31
Rio de Janeiro, abril de 2008 Ano XIV – Nº 118 ISSN 1676-3220 R$ 10,90 A MAIOR MÍDIA DA COMUNIDADE ÍTALO-BRASILEIRA Brasil e Argentina: rivalidade até nas urnas www.comunitaitaliana.com Donna de Aço Conheça Emma Marcegaglia, eleita presidente da poderosa Confindustria. Ela tem negócios no Brasil

Rio de Janeiro, abril de 2008 Ano XIV – Nº 118 Nepotismo · italiano Il Sole 24-Ore, existe um “acordo base” entre as duas em- ... Nesta edição, a Comunità oferece dicas

  • Upload
    hatuong

  • View
    223

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Rio de Janeiro, abril de 2008 Ano XIV – Nº 118 Nepotismo · italiano Il Sole 24-Ore, existe um “acordo base” entre as duas em- ... Nesta edição, a Comunità oferece dicas

Rio de Janeiro, abril de 2008 Ano XIV – Nº 118

ISS

N 1

676-

3220

R$

10,9

0A m A i o r m í d i A d A c o m u n i d A d e í t A l o - b r A s i l e i r A

Brasil e Argentina: rivalidade até nas urnas

www.comunitaitaliana.com

Eu indico!

Nepotismo

Donnade AçoConheça Emma Marcegaglia, eleita presidente da poderosa Confindustria. Ela tem negócios no Brasil

Page 2: Rio de Janeiro, abril de 2008 Ano XIV – Nº 118 Nepotismo · italiano Il Sole 24-Ore, existe um “acordo base” entre as duas em- ... Nesta edição, a Comunità oferece dicas
Page 3: Rio de Janeiro, abril de 2008 Ano XIV – Nº 118 Nepotismo · italiano Il Sole 24-Ore, existe um “acordo base” entre as duas em- ... Nesta edição, a Comunità oferece dicas
Page 4: Rio de Janeiro, abril de 2008 Ano XIV – Nº 118 Nepotismo · italiano Il Sole 24-Ore, existe um “acordo base” entre as duas em- ... Nesta edição, a Comunità oferece dicas

EditorialCorrida .........................................................................................06

Cose NostreBrasil assina acordo com a Itália para transferência de pessoas condenadas .....................................09

ComportamentoFazer tricô é a nova moda entre homens e mulheres italianos para aliviar o estresse .......................................39

SaúdeA cada cinco italianos, um sofre de insônia ....................................40

NáuticaO Nauticsud, em Nápoles, mostra as novas criações dos melhores estaleiros ..........................................46

MídiaNa Itália, telejornal pela internet exibe strip-tease das apresentadoras ......................................................47

TurismoPrima colonia del Brasile, Nova Veneza, in Santa Catarina, festeggia la Madonna di Caravaggio, in maggio ....................................50

GastronomiaExposição quer ensinar os brasileiros a consumir azeite de maneira correta ...........................................54

44 52

18

36

CAPA Donna de Aço Pela primeira vez, em quase cem anos de existência, a podero-sa Confederação Geral da Industria Italiana, a Confindustria, será presidida por uma mulher. Emma Marcegaglia assumirá o cargo em maio e antecipou para Comunità alguns de seus planos.

Consolato Generale d’ItaliaRio de Janeiro

ELEIÇÕES DO PARLAMENTO ITALIANOVOTO NO EXTERIOR POR CORRESPONDÊNCIA

Com Decreto do Presidente da República de 6 de fevereiro de 2008, foi fixada para os dias 13 e 14 de abril de 2008 a eleição para a Câmara dos Deputados e para o Senado da República.Na Itália, as votações serão realizadas nas sedes eleitorais dos Municípios de residência no domingo dia 13 de abril (das 08:00 às 22:00 hs) e na segunda-feira dia 14 de abril (das 07:00 às 15:00 hs).

Os cidadãos italianos permanentemente residentes no exterior, inscritos nas listas eleitorais da Circunscrição do exterior, podem participar das eleições votando POR CORRESPONDÊNCIA. Deverão votar nos candidatos que se apresentarem na respectiva repartição da Circunscrição do exterior.

