cm 40-60cm 60-80cm

20

25

30

35

40

45

50

P4 - 0N

0-20cm 20-40cm 40-60cm 60-80cm

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

Arm

azen

amen

to d

e aacuteg

ua

no

so

lo (

mm

)

P1 P2 P3 P4 Lisiacutemetro

84

44 Produtividade da cultura

Ao longo do periacuteodo de colheita do terceiro ano de cultivo realizado de janeiro2014 a

junho2014 foram obtidos em meacutedia 158 kg de fruto por planta para toda a aacuterea

experimental Com exceccedilatildeo da relaccedilatildeo frutosemente todas as variaacuteveis apresentaram

diferenccedila significativa para o efeito da irrigaccedilatildeo e do aumento da dose de adubo nitrogenado

(Tabela 10) o que explica que o aumento da produccedilatildeo e da produtividade de frutos e

sementes se daacute pelo maior nuacutemero de frutos produzidos sendo o aumento da massa de

sementes proporcional Natildeo houve interaccedilatildeo entre o manejo hiacutedrico e as doses de N aplicadas

O tratamento P1 (150 N ndash Irrigado) foi o que apresentou a melhor resposta seguido do

tratamento P2 (100 N ndash Irrigado) Com relaccedilatildeo agraves doses de adubaccedilatildeo em todos os casos os

tratamentos com 0 de N (P4 e S4) apresentaram desempenho inferior diferindo

estatisticamente das demais doses aplicadas (Tabela 11)

Tabela 10 - Valores de F para produccedilatildeo de frutos (ProdF) e sementes (ProdS) em kg pl-1

relaccedilatildeo sementefruto

(RelSF) e produtividade de sementes (PS) em kg ha-1

Fonte de

Variaccedilatildeo

Ciclo 201314 Ciclo 201415

GL ProdF ProdS Rel SF PS ProdF ProdS Rel

SF PS

Blocos [I] 6 138

125

041ns

1246

268 157

ns 135

ns 158

ns

I 1 1512

1481

017ns

1478

428

365

054ns

365

N 3 307

319

345ns

319

307

241

080ns

242

I x N 3 083ns

094ns

194ns

094ns

106ns

047ns

113ns

048ns

Meacutedia geral 1188 0797 0668 6640 1499 0946 0632 8672

CV () 153 155 25 155 162 184 53 184

Niacuteveis de significacircncia 001ltPlt005 0001ltPlt001 Plt0001 ns - natildeo significativo I ndash Irrigaccedilatildeo N ndash

Doses de N GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo

Tabela 11 - Produtividade meacutedia das sementes de pinhatildeo-manso (kg ha-1

) em funccedilatildeo do manejo hiacutedrico e doses

de nitrogecircnio aplicado

Manejo

hiacutedrico

Doses de Nitrogecircnio

Meacutedias 150 100 50 0

Ciclo 201314

Irrigado 11078 9718 8730 5895 8855 A

Sequeiro 6018 4875 5258 1550 4425 B

Meacutedias 8548 a 7296 ab 6994 b 3723 c

Ciclo 201415

Irrigado 13088 11005 10110 7300 10376 A

Sequeiro 10750 7548 6465 3110 6968 B

Meacutedias 11919 a 9276 b 8288 b 5205 c

Meacutedias seguidas de mesma letra maiuacutesculas na coluna e minuacutesculas na linha natildeo diferem entre si pelo teste de

Tukey a 5 de probabilidade

85

Para a produtividade de sementes o modelo de regressatildeo linear obteve o melhor ajuste

para as duas condiccedilotildees da produtividade de sementes em funccedilatildeo das doses de N aplicadas nos

dois anos de avaliaccedilatildeo (Figura 17 e Figura 18) O uso da irrigaccedilatildeo duplicou a produtividade

de sementes no terceiro ano de cultivo apresentando tambeacutem uma oacutetima resposta com a

adubaccedilatildeo nitrogenada O quarto ano de cultivo (segundo ano de avaliaccedilatildeo) apresentou um

consideraacutevel acreacutescimo na produccedilatildeo de frutos e sementes no cultivo sem irrigaccedilatildeo com as

maiores doses de adubo nitrogenado onde o efeito da produccedilatildeo se mostrou acentuado com a

complementaccedilatildeo de aacutegua por irrigaccedilatildeo e com a correta adubaccedilatildeo nitrogenada quadruplicando

a sua produccedilatildeo em alguns casos quando se verificou o comportamento linear crescente no 4ordm

ano com acreacutescimo de 00035 Mg ha-1

e 00047 Mg ha-1

da produtividade de sementes para

cada kg de nitrogecircnio aplicado por hectare na aacuterea irrigada e sem irrigaccedilatildeo respectivamente

Por ser ainda uma planta em formaccedilatildeo eacute aceitaacutevel o fato da produtividade do terceiro ano de

cultivo da cultura ser inferior ao ano seguinte por receber uma menor dosagem na sua

adubaccedilatildeo de manutenccedilatildeo e por principalmente a cultura passar pelo processo de

estabelecimento nos seus primeiros anos jaacute que o seu pico de produccedilatildeo soacute eacute observado a

partir do seu quinto ano de cultivo (ARRUDA et al 2004)

Figura 17 - Produtividade de sementes do pinhatildeo-manso em funccedilatildeo das diferentes doses de adubo nitrogenado

aplicado no terceiro ano de cultivo

y = 00048x + 06377

Rsup2 = 09453 p-valor = 00099

y = 00038x + 0247

Rsup2 = 07245 p-valor = 00011

00

02

04

06

08

10

12

14

16

0 345 69 1035

Pro

du

tiv

ida

de

de

sem

ente

s (M

g h

a-1

)

Doses de N (kg ha-1 ano-1)

y = 2688x + 33292

Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007

Rsup2 = 08733 p-valor = 00012

0

100

200

300

400

500

600

700

800

0 345 69 1035

Pro

du

tiv

ida

de

de

oacutele

o (

kg

ha

-1)

Doses de N (kg ha-1 ano-1)

Irrigado Natildeo irrigado

Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)y = 2688x + 33292

Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007

Rsup2 = 08733 p-valor = 00012

0

100

200

300

400

500

600

700

800

0 345 69 1035

Pro

du

tivid

ad

e d

e oacutele

o (

kg h

a-1

)

Doses de N (kg ha-1 ano-1)

Irrigado Natildeo irrigado

Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)

y = 2688x + 33292

Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007

Rsup2 = 08733 p-valor = 00012

0

100

200

300

400

500

600

700

800

0 345 69 1035

Pro

du

tiv

ida

de

de

oacutele

o (

kg

ha

-1)

Doses de N (kg ha-1 ano-1)

Irrigado Natildeo irrigado

Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)y = 2688x + 33292

Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007

Rsup2 = 08733 p-valor = 00012

0

100

200

300

400

500

600

700

800

0 345 69 1035

Pro

du

tivid

ad

e d

e oacutele

o (

kg h

a-1

)

Doses de N (kg ha-1 ano-1)

Irrigado Natildeo irrigado

Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)

86

Figura 18 - Produtividade de sementes do pinhatildeo-manso em funccedilatildeo das diferentes doses de adubo nitrogenado

aplicado no quarto ano de cultivo

Patolia et al (2007) avaliaram o desenvolvimento do pinhatildeo-manso nos dois primeiros

anos agriacutecolas de cultivo (200405 e 200506) em funccedilatildeo da fertilizaccedilatildeo mineral de N e P e

notaram que apesar do aumento adicional da dosagem de N no primeiro ano cultivo natildeo foi

observado aumento significativo na produtividade diminuindo com a aplicaccedilatildeo da dosagem

de 60 kg ha-sup1 (N60) com relaccedilatildeo a dosagem de 45 kg ha

-sup1 (N45) Com isso as maiores

produtividades de sementes da cultura (356 e 4672 kg ha-1

) foram registradas com o uso de

N45 e N60 em 200405 e 200506 respectivamente A exigecircncia de uma menor quantidade

de N nos primeiros anos da cultura confirma as recomendaccedilotildees propostas por FACT (2010)

que estabelece doses crescentes dos nutrientes a partir do seu primeiro ano de cultivo no

campo ateacute o seu quarto ano de cultivo quando a cultura inicia o seu pico de produccedilatildeo

Os resultados apresentados nesse trabalho encontram-se abaixo do relatado na

literatura claacutessica sobre a cultura (HELLER 1996) entretanto por existir pouca informaccedilatildeo

sobre a cultura muitos autores estimaram a produtividade da cultura caso o seu provaacutevel

potencial fosse atingido (ARRUDA et al 2004 TEWARI 2009 FACT 2010) Em

contrapartida trabalhos mais recentes obtiveram produtividades semelhantes ou abaixo para

os primeiros anos de cultivo da cultura (KHEIRA ATTA 2009 KESAVA RAO et al 2012

TIKKOO YADAV KAUSHIK 2013)

O aumento da produtividade de frutos e sementes com a utilizaccedilatildeo da adubaccedilatildeo

nitrogenada comprova que essa cultura apesar de possuir caracteriacutesticas de adaptaccedilatildeo a

y = 00035x + 07638

Rsup2 = 09646 p-valor = 00015

y = 00047x + 0337

Rsup2 = 09674 p-valor lt00001

00

02

04

06

08

10

12

14

16

0 515 103 1545

Pro

du

tivid

ad

e d

e se

men

tes

(Mg h

a-1

)

Doses de N (kg ha-1 ano-1)

y = 2688x + 33292

Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007

Rsup2 = 08733 p-valor = 00012

0

100

200

300

400

500

600

700

800

0 345 69 1035

Pro

du

tiv

ida

de

de

oacutele

o (

kg

ha

-1)

Doses de N (kg ha-1 ano-1)

Irrigado Natildeo irrigado

Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)y = 2688x + 33292

Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007

Rsup2 = 08733 p-valor = 00012

0

100

200

300

400

500

600

700

800

0 345 69 1035

Pro

du

tiv

ida

de

de

oacutele

o (

kg

ha

-1)

Doses de N (kg ha-1 ano-1)

Irrigado Natildeo irrigado

Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)y = 2688x + 33292

Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007

Rsup2 = 08733 p-valor = 00012

0

100

200

300

400

500

600

700

800

0 345 69 1035

Pro

du

tiv

ida

de

de

oacutele

o (

kg

ha

-1)

Doses de N (kg ha-1 ano-1)

Irrigado Natildeo irrigado

Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)y = 2688x + 33292

Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007

Rsup2 = 08733 p-valor = 00012

0

100

200

300

400

500

600

700

800

0 345 69 1035

Pro

du

tivid

ad

e d

e oacutele

o (

kg h

a-1

)

Doses de N (kg ha-1 ano-1)

Irrigado Natildeo irrigado

Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)

87

condiccedilotildees adversas de clima e solo como a sua restriccedilatildeo de fertilidade pode obter ganhos

consideraacuteveis na sua produtividade quando o solo eacute corretamente suprido quanto agraves suas

exigecircncias nutricionais Mohapatra e Panda (2011) ao estudarem os efeitos de diferentes

dosagens e combinaccedilotildees da adubaccedilatildeo NPK na produccedilatildeo de pinhatildeo-manso de cinco anos de

cultivo no leste da Iacutendia encontraram para o tratamento que recebeu a maior dosagem de N

(60 g planta-sup1) aplicado via ureia a maior produtividade de sementes (42721 kg ha

-sup1) Yong

et al (2010) tambeacutem verificaram uma maior produtividade da cultura com aplicaccedilatildeo de

maiores doses de fertilizante nitrogenado tendo um aumento exponencial do nuacutemero de frutos

por planta com o aumento da dosagem de fertilizante tambeacutem foram obtidas melhorias nas

caracteriacutesticas fisioloacutegicas da planta como um maior teor de N foliar maior capacidade de

assimilaccedilatildeo maacutexima de CO2 e maior teor de clorofila total

A praacutetica da irrigaccedilatildeo garantiu para o primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo da cultura um

aumento de mais de 100 da produtividade de sementes em comparaccedilatildeo com o cultivo em

sequeiro Para o segundo ciclo de avaliaccedilatildeo a aacuterea com histoacuterico de irrigaccedilatildeo apresentou um

aumento crescente em relaccedilatildeo ciclo passado soacute que desta vez acompanhado com o aumento

do cultivo sem irrigaccedilatildeo ainda assim o aumento da produtividade na aacuterea com histoacuterico de

irrigaccedilatildeo apresentou-se com uma produtividade 489 maior do que o cultivo sem irrigaccedilatildeo

O uso da irrigaccedilatildeo complementar assim como neste estudo tem se apresentado essencial em

outros trabalhos para garantir o aumento da produtividade e a garantia da sobrevivecircncia da

cultura em alguns casos (KHEIRA ATTA 2009 BEHERA et al 2010 SILVA et al 2011

OLIVEIRA et al 2012 TIKKOO YADAV KAUSHIK 2013) Em uma aacuterea de baixada

irrigada com boa fertilidade Purcino e Drummond (1986) observaram que o pinhatildeo-manso

comeccedilou a produzir logo no segundo ano atingindo 2000 kg ha-1

de sementes Por outro lado

Drumond et al (2007) obtiveram produtividades variando de 330 kg ha-1

em condiccedilotildees de

sequeiro a 1200 kg ha-1

em aacuterea irrigada jaacute no primeiro ano de cultivo em Petrolina-PE

88

45 Produtividade da aacutegua

Na Figura 19 satildeo apresentados os valores de produtividade de aacutegua (PA) em

quilogramas de sementes produzidas para as aacutereas irrigada e sem irrigaccedilatildeo em funccedilatildeo das

diferentes doses de nitrogecircnio aplicada para o terceiro ano de cultivo do pinhatildeo-manso Para

este estudo foi calculada a produtividade de aacutegua apenas para o primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo

devido agrave ausecircncia de irrigaccedilatildeo no ciclo seguinte

Figura 19 - Produtividade de aacutegua para a cultura do pinhatildeo-manso para todos os tratamentos no terceiro ano de

cultivo

O tratamento S1 foi o que apresentou a melhor produtividade de aacutegua com 102 kg m-

sup3 seguido por S3 P1 e S2 Comparando a praacutetica da irrigaccedilatildeo os tratamentos irrigados natildeo

corresponderam proporcionalmente a uma maior produccedilatildeo pelo total de aacutegua aplicada na

cultura embora a PA natildeo tenha diferido entre os diferentes tipos de manejo hiacutedrico (Tabela

12) A produtividade meacutedia de aacutegua nos tratamentos irrigados foi de 067 kg m-sup3 enquanto

que nos tratamentos sem irrigaccedilatildeo foi de 076 kg m-sup3 valores estes superiores aos encontrados

por Sousa et al (2012) de 060 kg m-sup3 O efeito da adubaccedilatildeo nitrogenada mostrou-se

altamente significativo na PA (Tabela 12) o que confirma os resultados encontrados por

diversos autores em outras culturas agriacutecolas (NIELSEN HALVORSON 1991 MEDEIROS

DUBEUX JUNIOR 2008 CHAVES GHEYI RIBEIRO 2011) Assim como a

produtividade da cultura natildeo houve interaccedilatildeo entre o manejo hiacutedrico e as doses de N

aplicadas

P1

P2P3

P4

S1

S2S3

S4

00

02

04

06

08

10

12

150 N 100 N - S1 50 N 0 N

Pro

du

tiv

ida

de

de

aacuteg

ua

(k

g m

-sup3)

Irrigado (Pivocirc central) Natildeo irrigado (Sequeiro)

89

Tabela 12 ndash Anaacutelise de variacircncia para produtividade de aacutegua (PA) no terceiro ano de cultivo

Fonte de Variaccedilatildeo GL Quadrado meacutedio F Valor-p

Blocos [I] 6 00855 371 00141

I 1 00587 254 01281

N 3 05004 217 lt00001

I x N 3 00696 302 00569

Resiacuteduo 18 002305

Meacutedia geral 0715

CV () 212

I ndash Irrigaccedilatildeo N ndash Doses de N GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo

Com relaccedilatildeo aos tratamentos adubados constata-se que apenas os tratamentos sem

adubaccedilatildeo nitrogenada tiveram uma draacutestica reduccedilatildeo na produtividade de aacutegua

correspondendo com a sua baixa produtividade de sementes diferindo dos resultados

encontrados por Yang et al (2013) A Figura 20 apresenta o diagrama de dispersatildeo e a

equaccedilatildeo de regressatildeo da produtividade em funccedilatildeo das doses de nitrogecircnio aplicadas no solo

no terceiro ano de cultivo O modelo de regressatildeo linear foi o uacutenico que proporcionou ajuste

significativo para todos os componentes da equaccedilatildeo obtendo um coeficiente de determinaccedilatildeo

corrigido de 813 Sousa et al (2012) para o pinhatildeo-manso e Barros Juacutenior et al (2008) para

a cultura da mamoneira tambeacutem observaram um aumento linear para a PA nesses trabalhos

tais aumentos foram resultantes do incremento da disponibilidade de aacutegua no solo Pelo fato

do uso da irrigaccedilatildeo e da sua interaccedilatildeo com os tratamentos adubados natildeo ter dado efeito

significativo uma uacutenica equaccedilatildeo de ajuste da produtividade de aacutegua em funccedilatildeo das doses de

nitrogecircnio foi determinada

90

Figura 20 - Produtividade da aacutegua do pinhatildeo-manso em funccedilatildeo das diferentes doses de adubo nitrogenado

aplicado no terceiro ano de cultivo

A praacutetica da irrigaccedilatildeo apesar de ter gerado um aumento significativo na produtividade

de frutos e sementes de pinhatildeo-manso natildeo acarretou em uma variaccedilatildeo significativa na

produtividade de aacutegua para a cultura Estes resultados apresentam-se distintos quando

comparados com outros trabalhos da literatura nos quais a aplicaccedilatildeo da quantidade ideal de

aacutegua por irrigaccedilatildeo com o seu correto manejo para a cultura do pinhatildeo-manso permitiu trazer

diferentes resultados natildeo garantindo uma maior produtividade da aacutegua ou eficiecircncia no seu

uso Santana et al (2015) encontraram para as plantas de pinhatildeo-manso irrigadas com deacuteficit

hiacutedrico uma maior eficiecircncia do uso da aacutegua fotossinteacutetica com uma reduccedilatildeo de 27 no

consumo total de aacutegua entretanto as plantas com irrigaccedilatildeo plena (tratamento controle)

obtiveram uma maior eficiecircncia do uso da aacutegua na produccedilatildeo de biomassa devido ao efeito

negativo dos tratamentos irrigados com deacuteficit na produccedilatildeo de biomassa Kheira e Atta

(2009) avaliando a resposta do pinhatildeo-manso sob deacuteficit hiacutedrico no Egito encontraram

valores de PA de 021 044 031 e 041 kg m-sup3 para 125 100 75 e 50 da

Evapotranspiraccedilatildeo da cultura respectivamente apresentando um ajuste quadraacutetico assim

como foi encontrado por Deus et al (2012) Jaacute Sousa et al (2012) encontraram um aumento

na PA em plantas de pinhatildeo-manso que recebiam a menor lacircmina de irrigaccedilatildeo Estes mais

variados comportamentos da cultura com relaccedilatildeo a sua eficiecircncia do uso da aacutegua ou

produtividade de aacutegua como eacute mais comumente chamado nos dias atuais corroboram com os

relatos de Jongschaap et al (2007) de que o pinhatildeo-manso apesar de possuir caracteriacutesticas

de se desenvolver em regiotildees semiaacuteridas e aacuteridas tropicais sendo entatildeo considerada como

y = 000505x + 04537

Rsup2corr = 08129 p-valor = lt00001

00

02

04

06

08

10

12

14

16

0 345 69 1035

Pro

du

tiv

ida

de

de

aacuteg

ua

(k

g m

- sup3)

Doses de N (kg ha-1 ano-1)

91

uma cultura tolerante a escassez hiacutedrica ainda eacute pouco estudado no que se refere ao seu uso

da aacutegua e agrave sua eficiecircncia do uso da aacutegua

Com isso observa-se que a maior produtividade de sementes encontrada no

tratamento irrigado com a maior dose de nitrogecircnio aplicada natildeo corresponde agrave maior

produtividade de aacutegua que foi obtida no tratamento com a maior dose de nitrogecircnio aplicado

soacute que no tratamento sem irrigaccedilatildeo Comportamento semelhante foi encontrado por Yang et

al (2013) que estudaram os efeitos da adiccedilatildeo de nitrogecircnio e do uso da aacutegua no crescimento e

desenvolvimento do pinhatildeo-manso e encontraram que com o maior intervalo de irrigaccedilatildeo (12

dias) houve reduccedilatildeo significativa no crescimento liacutequido da planta na aacuterea foliar na massa

seca total e na capacidade de armazenamento da aacutegua Entretanto houve economia de aacutegua de

irrigaccedilatildeo de 21 quando comparado com intervalos menores (4 e 8 dias) Contudo os autores

relatam que os maiores intervalos de irrigaccedilatildeo aumentaram a eficiecircncia do uso da aacutegua na

irrigaccedilatildeo (EUAi) e a eficiecircncia do uso da aacutegua no cultivo (EUAet) Assim a combinaccedilatildeo ideal

foi o tratamento com intervalo de irrigaccedilatildeo de 12 dias com o uso de nitrogecircnio o qual pode

aumentar a eficiecircncia do uso da aacutegua que apresenta o mesmo o conceito da produtividade da

aacutegua com a diferenccedila de que a produtividade de aacutegua eacute o produto da integraccedilatildeo das taxas de

produccedilatildeo de mateacuteria seca e da transpiraccedilatildeo (ou evapotranspiraccedilatildeo) ao longo do tempo

(FRIZZONE 2014)

46 Anaacutelise de crescimento

Na Figura 21 eacute ilustrada a altura meacutedia da planta sob condiccedilatildeo irrigada e de sequeiro e

das doses de nitrogecircnio respectivamente nos periacuteodos de cultivo e nas eacutepocas de avaliaccedilatildeo

as cinco primeiras eacutepocas de avaliaccedilatildeo correspondem ao ciclo 201314 e as cinco uacuteltimas

avaliaccedilotildees ao ciclo 201415 Observa-se que a irrigaccedilatildeo influenciou muito pouco a altura da

planta sendo mais acentuado o efeito das diferentes doses de nitrogecircnio aplicadas Ao final de

cada ciclo produtivo as plantas apresentaram uma altura meacutedia de 265 m e 300 m para o

terceiro e quarto ano de cultivo respectivamente Verificou-se ainda um menor crescimento

entre o segundo e o terceiro periacuteodo e entre o seacutetimo e o oitavo periacuteodo de avaliaccedilatildeo eacutepocas

que coincidem com a fase produtiva da cultura corroborando com relatos de Larcher (2000)

Segundo esse autor paralisaccedilotildees no crescimento vegetativo das plantas em funccedilatildeo da

aceleraccedilatildeo do crescimento produtivo ocorrem pela canalizaccedilatildeo da energia e de materiais

destinados agrave floraccedilatildeo e agrave frutificaccedilatildeo que por sua vez originam-se no processo fotossinteacutetico

92

na incorporaccedilatildeo de substacircncias minerais e na mobilizaccedilatildeo de reservas para formaccedilatildeo e

enchimentos dos frutos Ao final da fase de maturaccedilatildeo dos frutos eacute iniciado o periacuteodo de

senescecircncia das folhas do pinhatildeo-manso o que gera um pequeno decreacutescimo no seu tamanho

evidenciado ao final de cada ciclo de avaliaccedilatildeo

(a) (b)

Figura 21 - Altura meacutedia do pinhatildeo-manso (m) em funccedilatildeo do uso ou natildeo da irrigaccedilatildeo complementar (a) e das

doses de nitrogecircnio (b) durante o terceiro e quarto ano de cultivo

Os resultados da anaacutelise univariada de perfil da variaacutevel altura de planta considerando

o esquema de parcela subdividida no tempo para o primeiro e segundo ciclo de avaliaccedilatildeo

indicam que existem diferenccedilas entre o tipo de manejo hiacutedrico as doses de N o tempo (Dias

apoacutes a poda de limpeza ndash DAP) e para todas as interaccedilotildees com exceccedilatildeo da interaccedilatildeo DAP x

irrigaccedilatildeo x doses de N para o primeiro ciclo (Tabela 13) e das interaccedilotildees irrigaccedilatildeo x doses de

N e DAP x irrigaccedilatildeo x doses de N para o segundo ciclo (Tabela 14) Observa-se que a

hipoacutetese de perfis coincidentes para os demais fatores foi rejeitada (plt005) pelo teste F

indicando que a altura do pinhatildeo-manso apresenta comportamento diferenciado conforme o

tipo de manejo hiacutedrico e a dose de N impostos

Tabela 13 ndash Anaacutelise univariada de perfil para altura de plantas durante o ciclo 201314

Causas da variaccedilatildeo GL Soma de quadrados Quadrado meacutedio Teste F Pr gt F

Modelo 63 1135799 0180286 2288 lt00001

Bloco (Irrigaccedilatildeo) 6 1207324 0201221 2553 lt00001

Doses N 3 1064012 03546706 4501 lt00001

Irrigaccedilatildeo 1 0255201 02552006 3238 lt00001

Irrigaccedilatildeo x Doses N 3 0065522 00218406 277 00457

Resiacuteduo a 18 0484241 00269023 341 lt00001

DAP 4 7780440 19451100 24683 lt00001

DAP x Irrigaccedilatildeo 4 0103565 00258913 329 00143

DAP x Doses N 12 0371960 00309967 393 lt00001

DAP x Irrigaccedilatildeo x Doses N 12 0025725 00021438 027 09923

Resiacuteduo b 96 075651 000788

Total corrigido 159 12114499

Rsup2 = 09376 CV = 369 Meacutedia da Altura de planta (m) = 241

DAP ndash Dias apoacutes poda de limpeza GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo

15

20

25

30

35

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Alt

ura

da p

lan

ta (

m)

Eacutepoca de avaliaccedilatildeo

Pivocirc central Sequeiro

Fator de variaccedilatildeo manejo hiacutedrico

15

20

25

30

35

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Alt

ura

da

pla

nta

(m

)

Eacutepoca de avaliaccedilatildeo

150 N 100 N 50 N 0 N

Fator de variaccedilatildeo doses de nitrogecircnio

93

Tabela 14 ndash Anaacutelise univariada de perfil para altura de plantas durante o ciclo 201415

Causas da variaccedilatildeo GL Soma de quadrados Quadrado meacutedio Teste F Pr gt F

Modelo 63 1313087 02084265 1754 lt00001

Bloco (Irrigaccedilatildeo) 6 1000679 01667798 1404 lt00001

Doses N 3 4204642 14015473 11797 lt00001

Irrigaccedilatildeo 1 1287016 12870156 10833 lt00001

Irrigaccedilatildeo x Doses N 3 00056569 00018856 016 09238

Resiacuteduo a 18 03705663 0020587 173 00463

DAP 4 5476071 13690178 11523 lt00001

DAP x Irrigaccedilatildeo 4 02311438 00577859 486 00013

DAP x Doses N 12 04533988 00377832 318 00007

DAP x Irrigaccedilatildeo x Doses N 12 01016963 00084747 071 07351

Resiacuteduo b 96 114053 00118805

Total corrigido 159 14271399

Rsup2 = 09201 CV = 384 Meacutedia da Altura de planta (m) = 284

DAP ndash Dias apoacutes poda de limpeza GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo

Conforme esperado pode-se observar nas anaacutelises univariadas de perfil para a altura

de plantas que nos dois anos de cultivo houve rejeiccedilatildeo pelo teste F (plt00001) da hipoacutetese de

perfis horizontais que testa o efeito do tempo indicando que agrave medida que o tempo progride

haacute variaccedilatildeo da altura do pinhatildeo-manso De forma semelhante a hipoacutetese de perfis paralelos

tambeacutem foi rejeitada (plt005) indicando que as interaccedilotildees DAP x irrigaccedilatildeo e DAP x Doses N

atuam de forma dependente no crescimento em altura do pinhatildeo-manso

As anaacutelises do teste de esfericidade de Mauchly para a variaacutevel altura das plantas para

os dois anos de cultivo satildeo apresentadas na Tabela 15 De acordo com os resultados

apresentados para cada teste a condiccedilatildeo de esfericidade foi satisfeita para o ciclo 201314 e

rejeitada para o ciclo 201415 o que indica que para o primeiro ano de avaliaccedilatildeo a matriz de

variacircncias e covariacircncias apresenta uma forma chamada HUYNH-FELDT (H-F) e desta

forma o procedimento para a anaacutelise univariada de perfis pode ser utilizado O segundo ano

de avaliaccedilatildeo por sua vez por natildeo satisfazer essa condiccedilatildeo para altura das plantas indica que o

teste univariado natildeo deve ser utilizado procedendo-se neste caso a anaacutelise multivariada de

perfis

Tabela 15 ndash Teste de esfericidade de Mauchly para altura de plantas para os dois ciclos de avaliaccedilatildeo

Ciclo de

avaliaccedilatildeo

Grau de

liberdade de F

Criteacuterio de

Mauchly (W)

Estatiacutestica Qui-

Quadrado Xsup2 valor-p

Estatiacutestica

utilizada

201314 9 043237 13765 01309 Univariada

201415 9 031697 22309 00079 Multivariada

94

Avaliando o crescimento em altura ao longo do tempo da Leucaena leucocephala

(Lam) de Wit Souza et al (2008) verificaram rejeiccedilatildeo da condiccedilatildeo de esfericidade pelo teste

de esfericidade de Mauchly fato este tambeacutem observado por Rabello Thiebault e

Vasconcelos Junior (2015) para altura de plantas de feijatildeo-vagem Por outro lado trabalhando

com dados longitudinais em experimentaccedilatildeo animal Cestari Costa e Minho (2012)

observaram que a condiccedilatildeo de esfericidade natildeo foi violada pelo teste de Mauchly Neste caso

o teste univariado poderia ser utilizado pois a matriz de variacircncias e covariacircncias

apresentavam variacircncias comuns e covariacircncias nulas

Por meio dos testes multivariados para altura de plantas no segundo ano de avaliaccedilatildeo

a hipoacutetese de coincidecircncia dos perfis meacutedios (efeito entre indiviacuteduos) foi rejeitada para as

doses de N e para o uso de irrigaccedilatildeo complementar indicando que as distacircncias meacutedias entre

cada um desses grupos satildeo diferentes (Tabela 16) Nas anaacutelises intra indiviacuteduos o teste para o

fator DAP (dias apoacutes a poda de limpeza) testou a hipoacutetese de perfis horizontais (constantes)

Esta hipoacutetese foi rejeitada o que indica que existem diferenccedilas verticais entre as curvas que

descrevem as alturas meacutedias das plantas ao longo do tempo O teste para as interaccedilotildees DAP x

I e DAP x N testou a hipoacutetese de perfis paralelos que foi rejeitada para a interaccedilatildeo DAP x I e

satisfeita para DAP x N para o teste estatiacutestico Traccedilo de Pillai embora ela tenha sido rejeitada

para os demais testes Com isso conclui-se a partir desses resultados que o crescimento em

altura para a interaccedilatildeo DAP x I eacute diferenciado pelo tratamento aplicado

Tabela 16 ndash Resultados dos testes multivariados para os fatores entre e intra indiviacuteduos para a variaacutevel altura no

segundo ciclo de avaliaccedilatildeo

Efeito Causa da variaccedilatildeo GL Teste F Valor p

Entre indiviacuteduos

Blocos (I) 6 730 00016

I 1 4027 lt 00001

N 3 4385 lt 00001

I x N 3 006 09807

Intra indiviacuteduos

DAP 4 34334 lt00001

DAP x Bloco (I) 12 277 00046

DAP x I 4 376 00216

DAP x N 12 169 00907

DAP x I x N 12 075 07021

DAP ndash Dias apoacutes poda de limpeza GL= graus de liberdade I ndash Irrigaccedilatildeo N ndash Doses de N

De acordo com o exposto os perfis meacutedios de resposta da altura das plantas (m) em

funccedilatildeo das quatro doses de adubo nitrogenado e das duas condiccedilotildees de manejo hiacutedrico nos

dois anos de cultivo pode ser representado graficamente conforme a Figura 22

95

Figura 22 ndash Perfis meacutedios da altura das plantas de pinhatildeo-manso para os dois anos de avaliaccedilatildeo

Com a exceccedilatildeo do primeiro periacuteodo de avaliaccedilatildeo em que os tratamentos foram receacutem

aplicados natildeo havendo portanto efeito sobre as plantas observou-se efeito significativo dos

tratamentos em praticamente todos os periacuteodos de avaliaccedilatildeo no primeiro ciclo ocorrendo

efeito significativo das doses de nitrogecircnio sobre a expressatildeo fenotiacutepica de altura meacutedia

(Figura 23) Esses resultados concordam com os encontrados por Albuquerque et al (2009b)

Oliveira e Beltratildeo (2010) e Yang et al (2013) O modelo polinomial de regressatildeo linear foi o

que apresentou o melhor ajuste para a altura de plantas em funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda de

limpeza (DAP) para todos os tratamentos apesar da reduccedilatildeo do crescimento meacutedio diaacuterio na

eacutepoca do inverno (Tabela 17) Para o segundo ano de avaliaccedilatildeo o uso da irrigaccedilatildeo mostrou

um efeito superior com relaccedilatildeo aos tratamentos natildeo irrigados em praticamente todo o periacuteodo

de avaliaccedilatildeo (Figura 24) e assim como para as doses de N de maior valor tiveram a regressatildeo

linear como melhor ajuste para a altura das plantas (Tabela 17) onde expressou-se o aumento

da altura das plantas no pico da produccedilatildeo natildeo ocorrendo o seu decreacutescimo no termino do seu

ciclo com o iniacutecio do periacuteodo do inverno Os demais tratamentos com deacuteficit (natildeo irrigado e

com as doses de 50 e 0 de N) tiveram o modelo de regressatildeo quadraacutetico como o melhor

ajuste para altura de plantas (Tabela 17) Na Tabela 18 satildeo apresentados as equaccedilotildees de ajuste

seguidos do coeficiente de determinaccedilatildeo corrigido (Rsup2corr) e do valor p para cada tratamento

nos dois anos de avaliaccedilatildeo

18

20

22

24

26

28

45 110 180 230 280

Alt

ura

da

pla

nta

(m

)

DAP

Ciclo 201314

150 N 100 N

50 N 0 N

22

24

26

28

30

32

34

45 90 130 190 260

Alt

ura

da p

lan

ta (

m)

DAP

Ciclo 201415

150 N 100 N

50 N 0 N

18

20

22

24

26

28

45 110 180 230 280

Alt

ura

da

pla

nta

(m

)

DAP

Ciclo 201314

Irrigado Natildeo irrigado

22

24

26

28

30

32

34

45 90 130 190 260

Alt

ura

da

pla

nta

(m

)

DAP

Ciclo 201415

Irrigado Natildeo irrigado

96

Tabela 17 ndash Anaacutelise de regresssatildeo para altura de plantas em funccedilatildeo do dia apoacutes a poda (DAP) para todos os

tratamentos nos dois anos de avaliaccedilatildeo

Modelo

Ciclo 201314

Irrigado Natildeo irrigado 150 N

F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC

Linear 1292 -26881 -26671 1423

-30348 -30140 787

-14210 -13985

Quadraacutetico 652ns

-26791 -26569 732ns

-30381 -30151 405ns

-14161 -13900

Modelo 100 N 50 N 0 N

F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC

Linear 1065 -14820 -14608 1324

-16041 -15808 427

-15645 -15416

Quadraacutetico 564ns

-14908 -14646 645ns

-15842 -15593 220ns

-15563 -15301

Modelo

Ciclo 201415

Irrigado Natildeo irrigado 150 N

F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC

Linear 505 -22525 -22358 243

-23220 -23050 459

-12768 -12632

Quadraacutetico 260ns

-22898 -22705 153 -23872 -23652 232

ns -13055 -12878

Modelo 100 N 50 N 0 N

F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC

Linear 311 -12585 -12439 257

-13791 -13635 118

-12617 -12430

Quadraacutetico 164ns

-12914 -12715 155 -14286 -14048 81

-12941 -12680

Niacuteveis de significacircncia Plt005 ns - natildeo significativo F ndash Teste F

(a) (b)

Figura 23 - Linhas de tendecircncia para altura de plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda (DAP)

para as diferentes doses de N aplicada (a) e do manejo hiacutedrico adotado (b) para o ciclo 201314

(a) (b)

Figura 24 ndash Linhas de tendecircncia para altura de plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda (DAP)

para as diferentes doses de N aplicada (a) e do manejo hiacutedrico adotado (b) para o ciclo 201415

18

2

22

24

26

28

3

0 50 100 150 200 250 300 350

Alt

ura

da p

lan

ta (

m)

DAP

150 N 100 N

50 N 0 N

18

2

22

24

26

28

3

0 50 100 150 200 250 300 350

Alt

ura

da p

lan

ta (

m)

DAP

Irrigado Natildeo irrigado

22

24

26

28

3

32

34

0 50 100 150 200 250 300

Alt

ura

da

pla

nta

(m

)

DAP

150 N 100 N

50 N 0 N

22

24

26

28

3

32

34

0 50 100 150 200 250 300

Alt

ura

da

pla

nta

(m

)

DAP

Irrigado Natildeo irrigado

97

Tabela 18 - Equaccedilotildees de ajuste para altura de plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda (DAP)

para as diferentes doses de N aplicada e do manejo hiacutedrico adotado para os dois ciclos de avaliaccedilatildeo

Tratamentos Equaccedilatildeo Altura (m) = f (DAP)

Rsup2corr Valor p Ciclo 201314

Irrigado 261x10-3

DAP + 196605 09697 lt00001

Natildeo Irrigado 22 x10-3

DAP +196074 09276 lt00001

150 N 258 x10-3

DAP + 198839 09710 lt00001

100 N 278x10-sup3 DAP + 196031 09326 lt00001

50 N 266x10-3

DAP + 192732 09698 lt00001

0 N 159x10-3

DAP + 197756 08960 lt00001

Tratamentos Ciclo 201415 Rsup2corr Valor p

Irrigado 254 x10-3

DAP + 256891 06737 lt00001

Natildeo Irrigado -1174 x10-5

DAPsup2 + 00053 DAP + 23023 07572 lt00001

150 N 281 x10-3

DAP + 256395 08370 lt00001

100 N 236 x10-3

DAP + 263288 07278 lt00001

50 N -1041 x10-5

DAPsup2 + 000505 DAP + 241365 08040 lt00001

0 N -122x10-5

DAPsup2 + 000521 DAP + 214707 06583 00012

O diacircmetro de copa para os diferentes tratamentos eacute apresentado na Figura 25 sob

condiccedilatildeo irrigada e de sequeiro (a) e para as doses de nitrogecircnio (b) respectivamente

Observou-se um comportamento semelhante ao paracircmetro altura no que se refere agrave curva de

crescimento Assim como na altura meacutedia da planta os tratamentos sem irrigaccedilatildeo e sem a

aplicaccedilatildeo de nitrogecircnio mostraram o menor crescimento no diacircmetro de copa quando

comparado aos demais tratamentos Em resumo independente do uso da irrigaccedilatildeo e das doses

de adubo nitrogenado o crescimento do diacircmetro meacutedio de copa seguiu o mesmo padratildeo para

todos os tratamentos tendo grande aumento da primeira para a segunda avaliaccedilatildeo e

aumentando com o tempo em uma taxa relativamente constante ao longo do ciclo ateacute a

penuacuteltima avaliaccedilatildeo quando o diacircmetro meacutedio de copa teve uma pequena queda devido ao

iniacutecio do periacuteodo de senescecircncia foliar

Na primeira avaliaccedilatildeo realizada o diacircmetro meacutedio geral foi de 154 m e ao final de

cada ciclo produtivo as plantas obtiveram um diacircmetro meacutedio de copa de 274 m e 322 m

para o terceiro e quarto de ano cultivo respectivamente assemelhando-se aos resultados

apresentados por Muumlller et al (2014) e superiores aos resultados de Torres et al (2011)

A variaccedilatildeo do diacircmetro de copa das plantas ocorreu principalmente em funccedilatildeo do

estaacutedio de desenvolvimento e da poda de manutenccedilatildeo e limpeza realizada sempre ao final de

cada ciclo de cultivo Ao longo do terceiro ano de cultivo o diacircmetro de copa das plantas de

98

pinhatildeo-manso tiveram uma taxa de crescimento acentuado ateacute marccedilo de 2014 tendo um

crescimento meacutedio diaacuterio de 061 063 059 e 045 cm dia-1

nas doses de 150 100 50 e

0 de nitrogecircnio respectivamente Com relaccedilatildeo ao tipo de manejo hiacutedrico adotado os

tratamentos irrigados e sem irrigaccedilatildeo apresentaram a mesma taxa de crescimento de 057 cm

dia-1

mesmo assim houve diferenccedila significativa da irrigaccedilatildeo nos dois ciclos de avaliaccedilatildeo o

que leva a concluir que o pinhatildeo-manso tambeacutem eacute exigente em aacutegua e quando suprido com as

suas necessidades hiacutedricas pode se desenvolver satisfatoriamente (FARIA et al 2011

OLIVEIRA et al 2012)

No quarto ano de cultivo os tratamentos com menores doses de nitrogecircnio aplicado

apresentaram as maiores taxas de crescimento diaacuterio sendo observada no tratamento com 0

de N (056 cm dia-1

) seguido do tratamento com 100 de N (054 cm dia-1

) 50 de N (051

cm dia-1

) e 150 de N (035 cm dia-1

) Diferente do terceiro ano os tratamentos com histoacuterico

de irrigaccedilatildeo apresentaram menor taxa de crescimento diaacuterio (044 cm dia-1

) em comparaccedilatildeo

com o valor meacutedio dos tratamentos na aacuterea sem irrigaccedilatildeo (053 cm dia-1

) Isso pode ser

explicado devido ao alto crescimento do diacircmetro no terceiro ano dos tratamentos irrigados e

com maiores doses de nitrogecircnio o que diminuiu a aacuterea de crescimento das plantas que no

final do quarto ano se encontravam com os ramos proacuteximos das plantas vizinhas mesmo com

a praacutetica da poda de manutenccedilatildeo e limpeza feito no final do terceiro ano Aleacutem disso o fato

da suspensatildeo da irrigaccedilatildeo no quarto ano de cultivo para a aacuterea irrigada eacute um fator que deve ser

considerado

(a) (b)

Figura 25 - Diacircmetro meacutedio de copa do pinhatildeo-manso (m) em funccedilatildeo do uso ou natildeo da irrigaccedilatildeo complementar

(a) e das doses de nitrogecircnio (b) durante o terceiro e quarto ano de cultivo

Por meio da anaacutelise univariada de perfil foi verificado que para os dois ciclos de

avaliaccedilatildeo o diacircmetro de copa apresentou diferenccedilas entre o tipo de manejo hiacutedrico utilizado

as doses de N e as eacutepocas de leitura realizadas (DAP) Para o ciclo 201314 a hipoacutetese de

10

15

20

25

30

35

40

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Diacirc

met

ro d

a c

op

a (

m)

Eacutepoca de avaliaccedilatildeo

Pivocirc central Sequeiro

Fator de variaccedilatildeo manejo hiacutedrico

10

15

20

25

30

35

40

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Eacutepoca de avaliaccedilatildeo

150 N 100 N 50 N 0 N

Fator de variaccedilatildeo doses de nitrogecircnio

99

perfis coincidentes foi satisfatoacuteria para as interaccedilotildees Irrigaccedilatildeo x Doses de N e DAP x

Irrigaccedilatildeo (Tabela 19) enquanto que para ciclo 201415 a interaccedilatildeo DAP x Doses de N obteve

essa condiccedilatildeo (Tabela 20) A interaccedilatildeo tripla DAP x Irrigaccedilatildeo x Doses N tambeacutem apresentou

condiccedilatildeo satisfatoacuteria para a hipoacutetese de perfis coincidentes sendo verificado para os dois anos

de cultivo Para os demais fatores a hipoacutetese de perfis coincidentes foi rejeitada (plt005) pelo

teste F o que indica nesses casos que o diacircmetro de copa do pinhatildeo-manso apresenta

comportamento diferenciado conforme o tipo de manejo hiacutedrico e a dose de N considerada

podendo haver interaccedilatildeo ao longo do tempo para um ou mais fatores

Tabela 19 ndash Anaacutelise univariada de perfis para diacircmetro de copa durante o ciclo 201314

Causas da variaccedilatildeo GL Soma de quadrados Quadrado meacutedio Teste F Pr gt F

Modelo 63 453052 071913 4968 lt00001

Bloco (Irrigaccedilatildeo) 6 1538018 0256336 1771 lt00001

Doses N 3 1121413 0373804 2582 lt00001

Irrigaccedilatildeo 1 139876 139876 9663 lt00001

Irrigaccedilatildeo x Doses N 3 0118585 0039528 273 00481

Resiacuteduo a 18 0829183 0046066 318 00001

DAP 4 3949819 9874546 68218 lt00001

DAP x Irrigaccedilatildeo 4 0063678 0015919 110 03612

DAP x Doses N 12 058035 0048363 334 00004

DAP x Irrigaccedilatildeo x Doses N 12 0157028 0013086 090 05459

Resiacuteduo b 96 13896 0014475

Total corrigido 159 466948

Rsup2 = 09702 CV = 477 Meacutedia do diacircmetro de copa (m) = 252

DAP ndash Dias apoacutes poda de limpeza GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo

Tabela 20 ndash Anaacutelise univariada de perfis para diacircmetro de copa durante o ciclo 201415

Causas da variaccedilatildeo GL Soma de quadrados Quadrado meacutedio Teste F Pr gt F

Modelo 63 2466208 0391462 2944 lt00001

Bloco (Irrigaccedilatildeo) 6 0542885 0090481 680 lt00001

Doses N 3 3145428 1048476 7884 lt00001

Irrigaccedilatildeo 1 1802003 1802003 13551 lt00001

Irrigaccedilatildeo x Doses N 3 0087148 0029049 218 00948

Resiacuteduo a 18 0830395 0046133 347 lt00001

DAP 4 1733346 4333365 32586 lt00001

DAP x Irrigaccedilatildeo 4 0434685 0108671 817 lt00001

DAP x Doses N 12 028251 0023543 177 00641

DAP x Irrigaccedilatildeo x Doses N 12 0203565 0016964 128 02455

Resiacuteduo b 96 127662 0013298

Total corrigido 159 259387

Rsup2 = 09508 CV = 368 Meacutedia do diacircmetro de copa (m) = 313

DAP ndash Dias apoacutes poda de limpeza GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo

Para o diacircmetro de copa pode-se observar pelas anaacutelises univariadas de perfil que nos

dois ciclos de avaliaccedilatildeo houve rejeiccedilatildeo pelo teste F (plt00001) da hipoacutetese de perfis

horizontais indicando que agrave medida que o tempo progride haacute variaccedilatildeo no diacircmetro de copa

do pinhatildeo-manso A hipoacutetese de perfis paralelos por sua vez foi rejeitada (plt005) para a

100

interaccedilatildeo DAP x Doses N e satisfeita para a interaccedilatildeo DAP x irrigaccedilatildeo para o ciclo 201314

enquanto que no ciclo seguinte tais interaccedilotildees ocorreram de forma oposta

Da mesma forma que ocorreu para altura de plantas o teste de esfericidade de

Mauchly para a variaacutevel diacircmetro de copa apresentou condiccedilatildeo de esfericidade satisfatoacuteria

para o ciclo 201314 e foi rejeitada para o ciclo 201415 (Tabela 21) Com isso sugere-se o

uso da anaacutelise univariada de perfis com parcelas subdividas no tempo para o primeiro ciclo

avaliaccedilatildeo e a anaacutelise multivariada de perfis para o ciclo 201415

Tabela 21 ndash Teste de esfericidade de Mauchly para diacircmetro de copa para os dois ciclos de avaliaccedilatildeo

Ciclo de

avaliaccedilatildeo

Grau de

liberdade de F

Criteacuterio de

Mauchly (W)

Estatiacutestica Qui-

Quadrado Xsup2 Valor p

Estatiacutestica

utilizada

201314 9 053605 10236 03317 Univariada

201415 9 039956 17255 00449 Multivariada

O diacircmetro meacutedio de copa das plantas de pinhatildeo-manso apresentaram por meio dos

testes multivariados a hipoacutetese de coincidecircncia dos perfis meacutedios (efeito entre indiviacuteduos)

rejeitada para as doses de N e para o uso de irrigaccedilatildeo complementar no segundo ano de

avaliaccedilatildeo indicando que as distacircncias meacutedias entre cada um desses grupos satildeo diferentes

(Tabela 22) A hipoacutetese de perfis horizontais (constantes) nas anaacutelises intra indiviacuteduos para o

fator DAP foi rejeitada indicando que existem diferenccedilas verticais entre as curvas que

descrevem os diacircmetros meacutedios de copa das plantas ao longo do tempo O teste para a

hipoacutetese de perfis paralelos foi rejeitada para as interaccedilotildees DAP x I e DAP x N o que define

que o crescimento do diacircmetro de copa do pinhatildeo-manso no segundo ano de avaliaccedilatildeo eacute

diferenciado de acordo com o tratamento aplicado

Tabela 22 ndash Resultados dos testes multivariados para os fatores entre e intra indiviacuteduos para a variaacutevel diacircmetro

de copa no segundo ciclo de avaliaccedilatildeo

Efeito Causa da variaccedilatildeo GL Teste F Valor p

Entre indiviacuteduos

Blocos (I) 6 196 01253

I 1 3906 lt 00001

N 3 2273 lt 00001

I x N 3 063 06053

Intra indiviacuteduos

DAP 4 35616 lt00001

DAP x Bloco (I) 24 213 00075

DAP x I 4 689 00023

DAP x N 12 257 00097

DAP x I x N 12 162 01161

DAP ndash Dias apoacutes poda de limpeza GL= graus de liberdade I ndash Irrigaccedilatildeo N ndash Doses de N

101

Os perfis meacutedios de resposta em funccedilatildeo do diacircmetro de copa do pinhatildeo-manso (m)

para as quatro doses de adubo nitrogenado e as duas condiccedilotildees de manejo hiacutedrico nos dois

anos de cultivo eacute apresentado na Figura 26

Figura 26 ndash Perfis meacutedios do diacircmetro de copa das plantas de pinhatildeo-manso para os dois anos de avaliaccedilatildeo

Para o diacircmetro meacutedio de copa observou-se efeito positivo dos tratamentos aplicados

em grande parte das medidas de avaliaccedilatildeo no terceiro (Figura 27) e no quarto ano de cultivo

(Figura 28) Durante os dois ciclos houve um efeito positivo do uso da irrigaccedilatildeo sobre a

expressatildeo fenotiacutepica do diacircmetro de copa sendo observado um acreacutescimo do diacircmetro nas

trecircs primeiras avaliaccedilotildees decrescendo ao final do ciclo Esses resultados corroboram com os

encontrados por Albuquerque et al (2009a) que analisando o crescimento inicial do pinhatildeo-

manso em condiccedilotildees de sequeiro no semiaacuterido nordestino verificaram um raacutepido crescimento

da cultura no periacuteodo chuvoso no entanto na eacutepoca seca do ano ocorreu uma draacutestica

reduccedilatildeo na sua taxa de crescimento O modelo de regressatildeo quadraacutetico foi o que apresentou o

melhor ajuste para o diacircmetro de copa das plantas em funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda de limpeza

(DAP) para os diferentes tipos de manejo hiacutedrico e doses de N para os dois ciclos de

avaliaccedilatildeo (Tabela 23) Com isso nos dois ciclos avaliados se expressou o aumento do

diacircmetro de copa no pico da produccedilatildeo decrescendo no termino do seu ciclo com o iniacutecio do

inverno A reduccedilatildeo do diacircmetro meacutedio de copa nas uacuteltimas coletas de cada ciclo corrobora

14

16

18

20

22

24

26

28

30

32

45 110 180 230 280

Diacirc

met

ro d

e co

pa

(m

)

DAP

Ciclo 201314

150 N 100 N

50 N 0 N

22

24

26

28

30

32

34

36

38

45 90 130 190 260

Diacirc

met

ro d

e co

pa

(m

)

DAP

Ciclo 201415

150 N 100 N

50 N 0 N

14

16

18

20

22

24

26

28

30

32

45 110 180 230 280

Diacirc

met

ro d

e co

pa

(m

)

DAP

Ciclo 201314

Irrigado Natildeo irrigado

20

22

24

26

28

30

32

34

36

38

45 90 130 190 260

Diacirc

met

ro d

e co

pa

(m

)

DAP

Ciclo 201415

Irrigado Natildeo irrigado

102

com a afirmaccedilatildeo de Santos et al (2010) de que o diacircmetro da copa do pinhatildeo-manso sofre

intensa reduccedilatildeo durante a estaccedilatildeo de inverno com a queda das folhas mas que essas

ressurgem vigorosamente apoacutes o iniacutecio das chuvas As equaccedilotildees de ajuste seguidas do

coeficiente de determinaccedilatildeo corrigidos (Rsup2corr) e do valor p para cada tratamento nos dois anos

de avaliaccedilatildeo para diacircmetro de copa satildeo apresentadas na Tabela 24

(a) (b)

Figura 27 - Linhas de tendecircncia para diacircmetro meacutedio de copa das plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias

apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a) e do manejo hiacutedrico adotado (b) para o

ciclo 201314

Tabela 23 - Anaacutelise de regresssatildeo para diacircmetro de copa em funccedilatildeo do dia apoacutes a poda (DAP) para todos os

tratamentos nos dois anos de avaliaccedilatildeo

Modelo

Ciclo 201314

Irrigado Natildeo irrigado 150 N

F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC

Linear 890 -1533 -1545 1272

-1791 -1808 503

-740 -753

Quadraacutetico 1571 -2205 -2190 2697

-2661 -2644 956

-1110 -1090

Modelo 100 N 50 N 0 N

F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC

Linear 809 -888 -905 530

-808 -820 316

-819 -831

Quadraacutetico 1750 -1351 -1329 873

-1136 -1120 683

-1175 -1156

Modelo

Ciclo 201415

Irrigado Natildeo irrigado 150 N

F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC

Linear 207 -1892 -1902 374

-1607 -1618 120

-841 -857

Quadraacutetico 673 -2493 -2479 850

-2206 -2193 414

-1181 -1175

Modelo 100 N 50 N 0 N

F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC

Linear 118 -858 -879 218

-952 -958 161

-851 -856

Quadraacutetico 566 -1290 -1285 379

-1196 -1181 374

-1131 -1107

Niacuteveis de significacircncia Plt005 ns - natildeo significativo F ndash Teste F

1

15

2

25

3

35

0 50 100 150 200 250 300 350

Diacirc

met

ro d

e co

pa (

m)

DAP

150 N 100 N

50 N 0 N

1

15

2

25

3

35

0 50 100 150 200 250 300 350

Diacirc

met

ro d

e co

pa (

m)

DAP

Irrigado Natildeo irrigado

103

(a) (b)

Figura 28 - Linhas de tendecircncia para diacircmetro meacutedio de copa das plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias

apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a) e do manejo hiacutedrico adotado (b) para o

ciclo 201314

O uso de anaacutelise de medidas repetidas no tempo fazendo uso de anaacutelises uni e

multivariadas tem sido uma alternativa no estudo do crescimento e do desenvolvimento de

plantas (GEBER DAWSON 1990 HANCOCK et al 2007 KING STANTON 2008

METCALFE et al 2008) tais como os efeitos da disponibilidade de aacutegua para as plantas e de

nutrientes que tem servido de fontes para alguns estudos (CARROL PALLARDY GALEN

2001 BREEN RICHARDS 2008 SANTIAGO et al 2012) Achten et al (2010)

monitoraram algumas variaacuteveis de crescimento e de produccedilatildeo de biomassa em pinhatildeo-manso

cultivadas em casa de vegetaccedilatildeo submetidas a trecircs diferentes niacuteveis de estresse hiacutedrico e

encontraram para as mudas que sofriam estresse hiacutedrico severo (natildeo irrigadas) a paralisaccedilatildeo

do crescimento o iniacutecio da queda das folhas e a reduccedilatildeo do diacircmetro do caule nos primeiros

dias apoacutes o iniacutecio dos tratamentos Por meio da anaacutelise de medidas repetidas os autores

confirmaram que os tratamentos de niacutevel de estresse hiacutedrico influenciaram significativamente

as variaacuteveis de crescimento enquanto que o tipo de Acesso natildeo teve efeito significativo O

efeito do tempo (idade da planta) e a interaccedilatildeo tempo X niacutevel de estresse tiveram interaccedilatildeo

significativa (valor p lt0001) influenciando no comprimento do caule nuacutemero de folhas

diacircmetro na base do caule volume de caule fator de forma e volume total (volume de tronco

+ ramos) no referido trabalho

2

24

28

32

36

4

0 50 100 150 200 250 300

Diacirc

met

ro d

e co

pa

(m

)

DAP

150 N 100 N

50 N 0 N

2

24

28

32

36

4

0 50 100 150 200 250 300

Diacirc

met

ro d

e co

pa (

m)

DAP

Irrigado Natildeo irrigado

104

Tabela 24 - Equaccedilotildees de ajuste para diacircmetro de copa das plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias apoacutes a

poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicadas e do manejo hiacutedrico adotado para os dois ciclos

de avaliaccedilatildeo

Tratamentos Equaccedilatildeo Diacircmetro de copa (m) = f (DAP)

Rsup2corr PrgtF Ciclo 201314

Irrigado -418x10-5

DAPsup2 + 001879 DAP + 091195 09480 lt00001

Natildeo Irrigado -385x10-5

DAPsup2 + 001769 DAP + 078312 09694 lt00001

150 N -438x10-5

DAPsup2 + 001984 DAP + 082331 09570 lt00001

100 N -386x10-5

DAPsup2 + 001833 DAP + 076701 09749 lt00001

50 N -389x10-5

DAPsup2 + 001787 DAP + 08647 09456 lt00001

0 N -393x10-5

DAPsup2 + 001692 DAP + 093513 09531 lt00001

Tratamentos Ciclo 201415 Rsup2corr PrgtF

Irrigado -454x10-5

DAPsup2 - 0016 DAP + 213748 08901 lt00001

Natildeo Irrigado -542x10-5

DAPsup2 + 001994 DAP + 159186 09187 lt00001

150 N -529x10-5

DAPsup2 - 001876 DAP + 195335 08588 lt00001

100 N -553x10-5

DAPsup2 - 001942 DAP + 187746 08906 lt00001

50 N -416x10-5

DAPsup2 + 00157 DAP + 201854 09074 lt00001

0 N -493x10-5

DAPsup2 + 0018 DAP + 160933 09500 lt00001

O volume de copa do pinhatildeo-manso para os diferentes tratamentos avaliados eacute

apresentado na Figura 29 Diferente dos valores encontrados para a altura meacutedia e o diacircmetro

de copa nota-se uma maior variabilidade entre os dois manejos hiacutedricos adotados e

principalmente entre as diferentes doses de adubaccedilatildeo aplicadas Para o primeiro ano de

avaliaccedilatildeo nesse estudo os tratamentos sem irrigaccedilatildeo e sem a aplicaccedilatildeo de nitrogecircnio

apresentaram os menores volumes de copa Jaacute no segundo ano de avaliaccedilatildeo que foi analisado

a partir da sexta eacutepoca de coleta os valores apresentados foram ainda mais contrastantes

Com exceccedilatildeo da seacutetima eacutepoca de coleta que coincidiu com o periacuteodo de pico da produccedilatildeo

justificando portanto a baixa variaccedilatildeo do volume de copa entre os diferentes tipos de manejos

hiacutedrico as demais eacutepocas avaliadas dentro do fator de manejo hiacutedrico e entre as doses

adubaccedilatildeo nitrogenada apresentaram uma alta diferenccedila entre os resultados obtidos

O aumento do volume de copa foi influenciado diretamente pelo maior

desenvolvimento em conjunto da altura e do diacircmetro de copa Os tratamentos que obtiveram

o maior volume de copa apresentaram uma maior emissatildeo de ramos laterais que

consequentemente vieram a ter um maior nuacutemero de inflorescecircncias emitidas permitindo uma

maior produccedilatildeo de frutos e oacuteleo por aacutervore como eacute o caso dos tratamentos irrigados e das

doses de 150 e 100 de nitrogecircnio Spinelli et al (2010) avaliaram os efeitos diretos e

indiretos das caracteriacutesticas vegetativas sobre o rendimento de oacuteleo de pinhatildeo-manso com 38

105

meses de cultivo em espaccedilamento 3 x 2 m e reportaram que ocorre um maior crescimento dos

ramos no sentido do maior espaccedilo de desenvolvimento resultando em uma copa maior Esses

mesmos autores destacaram ainda que o volume da copa tem efeito direto sobre a

produtividade de sementes sendo a arquitetura da copa uma caracteriacutestica importante no

cultivo do pinhatildeo-manso

(a) (b)

Figura 29 - Volume de copa do pinhatildeo-manso (msup3) em funccedilatildeo do uso ou natildeo da irrigaccedilatildeo complementar (a) e das

doses de nitrogecircnio (b) durante o terceiro e quarto ano de cultivo

Nas Tabelas 25 e 26 satildeo apresentados o resultado da anaacutelise univariada de perfis para

o volume de copa de pinhatildeo-manso para o primeiro e segundo ciclo de avaliaccedilatildeo

respectivamente Assim como para altura de plantas e diacircmetro de copa o volume de copa

apresentou diferenccedilas altamente significativas entre o tipo de manejo hiacutedrico e doses de N

utilizadas A hipoacutetese de perfis horizontais tambeacutem foi rejeitada indicando que agrave medida que

o tempo progride haacute variaccedilatildeo no crescimento em volume de copa do pinhatildeo-manso O

resultado dos testes de paralelismo foi rejeitado para as interaccedilotildees DAP x Irrigaccedilatildeo e DAP x

Doses de N para o ciclo 201314 enquanto que para ciclo 201415 apenas a interaccedilatildeo DAP x

Doses de N obteve essa condiccedilatildeo mostrando nesses casos comportamento diferenciado do

volume de copa do pinhatildeo-manso entre esses tratamentos ao longo do tempo

0

5

10

15

20

25

30

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Vo

lum

e d

e co

pa

(m

sup3)

Eacutepoca de avaliaccedilatildeo

Pivocirc central Sequeiro

Fator de variaccedilatildeo manejo hiacutedrico

0

5

10

15

20

25

30

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Eacutepoca de avaliaccedilatildeo

150 N 100 N 50 N 0 N

Fator de variaccedilatildeo doses de nitrogecircnio

106

Tabela 25 ndash Anaacutelise univariada de perfis para volume de copa durante o ciclo 201314

Causas da variaccedilatildeo GL Soma de quadrados Quadrado meacutedio Teste F Valor p

Modelo 63 4722827 749655 2491 lt00001

Bloco (Irrigaccedilatildeo) 6 257981 429968 1429 lt00001

Doses N 3 288904 963012 3200 lt00001

Irrigaccedilatildeo 1 101857 101857 3385 lt00001

Irrigaccedilatildeo x Doses N 3 132621 44207 147 02279

Resiacuteduo a 18 136315 75731 252 00021

DAP 4 3649956 912489 30322 lt00001

DAP x Irrigaccedilatildeo 4 126155 315387 1048 lt00001

DAP x Doses N 12 128198 106831 355 00002

DAP x Irrigaccedilatildeo x Doses N 12 202008 16834 056 08692

Resiacuteduo b 96 288898 30094

Total corrigido 159 5011726

Rsup2 = 09424 CV = 1327 Meacutedia do volume de copa (msup3) = 1307

DAP ndash Dias apoacutes poda de limpeza GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo

Tabela 26 ndash Anaacutelise univariada de perfis para volume de copa durante o ciclo 201415

Causas da variaccedilatildeo GL Soma de quadrados Quadrado meacutedio Teste F Valor p

Modelo 63 6849915 108729 3516 lt00001

Bloco (Irrigaccedilatildeo) 6 256135 426891 1380 lt 00001

Doses N 3 1478784 492928 15940 lt 00001

Irrigaccedilatildeo 1 662433 662433 21422 lt 00001

Irrigaccedilatildeo x Doses N 3 53523 17841 058 06315

Resiacuteduo a 18 268255 149031 482 lt 00001

DAP 4 403496 100874 32621 lt 00001

DAP x Irrigaccedilatildeo 4 116951 29238 095 04412

DAP x Doses N 12 918433 76536 248 00073

DAP x Irrigaccedilatildeo x Doses N 12 404572 33714 109 03771

Resiacuteduo b 96 296862 30923

Total corrigido 159 7146777

Rsup2 = 09585 CV = 779 Meacutedia do volume de copa (msup3) = 2259

DAP ndash Dias apoacutes poda de limpeza GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo

A condiccedilatildeo de esfericidade da matriz de covariacircncias para o volume de copa para os

dois anos de avaliaccedilatildeo foi satisfeita (Tabela 27) indicando que a anaacutelise univariada de perfis

com parcelas subdividas no tempo realizada anteriormente foi validada para os dois ciclos de

avaliaccedilatildeo natildeo sendo necessaacuteria a realizaccedilatildeo da anaacutelise multivariada de perfis para nenhum

caso

Tabela 27 ndash Teste de esfericidade de Mauchly para o volume de copa para os dois ciclos de avaliaccedilatildeo

Ciclo de

avaliaccedilatildeo

Grau de

liberdade de F

Criteacuterio de

Mauchly (W)

Estatiacutestica Qui-

Quadrado Xsup2 valor-p

Estatiacutestica

utilizada

201314 9 041419 14470 01066 Univariada

201415 9 043446 12590 01821 Univariada

107

Conforme os resultados apresentados das anaacutelises univariadas de perfis os perfis

meacutedios de resposta para o volume de copa (msup3) em funccedilatildeo das quatro doses de adubo

nitrogenado e das duas condiccedilotildees de manejo hiacutedrico nos dois anos de cultivo eacute apresentado na

Figura 30

Figura 30 ndash Perfis meacutedios do volume de copa de pinhatildeo-manso para os dois anos de avaliaccedilatildeo

O volume meacutedio de copa apresentou uma tendecircncia semelhante agrave observada para o

diacircmetro meacutedio de copa das plantas em alguns tratamentos tendo a regressatildeo quadraacutetica

como melhor modelo de ajuste para todos os tratamentos nos dois ciclos de avaliaccedilatildeo essa

apresentou para todos os tratamentos os menores valores de AIC e BIC (Tabela 28) As

equaccedilotildees de regressatildeo de cada tratamento seguidas do Rsup2 corrigido e do valor p satildeo

apresentadas na Tabela 29 Independente do periacuteodo em que foi avaliado com a exceccedilatildeo das

primeiras leituras no ciclo 201314 os tratamentos nos quais natildeo houve deacuteficit de aacutegua ou de

nitrogecircnio foram os que apresentaram os maiores resultados para o volume de copa (Figura 31

e Figura 32) De acordo com Spinelli et al (2010) o maior desenvolvimento da copa pode

aumentar a produtividade por planta diminuindo os custos da colheita no pinhatildeo-manso

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

45 110 180 230 280

Volu

me

de

cop

a (

msup3)

DAP

Ciclo 201314

150 N 100 N

50 N 0 N

8

11

14

17

20

23

26

29

32

45 90 130 190 260

Volu

me

de

cop

a (

msup3)

DAP

Ciclo 201415

150 N 100 N

50 N 0 N

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

45 110 180 230 280

Volu

me

de

cop

a (

msup3)

DAP

Ciclo 201314

Irrigado Natildeo irrigado

8

11

14

17

20

23

26

29

32

45 90 130 190 260

Vo

lum

e d

e co

pa

(m

sup3)

DAP

Ciclo 201415

Irrigado Natildeo irrigado

108

(a) (b)

Figura 31 - Linhas de tendecircncia para o volume meacutedio de copa das plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias

apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a) e do manejo hiacutedrico adotado (b) para o

ciclo 201314

Tabela 28 - Anaacutelise de regresssatildeo para diacircmetro de copa em funccedilatildeo do dia apoacutes a poda (DAP) para todos os

tratamentos nos dois anos de avaliaccedilatildeo

Modelo

Ciclo 201314

Irrigado Natildeo irrigado 150 N

F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC

Linear 968 2235 2246 1212

1912 1909 554

1138 1144

Quadraacutetico 711 2064 2084 1530

1392 1415 538

973 999

Modelo 100 N 50 N 0 N

F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC

Linear 957 937 942 760

939 945 299

969 973

Quadraacutetico 908 750 776 649

796 820 359

790 815

Modelo

Ciclo 201415

Irrigado Natildeo irrigado 150 N

F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC

Linear 376 2654 2656 380

2716 2716 228

1360 1354

Quadraacutetico 583 2250 2273 634

2274 2296 443

1079 1102

Modelo 100 N 50 N 0 N

F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC

Linear 217 1318 1307 314

1206 1206 174

1197 1195

Quadraacutetico 606 938 963 440

980 1005 351

942 969

Niacuteveis de significacircncia Plt005 ns - natildeo significativo F ndash Teste F

(a) (b)

Figura 32 - Linhas de tendecircncia para o volume meacutedio de copa das plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias

apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a) e do manejo hiacutedrico adotado (b) para o

ciclo 201415

1

5

9

13

17

21

0 50 100 150 200 250 300 350

Volu

me

de

cop

a (

msup3)

DAP

150 N 100 N

50 N 0 N

1

5

9

13

17

21

0 50 100 150 200 250 300 350

Volu

me

de

cop

a (

msup3)

DAP

Irrigado Natildeo irrigado

2

7

12

17

22

27

32

37

0 50 100 150 200 250 300

Volu

me

de

cop

a (

msup3)

DAP

150 N 100 N

50 N 0 N

2

7

12

17

22

27

32

0 50 100 150 200 250 300

Volu

me

de

cop

a (

msup3)

DAP

Irrigado Natildeo irrigado

109

Tabela 29 - Equaccedilotildees de ajuste para o volume de copa das plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias apoacutes a

poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada e do manejo hiacutedrico adotado para os dois ciclos

de avaliaccedilatildeo

Tratamentos Equaccedilatildeo Volume de copa (msup3) = f (DAP)

Rsup2corr PrgtF Ciclo 201314

Irrigado -268x10-4

DAPsup2 + 014066 DAP ndash 082484 08735 lt00001

Natildeo Irrigado -331x10-4

DAPsup2 + 015806 DAP ndash 29731 09940 lt00001

150 N -354x10-4

DAPsup2 + 017429 DAP ndash 26101 09583 lt00001

100 N -287x10-4

DAPsup2 + 015268 DAP ndash 255456 09593 lt00001

50 N -262x10-4

DAPsup2 + 013816 DAP ndash 135607 09464 lt00001

0 N -294x10-4

DAPsup2 + 013232 DAP ndash 107514 09491 lt00001

Tratamentos Ciclo 201415 Rsup2corr PrgtF

Irrigado -6788x10-4

DAPsup2 + 025585 DAP + 578175 09833 lt00001

Natildeo Irrigado -7289x10-4

DAPsup2 + 027341 DAP + 051229 09806 lt00001

150 N -7823x10-4

DAPsup2 + 029396 DAP + 367095 09526 lt00001

100 N -8129x10-4

DAPsup2 + 029947 DAP + 291215 09877 lt00001

50 N -602x10-4

DAPsup2 + 023689 DAP + 498426 09861 lt00001

0 N -6182x10-5

DAPsup2 + 022819 DAP + 102072 09974 lt00001

Embora a arquitetura da copa do pinhatildeo-manso seja uma caracteriacutestica importante na

seleccedilatildeo e caracterizaccedilatildeo de genoacutetipos superiores (RAO et al 2008 LAVIOLA et al 2010

SPINELLI et al 2010 BHERING et al 2012) existem poucos trabalhos que avaliaram a

diferenccedila da arquitetura das plantas considerando conjuntamente a relaccedilatildeo entre a projeccedilatildeo e a

altura de copa Segundo Rao et al (2008) tanto o diacircmetro quanto o volume da copa

constituem junto ao caracter nuacutemero de ramos os principais componentes de produccedilatildeo do

pinhatildeo-manso Para Bhering et al (2012) a seleccedilatildeo direta quanto agrave produccedilatildeo de sementes em

pinhatildeo-manso tende a estar relacionada ao diacircmetro e ao volume de copa e segundo esses

autores esta informaccedilatildeo eacute relevante para prever as adaptaccedilotildees necessaacuterias ao sistema de

produccedilatildeo (espaccedilamento colheitadeira) para as cultivares melhoradas que se espera obter

47 Iacutendice de aacuterea foliar (IAF)

A equaccedilatildeo de calibraccedilatildeo do equipamento LAI-2200 eacute expressa na Figura 33 A

calibraccedilatildeo foi realizada pela comparaccedilatildeo entre o IAF estimado com o equipamento LAI-2200

e o IAF real das plantas de pinhatildeo-manso determinado com o equipamento CI-203 (CID Bio-

Sciencereg) O IAF foliar real foi determinado pela razatildeo da aacuterea foliar total e a aacuterea do terreno

110

disponiacutevel agraves plantas Para realizar a calibraccedilatildeo do equipamento foram utilizadas dez de um

total de onze plantas sendo excluiacutedo o valor mais extremo Com um coeficiente de

determinaccedilatildeo (Rsup2) de 08287 pode ser observado que o IAF real foi cerca de 093 do IAF

estimado ou seja o equipamento LAI-2200 estava superestimando o IAF em cerca de 7

Com a equaccedilatildeo de calibraccedilatildeo obtida dos valores de IAF medidos no campo ao redor da aacuterea

experimental todos os valores de IAF foram corrigidos para valores mais proacuteximos dos reais

podendo a equaccedilatildeo de calibraccedilatildeo ser utilizada novamente quando as estimativas do IAF forem

realizadas com o equipamento LAI-2200 nas plantas de pinhatildeo-manso com as mesmas

caracteriacutesticas de cultivo e nas condiccedilotildees de clima e solo estudados

Figura 33 - Equaccedilatildeo de calibraccedilatildeo do IAF para o equipamento LAI 2200

As meacutedias do IAF foram significativamente diferentes pelo teste F entre as diferentes

doses de N aplicada uso da irrigaccedilatildeo e eacutepoca de avaliaccedilatildeo (DAP) apoacutes o iniacutecio do quarto

ciclo de cultivo (201415) rejeitando a hipoacutetese de perfis horizontais (Tabela 30) Pela anaacutelise

univariada de perfis identificou-se tambeacutem interaccedilatildeo significativa entre as doses de N e a

eacutepoca de avaliaccedilatildeo e interaccedilatildeo altamente significativa entre a irrigaccedilatildeo e a eacutepoca de

avaliaccedilatildeo rejeitando portanto a hipoacutetese de paralelismo dos perfis Assim como para as

outras variaacuteveis de crescimento (altura diacircmetro e volume de copa) natildeo houve efeito da

interaccedilatildeo tripla Irrigaccedilatildeo x Doses N x DAP O efeito dos blocos dentro de cada experimento

(manejo hiacutedrico) mostrou-se significativo para o IAF o que reforccedila neste caso o uso do

delineamento em blocos aleatorizados dentro de cada experimento Simotildees et al (2014)

observaram que irrigaccedilatildeo e diferentes doses de N influenciaram no aumento da aacuterea foliar no

desenvolvimento inicial de pinhatildeo-manso assim como a interaccedilatildeo entre esses fatores

IAFReal = 0928 x IAFEstimado

Rsup2 = 08287

00

02

04

06

08

10

12

00 02 04 06 08 10 12

IAF

Rea

l

IAF Estimado

111

Tabela 30 - Anaacutelise univariada de perfis para IAF durante o ciclo 201415

Causas da variaccedilatildeo GL Soma de quadrados Quadrado meacutedio Teste F Valor p

Modelo 87 852864 09803 1194 lt 00001

Bloco (Irrigaccedilatildeo) 6 09908 016513 201 00668

Doses N 3 42497 147166 1726 lt 00001

Irrigaccedilatildeo 1 645795 645795 7867 lt 00001

Irrigaccedilatildeo x Doses N 3 045145 015048 183 01431

Resiacuteduo a 18 168772 009376 114 03161

DAP 7 611969 874242 10650 lt 00001

DAP x Irrigaccedilatildeo 7 554613 07923 965 lt 00001

DAP x Doses N 21 282023 01343 164 00465

DAP x Irrigaccedilatildeo x Doses N 21 18855 008979 109 03591

Resiacuteduo b 168 137914 008209

Total corrigido 255 990778

Rsup2 = 08608 CV = 2217 Meacutedia IAF = 129

DAP ndash Dias apoacutes poda de limpeza GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo

Verificou-se por intermeacutedio do teste de esfericidade de Mauchly realizado com 27

graus de liberdade e aproximaccedilatildeo Qui-Quadrado (35045) que a condiccedilatildeo de esfericidade foi

satisfeita com um niacutevel de significacircncia de 01377 (Teste de Mauchly natildeo significativo com

valor pgt005) Isto indica que a matriz de covariacircncia nesse caso eacute da forma esfeacuterica

apresentando variacircncias iguais e correlaccedilotildees nulas podendo ser empregado o modelo de

parcela subdividida no tempo pela anaacutelise univariada de perfis Na Figura 34 satildeo apresentados

os perfis meacutedios de resposta para o iacutendice de aacuterea foliar (IAF) em funccedilatildeo das quatro doses de

adubo nitrogenado e das duas condiccedilotildees de manejo hiacutedrico para o segundo ciclo de avaliaccedilatildeo

Figura 34 ndash Perfis meacutedios do IAF de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo da dose de nitrogecircnio aplicada e do manejo

hiacutedrico adotado

O modelo de regressatildeo quadraacutetico foi o que apresentou o melhor ajuste para todos os

tratamentos (Tabela 31) Um fato que contribuiu para este comportamento foi o iniacutecio das

leituras a partir dos 45 dias apoacutes a poda de limpeza o que impediu o ajuste dos dados iniciais

das primeiras semanas que seriam menores dado o iniacutecio da nova emissatildeo de folhas para este

ciclo O IAF apresentou uma grande variaccedilatildeo entre os tratamentos com os maiores valores

00

05

10

15

20

25

30

55 80 105 135 165 195 225 255

IAF

DAP

150 N 100 N

50 N 0 N

00

05

10

15

20

25

45 75 105 135 165 195 225 255

DAP

Irrigado Natildeo irrigado

112

para os tratamentos sem deacuteficit hiacutedrico ou de N Com o decorrer do tempo os valores foram se

decrescendo com os todos os tratamentos atingindo a mesma faixa de IAF com o iniacutecio da

fase de senescecircncia foliar (Figura 35) Na Tabela 32 satildeo apresentadas as equaccedilotildees de

regressatildeo de cada tratamento seguidas do Rsup2 corrigido e do valor p para o iacutendice de aacuterea

foliar

Tabela 31 - Anaacutelise de regresssatildeo para o IAF em funccedilatildeo do dia apoacutes a poda (DAP) para todos os tratamentos no

segundo ano de avaliaccedilatildeo

Modelo Irrigado Natildeo irrigado 150 N

F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC

Linear 1341 -2063 -2051 313

-2067 -2059 349

-833 -821

Quadraacutetico 822ns

-2071 -2602 504 -2302 -2288 288

-858 -846

Modelo 100 N 50 N 0 N

F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC

Linear 372 -980 -967 411

-1041 -1024 206

-1011 -997

Quadraacutetico 312 -1006 -992 282

ns -1041 -1023 196

-1045 -1030

Niacuteveis de significacircncia Plt001 ns - natildeo significativo F ndash Teste F

(a) (b)

Figura 35 - Linhas de tendecircncia para o iacutendice de aacuterea foliar (IAF) das plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos

dias apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a) e do manejo hiacutedrico adotado (b)

para o ciclo 201415

Tabela 32 - Equaccedilotildees de ajuste para o IAF das plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda (DAP)

para as diferentes doses de N aplicadas e do manejo hiacutedrico adotado para o segundo ciclo de

avaliaccedilatildeo

Tratamentos Equaccedilatildeo IAF = f (DAP) Rsup2 PrgtF

Irrigado -718x10-sup3 DAP + 254196 06710 lt00001

Natildeo Irrigado -715x10-5

DAPsup2 + 00185 DAP + 028721 06899 lt00001

150 N -649x10-5

DAPsup2 + 001389 DAP + 114529 06564 lt00001

100 N -601x10-5

DAPsup2 + 001285 DAP + 103989 07574 lt00001

50 N -56x10-sup3 DAP + 207776 06003 lt00001

0 N -549x10-5

DAPsup2 + 001288 DAP + 06784 07982 lt00001

0

02

04

06

08

1

12

14

16

18

2

0 50 100 150 200 250 300

IAF

DAP

150 N 100 N

50 N 0 N

0

05

1

15

2

25

0 50 100 150 200 250 300

IAF

DAP

Irrigado

Natildeo irrigado

113

Freiberger (2012) estudando o efeito de doses de N no crescimento de plantas de

pinhatildeo-manso concluiu que os valores de aacuterea foliar ajustaram-se ao modelo quadraacutetico o

qual permitiu estimativa de valor maacuteximo de 6469 cm2 para a dose estimada de 97 kg ha

-1 de

N Oliveira (2009) avaliando o crescimento e a capacidade produtiva em funccedilatildeo de adubaccedilatildeo

mineral no semiaacuterido paraibano observou que dentre as doses de N estudadas (0 30 60 e 90

kg ha-1

) a maior delas proporcionou o maior nuacutemero de folhas de pinhatildeo-manso com

tendecircncia linear crescente

A disponibilidade hiacutedrica complementada pela irrigaccedilatildeo aumentou significativamente

o iacutendice de aacuterea foliar nos tratamentos fato este tambeacutem observado em outros trabalhos nos

quais o estresse hiacutedrico afetou esta variaacutevel (MAES et al 2009a ACHTEN et al 2010

SILVA et al 2011) Duarte et al (2015) em um estudo sobre o desenvolvimento inicial do

pinhatildeo-manso confirmaram a grande capacidade que a planta tem de se adaptar ao deacuteficit

hiacutedrico ao verificar a capacidade da planta de tolerar o estresse hiacutedrico retardando o

crescimento da parte aeacuterea com ajustamento da aacuterea foliar para reduzir a taxa de

evapotranspiraccedilatildeo aleacutem de intensificar o crescimento da zona radicular Em um outro estudo

apesar de natildeo apresentar diferenccedila significativa em nenhuma das eacutepocas amostradas

Horschutz et al (2012) constataram que as maiores meacutedias do IAF foram observadas para os

tratamentos que continham complementaccedilatildeo hiacutedrica

48 Iacutendice de clorofila

A clorofila eacute o pigmento responsaacutevel pela captaccedilatildeo da energia solar atuando na

oxidaccedilatildeo da aacutegua e consequentemente na liberaccedilatildeo do oxigecircnio e na reduccedilatildeo do dioacutexido de

carbono para a formaccedilatildeo de cadeias carbocircnicas principalmente accediluacutecar (TAIZ ZEIGER

2009) Segundo Barbieri Juacutenior (2009) o clorofilocircmetro eacute um instrumento que indica de

forma indireta o teor de clorofila com base nas propriedades oacuteticas das folhas sendo que os

teores de clorofila total relacionaram-se diretamente com as leituras do clorofilocircmetro para

um experimento realizado com Capim-Tifton 85 com coeficiente de determinaccedilatildeo (Rsup2) acima

de 85 O autor ainda relata que a atividade fotossinteacutetica o conteuacutedo de proteiacutenas e de

carboidratos soluacuteveis o N total e os teores de micronutrientes existentes nas folhas satildeo

algumas das variaacuteveis que podem ser correlacionadas com o conteuacutedo de clorofila no tecido

foliar Na Figura 36 satildeo apresentadas as distribuiccedilotildees temporais dos valores de clorofila total

114

expressos em Iacutendice de Clorofila Falker (ICF) durante o terceiro ano de cultivo em funccedilatildeo da

dose de adubaccedilatildeo nitrogenada (a) e do manejo hiacutedrico (b)

(a) (b)

Figura 36 - Variaccedilatildeo temporal dos teores de clorofila total em funccedilatildeo doses de nitrogecircnio (a) e do manejo hiacutedrico

(b) para o terceiro ano de cultivo

Como pode ser visto na Figura 36 os teores de clorofila total se apresentam com niacuteveis

muito baixos no periacuteodo do florescimento e formaccedilatildeo de frutos em comparaccedilatildeo aos outros

dois periacuteodos fato tambeacutem observado pelas leituras realizadas no segundo ciclo de avaliaccedilatildeo

poreacutem com uma menor intensidade para as menores doses de N (Figura 37) Os tratamentos

irrigados apresentaram maiores valores de clorofila total durante o primeiro ciclo fato que

natildeo se repetiu no ano seguinte com o cultivo com histoacuterico de irrigaccedilatildeo (Figura 38) As

diferentes doses de N aplicadas influenciaram positivamente o aumento do teor de clorofila

total nos dois ciclos

Figura 37 - Teores de clorofila total em funccedilatildeo das doses de nitrogecircnio aplicada para o quarto ano de cultivo

300

350

400

450

500

550

Jan2014 Mar2014 Mai2014

ICF

Eacutepoca de avaliaccedilatildeo

150 N

100 N

50 N

0 N

a

a a

b

b

aa a

a a

aa

300

340

380

420

460

500

Jan2014 Mar2014 Mai2014

ICF

Eacutepoca de avaliaccedilatildeo

Irrigado

Sequeirob

a

a b

a a

420

440

460

480

500

520

540

Nov2014 Dez2014 Jan2015 Fev2015 Abr2015

ICF

Eacutepoca de avaliaccedilatildeo

150 N 100 N 50 N 0 N

a

a

a

a

ab ab

b

a

b

b

aa

aa a

aa

ab

bab

115

Figura 38 - Teores de clorofila total em funccedilatildeo do manejo hiacutedrico adotado para o quarto ano de cultivo

Os valores relativos de clorofila A e B apresentaram o mesmo comportamento da

clorofila total que eacute a soma das duas clorofilas Assim como na clorofila total os valores de

clorofila A e B diminuiacuteram com a reduccedilatildeo da adubaccedilatildeo nitrogenada e as doses de 50 e 0

da adubaccedilatildeo nitrogenada foram aquelas que apresentaram os menores valores (Tabela 33 e

Tabela 34) Diferente desses resultados Vale (2009) ao estudar o efeito da aplicaccedilatildeo de

nitrogecircnio na cana-de-accediluacutecar afirma que natildeo houve efeito significativo da leitura do iacutendice de

clorofila com o aumento da aplicaccedilatildeo de nitrogecircnio mesmo com o aumento significativo na

biomassa das plantas Para o ciclo 201314 apenas a clorofila B natildeo apresentou efeito da

irrigaccedilatildeo fato que influenciou a natildeo significacircncia da relaccedilatildeo clorofila AB Jaacute no ano

seguinte todas as variaacuteveis apresentaram efeito do manejo hiacutedrico

Tabela 33 - Valores meacutedios dos iacutendices de clorofila total A e B (ICF) e da relaccedilatildeo clorofila AB das folhas de

pinhatildeo-manso para todos os tratamentos avaliados no primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo

Manejo

hiacutedrico

Doses de Nitrogecircnio

150 100 50 0 Meacutedias

Clorofila Total

Irrigado 456 450 446 422 443 B

Sequeiro 487 464 451 415 454 A

Meacutedias 471 a 457 ab 449 b 419 c

Clorofila A

Irrigado 357 353 353 337 350 B

Sequeiro 377 365 358 340 360 A

Meacutedias 367 a 359 ab 355 b 339 c

Clorofila B

Irrigado 99 97 93 85 93 A

Sequeiro 110 99 93 75 94 A

Meacutedias 104 a 98 ab 93 b 80 c

Relaccedilatildeo Clorofila AB

Irrigado 407 429 437 466 435 A

Sequeiro 371 406 411 488 419 A

Meacutedias 389 c 418 bc 424 b 477 a

Meacutedias seguidas de mesma letra maiuacutesculas na coluna e minuacutesculas na linha natildeo diferem entre si pelo teste de

Tukey a 5 de probabilidade

420

440

460

480

500

520

540

560

Nov2014 Dez2014 Jan2015 Fev2015 Abr2015

ICF

Eacutepoca de avaliaccedilatildeo

Irrigado Sequeiro

a

a

aa

a

b

b

b a b

116

Tabela 34 - Valores meacutedios dos iacutendices de clorofila total A e B (ICF) e da relaccedilatildeo clorofila AB das folhas de

pinhatildeo-manso para todos os tratamentos avaliados no segundo ciclo de avaliaccedilatildeo

Manejo

hiacutedrico

Doses de Nitrogecircnio

150 100 50 0 Meacutedias

Clorofila Total

Irrigado 505 501 492 478 494 A

Sequeiro 495 484 447 448 469 B

Meacutedias 501 a 493 a 470 b 463 b

Clorofila A

Irrigado 387 389 383 376 384 A

Sequeiro 382 376 358 358 368 B

Meacutedias 385 a 383 a 371 b 367 b

Clorofila B

Irrigado 118 112 108 101 110 A

Sequeiro 114 108 89 88 100 B

Meacutedias 116 a 110 a 99 b 95 b

Relaccedilatildeo Clorofila AB

Irrigado 350 362 370 385 367 B

Sequeiro 346 361 414 419 385 A

Meacutedias 349 b 361 b 392 a 402 a

Meacutedias seguidas de mesma letra maiuacutesculas na coluna e minuacutesculas na linha natildeo diferem entre si pelo teste de

Tukey a 5 de probabilidade

A relaccedilatildeo clorofila AB apresentou os seus maiores valores para as menores doses de

N (50 e 0) aplicada devido ao baixo teor de clorofila B presentes principalmente nos

tratamentos sem irrigaccedilatildeo A manutenccedilatildeo dos altos valores de clorofila B presente nos

tratamentos com as maiores doses de N em qualquer condiccedilatildeo eacute um fator positivo pois deve

salientar-se que uma proporccedilatildeo relativa maior de clorofila B eacute uma caracteriacutestica importante

pois possibilita a captura de foacutetons de outros comprimentos de onda (VIEIRA et al 2010)

Os altos teores de clorofila apresentados nos tratamentos irrigados e com maiores

doses de N podem tambeacutem ser explicados pela maior incidecircncia de folhas devido ao estiacutemulo

da irrigaccedilatildeo e da adubaccedilatildeo nitrogenada ocasionando um maior sombreamento das folhas o

que faz com que elas possuam mais grana por cloroplastos apresentando uma maior

quantidade de clorofila por centro de reaccedilatildeo (FAHL et al 1994)

Quando submetidas a um estresse hiacutedrico severo os conteuacutedos de clorofila presentes

nas folhas das plantas muitas vezes podem vir a diminuir devido agrave degradaccedilatildeo progressiva da

clorofila nas folhas (MARTIacuteNEZ-FERRI et al 2004 JALEEL et al 2009 ANJUM et al

2011) ocorrendo tambeacutem para a cultura do pinhatildeo-manso (POMPELLI et al 2010) No

entanto Sapeta et al (2013) natildeo encontraram nenhuma reduccedilatildeo significativa nos teores de

clorofila A ou B nem mesmo com o tratamento sob maacuteximo estresse hiacutedrico Os autores

observaram contudo uma reduccedilatildeo das razotildees de clorofila AB durante o periacuteodo mais seco

ocasionado devido a um aumento no conteuacutedo de clorofila B Pompelli et al (2010) tambeacutem

117

observaram uma reduccedilatildeo da relaccedilatildeo clorofila AB no pinhatildeo-manso embora esta reduccedilatildeo

diferente do constatado por Sapeta et al (2013) tenha sido acompanhada por uma diminuiccedilatildeo

no conteuacutedo de clorofila total sendo principalmente de clorofila A

Na Tabela 35 eacute apresentada um resumo das anaacutelises univariadas de perfis para

clorofila total A B relaccedilatildeo clorofila AB e para nitrogecircnio foliar todos para o segundo ciclo

de avaliaccedilatildeo natildeo foram realizadas para o primeiro ciclo devido ao pouco nuacutemero de medidas

realizadas no periacuteodo o que comprometeria a caracterizaccedilatildeo da anaacutelise de perfis As meacutedias

de todas as variaacuteveis analisadas foram significativamente diferentes pelo teste F entre as

diferentes doses de N aplicadas e da eacutepoca de avaliaccedilatildeo (DAP) no quarto ciclo de cultivo

(201415) rejeitando a hipoacutetese de perfis horizontais (Tabela 35) O uso da irrigaccedilatildeo por sua

vez natildeo causou efeito para a relaccedilatildeo clorofila AB e para o N foliar satisfazendo portanto a

hipoacutetese de perfis horizontais para estas variaacuteveis A hipoacutetese de paralelismo de perfis foi

rejeitada para a interaccedilatildeo irrigaccedilatildeo x DAP em todas as variaacuteveis mas satisfeita para a

interaccedilatildeo doses de N x DAP (com exceccedilatildeo do N foliar) indicando que estas variaacuteveis

apresentam comportamento diferenciado conforme o tipo de manejo hiacutedrico adotado o

mesmo natildeo ocorreu com a diferenciaccedilatildeo das doses de N aplicadas indicando a coincidecircncia

(paralelismo) de perfis entre esses tratamentos

Tabela 35 ndash Resumo da anaacutelise univariada de perfis para os iacutendices de Clorofila para o ciclo 201415

Causas da variaccedilatildeo GL

Clorofila

Total Clorofila A Clorofila B

Relaccedilatildeo

Cl AB N foliar

Quadrado meacutedio

Modelo 63 217324

367981

62976

0513 3261

Bloco (Irrigaccedilatildeo) 6 83097ns

25898ns

19647ns

0153ns

1082ns

Doses N 3 118286

274952

329692

2269

14467

Irrigaccedilatildeo 1 168305

68644

219781 0455

ns 1416

ns

Irrigaccedilatildeo x Doses N 3 181522ns

62285ns

36156ns

0419ns

1156ns

Resiacuteduo a 18 3922ns

841ns

15416ns

012ns

558ns

DAP 4 542196 8979

206466

1714

1775

DAP x Irrigaccedilatildeo 4 549987 190026

176759

2148

6758

DAP x Doses N 12 91661ns

18896ns

34442ns

0205ns

2454

DAP x Irrigaccedilatildeo x Doses N 12 103502ns

27406ns

25717ns

0238ns

1094ns

Resiacuteduo b 96 89169 2221430 25387 0231 839

Rsup2 06153 06236 06195 05939 07183

CV () 622 405 1527 1296 965

Meacutedia 4797 3754 1043 37 300

Niacuteveis de significacircncia 0001ltPlt001 Plt0001 ns - natildeo significativo DAP ndash Dias apoacutes poda de limpeza

GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo

O teste de esfericidade foi realizado apoacutes a anaacutelise univariada para cada uma das

variaacuteveis e apresentou condiccedilatildeo de esfericidade da matriz de covariacircncias satisfeita para todos

os casos (Tabela 36) Validou-se portanto a anaacutelise univariada de perfis com parcelas

118

subdividas no tempo realizada anteriormente natildeo sendo necessaacuteria a realizaccedilatildeo da anaacutelise

multivariada de perfis para nenhuma variaacutevel

Tabela 36 ndash Teste de esfericidade de Mauchly para os iacutendices de clorofila e N foliar do pinhatildeo-manso

Variaacutevel

analisada

Grau de

liberdade de F

Criteacuterio de

Mauchly (W)

Estatiacutestica Qui-

Quadrado Xsup2 valor-p

Estatiacutestica

utilizada

Clorofila Total 9 05853 87937 04565 Univariada

Clorofila A 9 05595 95321 03897 Univariada

Clorofila B 9 05816 88986 04467 Univariada

Relaccedilatildeo Clor AB 9 03815 158187 00708 Univariada

Nitrogecircnio foliar 9 06342 74751 05878 Univariada

De acordo com os resultados apresentados nas anaacutelises univariadas de perfis os perfis

meacutedios de resposta dos iacutendices de clorofila total A B e da relaccedilatildeo clorofila AB em funccedilatildeo

das quatro doses de adubo nitrogenado e das duas condiccedilotildees de manejo hiacutedrico para o cultivo

do pinhatildeo-manso no ciclo 201415 satildeo expressos na Figura 39

Figura 39 ndash Perfis meacutedios dos iacutendices de clorofila do pinhatildeo-manso para o segundo ciclo de avaliaccedilatildeo

Na Figura 40 satildeo apresentados os perfis meacutedios dos teores de N foliar ao longo

segundo ciclo de avaliaccedilatildeo em funccedilatildeo das doses de N e do manejo hiacutedrico adotado Apesar de

apresentar alguma variaccedilatildeo ao longo do ciclo o teor de N foliar apresentou baixa correlaccedilatildeo

com os teores de clorofila A B e Total (Tabela 37) a variaccedilatildeo do teor de N possivelmente

estaacute condicionada principalmente a alta mobilidade do nutriente na planta O valor de N foliar

350

360

370

380

390

400

45 90 130 190 260

Clo

rofi

la A

(IC

F)

DAP

Clorofila A

150 N 100 N50 N 0 NIrrigado Natildeo irrigado

60

70

80

90

100

110

120

130

140

45 90 130 190 260

Clo

rofi

la B

(IC

F)

DAP

Clorofila B

150 N 100 N50 N 0 NIrrigado Natildeo irrigado

420

440

460

480

500

520

540

45 90 130 190 260

Clo

rofi

la T

ota

l (I

CF

)

DAP

Clorofila Total

150 N 100 N50 N 0 NIrrigado Natildeo irrigado

25

28

30

33

35

38

40

43

45

45 90 130 190 260

Rel

accedilatilde

o C

loro

fila

AB

DAP

Relaccedilatildeo clorofila AB

150 N 100 N50 N 0 NIrrigado Natildeo irrigado

119

apresentou-se altamente significativo para o efeito da eacutepoca ao longo do ciclo com um valor

de F de 2847 Devido a sua alta mobilidade na planta ele apresentou os menores teores na

folha selecionada nos periacuteodos de florescimento e formaccedilatildeo de frutos

(a) (b)

Figura 40 - Variaccedilatildeo temporal dos teores de N foliar em funccedilatildeo das doses de N aplicadas na planta (a) e do

manejo hiacutedrico adotado (b)

Tabela 37 - Coeficientes de correlaccedilatildeo de Pearson entre o nitrogecircnio foliar e os teores de clorofila na planta

Clorofila Total Clorofila A Clorofila B

Correlaccedilatildeo de Pearson 017961 016939 01752

Probabilidade 00425 00559 00462

Aleacutem da disponibilidade de nitrogecircnio na planta a leitura fornecida pelo

clorofilocircmetro pode ser afetada tambeacutem por outros fatores dentre os principais destacam-se o

cultivar o estaacutedio de crescimento determinadas caracteriacutesticas anatocircmicas das folhas a

irradiacircncia no momento da avaliaccedilatildeo e a localidade (FONTES 2011) Tais fatores necessitam

ser avaliados e padronizados apesar da interaccedilatildeo entre os mesmos tornar difiacutecil a

padronizaccedilatildeo Adicionalmente a concentraccedilatildeo de clorofila varia com a condutacircncia

estomaacutetica da folha causada pelas estaccedilotildees do ano sendo mais acentuada na primavera do que

no veratildeo (MATSUMOTO OHTA TANAKA 2005) Segundo Schepers et al (1992) mesmo

com algumas imperfeiccedilotildees o uso do clorofilocircmetro pode aumentar a eficiecircncia de utilizaccedilatildeo

do adubo nitrogenado pelas culturas e tem propiciado melhor manejo da adubaccedilatildeo

nitrogenada em cobertura chamado de ldquoadubaccedilatildeo quando necessaacuteriardquo

Com exceccedilatildeo dos valores referentes ao mecircs de janeiro2014 os teores de N foliar dos

tratamentos irrigados e com as maiores doses de N aplicado via fertilizante mineral

mostraram-se relativamente superiores quando comparados com os demais tratamentos

Segundo Fernaacutendez et al (1994) um acreacutescimo no suprimento de N estimula o crescimento

20

22

24

26

28

30

32

34

36

38

40

Nov2014 Dez2014 Jan2015 Fev2015 Abr2015

Teo

r d

e N

(g

kg

- sup1)

Eacutepoca de avaliaccedilatildeo

150 N 100 N

50 N 0 N

20

22

24

26

28

30

32

34

36

38

40

Nov2014 Dez2014 Jan2015 Fev2015 Abr2015

Teo

r d

e N

(g k

g- sup1

)

Eacutepoca de avaliaccedilatildeo

Irrigado Sequeiro

120

atrasa a senescecircncia e muda a morfologia das plantas aleacutem disto o aumento dos niacuteveis de

adubaccedilatildeo nitrogenada causa crescimento significativo no conteuacutedo de clorofila das folhas

Laviola e Dias (2008) citam que o N foi o nutriente mais requerido para a formaccedilatildeo de folhas

tal como para suprir a demanda metaboacutelica de frutos de pinhatildeo-manso Esses mesmos autores

calcularam teores meacutedios de nitrogecircnio nas folhas de 364 g kg-1

apoacutes o terceiro ano de

implantaccedilatildeo da cultura valores estes maiores dos que os obtidos neste estudo Schulz et al

(2014) encontraram valores proacuteximos a 40 g kg-1

no cultivo do pinhatildeo-manso consorciado

com capim tifton e valores acima 50 g kg-1

quando cultivado em solteiro Segundo Kerbauy

(2008) a demanda de N varia com a espeacutecie e o teor de N com a parte da planta analisada e

para um crescimento adequado a concentraccedilatildeo oacutetima estaacute na faixa de 20 a 50 g kg-1

de

mateacuteria seca da planta

49 Teor e anaacutelises de qualidade de oacuteleo

O resumo da anaacutelise de variacircncia dos resultados do rendimento (teor) meacutedio e da

produtividade do oacuteleo de pinhatildeo-manso para o terceiro e quarto ano de cultivo em funccedilatildeo do

manejo hiacutedrico adotado e da dose de adubaccedilatildeo nitrogenada satildeo apresentados na Tabela 38

Tabela 38 - Valores de F para o teor meacutedio () e a produtividade de oacuteleo (kg ha-1

) em sementes de pinhatildeo-

manso para todos os tratamentos avaliados

Fonte de Variaccedilatildeo

Ciclo 201314 Ciclo 201415

GL Teor de oacuteleo Produtiv de oacuteleo Teor de oacuteleo Produtiv de oacuteleo

Blocos [I] 6 100ns

1278

067ns

153ns

I 1 1121

13916

1779

3244

N 3 045ns

3352

2533

2288

I x N 3 192ns

137ns

514

097ns

Meacutedia geral 541 35744 534 45876

CV () 29 154 197 182

Niacuteveis de significacircncia 001ltPlt005 0001ltPlt001 Plt0001 ns - natildeo significativo I ndash Irrigaccedilatildeo N ndash

Doses de N GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo

Para o primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo apenas o manejo hiacutedrico apresentou efeito

significativo para o rendimento do oacuteleo apresentando um valor meacutedio de 541 Diferente

disso para o mesmo periacuteodo de estudo a produtividade de oacuteleo apresentou diferenccedila

significativa em praticamente todos os aspectos com exceccedilatildeo da interaccedilatildeo dos experimentos

de irrigaccedilatildeo e os tratamentos adubados chegando a duplicar a produtividade de oacuteleo com a

complementaccedilatildeo da irrigaccedilatildeo no seu terceiro ano de cultivo (Tabela 39) Tal efeito tambeacutem se

121

assemelhou ao segundo ciclo de avaliaccedilatildeo para a produtividade de oacuteleo com diferenccedilas

encontradas para o efeito da irrigaccedilatildeo e das doses de nitrogecircnio aplicadas O teor de oacuteleo

diferente do primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo apresentou melhor resposta com o efeito da dose de

nitrogecircnio aplicada e da complementaccedilatildeo da irrigaccedilatildeo entretanto obervou-se um menor teor

de oacuteleo nos tratamentos com adubaccedilatildeo nitrogenada e no cultivo irrigado sendo este uacuteltimo

tambeacutem ocorrido no ciclo seguinte (Tabela 39) Diferente disso Kalannavar (2008) relataram

altos valores do teor de oacuteleo extraiacutedo mecanicamente (3791) e da produtividade de oacuteleo

(97074 kg ha-1

) do pinhatildeo-manso quando adubado com 100 kg N ha-1

valores estes

superiores aos encontrados para as dosagens de 50 e 150 kg N ha-1

O aumento do teor de oacuteleo

com o uso da irrigaccedilatildeo e da adubaccedilatildeo nitrogenada tambeacutem foram relatados por Tikkoo

Yadav Kaushik (2013) que observaram um aumento de ateacute 9 com o uso da irrigaccedilatildeo e

aumentos de 17 33 e 64 de oacuteleo com a aplicaccedilatildeo de 30 60 e 90 kg ha-1

de N

respectivamente sobre o tratamento controle

Tabela 39 - Valores Meacutedios do teor e produtividade de oacuteleo em funccedilatildeo do manejo hiacutedrico e da dose de

nitrogecircnio aplicada

Manejo

hiacutedrico

Doses de Nitrogecircnio

150 100 50 0 Meacutedias

Teor de oacuteleo () - Ciclo 201314

Irrigado 538 535 529 524 532 B

Sequeiro 535 556 554 556 550 A

Meacutedias 537 a 546 a 542 a 540 a

Teor de oacuteleo () - Ciclo 201415

Irrigado 515 Bb 521 Ab 519 Ab 549 Ba 526

Sequeiro 548 Aab 516 Ac 530 Abc 573 Aa 542

Meacutedias 531 519 524 561

Produtividade de oacuteleo (kg ha-1

) ndash Ciclo 201314

Irrigado 5985 5199 4605 3092 4720 A

Sequeiro 3220 2721 2913 860 2429 B

Meacutedias 4603 a 3960 ab 3759 b 1976 c

Produtividade de oacuteleo (kg ha-1

) ndash Ciclo 201415

Irrigado 6744 5732 5244 3996 5429 A

Sequeiro 5891 3883 3428 1783 3747 B

Meacutedias 6318 a 4808 b 4336 b 2889 c

Meacutedias seguidas de mesma letra maiuacutesculas na coluna e minuacutesculas na linha natildeo diferem entre si pelo teste de

Tukey a 5 de probabilidade

Observando os resultados apresentados constata-se que de uma forma geral os

tratamentos natildeo irrigados apresentaram maiores teores de oacuteleo quando comparados com os

tratamentos irrigados apresentando uma meacutedia de 5504 contra 5317 dos tratamentos em

que foi utilizada a praacutetica da irrigaccedilatildeo Os teores meacutedios de oacuteleo obtidos encontram-se dentro

da faixa dos teores relatados por Sluszz e Machado (2011) Arruda et al (2004) Haas e

Mittelbach (2000) e Akintayo (2004)

122

Comportamento semelhante dos resultados encontrados para o rendimento de oacuteleo

foram observados por Deus et al (2012) que avaliaram o rendimento e a produtividade de

oacuteleo do pinhatildeo-manso sobre diferentes lacircminas de irrigaccedilatildeo e niacuteveis de adubaccedilatildeo potaacutessica e

observaram que o uso da irrigaccedilatildeo proporcionou uma diminuiccedilatildeo nos valores de rendimento

de oacuteleo nos gratildeos e aumento da produtividade do oacuteleo que foi proporcionado pelo aumento

da produtividade de gratildeos com o aumento da lacircmina de irrigaccedilatildeo

Apesar do teor meacutedio de oacuteleo ter sido levemente superior no terceiro ano de cultivo

tal fato natildeo influenciou a produtividade de oacuteleo do ano seguinte que foi superior (472 kg ha-1

)

devido principalmente agrave boa produtividade de sementes alcanccedilada no periacuteodo Outro ponto a

ser destacado eacute que a ausecircncia da irrigaccedilatildeo no quarto ano de cultivo natildeo interferiu na

produtividade de oacuteleo que obteve valores 690 superiores do encontrado para o cultivo sem

irrigaccedilatildeo desde a sua implantaccedilatildeo quando a comparaccedilatildeo se resume apenas no terceiro ano o

cultivo irrigado obteve produtividade de oacuteleo 515 superior ao cultivo sem irrigaccedilatildeo (Tabela

39) Estes resultados datildeo margem para que novos estudo possam ser realizados para a

maximizaccedilatildeo do uso da irrigaccedilatildeo na potencializaccedilatildeo da produccedilatildeo de oacuteleo e sementes do

pinhatildeo-manso durante a sua fase de formaccedilatildeo e estabelecimento (ateacute o quarto de cultivo) e

em periacuteodos posteriores ao seu pico de produccedilatildeo (a partir do quinto ano de cultivo)

Para os dois ciclos de avaliaccedilatildeo (3ordm e 4ordm ano de cultivo) os tratamentos com as

diferentes doses de adubaccedilatildeo e tipos de manejo hiacutedrico apesar de natildeo promoverem grande

variaccedilatildeo no teor de oacuteleo intriacutenseco das sementes melhoraram consideravelmente o

rendimento do oacuteleo vegetal em geral (Tabela 39) com aumento do nuacutemero total de

frutossementes produzidas por planta Resultados semelhantes foram encontradas por Yong

et al (2010) e Tikkoo Yadav Kaushik (2013) As relaccedilotildees diretas da produtividade de gratildeos

com o rendimento de oacuteleo do pinhatildeo-manso foram estudadas por Spinelli et al (2010) que ao

quantificarem os efeitos diretos e indiretos de caracteriacutesticas vegetativas e da qualidade da

mateacuteria-prima no rendimento de oacuteleo do pinhatildeo-manso observaram que a produtividade de

gratildeos foi o componente mais importante do rendimento de oacuteleo seguida do volume de copa e

do teor de oacuteleo nos gratildeos

Para a produtividade de oacuteleo foi encontrado para o terceiro ano de cultivo um modelo

de ajuste linear para o cultivo irrigado e um modelo polinomial de segundo grau para o

manejo hiacutedrico sem irrigaccedilatildeo em funccedilatildeo das doses de nitrogecircnio aplicadas naquele periacuteodo

(Figura 41) No quarto ano de cultivo com o aumento da aplicaccedilatildeo de N por unidade de aacuterea

o modelo de regressatildeo linear obteve o melhor ajuste para as duas condiccedilotildees da produtividade

de oacuteleo em funccedilatildeo das doses de N aplicadas nesse periacuteodo (Figura 42) Assim como para a

123

produtividade de sementes o caacutelculo do Rsup2 corrigido foi determinado para a produtividade de

oacuteleo em funccedilatildeo das doses de adubaccedilatildeo utilizada para cada manejo hiacutedrico nos seus dois anos

de estudo

Figura 41 - Produtividade de oacuteleo do pinhatildeo-manso em funccedilatildeo das diferentes doses de adubo nitrogenado

aplicado no terceiro ano de cultivo

Figura 42 - Produtividade de oacuteleo do pinhatildeo-manso em funccedilatildeo das diferentes doses de adubo nitrogenado

aplicado no quarto ano de cultivo

O uso da irrigaccedilatildeo como complementaccedilatildeo de aacutegua para o cultivo do pinhatildeo-manso

pode trazer grandes aumentos na produtividade de sementes e de oacuteleo como foi confirmado

y = 2688x + 33292

Rsup2 = 09569 p-valor = 00074

y = -00326x2 + 53742x + 1007

Rsup2 = 08733 p-valor = 00012

0

100

200

300

400

500

600

700

800

0 345 69 1035

Pro

du

tivid

ad

e d

e oacutele

o (

kg h

a-1

)

Doses de N (kg ha-1 ano-1)

y = 2688x + 33292

Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007

Rsup2 = 08733 p-valor = 00012

0

100

200

300

400

500

600

700

800

0 345 69 1035

Pro

du

tiv

ida

de

de

oacutele

o (

kg

ha

-1)

Doses de N (kg ha-1 ano-1)

Irrigado Natildeo irrigado

Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)y = 2688x + 33292

Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007

Rsup2 = 08733 p-valor = 00012

0

100

200

300

400

500

600

700

800

0 345 69 1035

Pro

du

tivid

ad

e d

e oacutele

o (

kg h

a-1

)

Doses de N (kg ha-1 ano-1)

Irrigado Natildeo irrigado

Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)

y = 2688x + 33292

Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007

Rsup2 = 08733 p-valor = 00012

0

100

200

300

400

500

600

700

800

0 345 69 1035

Pro

du

tiv

ida

de

de

oacutele

o (

kg

ha

-1)

Doses de N (kg ha-1 ano-1)

Irrigado Natildeo irrigado

Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)y = 2688x + 33292

Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007

Rsup2 = 08733 p-valor = 00012

0

100

200

300

400

500

600

700

800

0 345 69 1035

Pro

du

tiv

ida

de

de

oacutele

o (

kg

ha

-1)

Doses de N (kg ha-1 ano-1)

Irrigado Natildeo irrigado

Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)

y = 17461x + 41132

Rsup2 = 09711 p-valor = 00022

y = 24907x + 18217

Rsup2 = 09582 p-valor lt00001

0

100

200

300

400

500

600

700

800

900

0 515 103 1545

Pro

du

tiv

ida

de

de

oacutele

o (

kg

ha

-1)

Doses de N (kg ha-1 ano-1)

y = 2688x + 33292

Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007

Rsup2 = 08733 p-valor = 00012

0

100

200

300

400

500

600

700

800

0 345 69 1035

Pro

du

tivid

ad

e d

e oacutele

o (

kg h

a-1

)

Doses de N (kg ha-1 ano-1)

Irrigado Natildeo irrigado

Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)y = 2688x + 33292

Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007

Rsup2 = 08733 p-valor = 00012

0

100

200

300

400

500

600

700

800

0 345 69 1035

Pro

du

tiv

ida

de

de

oacutele

o (

kg

ha

-1)

Doses de N (kg ha-1 ano-1)

Irrigado Natildeo irrigado

Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)

y = 2688x + 33292

Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007

Rsup2 = 08733 p-valor = 00012

0

100

200

300

400

500

600

700

800

0 345 69 1035

Pro

du

tiv

idad

e d

e oacutele

o (

kg h

a-1

)

Doses de N (kg ha-1 ano-1)

Irrigado Natildeo irrigado

Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)y = 2688x + 33292

Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007

Rsup2 = 08733 p-valor = 00012

0

100

200

300

400

500

600

700

800

0 345 69 1035

Prod

uti

vid

ad

e d

e oacute

leo (

kg h

a-1

)

Doses de N (kg ha-1 ano-1)

Irrigado Natildeo irrigado

Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)

124

por esse estudo Mas a falta ou ateacute o excesso da aacutegua aplicada agrave planta podem diminuir o seu

potencial produtivo Em um experimento conduzido em solos arenosos do Egito Kheira e

Atta (2009) avaliaram a resposta do pinhatildeo-manso em condiccedilotildees de deacuteficit hiacutedrico e

concluiacuteram que a lacircmina oacutetima aplicada que foi correspondente a 100 da evapotranspiraccedilatildeo

potencial (ETp) proporcionou para as plantas de pinhatildeo-manso os maiores valores de

rendimento e produtividade de oacuteleo aleacutem da melhor eficiecircncia do uso da aacutegua na produccedilatildeo de

sementes e de oacuteleo de pinhatildeo-manso (044 e 013 kg m-3

) respectivamente Os resultados

concluiacuteram que a eficiecircncia do uso da aacutegua da produccedilatildeo de sementes e de oacuteleo de pinhatildeo-

manso diminuiacuteram com a reduccedilatildeo e o aumento da taxa de aplicaccedilatildeo de aacutegua a partir da

aplicaccedilatildeo ideal de aacutegua para a cultura (100 ETp)

O resultado da anaacutelise de variacircncia com os valores do teste F dos iacutendices de qualidade

do oacuteleo em funccedilatildeo do manejo hiacutedrico e da adubaccedilatildeo nitrogenada para os dois ciclos de

avaliaccedilatildeo do pinhatildeo-manso satildeo encontradas na Tabela 40 Pela ANOVA verifica-se que

apenas o fator irrigaccedilatildeo influenciou os iacutendices de acidez peroacutexido iodo e estabilidade

oxidativa em pelo menos um dos ciclos avaliados natildeo havendo efeito das doses de nitrogecircnio

e da sua interaccedilatildeo com a irrigaccedilatildeo

Tabela 40 - Valores de F para os iacutendices de acidez (IA) iodo peroacutexido (IP) e estabilidade oxidativa (EO) para os

dois ciclos de avaliaccedilatildeo

Fonte de

Variaccedilatildeo GL

Ciclo 201314 Ciclo 201415

IA Iodo IP EO IA Iodo IP EO

Blocos [I] 2 039ns

032ns

100ns

066ns

222ns

014ns

892 069

ns

I 1 794 453

ns 009

ns 132

ns 066

ns 285

399

112

N 3 071ns

072ns

191ns

060ns

243ns

079ns

070ns

499ns

I x N 3 072ns

146ns

009ns

063ns

001ns

007ns

070ns

001ns

Meacutedia geral 336 1013 0369 217 0526 778 0236 161

CV () 941 477 2896 238 405 171 634 862

Niacuteveis de significacircncia 001ltPlt005 0001ltPlt001 Plt0001 ns - natildeo significativo I ndash Irrigaccedilatildeo N ndash

Doses de N GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo

Os valores de densidade relativa e do iacutendice de refraccedilatildeo natildeo apresentaram diferenccedilas

significativas entre os tratamentos estudados nos dois anos de avaliaccedilatildeo apresentando valores

meacutedios para o ciclo de 201314 de 0911 e 1463 respectivamente para densidade e refraccedilatildeo

jaacute para o ciclo 201415 os valores meacutedios de densidade relativa e iacutendice de refraccedilatildeo foram de

0885 e 1458 respectivamente Os valores do iacutendice de refraccedilatildeo encontrados nesse estudo satildeo

similares aos que foram encontrados por Akintayo (2004) e Kheira e Atta (2009) que

relataram respectivamente um valor meacutedio de 1468 e 147 para o iacutendice de refraccedilatildeo a 25ordm C

do oacuteleo de pinhatildeo-manso Estes resultados assim como o que foi encontrado nesse estudo

125

estatildeo enquadrados dentro da faixa ou do limite maacuteximo permitido de acordo com o

estabelecido pela legislaccedilatildeo vigente (ANVISA 1999) e por outros estudos (BIODIESELBR

2011)

A densidade relativa tambeacutem pouco variaacutevel entre os diferentes tipos de tratamentos

apresentou valores proacuteximos aos encontrados por Akintayo (2004) BiodieselBR (2011)

Akbar et al (2009) e Oliveira et al (2009) De acordo com Portela (2011) a densidade eacute uma

propriedade que natildeo sofre grandes variaccedilotildees isso se deve ao fato do oacuteleo apresentar

densidade semelhante a de seus eacutesteres metiacutelicos poreacutem o seu controle eacute de grande

importacircncia tendo em vista que uma densidade elevada pode provocar problemas quanto a

injeccedilatildeo do combustiacutevel na cacircmara de compressatildeo podendo ocasionar obstruccedilatildeo dos bicos

injetores injeccedilatildeo de pouco combustiacutevel Do mesmo modo uma baixa densidade causa uma

injeccedilatildeo exagerada possibilitando haver uma queima incompleta ou consumo excessivo do

combustiacutevel

Na Tabela 41 satildeo apresentados os valores dos demais iacutendices de qualidade somente

em funccedilatildeo do manejo hiacutedrico visto que foi o uacutenico fator que influenciou em pelo menos um

dos ciclos os iacutendices de acidez peroacutexido iodo e estabilidade oxidativa

Tabela 41 - Valores meacutedios dos iacutendices de qualidade de oacuteleo em funccedilatildeo do manejo hiacutedrico adotado nos dois

ciclos de avaliaccedilatildeo

Manejo

hiacutedrico

Ciclo 201314

Iacutendice de acidez Iacutendice de iodo Iacutendice de peroacutexido Estabilidade Oxidativa

Irrigado 113 b 1038 a 029 a 202 a

Sequeiro 558 a 987 a 045 a 232 a

Meacutedias 336 1013 037 217

Manejo

hiacutedrico

Ciclo 201415

Iacutendice de acidez Iacutendice de iodo Iacutendice de peroacutexido Estabilidade Oxidativa

Irrigado 057 a 601 b 047 a 149 b

Sequeiro 048 a 956 a 001 b 173 a

Meacutedias 053 779 024 161

Meacutedias seguidas de mesma letra minuacutesculas na coluna natildeo diferem entre si pelo teste de Tukey a 5 de

probabilidade

O iacutendice de acidez uacutenico iacutendice de qualidade que teve diferenccedila significativa no

primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo apresentou altos valores nesse periacuteodo Esse fato nem sempre

pode estar condicionado agraves condiccedilotildees de campo em que a cultura foi submetida podendo

estar relacionado com as condiccedilotildees de coleta refrigeraccedilatildeo e armazenamento das sementes e

as teacutecnicas de extraccedilatildeo do oacuteleo das sementes estas se mal-empregadas favorecem a

degradaccedilatildeo oxidativa e a hidroacutelise dos trigliceriacutedeos contidos no oacuteleo alterando de forma

significativa as propriedades fiacutesico-quiacutemicas do mesmo (SILVA 2005) Segundo Angelucci

et al (1987) o alto teor de acidez de um oacuteleo bruto aumenta a perda da neutralizaccedilatildeo sendo

126

tambeacutem indicador de sementes de baixa qualidade de manuseio e armazenamento improacuteprios

ou de um processamento insatisfatoacuterio

O tipo de extraccedilatildeo do oacuteleo pode influenciar no iacutendice de acidez Pereira Coelho e

Mendes (2011) encontraram para o oacuteleo de pinhatildeo-manso extraiacutedo por prensa uma acidez

baixa com um valor meacutedio de 18 mg KOH g-1

quando comparado com o oacuteleo extraiacutedo com

hexano com valores acima de 151 mg KOH g-1

O aumento do tempo de armazenamento do

oacuteleo extraiacutedo eacute outro fator que pode trazer a elevaccedilatildeo do seu iacutendice de acidez (RIBEIRO et al

2010)

Considerando os resultados de uma forma geral apenas os tratamentos sem irrigaccedilatildeo

foram os que apresentaram um valor meacutedio do iacutendice de acidez acima dos limites

estabelecidos para oacuteleos natildeo refinados que estabelece um valor maacuteximo de 40 mg KOH g-1

(ANVISA 2005) Ainda assim os valores se encontram abaixo dos determinados por Oliveira

et al (2009) de 845 mg KOH g-1

e proacuteximos dos valores encontrados por Akintayo (2004)

Kpoviessi et al (2004) e Achten et al (2008)

O oacuteleo de pinhatildeo-manso extraiacutedo apresentou um baixo iacutendice de peroacutexido para todos

os tratamentos e soacute foi significativo devido agrave presenccedila quase nula de peroacutexidos nos

tratamentos sem irrigaccedilatildeo do segundo ciclo de avaliaccedilatildeo A presenccedila de peroacutexidos por menor

que seja indica que o oacuteleo sofreu oxidaccedilatildeo mas natildeo a ponto de comprometer a sua qualidade

original Nem o fato da extraccedilatildeo ter sido feita com solvente orgacircnico implicou em um

aumento elevado do iacutendice de peroacutexido fato esse observado por Pereira Coelho e Mendes

(2011) Apesar de natildeo ser um requisito de anaacutelise de combustiacuteveis o iacutendice de peroacutexido vem

se mostrando um objeto de estudo interessante uma vez que a reaccedilatildeo de oxidaccedilatildeo eacute muitas

vezes iniciada na sua presenccedila aleacutem de se observar aumento do iacutendice de peroacutexido com o

passar do periacuteodo de estocagem (RIBEIRO et al 2010 PORTELA 2011) Os valores do

iacutendice de peroacutexido determinados encontram-se muito abaixo dos relatados por BiodieselBR

(2011) (998 meq kg-1

) e Akbar et al (2009) (193 meq kg-1

) e da quantidade estabelecida pela

Anvisa (2005) de 150 meq kg-1

O iacutendice de iodo apresentou baixa variaccedilatildeo no primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo (987-1038

g I2 100 g-1

) em comparaccedilatildeo com o segundo (601-956 g I2 100 g-1

) Esses resultados mostram

uma menor capacidade de absorccedilatildeo de iodo pelas duplas ligaccedilotildees dos aacutecidos graxos

insaturados do oacuteleo extraiacutedo principalmente dos oacuteleos extraiacutedos dos tratamentos irrigados do

segundo ciclo Esse fato eacute considerado importante para a qualidade do oacuteleo de pinhatildeo-manso

jaacute que o seu oacuteleo tende a ser mais resistente agrave oxidaccedilatildeo por possuir um baixo iacutendice de iodo

em relaccedilatildeo aos demais oacuteleos vegetais estudados satisfazendo dessa forma uma importante

127

caracteriacutestica requerida como mateacuteria-prima para produccedilatildeo de biodiesel possibilitando

tambeacutem um maior tempo de armazenamento se houver necessidade

Pereira Coelho e Mendes (2011) ao realizarem os ensaios do iacutendice de iodo com o

oacuteleo de pinhatildeo-manso extraiacutedo com hexano encontraram valores de iacutendice de iodo de 91-98 g

I2 100 g-1

e com etanol um iacutendice de iodo de 106-108 g I2 100 g-1

Akintayo (2004) relatou um

valor de iacutendice de iodo de 1052 mg I2 g-1

valor proacuteximo do encontrado por Akbar et al

(2009) enquanto que Kpoviessi et al (2004) relataram valores para o iacutendice de iodo de 92 a

93 g I2 100 g-1

Os resultados destes autores comparados com os resultados do presente

trabalho estatildeo de acordo indicando que o oacuteleo do pinhatildeo-manso possui um alto grau de

insaturaccedilatildeo

A estabilidade agrave oxidaccedilatildeo mostrou-se tambeacutem variaacutevel com a influecircncia da irrigaccedilatildeo

os tratamentos natildeo irrigados apresentaram de uma forma geral um maior periacuteodo de induccedilatildeo

determinado pelo equipamento o que confere uma maior estabilidade agrave oxidaccedilatildeo a esses

oacuteleos e um maior tempo de vida uacutetil no seu armazenamento O oacuteleo de pinhatildeo-manso

apresenta um maior tempo de estabilidade agrave oxidaccedilatildeo quando comparado ao oacuteleo de outras

culturas usadas para a produccedilatildeo de biodiesel como a soja e o girassol Dessa forma a

estabilidade oxidativa do oacuteleo de pinhatildeo-manso mostrou-se satisfatoacuteria jaacute que a quantidade

exata de saturaccedilotildees eacute medida pelo ensaio de Iacutendice de Iodo e a presenccedila de saturaccedilotildees nas

moleacuteculas do biodiesel estaacute fortemente ligada agrave estabilidade oxidativa pois satildeo as duplas

ligaccedilotildees existente nos eacutesteres metiacutelicos que sofreram a oxidaccedilatildeo durante o armazenamento

Sendo assim eacute possiacutevel dizer que a estabilidade oxidativa do biodiesel de pinhatildeo-manso eacute

superior a 6 horas agrave 110ordm C (EN 14214) valor miacutenimo exigido pela ANP e pelo European

Committee of Standardization (DOMINGOS et al 2007 SARIN et al 2009)

Os valores das caracteriacutesticas fiacutesicas e quiacutemicas do oacuteleo de semente de pinhatildeo-manso

como os iacutendices de refraccedilatildeo acidez peroacutexido iodo entre outros sob diferentes relaccedilotildees de

lacircminas de aacutegua (125 100 75 e 50 da ETp) nas condiccedilotildees climaacuteticas egiacutepcias foram

estudadas por Kheira e Atta (2009) Os resultados observados pelos autores natildeo revelaram

quaisquer diferenccedilas significativas causadas pelos diferentes valores de lacircmina de aacutegua

Mesmo assim os autores chegaram agrave conclusatildeo de que a partir dos resultados obtidos as

melhores caracteriacutesticas de oacuteleo de semente de pinhatildeo-manso foram registradas com o oacuteleo

extraiacutedo das plantas que receberam 100 da ETp

Os resultados obtidos dos perfis composicionais realizados por cromatografia gasosa

dos oacuteleos extraiacutedos de pinhatildeo- manso para os anos agriacutecolas 201314 e 201415 encontram-se

respectivamente nas Tabela 42 e Tabela 43

128

Tabela 42 - Perfil composicional dos oacuteleos de pinhatildeo-manso () dos tratamentos avaliados no ciclo 201314

Aacutecidos graxos Natildeo Irrigado Irrigado

ȳ plusmn s 150N 100N 50N 0N 150N 100N 50N 0N

Aacutecido Palmiacutetico

(C160) 132 131 127 127 134 132 132 126 130 plusmn 03

Aacutec Palmitoleico

(C161) 08 09 08 07 08 08 08 08 08 plusmn 005

Aacutecido Esteaacuterico

(C180) 51 51 54 57 54 53 53 52 53 plusmn 02

Aacutecido Oleico

(C181) 401 395 408 426 403 407 412 398 406 plusmn 097

Aacutecido Linoleico

(C182) 399 397 393 373 392 393 390 408 393 plusmn 099

OUTROS 09 18 11 10 11 08 07 10 09 plusmn 033

ȳ = meacutedia geral s = desvio padratildeo

Tabela 43 - Perfil composicional dos oacuteleos de pinhatildeo-manso () dos tratamentos avaliados no ciclo 201415

Aacutecidos graxos Natildeo Irrigado Irrigado

ȳ plusmn s 150N 100N 50N 0N 150N 100N 50N 0N

Aacutecido Palmiacutetico

(C160) 130 136 133 134 135 134 135 134 134 plusmn 019

Aacutec Palmitoleico

(C161) 07 08 08 08 09 08 08 08 08 plusmn 006

Aacutecido Esteaacuterico

(C180) 55 55 56 59 55 51 55 54 55 plusmn 022

Aacutecido Oleico

(C181) 413 377 389 400 374 364 391 381 386 plusmn 156

Aacutecido Linoleico

(C182) 386 403 393 376 402 410 386 399 394 plusmn 112

OUTROS 09 20 21 23 25 32 25 23 22 plusmn 066

ȳ = meacutedia geral s = desvio padratildeo

Com os resultados obtidos pode-se evidenciar a baixa variaccedilatildeo da composiccedilatildeo do oacuteleo

de pinhatildeo-manso de acordo com os diferentes tratamentos realizados A realizaccedilatildeo da

irrigaccedilatildeo com os diferentes niacuteveis de adubaccedilatildeo nitrogenada praticamente natildeo causou

alteraccedilotildees na composiccedilatildeo do oacuteleo o que permite prever que sob ambos os efeitos a

utilizaccedilatildeo do oacuteleo para a transformaccedilatildeo em biodiesel resultaraacute em um biocombustiacutevel de

caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas semelhantes uma vez que a composiccedilatildeo dos aacutecidos graxos natildeo

apresenta alteraccedilatildeo significativa resultando em uma mesma quantidade de eacutesteres metiacutelicos

que satildeo produtos do oacuteleo empregado na reaccedilatildeo de transesterificaccedilatildeo

Poreacutem as caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas dos oacuteleos provenientes dos tratamentos com

irrigaccedilatildeo e sem irrigaccedilatildeo com diferentes niacuteveis de adubaccedilatildeo nitrogenada podem se

diferenciar pois a quantidade dos aacutecidos graxos apresentados nas Tabela 42 e Tabela 43 natildeo

especifica por si soacute a quantidade de aacutecidos graxos livres e a quantidade de mono- di- e

trigliceriacutedeos Isso implica diretamente na escolha da melhor rota de siacutentese para produccedilatildeo de

129

biodiesel jaacute que a presenccedila de aacutecidos graxos livres representa a acidez do oacuteleo que

inviabiliza a reaccedilatildeo de transesterificaccedilatildeo alcalina e sugere a esterificaccedilatildeo por aacutecido forte de

Lewis (LIMA 2005)

Como jaacute mencionado anteriormente a composiccedilatildeo de aacutecidos graxos do pinhatildeo-manso

eacute classificada como um oacuteleo do tipo de aacutecido oleico ou linoleico sendo composto de

praticamente 45 de aacutecidos graxos insaturados Para o primeiro ano de avaliaccedilatildeo a

porcentagem de aacutecidos graxos saturados (C160 e C180) e insaturados (C161 C181 e

C182) foram de 183 e 807 respectivamente jaacute no segundo ano o oacuteleo extraiacutedo

apresentou em meacutedia os valores de 189 e 789 para os aacutecidos graxos saturados e

insaturados respectivamente

Ao avaliarem a resposta do uso do fertilizante NPK na produtividade e na composiccedilatildeo

de trigliceriacutedeos em pinhatildeo-manso Akbarian Modafebehzadi e Bagheripour (2012)

encontraram para o nitrogecircnio altas correlaccedilotildees para produtividade rendimento de oacuteleo

aacutecidos graxos insaturados aacutecido oleico e aacutecido esteaacuterico sendo a correlaccedilatildeo entre nitrogecircnio e

produtividade altamente significativa agrave 1 de significacircncia Os aacutecidos graxos insaturados e o

aacutecido palmiacutetico tiveram as menores correlaccedilotildees com a adiccedilatildeo de nitrogecircnio sendo essas natildeo

significativas

Na Figura 43 satildeo apresentados a composiccedilatildeo primaacuteria (majoritaacuteria) dos aacutecidos graxos

presentes no pinhatildeo-manso e a sua quantidade () por meio de anaacutelise de ressonacircncia

magneacutetica nuclear (RMN 1H) para cada tratamento apenas para o primeiro ano de avaliaccedilatildeo

Constata-se que diferente da cromatografia gasosa o uso da irrigaccedilatildeo influenciou

significativamente na composiccedilatildeo dos aacutecidos graxos insaturados nas anaacutelises de RMN

causando aumento do aacutecido oleico e diminuiccedilatildeo do aacutecido linoleico esse uacuteltimo por sua vez

aumentou nos tratamentos em que natildeo havia o suprimento de aacutegua por irrigaccedilatildeo

130

Figura 43 - Quantificaccedilatildeo e composiccedilatildeo primaacuteria dos aacutecidos graxos do oacuteleo de pinhatildeo-manso para todos os

tratamentos avaliados

As diferentes doses de nitrogecircnio natildeo influenciaram na composiccedilatildeo dos aacutecidos graxos

insaturados Os aacutecidos oleico e linoleico satildeo os principais aacutecidos graxos insaturados presentes

na constituiccedilatildeo do oacuteleo de pinhatildeo-manso (ASHRAFUL et al 2014) Os resultados

encontrados para os tratamentos de sequeiro para aacutecido linoleico encontram-se muito abaixo

do teor meacutedio encontrado na literatura e um pouco acima para o aacutecido oleico diferindo dos

tratamentos irrigados que se encontraram dentro do padratildeo meacutedio do oacuteleo de pinhatildeo-manso

(AKINTAYO 2004 ASHRAFUL et al 2014 BERCHMANS HIRATA 2009) Natildeo houve

diferenccedila significativa para a composiccedilatildeo de aacutecidos graxos saturados nos tratamentos

Semelhante a esses resultados Flagella et al (2002) encontraram na composiccedilatildeo de aacutecidos

graxos do oacuteleo de girassol alto oleico um decreacutescimo em aacutecido oleico e esteaacuterico e um

aumento do aacutecido linoleico e palmiacutetico sob irrigaccedilatildeo Os autores descobriram que sob o efeito

da irrigaccedilatildeo suplementar e da semeadura precoce houve um aumento notaacutevel na produccedilatildeo de

sementes e uma diminuiccedilatildeo da razatildeo de aacutecido oleicolinoleico em genoacutetipos de girassol alto

oleico

Vaacuterios podem ser os motivos para a presenccedila da variaccedilatildeo dos aacutecidos graxos primaacuterios

nas anaacutelises de RMN sendo que as anaacutelises de CG natildeo apresentaram nenhum efeito Apesar

de serem oriundos da mesma aacuterea experimental os oacuteleos extraiacutedos satildeo de amostragens

0

10

20

30

40

50

60

70

N 150 N 100 N 50 N 0

Aacutecid

o O

leic

o (

)

Irrigado Sequeiro

a

bbb b

a aa

0

10

20

30

40

50

N 150 N 100 N 50 N 0

Aacuteci

do L

inole

ic o

()

Irrigado Sequeiro

a a a a

bbb

b

0

5

10

15

20

25

N 150 N 100 N 50 N 0

Aacuteci

dos

Gra

xosS

atu

rad

os

()

Irrigado Sequeiro

b

a

abab

ab ab aba

131

diferentes e pela baixa seleccedilatildeo geneacutetica as plantas da aacuterea experimental satildeo passiacuteveis de

apresentarem inuacutemeras expressotildees fenotiacutepicas e no conteuacutedo de seu oacuteleo Os diferentes

procedimentos de anaacutelise para cada meacutetodo podem implicar nessa resposta sem contar que

apesar de ser extremamente preciso a anaacutelise de RMN determina com maior exatidatildeo apenas

os componentes primaacuterios (majoritaacuterios) que provavelmente satildeo os que realmente vatildeo

influenciar na qualidade do oacuteleo e do biodiesel produzido Jaacute a cromatografia gasosa consegue

detectar outros aacutecidos graxos em menor quantidade e com maior precisatildeo no oacuteleo ou no

biodiesel produzido

De acordo com Wang et al (2012) as mateacuterias-primas para o biodiesel de alta

qualidade tecircm alto teor de aacutecidos graxos monoinsaturados pois eacutesteres metiacutelicos de aacutecidos

graxos monoinsaturados satildeo considerados como sendo melhor do que os poli-insaturados para

a mateacuteria-prima de biodiesel de alta qualidade E de acordo com estes autores o oacuteleo de

pinhatildeo-manso se enquadra entre as plantas lenhosas que tem as melhores propriedades para

um biodiesel de alta qualidade devido ao conteuacutedo de aacutecidos graxos monoinsaturados ser

maior do que muitas espeacutecies

Pensando na resposta fornecida em funccedilatildeo da irrigaccedilatildeo pela maioria dos iacutendices de

qualidade de oacuteleo de pinhatildeo-manso e na quantificaccedilatildeo da composiccedilatildeo primaacuteria dos aacutecidos

graxos do oacuteleo de pinhatildeo-manso feito no primeiro ciclo optou-se por fazer a caracterizaccedilatildeo

descritiva dos iacutendices de qualidade do biodiesel produzido a partir das amostras de oacuteleo

extraiacutedas das sementes coletadas dos dois experimentos de manejo hiacutedrico (irrigado e sem

irrigaccedilatildeo) jaacute que a baixa variaccedilatildeo da maioria dos iacutendices de qualidade e da proacutepria

composiccedilatildeo dos aacutecidos graxos nas duas metodologias utilizadas nos tratamentos adubados

natildeo chegaria a influenciar no biodiesel produzido Na Tabela 44 satildeo apresentados os

resultados da caracterizaccedilatildeo do biodiesel produzido a partir das amostras dos tratamentos

irrigados e sem irrigaccedilatildeo Por falta de amostra ao final das anaacutelises de caracterizaccedilatildeo natildeo foi

possiacutevel fazer as anaacutelises de iacutendice de iodo e acidez para a amostra dos tratamentos sem

irrigaccedilatildeo ficando impossibilitada a comparaccedilatildeo dos resultados dessas duas caracteriacutesticas

entre os tratamentos irrigado e sem irrigaccedilatildeo

132

Tabela 44 - Caracterizaccedilatildeo do biodiesel obtido do oacuteleo de pinhatildeo-manso para os dois experimentos de manejo

hiacutedrico

Caracteriacutestica Irrigado Natildeo Irrigado Especificaccedilatildeo Meacutetodo

Aspecto LII LII (LII) (1) Visual

Massa Especiacutefica a 20ordmC 87758 87911 8500 a 9000 ASTM D4052

Viscosidade cinemaacutetica a 40ordmC 428 464 30 a 60 ASTM D 445

Teor de Aacutegua mg kg-1

95541 85747 200 ndash maacutex ASTM D 6304

Ponto de Fulgor ordmC 1105 905 100 ndash miacuten ASTM D 93

Teor de eacutester 9758 9264 955 ndash miacuten EN 14103

Resiacuteduo de Carbono 001 001 0050 ndash maacutex ASTM D 4530

Enxofre Total 31 26 10 ndash maacutex ABNT 15553

Soacutedio + Potaacutessio lt01 lt01 5 ndash maacutex ABNT 15553

Caacutelcio + Magneacutesio lt01 lt01 5 ndash maacutex ABNT 15553

Foacutesforo lt01 lt01 10 ndash maacutex ABNT 15553

Ponto de Entupimento de Filtro a

Frio degC

-1 -2 10 ndash maacutex

14 ndash maacutex

ASTM D 6371

Glicerol Livre 00133 0002 002 ndash maacutex ASTM D 6584

Glicerol Total 021 092 025 ndash maacutex ASTM D 6584

Monoacilglicerol 0669 0918 070 ndash maacutex ASTM D 6584

Diacilglicerol 0103 12541 020 ndash maacutex ASTM D 6584

Triacilglicerol 0022 47057 020 ndash maacutex ASTM D 6584

Estabilidade aacute Oxidaccedilatildeo A 110ordmC h 1087 895 8 ndash min EM 14112

Corrosividade ao Cobre 3h a 50degC

maacutex

1 1 1 ASTM D 130

Iacutendice de Iodo g 100 g-1

10420 --- Anotar EN 14111

Iacutendice de Acidez mg KOH g-1

lt01 --- 050 ndash maacutex ABNT NBR

14448

(1) Liacutempido e isento de impurezas

Limite Maacuteximo degC ndash de Janeiro a Abril e de outubro a dezembro 14degC maacutex e de Maio a Setembro 10degC maacutex

Dentre as caracteriacutesticas determinadas na caracterizaccedilatildeo de um biodiesel algumas

podem ser facilmente alteradas com a qualidade da mateacuteria prima utilizada enquanto que

outras estatildeo mais condicionadas aos processos reacionais da produccedilatildeo do biodiesel ou do seu

tempo de armazenamento Com isso faz-se necessaacuterio o conhecimento de cada uma dessas

caracteriacutesticas do biodiesel e de como elas estatildeo mais susceptiacuteveis na alteraccedilatildeo da qualidade

do biodiesel produzido Pensando nisso Monteiro et al (2008) Locircbo Ferreira e Cruz (2009)

e Quintella et al (2009) classificaram os meacutetodos analiacuteticos para avaliaccedilatildeo da qualidade do

biodiesel em quatro grupos conforme as informaccedilotildees que podem proporcionar sendo estes

meacutetodos analiacuteticos para determinaccedilatildeo de contaminantes provenientes da mateacuteria-prima

meacutetodos analiacuteticos para avaliaccedilatildeo do processo produtivo meacutetodos analiacuteticos para avaliaccedilatildeo

das propriedades inerentes agraves estruturas moleculares e meacutetodos analiacuteticos para

monitoramento da qualidade do biodiesel durante o processo de estocagem Esta classificaccedilatildeo

ajuda no monitoramento da qualidade do biodiesel visando meacutetodos analiacuteticos automatizados

e que permitam monitoramento remoto em campo e ao longo de toda a cadeia produtiva

priorizando rapidez simplicidade e baixo custo (QUINTELLA et al 2009)

133

As caracteriacutesticas do processo produtivo (soacutedio + potaacutessio glicerina livre glicerina

total monoacilglicerol diacilglicerol triacilglicerol ponto de fulgor teor de eacutester e resiacuteduo

de carbono) apesar de apresentarem uma pequena diferenccedila entre os experimentos se deve agraves

interferecircncias ocorridas no sistema reacional tais como tempo de reaccedilatildeo razatildeo molar e

temperatura

Com relaccedilatildeo as caracteriacutesticas relacionadas agrave mateacuteria prima (caacutelcio + magneacutesio

enxofre foacutesforo e corrosividade ao cobre) estas natildeo permitem verificar nenhuma diferenccedila

significativa entre as duas amostras analisadas Apesar de estarem relacionadas diretamente

ao tipo de mateacuteria prima que chega para a extraccedilatildeo podendo ser alterado com o tipo de

manejo adotado no seu cultivo e nesse caso com os tratamentos aplicados no campo haveria

a necessidade de um maior nuacutemero de amostras de cada tratamento para verificar uma

possiacutevel alteraccedilatildeo nessas caracteriacutesticas O que se observa a partir dos resultados da Tabela

44 eacute que as duas amostras natildeo tiveram alteraccedilatildeo alguma desses paracircmetros ou houve muito

pouco como eacute o caso do enxofre total

Jaacute para os itens referentes ao processo de armazenamento (teor de aacutegua estabilidade

oxidativa e iacutendice de acidez) o teor de aacutegua foi diferente significativamente devido agrave secagem

do material poacutes-reaccedilatildeo de transesterificaccedilatildeo do oacuteleo em biodiesel Quanto ao iacutendice de acidez

natildeo foi possiacutevel realizar-se comparaccedilatildeo devido agrave ausecircncia do resultado na amostra sem

irrigaccedilatildeo jaacute mencionado anteriormente A estabilidade oxidativa por sua vez apresentou uma

diferenccedila significativa entre as amostras e uma das provaacuteveis causas pode ser o fato da

quantidade de insaturaccedilotildees entre os tratamentos ser diferente o que foi constatado nas

anaacutelises de RMN lembrando que novas anaacutelises precisam ser analisadas para verificar o niacutevel

de variabilidade do oacuteleo do pinhatildeo-manso extraiacutedo de uma mesma lavoura

As caracteriacutesticas referentes as estruturas moleculares (Ponto de Entupimento de Filtro

a Frio viscosidade massa especiacutefica e iacutendice de iodo) foram aquelas que apresentaram as

maiores diferenccedilas em especial a viscosidade e a massa especifica Pelas diferenccedilas

presume-se que existem pequenas diferenccedilas entre as composiccedilotildees das amostras o que pode

ser afirmado pelos ensaios de cromatografia gasosa realizado nos oacuteleos brutos (perfil

composicional) Quanto agraves outras caracteriacutesticas nada pode ser afirmado em especial ao

iacutendice de iodo que natildeo foi quantificado na amostra sem irrigaccedilatildeo devido agrave quantidade de

amostra ser insuficiente para essa anaacutelise

Pelos resultados obtidos com as anaacutelises de qualidade do oacuteleo nos tratamentos e da

caracterizaccedilatildeo do biodiesel pode ser afirmado que o pinhatildeo-manso (como uacutenica mateacuteria-

prima) pode obter-se um biodiesel com qualidade que atenda a todos os paracircmetros

134

estabelecidos pela legislaccedilatildeo vigente de acordo com ANVISA (2005) e ANP (2012) haja

vista principalmente o atendimento aos ensaios referentes agraves estruturas moleculares e agrave

estabilidade oxidativa

135

5 CONCLUSOtildeES

1) Mesmo sendo adaptado a condiccedilotildees adversas de clima e solo o pinhatildeo-manso responde

positivamente agrave praacutetica da irrigaccedilatildeo complementar e agrave adubaccedilatildeo nitrogenada chegando a

duplicar a produtividade de sementes com a praacutetica da irrigaccedilatildeo e a triplicar em alguns

casos quando a adubaccedilatildeo eacute feita de acordo com a recomendaccedilatildeo proposta pela literatura

