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ÉRIKA GOMES SARMENTO EFEITO DE PETIT SUISSE POTENCIALMENTE PROBIÓTICO NA MICROBIOTA DA SALIVA DE CRIANÇAS: ESTUDO IN VITRO E IN VIVO Dissertação apresentada ao Campus Rio Pomba, do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais, como requisito parcial para a conclusão do curso de Pós-Graduação Stricto Sensu em Ciência e Tecnologia de Alimentos para a obtenção do título de Mestre. RIO POMBA MINAS GERAIS – BRASIL 2016

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ÉRIKA GOMES SARMENTO

EFEITO DE PETIT SUISSE POTENCIALMENTE PROBIÓTICO NA MICROBIOTA DA SALIVA DE

CRIANÇAS: ESTUDO IN VITRO E IN VIVO

Dissertação apresentada ao Campus Rio Pomba, do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais, como requisito parcial para a conclusão do curso de Pós-Graduação Stricto Sensu em Ciência e Tecnologia de Alimentos para a obtenção do título de Mestre.

RIO POMBA MINAS GERAIS – BRASIL

2016

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ÉRIKA GOMES SARMENTO

EFEITO DE PETIT SUISSE POTENCIALMENTE PROBIÓTICO NA MICROBIOTA DA SALIVA DE

CRIANÇAS: ESTUDO IN VITRO E IN VIVO

Dissertação apresentada ao Campus Rio Pomba, do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais, como requisito parcial para a conclusão do curso de Pós-Graduação Stricto Sensu em Ciência e Tecnologia de Alimentos para a obtenção do título de Mestre.

Orientadora: Aurélia Dornelas de Oliveira Martins

RIO POMBA MINAS GERAIS – BRASIL

2016

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Ficha Catalográfica elaborada pela Biblioteca Jofre Moreira – IFET/RP Bibliotecária: Tatiana dos Reis Maciel CRB 6 / 2711

S246e Sarmento, Érika Gomes Sarmento. Efeito de petit suisse potencialmente probiótico na microbiota da saliva de crianças: estudo in vitro e in vivo. / Érika Gomes Sarmento. – Rio Pomba, 2016.

85f. : il. Orientador: Prof.ª Dsc. Aurélia Dornelas de Oliveira Martins. Trabalho de Conclusão de Curso de Pós Graduação Stricto Sensu

em Ciência e Tecnologia de Alimentos - Instituto Federal do Sudeste de Minas Gerais - Campus Rio Pomba. 1. Alimentos. 2. Produtos lácteos - queijo petit suisse. 3. Alimento probiótico. 4. Saúde bucal. I. Martins, Aurélia Dornelas de Oliveira (orient.). II. Título.

CDD: 637.3

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Dedico este trabalho a meus filhos Beatriz e Marcelo, dádiva de Deus em minha vida. Aos meus pais Jovelina e Hélio, pelo amor incondicional e ao meu querido companheiro Renato.

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iv

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, que, em sua infinita bondade, concedeu-me saúde e

entusiasmo, além de fortalecer minha fé para que eu pudesse concluir este trabalho.

Agradeço-O, também, pelos anjos que colocou em meu caminho, pelas portas que

se abriram, por tudo que aprendi, pelos erros e acertos. Foi uma etapa bem vivida e

Ele, certamente, foi meu impulso.

Ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas

Gerais (IF Sudeste MG), Campus Rio Pomba, pela estrutura e oportunidade dadas

para a realização do Mestrado.

À FAPEMIG - Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas Gerais,

pela concessão de bolsa para que o trabalho pudesse ser realizado.

À FIOCRUZ - Fundação Oswaldo Cruz pela doação de algumas culturas de

microrganismos utilizadas neste trabalho.

Ao Departamento de Ciência e Tecnologia de Alimentos, em especial aos

professores, verdadeiros mestres, excelentes na arte que exercem. Vocês me

encantaram com tanto comprometimento e amor à profissão que escolheram.

Saibam que levarei um pouco de cada um em minha caminhada.

À minha orientadora, Aurélia Dornelas de Oliveira Martins, por aceitar o

desafio de me conduzir neste projeto e de sonhar ao meu lado... Agradeço-a pela

sutileza com que me corrigiu, por me mostrar o caminho e acreditar em mim. Pela

paciência, disponibilidade, atenção e carinho. Você foi excelente!

À minha coorientadora, professora Dionéia Evangelista Cesar, sempre

atenciosa e por me receber tão bem em seu laboratório, na família LEBIOMM... Sem

dúvida sua contribuição foi imensurável para a qualidade deste trabalho. Saiba que

seus questionamentos nos desafiam a buscar por respostas e por conhecimento e

esse é o verdadeiro papel de um educador. Foi um prazer tê-la conhecido, ter

trabalhado ao seu lado e ter aprendido tanto com você!

Ao meu coorientador, professor Maurilio Lopes Martins, obrigada por ter

colocado os probióticos em minha vida, pela sugestão do tema para a pesquisa, por

dividir seu conhecimento, pelos seus exemplos de disciplina e humildade. Suas

aulas são um legado para o Instituto e para quem teve o prazer de assistí-las!

À professora Eliane Maurício Furtado Martins, minha professora-amiga,

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v

grande incentivadora e que tanto contribuiu para que o trabalho se concretizasse.

Obrigada por sanar minhas dúvidas, por enxugar minhas lágrimas e por me corrigir

com tanta paciência! Eterno reconhecimento!

Ao professor Elton Geraldo de Oliveira Góis, minha gratidão por sua

generosidade em aceitar compartilhar seu conhecimento para o enriquecimento

desta pesquisa. Você foi meu professor durante a graduação e esteve na minha

banca da especialização. Saiba que me alegro em tê-lo em minha banca de

mestrado!

Ao professor André Narvaes, pela contribuição na análise estatística e

aconselhamento durante o trabalho. Muito obrigada!

Agradeço também ao professor Alessandro Del’Duca do IFSudeste MG,

Campus Juiz de Fora, atencioso e que tanto colaborou na etapa de contagem de

microrganismos em microscopia de epifluorescência.

Sempre aprendi muito com meus colegas de mestrado e construímos uma

convivência de amizade e companheirismo. Não poderia deixar de agradecê-los por

tudo o que fizeram por mim! Aprendi muito com cada um de vocês!

Agradeço à equipe técnica dos laboratórios de Microbiologia de Alimentos do

IF Sudeste MG, Campus Rio Pomba, Jonathan, Patrícia, Renata e Rosélio, sempre

prestativos.

Agradecimento especial ao Pelé e demais funcionários do laticínio do

Departamento de Ciência e Tecnologia de Alimentos do IF Sudeste MG, Campus

Rio Pomba, por toda a colaboração durante a etapa de processamento do petit

suisse e pelo cuidado e responsabilidade com que me auxiliaram.

À Taisa, ex-aluna do Instituto e à Scarlet, aluna de graduação, pelo auxílio no

processamento e análises microbiológicas e a todos os alunos que utilizam os

laboratórios do IF Sudeste MG, Campus Rio Pomba e que contribuíram de alguma

forma com o trabalho... somos uma família!

À toda a equipe da Escola Municipal São José, à Secretária de Educação,

Viviane Gomes Vieira, e aos voluntários que contribuíram para a realização do

estudo in vivo.

Aos meus pacientes, minhas auxiliares, aos amigos e familiares que torceram

por mim. Agradecimento especial aos meus irmãos Nádia, Rodrigo e Hermann que

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tanto me incentivaram durante esses dois anos. Vocês são muito especiais!

Mãe, pai, Beatriz, Marcelo e Maria não há palavra que defina meu amor por

vocês! Mãe, como sempre tão zelosa, amiga e me ajudando com as crianças. Meus

filhos, raios de sol em minha vida e Maria, delicada flor de laranjeira, desculpem-me

pela ausência em muitos momentos...

Enfim, agradeço ao Renato que me deu suporte para que eu pudesse me

dedicar ao mestrado, que dividiu comigo as dificuldades, os porquês e que se

alegrou com minhas conquistas. Você, como sempre, foi muito companheiro!

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“...Queda prohibido no sonreír a los problemas, no luchar por lo que quiero, abandonarlo todo por tener miedo, no convertir en realidad mis sueños...” Alfredo Cuervo Barreiro

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SUMÁRIO

RESUMO................................................................................................................ x

ABSTRACT............................................................................................................ xi

LISTA DE FIGURAS.............................................................................................. xii

LISTA DE QUADROS ........................................................................................... xiii

LISTA DE TABELAS............................................................................................. xiv

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ............................................................... xv

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................. 1

2. OBJETIVOS....................................................................................................... 3

2.1. Objetivo geral ................................................................................................. 3

2.2. Objetivos específicos ...................................................................................... 3

3. REVISÃO DE LITERATURA.............................................................................. 4

3.1. Alimentos probióticos e seus efeitos na saúde............................................... 4

3.2. Alimentos prebióticos e seus benefícios ........................................................ 6

3.3. Efeito de alimentos probióticos na saúde bucal ............................................ 8

3.3.1. Potencial de bactérias probióticas na prevenção de lesões cariosas.......... 15

3.3.2. Efeito de alimentos probióticos na saúde periodontal ................................. 18

3.3.3. Influência dos probióticos na prevenção e tratamento de candidíase na

cavidade bucal ....................................................................................................... 22

3.4. A técnica de hibridização in situ fluorescente para identificação e

quantificação de microrganismos da saliva ........................................................... 24

4. MATERIAL E MÉTODOS................................................................................. 27

4.1. Ensaio in vitro.................................................................................................. 27

4.2. Elaboração do queijo petit suisse.................................................................. 30

4.2.1. Aquisição da farinha de banana verde ....................................................... 30

4.2.2. Preparo da cultura lática probiótica............................................................. 31

4.2.3. Elaboração do queijo petit suisse potencialmente probiótico acrescido de

farinha de banana verde...................................................................................... 31

4.3. Avaliação microbiológica dos queijos elaborados........................................... 32

4.3.1. Coliformes a 30 oC e a 45 oC ...................................................................... 32

4.3.2. Listeria monocytogenes ............................................................................ 33

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4.3.3. Salmonella sp. ......................................................................................... 33

4.3.4. Fungos filamentosos e leveduras ............................................................. 33

4.3.5. Estafilococos coagulase positiva ............................................................... 34

4.3.6. Determinação da viabilidade de bactérias láticas em queijo petit suisse

por meio da técnica de cultivo convencional em placas ....................................... 34

4.4. Seleção e avaliação clínica das crianças para o teste in vivo......................... 34

4.5. Estudo in vivo da influência do consumo de petit suisse potencialmente

probiótico na microbiota da saliva de crianças ..................................................... 38

4.5.1. Avaliação da aceitação sensorial ............................................................... 39

4.5.2. Coleta das amostras .................................................................................. 39

4.6. Identificação e quantificação da microbiota da saliva: S. mutans, S.

sobrinus, P. gingivalis, A. actinomycetemcomitans, C. albicans e L. casei............ 41

4.7. Análises estatísticas ...................................................................................... 43

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO......................................................................... 44

5.1. Antagonismo in vitro........................................................................................ 44

5.2. Qualidade microbiológica do queijo Petit suisse............................................ 47

5.3. Viabilidade das bactérias láticas................................................................... 48

5.4. Aceitação sensorial dos produtos pelas crianças........................................... 50

5.5. Identificação e quantificação de microrganismos na saliva de voluntários

pela técnica de FISH............................................................................................ 51

6. CONCLUSÃO..................................................................................................... 60

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................. 61

8. APÊNDICES ...................................................................................................... 77

9. ANEXO .............................................................................................................. 85

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RESUMO

SARMENTO, Érika Gomes, Mestrado Profissional, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais, setembro de 2016. Efeito de petit suisse potencialmente probiótico na microbiota da saliva de crianças: estudo in vitro e in vivo Orientadora: Aurélia Dornelas de Oliveira Martins. Coorientadores: Dionéia Evangelista Cesar e Maurilio Lopes Martins.

Probióticos são amplamente utilizados na indústria de alimentos e podem interferir na microbiota bucal. O presente estudo teve por objetivo avaliar o efeito de petit

suisse acrescido de probiótico na microbiota da saliva de crianças. Um ensaio in

vitro foi realizado para avaliar o antagonismo de bactérias láticas frente a potenciais patógenos por meio do teste da gota. Lactobacillus casei-01(CHR HANSEN) foi identificado com maior potencial para inibir Streptococcus mutans, Eikenella

corrodens, Aggregatibacter actinomycetemcomitans, Candida albicans e Streptococcus sobrinus. Em seguida, petit suisse sabor morango acrescido de farinha de banana verde (Controle) e com adição da bactéria com melhor resultado no teste de antagonismo (L. casei) foram preparados. A viabilidade do probiótico adicionado ao petit suisse foi avaliada em diferentes tempos de armazenamento. As bactérias láticas foram viáveis entre 108 a 109 UFC.g-1 durante 28 dias de armazenamento à 4 oC. A aceitação sensorial do queijo petit suisse foi avaliada por meio de questionários aplicados em crianças da Escola Municipal São José, na cidade de Rio Pomba – MG. Estas crianças, 41 voluntários na faixa etária de 10-12 anos, participaram do ensaio in vivo consumindo petit suisse com e sem probióticos. O estudo foi randomizado e a saliva dos voluntários foi coletada antes do período de consumo dos produtos (T0), no último dia de consumo do petit suisse (T1) e duas semanas após a interrupção do consumo (T2 - pós tratamento). As amostras de saliva foram imediatamente fixadas com paraformaldeído à 20%, numa concentração final de 2% e armazenadas em refrigerador até o momento da identificação e quantificação da microbiota pela técnica de Hibridização in situ Fluorescente (abreviatura do inglês – FISH). A contagem dos microrganismos foi realizada em microscópio de epifluorescência. A adição do microrganismo não interferiu na aceitabilidade do produto. Ambos os produtos (controle e com adição de L. casei) foram capazes de reduzir significativamente (p<0,05) o número total de microrganismos e de S. mutans na saliva dos voluntários. Apenas o produto acrescido de L. casei diminuiu a densidade de A. actinomycetemcomitans, assim como mostrou-se capaz de manter a redução de P. gingivalis no pós tratamento.

Portanto, o queijo petit suisse desenvolvido apresenta capacidade para carrear microrganismo probiótico, sendo uma alternativa em potencial para reduzir a microbiota potencialmente patogênica da cavidade bucal.

Palavras-chave: Patógenos bucais, queijo, teste de antagonismo, saúde bucal, farinha de banana verde.

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ABSTRACT

SARMENTO, Érika Gomes, Mestrado Profissional, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais, September 2016. Effect of a potentially probiotic petit suisse cheese on the microbiota of children’s saliva: an invitro and in vivo study Advisor: Aurélia Dornelas de Oliveira Martins. Coadvisors: Dionéia Evangelista Cesar and Maurilio Lopes Martins.

Probiotics are widely used in the food industry, and they may interfere with the oral microbiota. The present study was conducted to evaluate the effect of a petit suisse cheese with addition of a probiotic on the saliva microbiota of children. An in vitro trial was carried out to evaluate the antagonism of lactic bacteria against potential pathogens by the drop test. Lactobacillus casei-01 (CHR HANSEN) was identified as having the greatest potential to inhibit Streptococcus mutans, Eikenella corrodens, Aggregatibacter actinomycetemcomitans, Candida albicans and Streptococcus

sobrinus. Next, strawberry-flavored petit suisse cheese with addition of green banana flour (control) and cheese with addition of the bacterium with the best result in the antagonism test (L. casei) were prepared. The viability of the probiotic added to the petit suisse cheese was assessed at different storage times. Lactic bacteria were viable between 108 to 109 cfu.g−1 for 28 days of storage at 4 ºC. The sensory acceptance of the petit suisse cheese was evaluated by questionnaires applied to children enrolled in the São José Municipal School, located in Rio Pomba - MG, Brazil. These children ― 41 volunteers in the age range of 10-12 years ― participated in the in vivo trial consuming the cheese with and without probiotics. The study was randomized, and the volunteers’ saliva was collected before the period of consumption of the products (T0), on the last day of consumption of the petit suisse cheese (T1), and two weeks after consumption interruption (T2 - post-treatment). Saliva samples were immediately fixed with 20% paraformaldehyde at a final concentration of 2% and kept in a refrigerator until the moment of identification and quantification of the microbiota by the Fluorescent In Situ Hybridization (FISH) technique. Microorganism count was performed using an epifluorescence microscope. Addition of the microorganism did not interfere with the acceptability of the product. Both products (control and with addition of L. casei) were able to significantly reduce (p<0.05) the total number of microorganisms and S. mutans in the saliva of the volunteers. Only the product with addition of L. casei reduced A.

actinomycetemcomitans density as well as showed ability to maintain P. gingivalis post-treatment. Therefore, the petit suisse cheese developed has the ability to carry probiotic microorganisms, which makes it an alternative to reduce the potentially pathogenic microbiota in the oral cavity.

Key words: oral pathogens, cheese, antagonism test, oral health, green banana flour.

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xii

LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Etapas básicas da FISH.................................................................... 25

Figura 2. Códigos para os dentes decíduos.................................................... 38

Figura 3. Códigos para os dentes permanentes............................................... 38

Figura 4. Representação esquemática dos tempos de coleta das amostras

de saliva............................................................................................. 40

Figura 5. Contagem de bactérias láticas nas amostras de queijo petit suisse

ao longo da vida de prateleira........................................................... 49

Figura 6. Contagem total de microrganismos (DAPI) em saliva de crianças

antes do consumo (Tempo 0) de petit suisse adicionado de L.

casei (PROB) ou não adicionado de L. casei (CONT), no último dia

de consumo (Tempo 1 - 11o dia) e após 15 dias de sua interrupção

(Tempo 2 - 26 o dia). ......................................................................... 52

Figura 7. Contagens de L. casei (A) e microrganismos potencialmente

patogênicos bucais S. mutans (B); S. sobrinus (C); P. gingivalis

(D); A. actinomycetemcomitans (E); C. albicans (F) em saliva de

crianças nos diferentes tempos do consumo de petit suisse

adicionado (PROB) ou não de probiótico (CONT). ........................... 54

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xiii

LISTA DE QUADROS

Quadro 1. Resumo de potenciais probióticos, veículos de base láctea

utilizados e resultados encontrados em diferentes estudos.............. 12

Quadro 2. Resumo de potenciais probióticos veiculados por produtos não

lácteos e resultados encontrados em diferentes estudos.................. 13

Quadro 3. Códigos para a condição da dentição permanente e decídua

(coroa e raiz)...................................................................................... 36

Quadro 4. Sondas de olinucleotídeo de RNAr utilizadas para a identificação

de microrganismos bucais em saliva pela técnica de FISH.............. 42

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xiv

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Microrganismos utilizados para o ensaio in vitro no teste de

antagonismo.................................................................................. 28

Tabela 2. Condições de ativação utilizadas previamente ao teste de

antagonismo.................................................................................. 29

Tabela 3. Valores médios dos halos de inibição (mm) de microrganismos

bucais potencialmente patogênicos por bactérias láticas probióticas

(estirpes ATCC)............................................................................. 45

Tabela 4. Valores médios dos halos de inibição (mm) de microrganismos

bucais potencialmente patogênicos por bactérias láticas

comerciais..................................................................................... 45

Tabela 5. Qualidade microbiológica das amostras de queijo petit suisse........... 47

Tabela 6. Aceitação sensorial das amostras de queijo petit suisse.................... 50

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

µL Microlitro µM Micrômetro ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária APHA American Public Health Association BPF Boas Práticas de Fabricação DAPI 4’,6-diamidino-2-phenylindole EDTA Ácido etilenodiamino tetra-acético FBV Farinha de banana verde FIESP Federação das Indústrias do Estado de São Paulo FISH Fluorescence in situ Hybridization(Hibridização in situ

fluorescente) FAO Food and Agriculture Organization

g Grama GRAS Generally Recognised As Safe (Geralmente reconhecido como

seguro) GSRS Gastrointestinal Symptom Rating Scale

IF SUDESTE MG Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais

IP Índice de Placa ISG Índice de Sangramento Gengival ITAL Instituto de Tecnologia de Alimentos LEBIOMM Laboratório de Ecologia e Biologia Molecular de Microrganismos Log Logaritmo LST caldo Lauril Sulfato de Sódio mg Miligrama mL Mililitro mm Milímetro NMP Número mais provável OMS Organização Mundial de Saúde pH Potencial hidrogeniônico SDS Dodecil sulfato de sódio TNF Fator de necrose tumoral UFC Unidades Formadoras de colônias WHO World Health Organization

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1

1. INTRODUÇÃO

No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) definiu, por

meio das Resoluções n° 18 e 19, de 30 de abril de 1999, que a alegação de

propriedade funcional de um alimento refere-se ao seu potencial metabólico ou

fisiológico, em que o nutriente ou não nutriente acarreta no crescimento,

desenvolvimento, manutenção ou em outras funções normais do organismo. Ainda,

na mesma resolução, a alegação de propriedade de saúde é aquela que determina a

existência de uma relação entre o alimento ou seu ingrediente, com a condição de

saúde ou doença (BRASIL, 1999a; BRASIL, 1999b). O termo “alimentos funcionais”

foi originalmente definido como alimento de uso específico de saúde, no Japão, na

década de 1980 (GRANATO et al., 2010).