O eleitor residente no exterior, que não tenha manifestado a sua opção de votar na Itália, receberá por correio do Consulado competente, até o dia 26 de março, um ENVELOPE contendo: um folheto informativo que explica como votar, o certificado eleitoral, a cédula eleitoral (duas para o eleitor maior de 25 anos que pode votar também para o Senado), um envelope completamente branco, um envelope já selado com o endereço do próprio departamento consular, as listas dos candidatos da própria repartição e o texto da lei sobre voto no exterior.

O eleitor, utilizando o envelope já selado e seguindo atentamente as instruções contidas no folheto informativo, deverá expedir SEM ATRASO as cédulas eleitorais votadas, de forma que cheguem ao próprio Consulado até no máximo às 16:00 hs (horário local) do dia 10 de abril de 2008.

O voto é pessoal e secreto e é terminantemente proibido votar mais vezes e enviar cédulas eleitorais por meio de terceiros. Quem violar as disposições em matéria eleitoral será punido de acordo com a lei.

O eleitor que até a data de 30 de março de 2008 não tiver ainda recebido o envelope eleitoral, poderá dirigir-se ao próprio Consulado para verificar a sua situação eleitoral e solicitar uma segunda via.

O CONSULADO GERAL NO RIO DE JANEIRO ESTÃ A DISPOSIÇÃO DOS CIDADÃOS PARA QUALQUER INFORMAÇÃO ADICIONAL tel 021 - 3534 1310.

INFORMAÇÕES DETALHADAS TAMBÉM PODEM SER OBTIDAS NO SITE www.consriodejaneiro.esteri.it ou www.esteri.it “VOTO ALL’ESTERO”.

O Consul GeralMassimo Bellelli

30Atualidade G2Filhos de imigrantes nascidos na Itália ainda são considerados cidadãos de segunda categoria

Responsabilità Sociale Progetto TIMMúsica nas Escolas reca speranza a studenti di 12 città brasiliane

Memória Arquivo NacionalNo Rio, um bom lugar para se começar uma pesquisa quando se sonha com a cidadania italiana

Exposição Da VinciMostra realizada pelo Instituto Italiano para o Comércio Exterior celebra o genial artista italiano

Rob

erth

Trin

dade

Bru

no d

e Li

ma

Gru

po K

eyst

one

Div

ulga

ção

Div

ulga

ção

C o m u n i t à i t a l i a n a / a b r i l 2 0 0 86

Page 5: Rio de Janeiro, abril de 2008 Ano XIV – Nº 118 Nepotismo · italiano Il Sole 24-Ore, existe um “acordo base” entre as duas em- ... Nesta edição, a Comunità oferece dicas

entretenimento com cultura e informaçãoeditorial

FUNDADA EM MARÇO DE 1994

Julio Vanni

COSE NOSTRE

A companhia aérea Air France-KLM deve decidir até meados de abril se compra ou não a Alitalia. Segundo o diário financeiro

italiano Il Sole 24-Ore, existe um “acordo base” entre as duas em-presas aéreas pelo qual a Air France-KLM poderia anular a compra no caso de um eventual acordo entre a Alitalia e seus sindicatos, caso os benefícios para os desempregados não sejam garantidos até 11 de abril pelo atual governo italiano. Recentemente, em meio à expectativa de um encontro da potencial compradora com repre-sentantes dos sindicatos da Alitalia, as ações da companhia subiam 26,48%, cotadas a 0,4375 euro.

Fechamos esta edição a tempo do leitor exercer seu direito ao voto na intrincada corrida eleitoral italiana. Conseguimos graças à brava equipe da Comunità que, so-bretudo, não se deixou contaminar pelo tom desanimado das eleições italianas em

curso no mundo. Na Itália, diante de um passado recente decepcionante e de um mo-mento político de tantas indefinições, a população, de modo geral, tem manifestado de-sesperança mesmo. Especialmente os jovens, estes, porém, sem jamais perder o humor, ainda que em estilo irônico ou sarcástico.

Na América Latina, a situação difere conforme o lado da fronteira. No Brasil, se falta humor no período eleitoral, sobra criatividade. Só mesmo o uso inteligente das fer-ramentas de comunicação disponíveis na internet pode oferecer uma alternativa de espe-rança de votos para os candidatos nacionais. Estes enfrentam a dura realidade de campa-nhas magras, realizadas praticamente sem recursos.