A produtividade de aacutegua por sua vez natildeo apresenta diferenccedila significativa entre os

manejos hiacutedricos ficando restrita apenas para agraves doses de N aplicadas

2) As variaacuteveis de crescimento (altura da planta diacircmetro e volume de copa e IAF)

apresentam uma boa resposta quanto aos tratamentos aplicados Com as praacuteticas da

adubaccedilatildeo e da irrigaccedilatildeo as folhas permanecem por um maior tempo nas plantas

reduzindo o periacuteodo de senescecircncia em cada ciclo O IAF assim como outras variaacuteveis

apresentam maiores valores para os tratamentos irrigados

3) Todos os teores de clorofila avaliados apresentam maiores valores com a praacutetica da

irrigaccedilatildeo e com as maiores doses de N aplicadas No quarto ano de cultivo como natildeo

houve irrigaccedilatildeo os tratamentos com histoacuterico de irrigaccedilatildeo natildeo apresentaram diferenccedilas

entre os dois manejos hiacutedricos Apesar da diferenccedila do teor de clorofila entre as doses de

N os tratamentos aplicados apresentaram baixa correlaccedilatildeo com o teor de N foliar

4) Os tratamentos aplicados apresentam aumento no rendimento de oacuteleo no cultivo sem

irrigaccedilatildeo mas tal condiccedilatildeo natildeo eacute determinante no aumento da produtividade de oacuteleo com

os tratamentos irrigados apresentando maiores produtividades Com a baixa influecircncia do

conteuacutedo intriacutenseco de oacuteleo das sementes o aumento da produtividade de oacuteleo nos

tratamentos irrigados se deve principalmente pelo aumento da produtividade de sementes

5) Os iacutendices de qualidade de oacuteleo natildeo apresentam variaccedilatildeo significativa quanto agraves

diferentes doses de N ficando restritos para alguns iacutendices a variaccedilatildeo dos valores apenas

com a praacutetica da irrigaccedilatildeo para um dos ciclos avaliados

136

137

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DIVISAtildeO DE BIBLIOTECA - DIBDESALQUSP

Andrade Irineu Pedro de Sousa Influecircncia da irrigaccedilatildeo e da adubaccedilatildeo nitrogenada na produccedilatildeo e qualidade do oacuteleo

das sementes de pinhatildeo-manso Irineu Pedro de Sousa Andrade - - versatildeo revisada de acordo com a resoluccedilatildeo CoPGr 6018 de 2011 - - Piracicaba 2016

158 p il

Tese (Doutorado) - - Escola Superior de Agricultura ldquoLuiz de Queirozrdquo

1 Jatropha curcas L 2 Manejo hiacutedrico 3 Fertilizaccedilatildeo mineral 4 Biocombustiacuteveis I Tiacutetulo

CDD 63385 A553i

ldquoPermitida a coacutepia total ou parcial deste documento desde que citada a fonte ndash O autorrdquo

3

Dedico Aos meus pais Pedro Miguel de Andrade e Antonia Maria de Souza Conrado

Agrave minha irmatilde Camila Souza de Andrade

Agrave minha namorada Natiele Moura Ferreira

Agrave DEUS meu guia

e consolador

companheiro de

todos os

momentos

Ofereccedilo

4

5

AGRADECIMENTOS

Agrave Deus por toda a sauacutede determinaccedilatildeo e sabedoria que tem me concedido ateacute entatildeo

a companhia sublime do Sagrado Coraccedilatildeo de Jesus na minha vida nesses uacuteltimos anos aliado

com a intercessatildeo da sempre Virgem Maria A Tua Graccedila me basta

Aos meus pais Pedro Miguel e Antonia Maria por toda educaccedilatildeo amor e carinho que

vocecircs tem me dado Este trabalho tambeacutem eacute fruto de vocecircs A minha querida irmatilde Camila

que com o seu exemplo de luta e perseveranccedila me inspirou e muito nesses anos de Doutorado

e a todos os meus familiares que sempre me apoiaram e torceram por mim nesta etapa

Agrave minha amada Natiele Moura Ferreira pela sua companhia nesses anos de namoro

e por todo o seu amor e compreensatildeo nos momentos em que passamos juntos (mesmo agrave

distacircncia) Agradeccedilo tambeacutem agrave todos os seus familiares que sempre me acolheram bem nas

minha idas a Petroacutepolis em especial a Marcos Benedito Sandra Cristina Joatildeo Pedro Marcos

Paulo e Vanessa Faustino

Agrave Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz por toda a infraestrutura e ao

Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia de Sistemas Agriacutecolas pela oportunidade de

realizaccedilatildeo do curso de doutorado onde estendo minha gratidatildeo aos professores pelo

conhecimento partilhado

Ao professor Marcos Viniacutecius Folegatti meu orientador pela confianccedila depositada

desde o iniacutecio e pela sua atenccedilatildeo constante sinceridade amizade e por todas as suas valiosas

orientaccedilotildees sejam no meio profissional-cientiacutefico ou na esfera humana Sinto-me honrado por

ter feito parte da sua equipe

As professoras Dra Patriacutecia Angeacutelica Alves Marques e Dra Thaiacutes Maria Ferreira de

Souza Vieira por todo apoio e auxiacutelio no desenvolvimento desse trabalho

Aos professores Dr Leonardo Duarte Batista da Silva Dr Felipe Gustavo Pilau e Dr

Fabio Ricardo Marin por suas sugestotildees e opiniotildees no exame de qualificaccedilatildeo para a melhoria

e engrandecimento dessa pesquisa em especial ao Dr Leonardo pelo apoio e amizade em

todos os momentos

Aos funcionaacuterios do Departamento de Engenharia de Biossistemas Gilmar Batista

Grigolon Paula Alessandra Bonassa Antocircnio Agostinho Gozzo (Seu Antocircnio) Acircngela

Maacutercia Derigi Silva Davilmar Aparecida Colevatti Heacutelio de Toledo Gomes Luiz Custoacutedio

Camargo e Paula Leme Mendes pela atenccedilatildeo e disposiccedilatildeo durante a realizaccedilatildeo dos trabalhos

Aos meus amigos membros do grupo de pesquisa com quem compartilhei

conhecimentos e experiecircncias Joatildeo Paulo Bruno Lena Adriano Diotto Ciacutecero Renecirc Eder

6

Fanaya Jr Otaacutevio Neto e Jefferson Joseacute obrigado pelos momentos de companhia dentro e

fora da aacuterea experimental e da Esalq Este trabalho tem a colaboraccedilatildeo concreta de cada um e

tambeacutem eacute de vocecircs

Aos meus amigos de poacutes graduaccedilatildeo Hermes da Rocha Kaline de Melo Marco

Bragaia Osvaldo Neto Joseacute Leocircncio Conan Salvador Marinaldo Pinto Dinara Alves

Marcos Amaral Daniel Leal Wagner Woff Eusiacutemio Fraga Fernando Barbosa Lucas da

Costa Santos Rony Sampaio Rogeacuterio Lavanholi Jeacutefferson Costa Ana Paula Damasceno

Fabriacutecio de Oliveira Luiacutes Carvalho Roberto Marano Timoacuteteo Herculino Thiago Villa

Acaacutecio Perboni Nathalia Alejandra Asdruacutebal Luiz Sobenko pelo bom conviacutevio

Aos professores do departamento do ciecircncias exatas Dr Carlos Tadeu e Dra Renata

Alcarde e aos receacutem doutores Dra Adriele Biase e ao meu amigo Dr Fredy Aguillar por

todo auxiacutelio estatiacutestico que necessitei e pelos esclarecimentos e atenccedilatildeo recebida por todos

Aos meus grandes amigos de feacute do grupo de oraccedilatildeo universitaacuterio (GOU) Aacutegua Viva

Tatiane Tokairin Mateus Mendes Antonio Paacutedua Andrea Domingues Natalia Arruda

Geraldo Costa Mariana Pontin Marina Losi Leandro Silva Andreia Nascimento Anna

Neto Dallila Rezende Fredy Ariane Silveira Baacuterbara Della Antonia Rebecca Riet Ana

Carolina Maacutercio Rezende Vanessa Queiroz e Patriacutecia Souza por todos os momentos de

conviacutevio partilha confraternizaccedilotildees e oraccedilotildees em que passei junto de vocecircs

Aos colegas de moradia que tive ao longo desses trecircs anos Marinaldo Valdevan

Adriano Pablo Conan Maicon Otaacutevio Cibele Cliacutessia Luanna Lilian pela companhia e

momentos de alegria e amizade

Agrave Universidade Federal do Paranaacute (UFPR) na pessoa dos pesquisadores MSc Alan

Diego da Conceiccedilatildeo Santos e Dr Andersson Barison parceiros nas anaacutelises de ressonacircncia

magneacutetica nuclear

Ao Instituto Federal de Satildeo Paulo campus Matatildeo-SP na pessoa do professor Dr

Danilo Luiz Flumignan pela oportunidade de parceria e por todo o apoio nas anaacutelises de

qualidade de oacuteleo e biodiesel e a todos teacutecnicos de laboratoacuterio e alunos envolvidos na

participaccedilatildeo e auxiacutelio nessas anaacutelises Deixo o meu agradecimento ao CempeqcIQUnesp

campus de Araraquara-SP pelas anaacutelises de cromatografia gasosa

Agrave Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior (Capes) e a

Fundaccedilatildeo de Amparo agrave Pesquisa do Estado de Satildeo Paulo (FAPESP) pela concessatildeo da bolsa

de doutorado

Agrave todos que contribuiacuteram de alguma forma para a realizaccedilatildeo deste trabalho Meu

muito obrigado Que Deus na sua infinita bondade abenccediloe a cada um

7

ldquoNatildeo vos lembreis mais dos acontecimentos de

outrora natildeo recordeis mais das coisas antigas porque

eis que vou fazer obra nova a qual jaacute surge natildeo a

vedesrdquo

(Isaiacuteas 4318-19a)

ldquoVontade de Deus eacutes o meu paraiacutesordquo

(Santa Paula Frassineti)

ldquoNatildeo entristeccedila o seu coraccedilatildeo por causa das afliccedilotildees antes

medita na Lei do Senhor e alegra-te pois o Senhor usa de meios

que noacutes natildeo entendemos para testar e treinar a nossa feacute para nos

fortalecer E por mais difiacutecil que seja confie Confie no Senhor e

Ele te abenccediloaraacuterdquo

(Autor desconhecido)

8

9

SUMAacuteRIO

RESUMO 11

ABSTRACT 13

LISTA DE FIGURAS 15

LISTA DE TABELAS 19

1 INTRODUCcedilAtildeO 23

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA 25

21 A cultura do pinhatildeo-manso (Jatropha curcas L) 25

22 Potencialidades e limitaccedilotildees para o cultivo do pinhatildeo-manso 29

23 Fatores que afetam o desenvolvimento e a produtividade do pinhatildeo-manso 34

231 Exigecircncias climaacuteticas para o cultivo do pinhatildeo-manso 35

232 Condiccedilotildees e uso do solo 37

233 Irrigaccedilatildeo e adubaccedilatildeo nitrogenada no pinhatildeo-manso 39

24 Qualidade do oacuteleo vegetal para produccedilatildeo de biocombustiacuteveis 44

241 Perfil composicional de aacutecidos graxos 45

242 Iacutendices de qualidade 49

3 MATERIAL E MEacuteTODOS 53

31 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea experimental 53

32 Descriccedilatildeo dos tratamentos e delineamento experimental 54

33 Caracterizaccedilatildeo do solo 56

34 Caracterizaccedilatildeo da aacutegua de irrigaccedilatildeo 57

35 Manejo da irrigaccedilatildeo 58

36 Monitoramento da umidade do solo 61

37 Manejo da cultura 62

38 Produtividade da cultura e produtividade da aacutegua 63

39 Anaacutelises de crescimento 64

310 Iacutendice de aacuterea foliar (IAF) 65

311 Iacutendice de clorofila 67

312 Teor e anaacutelises de qualidade de oacuteleo 68

3121 Teor de oacuteleo 69

3122 Anaacutelises preliminares dos iacutendices de qualidade do oacuteleo 70

3123 Iacutendice de acidez 71

3124 Iacutendice de iodo 71

10

3125 Iacutendice de peroacutexido 72

3126 Iacutendice de refraccedilatildeo 72

3127 Densidade relativa 73

3128 Estabilidade oxidativa 73

3129 Identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo de aacutecidos graxos 74

313 Anaacutelise dos dados 75

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 77

41 Monitoramento meteoroloacutegico 77

42 Irrigaccedilotildees realizadas 79

43 Monitoramento da umidade do solo 80

44 Produtividade da cultura 84

45 Produtividade da aacutegua 88

46 Anaacutelise de crescimento 91

47 Iacutendice de aacuterea foliar (IAF) 109

48 Iacutendice de clorofila 113

49 Teor e anaacutelises de qualidade de oacuteleo 120

5 CONCLUSOtildeES 135

REFEREcircNCIAS 137

11

RESUMO

Influecircncia da irrigaccedilatildeo e da adubaccedilatildeo nitrogenada na produccedilatildeo e qualidade do oacuteleo das

sementes de pinhatildeo-manso

Com a busca de novas soluccedilotildees para a produccedilatildeo de energia sustentaacutevel novas fontes

renovaacuteveis tecircm sido tema de estudos para o suprimento de energia no mundo diminuindo a

dependecircncia por combustiacuteveis foacutesseis O biodiesel pode ser usado para geraccedilatildeo de energia em

substituiccedilatildeo ao oacuteleo diesel e com isso muitas espeacutecies oleaginosas tecircm sido estudadas para

esse fim O pinhatildeo-manso (Jatropha curcas L) eacute uma espeacutecie da famiacutelia Euforbiaacutecea que tem

se destacado por ser uma planta perene ruacutestica e com elevada produccedilatildeo de oacuteleo O

conhecimento dos efeitos da irrigaccedilatildeo e da fertilizaccedilatildeo nitrogenada no seu cultivo se tornam

relevantes para um melhor manejo dessa cultura Este estudo teve como objetivo principal

avaliar os efeitos de diferentes niacuteveis de adubaccedilatildeo nitrogenada e de irrigaccedilatildeo na

produtividade no crescimento vegetativo e na qualidade de oacuteleo no cultivo do pinhatildeo-manso

O experimento foi conduzido em uma aacuterea experimental do Departamento de Engenharia de

Biossistemas da ESALQUSP em Piracicaba-SP Os estudos foram realizados nos anos

agriacutecolas de 20132014 e 20142015 com plantas a partir do terceiro ano de cultivo e

dispostas em espaccedilamento 3 x 4 m totalizando 833 plantas ha-1

Os tratamentos foram

dispostos aleatoriamente em duas aacutereas de cultivo com blocos compostos de quatros

repeticcedilotildees sendo os fatores constituiacutedos de dois manejos hiacutedricos (irrigado e sem irrigaccedilatildeo) e

quatro doses de adubaccedilatildeo nitrogenada a partir da sua recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo (150

100 50 e 0 de N) Cada aacuterea de cultivo era composta pelo tipo de manejo hiacutedrico

adotado e a anaacutelise dos dados foi feita de forma conjunta como anaacutelise de grupos de

experimentos O sistema de irrigaccedilatildeo utilizado foi o pivocirc central sendo adotado para toda a

aacuterea irrigada o mesmo manejo de irrigaccedilatildeo A irrigaccedilatildeo e as doses de N tiveram influecircncia

positiva nas variaacuteveis de crescimento como altura iacutendice de aacuterea foliar diacircmetro e volume de

copa Todos os teores de clorofila avaliados apresentaram os maiores valores com a praacutetica da

irrigaccedilatildeo e com as maiores doses de N aplicada mas apesar dessa diferenccedila todos os

tratamentos aplicados apresentaram baixa correlaccedilatildeo com o teor de N foliar A produtividade

de sementes e de oacuteleo de pinhatildeo-manso tambeacutem responderam de forma positiva aos

tratamentos aplicados chegando ateacute a triplicar os seus valores com a praacutetica de irrigaccedilatildeo e da

adubaccedilatildeo de N O teor de oacuteleo por sua vez natildeo mostrou variaccedilatildeo dos tratamentos quanto ao

seu conteuacutedo intriacutenseco por unidade de massa de sementes mas o fator manejo hiacutedrico

influenciou nos valores de alguns iacutendices de qualidade de oacuteleo como acidez iodo peroacutexido e

estabilidade oxidativa nos quais os tratamentos irrigados apresentaram de uma forma geral

os melhores resultados Com isso conclui-se que mesmo sendo adaptado a condiccedilotildees

adversas de clima e solo o pinhatildeo-manso responde bem agrave praacutetica da irrigaccedilatildeo e da adubaccedilatildeo

nitrogenada aumentando sua produtividade melhorando seu desenvolvimento vegetativo e

qualidade de oacuteleo para a produccedilatildeo de biodiesel

Palavras-chave Jatropha curcas L Manejo hiacutedrico Fertilizaccedilatildeo mineral Biocombustiacuteveis

12

13

ABSTRACT

Influence of irrigation and nitrogen fertilization in yield and quality of oil from jatropha

seeds

With the search for new solutions for the sustainable energy production new

renewable energy sources have been the subject of studies for the power supply in the world

reducing dependence on fossil fuels Biodiesel can be used for power generation as a

substitute for oil diesel which have increased the interest on oilseeds crops studies The

jatropha (Jatropha curcas L) is a species of the Euforbiaceae family that has stood out for

being a perennial rustic and high yield of oil plant The knowledge of the effects of irrigation

and nitrogen fertilization on the cultivation become relevant for a better crop management

The main objective of this study was the evaluation of the effects of different levels of

nitrogen fertilization and irrigation on productivity vegetative growth and oil quality in the

jatropha crop The experiment was conducted in an experimental area of the Department of

Biosystems Engineering at ESALQUSP in Piracicaba-SP The studies were conducted in the

agricultural years of 20132014 and 20142015 with plants from the third year of cultivation

arranged in 3x4 meters spacing totaling 833 plants ha-1

The treatments were randomly

arranged in two cultivation areas with blocks composed of four repetitions being the factors

consisted of two water management (irrigated and without irrigation) and four doses of

nitrogen fertilization from its fertilizer recommendation (150 100 50 and 0 N) Each

cultivation area was composed by the type of water management adopted and the data

analysis was made jointly as experiments group analysis The irrigation system used was the

center pivot being adopted for the entire irrigated area the same irrigation management The

irrigation and nitrogen levels had a positive influence on growth variables such as height

diameter and canopy volume All evaluated chlorophyll levels reached the highest values with

the practice of irrigation and higher nitrogen levels applied but despite of this difference all

treated samples showed low correlation with leaf nitrogen content The productivity of seeds

and jatropha oil also responded positively to the treatments applied reaching three times their

values with the practice of irrigation and nitrogen fertilization The oil content did not vary

with treatments as to its intrinsic content per unit mass of seeds and only the water

management factor influenced the values of some oil quality indices such as acidity iodine

peroxide and oxidative stability when the irrigated treatments showed better results in

general Thus it is concluded that even though being adapted to adverse conditions of climate

and soil jatropha responds well to practices of irrigation and nitrogen fertilization increasing

its productivity and improving its vegetative growth and quality of oil for biodiesel

production

Keywords Jatropha curcas L Water management Mineral fertilization Biofuels

14

15

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Partes que compotildee a planta de pinhatildeo-manso ramo com inflorescecircncias (a) caule

(b) folha (c) pistilo ndash flor feminina (d) estame ndash flor masculina (e) fruto em corte

transversal (f) frutos (g) fruto em corte longitudinal (h) semente (i) Fonte Heller

(1996) 26

Figura 2 - Niacuteveis de produtividades estimadas para a cultura do pinhatildeo-manso 39

Figura 3 - Tipos de aacutecidos graxos 46

Figura 4 - Croqui da aacuterea experimental contendo as aacutereas de cada manejo hiacutedrico e a estaccedilatildeo

meteoroloacutegica 54

Figura 5 - Esquema da distribuiccedilatildeo dos tratamentos na aacuterea sem irrigaccedilatildeo 55

Figura 6 - Balanccedilo hiacutedrico do sistema de lisiacutemetro de pesagem com as entradas e saiacutedas de

aacutegua do sistema sendo ET a evapotranspiraccedilatildeo E a evaporaccedilatildeo T a transpiraccedilatildeo I

a irrigaccedilatildeo R o escoamento superficial e P a precipitaccedilatildeo Fonte Lena (2013) 59

Figura 7 - Mediccedilatildeo da altura em plantas de pinhatildeo-manso 65

Figura 8 - Metodologia adotada para a calibraccedilatildeo do equipamento LAI 2200 com a escolha

da planta (a) leitura do IAF estimado com o LAI 2200 (b) retirada de todas as

folhas da planta (c) e determinaccedilatildeo em laboratoacuterio do IAF real da planta com o

equipamento CI-203 (d) 67

Figura 9 - Leitura do Iacutendice de Clorofila FALKER utilizando o ClorofiLOG 68

Figura 10 - Rancimat em operaccedilatildeo para determinaccedilatildeo de estabilidade oxidativa (a) e esquema

de funcionamento do equipamento (b) 74

Figura 11 - Dados meteoroloacutegicos observados durante o primeiro e o segundo ciclo de

avaliaccedilatildeo da cultura 78

Figura 12 - Lacircminas de irrigaccedilatildeo aplicadas durante o primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo da cultura 80

Figura 13 - Variaccedilatildeo da umidade do solo ao longo do tempo nos tratamentos sem irrigaccedilatildeo 81

Figura 14 - Armazenamento de aacutegua no solo na camada de 0-08 m para os quatro tratamentos

de adubaccedilatildeo nitrogenada e dentro do lisiacutemetro na aacuterea sem irrigaccedilatildeo utilizando a

sonda de capacitacircncia Diviner 2000 82

Figura 15 - Variaccedilatildeo da umidade do solo ao longo do tempo nos tratamentos irrigados 83

Figura 16 - Armazenamento de aacutegua no solo na camada de 0-08 m para os quatro tratamentos

de adubaccedilatildeo nitrogenada e dentro do lisiacutemetro na aacuterea irrigada utilizando a sonda

de capacitacircncia Diviner 2000 83

16

Figura 17 - Produtividade de sementes do pinhatildeo-manso em funccedilatildeo das diferentes doses de

adubo nitrogenado aplicado no terceiro ano de cultivo 85

Figura 18 - Produtividade de sementes do pinhatildeo-manso em funccedilatildeo das diferentes doses de

adubo nitrogenado aplicado no quarto ano de cultivo 86

Figura 19 - Produtividade de aacutegua para a cultura do pinhatildeo-manso para todos os tratamentos

no terceiro ano de cultivo 88

Figura 20 - Produtividade da aacutegua do pinhatildeo-manso em funccedilatildeo das diferentes doses de adubo

nitrogenado aplicado no terceiro ano de cultivo 90

Figura 21 - Altura meacutedia do pinhatildeo-manso (m) em funccedilatildeo do uso ou natildeo da irrigaccedilatildeo

complementar (a) e das doses de nitrogecircnio (b) durante o terceiro e quarto ano de

cultivo 92

Figura 22 ndash Perfis meacutedios da altura das plantas de pinhatildeo-manso para os dois anos de

avaliaccedilatildeo 95

Figura 23 - Linhas de tendecircncia para altura de plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias

apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a) e do manejo hiacutedrico

adotado (b) para o ciclo 201314 96

Figura 24 ndash Linhas de tendecircncia para altura de plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias

apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a) e do manejo hiacutedrico

adotado (b) para o ciclo 201415 96

Figura 25 - Diacircmetro meacutedio de copa do pinhatildeo-manso (m) em funccedilatildeo do uso ou natildeo da

irrigaccedilatildeo complementar (a) e das doses de nitrogecircnio (b) durante o terceiro e

quarto ano de cultivo 98

Figura 26 ndash Perfis meacutedios do diacircmetro de copa das plantas de pinhatildeo-manso para os dois anos

de avaliaccedilatildeo 101

Figura 27 - Linhas de tendecircncia para diacircmetro meacutedio de copa das plantas de pinhatildeo-manso em

funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a) e do

manejo hiacutedrico adotado (b) para o ciclo 201314 102

Figura 28 - Linhas de tendecircncia para diacircmetro meacutedio de copa das plantas de pinhatildeo-manso em

funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a) e do

manejo hiacutedrico adotado (b) para o ciclo 201314 103

Figura 29 - Volume de copa do pinhatildeo-manso (msup3) em funccedilatildeo do uso ou natildeo da irrigaccedilatildeo

complementar (a) e das doses de nitrogecircnio (b) durante o terceiro e quarto ano de

cultivo 105

17

Figura 30 ndash Perfis meacutedios do volume de copa de pinhatildeo-manso para os dois anos de avaliaccedilatildeo

107

Figura 31 - Linhas de tendecircncia para o volume meacutedio de copa das plantas de pinhatildeo-manso

em funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a)

e do manejo hiacutedrico adotado (b) para o ciclo 201314 108

Figura 32 - Linhas de tendecircncia para o volume meacutedio de copa das plantas de pinhatildeo-manso

em funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a)

e do manejo hiacutedrico adotado (b) para o ciclo 201415 108

Figura 33 - Equaccedilatildeo de calibraccedilatildeo do IAF para o equipamento LAI 2200 110

Figura 34 ndash Perfis meacutedios do IAF de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo da dose de nitrogecircnio aplicada

e do manejo hiacutedrico adotado 111

Figura 35 - Linhas de tendecircncia para o iacutendice de aacuterea foliar (IAF) das plantas de pinhatildeo-

manso em funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N

aplicada (a) e do manejo hiacutedrico adotado (b) para o ciclo 201415 112

Figura 36 - Variaccedilatildeo temporal dos teores de clorofila total em funccedilatildeo doses de nitrogecircnio (a) e

do manejo hiacutedrico (b) para o terceiro ano de cultivo 114

Figura 37 - Teores de clorofila total em funccedilatildeo das doses de nitrogecircnio aplicada para o quarto

ano de cultivo 114

Figura 38 - Teores de clorofila total em funccedilatildeo do manejo hiacutedrico adotado para o quarto ano

de cultivo 115

Figura 39 ndash Perfis meacutedios dos iacutendices de clorofila do pinhatildeo-manso para o segundo ciclo de

avaliaccedilatildeo 118

Figura 40 - Variaccedilatildeo temporal dos teores de N foliar em funccedilatildeo das doses de N aplicadas na

planta (a) e do manejo hiacutedrico adotado (b) 119

Figura 41 - Produtividade de oacuteleo do pinhatildeo-manso em funccedilatildeo das diferentes doses de adubo

nitrogenado aplicado no terceiro ano de cultivo 123

Figura 42 - Produtividade de oacuteleo do pinhatildeo-manso em funccedilatildeo das diferentes doses de adubo

nitrogenado aplicado no quarto ano de cultivo 123

Figura 43 - Quantificaccedilatildeo e composiccedilatildeo primaacuteria dos aacutecidos graxos do oacuteleo de pinhatildeo-manso

para todos os tratamentos avaliados 130

18

19

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Relaccedilatildeo entre a produtividade meacutedia de sementes e o rendimento de oacuteleo de

algumas culturas oleaginosas produzidas no Brasil 30

Tabela 2 - Necessidade de nutrientes na cultura do pinhatildeo-manso durante os quatro primeiros

anos de cultivo 41

Tabela 3 - Esquema da anaacutelise de variacircncia 56

Tabela 4 - Composiccedilatildeo textural do solo da aacuterea experimental 56

Tabela 5 - Anaacutelise quiacutemica da aacuterea experimental 57

Tabela 6 - Resultados da anaacutelise fiacutesico-quiacutemica da aacutegua utilizada para irrigaccedilatildeo 58

Tabela 7 - Teor meacutedio de oacuteleo por meio de prensagem mecacircnica e por solvente quiacutemico nos

frutos colhidos na aacuterea experimental antes da instalaccedilatildeo dos tratamentos 70

Tabela 8 - Iacutendices de qualidade do oacuteleo de pinhatildeo-manso para a aacuterea experimental 70

Tabela 9 - Estatiacutestica descritiva das variaacuteveis meteoroloacutegicas observadas na aacuterea experimental

77

Tabela 10 - Valores de F para produccedilatildeo de frutos (ProdF) e sementes (ProdS) em kg pl-1

relaccedilatildeo sementefruto (RelSF) e produtividade de sementes (PS) em kg ha-1

84

Tabela 11 - Produtividade meacutedia das sementes de pinhatildeo-manso (kg ha-1

) em funccedilatildeo do

manejo hiacutedrico e doses de nitrogecircnio aplicado 84

Tabela 12 ndash Anaacutelise de variacircncia para produtividade de aacutegua (PA) no terceiro ano de cultivo

89

Tabela 13 ndash Anaacutelise univariada de perfil para altura de plantas durante o ciclo 201314 92

Tabela 14 ndash Anaacutelise univariada de perfil para altura de plantas durante o ciclo 201415 93

Tabela 15 ndash Teste de esfericidade de Mauchly para altura de plantas para os dois ciclos de

avaliaccedilatildeo 93

Tabela 16 ndash Resultados dos testes multivariados para os fatores entre e intra indiviacuteduos para a

variaacutevel altura no segundo ciclo de avaliaccedilatildeo 94

Tabela 17 ndash Anaacutelise de regresssatildeo para altura de plantas em funccedilatildeo do dia apoacutes a poda (DAP)

para todos os tratamentos nos dois anos de avaliaccedilatildeo 96

Tabela 18 - Equaccedilotildees de ajuste para altura de plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias

apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada e do manejo hiacutedrico

adotado para os dois ciclos de avaliaccedilatildeo 97

Tabela 19 ndash Anaacutelise univariada de perfis para diacircmetro de copa durante o ciclo 201314 99

20

Tabela 20 ndash Anaacutelise univariada de perfis para diacircmetro de copa durante o ciclo 201415 99

Tabela 21 ndash Teste de esfericidade de Mauchly para diacircmetro de copa para os dois ciclos de

avaliaccedilatildeo 100

Tabela 22 ndash Resultados dos testes multivariados para os fatores entre e intra indiviacuteduos para a

variaacutevel diacircmetro de copa no segundo ciclo de avaliaccedilatildeo 100

Tabela 23 - Anaacutelise de regresssatildeo para diacircmetro de copa em funccedilatildeo do dia apoacutes a poda (DAP)

para todos os tratamentos nos dois anos de avaliaccedilatildeo 102

Tabela 24 - Equaccedilotildees de ajuste para diacircmetro de copa das plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo

dos dias apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicadas e do manejo

hiacutedrico adotado para os dois ciclos de avaliaccedilatildeo 104

Tabela 25 ndash Anaacutelise univariada de perfis para volume de copa durante o ciclo 201314 106

Tabela 26 ndash Anaacutelise univariada de perfis para volume de copa durante o ciclo 201415 106

Tabela 27 ndash Teste de esfericidade de Mauchly para o volume de copa para os dois ciclos de

avaliaccedilatildeo 106

Tabela 28 - Anaacutelise de regresssatildeo para diacircmetro de copa em funccedilatildeo do dia apoacutes a poda (DAP)

para todos os tratamentos nos dois anos de avaliaccedilatildeo 108

Tabela 29 - Equaccedilotildees de ajuste para o volume de copa das plantas de pinhatildeo-manso em

funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada e do

manejo hiacutedrico adotado para os dois ciclos de avaliaccedilatildeo 109

Tabela 30 - Anaacutelise univariada de perfis para IAF durante o ciclo 201415 111

Tabela 31 - Anaacutelise de regresssatildeo para o IAF em funccedilatildeo do dia apoacutes a poda (DAP) para todos

os tratamentos no segundo ano de avaliaccedilatildeo 112

Tabela 32 - Equaccedilotildees de ajuste para o IAF das plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias

apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicadas e do manejo hiacutedrico

adotado para o segundo ciclo de avaliaccedilatildeo 112

Tabela 33 - Valores meacutedios dos iacutendices de clorofila total A e B (ICF) e da relaccedilatildeo clorofila

AB das folhas de pinhatildeo-manso para todos os tratamentos avaliados no primeiro

ciclo de avaliaccedilatildeo 115

Tabela 34 - Valores meacutedios dos iacutendices de clorofila total A e B (ICF) e da relaccedilatildeo clorofila

AB das folhas de pinhatildeo-manso para todos os tratamentos avaliados no segundo

ciclo de avaliaccedilatildeo 116

Tabela 35 ndash Resumo da anaacutelise univariada de perfis para os iacutendices de Clorofila para o ciclo

201415 117

21

Tabela 36 ndash Teste de esfericidade de Mauchly para os iacutendices de clorofila e N foliar do

pinhatildeo-manso 118

Tabela 37 - Coeficientes de correlaccedilatildeo de Pearson entre o nitrogecircnio foliar e os teores de

clorofila na planta 119

Tabela 38 - Valores de F para o teor meacutedio () e a produtividade de oacuteleo (kg ha-1

) em

sementes de pinhatildeo-manso para todos os tratamentos avaliados 120

Tabela 39 - Valores Meacutedios do teor e produtividade de oacuteleo em funccedilatildeo do manejo hiacutedrico e da

dose de nitrogecircnio aplicada 121

Tabela 40 - Valores de F para os iacutendices de acidez (IA) iodo peroacutexido (IP) e estabilidade

oxidativa (EO) para os dois ciclos de avaliaccedilatildeo 124

Tabela 41 - Valores meacutedios dos iacutendices de qualidade de oacuteleo em funccedilatildeo do manejo hiacutedrico

adotado nos dois ciclos de avaliaccedilatildeo 125

Tabela 42 - Perfil composicional dos oacuteleos de pinhatildeo-manso () dos tratamentos avaliados no

ciclo 201314 128

Tabela 43 - Perfil composicional dos oacuteleos de pinhatildeo-manso () dos tratamentos avaliados no

ciclo 201415 128

Tabela 44 - Caracterizaccedilatildeo do biodiesel obtido do oacuteleo de pinhatildeo-manso para os dois

experimentos de manejo hiacutedrico 132

22

23

1 INTRODUCcedilAtildeO

Atualmente a maior parte da energia consumida no mundo proveacutem do petroacuteleo do

carvatildeo e do gaacutes natural Entretanto essas satildeo fontes natildeo renovaacuteveis e possuem previsatildeo de

esgotamento em um futuro proacuteximo Aleacutem disso os combustiacuteveis foacutesseis satildeo fontes muito

poluidoras e afetam o meio ambiente de forma severa o que faz a populaccedilatildeo mundial buscar

soluccedilotildees para tais problemas Com a crescente necessidade de encontrar fontes alternativas de

energia para substituir os combustiacuteveis foacutesseis diversas plantas vecircm sendo estudadas por

institutos de pesquisas e empresas A produccedilatildeo de biocombustiacuteveis por meio do

desenvolvimento dos setores agroenergeacuteticos pode se tornar uma soluccedilatildeo viaacutevel para o

suprimento da demanda energeacutetica mundial

Produzido a partir de fontes renovaacuteveis como oacuteleos vegetais e gorduras animais o

biodiesel pode ser usado para geraccedilatildeo de energia em substituiccedilatildeo ao oacuteleo diesel e ao oacuteleo

combustiacutevel O uso do biodiesel pode trazer uma seacuterie de benefiacutecios associados agrave reduccedilatildeo dos

gases de efeito estufa e de outros poluentes atmosfeacutericos tais como o enxofre aleacutem de

promover reduccedilatildeo do consumo de combustiacuteveis foacutesseis No Brasil a produccedilatildeo do biodiesel

pode cooperar com o desenvolvimento econocircmico de diversas regiotildees do paiacutes uma vez que eacute

possiacutevel explorar a melhor alternativa de mateacuteria-prima em cada regiatildeo Com isso em funccedilatildeo

de fatores como a vasta extensatildeo territorial e a grande diversidade de climas solos e espeacutecies

oleaginosas o Brasil encontra-se em uma situaccedilatildeo bastante promissora

O pinhatildeo-manso (Jatropha curcas L) destaca-se entre as oleaginosas com potencial

para a produccedilatildeo de biodiesel Esta cultura eacute apropriada ao cultivo em quase todo o paiacutes devido

a sua rusticidade e agrave resistecircncia a condiccedilotildees adversas de clima e solo (SATURNINO et al

2005) principalmente ao estresse hiacutedrico sendo tolerante agrave seca e podendo ser usada em

aacutereas marginais ou degradadas sem a competiccedilatildeo com culturas para fins de alimentaccedilatildeo

Aliado a esses fatores a alta porcentagem de oacuteleo por unidade de semente dessa espeacutecie em

comparaccedilatildeo com algumas culturas oleaginosas tradicionalmente cultivadas no paiacutes e em

outras regiotildees do mundo atraiacute a atenccedilatildeo de pesquisadores de diversos centros de pesquisa ao

redor do mundo para o conhecimento e o aprimoramento dessa cultura como uma matriz

energeacutetica para a produccedilatildeo de biodiesel

Contudo limitaccedilotildees teacutecnicas tecircm impedido a inserccedilatildeo imediata do pinhatildeo-manso na

matriz energeacutetica brasileira Por se tratar ainda de uma planta natildeo domesticada suas

caracteriacutesticas agronocircmicas natildeo satildeo completamente entendidas e os efeitos do ambiente sobre

24

as plantas natildeo tecircm sido completamente investigados Os resultados de pesquisas com a cultura

no Brasil ainda satildeo incipientes tendo iniacutecio faz pouco mais de dez anos de forma que ainda

haacute grande falta de informaccedilotildees sobre a cultura no paiacutes principalmente no que diz respeito agraves

suas demandas nutricionais e ao seu consumo hiacutedrico

Considerado por apresentar caracteriacutesticas como rusticidade e adaptabilidade a

condiccedilotildees adversas de clima e solo o pinhatildeo-manso assim como a maioria das culturas

agriacutecolas possivelmente pode obter uma boa resposta quando suprido das suas necessidades

hiacutedricas e nutricionais A adubaccedilatildeo e a aplicaccedilatildeo de aacutegua podem aumentar o rendimento de

sementes e oacuteleo do pinhatildeo-manso Mas a falta de informaccedilotildees sobre o cultivo de plantas

adultas a partir do seu pico de produccedilatildeo (4ordm ano) e da qualidade do seu oacuteleo sob a influecircncia

dessas variaacuteveis natildeo permite que se tenha um adequado manejo hiacutedrico e nutricional da

cultura uma vez que natildeo se conhece a fundo a resposta da planta pois trata-se ainda de uma

cultura com variadas expressotildees agronocircmicas

Sob a hipoacutetese de que o uso da irrigaccedilatildeo e a aplicaccedilatildeo de diferentes doses de

nitrogecircnio afetam os componentes de produccedilatildeo o crescimento vegetativo e a qualidade do

oacuteleo do pinhatildeo-manso desenvolveu-se este trabalho com o objetivo principal de avaliar os

efeitos dos diferentes niacuteveis de adubaccedilatildeo nitrogenada e de irrigaccedilatildeo na produtividade no

crescimento vegetativo e na qualidade de oacuteleo no terceiro e quarto ano do cultivo de pinhatildeo-

manso (Jatropha curcas L) nas condiccedilotildees edafoclimaacuteticas de Piracicaba-SP Os objetivos

secundaacuterios foram avaliar os efeitos da irrigaccedilatildeo complementar e da adubaccedilatildeo nitrogenada em

variaacuteveis de crescimento das plantas de pinhatildeo-manso os niacuteveis de clorofila de cada

tratamento e a correlaccedilatildeo desses teores com os valores de N foliar e os efeitos de cada

tratamento sobre o rendimento o perfil composicional de aacutecidos graxos e os iacutendices de

qualidade do oacuteleo do pinhatildeo-manso

25

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA

21 A cultura do pinhatildeo-manso (Jatropha curcas L)

O pinhatildeo-manso (Jatropha curcas L) pertence agrave famiacutelia Euphorbiaceae a mesma da

mandioca mamona e seringueira e que compreende aproximadamente 8000 espeacutecies com

cerca de 320 gecircneros As plantas do gecircnero Jatropha contecircm 160 espeacutecies aproximadamente

entre herbaacuteceas e arbustivas e apresentam valor medicinal ornamental e algumas satildeo

produtoras de oacuteleo como eacute o caso da espeacutecie Jatropha curcas L (SUJATHA DHINGRA

1993)

Esta espeacutecie destaca-se entre as oleaginosas com potencial para a produccedilatildeo de

biodiesel aleacutem de apresentar caracteriacutesticas desejaacuteveis tais como potencial de altos

rendimentos de gratildeos e oacuteleo boa qualidade do oacuteleo para a produccedilatildeo de biodiesel

adaptabilidade a diferentes regiotildees precocidade e longevidade Eacute uma planta reivindicada

como tolerante agrave seca tem menos necessidade de nutrientes utiliza insumos trabalhistas mais

baixos e natildeo compete com a produccedilatildeo de alimentos se cultivada em terras marginais

Consequentemente o pinhatildeo-manso eacute uma planta oleaginosa com potencial para o

desenvolvimento ambiental sustentaacutevel (PANDEY et al 2012)

Podendo ser um arbusto ou aacutervore pequena de crescimento raacutepido o pinhatildeo-manso

pode atingir ateacute trecircs metros de altura com diacircmetro de tronco de aproximadamente 20 cm

mais em condiccedilotildees especiais de cultivo pode atingir ateacute cinco metros de altura e diacircmetro

variando de 20 a 30 cm O pinhatildeo-manso possui caule liso de lenho mole e medula

desenvolvida mas pouco resistente e floema com longos canais que se estendem ateacute as

raiacutezes nos quais circula o laacutetex (HELLER 1996 SATURNINO et al 2005) O tronco que

conteacutem laacutetex eacute dividido desde a base em ramos que satildeo revestidos por uma camada grossa

com cicatrizes produzidas pela queda das folhas na estaccedilatildeo seca (DIAS et al 2007

HENNING 2009) Em resumo trata-se de uma planta perene de crescimento raacutepido e

caducifoacutelia a qual geralmente leva de quatro a cinco anos para atingir a maturidade com

expectativa de vida em torno de 50 anos (DRUMOND et al 2010)

A planta desenvolve uma raiz principal e quatro raiacutezes laterais sendo que a raiz

pivotante natildeo eacute normalmente formada quando as plantas advecircm de propagaccedilatildeo vegetativa

(HELLER 1996) As folhas satildeo verdes largas lisas e lobadas com nervuras esbranquiccediladas

na face inferior Eacute uma planta monoica e as inflorescecircncias terminais contecircm de 5 a 20 flores

femininas que se abrem em dias diferentes (SATURNINO et al 2005) Em cada

26

inflorescecircncia desabrocham primeiro as flores femininas seguindo o sentido de baixo para

cima na planta Do mesmo modo ocorrem a frutificaccedilatildeo e a maturaccedilatildeo Os frutos fecundados

tardiamente continuam a crescer depois da maturaccedilatildeo dos primeiros frutos de um cacho o que

gera colheita em diferentes eacutepocas do ano

O fruto eacute capsular oblongo com diacircmetro de 15 a 30 cm trilocular podendo

apresentar ateacute quatro sementes sendo formado por um pericarpo ou casca dura e lenhosa

indeiscente inicialmente verde passando a amarelo castanho e por fim preto quando atinge a

maturaccedilatildeo fisioloacutegica (DIAS et al 2007) A semente eacute ovalada endospeacutermica tegumento

rijo quebradiccedilo de fratura resinosa Na maturaccedilatildeo conteacutem de 53 a 62 de sementes e de 38

a 47 de casca pesando cada uma de 153 a 285 g (SATURNINO et al 2005) Na Figura 1

estatildeo apresentadas as diferentes partes constituintes da planta do pinhatildeo-manso

Figura 1 - Partes que compotildee a planta de pinhatildeo-manso ramo com inflorescecircncias (a) caule (b) folha (c) pistilo

ndash flor feminina (d) estame ndash flor masculina (e) fruto em corte transversal (f) frutos (g) fruto em

corte longitudinal (h) semente (i) Fonte Heller (1996)

27

De toda a morfologia da planta o sistema radicular eacute o que necessita de maiores

informaccedilotildees quanto a sua real distribuiccedilatildeo no perfil do solo e a sua absorccedilatildeo dos nutrientes

presentes na soluccedilatildeo do solo existindo pouquiacutessimos trabalhos na literatura que descrevem

com clareza o seu sistema radicular sendo restrito a condiccedilotildees especiacuteficas da regiatildeo Alves

Juacutenior et al (2014) avaliaram a distribuiccedilatildeo espacial do sistema radicular do pinhatildeo-manso no

Cerrado brasileiro e encontraram uma profundidade meacutedia e distacircncia horizontal

respectivamente de 060 e 075 m para plantas com 17 meses de idade e de 10 e 10 m para

plantas de 36 meses de idade Nunes et al (2009) e Ye et al (2009) relatam que em solos de

baixa densidade a raiz do pinhatildeo-manso pode chegar ao dobro do comprimento da parte aeacuterea

Estas informaccedilotildees contradizem o que se achava a respeito da cultura do pinhatildeo-manso pois

diversos autores afirmaram agrave respeito do sistema radicular da cultura como sendo curto e

pouco ramificado (HELLER 1996 ARRUDA et al 2004 SATURNINO et al 2005)

O oacuteleo bruto dos gratildeos eacute a principal mateacuteria-prima do pinhatildeo-manso e o seu

rendimento depende de diversas caracteriacutesticas da planta associadas aos fatores

edafoclimaacuteticos Entre os principais componentes da produtividade destacam-se as

caracteriacutesticas vegetativas da planta o nuacutemero de ramos o diacircmetro da copa a altura das

plantas o volume de copa a produtividade de gratildeos por aacutervore e entre as caracteriacutesticas de

qualidade da mateacuteria-prima o ldquopeso de gratildeosrdquo ldquopeso de amecircndoasrdquo ldquopeso de cascardquo (RAO et

al 2008) O oacuteleo eacute o produto de maior valor agregado da cultura do pinhatildeo-manso e

apresenta propriedades como uma maior estabilidade oxidativa do que o oacuteleo de soja menor

viscosidade quando comparado ao da mamona e melhores propriedades a frio que o oacuteleo de

palma (TAPANES et al 2008)

Quanto agrave porcentagem de oacuteleo destaca-se seu o alto teor por unidade de massa com

uma variaccedilatildeo de 27 a 38 o que representam de 53 a 79 do peso do fruto (ARRUDA

2004 DIAS et al 2007) Poreacutem os teores de oacuteleo podem variar de acordo com as

caracteriacutesticas geneacuteticas tecnologia de produccedilatildeo e de extraccedilatildeo adotadas (CARVALHO

NAKAGAWA 2000 MARQUES 2007) Diferentes meacutetodos podem ser utilizados para a

extraccedilatildeo de oacuteleos vegetais como a prensagem mecacircnica a extraccedilatildeo com solvente e a extraccedilatildeo

com fluiacutedo supercriacutetico Pelo meacutetodo de extraccedilatildeo com solvente de Soxhlet obteacutem-se maior

quantidade de oacuteleo em relaccedilatildeo a outros meacutetodos pois a amostra permanece em contato com o

solvente pela evaporaccedilatildeo e condensaccedilatildeo do mesmo sobre a amostra (BRUM ARRUDA

REGITANO-DrsquoARCE 2009) Entretanto por ser de baixo custo a prensagem mecacircnica eacute o

meacutetodo mais utilizado para extraccedilatildeo de oacuteleo nas induacutestrias

28

Com relaccedilatildeo a composiccedilatildeo do oacuteleo Visentainer e Santos Juacutenior (2013) relatam que do

teor meacutedio de oacuteleo encontrado nas sementes cerca de 608 satildeo compostos basicamente por

143 de aacutecido palmiacutetico 51 de aacutecido esteaacuterico 411 de aacutecido oleico e 381 de aacutecido

linoleico possuindo ao final um valor meacutedio de 20 de aacutecidos graxos saturados e 80 de

aacutecidos insaturados Entretanto assim como nas demais culturas oleaginosas a composiccedilatildeo e

teor de cada aacutecido graxo de oacuteleos vegetais com potencial para biocombustiacuteveis podem variar

de acordo com as condiccedilotildees climaacuteticas classe de solo localizaccedilatildeo geograacutefica estaacutedio de

maturaccedilatildeo das sementes variedades e praacuteticas agronocircmicas entre outros fatores (BERTI

JOHNSON 2008 KHEIRA ATTA 2009 HATHURUSINGHA ASHWATH MIDMORE

2011 SEZEN et al 2011 AKBARIAN MODAFEBEHZADI BAGHERIPOUR 2012

RAMANJANEYULU REDDY MADHAVI 2013 RODRIGUES et al 2013 SINHA et al

2015)

O pinhatildeo-manso apresenta alta toleracircncia agrave seca sendo cultivada em diversos paiacuteses do

mundo principalmente no semiaacuterido tropical (FAIRLESS 2007 ACHTEN et al 2008) A

elevada toleracircncia agrave seca aliada ao caule suculento de plantas de pinhatildeo-manso estaacute associada

ao metabolismo C3-CAM existente nesta espeacutecie funcionando em condiccedilotildees de deacuteficit

hiacutedrico o metabolismo CAM (LUTTGE 2008) As plantas CAM satildeo adaptadas agrave escassez de

aacutegua porque perdem pouca aacutegua por transpiraccedilatildeo durante aquisiccedilatildeo de CO2 uma vez que os

estocircmatos abrem-se no periacuteodo noturno e permanecem fechados durante o dia Segundo

Pimentel (1998) algumas plantas CAM facultativas podem atingir alta produtividade quando

funcionando como C3 poreacutem quando essas plantas apresentam o comportamento CAM

devido agrave um estresse ambiental a acumulaccedilatildeo de mateacuteria seca eacute reduzida

A distribuiccedilatildeo geograacutefica do pinhatildeo-manso eacute bastante vasta devido a sua rusticidade

resistecircncia a longas estiagens e agraves infestaccedilotildees de pragas e doenccedilas sendo adaptaacutevel agraves

adversidades de solo e clima Segundo Openshaw (2000) a espeacutecie estaacute distribuiacuteda

principalmente nas Ameacutericas na Aacutefrica e em parte da Aacutesia sendo largamente cultivada no

Meacutexico Nicaraacutegua Tailacircndia e em partes da Iacutendia No Brasil sua distribuiccedilatildeo geograacutefica se

estende por boa parte do territoacuterio sendo encontrada desde a regiatildeo Nordeste Sudeste e ateacute o

Estado do Paranaacute (ARRUDA et al 2004) Alguns pesquisadores apontam o Brasil como

provaacutevel centro de origem devido agrave distribuiccedilatildeo ao longo de todo o paiacutes (SUJATHA

DHINGRA 1993 ARRUDA et al 2004 SATURNINO et al 2005) poreacutem muitos estudos

estatildeo evidenciando como centro de diversidade geneacutetica e possiacutevel centro de origem o norte

da Ameacuterica Latina destacando-se Meacutexico e Guatemala (HELLER 1996 MAES et al

2009b PECINA-QUINTERO et al 2014) Estudos realizados por Nuacutentildeez-Coliacuten e Goytia-

29

Jimeacutenez (2009) para determinaccedilatildeo da distribuiccedilatildeo da espeacutecie e dos padrotildees climaacuteticos da

regiatildeo de origem apontaram o Meacutexico e o norte da Ameacuterica Central como o centro de

diversidade da espeacutecie No Meacutexico a diversidade geneacutetica eacute citada na literatura como sendo

expressiva sobretudo por ocorrer naturalmente o genoacutetipo atoacutexico sem a presenccedila de eacutesteres

de forbol Eacute comum no paiacutes a populaccedilatildeo de alguns estados se alimentarem da polpa ou

sementes de pinhatildeo-manso tradiccedilatildeo existente desde a eacutepoca dos maias sendo mais praticado

nos estados de Veracruz e Puebla (MAKKAR et al 1997 MARTIacuteNEZ-HERRERA et al

2006) Natildeo se tem relatos de ocorrecircncia do genoacutetipo atoacutexico fora do Meacutexico

22 Potencialidades e limitaccedilotildees para o cultivo do pinhatildeo-manso

O Brasil com sua vasta extensatildeo territorial e variedade climaacutetica apresenta um

enorme potencial para a produccedilatildeo de diferentes espeacutecies de oleaginosas que podem ser

utilizadas na siacutentese do biodiesel destacando-se a soja a mamona o girassol o amendoim a

palma de oacuteleo a canola e o pinhatildeo-manso A viabilidade de cada oleaginosa depende de sua

competitividade teacutecnica econocircmica e socioambiental aleacutem de aspectos como o teor de oacuteleo a

produtividade por unidade de aacuterea a adequaccedilatildeo a diferentes sistemas produtivos sazonalidade

e demais aspectos relacionados ao ciclo de vida da planta (VISENTAINER SANTOS

JUacuteNIOR 2013)

A cultura da soja destaca-se no cenaacuterio brasileiro dentre as principais mateacuterias-primas

utilizadas para a produccedilatildeo do biodiesel sendo 80 do oacuteleo produzido no paiacutes oriundo desta

oleaginosa A previsatildeo eacute que esta situaccedilatildeo natildeo se modificaraacute nos proacuteximos anos visto que

esta cultura tem uma cadeia produtiva organizada e estaacute no limite da fronteira tecnoloacutegica

mundial sendo o Brasil nos uacuteltimos anos o segundo maior produtor mundial poreacutem o seu

rendimento em oacuteleo eacute baixo (Tabela 1) (VISENTAINER SANTOS JUacuteNIOR 2013) O

pinhatildeo-manso (Jatropha curcas L) vem sendo fonte de estudos nos uacuteltimos anos devido ao

seu grande potencial na produccedilatildeo de oacuteleo para biocombustiacuteveis chegando a apresentar teor de

oacuteleo variando entre 32 a 40 quando extraiacutedo por meio de prensagem mecacircnica o que

garante a esta cultura altas produtividades meacutedias de gratildeos e de oacuteleo quando comparada com

outras culturas cultivadas no paiacutes (Tabela 1)

30

Tabela 1 - Relaccedilatildeo entre a produtividade meacutedia de sementes e o rendimento de oacuteleo de algumas culturas

oleaginosas produzidas no Brasil

Cultura Produtividade meacutedia de

sementes (kg ha-1

ano-1

) Teor meacutedio de oacuteleo ()

Rendimento meacutedio em

oacuteleo (kg ha-1

ano-1

)

Soja 2800 20 560

Palma de oacuteleo 15000 26 4000

Girassol 1800 45 774

Algodatildeo 1900 19 361

Amendoim 2400 45 788

Mamona 1000 48 470

Canola 1500 38 570

Pinhatildeo-manso 5000 38 1900

Fonte Ministeacuterios da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento-MAPA (2007)

Por ser o biodiesel um combustiacutevel biodegradaacutevel derivado de fontes renovaacuteveis

como os oacuteleos vegetais ldquovirgensrdquo ou jaacute utilizados e das gorduras animais satildeo evidentes as

vantagens da sua utilizaccedilatildeo na reduccedilatildeo da emissatildeo de gases poluentes e no balanccedilo de

carbono quando comparado com o diesel foacutessil No caso do biodiesel de pinhatildeo-manso pode-

se obter uma reduccedilatildeo de 55 na emissatildeo de fuligem e de 35 na liberaccedilatildeo de hidrocarboneto

que aliaacutes eacute uma substacircncia canceriacutegena Aleacutem disso o gaacutes carbocircnico gerado na queima eacute

consumido no processo de fotossiacutentese realizado nas lavouras de plantas oleaginosas e

devolvido agrave atmosfera como oxigecircnio criando dessa forma um ciclo fechado de produccedilatildeo

sem sobras poluentes (CARNIELLI 2003)

Com relaccedilatildeo agrave utilizaccedilatildeo do oacuteleo produzido a partir de sementes de pinhatildeo-manso

para a produccedilatildeo de biocombustiacutevel pode-se obter basicamente dois produtos O primeiro e

mais conhecido eacute o biodiesel que pode ser utilizado em substituiccedilatildeo ao diesel de origem

foacutessil (ACHTEN et al 2008) A segunda alternativa que ateacute o momento soacute foi utilizada em

pequena escala eacute o bioquerosene que pode ser utilizado em substituiccedilatildeo ao querosene de

aviaccedilatildeo Alguns testes neste sentido como voos experimentais jaacute foram ateacute realizados por

companhias aeacutereas e se mostraram muito satisfatoacuterios com relaccedilatildeo agrave viabilidade teacutecnica do

biocombustiacutevel

O pinhatildeo-manso eacute uma oleaginosa com grande potencial para produccedilatildeo de biodiesel

sendo que sua produccedilatildeo de oacuteleo pode chegar a 15 Mg ha-1

ano-1

Como algumas vantagens

esta cultura apresenta em sua cadeia produtiva a resistecircncia podendo desta forma ser

cultivado em todo o paiacutes facilitando a sua distribuiccedilatildeo e sua colheita que eacute manual o que

impulsiona a matildeo de obra familiar (VISENTAINER SANTOS JUacuteNIOR 2013)

31

O pinhatildeo-manso pode ser considerado uma das mais promissoras oleaginosas para

substituir o diesel de petroacuteleo pois as amecircndoas aleacutem de poderem gerar valores proacuteximos de

40 de oacuteleo extraiacutedo por prensagem mecacircnica podem render de 50 a 52 de oacuteleo quando

extraiacutedo a base de solventes Seu oacuteleo eacute empregado como lubrificante em motores a diesel e

na fabricaccedilatildeo de sabatildeo e tinta Aleacutem disso a torta que resta ao final da extraccedilatildeo eacute um

subproduto rico em nitrogecircnio potaacutessio foacutesforo e mateacuteria orgacircnica que pode ser utilizado na

adubaccedilatildeo tanto da lavoura de pinhatildeo-manso como em outras culturas (MARTINS

MACHADO CAVASINI 2008) Outro fator positivo eacute a utilizaccedilatildeo da casca dos pinhotildees que

pode ser usada como carvatildeo vegetal e mateacuteria-prima na fabricaccedilatildeo de papel (SLUSZZ

MACHADO 2011) e da madeira do pinhatildeo-manso que assim como as cascas dos frutos

podem ser utilizadas como material carburante de fornalhas (HELLER 1996 ARRUDA et

al 2004 SATURNINO et al 2005)

De acordo com Sato et al (2007) apesar da utilizaccedilatildeo do oacuteleo extraiacutedo da semente do

pinhatildeo-manso para a produccedilatildeo de biocombustiacutevel ser o mais difundido outras partes da

planta tecircm utilizaccedilatildeo econocircmica como na medicina tradicional na produccedilatildeo de sabatildeo na

iluminaccedilatildeo por meio de lamparinas em geradores de eletricidade combustiacutevel para fogotildees

extratos da semente como molusquicida inseticida e nematicida Ainda segundo estes autores

a planta eacute considerada meliacutefera podendo tambeacutem ser utilizada como cerca-viva de pastagens

e campos agriacutecolas pois natildeo eacute palataacutevel mourotildees de cerca ldquovivosrdquo e suporte para plantas

trepadeiras como no caso da baunilha (Vanilla aromatica)

A cultura aleacutem de ser uma boa opccedilatildeo agriacutecola para aacutereas aacuteridas semiaacuteridas e na

recuperaccedilatildeo de aacutereas degradadas promove a integraccedilatildeo do acesso agrave produccedilatildeo com renda (com

a venda do oacuteleo das sementes para fins combustiacuteveis) eacute suprimento de energia (o oacuteleo pode

ser utilizado em motores e maacutequinas para a geraccedilatildeo de eletricidade) contribui no

desenvolvimento rural (com o emprego da matildeo-de-obra familiar) e com consequente fixaccedilatildeo

do homem no campo seguranccedila alimentar pois permite o uso de culturas anuais alimentiacutecias

em consoacutercio aleacutem de melhorias ambientais como a formaccedilatildeo de um microclima que

favorece o desenvolvimento de outras culturas nas entrelinhas entre outros (SATO et al

2007)

No entanto o cultivo do pinhatildeo-manso precisa ser aprimorado para tornaacute-lo adequado

agrave produccedilatildeo de mateacuteria prima para a produccedilatildeo de biodiesel Apesar de possuir caracteriacutesticas

desejaacuteveis como resistecircncia a seca e rusticidade limitaccedilotildees teacutecnicas como a maturaccedilatildeo

desuniforme dos frutos e a baixa produtividade de gratildeos alcanccedilada em alguns locais tecircm

limitado a viabilidade econocircmica desse cultivo (ROCHA et al 2012) Por ser ainda uma

32

planta silvestre suas caracteriacutesticas agronocircmicas natildeo satildeo completamente entendidas e os

efeitos do ambiente sobre as plantas natildeo tecircm sido completamente investigados Para isso eacute

necessaacuterio o estabelecimento de teacutecnicas que propiciem colheita uniforme com maior

qualidade do oacuteleo e reduccedilatildeo dos custos de produccedilatildeo (LAVIOLA et al 2011)

Atualmente natildeo se tem conhecimento de nenhum programa de melhoramento geneacutetico

que vise a obtenccedilatildeo de um cultivar seguro para a expansatildeo vigorosa dessa cultura O processo

de seleccedilatildeo de acessos de pinhatildeo-manso com excelentes caracteriacutesticas de cultivo encontra-se

recente e na fase inicial em estudos feitos no Brasil (LAVIOLA et al 2014 PEIXOTO et al

2016) e em outros paiacuteses (GINWAL et al 2005 KAUSHIK et al 2007 MAES et al 2009b

WEN et al 2012a WEN et al 2012b) O desenvolvimento de um sistema de cultivo

comercial de espeacutecies selvagens de plantas deve ser feito com base no uso de cultivares que

apresentem suficiente uniformidade para garantir que a tecnologia de produccedilatildeo adotada seja

aproveitada na sua totalidade A falta desses cultivares natildeo permite recomendaccedilotildees teacutecnicas

confiaacuteveis sobre a melhor forma de propagaccedilatildeo populaccedilatildeo de plantio adubaccedilatildeo manejo

eacutepoca e tipo de colheita controle de pragas e doenccedilas etc A inexistecircncia dessas

recomendaccedilotildees tornam incertos eventuais investimentos em plantios comerciais (MARQUES

2007)

Outra limitaccedilatildeo conhecida da planta eacute que as suas sementes satildeo toacutexicas para animais e

humanos impedindo que o resiacuteduo das sementes seja utilizado como raccedilatildeo animal Entre os

principais componentes toacutexicos presentes no pinhatildeo-manso destacam-se o eacutester de forbol (12-

deoxi-16-Hidroxiforbol) a globulina e a curcasina que podem trazer riscos agrave sauacutede caso seja

ingerido a ingestatildeo de uma uacutenica semente fresca pode causar tanto vocircmito quanto diarreia

(PEIXOTO 1973) Segundo Visentainer e Santos Juacutenior (2013) outro fator negativo deste

oacuteleo para a produccedilatildeo de biocombustiacuteveis eacute o seu alto teor de aacutecidos graxos poli-insaturados

que favorecem sua raacutepida oxidaccedilatildeo durante a estocagem mas essa oxidaccedilatildeo pode ser

acelerada pela accedilatildeo do calor do oxigecircnio ou de traccedilos de metais pesados e de seus caacutetions

que satildeo comumente presentes nos materiais empregados na fabricaccedilatildeo dos tanques de

armazenagem podendo conduzir ao desenvolvimento de reaccedilotildees laterais como a formaccedilatildeo de

aldeiacutedos saturados (por exemplo hexanal heptanal ou nonanal) ou de compostos corrosivos

De acordo com estes autores os investimentos em pesquisas estatildeo trazendo soluccedilotildees para

estas questotildees por meio da mistura adequada de oacuteleos (blends) pela utilizaccedilatildeo de aditivos

pela obtenccedilatildeo de novas variedades e pela escolha da rota tecnoloacutegica mais eficiente

Marques (2007) relata a grande preocupaccedilatildeo dos pesquisadores brasileiros no

incentivo ao plantio em larga escala do pinhatildeo-manso pois esta eacute uma planta ainda selvagem

33

sobre a qual haacute pouco conhecimento teacutecnico-cientiacutefico e ainda natildeo foram encontrados na

literatura relatos sobre pesquisas cientiacuteficas de longa duraccedilatildeo relacionadas ao pinhatildeo-manso

Existem apenas estimativas preliminares de produccedilatildeo e de produtividade obtidas pela

extrapolaccedilatildeo de dados obtidos em plantas isoladas e a maior parte dos trabalhos cientiacuteficos

satildeo estudos baacutesicos realizados em laboratoacuterio ou em casa-de-vegetaccedilatildeo sobre temas

especiacuteficos O autor destaca outro problema entre os profissionais da aacuterea de ciecircncias agraacuterias

que eacute a ausecircncia de um mercado estruturado para esse produto e o desinteresse das induacutestrias

de extraccedilatildeo de oacuteleo no seu processamento em razatildeo das pequenas quantidades de sementes

disponiacuteveis Isso tudo do ponto de vista do agricultor sugere uma instabilidade empresarial

bastante perigosa pois o pomar de pinhatildeo-manso eacute perene e natildeo lhe permite a opccedilatildeo de no

ano seguinte migrar para outra cultura mais rentaacutevel em caso de prejuiacutezo

Apesar da carecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas baacutesicas a cultura vem sendo implantada

pesquisada e difundida em diferentes regiotildees do paiacutes e do mundo A histoacuteria recente do

cultivo em larga escala e os esforccedilos em estudos para o conhecimento do pinhatildeo-manso por

consequecircncia do apelo energeacutetico para a produccedilatildeo de biocombustiacuteveis iniciou-se no ano de

2003 quando a Comissatildeo de Planejamento da Iacutendia decidiu adicionar 20 do biodiesel do

oacuteleo de pinhatildeo-manso na mistura com oacuteleo diesel ateacute o ano de 2010 e 30 ateacute 2030 (IacuteNDIA

2003) Depois disso nos anos subsequentes a cultura foi introduzida em localidades do

Oeste Leste e Sul da Aacutefrica Aacutesia (Iacutendia China Japatildeo Malaacutesia Filipinas e Tailacircndia)

Ameacuterica do Sul e Central e Beacutelgica nos uacuteltimos onze anos (SINGH et al 2014)

No Brasil o interesse na produccedilatildeo do pinhatildeo-manso surgiu com a implantaccedilatildeo do

Plano Nacional de Produccedilatildeo de Biodiesel criado em 2004 poreacutem somente a partir de 2008 o

Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (MAPA) por meio da Instruccedilatildeo

Normativa nordm 4 de 14 de janeiro de 2008 autorizou a inscriccedilatildeo no Registro Nacional de

Cultivares da espeacutecie Jatropha curcas L abrindo caminho para sua exploraccedilatildeo comercial no

Brasil (ROSCOE 2008) Andreacuteo-Souza et al (2010) e Nery et al (2009) informam que esta

oleaginosa eacute considerada uma cultura potencial para atender a este programa pois possui

potencial de rendimento de gratildeos e oacuteleo e em sua fase inicial permite o cultivo em consoacutercio

com outras culturas de interesse econocircmico e alimentar Com a vantagem de ser perene natildeo

exige preparo anual do solo (ARRUDA et al 2004) Marques (2007) destaca o otimismo

encarado pelos pesquisadores brasileiros que consideram que o pinhatildeo-manso poderaacute se

tornar um negoacutecio viaacutevel e promissor desde que haja interesse no investimento de recursos

consideraacuteveis em pesquisa e desenvolvimento tecnoloacutegico a exemplo do que fez o IAC com o

34

algodatildeo nos anos de 193040 com a cana de accediluacutecar na deacutecada de 195060 e com a soja nos

anos 196070

Com a expansatildeo dos programas energeacuteticos para o suprimento da energia mundial na

uacuteltima deacutecada o pinhatildeo-manso despertou muito interesse em todo o mundo A atenccedilatildeo

mundial para os biocombustiacuteveis a sustentabilidade ambiental e a utilizaccedilatildeo e recuperaccedilatildeo de

terras degradadas para seguranccedila da subsistecircncia com o pinhatildeo-manso criou um grande

interesse nessa espeacutecie (EVERSON MENGISTU GUSH 2013) Inuacutemeros trabalhos tem

sido apresentados com o potencial do pinhatildeo-manso para recuperaccedilatildeo de aacutereas degradadas

sequestro de carbono e pela alta eficiecircncia no uso da aacutegua (FRANCIS EDINGER BECKER

2005 ACHTEN et al 2008 KABIR HUSSAIN KIM 2009 ABHILASH et al 2010

ACHTEN et al 2010) Apesar dos seus vaacuterios meacuteritos muitos deles comprovados em centros

de pesquisas o pinhatildeo-manso ainda natildeo pode ser cultivado como uma cultura em larga escala

para a produccedilatildeo de biocombustiacuteveis por se tratar ainda de uma planta semisselvagem em fase

inicial de domesticaccedilatildeo (SINGH et al 2014) Entretanto faz-se necessaacuterio a continuaccedilatildeo dos

estudos nos centros de pesquisas para a validaccedilatildeo em condiccedilotildees de campo como na avaliaccedilatildeo

das reaccedilotildees da cultura sobre as diferentes praacuteticas de manejo localidade e resistecircncia a

pragas e doenccedilas para que assim possa se efetuar um soacutelido melhoramento geneacutetico Soacute apoacutes

essa etapa a cultura pode ser recomendada para o cultivo nas propriedades rurais Essas

medidas tornam-se necessaacuterias para evitar que o pinhatildeo-manso se torne mais uma vez um

colapso como biocombustiacutevel a niacutevel mundial (KANT WU 2011)

23 Fatores que afetam o desenvolvimento e a produtividade do pinhatildeo-manso

O plantio de pinhatildeo-manso ao redor do mundo tem sido incentivado pela sua

rusticidade e capacidade de desenvolvimento em condiccedilotildees adversas como em regiotildees

semiaacuteridas e aacuteridas Essa caracteriacutestica continua sendo muito difundida por alguns autores que

consideram o pinhatildeo-manso como uma planta que suporta situaccedilotildees de longas estiagens em

regiotildees de terra de baixa fertilidade e precaacuterias propriedades fiacutesicas com produccedilatildeo satisfatoacuteria

de oacuteleo (PEIXOTO 1973) No entanto tais condiccedilotildees podem afetar significativamente a

produtividade e o rendimento de seu oacuteleo

35

231 Exigecircncias climaacuteticas para o cultivo do pinhatildeo-manso

O pinhatildeo-manso desenvolve-se bem tanto nas regiotildees tropicais secas quanto nas

zonas equatoriais uacutemidas assim como nos terrenos aacuteridos e pedregosos podendo suportar

longos periacuteodos de secas Eacute encontrado desde o niacutevel do mar ateacute altitudes de

aproximadamente 1000 m poreacutem observa-se que a planta se desenvolve melhor entre 200 e

800 metros (SATURNINO et al 2005) Segundo Arruda et al (2004) o pinhatildeo-manso pode

se desenvolver sob diversas condiccedilotildees climaacuteticas tolerando temperaturas meacutedias anuais entre

18 e 285degC A espeacutecie natildeo tolera geadas fortes (temperaturas abaixo de 0ordmC) mas pode

sobreviver a geadas fracas (temperaturas acima de 2ordmC) perdendo entretanto todas as folhas

o que provavelmente reduziraacute a produccedilatildeo de sementes (SATURNINO et al 2005) Andrade

et al (2008) confirmaram essa informaccedilatildeo ao estudar a toleracircncia da cultura sob a incidecircncia

de geadas chegando a conclusatildeo de que a cultura do pinhatildeo-manso eacute pouco tolerante a

geadas apresentando uma temperatura miacutenima letal de -3 a -4 degC

A respeito da radiaccedilatildeo solar para o melhor desenvolvimento do pinhatildeo-manso Matos

et al (2009) obtiveram sucesso com o cultivo da espeacutecie agrave sombra ou a pleno sol As mudas

de pinhatildeo-manso demonstraram relativa variaccedilatildeo das caracteriacutesticas fisioloacutegicas quando

submetidas a diferentes irradiacircncias De acordo com esses autores os resultados sugerem que

o pinhatildeo-manso possui alta capacidade de adaptaccedilatildeo a diferentes condiccedilotildees da disponibilidade

de luz o que deve estar relacionado com a aclimataccedilatildeo do pinhatildeo-manso a baixas

irradiacircncias Em outro trabalho Matos et al (2011) comprovaram a alta plasticidade

fenotiacutepica da cultura em resposta agrave variaccedilatildeo da irradiacircncia destacando poreacutem o sistema de

produccedilatildeo a pleno sol como sendo o mais indicado para a produccedilatildeo de mudas Liang et al

(2007) apontaram que sob alta irradiacircncia solar a taxa fotossinteacutetica maacutexima obtida situa-se

entre 98 e 14 μmol m-2

s-1

Com relaccedilatildeo agrave precipitaccedilatildeo anual Kheira e Atta (2009) afirmam que o pinhatildeo-manso

cresce bem sob baixa pluviosidade requerendo apenas cerca de 200 mm de chuva para

sobreviver mas que tambeacutem responde a um maior iacutendice pluviomeacutetrico (ateacute 1200 mm por

ano) particularmente em ambientes quentes No Brasil em condiccedilotildees natildeo irrigadas a planta

cresce em regiotildees com precipitaccedilotildees pluviomeacutetricas variando de 480 a 2380 mm anuais No

entanto seu melhor desenvolvimento eacute verificado em regiotildees que apresentam pluviosidade

anual superior a 600 mm sendo tolerante a longos periacuteodos de estiagem (HENNING 1996

SEVERINO et al 2006) Isso significa que quando a planta eacute submetida a condiccedilotildees de

36

baixa disponibilidade hiacutedrica ela reduz o seu potencial vegetativo e produtivo natildeo

conseguindo portanto produzir tal quando eacute suprida corretamente com aacutegua e nutrientes o

que natildeo tira a sua grande capacidade de sobrevivecircncia sob condiccedilotildees desfavoraacuteveis de

disponibilidade hiacutedrica e de nutrientes do solo (LI et al 2010)

Segundo Henning (1996) a espeacutecie eacute tolerante a longos periacuteodos de estiagem com

precipitaccedilotildees anuais abaixo de 600 mm podendo sobreviver com apenas 200 mm anuais de

chuva por ateacute trecircs anos O autor afirma que a planta entra em dormecircncia devido agraves flutuaccedilotildees

climaacuteticas perdendo as folhas e utilizando aacutegua armazenada no caule nos periacuteodos de seca o

que consequentemente estimula e favorece o aumento do teor de oacuteleo nas sementes

Kesava Rao et al (2012) avaliando a resposta do pinhatildeo-manso na exigecircncia e uso da

aacutegua em uma regiatildeo semiaacuterida da Iacutendia encontraram produtividades que variaram entre 06 a

156 Mg ha-1

Os autores confirmaram a toleracircncia da cultura ao periacuteodo seco com uma

produtividade razoaacutevel e concluiacuteram que a distribuiccedilatildeo da precipitaccedilatildeo eacute mais importante do

que a quantidade de precipitaccedilatildeo para a obtenccedilatildeo de produtividades elevadas

Maes et al (2009b) estudaram as condiccedilotildees climaacuteticas de cultivo do pinhatildeo-manso no

Meacutexico e em paiacuteses da Ameacuterica Central provaacuteveis centros de origem da cultura constataram

que 95 das espeacutecimes foram encontradas em regiotildees de climas tropicais (Am Aw) com

pluviosidade meacutedia anual acima de 944 mm e uma temperatura meacutedia anual entre 193 e

272degC Os autores ainda afirmam que a maioria das amostras encontravam-se em regiotildees de

Savana com climas tropicais (Am Aw) e em climas temperados sem estaccedilatildeo seca e com o

veratildeo quente (Cfa)

Embora muitos estudos tenham sido realizados para descobrir sobre as melhores

condiccedilotildees climaacuteticas para o desenvolvimento e a produccedilatildeo da cultura muitos fatores

fisioloacutegicos ainda precisam ser estudados A floraccedilatildeo do pinhatildeo-manso por exemplo eacute uma

questatildeo complexa pois sabe-se que a floraccedilatildeo eacute induzida por fatores de estresse como

flutuaccedilotildees de temperatura e seca mas como exatamente isso ocorre ainda natildeo eacute conhecido

Em climas com uma precipitaccedilatildeo distribuiacuteda uniformemente e sem grande variaccedilatildeo sazonal

da temperatura o pinhatildeo-manso pode florescer continuamente quando natildeo haacute outras formas

de estresse induzido (FACT 2010)

37

232 Condiccedilotildees e uso do solo

Apesar da cultura apresentar boas caracteriacutesticas de adaptaccedilatildeo e rusticidade agraves mais

variadas condiccedilotildees climaacuteticas e de solo das regiotildees tropicais e subtropicais sendo ateacute indicada

para aacutereas com restriccedilotildees em nutrientes (HELLER 1996 AUGUSTUS JAYABALAN

SEILER 2002) alguns autores discordam que tais condiccedilotildees produtivas possam ser as ideais

para a cultura com finalidade comercial Arruda et al (2004) relataram que em solos aacutecidos

com pH abaixo de 45 as raiacutezes do pinhatildeo-manso natildeo se desenvolvem sendo necessaacuteria a

realizaccedilatildeo de calagem com base em anaacutelise quiacutemica do solo De acordo com Saturnino et al

(2005) a correccedilatildeo do solo quanto a seu teor de alumiacutenio livre pela calagem tem efeito

positivo sobre o desenvolvimento do pinhatildeo-manso Foidl et al (1996) por sua vez citaram a

espeacutecie como demandante de grandes quantias de nitrogecircnio e foacutesforo devido agrave alta produccedilatildeo

de biomassa

A necessidade do uso de fertilizantes tambeacutem foi relatada por Openshaw (2000)

segundo o qual em situaccedilotildees de altos niacuteveis de nitrogecircnio ocorre aumento de produtividade

Da mesma forma Arruda et al (2004) indicaram solos com altos teores de mateacuteria orgacircnica

sendo recomendado o uso de adubaccedilatildeo verde com leguminosas pois de modo geral estas

fornecem altos rendimentos por unidade de aacuterea plantada fixando o nitrogecircnio atmosfeacuterico e

transferindo aos solos por decomposiccedilatildeo orgacircnica os nutrientes essenciais como foacutesforo

caacutelcio ou enxofre aleacutem do nitrogecircnio

Com relaccedilatildeo ao uso e a classe de solo tem sido relatado na literatura que o pinhatildeo-

manso tem potencial para a recuperaccedilatildeo de terras marginais sequestrar o CO2 atmosfeacuterico (de

superfiacutecie e subterracircneo) crescer sob condiccedilotildees salinas e soacutedicas e consumir menos aacutegua (alta

produtividade de aacutegua) (FRANCIS EDINGER BECKER 2005 ACHTEN et al 2008

OGUNWOLE et al 2008 PANDEY et al 2012 WANI et al 2012 SINGH et al 2015)

Singh Singh e Tuli (2013) estudaram o cultivo do pinhatildeo-manso em solos soacutedicos da Iacutendia e

constataram que o cultivo dessa cultura reduziu a sodicidade do solo (densidade aparente pH

condutividade eleacutetrica e porcentagem de soacutedio trocaacutevel) e melhorou a fertilidade do local

(atividades de carbono orgacircnico do solo biomassa microbiana e enzimas) de acordo com o

crescimento e idade da plantaccedilatildeo Apesar de ser pouco exigente em condiccedilotildees climaacuteticas nas

regiotildees tropicais e subtropicais e adaptado para sobreviver a solos degradados e pouco feacuterteis

o pinhatildeo-manso deve ser preferencialmente cultivado em solos profundos bem estruturados

pouco compactados drenados e preferencialmente pouco argilosos (ARRUDA et al 2004)

38

Marrugo-Negrete et al (2015) avaliaram a capacidade do pinhatildeo-manso na

fitorremediaccedilatildeo de solos contaminados por mercuacuterio na Colocircmbia e encontraram resultados

bastante promissores Os autores verificaram o crescimento e o desenvolvimento do pinhatildeo-

manso mesmo em quantidade elevadas de mercuacuterio (Hg) no solo onde as maiores

concentraccedilotildees de Hg foram acumuladas nas raiacutezes seguidas pelas folhas e caules Estes

resultados apresentam a cultura como uma boa opccedilatildeo para a fitorremediaccedilatildeo de solos

contaminados com mercuacuterio pois eacute faacutecil de se plantar e manter e contribui para a conservaccedilatildeo

e recuperaccedilatildeo do solo adaptando-se facilmente a solos erodidos e em locais proacuteximos de

aacutereas de mineraccedilatildeo de ouro

Em relaccedilatildeo a textura de solo especiacutefica para o desenvolvimento das plantas Achten et

al (2008) afirma que a planta estaacute bem adaptada a solos de textura arenosa e meacutedia enquanto

solos muito argilosos satildeo inadequados para o pinhatildeo-manso podendo prejudicar o seu cultivo

na ocorrecircncia de algum alagamento ou saturaccedilatildeo no solo Segundo Foidl et al (1996) a

cultura desenvolve-se em todos os solos exceto em Vertissolos por preferir solos arenosos

Estes autores indicam que os solos argilosos pesados como os Vertissolos satildeo menos

adequados devido a sua limitaccedilatildeo para o desenvolvimento do sistema radicular do pinhatildeo-

manso devendo portanto ser evitado para o cultivo

Embora o pinhatildeo-manso se adapte a solos marginais a planta pode natildeo crescer bem

em solos arenosos caso eles sejam pobres no seu teor nutricional embora o seu sistema

radicular nesses solos apresentem um bom potencial para a exploraccedilatildeo de nutrientes

(VALDES-RODRIGUEZ et al 2011) Com isso eacute necessaacuteria cautela quando as plantaccedilotildees

de pinhatildeo-manso estatildeo previstas para o estabelecimento e recuperaccedilatildeo em solos pobres uma

vez que essas plantaccedilotildees podem natildeo se desenvolver bem ou pelo menos exigir uma

adubaccedilatildeo adicional

Tendo em vista o conhecimento inicial sobre a recuperaccedilatildeo de solos degradados com o

cultivo de pinhatildeo-manso outros estudos ao redor do mundo foram realizados com o objetivo

de avaliar os impactos das alteraccedilotildees das propriedades bioloacutegicas do solo para a recuperaccedilatildeo e

conservaccedilatildeo do solo e da aacutegua (KAGAMEBGA et al 2011 SOP et al 2011 WANI et al

2012) Em um outro estudo Chaudhary et al (2012) verificou a influecircncia significativa do

pinhatildeo-manso na estrutura da comunidade microbiana em solos da rizosfera no qual

constatou-se que na rizosfera dos solos onde era cultivado o pinhatildeo-manso a quantidade de

fungos foi mais elevada do que a de bacteacuterias e actinomicetos as quais contribuiacuteram

significativamente para a melhoria do solo como no caso das hifas fuacutengicas que promoveram

a agregaccedilatildeo desses solos

39

233 Irrigaccedilatildeo e adubaccedilatildeo nitrogenada no pinhatildeo-manso

As exigecircncias edafoclimaacuteticas do pinhatildeo-manso permitem seu cultivo em quase todas

as regiotildees do paiacutes no entanto essa eacute uma cultura ainda muito pouco explorada no Brasil

Segundo Tewari (2009) a cultura apresenta um potencial de produccedilatildeo de 2 a 3 Mg ha-1

em

condiccedilotildees aacuteridas sem uso de irrigaccedilatildeo tornando-se uma planta oleaginosa viaacutevel para a

obtenccedilatildeo de biodiesel Em condiccedilotildees de cultivos intensivos destacando-se uma boa

disponibilidade hiacutedrica estima-se que a produtividade possa atingir cerca de 5 Mg ha-1

(TEWARI 2009)

O pinhatildeo-manso por ser uma cultura tolerante ao efeito da salinidade exceto na fase

inicial de crescimento pode ser irrigada com aacutegua salina tolerando condutividade eleacutetrica de

ateacute 12 dS m-1

valor considerado relativamente alto frente ao tolerado por outras culturas A

cultura demonstrou tambeacutem a capacidade de translocar soacutedio do solo na forma de Na+ para a

parte aeacuterea da planta (DAGAR et al 2006)

Fact (2010) indica valores de produtividade de sementes (Figura 2) que variam de 15

a 100 Mg ha-1

ano-1

apresentando como principal problema para as baixas produtividades

atuais a pouca ou nenhuma seleccedilatildeo geneacutetica e limitaccedilotildees de aacutegua e nutrientes Quando todas

as exigecircncias nutricionais e hiacutedricas da cultura satildeo atendidas aliadas ao controle sistemaacutetico

de pragas e doenccedilas juntamente com a devida seleccedilatildeo geneacutetica a produtividade de sementes

ficaria entre 5 e 10 Mg ha-1

ano-1

Neste trabalho eacute apresentada tambeacutem uma produtividade

potencial teoacuterica da cultura que poderia atingir mais de 22 Mg ha-1

ano-1

Figura 2 - Niacuteveis de produtividades estimadas para a cultura do pinhatildeo-manso

Fonte adaptado de FACT (2010)

15

5

10

22

0

5

10

15

20

25

1 2 3

Pro

du

tiv

idad

e (M

g h

a-1

an

o-1

)

1- Produtividade atual - Fatores atuantes Pragas doenccedilas e

pouca ou nenhuma seleccedilatildeo geneacutetica

2- Variaccedilatildeo do potencial comercial - Com controle dos fatores

aacutegua e nutrientes

3- Produtividade potencial teoacuterico para a cultura

40

Entretanto da expectativa inicial de quatro ou mais toneladas de gratildeos por hectare

produtividades inferiores a 20 Mg ha-1

estatildeo sendo obtidas em diferentes condiccedilotildees

edafoclimaacuteticas principalmente em razatildeo de limitaccedilotildees hiacutedricas das condiccedilotildees nutricionais

do solo ou do ataque de pragas e doenccedilas (EVERSON MENGISTU GUSH 2013 IIYAMA

et al 2013 TIKKOO YADAV KAUSHIK 2013 TJEUW SLINGERLAND GILLER

2015) Projeccedilotildees natildeo realizadas da produtividade de gratildeos podem ser atribuiacutedas a observaccedilotildees

de plantas isoladas o que acabou desconsiderando a reduccedilatildeo no desenvolvimento em plantios

(ROCHA et al 2012) Apesar da complementaccedilatildeo hiacutedrica ocasionar em muitos casos o

aumento significativo da produtividade de sementes e de oacuteleo extraiacutedo estes natildeo chegaram

nem perto de atingir as mais diversas projeccedilotildees realizadas sobre o potencial comercial

maacuteximo da cultura (KHEIRA ATTA 2009 KESAVA RAO et al 2012 TIKKOO

YADAV KAUSHIK 2013)

Kheira e Atta (2009) afirmam que natildeo existem dados quantitativos disponiacuteveis e

confiaacuteveis sobre a necessidade e a eficiecircncia do uso da aacutegua do pinhatildeo-manso e em

ambientes permanentemente uacutemidos ou em situaccedilotildees com grande aplicaccedilatildeo de aacutegua e

fertilizante a planta pode ser induzida a uma produccedilatildeo elevada de biomassa poreacutem com

baixa produccedilatildeo de sementes

Para a cultura do pinhatildeo-manso existem poucas informaccedilotildees a respeito do seu sistema

radicular A maioria das informaccedilotildees disponiacuteveis levam em conta apenas observaccedilotildees de

natureza botacircnica natildeo se aprofundando no que diz respeito a sua distribuiccedilatildeo espacial no solo

e muito menos agrave caracterizaccedilatildeo das zonas de maior atividade Trabalhos dessa natureza para o

pinhatildeo-manso ainda satildeo escassos e se limitam a condiccedilotildees especiacuteficas do clima e solo da

regiatildeo (ALVES JUacuteNIOR et al 2014) aleacutem do tipo de sistema de manejo adotado Devido agrave

pouca quantidade de informaccedilotildees a respeito da distribuiccedilatildeo do sistema radicular reconhece-se

que sua caracterizaccedilatildeo eacute de extrema importacircncia para a determinaccedilatildeo dos paracircmetros de

manejo da irrigaccedilatildeo como a profundidade efetiva das raiacutezes que define a camada de solo a

ser umedecida bem como a aplicaccedilatildeo de fertilizantes Sousa e Guerra (2012) avaliando o

crescimento inicial de plantas de pinhatildeo-manso cultivadas em casa de vegetaccedilatildeo observaram

efeito significativo sobre a massa de raiz com a variaccedilatildeo na aplicaccedilatildeo de nitrogecircnio e

quantidade de aacutegua Krishnamurthy et al (2012) encontraram em um plantio de um ano de

idade na Iacutendia raiacutezes ateacute a profundidade de 14 m poreacutem a maioria do sistema radicular se

encontrava ateacute a profundidade de 03 m Estes autores salientam a importacircncia deste tipo de

distribuiccedilatildeo de sistema radicular para a funccedilatildeo de controle de erosatildeo e ainda comentam sobre

41

a relaccedilatildeo inexistente entre este tipo de distribuiccedilatildeo e a resistecircncia a seca caracteriacutestica

atribuiacuteda a esta planta Esta uacuteltima caracteriacutestica eacute atribuiacuteda mais a sua capacidade de controle

da perda por evaporaccedilatildeo por meio de queda de folhas e dormecircncia do que agrave capacidade de

extraccedilatildeo de aacutegua pelo sistema radicular

A colheita de frutos (casca + sementes) no seu quarto ano de cultivo extrai valores

meacutedios de 210 41 e 149 g kg-1

de nitrogecircnio foacutesforo e potaacutessio respectivamente

(LAVIOLA DIAS 2008) Embora a planta de pinhatildeo-manso seja muito resistente capaz de

manter sua sobrevivecircncia em solos com baixos iacutendices de fertilidade para se garantir um

niacutevel de produtividade satisfatoacuterio eacute necessaacuterio a adubaccedilatildeo tanto na implantaccedilatildeo da cultura

quanto na manutenccedilatildeo ao longo dos anos de produccedilatildeo (LAVIOLA DIAS 2008) Na Tabela 2

encontra-se uma recomendaccedilatildeo baacutesica para a aplicaccedilatildeo de nutrientes durante os quatro

primeiros anos de cultivo levando em consideraccedilatildeo um solo com boa fertilidade capaz de

suprir 50 da necessidade da planta Em um solo com baixa fertilidade estes valores

deveriam ser ampliados (FACT 2010)

Tabela 2 - Necessidade de nutrientes na cultura do pinhatildeo-manso durante os quatro primeiros anos de cultivo

Nutriente 1ordm ano 2ordm ano 3ordm ano 4ordm ano Total

kg ha-1

ano-1

N 23 34 69 103 229

P2O5 7 11 21 32 71

K2O 34 50 101 151 336

Fonte adaptado de FACT (2010)

Apesar de possuir boa adaptabilidade a diferentes condiccedilotildees adversas de solo e

disponibilidade hiacutedrica o pinhatildeo-manso como qualquer outra cultura para proporcionar uma

alta produtividade de frutos necessita solos feacuterteis e com boas condiccedilotildees fiacutesicas E apesar de

sobreviver em solos com baixa fertilidade a correccedilatildeo da fertilidade do solo eacute decisiva para se

obter sucesso e lucratividade com essa cultura uma vez que a espeacutecie extrai elevada

quantidade de nutrientes na colheita e se natildeo adequadamente adubada pode levar ao

empobrecimento do solo ao longo dos anos de cultivo (LAVIOLA DIAS 2008 CHAVES et

al 2009 SCHIAVO et al 2010 PONCIANO DE DEUS 2010) O crescimento e a

reproduccedilatildeo desta espeacutecie satildeo influenciados pelo seu estado nutricional Ocorrendo a

deficiecircncia nutricional esta cresce e ramifica menos implicando em menos frutos jaacute que os

mesmos satildeo produzidos na ponteira dos ramos O cultivo de pinhatildeo-manso promove elevada

extraccedilatildeo de nutrientes do solo e portanto o manejo da adubaccedilatildeo da espeacutecie exige atenccedilatildeo

(LAVIOLA DIAS 2008)

42

A recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo de uma cultura depende da demanda nutricional para o

crescimento vegetativo e reprodutivo (LAVIOLA et al 2006) devendo ser considerada a

eficiecircncia de aproveitamento dos fertilizantes aplicados e a fraccedilatildeo de nutrientes suprida pelo

solo (FRANCO et al 2008) O suprimento inadequado de nutrientes seja falta ou excesso

pode provocar restriccedilotildees ao crescimento das plantas e alterar relaccedilotildees entre biomassa aeacuterea e

radicular bem como promover alteraccedilotildees entre estaacutedios vegetativos e reprodutivos

(MARSCHNER 1995 MENGEL KIRKBY 2001 EPSTEIN BLOOM 2005 DECHEN

NACHTIGALL 2006) Silva et al (2009) relatam que a omissatildeo de macro e micronutrientes

em plantas de pinhatildeo-manso provocam sintomas visuais de deficiecircncia nutricional comuns a

outras espeacutecies e que essas deficiecircncias limitam a produccedilatildeo de mateacuteria seca

O suprimento de N por meio de fertilizantes minerais ou orgacircnicos associado agrave

complementaccedilatildeo hiacutedrica por meio da irrigaccedilatildeo quando aplicados corretamente e aliados com

o manejo integrado de pragas e doenccedilas auxiliam o pleno desenvolvimento vegetativo da

cultura aleacutem de garantir maiores rendimentos de semente e oacuteleo A demanda por N eacute grande

durante o crescimento e desenvolvimento das plantas pois eacute o nutriente mineral exigido em

maior quantidade pelas culturas e normalmente proporciona maior resposta em

produtividade A complexidade dos fatores que afetam o seu aproveitamento pelas plantas faz

com que o mesmo seja objeto de um grande nuacutemero de estudos que visam avaliar

principalmente o seu comportamento no solo e a sua relaccedilatildeo com a eficiecircncia da adubaccedilatildeo

(RAIJ 1991)

O pinhatildeo-manso apresenta alta taxa de crescimento sendo o N o nutriente mais

requerido para a formaccedilatildeo de folhas e frutos (LAVIOLA DIAS 2008) O N eacute essencial para a

assimilaccedilatildeo do carbono e formaccedilatildeo de novos oacutergatildeos na planta tais como gemas florais e

frutiacuteferas (MALAVOLTA VITTI OLIVEIRA 1997) uma vez que eacute o componente de

aminoaacutecidos proteiacutenas enzimas RNA DNA ATP clorofila e outras moleacuteculas (TAIZ

ZEIGER 2009) Na ausecircncia de N a planta tem o crescimento limitado tornando-se

amarelada pela perda da clorofila o que reflete em amadurecimento precoce perda de

produtividade e qualidade dos frutos (EPSTEIN BLOOM 2005)

O manejo do solo pode afetar os processos de consumo de aacutegua pelas plantas

modificando a aacutegua disponiacutevel no perfil Praacuteticas de fertilizaccedilatildeo como por exemplo a adiccedilatildeo

de N e P tem efeito indireto sobre a utilizaccedilatildeo da aacutegua por meio da melhoria da eficiecircncia

fisioloacutegica da planta (HATFIELD SAUER PRUEGER 2001)

Apesar de descrita como uma cultura indicada para regiotildees aacuteridas e semiaacuteridas

tolerante a restriccedilotildees na disponibilidade de aacutegua o pinhatildeo-manso tem gerado uma seacuterie de

43

afirmaccedilotildees contraditoacuterias com relaccedilatildeo a sua necessidade ou natildeo de irrigaccedilatildeo o que evidencia

a necessidade de estudos nas diversas regiotildees do Brasil para se avaliar a resposta da cultura

sob diferentes condiccedilotildees de cultivo e manejos de irrigaccedilatildeo Alguns autores descrevem a

espeacutecie com respostas positivas ao uso de irrigaccedilatildeo e principalmente a fatores relacionados agrave

produccedilatildeo e produtividade em cultivos comerciais possibilitando de trecircs a quatro colheitas por

ano (OPENSHAW 2000) Achten et al (2008) em trabalho sobre produccedilatildeo e uso de

biodiesel de pinhatildeo-manso destacam que embora o pinhatildeo-manso possa ser caracterizado

como uma planta tolerante a seca ainda natildeo se sabe qual a real resposta dessa cultura quando

irrigada e qual o comportamento do consumo hiacutedrico quando submetida a diferentes sistemas

de produccedilatildeo Os autores ainda mencionam a necessidade de irrigaccedilatildeo para garantir alta

produtividade nas regiotildees aacuteridas e semiaacuteridas

A quantidade e a qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo embora importantes para o

estabelecimento e praacutetica de manejo dos cultivos irrigados precisam tambeacutem ser

investigados O cultivo de pinhatildeo-manso submetido ao estresse hiacutedrico e uso de aacutegua salina

ou de reuso na irrigaccedilatildeo tem sido fonte de estudos recentes na mensuraccedilatildeo da adaptabilidade e

do desenvolvimento da planta onde bons resultados tem sido encontrados (SILVA et al

2010) A resposta do pinhatildeo-manso quanto agrave utilizaccedilatildeo de aacutegua residuaacuteria tem sido

satisfatoacuteria e apesar de possuir caracteriacutesticas de resistecircncia a periacuteodos secos o estresse

hiacutedrico sofrido pela cultura devido ao baixo conteuacutedo de aacutegua no solo tem reduzido

drasticamente o seu crescimento vegetativo (SOUSA et al 2012) peso dos cachos (SILVA et

al 2011) e caracteriacutesticas fisioloacutegicas como taxa fotossinteacutetica condutacircncia estomaacutetica e

transpiraccedilatildeo das plantas (SANTANA et al 2015) Sousa et al (2011) avaliaram o efeito do

estresse salino no crescimento e no consumo hiacutedrico no terceiro ano de cultivo do pinhatildeo-

manso e observaram que concentraccedilotildees acima de 16 dS m-1

causaram sensibilidade agrave cultura

que teve a aacuterea foliar e o nuacutemero de folhas como as variaacuteveis mais afetadas contradizendo

portanto a informaccedilatildeo relatada por DAGAR et al (2006) sobre a toleracircncia da cultura a altos

valores de condutividade eleacutetrica da aacutegua irrigaccedilatildeo

Embora haja muita especulaccedilatildeo sobre a quantidade de aacutegua exigida pelas plantas de

pinhatildeo-manso o consumo hiacutedrico ainda eacute pouco conhecido Lena (2013) determinou o

consumo hiacutedrico do pinhatildeo-manso em Piracicaba-SP comparando os meacutetodos de irrigaccedilatildeo por

gotejamento pivocirc central e cultivo natildeo irrigado na fase de formaccedilatildeo da cultura encontrando

valores de evapotranspiraccedilatildeo acumulada diaacuteria de cerca 5 mm dia-1

para o tratamento irrigado

por pivocirc central e de 3 e 2 mm dia-1

para os tratamentos irrigados por gotejamento e sem

irrigaccedilatildeo respectivamente O autor ainda ressalta que novos trabalhos precisam ser

44

elaborados para obter-se um melhor conhecimento da cultura a partir do seu terceiro ano de

cultivo Aleacutem disso trabalhos como o de Albuquerque et al (2009b) e Guimaratildees Santos e

Beltratildeo (2009) apresentam resultados bastante promissores para as praacuteticas de adubaccedilatildeo

nitrogenada e de irrigaccedilatildeo no crescimento inicial da cultura do pinhatildeo-manso o que mostra

que mesmo sendo uma cultura considerada por muitos como pouco exigente em fertilidade e

resistente a seca pode responder de maneira significativa quando natildeo houver restriccedilotildees desses

fatores

24 Qualidade do oacuteleo vegetal para produccedilatildeo de biocombustiacuteveis

A elevada demanda energeacutetica de combustiacuteveis foacutesseis no planeta estimulou o

interesse em fontes renovaacuteveis de energia que reduzam os impactos ambientais atualmente

presentes O uso de combustiacuteveis renovaacuteveis a eficiecircncia energeacutetica e proteccedilatildeo ambiental

tornaram-se questotildees importantes nos uacuteltimos anos (KUMAR CHAUBE JAIN 2012) A

utilizaccedilatildeo de biodiesel no Brasil e em outros paiacuteses tem apresentado grande potencial como

combustiacutevel contribuindo com a reduccedilatildeo dos niacuteveis de poluiccedilatildeo ambiental e como fonte

estrateacutegica de energia renovaacutevel em substituiccedilatildeo ao oacuteleo diesel mineral pois natildeo eacute toacutexico e

apresenta uma melhor qualidade de emissotildees durante o processo de combustatildeo (CORREcircA

ARBILLA 2006 LOcircBO FERREIRA CRUZ 2009)

Segundo Ramos et al (2003) qualquer mateacuteria-prima oleaginosa pode ser utilizada

para a produccedilatildeo de eacutesteres alquiacutelicos de aacutecidos graxos (biodiesel) mas a escolha da mateacuteria-

prima eacute um paracircmetro importante para a produccedilatildeo de biodiesel dentro das especificaccedilotildees

estabelecidas pelos oacutergatildeos reguladores Isso porque alguns oacuteleos vegetais apresentam

propriedades que o tornam inadequado para o uso direto em motores do ciclo diesel como sua

alta viscosidade acidez formaccedilatildeo de gomas devido agrave oxidaccedilatildeo e polimerizaccedilatildeo durante a

armazenagem e queima contribuindo para a diminuiccedilatildeo da lubricidade do oacuteleo e formaccedilatildeo de

depoacutesitos de carbono (FUKUDA KONDO NODA 2001) Sendo necessaacuterio adequar seu uso

por meio de algum processo quiacutemico para posterior utilizaccedilatildeo em motores que no caso datildeo

origem ao biocombustiacutevel

Como haacute uma grande variedade de mateacuterias-primas existentes para a produccedilatildeo de

biodiesel eacute plausiacutevel dizer que somente com o conhecimento pleno das propriedades que

determinam os padrotildees de qualidade do biodiesel eacute que seraacute possiacutevel estabelecer os

paracircmetros de controle que garantiratildeo o sucesso de sua incorporaccedilatildeo na matriz energeacutetica

45

nacional (RAMOS et al 2003) Neste sentido o Governo Federal por meio do Ministeacuterio da

Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (MAPA) publicou no DOU de 26122006 Seccedilatildeo 1

Paacutegina 140 a Instruccedilatildeo Normativa nordm 49 a qual estabelece o Regulamento Teacutecnico de

Identidade e Qualidade dos Oacuteleos Vegetais Refinados Nesta instruccedilatildeo estatildeo estabelecidos os

padrotildees de identidade que caracterizam os oacuteleos vegetais quais sejam iacutendice de acidez

iacutendice de peroacutexido densidade relativa iacutendice de refraccedilatildeo iacutendice de iodo cor e estabilidade

oxidativa a 110ordm C

241 Perfil composicional de aacutecidos graxos

Os oacuteleos utilizados como mateacuterias-primas para a produccedilatildeo de biodiesel satildeo obtidos de

diversas plantas oleaginosas O paiacutes devido a sua grande extensatildeo de terras de diferentes

classes de solo e clima disponibiliza inuacutemeras espeacutecies de oleaginosas que se diferenciam

principalmente pela composiccedilatildeo em aacutecidos graxos Os aacutecidos graxos presentes nos oacuteleos

vegetais satildeo aacutecidos carboxiacutelicos constituiacutedos por hidrogecircnio e carbono em sua cadeia

molecular Segundo Redaacute e Carneiro (2007) os aacutecidos graxos se diferem a partir do

comprimento de sua cadeia carbocircnica do nuacutemero orientaccedilatildeo e da posiccedilatildeo de insaturaccedilotildees

presentes na cadeia e da presenccedila de grupamentos quiacutemicos

Os aacutecidos graxos satildeo classificados como saturados mono e poli-insaturados

dependendo do nuacutemero de duplas ligaccedilotildees na sua cadeia de carbonos (Figura 3) Os saturados

natildeo contecircm dupla ligaccedilatildeo entre os aacutetomos de carbono Os monoinsaturados contecircm uma uacutenica

dupla ligaccedilatildeo e os poli-insaturados (linolecircnico linoleico e araquidocircnico) com duas ou mais

duplas ligaccedilotildees

46

Figura 3 - Tipos de aacutecidos graxos

Fonte wwazeitecombr

O conhecimento da composiccedilatildeo em aacutecidos graxos do oacuteleo vegetal eacute muito importante

porque muitas das propriedades do biodiesel tecircm origem nas estruturas dos aacutecidos graxos

originais As caracteriacutesticas do biodiesel que satildeo determinadas pela composiccedilatildeo dos eacutesteres de

aacutecidos graxos incluem qualidade da igniccedilatildeo calor de combustatildeo escoamento a frio

estabilidade oxidativa viscosidade e lubricidade (CAMARGOS 2005)

A anaacutelise da composiccedilatildeo dos aacutecidos graxos constitui o primeiro passo para a avaliaccedilatildeo

da qualidade do oacuteleo bruto eou seus produtos de transformaccedilatildeo Para determinar a

composiccedilatildeo em aacutecidos graxos meacutetodos cromatograacuteficos (cromatografia liacutequida e gasosa) e

ressonacircncia magneacutetica nuclear de hidrogecircnio podem ser utilizados (WUST 2004)

A cromatografia eacute um meacutetodo fiacutesico-quiacutemico de separaccedilatildeo A teacutecnica estaacute

fundamentada na migraccedilatildeo diferencial dos componentes de uma mistura que ocorre devido a

diferentes interaccedilotildees entre duas fases imisciacuteveis a fase moacutevel e a fase estacionaacuteria A grande

variedade de combinaccedilotildees entre fases moacuteveis e estacionaacuterias a torna uma teacutecnica

extremamente versaacutetil e de grande aplicaccedilatildeo (DEGANI CASS VIEIRA 1998) Ainda de

acordo com Degani Cass e Vieira (1998) a cromatografia gasosa eacute uma das teacutecnicas

analiacuteticas mais utilizadas Aleacutem de possuir um alto poder de resoluccedilatildeo eacute muito atrativa

devido agrave possibilidade de detecccedilatildeo em escala de nano a picogramas (10ndash9

- 10-12

g) A grande

limitaccedilatildeo deste meacutetodo eacute a necessidade de que a amostra seja volaacutetil ou estaacutevel termicamente

embora amostras natildeo volaacuteteis ou instaacuteveis possam ser derivadas quimicamente

47

A ressonacircncia magneacutetica nuclear (RMN) eacute um meacutetodo espectroscoacutepico de 1H que

assim como as demais teacutecnicas espectroscoacutepicas satildeo baseadas no princiacutepio de que as

moleacuteculas e aacutetomos podem interagir de diferentes formas com a radiaccedilatildeo eletromagneacutetica

revelando informaccedilotildees estruturais e termodinacircmicas de forma qualitativa eou quantitativa

dependendo da intensidade e do comprimento de onda da radiaccedilatildeo utilizada Os meacutetodos

espectroscoacutepicos possibilitam anaacutelises raacutepidas e diretas podendo detectar vaacuterios compostos

simultaneamente (IBANtildeEZ CIFUENTES 2001) aleacutem de permitir uma boa reprodutibilidade

na detecccedilatildeo dos componentes (BELTON et al 1996) Embora a teacutecnica possua as vantagens

na rapidez e na confiabilidade na determinaccedilatildeo quantitativa dos compostos soluacuteveis em uma

mistura o aparelho de RMN 1H apresenta um limite de detecccedilatildeo na ordem de partes por

milhatildeo o que pode natildeo ser possiacutevel agrave identificaccedilatildeo de compostos com baixiacutessima quantidade

nas amostras (BELTON et al 1996) O que pode se tornar uma vantagem quando a finalidade

eacute identificar apenas os componentes majoritaacuterios da amostra e os componentes traccedilos podem

ser desprezados

Os aacutecidos graxos presentes nos oacuteleos e gorduras satildeo constituiacutedos geralmente por

aacutecidos carboxiacutelicos que contecircm de 4 a 30 aacutetomos de carbono e podem ser saturados ou

insaturados A distinccedilatildeo dos oacuteleos com base no seu grau de insaturaccedilatildeo no tamanho das

moleacuteculas e pela presenccedila ou natildeo de grupos quiacutemicos reflete diretamente nas qualidades do

biocombustiacutevel produzido (WUST 2004)

Longa cadeia de aacutecidos graxos e pequeno nuacutemero de insaturaccedilotildees (duplas ligaccedilotildees)

ocasionam maior nuacutemero de cetano e lubricidade do combustiacutevel Entretanto um aumento no

nuacutemero de cetano ocasiona tambeacutem um aumento no ponto de neacutevoa e de entupimento (maior

sensibilidade aos climas frios) As moleacuteculas satildeo menos estaacuteveis quimicamente com nuacutemero

de insaturaccedilotildees elevado e isso pode provocar inconvenientes devido a oxidaccedilotildees degradaccedilotildees

e polimerizaccedilotildees do combustiacutevel se inadequadamente armazenado ou transportado

(BELTRAtildeO OLIVEIRA 2008)

Dessa forma tanto os eacutesteres alquiacutelicos de aacutecidos graxos saturados (laacuteurico palmiacutetico

esteaacuterico) como os de poli-insaturados (linoleico linolecircnico) possuem alguns inconvenientes

uma vez que satildeo pouco resistentes agrave oxidaccedilatildeo e o nuacutemero de cetano eacute geralmente baixo

Poreacutem satildeo mais facilmente degradados desaparecendo do meio ambiente em periacuteodos de

tempo mais curtos sendo mais vantajosos do ponto de vista ambiental (GOMES 2009)

Os oacuteleos saturados do tipo esteaacuterico ou palmiacutetico satildeo pouco fluiacutedos (grande

viscosidade) mas satildeo resistentes agrave oxidaccedilatildeo Encontram-se normalmente no estado soacutelido agrave

temperatura ambiente Geralmente apresentam um iacutendice de cetano excelente Poreacutem sua alta

48

viscosidade aliados agrave resistecircncia agrave oxidaccedilatildeo dificultam a sua degradaccedilatildeo remoccedilatildeo e limpeza

(GOMES 2009)

De uma forma geral um biodiesel com predominacircncia de aacutecidos graxos combinados

monoinsaturados (oleico ricinoleico) satildeo os que apresentam os melhores resultados

(BELTRAtildeO OLIVEIRA 2008)

A qualidade do oacuteleo eacute uma funccedilatildeo do seu perfil de aacutecidos graxos Oacuteleos com alto teor

de aacutecido oleico satildeo adequados para uso alimentar devido agrave sua longa vida de prateleira

enquanto que uma quantidade de aacutecido linoleico inferior a 3 eacute preferiacutevel para a estabilidade

do oacuteleo e para a produccedilatildeo de biodiesel eacute desejaacutevel um baixo conteuacutedo de aacutecidos graxos

saturados (RAJU EZRADANAM 2002) Sementes com alta razatildeo de aacutecido oleicolinoleico

podem indicar uma maior estabilidade e vida uacutetil mais longa (KAUSHIK BHARDWAJ

2013)

Ao lado de produccedilatildeo de sementes o teor de oacuteleo e a composiccedilatildeo de aacutecidos graxos satildeo

os dois principais paracircmetros bioquiacutemicos do pinhatildeo-manso que satildeo muito importantes para a

seleccedilatildeo de sementes com um alto rendimento e com alto teor de aacutecido graxo poli-insaturado

(KAUSHIK BHARDWAJ 2013) A composiccedilatildeo de aacutecidos graxos do pinhatildeo-manso eacute

classificado como um tipo de aacutecido linoleico ou oleico que satildeo aacutecidos graxos insaturados

utilizados como mateacuteria-prima para a produccedilatildeo de biodiesel (MITTELBACH

REMSCHMIDT 2004 ONG et al 2013) Apesar da importacircncia desta espeacutecie haacute poucos

trabalhos na literatura que mostram a influecircncia no manejo do pinhatildeo-manso na composiccedilatildeo

dos aacutecidos graxos presentes no oacuteleo da semente

A correta disponibilidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo para as plantas de pinhatildeo-manso

evitando a sua falta ou o seu uso excessivo pode ocasionar em um oacuteleo com melhores

caracteriacutesticas para a produccedilatildeo de biodiesel quanto ao seu perfil composicional Kheira e Atta

(2009) ao avaliarem as caracteriacutesticas do oacuteleo de pinhatildeo-manso encontraram nas plantas

manejadas com 100 da evapotranspiraccedilatildeo potencial (ETp) os melhores valores da razatildeo de

aacutecido oleicolinoleico em comparaccedilatildeo aos tratamentos irrigados com deacuteficit e com excesso O

uso da fertilizaccedilatildeo nitrogenada aleacutem de auxiliar no aumento da produtividade de gratildeos de

pinhatildeo-manso se correlaciona positivamente no efeito de alguns aacutecidos graxos do seu oacuteleo

tendo para o aacutecido oleico o seu maior efeito (AKBARIAN MODAFEBEHZADI

BAGHERIPOUR 2012)

49

242 Iacutendices de qualidade

Algumas caracteriacutesticas satildeo indicativas da qualidade de um produto No que se refere

aos oacuteleos vegetais paracircmetros fiacutesicos e quiacutemicos satildeo analisados e utilizados para garantir a

qualidade dos mesmos para a produccedilatildeo de biodiesel pois eacute por meio destes resultados que se

estabelece a teacutecnica que seraacute utilizada na sua produccedilatildeo e se haacute ou natildeo a necessidade do uso

de um preacute-tratamento da mateacuteria-prima (MELO 2012)

Desta forma satildeo determinados os iacutendices de acidez iodo peroacutexido e refraccedilatildeo aleacutem da

densidade relativa estabilidade oxidativa entre outros Estes paracircmetros de qualidade assim

como outros natildeo citados podem ser determinados por meacutetodos de referecircncia como os

estabelecidos pela AOCS (American Oil Chemistsrsquo Society) ou pela Ethiopian Standard os

quais tecircm sido bastante empregados por muitos laboratoacuterios e induacutestrias

O teor de acidez eacute uma das principais caracteriacutesticas relacionadas com a qualidade da

mateacuteria-prima Vaacuterios fatores podem influenciar a acidez de um oacuteleo vegetal mas o principal

eacute o tratamento dado ainda agraves sementes durante a colheita e armazenamento (PEREIRA 2007)

Estaacute diretamente relacionado com a quantidade de aacutecidos graxos livres presentes no material

lipiacutedico originados da hidroacutelise dos triacilgliceriacutedeos nas condiccedilotildees de conservaccedilatildeo e

processamento dos oacuteleos vegetais (MORETTO FETT 1998)

A alta acidez do biodiesel pode levar agrave sua degradaccedilatildeo mais raacutepida levando agrave

formaccedilatildeo de precipitados provocando o entupimento do filtro de combustiacutevel ou a

diminuiccedilatildeo de sua pressatildeo aleacutem de acelerar a corrosatildeo de partes metaacutelicas do motor e dos

sistemas de injeccedilatildeo (FLUMIGNAN et al 2012 VISENTAINER SANTOS JUacuteNIOR 2013)

O monitoramento do iacutendice de acidez ou nuacutemero de acidez no biodiesel eacute de grande

importacircncia tambeacutem durante a estocagem na qual a alteraccedilatildeo nos valores de acidez pode

significar a presenccedila de aacutegua eou degradaccedilatildeo oxidativa (FLUMIGNAN et al 2012)

O iacutendice de iodo eacute uma medida da insaturaccedilatildeo total dentro de uma mistura de aacutecido

graxo Aleacutem de indicar o grau quantitativo de insaturaccedilotildees no biodiesel ou oacuteleo

vegetalanimal o iacutendice de iodo eacute dependente do tipo de matriz utilizada O nuacutemero de

insaturaccedilotildees se trata de um importante componente na caracterizaccedilatildeo do oacuteleo vegetal e

consequentemente do biodiesel que seraacute produzido pois aleacutem de apresentar efeito nos valores

de densidade e de viscosidade dos biodieseis tambeacutem eacute de grande importacircncia na estabilidade

oxidativa dos biodieseis (FLUMIGNAN et al 2012)

50

O nuacutemero de iodo revela o nuacutemero de insaturaccedilotildees de uma determinada amostra e esse

valor constitui um dos paracircmetros de identidade dos oacuteleos vegetais pois cada dupla ligaccedilatildeo de

um aacutecido graxo pode incorporar dois aacutetomos de halogecircnio Por essa razatildeo quanto maior a

insaturaccedilatildeo de um aacutecido graxo maior seraacute a sua capacidade de absorccedilatildeo de iodo e

consequentemente maior seraacute o iacutendice de iodo (MORETTO FETT 1998)

Este meacutetodo consiste no tratamento da amostra de oacuteleo vegetal e animal ou biodiesel

com iodo em excesso que reage com as duplas ligaccedilotildees O iodo natildeo reagido eacute entatildeo titulado

com tiossulfato de soacutedio e o resultado expresso como gramas de iodo que reagem com as

insaturaccedilotildees em 100 g de amostra (FLUMIGNAN et al 2012) Segundo Ramos et al (2009)

o iacutendice de iodo de um oacuteleo vegetal ou de uma gordura animal eacute quase idecircntico ao do metil-

eacutester correspondente

O iacutendice de peroacutexido determina todas as substacircncias que oxidam o iodeto de potaacutessio a

iodo Estas substacircncias satildeo consideradas como sendo peroacutexidos ou produtos similares

provenientes da oxidaccedilatildeo das gorduras Os peroacutexidos satildeo produtos primaacuterios da oxidaccedilatildeo de

lipiacutedeos (AOCS 2003) Eacute um indicador muito sensiacutevel no estaacutedio inicial da oxidaccedilatildeo e sua

presenccedila eacute indiacutecio de que a deterioraccedilatildeo do sabor e odor em funccedilatildeo de sua instabilidade estaacute

por acontecer Quando sua concentraccedilatildeo atinge certo niacutevel mudanccedilas complexas ocorrem

formando compostos de baixo peso molecular oriundos de sua degradaccedilatildeo (REGITANO-

DacuteARCE 2006)

O iacutendice de peroacutexido eacute o mais usado para indicar o grau de oxidaccedilatildeo O valor de

peroacutexido eacute a medida do teor de oxigecircnio reativo expresso em termos de milequivalentes de

oxigecircnio por 1000 g de oacuteleo ou como milimoles de peroacutexido por quilo de moleacutecula graxa (1

milimol = 2 milequivalentes) (AOCS 2003) As substacircncias quantificadas satildeo geralmente

peroacutexidos e outros produtos similares resultantes da oxidaccedilatildeo lipiacutedica A aplicaccedilatildeo do iacutendice

de peroacutexido se daacute em todo o tipo de gordura ou oacuteleo (AOCS 2003)

Durante essa anaacutelise a amostra com solvente eacute adicionada em uma soluccedilatildeo de iodeto

de potaacutessio saturada Desta forma os iacuteons de iodo reagem com os peroacutexidos produzindo I2

Como indicador eacute adicionado amido que na presenccedila de I2 se colore de azul Ao titular-se a

soluccedilatildeo com tiossulfato de soacutedio ocorreraacute a oxidaccedilatildeo a tetrationato de soacutedio e o iodo eacute

reduzido a I- causando perda na cor azulada logo a quantidade de tiossulfato consumida eacute

proporcional agrave quantidade de iacuteons de iodeto presentes e indiretamente de peroacutexido

(BACCAN et al 1985)

O iacutendice de refraccedilatildeo de uma substacircncia eacute a relaccedilatildeo entre a velocidade da luz no vaacutecuo

e a velocidade da luz na substacircncia testada Eacute um paracircmetro fiacutesico importante para garantir a

51

qualidade dos oacuteleos Ele varia na razatildeo inversa da temperatura e eleva-se com o aumento do

comprimento da cadeia e tambeacutem com o grau de insaturaccedilatildeo dos aacutecidos graxos constituintes

dos trigliceriacutedeos (PEREIRA 2007) Por depender fortemente da temperatura as suas medidas

devem ser feitas em temperatura constante O iacutendice de refraccedilatildeo de oacuteleos e gorduras eacute muito

usado como criteacuterio de qualidade e identidade pois quando referente a um oacuteleo este iacutendice

aumenta com o iacutendice de iodo e pode ser usado no controle de processos de hidrogenaccedilatildeo de

oacuteleos insaturados (CECCHI 2003)

A densidade do biodiesel estaacute diretamente ligada com a estrutura molecular das suas

moleacuteculas Quanto maior o comprimento da cadeia carbocircnica do alquileacutester maior seraacute a

densidade no entanto este valor decresceraacute quanto maior forem o nuacutemero de insaturaccedilotildees

presentes na moleacutecula A presenccedila de impurezas tambeacutem poderaacute influenciar na densidade do

biodiesel como por exemplo o aacutelcool ou substacircncias adulterantes (LOcircBO FERREIRA

CRUZ 2009) Como eacute caracteriacutestica de cada substacircncia a determinaccedilatildeo da densidade em

oacuteleos eacute um paracircmetro importante para verificar se houve adulteraccedilatildeo com a adiccedilatildeo de aacutegua ou

substacircncias dissolvidas dentro das amostras (presenccedila de contaminantes)

A estabilidade agrave oxidaccedilatildeo ou estabilidade oxidativa reflete o tempo que o biodiesel ou

oacuteleo vegetal leva para se degradar formando compostos orgacircnicos volaacuteteis A estabilidade

oxidativa do biodiesel estaacute diretamente relacionada com o grau de insaturaccedilatildeo dos

alquieacutesteres presentes como tambeacutem com a posiccedilatildeo das duplas ligaccedilotildees na cadeia carbocircnica

(VISENTAINER SANTOS JUacuteNIOR 2013) Quanto maior o nuacutemero de insaturaccedilotildees (maior

iacutendice de iodo) mais susceptiacutevel estaacute a moleacutecula agrave degradaccedilatildeo tanto teacutermica quanto oxidativa

formando produtos insoluacuteveis que ocasionam formaccedilatildeo de depoacutesitos e entupimento do

sistema de injeccedilatildeo de combustiacutevel do motor (FLUMIGNAN et al 2012)

52

53

3 MATERIAL E MEacuteTODOS

31 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea experimental

A aacuterea experimental com a cultura e os lisiacutemetros jaacute instalados estaacute situada no

Departamento de Engenharia de Biossistemas na Fazenda Areatildeo da Escola Superior de

Agricultura ldquoLuiz de Queirozrdquo da Universidade de Satildeo Paulo (ESALQ ndash USP) em

Piracicaba-SP (latitude 22deg42rsquo30rdquoS longitude 47deg30rsquo00rdquo e altitude de 546 m) Aleacutem da aacuterea

cultivada com pinhatildeo-manso a aacuterea experimental conta ainda com um sistema de irrigaccedilatildeo

por pivocirc central barracatildeo para maacutequinas equipamentos e salas de apoio sistema de

bombeamento de aacutegua do rio Piracicaba para um accedilude casa de bombas para irrigaccedilatildeo

localizada e pivocirc central e painel controlador da irrigaccedilatildeo localizada (Figura 4)

O clima da regiatildeo segundo a classificaccedilatildeo de Koumlppen eacute Cwa denominado tropical de

altitude sendo caracterizado por grandes volumes de chuvas no veratildeo e por estiagem no

inverno (PEREIRA ANGELOCCI SENTELHAS 2002) A precipitaccedilatildeo meacutedia anual eacute de

1328 mm e a temperatura meacutedia anual de 216ordmC sendo a meacutedia em julho o mecircs mais frio

com 17ordmC e a meacutedia em janeiro e fevereiro como meses mais quentes com 25ordmC (CEPAGRI

2013)

O preparo inicial da aacuterea experimental junto com o transplantio das mudas ocorreu em

meados de dezembro de 2011 com as plantas dispostas no espaccedilamento de 3 m entre plantas

e 4 m entre linhas (12 m2 de aacuterea para cada uma) totalizando 833 plantas ha

-1

A aacuterea experimental com pinhatildeo-manso foi dividida de acordo com o manejo hiacutedrico

utilizado sendo composta pelos tratamentos irrigados por pivocirc central e natildeo irrigado

(sequeiro) Na Figura 4 encontra-se o croqui da aacuterea experimental onde pode ser observada a

disposiccedilatildeo dos sistemas de irrigaccedilatildeo no campo e a aacuterea total utilizada para cada tratamento A

aacuterea experimental localizou-se proacuteximo da estaccedilatildeo meteoroloacutegica da Fazenda Areatildeo da

ESALQUSP (Figura 4) o que contribuiu para a determinaccedilatildeo de variaacuteveis meteoroloacutegicas in

loco utilizados conjuntamente com os dados lisimeacutetricos para a realizaccedilatildeo do manejo de

irrigaccedilatildeo A estaccedilatildeo meteoroloacutegica dispotildee de um datalogger para leitura dos sensores de

temperatura umidade relativa do ar radiaccedilatildeo solar global velocidade e direccedilatildeo do vento

pressatildeo atmosfeacuterica saldo de radiaccedilatildeo e chuva

54

Figura 4 - Croqui da aacuterea experimental contendo as aacutereas de cada manejo hiacutedrico e a estaccedilatildeo meteoroloacutegica

O sistema de pivocirc central eacute composto de trecircs torres sobre rodas com 183 m de raio e

capaz de irrigar uma aacuterea de 105 haacute com uma vazatildeo real de 90 msup3 h-1

Quando acionado em

sua velocidade maacutexima (com relecirc ligado agrave 100 no painel controlador) aplica de acordo com

as especificaccedilotildees do fabricante uma lacircmina bruta de 44 mm em toda a aacuterea apoacutes cinco horas

e seis minutos (tempo total para uma volta inteira) Apoacutes a instalaccedilatildeo do sistema de irrigaccedilatildeo

testes de avaliaccedilatildeo foram realizados e foram verificados os seguintes paracircmetros Coeficiente

de Uniformidade de Christiansen (CUC) de 821 Coeficiente de uniformidade de

distribuiccedilatildeo (CUD) de 642 e eficiecircncia de aplicaccedilatildeo (Ea) de 777

32 Descriccedilatildeo dos tratamentos e delineamento experimental

A aacuterea irrigada por pivocirc central e sem irrigaccedilatildeo tiveram como tratamentos diferentes

doses de adubaccedilatildeo nitrogenada a base de ureia utilizando 150 100 50 e o tratamento

controle com 0 da recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo para a cultura (FACT 2010) Os tratamentos

aplicados na aacuterea irrigada por pivocirc central foram denominados como P1 P2 P3 e P4

respectivamente para 150 100 50 e 0 da adubaccedilatildeo nitrogenada Enquanto na aacuterea sem

irrigaccedilatildeo os tratamentos aplicados foram denominados de acordo com os tratamentos citados

respectivamente como S1 S2 S3 e S4 A aacuterea irrigada por pivocirc central recebeu uma lacircmina

55

Tratamento S1 (150 de N)

LEGENDA

Tratamento S4 (0 de N)

Tratamento S3 (50 de N)

Tratamento S2 (100 de N)

de irrigaccedilatildeo uniforme equivalente a 100 da evapotranspiraccedilatildeo da cultura que foi

determinada por meio de dois lisiacutemetros de pesagem localizados ao lado da aacuterea em estudo

O delineamento experimental de cada aacuterea foi em blocos casualizados sendo dividida

em 4 blocos por aacuterea o que implicou em 16 unidades experimentais para cada aacuterea

totalizando portanto 32 unidades experimentais (Figura 5) A anaacutelise conjunta dos dados

entretanto foi realizada como anaacutelise de grupos de experimentos (BANZATTO KRONKA

2008) A instalaccedilatildeo de cada tratamento foi determinada por linha de plantio onde realizou-se

previamente o sorteio dos tratamentos dentro de cada bloco O esquema da anaacutelise de

variacircncia para o experimento realizado com anaacutelise agrupada dos dois experimentos eacute

expresso na Tabela 3

Figura 5 - Esquema da distribuiccedilatildeo dos tratamentos na aacuterea sem irrigaccedilatildeo

As aplicaccedilotildees dos tratamentos assim como o iniacutecio dos estudos na aacuterea

experimental se iniciaram apoacutes o final do primeiro ciclo produtivo da cultura (final do

segundo ciclo de cultivo) em agosto de 2013 Os estudos foram realizados durante o terceiro

e quarto ano de cultivo da cultura o que correspondeu aos anos agriacutecolas de 20132014 e

20142015 com o iniacutecio do ciclo a partir do mecircs de agosto eacutepoca na qual todos os frutos jaacute

foram colhidos e por apresentar um periacuteodo caracteriacutestico marcado pela eacutepoca da poda de

renovaccedilatildeo ou limpeza (agosto) e encerrando-se no mecircs julho com o final da queda das folhas

(final do periacuteodo de senescecircncia)

56

Tabela 3 - Esquema da anaacutelise de variacircncia

Fontes de Variaccedilatildeo Grau de Liberdade

Blocos dentro de Irrigaccedilatildeo 6

Irrigaccedilatildeo (I) 1

Doses de N (N) 3

Interaccedilatildeo I x N 3

Resiacuteduo Meacutedio 18

Total 31

33 Caracterizaccedilatildeo do solo

As anaacutelises fiacutesico-hiacutedrico do solo foram realizadas no Laboratoacuterio de Fiacutesica do Solo

do Departamento de Engenharia de Biossistemas da ESALQ-USP e no Laboratoacuterio PiraSolos

em Piracicaba-SP

O solo da aacuterea experimental foi classificado como NITOSSOLO VERMELHO

Eutroacutefico (EMBRAPA 2013) apresentando para todas as aacutereas utilizadas textura argilosa nas

camadas de 0-02 m e 02-04 m e muito argilosa na camada 04-06 m de acordo com os

criteacuterios do Sistema Brasileiro de Classificaccedilatildeo de Solos (EMBRAPA 2013)

A caracterizaccedilatildeo da anaacutelise granulomeacutetrica do solo da aacuterea experimental foi resultado

da meacutedia de trecircs repeticcedilotildees de cada aacuterea experimental nas camadas de 0-020 m 020-040 m

e 040-060 m que se enquadram dentro da camada de maior influecircncia do sistema radicular

da cultura do pinhatildeo-manso (ALVES JUacuteNIOR et al 2014) Na realizaccedilatildeo da referida anaacutelise

foi adotada a metodologia de Bouyoucos (Tabela 4) conforme as recomendaccedilotildees de

Donagema et al (2011) A caracterizaccedilatildeo e elaboraccedilatildeo das curvas de retenccedilatildeo caracteriacutesticas

do solo para a aacuterea experimental foram descritos por Flumignan (2012)

Tabela 4 - Composiccedilatildeo textural do solo da aacuterea experimental

Aacuterea de cultivo Camada (m) Argila Silte Areia

Classe Textural ------------------g kg

-1------------------

Pivocirc Central

0-02 464 296 240 Argilosa

02-04 498 292 210 Argilosa

04-06 576 264 160 Muito Argilosa

Sequeiro

0-02 505 245 250 Argilosa

02-04 502 248 250 Argilosa

04-06 621 179 200 Muito Argilosa

57

A partir da caracterizaccedilatildeo inicial do solo feita por Flumignan (2012) e com outras

anaacutelises posteriores para comparaccedilatildeo adotou-se para a aacuterea sem irrigaccedilatildeo os valores da

capacidade de campo (cc) e o ponto de murchamento permanente (pmp) para as camadas de

0-040 m e 040-080 m respectivamente de 042 e 032 cmsup3 cm-sup3 e 043 e 033 cmsup3 cm

-sup3 A

densidade do solo representativa da aacuterea sem irrigaccedilatildeo foram de 153 145 141 e 127 g cm-sup3

para as camadas de 0-020 m 020-040 m 040-060 m e 060-080 m respectivamente Jaacute

para o solo da aacuterea irrigada por pivocirc central a capacidade de campo e o ponto de

murchamento permanente para as camadas de 0-040 m e 040-080 m foram de 044 e 031 e

046 e 035 respectivamente A densidade do solo representativa da aacuterea irrigada foram de

155 146 141 e 131 g cm-sup3 respectivamente para as camadas de 0-020 m 020-040 m

040-060 m e 060-080 m

A caracterizaccedilatildeo quiacutemica inicial do solo foi realizada mediante anaacutelise de amostras

compostas coletadas nas camadas de 0-020 e 020-040 m de profundidade nas duas aacutereas de

influecircncia do cultivo antes da aplicaccedilatildeo dos tratamentos Para as condiccedilotildees quiacutemicas

encontradas nas anaacutelises de solo natildeo foi necessaacuterio agrave aplicaccedilatildeo de calagem pelos valores da

saturaccedilatildeo por bases estarem acima de 60 Na Tabela 5 estatildeo apresentados os resultados da

anaacutelise de fertilidade

Tabela 5 - Anaacutelise quiacutemica da aacuterea experimental

Aacuterea de

manejo

Camada

(m)

pH

CaCl2

MO P S

(SO4)

K+ Ca

2+ Mg

2+ H+Al Al

3+ Sat

Bases

g dm-3

-mg dm-3

- ------------mmolcdm-3

----------- V

Pivocirc

Central

0-02 60 18 10 26 25 55 18 20 0 79

02-04 58 9 2 32 12 47 21 20 0 78

Sequeiro 0-02 55 18 18 22 13 49 13 25 0 72

02-04 55 11 4 26 10 44 12 25 0 70

34 Caracterizaccedilatildeo da aacutegua de irrigaccedilatildeo

A aacutegua utilizada no experimento foi proveniente do sistema do reservatoacuterio de aacutegua

localizado dentro da Fazenda Areatildeo e usada exclusivamente para fornecimento de aacutegua para

as culturas localizadas na aacuterea experimental Para saber se o conteuacutedo fiacutesico-quiacutemico da aacutegua

utilizada na irrigaccedilatildeo poderia influenciar na disposiccedilatildeo dos nutrientes fornecidos para a

cultura por meio da adubaccedilatildeo foi realizada uma anaacutelise da qualidade da aacutegua para verificar as

58

caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas presentes (Tabela 6) A anaacutelise fiacutesico-quiacutemica da aacutegua de

irrigaccedilatildeo foi realizada pelo Laboratoacuterio de Ecologia Aplicada localizada no Departamento de

Ciecircncias Florestais na ESALQUSP

Tabela 6 - Resultados da anaacutelise fiacutesico-quiacutemica da aacutegua utilizada para irrigaccedilatildeo

Paracircmetro Siacutembolo Unidade Resultado VMP(1)

Acidez pH - 68 60-95

Acidez (CaCO3) - mg L-1

(CaCO3) 63 -

Condutividade eleacutetrica CEa dSm-1

(25degC) 01 15

Alcalinidade Carbonato CO3= mg L

-1 0 -

Alcalinidade Bicarbonato HCO3- mg L-1

158 -

Alcalinidade Total 2CO32-

+ HCO3- mg L

-1 158 500

Caacutelcio Ca++

mg L-1

17 75

Magneacutesio Mg++

mg L-1

10 150

Sulfato SO4= mg L

-1 119 250

Nitrogecircnio - Nitrato N - NO3- mg L

-1 08 10

Nitrogecircnio - Amocircnio N - NH4+ mg L

-1 01 15

Foacutesforo - Fosfato P - PO43-

mg L-1

006 006

Potaacutessio K+ mg L

-1 23 -

Soacutedio Na+ mg L

-1 60 -

Dureza Total (CaCO3) - mg L-1

128 500

(1) Valores maacuteximos permitidos

De acordo com a classificaccedilatildeo da University of Califoacuternia Committee of Consultantes

(UCCC 1974) a aacutegua utilizada para irrigaccedilatildeo de foi classificada como C1S2 ou seja aacutegua

com baixo risco de salinidade o que eacute considerada adequada ao uso para a irrigaccedilatildeo O risco

de sodicidade foi considerado praticamente nulo devido ao baixo valor da razatildeo de adsorccedilatildeo

de soacutedio corrigida calculado com os resultados da anaacutelise assim como os baixos teores de

soacutedio apresentados na anaacutelise que garantem a ausecircncia de toxicidade desse elemento

35 Manejo da irrigaccedilatildeo

O manejo da irrigaccedilatildeo com a quantificaccedilatildeo da lacircmina de irrigaccedilatildeo a ser aplicada e a

determinaccedilatildeo da evapotranspiraccedilatildeo nos tratamentos foi realizada pela metodologia da

lisimetria de pesagem direta descrita por Lena (2013) e tambeacutem realizada na mesma aacuterea

experimental Essa metodologia consiste na utilizaccedilatildeo de tanques de metal preenchidos com

59

solo da proacutepria aacuterea experimental e que satildeo apoiados sobre um sistema de pesagem de alta

precisatildeo Basicamente o sistema de lisimetria proporciona a mediccedilatildeo das entradas e saiacutedas de

aacutegua do sistema Foram utilizados dois lisiacutemetros por aacuterea totalizando portanto quatro

lisiacutemetros no experimento que foram previamente dimensionados para que sua superfiacutecie

respeitasse o espaccedilamento das plantas e o pleno desenvolvimento do sistema radicular e da

parte aeacuterea da cultura Cada lisiacutemetro eacute ciliacutendrico e apresenta 391 m de diacircmetro interno (12

m2 de aacuterea) por 13 m de profundidade uacutetil do solo O sistema ainda apresenta um sistema de

drenagem que eacute composto por reservatoacuterios de armazenamento de aacutegua constituiacutedos de tubos

de PVC os quais possibilitam o armazenamento da aacutegua drenada atraveacutes do perfil do solo O

detalhamento da calibraccedilatildeo e das instalaccedilotildees dos lisiacutemetros utilizados na aacuterea experimental eacute

descrita por Flumignan (2012) Na Figura 6 eacute apresentado um esquema sobre o balanccedilo de

aacutegua no solo feito pelos lisiacutemetros

Figura 6 - Balanccedilo hiacutedrico do sistema de lisiacutemetro de pesagem com as entradas e saiacutedas de aacutegua do sistema

sendo ET a evapotranspiraccedilatildeo E a evaporaccedilatildeo T a transpiraccedilatildeo I a irrigaccedilatildeo R o escoamento

superficial e P a precipitaccedilatildeo Fonte Lena (2013)

A determinaccedilatildeo da quantidade de aacutegua necessaacuteria para repor a evapotranspiraccedilatildeo foi

calculada semanalmente para a aacuterea irrigada por pivocirc central A irrigaccedilatildeo foi realizada de

maneira manual ajustando o percentiacutemetro da velocidade de deslocamento circular

(caminhamento) do pivocirc a cada irrigaccedilatildeo de forma que fosse aplicada a lacircmina de aacutegua

desejada Um dia anterior agrave irrigaccedilatildeo os dados dos lisiacutemetros foram coletados e analisados

sendo possiacutevel verificar a lacircmina de aacutegua que foi necessaacuteria para repor na semana colocando

o armazenamento de aacutegua no solo na condiccedilatildeo de capacidade de campo para os tratamentos

60

irrigados A determinaccedilatildeo da evapotranspiraccedilatildeo da cultura (ETc) para o posterior manejo da

lacircmina a ser reposta pela irrigaccedilatildeo foi determinada pela contabilidade das entradas saiacutedas e

armazenamento de aacutegua nos lisiacutemetros (LENA 2013)

A profundidade efetiva do sistema radicular considerada foi de 50 cm baseado

principalmente nos trabalhos de Krishnamurthy et al (2012) e Alves Juacutenior et al (2014) que

apresentam que o sistema eacute capaz de atingir profundidades maiores que 1 metro poreacutem

apresenta a maioria das raiacutezes principalmente as responsaacuteveis pela absorccedilatildeo de aacutegua nas

camadas mais superficiais A capacidade de aacutegua disponiacutevel (CAD) foi determinada a partir

dos valores de umidade volumeacutetrica do solo no ponto de murcha permanente e na capacidade

de campo obtidas para cada aacuterea de manejo hiacutedrico adotado

Devido agrave alta escassez hiacutedrica ocasionada pela baixa pluviosidade ocorrida durante o

ano agriacutecola de 2014 em toda a regiatildeo Sudeste e no municiacutepio de Piracicaba-SP e com a

draacutestica reduccedilatildeo do niacutevel do reservatoacuterio localizado na Fazenda Areatildeo as praacuteticas de

irrigaccedilatildeo e o seu manejo foram realizados apenas no primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo (3ordm ano de

cultivo) sendo suspensas no ciclo seguinte devido a sua impossibilidade pelo baixo niacutevel do

reservatoacuterio no local e para que o mesmo pudesse se reestabelecer em um menor periacuteodo de

tempo Com o cessamento das irrigaccedilotildees na aacuterea de cultivo sob o pivocirc central a partir do

segundo ciclo de avaliaccedilatildeo todas as coletas e anaacutelises realizadas nos tratamentos de adubaccedilatildeo

localizados na aacuterea antes irrigada por pivocirc central passaram a ser consideradas como

mediccedilotildees dos tratamentos em uma aacuterea com histoacuterico de irrigaccedilatildeo visto que desde a sua

implantaccedilatildeo o local fora irrigado tendo o seu manejo adequado de irrigaccedilatildeo de forma a

suplementar o deacuteficit hiacutedrico nos periacuteodos mais secos do ano onde o regime de chuvas natildeo

era capaz de suprir a demanda evapotranspiromeacutetrica da cultura em determinado periacuteodo

Mesmo a localizaccedilatildeo da aacuterea experimental irrigada estando proacutexima da regiatildeo dos dois

lisiacutemetros de pesagem de forma que os tratamentos recebidos com as diferentes doses de

irrigaccedilatildeo apresentassem condiccedilotildees de textura do solo e relevo semelhantes ao das plantas

localizadas nos dois lisiacutemetros natildeo foi realizado um manejo quanto agrave quantificaccedilatildeo das

lacircminas de aacutegua requeridas por cada tratamento visto que com as diferentes doses de

adubaccedilatildeo nitrogenada o crescimento e consequentemente a evapotranspiraccedilatildeo das parcelas

irrigadas satildeo diferentes Assumiu-se para este estudo um manejo da irrigaccedilatildeo a partir dos

dados coletados de plantas inseridas nos lisiacutemetros e que estavam em plenas condiccedilotildees de

desenvolvimento e sem restriccedilatildeo de nutrientes onde a praacutetica de irrigaccedilatildeo serviu-se apenas

para complementar a falta de aacutegua nos periacuteodos mais secos do ano que eacute ocasionado pela

diminuiccedilatildeo das chuvas comparando com uma aacuterea onde natildeo se fez o uso da irrigaccedilatildeo

61

Possibilidades como a variaccedilatildeo da lacircmina de irrigaccedilatildeo no equipamento de pivocirc central com a

substituiccedilatildeo de diferentes tipos de bocais com as mais variadas vazotildees e dispondo os

tratamentos em linhas curviliacuteneas no sentido de rotaccedilatildeo do pivocirc chegaram a ser pensadas

entretanto foram rapidamente descartadas jaacute que esse sistema de irrigaccedilatildeo comporta uma

aacuterea total de 105 ha na Fazenda Areatildeo e aleacutem de atender a aacuterea cultivada por pinhatildeo-manso

de 10 ha que corresponde apenas a 95 da aacuterea atendida pelo pivocirc central o mesmo

equipamento atende agrave necessidade hiacutedrica de outras aacutereas de cultivo incluindo aacutereas de

experimentos de outros projetos de pesquisa

36 Monitoramento da umidade do solo

O monitoramento da umidade do solo foi realizado com o auxiacutelio de sondas de

capacitacircncia da marca Sentekreg modelo Diviner 2000 no qual estimou a umidade do solo por

meio de campos eleacutetricos de alta frequecircncia Esta conteacutem uma haste que ao ser inserida em

tubos de acesso previamente instalados no solo possibilita coletar a porcentagem de aacutegua no

perfil de solo desejado Para que isso ocorresse foi necessaacuterio antes fazer uma curva de

calibraccedilatildeo na aacuterea experimental na eacutepoca de implantaccedilatildeo da cultura para que assim de posse

da equaccedilatildeo de calibraccedilatildeo do solo caracteriacutestico da Fazenda Areatildeo todas as leituras do

equipamento transmitidas em unidade de frequecircncia pudessem ser convertidas em umidade

volumeacutetrica do solo Com a implantaccedilatildeo da cultura em 2011 foi instalado na aacuterea

experimental um tubo de acesso para cada lisiacutemetro de pesagem e outros 10 situados nas suas

plantas de bordadura (distribuiacutedos ao redor de cada lisiacutemetro) com a finalidade de comparar

os perfis de umidade dentro e fora dos lisiacutemetros

Durante o segundo ciclo de avaliaccedilatildeo da cultura (4ordm ano) foram instalados um tubo de

acesso por tratamento na aacuterea irrigada por pivocirc central e sem irrigaccedilatildeo de forma a comparar

os perfis de umidade localizados nas plantas com diferentes niacuteveis de adubaccedilatildeo nitrogenada

com as plantas que receberam a adubaccedilatildeo plena situados dentro e fora dos lisiacutemetros assim

como as plantas dos tratamentos P2 e S2 que receberam 100 de N Esse monitoramento foi

realizado para verificar se houve ou natildeo alguma mudanccedila draacutestica na variaccedilatildeo de umidade dos

diferentes tratamentos por adubaccedilatildeo nitrogenada quando comparada com as demais plantas da

aacuterea experimental

O monitoramento da umidade do solo dentro e fora dos lisiacutemetros foi realizado em

periacuteodos pontuais dentro dos dois ciclos de avaliaccedilatildeo do referido estudo e dentro de um

62

periacuteodo especiacutefico no segundo ciclo de avaliaccedilatildeo para os tratamentos adubados Os tubos de

acesso foram instalados de acordo com cada ponto de monitoramento entre a profundidade de

80-110 cm onde nesse estudo foi avaliado para todos os tratamentos e pontos de

monitoramento de umidade o perfil de umidade correspondente ateacute a profundidade de 80 cm

que representa a camada de maior influecircncia do sistema radicular da cultura do pinhatildeo-manso

(ALVES JUacuteNIOR et al 2014)

37 Manejo da cultura

Ao longo da conduccedilatildeo do experimento foram realizadas praacuteticas de manejo cultural

de forma a proporcionar as melhores condiccedilotildees para o desenvolvimento das plantas Dentre

essas praacuteticas se destacaram o controle de insetos de doenccedilas e de plantas invasoras O

controle de pragas se concentrou no combate da cigarrinha verde (Empoasca spp) aacutecaro

branco (Polyphagotarsonemus latus Banks) e percevejo (Pachoycoris sp) enquanto o

controle de doenccedilas foi voltado no combate ao Oiacutedio (Oidium sp) e ferrugem (Phakospsora

arthuriana Buriticaacute amp Hennen) As aplicaccedilotildees dos produtos quiacutemicos para o controle de

pragas e doenccedilas foram realizadas sempre quando diagnosticada a presenccedila destes na aacuterea

experimental Para o controle das plantas invasoras na entrelinha de cultivo foi utilizada uma

roccediladeira acoplada a um trator e entre plantas o controle foi realizado com roccediladeira manual