Assim, os alimentos funcionais são uma alternativa para a promoção da

saúde, pois apresentam, além da função nutricional, benefícios fisiológicos que

reduzem a ocorrência de doenças crônicas (SOUZA, 2008).

Dentre eles, incluem-se aqueles adicionados de microrganismos probióticos,

definidos pela Organização Mundial de Saúde (FAO/WHO, 2001) como

microrganismos vivos que, quando consumidos em quantidades adequadas,

conferem benefícios à saúde do hospedeiro.

A matriz mais estudada para carrear os microrganismos probióticos consiste

no leite e seus derivados. A indústria láctea tem aplicado os conhecimentos das

propriedades funcionais e de saúde no desenvolvimento de novos produtos, o que é

um desafio para os produtores de alimentos, à medida que procura atender à

demanda dos consumidores por produtos que sejam, concomitantemente, saudáveis

e atrativos (DELFINO, 2013). Segundo a Federação das Indústrias do Estado de

São Paulo e Instituto de Tecnologia de Alimentos, o leite está entre os produtos com

maior perspectiva de consumo até 2020 e, particularmente, o queijo é o produto

mais promissor entre os avaliados (FIESP/ITAL, 2010).

Dentre os diversos tipos de queijo, encontra-se o Petit Suisse que é definido

como queijo fresco, não maturado, obtido por coagulação do leite com coalho e/ou

de enzimas específicas e/ou de bactérias específicas, adicionado ou não de outras

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2

substâncias alimentícias (BRASIL, 2000). A incorporação de probióticos ao queijo

pode agregar valor ao produto.

Os probióticos representam grande oportunidade para prevenção e

tratamento de doenças de uma maneira natural e não-invasiva. A influência dessas

bactérias sobre a saúde bucal tem sido estudada, sobretudo como uma alternativa

para a prevenção de cárie dentária (FERNANDES et al., 2010; PINTO, 2011;

BASTOS et al., 2012; VISHNU, 2012). Acredita-se que outras patologias bucais

também poderiam ser evitadas com o consumo desses alimentos (WHELTON,

2009), uma vez que sua utilização parece ser uma forma natural para manuteção da

saúde e proteção dos tecidos bucais de doenças.

Diferentes técnicas têm sido empregadas para a detecção de microrganismos

presentes na cavidade bucal. A técnica de FISH (Fluorescence in situ Hybridization)

pode ser utilizada com essa finalidade, pois permite a avaliação da microbiota

normal ou alterada por infecções microbianas mistas (MOTER; GÖBEL, 2000) e

consiste em uma ferramenta da biologia molecular na qual as bactérias são

identificadas e quantificadas com a utilização de sondas específicas para cada

espécie ou grupo de microrganismos, com marcadores que emitem fluorescência

sem que haja necessidade de cultivo prévio (MOTER; GÖBEL, 2000; DEL’DUCA;

CÉSAR, 2007; DEL’DUCA, 2013).

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3

2. OBJETIVOS

2.1. Objetivo geral

Avaliar o efeito de queijo petit suisse potencialmente probiótico na microbiota

da saliva de crianças com idades entre 10 e 12 anos e que estudam na Escola

Municipal São José, no município de Rio Pomba, MG.

2.2. Objetivos específicos

• Verificar o antagonismo, in vitro, de bactérias ácido láticas frente a

microrganismos potencialmente cariogênicos, periodontopatogênicos e à

levedura Candida albicans;

• Elaborar petit suisse sabor morango, acrescido de farinha de banana verde e

de Lactobacillus casei selecionado no ensaio in vitro, e verificar a qualidade

microbiológica dos produtos obtidos;

• Determinar a viabilidade de L. casei no queijo petit suisse ao longo do

armazenamento;

• Avaliar a aceitação sensorial dos produtos;

• Identificar e quantificar em amostras de saliva, pela técnica FISH,

Streptococcus mutans, Streptococcus sobrinus, Porphyromonas gingivalis,

Aggregatibacter actinomycetemcomitans, Candida albicans e L. casei antes,

após o período de consumo do produto potencialmente probiótico pelas

crianças e depois de 15 dias de interrompido o consumo do queijo petit

suisse (pós tratamento);

• Avaliar a ação de L. casei selecionado no ensaio in vitro e veiculado por

queijo petit suisse na microbiota da saliva de crianças.

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4

3. REVISÃO DE LITERATURA

3.1. Alimentos probióticos e seus efeitos na saúde

Segundo a World Gastroenterology Organisation (2011), há um século, o

cientista russo Elie Metchnikoff, professor do Instituto Pasteur em Paris, sugeriu que

as bactérias ácido-láticas ofereciam benefícios à saúde, com potencial para

modificar a microbiota intestinal, substituindo microrganismos produtores de

substâncias tóxicas. No entanto, o termo “probiótico” foi introduzido por Lilly e

Stillwell em 1965. Eles ressaltaram que, diferente dos antibióticos, os probióticos são

capazes de estimular o crescimento de outros microrganismos.

A Organização de Alimentos e Agricultura das Nações Unidas (Food and

Agriculture Organization – FAO) e a Organização Mundial da Saúde (World Health

Organization - WHO) definiram probiótico como microrganismos vivos que, quando

ingeridos em quantidades adequadas, conferem benefícios à saúde de quem os

consome (FAO/WHO, 2001).

Microrganismos probióticos devem possuir resistência às operações de

processamento e manter sua viabilidade durante o período de estocagem do produto

para serem utilizados em alimentos com alegação de propriedade funcional (AKIN;

AKIN; KIRMACI, 2007; SHORI, 2016).

Um alimento funcional probiótico deve apresentar uma contagem de células

viáveis de, pelo menos, 106 a 107 UFC.g-1 (FAO, 2001), sendo recomendada

ingestão diária de 108 a 109 UFC por dia (KRASAEKOOP; BHANDARI; DEETH,

2003; BRASIL, 2008; REID, 2008; BANSAL et al., 2016), valores inferiores podem

ser aceitos desde que comprovada a eficácia do produto (BRASIL, 2008).

A documentação necessária para tal comprovação, de acordo com Brasil

(2008), consiste em um laudo de análise do produto que demonstre a viabilidade

mínima do microrganismo até o fim da vida de prateleira do produto, assim como, o

teste de resistência da cultura às condições adversas do trato gastrointestinal, como

à acidez gástrica e aos sais biliares.

Dentre as espécies bacterianas, as listadas como probióticas são

Lactobacillus acidophilus, Lactobacillus casei shirota, Lactobacillus casei variedade

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rhamnosus, Lactobacillus casei variedade defensis, Lactobacillus paracasei,

Lactococcus lactis, Bifidobacterium bifidum, Bifidobacterium animallis (incluindo a

subespécie B. lactis), Bifidobacterium longum e Enterococcus faecium (BRASIL,

2008).

L. casei é um bastonete Gram-positivo membro da família Lactobacillaceae e

da ordem Lactobacillales. As espécies L. casei, L. paracasei e L. rhamnosus

compõem o grupo taxonômico L. casei (TIEN et al., 2006; SATO et al., 2012).

Apresentam importante valor comercial para a indústria de alimentos, devido

a seu emprego na produção de leites fermentados e como culturas starters na

fabricação de queijos. As referidas espécies são potenciais colonizadoras de uma

diversidade de ambientes naturais ou não, tais como, cavidade bucal, tratos

intestinal e vaginal, produtos de laticínios, produtos vegetais, ensilagem, esgoto e

alimentos deteriorados e têm sido amplamente estudadas com relação a suas

propriedades promotoras de saúde, efeito antinflamatório e melhoria da imunidade,

sendo frequentemente empregadas como probióticos em alimentos industrializados

(TIEN et al., 2006; BURITI; SAAD, 2007; SATO et al., 2012).

A variedade de espécies terapêuticas utilizadas em suplementos probióticos é

restrita e é limitada a espécies tipicamente de origem gastrointestinal. Embora seja

um campo relativamente novo, o potencial para a identificação de novos agentes

terapêuticos baseados na microbiota humana é significativo (NAGALINGAM; COPE;

LYNCH, 2013).

Uma série de efeitos benéficos tem sido atribuídos aos probióticos, sobretudo

a capacidade de adesão à superfície de mucosas e às células epiteliais, prevenindo

a instalação de microrganismos potencialmente patogênicos (MAKINO et al., 2014).

Os efeitos benéficos desses microrganismos foram descritos inicialmente para o

intestino, na prevenção e tratamento de diarréias e de outras patologias do sistema

gastrointestinal (PETROF, 2009; REBOLLEDO; ROJAS; SALGADO, 2013; TIAN,

2014; VANDENPLAS; HUYS; DAUBE, 2015).

No entanto, a literatura descreve, ainda, outros benefícios, como o

fortalecimento do sistema imunitário (BOIRIVANT; STROBER, 2007; REBOLLEDO;

ROJAS; SALGADO, 2013; AOUDIA et al., 2016), melhor síntese e biodisponibilidade

de nutrientes, menor sensibilidade à lactose, redução da prevalência de reações

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alérgicas, prevenção e redução do risco de certos cânceres e redução do colesterol

(PARVEZ et al., 2006; SHAH, 2007).

Também apresentam efeito antinflamatório (BOIRIVANT; STROBER, 2007) e

tem sido indicados no tratamento de doenças inflamatórias crônicas de mucosas do

trato respiratório e trato vaginal, por meio da colonização e produção de ácido lático

e de bacteriocina, o que permite o controle do ecossistema das mucosas

(NAGALINGAM; COPE; LYNCH, 2013). Tais benefícios é dependente da estirpe

bacteriana (AOUDIA et al., 2016) e têm sido atribuídos, principalmente a L.

acidophilus, L. casei e Bifidobacterium ssp.(SHAH, 2007).

Lactobacillus sp. representam 1% da microbiota bucal de humanos, sendo

que as espécies L. acidophillus, L. casei, L. fermentum, L. plantarum, L. rhamnosus,

e L. salivarius são as espécies encontradas com maior frequência na saliva

(TEANPAISAN; DAHLEN, 2006).

Os probióticos são competitivos e dessa forma são antagonistas de potenciais

patógenos. Promovem saúde por meio de múltiplos mecanismos como: fagocitose,

inibição do crescimento bacteriano, modulação local da resposta imune e

competição por sítios de ligação. Todos esses mecanismos provêm de estudos

realizados no trato gastrointestinal, porém, considerando-se que a cavidade bucal

representa a primeira parte desse sistema, acredita-se que mecanismos

semelhantes a esses também possam ocorrer na boca (REID, 2005; MEURMAN;

STAMATOVA, 2007; HAUKIOJA, 2010).

3.2. Alimentos prebióticos e seus benefícios

Para estimular o crescimento de bactérias probióticas, os prebióticos são

utilizados por constituírem-se de hidratos de carbono fermentáveis pelas

bifidobactérias e bactérias produtoras de ácido lático, favorecendo o sistema

gastrointestinal e o sistema imunológico. Além disso, os prebióticos têm mostrado

aumentar a absorção de cálcio e de magnésio (AL-SHERAJI et al., 2013).

Prebióticos são carboidratos não digeríveis (VAN DENDER, 2008) que possuem um

efeito significativo na saúde humana e podem ser incorporados numa grande

variedade de alimentos (AL-SHERAJI et al., 2013).

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De acordo com Gibson; Roberfroid (1995), prebióticos são ingredientes

alimentares não digeríveis que afetam beneficamente o hospedeiro, estimulando

seletivamente o crescimento e/ou a atividade de um ou limitado número de espécies

bacterianas residentes no cólon contribuindo, assim, para a melhoria da saúde.

Para os autores, o termo simbiótico refere-se a alimentos que apresentam uma

mistura de pré e probióticos com propriedades nutricionais produzidas pelos

ingredientes alimentares funcionais, capazes de promoverem melhoria da saúde do

hospedeiro.

Segundo Kojima et al. (2016), os produtos simbióticos resultam de um

sinergismo entre prebióticos e probióticos, conhecidos por promover benefícios ao

sistema gastrointestinal. Apesar da ação dos alimentos simbióticos na cavidade

bucal ainda não ter sido estudada, há potencial para desenvolvimento de produtos

simbióticos visando o equilíbrio da microbiota e a inibição do desenvolvimento de

microrganismos patogênicos bucais.

Alimentos simbióticos tem sido citados por seus efeitos benéficos à saúde,

dentre os quais destacam-se: a redução de citocinas pró-inflamatórias, redução das

infecções intestinais, melhora do sistema imunológico, aumento da massa magra e

redução da massa gorda (RAIZEL et al., 2011). Kojima et al. (2016) mostraram que

arabinose, xilose e xilitol apresentam potencial para serem utilizados como

prebióticos associados a Lactobacillus probióticos, isolados da cavidade bucal e

capazes de inibir o crescimento de C. albicans e P. gingivalis, além de reduzirem a

produção de glucano insolúvel por S. mutans.

Dentre os prebióticos encontram-se diversas farinhas de origem vegetal,

como a farinha de banana verde. Borges; Pereira; Lucena (2009) relataram que a

farinha de banana verde é rica em amido, proteína, potássio, fósforo, magnésio,

cobre, manganês e zinco. Apresenta alto valor calórico, possui pH, acidez total

titulável e vitamina C de acordo com os limites ideais quando comparada com outras

farinhas encontradas no mercado e pode ser utilizada para o enriquecimento dos

alimentos ou para substituir parcialmente a farinha de trigo, podendo ser empregada

na panificação, confeitaria, no processamento de alimentos infantis e dietéticos.

Com o objetivo de avaliar os efeitos do consumo regular de farinha de banana

verde sobre o funcionamento intestinal, foi empregado o questionário

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Gastrointestinal Symptom Rating Scale (GSRS), composto por questões

relacionadas com sintomas gastrointestinais antes e após um período de seis

semanas de consumo regular (três vezes por semana) de farinha de banana verde.

Após esse período, o grupo que consumiu a farinha de banana verde apresentou

redução na consistência das fezes, relatou redução de dores abdominais e redução

da sensação de esvaziamento incompleto do intestino, com diferença significativa

quando comparado ao grupo controle, sem aumento de qualquer sintoma

gastrintestinal negativo como náuseas, distensão abdominal, azia, refluxo e diarréia

(NEGRINI et al., 2013).

Menezes et al. (2013) avaliaram a influência do consumo regular de sopas

congeladas adicionadas de ingredientes funcionais como a farinha de banana verde

e inulina. Os autores observaram que a ingestão energética diária diminuiu nesses

grupos quando comparados com o grupo que não consumiu o ingrediente funcional

na sopa.

3.3. Efeito de alimentos probióticos na saúde bucal

Na última década, vários pesquisadores discutiram a relevante aplicação de

probióticos para fins de saúde bucal (HAUKIOJA, 2010; MAKINO et al., 2014; TONG

et al., 2012; BHALLA et al., 2015) e os resultados tem sugerido que eles apresentam

potencial para prevenção e tratamento de doenças bucais (BONIFAIT; CHANDAD;

GRENIER, 2009, VIVEKANANDA; VANDANA; BHAH, 2010; PINTO, 2011;

GAGETTI et al., 2013; JOSE; PADMANABHAN; CHITHARANJAN, 2013) como a

cárie, patologias periodontais, halitose, candidíase e desmineralizações dentárias.

Estudos trazem uma variedade de novas estratégias para eliminação seletiva

de espécies bacterianas que são agentes etiológicos de doenças bucais (HERRERO

et al., 2016), uma vez que alternativas precisam ser criadas para superar a

resistência bacteriana aos antibióticos (O’NEILL, 2016), sendo os probióticos uma

opção promissora (FERNANDES et al., 2010; PINTO, 2011; BASTOS et al., 2012;

VISHNU, 2012; PRITHIKASIMON; KARTHIKEYAN, 2014; GUPTA; PRABHA, 2016).

De acordo com Guarner; Malagelada (2003) e Meurman (2005), os

microrganismos probióticos produzem metabólitos extracelulares como os ácidos,

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peróxido de hidrogênio, bacteriocinas e substâncias antimicrobianas de baixo peso

molecular inibitórias do desenvolvimento de microrganismos potencialmente

patogênicos.

As bacteriocinas consistem em peptídeos produzidos por determinadas

bactérias que estão sendo estudadas por apresentarem potencial no tratamento e

prevenção da cárie dentária (CHIKINDAS et al., 1997; LOBOS; PADILLA; PADILA,

2009; TONG et al., 2012). São constituídas, normalmente, por 30 a 60 aminoácidos

e apresentam potente atividade antimicrobiana contra bactérias Gram-positivas,

promovendo a lise da membrana de tais microrganismos (GARNEAU; MARTIN;

VEDERAS, 2002).

De acordo com Tong et al. (2012), a espécie Lactococcus lactis em situação

de estresse nutricional e na presença de metabólitos excretados por S. mutans,

aumenta a expressão de genes relacionados à síntese da bacteriocina nisina, com

grande potencial para antagonizar o microrganismo potencialmente cariogênico S.

mutans da cavidade bucal.

Andersson; Hughes; Kubicek-Sutherland (2016) observaram que as

bacteriocinas produzidas por L. lactis ssp. lactis ITAL 383 e CNRZ 150 apresentam

um mecanismo de ação semelhante ao da nisina produzida por L. lactis ATCC

11454. Elas apresentaram efeito bactericida promovendo a lise de células de L.

innocua LIN 11, sobretudo das células em fase exponencial de crescimento.

O efeito da bacteriocina PsVP-10, do triclosan e de clorexidina também foram

objeto de estudo por Lobos; Padilla; Padilla (2009). Eles constataram um

interessante efeito sinérgico quando utilizaram a bacteriocina associada a

clorexidina, resultando em redução de microrganismos cariogênicos. O mecanismo

de ação sugerido para tal efeito bactericida consistiu na formação de poros na

membrana do potencial patógeno, o que facilitou a penetração da substância

antimicrobiana clorexidina, ocasionando danos ao citoplasma e destruição celular.

Os autores também observaram que algumas estirpes de S. mutans e S.

sobrinus não formaram biofilme quando em contato com estes antimicrobianos

provavelmente porque o gene que codifica glicosiltransferase não foi espresso. Os

autores reiteram a necessidade de pesquisas envolvendo o assunto tão pertinente.

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De acordo com Burton et al. (2013), a estirpe Streptococcus salivarius M18

produz bacteriocinas contra espécies cariogênicas importantes, como S. mutans,

além de produzirem dextranase e urease, enzimas com potencial para reduzir a

acidificação do meio bucal, assim como, diminuir o acúmulo de placa bacteriana nos

dentes. Os autores concluíram que o consumo regular de S. salivarius M18 pode ser

benéfico para a saúde bucal.

De acordo com Pangsomboon et al. (2006), apesar de haver poucos estudos

sobre bacteriocinas purificadas de L. paracasei HL32 na literatura, elas são um

eficiente antimicrobiano para controle de P. gingivalis em uma concentração de 0,14

mM, eliminando o microrganismo patogênico em duas horas.

Entre os microrganismos probióticos, os dos gêneros Lactobacillus e

Bifidobacterium são os mais comumente utilizados comercialmente pela indústria de

alimentos (OUWEHAND; SALMINEN; ISOLAURI, 2002; TRIPATHI; GIRI, 2014),

sendo que ambos são considerados dominantes do intestino humano e apresentam

histórico de uso seguro, sendo conhecidos como GRAS, geralmente reconhecidos

como seguro (TRIPATHI; GIRI, 2014).

Lactobacillus e Bifidobacterium são gêneros bacterianos frequentemente

utilizados a nível tecnológico, sobretudo em produtos lácteos fermentados como o

iogurte, que em geral são boas matrizes para os probióticos (ÇAGLAR; KARGUL;

TONBOGA, 2005; SHAH, 2007; CILDIR et al., 2009), embora pesquisas também

sejam realizadas com a utilização de matrizes alimentares à base de frutas, legumes

e cereais, com resultados satisfatórios (BETORET et al., 2012; MARTINS et al.,

2013).

