1

RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

  • Upload
    hakien

  • View
    224

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

i

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA POLITÉCNICA

RICARDO PESTANA

Caracterização elétrica de contatos rasos de

siliceto de níquel sobre junções N+P

São Paulo

2006

Page 2: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

1

RICARDO PESTANA

Caracterização elétrica de contatos rasos de

siliceto de níquel sobre junções N+P

Dissertação apresentada à Escola Politécnica da Universidade de São Paulo para obtenção do tí-tulo de Mestre em Engenharia

Área de Concentração: Microeletrônica Orientador: Prof. Dr. Sebastião Gomes dos Santos Filho

São Paulo 2006

Page 3: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

2

FOLHA DE APROVAÇÃO

Ricardo Pestana Caracterização elétrica de contatos rasos de siliceto de níquel sobre junções N+P

Dissertação apresentada à Escola Politécnica da Universidade de São Paulo para obtenção do título de Mestre em Engenharia Área de Concentração: Microeletrônica

Aprovado em:

Banca Examinadora

Prof. Dr. ___________________________________________________________________

Instituição: ________________________ Assinatura:________________________________

Prof. Dr. ___________________________________________________________________

Instituição: ________________________ Assinatura:________________________________

Prof. Dr. ___________________________________________________________________

Instituição: ________________________ Assinatura:________________________________

Page 4: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

3

Dedico esta obra a Deus e aos

meus pais que sempre estiveram ao

meu lado, apoiando, incentivando e

orientando as minhas decisões.

Page 5: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

4

AGRADECIMENTOS

Ao amigo, professor e orientador Prof. Dr. Sebastião Gomes dos Santos Filho, pelas diretrizes

seguras, permanente incentivo e marcante profissionalismo.

Ao Prof. Dr. Victor Sonnenberg, pelo auxílio na utilização dos equipamentos de

caracterização elétrica.

Ao Msc. Ronaldo Willian Reis, pela contribuição através das discussões sobre silicetos e

processos.

A todos que colaboraram direta ou indiretamente para a realização deste trabalho.

Page 6: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

5

RESUMO

PESTANA, R. Caracterização elétrica de contatos rasos de siliceto de níquel sobre

junções N+P. 2006. 148 f. Dissertação (Mestrado) – Escola Politécnica, Universidade de São

Paulo, São Paulo, 2006.

Este trabalho apresenta a fabricação e a caracterização elétrica de contatos Al/Ti/Ni(Pt)Si

sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, sendo que o mono-

siliceto de níquel foi formado a partir da estrutura Ni(30nm)/Pt(1,5nm)/Si. O comportamento

elétrico dos diodos obtidos no melhor processo foi adequado, com as seguintes médias e

desvios padrões: corrente reversa por unidade de área de 33,8nA/cm2 ±12,3 nA/cm2 e corrente

reversa por unidade de perímetro de 654pA/cm ±229pA/cm para tensão reversa de -5V, a

resistência reversa dos diodos quadrados de 268,9GΩ ±97,7GΩ e a resistência reversa dos

diodos serpentinas de 35,5GΩ ±11,5GΩ, a tensão de início de condução resultou entre 0,55V

e 0,56V, a resistência série em condução de 4,7Ω ±1,3Ω, fator de idealidade de 1,15 ±0,03, e

corrente de saturação de 1,1x10-11A para diodos quadrados (300µm x 300µm). O menor valor

de resistividade do filme de (Ni(Pt)Si) resultou 25µΩcm e a resistência de folha de 3,13 Ω/

foram obtidas após a formação do mono-siliceto de níquel na temperatura de 600 ºC durante

120 segundos. As estruturas Kelvin apresentaram resistividade de contato de 15,0µΩ.cm2

±3,3µΩ.cm2 e comportamento ôhmico estável para diversos níveis de corrente. Após uma

extensa análise sobre modelagem de contato, foi elaborado um programa computacional

desenvolvido em MATLAB, baseado em um método bem conhecido, isto é, uma malha de

resistores tridimensional, que analisa os efeitos do fenômeno de concentração das linhas de

corrente lateral no contato. Este programa foi aplicado em contatos com siliceto de níquel,

onde foram observadas reduções de até 32% na resistividade real do contato.

Palavras-chave: Siliceto de níquel. Diodo. Resistividade de contato.

Page 7: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

6

ABSTRACT

PESTANA, R. Electrical characterization of nickel-silicide shallow contacts on N+P

junctions. 2006. 148 f. Dissertation (Master’s degree) – Escola Politécnica, Universidade de

São Paulo, São Paulo, 2006.

This work presents the fabrication and electrical characterization of Al/Ti/Ni(Pt)Si contacts

having the nickel monosilicide formed from Ni(30nm)/Pt(1.5nm)/Si structure on shallow N+P

junctions with about 0.2 µm of depth. The diodes’ electrical behavior achieved at the best

process was considered good, with the following average and standard deviations: area diode

leakage current of 33.8nA/cm2 ±12.3nA/cm2 and periphery diode leakage current of

654pA/cm ±229pA/cm for reverse voltage of -5V, the square diode reverse resistance of

268.9GΩ ±97.7GΩ and serpentine diode reverse resistance of 35.5GΩ ±11.5GΩ, forward-

bias voltage between 0.55V and 0.56V, forward series resistance of 4.7Ω ±1.3Ω, ideality

factor of 1.15 ±0.03, and reverse saturation current of 1.1x10-11A for square diodes (300µm x

300µm). The lowest film resistivity value (Ni(Pt)Si) of 25µΩcm and sheet resistance of 3.13

Ω/ were obtained for the formation of nickel monosilicide under temperature of 600ºC for

120 seconds. The cross-bridge Kelvin resistors presented contact resistivity of 15.0 µΩ.cm2

±3.3 µΩ.cm2 and stable ohmic behavior for several electrical current levels. After extensive

analysis about contact modeling, a computer program was elaborated in MATLAB, based on

a well-known three-dimensional resistor network, which analyses the lateral current crowding

effects on contact. This program was applied for contacts with nickel silicide, where a

decrease up to 32% at the real contact resistivity was observed.

Keywords: Nickel silicide, Diode, Contact resistivity

Page 8: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

7

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1- Perspectiva da redução do comprimento de porta (nm) para os próximos anos. ..... 20

Figura 2- Representação esquemática dos componentes da resistência parasitária de

fonte e dreno. ......................................................................................................... 21

Figura 3- Efeito da resistência série entre fonte/dreno (RDS) nas curvas características

IDS x VDS de um transistor canal n com comprimento de 0,5µm e largura de

19µm...................................................................................................................... 22

Figura 4- Silicetos obtidos a partir dos elementos da tabela periódica. ................................... 26

Figura 5- Ilustração simplificada da diminuição da resistência série de fonte e dreno

através da silicetação auto-alinhada das regiões de porta, fonte e dreno do

transistor MOS....................................................................................................... 27

Figura 6- Etapas de fabricação da estrutura “Salicide” utilizando o mono-siliceto de

níquel. .................................................................................................................... 28

Figura 7- Difração de raios-X para determinar a presença de Ni2Si, NiSi e NiSi2. ................. 31

Figura 8- Resistência de folha em função da temperatura de recozimento em amostras

com (5%) e sem Platina (Pt). ................................................................................. 32

Figura 9- Gráfico da variação da resistência de folha do NiSi em função da temperatura

de silicetação.......................................................................................................... 33

Figura 10- Gráfico da variação da resistência de folha e da resistividade elétrica da

camada de NiSi em função da espessura do siliceto.............................................. 34

Figura 11- Gráfico da variação da resistência de folha em função da temperatura,

dopante e espessura do níquel em substratos de silício. ........................................ 35

Figura 12- Gráfico da variação da resistência de folha em função da temperatura e

dopante para substratos de silício policristalino altamente dopado....................... 35

Figura 13- Gráfico da variação da resistência de folha em função da espessura inicial do

níquel (Ni) em substratos de silício (100) com diferentes dopantes...................... 36

Figura 14- Gráfico da variação da resistência de folha em função da espessura inicial do

níquel (Ni) em silício policristalino com diferentes dopantes. .............................. 36

Figura 15- Resistência de folha em função da pressão total durante a deposição de

níquel (Ni).............................................................................................................. 37

Figura 16- Gráfico do efeito da largura de linha sobre a resistência de folha em linhas de

silício policristalino com espessura de 42nm de NiSi. .......................................... 38

Page 9: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

8

Figura 17- Tensão de faixa plana do siliceto de níquel em função da implantação de

arsênio e temperatura de pré-ativação do As (espessura do óxido de 10nm)........ 39

Figura 18- Tensão de faixa plana com siliceto de níquel em função do tempo de

silicetação para diferentes espessuras de óxido (Tox =10nm e 5nm).................... 40

Figura 19- Dispositivos utilizados para determinação da resistência de folha. (A)

resistência de folha das regiões implantadas e difundidas. (B) resistência de

folha das regiões silicetadas................................................................................... 44

Figura 20- Função Van der Pauw. ............................................................................................ 45

Figura 21- Estrutura Cruz ou Kelvin para obtenção da resistência de contato......................... 46

Figura 22- Dependência da resistência de contato vezes a área de contato em função da

largura da borda. .................................................................................................... 47

Figura 23- Três tipos de estruturas Kelvin: L-Resistor, D-Resistor e o ideal (δ=0)................. 48

Figura 24- Comportamento elétrico do diodo inversamente polarizado. ................................. 51

Figura 25- Diodo com geometria quadrada.............................................................................. 51

Figura 26- Diodo com formato de serpentina........................................................................... 51

Figura 27- Gráfico ln(ID) x VD para um diodo real. ................................................................. 54

Figura 28- Modelo de um diodo real em baixa freqüência, diretamente polarizado................ 55

Figura 29- Determinação da resistência série (rs) a partir do cruzamento da curva (rt x

1/I) com o eixo das ordenadas. .............................................................................. 57

Figura 30- Mecanismo de condução através de emissão termiônica........................................ 60

Figura 31- Mecanismo de condução através de emissão por campo........................................ 61

Figura 32- Mecanismo de condução através de emissão por campo-termiônico. .................... 61

Figura 33- Diagrama de contato tipo vertical. .......................................................................... 64

Figura 34- Diagrama de contato tipo horizontal....................................................................... 65

Figura 35- Fenômeno de concentração de corrente na transição da região de difusão

para o metal............................................................................................................ 68

Figura 36- Ilustração da mistura de corrente horizontal e vertical causada pela presença

de siliceto nas paredes laterais no contato. ............................................................ 71

Figura 37- Aumento da temperatura e potencial em função da corrente aplicada e da

área do contato. ...................................................................................................... 73

Figura 38- Modelagem da região de análise na estrutura de teste (Kelvin), com a

discretização em células elementares cúbicas. ...................................................... 75

Figura 39- Análise das células elementares cúbicas, através de seu comportamento

resistivo e dimensionamento dos resistores R1, R2 e R3. ....................................... 76

Page 10: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

9

Figura 40- Região frontal do contato, onde é medido VFRONTAL. ............................................. 77

Figura 41- Resultado gráfico das tensões em cada um dos nós analisados.............................. 78

Figura 42- Resultado numérico tabelado das tensões em cada um dos nós analisados............ 78

Figura 43- Fluxograma do programa para determinação da resistividade real do contato. ..... 79

Figura 44- Oxidação (SiO2) de 15nm na lâmina de silício tipo P. ........................................... 82

Figura 45- Deposição de 220nm de nitreto de silício (Si3N4). ................................................. 82

Figura 46- Processo litográfico para definir foto-resiste sobre as regiões ativas. .................... 82

Figura 47- Corrosão por plasma (SF6) do Si3N4....................................................................... 83

Figura 48- Remoção do foto-resiste, oxidação úmida e remoção do Si3N4. ............................ 83

Figura 49- Implantação iônica de arsênio e ativação dos dopantes implantados. .................... 84

Figura 50- Deposição de 1,5nm de Pt mais 30nm de Ni por evaporação por feixe de

elétrons................................................................................................................... 84

Figura 51- Formação do siliceto, seguido da remoção do níquel não reagido. Deposição

de alumínio nas “costas” da lâmina. ...................................................................... 84

Figura 52- Deposição de 30nm de Ti e 250nm de Al por evaporação “e-beam” e

sinterização a 400ºC por 20 minutos. .................................................................... 85

Figura 53- Oxidação (SiO2) da lâmina de silício tipo P. .......................................................... 86

Figura 54- Processo litográfico para definição da região ativa. ............................................... 86

Figura 55- Corrosão do óxido espesso e remoção do foto-resiste. ........................................... 86

Figura 56- Implantação iônica de arsênio e ativação dos dopantes.......................................... 87

Figura 57- Deposição de 1,5nm de Pt mais 30nm de Ni por evaporação “e-beam”. ............... 87

Figura 58- Formação do siliceto e remoção do níquel não reagido com o silício. ................... 87

Figura 59- Deposição de 30 nm de Ti e 250 nm de Al............................................................. 88

Figura 60- Deposição de Al nas “costas” da lâmina e sinterização final. ................................ 88

Figura 61- Foto de uma das lâminas processadas da segunda série de lâminas. ...................... 89

Figura 62- Foto do painel frontal do pico-amperímetro da marca HP modelo 4140B............. 92

Figura 63- Foto do sistema de pontas finas que torna possível o contato elétrico entre os

“pads” presentes na lâmina e o equipamento HP-4140B. ..................................... 92

Figura 64- Foto do equipamento Sony-Tektronix modelo 370A. ............................................ 94

Figura 65- Foto do sistema de pontas finas que torna possível o contato elétrico entre os

“pads” e o Sony-Tektronix 370A. ......................................................................... 94

Figura 66- Foto do equipamento da marca VEECO modelo FPP5000.................................... 95

Figura 67- Diagrama esquemático das conexões do Agilent 4156C na estrutura Kelvin. ....... 97

Page 11: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

10

Figura 68- Analisador de parâmetros para semicondutores da marca Agilent modelo

4156C..................................................................................................................... 97

Figura 69- Foto do sistema de pontas finas que torna possível o contato elétrico entre os

“pads” e o Agilent 4156C. ..................................................................................... 98

Figura 70- Resistividade do filme de mono-siliceto de níquel com 4% de Platina em

função da temperatura de recozimento (RTP). .................................................... 100

Figura 71- Foto da lâmina (segunda série de lâminas) dividida em cinco regiões onde as

estruturas que foram medidas estão indicadas através do símbolo “circulo

com cruz” sobre cada pastilha quadrada (5,3mm x 5,3mm) escolhida. .............. 101

Figura 72- Possível caminho da solução (4H2O : 1H2O2 : 1NH4OH em 70 ºC) na

estrutura do diodo. ............................................................................................... 104

Figura 73- Gráfico com o comportamento ôhmico do contato, típico da lâmina

processada............................................................................................................ 106

Figura 74- Inserção dos dados no programa para calcular a resistividade real do contato. ... 108

Figura 75- Resultado final da resistividade real do contato após diversas iterações.............. 108

Figura 76- Corrente reversa típica para diodos quadrados 300µm x 300µm (primeira

série de lâminas). ................................................................................................. 111

Figura 77- Corrente reversa típica para diodos serpentinas com área de 90000 µm2 e

perímetro de 6000µm (primeira série de lâminas)............................................... 113

Figura 78- Corrente reversa típica para diodos quadrados 300µm x 300µm (segunda

série de lâminas). ................................................................................................. 113

Figura 79- Corrente reversa típica para diodos serpentinas com área de 90000µm2 e

perímetro de 6000µm (segunda série de lâminas). .............................................. 114

Figura 80- Curva típica dos diodos diretamente polarizados (primeira série de lâminas). .... 115

Figura 81- Gráfico típico do logaritmo da corrente direta em função da tensão direta,

mostrando o comportamento típico nos diodos (primeira série de lâminas). ...... 117

Figura 82- Curva típica do diodo diretamente polarizado (segunda série de lâminas). ......... 118

Figura 83- Gráfico típico do logaritmo da corrente direta em função da tensão direta,

mostrando o comportamento típico nos diodos (segunda série de lâminas). ...... 119

Figura 84- Gráfico típico da resistência diferencial total em função do inverso da

corrente, mostrando o comportamento típico nos diodos quadrados 300µm x

300µm (primeira série de lâminas). ..................................................................... 120

Page 12: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

11

Figura 85- Gráfico típico da resistência diferencial total em função do inverso da

corrente, mostrando o comportamento típico nos diodos quadrados 300µm x

300µm (segunda série de lâminas). ..................................................................... 121

Figura 86- Espectro RBS típico de um filme de Ni (30nm) / Pt (1,5nm) depositado sobre

substrato de Si...................................................................................................... 141

Figura 87- Espectro RBS do filme de Ni/Pt/Si antes do recozimento e após um

recozimento em 350ºC por 120 s, respectivamente............................................. 142

Figura 88- Espectro RBS dos filmes de Ni(Pt)Si obtidos após recozimento em 400ºC,

450ºC e 500ºC por 120 s, respectivamente.......................................................... 143

Figura 89- Espectro de uma simulação com o programa RUMP e o espectro RBS da

amostra obtida em 700ºC..................................................................................... 143

Figura 90- Espectro RBS do filme de Ni(Pt)Si obtido após recozimento em 800ºC

juntamente com a simulação no programa RUMP. ............................................. 144

Figura 91- Difratograma XRD da formação de siliceto de níquel com platina obtida por

RTP com tempo de 120 s. em 350 ºC. ................................................................. 145

Figura 92- Difratogramas XRD de amostras de siliceto de níquel com platina obtidas

por RTP com tempo de 120 s. em: (a) 400ºC, (b) 500ºC e (c) 600ºC. ................ 146

Figura 93- Imagens AFM em 3D da (a) superfície do níquel antes do recozimento, (b)

após recozimento em 400ºC e (c) após recozimento em 500ºC. ......................... 148

Page 13: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

12

LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Receitas de formação de NiSi. ................................................................................. 32

Tabela 2- Tempo de integração para freqüência da rede elétrica a 60 Hz................................ 90

Tabela 3- Modos de forma de onda de saída. ........................................................................... 91

Tabela 4- Modos de forma de onda de saída permitidos em função da medição..................... 91

Tabela 5- Correntes e tensões de teste do VEECO - FPP5000. ............................................... 95

Tabela 6- Resistividade dos filmes de mono-siliceto de níquel com 4% de Platina. ............... 99

Tabela 7- Resistência de folha nas cinco regiões da lâmina processada. ............................... 102

Tabela 8- Resistividades dos filmes de siliceto de níquel nas cinco regiões da lâmina

processada............................................................................................................ 103

Tabela 9- Resistência de contato e resistividade de contato para diversas correntes

elétricas em uma estrutura Kelvin com comportamento típico da lâmina

processada............................................................................................................ 105

Tabela 10- Resistividade de contato (aparente) na lâmina processada. ................................. 106

Tabela 11- Resistividade real de contato (µΩ.cm2) e a diferença entre a resistividade

real do contato e a resistividade aparente do contato (%) para a lâmina

processada............................................................................................................ 109

Tabela 12- Espessuras e estequiometrias dos filmes de siliceto de níquel com platina

obtidas através de simulações dos espectros RBS no programa RUMP. ............ 144

Tabela 13- Valores de micro-rugosidade média (Ra), vale-pico (RVP) e RMS (RRMS)

superficiais dos silicetos formados em diversas temperaturas e também da

superfície inicial (Ni/Pt/Si). ................................................................................. 147

Page 14: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

13

LISTA DE SÍMBOLOS E ABREVIATURAS

α Ângulo de inclinação na curva do diodo para extração da resistência reversa

β Ângulo de inclinação na curva do diodo para extração do fator de idealidade

ρ Resistividade elétrica

ρC Resistividade real do contato

ρC* Resistividade de contato determinada experimentalmente, com prováveis erros devido aos efeitos do fenômeno de concentração das linhas de corrente lateral.

ρSI Resistividade do semicondutor (Si)

Ω Unidade de resistência elétrica (Ohms)

Ω/ Unidade de resistência de folha

θ Ângulo da curva da resistência diferencial total em função do inverso da corrente elétrica

ФM Função trabalho do metal

ФS Função trabalho do semicondutor

δ Distância entre o contato e o fim da região de difusão ao redor do contato (largura da borda).

ε Constante dielétrica do semicondutor

Bφ Altura da barreira de potencial

η Fator de idealidade

h Constante de Planck (h/2π)

∞E Energia relativa à probabilidade de tunelamento

∆ Variação

∆TC Aumento de temperatura no contato devido ao efeito Joule

∆x Distância entre os nós

°C Unidade de temperatura (Graus Celsius)

Page 15: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

14

1-D Unidimensional

3-D Tridimensional

AFM Microscopia de Força Atômica (Atomic Force Microscopy)

C1 Capacitância do primeiro diodo

C2 Capacitância do segundo diodo

CBKR Resistor Kelvin tipo cruz (Cross-bridge Kelvin resistor)

CC Comprimento da região de contato

CCD Dispositivos acoplados por carga

CD Comprimento da região de difusão

CER Resistor de final de contato (Contact End Resistor)

CMOS “Complementary Metal Oxide Semiconductor”

CP Capacitância horizontal por unidade de comprimento

CS Capacitância vertical por unidade de área

CT Comprimento da trilha para a região de difusão

CTLR Resistor de Linha de Transmissão Circular (Circular Transmission Line Resistor)

D.I. Deionizada

DRAM Memórias dinâmicas

EFM Microscopia de Força Eletrostática (Electrostatic Force Microscopy)

F Função de Van der Pauw

FE Emissão por campo (Field Emission)

gj Condutância diferencial da junção

I Corrente elétrica

I0 Corrente de saturação

ID Corrente direta no diodo

IDS Corrente elétrica entre dreno e fonte

Page 16: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

15

IF Corrente reversa de fuga

IF1 Corrente reversa de fuga no primeiro diodo

IF2 Corrente reversa de fuga no segundo diodo

IFP Corrente de fuga por unidade de perímetro

IFS Corrente de fuga por unidade de área

J Densidade de corrente local

k Constante de Boltzmann

LC Largura da região de contato

LD Largura da região de difusão

Lsi Comprimento do semicondutor (Si)

Lt Comprimento de transferência

LT Largura da trilha para a região de difusão

M Material da barreira de difusão

m* Massa efetiva dos portadores no tunelamento

MOS Metal Óxido Semicondutor (Metal Oxide Semiconductor)

NDOP Concentração de dopante

P1 Perímetro do primeiro diodo

P2 Perímetro do segundo diodo

Pa Unidade de pressão (pascal) N/m2

q Valor da carga do elétron

R1 Resistor associado à região de difusão fora da área do contato

R2 Resistor associado à região de difusão embaixo da área do contato

R3 Resistor associado à interface metálica

Ra Micro-rugosidade média

Rac Resistência de acumulação próxima ao canal

Page 17: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

16

RBS Espectroscopia de retroespalhamento Rutherford (Rutherford Backscattering Spectroscopy)

RC Resistência de contato

Rco Resistência de contato entre metal e difusão

Rd Resistência série da difusão

RDS Resistência elétrica entre dreno e fonte

jr Resistência diferencial da junção

RREV Resistência reversa do diodo

RRMS Micro-rugosidade RMS

rs Resistência série do diodo

Rsh Resistência de folha fora da área do contato

Rsh1 Primeira medição de resistência de folha

Rsh2 Segunda medição de resistência de folha

Rsk Resistência de folha embaixo da área do contato

Rsp Resistência de espalhamento

rt Resistência diferencial total

RTP Processo Térmico Rápido (Rapid Thermal Processing)

RUMP Programa para simulação e análise de espectros RBS.

RVP Micro-rugosidade vale-pico

S Área

SALICIDE Siliceto auto-alinhado (Self Aligned Silicide)

Si-poli Silício policristalino

SJEM “Scanning Joule Expansion Microscopy”

St Coeficiente de temperatura

T Temperatura absoluta em Kelvin

Page 18: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

17

TE Emissão termiônica (Thermionic emission)

TFE Emissão por campo-termiônico (Thermionic Field Emission)

TLTR Resistor de Linha de Transmissão (Transmission Line Tap Resistor)

Torr Unidade de medida de pressão

Tox Espessura do óxido

ULSI Integração em escala muitíssimo ampla (Ultra Large Scale Integration)

V Tensão elétrica

VA Tensão de saída da fonte A

VB Tensão de saída da fonte B

Vc Tensão sobre a região de contato

VD Tensão aplicada no diodo

VDS Tensão elétrica entre dreno e fonte

VFRONTAL Tensão elétrica da região frontal no contato

VG Tensão de porta (gate) no transistor MOS

Vj Tensão na junção do diodo ideal

VLSI Integração em escala muito ampla (Very Large Scale Integration)

X Espessura ou profundidade

XRD Difração de raios-X (X-Ray Diffraction)

Page 19: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

18

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO, JUSTIFICATIVAS, OBJETIVOS E ORG. DO TRABALHO............20

1.1 Introdução e Justificativas ........................................................................................20

1.2 Objetivos...................................................................................................................23

1.3 Organização do trabalho...........................................................................................23

2 SILICETOS METÁLICOS NA FABRICAÇÃO DE CIRCUITOS INTEGRADOS......25

2.1 Silicetos auto-alinhados para contatos e interconexões (SALICIDE)......................27

2.2 Siliceto de níquel sobre silício mono-cristalino altamente dopado (NiSi) ...............29

2.2.1 Temperatura para formação do siliceto de níquel ................................................30

2.2.2 Características elétricas do siliceto de níquel .......................................................33

2.2.3 O efeito do tipo de dopante sobre a resistência de folha ......................................34

2.2.4 A espessura do níquel na determinação da resistência de folha ...........................36

2.2.5 O efeito da pressão sobre a resistência de folha ...................................................37

2.2.6 O efeito da largura de linha sobre a resistência de folha ......................................38

2.2.7 Função trabalho e tensão de faixa plana com o siliceto de níquel........................39

2.3 Barreiras de difusão ..................................................................................................40

3 DISPOSITIVOS PARA ANÁLISE DE ESTRUTURAS DE CONTATO......................43

3.1 Dispositivo para medidas de resistência de folha (Van der Pauw) ..........................43

3.2 Dispositivo para medidas de resistência de contato (Kelvin)...................................46

3.3 Diodo ........................................................................................................................48

3.3.1 Corrente elétrica no diodo inversamente polarizado ............................................50

3.3.2 Diodos com diferentes áreas e perímetros............................................................51

3.3.3 Corrente elétrica no diodo diretamente polarizado...............................................53

3.3.4 Resistência série do diodo ....................................................................................55

4 MODELAGEM DO CONTATO .....................................................................................58

4.1 Modelo físico da interface do contato ......................................................................60

4.2 Corrente vertical e horizontal no contato .................................................................64

4.3 Concentração de linhas de corrente no contato ........................................................67

4.4 Efeito da metalização no contato..............................................................................69

4.5 Efeito do siliceto sobre a corrente no contato...........................................................70

4.6 Formação de “Spikes” no contato ............................................................................71

4.7 Efeito da concentração de corrente sobre a temperatura do contato ........................72

4.8 Programa para determinação da resistividade real do contato .................................74

Page 20: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

19

5 PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS........................................................................81

5.1 Primeira série de lâminas: junções N+P silicetadas ..................................................81

5.2 Segunda série de lâminas: Kelvin, Van der Pauw e junções N+P silicetadas...........85

5.3 Técnicas de caracterização elétrica...........................................................................89

5.3.1 Parametrização do HP-4140B ..............................................................................90

5.3.2 Parametrização do Sony-Tektronix 370A ............................................................93

5.3.3 Parametrização do VEECO FPP5000 ..................................................................95

5.3.4 Parametrização do Agilent 4156C........................................................................96

6 RESULTADOS E DISCUSSÕES....................................................................................99

6.1 Resistividade do filme de mono-siliceto de níquel (NiSi) com 4% de Platina.........99

6.2 Medições de resistência de folha com estruturas Van der Pauw............................100

6.3 Medições de resistência de contato com estruturas Kelvin ....................................104

6.4 Resultados do programa: determinação da resistividade real do contato...............107

6.5 Resultados dos diodos com siliceto de níquel (NiSi) com 4% de Platina ..............110

6.5.1 Correntes e resistências reversas ........................................................................111

6.5.2 Tensão de condução, fator de idealidade e corrente de saturação ......................115

6.5.3 Resistência série na condução ............................................................................120

7 CONCLUSÕES E PERSPECTIVAS FUTURAS..........................................................123

7.1 Conclusões..............................................................................................................123

7.2 Perspectivas futuras ................................................................................................124

REFERÊNCIAS.....................................................................................................125

APÊNDICE A – PROGRAMA .............................................................................130

APÊNDICE B – AJUDA DO PROGRAMA.........................................................140

ANEXO A – FORMAÇÃO DO MONO-SILICETO DE NÍQUEL......................141

Page 21: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

20

1 INTRODUÇÃO, JUSTIFICATIVAS, OBJETIVOS E ORGANIZAÇÃO DO

TRABALHO

1.1 Introdução e Justificativas

Desde o advento dos circuitos integrados, no início da década de 60, uma contínua

redução das dimensões e um incremento muito intenso do número de componentes por

pastilha (chip) está ocorrendo notadamente em circuitos microprocessadores e memórias de

alta densidade. A figura 1 ilustra a perspectiva da redução do comprimento de porta dos

transistores para os próximos anos (ITRS, 2005; SWART; PAVANELLO, 2003).