A maioria da verba italiana para campanhas tem sido destinada à Argentina, país em que o número de eleitores chega ao triplo do brasileiro. A propaganda dos candidatos é bastante visível nas ruas portenhas. Na mídia, em cartazes e bus doors. Há até quem se confunda e pense que estejam para ocorrer eleições locais.

Se no campo político, as coisas não vão também para os candidatos ítalo-brasileiros, isso tem a ver, também, com a de-mora dos consulados em emitir certificados de cidadania. São 500 mil descendentes de imigrantes italianos que não vão po-der votar. Os seus processos estão retidos na intrincada teia da burocracia consular. Nesta edição, a Comunità oferece dicas preciosas para quem sequer iniciou o processo de conquista da segunda cidadania.

Como a vida não se resume ao campo político, e es-te não oferece tantos motivos de comemoração, melhor bater palmas para a musa desta nossa capa, a Dama de Aço recém-eleita para a presidência da Confindustria. Que a belíssima e “inoxidável” Ema Marcegaglia olhe bem para o Brasil – ela tem negócios no nosso país – e incremente ainda mais uma relação bilateral de extrema vocação para o sucesso.

Que a Confindustria “adote” as oportunidades de mercado no Brasil, como tantos italianos têm adotado centenas de crianças sem família no país sul-americano. Lição de solidariedade e de aceitação das diferenças capaz de causar remorso em muito candida-to brasileiro. Enquanto por aqui a maioria dos casais exige crianças de pele branca e ain-da bebês, italianos se dispõem a oferecer amor, lar e carinho a órfãos ou abandonados, indiferentes a cor e à idade dos filhos adotivos.

Mas ninguém é mesmo perfeito. O preconceito que os italianos não têm na hora de adotar filhos brasileiros se revela de outra forma, no próprio território: na hora de resistir em reconhecer os direitos de igualdade dos chamados G2, jovens que nasceram na Itália, mas de pais imigrantes. E estes jovens querem ter o direito de sonhar em pé de igualdade com os outros conterrâneos. Desejam escapar da vida de trabalhos subalternos de seus países e construir um futuro de sucesso profissional que os permita (quem sabe?) até mes-mo comprar um daqueles barcos de luxo de que trata outra reportagem desta edição.

Sonhar, afinal, ainda não custa nada.

Boa leitura!

DIREtOR-PRESIDENtE / EDItOR:Pietro Domenico Petraglia

(RJ23820JP)

DIREtOR: Julio Cezar Vanni

PUbLICAÇãO MENSAL E PRODUÇãO:Editora Comunità Ltda.

tIRAgEM: 30.000 exemplares

EStA EDIÇãO FOI CONCLUíDA EM:31/03/2008 às 12:30h

DIStRIbUIÇãO: brasil e Itália

REDAÇãO E ADMINIStRAÇãO:Rua Marquês de Caxias, 31, Niterói,

Centro, RJ CEP: 24030-050tel/Fax: (21) 2722-0181 / (21) 2719-1468

E-MAIL: [email protected]

EDItORA ADJUNtA: Paula Máiran

SUbEDItORA: Sônia Apoliná[email protected]

REDAÇãO: Daniele Mengacci; Fábio Lino; guilherme Aquino; Nayra garofle; Sarah Castro;

Sílvia Souza; tatiana buff; Valquíria Rey

REVISãO / tRADUÇãO: Cristiana Cocco

PROJEtO gRáFICO E DIAgRAMAÇãO:Alberto Carvalho

[email protected]

CAPA: Divulgação

COLAbORADORES: Adroaldo garani; braz Maiolino; Pietro Polizzo; Venceslao Soligo; Marco Lucchesi; Domenico De Masi; Franco Urani; Fernanda Maranesi; giuseppe Fusco; beatriz Rassele; giordano Iapalucci; Cláudia

Monteiro de Castro; Ezio Maranesi; Fabio Porta

CORRESPONDENtES: guilherme Aquino (Milão); Valquíria Rey (Roma);

Fábio Lino (brasília)

PUbLICIDADE:Rio de Janeiro - tel/Fax: (21) 2722-0181

[email protected]

REPRESENtANtES: RJ e SP - José Carlos Montichel

Cel: (21) 9200-9925tel: (21) 2220-4078 / (21) [email protected]

brasília - Cláudia therezaC3 Comunicação & Marketing

tel: (61) 3347-5981 / (61) [email protected]

ComunitàItaliana está aberta às contribuições e pesquisas de estudiosos brasileiros, italianos

e estrangeiros. Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores, sendo

assim, não refletem, necessariamente, as opiniões e conceitos da revista.