De acordo com Souza et al. (2011), há uma variedade de produtos

carreadores de diferentes microrganismos probióticos capazes de reduzir a

microbiota cariogênica da cavidade bucal e os alimentos funcionais podem ser uma

alternativa viável para prevenir patologias bucais. Os autores sugerem maior número

de investigações sobre o assunto para que os profissionais possam indicar os

probióticos com maior segurança.

Para se obter resultados satisfatórios com o uso de probióticos, é necessário

conhecer as melhores formas de administração e as dosagens para fins preventivos

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ou terapêuticos, uma vez que os probióticos não podem colonizar a cavidade oral de

forma permanente e devem ser consumidos com frequência (ZAMBORI et al., 2014).

Diversos estudos têm sido realizados a fim de discutir a forma apropriada de

administração de probióticos na cavidade bucal (Quadro 1 e 2). Segundo Bastos et

al. (2012) o leite e seus derivados são os carreadores mais comuns, uma vez que

quando as bactérias são consumidas nos produtos lácteos, há uma diminuição da

produção de ácidos pela capacidade tamponante desses alimentos. Além disso, a

presença do cálcio, lactato de cálcio e outros componentes do leite são

considerados anticariogênicos e podem reduzir a colonização por patógenos

(CAGLAR et al., 2006; CILDIR et al., 2009). Assim, alimentos lácteos como queijo,

requeijão e leite podem carrear bactérias probióticas com potencial de melhorar a

saúde bucal de crianças por substituir bactérias patogênicas ali presentes (BHALLA

et al., 2015).

As principais doenças bucais são de origem infecciosa e afetam milhões de

pessoas no mundo todo. A cárie dentária, a doença periodontal e a candidíase

apresentam vários agentes etiológicos, entre eles os microrganismos S. mutans, P.

gingivalis e C. albicans. Acredita-se que a ocorrência dessas patologias deverá

aumentar na próxima década devido ao aumento da expectativa de vida das

pessoas e o aumento de pacientes imunodeficientes (KOJIMA et al., 2016).

Estudos tem sido realizados para identificar o potencial dos probióticos na

prevenção de cáries dentárias (NÄSE et al., 2001; MONTALTO, 2004; CAGLAR et

al., 2006; TONG et al., 2012; GAGETTI et al., 2013), na prevenção e tratamento da

candidíase bucal (NYANZI et al., 2014; ISHIKAWA et al., 2015), como coadjuvante

no tratamento periodontal (VIVEKANANDA; VANDANA; BHAT, 2010; BASTOS et

al., 2012; DHAWAN; DHAWAN, 2013), além de pesquisas avaliarem a contribuição

dos probióticos na redução do mau hálito (KELLER et al., 2012) e na prevenção de

desmineralizações dentárias e prevenção de lesões de manchas brancas em

pacientes em tratamento ortodôntico (PINTO, 2011; JOSE; PADMANABHAN;

CHITHARANJAN, 2013).

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Quadro 1. Resumo de potenciais probióticos, veículos de base láctea utilizados e resultados encontrados em diferentes estudos.

Microrganismos Veículos Resultados Referências

L. rhamnosus GG Leite

Redução de S. mutans e de cáries

NÄSE et al. (2001)

L. rhamnosus GG

L. rhamnosus LC 705

Queijo

Redução do risco de altas contagens de S. mutans e de Candida sp. Redução de S. mutans no período pós-tratamento

AHOLA et al. (2002)

L. reuteri Iogurte Redução de S. mutans NIKAWA et al. (2004)

Bifidobacterium animalis ssp.

lactis DN- 173010

Iogurte de fruta

Redução de S. mutans. Não houve alteração de Lactobacillussp.

CILDIR et al. (2009)

L. rhamnosus LB2

Leite fluoretado (2,5 mg

de flúor.L)

Benefícios para a saúde Prevenção de cáries

STECKSÉN-BLICKS;

SJÖSTRÖM; TWETMAN

(2009)

Lactobacillus rhamnosus

LB21 Leite

Não se observou diferença significativa na microbiota da saliva ou da placa bacteriana supragengival

LEXNER et al. (2010)

L. casei Queijo

Não houve diferença significativa entre grupos probiótico e placebo para contagens de S. mutans e Lactobacillus sp. Queijo probiótico foi efetivo em indivíduos que inicialmente apresentavam altas contagens de S. mutans (>105 UFC.mL)

MORTAZAVI; AKHLAGHI

(2012)

Não especifica o

microrganismo probiótico

Coalhada e

dentifrício

Decréscimo na contagem de S. mutans na placa bacteriana ao redor de bráquetes ortodônticos após período de consumo de ambos os produtos probióticos

JOSE; PADMANABH

AN; CHITHARANJAN (2013)

Bifidobacterium animalis subsp.

lactis DN-173010

Iogurte

Contagens de S. mutans e de Lactobacillus sp. não alterou em pacientes ortodônticos, após consumo do produto

PINTO et al. (2014)

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Quadro 2. Resumo de potenciais probióticos veiculados por produtos não lácteos e resultados encontrados em diferentes estudos.

Microrganismos Veículos Resultados

Referências

Lactobacillus sp.

Líquidos ou cápsulas

Não houve alteração na contagem de S. mutans. Aumento de Lactobacillus sp. na saliva.

MONTALTO et al. (2004)

Lactobacillus reuteri

ATCC 55730

Canudo e comprimido

Redução de S. mutans após consumo de probióticos por meio de ambos os veículos. Não houve alteração na contagem de Lactobacillus sp.

CAGLAR et al.

(2006)

L. reuteri ATCC 55730 e ATCC PTA

5289

Goma de mascar

Redução de citocinas pró-inflamatórias na cavidade oral.

TWETMAN et al. (2009)

Não

especifica o microrganismo probiótico

Enxaguatóri

o bucal

Produtos probióticos resultaram em menor acúmulo de placa bacteriana. Produto probiótico foi mais eficiente na redução da inflamação do que o produto com clorexidina.

HARINI;

ANEGUNDI (2010)

Lactobacillus reuteri

(Prodentis) DSM17938 e ATCC PTA

5289

Pastilhas

Efeito antinflamatório. Redução da placa bacteriana. Antimicrobiano.

VIVEKANANDA;

VANDANA; BHAT (2010)

Lactobacillus paracasei GMNL-33

Comprimido

Redução de S. mutans no período pós tratamento (após 2 semanas do consumo do probiótico).

CHUANG et al.

(2011) L. reuteri

DSM 17938 L. reuteri

ATCC PTA 5289

Goma de mascar

Redução do mau hálito - sugerido por escores sensoriais. Sugeriram que probióticos podem reduzir bactérias que produzem compostos voláteis sulfurados.

KELLER et al.

(2012)

L. reuteri DSM 17938 e

ATCC PTA 5289

Comprimido

Aumento significativo de Lactobacillus sp. após o período de consumo probiótico. Não houve alteração na contagem de S. mutans.

KELLER; TWETMAN (2012)

L. rhamnosus GG

L. reuteri Comprimido

Consumo de LGG e L. reuteri provavelmente não altera a acidogenicidade da placa bacteriana.

MARTTINEN et al. (2012)

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Bosch et al. (2012) isolaram e caracterizaram estirpes de bactérias láticas da

cavidade bucal de crianças saudáveis, que possuíam boas propriedades probióticas,

como atividade antimicrobiana contra patógenos orais, capacidade de agregar e

aderir aos tecidos orais e alta tolerância a fatores estressantes da cavidade bucal. A

capacidade de produzir ácido lático foi descartada em tais estirpes. Os resultados

sugerem que, pelo menos sete das bactérias láticas isoladas apresentaram

propriedades promissoras para serem utilizadas como potenciais probióticos,

isoladamente ou como parte de uma fórmula para a melhoria da saúde bucal.

Koll et al. (2008), com o objetivo de caracterizar Lactobacillus sp. orais com

propriedades probióticas, isolaram e identificaram 67 Lactobacillus sp. a partir de

amostras de saliva e de amostras subgengivais de 11 indivíduos saudáveis. Foram

testadas a atividade antimicrobiana contra patógenos orais, a capacidade de tolerar

pH baixo, a presença de bile, a tolerância a lisozima e a sensibilidade a antibióticos.

Os pesquisadores demonstraram que as estirpes de L. plantarum, L. paracasei, L.

salivarius e L. rhamnosus apresentaram alta atividade antimicrobiana e alta

tolerância ao estresse da cavidade bucal. A maioria dos probióticos suprimiu o

crescimento de A. actinomycetemcomitans, P. gingivalis, P. intermedia, S. mutans,

mas nenhum inibiu C. albicans. Lactobacillus toleraram uma alta concentração de

lisozima e, após quatro horas de incubação, o menor valor de pH tolerado foi de 2,5,

mas estas bactérias não cresceram neste pH. Os resultados sugeriram que alguns

Lactobacillus podem contribuir para a manutenção da saúde bucal.

A influência das bactérias probióticas na prevenção ou tratamento do mau

hálito também tem sido motivo de pesquisas na área odontológica. Keller et al.

(2012) avaliaram 25 adultos com relato de mau hálito pela manhã. Os mesmos

foram instruídos a mastigar uma goma de manhã e uma à noite, contendo L. reuteri

DSM 17938 ou L. reuteri ATCC PTA 5289 ou goma placebo. As pontuações

sensoriais foram significativamente menores no grupo que consumiu o produto

probiótico, em comparação com o grupo placebo, o que demonstrou que gomas de

mascar probióticas podem ter algum efeito benéfico sobre as bactérias que

produzem compostos voláteis sulfurados, responsável pelo mau hálito. Foi

observado também que não houve efeitos colaterais adversos.

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15

3.3.1. Potencial de bactérias probióticas na prevenção de lesões cariosas

A cárie dentária é uma das doenças mais prevalentes no mundo

(REBOLEDO; ROJAS; SALGADO, 2013). Apresenta etiologia multifatorial e entre os

fatores causais estão os microrganismos, essenciais para o desenvolvimento da

lesão. S. mutans é considerado o principal responsável pela instalação do processo

de cárie na cavidade bucal, sendo que as espécies S. mutans e S. sobrinus estão

entre os microrganismos potencialmente cariogênicos em humanos. Lactobacillus

sp. estão associados com a evolução da doença (LEITES; PINTO; SOUSA, 2006).

Diversas outras patologias, além da cárie, podem ocorrer na cavidade bucal e

microrganismos distintos são responsáveis pelo seu desenvolvimento.

A prevenção da cárie dentária ocorre por meio de uma eficiente higienização

e da utilização de produtos fluorados, como o dentifrício, que interferem no processo

de desmineralização-remineralização (DES-RE) da superfície do esmalte dentário.

Outra forma de abordar a prevenção da doença, tem sido direcionado à modificação

da ecologia do biofilme, sobretudo no que se refere à S. mutans (BEIGHTON, 2009).

Caglar et al. (2006) avaliaram o efeito da ingestão diária de L. reuteri ATCC

55730 nas contagens de S. mutans e Lactobacillus sp., com a utilização de dois

veículos de administração diferentes, canudo e comprimido e verificaram redução de

S. mutans em ambos os tratamentos em contraste com o grupo controle. Resultado

semelhante foi encontrado por Çaglar et al. (2008), que observaram decréscimo

significativo na contagem de S. mutans da saliva após o consumo diário de sorvetes

contendo Bifidobacterium lactis Bb-12 por 24 adultos saudáveis.

Reboledo; Rojas; Salgado (2013) avaliaram o efeito de duas estirpes de L.

casei variedade rhamnosus LCR 32 e Lactobacillus johnsonii LA1 sobre o

crescimento in vitro de S. mutans e observaram inibição significativa da bactéria

cariogênica. Çaglar; Kargul e Tonboga (2005) relataram ter encontrado L.

rhamnosus GG na saliva de indivíduos que consumiram o probiótico após duas

semanas de interrupção do uso do mesmo.

Com o objetivo de avaliar se a estirpe de L. paracasei GMNL-33 pode reduzir

as contagens de patógenos associados à cárie, 78 adultos entre 20 a 26 anos

consumiram comprimido oral contendo o probiótico 3 vezes ao dia, por duas

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semanas. As contagens de S. mutans, Lactobacillus sp. e a capacidade tampão da

saliva foram determinadas no início (T1), quando pararam de usar a medicação (T2),

e 2 semanas após o término de uso da medicação (T3). Entre T1 e T2 não houve

efeito inibitório contra S. mutans. No entanto, foi detectada uma redução significativa

na contagem deste microrganismo entre T2 e T3, o que sugere que um período de

duas semanas de medicação oral é necessário para se obter eficácia na ação

probiótica contra patógenos relacionados à cárie (CHUANG et al., 2011).

Caglar et al. (2007) compararam o efeito de gomas de mascar com xilitol e

gomas probióticas sobre os microrganismos S. mutans e Lactobacillus sp.. Um total

de 80 indivíduos adultos participaram do ensaio e foram divididos em 4 grupos, (a)

goma probiótica, (b) goma com xilitol, (c) goma probiótica e xilitol e (d) goma

placebo. A frequência de uso foi três vezes por dia, três vezes por semana. As

estirpes probióticas utilizadas foram L. reuteri ATCC 55730 e ATCC PTA 5289,

ambas numa população de 108 UFC por goma. A mastigação diária da goma

probiótica e da goma contendo xilitol reduziu a contagem de S. mutans de forma

significativa, sendo que o mesmo não ocorreu no grupo controle ou no grupo em que

associou-se xilitol e probiótico.

Aproximadamente um terço dos pacientes que fazem tratamento com

aparelhos ortodônticos têm pelo menos uma lesão branca de desmineralização

dentária (WILLMOT, 2008). Cerca de 25% dos pacientes submetidos a tratamento

ortodôntico avaliados por Julien; Buschang; Campbell (2013) desenvolveram lesões

de mancha branca. Apesar dos avanços na Odontologia e do desenvolvimento de

aparelhos ortodônticos com design menos retentivo e de melhor qualidade,

alternativas para evitar a ocorrência de desmineralizações dentárias são uma

necessidade para pacientes e ortodontistas.

Jose; Padmanabhan; Chitharanjan (2013) compararam a eficácia do uso

sistêmico e da aplicação tópica de produtos veiculadores de probióticos sobre a

saúde bucal de pacientes ortodônticos. Os autores observaram uma redução

significativa de S. mutans na placa bacteriana ao redor dos bráquetes nos pacientes

que consumiram coalhada probiótica e no grupo que utilizou o dentifrício probiótico

se comparados ao grupo controle, que não utilizou nenhum produto probiótico. O

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estudo mostrou que os probióticos podem controlar e prevenir desmineralizações

dentárias em pacientes que utilizam aparelho ortodôntico.

Cildir et al. (2009) verificaram que Bifidobacterium animalis subsp. lactis DN-

173010 consumidos no iogurte de fruta por um curto período de tempo podem

reduzir as contagens de S. mutans na saliva em pacientes submetidos a tratamento

com aparelhos ortodônticos. Os autores não encontraram alterações significativas

na contagem de Lactobacillus. Porém, Pinto (2011) não encontrou redução

significativa da contagem de S. mutans nos biofilmes dentários ou na saliva de

pacientes ortodônticos que consumiram iogurte contendo o probiótico B. animalis

subespécie lactis DN-1173010 por um período de duas semanas.

Souza (2010) que não observou redução significativa na contagem de S.

mutans em amostras de saliva de indivíduos que consumiram diariamente o

probiótico B. animalis 173010 por 36 dias.

Um estudo realizado com 594 crianças de 1 a 6 anos, em 18 creches

municipais constatou que o leite com L. rhamnosus GG apresentou um efeito

positivo sobre o risco de cárie em crianças quando comparado com o leite normal.

As crianças consumiram leite cinco dias por semana, nas creches, durante sete

meses. A saúde bucal foi avaliada no início e no final do experimento, de acordo

com critérios da Organização Mundial da Saúde. O risco de cárie foi calculado com

base em dados clínicos e microbiológicos, compreendendo contagens de S. mutans

da placa dental e saliva. Os resultados evidenciaram redução de cárie e menores

contagens do potencial patógeno no final do estudo (NÄSE et al., 2001).

Schwendicke et al. (2014) não observaram efeito inibitório contra S. mutans

por L. rhamnosus GG em estudo in vitro.

A administração de S. salivarius M18 também pode ser uma alternativa

segura para prevenir o acúmulo de placa bacteriana em crianças. Os resultados

demonstraram que, apesar de não ter havido uma redução na contagem de

microrganismos específicos, um subgrupo que apresentou uma colonização

persistente com S. salivarius M18 teve redução da contagem de S. mutans, o que

indicou a melhoria da eficácia do probiótico a partir do seu consumo regular

(BURTON et al., 2013).

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Ahola et al. (2002) avaliaram se o consumo de queijo contendo L. rhamnosus

GGATCC 53103 e L. rhamnosus LC 705 por um curto período de tempo diminuiria a

contagem microbiana da cavidade bucal de adultos. Os resultados mostraram que

houve redução significativa de S. mutans no pós-tratamento no grupo que consumiu

o queijo probiótico em comparação com o grupo controle. Os resultados indicaram

que a utilização dos probióticos pode reduzir as contagens de S. mutans.

Steckén-Blicks; Sjöström; Twetman (2009) concluíram que o consumo a longo

prazo de leite adicionado de L. rhamnosus LB21 contendo 107 UFC.mL-1 e 2,5 mg

flúor.mL-1 reduziu em torno de 75% a ocorrência de cárie em crianças pré-escolares,

além de observarem efeitos benéficos evidentes à saúde geral das crianças.

O potencial antagonista de Lactobacillus isolados da saliva humana foi

avaliado por Samot ; Badet (2013) frente a microrganismos cariogênicos (S. mutans

e Actinomyces viscosus) e periodontopatogênicos (P. gingivalis ATCC33277 e

Fusobacterium nucleatum ATCC1095). S. mutans e A. viscosus foram inibidos por

todos os Lactobacillus testados, porém, L. plantarum (BMS2), Lactobacillus brevis

(22A, 31A, 57A1), L. rhamnosus (34A) e L. paracasei (CJS1) inibiram todos os

quatro patógenos com grandes halos de inibição.

Teanpaisan; Piwat; Dahle ́N (2011) demonstraram que determinados

Lactobacillus coletados da cavidade bucal de crianças apresentam grande

capacidade para inibir, in vitro, microrganismos cariogênicos e

periodontopatogênicos. L. paracasei SD1, L. casei SD2, L. salivarius SD3, L

plantarum SD4, L. rhamnosus SD5 e L. fermentum apresentaram grande capacidade

para inibir S. mutans, S. sobrinus, P. gingivalis e A. actinomycetemcomitans, o que

demonstrou o potencial das bactérias láticas na prevenção de patologias bucais.

3.3.2. Influência dos probióticos na saúde periodontal

As doenças periodontais são classificadas em gengivites e periodontites. A

gengivite caracteriza-se por inflamação das gengivas, enquanto que a periodontite

consiste em uma doença progressiva, que afeta destrutivamente os tecidos de

sustentação dos dentes (PRITHIKASIMON; KARTHIKEYAN, 2014). Além disso, a

periodontite crônica está relacionada com o aumento do risco de ocorrência de

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doenças sistêmicas (PIHLSTROM; MICHALOWICZ; JOHNSON, 2005;

HAJISHENGALLIS, 2015).

Socransky et al. (1998) classificaram as espécies bacterianas envolvidas na

iniciação e progressão das desordens periodontais e as dividiram em cinco

complexos representados por cor, baseados na patogenicidade e no papel desses

microrganismos no processo de formação e desenvolvimento da placa bacteriana. O

primeiro foi o complexo vermelho representado por Porphyromonas gingivalis,

Treponema denticola, Tannerella forsythia, cujas espécies bacterianas estavam

relacionadas com lesões mais avançadas, encontradas sobretudo em bolsas

periodontais profundas de indivíduos com periodontite. Os microrganismos do

segundo complexo, denominado Complexo laranja (Fusobacterium nucleatum,

Fusobacterium periodonticum, Prevotella intermedia, Prevotella nigrescens,

Peptostreptococcus micros, Eubacterium nodatum, Campylobacter rectus,

Campylobacter showae, Streptococcus constellatus e Campylobacter gracilis)

estavam muito associados entre si e com os do complexo vermelho e relacionados

com desenvolvimento de bolsas periodontais mais profundas. Nos complexos verde

(Eikenella corrodens, Capnocytophaga sp., Campylobacter concisus, A.

actinomycetemcomitans sorotipo A), amarelo (Streptococcus mitis, Streptococcus

sanguis e Streptococcus oralis) e roxo (Actinomyces odontolyticus e Veillonella

parvula) encontram-se os microrganismos detectados na superfície dentária em

estágios precoces da formação do biofilme dental e constituem a base da pirâmide

da placa bacteriana. Actinomyces viscosus, Selenomonas noxia e A.

actinomycetemcomitans sorotipo B apresentaram-se discrepantes dos demais e não

se enquadraram em nenhum grupo.