Figura 1- Perspectiva da redução do comprimento de porta (nm) para os próximos anos.

Contudo, a redução das dimensões dos dispositivos faz com que uma série de efeitos

secundários que influenciam o desempenho dos transistores MOS de pequenas dimensões

tornem-se mais intensos, como, por exemplo, resistência parasitária de fonte e dreno; efeito de

0

5

10

15

20

25

30

35

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014

2015

2016

2017

2018

2019

2020

Ano

Com

prim

ento

de

port

a (n

m)

Page 22: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

21

canal curto; efeito de canal estreito; perfuração MOS (Punchthrough); capacitância da camada

de inversão; redução da mobilidade; injeção de portadores quentes; rupturas, etc.

A resistência parasitária dos transistores compreende os seguintes componentes,

indicados na figura 2: (SWART; PAVANELLO, 2003; TSUI; CHEN, 1993)

- Resistência série da difusão (Rd);

- Resistência de contato entre metal e difusão (Rco);

- Resistência de espalhamento e de acumulação próximos ao canal (Rsp + Rac).

Figura 2- Representação esquemática dos componentes da resistência parasitária de fonte e dreno.

Para os dispositivos com dimensões sub-micrométricas, as resistências parasitárias

podem ser substanciais e limitar o desempenho dos dispositivos e circuitos. Esse efeito é

ilustrado na figura 3, que compara as curvas características de um transistor real com

resistência parasitária de fonte/dreno de 100Ω com as curvas características calculadas de um

outro transistor sem a resistência parasitária (SHIBATA et al., 1982).

A degradação apresentada na figura 3 pode ser minimizada por meio do emprego de

silicetos sobre as regiões de fonte e dreno. O filme de siliceto diminui a resistência entre o

contato e a borda de canal já que a resistência de folha do siliceto é pelo menos uma ordem de

grandeza menor que a difusão N+ de fonte e dreno (CHOW; STECKL, 1983). Além desse

fato, a literatura reporta que a resistividade do contato alumínio/siliceto é cerca de uma ordem

Page 23: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

22

de grandeza menor do que o contato alumínio/silício (SWART, 1985). A área do contato

siliceto/silício é muito maior que a área típica de contato, podendo ocupar praticamente toda a

área de fonte/dreno; dessa forma, apesar de a resistividade de contato siliceto/silício ser da

mesma ordem de grandeza que a resistividade de contato metal/silício, a área é maior;

portanto, a resistência de contato fica substancialmente menor (SANTOS FILHO, 1988).

Figura 3- Efeito da resistência série entre fonte/dreno (RDS) nas curvas características IDS x VDS de um transistor canal n com comprimento de 0,5µm e largura de 19µm.

A literatura reporta que TiSi2 e CoSi2 são limitados por problemas de resistência de

folha dependente da largura de linha (para TiSi2) e alto consumo de silício para a formação do

siliceto, além da alta corrente de fuga em junções ultra-rasas (para CoSi2). O siliceto de níquel

(NiSi) é um potencial candidato para substituir os silicetos supracitados; por isto, tem sido

objeto de extensiva investigação (SENG et al., 2001).

Neste trabalho serão mostradas a construção e a caracterização elétrica de estruturas

de contatos rasos silicetados Al/Ti/NiSi/Junção onde o titânio (Ti) é utilizado como barreira

de difusão passiva. A formação do siliceto de níquel (NiSi) será realizada com a adição 4% de

Platina (Pt) para melhorar a estabilidade térmica do siliceto (LIU et al., 2000).

VDS (V)

I DS

(mA

)

Page 24: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

23

1.2 Objetivos

O presente trabalho foi realizado para agregar novas informações e colaborar na

complementação de outros trabalhos visando o domínio de uma tecnologia de silicetos, no

caso o siliceto de níquel. A contribuição desta dissertação dentro do trabalho da equipe foi

consolidada através dos seguintes objetivos específicos:

a) Caracterização elétrica de filmes finos de siliceto de níquel (NiSi) com 4% de Platina.

b) Estudos sobre a modelagem dos contatos em junções rasas.

c) Caracterização elétrica dos contatos rasos através de medições de resistência de folha das

estruturas Van der Pauw, medições de resistência de contato das estruturas Kelvin,

medições em diodos (corrente de fuga por unidade de área, corrente de fuga por unidade de

perímetro, resistência reversa, tensão de início de condução, fator de idealidade, corrente

de saturação e resistência série) e análise da resistividade real do contato das estruturas de

contatos Al/Ti/NiSi/Junção, no qual o NiSi é formado com a adição de 4% de Platina.

1.3 Organização do trabalho

Neste primeiro capítulo foram apresentadas as justificativas e os objetivos deste

trabalho. Os demais capítulos estão organizados como segue:

Capítulo 2 - Neste capítulo são apresentados os silicetos metálicos mais utilizados em

microeletrônica com ênfase no siliceto de níquel, incluindo informações como: temperatura

de formação, características elétricas, efeito do tipo de dopante sobre a resistência de folha,

espessura do níquel na determinação da resistência de folha, efeito da pressão sobre a

Page 25: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

24

resistência de folha, efeito da largura de linha sobre a resistência de folha, função trabalho e

tensão de faixa plana com o siliceto de níquel. A necessidade do uso de barreiras de difusão

também é discutida neste capítulo.

Capítulo 3 - Neste capítulo são apresentados os dispositivos de testes para análise de

estruturas de contato, incluindo: dispositivo para medidas de resistência de folha (Van der

Pauw), dispositivo para medidas de resistência de contato (Kelvin), diodos com diferentes

áreas e perímetros.

Capítulo 4 - Neste capítulo é exposta a modelagem do contato, incluindo a descrição de um

programa para determinação da resistividade real de contato, desenvolvido em MATLAB.

Capítulo 5 - Neste capítulo são apresentados os procedimentos experimentais para

fabricação das lâminas com as estruturas de caracterização elétrica. Contém também a

descrição dos equipamentos utilizados para a caracterização elétrica das estruturas fabricadas.

Capítulo 6 - Neste capítulo são apresentados os resultados experimentais da caracterização

elétrica de contatos rasos de siliceto de níquel com 4% de Platina sobre junções N+P e a

utilização do programa desenvolvido em MATLAB para determinação da resistividade real de

contato.

Capítulo 7- Neste capítulo estão formuladas as conclusões gerais deste trabalho e as

perspectivas futuras para a continuação do estudo e caracterização de contatos rasos.

Page 26: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

25

2 SILICETOS METÁLICOS NA FABRICAÇÃO DE CIRCUITOS INTEGRADOS

O interesse pela utilização do siliceto nas tecnologias de fabricação de circuitos

integrados surgiu no final da década de 70, quando foi proposto como substituto do silício

policristalino para material de porta e interconexão (GARDINI, 1983). O silício reage com

vários elementos da tabela periódica para formar um ou mais silicetos conforme pode ser

visto na figura 4 (MURARKA, 1983). Destes, os mais usados em circuitos integrados são os

silicetos de metais pertencentes aos grupos 14, 15 e 16 da tabela periódica (antigos IVA, VA e

VIA, os metais refratários) e os silicetos de metais dos grupos 4, 8, 9 e 10 (antigos IVB e

VIIIB, os metais quase nobres) (MURARKA, 1983).

Em microeletrônica, os silicetos formam-se pela reação em estado sólido por ativação

térmica. O metal é depositado na forma de filme fino sobre um substrato de silício utilizando-

se, geralmente, a técnica de pulverização catódica (sputtering) (SANTOS FILHO, 1988). O

tipo de siliceto apropriado para aplicações na tecnologia de circuitos integrados deve reunir

as seguintes características: (MURARKA, 1983; REIS, 2001)

a) Baixa resistividade;

b) Facilidade de formação;

c) Existência de um processo de corrosão que permita a remoção seletiva do metal em

relação ao silício;

d) Estabilidade em ambientes oxidantes;

e) Boa estabilidade térmica;

f) Superfície final lisa;

g) Compatibilidade com a tecnologia MOS;

h) Interações limitadas com os dopantes (não substancial);

i) Não deve reagir com o SiO2 nas temperaturas de silicetação.

Page 27: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

26

Figura 4- Silicetos obtidos a partir dos elementos da tabela periódica.

11 12 13 14 15 16 17 18

B6Si B4Si B3Si

CSi N4Si3 OSi O2Si

F4Si

Si PSi S2Si Cl4Si

Cu3Si As2Si AsSi

Se2Si Br4Si

Te2Si TeSi

I4Si

1 2 3

H4Si

Li15Si4 Li2Si

NaSi

Mg2Si

KSi KSi6

Ca2Si CaSi CaSi2

Sc5Si3 ScSi

Sc2Si3 Sc3Si5

RbSi RbSi6

SrSi SrSi2

Y5Si4

Y5Si3 YSi YSi2

CsSi CsSi3

BaSi BaSi2

*

**

* La5Si3 LaSi LaSi2

Ce3Si Ce2Si CeSi CeSi2

PrSi2 NdSi2 SmSi2 Gd3Si5 GdSi2

Dy3Si5

DySi2 Er3Si5 YbSix Lu2Si5

** Th3Si2

ThSi ThSi2

U3Si2

USi U2Si3

USi2

USi3

NpSi3 PuSi PuSi2

4 5 6 7 8 9 10

TiSi3 Ti5Si3 TiSi TiSi2

V3Si V5Si3

VSi2

Cr3Si Cr5Si3

CrSi

CrSi2

Mn3Si Mn5Si3

MnSi MnSi2

Fe3Si Fe5Si3 FeSi FeSi2

Co3Si Co2Si CoSi CoSi2

Ni3Si Ni2Si Ni5Si2 Ni3Si2 NiSi NiSi2

Zr4Si Zr2Si Zr3Si2

Zr6Si3

ZrSi ZrSi2

Nb4Si Nb5Si3 NbSi2

Mo3Si Mo5Si3

Mo3Si2

MoSi2

Ru2Si RuSi

Ru2Si3

Rh2Si Rh5Si3

Rh3Si2

RhSi Rh2Si3

Pd3Si Pd2Si PdSi

Hf2Si Hf5Si2 Hf3Si2 HfSi HfSi2

Ta4Si5

Ta2Si Ta5Si3

TaSi2

W3Si W5Si3

WSi2

Re3Si Re5Si3 ReSi ReSi2

OsSi OsSi2

OsSi3

Ir3Si

Ir2Si Ir3 Si2

IrSi IrSi3

Pt3Si Pt2Si PtSi

26

Page 28: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

27

Atualmente, a formação de siliceto é comumente realizada através da técnica

“SALICIDE” (Self Aligned Silicide), ou seja, siliceto auto-alinhado, sobre as regiões de fonte,

dreno e silício policristalino de porta em dispositivos CMOS para reduzir as resistências série

da difusão e de contato, como ilustrado na figura 5 (REIS, 2001), evitando-se a degradação

das características elétricas do dispositivo final (MURARKA, 1986; OSBURN et al., 1991;

TING, 1984).

Figura 5- Ilustração simplificada da diminuição da resistência série de fonte e dreno através da silicetação auto-alinhada das regiões de porta, fonte e dreno do transistor MOS.

2.1 Silicetos auto-alinhados para contatos e interconexões (SALICIDE)

A técnica de obtenção de siliceto auto-alinhado “SALICIDE” (Self Aligned Silicide) é

necessária para se obter alta performance dos componentes CMOS com dimensões sub-

micrométricas, pois é possível obter baixa resistência de folha de fonte, dreno, porta e

interconexões com o silício policristalino silicetado (SENG et al., 2001).

A fabricação de estrutura tipo “SALICIDE” segue as tecnologias CMOS

convencionais até o ponto em que se faz a definição do silício policristalino. Na etapa

seguinte, é definido um óxido espaçador nas paredes laterais do silício policristalino e, em

seguida, é realizada a deposição de um filme metálico que após tratamento térmico terá a

Siliceto

Page 29: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

28

Ni

formação de siliceto nas regiões de porta, fonte e dreno simultaneamente, de maneira auto-

alinhada (SANTOS FILHO, 1988). Na figura 6 está ilustrado o processo para obtenção dessa

estrutura:

Fotogravação do Si-poli.

Definição do óxido espaçador.

Deposição do filme de Níquel

Recozimento

Remoção do excesso de Níquel

Figura 6- Etapas de fabricação da estrutura “Salicide” utilizando o mono-siliceto de níquel.

PORTA ÓXIDO ESPAÇADOR

N+ (DRENO)

N+ (FONTE)

NiSi

Page 30: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

29

O uso de um óxido espaçador evita o curto-circuito entre silício-policristalino e

fonte/dreno e possibilita uma maior área de contato entre o siliceto e as regiões de difusão de

fonte e dreno como mencionado anteriormente.

2.2 Siliceto de níquel sobre silício mono-cristalino altamente dopado (NiSi)

Silicetos metálicos têm sido amplamente utilizados na indústria de microeletrônica,

particularmente como material para contato e interconexões, diminuindo a resistência de

contato e as resistências série de fonte, dreno e silício policristalino de porta nos transistores

MOS, conforme já mostrado anteriormente.

O siliceto de níquel (NiSi) tem demonstrado ser um material promissor para

dispositivos sub-micrométricos em tecnologias CMOS. O siliceto de níquel possui vantagens

para contatos de baixa resistência: baixa resistividade (~20µΩcm), menor consumo de silício

(~1nm de Ni reage com 1,84nm de Si para formar 2,22nm de NiSi), uma simples e única

etapa de recozimento, baixa temperatura de formação, extensa faixa de estabilidade térmica

(~400 a 700°C), e pode ter baixa ou nenhuma degradação da resistividade em linhas estreitas

(nenhuma dependência da largura de linha) (POON et al., 1998). Portanto, o NiSi pode ser

formado com baixo consumo de silício comparado aos TiSi2 e CoSi2 e sem degradação

apreciável da resistividade para linhas muito estreitas (<0,1 µm) (JUANG et al.,1998;

MUKAI et al., 1995; POON et al., 1998).

No trabalho de Mukai (1995, p.567-572) foi feita uma análise da compatibilidade do

NiSi no processo siliceto auto-alinhado “SALICIDE” para dispositivos sub-micrométricos no

qual foi observada a possibilidade de se obter linhas silicetadas finas e estreitas com baixa

resistência de folha utilizando NiSi. Uma vez que a reação entre o metal (Ni) e o silício para a

Page 31: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

30

formação do NiSi não ocorre no óxido-espaçador localizado nas paredes laterais da estrutura

“SALICIDE” em baixa temperatura, a formação pode ser realizada em etapa única de

recozimento térmico. Esses resultados reportados na literatura sugerem que o processo

“SALICIDE” utilizando o NiSi é satisfatório para profundidades sub-micrométricas nos

processos CMOS de baixo custo (MUKAI et al., 1995).

2.2.1 Temperatura para formação do siliceto de níquel

Os filmes de níquel podem ser depositados sobre o silício policristalino da porta ou

sobre o silício dopado de fonte e dreno através do processo de pulverização catódica

(sputtering). A formação do siliceto de níquel é realizada por recozimento térmico rápido em

etapa única. Observam-se diferentes fases do siliceto de níquel de acordo com o processo

térmico empregado, isto é, Ni2Si, NiSi, NiSi2, etc. (RAMAMURTHY et al., 2004).

No trabalho de Julies (1999, p.201-207), foi depositado 100nm de níquel (Ni) no

substrato de silício (100) em 10-5 Pa à temperatura ambiente, utilizando deposição por feixe

de elétrons (e-beam). A amostra do filme fino foi recozida em um forno a vácuo (10-5 Pa). Na

temperatura de 200°C obteve-se a fase inicial Ni2Si e entre 350°C e 700°C foi obtido o NiSi

desejado, com baixa resistividade; porém, a partir de aproximadamente 750°C, o NiSi reage

com o silício do substrato para formar NiSi2 de alta resistividade (JULIES et al., 1999; ZHU

et al., 2004).

Resultados semelhantes também foram obtidos no trabalho de Xu (1998, p.143-150),

no qual foram obtidas as fases Ni3Si, Ni2Si, NiSi e NiSi2. As fases Ni3Si e Ni2Si foram

observadas em baixas temperaturas, isto é, abaixo de 350°C. Em temperaturas na faixa de

350°C a 750°C, o NiSi desejado foi formado. Já em temperaturas maiores que 750°C, obteve-

Page 32: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

31

se a fase NiSi2 de maior resistividade (XU et al., 1998). A figura 7 mostra os resultados da

difração de raios-X obtidos usando radiação Cu Kα e um ângulo de incidência 0,5° para

reação de 30nm de filme de Ni sobre silício (100) dopado com As, após recozimentos a

275°C, 500°C e 850°C mostrando a presença de Ni2Si, NiSi e NiSi2, respectivamente (KITTL

et al., 2003).

Figura 7- Difração de raios-X para determinar a presença de Ni2Si, NiSi e NiSi2.

A transição do NiSi de baixa resistividade para o NiSi2 de alta resistividade ocorre em

temperaturas maiores que 750°C e traz sérios problemas. Nos últimos anos foram

intensificados os estudos feitos sobre a estabilidade térmica de filmes de NiSi. Recentemente,

foi reportado que a adição de 5% de platina (Pt) pode melhorar significativamente a

estabilidade térmica do NiSi (LIU et al., 2000). O gráfico da resistência de folha em função da

temperatura de recozimento térmico rápido é apresentado na figura 8. Nesse gráfico é possível

observar que as amostras de Ni/Pt/Si recozidas até 850ºC não apresentam aumentos

consideráveis na resistência de folha. Isso indica que a fase presente neste processo é a de

baixa resistividade, ou seja, NiSi. Por outro lado, em amostras onde o siliceto foi obtido sem a

Ni / As dopado (100) Si

850°C NiSi2

500°C NiSi

275°C Ni2Si

25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 2 Theta (deg)

Inte

nsid

ade

(A.U

.)

Page 33: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

32

adição de platina, o aumento na resistência de folha aparece em temperaturas abaixo de 750ºC

(DOI et al.,2005; LIU et al., 2000; REIS, 2004).

A adição de platina promove uma significante melhora na integridade das junções

rasas silicetadas, pois ajuda a evitar a formação de “spikes” nos silicetos (DONGZHI, 2001).

Figura 8- Resistência de folha em função da temperatura de recozimento em amostras com (5%) e sem Platina (Pt).

Existem diversas receitas para formação do siliceto de níquel: (REIS, 2004)

Tabela 1- Receitas de formação de NiSi.

Espessura do Ni

Temperatura Tempo de Recozimento

Resistividade Referência

19 nm 400 – 600 ºC - 10 µΩ cm (XIANG et al., 2000)

25 nm 600 ºC 40 s. 12 – 15 µΩ cm (POON et al., 2000)

~ 25 nm 400 ºC - 13,7 µΩ cm (MUKAI et al., 1995)

100 nm 350 – 700 ºC - - (JULIES et al., 1999)

125 nm 550 ºC 30 s. 18-20 µΩ cm (XU et al., 1998)

300 nm 600 ºC 30 s. 20,6 µΩ cm (MORIMOTO et al., 1991)

650 700 750 800 850 900 Temperatura °C

Res

istê

ncia

de

folh

a (Ω

/ )

1,6

1,4

1,2

1,0

0,8

0,6

0,4

0,2

Page 34: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

33

2.2.2 Características elétricas do siliceto de níquel

A baixa resistividade (~20 µΩcm) e a baixa ou nenhuma degradação da resistividade

em linhas estreitas (nenhuma dependência da largura de linha) tem sido reportada em diversos

trabalhos (MORIMOTO et al., 1991; MUKAI et al., 1995; POON et al., 2000; XU et al.,

1998).

A figura 9 (MUKAI et al., 1995) mostra o efeito da temperatura de silicetação sobre a

resistência de folha do NiSi onde o valor mínimo é obtido na faixa de 400-500°C. Além disso,

é possível observar que a resistência de folha aumenta com o aumento da pressão total, como

será melhor abordado posteriormente.

A figura 10 (MUKAI et al., 1995) mostra a resistência de folha e a resistividade

elétrica em função da espessura da camada de NiSi produzida com temperatura de silicetação

de 400°C. O NiSi, para camadas mais grossas que 53 nm de espessura, tem resistividade de

13,7µΩcm. Porém, a maior dependência da resistividade elétrica em função da espessura

ocorre em espessuras menores que 53 nm onde a resistividade aumenta gradualmente de um

valor mínimo de 13,7 µΩcm para 17,6 µΩcm com a diminuição da espessura de 53nm para

24nm.

Figura 9- Gráfico da variação da resistência de folha do NiSi em função da temperatura de silicetação.

Temperatura (°C)

Res

istê

ncia

de

folh

a (Ω

/ )

Page 35: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

34

Figura 10- Gráfico da variação da resistência de folha e da resistividade elétrica da camada de NiSi em função da espessura do siliceto.

2.2.3 O efeito do tipo de dopante sobre a resistência de folha

Os efeitos provocados por diferentes tipos de dopantes são de interesse para aplicações

em microeletrônica, visto que o siliceto precisa ser formado em áreas altamente dopadas de

fonte, dreno e silício policristalino. A figura 11 (XU et al., 1998) mostra o gráfico da variação

da resistência de folha para filmes de siliceto de níquel em função da temperatura onde o (Ni)

foi depositado em substratos de silício (100) com diferentes dopagens. A espessura inicial dos

filmes de níquel variou de 12 e 50nm. A transição de NiSi de baixa resistividade para NiSi2 de

alta resistividade ocorre em baixas temperaturas para amostras implantadas com arsênio e

fósforo enquanto implantações com boro retardaram essa transição. Para filmes de siliceto

formados a partir de 12nm de espessura de Ni, a diferença na temperatura de transição do

NiSi para o NiSi2 foi de aproximadamente 100°C. Para filmes mais espessos (50nm), esse

efeito não aparece substancialmente.

Res

istê

ncia

de

folh

a

(Ω / )

R

esistividade elétrica (µΩ

cm) Espessura de siliceto de níquel produzido (nm)

Page 36: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

35

Temperatura (°C)

Res

istê

ncia

de

folh

a (Ω

/ )

Figura 11- Gráfico da variação da resistência de folha em função da temperatura, dopante e espessura do níquel em substratos de silício.

Outros experimentos similares foram realizados com filmes de siliceto formados sobre

substratos de silício policristalino, conforme demonstrado na figura 12 (XU et al., 1998). A

espessura do filme de níquel foi de 50nm sendo que nesse caso o efeito do tipo de dopante na

temperatura de transição de NiSi para NiSi2 ou desestabilidade térmica de NiSi2 ficaram

ausentes, independente da espessura do filme.

Figura 12- Gráfico da variação da resistência de folha em função da temperatura e dopante para substratos de silício policristalino altamente dopado.

Temperatura (°C)

Res

istê

ncia

de

folh

a (Ω

/ )

Page 37: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

36

2.2.4 A espessura do níquel na determinação da resistência de folha

A figura 13 (para substratos de silício 100) e a figura 14 (para silício policristalino)

(XU et al., 1998) mostram a resistência de folha de filmes NiSi em função da espessura do

níquel para substratos com diferentes dopantes. Observa-se que a resistência de folha aumenta

com a diminuição da espessura do filme até um certo ponto crítico, conforme mostrado nas

figuras 13 e 14. As resistividades dos filmes variam de 18 a 20µΩcm para essas faixas de

espessura. Este comportamento foi similar para filmes de siliceto formados sobre substrato de

silício (100) e silício policristalino.

Figura 13- Gráfico da variação da resistência de folha em função da espessura inicial do níquel (Ni) em substratos de silício (100) com diferentes dopantes.

Figura 14- Gráfico da variação da resistência de folha em função da espessura inicial do níquel (Ni) em silício policristalino com diferentes dopantes.

Espessura do Ni (Å)

Res

istê

ncia

de

folh

a (Ω

/ )

Res

istê

ncia

de

folh

a (Ω

/ )

Espessura do Ni (Å)

Page 38: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

37

2.2.5 O efeito da pressão sobre a resistência de folha

A resistência de folha aumenta com o aumento da pressão total durante a deposição do

metal Ni. Na figura 15 (MUKAI et al., 1995), é possível observar os efeitos da pressão na

resistência de folha do NiSi com espessuras de 27nm e 42nm. Para uma pressão total de

2,3x10-10 Torr, uma resistência de folha mínima de 3,2 Ω/ é observada para uma espessura

de 42nm de NiSi produzido. Nesse caso, a resistência aumenta gradualmente de um valor

mínimo de 3,2 Ω/ até 5,1 Ω/ com a variação da pressão total de 4,7x10-10 até 12,0x10-10

Torr. As camadas de NiSi foram todas produzidas na temperatura de 400°C.