La rivista ComunitàItaliana è aperta ai contributi e alle ricerche di studiosi ed esperti brasiliani, italiani e estranieri. I collaboratori e sprimono, nella massima libertà, personali

opinioni che non riflettono necessariamente il pensiero della direzione.

ISSN 1676-3220

Pietro Petraglia Editor

Lá e cáO ministro da Justiça, tarso genro, assinou acordo bilateral entre brasil

e Itália que prevê a transferência de pessoas condenadas. O docu-mento ainda passará pelo Congresso e, se aprovado, garante que os presos italianos que forem condenados no brasil poderão cumprir pena na Itália e vice-versa. O tratado atinge apenas os condenados a penas superiores a um ano. Neste primeiro momento, o tratado não beneficia o banqueiro Sal-vatore Alberto Cacciola, que está preso em Mônaco. Cacciola foi condena-do por crimes contra o sistema financeiro no brasil. Segundo a embaixada da Itália no brasil, atualmente cerca de 40 italianos cumprem pena aqui.

O “Roberto”da ItáliaTal qual o nosso “Rei”,

o cantor Roberto Carlos - que durante anos se recu-sava a conversar e conviver com pessoas que vestissem roupas na cor marrom - o maestro italiano Ennio Mor-ricone fez uma exigência in-sólita durante sua passagem por São Paulo, em março: ninguém podia aparecer na sua frente vestindo roxo. Ele também pediu uma suíte de 250 metros quadrados e afir-mou que só tomaria vinhos produzidos em seu país. O ingresso mais barato para o concerto brasileiro de Morri-cone custou 700 reais.

ConfiscadasDois quadros do artista italiano Francesco guardi (1712-1793)

avaliados em 20 milhões de dólares foram confiscados pela polícia metropolitana de Londres, a Scotland Yard. As obras ha-viam sido exportados ilegalmente da Itália e são importantes peças da pintura clássica veneziana. La Partenza del bucintoro dal lido per San Nicola e Il Ritorno del bucintoro al Palazzo Duca-le, ambas de 1780, retratam cenas do tradicional desfile do Doge (governante do ducado de Veneza) pelos canais da cidade.

Hipnose perigosaA s caixas de supermercado na Itália

não podem ouvir a frase: “Olhe bem nos meus olhos”. A polícia italiana divul-gou imagens de um homem suspeito de hipnotizar operadoras de caixa de super-mercados para que elas lhe entregassem o dinheiro das caixas registradoras usan-do essas palavras. O ladrão também agiu em um banco em Ancona.

Como veio ao mundoPrimeira-dama francesa, a italiana Carla

bruni, continua dando o que falar. Uma imagem em preto e branco na qual a ex-mo-delo e cantora aparece nua pode render de três a quatro mil dólares em um leilão que será realizado em Nova York. A foto, feita em 1993 pelo suíço Michel Comte, não traz qual-quer outro objeto ou produção que desvie a atenção da moça, à época com 25 anos e no auge de sua carreira de modelo.

O mais amadoO craque Kaká, do Milan, é

o jogador mais amado da Itália, segundo uma enquete criada pela Panini, responsá-vel pelo álbum de figurinhas oficial do Campeonato Italia-no. O jogador brasileiro rece-beu 2.697 votos e superou ído-los locais como totti, buffon e Del Piero. Durante dois meses, cerca de 50 mil pessoas foram consultadas. Para formar o “top team”, os jogadores eleitos fo-ram: gianluigi buffon (Juven-tus), Marco Materazzi (Inter), Paolo Maldini (Milan), Javier Zanetti (Inter), Kaká (Milan), Marco Rossi (genoa), gattuso (Milan), Pavel Nedved (Juven-tus), Ibrahimovic (Inter), Ales-sandro Del Piero (Juventus) e Francesco totti (Roma).