Apoacutes cada roccedilagem manual a aplicaccedilatildeo localizada de herbicida sistecircmico natildeo seletivo foi

realizada

A adubaccedilatildeo de produccedilatildeo para suprir a demanda nutricional da cultura foi realizada de

acordo com as recomendaccedilotildees de adubaccedilatildeo propostas por FACT (2010) A adubaccedilatildeo

nitrogenada foi feita na projeccedilatildeo da copa da planta parcelada em trecircs aplicaccedilotildees ao longo de

cada ciclo produtivo assim como a adubaccedilatildeo potaacutessica e fosfatada A adubaccedilatildeo das plantas

foi realizada utilizando os adubos quiacutemicos ureia superfosfato simples e cloreto de potaacutessio

para o suprimento de nitrogecircnio foacutesforo e potaacutessio respectivamente As quantidades de

nutrientes aplicadas no ciclo vegetativo do pinhatildeo-manso durante os primeiros anos de

cultivo da cultura seguiram as recomendaccedilotildees propostas por FACT (2010) e satildeo expressas na

Tabela 2 no item 233

63

38 Produtividade da cultura e produtividade da aacutegua

A produtividade de frutos e sementes da cultura foi determinada por meio de colheitas

manuais de todos os frutos que se encontraram a partir do ponto inicial de maturaccedilatildeo

(coloraccedilatildeo amarela) deixando na planta apenas os frutos verdes que foram colhidos

posteriormente Apoacutes a colheita os frutos foram postos para secar agrave temperatura ambiente

para a determinaccedilatildeo do rendimento de frutos (semente + casca) e sementes para cada

tratamento avaliado Aleacutem disso para se conhecer a influecircncia dos tratamentos no

desenvolvimento das sementes por unidade de massa nos frutos colhidos foi determinada a

relaccedilatildeo frutosemente para cada tratamento avaliado A maturaccedilatildeo dos frutos de pinhatildeo-

manso natildeo eacute uniforme observando-se em um mesmo cacho frutos verdes amarelos

castanhos e por fim pretos Desta forma em funccedilatildeo da desuniformidade da maturaccedilatildeo dos

frutos a periodicidade das colheitas ao longo do periacuteodo produtivo ocorreu em funccedilatildeo da

maior ou menor uniformidade de distribuiccedilatildeo da produccedilatildeo ao longo do tempo Em resumo

foram avaliados a produccedilatildeo meacutedia de frutos e sementes por planta (kg planta-1

) a relaccedilatildeo

sementefruto e a produtividade de sementes (kg ha-1

)

A eficiecircncia de uso na aacutegua (EUA) segundo Lima et al (2010) equivale a eficiecircncia

produtiva que atualmente eacute denominada como produtividade da aacutegua (PA) sendo

determinada neste trabalho para se avaliar a eficiecircncia da aacutegua aplicada na irrigaccedilatildeo para

produccedilatildeo final de frutos De acordo com Frizzone (2014) nas praacuteticas diaacuterias de irrigaccedilatildeo a

PA eacute um termo mais relevante que EUA cujo significado depende da aplicaccedilatildeo Segundo

Sousa et al (2000) a EUA pode ser determinada tanto para a produtividade de biomassa

como para a produtividade de frutos relacionando-se pela quantidade de aacutegua aplicada ou

evapotranspirada No caso deste trabalho a produtividade de aacutegua foi determinada pela

relaccedilatildeo da produccedilatildeo comercial da cultura (kg) ou seja para a produccedilatildeo final de sementes

com a quantidade total de aacutegua aplicada (irrigaccedilatildeo + precipitaccedilatildeo) (FRIZZONE 2014) A

quantidade de aacutegua consumida pela planta (evapotranspiraccedilatildeo acumulada) natildeo foi utilizada

neste estudo por ter sido determinada para as plantas que estavam inseridas no lisiacutemetro que

no caso se encontravam em plenas condiccedilotildees de desenvolvimento e fornecimento de

nutrientes via fertilizaccedilatildeo mineral fato que soacute ocorreu para os tratamentos em que a

fertilizaccedilatildeo mineral de nitrogecircnio foi plena (100) O caacutelculo da produtividade da aacutegua

(PAIR+PE) considerou nesse estudo a variabilidade do solo em cada aacuterea de cultivo bem como

identificar as diferenccedilas de cada manejo hiacutedrico fazendo uso da irrigaccedilatildeo complementar ou

64

natildeo e do desenvolvimento vegetativo da cultura (FRIZZONE 2014) que a cultura pode

sofrer com o estresse hiacutedrico e com a disponibilidade de nitrogecircnio pela fertilizaccedilatildeo mineral

O caacutelculo para a produtividade de aacutegua considerando a quantidade total de aacutegua aplicada eacute

expressa na Equaccedilatildeo 1

PAIR+PE = Rendimento comercial da cultura

Volume de Irrigaccedilatildeo+Precipitaccedilatildeorarr

Yc (kg)

IR+PE (m3) (1)

Por natildeo haver irrigaccedilotildees durante o segundo ano de avaliaccedilatildeo no cultivo de pinhatildeo-

manso devido agrave grande escassez hiacutedrica que assolou a regiatildeo Sudeste durante esse periacuteodo a

produtividade de aacutegua foi determinada apenas para o primeiro ano de estudo jaacute que a lacircmina

recebida para as duas aacutereas de cultivo foram apenas das precipitaccedilotildees ocorridas no local natildeo

havendo diferenccedila portanto da lacircmina recebida neste periacuteodo ficando a produtividade de

aacutegua condicionada apenas para a produtividade de sementes que continuou sendo avaliada A

produtividade dos frutos e sementes assim como as outras variaacuteveis analisadas foram

determinadas para o segundo ano de cultivo considerando que a aacuterea onde se encontra o pivocirc

central possui um histoacuterico de irrigaccedilatildeo jaacute que fora irrigada tendo o manejo adequado de

irrigaccedilatildeo desde a implantaccedilatildeo da cultura em 2011

39 Anaacutelises de crescimento

O crescimento das plantas foi avaliado em cada tratamento a cada trecircs meses por

meio de mediccedilotildees da altura da planta (m) do diacircmetro meacutedio de copa (m) e do volume de

copa (msup3) A determinaccedilatildeo da altura eacute definida como a medida entre a superfiacutecie do solo e a

uacuteltima folha emergida no aacutepice da planta Para o diacircmetro meacutedio de copa tomou-se como

ponto de avaliaccedilatildeo o valor meacutedio entre o diacircmetro de copa no sentido do maior espaccedilamento

(entrelinha de plantio) e o diacircmetro de copa no sentido de menor espaccedilamento (dentro da

linha de plantio) As mediccedilotildees da altura e do diacircmetro meacutedio de copa das plantas foram

realizadas em intervalos bimestrais ao longo dos dois anos de avaliaccedilatildeo da cultura com o

auxiacutelio de uma trena graduada em cm (Figura 7) sendo avaliadas as trecircs plantas disponiacuteveis

por cada parcela uacutetil O volume de copa foi estimado pela aproximaccedilatildeo do volume de um

cilindro de base eliacuteptica (LAVIOLA et al 2010)

65

119881119888119900119901119886 = (120587 1198631

2 1198632

2) ℎ (2)

em que

Vcopa = volume de copa (m3)

π = 314159

D1 = diacircmetro de copa no maior espaccedilamento (m)

D2 = diacircmetro de copa no menor espaccedilamento (m) e

h = altura da planta (m)

Figura 7 - Mediccedilatildeo da altura em plantas de pinhatildeo-manso

310 Iacutendice de aacuterea foliar (IAF)

As mediccedilotildees do iacutendice de aacuterea foliar (IAF) foram realizadas com o auxiacutelio do

equipamento LAI-2200 da marca LI-CORreg Esse equipamento foi desenvolvido para se

estimar o IAF de maneira mais praacutetica e de forma precisa desde que manejado de maneira

adequada Pelo fato de que no iniacutecio do primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo se buscava a melhor

metodologia para a leitura do instrumento e a validaccedilatildeo dos dados coletados o primeiro ano

de cultivo ficou restrito apenas agrave leitura das plantas sorteadas na aacuterea para a calibraccedilatildeo do

equipamento junto ao cultivo do pinhatildeo-manso feito em diferentes eacutepocas do ano

As leituras do IAF foram realizadas preferencialmente no intervalo entre 1000 e 1400

horas buscando a menor interferecircncia possiacutevel das nuvens na incidecircncia de raios solares o

que poderia prejudicar as interpretaccedilotildees das anaacutelises As avaliaccedilotildees ocorreram de forma

66

mensal iniciando a partir do mecircs de novembro de 2014 e encerrando-se em junho de 2015

com o teacutermino do periacuteodo de senescecircncia foliar uma vez que a partir desse mecircs as plantas de

pinhatildeo-manso estavam praticamente com a ausecircncia de folhas e o IAF foi considerado zero

Para uma melhor confiabilidade na determinaccedilatildeo dos valores de IAF medidos no

campo foi proposta uma calibraccedilatildeo do equipamento LAI-2200 nas plantas da aacuterea

experimental realizada concomitantemente com a avaliaccedilatildeo do experimento A calibraccedilatildeo do

equipamento LAI-2200 foi realizada a partir de 11 plantas proacuteximas da aacuterea experimental e

escolhidas aletoriamente As plantas foram selecionadas ao longo do ciclo de cultivo em

diferentes eacutepocas sendo que em cada eacutepoca do periacuteodo vegetativo e reprodutivo da cultura

duas plantas representativas nas duas aacutereas de cultivo foram escolhidas sempre uma na aacuterea

irrigada por pivocirc central e outra planta na aacuterea sem irrigaccedilatildeo A calibraccedilatildeo foi realizada

primeiramente a partir da estimativa do IAF pelo LAI-2200 feito em campo (Figura 8a e 8b)

utilizando-se a metodologia de plantas isoladas a mesma utilizada nas leituras da aacuterea

experimental Em seguida foi feita a determinaccedilatildeo do IAF real em laboratoacuterio pelo meacutetodo

destrutivo com a retirada de todas as folhas das plantas para serem passadas em um

integrador de aacuterea foliar utilizando o equipamento CI-203 da CID Bio-Sciencereg

(Figura 8c e

8d) Com os resultados obtidos foi feita uma comparaccedilatildeo do IAF real com o IAF estimado a

partir de um graacutefico de dispersatildeo utilizando uma planilha eletrocircnica de caacutelculo Assim com

base nos valores determinados foi estipulada a equaccedilatildeo de calibraccedilatildeo para o IAF que foi

utilizada para corrigir os valores estimados pelo LAI-2200

67

Figura 8 - Metodologia adotada para a calibraccedilatildeo do equipamento LAI 2200 com a escolha da planta (a) leitura

do IAF estimado com o LAI 2200 (b) retirada de todas as folhas da planta (c) e determinaccedilatildeo em

laboratoacuterio do IAF real da planta com o equipamento CI-203 (d)

311 Iacutendice de clorofila

A avaliaccedilatildeo do estado nutricional das plantas foi determinado a partir do iacutendice de

clorofila sendo utilizado o aparelho ClorofiLOG CFL 1030 Falkerreg

(Figura 9) Foram

determinados os teores das Clorofilas a b e total (a + b) expressas em Iacutendice de Clorofila

Falker (ICF) e da relaccedilatildeo clorofila AB As leituras procederam-se periodicamente nas folhas

de posiccedilotildees do 2deg ou 3deg noacute do ramo vegetativo ou floriacutefero do aacutepice para base (LIMA et al

2011) sendo as folhas coletadas para posterior anaacutelise de N foliar para assim correlacionar os

teores de clorofila com o nitrogecircnio presente nas folhas Para a coleta das folhas nas posiccedilotildees

estudadas foram consideradas apenas as folhas totalmente expandidas e contadas no sentido

aacutepicebase sem qualquer vestiacutegio de lesatildeo ocasionado por patoacutegenos

d c

b a

68

Figura 9 - Leitura do Iacutendice de Clorofila FALKER utilizando o ClorofiLOG

Foram realizadas trecircs mediccedilotildees por planta sendo em trecircs plantas por parcela obtendo

portanto nove leituras por parcela sendo a meacutedia das leituras o valor de ICF representativo

da parcela As leituras com o aparelho no campo foram realizadas sempre no mesmo horaacuterio

durante o periacuteodo da manhatilde com trecircs avaliaccedilotildees ao longo do primeiro ciclo de estudo da

cultura (3ordm ano) e cinco avaliaccedilotildees ao longo do segundo ciclo (4ordm ano) No primeiro ciclo de

estudo as avaliaccedilotildees ocorreram nos meses de jan2014 mar2014 e jun2014 ou seja periacuteodo

em que ocorre o aacutepice de florescimento (janeiro) formaccedilatildeo e maturaccedilatildeo dos frutos (janeiro e

marccedilo) e o processo de senescecircncia das folhas (junho) sendo realizada a anaacutelise foliar de N

apenas no mecircs de marccedilo Por sua vez no segundo ciclo de estudo as avaliaccedilotildees foram

realizadas nos meses de nov2014 dez2014 jan2015 fev2015 e abr2015 sendo possiacutevel

acompanhar todo o periacuteodo de desenvolvimento foliar do pinhatildeo-manso acompanhando

desde o aacutepice da emissatildeo de folhas (45 dias apoacutes poda de limpeza e conduccedilatildeo) passando pelo

periacuteodo reprodutivo (floraccedilatildeo e formaccedilatildeo de frutos) maturaccedilatildeo do frutos e iniacutecio da

senescecircncia foliar No segundo ano de estudo foram realizadas anaacutelises foliares de nitrogecircnio

em todas as eacutepocas Todas as anaacutelises foliares de nitrogecircnio foram realizadas pelo meacutetodo de

digestatildeo sulfuacuterica e determinaccedilatildeo por destilaccedilatildeo agrave vapor (MALAVOLTA VITTI

OLIVEIRA 1997)

312 Teor e anaacutelises de qualidade de oacuteleo

A quantidade e a qualidade do oacuteleo da cultura do pinhatildeo-manso foram determinadas

anualmente para cada ciclo de produccedilatildeo pelo fato da cultura natildeo apresentar produccedilatildeo

uniforme ao longo do periacuteodo produtivo impossibilitando a repeticcedilatildeo das anaacutelises pelo baixo

quantitativo de sementes em determinados periacuteodos do ano A seguir satildeo descritos o meacutetodo

69

de extraccedilatildeo do oacuteleo utilizado os iacutendices de qualidade e os meacutetodos de identificaccedilatildeo e

quantificaccedilatildeo dos aacutecidos graxos que foram posteriormente determinados

3121 Teor de oacuteleo

A determinaccedilatildeo da porcentagem de oacuteleo por semente pode ser realizada por extraccedilatildeo

em prensa hidraacuteulica e tambeacutem por uso de solvente quiacutemico Estes meacutetodos satildeo mencionados

por Achten et al (2008) e satildeo utilizados de acordo com a necessidade do usuaacuterio A prensa

hidraacuteulica eacute uma eficiente forma de extraccedilatildeo do oacuteleo para ser utilizado como biodiesel

enquanto a extraccedilatildeo quiacutemica eacute voltada para determinar a quantidade total de oacuteleo na semente

sendo mais utilizado em testes de laboratoacuterio Para este estudo apenas a determinaccedilatildeo do teor

de oacuteleo por meio de solvente quiacutemico foi realizada Para isso foram utilizadas amostras de 1

kg de polpa de semente por tratamento sendo necessaacuterio retirar as sementes do epicarpo e a

polpa da casca da semente antes do iniacutecio da extraccedilatildeo O meacutetodo da extraccedilatildeo quiacutemica de oacuteleo

vegetal foi realizado via Soxlet utilizando hexano como solvente e adotando o meacutetodo oficial

AOCS Am 5-04 da American Oil Chemistsrsquo Society (AOCS 2003) Apoacutes ter passado pelo

processo de extraccedilatildeo o oacuteleo extraiacutedo foi quantificado em porcentagem de oacuteleo por unidade de

massa de sementes e em seguida destinado para as anaacutelises laboratoriais de qualidade que

seratildeo descritas a seguir

Aleacutem da determinaccedilatildeo do teor (rendimento) de oacuteleo por unidade de massa de semente

foi calculado tambeacutem a produtividade de oacuteleo (kg ha-1

) que apresenta a quantidade de oacuteleo

produzido (kg) por unidade aacuterea cultivada (ha) A produtividade de oacuteleo foi determinada

utilizando o produto da produtividade de sementes (kg ha-1

) com o teor de oacuteleo (decimal)

(TIKKOO YADAV KAUSHIK 2013) e eacute expressa na Equaccedilatildeo 3

Produtividade de oacuteleo = Produtiv sementes x Teor de oacuteleo (3)

Para fins de caracterizaccedilatildeo do oacuteleo produzido nas sementes de pinhatildeo-manso colhidas

anteriormente na aacuterea foi determinado o teor de oacuteleo das sementes colhidas no ciclo anterior

ao iniacutecio dos tratamentos (2ordm ano de cultivo) para a determinaccedilatildeo do ponto 0 que foi o ponto

de partida dos valores de qualidade do oacuteleo para as aacutereas de sequeiro e irrigada por pivocirc

central cultivados sem variaccedilatildeo da adubaccedilatildeo nitrogenada O teor de oacuteleo (Tabela 7) foi

determinado por meio de prensa mecacircnica e por solvente quiacutemico (extrato eteacutereo) sendo este

70

uacuteltimo determinado na semente integral na qual natildeo houve nenhuma prensagem preacutevia no

resiacuteduo da prensagem mecacircnica (torta) para verificaccedilatildeo do quantitativo de oacuteleo que ficou

remanescente na torta prensada e na casca retirada para a prensagem das sementes

Tabela 7 - Teor meacutedio de oacuteleo por meio de prensagem mecacircnica e por solvente quiacutemico nos frutos colhidos na

aacuterea experimental antes da instalaccedilatildeo dos tratamentos

Aacuterea

Teor de oacuteleo ()

Prensa mecacircnica Solvente quiacutemico

Semente Torta Casca

Pivocirc Central 3977 5557 2257 056

Sequeiro 4172 5430 1862 056

3122 Anaacutelises preliminares dos iacutendices de qualidade do oacuteleo

As anaacutelises de qualidade do oacuteleo de pinhatildeo-manso que foram realizadas a partir do

oacuteleo extraiacutedo dos frutos coletados dentro dos tratamentos aplicados na aacuterea experimental

englobaram alguns iacutendices (padrotildees) qualitativos como iacutendice de acidez iacutendice de iodo

iacutendice de peroacutexido iacutendice de refraccedilatildeo densidade relativa estabilidade oxidativa e a

identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo de aacutecidos graxos Com a determinaccedilatildeo da porcentagem de oacuteleo

do ponto zero presente nas amostras dos frutos coletados antes da instalaccedilatildeo dos tratamentos

os oacuteleos obtidos na prensagem mecacircnica foram utilizados posteriormente para a realizaccedilatildeo de

anaacutelises laboratoriais na determinaccedilatildeo de alguns iacutendices qualitativos do oacuteleo (Tabela 8)

Tabela 8 - Iacutendices de qualidade do oacuteleo de pinhatildeo-manso para a aacuterea experimental

Carateriacutestica Aacuterea

Pivocirc Central Sequeiro

Aspecto LII(1)

- 220(2)

LII(1)

- 220(2)

Iacutendice de Acidez 04562 04562

Iacutendice de Peroacutexido 17280 17338

Estabilidade oxidativa (horas) 1169 983

Absortividade na faixa do UV (E 232 nm) 12284 13137

Absortividade na faixa do UV (E 268 nm) 01638 01434

Massa especiacutefica a 20degC (kg m-sup3) 9152 9148

Viscosidade cinemaacutetica a 40degC (mmsup2 s-1

) 3655 3702

(1) Liacutempido e isento de impurezas (2) Temperatura durante a observaccedilatildeo Iacutendices determinados no Biodiesel

produzido a partir do oacuteleo extraiacutedo das amostras avaliadas

71

3123 Iacutendice de acidez

O iacutendice de acidez eacute um indicativo do estado de conservaccedilatildeo do oacuteleo e do

biocombustiacutevel que seraacute produzido definido como a quantidade de KOH (mg) necessaacuteria para

neutralizar os aacutecidos livres de 1 grama da amostra (ANGARITA et al 2012) Atualmente no

Brasil a regulaccedilatildeo estabelece um valor maacuteximo de 05 mg de KOH g-1

na determinaccedilatildeo do

iacutendice de acidez no biodiesel O meacutetodo utilizado para determinaccedilatildeo do iacutendice de acidez foi o

da norma NBR 14448 (ABNT) no qual o iacutendice de acidez eacute determinado por meio de

titulaccedilatildeo potenciomeacutetrica

3124 Iacutendice de iodo

Para determinaccedilatildeo do iacutendice de iodo foi utilizado o meacutetodo Cd 1d-92 da American Oil

Chemistsrsquo Society (AOCS 2003) onde foi adicionado 15 mL de clorofoacutermio em 025 g de

amostra do oacuteleo extraiacutedo agitando o composto ateacute dissoluccedilatildeo da amostra Adicionou-se em

seguida 25 mL do reagente de Wijs e o frasco foi tampado deixando em repouso no escuro

durante 30 minutos Em seguida foi adicionado 20 mL de soluccedilatildeo de KI a 15 e 150 mL de

aacutegua destilada e titulou-se com soluccedilatildeo de Na2S2O3 01 N ateacute o desaparecimento de uma

coloraccedilatildeo amarela apoacutes agitaccedilatildeo Foi adicionado 1 mL de soluccedilatildeo de amido a 1 e

continuou-se a titulaccedilatildeo gota a gota ateacute o desaparecimento da cor azul Um ensaio em branco

foi conduzido paralelamente O Iacutendice de iodo foi obtido pela Equaccedilatildeo (4)

Iacutendice de Iodo (g I2100 g de amostra) =[(BminusA) x N x 1229]

Massa da amostra (g) (4)

em que

A - volume em mL de Na2S2O3 gasto na titulaccedilatildeo da amostra

B - volume em mL de Na2S2O3 gasto na titulaccedilatildeo do branco e

N - normalidade da soluccedilatildeo de Na2S2O3

72

3125 Iacutendice de peroacutexido

Para a determinaccedilatildeo do iacutendice de peroacutexido seguiu-se o meacutetodo Cd 8b-90 (AOCS

2003) em que foram pesados 3 g da amostra em frasco de iodo de 125 mL Adicionou-se 50

mL de soluccedilatildeo de aacutecido aceacuteticoisoctano (31) e soluccedilatildeo de iodeto de potaacutessio saturada e aacutegua

destilada A seguir foi realizada titulaccedilatildeo com soluccedilatildeo de tiossulfato de soacutedio (Na2S2O3) 01N

e o volume gasto apoacutes adiccedilatildeo de goma de amido forneceu a concentraccedilatildeo em peroacutexidos

expressa em meq O2 kg-1

de amostra segundo a Equaccedilatildeo 5

IP =N x (aminusb)

Massa (gramas) x 1000 (5)

em que

N - normalidade da soluccedilatildeo de Na2S2O3

a - volume em mL de Na2S2O3 gasto na titulaccedilatildeo da amostra e

b - volume em mL de Na2S2O3 gasto na titulaccedilatildeo do branco

3126 Iacutendice de refraccedilatildeo

Os oacuteleos e gorduras possuem poder de refringecircncia diferente conforme sua natureza

desviando com maior ou menor intensidade os raios luminosos que os atravessam O iacutendice de

refraccedilatildeo tanto para os oacuteleos quanto para as gorduras eacute medido agrave temperatura de 40ordmC Para as

mediccedilotildees do iacutendice de refraccedilatildeo foi utilizado o meacutetodo Cc 7-25 (2003) da AOCS mediante o

uso do Refratocircmetro Abbe digital de bancada da marca QUIMIS O refratocircmetro Abbe foi

ajustado com aacutegua destilada (IR 20ordmC = 13330) Certificada a pureza (limpeza e umidade)

dos primas colocou-se 2 gotas da amostra do oacuteleo extraiacutedo entre os prismas e fechou-os para

a estabilizaccedilatildeo da temperatura Ajustou-se o aparelho para obter a leitura mais precisa

possiacutevel e entatildeo foi determinada a leitura na escala que forneceu diretamente o iacutendice de

refraccedilatildeo absoluto agrave 40ordmC

73

3127 Densidade relativa

A densidade relativa de um oacuteleo determina a relaccedilatildeo da massa de um volume unitaacuterio

da amostra agrave 40ordmC em relaccedilatildeo agrave massa de um volume de aacutegua A densidade foi medida em um

densiacutemetro automaacutetico digital da marca Rudolph Research Analytical-DQM 2911 de acordo

com a norma ASTM D4052

Com o auxiacutelio de uma seringa o bulbo amostrador foi ambientado com a amostra de

oacuteleo Na sequecircncia colocou-se a amostra no bulbo verificando se no mesmo natildeo houve

formaccedilatildeo de bolhas Apoacutes a estabilizaccedilatildeo da temperatura (40ordmC) para cada amostra foram

realizadas as leituras de densidade fornecidas diretamente pelo aparelho na temperatura do

teste

3128 Estabilidade oxidativa

A estabilidade oxidativa do oacuteleo de pinhatildeo-manso foi determinada de acordo com a

norma ISO EN 6886 (2012) da Ethiopian Standard para oacuteleos vegetais e gorduras animais

utilizando-se o equipamento Rancimat 893 (Metrohm AG CH-9100 Herisau Switzerland)

(Figura 10a) na temperatura de 110degC sob o fluxo de ar de 10 L h-1

com amostras de 5 g

No meacutetodo Rancimat uma amostra de oacuteleo vegetal ou biodiesel eacute mantida em um

vaso de reaccedilatildeo agrave temperatura de 110degC e sob um fluxo de ar constante Neste momento

comeccedilam a se formar os peroacutexidos que satildeo os principais produtos formados na primeira etapa

de oxidaccedilatildeo da amostra Com o processo de oxidaccedilatildeo continuada satildeo formados compostos

orgacircnicos volaacuteteis dentre estes aacutecidos orgacircnicos de baixa massa molecular Estes compostos

satildeo transportados pelo fluxo de ar para outro recipiente contendo aacutegua destilada onde a

presenccedila dos aacutecidos orgacircnicos eacute entatildeo detectada pelo aumento da condutividade no sistema

(Figura 10b) O tempo decorrente ateacute a detecccedilatildeo dos aacutecidos orgacircnicos eacute denominado de

periacuteodo de induccedilatildeo (FLUMIGNAN et al 2012)

74

(a) (b)

Figura 10 - Rancimat em operaccedilatildeo para determinaccedilatildeo de estabilidade oxidativa (a) e esquema de funcionamento

do equipamento (b)

3129 Identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo de aacutecidos graxos

Com os oacuteleos extraiacutedos de cada tratamento foram coletadas amostras para a realizaccedilatildeo

da identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos aacutecidos graxos por meio de duas metodologias sendo uma

por cromatografia gasosa e a outra por ressonacircncia nuclear magneacutetica (RMN)

A cromatografia gasosa (CG) eacute o meacutetodo padratildeo adotado pela American Oil Chemists

Society (AOCS) e pela ETHIOPIAN STANDARD para a determinaccedilatildeo do conteuacutedo de

aacutecidos graxos e consiste na teacutecnica de separaccedilatildeo e anaacutelise de misturas por interaccedilatildeo dos seus

componentes entre uma fase estacionaacuteria (soacutelidaliacutequida) e uma fase moacutevel (gasosa) A CG

foi realizada de acordo com a norma ES ISO 12966-2 (2012) da ETHIOPIAN STANDARD e

a quantificaccedilatildeo dos aacutecidos graxos pelo meacutetodo da normatizaccedilatildeo que eacute baseada na

porcentagem relativa de aacuterea de um determinado aacutecido graxo em relaccedilatildeo a aacuterea total de todos

os aacutecidos (VISENTAINER FRANCO 2006)

As determinaccedilotildees da composiccedilatildeo de aacutecidos graxos por espectroscopia de RMN de 1H

foram realizadas num espectrocircmetro de RMN Bruker Avance 400 operando a 94 T com os

nuacutecleos 1H a 40013 MHz A metodologia completa de RMN

1H para a determinaccedilatildeo da

composiccedilatildeo de aacutecidos graxos de oacuteleos vegetais eacute descrita por Barison et al (2010)

75

313 Anaacutelise dos dados

Os dados experimentais do desenvolvimento vegetativo das variaacuteveis fisioloacutegicas da

produtividade e dos iacutendices de qualidade do oacuteleo de cada ciclo da cultura para cada tratamento

foram submetidos aos testes de Shapiro-Wilk (SHAPIRO WILK 1965) (valor p gt 001) e de

Levene (BOX 1953) (valor p gt 001) para verificaccedilatildeo baacutesica da normalidade e

homocedasticidade residuais

Os dados das variaacuteveis com os valores absolutos ao final de cada ciclo de avaliaccedilatildeo

como produccedilatildeo de frutos e sementes relaccedilatildeo sementefruto produtividade de sementes

produtividade de aacutegua teor e produtividade de oacuteleo aleacutem dos iacutendices de qualidade de oacuteleo

foram submetidos agrave anaacutelise de variacircncia (ANOVA) utilizando o PROC GLM do programa

computacional estatiacutestico SASreg (SAS INSTITUTE 2009) Os efeitos quantitativos foram

avaliados por meio de polinocircmios ortogonais utilizando anaacutelise de regressatildeo segundo sua

significacircncia pelo Teste F jaacute os efeitos qualitativos foram submetidos ao teste de meacutedias de

Tukey (valor p lt 005) Para o caacutelculo do Rsup2 na anaacutelise de regressatildeo foi determinado o Rsup2

corrigido no qual a variacircncia das repeticcedilotildees foi removida (erro puro) e o caacutelculo fez-se por

meio da relaccedilatildeo entre o Rsup2 da regressatildeo e o Rsup2 maacuteximo obtido da anaacutelise de variacircncia

(BERTHOUEX BROWN 2002) em outras palavras o Rsup2 corrigido eacute a porcentagem da

quantidade de variaccedilatildeo que pode ser explicada por cada modelo de regressatildeo

As variaacuteveis com medidas repetidas (dados longitudinais) como as anaacutelises de

crescimento o IAF os iacutendices de clorofila e o nitrogecircnio foliar foram analisadas por meio do

modelo de anaacutelises (uni e multivariada) de perfis que eacute o modelo mais simples para o caso de

medidas repetidas Inicialmente foram realizados para cada variaacutevel os testes de normalidade

e de esfericidade da matriz de variacircncia de forma a satisfazer agraves pressuposiccedilotildees do modelo O

teste de esfericidade utilizado neste estudo foi o teste de esfericidade de Mauchly (1940) que

verifica se uma populaccedilatildeo normal multivariada apresenta variacircncias iguais e as correlaccedilotildees

nulas Nos casos em que o teste de esfericidade de Mauchly resultou em natildeo significativo

(valor p gt 005) concluiu-se que a matriz de covariacircncias eacute do tipo esfeacuterica e o teste

univariado de perfis foi analisado caso contraacuterio o uso da anaacutelise multivariada de perfis

(MANOVA) que eacute uma das alternativas recomendadas neste caso foi adotada

(FERNANDEZ 1991) Para auxiliar na interpretaccedilatildeo dos resultados foram plotados os

graacuteficos do comportamento dos perfis meacutedios para visualizar a presenccedila ou ausecircncia de

paralelismo entre os perfis e se os mesmos satildeo horizontais O teste estatiacutestico multivariado

76

escolhido foi o teste de Traccedilo de Pillai pois apresenta o maior poder descritivo (tomada a

decisatildeo correta de rejeitar uma hipoacutetese H0 dado que H0 eacute falsa) sendo o mais robusto agrave natildeo

normalidade dentre os outros testes existentes na literatura como Lambda de Wilks Traccedilo de

Lawley-Hotelling e a Maior Raiz de Roy (JOHNSON WICHERN 2007) Estas anaacutelises

foram realizadas por meio do PROC GLM do SASreg utilizando o comando REPEATED e a

opccedilatildeo PRINTE (SAS INSTITUTE 2009)

A anaacutelise de regressatildeo nas variaacuteveis com medidas repetidas ao longo do tempo foi

determinada utilizando o PROC REG do SASreg e para a escolha do melhor modelo a ser

utilizado para cada tratamento seguiu-se de acordo com a significacircncia das estimativas dos

paracircmetros de cada equaccedilatildeo procedendo-se tambeacutem agraves comparaccedilotildees entre os modelos via

criteacuterio de informaccedilatildeo utilizando o criteacuterio de informaccedilatildeo de Akaike (AIC) e o criteacuterio

Bayesiano de Schwarz (BIC) escolhendo ao final o menor valor para tais criteacuterios O caacutelculo

do Rsup2 corrigido tambeacutem foi utilizado para estas variaacuteveis

Para os dados climatoloacutegicos coletados nos dois anos de experimento foi realizado

uma estatiacutestica descritiva com os valores meacutedios maacuteximos miacutenimos e o desvio padratildeo de

cada componente climaacutetico Para os perfis cromatograacuteficos analisados via cromatografia

gasosa o mesmo tipo de anaacutelise foi realizado devido ao baixo nuacutemero de repeticcedilotildees para a

realizaccedilatildeo das anaacutelises e pelo fato do fator bloco natildeo ter sido considerado nas anaacutelises Os

resultados das anaacutelises de caracterizaccedilatildeo do biodiesel natildeo passaram por qualquer anaacutelise

estatiacutestica servindo apenas como resultado descritivo das amostras de oacuteleo extraiacutedas das

sementes dos tratamentos

77

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

41 Monitoramento meteoroloacutegico

A estatiacutestica descritiva dos valores diaacuterios de umidade relativa do ar temperaturas

maacutexima meacutedia e miacutenima radiaccedilatildeo global e velocidade do vento coletados durante o periacuteodo

de estudo aleacutem dos valores de ETc para cada aacuterea de manejo hiacutedrico satildeo apresentados na

Tabela 9 Ao longo do ciclo a variaccedilatildeo diaacuteria de temperatura apresentou-se alta durante o

periacuteodo mais frio do ano tornando-se baixa no restante do ciclo apresentando ao final uma

amplitude teacutermica diaacuteria maacutexima de 247degC e 248degC ao longo do primeiro e segundo ciclo

respectivamente Mesmo assim a regiatildeo onde estava instalada a cultura apresentou uma

temperatura meacutedia anual de 230 degC e 238degC para o terceiro e quarto ano de cultivo

respectivamente ficando portanto dentro da faixa oacutetima de desenvolvimento da cultura qual

seja entre 180degC e 285degC (SATURNINO et al 2005) Entretanto a variaccedilatildeo sazonal da

temperatura no ano como pode ser observada na Figura 11 e geralmente ocorrida na regiatildeo

com temperaturas mais amenas nos meses do outono e inverno paralisa o crescimento das

plantas ocorrendo a queda natural das folhas o que pode provavelmente reduzir a produccedilatildeo de

sementes (SATURNINO et al 2005)

Tabela 9 - Estatiacutestica descritiva das variaacuteveis meteoroloacutegicas observadas na aacuterea experimental

Variaacuteveis

meteoroloacutegicas

Ciclo 201314 Ciclo 201415

Meacutedia Desvio

Padratildeo Maacuteximo Miacutenimo Meacutedia

Desvio

Padratildeo Maacuteximo Miacutenimo

Tmaacutex (degC) 297 425 387 145 301 399 386 162

Tmeacuted (degC) 230 361 309 123 238 320 302 136

Tmin (degC) 163 411 239 52 174 366 240 750

UR () 712 123 990 450 764 135 1000 330

Qg (MJ m-sup2 d

-sup1) 197 70 330 277 345 296 983 260

U2 (m s-1

) 160 044 362 078 137 063 391 022

ETc-I (mm d-1

) 374 221 814 040 321 219 818 053

ETc-S (mm d-1

) 146 088 491 046 291 167 746 042

Tmaacutex ndash Temperatura maacutexima Tmeacuted ndash Temperatura meacutedia Tmin ndash Temperatura miacutenima UR ndash Umidade

relativa do ar Qg ndash Radiaccedilatildeo global U2 ndash Velocidade do vento ETc-I ndash Evapotranspiraccedilatildeo da aacuterea irrigada

ETc-S ndash Evapotranspiraccedilatildeo da aacuterea sem irrigaccedilatildeo

O municiacutepio de Piracicaba-SP assim como boa parte da regiatildeo Sudeste apresentou

durante o ano agriacutecola de 20132014 um periacuteodo atiacutepico no regime de chuvas A quantidade

de chuvas incidida durante o veratildeo de 2014 na aacuterea experimental e em todo o estado de Satildeo

Paulo foi 90 a menos do que a meacutedia histoacuterica ocorrida no mesmo periacuteodo Isso fez com

que o niacutevel do rio Piracicaba que circunda a aacuterea experimental se reduzisse drasticamente e o

78

niacutevel de aacutegua do reservatoacuterio da fazenda experimental se esgotasse quase que por completo o

que acarretou na diminuiccedilatildeo das irrigaccedilotildees realizadas ao longo do ciclo Durante o primeiro

ciclo de avaliaccedilatildeo (agosto2013 a julho2014) ocorreram 5877 mm mal distribuiacutedos ao

longo do ciclo e concentrado na maior parte em periacuteodos isolados Esse valor anual descrito

representa uma quantidade 56 menor do que a meacutedia histoacuterica ocorrida no local e encontra-

se abaixo do limite miacutenimo na qual a produccedilatildeo eacute drasticamente afetada com valores anuais

inferiores a 600 mm ocorrendo principalmente em regiotildees de baixa umidade e que causa a

paralisaccedilatildeo do crescimento vegetativo (HENNING 1996) No segundo ciclo de avaliaccedilatildeo

ocorreu aumento do periacuteodo de chuvas com o valor anual (agosto2014 a julho2015) de

7150 mm bem distribuiacutedos ao longo de todo o ciclo

T maacutex ndash Temperatura maacutexima T min ndash Temperatura miacutenima UR - Umidade Relativa do ar PPT (mm) ndash

Precipitaccedilatildeo Eto Ac ndash Evapotranspiraccedilatildeo de referecircncia Acumulada (mm) Ppt Ac ndash Precipitaccedilatildeo Acumulada

(mm)

Figura 11 - Dados meteoroloacutegicos observados durante o primeiro e o segundo ciclo de avaliaccedilatildeo da cultura

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

Um

ida

de

rela

tiv

a (

)

Tem

per

atu

ra (

oC

)

T maacutex (degC) T min (degC) UR ()

1ordm Ciclo 2ordm Ciclo

0

10

20

30

40

50

60

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

Pre

cip

ita

ccedilatildeo

(m

m)

Lacirc

min

as

acu

mu

lad

as

(mm

)

Eto Ac Ppt Ac PPT (mm)

2ordm Ciclo1ordm Ciclo

79

A evapotranspiraccedilatildeo da cultura (ETc) apresentou para o terceiro e quarto ano de

cultivo do pinhatildeo-manso para as aacutereas manejadas com e sem irrigaccedilatildeo valores proacuteximos das

meacutedias encontradas por Lena (2013) para o primeiro ano de cultivo do pinhatildeo-manso nas duas

aacutereas em estudo A semelhanccedila dos valores de ETc para a fase de formaccedilatildeo da cultura no

campo no seu primeiro ano de cultivo com o terceiro e quarto ano de cultivo da planta se

deve ao caso da maior taxa de evaporaccedilatildeo do solo nos primeiros meses de cultivo jaacute que com

o baixo porte da planta e com o nuacutemero reduzido de folhas a sua taxa diaacuteria de transpiraccedilatildeo

foi considerada baixa Com o desenvolvimento vegetativo da planta no seu terceiro e quarto

ano de cultivo houve o aumento na taxa de transpiraccedilatildeo das plantas sendo superior nos

tratamentos irrigados devido ao maior porte das plantas e agrave incidecircncia foliar o que ocasionou

um maior sombreamento no solo diminuindo consequentemente a taxa evaporativa do solo

Everson Mengistu e Gush (2013) encontraram para plantas de pinhatildeo-manso na Aacutefrica do Sul

valores entre 3 a 4 mm dia-sup1 na evapotranspiraccedilatildeo diaacuteria das plantas durante o veratildeo

(dezembro-fevereiro) e com a queda natural das folhas no periacuteodo de inverno (maio-agosto)

o valor meacutedio diaacuterio foi insignificante sendo menor do que 1 mm dia-sup1

O pinhatildeo-manso possui metabolismo fotossinteacutetico intermediaacuterio C3-CAM (LUTTGE

2008) e sob estiacutemulo de falta de aacutegua salinidade fotoperiacuteodo ou termoperiacuteodo passam a

apresentar o comportamento CAM (LUTTGE KLUGE BAUER 1996) No caso deste

estudo quando o cultivo esteve em periacuteodos com altas temperaturas (gt 30ordmC) ou quando

sofreram grande restriccedilatildeo hiacutedrica no caso dos tratamentos sem irrigaccedilatildeo as plantas

possivelmente adotaram o metabolismo CAM economizando aacutegua e reduzindo a sua

acumulaccedilatildeo de mateacuteria seca (PIMENTEL 1998) Isto explica os baixos valores meacutedios de

ETc apresentados principalmente pelos tratamentos sem irrigaccedilatildeo nos periacuteodos de formaccedilatildeo

e emissatildeo de folhas antes do iniacutecio do periacuteodo caducifoacutelio

42 Irrigaccedilotildees realizadas

Na Figura 12 satildeo apresentadas as lacircminas aplicadas pelo sistema de irrigaccedilatildeo por pivocirc

central no terceiro ano de cultivo Problemas operacionais e de manutenccedilatildeo no sistema de

bombeamento nos meses de outubro de 2013 e janeiro de 2014 impossibilitaram a realizaccedilatildeo

da irrigaccedilatildeo na aacuterea Devido a reduccedilatildeo do niacutevel do reservatoacuterio ocasionado pelo baixo volume

precipitado no veratildeo de 2014 e associado ao final da produccedilatildeo de frutos e iniacutecio do periacuteodo de

senescecircncia das folhas a irrigaccedilatildeo a partir do mecircs de julho de 2014 foi cessada natildeo sendo

80

retomada no ciclo seguinte devido a seacuteria restriccedilatildeo hiacutedrica encontrada no reservatoacuterio No

total foram aplicados no primeiro ciclo de avaliccedilatildeo 7311 mm de lacircmina bruta de irrigaccedilatildeo o

que considerando o periacuteodo de pleno funcionamento da moto bomba aplicou-se uma meacutedia de

36 mm dia-1

Considerando a lacircmina total recebida (irrigaccedilatildeo + precipitaccedilatildeo) as aacutereas

cultivadas com irrigaccedilatildeo por pivocirc central e sem irrigaccedilatildeo receberam 13234 mm e 5877 mm

respectivamente Resultados semelhantes foram encontrados por Rao et al (2012) que

avaliaram o consumo hiacutedrico do pinhatildeo-manso no semiaacuterido indiano e encontraram para

plantas cultivadas sem nenhum estresse hiacutedrico uma variaccedilatildeo da evapotranspiraccedilatildeo da cultura

entre 1410 e 1538 mm por ano durante os anos de 2006 a 2009 e cultivado sob condiccedilotildees

naturais a ETc variou entre 614 e 930 mm

Figura 12 - Lacircminas de irrigaccedilatildeo aplicadas durante o primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo da cultura

43 Monitoramento da umidade do solo

Na Figura 13 satildeo apresentados a variaccedilatildeo de umidade do solo na aacuterea experimental

para as quatros doses de adubaccedilatildeo nitrogenada da aacuterea sem irrigaccedilatildeo em quatro diferentes

camadas ao longo do perfil do solo Ressalta-se que por apresentar apenas caracteriacutesticas de

monitoramento da umidade solo os valores apresentados foram coletados em um determinado

intervalo de tempo ao longo do segundo ciclo de avaliaccedilatildeo apenas como forma de

comparaccedilatildeo entre os tratamentos e o perfil de umidade do solo nos lisiacutemetros de cada aacuterea

onde na aacuterea irrigada o seu manejo foi adotado

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

set-13 out-13 nov-13 dez-13 jan-14 fev-14 mar-14 abr-14 mai-14 jun-14 jul-14

Lacircm

inas

ap

lica

das

(mm

)

81

Figura 13 - Variaccedilatildeo da umidade do solo ao longo do tempo nos tratamentos sem irrigaccedilatildeo

A umidade do solo presente na primeira camada do solo (0-020 m) apresentou as

maiores variaccedilotildees para todos os tratamentos monitorados tendo menores variaccedilotildees temporais

nas demais camadas do solo De acordo com Campos et al (1994) as alteraccedilotildees de umidade

do solo satildeo dinacircmicas e ocorrem em curto e longo periacuteodo de tempo sendo principalmente

na camada superficial do solo

A partir dos dados obtidos da caracterizaccedilatildeo inicial do solo feito por Flumignan

(2012) como capacidade de campo ponto de murchamento permanente e densidade do solo

representativa para a aacuterea sem irrigaccedilatildeo ao longo do perfil do solo foi calculado o

armazenamento de aacutegua no solo para os quatro tratamentos de adubaccedilatildeo e do lisiacutemetro de

pesagem localizados proacuteximos a aacuterea experimental (Figura 14) A partir dos dados

observados constata-se o maior consumo hiacutedrico e com isso os menores volumes de aacutegua

armazenados nos tratamentos sem restriccedilatildeo da adubaccedilatildeo nitrogenada com as doses de 150

de N (S1) e 100 de N (S2) seguido tambeacutem das plantas localizadas dentro dos lisiacutemetros

que foram tambeacutem adubadas com 100 da recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo para a cultura

25

30

35

40

45

50

Um

ida

de

vo

lum

eacutetri

ca (

)

S1 - 150N

0-20cm 20-40cm 40-60cm 60-80cm

25

30

35

40

45

50

S2 - 100N

0-20cm 20-40cm 40-60cm 60-80cm

25

30

35

40

45

50

Um

idad

e volu

meacutet

rica

(

)

S3 - 50N

0-20cm 20-40cm 40-60cm 60-80cm

25

30

35

40

45

50

S4 - 0N

0-20cm 20-40cm 40-60cm 60-80cm

82

Figura 14 - Armazenamento de aacutegua no solo na camada de 0-08 m para os quatro tratamentos de adubaccedilatildeo

nitrogenada e dentro do lisiacutemetro na aacuterea sem irrigaccedilatildeo utilizando a sonda de capacitacircncia Diviner

2000

A variaccedilatildeo da umidade volumeacutetrica do solo na aacuterea irrigada por pivocirc central nos

quatro tratamentos de adubaccedilatildeo aplicados em diferentes camadas do perfil do solo satildeo

apresentadas na Figura 15 Assim como nos tratamentos sem irrigaccedilatildeo os quatro tratamentos

adotados na aacuterea irrigada apresentaram o mesmo comportamento na variaccedilatildeo de umidade no

periacuteodo de avaliaccedilatildeo com a umidade na camada de 0-020 m apresentando as maiores

variaccedilotildees e as demais camadas com poucas variaccedilotildees ao longo do periacuteodo de monitoramento

Isso se deve ao fato dessa camada apresentar-se na superfiacutecie do solo e tendo o contato direto

da radiaccedilatildeo solar acaba favorecendo no processo de evaporaccedilatildeo da aacutegua nos primeiros

centiacutemetros de solo estando susceptiacutevel aos ciclos de umedecimento e secagem consequente

dos eventos de precipitaccedilatildeo e estiagem (CAMPOS et al 1994) A maior concentraccedilatildeo

radicular da cultura nos primeiros centiacutemetros do solo e as raiacutezes da vegetaccedilatildeo rasteira

contribuiacuteram na maior absorccedilatildeo radicular de aacutegua nesta camada favorecendo tambeacutem a sua

maior variabilidade de umidade do solo Aliado a esses fatores a baixa ascensatildeo capilar em

maiores profundidades nesse solo por apresentar lenccedilol freaacutetico profundo proporcionou uma

menor variaccedilatildeo de sua umidade nas camadas subsequentes

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

Arm

azen

amen

to d

e aacuteg

ua

no s

olo

(m

m)

S1 S2 S3 S4 Lisiacutemetro

83

Figura 15 - Variaccedilatildeo da umidade do solo ao longo do tempo nos tratamentos irrigados

O armazenamento de aacutegua no solo nos tratamentos irrigados diferente da aacuterea sem

irrigaccedilatildeo apresentou os menores valores para os perfis de solo situados dentro dos lisiacutemetros

seguidos em alguns momentos pelo tratamento P1 ou P2 e ao final pelo tratamento P3 O

armazenamento de aacutegua no solo ao longo de periacuteodo de monitoramento para os quatro

tratamentos de adubaccedilatildeo e do lisiacutemetro de pesagem localizados na aacuterea irrigada satildeo

apresentados na Figura 16

Figura 16 - Armazenamento de aacutegua no solo na camada de 0-08 m para os quatro tratamentos de adubaccedilatildeo

nitrogenada e dentro do lisiacutemetro na aacuterea irrigada utilizando a sonda de capacitacircncia Diviner 2000

20

25

30

35

40

45

50

Um

idad

e volu

meacutet

rica

(

)P1 - 150N

0-20cm 20-40cm 40-60cm 60-80cm

20

25

30

35

40

45

50

P2 - 100N

0-20cm 20-40cm 40-60cm 60-80cm

20

25

30

35

40

45

50

Um

idad

e volu

meacutet

rica

(

)

P3 - 50N

0-20cm 20-40cm 40-60cm 60-80cm

20

25

30

35

40

45

50

P4 - 0N

0-20cm 20-40cm 40-60cm 60-80cm

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

Arm

azen

amen

to d

e aacuteg

ua

no

so

lo (

mm

)

P1 P2 P3 P4 Lisiacutemetro

84

44 Produtividade da cultura

Ao longo do periacuteodo de colheita do terceiro ano de cultivo realizado de janeiro2014 a

junho2014 foram obtidos em meacutedia 158 kg de fruto por planta para toda a aacuterea

experimental Com exceccedilatildeo da relaccedilatildeo frutosemente todas as variaacuteveis apresentaram

diferenccedila significativa para o efeito da irrigaccedilatildeo e do aumento da dose de adubo nitrogenado

(Tabela 10) o que explica que o aumento da produccedilatildeo e da produtividade de frutos e

sementes se daacute pelo maior nuacutemero de frutos produzidos sendo o aumento da massa de

sementes proporcional Natildeo houve interaccedilatildeo entre o manejo hiacutedrico e as doses de N aplicadas

O tratamento P1 (150 N ndash Irrigado) foi o que apresentou a melhor resposta seguido do

tratamento P2 (100 N ndash Irrigado) Com relaccedilatildeo agraves doses de adubaccedilatildeo em todos os casos os

tratamentos com 0 de N (P4 e S4) apresentaram desempenho inferior diferindo

estatisticamente das demais doses aplicadas (Tabela 11)

Tabela 10 - Valores de F para produccedilatildeo de frutos (ProdF) e sementes (ProdS) em kg pl-1

relaccedilatildeo sementefruto

(RelSF) e produtividade de sementes (PS) em kg ha-1

Fonte de

Variaccedilatildeo

Ciclo 201314 Ciclo 201415

GL ProdF ProdS Rel SF PS ProdF ProdS Rel

SF PS

Blocos [I] 6 138

125

041ns

1246

268 157

ns 135

ns 158

ns

I 1 1512

1481

017ns

1478

428

365

054ns

365

N 3 307

319

345ns

319

307

241

080ns

242

I x N 3 083ns

094ns

194ns

094ns

106ns

047ns

113ns

048ns

Meacutedia geral 1188 0797 0668 6640 1499 0946 0632 8672

CV () 153 155 25 155 162 184 53 184

Niacuteveis de significacircncia 001ltPlt005 0001ltPlt001 Plt0001 ns - natildeo significativo I ndash Irrigaccedilatildeo N ndash

Doses de N GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo

Tabela 11 - Produtividade meacutedia das sementes de pinhatildeo-manso (kg ha-1

) em funccedilatildeo do manejo hiacutedrico e doses

de nitrogecircnio aplicado

Manejo

hiacutedrico

Doses de Nitrogecircnio

Meacutedias 150 100 50 0

Ciclo 201314

Irrigado 11078 9718 8730 5895 8855 A

Sequeiro 6018 4875 5258 1550 4425 B

Meacutedias 8548 a 7296 ab 6994 b 3723 c

Ciclo 201415

Irrigado 13088 11005 10110 7300 10376 A

Sequeiro 10750 7548 6465 3110 6968 B

Meacutedias 11919 a 9276 b 8288 b 5205 c

Meacutedias seguidas de mesma letra maiuacutesculas na coluna e minuacutesculas na linha natildeo diferem entre si pelo teste de

Tukey a 5 de probabilidade

85

Para a produtividade de sementes o modelo de regressatildeo linear obteve o melhor ajuste

para as duas condiccedilotildees da produtividade de sementes em funccedilatildeo das doses de N aplicadas nos

dois anos de avaliaccedilatildeo (Figura 17 e Figura 18) O uso da irrigaccedilatildeo duplicou a produtividade

de sementes no terceiro ano de cultivo apresentando tambeacutem uma oacutetima resposta com a

adubaccedilatildeo nitrogenada O quarto ano de cultivo (segundo ano de avaliaccedilatildeo) apresentou um

consideraacutevel acreacutescimo na produccedilatildeo de frutos e sementes no cultivo sem irrigaccedilatildeo com as

maiores doses de adubo nitrogenado onde o efeito da produccedilatildeo se mostrou acentuado com a

complementaccedilatildeo de aacutegua por irrigaccedilatildeo e com a correta adubaccedilatildeo nitrogenada quadruplicando

a sua produccedilatildeo em alguns casos quando se verificou o comportamento linear crescente no 4ordm

ano com acreacutescimo de 00035 Mg ha-1

e 00047 Mg ha-1

da produtividade de sementes para

cada kg de nitrogecircnio aplicado por hectare na aacuterea irrigada e sem irrigaccedilatildeo respectivamente

Por ser ainda uma planta em formaccedilatildeo eacute aceitaacutevel o fato da produtividade do terceiro ano de

cultivo da cultura ser inferior ao ano seguinte por receber uma menor dosagem na sua

adubaccedilatildeo de manutenccedilatildeo e por principalmente a cultura passar pelo processo de

estabelecimento nos seus primeiros anos jaacute que o seu pico de produccedilatildeo soacute eacute observado a

partir do seu quinto ano de cultivo (ARRUDA et al 2004)

Figura 17 - Produtividade de sementes do pinhatildeo-manso em funccedilatildeo das diferentes doses de adubo nitrogenado

aplicado no terceiro ano de cultivo

y = 00048x + 06377

Rsup2 = 09453 p-valor = 00099

y = 00038x + 0247

Rsup2 = 07245 p-valor = 00011

00

02

04

06

08

10

12

14

16

0 345 69 1035

Pro

du

tiv

ida

de

de

sem

ente

s (M

g h

a-1

)

Doses de N (kg ha-1 ano-1)

y = 2688x + 33292

Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007

Rsup2 = 08733 p-valor = 00012

0

100

200

300

400

500

600

700

800

0 345 69 1035

Pro

du

tiv

ida

de

de

oacutele

o (

kg

ha

-1)

Doses de N (kg ha-1 ano-1)

Irrigado Natildeo irrigado

Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)y = 2688x + 33292

Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007

Rsup2 = 08733 p-valor = 00012

0

100

200

300

400

500

600

700

800

0 345 69 1035

Pro

du

tivid

ad

e d

e oacutele

o (

kg h

a-1

)

Doses de N (kg ha-1 ano-1)

Irrigado Natildeo irrigado

Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)

y = 2688x + 33292

Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007

Rsup2 = 08733 p-valor = 00012

0

100

200

300

400

500

600

700

800

0 345 69 1035

Pro

du

tiv

ida

de

de

oacutele

o (

kg

ha

-1)

Doses de N (kg ha-1 ano-1)

Irrigado Natildeo irrigado

Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)y = 2688x + 33292

Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007

Rsup2 = 08733 p-valor = 00012

0

100

200

300

400

500

600

700

800

0 345 69 1035

Pro

du

tivid

ad

e d

e oacutele

o (

kg h

a-1

)

Doses de N (kg ha-1 ano-1)

Irrigado Natildeo irrigado

Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)

86

Figura 18 - Produtividade de sementes do pinhatildeo-manso em funccedilatildeo das diferentes doses de adubo nitrogenado

aplicado no quarto ano de cultivo

Patolia et al (2007) avaliaram o desenvolvimento do pinhatildeo-manso nos dois primeiros

anos agriacutecolas de cultivo (200405 e 200506) em funccedilatildeo da fertilizaccedilatildeo mineral de N e P e

notaram que apesar do aumento adicional da dosagem de N no primeiro ano cultivo natildeo foi

observado aumento significativo na produtividade diminuindo com a aplicaccedilatildeo da dosagem

de 60 kg ha-sup1 (N60) com relaccedilatildeo a dosagem de 45 kg ha

-sup1 (N45) Com isso as maiores

produtividades de sementes da cultura (356 e 4672 kg ha-1

) foram registradas com o uso de

N45 e N60 em 200405 e 200506 respectivamente A exigecircncia de uma menor quantidade

de N nos primeiros anos da cultura confirma as recomendaccedilotildees propostas por FACT (2010)

que estabelece doses crescentes dos nutrientes a partir do seu primeiro ano de cultivo no

campo ateacute o seu quarto ano de cultivo quando a cultura inicia o seu pico de produccedilatildeo

Os resultados apresentados nesse trabalho encontram-se abaixo do relatado na

literatura claacutessica sobre a cultura (HELLER 1996) entretanto por existir pouca informaccedilatildeo

sobre a cultura muitos autores estimaram a produtividade da cultura caso o seu provaacutevel

potencial fosse atingido (ARRUDA et al 2004 TEWARI 2009 FACT 2010) Em

contrapartida trabalhos mais recentes obtiveram produtividades semelhantes ou abaixo para

os primeiros anos de cultivo da cultura (KHEIRA ATTA 2009 KESAVA RAO et al 2012

TIKKOO YADAV KAUSHIK 2013)

O aumento da produtividade de frutos e sementes com a utilizaccedilatildeo da adubaccedilatildeo

nitrogenada comprova que essa cultura apesar de possuir caracteriacutesticas de adaptaccedilatildeo a

y = 00035x + 07638

Rsup2 = 09646 p-valor = 00015

y = 00047x + 0337

Rsup2 = 09674 p-valor lt00001

00

02

04

06

08

10

12

14

16

0 515 103 1545

Pro

du

tivid

ad

e d

e se

men

tes

(Mg h

a-1

)

Doses de N (kg ha-1 ano-1)

y = 2688x + 33292

Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007

Rsup2 = 08733 p-valor = 00012

0

100

200

300

400

500

600

700

800

0 345 69 1035

Pro

du

tiv

ida

de

de

oacutele

o (

kg

ha

-1)

Doses de N (kg ha-1 ano-1)

Irrigado Natildeo irrigado

Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)y = 2688x + 33292

Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007

Rsup2 = 08733 p-valor = 00012

0

100

200

300

400

500

600

700

800

0 345 69 1035

Pro

du

tiv

ida

de

de

oacutele

o (

kg

ha

-1)

Doses de N (kg ha-1 ano-1)

Irrigado Natildeo irrigado

Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)y = 2688x + 33292

Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007

Rsup2 = 08733 p-valor = 00012

0

100

200

300

400

500

600

700

800

0 345 69 1035

Pro

du

tiv

ida

de

de

oacutele

o (

kg

ha

-1)

Doses de N (kg ha-1 ano-1)

Irrigado Natildeo irrigado

Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)y = 2688x + 33292

Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007

Rsup2 = 08733 p-valor = 00012

0

100

200

300

400

500

600

700

800

0 345 69 1035

Pro

du

tivid

ad

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e oacutele

o (

kg h

a-1

)

Doses de N (kg ha-1 ano-1)

Irrigado Natildeo irrigado

Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)

87

condiccedilotildees adversas de clima e solo como a sua restriccedilatildeo de fertilidade pode obter ganhos

consideraacuteveis na sua produtividade quando o solo eacute corretamente suprido quanto agraves suas

exigecircncias nutricionais Mohapatra e Panda (2011) ao estudarem os efeitos de diferentes

dosagens e combinaccedilotildees da adubaccedilatildeo NPK na produccedilatildeo de pinhatildeo-manso de cinco anos de

cultivo no leste da Iacutendia encontraram para o tratamento que recebeu a maior dosagem de N

(60 g planta-sup1) aplicado via ureia a maior produtividade de sementes (42721 kg ha

-sup1) Yong

et al (2010) tambeacutem verificaram uma maior produtividade da cultura com aplicaccedilatildeo de

maiores doses de fertilizante nitrogenado tendo um aumento exponencial do nuacutemero de frutos

por planta com o aumento da dosagem de fertilizante tambeacutem foram obtidas melhorias nas

caracteriacutesticas fisioloacutegicas da planta como um maior teor de N foliar maior capacidade de

assimilaccedilatildeo maacutexima de CO2 e maior teor de clorofila total

A praacutetica da irrigaccedilatildeo garantiu para o primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo da cultura um

aumento de mais de 100 da produtividade de sementes em comparaccedilatildeo com o cultivo em

sequeiro Para o segundo ciclo de avaliaccedilatildeo a aacuterea com histoacuterico de irrigaccedilatildeo apresentou um

aumento crescente em relaccedilatildeo ciclo passado soacute que desta vez acompanhado com o aumento

do cultivo sem irrigaccedilatildeo ainda assim o aumento da produtividade na aacuterea com histoacuterico de

irrigaccedilatildeo apresentou-se com uma produtividade 489 maior do que o cultivo sem irrigaccedilatildeo

O uso da irrigaccedilatildeo complementar assim como neste estudo tem se apresentado essencial em

outros trabalhos para garantir o aumento da produtividade e a garantia da sobrevivecircncia da

cultura em alguns casos (KHEIRA ATTA 2009 BEHERA et al 2010 SILVA et al 2011

OLIVEIRA et al 2012 TIKKOO YADAV KAUSHIK 2013) Em uma aacuterea de baixada

irrigada com boa fertilidade Purcino e Drummond (1986) observaram que o pinhatildeo-manso

comeccedilou a produzir logo no segundo ano atingindo 2000 kg ha-1

de sementes Por outro lado

Drumond et al (2007) obtiveram produtividades variando de 330 kg ha-1

em condiccedilotildees de

sequeiro a 1200 kg ha-1

em aacuterea irrigada jaacute no primeiro ano de cultivo em Petrolina-PE

88

45 Produtividade da aacutegua

Na Figura 19 satildeo apresentados os valores de produtividade de aacutegua (PA) em

quilogramas de sementes produzidas para as aacutereas irrigada e sem irrigaccedilatildeo em funccedilatildeo das

diferentes doses de nitrogecircnio aplicada para o terceiro ano de cultivo do pinhatildeo-manso Para

este estudo foi calculada a produtividade de aacutegua apenas para o primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo

devido agrave ausecircncia de irrigaccedilatildeo no ciclo seguinte

Figura 19 - Produtividade de aacutegua para a cultura do pinhatildeo-manso para todos os tratamentos no terceiro ano de

cultivo

O tratamento S1 foi o que apresentou a melhor produtividade de aacutegua com 102 kg m-

sup3 seguido por S3 P1 e S2 Comparando a praacutetica da irrigaccedilatildeo os tratamentos irrigados natildeo

corresponderam proporcionalmente a uma maior produccedilatildeo pelo total de aacutegua aplicada na

cultura embora a PA natildeo tenha diferido entre os diferentes tipos de manejo hiacutedrico (Tabela

12) A produtividade meacutedia de aacutegua nos tratamentos irrigados foi de 067 kg m-sup3 enquanto

que nos tratamentos sem irrigaccedilatildeo foi de 076 kg m-sup3 valores estes superiores aos encontrados

por Sousa et al (2012) de 060 kg m-sup3 O efeito da adubaccedilatildeo nitrogenada mostrou-se

altamente significativo na PA (Tabela 12) o que confirma os resultados encontrados por

diversos autores em outras culturas agriacutecolas (NIELSEN HALVORSON 1991 MEDEIROS

DUBEUX JUNIOR 2008 CHAVES GHEYI RIBEIRO 2011) Assim como a

produtividade da cultura natildeo houve interaccedilatildeo entre o manejo hiacutedrico e as doses de N

aplicadas

P1

P2P3

P4

S1

S2S3

S4

00

02

04

06

08

10

12

150 N 100 N - S1 50 N 0 N

Pro

du

tiv

ida

de

de

aacuteg

ua

(k

g m

-sup3)

Irrigado (Pivocirc central) Natildeo irrigado (Sequeiro)

89

Tabela 12 ndash Anaacutelise de variacircncia para produtividade de aacutegua (PA) no terceiro ano de cultivo

Fonte de Variaccedilatildeo GL Quadrado meacutedio F Valor-p

Blocos [I] 6 00855 371 00141

I 1 00587 254 01281

N 3 05004 217 lt00001

I x N 3 00696 302 00569

Resiacuteduo 18 002305

Meacutedia geral 0715

CV () 212

I ndash Irrigaccedilatildeo N ndash Doses de N GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo

Com relaccedilatildeo aos tratamentos adubados constata-se que apenas os tratamentos sem

adubaccedilatildeo nitrogenada tiveram uma draacutestica reduccedilatildeo na produtividade de aacutegua

correspondendo com a sua baixa produtividade de sementes diferindo dos resultados

encontrados por Yang et al (2013) A Figura 20 apresenta o diagrama de dispersatildeo e a

equaccedilatildeo de regressatildeo da produtividade em funccedilatildeo das doses de nitrogecircnio aplicadas no solo

no terceiro ano de cultivo O modelo de regressatildeo linear foi o uacutenico que proporcionou ajuste

significativo para todos os componentes da equaccedilatildeo obtendo um coeficiente de determinaccedilatildeo

corrigido de 813 Sousa et al (2012) para o pinhatildeo-manso e Barros Juacutenior et al (2008) para

a cultura da mamoneira tambeacutem observaram um aumento linear para a PA nesses trabalhos

tais aumentos foram resultantes do incremento da disponibilidade de aacutegua no solo Pelo fato

do uso da irrigaccedilatildeo e da sua interaccedilatildeo com os tratamentos adubados natildeo ter dado efeito

significativo uma uacutenica equaccedilatildeo de ajuste da produtividade de aacutegua em funccedilatildeo das doses de

nitrogecircnio foi determinada

90

Figura 20 - Produtividade da aacutegua do pinhatildeo-manso em funccedilatildeo das diferentes doses de adubo nitrogenado

aplicado no terceiro ano de cultivo

A praacutetica da irrigaccedilatildeo apesar de ter gerado um aumento significativo na produtividade

de frutos e sementes de pinhatildeo-manso natildeo acarretou em uma variaccedilatildeo significativa na

produtividade de aacutegua para a cultura Estes resultados apresentam-se distintos quando

comparados com outros trabalhos da literatura nos quais a aplicaccedilatildeo da quantidade ideal de

aacutegua por irrigaccedilatildeo com o seu correto manejo para a cultura do pinhatildeo-manso permitiu trazer

diferentes resultados natildeo garantindo uma maior produtividade da aacutegua ou eficiecircncia no seu

uso Santana et al (2015) encontraram para as plantas de pinhatildeo-manso irrigadas com deacuteficit

hiacutedrico uma maior eficiecircncia do uso da aacutegua fotossinteacutetica com uma reduccedilatildeo de 27 no

consumo total de aacutegua entretanto as plantas com irrigaccedilatildeo plena (tratamento controle)

obtiveram uma maior eficiecircncia do uso da aacutegua na produccedilatildeo de biomassa devido ao efeito

negativo dos tratamentos irrigados com deacuteficit na produccedilatildeo de biomassa Kheira e Atta

(2009) avaliando a resposta do pinhatildeo-manso sob deacuteficit hiacutedrico no Egito encontraram

valores de PA de 021 044 031 e 041 kg m-sup3 para 125 100 75 e 50 da

Evapotranspiraccedilatildeo da cultura respectivamente apresentando um ajuste quadraacutetico assim

como foi encontrado por Deus et al (2012) Jaacute Sousa et al (2012) encontraram um aumento

na PA em plantas de pinhatildeo-manso que recebiam a menor lacircmina de irrigaccedilatildeo Estes mais

variados comportamentos da cultura com relaccedilatildeo a sua eficiecircncia do uso da aacutegua ou

produtividade de aacutegua como eacute mais comumente chamado nos dias atuais corroboram com os

relatos de Jongschaap et al (2007) de que o pinhatildeo-manso apesar de possuir caracteriacutesticas

de se desenvolver em regiotildees semiaacuteridas e aacuteridas tropicais sendo entatildeo considerada como

y = 000505x + 04537

Rsup2corr = 08129 p-valor = lt00001

00

02

04

06

08

10

12

14

16

0 345 69 1035

Pro

du

tiv

ida

de

de

aacuteg

ua

(k

g m

- sup3)

Doses de N (kg ha-1 ano-1)

91

uma cultura tolerante a escassez hiacutedrica ainda eacute pouco estudado no que se refere ao seu uso

da aacutegua e agrave sua eficiecircncia do uso da aacutegua

Com isso observa-se que a maior produtividade de sementes encontrada no

tratamento irrigado com a maior dose de nitrogecircnio aplicada natildeo corresponde agrave maior

produtividade de aacutegua que foi obtida no tratamento com a maior dose de nitrogecircnio aplicado

soacute que no tratamento sem irrigaccedilatildeo Comportamento semelhante foi encontrado por Yang et

al (2013) que estudaram os efeitos da adiccedilatildeo de nitrogecircnio e do uso da aacutegua no crescimento e

desenvolvimento do pinhatildeo-manso e encontraram que com o maior intervalo de irrigaccedilatildeo (12

dias) houve reduccedilatildeo significativa no crescimento liacutequido da planta na aacuterea foliar na massa

seca total e na capacidade de armazenamento da aacutegua Entretanto houve economia de aacutegua de

irrigaccedilatildeo de 21 quando comparado com intervalos menores (4 e 8 dias) Contudo os autores

relatam que os maiores intervalos de irrigaccedilatildeo aumentaram a eficiecircncia do uso da aacutegua na

irrigaccedilatildeo (EUAi) e a eficiecircncia do uso da aacutegua no cultivo (EUAet) Assim a combinaccedilatildeo ideal

foi o tratamento com intervalo de irrigaccedilatildeo de 12 dias com o uso de nitrogecircnio o qual pode

aumentar a eficiecircncia do uso da aacutegua que apresenta o mesmo o conceito da produtividade da

aacutegua com a diferenccedila de que a produtividade de aacutegua eacute o produto da integraccedilatildeo das taxas de

produccedilatildeo de mateacuteria seca e da transpiraccedilatildeo (ou evapotranspiraccedilatildeo) ao longo do tempo

(FRIZZONE 2014)

46 Anaacutelise de crescimento

Na Figura 21 eacute ilustrada a altura meacutedia da planta sob condiccedilatildeo irrigada e de sequeiro e

das doses de nitrogecircnio respectivamente nos periacuteodos de cultivo e nas eacutepocas de avaliaccedilatildeo

as cinco primeiras eacutepocas de avaliaccedilatildeo correspondem ao ciclo 201314 e as cinco uacuteltimas

avaliaccedilotildees ao ciclo 201415 Observa-se que a irrigaccedilatildeo influenciou muito pouco a altura da

planta sendo mais acentuado o efeito das diferentes doses de nitrogecircnio aplicadas Ao final de

cada ciclo produtivo as plantas apresentaram uma altura meacutedia de 265 m e 300 m para o

terceiro e quarto ano de cultivo respectivamente Verificou-se ainda um menor crescimento

entre o segundo e o terceiro periacuteodo e entre o seacutetimo e o oitavo periacuteodo de avaliaccedilatildeo eacutepocas

que coincidem com a fase produtiva da cultura corroborando com relatos de Larcher (2000)

Segundo esse autor paralisaccedilotildees no crescimento vegetativo das plantas em funccedilatildeo da

aceleraccedilatildeo do crescimento produtivo ocorrem pela canalizaccedilatildeo da energia e de materiais

destinados agrave floraccedilatildeo e agrave frutificaccedilatildeo que por sua vez originam-se no processo fotossinteacutetico

92

na incorporaccedilatildeo de substacircncias minerais e na mobilizaccedilatildeo de reservas para formaccedilatildeo e

enchimentos dos frutos Ao final da fase de maturaccedilatildeo dos frutos eacute iniciado o periacuteodo de

senescecircncia das folhas do pinhatildeo-manso o que gera um pequeno decreacutescimo no seu tamanho

evidenciado ao final de cada ciclo de avaliaccedilatildeo

(a) (b)

Figura 21 - Altura meacutedia do pinhatildeo-manso (m) em funccedilatildeo do uso ou natildeo da irrigaccedilatildeo complementar (a) e das

doses de nitrogecircnio (b) durante o terceiro e quarto ano de cultivo

Os resultados da anaacutelise univariada de perfil da variaacutevel altura de planta considerando

o esquema de parcela subdividida no tempo para o primeiro e segundo ciclo de avaliaccedilatildeo

indicam que existem diferenccedilas entre o tipo de manejo hiacutedrico as doses de N o tempo (Dias

apoacutes a poda de limpeza ndash DAP) e para todas as interaccedilotildees com exceccedilatildeo da interaccedilatildeo DAP x

irrigaccedilatildeo x doses de N para o primeiro ciclo (Tabela 13) e das interaccedilotildees irrigaccedilatildeo x doses de

N e DAP x irrigaccedilatildeo x doses de N para o segundo ciclo (Tabela 14) Observa-se que a

hipoacutetese de perfis coincidentes para os demais fatores foi rejeitada (plt005) pelo teste F

indicando que a altura do pinhatildeo-manso apresenta comportamento diferenciado conforme o

tipo de manejo hiacutedrico e a dose de N impostos

Tabela 13 ndash Anaacutelise univariada de perfil para altura de plantas durante o ciclo 201314

Causas da variaccedilatildeo GL Soma de quadrados Quadrado meacutedio Teste F Pr gt F

Modelo 63 1135799 0180286 2288 lt00001

Bloco (Irrigaccedilatildeo) 6 1207324 0201221 2553 lt00001

Doses N 3 1064012 03546706 4501 lt00001

Irrigaccedilatildeo 1 0255201 02552006 3238 lt00001

Irrigaccedilatildeo x Doses N 3 0065522 00218406 277 00457

Resiacuteduo a 18 0484241 00269023 341 lt00001

DAP 4 7780440 19451100 24683 lt00001

DAP x Irrigaccedilatildeo 4 0103565 00258913 329 00143

DAP x Doses N 12 0371960 00309967 393 lt00001

DAP x Irrigaccedilatildeo x Doses N 12 0025725 00021438 027 09923

Resiacuteduo b 96 075651 000788

Total corrigido 159 12114499

Rsup2 = 09376 CV = 369 Meacutedia da Altura de planta (m) = 241

DAP ndash Dias apoacutes poda de limpeza GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo

15

20

25

30

35

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Alt

ura

da p

lan

ta (

m)

Eacutepoca de avaliaccedilatildeo

Pivocirc central Sequeiro

Fator de variaccedilatildeo manejo hiacutedrico

15

20

25

30

35

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Alt

ura

da

pla

nta

(m

)

Eacutepoca de avaliaccedilatildeo

150 N 100 N 50 N 0 N

Fator de variaccedilatildeo doses de nitrogecircnio

93

Tabela 14 ndash Anaacutelise univariada de perfil para altura de plantas durante o ciclo 201415

Causas da variaccedilatildeo GL Soma de quadrados Quadrado meacutedio Teste F Pr gt F

Modelo 63 1313087 02084265 1754 lt00001

Bloco (Irrigaccedilatildeo) 6 1000679 01667798 1404 lt00001

Doses N 3 4204642 14015473 11797 lt00001

Irrigaccedilatildeo 1 1287016 12870156 10833 lt00001

Irrigaccedilatildeo x Doses N 3 00056569 00018856 016 09238

Resiacuteduo a 18 03705663 0020587 173 00463

DAP 4 5476071 13690178 11523 lt00001

DAP x Irrigaccedilatildeo 4 02311438 00577859 486 00013

DAP x Doses N 12 04533988 00377832 318 00007

DAP x Irrigaccedilatildeo x Doses N 12 01016963 00084747 071 07351

Resiacuteduo b 96 114053 00118805

Total corrigido 159 14271399

Rsup2 = 09201 CV = 384 Meacutedia da Altura de planta (m) = 284

DAP ndash Dias apoacutes poda de limpeza GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo

Conforme esperado pode-se observar nas anaacutelises univariadas de perfil para a altura

de plantas que nos dois anos de cultivo houve rejeiccedilatildeo pelo teste F (plt00001) da hipoacutetese de

perfis horizontais que testa o efeito do tempo indicando que agrave medida que o tempo progride

haacute variaccedilatildeo da altura do pinhatildeo-manso De forma semelhante a hipoacutetese de perfis paralelos

tambeacutem foi rejeitada (plt005) indicando que as interaccedilotildees DAP x irrigaccedilatildeo e DAP x Doses N

atuam de forma dependente no crescimento em altura do pinhatildeo-manso

As anaacutelises do teste de esfericidade de Mauchly para a variaacutevel altura das plantas para

os dois anos de cultivo satildeo apresentadas na Tabela 15 De acordo com os resultados

apresentados para cada teste a condiccedilatildeo de esfericidade foi satisfeita para o ciclo 201314 e

rejeitada para o ciclo 201415 o que indica que para o primeiro ano de avaliaccedilatildeo a matriz de

variacircncias e covariacircncias apresenta uma forma chamada HUYNH-FELDT (H-F) e desta

forma o procedimento para a anaacutelise univariada de perfis pode ser utilizado O segundo ano

de avaliaccedilatildeo por sua vez por natildeo satisfazer essa condiccedilatildeo para altura das plantas indica que o

teste univariado natildeo deve ser utilizado procedendo-se neste caso a anaacutelise multivariada de

perfis

Tabela 15 ndash Teste de esfericidade de Mauchly para altura de plantas para os dois ciclos de avaliaccedilatildeo

Ciclo de

avaliaccedilatildeo

Grau de

liberdade de F

Criteacuterio de

Mauchly (W)

Estatiacutestica Qui-

Quadrado Xsup2 valor-p

Estatiacutestica

utilizada

201314 9 043237 13765 01309 Univariada

201415 9 031697 22309 00079 Multivariada

94

Avaliando o crescimento em altura ao longo do tempo da Leucaena leucocephala

(Lam) de Wit Souza et al (2008) verificaram rejeiccedilatildeo da condiccedilatildeo de esfericidade pelo teste

de esfericidade de Mauchly fato este tambeacutem observado por Rabello Thiebault e

Vasconcelos Junior (2015) para altura de plantas de feijatildeo-vagem Por outro lado trabalhando

com dados longitudinais em experimentaccedilatildeo animal Cestari Costa e Minho (2012)

observaram que a condiccedilatildeo de esfericidade natildeo foi violada pelo teste de Mauchly Neste caso

o teste univariado poderia ser utilizado pois a matriz de variacircncias e covariacircncias

apresentavam variacircncias comuns e covariacircncias nulas

Por meio dos testes multivariados para altura de plantas no segundo ano de avaliaccedilatildeo

a hipoacutetese de coincidecircncia dos perfis meacutedios (efeito entre indiviacuteduos) foi rejeitada para as

doses de N e para o uso de irrigaccedilatildeo complementar indicando que as distacircncias meacutedias entre

cada um desses grupos satildeo diferentes (Tabela 16) Nas anaacutelises intra indiviacuteduos o teste para o

fator DAP (dias apoacutes a poda de limpeza) testou a hipoacutetese de perfis horizontais (constantes)

Esta hipoacutetese foi rejeitada o que indica que existem diferenccedilas verticais entre as curvas que

descrevem as alturas meacutedias das plantas ao longo do tempo O teste para as interaccedilotildees DAP x

I e DAP x N testou a hipoacutetese de perfis paralelos que foi rejeitada para a interaccedilatildeo DAP x I e

satisfeita para DAP x N para o teste estatiacutestico Traccedilo de Pillai embora ela tenha sido rejeitada

para os demais testes Com isso conclui-se a partir desses resultados que o crescimento em

altura para a interaccedilatildeo DAP x I eacute diferenciado pelo tratamento aplicado

Tabela 16 ndash Resultados dos testes multivariados para os fatores entre e intra indiviacuteduos para a variaacutevel altura no

segundo ciclo de avaliaccedilatildeo

Efeito Causa da variaccedilatildeo GL Teste F Valor p

Entre indiviacuteduos

Blocos (I) 6 730 00016

I 1 4027 lt 00001

N 3 4385 lt 00001

I x N 3 006 09807

Intra indiviacuteduos

DAP 4 34334 lt00001

DAP x Bloco (I) 12 277 00046

DAP x I 4 376 00216

DAP x N 12 169 00907

DAP x I x N 12 075 07021

DAP ndash Dias apoacutes poda de limpeza GL= graus de liberdade I ndash Irrigaccedilatildeo N ndash Doses de N

De acordo com o exposto os perfis meacutedios de resposta da altura das plantas (m) em

funccedilatildeo das quatro doses de adubo nitrogenado e das duas condiccedilotildees de manejo hiacutedrico nos

dois anos de cultivo pode ser representado graficamente conforme a Figura 22

95

Figura 22 ndash Perfis meacutedios da altura das plantas de pinhatildeo-manso para os dois anos de avaliaccedilatildeo

Com a exceccedilatildeo do primeiro periacuteodo de avaliaccedilatildeo em que os tratamentos foram receacutem

aplicados natildeo havendo portanto efeito sobre as plantas observou-se efeito significativo dos

tratamentos em praticamente todos os periacuteodos de avaliaccedilatildeo no primeiro ciclo ocorrendo

efeito significativo das doses de nitrogecircnio sobre a expressatildeo fenotiacutepica de altura meacutedia

(Figura 23) Esses resultados concordam com os encontrados por Albuquerque et al (2009b)

Oliveira e Beltratildeo (2010) e Yang et al (2013) O modelo polinomial de regressatildeo linear foi o

que apresentou o melhor ajuste para a altura de plantas em funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda de

limpeza (DAP) para todos os tratamentos apesar da reduccedilatildeo do crescimento meacutedio diaacuterio na

eacutepoca do inverno (Tabela 17) Para o segundo ano de avaliaccedilatildeo o uso da irrigaccedilatildeo mostrou

um efeito superior com relaccedilatildeo aos tratamentos natildeo irrigados em praticamente todo o periacuteodo

de avaliaccedilatildeo (Figura 24) e assim como para as doses de N de maior valor tiveram a regressatildeo

linear como melhor ajuste para a altura das plantas (Tabela 17) onde expressou-se o aumento

da altura das plantas no pico da produccedilatildeo natildeo ocorrendo o seu decreacutescimo no termino do seu

ciclo com o iniacutecio do periacuteodo do inverno Os demais tratamentos com deacuteficit (natildeo irrigado e

com as doses de 50 e 0 de N) tiveram o modelo de regressatildeo quadraacutetico como o melhor

ajuste para altura de plantas (Tabela 17) Na Tabela 18 satildeo apresentados as equaccedilotildees de ajuste

seguidos do coeficiente de determinaccedilatildeo corrigido (Rsup2corr) e do valor p para cada tratamento

nos dois anos de avaliaccedilatildeo

18

20

22

24

26

28

45 110 180 230 280

Alt

ura

da

pla

nta

(m

)

DAP

Ciclo 201314

150 N 100 N

50 N 0 N

22

24

26

28

30

32

34

45 90 130 190 260

Alt

ura

da p

lan

ta (

m)

DAP

Ciclo 201415

150 N 100 N

50 N 0 N

18

20

22

24

26

28

45 110 180 230 280

Alt

ura

da

pla

nta

(m

)

DAP

Ciclo 201314

Irrigado Natildeo irrigado

22

24

26

28

30

32

34

45 90 130 190 260

Alt

ura

da

pla

nta

(m

)

DAP

Ciclo 201415

Irrigado Natildeo irrigado

96

Tabela 17 ndash Anaacutelise de regresssatildeo para altura de plantas em funccedilatildeo do dia apoacutes a poda (DAP) para todos os

tratamentos nos dois anos de avaliaccedilatildeo

Modelo

Ciclo 201314

Irrigado Natildeo irrigado 150 N

F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC

Linear 1292 -26881 -26671 1423

-30348 -30140 787

-14210 -13985

Quadraacutetico 652ns

-26791 -26569 732ns

-30381 -30151 405ns

-14161 -13900

Modelo 100 N 50 N 0 N

F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC

Linear 1065 -14820 -14608 1324

-16041 -15808 427

-15645 -15416

Quadraacutetico 564ns

-14908 -14646 645ns

-15842 -15593 220ns

-15563 -15301

Modelo

Ciclo 201415

Irrigado Natildeo irrigado 150 N

F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC

Linear 505 -22525 -22358 243

-23220 -23050 459

-12768 -12632

Quadraacutetico 260ns

-22898 -22705 153 -23872 -23652 232

ns -13055 -12878

Modelo 100 N 50 N 0 N

F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC

Linear 311 -12585 -12439 257

-13791 -13635 118

-12617 -12430

Quadraacutetico 164ns

-12914 -12715 155 -14286 -14048 81

-12941 -12680

Niacuteveis de significacircncia Plt005 ns - natildeo significativo F ndash Teste F

(a) (b)

Figura 23 - Linhas de tendecircncia para altura de plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda (DAP)

para as diferentes doses de N aplicada (a) e do manejo hiacutedrico adotado (b) para o ciclo 201314

(a) (b)

Figura 24 ndash Linhas de tendecircncia para altura de plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda (DAP)

para as diferentes doses de N aplicada (a) e do manejo hiacutedrico adotado (b) para o ciclo 201415

18

2

22

24

26

28

3

0 50 100 150 200 250 300 350

Alt

ura

da p

lan

ta (

m)

DAP

150 N 100 N

50 N 0 N

18

2

22

24

26

28

3

0 50 100 150 200 250 300 350

Alt

ura

da p

lan

ta (

m)

DAP

Irrigado Natildeo irrigado

22

24

26

28

3

32

34

0 50 100 150 200 250 300

Alt

ura

da

pla

nta

(m

)

DAP

150 N 100 N

50 N 0 N

22

24

26

28

3

32

34

0 50 100 150 200 250 300

Alt

ura

da

pla

nta

(m

)

DAP

Irrigado Natildeo irrigado

97

Tabela 18 - Equaccedilotildees de ajuste para altura de plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda (DAP)

para as diferentes doses de N aplicada e do manejo hiacutedrico adotado para os dois ciclos de avaliaccedilatildeo

Tratamentos Equaccedilatildeo Altura (m) = f (DAP)

Rsup2corr Valor p Ciclo 201314

Irrigado 261x10-3

DAP + 196605 09697 lt00001

Natildeo Irrigado 22 x10-3

DAP +196074 09276 lt00001

150 N 258 x10-3

DAP + 198839 09710 lt00001

100 N 278x10-sup3 DAP + 196031 09326 lt00001

50 N 266x10-3

DAP + 192732 09698 lt00001

0 N 159x10-3

DAP + 197756 08960 lt00001

Tratamentos Ciclo 201415 Rsup2corr Valor p

Irrigado 254 x10-3

DAP + 256891 06737 lt00001

Natildeo Irrigado -1174 x10-5

DAPsup2 + 00053 DAP + 23023 07572 lt00001

150 N 281 x10-3

DAP + 256395 08370 lt00001

100 N 236 x10-3

DAP + 263288 07278 lt00001

50 N -1041 x10-5

DAPsup2 + 000505 DAP + 241365 08040 lt00001

0 N -122x10-5

DAPsup2 + 000521 DAP + 214707 06583 00012

O diacircmetro de copa para os diferentes tratamentos eacute apresentado na Figura 25 sob

condiccedilatildeo irrigada e de sequeiro (a) e para as doses de nitrogecircnio (b) respectivamente

Observou-se um comportamento semelhante ao paracircmetro altura no que se refere agrave curva de

crescimento Assim como na altura meacutedia da planta os tratamentos sem irrigaccedilatildeo e sem a

aplicaccedilatildeo de nitrogecircnio mostraram o menor crescimento no diacircmetro de copa quando

comparado aos demais tratamentos Em resumo independente do uso da irrigaccedilatildeo e das doses

de adubo nitrogenado o crescimento do diacircmetro meacutedio de copa seguiu o mesmo padratildeo para

todos os tratamentos tendo grande aumento da primeira para a segunda avaliaccedilatildeo e

aumentando com o tempo em uma taxa relativamente constante ao longo do ciclo ateacute a

penuacuteltima avaliaccedilatildeo quando o diacircmetro meacutedio de copa teve uma pequena queda devido ao

iniacutecio do periacuteodo de senescecircncia foliar

Na primeira avaliaccedilatildeo realizada o diacircmetro meacutedio geral foi de 154 m e ao final de

cada ciclo produtivo as plantas obtiveram um diacircmetro meacutedio de copa de 274 m e 322 m

para o terceiro e quarto de ano cultivo respectivamente assemelhando-se aos resultados

apresentados por Muumlller et al (2014) e superiores aos resultados de Torres et al (2011)

A variaccedilatildeo do diacircmetro de copa das plantas ocorreu principalmente em funccedilatildeo do

estaacutedio de desenvolvimento e da poda de manutenccedilatildeo e limpeza realizada sempre ao final de

cada ciclo de cultivo Ao longo do terceiro ano de cultivo o diacircmetro de copa das plantas de

98

pinhatildeo-manso tiveram uma taxa de crescimento acentuado ateacute marccedilo de 2014 tendo um

crescimento meacutedio diaacuterio de 061 063 059 e 045 cm dia-1

nas doses de 150 100 50 e

0 de nitrogecircnio respectivamente Com relaccedilatildeo ao tipo de manejo hiacutedrico adotado os

tratamentos irrigados e sem irrigaccedilatildeo apresentaram a mesma taxa de crescimento de 057 cm

dia-1

mesmo assim houve diferenccedila significativa da irrigaccedilatildeo nos dois ciclos de avaliaccedilatildeo o

que leva a concluir que o pinhatildeo-manso tambeacutem eacute exigente em aacutegua e quando suprido com as

suas necessidades hiacutedricas pode se desenvolver satisfatoriamente (FARIA et al 2011

OLIVEIRA et al 2012)

No quarto ano de cultivo os tratamentos com menores doses de nitrogecircnio aplicado

apresentaram as maiores taxas de crescimento diaacuterio sendo observada no tratamento com 0

de N (056 cm dia-1

) seguido do tratamento com 100 de N (054 cm dia-1

) 50 de N (051

cm dia-1

) e 150 de N (035 cm dia-1

) Diferente do terceiro ano os tratamentos com histoacuterico

de irrigaccedilatildeo apresentaram menor taxa de crescimento diaacuterio (044 cm dia-1

) em comparaccedilatildeo

com o valor meacutedio dos tratamentos na aacuterea sem irrigaccedilatildeo (053 cm dia-1

) Isso pode ser

explicado devido ao alto crescimento do diacircmetro no terceiro ano dos tratamentos irrigados e

com maiores doses de nitrogecircnio o que diminuiu a aacuterea de crescimento das plantas que no

final do quarto ano se encontravam com os ramos proacuteximos das plantas vizinhas mesmo com

a praacutetica da poda de manutenccedilatildeo e limpeza feito no final do terceiro ano Aleacutem disso o fato

da suspensatildeo da irrigaccedilatildeo no quarto ano de cultivo para a aacuterea irrigada eacute um fator que deve ser

considerado

(a) (b)

Figura 25 - Diacircmetro meacutedio de copa do pinhatildeo-manso (m) em funccedilatildeo do uso ou natildeo da irrigaccedilatildeo complementar

(a) e das doses de nitrogecircnio (b) durante o terceiro e quarto ano de cultivo

Por meio da anaacutelise univariada de perfil foi verificado que para os dois ciclos de

avaliaccedilatildeo o diacircmetro de copa apresentou diferenccedilas entre o tipo de manejo hiacutedrico utilizado

as doses de N e as eacutepocas de leitura realizadas (DAP) Para o ciclo 201314 a hipoacutetese de

10

15

20

25

30

35

40

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Diacirc

met

ro d

a c

op

a (

m)

Eacutepoca de avaliaccedilatildeo

Pivocirc central Sequeiro

Fator de variaccedilatildeo manejo hiacutedrico

10

15

20

25

30

35

40

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Eacutepoca de avaliaccedilatildeo

150 N 100 N 50 N 0 N

Fator de variaccedilatildeo doses de nitrogecircnio

99

perfis coincidentes foi satisfatoacuteria para as interaccedilotildees Irrigaccedilatildeo x Doses de N e DAP x

Irrigaccedilatildeo (Tabela 19) enquanto que para ciclo 201415 a interaccedilatildeo DAP x Doses de N obteve

essa condiccedilatildeo (Tabela 20) A interaccedilatildeo tripla DAP x Irrigaccedilatildeo x Doses N tambeacutem apresentou

condiccedilatildeo satisfatoacuteria para a hipoacutetese de perfis coincidentes sendo verificado para os dois anos

de cultivo Para os demais fatores a hipoacutetese de perfis coincidentes foi rejeitada (plt005) pelo

teste F o que indica nesses casos que o diacircmetro de copa do pinhatildeo-manso apresenta

comportamento diferenciado conforme o tipo de manejo hiacutedrico e a dose de N considerada

podendo haver interaccedilatildeo ao longo do tempo para um ou mais fatores

Tabela 19 ndash Anaacutelise univariada de perfis para diacircmetro de copa durante o ciclo 201314

Causas da variaccedilatildeo GL Soma de quadrados Quadrado meacutedio Teste F Pr gt F

Modelo 63 453052 071913 4968 lt00001

Bloco (Irrigaccedilatildeo) 6 1538018 0256336 1771 lt00001

Doses N 3 1121413 0373804 2582 lt00001

Irrigaccedilatildeo 1 139876 139876 9663 lt00001

Irrigaccedilatildeo x Doses N 3 0118585 0039528 273 00481

Resiacuteduo a 18 0829183 0046066 318 00001

DAP 4 3949819 9874546 68218 lt00001

DAP x Irrigaccedilatildeo 4 0063678 0015919 110 03612

DAP x Doses N 12 058035 0048363 334 00004

DAP x Irrigaccedilatildeo x Doses N 12 0157028 0013086 090 05459

Resiacuteduo b 96 13896 0014475

Total corrigido 159 466948

Rsup2 = 09702 CV = 477 Meacutedia do diacircmetro de copa (m) = 252

DAP ndash Dias apoacutes poda de limpeza GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo

Tabela 20 ndash Anaacutelise univariada de perfis para diacircmetro de copa durante o ciclo 201415

Causas da variaccedilatildeo GL Soma de quadrados Quadrado meacutedio Teste F Pr gt F

Modelo 63 2466208 0391462 2944 lt00001

Bloco (Irrigaccedilatildeo) 6 0542885 0090481 680 lt00001

Doses N 3 3145428 1048476 7884 lt00001

Irrigaccedilatildeo 1 1802003 1802003 13551 lt00001

Irrigaccedilatildeo x Doses N 3 0087148 0029049 218 00948

Resiacuteduo a 18 0830395 0046133 347 lt00001

DAP 4 1733346 4333365 32586 lt00001

DAP x Irrigaccedilatildeo 4 0434685 0108671 817 lt00001

DAP x Doses N 12 028251 0023543 177 00641

DAP x Irrigaccedilatildeo x Doses N 12 0203565 0016964 128 02455

Resiacuteduo b 96 127662 0013298

Total corrigido 159 259387

Rsup2 = 09508 CV = 368 Meacutedia do diacircmetro de copa (m) = 313

DAP ndash Dias apoacutes poda de limpeza GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo

Para o diacircmetro de copa pode-se observar pelas anaacutelises univariadas de perfil que nos

dois ciclos de avaliaccedilatildeo houve rejeiccedilatildeo pelo teste F (plt00001) da hipoacutetese de perfis

horizontais indicando que agrave medida que o tempo progride haacute variaccedilatildeo no diacircmetro de copa

do pinhatildeo-manso A hipoacutetese de perfis paralelos por sua vez foi rejeitada (plt005) para a

100

interaccedilatildeo DAP x Doses N e satisfeita para a interaccedilatildeo DAP x irrigaccedilatildeo para o ciclo 201314

enquanto que no ciclo seguinte tais interaccedilotildees ocorreram de forma oposta

Da mesma forma que ocorreu para altura de plantas o teste de esfericidade de

Mauchly para a variaacutevel diacircmetro de copa apresentou condiccedilatildeo de esfericidade satisfatoacuteria

para o ciclo 201314 e foi rejeitada para o ciclo 201415 (Tabela 21) Com isso sugere-se o

uso da anaacutelise univariada de perfis com parcelas subdividas no tempo para o primeiro ciclo

avaliaccedilatildeo e a anaacutelise multivariada de perfis para o ciclo 201415

Tabela 21 ndash Teste de esfericidade de Mauchly para diacircmetro de copa para os dois ciclos de avaliaccedilatildeo

Ciclo de

avaliaccedilatildeo

Grau de

liberdade de F

Criteacuterio de

Mauchly (W)

Estatiacutestica Qui-

Quadrado Xsup2 Valor p

Estatiacutestica

utilizada

201314 9 053605 10236 03317 Univariada

201415 9 039956 17255 00449 Multivariada

O diacircmetro meacutedio de copa das plantas de pinhatildeo-manso apresentaram por meio dos

testes multivariados a hipoacutetese de coincidecircncia dos perfis meacutedios (efeito entre indiviacuteduos)

rejeitada para as doses de N e para o uso de irrigaccedilatildeo complementar no segundo ano de

avaliaccedilatildeo indicando que as distacircncias meacutedias entre cada um desses grupos satildeo diferentes

(Tabela 22) A hipoacutetese de perfis horizontais (constantes) nas anaacutelises intra indiviacuteduos para o

fator DAP foi rejeitada indicando que existem diferenccedilas verticais entre as curvas que

descrevem os diacircmetros meacutedios de copa das plantas ao longo do tempo O teste para a

hipoacutetese de perfis paralelos foi rejeitada para as interaccedilotildees DAP x I e DAP x N o que define

que o crescimento do diacircmetro de copa do pinhatildeo-manso no segundo ano de avaliaccedilatildeo eacute

diferenciado de acordo com o tratamento aplicado

Tabela 22 ndash Resultados dos testes multivariados para os fatores entre e intra indiviacuteduos para a variaacutevel diacircmetro

de copa no segundo ciclo de avaliaccedilatildeo

Efeito Causa da variaccedilatildeo GL Teste F Valor p

Entre indiviacuteduos

Blocos (I) 6 196 01253

I 1 3906 lt 00001

N 3 2273 lt 00001

I x N 3 063 06053

Intra indiviacuteduos

DAP 4 35616 lt00001

DAP x Bloco (I) 24 213 00075

DAP x I 4 689 00023

DAP x N 12 257 00097

DAP x I x N 12 162 01161

DAP ndash Dias apoacutes poda de limpeza GL= graus de liberdade I ndash Irrigaccedilatildeo N ndash Doses de N

101

Os perfis meacutedios de resposta em funccedilatildeo do diacircmetro de copa do pinhatildeo-manso (m)

para as quatro doses de adubo nitrogenado e as duas condiccedilotildees de manejo hiacutedrico nos dois

anos de cultivo eacute apresentado na Figura 26

Figura 26 ndash Perfis meacutedios do diacircmetro de copa das plantas de pinhatildeo-manso para os dois anos de avaliaccedilatildeo

Para o diacircmetro meacutedio de copa observou-se efeito positivo dos tratamentos aplicados

em grande parte das medidas de avaliaccedilatildeo no terceiro (Figura 27) e no quarto ano de cultivo

(Figura 28) Durante os dois ciclos houve um efeito positivo do uso da irrigaccedilatildeo sobre a

expressatildeo fenotiacutepica do diacircmetro de copa sendo observado um acreacutescimo do diacircmetro nas

trecircs primeiras avaliaccedilotildees decrescendo ao final do ciclo Esses resultados corroboram com os

encontrados por Albuquerque et al (2009a) que analisando o crescimento inicial do pinhatildeo-

manso em condiccedilotildees de sequeiro no semiaacuterido nordestino verificaram um raacutepido crescimento

da cultura no periacuteodo chuvoso no entanto na eacutepoca seca do ano ocorreu uma draacutestica

reduccedilatildeo na sua taxa de crescimento O modelo de regressatildeo quadraacutetico foi o que apresentou o

melhor ajuste para o diacircmetro de copa das plantas em funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda de limpeza

(DAP) para os diferentes tipos de manejo hiacutedrico e doses de N para os dois ciclos de

avaliaccedilatildeo (Tabela 23) Com isso nos dois ciclos avaliados se expressou o aumento do

diacircmetro de copa no pico da produccedilatildeo decrescendo no termino do seu ciclo com o iniacutecio do

inverno A reduccedilatildeo do diacircmetro meacutedio de copa nas uacuteltimas coletas de cada ciclo corrobora

14

16

18

20

22

24

26

28

30

32

45 110 180 230 280

Diacirc

met

ro d

e co

pa

(m

)

DAP

Ciclo 201314

150 N 100 N

50 N 0 N

22

24

26

28

30

32

34

36

38

45 90 130 190 260

Diacirc

met

ro d

e co

pa

(m

)

DAP

Ciclo 201415

150 N 100 N

50 N 0 N

14

16

18

20

22

24

26

28

30

32

45 110 180 230 280

Diacirc

met

ro d

e co

pa

(m

)

DAP

Ciclo 201314

Irrigado Natildeo irrigado

20

22

24

26

28

30

32

34

36

38

45 90 130 190 260

Diacirc

met

ro d

e co

pa

(m

)

DAP

Ciclo 201415

Irrigado Natildeo irrigado

102

com a afirmaccedilatildeo de Santos et al (2010) de que o diacircmetro da copa do pinhatildeo-manso sofre

intensa reduccedilatildeo durante a estaccedilatildeo de inverno com a queda das folhas mas que essas

ressurgem vigorosamente apoacutes o iniacutecio das chuvas As equaccedilotildees de ajuste seguidas do

coeficiente de determinaccedilatildeo corrigidos (Rsup2corr) e do valor p para cada tratamento nos dois anos

de avaliaccedilatildeo para diacircmetro de copa satildeo apresentadas na Tabela 24

(a) (b)

Figura 27 - Linhas de tendecircncia para diacircmetro meacutedio de copa das plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias

apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a) e do manejo hiacutedrico adotado (b) para o

ciclo 201314

Tabela 23 - Anaacutelise de regresssatildeo para diacircmetro de copa em funccedilatildeo do dia apoacutes a poda (DAP) para todos os

tratamentos nos dois anos de avaliaccedilatildeo

Modelo

Ciclo 201314

Irrigado Natildeo irrigado 150 N

F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC

Linear 890 -1533 -1545 1272

-1791 -1808 503

-740 -753

Quadraacutetico 1571 -2205 -2190 2697

-2661 -2644 956

-1110 -1090

Modelo 100 N 50 N 0 N

F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC

Linear 809 -888 -905 530

-808 -820 316

-819 -831

Quadraacutetico 1750 -1351 -1329 873

-1136 -1120 683

-1175 -1156

Modelo

Ciclo 201415

Irrigado Natildeo irrigado 150 N

F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC

Linear 207 -1892 -1902 374

-1607 -1618 120

-841 -857

Quadraacutetico 673 -2493 -2479 850

-2206 -2193 414

-1181 -1175

Modelo 100 N 50 N 0 N

F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC

Linear 118 -858 -879 218

-952 -958 161

-851 -856

Quadraacutetico 566 -1290 -1285 379

-1196 -1181 374

-1131 -1107

Niacuteveis de significacircncia Plt005 ns - natildeo significativo F ndash Teste F

1

15

2

25

3

35

0 50 100 150 200 250 300 350

Diacirc

met

ro d

e co

pa (

m)

DAP

150 N 100 N

50 N 0 N

1

15

2

25

3

35

0 50 100 150 200 250 300 350

Diacirc

met

ro d

e co

pa (

m)

DAP

Irrigado Natildeo irrigado

103

(a) (b)

Figura 28 - Linhas de tendecircncia para diacircmetro meacutedio de copa das plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias

apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a) e do manejo hiacutedrico adotado (b) para o

ciclo 201314

O uso de anaacutelise de medidas repetidas no tempo fazendo uso de anaacutelises uni e

multivariadas tem sido uma alternativa no estudo do crescimento e do desenvolvimento de

plantas (GEBER DAWSON 1990 HANCOCK et al 2007 KING STANTON 2008

METCALFE et al 2008) tais como os efeitos da disponibilidade de aacutegua para as plantas e de

nutrientes que tem servido de fontes para alguns estudos (CARROL PALLARDY GALEN

2001 BREEN RICHARDS 2008 SANTIAGO et al 2012) Achten et al (2010)

monitoraram algumas variaacuteveis de crescimento e de produccedilatildeo de biomassa em pinhatildeo-manso

cultivadas em casa de vegetaccedilatildeo submetidas a trecircs diferentes niacuteveis de estresse hiacutedrico e

encontraram para as mudas que sofriam estresse hiacutedrico severo (natildeo irrigadas) a paralisaccedilatildeo

do crescimento o iniacutecio da queda das folhas e a reduccedilatildeo do diacircmetro do caule nos primeiros

dias apoacutes o iniacutecio dos tratamentos Por meio da anaacutelise de medidas repetidas os autores

confirmaram que os tratamentos de niacutevel de estresse hiacutedrico influenciaram significativamente

as variaacuteveis de crescimento enquanto que o tipo de Acesso natildeo teve efeito significativo O

efeito do tempo (idade da planta) e a interaccedilatildeo tempo X niacutevel de estresse tiveram interaccedilatildeo

significativa (valor p lt0001) influenciando no comprimento do caule nuacutemero de folhas

diacircmetro na base do caule volume de caule fator de forma e volume total (volume de tronco

+ ramos) no referido trabalho

2

24

28

32

36

4

0 50 100 150 200 250 300

Diacirc

met

ro d

e co

pa

(m

)

DAP

150 N 100 N

50 N 0 N

2

24

28

32

36

4

0 50 100 150 200 250 300

Diacirc

met

ro d

e co

pa (

m)

DAP

Irrigado Natildeo irrigado

104

Tabela 24 - Equaccedilotildees de ajuste para diacircmetro de copa das plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias apoacutes a

poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicadas e do manejo hiacutedrico adotado para os dois ciclos

de avaliaccedilatildeo

Tratamentos Equaccedilatildeo Diacircmetro de copa (m) = f (DAP)

Rsup2corr PrgtF Ciclo 201314

Irrigado -418x10-5

DAPsup2 + 001879 DAP + 091195 09480 lt00001

Natildeo Irrigado -385x10-5

DAPsup2 + 001769 DAP + 078312 09694 lt00001

150 N -438x10-5

DAPsup2 + 001984 DAP + 082331 09570 lt00001

100 N -386x10-5

DAPsup2 + 001833 DAP + 076701 09749 lt00001

50 N -389x10-5

DAPsup2 + 001787 DAP + 08647 09456 lt00001

0 N -393x10-5

DAPsup2 + 001692 DAP + 093513 09531 lt00001

Tratamentos Ciclo 201415 Rsup2corr PrgtF

Irrigado -454x10-5

DAPsup2 - 0016 DAP + 213748 08901 lt00001

Natildeo Irrigado -542x10-5

DAPsup2 + 001994 DAP + 159186 09187 lt00001

150 N -529x10-5

DAPsup2 - 001876 DAP + 195335 08588 lt00001

100 N -553x10-5

DAPsup2 - 001942 DAP + 187746 08906 lt00001

50 N -416x10-5

DAPsup2 + 00157 DAP + 201854 09074 lt00001

0 N -493x10-5

DAPsup2 + 0018 DAP + 160933 09500 lt00001

O volume de copa do pinhatildeo-manso para os diferentes tratamentos avaliados eacute

apresentado na Figura 29 Diferente dos valores encontrados para a altura meacutedia e o diacircmetro

de copa nota-se uma maior variabilidade entre os dois manejos hiacutedricos adotados e

principalmente entre as diferentes doses de adubaccedilatildeo aplicadas Para o primeiro ano de

avaliaccedilatildeo nesse estudo os tratamentos sem irrigaccedilatildeo e sem a aplicaccedilatildeo de nitrogecircnio

apresentaram os menores volumes de copa Jaacute no segundo ano de avaliaccedilatildeo que foi analisado

a partir da sexta eacutepoca de coleta os valores apresentados foram ainda mais contrastantes

Com exceccedilatildeo da seacutetima eacutepoca de coleta que coincidiu com o periacuteodo de pico da produccedilatildeo

justificando portanto a baixa variaccedilatildeo do volume de copa entre os diferentes tipos de manejos

hiacutedrico as demais eacutepocas avaliadas dentro do fator de manejo hiacutedrico e entre as doses

adubaccedilatildeo nitrogenada apresentaram uma alta diferenccedila entre os resultados obtidos

O aumento do volume de copa foi influenciado diretamente pelo maior

desenvolvimento em conjunto da altura e do diacircmetro de copa Os tratamentos que obtiveram

o maior volume de copa apresentaram uma maior emissatildeo de ramos laterais que

consequentemente vieram a ter um maior nuacutemero de inflorescecircncias emitidas permitindo uma

maior produccedilatildeo de frutos e oacuteleo por aacutervore como eacute o caso dos tratamentos irrigados e das

doses de 150 e 100 de nitrogecircnio Spinelli et al (2010) avaliaram os efeitos diretos e

indiretos das caracteriacutesticas vegetativas sobre o rendimento de oacuteleo de pinhatildeo-manso com 38

105

meses de cultivo em espaccedilamento 3 x 2 m e reportaram que ocorre um maior crescimento dos

ramos no sentido do maior espaccedilo de desenvolvimento resultando em uma copa maior Esses

mesmos autores destacaram ainda que o volume da copa tem efeito direto sobre a

produtividade de sementes sendo a arquitetura da copa uma caracteriacutestica importante no

cultivo do pinhatildeo-manso

(a) (b)

Figura 29 - Volume de copa do pinhatildeo-manso (msup3) em funccedilatildeo do uso ou natildeo da irrigaccedilatildeo complementar (a) e das

doses de nitrogecircnio (b) durante o terceiro e quarto ano de cultivo

Nas Tabelas 25 e 26 satildeo apresentados o resultado da anaacutelise univariada de perfis para

o volume de copa de pinhatildeo-manso para o primeiro e segundo ciclo de avaliaccedilatildeo

respectivamente Assim como para altura de plantas e diacircmetro de copa o volume de copa

apresentou diferenccedilas altamente significativas entre o tipo de manejo hiacutedrico e doses de N

utilizadas A hipoacutetese de perfis horizontais tambeacutem foi rejeitada indicando que agrave medida que

o tempo progride haacute variaccedilatildeo no crescimento em volume de copa do pinhatildeo-manso O

resultado dos testes de paralelismo foi rejeitado para as interaccedilotildees DAP x Irrigaccedilatildeo e DAP x

Doses de N para o ciclo 201314 enquanto que para ciclo 201415 apenas a interaccedilatildeo DAP x

Doses de N obteve essa condiccedilatildeo mostrando nesses casos comportamento diferenciado do

volume de copa do pinhatildeo-manso entre esses tratamentos ao longo do tempo

0

5

10

15

20

25

30

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Vo

lum

e d

e co

pa

(m

sup3)

Eacutepoca de avaliaccedilatildeo

Pivocirc central Sequeiro

Fator de variaccedilatildeo manejo hiacutedrico

0

5

10

15

20

25

30

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Eacutepoca de avaliaccedilatildeo

150 N 100 N 50 N 0 N

Fator de variaccedilatildeo doses de nitrogecircnio

106

Tabela 25 ndash Anaacutelise univariada de perfis para volume de copa durante o ciclo 201314

Causas da variaccedilatildeo GL Soma de quadrados Quadrado meacutedio Teste F Valor p

Modelo 63 4722827 749655 2491 lt00001

Bloco (Irrigaccedilatildeo) 6 257981 429968 1429 lt00001

Doses N 3 288904 963012 3200 lt00001

Irrigaccedilatildeo 1 101857 101857 3385 lt00001

Irrigaccedilatildeo x Doses N 3 132621 44207 147 02279

Resiacuteduo a 18 136315 75731 252 00021

DAP 4 3649956 912489 30322 lt00001

DAP x Irrigaccedilatildeo 4 126155 315387 1048 lt00001

DAP x Doses N 12 128198 106831 355 00002

DAP x Irrigaccedilatildeo x Doses N 12 202008 16834 056 08692

Resiacuteduo b 96 288898 30094

Total corrigido 159 5011726

Rsup2 = 09424 CV = 1327 Meacutedia do volume de copa (msup3) = 1307

DAP ndash Dias apoacutes poda de limpeza GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo

Tabela 26 ndash Anaacutelise univariada de perfis para volume de copa durante o ciclo 201415

Causas da variaccedilatildeo GL Soma de quadrados Quadrado meacutedio Teste F Valor p

Modelo 63 6849915 108729 3516 lt00001

Bloco (Irrigaccedilatildeo) 6 256135 426891 1380 lt 00001

Doses N 3 1478784 492928 15940 lt 00001

Irrigaccedilatildeo 1 662433 662433 21422 lt 00001

Irrigaccedilatildeo x Doses N 3 53523 17841 058 06315

Resiacuteduo a 18 268255 149031 482 lt 00001

DAP 4 403496 100874 32621 lt 00001

DAP x Irrigaccedilatildeo 4 116951 29238 095 04412

DAP x Doses N 12 918433 76536 248 00073

DAP x Irrigaccedilatildeo x Doses N 12 404572 33714 109 03771

Resiacuteduo b 96 296862 30923

Total corrigido 159 7146777

Rsup2 = 09585 CV = 779 Meacutedia do volume de copa (msup3) = 2259

DAP ndash Dias apoacutes poda de limpeza GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo

A condiccedilatildeo de esfericidade da matriz de covariacircncias para o volume de copa para os

dois anos de avaliaccedilatildeo foi satisfeita (Tabela 27) indicando que a anaacutelise univariada de perfis

com parcelas subdividas no tempo realizada anteriormente foi validada para os dois ciclos de

avaliaccedilatildeo natildeo sendo necessaacuteria a realizaccedilatildeo da anaacutelise multivariada de perfis para nenhum

caso

Tabela 27 ndash Teste de esfericidade de Mauchly para o volume de copa para os dois ciclos de avaliaccedilatildeo

Ciclo de

avaliaccedilatildeo

Grau de

liberdade de F

Criteacuterio de

Mauchly (W)

Estatiacutestica Qui-

Quadrado Xsup2 valor-p

Estatiacutestica

utilizada

201314 9 041419 14470 01066 Univariada

201415 9 043446 12590 01821 Univariada

107

Conforme os resultados apresentados das anaacutelises univariadas de perfis os perfis

meacutedios de resposta para o volume de copa (msup3) em funccedilatildeo das quatro doses de adubo

nitrogenado e das duas condiccedilotildees de manejo hiacutedrico nos dois anos de cultivo eacute apresentado na

Figura 30

Figura 30 ndash Perfis meacutedios do volume de copa de pinhatildeo-manso para os dois anos de avaliaccedilatildeo

O volume meacutedio de copa apresentou uma tendecircncia semelhante agrave observada para o

diacircmetro meacutedio de copa das plantas em alguns tratamentos tendo a regressatildeo quadraacutetica

como melhor modelo de ajuste para todos os tratamentos nos dois ciclos de avaliaccedilatildeo essa

apresentou para todos os tratamentos os menores valores de AIC e BIC (Tabela 28) As

equaccedilotildees de regressatildeo de cada tratamento seguidas do Rsup2 corrigido e do valor p satildeo

apresentadas na Tabela 29 Independente do periacuteodo em que foi avaliado com a exceccedilatildeo das

primeiras leituras no ciclo 201314 os tratamentos nos quais natildeo houve deacuteficit de aacutegua ou de

nitrogecircnio foram os que apresentaram os maiores resultados para o volume de copa (Figura 31

e Figura 32) De acordo com Spinelli et al (2010) o maior desenvolvimento da copa pode

aumentar a produtividade por planta diminuindo os custos da colheita no pinhatildeo-manso

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

45 110 180 230 280

Volu

me

de

cop

a (

msup3)

DAP

Ciclo 201314

150 N 100 N

50 N 0 N

8

11

14

17

20

23

26

29

32

45 90 130 190 260

Volu

me

de

cop

a (

msup3)

DAP

Ciclo 201415

150 N 100 N

50 N 0 N

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

45 110 180 230 280

Volu

me

de

cop

a (

msup3)

DAP

Ciclo 201314

Irrigado Natildeo irrigado

8

11

14

17

20

23

26

29

32

45 90 130 190 260

Vo

lum

e d

e co

pa

(m

sup3)

DAP

Ciclo 201415

Irrigado Natildeo irrigado

108

(a) (b)

Figura 31 - Linhas de tendecircncia para o volume meacutedio de copa das plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias

apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a) e do manejo hiacutedrico adotado (b) para o

ciclo 201314

Tabela 28 - Anaacutelise de regresssatildeo para diacircmetro de copa em funccedilatildeo do dia apoacutes a poda (DAP) para todos os

tratamentos nos dois anos de avaliaccedilatildeo

Modelo

Ciclo 201314

Irrigado Natildeo irrigado 150 N

F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC

Linear 968 2235 2246 1212

1912 1909 554

1138 1144

Quadraacutetico 711 2064 2084 1530

1392 1415 538

973 999

Modelo 100 N 50 N 0 N

F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC

Linear 957 937 942 760

939 945 299

969 973

Quadraacutetico 908 750 776 649

796 820 359

790 815

Modelo

Ciclo 201415

Irrigado Natildeo irrigado 150 N

F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC

Linear 376 2654 2656 380

2716 2716 228

1360 1354

Quadraacutetico 583 2250 2273 634

2274 2296 443

1079 1102

Modelo 100 N 50 N 0 N

F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC

Linear 217 1318 1307 314

1206 1206 174

1197 1195

Quadraacutetico 606 938 963 440

980 1005 351

942 969

Niacuteveis de significacircncia Plt005 ns - natildeo significativo F ndash Teste F

(a) (b)

Figura 32 - Linhas de tendecircncia para o volume meacutedio de copa das plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias

apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a) e do manejo hiacutedrico adotado (b) para o

ciclo 201415

1

5

9

13

17

21

0 50 100 150 200 250 300 350

Volu

me

de

cop

a (

msup3)

DAP

150 N 100 N

50 N 0 N

1

5

9

13

17

21

0 50 100 150 200 250 300 350

Volu

me

de

cop

a (

msup3)

DAP

Irrigado Natildeo irrigado

2

7

12

17

22

27

32

37

0 50 100 150 200 250 300

Volu

me

de

cop

a (

msup3)

DAP

150 N 100 N

50 N 0 N

2

7

12

17

22

27

32

0 50 100 150 200 250 300

Volu

me

de

cop

a (

msup3)

DAP

Irrigado Natildeo irrigado

109

Tabela 29 - Equaccedilotildees de ajuste para o volume de copa das plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias apoacutes a

poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada e do manejo hiacutedrico adotado para os dois ciclos

de avaliaccedilatildeo

Tratamentos Equaccedilatildeo Volume de copa (msup3) = f (DAP)

Rsup2corr PrgtF Ciclo 201314

Irrigado -268x10-4

DAPsup2 + 014066 DAP ndash 082484 08735 lt00001

Natildeo Irrigado -331x10-4

DAPsup2 + 015806 DAP ndash 29731 09940 lt00001

150 N -354x10-4

DAPsup2 + 017429 DAP ndash 26101 09583 lt00001

100 N -287x10-4

DAPsup2 + 015268 DAP ndash 255456 09593 lt00001

50 N -262x10-4

DAPsup2 + 013816 DAP ndash 135607 09464 lt00001

0 N -294x10-4

DAPsup2 + 013232 DAP ndash 107514 09491 lt00001

Tratamentos Ciclo 201415 Rsup2corr PrgtF

Irrigado -6788x10-4

DAPsup2 + 025585 DAP + 578175 09833 lt00001

Natildeo Irrigado -7289x10-4

DAPsup2 + 027341 DAP + 051229 09806 lt00001

150 N -7823x10-4

DAPsup2 + 029396 DAP + 367095 09526 lt00001

100 N -8129x10-4

DAPsup2 + 029947 DAP + 291215 09877 lt00001

50 N -602x10-4

DAPsup2 + 023689 DAP + 498426 09861 lt00001

0 N -6182x10-5

DAPsup2 + 022819 DAP + 102072 09974 lt00001

Embora a arquitetura da copa do pinhatildeo-manso seja uma caracteriacutestica importante na

seleccedilatildeo e caracterizaccedilatildeo de genoacutetipos superiores (RAO et al 2008 LAVIOLA et al 2010

SPINELLI et al 2010 BHERING et al 2012) existem poucos trabalhos que avaliaram a

diferenccedila da arquitetura das plantas considerando conjuntamente a relaccedilatildeo entre a projeccedilatildeo e a

altura de copa Segundo Rao et al (2008) tanto o diacircmetro quanto o volume da copa

constituem junto ao caracter nuacutemero de ramos os principais componentes de produccedilatildeo do

pinhatildeo-manso Para Bhering et al (2012) a seleccedilatildeo direta quanto agrave produccedilatildeo de sementes em

pinhatildeo-manso tende a estar relacionada ao diacircmetro e ao volume de copa e segundo esses

autores esta informaccedilatildeo eacute relevante para prever as adaptaccedilotildees necessaacuterias ao sistema de

produccedilatildeo (espaccedilamento colheitadeira) para as cultivares melhoradas que se espera obter

47 Iacutendice de aacuterea foliar (IAF)

A equaccedilatildeo de calibraccedilatildeo do equipamento LAI-2200 eacute expressa na Figura 33 A

calibraccedilatildeo foi realizada pela comparaccedilatildeo entre o IAF estimado com o equipamento LAI-2200

e o IAF real das plantas de pinhatildeo-manso determinado com o equipamento CI-203 (CID Bio-

Sciencereg) O IAF foliar real foi determinado pela razatildeo da aacuterea foliar total e a aacuterea do terreno

110

disponiacutevel agraves plantas Para realizar a calibraccedilatildeo do equipamento foram utilizadas dez de um

total de onze plantas sendo excluiacutedo o valor mais extremo Com um coeficiente de

determinaccedilatildeo (Rsup2) de 08287 pode ser observado que o IAF real foi cerca de 093 do IAF

estimado ou seja o equipamento LAI-2200 estava superestimando o IAF em cerca de 7

Com a equaccedilatildeo de calibraccedilatildeo obtida dos valores de IAF medidos no campo ao redor da aacuterea

experimental todos os valores de IAF foram corrigidos para valores mais proacuteximos dos reais

podendo a equaccedilatildeo de calibraccedilatildeo ser utilizada novamente quando as estimativas do IAF forem

realizadas com o equipamento LAI-2200 nas plantas de pinhatildeo-manso com as mesmas

caracteriacutesticas de cultivo e nas condiccedilotildees de clima e solo estudados

Figura 33 - Equaccedilatildeo de calibraccedilatildeo do IAF para o equipamento LAI 2200

As meacutedias do IAF foram significativamente diferentes pelo teste F entre as diferentes

doses de N aplicada uso da irrigaccedilatildeo e eacutepoca de avaliaccedilatildeo (DAP) apoacutes o iniacutecio do quarto

ciclo de cultivo (201415) rejeitando a hipoacutetese de perfis horizontais (Tabela 30) Pela anaacutelise

univariada de perfis identificou-se tambeacutem interaccedilatildeo significativa entre as doses de N e a

eacutepoca de avaliaccedilatildeo e interaccedilatildeo altamente significativa entre a irrigaccedilatildeo e a eacutepoca de

avaliaccedilatildeo rejeitando portanto a hipoacutetese de paralelismo dos perfis Assim como para as

outras variaacuteveis de crescimento (altura diacircmetro e volume de copa) natildeo houve efeito da

interaccedilatildeo tripla Irrigaccedilatildeo x Doses N x DAP O efeito dos blocos dentro de cada experimento

(manejo hiacutedrico) mostrou-se significativo para o IAF o que reforccedila neste caso o uso do

delineamento em blocos aleatorizados dentro de cada experimento Simotildees et al (2014)

observaram que irrigaccedilatildeo e diferentes doses de N influenciaram no aumento da aacuterea foliar no

desenvolvimento inicial de pinhatildeo-manso assim como a interaccedilatildeo entre esses fatores

IAFReal = 0928 x IAFEstimado

Rsup2 = 08287

00

02

04

06

08

10

12

00 02 04 06 08 10 12

IAF

Rea

l

IAF Estimado

111

Tabela 30 - Anaacutelise univariada de perfis para IAF durante o ciclo 201415

Causas da variaccedilatildeo GL Soma de quadrados Quadrado meacutedio Teste F Valor p

Modelo 87 852864 09803 1194 lt 00001

Bloco (Irrigaccedilatildeo) 6 09908 016513 201 00668

Doses N 3 42497 147166 1726 lt 00001

Irrigaccedilatildeo 1 645795 645795 7867 lt 00001

Irrigaccedilatildeo x Doses N 3 045145 015048 183 01431

Resiacuteduo a 18 168772 009376 114 03161

DAP 7 611969 874242 10650 lt 00001

DAP x Irrigaccedilatildeo 7 554613 07923 965 lt 00001

DAP x Doses N 21 282023 01343 164 00465

DAP x Irrigaccedilatildeo x Doses N 21 18855 008979 109 03591

Resiacuteduo b 168 137914 008209

Total corrigido 255 990778

Rsup2 = 08608 CV = 2217 Meacutedia IAF = 129

DAP ndash Dias apoacutes poda de limpeza GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo

Verificou-se por intermeacutedio do teste de esfericidade de Mauchly realizado com 27

graus de liberdade e aproximaccedilatildeo Qui-Quadrado (35045) que a condiccedilatildeo de esfericidade foi

satisfeita com um niacutevel de significacircncia de 01377 (Teste de Mauchly natildeo significativo com

valor pgt005) Isto indica que a matriz de covariacircncia nesse caso eacute da forma esfeacuterica

apresentando variacircncias iguais e correlaccedilotildees nulas podendo ser empregado o modelo de

parcela subdividida no tempo pela anaacutelise univariada de perfis Na Figura 34 satildeo apresentados

os perfis meacutedios de resposta para o iacutendice de aacuterea foliar (IAF) em funccedilatildeo das quatro doses de

adubo nitrogenado e das duas condiccedilotildees de manejo hiacutedrico para o segundo ciclo de avaliaccedilatildeo

Figura 34 ndash Perfis meacutedios do IAF de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo da dose de nitrogecircnio aplicada e do manejo

hiacutedrico adotado

O modelo de regressatildeo quadraacutetico foi o que apresentou o melhor ajuste para todos os

tratamentos (Tabela 31) Um fato que contribuiu para este comportamento foi o iniacutecio das

leituras a partir dos 45 dias apoacutes a poda de limpeza o que impediu o ajuste dos dados iniciais

das primeiras semanas que seriam menores dado o iniacutecio da nova emissatildeo de folhas para este

ciclo O IAF apresentou uma grande variaccedilatildeo entre os tratamentos com os maiores valores

00

05

10

15

20

25

30

55 80 105 135 165 195 225 255

IAF

DAP

150 N 100 N

50 N 0 N

00

05

10

15

20

25

45 75 105 135 165 195 225 255

DAP

Irrigado Natildeo irrigado

112

para os tratamentos sem deacuteficit hiacutedrico ou de N Com o decorrer do tempo os valores foram se

decrescendo com os todos os tratamentos atingindo a mesma faixa de IAF com o iniacutecio da

fase de senescecircncia foliar (Figura 35) Na Tabela 32 satildeo apresentadas as equaccedilotildees de

regressatildeo de cada tratamento seguidas do Rsup2 corrigido e do valor p para o iacutendice de aacuterea

foliar

Tabela 31 - Anaacutelise de regresssatildeo para o IAF em funccedilatildeo do dia apoacutes a poda (DAP) para todos os tratamentos no

segundo ano de avaliaccedilatildeo

Modelo Irrigado Natildeo irrigado 150 N

F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC

Linear 1341 -2063 -2051 313

-2067 -2059 349

-833 -821

Quadraacutetico 822ns

-2071 -2602 504 -2302 -2288 288

-858 -846

Modelo 100 N 50 N 0 N

F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC

Linear 372 -980 -967 411

-1041 -1024 206

-1011 -997

Quadraacutetico 312 -1006 -992 282

ns -1041 -1023 196

-1045 -1030

Niacuteveis de significacircncia Plt001 ns - natildeo significativo F ndash Teste F

(a) (b)

Figura 35 - Linhas de tendecircncia para o iacutendice de aacuterea foliar (IAF) das plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos

dias apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a) e do manejo hiacutedrico adotado (b)

para o ciclo 201415

Tabela 32 - Equaccedilotildees de ajuste para o IAF das plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda (DAP)

para as diferentes doses de N aplicadas e do manejo hiacutedrico adotado para o segundo ciclo de

avaliaccedilatildeo

Tratamentos Equaccedilatildeo IAF = f (DAP) Rsup2 PrgtF

Irrigado -718x10-sup3 DAP + 254196 06710 lt00001

Natildeo Irrigado -715x10-5

DAPsup2 + 00185 DAP + 028721 06899 lt00001

150 N -649x10-5

DAPsup2 + 001389 DAP + 114529 06564 lt00001

100 N -601x10-5

DAPsup2 + 001285 DAP + 103989 07574 lt00001

50 N -56x10-sup3 DAP + 207776 06003 lt00001

0 N -549x10-5

DAPsup2 + 001288 DAP + 06784 07982 lt00001

0

02

04

06

08

1

12

14

16

18

2

0 50 100 150 200 250 300

IAF

DAP

150 N 100 N

50 N 0 N

0

05

1

15

2

25

0 50 100 150 200 250 300

IAF

DAP

Irrigado

Natildeo irrigado

113

Freiberger (2012) estudando o efeito de doses de N no crescimento de plantas de

pinhatildeo-manso concluiu que os valores de aacuterea foliar ajustaram-se ao modelo quadraacutetico o

qual permitiu estimativa de valor maacuteximo de 6469 cm2 para a dose estimada de 97 kg ha

-1 de

N Oliveira (2009) avaliando o crescimento e a capacidade produtiva em funccedilatildeo de adubaccedilatildeo

mineral no semiaacuterido paraibano observou que dentre as doses de N estudadas (0 30 60 e 90

kg ha-1

) a maior delas proporcionou o maior nuacutemero de folhas de pinhatildeo-manso com

tendecircncia linear crescente

A disponibilidade hiacutedrica complementada pela irrigaccedilatildeo aumentou significativamente

o iacutendice de aacuterea foliar nos tratamentos fato este tambeacutem observado em outros trabalhos nos

quais o estresse hiacutedrico afetou esta variaacutevel (MAES et al 2009a ACHTEN et al 2010

SILVA et al 2011) Duarte et al (2015) em um estudo sobre o desenvolvimento inicial do

pinhatildeo-manso confirmaram a grande capacidade que a planta tem de se adaptar ao deacuteficit

hiacutedrico ao verificar a capacidade da planta de tolerar o estresse hiacutedrico retardando o

crescimento da parte aeacuterea com ajustamento da aacuterea foliar para reduzir a taxa de

evapotranspiraccedilatildeo aleacutem de intensificar o crescimento da zona radicular Em um outro estudo

apesar de natildeo apresentar diferenccedila significativa em nenhuma das eacutepocas amostradas

Horschutz et al (2012) constataram que as maiores meacutedias do IAF foram observadas para os

tratamentos que continham complementaccedilatildeo hiacutedrica

48 Iacutendice de clorofila

A clorofila eacute o pigmento responsaacutevel pela captaccedilatildeo da energia solar atuando na

oxidaccedilatildeo da aacutegua e consequentemente na liberaccedilatildeo do oxigecircnio e na reduccedilatildeo do dioacutexido de

carbono para a formaccedilatildeo de cadeias carbocircnicas principalmente accediluacutecar (TAIZ ZEIGER

2009) Segundo Barbieri Juacutenior (2009) o clorofilocircmetro eacute um instrumento que indica de

forma indireta o teor de clorofila com base nas propriedades oacuteticas das folhas sendo que os

teores de clorofila total relacionaram-se diretamente com as leituras do clorofilocircmetro para

um experimento realizado com Capim-Tifton 85 com coeficiente de determinaccedilatildeo (Rsup2) acima

de 85 O autor ainda relata que a atividade fotossinteacutetica o conteuacutedo de proteiacutenas e de

carboidratos soluacuteveis o N total e os teores de micronutrientes existentes nas folhas satildeo

algumas das variaacuteveis que podem ser correlacionadas com o conteuacutedo de clorofila no tecido

foliar Na Figura 36 satildeo apresentadas as distribuiccedilotildees temporais dos valores de clorofila total

114

expressos em Iacutendice de Clorofila Falker (ICF) durante o terceiro ano de cultivo em funccedilatildeo da

dose de adubaccedilatildeo nitrogenada (a) e do manejo hiacutedrico (b)

(a) (b)

Figura 36 - Variaccedilatildeo temporal dos teores de clorofila total em funccedilatildeo doses de nitrogecircnio (a) e do manejo hiacutedrico

(b) para o terceiro ano de cultivo

Como pode ser visto na Figura 36 os teores de clorofila total se apresentam com niacuteveis

muito baixos no periacuteodo do florescimento e formaccedilatildeo de frutos em comparaccedilatildeo aos outros

dois periacuteodos fato tambeacutem observado pelas leituras realizadas no segundo ciclo de avaliaccedilatildeo

poreacutem com uma menor intensidade para as menores doses de N (Figura 37) Os tratamentos

irrigados apresentaram maiores valores de clorofila total durante o primeiro ciclo fato que

natildeo se repetiu no ano seguinte com o cultivo com histoacuterico de irrigaccedilatildeo (Figura 38) As

diferentes doses de N aplicadas influenciaram positivamente o aumento do teor de clorofila

total nos dois ciclos

Figura 37 - Teores de clorofila total em funccedilatildeo das doses de nitrogecircnio aplicada para o quarto ano de cultivo

300

350

400

450

500

550

Jan2014 Mar2014 Mai2014

ICF

Eacutepoca de avaliaccedilatildeo

150 N

100 N

50 N

0 N

a

a a

b

b

aa a

a a

aa

300

340

380

420

460

500

Jan2014 Mar2014 Mai2014

ICF

Eacutepoca de avaliaccedilatildeo

Irrigado

Sequeirob

a

a b

a a

420

440

460

480

500

520

540

Nov2014 Dez2014 Jan2015 Fev2015 Abr2015

ICF

Eacutepoca de avaliaccedilatildeo

150 N 100 N 50 N 0 N

a

a

a

a

ab ab

b

a

b

b

aa

aa a

aa

ab

bab

115

Figura 38 - Teores de clorofila total em funccedilatildeo do manejo hiacutedrico adotado para o quarto ano de cultivo

Os valores relativos de clorofila A e B apresentaram o mesmo comportamento da

clorofila total que eacute a soma das duas clorofilas Assim como na clorofila total os valores de

clorofila A e B diminuiacuteram com a reduccedilatildeo da adubaccedilatildeo nitrogenada e as doses de 50 e 0

da adubaccedilatildeo nitrogenada foram aquelas que apresentaram os menores valores (Tabela 33 e

Tabela 34) Diferente desses resultados Vale (2009) ao estudar o efeito da aplicaccedilatildeo de

nitrogecircnio na cana-de-accediluacutecar afirma que natildeo houve efeito significativo da leitura do iacutendice de

clorofila com o aumento da aplicaccedilatildeo de nitrogecircnio mesmo com o aumento significativo na

biomassa das plantas Para o ciclo 201314 apenas a clorofila B natildeo apresentou efeito da

irrigaccedilatildeo fato que influenciou a natildeo significacircncia da relaccedilatildeo clorofila AB Jaacute no ano

seguinte todas as variaacuteveis apresentaram efeito do manejo hiacutedrico

Tabela 33 - Valores meacutedios dos iacutendices de clorofila total A e B (ICF) e da relaccedilatildeo clorofila AB das folhas de

pinhatildeo-manso para todos os tratamentos avaliados no primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo

Manejo

hiacutedrico

Doses de Nitrogecircnio

150 100 50 0 Meacutedias

Clorofila Total

Irrigado 456 450 446 422 443 B

Sequeiro 487 464 451 415 454 A

Meacutedias 471 a 457 ab 449 b 419 c

Clorofila A

Irrigado 357 353 353 337 350 B

Sequeiro 377 365 358 340 360 A

Meacutedias 367 a 359 ab 355 b 339 c

Clorofila B

Irrigado 99 97 93 85 93 A

Sequeiro 110 99 93 75 94 A

Meacutedias 104 a 98 ab 93 b 80 c

Relaccedilatildeo Clorofila AB

Irrigado 407 429 437 466 435 A

Sequeiro 371 406 411 488 419 A

Meacutedias 389 c 418 bc 424 b 477 a

Meacutedias seguidas de mesma letra maiuacutesculas na coluna e minuacutesculas na linha natildeo diferem entre si pelo teste de

Tukey a 5 de probabilidade

420

440

460

480

500

520

540

560

Nov2014 Dez2014 Jan2015 Fev2015 Abr2015

ICF

Eacutepoca de avaliaccedilatildeo

Irrigado Sequeiro

a

a

aa

a

b

b

b a b

116

Tabela 34 - Valores meacutedios dos iacutendices de clorofila total A e B (ICF) e da relaccedilatildeo clorofila AB das folhas de

pinhatildeo-manso para todos os tratamentos avaliados no segundo ciclo de avaliaccedilatildeo

Manejo

hiacutedrico

Doses de Nitrogecircnio

150 100 50 0 Meacutedias

Clorofila Total

Irrigado 505 501 492 478 494 A

Sequeiro 495 484 447 448 469 B

Meacutedias 501 a 493 a 470 b 463 b

Clorofila A

Irrigado 387 389 383 376 384 A

Sequeiro 382 376 358 358 368 B

Meacutedias 385 a 383 a 371 b 367 b

Clorofila B

Irrigado 118 112 108 101 110 A

Sequeiro 114 108 89 88 100 B

Meacutedias 116 a 110 a 99 b 95 b

Relaccedilatildeo Clorofila AB

Irrigado 350 362 370 385 367 B

Sequeiro 346 361 414 419 385 A

Meacutedias 349 b 361 b 392 a 402 a

Meacutedias seguidas de mesma letra maiuacutesculas na coluna e minuacutesculas na linha natildeo diferem entre si pelo teste de

Tukey a 5 de probabilidade

A relaccedilatildeo clorofila AB apresentou os seus maiores valores para as menores doses de

N (50 e 0) aplicada devido ao baixo teor de clorofila B presentes principalmente nos

tratamentos sem irrigaccedilatildeo A manutenccedilatildeo dos altos valores de clorofila B presente nos

tratamentos com as maiores doses de N em qualquer condiccedilatildeo eacute um fator positivo pois deve

salientar-se que uma proporccedilatildeo relativa maior de clorofila B eacute uma caracteriacutestica importante

pois possibilita a captura de foacutetons de outros comprimentos de onda (VIEIRA et al 2010)

Os altos teores de clorofila apresentados nos tratamentos irrigados e com maiores

doses de N podem tambeacutem ser explicados pela maior incidecircncia de folhas devido ao estiacutemulo

da irrigaccedilatildeo e da adubaccedilatildeo nitrogenada ocasionando um maior sombreamento das folhas o

que faz com que elas possuam mais grana por cloroplastos apresentando uma maior

quantidade de clorofila por centro de reaccedilatildeo (FAHL et al 1994)

Quando submetidas a um estresse hiacutedrico severo os conteuacutedos de clorofila presentes

nas folhas das plantas muitas vezes podem vir a diminuir devido agrave degradaccedilatildeo progressiva da

clorofila nas folhas (MARTIacuteNEZ-FERRI et al 2004 JALEEL et al 2009 ANJUM et al

2011) ocorrendo tambeacutem para a cultura do pinhatildeo-manso (POMPELLI et al 2010) No

entanto Sapeta et al (2013) natildeo encontraram nenhuma reduccedilatildeo significativa nos teores de

clorofila A ou B nem mesmo com o tratamento sob maacuteximo estresse hiacutedrico Os autores

observaram contudo uma reduccedilatildeo das razotildees de clorofila AB durante o periacuteodo mais seco

ocasionado devido a um aumento no conteuacutedo de clorofila B Pompelli et al (2010) tambeacutem

117

observaram uma reduccedilatildeo da relaccedilatildeo clorofila AB no pinhatildeo-manso embora esta reduccedilatildeo

diferente do constatado por Sapeta et al (2013) tenha sido acompanhada por uma diminuiccedilatildeo

no conteuacutedo de clorofila total sendo principalmente de clorofila A

Na Tabela 35 eacute apresentada um resumo das anaacutelises univariadas de perfis para

clorofila total A B relaccedilatildeo clorofila AB e para nitrogecircnio foliar todos para o segundo ciclo

de avaliaccedilatildeo natildeo foram realizadas para o primeiro ciclo devido ao pouco nuacutemero de medidas

realizadas no periacuteodo o que comprometeria a caracterizaccedilatildeo da anaacutelise de perfis As meacutedias

de todas as variaacuteveis analisadas foram significativamente diferentes pelo teste F entre as

diferentes doses de N aplicadas e da eacutepoca de avaliaccedilatildeo (DAP) no quarto ciclo de cultivo

(201415) rejeitando a hipoacutetese de perfis horizontais (Tabela 35) O uso da irrigaccedilatildeo por sua

vez natildeo causou efeito para a relaccedilatildeo clorofila AB e para o N foliar satisfazendo portanto a

hipoacutetese de perfis horizontais para estas variaacuteveis A hipoacutetese de paralelismo de perfis foi

rejeitada para a interaccedilatildeo irrigaccedilatildeo x DAP em todas as variaacuteveis mas satisfeita para a

interaccedilatildeo doses de N x DAP (com exceccedilatildeo do N foliar) indicando que estas variaacuteveis

apresentam comportamento diferenciado conforme o tipo de manejo hiacutedrico adotado o

mesmo natildeo ocorreu com a diferenciaccedilatildeo das doses de N aplicadas indicando a coincidecircncia

(paralelismo) de perfis entre esses tratamentos

Tabela 35 ndash Resumo da anaacutelise univariada de perfis para os iacutendices de Clorofila para o ciclo 201415

Causas da variaccedilatildeo GL

Clorofila

Total Clorofila A Clorofila B

Relaccedilatildeo

Cl AB N foliar

Quadrado meacutedio

Modelo 63 217324

367981

62976

0513 3261

Bloco (Irrigaccedilatildeo) 6 83097ns

25898ns

19647ns

0153ns

1082ns

Doses N 3 118286

274952

329692

2269

14467

Irrigaccedilatildeo 1 168305

68644

219781 0455

ns 1416

ns

Irrigaccedilatildeo x Doses N 3 181522ns

62285ns

36156ns

0419ns

1156ns

Resiacuteduo a 18 3922ns

841ns

15416ns

012ns

558ns

DAP 4 542196 8979

206466

1714

1775

DAP x Irrigaccedilatildeo 4 549987 190026

176759

2148

6758

DAP x Doses N 12 91661ns

18896ns

34442ns

0205ns

2454

DAP x Irrigaccedilatildeo x Doses N 12 103502ns

27406ns

25717ns

0238ns

1094ns

Resiacuteduo b 96 89169 2221430 25387 0231 839

Rsup2 06153 06236 06195 05939 07183

CV () 622 405 1527 1296 965

Meacutedia 4797 3754 1043 37 300

Niacuteveis de significacircncia 0001ltPlt001 Plt0001 ns - natildeo significativo DAP ndash Dias apoacutes poda de limpeza

GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo

O teste de esfericidade foi realizado apoacutes a anaacutelise univariada para cada uma das

variaacuteveis e apresentou condiccedilatildeo de esfericidade da matriz de covariacircncias satisfeita para todos

os casos (Tabela 36) Validou-se portanto a anaacutelise univariada de perfis com parcelas

118

subdividas no tempo realizada anteriormente natildeo sendo necessaacuteria a realizaccedilatildeo da anaacutelise

multivariada de perfis para nenhuma variaacutevel

Tabela 36 ndash Teste de esfericidade de Mauchly para os iacutendices de clorofila e N foliar do pinhatildeo-manso

Variaacutevel

analisada

Grau de

liberdade de F

Criteacuterio de

Mauchly (W)

Estatiacutestica Qui-

Quadrado Xsup2 valor-p

Estatiacutestica

utilizada

Clorofila Total 9 05853 87937 04565 Univariada

Clorofila A 9 05595 95321 03897 Univariada

Clorofila B 9 05816 88986 04467 Univariada

Relaccedilatildeo Clor AB 9 03815 158187 00708 Univariada

Nitrogecircnio foliar 9 06342 74751 05878 Univariada

De acordo com os resultados apresentados nas anaacutelises univariadas de perfis os perfis

meacutedios de resposta dos iacutendices de clorofila total A B e da relaccedilatildeo clorofila AB em funccedilatildeo

das quatro doses de adubo nitrogenado e das duas condiccedilotildees de manejo hiacutedrico para o cultivo

do pinhatildeo-manso no ciclo 201415 satildeo expressos na Figura 39

Figura 39 ndash Perfis meacutedios dos iacutendices de clorofila do pinhatildeo-manso para o segundo ciclo de avaliaccedilatildeo

Na Figura 40 satildeo apresentados os perfis meacutedios dos teores de N foliar ao longo

segundo ciclo de avaliaccedilatildeo em funccedilatildeo das doses de N e do manejo hiacutedrico adotado Apesar de

apresentar alguma variaccedilatildeo ao longo do ciclo o teor de N foliar apresentou baixa correlaccedilatildeo

com os teores de clorofila A B e Total (Tabela 37) a variaccedilatildeo do teor de N possivelmente

estaacute condicionada principalmente a alta mobilidade do nutriente na planta O valor de N foliar

350

360

370

380

390

400

45 90 130 190 260

Clo

rofi

la A

(IC

F)

DAP

Clorofila A

150 N 100 N50 N 0 NIrrigado Natildeo irrigado

60

70

80

90

100

110

120

130

140

45 90 130 190 260

Clo

rofi

la B

(IC

F)

DAP

Clorofila B

150 N 100 N50 N 0 NIrrigado Natildeo irrigado

420

440

460

480

500

520

540

45 90 130 190 260

Clo

rofi

la T

ota

l (I

CF

)

DAP

Clorofila Total

150 N 100 N50 N 0 NIrrigado Natildeo irrigado

25

28

30

33

35

38

40

43

45

45 90 130 190 260

Rel

accedilatilde

o C

loro

fila

AB

DAP

Relaccedilatildeo clorofila AB

150 N 100 N50 N 0 NIrrigado Natildeo irrigado

119

apresentou-se altamente significativo para o efeito da eacutepoca ao longo do ciclo com um valor

de F de 2847 Devido a sua alta mobilidade na planta ele apresentou os menores teores na

folha selecionada nos periacuteodos de florescimento e formaccedilatildeo de frutos