O processo patológico da doença periodontal é induzido por uma microbiota

complexa, sobretudo bactérias do complexo vermelho P. gingivalis, T. forsythia e T.

denticola com a produção de um processo inflamatório acentuado

(PRITHIKASIMON; KARTHIKEYAN, 2014; TANAKA et al., 2015), em resposta aos

diferentes fatores de virulência que esses microrganismos apresentam e que

agridem constantemente os tecidos de suporte. Dessa forma, a resposta imune do

hospedeiro é um fator determinante na progressão da doença (HOULE; GRENIER,

2003).

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P. gingivalis consiste em uma das bactérias bucais mais estudadas.

Apresenta-se em conformação de bastonete e caracteriza-se por ser Gram-negativa,

anaeróbia e não esporulada (HOLT et al., 1999). Devido à propriedade sacarolítica,

obtêm nutrientes a partir de pequenos peptídeos clivados de proteínas do

hospedeiro e o uso de proteases ou outros fatores de virulência beneficia-o dentro

de uma comunidade polimicrobiana (ZENOBIA; HAJISHENGALLIS, 2015).

Parece haver um consenso que a ocorrência de infecções periodontais

severas depende não somente da capacidade virulenta da estirpe, mas, também, da

contagem microbiana presente. Dessa forma, a quantificação de bactérias bucais

por técnicas de biologia molecular pode ser de grande relevância para determinar a

abundância com que determinado microrganismo invade o tecido (LYONS,

GRIFFEN; LEYS, 2000; MORILLO et al., 2003).

A eliminação da placa bacteriana consiste no principal objetivo do tratamento

convencional. No entanto, novas abordagens capazes de modular a imunidade são

necessárias para pacientes acometidos por periodontite agressiva e pela

periodontite refratária ao tratamento convencional (HOULE; GRENIER, 2003).

A terapia pelo uso de probióticos consiste em impedir que a microbiota

patogênica prevaleça e cause gengivite ou periodontite, além de serem capazes de

modular a resposta imune local (DHAWAN; DHAWAN, 2013). A redução de

determinados microrganismos relacionados com a doença periodontal ocorre devido

ao potencial antagonista dos probióticos, seja pela inibição da adesão de patógenos,

da colonização e formação de biofilme bacteriano, além da inibição do crescimento

de bactérias patogênicas devido à produção de diversas substâncias, tais como

bacteriocinas, ácidos orgânicos e peróxido de hidrogênio. Além disso, os probióticos

tem efeito sobre a resposta imunológica do hospedeiro e podem inibir a produção de

colagenases, reduzir a inflamação, prevenir a apoptose induzida por citocina, além

de modular a resposta imune do indivíduo (PRITHIKASIMON; KARTHIKEYAN,

2014).

Assim, é possível considerar que, reduzindo-se a colonização de bactérias

periodontopatogênicas, a cascata de reações imunoinflamatórias pode também ser

menor, com menos danos aos tecidos e os probióticos possam contribuir como

coadjuvante no tratamento da doença periodontal (MAKINO et al., 2014).

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Vivekananda; Vandana; Bhat (2010) avaliaram os efeitos de L. reuteri

isoladamente e em combinação com tratamento periodontal de raspagem e

alisamento radicular. Para tal, dividiram a boca em quadrantes, nos quais os dois

quadrantes direitos receberam a terapia de raspagem periodontal e os outros dois

quadrantes esquerdos não. Foram fornecidas pastilhas contendo L. reuteri

DSM17938 associado com L. reuteri PTA 5289 (Prodentis) com contagem de 108

UFC por pastilha de cada microrganismo ou as pastilhas placebo, ambas ingeridas

duas vezes ao dia. Foram avaliados os parâmetros: índice de placa, índice gengival,

índice de sangramento gengival, profundidade de sondagem, nível clínico de

inserção e contagens microbiológicas dos patógenos A. actinomycetemcomitans, P.

gingivalis e P. intermedia. O estudo confirmou a redução de placa bacteriana, assim

como efeitos antinflamatórios e antimicrobianos de L. reuteri (Prodentis) e

considerou que, mediante os benefícios encontrados, tal probiótico pode contribuir

como um coadjuvante ou como uma alternativa para o tratamento periodontal.

Para investigar o efeito de uma goma de mascar contendo bactérias

probióticas sobre a inflamação gengival e nos níveis de mediadores inflamatórios no

fluido crevicular gengival, Twetman et al. (2009) avaliaram 42 adultos saudáveis com

inflamação gengival moderada. As gomas de mascar continham duas estirpes de L.

reuteri ATCC 55730 e ATCC PTA 5289 com 108 UFC por goma, respectivamente.

Os indivíduos foram instruídos a mastigar a goma durante 10 minutos, ao longo de

duas semanas. Foi avaliado o sangramento à sondagem e realizada a amostragem

do líquido crevicular no início do estudo e após uma, duas e quatro semanas. A

redução de citocinas pró-inflamatórias no líquido crevicular demonstrou a ação do

probiótico no combate à inflamação na cavidade oral.

Harini; Anegundi (2010) observaram que o enxaguatório bucal com probiótico

reduziu o acúmulo de placa bacteriana e inflamação gengival em crianças, o que

encorajou os autores a reconhecerem o valor terapêutico do produto e

recomendaram mais estudos, sobretudo a longo prazo para determinar a sua

eficácia.

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3.3.3. Influência dos probióticos na prevenção e tratamento de candidíase na

cavidade bucal

Entre as espécies de cândida, C. albicans é a encontrada com mais

frequência na cavidade bucal e em outras regiões do corpo de indivíduos saudáveis

(WECKWERTH et al., 2012). A presença de C. albicans na cavidade bucal tem sido

demonstrada em diversos estudos (ISHIKAWA, 2011; MENDONÇA et al., 2012;

MARTINS et al., 2016).

Ishikawa (2011) constatou que 37% dos indivíduos pesquisados

apresentavam Candida sp., de forma subclínica, enquanto que entre as espécies de

Cândidas isoladas e identificadas por Martins et al. (2016) em próteses dentárias, C.

albicans foi o microrganismo encontrado com mais frequência (63%). Essas

leveduras tem capacidade de formar biofilme, tanto com uma única espécie, quanto

em associação com outras espécies de cândida.

O usuário de prótese total é um candidato em potencial a apresentar irritação

na mucosa oral e estomatite protética. Alguns materiais odontológicos para

reembasamento de próteses apresentam propriedades físicas que favorecem o

acúmulo de placa e facilitam a instalação da levedura (MARTINS et al.,2016),

sobretudo em pessoas idosas mais propensas a apresentar fatores predisponentes,

como baixa imunidade, deficiência de higienização e má adaptação da prótese

dentária (SHAY; TRUHLAR; RENNER, 1997).

De acordo com Ohshima et al. (2016), Candida sp. convive em simbiose com

outros microrganismos no organismo humano, inclusive na cavidade oral. No

entanto, quando há um desequilíbrio na microbiota, apresenta potencial para

desenvolvimento de infecções fúngicas definidas como candidíase (SHAY;

TRUHLAR; RENNER, 1997; HATAKKA et al., 2007; ISHIKAWA et al., 2015), o que

pode ser um fator de risco para o indivíduo imunodeficiente, e o predispõe a

infecções fúngicas invasivas (ISHIKAWA et al., 2015).

O tratamento convencional com nistatina ou nitrato de miconazol, de duas a

três vezes ao dia, por 15 dias é eficaz, no entanto, alguns idosos relataram certo

desconforto gastrointestinal com o uso da medicação. Por outro lado, tem-se

valorizado as ações preventivas, assim como, tratamentos alternativos que

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proporcionem a melhoria da qualidade de vida (ISHIKAWA, 2011), sendo a

manutenção do equilíbrio da microbiota uma estratégia preventiva contra o

desenvolvimento de infecções oportunistas bucais (MENDONÇA et al., 2012).

De acordo com Ohshima et al. (2016), os produtos simbióticos apresentam

potencial terapêutico contra a candidíase. Os prebióticos atuam estimulando a

multiplicação de microrganismos benéficos, em detrimento aos potenciais patógenos

presentes na cavidade bucal e representam uma boa alternativa de prevenção e

tratamento para esses pacientes (ISHIKAWA, 2011; NYANZI et al., 2014), enquanto

que os probióticos desempenham proteção local contra agentes patogênicos e

produzem um efeito indireto no fortalecimento da imunidade do hospedeiro. Enfim,

produtos simbióticos são uma alternativa para a manutenção da saúde (OHSHIMA

et al., 2016; HATAKKA et al., 2007).

Nyanzi et al. (2014) observaram que compostos alcoólicos extraídos de

células probióticas liofilizadas de estirpes de Lactobacillus tem elevada ação

antifúngica contra C. albicans e podem contribuir com um efeito terapêutico,

enquanto Hatakka et al. (2007) observaram que bactérias probióticas adicionadas

em queijo podem ser eficazes no controle de cândida oral e hipossalivação nos

idosos .

Ishikawa et al. (2015) avaliaram 59 indivíduos que apresentavam cândida na

cavidade bucal e eram usuários de prótese total. Os voluntários foram orientados a

colocar o conteúdo de uma cápsula contendo L. rhamnosus HS111, L. acidophillus

HS101 e Bifidobacterium bifidum diariamente na superfície palatina da prótese. O

grupo controle recebeu cápsulas placebo. Amostras da mucosa foram avaliadas

antes e após cinco semanas de tratamento e detectou-se cândida em apenas 16,7%

no grupo que recebeu probiótico,enquanto que o grupo controle apresentou 92%. Os

autores sugeriram que o produto pode representar um tratamento alternativo contra

Candida ssp. para usuários de próteses.

Os resultados do estudo de Mendonça et al. (2012) demonstraram que

produtos probióticos apresentam potencial para manutenção do equilíbrio da

microbiota, eliminando algumas espécies de Candida sp. com potencial patogênico

evitando-se, dessa forma, a instalação de infecções oportunistas. Os autores

observaram que após 30 dias de consumo, três vezes por semana dos probióticos

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Lactobacillus casei e de Bifidobacterium brevis não se detectou a levedura em

alguns indivíduos ou, em outros, observou-se uma redução na contagem de cândida

na cavidade oral. Para os pesquisadores, é possível que a eliminação ou a redução

de cândida tenha ocorrido devido a estimulação imunológica secretora, uma vez que

observou-se um aumento significativo nos níveis de IgA específica anti cândida.

3.4. A técnica de hibridização in situ fluorescente para identificação e

quantificação de microrganismos da saliva

A técnica de FISH (Fluorescence in situ Hybridization) foi introduzida há mais

de 20 anos por Giovannoni et al. (1988), em um estudo em que utilizavam sondas

radioativas de oligonucleotídeos de RNAr para detecção microscópica de bactérias.

Consiste em uma técnica de biologia molecular que identifica e quantifica

microrganismos com a utilização de sondas com marcadores fluorescentes

específicos para cada espécie ou grupos microbianos (MOTER; GÖBEL, 2000;

DEL’DUCA; CÉSAR, 2007; DEL’DUCA, 2013). As sondas construídas a partir de

oligonucleotídeos de RNAr são mais comumente utilizadas devido à propriedade

conservativa deste RNA e por estar presente em todos os organismos. Fluorocromos

como o Cy3 (carbocianina), podem ser utilizados como marcadores das

sondas(AMANN; KRUMHOLZ; STAHL, 1990; DEL’DUCA; CÉSAR, 2007).

Para a realização da técnica são necessários os procedimentos de fixação da

amostra, preparo da amostra, hibridização, lavagem dos filtros para remoção do

excesso de sonda; montagem, visualização e documentação dos resultados das

contagens (MOTER; GÖBEL, 2000). A Figura 1 ilustra as etapas dos procedimentos

necessários para a execução da técnica de FISH.

Os resultados podem ser visualizados por microscopia de epifluorescência,

confocal ou ainda, em citometria de fluxo (ZWIRGLMAIER, 2005; DEL’DUCA;

CÉSAR, 2007). A técnica possibilita a visualização, identificação, quantificação e

localização de microrganismos em uma microbiota normal ou alterada (MOTER;

GÖBEL, 2000) além de permitir a reconstrução do arranjo espacial de comunidades

de bactérias em seu habitat (SCHILLINGER et al., 2012).

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Figura 1. Etapas básicas da FISH. Fonte: AMANN; FUCHS (2008).

A cavidade bucal apresenta uma diversidade microbiana de,

aproximadamente, 300 espécies, muitas delas de difícil crescimento em meio de

cultura convencional e com potencial para serem identificados por FISH (MOTER;

GÖBEL, 2000), que apresenta resultados altamente confiáveis desde que cuidados

sejam tomados durante a execução do método para se evitar possíveis problemas

(MARTÍNEZ; OTERO, 2013). Alguns trabalhos utilizam tal técnica para identificação

e quantificação da microbiota bucal cariogênica ou periodontopatogênica (SUNDE et

al., 2003; COLOMBO et al., 2007; MACHADO et al., 2012; SCALONI, 2013;

HARIRIAN et al., 2014; LEMOS, 2014; CARRADA, 2015).

Sunde et al. (2003) utilizaram a técnica FISH em associação com microscopia

de epifluorescência e microscopia confocal de varredura à laser para pesquisar

microrganismos em lesões periapicais de dentes sem sintomas de dor. Os autores

observaram diferentes morfologias de bactérias, formando agregados ou

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microcolônias em 50% das lesões. Sondas espécies-específicas permitiram a

identificação de P. gingivalis, P. intermedia, T. forsythia e Treponemas, além de

terem constatado Streptococcus em algumas lesões. Uma variedade de outras

espécies estavam presentes, mas não puderam ser identificadas, demonstrando a

diversidade microbiana no interior das lesões.

Dige et al. (2007) estudaram as populações microbianas em desenvolvimento

nos biofilmes bucais, por meio da aplicação da técnica FISH, além da microscopia

eletrônica de varredura. Foram utilizadas sondas específicas para Streptococcus

(STR405) e para o grupo de outras bactérias (EUB338) que permitiram a

diferenciação dos microrganismos e a determinação da sua organização espacial.

Com o emprego da técnica FISH, foram obtidas informações adicionais às

conhecidas previamente por métodos de microscopia eletrônica clássica, o que

aumentou a compreensão dos autores sobre a estrutura de biofilmes em

desenvolvimento.

Colombo et al. (2007) utilizaram a FISH e a microscopia para detectar P.

gingivalis, A. actinomycetemcomitans, T. forsythia e T. denticola em células do

epitélio de bolsas periodontais, do sulco gengival e da mucosa bucal. Amostras

foram coletadas de 14 indivíduos com periodontite crônica e de 8 pessoas com boa

saúde periodontal. Os resultados demonstraram que bactérias estão presentes na

mucosa bucal e no sulco gengival independente da presença ou não de patologia

periodontal. No entanto, observou-se contagens bacterianas mais elevadas em

indivíduos com periodontite.

De acordo com Haririan et al. (2014), a coleta de amostras subgengivais tem

sido utilizada para a determinação de bactérias periodontopatogênicas. No entanto,

a amostragem de microrganismos na saliva permite a quantificação de vários grupos

microbianos de forma simples e seu uso pode ser um indicador representativo do

potencial de risco para o desenvolvimento de alterações no periodonto.

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27

4. MATERIAL E MÉTODOS

O presente estudo foi desenvolvido no Departamento de Ciência e Tecnologia

de Alimentos do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste de

Minas Gerais (IF Sudeste MG), Campus Rio Pomba, em parceria com a

Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e Instituto Federal de Educação,

Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais (IF Sudeste MG), Campus Juiz de

Fora.

As análises microbiológicas dos produtos foram realizadas no Laboratório de

Microbiologia de Alimentos do IF Sudeste MG, Campus Rio Pomba, e as análises de

identificação e quantificação das espécies microbianas presentes nas amostras de

saliva foram realizadas pela técnica de FISH, no Laboratório de Ecologia e Biologia

Molecular de Microrganismos (LEBIOMM), do Instituto de Ciências Biológicas da

Universidade Federal de Juiz de Fora. A contagem dos microrganismos presentes

nas amostras foi realizada por meio de microscopia de epifluorescência, no

Laboratório de Microbiologia do Departamento de Biologia do IF Sudeste MG,

Campus Juiz de Fora.

O trabalho foi conduzido em três etapas. Na primeira, realizou-se ensaio in

vitro, com o objetivo de identificar os probióticos com capacidade de inibir potenciais

patógenos bucais. Na segunda etapa, elaborou-se petit suisse adicionado de farinha

de banana verde (controle) e o adicionado de farinha de banana verde e L. casei

(probiótico). Na terceira etapa esses produtos foram administrados às crianças e

suas salivas coletadas em diferentes tempos a fim de se identificar e quantificar os

microrganismos presentes nas suas cavidades orais.

4.1. Ensaio in vitro

Foram realizados testes preliminares in vitro, com o objetivo de identificar

bactérias láticas (BAL) probióticas com a melhor capacidade de inibir

microrganismos potencialmente patogênicos bucais (Tabela 1).

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Tabela 1 - Microrganismos utilizados para o ensaio in vitro no teste de antagonismo.

Bactérias láticas Microrganismos potencialmente

patogênicos bucais

L. rhamnosus INCQS 00223 (ATCC 9595)

L. rhamnosus ATCC 7469

L. paracasei subsp. paracasei INCQS 00222 (ATCC 335)

L. acidophilus INCQS 00076 (ATCC 4356)

L. acidophilus (LA-5 CHR HANSEN)

L. casei (L. casei-01 CHR HANSEN)

L. rhamnosus (LRB SACCO)

S. mutans ATCC 25175

S. sobrinus ATCC 27351

Eikenella corrodens ATCC 23834

A. actinomycetemcomitans INCQS 00078ATCC 29522

C. albicans INCQS 40006 (ATCC 10231)

C. albicans INCQS 40260 (ATCC 24433)

Primeiramente, as bactérias láticas foram reativadas em caldo de Man

Rogosa e Sharpe- MRS (Merck KGaA, Germany) e os potenciais patógenos bucais

em caldo Infusão de Cérebro e Coração - BHI (HiMedia Laboratories Pvt. Ltda.,

Mumbai, Índia). Para ativação, as culturas foram repicadas três vezes consecutivas

com incubação a 37 oC por 24 horas. Foram realizadas transferências de 0,1 mL de

cada cultura do primeiro tubo para o tubo seguinte, incubados por 24 horas à 37 oC,

até completar três reativações. Para as duas estirpes de C. albicans, que estavam

liofilizadas, os inóculos foram reidratados inicialmente com água Mili-Q e, em

seguida, a etapa de reativação foi realizada com a utilização de caldo Sabouraud à

2% de glicose, tendo sido as temperaturas de incubação de 25 oC para C. albicans

ATCC 10231 e de 35 oC para C. albicans ATCC 24433, ambas foram incubadas por

24 horas.

Após a ativação, o excedente das culturas utilizadas para o teste do

antagonismo foi transferido para criotubos estéreis contendo glicerol à 50% e

armazenados em ultrafreezer à -80 oC para estoque e enriquecimento do acervo da

coleção de cultura de microrganismos do Laboratório de Microbiologia de Alimentos

do IF Sudeste MG, Campus Rio Pomba. O protocolo de ativação dos

microrganismos foi realizado conforme a Tabela 2.

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Tabela 2 - Condições de ativação utilizadas previamente ao teste de antagonismo

Microrganismo Meio de

cultura (caldo)

Tempo de incubação

(horas)

Condição de incubação (oC)

A. actinomycetemcomitans ATCC

29522 BHI 24-48 37/ microaerofilia

S. mutans ATCC 25175 BHI 24 37/ aerobiose

S. sobrinus ATCC 27351 BHI 24 37/ aerobiose

E. corrodens ATCC 23834 BHI 24 37/ aerobiose

C. albicans ATCC 10231 Sabouraud 2%

glicose 48 25/ aerobiose

C. albicans ATCC 24443 Sabouraud 2%

glicose 48 35/ aerobiose

L. rhamnosus ATCC 7469 MRS 24-48 37/ microaerofilia

L rhamnosus ATCC 9595 MRS 24 37/ microaerofilia

L. acidophillus ATCC 4356 MRS 24-48 37/ microaerofilia

L. paracasei ssp. paracasei

ATCC 335 MRS 24-48 37/ microaerofilia

L. casei (L. casei-01) MRS 24-48 37/ microaerofilia

L. rhamnosus (LRB) MRS 24-48 37/ microaerofilia

L. acidophillus (LA-5) MRS 24-48 37/ microaerofilia

A atividade antagonista foi realizada pelo teste spot on the lown (teste da

gota), utilizando-se as BAL frente aos potenciais patógenos, de acordo com

metodologia realizada no trabalho de Nogueira (2013) com adaptações.