PremiaçãoO governador do estado do Mato

grosso, André Pucinelli e a escri-tora Zélia gattai, viúva de Jorge Amado, são os brasileiros que, junto de outras nove personalidades de outras naciona-lidades, foram reconhecidos pela Região toscana como descendentes que honram e dignificam a região, contribuindo com o progresso da terra em que vivem.

Div

ulga

ção

Por falar nisso...Três italianos foram detidos quando prestavam serviço no

Porto de Navegantes, em Santa Catarina. Segundo a Polícia Federal, eles entraram no país com visto de turista e não tinham autorização para trabalhar. Na delegacia, foi registrado auto de infração e os estrangeiros foram informados de que teriam oi-to dias para deixar o brasil, do contrário seriam deportados. Os italianos contaram que chegaram aqui por intermédio de uma empresa italiana. A firma foi multada.

Anti-pichação exportadaResponsáveis pela manutenção de monumentos históricos do

Vaticano, a empresa World Lik SM, de Roma e San Marino en-viou representantes ao brasil para conhecer o trabalho desenvolvido pelo Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) de Porto Alegre. A cidade brasileira é referência quando o assunto é revita-lização dos viadutos com tinta anti-pichação. Representantes da empresa suiça gim Service também acompanharam a visita técnica. “Eles vêm analisar a possibilidade de usar esta técnica na Europa”, explica Francisco Lira, diretor da Impercol em São Paulo.

C o m u n i t à i t a l i a n a / a b r i l 2 0 0 88 a b r i l 2 0 0 8 / C o m u n i t à i t a l i a n a 9

Page 6: Rio de Janeiro, abril de 2008 Ano XIV – Nº 118 Nepotismo · italiano Il Sole 24-Ore, existe um “acordo base” entre as duas em- ... Nesta edição, a Comunità oferece dicas

Il FestIval MondIale dI CreatIvItà nella sCuola (sanreMo)Voltado para crianças e jovens, com idades entre 5 e 19 anos, o festival é formado por compe-tições de dança, cinema e tea-tro contemporâneos. As finais envolvem 28 categorias e acon-tecerão entre 7 e 11 de maio, no teatro teatro Ariston di San-remo. As disputas são divididas nos setores Arte e espetácu-lo, educação e formação, soli-dariedade e social, educação e esporte, prêmio especial e área expositiva. Outras informações podem ser obtidas pelo tel.

0184 570300 e pelo e-mail [email protected]. No site www.gef.it é possível encontrar detalhes em inglês e italianoexpovInIs BrasIl (sp)Promovido pela Exponor bra-sil, é um evento voltado para profissionais de adegas, bares e restaurantes, distribuidores, im-portadores, redes hoteleiras, su-permercados e vinícolas, além de interessados em conhecer os lan-çamentos e saber mais detalhes a respeito dos produtos em exposi-ção. De 28 a 30 de abril, no tran-samérica Expo Center. Das 14h às 19h, para profissionais, das 19h

às 22h, para profissionais e con-sumidores finais. Informações: www.expovinisbrasil.com.br9ª Mostra del paese (rs)De 2 a 18 de maio, a festa não pára, em Antônio Prado, tida co-mo a “cidade mais italiana do brasil”. Distante 185 Km de Por-to Alegre, o município se torna palco do evento promovido pe-la ACIS - Associação Comercial, Industrial e Serviços. Lá, serão realizados exposições, desfiles alegóricos e shows com atra-ções artísticas italianas. A Festa acontece nos finais de semana no Centro de Eventos. Horário: das

10h às 22h. A programação com-pleta pode ser obtida no site [email protected] ou pelo telefone (54) 3293-1609.GIorno del porCo e vIno (rs)O Salão de Eventos da Paróquia São João batista vai ficar peque-no para o evento gastronômico promovido pela Sociedade Ita-liana terra Delle A’cque. Fica em Marcelino Ramos, município loca-lizado a noroeste do Rio grande do Sul, distante 423 Km da capi-tal Porto Alegre. Dia 4 de maio, a partir das 12h. Informações:

(54) 3372-1271 ou [email protected].

na estante

agenda

opinião serviço

frases

“O Coliseu, que sempre foi vis-to como símbolo do Império

Romano, representou para mim a rea-lização de um sonho: conhecer a Itá-lia! Pela foto deve dar para imaginar um pouquinho da minha felicidade em co-nhecer um dos principais pontos turísti-cos de Roma.”