(a) (b)

Figura 40 - Variaccedilatildeo temporal dos teores de N foliar em funccedilatildeo das doses de N aplicadas na planta (a) e do

manejo hiacutedrico adotado (b)

Tabela 37 - Coeficientes de correlaccedilatildeo de Pearson entre o nitrogecircnio foliar e os teores de clorofila na planta

Clorofila Total Clorofila A Clorofila B

Correlaccedilatildeo de Pearson 017961 016939 01752

Probabilidade 00425 00559 00462

Aleacutem da disponibilidade de nitrogecircnio na planta a leitura fornecida pelo

clorofilocircmetro pode ser afetada tambeacutem por outros fatores dentre os principais destacam-se o

cultivar o estaacutedio de crescimento determinadas caracteriacutesticas anatocircmicas das folhas a

irradiacircncia no momento da avaliaccedilatildeo e a localidade (FONTES 2011) Tais fatores necessitam

ser avaliados e padronizados apesar da interaccedilatildeo entre os mesmos tornar difiacutecil a

padronizaccedilatildeo Adicionalmente a concentraccedilatildeo de clorofila varia com a condutacircncia

estomaacutetica da folha causada pelas estaccedilotildees do ano sendo mais acentuada na primavera do que

no veratildeo (MATSUMOTO OHTA TANAKA 2005) Segundo Schepers et al (1992) mesmo

com algumas imperfeiccedilotildees o uso do clorofilocircmetro pode aumentar a eficiecircncia de utilizaccedilatildeo

do adubo nitrogenado pelas culturas e tem propiciado melhor manejo da adubaccedilatildeo

nitrogenada em cobertura chamado de ldquoadubaccedilatildeo quando necessaacuteriardquo

Com exceccedilatildeo dos valores referentes ao mecircs de janeiro2014 os teores de N foliar dos

tratamentos irrigados e com as maiores doses de N aplicado via fertilizante mineral

mostraram-se relativamente superiores quando comparados com os demais tratamentos

Segundo Fernaacutendez et al (1994) um acreacutescimo no suprimento de N estimula o crescimento

20

22

24

26

28

30

32

34

36

38

40

Nov2014 Dez2014 Jan2015 Fev2015 Abr2015

Teo

r d

e N

(g

kg

- sup1)

Eacutepoca de avaliaccedilatildeo

150 N 100 N

50 N 0 N

20

22

24

26

28

30

32

34

36

38

40

Nov2014 Dez2014 Jan2015 Fev2015 Abr2015

Teo

r d

e N

(g k

g- sup1

)

Eacutepoca de avaliaccedilatildeo

Irrigado Sequeiro

120

atrasa a senescecircncia e muda a morfologia das plantas aleacutem disto o aumento dos niacuteveis de

adubaccedilatildeo nitrogenada causa crescimento significativo no conteuacutedo de clorofila das folhas

Laviola e Dias (2008) citam que o N foi o nutriente mais requerido para a formaccedilatildeo de folhas

tal como para suprir a demanda metaboacutelica de frutos de pinhatildeo-manso Esses mesmos autores

calcularam teores meacutedios de nitrogecircnio nas folhas de 364 g kg-1

apoacutes o terceiro ano de

implantaccedilatildeo da cultura valores estes maiores dos que os obtidos neste estudo Schulz et al

(2014) encontraram valores proacuteximos a 40 g kg-1

no cultivo do pinhatildeo-manso consorciado

com capim tifton e valores acima 50 g kg-1

quando cultivado em solteiro Segundo Kerbauy

(2008) a demanda de N varia com a espeacutecie e o teor de N com a parte da planta analisada e

para um crescimento adequado a concentraccedilatildeo oacutetima estaacute na faixa de 20 a 50 g kg-1

de

mateacuteria seca da planta

49 Teor e anaacutelises de qualidade de oacuteleo

O resumo da anaacutelise de variacircncia dos resultados do rendimento (teor) meacutedio e da

produtividade do oacuteleo de pinhatildeo-manso para o terceiro e quarto ano de cultivo em funccedilatildeo do

manejo hiacutedrico adotado e da dose de adubaccedilatildeo nitrogenada satildeo apresentados na Tabela 38

Tabela 38 - Valores de F para o teor meacutedio () e a produtividade de oacuteleo (kg ha-1

) em sementes de pinhatildeo-

manso para todos os tratamentos avaliados

Fonte de Variaccedilatildeo

Ciclo 201314 Ciclo 201415

GL Teor de oacuteleo Produtiv de oacuteleo Teor de oacuteleo Produtiv de oacuteleo

Blocos [I] 6 100ns

1278

067ns

153ns

I 1 1121

13916

1779

3244

N 3 045ns

3352

2533

2288

I x N 3 192ns

137ns

514

097ns

Meacutedia geral 541 35744 534 45876

CV () 29 154 197 182

Niacuteveis de significacircncia 001ltPlt005 0001ltPlt001 Plt0001 ns - natildeo significativo I ndash Irrigaccedilatildeo N ndash

Doses de N GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo

Para o primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo apenas o manejo hiacutedrico apresentou efeito

significativo para o rendimento do oacuteleo apresentando um valor meacutedio de 541 Diferente

disso para o mesmo periacuteodo de estudo a produtividade de oacuteleo apresentou diferenccedila

significativa em praticamente todos os aspectos com exceccedilatildeo da interaccedilatildeo dos experimentos

de irrigaccedilatildeo e os tratamentos adubados chegando a duplicar a produtividade de oacuteleo com a

complementaccedilatildeo da irrigaccedilatildeo no seu terceiro ano de cultivo (Tabela 39) Tal efeito tambeacutem se

121

assemelhou ao segundo ciclo de avaliaccedilatildeo para a produtividade de oacuteleo com diferenccedilas

encontradas para o efeito da irrigaccedilatildeo e das doses de nitrogecircnio aplicadas O teor de oacuteleo

diferente do primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo apresentou melhor resposta com o efeito da dose de

nitrogecircnio aplicada e da complementaccedilatildeo da irrigaccedilatildeo entretanto obervou-se um menor teor

de oacuteleo nos tratamentos com adubaccedilatildeo nitrogenada e no cultivo irrigado sendo este uacuteltimo

tambeacutem ocorrido no ciclo seguinte (Tabela 39) Diferente disso Kalannavar (2008) relataram

altos valores do teor de oacuteleo extraiacutedo mecanicamente (3791) e da produtividade de oacuteleo

(97074 kg ha-1

) do pinhatildeo-manso quando adubado com 100 kg N ha-1

valores estes

superiores aos encontrados para as dosagens de 50 e 150 kg N ha-1

O aumento do teor de oacuteleo

com o uso da irrigaccedilatildeo e da adubaccedilatildeo nitrogenada tambeacutem foram relatados por Tikkoo

Yadav Kaushik (2013) que observaram um aumento de ateacute 9 com o uso da irrigaccedilatildeo e

aumentos de 17 33 e 64 de oacuteleo com a aplicaccedilatildeo de 30 60 e 90 kg ha-1

de N

respectivamente sobre o tratamento controle

Tabela 39 - Valores Meacutedios do teor e produtividade de oacuteleo em funccedilatildeo do manejo hiacutedrico e da dose de

nitrogecircnio aplicada

Manejo

hiacutedrico

Doses de Nitrogecircnio

150 100 50 0 Meacutedias

Teor de oacuteleo () - Ciclo 201314

Irrigado 538 535 529 524 532 B

Sequeiro 535 556 554 556 550 A

Meacutedias 537 a 546 a 542 a 540 a

Teor de oacuteleo () - Ciclo 201415

Irrigado 515 Bb 521 Ab 519 Ab 549 Ba 526

Sequeiro 548 Aab 516 Ac 530 Abc 573 Aa 542

Meacutedias 531 519 524 561

Produtividade de oacuteleo (kg ha-1

) ndash Ciclo 201314

Irrigado 5985 5199 4605 3092 4720 A

Sequeiro 3220 2721 2913 860 2429 B

Meacutedias 4603 a 3960 ab 3759 b 1976 c

Produtividade de oacuteleo (kg ha-1

) ndash Ciclo 201415

Irrigado 6744 5732 5244 3996 5429 A

Sequeiro 5891 3883 3428 1783 3747 B

Meacutedias 6318 a 4808 b 4336 b 2889 c

Meacutedias seguidas de mesma letra maiuacutesculas na coluna e minuacutesculas na linha natildeo diferem entre si pelo teste de

Tukey a 5 de probabilidade

Observando os resultados apresentados constata-se que de uma forma geral os

tratamentos natildeo irrigados apresentaram maiores teores de oacuteleo quando comparados com os

tratamentos irrigados apresentando uma meacutedia de 5504 contra 5317 dos tratamentos em

que foi utilizada a praacutetica da irrigaccedilatildeo Os teores meacutedios de oacuteleo obtidos encontram-se dentro

da faixa dos teores relatados por Sluszz e Machado (2011) Arruda et al (2004) Haas e

Mittelbach (2000) e Akintayo (2004)

122

Comportamento semelhante dos resultados encontrados para o rendimento de oacuteleo

foram observados por Deus et al (2012) que avaliaram o rendimento e a produtividade de

oacuteleo do pinhatildeo-manso sobre diferentes lacircminas de irrigaccedilatildeo e niacuteveis de adubaccedilatildeo potaacutessica e

observaram que o uso da irrigaccedilatildeo proporcionou uma diminuiccedilatildeo nos valores de rendimento

de oacuteleo nos gratildeos e aumento da produtividade do oacuteleo que foi proporcionado pelo aumento

da produtividade de gratildeos com o aumento da lacircmina de irrigaccedilatildeo

Apesar do teor meacutedio de oacuteleo ter sido levemente superior no terceiro ano de cultivo

tal fato natildeo influenciou a produtividade de oacuteleo do ano seguinte que foi superior (472 kg ha-1

)

devido principalmente agrave boa produtividade de sementes alcanccedilada no periacuteodo Outro ponto a

ser destacado eacute que a ausecircncia da irrigaccedilatildeo no quarto ano de cultivo natildeo interferiu na

produtividade de oacuteleo que obteve valores 690 superiores do encontrado para o cultivo sem

irrigaccedilatildeo desde a sua implantaccedilatildeo quando a comparaccedilatildeo se resume apenas no terceiro ano o

cultivo irrigado obteve produtividade de oacuteleo 515 superior ao cultivo sem irrigaccedilatildeo (Tabela

39) Estes resultados datildeo margem para que novos estudo possam ser realizados para a

maximizaccedilatildeo do uso da irrigaccedilatildeo na potencializaccedilatildeo da produccedilatildeo de oacuteleo e sementes do

pinhatildeo-manso durante a sua fase de formaccedilatildeo e estabelecimento (ateacute o quarto de cultivo) e

em periacuteodos posteriores ao seu pico de produccedilatildeo (a partir do quinto ano de cultivo)

Para os dois ciclos de avaliaccedilatildeo (3ordm e 4ordm ano de cultivo) os tratamentos com as

diferentes doses de adubaccedilatildeo e tipos de manejo hiacutedrico apesar de natildeo promoverem grande

variaccedilatildeo no teor de oacuteleo intriacutenseco das sementes melhoraram consideravelmente o

rendimento do oacuteleo vegetal em geral (Tabela 39) com aumento do nuacutemero total de

frutossementes produzidas por planta Resultados semelhantes foram encontradas por Yong

et al (2010) e Tikkoo Yadav Kaushik (2013) As relaccedilotildees diretas da produtividade de gratildeos

com o rendimento de oacuteleo do pinhatildeo-manso foram estudadas por Spinelli et al (2010) que ao

quantificarem os efeitos diretos e indiretos de caracteriacutesticas vegetativas e da qualidade da

mateacuteria-prima no rendimento de oacuteleo do pinhatildeo-manso observaram que a produtividade de

gratildeos foi o componente mais importante do rendimento de oacuteleo seguida do volume de copa e

do teor de oacuteleo nos gratildeos

Para a produtividade de oacuteleo foi encontrado para o terceiro ano de cultivo um modelo

de ajuste linear para o cultivo irrigado e um modelo polinomial de segundo grau para o

manejo hiacutedrico sem irrigaccedilatildeo em funccedilatildeo das doses de nitrogecircnio aplicadas naquele periacuteodo

(Figura 41) No quarto ano de cultivo com o aumento da aplicaccedilatildeo de N por unidade de aacuterea

o modelo de regressatildeo linear obteve o melhor ajuste para as duas condiccedilotildees da produtividade

de oacuteleo em funccedilatildeo das doses de N aplicadas nesse periacuteodo (Figura 42) Assim como para a

123

produtividade de sementes o caacutelculo do Rsup2 corrigido foi determinado para a produtividade de

oacuteleo em funccedilatildeo das doses de adubaccedilatildeo utilizada para cada manejo hiacutedrico nos seus dois anos

de estudo

Figura 41 - Produtividade de oacuteleo do pinhatildeo-manso em funccedilatildeo das diferentes doses de adubo nitrogenado

aplicado no terceiro ano de cultivo

Figura 42 - Produtividade de oacuteleo do pinhatildeo-manso em funccedilatildeo das diferentes doses de adubo nitrogenado

aplicado no quarto ano de cultivo

O uso da irrigaccedilatildeo como complementaccedilatildeo de aacutegua para o cultivo do pinhatildeo-manso

pode trazer grandes aumentos na produtividade de sementes e de oacuteleo como foi confirmado

y = 2688x + 33292

Rsup2 = 09569 p-valor = 00074

y = -00326x2 + 53742x + 1007

Rsup2 = 08733 p-valor = 00012

0

100

200

300

400

500

600

700

800

0 345 69 1035

Pro

du

tivid

ad

e d

e oacutele

o (

kg h

a-1

)

Doses de N (kg ha-1 ano-1)

y = 2688x + 33292

Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007

Rsup2 = 08733 p-valor = 00012

0

100

200

300

400

500

600

700

800

0 345 69 1035

Pro

du

tiv

ida

de

de

oacutele

o (

kg

ha

-1)

Doses de N (kg ha-1 ano-1)

Irrigado Natildeo irrigado

Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)y = 2688x + 33292

Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007

Rsup2 = 08733 p-valor = 00012

0

100

200

300

400

500

600

700

800

0 345 69 1035

Pro

du

tivid

ad

e d

e oacutele

o (

kg h

a-1

)

Doses de N (kg ha-1 ano-1)

Irrigado Natildeo irrigado

Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)

y = 2688x + 33292

Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007

Rsup2 = 08733 p-valor = 00012

0

100

200

300

400

500

600

700

800

0 345 69 1035

Pro

du

tiv

ida

de

de

oacutele

o (

kg

ha

-1)

Doses de N (kg ha-1 ano-1)

Irrigado Natildeo irrigado

Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)y = 2688x + 33292

Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007

Rsup2 = 08733 p-valor = 00012

0

100

200

300

400

500

600

700

800

0 345 69 1035

Pro

du

tiv

ida

de

de

oacutele

o (

kg

ha

-1)

Doses de N (kg ha-1 ano-1)

Irrigado Natildeo irrigado

Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)

y = 17461x + 41132

Rsup2 = 09711 p-valor = 00022

y = 24907x + 18217

Rsup2 = 09582 p-valor lt00001

0

100

200

300

400

500

600

700

800

900

0 515 103 1545

Pro

du

tiv

ida

de

de

oacutele

o (

kg

ha

-1)

Doses de N (kg ha-1 ano-1)

y = 2688x + 33292

Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007

Rsup2 = 08733 p-valor = 00012

0

100

200

300

400

500

600

700

800

0 345 69 1035

Pro

du

tivid

ad

e d

e oacutele

o (

kg h

a-1

)

Doses de N (kg ha-1 ano-1)

Irrigado Natildeo irrigado

Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)y = 2688x + 33292

Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007

Rsup2 = 08733 p-valor = 00012

0

100

200

300

400

500

600

700

800

0 345 69 1035

Pro

du

tiv

ida

de

de

oacutele

o (

kg

ha

-1)

Doses de N (kg ha-1 ano-1)

Irrigado Natildeo irrigado

Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)

y = 2688x + 33292

Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007

Rsup2 = 08733 p-valor = 00012

0

100

200

300

400

500

600

700

800

0 345 69 1035

Pro

du

tiv

idad

e d

e oacutele

o (

kg h

a-1

)

Doses de N (kg ha-1 ano-1)

Irrigado Natildeo irrigado

Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)y = 2688x + 33292

Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007

Rsup2 = 08733 p-valor = 00012

0

100

200

300

400

500

600

700

800

0 345 69 1035

Prod

uti

vid

ad

e d

e oacute

leo (

kg h

a-1

)

Doses de N (kg ha-1 ano-1)

Irrigado Natildeo irrigado

Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)

124

por esse estudo Mas a falta ou ateacute o excesso da aacutegua aplicada agrave planta podem diminuir o seu

potencial produtivo Em um experimento conduzido em solos arenosos do Egito Kheira e

Atta (2009) avaliaram a resposta do pinhatildeo-manso em condiccedilotildees de deacuteficit hiacutedrico e

concluiacuteram que a lacircmina oacutetima aplicada que foi correspondente a 100 da evapotranspiraccedilatildeo

potencial (ETp) proporcionou para as plantas de pinhatildeo-manso os maiores valores de

rendimento e produtividade de oacuteleo aleacutem da melhor eficiecircncia do uso da aacutegua na produccedilatildeo de

sementes e de oacuteleo de pinhatildeo-manso (044 e 013 kg m-3

) respectivamente Os resultados

concluiacuteram que a eficiecircncia do uso da aacutegua da produccedilatildeo de sementes e de oacuteleo de pinhatildeo-

manso diminuiacuteram com a reduccedilatildeo e o aumento da taxa de aplicaccedilatildeo de aacutegua a partir da

aplicaccedilatildeo ideal de aacutegua para a cultura (100 ETp)

O resultado da anaacutelise de variacircncia com os valores do teste F dos iacutendices de qualidade

do oacuteleo em funccedilatildeo do manejo hiacutedrico e da adubaccedilatildeo nitrogenada para os dois ciclos de

avaliaccedilatildeo do pinhatildeo-manso satildeo encontradas na Tabela 40 Pela ANOVA verifica-se que

apenas o fator irrigaccedilatildeo influenciou os iacutendices de acidez peroacutexido iodo e estabilidade

oxidativa em pelo menos um dos ciclos avaliados natildeo havendo efeito das doses de nitrogecircnio

e da sua interaccedilatildeo com a irrigaccedilatildeo

Tabela 40 - Valores de F para os iacutendices de acidez (IA) iodo peroacutexido (IP) e estabilidade oxidativa (EO) para os

dois ciclos de avaliaccedilatildeo

Fonte de

Variaccedilatildeo GL

Ciclo 201314 Ciclo 201415

IA Iodo IP EO IA Iodo IP EO

Blocos [I] 2 039ns

032ns

100ns

066ns

222ns

014ns

892 069

ns

I 1 794 453

ns 009

ns 132

ns 066

ns 285

399

112

N 3 071ns

072ns

191ns

060ns

243ns

079ns

070ns

499ns

I x N 3 072ns

146ns

009ns

063ns

001ns

007ns

070ns

001ns

Meacutedia geral 336 1013 0369 217 0526 778 0236 161

CV () 941 477 2896 238 405 171 634 862

Niacuteveis de significacircncia 001ltPlt005 0001ltPlt001 Plt0001 ns - natildeo significativo I ndash Irrigaccedilatildeo N ndash

Doses de N GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo

Os valores de densidade relativa e do iacutendice de refraccedilatildeo natildeo apresentaram diferenccedilas

significativas entre os tratamentos estudados nos dois anos de avaliaccedilatildeo apresentando valores

meacutedios para o ciclo de 201314 de 0911 e 1463 respectivamente para densidade e refraccedilatildeo

jaacute para o ciclo 201415 os valores meacutedios de densidade relativa e iacutendice de refraccedilatildeo foram de

0885 e 1458 respectivamente Os valores do iacutendice de refraccedilatildeo encontrados nesse estudo satildeo

similares aos que foram encontrados por Akintayo (2004) e Kheira e Atta (2009) que

relataram respectivamente um valor meacutedio de 1468 e 147 para o iacutendice de refraccedilatildeo a 25ordm C

do oacuteleo de pinhatildeo-manso Estes resultados assim como o que foi encontrado nesse estudo

125

estatildeo enquadrados dentro da faixa ou do limite maacuteximo permitido de acordo com o

estabelecido pela legislaccedilatildeo vigente (ANVISA 1999) e por outros estudos (BIODIESELBR

2011)

A densidade relativa tambeacutem pouco variaacutevel entre os diferentes tipos de tratamentos

apresentou valores proacuteximos aos encontrados por Akintayo (2004) BiodieselBR (2011)

Akbar et al (2009) e Oliveira et al (2009) De acordo com Portela (2011) a densidade eacute uma

propriedade que natildeo sofre grandes variaccedilotildees isso se deve ao fato do oacuteleo apresentar

densidade semelhante a de seus eacutesteres metiacutelicos poreacutem o seu controle eacute de grande

importacircncia tendo em vista que uma densidade elevada pode provocar problemas quanto a

injeccedilatildeo do combustiacutevel na cacircmara de compressatildeo podendo ocasionar obstruccedilatildeo dos bicos

injetores injeccedilatildeo de pouco combustiacutevel Do mesmo modo uma baixa densidade causa uma

injeccedilatildeo exagerada possibilitando haver uma queima incompleta ou consumo excessivo do

combustiacutevel

Na Tabela 41 satildeo apresentados os valores dos demais iacutendices de qualidade somente

em funccedilatildeo do manejo hiacutedrico visto que foi o uacutenico fator que influenciou em pelo menos um

dos ciclos os iacutendices de acidez peroacutexido iodo e estabilidade oxidativa

Tabela 41 - Valores meacutedios dos iacutendices de qualidade de oacuteleo em funccedilatildeo do manejo hiacutedrico adotado nos dois

ciclos de avaliaccedilatildeo

Manejo

hiacutedrico

Ciclo 201314

Iacutendice de acidez Iacutendice de iodo Iacutendice de peroacutexido Estabilidade Oxidativa

Irrigado 113 b 1038 a 029 a 202 a

Sequeiro 558 a 987 a 045 a 232 a

Meacutedias 336 1013 037 217

Manejo

hiacutedrico

Ciclo 201415

Iacutendice de acidez Iacutendice de iodo Iacutendice de peroacutexido Estabilidade Oxidativa

Irrigado 057 a 601 b 047 a 149 b

Sequeiro 048 a 956 a 001 b 173 a

Meacutedias 053 779 024 161

Meacutedias seguidas de mesma letra minuacutesculas na coluna natildeo diferem entre si pelo teste de Tukey a 5 de

probabilidade

O iacutendice de acidez uacutenico iacutendice de qualidade que teve diferenccedila significativa no

primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo apresentou altos valores nesse periacuteodo Esse fato nem sempre

pode estar condicionado agraves condiccedilotildees de campo em que a cultura foi submetida podendo

estar relacionado com as condiccedilotildees de coleta refrigeraccedilatildeo e armazenamento das sementes e

as teacutecnicas de extraccedilatildeo do oacuteleo das sementes estas se mal-empregadas favorecem a

degradaccedilatildeo oxidativa e a hidroacutelise dos trigliceriacutedeos contidos no oacuteleo alterando de forma

significativa as propriedades fiacutesico-quiacutemicas do mesmo (SILVA 2005) Segundo Angelucci

et al (1987) o alto teor de acidez de um oacuteleo bruto aumenta a perda da neutralizaccedilatildeo sendo

126

tambeacutem indicador de sementes de baixa qualidade de manuseio e armazenamento improacuteprios

ou de um processamento insatisfatoacuterio

O tipo de extraccedilatildeo do oacuteleo pode influenciar no iacutendice de acidez Pereira Coelho e

Mendes (2011) encontraram para o oacuteleo de pinhatildeo-manso extraiacutedo por prensa uma acidez

baixa com um valor meacutedio de 18 mg KOH g-1

quando comparado com o oacuteleo extraiacutedo com

hexano com valores acima de 151 mg KOH g-1

O aumento do tempo de armazenamento do

oacuteleo extraiacutedo eacute outro fator que pode trazer a elevaccedilatildeo do seu iacutendice de acidez (RIBEIRO et al

2010)

Considerando os resultados de uma forma geral apenas os tratamentos sem irrigaccedilatildeo

foram os que apresentaram um valor meacutedio do iacutendice de acidez acima dos limites

estabelecidos para oacuteleos natildeo refinados que estabelece um valor maacuteximo de 40 mg KOH g-1

(ANVISA 2005) Ainda assim os valores se encontram abaixo dos determinados por Oliveira

et al (2009) de 845 mg KOH g-1

e proacuteximos dos valores encontrados por Akintayo (2004)

Kpoviessi et al (2004) e Achten et al (2008)

O oacuteleo de pinhatildeo-manso extraiacutedo apresentou um baixo iacutendice de peroacutexido para todos

os tratamentos e soacute foi significativo devido agrave presenccedila quase nula de peroacutexidos nos

tratamentos sem irrigaccedilatildeo do segundo ciclo de avaliaccedilatildeo A presenccedila de peroacutexidos por menor

que seja indica que o oacuteleo sofreu oxidaccedilatildeo mas natildeo a ponto de comprometer a sua qualidade

original Nem o fato da extraccedilatildeo ter sido feita com solvente orgacircnico implicou em um

aumento elevado do iacutendice de peroacutexido fato esse observado por Pereira Coelho e Mendes

(2011) Apesar de natildeo ser um requisito de anaacutelise de combustiacuteveis o iacutendice de peroacutexido vem

se mostrando um objeto de estudo interessante uma vez que a reaccedilatildeo de oxidaccedilatildeo eacute muitas

vezes iniciada na sua presenccedila aleacutem de se observar aumento do iacutendice de peroacutexido com o

passar do periacuteodo de estocagem (RIBEIRO et al 2010 PORTELA 2011) Os valores do

iacutendice de peroacutexido determinados encontram-se muito abaixo dos relatados por BiodieselBR

(2011) (998 meq kg-1

) e Akbar et al (2009) (193 meq kg-1

) e da quantidade estabelecida pela

Anvisa (2005) de 150 meq kg-1

O iacutendice de iodo apresentou baixa variaccedilatildeo no primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo (987-1038

g I2 100 g-1

) em comparaccedilatildeo com o segundo (601-956 g I2 100 g-1

) Esses resultados mostram

uma menor capacidade de absorccedilatildeo de iodo pelas duplas ligaccedilotildees dos aacutecidos graxos

insaturados do oacuteleo extraiacutedo principalmente dos oacuteleos extraiacutedos dos tratamentos irrigados do

segundo ciclo Esse fato eacute considerado importante para a qualidade do oacuteleo de pinhatildeo-manso

jaacute que o seu oacuteleo tende a ser mais resistente agrave oxidaccedilatildeo por possuir um baixo iacutendice de iodo

em relaccedilatildeo aos demais oacuteleos vegetais estudados satisfazendo dessa forma uma importante

127

caracteriacutestica requerida como mateacuteria-prima para produccedilatildeo de biodiesel possibilitando

tambeacutem um maior tempo de armazenamento se houver necessidade

Pereira Coelho e Mendes (2011) ao realizarem os ensaios do iacutendice de iodo com o

oacuteleo de pinhatildeo-manso extraiacutedo com hexano encontraram valores de iacutendice de iodo de 91-98 g

I2 100 g-1

e com etanol um iacutendice de iodo de 106-108 g I2 100 g-1

Akintayo (2004) relatou um

valor de iacutendice de iodo de 1052 mg I2 g-1

valor proacuteximo do encontrado por Akbar et al

(2009) enquanto que Kpoviessi et al (2004) relataram valores para o iacutendice de iodo de 92 a

93 g I2 100 g-1

Os resultados destes autores comparados com os resultados do presente

trabalho estatildeo de acordo indicando que o oacuteleo do pinhatildeo-manso possui um alto grau de

insaturaccedilatildeo

A estabilidade agrave oxidaccedilatildeo mostrou-se tambeacutem variaacutevel com a influecircncia da irrigaccedilatildeo

os tratamentos natildeo irrigados apresentaram de uma forma geral um maior periacuteodo de induccedilatildeo

determinado pelo equipamento o que confere uma maior estabilidade agrave oxidaccedilatildeo a esses

oacuteleos e um maior tempo de vida uacutetil no seu armazenamento O oacuteleo de pinhatildeo-manso

apresenta um maior tempo de estabilidade agrave oxidaccedilatildeo quando comparado ao oacuteleo de outras

culturas usadas para a produccedilatildeo de biodiesel como a soja e o girassol Dessa forma a

estabilidade oxidativa do oacuteleo de pinhatildeo-manso mostrou-se satisfatoacuteria jaacute que a quantidade

exata de saturaccedilotildees eacute medida pelo ensaio de Iacutendice de Iodo e a presenccedila de saturaccedilotildees nas

moleacuteculas do biodiesel estaacute fortemente ligada agrave estabilidade oxidativa pois satildeo as duplas

ligaccedilotildees existente nos eacutesteres metiacutelicos que sofreram a oxidaccedilatildeo durante o armazenamento

Sendo assim eacute possiacutevel dizer que a estabilidade oxidativa do biodiesel de pinhatildeo-manso eacute

superior a 6 horas agrave 110ordm C (EN 14214) valor miacutenimo exigido pela ANP e pelo European

Committee of Standardization (DOMINGOS et al 2007 SARIN et al 2009)

Os valores das caracteriacutesticas fiacutesicas e quiacutemicas do oacuteleo de semente de pinhatildeo-manso

como os iacutendices de refraccedilatildeo acidez peroacutexido iodo entre outros sob diferentes relaccedilotildees de

lacircminas de aacutegua (125 100 75 e 50 da ETp) nas condiccedilotildees climaacuteticas egiacutepcias foram

estudadas por Kheira e Atta (2009) Os resultados observados pelos autores natildeo revelaram

quaisquer diferenccedilas significativas causadas pelos diferentes valores de lacircmina de aacutegua

Mesmo assim os autores chegaram agrave conclusatildeo de que a partir dos resultados obtidos as

melhores caracteriacutesticas de oacuteleo de semente de pinhatildeo-manso foram registradas com o oacuteleo

extraiacutedo das plantas que receberam 100 da ETp

Os resultados obtidos dos perfis composicionais realizados por cromatografia gasosa

dos oacuteleos extraiacutedos de pinhatildeo- manso para os anos agriacutecolas 201314 e 201415 encontram-se

respectivamente nas Tabela 42 e Tabela 43

128

Tabela 42 - Perfil composicional dos oacuteleos de pinhatildeo-manso () dos tratamentos avaliados no ciclo 201314

Aacutecidos graxos Natildeo Irrigado Irrigado

ȳ plusmn s 150N 100N 50N 0N 150N 100N 50N 0N

Aacutecido Palmiacutetico

(C160) 132 131 127 127 134 132 132 126 130 plusmn 03

Aacutec Palmitoleico

(C161) 08 09 08 07 08 08 08 08 08 plusmn 005

Aacutecido Esteaacuterico

(C180) 51 51 54 57 54 53 53 52 53 plusmn 02

Aacutecido Oleico

(C181) 401 395 408 426 403 407 412 398 406 plusmn 097

Aacutecido Linoleico

(C182) 399 397 393 373 392 393 390 408 393 plusmn 099

OUTROS 09 18 11 10 11 08 07 10 09 plusmn 033

ȳ = meacutedia geral s = desvio padratildeo

Tabela 43 - Perfil composicional dos oacuteleos de pinhatildeo-manso () dos tratamentos avaliados no ciclo 201415

Aacutecidos graxos Natildeo Irrigado Irrigado

ȳ plusmn s 150N 100N 50N 0N 150N 100N 50N 0N

Aacutecido Palmiacutetico

(C160) 130 136 133 134 135 134 135 134 134 plusmn 019

Aacutec Palmitoleico

(C161) 07 08 08 08 09 08 08 08 08 plusmn 006

Aacutecido Esteaacuterico

(C180) 55 55 56 59 55 51 55 54 55 plusmn 022

Aacutecido Oleico

(C181) 413 377 389 400 374 364 391 381 386 plusmn 156

Aacutecido Linoleico

(C182) 386 403 393 376 402 410 386 399 394 plusmn 112

OUTROS 09 20 21 23 25 32 25 23 22 plusmn 066

ȳ = meacutedia geral s = desvio padratildeo

Com os resultados obtidos pode-se evidenciar a baixa variaccedilatildeo da composiccedilatildeo do oacuteleo

de pinhatildeo-manso de acordo com os diferentes tratamentos realizados A realizaccedilatildeo da

irrigaccedilatildeo com os diferentes niacuteveis de adubaccedilatildeo nitrogenada praticamente natildeo causou

alteraccedilotildees na composiccedilatildeo do oacuteleo o que permite prever que sob ambos os efeitos a

utilizaccedilatildeo do oacuteleo para a transformaccedilatildeo em biodiesel resultaraacute em um biocombustiacutevel de

caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas semelhantes uma vez que a composiccedilatildeo dos aacutecidos graxos natildeo

apresenta alteraccedilatildeo significativa resultando em uma mesma quantidade de eacutesteres metiacutelicos

que satildeo produtos do oacuteleo empregado na reaccedilatildeo de transesterificaccedilatildeo

Poreacutem as caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas dos oacuteleos provenientes dos tratamentos com

irrigaccedilatildeo e sem irrigaccedilatildeo com diferentes niacuteveis de adubaccedilatildeo nitrogenada podem se

diferenciar pois a quantidade dos aacutecidos graxos apresentados nas Tabela 42 e Tabela 43 natildeo

especifica por si soacute a quantidade de aacutecidos graxos livres e a quantidade de mono- di- e

trigliceriacutedeos Isso implica diretamente na escolha da melhor rota de siacutentese para produccedilatildeo de

129

biodiesel jaacute que a presenccedila de aacutecidos graxos livres representa a acidez do oacuteleo que

inviabiliza a reaccedilatildeo de transesterificaccedilatildeo alcalina e sugere a esterificaccedilatildeo por aacutecido forte de

Lewis (LIMA 2005)

Como jaacute mencionado anteriormente a composiccedilatildeo de aacutecidos graxos do pinhatildeo-manso

eacute classificada como um oacuteleo do tipo de aacutecido oleico ou linoleico sendo composto de

praticamente 45 de aacutecidos graxos insaturados Para o primeiro ano de avaliaccedilatildeo a

porcentagem de aacutecidos graxos saturados (C160 e C180) e insaturados (C161 C181 e

C182) foram de 183 e 807 respectivamente jaacute no segundo ano o oacuteleo extraiacutedo

apresentou em meacutedia os valores de 189 e 789 para os aacutecidos graxos saturados e

insaturados respectivamente

Ao avaliarem a resposta do uso do fertilizante NPK na produtividade e na composiccedilatildeo

de trigliceriacutedeos em pinhatildeo-manso Akbarian Modafebehzadi e Bagheripour (2012)

encontraram para o nitrogecircnio altas correlaccedilotildees para produtividade rendimento de oacuteleo

aacutecidos graxos insaturados aacutecido oleico e aacutecido esteaacuterico sendo a correlaccedilatildeo entre nitrogecircnio e

produtividade altamente significativa agrave 1 de significacircncia Os aacutecidos graxos insaturados e o

aacutecido palmiacutetico tiveram as menores correlaccedilotildees com a adiccedilatildeo de nitrogecircnio sendo essas natildeo

significativas

Na Figura 43 satildeo apresentados a composiccedilatildeo primaacuteria (majoritaacuteria) dos aacutecidos graxos

presentes no pinhatildeo-manso e a sua quantidade () por meio de anaacutelise de ressonacircncia

magneacutetica nuclear (RMN 1H) para cada tratamento apenas para o primeiro ano de avaliaccedilatildeo

Constata-se que diferente da cromatografia gasosa o uso da irrigaccedilatildeo influenciou

significativamente na composiccedilatildeo dos aacutecidos graxos insaturados nas anaacutelises de RMN

causando aumento do aacutecido oleico e diminuiccedilatildeo do aacutecido linoleico esse uacuteltimo por sua vez

aumentou nos tratamentos em que natildeo havia o suprimento de aacutegua por irrigaccedilatildeo

130

Figura 43 - Quantificaccedilatildeo e composiccedilatildeo primaacuteria dos aacutecidos graxos do oacuteleo de pinhatildeo-manso para todos os

tratamentos avaliados

As diferentes doses de nitrogecircnio natildeo influenciaram na composiccedilatildeo dos aacutecidos graxos

insaturados Os aacutecidos oleico e linoleico satildeo os principais aacutecidos graxos insaturados presentes

na constituiccedilatildeo do oacuteleo de pinhatildeo-manso (ASHRAFUL et al 2014) Os resultados

encontrados para os tratamentos de sequeiro para aacutecido linoleico encontram-se muito abaixo

do teor meacutedio encontrado na literatura e um pouco acima para o aacutecido oleico diferindo dos

tratamentos irrigados que se encontraram dentro do padratildeo meacutedio do oacuteleo de pinhatildeo-manso

(AKINTAYO 2004 ASHRAFUL et al 2014 BERCHMANS HIRATA 2009) Natildeo houve

diferenccedila significativa para a composiccedilatildeo de aacutecidos graxos saturados nos tratamentos

Semelhante a esses resultados Flagella et al (2002) encontraram na composiccedilatildeo de aacutecidos

graxos do oacuteleo de girassol alto oleico um decreacutescimo em aacutecido oleico e esteaacuterico e um

aumento do aacutecido linoleico e palmiacutetico sob irrigaccedilatildeo Os autores descobriram que sob o efeito

da irrigaccedilatildeo suplementar e da semeadura precoce houve um aumento notaacutevel na produccedilatildeo de

sementes e uma diminuiccedilatildeo da razatildeo de aacutecido oleicolinoleico em genoacutetipos de girassol alto

oleico

Vaacuterios podem ser os motivos para a presenccedila da variaccedilatildeo dos aacutecidos graxos primaacuterios

nas anaacutelises de RMN sendo que as anaacutelises de CG natildeo apresentaram nenhum efeito Apesar

de serem oriundos da mesma aacuterea experimental os oacuteleos extraiacutedos satildeo de amostragens

0

10

20

30

40

50

60

70

N 150 N 100 N 50 N 0

Aacutecid

o O

leic

o (

)

Irrigado Sequeiro

a

bbb b

a aa

0

10

20

30

40

50

N 150 N 100 N 50 N 0

Aacuteci

do L

inole

ic o

()

Irrigado Sequeiro

a a a a

bbb

b

0

5

10

15

20

25

N 150 N 100 N 50 N 0

Aacuteci

dos

Gra

xosS

atu

rad

os

()

Irrigado Sequeiro

b

a

abab

ab ab aba

131

diferentes e pela baixa seleccedilatildeo geneacutetica as plantas da aacuterea experimental satildeo passiacuteveis de

apresentarem inuacutemeras expressotildees fenotiacutepicas e no conteuacutedo de seu oacuteleo Os diferentes

procedimentos de anaacutelise para cada meacutetodo podem implicar nessa resposta sem contar que

apesar de ser extremamente preciso a anaacutelise de RMN determina com maior exatidatildeo apenas

os componentes primaacuterios (majoritaacuterios) que provavelmente satildeo os que realmente vatildeo

influenciar na qualidade do oacuteleo e do biodiesel produzido Jaacute a cromatografia gasosa consegue

detectar outros aacutecidos graxos em menor quantidade e com maior precisatildeo no oacuteleo ou no

biodiesel produzido

De acordo com Wang et al (2012) as mateacuterias-primas para o biodiesel de alta

qualidade tecircm alto teor de aacutecidos graxos monoinsaturados pois eacutesteres metiacutelicos de aacutecidos

graxos monoinsaturados satildeo considerados como sendo melhor do que os poli-insaturados para

a mateacuteria-prima de biodiesel de alta qualidade E de acordo com estes autores o oacuteleo de

pinhatildeo-manso se enquadra entre as plantas lenhosas que tem as melhores propriedades para

um biodiesel de alta qualidade devido ao conteuacutedo de aacutecidos graxos monoinsaturados ser

maior do que muitas espeacutecies

Pensando na resposta fornecida em funccedilatildeo da irrigaccedilatildeo pela maioria dos iacutendices de

qualidade de oacuteleo de pinhatildeo-manso e na quantificaccedilatildeo da composiccedilatildeo primaacuteria dos aacutecidos

graxos do oacuteleo de pinhatildeo-manso feito no primeiro ciclo optou-se por fazer a caracterizaccedilatildeo

descritiva dos iacutendices de qualidade do biodiesel produzido a partir das amostras de oacuteleo

extraiacutedas das sementes coletadas dos dois experimentos de manejo hiacutedrico (irrigado e sem

irrigaccedilatildeo) jaacute que a baixa variaccedilatildeo da maioria dos iacutendices de qualidade e da proacutepria

composiccedilatildeo dos aacutecidos graxos nas duas metodologias utilizadas nos tratamentos adubados

natildeo chegaria a influenciar no biodiesel produzido Na Tabela 44 satildeo apresentados os

resultados da caracterizaccedilatildeo do biodiesel produzido a partir das amostras dos tratamentos

irrigados e sem irrigaccedilatildeo Por falta de amostra ao final das anaacutelises de caracterizaccedilatildeo natildeo foi

possiacutevel fazer as anaacutelises de iacutendice de iodo e acidez para a amostra dos tratamentos sem

irrigaccedilatildeo ficando impossibilitada a comparaccedilatildeo dos resultados dessas duas caracteriacutesticas

entre os tratamentos irrigado e sem irrigaccedilatildeo

132

Tabela 44 - Caracterizaccedilatildeo do biodiesel obtido do oacuteleo de pinhatildeo-manso para os dois experimentos de manejo

hiacutedrico

Caracteriacutestica Irrigado Natildeo Irrigado Especificaccedilatildeo Meacutetodo

Aspecto LII LII (LII) (1) Visual

Massa Especiacutefica a 20ordmC 87758 87911 8500 a 9000 ASTM D4052

Viscosidade cinemaacutetica a 40ordmC 428 464 30 a 60 ASTM D 445

Teor de Aacutegua mg kg-1

95541 85747 200 ndash maacutex ASTM D 6304

Ponto de Fulgor ordmC 1105 905 100 ndash miacuten ASTM D 93

Teor de eacutester 9758 9264 955 ndash miacuten EN 14103

Resiacuteduo de Carbono 001 001 0050 ndash maacutex ASTM D 4530

Enxofre Total 31 26 10 ndash maacutex ABNT 15553

Soacutedio + Potaacutessio lt01 lt01 5 ndash maacutex ABNT 15553

Caacutelcio + Magneacutesio lt01 lt01 5 ndash maacutex ABNT 15553

Foacutesforo lt01 lt01 10 ndash maacutex ABNT 15553

Ponto de Entupimento de Filtro a

Frio degC

-1 -2 10 ndash maacutex

14 ndash maacutex

ASTM D 6371

Glicerol Livre 00133 0002 002 ndash maacutex ASTM D 6584

Glicerol Total 021 092 025 ndash maacutex ASTM D 6584

Monoacilglicerol 0669 0918 070 ndash maacutex ASTM D 6584

Diacilglicerol 0103 12541 020 ndash maacutex ASTM D 6584

Triacilglicerol 0022 47057 020 ndash maacutex ASTM D 6584

Estabilidade aacute Oxidaccedilatildeo A 110ordmC h 1087 895 8 ndash min EM 14112

Corrosividade ao Cobre 3h a 50degC

maacutex

1 1 1 ASTM D 130

Iacutendice de Iodo g 100 g-1

10420 --- Anotar EN 14111

Iacutendice de Acidez mg KOH g-1

lt01 --- 050 ndash maacutex ABNT NBR

14448

(1) Liacutempido e isento de impurezas

Limite Maacuteximo degC ndash de Janeiro a Abril e de outubro a dezembro 14degC maacutex e de Maio a Setembro 10degC maacutex

Dentre as caracteriacutesticas determinadas na caracterizaccedilatildeo de um biodiesel algumas

podem ser facilmente alteradas com a qualidade da mateacuteria prima utilizada enquanto que

outras estatildeo mais condicionadas aos processos reacionais da produccedilatildeo do biodiesel ou do seu

tempo de armazenamento Com isso faz-se necessaacuterio o conhecimento de cada uma dessas

caracteriacutesticas do biodiesel e de como elas estatildeo mais susceptiacuteveis na alteraccedilatildeo da qualidade

do biodiesel produzido Pensando nisso Monteiro et al (2008) Locircbo Ferreira e Cruz (2009)

e Quintella et al (2009) classificaram os meacutetodos analiacuteticos para avaliaccedilatildeo da qualidade do

biodiesel em quatro grupos conforme as informaccedilotildees que podem proporcionar sendo estes

meacutetodos analiacuteticos para determinaccedilatildeo de contaminantes provenientes da mateacuteria-prima

meacutetodos analiacuteticos para avaliaccedilatildeo do processo produtivo meacutetodos analiacuteticos para avaliaccedilatildeo

das propriedades inerentes agraves estruturas moleculares e meacutetodos analiacuteticos para

monitoramento da qualidade do biodiesel durante o processo de estocagem Esta classificaccedilatildeo

ajuda no monitoramento da qualidade do biodiesel visando meacutetodos analiacuteticos automatizados

e que permitam monitoramento remoto em campo e ao longo de toda a cadeia produtiva

priorizando rapidez simplicidade e baixo custo (QUINTELLA et al 2009)

133

As caracteriacutesticas do processo produtivo (soacutedio + potaacutessio glicerina livre glicerina

total monoacilglicerol diacilglicerol triacilglicerol ponto de fulgor teor de eacutester e resiacuteduo

de carbono) apesar de apresentarem uma pequena diferenccedila entre os experimentos se deve agraves

interferecircncias ocorridas no sistema reacional tais como tempo de reaccedilatildeo razatildeo molar e

temperatura

Com relaccedilatildeo as caracteriacutesticas relacionadas agrave mateacuteria prima (caacutelcio + magneacutesio

enxofre foacutesforo e corrosividade ao cobre) estas natildeo permitem verificar nenhuma diferenccedila

significativa entre as duas amostras analisadas Apesar de estarem relacionadas diretamente

ao tipo de mateacuteria prima que chega para a extraccedilatildeo podendo ser alterado com o tipo de

manejo adotado no seu cultivo e nesse caso com os tratamentos aplicados no campo haveria

a necessidade de um maior nuacutemero de amostras de cada tratamento para verificar uma

possiacutevel alteraccedilatildeo nessas caracteriacutesticas O que se observa a partir dos resultados da Tabela

44 eacute que as duas amostras natildeo tiveram alteraccedilatildeo alguma desses paracircmetros ou houve muito

pouco como eacute o caso do enxofre total

Jaacute para os itens referentes ao processo de armazenamento (teor de aacutegua estabilidade

oxidativa e iacutendice de acidez) o teor de aacutegua foi diferente significativamente devido agrave secagem

do material poacutes-reaccedilatildeo de transesterificaccedilatildeo do oacuteleo em biodiesel Quanto ao iacutendice de acidez

natildeo foi possiacutevel realizar-se comparaccedilatildeo devido agrave ausecircncia do resultado na amostra sem

irrigaccedilatildeo jaacute mencionado anteriormente A estabilidade oxidativa por sua vez apresentou uma

diferenccedila significativa entre as amostras e uma das provaacuteveis causas pode ser o fato da

quantidade de insaturaccedilotildees entre os tratamentos ser diferente o que foi constatado nas

anaacutelises de RMN lembrando que novas anaacutelises precisam ser analisadas para verificar o niacutevel

de variabilidade do oacuteleo do pinhatildeo-manso extraiacutedo de uma mesma lavoura

As caracteriacutesticas referentes as estruturas moleculares (Ponto de Entupimento de Filtro

a Frio viscosidade massa especiacutefica e iacutendice de iodo) foram aquelas que apresentaram as

maiores diferenccedilas em especial a viscosidade e a massa especifica Pelas diferenccedilas

presume-se que existem pequenas diferenccedilas entre as composiccedilotildees das amostras o que pode

ser afirmado pelos ensaios de cromatografia gasosa realizado nos oacuteleos brutos (perfil

composicional) Quanto agraves outras caracteriacutesticas nada pode ser afirmado em especial ao

iacutendice de iodo que natildeo foi quantificado na amostra sem irrigaccedilatildeo devido agrave quantidade de

amostra ser insuficiente para essa anaacutelise

Pelos resultados obtidos com as anaacutelises de qualidade do oacuteleo nos tratamentos e da

caracterizaccedilatildeo do biodiesel pode ser afirmado que o pinhatildeo-manso (como uacutenica mateacuteria-

prima) pode obter-se um biodiesel com qualidade que atenda a todos os paracircmetros

134

estabelecidos pela legislaccedilatildeo vigente de acordo com ANVISA (2005) e ANP (2012) haja

vista principalmente o atendimento aos ensaios referentes agraves estruturas moleculares e agrave

estabilidade oxidativa

135

5 CONCLUSOtildeES

1) Mesmo sendo adaptado a condiccedilotildees adversas de clima e solo o pinhatildeo-manso responde

positivamente agrave praacutetica da irrigaccedilatildeo complementar e agrave adubaccedilatildeo nitrogenada chegando a

duplicar a produtividade de sementes com a praacutetica da irrigaccedilatildeo e a triplicar em alguns

casos quando a adubaccedilatildeo eacute feita de acordo com a recomendaccedilatildeo proposta pela literatura

A produtividade de aacutegua por sua vez natildeo apresenta diferenccedila significativa entre os

manejos hiacutedricos ficando restrita apenas para agraves doses de N aplicadas

2) As variaacuteveis de crescimento (altura da planta diacircmetro e volume de copa e IAF)

apresentam uma boa resposta quanto aos tratamentos aplicados Com as praacuteticas da

adubaccedilatildeo e da irrigaccedilatildeo as folhas permanecem por um maior tempo nas plantas

reduzindo o periacuteodo de senescecircncia em cada ciclo O IAF assim como outras variaacuteveis

apresentam maiores valores para os tratamentos irrigados

3) Todos os teores de clorofila avaliados apresentam maiores valores com a praacutetica da

irrigaccedilatildeo e com as maiores doses de N aplicadas No quarto ano de cultivo como natildeo

houve irrigaccedilatildeo os tratamentos com histoacuterico de irrigaccedilatildeo natildeo apresentaram diferenccedilas

entre os dois manejos hiacutedricos Apesar da diferenccedila do teor de clorofila entre as doses de

N os tratamentos aplicados apresentaram baixa correlaccedilatildeo com o teor de N foliar

4) Os tratamentos aplicados apresentam aumento no rendimento de oacuteleo no cultivo sem

irrigaccedilatildeo mas tal condiccedilatildeo natildeo eacute determinante no aumento da produtividade de oacuteleo com

os tratamentos irrigados apresentando maiores produtividades Com a baixa influecircncia do

conteuacutedo intriacutenseco de oacuteleo das sementes o aumento da produtividade de oacuteleo nos

tratamentos irrigados se deve principalmente pelo aumento da produtividade de sementes

5) Os iacutendices de qualidade de oacuteleo natildeo apresentam variaccedilatildeo significativa quanto agraves

diferentes doses de N ficando restritos para alguns iacutendices a variaccedilatildeo dos valores apenas

com a praacutetica da irrigaccedilatildeo para um dos ciclos avaliados

136

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3

Dedico Aos meus pais Pedro Miguel de Andrade e Antonia Maria de Souza Conrado

Agrave minha irmatilde Camila Souza de Andrade

Agrave minha namorada Natiele Moura Ferreira

Agrave DEUS meu guia

e consolador

companheiro de

todos os

momentos

Ofereccedilo

4

5

AGRADECIMENTOS

Agrave Deus por toda a sauacutede determinaccedilatildeo e sabedoria que tem me concedido ateacute entatildeo

a companhia sublime do Sagrado Coraccedilatildeo de Jesus na minha vida nesses uacuteltimos anos aliado

com a intercessatildeo da sempre Virgem Maria A Tua Graccedila me basta

Aos meus pais Pedro Miguel e Antonia Maria por toda educaccedilatildeo amor e carinho que

vocecircs tem me dado Este trabalho tambeacutem eacute fruto de vocecircs A minha querida irmatilde Camila

que com o seu exemplo de luta e perseveranccedila me inspirou e muito nesses anos de Doutorado

e a todos os meus familiares que sempre me apoiaram e torceram por mim nesta etapa

Agrave minha amada Natiele Moura Ferreira pela sua companhia nesses anos de namoro

e por todo o seu amor e compreensatildeo nos momentos em que passamos juntos (mesmo agrave

distacircncia) Agradeccedilo tambeacutem agrave todos os seus familiares que sempre me acolheram bem nas

minha idas a Petroacutepolis em especial a Marcos Benedito Sandra Cristina Joatildeo Pedro Marcos

Paulo e Vanessa Faustino

Agrave Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz por toda a infraestrutura e ao

Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia de Sistemas Agriacutecolas pela oportunidade de

realizaccedilatildeo do curso de doutorado onde estendo minha gratidatildeo aos professores pelo

conhecimento partilhado

Ao professor Marcos Viniacutecius Folegatti meu orientador pela confianccedila depositada

desde o iniacutecio e pela sua atenccedilatildeo constante sinceridade amizade e por todas as suas valiosas

orientaccedilotildees sejam no meio profissional-cientiacutefico ou na esfera humana Sinto-me honrado por

ter feito parte da sua equipe

As professoras Dra Patriacutecia Angeacutelica Alves Marques e Dra Thaiacutes Maria Ferreira de

Souza Vieira por todo apoio e auxiacutelio no desenvolvimento desse trabalho

Aos professores Dr Leonardo Duarte Batista da Silva Dr Felipe Gustavo Pilau e Dr

Fabio Ricardo Marin por suas sugestotildees e opiniotildees no exame de qualificaccedilatildeo para a melhoria

e engrandecimento dessa pesquisa em especial ao Dr Leonardo pelo apoio e amizade em

todos os momentos

Aos funcionaacuterios do Departamento de Engenharia de Biossistemas Gilmar Batista

Grigolon Paula Alessandra Bonassa Antocircnio Agostinho Gozzo (Seu Antocircnio) Acircngela

Maacutercia Derigi Silva Davilmar Aparecida Colevatti Heacutelio de Toledo Gomes Luiz Custoacutedio

Camargo e Paula Leme Mendes pela atenccedilatildeo e disposiccedilatildeo durante a realizaccedilatildeo dos trabalhos

Aos meus amigos membros do grupo de pesquisa com quem compartilhei

conhecimentos e experiecircncias Joatildeo Paulo Bruno Lena Adriano Diotto Ciacutecero Renecirc Eder

6

Fanaya Jr Otaacutevio Neto e Jefferson Joseacute obrigado pelos momentos de companhia dentro e

fora da aacuterea experimental e da Esalq Este trabalho tem a colaboraccedilatildeo concreta de cada um e

tambeacutem eacute de vocecircs

Aos meus amigos de poacutes graduaccedilatildeo Hermes da Rocha Kaline de Melo Marco

Bragaia Osvaldo Neto Joseacute Leocircncio Conan Salvador Marinaldo Pinto Dinara Alves

Marcos Amaral Daniel Leal Wagner Woff Eusiacutemio Fraga Fernando Barbosa Lucas da

Costa Santos Rony Sampaio Rogeacuterio Lavanholi Jeacutefferson Costa Ana Paula Damasceno

Fabriacutecio de Oliveira Luiacutes Carvalho Roberto Marano Timoacuteteo Herculino Thiago Villa

Acaacutecio Perboni Nathalia Alejandra Asdruacutebal Luiz Sobenko pelo bom conviacutevio

Aos professores do departamento do ciecircncias exatas Dr Carlos Tadeu e Dra Renata

Alcarde e aos receacutem doutores Dra Adriele Biase e ao meu amigo Dr Fredy Aguillar por

todo auxiacutelio estatiacutestico que necessitei e pelos esclarecimentos e atenccedilatildeo recebida por todos

Aos meus grandes amigos de feacute do grupo de oraccedilatildeo universitaacuterio (GOU) Aacutegua Viva

Tatiane Tokairin Mateus Mendes Antonio Paacutedua Andrea Domingues Natalia Arruda

Geraldo Costa Mariana Pontin Marina Losi Leandro Silva Andreia Nascimento Anna

Neto Dallila Rezende Fredy Ariane Silveira Baacuterbara Della Antonia Rebecca Riet Ana

Carolina Maacutercio Rezende Vanessa Queiroz e Patriacutecia Souza por todos os momentos de

conviacutevio partilha confraternizaccedilotildees e oraccedilotildees em que passei junto de vocecircs

Aos colegas de moradia que tive ao longo desses trecircs anos Marinaldo Valdevan

Adriano Pablo Conan Maicon Otaacutevio Cibele Cliacutessia Luanna Lilian pela companhia e

momentos de alegria e amizade

Agrave Universidade Federal do Paranaacute (UFPR) na pessoa dos pesquisadores MSc Alan

Diego da Conceiccedilatildeo Santos e Dr Andersson Barison parceiros nas anaacutelises de ressonacircncia

magneacutetica nuclear

Ao Instituto Federal de Satildeo Paulo campus Matatildeo-SP na pessoa do professor Dr

Danilo Luiz Flumignan pela oportunidade de parceria e por todo o apoio nas anaacutelises de

qualidade de oacuteleo e biodiesel e a todos teacutecnicos de laboratoacuterio e alunos envolvidos na

participaccedilatildeo e auxiacutelio nessas anaacutelises Deixo o meu agradecimento ao CempeqcIQUnesp

campus de Araraquara-SP pelas anaacutelises de cromatografia gasosa

Agrave Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior (Capes) e a

Fundaccedilatildeo de Amparo agrave Pesquisa do Estado de Satildeo Paulo (FAPESP) pela concessatildeo da bolsa

de doutorado

Agrave todos que contribuiacuteram de alguma forma para a realizaccedilatildeo deste trabalho Meu

muito obrigado Que Deus na sua infinita bondade abenccediloe a cada um

7

ldquoNatildeo vos lembreis mais dos acontecimentos de

outrora natildeo recordeis mais das coisas antigas porque

eis que vou fazer obra nova a qual jaacute surge natildeo a

vedesrdquo

(Isaiacuteas 4318-19a)

ldquoVontade de Deus eacutes o meu paraiacutesordquo

(Santa Paula Frassineti)

ldquoNatildeo entristeccedila o seu coraccedilatildeo por causa das afliccedilotildees antes

medita na Lei do Senhor e alegra-te pois o Senhor usa de meios

que noacutes natildeo entendemos para testar e treinar a nossa feacute para nos

fortalecer E por mais difiacutecil que seja confie Confie no Senhor e

Ele te abenccediloaraacuterdquo

(Autor desconhecido)

8

9

SUMAacuteRIO

RESUMO 11

ABSTRACT 13

LISTA DE FIGURAS 15

LISTA DE TABELAS 19

1 INTRODUCcedilAtildeO 23

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA 25

21 A cultura do pinhatildeo-manso (Jatropha curcas L) 25

22 Potencialidades e limitaccedilotildees para o cultivo do pinhatildeo-manso 29

23 Fatores que afetam o desenvolvimento e a produtividade do pinhatildeo-manso 34

231 Exigecircncias climaacuteticas para o cultivo do pinhatildeo-manso 35

232 Condiccedilotildees e uso do solo 37

233 Irrigaccedilatildeo e adubaccedilatildeo nitrogenada no pinhatildeo-manso 39

24 Qualidade do oacuteleo vegetal para produccedilatildeo de biocombustiacuteveis 44

241 Perfil composicional de aacutecidos graxos 45

242 Iacutendices de qualidade 49

3 MATERIAL E MEacuteTODOS 53

31 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea experimental 53

32 Descriccedilatildeo dos tratamentos e delineamento experimental 54

33 Caracterizaccedilatildeo do solo 56

34 Caracterizaccedilatildeo da aacutegua de irrigaccedilatildeo 57

35 Manejo da irrigaccedilatildeo 58

36 Monitoramento da umidade do solo 61

37 Manejo da cultura 62

38 Produtividade da cultura e produtividade da aacutegua 63

39 Anaacutelises de crescimento 64

310 Iacutendice de aacuterea foliar (IAF) 65

311 Iacutendice de clorofila 67

312 Teor e anaacutelises de qualidade de oacuteleo 68

3121 Teor de oacuteleo 69

3122 Anaacutelises preliminares dos iacutendices de qualidade do oacuteleo 70

3123 Iacutendice de acidez 71

3124 Iacutendice de iodo 71

10

3125 Iacutendice de peroacutexido 72

3126 Iacutendice de refraccedilatildeo 72

3127 Densidade relativa 73

3128 Estabilidade oxidativa 73

3129 Identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo de aacutecidos graxos 74

313 Anaacutelise dos dados 75

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 77

41 Monitoramento meteoroloacutegico 77

42 Irrigaccedilotildees realizadas 79

43 Monitoramento da umidade do solo 80

44 Produtividade da cultura 84

45 Produtividade da aacutegua 88

46 Anaacutelise de crescimento 91

47 Iacutendice de aacuterea foliar (IAF) 109

48 Iacutendice de clorofila 113

49 Teor e anaacutelises de qualidade de oacuteleo 120

5 CONCLUSOtildeES 135

REFEREcircNCIAS 137

11

RESUMO

Influecircncia da irrigaccedilatildeo e da adubaccedilatildeo nitrogenada na produccedilatildeo e qualidade do oacuteleo das

sementes de pinhatildeo-manso

Com a busca de novas soluccedilotildees para a produccedilatildeo de energia sustentaacutevel novas fontes

renovaacuteveis tecircm sido tema de estudos para o suprimento de energia no mundo diminuindo a

dependecircncia por combustiacuteveis foacutesseis O biodiesel pode ser usado para geraccedilatildeo de energia em

substituiccedilatildeo ao oacuteleo diesel e com isso muitas espeacutecies oleaginosas tecircm sido estudadas para

esse fim O pinhatildeo-manso (Jatropha curcas L) eacute uma espeacutecie da famiacutelia Euforbiaacutecea que tem

se destacado por ser uma planta perene ruacutestica e com elevada produccedilatildeo de oacuteleo O

conhecimento dos efeitos da irrigaccedilatildeo e da fertilizaccedilatildeo nitrogenada no seu cultivo se tornam

relevantes para um melhor manejo dessa cultura Este estudo teve como objetivo principal

avaliar os efeitos de diferentes niacuteveis de adubaccedilatildeo nitrogenada e de irrigaccedilatildeo na

produtividade no crescimento vegetativo e na qualidade de oacuteleo no cultivo do pinhatildeo-manso

O experimento foi conduzido em uma aacuterea experimental do Departamento de Engenharia de

Biossistemas da ESALQUSP em Piracicaba-SP Os estudos foram realizados nos anos

agriacutecolas de 20132014 e 20142015 com plantas a partir do terceiro ano de cultivo e

dispostas em espaccedilamento 3 x 4 m totalizando 833 plantas ha-1

Os tratamentos foram

dispostos aleatoriamente em duas aacutereas de cultivo com blocos compostos de quatros

repeticcedilotildees sendo os fatores constituiacutedos de dois manejos hiacutedricos (irrigado e sem irrigaccedilatildeo) e

quatro doses de adubaccedilatildeo nitrogenada a partir da sua recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo (150

100 50 e 0 de N) Cada aacuterea de cultivo era composta pelo tipo de manejo hiacutedrico

adotado e a anaacutelise dos dados foi feita de forma conjunta como anaacutelise de grupos de

experimentos O sistema de irrigaccedilatildeo utilizado foi o pivocirc central sendo adotado para toda a

aacuterea irrigada o mesmo manejo de irrigaccedilatildeo A irrigaccedilatildeo e as doses de N tiveram influecircncia

positiva nas variaacuteveis de crescimento como altura iacutendice de aacuterea foliar diacircmetro e volume de

copa Todos os teores de clorofila avaliados apresentaram os maiores valores com a praacutetica da

irrigaccedilatildeo e com as maiores doses de N aplicada mas apesar dessa diferenccedila todos os

tratamentos aplicados apresentaram baixa correlaccedilatildeo com o teor de N foliar A produtividade

de sementes e de oacuteleo de pinhatildeo-manso tambeacutem responderam de forma positiva aos

tratamentos aplicados chegando ateacute a triplicar os seus valores com a praacutetica de irrigaccedilatildeo e da

adubaccedilatildeo de N O teor de oacuteleo por sua vez natildeo mostrou variaccedilatildeo dos tratamentos quanto ao

seu conteuacutedo intriacutenseco por unidade de massa de sementes mas o fator manejo hiacutedrico

influenciou nos valores de alguns iacutendices de qualidade de oacuteleo como acidez iodo peroacutexido e

estabilidade oxidativa nos quais os tratamentos irrigados apresentaram de uma forma geral

os melhores resultados Com isso conclui-se que mesmo sendo adaptado a condiccedilotildees

adversas de clima e solo o pinhatildeo-manso responde bem agrave praacutetica da irrigaccedilatildeo e da adubaccedilatildeo

nitrogenada aumentando sua produtividade melhorando seu desenvolvimento vegetativo e

qualidade de oacuteleo para a produccedilatildeo de biodiesel

Palavras-chave Jatropha curcas L Manejo hiacutedrico Fertilizaccedilatildeo mineral Biocombustiacuteveis

12

13

ABSTRACT

Influence of irrigation and nitrogen fertilization in yield and quality of oil from jatropha

seeds

With the search for new solutions for the sustainable energy production new

renewable energy sources have been the subject of studies for the power supply in the world

reducing dependence on fossil fuels Biodiesel can be used for power generation as a

substitute for oil diesel which have increased the interest on oilseeds crops studies The

jatropha (Jatropha curcas L) is a species of the Euforbiaceae family that has stood out for

being a perennial rustic and high yield of oil plant The knowledge of the effects of irrigation

and nitrogen fertilization on the cultivation become relevant for a better crop management

The main objective of this study was the evaluation of the effects of different levels of

nitrogen fertilization and irrigation on productivity vegetative growth and oil quality in the

jatropha crop The experiment was conducted in an experimental area of the Department of

Biosystems Engineering at ESALQUSP in Piracicaba-SP The studies were conducted in the

agricultural years of 20132014 and 20142015 with plants from the third year of cultivation

arranged in 3x4 meters spacing totaling 833 plants ha-1

The treatments were randomly

arranged in two cultivation areas with blocks composed of four repetitions being the factors

consisted of two water management (irrigated and without irrigation) and four doses of

nitrogen fertilization from its fertilizer recommendation (150 100 50 and 0 N) Each

cultivation area was composed by the type of water management adopted and the data

analysis was made jointly as experiments group analysis The irrigation system used was the

center pivot being adopted for the entire irrigated area the same irrigation management The

irrigation and nitrogen levels had a positive influence on growth variables such as height

diameter and canopy volume All evaluated chlorophyll levels reached the highest values with

the practice of irrigation and higher nitrogen levels applied but despite of this difference all

treated samples showed low correlation with leaf nitrogen content The productivity of seeds

and jatropha oil also responded positively to the treatments applied reaching three times their

values with the practice of irrigation and nitrogen fertilization The oil content did not vary

with treatments as to its intrinsic content per unit mass of seeds and only the water

management factor influenced the values of some oil quality indices such as acidity iodine

peroxide and oxidative stability when the irrigated treatments showed better results in

general Thus it is concluded that even though being adapted to adverse conditions of climate

and soil jatropha responds well to practices of irrigation and nitrogen fertilization increasing

its productivity and improving its vegetative growth and quality of oil for biodiesel

production

Keywords Jatropha curcas L Water management Mineral fertilization Biofuels

14

15

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Partes que compotildee a planta de pinhatildeo-manso ramo com inflorescecircncias (a) caule

(b) folha (c) pistilo ndash flor feminina (d) estame ndash flor masculina (e) fruto em corte

transversal (f) frutos (g) fruto em corte longitudinal (h) semente (i) Fonte Heller

(1996) 26

Figura 2 - Niacuteveis de produtividades estimadas para a cultura do pinhatildeo-manso 39

Figura 3 - Tipos de aacutecidos graxos 46

Figura 4 - Croqui da aacuterea experimental contendo as aacutereas de cada manejo hiacutedrico e a estaccedilatildeo

meteoroloacutegica 54

Figura 5 - Esquema da distribuiccedilatildeo dos tratamentos na aacuterea sem irrigaccedilatildeo 55

Figura 6 - Balanccedilo hiacutedrico do sistema de lisiacutemetro de pesagem com as entradas e saiacutedas de

aacutegua do sistema sendo ET a evapotranspiraccedilatildeo E a evaporaccedilatildeo T a transpiraccedilatildeo I

a irrigaccedilatildeo R o escoamento superficial e P a precipitaccedilatildeo Fonte Lena (2013) 59

Figura 7 - Mediccedilatildeo da altura em plantas de pinhatildeo-manso 65

Figura 8 - Metodologia adotada para a calibraccedilatildeo do equipamento LAI 2200 com a escolha

da planta (a) leitura do IAF estimado com o LAI 2200 (b) retirada de todas as

folhas da planta (c) e determinaccedilatildeo em laboratoacuterio do IAF real da planta com o

equipamento CI-203 (d) 67

Figura 9 - Leitura do Iacutendice de Clorofila FALKER utilizando o ClorofiLOG 68

Figura 10 - Rancimat em operaccedilatildeo para determinaccedilatildeo de estabilidade oxidativa (a) e esquema

de funcionamento do equipamento (b) 74

Figura 11 - Dados meteoroloacutegicos observados durante o primeiro e o segundo ciclo de

avaliaccedilatildeo da cultura 78

Figura 12 - Lacircminas de irrigaccedilatildeo aplicadas durante o primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo da cultura 80

Figura 13 - Variaccedilatildeo da umidade do solo ao longo do tempo nos tratamentos sem irrigaccedilatildeo 81

Figura 14 - Armazenamento de aacutegua no solo na camada de 0-08 m para os quatro tratamentos

de adubaccedilatildeo nitrogenada e dentro do lisiacutemetro na aacuterea sem irrigaccedilatildeo utilizando a

sonda de capacitacircncia Diviner 2000 82

Figura 15 - Variaccedilatildeo da umidade do solo ao longo do tempo nos tratamentos irrigados 83

Figura 16 - Armazenamento de aacutegua no solo na camada de 0-08 m para os quatro tratamentos

de adubaccedilatildeo nitrogenada e dentro do lisiacutemetro na aacuterea irrigada utilizando a sonda

de capacitacircncia Diviner 2000 83

16

Figura 17 - Produtividade de sementes do pinhatildeo-manso em funccedilatildeo das diferentes doses de

adubo nitrogenado aplicado no terceiro ano de cultivo 85

Figura 18 - Produtividade de sementes do pinhatildeo-manso em funccedilatildeo das diferentes doses de

adubo nitrogenado aplicado no quarto ano de cultivo 86

Figura 19 - Produtividade de aacutegua para a cultura do pinhatildeo-manso para todos os tratamentos

no terceiro ano de cultivo 88

Figura 20 - Produtividade da aacutegua do pinhatildeo-manso em funccedilatildeo das diferentes doses de adubo

nitrogenado aplicado no terceiro ano de cultivo 90

Figura 21 - Altura meacutedia do pinhatildeo-manso (m) em funccedilatildeo do uso ou natildeo da irrigaccedilatildeo

complementar (a) e das doses de nitrogecircnio (b) durante o terceiro e quarto ano de

cultivo 92

Figura 22 ndash Perfis meacutedios da altura das plantas de pinhatildeo-manso para os dois anos de

avaliaccedilatildeo 95

Figura 23 - Linhas de tendecircncia para altura de plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias

apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a) e do manejo hiacutedrico

adotado (b) para o ciclo 201314 96

Figura 24 ndash Linhas de tendecircncia para altura de plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias

apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a) e do manejo hiacutedrico

adotado (b) para o ciclo 201415 96

Figura 25 - Diacircmetro meacutedio de copa do pinhatildeo-manso (m) em funccedilatildeo do uso ou natildeo da

irrigaccedilatildeo complementar (a) e das doses de nitrogecircnio (b) durante o terceiro e

quarto ano de cultivo 98

Figura 26 ndash Perfis meacutedios do diacircmetro de copa das plantas de pinhatildeo-manso para os dois anos

de avaliaccedilatildeo 101

Figura 27 - Linhas de tendecircncia para diacircmetro meacutedio de copa das plantas de pinhatildeo-manso em

funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a) e do

manejo hiacutedrico adotado (b) para o ciclo 201314 102

Figura 28 - Linhas de tendecircncia para diacircmetro meacutedio de copa das plantas de pinhatildeo-manso em

funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a) e do

manejo hiacutedrico adotado (b) para o ciclo 201314 103

Figura 29 - Volume de copa do pinhatildeo-manso (msup3) em funccedilatildeo do uso ou natildeo da irrigaccedilatildeo

complementar (a) e das doses de nitrogecircnio (b) durante o terceiro e quarto ano de

cultivo 105

17

Figura 30 ndash Perfis meacutedios do volume de copa de pinhatildeo-manso para os dois anos de avaliaccedilatildeo

107

Figura 31 - Linhas de tendecircncia para o volume meacutedio de copa das plantas de pinhatildeo-manso

em funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a)

e do manejo hiacutedrico adotado (b) para o ciclo 201314 108

Figura 32 - Linhas de tendecircncia para o volume meacutedio de copa das plantas de pinhatildeo-manso

em funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a)

e do manejo hiacutedrico adotado (b) para o ciclo 201415 108

Figura 33 - Equaccedilatildeo de calibraccedilatildeo do IAF para o equipamento LAI 2200 110

Figura 34 ndash Perfis meacutedios do IAF de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo da dose de nitrogecircnio aplicada

e do manejo hiacutedrico adotado 111

Figura 35 - Linhas de tendecircncia para o iacutendice de aacuterea foliar (IAF) das plantas de pinhatildeo-

manso em funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N

aplicada (a) e do manejo hiacutedrico adotado (b) para o ciclo 201415 112

Figura 36 - Variaccedilatildeo temporal dos teores de clorofila total em funccedilatildeo doses de nitrogecircnio (a) e

do manejo hiacutedrico (b) para o terceiro ano de cultivo 114

Figura 37 - Teores de clorofila total em funccedilatildeo das doses de nitrogecircnio aplicada para o quarto

ano de cultivo 114

Figura 38 - Teores de clorofila total em funccedilatildeo do manejo hiacutedrico adotado para o quarto ano

de cultivo 115

Figura 39 ndash Perfis meacutedios dos iacutendices de clorofila do pinhatildeo-manso para o segundo ciclo de

avaliaccedilatildeo 118

Figura 40 - Variaccedilatildeo temporal dos teores de N foliar em funccedilatildeo das doses de N aplicadas na

planta (a) e do manejo hiacutedrico adotado (b) 119

Figura 41 - Produtividade de oacuteleo do pinhatildeo-manso em funccedilatildeo das diferentes doses de adubo

nitrogenado aplicado no terceiro ano de cultivo 123

Figura 42 - Produtividade de oacuteleo do pinhatildeo-manso em funccedilatildeo das diferentes doses de adubo

nitrogenado aplicado no quarto ano de cultivo 123

Figura 43 - Quantificaccedilatildeo e composiccedilatildeo primaacuteria dos aacutecidos graxos do oacuteleo de pinhatildeo-manso

para todos os tratamentos avaliados 130

18

19

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Relaccedilatildeo entre a produtividade meacutedia de sementes e o rendimento de oacuteleo de

algumas culturas oleaginosas produzidas no Brasil 30

Tabela 2 - Necessidade de nutrientes na cultura do pinhatildeo-manso durante os quatro primeiros

anos de cultivo 41

Tabela 3 - Esquema da anaacutelise de variacircncia 56

Tabela 4 - Composiccedilatildeo textural do solo da aacuterea experimental 56

Tabela 5 - Anaacutelise quiacutemica da aacuterea experimental 57

Tabela 6 - Resultados da anaacutelise fiacutesico-quiacutemica da aacutegua utilizada para irrigaccedilatildeo 58

Tabela 7 - Teor meacutedio de oacuteleo por meio de prensagem mecacircnica e por solvente quiacutemico nos

frutos colhidos na aacuterea experimental antes da instalaccedilatildeo dos tratamentos 70

Tabela 8 - Iacutendices de qualidade do oacuteleo de pinhatildeo-manso para a aacuterea experimental 70

Tabela 9 - Estatiacutestica descritiva das variaacuteveis meteoroloacutegicas observadas na aacuterea experimental

77

Tabela 10 - Valores de F para produccedilatildeo de frutos (ProdF) e sementes (ProdS) em kg pl-1

relaccedilatildeo sementefruto (RelSF) e produtividade de sementes (PS) em kg ha-1

84

Tabela 11 - Produtividade meacutedia das sementes de pinhatildeo-manso (kg ha-1

) em funccedilatildeo do

manejo hiacutedrico e doses de nitrogecircnio aplicado 84

Tabela 12 ndash Anaacutelise de variacircncia para produtividade de aacutegua (PA) no terceiro ano de cultivo

89

Tabela 13 ndash Anaacutelise univariada de perfil para altura de plantas durante o ciclo 201314 92

Tabela 14 ndash Anaacutelise univariada de perfil para altura de plantas durante o ciclo 201415 93

Tabela 15 ndash Teste de esfericidade de Mauchly para altura de plantas para os dois ciclos de

avaliaccedilatildeo 93

Tabela 16 ndash Resultados dos testes multivariados para os fatores entre e intra indiviacuteduos para a

variaacutevel altura no segundo ciclo de avaliaccedilatildeo 94

Tabela 17 ndash Anaacutelise de regresssatildeo para altura de plantas em funccedilatildeo do dia apoacutes a poda (DAP)

para todos os tratamentos nos dois anos de avaliaccedilatildeo 96

Tabela 18 - Equaccedilotildees de ajuste para altura de plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias

apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada e do manejo hiacutedrico

adotado para os dois ciclos de avaliaccedilatildeo 97

Tabela 19 ndash Anaacutelise univariada de perfis para diacircmetro de copa durante o ciclo 201314 99

20

Tabela 20 ndash Anaacutelise univariada de perfis para diacircmetro de copa durante o ciclo 201415 99

Tabela 21 ndash Teste de esfericidade de Mauchly para diacircmetro de copa para os dois ciclos de

avaliaccedilatildeo 100

Tabela 22 ndash Resultados dos testes multivariados para os fatores entre e intra indiviacuteduos para a

variaacutevel diacircmetro de copa no segundo ciclo de avaliaccedilatildeo 100

Tabela 23 - Anaacutelise de regresssatildeo para diacircmetro de copa em funccedilatildeo do dia apoacutes a poda (DAP)

para todos os tratamentos nos dois anos de avaliaccedilatildeo 102

Tabela 24 - Equaccedilotildees de ajuste para diacircmetro de copa das plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo

dos dias apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicadas e do manejo

hiacutedrico adotado para os dois ciclos de avaliaccedilatildeo 104

Tabela 25 ndash Anaacutelise univariada de perfis para volume de copa durante o ciclo 201314 106

Tabela 26 ndash Anaacutelise univariada de perfis para volume de copa durante o ciclo 201415 106

Tabela 27 ndash Teste de esfericidade de Mauchly para o volume de copa para os dois ciclos de

avaliaccedilatildeo 106

Tabela 28 - Anaacutelise de regresssatildeo para diacircmetro de copa em funccedilatildeo do dia apoacutes a poda (DAP)

para todos os tratamentos nos dois anos de avaliaccedilatildeo 108

Tabela 29 - Equaccedilotildees de ajuste para o volume de copa das plantas de pinhatildeo-manso em

funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada e do

manejo hiacutedrico adotado para os dois ciclos de avaliaccedilatildeo 109

Tabela 30 - Anaacutelise univariada de perfis para IAF durante o ciclo 201415 111

Tabela 31 - Anaacutelise de regresssatildeo para o IAF em funccedilatildeo do dia apoacutes a poda (DAP) para todos

os tratamentos no segundo ano de avaliaccedilatildeo 112

Tabela 32 - Equaccedilotildees de ajuste para o IAF das plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias

apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicadas e do manejo hiacutedrico

adotado para o segundo ciclo de avaliaccedilatildeo 112

Tabela 33 - Valores meacutedios dos iacutendices de clorofila total A e B (ICF) e da relaccedilatildeo clorofila

AB das folhas de pinhatildeo-manso para todos os tratamentos avaliados no primeiro

ciclo de avaliaccedilatildeo 115

Tabela 34 - Valores meacutedios dos iacutendices de clorofila total A e B (ICF) e da relaccedilatildeo clorofila

AB das folhas de pinhatildeo-manso para todos os tratamentos avaliados no segundo

ciclo de avaliaccedilatildeo 116

Tabela 35 ndash Resumo da anaacutelise univariada de perfis para os iacutendices de Clorofila para o ciclo

201415 117

21

Tabela 36 ndash Teste de esfericidade de Mauchly para os iacutendices de clorofila e N foliar do

pinhatildeo-manso 118

Tabela 37 - Coeficientes de correlaccedilatildeo de Pearson entre o nitrogecircnio foliar e os teores de

clorofila na planta 119

Tabela 38 - Valores de F para o teor meacutedio () e a produtividade de oacuteleo (kg ha-1

) em

sementes de pinhatildeo-manso para todos os tratamentos avaliados 120

Tabela 39 - Valores Meacutedios do teor e produtividade de oacuteleo em funccedilatildeo do manejo hiacutedrico e da

dose de nitrogecircnio aplicada 121

Tabela 40 - Valores de F para os iacutendices de acidez (IA) iodo peroacutexido (IP) e estabilidade

oxidativa (EO) para os dois ciclos de avaliaccedilatildeo 124

Tabela 41 - Valores meacutedios dos iacutendices de qualidade de oacuteleo em funccedilatildeo do manejo hiacutedrico

adotado nos dois ciclos de avaliaccedilatildeo 125

Tabela 42 - Perfil composicional dos oacuteleos de pinhatildeo-manso () dos tratamentos avaliados no

ciclo 201314 128

Tabela 43 - Perfil composicional dos oacuteleos de pinhatildeo-manso () dos tratamentos avaliados no

ciclo 201415 128

Tabela 44 - Caracterizaccedilatildeo do biodiesel obtido do oacuteleo de pinhatildeo-manso para os dois

experimentos de manejo hiacutedrico 132

22

23

1 INTRODUCcedilAtildeO

Atualmente a maior parte da energia consumida no mundo proveacutem do petroacuteleo do

carvatildeo e do gaacutes natural Entretanto essas satildeo fontes natildeo renovaacuteveis e possuem previsatildeo de

esgotamento em um futuro proacuteximo Aleacutem disso os combustiacuteveis foacutesseis satildeo fontes muito

poluidoras e afetam o meio ambiente de forma severa o que faz a populaccedilatildeo mundial buscar

soluccedilotildees para tais problemas Com a crescente necessidade de encontrar fontes alternativas de

energia para substituir os combustiacuteveis foacutesseis diversas plantas vecircm sendo estudadas por

institutos de pesquisas e empresas A produccedilatildeo de biocombustiacuteveis por meio do

desenvolvimento dos setores agroenergeacuteticos pode se tornar uma soluccedilatildeo viaacutevel para o

suprimento da demanda energeacutetica mundial

Produzido a partir de fontes renovaacuteveis como oacuteleos vegetais e gorduras animais o

biodiesel pode ser usado para geraccedilatildeo de energia em substituiccedilatildeo ao oacuteleo diesel e ao oacuteleo

combustiacutevel O uso do biodiesel pode trazer uma seacuterie de benefiacutecios associados agrave reduccedilatildeo dos

gases de efeito estufa e de outros poluentes atmosfeacutericos tais como o enxofre aleacutem de

promover reduccedilatildeo do consumo de combustiacuteveis foacutesseis No Brasil a produccedilatildeo do biodiesel

pode cooperar com o desenvolvimento econocircmico de diversas regiotildees do paiacutes uma vez que eacute

possiacutevel explorar a melhor alternativa de mateacuteria-prima em cada regiatildeo Com isso em funccedilatildeo

de fatores como a vasta extensatildeo territorial e a grande diversidade de climas solos e espeacutecies

oleaginosas o Brasil encontra-se em uma situaccedilatildeo bastante promissora

O pinhatildeo-manso (Jatropha curcas L) destaca-se entre as oleaginosas com potencial

para a produccedilatildeo de biodiesel Esta cultura eacute apropriada ao cultivo em quase todo o paiacutes devido

a sua rusticidade e agrave resistecircncia a condiccedilotildees adversas de clima e solo (SATURNINO et al

2005) principalmente ao estresse hiacutedrico sendo tolerante agrave seca e podendo ser usada em

aacutereas marginais ou degradadas sem a competiccedilatildeo com culturas para fins de alimentaccedilatildeo

Aliado a esses fatores a alta porcentagem de oacuteleo por unidade de semente dessa espeacutecie em

comparaccedilatildeo com algumas culturas oleaginosas tradicionalmente cultivadas no paiacutes e em

outras regiotildees do mundo atraiacute a atenccedilatildeo de pesquisadores de diversos centros de pesquisa ao

redor do mundo para o conhecimento e o aprimoramento dessa cultura como uma matriz

energeacutetica para a produccedilatildeo de biodiesel

Contudo limitaccedilotildees teacutecnicas tecircm impedido a inserccedilatildeo imediata do pinhatildeo-manso na

matriz energeacutetica brasileira Por se tratar ainda de uma planta natildeo domesticada suas

caracteriacutesticas agronocircmicas natildeo satildeo completamente entendidas e os efeitos do ambiente sobre

24

as plantas natildeo tecircm sido completamente investigados Os resultados de pesquisas com a cultura

no Brasil ainda satildeo incipientes tendo iniacutecio faz pouco mais de dez anos de forma que ainda

haacute grande falta de informaccedilotildees sobre a cultura no paiacutes principalmente no que diz respeito agraves

suas demandas nutricionais e ao seu consumo hiacutedrico

Considerado por apresentar caracteriacutesticas como rusticidade e adaptabilidade a

condiccedilotildees adversas de clima e solo o pinhatildeo-manso assim como a maioria das culturas

agriacutecolas possivelmente pode obter uma boa resposta quando suprido das suas necessidades

hiacutedricas e nutricionais A adubaccedilatildeo e a aplicaccedilatildeo de aacutegua podem aumentar o rendimento de

sementes e oacuteleo do pinhatildeo-manso Mas a falta de informaccedilotildees sobre o cultivo de plantas

adultas a partir do seu pico de produccedilatildeo (4ordm ano) e da qualidade do seu oacuteleo sob a influecircncia

dessas variaacuteveis natildeo permite que se tenha um adequado manejo hiacutedrico e nutricional da

cultura uma vez que natildeo se conhece a fundo a resposta da planta pois trata-se ainda de uma

cultura com variadas expressotildees agronocircmicas

Sob a hipoacutetese de que o uso da irrigaccedilatildeo e a aplicaccedilatildeo de diferentes doses de

nitrogecircnio afetam os componentes de produccedilatildeo o crescimento vegetativo e a qualidade do

oacuteleo do pinhatildeo-manso desenvolveu-se este trabalho com o objetivo principal de avaliar os

efeitos dos diferentes niacuteveis de adubaccedilatildeo nitrogenada e de irrigaccedilatildeo na produtividade no

crescimento vegetativo e na qualidade de oacuteleo no terceiro e quarto ano do cultivo de pinhatildeo-

manso (Jatropha curcas L) nas condiccedilotildees edafoclimaacuteticas de Piracicaba-SP Os objetivos

secundaacuterios foram avaliar os efeitos da irrigaccedilatildeo complementar e da adubaccedilatildeo nitrogenada em

variaacuteveis de crescimento das plantas de pinhatildeo-manso os niacuteveis de clorofila de cada

tratamento e a correlaccedilatildeo desses teores com os valores de N foliar e os efeitos de cada

tratamento sobre o rendimento o perfil composicional de aacutecidos graxos e os iacutendices de

qualidade do oacuteleo do pinhatildeo-manso

25

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA

21 A cultura do pinhatildeo-manso (Jatropha curcas L)

O pinhatildeo-manso (Jatropha curcas L) pertence agrave famiacutelia Euphorbiaceae a mesma da

mandioca mamona e seringueira e que compreende aproximadamente 8000 espeacutecies com

cerca de 320 gecircneros As plantas do gecircnero Jatropha contecircm 160 espeacutecies aproximadamente

entre herbaacuteceas e arbustivas e apresentam valor medicinal ornamental e algumas satildeo

produtoras de oacuteleo como eacute o caso da espeacutecie Jatropha curcas L (SUJATHA DHINGRA

1993)

Esta espeacutecie destaca-se entre as oleaginosas com potencial para a produccedilatildeo de

biodiesel aleacutem de apresentar caracteriacutesticas desejaacuteveis tais como potencial de altos

rendimentos de gratildeos e oacuteleo boa qualidade do oacuteleo para a produccedilatildeo de biodiesel

adaptabilidade a diferentes regiotildees precocidade e longevidade Eacute uma planta reivindicada

como tolerante agrave seca tem menos necessidade de nutrientes utiliza insumos trabalhistas mais

baixos e natildeo compete com a produccedilatildeo de alimentos se cultivada em terras marginais

Consequentemente o pinhatildeo-manso eacute uma planta oleaginosa com potencial para o

desenvolvimento ambiental sustentaacutevel (PANDEY et al 2012)

Podendo ser um arbusto ou aacutervore pequena de crescimento raacutepido o pinhatildeo-manso

pode atingir ateacute trecircs metros de altura com diacircmetro de tronco de aproximadamente 20 cm

mais em condiccedilotildees especiais de cultivo pode atingir ateacute cinco metros de altura e diacircmetro

variando de 20 a 30 cm O pinhatildeo-manso possui caule liso de lenho mole e medula

desenvolvida mas pouco resistente e floema com longos canais que se estendem ateacute as

raiacutezes nos quais circula o laacutetex (HELLER 1996 SATURNINO et al 2005) O tronco que

conteacutem laacutetex eacute dividido desde a base em ramos que satildeo revestidos por uma camada grossa

com cicatrizes produzidas pela queda das folhas na estaccedilatildeo seca (DIAS et al 2007

HENNING 2009) Em resumo trata-se de uma planta perene de crescimento raacutepido e

caducifoacutelia a qual geralmente leva de quatro a cinco anos para atingir a maturidade com

expectativa de vida em torno de 50 anos (DRUMOND et al 2010)

A planta desenvolve uma raiz principal e quatro raiacutezes laterais sendo que a raiz

pivotante natildeo eacute normalmente formada quando as plantas advecircm de propagaccedilatildeo vegetativa

(HELLER 1996) As folhas satildeo verdes largas lisas e lobadas com nervuras esbranquiccediladas

na face inferior Eacute uma planta monoica e as inflorescecircncias terminais contecircm de 5 a 20 flores

femininas que se abrem em dias diferentes (SATURNINO et al 2005) Em cada

26

inflorescecircncia desabrocham primeiro as flores femininas seguindo o sentido de baixo para

cima na planta Do mesmo modo ocorrem a frutificaccedilatildeo e a maturaccedilatildeo Os frutos fecundados

tardiamente continuam a crescer depois da maturaccedilatildeo dos primeiros frutos de um cacho o que

gera colheita em diferentes eacutepocas do ano

O fruto eacute capsular oblongo com diacircmetro de 15 a 30 cm trilocular podendo

apresentar ateacute quatro sementes sendo formado por um pericarpo ou casca dura e lenhosa

indeiscente inicialmente verde passando a amarelo castanho e por fim preto quando atinge a

maturaccedilatildeo fisioloacutegica (DIAS et al 2007) A semente eacute ovalada endospeacutermica tegumento

rijo quebradiccedilo de fratura resinosa Na maturaccedilatildeo conteacutem de 53 a 62 de sementes e de 38

a 47 de casca pesando cada uma de 153 a 285 g (SATURNINO et al 2005) Na Figura 1

estatildeo apresentadas as diferentes partes constituintes da planta do pinhatildeo-manso

Figura 1 - Partes que compotildee a planta de pinhatildeo-manso ramo com inflorescecircncias (a) caule (b) folha (c) pistilo

ndash flor feminina (d) estame ndash flor masculina (e) fruto em corte transversal (f) frutos (g) fruto em

corte longitudinal (h) semente (i) Fonte Heller (1996)

27

De toda a morfologia da planta o sistema radicular eacute o que necessita de maiores

informaccedilotildees quanto a sua real distribuiccedilatildeo no perfil do solo e a sua absorccedilatildeo dos nutrientes

presentes na soluccedilatildeo do solo existindo pouquiacutessimos trabalhos na literatura que descrevem

com clareza o seu sistema radicular sendo restrito a condiccedilotildees especiacuteficas da regiatildeo Alves

Juacutenior et al (2014) avaliaram a distribuiccedilatildeo espacial do sistema radicular do pinhatildeo-manso no

Cerrado brasileiro e encontraram uma profundidade meacutedia e distacircncia horizontal

respectivamente de 060 e 075 m para plantas com 17 meses de idade e de 10 e 10 m para

plantas de 36 meses de idade Nunes et al (2009) e Ye et al (2009) relatam que em solos de

baixa densidade a raiz do pinhatildeo-manso pode chegar ao dobro do comprimento da parte aeacuterea

Estas informaccedilotildees contradizem o que se achava a respeito da cultura do pinhatildeo-manso pois

diversos autores afirmaram agrave respeito do sistema radicular da cultura como sendo curto e

pouco ramificado (HELLER 1996 ARRUDA et al 2004 SATURNINO et al 2005)

O oacuteleo bruto dos gratildeos eacute a principal mateacuteria-prima do pinhatildeo-manso e o seu

rendimento depende de diversas caracteriacutesticas da planta associadas aos fatores

edafoclimaacuteticos Entre os principais componentes da produtividade destacam-se as

caracteriacutesticas vegetativas da planta o nuacutemero de ramos o diacircmetro da copa a altura das

plantas o volume de copa a produtividade de gratildeos por aacutervore e entre as caracteriacutesticas de

qualidade da mateacuteria-prima o ldquopeso de gratildeosrdquo ldquopeso de amecircndoasrdquo ldquopeso de cascardquo (RAO et

al 2008) O oacuteleo eacute o produto de maior valor agregado da cultura do pinhatildeo-manso e

apresenta propriedades como uma maior estabilidade oxidativa do que o oacuteleo de soja menor

viscosidade quando comparado ao da mamona e melhores propriedades a frio que o oacuteleo de

palma (TAPANES et al 2008)

Quanto agrave porcentagem de oacuteleo destaca-se seu o alto teor por unidade de massa com

uma variaccedilatildeo de 27 a 38 o que representam de 53 a 79 do peso do fruto (ARRUDA

2004 DIAS et al 2007) Poreacutem os teores de oacuteleo podem variar de acordo com as

caracteriacutesticas geneacuteticas tecnologia de produccedilatildeo e de extraccedilatildeo adotadas (CARVALHO

NAKAGAWA 2000 MARQUES 2007) Diferentes meacutetodos podem ser utilizados para a

extraccedilatildeo de oacuteleos vegetais como a prensagem mecacircnica a extraccedilatildeo com solvente e a extraccedilatildeo

com fluiacutedo supercriacutetico Pelo meacutetodo de extraccedilatildeo com solvente de Soxhlet obteacutem-se maior

quantidade de oacuteleo em relaccedilatildeo a outros meacutetodos pois a amostra permanece em contato com o

solvente pela evaporaccedilatildeo e condensaccedilatildeo do mesmo sobre a amostra (BRUM ARRUDA

REGITANO-DrsquoARCE 2009) Entretanto por ser de baixo custo a prensagem mecacircnica eacute o

meacutetodo mais utilizado para extraccedilatildeo de oacuteleo nas induacutestrias

28

Com relaccedilatildeo a composiccedilatildeo do oacuteleo Visentainer e Santos Juacutenior (2013) relatam que do

teor meacutedio de oacuteleo encontrado nas sementes cerca de 608 satildeo compostos basicamente por

143 de aacutecido palmiacutetico 51 de aacutecido esteaacuterico 411 de aacutecido oleico e 381 de aacutecido

linoleico possuindo ao final um valor meacutedio de 20 de aacutecidos graxos saturados e 80 de

aacutecidos insaturados Entretanto assim como nas demais culturas oleaginosas a composiccedilatildeo e

teor de cada aacutecido graxo de oacuteleos vegetais com potencial para biocombustiacuteveis podem variar

de acordo com as condiccedilotildees climaacuteticas classe de solo localizaccedilatildeo geograacutefica estaacutedio de

maturaccedilatildeo das sementes variedades e praacuteticas agronocircmicas entre outros fatores (BERTI

JOHNSON 2008 KHEIRA ATTA 2009 HATHURUSINGHA ASHWATH MIDMORE

2011 SEZEN et al 2011 AKBARIAN MODAFEBEHZADI BAGHERIPOUR 2012

RAMANJANEYULU REDDY MADHAVI 2013 RODRIGUES et al 2013 SINHA et al

2015)

O pinhatildeo-manso apresenta alta toleracircncia agrave seca sendo cultivada em diversos paiacuteses do

mundo principalmente no semiaacuterido tropical (FAIRLESS 2007 ACHTEN et al 2008) A

elevada toleracircncia agrave seca aliada ao caule suculento de plantas de pinhatildeo-manso estaacute associada

ao metabolismo C3-CAM existente nesta espeacutecie funcionando em condiccedilotildees de deacuteficit

hiacutedrico o metabolismo CAM (LUTTGE 2008) As plantas CAM satildeo adaptadas agrave escassez de

aacutegua porque perdem pouca aacutegua por transpiraccedilatildeo durante aquisiccedilatildeo de CO2 uma vez que os

estocircmatos abrem-se no periacuteodo noturno e permanecem fechados durante o dia Segundo

Pimentel (1998) algumas plantas CAM facultativas podem atingir alta produtividade quando

funcionando como C3 poreacutem quando essas plantas apresentam o comportamento CAM

devido agrave um estresse ambiental a acumulaccedilatildeo de mateacuteria seca eacute reduzida

A distribuiccedilatildeo geograacutefica do pinhatildeo-manso eacute bastante vasta devido a sua rusticidade

resistecircncia a longas estiagens e agraves infestaccedilotildees de pragas e doenccedilas sendo adaptaacutevel agraves

adversidades de solo e clima Segundo Openshaw (2000) a espeacutecie estaacute distribuiacuteda

principalmente nas Ameacutericas na Aacutefrica e em parte da Aacutesia sendo largamente cultivada no

Meacutexico Nicaraacutegua Tailacircndia e em partes da Iacutendia No Brasil sua distribuiccedilatildeo geograacutefica se

estende por boa parte do territoacuterio sendo encontrada desde a regiatildeo Nordeste Sudeste e ateacute o

Estado do Paranaacute (ARRUDA et al 2004) Alguns pesquisadores apontam o Brasil como

provaacutevel centro de origem devido agrave distribuiccedilatildeo ao longo de todo o paiacutes (SUJATHA

DHINGRA 1993 ARRUDA et al 2004 SATURNINO et al 2005) poreacutem muitos estudos

estatildeo evidenciando como centro de diversidade geneacutetica e possiacutevel centro de origem o norte

da Ameacuterica Latina destacando-se Meacutexico e Guatemala (HELLER 1996 MAES et al

2009b PECINA-QUINTERO et al 2014) Estudos realizados por Nuacutentildeez-Coliacuten e Goytia-

29

Jimeacutenez (2009) para determinaccedilatildeo da distribuiccedilatildeo da espeacutecie e dos padrotildees climaacuteticos da

regiatildeo de origem apontaram o Meacutexico e o norte da Ameacuterica Central como o centro de

diversidade da espeacutecie No Meacutexico a diversidade geneacutetica eacute citada na literatura como sendo

expressiva sobretudo por ocorrer naturalmente o genoacutetipo atoacutexico sem a presenccedila de eacutesteres

de forbol Eacute comum no paiacutes a populaccedilatildeo de alguns estados se alimentarem da polpa ou

sementes de pinhatildeo-manso tradiccedilatildeo existente desde a eacutepoca dos maias sendo mais praticado

nos estados de Veracruz e Puebla (MAKKAR et al 1997 MARTIacuteNEZ-HERRERA et al

2006) Natildeo se tem relatos de ocorrecircncia do genoacutetipo atoacutexico fora do Meacutexico

22 Potencialidades e limitaccedilotildees para o cultivo do pinhatildeo-manso

O Brasil com sua vasta extensatildeo territorial e variedade climaacutetica apresenta um

enorme potencial para a produccedilatildeo de diferentes espeacutecies de oleaginosas que podem ser

utilizadas na siacutentese do biodiesel destacando-se a soja a mamona o girassol o amendoim a

palma de oacuteleo a canola e o pinhatildeo-manso A viabilidade de cada oleaginosa depende de sua

competitividade teacutecnica econocircmica e socioambiental aleacutem de aspectos como o teor de oacuteleo a

produtividade por unidade de aacuterea a adequaccedilatildeo a diferentes sistemas produtivos sazonalidade

e demais aspectos relacionados ao ciclo de vida da planta (VISENTAINER SANTOS

JUacuteNIOR 2013)

A cultura da soja destaca-se no cenaacuterio brasileiro dentre as principais mateacuterias-primas

utilizadas para a produccedilatildeo do biodiesel sendo 80 do oacuteleo produzido no paiacutes oriundo desta

oleaginosa A previsatildeo eacute que esta situaccedilatildeo natildeo se modificaraacute nos proacuteximos anos visto que

esta cultura tem uma cadeia produtiva organizada e estaacute no limite da fronteira tecnoloacutegica

mundial sendo o Brasil nos uacuteltimos anos o segundo maior produtor mundial poreacutem o seu

rendimento em oacuteleo eacute baixo (Tabela 1) (VISENTAINER SANTOS JUacuteNIOR 2013) O

pinhatildeo-manso (Jatropha curcas L) vem sendo fonte de estudos nos uacuteltimos anos devido ao

seu grande potencial na produccedilatildeo de oacuteleo para biocombustiacuteveis chegando a apresentar teor de

oacuteleo variando entre 32 a 40 quando extraiacutedo por meio de prensagem mecacircnica o que

garante a esta cultura altas produtividades meacutedias de gratildeos e de oacuteleo quando comparada com

outras culturas cultivadas no paiacutes (Tabela 1)

30

Tabela 1 - Relaccedilatildeo entre a produtividade meacutedia de sementes e o rendimento de oacuteleo de algumas culturas

oleaginosas produzidas no Brasil

Cultura Produtividade meacutedia de

sementes (kg ha-1

ano-1

) Teor meacutedio de oacuteleo ()

Rendimento meacutedio em

oacuteleo (kg ha-1

ano-1

)

Soja 2800 20 560

Palma de oacuteleo 15000 26 4000

Girassol 1800 45 774

Algodatildeo 1900 19 361

Amendoim 2400 45 788

Mamona 1000 48 470

Canola 1500 38 570

Pinhatildeo-manso 5000 38 1900

Fonte Ministeacuterios da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento-MAPA (2007)

Por ser o biodiesel um combustiacutevel biodegradaacutevel derivado de fontes renovaacuteveis

como os oacuteleos vegetais ldquovirgensrdquo ou jaacute utilizados e das gorduras animais satildeo evidentes as

vantagens da sua utilizaccedilatildeo na reduccedilatildeo da emissatildeo de gases poluentes e no balanccedilo de

carbono quando comparado com o diesel foacutessil No caso do biodiesel de pinhatildeo-manso pode-

se obter uma reduccedilatildeo de 55 na emissatildeo de fuligem e de 35 na liberaccedilatildeo de hidrocarboneto

que aliaacutes eacute uma substacircncia canceriacutegena Aleacutem disso o gaacutes carbocircnico gerado na queima eacute

consumido no processo de fotossiacutentese realizado nas lavouras de plantas oleaginosas e

devolvido agrave atmosfera como oxigecircnio criando dessa forma um ciclo fechado de produccedilatildeo

sem sobras poluentes (CARNIELLI 2003)

Com relaccedilatildeo agrave utilizaccedilatildeo do oacuteleo produzido a partir de sementes de pinhatildeo-manso

para a produccedilatildeo de biocombustiacutevel pode-se obter basicamente dois produtos O primeiro e

mais conhecido eacute o biodiesel que pode ser utilizado em substituiccedilatildeo ao diesel de origem

foacutessil (ACHTEN et al 2008) A segunda alternativa que ateacute o momento soacute foi utilizada em

pequena escala eacute o bioquerosene que pode ser utilizado em substituiccedilatildeo ao querosene de

aviaccedilatildeo Alguns testes neste sentido como voos experimentais jaacute foram ateacute realizados por

companhias aeacutereas e se mostraram muito satisfatoacuterios com relaccedilatildeo agrave viabilidade teacutecnica do

biocombustiacutevel

O pinhatildeo-manso eacute uma oleaginosa com grande potencial para produccedilatildeo de biodiesel

sendo que sua produccedilatildeo de oacuteleo pode chegar a 15 Mg ha-1

ano-1

Como algumas vantagens

esta cultura apresenta em sua cadeia produtiva a resistecircncia podendo desta forma ser

cultivado em todo o paiacutes facilitando a sua distribuiccedilatildeo e sua colheita que eacute manual o que

impulsiona a matildeo de obra familiar (VISENTAINER SANTOS JUacuteNIOR 2013)

31

O pinhatildeo-manso pode ser considerado uma das mais promissoras oleaginosas para

substituir o diesel de petroacuteleo pois as amecircndoas aleacutem de poderem gerar valores proacuteximos de

40 de oacuteleo extraiacutedo por prensagem mecacircnica podem render de 50 a 52 de oacuteleo quando

extraiacutedo a base de solventes Seu oacuteleo eacute empregado como lubrificante em motores a diesel e

na fabricaccedilatildeo de sabatildeo e tinta Aleacutem disso a torta que resta ao final da extraccedilatildeo eacute um

subproduto rico em nitrogecircnio potaacutessio foacutesforo e mateacuteria orgacircnica que pode ser utilizado na

adubaccedilatildeo tanto da lavoura de pinhatildeo-manso como em outras culturas (MARTINS

MACHADO CAVASINI 2008) Outro fator positivo eacute a utilizaccedilatildeo da casca dos pinhotildees que

pode ser usada como carvatildeo vegetal e mateacuteria-prima na fabricaccedilatildeo de papel (SLUSZZ

MACHADO 2011) e da madeira do pinhatildeo-manso que assim como as cascas dos frutos

podem ser utilizadas como material carburante de fornalhas (HELLER 1996 ARRUDA et

al 2004 SATURNINO et al 2005)

De acordo com Sato et al (2007) apesar da utilizaccedilatildeo do oacuteleo extraiacutedo da semente do

pinhatildeo-manso para a produccedilatildeo de biocombustiacutevel ser o mais difundido outras partes da

planta tecircm utilizaccedilatildeo econocircmica como na medicina tradicional na produccedilatildeo de sabatildeo na

iluminaccedilatildeo por meio de lamparinas em geradores de eletricidade combustiacutevel para fogotildees

extratos da semente como molusquicida inseticida e nematicida Ainda segundo estes autores

a planta eacute considerada meliacutefera podendo tambeacutem ser utilizada como cerca-viva de pastagens

e campos agriacutecolas pois natildeo eacute palataacutevel mourotildees de cerca ldquovivosrdquo e suporte para plantas

trepadeiras como no caso da baunilha (Vanilla aromatica)

A cultura aleacutem de ser uma boa opccedilatildeo agriacutecola para aacutereas aacuteridas semiaacuteridas e na

recuperaccedilatildeo de aacutereas degradadas promove a integraccedilatildeo do acesso agrave produccedilatildeo com renda (com

a venda do oacuteleo das sementes para fins combustiacuteveis) eacute suprimento de energia (o oacuteleo pode

ser utilizado em motores e maacutequinas para a geraccedilatildeo de eletricidade) contribui no

desenvolvimento rural (com o emprego da matildeo-de-obra familiar) e com consequente fixaccedilatildeo

do homem no campo seguranccedila alimentar pois permite o uso de culturas anuais alimentiacutecias

em consoacutercio aleacutem de melhorias ambientais como a formaccedilatildeo de um microclima que

favorece o desenvolvimento de outras culturas nas entrelinhas entre outros (SATO et al

2007)

No entanto o cultivo do pinhatildeo-manso precisa ser aprimorado para tornaacute-lo adequado

agrave produccedilatildeo de mateacuteria prima para a produccedilatildeo de biodiesel Apesar de possuir caracteriacutesticas

desejaacuteveis como resistecircncia a seca e rusticidade limitaccedilotildees teacutecnicas como a maturaccedilatildeo

desuniforme dos frutos e a baixa produtividade de gratildeos alcanccedilada em alguns locais tecircm

limitado a viabilidade econocircmica desse cultivo (ROCHA et al 2012) Por ser ainda uma

32

planta silvestre suas caracteriacutesticas agronocircmicas natildeo satildeo completamente entendidas e os

efeitos do ambiente sobre as plantas natildeo tecircm sido completamente investigados Para isso eacute

necessaacuterio o estabelecimento de teacutecnicas que propiciem colheita uniforme com maior

qualidade do oacuteleo e reduccedilatildeo dos custos de produccedilatildeo (LAVIOLA et al 2011)

Atualmente natildeo se tem conhecimento de nenhum programa de melhoramento geneacutetico

que vise a obtenccedilatildeo de um cultivar seguro para a expansatildeo vigorosa dessa cultura O processo

de seleccedilatildeo de acessos de pinhatildeo-manso com excelentes caracteriacutesticas de cultivo encontra-se

recente e na fase inicial em estudos feitos no Brasil (LAVIOLA et al 2014 PEIXOTO et al

2016) e em outros paiacuteses (GINWAL et al 2005 KAUSHIK et al 2007 MAES et al 2009b

WEN et al 2012a WEN et al 2012b) O desenvolvimento de um sistema de cultivo

comercial de espeacutecies selvagens de plantas deve ser feito com base no uso de cultivares que

apresentem suficiente uniformidade para garantir que a tecnologia de produccedilatildeo adotada seja

aproveitada na sua totalidade A falta desses cultivares natildeo permite recomendaccedilotildees teacutecnicas

confiaacuteveis sobre a melhor forma de propagaccedilatildeo populaccedilatildeo de plantio adubaccedilatildeo manejo

eacutepoca e tipo de colheita controle de pragas e doenccedilas etc A inexistecircncia dessas

recomendaccedilotildees tornam incertos eventuais investimentos em plantios comerciais (MARQUES

2007)

Outra limitaccedilatildeo conhecida da planta eacute que as suas sementes satildeo toacutexicas para animais e

humanos impedindo que o resiacuteduo das sementes seja utilizado como raccedilatildeo animal Entre os

principais componentes toacutexicos presentes no pinhatildeo-manso destacam-se o eacutester de forbol (12-

deoxi-16-Hidroxiforbol) a globulina e a curcasina que podem trazer riscos agrave sauacutede caso seja

ingerido a ingestatildeo de uma uacutenica semente fresca pode causar tanto vocircmito quanto diarreia

(PEIXOTO 1973) Segundo Visentainer e Santos Juacutenior (2013) outro fator negativo deste

oacuteleo para a produccedilatildeo de biocombustiacuteveis eacute o seu alto teor de aacutecidos graxos poli-insaturados

que favorecem sua raacutepida oxidaccedilatildeo durante a estocagem mas essa oxidaccedilatildeo pode ser

acelerada pela accedilatildeo do calor do oxigecircnio ou de traccedilos de metais pesados e de seus caacutetions

que satildeo comumente presentes nos materiais empregados na fabricaccedilatildeo dos tanques de

armazenagem podendo conduzir ao desenvolvimento de reaccedilotildees laterais como a formaccedilatildeo de

aldeiacutedos saturados (por exemplo hexanal heptanal ou nonanal) ou de compostos corrosivos

De acordo com estes autores os investimentos em pesquisas estatildeo trazendo soluccedilotildees para

estas questotildees por meio da mistura adequada de oacuteleos (blends) pela utilizaccedilatildeo de aditivos

pela obtenccedilatildeo de novas variedades e pela escolha da rota tecnoloacutegica mais eficiente

Marques (2007) relata a grande preocupaccedilatildeo dos pesquisadores brasileiros no

incentivo ao plantio em larga escala do pinhatildeo-manso pois esta eacute uma planta ainda selvagem

33

sobre a qual haacute pouco conhecimento teacutecnico-cientiacutefico e ainda natildeo foram encontrados na

literatura relatos sobre pesquisas cientiacuteficas de longa duraccedilatildeo relacionadas ao pinhatildeo-manso

Existem apenas estimativas preliminares de produccedilatildeo e de produtividade obtidas pela

extrapolaccedilatildeo de dados obtidos em plantas isoladas e a maior parte dos trabalhos cientiacuteficos

satildeo estudos baacutesicos realizados em laboratoacuterio ou em casa-de-vegetaccedilatildeo sobre temas

especiacuteficos O autor destaca outro problema entre os profissionais da aacuterea de ciecircncias agraacuterias

que eacute a ausecircncia de um mercado estruturado para esse produto e o desinteresse das induacutestrias

de extraccedilatildeo de oacuteleo no seu processamento em razatildeo das pequenas quantidades de sementes

disponiacuteveis Isso tudo do ponto de vista do agricultor sugere uma instabilidade empresarial

bastante perigosa pois o pomar de pinhatildeo-manso eacute perene e natildeo lhe permite a opccedilatildeo de no

ano seguinte migrar para outra cultura mais rentaacutevel em caso de prejuiacutezo

Apesar da carecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas baacutesicas a cultura vem sendo implantada

pesquisada e difundida em diferentes regiotildees do paiacutes e do mundo A histoacuteria recente do

cultivo em larga escala e os esforccedilos em estudos para o conhecimento do pinhatildeo-manso por

consequecircncia do apelo energeacutetico para a produccedilatildeo de biocombustiacuteveis iniciou-se no ano de

2003 quando a Comissatildeo de Planejamento da Iacutendia decidiu adicionar 20 do biodiesel do

oacuteleo de pinhatildeo-manso na mistura com oacuteleo diesel ateacute o ano de 2010 e 30 ateacute 2030 (IacuteNDIA

2003) Depois disso nos anos subsequentes a cultura foi introduzida em localidades do

Oeste Leste e Sul da Aacutefrica Aacutesia (Iacutendia China Japatildeo Malaacutesia Filipinas e Tailacircndia)

Ameacuterica do Sul e Central e Beacutelgica nos uacuteltimos onze anos (SINGH et al 2014)

No Brasil o interesse na produccedilatildeo do pinhatildeo-manso surgiu com a implantaccedilatildeo do

Plano Nacional de Produccedilatildeo de Biodiesel criado em 2004 poreacutem somente a partir de 2008 o

Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (MAPA) por meio da Instruccedilatildeo

Normativa nordm 4 de 14 de janeiro de 2008 autorizou a inscriccedilatildeo no Registro Nacional de

Cultivares da espeacutecie Jatropha curcas L abrindo caminho para sua exploraccedilatildeo comercial no

Brasil (ROSCOE 2008) Andreacuteo-Souza et al (2010) e Nery et al (2009) informam que esta

oleaginosa eacute considerada uma cultura potencial para atender a este programa pois possui

potencial de rendimento de gratildeos e oacuteleo e em sua fase inicial permite o cultivo em consoacutercio

com outras culturas de interesse econocircmico e alimentar Com a vantagem de ser perene natildeo

exige preparo anual do solo (ARRUDA et al 2004) Marques (2007) destaca o otimismo

encarado pelos pesquisadores brasileiros que consideram que o pinhatildeo-manso poderaacute se

tornar um negoacutecio viaacutevel e promissor desde que haja interesse no investimento de recursos

consideraacuteveis em pesquisa e desenvolvimento tecnoloacutegico a exemplo do que fez o IAC com o

34

algodatildeo nos anos de 193040 com a cana de accediluacutecar na deacutecada de 195060 e com a soja nos

anos 196070

Com a expansatildeo dos programas energeacuteticos para o suprimento da energia mundial na

uacuteltima deacutecada o pinhatildeo-manso despertou muito interesse em todo o mundo A atenccedilatildeo

mundial para os biocombustiacuteveis a sustentabilidade ambiental e a utilizaccedilatildeo e recuperaccedilatildeo de

terras degradadas para seguranccedila da subsistecircncia com o pinhatildeo-manso criou um grande

interesse nessa espeacutecie (EVERSON MENGISTU GUSH 2013) Inuacutemeros trabalhos tem

sido apresentados com o potencial do pinhatildeo-manso para recuperaccedilatildeo de aacutereas degradadas

sequestro de carbono e pela alta eficiecircncia no uso da aacutegua (FRANCIS EDINGER BECKER

2005 ACHTEN et al 2008 KABIR HUSSAIN KIM 2009 ABHILASH et al 2010

ACHTEN et al 2010) Apesar dos seus vaacuterios meacuteritos muitos deles comprovados em centros

de pesquisas o pinhatildeo-manso ainda natildeo pode ser cultivado como uma cultura em larga escala

para a produccedilatildeo de biocombustiacuteveis por se tratar ainda de uma planta semisselvagem em fase

inicial de domesticaccedilatildeo (SINGH et al 2014) Entretanto faz-se necessaacuterio a continuaccedilatildeo dos

estudos nos centros de pesquisas para a validaccedilatildeo em condiccedilotildees de campo como na avaliaccedilatildeo

das reaccedilotildees da cultura sobre as diferentes praacuteticas de manejo localidade e resistecircncia a

pragas e doenccedilas para que assim possa se efetuar um soacutelido melhoramento geneacutetico Soacute apoacutes

essa etapa a cultura pode ser recomendada para o cultivo nas propriedades rurais Essas

medidas tornam-se necessaacuterias para evitar que o pinhatildeo-manso se torne mais uma vez um

colapso como biocombustiacutevel a niacutevel mundial (KANT WU 2011)

23 Fatores que afetam o desenvolvimento e a produtividade do pinhatildeo-manso

O plantio de pinhatildeo-manso ao redor do mundo tem sido incentivado pela sua

rusticidade e capacidade de desenvolvimento em condiccedilotildees adversas como em regiotildees

semiaacuteridas e aacuteridas Essa caracteriacutestica continua sendo muito difundida por alguns autores que

consideram o pinhatildeo-manso como uma planta que suporta situaccedilotildees de longas estiagens em

regiotildees de terra de baixa fertilidade e precaacuterias propriedades fiacutesicas com produccedilatildeo satisfatoacuteria

de oacuteleo (PEIXOTO 1973) No entanto tais condiccedilotildees podem afetar significativamente a

produtividade e o rendimento de seu oacuteleo

35

231 Exigecircncias climaacuteticas para o cultivo do pinhatildeo-manso

O pinhatildeo-manso desenvolve-se bem tanto nas regiotildees tropicais secas quanto nas

zonas equatoriais uacutemidas assim como nos terrenos aacuteridos e pedregosos podendo suportar

longos periacuteodos de secas Eacute encontrado desde o niacutevel do mar ateacute altitudes de

aproximadamente 1000 m poreacutem observa-se que a planta se desenvolve melhor entre 200 e

800 metros (SATURNINO et al 2005) Segundo Arruda et al (2004) o pinhatildeo-manso pode

se desenvolver sob diversas condiccedilotildees climaacuteticas tolerando temperaturas meacutedias anuais entre

18 e 285degC A espeacutecie natildeo tolera geadas fortes (temperaturas abaixo de 0ordmC) mas pode

sobreviver a geadas fracas (temperaturas acima de 2ordmC) perdendo entretanto todas as folhas

o que provavelmente reduziraacute a produccedilatildeo de sementes (SATURNINO et al 2005) Andrade

et al (2008) confirmaram essa informaccedilatildeo ao estudar a toleracircncia da cultura sob a incidecircncia

de geadas chegando a conclusatildeo de que a cultura do pinhatildeo-manso eacute pouco tolerante a

geadas apresentando uma temperatura miacutenima letal de -3 a -4 degC

A respeito da radiaccedilatildeo solar para o melhor desenvolvimento do pinhatildeo-manso Matos

et al (2009) obtiveram sucesso com o cultivo da espeacutecie agrave sombra ou a pleno sol As mudas

de pinhatildeo-manso demonstraram relativa variaccedilatildeo das caracteriacutesticas fisioloacutegicas quando

submetidas a diferentes irradiacircncias De acordo com esses autores os resultados sugerem que

o pinhatildeo-manso possui alta capacidade de adaptaccedilatildeo a diferentes condiccedilotildees da disponibilidade

de luz o que deve estar relacionado com a aclimataccedilatildeo do pinhatildeo-manso a baixas

irradiacircncias Em outro trabalho Matos et al (2011) comprovaram a alta plasticidade

fenotiacutepica da cultura em resposta agrave variaccedilatildeo da irradiacircncia destacando poreacutem o sistema de

produccedilatildeo a pleno sol como sendo o mais indicado para a produccedilatildeo de mudas Liang et al

(2007) apontaram que sob alta irradiacircncia solar a taxa fotossinteacutetica maacutexima obtida situa-se

entre 98 e 14 μmol m-2

s-1

Com relaccedilatildeo agrave precipitaccedilatildeo anual Kheira e Atta (2009) afirmam que o pinhatildeo-manso

cresce bem sob baixa pluviosidade requerendo apenas cerca de 200 mm de chuva para

sobreviver mas que tambeacutem responde a um maior iacutendice pluviomeacutetrico (ateacute 1200 mm por

ano) particularmente em ambientes quentes No Brasil em condiccedilotildees natildeo irrigadas a planta

cresce em regiotildees com precipitaccedilotildees pluviomeacutetricas variando de 480 a 2380 mm anuais No

entanto seu melhor desenvolvimento eacute verificado em regiotildees que apresentam pluviosidade

anual superior a 600 mm sendo tolerante a longos periacuteodos de estiagem (HENNING 1996

SEVERINO et al 2006) Isso significa que quando a planta eacute submetida a condiccedilotildees de

36

baixa disponibilidade hiacutedrica ela reduz o seu potencial vegetativo e produtivo natildeo

conseguindo portanto produzir tal quando eacute suprida corretamente com aacutegua e nutrientes o

que natildeo tira a sua grande capacidade de sobrevivecircncia sob condiccedilotildees desfavoraacuteveis de

disponibilidade hiacutedrica e de nutrientes do solo (LI et al 2010)

Segundo Henning (1996) a espeacutecie eacute tolerante a longos periacuteodos de estiagem com

precipitaccedilotildees anuais abaixo de 600 mm podendo sobreviver com apenas 200 mm anuais de

chuva por ateacute trecircs anos O autor afirma que a planta entra em dormecircncia devido agraves flutuaccedilotildees

climaacuteticas perdendo as folhas e utilizando aacutegua armazenada no caule nos periacuteodos de seca o

que consequentemente estimula e favorece o aumento do teor de oacuteleo nas sementes

Kesava Rao et al (2012) avaliando a resposta do pinhatildeo-manso na exigecircncia e uso da

aacutegua em uma regiatildeo semiaacuterida da Iacutendia encontraram produtividades que variaram entre 06 a

156 Mg ha-1

Os autores confirmaram a toleracircncia da cultura ao periacuteodo seco com uma

produtividade razoaacutevel e concluiacuteram que a distribuiccedilatildeo da precipitaccedilatildeo eacute mais importante do

que a quantidade de precipitaccedilatildeo para a obtenccedilatildeo de produtividades elevadas

Maes et al (2009b) estudaram as condiccedilotildees climaacuteticas de cultivo do pinhatildeo-manso no

Meacutexico e em paiacuteses da Ameacuterica Central provaacuteveis centros de origem da cultura constataram

que 95 das espeacutecimes foram encontradas em regiotildees de climas tropicais (Am Aw) com

pluviosidade meacutedia anual acima de 944 mm e uma temperatura meacutedia anual entre 193 e

272degC Os autores ainda afirmam que a maioria das amostras encontravam-se em regiotildees de

Savana com climas tropicais (Am Aw) e em climas temperados sem estaccedilatildeo seca e com o

veratildeo quente (Cfa)

Embora muitos estudos tenham sido realizados para descobrir sobre as melhores

condiccedilotildees climaacuteticas para o desenvolvimento e a produccedilatildeo da cultura muitos fatores

fisioloacutegicos ainda precisam ser estudados A floraccedilatildeo do pinhatildeo-manso por exemplo eacute uma

questatildeo complexa pois sabe-se que a floraccedilatildeo eacute induzida por fatores de estresse como

flutuaccedilotildees de temperatura e seca mas como exatamente isso ocorre ainda natildeo eacute conhecido

Em climas com uma precipitaccedilatildeo distribuiacuteda uniformemente e sem grande variaccedilatildeo sazonal

da temperatura o pinhatildeo-manso pode florescer continuamente quando natildeo haacute outras formas

de estresse induzido (FACT 2010)

37

232 Condiccedilotildees e uso do solo

Apesar da cultura apresentar boas caracteriacutesticas de adaptaccedilatildeo e rusticidade agraves mais

variadas condiccedilotildees climaacuteticas e de solo das regiotildees tropicais e subtropicais sendo ateacute indicada

para aacutereas com restriccedilotildees em nutrientes (HELLER 1996 AUGUSTUS JAYABALAN

SEILER 2002) alguns autores discordam que tais condiccedilotildees produtivas possam ser as ideais

para a cultura com finalidade comercial Arruda et al (2004) relataram que em solos aacutecidos

com pH abaixo de 45 as raiacutezes do pinhatildeo-manso natildeo se desenvolvem sendo necessaacuteria a

realizaccedilatildeo de calagem com base em anaacutelise quiacutemica do solo De acordo com Saturnino et al

(2005) a correccedilatildeo do solo quanto a seu teor de alumiacutenio livre pela calagem tem efeito

positivo sobre o desenvolvimento do pinhatildeo-manso Foidl et al (1996) por sua vez citaram a

espeacutecie como demandante de grandes quantias de nitrogecircnio e foacutesforo devido agrave alta produccedilatildeo

de biomassa

A necessidade do uso de fertilizantes tambeacutem foi relatada por Openshaw (2000)

segundo o qual em situaccedilotildees de altos niacuteveis de nitrogecircnio ocorre aumento de produtividade

Da mesma forma Arruda et al (2004) indicaram solos com altos teores de mateacuteria orgacircnica

sendo recomendado o uso de adubaccedilatildeo verde com leguminosas pois de modo geral estas

fornecem altos rendimentos por unidade de aacuterea plantada fixando o nitrogecircnio atmosfeacuterico e

transferindo aos solos por decomposiccedilatildeo orgacircnica os nutrientes essenciais como foacutesforo

caacutelcio ou enxofre aleacutem do nitrogecircnio

Com relaccedilatildeo ao uso e a classe de solo tem sido relatado na literatura que o pinhatildeo-

manso tem potencial para a recuperaccedilatildeo de terras marginais sequestrar o CO2 atmosfeacuterico (de

superfiacutecie e subterracircneo) crescer sob condiccedilotildees salinas e soacutedicas e consumir menos aacutegua (alta

produtividade de aacutegua) (FRANCIS EDINGER BECKER 2005 ACHTEN et al 2008

OGUNWOLE et al 2008 PANDEY et al 2012 WANI et al 2012 SINGH et al 2015)

Singh Singh e Tuli (2013) estudaram o cultivo do pinhatildeo-manso em solos soacutedicos da Iacutendia e

constataram que o cultivo dessa cultura reduziu a sodicidade do solo (densidade aparente pH

condutividade eleacutetrica e porcentagem de soacutedio trocaacutevel) e melhorou a fertilidade do local

(atividades de carbono orgacircnico do solo biomassa microbiana e enzimas) de acordo com o

crescimento e idade da plantaccedilatildeo Apesar de ser pouco exigente em condiccedilotildees climaacuteticas nas

regiotildees tropicais e subtropicais e adaptado para sobreviver a solos degradados e pouco feacuterteis

o pinhatildeo-manso deve ser preferencialmente cultivado em solos profundos bem estruturados

pouco compactados drenados e preferencialmente pouco argilosos (ARRUDA et al 2004)

38

Marrugo-Negrete et al (2015) avaliaram a capacidade do pinhatildeo-manso na

fitorremediaccedilatildeo de solos contaminados por mercuacuterio na Colocircmbia e encontraram resultados

bastante promissores Os autores verificaram o crescimento e o desenvolvimento do pinhatildeo-

manso mesmo em quantidade elevadas de mercuacuterio (Hg) no solo onde as maiores

concentraccedilotildees de Hg foram acumuladas nas raiacutezes seguidas pelas folhas e caules Estes

resultados apresentam a cultura como uma boa opccedilatildeo para a fitorremediaccedilatildeo de solos

contaminados com mercuacuterio pois eacute faacutecil de se plantar e manter e contribui para a conservaccedilatildeo

e recuperaccedilatildeo do solo adaptando-se facilmente a solos erodidos e em locais proacuteximos de

aacutereas de mineraccedilatildeo de ouro

Em relaccedilatildeo a textura de solo especiacutefica para o desenvolvimento das plantas Achten et

al (2008) afirma que a planta estaacute bem adaptada a solos de textura arenosa e meacutedia enquanto

solos muito argilosos satildeo inadequados para o pinhatildeo-manso podendo prejudicar o seu cultivo

na ocorrecircncia de algum alagamento ou saturaccedilatildeo no solo Segundo Foidl et al (1996) a

cultura desenvolve-se em todos os solos exceto em Vertissolos por preferir solos arenosos

Estes autores indicam que os solos argilosos pesados como os Vertissolos satildeo menos

adequados devido a sua limitaccedilatildeo para o desenvolvimento do sistema radicular do pinhatildeo-

manso devendo portanto ser evitado para o cultivo

Embora o pinhatildeo-manso se adapte a solos marginais a planta pode natildeo crescer bem

em solos arenosos caso eles sejam pobres no seu teor nutricional embora o seu sistema

radicular nesses solos apresentem um bom potencial para a exploraccedilatildeo de nutrientes

(VALDES-RODRIGUEZ et al 2011) Com isso eacute necessaacuteria cautela quando as plantaccedilotildees

de pinhatildeo-manso estatildeo previstas para o estabelecimento e recuperaccedilatildeo em solos pobres uma

vez que essas plantaccedilotildees podem natildeo se desenvolver bem ou pelo menos exigir uma

adubaccedilatildeo adicional

Tendo em vista o conhecimento inicial sobre a recuperaccedilatildeo de solos degradados com o

cultivo de pinhatildeo-manso outros estudos ao redor do mundo foram realizados com o objetivo

de avaliar os impactos das alteraccedilotildees das propriedades bioloacutegicas do solo para a recuperaccedilatildeo e

conservaccedilatildeo do solo e da aacutegua (KAGAMEBGA et al 2011 SOP et al 2011 WANI et al

2012) Em um outro estudo Chaudhary et al (2012) verificou a influecircncia significativa do

pinhatildeo-manso na estrutura da comunidade microbiana em solos da rizosfera no qual

constatou-se que na rizosfera dos solos onde era cultivado o pinhatildeo-manso a quantidade de

fungos foi mais elevada do que a de bacteacuterias e actinomicetos as quais contribuiacuteram

significativamente para a melhoria do solo como no caso das hifas fuacutengicas que promoveram

a agregaccedilatildeo desses solos

39

233 Irrigaccedilatildeo e adubaccedilatildeo nitrogenada no pinhatildeo-manso

As exigecircncias edafoclimaacuteticas do pinhatildeo-manso permitem seu cultivo em quase todas

as regiotildees do paiacutes no entanto essa eacute uma cultura ainda muito pouco explorada no Brasil

Segundo Tewari (2009) a cultura apresenta um potencial de produccedilatildeo de 2 a 3 Mg ha-1

em

condiccedilotildees aacuteridas sem uso de irrigaccedilatildeo tornando-se uma planta oleaginosa viaacutevel para a

obtenccedilatildeo de biodiesel Em condiccedilotildees de cultivos intensivos destacando-se uma boa

disponibilidade hiacutedrica estima-se que a produtividade possa atingir cerca de 5 Mg ha-1

(TEWARI 2009)

O pinhatildeo-manso por ser uma cultura tolerante ao efeito da salinidade exceto na fase

inicial de crescimento pode ser irrigada com aacutegua salina tolerando condutividade eleacutetrica de

ateacute 12 dS m-1

valor considerado relativamente alto frente ao tolerado por outras culturas A

cultura demonstrou tambeacutem a capacidade de translocar soacutedio do solo na forma de Na+ para a

parte aeacuterea da planta (DAGAR et al 2006)

Fact (2010) indica valores de produtividade de sementes (Figura 2) que variam de 15

a 100 Mg ha-1

ano-1

apresentando como principal problema para as baixas produtividades

atuais a pouca ou nenhuma seleccedilatildeo geneacutetica e limitaccedilotildees de aacutegua e nutrientes Quando todas

as exigecircncias nutricionais e hiacutedricas da cultura satildeo atendidas aliadas ao controle sistemaacutetico

de pragas e doenccedilas juntamente com a devida seleccedilatildeo geneacutetica a produtividade de sementes

ficaria entre 5 e 10 Mg ha-1

ano-1

Neste trabalho eacute apresentada tambeacutem uma produtividade

potencial teoacuterica da cultura que poderia atingir mais de 22 Mg ha-1

ano-1

Figura 2 - Niacuteveis de produtividades estimadas para a cultura do pinhatildeo-manso

Fonte adaptado de FACT (2010)

15

5

10

22

0

5

10

15

20

25

1 2 3

Pro

du

tiv

idad

e (M

g h

a-1

an

o-1

)

1- Produtividade atual - Fatores atuantes Pragas doenccedilas e

pouca ou nenhuma seleccedilatildeo geneacutetica

2- Variaccedilatildeo do potencial comercial - Com controle dos fatores

aacutegua e nutrientes

3- Produtividade potencial teoacuterico para a cultura

40

Entretanto da expectativa inicial de quatro ou mais toneladas de gratildeos por hectare

produtividades inferiores a 20 Mg ha-1

estatildeo sendo obtidas em diferentes condiccedilotildees

edafoclimaacuteticas principalmente em razatildeo de limitaccedilotildees hiacutedricas das condiccedilotildees nutricionais

do solo ou do ataque de pragas e doenccedilas (EVERSON MENGISTU GUSH 2013 IIYAMA

et al 2013 TIKKOO YADAV KAUSHIK 2013 TJEUW SLINGERLAND GILLER

2015) Projeccedilotildees natildeo realizadas da produtividade de gratildeos podem ser atribuiacutedas a observaccedilotildees

de plantas isoladas o que acabou desconsiderando a reduccedilatildeo no desenvolvimento em plantios

(ROCHA et al 2012) Apesar da complementaccedilatildeo hiacutedrica ocasionar em muitos casos o

aumento significativo da produtividade de sementes e de oacuteleo extraiacutedo estes natildeo chegaram

nem perto de atingir as mais diversas projeccedilotildees realizadas sobre o potencial comercial

maacuteximo da cultura (KHEIRA ATTA 2009 KESAVA RAO et al 2012 TIKKOO

YADAV KAUSHIK 2013)

Kheira e Atta (2009) afirmam que natildeo existem dados quantitativos disponiacuteveis e

confiaacuteveis sobre a necessidade e a eficiecircncia do uso da aacutegua do pinhatildeo-manso e em

ambientes permanentemente uacutemidos ou em situaccedilotildees com grande aplicaccedilatildeo de aacutegua e

fertilizante a planta pode ser induzida a uma produccedilatildeo elevada de biomassa poreacutem com

baixa produccedilatildeo de sementes

Para a cultura do pinhatildeo-manso existem poucas informaccedilotildees a respeito do seu sistema

radicular A maioria das informaccedilotildees disponiacuteveis levam em conta apenas observaccedilotildees de

natureza botacircnica natildeo se aprofundando no que diz respeito a sua distribuiccedilatildeo espacial no solo

e muito menos agrave caracterizaccedilatildeo das zonas de maior atividade Trabalhos dessa natureza para o

pinhatildeo-manso ainda satildeo escassos e se limitam a condiccedilotildees especiacuteficas do clima e solo da

regiatildeo (ALVES JUacuteNIOR et al 2014) aleacutem do tipo de sistema de manejo adotado Devido agrave

pouca quantidade de informaccedilotildees a respeito da distribuiccedilatildeo do sistema radicular reconhece-se

que sua caracterizaccedilatildeo eacute de extrema importacircncia para a determinaccedilatildeo dos paracircmetros de

manejo da irrigaccedilatildeo como a profundidade efetiva das raiacutezes que define a camada de solo a

ser umedecida bem como a aplicaccedilatildeo de fertilizantes Sousa e Guerra (2012) avaliando o

crescimento inicial de plantas de pinhatildeo-manso cultivadas em casa de vegetaccedilatildeo observaram

efeito significativo sobre a massa de raiz com a variaccedilatildeo na aplicaccedilatildeo de nitrogecircnio e

quantidade de aacutegua Krishnamurthy et al (2012) encontraram em um plantio de um ano de

idade na Iacutendia raiacutezes ateacute a profundidade de 14 m poreacutem a maioria do sistema radicular se

encontrava ateacute a profundidade de 03 m Estes autores salientam a importacircncia deste tipo de

distribuiccedilatildeo de sistema radicular para a funccedilatildeo de controle de erosatildeo e ainda comentam sobre

41

a relaccedilatildeo inexistente entre este tipo de distribuiccedilatildeo e a resistecircncia a seca caracteriacutestica

atribuiacuteda a esta planta Esta uacuteltima caracteriacutestica eacute atribuiacuteda mais a sua capacidade de controle

da perda por evaporaccedilatildeo por meio de queda de folhas e dormecircncia do que agrave capacidade de

extraccedilatildeo de aacutegua pelo sistema radicular

A colheita de frutos (casca + sementes) no seu quarto ano de cultivo extrai valores

meacutedios de 210 41 e 149 g kg-1

de nitrogecircnio foacutesforo e potaacutessio respectivamente

(LAVIOLA DIAS 2008) Embora a planta de pinhatildeo-manso seja muito resistente capaz de

manter sua sobrevivecircncia em solos com baixos iacutendices de fertilidade para se garantir um

niacutevel de produtividade satisfatoacuterio eacute necessaacuterio a adubaccedilatildeo tanto na implantaccedilatildeo da cultura

quanto na manutenccedilatildeo ao longo dos anos de produccedilatildeo (LAVIOLA DIAS 2008) Na Tabela 2

encontra-se uma recomendaccedilatildeo baacutesica para a aplicaccedilatildeo de nutrientes durante os quatro

primeiros anos de cultivo levando em consideraccedilatildeo um solo com boa fertilidade capaz de

suprir 50 da necessidade da planta Em um solo com baixa fertilidade estes valores

deveriam ser ampliados (FACT 2010)

Tabela 2 - Necessidade de nutrientes na cultura do pinhatildeo-manso durante os quatro primeiros anos de cultivo

Nutriente 1ordm ano 2ordm ano 3ordm ano 4ordm ano Total

kg ha-1

ano-1

N 23 34 69 103 229

P2O5 7 11 21 32 71

K2O 34 50 101 151 336

Fonte adaptado de FACT (2010)

Apesar de possuir boa adaptabilidade a diferentes condiccedilotildees adversas de solo e

disponibilidade hiacutedrica o pinhatildeo-manso como qualquer outra cultura para proporcionar uma

alta produtividade de frutos necessita solos feacuterteis e com boas condiccedilotildees fiacutesicas E apesar de

sobreviver em solos com baixa fertilidade a correccedilatildeo da fertilidade do solo eacute decisiva para se

obter sucesso e lucratividade com essa cultura uma vez que a espeacutecie extrai elevada

quantidade de nutrientes na colheita e se natildeo adequadamente adubada pode levar ao

empobrecimento do solo ao longo dos anos de cultivo (LAVIOLA DIAS 2008 CHAVES et

al 2009 SCHIAVO et al 2010 PONCIANO DE DEUS 2010) O crescimento e a

reproduccedilatildeo desta espeacutecie satildeo influenciados pelo seu estado nutricional Ocorrendo a

deficiecircncia nutricional esta cresce e ramifica menos implicando em menos frutos jaacute que os

mesmos satildeo produzidos na ponteira dos ramos O cultivo de pinhatildeo-manso promove elevada

extraccedilatildeo de nutrientes do solo e portanto o manejo da adubaccedilatildeo da espeacutecie exige atenccedilatildeo

(LAVIOLA DIAS 2008)

42

A recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo de uma cultura depende da demanda nutricional para o

crescimento vegetativo e reprodutivo (LAVIOLA et al 2006) devendo ser considerada a

eficiecircncia de aproveitamento dos fertilizantes aplicados e a fraccedilatildeo de nutrientes suprida pelo

solo (FRANCO et al 2008) O suprimento inadequado de nutrientes seja falta ou excesso

pode provocar restriccedilotildees ao crescimento das plantas e alterar relaccedilotildees entre biomassa aeacuterea e

radicular bem como promover alteraccedilotildees entre estaacutedios vegetativos e reprodutivos

(MARSCHNER 1995 MENGEL KIRKBY 2001 EPSTEIN BLOOM 2005 DECHEN

NACHTIGALL 2006) Silva et al (2009) relatam que a omissatildeo de macro e micronutrientes

em plantas de pinhatildeo-manso provocam sintomas visuais de deficiecircncia nutricional comuns a

outras espeacutecies e que essas deficiecircncias limitam a produccedilatildeo de mateacuteria seca

O suprimento de N por meio de fertilizantes minerais ou orgacircnicos associado agrave

complementaccedilatildeo hiacutedrica por meio da irrigaccedilatildeo quando aplicados corretamente e aliados com

o manejo integrado de pragas e doenccedilas auxiliam o pleno desenvolvimento vegetativo da

cultura aleacutem de garantir maiores rendimentos de semente e oacuteleo A demanda por N eacute grande

durante o crescimento e desenvolvimento das plantas pois eacute o nutriente mineral exigido em

maior quantidade pelas culturas e normalmente proporciona maior resposta em

produtividade A complexidade dos fatores que afetam o seu aproveitamento pelas plantas faz

com que o mesmo seja objeto de um grande nuacutemero de estudos que visam avaliar

principalmente o seu comportamento no solo e a sua relaccedilatildeo com a eficiecircncia da adubaccedilatildeo

(RAIJ 1991)

O pinhatildeo-manso apresenta alta taxa de crescimento sendo o N o nutriente mais

requerido para a formaccedilatildeo de folhas e frutos (LAVIOLA DIAS 2008) O N eacute essencial para a

assimilaccedilatildeo do carbono e formaccedilatildeo de novos oacutergatildeos na planta tais como gemas florais e

frutiacuteferas (MALAVOLTA VITTI OLIVEIRA 1997) uma vez que eacute o componente de

aminoaacutecidos proteiacutenas enzimas RNA DNA ATP clorofila e outras moleacuteculas (TAIZ

ZEIGER 2009) Na ausecircncia de N a planta tem o crescimento limitado tornando-se

amarelada pela perda da clorofila o que reflete em amadurecimento precoce perda de

produtividade e qualidade dos frutos (EPSTEIN BLOOM 2005)

O manejo do solo pode afetar os processos de consumo de aacutegua pelas plantas

modificando a aacutegua disponiacutevel no perfil Praacuteticas de fertilizaccedilatildeo como por exemplo a adiccedilatildeo

de N e P tem efeito indireto sobre a utilizaccedilatildeo da aacutegua por meio da melhoria da eficiecircncia

fisioloacutegica da planta (HATFIELD SAUER PRUEGER 2001)

Apesar de descrita como uma cultura indicada para regiotildees aacuteridas e semiaacuteridas

tolerante a restriccedilotildees na disponibilidade de aacutegua o pinhatildeo-manso tem gerado uma seacuterie de

43

afirmaccedilotildees contraditoacuterias com relaccedilatildeo a sua necessidade ou natildeo de irrigaccedilatildeo o que evidencia

a necessidade de estudos nas diversas regiotildees do Brasil para se avaliar a resposta da cultura

sob diferentes condiccedilotildees de cultivo e manejos de irrigaccedilatildeo Alguns autores descrevem a

espeacutecie com respostas positivas ao uso de irrigaccedilatildeo e principalmente a fatores relacionados agrave

produccedilatildeo e produtividade em cultivos comerciais possibilitando de trecircs a quatro colheitas por

ano (OPENSHAW 2000) Achten et al (2008) em trabalho sobre produccedilatildeo e uso de

biodiesel de pinhatildeo-manso destacam que embora o pinhatildeo-manso possa ser caracterizado

como uma planta tolerante a seca ainda natildeo se sabe qual a real resposta dessa cultura quando

irrigada e qual o comportamento do consumo hiacutedrico quando submetida a diferentes sistemas

de produccedilatildeo Os autores ainda mencionam a necessidade de irrigaccedilatildeo para garantir alta

produtividade nas regiotildees aacuteridas e semiaacuteridas

A quantidade e a qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo embora importantes para o

estabelecimento e praacutetica de manejo dos cultivos irrigados precisam tambeacutem ser

investigados O cultivo de pinhatildeo-manso submetido ao estresse hiacutedrico e uso de aacutegua salina

ou de reuso na irrigaccedilatildeo tem sido fonte de estudos recentes na mensuraccedilatildeo da adaptabilidade e

do desenvolvimento da planta onde bons resultados tem sido encontrados (SILVA et al

2010) A resposta do pinhatildeo-manso quanto agrave utilizaccedilatildeo de aacutegua residuaacuteria tem sido

satisfatoacuteria e apesar de possuir caracteriacutesticas de resistecircncia a periacuteodos secos o estresse

hiacutedrico sofrido pela cultura devido ao baixo conteuacutedo de aacutegua no solo tem reduzido

drasticamente o seu crescimento vegetativo (SOUSA et al 2012) peso dos cachos (SILVA et

al 2011) e caracteriacutesticas fisioloacutegicas como taxa fotossinteacutetica condutacircncia estomaacutetica e

transpiraccedilatildeo das plantas (SANTANA et al 2015) Sousa et al (2011) avaliaram o efeito do

estresse salino no crescimento e no consumo hiacutedrico no terceiro ano de cultivo do pinhatildeo-

manso e observaram que concentraccedilotildees acima de 16 dS m-1

causaram sensibilidade agrave cultura

que teve a aacuterea foliar e o nuacutemero de folhas como as variaacuteveis mais afetadas contradizendo

portanto a informaccedilatildeo relatada por DAGAR et al (2006) sobre a toleracircncia da cultura a altos

valores de condutividade eleacutetrica da aacutegua irrigaccedilatildeo

Embora haja muita especulaccedilatildeo sobre a quantidade de aacutegua exigida pelas plantas de

pinhatildeo-manso o consumo hiacutedrico ainda eacute pouco conhecido Lena (2013) determinou o

consumo hiacutedrico do pinhatildeo-manso em Piracicaba-SP comparando os meacutetodos de irrigaccedilatildeo por

gotejamento pivocirc central e cultivo natildeo irrigado na fase de formaccedilatildeo da cultura encontrando

valores de evapotranspiraccedilatildeo acumulada diaacuteria de cerca 5 mm dia-1

para o tratamento irrigado

por pivocirc central e de 3 e 2 mm dia-1

para os tratamentos irrigados por gotejamento e sem

irrigaccedilatildeo respectivamente O autor ainda ressalta que novos trabalhos precisam ser