Após a ativação das culturas, procedeu-se com a etapa de padronização da

concentração celular com a utilização, para as bactérias láticas, da solução padrão 2

da escala de Mc Farland (6,0 x 108 UFC.mL-1) e para os potenciais patógenos

bucais, da solução padrão 1 de Mc Farland (3,0 x 108 UFC.mL-1). Para a

padronização do inóculo, as culturas ativadas foram submetidas à centrifugação

(centrífuga Sorvall Biofuge Stratos, EUA) à 7000 rpm por 15 minutos a 5 oC. Após

este processo, desprezou-se o sobrenadante e o pellet foi acrescido de solução

salina estéril (0,1%). Uma pequena alíquota dessa solução foi adicionada em um

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tubo com solução salina estéril até se obter a turbidez representativa da escala de

Mc Farland.

Posteriormente, 2 µL de cada bactéria lática padronizada foi colocada em um

ponto da placa com ágar MRS (KASVI, Itália) e incubada a 37 ºC por 18-24 horas

em jarra de anaerobiose. Os pontos de inoculação nas placas foram previamente

identificados com as iniciais das culturas dos microrganismos inoculados.

Repetiu-se então o mesmo processo de padronização, descrito anteriormente

para as BAL, para as culturas potencialmente patogênicas. Em seguida, uma

sobrecamada de 8 mL de ágar BHI (HiMedia Laboratories Pvt. Ltda., Mumbai, India)

semissólido, contendo 0,8% de ágar-ágar e inoculado com 2 mL da cultura

patogênica padronizada, foi vertida nas placas de ágar MRS que continha as

colônias das bactérias láticas. As placas foram novamente incubadas a 37 ºC por 24

horas em aerobiose.

Os testes foram realizados em triplicata para cada microrganismo patogênico

e comparados às placas controle, sem as bactérias láticas e com a sobrecamada

contendo a cultura patogênica.

Após o período de incubação, foi avaliado o potencial antagonista de cada

bactéria lática frente ao microrganismo patogênico, pela observação e medição dos

halos de inibição ao redor da gota/colônia, em milímetros, com a utilização de

paquímetro digital (Homis, São Paulo).

4.2. Elaboração do queijo petit suisse

4.2.1. Aquisição da farinha de banana verde

A farinha de banana verde da marca Pazze foi adquirida no comércio de Rio

Pomba, MG, mantida estocada na própria embalagem, lacrada, e armazenada em

local seco e arejado até o uso. Conforme informação nutricional, cada 50 g de

farinha contém 144 kcal/605 KJ, 5 g de fibra alimentar, 0 g de sódio, 32 g de

carboidratos, 0,22 g de proteínas, 1,7g de gorduras totais, 0,7 g de gorduras

saturadas, 0 g de gorduras trans e ausência de glúten.

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31

4.2.2. Preparo da cultura lática probiótica

Pacotes contendo 25 g de L. casei-1 (CHR. HANSEN, lote 3191141, fabricado

em 08/2014 e válido até 08/2016) liofilizado foi diluído em 1 litro de leite em pó

desnatado, previamente reconstituído a 12% e esterilizado a 121°C por 15 minutos

em autoclave. Em seguida, o inóculo foi mantido a 5°C por 4 horas para reidratação

das células microbianas, sendo posteriormente fracionado em frascos estéreis de 10

mL, congelados e mantidos em freezer a temperatura entre -18°C a -20°C até o

momento da utilização.

4.2.3. Elaboração do queijo petit suisse potencialmente probiótico acrescido

de farinha de banana verde

Para elaboração das três repetições do queijo petit suisse, utilizou-se leite

fresco produzido no próprio IF Sudeste MG, Campus Rio Pomba, desnatado no

laticínio do Departamento de Ciência e Tecnologia de Alimentos. Após a obtenção, o

leite foi pasteurizado em tanque inox (90 °C/ 5 min.), conforme Balbi (2015) e

imediatamente resfriado à temperatura de 35 °C. Logo após o resfriamento,

adicionou-se 0,04% de cloreto de cálcio (Casa Forte) a 5% (m/v), 1% do fermento

tipo O (Rica Nata Ind. e Com. Ltda) e 0,04% de coalho (Proregi) diluído em água

pasteurizada. Para a coagulação (aproximadamente 18 h), o produto foi mantido

tampado, à temperatura ambiente de 25-30 oC. Posteriormente, a massa foi cortada,

acondicionada em dessoradores e pendurada em BOD (CIENLAB) previamente

sanitizada (solução clorada a 200 mg/L) e mantida a temperatura de 4 oC por 24

horas para drenagem.

Após a drenagem, a massa foi adicionada de 5,4% de açúcar, 3,5% de polpa

de morango e 1,5% de farinha de banana verde, além de 7,5% de creme com 20%

de gordura. O produto obtido foi pesado e dividido em duas partes iguais, sendo o

petit suisse probiótico adicionado de 3% de L. casei (L. casei -1, CHR. HANSEN) e

homogeneizado em batedeira e, a outra porção, petit suisse controle não foi

acrescido de probiótico. Os produtos foram envasados em porções individuais de 50

gramas cada, em potes plásticos previamente sanitizados por imersão por 2 horas

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32

em solução de água clorada a 200 mg.L-1 e imediatamente armazenados a 4 oC ± 1

oC.

Ressalta-se que, durante todo o processo produtivo do queijo petit suisse,

foram seguidas as normas de Boas Práticas de Fabricação (BPF) preconizadas para

produtos alimentícios e que, logo após o processamento, foram realizadas as

análises microbiológicas dos produtos elaborados requeridas para queijo com muito

alta umidade (BRASIL, 1996).

4.3.Avaliação microbiológica dos queijos elaborados

Conforme preconizado pela Portaria nº 146, de 07 de março de 1996 que

consiste em um Regulamento técnico geral para fixação dos requisitos

microbiológicos para derivados lácteos, realizou-se análises de coliformes a 30 °C e

45 °C (KORNACKI; JOHNSON, 2001), estafilococos coagulase positiva

(LANCETTE; BENNETT, 2001), Salmonella sp. (ANDREWS et al., 2001), Listeria

monocytogenes (RYSER; DONNELLY, 2001) e fungos filamentosos e leveduras

(BEUCHAT; COUSIN, 2001), adotando-se a metodologia proposta pelo APHA

(2001), a fim de atestar a conformidade dos produtos frente aos padrões de

qualidade microbiológica.

As análises microbiológicas foram realizadas em duplicata imediatamente

após o processamento (tempo 0) nos tratamentos (petit suisse controle e petit suisse

probiótico), a partir da pesagem asséptica de 25 g de cada amostra, seguidas de

diluição em 225 mL em solução salina peptonada e homogeneização em Stomacher

(Marcon, MA -162).

4.3.1. Coliformes a 30 oC e a 45 oC

Amostras de 25 g de petit suisse de ambos os tratamentos foram pesadas

assepticamente e homogeneizadas em 225 mL de solução salina peptonada (0,85 %

de NaCl e 0,1 % de peptona), seguidas das diluições e do teste presuntivo em caldo

Lauril Sulfato de Sódio (LST) e confirmativo de coliformes a 30 oC em caldo Verde

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33

Brilhante (VB) e de coliformes a 45 oC em caldo EC. Os resultados foram expresso

em NMP.g-1 (KORNACKI; JOHNSON, 2001).

4.3.2. Listeria monocytogenes

A determinação de L. monocytogenes foi realizada pela diluição inicial de 25 g

de cada produto em 225 mL de caldo de enriquecimento para Listeria Half-Fraser

(LEB 1) e incubação a 30 °C ± 0,2 °C por 24 horas. Em seguida, transferiu-se 0,1 mL

de cada frasco para tubos de ensaio contendo 10 mL de caldo Fraser com posterior

incubação a 30 °C ± 0,2 °C por 24 horas, seguido do plaqueamento em ágar Palcam

e ágar Oxford e incubação a 30 °C ± 0,2 °C por 24 a 48 horas (RYSER; DONNELLY,

2001).

4.3.3. Salmonella sp.

A determinação de Salmonella sp. foi realizada a partir da diluição de 25 g da

amostra de cada tratamento em 225 mL de caldo lactosado com posterior incubação

a 35 °C ± 0,2 °C por 24 horas. Após este período, 0,1 mL de cada amostra foi

transferida para o meio de enriquecimento seletivo caldo Rappaport Vassilidis (42 °C

± 0,2 °C por 24 horas) e 1 mL para o caldo Tetrationato de Sódio (35 °C ± 0,2 °C por

24 horas). Os meios foram estriados em placas contendo Ágar Xilose Lisina

Desoxicolato, Ágar Bismuto Sulfito e Agar Entérico Hektoen com incubação a 35 °C

por 24 horas (ANDREWS et al., 2001).

4.3.4. Fungos filamentosos e Leveduras

A partir de 25 g do produto em 225 mL de água peptonada tamponada, foram

realizadas diluições seriadas e com o auxilio da alça de Drigalski, espalhou-se 0,1

mL de cada diluição (10-1, 10-2, 10-3) cuidadosamente por toda a superfície do BDA

(Himedia, Índia) incubou-se as placas em BOD a 25 °C ± 1 °C, sem inverter, por 5

dias. Após este período, realizou-se a contagem das placas e os resultados foram

expressos em UFC.g-1 (BEUCHAT; COUSIN, 2001).

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4.3.5. Estafilococos coagulase positiva

A determinação de estafilococos coagulase positiva foi realizada a partir de 25

g do produto homogeneizado em 225 mL de água peptonada (10-1), seguida das

diluições 10-2 e 10-3. Para o plaqueamento foi utilizado Petrifilm™ (AOAC 2003.11 –

Staphy Express Count Sistem), segundo instruções do fabricante. Uma alíquota de

1,0 mL de cada diluição, de ambos os tratamentos de petit suisse foi inoculada no

centro do filme quadriculado, com pipeta automática posicionada

perpendicularmente à placa Petrifilm™. Em seguida, o filme superior foi fechado

cuidadosamente para evitar a formação de bolhas de ar, com auxílio de difusor. As

placas foram incubadas a 37 ºC ± 1 ºC, por 24 horas.

4.3.6. Determinação da viabilidade de bactérias láticas em queijo petit suisse

por meio da técnica de cultivo convencional em placas

A viabilidade das bactérias láticas foi determinada logo após a fabricação

(tempo 0) e nos tempos 7, 14, 21 e 28 dias de armazenamento a 4°C. Foi adotada a

metodologia proposta por Richter e Vedamuthu (2001) no cultivo em placas em meio

de cultura de Man Rogosa Sharpe (MRS – Himedia, Mumbai, Índia) adicionado de

púrpura de bromocrezol, carbonato cálcio e Tween 80. Foram realizadas as diluições

seriadas das amostras e, em seguida, o plaqueamento em profundidade em MRS.

As placas de Petri foram incubadas invertidas em jarras de anaerobiose a 37 °C por

72 horas e o resultado foi expresso em UFC.g-1.

4.4. Seleção e avaliação clínica das crianças para o teste in vivo

Inicialmente, o projeto foi submetido ao Comitê de Ética do IF Sudeste MG e

obteve o número de autorização 50340815.0.0000.5588. Os pais e/ou responsáveis

pelas crianças com idades entre 10 e 12 anos, estudantes da Escola Municipal São

José, receberam informações sobre a pesquisa e assinaram um Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE (Apêndice A), inclusive com o

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35

assentimento dos menores, no qual permitiram ou não a participação da criança no

estudo, assim como, a realização do exame clínico, coleta da saliva e a

administração de petit suisse durante as duas semanas em ambiente escolar, caso a

criança se enquadrasse nos critérios de inclusão abaixo. Em seguida, responderam

a um questionário de anamnese (Apêndice B), solicitando informações acerca da

saúde da criança e ainda receberam uma lista de instrução aos voluntários

(Apêndice C).

As crianças foram selecionadas sem distinção de sexo, raça ou condição

sócio-econômica. Para serem selecionadas a participar do estudo, foram obedecidos

os seguintes critérios de inclusão: ter idade entre 10 e 12 anos; apresentar hábito de

higiene bucal regular; não estar em tratamento odontológico, não utilizar aparelho

ortodôntico; não usar medicação antibiótica ou antinflamatória; não utilizar

antissépticos bucais; ter o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido assinado

pelo pai e/ou responsável; não apresentar intolerância à lactose, diabetes ou

qualquer problema de saúde que contra-indique o consumo de petit suisse, permitir

a realização do exame intra bucal, assim como, a coleta da saliva e gostar de petit

suisse de morango.

Os critérios de exclusão foram o uso de antibioticoterapia ou de digluconato

de clorexidina nas últimas 3 semanas previamente ao consumo dos produtos,

intolerância à lactose ou a outros componentes do produto, ser diabético, ausência

de hábito de higienização regular, uso de aparelho ortodôntico, não permissão do

exame clínico ou que os pais e/ou responsáveis não assinaram o TCLE , além

daquelas com idades diferentes de 10 a 12 anos.

As crianças participantes deste estudo foram submetidas à avaliação clínica,

executada pela pesquisadora. O exame clínico foi realizado no consultório

odontológico da Escola Municipal São José, situada na Av. Dr. José Neves, 158,

Centro, Rio Pomba- MG, no período da manhã.

Antes da coleta dos dados, foi verificada a calibração intraexaminador de

acordo com o coeficiente de Kappa (COHEN, 1960), para uma maior confiabilidade

do exame. Foram realizadas avaliações clínicas consecutivas em 10 voluntários com

uma semana de intervalo entre elas e o resultado obtido da aferição da

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36

concordância intraexaminador pelo coeficiente de Kappa foi 1, o que indicou a

concordância perfeita entre os exames realizados.

Foram avaliadas as condições de saúde bucal das crianças conforme

preconizado pela Organização Mundial de Saúde (OMS, 1997), com relação à

presença de cárie, condição periodontal e hábitos de higiene bucal com o voluntário

sentado em cadeira odontológica, sob a luz do refletor e obedecendo-se as regras

de biossegurança. O material utilizado para examinar as crianças foi esterilizado e

transportado até o local pela pesquisadora responsável, sem acarretar custos para a

escola municipal.

Foi realizado o exame clínico odontológico e os instrumentais utilizados foram

espelho plano com cabo (Duflex - SS White, Brasil) e sonda periodontal (Golgran,

Brasil) de acordo com o recomendado pela OMS (1997), além do uso de gaze estéril

por criança. Os dados foram anotados em um prontuário clínico individual por

auxiliar previamente treinada, a qual preencheu o odontograma de cada prontuário.

Todos os dentes presentes foram avaliados, inclusive os incompletamente

erupcionados e observada a presença ou ausência de cárie.

O Quadro 3, extraído do Manual de Instruções da OMS (1997) foi utilizado

para a avaliação clínica das crianças.

Quadro 3.Códigos para a condição da dentição permanente e decídua (coroa e raiz)

Código Condição Dentes decíduos Dentes permanentes

Coroa Coroa Raíz A 0 0 Hígido B 1 1 Cariado C 2 2 Restaurado com cárie D 3 3 Restaurado sem cárie E 4 - Perdido por cárie - 5 - Perdido por outras razões F 6 - Selante

G 7 7 Apoio de ponte, coroa ou faceta/implante

- 8 8 Dente não erupcionado (coroa), raiz não exposta

T T - Trauma (fratura) - 9 9 Sem registro

Fonte: OMS (1997).

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37

A medida quantitativa da doença periodontal baseia-se em sistemas de

índices, o qual deve ser simples e com instrumentação mínima da gengiva

(REBELO; QUEIROZ, 2011). O Índice de Sangramento Gengival (ISG) foi realizado

conforme proposto por Ainamo e Bay (1975), por meio de suave sondagem gengival.

Se em 10 segundos houvesse sangramento, o resultado positivo era anotado e

assim, sucessivamente, para todas as regiões avaliadas. Para se calcular a

prevalência de gengivite no grupo, adotou-se o critério de pelo menos uma área

sangrante. De acordo com Rebelo; Queiroz (2011), escores obtidos com este índice

apresentam correlação com o índice de placa proposto por Löe e Silness (1963) e

estes parâmetros tem sido utilizados em estudos clínicos de curto prazo e de perfil

populacional.

O índice de placa (IP) foi avaliado através do registro de placa bacteriana nas

faces vestibular, lingual, mesial e distal dos dentes índices, nos quais atribuiu-se

escores de 0 a 3 de acordo com a versão modificada de Silness e Löe (1964), da

seguinte forma: (0) – ausência de placa bacteriana na cervical do dente; (1) –

percepção da placa bacteriana através da remoção com a sonda periodontal; (2) –

visualização da placa a olho nu; (3) – abundância de placa bacteriana nas

superfícies dentárias.

Para a determinação dos dentes índices, a arcada dentária foi dividida em

seis sextantes e cada sextante representado por dentes decíduos, pelo seu

sucessor permanente, como nos casos dos dentes 11 e 31 que já estavam

erupcionados em todos os voluntários, ou por outro dente do sextante, os quais

foram examinados: 51 (incisivo central decíduo superior direito), 71 (incisivo central

decíduo inferior esquerdo), 54, 55 (primeiro e segundo molares decíduos superiores

respectivamente, lado direito), 64, 65 (primeiro e segundo molares decíduos

superiores respectivamente, lado esquerdo), 74, 75 (primeiro e segundo molares

decíduos inferiores, respectivamente, lado esquerdo), 84, 85 (primeiro e segundo

molares decíduos inferiores, respectivamente, lado direito) de acordo com

metodologia usada por Santos et al. (2010) e por Carrada (2015). As Figuras 2 e 3,

extraídas do Manual de Instruções sobre Levantamento Epidemiológico em Saúde

Bucal (OMS, 1997) traz o desenho esquemático dos dentes decíduos e

permanentes e seus respectivos códigos.

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Figura 2.Códigos para os dentes decíduos.Fonte: OMS (1997).

Figura 3. Códigos para os dentes permanentes.Fonte: OMS (1997).

4.5. Estudo in vivo da influência do consumo de

probiótico na microbiota da saliva de crianças

Realizou-se um estudo clínico randomizado, placebo controlado, com 41

crianças com idades entre 10 e 12 anos divididos em 2 grupos, sendo o grupo

controle constituído por

e o grupo 2, composto por 21 crianças que consumiram

casei (probiótico).

Os participantes foram orientados a manter os hábitos de higiene bucal

normalmente, com dentifrício fluoretado e escova fornecidos pela equipe de

pesquisadores, a não realizar profilaxia dentária em consultório odontológico e a não

usar outros produtos pro

não realizarem bochechos antissépticos durante o período do estudo e a não fazer

higiene bucal ou consumo de alimentos uma hora antes e uma hora após a

administração do produto. Os participantes e seus

38

Códigos para os dentes decíduos.

Códigos para os dentes permanentes.

da influência do consumo de petit suisse

probiótico na microbiota da saliva de crianças

se um estudo clínico randomizado, placebo controlado, com 41

crianças com idades entre 10 e 12 anos divididos em 2 grupos, sendo o grupo

20 crianças, as quais consumiram o produto sem probiótico

e o grupo 2, composto por 21 crianças que consumiram petit suisse

Os participantes foram orientados a manter os hábitos de higiene bucal

normalmente, com dentifrício fluoretado e escova fornecidos pela equipe de

pesquisadores, a não realizar profilaxia dentária em consultório odontológico e a não

usar outros produtos probióticos associados. Também receberam orientações para

não realizarem bochechos antissépticos durante o período do estudo e a não fazer

higiene bucal ou consumo de alimentos uma hora antes e uma hora após a

administração do produto. Os participantes e seus responsáveis também foram

petit suisse potencialmente

se um estudo clínico randomizado, placebo controlado, com 41

crianças com idades entre 10 e 12 anos divididos em 2 grupos, sendo o grupo

20 crianças, as quais consumiram o produto sem probiótico

petit suisse contendo L.

Os participantes foram orientados a manter os hábitos de higiene bucal

normalmente, com dentifrício fluoretado e escova fornecidos pela equipe de

pesquisadores, a não realizar profilaxia dentária em consultório odontológico e a não

bióticos associados. Também receberam orientações para

não realizarem bochechos antissépticos durante o período do estudo e a não fazer

higiene bucal ou consumo de alimentos uma hora antes e uma hora após a

responsáveis também foram

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39

orientados a comunicar os pesquisadores caso houvesse necessidade de uso de

medicação antibiótica ou antinflamatória, e que o mesmo seria eliminado da

pesquisa.