Figura 15- Resistência de folha em função da pressão total durante a deposição de níquel (Ni).

Res

istê

ncia

de

folh

a (Ω

/ )

0 2 4 6 8 10 12 Pressão (x10-10 Torr)

8

7

6

5

4

3

Page 39: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

38

2.2.6 O efeito da largura de linha sobre a resistência de folha

A resistência de folha para linhas com siliceto de titânio TiSi2 aumenta com a

diminuição da largura de linha. Esse problema acontece porque a etapa de transformação e

aglomeração do siliceto é afetada pela largura de linha. No caso do siliceto de cobalto CoSi2,

o mesmo problema de aumento da resistência de folha acontece porque é formado um siliceto

mais fino nas bordas do que no centro (MUKAI et al., 1995).

Camadas de siliceto de níquel (NiSi) obtidas a 400°C foram produzidas sobre silício

policristalino com largura de linha de 0,2 a 16,0 µm. A figura 16 (MUKAI et al., 1995)

mostra os valores da resistência de folha para larguras de linha na faixa de 0,2 a 4,0 µm. Esses

resultados indicam que linhas silicetadas estreitas com baixa resistência de folha podem ser

obtidas pela utilização de NiSi (MUKAI et al., 1995).

Figura 16- Gráfico do efeito da largura de linha sobre a resistência de folha em linhas de silício policristalino com espessura de 42nm de NiSi.

Largura de linha (µm)

Res

istê

ncia

de

folh

a (Ω

/ )

Page 40: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

39

2.2.7 Função trabalho e tensão de faixa plana com o siliceto de níquel

Trabalhos recentes reportam que a média da função trabalho do siliceto de níquel é de

4,7 eV (em condições de recozimento a 450°C durante 10 minutos utilizando 50nm de filme

de níquel sobre a porta com silício policristalino). Já a implantação de arsênio ou antimônio

no silício policristalino antes da silicetação reduz a função trabalho do siliceto de níquel

(NiSi) e a tensão de faixa plana, conforme mostrado na figura 17. Essa mudança na função

trabalho é maior com antimônio do que com arsênio. Durante a silicetação do níquel, o

acúmulo dessas espécies (arsênio ou antimônio) na interface Siliceto/Óxido em capacitores

MOS é o principal responsável por essa mudança na função trabalho (YUAN; WOO, 2005).

Figura 17- Tensão de faixa plana do siliceto de níquel em função da implantação de arsênio e temperatura de pré-ativação do As (espessura do óxido de 10nm).

Ten

são

de f

aixa

pla

na (

V)

-0,50

-0,55

-0,60

-0,65

-0,70

-0,75

-0,80

-0,85

-0,90

-0,95 0 1 2 3 4 5 Implantação de arsênio - dose (x1015cm-2)

NiSi - 450°C 1 min.

As – sem pré-ativação

As – pré-ativado a 800°C

As – pré-ativado a 950°C

As – sem pré-ativação

As – pré-ativado a 950°C

NiSi - 450°C 10 min.

Page 41: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

40

A dependência da tensão de faixa plana com o tempo de silicetação está ilustrada na

figura 18 (YUAN; WOO, 2005). Um recozimento de 5 minutos a 450°C é suficiente para a

completa silicetação para diferentes espessuras de óxido de porta.

Figura 18- Tensão de faixa plana com siliceto de níquel em função do tempo de silicetação para diferentes espessuras de óxido (Tox =10nm e 5nm).

2.3 Barreiras de difusão

A necessidade de uma barreira de difusão surge quando um material “A” é depositado

sobre um substrato “B” e esses dois materiais possuem propriedades de migração de um para

o outro. Esse processo é acelerado quando se tem um tratamento térmico como etapa

subseqüente. A idéia da barreira de difusão consiste em interpor um material “M” entre os

materiais “A” e “B”, separando-os do contato direto. Idealmente essa camada “M” deve reunir

as seguintes características: (NICOLET; BARTUR, 1981; REIS, 2001)

-0,42

-0,46

-0,50

-0,54

-0,58

-0,62 0 5 10 15 20 Tempo de recozimento a 450°C (min)

Ten

são

de f

aixa

pla

na (

V)

Page 42: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

41

I- O transporte de “A” e “B” através de “M” deve ser o menor possível;

II- A camada de barreira “M” deve ser termodinamicamente estável com “A” e “B”

garantindo a presença de “A” e “B”, ou seja, o padrão de perda de “M” em “A” e de

“M” em “B” deve ser muito pequeno ou não existir;

III- A camada de barreira “M” deve aderir bem em “A” e em “B”, ter uma baixa

resistência de contato com “A” e com “B”, alta condutividade térmica e elétrica, ser

resistente à tensão térmica e mecânica, ser lateralmente uniforme em espessura e

ser compatível com processos de fabricação de dispositivos como corrosões e

fotogravações.

As barreiras de difusão podem ser classificadas como sendo barreiras “recheadas”,

barreiras passivas e barreiras sacrificiais.

A barreira “recheada” é utilizada para inibir o efeito das impurezas ao longo dos

caminhos rápidos de difusão (contornos de grão, defeitos estruturais) através da introdução

proposital de contaminantes de barreira (NICOLET; BARTUR, 1981).

A barreira passiva é obtida através de um filme ideal quimicamente inerte em relação

aos materiais “A” e “B” de modo que “A” e “B” possuam solubilidade mútua desprezível e

difusibilidade também desprezível. O requisito de ser quimicamente estável é alcançado

utilizando-se um material com energia de formação negativa e de valor elevado, de modo a

resultar numa energia livre positiva de reação com cada um dos materiais adjacentes. Nitretos,

boretos, carbetos de metais de transição e também óxidos possuem essas características

(FURLAN, 1990).

A barreira do tipo sacrificial é aquela que reage com os filmes adjacentes formando

um composto sendo ou não consumida completamente. Nesse caso, a temperatura e o tempo

de recozimento devem ser muito bem controlados de forma a evitar que a barreira seja

inteiramente consumida (NICOLET; BARTUR, 1981).

Page 43: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

42

Os silicetos metálicos podem funcionar também como barreiras sacrificiais de difusão

entre o silício e o alumínio mas isto só é aplicado em contatos de junções relativamente

profundas (>0,5µm) (TING, 1984). Na utilização de junções rasas (<0,25µm) a reação do

alumínio com o siliceto pode alcançar a interface silício/siliceto e, posteriormente, perfurar a

junção. Por isso, deve ser incorporada uma barreira de difusão entre o alumínio e o siliceto

(REIS, 2001).

Furlan (1990) utilizou um filme de TiW depositado por “co-sputtering” como barreira

de difusão passiva na estrutura de contato Al/TiW/TiSi2/Si e obteve valores baixos de

resistividade de contato (≤ 0,03 µΩcm2) (FURLAN, 1990). Neste trabalho foi escolhido o

titânio (Ti) como barreira de difusão passiva entre o siliceto de níquel (NiSi) e o alumínio

(Al), pois este processo já era de domínio do grupo de trabalho além de proporcionar valores

baixos de resistividade de contato (≤ 8 µΩcm2) (SANTOS FILHO, 1988).

Page 44: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

43

3 DISPOSITIVOS PARA ANÁLISE DE ESTRUTURAS DE CONTATO

A maior parte das medidas elétricas quantitativas em contatos rasos é realizada por

meio de estruturas e dispositivos. Em geral, aplica-se uma corrente e mede-se uma tensão, ou

vice-versa (MARTINO; PAVANELLO; VERDONCK, 2003).

3.1 Dispositivo para medidas de resistência de folha (Van der Pauw)

A resistência de folha (Rsh) é uma característica muito importante de um processo. Ela

depende da resistividade (intrínseca) do material( ρ ) e da espessura ou profundidade da

camada (X).

XRsh

ρ=

A maneira mais tradicional para se medir resistência de folha é por meio da estrutura

Van der Pauw, mostrada na figura 19 (FURLAN, 1990). Para isso, mede-se a resistência do

quadrado no centro da estrutura, aplicando-se uma corrente entre os terminais adjacentes I12

(por exemplo, nos terminais 1 e 2) medindo-se a tensão nos outros dois terminais V43 (por

exemplo, nos terminais 4 e 3). Dessa forma pode-se calcular Rsh1: (MARTINO;

PAVANELLO; VERDONCK, 2003)

⎟⎠⎞

⎜⎝⎛⋅⎟

⎠⎞

⎜⎝⎛=

12

431

2ln I

VRsh

π

(3.1)

(3.2)

Page 45: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

44

Para melhorar a precisão e minimizar a influência de não uniformidades, faz-se uma

rotação de 90° nos terminais a serem utilizados para a medição. Nesse caso, aplica-se uma

corrente do terminal 2 para o terminal 3 (I23) e mede-se a tensão entre os terminais 1 e 4 (V14).

Dessa forma, Rsh2 pode ser calculado por: (MARTINO; PAVANELLO; VERDONCK, 2003)

⎟⎠⎞

⎜⎝⎛⋅⎟

⎠⎞

⎜⎝⎛=

23

142

2ln I

VRsh

π

Após efetuar as duas medições e os cálculos de Rsh1 e Rsh2, obtém-se o valor final da

resistência de folha Rsh por:

Rsh = 0,5 . (Rsh1 + Rsh2).F

(A) (B)

Figura 19- Dispositivos utilizados para determinação da resistência de folha. (A) resistência de folha das regiões implantadas e difundidas. (B) resistência de folha das regiões silicetadas.

Onde “F” é conhecida como a função de Van der Pauw e está apresentada na figura

20. Esta figura mostra que o valor de “F” muito próximo de 1 ocorre quando existe pouca

diferença entre Rsh1 e Rsh2 (inferior a 5%) (MARTINO; PAVANELLO; VERDONCK,

2003).

Região ativa (implantada)

Alumínio

Abertura de contatos

1

3

2

4

(3.4)

(3.3)

1

3

2

4

Page 46: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

45

0,95

0,96

0,97

0,98

0,99

1,00

1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0 2,2

Figura 20- Função Van der Pauw.

Os braços onde se mede a tensão não passa corrente elétrica (ou apenas pode passar

uma corrente desprezível); portanto, não existem resistências parasitárias no processo de

medida. É muito importante que as “linhas de corrente” entrem no quadrado a ser medido

paralelamente (ou perpendicular à borda do quadrado) para que as equações citadas sejam

válidas. Portanto, o comprimento dos braços (entre os terminais e o quadrado) deve ser

bastante grande, tipicamente 100µm. A largura dos braços deve ser bem menor que esse

comprimento, sendo tipicamente 5 a 10µm. A dimensão do quadrado central em si não é

muito importante, sendo tipicamente de 20 a 50µm de lado (MARTINO; PAVANELLO;

VERDONCK, 2003).

Existem trabalhos em que o fator “F” (função de Van der Pauw) não é utilizado no

cálculo da resistência de folha. Porém, os valores da tensão V e da corrente I são obtidos após

a realização de quatro medições: (FURLAN, 1990)

⎟⎠⎞

⎜⎝⎛⋅⎟

⎠⎞

⎜⎝⎛=

I

VRsh

2ln

π

onde:

424

13

12

34

13

24

34

12⎟⎠⎞

⎜⎝⎛ +++=

I

V

I

V

I

V

I

V

I

V

(3.5)

(3.6)

Rsh1 / Rsh2

Fun

ção

Van

der

Pau

w

Page 47: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

46

3.2 Dispositivo para medidas de resistência de contato (Kelvin)

A estrutura Kelvin tipo cruz (Cross-bridge Kelvin resistor – CBKR) para medição de

resistência de contato está ilustrada na figura 21. Uma corrente constante é aplicada do

terminal 3 para o terminal 2 (I32) e mede-se a tensão através do contato entre os terminais 4 e

1 (V41). Como a medida da tensão na parte do semicondutor ocorre num plano perpendicular à

direção da corrente, a influência da aglomeração de corrente (efeito de concentração de linhas

de corrente - current crowding) na medida fica parcialmente evitada (MARTINO;

PAVANELLO; VERDONCK, 2003). Numa análise aproximada (modelo puntual), a

resistência de contato é dada por:

SI

VRc Cρ

==32

41

Onde “S” é a área do contato. E a resistividade de contato ( Cρ ) pode ser calculada por:

(SANTANDER et al., 2000)

SRcC ⋅=ρ

Figura 21- Estrutura Cruz ou Kelvin para obtenção da resistência de contato.

(3.7)

(3.8)

Metal

Região dopada (difusão)

Janela do contato (área S)

1

4

2 3

Page 48: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

47

Na realidade, RC depende não apenas de ρC e da área do contato, mas também da

geometria do contato e da resistência de folha do semicondutor. De fato, a equação 3.8 não

funciona bem se o fenômeno de concentração de linhas de corrente for significativo,

conforme será analisado no Capítulo 4 – Modelagem do Contato.

A estrutura “Cross-bridge Kelvin resistor” apresenta erros inevitáveis de medições

(SCORZONI; FINETTI, 1994; ONO et al., 2002). Esses erros são induzidos devido ao

desalinhamento das margens da camada ativa do silício em relação à janela do contato. A

figura 22 permite ver a dependência do produto resistência de contato pela área do contato em

função da largura da borda (ONO et al., 2002).

Uma forma de minimizar essa interferência é diminuir a largura da borda comparada

ao tamanho da janela do contato (FURLAN, 1990; ONO et al., 2002). É possível criar até três

diferentes tipos de estruturas Kelvin, conforme mostrado na figura 23: (SANTANDER et al.,

1993)

Figura 22- Dependência da resistência de contato vezes a área de contato em função da largura da borda.

0 2 4 6 8 10 Largura da borda δ (µm)

100

10

Res

istê

ncia

x Á

rea

de c

onta

to (

x 10

-7 Ωc

m2 )

Met

al Área

do contato

δ

δ

Área ativa

Page 49: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

48

Figura 23- Três tipos de estruturas Kelvin: L-Resistor, D-Resistor e o ideal (δ=0).

Existem outros dispositivos para medidas de resistência de contato, tais como:

“Transmission Line Tap Resistor-(TLTR)”, “Circular Transmission Line Resistor-(CTLR)”,

e “Contact End Resistor – (CER)”. Contudo, em alguns trabalhos, é clara a preferência pela

estrutura “Cross-bridge Kelvin resistor – CBKR”. Por exemplo, pode-se citar a conclusão de

Furlan (1990, p.5.54): “Quanto aos métodos de obtenção da resistividade de contato,

constatamos a imprecisão da utilização dos dispositivos associados ao modelo da linha de

transmissão. Fica, portanto, confirmada a superioridade do dispositivo Kelvin de quatro

terminais”.

3.3 Diodo

Inicialmente, é necessária uma descrição básica do dispositivo para se entender quais

são os parâmetros mais importantes que caracterizam um diodo e quais métodos de medida

são mais adequados para obter esses parâmetros.

Um diodo semicondutor é uma estrutura na qual uma região de silício (ou germânio)

semicondutor tipo P (dopado com Boro, Alumínio, Gálio ou Índio) está em contato com uma

região de silício (ou germânio) semicondutor tipo N (dopado com Arsênio, Fósforo ou

L-Resistor D-Resistor

Ideal δ=0

Contato Difusão Metal

Page 50: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

49

Antimônio) formando uma junção retificadora PN. Na prática, as regiões tipo P e tipo N são

partes de um mesmo cristal semicondutor; isto é, a junção retificadora PN é formada dentro

de um único cristal semicondutor pela obtenção de regiões com “dopagens” diferentes. Deve-

se observar que é possível criar junções retificadoras com materiais diferentes incluindo

Ge-AsGa e Si-Metal (heterojunções) (STREETMAN, 1995).

Devido às diferenças de concentração e de tipos de dopantes em ambos os lados da

junção PN, forma-se uma camada de depleção no entorno da junção metalúrgica que irá servir

de barreira de potencial para anular as componentes de corrente de difusão de elétrons e

lacunas (SEDRA; SMITH, 2000; STREETMAN, 1995).

A barreira de potencial da junção PN também é conhecida como potencial de contato.

A largura da região de depleção é modificada com a aplicação de uma tensão externa (VD). A

aplicação de VD positivo (tensão do lado P maior que do lado N) diminui a largura da região

de depleção porque o campo elétrico externo se contrapõe ao campo elétrico interno e a

corrente de difusão (majoritários) suplantará a corrente de deriva (minoritários). Nessa

situação, diz-se que o diodo está polarizado diretamente (SEDRA; SMITH, 2000;

STREETMAN, 1995).

Aplicando-se uma tensão VD negativa, a largura da região de depleção aumenta e a

corrente de deriva fica maior que a corrente de difusão. Nessa situação, o diodo está

polarizado inversamente, e a baixa corrente resultante é composta por portadores minoritários

(STREETMAN, 1995). A corrente reversa do diodo é a soma da corrente de geração do

substrato mais uma componente adicional de corrente que está associada à geração na camada

de depleção mais a injeção lateral (LIOU, 1994; MARTINO; PAVANELLO; VERDONCK,

2003). A geração térmica é o processo de criação de pares elétron/lacuna em um cristal pela

quebra de ligações covalentes devido à agitação térmica da rede cristalina enquanto a

recombinação é o processo de associação de um elétron a uma lacuna, com a reconstituição de

Page 51: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

50

uma ligação covalente após a perda de energia de elétrons de condução. No equilíbrio

térmico, a temperatura é constante e uniforme e a corrente elétrica resultante é nula. A

corrente elétrica, para tensão externa nula também é nula porque as correntes de difusão e de

deriva se cancelam (STREETMAN, 1995).

3.3.1 Corrente elétrica no diodo inversamente polarizado

A corrente reversa de um diodo deve ser a mínima possível, principalmente em

circuitos como memórias dinâmicas (DRAM) e dispositivos acoplados por carga (CCD)

(MARTINO; PAVANELLO; VERDONCK, 2003). A literatura reporta que a densidade de

corrente reversa é da ordem de 10nA/cm2 para diodo com implantação de fósforo a 25KeV e

formação de siliceto de níquel (NiSi) a 600°C em forno de processamento térmico rápido

(JUANG et al., 1998). Valores de 30nA/cm2 foram obtidos utilizando-se implantação de

fósforo na energia de 75KeV (JUANG et al., 1998).

Uma componente apreciável da corrente reversa ocorre ao longo do perímetro na

junção junto à interface com o óxido (MARTINO; PAVANELLO; VERDONCK, 2003). Em

geral, é interessante fazer um mapeamento da corrente reversa tanto nos diodos quadrados

quanto nos serpentinas visando obter as correntes de fuga geradas por unidade de perímetro e

por unidade de área.

Além da corrente reversa, a resistência reversa (RREV) é outra característica importante

e deve ser determinada em um diodo real, pois modela a variação da corrente reversa em

função da tensão reversa aplicada até um pouco antes da tensão de ruptura do diodo. A figura

24 mostra o comportamento elétrico do diodo inversamente polarizado onde a inclinação da

curva para determinação da resistência reversa é tomada imediatamente antes do “joelho” que

Page 52: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

51

precede o processo de ruptura. A resistência reversa é obtida através da tangente ou inclinação

da curva característica do diodo conforme equação 3.9 (FONTAINE, 1963).

REVD

D

RV

I

BA

BC

AB

CB 1

'''

''tan =

∆∆

===α

Figura 24- Comportamento elétrico do diodo inversamente polarizado.

3.3.2 Diodos com diferentes áreas e perímetros

Para se determinar os valores de capacitância horizontal e vertical, utilizam-se dois

tipos de diodos inversamente polarizados: um diodo quadrado, conforme figura 25 e um diodo

grelha ou serpentina, conforme figura 26.

Figura 25- Diodo com geometria quadrada.

Figura 26- Diodo com formato de serpentina.

(3.9)

A B

C

B’

C’

A’B’’Tensão reversa (-VD)

Cor

rent

e re

vers

a (-

I D)

α

Page 53: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

52

A capacitância total é dada pelo produto da área (S) pela capacitância vertical por

unidade de área (CS) mais o perímetro vezes a capacitância horizontal por unidade de

comprimento (CP).

Medindo-se a capacitância das duas estruturas (C1 e C2) com a mesma área (S) e

diferentes perímetros (P1 e P2), tem-se: (MARTINO; PAVANELLO; VERDONCK, 2003)

C1 = S.CS + P1.CP

C2 = S.CS + P2.CP

Resolvendo o sistema de equações, resulta:

12

12

PP

CCCP −

−=

⎟⎠⎞

⎜⎝⎛⋅

−−

=SPP

CPCPCS

1..

12

2112

As mesmas estruturas indicadas nas figuras 25 e 26 permitem determinar a corrente

reversa de fuga (IF) de um diodo. A partir da corrente de fuga total, pode-se determinar a

corrente de fuga por unidade de área (IFS) e a corrente de fuga por unidade de perímetro (IFP).

Medindo-se a corrente reversa de fuga das duas estruturas (IF1 e IF2) com a mesma área

(S) e diferentes perímetros (P1 e P2), pode-se escrever: (MARTINO; PAVANELLO;

VERDONCK, 2003)

IF1 = S.IFS + P1.IFP

IF2 = S.IFS + P2.IFP

(3.10)

(3.11)

(3.12)

(3.13)

(3.14)

(3.15)

Page 54: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

53

Resolvendo o sistema de equações, resulta:

12

12

PP

III FF

FP −−

=

⎟⎠⎞

⎜⎝⎛⋅

−=

SPP

IPIPI

FF

FS

1..

12

2112

3.3.3 Corrente elétrica no diodo diretamente polarizado

Na polarização direta do diodo, a corrente direta (ID) em função da tensão direta (VD)

(SEDRA; SMITH, 2000) é dada por:

⎟⎟⎠

⎞⎜⎜⎝

⎛−⋅= ⋅⋅

10Tk

Vq

D

D

eII η

Onde: “I0” é a corrente de saturação (geralmente varia de 10-8A a 10-15A). Esse valor é

em função das constantes de difusão das lacunas e dos elétrons, comprimentos de difusão das

lacunas e dos elétrons, níveis de dopagem das lacunas e dos elétrons e a área da junção

(MARTINO; PAVANELLO; VERDONCK, 2003; SEDRA; SMITH, 2000); “q” é o valor da

carga do elétron (1,60 x 10-19 C); “η” é o fator de idealidade (aproximadamente 1 ou 2); “k” é

a constante de Boltzmann (1,38 x 10-23 Joules/Kelvin) e “T” é a temperatura absoluta em

Kelvin (273+temperatura °C).

O fator de idealidade (η) leva em consideração os efeitos de geração e recombinação

na região de depleção (STREETMAN, 1995). Após a medição, para melhor interpretação, os

resultados podem ser apresentados em gráfico ln(ID) em função de VD. A figura 27 mostra um

(3.16)

(3.17)

(3.18)

Page 55: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

54

exemplo experimental do gráfico ln(ID) x VD (WU et al., 1993) onde a inclinação de

60mV/década representa o fator de idealidade (η) igual a 1 (SEDRA; SMITH, 2000).

Figura 27- Gráfico ln(ID) x VD para um diodo real.

Através da equação 3.19, é possível obter o fator de idealidade na região de operação

direta do diodo (KARATAS; ALTINDAL, 2005).

Id

dV

Tk

q

Tk

q

Tg ln..

1 ⋅=⋅=β

η

Onde: k.T/q é igual a 25,9mV na temperatura ambiente (20°C) (STREETMAN,

1995).

O fator de idealidade próximo de 1 indica a predominância da corrente de difusão na

operação direta do diodo em regime de baixa injeção (comportamento ideal do diodo). O fator

de idealidade próximo de 2 indica a predominância da corrente de recombinação na junção

(indicando material de baixa qualidade) (BURGER; REIF, 1985).

(3.19)

10-2

10-4

10-6

10-8

10-10

10-12

10-14

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 Tensão direta (V)

Cor

rent

e di

reta

(A

)

β

Page 56: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

55

3.3.4 Resistência série do diodo

A figura 28 ilustra o modelo de um diodo real em baixas freqüências, diretamente

polarizado. Existe uma resistência série (rs) e uma junção ideal, ambas indicadas na figura 28.

Figura 28- Modelo de um diodo real em baixa freqüência, diretamente polarizado.

Vj é a tensão aplicada na junção do diodo ideal, I é a corrente direta através do diodo

real e V é a queda de tensão direta do diodo real.

A literatura apresenta diversos trabalhos sobre as técnicas de medida desta resistência

série. Em geral, procura-se medir a resistência diferencial total (rt) do diodo para altas

correntes e considera-se esse valor como a resistência série. Na prática não se pode, mesmo

utilizando pulsos, aumentar indefinidamente a tensão aplicada, pois a corrente cresce

exponencialmente e pode danificar a junção. Um processo interessante e prático para a

obtenção da resistência série, baseia-se no fato de que para altas tensões, a corrente (I)

obedece a uma lei do tipo proporcional a exp(bVJ). Dessa forma, ao calcular a condutância

diferencial da junção (gj), obtém-se: (ANDRADE, 1966)

bIdV

dIg

jj ==

(3.20)

V = Vj + rs.I

rs

Vj

Page 57: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

56

A resistência total do diodo (rt) é dada por:

sjt rrr +=

onde

jj g

r1=

Daí, conclui-se facilmente que a resistência total fica sendo:

st rbI

r += 1

A construção de um gráfico linear da resistência diferencial total em função do

inverso da corrente elétrica aplicada corresponde a uma curva, cuja intersecção com o eixo

das ordenadas fornece o valor da resistência série procurada. Esse método, apesar de simples,

é o único que fornece na prática uma maneira expedita de obtenção do valor da resistência

série. Quanto maior for a corrente utilizada para a obtenção da resistência diferencial total,

mais preciso será o valor da resistência série encontrado. A figura 29 apresenta um gráfico

típico para diodos de Arseneto de Gálio (ANDRADE, 1966).

A curva da resistência diferencial total também depende da temperatura empregada,

pois a tangente a curva é função da temperatura (veja figura 29):

q

Tk

bTg

..1 ηθ ==

Com isso, em temperaturas muito baixas, a curva que representa a resistência

diferencial total torna-se quase horizontal, mudando bastante o aspecto da mesma em relação

(3.21)

(3.22)

(3.23)

(3.24)

Page 58: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

57

à temperatura ambiente. O valor da resistência série, contudo, pode ser obtido em qualquer

temperatura de trabalho (ANDRADE, 1966).

O valor da resistência série deve ser considerado tanto para o diodo diretamente como

inversamente polarizado. Contudo, o valor da resistência série é muito menor comparado à

resistência reversa do diodo ( ≥ MΩ ) o que acaba tornando-o desprezível para o diodo

inversamente polarizado.