44

elaborados para obter-se um melhor conhecimento da cultura a partir do seu terceiro ano de

cultivo Aleacutem disso trabalhos como o de Albuquerque et al (2009b) e Guimaratildees Santos e

Beltratildeo (2009) apresentam resultados bastante promissores para as praacuteticas de adubaccedilatildeo

nitrogenada e de irrigaccedilatildeo no crescimento inicial da cultura do pinhatildeo-manso o que mostra

que mesmo sendo uma cultura considerada por muitos como pouco exigente em fertilidade e

resistente a seca pode responder de maneira significativa quando natildeo houver restriccedilotildees desses

fatores

24 Qualidade do oacuteleo vegetal para produccedilatildeo de biocombustiacuteveis

A elevada demanda energeacutetica de combustiacuteveis foacutesseis no planeta estimulou o

interesse em fontes renovaacuteveis de energia que reduzam os impactos ambientais atualmente

presentes O uso de combustiacuteveis renovaacuteveis a eficiecircncia energeacutetica e proteccedilatildeo ambiental

tornaram-se questotildees importantes nos uacuteltimos anos (KUMAR CHAUBE JAIN 2012) A

utilizaccedilatildeo de biodiesel no Brasil e em outros paiacuteses tem apresentado grande potencial como

combustiacutevel contribuindo com a reduccedilatildeo dos niacuteveis de poluiccedilatildeo ambiental e como fonte

estrateacutegica de energia renovaacutevel em substituiccedilatildeo ao oacuteleo diesel mineral pois natildeo eacute toacutexico e

apresenta uma melhor qualidade de emissotildees durante o processo de combustatildeo (CORREcircA

ARBILLA 2006 LOcircBO FERREIRA CRUZ 2009)

Segundo Ramos et al (2003) qualquer mateacuteria-prima oleaginosa pode ser utilizada

para a produccedilatildeo de eacutesteres alquiacutelicos de aacutecidos graxos (biodiesel) mas a escolha da mateacuteria-

prima eacute um paracircmetro importante para a produccedilatildeo de biodiesel dentro das especificaccedilotildees

estabelecidas pelos oacutergatildeos reguladores Isso porque alguns oacuteleos vegetais apresentam

propriedades que o tornam inadequado para o uso direto em motores do ciclo diesel como sua

alta viscosidade acidez formaccedilatildeo de gomas devido agrave oxidaccedilatildeo e polimerizaccedilatildeo durante a

armazenagem e queima contribuindo para a diminuiccedilatildeo da lubricidade do oacuteleo e formaccedilatildeo de

depoacutesitos de carbono (FUKUDA KONDO NODA 2001) Sendo necessaacuterio adequar seu uso

por meio de algum processo quiacutemico para posterior utilizaccedilatildeo em motores que no caso datildeo

origem ao biocombustiacutevel

Como haacute uma grande variedade de mateacuterias-primas existentes para a produccedilatildeo de

biodiesel eacute plausiacutevel dizer que somente com o conhecimento pleno das propriedades que

determinam os padrotildees de qualidade do biodiesel eacute que seraacute possiacutevel estabelecer os

paracircmetros de controle que garantiratildeo o sucesso de sua incorporaccedilatildeo na matriz energeacutetica

45

nacional (RAMOS et al 2003) Neste sentido o Governo Federal por meio do Ministeacuterio da

Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (MAPA) publicou no DOU de 26122006 Seccedilatildeo 1

Paacutegina 140 a Instruccedilatildeo Normativa nordm 49 a qual estabelece o Regulamento Teacutecnico de

Identidade e Qualidade dos Oacuteleos Vegetais Refinados Nesta instruccedilatildeo estatildeo estabelecidos os

padrotildees de identidade que caracterizam os oacuteleos vegetais quais sejam iacutendice de acidez

iacutendice de peroacutexido densidade relativa iacutendice de refraccedilatildeo iacutendice de iodo cor e estabilidade

oxidativa a 110ordm C

241 Perfil composicional de aacutecidos graxos

Os oacuteleos utilizados como mateacuterias-primas para a produccedilatildeo de biodiesel satildeo obtidos de

diversas plantas oleaginosas O paiacutes devido a sua grande extensatildeo de terras de diferentes

classes de solo e clima disponibiliza inuacutemeras espeacutecies de oleaginosas que se diferenciam

principalmente pela composiccedilatildeo em aacutecidos graxos Os aacutecidos graxos presentes nos oacuteleos

vegetais satildeo aacutecidos carboxiacutelicos constituiacutedos por hidrogecircnio e carbono em sua cadeia

molecular Segundo Redaacute e Carneiro (2007) os aacutecidos graxos se diferem a partir do

comprimento de sua cadeia carbocircnica do nuacutemero orientaccedilatildeo e da posiccedilatildeo de insaturaccedilotildees

presentes na cadeia e da presenccedila de grupamentos quiacutemicos

Os aacutecidos graxos satildeo classificados como saturados mono e poli-insaturados

dependendo do nuacutemero de duplas ligaccedilotildees na sua cadeia de carbonos (Figura 3) Os saturados

natildeo contecircm dupla ligaccedilatildeo entre os aacutetomos de carbono Os monoinsaturados contecircm uma uacutenica

dupla ligaccedilatildeo e os poli-insaturados (linolecircnico linoleico e araquidocircnico) com duas ou mais

duplas ligaccedilotildees

46

Figura 3 - Tipos de aacutecidos graxos

Fonte wwazeitecombr

O conhecimento da composiccedilatildeo em aacutecidos graxos do oacuteleo vegetal eacute muito importante

porque muitas das propriedades do biodiesel tecircm origem nas estruturas dos aacutecidos graxos

originais As caracteriacutesticas do biodiesel que satildeo determinadas pela composiccedilatildeo dos eacutesteres de

aacutecidos graxos incluem qualidade da igniccedilatildeo calor de combustatildeo escoamento a frio

estabilidade oxidativa viscosidade e lubricidade (CAMARGOS 2005)

A anaacutelise da composiccedilatildeo dos aacutecidos graxos constitui o primeiro passo para a avaliaccedilatildeo

da qualidade do oacuteleo bruto eou seus produtos de transformaccedilatildeo Para determinar a

composiccedilatildeo em aacutecidos graxos meacutetodos cromatograacuteficos (cromatografia liacutequida e gasosa) e

ressonacircncia magneacutetica nuclear de hidrogecircnio podem ser utilizados (WUST 2004)

A cromatografia eacute um meacutetodo fiacutesico-quiacutemico de separaccedilatildeo A teacutecnica estaacute

fundamentada na migraccedilatildeo diferencial dos componentes de uma mistura que ocorre devido a

diferentes interaccedilotildees entre duas fases imisciacuteveis a fase moacutevel e a fase estacionaacuteria A grande

variedade de combinaccedilotildees entre fases moacuteveis e estacionaacuterias a torna uma teacutecnica

extremamente versaacutetil e de grande aplicaccedilatildeo (DEGANI CASS VIEIRA 1998) Ainda de

acordo com Degani Cass e Vieira (1998) a cromatografia gasosa eacute uma das teacutecnicas

analiacuteticas mais utilizadas Aleacutem de possuir um alto poder de resoluccedilatildeo eacute muito atrativa

devido agrave possibilidade de detecccedilatildeo em escala de nano a picogramas (10ndash9

- 10-12

g) A grande

limitaccedilatildeo deste meacutetodo eacute a necessidade de que a amostra seja volaacutetil ou estaacutevel termicamente

embora amostras natildeo volaacuteteis ou instaacuteveis possam ser derivadas quimicamente

47

A ressonacircncia magneacutetica nuclear (RMN) eacute um meacutetodo espectroscoacutepico de 1H que

assim como as demais teacutecnicas espectroscoacutepicas satildeo baseadas no princiacutepio de que as

moleacuteculas e aacutetomos podem interagir de diferentes formas com a radiaccedilatildeo eletromagneacutetica

revelando informaccedilotildees estruturais e termodinacircmicas de forma qualitativa eou quantitativa

dependendo da intensidade e do comprimento de onda da radiaccedilatildeo utilizada Os meacutetodos

espectroscoacutepicos possibilitam anaacutelises raacutepidas e diretas podendo detectar vaacuterios compostos

simultaneamente (IBANtildeEZ CIFUENTES 2001) aleacutem de permitir uma boa reprodutibilidade

na detecccedilatildeo dos componentes (BELTON et al 1996) Embora a teacutecnica possua as vantagens

na rapidez e na confiabilidade na determinaccedilatildeo quantitativa dos compostos soluacuteveis em uma

mistura o aparelho de RMN 1H apresenta um limite de detecccedilatildeo na ordem de partes por

milhatildeo o que pode natildeo ser possiacutevel agrave identificaccedilatildeo de compostos com baixiacutessima quantidade

nas amostras (BELTON et al 1996) O que pode se tornar uma vantagem quando a finalidade

eacute identificar apenas os componentes majoritaacuterios da amostra e os componentes traccedilos podem

ser desprezados

Os aacutecidos graxos presentes nos oacuteleos e gorduras satildeo constituiacutedos geralmente por

aacutecidos carboxiacutelicos que contecircm de 4 a 30 aacutetomos de carbono e podem ser saturados ou

insaturados A distinccedilatildeo dos oacuteleos com base no seu grau de insaturaccedilatildeo no tamanho das

moleacuteculas e pela presenccedila ou natildeo de grupos quiacutemicos reflete diretamente nas qualidades do

biocombustiacutevel produzido (WUST 2004)

Longa cadeia de aacutecidos graxos e pequeno nuacutemero de insaturaccedilotildees (duplas ligaccedilotildees)

ocasionam maior nuacutemero de cetano e lubricidade do combustiacutevel Entretanto um aumento no

nuacutemero de cetano ocasiona tambeacutem um aumento no ponto de neacutevoa e de entupimento (maior

sensibilidade aos climas frios) As moleacuteculas satildeo menos estaacuteveis quimicamente com nuacutemero

de insaturaccedilotildees elevado e isso pode provocar inconvenientes devido a oxidaccedilotildees degradaccedilotildees

e polimerizaccedilotildees do combustiacutevel se inadequadamente armazenado ou transportado

(BELTRAtildeO OLIVEIRA 2008)

Dessa forma tanto os eacutesteres alquiacutelicos de aacutecidos graxos saturados (laacuteurico palmiacutetico

esteaacuterico) como os de poli-insaturados (linoleico linolecircnico) possuem alguns inconvenientes

uma vez que satildeo pouco resistentes agrave oxidaccedilatildeo e o nuacutemero de cetano eacute geralmente baixo

Poreacutem satildeo mais facilmente degradados desaparecendo do meio ambiente em periacuteodos de

tempo mais curtos sendo mais vantajosos do ponto de vista ambiental (GOMES 2009)

Os oacuteleos saturados do tipo esteaacuterico ou palmiacutetico satildeo pouco fluiacutedos (grande

viscosidade) mas satildeo resistentes agrave oxidaccedilatildeo Encontram-se normalmente no estado soacutelido agrave

temperatura ambiente Geralmente apresentam um iacutendice de cetano excelente Poreacutem sua alta

48

viscosidade aliados agrave resistecircncia agrave oxidaccedilatildeo dificultam a sua degradaccedilatildeo remoccedilatildeo e limpeza

(GOMES 2009)

De uma forma geral um biodiesel com predominacircncia de aacutecidos graxos combinados

monoinsaturados (oleico ricinoleico) satildeo os que apresentam os melhores resultados

(BELTRAtildeO OLIVEIRA 2008)

A qualidade do oacuteleo eacute uma funccedilatildeo do seu perfil de aacutecidos graxos Oacuteleos com alto teor

de aacutecido oleico satildeo adequados para uso alimentar devido agrave sua longa vida de prateleira

enquanto que uma quantidade de aacutecido linoleico inferior a 3 eacute preferiacutevel para a estabilidade

do oacuteleo e para a produccedilatildeo de biodiesel eacute desejaacutevel um baixo conteuacutedo de aacutecidos graxos

saturados (RAJU EZRADANAM 2002) Sementes com alta razatildeo de aacutecido oleicolinoleico

podem indicar uma maior estabilidade e vida uacutetil mais longa (KAUSHIK BHARDWAJ

2013)

Ao lado de produccedilatildeo de sementes o teor de oacuteleo e a composiccedilatildeo de aacutecidos graxos satildeo

os dois principais paracircmetros bioquiacutemicos do pinhatildeo-manso que satildeo muito importantes para a

seleccedilatildeo de sementes com um alto rendimento e com alto teor de aacutecido graxo poli-insaturado

(KAUSHIK BHARDWAJ 2013) A composiccedilatildeo de aacutecidos graxos do pinhatildeo-manso eacute

classificado como um tipo de aacutecido linoleico ou oleico que satildeo aacutecidos graxos insaturados

utilizados como mateacuteria-prima para a produccedilatildeo de biodiesel (MITTELBACH

REMSCHMIDT 2004 ONG et al 2013) Apesar da importacircncia desta espeacutecie haacute poucos

trabalhos na literatura que mostram a influecircncia no manejo do pinhatildeo-manso na composiccedilatildeo

dos aacutecidos graxos presentes no oacuteleo da semente

A correta disponibilidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo para as plantas de pinhatildeo-manso

evitando a sua falta ou o seu uso excessivo pode ocasionar em um oacuteleo com melhores

caracteriacutesticas para a produccedilatildeo de biodiesel quanto ao seu perfil composicional Kheira e Atta

(2009) ao avaliarem as caracteriacutesticas do oacuteleo de pinhatildeo-manso encontraram nas plantas

manejadas com 100 da evapotranspiraccedilatildeo potencial (ETp) os melhores valores da razatildeo de

aacutecido oleicolinoleico em comparaccedilatildeo aos tratamentos irrigados com deacuteficit e com excesso O

uso da fertilizaccedilatildeo nitrogenada aleacutem de auxiliar no aumento da produtividade de gratildeos de

pinhatildeo-manso se correlaciona positivamente no efeito de alguns aacutecidos graxos do seu oacuteleo

tendo para o aacutecido oleico o seu maior efeito (AKBARIAN MODAFEBEHZADI

BAGHERIPOUR 2012)

49

242 Iacutendices de qualidade

Algumas caracteriacutesticas satildeo indicativas da qualidade de um produto No que se refere

aos oacuteleos vegetais paracircmetros fiacutesicos e quiacutemicos satildeo analisados e utilizados para garantir a

qualidade dos mesmos para a produccedilatildeo de biodiesel pois eacute por meio destes resultados que se

estabelece a teacutecnica que seraacute utilizada na sua produccedilatildeo e se haacute ou natildeo a necessidade do uso

de um preacute-tratamento da mateacuteria-prima (MELO 2012)

Desta forma satildeo determinados os iacutendices de acidez iodo peroacutexido e refraccedilatildeo aleacutem da

densidade relativa estabilidade oxidativa entre outros Estes paracircmetros de qualidade assim

como outros natildeo citados podem ser determinados por meacutetodos de referecircncia como os

estabelecidos pela AOCS (American Oil Chemistsrsquo Society) ou pela Ethiopian Standard os

quais tecircm sido bastante empregados por muitos laboratoacuterios e induacutestrias

O teor de acidez eacute uma das principais caracteriacutesticas relacionadas com a qualidade da

mateacuteria-prima Vaacuterios fatores podem influenciar a acidez de um oacuteleo vegetal mas o principal

eacute o tratamento dado ainda agraves sementes durante a colheita e armazenamento (PEREIRA 2007)

Estaacute diretamente relacionado com a quantidade de aacutecidos graxos livres presentes no material

lipiacutedico originados da hidroacutelise dos triacilgliceriacutedeos nas condiccedilotildees de conservaccedilatildeo e

processamento dos oacuteleos vegetais (MORETTO FETT 1998)

A alta acidez do biodiesel pode levar agrave sua degradaccedilatildeo mais raacutepida levando agrave

formaccedilatildeo de precipitados provocando o entupimento do filtro de combustiacutevel ou a

diminuiccedilatildeo de sua pressatildeo aleacutem de acelerar a corrosatildeo de partes metaacutelicas do motor e dos

sistemas de injeccedilatildeo (FLUMIGNAN et al 2012 VISENTAINER SANTOS JUacuteNIOR 2013)

O monitoramento do iacutendice de acidez ou nuacutemero de acidez no biodiesel eacute de grande

importacircncia tambeacutem durante a estocagem na qual a alteraccedilatildeo nos valores de acidez pode

significar a presenccedila de aacutegua eou degradaccedilatildeo oxidativa (FLUMIGNAN et al 2012)

O iacutendice de iodo eacute uma medida da insaturaccedilatildeo total dentro de uma mistura de aacutecido

graxo Aleacutem de indicar o grau quantitativo de insaturaccedilotildees no biodiesel ou oacuteleo

vegetalanimal o iacutendice de iodo eacute dependente do tipo de matriz utilizada O nuacutemero de

insaturaccedilotildees se trata de um importante componente na caracterizaccedilatildeo do oacuteleo vegetal e

consequentemente do biodiesel que seraacute produzido pois aleacutem de apresentar efeito nos valores

de densidade e de viscosidade dos biodieseis tambeacutem eacute de grande importacircncia na estabilidade

oxidativa dos biodieseis (FLUMIGNAN et al 2012)

50

O nuacutemero de iodo revela o nuacutemero de insaturaccedilotildees de uma determinada amostra e esse

valor constitui um dos paracircmetros de identidade dos oacuteleos vegetais pois cada dupla ligaccedilatildeo de

um aacutecido graxo pode incorporar dois aacutetomos de halogecircnio Por essa razatildeo quanto maior a

insaturaccedilatildeo de um aacutecido graxo maior seraacute a sua capacidade de absorccedilatildeo de iodo e

consequentemente maior seraacute o iacutendice de iodo (MORETTO FETT 1998)

Este meacutetodo consiste no tratamento da amostra de oacuteleo vegetal e animal ou biodiesel

com iodo em excesso que reage com as duplas ligaccedilotildees O iodo natildeo reagido eacute entatildeo titulado

com tiossulfato de soacutedio e o resultado expresso como gramas de iodo que reagem com as

insaturaccedilotildees em 100 g de amostra (FLUMIGNAN et al 2012) Segundo Ramos et al (2009)

o iacutendice de iodo de um oacuteleo vegetal ou de uma gordura animal eacute quase idecircntico ao do metil-

eacutester correspondente

O iacutendice de peroacutexido determina todas as substacircncias que oxidam o iodeto de potaacutessio a

iodo Estas substacircncias satildeo consideradas como sendo peroacutexidos ou produtos similares

provenientes da oxidaccedilatildeo das gorduras Os peroacutexidos satildeo produtos primaacuterios da oxidaccedilatildeo de

lipiacutedeos (AOCS 2003) Eacute um indicador muito sensiacutevel no estaacutedio inicial da oxidaccedilatildeo e sua

presenccedila eacute indiacutecio de que a deterioraccedilatildeo do sabor e odor em funccedilatildeo de sua instabilidade estaacute

por acontecer Quando sua concentraccedilatildeo atinge certo niacutevel mudanccedilas complexas ocorrem

formando compostos de baixo peso molecular oriundos de sua degradaccedilatildeo (REGITANO-

DacuteARCE 2006)

O iacutendice de peroacutexido eacute o mais usado para indicar o grau de oxidaccedilatildeo O valor de

peroacutexido eacute a medida do teor de oxigecircnio reativo expresso em termos de milequivalentes de

oxigecircnio por 1000 g de oacuteleo ou como milimoles de peroacutexido por quilo de moleacutecula graxa (1

milimol = 2 milequivalentes) (AOCS 2003) As substacircncias quantificadas satildeo geralmente

peroacutexidos e outros produtos similares resultantes da oxidaccedilatildeo lipiacutedica A aplicaccedilatildeo do iacutendice

de peroacutexido se daacute em todo o tipo de gordura ou oacuteleo (AOCS 2003)

Durante essa anaacutelise a amostra com solvente eacute adicionada em uma soluccedilatildeo de iodeto

de potaacutessio saturada Desta forma os iacuteons de iodo reagem com os peroacutexidos produzindo I2

Como indicador eacute adicionado amido que na presenccedila de I2 se colore de azul Ao titular-se a

soluccedilatildeo com tiossulfato de soacutedio ocorreraacute a oxidaccedilatildeo a tetrationato de soacutedio e o iodo eacute

reduzido a I- causando perda na cor azulada logo a quantidade de tiossulfato consumida eacute

proporcional agrave quantidade de iacuteons de iodeto presentes e indiretamente de peroacutexido

(BACCAN et al 1985)

O iacutendice de refraccedilatildeo de uma substacircncia eacute a relaccedilatildeo entre a velocidade da luz no vaacutecuo

e a velocidade da luz na substacircncia testada Eacute um paracircmetro fiacutesico importante para garantir a

51

qualidade dos oacuteleos Ele varia na razatildeo inversa da temperatura e eleva-se com o aumento do

comprimento da cadeia e tambeacutem com o grau de insaturaccedilatildeo dos aacutecidos graxos constituintes

dos trigliceriacutedeos (PEREIRA 2007) Por depender fortemente da temperatura as suas medidas

devem ser feitas em temperatura constante O iacutendice de refraccedilatildeo de oacuteleos e gorduras eacute muito

usado como criteacuterio de qualidade e identidade pois quando referente a um oacuteleo este iacutendice

aumenta com o iacutendice de iodo e pode ser usado no controle de processos de hidrogenaccedilatildeo de

oacuteleos insaturados (CECCHI 2003)

A densidade do biodiesel estaacute diretamente ligada com a estrutura molecular das suas

moleacuteculas Quanto maior o comprimento da cadeia carbocircnica do alquileacutester maior seraacute a

densidade no entanto este valor decresceraacute quanto maior forem o nuacutemero de insaturaccedilotildees

presentes na moleacutecula A presenccedila de impurezas tambeacutem poderaacute influenciar na densidade do

biodiesel como por exemplo o aacutelcool ou substacircncias adulterantes (LOcircBO FERREIRA

CRUZ 2009) Como eacute caracteriacutestica de cada substacircncia a determinaccedilatildeo da densidade em

oacuteleos eacute um paracircmetro importante para verificar se houve adulteraccedilatildeo com a adiccedilatildeo de aacutegua ou

substacircncias dissolvidas dentro das amostras (presenccedila de contaminantes)

A estabilidade agrave oxidaccedilatildeo ou estabilidade oxidativa reflete o tempo que o biodiesel ou

oacuteleo vegetal leva para se degradar formando compostos orgacircnicos volaacuteteis A estabilidade

oxidativa do biodiesel estaacute diretamente relacionada com o grau de insaturaccedilatildeo dos

alquieacutesteres presentes como tambeacutem com a posiccedilatildeo das duplas ligaccedilotildees na cadeia carbocircnica

(VISENTAINER SANTOS JUacuteNIOR 2013) Quanto maior o nuacutemero de insaturaccedilotildees (maior

iacutendice de iodo) mais susceptiacutevel estaacute a moleacutecula agrave degradaccedilatildeo tanto teacutermica quanto oxidativa

formando produtos insoluacuteveis que ocasionam formaccedilatildeo de depoacutesitos e entupimento do

sistema de injeccedilatildeo de combustiacutevel do motor (FLUMIGNAN et al 2012)

52

53

3 MATERIAL E MEacuteTODOS

31 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea experimental

A aacuterea experimental com a cultura e os lisiacutemetros jaacute instalados estaacute situada no

Departamento de Engenharia de Biossistemas na Fazenda Areatildeo da Escola Superior de

Agricultura ldquoLuiz de Queirozrdquo da Universidade de Satildeo Paulo (ESALQ ndash USP) em

Piracicaba-SP (latitude 22deg42rsquo30rdquoS longitude 47deg30rsquo00rdquo e altitude de 546 m) Aleacutem da aacuterea

cultivada com pinhatildeo-manso a aacuterea experimental conta ainda com um sistema de irrigaccedilatildeo

por pivocirc central barracatildeo para maacutequinas equipamentos e salas de apoio sistema de

bombeamento de aacutegua do rio Piracicaba para um accedilude casa de bombas para irrigaccedilatildeo

localizada e pivocirc central e painel controlador da irrigaccedilatildeo localizada (Figura 4)

O clima da regiatildeo segundo a classificaccedilatildeo de Koumlppen eacute Cwa denominado tropical de

altitude sendo caracterizado por grandes volumes de chuvas no veratildeo e por estiagem no

inverno (PEREIRA ANGELOCCI SENTELHAS 2002) A precipitaccedilatildeo meacutedia anual eacute de

1328 mm e a temperatura meacutedia anual de 216ordmC sendo a meacutedia em julho o mecircs mais frio

com 17ordmC e a meacutedia em janeiro e fevereiro como meses mais quentes com 25ordmC (CEPAGRI

2013)

O preparo inicial da aacuterea experimental junto com o transplantio das mudas ocorreu em

meados de dezembro de 2011 com as plantas dispostas no espaccedilamento de 3 m entre plantas

e 4 m entre linhas (12 m2 de aacuterea para cada uma) totalizando 833 plantas ha

-1

A aacuterea experimental com pinhatildeo-manso foi dividida de acordo com o manejo hiacutedrico

utilizado sendo composta pelos tratamentos irrigados por pivocirc central e natildeo irrigado

(sequeiro) Na Figura 4 encontra-se o croqui da aacuterea experimental onde pode ser observada a

disposiccedilatildeo dos sistemas de irrigaccedilatildeo no campo e a aacuterea total utilizada para cada tratamento A

aacuterea experimental localizou-se proacuteximo da estaccedilatildeo meteoroloacutegica da Fazenda Areatildeo da

ESALQUSP (Figura 4) o que contribuiu para a determinaccedilatildeo de variaacuteveis meteoroloacutegicas in

loco utilizados conjuntamente com os dados lisimeacutetricos para a realizaccedilatildeo do manejo de

irrigaccedilatildeo A estaccedilatildeo meteoroloacutegica dispotildee de um datalogger para leitura dos sensores de

temperatura umidade relativa do ar radiaccedilatildeo solar global velocidade e direccedilatildeo do vento

pressatildeo atmosfeacuterica saldo de radiaccedilatildeo e chuva

54

Figura 4 - Croqui da aacuterea experimental contendo as aacutereas de cada manejo hiacutedrico e a estaccedilatildeo meteoroloacutegica

O sistema de pivocirc central eacute composto de trecircs torres sobre rodas com 183 m de raio e

capaz de irrigar uma aacuterea de 105 haacute com uma vazatildeo real de 90 msup3 h-1

Quando acionado em

sua velocidade maacutexima (com relecirc ligado agrave 100 no painel controlador) aplica de acordo com

as especificaccedilotildees do fabricante uma lacircmina bruta de 44 mm em toda a aacuterea apoacutes cinco horas

e seis minutos (tempo total para uma volta inteira) Apoacutes a instalaccedilatildeo do sistema de irrigaccedilatildeo

testes de avaliaccedilatildeo foram realizados e foram verificados os seguintes paracircmetros Coeficiente

de Uniformidade de Christiansen (CUC) de 821 Coeficiente de uniformidade de

distribuiccedilatildeo (CUD) de 642 e eficiecircncia de aplicaccedilatildeo (Ea) de 777

32 Descriccedilatildeo dos tratamentos e delineamento experimental

A aacuterea irrigada por pivocirc central e sem irrigaccedilatildeo tiveram como tratamentos diferentes

doses de adubaccedilatildeo nitrogenada a base de ureia utilizando 150 100 50 e o tratamento

controle com 0 da recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo para a cultura (FACT 2010) Os tratamentos

aplicados na aacuterea irrigada por pivocirc central foram denominados como P1 P2 P3 e P4

respectivamente para 150 100 50 e 0 da adubaccedilatildeo nitrogenada Enquanto na aacuterea sem

irrigaccedilatildeo os tratamentos aplicados foram denominados de acordo com os tratamentos citados

respectivamente como S1 S2 S3 e S4 A aacuterea irrigada por pivocirc central recebeu uma lacircmina

55

Tratamento S1 (150 de N)

LEGENDA

Tratamento S4 (0 de N)

Tratamento S3 (50 de N)

Tratamento S2 (100 de N)

de irrigaccedilatildeo uniforme equivalente a 100 da evapotranspiraccedilatildeo da cultura que foi

determinada por meio de dois lisiacutemetros de pesagem localizados ao lado da aacuterea em estudo

O delineamento experimental de cada aacuterea foi em blocos casualizados sendo dividida

em 4 blocos por aacuterea o que implicou em 16 unidades experimentais para cada aacuterea

totalizando portanto 32 unidades experimentais (Figura 5) A anaacutelise conjunta dos dados

entretanto foi realizada como anaacutelise de grupos de experimentos (BANZATTO KRONKA

2008) A instalaccedilatildeo de cada tratamento foi determinada por linha de plantio onde realizou-se

previamente o sorteio dos tratamentos dentro de cada bloco O esquema da anaacutelise de

variacircncia para o experimento realizado com anaacutelise agrupada dos dois experimentos eacute

expresso na Tabela 3

Figura 5 - Esquema da distribuiccedilatildeo dos tratamentos na aacuterea sem irrigaccedilatildeo

As aplicaccedilotildees dos tratamentos assim como o iniacutecio dos estudos na aacuterea

experimental se iniciaram apoacutes o final do primeiro ciclo produtivo da cultura (final do

segundo ciclo de cultivo) em agosto de 2013 Os estudos foram realizados durante o terceiro

e quarto ano de cultivo da cultura o que correspondeu aos anos agriacutecolas de 20132014 e

20142015 com o iniacutecio do ciclo a partir do mecircs de agosto eacutepoca na qual todos os frutos jaacute

foram colhidos e por apresentar um periacuteodo caracteriacutestico marcado pela eacutepoca da poda de

renovaccedilatildeo ou limpeza (agosto) e encerrando-se no mecircs julho com o final da queda das folhas

(final do periacuteodo de senescecircncia)

56

Tabela 3 - Esquema da anaacutelise de variacircncia

Fontes de Variaccedilatildeo Grau de Liberdade

Blocos dentro de Irrigaccedilatildeo 6

Irrigaccedilatildeo (I) 1

Doses de N (N) 3

Interaccedilatildeo I x N 3

Resiacuteduo Meacutedio 18

Total 31

33 Caracterizaccedilatildeo do solo

As anaacutelises fiacutesico-hiacutedrico do solo foram realizadas no Laboratoacuterio de Fiacutesica do Solo

do Departamento de Engenharia de Biossistemas da ESALQ-USP e no Laboratoacuterio PiraSolos

em Piracicaba-SP

O solo da aacuterea experimental foi classificado como NITOSSOLO VERMELHO

Eutroacutefico (EMBRAPA 2013) apresentando para todas as aacutereas utilizadas textura argilosa nas

camadas de 0-02 m e 02-04 m e muito argilosa na camada 04-06 m de acordo com os

criteacuterios do Sistema Brasileiro de Classificaccedilatildeo de Solos (EMBRAPA 2013)

A caracterizaccedilatildeo da anaacutelise granulomeacutetrica do solo da aacuterea experimental foi resultado

da meacutedia de trecircs repeticcedilotildees de cada aacuterea experimental nas camadas de 0-020 m 020-040 m

e 040-060 m que se enquadram dentro da camada de maior influecircncia do sistema radicular

da cultura do pinhatildeo-manso (ALVES JUacuteNIOR et al 2014) Na realizaccedilatildeo da referida anaacutelise

foi adotada a metodologia de Bouyoucos (Tabela 4) conforme as recomendaccedilotildees de

Donagema et al (2011) A caracterizaccedilatildeo e elaboraccedilatildeo das curvas de retenccedilatildeo caracteriacutesticas

do solo para a aacuterea experimental foram descritos por Flumignan (2012)

Tabela 4 - Composiccedilatildeo textural do solo da aacuterea experimental

Aacuterea de cultivo Camada (m) Argila Silte Areia

Classe Textural ------------------g kg

-1------------------

Pivocirc Central

0-02 464 296 240 Argilosa

02-04 498 292 210 Argilosa

04-06 576 264 160 Muito Argilosa

Sequeiro

0-02 505 245 250 Argilosa

02-04 502 248 250 Argilosa

04-06 621 179 200 Muito Argilosa

57

A partir da caracterizaccedilatildeo inicial do solo feita por Flumignan (2012) e com outras

anaacutelises posteriores para comparaccedilatildeo adotou-se para a aacuterea sem irrigaccedilatildeo os valores da

capacidade de campo (cc) e o ponto de murchamento permanente (pmp) para as camadas de

0-040 m e 040-080 m respectivamente de 042 e 032 cmsup3 cm-sup3 e 043 e 033 cmsup3 cm

-sup3 A

densidade do solo representativa da aacuterea sem irrigaccedilatildeo foram de 153 145 141 e 127 g cm-sup3

para as camadas de 0-020 m 020-040 m 040-060 m e 060-080 m respectivamente Jaacute

para o solo da aacuterea irrigada por pivocirc central a capacidade de campo e o ponto de

murchamento permanente para as camadas de 0-040 m e 040-080 m foram de 044 e 031 e

046 e 035 respectivamente A densidade do solo representativa da aacuterea irrigada foram de

155 146 141 e 131 g cm-sup3 respectivamente para as camadas de 0-020 m 020-040 m

040-060 m e 060-080 m

A caracterizaccedilatildeo quiacutemica inicial do solo foi realizada mediante anaacutelise de amostras

compostas coletadas nas camadas de 0-020 e 020-040 m de profundidade nas duas aacutereas de

influecircncia do cultivo antes da aplicaccedilatildeo dos tratamentos Para as condiccedilotildees quiacutemicas

encontradas nas anaacutelises de solo natildeo foi necessaacuterio agrave aplicaccedilatildeo de calagem pelos valores da

saturaccedilatildeo por bases estarem acima de 60 Na Tabela 5 estatildeo apresentados os resultados da

anaacutelise de fertilidade

Tabela 5 - Anaacutelise quiacutemica da aacuterea experimental

Aacuterea de

manejo

Camada

(m)

pH

CaCl2

MO P S

(SO4)

K+ Ca

2+ Mg

2+ H+Al Al

3+ Sat

Bases

g dm-3

-mg dm-3

- ------------mmolcdm-3

----------- V

Pivocirc

Central

0-02 60 18 10 26 25 55 18 20 0 79

02-04 58 9 2 32 12 47 21 20 0 78

Sequeiro 0-02 55 18 18 22 13 49 13 25 0 72

02-04 55 11 4 26 10 44 12 25 0 70

34 Caracterizaccedilatildeo da aacutegua de irrigaccedilatildeo

A aacutegua utilizada no experimento foi proveniente do sistema do reservatoacuterio de aacutegua

localizado dentro da Fazenda Areatildeo e usada exclusivamente para fornecimento de aacutegua para

as culturas localizadas na aacuterea experimental Para saber se o conteuacutedo fiacutesico-quiacutemico da aacutegua

utilizada na irrigaccedilatildeo poderia influenciar na disposiccedilatildeo dos nutrientes fornecidos para a

cultura por meio da adubaccedilatildeo foi realizada uma anaacutelise da qualidade da aacutegua para verificar as

58

caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas presentes (Tabela 6) A anaacutelise fiacutesico-quiacutemica da aacutegua de

irrigaccedilatildeo foi realizada pelo Laboratoacuterio de Ecologia Aplicada localizada no Departamento de

Ciecircncias Florestais na ESALQUSP

Tabela 6 - Resultados da anaacutelise fiacutesico-quiacutemica da aacutegua utilizada para irrigaccedilatildeo

Paracircmetro Siacutembolo Unidade Resultado VMP(1)

Acidez pH - 68 60-95

Acidez (CaCO3) - mg L-1

(CaCO3) 63 -

Condutividade eleacutetrica CEa dSm-1

(25degC) 01 15

Alcalinidade Carbonato CO3= mg L

-1 0 -

Alcalinidade Bicarbonato HCO3- mg L-1

158 -

Alcalinidade Total 2CO32-

+ HCO3- mg L

-1 158 500

Caacutelcio Ca++

mg L-1

17 75

Magneacutesio Mg++

mg L-1

10 150

Sulfato SO4= mg L

-1 119 250

Nitrogecircnio - Nitrato N - NO3- mg L

-1 08 10

Nitrogecircnio - Amocircnio N - NH4+ mg L

-1 01 15

Foacutesforo - Fosfato P - PO43-

mg L-1

006 006

Potaacutessio K+ mg L

-1 23 -

Soacutedio Na+ mg L

-1 60 -

Dureza Total (CaCO3) - mg L-1

128 500

(1) Valores maacuteximos permitidos

De acordo com a classificaccedilatildeo da University of Califoacuternia Committee of Consultantes

(UCCC 1974) a aacutegua utilizada para irrigaccedilatildeo de foi classificada como C1S2 ou seja aacutegua

com baixo risco de salinidade o que eacute considerada adequada ao uso para a irrigaccedilatildeo O risco

de sodicidade foi considerado praticamente nulo devido ao baixo valor da razatildeo de adsorccedilatildeo

de soacutedio corrigida calculado com os resultados da anaacutelise assim como os baixos teores de

soacutedio apresentados na anaacutelise que garantem a ausecircncia de toxicidade desse elemento

35 Manejo da irrigaccedilatildeo

O manejo da irrigaccedilatildeo com a quantificaccedilatildeo da lacircmina de irrigaccedilatildeo a ser aplicada e a

determinaccedilatildeo da evapotranspiraccedilatildeo nos tratamentos foi realizada pela metodologia da

lisimetria de pesagem direta descrita por Lena (2013) e tambeacutem realizada na mesma aacuterea

experimental Essa metodologia consiste na utilizaccedilatildeo de tanques de metal preenchidos com

59

solo da proacutepria aacuterea experimental e que satildeo apoiados sobre um sistema de pesagem de alta

precisatildeo Basicamente o sistema de lisimetria proporciona a mediccedilatildeo das entradas e saiacutedas de

aacutegua do sistema Foram utilizados dois lisiacutemetros por aacuterea totalizando portanto quatro

lisiacutemetros no experimento que foram previamente dimensionados para que sua superfiacutecie

respeitasse o espaccedilamento das plantas e o pleno desenvolvimento do sistema radicular e da

parte aeacuterea da cultura Cada lisiacutemetro eacute ciliacutendrico e apresenta 391 m de diacircmetro interno (12

m2 de aacuterea) por 13 m de profundidade uacutetil do solo O sistema ainda apresenta um sistema de

drenagem que eacute composto por reservatoacuterios de armazenamento de aacutegua constituiacutedos de tubos

de PVC os quais possibilitam o armazenamento da aacutegua drenada atraveacutes do perfil do solo O

detalhamento da calibraccedilatildeo e das instalaccedilotildees dos lisiacutemetros utilizados na aacuterea experimental eacute

descrita por Flumignan (2012) Na Figura 6 eacute apresentado um esquema sobre o balanccedilo de

aacutegua no solo feito pelos lisiacutemetros

Figura 6 - Balanccedilo hiacutedrico do sistema de lisiacutemetro de pesagem com as entradas e saiacutedas de aacutegua do sistema

sendo ET a evapotranspiraccedilatildeo E a evaporaccedilatildeo T a transpiraccedilatildeo I a irrigaccedilatildeo R o escoamento

superficial e P a precipitaccedilatildeo Fonte Lena (2013)

A determinaccedilatildeo da quantidade de aacutegua necessaacuteria para repor a evapotranspiraccedilatildeo foi

calculada semanalmente para a aacuterea irrigada por pivocirc central A irrigaccedilatildeo foi realizada de

maneira manual ajustando o percentiacutemetro da velocidade de deslocamento circular

(caminhamento) do pivocirc a cada irrigaccedilatildeo de forma que fosse aplicada a lacircmina de aacutegua

desejada Um dia anterior agrave irrigaccedilatildeo os dados dos lisiacutemetros foram coletados e analisados

sendo possiacutevel verificar a lacircmina de aacutegua que foi necessaacuteria para repor na semana colocando

o armazenamento de aacutegua no solo na condiccedilatildeo de capacidade de campo para os tratamentos

60

irrigados A determinaccedilatildeo da evapotranspiraccedilatildeo da cultura (ETc) para o posterior manejo da

lacircmina a ser reposta pela irrigaccedilatildeo foi determinada pela contabilidade das entradas saiacutedas e

armazenamento de aacutegua nos lisiacutemetros (LENA 2013)

A profundidade efetiva do sistema radicular considerada foi de 50 cm baseado

principalmente nos trabalhos de Krishnamurthy et al (2012) e Alves Juacutenior et al (2014) que

apresentam que o sistema eacute capaz de atingir profundidades maiores que 1 metro poreacutem

apresenta a maioria das raiacutezes principalmente as responsaacuteveis pela absorccedilatildeo de aacutegua nas

camadas mais superficiais A capacidade de aacutegua disponiacutevel (CAD) foi determinada a partir

dos valores de umidade volumeacutetrica do solo no ponto de murcha permanente e na capacidade

de campo obtidas para cada aacuterea de manejo hiacutedrico adotado

Devido agrave alta escassez hiacutedrica ocasionada pela baixa pluviosidade ocorrida durante o

ano agriacutecola de 2014 em toda a regiatildeo Sudeste e no municiacutepio de Piracicaba-SP e com a

draacutestica reduccedilatildeo do niacutevel do reservatoacuterio localizado na Fazenda Areatildeo as praacuteticas de

irrigaccedilatildeo e o seu manejo foram realizados apenas no primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo (3ordm ano de

cultivo) sendo suspensas no ciclo seguinte devido a sua impossibilidade pelo baixo niacutevel do

reservatoacuterio no local e para que o mesmo pudesse se reestabelecer em um menor periacuteodo de

tempo Com o cessamento das irrigaccedilotildees na aacuterea de cultivo sob o pivocirc central a partir do

segundo ciclo de avaliaccedilatildeo todas as coletas e anaacutelises realizadas nos tratamentos de adubaccedilatildeo

localizados na aacuterea antes irrigada por pivocirc central passaram a ser consideradas como

mediccedilotildees dos tratamentos em uma aacuterea com histoacuterico de irrigaccedilatildeo visto que desde a sua

implantaccedilatildeo o local fora irrigado tendo o seu manejo adequado de irrigaccedilatildeo de forma a

suplementar o deacuteficit hiacutedrico nos periacuteodos mais secos do ano onde o regime de chuvas natildeo

era capaz de suprir a demanda evapotranspiromeacutetrica da cultura em determinado periacuteodo

Mesmo a localizaccedilatildeo da aacuterea experimental irrigada estando proacutexima da regiatildeo dos dois

lisiacutemetros de pesagem de forma que os tratamentos recebidos com as diferentes doses de

irrigaccedilatildeo apresentassem condiccedilotildees de textura do solo e relevo semelhantes ao das plantas

localizadas nos dois lisiacutemetros natildeo foi realizado um manejo quanto agrave quantificaccedilatildeo das

lacircminas de aacutegua requeridas por cada tratamento visto que com as diferentes doses de

adubaccedilatildeo nitrogenada o crescimento e consequentemente a evapotranspiraccedilatildeo das parcelas

irrigadas satildeo diferentes Assumiu-se para este estudo um manejo da irrigaccedilatildeo a partir dos

dados coletados de plantas inseridas nos lisiacutemetros e que estavam em plenas condiccedilotildees de

desenvolvimento e sem restriccedilatildeo de nutrientes onde a praacutetica de irrigaccedilatildeo serviu-se apenas

para complementar a falta de aacutegua nos periacuteodos mais secos do ano que eacute ocasionado pela

diminuiccedilatildeo das chuvas comparando com uma aacuterea onde natildeo se fez o uso da irrigaccedilatildeo

61

Possibilidades como a variaccedilatildeo da lacircmina de irrigaccedilatildeo no equipamento de pivocirc central com a

substituiccedilatildeo de diferentes tipos de bocais com as mais variadas vazotildees e dispondo os

tratamentos em linhas curviliacuteneas no sentido de rotaccedilatildeo do pivocirc chegaram a ser pensadas

entretanto foram rapidamente descartadas jaacute que esse sistema de irrigaccedilatildeo comporta uma

aacuterea total de 105 ha na Fazenda Areatildeo e aleacutem de atender a aacuterea cultivada por pinhatildeo-manso

de 10 ha que corresponde apenas a 95 da aacuterea atendida pelo pivocirc central o mesmo

equipamento atende agrave necessidade hiacutedrica de outras aacutereas de cultivo incluindo aacutereas de

experimentos de outros projetos de pesquisa

36 Monitoramento da umidade do solo

O monitoramento da umidade do solo foi realizado com o auxiacutelio de sondas de

capacitacircncia da marca Sentekreg modelo Diviner 2000 no qual estimou a umidade do solo por

meio de campos eleacutetricos de alta frequecircncia Esta conteacutem uma haste que ao ser inserida em

tubos de acesso previamente instalados no solo possibilita coletar a porcentagem de aacutegua no

perfil de solo desejado Para que isso ocorresse foi necessaacuterio antes fazer uma curva de

calibraccedilatildeo na aacuterea experimental na eacutepoca de implantaccedilatildeo da cultura para que assim de posse

da equaccedilatildeo de calibraccedilatildeo do solo caracteriacutestico da Fazenda Areatildeo todas as leituras do

equipamento transmitidas em unidade de frequecircncia pudessem ser convertidas em umidade

volumeacutetrica do solo Com a implantaccedilatildeo da cultura em 2011 foi instalado na aacuterea

experimental um tubo de acesso para cada lisiacutemetro de pesagem e outros 10 situados nas suas

plantas de bordadura (distribuiacutedos ao redor de cada lisiacutemetro) com a finalidade de comparar

os perfis de umidade dentro e fora dos lisiacutemetros

Durante o segundo ciclo de avaliaccedilatildeo da cultura (4ordm ano) foram instalados um tubo de

acesso por tratamento na aacuterea irrigada por pivocirc central e sem irrigaccedilatildeo de forma a comparar

os perfis de umidade localizados nas plantas com diferentes niacuteveis de adubaccedilatildeo nitrogenada

com as plantas que receberam a adubaccedilatildeo plena situados dentro e fora dos lisiacutemetros assim

como as plantas dos tratamentos P2 e S2 que receberam 100 de N Esse monitoramento foi

realizado para verificar se houve ou natildeo alguma mudanccedila draacutestica na variaccedilatildeo de umidade dos

diferentes tratamentos por adubaccedilatildeo nitrogenada quando comparada com as demais plantas da

aacuterea experimental

O monitoramento da umidade do solo dentro e fora dos lisiacutemetros foi realizado em

periacuteodos pontuais dentro dos dois ciclos de avaliaccedilatildeo do referido estudo e dentro de um

62

periacuteodo especiacutefico no segundo ciclo de avaliaccedilatildeo para os tratamentos adubados Os tubos de

acesso foram instalados de acordo com cada ponto de monitoramento entre a profundidade de

80-110 cm onde nesse estudo foi avaliado para todos os tratamentos e pontos de

monitoramento de umidade o perfil de umidade correspondente ateacute a profundidade de 80 cm

que representa a camada de maior influecircncia do sistema radicular da cultura do pinhatildeo-manso

(ALVES JUacuteNIOR et al 2014)

37 Manejo da cultura

Ao longo da conduccedilatildeo do experimento foram realizadas praacuteticas de manejo cultural

de forma a proporcionar as melhores condiccedilotildees para o desenvolvimento das plantas Dentre

essas praacuteticas se destacaram o controle de insetos de doenccedilas e de plantas invasoras O

controle de pragas se concentrou no combate da cigarrinha verde (Empoasca spp) aacutecaro

branco (Polyphagotarsonemus latus Banks) e percevejo (Pachoycoris sp) enquanto o

controle de doenccedilas foi voltado no combate ao Oiacutedio (Oidium sp) e ferrugem (Phakospsora

arthuriana Buriticaacute amp Hennen) As aplicaccedilotildees dos produtos quiacutemicos para o controle de

pragas e doenccedilas foram realizadas sempre quando diagnosticada a presenccedila destes na aacuterea

experimental Para o controle das plantas invasoras na entrelinha de cultivo foi utilizada uma

roccediladeira acoplada a um trator e entre plantas o controle foi realizado com roccediladeira manual

Apoacutes cada roccedilagem manual a aplicaccedilatildeo localizada de herbicida sistecircmico natildeo seletivo foi

realizada

A adubaccedilatildeo de produccedilatildeo para suprir a demanda nutricional da cultura foi realizada de

acordo com as recomendaccedilotildees de adubaccedilatildeo propostas por FACT (2010) A adubaccedilatildeo

nitrogenada foi feita na projeccedilatildeo da copa da planta parcelada em trecircs aplicaccedilotildees ao longo de

cada ciclo produtivo assim como a adubaccedilatildeo potaacutessica e fosfatada A adubaccedilatildeo das plantas

foi realizada utilizando os adubos quiacutemicos ureia superfosfato simples e cloreto de potaacutessio

para o suprimento de nitrogecircnio foacutesforo e potaacutessio respectivamente As quantidades de

nutrientes aplicadas no ciclo vegetativo do pinhatildeo-manso durante os primeiros anos de

cultivo da cultura seguiram as recomendaccedilotildees propostas por FACT (2010) e satildeo expressas na

Tabela 2 no item 233

63

38 Produtividade da cultura e produtividade da aacutegua

A produtividade de frutos e sementes da cultura foi determinada por meio de colheitas

manuais de todos os frutos que se encontraram a partir do ponto inicial de maturaccedilatildeo

(coloraccedilatildeo amarela) deixando na planta apenas os frutos verdes que foram colhidos

posteriormente Apoacutes a colheita os frutos foram postos para secar agrave temperatura ambiente

para a determinaccedilatildeo do rendimento de frutos (semente + casca) e sementes para cada

tratamento avaliado Aleacutem disso para se conhecer a influecircncia dos tratamentos no

desenvolvimento das sementes por unidade de massa nos frutos colhidos foi determinada a

relaccedilatildeo frutosemente para cada tratamento avaliado A maturaccedilatildeo dos frutos de pinhatildeo-

manso natildeo eacute uniforme observando-se em um mesmo cacho frutos verdes amarelos

castanhos e por fim pretos Desta forma em funccedilatildeo da desuniformidade da maturaccedilatildeo dos

frutos a periodicidade das colheitas ao longo do periacuteodo produtivo ocorreu em funccedilatildeo da

maior ou menor uniformidade de distribuiccedilatildeo da produccedilatildeo ao longo do tempo Em resumo

foram avaliados a produccedilatildeo meacutedia de frutos e sementes por planta (kg planta-1

) a relaccedilatildeo

sementefruto e a produtividade de sementes (kg ha-1

)

A eficiecircncia de uso na aacutegua (EUA) segundo Lima et al (2010) equivale a eficiecircncia

produtiva que atualmente eacute denominada como produtividade da aacutegua (PA) sendo

determinada neste trabalho para se avaliar a eficiecircncia da aacutegua aplicada na irrigaccedilatildeo para

produccedilatildeo final de frutos De acordo com Frizzone (2014) nas praacuteticas diaacuterias de irrigaccedilatildeo a

PA eacute um termo mais relevante que EUA cujo significado depende da aplicaccedilatildeo Segundo

Sousa et al (2000) a EUA pode ser determinada tanto para a produtividade de biomassa

como para a produtividade de frutos relacionando-se pela quantidade de aacutegua aplicada ou

evapotranspirada No caso deste trabalho a produtividade de aacutegua foi determinada pela

relaccedilatildeo da produccedilatildeo comercial da cultura (kg) ou seja para a produccedilatildeo final de sementes

com a quantidade total de aacutegua aplicada (irrigaccedilatildeo + precipitaccedilatildeo) (FRIZZONE 2014) A

quantidade de aacutegua consumida pela planta (evapotranspiraccedilatildeo acumulada) natildeo foi utilizada

neste estudo por ter sido determinada para as plantas que estavam inseridas no lisiacutemetro que

no caso se encontravam em plenas condiccedilotildees de desenvolvimento e fornecimento de

nutrientes via fertilizaccedilatildeo mineral fato que soacute ocorreu para os tratamentos em que a

fertilizaccedilatildeo mineral de nitrogecircnio foi plena (100) O caacutelculo da produtividade da aacutegua

(PAIR+PE) considerou nesse estudo a variabilidade do solo em cada aacuterea de cultivo bem como

identificar as diferenccedilas de cada manejo hiacutedrico fazendo uso da irrigaccedilatildeo complementar ou

64

natildeo e do desenvolvimento vegetativo da cultura (FRIZZONE 2014) que a cultura pode

sofrer com o estresse hiacutedrico e com a disponibilidade de nitrogecircnio pela fertilizaccedilatildeo mineral

O caacutelculo para a produtividade de aacutegua considerando a quantidade total de aacutegua aplicada eacute

expressa na Equaccedilatildeo 1

PAIR+PE = Rendimento comercial da cultura

Volume de Irrigaccedilatildeo+Precipitaccedilatildeorarr

Yc (kg)

IR+PE (m3) (1)

Por natildeo haver irrigaccedilotildees durante o segundo ano de avaliaccedilatildeo no cultivo de pinhatildeo-

manso devido agrave grande escassez hiacutedrica que assolou a regiatildeo Sudeste durante esse periacuteodo a

produtividade de aacutegua foi determinada apenas para o primeiro ano de estudo jaacute que a lacircmina

recebida para as duas aacutereas de cultivo foram apenas das precipitaccedilotildees ocorridas no local natildeo

havendo diferenccedila portanto da lacircmina recebida neste periacuteodo ficando a produtividade de

aacutegua condicionada apenas para a produtividade de sementes que continuou sendo avaliada A

produtividade dos frutos e sementes assim como as outras variaacuteveis analisadas foram

determinadas para o segundo ano de cultivo considerando que a aacuterea onde se encontra o pivocirc

central possui um histoacuterico de irrigaccedilatildeo jaacute que fora irrigada tendo o manejo adequado de

irrigaccedilatildeo desde a implantaccedilatildeo da cultura em 2011

39 Anaacutelises de crescimento

O crescimento das plantas foi avaliado em cada tratamento a cada trecircs meses por

meio de mediccedilotildees da altura da planta (m) do diacircmetro meacutedio de copa (m) e do volume de

copa (msup3) A determinaccedilatildeo da altura eacute definida como a medida entre a superfiacutecie do solo e a

uacuteltima folha emergida no aacutepice da planta Para o diacircmetro meacutedio de copa tomou-se como

ponto de avaliaccedilatildeo o valor meacutedio entre o diacircmetro de copa no sentido do maior espaccedilamento

(entrelinha de plantio) e o diacircmetro de copa no sentido de menor espaccedilamento (dentro da

linha de plantio) As mediccedilotildees da altura e do diacircmetro meacutedio de copa das plantas foram

realizadas em intervalos bimestrais ao longo dos dois anos de avaliaccedilatildeo da cultura com o

auxiacutelio de uma trena graduada em cm (Figura 7) sendo avaliadas as trecircs plantas disponiacuteveis

por cada parcela uacutetil O volume de copa foi estimado pela aproximaccedilatildeo do volume de um

cilindro de base eliacuteptica (LAVIOLA et al 2010)

65

119881119888119900119901119886 = (120587 1198631

2 1198632

2) ℎ (2)

em que

Vcopa = volume de copa (m3)

π = 314159

D1 = diacircmetro de copa no maior espaccedilamento (m)

D2 = diacircmetro de copa no menor espaccedilamento (m) e

h = altura da planta (m)

Figura 7 - Mediccedilatildeo da altura em plantas de pinhatildeo-manso

310 Iacutendice de aacuterea foliar (IAF)

As mediccedilotildees do iacutendice de aacuterea foliar (IAF) foram realizadas com o auxiacutelio do

equipamento LAI-2200 da marca LI-CORreg Esse equipamento foi desenvolvido para se

estimar o IAF de maneira mais praacutetica e de forma precisa desde que manejado de maneira

adequada Pelo fato de que no iniacutecio do primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo se buscava a melhor

metodologia para a leitura do instrumento e a validaccedilatildeo dos dados coletados o primeiro ano

de cultivo ficou restrito apenas agrave leitura das plantas sorteadas na aacuterea para a calibraccedilatildeo do

equipamento junto ao cultivo do pinhatildeo-manso feito em diferentes eacutepocas do ano

As leituras do IAF foram realizadas preferencialmente no intervalo entre 1000 e 1400

horas buscando a menor interferecircncia possiacutevel das nuvens na incidecircncia de raios solares o

que poderia prejudicar as interpretaccedilotildees das anaacutelises As avaliaccedilotildees ocorreram de forma

66

mensal iniciando a partir do mecircs de novembro de 2014 e encerrando-se em junho de 2015

com o teacutermino do periacuteodo de senescecircncia foliar uma vez que a partir desse mecircs as plantas de

pinhatildeo-manso estavam praticamente com a ausecircncia de folhas e o IAF foi considerado zero

Para uma melhor confiabilidade na determinaccedilatildeo dos valores de IAF medidos no

campo foi proposta uma calibraccedilatildeo do equipamento LAI-2200 nas plantas da aacuterea

experimental realizada concomitantemente com a avaliaccedilatildeo do experimento A calibraccedilatildeo do

equipamento LAI-2200 foi realizada a partir de 11 plantas proacuteximas da aacuterea experimental e

escolhidas aletoriamente As plantas foram selecionadas ao longo do ciclo de cultivo em

diferentes eacutepocas sendo que em cada eacutepoca do periacuteodo vegetativo e reprodutivo da cultura

duas plantas representativas nas duas aacutereas de cultivo foram escolhidas sempre uma na aacuterea

irrigada por pivocirc central e outra planta na aacuterea sem irrigaccedilatildeo A calibraccedilatildeo foi realizada

primeiramente a partir da estimativa do IAF pelo LAI-2200 feito em campo (Figura 8a e 8b)

utilizando-se a metodologia de plantas isoladas a mesma utilizada nas leituras da aacuterea

experimental Em seguida foi feita a determinaccedilatildeo do IAF real em laboratoacuterio pelo meacutetodo

destrutivo com a retirada de todas as folhas das plantas para serem passadas em um

integrador de aacuterea foliar utilizando o equipamento CI-203 da CID Bio-Sciencereg

(Figura 8c e

8d) Com os resultados obtidos foi feita uma comparaccedilatildeo do IAF real com o IAF estimado a

partir de um graacutefico de dispersatildeo utilizando uma planilha eletrocircnica de caacutelculo Assim com

base nos valores determinados foi estipulada a equaccedilatildeo de calibraccedilatildeo para o IAF que foi

utilizada para corrigir os valores estimados pelo LAI-2200

67

Figura 8 - Metodologia adotada para a calibraccedilatildeo do equipamento LAI 2200 com a escolha da planta (a) leitura

do IAF estimado com o LAI 2200 (b) retirada de todas as folhas da planta (c) e determinaccedilatildeo em

laboratoacuterio do IAF real da planta com o equipamento CI-203 (d)

311 Iacutendice de clorofila

A avaliaccedilatildeo do estado nutricional das plantas foi determinado a partir do iacutendice de

clorofila sendo utilizado o aparelho ClorofiLOG CFL 1030 Falkerreg

(Figura 9) Foram

determinados os teores das Clorofilas a b e total (a + b) expressas em Iacutendice de Clorofila

Falker (ICF) e da relaccedilatildeo clorofila AB As leituras procederam-se periodicamente nas folhas

de posiccedilotildees do 2deg ou 3deg noacute do ramo vegetativo ou floriacutefero do aacutepice para base (LIMA et al

2011) sendo as folhas coletadas para posterior anaacutelise de N foliar para assim correlacionar os

teores de clorofila com o nitrogecircnio presente nas folhas Para a coleta das folhas nas posiccedilotildees

estudadas foram consideradas apenas as folhas totalmente expandidas e contadas no sentido

aacutepicebase sem qualquer vestiacutegio de lesatildeo ocasionado por patoacutegenos

d c

b a

68

Figura 9 - Leitura do Iacutendice de Clorofila FALKER utilizando o ClorofiLOG

Foram realizadas trecircs mediccedilotildees por planta sendo em trecircs plantas por parcela obtendo

portanto nove leituras por parcela sendo a meacutedia das leituras o valor de ICF representativo

da parcela As leituras com o aparelho no campo foram realizadas sempre no mesmo horaacuterio

durante o periacuteodo da manhatilde com trecircs avaliaccedilotildees ao longo do primeiro ciclo de estudo da

cultura (3ordm ano) e cinco avaliaccedilotildees ao longo do segundo ciclo (4ordm ano) No primeiro ciclo de

estudo as avaliaccedilotildees ocorreram nos meses de jan2014 mar2014 e jun2014 ou seja periacuteodo

em que ocorre o aacutepice de florescimento (janeiro) formaccedilatildeo e maturaccedilatildeo dos frutos (janeiro e

marccedilo) e o processo de senescecircncia das folhas (junho) sendo realizada a anaacutelise foliar de N

apenas no mecircs de marccedilo Por sua vez no segundo ciclo de estudo as avaliaccedilotildees foram

realizadas nos meses de nov2014 dez2014 jan2015 fev2015 e abr2015 sendo possiacutevel

acompanhar todo o periacuteodo de desenvolvimento foliar do pinhatildeo-manso acompanhando

desde o aacutepice da emissatildeo de folhas (45 dias apoacutes poda de limpeza e conduccedilatildeo) passando pelo

periacuteodo reprodutivo (floraccedilatildeo e formaccedilatildeo de frutos) maturaccedilatildeo do frutos e iniacutecio da

senescecircncia foliar No segundo ano de estudo foram realizadas anaacutelises foliares de nitrogecircnio

em todas as eacutepocas Todas as anaacutelises foliares de nitrogecircnio foram realizadas pelo meacutetodo de

digestatildeo sulfuacuterica e determinaccedilatildeo por destilaccedilatildeo agrave vapor (MALAVOLTA VITTI

OLIVEIRA 1997)

312 Teor e anaacutelises de qualidade de oacuteleo

A quantidade e a qualidade do oacuteleo da cultura do pinhatildeo-manso foram determinadas

anualmente para cada ciclo de produccedilatildeo pelo fato da cultura natildeo apresentar produccedilatildeo

uniforme ao longo do periacuteodo produtivo impossibilitando a repeticcedilatildeo das anaacutelises pelo baixo

quantitativo de sementes em determinados periacuteodos do ano A seguir satildeo descritos o meacutetodo

69

de extraccedilatildeo do oacuteleo utilizado os iacutendices de qualidade e os meacutetodos de identificaccedilatildeo e

quantificaccedilatildeo dos aacutecidos graxos que foram posteriormente determinados

3121 Teor de oacuteleo

A determinaccedilatildeo da porcentagem de oacuteleo por semente pode ser realizada por extraccedilatildeo

em prensa hidraacuteulica e tambeacutem por uso de solvente quiacutemico Estes meacutetodos satildeo mencionados

por Achten et al (2008) e satildeo utilizados de acordo com a necessidade do usuaacuterio A prensa

hidraacuteulica eacute uma eficiente forma de extraccedilatildeo do oacuteleo para ser utilizado como biodiesel

enquanto a extraccedilatildeo quiacutemica eacute voltada para determinar a quantidade total de oacuteleo na semente

sendo mais utilizado em testes de laboratoacuterio Para este estudo apenas a determinaccedilatildeo do teor

de oacuteleo por meio de solvente quiacutemico foi realizada Para isso foram utilizadas amostras de 1

kg de polpa de semente por tratamento sendo necessaacuterio retirar as sementes do epicarpo e a

polpa da casca da semente antes do iniacutecio da extraccedilatildeo O meacutetodo da extraccedilatildeo quiacutemica de oacuteleo

vegetal foi realizado via Soxlet utilizando hexano como solvente e adotando o meacutetodo oficial

AOCS Am 5-04 da American Oil Chemistsrsquo Society (AOCS 2003) Apoacutes ter passado pelo

processo de extraccedilatildeo o oacuteleo extraiacutedo foi quantificado em porcentagem de oacuteleo por unidade de

massa de sementes e em seguida destinado para as anaacutelises laboratoriais de qualidade que

seratildeo descritas a seguir

Aleacutem da determinaccedilatildeo do teor (rendimento) de oacuteleo por unidade de massa de semente

foi calculado tambeacutem a produtividade de oacuteleo (kg ha-1

) que apresenta a quantidade de oacuteleo

produzido (kg) por unidade aacuterea cultivada (ha) A produtividade de oacuteleo foi determinada

utilizando o produto da produtividade de sementes (kg ha-1

) com o teor de oacuteleo (decimal)

(TIKKOO YADAV KAUSHIK 2013) e eacute expressa na Equaccedilatildeo 3

Produtividade de oacuteleo = Produtiv sementes x Teor de oacuteleo (3)

Para fins de caracterizaccedilatildeo do oacuteleo produzido nas sementes de pinhatildeo-manso colhidas

anteriormente na aacuterea foi determinado o teor de oacuteleo das sementes colhidas no ciclo anterior

ao iniacutecio dos tratamentos (2ordm ano de cultivo) para a determinaccedilatildeo do ponto 0 que foi o ponto

de partida dos valores de qualidade do oacuteleo para as aacutereas de sequeiro e irrigada por pivocirc

central cultivados sem variaccedilatildeo da adubaccedilatildeo nitrogenada O teor de oacuteleo (Tabela 7) foi

determinado por meio de prensa mecacircnica e por solvente quiacutemico (extrato eteacutereo) sendo este

70

uacuteltimo determinado na semente integral na qual natildeo houve nenhuma prensagem preacutevia no

resiacuteduo da prensagem mecacircnica (torta) para verificaccedilatildeo do quantitativo de oacuteleo que ficou

remanescente na torta prensada e na casca retirada para a prensagem das sementes

Tabela 7 - Teor meacutedio de oacuteleo por meio de prensagem mecacircnica e por solvente quiacutemico nos frutos colhidos na

aacuterea experimental antes da instalaccedilatildeo dos tratamentos

Aacuterea

Teor de oacuteleo ()

Prensa mecacircnica Solvente quiacutemico

Semente Torta Casca

Pivocirc Central 3977 5557 2257 056

Sequeiro 4172 5430 1862 056

3122 Anaacutelises preliminares dos iacutendices de qualidade do oacuteleo

As anaacutelises de qualidade do oacuteleo de pinhatildeo-manso que foram realizadas a partir do

oacuteleo extraiacutedo dos frutos coletados dentro dos tratamentos aplicados na aacuterea experimental

englobaram alguns iacutendices (padrotildees) qualitativos como iacutendice de acidez iacutendice de iodo

iacutendice de peroacutexido iacutendice de refraccedilatildeo densidade relativa estabilidade oxidativa e a

identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo de aacutecidos graxos Com a determinaccedilatildeo da porcentagem de oacuteleo

do ponto zero presente nas amostras dos frutos coletados antes da instalaccedilatildeo dos tratamentos

os oacuteleos obtidos na prensagem mecacircnica foram utilizados posteriormente para a realizaccedilatildeo de

anaacutelises laboratoriais na determinaccedilatildeo de alguns iacutendices qualitativos do oacuteleo (Tabela 8)

Tabela 8 - Iacutendices de qualidade do oacuteleo de pinhatildeo-manso para a aacuterea experimental

Carateriacutestica Aacuterea

Pivocirc Central Sequeiro

Aspecto LII(1)

- 220(2)

LII(1)

- 220(2)

Iacutendice de Acidez 04562 04562

Iacutendice de Peroacutexido 17280 17338

Estabilidade oxidativa (horas) 1169 983

Absortividade na faixa do UV (E 232 nm) 12284 13137

Absortividade na faixa do UV (E 268 nm) 01638 01434

Massa especiacutefica a 20degC (kg m-sup3) 9152 9148

Viscosidade cinemaacutetica a 40degC (mmsup2 s-1

) 3655 3702

(1) Liacutempido e isento de impurezas (2) Temperatura durante a observaccedilatildeo Iacutendices determinados no Biodiesel

produzido a partir do oacuteleo extraiacutedo das amostras avaliadas

71

3123 Iacutendice de acidez

O iacutendice de acidez eacute um indicativo do estado de conservaccedilatildeo do oacuteleo e do

biocombustiacutevel que seraacute produzido definido como a quantidade de KOH (mg) necessaacuteria para

neutralizar os aacutecidos livres de 1 grama da amostra (ANGARITA et al 2012) Atualmente no

Brasil a regulaccedilatildeo estabelece um valor maacuteximo de 05 mg de KOH g-1

na determinaccedilatildeo do

iacutendice de acidez no biodiesel O meacutetodo utilizado para determinaccedilatildeo do iacutendice de acidez foi o

da norma NBR 14448 (ABNT) no qual o iacutendice de acidez eacute determinado por meio de

titulaccedilatildeo potenciomeacutetrica

3124 Iacutendice de iodo

Para determinaccedilatildeo do iacutendice de iodo foi utilizado o meacutetodo Cd 1d-92 da American Oil

Chemistsrsquo Society (AOCS 2003) onde foi adicionado 15 mL de clorofoacutermio em 025 g de

amostra do oacuteleo extraiacutedo agitando o composto ateacute dissoluccedilatildeo da amostra Adicionou-se em

seguida 25 mL do reagente de Wijs e o frasco foi tampado deixando em repouso no escuro

durante 30 minutos Em seguida foi adicionado 20 mL de soluccedilatildeo de KI a 15 e 150 mL de

aacutegua destilada e titulou-se com soluccedilatildeo de Na2S2O3 01 N ateacute o desaparecimento de uma

coloraccedilatildeo amarela apoacutes agitaccedilatildeo Foi adicionado 1 mL de soluccedilatildeo de amido a 1 e

continuou-se a titulaccedilatildeo gota a gota ateacute o desaparecimento da cor azul Um ensaio em branco

foi conduzido paralelamente O Iacutendice de iodo foi obtido pela Equaccedilatildeo (4)

Iacutendice de Iodo (g I2100 g de amostra) =[(BminusA) x N x 1229]

Massa da amostra (g) (4)

em que

A - volume em mL de Na2S2O3 gasto na titulaccedilatildeo da amostra

B - volume em mL de Na2S2O3 gasto na titulaccedilatildeo do branco e

N - normalidade da soluccedilatildeo de Na2S2O3

72

3125 Iacutendice de peroacutexido

Para a determinaccedilatildeo do iacutendice de peroacutexido seguiu-se o meacutetodo Cd 8b-90 (AOCS

2003) em que foram pesados 3 g da amostra em frasco de iodo de 125 mL Adicionou-se 50

mL de soluccedilatildeo de aacutecido aceacuteticoisoctano (31) e soluccedilatildeo de iodeto de potaacutessio saturada e aacutegua

destilada A seguir foi realizada titulaccedilatildeo com soluccedilatildeo de tiossulfato de soacutedio (Na2S2O3) 01N

e o volume gasto apoacutes adiccedilatildeo de goma de amido forneceu a concentraccedilatildeo em peroacutexidos

expressa em meq O2 kg-1

de amostra segundo a Equaccedilatildeo 5

IP =N x (aminusb)

Massa (gramas) x 1000 (5)

em que

N - normalidade da soluccedilatildeo de Na2S2O3

a - volume em mL de Na2S2O3 gasto na titulaccedilatildeo da amostra e

b - volume em mL de Na2S2O3 gasto na titulaccedilatildeo do branco

3126 Iacutendice de refraccedilatildeo

Os oacuteleos e gorduras possuem poder de refringecircncia diferente conforme sua natureza

desviando com maior ou menor intensidade os raios luminosos que os atravessam O iacutendice de

refraccedilatildeo tanto para os oacuteleos quanto para as gorduras eacute medido agrave temperatura de 40ordmC Para as

mediccedilotildees do iacutendice de refraccedilatildeo foi utilizado o meacutetodo Cc 7-25 (2003) da AOCS mediante o

uso do Refratocircmetro Abbe digital de bancada da marca QUIMIS O refratocircmetro Abbe foi

ajustado com aacutegua destilada (IR 20ordmC = 13330) Certificada a pureza (limpeza e umidade)

dos primas colocou-se 2 gotas da amostra do oacuteleo extraiacutedo entre os prismas e fechou-os para

a estabilizaccedilatildeo da temperatura Ajustou-se o aparelho para obter a leitura mais precisa

possiacutevel e entatildeo foi determinada a leitura na escala que forneceu diretamente o iacutendice de

refraccedilatildeo absoluto agrave 40ordmC

73

3127 Densidade relativa

A densidade relativa de um oacuteleo determina a relaccedilatildeo da massa de um volume unitaacuterio

da amostra agrave 40ordmC em relaccedilatildeo agrave massa de um volume de aacutegua A densidade foi medida em um

densiacutemetro automaacutetico digital da marca Rudolph Research Analytical-DQM 2911 de acordo

com a norma ASTM D4052

Com o auxiacutelio de uma seringa o bulbo amostrador foi ambientado com a amostra de

oacuteleo Na sequecircncia colocou-se a amostra no bulbo verificando se no mesmo natildeo houve

formaccedilatildeo de bolhas Apoacutes a estabilizaccedilatildeo da temperatura (40ordmC) para cada amostra foram

realizadas as leituras de densidade fornecidas diretamente pelo aparelho na temperatura do

teste

3128 Estabilidade oxidativa

A estabilidade oxidativa do oacuteleo de pinhatildeo-manso foi determinada de acordo com a

norma ISO EN 6886 (2012) da Ethiopian Standard para oacuteleos vegetais e gorduras animais

utilizando-se o equipamento Rancimat 893 (Metrohm AG CH-9100 Herisau Switzerland)

(Figura 10a) na temperatura de 110degC sob o fluxo de ar de 10 L h-1

com amostras de 5 g

No meacutetodo Rancimat uma amostra de oacuteleo vegetal ou biodiesel eacute mantida em um

vaso de reaccedilatildeo agrave temperatura de 110degC e sob um fluxo de ar constante Neste momento

comeccedilam a se formar os peroacutexidos que satildeo os principais produtos formados na primeira etapa

de oxidaccedilatildeo da amostra Com o processo de oxidaccedilatildeo continuada satildeo formados compostos

orgacircnicos volaacuteteis dentre estes aacutecidos orgacircnicos de baixa massa molecular Estes compostos

satildeo transportados pelo fluxo de ar para outro recipiente contendo aacutegua destilada onde a

presenccedila dos aacutecidos orgacircnicos eacute entatildeo detectada pelo aumento da condutividade no sistema

(Figura 10b) O tempo decorrente ateacute a detecccedilatildeo dos aacutecidos orgacircnicos eacute denominado de

periacuteodo de induccedilatildeo (FLUMIGNAN et al 2012)

74

(a) (b)

Figura 10 - Rancimat em operaccedilatildeo para determinaccedilatildeo de estabilidade oxidativa (a) e esquema de funcionamento

do equipamento (b)

3129 Identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo de aacutecidos graxos

Com os oacuteleos extraiacutedos de cada tratamento foram coletadas amostras para a realizaccedilatildeo

da identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos aacutecidos graxos por meio de duas metodologias sendo uma

por cromatografia gasosa e a outra por ressonacircncia nuclear magneacutetica (RMN)

A cromatografia gasosa (CG) eacute o meacutetodo padratildeo adotado pela American Oil Chemists

Society (AOCS) e pela ETHIOPIAN STANDARD para a determinaccedilatildeo do conteuacutedo de

aacutecidos graxos e consiste na teacutecnica de separaccedilatildeo e anaacutelise de misturas por interaccedilatildeo dos seus

componentes entre uma fase estacionaacuteria (soacutelidaliacutequida) e uma fase moacutevel (gasosa) A CG

foi realizada de acordo com a norma ES ISO 12966-2 (2012) da ETHIOPIAN STANDARD e

a quantificaccedilatildeo dos aacutecidos graxos pelo meacutetodo da normatizaccedilatildeo que eacute baseada na

porcentagem relativa de aacuterea de um determinado aacutecido graxo em relaccedilatildeo a aacuterea total de todos

os aacutecidos (VISENTAINER FRANCO 2006)

As determinaccedilotildees da composiccedilatildeo de aacutecidos graxos por espectroscopia de RMN de 1H

foram realizadas num espectrocircmetro de RMN Bruker Avance 400 operando a 94 T com os

nuacutecleos 1H a 40013 MHz A metodologia completa de RMN

1H para a determinaccedilatildeo da

composiccedilatildeo de aacutecidos graxos de oacuteleos vegetais eacute descrita por Barison et al (2010)

75

313 Anaacutelise dos dados

Os dados experimentais do desenvolvimento vegetativo das variaacuteveis fisioloacutegicas da

produtividade e dos iacutendices de qualidade do oacuteleo de cada ciclo da cultura para cada tratamento

foram submetidos aos testes de Shapiro-Wilk (SHAPIRO WILK 1965) (valor p gt 001) e de

Levene (BOX 1953) (valor p gt 001) para verificaccedilatildeo baacutesica da normalidade e

homocedasticidade residuais

Os dados das variaacuteveis com os valores absolutos ao final de cada ciclo de avaliaccedilatildeo

como produccedilatildeo de frutos e sementes relaccedilatildeo sementefruto produtividade de sementes

produtividade de aacutegua teor e produtividade de oacuteleo aleacutem dos iacutendices de qualidade de oacuteleo

foram submetidos agrave anaacutelise de variacircncia (ANOVA) utilizando o PROC GLM do programa

computacional estatiacutestico SASreg (SAS INSTITUTE 2009) Os efeitos quantitativos foram

avaliados por meio de polinocircmios ortogonais utilizando anaacutelise de regressatildeo segundo sua

significacircncia pelo Teste F jaacute os efeitos qualitativos foram submetidos ao teste de meacutedias de

Tukey (valor p lt 005) Para o caacutelculo do Rsup2 na anaacutelise de regressatildeo foi determinado o Rsup2

corrigido no qual a variacircncia das repeticcedilotildees foi removida (erro puro) e o caacutelculo fez-se por

meio da relaccedilatildeo entre o Rsup2 da regressatildeo e o Rsup2 maacuteximo obtido da anaacutelise de variacircncia

(BERTHOUEX BROWN 2002) em outras palavras o Rsup2 corrigido eacute a porcentagem da

quantidade de variaccedilatildeo que pode ser explicada por cada modelo de regressatildeo

As variaacuteveis com medidas repetidas (dados longitudinais) como as anaacutelises de

crescimento o IAF os iacutendices de clorofila e o nitrogecircnio foliar foram analisadas por meio do

modelo de anaacutelises (uni e multivariada) de perfis que eacute o modelo mais simples para o caso de

medidas repetidas Inicialmente foram realizados para cada variaacutevel os testes de normalidade

e de esfericidade da matriz de variacircncia de forma a satisfazer agraves pressuposiccedilotildees do modelo O

teste de esfericidade utilizado neste estudo foi o teste de esfericidade de Mauchly (1940) que

verifica se uma populaccedilatildeo normal multivariada apresenta variacircncias iguais e as correlaccedilotildees

nulas Nos casos em que o teste de esfericidade de Mauchly resultou em natildeo significativo

(valor p gt 005) concluiu-se que a matriz de covariacircncias eacute do tipo esfeacuterica e o teste

univariado de perfis foi analisado caso contraacuterio o uso da anaacutelise multivariada de perfis

(MANOVA) que eacute uma das alternativas recomendadas neste caso foi adotada

(FERNANDEZ 1991) Para auxiliar na interpretaccedilatildeo dos resultados foram plotados os

graacuteficos do comportamento dos perfis meacutedios para visualizar a presenccedila ou ausecircncia de

paralelismo entre os perfis e se os mesmos satildeo horizontais O teste estatiacutestico multivariado

76

escolhido foi o teste de Traccedilo de Pillai pois apresenta o maior poder descritivo (tomada a

decisatildeo correta de rejeitar uma hipoacutetese H0 dado que H0 eacute falsa) sendo o mais robusto agrave natildeo

normalidade dentre os outros testes existentes na literatura como Lambda de Wilks Traccedilo de

Lawley-Hotelling e a Maior Raiz de Roy (JOHNSON WICHERN 2007) Estas anaacutelises

foram realizadas por meio do PROC GLM do SASreg utilizando o comando REPEATED e a

opccedilatildeo PRINTE (SAS INSTITUTE 2009)

A anaacutelise de regressatildeo nas variaacuteveis com medidas repetidas ao longo do tempo foi

determinada utilizando o PROC REG do SASreg e para a escolha do melhor modelo a ser

utilizado para cada tratamento seguiu-se de acordo com a significacircncia das estimativas dos

paracircmetros de cada equaccedilatildeo procedendo-se tambeacutem agraves comparaccedilotildees entre os modelos via

criteacuterio de informaccedilatildeo utilizando o criteacuterio de informaccedilatildeo de Akaike (AIC) e o criteacuterio

Bayesiano de Schwarz (BIC) escolhendo ao final o menor valor para tais criteacuterios O caacutelculo

do Rsup2 corrigido tambeacutem foi utilizado para estas variaacuteveis

Para os dados climatoloacutegicos coletados nos dois anos de experimento foi realizado

uma estatiacutestica descritiva com os valores meacutedios maacuteximos miacutenimos e o desvio padratildeo de

cada componente climaacutetico Para os perfis cromatograacuteficos analisados via cromatografia

gasosa o mesmo tipo de anaacutelise foi realizado devido ao baixo nuacutemero de repeticcedilotildees para a

realizaccedilatildeo das anaacutelises e pelo fato do fator bloco natildeo ter sido considerado nas anaacutelises Os

resultados das anaacutelises de caracterizaccedilatildeo do biodiesel natildeo passaram por qualquer anaacutelise

estatiacutestica servindo apenas como resultado descritivo das amostras de oacuteleo extraiacutedas das

sementes dos tratamentos

77

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

41 Monitoramento meteoroloacutegico

A estatiacutestica descritiva dos valores diaacuterios de umidade relativa do ar temperaturas

maacutexima meacutedia e miacutenima radiaccedilatildeo global e velocidade do vento coletados durante o periacuteodo

de estudo aleacutem dos valores de ETc para cada aacuterea de manejo hiacutedrico satildeo apresentados na

Tabela 9 Ao longo do ciclo a variaccedilatildeo diaacuteria de temperatura apresentou-se alta durante o

periacuteodo mais frio do ano tornando-se baixa no restante do ciclo apresentando ao final uma

amplitude teacutermica diaacuteria maacutexima de 247degC e 248degC ao longo do primeiro e segundo ciclo

respectivamente Mesmo assim a regiatildeo onde estava instalada a cultura apresentou uma

temperatura meacutedia anual de 230 degC e 238degC para o terceiro e quarto ano de cultivo

respectivamente ficando portanto dentro da faixa oacutetima de desenvolvimento da cultura qual

seja entre 180degC e 285degC (SATURNINO et al 2005) Entretanto a variaccedilatildeo sazonal da

temperatura no ano como pode ser observada na Figura 11 e geralmente ocorrida na regiatildeo

com temperaturas mais amenas nos meses do outono e inverno paralisa o crescimento das

plantas ocorrendo a queda natural das folhas o que pode provavelmente reduzir a produccedilatildeo de

sementes (SATURNINO et al 2005)

Tabela 9 - Estatiacutestica descritiva das variaacuteveis meteoroloacutegicas observadas na aacuterea experimental

Variaacuteveis

meteoroloacutegicas

Ciclo 201314 Ciclo 201415

Meacutedia Desvio

Padratildeo Maacuteximo Miacutenimo Meacutedia

Desvio

Padratildeo Maacuteximo Miacutenimo

Tmaacutex (degC) 297 425 387 145 301 399 386 162

Tmeacuted (degC) 230 361 309 123 238 320 302 136

Tmin (degC) 163 411 239 52 174 366 240 750

UR () 712 123 990 450 764 135 1000 330

Qg (MJ m-sup2 d

-sup1) 197 70 330 277 345 296 983 260

U2 (m s-1

) 160 044 362 078 137 063 391 022

ETc-I (mm d-1

) 374 221 814 040 321 219 818 053

ETc-S (mm d-1

) 146 088 491 046 291 167 746 042

Tmaacutex ndash Temperatura maacutexima Tmeacuted ndash Temperatura meacutedia Tmin ndash Temperatura miacutenima UR ndash Umidade

relativa do ar Qg ndash Radiaccedilatildeo global U2 ndash Velocidade do vento ETc-I ndash Evapotranspiraccedilatildeo da aacuterea irrigada

ETc-S ndash Evapotranspiraccedilatildeo da aacuterea sem irrigaccedilatildeo

O municiacutepio de Piracicaba-SP assim como boa parte da regiatildeo Sudeste apresentou

durante o ano agriacutecola de 20132014 um periacuteodo atiacutepico no regime de chuvas A quantidade

de chuvas incidida durante o veratildeo de 2014 na aacuterea experimental e em todo o estado de Satildeo

Paulo foi 90 a menos do que a meacutedia histoacuterica ocorrida no mesmo periacuteodo Isso fez com

que o niacutevel do rio Piracicaba que circunda a aacuterea experimental se reduzisse drasticamente e o

78

niacutevel de aacutegua do reservatoacuterio da fazenda experimental se esgotasse quase que por completo o

que acarretou na diminuiccedilatildeo das irrigaccedilotildees realizadas ao longo do ciclo Durante o primeiro

ciclo de avaliaccedilatildeo (agosto2013 a julho2014) ocorreram 5877 mm mal distribuiacutedos ao

longo do ciclo e concentrado na maior parte em periacuteodos isolados Esse valor anual descrito

representa uma quantidade 56 menor do que a meacutedia histoacuterica ocorrida no local e encontra-

se abaixo do limite miacutenimo na qual a produccedilatildeo eacute drasticamente afetada com valores anuais

inferiores a 600 mm ocorrendo principalmente em regiotildees de baixa umidade e que causa a

paralisaccedilatildeo do crescimento vegetativo (HENNING 1996) No segundo ciclo de avaliaccedilatildeo

ocorreu aumento do periacuteodo de chuvas com o valor anual (agosto2014 a julho2015) de

7150 mm bem distribuiacutedos ao longo de todo o ciclo

T maacutex ndash Temperatura maacutexima T min ndash Temperatura miacutenima UR - Umidade Relativa do ar PPT (mm) ndash

Precipitaccedilatildeo Eto Ac ndash Evapotranspiraccedilatildeo de referecircncia Acumulada (mm) Ppt Ac ndash Precipitaccedilatildeo Acumulada

(mm)

Figura 11 - Dados meteoroloacutegicos observados durante o primeiro e o segundo ciclo de avaliaccedilatildeo da cultura

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

Um

ida

de

rela

tiv

a (

)

Tem

per

atu

ra (

oC

)

T maacutex (degC) T min (degC) UR ()

1ordm Ciclo 2ordm Ciclo

0

10

20

30

40

50

60

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

Pre

cip

ita

ccedilatildeo

(m

m)

Lacirc

min

as

acu

mu

lad

as

(mm

)

Eto Ac Ppt Ac PPT (mm)

2ordm Ciclo1ordm Ciclo

79

A evapotranspiraccedilatildeo da cultura (ETc) apresentou para o terceiro e quarto ano de

cultivo do pinhatildeo-manso para as aacutereas manejadas com e sem irrigaccedilatildeo valores proacuteximos das

meacutedias encontradas por Lena (2013) para o primeiro ano de cultivo do pinhatildeo-manso nas duas

aacutereas em estudo A semelhanccedila dos valores de ETc para a fase de formaccedilatildeo da cultura no

campo no seu primeiro ano de cultivo com o terceiro e quarto ano de cultivo da planta se

deve ao caso da maior taxa de evaporaccedilatildeo do solo nos primeiros meses de cultivo jaacute que com

o baixo porte da planta e com o nuacutemero reduzido de folhas a sua taxa diaacuteria de transpiraccedilatildeo

foi considerada baixa Com o desenvolvimento vegetativo da planta no seu terceiro e quarto

ano de cultivo houve o aumento na taxa de transpiraccedilatildeo das plantas sendo superior nos

tratamentos irrigados devido ao maior porte das plantas e agrave incidecircncia foliar o que ocasionou

um maior sombreamento no solo diminuindo consequentemente a taxa evaporativa do solo

Everson Mengistu e Gush (2013) encontraram para plantas de pinhatildeo-manso na Aacutefrica do Sul

valores entre 3 a 4 mm dia-sup1 na evapotranspiraccedilatildeo diaacuteria das plantas durante o veratildeo

(dezembro-fevereiro) e com a queda natural das folhas no periacuteodo de inverno (maio-agosto)

o valor meacutedio diaacuterio foi insignificante sendo menor do que 1 mm dia-sup1

O pinhatildeo-manso possui metabolismo fotossinteacutetico intermediaacuterio C3-CAM (LUTTGE

2008) e sob estiacutemulo de falta de aacutegua salinidade fotoperiacuteodo ou termoperiacuteodo passam a

apresentar o comportamento CAM (LUTTGE KLUGE BAUER 1996) No caso deste

estudo quando o cultivo esteve em periacuteodos com altas temperaturas (gt 30ordmC) ou quando

sofreram grande restriccedilatildeo hiacutedrica no caso dos tratamentos sem irrigaccedilatildeo as plantas

possivelmente adotaram o metabolismo CAM economizando aacutegua e reduzindo a sua

acumulaccedilatildeo de mateacuteria seca (PIMENTEL 1998) Isto explica os baixos valores meacutedios de

ETc apresentados principalmente pelos tratamentos sem irrigaccedilatildeo nos periacuteodos de formaccedilatildeo

e emissatildeo de folhas antes do iniacutecio do periacuteodo caducifoacutelio

42 Irrigaccedilotildees realizadas

Na Figura 12 satildeo apresentadas as lacircminas aplicadas pelo sistema de irrigaccedilatildeo por pivocirc

central no terceiro ano de cultivo Problemas operacionais e de manutenccedilatildeo no sistema de

bombeamento nos meses de outubro de 2013 e janeiro de 2014 impossibilitaram a realizaccedilatildeo

da irrigaccedilatildeo na aacuterea Devido a reduccedilatildeo do niacutevel do reservatoacuterio ocasionado pelo baixo volume

precipitado no veratildeo de 2014 e associado ao final da produccedilatildeo de frutos e iniacutecio do periacuteodo de

senescecircncia das folhas a irrigaccedilatildeo a partir do mecircs de julho de 2014 foi cessada natildeo sendo

80

retomada no ciclo seguinte devido a seacuteria restriccedilatildeo hiacutedrica encontrada no reservatoacuterio No

total foram aplicados no primeiro ciclo de avaliccedilatildeo 7311 mm de lacircmina bruta de irrigaccedilatildeo o

que considerando o periacuteodo de pleno funcionamento da moto bomba aplicou-se uma meacutedia de

36 mm dia-1

Considerando a lacircmina total recebida (irrigaccedilatildeo + precipitaccedilatildeo) as aacutereas

cultivadas com irrigaccedilatildeo por pivocirc central e sem irrigaccedilatildeo receberam 13234 mm e 5877 mm

respectivamente Resultados semelhantes foram encontrados por Rao et al (2012) que

avaliaram o consumo hiacutedrico do pinhatildeo-manso no semiaacuterido indiano e encontraram para

plantas cultivadas sem nenhum estresse hiacutedrico uma variaccedilatildeo da evapotranspiraccedilatildeo da cultura

entre 1410 e 1538 mm por ano durante os anos de 2006 a 2009 e cultivado sob condiccedilotildees

naturais a ETc variou entre 614 e 930 mm

Figura 12 - Lacircminas de irrigaccedilatildeo aplicadas durante o primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo da cultura

43 Monitoramento da umidade do solo

Na Figura 13 satildeo apresentados a variaccedilatildeo de umidade do solo na aacuterea experimental

para as quatros doses de adubaccedilatildeo nitrogenada da aacuterea sem irrigaccedilatildeo em quatro diferentes

camadas ao longo do perfil do solo Ressalta-se que por apresentar apenas caracteriacutesticas de

monitoramento da umidade solo os valores apresentados foram coletados em um determinado

intervalo de tempo ao longo do segundo ciclo de avaliaccedilatildeo apenas como forma de

comparaccedilatildeo entre os tratamentos e o perfil de umidade do solo nos lisiacutemetros de cada aacuterea

onde na aacuterea irrigada o seu manejo foi adotado

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

set-13 out-13 nov-13 dez-13 jan-14 fev-14 mar-14 abr-14 mai-14 jun-14 jul-14

Lacircm

inas

ap

lica

das

(mm

)

81

Figura 13 - Variaccedilatildeo da umidade do solo ao longo do tempo nos tratamentos sem irrigaccedilatildeo

A umidade do solo presente na primeira camada do solo (0-020 m) apresentou as

maiores variaccedilotildees para todos os tratamentos monitorados tendo menores variaccedilotildees temporais

nas demais camadas do solo De acordo com Campos et al (1994) as alteraccedilotildees de umidade

do solo satildeo dinacircmicas e ocorrem em curto e longo periacuteodo de tempo sendo principalmente

na camada superficial do solo

A partir dos dados obtidos da caracterizaccedilatildeo inicial do solo feito por Flumignan

(2012) como capacidade de campo ponto de murchamento permanente e densidade do solo

representativa para a aacuterea sem irrigaccedilatildeo ao longo do perfil do solo foi calculado o

armazenamento de aacutegua no solo para os quatro tratamentos de adubaccedilatildeo e do lisiacutemetro de

pesagem localizados proacuteximos a aacuterea experimental (Figura 14) A partir dos dados

observados constata-se o maior consumo hiacutedrico e com isso os menores volumes de aacutegua

armazenados nos tratamentos sem restriccedilatildeo da adubaccedilatildeo nitrogenada com as doses de 150

de N (S1) e 100 de N (S2) seguido tambeacutem das plantas localizadas dentro dos lisiacutemetros

que foram tambeacutem adubadas com 100 da recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo para a cultura

25

30

35

40

45

50

Um

ida

de

vo

lum

eacutetri

ca (

)

S1 - 150N

0-20cm 20-40cm 40-60cm 60-80cm

25

30

35

40

45

50

S2 - 100N

0-20cm 20-40cm 40-60cm 60-80cm

25

30

35

40

45

50

Um

idad

e volu

meacutet

rica

(

)

S3 - 50N

0-20cm 20-40cm 40-60cm 60-80cm

25

30

35

40

45

50

S4 - 0N

0-20cm 20-40cm 40-60cm 60-80cm

82

Figura 14 - Armazenamento de aacutegua no solo na camada de 0-08 m para os quatro tratamentos de adubaccedilatildeo

nitrogenada e dentro do lisiacutemetro na aacuterea sem irrigaccedilatildeo utilizando a sonda de capacitacircncia Diviner

2000

A variaccedilatildeo da umidade volumeacutetrica do solo na aacuterea irrigada por pivocirc central nos

quatro tratamentos de adubaccedilatildeo aplicados em diferentes camadas do perfil do solo satildeo

apresentadas na Figura 15 Assim como nos tratamentos sem irrigaccedilatildeo os quatro tratamentos

adotados na aacuterea irrigada apresentaram o mesmo comportamento na variaccedilatildeo de umidade no

periacuteodo de avaliaccedilatildeo com a umidade na camada de 0-020 m apresentando as maiores

variaccedilotildees e as demais camadas com poucas variaccedilotildees ao longo do periacuteodo de monitoramento

Isso se deve ao fato dessa camada apresentar-se na superfiacutecie do solo e tendo o contato direto

da radiaccedilatildeo solar acaba favorecendo no processo de evaporaccedilatildeo da aacutegua nos primeiros

centiacutemetros de solo estando susceptiacutevel aos ciclos de umedecimento e secagem consequente

dos eventos de precipitaccedilatildeo e estiagem (CAMPOS et al 1994) A maior concentraccedilatildeo

radicular da cultura nos primeiros centiacutemetros do solo e as raiacutezes da vegetaccedilatildeo rasteira

contribuiacuteram na maior absorccedilatildeo radicular de aacutegua nesta camada favorecendo tambeacutem a sua

maior variabilidade de umidade do solo Aliado a esses fatores a baixa ascensatildeo capilar em

maiores profundidades nesse solo por apresentar lenccedilol freaacutetico profundo proporcionou uma

menor variaccedilatildeo de sua umidade nas camadas subsequentes

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

Arm

azen

amen

to d

e aacuteg

ua

no s

olo

(m

m)

S1 S2 S3 S4 Lisiacutemetro

83

Figura 15 - Variaccedilatildeo da umidade do solo ao longo do tempo nos tratamentos irrigados

O armazenamento de aacutegua no solo nos tratamentos irrigados diferente da aacuterea sem

irrigaccedilatildeo apresentou os menores valores para os perfis de solo situados dentro dos lisiacutemetros

seguidos em alguns momentos pelo tratamento P1 ou P2 e ao final pelo tratamento P3 O

armazenamento de aacutegua no solo ao longo de periacuteodo de monitoramento para os quatro

tratamentos de adubaccedilatildeo e do lisiacutemetro de pesagem localizados na aacuterea irrigada satildeo

apresentados na Figura 16

Figura 16 - Armazenamento de aacutegua no solo na camada de 0-08 m para os quatro tratamentos de adubaccedilatildeo

nitrogenada e dentro do lisiacutemetro na aacuterea irrigada utilizando a sonda de capacitacircncia Diviner 2000

20

25

30

35

40

45

50

Um

idad

e volu

meacutet

rica

(

)P1 - 150N

0-20cm 20-40cm 40-60cm 60-80cm

20

25

30

35

40

45

50

P2 - 100N

0-20cm 20-40cm 40-60cm 60-80cm

20

25

30

35

40

45

50

Um

idad

e volu

meacutet

rica

(

)

P3 - 50N

0-20cm 20-40cm 40-60cm 60-80cm

20

25

30

35

40

45

50

P4 - 0N

0-20cm 20-40cm 40-60cm 60-80cm

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

Arm

azen

amen

to d

e aacuteg

ua

no

so

lo (

mm

)

P1 P2 P3 P4 Lisiacutemetro

84

44 Produtividade da cultura

Ao longo do periacuteodo de colheita do terceiro ano de cultivo realizado de janeiro2014 a

junho2014 foram obtidos em meacutedia 158 kg de fruto por planta para toda a aacuterea

experimental Com exceccedilatildeo da relaccedilatildeo frutosemente todas as variaacuteveis apresentaram

diferenccedila significativa para o efeito da irrigaccedilatildeo e do aumento da dose de adubo nitrogenado

(Tabela 10) o que explica que o aumento da produccedilatildeo e da produtividade de frutos e

sementes se daacute pelo maior nuacutemero de frutos produzidos sendo o aumento da massa de

sementes proporcional Natildeo houve interaccedilatildeo entre o manejo hiacutedrico e as doses de N aplicadas

O tratamento P1 (150 N ndash Irrigado) foi o que apresentou a melhor resposta seguido do

tratamento P2 (100 N ndash Irrigado) Com relaccedilatildeo agraves doses de adubaccedilatildeo em todos os casos os

tratamentos com 0 de N (P4 e S4) apresentaram desempenho inferior diferindo

estatisticamente das demais doses aplicadas (Tabela 11)

Tabela 10 - Valores de F para produccedilatildeo de frutos (ProdF) e sementes (ProdS) em kg pl-1

relaccedilatildeo sementefruto

(RelSF) e produtividade de sementes (PS) em kg ha-1

Fonte de

Variaccedilatildeo

Ciclo 201314 Ciclo 201415

GL ProdF ProdS Rel SF PS ProdF ProdS Rel

SF PS

Blocos [I] 6 138

125

041ns

1246

268 157

ns 135

ns 158

ns

I 1 1512

1481

017ns

1478

428

365

054ns

365

N 3 307

319

345ns

319

307

241

080ns

242

I x N 3 083ns

094ns

194ns

094ns

106ns

047ns

113ns

048ns

Meacutedia geral 1188 0797 0668 6640 1499 0946 0632 8672

CV () 153 155 25 155 162 184 53 184

Niacuteveis de significacircncia 001ltPlt005 0001ltPlt001 Plt0001 ns - natildeo significativo I ndash Irrigaccedilatildeo N ndash

Doses de N GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo

Tabela 11 - Produtividade meacutedia das sementes de pinhatildeo-manso (kg ha-1

) em funccedilatildeo do manejo hiacutedrico e doses

de nitrogecircnio aplicado

Manejo

hiacutedrico

Doses de Nitrogecircnio

Meacutedias 150 100 50 0

Ciclo 201314

Irrigado 11078 9718 8730 5895 8855 A

Sequeiro 6018 4875 5258 1550 4425 B

Meacutedias 8548 a 7296 ab 6994 b 3723 c

Ciclo 201415

Irrigado 13088 11005 10110 7300 10376 A

Sequeiro 10750 7548 6465 3110 6968 B

Meacutedias 11919 a 9276 b 8288 b 5205 c

Meacutedias seguidas de mesma letra maiuacutesculas na coluna e minuacutesculas na linha natildeo diferem entre si pelo teste de

Tukey a 5 de probabilidade

85

Para a produtividade de sementes o modelo de regressatildeo linear obteve o melhor ajuste

para as duas condiccedilotildees da produtividade de sementes em funccedilatildeo das doses de N aplicadas nos

dois anos de avaliaccedilatildeo (Figura 17 e Figura 18) O uso da irrigaccedilatildeo duplicou a produtividade

de sementes no terceiro ano de cultivo apresentando tambeacutem uma oacutetima resposta com a

adubaccedilatildeo nitrogenada O quarto ano de cultivo (segundo ano de avaliaccedilatildeo) apresentou um

consideraacutevel acreacutescimo na produccedilatildeo de frutos e sementes no cultivo sem irrigaccedilatildeo com as

maiores doses de adubo nitrogenado onde o efeito da produccedilatildeo se mostrou acentuado com a

complementaccedilatildeo de aacutegua por irrigaccedilatildeo e com a correta adubaccedilatildeo nitrogenada quadruplicando

a sua produccedilatildeo em alguns casos quando se verificou o comportamento linear crescente no 4ordm

ano com acreacutescimo de 00035 Mg ha-1

e 00047 Mg ha-1

da produtividade de sementes para

cada kg de nitrogecircnio aplicado por hectare na aacuterea irrigada e sem irrigaccedilatildeo respectivamente

Por ser ainda uma planta em formaccedilatildeo eacute aceitaacutevel o fato da produtividade do terceiro ano de

cultivo da cultura ser inferior ao ano seguinte por receber uma menor dosagem na sua

adubaccedilatildeo de manutenccedilatildeo e por principalmente a cultura passar pelo processo de

estabelecimento nos seus primeiros anos jaacute que o seu pico de produccedilatildeo soacute eacute observado a

partir do seu quinto ano de cultivo (ARRUDA et al 2004)

Figura 17 - Produtividade de sementes do pinhatildeo-manso em funccedilatildeo das diferentes doses de adubo nitrogenado

aplicado no terceiro ano de cultivo

y = 00048x + 06377

Rsup2 = 09453 p-valor = 00099

y = 00038x + 0247

Rsup2 = 07245 p-valor = 00011

00

02

04

06

08

10

12

14

16

0 345 69 1035

Pro

du

tiv

ida

de

de

sem

ente

s (M

g h

a-1

)

Doses de N (kg ha-1 ano-1)

y = 2688x + 33292

Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007

Rsup2 = 08733 p-valor = 00012

0

100

200

300

400

500

600

700

800

0 345 69 1035

Pro

du

tiv

ida

de

de

oacutele

o (

kg

ha

-1)

Doses de N (kg ha-1 ano-1)

Irrigado Natildeo irrigado

Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)y = 2688x + 33292

Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007

Rsup2 = 08733 p-valor = 00012

0

100

200

300

400

500

600

700

800

0 345 69 1035

Pro

du

tivid

ad

e d

e oacutele

o (

kg h

a-1

)

Doses de N (kg ha-1 ano-1)

Irrigado Natildeo irrigado

Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)

y = 2688x + 33292

Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007

Rsup2 = 08733 p-valor = 00012

0

100

200

300

400

500

600

700

800

0 345 69 1035

Pro

du

tiv

ida

de

de

oacutele

o (

kg

ha

-1)

Doses de N (kg ha-1 ano-1)

Irrigado Natildeo irrigado

Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)y = 2688x + 33292

Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007

Rsup2 = 08733 p-valor = 00012

0

100

200

300

400

500

600

700

800

0 345 69 1035

Pro

du

tivid

ad

e d

e oacutele

o (

kg h

a-1

)

Doses de N (kg ha-1 ano-1)

Irrigado Natildeo irrigado

Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)

86

Figura 18 - Produtividade de sementes do pinhatildeo-manso em funccedilatildeo das diferentes doses de adubo nitrogenado

aplicado no quarto ano de cultivo

Patolia et al (2007) avaliaram o desenvolvimento do pinhatildeo-manso nos dois primeiros

anos agriacutecolas de cultivo (200405 e 200506) em funccedilatildeo da fertilizaccedilatildeo mineral de N e P e

notaram que apesar do aumento adicional da dosagem de N no primeiro ano cultivo natildeo foi

observado aumento significativo na produtividade diminuindo com a aplicaccedilatildeo da dosagem

de 60 kg ha-sup1 (N60) com relaccedilatildeo a dosagem de 45 kg ha

-sup1 (N45) Com isso as maiores

produtividades de sementes da cultura (356 e 4672 kg ha-1

) foram registradas com o uso de

N45 e N60 em 200405 e 200506 respectivamente A exigecircncia de uma menor quantidade

de N nos primeiros anos da cultura confirma as recomendaccedilotildees propostas por FACT (2010)

que estabelece doses crescentes dos nutrientes a partir do seu primeiro ano de cultivo no

campo ateacute o seu quarto ano de cultivo quando a cultura inicia o seu pico de produccedilatildeo

Os resultados apresentados nesse trabalho encontram-se abaixo do relatado na

literatura claacutessica sobre a cultura (HELLER 1996) entretanto por existir pouca informaccedilatildeo

sobre a cultura muitos autores estimaram a produtividade da cultura caso o seu provaacutevel

potencial fosse atingido (ARRUDA et al 2004 TEWARI 2009 FACT 2010) Em

contrapartida trabalhos mais recentes obtiveram produtividades semelhantes ou abaixo para

os primeiros anos de cultivo da cultura (KHEIRA ATTA 2009 KESAVA RAO et al 2012

TIKKOO YADAV KAUSHIK 2013)

O aumento da produtividade de frutos e sementes com a utilizaccedilatildeo da adubaccedilatildeo

nitrogenada comprova que essa cultura apesar de possuir caracteriacutesticas de adaptaccedilatildeo a

y = 00035x + 07638

Rsup2 = 09646 p-valor = 00015

y = 00047x + 0337

Rsup2 = 09674 p-valor lt00001

00

02

04

06

08

10

12

14

16

0 515 103 1545

Pro

du

tivid

ad

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men

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(Mg h

a-1

)

Doses de N (kg ha-1 ano-1)

y = 2688x + 33292

Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007

Rsup2 = 08733 p-valor = 00012

0

100

200

300

400

500

600

700

800

0 345 69 1035

Pro

du

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ida

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de

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kg

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-1)

Doses de N (kg ha-1 ano-1)

Irrigado Natildeo irrigado

Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)y = 2688x + 33292

Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007

Rsup2 = 08733 p-valor = 00012

0

100

200

300

400

500

600

700

800

0 345 69 1035

Pro

du

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-1)

Doses de N (kg ha-1 ano-1)

Irrigado Natildeo irrigado

Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)y = 2688x + 33292

Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007

Rsup2 = 08733 p-valor = 00012

0

100

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300

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0 345 69 1035

Pro

du

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-1)

Doses de N (kg ha-1 ano-1)

Irrigado Natildeo irrigado

Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)y = 2688x + 33292

Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007

Rsup2 = 08733 p-valor = 00012

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0 345 69 1035

Pro

du

tivid

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o (

kg h

a-1

)

Doses de N (kg ha-1 ano-1)

Irrigado Natildeo irrigado

Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)

87

condiccedilotildees adversas de clima e solo como a sua restriccedilatildeo de fertilidade pode obter ganhos

consideraacuteveis na sua produtividade quando o solo eacute corretamente suprido quanto agraves suas

exigecircncias nutricionais Mohapatra e Panda (2011) ao estudarem os efeitos de diferentes

dosagens e combinaccedilotildees da adubaccedilatildeo NPK na produccedilatildeo de pinhatildeo-manso de cinco anos de

cultivo no leste da Iacutendia encontraram para o tratamento que recebeu a maior dosagem de N

(60 g planta-sup1) aplicado via ureia a maior produtividade de sementes (42721 kg ha

-sup1) Yong

et al (2010) tambeacutem verificaram uma maior produtividade da cultura com aplicaccedilatildeo de

maiores doses de fertilizante nitrogenado tendo um aumento exponencial do nuacutemero de frutos

por planta com o aumento da dosagem de fertilizante tambeacutem foram obtidas melhorias nas

caracteriacutesticas fisioloacutegicas da planta como um maior teor de N foliar maior capacidade de

assimilaccedilatildeo maacutexima de CO2 e maior teor de clorofila total

A praacutetica da irrigaccedilatildeo garantiu para o primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo da cultura um

aumento de mais de 100 da produtividade de sementes em comparaccedilatildeo com o cultivo em

sequeiro Para o segundo ciclo de avaliaccedilatildeo a aacuterea com histoacuterico de irrigaccedilatildeo apresentou um

aumento crescente em relaccedilatildeo ciclo passado soacute que desta vez acompanhado com o aumento

do cultivo sem irrigaccedilatildeo ainda assim o aumento da produtividade na aacuterea com histoacuterico de

irrigaccedilatildeo apresentou-se com uma produtividade 489 maior do que o cultivo sem irrigaccedilatildeo

O uso da irrigaccedilatildeo complementar assim como neste estudo tem se apresentado essencial em

outros trabalhos para garantir o aumento da produtividade e a garantia da sobrevivecircncia da

cultura em alguns casos (KHEIRA ATTA 2009 BEHERA et al 2010 SILVA et al 2011

OLIVEIRA et al 2012 TIKKOO YADAV KAUSHIK 2013) Em uma aacuterea de baixada

irrigada com boa fertilidade Purcino e Drummond (1986) observaram que o pinhatildeo-manso

comeccedilou a produzir logo no segundo ano atingindo 2000 kg ha-1

de sementes Por outro lado

Drumond et al (2007) obtiveram produtividades variando de 330 kg ha-1

em condiccedilotildees de

sequeiro a 1200 kg ha-1

em aacuterea irrigada jaacute no primeiro ano de cultivo em Petrolina-PE

88

45 Produtividade da aacutegua

Na Figura 19 satildeo apresentados os valores de produtividade de aacutegua (PA) em

quilogramas de sementes produzidas para as aacutereas irrigada e sem irrigaccedilatildeo em funccedilatildeo das

diferentes doses de nitrogecircnio aplicada para o terceiro ano de cultivo do pinhatildeo-manso Para

este estudo foi calculada a produtividade de aacutegua apenas para o primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo

devido agrave ausecircncia de irrigaccedilatildeo no ciclo seguinte

Figura 19 - Produtividade de aacutegua para a cultura do pinhatildeo-manso para todos os tratamentos no terceiro ano de

cultivo

O tratamento S1 foi o que apresentou a melhor produtividade de aacutegua com 102 kg m-

sup3 seguido por S3 P1 e S2 Comparando a praacutetica da irrigaccedilatildeo os tratamentos irrigados natildeo

corresponderam proporcionalmente a uma maior produccedilatildeo pelo total de aacutegua aplicada na

cultura embora a PA natildeo tenha diferido entre os diferentes tipos de manejo hiacutedrico (Tabela

12) A produtividade meacutedia de aacutegua nos tratamentos irrigados foi de 067 kg m-sup3 enquanto

que nos tratamentos sem irrigaccedilatildeo foi de 076 kg m-sup3 valores estes superiores aos encontrados

por Sousa et al (2012) de 060 kg m-sup3 O efeito da adubaccedilatildeo nitrogenada mostrou-se

altamente significativo na PA (Tabela 12) o que confirma os resultados encontrados por

diversos autores em outras culturas agriacutecolas (NIELSEN HALVORSON 1991 MEDEIROS

DUBEUX JUNIOR 2008 CHAVES GHEYI RIBEIRO 2011) Assim como a

produtividade da cultura natildeo houve interaccedilatildeo entre o manejo hiacutedrico e as doses de N

aplicadas

P1

P2P3

P4

S1

S2S3

S4

00

02

04

06

08

10

12

150 N 100 N - S1 50 N 0 N

Pro

du

tiv

ida

de

de

aacuteg

ua

(k

g m

-sup3)

Irrigado (Pivocirc central) Natildeo irrigado (Sequeiro)

89

Tabela 12 ndash Anaacutelise de variacircncia para produtividade de aacutegua (PA) no terceiro ano de cultivo

Fonte de Variaccedilatildeo GL Quadrado meacutedio F Valor-p

Blocos [I] 6 00855 371 00141

I 1 00587 254 01281

N 3 05004 217 lt00001

I x N 3 00696 302 00569

Resiacuteduo 18 002305

Meacutedia geral 0715

CV () 212

I ndash Irrigaccedilatildeo N ndash Doses de N GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo

Com relaccedilatildeo aos tratamentos adubados constata-se que apenas os tratamentos sem

adubaccedilatildeo nitrogenada tiveram uma draacutestica reduccedilatildeo na produtividade de aacutegua

correspondendo com a sua baixa produtividade de sementes diferindo dos resultados

encontrados por Yang et al (2013) A Figura 20 apresenta o diagrama de dispersatildeo e a

equaccedilatildeo de regressatildeo da produtividade em funccedilatildeo das doses de nitrogecircnio aplicadas no solo

no terceiro ano de cultivo O modelo de regressatildeo linear foi o uacutenico que proporcionou ajuste

significativo para todos os componentes da equaccedilatildeo obtendo um coeficiente de determinaccedilatildeo

corrigido de 813 Sousa et al (2012) para o pinhatildeo-manso e Barros Juacutenior et al (2008) para

a cultura da mamoneira tambeacutem observaram um aumento linear para a PA nesses trabalhos

tais aumentos foram resultantes do incremento da disponibilidade de aacutegua no solo Pelo fato

do uso da irrigaccedilatildeo e da sua interaccedilatildeo com os tratamentos adubados natildeo ter dado efeito

significativo uma uacutenica equaccedilatildeo de ajuste da produtividade de aacutegua em funccedilatildeo das doses de

nitrogecircnio foi determinada

90

Figura 20 - Produtividade da aacutegua do pinhatildeo-manso em funccedilatildeo das diferentes doses de adubo nitrogenado

aplicado no terceiro ano de cultivo

A praacutetica da irrigaccedilatildeo apesar de ter gerado um aumento significativo na produtividade

de frutos e sementes de pinhatildeo-manso natildeo acarretou em uma variaccedilatildeo significativa na

produtividade de aacutegua para a cultura Estes resultados apresentam-se distintos quando

comparados com outros trabalhos da literatura nos quais a aplicaccedilatildeo da quantidade ideal de

aacutegua por irrigaccedilatildeo com o seu correto manejo para a cultura do pinhatildeo-manso permitiu trazer

diferentes resultados natildeo garantindo uma maior produtividade da aacutegua ou eficiecircncia no seu

uso Santana et al (2015) encontraram para as plantas de pinhatildeo-manso irrigadas com deacuteficit

hiacutedrico uma maior eficiecircncia do uso da aacutegua fotossinteacutetica com uma reduccedilatildeo de 27 no

consumo total de aacutegua entretanto as plantas com irrigaccedilatildeo plena (tratamento controle)

obtiveram uma maior eficiecircncia do uso da aacutegua na produccedilatildeo de biomassa devido ao efeito

negativo dos tratamentos irrigados com deacuteficit na produccedilatildeo de biomassa Kheira e Atta

(2009) avaliando a resposta do pinhatildeo-manso sob deacuteficit hiacutedrico no Egito encontraram

valores de PA de 021 044 031 e 041 kg m-sup3 para 125 100 75 e 50 da

Evapotranspiraccedilatildeo da cultura respectivamente apresentando um ajuste quadraacutetico assim

como foi encontrado por Deus et al (2012) Jaacute Sousa et al (2012) encontraram um aumento

na PA em plantas de pinhatildeo-manso que recebiam a menor lacircmina de irrigaccedilatildeo Estes mais

variados comportamentos da cultura com relaccedilatildeo a sua eficiecircncia do uso da aacutegua ou

produtividade de aacutegua como eacute mais comumente chamado nos dias atuais corroboram com os

relatos de Jongschaap et al (2007) de que o pinhatildeo-manso apesar de possuir caracteriacutesticas

de se desenvolver em regiotildees semiaacuteridas e aacuteridas tropicais sendo entatildeo considerada como

y = 000505x + 04537

Rsup2corr = 08129 p-valor = lt00001

00

02

04

06

08

10

12

14

16

0 345 69 1035

Pro

du

tiv

ida

de

de

aacuteg

ua

(k

g m

- sup3)

Doses de N (kg ha-1 ano-1)

91

uma cultura tolerante a escassez hiacutedrica ainda eacute pouco estudado no que se refere ao seu uso

da aacutegua e agrave sua eficiecircncia do uso da aacutegua

Com isso observa-se que a maior produtividade de sementes encontrada no

tratamento irrigado com a maior dose de nitrogecircnio aplicada natildeo corresponde agrave maior

produtividade de aacutegua que foi obtida no tratamento com a maior dose de nitrogecircnio aplicado

soacute que no tratamento sem irrigaccedilatildeo Comportamento semelhante foi encontrado por Yang et

al (2013) que estudaram os efeitos da adiccedilatildeo de nitrogecircnio e do uso da aacutegua no crescimento e

desenvolvimento do pinhatildeo-manso e encontraram que com o maior intervalo de irrigaccedilatildeo (12

dias) houve reduccedilatildeo significativa no crescimento liacutequido da planta na aacuterea foliar na massa

seca total e na capacidade de armazenamento da aacutegua Entretanto houve economia de aacutegua de

irrigaccedilatildeo de 21 quando comparado com intervalos menores (4 e 8 dias) Contudo os autores

relatam que os maiores intervalos de irrigaccedilatildeo aumentaram a eficiecircncia do uso da aacutegua na

irrigaccedilatildeo (EUAi) e a eficiecircncia do uso da aacutegua no cultivo (EUAet) Assim a combinaccedilatildeo ideal

foi o tratamento com intervalo de irrigaccedilatildeo de 12 dias com o uso de nitrogecircnio o qual pode

aumentar a eficiecircncia do uso da aacutegua que apresenta o mesmo o conceito da produtividade da

aacutegua com a diferenccedila de que a produtividade de aacutegua eacute o produto da integraccedilatildeo das taxas de

produccedilatildeo de mateacuteria seca e da transpiraccedilatildeo (ou evapotranspiraccedilatildeo) ao longo do tempo

(FRIZZONE 2014)

46 Anaacutelise de crescimento

Na Figura 21 eacute ilustrada a altura meacutedia da planta sob condiccedilatildeo irrigada e de sequeiro e

das doses de nitrogecircnio respectivamente nos periacuteodos de cultivo e nas eacutepocas de avaliaccedilatildeo

as cinco primeiras eacutepocas de avaliaccedilatildeo correspondem ao ciclo 201314 e as cinco uacuteltimas

avaliaccedilotildees ao ciclo 201415 Observa-se que a irrigaccedilatildeo influenciou muito pouco a altura da

planta sendo mais acentuado o efeito das diferentes doses de nitrogecircnio aplicadas Ao final de

cada ciclo produtivo as plantas apresentaram uma altura meacutedia de 265 m e 300 m para o

terceiro e quarto ano de cultivo respectivamente Verificou-se ainda um menor crescimento

entre o segundo e o terceiro periacuteodo e entre o seacutetimo e o oitavo periacuteodo de avaliaccedilatildeo eacutepocas

que coincidem com a fase produtiva da cultura corroborando com relatos de Larcher (2000)

Segundo esse autor paralisaccedilotildees no crescimento vegetativo das plantas em funccedilatildeo da

aceleraccedilatildeo do crescimento produtivo ocorrem pela canalizaccedilatildeo da energia e de materiais

destinados agrave floraccedilatildeo e agrave frutificaccedilatildeo que por sua vez originam-se no processo fotossinteacutetico

92

na incorporaccedilatildeo de substacircncias minerais e na mobilizaccedilatildeo de reservas para formaccedilatildeo e

enchimentos dos frutos Ao final da fase de maturaccedilatildeo dos frutos eacute iniciado o periacuteodo de

senescecircncia das folhas do pinhatildeo-manso o que gera um pequeno decreacutescimo no seu tamanho

evidenciado ao final de cada ciclo de avaliaccedilatildeo

(a) (b)

Figura 21 - Altura meacutedia do pinhatildeo-manso (m) em funccedilatildeo do uso ou natildeo da irrigaccedilatildeo complementar (a) e das

doses de nitrogecircnio (b) durante o terceiro e quarto ano de cultivo

Os resultados da anaacutelise univariada de perfil da variaacutevel altura de planta considerando

o esquema de parcela subdividida no tempo para o primeiro e segundo ciclo de avaliaccedilatildeo

indicam que existem diferenccedilas entre o tipo de manejo hiacutedrico as doses de N o tempo (Dias

apoacutes a poda de limpeza ndash DAP) e para todas as interaccedilotildees com exceccedilatildeo da interaccedilatildeo DAP x

irrigaccedilatildeo x doses de N para o primeiro ciclo (Tabela 13) e das interaccedilotildees irrigaccedilatildeo x doses de

N e DAP x irrigaccedilatildeo x doses de N para o segundo ciclo (Tabela 14) Observa-se que a

hipoacutetese de perfis coincidentes para os demais fatores foi rejeitada (plt005) pelo teste F

indicando que a altura do pinhatildeo-manso apresenta comportamento diferenciado conforme o

tipo de manejo hiacutedrico e a dose de N impostos

Tabela 13 ndash Anaacutelise univariada de perfil para altura de plantas durante o ciclo 201314

Causas da variaccedilatildeo GL Soma de quadrados Quadrado meacutedio Teste F Pr gt F

Modelo 63 1135799 0180286 2288 lt00001

Bloco (Irrigaccedilatildeo) 6 1207324 0201221 2553 lt00001

Doses N 3 1064012 03546706 4501 lt00001

Irrigaccedilatildeo 1 0255201 02552006 3238 lt00001

Irrigaccedilatildeo x Doses N 3 0065522 00218406 277 00457

Resiacuteduo a 18 0484241 00269023 341 lt00001

DAP 4 7780440 19451100 24683 lt00001

DAP x Irrigaccedilatildeo 4 0103565 00258913 329 00143

DAP x Doses N 12 0371960 00309967 393 lt00001

DAP x Irrigaccedilatildeo x Doses N 12 0025725 00021438 027 09923

Resiacuteduo b 96 075651 000788

Total corrigido 159 12114499

Rsup2 = 09376 CV = 369 Meacutedia da Altura de planta (m) = 241

DAP ndash Dias apoacutes poda de limpeza GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo

15

20

25

30

35

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Alt

ura

da p

lan

ta (

m)

Eacutepoca de avaliaccedilatildeo

Pivocirc central Sequeiro

Fator de variaccedilatildeo manejo hiacutedrico

15

20

25

30

35

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Alt

ura

da

pla

nta

(m

)

Eacutepoca de avaliaccedilatildeo

150 N 100 N 50 N 0 N

Fator de variaccedilatildeo doses de nitrogecircnio

93

Tabela 14 ndash Anaacutelise univariada de perfil para altura de plantas durante o ciclo 201415

Causas da variaccedilatildeo GL Soma de quadrados Quadrado meacutedio Teste F Pr gt F

Modelo 63 1313087 02084265 1754 lt00001

Bloco (Irrigaccedilatildeo) 6 1000679 01667798 1404 lt00001

Doses N 3 4204642 14015473 11797 lt00001

Irrigaccedilatildeo 1 1287016 12870156 10833 lt00001

Irrigaccedilatildeo x Doses N 3 00056569 00018856 016 09238

Resiacuteduo a 18 03705663 0020587 173 00463

DAP 4 5476071 13690178 11523 lt00001

DAP x Irrigaccedilatildeo 4 02311438 00577859 486 00013

DAP x Doses N 12 04533988 00377832 318 00007

DAP x Irrigaccedilatildeo x Doses N 12 01016963 00084747 071 07351

Resiacuteduo b 96 114053 00118805

Total corrigido 159 14271399

Rsup2 = 09201 CV = 384 Meacutedia da Altura de planta (m) = 284

DAP ndash Dias apoacutes poda de limpeza GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo

Conforme esperado pode-se observar nas anaacutelises univariadas de perfil para a altura

de plantas que nos dois anos de cultivo houve rejeiccedilatildeo pelo teste F (plt00001) da hipoacutetese de

perfis horizontais que testa o efeito do tempo indicando que agrave medida que o tempo progride

haacute variaccedilatildeo da altura do pinhatildeo-manso De forma semelhante a hipoacutetese de perfis paralelos

tambeacutem foi rejeitada (plt005) indicando que as interaccedilotildees DAP x irrigaccedilatildeo e DAP x Doses N

atuam de forma dependente no crescimento em altura do pinhatildeo-manso

As anaacutelises do teste de esfericidade de Mauchly para a variaacutevel altura das plantas para

os dois anos de cultivo satildeo apresentadas na Tabela 15 De acordo com os resultados

apresentados para cada teste a condiccedilatildeo de esfericidade foi satisfeita para o ciclo 201314 e

rejeitada para o ciclo 201415 o que indica que para o primeiro ano de avaliaccedilatildeo a matriz de

variacircncias e covariacircncias apresenta uma forma chamada HUYNH-FELDT (H-F) e desta

forma o procedimento para a anaacutelise univariada de perfis pode ser utilizado O segundo ano

de avaliaccedilatildeo por sua vez por natildeo satisfazer essa condiccedilatildeo para altura das plantas indica que o

teste univariado natildeo deve ser utilizado procedendo-se neste caso a anaacutelise multivariada de

perfis

Tabela 15 ndash Teste de esfericidade de Mauchly para altura de plantas para os dois ciclos de avaliaccedilatildeo

Ciclo de

avaliaccedilatildeo

Grau de

liberdade de F

Criteacuterio de

Mauchly (W)

Estatiacutestica Qui-

Quadrado Xsup2 valor-p

Estatiacutestica

utilizada

201314 9 043237 13765 01309 Univariada

201415 9 031697 22309 00079 Multivariada

94

Avaliando o crescimento em altura ao longo do tempo da Leucaena leucocephala

(Lam) de Wit Souza et al (2008) verificaram rejeiccedilatildeo da condiccedilatildeo de esfericidade pelo teste

de esfericidade de Mauchly fato este tambeacutem observado por Rabello Thiebault e

Vasconcelos Junior (2015) para altura de plantas de feijatildeo-vagem Por outro lado trabalhando

com dados longitudinais em experimentaccedilatildeo animal Cestari Costa e Minho (2012)

observaram que a condiccedilatildeo de esfericidade natildeo foi violada pelo teste de Mauchly Neste caso

o teste univariado poderia ser utilizado pois a matriz de variacircncias e covariacircncias

apresentavam variacircncias comuns e covariacircncias nulas

Por meio dos testes multivariados para altura de plantas no segundo ano de avaliaccedilatildeo

a hipoacutetese de coincidecircncia dos perfis meacutedios (efeito entre indiviacuteduos) foi rejeitada para as

doses de N e para o uso de irrigaccedilatildeo complementar indicando que as distacircncias meacutedias entre

cada um desses grupos satildeo diferentes (Tabela 16) Nas anaacutelises intra indiviacuteduos o teste para o

fator DAP (dias apoacutes a poda de limpeza) testou a hipoacutetese de perfis horizontais (constantes)

Esta hipoacutetese foi rejeitada o que indica que existem diferenccedilas verticais entre as curvas que

descrevem as alturas meacutedias das plantas ao longo do tempo O teste para as interaccedilotildees DAP x

I e DAP x N testou a hipoacutetese de perfis paralelos que foi rejeitada para a interaccedilatildeo DAP x I e

satisfeita para DAP x N para o teste estatiacutestico Traccedilo de Pillai embora ela tenha sido rejeitada

para os demais testes Com isso conclui-se a partir desses resultados que o crescimento em

altura para a interaccedilatildeo DAP x I eacute diferenciado pelo tratamento aplicado

Tabela 16 ndash Resultados dos testes multivariados para os fatores entre e intra indiviacuteduos para a variaacutevel altura no

segundo ciclo de avaliaccedilatildeo

Efeito Causa da variaccedilatildeo GL Teste F Valor p

Entre indiviacuteduos

Blocos (I) 6 730 00016

I 1 4027 lt 00001

N 3 4385 lt 00001

I x N 3 006 09807

Intra indiviacuteduos

DAP 4 34334 lt00001

DAP x Bloco (I) 12 277 00046

DAP x I 4 376 00216

DAP x N 12 169 00907

DAP x I x N 12 075 07021

DAP ndash Dias apoacutes poda de limpeza GL= graus de liberdade I ndash Irrigaccedilatildeo N ndash Doses de N

De acordo com o exposto os perfis meacutedios de resposta da altura das plantas (m) em

funccedilatildeo das quatro doses de adubo nitrogenado e das duas condiccedilotildees de manejo hiacutedrico nos

dois anos de cultivo pode ser representado graficamente conforme a Figura 22

95

Figura 22 ndash Perfis meacutedios da altura das plantas de pinhatildeo-manso para os dois anos de avaliaccedilatildeo

Com a exceccedilatildeo do primeiro periacuteodo de avaliaccedilatildeo em que os tratamentos foram receacutem

aplicados natildeo havendo portanto efeito sobre as plantas observou-se efeito significativo dos

tratamentos em praticamente todos os periacuteodos de avaliaccedilatildeo no primeiro ciclo ocorrendo

efeito significativo das doses de nitrogecircnio sobre a expressatildeo fenotiacutepica de altura meacutedia

(Figura 23) Esses resultados concordam com os encontrados por Albuquerque et al (2009b)

Oliveira e Beltratildeo (2010) e Yang et al (2013) O modelo polinomial de regressatildeo linear foi o

que apresentou o melhor ajuste para a altura de plantas em funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda de

limpeza (DAP) para todos os tratamentos apesar da reduccedilatildeo do crescimento meacutedio diaacuterio na

eacutepoca do inverno (Tabela 17) Para o segundo ano de avaliaccedilatildeo o uso da irrigaccedilatildeo mostrou

um efeito superior com relaccedilatildeo aos tratamentos natildeo irrigados em praticamente todo o periacuteodo

de avaliaccedilatildeo (Figura 24) e assim como para as doses de N de maior valor tiveram a regressatildeo

linear como melhor ajuste para a altura das plantas (Tabela 17) onde expressou-se o aumento

da altura das plantas no pico da produccedilatildeo natildeo ocorrendo o seu decreacutescimo no termino do seu

ciclo com o iniacutecio do periacuteodo do inverno Os demais tratamentos com deacuteficit (natildeo irrigado e

com as doses de 50 e 0 de N) tiveram o modelo de regressatildeo quadraacutetico como o melhor

ajuste para altura de plantas (Tabela 17) Na Tabela 18 satildeo apresentados as equaccedilotildees de ajuste

seguidos do coeficiente de determinaccedilatildeo corrigido (Rsup2corr) e do valor p para cada tratamento

nos dois anos de avaliaccedilatildeo

18

20

22

24

26

28

45 110 180 230 280

Alt

ura

da

pla

nta

(m

)

DAP

Ciclo 201314

150 N 100 N

50 N 0 N

22

24

26

28

30

32

34

45 90 130 190 260

Alt

ura

da p

lan

ta (

m)

DAP

Ciclo 201415

150 N 100 N

50 N 0 N

18

20

22

24

26

28

45 110 180 230 280

Alt

ura

da

pla

nta

(m

)

DAP

Ciclo 201314

Irrigado Natildeo irrigado

22

24

26

28

30

32

34

45 90 130 190 260

Alt

ura

da

pla

nta

(m

)

DAP

Ciclo 201415

Irrigado Natildeo irrigado

96

Tabela 17 ndash Anaacutelise de regresssatildeo para altura de plantas em funccedilatildeo do dia apoacutes a poda (DAP) para todos os

tratamentos nos dois anos de avaliaccedilatildeo

Modelo

Ciclo 201314

Irrigado Natildeo irrigado 150 N

F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC

Linear 1292 -26881 -26671 1423

-30348 -30140 787

-14210 -13985

Quadraacutetico 652ns

-26791 -26569 732ns

-30381 -30151 405ns

-14161 -13900

Modelo 100 N 50 N 0 N

F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC

Linear 1065 -14820 -14608 1324

-16041 -15808 427

-15645 -15416

Quadraacutetico 564ns

-14908 -14646 645ns

-15842 -15593 220ns

-15563 -15301

Modelo

Ciclo 201415

Irrigado Natildeo irrigado 150 N

F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC

Linear 505 -22525 -22358 243

-23220 -23050 459

-12768 -12632

Quadraacutetico 260ns

-22898 -22705 153 -23872 -23652 232

ns -13055 -12878

Modelo 100 N 50 N 0 N

F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC

Linear 311 -12585 -12439 257

-13791 -13635 118

-12617 -12430

Quadraacutetico 164ns

-12914 -12715 155 -14286 -14048 81

-12941 -12680

Niacuteveis de significacircncia Plt005 ns - natildeo significativo F ndash Teste F

(a) (b)

Figura 23 - Linhas de tendecircncia para altura de plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda (DAP)

para as diferentes doses de N aplicada (a) e do manejo hiacutedrico adotado (b) para o ciclo 201314

(a) (b)

Figura 24 ndash Linhas de tendecircncia para altura de plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda (DAP)

para as diferentes doses de N aplicada (a) e do manejo hiacutedrico adotado (b) para o ciclo 201415

18

2

22

24

26

28

3

0 50 100 150 200 250 300 350

Alt

ura

da p

lan

ta (

m)

DAP

150 N 100 N

50 N 0 N

18

2

22

24

26

28

3

0 50 100 150 200 250 300 350

Alt

ura

da p

lan

ta (

m)

DAP

Irrigado Natildeo irrigado

22

24

26

28

3

32

34

0 50 100 150 200 250 300

Alt

ura

da

pla

nta

(m

)

DAP

150 N 100 N

50 N 0 N

22

24

26

28

3

32

34

0 50 100 150 200 250 300

Alt

ura

da

pla

nta

(m

)

DAP

Irrigado Natildeo irrigado

97

Tabela 18 - Equaccedilotildees de ajuste para altura de plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda (DAP)

para as diferentes doses de N aplicada e do manejo hiacutedrico adotado para os dois ciclos de avaliaccedilatildeo

Tratamentos Equaccedilatildeo Altura (m) = f (DAP)

Rsup2corr Valor p Ciclo 201314

Irrigado 261x10-3

DAP + 196605 09697 lt00001

Natildeo Irrigado 22 x10-3

DAP +196074 09276 lt00001

150 N 258 x10-3

DAP + 198839 09710 lt00001

100 N 278x10-sup3 DAP + 196031 09326 lt00001

50 N 266x10-3

DAP + 192732 09698 lt00001

0 N 159x10-3

DAP + 197756 08960 lt00001

Tratamentos Ciclo 201415 Rsup2corr Valor p

Irrigado 254 x10-3

DAP + 256891 06737 lt00001

Natildeo Irrigado -1174 x10-5

DAPsup2 + 00053 DAP + 23023 07572 lt00001

150 N 281 x10-3

DAP + 256395 08370 lt00001

100 N 236 x10-3

DAP + 263288 07278 lt00001

50 N -1041 x10-5

DAPsup2 + 000505 DAP + 241365 08040 lt00001

0 N -122x10-5

DAPsup2 + 000521 DAP + 214707 06583 00012

O diacircmetro de copa para os diferentes tratamentos eacute apresentado na Figura 25 sob

condiccedilatildeo irrigada e de sequeiro (a) e para as doses de nitrogecircnio (b) respectivamente

Observou-se um comportamento semelhante ao paracircmetro altura no que se refere agrave curva de

crescimento Assim como na altura meacutedia da planta os tratamentos sem irrigaccedilatildeo e sem a

aplicaccedilatildeo de nitrogecircnio mostraram o menor crescimento no diacircmetro de copa quando

comparado aos demais tratamentos Em resumo independente do uso da irrigaccedilatildeo e das doses

de adubo nitrogenado o crescimento do diacircmetro meacutedio de copa seguiu o mesmo padratildeo para

todos os tratamentos tendo grande aumento da primeira para a segunda avaliaccedilatildeo e

aumentando com o tempo em uma taxa relativamente constante ao longo do ciclo ateacute a

penuacuteltima avaliaccedilatildeo quando o diacircmetro meacutedio de copa teve uma pequena queda devido ao

iniacutecio do periacuteodo de senescecircncia foliar

Na primeira avaliaccedilatildeo realizada o diacircmetro meacutedio geral foi de 154 m e ao final de

cada ciclo produtivo as plantas obtiveram um diacircmetro meacutedio de copa de 274 m e 322 m

para o terceiro e quarto de ano cultivo respectivamente assemelhando-se aos resultados

apresentados por Muumlller et al (2014) e superiores aos resultados de Torres et al (2011)

A variaccedilatildeo do diacircmetro de copa das plantas ocorreu principalmente em funccedilatildeo do

estaacutedio de desenvolvimento e da poda de manutenccedilatildeo e limpeza realizada sempre ao final de

cada ciclo de cultivo Ao longo do terceiro ano de cultivo o diacircmetro de copa das plantas de

98

pinhatildeo-manso tiveram uma taxa de crescimento acentuado ateacute marccedilo de 2014 tendo um

crescimento meacutedio diaacuterio de 061 063 059 e 045 cm dia-1

nas doses de 150 100 50 e

0 de nitrogecircnio respectivamente Com relaccedilatildeo ao tipo de manejo hiacutedrico adotado os

tratamentos irrigados e sem irrigaccedilatildeo apresentaram a mesma taxa de crescimento de 057 cm

dia-1

mesmo assim houve diferenccedila significativa da irrigaccedilatildeo nos dois ciclos de avaliaccedilatildeo o

que leva a concluir que o pinhatildeo-manso tambeacutem eacute exigente em aacutegua e quando suprido com as

suas necessidades hiacutedricas pode se desenvolver satisfatoriamente (FARIA et al 2011

OLIVEIRA et al 2012)

No quarto ano de cultivo os tratamentos com menores doses de nitrogecircnio aplicado

apresentaram as maiores taxas de crescimento diaacuterio sendo observada no tratamento com 0

de N (056 cm dia-1

) seguido do tratamento com 100 de N (054 cm dia-1

) 50 de N (051

cm dia-1

) e 150 de N (035 cm dia-1

) Diferente do terceiro ano os tratamentos com histoacuterico

de irrigaccedilatildeo apresentaram menor taxa de crescimento diaacuterio (044 cm dia-1

) em comparaccedilatildeo

com o valor meacutedio dos tratamentos na aacuterea sem irrigaccedilatildeo (053 cm dia-1

) Isso pode ser

explicado devido ao alto crescimento do diacircmetro no terceiro ano dos tratamentos irrigados e

com maiores doses de nitrogecircnio o que diminuiu a aacuterea de crescimento das plantas que no

final do quarto ano se encontravam com os ramos proacuteximos das plantas vizinhas mesmo com

a praacutetica da poda de manutenccedilatildeo e limpeza feito no final do terceiro ano Aleacutem disso o fato

da suspensatildeo da irrigaccedilatildeo no quarto ano de cultivo para a aacuterea irrigada eacute um fator que deve ser

considerado

(a) (b)

Figura 25 - Diacircmetro meacutedio de copa do pinhatildeo-manso (m) em funccedilatildeo do uso ou natildeo da irrigaccedilatildeo complementar

(a) e das doses de nitrogecircnio (b) durante o terceiro e quarto ano de cultivo

Por meio da anaacutelise univariada de perfil foi verificado que para os dois ciclos de

avaliaccedilatildeo o diacircmetro de copa apresentou diferenccedilas entre o tipo de manejo hiacutedrico utilizado

as doses de N e as eacutepocas de leitura realizadas (DAP) Para o ciclo 201314 a hipoacutetese de

10

15

20

25

30

35

40

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Diacirc

met

ro d

a c

op

a (

m)

Eacutepoca de avaliaccedilatildeo

Pivocirc central Sequeiro

Fator de variaccedilatildeo manejo hiacutedrico

10

15

20

25

30

35

40

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Eacutepoca de avaliaccedilatildeo

150 N 100 N 50 N 0 N

Fator de variaccedilatildeo doses de nitrogecircnio

99

perfis coincidentes foi satisfatoacuteria para as interaccedilotildees Irrigaccedilatildeo x Doses de N e DAP x

Irrigaccedilatildeo (Tabela 19) enquanto que para ciclo 201415 a interaccedilatildeo DAP x Doses de N obteve

essa condiccedilatildeo (Tabela 20) A interaccedilatildeo tripla DAP x Irrigaccedilatildeo x Doses N tambeacutem apresentou

condiccedilatildeo satisfatoacuteria para a hipoacutetese de perfis coincidentes sendo verificado para os dois anos

de cultivo Para os demais fatores a hipoacutetese de perfis coincidentes foi rejeitada (plt005) pelo

teste F o que indica nesses casos que o diacircmetro de copa do pinhatildeo-manso apresenta

comportamento diferenciado conforme o tipo de manejo hiacutedrico e a dose de N considerada

podendo haver interaccedilatildeo ao longo do tempo para um ou mais fatores

Tabela 19 ndash Anaacutelise univariada de perfis para diacircmetro de copa durante o ciclo 201314

Causas da variaccedilatildeo GL Soma de quadrados Quadrado meacutedio Teste F Pr gt F

Modelo 63 453052 071913 4968 lt00001

Bloco (Irrigaccedilatildeo) 6 1538018 0256336 1771 lt00001

Doses N 3 1121413 0373804 2582 lt00001

Irrigaccedilatildeo 1 139876 139876 9663 lt00001

Irrigaccedilatildeo x Doses N 3 0118585 0039528 273 00481

Resiacuteduo a 18 0829183 0046066 318 00001

DAP 4 3949819 9874546 68218 lt00001

DAP x Irrigaccedilatildeo 4 0063678 0015919 110 03612

DAP x Doses N 12 058035 0048363 334 00004

DAP x Irrigaccedilatildeo x Doses N 12 0157028 0013086 090 05459

Resiacuteduo b 96 13896 0014475

Total corrigido 159 466948

Rsup2 = 09702 CV = 477 Meacutedia do diacircmetro de copa (m) = 252

DAP ndash Dias apoacutes poda de limpeza GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo

Tabela 20 ndash Anaacutelise univariada de perfis para diacircmetro de copa durante o ciclo 201415

Causas da variaccedilatildeo GL Soma de quadrados Quadrado meacutedio Teste F Pr gt F

Modelo 63 2466208 0391462 2944 lt00001

Bloco (Irrigaccedilatildeo) 6 0542885 0090481 680 lt00001

Doses N 3 3145428 1048476 7884 lt00001

Irrigaccedilatildeo 1 1802003 1802003 13551 lt00001

Irrigaccedilatildeo x Doses N 3 0087148 0029049 218 00948

Resiacuteduo a 18 0830395 0046133 347 lt00001

DAP 4 1733346 4333365 32586 lt00001

DAP x Irrigaccedilatildeo 4 0434685 0108671 817 lt00001

DAP x Doses N 12 028251 0023543 177 00641

DAP x Irrigaccedilatildeo x Doses N 12 0203565 0016964 128 02455

Resiacuteduo b 96 127662 0013298

Total corrigido 159 259387

Rsup2 = 09508 CV = 368 Meacutedia do diacircmetro de copa (m) = 313

DAP ndash Dias apoacutes poda de limpeza GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo

Para o diacircmetro de copa pode-se observar pelas anaacutelises univariadas de perfil que nos

dois ciclos de avaliaccedilatildeo houve rejeiccedilatildeo pelo teste F (plt00001) da hipoacutetese de perfis

horizontais indicando que agrave medida que o tempo progride haacute variaccedilatildeo no diacircmetro de copa

do pinhatildeo-manso A hipoacutetese de perfis paralelos por sua vez foi rejeitada (plt005) para a

100

interaccedilatildeo DAP x Doses N e satisfeita para a interaccedilatildeo DAP x irrigaccedilatildeo para o ciclo 201314

enquanto que no ciclo seguinte tais interaccedilotildees ocorreram de forma oposta

Da mesma forma que ocorreu para altura de plantas o teste de esfericidade de

Mauchly para a variaacutevel diacircmetro de copa apresentou condiccedilatildeo de esfericidade satisfatoacuteria

para o ciclo 201314 e foi rejeitada para o ciclo 201415 (Tabela 21) Com isso sugere-se o

uso da anaacutelise univariada de perfis com parcelas subdividas no tempo para o primeiro ciclo

avaliaccedilatildeo e a anaacutelise multivariada de perfis para o ciclo 201415

Tabela 21 ndash Teste de esfericidade de Mauchly para diacircmetro de copa para os dois ciclos de avaliaccedilatildeo

Ciclo de

avaliaccedilatildeo

Grau de

liberdade de F

Criteacuterio de

Mauchly (W)

Estatiacutestica Qui-

Quadrado Xsup2 Valor p

Estatiacutestica

utilizada

201314 9 053605 10236 03317 Univariada

201415 9 039956 17255 00449 Multivariada

O diacircmetro meacutedio de copa das plantas de pinhatildeo-manso apresentaram por meio dos

testes multivariados a hipoacutetese de coincidecircncia dos perfis meacutedios (efeito entre indiviacuteduos)

rejeitada para as doses de N e para o uso de irrigaccedilatildeo complementar no segundo ano de

avaliaccedilatildeo indicando que as distacircncias meacutedias entre cada um desses grupos satildeo diferentes

(Tabela 22) A hipoacutetese de perfis horizontais (constantes) nas anaacutelises intra indiviacuteduos para o

fator DAP foi rejeitada indicando que existem diferenccedilas verticais entre as curvas que

descrevem os diacircmetros meacutedios de copa das plantas ao longo do tempo O teste para a

hipoacutetese de perfis paralelos foi rejeitada para as interaccedilotildees DAP x I e DAP x N o que define

que o crescimento do diacircmetro de copa do pinhatildeo-manso no segundo ano de avaliaccedilatildeo eacute

diferenciado de acordo com o tratamento aplicado

Tabela 22 ndash Resultados dos testes multivariados para os fatores entre e intra indiviacuteduos para a variaacutevel diacircmetro

de copa no segundo ciclo de avaliaccedilatildeo

Efeito Causa da variaccedilatildeo GL Teste F Valor p

Entre indiviacuteduos

Blocos (I) 6 196 01253

I 1 3906 lt 00001

N 3 2273 lt 00001

I x N 3 063 06053

Intra indiviacuteduos

DAP 4 35616 lt00001

DAP x Bloco (I) 24 213 00075

DAP x I 4 689 00023

DAP x N 12 257 00097

DAP x I x N 12 162 01161

DAP ndash Dias apoacutes poda de limpeza GL= graus de liberdade I ndash Irrigaccedilatildeo N ndash Doses de N