4.5.1. Avaliação da aceitação sensorial

A avaliação sensorial foi realizada por 41 crianças não treinadas, com idade

entre 10 e 12 anos de idade, na Escola Municipal São José, Rio Pomba-MG.

Amostras de 50 gramas foram apresentadas para as crianças em T0, em

embalagens plásticas descartáveis codificadas com três números aleatórios, e, após

a apreciação dos produtos, elas foram incentivadas a marcar na Ficha de avaliação

sensorial a carinha que melhor representasse sua opinião ao consumir o produto

(Anexo D). A escala hedônica de 5 pontos apresenta escores que variam de

Detestei = 1 a Adorei = 5, de acordo com Minim (2013).

Foi resguardada a identidade de cada criança conforme expresso no Termo

de Consentimento Livre e Esclarecido assinado pelo responsável.

Foram adotadas as normas de Boas Práticas de Fabricação (BPF) durante

todo o processamento do petit suisse, fazendo com que os riscos para os julgadores

fossem mínimos, além de se verificar a qualidade microbiológica do produto antes

da análise sensorial. As amostras permaneceram estocadas sob refrigeração a 4 oC

até o momento da análise e foram transportadas até a escola e acondicionadas em

caixas térmicas pela própria pesquisadora.

4.5.2. Coleta das amostras

Os dois grupos de crianças consumiram diariamente os petit suisses controle

e probiótico de segunda-feira à sexta-feira, e na semana seguinte de segunda-feira à

quinta-feira, em horário escolar. As amostras de saliva foram coletadas (Figura 4)

nos tempos T0 (antes do início do consumo do petit suisse controle e probiótico), em

T1 (último dia de consumo dos produtos) e em T2 (após 15 dias do término do

consumo dos petit suisses).

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40

T0/0 dias T1/11° dia T2/26° dia

Coleta de Coleta de Coleta de amostras amostras amostras Figura 4. Representação esquemática dos tempos de coleta das amostras de saliva.

A saliva foi coletada por técnica não estimulada com o uso de pipeta

automática e ponteiras novas estéreis para cada voluntário, pelo menos uma hora

após a alimentação ou higienização bucal.

Uma hora após o início do período de aula, coletou-se a saliva de cada

criança (T0) e em seguida foram administrados os produtos. Em T1 os produtos

foram oferecidos uma hora após o início das aulas e a coleta da saliva foi realizada

no fim do horário escolar e a última coleta de saliva (T2) foi realizada após uma hora

do início da aula, sendo que, nesse período o consumo dos petit suisses já havia

sido interrompido.

Todas as amostras de saliva coletadas dos voluntários foram codificadas

durante o período de coleta e processamento das amostras. As amostras coletadas

foram imediatamente fixadas com solução de paraformaldeído à 20%, com a

utilização de pipeta automática e ponteiras estéreis, obedecida a proporção de 9:1 (9

volumes da amostra de saliva para 1 volume de paraformaldeído a 20%). As

amostras fixadas foram mantidas refrigeradas no laboratório de Microbiologia de

Alimentos do IF Sudeste MG, Campus Rio Pomba, até serem encaminhadas ao

Laboratório de Ecologia e Biologia Molecular de Microrganismos da UFJF, onde

realizou-se as análises de FISH.

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41

4.6. Identificação e quantificação da microbiota da saliva: S. mutans, S.

sobrinus, P. gingivalis, A. actinomycetemcomitans, C. albicans e L. casei

Para identificação e quantificação dos microrganismos presentes nas

amostras de saliva nos diferentes tempos de coleta, adotou-se a técnica de FISH

(COTTREL; KIRCHMAN, 2000), seguindo o protocolo utilizado por Carrada (2015) e

Machado (2012) com algumas adaptações. Após serem fixadas com

paraformaldeído 20%, numa concentração final de 2%, as amostras foram mantidas

refrigeradas por, aproximadamente, 5 dias. A seguir, elas foram vortexadas,

transferidas para tubos Falcon, acrescidas de 5mL de água destilada e mantidas

imersas em caixa de isopor com gelo, para o processo de sonicação com a

utilização da sonda sônica Vibra Cell VCX 130PB (Sonics e Materials Inc., Newton,

CT, EUA) por três repetições de um minuto cada, com um minuto de pausa entre

uma repetição e outra.

Após a sonicação, realizou-se três ciclos de centrifugação, com duração de

cinco minutos cada ciclo. Tal procedimento foi realizado para cada amostra, com

acréscimo de 5 mL de água destilada antes do segundo e do terceiro ciclos de

centrifugação. A cada ciclo foi reservado o sobrenadante devidamente identificado.

Finalmente, 1 mL de cada amostra foi filtrado em filtro branco de policarbonato

(Sterlitech Corporation, USA) de 0,22 µm e 25mm.

Sondas espécie-específicas de oligonucleotídeos compostos por RNA

ribossomal (Operon Technologies Inc., Alameda, CA, USA), com o marcador

flluorescente Cy3 foram utilizados para identificação dos microrganismos L. casei, S.

mutans, S. sobrinus, A. actinomycetemcomitans, P. gingivalis, C. albicans, conforme

descrito no Quadro 4.

Para avaliar a eficiência da hibridização, um oligonucleotídeo (NON-5’-

3CCTAGTGACGCCGTCGAC-3’) foi utilizado como controle negativo por não

apresentar especificidade por nenhum microrganismo (COTTRELL; KIRCHMAN,

2000). De acordo com o número de sondas utilizadas, foram cortadas 7 pequenas

partes do filtro e cada pedaço foi colocado em lâmina de vidro previamente coberta

por parafilme e, em seguida, coberto por 30 µL da solução de hibridização. A

solução de hibridização foi preparada de acordo com cada sonda, e composta por

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42

0,9M de NaCl, 20mM de Tris-HCL com pH 7,4, dodecil sulfato de sódio (SDS) à

0,01% e à concentração específica de formamida para cada microrganismo (Quadro

4).

Quadro 4.Sondas de oligonucleotídeo de RNAr utilizadas para a identificação de microrganismos bucais em saliva pela técnica de FISH

Sonda Especificidade Sequência da sonda (5’-3’)

Formamida Referência

MUT 590

S. mutans ACTCCAGACTTTCCTGAC 30% -

SOB 174 S. sobrinus TTAACTCCTCTTATGCGG 40% -

POGI P. gingivalis CAATACTCGTATCGCCCGT

TATTATTC 30% Sunde et al. (2003)

ACAC A.

actinomycetemcomitans

TCCATAAGACAGATTC 30% Sunde et al. (2003)

Caal C. albicans GCCAAGGCTTATACTCGCT

30%

Kempf; Trebesius; Autenrieth

(2000)

L-para L. paracasei e L. casei

GTTCCATGTTGAATCTCGG 30%

Blasco; Ferrer; Pardo (2003)

NON controle negativo CCTAGTGACGCCGTCGAC 30%

Cottrell; Kirchman

(2000)

Posteriormente, as lâminas foram acondicionadas em câmaras umidificadas

com a solução de hibridização correspondentes e incubadas por uma noite, em

estufa, à 42 oC.

Após a hibridização, as amostras foram lavadas em uma solução de lavagem

(também com concentração específica para cada marcador utilizado) composta por

20mM de Tris-HCL (pH 7,4), 5mM de EDTA (ácido etilenodiamino tetracético), SDS

à 0,01% e NaCl e novamente incubadas por 15 minutos à 48 oC.

A seguir as amostras foram coradas com DAPI (4’,6-diamidino-2-

phenylindole) para permitir a identificação da densidade microbiana da amostra e

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43

logo após, cada pedaço do filtro foi imerso por três vezes em etanol 80% e deixado

secar.

As lâminas foram montadas utilizando-se glicerol e Vectashield (Vector

Laboratories Inc., Burlingame, CA, USA) na proporção de 4:1, e identificadas com o

nome do pesquisador e do projeto, data, tipo de amostra e número da amostra

correspondente e armazenadas em caixas para lâminas até o momento da

contagem em microscópio de epifluorescência.

A contagem foi realizada pela pesquisadora, previamente treinada e

calibrada, até que se obteve 100% de concordância com a pesquisadora experiente

que realizou o treinamento, no laboratório de Microbiologia do IF Sudeste MG,

Campus Juiz de Fora com a utilização do microscópio de epifluorescência Olympus

BX60 com filtro 31000 para DAPI e filtro 41007 para sondas Cy3 (Chroma, Bellows

Falls, VT, USA) em aumento de 1000X. Calculou-se o número final de cada espécie

bacteriana levando-se em conta as diluições realizadas durante todo o processo

laboratorial e os resultados foram expressos em células.mL-1 de saliva. Foram

realizadas fotomicrografias em DAPI e nos campos referentes às sondas

específicas.

4.7. Análises estatísticas

As análises estatísticas foram realizadas utilizando o software R 3.2.5 (R Core

team, 2015) com o pacote ExpDes.pt (FERREIRA; CAVALCANTI; NOGUEIRA,

2013). Para os ensaios in vitro, realizou-se a análise de variância seguida pela

comparação de médias pelo teste Scott-Knott à 5% de probabilidade. As

comparações entre os tratamentos para um mesmo tempo de análise foram

realizadas pelo test t para amostras independentes. Para a análise sensorial, as

médias foram comparadas pelo teste Scott-Knott à 5% de probabilidade.

Nas análises in vivo, foi realizado o teste t à 5 % de probabilidade para dados

pareados para comparação das contagens de microrganismos ao longo do tempo

para o mesmo tratamento. Todos os experimentos foram conduzidos utilizando o

delineamento inteiramente casualizado.

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44

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Dos 82 formulários enviados aos responsáveis contendo o TCLE e

anamnese, 52 (63,4%) retornaram permitindo a participação dos filhos na pesquisa.

Porém 11 crianças foram enquadradas nos critérios de exclusão por utilizarem

aparelho ortodôntico ou por questões de saúde como diabetes, por exemplo.

Potanto, 41 crianças foram selecionadas para o estudo, sendo que 21

crianças consumiram o produto probiótico e 20 o petit suisse controle. Durante o

experimento duas crianças foram excluídas e não tiveram a saliva coletada em T1,

totalizando-se 39 coletas neste tempo. O período pós probiótico (T2) coincidiu com o

último mês letivo, no qual muitas crianças faltaram à aula. Dessa forma, coletou-se

em T2 amostras de saliva de 31 crianças. Amostragem próxima ao presente estudo

foi utilizada por Montalto et al. (2009) que avaliaram 35 voluntários saudáveis para

verificar a ação de Lactobacillus sp. frente a S. mutans e por Pinto et al. (2014) que

avaliaram contagens de Lactobacillus sp. e S. mutans em saliva e placa bacteriana

de 26 voluntários que consumiram iogurte probiótico e placebo.

Os dados obtidos a partir da avaliação clínica realizada nas crianças

voluntárias estão dispostos no Apêndice 4 .

5.1. Antagonismo in vitro

Os resultados encontrados no teste de antagonismo encontram-se nas

tabelas 3 e 4.

Lactobacillus paracasei ssp. paracasei ATCC 335 inibiu todos os

microrganismos potencialmente patogênicos, sendo que os maiores halos de

inibição foram para S. mutans, S. sobrinus e A. actinomycetemcomitans, seguidos

por E. corrodens e das duas estirpes de C. albicans (Tabela 3).

Lactobacillus rhamnosus ATCC 7469 e L. rhamnosus ATCC 9595

apresentaram maiores efeitos inibitórios para S. mutans e A.

actinomycetemcomitans (Tabela 3). Não se detectou a formação de halos de

inibição por L. acidophillus ATCC 4356 (Tabela 3).

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45

Tabela 3. Valores médios dos halos de inibição (mm) de microrganismos bucais potencialmente patogênicos por bactérias láticas probióticas (estirpes ATCC)

S. mutans

ATCC 25175 S. sobrinus

ATCC 27351 E. corrodens ATCC 23834

A. actinomycetemcomitans ATCC 29522

C. albicans ATCC 10231

C. albicans ATCC 24433

L. paracasei ssp. paracasei ATCC 335

9,45 ± 3,3 aA 7,71 ± 1,0 aA 5,37 ± 0,4 bB 11,08 ± 2,9 aA 3,17 ± 2,7 aB 4,37 ± 3,9 aB

L. rhamnosus ATCC 7469 12,06 ± 1,9 aA 8,65 ± 0,8 aB 8,13 ± 0,9 aB 11,72 ± 3,7 aA 4,96 ± 0,8 aC 5,5 ± 1,25 aC

L rhamnosus ATCC 9595 11,20 ± 4,6 aA 7,55 ± 1,9 aB 5,35 ± 0,1 bB 10,71 ± 2,6 aA 5,64 ± 2,84 aB 4,79 ± 1,4 aB

L. acidophillus ATCC 4356 0 ± 0 bA 0 ± 0 bA 0 ± 0 cA 0 ± 0 bA 0 ± 0 aA 0 ± 0 aA

Letras maiúsculas indicam comparações entre a inibição de uma determinada bactéria lática frente a cada um dos potenciais patógenos bucais (comparações entre as colunas de uma mesma linha). Letras minúsculas indicam as comparações dos halos de inibição de um potencial patógeno por todas as bactérias láticas (comparações entre as linhas de uma mesma coluna). Médias seguidas por uma mesma letra, dentro de cada coluna/linha não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott à 5% de probabilidade.

Tabela 4. Valores médios dos halos de inibição (mm) de microrganismos bucais potencialmente patogênicos por bactérias láticas comerciais

S. mutans

ATCC 25175 S. sobrinus

ATCC 27351 E. corrodens ATCC 23834

A. actinomycetemcomitans ATCC 29522

C. albicans ATCC 10231

C. albicans ATCC 24433

L. casei (L. casei-01) 21,62 ± 4,0 aA 16,91 ± 5,4 bA 20,92 ± 3,6 aA 24,03 ± 7,3 aA 23,76 ± 0,3 aA 29,13 ± 4,2 aA

L. rhamnosus (LRB) 0,0 ± 0,0 bA 0,0 ± 0,0 cA 0,0 ± 0,0 cA 0,0 ± 0,0 cA 0,0 ± 0,0 bA 0,0 ± 0,0 bA

L. acidophillus (LA-5) 18,03 ± 1,46 aB 24,77 ± 4,0 aB 15,02 ± 0,05 bB 19,73 ± 6,0 bB 0,0 ± 0,0 bA 0,0 ± 0,0 bA

Letras maiúsculas indicam comparações entre a inibição de uma determinada bactéria lática frente a cada um dos potenciais patógenos bucais (comparações entre as colunas de uma mesma linha). Letras minúsculas indicam a comparação dos halos de inibição de um potencial patógeno por todas as bactérias láticas (comparações entre as linhas de uma mesma coluna). Médias seguidas por uma mesma letra, dentro de cada coluna/linha não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott à 5% de probabilidade.

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46

Para S. mutans, S. sobrinus, A. actinomycetemcomitans, C. albicans ATCC

10231 e C. albicans ATCC 24433 não houve diferença significativa entre o tamanho

dos halos de inibição produzidos estirpes L. paracasei ssp. paracasei ATCC 335, L.

rhamnosus ATCC 7469 e L. rhamnosus ATCC 9595 (Tabela 3). O maior halo de

inibição do crescimento de E. corrodens ATCC 23834 foi produzido pela bactéria

lática L. rhamnosus ATCC 7469, seguido de L. paracasei ssp. paracasei ATCC 335

e L. rhamnosus ATCC 9595 (Tabela 3).

Das culturas comerciais utilizadas, constatou-se que L. casei-01 (CHR

HANSEN) inibiu todos os potenciais patógenos bucais, sem diferença significativa

(p>0,05) entre os tamanhos dos halos de inibição, apresentando os maiores halos,

exceto frente a S. sobrinus (Tabela 4). L. acidophillus LA-5 (CHR HANSEN) não

apresentou efeito antagônico contra C. albicans, porém inibiu os demais patógenos

avaliados sem diferença significativa (p>0,05) entre eles (Tabela 4). Já L. rhamnosus

LRB (Sacco) não produziu halos inibitórios frente aos microrganismos avaliados.

Teanpaisan; Piwat e Dahle ́N (2011) e Reboledo; Rojas; Salgado (2013) ao

realizarem estudos in vitro, também constataram que L. casei inibiu o crescimento de

S. mutans. Teanpaisan; Piwat; Dahle ́N (2011) verificaram, ainda, que L. paracasei e

L. rhamnosus apresentaram grande capacidade para inibir microrganismos

cariogênicos e periodontopatogênicos como S. sobrinus, P. gingivalis e A.

actinomycetemcomitans. Segundo os autores, os resultados indicaram que alguns

Lactobacillus sp. apresentam potencial para prevenção de patologias bucais.

Kojima et al. (2016), ao desenvolverem um produto simbiótico com efeito

antagonista contra patógenos orais, observaram que L. paracasei foi um dos

potenciais probióticos identificados no estudo por inibir C. albicans e P. gingivalis.

Mousquès; Listgarten; Phillips (1980) afirmaram que existe variação entre a

atividade antagonista, in vitro, produzida por Lactobacillus sp. frente a

microrganismos orais, inclusive contra potenciais patógenos periodontais como A.

actinomycetemcomitans e P. gingivalis.

Devido ao potencial da estirpe comercial L. casei (L. casei-01) em inibir o

crescimento de potenciais patógenos bucais, demonstrado no ensaio in vitro, tal

cultura probiótica foi selecionada para ser inoculada no petit suisse.

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47

5.2. Qualidade microbiológica do queijo Petit suisse

O Número mais provável (NMP) de coliformes foi < 3,0 NMP/g e a contagem

de estafilococos coagulase positiva e de fungos filamentosos e leveduras foi < 1,0 x

101 UFC.g-1 nas amostras de queijo petit suisse controle e contendo L. casei-01.

Constatou-se também ausência de Salmonella sp. e de L. monocytogenes em 25 g

dos produtos (Tabela 5). Portanto, os mesmos estão de acordo com a legislação

vigente e são microbiologicamente seguros para o consumo humano, demonstrando

a adequação do tratamento térmico e a manutenção de condições higiênico-

sanitárias desde o processamento até o envase. A inocuidade do produto

desenvolvido foi essencial para a segurança dos voluntários.

Tabela 5.Qualidade microbiológica das amostras de queijo petit suisse.

Repetição

Coliformes à 30 oC e 45 oC

(NMP.g-1)

Fungos filamentosose leveduras (UFC.g-1)

Estafilococos coagulase

positivo (UFC.g-1)

Salmonella

sp. (em 25 g)

L.

monocytogenes

(em 25 g)

1 < 3,0 <1,0 x101 <1,0 x101 Ausente Ausente 2 < 3,0 <1,0 x101 <1,0 x101 Ausente Ausente 3 < 3,0 <1,0 x101 <1,0 x101 Ausente Ausente

Brasil, (1996)

Máx. 1,0 x 103 UFC.g-1 e Máx. 1,0 x 102 UFC.g-1*

Máx. 5,0 x 103 UFC.g-1

Máx. 1,0 x 102 UFC.g-1

Ausência em 25 g

Ausência em 25 g

*Limites respectivos para contagem de coliformes à 30 oC e 45 oC em queijos de muito alta umidade (>55%) com adição de bactérias láticas em forma viável e abundante.

Resultados semelhantes foram obtidos por Balbi (2015), Saito (2014) que ao

avaliarem a qualidade microbiológica de diferentes formulações petit suisses

verificaram valores inferiores aos preconizados pela legislação, assim como, Yuhara

et al. (2014) que pesquisaram as contagens de coliformes totais, coliformes

termotolerantes e Staphylococcus aureus nas formulações de queijo tipo Quark

simbióticas e constataram adequada qualidade microbiológica dos produtos.

Após a obtenção de petit suisse com adição de L. casei, Delfino (2013),

realizou a análise microbiológica do produto com relação a contagem de coliformes,

Staphylococcus coagulase positiva, Salmonella sp., L. monocytogenes, fungos

filamentosos e leveduras. Os resultados obtidos demonstraram que o produto

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48

potencialmente probiótico atendeu a todos os parâmetros microbiológicos exigidos

pela Portaria no. 146 de 07 de março de 1996, o que, segundo o autor,ocorreu

devido a adoção de boas práticas de fabricação durante todo o processamento,

além do pH do meio, que por ser ácido, não favoreceu o desenvolvimento de

microrganismos indesejáveis. Ressaltou, ainda, que em relação a presença de

fungos filamentosos e leveduras, estes são originários do ambiente e os valores

encontrados não são preocupantes por estarem inferiores ao limite permitido pela

legislação.