Figura 29- Determinação da resistência série (rs) a partir do cruzamento da curva (rt x 1/I) com o eixo das ordenadas.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 (Amperes)-1

Res

istê

ncia

dif

eren

cial

tota

l (Ω

)

9

8

7

6

5

4

3

2

1

0

θ

Page 59: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

58

4 MODELAGEM DO CONTATO

A fabricação de contatos ôhmicos confiáveis de baixa resistência e métodos precisos

para a determinação da resistividade de contato (ρc) são importantes para os atuais processos

de fabricação de circuitos integrados já que a resistência de contato pode influenciar o

comportamento global de um transistor MOS ou de um transistor bipolar (ITRS, 2005;

WOLF, 1990).

Além da resistência intrínseca inerente a cada material, quando se realiza o contato

entre dois materiais, por exemplo, entre metal e semicondutor, tem-se o aparecimento de uma

resistência adicional, em virtude do contato dos mesmos, a chamada resistência de contato

(Rc). Essa resistência aparece por dois motivos: (MARTINO; PAVANELLO; VERDONCK,

2003)

a) Em uma camada rasa do semicondutor abaixo do metal, a densidade das cargas é

diferente da que existe no corpo devido a diferenças nas funções trabalho entre os dois

materiais ou devido a estados de superfície no semicondutor;

b) Pode haver também uma camada de material (resistivo) entre o metal e o

semicondutor que pode impedir um bom contato.

A simples determinação da resistência de contato RC, de forma isolada não é suficiente

para avaliar a qualidade do contato porque RC é fortemente dependente das características

geométricas da estrutura de contato específica que está sendo analisada. Dessa forma, a

resistividade de contato (ρc) é o parâmetro usual para se analisar a qualidade de um contato

(SCORZONI; FINETTI, 1994).

A resistividade de contato ρc é considerada uma importante figura de mérito para

avaliar a qualidade de um contato ôhmico. De fato, ρc é um dos parâmetros básicos pelos

quais diferentes sistemas de metalização, procedimentos de preparação do metal e silicetação

Page 60: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

59

são tipicamente examinados, comparados e selecionados. Além disso, ρc pode dar

informações sobre o nível de dopagem da superfície no semicondutor; portanto, permite a

compreensão do mecanismo de formação de contato ou pode ser monitorado para testar a

estabilidade e a confiabilidade dos mesmos (SANTANDER et al., 2000; SCORZONI;

FINETTI, 1994).

Por outro lado, nano-linhas semicondutoras estão cada vez mais recebendo atenção na

construção de circuitos e componentes em escala nanométrica, por exemplo, em sensores

biológicos e químicos, transistores de efeito de campo e circuitos lógicos (MOHNEY et al.,

2005). Com a inexorável miniaturização dos componentes eletrônicos para a nano-escala, o

conceito físico dos atuais componentes pode ser radicalmente modificado devido à natureza

não escalável dos parâmetros dos materiais nessa faixa de dimensão (nm) (LANDMAN et al.,

2000). Contudo, recentes estratégias têm sido desenvolvidas para fabricação de componentes

e contatos com nano-partículas metálicas, semicondutoras e isolantes. Pode-se citar, por

exemplo, uma estratégia alternativa, na construção de contatos para a integração de nano-

partículas de componentes eletrônicos, fazendo primeiro os “pads1” dos contatos por meio de

processo litográfico e subseqüente posicionamento da nano-partícula sobre estes mesmos

“pads”. Nesse caso a resistência de contato entre a partícula e o “pad” é muito alta. Essa alta

resistência elétrica pode ser devido à nano-partícula estar fracamente aglutinada ao “pad” (YE

et al., 2006).

1 “Pads” são contatos, geralmente de alumínio, de grande área sobre a lâmina que possibilitam o toque com as pontas finas do instrumento de medição a partir de visualização com microscópio óptico. Os “pads”, por sua vez, estão conectados com os terminais das estruturas que se deseja medir.

Page 61: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

60

4.1 Modelo físico da interface do contato

O contato entre um metal e um semicondutor pode formar uma barreira Schottky ou

um contato ôhmico. Isso depende principalmente da função trabalho do metal “ФM” e do

semicondutor “ФS”. Se ФM < ФS (Si tipo N) ou ainda ФM > ФS (Si tipo P) o contato será

ôhmico. Um método prático de se formar contatos ôhmicos é pela alta dopagem na região do

contato; desse modo, se existir uma barreira na interface, a largura de depleção será pequena o

suficiente para permitir o tunelamento dos portadores de carga através da barreira. Geralmente

Al faz bom contato ôhmico com silício tipo P, porém com material tipo N requer difusão ou

implantação antes da metalização do Al (STREETMAN, 1995).

No caso de contatos entre metal e silício, as propriedades de condução são

determinadas essencialmente pela largura da região de depleção formada na interface, as quais

originam-se de dois mecanismos fundamentais: (SCORZONI; FINETTI, 1994)

Emissão termiônica (TE): ocorre no caso de uma região de depleção tão larga que a

única maneira de os elétrons passarem (pularem) pela barreira de potencial é pela emissão por

cima de seu ponto máximo, conforme ilustrada na figura 30.

Emissão por campo (FE): consiste no tunelamento dos portadores de carga através da

barreira de potencial. Esse mecanismo, que é o modo de transporte usual em contatos

ôhmicos, ocorre quando a camada de depleção é suficientemente estreita em razão de uma alta

concentração de dopantes no semicondutor, conforme ilustrada na figura 31.

Figura 30- Mecanismo de condução através de emissão termiônica.

φB

TE

Page 62: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

61

Figura 31- Mecanismo de condução através de emissão por campo.

Figura 32- Mecanismo de condução através de emissão por campo-termiônico.

A magnitude relativa dos dois mecanismos fundamentais de transporte, que dependem

da altura da barreira de potencial, temperatura, dopagem, massa efetiva dos portadores de

carga e constante dielétrica; determina as propriedades retificadoras ou ôhmicas de um

contato. Um parâmetro muito utilizado para esse propósito é a relação de emissão:

(SCORZONI; FINETTI, 1994)

∞⋅

E

Tk

Onde a energia ∞E refere-se à probabilidade de tunelamento, sendo definida como:

(SCORZONI; FINETTI, 1994)

21

*.

2⎟⎠

⎞⎜⎝

⎛⋅

⎟⎠⎞

⎜⎝⎛ ⋅=∞ εm

NqE DOPh

(4.1)

(4.2)

φB

TFE

φB

FE

Page 63: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

62

onde “q” é a carga elétrica, “ h ” é a constante de Planck , “NDOP” é a concentração de

dopante, “m*” é a massa efetiva dos portadores no tunelamento, “ε” é a constante dielétrica

do semicondutor, “k” é a constante de Boltzmann e “T” é a temperatura absoluta em Kelvin.

O valor da relação de emissão é uma indicação da predominância de um mecanismo

com respeito ao outro (SCORZONI; FINETTI, 1994). As equações 4.3, 4.4 e 4.5 representam

a predominância de cada mecanismo descrito anteriormente em função da relação de emissão.

TEE

Tk⇒⟩⟩

∞⋅

1

FEE

Tk⇒⟨⟨

∞⋅

1

TFEE

Tk⇒≈

∞⋅

1

Para relação de emissão muito maior que um, por exemplo, a emissão termiônica é a

contribuição dominante e o contato comporta-se como uma barreira Schottky. Para relação de

emissão muito menor que um, em níveis de dopagem muito alta ou baixas temperaturas,

prevalece a emissão por campo e o contato é ôhmico. Quando a relação de emissão possuir

um valor próximo da unidade, um modo intermediário de transporte ocorre, que será chamado

de emissão campo-termiônico (TFE). Nesse caso, a corrente que flui é constituída

principalmente por portadores com alguma energia térmica, ocorrendo o tunelamento na

seção mediana da barreira, conforme figura 32 (SCORZONI; FINETTI, 1994).

As propriedades ôhmicas dos contatos podem ser correlacionadas com a resistividade

de contato definida como: (SANTANDER et al., 2000)

(4.3)

(4.4)

(4.5)

Page 64: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

63

ρc = 1

0

=⎥⎦

⎤⎢⎣

⎡⎟⎠⎞

⎜⎝⎛

∂∂

VV

J

Onde “J” é a densidade de corrente local que flui através do contato, e “V” é a queda

de potencial local através da interface.

Conhecidas as equações básicas de transporte, as expressões teóricas para ρc foram

derivadas para diferentes regimes de corrente. As equações 4.7, 4.8 e 4.9 mostram a

dependência da resistividade de contato com a temperatura, altura da barreira e probabilidade

de tunelamento para os diversos mecanismos possíveis de condução (SCORZONI; FINETTI,

1994).

ρc ⎟⎠⎞

⎜⎝⎛

⋅⋅

∝Tk

q Bφexp (TE)

ρc

⎟⎟⎟⎟

⎜⎜⎜⎜

⎟⎠⎞⎜

⎝⎛

⋅⋅

⋅∝

∞∞ Tk

EE

q B

cothexp

φ (TFE)

ρc ⎟⎟⎠

⎞⎜⎜⎝

⎛ ⋅∝

∞E

q Bφexp (FE)

Omitindo a influência da temperatura e massa efetiva no tunelamento, há basicamente

duas formas de se obter contatos ôhmicos. Do ponto de vista tecnológico, a aproximação mais

usada consiste no aumento da concentração de dopante no semicondutor. Conseqüentemente a

probabilidade de tunelamento através da barreira de potencial será maior.

Uma segunda alternativa consiste em aplicar no contato direto com o semicondutor um

metal com baixa altura de barreira. Contudo, deve ser observado que, pelo aumento do nível

(4.6)

(4.7)

(4.8)

(4.9)

Page 65: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

64

da dopagem, diferenças na altura da barreira tornam-se menos importantes (SCORZONI;

FINETTI, 1994).

4.2 Corrente vertical e horizontal no contato

A figura 33 ilustra dois filmes metálicos em contato com lados opostos de uma barra

semicondutora homogênea. A tensão aplicada entre os terminais 1 e 2 (V12) força a passagem

de uma corrente elétrica (I) uniformemente distribuída através da interface do filme metálico e

o semicondutor. Dessa forma, a resistividade de contato, para um modelo puntual, poderia ser

dada como:

SRCC ⋅=ρ

com

⎭⎬⎫

⎩⎨⎧

⎥⎦

⎤⎢⎣

⎡⎟⎠⎞

⎜⎝⎛⋅−⎟

⎠⎞

⎜⎝⎛⋅=

S

L

I

VR si

SiC ρ12

21

Figura 33- Diagrama de contato tipo vertical.

1

2

LC LC

Filme metálico no contato

Semicondutor

Lado do contato

Comprimento do Semicondutor

Resistividade do Semicondutor (Si)

Área do contato (LC x LC)

LC =

Lsi =

Siρ =

Lsi

S =

(4.11)

(4.10)

Page 66: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

65

Porém, esse não é um procedimento prático para se analisar contatos de baixa

resistência já que a contribuição da resistividade de contato desejada poderia ser apenas uma

pequena fração da medição da resistência total o que implicaria em baixa precisão no

processo de medição. Além disso, esta estrutura não é compatível com a tecnologia de

circuito integrado.

A figura 34 ilustra um segundo tipo de contato que possui grande importância na

tecnologia planar de semicondutores. A estrutura pode ser dividida em: (a) filme metálico; (b)

camada de semicondutor fora da área do contato, cuja resistência de folha será chamada de

Rsh; (c) camada de semicondutor embaixo da área do contato, cuja resistência de folha será

chamada de Rsk; (d) camada de interface ôhmica (SCORZONI; FINETTI, 1994).

Figura 34- Diagrama de contato tipo horizontal.

A distinção entre a camada do semicondutor fora do contato com aquela que fica

embaixo do contato é freqüentemente necessária para uma determinação precisa da

resistividade de contato, pois as reações metalúrgicas que ocorrem no processo de preparação

do contato podem provocar modificações apreciáveis no valor da resistência de folha embaixo

do contato (SCORZONI; FINETTI, 1988, 1994). Com o microscópio de força eletrostática

(Electrostatic Force Microscopy – EFM), que é uma técnica surgida a partir do microscópio

(b) (c)

(d)

(a)

Page 67: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

66

de força atômica (Atomic Force Microscopy – AFM), é possível obter um mapa do potencial

da superfície com uma precisão de ±4% e uma determinação precisa da resistência de folha

embaixo do contato ou fora do contato de ±3% (BRESSE; BLAYAC, 2001).

Todos os modelos que descrevem o contato tipo horizontal são baseados em duas

suposições fundamentais:

a) A região de interface é uniforme, de modo que os modelos matemáticos não podem

ser aplicados quando existirem deformações na interface do contato.

b) A camada do semicondutor abaixo do contato, bem como o filme metálico tem

espessura nula. Em particular, a profundidade da junção também é considerada como

sendo nula.

Segundo essas hipóteses e baseado na figura 34, a corrente que flui é horizontal na

camada do semicondutor e na camada metálica, sendo vertical na interface entre ambos. Isso é

o que ocorre em contatos do tipo horizontal. A corrente que flui propicia uma concentração de

linhas de corrente ao redor do contato. Como conseqüência, a caracterização da resistividade

de contato não pode ser deduzida pela equação 4.10, devido à não uniformidade da

distribuição de corrente através do contato (SCORZONI; FINETTI, 1994).

Do ponto de vista prático, a caracterização de um contato horizontal é realizada em

duas etapas. A primeira etapa consiste na medição da resistência de contato associada a uma

determinada interface de contato. Podem ser utilizadas, para esse propósito, estruturas padrões

como: “Transmission Line Tap Resistor-(TLTR)” ou “Circular Transmission Line Resistor-

(CTLR)” ou “Cross-Bridge Kelvin Resistor - (CBKR)” ou “Contact end Resistor – (CER)”. A

resistência de contato para cada estrutura é dada simplesmente pela divisão da queda de

tensão sobre o contato pela corrente que passa pelo mesmo. O segundo passo é a extração

precisa da resistividade de contato baseado na resistência de contato. Isso só é possível a

Page 68: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

67

partir de modelos desenvolvidos que permitam um prognóstico preciso do comportamento

elétrico na estrutura de teste utilizada durante as medições (SCORZONI; FINETTI, 1994).

4.3 Concentração de linhas de corrente no contato

As equações que utilizam o modelo puntual para determinação da resistividade de

contato não funcionam bem se o fenômeno de concentração de linhas de corrente (current

crowding) for significativo. Esse fenômeno está representado na figura 35. Como a resistência

específica do metal é sempre muito menor que a do semicondutor, a corrente não é

uniformemente distribuída abaixo do contato. A maior parte da corrente percorre a menor

distância possível dentro do semicondutor e logo passa para o metal. Para descrever esse

fenômeno de aglomeração, define-se o comprimento de transferência Lt como a distância do

início do contato para qual a densidade da corrente é um fator “e” (=2,78...) menor. O valor de

Lt pode ser calculado por: (CHIEH; PERERA; KRUSIUS, 1992; MARTINO; PAVANELLO;

VERDONCK, 2003)

RshL C

t

ρ=

A resistência resultante do contato entre o metal e o semicondutor também é função da

largura (LC) e do comprimento (CC) do contato. Numa análise unidimensional e desprezando

a espessura da camada metálica do contato, Rc é dada pela equação 4.13: (CHIEH; PERERA;

KRUSIUS, 1992)

⎟⎟⎠

⎞⎜⎜⎝

⎛⋅

⋅=

tt

CC L

CC

LLCR coth

ρ

(4.12)

(4.13)

Page 69: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

68

A implicação física do fenômeno de concentração de linhas de corrente é que se a

dimensão do contato é maior que Lt, a maior parte da corrente elétrica passa apenas por uma

parte do contato, perto do seu início, enquanto no resto do contato passa uma quantidade

desprezível.

A conseqüência disso é que as equações 3.7 e 3.8 fornecem apenas estimativas. O

valor de RC calculado será maior que o valor real para contatos menores e menor para

contatos maiores, se forem usadas as equações 3.7 e 3.8 (MARTINO; PAVANELLO;

VERDONCK, 2003). Como conseqüência, devem ser feitas medidas com diferentes tamanhos

de contatos para obter valores reais de resistência de contato ou usar um modelo mais

refinado, conforme será proposto no programa desenvolvido em MATLAB que será

apresentado a seguir.

Figura 35- Fenômeno de concentração de corrente na transição da região de difusão para o metal.

CORRENTE

Metal

Óxido

Difusão

Resistência do alumínio

Resistência do contato

Resistência da difusão

Page 70: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

69

4.4 Efeito da metalização no contato

Um método de classificação dos valores experimentais de resistividade de contato é

através do tipo de metalização. Reações dos metais com semicondutores são, em muitos

casos, não apenas inevitáveis, mas até mesmo desejáveis desde que elas levem à melhora da

estabilidade térmica e da performance elétrica. Exemplos disso são os silicetos de metais de

transição. Esses filmes apresentam baixas resistividades e métodos reprodutíveis de sistemas

de metalização sobre silício altamente dopado. As propriedades elétricas de diversas

interfaces com silicetos e silício têm sido apresentadas na literatura por diferentes autores,

relatando valores de resistividade de contato tipicamente na faixa de 10-8 a 10-5 Ωcm2

(FINETTI et al., 1985; SCORZONI; FINETTI, 1994).

De forma geral, a resistividade de contato depende, entre outros fatores, das

características do siliceto sobre a região de teste (tal como a altura da barreira φB ou a

capacidade de “snowplow” do dopante, sendo que “snowplow” é o efeito de empurramento

dos dopantes para dentro do substrato, causando um aumento da concentração de dopantes em

uma determinada profundidade a partir da superfície do silício) e o método de preparação do

contato (limpeza da superfície do silício para a deposição do metal e as condições de

recozimento). Óxido residual ou contaminantes entre o metal e o substrato podem induzir

valores de ρc consideravelmente mais altos. Além disso, a escolha do método para medir ρc

pode resultar em diferenças apreciáveis nos resultados. Por exemplo, o CBKR e o CER

permitem a extração da resistividade de contato por meio de uma simples medição elétrica, ao

contrário, o TLTR e o CTLR permitem a obtenção de ρc através de diversas medições

elétricas sobre contatos que estão sendo adotados como idênticos, tanto em geometria quanto

em características físicas (FURLAN, 1990; SCORZONI; FINETTI, 1994).

Page 71: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

70

As equações 1-D (unidimensional) utilizadas normalmente para relacionar a medição

de resistência de contato com a resistividade de contato (ρc) em diferentes estruturas de testes

são deduzidas a partir de uma rede de resistores distribuídos. A suposição fundamental na

simulação dos modelos das estruturas CBKR, CER, TLTR e CTLR é que a largura da região

difundida é igual à largura do contato. Porém, diversos problemas surgem na extração de ρc

ao utilizar essa suposição, em função da presença, nas estruturas atuais, da área parasitária ao

redor do contato e devido à tolerância do alinhamento entre a região de difusão e a largura da

borda do contato requerida no processo de litografia. Por causa da conseqüência dos efeitos na

distribuição de linhas de corrente ao redor do contato, as estruturas CER e CBKR apresentam

desvios apreciáveis, ao passo que os desvios nas estruturas TLTR são menos severos e

poderiam ser completamente evitados ao utilizar o CTLR (SCORZONI; FINETTI, 1994).

4.5 Efeito do siliceto sobre a corrente no contato

O efeito da presença do siliceto nas paredes laterais na entrada do contato tem sido

examinado qualitativamente, pois são introduzidas simultaneamente correntes vertical e

horizontal, dependendo da espessura do silício consumido durante a formação do siliceto,

conforme ilustrado na figura 36. É mostrado que os erros na determinação da resistividade de

contato são apreciáveis somente para altos valores de resistência de folha na área do contato.

Por exemplo, no caso de ρc = 10-7Ωcm2, o erro é desprezível para Rsk = 5Ω/, ao passo que

erros acima de 40% são esperados para Rsk = 100Ω/ (SCORZONI; FINETTI, 1994).

Page 72: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

71

Figura 36- Ilustração da mistura de corrente horizontal e vertical causada pela presença de siliceto nas paredes laterais no contato.

4.6 Formação de “Spikes” no contato

Os “spikes” são picos ou pontas de materiais geralmente metálicos (Al) que

atravessam a região do contato e penetram na junção. Esses “spikes” provocam mudança do

comportamento do contato, podendo até provocar um curto-circuito na junção.

É importante observar que a uniformidade do contato é uma suposição fundamental

para as estruturas de testes e seus modelos de análise. Como conseqüência, os dados de

resistividade de contato extraídos de uma metalização pura de Al sobre Si (o que geralmente

provoca vários “spikes”), são baseados em uma situação hipotética de ausência de formação

de sulcos na interface do contato. A formação de sulcos na interface modifica a resistência

medida. Por causa desse efeito, a área efetiva do contato aumenta, mas, acima de tudo, a

condição de superfície plana é desfeita, provocando a modificação da distribuição da corrente

dentro da região de contato devido a uma mistura de corrente horizontal e vertical. Esse efeito

tem sido negligenciado por todos os procedimentos de simulação com base na hipótese de

estruturas de contato como horizontal. Dessa forma, os valores de resistividade de contato

obtidos para essa metalização devem ser considerados como estimativas semi-quantitativas,

pois a resistividade de contato pode ser fortemente afetada pela morfologia da interface

analisada (SCORZONI; FINETTI, 1994).

A adição de platina promove uma significante melhora na integridade das junções

rasas silicetadas, pois ajuda a evitar a formação de “spikes” nos silicetos (DONGZHI, 2001).

SILICETO

SiO2

n+

P

I

Page 73: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

72

4.7 Efeito da concentração de corrente sobre a temperatura do contato

Nos circuitos integrados VLSI e ULSI, os contatos e interconexões estão apresentando

aumentos de densidade de corrente, em função das dimensões sub-micrométricas. Como as

falhas nas interconexões são fortemente dependentes da temperatura, medidas de temperaturas

nesses contatos de dimensões reduzidas e nas linhas de interconexões tornam-se relevantes.

Utilizando-se diversas técnicas como “Scanning Joule Expansion Microscopy – (SJEM)” e

termometria óptica de campo, têm sido realizadas medidas de temperatura em pinos e

conexões. Essas técnicas ainda requerem complicadas etapas experimentais e extrações de

dados (LIAO; CHEN, 2003).

Em uma estrutura Kelvin, como ilustrada na figura 21, aplica-se a corrente (I) do

terminal 3 para o terminal 2 e mede-se a tensão entre o terminal 4 e o terminal 1. Obtém-se:

CC TStRIV ∆⋅+⋅=41

Onde “RC” é a resistência de contato, “St” é o coeficiente de temperatura e “∆TC” é o

aumento de temperatura no contato devido ao efeito Joule. Agora, se for aplicada a corrente

elétrica no sentido inverso, a tensão medida entre os terminais 1 e 4 será:

CC TStRIV ∆⋅−⋅=14

A variação de temperatura pode ser calculada, considerando I e RC constantes:

( )St

VVTC ⋅

−=∆2

1441

(4.14)

(4.15)

(4.16)

Page 74: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

73

Dessa forma, o aumento da temperatura no contato pode ser determinado se o

coeficiente de temperatura for conhecido. Como exemplo, uma amostra de estrutura Kelvin

foi analisada, resultando nas curvas mostradas na figura 37. Pelo gráfico pode-se determinar o

valor do coeficiente de temperatura (LIAO; CHEN, 2003).

Figura 37- Aumento da temperatura e potencial em função da corrente aplicada e da área do contato.

A partir da figura 37 é possível notar que: quanto maior a corrente elétrica aplicada a

um contato, maior será a sua temperatura. Além disso, quanto menor a área do contato, maior

será a elevação da temperatura devido ao incremento da corrente elétrica aplicada.

0 2 4 6 8 10 Corrente aplicada (mA)

0

5

10

1

5

Aum

ento

da

tem

pera

tura

(∆T

C)

°C

LC = 20µm LC = 16µm LC = 10µm LC = 8µm

P

oten

cial

(-S

t.∆T

C),

mV

0

1

2

3

4

Page 75: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

74

4.8 Programa para determinação da resistividade real do contato

Os fatores parasitários, nas estruturas Kelvin (CBKR), podem afetar

consideravelmente as medições mais precisas de resistividade de contato que são da ordem de

10-5 a 10-8 Ωcm2 (FINETTI; SCORZONI; SONCINI, 1984).

Nesta dissertação, foi elaborado um programa computacional, conforme Apêndice-A,

desenvolvido em MATLAB (Version 6.0.0.88 Release 12), baseado em uma malha

tridimensional de resistores, na qual os efeitos do fenômeno de concentração das linhas de

corrente lateral, sobre as medições de resistência de contato nas estruturas Kelvin são

determinados em função da resistividade de contato, resistência de folha e características

geométricas da estrutura de teste (FINETTI; SCORZONI; SONCINI, 1984). Após a validação

do programa com os dados do próprio artigo (FINETTI; SCORZONI; SONCINI, 1984) e com

dados de contatos Al/N+P e Al/TiSi2/N+P (SANTOS FILHO, 1988), o programa foi aplicado

na obtenção da resistividade real de contato sobre lâminas de silício com contatos silicetados

(mono-siliceto de níquel com 4% de Platina).

O programa computacional gera uma matriz de condutâncias nodais tendo como

entrada os valores da resistência de folha fora do contato (Rsh), resistência de folha dentro do

contato (Rsk), o valor da corrente elétrica aplicada durante o teste (I), a tensão medida e as

dimensões geométricas da região de análise, conforme definidas na figura 38.

As variáveis de entrada do programa são:

Largura da região de difusão [µm]:...........................................(LD)

Comprimento da região de difusão [µm]:.................................(CD)

Largura da região de contato [µm]:...........................................(LC)

Comprimento da região de contato [µm]:.................................(CC)

Largura da trilha para a região de difusão [µm]:.......................(LT)

Page 76: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

75

Comprimento da trilha para a região de difusão [µm]:.............(CT)

Distância entre os nós [µm]:.....................................................(∆x)

Valor de Rsh [Ohms/]:...........................................................(Rsh)

Valor de Rsk [Ohms/]:...........................................................(Rsk)

Valor da corrente aplicada [mA]: ............................................(I)

Valor da tensão sobre a região de contato [mV]:.....................(Vc)

Figura 38- Modelagem da região de análise na estrutura de teste (Kelvin), com a discretização em células elementares cúbicas.

A região de análise foi dividida em células cúbicas com a dimensão ∆x de lado. Em

cada uma dessas células é feita a descrição de seu comportamento resistivo através dos

resistores R1, R2 e R3, conforme definidos na figura 39 (FINETTI; SCORZONI; SONCINI,

1984).

LD

LC

CD

CC

CT

LT

1

3

2 4

Metal

Região dopada (difusão)

Janela do contato

Page 77: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

76

Figura 39- Análise das células elementares cúbicas, através de seu comportamento resistivo e dimensionamento dos resistores R1, R2 e R3.

Todas as células de resistores são interligadas conforme as dimensões estabelecidas.