101

Os perfis meacutedios de resposta em funccedilatildeo do diacircmetro de copa do pinhatildeo-manso (m)

para as quatro doses de adubo nitrogenado e as duas condiccedilotildees de manejo hiacutedrico nos dois

anos de cultivo eacute apresentado na Figura 26

Figura 26 ndash Perfis meacutedios do diacircmetro de copa das plantas de pinhatildeo-manso para os dois anos de avaliaccedilatildeo

Para o diacircmetro meacutedio de copa observou-se efeito positivo dos tratamentos aplicados

em grande parte das medidas de avaliaccedilatildeo no terceiro (Figura 27) e no quarto ano de cultivo

(Figura 28) Durante os dois ciclos houve um efeito positivo do uso da irrigaccedilatildeo sobre a

expressatildeo fenotiacutepica do diacircmetro de copa sendo observado um acreacutescimo do diacircmetro nas

trecircs primeiras avaliaccedilotildees decrescendo ao final do ciclo Esses resultados corroboram com os

encontrados por Albuquerque et al (2009a) que analisando o crescimento inicial do pinhatildeo-

manso em condiccedilotildees de sequeiro no semiaacuterido nordestino verificaram um raacutepido crescimento

da cultura no periacuteodo chuvoso no entanto na eacutepoca seca do ano ocorreu uma draacutestica

reduccedilatildeo na sua taxa de crescimento O modelo de regressatildeo quadraacutetico foi o que apresentou o

melhor ajuste para o diacircmetro de copa das plantas em funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda de limpeza

(DAP) para os diferentes tipos de manejo hiacutedrico e doses de N para os dois ciclos de

avaliaccedilatildeo (Tabela 23) Com isso nos dois ciclos avaliados se expressou o aumento do

diacircmetro de copa no pico da produccedilatildeo decrescendo no termino do seu ciclo com o iniacutecio do

inverno A reduccedilatildeo do diacircmetro meacutedio de copa nas uacuteltimas coletas de cada ciclo corrobora

14

16

18

20

22

24

26

28

30

32

45 110 180 230 280

Diacirc

met

ro d

e co

pa

(m

)

DAP

Ciclo 201314

150 N 100 N

50 N 0 N

22

24

26

28

30

32

34

36

38

45 90 130 190 260

Diacirc

met

ro d

e co

pa

(m

)

DAP

Ciclo 201415

150 N 100 N

50 N 0 N

14

16

18

20

22

24

26

28

30

32

45 110 180 230 280

Diacirc

met

ro d

e co

pa

(m

)

DAP

Ciclo 201314

Irrigado Natildeo irrigado

20

22

24

26

28

30

32

34

36

38

45 90 130 190 260

Diacirc

met

ro d

e co

pa

(m

)

DAP

Ciclo 201415

Irrigado Natildeo irrigado

102

com a afirmaccedilatildeo de Santos et al (2010) de que o diacircmetro da copa do pinhatildeo-manso sofre

intensa reduccedilatildeo durante a estaccedilatildeo de inverno com a queda das folhas mas que essas

ressurgem vigorosamente apoacutes o iniacutecio das chuvas As equaccedilotildees de ajuste seguidas do

coeficiente de determinaccedilatildeo corrigidos (Rsup2corr) e do valor p para cada tratamento nos dois anos

de avaliaccedilatildeo para diacircmetro de copa satildeo apresentadas na Tabela 24

(a) (b)

Figura 27 - Linhas de tendecircncia para diacircmetro meacutedio de copa das plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias

apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a) e do manejo hiacutedrico adotado (b) para o

ciclo 201314

Tabela 23 - Anaacutelise de regresssatildeo para diacircmetro de copa em funccedilatildeo do dia apoacutes a poda (DAP) para todos os

tratamentos nos dois anos de avaliaccedilatildeo

Modelo

Ciclo 201314

Irrigado Natildeo irrigado 150 N

F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC

Linear 890 -1533 -1545 1272

-1791 -1808 503

-740 -753

Quadraacutetico 1571 -2205 -2190 2697

-2661 -2644 956

-1110 -1090

Modelo 100 N 50 N 0 N

F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC

Linear 809 -888 -905 530

-808 -820 316

-819 -831

Quadraacutetico 1750 -1351 -1329 873

-1136 -1120 683

-1175 -1156

Modelo

Ciclo 201415

Irrigado Natildeo irrigado 150 N

F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC

Linear 207 -1892 -1902 374

-1607 -1618 120

-841 -857

Quadraacutetico 673 -2493 -2479 850

-2206 -2193 414

-1181 -1175

Modelo 100 N 50 N 0 N

F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC

Linear 118 -858 -879 218

-952 -958 161

-851 -856

Quadraacutetico 566 -1290 -1285 379

-1196 -1181 374

-1131 -1107

Niacuteveis de significacircncia Plt005 ns - natildeo significativo F ndash Teste F

1

15

2

25

3

35

0 50 100 150 200 250 300 350

Diacirc

met

ro d

e co

pa (

m)

DAP

150 N 100 N

50 N 0 N

1

15

2

25

3

35

0 50 100 150 200 250 300 350

Diacirc

met

ro d

e co

pa (

m)

DAP

Irrigado Natildeo irrigado

103

(a) (b)

Figura 28 - Linhas de tendecircncia para diacircmetro meacutedio de copa das plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias

apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a) e do manejo hiacutedrico adotado (b) para o

ciclo 201314

O uso de anaacutelise de medidas repetidas no tempo fazendo uso de anaacutelises uni e

multivariadas tem sido uma alternativa no estudo do crescimento e do desenvolvimento de

plantas (GEBER DAWSON 1990 HANCOCK et al 2007 KING STANTON 2008

METCALFE et al 2008) tais como os efeitos da disponibilidade de aacutegua para as plantas e de

nutrientes que tem servido de fontes para alguns estudos (CARROL PALLARDY GALEN

2001 BREEN RICHARDS 2008 SANTIAGO et al 2012) Achten et al (2010)

monitoraram algumas variaacuteveis de crescimento e de produccedilatildeo de biomassa em pinhatildeo-manso

cultivadas em casa de vegetaccedilatildeo submetidas a trecircs diferentes niacuteveis de estresse hiacutedrico e

encontraram para as mudas que sofriam estresse hiacutedrico severo (natildeo irrigadas) a paralisaccedilatildeo

do crescimento o iniacutecio da queda das folhas e a reduccedilatildeo do diacircmetro do caule nos primeiros

dias apoacutes o iniacutecio dos tratamentos Por meio da anaacutelise de medidas repetidas os autores

confirmaram que os tratamentos de niacutevel de estresse hiacutedrico influenciaram significativamente

as variaacuteveis de crescimento enquanto que o tipo de Acesso natildeo teve efeito significativo O

efeito do tempo (idade da planta) e a interaccedilatildeo tempo X niacutevel de estresse tiveram interaccedilatildeo

significativa (valor p lt0001) influenciando no comprimento do caule nuacutemero de folhas

diacircmetro na base do caule volume de caule fator de forma e volume total (volume de tronco

+ ramos) no referido trabalho

2

24

28

32

36

4

0 50 100 150 200 250 300

Diacirc

met

ro d

e co

pa

(m

)

DAP

150 N 100 N

50 N 0 N

2

24

28

32

36

4

0 50 100 150 200 250 300

Diacirc

met

ro d

e co

pa (

m)

DAP

Irrigado Natildeo irrigado

104

Tabela 24 - Equaccedilotildees de ajuste para diacircmetro de copa das plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias apoacutes a

poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicadas e do manejo hiacutedrico adotado para os dois ciclos

de avaliaccedilatildeo

Tratamentos Equaccedilatildeo Diacircmetro de copa (m) = f (DAP)

Rsup2corr PrgtF Ciclo 201314

Irrigado -418x10-5

DAPsup2 + 001879 DAP + 091195 09480 lt00001

Natildeo Irrigado -385x10-5

DAPsup2 + 001769 DAP + 078312 09694 lt00001

150 N -438x10-5

DAPsup2 + 001984 DAP + 082331 09570 lt00001

100 N -386x10-5

DAPsup2 + 001833 DAP + 076701 09749 lt00001

50 N -389x10-5

DAPsup2 + 001787 DAP + 08647 09456 lt00001

0 N -393x10-5

DAPsup2 + 001692 DAP + 093513 09531 lt00001

Tratamentos Ciclo 201415 Rsup2corr PrgtF

Irrigado -454x10-5

DAPsup2 - 0016 DAP + 213748 08901 lt00001

Natildeo Irrigado -542x10-5

DAPsup2 + 001994 DAP + 159186 09187 lt00001

150 N -529x10-5

DAPsup2 - 001876 DAP + 195335 08588 lt00001

100 N -553x10-5

DAPsup2 - 001942 DAP + 187746 08906 lt00001

50 N -416x10-5

DAPsup2 + 00157 DAP + 201854 09074 lt00001

0 N -493x10-5

DAPsup2 + 0018 DAP + 160933 09500 lt00001

O volume de copa do pinhatildeo-manso para os diferentes tratamentos avaliados eacute

apresentado na Figura 29 Diferente dos valores encontrados para a altura meacutedia e o diacircmetro

de copa nota-se uma maior variabilidade entre os dois manejos hiacutedricos adotados e

principalmente entre as diferentes doses de adubaccedilatildeo aplicadas Para o primeiro ano de

avaliaccedilatildeo nesse estudo os tratamentos sem irrigaccedilatildeo e sem a aplicaccedilatildeo de nitrogecircnio

apresentaram os menores volumes de copa Jaacute no segundo ano de avaliaccedilatildeo que foi analisado

a partir da sexta eacutepoca de coleta os valores apresentados foram ainda mais contrastantes

Com exceccedilatildeo da seacutetima eacutepoca de coleta que coincidiu com o periacuteodo de pico da produccedilatildeo

justificando portanto a baixa variaccedilatildeo do volume de copa entre os diferentes tipos de manejos

hiacutedrico as demais eacutepocas avaliadas dentro do fator de manejo hiacutedrico e entre as doses

adubaccedilatildeo nitrogenada apresentaram uma alta diferenccedila entre os resultados obtidos

O aumento do volume de copa foi influenciado diretamente pelo maior

desenvolvimento em conjunto da altura e do diacircmetro de copa Os tratamentos que obtiveram

o maior volume de copa apresentaram uma maior emissatildeo de ramos laterais que

consequentemente vieram a ter um maior nuacutemero de inflorescecircncias emitidas permitindo uma

maior produccedilatildeo de frutos e oacuteleo por aacutervore como eacute o caso dos tratamentos irrigados e das

doses de 150 e 100 de nitrogecircnio Spinelli et al (2010) avaliaram os efeitos diretos e

indiretos das caracteriacutesticas vegetativas sobre o rendimento de oacuteleo de pinhatildeo-manso com 38

105

meses de cultivo em espaccedilamento 3 x 2 m e reportaram que ocorre um maior crescimento dos

ramos no sentido do maior espaccedilo de desenvolvimento resultando em uma copa maior Esses

mesmos autores destacaram ainda que o volume da copa tem efeito direto sobre a

produtividade de sementes sendo a arquitetura da copa uma caracteriacutestica importante no

cultivo do pinhatildeo-manso

(a) (b)

Figura 29 - Volume de copa do pinhatildeo-manso (msup3) em funccedilatildeo do uso ou natildeo da irrigaccedilatildeo complementar (a) e das

doses de nitrogecircnio (b) durante o terceiro e quarto ano de cultivo

Nas Tabelas 25 e 26 satildeo apresentados o resultado da anaacutelise univariada de perfis para

o volume de copa de pinhatildeo-manso para o primeiro e segundo ciclo de avaliaccedilatildeo

respectivamente Assim como para altura de plantas e diacircmetro de copa o volume de copa

apresentou diferenccedilas altamente significativas entre o tipo de manejo hiacutedrico e doses de N

utilizadas A hipoacutetese de perfis horizontais tambeacutem foi rejeitada indicando que agrave medida que

o tempo progride haacute variaccedilatildeo no crescimento em volume de copa do pinhatildeo-manso O

resultado dos testes de paralelismo foi rejeitado para as interaccedilotildees DAP x Irrigaccedilatildeo e DAP x

Doses de N para o ciclo 201314 enquanto que para ciclo 201415 apenas a interaccedilatildeo DAP x

Doses de N obteve essa condiccedilatildeo mostrando nesses casos comportamento diferenciado do

volume de copa do pinhatildeo-manso entre esses tratamentos ao longo do tempo

0

5

10

15

20

25

30

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Vo

lum

e d

e co

pa

(m

sup3)

Eacutepoca de avaliaccedilatildeo

Pivocirc central Sequeiro

Fator de variaccedilatildeo manejo hiacutedrico

0

5

10

15

20

25

30

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Eacutepoca de avaliaccedilatildeo

150 N 100 N 50 N 0 N

Fator de variaccedilatildeo doses de nitrogecircnio

106

Tabela 25 ndash Anaacutelise univariada de perfis para volume de copa durante o ciclo 201314

Causas da variaccedilatildeo GL Soma de quadrados Quadrado meacutedio Teste F Valor p

Modelo 63 4722827 749655 2491 lt00001

Bloco (Irrigaccedilatildeo) 6 257981 429968 1429 lt00001

Doses N 3 288904 963012 3200 lt00001

Irrigaccedilatildeo 1 101857 101857 3385 lt00001

Irrigaccedilatildeo x Doses N 3 132621 44207 147 02279

Resiacuteduo a 18 136315 75731 252 00021

DAP 4 3649956 912489 30322 lt00001

DAP x Irrigaccedilatildeo 4 126155 315387 1048 lt00001

DAP x Doses N 12 128198 106831 355 00002

DAP x Irrigaccedilatildeo x Doses N 12 202008 16834 056 08692

Resiacuteduo b 96 288898 30094

Total corrigido 159 5011726

Rsup2 = 09424 CV = 1327 Meacutedia do volume de copa (msup3) = 1307

DAP ndash Dias apoacutes poda de limpeza GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo

Tabela 26 ndash Anaacutelise univariada de perfis para volume de copa durante o ciclo 201415

Causas da variaccedilatildeo GL Soma de quadrados Quadrado meacutedio Teste F Valor p

Modelo 63 6849915 108729 3516 lt00001

Bloco (Irrigaccedilatildeo) 6 256135 426891 1380 lt 00001

Doses N 3 1478784 492928 15940 lt 00001

Irrigaccedilatildeo 1 662433 662433 21422 lt 00001

Irrigaccedilatildeo x Doses N 3 53523 17841 058 06315

Resiacuteduo a 18 268255 149031 482 lt 00001

DAP 4 403496 100874 32621 lt 00001

DAP x Irrigaccedilatildeo 4 116951 29238 095 04412

DAP x Doses N 12 918433 76536 248 00073

DAP x Irrigaccedilatildeo x Doses N 12 404572 33714 109 03771

Resiacuteduo b 96 296862 30923

Total corrigido 159 7146777

Rsup2 = 09585 CV = 779 Meacutedia do volume de copa (msup3) = 2259

DAP ndash Dias apoacutes poda de limpeza GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo

A condiccedilatildeo de esfericidade da matriz de covariacircncias para o volume de copa para os

dois anos de avaliaccedilatildeo foi satisfeita (Tabela 27) indicando que a anaacutelise univariada de perfis

com parcelas subdividas no tempo realizada anteriormente foi validada para os dois ciclos de

avaliaccedilatildeo natildeo sendo necessaacuteria a realizaccedilatildeo da anaacutelise multivariada de perfis para nenhum

caso

Tabela 27 ndash Teste de esfericidade de Mauchly para o volume de copa para os dois ciclos de avaliaccedilatildeo

Ciclo de

avaliaccedilatildeo

Grau de

liberdade de F

Criteacuterio de

Mauchly (W)

Estatiacutestica Qui-

Quadrado Xsup2 valor-p

Estatiacutestica

utilizada

201314 9 041419 14470 01066 Univariada

201415 9 043446 12590 01821 Univariada

107

Conforme os resultados apresentados das anaacutelises univariadas de perfis os perfis

meacutedios de resposta para o volume de copa (msup3) em funccedilatildeo das quatro doses de adubo

nitrogenado e das duas condiccedilotildees de manejo hiacutedrico nos dois anos de cultivo eacute apresentado na

Figura 30

Figura 30 ndash Perfis meacutedios do volume de copa de pinhatildeo-manso para os dois anos de avaliaccedilatildeo

O volume meacutedio de copa apresentou uma tendecircncia semelhante agrave observada para o

diacircmetro meacutedio de copa das plantas em alguns tratamentos tendo a regressatildeo quadraacutetica

como melhor modelo de ajuste para todos os tratamentos nos dois ciclos de avaliaccedilatildeo essa

apresentou para todos os tratamentos os menores valores de AIC e BIC (Tabela 28) As

equaccedilotildees de regressatildeo de cada tratamento seguidas do Rsup2 corrigido e do valor p satildeo

apresentadas na Tabela 29 Independente do periacuteodo em que foi avaliado com a exceccedilatildeo das

primeiras leituras no ciclo 201314 os tratamentos nos quais natildeo houve deacuteficit de aacutegua ou de

nitrogecircnio foram os que apresentaram os maiores resultados para o volume de copa (Figura 31

e Figura 32) De acordo com Spinelli et al (2010) o maior desenvolvimento da copa pode

aumentar a produtividade por planta diminuindo os custos da colheita no pinhatildeo-manso

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

45 110 180 230 280

Volu

me

de

cop

a (

msup3)

DAP

Ciclo 201314

150 N 100 N

50 N 0 N

8

11

14

17

20

23

26

29

32

45 90 130 190 260

Volu

me

de

cop

a (

msup3)

DAP

Ciclo 201415

150 N 100 N

50 N 0 N

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

45 110 180 230 280

Volu

me

de

cop

a (

msup3)

DAP

Ciclo 201314

Irrigado Natildeo irrigado

8

11

14

17

20

23

26

29

32

45 90 130 190 260

Vo

lum

e d

e co

pa

(m

sup3)

DAP

Ciclo 201415

Irrigado Natildeo irrigado

108

(a) (b)

Figura 31 - Linhas de tendecircncia para o volume meacutedio de copa das plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias

apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a) e do manejo hiacutedrico adotado (b) para o

ciclo 201314

Tabela 28 - Anaacutelise de regresssatildeo para diacircmetro de copa em funccedilatildeo do dia apoacutes a poda (DAP) para todos os

tratamentos nos dois anos de avaliaccedilatildeo

Modelo

Ciclo 201314

Irrigado Natildeo irrigado 150 N

F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC

Linear 968 2235 2246 1212

1912 1909 554

1138 1144

Quadraacutetico 711 2064 2084 1530

1392 1415 538

973 999

Modelo 100 N 50 N 0 N

F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC

Linear 957 937 942 760

939 945 299

969 973

Quadraacutetico 908 750 776 649

796 820 359

790 815

Modelo

Ciclo 201415

Irrigado Natildeo irrigado 150 N

F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC

Linear 376 2654 2656 380

2716 2716 228

1360 1354

Quadraacutetico 583 2250 2273 634

2274 2296 443

1079 1102

Modelo 100 N 50 N 0 N

F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC

Linear 217 1318 1307 314

1206 1206 174

1197 1195

Quadraacutetico 606 938 963 440

980 1005 351

942 969

Niacuteveis de significacircncia Plt005 ns - natildeo significativo F ndash Teste F

(a) (b)

Figura 32 - Linhas de tendecircncia para o volume meacutedio de copa das plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias

apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a) e do manejo hiacutedrico adotado (b) para o

ciclo 201415

1

5

9

13

17

21

0 50 100 150 200 250 300 350

Volu

me

de

cop

a (

msup3)

DAP

150 N 100 N

50 N 0 N

1

5

9

13

17

21

0 50 100 150 200 250 300 350

Volu

me

de

cop

a (

msup3)

DAP

Irrigado Natildeo irrigado

2

7

12

17

22

27

32

37

0 50 100 150 200 250 300

Volu

me

de

cop

a (

msup3)

DAP

150 N 100 N

50 N 0 N

2

7

12

17

22

27

32

0 50 100 150 200 250 300

Volu

me

de

cop

a (

msup3)

DAP

Irrigado Natildeo irrigado

109

Tabela 29 - Equaccedilotildees de ajuste para o volume de copa das plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias apoacutes a

poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada e do manejo hiacutedrico adotado para os dois ciclos

de avaliaccedilatildeo

Tratamentos Equaccedilatildeo Volume de copa (msup3) = f (DAP)

Rsup2corr PrgtF Ciclo 201314

Irrigado -268x10-4

DAPsup2 + 014066 DAP ndash 082484 08735 lt00001

Natildeo Irrigado -331x10-4

DAPsup2 + 015806 DAP ndash 29731 09940 lt00001

150 N -354x10-4

DAPsup2 + 017429 DAP ndash 26101 09583 lt00001

100 N -287x10-4

DAPsup2 + 015268 DAP ndash 255456 09593 lt00001

50 N -262x10-4

DAPsup2 + 013816 DAP ndash 135607 09464 lt00001

0 N -294x10-4

DAPsup2 + 013232 DAP ndash 107514 09491 lt00001

Tratamentos Ciclo 201415 Rsup2corr PrgtF

Irrigado -6788x10-4

DAPsup2 + 025585 DAP + 578175 09833 lt00001

Natildeo Irrigado -7289x10-4

DAPsup2 + 027341 DAP + 051229 09806 lt00001

150 N -7823x10-4

DAPsup2 + 029396 DAP + 367095 09526 lt00001

100 N -8129x10-4

DAPsup2 + 029947 DAP + 291215 09877 lt00001

50 N -602x10-4

DAPsup2 + 023689 DAP + 498426 09861 lt00001

0 N -6182x10-5

DAPsup2 + 022819 DAP + 102072 09974 lt00001

Embora a arquitetura da copa do pinhatildeo-manso seja uma caracteriacutestica importante na

seleccedilatildeo e caracterizaccedilatildeo de genoacutetipos superiores (RAO et al 2008 LAVIOLA et al 2010

SPINELLI et al 2010 BHERING et al 2012) existem poucos trabalhos que avaliaram a

diferenccedila da arquitetura das plantas considerando conjuntamente a relaccedilatildeo entre a projeccedilatildeo e a

altura de copa Segundo Rao et al (2008) tanto o diacircmetro quanto o volume da copa

constituem junto ao caracter nuacutemero de ramos os principais componentes de produccedilatildeo do

pinhatildeo-manso Para Bhering et al (2012) a seleccedilatildeo direta quanto agrave produccedilatildeo de sementes em

pinhatildeo-manso tende a estar relacionada ao diacircmetro e ao volume de copa e segundo esses

autores esta informaccedilatildeo eacute relevante para prever as adaptaccedilotildees necessaacuterias ao sistema de

produccedilatildeo (espaccedilamento colheitadeira) para as cultivares melhoradas que se espera obter

47 Iacutendice de aacuterea foliar (IAF)

A equaccedilatildeo de calibraccedilatildeo do equipamento LAI-2200 eacute expressa na Figura 33 A

calibraccedilatildeo foi realizada pela comparaccedilatildeo entre o IAF estimado com o equipamento LAI-2200

e o IAF real das plantas de pinhatildeo-manso determinado com o equipamento CI-203 (CID Bio-

Sciencereg) O IAF foliar real foi determinado pela razatildeo da aacuterea foliar total e a aacuterea do terreno

110

disponiacutevel agraves plantas Para realizar a calibraccedilatildeo do equipamento foram utilizadas dez de um

total de onze plantas sendo excluiacutedo o valor mais extremo Com um coeficiente de

determinaccedilatildeo (Rsup2) de 08287 pode ser observado que o IAF real foi cerca de 093 do IAF

estimado ou seja o equipamento LAI-2200 estava superestimando o IAF em cerca de 7

Com a equaccedilatildeo de calibraccedilatildeo obtida dos valores de IAF medidos no campo ao redor da aacuterea

experimental todos os valores de IAF foram corrigidos para valores mais proacuteximos dos reais

podendo a equaccedilatildeo de calibraccedilatildeo ser utilizada novamente quando as estimativas do IAF forem

realizadas com o equipamento LAI-2200 nas plantas de pinhatildeo-manso com as mesmas

caracteriacutesticas de cultivo e nas condiccedilotildees de clima e solo estudados

Figura 33 - Equaccedilatildeo de calibraccedilatildeo do IAF para o equipamento LAI 2200

As meacutedias do IAF foram significativamente diferentes pelo teste F entre as diferentes

doses de N aplicada uso da irrigaccedilatildeo e eacutepoca de avaliaccedilatildeo (DAP) apoacutes o iniacutecio do quarto

ciclo de cultivo (201415) rejeitando a hipoacutetese de perfis horizontais (Tabela 30) Pela anaacutelise

univariada de perfis identificou-se tambeacutem interaccedilatildeo significativa entre as doses de N e a

eacutepoca de avaliaccedilatildeo e interaccedilatildeo altamente significativa entre a irrigaccedilatildeo e a eacutepoca de

avaliaccedilatildeo rejeitando portanto a hipoacutetese de paralelismo dos perfis Assim como para as

outras variaacuteveis de crescimento (altura diacircmetro e volume de copa) natildeo houve efeito da

interaccedilatildeo tripla Irrigaccedilatildeo x Doses N x DAP O efeito dos blocos dentro de cada experimento

(manejo hiacutedrico) mostrou-se significativo para o IAF o que reforccedila neste caso o uso do

delineamento em blocos aleatorizados dentro de cada experimento Simotildees et al (2014)

observaram que irrigaccedilatildeo e diferentes doses de N influenciaram no aumento da aacuterea foliar no

desenvolvimento inicial de pinhatildeo-manso assim como a interaccedilatildeo entre esses fatores

IAFReal = 0928 x IAFEstimado

Rsup2 = 08287

00

02

04

06

08

10

12

00 02 04 06 08 10 12

IAF

Rea

l

IAF Estimado

111

Tabela 30 - Anaacutelise univariada de perfis para IAF durante o ciclo 201415

Causas da variaccedilatildeo GL Soma de quadrados Quadrado meacutedio Teste F Valor p

Modelo 87 852864 09803 1194 lt 00001

Bloco (Irrigaccedilatildeo) 6 09908 016513 201 00668

Doses N 3 42497 147166 1726 lt 00001

Irrigaccedilatildeo 1 645795 645795 7867 lt 00001

Irrigaccedilatildeo x Doses N 3 045145 015048 183 01431

Resiacuteduo a 18 168772 009376 114 03161

DAP 7 611969 874242 10650 lt 00001

DAP x Irrigaccedilatildeo 7 554613 07923 965 lt 00001

DAP x Doses N 21 282023 01343 164 00465

DAP x Irrigaccedilatildeo x Doses N 21 18855 008979 109 03591

Resiacuteduo b 168 137914 008209

Total corrigido 255 990778

Rsup2 = 08608 CV = 2217 Meacutedia IAF = 129

DAP ndash Dias apoacutes poda de limpeza GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo

Verificou-se por intermeacutedio do teste de esfericidade de Mauchly realizado com 27

graus de liberdade e aproximaccedilatildeo Qui-Quadrado (35045) que a condiccedilatildeo de esfericidade foi

satisfeita com um niacutevel de significacircncia de 01377 (Teste de Mauchly natildeo significativo com

valor pgt005) Isto indica que a matriz de covariacircncia nesse caso eacute da forma esfeacuterica

apresentando variacircncias iguais e correlaccedilotildees nulas podendo ser empregado o modelo de

parcela subdividida no tempo pela anaacutelise univariada de perfis Na Figura 34 satildeo apresentados

os perfis meacutedios de resposta para o iacutendice de aacuterea foliar (IAF) em funccedilatildeo das quatro doses de

adubo nitrogenado e das duas condiccedilotildees de manejo hiacutedrico para o segundo ciclo de avaliaccedilatildeo

Figura 34 ndash Perfis meacutedios do IAF de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo da dose de nitrogecircnio aplicada e do manejo

hiacutedrico adotado

O modelo de regressatildeo quadraacutetico foi o que apresentou o melhor ajuste para todos os

tratamentos (Tabela 31) Um fato que contribuiu para este comportamento foi o iniacutecio das

leituras a partir dos 45 dias apoacutes a poda de limpeza o que impediu o ajuste dos dados iniciais

das primeiras semanas que seriam menores dado o iniacutecio da nova emissatildeo de folhas para este

ciclo O IAF apresentou uma grande variaccedilatildeo entre os tratamentos com os maiores valores

00

05

10

15

20

25

30

55 80 105 135 165 195 225 255

IAF

DAP

150 N 100 N

50 N 0 N

00

05

10

15

20

25

45 75 105 135 165 195 225 255

DAP

Irrigado Natildeo irrigado

112

para os tratamentos sem deacuteficit hiacutedrico ou de N Com o decorrer do tempo os valores foram se

decrescendo com os todos os tratamentos atingindo a mesma faixa de IAF com o iniacutecio da

fase de senescecircncia foliar (Figura 35) Na Tabela 32 satildeo apresentadas as equaccedilotildees de

regressatildeo de cada tratamento seguidas do Rsup2 corrigido e do valor p para o iacutendice de aacuterea

foliar

Tabela 31 - Anaacutelise de regresssatildeo para o IAF em funccedilatildeo do dia apoacutes a poda (DAP) para todos os tratamentos no

segundo ano de avaliaccedilatildeo

Modelo Irrigado Natildeo irrigado 150 N

F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC

Linear 1341 -2063 -2051 313

-2067 -2059 349

-833 -821

Quadraacutetico 822ns

-2071 -2602 504 -2302 -2288 288

-858 -846

Modelo 100 N 50 N 0 N

F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC

Linear 372 -980 -967 411

-1041 -1024 206

-1011 -997

Quadraacutetico 312 -1006 -992 282

ns -1041 -1023 196

-1045 -1030

Niacuteveis de significacircncia Plt001 ns - natildeo significativo F ndash Teste F

(a) (b)

Figura 35 - Linhas de tendecircncia para o iacutendice de aacuterea foliar (IAF) das plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos

dias apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a) e do manejo hiacutedrico adotado (b)

para o ciclo 201415

Tabela 32 - Equaccedilotildees de ajuste para o IAF das plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda (DAP)

para as diferentes doses de N aplicadas e do manejo hiacutedrico adotado para o segundo ciclo de

avaliaccedilatildeo

Tratamentos Equaccedilatildeo IAF = f (DAP) Rsup2 PrgtF

Irrigado -718x10-sup3 DAP + 254196 06710 lt00001

Natildeo Irrigado -715x10-5

DAPsup2 + 00185 DAP + 028721 06899 lt00001

150 N -649x10-5

DAPsup2 + 001389 DAP + 114529 06564 lt00001

100 N -601x10-5

DAPsup2 + 001285 DAP + 103989 07574 lt00001

50 N -56x10-sup3 DAP + 207776 06003 lt00001

0 N -549x10-5

DAPsup2 + 001288 DAP + 06784 07982 lt00001

0

02

04

06

08

1

12

14

16

18

2

0 50 100 150 200 250 300

IAF

DAP

150 N 100 N

50 N 0 N

0

05

1

15

2

25

0 50 100 150 200 250 300

IAF

DAP

Irrigado

Natildeo irrigado

113

Freiberger (2012) estudando o efeito de doses de N no crescimento de plantas de

pinhatildeo-manso concluiu que os valores de aacuterea foliar ajustaram-se ao modelo quadraacutetico o

qual permitiu estimativa de valor maacuteximo de 6469 cm2 para a dose estimada de 97 kg ha

-1 de

N Oliveira (2009) avaliando o crescimento e a capacidade produtiva em funccedilatildeo de adubaccedilatildeo

mineral no semiaacuterido paraibano observou que dentre as doses de N estudadas (0 30 60 e 90

kg ha-1

) a maior delas proporcionou o maior nuacutemero de folhas de pinhatildeo-manso com

tendecircncia linear crescente

A disponibilidade hiacutedrica complementada pela irrigaccedilatildeo aumentou significativamente

o iacutendice de aacuterea foliar nos tratamentos fato este tambeacutem observado em outros trabalhos nos

quais o estresse hiacutedrico afetou esta variaacutevel (MAES et al 2009a ACHTEN et al 2010

SILVA et al 2011) Duarte et al (2015) em um estudo sobre o desenvolvimento inicial do

pinhatildeo-manso confirmaram a grande capacidade que a planta tem de se adaptar ao deacuteficit

hiacutedrico ao verificar a capacidade da planta de tolerar o estresse hiacutedrico retardando o

crescimento da parte aeacuterea com ajustamento da aacuterea foliar para reduzir a taxa de

evapotranspiraccedilatildeo aleacutem de intensificar o crescimento da zona radicular Em um outro estudo

apesar de natildeo apresentar diferenccedila significativa em nenhuma das eacutepocas amostradas

Horschutz et al (2012) constataram que as maiores meacutedias do IAF foram observadas para os

tratamentos que continham complementaccedilatildeo hiacutedrica

48 Iacutendice de clorofila

A clorofila eacute o pigmento responsaacutevel pela captaccedilatildeo da energia solar atuando na

oxidaccedilatildeo da aacutegua e consequentemente na liberaccedilatildeo do oxigecircnio e na reduccedilatildeo do dioacutexido de

carbono para a formaccedilatildeo de cadeias carbocircnicas principalmente accediluacutecar (TAIZ ZEIGER

2009) Segundo Barbieri Juacutenior (2009) o clorofilocircmetro eacute um instrumento que indica de

forma indireta o teor de clorofila com base nas propriedades oacuteticas das folhas sendo que os

teores de clorofila total relacionaram-se diretamente com as leituras do clorofilocircmetro para

um experimento realizado com Capim-Tifton 85 com coeficiente de determinaccedilatildeo (Rsup2) acima

de 85 O autor ainda relata que a atividade fotossinteacutetica o conteuacutedo de proteiacutenas e de

carboidratos soluacuteveis o N total e os teores de micronutrientes existentes nas folhas satildeo

algumas das variaacuteveis que podem ser correlacionadas com o conteuacutedo de clorofila no tecido

foliar Na Figura 36 satildeo apresentadas as distribuiccedilotildees temporais dos valores de clorofila total

114

expressos em Iacutendice de Clorofila Falker (ICF) durante o terceiro ano de cultivo em funccedilatildeo da

dose de adubaccedilatildeo nitrogenada (a) e do manejo hiacutedrico (b)

(a) (b)

Figura 36 - Variaccedilatildeo temporal dos teores de clorofila total em funccedilatildeo doses de nitrogecircnio (a) e do manejo hiacutedrico

(b) para o terceiro ano de cultivo

Como pode ser visto na Figura 36 os teores de clorofila total se apresentam com niacuteveis

muito baixos no periacuteodo do florescimento e formaccedilatildeo de frutos em comparaccedilatildeo aos outros

dois periacuteodos fato tambeacutem observado pelas leituras realizadas no segundo ciclo de avaliaccedilatildeo

poreacutem com uma menor intensidade para as menores doses de N (Figura 37) Os tratamentos

irrigados apresentaram maiores valores de clorofila total durante o primeiro ciclo fato que

natildeo se repetiu no ano seguinte com o cultivo com histoacuterico de irrigaccedilatildeo (Figura 38) As

diferentes doses de N aplicadas influenciaram positivamente o aumento do teor de clorofila

total nos dois ciclos

Figura 37 - Teores de clorofila total em funccedilatildeo das doses de nitrogecircnio aplicada para o quarto ano de cultivo

300

350

400

450

500

550

Jan2014 Mar2014 Mai2014

ICF

Eacutepoca de avaliaccedilatildeo

150 N

100 N

50 N

0 N

a

a a

b

b

aa a

a a

aa

300

340

380

420

460

500

Jan2014 Mar2014 Mai2014

ICF

Eacutepoca de avaliaccedilatildeo

Irrigado

Sequeirob

a

a b

a a

420

440

460

480

500

520

540

Nov2014 Dez2014 Jan2015 Fev2015 Abr2015

ICF

Eacutepoca de avaliaccedilatildeo

150 N 100 N 50 N 0 N

a

a

a

a

ab ab

b

a

b

b

aa

aa a

aa

ab

bab

115

Figura 38 - Teores de clorofila total em funccedilatildeo do manejo hiacutedrico adotado para o quarto ano de cultivo

Os valores relativos de clorofila A e B apresentaram o mesmo comportamento da

clorofila total que eacute a soma das duas clorofilas Assim como na clorofila total os valores de

clorofila A e B diminuiacuteram com a reduccedilatildeo da adubaccedilatildeo nitrogenada e as doses de 50 e 0

da adubaccedilatildeo nitrogenada foram aquelas que apresentaram os menores valores (Tabela 33 e

Tabela 34) Diferente desses resultados Vale (2009) ao estudar o efeito da aplicaccedilatildeo de

nitrogecircnio na cana-de-accediluacutecar afirma que natildeo houve efeito significativo da leitura do iacutendice de

clorofila com o aumento da aplicaccedilatildeo de nitrogecircnio mesmo com o aumento significativo na

biomassa das plantas Para o ciclo 201314 apenas a clorofila B natildeo apresentou efeito da

irrigaccedilatildeo fato que influenciou a natildeo significacircncia da relaccedilatildeo clorofila AB Jaacute no ano

seguinte todas as variaacuteveis apresentaram efeito do manejo hiacutedrico

Tabela 33 - Valores meacutedios dos iacutendices de clorofila total A e B (ICF) e da relaccedilatildeo clorofila AB das folhas de

pinhatildeo-manso para todos os tratamentos avaliados no primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo

Manejo

hiacutedrico

Doses de Nitrogecircnio

150 100 50 0 Meacutedias

Clorofila Total

Irrigado 456 450 446 422 443 B

Sequeiro 487 464 451 415 454 A

Meacutedias 471 a 457 ab 449 b 419 c

Clorofila A

Irrigado 357 353 353 337 350 B

Sequeiro 377 365 358 340 360 A

Meacutedias 367 a 359 ab 355 b 339 c

Clorofila B

Irrigado 99 97 93 85 93 A

Sequeiro 110 99 93 75 94 A

Meacutedias 104 a 98 ab 93 b 80 c

Relaccedilatildeo Clorofila AB

Irrigado 407 429 437 466 435 A

Sequeiro 371 406 411 488 419 A

Meacutedias 389 c 418 bc 424 b 477 a

Meacutedias seguidas de mesma letra maiuacutesculas na coluna e minuacutesculas na linha natildeo diferem entre si pelo teste de

Tukey a 5 de probabilidade

420

440

460

480

500

520

540

560

Nov2014 Dez2014 Jan2015 Fev2015 Abr2015

ICF

Eacutepoca de avaliaccedilatildeo

Irrigado Sequeiro

a

a

aa

a

b

b

b a b

116

Tabela 34 - Valores meacutedios dos iacutendices de clorofila total A e B (ICF) e da relaccedilatildeo clorofila AB das folhas de

pinhatildeo-manso para todos os tratamentos avaliados no segundo ciclo de avaliaccedilatildeo

Manejo

hiacutedrico

Doses de Nitrogecircnio

150 100 50 0 Meacutedias

Clorofila Total

Irrigado 505 501 492 478 494 A

Sequeiro 495 484 447 448 469 B

Meacutedias 501 a 493 a 470 b 463 b

Clorofila A

Irrigado 387 389 383 376 384 A

Sequeiro 382 376 358 358 368 B

Meacutedias 385 a 383 a 371 b 367 b

Clorofila B

Irrigado 118 112 108 101 110 A

Sequeiro 114 108 89 88 100 B

Meacutedias 116 a 110 a 99 b 95 b

Relaccedilatildeo Clorofila AB

Irrigado 350 362 370 385 367 B

Sequeiro 346 361 414 419 385 A

Meacutedias 349 b 361 b 392 a 402 a

Meacutedias seguidas de mesma letra maiuacutesculas na coluna e minuacutesculas na linha natildeo diferem entre si pelo teste de

Tukey a 5 de probabilidade

A relaccedilatildeo clorofila AB apresentou os seus maiores valores para as menores doses de

N (50 e 0) aplicada devido ao baixo teor de clorofila B presentes principalmente nos

tratamentos sem irrigaccedilatildeo A manutenccedilatildeo dos altos valores de clorofila B presente nos

tratamentos com as maiores doses de N em qualquer condiccedilatildeo eacute um fator positivo pois deve

salientar-se que uma proporccedilatildeo relativa maior de clorofila B eacute uma caracteriacutestica importante

pois possibilita a captura de foacutetons de outros comprimentos de onda (VIEIRA et al 2010)

Os altos teores de clorofila apresentados nos tratamentos irrigados e com maiores

doses de N podem tambeacutem ser explicados pela maior incidecircncia de folhas devido ao estiacutemulo

da irrigaccedilatildeo e da adubaccedilatildeo nitrogenada ocasionando um maior sombreamento das folhas o

que faz com que elas possuam mais grana por cloroplastos apresentando uma maior

quantidade de clorofila por centro de reaccedilatildeo (FAHL et al 1994)

Quando submetidas a um estresse hiacutedrico severo os conteuacutedos de clorofila presentes

nas folhas das plantas muitas vezes podem vir a diminuir devido agrave degradaccedilatildeo progressiva da

clorofila nas folhas (MARTIacuteNEZ-FERRI et al 2004 JALEEL et al 2009 ANJUM et al

2011) ocorrendo tambeacutem para a cultura do pinhatildeo-manso (POMPELLI et al 2010) No

entanto Sapeta et al (2013) natildeo encontraram nenhuma reduccedilatildeo significativa nos teores de

clorofila A ou B nem mesmo com o tratamento sob maacuteximo estresse hiacutedrico Os autores

observaram contudo uma reduccedilatildeo das razotildees de clorofila AB durante o periacuteodo mais seco

ocasionado devido a um aumento no conteuacutedo de clorofila B Pompelli et al (2010) tambeacutem

117

observaram uma reduccedilatildeo da relaccedilatildeo clorofila AB no pinhatildeo-manso embora esta reduccedilatildeo

diferente do constatado por Sapeta et al (2013) tenha sido acompanhada por uma diminuiccedilatildeo

no conteuacutedo de clorofila total sendo principalmente de clorofila A

Na Tabela 35 eacute apresentada um resumo das anaacutelises univariadas de perfis para

clorofila total A B relaccedilatildeo clorofila AB e para nitrogecircnio foliar todos para o segundo ciclo

de avaliaccedilatildeo natildeo foram realizadas para o primeiro ciclo devido ao pouco nuacutemero de medidas

realizadas no periacuteodo o que comprometeria a caracterizaccedilatildeo da anaacutelise de perfis As meacutedias

de todas as variaacuteveis analisadas foram significativamente diferentes pelo teste F entre as

diferentes doses de N aplicadas e da eacutepoca de avaliaccedilatildeo (DAP) no quarto ciclo de cultivo

(201415) rejeitando a hipoacutetese de perfis horizontais (Tabela 35) O uso da irrigaccedilatildeo por sua

vez natildeo causou efeito para a relaccedilatildeo clorofila AB e para o N foliar satisfazendo portanto a

hipoacutetese de perfis horizontais para estas variaacuteveis A hipoacutetese de paralelismo de perfis foi

rejeitada para a interaccedilatildeo irrigaccedilatildeo x DAP em todas as variaacuteveis mas satisfeita para a

interaccedilatildeo doses de N x DAP (com exceccedilatildeo do N foliar) indicando que estas variaacuteveis

apresentam comportamento diferenciado conforme o tipo de manejo hiacutedrico adotado o

mesmo natildeo ocorreu com a diferenciaccedilatildeo das doses de N aplicadas indicando a coincidecircncia

(paralelismo) de perfis entre esses tratamentos

Tabela 35 ndash Resumo da anaacutelise univariada de perfis para os iacutendices de Clorofila para o ciclo 201415

Causas da variaccedilatildeo GL

Clorofila

Total Clorofila A Clorofila B

Relaccedilatildeo

Cl AB N foliar

Quadrado meacutedio

Modelo 63 217324

367981

62976

0513 3261

Bloco (Irrigaccedilatildeo) 6 83097ns

25898ns

19647ns

0153ns

1082ns

Doses N 3 118286

274952

329692

2269

14467

Irrigaccedilatildeo 1 168305

68644

219781 0455

ns 1416

ns

Irrigaccedilatildeo x Doses N 3 181522ns

62285ns

36156ns

0419ns

1156ns

Resiacuteduo a 18 3922ns

841ns

15416ns

012ns

558ns

DAP 4 542196 8979

206466

1714

1775

DAP x Irrigaccedilatildeo 4 549987 190026

176759

2148

6758

DAP x Doses N 12 91661ns

18896ns

34442ns

0205ns

2454

DAP x Irrigaccedilatildeo x Doses N 12 103502ns

27406ns

25717ns

0238ns

1094ns

Resiacuteduo b 96 89169 2221430 25387 0231 839

Rsup2 06153 06236 06195 05939 07183

CV () 622 405 1527 1296 965

Meacutedia 4797 3754 1043 37 300

Niacuteveis de significacircncia 0001ltPlt001 Plt0001 ns - natildeo significativo DAP ndash Dias apoacutes poda de limpeza

GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo

O teste de esfericidade foi realizado apoacutes a anaacutelise univariada para cada uma das

variaacuteveis e apresentou condiccedilatildeo de esfericidade da matriz de covariacircncias satisfeita para todos

os casos (Tabela 36) Validou-se portanto a anaacutelise univariada de perfis com parcelas

118

subdividas no tempo realizada anteriormente natildeo sendo necessaacuteria a realizaccedilatildeo da anaacutelise

multivariada de perfis para nenhuma variaacutevel

Tabela 36 ndash Teste de esfericidade de Mauchly para os iacutendices de clorofila e N foliar do pinhatildeo-manso

Variaacutevel

analisada

Grau de

liberdade de F

Criteacuterio de

Mauchly (W)

Estatiacutestica Qui-

Quadrado Xsup2 valor-p

Estatiacutestica

utilizada

Clorofila Total 9 05853 87937 04565 Univariada

Clorofila A 9 05595 95321 03897 Univariada

Clorofila B 9 05816 88986 04467 Univariada

Relaccedilatildeo Clor AB 9 03815 158187 00708 Univariada

Nitrogecircnio foliar 9 06342 74751 05878 Univariada

De acordo com os resultados apresentados nas anaacutelises univariadas de perfis os perfis

meacutedios de resposta dos iacutendices de clorofila total A B e da relaccedilatildeo clorofila AB em funccedilatildeo

das quatro doses de adubo nitrogenado e das duas condiccedilotildees de manejo hiacutedrico para o cultivo

do pinhatildeo-manso no ciclo 201415 satildeo expressos na Figura 39

Figura 39 ndash Perfis meacutedios dos iacutendices de clorofila do pinhatildeo-manso para o segundo ciclo de avaliaccedilatildeo

Na Figura 40 satildeo apresentados os perfis meacutedios dos teores de N foliar ao longo

segundo ciclo de avaliaccedilatildeo em funccedilatildeo das doses de N e do manejo hiacutedrico adotado Apesar de

apresentar alguma variaccedilatildeo ao longo do ciclo o teor de N foliar apresentou baixa correlaccedilatildeo

com os teores de clorofila A B e Total (Tabela 37) a variaccedilatildeo do teor de N possivelmente

estaacute condicionada principalmente a alta mobilidade do nutriente na planta O valor de N foliar

350

360

370

380

390

400

45 90 130 190 260

Clo

rofi

la A

(IC

F)

DAP

Clorofila A

150 N 100 N50 N 0 NIrrigado Natildeo irrigado

60

70

80

90

100

110

120

130

140

45 90 130 190 260

Clo

rofi

la B

(IC

F)

DAP

Clorofila B

150 N 100 N50 N 0 NIrrigado Natildeo irrigado

420

440

460

480

500

520

540

45 90 130 190 260

Clo

rofi

la T

ota

l (I

CF

)

DAP

Clorofila Total

150 N 100 N50 N 0 NIrrigado Natildeo irrigado

25

28

30

33

35

38

40

43

45

45 90 130 190 260

Rel

accedilatilde

o C

loro

fila

AB

DAP

Relaccedilatildeo clorofila AB

150 N 100 N50 N 0 NIrrigado Natildeo irrigado

119

apresentou-se altamente significativo para o efeito da eacutepoca ao longo do ciclo com um valor

de F de 2847 Devido a sua alta mobilidade na planta ele apresentou os menores teores na

folha selecionada nos periacuteodos de florescimento e formaccedilatildeo de frutos

(a) (b)

Figura 40 - Variaccedilatildeo temporal dos teores de N foliar em funccedilatildeo das doses de N aplicadas na planta (a) e do

manejo hiacutedrico adotado (b)

Tabela 37 - Coeficientes de correlaccedilatildeo de Pearson entre o nitrogecircnio foliar e os teores de clorofila na planta

Clorofila Total Clorofila A Clorofila B

Correlaccedilatildeo de Pearson 017961 016939 01752

Probabilidade 00425 00559 00462

Aleacutem da disponibilidade de nitrogecircnio na planta a leitura fornecida pelo

clorofilocircmetro pode ser afetada tambeacutem por outros fatores dentre os principais destacam-se o

cultivar o estaacutedio de crescimento determinadas caracteriacutesticas anatocircmicas das folhas a

irradiacircncia no momento da avaliaccedilatildeo e a localidade (FONTES 2011) Tais fatores necessitam

ser avaliados e padronizados apesar da interaccedilatildeo entre os mesmos tornar difiacutecil a

padronizaccedilatildeo Adicionalmente a concentraccedilatildeo de clorofila varia com a condutacircncia

estomaacutetica da folha causada pelas estaccedilotildees do ano sendo mais acentuada na primavera do que

no veratildeo (MATSUMOTO OHTA TANAKA 2005) Segundo Schepers et al (1992) mesmo

com algumas imperfeiccedilotildees o uso do clorofilocircmetro pode aumentar a eficiecircncia de utilizaccedilatildeo

do adubo nitrogenado pelas culturas e tem propiciado melhor manejo da adubaccedilatildeo

nitrogenada em cobertura chamado de ldquoadubaccedilatildeo quando necessaacuteriardquo

Com exceccedilatildeo dos valores referentes ao mecircs de janeiro2014 os teores de N foliar dos

tratamentos irrigados e com as maiores doses de N aplicado via fertilizante mineral

mostraram-se relativamente superiores quando comparados com os demais tratamentos

Segundo Fernaacutendez et al (1994) um acreacutescimo no suprimento de N estimula o crescimento

20

22

24

26

28

30

32

34

36

38

40

Nov2014 Dez2014 Jan2015 Fev2015 Abr2015

Teo

r d

e N

(g

kg

- sup1)

Eacutepoca de avaliaccedilatildeo

150 N 100 N

50 N 0 N

20

22

24

26

28

30

32

34

36

38

40

Nov2014 Dez2014 Jan2015 Fev2015 Abr2015

Teo

r d

e N

(g k

g- sup1

)

Eacutepoca de avaliaccedilatildeo

Irrigado Sequeiro

120

atrasa a senescecircncia e muda a morfologia das plantas aleacutem disto o aumento dos niacuteveis de

adubaccedilatildeo nitrogenada causa crescimento significativo no conteuacutedo de clorofila das folhas

Laviola e Dias (2008) citam que o N foi o nutriente mais requerido para a formaccedilatildeo de folhas

tal como para suprir a demanda metaboacutelica de frutos de pinhatildeo-manso Esses mesmos autores

calcularam teores meacutedios de nitrogecircnio nas folhas de 364 g kg-1

apoacutes o terceiro ano de

implantaccedilatildeo da cultura valores estes maiores dos que os obtidos neste estudo Schulz et al

(2014) encontraram valores proacuteximos a 40 g kg-1

no cultivo do pinhatildeo-manso consorciado

com capim tifton e valores acima 50 g kg-1

quando cultivado em solteiro Segundo Kerbauy

(2008) a demanda de N varia com a espeacutecie e o teor de N com a parte da planta analisada e

para um crescimento adequado a concentraccedilatildeo oacutetima estaacute na faixa de 20 a 50 g kg-1

de

mateacuteria seca da planta

49 Teor e anaacutelises de qualidade de oacuteleo

O resumo da anaacutelise de variacircncia dos resultados do rendimento (teor) meacutedio e da

produtividade do oacuteleo de pinhatildeo-manso para o terceiro e quarto ano de cultivo em funccedilatildeo do

manejo hiacutedrico adotado e da dose de adubaccedilatildeo nitrogenada satildeo apresentados na Tabela 38

Tabela 38 - Valores de F para o teor meacutedio () e a produtividade de oacuteleo (kg ha-1

) em sementes de pinhatildeo-

manso para todos os tratamentos avaliados

Fonte de Variaccedilatildeo

Ciclo 201314 Ciclo 201415

GL Teor de oacuteleo Produtiv de oacuteleo Teor de oacuteleo Produtiv de oacuteleo

Blocos [I] 6 100ns

1278

067ns

153ns

I 1 1121

13916

1779

3244

N 3 045ns

3352

2533

2288

I x N 3 192ns

137ns

514

097ns

Meacutedia geral 541 35744 534 45876

CV () 29 154 197 182

Niacuteveis de significacircncia 001ltPlt005 0001ltPlt001 Plt0001 ns - natildeo significativo I ndash Irrigaccedilatildeo N ndash

Doses de N GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo

Para o primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo apenas o manejo hiacutedrico apresentou efeito

significativo para o rendimento do oacuteleo apresentando um valor meacutedio de 541 Diferente

disso para o mesmo periacuteodo de estudo a produtividade de oacuteleo apresentou diferenccedila

significativa em praticamente todos os aspectos com exceccedilatildeo da interaccedilatildeo dos experimentos

de irrigaccedilatildeo e os tratamentos adubados chegando a duplicar a produtividade de oacuteleo com a

complementaccedilatildeo da irrigaccedilatildeo no seu terceiro ano de cultivo (Tabela 39) Tal efeito tambeacutem se

121

assemelhou ao segundo ciclo de avaliaccedilatildeo para a produtividade de oacuteleo com diferenccedilas

encontradas para o efeito da irrigaccedilatildeo e das doses de nitrogecircnio aplicadas O teor de oacuteleo

diferente do primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo apresentou melhor resposta com o efeito da dose de

nitrogecircnio aplicada e da complementaccedilatildeo da irrigaccedilatildeo entretanto obervou-se um menor teor

de oacuteleo nos tratamentos com adubaccedilatildeo nitrogenada e no cultivo irrigado sendo este uacuteltimo

tambeacutem ocorrido no ciclo seguinte (Tabela 39) Diferente disso Kalannavar (2008) relataram

altos valores do teor de oacuteleo extraiacutedo mecanicamente (3791) e da produtividade de oacuteleo

(97074 kg ha-1

) do pinhatildeo-manso quando adubado com 100 kg N ha-1

valores estes

superiores aos encontrados para as dosagens de 50 e 150 kg N ha-1

O aumento do teor de oacuteleo

com o uso da irrigaccedilatildeo e da adubaccedilatildeo nitrogenada tambeacutem foram relatados por Tikkoo

Yadav Kaushik (2013) que observaram um aumento de ateacute 9 com o uso da irrigaccedilatildeo e

aumentos de 17 33 e 64 de oacuteleo com a aplicaccedilatildeo de 30 60 e 90 kg ha-1

de N

respectivamente sobre o tratamento controle

Tabela 39 - Valores Meacutedios do teor e produtividade de oacuteleo em funccedilatildeo do manejo hiacutedrico e da dose de

nitrogecircnio aplicada

Manejo

hiacutedrico

Doses de Nitrogecircnio

150 100 50 0 Meacutedias

Teor de oacuteleo () - Ciclo 201314

Irrigado 538 535 529 524 532 B

Sequeiro 535 556 554 556 550 A

Meacutedias 537 a 546 a 542 a 540 a

Teor de oacuteleo () - Ciclo 201415

Irrigado 515 Bb 521 Ab 519 Ab 549 Ba 526

Sequeiro 548 Aab 516 Ac 530 Abc 573 Aa 542

Meacutedias 531 519 524 561

Produtividade de oacuteleo (kg ha-1

) ndash Ciclo 201314

Irrigado 5985 5199 4605 3092 4720 A

Sequeiro 3220 2721 2913 860 2429 B

Meacutedias 4603 a 3960 ab 3759 b 1976 c

Produtividade de oacuteleo (kg ha-1

) ndash Ciclo 201415

Irrigado 6744 5732 5244 3996 5429 A

Sequeiro 5891 3883 3428 1783 3747 B

Meacutedias 6318 a 4808 b 4336 b 2889 c

Meacutedias seguidas de mesma letra maiuacutesculas na coluna e minuacutesculas na linha natildeo diferem entre si pelo teste de

Tukey a 5 de probabilidade

Observando os resultados apresentados constata-se que de uma forma geral os

tratamentos natildeo irrigados apresentaram maiores teores de oacuteleo quando comparados com os

tratamentos irrigados apresentando uma meacutedia de 5504 contra 5317 dos tratamentos em

que foi utilizada a praacutetica da irrigaccedilatildeo Os teores meacutedios de oacuteleo obtidos encontram-se dentro

da faixa dos teores relatados por Sluszz e Machado (2011) Arruda et al (2004) Haas e

Mittelbach (2000) e Akintayo (2004)

122

Comportamento semelhante dos resultados encontrados para o rendimento de oacuteleo

foram observados por Deus et al (2012) que avaliaram o rendimento e a produtividade de

oacuteleo do pinhatildeo-manso sobre diferentes lacircminas de irrigaccedilatildeo e niacuteveis de adubaccedilatildeo potaacutessica e

observaram que o uso da irrigaccedilatildeo proporcionou uma diminuiccedilatildeo nos valores de rendimento

de oacuteleo nos gratildeos e aumento da produtividade do oacuteleo que foi proporcionado pelo aumento

da produtividade de gratildeos com o aumento da lacircmina de irrigaccedilatildeo

Apesar do teor meacutedio de oacuteleo ter sido levemente superior no terceiro ano de cultivo

tal fato natildeo influenciou a produtividade de oacuteleo do ano seguinte que foi superior (472 kg ha-1

)

devido principalmente agrave boa produtividade de sementes alcanccedilada no periacuteodo Outro ponto a

ser destacado eacute que a ausecircncia da irrigaccedilatildeo no quarto ano de cultivo natildeo interferiu na

produtividade de oacuteleo que obteve valores 690 superiores do encontrado para o cultivo sem

irrigaccedilatildeo desde a sua implantaccedilatildeo quando a comparaccedilatildeo se resume apenas no terceiro ano o

cultivo irrigado obteve produtividade de oacuteleo 515 superior ao cultivo sem irrigaccedilatildeo (Tabela

39) Estes resultados datildeo margem para que novos estudo possam ser realizados para a

maximizaccedilatildeo do uso da irrigaccedilatildeo na potencializaccedilatildeo da produccedilatildeo de oacuteleo e sementes do

pinhatildeo-manso durante a sua fase de formaccedilatildeo e estabelecimento (ateacute o quarto de cultivo) e

em periacuteodos posteriores ao seu pico de produccedilatildeo (a partir do quinto ano de cultivo)

Para os dois ciclos de avaliaccedilatildeo (3ordm e 4ordm ano de cultivo) os tratamentos com as

diferentes doses de adubaccedilatildeo e tipos de manejo hiacutedrico apesar de natildeo promoverem grande

variaccedilatildeo no teor de oacuteleo intriacutenseco das sementes melhoraram consideravelmente o

rendimento do oacuteleo vegetal em geral (Tabela 39) com aumento do nuacutemero total de

frutossementes produzidas por planta Resultados semelhantes foram encontradas por Yong

et al (2010) e Tikkoo Yadav Kaushik (2013) As relaccedilotildees diretas da produtividade de gratildeos

com o rendimento de oacuteleo do pinhatildeo-manso foram estudadas por Spinelli et al (2010) que ao

quantificarem os efeitos diretos e indiretos de caracteriacutesticas vegetativas e da qualidade da

mateacuteria-prima no rendimento de oacuteleo do pinhatildeo-manso observaram que a produtividade de

gratildeos foi o componente mais importante do rendimento de oacuteleo seguida do volume de copa e

do teor de oacuteleo nos gratildeos

Para a produtividade de oacuteleo foi encontrado para o terceiro ano de cultivo um modelo

de ajuste linear para o cultivo irrigado e um modelo polinomial de segundo grau para o

manejo hiacutedrico sem irrigaccedilatildeo em funccedilatildeo das doses de nitrogecircnio aplicadas naquele periacuteodo

(Figura 41) No quarto ano de cultivo com o aumento da aplicaccedilatildeo de N por unidade de aacuterea

o modelo de regressatildeo linear obteve o melhor ajuste para as duas condiccedilotildees da produtividade

de oacuteleo em funccedilatildeo das doses de N aplicadas nesse periacuteodo (Figura 42) Assim como para a

123

produtividade de sementes o caacutelculo do Rsup2 corrigido foi determinado para a produtividade de

oacuteleo em funccedilatildeo das doses de adubaccedilatildeo utilizada para cada manejo hiacutedrico nos seus dois anos

de estudo

Figura 41 - Produtividade de oacuteleo do pinhatildeo-manso em funccedilatildeo das diferentes doses de adubo nitrogenado

aplicado no terceiro ano de cultivo

Figura 42 - Produtividade de oacuteleo do pinhatildeo-manso em funccedilatildeo das diferentes doses de adubo nitrogenado

aplicado no quarto ano de cultivo

O uso da irrigaccedilatildeo como complementaccedilatildeo de aacutegua para o cultivo do pinhatildeo-manso

pode trazer grandes aumentos na produtividade de sementes e de oacuteleo como foi confirmado

y = 2688x + 33292

Rsup2 = 09569 p-valor = 00074

y = -00326x2 + 53742x + 1007

Rsup2 = 08733 p-valor = 00012

0

100

200

300

400

500

600

700

800

0 345 69 1035

Pro

du

tivid

ad

e d

e oacutele

o (

kg h

a-1

)

Doses de N (kg ha-1 ano-1)

y = 2688x + 33292

Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007

Rsup2 = 08733 p-valor = 00012

0

100

200

300

400

500

600

700

800

0 345 69 1035

Pro

du

tiv

ida

de

de

oacutele

o (

kg

ha

-1)

Doses de N (kg ha-1 ano-1)

Irrigado Natildeo irrigado

Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)y = 2688x + 33292

Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007

Rsup2 = 08733 p-valor = 00012

0

100

200

300

400

500

600

700

800

0 345 69 1035

Pro

du

tivid

ad

e d

e oacutele

o (

kg h

a-1

)

Doses de N (kg ha-1 ano-1)

Irrigado Natildeo irrigado

Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)

y = 2688x + 33292

Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007

Rsup2 = 08733 p-valor = 00012

0

100

200

300

400

500

600

700

800

0 345 69 1035

Pro

du

tiv

ida

de

de

oacutele

o (

kg

ha

-1)

Doses de N (kg ha-1 ano-1)

Irrigado Natildeo irrigado

Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)y = 2688x + 33292

Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007

Rsup2 = 08733 p-valor = 00012

0

100

200

300

400

500

600

700

800

0 345 69 1035

Pro

du

tiv

ida

de

de

oacutele

o (

kg

ha

-1)

Doses de N (kg ha-1 ano-1)

Irrigado Natildeo irrigado

Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)

y = 17461x + 41132

Rsup2 = 09711 p-valor = 00022

y = 24907x + 18217

Rsup2 = 09582 p-valor lt00001

0

100

200

300

400

500

600

700

800

900

0 515 103 1545

Pro

du

tiv

ida

de

de

oacutele

o (

kg

ha

-1)

Doses de N (kg ha-1 ano-1)

y = 2688x + 33292

Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007

Rsup2 = 08733 p-valor = 00012

0

100

200

300

400

500

600

700

800

0 345 69 1035

Pro

du

tivid

ad

e d

e oacutele

o (

kg h

a-1

)

Doses de N (kg ha-1 ano-1)

Irrigado Natildeo irrigado

Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)y = 2688x + 33292

Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007

Rsup2 = 08733 p-valor = 00012

0

100

200

300

400

500

600

700

800

0 345 69 1035

Pro

du

tiv

ida

de

de

oacutele

o (

kg

ha

-1)

Doses de N (kg ha-1 ano-1)

Irrigado Natildeo irrigado

Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)

y = 2688x + 33292

Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007

Rsup2 = 08733 p-valor = 00012

0

100

200

300

400

500

600

700

800

0 345 69 1035

Pro

du

tiv

idad

e d

e oacutele

o (

kg h

a-1

)

Doses de N (kg ha-1 ano-1)

Irrigado Natildeo irrigado

Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)y = 2688x + 33292

Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007

Rsup2 = 08733 p-valor = 00012

0

100

200

300

400

500

600

700

800

0 345 69 1035

Prod

uti

vid

ad

e d

e oacute

leo (

kg h

a-1

)

Doses de N (kg ha-1 ano-1)

Irrigado Natildeo irrigado

Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)

124

por esse estudo Mas a falta ou ateacute o excesso da aacutegua aplicada agrave planta podem diminuir o seu

potencial produtivo Em um experimento conduzido em solos arenosos do Egito Kheira e

Atta (2009) avaliaram a resposta do pinhatildeo-manso em condiccedilotildees de deacuteficit hiacutedrico e

concluiacuteram que a lacircmina oacutetima aplicada que foi correspondente a 100 da evapotranspiraccedilatildeo

potencial (ETp) proporcionou para as plantas de pinhatildeo-manso os maiores valores de

rendimento e produtividade de oacuteleo aleacutem da melhor eficiecircncia do uso da aacutegua na produccedilatildeo de

sementes e de oacuteleo de pinhatildeo-manso (044 e 013 kg m-3

) respectivamente Os resultados

concluiacuteram que a eficiecircncia do uso da aacutegua da produccedilatildeo de sementes e de oacuteleo de pinhatildeo-

manso diminuiacuteram com a reduccedilatildeo e o aumento da taxa de aplicaccedilatildeo de aacutegua a partir da

aplicaccedilatildeo ideal de aacutegua para a cultura (100 ETp)

O resultado da anaacutelise de variacircncia com os valores do teste F dos iacutendices de qualidade

do oacuteleo em funccedilatildeo do manejo hiacutedrico e da adubaccedilatildeo nitrogenada para os dois ciclos de

avaliaccedilatildeo do pinhatildeo-manso satildeo encontradas na Tabela 40 Pela ANOVA verifica-se que

apenas o fator irrigaccedilatildeo influenciou os iacutendices de acidez peroacutexido iodo e estabilidade

oxidativa em pelo menos um dos ciclos avaliados natildeo havendo efeito das doses de nitrogecircnio

e da sua interaccedilatildeo com a irrigaccedilatildeo

Tabela 40 - Valores de F para os iacutendices de acidez (IA) iodo peroacutexido (IP) e estabilidade oxidativa (EO) para os

dois ciclos de avaliaccedilatildeo

Fonte de

Variaccedilatildeo GL

Ciclo 201314 Ciclo 201415

IA Iodo IP EO IA Iodo IP EO

Blocos [I] 2 039ns

032ns

100ns

066ns

222ns

014ns

892 069

ns

I 1 794 453

ns 009

ns 132

ns 066

ns 285

399

112

N 3 071ns

072ns

191ns

060ns

243ns

079ns

070ns

499ns

I x N 3 072ns

146ns

009ns

063ns

001ns

007ns

070ns

001ns

Meacutedia geral 336 1013 0369 217 0526 778 0236 161

CV () 941 477 2896 238 405 171 634 862

Niacuteveis de significacircncia 001ltPlt005 0001ltPlt001 Plt0001 ns - natildeo significativo I ndash Irrigaccedilatildeo N ndash

Doses de N GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo

Os valores de densidade relativa e do iacutendice de refraccedilatildeo natildeo apresentaram diferenccedilas

significativas entre os tratamentos estudados nos dois anos de avaliaccedilatildeo apresentando valores

meacutedios para o ciclo de 201314 de 0911 e 1463 respectivamente para densidade e refraccedilatildeo

jaacute para o ciclo 201415 os valores meacutedios de densidade relativa e iacutendice de refraccedilatildeo foram de

0885 e 1458 respectivamente Os valores do iacutendice de refraccedilatildeo encontrados nesse estudo satildeo

similares aos que foram encontrados por Akintayo (2004) e Kheira e Atta (2009) que

relataram respectivamente um valor meacutedio de 1468 e 147 para o iacutendice de refraccedilatildeo a 25ordm C

do oacuteleo de pinhatildeo-manso Estes resultados assim como o que foi encontrado nesse estudo

125

estatildeo enquadrados dentro da faixa ou do limite maacuteximo permitido de acordo com o

estabelecido pela legislaccedilatildeo vigente (ANVISA 1999) e por outros estudos (BIODIESELBR

2011)

A densidade relativa tambeacutem pouco variaacutevel entre os diferentes tipos de tratamentos

apresentou valores proacuteximos aos encontrados por Akintayo (2004) BiodieselBR (2011)

Akbar et al (2009) e Oliveira et al (2009) De acordo com Portela (2011) a densidade eacute uma

propriedade que natildeo sofre grandes variaccedilotildees isso se deve ao fato do oacuteleo apresentar

densidade semelhante a de seus eacutesteres metiacutelicos poreacutem o seu controle eacute de grande

importacircncia tendo em vista que uma densidade elevada pode provocar problemas quanto a

injeccedilatildeo do combustiacutevel na cacircmara de compressatildeo podendo ocasionar obstruccedilatildeo dos bicos

injetores injeccedilatildeo de pouco combustiacutevel Do mesmo modo uma baixa densidade causa uma

injeccedilatildeo exagerada possibilitando haver uma queima incompleta ou consumo excessivo do

combustiacutevel

Na Tabela 41 satildeo apresentados os valores dos demais iacutendices de qualidade somente

em funccedilatildeo do manejo hiacutedrico visto que foi o uacutenico fator que influenciou em pelo menos um

dos ciclos os iacutendices de acidez peroacutexido iodo e estabilidade oxidativa

Tabela 41 - Valores meacutedios dos iacutendices de qualidade de oacuteleo em funccedilatildeo do manejo hiacutedrico adotado nos dois

ciclos de avaliaccedilatildeo

Manejo

hiacutedrico

Ciclo 201314

Iacutendice de acidez Iacutendice de iodo Iacutendice de peroacutexido Estabilidade Oxidativa

Irrigado 113 b 1038 a 029 a 202 a

Sequeiro 558 a 987 a 045 a 232 a

Meacutedias 336 1013 037 217

Manejo

hiacutedrico

Ciclo 201415

Iacutendice de acidez Iacutendice de iodo Iacutendice de peroacutexido Estabilidade Oxidativa

Irrigado 057 a 601 b 047 a 149 b

Sequeiro 048 a 956 a 001 b 173 a

Meacutedias 053 779 024 161

Meacutedias seguidas de mesma letra minuacutesculas na coluna natildeo diferem entre si pelo teste de Tukey a 5 de

probabilidade

O iacutendice de acidez uacutenico iacutendice de qualidade que teve diferenccedila significativa no

primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo apresentou altos valores nesse periacuteodo Esse fato nem sempre

pode estar condicionado agraves condiccedilotildees de campo em que a cultura foi submetida podendo

estar relacionado com as condiccedilotildees de coleta refrigeraccedilatildeo e armazenamento das sementes e

as teacutecnicas de extraccedilatildeo do oacuteleo das sementes estas se mal-empregadas favorecem a

degradaccedilatildeo oxidativa e a hidroacutelise dos trigliceriacutedeos contidos no oacuteleo alterando de forma

significativa as propriedades fiacutesico-quiacutemicas do mesmo (SILVA 2005) Segundo Angelucci

et al (1987) o alto teor de acidez de um oacuteleo bruto aumenta a perda da neutralizaccedilatildeo sendo

126

tambeacutem indicador de sementes de baixa qualidade de manuseio e armazenamento improacuteprios

ou de um processamento insatisfatoacuterio

O tipo de extraccedilatildeo do oacuteleo pode influenciar no iacutendice de acidez Pereira Coelho e

Mendes (2011) encontraram para o oacuteleo de pinhatildeo-manso extraiacutedo por prensa uma acidez

baixa com um valor meacutedio de 18 mg KOH g-1

quando comparado com o oacuteleo extraiacutedo com

hexano com valores acima de 151 mg KOH g-1

O aumento do tempo de armazenamento do

oacuteleo extraiacutedo eacute outro fator que pode trazer a elevaccedilatildeo do seu iacutendice de acidez (RIBEIRO et al

2010)

Considerando os resultados de uma forma geral apenas os tratamentos sem irrigaccedilatildeo

foram os que apresentaram um valor meacutedio do iacutendice de acidez acima dos limites

estabelecidos para oacuteleos natildeo refinados que estabelece um valor maacuteximo de 40 mg KOH g-1

(ANVISA 2005) Ainda assim os valores se encontram abaixo dos determinados por Oliveira

et al (2009) de 845 mg KOH g-1

e proacuteximos dos valores encontrados por Akintayo (2004)

Kpoviessi et al (2004) e Achten et al (2008)

O oacuteleo de pinhatildeo-manso extraiacutedo apresentou um baixo iacutendice de peroacutexido para todos

os tratamentos e soacute foi significativo devido agrave presenccedila quase nula de peroacutexidos nos

tratamentos sem irrigaccedilatildeo do segundo ciclo de avaliaccedilatildeo A presenccedila de peroacutexidos por menor

que seja indica que o oacuteleo sofreu oxidaccedilatildeo mas natildeo a ponto de comprometer a sua qualidade

original Nem o fato da extraccedilatildeo ter sido feita com solvente orgacircnico implicou em um

aumento elevado do iacutendice de peroacutexido fato esse observado por Pereira Coelho e Mendes

(2011) Apesar de natildeo ser um requisito de anaacutelise de combustiacuteveis o iacutendice de peroacutexido vem

se mostrando um objeto de estudo interessante uma vez que a reaccedilatildeo de oxidaccedilatildeo eacute muitas

vezes iniciada na sua presenccedila aleacutem de se observar aumento do iacutendice de peroacutexido com o

passar do periacuteodo de estocagem (RIBEIRO et al 2010 PORTELA 2011) Os valores do

iacutendice de peroacutexido determinados encontram-se muito abaixo dos relatados por BiodieselBR

(2011) (998 meq kg-1

) e Akbar et al (2009) (193 meq kg-1

) e da quantidade estabelecida pela

Anvisa (2005) de 150 meq kg-1

O iacutendice de iodo apresentou baixa variaccedilatildeo no primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo (987-1038

g I2 100 g-1

) em comparaccedilatildeo com o segundo (601-956 g I2 100 g-1

) Esses resultados mostram

uma menor capacidade de absorccedilatildeo de iodo pelas duplas ligaccedilotildees dos aacutecidos graxos

insaturados do oacuteleo extraiacutedo principalmente dos oacuteleos extraiacutedos dos tratamentos irrigados do

segundo ciclo Esse fato eacute considerado importante para a qualidade do oacuteleo de pinhatildeo-manso

jaacute que o seu oacuteleo tende a ser mais resistente agrave oxidaccedilatildeo por possuir um baixo iacutendice de iodo

em relaccedilatildeo aos demais oacuteleos vegetais estudados satisfazendo dessa forma uma importante

127

caracteriacutestica requerida como mateacuteria-prima para produccedilatildeo de biodiesel possibilitando

tambeacutem um maior tempo de armazenamento se houver necessidade

Pereira Coelho e Mendes (2011) ao realizarem os ensaios do iacutendice de iodo com o

oacuteleo de pinhatildeo-manso extraiacutedo com hexano encontraram valores de iacutendice de iodo de 91-98 g

I2 100 g-1

e com etanol um iacutendice de iodo de 106-108 g I2 100 g-1

Akintayo (2004) relatou um

valor de iacutendice de iodo de 1052 mg I2 g-1

valor proacuteximo do encontrado por Akbar et al

(2009) enquanto que Kpoviessi et al (2004) relataram valores para o iacutendice de iodo de 92 a

93 g I2 100 g-1

Os resultados destes autores comparados com os resultados do presente

trabalho estatildeo de acordo indicando que o oacuteleo do pinhatildeo-manso possui um alto grau de

insaturaccedilatildeo

A estabilidade agrave oxidaccedilatildeo mostrou-se tambeacutem variaacutevel com a influecircncia da irrigaccedilatildeo

os tratamentos natildeo irrigados apresentaram de uma forma geral um maior periacuteodo de induccedilatildeo

determinado pelo equipamento o que confere uma maior estabilidade agrave oxidaccedilatildeo a esses

oacuteleos e um maior tempo de vida uacutetil no seu armazenamento O oacuteleo de pinhatildeo-manso

apresenta um maior tempo de estabilidade agrave oxidaccedilatildeo quando comparado ao oacuteleo de outras

culturas usadas para a produccedilatildeo de biodiesel como a soja e o girassol Dessa forma a

estabilidade oxidativa do oacuteleo de pinhatildeo-manso mostrou-se satisfatoacuteria jaacute que a quantidade

exata de saturaccedilotildees eacute medida pelo ensaio de Iacutendice de Iodo e a presenccedila de saturaccedilotildees nas

moleacuteculas do biodiesel estaacute fortemente ligada agrave estabilidade oxidativa pois satildeo as duplas

ligaccedilotildees existente nos eacutesteres metiacutelicos que sofreram a oxidaccedilatildeo durante o armazenamento

Sendo assim eacute possiacutevel dizer que a estabilidade oxidativa do biodiesel de pinhatildeo-manso eacute

superior a 6 horas agrave 110ordm C (EN 14214) valor miacutenimo exigido pela ANP e pelo European

Committee of Standardization (DOMINGOS et al 2007 SARIN et al 2009)

Os valores das caracteriacutesticas fiacutesicas e quiacutemicas do oacuteleo de semente de pinhatildeo-manso

como os iacutendices de refraccedilatildeo acidez peroacutexido iodo entre outros sob diferentes relaccedilotildees de

lacircminas de aacutegua (125 100 75 e 50 da ETp) nas condiccedilotildees climaacuteticas egiacutepcias foram

estudadas por Kheira e Atta (2009) Os resultados observados pelos autores natildeo revelaram

quaisquer diferenccedilas significativas causadas pelos diferentes valores de lacircmina de aacutegua

Mesmo assim os autores chegaram agrave conclusatildeo de que a partir dos resultados obtidos as

melhores caracteriacutesticas de oacuteleo de semente de pinhatildeo-manso foram registradas com o oacuteleo

extraiacutedo das plantas que receberam 100 da ETp

Os resultados obtidos dos perfis composicionais realizados por cromatografia gasosa

dos oacuteleos extraiacutedos de pinhatildeo- manso para os anos agriacutecolas 201314 e 201415 encontram-se

respectivamente nas Tabela 42 e Tabela 43

128

Tabela 42 - Perfil composicional dos oacuteleos de pinhatildeo-manso () dos tratamentos avaliados no ciclo 201314

Aacutecidos graxos Natildeo Irrigado Irrigado

ȳ plusmn s 150N 100N 50N 0N 150N 100N 50N 0N

Aacutecido Palmiacutetico

(C160) 132 131 127 127 134 132 132 126 130 plusmn 03

Aacutec Palmitoleico

(C161) 08 09 08 07 08 08 08 08 08 plusmn 005

Aacutecido Esteaacuterico

(C180) 51 51 54 57 54 53 53 52 53 plusmn 02

Aacutecido Oleico

(C181) 401 395 408 426 403 407 412 398 406 plusmn 097

Aacutecido Linoleico

(C182) 399 397 393 373 392 393 390 408 393 plusmn 099

OUTROS 09 18 11 10 11 08 07 10 09 plusmn 033

ȳ = meacutedia geral s = desvio padratildeo

Tabela 43 - Perfil composicional dos oacuteleos de pinhatildeo-manso () dos tratamentos avaliados no ciclo 201415

Aacutecidos graxos Natildeo Irrigado Irrigado

ȳ plusmn s 150N 100N 50N 0N 150N 100N 50N 0N

Aacutecido Palmiacutetico

(C160) 130 136 133 134 135 134 135 134 134 plusmn 019

Aacutec Palmitoleico

(C161) 07 08 08 08 09 08 08 08 08 plusmn 006

Aacutecido Esteaacuterico

(C180) 55 55 56 59 55 51 55 54 55 plusmn 022

Aacutecido Oleico

(C181) 413 377 389 400 374 364 391 381 386 plusmn 156

Aacutecido Linoleico

(C182) 386 403 393 376 402 410 386 399 394 plusmn 112

OUTROS 09 20 21 23 25 32 25 23 22 plusmn 066

ȳ = meacutedia geral s = desvio padratildeo

Com os resultados obtidos pode-se evidenciar a baixa variaccedilatildeo da composiccedilatildeo do oacuteleo

de pinhatildeo-manso de acordo com os diferentes tratamentos realizados A realizaccedilatildeo da

irrigaccedilatildeo com os diferentes niacuteveis de adubaccedilatildeo nitrogenada praticamente natildeo causou

alteraccedilotildees na composiccedilatildeo do oacuteleo o que permite prever que sob ambos os efeitos a

utilizaccedilatildeo do oacuteleo para a transformaccedilatildeo em biodiesel resultaraacute em um biocombustiacutevel de

caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas semelhantes uma vez que a composiccedilatildeo dos aacutecidos graxos natildeo

apresenta alteraccedilatildeo significativa resultando em uma mesma quantidade de eacutesteres metiacutelicos

que satildeo produtos do oacuteleo empregado na reaccedilatildeo de transesterificaccedilatildeo

Poreacutem as caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas dos oacuteleos provenientes dos tratamentos com

irrigaccedilatildeo e sem irrigaccedilatildeo com diferentes niacuteveis de adubaccedilatildeo nitrogenada podem se

diferenciar pois a quantidade dos aacutecidos graxos apresentados nas Tabela 42 e Tabela 43 natildeo

especifica por si soacute a quantidade de aacutecidos graxos livres e a quantidade de mono- di- e

trigliceriacutedeos Isso implica diretamente na escolha da melhor rota de siacutentese para produccedilatildeo de

129

biodiesel jaacute que a presenccedila de aacutecidos graxos livres representa a acidez do oacuteleo que

inviabiliza a reaccedilatildeo de transesterificaccedilatildeo alcalina e sugere a esterificaccedilatildeo por aacutecido forte de

Lewis (LIMA 2005)

Como jaacute mencionado anteriormente a composiccedilatildeo de aacutecidos graxos do pinhatildeo-manso

eacute classificada como um oacuteleo do tipo de aacutecido oleico ou linoleico sendo composto de

praticamente 45 de aacutecidos graxos insaturados Para o primeiro ano de avaliaccedilatildeo a

porcentagem de aacutecidos graxos saturados (C160 e C180) e insaturados (C161 C181 e

C182) foram de 183 e 807 respectivamente jaacute no segundo ano o oacuteleo extraiacutedo

apresentou em meacutedia os valores de 189 e 789 para os aacutecidos graxos saturados e

insaturados respectivamente

Ao avaliarem a resposta do uso do fertilizante NPK na produtividade e na composiccedilatildeo

de trigliceriacutedeos em pinhatildeo-manso Akbarian Modafebehzadi e Bagheripour (2012)

encontraram para o nitrogecircnio altas correlaccedilotildees para produtividade rendimento de oacuteleo

aacutecidos graxos insaturados aacutecido oleico e aacutecido esteaacuterico sendo a correlaccedilatildeo entre nitrogecircnio e

produtividade altamente significativa agrave 1 de significacircncia Os aacutecidos graxos insaturados e o

aacutecido palmiacutetico tiveram as menores correlaccedilotildees com a adiccedilatildeo de nitrogecircnio sendo essas natildeo

significativas

Na Figura 43 satildeo apresentados a composiccedilatildeo primaacuteria (majoritaacuteria) dos aacutecidos graxos

presentes no pinhatildeo-manso e a sua quantidade () por meio de anaacutelise de ressonacircncia

magneacutetica nuclear (RMN 1H) para cada tratamento apenas para o primeiro ano de avaliaccedilatildeo

Constata-se que diferente da cromatografia gasosa o uso da irrigaccedilatildeo influenciou

significativamente na composiccedilatildeo dos aacutecidos graxos insaturados nas anaacutelises de RMN

causando aumento do aacutecido oleico e diminuiccedilatildeo do aacutecido linoleico esse uacuteltimo por sua vez

aumentou nos tratamentos em que natildeo havia o suprimento de aacutegua por irrigaccedilatildeo

130

Figura 43 - Quantificaccedilatildeo e composiccedilatildeo primaacuteria dos aacutecidos graxos do oacuteleo de pinhatildeo-manso para todos os

tratamentos avaliados

As diferentes doses de nitrogecircnio natildeo influenciaram na composiccedilatildeo dos aacutecidos graxos

insaturados Os aacutecidos oleico e linoleico satildeo os principais aacutecidos graxos insaturados presentes

na constituiccedilatildeo do oacuteleo de pinhatildeo-manso (ASHRAFUL et al 2014) Os resultados

encontrados para os tratamentos de sequeiro para aacutecido linoleico encontram-se muito abaixo

do teor meacutedio encontrado na literatura e um pouco acima para o aacutecido oleico diferindo dos

tratamentos irrigados que se encontraram dentro do padratildeo meacutedio do oacuteleo de pinhatildeo-manso

(AKINTAYO 2004 ASHRAFUL et al 2014 BERCHMANS HIRATA 2009) Natildeo houve

diferenccedila significativa para a composiccedilatildeo de aacutecidos graxos saturados nos tratamentos

Semelhante a esses resultados Flagella et al (2002) encontraram na composiccedilatildeo de aacutecidos

graxos do oacuteleo de girassol alto oleico um decreacutescimo em aacutecido oleico e esteaacuterico e um

aumento do aacutecido linoleico e palmiacutetico sob irrigaccedilatildeo Os autores descobriram que sob o efeito

da irrigaccedilatildeo suplementar e da semeadura precoce houve um aumento notaacutevel na produccedilatildeo de

sementes e uma diminuiccedilatildeo da razatildeo de aacutecido oleicolinoleico em genoacutetipos de girassol alto

oleico

Vaacuterios podem ser os motivos para a presenccedila da variaccedilatildeo dos aacutecidos graxos primaacuterios

nas anaacutelises de RMN sendo que as anaacutelises de CG natildeo apresentaram nenhum efeito Apesar

de serem oriundos da mesma aacuterea experimental os oacuteleos extraiacutedos satildeo de amostragens

0

10

20

30

40

50

60

70

N 150 N 100 N 50 N 0

Aacutecid

o O

leic

o (

)

Irrigado Sequeiro

a

bbb b

a aa

0

10

20

30

40

50

N 150 N 100 N 50 N 0

Aacuteci

do L

inole

ic o

()

Irrigado Sequeiro

a a a a

bbb

b

0

5

10

15

20

25

N 150 N 100 N 50 N 0

Aacuteci

dos

Gra

xosS

atu

rad

os

()

Irrigado Sequeiro

b

a

abab

ab ab aba

131

diferentes e pela baixa seleccedilatildeo geneacutetica as plantas da aacuterea experimental satildeo passiacuteveis de

apresentarem inuacutemeras expressotildees fenotiacutepicas e no conteuacutedo de seu oacuteleo Os diferentes

procedimentos de anaacutelise para cada meacutetodo podem implicar nessa resposta sem contar que

apesar de ser extremamente preciso a anaacutelise de RMN determina com maior exatidatildeo apenas

os componentes primaacuterios (majoritaacuterios) que provavelmente satildeo os que realmente vatildeo

influenciar na qualidade do oacuteleo e do biodiesel produzido Jaacute a cromatografia gasosa consegue

detectar outros aacutecidos graxos em menor quantidade e com maior precisatildeo no oacuteleo ou no

biodiesel produzido

De acordo com Wang et al (2012) as mateacuterias-primas para o biodiesel de alta

qualidade tecircm alto teor de aacutecidos graxos monoinsaturados pois eacutesteres metiacutelicos de aacutecidos

graxos monoinsaturados satildeo considerados como sendo melhor do que os poli-insaturados para

a mateacuteria-prima de biodiesel de alta qualidade E de acordo com estes autores o oacuteleo de

pinhatildeo-manso se enquadra entre as plantas lenhosas que tem as melhores propriedades para

um biodiesel de alta qualidade devido ao conteuacutedo de aacutecidos graxos monoinsaturados ser

maior do que muitas espeacutecies

Pensando na resposta fornecida em funccedilatildeo da irrigaccedilatildeo pela maioria dos iacutendices de

qualidade de oacuteleo de pinhatildeo-manso e na quantificaccedilatildeo da composiccedilatildeo primaacuteria dos aacutecidos

graxos do oacuteleo de pinhatildeo-manso feito no primeiro ciclo optou-se por fazer a caracterizaccedilatildeo

descritiva dos iacutendices de qualidade do biodiesel produzido a partir das amostras de oacuteleo

extraiacutedas das sementes coletadas dos dois experimentos de manejo hiacutedrico (irrigado e sem

irrigaccedilatildeo) jaacute que a baixa variaccedilatildeo da maioria dos iacutendices de qualidade e da proacutepria

composiccedilatildeo dos aacutecidos graxos nas duas metodologias utilizadas nos tratamentos adubados

natildeo chegaria a influenciar no biodiesel produzido Na Tabela 44 satildeo apresentados os

resultados da caracterizaccedilatildeo do biodiesel produzido a partir das amostras dos tratamentos

irrigados e sem irrigaccedilatildeo Por falta de amostra ao final das anaacutelises de caracterizaccedilatildeo natildeo foi

possiacutevel fazer as anaacutelises de iacutendice de iodo e acidez para a amostra dos tratamentos sem

irrigaccedilatildeo ficando impossibilitada a comparaccedilatildeo dos resultados dessas duas caracteriacutesticas

entre os tratamentos irrigado e sem irrigaccedilatildeo

132

Tabela 44 - Caracterizaccedilatildeo do biodiesel obtido do oacuteleo de pinhatildeo-manso para os dois experimentos de manejo

hiacutedrico

Caracteriacutestica Irrigado Natildeo Irrigado Especificaccedilatildeo Meacutetodo

Aspecto LII LII (LII) (1) Visual

Massa Especiacutefica a 20ordmC 87758 87911 8500 a 9000 ASTM D4052

Viscosidade cinemaacutetica a 40ordmC 428 464 30 a 60 ASTM D 445

Teor de Aacutegua mg kg-1

95541 85747 200 ndash maacutex ASTM D 6304

Ponto de Fulgor ordmC 1105 905 100 ndash miacuten ASTM D 93

Teor de eacutester 9758 9264 955 ndash miacuten EN 14103

Resiacuteduo de Carbono 001 001 0050 ndash maacutex ASTM D 4530

Enxofre Total 31 26 10 ndash maacutex ABNT 15553

Soacutedio + Potaacutessio lt01 lt01 5 ndash maacutex ABNT 15553

Caacutelcio + Magneacutesio lt01 lt01 5 ndash maacutex ABNT 15553

Foacutesforo lt01 lt01 10 ndash maacutex ABNT 15553

Ponto de Entupimento de Filtro a

Frio degC

-1 -2 10 ndash maacutex

14 ndash maacutex

ASTM D 6371

Glicerol Livre 00133 0002 002 ndash maacutex ASTM D 6584

Glicerol Total 021 092 025 ndash maacutex ASTM D 6584

Monoacilglicerol 0669 0918 070 ndash maacutex ASTM D 6584

Diacilglicerol 0103 12541 020 ndash maacutex ASTM D 6584

Triacilglicerol 0022 47057 020 ndash maacutex ASTM D 6584

Estabilidade aacute Oxidaccedilatildeo A 110ordmC h 1087 895 8 ndash min EM 14112

Corrosividade ao Cobre 3h a 50degC

maacutex

1 1 1 ASTM D 130

Iacutendice de Iodo g 100 g-1

10420 --- Anotar EN 14111

Iacutendice de Acidez mg KOH g-1

lt01 --- 050 ndash maacutex ABNT NBR

14448

(1) Liacutempido e isento de impurezas

Limite Maacuteximo degC ndash de Janeiro a Abril e de outubro a dezembro 14degC maacutex e de Maio a Setembro 10degC maacutex

Dentre as caracteriacutesticas determinadas na caracterizaccedilatildeo de um biodiesel algumas

podem ser facilmente alteradas com a qualidade da mateacuteria prima utilizada enquanto que

outras estatildeo mais condicionadas aos processos reacionais da produccedilatildeo do biodiesel ou do seu

tempo de armazenamento Com isso faz-se necessaacuterio o conhecimento de cada uma dessas

caracteriacutesticas do biodiesel e de como elas estatildeo mais susceptiacuteveis na alteraccedilatildeo da qualidade

do biodiesel produzido Pensando nisso Monteiro et al (2008) Locircbo Ferreira e Cruz (2009)

e Quintella et al (2009) classificaram os meacutetodos analiacuteticos para avaliaccedilatildeo da qualidade do

biodiesel em quatro grupos conforme as informaccedilotildees que podem proporcionar sendo estes

meacutetodos analiacuteticos para determinaccedilatildeo de contaminantes provenientes da mateacuteria-prima

meacutetodos analiacuteticos para avaliaccedilatildeo do processo produtivo meacutetodos analiacuteticos para avaliaccedilatildeo

das propriedades inerentes agraves estruturas moleculares e meacutetodos analiacuteticos para

monitoramento da qualidade do biodiesel durante o processo de estocagem Esta classificaccedilatildeo

ajuda no monitoramento da qualidade do biodiesel visando meacutetodos analiacuteticos automatizados

e que permitam monitoramento remoto em campo e ao longo de toda a cadeia produtiva

priorizando rapidez simplicidade e baixo custo (QUINTELLA et al 2009)

133

As caracteriacutesticas do processo produtivo (soacutedio + potaacutessio glicerina livre glicerina

total monoacilglicerol diacilglicerol triacilglicerol ponto de fulgor teor de eacutester e resiacuteduo

de carbono) apesar de apresentarem uma pequena diferenccedila entre os experimentos se deve agraves

interferecircncias ocorridas no sistema reacional tais como tempo de reaccedilatildeo razatildeo molar e

temperatura

Com relaccedilatildeo as caracteriacutesticas relacionadas agrave mateacuteria prima (caacutelcio + magneacutesio

enxofre foacutesforo e corrosividade ao cobre) estas natildeo permitem verificar nenhuma diferenccedila

significativa entre as duas amostras analisadas Apesar de estarem relacionadas diretamente

ao tipo de mateacuteria prima que chega para a extraccedilatildeo podendo ser alterado com o tipo de

manejo adotado no seu cultivo e nesse caso com os tratamentos aplicados no campo haveria

a necessidade de um maior nuacutemero de amostras de cada tratamento para verificar uma

possiacutevel alteraccedilatildeo nessas caracteriacutesticas O que se observa a partir dos resultados da Tabela

44 eacute que as duas amostras natildeo tiveram alteraccedilatildeo alguma desses paracircmetros ou houve muito

pouco como eacute o caso do enxofre total

Jaacute para os itens referentes ao processo de armazenamento (teor de aacutegua estabilidade

oxidativa e iacutendice de acidez) o teor de aacutegua foi diferente significativamente devido agrave secagem

do material poacutes-reaccedilatildeo de transesterificaccedilatildeo do oacuteleo em biodiesel Quanto ao iacutendice de acidez

natildeo foi possiacutevel realizar-se comparaccedilatildeo devido agrave ausecircncia do resultado na amostra sem

irrigaccedilatildeo jaacute mencionado anteriormente A estabilidade oxidativa por sua vez apresentou uma

diferenccedila significativa entre as amostras e uma das provaacuteveis causas pode ser o fato da

quantidade de insaturaccedilotildees entre os tratamentos ser diferente o que foi constatado nas

anaacutelises de RMN lembrando que novas anaacutelises precisam ser analisadas para verificar o niacutevel

de variabilidade do oacuteleo do pinhatildeo-manso extraiacutedo de uma mesma lavoura

As caracteriacutesticas referentes as estruturas moleculares (Ponto de Entupimento de Filtro

a Frio viscosidade massa especiacutefica e iacutendice de iodo) foram aquelas que apresentaram as

maiores diferenccedilas em especial a viscosidade e a massa especifica Pelas diferenccedilas

presume-se que existem pequenas diferenccedilas entre as composiccedilotildees das amostras o que pode

ser afirmado pelos ensaios de cromatografia gasosa realizado nos oacuteleos brutos (perfil

composicional) Quanto agraves outras caracteriacutesticas nada pode ser afirmado em especial ao

iacutendice de iodo que natildeo foi quantificado na amostra sem irrigaccedilatildeo devido agrave quantidade de

amostra ser insuficiente para essa anaacutelise

Pelos resultados obtidos com as anaacutelises de qualidade do oacuteleo nos tratamentos e da

caracterizaccedilatildeo do biodiesel pode ser afirmado que o pinhatildeo-manso (como uacutenica mateacuteria-

prima) pode obter-se um biodiesel com qualidade que atenda a todos os paracircmetros

134

estabelecidos pela legislaccedilatildeo vigente de acordo com ANVISA (2005) e ANP (2012) haja

vista principalmente o atendimento aos ensaios referentes agraves estruturas moleculares e agrave

estabilidade oxidativa

135

5 CONCLUSOtildeES

1) Mesmo sendo adaptado a condiccedilotildees adversas de clima e solo o pinhatildeo-manso responde

positivamente agrave praacutetica da irrigaccedilatildeo complementar e agrave adubaccedilatildeo nitrogenada chegando a

duplicar a produtividade de sementes com a praacutetica da irrigaccedilatildeo e a triplicar em alguns

casos quando a adubaccedilatildeo eacute feita de acordo com a recomendaccedilatildeo proposta pela literatura

A produtividade de aacutegua por sua vez natildeo apresenta diferenccedila significativa entre os

manejos hiacutedricos ficando restrita apenas para agraves doses de N aplicadas

2) As variaacuteveis de crescimento (altura da planta diacircmetro e volume de copa e IAF)

apresentam uma boa resposta quanto aos tratamentos aplicados Com as praacuteticas da

adubaccedilatildeo e da irrigaccedilatildeo as folhas permanecem por um maior tempo nas plantas

reduzindo o periacuteodo de senescecircncia em cada ciclo O IAF assim como outras variaacuteveis

apresentam maiores valores para os tratamentos irrigados

3) Todos os teores de clorofila avaliados apresentam maiores valores com a praacutetica da

irrigaccedilatildeo e com as maiores doses de N aplicadas No quarto ano de cultivo como natildeo

houve irrigaccedilatildeo os tratamentos com histoacuterico de irrigaccedilatildeo natildeo apresentaram diferenccedilas

entre os dois manejos hiacutedricos Apesar da diferenccedila do teor de clorofila entre as doses de

N os tratamentos aplicados apresentaram baixa correlaccedilatildeo com o teor de N foliar

4) Os tratamentos aplicados apresentam aumento no rendimento de oacuteleo no cultivo sem

irrigaccedilatildeo mas tal condiccedilatildeo natildeo eacute determinante no aumento da produtividade de oacuteleo com

os tratamentos irrigados apresentando maiores produtividades Com a baixa influecircncia do

conteuacutedo intriacutenseco de oacuteleo das sementes o aumento da produtividade de oacuteleo nos

tratamentos irrigados se deve principalmente pelo aumento da produtividade de sementes

5) Os iacutendices de qualidade de oacuteleo natildeo apresentam variaccedilatildeo significativa quanto agraves

diferentes doses de N ficando restritos para alguns iacutendices a variaccedilatildeo dos valores apenas

com a praacutetica da irrigaccedilatildeo para um dos ciclos avaliados

136

137

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4

5

AGRADECIMENTOS

Agrave Deus por toda a sauacutede determinaccedilatildeo e sabedoria que tem me concedido ateacute entatildeo

a companhia sublime do Sagrado Coraccedilatildeo de Jesus na minha vida nesses uacuteltimos anos aliado

com a intercessatildeo da sempre Virgem Maria A Tua Graccedila me basta

Aos meus pais Pedro Miguel e Antonia Maria por toda educaccedilatildeo amor e carinho que

vocecircs tem me dado Este trabalho tambeacutem eacute fruto de vocecircs A minha querida irmatilde Camila

que com o seu exemplo de luta e perseveranccedila me inspirou e muito nesses anos de Doutorado

e a todos os meus familiares que sempre me apoiaram e torceram por mim nesta etapa

Agrave minha amada Natiele Moura Ferreira pela sua companhia nesses anos de namoro

e por todo o seu amor e compreensatildeo nos momentos em que passamos juntos (mesmo agrave

distacircncia) Agradeccedilo tambeacutem agrave todos os seus familiares que sempre me acolheram bem nas

minha idas a Petroacutepolis em especial a Marcos Benedito Sandra Cristina Joatildeo Pedro Marcos

Paulo e Vanessa Faustino

Agrave Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz por toda a infraestrutura e ao

Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia de Sistemas Agriacutecolas pela oportunidade de

realizaccedilatildeo do curso de doutorado onde estendo minha gratidatildeo aos professores pelo

conhecimento partilhado

Ao professor Marcos Viniacutecius Folegatti meu orientador pela confianccedila depositada

desde o iniacutecio e pela sua atenccedilatildeo constante sinceridade amizade e por todas as suas valiosas

orientaccedilotildees sejam no meio profissional-cientiacutefico ou na esfera humana Sinto-me honrado por

ter feito parte da sua equipe

As professoras Dra Patriacutecia Angeacutelica Alves Marques e Dra Thaiacutes Maria Ferreira de

Souza Vieira por todo apoio e auxiacutelio no desenvolvimento desse trabalho

Aos professores Dr Leonardo Duarte Batista da Silva Dr Felipe Gustavo Pilau e Dr

Fabio Ricardo Marin por suas sugestotildees e opiniotildees no exame de qualificaccedilatildeo para a melhoria

e engrandecimento dessa pesquisa em especial ao Dr Leonardo pelo apoio e amizade em

todos os momentos

Aos funcionaacuterios do Departamento de Engenharia de Biossistemas Gilmar Batista

Grigolon Paula Alessandra Bonassa Antocircnio Agostinho Gozzo (Seu Antocircnio) Acircngela

Maacutercia Derigi Silva Davilmar Aparecida Colevatti Heacutelio de Toledo Gomes Luiz Custoacutedio

Camargo e Paula Leme Mendes pela atenccedilatildeo e disposiccedilatildeo durante a realizaccedilatildeo dos trabalhos

Aos meus amigos membros do grupo de pesquisa com quem compartilhei

conhecimentos e experiecircncias Joatildeo Paulo Bruno Lena Adriano Diotto Ciacutecero Renecirc Eder

6

Fanaya Jr Otaacutevio Neto e Jefferson Joseacute obrigado pelos momentos de companhia dentro e

fora da aacuterea experimental e da Esalq Este trabalho tem a colaboraccedilatildeo concreta de cada um e

tambeacutem eacute de vocecircs

Aos meus amigos de poacutes graduaccedilatildeo Hermes da Rocha Kaline de Melo Marco

Bragaia Osvaldo Neto Joseacute Leocircncio Conan Salvador Marinaldo Pinto Dinara Alves

Marcos Amaral Daniel Leal Wagner Woff Eusiacutemio Fraga Fernando Barbosa Lucas da

Costa Santos Rony Sampaio Rogeacuterio Lavanholi Jeacutefferson Costa Ana Paula Damasceno

Fabriacutecio de Oliveira Luiacutes Carvalho Roberto Marano Timoacuteteo Herculino Thiago Villa

Acaacutecio Perboni Nathalia Alejandra Asdruacutebal Luiz Sobenko pelo bom conviacutevio

Aos professores do departamento do ciecircncias exatas Dr Carlos Tadeu e Dra Renata

Alcarde e aos receacutem doutores Dra Adriele Biase e ao meu amigo Dr Fredy Aguillar por

todo auxiacutelio estatiacutestico que necessitei e pelos esclarecimentos e atenccedilatildeo recebida por todos

Aos meus grandes amigos de feacute do grupo de oraccedilatildeo universitaacuterio (GOU) Aacutegua Viva

Tatiane Tokairin Mateus Mendes Antonio Paacutedua Andrea Domingues Natalia Arruda

Geraldo Costa Mariana Pontin Marina Losi Leandro Silva Andreia Nascimento Anna

Neto Dallila Rezende Fredy Ariane Silveira Baacuterbara Della Antonia Rebecca Riet Ana

Carolina Maacutercio Rezende Vanessa Queiroz e Patriacutecia Souza por todos os momentos de

conviacutevio partilha confraternizaccedilotildees e oraccedilotildees em que passei junto de vocecircs

Aos colegas de moradia que tive ao longo desses trecircs anos Marinaldo Valdevan

Adriano Pablo Conan Maicon Otaacutevio Cibele Cliacutessia Luanna Lilian pela companhia e

momentos de alegria e amizade

Agrave Universidade Federal do Paranaacute (UFPR) na pessoa dos pesquisadores MSc Alan

Diego da Conceiccedilatildeo Santos e Dr Andersson Barison parceiros nas anaacutelises de ressonacircncia

magneacutetica nuclear

Ao Instituto Federal de Satildeo Paulo campus Matatildeo-SP na pessoa do professor Dr

Danilo Luiz Flumignan pela oportunidade de parceria e por todo o apoio nas anaacutelises de

qualidade de oacuteleo e biodiesel e a todos teacutecnicos de laboratoacuterio e alunos envolvidos na

participaccedilatildeo e auxiacutelio nessas anaacutelises Deixo o meu agradecimento ao CempeqcIQUnesp

campus de Araraquara-SP pelas anaacutelises de cromatografia gasosa

Agrave Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior (Capes) e a

Fundaccedilatildeo de Amparo agrave Pesquisa do Estado de Satildeo Paulo (FAPESP) pela concessatildeo da bolsa

de doutorado

Agrave todos que contribuiacuteram de alguma forma para a realizaccedilatildeo deste trabalho Meu

muito obrigado Que Deus na sua infinita bondade abenccediloe a cada um

7

ldquoNatildeo vos lembreis mais dos acontecimentos de

outrora natildeo recordeis mais das coisas antigas porque

eis que vou fazer obra nova a qual jaacute surge natildeo a

vedesrdquo

(Isaiacuteas 4318-19a)

ldquoVontade de Deus eacutes o meu paraiacutesordquo

(Santa Paula Frassineti)

ldquoNatildeo entristeccedila o seu coraccedilatildeo por causa das afliccedilotildees antes

medita na Lei do Senhor e alegra-te pois o Senhor usa de meios

que noacutes natildeo entendemos para testar e treinar a nossa feacute para nos

fortalecer E por mais difiacutecil que seja confie Confie no Senhor e

Ele te abenccediloaraacuterdquo

(Autor desconhecido)

8

9

SUMAacuteRIO

RESUMO 11

ABSTRACT 13

LISTA DE FIGURAS 15

LISTA DE TABELAS 19

1 INTRODUCcedilAtildeO 23

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA 25

21 A cultura do pinhatildeo-manso (Jatropha curcas L) 25

22 Potencialidades e limitaccedilotildees para o cultivo do pinhatildeo-manso 29

23 Fatores que afetam o desenvolvimento e a produtividade do pinhatildeo-manso 34

231 Exigecircncias climaacuteticas para o cultivo do pinhatildeo-manso 35

232 Condiccedilotildees e uso do solo 37

233 Irrigaccedilatildeo e adubaccedilatildeo nitrogenada no pinhatildeo-manso 39

24 Qualidade do oacuteleo vegetal para produccedilatildeo de biocombustiacuteveis 44

241 Perfil composicional de aacutecidos graxos 45

242 Iacutendices de qualidade 49

3 MATERIAL E MEacuteTODOS 53

31 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea experimental 53

32 Descriccedilatildeo dos tratamentos e delineamento experimental 54

33 Caracterizaccedilatildeo do solo 56

34 Caracterizaccedilatildeo da aacutegua de irrigaccedilatildeo 57

35 Manejo da irrigaccedilatildeo 58

36 Monitoramento da umidade do solo 61

37 Manejo da cultura 62

38 Produtividade da cultura e produtividade da aacutegua 63

39 Anaacutelises de crescimento 64

310 Iacutendice de aacuterea foliar (IAF) 65

311 Iacutendice de clorofila 67

312 Teor e anaacutelises de qualidade de oacuteleo 68

3121 Teor de oacuteleo 69

3122 Anaacutelises preliminares dos iacutendices de qualidade do oacuteleo 70

3123 Iacutendice de acidez 71

3124 Iacutendice de iodo 71

10

3125 Iacutendice de peroacutexido 72

3126 Iacutendice de refraccedilatildeo 72

3127 Densidade relativa 73

3128 Estabilidade oxidativa 73

3129 Identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo de aacutecidos graxos 74

313 Anaacutelise dos dados 75

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 77

41 Monitoramento meteoroloacutegico 77

42 Irrigaccedilotildees realizadas 79

43 Monitoramento da umidade do solo 80

44 Produtividade da cultura 84

45 Produtividade da aacutegua 88

46 Anaacutelise de crescimento 91

47 Iacutendice de aacuterea foliar (IAF) 109

48 Iacutendice de clorofila 113

49 Teor e anaacutelises de qualidade de oacuteleo 120

5 CONCLUSOtildeES 135

REFEREcircNCIAS 137

11

RESUMO

Influecircncia da irrigaccedilatildeo e da adubaccedilatildeo nitrogenada na produccedilatildeo e qualidade do oacuteleo das

sementes de pinhatildeo-manso

Com a busca de novas soluccedilotildees para a produccedilatildeo de energia sustentaacutevel novas fontes

renovaacuteveis tecircm sido tema de estudos para o suprimento de energia no mundo diminuindo a

dependecircncia por combustiacuteveis foacutesseis O biodiesel pode ser usado para geraccedilatildeo de energia em

substituiccedilatildeo ao oacuteleo diesel e com isso muitas espeacutecies oleaginosas tecircm sido estudadas para

esse fim O pinhatildeo-manso (Jatropha curcas L) eacute uma espeacutecie da famiacutelia Euforbiaacutecea que tem

se destacado por ser uma planta perene ruacutestica e com elevada produccedilatildeo de oacuteleo O

conhecimento dos efeitos da irrigaccedilatildeo e da fertilizaccedilatildeo nitrogenada no seu cultivo se tornam

relevantes para um melhor manejo dessa cultura Este estudo teve como objetivo principal

avaliar os efeitos de diferentes niacuteveis de adubaccedilatildeo nitrogenada e de irrigaccedilatildeo na

produtividade no crescimento vegetativo e na qualidade de oacuteleo no cultivo do pinhatildeo-manso

O experimento foi conduzido em uma aacuterea experimental do Departamento de Engenharia de

Biossistemas da ESALQUSP em Piracicaba-SP Os estudos foram realizados nos anos

agriacutecolas de 20132014 e 20142015 com plantas a partir do terceiro ano de cultivo e

dispostas em espaccedilamento 3 x 4 m totalizando 833 plantas ha-1

Os tratamentos foram

dispostos aleatoriamente em duas aacutereas de cultivo com blocos compostos de quatros

repeticcedilotildees sendo os fatores constituiacutedos de dois manejos hiacutedricos (irrigado e sem irrigaccedilatildeo) e

quatro doses de adubaccedilatildeo nitrogenada a partir da sua recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo (150

100 50 e 0 de N) Cada aacuterea de cultivo era composta pelo tipo de manejo hiacutedrico

adotado e a anaacutelise dos dados foi feita de forma conjunta como anaacutelise de grupos de

experimentos O sistema de irrigaccedilatildeo utilizado foi o pivocirc central sendo adotado para toda a

aacuterea irrigada o mesmo manejo de irrigaccedilatildeo A irrigaccedilatildeo e as doses de N tiveram influecircncia

positiva nas variaacuteveis de crescimento como altura iacutendice de aacuterea foliar diacircmetro e volume de

copa Todos os teores de clorofila avaliados apresentaram os maiores valores com a praacutetica da

irrigaccedilatildeo e com as maiores doses de N aplicada mas apesar dessa diferenccedila todos os

tratamentos aplicados apresentaram baixa correlaccedilatildeo com o teor de N foliar A produtividade

de sementes e de oacuteleo de pinhatildeo-manso tambeacutem responderam de forma positiva aos

tratamentos aplicados chegando ateacute a triplicar os seus valores com a praacutetica de irrigaccedilatildeo e da

adubaccedilatildeo de N O teor de oacuteleo por sua vez natildeo mostrou variaccedilatildeo dos tratamentos quanto ao

seu conteuacutedo intriacutenseco por unidade de massa de sementes mas o fator manejo hiacutedrico

influenciou nos valores de alguns iacutendices de qualidade de oacuteleo como acidez iodo peroacutexido e

estabilidade oxidativa nos quais os tratamentos irrigados apresentaram de uma forma geral

os melhores resultados Com isso conclui-se que mesmo sendo adaptado a condiccedilotildees

adversas de clima e solo o pinhatildeo-manso responde bem agrave praacutetica da irrigaccedilatildeo e da adubaccedilatildeo

nitrogenada aumentando sua produtividade melhorando seu desenvolvimento vegetativo e

qualidade de oacuteleo para a produccedilatildeo de biodiesel

Palavras-chave Jatropha curcas L Manejo hiacutedrico Fertilizaccedilatildeo mineral Biocombustiacuteveis

12

13

ABSTRACT

Influence of irrigation and nitrogen fertilization in yield and quality of oil from jatropha

seeds

With the search for new solutions for the sustainable energy production new

renewable energy sources have been the subject of studies for the power supply in the world

reducing dependence on fossil fuels Biodiesel can be used for power generation as a

substitute for oil diesel which have increased the interest on oilseeds crops studies The

jatropha (Jatropha curcas L) is a species of the Euforbiaceae family that has stood out for

being a perennial rustic and high yield of oil plant The knowledge of the effects of irrigation

and nitrogen fertilization on the cultivation become relevant for a better crop management

The main objective of this study was the evaluation of the effects of different levels of

nitrogen fertilization and irrigation on productivity vegetative growth and oil quality in the

jatropha crop The experiment was conducted in an experimental area of the Department of

Biosystems Engineering at ESALQUSP in Piracicaba-SP The studies were conducted in the

agricultural years of 20132014 and 20142015 with plants from the third year of cultivation

arranged in 3x4 meters spacing totaling 833 plants ha-1

The treatments were randomly

arranged in two cultivation areas with blocks composed of four repetitions being the factors

consisted of two water management (irrigated and without irrigation) and four doses of

nitrogen fertilization from its fertilizer recommendation (150 100 50 and 0 N) Each

cultivation area was composed by the type of water management adopted and the data

analysis was made jointly as experiments group analysis The irrigation system used was the

center pivot being adopted for the entire irrigated area the same irrigation management The

irrigation and nitrogen levels had a positive influence on growth variables such as height

diameter and canopy volume All evaluated chlorophyll levels reached the highest values with

the practice of irrigation and higher nitrogen levels applied but despite of this difference all

treated samples showed low correlation with leaf nitrogen content The productivity of seeds

and jatropha oil also responded positively to the treatments applied reaching three times their

values with the practice of irrigation and nitrogen fertilization The oil content did not vary

with treatments as to its intrinsic content per unit mass of seeds and only the water

management factor influenced the values of some oil quality indices such as acidity iodine

peroxide and oxidative stability when the irrigated treatments showed better results in

general Thus it is concluded that even though being adapted to adverse conditions of climate

and soil jatropha responds well to practices of irrigation and nitrogen fertilization increasing

its productivity and improving its vegetative growth and quality of oil for biodiesel

production

Keywords Jatropha curcas L Water management Mineral fertilization Biofuels

14

15

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Partes que compotildee a planta de pinhatildeo-manso ramo com inflorescecircncias (a) caule

(b) folha (c) pistilo ndash flor feminina (d) estame ndash flor masculina (e) fruto em corte

transversal (f) frutos (g) fruto em corte longitudinal (h) semente (i) Fonte Heller

(1996) 26

Figura 2 - Niacuteveis de produtividades estimadas para a cultura do pinhatildeo-manso 39

Figura 3 - Tipos de aacutecidos graxos 46

Figura 4 - Croqui da aacuterea experimental contendo as aacutereas de cada manejo hiacutedrico e a estaccedilatildeo

meteoroloacutegica 54

Figura 5 - Esquema da distribuiccedilatildeo dos tratamentos na aacuterea sem irrigaccedilatildeo 55

Figura 6 - Balanccedilo hiacutedrico do sistema de lisiacutemetro de pesagem com as entradas e saiacutedas de

aacutegua do sistema sendo ET a evapotranspiraccedilatildeo E a evaporaccedilatildeo T a transpiraccedilatildeo I

a irrigaccedilatildeo R o escoamento superficial e P a precipitaccedilatildeo Fonte Lena (2013) 59

Figura 7 - Mediccedilatildeo da altura em plantas de pinhatildeo-manso 65

Figura 8 - Metodologia adotada para a calibraccedilatildeo do equipamento LAI 2200 com a escolha

da planta (a) leitura do IAF estimado com o LAI 2200 (b) retirada de todas as

folhas da planta (c) e determinaccedilatildeo em laboratoacuterio do IAF real da planta com o

equipamento CI-203 (d) 67

Figura 9 - Leitura do Iacutendice de Clorofila FALKER utilizando o ClorofiLOG 68

Figura 10 - Rancimat em operaccedilatildeo para determinaccedilatildeo de estabilidade oxidativa (a) e esquema

de funcionamento do equipamento (b) 74

Figura 11 - Dados meteoroloacutegicos observados durante o primeiro e o segundo ciclo de

avaliaccedilatildeo da cultura 78

Figura 12 - Lacircminas de irrigaccedilatildeo aplicadas durante o primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo da cultura 80

Figura 13 - Variaccedilatildeo da umidade do solo ao longo do tempo nos tratamentos sem irrigaccedilatildeo 81

Figura 14 - Armazenamento de aacutegua no solo na camada de 0-08 m para os quatro tratamentos

de adubaccedilatildeo nitrogenada e dentro do lisiacutemetro na aacuterea sem irrigaccedilatildeo utilizando a

sonda de capacitacircncia Diviner 2000 82

Figura 15 - Variaccedilatildeo da umidade do solo ao longo do tempo nos tratamentos irrigados 83

Figura 16 - Armazenamento de aacutegua no solo na camada de 0-08 m para os quatro tratamentos

de adubaccedilatildeo nitrogenada e dentro do lisiacutemetro na aacuterea irrigada utilizando a sonda

de capacitacircncia Diviner 2000 83

16

Figura 17 - Produtividade de sementes do pinhatildeo-manso em funccedilatildeo das diferentes doses de

adubo nitrogenado aplicado no terceiro ano de cultivo 85

Figura 18 - Produtividade de sementes do pinhatildeo-manso em funccedilatildeo das diferentes doses de

adubo nitrogenado aplicado no quarto ano de cultivo 86

Figura 19 - Produtividade de aacutegua para a cultura do pinhatildeo-manso para todos os tratamentos

no terceiro ano de cultivo 88

Figura 20 - Produtividade da aacutegua do pinhatildeo-manso em funccedilatildeo das diferentes doses de adubo

nitrogenado aplicado no terceiro ano de cultivo 90

Figura 21 - Altura meacutedia do pinhatildeo-manso (m) em funccedilatildeo do uso ou natildeo da irrigaccedilatildeo

complementar (a) e das doses de nitrogecircnio (b) durante o terceiro e quarto ano de

cultivo 92

Figura 22 ndash Perfis meacutedios da altura das plantas de pinhatildeo-manso para os dois anos de

avaliaccedilatildeo 95

Figura 23 - Linhas de tendecircncia para altura de plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias

apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a) e do manejo hiacutedrico

adotado (b) para o ciclo 201314 96

Figura 24 ndash Linhas de tendecircncia para altura de plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias

apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a) e do manejo hiacutedrico

adotado (b) para o ciclo 201415 96

Figura 25 - Diacircmetro meacutedio de copa do pinhatildeo-manso (m) em funccedilatildeo do uso ou natildeo da

irrigaccedilatildeo complementar (a) e das doses de nitrogecircnio (b) durante o terceiro e

quarto ano de cultivo 98

Figura 26 ndash Perfis meacutedios do diacircmetro de copa das plantas de pinhatildeo-manso para os dois anos

de avaliaccedilatildeo 101

Figura 27 - Linhas de tendecircncia para diacircmetro meacutedio de copa das plantas de pinhatildeo-manso em

funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a) e do

manejo hiacutedrico adotado (b) para o ciclo 201314 102

Figura 28 - Linhas de tendecircncia para diacircmetro meacutedio de copa das plantas de pinhatildeo-manso em

funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a) e do

manejo hiacutedrico adotado (b) para o ciclo 201314 103

Figura 29 - Volume de copa do pinhatildeo-manso (msup3) em funccedilatildeo do uso ou natildeo da irrigaccedilatildeo

complementar (a) e das doses de nitrogecircnio (b) durante o terceiro e quarto ano de

cultivo 105

17

Figura 30 ndash Perfis meacutedios do volume de copa de pinhatildeo-manso para os dois anos de avaliaccedilatildeo

107

Figura 31 - Linhas de tendecircncia para o volume meacutedio de copa das plantas de pinhatildeo-manso

em funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a)

e do manejo hiacutedrico adotado (b) para o ciclo 201314 108

Figura 32 - Linhas de tendecircncia para o volume meacutedio de copa das plantas de pinhatildeo-manso

em funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a)

e do manejo hiacutedrico adotado (b) para o ciclo 201415 108

Figura 33 - Equaccedilatildeo de calibraccedilatildeo do IAF para o equipamento LAI 2200 110

Figura 34 ndash Perfis meacutedios do IAF de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo da dose de nitrogecircnio aplicada

e do manejo hiacutedrico adotado 111

Figura 35 - Linhas de tendecircncia para o iacutendice de aacuterea foliar (IAF) das plantas de pinhatildeo-

manso em funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N

aplicada (a) e do manejo hiacutedrico adotado (b) para o ciclo 201415 112

Figura 36 - Variaccedilatildeo temporal dos teores de clorofila total em funccedilatildeo doses de nitrogecircnio (a) e

do manejo hiacutedrico (b) para o terceiro ano de cultivo 114

Figura 37 - Teores de clorofila total em funccedilatildeo das doses de nitrogecircnio aplicada para o quarto

ano de cultivo 114

Figura 38 - Teores de clorofila total em funccedilatildeo do manejo hiacutedrico adotado para o quarto ano

de cultivo 115

Figura 39 ndash Perfis meacutedios dos iacutendices de clorofila do pinhatildeo-manso para o segundo ciclo de

avaliaccedilatildeo 118

Figura 40 - Variaccedilatildeo temporal dos teores de N foliar em funccedilatildeo das doses de N aplicadas na

planta (a) e do manejo hiacutedrico adotado (b) 119

Figura 41 - Produtividade de oacuteleo do pinhatildeo-manso em funccedilatildeo das diferentes doses de adubo

nitrogenado aplicado no terceiro ano de cultivo 123

Figura 42 - Produtividade de oacuteleo do pinhatildeo-manso em funccedilatildeo das diferentes doses de adubo

nitrogenado aplicado no quarto ano de cultivo 123

Figura 43 - Quantificaccedilatildeo e composiccedilatildeo primaacuteria dos aacutecidos graxos do oacuteleo de pinhatildeo-manso

para todos os tratamentos avaliados 130

18

19

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Relaccedilatildeo entre a produtividade meacutedia de sementes e o rendimento de oacuteleo de

algumas culturas oleaginosas produzidas no Brasil 30

Tabela 2 - Necessidade de nutrientes na cultura do pinhatildeo-manso durante os quatro primeiros

anos de cultivo 41

Tabela 3 - Esquema da anaacutelise de variacircncia 56

Tabela 4 - Composiccedilatildeo textural do solo da aacuterea experimental 56

Tabela 5 - Anaacutelise quiacutemica da aacuterea experimental 57

Tabela 6 - Resultados da anaacutelise fiacutesico-quiacutemica da aacutegua utilizada para irrigaccedilatildeo 58

Tabela 7 - Teor meacutedio de oacuteleo por meio de prensagem mecacircnica e por solvente quiacutemico nos

frutos colhidos na aacuterea experimental antes da instalaccedilatildeo dos tratamentos 70

Tabela 8 - Iacutendices de qualidade do oacuteleo de pinhatildeo-manso para a aacuterea experimental 70

Tabela 9 - Estatiacutestica descritiva das variaacuteveis meteoroloacutegicas observadas na aacuterea experimental

77

Tabela 10 - Valores de F para produccedilatildeo de frutos (ProdF) e sementes (ProdS) em kg pl-1

relaccedilatildeo sementefruto (RelSF) e produtividade de sementes (PS) em kg ha-1

84

Tabela 11 - Produtividade meacutedia das sementes de pinhatildeo-manso (kg ha-1

) em funccedilatildeo do

manejo hiacutedrico e doses de nitrogecircnio aplicado 84

Tabela 12 ndash Anaacutelise de variacircncia para produtividade de aacutegua (PA) no terceiro ano de cultivo

89

Tabela 13 ndash Anaacutelise univariada de perfil para altura de plantas durante o ciclo 201314 92

Tabela 14 ndash Anaacutelise univariada de perfil para altura de plantas durante o ciclo 201415 93

Tabela 15 ndash Teste de esfericidade de Mauchly para altura de plantas para os dois ciclos de

avaliaccedilatildeo 93

Tabela 16 ndash Resultados dos testes multivariados para os fatores entre e intra indiviacuteduos para a

variaacutevel altura no segundo ciclo de avaliaccedilatildeo 94

Tabela 17 ndash Anaacutelise de regresssatildeo para altura de plantas em funccedilatildeo do dia apoacutes a poda (DAP)

para todos os tratamentos nos dois anos de avaliaccedilatildeo 96

Tabela 18 - Equaccedilotildees de ajuste para altura de plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias

apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada e do manejo hiacutedrico

adotado para os dois ciclos de avaliaccedilatildeo 97

Tabela 19 ndash Anaacutelise univariada de perfis para diacircmetro de copa durante o ciclo 201314 99

20

Tabela 20 ndash Anaacutelise univariada de perfis para diacircmetro de copa durante o ciclo 201415 99

Tabela 21 ndash Teste de esfericidade de Mauchly para diacircmetro de copa para os dois ciclos de

avaliaccedilatildeo 100

Tabela 22 ndash Resultados dos testes multivariados para os fatores entre e intra indiviacuteduos para a

variaacutevel diacircmetro de copa no segundo ciclo de avaliaccedilatildeo 100

Tabela 23 - Anaacutelise de regresssatildeo para diacircmetro de copa em funccedilatildeo do dia apoacutes a poda (DAP)

para todos os tratamentos nos dois anos de avaliaccedilatildeo 102

Tabela 24 - Equaccedilotildees de ajuste para diacircmetro de copa das plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo

dos dias apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicadas e do manejo

hiacutedrico adotado para os dois ciclos de avaliaccedilatildeo 104

Tabela 25 ndash Anaacutelise univariada de perfis para volume de copa durante o ciclo 201314 106

Tabela 26 ndash Anaacutelise univariada de perfis para volume de copa durante o ciclo 201415 106

Tabela 27 ndash Teste de esfericidade de Mauchly para o volume de copa para os dois ciclos de

avaliaccedilatildeo 106

Tabela 28 - Anaacutelise de regresssatildeo para diacircmetro de copa em funccedilatildeo do dia apoacutes a poda (DAP)

para todos os tratamentos nos dois anos de avaliaccedilatildeo 108

Tabela 29 - Equaccedilotildees de ajuste para o volume de copa das plantas de pinhatildeo-manso em

funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada e do

manejo hiacutedrico adotado para os dois ciclos de avaliaccedilatildeo 109

Tabela 30 - Anaacutelise univariada de perfis para IAF durante o ciclo 201415 111

Tabela 31 - Anaacutelise de regresssatildeo para o IAF em funccedilatildeo do dia apoacutes a poda (DAP) para todos

os tratamentos no segundo ano de avaliaccedilatildeo 112

Tabela 32 - Equaccedilotildees de ajuste para o IAF das plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias

apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicadas e do manejo hiacutedrico

adotado para o segundo ciclo de avaliaccedilatildeo 112

Tabela 33 - Valores meacutedios dos iacutendices de clorofila total A e B (ICF) e da relaccedilatildeo clorofila

AB das folhas de pinhatildeo-manso para todos os tratamentos avaliados no primeiro

ciclo de avaliaccedilatildeo 115

Tabela 34 - Valores meacutedios dos iacutendices de clorofila total A e B (ICF) e da relaccedilatildeo clorofila

AB das folhas de pinhatildeo-manso para todos os tratamentos avaliados no segundo

ciclo de avaliaccedilatildeo 116

Tabela 35 ndash Resumo da anaacutelise univariada de perfis para os iacutendices de Clorofila para o ciclo

201415 117

21

Tabela 36 ndash Teste de esfericidade de Mauchly para os iacutendices de clorofila e N foliar do

pinhatildeo-manso 118

Tabela 37 - Coeficientes de correlaccedilatildeo de Pearson entre o nitrogecircnio foliar e os teores de

clorofila na planta 119

Tabela 38 - Valores de F para o teor meacutedio () e a produtividade de oacuteleo (kg ha-1

) em

sementes de pinhatildeo-manso para todos os tratamentos avaliados 120

Tabela 39 - Valores Meacutedios do teor e produtividade de oacuteleo em funccedilatildeo do manejo hiacutedrico e da

dose de nitrogecircnio aplicada 121

Tabela 40 - Valores de F para os iacutendices de acidez (IA) iodo peroacutexido (IP) e estabilidade

oxidativa (EO) para os dois ciclos de avaliaccedilatildeo 124

Tabela 41 - Valores meacutedios dos iacutendices de qualidade de oacuteleo em funccedilatildeo do manejo hiacutedrico

adotado nos dois ciclos de avaliaccedilatildeo 125

Tabela 42 - Perfil composicional dos oacuteleos de pinhatildeo-manso () dos tratamentos avaliados no

ciclo 201314 128

Tabela 43 - Perfil composicional dos oacuteleos de pinhatildeo-manso () dos tratamentos avaliados no

ciclo 201415 128

Tabela 44 - Caracterizaccedilatildeo do biodiesel obtido do oacuteleo de pinhatildeo-manso para os dois

experimentos de manejo hiacutedrico 132

22

23

1 INTRODUCcedilAtildeO

Atualmente a maior parte da energia consumida no mundo proveacutem do petroacuteleo do

carvatildeo e do gaacutes natural Entretanto essas satildeo fontes natildeo renovaacuteveis e possuem previsatildeo de

esgotamento em um futuro proacuteximo Aleacutem disso os combustiacuteveis foacutesseis satildeo fontes muito

poluidoras e afetam o meio ambiente de forma severa o que faz a populaccedilatildeo mundial buscar

soluccedilotildees para tais problemas Com a crescente necessidade de encontrar fontes alternativas de

energia para substituir os combustiacuteveis foacutesseis diversas plantas vecircm sendo estudadas por

institutos de pesquisas e empresas A produccedilatildeo de biocombustiacuteveis por meio do

desenvolvimento dos setores agroenergeacuteticos pode se tornar uma soluccedilatildeo viaacutevel para o

suprimento da demanda energeacutetica mundial

Produzido a partir de fontes renovaacuteveis como oacuteleos vegetais e gorduras animais o

biodiesel pode ser usado para geraccedilatildeo de energia em substituiccedilatildeo ao oacuteleo diesel e ao oacuteleo

combustiacutevel O uso do biodiesel pode trazer uma seacuterie de benefiacutecios associados agrave reduccedilatildeo dos

gases de efeito estufa e de outros poluentes atmosfeacutericos tais como o enxofre aleacutem de

promover reduccedilatildeo do consumo de combustiacuteveis foacutesseis No Brasil a produccedilatildeo do biodiesel

pode cooperar com o desenvolvimento econocircmico de diversas regiotildees do paiacutes uma vez que eacute

possiacutevel explorar a melhor alternativa de mateacuteria-prima em cada regiatildeo Com isso em funccedilatildeo

de fatores como a vasta extensatildeo territorial e a grande diversidade de climas solos e espeacutecies

oleaginosas o Brasil encontra-se em uma situaccedilatildeo bastante promissora

O pinhatildeo-manso (Jatropha curcas L) destaca-se entre as oleaginosas com potencial

para a produccedilatildeo de biodiesel Esta cultura eacute apropriada ao cultivo em quase todo o paiacutes devido

a sua rusticidade e agrave resistecircncia a condiccedilotildees adversas de clima e solo (SATURNINO et al

2005) principalmente ao estresse hiacutedrico sendo tolerante agrave seca e podendo ser usada em

aacutereas marginais ou degradadas sem a competiccedilatildeo com culturas para fins de alimentaccedilatildeo

Aliado a esses fatores a alta porcentagem de oacuteleo por unidade de semente dessa espeacutecie em

comparaccedilatildeo com algumas culturas oleaginosas tradicionalmente cultivadas no paiacutes e em

outras regiotildees do mundo atraiacute a atenccedilatildeo de pesquisadores de diversos centros de pesquisa ao

redor do mundo para o conhecimento e o aprimoramento dessa cultura como uma matriz

energeacutetica para a produccedilatildeo de biodiesel

Contudo limitaccedilotildees teacutecnicas tecircm impedido a inserccedilatildeo imediata do pinhatildeo-manso na

matriz energeacutetica brasileira Por se tratar ainda de uma planta natildeo domesticada suas

caracteriacutesticas agronocircmicas natildeo satildeo completamente entendidas e os efeitos do ambiente sobre

24

as plantas natildeo tecircm sido completamente investigados Os resultados de pesquisas com a cultura

no Brasil ainda satildeo incipientes tendo iniacutecio faz pouco mais de dez anos de forma que ainda

haacute grande falta de informaccedilotildees sobre a cultura no paiacutes principalmente no que diz respeito agraves

suas demandas nutricionais e ao seu consumo hiacutedrico

Considerado por apresentar caracteriacutesticas como rusticidade e adaptabilidade a

condiccedilotildees adversas de clima e solo o pinhatildeo-manso assim como a maioria das culturas

agriacutecolas possivelmente pode obter uma boa resposta quando suprido das suas necessidades

hiacutedricas e nutricionais A adubaccedilatildeo e a aplicaccedilatildeo de aacutegua podem aumentar o rendimento de

sementes e oacuteleo do pinhatildeo-manso Mas a falta de informaccedilotildees sobre o cultivo de plantas

adultas a partir do seu pico de produccedilatildeo (4ordm ano) e da qualidade do seu oacuteleo sob a influecircncia

dessas variaacuteveis natildeo permite que se tenha um adequado manejo hiacutedrico e nutricional da

cultura uma vez que natildeo se conhece a fundo a resposta da planta pois trata-se ainda de uma

cultura com variadas expressotildees agronocircmicas

Sob a hipoacutetese de que o uso da irrigaccedilatildeo e a aplicaccedilatildeo de diferentes doses de

nitrogecircnio afetam os componentes de produccedilatildeo o crescimento vegetativo e a qualidade do

oacuteleo do pinhatildeo-manso desenvolveu-se este trabalho com o objetivo principal de avaliar os

efeitos dos diferentes niacuteveis de adubaccedilatildeo nitrogenada e de irrigaccedilatildeo na produtividade no

crescimento vegetativo e na qualidade de oacuteleo no terceiro e quarto ano do cultivo de pinhatildeo-

manso (Jatropha curcas L) nas condiccedilotildees edafoclimaacuteticas de Piracicaba-SP Os objetivos

secundaacuterios foram avaliar os efeitos da irrigaccedilatildeo complementar e da adubaccedilatildeo nitrogenada em

variaacuteveis de crescimento das plantas de pinhatildeo-manso os niacuteveis de clorofila de cada

tratamento e a correlaccedilatildeo desses teores com os valores de N foliar e os efeitos de cada

tratamento sobre o rendimento o perfil composicional de aacutecidos graxos e os iacutendices de

qualidade do oacuteleo do pinhatildeo-manso

25

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA

21 A cultura do pinhatildeo-manso (Jatropha curcas L)

O pinhatildeo-manso (Jatropha curcas L) pertence agrave famiacutelia Euphorbiaceae a mesma da

mandioca mamona e seringueira e que compreende aproximadamente 8000 espeacutecies com

cerca de 320 gecircneros As plantas do gecircnero Jatropha contecircm 160 espeacutecies aproximadamente

entre herbaacuteceas e arbustivas e apresentam valor medicinal ornamental e algumas satildeo

produtoras de oacuteleo como eacute o caso da espeacutecie Jatropha curcas L (SUJATHA DHINGRA

1993)

Esta espeacutecie destaca-se entre as oleaginosas com potencial para a produccedilatildeo de

biodiesel aleacutem de apresentar caracteriacutesticas desejaacuteveis tais como potencial de altos

rendimentos de gratildeos e oacuteleo boa qualidade do oacuteleo para a produccedilatildeo de biodiesel

adaptabilidade a diferentes regiotildees precocidade e longevidade Eacute uma planta reivindicada

como tolerante agrave seca tem menos necessidade de nutrientes utiliza insumos trabalhistas mais

baixos e natildeo compete com a produccedilatildeo de alimentos se cultivada em terras marginais

Consequentemente o pinhatildeo-manso eacute uma planta oleaginosa com potencial para o

desenvolvimento ambiental sustentaacutevel (PANDEY et al 2012)

Podendo ser um arbusto ou aacutervore pequena de crescimento raacutepido o pinhatildeo-manso

pode atingir ateacute trecircs metros de altura com diacircmetro de tronco de aproximadamente 20 cm

mais em condiccedilotildees especiais de cultivo pode atingir ateacute cinco metros de altura e diacircmetro

variando de 20 a 30 cm O pinhatildeo-manso possui caule liso de lenho mole e medula

desenvolvida mas pouco resistente e floema com longos canais que se estendem ateacute as

raiacutezes nos quais circula o laacutetex (HELLER 1996 SATURNINO et al 2005) O tronco que

conteacutem laacutetex eacute dividido desde a base em ramos que satildeo revestidos por uma camada grossa

com cicatrizes produzidas pela queda das folhas na estaccedilatildeo seca (DIAS et al 2007

HENNING 2009) Em resumo trata-se de uma planta perene de crescimento raacutepido e

caducifoacutelia a qual geralmente leva de quatro a cinco anos para atingir a maturidade com

expectativa de vida em torno de 50 anos (DRUMOND et al 2010)

A planta desenvolve uma raiz principal e quatro raiacutezes laterais sendo que a raiz

pivotante natildeo eacute normalmente formada quando as plantas advecircm de propagaccedilatildeo vegetativa

(HELLER 1996) As folhas satildeo verdes largas lisas e lobadas com nervuras esbranquiccediladas

na face inferior Eacute uma planta monoica e as inflorescecircncias terminais contecircm de 5 a 20 flores

femininas que se abrem em dias diferentes (SATURNINO et al 2005) Em cada

26

inflorescecircncia desabrocham primeiro as flores femininas seguindo o sentido de baixo para

cima na planta Do mesmo modo ocorrem a frutificaccedilatildeo e a maturaccedilatildeo Os frutos fecundados

tardiamente continuam a crescer depois da maturaccedilatildeo dos primeiros frutos de um cacho o que

gera colheita em diferentes eacutepocas do ano

O fruto eacute capsular oblongo com diacircmetro de 15 a 30 cm trilocular podendo

apresentar ateacute quatro sementes sendo formado por um pericarpo ou casca dura e lenhosa

indeiscente inicialmente verde passando a amarelo castanho e por fim preto quando atinge a

maturaccedilatildeo fisioloacutegica (DIAS et al 2007) A semente eacute ovalada endospeacutermica tegumento

rijo quebradiccedilo de fratura resinosa Na maturaccedilatildeo conteacutem de 53 a 62 de sementes e de 38

a 47 de casca pesando cada uma de 153 a 285 g (SATURNINO et al 2005) Na Figura 1

estatildeo apresentadas as diferentes partes constituintes da planta do pinhatildeo-manso

Figura 1 - Partes que compotildee a planta de pinhatildeo-manso ramo com inflorescecircncias (a) caule (b) folha (c) pistilo

ndash flor feminina (d) estame ndash flor masculina (e) fruto em corte transversal (f) frutos (g) fruto em

corte longitudinal (h) semente (i) Fonte Heller (1996)

27

De toda a morfologia da planta o sistema radicular eacute o que necessita de maiores

informaccedilotildees quanto a sua real distribuiccedilatildeo no perfil do solo e a sua absorccedilatildeo dos nutrientes

presentes na soluccedilatildeo do solo existindo pouquiacutessimos trabalhos na literatura que descrevem

com clareza o seu sistema radicular sendo restrito a condiccedilotildees especiacuteficas da regiatildeo Alves

Juacutenior et al (2014) avaliaram a distribuiccedilatildeo espacial do sistema radicular do pinhatildeo-manso no

Cerrado brasileiro e encontraram uma profundidade meacutedia e distacircncia horizontal

respectivamente de 060 e 075 m para plantas com 17 meses de idade e de 10 e 10 m para

plantas de 36 meses de idade Nunes et al (2009) e Ye et al (2009) relatam que em solos de

baixa densidade a raiz do pinhatildeo-manso pode chegar ao dobro do comprimento da parte aeacuterea

Estas informaccedilotildees contradizem o que se achava a respeito da cultura do pinhatildeo-manso pois

diversos autores afirmaram agrave respeito do sistema radicular da cultura como sendo curto e

pouco ramificado (HELLER 1996 ARRUDA et al 2004 SATURNINO et al 2005)

O oacuteleo bruto dos gratildeos eacute a principal mateacuteria-prima do pinhatildeo-manso e o seu

rendimento depende de diversas caracteriacutesticas da planta associadas aos fatores

edafoclimaacuteticos Entre os principais componentes da produtividade destacam-se as

caracteriacutesticas vegetativas da planta o nuacutemero de ramos o diacircmetro da copa a altura das

plantas o volume de copa a produtividade de gratildeos por aacutervore e entre as caracteriacutesticas de

qualidade da mateacuteria-prima o ldquopeso de gratildeosrdquo ldquopeso de amecircndoasrdquo ldquopeso de cascardquo (RAO et

al 2008) O oacuteleo eacute o produto de maior valor agregado da cultura do pinhatildeo-manso e

apresenta propriedades como uma maior estabilidade oxidativa do que o oacuteleo de soja menor

viscosidade quando comparado ao da mamona e melhores propriedades a frio que o oacuteleo de

palma (TAPANES et al 2008)

Quanto agrave porcentagem de oacuteleo destaca-se seu o alto teor por unidade de massa com

uma variaccedilatildeo de 27 a 38 o que representam de 53 a 79 do peso do fruto (ARRUDA

2004 DIAS et al 2007) Poreacutem os teores de oacuteleo podem variar de acordo com as

caracteriacutesticas geneacuteticas tecnologia de produccedilatildeo e de extraccedilatildeo adotadas (CARVALHO

NAKAGAWA 2000 MARQUES 2007) Diferentes meacutetodos podem ser utilizados para a

extraccedilatildeo de oacuteleos vegetais como a prensagem mecacircnica a extraccedilatildeo com solvente e a extraccedilatildeo

com fluiacutedo supercriacutetico Pelo meacutetodo de extraccedilatildeo com solvente de Soxhlet obteacutem-se maior

quantidade de oacuteleo em relaccedilatildeo a outros meacutetodos pois a amostra permanece em contato com o

solvente pela evaporaccedilatildeo e condensaccedilatildeo do mesmo sobre a amostra (BRUM ARRUDA

REGITANO-DrsquoARCE 2009) Entretanto por ser de baixo custo a prensagem mecacircnica eacute o

meacutetodo mais utilizado para extraccedilatildeo de oacuteleo nas induacutestrias

28

Com relaccedilatildeo a composiccedilatildeo do oacuteleo Visentainer e Santos Juacutenior (2013) relatam que do

teor meacutedio de oacuteleo encontrado nas sementes cerca de 608 satildeo compostos basicamente por

143 de aacutecido palmiacutetico 51 de aacutecido esteaacuterico 411 de aacutecido oleico e 381 de aacutecido

linoleico possuindo ao final um valor meacutedio de 20 de aacutecidos graxos saturados e 80 de

aacutecidos insaturados Entretanto assim como nas demais culturas oleaginosas a composiccedilatildeo e

teor de cada aacutecido graxo de oacuteleos vegetais com potencial para biocombustiacuteveis podem variar

de acordo com as condiccedilotildees climaacuteticas classe de solo localizaccedilatildeo geograacutefica estaacutedio de

maturaccedilatildeo das sementes variedades e praacuteticas agronocircmicas entre outros fatores (BERTI

JOHNSON 2008 KHEIRA ATTA 2009 HATHURUSINGHA ASHWATH MIDMORE

2011 SEZEN et al 2011 AKBARIAN MODAFEBEHZADI BAGHERIPOUR 2012

RAMANJANEYULU REDDY MADHAVI 2013 RODRIGUES et al 2013 SINHA et al

2015)

O pinhatildeo-manso apresenta alta toleracircncia agrave seca sendo cultivada em diversos paiacuteses do

mundo principalmente no semiaacuterido tropical (FAIRLESS 2007 ACHTEN et al 2008) A

elevada toleracircncia agrave seca aliada ao caule suculento de plantas de pinhatildeo-manso estaacute associada

ao metabolismo C3-CAM existente nesta espeacutecie funcionando em condiccedilotildees de deacuteficit

hiacutedrico o metabolismo CAM (LUTTGE 2008) As plantas CAM satildeo adaptadas agrave escassez de

aacutegua porque perdem pouca aacutegua por transpiraccedilatildeo durante aquisiccedilatildeo de CO2 uma vez que os

estocircmatos abrem-se no periacuteodo noturno e permanecem fechados durante o dia Segundo

Pimentel (1998) algumas plantas CAM facultativas podem atingir alta produtividade quando

funcionando como C3 poreacutem quando essas plantas apresentam o comportamento CAM

devido agrave um estresse ambiental a acumulaccedilatildeo de mateacuteria seca eacute reduzida

A distribuiccedilatildeo geograacutefica do pinhatildeo-manso eacute bastante vasta devido a sua rusticidade

resistecircncia a longas estiagens e agraves infestaccedilotildees de pragas e doenccedilas sendo adaptaacutevel agraves

adversidades de solo e clima Segundo Openshaw (2000) a espeacutecie estaacute distribuiacuteda

principalmente nas Ameacutericas na Aacutefrica e em parte da Aacutesia sendo largamente cultivada no

Meacutexico Nicaraacutegua Tailacircndia e em partes da Iacutendia No Brasil sua distribuiccedilatildeo geograacutefica se

estende por boa parte do territoacuterio sendo encontrada desde a regiatildeo Nordeste Sudeste e ateacute o

Estado do Paranaacute (ARRUDA et al 2004) Alguns pesquisadores apontam o Brasil como

provaacutevel centro de origem devido agrave distribuiccedilatildeo ao longo de todo o paiacutes (SUJATHA

DHINGRA 1993 ARRUDA et al 2004 SATURNINO et al 2005) poreacutem muitos estudos

estatildeo evidenciando como centro de diversidade geneacutetica e possiacutevel centro de origem o norte

da Ameacuterica Latina destacando-se Meacutexico e Guatemala (HELLER 1996 MAES et al

2009b PECINA-QUINTERO et al 2014) Estudos realizados por Nuacutentildeez-Coliacuten e Goytia-