Buriti e Saad (2007) afirmaram que, alimentos adicionados de L casei, pode

conferir potenciais benefícios à saúde de quem os consome e que estes

microrganismos contribuem na bioconservação do produto em que são veiculados,

enquanto que Wagner; Moberg (1989) afirmaram que alimentos com presença de

bactérias láticas, alta acidez e baixo pH apresentam menor deterioração microbiana

devido às características antimicrobianas naturais intrínsecas dos produtos.

5.3. Viabilidade das bactérias láticas

Observou-se que o queijo petit suisse em associação com a farinha de

banana verde, foi uma matriz adequada para veicular as bactérias láticas, tanto da

cultura tipo O, composta por Lactococcus lactis ssp. lactis e Lactococcus lactis ssp.

cremoris (fermento starter utilizado como cultura iniciadora, em ambos os

tratamentos), quanto na amostra potencialmente probiótica, tendo em vista que a

contagem de bactérias láticas esteve entre 108 e 109 UFC.g-1 durante o período

avaliado (Figura 5).

A porção diária mínima de microrganismos probióticos viáveis que devem ser

ingeridos para efeitos terapêuticos é de 108 a 109 UFC.g-1, o que implica em um

consumo de 10g diárias de um produto contendo 107 a 108 UFC.g-1 ou mL ou de 100

g diárias de um produto contendo 106 a 107 UFC.g-1 ou mL (FAO, 2001;

KRASAEKOOP; BHANDARI; DEETH, 2003; BRASIL, 2008; REID, 2008; BANSAL et

al., 2016).

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Figura 5. Contagem de bactérias láticas nas amostras de queijo longo da vida de prateleira.

Balbi (2015) constatou que o tratamento com

suisse associado a farinha de banana verde apresentou maior contagem de

bactérias láticas quando comparado aos tratamentos com outros potenciais

probióticos avaliados.

Zamora-Vega et al. (2013) produziram queijos simbióticos acrescidos

deSacharomyces boulardii

um decréscimo na contagem do microrganismo no produto, durante os 30 dias de

estocagem à 4 oC. No entanto, o queijo foi considerado probiótico por atender a

quantidade mínima de microrganismos viáveis

produto elaborado com o simbiótico encapsulado apresentou menor perda de

viabilidade de S. boulardii

e mucilagem protegeu o microrganismo. Os autores concluíram que o q

um bom veículo para carrear probiótico.

Resultado interessante foi obtido por Araújo et al. (2010) que desenvolveram

um queijo cottage simbiótico contendo

(5%). As contagens de células de

recomendados para que o produto fosse considerado probiótico. Além disso, o

queijo foi exposto às condições simuladas do trato gastrointestinal

microrganismo apresentou resistência satisfatória para baixos v

concentração de sais biliares.49

Contagem de bactérias láticas nas amostras de queijo longo da vida de prateleira.

Balbi (2015) constatou que o tratamento com L. casei

associado a farinha de banana verde apresentou maior contagem de

bactérias láticas quando comparado aos tratamentos com outros potenciais

et al. (2013) produziram queijos simbióticos acrescidos

Sacharomyces boulardii e inulina, encapsulados ou não. Os autores observaram

um decréscimo na contagem do microrganismo no produto, durante os 30 dias de

C. No entanto, o queijo foi considerado probiótico por atender a

quantidade mínima de microrganismos viáveis recomendada pela FAO/WHO.

produto elaborado com o simbiótico encapsulado apresentou menor perda de

S. boulardii. Acredita-se que a microcápsula feita com inulina, alginato

o microrganismo. Os autores concluíram que o q

um bom veículo para carrear probiótico.

Resultado interessante foi obtido por Araújo et al. (2010) que desenvolveram

simbiótico contendo Lactobacillus delbrueckii UFV H2b20 e inulina

(5%). As contagens de células de L. delbrueckii estiveram acima dos limites mínimos

recomendados para que o produto fosse considerado probiótico. Além disso, o

queijo foi exposto às condições simuladas do trato gastrointestinal

microrganismo apresentou resistência satisfatória para baixos v

de sais biliares.

Contagem de bactérias láticas nas amostras de queijo petit suisse ao

L. casei veiculado por petit

associado a farinha de banana verde apresentou maior contagem de

bactérias láticas quando comparado aos tratamentos com outros potenciais

et al. (2013) produziram queijos simbióticos acrescidos

e inulina, encapsulados ou não. Os autores observaram

um decréscimo na contagem do microrganismo no produto, durante os 30 dias de

C. No entanto, o queijo foi considerado probiótico por atender a

recomendada pela FAO/WHO. O

produto elaborado com o simbiótico encapsulado apresentou menor perda de

se que a microcápsula feita com inulina, alginato

o microrganismo. Os autores concluíram que o queijo fresco é

Resultado interessante foi obtido por Araújo et al. (2010) que desenvolveram

UFV H2b20 e inulina

estiveram acima dos limites mínimos

recomendados para que o produto fosse considerado probiótico. Além disso, o

queijo foi exposto às condições simuladas do trato gastrointestinal e o

microrganismo apresentou resistência satisfatória para baixos valores de pH e alta

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50

Lima et al. (2014) incorporaram L. casei microencapsulado em queijo tipo

coalho e constataram viabilidade das células microbianas com contagens de acordo

com os limites preconizados pela legislação. Nas condições investigadas, L. casei

apresentou características de hidrofobicidade e de superfície celular com caráter

ácido que indicam um bom potencial de adesão ao epitélio intestinal, confirmando o

potencial probiótico do microrganismo.

Başyiğit; Kuleaşan; Karahan (2006) avaliaram a sobrevivência de uma mistura

de bactérias láticas composta por L. acidophilus, Lactobacillus agilis e L. rhamnosus

utilizadas na fabricação de sorvetes com diferentes formulações (aspartame ou

sacarose). Os autores constataram que os microrganismos probióticos não alteraram

as características dos sorvetes e mantiveram-se viáveis até seis meses de

estocagem dos produtos a -20 oC.

5.4. Aceitação sensorial dos produtos pelas crianças

As amostras avaliadas apresentaram escores médios entre Gostei (escore 4)

e Adorei (escore 5) conforme a tabela 6. Não se observou diferença significativa

(p>0,05) na aceitação sensorial realizada pelas crianças que consumiram o petit

suisse probiótico e controle, sendo os escores médios de 4,76 e 4,70,

respectivamente, demonstrando que a adição de L. casei não alterou as

propriedades sensoriais do produto.

Tabela 6. Aceitação sensorial das amostras de queijo petit suisse.

*Letras iguais na mesma coluna indicam que não há diferença significativa (p>0,05) pelo teste de Scott-Knott à 5% de probabilidade entre os escores médios.

Em um mercado cada vez mais competitivo, a indústria de alimentos precisa

identificar as necessidades e expectativas dos consumidores para buscar atendê-

las. Nesse contexto, a análise sensorial tem-se mostrado importante ferramenta,

sendo os testes de aceitação muito utilizados para avaliar se os consumidores

gostam ou desgostam de um determinado produto (DELFINO; OLIVEIRA; BARROS,

2014).

Amostras Gostei (escore 4) Adorei (escore 5) Escore médio

Probiótica (n=21) 5 (23,8%) 16 (76,2%) 4,76a Controle (n=20) 6 (30%) 14 (70%) 4,70a

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51

De acordo com Balbi (2015), os testes sensoriais realizados com crianças

demonstraram que as amostras de petit suisse contendo L. casei e adicionadas de

farinha de banana verde à 1% e 2% de fibras não diferiram quanto à aceitação com

o passar do tempo. No entanto, as amostras contendo 3% de farinha de banana

verde apresentaram maiores escores após 30 dias de armazenamento quando

comparada ao tempo inicial (T0). Esse tratamento apresentou melhor aceitação

sensorial provavelmente devido à absorção de água pela fibra adicionada, o que

conferiu uma melhor consistência ao produto.

Delfino; Oliveira; Barros (2014) concluíram que petit suisse adicionado de L.

casei BGP 93 apresentou boa aceitação sensorial por 120 indivíduos com idades

entre 18 e 66 anos que participaram da análise com escala hedônica de 9 pontos.

Os autores, ainda, afirmaram que petit suisse probiótico é um produto inovador entre

os lácteos, sendo uma proposta interessante para um mercado com demanda

crescente por produtos funcionais.

De acordo com Buriti; Saad (2007), L. casei, em conjunto com os

microrganismos tradicionais usados em produtos alimentícios, pode resultar ou não

em diferença sensorial perceptível pelo consumidor. No entanto, os autores

acrescentaram que, além dos efeitos benéficos produzidos por L. casei, esses

microrganismos, ainda, podem ser utilizados para conferir aroma, sabor e textura

aos alimentos.

Araújo et al. (2010) realizaram teste de aceitação utilizando escala hedônica

de 9 pontos referente a ''desgostei extremamente'' a ''gostei extremamente'', para

avaliar o sabor, a textura e a impressão global de queijo cottage simbiótico

adicionado de L. delbrueckii UFV H2b20 e inulina. O queijo simbiótico foi bem aceito

e os julgadores não observaram nenhuma diferença significativa quando comparado

ao queijo controle.

5.5. Identificação e quantificação de microrganismos na saliva de voluntários pela técnica de FISH

A densidade de microrganismos marcada por DAPI em amostras de saliva de

crianças que consumiram petit suisse potencialmente probiótico e o controle, nos

diferentes tempos de coleta pode ser visualizada na Figura 6.

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52

Para a amostra controle, observou-se redução significativa (p<0,05) na

contagem total de microrganismos presentes na saliva das amostras marcadas por

DAPI no11o dia de consumo do produto e essa redução se manteve no período pós

tratamento (26o dia). Já para a amostra acrescida de L. casei-01 houve redução

significativa (p<0,05) no 11o dia de consumo do petit suisse, porém, no período pós

tratamento (26o dia) a densidade de microrganismos não diferiu (p<0,05) da

contagem inicial apresentada (Figura 6).

Figura 6. Contagem total de microrganismos (DAPI) em saliva de crianças antes do consumo (Tempo 0) de petit suisse adicionado de L. casei (PROB) ou não adicionado de L. casei (CONT),no último dia de consumo (Tempo 1- 11o dia) e após 15 dias de sua interrupção (Tempo 2 - 26o dia). (*) Indica diferença significativa (p<0,05) entre a contagem inicial de microrganismos e a realizada aos 11o e 26o dia de tratamento pelo teste t com dados pareados à 5% de probabilidade. Barras de erros indicam o erro padrão da média, com n=14 para CONT e n=17 para PROB.

Os resultados do presente estudo sugerem que ambos os produtos

apresentaram efeito sobre a microbiota presente na saliva, uma vez que se

observou redução do número total de microrganismos nas amostras coletadas.

Tong et al. (2012) observaram que L. lactis pode colonizar a superfície do

esmalte dentário. Segundo os autores, esta capacidade de colonização é importante

na competição com potenciais patógenos encontrados no biofilme dentário e

favorece a inibição do crescimento de microrganismos cariogênicos bucais.

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53

Comelli et al. (2002) demonstraram, em estudos in vitro, que Streptococcus

thermophilus NCC1561 e L. lactis ssp lactis NCC2211 colonizaram o biofilme

supragengival do esmalte dentário revestido de saliva de forma semelhante ao

microrganismo cariogênico S. sobrinus OMZ176. Além disso, L. lactis NCC2211

interferiu na microbiota bucal reduzindo a colonização por Streptococcus oralis

OMZ607, Veillonella dispar OMZ493, Actinomyces naeslundii OMZ745 e S. sobrinus

OMZ176.

Produtos comerciais probióticos podem alterar o ecossistema bucal pela

modificação na composição das proteínas salivares. A falta de aglutinina GP340 e

de peroxidase na saliva tratada com probiótico reduziu a adesão de S. mutans

(HAUKIOJA; LOIMARANTA; TENOVUO,2008).

Makino et al. (2014) pesquisaram a influência de L. casei na aderência de

Enterobacter cloacae em células epiteliais da mucosa jugal (entre a bochecha e

gengiva) de dez indivíduos adultos e observaram que a aderência de L. casei às

células epiteliais foi significativamente maior que a aderência de Enterobacter

cloacae às mesmas células, o que in vivo poderá resultar no controle de algumas

patologias, inclusive na doença periodontal.

Pinto et al.(2014) avaliaram amostras de saliva e placa bacteriana de 26

voluntários e observaram redução de contagens de microrganismos totais na placa

bacteriana após consumo de iogurte contendo ou não probiótico, porém, nas

amostras de saliva não se observou redução microbiana.

Os resultados das contagens das espécies microbianas antes do início do

consumo dos queijos petit suisses controle e probiótico, após o término do consumo

(11o dia) e após 15 dias de interrompido o consumo dos produtos (26o dia) em saliva

coletadas de crianças estão representados na Figura 7.

Ambos os tratamentos, nos mesmos tempos (0, 11 e 26 dias), não

apresentaram diferença significativa (p>0,05) entre as amostras para os diferentes

microrganismos avaliados (Figura 7).

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54

Figura 7. Contagens de L. casei (A) e microrganismos potencialmente patogênicos bucais S. mutans (B); S. sobrinus (C); P. gingivalis (D); A. actinomycetemcomitans (E); C. albicans (F) em saliva de crianças nos diferentes tempos do consumo de petit suisse adicionado (PROB) ou não de probiótico (CONT). (*) Indica diferença (p<0,05) entre a contagem inicial de microrganismos e a realizada após 11º e 26º dias de coleta das amostras pelo teste t com dados pareados à 5% de probabilidade. Barras de erros indicam o erro padrão da média, com n=14 para o tratamento controle sem probiótico e n=17 para o tratamento com probiótico. Observou-se um aumento significativo (p<0,05) de L. casei após 11 dias de

iniciado o consumo de petit suisses, assim como no período de pós tratamento (26o

dia) para as duas amostras avaliadas (Figura 7-A).

Observa-se semelhança entre os resultados obtidos quando bactérias

probióticas são veiculadas em produtos de base láctea. Acredita-se que, além da

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55

influência do pH do alimento na microbiota da saliva, a presença da cultura starter

viável, presente em ambos os produtos, também pode ter tido efeito sobre a

microbiota da saliva dos voluntários.

De acordo com Caglar et al. (2006); Cildir et al. (2009); Bhalla et al. (2015),

quando os probióticos são administrados por meio do queijo, iogurte, sorvete, leites

fermentados e lácteos em geral, há uma tendência de que a redução do pH bucal

seja atenuado pela capacidade tampão desses alimentos. Além disso, os

componentes do leite como o cálcio e o lactato de cálcio possuem propriedades

anticariogênicas independente da adição dos probióticos.

Pinto et al. (2014) observaram comportamentos semelhantes para

Lactobacillus sp. e S. mutans após o consumo de produtos lácteos e sugerem um

grupo controle para o veículo, quando a pesquisa envolver esse tipo de alimento.

Montalto et al. (2004), também, observaram que a administração oral de

Lactobacillus sp. veiculados em líquidos ou em cápsulas aumenta as contagens

desse microrganismo na saliva, assim como, Keller; Twetman (2012) relataram

aumento significativo na contagem de Lactobacillus sp. após consumo de 3

comprimidos por dia contendo L. reuteri durante duas semanas.

Çaglar; Kargul; Tonboga (2005), também, encontraram a bactéria probiótica

L. rhamnosus GG na saliva de indivíduos que a consumiram-na diariamente, após

duas semanas de interrupção do uso do mesmo.

Uma vez que uma das características de Lactobacillus sp.é o potencial

acidúrico e acidogênico (MARSH, 2006) questiona-se se o consumo habitual de

probióticos poderia acarretar uma maior produção de ácido lático na placa

bacteriana (MONTALTO et al.,2004). Marttinen et al. (2012) investigaram se o

consumo de L. reuteri e L. rhamnosus GG alteram a acidogenicidade da placa. Os

autores concluíram que, mesmo os indivíduos que apresentaram aumento nas

contagens de S. mutans ou de Lactobacillus sp. após um período de consumo de

comprimidos probióticos, não tiveram maior produção de ácido na placa bacteriana.

Tong et al. (2012) demonstraram que L. lactis, assim como a maioria das

bactérias láticas, produz ácido. No entanto, o potencial de desmineralização dentária

após 30 dias de colonização por L. lactis é muito pouca quando comparado com o

poder de corrosão que S. mutans apresenta. O microrganismo cariogênico, através

da glicosiltransferase, pode utilizar a sacarose para sintetizar um glucano insolúvel

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em água, formando um biofilme muito mais denso e compacto. Em contrapartida, L.

lactis não sintetiza glicosiltransferase, produzindo menos glucano e resultando em

um biofilme menos denso que ocasiona pouca corrosão ao esmalte. Adiciona-se,

ainda, o fato de L. lactis exercer efeito antagonista contra S. mutans na superfície

dentária, aumentando o potencial dessas bactérias exercerem uma efeito protetor

contra a ocorrência de cáries.

Com o objetivo de investigar o comportamento do pH da placa bacteriana

frente a administração de Lactobacillus sp., o que seria um possível efeito colateral

do consumo de produtos probióticos, Keller; Twetman (2012) encontraram

diferenças na produção de ácido lático em suspensões de placa acrescidas de L.

reuteri, de L. plantarum e em placas controle (sem probióticos). Os autores

concluíram que a acidogenicidade do meio é dependente da estirpe bacteriana

utilizada e altamente influenciada pelo tipo de açúcar disponível na dieta (frutose ou

xilitol).

Sudhir et al.(2012) investigaram se o consumo de coalhada probiótica,

adicionada de L. acidophilus, tem efeito inibitório sobre S. mutans e no pH salivar de

crianças sem lesões de cárie. Os autores observaram que houve um decréscimo no

pH bucal, porém acima do pH considerado crítico (5,2- 5,5) que propicia o início ou

evolução da cárie, e atribuíram esse comportamento à natureza ácida do alimento

(coalhada), o qual não representa risco para crianças cárie-ativas e, ainda, podem

conferir benefícios para a saúde bucal em virtude de seu teor de cálcio, fósforo,

proteínas e vitaminas.

No entanto, Montalto et al. (2004) alertaram para a necessidade de avaliação

da saúde bucal de pessoas que consomem probióticos a longo prazo e Marttinen et

al. (2012) recomendam a necessidade de mais estudos relativos a saúde bucal, uma

vez que produtos probióticos tem sido ofertados com mais frequência, inclusive para

crianças.

Outros trabalhos não observaram aumento de Lactobacillus sp.em saliva após

o consumo de produtos probióticos. Mortazavi; Akhlaghi (2012) não observaram

nenhuma alteração significativa na contagem de Lactobacillus sp. na saliva de

adultos após o consumo de 50g/dia de queijo contendo 1,0 x 106 UFC.g-1 de L. casei

durante duas semanas, assim como Cildir et al. (2009) não encontraram mudanças

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57

significativas na contagem de Lactobacillus sp. após consumo de iogurte de fruta

contendo Bifidobacterium animalis ssp. lactis DN-173010.

Em relação ao grupo de microrganismos cariogênicos, foi observada redução

significativa (p<0,05) de S. mutans (Figura 7-B) após 11 dias de iniciado o consumo

e no período de duas semana de pós tratamento (26o dia) nas amostras de saliva

das crianças que consumiram petit suisse controle. Nas amostras do produto

acrescido de L. casei a redução de S. mutans foi significativa no período de pós

tratamento (26o dia). Quanto à contagem de S. sobrinus (Figura 7-C), não se

observou diferença significativa (p>0,05) para ambos os produtos nos diferentes

tempos avaliados.

Os resultados sugerem que ambos os produtos apresentam potencial para a

redução da ocorrência de doenças bucais relacionadas com a presença de S.

mutans, como as lesões de manchas brancas e a cárie dentária.

Tong et al. (2012) demonstraram que o probiótico L. lactis apresenta atividade

antagonista contra S. mutans por ser dominante na competição por nutrientes e, em

situação de estresse nutricional, ou seja, em alta densidade populacional, apresentar

o mecanismo conhecido como quorum sensing e produzir nisina. Além disso, o dano

causado ao esmalte dentário por L. lactis é significantemente menor do que o

causado pelo S. mutans. Estes resultados demonstram que L. lactis tem potencial

para reduzir a colonização de S. mutans na superfície dentária e prevenir a

ocorrência de cárie.

Resultado compatível com o presente estudo foi relatado por Ahola et al.

(2002) que observaram que o grupo probiótico apresentou contagens

significativamente menores da bactéria cariogênica S. mutans na saliva no pós

tratamento, após três semanas de interrupção do consumo de queijo adicionado de

L. rhamnosus GG e L. rhamnosus LC 705, quando comparado ao grupo controle.No

entanto, os autores não observaram menores contagens de S. mutans

imediatamente após o consumo dos produtos.