Em seguida, o programa faz a análise nodal e resolve um sistema de equações lineares em

processos iterativos. A queda de tensão na região frontal do contato é inicialmente calculada e

em seguida o programa fornece uma resistividade de contato para comparação com aquela

que é determinada experimentalmente ρC* (resistividade aparente) pela simples aplicação da

equação 3.7. Portanto, quando ocorrer a coincidência entre as duas após diversas iterações, a

resistividade real do contato (ρC), que é o parâmetro desejado, e a variável de entrada que é

realimentada a cada iteração, dizemos que houve convergência e a resistividade real do

contato foi determinada.

A resistividade determinada experimentalmente ρC* (resistividade aparente) é

diferente da resistividade real ρC devido aos efeitos do fenômeno de concentração das linhas

de corrente lateral, isto é: (SCORZONI; FINETTI, 1994)

SI

VFRONTALC ×=ρ

Onde: “VFRONTAL” é a tensão da região frontal no contato, conforme vem exposto na

figura 40, e “S” é a área do contato.

21

RshR =

22

RskR =

( )23

*

xR C

∆=

ρ

(4.17)

(4.18)

(4.19)

(4.20)

Page 78: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

77

Figura 40- Região frontal do contato, onde é medido VFRONTAL.

O programa também permite visualizar a tensão em cada um dos nós com valores

numéricos tabelados ou graficamente, conforme mostrado nas figuras 41 e 42 (exemplos com

dados aleatórios). Esse programa permite análises de contatos com até 4000 nós.

Por via do comando DESENHO é possível visualizar todos os nós que estão sendo

analisados no programa. Cada nó possui um número para melhor identificar a sua tensão:

• Os nós positivos estão na trilha e na região de difusão;

• Os nós negativos estão na região de contato;

• Os pontos marcados com zero não pertencem à região de análise.

Através do comando SAÍDA é possível visualizar a tensão em todos os nós analisados.

A figura 43 mostra o fluxograma do programa desenvolvido para a determinação da

resistividade real do contato.

VFRONTAL

77

Page 79: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

78

Figura 41- Resultado gráfico das tensões em cada um dos nós analisados.

Figura 42- Resultado numérico tabelado das tensões em cada um dos nós analisados.

Ten

são

(x10

-2V

)

Comprimento (µm) Largura (µm)

Page 80: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

79

Figura 43- Fluxograma do programa para determinação da resistividade real do contato.

Sim

Sim

Não

Não

Alguma variável está

vazia?

Variáveis de entrada

Início

Modelagem da região de análise da estrutura de teste através da discretização de células cúbicas elementares

Parâmetros das células cúbicas

21

RshR = ;

22

RskR = ;

( )2C

3x

*R

∆ρ

=

ρC* = Resistividade de contato determinada experimentalmente (Equação 3.7)

Análise nodal para determinação da resistividade de contato “ρC” através da

tensão frontal do contato

SI

VFRONTALC ×=ρ

Se ρC = ρC* ρC* = ρC

A resistividade real do contato é ρC

( )2C

3x

*R

∆ρ

=

Page 81: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

80

Para simplificar a análise, foi estabelecida a condição de contorno: a camada metálica

sobre a região do contato é equipotencial. Vale a pena ressaltar que caso essa hipótese não

seja real, isto é, se o metal não for equipotencial, alguns erros serão esperados na apresentação

do resultado final. Nesses casos, os efeitos do fenômeno de concentração das linhas de

corrente lateral provocariam uma super estimativa da resistividade de contato (FINETTI;

SCORZONI; SONCINI, 1984).

O programa foi desenvolvido para sempre garantir a simetria geométrica da região

analisada, garantindo a mesma quantidade de nós ao redor do contato e entre a região de

difusão e a trilha para a região de difusão, mesmo que para isso seja necessário introduzir

arredondamentos com relação à quantidade de nós analisados.

Page 82: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

81

5 PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS

Neste capítulo são apresentados os procedimentos experimentais para fabricação das

junções N+P e estruturas adicionais de caracterização elétrica. Como item final, é feita uma

descrição dos equipamentos utilizados para a caracterização elétrica das estruturas fabricadas.

Por outro lado, o anexo-A apresenta os resultados do processo de formação do mono-siliceto

de níquel com 4% de platina (Ni(Pt)Si) que foi analisado com as técnicas: Espectroscopia de

retroespalhamento Rutherford RBS (Rutherford Backscattering Spectroscopy), Difração de

raios-X XRD (X-Ray Diffraction) e microscopia de força atômica AFM (Atomic Force

Microscopy), desenvolvidas em conjunto com o Ronaldo Willian Reis em seu trabalho de

doutoramento (REIS, 2004).

5.1 Primeira série de lâminas: junções N+P silicetadas

Lâminas de silício (100) tipo P com diâmetros de 3 polegadas e resistividades na faixa

de 6 a 9 Ωcm passaram por um procedimento de limpeza química padrão (SANTOS FILHO,

1996). A seqüência completa do procedimento foi a seguinte:

a) Enxágüe em água D.I. por 5 min.;

b) Fervura por 15 min. a 70°C em solução 4H2O : 1NH4OH : 1H2O2;

c) Enxágüe em água D.I. por 5 min.;

d) Fervura por 15 min. a 70°C em solução 4H2O : 1HCl : 1H2O2;

e) Enxágüe em água D.I. por 5 min.;

f) Secagem com N2.

Na seqüência, foi realizada a oxidação (SiO2) seca inicial de 15nm. Essa oxidação foi

realizada num forno convencional com fluxo de O2 de 2 l/min. na temperatura de 900°C por

100 minutos, conforme ilustrado na figura 44.

Page 83: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

82

Figura 44- Oxidação (SiO2) de 15nm na lâmina de silício tipo P.

Em seguida, foi realizada a deposição de 220nm de nitreto de silício (Si3N4) sobre o

óxido fino em um forno LPCVD na temperatura de 750 ºC por duas horas com 222 sccm de

vazão do gás NH3 e 20,1 sccm de vazão do SiH2Cl2 para obter 220 nm de Si3N4 conforme

ilustrado na figura 45.

Figura 45- Deposição de 220nm de nitreto de silício (Si3N4).

Após a deposição do nitreto de silício, foi realizado o processo litográfico para definir

foto-resiste sobre as regiões ativas (diodos com diferentes áreas e perímetros) ilustrado na

figura 46.

Figura 46- Processo litográfico para definir foto-resiste sobre as regiões ativas.

Após o processo litográfico foi realizada corrosão por plasma (SF6) do Si3N4 ilustrado

na figura 47.

SiO2 Si tipo P

SiO2 Si tipo P

Si3N4

Foto-resiste

SiO2 Si tipo P

Si3N4

Page 84: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

83

Figura 47- Corrosão por plasma (SF6) do Si3N4.

Em seguida, foi realizada a remoção do foto-resiste. A oxidação úmida, para formação

do óxido local, foi realizada em um forno convencional regulado para a temperatura de

1100 ºC por 150 minutos, a temperatura da água foi controlada em torno de 96 a 98ºC e o

fluxo de O2 durante o processo foi de 2 l/min. A remoção do Si3N4 seletivamente em relação

ao óxido de silício foi realizada utilizando ácido fosfórico (H3PO4) a 180 ºC, de acordo com a

figura 48.

Figura 48- Remoção do foto-resiste, oxidação úmida e remoção do Si3N4.

Após a realização de simulações do perfil de implantação iônica de arsênio no

programa SUPREM III, foi feita a implantação iônica de arsênio com energia de 90KeV e

dose de 5x1015cm-2 (para obter junções com aproximadamente 0,2 µm de profundidade). Na

seqüência, foi realizada a ativação dos dopantes implantados a 900°C por 20min, conforme

figura 49.

Foto-resiste

SiO2 Si tipo P

Si3N4

SiO2 Si tipo P

Page 85: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

84

Figura 49- Implantação iônica de arsênio e ativação dos dopantes implantados.

Após a remoção do óxido fino, foram depositados 1,5nm de Pt mais 30nm de Ni por

evaporação por feixe de elétrons (e-beam) para a posterior formação do siliceto, conforme

figura 50.

Figura 50- Deposição de 1,5nm de Pt mais 30nm de Ni por evaporação por feixe de elétrons.

A formação do siliceto foi realizada em forno de processamento térmico rápido a

600°C durante 120 s. A remoção do níquel não reagido com o silício foi efetuada utilizando-

se uma solução 1H2SO4 : 3H2O durante 5 minutos. Após a remoção do óxido de silício

residual das “costas” da lâmina, utilizando solução diluída de ácido fluorídrico HF, foi feita a

deposição de alumínio sobre toda a região sem óxido por evaporação térmica. Essa etapa está

representada na figura 51.

Figura 51- Formação do siliceto, seguido da remoção do níquel não reagido. Deposição de alumínio nas “costas” da lâmina.

SiO2 Si tipo P

N+

SiO2 Si tipo P

N+ Ni

Pt

SiO2

Si tipo P

(Ni(Pt)Si)

N+

Al

Page 86: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

85

Foi feita deposição “e-beam” de 30nm de Ti na frente da lâmina seguido de deposição

sem quebra de vácuo de uma camada final de Al com 250nm de espessura. Em seguida o

Al/Ti foi fotogravado sobre a região da junção. A corrosão do Al foi realizada em solução de

ácido fosfórico mais ácido nítrico (80H3PO4 + 10H2O + 5HNO3 em 45°C) e a corrosão do Ti

em solução de amônia (4H2O : 1H2O2 : 1NH4OH em 70ºC). Como última etapa, foi feita a

sinterização a 400ºC por 20 minutos em ambiente de gás “verde” (N2 + 10%H2). A estrutura

final é ilustrada na figura 52.

Figura 52- Deposição de 30nm de Ti e 250nm de Al por evaporação “e-beam” e sinterização a 400ºC por 20 minutos.

5.2 Segunda série de lâminas: Kelvin, Van der Pauw e junções N+P silicetadas

Lâminas de silício (100) tipo P com diâmetros de 3 polegadas e resistividades na faixa

de 6 a 9 Ωcm passaram por um procedimento de limpeza química padrão (SANTOS FILHO,

1996). A seqüência completa do procedimento foi a seguinte:

a) Enxágüe em água D.I. por 5 min.;

b) Fervura por 15 min. a 70°C em solução 4H2O : 1NH4OH : 1H2O2;

c) Enxágüe em água D.I. por 5 min.;

d) Fervura por 15 min. a 70°C em solução 4H2O : 1HCl : 1H2O2;

e) Enxágüe em água D.I. por 5 min.;

f) Secagem com N2.

SiO2

Si tipo P (Ni(Pt)Si)

N+

Al

Al

Ti

Page 87: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

86

Si tipo P

SiO2

Na seqüência, foi realizada a oxidação seca inicial de 15nm. Essa oxidação foi

realizada num forno convencional com fluxo de O2 de 2 l/min. na temperatura de 900°C por

100 minutos, seguida de oxidação úmida para formação do óxido local de aproximadamente

600nm, conforme figura 53.

Figura 53- Oxidação (SiO2) da lâmina de silício tipo P.

Em seguida, foi realizado o processo litográfico para definir a região ativa (diodos

com diferentes áreas e perímetros, estruturas de caracterização elétrica para medida da

resistência de folha, largura de linha e resistência de contato) utilizando máscara negativa e

foto-resiste positivo. Essa etapa está representada na figura 54.

Figura 54- Processo litográfico para definição da região ativa.

A corrosão do óxido espesso de 600nm foi feita em solução 1HF : 6NH4F e o foto-

resiste foi removido em fervura em acetona (15 min.) + isopropanol (15 min.) (figura 55).

Figura 55- Corrosão do óxido espesso e remoção do foto-resiste.

SiO2 Si tipo P

Foto-resiste

Page 88: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

87

Após a realização de simulações do perfil de implantação iônica de arsênio no

programa SUPREM III, foi feita a implantação iônica de arsênio com energia de 90KeV e

dose de 5x1015cm-2 (para obter junções com aproximadamente 0,2 µm de profundidade). Na

seqüência, foi realizada a ativação dos dopantes implantados a 1100°C por 10min, a figura 56

ilustra esta etapa.

Figura 56- Implantação iônica de arsênio e ativação dos dopantes.

Após a remoção do óxido nativo em solução diluída de ácido fluorídrico (1HF :

40H2O), foram depositados 1,5nm de Pt mais 30nm de Ni por evaporação “e-beam” para a

posterior formação do siliceto, conforme ilustrado na figura 57.

Figura 57- Deposição de 1,5nm de Pt mais 30nm de Ni por evaporação “e-beam”.

A formação do siliceto foi realizada em forno de processamento térmico rápido a

750°C durante 120 s. A remoção do níquel não reagido com o silício foi realizada utilizando

uma solução 1H2SO4 : 3H2O, por aproximadamente 5 minutos, essa etapa de processo é

ilustrada na figura 58.

Figura 58- Formação do siliceto e remoção do níquel não reagido com o silício.

Si tipo P

SiO2

N+

Si tipo P

SiO2

N+

Pt

Ni

Si tipo P

SiO2

N+

(Ni(Pt)Si)

Page 89: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

88

Na seqüência, foram depositados 30 nm de Ti na frente da lâmina seguido de

deposição sem quebra de vácuo de uma camada de 250 nm de Al por evaporação “e-beam”,

(figura 59).

Figura 59- Deposição de 30 nm de Ti e 250 nm de Al.

A remoção do óxido de silício nas “costas” da lâmina foi feita utilizando solução

diluída de ácido fluorídrico HF para permitir a deposição de alumínio na região sem óxido por

evaporação térmica. Em seguida o Al/Ti foi fotogravado sobre a região da junção. A corrosão

do Al foi realizada em solução de ácido fosfórico mais ácido nítrico (80H3PO4 + 10H2O +

5HNO3 em 45°C) e a corrosão do Ti em solução de amônia (4H2O : 1H2O2 : 1NH4OH em

70ºC). Como última etapa, foi feita a sinterização a 430 ºC por 30 minutos em ambiente de

gás “verde” (N2 + 10%H2), conforme ilustrado na figura 60.

Figura 60- Deposição de Al nas “costas” da lâmina e sinterização final.

A figura 61 apresenta a foto de uma das lâminas processadas da segunda série de

lâminas.

Si tipo P

SiO2

N+

Ti

Al

(Ni(Pt)Si)

Si tipo P

SiO2

N+

Al

(Ni(Pt)Si)

Al Ti

Page 90: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

89

Figura 61- Foto de uma das lâminas processadas da segunda série de lâminas.

5.3 Técnicas de caracterização elétrica

As curvas (I-V) para extração dos parâmetros elétricos dos diodos (corrente de fuga

por unidade de área, corrente de fuga por unidade de perímetro, resistência reversa, tensão de

início de condução, fator de idealidade e corrente de saturação) foram medidas em um pico-

amperímetro da marca HP modelo 4140B acoplado a um microscópio óptico e pontas finas

que tornam possível o contato elétrico entre os “pads” e o medidor. Contudo, esse

equipamento não permitiu medir as curvas para extração da resistência série, pois a limitação

de corrente em 10-2A foi um fator limitante como será mostrado no capítulo 6. Portanto, as

curvas (I-V), para extração do parâmetro resistência série dos diodos, foram medidas no

traçador de curvas programável da marca Sony-Tektronix modelo 370A.

As curvas (I-V) para extração dos parâmetros elétricos das estruturas Kelvin

(resistência e resistividade de contato) e estruturas Van der Pauw (resistência de folha) foram

medidas em um analisador de parâmetros da marca Agilent modelo 4156C também acoplado

Page 91: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

90

a um microscópio óptico e pontas finas que tornam possível o contato elétrico entre os “pads”

e o medidor.

As medições de resistividade dos filmes de siliceto de níquel com 4% de Platina em

função da temperatura de formação foram realizadas em um instrumento de medição com 4

pontas, equipamento da marca VEECO modelo FPP5000.

5.3.1 Parametrização do HP-4140B

O pico-amperímetro mais fonte de tensão contínua da marca HP modelo 4140B possui

resolução máxima de 10-15A. A tolerância nas medições é de 0,5% para medições de

±0,001x10-12A até ±1,999x10-2A. A fonte de tensão contínua possui tensão de saída de até

±100V em passos de 100mV ou tensão de saída de ±10V em passos de 10mV. A taxa de

variação da tensão pode ser ajustada na faixa de 0,001V/s. até 1V/s. com resolução de

0,001V/s. É possível optar por três diferentes tipos de tempo de integração durante as

medições, conforme é mostrado na tabela 2: (HEWLETT PACKARD, 1980)

Tabela 2- Tempo de integração para freqüência da rede elétrica a 60 Hz.

Tempo de Integração (ms) Faixa de aplicação da corrente (A) Curto Médio Longo

10-2 ~ 10-10 16,7 66,7 266,7

10-11 66,7 266,7 1066,7

10-12 133,3 533,3 2133,3

Durante a caracterização elétrica das estruturas deste trabalho, foi selecionado o tempo

de integração longo, pois, apesar de ser mais demorado, permite uma quantidade maior de

medições por teste realizado e, conseqüentemente, o resultado é mais preciso.

Page 92: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

91

O aparelho HP-4140B possui um filtro interno para rejeitar ruídos em corrente

alternada, que pode ser habilitado ou desabilitado. Durante a caracterização elétrica das

estruturas deste trabalho, esse filtro foi ativado.

Existem duas saídas de tensão VA e VB que possuem diferentes modos de forma de

onda, conforme tabela 3: (HEWLETT PACKARD, 1980)

Tabela 3- Modos de forma de onda de saída.

Símbolo Modo da forma de onda Rampa simples

Rampa dupla

Escada simples

Escada dupla

Tensão contínua

OFF Saída inoperante

Dependendo do tipo de medição que se deseja efetuar, é possível selecionar uma

forma de onda, conforme tabela 4: (HEWLETT PACKARD, 1980)

Tabela 4- Modos de forma de onda de saída permitidos em função da medição.

VA VB Função

OFF OFF

I

I-V

C-V

Configuração inicial Permitido Este modo não é usado

Page 93: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

92

Durante a caracterização elétrica das estruturas deste trabalho, foi utilizada a escada

simples na saída VA. Com tensão inicial de -5V, tensão final de 1,5V, passos de 0,05V, tempo

de ocupação do início e final da varredura de tensão em 3 s., taxa de variação da forma de

onda aplicada 0,1V/s e limite de corrente da fonte em 10-2A (limite máximo do equipamento).

As medições foram efetuadas com referência à terra (medida aterrada).

A figura 62 apresenta a foto do painel frontal do pico-amperímetro da marca HP

modelo 4140B.

Figura 62- Foto do painel frontal do pico-amperímetro da marca HP modelo 4140B.

O acesso aos dispositivos foi realizado por meio de pontas finas condutoras e

microscópio óptico, conforme figura 63.

Figura 63- Foto do sistema de pontas finas que torna possível o contato elétrico entre os “pads” presentes na lâmina e o equipamento HP-4140B.

Page 94: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

93

5.3.2 Parametrização do Sony-Tektronix 370A

O traçador de curvas programável da marca Sony-Tektronix modelo 370A foi

parametrizado para permitir correntes de até 2 Amperes circulando nos diodos diretamente

polarizados, o que é considerado relativamente alto para diodos de sinais em microeletrônica.

Esse equipamento permite pico máximo de tensão de 2000V, 400V, 80V e 16V

durante as medições, sendo que foi ajustado o pico máximo de 16V, pois a ordem de grandeza

das tensões medidas era relativamente baixa (até 10V).

Este equipamento permite pico máximo de potência de 220W, 50W, 10W, 2W, 0,4W

e 0,08W. Durante as medições, foi ajustado o pico máximo de 220W, contudo, poderia ter

sido ajustado também para 50W, pois a ordem de grandeza das potências medidas era menor

(até 20W).

A polaridade aplicada pode ser tal que tenhamos corrente de fuga positiva, corrente

contínua positiva, corrente contínua pulsante positiva, corrente alternada, corrente contínua

pulsante negativa, corrente contínua negativa e corrente de fuga negativa. Durante as

medições, a fonte foi ajustada para corrente alternada para possibilitar em uma única medição

a verificação do comportamento do diodo com polarização direta e reversa. A tolerância das

medições é de 1,5% (SONY-TEKTRONIX, 1989).

O gerador de passos pode ser ajustado para amplitude de cada passo em tensões de

50mV a 2V ou correntes de 50nA a 200mA, e número de 1 a 10 passos para cada nova

condição aplicada. Durante as medições, foi ajustada a amplitude de passo de 50mV e 5

passos por condição para garantir boa precisão das medições.

A análise dos valores pode ser feita por meio de tela com escala (display) ou cursor

com ponto. Apenas por uma questão de preferência, optou-se pela leitura dos dados através de

cursor com ponto. Após a colocação da tampa de proteção nos soquetes de medição, foi

Page 95: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

94

possível efetuar as medições pela variação do “Variable Collector Supply”. A figura 64

mostra uma foto do traçador de curvas programável Sony-Tektronix modelo 370A.

Figura 64- Foto do equipamento Sony-Tektronix modelo 370A.

O acesso aos diodos foi realizado por meio de um sistema de pontas finas condutoras

que foram posicionadas sobre os “pads” com a ajuda de visualização via microscópio óptico,

conforme figura 65.

Figura 65- Foto do sistema de pontas finas que torna possível o contato elétrico entre os “pads” e o Sony-Tektronix 370A.

Page 96: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

95

5.3.3 Parametrização do VEECO FPP5000

O equipamento da marca VEECO modelo FPP5000, conforme mostrado na figura 66,

realiza medições das propriedades resistivas de lâminas semicondutoras e filmes resistivos.

Seu amplificador de entrada é automaticamente calibrado para cada medição, possibilitando

precisão nas medições com tolerância de ±0,5% para faixa de medições de 5mΩ a 5KΩ. A

corrente de teste é constantemente variada para minimizar a mesma durante os testes,

garantindo um bom nível de sinal, sendo que a faixa de variação dessa corrente está entre

250nA a 500mA. A impedância de entrada do detector de tensão é de 1x1012Ω. Durante os

testes para determinação de resistência, são aplicadas as tensões e correntes, conforme tabela

5: (VEECO INSTRUMENTS)

Tabela 5- Correntes e tensões de teste do VEECO - FPP5000.

Resistência desconhecida (Ω)

Tensão entre os pinos centrais (V)

Corrente entre os pinos extremos (A)

5x10-3 a 5x10-2 2,5x10-3 500x10-3 a 50x10-3

5x10-2 a 5x10-1 25x10-3 500x10-3 a 50x10-3

5x10-1 a 5x100 2,5x10-3 5x10-3 a 0,5x10-3

5x100 a 5x101 25x10-3 5x10-3 a 0,5x10-3

5x101 a 5x102 2,5x10-3 50x10-6 a 5x10-6

5x102 a 5x103 25x10-3 50x10-6 a 5x10-6

Figura 66- Foto do equipamento da marca VEECO modelo FPP5000.

Page 97: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

96

A resistência de folha do filme é dada em Ω/; contudo, para se determinar a

resistividade do filme, cuja unidade é µΩ.cm, é necessário multiplicar a resistência de folha

pela espessura do filme.

5.3.4 Parametrização do Agilent 4156C

O Agilent 4156C é um analisador de parâmetros para semicondutores que possui

quatro unidades de fonte e monitoração de medição (SMU1, SMU2, SMU3 e SMU4), duas

unidades de fonte (VSU1 e VSU2) e duas unidades de monitoração de medição (VMU1 e

VMU2). A resolução das unidades de fonte e monitoração de medição vai de 1fA/2µV até

100mA/100V.

Baseado na ordem de grandeza da corrente aplicada e tensão medida, a tolerância do

equipamento é de 0,33% (AGILENT TECHNOLOGIES, 2003). O equipamento foi ajustado

para aplicar correntes de -2mA a +2mA com passos de 250µA entre os terminais SMU2 e

SMU1. A tensão elétrica foi medida entre os terminais VMU1 e VMU2, o substrato foi

aterrado através do terminal SMU4. Foi utilizado o tempo de integração longo para permitir

maior precisão nas medições.

Nas estruturas Kelvin, o terminal SMU2 injetou corrente elétrica no “pad” de metal e

o terminal SMU1 fechava o circuito de retorno da corrente no “pad” de difusão/siliceto. O

terminal VMU1 estava em contato com o segundo “pad” de metal e o terminal VMU2 estava

em contato com o segundo “pad” de difusão/siliceto, para medir a queda de tensão no contato,

conforme a estrutura Kelvin apresentada na figura 67.

Nas estruturas Van der Pauw, os terminais SMU2 e SMU1 aplicam corrente elétrica

entre dois “pads” adjacentes, os terminais VMU1 e VMU2 medem a tensão elétrica nos outros

Page 98: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

97

dois “pads” adjacentes. Nessas medidas, todos os “pads” são do mesmo material

(difusão/siliceto).

Figura 67- Diagrama esquemático das conexões do Agilent 4156C na estrutura Kelvin.

A figura 68 apresenta a foto do painel frontal do analisador de parâmetros do

semicondutor da marca Agilent modelo 4156C durante uma das medições realizadas.

Figura 68- Analisador de parâmetros para semicondutores da marca Agilent modelo 4156C.

SMU2

VM

U2

VM

U1

SMU1

Metal

Região ativa (implantada)

Janela do contato

Conexão do instrumento

I

V

Page 99: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

98

O acesso às estruturas Van der Pauw e Kelvin foi realizado, também neste caso, por

meio de um sistema de pontas finas condutoras e microscópio óptico, conforme figura 69.

Figura 69- Foto do sistema de pontas finas que torna possível o contato elétrico entre os “pads” e o Agilent 4156C.

Page 100: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

99

6 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Neste capítulo, são apresentados os resultados e as discussões sobre a caracterização

elétrica dos filmes de siliceto de níquel com 4% de Platina em função da temperatura de

formação, medições de resistência de folha nas estruturas Van der Pauw, medições de

resistência de contato nas estruturas Kelvin, medições em junções N+P (corrente de fuga por

unidade de área, corrente de fuga por unidade de perímetro, resistência reversa, tensão de

início de condução, fator de idealidade, corrente de saturação e resistência série) e análise da

resistividade real do contato através do programa desenvolvido em MATLAB. Todas as

medições foram realizadas com as amostras na temperatura ambiente e isentas de luz.

6.1 Resistividade do filme de mono-siliceto de níquel (NiSi) com 4% de Platina

A partir da formação de mono-siliceto de níquel em temperaturas de 400°C a 800°C

por 120 segundos, com a estrutura Ni(30nm)/Pt(1,5nm)/Si, foi realizada uma análise sobre os

valores de resistividade dos filmes de mono-siliceto de níquel com 4% de Platina para as

diversas condições de formação do siliceto. Essa análise realizada nas lâminas de teste,

conforme tabela 6, foi fundamental para a escolha da temperatura de formação do siliceto no

processamento das lâminas que contêm as estruturas de caracterização elétrica.