29

Jimeacutenez (2009) para determinaccedilatildeo da distribuiccedilatildeo da espeacutecie e dos padrotildees climaacuteticos da

regiatildeo de origem apontaram o Meacutexico e o norte da Ameacuterica Central como o centro de

diversidade da espeacutecie No Meacutexico a diversidade geneacutetica eacute citada na literatura como sendo

expressiva sobretudo por ocorrer naturalmente o genoacutetipo atoacutexico sem a presenccedila de eacutesteres

de forbol Eacute comum no paiacutes a populaccedilatildeo de alguns estados se alimentarem da polpa ou

sementes de pinhatildeo-manso tradiccedilatildeo existente desde a eacutepoca dos maias sendo mais praticado

nos estados de Veracruz e Puebla (MAKKAR et al 1997 MARTIacuteNEZ-HERRERA et al

2006) Natildeo se tem relatos de ocorrecircncia do genoacutetipo atoacutexico fora do Meacutexico

22 Potencialidades e limitaccedilotildees para o cultivo do pinhatildeo-manso

O Brasil com sua vasta extensatildeo territorial e variedade climaacutetica apresenta um

enorme potencial para a produccedilatildeo de diferentes espeacutecies de oleaginosas que podem ser

utilizadas na siacutentese do biodiesel destacando-se a soja a mamona o girassol o amendoim a

palma de oacuteleo a canola e o pinhatildeo-manso A viabilidade de cada oleaginosa depende de sua

competitividade teacutecnica econocircmica e socioambiental aleacutem de aspectos como o teor de oacuteleo a

produtividade por unidade de aacuterea a adequaccedilatildeo a diferentes sistemas produtivos sazonalidade

e demais aspectos relacionados ao ciclo de vida da planta (VISENTAINER SANTOS

JUacuteNIOR 2013)

A cultura da soja destaca-se no cenaacuterio brasileiro dentre as principais mateacuterias-primas

utilizadas para a produccedilatildeo do biodiesel sendo 80 do oacuteleo produzido no paiacutes oriundo desta

oleaginosa A previsatildeo eacute que esta situaccedilatildeo natildeo se modificaraacute nos proacuteximos anos visto que

esta cultura tem uma cadeia produtiva organizada e estaacute no limite da fronteira tecnoloacutegica

mundial sendo o Brasil nos uacuteltimos anos o segundo maior produtor mundial poreacutem o seu

rendimento em oacuteleo eacute baixo (Tabela 1) (VISENTAINER SANTOS JUacuteNIOR 2013) O

pinhatildeo-manso (Jatropha curcas L) vem sendo fonte de estudos nos uacuteltimos anos devido ao

seu grande potencial na produccedilatildeo de oacuteleo para biocombustiacuteveis chegando a apresentar teor de

oacuteleo variando entre 32 a 40 quando extraiacutedo por meio de prensagem mecacircnica o que

garante a esta cultura altas produtividades meacutedias de gratildeos e de oacuteleo quando comparada com

outras culturas cultivadas no paiacutes (Tabela 1)

30

Tabela 1 - Relaccedilatildeo entre a produtividade meacutedia de sementes e o rendimento de oacuteleo de algumas culturas

oleaginosas produzidas no Brasil

Cultura Produtividade meacutedia de

sementes (kg ha-1

ano-1

) Teor meacutedio de oacuteleo ()

Rendimento meacutedio em

oacuteleo (kg ha-1

ano-1

)

Soja 2800 20 560

Palma de oacuteleo 15000 26 4000

Girassol 1800 45 774

Algodatildeo 1900 19 361

Amendoim 2400 45 788

Mamona 1000 48 470

Canola 1500 38 570

Pinhatildeo-manso 5000 38 1900

Fonte Ministeacuterios da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento-MAPA (2007)

Por ser o biodiesel um combustiacutevel biodegradaacutevel derivado de fontes renovaacuteveis

como os oacuteleos vegetais ldquovirgensrdquo ou jaacute utilizados e das gorduras animais satildeo evidentes as

vantagens da sua utilizaccedilatildeo na reduccedilatildeo da emissatildeo de gases poluentes e no balanccedilo de

carbono quando comparado com o diesel foacutessil No caso do biodiesel de pinhatildeo-manso pode-

se obter uma reduccedilatildeo de 55 na emissatildeo de fuligem e de 35 na liberaccedilatildeo de hidrocarboneto

que aliaacutes eacute uma substacircncia canceriacutegena Aleacutem disso o gaacutes carbocircnico gerado na queima eacute

consumido no processo de fotossiacutentese realizado nas lavouras de plantas oleaginosas e

devolvido agrave atmosfera como oxigecircnio criando dessa forma um ciclo fechado de produccedilatildeo

sem sobras poluentes (CARNIELLI 2003)

Com relaccedilatildeo agrave utilizaccedilatildeo do oacuteleo produzido a partir de sementes de pinhatildeo-manso

para a produccedilatildeo de biocombustiacutevel pode-se obter basicamente dois produtos O primeiro e

mais conhecido eacute o biodiesel que pode ser utilizado em substituiccedilatildeo ao diesel de origem

foacutessil (ACHTEN et al 2008) A segunda alternativa que ateacute o momento soacute foi utilizada em

pequena escala eacute o bioquerosene que pode ser utilizado em substituiccedilatildeo ao querosene de

aviaccedilatildeo Alguns testes neste sentido como voos experimentais jaacute foram ateacute realizados por

companhias aeacutereas e se mostraram muito satisfatoacuterios com relaccedilatildeo agrave viabilidade teacutecnica do

biocombustiacutevel

O pinhatildeo-manso eacute uma oleaginosa com grande potencial para produccedilatildeo de biodiesel

sendo que sua produccedilatildeo de oacuteleo pode chegar a 15 Mg ha-1

ano-1

Como algumas vantagens

esta cultura apresenta em sua cadeia produtiva a resistecircncia podendo desta forma ser

cultivado em todo o paiacutes facilitando a sua distribuiccedilatildeo e sua colheita que eacute manual o que

impulsiona a matildeo de obra familiar (VISENTAINER SANTOS JUacuteNIOR 2013)

31

O pinhatildeo-manso pode ser considerado uma das mais promissoras oleaginosas para

substituir o diesel de petroacuteleo pois as amecircndoas aleacutem de poderem gerar valores proacuteximos de

40 de oacuteleo extraiacutedo por prensagem mecacircnica podem render de 50 a 52 de oacuteleo quando

extraiacutedo a base de solventes Seu oacuteleo eacute empregado como lubrificante em motores a diesel e

na fabricaccedilatildeo de sabatildeo e tinta Aleacutem disso a torta que resta ao final da extraccedilatildeo eacute um

subproduto rico em nitrogecircnio potaacutessio foacutesforo e mateacuteria orgacircnica que pode ser utilizado na

adubaccedilatildeo tanto da lavoura de pinhatildeo-manso como em outras culturas (MARTINS

MACHADO CAVASINI 2008) Outro fator positivo eacute a utilizaccedilatildeo da casca dos pinhotildees que

pode ser usada como carvatildeo vegetal e mateacuteria-prima na fabricaccedilatildeo de papel (SLUSZZ

MACHADO 2011) e da madeira do pinhatildeo-manso que assim como as cascas dos frutos

podem ser utilizadas como material carburante de fornalhas (HELLER 1996 ARRUDA et

al 2004 SATURNINO et al 2005)

De acordo com Sato et al (2007) apesar da utilizaccedilatildeo do oacuteleo extraiacutedo da semente do

pinhatildeo-manso para a produccedilatildeo de biocombustiacutevel ser o mais difundido outras partes da

planta tecircm utilizaccedilatildeo econocircmica como na medicina tradicional na produccedilatildeo de sabatildeo na

iluminaccedilatildeo por meio de lamparinas em geradores de eletricidade combustiacutevel para fogotildees

extratos da semente como molusquicida inseticida e nematicida Ainda segundo estes autores

a planta eacute considerada meliacutefera podendo tambeacutem ser utilizada como cerca-viva de pastagens

e campos agriacutecolas pois natildeo eacute palataacutevel mourotildees de cerca ldquovivosrdquo e suporte para plantas

trepadeiras como no caso da baunilha (Vanilla aromatica)

A cultura aleacutem de ser uma boa opccedilatildeo agriacutecola para aacutereas aacuteridas semiaacuteridas e na

recuperaccedilatildeo de aacutereas degradadas promove a integraccedilatildeo do acesso agrave produccedilatildeo com renda (com

a venda do oacuteleo das sementes para fins combustiacuteveis) eacute suprimento de energia (o oacuteleo pode

ser utilizado em motores e maacutequinas para a geraccedilatildeo de eletricidade) contribui no

desenvolvimento rural (com o emprego da matildeo-de-obra familiar) e com consequente fixaccedilatildeo

do homem no campo seguranccedila alimentar pois permite o uso de culturas anuais alimentiacutecias

em consoacutercio aleacutem de melhorias ambientais como a formaccedilatildeo de um microclima que

favorece o desenvolvimento de outras culturas nas entrelinhas entre outros (SATO et al

2007)

No entanto o cultivo do pinhatildeo-manso precisa ser aprimorado para tornaacute-lo adequado

agrave produccedilatildeo de mateacuteria prima para a produccedilatildeo de biodiesel Apesar de possuir caracteriacutesticas

desejaacuteveis como resistecircncia a seca e rusticidade limitaccedilotildees teacutecnicas como a maturaccedilatildeo

desuniforme dos frutos e a baixa produtividade de gratildeos alcanccedilada em alguns locais tecircm

limitado a viabilidade econocircmica desse cultivo (ROCHA et al 2012) Por ser ainda uma

32

planta silvestre suas caracteriacutesticas agronocircmicas natildeo satildeo completamente entendidas e os

efeitos do ambiente sobre as plantas natildeo tecircm sido completamente investigados Para isso eacute

necessaacuterio o estabelecimento de teacutecnicas que propiciem colheita uniforme com maior

qualidade do oacuteleo e reduccedilatildeo dos custos de produccedilatildeo (LAVIOLA et al 2011)

Atualmente natildeo se tem conhecimento de nenhum programa de melhoramento geneacutetico

que vise a obtenccedilatildeo de um cultivar seguro para a expansatildeo vigorosa dessa cultura O processo

de seleccedilatildeo de acessos de pinhatildeo-manso com excelentes caracteriacutesticas de cultivo encontra-se

recente e na fase inicial em estudos feitos no Brasil (LAVIOLA et al 2014 PEIXOTO et al

2016) e em outros paiacuteses (GINWAL et al 2005 KAUSHIK et al 2007 MAES et al 2009b

WEN et al 2012a WEN et al 2012b) O desenvolvimento de um sistema de cultivo

comercial de espeacutecies selvagens de plantas deve ser feito com base no uso de cultivares que

apresentem suficiente uniformidade para garantir que a tecnologia de produccedilatildeo adotada seja

aproveitada na sua totalidade A falta desses cultivares natildeo permite recomendaccedilotildees teacutecnicas

confiaacuteveis sobre a melhor forma de propagaccedilatildeo populaccedilatildeo de plantio adubaccedilatildeo manejo

eacutepoca e tipo de colheita controle de pragas e doenccedilas etc A inexistecircncia dessas

recomendaccedilotildees tornam incertos eventuais investimentos em plantios comerciais (MARQUES

2007)

Outra limitaccedilatildeo conhecida da planta eacute que as suas sementes satildeo toacutexicas para animais e

humanos impedindo que o resiacuteduo das sementes seja utilizado como raccedilatildeo animal Entre os

principais componentes toacutexicos presentes no pinhatildeo-manso destacam-se o eacutester de forbol (12-

deoxi-16-Hidroxiforbol) a globulina e a curcasina que podem trazer riscos agrave sauacutede caso seja

ingerido a ingestatildeo de uma uacutenica semente fresca pode causar tanto vocircmito quanto diarreia

(PEIXOTO 1973) Segundo Visentainer e Santos Juacutenior (2013) outro fator negativo deste

oacuteleo para a produccedilatildeo de biocombustiacuteveis eacute o seu alto teor de aacutecidos graxos poli-insaturados

que favorecem sua raacutepida oxidaccedilatildeo durante a estocagem mas essa oxidaccedilatildeo pode ser

acelerada pela accedilatildeo do calor do oxigecircnio ou de traccedilos de metais pesados e de seus caacutetions

que satildeo comumente presentes nos materiais empregados na fabricaccedilatildeo dos tanques de

armazenagem podendo conduzir ao desenvolvimento de reaccedilotildees laterais como a formaccedilatildeo de

aldeiacutedos saturados (por exemplo hexanal heptanal ou nonanal) ou de compostos corrosivos

De acordo com estes autores os investimentos em pesquisas estatildeo trazendo soluccedilotildees para

estas questotildees por meio da mistura adequada de oacuteleos (blends) pela utilizaccedilatildeo de aditivos

pela obtenccedilatildeo de novas variedades e pela escolha da rota tecnoloacutegica mais eficiente

Marques (2007) relata a grande preocupaccedilatildeo dos pesquisadores brasileiros no

incentivo ao plantio em larga escala do pinhatildeo-manso pois esta eacute uma planta ainda selvagem

33

sobre a qual haacute pouco conhecimento teacutecnico-cientiacutefico e ainda natildeo foram encontrados na

literatura relatos sobre pesquisas cientiacuteficas de longa duraccedilatildeo relacionadas ao pinhatildeo-manso

Existem apenas estimativas preliminares de produccedilatildeo e de produtividade obtidas pela

extrapolaccedilatildeo de dados obtidos em plantas isoladas e a maior parte dos trabalhos cientiacuteficos

satildeo estudos baacutesicos realizados em laboratoacuterio ou em casa-de-vegetaccedilatildeo sobre temas

especiacuteficos O autor destaca outro problema entre os profissionais da aacuterea de ciecircncias agraacuterias

que eacute a ausecircncia de um mercado estruturado para esse produto e o desinteresse das induacutestrias

de extraccedilatildeo de oacuteleo no seu processamento em razatildeo das pequenas quantidades de sementes

disponiacuteveis Isso tudo do ponto de vista do agricultor sugere uma instabilidade empresarial

bastante perigosa pois o pomar de pinhatildeo-manso eacute perene e natildeo lhe permite a opccedilatildeo de no

ano seguinte migrar para outra cultura mais rentaacutevel em caso de prejuiacutezo

Apesar da carecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas baacutesicas a cultura vem sendo implantada

pesquisada e difundida em diferentes regiotildees do paiacutes e do mundo A histoacuteria recente do

cultivo em larga escala e os esforccedilos em estudos para o conhecimento do pinhatildeo-manso por

consequecircncia do apelo energeacutetico para a produccedilatildeo de biocombustiacuteveis iniciou-se no ano de

2003 quando a Comissatildeo de Planejamento da Iacutendia decidiu adicionar 20 do biodiesel do

oacuteleo de pinhatildeo-manso na mistura com oacuteleo diesel ateacute o ano de 2010 e 30 ateacute 2030 (IacuteNDIA

2003) Depois disso nos anos subsequentes a cultura foi introduzida em localidades do

Oeste Leste e Sul da Aacutefrica Aacutesia (Iacutendia China Japatildeo Malaacutesia Filipinas e Tailacircndia)

Ameacuterica do Sul e Central e Beacutelgica nos uacuteltimos onze anos (SINGH et al 2014)

No Brasil o interesse na produccedilatildeo do pinhatildeo-manso surgiu com a implantaccedilatildeo do

Plano Nacional de Produccedilatildeo de Biodiesel criado em 2004 poreacutem somente a partir de 2008 o

Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (MAPA) por meio da Instruccedilatildeo

Normativa nordm 4 de 14 de janeiro de 2008 autorizou a inscriccedilatildeo no Registro Nacional de

Cultivares da espeacutecie Jatropha curcas L abrindo caminho para sua exploraccedilatildeo comercial no

Brasil (ROSCOE 2008) Andreacuteo-Souza et al (2010) e Nery et al (2009) informam que esta

oleaginosa eacute considerada uma cultura potencial para atender a este programa pois possui

potencial de rendimento de gratildeos e oacuteleo e em sua fase inicial permite o cultivo em consoacutercio

com outras culturas de interesse econocircmico e alimentar Com a vantagem de ser perene natildeo

exige preparo anual do solo (ARRUDA et al 2004) Marques (2007) destaca o otimismo

encarado pelos pesquisadores brasileiros que consideram que o pinhatildeo-manso poderaacute se

tornar um negoacutecio viaacutevel e promissor desde que haja interesse no investimento de recursos

consideraacuteveis em pesquisa e desenvolvimento tecnoloacutegico a exemplo do que fez o IAC com o

34

algodatildeo nos anos de 193040 com a cana de accediluacutecar na deacutecada de 195060 e com a soja nos

anos 196070

Com a expansatildeo dos programas energeacuteticos para o suprimento da energia mundial na

uacuteltima deacutecada o pinhatildeo-manso despertou muito interesse em todo o mundo A atenccedilatildeo

mundial para os biocombustiacuteveis a sustentabilidade ambiental e a utilizaccedilatildeo e recuperaccedilatildeo de

terras degradadas para seguranccedila da subsistecircncia com o pinhatildeo-manso criou um grande

interesse nessa espeacutecie (EVERSON MENGISTU GUSH 2013) Inuacutemeros trabalhos tem

sido apresentados com o potencial do pinhatildeo-manso para recuperaccedilatildeo de aacutereas degradadas

sequestro de carbono e pela alta eficiecircncia no uso da aacutegua (FRANCIS EDINGER BECKER

2005 ACHTEN et al 2008 KABIR HUSSAIN KIM 2009 ABHILASH et al 2010

ACHTEN et al 2010) Apesar dos seus vaacuterios meacuteritos muitos deles comprovados em centros

de pesquisas o pinhatildeo-manso ainda natildeo pode ser cultivado como uma cultura em larga escala

para a produccedilatildeo de biocombustiacuteveis por se tratar ainda de uma planta semisselvagem em fase

inicial de domesticaccedilatildeo (SINGH et al 2014) Entretanto faz-se necessaacuterio a continuaccedilatildeo dos

estudos nos centros de pesquisas para a validaccedilatildeo em condiccedilotildees de campo como na avaliaccedilatildeo

das reaccedilotildees da cultura sobre as diferentes praacuteticas de manejo localidade e resistecircncia a

pragas e doenccedilas para que assim possa se efetuar um soacutelido melhoramento geneacutetico Soacute apoacutes

essa etapa a cultura pode ser recomendada para o cultivo nas propriedades rurais Essas

medidas tornam-se necessaacuterias para evitar que o pinhatildeo-manso se torne mais uma vez um

colapso como biocombustiacutevel a niacutevel mundial (KANT WU 2011)

23 Fatores que afetam o desenvolvimento e a produtividade do pinhatildeo-manso

O plantio de pinhatildeo-manso ao redor do mundo tem sido incentivado pela sua

rusticidade e capacidade de desenvolvimento em condiccedilotildees adversas como em regiotildees

semiaacuteridas e aacuteridas Essa caracteriacutestica continua sendo muito difundida por alguns autores que

consideram o pinhatildeo-manso como uma planta que suporta situaccedilotildees de longas estiagens em

regiotildees de terra de baixa fertilidade e precaacuterias propriedades fiacutesicas com produccedilatildeo satisfatoacuteria

de oacuteleo (PEIXOTO 1973) No entanto tais condiccedilotildees podem afetar significativamente a

produtividade e o rendimento de seu oacuteleo

35

231 Exigecircncias climaacuteticas para o cultivo do pinhatildeo-manso

O pinhatildeo-manso desenvolve-se bem tanto nas regiotildees tropicais secas quanto nas

zonas equatoriais uacutemidas assim como nos terrenos aacuteridos e pedregosos podendo suportar

longos periacuteodos de secas Eacute encontrado desde o niacutevel do mar ateacute altitudes de

aproximadamente 1000 m poreacutem observa-se que a planta se desenvolve melhor entre 200 e

800 metros (SATURNINO et al 2005) Segundo Arruda et al (2004) o pinhatildeo-manso pode

se desenvolver sob diversas condiccedilotildees climaacuteticas tolerando temperaturas meacutedias anuais entre

18 e 285degC A espeacutecie natildeo tolera geadas fortes (temperaturas abaixo de 0ordmC) mas pode

sobreviver a geadas fracas (temperaturas acima de 2ordmC) perdendo entretanto todas as folhas

o que provavelmente reduziraacute a produccedilatildeo de sementes (SATURNINO et al 2005) Andrade

et al (2008) confirmaram essa informaccedilatildeo ao estudar a toleracircncia da cultura sob a incidecircncia

de geadas chegando a conclusatildeo de que a cultura do pinhatildeo-manso eacute pouco tolerante a

geadas apresentando uma temperatura miacutenima letal de -3 a -4 degC

A respeito da radiaccedilatildeo solar para o melhor desenvolvimento do pinhatildeo-manso Matos

et al (2009) obtiveram sucesso com o cultivo da espeacutecie agrave sombra ou a pleno sol As mudas

de pinhatildeo-manso demonstraram relativa variaccedilatildeo das caracteriacutesticas fisioloacutegicas quando

submetidas a diferentes irradiacircncias De acordo com esses autores os resultados sugerem que

o pinhatildeo-manso possui alta capacidade de adaptaccedilatildeo a diferentes condiccedilotildees da disponibilidade

de luz o que deve estar relacionado com a aclimataccedilatildeo do pinhatildeo-manso a baixas

irradiacircncias Em outro trabalho Matos et al (2011) comprovaram a alta plasticidade

fenotiacutepica da cultura em resposta agrave variaccedilatildeo da irradiacircncia destacando poreacutem o sistema de

produccedilatildeo a pleno sol como sendo o mais indicado para a produccedilatildeo de mudas Liang et al

(2007) apontaram que sob alta irradiacircncia solar a taxa fotossinteacutetica maacutexima obtida situa-se

entre 98 e 14 μmol m-2

s-1

Com relaccedilatildeo agrave precipitaccedilatildeo anual Kheira e Atta (2009) afirmam que o pinhatildeo-manso

cresce bem sob baixa pluviosidade requerendo apenas cerca de 200 mm de chuva para

sobreviver mas que tambeacutem responde a um maior iacutendice pluviomeacutetrico (ateacute 1200 mm por

ano) particularmente em ambientes quentes No Brasil em condiccedilotildees natildeo irrigadas a planta

cresce em regiotildees com precipitaccedilotildees pluviomeacutetricas variando de 480 a 2380 mm anuais No

entanto seu melhor desenvolvimento eacute verificado em regiotildees que apresentam pluviosidade

anual superior a 600 mm sendo tolerante a longos periacuteodos de estiagem (HENNING 1996

SEVERINO et al 2006) Isso significa que quando a planta eacute submetida a condiccedilotildees de

36

baixa disponibilidade hiacutedrica ela reduz o seu potencial vegetativo e produtivo natildeo

conseguindo portanto produzir tal quando eacute suprida corretamente com aacutegua e nutrientes o

que natildeo tira a sua grande capacidade de sobrevivecircncia sob condiccedilotildees desfavoraacuteveis de

disponibilidade hiacutedrica e de nutrientes do solo (LI et al 2010)

Segundo Henning (1996) a espeacutecie eacute tolerante a longos periacuteodos de estiagem com

precipitaccedilotildees anuais abaixo de 600 mm podendo sobreviver com apenas 200 mm anuais de

chuva por ateacute trecircs anos O autor afirma que a planta entra em dormecircncia devido agraves flutuaccedilotildees

climaacuteticas perdendo as folhas e utilizando aacutegua armazenada no caule nos periacuteodos de seca o

que consequentemente estimula e favorece o aumento do teor de oacuteleo nas sementes

Kesava Rao et al (2012) avaliando a resposta do pinhatildeo-manso na exigecircncia e uso da

aacutegua em uma regiatildeo semiaacuterida da Iacutendia encontraram produtividades que variaram entre 06 a

156 Mg ha-1

Os autores confirmaram a toleracircncia da cultura ao periacuteodo seco com uma

produtividade razoaacutevel e concluiacuteram que a distribuiccedilatildeo da precipitaccedilatildeo eacute mais importante do

que a quantidade de precipitaccedilatildeo para a obtenccedilatildeo de produtividades elevadas

Maes et al (2009b) estudaram as condiccedilotildees climaacuteticas de cultivo do pinhatildeo-manso no

Meacutexico e em paiacuteses da Ameacuterica Central provaacuteveis centros de origem da cultura constataram

que 95 das espeacutecimes foram encontradas em regiotildees de climas tropicais (Am Aw) com

pluviosidade meacutedia anual acima de 944 mm e uma temperatura meacutedia anual entre 193 e

272degC Os autores ainda afirmam que a maioria das amostras encontravam-se em regiotildees de

Savana com climas tropicais (Am Aw) e em climas temperados sem estaccedilatildeo seca e com o

veratildeo quente (Cfa)

Embora muitos estudos tenham sido realizados para descobrir sobre as melhores

condiccedilotildees climaacuteticas para o desenvolvimento e a produccedilatildeo da cultura muitos fatores

fisioloacutegicos ainda precisam ser estudados A floraccedilatildeo do pinhatildeo-manso por exemplo eacute uma

questatildeo complexa pois sabe-se que a floraccedilatildeo eacute induzida por fatores de estresse como

flutuaccedilotildees de temperatura e seca mas como exatamente isso ocorre ainda natildeo eacute conhecido

Em climas com uma precipitaccedilatildeo distribuiacuteda uniformemente e sem grande variaccedilatildeo sazonal

da temperatura o pinhatildeo-manso pode florescer continuamente quando natildeo haacute outras formas

de estresse induzido (FACT 2010)

37

232 Condiccedilotildees e uso do solo

Apesar da cultura apresentar boas caracteriacutesticas de adaptaccedilatildeo e rusticidade agraves mais

variadas condiccedilotildees climaacuteticas e de solo das regiotildees tropicais e subtropicais sendo ateacute indicada

para aacutereas com restriccedilotildees em nutrientes (HELLER 1996 AUGUSTUS JAYABALAN

SEILER 2002) alguns autores discordam que tais condiccedilotildees produtivas possam ser as ideais

para a cultura com finalidade comercial Arruda et al (2004) relataram que em solos aacutecidos

com pH abaixo de 45 as raiacutezes do pinhatildeo-manso natildeo se desenvolvem sendo necessaacuteria a

realizaccedilatildeo de calagem com base em anaacutelise quiacutemica do solo De acordo com Saturnino et al

(2005) a correccedilatildeo do solo quanto a seu teor de alumiacutenio livre pela calagem tem efeito

positivo sobre o desenvolvimento do pinhatildeo-manso Foidl et al (1996) por sua vez citaram a

espeacutecie como demandante de grandes quantias de nitrogecircnio e foacutesforo devido agrave alta produccedilatildeo

de biomassa

A necessidade do uso de fertilizantes tambeacutem foi relatada por Openshaw (2000)

segundo o qual em situaccedilotildees de altos niacuteveis de nitrogecircnio ocorre aumento de produtividade

Da mesma forma Arruda et al (2004) indicaram solos com altos teores de mateacuteria orgacircnica

sendo recomendado o uso de adubaccedilatildeo verde com leguminosas pois de modo geral estas

fornecem altos rendimentos por unidade de aacuterea plantada fixando o nitrogecircnio atmosfeacuterico e

transferindo aos solos por decomposiccedilatildeo orgacircnica os nutrientes essenciais como foacutesforo

caacutelcio ou enxofre aleacutem do nitrogecircnio

Com relaccedilatildeo ao uso e a classe de solo tem sido relatado na literatura que o pinhatildeo-

manso tem potencial para a recuperaccedilatildeo de terras marginais sequestrar o CO2 atmosfeacuterico (de

superfiacutecie e subterracircneo) crescer sob condiccedilotildees salinas e soacutedicas e consumir menos aacutegua (alta

produtividade de aacutegua) (FRANCIS EDINGER BECKER 2005 ACHTEN et al 2008

OGUNWOLE et al 2008 PANDEY et al 2012 WANI et al 2012 SINGH et al 2015)

Singh Singh e Tuli (2013) estudaram o cultivo do pinhatildeo-manso em solos soacutedicos da Iacutendia e

constataram que o cultivo dessa cultura reduziu a sodicidade do solo (densidade aparente pH

condutividade eleacutetrica e porcentagem de soacutedio trocaacutevel) e melhorou a fertilidade do local

(atividades de carbono orgacircnico do solo biomassa microbiana e enzimas) de acordo com o

crescimento e idade da plantaccedilatildeo Apesar de ser pouco exigente em condiccedilotildees climaacuteticas nas

regiotildees tropicais e subtropicais e adaptado para sobreviver a solos degradados e pouco feacuterteis

o pinhatildeo-manso deve ser preferencialmente cultivado em solos profundos bem estruturados

pouco compactados drenados e preferencialmente pouco argilosos (ARRUDA et al 2004)

38

Marrugo-Negrete et al (2015) avaliaram a capacidade do pinhatildeo-manso na

fitorremediaccedilatildeo de solos contaminados por mercuacuterio na Colocircmbia e encontraram resultados

bastante promissores Os autores verificaram o crescimento e o desenvolvimento do pinhatildeo-

manso mesmo em quantidade elevadas de mercuacuterio (Hg) no solo onde as maiores

concentraccedilotildees de Hg foram acumuladas nas raiacutezes seguidas pelas folhas e caules Estes

resultados apresentam a cultura como uma boa opccedilatildeo para a fitorremediaccedilatildeo de solos

contaminados com mercuacuterio pois eacute faacutecil de se plantar e manter e contribui para a conservaccedilatildeo

e recuperaccedilatildeo do solo adaptando-se facilmente a solos erodidos e em locais proacuteximos de

aacutereas de mineraccedilatildeo de ouro

Em relaccedilatildeo a textura de solo especiacutefica para o desenvolvimento das plantas Achten et

al (2008) afirma que a planta estaacute bem adaptada a solos de textura arenosa e meacutedia enquanto

solos muito argilosos satildeo inadequados para o pinhatildeo-manso podendo prejudicar o seu cultivo

na ocorrecircncia de algum alagamento ou saturaccedilatildeo no solo Segundo Foidl et al (1996) a

cultura desenvolve-se em todos os solos exceto em Vertissolos por preferir solos arenosos

Estes autores indicam que os solos argilosos pesados como os Vertissolos satildeo menos

adequados devido a sua limitaccedilatildeo para o desenvolvimento do sistema radicular do pinhatildeo-

manso devendo portanto ser evitado para o cultivo

Embora o pinhatildeo-manso se adapte a solos marginais a planta pode natildeo crescer bem

em solos arenosos caso eles sejam pobres no seu teor nutricional embora o seu sistema

radicular nesses solos apresentem um bom potencial para a exploraccedilatildeo de nutrientes

(VALDES-RODRIGUEZ et al 2011) Com isso eacute necessaacuteria cautela quando as plantaccedilotildees

de pinhatildeo-manso estatildeo previstas para o estabelecimento e recuperaccedilatildeo em solos pobres uma

vez que essas plantaccedilotildees podem natildeo se desenvolver bem ou pelo menos exigir uma

adubaccedilatildeo adicional

Tendo em vista o conhecimento inicial sobre a recuperaccedilatildeo de solos degradados com o

cultivo de pinhatildeo-manso outros estudos ao redor do mundo foram realizados com o objetivo

de avaliar os impactos das alteraccedilotildees das propriedades bioloacutegicas do solo para a recuperaccedilatildeo e

conservaccedilatildeo do solo e da aacutegua (KAGAMEBGA et al 2011 SOP et al 2011 WANI et al

2012) Em um outro estudo Chaudhary et al (2012) verificou a influecircncia significativa do

pinhatildeo-manso na estrutura da comunidade microbiana em solos da rizosfera no qual

constatou-se que na rizosfera dos solos onde era cultivado o pinhatildeo-manso a quantidade de

fungos foi mais elevada do que a de bacteacuterias e actinomicetos as quais contribuiacuteram

significativamente para a melhoria do solo como no caso das hifas fuacutengicas que promoveram

a agregaccedilatildeo desses solos

39

233 Irrigaccedilatildeo e adubaccedilatildeo nitrogenada no pinhatildeo-manso

As exigecircncias edafoclimaacuteticas do pinhatildeo-manso permitem seu cultivo em quase todas

as regiotildees do paiacutes no entanto essa eacute uma cultura ainda muito pouco explorada no Brasil

Segundo Tewari (2009) a cultura apresenta um potencial de produccedilatildeo de 2 a 3 Mg ha-1

em

condiccedilotildees aacuteridas sem uso de irrigaccedilatildeo tornando-se uma planta oleaginosa viaacutevel para a

obtenccedilatildeo de biodiesel Em condiccedilotildees de cultivos intensivos destacando-se uma boa

disponibilidade hiacutedrica estima-se que a produtividade possa atingir cerca de 5 Mg ha-1

(TEWARI 2009)

O pinhatildeo-manso por ser uma cultura tolerante ao efeito da salinidade exceto na fase

inicial de crescimento pode ser irrigada com aacutegua salina tolerando condutividade eleacutetrica de

ateacute 12 dS m-1

valor considerado relativamente alto frente ao tolerado por outras culturas A

cultura demonstrou tambeacutem a capacidade de translocar soacutedio do solo na forma de Na+ para a

parte aeacuterea da planta (DAGAR et al 2006)

Fact (2010) indica valores de produtividade de sementes (Figura 2) que variam de 15

a 100 Mg ha-1

ano-1

apresentando como principal problema para as baixas produtividades

atuais a pouca ou nenhuma seleccedilatildeo geneacutetica e limitaccedilotildees de aacutegua e nutrientes Quando todas

as exigecircncias nutricionais e hiacutedricas da cultura satildeo atendidas aliadas ao controle sistemaacutetico

de pragas e doenccedilas juntamente com a devida seleccedilatildeo geneacutetica a produtividade de sementes

ficaria entre 5 e 10 Mg ha-1

ano-1

Neste trabalho eacute apresentada tambeacutem uma produtividade

potencial teoacuterica da cultura que poderia atingir mais de 22 Mg ha-1

ano-1

Figura 2 - Niacuteveis de produtividades estimadas para a cultura do pinhatildeo-manso

Fonte adaptado de FACT (2010)

15

5

10

22

0

5

10

15

20

25

1 2 3

Pro

du

tiv

idad

e (M

g h

a-1

an

o-1

)

1- Produtividade atual - Fatores atuantes Pragas doenccedilas e

pouca ou nenhuma seleccedilatildeo geneacutetica

2- Variaccedilatildeo do potencial comercial - Com controle dos fatores

aacutegua e nutrientes

3- Produtividade potencial teoacuterico para a cultura

40

Entretanto da expectativa inicial de quatro ou mais toneladas de gratildeos por hectare

produtividades inferiores a 20 Mg ha-1

estatildeo sendo obtidas em diferentes condiccedilotildees

edafoclimaacuteticas principalmente em razatildeo de limitaccedilotildees hiacutedricas das condiccedilotildees nutricionais

do solo ou do ataque de pragas e doenccedilas (EVERSON MENGISTU GUSH 2013 IIYAMA

et al 2013 TIKKOO YADAV KAUSHIK 2013 TJEUW SLINGERLAND GILLER

2015) Projeccedilotildees natildeo realizadas da produtividade de gratildeos podem ser atribuiacutedas a observaccedilotildees

de plantas isoladas o que acabou desconsiderando a reduccedilatildeo no desenvolvimento em plantios

(ROCHA et al 2012) Apesar da complementaccedilatildeo hiacutedrica ocasionar em muitos casos o

aumento significativo da produtividade de sementes e de oacuteleo extraiacutedo estes natildeo chegaram

nem perto de atingir as mais diversas projeccedilotildees realizadas sobre o potencial comercial

maacuteximo da cultura (KHEIRA ATTA 2009 KESAVA RAO et al 2012 TIKKOO

YADAV KAUSHIK 2013)

Kheira e Atta (2009) afirmam que natildeo existem dados quantitativos disponiacuteveis e

confiaacuteveis sobre a necessidade e a eficiecircncia do uso da aacutegua do pinhatildeo-manso e em

ambientes permanentemente uacutemidos ou em situaccedilotildees com grande aplicaccedilatildeo de aacutegua e

fertilizante a planta pode ser induzida a uma produccedilatildeo elevada de biomassa poreacutem com

baixa produccedilatildeo de sementes

Para a cultura do pinhatildeo-manso existem poucas informaccedilotildees a respeito do seu sistema

radicular A maioria das informaccedilotildees disponiacuteveis levam em conta apenas observaccedilotildees de

natureza botacircnica natildeo se aprofundando no que diz respeito a sua distribuiccedilatildeo espacial no solo

e muito menos agrave caracterizaccedilatildeo das zonas de maior atividade Trabalhos dessa natureza para o

pinhatildeo-manso ainda satildeo escassos e se limitam a condiccedilotildees especiacuteficas do clima e solo da

regiatildeo (ALVES JUacuteNIOR et al 2014) aleacutem do tipo de sistema de manejo adotado Devido agrave

pouca quantidade de informaccedilotildees a respeito da distribuiccedilatildeo do sistema radicular reconhece-se

que sua caracterizaccedilatildeo eacute de extrema importacircncia para a determinaccedilatildeo dos paracircmetros de

manejo da irrigaccedilatildeo como a profundidade efetiva das raiacutezes que define a camada de solo a

ser umedecida bem como a aplicaccedilatildeo de fertilizantes Sousa e Guerra (2012) avaliando o

crescimento inicial de plantas de pinhatildeo-manso cultivadas em casa de vegetaccedilatildeo observaram

efeito significativo sobre a massa de raiz com a variaccedilatildeo na aplicaccedilatildeo de nitrogecircnio e

quantidade de aacutegua Krishnamurthy et al (2012) encontraram em um plantio de um ano de

idade na Iacutendia raiacutezes ateacute a profundidade de 14 m poreacutem a maioria do sistema radicular se

encontrava ateacute a profundidade de 03 m Estes autores salientam a importacircncia deste tipo de

distribuiccedilatildeo de sistema radicular para a funccedilatildeo de controle de erosatildeo e ainda comentam sobre

41

a relaccedilatildeo inexistente entre este tipo de distribuiccedilatildeo e a resistecircncia a seca caracteriacutestica

atribuiacuteda a esta planta Esta uacuteltima caracteriacutestica eacute atribuiacuteda mais a sua capacidade de controle

da perda por evaporaccedilatildeo por meio de queda de folhas e dormecircncia do que agrave capacidade de

extraccedilatildeo de aacutegua pelo sistema radicular

A colheita de frutos (casca + sementes) no seu quarto ano de cultivo extrai valores

meacutedios de 210 41 e 149 g kg-1

de nitrogecircnio foacutesforo e potaacutessio respectivamente

(LAVIOLA DIAS 2008) Embora a planta de pinhatildeo-manso seja muito resistente capaz de

manter sua sobrevivecircncia em solos com baixos iacutendices de fertilidade para se garantir um

niacutevel de produtividade satisfatoacuterio eacute necessaacuterio a adubaccedilatildeo tanto na implantaccedilatildeo da cultura

quanto na manutenccedilatildeo ao longo dos anos de produccedilatildeo (LAVIOLA DIAS 2008) Na Tabela 2

encontra-se uma recomendaccedilatildeo baacutesica para a aplicaccedilatildeo de nutrientes durante os quatro

primeiros anos de cultivo levando em consideraccedilatildeo um solo com boa fertilidade capaz de

suprir 50 da necessidade da planta Em um solo com baixa fertilidade estes valores

deveriam ser ampliados (FACT 2010)

Tabela 2 - Necessidade de nutrientes na cultura do pinhatildeo-manso durante os quatro primeiros anos de cultivo

Nutriente 1ordm ano 2ordm ano 3ordm ano 4ordm ano Total

kg ha-1

ano-1

N 23 34 69 103 229

P2O5 7 11 21 32 71

K2O 34 50 101 151 336

Fonte adaptado de FACT (2010)

Apesar de possuir boa adaptabilidade a diferentes condiccedilotildees adversas de solo e

disponibilidade hiacutedrica o pinhatildeo-manso como qualquer outra cultura para proporcionar uma

alta produtividade de frutos necessita solos feacuterteis e com boas condiccedilotildees fiacutesicas E apesar de

sobreviver em solos com baixa fertilidade a correccedilatildeo da fertilidade do solo eacute decisiva para se

obter sucesso e lucratividade com essa cultura uma vez que a espeacutecie extrai elevada

quantidade de nutrientes na colheita e se natildeo adequadamente adubada pode levar ao

empobrecimento do solo ao longo dos anos de cultivo (LAVIOLA DIAS 2008 CHAVES et

al 2009 SCHIAVO et al 2010 PONCIANO DE DEUS 2010) O crescimento e a

reproduccedilatildeo desta espeacutecie satildeo influenciados pelo seu estado nutricional Ocorrendo a

deficiecircncia nutricional esta cresce e ramifica menos implicando em menos frutos jaacute que os

mesmos satildeo produzidos na ponteira dos ramos O cultivo de pinhatildeo-manso promove elevada

extraccedilatildeo de nutrientes do solo e portanto o manejo da adubaccedilatildeo da espeacutecie exige atenccedilatildeo

(LAVIOLA DIAS 2008)

42

A recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo de uma cultura depende da demanda nutricional para o

crescimento vegetativo e reprodutivo (LAVIOLA et al 2006) devendo ser considerada a

eficiecircncia de aproveitamento dos fertilizantes aplicados e a fraccedilatildeo de nutrientes suprida pelo

solo (FRANCO et al 2008) O suprimento inadequado de nutrientes seja falta ou excesso

pode provocar restriccedilotildees ao crescimento das plantas e alterar relaccedilotildees entre biomassa aeacuterea e

radicular bem como promover alteraccedilotildees entre estaacutedios vegetativos e reprodutivos

(MARSCHNER 1995 MENGEL KIRKBY 2001 EPSTEIN BLOOM 2005 DECHEN

NACHTIGALL 2006) Silva et al (2009) relatam que a omissatildeo de macro e micronutrientes

em plantas de pinhatildeo-manso provocam sintomas visuais de deficiecircncia nutricional comuns a

outras espeacutecies e que essas deficiecircncias limitam a produccedilatildeo de mateacuteria seca

O suprimento de N por meio de fertilizantes minerais ou orgacircnicos associado agrave

complementaccedilatildeo hiacutedrica por meio da irrigaccedilatildeo quando aplicados corretamente e aliados com

o manejo integrado de pragas e doenccedilas auxiliam o pleno desenvolvimento vegetativo da

cultura aleacutem de garantir maiores rendimentos de semente e oacuteleo A demanda por N eacute grande

durante o crescimento e desenvolvimento das plantas pois eacute o nutriente mineral exigido em

maior quantidade pelas culturas e normalmente proporciona maior resposta em

produtividade A complexidade dos fatores que afetam o seu aproveitamento pelas plantas faz

com que o mesmo seja objeto de um grande nuacutemero de estudos que visam avaliar

principalmente o seu comportamento no solo e a sua relaccedilatildeo com a eficiecircncia da adubaccedilatildeo

(RAIJ 1991)

O pinhatildeo-manso apresenta alta taxa de crescimento sendo o N o nutriente mais

requerido para a formaccedilatildeo de folhas e frutos (LAVIOLA DIAS 2008) O N eacute essencial para a

assimilaccedilatildeo do carbono e formaccedilatildeo de novos oacutergatildeos na planta tais como gemas florais e

frutiacuteferas (MALAVOLTA VITTI OLIVEIRA 1997) uma vez que eacute o componente de

aminoaacutecidos proteiacutenas enzimas RNA DNA ATP clorofila e outras moleacuteculas (TAIZ

ZEIGER 2009) Na ausecircncia de N a planta tem o crescimento limitado tornando-se

amarelada pela perda da clorofila o que reflete em amadurecimento precoce perda de

produtividade e qualidade dos frutos (EPSTEIN BLOOM 2005)

O manejo do solo pode afetar os processos de consumo de aacutegua pelas plantas

modificando a aacutegua disponiacutevel no perfil Praacuteticas de fertilizaccedilatildeo como por exemplo a adiccedilatildeo

de N e P tem efeito indireto sobre a utilizaccedilatildeo da aacutegua por meio da melhoria da eficiecircncia

fisioloacutegica da planta (HATFIELD SAUER PRUEGER 2001)

Apesar de descrita como uma cultura indicada para regiotildees aacuteridas e semiaacuteridas

tolerante a restriccedilotildees na disponibilidade de aacutegua o pinhatildeo-manso tem gerado uma seacuterie de

43

afirmaccedilotildees contraditoacuterias com relaccedilatildeo a sua necessidade ou natildeo de irrigaccedilatildeo o que evidencia

a necessidade de estudos nas diversas regiotildees do Brasil para se avaliar a resposta da cultura

sob diferentes condiccedilotildees de cultivo e manejos de irrigaccedilatildeo Alguns autores descrevem a

espeacutecie com respostas positivas ao uso de irrigaccedilatildeo e principalmente a fatores relacionados agrave

produccedilatildeo e produtividade em cultivos comerciais possibilitando de trecircs a quatro colheitas por

ano (OPENSHAW 2000) Achten et al (2008) em trabalho sobre produccedilatildeo e uso de

biodiesel de pinhatildeo-manso destacam que embora o pinhatildeo-manso possa ser caracterizado

como uma planta tolerante a seca ainda natildeo se sabe qual a real resposta dessa cultura quando

irrigada e qual o comportamento do consumo hiacutedrico quando submetida a diferentes sistemas

de produccedilatildeo Os autores ainda mencionam a necessidade de irrigaccedilatildeo para garantir alta

produtividade nas regiotildees aacuteridas e semiaacuteridas

A quantidade e a qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo embora importantes para o

estabelecimento e praacutetica de manejo dos cultivos irrigados precisam tambeacutem ser

investigados O cultivo de pinhatildeo-manso submetido ao estresse hiacutedrico e uso de aacutegua salina

ou de reuso na irrigaccedilatildeo tem sido fonte de estudos recentes na mensuraccedilatildeo da adaptabilidade e

do desenvolvimento da planta onde bons resultados tem sido encontrados (SILVA et al

2010) A resposta do pinhatildeo-manso quanto agrave utilizaccedilatildeo de aacutegua residuaacuteria tem sido

satisfatoacuteria e apesar de possuir caracteriacutesticas de resistecircncia a periacuteodos secos o estresse

hiacutedrico sofrido pela cultura devido ao baixo conteuacutedo de aacutegua no solo tem reduzido

drasticamente o seu crescimento vegetativo (SOUSA et al 2012) peso dos cachos (SILVA et

al 2011) e caracteriacutesticas fisioloacutegicas como taxa fotossinteacutetica condutacircncia estomaacutetica e

transpiraccedilatildeo das plantas (SANTANA et al 2015) Sousa et al (2011) avaliaram o efeito do

estresse salino no crescimento e no consumo hiacutedrico no terceiro ano de cultivo do pinhatildeo-

manso e observaram que concentraccedilotildees acima de 16 dS m-1

causaram sensibilidade agrave cultura

que teve a aacuterea foliar e o nuacutemero de folhas como as variaacuteveis mais afetadas contradizendo

portanto a informaccedilatildeo relatada por DAGAR et al (2006) sobre a toleracircncia da cultura a altos

valores de condutividade eleacutetrica da aacutegua irrigaccedilatildeo

Embora haja muita especulaccedilatildeo sobre a quantidade de aacutegua exigida pelas plantas de

pinhatildeo-manso o consumo hiacutedrico ainda eacute pouco conhecido Lena (2013) determinou o

consumo hiacutedrico do pinhatildeo-manso em Piracicaba-SP comparando os meacutetodos de irrigaccedilatildeo por

gotejamento pivocirc central e cultivo natildeo irrigado na fase de formaccedilatildeo da cultura encontrando

valores de evapotranspiraccedilatildeo acumulada diaacuteria de cerca 5 mm dia-1

para o tratamento irrigado

por pivocirc central e de 3 e 2 mm dia-1

para os tratamentos irrigados por gotejamento e sem

irrigaccedilatildeo respectivamente O autor ainda ressalta que novos trabalhos precisam ser

44

elaborados para obter-se um melhor conhecimento da cultura a partir do seu terceiro ano de

cultivo Aleacutem disso trabalhos como o de Albuquerque et al (2009b) e Guimaratildees Santos e

Beltratildeo (2009) apresentam resultados bastante promissores para as praacuteticas de adubaccedilatildeo

nitrogenada e de irrigaccedilatildeo no crescimento inicial da cultura do pinhatildeo-manso o que mostra

que mesmo sendo uma cultura considerada por muitos como pouco exigente em fertilidade e

resistente a seca pode responder de maneira significativa quando natildeo houver restriccedilotildees desses

fatores

24 Qualidade do oacuteleo vegetal para produccedilatildeo de biocombustiacuteveis

A elevada demanda energeacutetica de combustiacuteveis foacutesseis no planeta estimulou o

interesse em fontes renovaacuteveis de energia que reduzam os impactos ambientais atualmente

presentes O uso de combustiacuteveis renovaacuteveis a eficiecircncia energeacutetica e proteccedilatildeo ambiental

tornaram-se questotildees importantes nos uacuteltimos anos (KUMAR CHAUBE JAIN 2012) A

utilizaccedilatildeo de biodiesel no Brasil e em outros paiacuteses tem apresentado grande potencial como

combustiacutevel contribuindo com a reduccedilatildeo dos niacuteveis de poluiccedilatildeo ambiental e como fonte

estrateacutegica de energia renovaacutevel em substituiccedilatildeo ao oacuteleo diesel mineral pois natildeo eacute toacutexico e

apresenta uma melhor qualidade de emissotildees durante o processo de combustatildeo (CORREcircA

ARBILLA 2006 LOcircBO FERREIRA CRUZ 2009)

Segundo Ramos et al (2003) qualquer mateacuteria-prima oleaginosa pode ser utilizada

para a produccedilatildeo de eacutesteres alquiacutelicos de aacutecidos graxos (biodiesel) mas a escolha da mateacuteria-

prima eacute um paracircmetro importante para a produccedilatildeo de biodiesel dentro das especificaccedilotildees

estabelecidas pelos oacutergatildeos reguladores Isso porque alguns oacuteleos vegetais apresentam

propriedades que o tornam inadequado para o uso direto em motores do ciclo diesel como sua

alta viscosidade acidez formaccedilatildeo de gomas devido agrave oxidaccedilatildeo e polimerizaccedilatildeo durante a

armazenagem e queima contribuindo para a diminuiccedilatildeo da lubricidade do oacuteleo e formaccedilatildeo de

depoacutesitos de carbono (FUKUDA KONDO NODA 2001) Sendo necessaacuterio adequar seu uso

por meio de algum processo quiacutemico para posterior utilizaccedilatildeo em motores que no caso datildeo

origem ao biocombustiacutevel

Como haacute uma grande variedade de mateacuterias-primas existentes para a produccedilatildeo de

biodiesel eacute plausiacutevel dizer que somente com o conhecimento pleno das propriedades que

determinam os padrotildees de qualidade do biodiesel eacute que seraacute possiacutevel estabelecer os

paracircmetros de controle que garantiratildeo o sucesso de sua incorporaccedilatildeo na matriz energeacutetica

45

nacional (RAMOS et al 2003) Neste sentido o Governo Federal por meio do Ministeacuterio da

Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (MAPA) publicou no DOU de 26122006 Seccedilatildeo 1

Paacutegina 140 a Instruccedilatildeo Normativa nordm 49 a qual estabelece o Regulamento Teacutecnico de

Identidade e Qualidade dos Oacuteleos Vegetais Refinados Nesta instruccedilatildeo estatildeo estabelecidos os

padrotildees de identidade que caracterizam os oacuteleos vegetais quais sejam iacutendice de acidez

iacutendice de peroacutexido densidade relativa iacutendice de refraccedilatildeo iacutendice de iodo cor e estabilidade

oxidativa a 110ordm C

241 Perfil composicional de aacutecidos graxos

Os oacuteleos utilizados como mateacuterias-primas para a produccedilatildeo de biodiesel satildeo obtidos de

diversas plantas oleaginosas O paiacutes devido a sua grande extensatildeo de terras de diferentes

classes de solo e clima disponibiliza inuacutemeras espeacutecies de oleaginosas que se diferenciam

principalmente pela composiccedilatildeo em aacutecidos graxos Os aacutecidos graxos presentes nos oacuteleos

vegetais satildeo aacutecidos carboxiacutelicos constituiacutedos por hidrogecircnio e carbono em sua cadeia

molecular Segundo Redaacute e Carneiro (2007) os aacutecidos graxos se diferem a partir do

comprimento de sua cadeia carbocircnica do nuacutemero orientaccedilatildeo e da posiccedilatildeo de insaturaccedilotildees

presentes na cadeia e da presenccedila de grupamentos quiacutemicos

Os aacutecidos graxos satildeo classificados como saturados mono e poli-insaturados

dependendo do nuacutemero de duplas ligaccedilotildees na sua cadeia de carbonos (Figura 3) Os saturados

natildeo contecircm dupla ligaccedilatildeo entre os aacutetomos de carbono Os monoinsaturados contecircm uma uacutenica

dupla ligaccedilatildeo e os poli-insaturados (linolecircnico linoleico e araquidocircnico) com duas ou mais

duplas ligaccedilotildees

46

Figura 3 - Tipos de aacutecidos graxos

Fonte wwazeitecombr

O conhecimento da composiccedilatildeo em aacutecidos graxos do oacuteleo vegetal eacute muito importante

porque muitas das propriedades do biodiesel tecircm origem nas estruturas dos aacutecidos graxos

originais As caracteriacutesticas do biodiesel que satildeo determinadas pela composiccedilatildeo dos eacutesteres de

aacutecidos graxos incluem qualidade da igniccedilatildeo calor de combustatildeo escoamento a frio

estabilidade oxidativa viscosidade e lubricidade (CAMARGOS 2005)

A anaacutelise da composiccedilatildeo dos aacutecidos graxos constitui o primeiro passo para a avaliaccedilatildeo

da qualidade do oacuteleo bruto eou seus produtos de transformaccedilatildeo Para determinar a

composiccedilatildeo em aacutecidos graxos meacutetodos cromatograacuteficos (cromatografia liacutequida e gasosa) e

ressonacircncia magneacutetica nuclear de hidrogecircnio podem ser utilizados (WUST 2004)

A cromatografia eacute um meacutetodo fiacutesico-quiacutemico de separaccedilatildeo A teacutecnica estaacute

fundamentada na migraccedilatildeo diferencial dos componentes de uma mistura que ocorre devido a

diferentes interaccedilotildees entre duas fases imisciacuteveis a fase moacutevel e a fase estacionaacuteria A grande

variedade de combinaccedilotildees entre fases moacuteveis e estacionaacuterias a torna uma teacutecnica

extremamente versaacutetil e de grande aplicaccedilatildeo (DEGANI CASS VIEIRA 1998) Ainda de

acordo com Degani Cass e Vieira (1998) a cromatografia gasosa eacute uma das teacutecnicas

analiacuteticas mais utilizadas Aleacutem de possuir um alto poder de resoluccedilatildeo eacute muito atrativa

devido agrave possibilidade de detecccedilatildeo em escala de nano a picogramas (10ndash9

- 10-12

g) A grande

limitaccedilatildeo deste meacutetodo eacute a necessidade de que a amostra seja volaacutetil ou estaacutevel termicamente

embora amostras natildeo volaacuteteis ou instaacuteveis possam ser derivadas quimicamente

47

A ressonacircncia magneacutetica nuclear (RMN) eacute um meacutetodo espectroscoacutepico de 1H que

assim como as demais teacutecnicas espectroscoacutepicas satildeo baseadas no princiacutepio de que as

moleacuteculas e aacutetomos podem interagir de diferentes formas com a radiaccedilatildeo eletromagneacutetica

revelando informaccedilotildees estruturais e termodinacircmicas de forma qualitativa eou quantitativa

dependendo da intensidade e do comprimento de onda da radiaccedilatildeo utilizada Os meacutetodos

espectroscoacutepicos possibilitam anaacutelises raacutepidas e diretas podendo detectar vaacuterios compostos

simultaneamente (IBANtildeEZ CIFUENTES 2001) aleacutem de permitir uma boa reprodutibilidade

na detecccedilatildeo dos componentes (BELTON et al 1996) Embora a teacutecnica possua as vantagens

na rapidez e na confiabilidade na determinaccedilatildeo quantitativa dos compostos soluacuteveis em uma

mistura o aparelho de RMN 1H apresenta um limite de detecccedilatildeo na ordem de partes por

milhatildeo o que pode natildeo ser possiacutevel agrave identificaccedilatildeo de compostos com baixiacutessima quantidade

nas amostras (BELTON et al 1996) O que pode se tornar uma vantagem quando a finalidade

eacute identificar apenas os componentes majoritaacuterios da amostra e os componentes traccedilos podem

ser desprezados

Os aacutecidos graxos presentes nos oacuteleos e gorduras satildeo constituiacutedos geralmente por

aacutecidos carboxiacutelicos que contecircm de 4 a 30 aacutetomos de carbono e podem ser saturados ou

insaturados A distinccedilatildeo dos oacuteleos com base no seu grau de insaturaccedilatildeo no tamanho das

moleacuteculas e pela presenccedila ou natildeo de grupos quiacutemicos reflete diretamente nas qualidades do

biocombustiacutevel produzido (WUST 2004)

Longa cadeia de aacutecidos graxos e pequeno nuacutemero de insaturaccedilotildees (duplas ligaccedilotildees)

ocasionam maior nuacutemero de cetano e lubricidade do combustiacutevel Entretanto um aumento no

nuacutemero de cetano ocasiona tambeacutem um aumento no ponto de neacutevoa e de entupimento (maior

sensibilidade aos climas frios) As moleacuteculas satildeo menos estaacuteveis quimicamente com nuacutemero

de insaturaccedilotildees elevado e isso pode provocar inconvenientes devido a oxidaccedilotildees degradaccedilotildees

e polimerizaccedilotildees do combustiacutevel se inadequadamente armazenado ou transportado

(BELTRAtildeO OLIVEIRA 2008)

Dessa forma tanto os eacutesteres alquiacutelicos de aacutecidos graxos saturados (laacuteurico palmiacutetico

esteaacuterico) como os de poli-insaturados (linoleico linolecircnico) possuem alguns inconvenientes

uma vez que satildeo pouco resistentes agrave oxidaccedilatildeo e o nuacutemero de cetano eacute geralmente baixo

Poreacutem satildeo mais facilmente degradados desaparecendo do meio ambiente em periacuteodos de

tempo mais curtos sendo mais vantajosos do ponto de vista ambiental (GOMES 2009)

Os oacuteleos saturados do tipo esteaacuterico ou palmiacutetico satildeo pouco fluiacutedos (grande

viscosidade) mas satildeo resistentes agrave oxidaccedilatildeo Encontram-se normalmente no estado soacutelido agrave

temperatura ambiente Geralmente apresentam um iacutendice de cetano excelente Poreacutem sua alta

48

viscosidade aliados agrave resistecircncia agrave oxidaccedilatildeo dificultam a sua degradaccedilatildeo remoccedilatildeo e limpeza

(GOMES 2009)

De uma forma geral um biodiesel com predominacircncia de aacutecidos graxos combinados

monoinsaturados (oleico ricinoleico) satildeo os que apresentam os melhores resultados

(BELTRAtildeO OLIVEIRA 2008)

A qualidade do oacuteleo eacute uma funccedilatildeo do seu perfil de aacutecidos graxos Oacuteleos com alto teor

de aacutecido oleico satildeo adequados para uso alimentar devido agrave sua longa vida de prateleira

enquanto que uma quantidade de aacutecido linoleico inferior a 3 eacute preferiacutevel para a estabilidade

do oacuteleo e para a produccedilatildeo de biodiesel eacute desejaacutevel um baixo conteuacutedo de aacutecidos graxos

saturados (RAJU EZRADANAM 2002) Sementes com alta razatildeo de aacutecido oleicolinoleico

podem indicar uma maior estabilidade e vida uacutetil mais longa (KAUSHIK BHARDWAJ

2013)

Ao lado de produccedilatildeo de sementes o teor de oacuteleo e a composiccedilatildeo de aacutecidos graxos satildeo

os dois principais paracircmetros bioquiacutemicos do pinhatildeo-manso que satildeo muito importantes para a

seleccedilatildeo de sementes com um alto rendimento e com alto teor de aacutecido graxo poli-insaturado

(KAUSHIK BHARDWAJ 2013) A composiccedilatildeo de aacutecidos graxos do pinhatildeo-manso eacute

classificado como um tipo de aacutecido linoleico ou oleico que satildeo aacutecidos graxos insaturados

utilizados como mateacuteria-prima para a produccedilatildeo de biodiesel (MITTELBACH

REMSCHMIDT 2004 ONG et al 2013) Apesar da importacircncia desta espeacutecie haacute poucos

trabalhos na literatura que mostram a influecircncia no manejo do pinhatildeo-manso na composiccedilatildeo

dos aacutecidos graxos presentes no oacuteleo da semente

A correta disponibilidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo para as plantas de pinhatildeo-manso

evitando a sua falta ou o seu uso excessivo pode ocasionar em um oacuteleo com melhores

caracteriacutesticas para a produccedilatildeo de biodiesel quanto ao seu perfil composicional Kheira e Atta

(2009) ao avaliarem as caracteriacutesticas do oacuteleo de pinhatildeo-manso encontraram nas plantas

manejadas com 100 da evapotranspiraccedilatildeo potencial (ETp) os melhores valores da razatildeo de

aacutecido oleicolinoleico em comparaccedilatildeo aos tratamentos irrigados com deacuteficit e com excesso O

uso da fertilizaccedilatildeo nitrogenada aleacutem de auxiliar no aumento da produtividade de gratildeos de

pinhatildeo-manso se correlaciona positivamente no efeito de alguns aacutecidos graxos do seu oacuteleo

tendo para o aacutecido oleico o seu maior efeito (AKBARIAN MODAFEBEHZADI

BAGHERIPOUR 2012)

49

242 Iacutendices de qualidade

Algumas caracteriacutesticas satildeo indicativas da qualidade de um produto No que se refere

aos oacuteleos vegetais paracircmetros fiacutesicos e quiacutemicos satildeo analisados e utilizados para garantir a

qualidade dos mesmos para a produccedilatildeo de biodiesel pois eacute por meio destes resultados que se

estabelece a teacutecnica que seraacute utilizada na sua produccedilatildeo e se haacute ou natildeo a necessidade do uso

de um preacute-tratamento da mateacuteria-prima (MELO 2012)

Desta forma satildeo determinados os iacutendices de acidez iodo peroacutexido e refraccedilatildeo aleacutem da

densidade relativa estabilidade oxidativa entre outros Estes paracircmetros de qualidade assim

como outros natildeo citados podem ser determinados por meacutetodos de referecircncia como os

estabelecidos pela AOCS (American Oil Chemistsrsquo Society) ou pela Ethiopian Standard os

quais tecircm sido bastante empregados por muitos laboratoacuterios e induacutestrias

O teor de acidez eacute uma das principais caracteriacutesticas relacionadas com a qualidade da

mateacuteria-prima Vaacuterios fatores podem influenciar a acidez de um oacuteleo vegetal mas o principal

eacute o tratamento dado ainda agraves sementes durante a colheita e armazenamento (PEREIRA 2007)

Estaacute diretamente relacionado com a quantidade de aacutecidos graxos livres presentes no material

lipiacutedico originados da hidroacutelise dos triacilgliceriacutedeos nas condiccedilotildees de conservaccedilatildeo e

processamento dos oacuteleos vegetais (MORETTO FETT 1998)

A alta acidez do biodiesel pode levar agrave sua degradaccedilatildeo mais raacutepida levando agrave

formaccedilatildeo de precipitados provocando o entupimento do filtro de combustiacutevel ou a

diminuiccedilatildeo de sua pressatildeo aleacutem de acelerar a corrosatildeo de partes metaacutelicas do motor e dos

sistemas de injeccedilatildeo (FLUMIGNAN et al 2012 VISENTAINER SANTOS JUacuteNIOR 2013)

O monitoramento do iacutendice de acidez ou nuacutemero de acidez no biodiesel eacute de grande

importacircncia tambeacutem durante a estocagem na qual a alteraccedilatildeo nos valores de acidez pode

significar a presenccedila de aacutegua eou degradaccedilatildeo oxidativa (FLUMIGNAN et al 2012)

O iacutendice de iodo eacute uma medida da insaturaccedilatildeo total dentro de uma mistura de aacutecido

graxo Aleacutem de indicar o grau quantitativo de insaturaccedilotildees no biodiesel ou oacuteleo

vegetalanimal o iacutendice de iodo eacute dependente do tipo de matriz utilizada O nuacutemero de

insaturaccedilotildees se trata de um importante componente na caracterizaccedilatildeo do oacuteleo vegetal e

consequentemente do biodiesel que seraacute produzido pois aleacutem de apresentar efeito nos valores

de densidade e de viscosidade dos biodieseis tambeacutem eacute de grande importacircncia na estabilidade

oxidativa dos biodieseis (FLUMIGNAN et al 2012)

50

O nuacutemero de iodo revela o nuacutemero de insaturaccedilotildees de uma determinada amostra e esse

valor constitui um dos paracircmetros de identidade dos oacuteleos vegetais pois cada dupla ligaccedilatildeo de

um aacutecido graxo pode incorporar dois aacutetomos de halogecircnio Por essa razatildeo quanto maior a

insaturaccedilatildeo de um aacutecido graxo maior seraacute a sua capacidade de absorccedilatildeo de iodo e

consequentemente maior seraacute o iacutendice de iodo (MORETTO FETT 1998)

Este meacutetodo consiste no tratamento da amostra de oacuteleo vegetal e animal ou biodiesel

com iodo em excesso que reage com as duplas ligaccedilotildees O iodo natildeo reagido eacute entatildeo titulado

com tiossulfato de soacutedio e o resultado expresso como gramas de iodo que reagem com as

insaturaccedilotildees em 100 g de amostra (FLUMIGNAN et al 2012) Segundo Ramos et al (2009)

o iacutendice de iodo de um oacuteleo vegetal ou de uma gordura animal eacute quase idecircntico ao do metil-

eacutester correspondente

O iacutendice de peroacutexido determina todas as substacircncias que oxidam o iodeto de potaacutessio a

iodo Estas substacircncias satildeo consideradas como sendo peroacutexidos ou produtos similares

provenientes da oxidaccedilatildeo das gorduras Os peroacutexidos satildeo produtos primaacuterios da oxidaccedilatildeo de

lipiacutedeos (AOCS 2003) Eacute um indicador muito sensiacutevel no estaacutedio inicial da oxidaccedilatildeo e sua

presenccedila eacute indiacutecio de que a deterioraccedilatildeo do sabor e odor em funccedilatildeo de sua instabilidade estaacute

por acontecer Quando sua concentraccedilatildeo atinge certo niacutevel mudanccedilas complexas ocorrem

formando compostos de baixo peso molecular oriundos de sua degradaccedilatildeo (REGITANO-

DacuteARCE 2006)

O iacutendice de peroacutexido eacute o mais usado para indicar o grau de oxidaccedilatildeo O valor de

peroacutexido eacute a medida do teor de oxigecircnio reativo expresso em termos de milequivalentes de

oxigecircnio por 1000 g de oacuteleo ou como milimoles de peroacutexido por quilo de moleacutecula graxa (1

milimol = 2 milequivalentes) (AOCS 2003) As substacircncias quantificadas satildeo geralmente

peroacutexidos e outros produtos similares resultantes da oxidaccedilatildeo lipiacutedica A aplicaccedilatildeo do iacutendice

de peroacutexido se daacute em todo o tipo de gordura ou oacuteleo (AOCS 2003)

Durante essa anaacutelise a amostra com solvente eacute adicionada em uma soluccedilatildeo de iodeto

de potaacutessio saturada Desta forma os iacuteons de iodo reagem com os peroacutexidos produzindo I2

Como indicador eacute adicionado amido que na presenccedila de I2 se colore de azul Ao titular-se a

soluccedilatildeo com tiossulfato de soacutedio ocorreraacute a oxidaccedilatildeo a tetrationato de soacutedio e o iodo eacute

reduzido a I- causando perda na cor azulada logo a quantidade de tiossulfato consumida eacute

proporcional agrave quantidade de iacuteons de iodeto presentes e indiretamente de peroacutexido

(BACCAN et al 1985)

O iacutendice de refraccedilatildeo de uma substacircncia eacute a relaccedilatildeo entre a velocidade da luz no vaacutecuo

e a velocidade da luz na substacircncia testada Eacute um paracircmetro fiacutesico importante para garantir a

51

qualidade dos oacuteleos Ele varia na razatildeo inversa da temperatura e eleva-se com o aumento do

comprimento da cadeia e tambeacutem com o grau de insaturaccedilatildeo dos aacutecidos graxos constituintes

dos trigliceriacutedeos (PEREIRA 2007) Por depender fortemente da temperatura as suas medidas

devem ser feitas em temperatura constante O iacutendice de refraccedilatildeo de oacuteleos e gorduras eacute muito

usado como criteacuterio de qualidade e identidade pois quando referente a um oacuteleo este iacutendice

aumenta com o iacutendice de iodo e pode ser usado no controle de processos de hidrogenaccedilatildeo de

oacuteleos insaturados (CECCHI 2003)

A densidade do biodiesel estaacute diretamente ligada com a estrutura molecular das suas

moleacuteculas Quanto maior o comprimento da cadeia carbocircnica do alquileacutester maior seraacute a

densidade no entanto este valor decresceraacute quanto maior forem o nuacutemero de insaturaccedilotildees

presentes na moleacutecula A presenccedila de impurezas tambeacutem poderaacute influenciar na densidade do

biodiesel como por exemplo o aacutelcool ou substacircncias adulterantes (LOcircBO FERREIRA

CRUZ 2009) Como eacute caracteriacutestica de cada substacircncia a determinaccedilatildeo da densidade em

oacuteleos eacute um paracircmetro importante para verificar se houve adulteraccedilatildeo com a adiccedilatildeo de aacutegua ou

substacircncias dissolvidas dentro das amostras (presenccedila de contaminantes)

A estabilidade agrave oxidaccedilatildeo ou estabilidade oxidativa reflete o tempo que o biodiesel ou

oacuteleo vegetal leva para se degradar formando compostos orgacircnicos volaacuteteis A estabilidade

oxidativa do biodiesel estaacute diretamente relacionada com o grau de insaturaccedilatildeo dos

alquieacutesteres presentes como tambeacutem com a posiccedilatildeo das duplas ligaccedilotildees na cadeia carbocircnica

(VISENTAINER SANTOS JUacuteNIOR 2013) Quanto maior o nuacutemero de insaturaccedilotildees (maior

iacutendice de iodo) mais susceptiacutevel estaacute a moleacutecula agrave degradaccedilatildeo tanto teacutermica quanto oxidativa

formando produtos insoluacuteveis que ocasionam formaccedilatildeo de depoacutesitos e entupimento do

sistema de injeccedilatildeo de combustiacutevel do motor (FLUMIGNAN et al 2012)

52

53

3 MATERIAL E MEacuteTODOS

31 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea experimental

A aacuterea experimental com a cultura e os lisiacutemetros jaacute instalados estaacute situada no

Departamento de Engenharia de Biossistemas na Fazenda Areatildeo da Escola Superior de

Agricultura ldquoLuiz de Queirozrdquo da Universidade de Satildeo Paulo (ESALQ ndash USP) em

Piracicaba-SP (latitude 22deg42rsquo30rdquoS longitude 47deg30rsquo00rdquo e altitude de 546 m) Aleacutem da aacuterea

cultivada com pinhatildeo-manso a aacuterea experimental conta ainda com um sistema de irrigaccedilatildeo

por pivocirc central barracatildeo para maacutequinas equipamentos e salas de apoio sistema de

bombeamento de aacutegua do rio Piracicaba para um accedilude casa de bombas para irrigaccedilatildeo

localizada e pivocirc central e painel controlador da irrigaccedilatildeo localizada (Figura 4)

O clima da regiatildeo segundo a classificaccedilatildeo de Koumlppen eacute Cwa denominado tropical de

altitude sendo caracterizado por grandes volumes de chuvas no veratildeo e por estiagem no

inverno (PEREIRA ANGELOCCI SENTELHAS 2002) A precipitaccedilatildeo meacutedia anual eacute de

1328 mm e a temperatura meacutedia anual de 216ordmC sendo a meacutedia em julho o mecircs mais frio

com 17ordmC e a meacutedia em janeiro e fevereiro como meses mais quentes com 25ordmC (CEPAGRI

2013)

O preparo inicial da aacuterea experimental junto com o transplantio das mudas ocorreu em

meados de dezembro de 2011 com as plantas dispostas no espaccedilamento de 3 m entre plantas

e 4 m entre linhas (12 m2 de aacuterea para cada uma) totalizando 833 plantas ha

-1

A aacuterea experimental com pinhatildeo-manso foi dividida de acordo com o manejo hiacutedrico

utilizado sendo composta pelos tratamentos irrigados por pivocirc central e natildeo irrigado

(sequeiro) Na Figura 4 encontra-se o croqui da aacuterea experimental onde pode ser observada a

disposiccedilatildeo dos sistemas de irrigaccedilatildeo no campo e a aacuterea total utilizada para cada tratamento A

aacuterea experimental localizou-se proacuteximo da estaccedilatildeo meteoroloacutegica da Fazenda Areatildeo da

ESALQUSP (Figura 4) o que contribuiu para a determinaccedilatildeo de variaacuteveis meteoroloacutegicas in

loco utilizados conjuntamente com os dados lisimeacutetricos para a realizaccedilatildeo do manejo de

irrigaccedilatildeo A estaccedilatildeo meteoroloacutegica dispotildee de um datalogger para leitura dos sensores de

temperatura umidade relativa do ar radiaccedilatildeo solar global velocidade e direccedilatildeo do vento

pressatildeo atmosfeacuterica saldo de radiaccedilatildeo e chuva

54

Figura 4 - Croqui da aacuterea experimental contendo as aacutereas de cada manejo hiacutedrico e a estaccedilatildeo meteoroloacutegica

O sistema de pivocirc central eacute composto de trecircs torres sobre rodas com 183 m de raio e

capaz de irrigar uma aacuterea de 105 haacute com uma vazatildeo real de 90 msup3 h-1

Quando acionado em

sua velocidade maacutexima (com relecirc ligado agrave 100 no painel controlador) aplica de acordo com

as especificaccedilotildees do fabricante uma lacircmina bruta de 44 mm em toda a aacuterea apoacutes cinco horas

e seis minutos (tempo total para uma volta inteira) Apoacutes a instalaccedilatildeo do sistema de irrigaccedilatildeo

testes de avaliaccedilatildeo foram realizados e foram verificados os seguintes paracircmetros Coeficiente

de Uniformidade de Christiansen (CUC) de 821 Coeficiente de uniformidade de

distribuiccedilatildeo (CUD) de 642 e eficiecircncia de aplicaccedilatildeo (Ea) de 777

32 Descriccedilatildeo dos tratamentos e delineamento experimental

A aacuterea irrigada por pivocirc central e sem irrigaccedilatildeo tiveram como tratamentos diferentes

doses de adubaccedilatildeo nitrogenada a base de ureia utilizando 150 100 50 e o tratamento

controle com 0 da recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo para a cultura (FACT 2010) Os tratamentos

aplicados na aacuterea irrigada por pivocirc central foram denominados como P1 P2 P3 e P4

respectivamente para 150 100 50 e 0 da adubaccedilatildeo nitrogenada Enquanto na aacuterea sem

irrigaccedilatildeo os tratamentos aplicados foram denominados de acordo com os tratamentos citados

respectivamente como S1 S2 S3 e S4 A aacuterea irrigada por pivocirc central recebeu uma lacircmina

55

Tratamento S1 (150 de N)

LEGENDA

Tratamento S4 (0 de N)

Tratamento S3 (50 de N)

Tratamento S2 (100 de N)

de irrigaccedilatildeo uniforme equivalente a 100 da evapotranspiraccedilatildeo da cultura que foi

determinada por meio de dois lisiacutemetros de pesagem localizados ao lado da aacuterea em estudo

O delineamento experimental de cada aacuterea foi em blocos casualizados sendo dividida

em 4 blocos por aacuterea o que implicou em 16 unidades experimentais para cada aacuterea

totalizando portanto 32 unidades experimentais (Figura 5) A anaacutelise conjunta dos dados

entretanto foi realizada como anaacutelise de grupos de experimentos (BANZATTO KRONKA

2008) A instalaccedilatildeo de cada tratamento foi determinada por linha de plantio onde realizou-se

previamente o sorteio dos tratamentos dentro de cada bloco O esquema da anaacutelise de

variacircncia para o experimento realizado com anaacutelise agrupada dos dois experimentos eacute

expresso na Tabela 3

Figura 5 - Esquema da distribuiccedilatildeo dos tratamentos na aacuterea sem irrigaccedilatildeo

As aplicaccedilotildees dos tratamentos assim como o iniacutecio dos estudos na aacuterea

experimental se iniciaram apoacutes o final do primeiro ciclo produtivo da cultura (final do

segundo ciclo de cultivo) em agosto de 2013 Os estudos foram realizados durante o terceiro

e quarto ano de cultivo da cultura o que correspondeu aos anos agriacutecolas de 20132014 e

20142015 com o iniacutecio do ciclo a partir do mecircs de agosto eacutepoca na qual todos os frutos jaacute

foram colhidos e por apresentar um periacuteodo caracteriacutestico marcado pela eacutepoca da poda de

renovaccedilatildeo ou limpeza (agosto) e encerrando-se no mecircs julho com o final da queda das folhas

(final do periacuteodo de senescecircncia)

56

Tabela 3 - Esquema da anaacutelise de variacircncia

Fontes de Variaccedilatildeo Grau de Liberdade

Blocos dentro de Irrigaccedilatildeo 6

Irrigaccedilatildeo (I) 1

Doses de N (N) 3

Interaccedilatildeo I x N 3

Resiacuteduo Meacutedio 18

Total 31

33 Caracterizaccedilatildeo do solo

As anaacutelises fiacutesico-hiacutedrico do solo foram realizadas no Laboratoacuterio de Fiacutesica do Solo

do Departamento de Engenharia de Biossistemas da ESALQ-USP e no Laboratoacuterio PiraSolos

em Piracicaba-SP

O solo da aacuterea experimental foi classificado como NITOSSOLO VERMELHO

Eutroacutefico (EMBRAPA 2013) apresentando para todas as aacutereas utilizadas textura argilosa nas

camadas de 0-02 m e 02-04 m e muito argilosa na camada 04-06 m de acordo com os

criteacuterios do Sistema Brasileiro de Classificaccedilatildeo de Solos (EMBRAPA 2013)

A caracterizaccedilatildeo da anaacutelise granulomeacutetrica do solo da aacuterea experimental foi resultado

da meacutedia de trecircs repeticcedilotildees de cada aacuterea experimental nas camadas de 0-020 m 020-040 m

e 040-060 m que se enquadram dentro da camada de maior influecircncia do sistema radicular

da cultura do pinhatildeo-manso (ALVES JUacuteNIOR et al 2014) Na realizaccedilatildeo da referida anaacutelise

foi adotada a metodologia de Bouyoucos (Tabela 4) conforme as recomendaccedilotildees de

Donagema et al (2011) A caracterizaccedilatildeo e elaboraccedilatildeo das curvas de retenccedilatildeo caracteriacutesticas

do solo para a aacuterea experimental foram descritos por Flumignan (2012)

Tabela 4 - Composiccedilatildeo textural do solo da aacuterea experimental

Aacuterea de cultivo Camada (m) Argila Silte Areia

Classe Textural ------------------g kg

-1------------------

Pivocirc Central

0-02 464 296 240 Argilosa

02-04 498 292 210 Argilosa

04-06 576 264 160 Muito Argilosa

Sequeiro

0-02 505 245 250 Argilosa

02-04 502 248 250 Argilosa

04-06 621 179 200 Muito Argilosa

57

A partir da caracterizaccedilatildeo inicial do solo feita por Flumignan (2012) e com outras

anaacutelises posteriores para comparaccedilatildeo adotou-se para a aacuterea sem irrigaccedilatildeo os valores da

capacidade de campo (cc) e o ponto de murchamento permanente (pmp) para as camadas de

0-040 m e 040-080 m respectivamente de 042 e 032 cmsup3 cm-sup3 e 043 e 033 cmsup3 cm

-sup3 A

densidade do solo representativa da aacuterea sem irrigaccedilatildeo foram de 153 145 141 e 127 g cm-sup3

para as camadas de 0-020 m 020-040 m 040-060 m e 060-080 m respectivamente Jaacute

para o solo da aacuterea irrigada por pivocirc central a capacidade de campo e o ponto de

murchamento permanente para as camadas de 0-040 m e 040-080 m foram de 044 e 031 e

046 e 035 respectivamente A densidade do solo representativa da aacuterea irrigada foram de

155 146 141 e 131 g cm-sup3 respectivamente para as camadas de 0-020 m 020-040 m

040-060 m e 060-080 m

A caracterizaccedilatildeo quiacutemica inicial do solo foi realizada mediante anaacutelise de amostras

compostas coletadas nas camadas de 0-020 e 020-040 m de profundidade nas duas aacutereas de

influecircncia do cultivo antes da aplicaccedilatildeo dos tratamentos Para as condiccedilotildees quiacutemicas

encontradas nas anaacutelises de solo natildeo foi necessaacuterio agrave aplicaccedilatildeo de calagem pelos valores da

saturaccedilatildeo por bases estarem acima de 60 Na Tabela 5 estatildeo apresentados os resultados da

anaacutelise de fertilidade

Tabela 5 - Anaacutelise quiacutemica da aacuterea experimental

Aacuterea de

manejo

Camada

(m)

pH

CaCl2

MO P S

(SO4)

K+ Ca

2+ Mg

2+ H+Al Al

3+ Sat

Bases

g dm-3

-mg dm-3

- ------------mmolcdm-3

----------- V

Pivocirc

Central

0-02 60 18 10 26 25 55 18 20 0 79

02-04 58 9 2 32 12 47 21 20 0 78

Sequeiro 0-02 55 18 18 22 13 49 13 25 0 72

02-04 55 11 4 26 10 44 12 25 0 70

34 Caracterizaccedilatildeo da aacutegua de irrigaccedilatildeo

A aacutegua utilizada no experimento foi proveniente do sistema do reservatoacuterio de aacutegua

localizado dentro da Fazenda Areatildeo e usada exclusivamente para fornecimento de aacutegua para

as culturas localizadas na aacuterea experimental Para saber se o conteuacutedo fiacutesico-quiacutemico da aacutegua

utilizada na irrigaccedilatildeo poderia influenciar na disposiccedilatildeo dos nutrientes fornecidos para a

cultura por meio da adubaccedilatildeo foi realizada uma anaacutelise da qualidade da aacutegua para verificar as

58

caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas presentes (Tabela 6) A anaacutelise fiacutesico-quiacutemica da aacutegua de

irrigaccedilatildeo foi realizada pelo Laboratoacuterio de Ecologia Aplicada localizada no Departamento de

Ciecircncias Florestais na ESALQUSP

Tabela 6 - Resultados da anaacutelise fiacutesico-quiacutemica da aacutegua utilizada para irrigaccedilatildeo

Paracircmetro Siacutembolo Unidade Resultado VMP(1)

Acidez pH - 68 60-95

Acidez (CaCO3) - mg L-1

(CaCO3) 63 -

Condutividade eleacutetrica CEa dSm-1

(25degC) 01 15

Alcalinidade Carbonato CO3= mg L

-1 0 -

Alcalinidade Bicarbonato HCO3- mg L-1

158 -

Alcalinidade Total 2CO32-

+ HCO3- mg L

-1 158 500

Caacutelcio Ca++

mg L-1

17 75

Magneacutesio Mg++

mg L-1

10 150

Sulfato SO4= mg L

-1 119 250

Nitrogecircnio - Nitrato N - NO3- mg L

-1 08 10

Nitrogecircnio - Amocircnio N - NH4+ mg L

-1 01 15

Foacutesforo - Fosfato P - PO43-

mg L-1

006 006

Potaacutessio K+ mg L

-1 23 -

Soacutedio Na+ mg L

-1 60 -

Dureza Total (CaCO3) - mg L-1

128 500

(1) Valores maacuteximos permitidos

De acordo com a classificaccedilatildeo da University of Califoacuternia Committee of Consultantes

(UCCC 1974) a aacutegua utilizada para irrigaccedilatildeo de foi classificada como C1S2 ou seja aacutegua

com baixo risco de salinidade o que eacute considerada adequada ao uso para a irrigaccedilatildeo O risco

de sodicidade foi considerado praticamente nulo devido ao baixo valor da razatildeo de adsorccedilatildeo

de soacutedio corrigida calculado com os resultados da anaacutelise assim como os baixos teores de

soacutedio apresentados na anaacutelise que garantem a ausecircncia de toxicidade desse elemento

35 Manejo da irrigaccedilatildeo

O manejo da irrigaccedilatildeo com a quantificaccedilatildeo da lacircmina de irrigaccedilatildeo a ser aplicada e a

determinaccedilatildeo da evapotranspiraccedilatildeo nos tratamentos foi realizada pela metodologia da

lisimetria de pesagem direta descrita por Lena (2013) e tambeacutem realizada na mesma aacuterea

experimental Essa metodologia consiste na utilizaccedilatildeo de tanques de metal preenchidos com

59

solo da proacutepria aacuterea experimental e que satildeo apoiados sobre um sistema de pesagem de alta

precisatildeo Basicamente o sistema de lisimetria proporciona a mediccedilatildeo das entradas e saiacutedas de

aacutegua do sistema Foram utilizados dois lisiacutemetros por aacuterea totalizando portanto quatro

lisiacutemetros no experimento que foram previamente dimensionados para que sua superfiacutecie

respeitasse o espaccedilamento das plantas e o pleno desenvolvimento do sistema radicular e da

parte aeacuterea da cultura Cada lisiacutemetro eacute ciliacutendrico e apresenta 391 m de diacircmetro interno (12

m2 de aacuterea) por 13 m de profundidade uacutetil do solo O sistema ainda apresenta um sistema de

drenagem que eacute composto por reservatoacuterios de armazenamento de aacutegua constituiacutedos de tubos

de PVC os quais possibilitam o armazenamento da aacutegua drenada atraveacutes do perfil do solo O

detalhamento da calibraccedilatildeo e das instalaccedilotildees dos lisiacutemetros utilizados na aacuterea experimental eacute

descrita por Flumignan (2012) Na Figura 6 eacute apresentado um esquema sobre o balanccedilo de

aacutegua no solo feito pelos lisiacutemetros

Figura 6 - Balanccedilo hiacutedrico do sistema de lisiacutemetro de pesagem com as entradas e saiacutedas de aacutegua do sistema

sendo ET a evapotranspiraccedilatildeo E a evaporaccedilatildeo T a transpiraccedilatildeo I a irrigaccedilatildeo R o escoamento

superficial e P a precipitaccedilatildeo Fonte Lena (2013)

A determinaccedilatildeo da quantidade de aacutegua necessaacuteria para repor a evapotranspiraccedilatildeo foi

calculada semanalmente para a aacuterea irrigada por pivocirc central A irrigaccedilatildeo foi realizada de

maneira manual ajustando o percentiacutemetro da velocidade de deslocamento circular

(caminhamento) do pivocirc a cada irrigaccedilatildeo de forma que fosse aplicada a lacircmina de aacutegua

desejada Um dia anterior agrave irrigaccedilatildeo os dados dos lisiacutemetros foram coletados e analisados

sendo possiacutevel verificar a lacircmina de aacutegua que foi necessaacuteria para repor na semana colocando

o armazenamento de aacutegua no solo na condiccedilatildeo de capacidade de campo para os tratamentos

60

irrigados A determinaccedilatildeo da evapotranspiraccedilatildeo da cultura (ETc) para o posterior manejo da

lacircmina a ser reposta pela irrigaccedilatildeo foi determinada pela contabilidade das entradas saiacutedas e

armazenamento de aacutegua nos lisiacutemetros (LENA 2013)

A profundidade efetiva do sistema radicular considerada foi de 50 cm baseado

principalmente nos trabalhos de Krishnamurthy et al (2012) e Alves Juacutenior et al (2014) que

apresentam que o sistema eacute capaz de atingir profundidades maiores que 1 metro poreacutem

apresenta a maioria das raiacutezes principalmente as responsaacuteveis pela absorccedilatildeo de aacutegua nas

camadas mais superficiais A capacidade de aacutegua disponiacutevel (CAD) foi determinada a partir

dos valores de umidade volumeacutetrica do solo no ponto de murcha permanente e na capacidade

de campo obtidas para cada aacuterea de manejo hiacutedrico adotado

Devido agrave alta escassez hiacutedrica ocasionada pela baixa pluviosidade ocorrida durante o

ano agriacutecola de 2014 em toda a regiatildeo Sudeste e no municiacutepio de Piracicaba-SP e com a

draacutestica reduccedilatildeo do niacutevel do reservatoacuterio localizado na Fazenda Areatildeo as praacuteticas de

irrigaccedilatildeo e o seu manejo foram realizados apenas no primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo (3ordm ano de

cultivo) sendo suspensas no ciclo seguinte devido a sua impossibilidade pelo baixo niacutevel do

reservatoacuterio no local e para que o mesmo pudesse se reestabelecer em um menor periacuteodo de

tempo Com o cessamento das irrigaccedilotildees na aacuterea de cultivo sob o pivocirc central a partir do

segundo ciclo de avaliaccedilatildeo todas as coletas e anaacutelises realizadas nos tratamentos de adubaccedilatildeo

localizados na aacuterea antes irrigada por pivocirc central passaram a ser consideradas como

mediccedilotildees dos tratamentos em uma aacuterea com histoacuterico de irrigaccedilatildeo visto que desde a sua

implantaccedilatildeo o local fora irrigado tendo o seu manejo adequado de irrigaccedilatildeo de forma a

suplementar o deacuteficit hiacutedrico nos periacuteodos mais secos do ano onde o regime de chuvas natildeo

era capaz de suprir a demanda evapotranspiromeacutetrica da cultura em determinado periacuteodo

Mesmo a localizaccedilatildeo da aacuterea experimental irrigada estando proacutexima da regiatildeo dos dois

lisiacutemetros de pesagem de forma que os tratamentos recebidos com as diferentes doses de

irrigaccedilatildeo apresentassem condiccedilotildees de textura do solo e relevo semelhantes ao das plantas

localizadas nos dois lisiacutemetros natildeo foi realizado um manejo quanto agrave quantificaccedilatildeo das

lacircminas de aacutegua requeridas por cada tratamento visto que com as diferentes doses de

adubaccedilatildeo nitrogenada o crescimento e consequentemente a evapotranspiraccedilatildeo das parcelas

irrigadas satildeo diferentes Assumiu-se para este estudo um manejo da irrigaccedilatildeo a partir dos

dados coletados de plantas inseridas nos lisiacutemetros e que estavam em plenas condiccedilotildees de

desenvolvimento e sem restriccedilatildeo de nutrientes onde a praacutetica de irrigaccedilatildeo serviu-se apenas

para complementar a falta de aacutegua nos periacuteodos mais secos do ano que eacute ocasionado pela

diminuiccedilatildeo das chuvas comparando com uma aacuterea onde natildeo se fez o uso da irrigaccedilatildeo

61

Possibilidades como a variaccedilatildeo da lacircmina de irrigaccedilatildeo no equipamento de pivocirc central com a

substituiccedilatildeo de diferentes tipos de bocais com as mais variadas vazotildees e dispondo os

tratamentos em linhas curviliacuteneas no sentido de rotaccedilatildeo do pivocirc chegaram a ser pensadas

entretanto foram rapidamente descartadas jaacute que esse sistema de irrigaccedilatildeo comporta uma

aacuterea total de 105 ha na Fazenda Areatildeo e aleacutem de atender a aacuterea cultivada por pinhatildeo-manso

de 10 ha que corresponde apenas a 95 da aacuterea atendida pelo pivocirc central o mesmo

equipamento atende agrave necessidade hiacutedrica de outras aacutereas de cultivo incluindo aacutereas de

experimentos de outros projetos de pesquisa

36 Monitoramento da umidade do solo

O monitoramento da umidade do solo foi realizado com o auxiacutelio de sondas de

capacitacircncia da marca Sentekreg modelo Diviner 2000 no qual estimou a umidade do solo por

meio de campos eleacutetricos de alta frequecircncia Esta conteacutem uma haste que ao ser inserida em

tubos de acesso previamente instalados no solo possibilita coletar a porcentagem de aacutegua no

perfil de solo desejado Para que isso ocorresse foi necessaacuterio antes fazer uma curva de

calibraccedilatildeo na aacuterea experimental na eacutepoca de implantaccedilatildeo da cultura para que assim de posse

da equaccedilatildeo de calibraccedilatildeo do solo caracteriacutestico da Fazenda Areatildeo todas as leituras do

equipamento transmitidas em unidade de frequecircncia pudessem ser convertidas em umidade

volumeacutetrica do solo Com a implantaccedilatildeo da cultura em 2011 foi instalado na aacuterea

experimental um tubo de acesso para cada lisiacutemetro de pesagem e outros 10 situados nas suas

plantas de bordadura (distribuiacutedos ao redor de cada lisiacutemetro) com a finalidade de comparar

os perfis de umidade dentro e fora dos lisiacutemetros

Durante o segundo ciclo de avaliaccedilatildeo da cultura (4ordm ano) foram instalados um tubo de

acesso por tratamento na aacuterea irrigada por pivocirc central e sem irrigaccedilatildeo de forma a comparar

os perfis de umidade localizados nas plantas com diferentes niacuteveis de adubaccedilatildeo nitrogenada

com as plantas que receberam a adubaccedilatildeo plena situados dentro e fora dos lisiacutemetros assim

como as plantas dos tratamentos P2 e S2 que receberam 100 de N Esse monitoramento foi

realizado para verificar se houve ou natildeo alguma mudanccedila draacutestica na variaccedilatildeo de umidade dos

diferentes tratamentos por adubaccedilatildeo nitrogenada quando comparada com as demais plantas da

aacuterea experimental

O monitoramento da umidade do solo dentro e fora dos lisiacutemetros foi realizado em

periacuteodos pontuais dentro dos dois ciclos de avaliaccedilatildeo do referido estudo e dentro de um

62

periacuteodo especiacutefico no segundo ciclo de avaliaccedilatildeo para os tratamentos adubados Os tubos de

acesso foram instalados de acordo com cada ponto de monitoramento entre a profundidade de

80-110 cm onde nesse estudo foi avaliado para todos os tratamentos e pontos de

monitoramento de umidade o perfil de umidade correspondente ateacute a profundidade de 80 cm

que representa a camada de maior influecircncia do sistema radicular da cultura do pinhatildeo-manso

(ALVES JUacuteNIOR et al 2014)

37 Manejo da cultura

Ao longo da conduccedilatildeo do experimento foram realizadas praacuteticas de manejo cultural

de forma a proporcionar as melhores condiccedilotildees para o desenvolvimento das plantas Dentre

essas praacuteticas se destacaram o controle de insetos de doenccedilas e de plantas invasoras O

controle de pragas se concentrou no combate da cigarrinha verde (Empoasca spp) aacutecaro

branco (Polyphagotarsonemus latus Banks) e percevejo (Pachoycoris sp) enquanto o

controle de doenccedilas foi voltado no combate ao Oiacutedio (Oidium sp) e ferrugem (Phakospsora

arthuriana Buriticaacute amp Hennen) As aplicaccedilotildees dos produtos quiacutemicos para o controle de

pragas e doenccedilas foram realizadas sempre quando diagnosticada a presenccedila destes na aacuterea

experimental Para o controle das plantas invasoras na entrelinha de cultivo foi utilizada uma

roccediladeira acoplada a um trator e entre plantas o controle foi realizado com roccediladeira manual

Apoacutes cada roccedilagem manual a aplicaccedilatildeo localizada de herbicida sistecircmico natildeo seletivo foi

realizada

A adubaccedilatildeo de produccedilatildeo para suprir a demanda nutricional da cultura foi realizada de

acordo com as recomendaccedilotildees de adubaccedilatildeo propostas por FACT (2010) A adubaccedilatildeo

nitrogenada foi feita na projeccedilatildeo da copa da planta parcelada em trecircs aplicaccedilotildees ao longo de

cada ciclo produtivo assim como a adubaccedilatildeo potaacutessica e fosfatada A adubaccedilatildeo das plantas

foi realizada utilizando os adubos quiacutemicos ureia superfosfato simples e cloreto de potaacutessio

para o suprimento de nitrogecircnio foacutesforo e potaacutessio respectivamente As quantidades de

nutrientes aplicadas no ciclo vegetativo do pinhatildeo-manso durante os primeiros anos de

cultivo da cultura seguiram as recomendaccedilotildees propostas por FACT (2010) e satildeo expressas na

Tabela 2 no item 233

63

38 Produtividade da cultura e produtividade da aacutegua

A produtividade de frutos e sementes da cultura foi determinada por meio de colheitas

manuais de todos os frutos que se encontraram a partir do ponto inicial de maturaccedilatildeo

(coloraccedilatildeo amarela) deixando na planta apenas os frutos verdes que foram colhidos

posteriormente Apoacutes a colheita os frutos foram postos para secar agrave temperatura ambiente

para a determinaccedilatildeo do rendimento de frutos (semente + casca) e sementes para cada

tratamento avaliado Aleacutem disso para se conhecer a influecircncia dos tratamentos no

desenvolvimento das sementes por unidade de massa nos frutos colhidos foi determinada a

relaccedilatildeo frutosemente para cada tratamento avaliado A maturaccedilatildeo dos frutos de pinhatildeo-

manso natildeo eacute uniforme observando-se em um mesmo cacho frutos verdes amarelos

castanhos e por fim pretos Desta forma em funccedilatildeo da desuniformidade da maturaccedilatildeo dos

frutos a periodicidade das colheitas ao longo do periacuteodo produtivo ocorreu em funccedilatildeo da

maior ou menor uniformidade de distribuiccedilatildeo da produccedilatildeo ao longo do tempo Em resumo

foram avaliados a produccedilatildeo meacutedia de frutos e sementes por planta (kg planta-1

) a relaccedilatildeo

sementefruto e a produtividade de sementes (kg ha-1

)

A eficiecircncia de uso na aacutegua (EUA) segundo Lima et al (2010) equivale a eficiecircncia

produtiva que atualmente eacute denominada como produtividade da aacutegua (PA) sendo

determinada neste trabalho para se avaliar a eficiecircncia da aacutegua aplicada na irrigaccedilatildeo para

produccedilatildeo final de frutos De acordo com Frizzone (2014) nas praacuteticas diaacuterias de irrigaccedilatildeo a

PA eacute um termo mais relevante que EUA cujo significado depende da aplicaccedilatildeo Segundo

Sousa et al (2000) a EUA pode ser determinada tanto para a produtividade de biomassa

como para a produtividade de frutos relacionando-se pela quantidade de aacutegua aplicada ou

evapotranspirada No caso deste trabalho a produtividade de aacutegua foi determinada pela

relaccedilatildeo da produccedilatildeo comercial da cultura (kg) ou seja para a produccedilatildeo final de sementes

com a quantidade total de aacutegua aplicada (irrigaccedilatildeo + precipitaccedilatildeo) (FRIZZONE 2014) A

quantidade de aacutegua consumida pela planta (evapotranspiraccedilatildeo acumulada) natildeo foi utilizada

neste estudo por ter sido determinada para as plantas que estavam inseridas no lisiacutemetro que

no caso se encontravam em plenas condiccedilotildees de desenvolvimento e fornecimento de

nutrientes via fertilizaccedilatildeo mineral fato que soacute ocorreu para os tratamentos em que a

fertilizaccedilatildeo mineral de nitrogecircnio foi plena (100) O caacutelculo da produtividade da aacutegua

(PAIR+PE) considerou nesse estudo a variabilidade do solo em cada aacuterea de cultivo bem como

identificar as diferenccedilas de cada manejo hiacutedrico fazendo uso da irrigaccedilatildeo complementar ou

64

natildeo e do desenvolvimento vegetativo da cultura (FRIZZONE 2014) que a cultura pode

sofrer com o estresse hiacutedrico e com a disponibilidade de nitrogecircnio pela fertilizaccedilatildeo mineral

O caacutelculo para a produtividade de aacutegua considerando a quantidade total de aacutegua aplicada eacute

expressa na Equaccedilatildeo 1

PAIR+PE = Rendimento comercial da cultura

Volume de Irrigaccedilatildeo+Precipitaccedilatildeorarr

Yc (kg)

IR+PE (m3) (1)

Por natildeo haver irrigaccedilotildees durante o segundo ano de avaliaccedilatildeo no cultivo de pinhatildeo-

manso devido agrave grande escassez hiacutedrica que assolou a regiatildeo Sudeste durante esse periacuteodo a

produtividade de aacutegua foi determinada apenas para o primeiro ano de estudo jaacute que a lacircmina

recebida para as duas aacutereas de cultivo foram apenas das precipitaccedilotildees ocorridas no local natildeo

havendo diferenccedila portanto da lacircmina recebida neste periacuteodo ficando a produtividade de

aacutegua condicionada apenas para a produtividade de sementes que continuou sendo avaliada A

produtividade dos frutos e sementes assim como as outras variaacuteveis analisadas foram

determinadas para o segundo ano de cultivo considerando que a aacuterea onde se encontra o pivocirc

central possui um histoacuterico de irrigaccedilatildeo jaacute que fora irrigada tendo o manejo adequado de

irrigaccedilatildeo desde a implantaccedilatildeo da cultura em 2011

39 Anaacutelises de crescimento

O crescimento das plantas foi avaliado em cada tratamento a cada trecircs meses por

meio de mediccedilotildees da altura da planta (m) do diacircmetro meacutedio de copa (m) e do volume de

copa (msup3) A determinaccedilatildeo da altura eacute definida como a medida entre a superfiacutecie do solo e a

uacuteltima folha emergida no aacutepice da planta Para o diacircmetro meacutedio de copa tomou-se como

ponto de avaliaccedilatildeo o valor meacutedio entre o diacircmetro de copa no sentido do maior espaccedilamento

(entrelinha de plantio) e o diacircmetro de copa no sentido de menor espaccedilamento (dentro da

linha de plantio) As mediccedilotildees da altura e do diacircmetro meacutedio de copa das plantas foram

realizadas em intervalos bimestrais ao longo dos dois anos de avaliaccedilatildeo da cultura com o

auxiacutelio de uma trena graduada em cm (Figura 7) sendo avaliadas as trecircs plantas disponiacuteveis

por cada parcela uacutetil O volume de copa foi estimado pela aproximaccedilatildeo do volume de um

cilindro de base eliacuteptica (LAVIOLA et al 2010)

65

119881119888119900119901119886 = (120587 1198631

2 1198632

2) ℎ (2)

em que

Vcopa = volume de copa (m3)

π = 314159

D1 = diacircmetro de copa no maior espaccedilamento (m)

D2 = diacircmetro de copa no menor espaccedilamento (m) e

h = altura da planta (m)

Figura 7 - Mediccedilatildeo da altura em plantas de pinhatildeo-manso

310 Iacutendice de aacuterea foliar (IAF)

As mediccedilotildees do iacutendice de aacuterea foliar (IAF) foram realizadas com o auxiacutelio do

equipamento LAI-2200 da marca LI-CORreg Esse equipamento foi desenvolvido para se

estimar o IAF de maneira mais praacutetica e de forma precisa desde que manejado de maneira

adequada Pelo fato de que no iniacutecio do primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo se buscava a melhor

metodologia para a leitura do instrumento e a validaccedilatildeo dos dados coletados o primeiro ano

de cultivo ficou restrito apenas agrave leitura das plantas sorteadas na aacuterea para a calibraccedilatildeo do

equipamento junto ao cultivo do pinhatildeo-manso feito em diferentes eacutepocas do ano

As leituras do IAF foram realizadas preferencialmente no intervalo entre 1000 e 1400

horas buscando a menor interferecircncia possiacutevel das nuvens na incidecircncia de raios solares o

que poderia prejudicar as interpretaccedilotildees das anaacutelises As avaliaccedilotildees ocorreram de forma

66

mensal iniciando a partir do mecircs de novembro de 2014 e encerrando-se em junho de 2015

com o teacutermino do periacuteodo de senescecircncia foliar uma vez que a partir desse mecircs as plantas de

pinhatildeo-manso estavam praticamente com a ausecircncia de folhas e o IAF foi considerado zero

Para uma melhor confiabilidade na determinaccedilatildeo dos valores de IAF medidos no

campo foi proposta uma calibraccedilatildeo do equipamento LAI-2200 nas plantas da aacuterea

experimental realizada concomitantemente com a avaliaccedilatildeo do experimento A calibraccedilatildeo do

equipamento LAI-2200 foi realizada a partir de 11 plantas proacuteximas da aacuterea experimental e

escolhidas aletoriamente As plantas foram selecionadas ao longo do ciclo de cultivo em

diferentes eacutepocas sendo que em cada eacutepoca do periacuteodo vegetativo e reprodutivo da cultura

duas plantas representativas nas duas aacutereas de cultivo foram escolhidas sempre uma na aacuterea

irrigada por pivocirc central e outra planta na aacuterea sem irrigaccedilatildeo A calibraccedilatildeo foi realizada

primeiramente a partir da estimativa do IAF pelo LAI-2200 feito em campo (Figura 8a e 8b)

utilizando-se a metodologia de plantas isoladas a mesma utilizada nas leituras da aacuterea

experimental Em seguida foi feita a determinaccedilatildeo do IAF real em laboratoacuterio pelo meacutetodo

destrutivo com a retirada de todas as folhas das plantas para serem passadas em um

integrador de aacuterea foliar utilizando o equipamento CI-203 da CID Bio-Sciencereg

(Figura 8c e

8d) Com os resultados obtidos foi feita uma comparaccedilatildeo do IAF real com o IAF estimado a

partir de um graacutefico de dispersatildeo utilizando uma planilha eletrocircnica de caacutelculo Assim com

base nos valores determinados foi estipulada a equaccedilatildeo de calibraccedilatildeo para o IAF que foi

utilizada para corrigir os valores estimados pelo LAI-2200

67

Figura 8 - Metodologia adotada para a calibraccedilatildeo do equipamento LAI 2200 com a escolha da planta (a) leitura

do IAF estimado com o LAI 2200 (b) retirada de todas as folhas da planta (c) e determinaccedilatildeo em

laboratoacuterio do IAF real da planta com o equipamento CI-203 (d)

311 Iacutendice de clorofila

A avaliaccedilatildeo do estado nutricional das plantas foi determinado a partir do iacutendice de

clorofila sendo utilizado o aparelho ClorofiLOG CFL 1030 Falkerreg

(Figura 9) Foram

determinados os teores das Clorofilas a b e total (a + b) expressas em Iacutendice de Clorofila

Falker (ICF) e da relaccedilatildeo clorofila AB As leituras procederam-se periodicamente nas folhas

de posiccedilotildees do 2deg ou 3deg noacute do ramo vegetativo ou floriacutefero do aacutepice para base (LIMA et al

2011) sendo as folhas coletadas para posterior anaacutelise de N foliar para assim correlacionar os

teores de clorofila com o nitrogecircnio presente nas folhas Para a coleta das folhas nas posiccedilotildees

estudadas foram consideradas apenas as folhas totalmente expandidas e contadas no sentido

aacutepicebase sem qualquer vestiacutegio de lesatildeo ocasionado por patoacutegenos

d c

b a

68

Figura 9 - Leitura do Iacutendice de Clorofila FALKER utilizando o ClorofiLOG

Foram realizadas trecircs mediccedilotildees por planta sendo em trecircs plantas por parcela obtendo

portanto nove leituras por parcela sendo a meacutedia das leituras o valor de ICF representativo

da parcela As leituras com o aparelho no campo foram realizadas sempre no mesmo horaacuterio

durante o periacuteodo da manhatilde com trecircs avaliaccedilotildees ao longo do primeiro ciclo de estudo da

cultura (3ordm ano) e cinco avaliaccedilotildees ao longo do segundo ciclo (4ordm ano) No primeiro ciclo de

estudo as avaliaccedilotildees ocorreram nos meses de jan2014 mar2014 e jun2014 ou seja periacuteodo

em que ocorre o aacutepice de florescimento (janeiro) formaccedilatildeo e maturaccedilatildeo dos frutos (janeiro e

marccedilo) e o processo de senescecircncia das folhas (junho) sendo realizada a anaacutelise foliar de N

apenas no mecircs de marccedilo Por sua vez no segundo ciclo de estudo as avaliaccedilotildees foram

realizadas nos meses de nov2014 dez2014 jan2015 fev2015 e abr2015 sendo possiacutevel

acompanhar todo o periacuteodo de desenvolvimento foliar do pinhatildeo-manso acompanhando

desde o aacutepice da emissatildeo de folhas (45 dias apoacutes poda de limpeza e conduccedilatildeo) passando pelo

periacuteodo reprodutivo (floraccedilatildeo e formaccedilatildeo de frutos) maturaccedilatildeo do frutos e iniacutecio da

senescecircncia foliar No segundo ano de estudo foram realizadas anaacutelises foliares de nitrogecircnio

em todas as eacutepocas Todas as anaacutelises foliares de nitrogecircnio foram realizadas pelo meacutetodo de

digestatildeo sulfuacuterica e determinaccedilatildeo por destilaccedilatildeo agrave vapor (MALAVOLTA VITTI

OLIVEIRA 1997)

312 Teor e anaacutelises de qualidade de oacuteleo

A quantidade e a qualidade do oacuteleo da cultura do pinhatildeo-manso foram determinadas

anualmente para cada ciclo de produccedilatildeo pelo fato da cultura natildeo apresentar produccedilatildeo

uniforme ao longo do periacuteodo produtivo impossibilitando a repeticcedilatildeo das anaacutelises pelo baixo

quantitativo de sementes em determinados periacuteodos do ano A seguir satildeo descritos o meacutetodo

69

de extraccedilatildeo do oacuteleo utilizado os iacutendices de qualidade e os meacutetodos de identificaccedilatildeo e

quantificaccedilatildeo dos aacutecidos graxos que foram posteriormente determinados

3121 Teor de oacuteleo

A determinaccedilatildeo da porcentagem de oacuteleo por semente pode ser realizada por extraccedilatildeo

em prensa hidraacuteulica e tambeacutem por uso de solvente quiacutemico Estes meacutetodos satildeo mencionados

por Achten et al (2008) e satildeo utilizados de acordo com a necessidade do usuaacuterio A prensa

hidraacuteulica eacute uma eficiente forma de extraccedilatildeo do oacuteleo para ser utilizado como biodiesel

enquanto a extraccedilatildeo quiacutemica eacute voltada para determinar a quantidade total de oacuteleo na semente

sendo mais utilizado em testes de laboratoacuterio Para este estudo apenas a determinaccedilatildeo do teor

de oacuteleo por meio de solvente quiacutemico foi realizada Para isso foram utilizadas amostras de 1

kg de polpa de semente por tratamento sendo necessaacuterio retirar as sementes do epicarpo e a

polpa da casca da semente antes do iniacutecio da extraccedilatildeo O meacutetodo da extraccedilatildeo quiacutemica de oacuteleo

vegetal foi realizado via Soxlet utilizando hexano como solvente e adotando o meacutetodo oficial

AOCS Am 5-04 da American Oil Chemistsrsquo Society (AOCS 2003) Apoacutes ter passado pelo

processo de extraccedilatildeo o oacuteleo extraiacutedo foi quantificado em porcentagem de oacuteleo por unidade de

massa de sementes e em seguida destinado para as anaacutelises laboratoriais de qualidade que

seratildeo descritas a seguir

Aleacutem da determinaccedilatildeo do teor (rendimento) de oacuteleo por unidade de massa de semente

foi calculado tambeacutem a produtividade de oacuteleo (kg ha-1

) que apresenta a quantidade de oacuteleo

produzido (kg) por unidade aacuterea cultivada (ha) A produtividade de oacuteleo foi determinada

utilizando o produto da produtividade de sementes (kg ha-1

) com o teor de oacuteleo (decimal)

(TIKKOO YADAV KAUSHIK 2013) e eacute expressa na Equaccedilatildeo 3

Produtividade de oacuteleo = Produtiv sementes x Teor de oacuteleo (3)

Para fins de caracterizaccedilatildeo do oacuteleo produzido nas sementes de pinhatildeo-manso colhidas

anteriormente na aacuterea foi determinado o teor de oacuteleo das sementes colhidas no ciclo anterior

ao iniacutecio dos tratamentos (2ordm ano de cultivo) para a determinaccedilatildeo do ponto 0 que foi o ponto

de partida dos valores de qualidade do oacuteleo para as aacutereas de sequeiro e irrigada por pivocirc

central cultivados sem variaccedilatildeo da adubaccedilatildeo nitrogenada O teor de oacuteleo (Tabela 7) foi

determinado por meio de prensa mecacircnica e por solvente quiacutemico (extrato eteacutereo) sendo este

70

uacuteltimo determinado na semente integral na qual natildeo houve nenhuma prensagem preacutevia no

resiacuteduo da prensagem mecacircnica (torta) para verificaccedilatildeo do quantitativo de oacuteleo que ficou

remanescente na torta prensada e na casca retirada para a prensagem das sementes

Tabela 7 - Teor meacutedio de oacuteleo por meio de prensagem mecacircnica e por solvente quiacutemico nos frutos colhidos na

aacuterea experimental antes da instalaccedilatildeo dos tratamentos

Aacuterea

Teor de oacuteleo ()

Prensa mecacircnica Solvente quiacutemico

Semente Torta Casca

Pivocirc Central 3977 5557 2257 056

Sequeiro 4172 5430 1862 056

3122 Anaacutelises preliminares dos iacutendices de qualidade do oacuteleo

As anaacutelises de qualidade do oacuteleo de pinhatildeo-manso que foram realizadas a partir do

oacuteleo extraiacutedo dos frutos coletados dentro dos tratamentos aplicados na aacuterea experimental

englobaram alguns iacutendices (padrotildees) qualitativos como iacutendice de acidez iacutendice de iodo

iacutendice de peroacutexido iacutendice de refraccedilatildeo densidade relativa estabilidade oxidativa e a

identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo de aacutecidos graxos Com a determinaccedilatildeo da porcentagem de oacuteleo

do ponto zero presente nas amostras dos frutos coletados antes da instalaccedilatildeo dos tratamentos

os oacuteleos obtidos na prensagem mecacircnica foram utilizados posteriormente para a realizaccedilatildeo de

anaacutelises laboratoriais na determinaccedilatildeo de alguns iacutendices qualitativos do oacuteleo (Tabela 8)

Tabela 8 - Iacutendices de qualidade do oacuteleo de pinhatildeo-manso para a aacuterea experimental

Carateriacutestica Aacuterea

Pivocirc Central Sequeiro

Aspecto LII(1)

- 220(2)

LII(1)

- 220(2)

Iacutendice de Acidez 04562 04562

Iacutendice de Peroacutexido 17280 17338

Estabilidade oxidativa (horas) 1169 983

Absortividade na faixa do UV (E 232 nm) 12284 13137

Absortividade na faixa do UV (E 268 nm) 01638 01434

Massa especiacutefica a 20degC (kg m-sup3) 9152 9148

Viscosidade cinemaacutetica a 40degC (mmsup2 s-1

) 3655 3702

(1) Liacutempido e isento de impurezas (2) Temperatura durante a observaccedilatildeo Iacutendices determinados no Biodiesel

produzido a partir do oacuteleo extraiacutedo das amostras avaliadas

71

3123 Iacutendice de acidez

O iacutendice de acidez eacute um indicativo do estado de conservaccedilatildeo do oacuteleo e do

biocombustiacutevel que seraacute produzido definido como a quantidade de KOH (mg) necessaacuteria para

neutralizar os aacutecidos livres de 1 grama da amostra (ANGARITA et al 2012) Atualmente no

Brasil a regulaccedilatildeo estabelece um valor maacuteximo de 05 mg de KOH g-1

na determinaccedilatildeo do

iacutendice de acidez no biodiesel O meacutetodo utilizado para determinaccedilatildeo do iacutendice de acidez foi o

da norma NBR 14448 (ABNT) no qual o iacutendice de acidez eacute determinado por meio de

titulaccedilatildeo potenciomeacutetrica

3124 Iacutendice de iodo

Para determinaccedilatildeo do iacutendice de iodo foi utilizado o meacutetodo Cd 1d-92 da American Oil

Chemistsrsquo Society (AOCS 2003) onde foi adicionado 15 mL de clorofoacutermio em 025 g de

amostra do oacuteleo extraiacutedo agitando o composto ateacute dissoluccedilatildeo da amostra Adicionou-se em

seguida 25 mL do reagente de Wijs e o frasco foi tampado deixando em repouso no escuro

durante 30 minutos Em seguida foi adicionado 20 mL de soluccedilatildeo de KI a 15 e 150 mL de

aacutegua destilada e titulou-se com soluccedilatildeo de Na2S2O3 01 N ateacute o desaparecimento de uma

coloraccedilatildeo amarela apoacutes agitaccedilatildeo Foi adicionado 1 mL de soluccedilatildeo de amido a 1 e

continuou-se a titulaccedilatildeo gota a gota ateacute o desaparecimento da cor azul Um ensaio em branco

foi conduzido paralelamente O Iacutendice de iodo foi obtido pela Equaccedilatildeo (4)

Iacutendice de Iodo (g I2100 g de amostra) =[(BminusA) x N x 1229]

Massa da amostra (g) (4)

em que

A - volume em mL de Na2S2O3 gasto na titulaccedilatildeo da amostra

B - volume em mL de Na2S2O3 gasto na titulaccedilatildeo do branco e

N - normalidade da soluccedilatildeo de Na2S2O3

72

3125 Iacutendice de peroacutexido

Para a determinaccedilatildeo do iacutendice de peroacutexido seguiu-se o meacutetodo Cd 8b-90 (AOCS

2003) em que foram pesados 3 g da amostra em frasco de iodo de 125 mL Adicionou-se 50

mL de soluccedilatildeo de aacutecido aceacuteticoisoctano (31) e soluccedilatildeo de iodeto de potaacutessio saturada e aacutegua

destilada A seguir foi realizada titulaccedilatildeo com soluccedilatildeo de tiossulfato de soacutedio (Na2S2O3) 01N

e o volume gasto apoacutes adiccedilatildeo de goma de amido forneceu a concentraccedilatildeo em peroacutexidos

expressa em meq O2 kg-1

de amostra segundo a Equaccedilatildeo 5

IP =N x (aminusb)

Massa (gramas) x 1000 (5)

em que

N - normalidade da soluccedilatildeo de Na2S2O3

a - volume em mL de Na2S2O3 gasto na titulaccedilatildeo da amostra e

b - volume em mL de Na2S2O3 gasto na titulaccedilatildeo do branco

3126 Iacutendice de refraccedilatildeo

Os oacuteleos e gorduras possuem poder de refringecircncia diferente conforme sua natureza

desviando com maior ou menor intensidade os raios luminosos que os atravessam O iacutendice de

refraccedilatildeo tanto para os oacuteleos quanto para as gorduras eacute medido agrave temperatura de 40ordmC Para as

mediccedilotildees do iacutendice de refraccedilatildeo foi utilizado o meacutetodo Cc 7-25 (2003) da AOCS mediante o

uso do Refratocircmetro Abbe digital de bancada da marca QUIMIS O refratocircmetro Abbe foi

ajustado com aacutegua destilada (IR 20ordmC = 13330) Certificada a pureza (limpeza e umidade)

dos primas colocou-se 2 gotas da amostra do oacuteleo extraiacutedo entre os prismas e fechou-os para

a estabilizaccedilatildeo da temperatura Ajustou-se o aparelho para obter a leitura mais precisa

possiacutevel e entatildeo foi determinada a leitura na escala que forneceu diretamente o iacutendice de

refraccedilatildeo absoluto agrave 40ordmC

73

3127 Densidade relativa

A densidade relativa de um oacuteleo determina a relaccedilatildeo da massa de um volume unitaacuterio

da amostra agrave 40ordmC em relaccedilatildeo agrave massa de um volume de aacutegua A densidade foi medida em um

densiacutemetro automaacutetico digital da marca Rudolph Research Analytical-DQM 2911 de acordo

com a norma ASTM D4052

Com o auxiacutelio de uma seringa o bulbo amostrador foi ambientado com a amostra de

oacuteleo Na sequecircncia colocou-se a amostra no bulbo verificando se no mesmo natildeo houve

formaccedilatildeo de bolhas Apoacutes a estabilizaccedilatildeo da temperatura (40ordmC) para cada amostra foram

realizadas as leituras de densidade fornecidas diretamente pelo aparelho na temperatura do

teste

3128 Estabilidade oxidativa

A estabilidade oxidativa do oacuteleo de pinhatildeo-manso foi determinada de acordo com a

norma ISO EN 6886 (2012) da Ethiopian Standard para oacuteleos vegetais e gorduras animais

utilizando-se o equipamento Rancimat 893 (Metrohm AG CH-9100 Herisau Switzerland)

(Figura 10a) na temperatura de 110degC sob o fluxo de ar de 10 L h-1

com amostras de 5 g

No meacutetodo Rancimat uma amostra de oacuteleo vegetal ou biodiesel eacute mantida em um

vaso de reaccedilatildeo agrave temperatura de 110degC e sob um fluxo de ar constante Neste momento

comeccedilam a se formar os peroacutexidos que satildeo os principais produtos formados na primeira etapa

de oxidaccedilatildeo da amostra Com o processo de oxidaccedilatildeo continuada satildeo formados compostos

orgacircnicos volaacuteteis dentre estes aacutecidos orgacircnicos de baixa massa molecular Estes compostos

satildeo transportados pelo fluxo de ar para outro recipiente contendo aacutegua destilada onde a

presenccedila dos aacutecidos orgacircnicos eacute entatildeo detectada pelo aumento da condutividade no sistema

(Figura 10b) O tempo decorrente ateacute a detecccedilatildeo dos aacutecidos orgacircnicos eacute denominado de

periacuteodo de induccedilatildeo (FLUMIGNAN et al 2012)

74

(a) (b)

Figura 10 - Rancimat em operaccedilatildeo para determinaccedilatildeo de estabilidade oxidativa (a) e esquema de funcionamento

do equipamento (b)

3129 Identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo de aacutecidos graxos

Com os oacuteleos extraiacutedos de cada tratamento foram coletadas amostras para a realizaccedilatildeo

da identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos aacutecidos graxos por meio de duas metodologias sendo uma

por cromatografia gasosa e a outra por ressonacircncia nuclear magneacutetica (RMN)

A cromatografia gasosa (CG) eacute o meacutetodo padratildeo adotado pela American Oil Chemists

Society (AOCS) e pela ETHIOPIAN STANDARD para a determinaccedilatildeo do conteuacutedo de

aacutecidos graxos e consiste na teacutecnica de separaccedilatildeo e anaacutelise de misturas por interaccedilatildeo dos seus

componentes entre uma fase estacionaacuteria (soacutelidaliacutequida) e uma fase moacutevel (gasosa) A CG

foi realizada de acordo com a norma ES ISO 12966-2 (2012) da ETHIOPIAN STANDARD e

a quantificaccedilatildeo dos aacutecidos graxos pelo meacutetodo da normatizaccedilatildeo que eacute baseada na

porcentagem relativa de aacuterea de um determinado aacutecido graxo em relaccedilatildeo a aacuterea total de todos

os aacutecidos (VISENTAINER FRANCO 2006)

As determinaccedilotildees da composiccedilatildeo de aacutecidos graxos por espectroscopia de RMN de 1H

foram realizadas num espectrocircmetro de RMN Bruker Avance 400 operando a 94 T com os

nuacutecleos 1H a 40013 MHz A metodologia completa de RMN

1H para a determinaccedilatildeo da

composiccedilatildeo de aacutecidos graxos de oacuteleos vegetais eacute descrita por Barison et al (2010)

75

313 Anaacutelise dos dados

Os dados experimentais do desenvolvimento vegetativo das variaacuteveis fisioloacutegicas da

produtividade e dos iacutendices de qualidade do oacuteleo de cada ciclo da cultura para cada tratamento

foram submetidos aos testes de Shapiro-Wilk (SHAPIRO WILK 1965) (valor p gt 001) e de

Levene (BOX 1953) (valor p gt 001) para verificaccedilatildeo baacutesica da normalidade e

homocedasticidade residuais

Os dados das variaacuteveis com os valores absolutos ao final de cada ciclo de avaliaccedilatildeo

como produccedilatildeo de frutos e sementes relaccedilatildeo sementefruto produtividade de sementes

produtividade de aacutegua teor e produtividade de oacuteleo aleacutem dos iacutendices de qualidade de oacuteleo

foram submetidos agrave anaacutelise de variacircncia (ANOVA) utilizando o PROC GLM do programa

computacional estatiacutestico SASreg (SAS INSTITUTE 2009) Os efeitos quantitativos foram

avaliados por meio de polinocircmios ortogonais utilizando anaacutelise de regressatildeo segundo sua

significacircncia pelo Teste F jaacute os efeitos qualitativos foram submetidos ao teste de meacutedias de

Tukey (valor p lt 005) Para o caacutelculo do Rsup2 na anaacutelise de regressatildeo foi determinado o Rsup2

corrigido no qual a variacircncia das repeticcedilotildees foi removida (erro puro) e o caacutelculo fez-se por

meio da relaccedilatildeo entre o Rsup2 da regressatildeo e o Rsup2 maacuteximo obtido da anaacutelise de variacircncia

(BERTHOUEX BROWN 2002) em outras palavras o Rsup2 corrigido eacute a porcentagem da

quantidade de variaccedilatildeo que pode ser explicada por cada modelo de regressatildeo

As variaacuteveis com medidas repetidas (dados longitudinais) como as anaacutelises de

crescimento o IAF os iacutendices de clorofila e o nitrogecircnio foliar foram analisadas por meio do

modelo de anaacutelises (uni e multivariada) de perfis que eacute o modelo mais simples para o caso de

medidas repetidas Inicialmente foram realizados para cada variaacutevel os testes de normalidade

e de esfericidade da matriz de variacircncia de forma a satisfazer agraves pressuposiccedilotildees do modelo O

teste de esfericidade utilizado neste estudo foi o teste de esfericidade de Mauchly (1940) que

verifica se uma populaccedilatildeo normal multivariada apresenta variacircncias iguais e as correlaccedilotildees

nulas Nos casos em que o teste de esfericidade de Mauchly resultou em natildeo significativo

(valor p gt 005) concluiu-se que a matriz de covariacircncias eacute do tipo esfeacuterica e o teste

univariado de perfis foi analisado caso contraacuterio o uso da anaacutelise multivariada de perfis

(MANOVA) que eacute uma das alternativas recomendadas neste caso foi adotada

(FERNANDEZ 1991) Para auxiliar na interpretaccedilatildeo dos resultados foram plotados os

graacuteficos do comportamento dos perfis meacutedios para visualizar a presenccedila ou ausecircncia de

paralelismo entre os perfis e se os mesmos satildeo horizontais O teste estatiacutestico multivariado

76

escolhido foi o teste de Traccedilo de Pillai pois apresenta o maior poder descritivo (tomada a

decisatildeo correta de rejeitar uma hipoacutetese H0 dado que H0 eacute falsa) sendo o mais robusto agrave natildeo

normalidade dentre os outros testes existentes na literatura como Lambda de Wilks Traccedilo de

Lawley-Hotelling e a Maior Raiz de Roy (JOHNSON WICHERN 2007) Estas anaacutelises

foram realizadas por meio do PROC GLM do SASreg utilizando o comando REPEATED e a

opccedilatildeo PRINTE (SAS INSTITUTE 2009)

A anaacutelise de regressatildeo nas variaacuteveis com medidas repetidas ao longo do tempo foi

determinada utilizando o PROC REG do SASreg e para a escolha do melhor modelo a ser

utilizado para cada tratamento seguiu-se de acordo com a significacircncia das estimativas dos

paracircmetros de cada equaccedilatildeo procedendo-se tambeacutem agraves comparaccedilotildees entre os modelos via

criteacuterio de informaccedilatildeo utilizando o criteacuterio de informaccedilatildeo de Akaike (AIC) e o criteacuterio

Bayesiano de Schwarz (BIC) escolhendo ao final o menor valor para tais criteacuterios O caacutelculo

do Rsup2 corrigido tambeacutem foi utilizado para estas variaacuteveis

Para os dados climatoloacutegicos coletados nos dois anos de experimento foi realizado

uma estatiacutestica descritiva com os valores meacutedios maacuteximos miacutenimos e o desvio padratildeo de

cada componente climaacutetico Para os perfis cromatograacuteficos analisados via cromatografia

gasosa o mesmo tipo de anaacutelise foi realizado devido ao baixo nuacutemero de repeticcedilotildees para a

realizaccedilatildeo das anaacutelises e pelo fato do fator bloco natildeo ter sido considerado nas anaacutelises Os

resultados das anaacutelises de caracterizaccedilatildeo do biodiesel natildeo passaram por qualquer anaacutelise

estatiacutestica servindo apenas como resultado descritivo das amostras de oacuteleo extraiacutedas das

sementes dos tratamentos

77

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

41 Monitoramento meteoroloacutegico

A estatiacutestica descritiva dos valores diaacuterios de umidade relativa do ar temperaturas

maacutexima meacutedia e miacutenima radiaccedilatildeo global e velocidade do vento coletados durante o periacuteodo

de estudo aleacutem dos valores de ETc para cada aacuterea de manejo hiacutedrico satildeo apresentados na

Tabela 9 Ao longo do ciclo a variaccedilatildeo diaacuteria de temperatura apresentou-se alta durante o

periacuteodo mais frio do ano tornando-se baixa no restante do ciclo apresentando ao final uma

amplitude teacutermica diaacuteria maacutexima de 247degC e 248degC ao longo do primeiro e segundo ciclo

respectivamente Mesmo assim a regiatildeo onde estava instalada a cultura apresentou uma

temperatura meacutedia anual de 230 degC e 238degC para o terceiro e quarto ano de cultivo

respectivamente ficando portanto dentro da faixa oacutetima de desenvolvimento da cultura qual

seja entre 180degC e 285degC (SATURNINO et al 2005) Entretanto a variaccedilatildeo sazonal da

temperatura no ano como pode ser observada na Figura 11 e geralmente ocorrida na regiatildeo

com temperaturas mais amenas nos meses do outono e inverno paralisa o crescimento das

plantas ocorrendo a queda natural das folhas o que pode provavelmente reduzir a produccedilatildeo de

sementes (SATURNINO et al 2005)

Tabela 9 - Estatiacutestica descritiva das variaacuteveis meteoroloacutegicas observadas na aacuterea experimental

Variaacuteveis

meteoroloacutegicas

Ciclo 201314 Ciclo 201415

Meacutedia Desvio

Padratildeo Maacuteximo Miacutenimo Meacutedia

Desvio

Padratildeo Maacuteximo Miacutenimo

Tmaacutex (degC) 297 425 387 145 301 399 386 162

Tmeacuted (degC) 230 361 309 123 238 320 302 136

Tmin (degC) 163 411 239 52 174 366 240 750

UR () 712 123 990 450 764 135 1000 330

Qg (MJ m-sup2 d

-sup1) 197 70 330 277 345 296 983 260

U2 (m s-1

) 160 044 362 078 137 063 391 022

ETc-I (mm d-1

) 374 221 814 040 321 219 818 053

ETc-S (mm d-1

) 146 088 491 046 291 167 746 042

Tmaacutex ndash Temperatura maacutexima Tmeacuted ndash Temperatura meacutedia Tmin ndash Temperatura miacutenima UR ndash Umidade

relativa do ar Qg ndash Radiaccedilatildeo global U2 ndash Velocidade do vento ETc-I ndash Evapotranspiraccedilatildeo da aacuterea irrigada

ETc-S ndash Evapotranspiraccedilatildeo da aacuterea sem irrigaccedilatildeo

O municiacutepio de Piracicaba-SP assim como boa parte da regiatildeo Sudeste apresentou

durante o ano agriacutecola de 20132014 um periacuteodo atiacutepico no regime de chuvas A quantidade

de chuvas incidida durante o veratildeo de 2014 na aacuterea experimental e em todo o estado de Satildeo

Paulo foi 90 a menos do que a meacutedia histoacuterica ocorrida no mesmo periacuteodo Isso fez com

que o niacutevel do rio Piracicaba que circunda a aacuterea experimental se reduzisse drasticamente e o

78

niacutevel de aacutegua do reservatoacuterio da fazenda experimental se esgotasse quase que por completo o

que acarretou na diminuiccedilatildeo das irrigaccedilotildees realizadas ao longo do ciclo Durante o primeiro

ciclo de avaliaccedilatildeo (agosto2013 a julho2014) ocorreram 5877 mm mal distribuiacutedos ao

longo do ciclo e concentrado na maior parte em periacuteodos isolados Esse valor anual descrito

representa uma quantidade 56 menor do que a meacutedia histoacuterica ocorrida no local e encontra-

se abaixo do limite miacutenimo na qual a produccedilatildeo eacute drasticamente afetada com valores anuais

inferiores a 600 mm ocorrendo principalmente em regiotildees de baixa umidade e que causa a

paralisaccedilatildeo do crescimento vegetativo (HENNING 1996) No segundo ciclo de avaliaccedilatildeo

ocorreu aumento do periacuteodo de chuvas com o valor anual (agosto2014 a julho2015) de

7150 mm bem distribuiacutedos ao longo de todo o ciclo

T maacutex ndash Temperatura maacutexima T min ndash Temperatura miacutenima UR - Umidade Relativa do ar PPT (mm) ndash

Precipitaccedilatildeo Eto Ac ndash Evapotranspiraccedilatildeo de referecircncia Acumulada (mm) Ppt Ac ndash Precipitaccedilatildeo Acumulada

(mm)

Figura 11 - Dados meteoroloacutegicos observados durante o primeiro e o segundo ciclo de avaliaccedilatildeo da cultura

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

Um

ida

de

rela

tiv

a (

)

Tem

per

atu

ra (

oC

)

T maacutex (degC) T min (degC) UR ()

1ordm Ciclo 2ordm Ciclo

0

10

20

30

40

50

60

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

Pre

cip

ita

ccedilatildeo

(m

m)

Lacirc

min

as

acu

mu

lad

as

(mm

)

Eto Ac Ppt Ac PPT (mm)

2ordm Ciclo1ordm Ciclo

79

A evapotranspiraccedilatildeo da cultura (ETc) apresentou para o terceiro e quarto ano de

cultivo do pinhatildeo-manso para as aacutereas manejadas com e sem irrigaccedilatildeo valores proacuteximos das

meacutedias encontradas por Lena (2013) para o primeiro ano de cultivo do pinhatildeo-manso nas duas

aacutereas em estudo A semelhanccedila dos valores de ETc para a fase de formaccedilatildeo da cultura no

campo no seu primeiro ano de cultivo com o terceiro e quarto ano de cultivo da planta se

deve ao caso da maior taxa de evaporaccedilatildeo do solo nos primeiros meses de cultivo jaacute que com

o baixo porte da planta e com o nuacutemero reduzido de folhas a sua taxa diaacuteria de transpiraccedilatildeo

foi considerada baixa Com o desenvolvimento vegetativo da planta no seu terceiro e quarto

ano de cultivo houve o aumento na taxa de transpiraccedilatildeo das plantas sendo superior nos

tratamentos irrigados devido ao maior porte das plantas e agrave incidecircncia foliar o que ocasionou

um maior sombreamento no solo diminuindo consequentemente a taxa evaporativa do solo

Everson Mengistu e Gush (2013) encontraram para plantas de pinhatildeo-manso na Aacutefrica do Sul

valores entre 3 a 4 mm dia-sup1 na evapotranspiraccedilatildeo diaacuteria das plantas durante o veratildeo

(dezembro-fevereiro) e com a queda natural das folhas no periacuteodo de inverno (maio-agosto)

o valor meacutedio diaacuterio foi insignificante sendo menor do que 1 mm dia-sup1

O pinhatildeo-manso possui metabolismo fotossinteacutetico intermediaacuterio C3-CAM (LUTTGE

2008) e sob estiacutemulo de falta de aacutegua salinidade fotoperiacuteodo ou termoperiacuteodo passam a

apresentar o comportamento CAM (LUTTGE KLUGE BAUER 1996) No caso deste

estudo quando o cultivo esteve em periacuteodos com altas temperaturas (gt 30ordmC) ou quando

sofreram grande restriccedilatildeo hiacutedrica no caso dos tratamentos sem irrigaccedilatildeo as plantas

possivelmente adotaram o metabolismo CAM economizando aacutegua e reduzindo a sua

acumulaccedilatildeo de mateacuteria seca (PIMENTEL 1998) Isto explica os baixos valores meacutedios de

ETc apresentados principalmente pelos tratamentos sem irrigaccedilatildeo nos periacuteodos de formaccedilatildeo

e emissatildeo de folhas antes do iniacutecio do periacuteodo caducifoacutelio

42 Irrigaccedilotildees realizadas

Na Figura 12 satildeo apresentadas as lacircminas aplicadas pelo sistema de irrigaccedilatildeo por pivocirc

central no terceiro ano de cultivo Problemas operacionais e de manutenccedilatildeo no sistema de

bombeamento nos meses de outubro de 2013 e janeiro de 2014 impossibilitaram a realizaccedilatildeo

da irrigaccedilatildeo na aacuterea Devido a reduccedilatildeo do niacutevel do reservatoacuterio ocasionado pelo baixo volume

precipitado no veratildeo de 2014 e associado ao final da produccedilatildeo de frutos e iniacutecio do periacuteodo de

senescecircncia das folhas a irrigaccedilatildeo a partir do mecircs de julho de 2014 foi cessada natildeo sendo

80

retomada no ciclo seguinte devido a seacuteria restriccedilatildeo hiacutedrica encontrada no reservatoacuterio No

total foram aplicados no primeiro ciclo de avaliccedilatildeo 7311 mm de lacircmina bruta de irrigaccedilatildeo o

que considerando o periacuteodo de pleno funcionamento da moto bomba aplicou-se uma meacutedia de

36 mm dia-1

Considerando a lacircmina total recebida (irrigaccedilatildeo + precipitaccedilatildeo) as aacutereas

cultivadas com irrigaccedilatildeo por pivocirc central e sem irrigaccedilatildeo receberam 13234 mm e 5877 mm

respectivamente Resultados semelhantes foram encontrados por Rao et al (2012) que

avaliaram o consumo hiacutedrico do pinhatildeo-manso no semiaacuterido indiano e encontraram para

plantas cultivadas sem nenhum estresse hiacutedrico uma variaccedilatildeo da evapotranspiraccedilatildeo da cultura

entre 1410 e 1538 mm por ano durante os anos de 2006 a 2009 e cultivado sob condiccedilotildees

naturais a ETc variou entre 614 e 930 mm

Figura 12 - Lacircminas de irrigaccedilatildeo aplicadas durante o primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo da cultura

43 Monitoramento da umidade do solo

Na Figura 13 satildeo apresentados a variaccedilatildeo de umidade do solo na aacuterea experimental

para as quatros doses de adubaccedilatildeo nitrogenada da aacuterea sem irrigaccedilatildeo em quatro diferentes

camadas ao longo do perfil do solo Ressalta-se que por apresentar apenas caracteriacutesticas de

monitoramento da umidade solo os valores apresentados foram coletados em um determinado

intervalo de tempo ao longo do segundo ciclo de avaliaccedilatildeo apenas como forma de

comparaccedilatildeo entre os tratamentos e o perfil de umidade do solo nos lisiacutemetros de cada aacuterea

onde na aacuterea irrigada o seu manejo foi adotado

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

set-13 out-13 nov-13 dez-13 jan-14 fev-14 mar-14 abr-14 mai-14 jun-14 jul-14

Lacircm

inas

ap

lica

das

(mm

)

81

Figura 13 - Variaccedilatildeo da umidade do solo ao longo do tempo nos tratamentos sem irrigaccedilatildeo

A umidade do solo presente na primeira camada do solo (0-020 m) apresentou as

maiores variaccedilotildees para todos os tratamentos monitorados tendo menores variaccedilotildees temporais

nas demais camadas do solo De acordo com Campos et al (1994) as alteraccedilotildees de umidade

do solo satildeo dinacircmicas e ocorrem em curto e longo periacuteodo de tempo sendo principalmente

na camada superficial do solo

A partir dos dados obtidos da caracterizaccedilatildeo inicial do solo feito por Flumignan

(2012) como capacidade de campo ponto de murchamento permanente e densidade do solo

representativa para a aacuterea sem irrigaccedilatildeo ao longo do perfil do solo foi calculado o

armazenamento de aacutegua no solo para os quatro tratamentos de adubaccedilatildeo e do lisiacutemetro de

pesagem localizados proacuteximos a aacuterea experimental (Figura 14) A partir dos dados

observados constata-se o maior consumo hiacutedrico e com isso os menores volumes de aacutegua

armazenados nos tratamentos sem restriccedilatildeo da adubaccedilatildeo nitrogenada com as doses de 150

de N (S1) e 100 de N (S2) seguido tambeacutem das plantas localizadas dentro dos lisiacutemetros

que foram tambeacutem adubadas com 100 da recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo para a cultura

25

30

35

40

45

50

Um

ida

de

vo

lum

eacutetri

ca (

)

S1 - 150N

0-20cm 20-40cm 40-60cm 60-80cm

25

30

35

40

45

50

S2 - 100N

0-20cm 20-40cm 40-60cm 60-80cm

25

30

35

40

45

50

Um

idad

e volu

meacutet

rica

(

)

S3 - 50N

0-20cm 20-40cm 40-60cm 60-80cm

25

30

35

40

45

50

S4 - 0N

0-20cm 20-40cm 40-60cm 60-80cm

82

Figura 14 - Armazenamento de aacutegua no solo na camada de 0-08 m para os quatro tratamentos de adubaccedilatildeo

nitrogenada e dentro do lisiacutemetro na aacuterea sem irrigaccedilatildeo utilizando a sonda de capacitacircncia Diviner

2000

A variaccedilatildeo da umidade volumeacutetrica do solo na aacuterea irrigada por pivocirc central nos

quatro tratamentos de adubaccedilatildeo aplicados em diferentes camadas do perfil do solo satildeo

apresentadas na Figura 15 Assim como nos tratamentos sem irrigaccedilatildeo os quatro tratamentos

adotados na aacuterea irrigada apresentaram o mesmo comportamento na variaccedilatildeo de umidade no

periacuteodo de avaliaccedilatildeo com a umidade na camada de 0-020 m apresentando as maiores

variaccedilotildees e as demais camadas com poucas variaccedilotildees ao longo do periacuteodo de monitoramento

Isso se deve ao fato dessa camada apresentar-se na superfiacutecie do solo e tendo o contato direto

da radiaccedilatildeo solar acaba favorecendo no processo de evaporaccedilatildeo da aacutegua nos primeiros

centiacutemetros de solo estando susceptiacutevel aos ciclos de umedecimento e secagem consequente

dos eventos de precipitaccedilatildeo e estiagem (CAMPOS et al 1994) A maior concentraccedilatildeo

radicular da cultura nos primeiros centiacutemetros do solo e as raiacutezes da vegetaccedilatildeo rasteira

contribuiacuteram na maior absorccedilatildeo radicular de aacutegua nesta camada favorecendo tambeacutem a sua

maior variabilidade de umidade do solo Aliado a esses fatores a baixa ascensatildeo capilar em

maiores profundidades nesse solo por apresentar lenccedilol freaacutetico profundo proporcionou uma

menor variaccedilatildeo de sua umidade nas camadas subsequentes

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

Arm

azen

amen

to d

e aacuteg

ua

no s

olo

(m

m)

S1 S2 S3 S4 Lisiacutemetro

83

Figura 15 - Variaccedilatildeo da umidade do solo ao longo do tempo nos tratamentos irrigados

O armazenamento de aacutegua no solo nos tratamentos irrigados diferente da aacuterea sem

irrigaccedilatildeo apresentou os menores valores para os perfis de solo situados dentro dos lisiacutemetros

seguidos em alguns momentos pelo tratamento P1 ou P2 e ao final pelo tratamento P3 O

armazenamento de aacutegua no solo ao longo de periacuteodo de monitoramento para os quatro

tratamentos de adubaccedilatildeo e do lisiacutemetro de pesagem localizados na aacuterea irrigada satildeo

apresentados na Figura 16

Figura 16 - Armazenamento de aacutegua no solo na camada de 0-08 m para os quatro tratamentos de adubaccedilatildeo

nitrogenada e dentro do lisiacutemetro na aacuterea irrigada utilizando a sonda de capacitacircncia Diviner 2000

20

25

30

35

40

45

50

Um

idad

e volu

meacutet

rica

(

)P1 - 150N

0-20cm 20-40cm 40-60cm 60-80cm

20

25

30

35

40

45

50

P2 - 100N

0-20cm 20-40cm 40-60cm 60-80cm

20

25

30

35

40

45

50

Um

idad

e volu

meacutet

rica

(

)

P3 - 50N

0-20cm 20-40cm 40-60cm 60-80cm

20

25

30

35

40

45

50

P4 - 0N

0-20cm 20-40cm 40-60cm 60-80cm

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

Arm

azen

amen

to d

e aacuteg

ua

no

so

lo (

mm

)

P1 P2 P3 P4 Lisiacutemetro

84

44 Produtividade da cultura

Ao longo do periacuteodo de colheita do terceiro ano de cultivo realizado de janeiro2014 a

junho2014 foram obtidos em meacutedia 158 kg de fruto por planta para toda a aacuterea

experimental Com exceccedilatildeo da relaccedilatildeo frutosemente todas as variaacuteveis apresentaram

diferenccedila significativa para o efeito da irrigaccedilatildeo e do aumento da dose de adubo nitrogenado

(Tabela 10) o que explica que o aumento da produccedilatildeo e da produtividade de frutos e

sementes se daacute pelo maior nuacutemero de frutos produzidos sendo o aumento da massa de

sementes proporcional Natildeo houve interaccedilatildeo entre o manejo hiacutedrico e as doses de N aplicadas

O tratamento P1 (150 N ndash Irrigado) foi o que apresentou a melhor resposta seguido do

tratamento P2 (100 N ndash Irrigado) Com relaccedilatildeo agraves doses de adubaccedilatildeo em todos os casos os

tratamentos com 0 de N (P4 e S4) apresentaram desempenho inferior diferindo

estatisticamente das demais doses aplicadas (Tabela 11)

Tabela 10 - Valores de F para produccedilatildeo de frutos (ProdF) e sementes (ProdS) em kg pl-1

relaccedilatildeo sementefruto

(RelSF) e produtividade de sementes (PS) em kg ha-1

Fonte de

Variaccedilatildeo

Ciclo 201314 Ciclo 201415

GL ProdF ProdS Rel SF PS ProdF ProdS Rel

SF PS

Blocos [I] 6 138

125

041ns

1246

268 157

ns 135

ns 158

ns

I 1 1512

1481

017ns

1478

428

365

054ns

365

N 3 307

319

345ns

319

307

241

080ns

242

I x N 3 083ns

094ns

194ns

094ns

106ns

047ns

113ns

048ns

Meacutedia geral 1188 0797 0668 6640 1499 0946 0632 8672

CV () 153 155 25 155 162 184 53 184

Niacuteveis de significacircncia 001ltPlt005 0001ltPlt001 Plt0001 ns - natildeo significativo I ndash Irrigaccedilatildeo N ndash