Chuang et al. (2011) também detectaram uma redução significativa de S.

mutans após duas semanas da interrupção do consumo de comprimidos

adicionados de L. paracasei GMNL-33 e afirmaram que pode ser necessário um

período de duas semanas para que a ação do probiótico seja efetiva. Os autores

relataram que diversos fatores podem contribuir para que a contagem de S. mutans

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58

não seja reduzida imediatamente após o consumo do produto, entre eles, a

concentração do probiótico, o tipo de veículo utilizado e o tempo de intervenção.

Segundo os autores, parece ser provável que o probiótico necessite de um período

para colonizar a cavidade oral e, a partir daí, ocorrer a redução de S. mutans,

justificando assim porque essa redução só foi significativa no pós tratamento.

Näse et al. (2001), também, observaram uma menor contagem de S. mutans

em crianças que consumiram leite acrescido de L. rhamnosus GG por sete meses.

Além disso, foi observada uma redução do risco de cárie de acordo com parâmetros

clínicos e microbiológicos avaliados e que o leite probiótico teve efeitos benéficos

para a saúde bucal das crianças.

Mortazavi; Akhlaghi (2012) demonstraram que indivíduos com contagens

bacterianas iniciais elevadas (≥ 105 UFC.mL-1) apresentaram significativa redução na

contagem de S. mutans após o consumo do produto probiótico.

Com relação aos potenciais periodontopatógenos (Figuras 7-D e 7-E),

observou-se redução de P. gingivalis na amostra coletada no 11o dia de consumo de

ambos os produtos, porém, no pós tratamento essa redução manteve-se apenas

para o produto adicionado de L. casei.

Os resultados, também, demonstram menor contagem (p<0,05) do

microrganismo A. actinomycetemcomitans (Figura 7-E) nas amostras de saliva das

crianças após 11 dias de iniciada a ingestão do petit suisse acrescido de L. casei-01,

porém essa redução não se manteve após interrompido o consumo do produto. Para

a amostra controle não houve diferença significativa (p>0,05) entre os diferentes

tempos de coleta.

Dessa forma, apenas o produto acrescido de L. casei demonstrou ser capaz

de reduzir A. actinomycetemcomitans, assim como, mostrou-se capaz de manter a

redução de P. gingivalis no pós tratamento. Ressalta-se, portanto que, petit suisse

acrescido de L. casei-01 pode apresentar potencial para a prevenção de doenças

periodontais.

Vivekananda; Vandana; Bhat (2010) observaram que os microrganismos

periodontopatogênicos P. gingivalis, A. actinomycetemcomitans e Prevotella

intermedia são sensíveis ao tratamento com probiótico e constataram uma redução

de 1 ciclo log (106 UFC.mL-1 até inferior a 105 UFC.mL-1) após consumo de pastilha

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59

probiótica (Prodentis) acrescida de L. reuteri, além de melhoria nos parâmetros

clínicos periodontais.

Teanpaisan; Piwat; Dahle ́N, (2011) mostraram que alguns Lactobacillus,

entre eles L. casei SD2, inibem microrganismos potencialmente patogênicos, Gram-

negativos, como P. gingivalis e A. actinomycetemcomitans e sugerem que o

consumo de produtos probióticos pode prevenir a ocorrência de doenças bucais.

De acordo com Jones e Versalovic (2009), biofilmes formados por L. reuteri

apresentam potencial antimicrobiano devido a produção de composto denominado

reuterina, além de apresentarem capacidade imunomodulatória específica para

suprimir a produção de fator de necrose tumoral (TNF). Schaefer et al. (2010)

relataram que a interação entre L. reuteri com outros patógenos induz a produção de

reuterina, a qual acarreta estresse oxidativo na célula microbiana patogênica,

destruindo-a.

Com relação a levedura C. albicans (Figura 7-F), não se observou diferença

significativa (p>0,05) em ambas as amostras nos diferentes tempos avaliados, assim

como no estudo de Ahola et al. (2002) em que a redução de Candida sp. não foi

significativa.

Em contrapartida, Hatakka et al. (2007) concluíram que as bactérias

probióticas podem ser eficazes no controle de cândida oral e na hipossalivação em

idosos após o consumo de 50g por dia de queijo adicionado de probiótico, durante

16 semanas.

Dos indivíduos avaliados por Ishikawa et al. (2015), apenas 16,5%

apresentaram Candida ssp. após um período de cinco semanas utilizando a

associação de L. rhamnosus HS111, L. acidophillus HS101 e Bifidobacterium

bifidum na superfície palatina de próteses. Os autores sugeriram que o produto pode

ser uma alternativa de tratamento para portadores de próteses totais que

apresentem candidíase.

De acordo com os resultados obtidos, o petit suisse probiótico apresentou

efeitos benéficos para a saúde bucal das crianças, com a redução do número de

potenciais patógenos relacionados com a ocorrência de cárie e periodontite, sendo

relevante que novas pesquisas sejam realizadas a fim de que os probióticos sejam

efetivamente reconhecidos e indicados para a prevenção de doenças bucais.

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60

6. CONCLUSÃO

Concluiu-se, a partir do teste in vitro, que algumas estirpes de bactérias

láticas probióticas apresentam potencial antagonista frente a potenciais patógenos

bucais e que, das cepas comerciais avaliadas, L. casei (L. casei-01) apresentou os

maiores halos de inibição frente aos potenciais patógenos avaliados.

O queijo petit suisse acrescido de L. casei apresentou qualidade

microbiológica satisfatória, sendo, assim seguro para consumo, além de ser um

produto potencialmente probiótico por apresentar viabilidade de bactérias láticas

durante 28 dias de armazenamento de acordo com o preconizado pela legislação.

O produto acrescido de L. casei obteve o mesmo escore na análise de

aceitação sensorial que o controle, indicando que L. casei não interferiu na

aceitabilidade do produto.

Foi possível a identificação e a quantificação de L. casei, S. mutans, S.

sobrinus, P. gingivalis, A. actinomycetemcomitans e C. albicans na saliva, pela

técnica FISH.

Tanto o produto potencialmente probiótico, quanto o controle, foram capazes

de reduzir significativamente (p<0,05) a contagem total de microrganismos e de S.

mutans. Apenas o produto acrescido de L. casei demonstrou ser capaz de reduzir A.

actinomycetemcomitans, assim como, mostrou-se capaz de manter a redução de P.

gingivalis no pós tratamento. Ambos os produtos não tiveram atividade antagônica

sobre S. sobrinus e C. albicans.

Probióticos consistem em uma alternativa em potencial para prevenção e

terapia de patologias bucais, uma vez que obteve-se resultados encorajadores neste

estudo com a redução de potenciais patógenos bucais. Espera-se que novos

trabalhos sejam realizados para se determinar a forma mais adequada para

administrá-los à cavidade oral, bem como, definir o probiótico mais indicado para

esse fim.

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8. APÊNDICE

Apêndice A

Termo de Consentimento Livre e esclarecido

TERMO DE ASSENTIMENTO

Você está sendo convidado como voluntário a participar da pesquisa “Efeito de probiótico adicionado em queijo Petit suisse na microbiota bucal de crianças”. Neste estudo pretendemos desenvolver pettit suissse probiótico adicionado de farinha de banana verde e avaliá-lo quanto às características microbiológicas. Nesta proposta, espera-se que o microrganismo probiótico no queijo mantenha-se viável no produto durante a vida de prateleira avaliada, tornando-se mais uma alternativa para os consumidores de produtos lácteos funcionais. O produto será administrado em crianças de 9 a 10 anos de idade e será avaliada a microbiota bucal de um grupo de 40 crianças, antes e após o consumo do produto, através de saliva coletada dos voluntários. Espera-se ainda que os resultados alcançados neste projeto sejam úteis para as indústrias de laticínios, que terão mais uma opção de produto inovador, além de benefícios na área Odontológica. A equipe pretende participar de eventos relevantes das áreas de Ciência e Tecnologia de Alimentos e da Odontologia para apresentação de trabalhos científicos, assim como publicar resumos em eventos e artigos em revistas indexadas. Para participar deste estudo, você não terá nenhum custo, nem receberá qualquer vantagem financeira. Você será esclarecido sobre o estudo em qualquer aspecto que desejar e estará livre para participar ou recuar-se a participar. Poderá retirar seu consentimento ou interromper a participação a qualquer momento. A sua participação é voluntária e a recusa em participação não acarretará em qualquer penalidade ou modificação na forma em que é atendido pelo pesquisador. O pesquisador tratará a sua identidade com padrões profissionais de sigilo. Você não será identificado em nenhuma publicação que possa resultar deste estudo, o qual apresenta risco mínimo, isto é, o mesmo risco existente em atividades rotineiras. Para participar desse estudo você deverá ter de 9 a 10 anos de idade e deverá consumir uma porção de até 100 g de produto. Como se trata de um queijo, você será informado do teor de açúcar e gordura presentes nas amostras e caso seja diabético ou intolerante à lactose, você não poderá participar da presente pesquisa. Será realizada coleta de saliva dos participantes. Serão incluídas no estudo crianças sadias, dentro da faixa etária especificada e que queiram participar da pesquisa, além de apreciarem o produto. Serão excluídas as crianças fora da faixa etária especificada, além daquelas que tiverem problemas de saúde relacionados ao consumo de lactose e de açúcar, ou aquelas que não gostarem do produto ou não queiram participar por algum motivo. Os resultados da pesquisa estarão à sua disposição quando finalizada. Seu nome ou material que indique sua participação não será liberado sem a sua

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permissão. Este termo de consentimento encontra-se impresso em duas vias, sendo que uma cópia será arquivada pelo pesquisador responsável, e a outra será fornecida a você. Eu _____________portador do documento de identidade _________________fui informado dos objetivos do presente estudo de maneira clara e detalhada e esclareci minhas dúvidas. Sei que a qualquer momento poderei solicitar novas informações, assim como o meu responsável, e declaro que concordo em participar deste estudo. Recebi uma cópia deste termo e me foi dada a oportunidade de ler e esclarecer as minhas dúvidas. Rio Pomba, ___________de __________de 2015.

__________________ _________________________

Assinatura do menor Assinatura do pai ou responsável

________________________________

Assinatura do pesquisador

COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA COM SERES HUMANOS CEP/IF SUDESTE MG

Av. Luz Interior, 360, 5o andar, bairro Santa Luzia, Juiz de Fora – MG, CEP 36030-77

Telefone: (32) 3257-4113

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Apêndice B (adaptado de Souza, 2010)

Ficha de Identificação do voluntário Código de identificação: ___ ___

Nome da criança:___________________________________________________ Endereço:___________________________________________________________ Telefones:___________________________________________________________ Idade:________________ Anamnese Você apresenta algum dos problemas de saúde indicados abaixo ou algum outro problema de saúde? ( ) Doenças intestinais ( ) Diabetes ( ) Pressão alta ( ) Intolerância à lactose ( ) Anemia Qual? ___________________________________________________________________ Apresenta alergia a algum alimento ou produto? ( ) SIM ( ) NÃO Qual?_______________________________________________________________ Faz algum tratamento médico? ( ) SIM ( ) NÃO Se sim, qual o motivo?_________________________________________________ Fez uso de alguma medicaçãonas últimas 3 semanas, inclusive antibiótico ou antinflamatório? ( ) SIM ( ) NÃO Qual?_______________________________________________________________ Tem hábito de usar produtos para bochechar? ( ) SIM ( ) NÃO Qual?_______________________________________________________________ Costuma ingerir produtos probióticos regularmente? ( ) SIM ( ) NÃO Com que freqüência? __________________________________________________

Rio Pomba, _____de _______de 2015.

__________________ ____________________________ Assinatura do menor Assinatura do pai ou responsável

________________________________

Assinatura do pesquisador

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Apêndice C

Instruções ao voluntário – Estudo in vivo

1- O petit suisse será oferecidos às crianças em horário escolar, sem custo aos voluntários, que deverão ingerir 50 mL do produto oferecido pela pesquisadora uma vez por dia, no período da manhã, durante 2 semanas.

2- Os voluntários devem evitar faltar à aula durante 2 semanas, para que não sejam eliminados do estudo. No 26o dia do início da pesquisa, a saliva das crianças serão novamente coletadas.

3- Durante todo o período do experimento, a higiene bucal deve ser realizada normalmente, com escova e pasta fornecidos pela equipe de pesquisadores, porém não devem ser usados antissépticos bucais, ou produtos que contenham clorexidine em sua composição. A escovação e a alimentação não deve ser feita em intervalo de tempo menor que uma hora antes e uma hora após o consumo dos produtos.

4- As crianças participantes do estudo não deverão utilizar qualquer tipo de produto fluoretado (exceto água e a pasta de dente). Também não devem utilizar medicação antinflamatória ou antibiótica. Caso haja necessidade de uso de tais medicações, favor comunicar a pesquisadora, para que o voluntário seja excluído do estudo.

5- Os voluntários não deverão ingerir outra fonte de bactéria probiótica durante o experimento.

6- Qualquer dúvida entrar em contato com a pesquisadora Érika Gomes Sarmento pelo telefone (32) 99936-8485.

Obrigada pela colaboração,

Érika Gomes Sarmento

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Apêndice D Dados obtidos nos exames clínicos - Dentes superiores

Dentes

Volunt. 17 16 15/ 55

14/ 54

13/ 53 12 11 21 22

23/ 63

24/ 64

25/ 65 26 27

1 8 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 8 2 8 0 0 0 0 0 0 0 0 A 0 0 0 8 3 8 0 0 0 0 0 0 0 0 A 0 0 0 8 4 8 0 0 0 0 0 0 0 0 A 0 0 0 8 5 8 0 0 0 0 0 0 0 0 A 0 0 0 8 6 8 0 A 0 A 0 0 0 0 8 0 A 0 8 7 0 1 D 0 0 0 0 0 0 0 0 A 1 0 8 8 0 A A A 0 0 0 0 A A A 0 8 9 8 0 A A A 0 0 0 0 A A A 0 8

10 8 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 8 11 8 0 A 0 8 0 0 0 0 A 0 A 0 8 12 8 0 D D A 0 0 0 0 0 0 D 0 8 13 8 0 0 0 A 0 0 0 0 A 0 0 0 8 14 8 0 0 0 8 0 0 0 0 8 0 0 0 8 15 8 3 0 1 0 1 0 0 0 0 0 0 3 8 16 0 1 0 3 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 17 8 1 A 0 A 0 0 0 0 A 0 B 0 8 18 8 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 8 19 8 0 A 0 0 0 0 0 0 0 0 A 0 8 20 8 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0 C 0 8 21 8 3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 8 22 8 0 0 0 0 0 0 0 8 0 0 D 0 8 23 8 0 A 8 0 0 0 0 0 A 8 A 0 8 24 8 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 8 25 8 0 A A A 0 0 0 0 A 8 A 0 8 26 8 0 A 0 0 1 0 0 0 0 0 8 0 8 27 8 1 A 0 8 0 0 0 0 0 0 8 0 8 28 8 0 A A A 0 T T 0 A A A 0 8 29 8 0 E 0 D 0 0 0 0 B 0 0 1 8 30 8 0 0 0 0 0 T 0 0 0 0 0 1 0 31 8 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 8 32 8 1 A A A A 0 0 A A 8 A 1 8 33 8 1 0 0 0 8 0 T 8 0 1 0 0 8 34 8 1 0 0 A 0 0 0 0 0 0 0 0 8 35 8 0 0 0 A 0 0 0 0 0 0 0 0 8 36 8 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 37 8 0 D A A 0 0 0 0 A 0 0 0 8 38 8 0 0 0 A 0 0 0 0 A 0 0 0 8 39 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 40 8 1 A 0 A 0 0 0 0 A 0 A 1 8 41 8 0 8 A A 0 0 0 0 A 0 8 0 8

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Dados obtidos nos exames clínicos - Dentes inferiores

Dentes Volunt. 47 46

45/ 85

44/ 84

43/ 83 42 41 31 32

33/ 73

34/ 74

35/ 75 36 37

1 8 3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 3 8 2 8 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 8 3 8 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 8 4 8 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 8 5 8 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 8 6 8 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 8 7 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 8 8 0 A A A 0 0 0 0 8 0 A 0 8 9 8 0 A A 0 0 0 0 0 A A A 0 8

10 8 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 A 0 8 11 8 0 A 0 A 0 0 0 0 A A A 0 8 12 8 0 0 0 0 0 0 0 0 0 D D 0 8 13 8 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 8 14 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 15 1 3 8 8 0 0 0 0 0 0 0 0 3 1 16 8 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 17 8 0 A 0 0 0 0 0 0 0 0 A 1 8 18 0 0 A 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 8 19 8 0 A 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 8 20 8 1 B 0 0 0 0 0 0 0 0 B 0 8 21 8 3 C D 0 0 0 0 0 0 0 0 3 0 22 8 3 D 0 0 0 0 0 0 0 0 B 3 8 23 8 0 A 0 0 0 0 0 0 0 0 A 0 8 24 8 0 0 0 8 0 0 0 0 8 0 0 0 8 25 8 0 A 0 0 0 0 0 0 0 0 A 0 8 26 8 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 D 0 8 27 8 0 D 0 0 0 0 0 0 0 0 A 0 8 28 8 0 A A A 0 0 0 0 A A A 0 8 29 8 1 D 0 0 0 0 0 0 0 0 D 1 8 30 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 2 31 8 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 8 32 8 1 A 0 0 0 0 0 0 0 0 A 1 8 33 8 0 0 8 0 0 0 0 0 0 0 D 1 8 34 8 3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 3 8 35 8 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 8 36 2 3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 8 37 8 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 A 0 8 38 8 0 A 0 0 0 0 0 0 0 0 A 0 8 39 1 3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 40 8 3 A 0 0 0 0 0 0 0 0 A 0 8 41 8 0 8 0 A 0 0 0 0 A 0 8 0 8

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83

Índice de Sangramento Gengival (ISG) (+ ou -)

Dentes

Volunt.

54/55 ou

14/15

51 ou 11

64/65 ou

24/25

74/75 ou

34/35

71 ou 31

84/85 ou

44/45 1 - - - - - - 2 - - - - - - 3 - - - - - - 4 - - - - - - 5 - - - - - - 6 - - - - - - 7 - - - - - - 8 - - - - - - 9 - - - - - -

10 - - - - - - 11 - - - - - - 12 - - - - - - 13 - - - - - - 14 - - - - - - 15 - - - - - - 16 - - - - - - 17 - - - - - - 18 - - - - - - 19 - - - - - - 20 - - - - - - 21 - - - - - - 22 - - - - - - 23 - - - - - - 24 - - - - - - 25 - - - - - - 26 - - - - - - 27 - - - - - - 28 - - - - - - 29 - - - - - - 30 - - - - - - 31 - + - - - - 32 - - - - - - 33 - - - - - - 34 - - - - - - 35 - - - - - - 36 - - - - - - 37 - - - - - - 38 - - - - - - 39 - - - - - - 40 + + - - - - 41 - - - - - -

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Índice de Placa (IP) Escores de 0 a 3

Dentes

Volunt.

54/55 ou

14/15

51 ou 11

64/65 ou

24/25

74/75 ou

34/35

71 ou 31

84/85 ou

44/45 1 0 0 0 0 1 0 2 0 0 0 0 0 0 3 0 0 0 0 0 0 4 2 2 2 2 2 2 5 2 2 2 2 2 2 6 1 2 1 1 0 0 7 1 1 1 0 1 1 8 0 0 0 0 0 0 9 1 2 1 1 1 0

10 0 1 1 1 1 1 11 0 0 0 0 1 0 12 2 2 2 1 1 1 13 0 0 0 0 0 0 14 1 1 2 1 2 1 15 1 1 1 0 0 0 16 1 1 1 0 0 1 17 0 2 2 0 0 0 18 3 2 2 2 1 1 19 0 0 0 0 0 0 20 2 1 1 1 2 1 21 1 1 1 1 2 1 22 1 0 1 1 1 0 23 0 0 1 1 0 0 24 0 1 0 0 1 0 25 1 1 1 1 1 0 26 0 1 1 1 1 0 27 0 0 0 0 0 0 28 1 1 2 0 0 0 29 3 3 2 2 2 2 30 1 2 2 1 1 1 31 2 2 2 2 2 2 32 2 2 2 1 1 2 33 0 1 0 0 0 0 34 2 2 2 1 1 1 35 1 1 1 0 1 0 36 2 1 2 1 2 1 37 0 2 0 0 1 0 38 0 0 0 1 1 1 39 1 1 1 0 1 0 40 2 2 1 1 1 1 41 0 0 0 0 0 0

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9. ANEXO

Anexo A

Figura - Ficha de avaliação sensorial. Fonte: MINIM, 2013.