Tabela 6- Resistividade dos filmes de mono-siliceto de níquel com 4% de Platina.

Temperatura (ºC)

Espessura do siliceto (Å)

Rsh (Ω/)

Resistividade (µΩ.cm)

400 780 3,92 30,6 450 790 3,39 26,8

500 800 3,27 26,2

600 800 3,13 25,0

700 800 3,33 26,6

800 800 4,35 34,8

Page 101: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

100

O menor valor de resistividade foi encontrado no processo realizado em 600 ºC por

120 segundos. Este valor de resistividade é compatível com a mesma ordem de grandeza

encontrada em diversas literaturas (MORIMOTO et al., 1991; XU et al., 1998). Em

temperaturas maiores, o início da transição da fase Ni(Pt)Si para Ni(Pt)Si2 pode estar

ocorrendo devido ao aumento na resistividade que pode ser melhor visualizado na figura 70.

400 500 600 700 80024

26

28

30

32

34

36

Res

istiv

idad

e (µ

Ω.c

m)

Temperatura de recozimento (ºC)

Figura 70- Resistividade do filme de mono-siliceto de níquel com 4% de Platina em função da temperatura de recozimento (RTP).

Portanto, foi escolhida, para formação do siliceto no processamento da primeira série

de lâminas, a temperatura de 600°C por 120 s. devido à menor resistividade do filme obtido.

6.2 Medições de resistência de folha com estruturas Van der Pauw

A resistência de folha é um dos parâmetros importantes na caracterização de um

processo de fabricação de circuitos integrados. Ela depende da resistividade (intrínseca) do

material e da espessura ou profundidade da camada (MARTINO; PAVANELLO;

VERDONCK, 2003). Por isso, foram utilizadas estruturas Van der Pauw para obtenção da

400 500 600 700 800

36

34

32

30

28

26

24

Temperatura de recozimento (°C)

Res

isti

vida

de (

µΩ.c

m)

Page 102: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

101

resistência de folha do mono-siliceto de níquel com 4% de Platina nas estruturas de

caracterização elétrica fabricadas conforme descrito no item 5.2. Uma única lâmina da

segunda corrida (segunda série de lâminas) apresentou resultados satisfatórios (junções não

perfuradas com baixa corrente reversa). Esta lâmina mencionada foi medida em cinco regiões

distintas conforme indicado na figura 71. É importante destacar que a figura corresponde a

uma foto da lâmina onde foram realizadas as medidas e as linhas brancas separam as cinco

regiões compostas por diversas pastilhas (chips) quadradas.

Figura 71- Foto da lâmina (segunda série de lâminas) dividida em cinco regiões onde as estruturas que foram medidas estão indicadas através do símbolo “circulo com cruz” sobre cada pastilha quadrada (5,3mm x 5,3mm) escolhida.

A tabela 7 apresenta as medições de resistência de folha nas cinco regiões da lâmina

processada. A última linha da tabela apresenta a média e o desvio padrão.

V III I II IV

pastilhas medidas

Page 103: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

102

Tabela 7- Resistência de folha nas cinco regiões da lâmina processada.

Resistência de folha (Ω/)

I II III IV V

2,82 2,86 5,89 6,15 12,91

3,08 4,07 4,84 5,16 11,82

2,27 4,40 8,74 8,38 8,83

3,21 3,05 5,57 7,16 14,18

3,54 6,44 3,12 9,38 11,73

3,78 4,66 3,93 8,15 11,01

2,51 3,05 6,70 9,83 11,05

2,89 2,33 5,43 7,43 9,47

4,57 5,56 6,30 10,33 9,20

3,68 6,38 5,39 6,23 7,29

Média: 3,24 Desvio: ± 0,68

Média: 4,28 Desvio: ± 1,48

Média: 5,59 Desvio: ± 1,54

Média: 7,82 Desvio: ± 1,71

Média: 10,75 Desvio: ± 2,07

A média global da resistência de folha medida nas estruturas Van der Pauw, na lâmina

que contêm as estruturas de caracterização elétrica, foi de 6,3Ω/ com desvio padrão de

±3,1Ω/. Pode-se notar uma diferença entre esse valor de resistência de folha medida na

estrutura Van der Pauw com o equipamento Agilent 4156C e o valor de resistência de folha

medida com o método de 4 pontas com o equipamento VEECO-FPP5000 nas lâminas de

testes iniciais do item 6.1 cujo valor global variou de 3,13Ω/ a 4,35Ω/. Essa diferença foi

provocada por uma degradação dos filmes de siliceto durante o processo de fabricação das

estruturas Van Der Pauw. Este processo de degradação será discutido a seguir baseado nos

valores de resistividade.

A espessura do filme de mono-siliceto de níquel com 4% de Platina (Ni(Pt)Si) foi

obtida por perfilometria em degraus sobre o filme, resultando num valor médio de 76,1nm

com desvio padrão de ±10,2nm. Com base nesse resultado, os valores da resistividade média e

Page 104: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

103

os correspondentes desvios-padrão, para filmes de mono-siliceto de níquel com 4% de

Platina, foram calculados para as cinco regiões da lâmina que contêm as estruturas de

caracterização elétrica (tabela 8).

Tabela 8- Resistividades dos filmes de siliceto de níquel nas cinco regiões da lâmina processada.

Resistividade do filme (µΩ.cm)

I II III IV V

21,46 21,76 44,82 46,80 98,25

23,44 30,97 36,83 39,27 89,95

17,27 33,48 66,51 63,77 67,20

24,43 23,21 42,39 54,49 107,91

26,94 49,01 23,74 71,38 89,27

28,77 35,46 29,91 62,02 83,79

19,10 23,21 50,99 74,81 84,09

21,99 17,73 41,32 56,54 72,07

34,78 42,31 47,94 78,61 70,01

28,00 48,55 41,02 47,41 55,48

Média: 24,62 Desvio: ±5,16

Média: 32,57 Desvio: ±11,28

Média: 42,55 Desvio: ±11,69

Média: 59,51 Desvio: ±12,98

Média: 81,80 Desvio: ±15,72

A região I apresentou valor médio de resistividade baixo, compatível com a literatura

(MORIMOTO et al., 1991; XU et al., 1998). Por outro lado, as regiões II, III, IV e V

apresentaram valores progressivamente degradados, respectivamente. A degradação

progressiva está associada possivelmente ao processo de corrosão do sistema Al/Ti.

Especificamente o controle qualitativo, de forma visual, da corrosão do Ti em solução de

amônia (4H2O : 1H2O2 : 1NH4OH em 70 ºC) pode ter alcançado o siliceto a ponto de causar

dano, conforme ilustrado na figura 72. O ajuste inexato da temperatura da solução que

possivelmente ficou acima de 70°C pode ter desencadeado uma sobre-corrosão apreciável

abaixo do filme de alumínio pela solução química de corrosão do titânio (figura 72).

Page 105: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

104

Figura 72- Possível caminho da solução (4H2O : 1H2O2 : 1NH4OH em 70 ºC) na estrutura do diodo.

6.3 Medições de resistência de contato com estruturas Kelvin

As medições de resistência de contato foram realizadas nas estruturas Kelvin (Cross-

bridge Kelvin resistor – CBKR) em estruturas fabricadas conforme descrito no item 5.2.

Fazendo-se uma análise do contato elétrico, para correntes elétricas variando de -2mA a

+2mA, observou-se, conforme mostrado na tabela 9, que a resistência de contato varia até 4%

como função da corrente elétrica aplicada. Contudo, para este trabalho, essa tolerância é

assumida como aceitável em função da tolerância do equipamento e condições de medição. É

reportada na literatura (FURLAN, 1990; SANTOS FILHO, 1988) correntes elétricas de 1mA

aplicadas nas estruturas Kelvin para a determinação da resistência de contato. Portanto, o

valor médio da resistência do contato Al/Ti/Ni(Pt)Si/N+P nas estruturas Kelvin, para corrente

elétrica de 1mA, resultou em 5,9Ω com desvio padrão de ± 1,3Ω para contatos de 16µm x

16µm, o que representa resistividade de contato de 15,0µΩ.cm2 com desvio padrão de

±3,4µΩ.cm2. Esse valor de resistividade de contato é considerado relativamente bom, pois é

da mesma ordem de grandeza daquele observado em contatos rasos de mono-siliceto de

níquel reportados na literatura (2x10-5Ω.cm2 a 5x10-8Ω.cm2) (FINETTI et al., 1985;

SCORZONI; FINETTI, 1994).

Si tipo P

SiO2

N+

Ti Al

Al

Possível caminho da solução

(Ni(Pt)Si)

Page 106: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

105

Tabela 9- Resistência de contato e resistividade de contato para diversas correntes elétricas em uma estrutura Kelvin com comportamento típico da lâmina processada.

Na figura 73 é possível observar o comportamento típico da tensão elétrica em função

da corrente elétrica em uma das estruturas Kelvin da segunda série de lâminas processadas.

Isso mostra a característica ôhmica do contato representada por um comportamento linear da

curva I-V (CHO et al., 2005).

Corrente elétrica (mA)

Tensão elétrica (mV)

Resistência de contato (Ω)

Resistividade de contato (µΩ.cm2)

-2,00 -11,714 5,86 15,00

-1,75 -10,270 5,87 15,03

-1,50 -8,830 5,89 15,08

-1,25 -7,366 5,89 15,08

-1,00 -5,900 5,90 15,10

-0,75 -4,420 5,89 15,08

-0,50 -2,930 5,86 15,00

-0,25 -1,483 5,93 15,18

0,25 1,495 5,98 15,31

0,50 2,990 5,98 15,31

0,75 4,436 5,91 15,13

1,00 5,874 5,87 15,03

1,25 7,304 5,84 14,95

1,50 8,706 5,80 14,85

1,75 10,112 5,78 14,80

2,00 11,498 5,75 14,72

Page 107: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

106

-15

-10

-5

0

5

10

15

-2 -1 0 1 2-2 -1 0 +1 +2 Corrente elétrica (mA)

+15

+10

+5

0

-5

-10

-15

Ten

são

elét

rica

(m

V)

Figura 73- Gráfico com o comportamento ôhmico do contato, típico da lâmina processada.

No mesmo conjunto de pastilhas (chips) separado em regiões conforme mostrado na

figura 71, também foram realizadas medidas de resistência e resistividade de contato. A tabela

10 apresenta os resultados das medições de resistividade de contato (aparente), esses valores

serão úteis nas simulações com o programa desenvolvido em MATLAB para determinação da

resistividade real de contato, no item 6.4, segundo procedimento já descrito no item 4.8.

Tabela 10- Resistividade de contato (aparente) na lâmina processada.

Resistividade de contato (µΩ.cm2)

I II III IV V

9,50 10,62 15,05 15,07 21,96

11,75 13,57 14,77 14,82 19,35

8,17 14,11 15,64 16,38 17,59

12,06 10,96 15,03 15,90 22,37

12,08 15,33 11,85 18,25 20,51

13,29 14,39 13,52 16,31 20,92

8,76 11,21 15,69 18,41 19,56

10,91 8,32 15,01 18,30 16,20

14,13 15,03 16,87 18,84 17,66

13,18 15,59 14,99 15,23 16,15

Média: 11,38 Desvio: ± 2,01

Média: 12,91 Desvio: ± 2,46

Média: 14,84 Desvio: ± 1,35

Média: 16,75 Desvio: ± 1,55

Média: 19,23 Desvio: ± 2,25

Page 108: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

107

A tabela 10 mostra resistividades de contato progressivamente maiores para as regiões

II, III, IV e V, respectivamente, o que está compatível com a degradação progressiva da

resistividade do siliceto de níquel apresentada na tabela 8, isto é, os menores valores de

resistividade do filme Ni(Pt)Si correspondem aos menores valores de resistividade de contato.

6.4 Resultados do programa: determinação da resistividade real do contato

Utilizando-se o programa desenvolvido em MATLAB para determinação da

resistividade real de contato, conforme descrito no item 4.8, os efeitos do fenômeno da

concentração das linhas de corrente no contato foram analisados nas estruturas

Al/Ti/NiSi(N+P) que tiveram a formação dos filmes finos de mono-siliceto de níquel com

adição de 4% de Platina (Ni(Pt)Si). Após a fabricação dos contatos, conforme descrito no

item 5.2, foram realizadas medições nas estruturas Kelvin para a determinação da

resistividade de contato aparente.

A corrente elétrica aplicada nas medições foi de 1mA, largura da região de difusão

(LD) de 16µm, comprimento da região de difusão (CD) de 16µm, largura da região de contato

(LC) de 16µm, comprimento da região de contato (CC) de 16µm, largura da trilha para a

região de difusão (LT) de 16µm, comprimento da trilha para a região de difusão (CT) de

73µm. Essas dimensões do contato foram utilizadas para diminuir a largura da borda (δ=0).

Os valores de resistência de folha dentro da área de contato (Rsk) e fora da área de

contato (Rsh) foram assumidos iguais, contudo, o valor da resistência de folha utilizado em

cada simulação do programa foi o da estrutura Van der Pauw mais próxima à estrutura Kelvin

medida. Todos os dados foram inseridos no programa, com a distância de 1µm entre os nós,

Page 109: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

108

como ilustrado na “janela” de programa apresentada na figura 74. A figura 75 mostra o

resultado da resistividade real de contato para os dados previamente digitados.

Figura 74- Inserção dos dados no programa para calcular a resistividade real do contato.

Figura 75- Resultado final da resistividade real do contato após diversas iterações.

Page 110: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

109

Os resultados das simulações com o programa são mostrados na tabela 11, onde são

apresentados os valores da resistividade real de contato e a correspondente diferença

percentual entre a resistividade real de contato e a resistividade aparente (compare tabela 10

com a tabela 11). A última linha da tabela apresenta a média e o desvio padrão (±) para cada

região da lâmina.

Tabela 11- Resistividade real de contato (µΩ.cm2) e a diferença entre a resistividade real do contato e a resistividade aparente do contato (%) para a lâmina processada.

Resistividade real do contato (µΩ.cm2) e Diferença entre a real e a aparente (%)

I II III IV V

µΩ.cm2 % µΩ.cm2 % µΩ.cm2 % µΩ.cm2 % µΩ.cm2 %

6,56 30,98 7,18 32,43 10,97 27,09 11,07 26,52 17,14 21,96

7,89 32,83 9,39 30,84 10,40 29,56 10,57 28,70 15,19 21,51

5,56 31,96 9,84 30,28 12,11 22,55 12,51 23,63 13,39 23,86

8,13 32,60 7,46 31,94 10,85 27,84 11,89 25,23 17,65 21,10

8,31 31,18 11,32 26,14 7,97 32,77 13,95 23,57 15,94 22,28

9,09 31,63 10,11 29,73 9,29 31,30 12,41 23,91 16,05 23,28

6,00 31,50 7,59 32,27 11,62 25,93 14,16 23,10 15,17 22,42

7,35 32,67 5,67 31,84 10,78 28,17 13,43 26,60 12,63 22,02

9,93 29,75 10,84 27,86 12,19 27,73 14,55 22,78 13,53 23,40

8,98 31,90 11,46 26,49 10,75 28,26 11,19 26,50 12,08 25,20

7,78 ± 1,41

31,70 ± 0,93

9,09 ± 1,99

29,98 ± 2,38

10,69 ± 1,28

28,12 ± 2,81

12,57 ± 1,40

25,05 ± 1,96

14,88 ± 1,90

22,70 ± 1,23

Após fazer simulações conforme o fluxograma da figura 43, foram observadas

reduções na resistividade real de contato (ρC), comparada com a aparente (ρC*), de até 32%

nos contatos com filmes de mono-siliceto de níquel com 4% de Platina. Esta grande diferença

de até 32% ocorreu devido aos efeitos do fenômeno da concentração das linhas de corrente no

contato.

Page 111: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

110

É possível destacar que a resistividade real de contato na região I ficou

significativamente menor (até 32%) em relação ao valor aparente. Por outro lado, a

resistividade dos contatos degradados, representados pelas regiões II, III, IV e V,

apresentaram-se também menores, mas ainda mais altos comparados com a região I.

Durante as simulações, ao fixar todas as demais variáveis de entrada do programa e

alterando apenas as dimensões da região do contato (situação hipotética), foi observado que

quanto maior a largura da borda entre a região de difusão e o contato, maior era a diferença

entre a resistividade real de contato (ρC) comparada com a determinada experimentalmente

(ρC*). Tal resultado permite concluir que quanto menor for a largura da borda (δ) entre a

região do contato e a região de difusão na estrutura Kelvin, mais precisa será a medição com a

estrutura Kelvin, o que também está de acordo com a literatura (ONO et al., 2002;

SANTANDER et al., 1993).

O intervalo de tempo total para resolução de diversas iterações até a convergência do

valor da resistividade real de contato foi de 0,5 segundo para 100 nós e de 9 minutos para

3024 nós, tendo como referência um microcomputador Athlon XP 1,8GHz 256MB-RAM.

6.5 Resultados dos diodos com siliceto de níquel (NiSi) com 4% de Platina

Os diodos fabricados com contatos Al/Ti/NiSi, que tiveram a formação dos filmes

finos de mono-siliceto de níquel com adição de 4% de Platina (Ni(Pt)Si), foram processados

em duas séries de lâminas.

Page 112: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

111

6.5.1 Correntes e resistências reversas

A primeira série de lâminas apresentou diodos com a média (entre dez diodos) da

corrente reversa por unidade de área de 33,8nA/cm2 com desvio padrão de ±12,3 nA/cm2 e a

média da corrente reversa por unidade de perímetro de 654pA/cm com desvio padrão de

±229pA/cm para tensão reversa de -5V. Esses dados foram extraídos a partir de diodos

quadrados (300µm x 300µm) e diodos serpentinas (área de 90000µm2 e perímetro de

6000µm). A figura 76 mostra o comportamento típico da corrente reversa para os diodos

quadrados da primeira série de lâminas.

Figura 76- Corrente reversa típica para diodos quadrados 300µm x 300µm (primeira série de lâminas).

Esse gráfico pode ser dividido em duas regiões: na região 1, tanto a corrente reversa

quanto a tensão reversa possuem baixos valores. A curva dessa região é praticamente

parabólica, exceto nas proximidades de sua origem, onde se aproxima de uma reta. Na região

2, a corrente reversa tende a se aproximar de um valor constante, mas não atingido, pois a

resistência na direção reversa é alta, mas não é infinita (FONTAINE, 1963).

A resistência reversa do diodo (RREV) é calculada pela equação 6.1 (FONTAINE,

1963); portanto, a média da resistência reversa dos diodos quadrados da primeira série de

-2,00E-10

-1,50E-10

-1,00E-10

-5,00E-11

0,00E+00-5 -4,5 -4 -3,5 -3 -2,5 -2 -1,5 -1 -0,5 0

0

-0,05

-0,10

-0,15

-0,20

Cor

rent

e re

vers

a (n

A)

Região 1

Região 2 A B

tg α

-5 -4 -3 -2 -1 0 Tensão reversa no diodo (V)

Page 113: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

112

lâminas é de 268,9GΩ com desvio padrão de ±97,7GΩ. Esse valor é bom, pois é maior do que

o encontrado em literatura (PIERCE, 1967; SEYMOUR, 1981).

REVD

D

RV

Itg

1=∆∆

A corrente reversa do diodo é a soma da corrente de geração do substrato, mais uma

componente adicional de corrente que está associada à geração na camada de depleção, mais a

injeção lateral (LIOU, 1994). O aumento da geração dentro da região de depleção ocorre junto

com o aumento da largura da região de depleção. Como resultado, a corrente reversa pode

aumentar quase que linearmente com a largura da região de depleção, ou com a raiz quadrada

da tensão reversa (STREETMAN, 1995). A superfície é uma descontinuidade na estrutura do

cristal, e as propriedades da superfície podem ser relativamente diferentes do substrato.

Normalmente, devido às impurezas no processo de fabricação e distúrbio da estrutura

cristalina na superfície, o tempo de vida dos portadores livres é muito menor do que no

substrato. Dessa forma, uma superfície de baixa qualidade pode aumentar a corrente reversa

com o aumento da tensão reversa, porque a região de depleção circundará uma região maior

da superfície, isto é, a interseção da junção com a superfície que contenha defeitos induzirá

maior corrente associada a defeitos dentro da região de depleção (LIOU, 1994; MARTINO;

PAVANELLO; VERDONCK, 2003). Para junções planares p-n de silício, a corrente de fuga

de superfície é geralmente muito menor que a corrente de geração na região de depleção

(SZE, 1981). Ao comparar diodos que passaram pelo mesmo processo de fabricação com

mesma área e perímetros diferentes, observa-se que quanto maior o perímetro, maior será a

corrente reversa.

A figura 77 mostra o comportamento típico da corrente reversa para os diodos

serpentinas da primeira série de lâminas.

(6.1)

Page 114: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

113

-6,00E-10

-5,00E-10

-4,00E-10

-3,00E-10

-2,00E-10

-1,00E-10

0,00E+00

-5 -4,5 -4 -3,5 -3 -2,5 -2 -1,5 -1 -0,5 0

-5 -4 -3 -2 -1 0 Tensão reversa no diodo (V)

Cor

rent

e re

vers

a (n

A)

A B

tg α

Região 1

Região 2

0

-0,2

-0,4

-0,6

-3,00E-10

-2,50E-10

-2,00E-10

-1,50E-10

-1,00E-10

-5,00E-11

0,00E+00

-5 -4,5 -4 -3,5 -3 -2,5 -2 -1,5 -1 -0,5 0

A

B

tg α Região 1

Região 2

-5 -4 -3 -2 -1 0

Tensão reversa no diodo (V)

0

-0,1

-0,2

-0,3

Cor

rent

e re

vers

a (n

A)

A média da resistência reversa dos diodos serpentinas da primeira série de lâminas é

de 35,5GΩ com desvio padrão de ±11,5GΩ. Apesar de essa resistência do diodo serpentina

ser menor que a do diodo quadrado, ainda é considerada boa, segundo a literatura (PIERCE,

1967; SEYMOUR, 1981).

Figura 77- Corrente reversa típica para diodos serpentinas com área de 90000 µm2 e perímetro de 6000µm (primeira série de lâminas).

A segunda série de lâminas apresentou diodos com a média (entre dez diodos) da

corrente reversa por unidade de área de 78,6nA/cm2 com desvio padrão de ±21,8nA/cm2 e a

média da corrente reversa por unidade de perímetro de 1,16nA/cm com desvio padrão de

±297pA/cm para tensão reversa de -5V. Esses dados foram extraídos a partir de diodos

quadrados (300µm x 300µm) e diodos serpentinas (área de 90000µm2 e perímetro de

6000µm). A figura 78 mostra o comportamento típico da corrente reversa para os diodos

quadrados da segunda série de lâminas.

Figura 78- Corrente reversa típica para diodos quadrados 300µm x 300µm (segunda série de lâminas).

Page 115: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

114

-1,00E-09

-8,00E-10

-6,00E-10

-4,00E-10

-2,00E-10

0,00E+00

-5 -4,5 -4 -3,5 -3 -2,5 -2 -1,5 -1 -0,5 0

A B

tg α

Região 1

Região 2

- 5 -4 -3 -2 -1 0

Tensão reversa no diodo (V)

0

-0,2

-0,4

-0,6

-0,8

-1,0Cor

rent

e re

vers

a (n

A)

A média da resistência reversa dos diodos quadrados da segunda série de lâminas é de

42,7GΩ com desvio padrão de ±10,0GΩ.

A figura 79 mostra o comportamento típico da corrente reversa para os diodos

serpentinas da segunda série de lâminas.

Figura 79- Corrente reversa típica para diodos serpentinas com área de 90000µm2 e perímetro de 6000µm (segunda série de lâminas).

A média da resistência reversa dos diodos serpentinas da segunda série de lâminas é

de 23,9GΩ com desvio padrão de ±5,6GΩ.

Ao comparar os resultados das duas séries de lâminas, pode-se observar que a

primeira série de lâminas (deposição de nitreto de silício Si3N4 com posterior processo

litográfico para definição da região ativa, com formação do siliceto a 600°C por 120s.)

apresentou melhores resultados (menor corrente de fuga) que a segunda série de lâminas

(oxidação úmida para crescimento da região passiva com posterior processo litográfico para

definição da região ativa, com formação do siliceto a 750°C por 120s.); contudo, ambos os

processos permitiram a obtenção de diodos de boa qualidade, apesar de ser desejada corrente

de fuga na ordem de até 10nA/cm2 (JUANG et al., 1998).

Page 116: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

115

6.5.2 Tensão de condução, fator de idealidade e corrente de saturação

A primeira série de lâminas apresentou diodos com tensão de início de condução em

média igual a 0,56V. A figura 80 apresenta a curva típica dos diodos diretamente polarizados,

essa curva pode ser dividida em quatro regiões: Na região “A” baixas tensões e baixíssimas

correntes (correntes na ordem de pA, nA ou µA e tensões de alguns mV) se comporta

praticamente como uma reta próximo à origem. Na região “B” a curva se aproxima de um

comportamento parabólico. Na região “C” não é muito diferente de um comportamento

parabólico, mas ainda não pode ser considerada linear, esta região é particularmente

importante no uso do diodo como um detector. A região “D” apresenta altas correntes, a curva

é praticamente linear, pequenas variações de tensão nesta região resultam em uma grande

variação de corrente (FONTAINE, 1963).

Figura 80- Curva típica dos diodos diretamente polarizados (primeira série de lâminas).

0,00E+00

1,00E-03

2,00E-03

3,00E-03

4,00E-03

5,00E-03

6,00E-03

0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 Tensão direta no diodo (V)

6

5

4

3

2

1

0

Cor

rent

e di

reta

(m

A)

Região “A”

Região “C”

Região “B”

Região “D”

Page 117: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

116

As características apresentadas nas curvas de polarização direta do diodo são

compatíveis com a literatura (MULVEY, 1969).

A primeira série de lâminas apresentou a média do fator de idealidade em 1,15 com

desvio padrão de ±0,03 (equação 3.19). A figura 81 apresenta a curva típica do logaritmo

natural da corrente com o diodo diretamente polarizado em função da tensão aplicada no

diodo. Esse gráfico é tradicionalmente utilizado para a extração do fator de idealidade do

diodo, essa curva pode ser dividida em quatro regiões: Na região “a”, a recombinação na

região de depleção é cada vez mais dominante caso ocorra uma diminuição da inclinação da

curva; na região “b” ocorre um aumento da influência da corrente de difusão, essa região é

tradicionalmente adotada para a extração do valor de idealidade, pois ocorre a aproximação

com as características ideais para a extração do fator de idealidade do diodo. Neste trabalho, o

fator de idealidade foi calculado através da inclinação da curva entre aproximadamente 0,05V

a 0,45V. Na região “c” começa a injeção de alta corrente que causa a diminuição da

inclinação; na região “d” observa-se o efeito da resistência série. À medida que o diodo tende

a se comportar como um diodo ideal, as regiões “a”, “b” e “c” apresentam comportamentos

bastante similares (STRUTT, 1966; SZE, 1981). Matematicamente é possível explicar a

mudança de inclinação da curva abaixo de 0,05V, isso ocorre devido ao efeito do “-1” da

equação básica do diodo, equação 3.18. A partir de aproximadamente 0,5V, observa-se uma

nova inclinação na curva utilizada para a extração do fator de idealidade. Essa nova inclinação

é causada pela alta injeção de portadores (a qual tende a elevar o fator de idealidade para η≈2)

juntamente com os efeitos ôhmicos (os quais tendem a distorcer em descendência ainda mais

a curva utilizada para a extração do fator de idealidade) com o aumento da corrente elétrica

(MARTINO; PAVANELLO; VERDONCK, 2003; OLIVEIRA, 2003).