Doses de N GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo

Tabela 11 - Produtividade meacutedia das sementes de pinhatildeo-manso (kg ha-1

) em funccedilatildeo do manejo hiacutedrico e doses

de nitrogecircnio aplicado

Manejo

hiacutedrico

Doses de Nitrogecircnio

Meacutedias 150 100 50 0

Ciclo 201314

Irrigado 11078 9718 8730 5895 8855 A

Sequeiro 6018 4875 5258 1550 4425 B

Meacutedias 8548 a 7296 ab 6994 b 3723 c

Ciclo 201415

Irrigado 13088 11005 10110 7300 10376 A

Sequeiro 10750 7548 6465 3110 6968 B

Meacutedias 11919 a 9276 b 8288 b 5205 c

Meacutedias seguidas de mesma letra maiuacutesculas na coluna e minuacutesculas na linha natildeo diferem entre si pelo teste de

Tukey a 5 de probabilidade

85

Para a produtividade de sementes o modelo de regressatildeo linear obteve o melhor ajuste

para as duas condiccedilotildees da produtividade de sementes em funccedilatildeo das doses de N aplicadas nos

dois anos de avaliaccedilatildeo (Figura 17 e Figura 18) O uso da irrigaccedilatildeo duplicou a produtividade

de sementes no terceiro ano de cultivo apresentando tambeacutem uma oacutetima resposta com a

adubaccedilatildeo nitrogenada O quarto ano de cultivo (segundo ano de avaliaccedilatildeo) apresentou um

consideraacutevel acreacutescimo na produccedilatildeo de frutos e sementes no cultivo sem irrigaccedilatildeo com as

maiores doses de adubo nitrogenado onde o efeito da produccedilatildeo se mostrou acentuado com a

complementaccedilatildeo de aacutegua por irrigaccedilatildeo e com a correta adubaccedilatildeo nitrogenada quadruplicando

a sua produccedilatildeo em alguns casos quando se verificou o comportamento linear crescente no 4ordm

ano com acreacutescimo de 00035 Mg ha-1

e 00047 Mg ha-1

da produtividade de sementes para

cada kg de nitrogecircnio aplicado por hectare na aacuterea irrigada e sem irrigaccedilatildeo respectivamente

Por ser ainda uma planta em formaccedilatildeo eacute aceitaacutevel o fato da produtividade do terceiro ano de

cultivo da cultura ser inferior ao ano seguinte por receber uma menor dosagem na sua

adubaccedilatildeo de manutenccedilatildeo e por principalmente a cultura passar pelo processo de

estabelecimento nos seus primeiros anos jaacute que o seu pico de produccedilatildeo soacute eacute observado a

partir do seu quinto ano de cultivo (ARRUDA et al 2004)

Figura 17 - Produtividade de sementes do pinhatildeo-manso em funccedilatildeo das diferentes doses de adubo nitrogenado

aplicado no terceiro ano de cultivo

y = 00048x + 06377

Rsup2 = 09453 p-valor = 00099

y = 00038x + 0247

Rsup2 = 07245 p-valor = 00011

00

02

04

06

08

10

12

14

16

0 345 69 1035

Pro

du

tiv

ida

de

de

sem

ente

s (M

g h

a-1

)

Doses de N (kg ha-1 ano-1)

y = 2688x + 33292

Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007

Rsup2 = 08733 p-valor = 00012

0

100

200

300

400

500

600

700

800

0 345 69 1035

Pro

du

tiv

ida

de

de

oacutele

o (

kg

ha

-1)

Doses de N (kg ha-1 ano-1)

Irrigado Natildeo irrigado

Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)y = 2688x + 33292

Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007

Rsup2 = 08733 p-valor = 00012

0

100

200

300

400

500

600

700

800

0 345 69 1035

Pro

du

tivid

ad

e d

e oacutele

o (

kg h

a-1

)

Doses de N (kg ha-1 ano-1)

Irrigado Natildeo irrigado

Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)

y = 2688x + 33292

Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007

Rsup2 = 08733 p-valor = 00012

0

100

200

300

400

500

600

700

800

0 345 69 1035

Pro

du

tiv

ida

de

de

oacutele

o (

kg

ha

-1)

Doses de N (kg ha-1 ano-1)

Irrigado Natildeo irrigado

Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)y = 2688x + 33292

Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007

Rsup2 = 08733 p-valor = 00012

0

100

200

300

400

500

600

700

800

0 345 69 1035

Pro

du

tivid

ad

e d

e oacutele

o (

kg h

a-1

)

Doses de N (kg ha-1 ano-1)

Irrigado Natildeo irrigado

Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)

86

Figura 18 - Produtividade de sementes do pinhatildeo-manso em funccedilatildeo das diferentes doses de adubo nitrogenado

aplicado no quarto ano de cultivo

Patolia et al (2007) avaliaram o desenvolvimento do pinhatildeo-manso nos dois primeiros

anos agriacutecolas de cultivo (200405 e 200506) em funccedilatildeo da fertilizaccedilatildeo mineral de N e P e

notaram que apesar do aumento adicional da dosagem de N no primeiro ano cultivo natildeo foi

observado aumento significativo na produtividade diminuindo com a aplicaccedilatildeo da dosagem

de 60 kg ha-sup1 (N60) com relaccedilatildeo a dosagem de 45 kg ha

-sup1 (N45) Com isso as maiores

produtividades de sementes da cultura (356 e 4672 kg ha-1

) foram registradas com o uso de

N45 e N60 em 200405 e 200506 respectivamente A exigecircncia de uma menor quantidade

de N nos primeiros anos da cultura confirma as recomendaccedilotildees propostas por FACT (2010)

que estabelece doses crescentes dos nutrientes a partir do seu primeiro ano de cultivo no

campo ateacute o seu quarto ano de cultivo quando a cultura inicia o seu pico de produccedilatildeo

Os resultados apresentados nesse trabalho encontram-se abaixo do relatado na

literatura claacutessica sobre a cultura (HELLER 1996) entretanto por existir pouca informaccedilatildeo

sobre a cultura muitos autores estimaram a produtividade da cultura caso o seu provaacutevel

potencial fosse atingido (ARRUDA et al 2004 TEWARI 2009 FACT 2010) Em

contrapartida trabalhos mais recentes obtiveram produtividades semelhantes ou abaixo para

os primeiros anos de cultivo da cultura (KHEIRA ATTA 2009 KESAVA RAO et al 2012

TIKKOO YADAV KAUSHIK 2013)

O aumento da produtividade de frutos e sementes com a utilizaccedilatildeo da adubaccedilatildeo

nitrogenada comprova que essa cultura apesar de possuir caracteriacutesticas de adaptaccedilatildeo a

y = 00035x + 07638

Rsup2 = 09646 p-valor = 00015

y = 00047x + 0337

Rsup2 = 09674 p-valor lt00001

00

02

04

06

08

10

12

14

16

0 515 103 1545

Pro

du

tivid

ad

e d

e se

men

tes

(Mg h

a-1

)

Doses de N (kg ha-1 ano-1)

y = 2688x + 33292

Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007

Rsup2 = 08733 p-valor = 00012

0

100

200

300

400

500

600

700

800

0 345 69 1035

Pro

du

tiv

ida

de

de

oacutele

o (

kg

ha

-1)

Doses de N (kg ha-1 ano-1)

Irrigado Natildeo irrigado

Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)y = 2688x + 33292

Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007

Rsup2 = 08733 p-valor = 00012

0

100

200

300

400

500

600

700

800

0 345 69 1035

Pro

du

tiv

ida

de

de

oacutele

o (

kg

ha

-1)

Doses de N (kg ha-1 ano-1)

Irrigado Natildeo irrigado

Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)y = 2688x + 33292

Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007

Rsup2 = 08733 p-valor = 00012

0

100

200

300

400

500

600

700

800

0 345 69 1035

Pro

du

tiv

ida

de

de

oacutele

o (

kg

ha

-1)

Doses de N (kg ha-1 ano-1)

Irrigado Natildeo irrigado

Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)y = 2688x + 33292

Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007

Rsup2 = 08733 p-valor = 00012

0

100

200

300

400

500

600

700

800

0 345 69 1035

Pro

du

tivid

ad

e d

e oacutele

o (

kg h

a-1

)

Doses de N (kg ha-1 ano-1)

Irrigado Natildeo irrigado

Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)

87

condiccedilotildees adversas de clima e solo como a sua restriccedilatildeo de fertilidade pode obter ganhos

consideraacuteveis na sua produtividade quando o solo eacute corretamente suprido quanto agraves suas

exigecircncias nutricionais Mohapatra e Panda (2011) ao estudarem os efeitos de diferentes

dosagens e combinaccedilotildees da adubaccedilatildeo NPK na produccedilatildeo de pinhatildeo-manso de cinco anos de

cultivo no leste da Iacutendia encontraram para o tratamento que recebeu a maior dosagem de N

(60 g planta-sup1) aplicado via ureia a maior produtividade de sementes (42721 kg ha

-sup1) Yong

et al (2010) tambeacutem verificaram uma maior produtividade da cultura com aplicaccedilatildeo de

maiores doses de fertilizante nitrogenado tendo um aumento exponencial do nuacutemero de frutos

por planta com o aumento da dosagem de fertilizante tambeacutem foram obtidas melhorias nas

caracteriacutesticas fisioloacutegicas da planta como um maior teor de N foliar maior capacidade de

assimilaccedilatildeo maacutexima de CO2 e maior teor de clorofila total

A praacutetica da irrigaccedilatildeo garantiu para o primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo da cultura um

aumento de mais de 100 da produtividade de sementes em comparaccedilatildeo com o cultivo em

sequeiro Para o segundo ciclo de avaliaccedilatildeo a aacuterea com histoacuterico de irrigaccedilatildeo apresentou um

aumento crescente em relaccedilatildeo ciclo passado soacute que desta vez acompanhado com o aumento

do cultivo sem irrigaccedilatildeo ainda assim o aumento da produtividade na aacuterea com histoacuterico de

irrigaccedilatildeo apresentou-se com uma produtividade 489 maior do que o cultivo sem irrigaccedilatildeo

O uso da irrigaccedilatildeo complementar assim como neste estudo tem se apresentado essencial em

outros trabalhos para garantir o aumento da produtividade e a garantia da sobrevivecircncia da

cultura em alguns casos (KHEIRA ATTA 2009 BEHERA et al 2010 SILVA et al 2011

OLIVEIRA et al 2012 TIKKOO YADAV KAUSHIK 2013) Em uma aacuterea de baixada

irrigada com boa fertilidade Purcino e Drummond (1986) observaram que o pinhatildeo-manso

comeccedilou a produzir logo no segundo ano atingindo 2000 kg ha-1

de sementes Por outro lado

Drumond et al (2007) obtiveram produtividades variando de 330 kg ha-1

em condiccedilotildees de

sequeiro a 1200 kg ha-1

em aacuterea irrigada jaacute no primeiro ano de cultivo em Petrolina-PE

88

45 Produtividade da aacutegua

Na Figura 19 satildeo apresentados os valores de produtividade de aacutegua (PA) em

quilogramas de sementes produzidas para as aacutereas irrigada e sem irrigaccedilatildeo em funccedilatildeo das

diferentes doses de nitrogecircnio aplicada para o terceiro ano de cultivo do pinhatildeo-manso Para

este estudo foi calculada a produtividade de aacutegua apenas para o primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo

devido agrave ausecircncia de irrigaccedilatildeo no ciclo seguinte

Figura 19 - Produtividade de aacutegua para a cultura do pinhatildeo-manso para todos os tratamentos no terceiro ano de

cultivo

O tratamento S1 foi o que apresentou a melhor produtividade de aacutegua com 102 kg m-

sup3 seguido por S3 P1 e S2 Comparando a praacutetica da irrigaccedilatildeo os tratamentos irrigados natildeo

corresponderam proporcionalmente a uma maior produccedilatildeo pelo total de aacutegua aplicada na

cultura embora a PA natildeo tenha diferido entre os diferentes tipos de manejo hiacutedrico (Tabela

12) A produtividade meacutedia de aacutegua nos tratamentos irrigados foi de 067 kg m-sup3 enquanto

que nos tratamentos sem irrigaccedilatildeo foi de 076 kg m-sup3 valores estes superiores aos encontrados

por Sousa et al (2012) de 060 kg m-sup3 O efeito da adubaccedilatildeo nitrogenada mostrou-se

altamente significativo na PA (Tabela 12) o que confirma os resultados encontrados por

diversos autores em outras culturas agriacutecolas (NIELSEN HALVORSON 1991 MEDEIROS

DUBEUX JUNIOR 2008 CHAVES GHEYI RIBEIRO 2011) Assim como a

produtividade da cultura natildeo houve interaccedilatildeo entre o manejo hiacutedrico e as doses de N

aplicadas

P1

P2P3

P4

S1

S2S3

S4

00

02

04

06

08

10

12

150 N 100 N - S1 50 N 0 N

Pro

du

tiv

ida

de

de

aacuteg

ua

(k

g m

-sup3)

Irrigado (Pivocirc central) Natildeo irrigado (Sequeiro)

89

Tabela 12 ndash Anaacutelise de variacircncia para produtividade de aacutegua (PA) no terceiro ano de cultivo

Fonte de Variaccedilatildeo GL Quadrado meacutedio F Valor-p

Blocos [I] 6 00855 371 00141

I 1 00587 254 01281

N 3 05004 217 lt00001

I x N 3 00696 302 00569

Resiacuteduo 18 002305

Meacutedia geral 0715

CV () 212

I ndash Irrigaccedilatildeo N ndash Doses de N GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo

Com relaccedilatildeo aos tratamentos adubados constata-se que apenas os tratamentos sem

adubaccedilatildeo nitrogenada tiveram uma draacutestica reduccedilatildeo na produtividade de aacutegua

correspondendo com a sua baixa produtividade de sementes diferindo dos resultados

encontrados por Yang et al (2013) A Figura 20 apresenta o diagrama de dispersatildeo e a

equaccedilatildeo de regressatildeo da produtividade em funccedilatildeo das doses de nitrogecircnio aplicadas no solo

no terceiro ano de cultivo O modelo de regressatildeo linear foi o uacutenico que proporcionou ajuste

significativo para todos os componentes da equaccedilatildeo obtendo um coeficiente de determinaccedilatildeo

corrigido de 813 Sousa et al (2012) para o pinhatildeo-manso e Barros Juacutenior et al (2008) para

a cultura da mamoneira tambeacutem observaram um aumento linear para a PA nesses trabalhos

tais aumentos foram resultantes do incremento da disponibilidade de aacutegua no solo Pelo fato

do uso da irrigaccedilatildeo e da sua interaccedilatildeo com os tratamentos adubados natildeo ter dado efeito

significativo uma uacutenica equaccedilatildeo de ajuste da produtividade de aacutegua em funccedilatildeo das doses de

nitrogecircnio foi determinada

90

Figura 20 - Produtividade da aacutegua do pinhatildeo-manso em funccedilatildeo das diferentes doses de adubo nitrogenado

aplicado no terceiro ano de cultivo

A praacutetica da irrigaccedilatildeo apesar de ter gerado um aumento significativo na produtividade

de frutos e sementes de pinhatildeo-manso natildeo acarretou em uma variaccedilatildeo significativa na

produtividade de aacutegua para a cultura Estes resultados apresentam-se distintos quando

comparados com outros trabalhos da literatura nos quais a aplicaccedilatildeo da quantidade ideal de

aacutegua por irrigaccedilatildeo com o seu correto manejo para a cultura do pinhatildeo-manso permitiu trazer

diferentes resultados natildeo garantindo uma maior produtividade da aacutegua ou eficiecircncia no seu

uso Santana et al (2015) encontraram para as plantas de pinhatildeo-manso irrigadas com deacuteficit

hiacutedrico uma maior eficiecircncia do uso da aacutegua fotossinteacutetica com uma reduccedilatildeo de 27 no

consumo total de aacutegua entretanto as plantas com irrigaccedilatildeo plena (tratamento controle)

obtiveram uma maior eficiecircncia do uso da aacutegua na produccedilatildeo de biomassa devido ao efeito

negativo dos tratamentos irrigados com deacuteficit na produccedilatildeo de biomassa Kheira e Atta

(2009) avaliando a resposta do pinhatildeo-manso sob deacuteficit hiacutedrico no Egito encontraram

valores de PA de 021 044 031 e 041 kg m-sup3 para 125 100 75 e 50 da

Evapotranspiraccedilatildeo da cultura respectivamente apresentando um ajuste quadraacutetico assim

como foi encontrado por Deus et al (2012) Jaacute Sousa et al (2012) encontraram um aumento

na PA em plantas de pinhatildeo-manso que recebiam a menor lacircmina de irrigaccedilatildeo Estes mais

variados comportamentos da cultura com relaccedilatildeo a sua eficiecircncia do uso da aacutegua ou

produtividade de aacutegua como eacute mais comumente chamado nos dias atuais corroboram com os

relatos de Jongschaap et al (2007) de que o pinhatildeo-manso apesar de possuir caracteriacutesticas

de se desenvolver em regiotildees semiaacuteridas e aacuteridas tropicais sendo entatildeo considerada como

y = 000505x + 04537

Rsup2corr = 08129 p-valor = lt00001

00

02

04

06

08

10

12

14

16

0 345 69 1035

Pro

du

tiv

ida

de

de

aacuteg

ua

(k

g m

- sup3)

Doses de N (kg ha-1 ano-1)

91

uma cultura tolerante a escassez hiacutedrica ainda eacute pouco estudado no que se refere ao seu uso

da aacutegua e agrave sua eficiecircncia do uso da aacutegua

Com isso observa-se que a maior produtividade de sementes encontrada no

tratamento irrigado com a maior dose de nitrogecircnio aplicada natildeo corresponde agrave maior

produtividade de aacutegua que foi obtida no tratamento com a maior dose de nitrogecircnio aplicado

soacute que no tratamento sem irrigaccedilatildeo Comportamento semelhante foi encontrado por Yang et

al (2013) que estudaram os efeitos da adiccedilatildeo de nitrogecircnio e do uso da aacutegua no crescimento e

desenvolvimento do pinhatildeo-manso e encontraram que com o maior intervalo de irrigaccedilatildeo (12

dias) houve reduccedilatildeo significativa no crescimento liacutequido da planta na aacuterea foliar na massa

seca total e na capacidade de armazenamento da aacutegua Entretanto houve economia de aacutegua de

irrigaccedilatildeo de 21 quando comparado com intervalos menores (4 e 8 dias) Contudo os autores

relatam que os maiores intervalos de irrigaccedilatildeo aumentaram a eficiecircncia do uso da aacutegua na

irrigaccedilatildeo (EUAi) e a eficiecircncia do uso da aacutegua no cultivo (EUAet) Assim a combinaccedilatildeo ideal

foi o tratamento com intervalo de irrigaccedilatildeo de 12 dias com o uso de nitrogecircnio o qual pode

aumentar a eficiecircncia do uso da aacutegua que apresenta o mesmo o conceito da produtividade da

aacutegua com a diferenccedila de que a produtividade de aacutegua eacute o produto da integraccedilatildeo das taxas de

produccedilatildeo de mateacuteria seca e da transpiraccedilatildeo (ou evapotranspiraccedilatildeo) ao longo do tempo

(FRIZZONE 2014)

46 Anaacutelise de crescimento

Na Figura 21 eacute ilustrada a altura meacutedia da planta sob condiccedilatildeo irrigada e de sequeiro e

das doses de nitrogecircnio respectivamente nos periacuteodos de cultivo e nas eacutepocas de avaliaccedilatildeo

as cinco primeiras eacutepocas de avaliaccedilatildeo correspondem ao ciclo 201314 e as cinco uacuteltimas

avaliaccedilotildees ao ciclo 201415 Observa-se que a irrigaccedilatildeo influenciou muito pouco a altura da

planta sendo mais acentuado o efeito das diferentes doses de nitrogecircnio aplicadas Ao final de

cada ciclo produtivo as plantas apresentaram uma altura meacutedia de 265 m e 300 m para o

terceiro e quarto ano de cultivo respectivamente Verificou-se ainda um menor crescimento

entre o segundo e o terceiro periacuteodo e entre o seacutetimo e o oitavo periacuteodo de avaliaccedilatildeo eacutepocas

que coincidem com a fase produtiva da cultura corroborando com relatos de Larcher (2000)

Segundo esse autor paralisaccedilotildees no crescimento vegetativo das plantas em funccedilatildeo da

aceleraccedilatildeo do crescimento produtivo ocorrem pela canalizaccedilatildeo da energia e de materiais

destinados agrave floraccedilatildeo e agrave frutificaccedilatildeo que por sua vez originam-se no processo fotossinteacutetico

92

na incorporaccedilatildeo de substacircncias minerais e na mobilizaccedilatildeo de reservas para formaccedilatildeo e

enchimentos dos frutos Ao final da fase de maturaccedilatildeo dos frutos eacute iniciado o periacuteodo de

senescecircncia das folhas do pinhatildeo-manso o que gera um pequeno decreacutescimo no seu tamanho

evidenciado ao final de cada ciclo de avaliaccedilatildeo

(a) (b)

Figura 21 - Altura meacutedia do pinhatildeo-manso (m) em funccedilatildeo do uso ou natildeo da irrigaccedilatildeo complementar (a) e das

doses de nitrogecircnio (b) durante o terceiro e quarto ano de cultivo

Os resultados da anaacutelise univariada de perfil da variaacutevel altura de planta considerando

o esquema de parcela subdividida no tempo para o primeiro e segundo ciclo de avaliaccedilatildeo

indicam que existem diferenccedilas entre o tipo de manejo hiacutedrico as doses de N o tempo (Dias

apoacutes a poda de limpeza ndash DAP) e para todas as interaccedilotildees com exceccedilatildeo da interaccedilatildeo DAP x

irrigaccedilatildeo x doses de N para o primeiro ciclo (Tabela 13) e das interaccedilotildees irrigaccedilatildeo x doses de

N e DAP x irrigaccedilatildeo x doses de N para o segundo ciclo (Tabela 14) Observa-se que a

hipoacutetese de perfis coincidentes para os demais fatores foi rejeitada (plt005) pelo teste F

indicando que a altura do pinhatildeo-manso apresenta comportamento diferenciado conforme o

tipo de manejo hiacutedrico e a dose de N impostos

Tabela 13 ndash Anaacutelise univariada de perfil para altura de plantas durante o ciclo 201314

Causas da variaccedilatildeo GL Soma de quadrados Quadrado meacutedio Teste F Pr gt F

Modelo 63 1135799 0180286 2288 lt00001

Bloco (Irrigaccedilatildeo) 6 1207324 0201221 2553 lt00001

Doses N 3 1064012 03546706 4501 lt00001

Irrigaccedilatildeo 1 0255201 02552006 3238 lt00001

Irrigaccedilatildeo x Doses N 3 0065522 00218406 277 00457

Resiacuteduo a 18 0484241 00269023 341 lt00001

DAP 4 7780440 19451100 24683 lt00001

DAP x Irrigaccedilatildeo 4 0103565 00258913 329 00143

DAP x Doses N 12 0371960 00309967 393 lt00001

DAP x Irrigaccedilatildeo x Doses N 12 0025725 00021438 027 09923

Resiacuteduo b 96 075651 000788

Total corrigido 159 12114499

Rsup2 = 09376 CV = 369 Meacutedia da Altura de planta (m) = 241

DAP ndash Dias apoacutes poda de limpeza GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo

15

20

25

30

35

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Alt

ura

da p

lan

ta (

m)

Eacutepoca de avaliaccedilatildeo

Pivocirc central Sequeiro

Fator de variaccedilatildeo manejo hiacutedrico

15

20

25

30

35

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Alt

ura

da

pla

nta

(m

)

Eacutepoca de avaliaccedilatildeo

150 N 100 N 50 N 0 N

Fator de variaccedilatildeo doses de nitrogecircnio

93

Tabela 14 ndash Anaacutelise univariada de perfil para altura de plantas durante o ciclo 201415

Causas da variaccedilatildeo GL Soma de quadrados Quadrado meacutedio Teste F Pr gt F

Modelo 63 1313087 02084265 1754 lt00001

Bloco (Irrigaccedilatildeo) 6 1000679 01667798 1404 lt00001

Doses N 3 4204642 14015473 11797 lt00001

Irrigaccedilatildeo 1 1287016 12870156 10833 lt00001

Irrigaccedilatildeo x Doses N 3 00056569 00018856 016 09238

Resiacuteduo a 18 03705663 0020587 173 00463

DAP 4 5476071 13690178 11523 lt00001

DAP x Irrigaccedilatildeo 4 02311438 00577859 486 00013

DAP x Doses N 12 04533988 00377832 318 00007

DAP x Irrigaccedilatildeo x Doses N 12 01016963 00084747 071 07351

Resiacuteduo b 96 114053 00118805

Total corrigido 159 14271399

Rsup2 = 09201 CV = 384 Meacutedia da Altura de planta (m) = 284

DAP ndash Dias apoacutes poda de limpeza GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo

Conforme esperado pode-se observar nas anaacutelises univariadas de perfil para a altura

de plantas que nos dois anos de cultivo houve rejeiccedilatildeo pelo teste F (plt00001) da hipoacutetese de

perfis horizontais que testa o efeito do tempo indicando que agrave medida que o tempo progride

haacute variaccedilatildeo da altura do pinhatildeo-manso De forma semelhante a hipoacutetese de perfis paralelos

tambeacutem foi rejeitada (plt005) indicando que as interaccedilotildees DAP x irrigaccedilatildeo e DAP x Doses N

atuam de forma dependente no crescimento em altura do pinhatildeo-manso

As anaacutelises do teste de esfericidade de Mauchly para a variaacutevel altura das plantas para

os dois anos de cultivo satildeo apresentadas na Tabela 15 De acordo com os resultados

apresentados para cada teste a condiccedilatildeo de esfericidade foi satisfeita para o ciclo 201314 e

rejeitada para o ciclo 201415 o que indica que para o primeiro ano de avaliaccedilatildeo a matriz de

variacircncias e covariacircncias apresenta uma forma chamada HUYNH-FELDT (H-F) e desta

forma o procedimento para a anaacutelise univariada de perfis pode ser utilizado O segundo ano

de avaliaccedilatildeo por sua vez por natildeo satisfazer essa condiccedilatildeo para altura das plantas indica que o

teste univariado natildeo deve ser utilizado procedendo-se neste caso a anaacutelise multivariada de

perfis

Tabela 15 ndash Teste de esfericidade de Mauchly para altura de plantas para os dois ciclos de avaliaccedilatildeo

Ciclo de

avaliaccedilatildeo

Grau de

liberdade de F

Criteacuterio de

Mauchly (W)

Estatiacutestica Qui-

Quadrado Xsup2 valor-p

Estatiacutestica

utilizada

201314 9 043237 13765 01309 Univariada

201415 9 031697 22309 00079 Multivariada

94

Avaliando o crescimento em altura ao longo do tempo da Leucaena leucocephala

(Lam) de Wit Souza et al (2008) verificaram rejeiccedilatildeo da condiccedilatildeo de esfericidade pelo teste

de esfericidade de Mauchly fato este tambeacutem observado por Rabello Thiebault e

Vasconcelos Junior (2015) para altura de plantas de feijatildeo-vagem Por outro lado trabalhando

com dados longitudinais em experimentaccedilatildeo animal Cestari Costa e Minho (2012)

observaram que a condiccedilatildeo de esfericidade natildeo foi violada pelo teste de Mauchly Neste caso

o teste univariado poderia ser utilizado pois a matriz de variacircncias e covariacircncias

apresentavam variacircncias comuns e covariacircncias nulas

Por meio dos testes multivariados para altura de plantas no segundo ano de avaliaccedilatildeo

a hipoacutetese de coincidecircncia dos perfis meacutedios (efeito entre indiviacuteduos) foi rejeitada para as

doses de N e para o uso de irrigaccedilatildeo complementar indicando que as distacircncias meacutedias entre

cada um desses grupos satildeo diferentes (Tabela 16) Nas anaacutelises intra indiviacuteduos o teste para o

fator DAP (dias apoacutes a poda de limpeza) testou a hipoacutetese de perfis horizontais (constantes)

Esta hipoacutetese foi rejeitada o que indica que existem diferenccedilas verticais entre as curvas que

descrevem as alturas meacutedias das plantas ao longo do tempo O teste para as interaccedilotildees DAP x

I e DAP x N testou a hipoacutetese de perfis paralelos que foi rejeitada para a interaccedilatildeo DAP x I e

satisfeita para DAP x N para o teste estatiacutestico Traccedilo de Pillai embora ela tenha sido rejeitada

para os demais testes Com isso conclui-se a partir desses resultados que o crescimento em

altura para a interaccedilatildeo DAP x I eacute diferenciado pelo tratamento aplicado

Tabela 16 ndash Resultados dos testes multivariados para os fatores entre e intra indiviacuteduos para a variaacutevel altura no

segundo ciclo de avaliaccedilatildeo

Efeito Causa da variaccedilatildeo GL Teste F Valor p

Entre indiviacuteduos

Blocos (I) 6 730 00016

I 1 4027 lt 00001

N 3 4385 lt 00001

I x N 3 006 09807

Intra indiviacuteduos

DAP 4 34334 lt00001

DAP x Bloco (I) 12 277 00046

DAP x I 4 376 00216

DAP x N 12 169 00907

DAP x I x N 12 075 07021

DAP ndash Dias apoacutes poda de limpeza GL= graus de liberdade I ndash Irrigaccedilatildeo N ndash Doses de N

De acordo com o exposto os perfis meacutedios de resposta da altura das plantas (m) em

funccedilatildeo das quatro doses de adubo nitrogenado e das duas condiccedilotildees de manejo hiacutedrico nos

dois anos de cultivo pode ser representado graficamente conforme a Figura 22

95

Figura 22 ndash Perfis meacutedios da altura das plantas de pinhatildeo-manso para os dois anos de avaliaccedilatildeo

Com a exceccedilatildeo do primeiro periacuteodo de avaliaccedilatildeo em que os tratamentos foram receacutem

aplicados natildeo havendo portanto efeito sobre as plantas observou-se efeito significativo dos

tratamentos em praticamente todos os periacuteodos de avaliaccedilatildeo no primeiro ciclo ocorrendo

efeito significativo das doses de nitrogecircnio sobre a expressatildeo fenotiacutepica de altura meacutedia

(Figura 23) Esses resultados concordam com os encontrados por Albuquerque et al (2009b)

Oliveira e Beltratildeo (2010) e Yang et al (2013) O modelo polinomial de regressatildeo linear foi o

que apresentou o melhor ajuste para a altura de plantas em funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda de

limpeza (DAP) para todos os tratamentos apesar da reduccedilatildeo do crescimento meacutedio diaacuterio na

eacutepoca do inverno (Tabela 17) Para o segundo ano de avaliaccedilatildeo o uso da irrigaccedilatildeo mostrou

um efeito superior com relaccedilatildeo aos tratamentos natildeo irrigados em praticamente todo o periacuteodo

de avaliaccedilatildeo (Figura 24) e assim como para as doses de N de maior valor tiveram a regressatildeo

linear como melhor ajuste para a altura das plantas (Tabela 17) onde expressou-se o aumento

da altura das plantas no pico da produccedilatildeo natildeo ocorrendo o seu decreacutescimo no termino do seu

ciclo com o iniacutecio do periacuteodo do inverno Os demais tratamentos com deacuteficit (natildeo irrigado e

com as doses de 50 e 0 de N) tiveram o modelo de regressatildeo quadraacutetico como o melhor

ajuste para altura de plantas (Tabela 17) Na Tabela 18 satildeo apresentados as equaccedilotildees de ajuste

seguidos do coeficiente de determinaccedilatildeo corrigido (Rsup2corr) e do valor p para cada tratamento

nos dois anos de avaliaccedilatildeo

18

20

22

24

26

28

45 110 180 230 280

Alt

ura

da

pla

nta

(m

)

DAP

Ciclo 201314

150 N 100 N

50 N 0 N

22

24

26

28

30

32

34

45 90 130 190 260

Alt

ura

da p

lan

ta (

m)

DAP

Ciclo 201415

150 N 100 N

50 N 0 N

18

20

22

24

26

28

45 110 180 230 280

Alt

ura

da

pla

nta

(m

)

DAP

Ciclo 201314

Irrigado Natildeo irrigado

22

24

26

28

30

32

34

45 90 130 190 260

Alt

ura

da

pla

nta

(m

)

DAP

Ciclo 201415

Irrigado Natildeo irrigado

96

Tabela 17 ndash Anaacutelise de regresssatildeo para altura de plantas em funccedilatildeo do dia apoacutes a poda (DAP) para todos os

tratamentos nos dois anos de avaliaccedilatildeo

Modelo

Ciclo 201314

Irrigado Natildeo irrigado 150 N

F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC

Linear 1292 -26881 -26671 1423

-30348 -30140 787

-14210 -13985

Quadraacutetico 652ns

-26791 -26569 732ns

-30381 -30151 405ns

-14161 -13900

Modelo 100 N 50 N 0 N

F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC

Linear 1065 -14820 -14608 1324

-16041 -15808 427

-15645 -15416

Quadraacutetico 564ns

-14908 -14646 645ns

-15842 -15593 220ns

-15563 -15301

Modelo

Ciclo 201415

Irrigado Natildeo irrigado 150 N

F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC

Linear 505 -22525 -22358 243

-23220 -23050 459

-12768 -12632

Quadraacutetico 260ns

-22898 -22705 153 -23872 -23652 232

ns -13055 -12878

Modelo 100 N 50 N 0 N

F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC

Linear 311 -12585 -12439 257

-13791 -13635 118

-12617 -12430

Quadraacutetico 164ns

-12914 -12715 155 -14286 -14048 81

-12941 -12680

Niacuteveis de significacircncia Plt005 ns - natildeo significativo F ndash Teste F

(a) (b)

Figura 23 - Linhas de tendecircncia para altura de plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda (DAP)

para as diferentes doses de N aplicada (a) e do manejo hiacutedrico adotado (b) para o ciclo 201314

(a) (b)

Figura 24 ndash Linhas de tendecircncia para altura de plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda (DAP)

para as diferentes doses de N aplicada (a) e do manejo hiacutedrico adotado (b) para o ciclo 201415

18

2

22

24

26

28

3

0 50 100 150 200 250 300 350

Alt

ura

da p

lan

ta (

m)

DAP

150 N 100 N

50 N 0 N

18

2

22

24

26

28

3

0 50 100 150 200 250 300 350

Alt

ura

da p

lan

ta (

m)

DAP

Irrigado Natildeo irrigado

22

24

26

28

3

32

34

0 50 100 150 200 250 300

Alt

ura

da

pla

nta

(m

)

DAP

150 N 100 N

50 N 0 N

22

24

26

28

3

32

34

0 50 100 150 200 250 300

Alt

ura

da

pla

nta

(m

)

DAP

Irrigado Natildeo irrigado

97

Tabela 18 - Equaccedilotildees de ajuste para altura de plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda (DAP)

para as diferentes doses de N aplicada e do manejo hiacutedrico adotado para os dois ciclos de avaliaccedilatildeo

Tratamentos Equaccedilatildeo Altura (m) = f (DAP)

Rsup2corr Valor p Ciclo 201314

Irrigado 261x10-3

DAP + 196605 09697 lt00001

Natildeo Irrigado 22 x10-3

DAP +196074 09276 lt00001

150 N 258 x10-3

DAP + 198839 09710 lt00001

100 N 278x10-sup3 DAP + 196031 09326 lt00001

50 N 266x10-3

DAP + 192732 09698 lt00001

0 N 159x10-3

DAP + 197756 08960 lt00001

Tratamentos Ciclo 201415 Rsup2corr Valor p

Irrigado 254 x10-3

DAP + 256891 06737 lt00001

Natildeo Irrigado -1174 x10-5

DAPsup2 + 00053 DAP + 23023 07572 lt00001

150 N 281 x10-3

DAP + 256395 08370 lt00001

100 N 236 x10-3

DAP + 263288 07278 lt00001

50 N -1041 x10-5

DAPsup2 + 000505 DAP + 241365 08040 lt00001

0 N -122x10-5

DAPsup2 + 000521 DAP + 214707 06583 00012

O diacircmetro de copa para os diferentes tratamentos eacute apresentado na Figura 25 sob

condiccedilatildeo irrigada e de sequeiro (a) e para as doses de nitrogecircnio (b) respectivamente

Observou-se um comportamento semelhante ao paracircmetro altura no que se refere agrave curva de

crescimento Assim como na altura meacutedia da planta os tratamentos sem irrigaccedilatildeo e sem a

aplicaccedilatildeo de nitrogecircnio mostraram o menor crescimento no diacircmetro de copa quando

comparado aos demais tratamentos Em resumo independente do uso da irrigaccedilatildeo e das doses

de adubo nitrogenado o crescimento do diacircmetro meacutedio de copa seguiu o mesmo padratildeo para

todos os tratamentos tendo grande aumento da primeira para a segunda avaliaccedilatildeo e

aumentando com o tempo em uma taxa relativamente constante ao longo do ciclo ateacute a

penuacuteltima avaliaccedilatildeo quando o diacircmetro meacutedio de copa teve uma pequena queda devido ao

iniacutecio do periacuteodo de senescecircncia foliar

Na primeira avaliaccedilatildeo realizada o diacircmetro meacutedio geral foi de 154 m e ao final de

cada ciclo produtivo as plantas obtiveram um diacircmetro meacutedio de copa de 274 m e 322 m

para o terceiro e quarto de ano cultivo respectivamente assemelhando-se aos resultados

apresentados por Muumlller et al (2014) e superiores aos resultados de Torres et al (2011)

A variaccedilatildeo do diacircmetro de copa das plantas ocorreu principalmente em funccedilatildeo do

estaacutedio de desenvolvimento e da poda de manutenccedilatildeo e limpeza realizada sempre ao final de

cada ciclo de cultivo Ao longo do terceiro ano de cultivo o diacircmetro de copa das plantas de

98

pinhatildeo-manso tiveram uma taxa de crescimento acentuado ateacute marccedilo de 2014 tendo um

crescimento meacutedio diaacuterio de 061 063 059 e 045 cm dia-1

nas doses de 150 100 50 e

0 de nitrogecircnio respectivamente Com relaccedilatildeo ao tipo de manejo hiacutedrico adotado os

tratamentos irrigados e sem irrigaccedilatildeo apresentaram a mesma taxa de crescimento de 057 cm

dia-1

mesmo assim houve diferenccedila significativa da irrigaccedilatildeo nos dois ciclos de avaliaccedilatildeo o

que leva a concluir que o pinhatildeo-manso tambeacutem eacute exigente em aacutegua e quando suprido com as

suas necessidades hiacutedricas pode se desenvolver satisfatoriamente (FARIA et al 2011

OLIVEIRA et al 2012)

No quarto ano de cultivo os tratamentos com menores doses de nitrogecircnio aplicado

apresentaram as maiores taxas de crescimento diaacuterio sendo observada no tratamento com 0

de N (056 cm dia-1

) seguido do tratamento com 100 de N (054 cm dia-1

) 50 de N (051

cm dia-1

) e 150 de N (035 cm dia-1

) Diferente do terceiro ano os tratamentos com histoacuterico

de irrigaccedilatildeo apresentaram menor taxa de crescimento diaacuterio (044 cm dia-1

) em comparaccedilatildeo

com o valor meacutedio dos tratamentos na aacuterea sem irrigaccedilatildeo (053 cm dia-1

) Isso pode ser

explicado devido ao alto crescimento do diacircmetro no terceiro ano dos tratamentos irrigados e

com maiores doses de nitrogecircnio o que diminuiu a aacuterea de crescimento das plantas que no

final do quarto ano se encontravam com os ramos proacuteximos das plantas vizinhas mesmo com

a praacutetica da poda de manutenccedilatildeo e limpeza feito no final do terceiro ano Aleacutem disso o fato

da suspensatildeo da irrigaccedilatildeo no quarto ano de cultivo para a aacuterea irrigada eacute um fator que deve ser

considerado

(a) (b)

Figura 25 - Diacircmetro meacutedio de copa do pinhatildeo-manso (m) em funccedilatildeo do uso ou natildeo da irrigaccedilatildeo complementar

(a) e das doses de nitrogecircnio (b) durante o terceiro e quarto ano de cultivo

Por meio da anaacutelise univariada de perfil foi verificado que para os dois ciclos de

avaliaccedilatildeo o diacircmetro de copa apresentou diferenccedilas entre o tipo de manejo hiacutedrico utilizado

as doses de N e as eacutepocas de leitura realizadas (DAP) Para o ciclo 201314 a hipoacutetese de

10

15

20

25

30

35

40

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Diacirc

met

ro d

a c

op

a (

m)

Eacutepoca de avaliaccedilatildeo

Pivocirc central Sequeiro

Fator de variaccedilatildeo manejo hiacutedrico

10

15

20

25

30

35

40

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Eacutepoca de avaliaccedilatildeo

150 N 100 N 50 N 0 N

Fator de variaccedilatildeo doses de nitrogecircnio

99

perfis coincidentes foi satisfatoacuteria para as interaccedilotildees Irrigaccedilatildeo x Doses de N e DAP x

Irrigaccedilatildeo (Tabela 19) enquanto que para ciclo 201415 a interaccedilatildeo DAP x Doses de N obteve

essa condiccedilatildeo (Tabela 20) A interaccedilatildeo tripla DAP x Irrigaccedilatildeo x Doses N tambeacutem apresentou

condiccedilatildeo satisfatoacuteria para a hipoacutetese de perfis coincidentes sendo verificado para os dois anos

de cultivo Para os demais fatores a hipoacutetese de perfis coincidentes foi rejeitada (plt005) pelo

teste F o que indica nesses casos que o diacircmetro de copa do pinhatildeo-manso apresenta

comportamento diferenciado conforme o tipo de manejo hiacutedrico e a dose de N considerada

podendo haver interaccedilatildeo ao longo do tempo para um ou mais fatores

Tabela 19 ndash Anaacutelise univariada de perfis para diacircmetro de copa durante o ciclo 201314

Causas da variaccedilatildeo GL Soma de quadrados Quadrado meacutedio Teste F Pr gt F

Modelo 63 453052 071913 4968 lt00001

Bloco (Irrigaccedilatildeo) 6 1538018 0256336 1771 lt00001

Doses N 3 1121413 0373804 2582 lt00001

Irrigaccedilatildeo 1 139876 139876 9663 lt00001

Irrigaccedilatildeo x Doses N 3 0118585 0039528 273 00481

Resiacuteduo a 18 0829183 0046066 318 00001

DAP 4 3949819 9874546 68218 lt00001

DAP x Irrigaccedilatildeo 4 0063678 0015919 110 03612

DAP x Doses N 12 058035 0048363 334 00004

DAP x Irrigaccedilatildeo x Doses N 12 0157028 0013086 090 05459

Resiacuteduo b 96 13896 0014475

Total corrigido 159 466948

Rsup2 = 09702 CV = 477 Meacutedia do diacircmetro de copa (m) = 252

DAP ndash Dias apoacutes poda de limpeza GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo

Tabela 20 ndash Anaacutelise univariada de perfis para diacircmetro de copa durante o ciclo 201415

Causas da variaccedilatildeo GL Soma de quadrados Quadrado meacutedio Teste F Pr gt F

Modelo 63 2466208 0391462 2944 lt00001

Bloco (Irrigaccedilatildeo) 6 0542885 0090481 680 lt00001

Doses N 3 3145428 1048476 7884 lt00001

Irrigaccedilatildeo 1 1802003 1802003 13551 lt00001

Irrigaccedilatildeo x Doses N 3 0087148 0029049 218 00948

Resiacuteduo a 18 0830395 0046133 347 lt00001

DAP 4 1733346 4333365 32586 lt00001

DAP x Irrigaccedilatildeo 4 0434685 0108671 817 lt00001

DAP x Doses N 12 028251 0023543 177 00641

DAP x Irrigaccedilatildeo x Doses N 12 0203565 0016964 128 02455

Resiacuteduo b 96 127662 0013298

Total corrigido 159 259387

Rsup2 = 09508 CV = 368 Meacutedia do diacircmetro de copa (m) = 313

DAP ndash Dias apoacutes poda de limpeza GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo

Para o diacircmetro de copa pode-se observar pelas anaacutelises univariadas de perfil que nos

dois ciclos de avaliaccedilatildeo houve rejeiccedilatildeo pelo teste F (plt00001) da hipoacutetese de perfis

horizontais indicando que agrave medida que o tempo progride haacute variaccedilatildeo no diacircmetro de copa

do pinhatildeo-manso A hipoacutetese de perfis paralelos por sua vez foi rejeitada (plt005) para a

100

interaccedilatildeo DAP x Doses N e satisfeita para a interaccedilatildeo DAP x irrigaccedilatildeo para o ciclo 201314

enquanto que no ciclo seguinte tais interaccedilotildees ocorreram de forma oposta

Da mesma forma que ocorreu para altura de plantas o teste de esfericidade de

Mauchly para a variaacutevel diacircmetro de copa apresentou condiccedilatildeo de esfericidade satisfatoacuteria

para o ciclo 201314 e foi rejeitada para o ciclo 201415 (Tabela 21) Com isso sugere-se o

uso da anaacutelise univariada de perfis com parcelas subdividas no tempo para o primeiro ciclo

avaliaccedilatildeo e a anaacutelise multivariada de perfis para o ciclo 201415

Tabela 21 ndash Teste de esfericidade de Mauchly para diacircmetro de copa para os dois ciclos de avaliaccedilatildeo

Ciclo de

avaliaccedilatildeo

Grau de

liberdade de F

Criteacuterio de

Mauchly (W)

Estatiacutestica Qui-

Quadrado Xsup2 Valor p

Estatiacutestica

utilizada

201314 9 053605 10236 03317 Univariada

201415 9 039956 17255 00449 Multivariada

O diacircmetro meacutedio de copa das plantas de pinhatildeo-manso apresentaram por meio dos

testes multivariados a hipoacutetese de coincidecircncia dos perfis meacutedios (efeito entre indiviacuteduos)

rejeitada para as doses de N e para o uso de irrigaccedilatildeo complementar no segundo ano de

avaliaccedilatildeo indicando que as distacircncias meacutedias entre cada um desses grupos satildeo diferentes

(Tabela 22) A hipoacutetese de perfis horizontais (constantes) nas anaacutelises intra indiviacuteduos para o

fator DAP foi rejeitada indicando que existem diferenccedilas verticais entre as curvas que

descrevem os diacircmetros meacutedios de copa das plantas ao longo do tempo O teste para a

hipoacutetese de perfis paralelos foi rejeitada para as interaccedilotildees DAP x I e DAP x N o que define

que o crescimento do diacircmetro de copa do pinhatildeo-manso no segundo ano de avaliaccedilatildeo eacute

diferenciado de acordo com o tratamento aplicado

Tabela 22 ndash Resultados dos testes multivariados para os fatores entre e intra indiviacuteduos para a variaacutevel diacircmetro

de copa no segundo ciclo de avaliaccedilatildeo

Efeito Causa da variaccedilatildeo GL Teste F Valor p

Entre indiviacuteduos

Blocos (I) 6 196 01253

I 1 3906 lt 00001

N 3 2273 lt 00001

I x N 3 063 06053

Intra indiviacuteduos

DAP 4 35616 lt00001

DAP x Bloco (I) 24 213 00075

DAP x I 4 689 00023

DAP x N 12 257 00097

DAP x I x N 12 162 01161

DAP ndash Dias apoacutes poda de limpeza GL= graus de liberdade I ndash Irrigaccedilatildeo N ndash Doses de N

101

Os perfis meacutedios de resposta em funccedilatildeo do diacircmetro de copa do pinhatildeo-manso (m)

para as quatro doses de adubo nitrogenado e as duas condiccedilotildees de manejo hiacutedrico nos dois

anos de cultivo eacute apresentado na Figura 26

Figura 26 ndash Perfis meacutedios do diacircmetro de copa das plantas de pinhatildeo-manso para os dois anos de avaliaccedilatildeo

Para o diacircmetro meacutedio de copa observou-se efeito positivo dos tratamentos aplicados

em grande parte das medidas de avaliaccedilatildeo no terceiro (Figura 27) e no quarto ano de cultivo

(Figura 28) Durante os dois ciclos houve um efeito positivo do uso da irrigaccedilatildeo sobre a

expressatildeo fenotiacutepica do diacircmetro de copa sendo observado um acreacutescimo do diacircmetro nas

trecircs primeiras avaliaccedilotildees decrescendo ao final do ciclo Esses resultados corroboram com os

encontrados por Albuquerque et al (2009a) que analisando o crescimento inicial do pinhatildeo-

manso em condiccedilotildees de sequeiro no semiaacuterido nordestino verificaram um raacutepido crescimento

da cultura no periacuteodo chuvoso no entanto na eacutepoca seca do ano ocorreu uma draacutestica

reduccedilatildeo na sua taxa de crescimento O modelo de regressatildeo quadraacutetico foi o que apresentou o

melhor ajuste para o diacircmetro de copa das plantas em funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda de limpeza

(DAP) para os diferentes tipos de manejo hiacutedrico e doses de N para os dois ciclos de

avaliaccedilatildeo (Tabela 23) Com isso nos dois ciclos avaliados se expressou o aumento do

diacircmetro de copa no pico da produccedilatildeo decrescendo no termino do seu ciclo com o iniacutecio do

inverno A reduccedilatildeo do diacircmetro meacutedio de copa nas uacuteltimas coletas de cada ciclo corrobora

14

16

18

20

22

24

26

28

30

32

45 110 180 230 280

Diacirc

met

ro d

e co

pa

(m

)

DAP

Ciclo 201314

150 N 100 N

50 N 0 N

22

24

26

28

30

32

34

36

38

45 90 130 190 260

Diacirc

met

ro d

e co

pa

(m

)

DAP

Ciclo 201415

150 N 100 N

50 N 0 N

14

16

18

20

22

24

26

28

30

32

45 110 180 230 280

Diacirc

met

ro d

e co

pa

(m

)

DAP

Ciclo 201314

Irrigado Natildeo irrigado

20

22

24

26

28

30

32

34

36

38

45 90 130 190 260

Diacirc

met

ro d

e co

pa

(m

)

DAP

Ciclo 201415

Irrigado Natildeo irrigado

102

com a afirmaccedilatildeo de Santos et al (2010) de que o diacircmetro da copa do pinhatildeo-manso sofre

intensa reduccedilatildeo durante a estaccedilatildeo de inverno com a queda das folhas mas que essas

ressurgem vigorosamente apoacutes o iniacutecio das chuvas As equaccedilotildees de ajuste seguidas do

coeficiente de determinaccedilatildeo corrigidos (Rsup2corr) e do valor p para cada tratamento nos dois anos

de avaliaccedilatildeo para diacircmetro de copa satildeo apresentadas na Tabela 24

(a) (b)

Figura 27 - Linhas de tendecircncia para diacircmetro meacutedio de copa das plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias

apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a) e do manejo hiacutedrico adotado (b) para o

ciclo 201314

Tabela 23 - Anaacutelise de regresssatildeo para diacircmetro de copa em funccedilatildeo do dia apoacutes a poda (DAP) para todos os

tratamentos nos dois anos de avaliaccedilatildeo

Modelo

Ciclo 201314

Irrigado Natildeo irrigado 150 N

F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC

Linear 890 -1533 -1545 1272

-1791 -1808 503

-740 -753

Quadraacutetico 1571 -2205 -2190 2697

-2661 -2644 956

-1110 -1090

Modelo 100 N 50 N 0 N

F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC

Linear 809 -888 -905 530

-808 -820 316

-819 -831

Quadraacutetico 1750 -1351 -1329 873

-1136 -1120 683

-1175 -1156

Modelo

Ciclo 201415

Irrigado Natildeo irrigado 150 N

F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC

Linear 207 -1892 -1902 374

-1607 -1618 120

-841 -857

Quadraacutetico 673 -2493 -2479 850

-2206 -2193 414

-1181 -1175

Modelo 100 N 50 N 0 N

F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC

Linear 118 -858 -879 218

-952 -958 161

-851 -856

Quadraacutetico 566 -1290 -1285 379

-1196 -1181 374

-1131 -1107

Niacuteveis de significacircncia Plt005 ns - natildeo significativo F ndash Teste F

1

15

2

25

3

35

0 50 100 150 200 250 300 350

Diacirc

met

ro d

e co

pa (

m)

DAP

150 N 100 N

50 N 0 N

1

15

2

25

3

35

0 50 100 150 200 250 300 350

Diacirc

met

ro d

e co

pa (

m)

DAP

Irrigado Natildeo irrigado

103

(a) (b)

Figura 28 - Linhas de tendecircncia para diacircmetro meacutedio de copa das plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias

apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a) e do manejo hiacutedrico adotado (b) para o

ciclo 201314

O uso de anaacutelise de medidas repetidas no tempo fazendo uso de anaacutelises uni e

multivariadas tem sido uma alternativa no estudo do crescimento e do desenvolvimento de

plantas (GEBER DAWSON 1990 HANCOCK et al 2007 KING STANTON 2008

METCALFE et al 2008) tais como os efeitos da disponibilidade de aacutegua para as plantas e de

nutrientes que tem servido de fontes para alguns estudos (CARROL PALLARDY GALEN

2001 BREEN RICHARDS 2008 SANTIAGO et al 2012) Achten et al (2010)

monitoraram algumas variaacuteveis de crescimento e de produccedilatildeo de biomassa em pinhatildeo-manso

cultivadas em casa de vegetaccedilatildeo submetidas a trecircs diferentes niacuteveis de estresse hiacutedrico e

encontraram para as mudas que sofriam estresse hiacutedrico severo (natildeo irrigadas) a paralisaccedilatildeo

do crescimento o iniacutecio da queda das folhas e a reduccedilatildeo do diacircmetro do caule nos primeiros

dias apoacutes o iniacutecio dos tratamentos Por meio da anaacutelise de medidas repetidas os autores

confirmaram que os tratamentos de niacutevel de estresse hiacutedrico influenciaram significativamente

as variaacuteveis de crescimento enquanto que o tipo de Acesso natildeo teve efeito significativo O

efeito do tempo (idade da planta) e a interaccedilatildeo tempo X niacutevel de estresse tiveram interaccedilatildeo

significativa (valor p lt0001) influenciando no comprimento do caule nuacutemero de folhas

diacircmetro na base do caule volume de caule fator de forma e volume total (volume de tronco

+ ramos) no referido trabalho

2

24

28

32

36

4

0 50 100 150 200 250 300

Diacirc

met

ro d

e co

pa

(m

)

DAP

150 N 100 N

50 N 0 N

2

24

28

32

36

4

0 50 100 150 200 250 300

Diacirc

met

ro d

e co

pa (

m)

DAP

Irrigado Natildeo irrigado

104

Tabela 24 - Equaccedilotildees de ajuste para diacircmetro de copa das plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias apoacutes a

poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicadas e do manejo hiacutedrico adotado para os dois ciclos

de avaliaccedilatildeo

Tratamentos Equaccedilatildeo Diacircmetro de copa (m) = f (DAP)

Rsup2corr PrgtF Ciclo 201314

Irrigado -418x10-5

DAPsup2 + 001879 DAP + 091195 09480 lt00001

Natildeo Irrigado -385x10-5

DAPsup2 + 001769 DAP + 078312 09694 lt00001

150 N -438x10-5

DAPsup2 + 001984 DAP + 082331 09570 lt00001

100 N -386x10-5

DAPsup2 + 001833 DAP + 076701 09749 lt00001

50 N -389x10-5

DAPsup2 + 001787 DAP + 08647 09456 lt00001

0 N -393x10-5

DAPsup2 + 001692 DAP + 093513 09531 lt00001

Tratamentos Ciclo 201415 Rsup2corr PrgtF

Irrigado -454x10-5

DAPsup2 - 0016 DAP + 213748 08901 lt00001

Natildeo Irrigado -542x10-5

DAPsup2 + 001994 DAP + 159186 09187 lt00001

150 N -529x10-5

DAPsup2 - 001876 DAP + 195335 08588 lt00001

100 N -553x10-5

DAPsup2 - 001942 DAP + 187746 08906 lt00001

50 N -416x10-5

DAPsup2 + 00157 DAP + 201854 09074 lt00001

0 N -493x10-5

DAPsup2 + 0018 DAP + 160933 09500 lt00001

O volume de copa do pinhatildeo-manso para os diferentes tratamentos avaliados eacute

apresentado na Figura 29 Diferente dos valores encontrados para a altura meacutedia e o diacircmetro

de copa nota-se uma maior variabilidade entre os dois manejos hiacutedricos adotados e

principalmente entre as diferentes doses de adubaccedilatildeo aplicadas Para o primeiro ano de

avaliaccedilatildeo nesse estudo os tratamentos sem irrigaccedilatildeo e sem a aplicaccedilatildeo de nitrogecircnio

apresentaram os menores volumes de copa Jaacute no segundo ano de avaliaccedilatildeo que foi analisado

a partir da sexta eacutepoca de coleta os valores apresentados foram ainda mais contrastantes

Com exceccedilatildeo da seacutetima eacutepoca de coleta que coincidiu com o periacuteodo de pico da produccedilatildeo

justificando portanto a baixa variaccedilatildeo do volume de copa entre os diferentes tipos de manejos

hiacutedrico as demais eacutepocas avaliadas dentro do fator de manejo hiacutedrico e entre as doses

adubaccedilatildeo nitrogenada apresentaram uma alta diferenccedila entre os resultados obtidos

O aumento do volume de copa foi influenciado diretamente pelo maior

desenvolvimento em conjunto da altura e do diacircmetro de copa Os tratamentos que obtiveram

o maior volume de copa apresentaram uma maior emissatildeo de ramos laterais que

consequentemente vieram a ter um maior nuacutemero de inflorescecircncias emitidas permitindo uma

maior produccedilatildeo de frutos e oacuteleo por aacutervore como eacute o caso dos tratamentos irrigados e das

doses de 150 e 100 de nitrogecircnio Spinelli et al (2010) avaliaram os efeitos diretos e

indiretos das caracteriacutesticas vegetativas sobre o rendimento de oacuteleo de pinhatildeo-manso com 38

105

meses de cultivo em espaccedilamento 3 x 2 m e reportaram que ocorre um maior crescimento dos

ramos no sentido do maior espaccedilo de desenvolvimento resultando em uma copa maior Esses

mesmos autores destacaram ainda que o volume da copa tem efeito direto sobre a

produtividade de sementes sendo a arquitetura da copa uma caracteriacutestica importante no

cultivo do pinhatildeo-manso

(a) (b)

Figura 29 - Volume de copa do pinhatildeo-manso (msup3) em funccedilatildeo do uso ou natildeo da irrigaccedilatildeo complementar (a) e das

doses de nitrogecircnio (b) durante o terceiro e quarto ano de cultivo

Nas Tabelas 25 e 26 satildeo apresentados o resultado da anaacutelise univariada de perfis para

o volume de copa de pinhatildeo-manso para o primeiro e segundo ciclo de avaliaccedilatildeo

respectivamente Assim como para altura de plantas e diacircmetro de copa o volume de copa

apresentou diferenccedilas altamente significativas entre o tipo de manejo hiacutedrico e doses de N

utilizadas A hipoacutetese de perfis horizontais tambeacutem foi rejeitada indicando que agrave medida que

o tempo progride haacute variaccedilatildeo no crescimento em volume de copa do pinhatildeo-manso O

resultado dos testes de paralelismo foi rejeitado para as interaccedilotildees DAP x Irrigaccedilatildeo e DAP x

Doses de N para o ciclo 201314 enquanto que para ciclo 201415 apenas a interaccedilatildeo DAP x

Doses de N obteve essa condiccedilatildeo mostrando nesses casos comportamento diferenciado do

volume de copa do pinhatildeo-manso entre esses tratamentos ao longo do tempo

0

5

10

15

20

25

30

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Vo

lum

e d

e co

pa

(m

sup3)

Eacutepoca de avaliaccedilatildeo

Pivocirc central Sequeiro

Fator de variaccedilatildeo manejo hiacutedrico

0

5

10

15

20

25

30

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Eacutepoca de avaliaccedilatildeo

150 N 100 N 50 N 0 N

Fator de variaccedilatildeo doses de nitrogecircnio

106

Tabela 25 ndash Anaacutelise univariada de perfis para volume de copa durante o ciclo 201314

Causas da variaccedilatildeo GL Soma de quadrados Quadrado meacutedio Teste F Valor p

Modelo 63 4722827 749655 2491 lt00001

Bloco (Irrigaccedilatildeo) 6 257981 429968 1429 lt00001

Doses N 3 288904 963012 3200 lt00001

Irrigaccedilatildeo 1 101857 101857 3385 lt00001

Irrigaccedilatildeo x Doses N 3 132621 44207 147 02279

Resiacuteduo a 18 136315 75731 252 00021

DAP 4 3649956 912489 30322 lt00001

DAP x Irrigaccedilatildeo 4 126155 315387 1048 lt00001

DAP x Doses N 12 128198 106831 355 00002

DAP x Irrigaccedilatildeo x Doses N 12 202008 16834 056 08692

Resiacuteduo b 96 288898 30094

Total corrigido 159 5011726

Rsup2 = 09424 CV = 1327 Meacutedia do volume de copa (msup3) = 1307

DAP ndash Dias apoacutes poda de limpeza GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo

Tabela 26 ndash Anaacutelise univariada de perfis para volume de copa durante o ciclo 201415

Causas da variaccedilatildeo GL Soma de quadrados Quadrado meacutedio Teste F Valor p

Modelo 63 6849915 108729 3516 lt00001

Bloco (Irrigaccedilatildeo) 6 256135 426891 1380 lt 00001

Doses N 3 1478784 492928 15940 lt 00001

Irrigaccedilatildeo 1 662433 662433 21422 lt 00001

Irrigaccedilatildeo x Doses N 3 53523 17841 058 06315

Resiacuteduo a 18 268255 149031 482 lt 00001

DAP 4 403496 100874 32621 lt 00001

DAP x Irrigaccedilatildeo 4 116951 29238 095 04412

DAP x Doses N 12 918433 76536 248 00073

DAP x Irrigaccedilatildeo x Doses N 12 404572 33714 109 03771

Resiacuteduo b 96 296862 30923

Total corrigido 159 7146777

Rsup2 = 09585 CV = 779 Meacutedia do volume de copa (msup3) = 2259

DAP ndash Dias apoacutes poda de limpeza GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo

A condiccedilatildeo de esfericidade da matriz de covariacircncias para o volume de copa para os

dois anos de avaliaccedilatildeo foi satisfeita (Tabela 27) indicando que a anaacutelise univariada de perfis

com parcelas subdividas no tempo realizada anteriormente foi validada para os dois ciclos de

avaliaccedilatildeo natildeo sendo necessaacuteria a realizaccedilatildeo da anaacutelise multivariada de perfis para nenhum

caso

Tabela 27 ndash Teste de esfericidade de Mauchly para o volume de copa para os dois ciclos de avaliaccedilatildeo

Ciclo de

avaliaccedilatildeo

Grau de

liberdade de F

Criteacuterio de

Mauchly (W)

Estatiacutestica Qui-

Quadrado Xsup2 valor-p

Estatiacutestica

utilizada

201314 9 041419 14470 01066 Univariada

201415 9 043446 12590 01821 Univariada

107

Conforme os resultados apresentados das anaacutelises univariadas de perfis os perfis

meacutedios de resposta para o volume de copa (msup3) em funccedilatildeo das quatro doses de adubo

nitrogenado e das duas condiccedilotildees de manejo hiacutedrico nos dois anos de cultivo eacute apresentado na

Figura 30

Figura 30 ndash Perfis meacutedios do volume de copa de pinhatildeo-manso para os dois anos de avaliaccedilatildeo

O volume meacutedio de copa apresentou uma tendecircncia semelhante agrave observada para o

diacircmetro meacutedio de copa das plantas em alguns tratamentos tendo a regressatildeo quadraacutetica

como melhor modelo de ajuste para todos os tratamentos nos dois ciclos de avaliaccedilatildeo essa

apresentou para todos os tratamentos os menores valores de AIC e BIC (Tabela 28) As

equaccedilotildees de regressatildeo de cada tratamento seguidas do Rsup2 corrigido e do valor p satildeo

apresentadas na Tabela 29 Independente do periacuteodo em que foi avaliado com a exceccedilatildeo das

primeiras leituras no ciclo 201314 os tratamentos nos quais natildeo houve deacuteficit de aacutegua ou de

nitrogecircnio foram os que apresentaram os maiores resultados para o volume de copa (Figura 31

e Figura 32) De acordo com Spinelli et al (2010) o maior desenvolvimento da copa pode

aumentar a produtividade por planta diminuindo os custos da colheita no pinhatildeo-manso

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

45 110 180 230 280

Volu

me

de

cop

a (

msup3)

DAP

Ciclo 201314

150 N 100 N

50 N 0 N

8

11

14

17

20

23

26

29

32

45 90 130 190 260

Volu

me

de

cop

a (

msup3)

DAP

Ciclo 201415

150 N 100 N

50 N 0 N

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

45 110 180 230 280

Volu

me

de

cop

a (

msup3)

DAP

Ciclo 201314

Irrigado Natildeo irrigado

8

11

14

17

20

23

26

29

32

45 90 130 190 260

Vo

lum

e d

e co

pa

(m

sup3)

DAP

Ciclo 201415

Irrigado Natildeo irrigado

108

(a) (b)

Figura 31 - Linhas de tendecircncia para o volume meacutedio de copa das plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias

apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a) e do manejo hiacutedrico adotado (b) para o

ciclo 201314

Tabela 28 - Anaacutelise de regresssatildeo para diacircmetro de copa em funccedilatildeo do dia apoacutes a poda (DAP) para todos os

tratamentos nos dois anos de avaliaccedilatildeo

Modelo

Ciclo 201314

Irrigado Natildeo irrigado 150 N

F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC

Linear 968 2235 2246 1212

1912 1909 554

1138 1144

Quadraacutetico 711 2064 2084 1530

1392 1415 538

973 999

Modelo 100 N 50 N 0 N

F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC

Linear 957 937 942 760

939 945 299

969 973

Quadraacutetico 908 750 776 649

796 820 359

790 815

Modelo

Ciclo 201415

Irrigado Natildeo irrigado 150 N

F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC

Linear 376 2654 2656 380

2716 2716 228

1360 1354

Quadraacutetico 583 2250 2273 634

2274 2296 443

1079 1102

Modelo 100 N 50 N 0 N

F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC

Linear 217 1318 1307 314

1206 1206 174

1197 1195

Quadraacutetico 606 938 963 440

980 1005 351

942 969

Niacuteveis de significacircncia Plt005 ns - natildeo significativo F ndash Teste F

(a) (b)

Figura 32 - Linhas de tendecircncia para o volume meacutedio de copa das plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias

apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a) e do manejo hiacutedrico adotado (b) para o

ciclo 201415

1

5

9

13

17

21

0 50 100 150 200 250 300 350

Volu

me

de

cop

a (

msup3)

DAP

150 N 100 N

50 N 0 N

1

5

9

13

17

21

0 50 100 150 200 250 300 350

Volu

me

de

cop

a (

msup3)

DAP

Irrigado Natildeo irrigado

2

7

12

17

22

27

32

37

0 50 100 150 200 250 300

Volu

me

de

cop

a (

msup3)

DAP

150 N 100 N

50 N 0 N

2

7

12

17

22

27

32

0 50 100 150 200 250 300

Volu

me

de

cop

a (

msup3)

DAP

Irrigado Natildeo irrigado

109

Tabela 29 - Equaccedilotildees de ajuste para o volume de copa das plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias apoacutes a

poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada e do manejo hiacutedrico adotado para os dois ciclos

de avaliaccedilatildeo

Tratamentos Equaccedilatildeo Volume de copa (msup3) = f (DAP)

Rsup2corr PrgtF Ciclo 201314

Irrigado -268x10-4

DAPsup2 + 014066 DAP ndash 082484 08735 lt00001

Natildeo Irrigado -331x10-4

DAPsup2 + 015806 DAP ndash 29731 09940 lt00001

150 N -354x10-4

DAPsup2 + 017429 DAP ndash 26101 09583 lt00001

100 N -287x10-4

DAPsup2 + 015268 DAP ndash 255456 09593 lt00001

50 N -262x10-4

DAPsup2 + 013816 DAP ndash 135607 09464 lt00001

0 N -294x10-4

DAPsup2 + 013232 DAP ndash 107514 09491 lt00001

Tratamentos Ciclo 201415 Rsup2corr PrgtF

Irrigado -6788x10-4

DAPsup2 + 025585 DAP + 578175 09833 lt00001

Natildeo Irrigado -7289x10-4

DAPsup2 + 027341 DAP + 051229 09806 lt00001

150 N -7823x10-4

DAPsup2 + 029396 DAP + 367095 09526 lt00001

100 N -8129x10-4

DAPsup2 + 029947 DAP + 291215 09877 lt00001

50 N -602x10-4

DAPsup2 + 023689 DAP + 498426 09861 lt00001

0 N -6182x10-5

DAPsup2 + 022819 DAP + 102072 09974 lt00001

Embora a arquitetura da copa do pinhatildeo-manso seja uma caracteriacutestica importante na

seleccedilatildeo e caracterizaccedilatildeo de genoacutetipos superiores (RAO et al 2008 LAVIOLA et al 2010

SPINELLI et al 2010 BHERING et al 2012) existem poucos trabalhos que avaliaram a

diferenccedila da arquitetura das plantas considerando conjuntamente a relaccedilatildeo entre a projeccedilatildeo e a

altura de copa Segundo Rao et al (2008) tanto o diacircmetro quanto o volume da copa

constituem junto ao caracter nuacutemero de ramos os principais componentes de produccedilatildeo do

pinhatildeo-manso Para Bhering et al (2012) a seleccedilatildeo direta quanto agrave produccedilatildeo de sementes em

pinhatildeo-manso tende a estar relacionada ao diacircmetro e ao volume de copa e segundo esses

autores esta informaccedilatildeo eacute relevante para prever as adaptaccedilotildees necessaacuterias ao sistema de

produccedilatildeo (espaccedilamento colheitadeira) para as cultivares melhoradas que se espera obter

47 Iacutendice de aacuterea foliar (IAF)

A equaccedilatildeo de calibraccedilatildeo do equipamento LAI-2200 eacute expressa na Figura 33 A

calibraccedilatildeo foi realizada pela comparaccedilatildeo entre o IAF estimado com o equipamento LAI-2200

e o IAF real das plantas de pinhatildeo-manso determinado com o equipamento CI-203 (CID Bio-

Sciencereg) O IAF foliar real foi determinado pela razatildeo da aacuterea foliar total e a aacuterea do terreno

110

disponiacutevel agraves plantas Para realizar a calibraccedilatildeo do equipamento foram utilizadas dez de um

total de onze plantas sendo excluiacutedo o valor mais extremo Com um coeficiente de

determinaccedilatildeo (Rsup2) de 08287 pode ser observado que o IAF real foi cerca de 093 do IAF

estimado ou seja o equipamento LAI-2200 estava superestimando o IAF em cerca de 7

Com a equaccedilatildeo de calibraccedilatildeo obtida dos valores de IAF medidos no campo ao redor da aacuterea

experimental todos os valores de IAF foram corrigidos para valores mais proacuteximos dos reais

podendo a equaccedilatildeo de calibraccedilatildeo ser utilizada novamente quando as estimativas do IAF forem

realizadas com o equipamento LAI-2200 nas plantas de pinhatildeo-manso com as mesmas

caracteriacutesticas de cultivo e nas condiccedilotildees de clima e solo estudados

Figura 33 - Equaccedilatildeo de calibraccedilatildeo do IAF para o equipamento LAI 2200

As meacutedias do IAF foram significativamente diferentes pelo teste F entre as diferentes

doses de N aplicada uso da irrigaccedilatildeo e eacutepoca de avaliaccedilatildeo (DAP) apoacutes o iniacutecio do quarto

ciclo de cultivo (201415) rejeitando a hipoacutetese de perfis horizontais (Tabela 30) Pela anaacutelise

univariada de perfis identificou-se tambeacutem interaccedilatildeo significativa entre as doses de N e a

eacutepoca de avaliaccedilatildeo e interaccedilatildeo altamente significativa entre a irrigaccedilatildeo e a eacutepoca de

avaliaccedilatildeo rejeitando portanto a hipoacutetese de paralelismo dos perfis Assim como para as

outras variaacuteveis de crescimento (altura diacircmetro e volume de copa) natildeo houve efeito da

interaccedilatildeo tripla Irrigaccedilatildeo x Doses N x DAP O efeito dos blocos dentro de cada experimento

(manejo hiacutedrico) mostrou-se significativo para o IAF o que reforccedila neste caso o uso do

delineamento em blocos aleatorizados dentro de cada experimento Simotildees et al (2014)

observaram que irrigaccedilatildeo e diferentes doses de N influenciaram no aumento da aacuterea foliar no

desenvolvimento inicial de pinhatildeo-manso assim como a interaccedilatildeo entre esses fatores

IAFReal = 0928 x IAFEstimado

Rsup2 = 08287

00

02

04

06

08

10

12

00 02 04 06 08 10 12

IAF

Rea

l

IAF Estimado

111

Tabela 30 - Anaacutelise univariada de perfis para IAF durante o ciclo 201415

Causas da variaccedilatildeo GL Soma de quadrados Quadrado meacutedio Teste F Valor p

Modelo 87 852864 09803 1194 lt 00001

Bloco (Irrigaccedilatildeo) 6 09908 016513 201 00668

Doses N 3 42497 147166 1726 lt 00001

Irrigaccedilatildeo 1 645795 645795 7867 lt 00001

Irrigaccedilatildeo x Doses N 3 045145 015048 183 01431

Resiacuteduo a 18 168772 009376 114 03161

DAP 7 611969 874242 10650 lt 00001

DAP x Irrigaccedilatildeo 7 554613 07923 965 lt 00001

DAP x Doses N 21 282023 01343 164 00465

DAP x Irrigaccedilatildeo x Doses N 21 18855 008979 109 03591

Resiacuteduo b 168 137914 008209

Total corrigido 255 990778

Rsup2 = 08608 CV = 2217 Meacutedia IAF = 129

DAP ndash Dias apoacutes poda de limpeza GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo

Verificou-se por intermeacutedio do teste de esfericidade de Mauchly realizado com 27

graus de liberdade e aproximaccedilatildeo Qui-Quadrado (35045) que a condiccedilatildeo de esfericidade foi

satisfeita com um niacutevel de significacircncia de 01377 (Teste de Mauchly natildeo significativo com

valor pgt005) Isto indica que a matriz de covariacircncia nesse caso eacute da forma esfeacuterica

apresentando variacircncias iguais e correlaccedilotildees nulas podendo ser empregado o modelo de

parcela subdividida no tempo pela anaacutelise univariada de perfis Na Figura 34 satildeo apresentados

os perfis meacutedios de resposta para o iacutendice de aacuterea foliar (IAF) em funccedilatildeo das quatro doses de

adubo nitrogenado e das duas condiccedilotildees de manejo hiacutedrico para o segundo ciclo de avaliaccedilatildeo

Figura 34 ndash Perfis meacutedios do IAF de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo da dose de nitrogecircnio aplicada e do manejo

hiacutedrico adotado

O modelo de regressatildeo quadraacutetico foi o que apresentou o melhor ajuste para todos os

tratamentos (Tabela 31) Um fato que contribuiu para este comportamento foi o iniacutecio das

leituras a partir dos 45 dias apoacutes a poda de limpeza o que impediu o ajuste dos dados iniciais

das primeiras semanas que seriam menores dado o iniacutecio da nova emissatildeo de folhas para este

ciclo O IAF apresentou uma grande variaccedilatildeo entre os tratamentos com os maiores valores

00

05

10

15

20

25

30

55 80 105 135 165 195 225 255

IAF

DAP

150 N 100 N

50 N 0 N

00

05

10

15

20

25

45 75 105 135 165 195 225 255

DAP

Irrigado Natildeo irrigado

112

para os tratamentos sem deacuteficit hiacutedrico ou de N Com o decorrer do tempo os valores foram se

decrescendo com os todos os tratamentos atingindo a mesma faixa de IAF com o iniacutecio da

fase de senescecircncia foliar (Figura 35) Na Tabela 32 satildeo apresentadas as equaccedilotildees de

regressatildeo de cada tratamento seguidas do Rsup2 corrigido e do valor p para o iacutendice de aacuterea

foliar

Tabela 31 - Anaacutelise de regresssatildeo para o IAF em funccedilatildeo do dia apoacutes a poda (DAP) para todos os tratamentos no

segundo ano de avaliaccedilatildeo

Modelo Irrigado Natildeo irrigado 150 N

F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC

Linear 1341 -2063 -2051 313

-2067 -2059 349

-833 -821

Quadraacutetico 822ns

-2071 -2602 504 -2302 -2288 288

-858 -846

Modelo 100 N 50 N 0 N

F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC

Linear 372 -980 -967 411

-1041 -1024 206

-1011 -997

Quadraacutetico 312 -1006 -992 282

ns -1041 -1023 196

-1045 -1030

Niacuteveis de significacircncia Plt001 ns - natildeo significativo F ndash Teste F

(a) (b)

Figura 35 - Linhas de tendecircncia para o iacutendice de aacuterea foliar (IAF) das plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos

dias apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a) e do manejo hiacutedrico adotado (b)

para o ciclo 201415

Tabela 32 - Equaccedilotildees de ajuste para o IAF das plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda (DAP)

para as diferentes doses de N aplicadas e do manejo hiacutedrico adotado para o segundo ciclo de

avaliaccedilatildeo

Tratamentos Equaccedilatildeo IAF = f (DAP) Rsup2 PrgtF

Irrigado -718x10-sup3 DAP + 254196 06710 lt00001

Natildeo Irrigado -715x10-5

DAPsup2 + 00185 DAP + 028721 06899 lt00001

150 N -649x10-5

DAPsup2 + 001389 DAP + 114529 06564 lt00001

100 N -601x10-5

DAPsup2 + 001285 DAP + 103989 07574 lt00001

50 N -56x10-sup3 DAP + 207776 06003 lt00001

0 N -549x10-5

DAPsup2 + 001288 DAP + 06784 07982 lt00001

0

02

04

06

08

1

12

14

16

18

2

0 50 100 150 200 250 300

IAF

DAP

150 N 100 N

50 N 0 N

0

05

1

15

2

25

0 50 100 150 200 250 300

IAF

DAP

Irrigado

Natildeo irrigado

113

Freiberger (2012) estudando o efeito de doses de N no crescimento de plantas de

pinhatildeo-manso concluiu que os valores de aacuterea foliar ajustaram-se ao modelo quadraacutetico o

qual permitiu estimativa de valor maacuteximo de 6469 cm2 para a dose estimada de 97 kg ha

-1 de

N Oliveira (2009) avaliando o crescimento e a capacidade produtiva em funccedilatildeo de adubaccedilatildeo

mineral no semiaacuterido paraibano observou que dentre as doses de N estudadas (0 30 60 e 90

kg ha-1

) a maior delas proporcionou o maior nuacutemero de folhas de pinhatildeo-manso com

tendecircncia linear crescente

A disponibilidade hiacutedrica complementada pela irrigaccedilatildeo aumentou significativamente

o iacutendice de aacuterea foliar nos tratamentos fato este tambeacutem observado em outros trabalhos nos

quais o estresse hiacutedrico afetou esta variaacutevel (MAES et al 2009a ACHTEN et al 2010

SILVA et al 2011) Duarte et al (2015) em um estudo sobre o desenvolvimento inicial do

pinhatildeo-manso confirmaram a grande capacidade que a planta tem de se adaptar ao deacuteficit

hiacutedrico ao verificar a capacidade da planta de tolerar o estresse hiacutedrico retardando o

crescimento da parte aeacuterea com ajustamento da aacuterea foliar para reduzir a taxa de

evapotranspiraccedilatildeo aleacutem de intensificar o crescimento da zona radicular Em um outro estudo

apesar de natildeo apresentar diferenccedila significativa em nenhuma das eacutepocas amostradas

Horschutz et al (2012) constataram que as maiores meacutedias do IAF foram observadas para os

tratamentos que continham complementaccedilatildeo hiacutedrica

48 Iacutendice de clorofila

A clorofila eacute o pigmento responsaacutevel pela captaccedilatildeo da energia solar atuando na

oxidaccedilatildeo da aacutegua e consequentemente na liberaccedilatildeo do oxigecircnio e na reduccedilatildeo do dioacutexido de

carbono para a formaccedilatildeo de cadeias carbocircnicas principalmente accediluacutecar (TAIZ ZEIGER

2009) Segundo Barbieri Juacutenior (2009) o clorofilocircmetro eacute um instrumento que indica de

forma indireta o teor de clorofila com base nas propriedades oacuteticas das folhas sendo que os

teores de clorofila total relacionaram-se diretamente com as leituras do clorofilocircmetro para

um experimento realizado com Capim-Tifton 85 com coeficiente de determinaccedilatildeo (Rsup2) acima

de 85 O autor ainda relata que a atividade fotossinteacutetica o conteuacutedo de proteiacutenas e de

carboidratos soluacuteveis o N total e os teores de micronutrientes existentes nas folhas satildeo

algumas das variaacuteveis que podem ser correlacionadas com o conteuacutedo de clorofila no tecido

foliar Na Figura 36 satildeo apresentadas as distribuiccedilotildees temporais dos valores de clorofila total

114

expressos em Iacutendice de Clorofila Falker (ICF) durante o terceiro ano de cultivo em funccedilatildeo da

dose de adubaccedilatildeo nitrogenada (a) e do manejo hiacutedrico (b)

(a) (b)

Figura 36 - Variaccedilatildeo temporal dos teores de clorofila total em funccedilatildeo doses de nitrogecircnio (a) e do manejo hiacutedrico

(b) para o terceiro ano de cultivo

Como pode ser visto na Figura 36 os teores de clorofila total se apresentam com niacuteveis

muito baixos no periacuteodo do florescimento e formaccedilatildeo de frutos em comparaccedilatildeo aos outros

dois periacuteodos fato tambeacutem observado pelas leituras realizadas no segundo ciclo de avaliaccedilatildeo

poreacutem com uma menor intensidade para as menores doses de N (Figura 37) Os tratamentos

irrigados apresentaram maiores valores de clorofila total durante o primeiro ciclo fato que

natildeo se repetiu no ano seguinte com o cultivo com histoacuterico de irrigaccedilatildeo (Figura 38) As

diferentes doses de N aplicadas influenciaram positivamente o aumento do teor de clorofila

total nos dois ciclos

Figura 37 - Teores de clorofila total em funccedilatildeo das doses de nitrogecircnio aplicada para o quarto ano de cultivo

300

350

400

450

500

550

Jan2014 Mar2014 Mai2014

ICF

Eacutepoca de avaliaccedilatildeo

150 N

100 N

50 N

0 N

a

a a

b

b

aa a

a a

aa

300

340

380

420

460

500

Jan2014 Mar2014 Mai2014

ICF

Eacutepoca de avaliaccedilatildeo

Irrigado

Sequeirob

a

a b

a a

420

440

460

480

500

520

540

Nov2014 Dez2014 Jan2015 Fev2015 Abr2015

ICF

Eacutepoca de avaliaccedilatildeo

150 N 100 N 50 N 0 N

a

a

a

a

ab ab

b

a

b

b

aa

aa a

aa

ab

bab

115

Figura 38 - Teores de clorofila total em funccedilatildeo do manejo hiacutedrico adotado para o quarto ano de cultivo

Os valores relativos de clorofila A e B apresentaram o mesmo comportamento da

clorofila total que eacute a soma das duas clorofilas Assim como na clorofila total os valores de

clorofila A e B diminuiacuteram com a reduccedilatildeo da adubaccedilatildeo nitrogenada e as doses de 50 e 0

da adubaccedilatildeo nitrogenada foram aquelas que apresentaram os menores valores (Tabela 33 e

Tabela 34) Diferente desses resultados Vale (2009) ao estudar o efeito da aplicaccedilatildeo de

nitrogecircnio na cana-de-accediluacutecar afirma que natildeo houve efeito significativo da leitura do iacutendice de

clorofila com o aumento da aplicaccedilatildeo de nitrogecircnio mesmo com o aumento significativo na

biomassa das plantas Para o ciclo 201314 apenas a clorofila B natildeo apresentou efeito da

irrigaccedilatildeo fato que influenciou a natildeo significacircncia da relaccedilatildeo clorofila AB Jaacute no ano

seguinte todas as variaacuteveis apresentaram efeito do manejo hiacutedrico

Tabela 33 - Valores meacutedios dos iacutendices de clorofila total A e B (ICF) e da relaccedilatildeo clorofila AB das folhas de

pinhatildeo-manso para todos os tratamentos avaliados no primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo

Manejo

hiacutedrico

Doses de Nitrogecircnio

150 100 50 0 Meacutedias

Clorofila Total

Irrigado 456 450 446 422 443 B

Sequeiro 487 464 451 415 454 A

Meacutedias 471 a 457 ab 449 b 419 c

Clorofila A

Irrigado 357 353 353 337 350 B

Sequeiro 377 365 358 340 360 A

Meacutedias 367 a 359 ab 355 b 339 c

Clorofila B

Irrigado 99 97 93 85 93 A

Sequeiro 110 99 93 75 94 A

Meacutedias 104 a 98 ab 93 b 80 c

Relaccedilatildeo Clorofila AB

Irrigado 407 429 437 466 435 A

Sequeiro 371 406 411 488 419 A

Meacutedias 389 c 418 bc 424 b 477 a

Meacutedias seguidas de mesma letra maiuacutesculas na coluna e minuacutesculas na linha natildeo diferem entre si pelo teste de

Tukey a 5 de probabilidade

420

440

460

480

500

520

540

560

Nov2014 Dez2014 Jan2015 Fev2015 Abr2015

ICF

Eacutepoca de avaliaccedilatildeo

Irrigado Sequeiro

a

a

aa

a

b

b

b a b

116

Tabela 34 - Valores meacutedios dos iacutendices de clorofila total A e B (ICF) e da relaccedilatildeo clorofila AB das folhas de

pinhatildeo-manso para todos os tratamentos avaliados no segundo ciclo de avaliaccedilatildeo

Manejo

hiacutedrico

Doses de Nitrogecircnio

150 100 50 0 Meacutedias

Clorofila Total

Irrigado 505 501 492 478 494 A

Sequeiro 495 484 447 448 469 B

Meacutedias 501 a 493 a 470 b 463 b

Clorofila A

Irrigado 387 389 383 376 384 A

Sequeiro 382 376 358 358 368 B

Meacutedias 385 a 383 a 371 b 367 b

Clorofila B

Irrigado 118 112 108 101 110 A

Sequeiro 114 108 89 88 100 B

Meacutedias 116 a 110 a 99 b 95 b

Relaccedilatildeo Clorofila AB

Irrigado 350 362 370 385 367 B

Sequeiro 346 361 414 419 385 A

Meacutedias 349 b 361 b 392 a 402 a

Meacutedias seguidas de mesma letra maiuacutesculas na coluna e minuacutesculas na linha natildeo diferem entre si pelo teste de

Tukey a 5 de probabilidade

A relaccedilatildeo clorofila AB apresentou os seus maiores valores para as menores doses de

N (50 e 0) aplicada devido ao baixo teor de clorofila B presentes principalmente nos

tratamentos sem irrigaccedilatildeo A manutenccedilatildeo dos altos valores de clorofila B presente nos

tratamentos com as maiores doses de N em qualquer condiccedilatildeo eacute um fator positivo pois deve

salientar-se que uma proporccedilatildeo relativa maior de clorofila B eacute uma caracteriacutestica importante

pois possibilita a captura de foacutetons de outros comprimentos de onda (VIEIRA et al 2010)

Os altos teores de clorofila apresentados nos tratamentos irrigados e com maiores

doses de N podem tambeacutem ser explicados pela maior incidecircncia de folhas devido ao estiacutemulo

da irrigaccedilatildeo e da adubaccedilatildeo nitrogenada ocasionando um maior sombreamento das folhas o

que faz com que elas possuam mais grana por cloroplastos apresentando uma maior

quantidade de clorofila por centro de reaccedilatildeo (FAHL et al 1994)

Quando submetidas a um estresse hiacutedrico severo os conteuacutedos de clorofila presentes

nas folhas das plantas muitas vezes podem vir a diminuir devido agrave degradaccedilatildeo progressiva da

clorofila nas folhas (MARTIacuteNEZ-FERRI et al 2004 JALEEL et al 2009 ANJUM et al

2011) ocorrendo tambeacutem para a cultura do pinhatildeo-manso (POMPELLI et al 2010) No

entanto Sapeta et al (2013) natildeo encontraram nenhuma reduccedilatildeo significativa nos teores de

clorofila A ou B nem mesmo com o tratamento sob maacuteximo estresse hiacutedrico Os autores

observaram contudo uma reduccedilatildeo das razotildees de clorofila AB durante o periacuteodo mais seco

ocasionado devido a um aumento no conteuacutedo de clorofila B Pompelli et al (2010) tambeacutem

117

observaram uma reduccedilatildeo da relaccedilatildeo clorofila AB no pinhatildeo-manso embora esta reduccedilatildeo

diferente do constatado por Sapeta et al (2013) tenha sido acompanhada por uma diminuiccedilatildeo

no conteuacutedo de clorofila total sendo principalmente de clorofila A

Na Tabela 35 eacute apresentada um resumo das anaacutelises univariadas de perfis para

clorofila total A B relaccedilatildeo clorofila AB e para nitrogecircnio foliar todos para o segundo ciclo

de avaliaccedilatildeo natildeo foram realizadas para o primeiro ciclo devido ao pouco nuacutemero de medidas

realizadas no periacuteodo o que comprometeria a caracterizaccedilatildeo da anaacutelise de perfis As meacutedias

de todas as variaacuteveis analisadas foram significativamente diferentes pelo teste F entre as

diferentes doses de N aplicadas e da eacutepoca de avaliaccedilatildeo (DAP) no quarto ciclo de cultivo

(201415) rejeitando a hipoacutetese de perfis horizontais (Tabela 35) O uso da irrigaccedilatildeo por sua

vez natildeo causou efeito para a relaccedilatildeo clorofila AB e para o N foliar satisfazendo portanto a

hipoacutetese de perfis horizontais para estas variaacuteveis A hipoacutetese de paralelismo de perfis foi

rejeitada para a interaccedilatildeo irrigaccedilatildeo x DAP em todas as variaacuteveis mas satisfeita para a

interaccedilatildeo doses de N x DAP (com exceccedilatildeo do N foliar) indicando que estas variaacuteveis

apresentam comportamento diferenciado conforme o tipo de manejo hiacutedrico adotado o

mesmo natildeo ocorreu com a diferenciaccedilatildeo das doses de N aplicadas indicando a coincidecircncia

(paralelismo) de perfis entre esses tratamentos

Tabela 35 ndash Resumo da anaacutelise univariada de perfis para os iacutendices de Clorofila para o ciclo 201415

Causas da variaccedilatildeo GL

Clorofila

Total Clorofila A Clorofila B

Relaccedilatildeo

Cl AB N foliar

Quadrado meacutedio

Modelo 63 217324

367981

62976

0513 3261

Bloco (Irrigaccedilatildeo) 6 83097ns

25898ns

19647ns

0153ns

1082ns

Doses N 3 118286

274952

329692

2269

14467

Irrigaccedilatildeo 1 168305

68644

219781 0455

ns 1416

ns

Irrigaccedilatildeo x Doses N 3 181522ns

62285ns

36156ns

0419ns

1156ns

Resiacuteduo a 18 3922ns

841ns

15416ns

012ns

558ns

DAP 4 542196 8979

206466

1714

1775

DAP x Irrigaccedilatildeo 4 549987 190026

176759

2148

6758

DAP x Doses N 12 91661ns

18896ns

34442ns

0205ns

2454

DAP x Irrigaccedilatildeo x Doses N 12 103502ns

27406ns

25717ns

0238ns

1094ns

Resiacuteduo b 96 89169 2221430 25387 0231 839

Rsup2 06153 06236 06195 05939 07183

CV () 622 405 1527 1296 965

Meacutedia 4797 3754 1043 37 300

Niacuteveis de significacircncia 0001ltPlt001 Plt0001 ns - natildeo significativo DAP ndash Dias apoacutes poda de limpeza

GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo

O teste de esfericidade foi realizado apoacutes a anaacutelise univariada para cada uma das

variaacuteveis e apresentou condiccedilatildeo de esfericidade da matriz de covariacircncias satisfeita para todos

os casos (Tabela 36) Validou-se portanto a anaacutelise univariada de perfis com parcelas

118

subdividas no tempo realizada anteriormente natildeo sendo necessaacuteria a realizaccedilatildeo da anaacutelise

multivariada de perfis para nenhuma variaacutevel

Tabela 36 ndash Teste de esfericidade de Mauchly para os iacutendices de clorofila e N foliar do pinhatildeo-manso

Variaacutevel

analisada

Grau de

liberdade de F

Criteacuterio de

Mauchly (W)

Estatiacutestica Qui-

Quadrado Xsup2 valor-p

Estatiacutestica

utilizada

Clorofila Total 9 05853 87937 04565 Univariada

Clorofila A 9 05595 95321 03897 Univariada

Clorofila B 9 05816 88986 04467 Univariada

Relaccedilatildeo Clor AB 9 03815 158187 00708 Univariada

Nitrogecircnio foliar 9 06342 74751 05878 Univariada

De acordo com os resultados apresentados nas anaacutelises univariadas de perfis os perfis

meacutedios de resposta dos iacutendices de clorofila total A B e da relaccedilatildeo clorofila AB em funccedilatildeo

das quatro doses de adubo nitrogenado e das duas condiccedilotildees de manejo hiacutedrico para o cultivo

do pinhatildeo-manso no ciclo 201415 satildeo expressos na Figura 39

Figura 39 ndash Perfis meacutedios dos iacutendices de clorofila do pinhatildeo-manso para o segundo ciclo de avaliaccedilatildeo

Na Figura 40 satildeo apresentados os perfis meacutedios dos teores de N foliar ao longo

segundo ciclo de avaliaccedilatildeo em funccedilatildeo das doses de N e do manejo hiacutedrico adotado Apesar de

apresentar alguma variaccedilatildeo ao longo do ciclo o teor de N foliar apresentou baixa correlaccedilatildeo

com os teores de clorofila A B e Total (Tabela 37) a variaccedilatildeo do teor de N possivelmente

estaacute condicionada principalmente a alta mobilidade do nutriente na planta O valor de N foliar

350

360

370

380

390

400

45 90 130 190 260

Clo

rofi

la A

(IC

F)

DAP

Clorofila A

150 N 100 N50 N 0 NIrrigado Natildeo irrigado

60

70

80

90

100

110

120

130

140

45 90 130 190 260

Clo

rofi

la B

(IC

F)

DAP

Clorofila B

150 N 100 N50 N 0 NIrrigado Natildeo irrigado

420

440

460

480

500

520

540

45 90 130 190 260

Clo

rofi

la T

ota

l (I

CF

)

DAP

Clorofila Total

150 N 100 N50 N 0 NIrrigado Natildeo irrigado

25

28

30

33

35

38

40

43

45

45 90 130 190 260

Rel

accedilatilde

o C

loro

fila

AB

DAP

Relaccedilatildeo clorofila AB

150 N 100 N50 N 0 NIrrigado Natildeo irrigado

119

apresentou-se altamente significativo para o efeito da eacutepoca ao longo do ciclo com um valor

de F de 2847 Devido a sua alta mobilidade na planta ele apresentou os menores teores na

folha selecionada nos periacuteodos de florescimento e formaccedilatildeo de frutos

(a) (b)

Figura 40 - Variaccedilatildeo temporal dos teores de N foliar em funccedilatildeo das doses de N aplicadas na planta (a) e do

manejo hiacutedrico adotado (b)

Tabela 37 - Coeficientes de correlaccedilatildeo de Pearson entre o nitrogecircnio foliar e os teores de clorofila na planta

Clorofila Total Clorofila A Clorofila B

Correlaccedilatildeo de Pearson 017961 016939 01752

Probabilidade 00425 00559 00462

Aleacutem da disponibilidade de nitrogecircnio na planta a leitura fornecida pelo

clorofilocircmetro pode ser afetada tambeacutem por outros fatores dentre os principais destacam-se o

cultivar o estaacutedio de crescimento determinadas caracteriacutesticas anatocircmicas das folhas a

irradiacircncia no momento da avaliaccedilatildeo e a localidade (FONTES 2011) Tais fatores necessitam

ser avaliados e padronizados apesar da interaccedilatildeo entre os mesmos tornar difiacutecil a

padronizaccedilatildeo Adicionalmente a concentraccedilatildeo de clorofila varia com a condutacircncia

estomaacutetica da folha causada pelas estaccedilotildees do ano sendo mais acentuada na primavera do que

no veratildeo (MATSUMOTO OHTA TANAKA 2005) Segundo Schepers et al (1992) mesmo

com algumas imperfeiccedilotildees o uso do clorofilocircmetro pode aumentar a eficiecircncia de utilizaccedilatildeo

do adubo nitrogenado pelas culturas e tem propiciado melhor manejo da adubaccedilatildeo

nitrogenada em cobertura chamado de ldquoadubaccedilatildeo quando necessaacuteriardquo

Com exceccedilatildeo dos valores referentes ao mecircs de janeiro2014 os teores de N foliar dos

tratamentos irrigados e com as maiores doses de N aplicado via fertilizante mineral

mostraram-se relativamente superiores quando comparados com os demais tratamentos

Segundo Fernaacutendez et al (1994) um acreacutescimo no suprimento de N estimula o crescimento

20

22

24

26

28

30

32

34

36

38

40

Nov2014 Dez2014 Jan2015 Fev2015 Abr2015

Teo

r d

e N

(g

kg

- sup1)

Eacutepoca de avaliaccedilatildeo

150 N 100 N

50 N 0 N

20

22

24

26

28

30

32

34

36

38

40

Nov2014 Dez2014 Jan2015 Fev2015 Abr2015

Teo

r d

e N

(g k

g- sup1

)

Eacutepoca de avaliaccedilatildeo

Irrigado Sequeiro

120

atrasa a senescecircncia e muda a morfologia das plantas aleacutem disto o aumento dos niacuteveis de

adubaccedilatildeo nitrogenada causa crescimento significativo no conteuacutedo de clorofila das folhas

Laviola e Dias (2008) citam que o N foi o nutriente mais requerido para a formaccedilatildeo de folhas

tal como para suprir a demanda metaboacutelica de frutos de pinhatildeo-manso Esses mesmos autores

calcularam teores meacutedios de nitrogecircnio nas folhas de 364 g kg-1

apoacutes o terceiro ano de

implantaccedilatildeo da cultura valores estes maiores dos que os obtidos neste estudo Schulz et al

(2014) encontraram valores proacuteximos a 40 g kg-1

no cultivo do pinhatildeo-manso consorciado

com capim tifton e valores acima 50 g kg-1

quando cultivado em solteiro Segundo Kerbauy

(2008) a demanda de N varia com a espeacutecie e o teor de N com a parte da planta analisada e

para um crescimento adequado a concentraccedilatildeo oacutetima estaacute na faixa de 20 a 50 g kg-1

de

mateacuteria seca da planta

49 Teor e anaacutelises de qualidade de oacuteleo

O resumo da anaacutelise de variacircncia dos resultados do rendimento (teor) meacutedio e da

produtividade do oacuteleo de pinhatildeo-manso para o terceiro e quarto ano de cultivo em funccedilatildeo do

manejo hiacutedrico adotado e da dose de adubaccedilatildeo nitrogenada satildeo apresentados na Tabela 38

Tabela 38 - Valores de F para o teor meacutedio () e a produtividade de oacuteleo (kg ha-1

) em sementes de pinhatildeo-

manso para todos os tratamentos avaliados

Fonte de Variaccedilatildeo

Ciclo 201314 Ciclo 201415

GL Teor de oacuteleo Produtiv de oacuteleo Teor de oacuteleo Produtiv de oacuteleo

Blocos [I] 6 100ns

1278

067ns

153ns

I 1 1121

13916

1779

3244

N 3 045ns

3352

2533

2288

I x N 3 192ns

137ns

514

097ns

Meacutedia geral 541 35744 534 45876

CV () 29 154 197 182

Niacuteveis de significacircncia 001ltPlt005 0001ltPlt001 Plt0001 ns - natildeo significativo I ndash Irrigaccedilatildeo N ndash

Doses de N GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo

Para o primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo apenas o manejo hiacutedrico apresentou efeito

significativo para o rendimento do oacuteleo apresentando um valor meacutedio de 541 Diferente

disso para o mesmo periacuteodo de estudo a produtividade de oacuteleo apresentou diferenccedila

significativa em praticamente todos os aspectos com exceccedilatildeo da interaccedilatildeo dos experimentos

de irrigaccedilatildeo e os tratamentos adubados chegando a duplicar a produtividade de oacuteleo com a

complementaccedilatildeo da irrigaccedilatildeo no seu terceiro ano de cultivo (Tabela 39) Tal efeito tambeacutem se

121

assemelhou ao segundo ciclo de avaliaccedilatildeo para a produtividade de oacuteleo com diferenccedilas

encontradas para o efeito da irrigaccedilatildeo e das doses de nitrogecircnio aplicadas O teor de oacuteleo

diferente do primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo apresentou melhor resposta com o efeito da dose de

nitrogecircnio aplicada e da complementaccedilatildeo da irrigaccedilatildeo entretanto obervou-se um menor teor

de oacuteleo nos tratamentos com adubaccedilatildeo nitrogenada e no cultivo irrigado sendo este uacuteltimo

tambeacutem ocorrido no ciclo seguinte (Tabela 39) Diferente disso Kalannavar (2008) relataram

altos valores do teor de oacuteleo extraiacutedo mecanicamente (3791) e da produtividade de oacuteleo

(97074 kg ha-1

) do pinhatildeo-manso quando adubado com 100 kg N ha-1

valores estes

superiores aos encontrados para as dosagens de 50 e 150 kg N ha-1

O aumento do teor de oacuteleo

com o uso da irrigaccedilatildeo e da adubaccedilatildeo nitrogenada tambeacutem foram relatados por Tikkoo

Yadav Kaushik (2013) que observaram um aumento de ateacute 9 com o uso da irrigaccedilatildeo e

aumentos de 17 33 e 64 de oacuteleo com a aplicaccedilatildeo de 30 60 e 90 kg ha-1

de N

respectivamente sobre o tratamento controle

Tabela 39 - Valores Meacutedios do teor e produtividade de oacuteleo em funccedilatildeo do manejo hiacutedrico e da dose de

nitrogecircnio aplicada

Manejo

hiacutedrico

Doses de Nitrogecircnio

150 100 50 0 Meacutedias

Teor de oacuteleo () - Ciclo 201314

Irrigado 538 535 529 524 532 B

Sequeiro 535 556 554 556 550 A

Meacutedias 537 a 546 a 542 a 540 a

Teor de oacuteleo () - Ciclo 201415

Irrigado 515 Bb 521 Ab 519 Ab 549 Ba 526

Sequeiro 548 Aab 516 Ac 530 Abc 573 Aa 542

Meacutedias 531 519 524 561

Produtividade de oacuteleo (kg ha-1

) ndash Ciclo 201314

Irrigado 5985 5199 4605 3092 4720 A

Sequeiro 3220 2721 2913 860 2429 B

Meacutedias 4603 a 3960 ab 3759 b 1976 c

Produtividade de oacuteleo (kg ha-1

) ndash Ciclo 201415

Irrigado 6744 5732 5244 3996 5429 A

Sequeiro 5891 3883 3428 1783 3747 B

Meacutedias 6318 a 4808 b 4336 b 2889 c

Meacutedias seguidas de mesma letra maiuacutesculas na coluna e minuacutesculas na linha natildeo diferem entre si pelo teste de

Tukey a 5 de probabilidade

Observando os resultados apresentados constata-se que de uma forma geral os

tratamentos natildeo irrigados apresentaram maiores teores de oacuteleo quando comparados com os

tratamentos irrigados apresentando uma meacutedia de 5504 contra 5317 dos tratamentos em

que foi utilizada a praacutetica da irrigaccedilatildeo Os teores meacutedios de oacuteleo obtidos encontram-se dentro

da faixa dos teores relatados por Sluszz e Machado (2011) Arruda et al (2004) Haas e

Mittelbach (2000) e Akintayo (2004)

122

Comportamento semelhante dos resultados encontrados para o rendimento de oacuteleo

foram observados por Deus et al (2012) que avaliaram o rendimento e a produtividade de

oacuteleo do pinhatildeo-manso sobre diferentes lacircminas de irrigaccedilatildeo e niacuteveis de adubaccedilatildeo potaacutessica e

observaram que o uso da irrigaccedilatildeo proporcionou uma diminuiccedilatildeo nos valores de rendimento

de oacuteleo nos gratildeos e aumento da produtividade do oacuteleo que foi proporcionado pelo aumento

da produtividade de gratildeos com o aumento da lacircmina de irrigaccedilatildeo

Apesar do teor meacutedio de oacuteleo ter sido levemente superior no terceiro ano de cultivo

tal fato natildeo influenciou a produtividade de oacuteleo do ano seguinte que foi superior (472 kg ha-1

)

devido principalmente agrave boa produtividade de sementes alcanccedilada no periacuteodo Outro ponto a

ser destacado eacute que a ausecircncia da irrigaccedilatildeo no quarto ano de cultivo natildeo interferiu na

produtividade de oacuteleo que obteve valores 690 superiores do encontrado para o cultivo sem

irrigaccedilatildeo desde a sua implantaccedilatildeo quando a comparaccedilatildeo se resume apenas no terceiro ano o

cultivo irrigado obteve produtividade de oacuteleo 515 superior ao cultivo sem irrigaccedilatildeo (Tabela

39) Estes resultados datildeo margem para que novos estudo possam ser realizados para a

maximizaccedilatildeo do uso da irrigaccedilatildeo na potencializaccedilatildeo da produccedilatildeo de oacuteleo e sementes do

pinhatildeo-manso durante a sua fase de formaccedilatildeo e estabelecimento (ateacute o quarto de cultivo) e

em periacuteodos posteriores ao seu pico de produccedilatildeo (a partir do quinto ano de cultivo)

Para os dois ciclos de avaliaccedilatildeo (3ordm e 4ordm ano de cultivo) os tratamentos com as

diferentes doses de adubaccedilatildeo e tipos de manejo hiacutedrico apesar de natildeo promoverem grande

variaccedilatildeo no teor de oacuteleo intriacutenseco das sementes melhoraram consideravelmente o

rendimento do oacuteleo vegetal em geral (Tabela 39) com aumento do nuacutemero total de

frutossementes produzidas por planta Resultados semelhantes foram encontradas por Yong

et al (2010) e Tikkoo Yadav Kaushik (2013) As relaccedilotildees diretas da produtividade de gratildeos

com o rendimento de oacuteleo do pinhatildeo-manso foram estudadas por Spinelli et al (2010) que ao

quantificarem os efeitos diretos e indiretos de caracteriacutesticas vegetativas e da qualidade da

mateacuteria-prima no rendimento de oacuteleo do pinhatildeo-manso observaram que a produtividade de

gratildeos foi o componente mais importante do rendimento de oacuteleo seguida do volume de copa e

do teor de oacuteleo nos gratildeos

Para a produtividade de oacuteleo foi encontrado para o terceiro ano de cultivo um modelo

de ajuste linear para o cultivo irrigado e um modelo polinomial de segundo grau para o

manejo hiacutedrico sem irrigaccedilatildeo em funccedilatildeo das doses de nitrogecircnio aplicadas naquele periacuteodo

(Figura 41) No quarto ano de cultivo com o aumento da aplicaccedilatildeo de N por unidade de aacuterea

o modelo de regressatildeo linear obteve o melhor ajuste para as duas condiccedilotildees da produtividade

de oacuteleo em funccedilatildeo das doses de N aplicadas nesse periacuteodo (Figura 42) Assim como para a

123

produtividade de sementes o caacutelculo do Rsup2 corrigido foi determinado para a produtividade de

oacuteleo em funccedilatildeo das doses de adubaccedilatildeo utilizada para cada manejo hiacutedrico nos seus dois anos

de estudo

Figura 41 - Produtividade de oacuteleo do pinhatildeo-manso em funccedilatildeo das diferentes doses de adubo nitrogenado

aplicado no terceiro ano de cultivo

Figura 42 - Produtividade de oacuteleo do pinhatildeo-manso em funccedilatildeo das diferentes doses de adubo nitrogenado

aplicado no quarto ano de cultivo

O uso da irrigaccedilatildeo como complementaccedilatildeo de aacutegua para o cultivo do pinhatildeo-manso

pode trazer grandes aumentos na produtividade de sementes e de oacuteleo como foi confirmado

y = 2688x + 33292

Rsup2 = 09569 p-valor = 00074

y = -00326x2 + 53742x + 1007

Rsup2 = 08733 p-valor = 00012

0

100

200

300

400

500

600

700

800

0 345 69 1035

Pro

du

tivid

ad

e d

e oacutele

o (

kg h

a-1

)

Doses de N (kg ha-1 ano-1)

y = 2688x + 33292

Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007

Rsup2 = 08733 p-valor = 00012

0

100

200

300

400

500

600

700

800

0 345 69 1035

Pro

du

tiv

ida

de

de

oacutele

o (

kg

ha

-1)

Doses de N (kg ha-1 ano-1)

Irrigado Natildeo irrigado

Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)y = 2688x + 33292

Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007

Rsup2 = 08733 p-valor = 00012

0

100

200

300

400

500

600

700

800

0 345 69 1035

Pro

du

tivid

ad

e d

e oacutele

o (

kg h

a-1

)

Doses de N (kg ha-1 ano-1)

Irrigado Natildeo irrigado

Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)

y = 2688x + 33292

Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007

Rsup2 = 08733 p-valor = 00012

0

100

200

300

400

500

600

700

800

0 345 69 1035

Pro

du

tiv

ida

de

de

oacutele

o (

kg

ha

-1)

Doses de N (kg ha-1 ano-1)

Irrigado Natildeo irrigado

Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)y = 2688x + 33292

Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007

Rsup2 = 08733 p-valor = 00012

0

100

200

300

400

500

600

700

800

0 345 69 1035

Pro

du

tiv

ida

de

de

oacutele

o (

kg

ha

-1)

Doses de N (kg ha-1 ano-1)

Irrigado Natildeo irrigado

Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)

y = 17461x + 41132

Rsup2 = 09711 p-valor = 00022

y = 24907x + 18217

Rsup2 = 09582 p-valor lt00001

0

100

200

300

400

500

600

700

800

900

0 515 103 1545

Pro

du

tiv

ida

de

de

oacutele

o (

kg

ha

-1)

Doses de N (kg ha-1 ano-1)

y = 2688x + 33292

Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007

Rsup2 = 08733 p-valor = 00012

0

100

200

300

400

500

600

700

800

0 345 69 1035

Pro

du

tivid

ad

e d

e oacutele

o (

kg h

a-1

)

Doses de N (kg ha-1 ano-1)

Irrigado Natildeo irrigado

Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)y = 2688x + 33292

Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007

Rsup2 = 08733 p-valor = 00012

0

100

200

300

400

500

600

700

800

0 345 69 1035

Pro

du

tiv

ida

de

de

oacutele

o (

kg

ha

-1)

Doses de N (kg ha-1 ano-1)

Irrigado Natildeo irrigado

Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)

y = 2688x + 33292

Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007

Rsup2 = 08733 p-valor = 00012

0

100

200

300

400

500

600

700

800

0 345 69 1035

Pro

du

tiv

idad

e d

e oacutele

o (

kg h

a-1

)

Doses de N (kg ha-1 ano-1)

Irrigado Natildeo irrigado

Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)y = 2688x + 33292

Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007

Rsup2 = 08733 p-valor = 00012

0

100

200

300

400

500

600

700

800

0 345 69 1035

Prod

uti

vid

ad

e d

e oacute

leo (

kg h

a-1

)

Doses de N (kg ha-1 ano-1)

Irrigado Natildeo irrigado

Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)

124

por esse estudo Mas a falta ou ateacute o excesso da aacutegua aplicada agrave planta podem diminuir o seu

potencial produtivo Em um experimento conduzido em solos arenosos do Egito Kheira e

Atta (2009) avaliaram a resposta do pinhatildeo-manso em condiccedilotildees de deacuteficit hiacutedrico e

concluiacuteram que a lacircmina oacutetima aplicada que foi correspondente a 100 da evapotranspiraccedilatildeo

potencial (ETp) proporcionou para as plantas de pinhatildeo-manso os maiores valores de

rendimento e produtividade de oacuteleo aleacutem da melhor eficiecircncia do uso da aacutegua na produccedilatildeo de

sementes e de oacuteleo de pinhatildeo-manso (044 e 013 kg m-3

) respectivamente Os resultados

concluiacuteram que a eficiecircncia do uso da aacutegua da produccedilatildeo de sementes e de oacuteleo de pinhatildeo-

manso diminuiacuteram com a reduccedilatildeo e o aumento da taxa de aplicaccedilatildeo de aacutegua a partir da

aplicaccedilatildeo ideal de aacutegua para a cultura (100 ETp)

O resultado da anaacutelise de variacircncia com os valores do teste F dos iacutendices de qualidade

do oacuteleo em funccedilatildeo do manejo hiacutedrico e da adubaccedilatildeo nitrogenada para os dois ciclos de

avaliaccedilatildeo do pinhatildeo-manso satildeo encontradas na Tabela 40 Pela ANOVA verifica-se que

apenas o fator irrigaccedilatildeo influenciou os iacutendices de acidez peroacutexido iodo e estabilidade

oxidativa em pelo menos um dos ciclos avaliados natildeo havendo efeito das doses de nitrogecircnio

e da sua interaccedilatildeo com a irrigaccedilatildeo

Tabela 40 - Valores de F para os iacutendices de acidez (IA) iodo peroacutexido (IP) e estabilidade oxidativa (EO) para os

dois ciclos de avaliaccedilatildeo

Fonte de

Variaccedilatildeo GL

Ciclo 201314 Ciclo 201415

IA Iodo IP EO IA Iodo IP EO

Blocos [I] 2 039ns

032ns

100ns

066ns

222ns

014ns

892 069

ns

I 1 794 453

ns 009

ns 132

ns 066

ns 285

399

112

N 3 071ns

072ns

191ns

060ns

243ns

079ns

070ns

499ns

I x N 3 072ns

146ns

009ns

063ns

001ns

007ns

070ns

001ns

Meacutedia geral 336 1013 0369 217 0526 778 0236 161

CV () 941 477 2896 238 405 171 634 862

Niacuteveis de significacircncia 001ltPlt005 0001ltPlt001 Plt0001 ns - natildeo significativo I ndash Irrigaccedilatildeo N ndash

Doses de N GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo

Os valores de densidade relativa e do iacutendice de refraccedilatildeo natildeo apresentaram diferenccedilas

significativas entre os tratamentos estudados nos dois anos de avaliaccedilatildeo apresentando valores

meacutedios para o ciclo de 201314 de 0911 e 1463 respectivamente para densidade e refraccedilatildeo

jaacute para o ciclo 201415 os valores meacutedios de densidade relativa e iacutendice de refraccedilatildeo foram de

0885 e 1458 respectivamente Os valores do iacutendice de refraccedilatildeo encontrados nesse estudo satildeo

similares aos que foram encontrados por Akintayo (2004) e Kheira e Atta (2009) que

relataram respectivamente um valor meacutedio de 1468 e 147 para o iacutendice de refraccedilatildeo a 25ordm C

do oacuteleo de pinhatildeo-manso Estes resultados assim como o que foi encontrado nesse estudo

125

estatildeo enquadrados dentro da faixa ou do limite maacuteximo permitido de acordo com o

estabelecido pela legislaccedilatildeo vigente (ANVISA 1999) e por outros estudos (BIODIESELBR

2011)

A densidade relativa tambeacutem pouco variaacutevel entre os diferentes tipos de tratamentos

apresentou valores proacuteximos aos encontrados por Akintayo (2004) BiodieselBR (2011)

Akbar et al (2009) e Oliveira et al (2009) De acordo com Portela (2011) a densidade eacute uma

propriedade que natildeo sofre grandes variaccedilotildees isso se deve ao fato do oacuteleo apresentar

densidade semelhante a de seus eacutesteres metiacutelicos poreacutem o seu controle eacute de grande

importacircncia tendo em vista que uma densidade elevada pode provocar problemas quanto a

injeccedilatildeo do combustiacutevel na cacircmara de compressatildeo podendo ocasionar obstruccedilatildeo dos bicos

injetores injeccedilatildeo de pouco combustiacutevel Do mesmo modo uma baixa densidade causa uma

injeccedilatildeo exagerada possibilitando haver uma queima incompleta ou consumo excessivo do

combustiacutevel

Na Tabela 41 satildeo apresentados os valores dos demais iacutendices de qualidade somente

em funccedilatildeo do manejo hiacutedrico visto que foi o uacutenico fator que influenciou em pelo menos um

dos ciclos os iacutendices de acidez peroacutexido iodo e estabilidade oxidativa

Tabela 41 - Valores meacutedios dos iacutendices de qualidade de oacuteleo em funccedilatildeo do manejo hiacutedrico adotado nos dois

ciclos de avaliaccedilatildeo

Manejo

hiacutedrico

Ciclo 201314

Iacutendice de acidez Iacutendice de iodo Iacutendice de peroacutexido Estabilidade Oxidativa

Irrigado 113 b 1038 a 029 a 202 a

Sequeiro 558 a 987 a 045 a 232 a

Meacutedias 336 1013 037 217

Manejo

hiacutedrico

Ciclo 201415

Iacutendice de acidez Iacutendice de iodo Iacutendice de peroacutexido Estabilidade Oxidativa

Irrigado 057 a 601 b 047 a 149 b

Sequeiro 048 a 956 a 001 b 173 a

Meacutedias 053 779 024 161

Meacutedias seguidas de mesma letra minuacutesculas na coluna natildeo diferem entre si pelo teste de Tukey a 5 de

probabilidade

O iacutendice de acidez uacutenico iacutendice de qualidade que teve diferenccedila significativa no

primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo apresentou altos valores nesse periacuteodo Esse fato nem sempre

pode estar condicionado agraves condiccedilotildees de campo em que a cultura foi submetida podendo

estar relacionado com as condiccedilotildees de coleta refrigeraccedilatildeo e armazenamento das sementes e

as teacutecnicas de extraccedilatildeo do oacuteleo das sementes estas se mal-empregadas favorecem a

degradaccedilatildeo oxidativa e a hidroacutelise dos trigliceriacutedeos contidos no oacuteleo alterando de forma

significativa as propriedades fiacutesico-quiacutemicas do mesmo (SILVA 2005) Segundo Angelucci

et al (1987) o alto teor de acidez de um oacuteleo bruto aumenta a perda da neutralizaccedilatildeo sendo

126

tambeacutem indicador de sementes de baixa qualidade de manuseio e armazenamento improacuteprios

ou de um processamento insatisfatoacuterio

O tipo de extraccedilatildeo do oacuteleo pode influenciar no iacutendice de acidez Pereira Coelho e

Mendes (2011) encontraram para o oacuteleo de pinhatildeo-manso extraiacutedo por prensa uma acidez

baixa com um valor meacutedio de 18 mg KOH g-1

quando comparado com o oacuteleo extraiacutedo com

hexano com valores acima de 151 mg KOH g-1

O aumento do tempo de armazenamento do

oacuteleo extraiacutedo eacute outro fator que pode trazer a elevaccedilatildeo do seu iacutendice de acidez (RIBEIRO et al

2010)

Considerando os resultados de uma forma geral apenas os tratamentos sem irrigaccedilatildeo

foram os que apresentaram um valor meacutedio do iacutendice de acidez acima dos limites

estabelecidos para oacuteleos natildeo refinados que estabelece um valor maacuteximo de 40 mg KOH g-1

(ANVISA 2005) Ainda assim os valores se encontram abaixo dos determinados por Oliveira

et al (2009) de 845 mg KOH g-1

e proacuteximos dos valores encontrados por Akintayo (2004)

Kpoviessi et al (2004) e Achten et al (2008)

O oacuteleo de pinhatildeo-manso extraiacutedo apresentou um baixo iacutendice de peroacutexido para todos

os tratamentos e soacute foi significativo devido agrave presenccedila quase nula de peroacutexidos nos

tratamentos sem irrigaccedilatildeo do segundo ciclo de avaliaccedilatildeo A presenccedila de peroacutexidos por menor

que seja indica que o oacuteleo sofreu oxidaccedilatildeo mas natildeo a ponto de comprometer a sua qualidade

original Nem o fato da extraccedilatildeo ter sido feita com solvente orgacircnico implicou em um

aumento elevado do iacutendice de peroacutexido fato esse observado por Pereira Coelho e Mendes

(2011) Apesar de natildeo ser um requisito de anaacutelise de combustiacuteveis o iacutendice de peroacutexido vem

se mostrando um objeto de estudo interessante uma vez que a reaccedilatildeo de oxidaccedilatildeo eacute muitas

vezes iniciada na sua presenccedila aleacutem de se observar aumento do iacutendice de peroacutexido com o

passar do periacuteodo de estocagem (RIBEIRO et al 2010 PORTELA 2011) Os valores do

iacutendice de peroacutexido determinados encontram-se muito abaixo dos relatados por BiodieselBR

(2011) (998 meq kg-1

) e Akbar et al (2009) (193 meq kg-1

) e da quantidade estabelecida pela

Anvisa (2005) de 150 meq kg-1

O iacutendice de iodo apresentou baixa variaccedilatildeo no primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo (987-1038

g I2 100 g-1

) em comparaccedilatildeo com o segundo (601-956 g I2 100 g-1

) Esses resultados mostram

uma menor capacidade de absorccedilatildeo de iodo pelas duplas ligaccedilotildees dos aacutecidos graxos

insaturados do oacuteleo extraiacutedo principalmente dos oacuteleos extraiacutedos dos tratamentos irrigados do

segundo ciclo Esse fato eacute considerado importante para a qualidade do oacuteleo de pinhatildeo-manso

jaacute que o seu oacuteleo tende a ser mais resistente agrave oxidaccedilatildeo por possuir um baixo iacutendice de iodo

em relaccedilatildeo aos demais oacuteleos vegetais estudados satisfazendo dessa forma uma importante

127

caracteriacutestica requerida como mateacuteria-prima para produccedilatildeo de biodiesel possibilitando

tambeacutem um maior tempo de armazenamento se houver necessidade

Pereira Coelho e Mendes (2011) ao realizarem os ensaios do iacutendice de iodo com o

oacuteleo de pinhatildeo-manso extraiacutedo com hexano encontraram valores de iacutendice de iodo de 91-98 g

I2 100 g-1

e com etanol um iacutendice de iodo de 106-108 g I2 100 g-1

Akintayo (2004) relatou um

valor de iacutendice de iodo de 1052 mg I2 g-1

valor proacuteximo do encontrado por Akbar et al

(2009) enquanto que Kpoviessi et al (2004) relataram valores para o iacutendice de iodo de 92 a

93 g I2 100 g-1

Os resultados destes autores comparados com os resultados do presente

trabalho estatildeo de acordo indicando que o oacuteleo do pinhatildeo-manso possui um alto grau de

insaturaccedilatildeo

A estabilidade agrave oxidaccedilatildeo mostrou-se tambeacutem variaacutevel com a influecircncia da irrigaccedilatildeo

os tratamentos natildeo irrigados apresentaram de uma forma geral um maior periacuteodo de induccedilatildeo

determinado pelo equipamento o que confere uma maior estabilidade agrave oxidaccedilatildeo a esses

oacuteleos e um maior tempo de vida uacutetil no seu armazenamento O oacuteleo de pinhatildeo-manso

apresenta um maior tempo de estabilidade agrave oxidaccedilatildeo quando comparado ao oacuteleo de outras

culturas usadas para a produccedilatildeo de biodiesel como a soja e o girassol Dessa forma a

estabilidade oxidativa do oacuteleo de pinhatildeo-manso mostrou-se satisfatoacuteria jaacute que a quantidade

exata de saturaccedilotildees eacute medida pelo ensaio de Iacutendice de Iodo e a presenccedila de saturaccedilotildees nas

moleacuteculas do biodiesel estaacute fortemente ligada agrave estabilidade oxidativa pois satildeo as duplas

ligaccedilotildees existente nos eacutesteres metiacutelicos que sofreram a oxidaccedilatildeo durante o armazenamento

Sendo assim eacute possiacutevel dizer que a estabilidade oxidativa do biodiesel de pinhatildeo-manso eacute

superior a 6 horas agrave 110ordm C (EN 14214) valor miacutenimo exigido pela ANP e pelo European

Committee of Standardization (DOMINGOS et al 2007 SARIN et al 2009)

Os valores das caracteriacutesticas fiacutesicas e quiacutemicas do oacuteleo de semente de pinhatildeo-manso

como os iacutendices de refraccedilatildeo acidez peroacutexido iodo entre outros sob diferentes relaccedilotildees de

lacircminas de aacutegua (125 100 75 e 50 da ETp) nas condiccedilotildees climaacuteticas egiacutepcias foram

estudadas por Kheira e Atta (2009) Os resultados observados pelos autores natildeo revelaram

quaisquer diferenccedilas significativas causadas pelos diferentes valores de lacircmina de aacutegua

Mesmo assim os autores chegaram agrave conclusatildeo de que a partir dos resultados obtidos as

melhores caracteriacutesticas de oacuteleo de semente de pinhatildeo-manso foram registradas com o oacuteleo

extraiacutedo das plantas que receberam 100 da ETp

Os resultados obtidos dos perfis composicionais realizados por cromatografia gasosa

dos oacuteleos extraiacutedos de pinhatildeo- manso para os anos agriacutecolas 201314 e 201415 encontram-se

respectivamente nas Tabela 42 e Tabela 43

128

Tabela 42 - Perfil composicional dos oacuteleos de pinhatildeo-manso () dos tratamentos avaliados no ciclo 201314

Aacutecidos graxos Natildeo Irrigado Irrigado

ȳ plusmn s 150N 100N 50N 0N 150N 100N 50N 0N

Aacutecido Palmiacutetico

(C160) 132 131 127 127 134 132 132 126 130 plusmn 03

Aacutec Palmitoleico

(C161) 08 09 08 07 08 08 08 08 08 plusmn 005

Aacutecido Esteaacuterico

(C180) 51 51 54 57 54 53 53 52 53 plusmn 02

Aacutecido Oleico

(C181) 401 395 408 426 403 407 412 398 406 plusmn 097

Aacutecido Linoleico

(C182) 399 397 393 373 392 393 390 408 393 plusmn 099

OUTROS 09 18 11 10 11 08 07 10 09 plusmn 033

ȳ = meacutedia geral s = desvio padratildeo

Tabela 43 - Perfil composicional dos oacuteleos de pinhatildeo-manso () dos tratamentos avaliados no ciclo 201415

Aacutecidos graxos Natildeo Irrigado Irrigado

ȳ plusmn s 150N 100N 50N 0N 150N 100N 50N 0N

Aacutecido Palmiacutetico

(C160) 130 136 133 134 135 134 135 134 134 plusmn 019

Aacutec Palmitoleico

(C161) 07 08 08 08 09 08 08 08 08 plusmn 006

Aacutecido Esteaacuterico

(C180) 55 55 56 59 55 51 55 54 55 plusmn 022

Aacutecido Oleico

(C181) 413 377 389 400 374 364 391 381 386 plusmn 156

Aacutecido Linoleico

(C182) 386 403 393 376 402 410 386 399 394 plusmn 112

OUTROS 09 20 21 23 25 32 25 23 22 plusmn 066

ȳ = meacutedia geral s = desvio padratildeo

Com os resultados obtidos pode-se evidenciar a baixa variaccedilatildeo da composiccedilatildeo do oacuteleo

de pinhatildeo-manso de acordo com os diferentes tratamentos realizados A realizaccedilatildeo da

irrigaccedilatildeo com os diferentes niacuteveis de adubaccedilatildeo nitrogenada praticamente natildeo causou

alteraccedilotildees na composiccedilatildeo do oacuteleo o que permite prever que sob ambos os efeitos a

utilizaccedilatildeo do oacuteleo para a transformaccedilatildeo em biodiesel resultaraacute em um biocombustiacutevel de

caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas semelhantes uma vez que a composiccedilatildeo dos aacutecidos graxos natildeo

apresenta alteraccedilatildeo significativa resultando em uma mesma quantidade de eacutesteres metiacutelicos

que satildeo produtos do oacuteleo empregado na reaccedilatildeo de transesterificaccedilatildeo

Poreacutem as caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas dos oacuteleos provenientes dos tratamentos com

irrigaccedilatildeo e sem irrigaccedilatildeo com diferentes niacuteveis de adubaccedilatildeo nitrogenada podem se

diferenciar pois a quantidade dos aacutecidos graxos apresentados nas Tabela 42 e Tabela 43 natildeo

especifica por si soacute a quantidade de aacutecidos graxos livres e a quantidade de mono- di- e

trigliceriacutedeos Isso implica diretamente na escolha da melhor rota de siacutentese para produccedilatildeo de

129

biodiesel jaacute que a presenccedila de aacutecidos graxos livres representa a acidez do oacuteleo que

inviabiliza a reaccedilatildeo de transesterificaccedilatildeo alcalina e sugere a esterificaccedilatildeo por aacutecido forte de

Lewis (LIMA 2005)

Como jaacute mencionado anteriormente a composiccedilatildeo de aacutecidos graxos do pinhatildeo-manso

eacute classificada como um oacuteleo do tipo de aacutecido oleico ou linoleico sendo composto de

praticamente 45 de aacutecidos graxos insaturados Para o primeiro ano de avaliaccedilatildeo a

porcentagem de aacutecidos graxos saturados (C160 e C180) e insaturados (C161 C181 e

C182) foram de 183 e 807 respectivamente jaacute no segundo ano o oacuteleo extraiacutedo

apresentou em meacutedia os valores de 189 e 789 para os aacutecidos graxos saturados e

insaturados respectivamente

Ao avaliarem a resposta do uso do fertilizante NPK na produtividade e na composiccedilatildeo

de trigliceriacutedeos em pinhatildeo-manso Akbarian Modafebehzadi e Bagheripour (2012)

encontraram para o nitrogecircnio altas correlaccedilotildees para produtividade rendimento de oacuteleo

aacutecidos graxos insaturados aacutecido oleico e aacutecido esteaacuterico sendo a correlaccedilatildeo entre nitrogecircnio e

produtividade altamente significativa agrave 1 de significacircncia Os aacutecidos graxos insaturados e o

aacutecido palmiacutetico tiveram as menores correlaccedilotildees com a adiccedilatildeo de nitrogecircnio sendo essas natildeo

significativas

Na Figura 43 satildeo apresentados a composiccedilatildeo primaacuteria (majoritaacuteria) dos aacutecidos graxos

presentes no pinhatildeo-manso e a sua quantidade () por meio de anaacutelise de ressonacircncia

magneacutetica nuclear (RMN 1H) para cada tratamento apenas para o primeiro ano de avaliaccedilatildeo

Constata-se que diferente da cromatografia gasosa o uso da irrigaccedilatildeo influenciou

significativamente na composiccedilatildeo dos aacutecidos graxos insaturados nas anaacutelises de RMN

causando aumento do aacutecido oleico e diminuiccedilatildeo do aacutecido linoleico esse uacuteltimo por sua vez

aumentou nos tratamentos em que natildeo havia o suprimento de aacutegua por irrigaccedilatildeo

130

Figura 43 - Quantificaccedilatildeo e composiccedilatildeo primaacuteria dos aacutecidos graxos do oacuteleo de pinhatildeo-manso para todos os

tratamentos avaliados

As diferentes doses de nitrogecircnio natildeo influenciaram na composiccedilatildeo dos aacutecidos graxos

insaturados Os aacutecidos oleico e linoleico satildeo os principais aacutecidos graxos insaturados presentes

na constituiccedilatildeo do oacuteleo de pinhatildeo-manso (ASHRAFUL et al 2014) Os resultados

encontrados para os tratamentos de sequeiro para aacutecido linoleico encontram-se muito abaixo

do teor meacutedio encontrado na literatura e um pouco acima para o aacutecido oleico diferindo dos

tratamentos irrigados que se encontraram dentro do padratildeo meacutedio do oacuteleo de pinhatildeo-manso

(AKINTAYO 2004 ASHRAFUL et al 2014 BERCHMANS HIRATA 2009) Natildeo houve

diferenccedila significativa para a composiccedilatildeo de aacutecidos graxos saturados nos tratamentos

Semelhante a esses resultados Flagella et al (2002) encontraram na composiccedilatildeo de aacutecidos

graxos do oacuteleo de girassol alto oleico um decreacutescimo em aacutecido oleico e esteaacuterico e um

aumento do aacutecido linoleico e palmiacutetico sob irrigaccedilatildeo Os autores descobriram que sob o efeito

da irrigaccedilatildeo suplementar e da semeadura precoce houve um aumento notaacutevel na produccedilatildeo de

sementes e uma diminuiccedilatildeo da razatildeo de aacutecido oleicolinoleico em genoacutetipos de girassol alto

oleico

Vaacuterios podem ser os motivos para a presenccedila da variaccedilatildeo dos aacutecidos graxos primaacuterios

nas anaacutelises de RMN sendo que as anaacutelises de CG natildeo apresentaram nenhum efeito Apesar

de serem oriundos da mesma aacuterea experimental os oacuteleos extraiacutedos satildeo de amostragens

0

10

20

30

40

50

60

70

N 150 N 100 N 50 N 0

Aacutecid

o O

leic

o (

)

Irrigado Sequeiro

a

bbb b

a aa

0

10

20

30

40

50

N 150 N 100 N 50 N 0

Aacuteci

do L

inole

ic o

()

Irrigado Sequeiro

a a a a

bbb

b

0

5

10

15

20

25

N 150 N 100 N 50 N 0

Aacuteci

dos

Gra

xosS

atu

rad

os

()

Irrigado Sequeiro

b

a

abab

ab ab aba

131

diferentes e pela baixa seleccedilatildeo geneacutetica as plantas da aacuterea experimental satildeo passiacuteveis de

apresentarem inuacutemeras expressotildees fenotiacutepicas e no conteuacutedo de seu oacuteleo Os diferentes

procedimentos de anaacutelise para cada meacutetodo podem implicar nessa resposta sem contar que

apesar de ser extremamente preciso a anaacutelise de RMN determina com maior exatidatildeo apenas

os componentes primaacuterios (majoritaacuterios) que provavelmente satildeo os que realmente vatildeo

influenciar na qualidade do oacuteleo e do biodiesel produzido Jaacute a cromatografia gasosa consegue

detectar outros aacutecidos graxos em menor quantidade e com maior precisatildeo no oacuteleo ou no

biodiesel produzido

De acordo com Wang et al (2012) as mateacuterias-primas para o biodiesel de alta

qualidade tecircm alto teor de aacutecidos graxos monoinsaturados pois eacutesteres metiacutelicos de aacutecidos

graxos monoinsaturados satildeo considerados como sendo melhor do que os poli-insaturados para

a mateacuteria-prima de biodiesel de alta qualidade E de acordo com estes autores o oacuteleo de

pinhatildeo-manso se enquadra entre as plantas lenhosas que tem as melhores propriedades para

um biodiesel de alta qualidade devido ao conteuacutedo de aacutecidos graxos monoinsaturados ser

maior do que muitas espeacutecies

Pensando na resposta fornecida em funccedilatildeo da irrigaccedilatildeo pela maioria dos iacutendices de

qualidade de oacuteleo de pinhatildeo-manso e na quantificaccedilatildeo da composiccedilatildeo primaacuteria dos aacutecidos

graxos do oacuteleo de pinhatildeo-manso feito no primeiro ciclo optou-se por fazer a caracterizaccedilatildeo

descritiva dos iacutendices de qualidade do biodiesel produzido a partir das amostras de oacuteleo

extraiacutedas das sementes coletadas dos dois experimentos de manejo hiacutedrico (irrigado e sem

irrigaccedilatildeo) jaacute que a baixa variaccedilatildeo da maioria dos iacutendices de qualidade e da proacutepria

composiccedilatildeo dos aacutecidos graxos nas duas metodologias utilizadas nos tratamentos adubados

natildeo chegaria a influenciar no biodiesel produzido Na Tabela 44 satildeo apresentados os

resultados da caracterizaccedilatildeo do biodiesel produzido a partir das amostras dos tratamentos

irrigados e sem irrigaccedilatildeo Por falta de amostra ao final das anaacutelises de caracterizaccedilatildeo natildeo foi

possiacutevel fazer as anaacutelises de iacutendice de iodo e acidez para a amostra dos tratamentos sem

irrigaccedilatildeo ficando impossibilitada a comparaccedilatildeo dos resultados dessas duas caracteriacutesticas

entre os tratamentos irrigado e sem irrigaccedilatildeo

132

Tabela 44 - Caracterizaccedilatildeo do biodiesel obtido do oacuteleo de pinhatildeo-manso para os dois experimentos de manejo

hiacutedrico

Caracteriacutestica Irrigado Natildeo Irrigado Especificaccedilatildeo Meacutetodo

Aspecto LII LII (LII) (1) Visual

Massa Especiacutefica a 20ordmC 87758 87911 8500 a 9000 ASTM D4052

Viscosidade cinemaacutetica a 40ordmC 428 464 30 a 60 ASTM D 445

Teor de Aacutegua mg kg-1

95541 85747 200 ndash maacutex ASTM D 6304

Ponto de Fulgor ordmC 1105 905 100 ndash miacuten ASTM D 93

Teor de eacutester 9758 9264 955 ndash miacuten EN 14103

Resiacuteduo de Carbono 001 001 0050 ndash maacutex ASTM D 4530

Enxofre Total 31 26 10 ndash maacutex ABNT 15553

Soacutedio + Potaacutessio lt01 lt01 5 ndash maacutex ABNT 15553

Caacutelcio + Magneacutesio lt01 lt01 5 ndash maacutex ABNT 15553

Foacutesforo lt01 lt01 10 ndash maacutex ABNT 15553

Ponto de Entupimento de Filtro a

Frio degC

-1 -2 10 ndash maacutex

14 ndash maacutex

ASTM D 6371

Glicerol Livre 00133 0002 002 ndash maacutex ASTM D 6584

Glicerol Total 021 092 025 ndash maacutex ASTM D 6584

Monoacilglicerol 0669 0918 070 ndash maacutex ASTM D 6584

Diacilglicerol 0103 12541 020 ndash maacutex ASTM D 6584

Triacilglicerol 0022 47057 020 ndash maacutex ASTM D 6584

Estabilidade aacute Oxidaccedilatildeo A 110ordmC h 1087 895 8 ndash min EM 14112

Corrosividade ao Cobre 3h a 50degC

maacutex

1 1 1 ASTM D 130

Iacutendice de Iodo g 100 g-1

10420 --- Anotar EN 14111

Iacutendice de Acidez mg KOH g-1

lt01 --- 050 ndash maacutex ABNT NBR

14448

(1) Liacutempido e isento de impurezas

Limite Maacuteximo degC ndash de Janeiro a Abril e de outubro a dezembro 14degC maacutex e de Maio a Setembro 10degC maacutex

Dentre as caracteriacutesticas determinadas na caracterizaccedilatildeo de um biodiesel algumas

podem ser facilmente alteradas com a qualidade da mateacuteria prima utilizada enquanto que

outras estatildeo mais condicionadas aos processos reacionais da produccedilatildeo do biodiesel ou do seu

tempo de armazenamento Com isso faz-se necessaacuterio o conhecimento de cada uma dessas

caracteriacutesticas do biodiesel e de como elas estatildeo mais susceptiacuteveis na alteraccedilatildeo da qualidade

do biodiesel produzido Pensando nisso Monteiro et al (2008) Locircbo Ferreira e Cruz (2009)

e Quintella et al (2009) classificaram os meacutetodos analiacuteticos para avaliaccedilatildeo da qualidade do

biodiesel em quatro grupos conforme as informaccedilotildees que podem proporcionar sendo estes

meacutetodos analiacuteticos para determinaccedilatildeo de contaminantes provenientes da mateacuteria-prima

meacutetodos analiacuteticos para avaliaccedilatildeo do processo produtivo meacutetodos analiacuteticos para avaliaccedilatildeo

das propriedades inerentes agraves estruturas moleculares e meacutetodos analiacuteticos para

monitoramento da qualidade do biodiesel durante o processo de estocagem Esta classificaccedilatildeo

ajuda no monitoramento da qualidade do biodiesel visando meacutetodos analiacuteticos automatizados

e que permitam monitoramento remoto em campo e ao longo de toda a cadeia produtiva

priorizando rapidez simplicidade e baixo custo (QUINTELLA et al 2009)

133

As caracteriacutesticas do processo produtivo (soacutedio + potaacutessio glicerina livre glicerina

total monoacilglicerol diacilglicerol triacilglicerol ponto de fulgor teor de eacutester e resiacuteduo

de carbono) apesar de apresentarem uma pequena diferenccedila entre os experimentos se deve agraves

interferecircncias ocorridas no sistema reacional tais como tempo de reaccedilatildeo razatildeo molar e

temperatura

Com relaccedilatildeo as caracteriacutesticas relacionadas agrave mateacuteria prima (caacutelcio + magneacutesio

enxofre foacutesforo e corrosividade ao cobre) estas natildeo permitem verificar nenhuma diferenccedila

significativa entre as duas amostras analisadas Apesar de estarem relacionadas diretamente

ao tipo de mateacuteria prima que chega para a extraccedilatildeo podendo ser alterado com o tipo de

manejo adotado no seu cultivo e nesse caso com os tratamentos aplicados no campo haveria

a necessidade de um maior nuacutemero de amostras de cada tratamento para verificar uma

possiacutevel alteraccedilatildeo nessas caracteriacutesticas O que se observa a partir dos resultados da Tabela

44 eacute que as duas amostras natildeo tiveram alteraccedilatildeo alguma desses paracircmetros ou houve muito

pouco como eacute o caso do enxofre total

Jaacute para os itens referentes ao processo de armazenamento (teor de aacutegua estabilidade

oxidativa e iacutendice de acidez) o teor de aacutegua foi diferente significativamente devido agrave secagem

do material poacutes-reaccedilatildeo de transesterificaccedilatildeo do oacuteleo em biodiesel Quanto ao iacutendice de acidez

natildeo foi possiacutevel realizar-se comparaccedilatildeo devido agrave ausecircncia do resultado na amostra sem

irrigaccedilatildeo jaacute mencionado anteriormente A estabilidade oxidativa por sua vez apresentou uma

diferenccedila significativa entre as amostras e uma das provaacuteveis causas pode ser o fato da

quantidade de insaturaccedilotildees entre os tratamentos ser diferente o que foi constatado nas

anaacutelises de RMN lembrando que novas anaacutelises precisam ser analisadas para verificar o niacutevel

de variabilidade do oacuteleo do pinhatildeo-manso extraiacutedo de uma mesma lavoura

As caracteriacutesticas referentes as estruturas moleculares (Ponto de Entupimento de Filtro

a Frio viscosidade massa especiacutefica e iacutendice de iodo) foram aquelas que apresentaram as

maiores diferenccedilas em especial a viscosidade e a massa especifica Pelas diferenccedilas

presume-se que existem pequenas diferenccedilas entre as composiccedilotildees das amostras o que pode

ser afirmado pelos ensaios de cromatografia gasosa realizado nos oacuteleos brutos (perfil

composicional) Quanto agraves outras caracteriacutesticas nada pode ser afirmado em especial ao

iacutendice de iodo que natildeo foi quantificado na amostra sem irrigaccedilatildeo devido agrave quantidade de

amostra ser insuficiente para essa anaacutelise

Pelos resultados obtidos com as anaacutelises de qualidade do oacuteleo nos tratamentos e da

caracterizaccedilatildeo do biodiesel pode ser afirmado que o pinhatildeo-manso (como uacutenica mateacuteria-

prima) pode obter-se um biodiesel com qualidade que atenda a todos os paracircmetros

134

estabelecidos pela legislaccedilatildeo vigente de acordo com ANVISA (2005) e ANP (2012) haja

vista principalmente o atendimento aos ensaios referentes agraves estruturas moleculares e agrave

estabilidade oxidativa

135

5 CONCLUSOtildeES

1) Mesmo sendo adaptado a condiccedilotildees adversas de clima e solo o pinhatildeo-manso responde

positivamente agrave praacutetica da irrigaccedilatildeo complementar e agrave adubaccedilatildeo nitrogenada chegando a

duplicar a produtividade de sementes com a praacutetica da irrigaccedilatildeo e a triplicar em alguns

casos quando a adubaccedilatildeo eacute feita de acordo com a recomendaccedilatildeo proposta pela literatura

A produtividade de aacutegua por sua vez natildeo apresenta diferenccedila significativa entre os

manejos hiacutedricos ficando restrita apenas para agraves doses de N aplicadas

2) As variaacuteveis de crescimento (altura da planta diacircmetro e volume de copa e IAF)

apresentam uma boa resposta quanto aos tratamentos aplicados Com as praacuteticas da

adubaccedilatildeo e da irrigaccedilatildeo as folhas permanecem por um maior tempo nas plantas

reduzindo o periacuteodo de senescecircncia em cada ciclo O IAF assim como outras variaacuteveis

apresentam maiores valores para os tratamentos irrigados

3) Todos os teores de clorofila avaliados apresentam maiores valores com a praacutetica da

irrigaccedilatildeo e com as maiores doses de N aplicadas No quarto ano de cultivo como natildeo

houve irrigaccedilatildeo os tratamentos com histoacuterico de irrigaccedilatildeo natildeo apresentaram diferenccedilas

entre os dois manejos hiacutedricos Apesar da diferenccedila do teor de clorofila entre as doses de

N os tratamentos aplicados apresentaram baixa correlaccedilatildeo com o teor de N foliar

4) Os tratamentos aplicados apresentam aumento no rendimento de oacuteleo no cultivo sem

irrigaccedilatildeo mas tal condiccedilatildeo natildeo eacute determinante no aumento da produtividade de oacuteleo com

os tratamentos irrigados apresentando maiores produtividades Com a baixa influecircncia do

conteuacutedo intriacutenseco de oacuteleo das sementes o aumento da produtividade de oacuteleo nos

tratamentos irrigados se deve principalmente pelo aumento da produtividade de sementes

5) Os iacutendices de qualidade de oacuteleo natildeo apresentam variaccedilatildeo significativa quanto agraves

diferentes doses de N ficando restritos para alguns iacutendices a variaccedilatildeo dos valores apenas

com a praacutetica da irrigaccedilatildeo para um dos ciclos avaliados

136

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