Page 118: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

117

Figura 81- Gráfico típico do logaritmo da corrente direta em função da tensão direta, mostrando o comportamento típico nos diodos (primeira série de lâminas).

O fator de idealidade próximo de 1 indica a predominância da corrente de difusão na

operação direta do diodo em regime de baixa injeção (comportamento ideal do diodo). O fator

de idealidade próximo de 2 indica a predominância da corrente de recombinação (indicando

material de baixa qualidade) (BURGER; REIF, 1985). Portanto, como o fator de idealidade

dos diodos da primeira série de lâminas ficou em 1,15, indica ser diodos de boa qualidade.

A corrente de saturação é obtida através da interseção entre a extrapolação da linha da

região “b” com o eixo da corrente no gráfico de ln(ID) em função da tensão direta no diodo

(BENAMARA et al., 2005). Portanto, a média da corrente de saturação dos diodos da

primeira série de lâminas foi de aproximadamente 1,1x10-11A (diodos quadrados 300µm x

1,00E-12

1,00E-11

1,00E-10

1,00E-09

1,00E-08

1,00E-07

1,00E-06

1,00E-05

1,00E-04

1,00E-03

1,00E-02

1,00E-01

1,00E+00

0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1

Tensão direta no diodo (V)

ln(I

D)

Região “a”

Região “b”

Região “c”

Região “d”

100

10-1

10-2

10-3

10-4

10-5

10-6

10-7

10-8

10-9

10-10

10-11

10-12

Page 119: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

118

0,00E+00

1,00E-03

2,00E-03

3,00E-03

4,00E-03

5,00E-03

6,00E-03

7,00E-03

8,00E-03

9,00E-03

1,00E-02

0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 Tensão direta no diodo (V)

10

9

8

7

6

5

4

3

2

1

0

Cor

rent

e di

reta

(m

A)

Região “A”

Região “C”

Região “B”

Região “D”

300µm), resultando em densidade de corrente de 1,2x10-8A/cm2 compatível com a literatura

para diodos de silício (MARTINO; PAVANELLO; VERDONCK, 2003).

A segunda série de lâminas apresentou diodos com tensão de início de condução em

média igual a 0,55V. A figura 82 apresenta a curva típica do diodo diretamente polarizado.

Figura 82- Curva típica do diodo diretamente polarizado (segunda série de lâminas).

A segunda série de lâminas apresentou a média do fator de idealidade em 1,19 com

desvio padrão de ±0,03. A figura 83 apresenta a curva típica do logaritmo natural da corrente

com o diodo diretamente polarizado em função da tensão aplicada no diodo.

Page 120: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

119

Figura 83- Gráfico típico do logaritmo da corrente direta em função da tensão direta, mostrando o comportamento típico nos diodos (segunda série de lâminas).

A média da corrente de saturação dos diodos da segunda série de lâminas é de

aproximadamente 1,9x10-11A (diodos quadrados 300µm x 300µm), correspondendo à

densidade de 2,1x10-8A/cm2 que é compatível com a literatura (MARTINO; PAVANELLO;

VERDONCK, 2003).

Ao comparar os resultados das duas séries de lâminas, pode-se observar que a

primeira série de lâminas (deposição de nitreto de silício Si3N4 com posterior processo

litográfico para definição da região ativa, com formação do siliceto a 600°C por 120s.)

apresentou melhores resultados (menor densidade de corrente de saturação, o que possibilitou

menor corrente de fuga; além de o fator de idealidade mais próximo de 1) que a segunda série

de lâminas (oxidação úmida para crescimento da região passiva com posterior processo

1,00E-12

1,00E-11

1,00E-10

1,00E-09

1,00E-08

1,00E-07

1,00E-06

1,00E-05

1,00E-04

1,00E-03

1,00E-02

1,00E-01

1,00E+00

0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1

Tensão direta no diodo (V)

ln(I

D)

Região “a”

Região “b”

Região “c”

Região “d”

100

10-1

10-2

10-3

10-4

10-5

10-6

10-7

10-8

10-9

10-10

10-11

10-12

Page 121: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

120

0,00E+005,00E+001,00E+011,50E+012,00E+012,50E+013,00E+013,50E+01

5,00

E-01

5,71

E-01

6,67

E-01

8,00

E-01

1,00

E+00

1,33

E+00

2,00

E+00

4,00

E+00

35302520151050

0 20

4,7Ω em 0,5A-1

Res

istê

ncia

dif

eren

cial

tota

l (Ω

)

Inverso da corrente (Amperes)-1

litográfico para definição da região ativa, com formação do siliceto a 750°C por 120s.);

contudo, ambos os processos permitiram a obtenção de diodos com boa qualidade.

6.5.3 Resistência série na condução

A primeira série de lâminas apresentou em média a resistência série de 4,7Ω com

desvio padrão de ±1,3Ω. A determinação da resistência série foi realizada através de um

gráfico linear da resistência diferencial total em função do inverso da corrente direta no diodo,

cuja intersecção com o eixo das ordenadas fornece o valor da resistência série (ANDRADE,

1966), conforme pode ser observado na figura 84, que representa um gráfico do

comportamento típico dos diodos da primeira série de lâminas (diodos quadrados 300µm x

300µm). A resistência diferencial é medida entre dois pontos na curva da corrente direta em

função da tensão direta aplicada no diodo (MULVEY, 1969).

Figura 84- Gráfico típico da resistência diferencial total em função do inverso da corrente, mostrando o comportamento típico nos diodos quadrados 300µm x 300µm (primeira série de lâminas).

Quanto maiores forem as correntes utilizadas para a obtenção da resistência

diferencial total, mais preciso será o valor da resistência série, pois foi observado que o valor

tende a convergir. Para baixas correntes (alguns mA), não é possível obter verdadeiras curvas

Page 122: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

121

0,00E+005,00E+001,00E+011,50E+012,00E+012,50E+01

5,00

E-01

5,71

E-01

6,67

E-01

8,00

E-01

1,00

E+00

1,33

E+00

2,00

E+00

4,00

E+00

2,1Ω em 0,5A-1

Inverso da corrente (Amperes)-1

25

20

15

10

5

0

Res

istê

ncia

dif

eren

cial

tota

l (Ω

)

0 20

que representem o comportamento da resistência diferencial total para extração da resistência

série, apesar de ser possível a extrapolação da curva até a origem, a precisão na determinação

da resistência série diminui. Foram utilizadas correntes elétricas de até 2 Amperes (0,5A-1 no

gráfico) para convergir o valor da resistência.

A segunda série de lâminas apresentou em média a resistência série de 2,1Ω com

desvio padrão de ±0,5Ω, conforme pode ser observado na figura 85 que representa um gráfico

do comportamento típico dos diodos da segunda série de lâminas (diodos quadrados 300µm x

300µm).

Figura 85- Gráfico típico da resistência diferencial total em função do inverso da corrente, mostrando o comportamento típico nos diodos quadrados 300µm x 300µm (segunda série de lâminas).

Ao comparar os resultados das duas séries de lâminas, pode-se observar que a

primeira série de lâminas (deposição de nitreto de silício Si3N4 com posterior processo

litográfico para definição da região ativa, com formação do siliceto a 600°C por 120s.)

apresentou maior resistência série que a segunda série de lâminas (oxidação úmida para

crescimento da região passiva com posterior processo litográfico para definição da região

ativa, com formação do siliceto a 750°C por 120s.). A menor resistência série para os diodos

da segunda série de lâminas, juntamente com maiores valores de corrente de saturação (Io)

proporcionaram aos diodos da segunda série de lâminas, uma corrente elétrica direta

geralmente maior que os diodos da primeira série de lâminas, para a mesma polarização

direta, tensão elétrica de +1V. Contudo, ambos os processos permitiram a obtenção de diodos

Page 123: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

122

com boa qualidade, pois a resistência série dos diodos, em todas as lâminas processadas, ficou

em média entre 2,1Ω a 4,7Ω, dentro da mesma ordem de grandeza de diodos encontrados na

literatura (ANDRADE, 1966; MEBRAHTU, 2005).

Page 124: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

123

7 CONCLUSÕES E PERSPECTIVAS FUTURAS

7.1 Conclusões

Neste trabalho foram construídos e caracterizados eletricamente contatos

Al/Ti/Ni(Pt)Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade; o

mono-siliceto de níquel foi formado a partir da estrutura Ni(30nm)/Pt(1,5nm)/Si. Tanto a

técnica RBS quanto a XRD demonstraram a formação de filmes finos de mono-siliceto de

níquel com 4% de platina (Ni(Pt)Si) na temperatura de 600°C por 120 segundos, com a mais

baixa resistividade do filme, que ao ser medida pelo método de 4 pontas, apresentou a

resistividade do filme de 25µΩcm e a resistência de folha de 3,13 Ω/.

O comportamento elétrico final dos diodos obtidos no melhor processo (primeira série

de lâminas) foi adequado: a média da corrente reversa por unidade de área de 33,8nA/cm2

com desvio padrão de ±12,3 nA/cm2 e a média da corrente reversa por unidade de perímetro

de 654pA/cm com desvio padrão de ±229pA/cm para tensão reversa de -5V, a média da

resistência reversa dos diodos quadrados de 268,9GΩ com desvio padrão de ±97,7GΩ e a

média da resistência reversa dos diodos serpentina de 35,5GΩ com desvio padrão de

±11,5GΩ. A tensão de início de condução resultou entre 0,55V e 0,56V, a média da

resistência série de 4,7Ω com desvio padrão de ±1,3Ω, a média do fator de idealidade obtido

de 1,15 com desvio padrão de ±0,03, e corrente de saturação de 1,1x10-11A para diodos

quadrados 300µm x 300µm.

As estruturas Kelvin apresentaram a média da resistividade de contato de 15,0µΩ.cm2

com desvio padrão de ± 3,3µΩ.cm2 e comportamento ôhmico estável para diversos níveis de

corrente. Após uma extensa análise sobre modelagem de contato, foi elaborado um programa

Page 125: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

124

computacional desenvolvido em MATLAB, baseado em um método bem conhecido, isto é,

uma malha de resistores tridimensional, que analisa os efeitos do fenômeno de concentração

das linhas de corrente lateral no contato. Este programa foi aplicado em contatos com mono-

siliceto de níquel com 4% de Platina, onde foram observadas reduções de até 32% na

resistividade real do contato.

7.2 Perspectivas futuras

Como continuação do presente trabalho, são propostos os seguintes estudos:

a) Análise da interação entre o alumínio e o titânio em diversas temperaturas de

sinterização a fim de otimizar a estrutura de contato Al/Ti/NiSi.

b) Emprego de materiais (além da platina) para melhorar a estabilidade térmica na

formação do mono-siliceto de níquel (NiSi).

c) Análise do NiSi com adição de Pt na construção e caracterização elétrica de

transistores MOS.

d) Análise de capacitância-tensão para diodos e capacitores com contatos Al/Ti/NiSi.

Page 126: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

125

REFERÊNCIAS

AGILENT TECHNOLOGIES. Agilent technologies 4155C/4156C semiconductor parameter analyzer. User’s guide: General information, Manual Part Number 04156-90010, 6.ed., aug. 2003.

ANDRADE, C.A.M. Estudo integrado da característica tensão-corrente de diodos de túnel de Arseneto de Gálio e seu comportamento função da temperatura. 1966. 144 f. Tese (Livre Docência) – Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1966.

BENAMARA, Z. et al. Electrical transport characteristics of Au/n-GaN Schottky diodes. Materals Science and Engineering, article in press, 2005.

BRESSE, J.F.; BLAYAC, S. Epitaxial layer sheet resistance outside and under ohmic contacts measurements using electrostatic force microscopy. Solid State Electronics, v.45, p.1071-1076, 2001.

BURGER, W.R.; REIF, R. Electrical characterization of epitaxial silicon deposited at low temperatures by plasma-enhanced chemical vapor deposition. IEEE Electron Device Letters, v.6, n.12, p.652-654, dec. 1985.

CHIEH, Y.S.; PERERA, A.H.; KRUSIUS, J.P. Series resistance of silicided ohmic contacts for nanoelectronics. IEEE Transactions on Electron Devices, v.39, n.8, p.1882-1888, aug. 1992.

CHO, H.K. et al. Characterization of Pd/Ni/Au ohmic contacts on p-GaN. Solid State Electronics, v.49, p.774-778, 2005.

CHOW, T.P.; STECKL, A.J. Refractory metal silicides: thin-film properties and processing technology. IEEE Transactions on Electron Devices, v.30, n.11, p.1480-1496, nov. 1983.

DOI, I. et al. Thermal stability of Ni(Pt) silicide films formed on poly-Si. Microelectronic Engineering, v.82, p.485–491, 2005.

DONGZHI, C. Nickel silicide for decanano generation CMOS devices, Impact- IMRE´S Research Newsletter, v.1–5, p.2, 2001.

DOOLITTLE, L. R. Nucl. Instrum. Meth. B9, p.344, 1985.

FINETTI, M.; SCORZONI, A.; SONCINI, G. Lateral current crowding effects on contact resistance measurements in four terminal resistor test patterns. IEEE Electron Device Letters, v.5, n.12, p.524-526, dec. 1984.

FINETTI, M. et al. Contact resistivity of silicon / silicide structures formed by thin film reactions. Thin Solid Films, v.130, p.37-45, 1985.

Page 127: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

126

FONTAINE, G. Diodes and transistors, general principles. 2.ed. Philips Technical Library, 1963. p.48-56.

FURLAN, R. Estudo da formação e das características de contatos Al/TiW/TiSi2 sobre junções rasas com aplicação da técnica AES. 1990. 261 f. Tese (Doutorado) – Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1990.

GARDINI, P.A. Interconnect and contact technologies for VLSI applications. Invited Paper ESSDERC 83. Canterbuty, England, sep. 1983.

HEWLETT PACKARD. Operation and service manual – Model 4140B pA meter/DC voltage source. Tokyo: Manual Part Number 04140-90021, Section I-III, 1980.

ITRS. International Technology Roadmap for Semiconductors, 2005. Disponível em:<http://www.public.itrs.net>. Acesso em: 07 mar. 2006.

JUANG, M.H. et al. Formation of NiSi-silicided shallow P+N junctions by BF2+implantation

into thin Ni or NiSi films on Si substrates and subsequent anneal. Solid State Electronics, v.42, n.11, p.1953-1958, 1998.

JULIES, B.A. et al. A study of the NiSi to NiSi2 transition in the Ni-Si binary system. Thin Solid Films, v.347, p.201-207, 1999.

KARATAS, S.; ALTINDAL, S. Analysis of I-V characteristics on Au/n type GaAs Schottky structures in wide temperature range. Materials Science and Engineering B, v.122, p.133-139, 2005.

KITTL, J.A. et al. Ni and Co-based silicides for advanced CMOS applications. Microelectronic Engineering, v.70, p.158-165, 2003.

LANDMAN, U. et al. Metal-Semiconductor nanocontacts: Silicon nanowires. Physical Review Letters, v.85, n.9, p.1958-1961, aug. 2000.

LIAO, C.N.; CHEN, K.C. Current crowding effect on thermal characteristics of Ni/Doped-Si contacts. IEEE Electron Device Letters, v.24, n.10, p.637-639, oct. 2003.

LIOU, J.J. Advanced semiconductor device physics and modeling. Boston: Artech House, 1994. p.70-71.

LIU, J.F. et al. Enhanced thermal stability of NiSi films on Si(111) substrates by a thin Pt interlayer. Journal of Crystal Growth, v.220, p.488-493, 2000.

MARTINO, J.A.; PAVANELLO, M.A.; VERDONCK, P.B. Caracterização elétrica de tecnologia e dispositivos MOS. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2003. 193p.

MEBRAHTU, H.T. Heavy íon radiation effects on CMOS image sensors. 2005. 124f. Thesis (Master of Science) – York University, Toronto, sep. 2005.

Page 128: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

127

MOHNEY, S.E. et al. Measuring the specific contact resistance of contacts to semiconductor nanowires. Solid State Electronics, v.49, p.227-232, 2005.

MORIMOTO, T. et al. A NiSi salicide technology for advanced logic devices. IEDM, v.91, p.653-656, 1991.

MUKAI, R. et al. Compatibility of NiSi in the self-aligned silicide process for deep submicrometer devices. Thin Solid Films, v.270, p.567-572, 1995.

MULVEY, J. Semiconductor device measurements. 3.ed. Beaverton: Tektronix, 1969. p.99-118.

MURARKA, S.P. Silicides for VLSI applications. New York: Academic Press, 1983. 200p.

MURARKA, S.P. Self-aligned silicides or metals for very large scale integrated circuit applications. Journal of Vacuum Science and Technology B, v.4, p.1325-1331, 1986.

NICOLET, M.A.; BARTUR, M. Difusion barriers in layered contact structures. Journal of Vacuum Science and Technology, v.19, n.3, p.786-793, 1981.

OLIVEIRA, R.M. Propriedades elétricas e ópticas de junções P-I-N de materiais semicondutores III-V sobre substratos de GaAs orientados nas direções [311]A e [211]A. 2003. Dissertação (Mestrado) – Instituto de Física de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2003, p.28.

ONO, M. et al. A simple approach to understanding measurement errors in the cross-bridge Kelvin resistor and a new pattern for measurements of specific contact resistivity. Solid State Electronics, v.46, p.1325-1331, 2002.

OSBURN, C.M. et al. Incorporation of metal silicides and refractory metals in VLSI technology. Applied Surface Science, v.53, p.291-312, 1991.

PIERCE, J.F. Semiconductor junction devices. Ohio: Charles E. Merrill Books, 1967. p.18-23.

POON, M.C. et al. Resistivity and thermal stability of nickel mono-silicide. Applied Surface Science, v.157, p.29-34, 2000.

POON, M.C. et al. Stability of NiSi in boron-doped polysilicon lines. Microelectronics Reliability, v.38, p.1499-1502, 1998.

RAMAMURTHY, S. et al. Nickel silicide formation using low-temperature spike anneal. Solid State Technology, p.37-40, oct. 2004.

REIS, R.W. Construção e caracterização de diodos N+P com contatos Al/Ni/TiSi2. 2001. 105 f. Dissertação (Mestrado) - Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2001.

Page 129: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

128

REIS, R.W. Estudo de contatos rasos de siliceto de níquel sobre junções N+P e P+N. São Paulo: Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, 2004. 76p. (Relatório FAPESP de doutorado n.3, processo n.01/00040-6).

RUNYAN, W.R. Semiconductor Measurements and Instrumentation. Texas Instruments Electronics Series. New York: McGraw-Hill, 1975. p. 75-81.

SANTANDER, J. et al. Accurate extraction of contact resistivity on Kelvin D-resistor structures using universal curves from simulation. IEEE Transactions on Electron Devices, v.40, n.5, p.944-950, may 1993.

SANTANDER, J. et al. Accurate contact resistivity extraction on Kelvin structures with upper and lower resistive layers. IEEE Transactions on Electron Devices, v.47, n.7, p.1431-1439, jul. 2000.

SANTOS FILHO, S.G. Aplicação de filmes de siliceto de titânio e do escoamento térmico rápido de camadas de PSG na fabricação de circuitos integrados nMOS. 1988. 290 f. Dissertação (Mestrado) – Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1988.

SANTOS FILHO, S.G. Oxidação térmica rápida do silício: influência dos procedimentos de limpeza e dos perfis temporais de temperatura na qualidade dos óxidos de porta MOS. 1996. 224 f. Tese (Doutorado) – Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1996.

SCORZONI, A.; FINETTI, M. The effect of sheet resistance modifications underneath the contact on the extraction of the contact resistivity: Application to the cross Kelvin resistor. IEEE Transactions on Electron Devices, v.35, n.3, p.386-388, mar. 1988.

SCORZONI, A.; FINETTI, M. Metal/Semiconductor contact resistivity and its determination from contact resistance measurements. Advanced metallization for VLSI/ULSI applications. In: III Brazilian Microelectronic School, Campinas, May 1994. p.81-137.

SEDRA, A.S.; SMITH, K.C. Microeletrônica. 4.ed. São Paulo: Makron Books, 2000. p.115-206.

SENG, H.L. et al. Micro-RBS study of nickel silicide formation. Nuclear Instruments and Methods in Physics Research B, v.181, p.399-403, 2001.

SEYMOUR, J. Electronic devices and components. London: Pitman, 1981. p.115-117.

SHIBATA, T. et al. An optimally designed process for submicrometer MOSFET´s. IEEE Journal of Solid State Circuits, v.17, n.2, p.161-165, apr. 1982.

SONY TEKTRONIX. 370A Programmable curve tracer, Operator manual. 2.ed. Beaverton: Manual Part Number 070-7779-00, 1989.

STREETMAN, B.G. Solid State Electronic Devices. 4.ed. New Jersey: Prentice Hall, 1995. p.130-231.

Page 130: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

129

STRUTT, M.J.O. Semiconductor Devices. v.1, New York: Academic Press, 1966. p. 96-103.

SWART, J.W.; PAVANELLO, M.A. Escalamento e limites dos dispositivos MOS. Disponível em: <http://www.ccs.unicamp.br/fee107/download/cap07.pdf>. Acesso em: 07 jul. 2003.

SWART, J.W. Filmes de silicetos para circuitos integrados VLSI. São Paulo, maio 1985. (Projeto FIPEC, nº 1.1894-5).

SZE, S.M. Physics of semiconductor devices. 2.ed. New York: John Wiley & Sons, 1981. p.89-92.

TABACNIKS, M.H. Análise de Filmes Finos por PIXE e RBS. Instituto de Física, Universidade de São Paulo, Publicação IF-1469, 2000.

TING, C.Y. Silicide for contacts and interconnects. IEDM, v.84, p.110-113, 1984.

TSUI, B.Y.; CHEN, M.C. Series resistance of self aligned silicided Source/Drain Structure. IEEE Transactions on Electron Devices, v.40, n.1, p.197-206, jan. 1993.

VEECO INSTRUMENTS. Installation, operation and maintenance manual FPP-5000. California: Manual Part Number 1109-124-00.

WOLF, S. Silicon processing for the VLSI era. v.2. Process Integration. Sunset Beach, CA: Lattice Pres, 1990.

WU, S.L. et al. Characteristics of polysilicon contacted shallow junction diode formed with a stacked-amorphous-silicon film. IEEE Transactions on Electron Devices, v.40, n.10, p.1797-1804, oct. 1993.

XIANG, Q. et al. Deep sub-100nm CMOS with ultra low gate sheet resistance by NiSi. IEEE 2000 Symposium on VLSI Technology Digest of Technical Papers, p.76-77, 2000.

XU, D.X. et al. Material aspects of nickel silicide for ULSI applications. Thin Solid Films, v.326, p.143-150, 1998.

YE, H. et al. Integrating nanowires with substrates using directed assembly and nanoscale soldering. IEEE Transactions on nanotechnology, v.5, n.1, p.62-66, jan. 2006.

YUAN, J.; WOO, J.C.S. Tunable work function in fully Nickel-Silicided polysilicon gates for metal gate MOSFET applications. IEEE Electron Device Letters, v.26, n.2, p.87-89, feb. 2005.

ZHU, S. et al. Effects of the annealing temperature on Ni Silicide/n-Si(100) Schottky contacts. Solid State Electronics, v.48, p.29-35, 2004.

Page 131: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

130

APÊNDICE A – PROGRAMA

INTERACOES=0;

LIMITACAO=0;

ULTIMONO=0;

SAIDA=0;

GRAFICO=0;

DESENHO=0;

TERRATENSAO=0;

LD = input('Qual a largura da regiao de difusao [um]: ');

CD = input('Qual o comprimento da regiao de difusao [um]: ');

LC = input('Qual a largura da regiao de contato [um]: ');

CC = input('Qual o comprimento da regiao de contato [um]: ');

LB = input('Qual a largura da trilha para a regiao de difusao [um]: ');

CB = input('Qual o comprimento da trilha para a regiao de difusao [um]: ');

DELTAX = input('Qual a distancia entre os nos [um]: ');

RSH = input('Qual o valor de Rsh [Ohms/°]: ');

RSK = input('Qual o valor de Rsk [Ohms/°]: ');

CORRENTE = input('Qual o valor da corrente aplicada [mA]: ');

TENSAO = input('Qual o valor da tensao sobre a regiao de contato [mV]: ');

if isempty(LD) | isempty(CD) | isempty(LC) | isempty(CC) | isempty(LB) | isempty(CB) | isempty(DELTAX) |

isempty(RSH) | isempty(RSK) | isempty(TENSAO) | isempty(CORRENTE)

disp (' ');

disp (' ***************************************************************');

disp (' ***************************************************************');

disp (' ********************** C U I D A D O ************************');

disp (' ***************************************************************');

disp (' ***************************************************************');

disp (' *** ***');

disp (' *** Insira todos os dados solicitados !! ***');

disp (' *** ***');

disp (' ***************************************************************');

disp (' ***************************************************************');

disp (' *** E S C O L A P O L I T E C N I C A ***');

disp (' *** U N I V E R S I D A D E D E S A O P A U L O ***');

disp (' ***************************************************************');

disp (' ***************************************************************');

disp (' ');

else

LD = LD*(1e-4);

Page 132: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

131

CD = CD*(1e-4);

LC = LC*(1e-4);

CC = CC*(1e-4);

LB = LB*(1e-4);

CB = CB*(1e-4);

DELTAX = DELTAX*(1e-4);

TENSAO = TENSAO*(1e-3);

CORRENTE= CORRENTE*(1e-3);

ROC=(TENSAO/CORRENTE)*(LC*CC); format short

R1=RSH/2;

R2=RSK/2;

R3=ROC/((DELTAX)^2);

G1=1/R1;

G2=1/R2;

G3=1/R3;

GEQ=(G1*G2)/(G1+G2);

NLD = LD/DELTAX;

NLD = roundn(NLD,0);

NCD = CD/DELTAX;

NCD = roundn(NCD,0);

NLC = LC/DELTAX;

NLC = roundn(NLC,0);

NCC = CC/DELTAX;

NCC = roundn(NCC,0);

NLB = LB/DELTAX;

NLB = roundn(NLB,0);

NCB = CB/DELTAX;

NCB = roundn(NCB,0);

LIMITACAO=(NCD*NLD)+(NCB*NLB);

if LIMITACAO <= 4000

disp (' ');

disp (' ********************************************************************');

disp (' ********************************************************************');

disp (' ************************* A G U A R D E *************************');

disp (' ********************************************************************');

disp (' ********************************************************************');

DIFUSAO= zeros(NCD,NLD);

NUMERODEPONTOSNADIFUSAO=NCD*NLD;

VARNLD=0;

VARNCD=1;

Page 133: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

132

for VARIAVEL=1:NUMERODEPONTOSNADIFUSAO

VARNLD=VARNLD+1;

DIFUSAO(VARNCD,VARNLD)=VARIAVEL;

if (VARNLD)>=NLD

VARNCD=VARNCD+1;

VARNLD=0;

end

end

VARIAVELANTERIOR=VARIAVEL+1;

REAJUSTEDALARGURADOBRACO = 0;

BRACO= zeros(NCB,NLD);

NUMERODEPONTOSNOBRACO=((NCB*NLB)+(VARIAVELANTERIOR-1));

VARNLB=((NLD-NLB)/2);

VARNLBAR= roundn(VARNLB,0);

SIMETRIA=(VARNLBAR+1)-(NLD-NLB-VARNLBAR+1);

if SIMETRIA ~=0

DIFERENCA=(LB/DELTAX) - NLB ;

if DIFERENCA < 0

NLB=NLB-1;

NUMERODEPONTOSNOBRACO=((NCB*NLB)+(VARIAVELANTERIOR-1));

end

if DIFERENCA >= 0

VARNLBAR=VARNLBAR-1;

NLB=NLB+1;

NUMERODEPONTOSNOBRACO=((NCB*NLB)+(VARIAVELANTERIOR-1));

end

REAJUSTEDALARGURADOBRACO=NLB;

end

VARNLBINICIO=VARNLBAR;

VARNCB=1;

for VARIAVEL=VARIAVELANTERIOR:NUMERODEPONTOSNOBRACO

VARNLBAR=VARNLBAR+1;

BRACO(VARNCB,VARNLBAR)=VARIAVEL;

if (VARNLBAR)>=(VARNLBINICIO+NLB)

VARNCB=VARNCB+1;

VARNLBAR=VARNLBINICIO;

end

end

ULTIMONO=NUMERODEPONTOSNOBRACO;

LIMITACAO = ULTIMONO;

Page 134: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

133

REAJUSTEDALARGURADOCONTATO=0;

REAJUSTEDOCOMPRIMENTODOCONTATO=0;

CONTATO = ones(NCD,NLD);

VARNLC=((NLD-NLC)/2)+1;

VARNLCAR=roundn(VARNLC,0);

VARNCC=((NCD-NCC)/2)+1;

VARNCCAR=roundn(VARNCC,0);

SIMETRIAL=NLD-(VARNLCAR-1)-NLC-(VARNLCAR-1);

if SIMETRIAL ~= 0

DIFERECAL=(LC/DELTAX)-NLC;

if DIFERECAL >= 0

VARNLCAR=VARNLCAR-1;

NLC=NLC+1;

end

if DIFERECAL < 0

NLC=NLC-1;

end

REAJUSTEDALARGURADOCONTATO=NLC;

end

SIMETRIAC=NCD-(VARNCCAR-1)-NCC-(VARNCCAR-1);

if SIMETRIAC ~= 0

DIFERECAC=(CC/DELTAX)-NCC;

if DIFERECAC >= 0

VARNCCAR=VARNCCAR-1;

NCC=NCC+1;

end

if DIFERECAC < 0

NCC=NCC-1;

end

REAJUSTEDOCOMPRIMENTODOCONTATO=NCC;

end

VARNLCARINICIO=VARNLCAR;

VARNCCARINICIO=VARNCCAR;

PRIMEIRACOLUNADOCONTATO=VARNLCAR;

NUMERODEPONTOSNOCONTATO=(NCC*NLC);

for INCREMENTO=1:NUMERODEPONTOSNOCONTATO

CONTATO(VARNCCAR,VARNLCAR) = -1;

VARNLCAR=VARNLCAR+1;

if VARNLCAR >=(VARNLCARINICIO+NLC)

ULTIMACOLUNADOCONTATO=VARNLCAR-1;

Page 135: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

134

VARNCCAR=VARNCCAR+1;

VARNLCAR=VARNLCARINICIO;

end

end

ULTIMALINHADOCONTATO=VARNCCAR-1;

LL=1;

QUADRADO = CONTATO.*DIFUSAO;

DESENHO = vertcat(QUADRADO,BRACO);

ROCFINAL=0;

ROCINICIAL=ROC;

DIFINTERACAO=ROCINICIAL-ROCFINAL;

while DIFINTERACAO > 0.000000001 | DIFINTERACAO < -0.000000001

ROCINICIAL=ROC;

R3=ROC/((DELTAX)^2);

G3=1/R3;

G=zeros(ULTIMONO,ULTIMONO);

NUMERODEPONTOSNADIFUSAO=NCD*NLD;

LINHAG=0;

LINHAD=1;

COLUNAD=1;

for LINHAD=1:(NCD+NCB)

for COLUNAD=1:NLD

LINHAG=LINHAG+1;

if DESENHO(LINHAD,COLUNAD)~=0

VARLINHAD=LINHAD;

VARCOLUNAD=COLUNAD;

VARLINHAD=VARLINHAD-1;

if DESENHO(LINHAD,COLUNAD)<0

VALCOLG=abs(DESENHO(LINHAD,COLUNAD));

G(LINHAG,VALCOLG)=-G3;

end

if LINHAD==(NCD+NCB)

VALCOLG=abs(DESENHO(LINHAD,COLUNAD));

G(LINHAG,VALCOLG)=G(LINHAG,VALCOLG)-G1;

end

if VARLINHAD>0 & DESENHO(VARLINHAD,VARCOLUNAD)>0 &

DESENHO(LINHAD,COLUNAD)>0 & DESENHO(LINHAD,COLUNAD)~=0

VALCOLG=abs(DESENHO(VARLINHAD,VARCOLUNAD));

G(LINHAG,VALCOLG)=-G1;

end

Page 136: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

135

if VARLINHAD>0 & DESENHO(VARLINHAD,VARCOLUNAD)>0 &

DESENHO(LINHAD,COLUNAD)<0 & DESENHO(LINHAD,COLUNAD)~=0

VALCOLG=abs(DESENHO(VARLINHAD,VARCOLUNAD));

G(LINHAG,VALCOLG)=-GEQ;

end

if VARLINHAD>0 & DESENHO(VARLINHAD,VARCOLUNAD)<0 &

DESENHO(LINHAD,COLUNAD)<0 & DESENHO(LINHAD,COLUNAD)~=0

VALCOLG=abs(DESENHO(VARLINHAD,VARCOLUNAD));

G(LINHAG,VALCOLG)=-G2;

end

if VARLINHAD>0 & DESENHO(VARLINHAD,VARCOLUNAD)<0 &

DESENHO(LINHAD,COLUNAD)>0 & DESENHO(LINHAD,COLUNAD)~=0

VALCOLG=abs(DESENHO(VARLINHAD,VARCOLUNAD));

G(LINHAG,VALCOLG)=-GEQ;

end

VARLINHAD=LINHAD;

VARCOLUNAD=COLUNAD;

VARCOLUNAD=VARCOLUNAD-1;

if VARCOLUNAD>0 & DESENHO(VARLINHAD,VARCOLUNAD)>0 &

DESENHO(LINHAD,COLUNAD)>0 & DESENHO(LINHAD,COLUNAD)~=0

VALCOLG=abs(DESENHO(VARLINHAD,VARCOLUNAD));

G(LINHAG,VALCOLG)=-G1;

end

if VARCOLUNAD>0 & DESENHO(VARLINHAD,VARCOLUNAD)>0 &

DESENHO(LINHAD,COLUNAD)<0 & DESENHO(LINHAD,COLUNAD)~=0

VALCOLG=abs(DESENHO(VARLINHAD,VARCOLUNAD));

G(LINHAG,VALCOLG)=-GEQ;

end

if VARCOLUNAD>0 & DESENHO(VARLINHAD,VARCOLUNAD)<0 &

DESENHO(LINHAD,COLUNAD)<0 & DESENHO(LINHAD,COLUNAD)~=0

VALCOLG=abs(DESENHO(VARLINHAD,VARCOLUNAD));

G(LINHAG,VALCOLG)=-G2;

end

if VARCOLUNAD>0 & DESENHO(VARLINHAD,VARCOLUNAD)<0 &

DESENHO(LINHAD,COLUNAD)>0 & DESENHO(LINHAD,COLUNAD)~=0

VALCOLG=abs(DESENHO(VARLINHAD,VARCOLUNAD));

G(LINHAG,VALCOLG)=-GEQ;

end

VARLINHAD=LINHAD;

VARCOLUNAD=COLUNAD;

Page 137: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

136

VARLINHAD=VARLINHAD+1;

if VARLINHAD<=(NCD+NCB) & DESENHO(VARLINHAD,VARCOLUNAD)>0 &

DESENHO(LINHAD,COLUNAD)>0 & DESENHO(LINHAD,COLUNAD)~=0

VALCOLG=abs(DESENHO(VARLINHAD,VARCOLUNAD));

G(LINHAG,VALCOLG)=-G1;

end

if VARLINHAD<=(NCD+NCB) & DESENHO(VARLINHAD,VARCOLUNAD)<0 &

DESENHO(LINHAD,COLUNAD)>0 & DESENHO(LINHAD,COLUNAD)~=0

VALCOLG=abs(DESENHO(VARLINHAD,VARCOLUNAD));

G(LINHAG,VALCOLG)=-GEQ;

end

if VARLINHAD<=(NCD+NCB) & DESENHO(VARLINHAD,VARCOLUNAD)<0 &

DESENHO(LINHAD,COLUNAD)<0 & DESENHO(LINHAD,COLUNAD)~=0

VALCOLG=abs(DESENHO(VARLINHAD,VARCOLUNAD));

G(LINHAG,VALCOLG)=-G2;

end

if VARLINHAD<=(NCD+NCB) & DESENHO(VARLINHAD,VARCOLUNAD)>0 &

DESENHO(LINHAD,COLUNAD)<0 & DESENHO(LINHAD,COLUNAD)~=0

VALCOLG=abs(DESENHO(VARLINHAD,VARCOLUNAD));

G(LINHAG,VALCOLG)=-GEQ;

end

VARLINHAD=LINHAD;

VARCOLUNAD=COLUNAD;

VARCOLUNAD=VARCOLUNAD+1;

if VARCOLUNAD<=NLD & DESENHO(VARLINHAD,VARCOLUNAD)>0 &

DESENHO(LINHAD,COLUNAD)>0 & DESENHO(LINHAD,COLUNAD)~=0

VALCOLG=abs(DESENHO(VARLINHAD,VARCOLUNAD));

G(LINHAG,VALCOLG)=-G1;

end

if VARCOLUNAD<=NLD & DESENHO(VARLINHAD,VARCOLUNAD)>0 &

DESENHO(LINHAD,COLUNAD)<0 & DESENHO(LINHAD,COLUNAD)~=0

VALCOLG=abs(DESENHO(VARLINHAD,VARCOLUNAD));

G(LINHAG,VALCOLG)=-GEQ;

end

if VARCOLUNAD<=NLD & DESENHO(VARLINHAD,VARCOLUNAD)<0 &

DESENHO(LINHAD,COLUNAD)<0 & DESENHO(LINHAD,COLUNAD)~=0

VALCOLG=abs(DESENHO(VARLINHAD,VARCOLUNAD));

G(LINHAG,VALCOLG)=-G2;

end

Page 138: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

137

if VARCOLUNAD<=NLD & DESENHO(VARLINHAD,VARCOLUNAD)<0 &

DESENHO(LINHAD,COLUNAD)>0 & DESENHO(LINHAD,COLUNAD)~=0

VALCOLG=abs(DESENHO(VARLINHAD,VARCOLUNAD));

G(LINHAG,VALCOLG)=-GEQ;

end

else

LINHAG=LINHAG-1;

end

end

end

for TTT=1:ULTIMONO

G(TTT,TTT)=abs(sum(G(TTT,:)));

end

V=zeros(ULTIMONO,1);

I=zeros(ULTIMONO,1);

LINHAI=0;

LINHAD=1;

COLUNAD=1;

for LINHAD=1:(NCD+NCB)

for COLUNAD=1:NLD

LINHAI=LINHAI+1;

if DESENHO(LINHAD,COLUNAD)<0

I(LINHAI,1)=(G3*TENSAO);

end

end

end

V=G\I;

S1=1:ULTIMONO;

S2=S1'; format short g

SAIDA=[S2 V(:,[1])];

GRAFICO=zeros((NCD+NCB),NLD);

LINHADESENHO=0;

COLUNADESENHO=0;

for LINHADESENHO=1:(NCD+NCB)

for COLUNADESENHO=1:NLD

if DESENHO(LINHADESENHO,COLUNADESENHO)~=0

GRAFICO(LINHADESENHO,COLUNADESENHO)=SAIDA(abs(DESENHO(LINHADESENHO,COLUNA

DESENHO)),2);

end

end

Page 139: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

138

end

LINHADOTERRANOGRAFICO=zeros(1,NLD);

LINHADOTERRANOGRAFICOZERADO=zeros(1,NLD);

LINHADESENHO=NCD+NCB;

for COLUNADESENHO=1:NLD

if DESENHO(LINHADESENHO,COLUNADESENHO)~=0

LINHADOTERRANOGRAFICO(1,COLUNADESENHO)=TERRATENSAO;

end

end

if INTERACOES == 0

DESENHO=vertcat(DESENHO,LINHADOTERRANOGRAFICOZERADO);

INTERACOES=INTERACOES+1;

end

GRAFICO=vertcat(GRAFICO,LINHADOTERRANOGRAFICO);

SAIDA=SAIDA.*cat(2,ones(LIMITACAO,1),ones(LIMITACAO,1)*LL);

MEDIRFRENTE=PRIMEIRACOLUNADOCONTATO;

SOMATORIA=0;

while MEDIRFRENTE <= ULTIMACOLUNADOCONTATO

SOMATORIA=SOMATORIA+GRAFICO(ULTIMALINHADOCONTATO,MEDIRFRENTE);

MEDIRFRENTE=MEDIRFRENTE+1;

end

MEDIA=SOMATORIA/(MEDIRFRENTE - PRIMEIRACOLUNADOCONTATO);

ROC=(MEDIA/CORRENTE)*(LC*CC);

ROCFINAL=ROC;

DIFINTERACAO=ROCINICIAL-ROCFINAL;

end

GRAFICO=GRAFICO*LL;

DESENHO

SAIDA

surf(GRAFICO);

if REAJUSTEDALARGURADOBRACO ~= 0

disp ('A largura da trilha foi redimensionada para [um]:');

LARGURA=(REAJUSTEDALARGURADOBRACO*DELTAX)*(1E+4)

end

if REAJUSTEDALARGURADOCONTATO ~= 0

disp ('A largura do contato foi redimensionada para [um]:');

LARGURA=(REAJUSTEDALARGURADOCONTATO*DELTAX)*(1E+4)

end

if REAJUSTEDOCOMPRIMENTODOCONTATO ~= 0

disp ('O comprimento do contato foi redimensionado para [um]:');

Page 140: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

139

COMPRIMENTO=(REAJUSTEDOCOMPRIMENTODOCONTATO*DELTAX)*(1E+4)

end

RESISTIVIDADE=ROCFINAL

disp (' [ohms.cm2]');

else

disp (' ');

disp (' *****************************************************************');

disp (' *****************************************************************');

disp (' ************************ C U I D A D O ***************************');

disp (' *****************************************************************');

disp (' *****************************************************************');

disp (' *** ***');

disp (' *** Confira os valores digitados! ***');

disp (' *** ***');

disp (' *** Pois estes valores provocariam analises com mais de 4000 nos ***');

disp (' *** ***');

disp (' *** Uma sugestao e aumentar a distancia entre os nos!!! ***');

disp (' *** ***');

disp (' *****************************************************************');

disp (' *****************************************************************');

disp (' *** E S C O L A P O L I T E C N I C A ***');

disp (' *** U N I V E R S I D A D E D E S A O P A U L O ***');

disp (' *****************************************************************');

disp (' *****************************************************************');

disp (' ');

end

end

Page 141: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

140

APÊNDICE B – AJUDA DO PROGRAMA

disp (' ******************** A J U D A - C O M A N D O S ***********************');

disp (' * Este programa permite analise de contatos com ate 4000 NOS *');

disp (' * *');

disp (' * DESENHO *');

disp (' * Permite ver todos os NOS que estao sendo analisados no programa. *');

disp (' * Cada NO possui um numero para melhor identificar a sua tensao: *');

disp (' * Os NOS positivos estao na trilha e na regiao de difusao; *');

disp (' * Os NOS negativos estao na regiao de contato; *');

disp (' * Os Pontos marcados com zero nao pertencem a regiao de analise. *');

disp (' * *');

disp (' * SAIDA *');

disp (' * Permite a verificacao da tensao em todos os NOS analisados. *');

disp (' * *');

disp (' * SAIDA(X,:) *');

disp (' * Permite a verificacao da tensao em um determinado NO. *');

disp (' * A variavel X deve ser substiuida pelo NO que se deseja analisar. *');

disp (' * *');

disp (' * surf(GRAFICO) *');

disp (' * Permite traçar o grafico de superficie das tensoes analisadas. *');

disp (' * *');

disp (' * ULTIMONO *');

disp (' * Permite verificar a quantidade de NOS analisados. *');

disp (' * *');

disp (' * LIMITACAO *');

disp (' * Caso o programa nao realize os calculos devido o alto numero de *');

disp (' * NOS, este comando permite ver qual e a quantidade de NOS. *');

disp (' *********************************************************************');

Page 142: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

141

ANEXO A – FORMAÇÃO DO MONO-SILICETO DE NÍQUEL

O processo de formação do mono-siliceto de níquel com 4% de platina (Ni(Pt)Si) foi

analisado com as técnicas: Espectroscopia de retroespalhamento Rutherford RBS (Rutherford

Backscattering Spectroscopy), Difração de raios-X XRD (X-Ray Diffraction) e microscopia

de força atômica AFM (Atomic Force Microscopy) (REIS, 2004).

Análises RBS

As análises de RBS foram realizadas utilizando feixe de hélio (He+) com energia de

2,4 MeV. A figura 86 apresenta o espectro RBS juntamente com a simulação do programa

RUMP (DOOLITTLE, 1985; TABACNIKS, 2000) da estrutura Ni/Pt/Si antes do recozimento

(30nm de Ni e 1,5nm de Pt).

Figura 86- Espectro RBS típico de um filme de Ni (30nm) / Pt (1,5nm) depositado sobre substrato de Si.

200 250 300 350 400 450Canal

0

5

10

15

20

25

30

1.2 1.4 1.6 1.8 2.0 2.2

Energia (Me V)

Ni/Pt/Si

Pt

Ni

Si

Ren

dim

ento

Nor

mal

izad

o

Simulation

Energia (MeV)

Ni/Pt/Si Simulação

Page 143: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

142

A figura 87 apresenta o espectro RBS do filme de Ni/Pt antes do recozimento e após

um recozimento em 350ºC por 120 s., onde não ficou caracterizada uma apreciável formação

de siliceto de níquel, seguido de inter-difusão parcial da platina em direção à superfície.

Energia (MeV)

2 0 0 2 5 0 3 0 0 3 5 0 4 0 0 4 5 0 Canal

0

5

1 0

1 5

2 0

2 5

3 0 1 . 2 1 . 4 1 . 6 1 . 8 2 . 0 2 . 2

350 ºC Ni/Pt/Si

Ren

dim

ento

Nor

mal

izad

o

Si

Ni

Pt

Figura 87- Espectro RBS do filme de Ni/Pt/Si antes do recozimento e após um recozimento em 350ºC por 120 s, respectivamente.

A figura 88 apresenta os espectros RBS das amostras recozidas em 400ºC, 450ºC e

500ºC, na qual é possível verificar o comportamento muito semelhante para as três curvas. As

simulações nessas temperaturas resultaram na formação de NiSi com 4% de platina ao longo

do siliceto (Ni(Pt)Si).

Energia (MeV) R

endi

men

to N

orm

aliz

ado

Canal

Ni/Pt/Si 350 °C

Inter-difusão de Pt para a superfície

Page 144: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

143

2 0 0 2 5 0 3 0 0 3 5 0 4 0 0 4 5 0

Canal

0

5

1 0

1 5

2 0

2 5 1 . 2 1 . 4 1 . 6 1 . 8 2 . 0 2 . 2

Energia (MeV)

400 ºC 450 ºC 500 ºC

Ren

dim

ento

Nor

mal

izad

o

Si

Ni

Pt

Figura 88- Espectro RBS dos filmes de Ni(Pt)Si obtidos após recozimento em 400ºC, 450ºC e 500ºC por 120 s, respectivamente.

Os espectros das amostras recozidas em 600°C e 700°C também apresentaram

comportamento muito semelhante. A figura 89 apresenta o espectro RBS obtido em 700ºC,

juntamente com uma simulação por meio do programa RUMP que revelou a formação de

80nm de NiSi com 4% de platina distribuída ao longo do siliceto (Ni(Pt)Si).

Figura 89- Espectro de uma simulação com o programa RUMP e o espectro RBS da amostra obtida em 700ºC.

Energia (MeV)

Ren

dim

ento

Nor

mal

izad

o

Canal

400°C 450°C 500°C

2 0 0 2 5 0 3 0 0 3 5 0 4 00 45 0

Canal

0

5

1 0

1 5

2 0 1.2 1 .4 1 . 6 1 .8 2 .0 2 .2

Energia (MeV)

Simulation 700º

Ni

Pt

Si

Ren

dim

ento

Nor

mal

izad

o

700°C Simulação

Page 145: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

144

A figura 90 apresenta o espectro RBS da amostra recozida em 800ºC, onde o NiSi foi

encontrado juntamente com o começo da transição do mono-siliceto de níquel para o di-

siliceto de níquel. A espessura encontrada foi de 80nm de Ni(Pt)Si.

Figura 90- Espectro RBS do filme de Ni(Pt)Si obtido após recozimento em 800ºC juntamente com a simulação no programa RUMP.

A tabela 12 apresenta sumariamente as espessuras e estequiometrias obtidas nessas

análises.

Tabela 12- Espessuras e estequiometrias dos filmes de siliceto de níquel com platina obtidas através de simulações dos espectros RBS no programa RUMP.

Temperatura Espessura do siliceto Estequiometria (NixSiy) Porcentagem de Pt

(em peso) 400ºC 78 nm 1 : 1 4 %

450ºC 79 nm 1 : 1 4 %

500ºC 80 nm 1 : 1 4 %

600ºC 80 nm 1 : 1 4 %

700ºC 80 nm 1 : 1 4 %

800ºC 80 nm 1 : 1 4 %

Canal

Energia (MeV)

Simulation 800ºC

Pt

Ni

Si

Ren

dim

ento

Nor

mal

izad

o

800°C Simulação

1,0 1,5 2,0

150 200 250 300 350 400 450

20

15

10

5

0

Page 146: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

145

Análises XRD

A melhoria da estabilidade térmica do mono-siliceto de níquel com a aplicação de

uma fina camada interfacial de platina entre o níquel e o silício, reportada na literatura e

verificada nas análises RBS, também ficou caracterizada nas análises de XRD.

A figura 91 apresenta o espectro XRD de uma amostra recozida em 350 ºC por 120 s.

onde o mono-siliceto de níquel (NiSi) não foi encontrado. Somente fases ricas em Ni foram

detectadas juntas ao Si. O mono-siliceto de níquel foi formado em temperaturas a partir de

400 ºC até 600 ºC como mostram os espectros da figura 92 (a), (b) e (c).

20 40 60 80

0

50

100

150

200

250

300

Ni 3S

i

Si (

400)

Si (4

00)

Ni 3S

i (22

0)Ni 3S

i 2 (33

0)

Ângulo (2θ)

350 ºC

Inte

nsid

ade

Figura 91- Difratograma XRD da formação de siliceto de níquel com platina obtida por RTP com tempo de 120 s. em 350 ºC.

Page 147: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

146

20 30 40 50 60 70 80

0

5

10

15

20

25

30

(a) Si (

400)

NiS

i (00

2)

NiS

i (20

1)400 ºC

Inte

nsid

ade

Ângulo (2θ)

20 30 40 50 60 70 80

0

50

100

150

200

(b) Si (

400)

Si (

400)

NiS

i (00

2)

500 ºC

Inte

nsid

ade

Ângulo (2θ)

20 30 40 50 60 70 80

0

20

40

60

80

(c) Si (

400)

NiS

i (00

2)

NiS

i (11

1)

NiS

i (20

1)

NiS

i (21

1)

600 ºC

Inte

nsid

ade

Ângulo (2θ)

Figura 92- Difratogramas XRD de amostras de siliceto de níquel com platina obtidas por RTP com tempo de 120 s. em: (a) 400ºC, (b) 500ºC e (c) 600ºC.

(a)

(b)

(c)

Page 148: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

147

Análises AFM

A técnica de microscopia de força atômica (AFM) também foi utilizada para

caracterizar a superfície dos filmes de mono-siliceto de níquel obtidos através do recozimento

térmico da estrutura Ni/Pt/Si. A tabela 13 sumariza os valores de rugosidade obtidos.

Tabela 13- Valores de micro-rugosidade média (Ra), vale-pico (RVP) e RMS (RRMS) superficiais dos silicetos formados em diversas temperaturas e também da superfície inicial (Ni/Pt/Si).

RRMS (nm) Ra (nm) RVP (nm)

350 ºC 1,78 1,37 23,23

400 ºC 1,41 1,09 17,00

450 ºC 1,29 1,02 10,32

500 ºC 1,12 0,88 10,48

600 ºC 1,12 0,89 8,52

Ni/Pt/Si 0,53 0,31 7,16

Esses valores revelam que a partir do filme original de Ni/Pt/Si, qualquer etapa de

recozimento proporciona um aumento na rugosidade superficial. Por outro lado, quanto maior

a temperatura de recozimento, menor a rugosidade. A figura 93 possibilita ver a evolução da

rugosidade superficial em imagens 3-D de 1µm x 1µm da superfície das amostras recozidas

em 400 ºC e 500 ºC e também da superfície do níquel antes do recozimento.

Page 149: RICARDO PESTANA - teses.usp.br · PESTANA, R. Caracterização ... Si sobre junções rasas N+P com aproximadamente 0,2 µm de profundidade, ... O menor valor de resistividade do

148

Figura 93- Imagens AFM em 3D da (a) superfície do níquel antes do recozimento, (b) após recozimento em 400ºC e (c) após recozimento em 500ºC.

Ni/Pt/Si antes do recozimento

400°C 500°C

(a)

(b) (c)