Ana Luíza Rabelo Ciscotto - 21 anosestudante de Relações Públicas na PUC Minas, MG - por e-mail

click do leitor

Mande sua foto comentada para esta coluna pelo e-mail: [email protected]

Arq

uivo

pes

soal

carta“Caro Editor, Dirijo-me à V.Sa. para manifestar o meu protesto quanto à discrimi-

nação desta revista em seu número 117, que de forma clara, inequívoca e ten-denciosa, na mátéria “Volta às Urnas”, discriminou a lista “Sinistra Arcobaleno”, suas propostas e seus candidatos, tentando polarizar a disputa entre as duas principais forças políticas italianas.

É inadmissível e incompreensível, Sr. editor, para um partido histórico e represen-tativo como Rifondazione Comunista, com votações sempre oscilando entre 10 e 15% dos votos, ser ignorado na apresentação das listas desta nova eleição.”

OdILOn de BARROs PIntO, Candidato a Senador pela lista Sinistra Arcobaleno

e Presidente da Federação dos Emigrados Lucanos do Brasil, por e-mail

Piero della Francesca. Uma das mais significativas realizações do historiador da arte e crítico italiano Roberto Longhi (1890-1970), a obra apresenta nova perspectiva para o estudo desse que foi um dos maiores pintores do Quattrocento, o Renascimento do século 15. Com introdução escrita especialmente para a edição brasileira pelo historiador italiano Carlo ginzburg, o volume traz um caderno em cores com 163 imagens que ilustram a obra do artista. Cosac Naify, 464 páginas, 99 reais.

O cômico. Professores da Faculdade de Línguas e Li-teratura Estrangeira da Universidade de Pisa, Concetta

D’Angeli e guido Paduano falam do riso como parte fun-dadora da história da literatura. As manias, as trans-

gressões, os vícios, o riso político-social, a estupidez, a loucura, a moral, a razão, a morte e até mesmo o pensa-mento são abordados pela trajetória do cômico na litera-

tura ocidental. Editora UFPR, 310 páginas, 37 reais.

“Falamos de produtos cuja periculosidade para a pessoa é muito limitada. Os produtos foram apreendidos, por isso não estão no mercado e nunca foram exportados”,

Massimo d’Alema, vice-premier e chanceler italiano, tentando conter arranhões na imagem da Itália como exportadora durante divulgação da notícia de contaminação da mozarela de búfala

“Todos estão felizes com os pilotos, todos estão felizes com a equipe e

eu tenho três anos de contrato”,

Felipe Massa, piloto da Ferrari, sobre rumores que anunciavam sua saída

da equipe italiana diante dos maus resultados nas duas primeiras

corridas do campeonato.

“Se formos para o campeonato europeu sem muita euforia, com humildade e desejo de tirar vantagem de nossas qualidades, estaremos no páreo”,

Fabio Cannavaro, zagueiro do Real Madrid e capitão da seleção italiana de futebol, sobre a participação da Itália na Euro-2008

enquete

Não – 76,2%

Sim – 23,8%

Armani , Diesel, Dolce & Gabbana – 28.6%

Versace 9.5%

Gucci 4.8%

Enquete apresentada no site www.comunitaitaliana.com entre os dias 15 a 20 de março.

Enquete apresentada no site www.comunitaitaliana.com entre os dias 3 a 7 de março.

Projeto de lei toscano prevê a entrada de animais em bares, museus e

teatros. Você é a favor?

Pesquisa revela que Armani é a marca preferida dos brasileiros.

Que marca italiana você prefere?

“O martírio das Fossas Ardeatinas é o fato mais representativo de um caso terrível de perseguição.

Encontrar aqui tantos jovens e familiares das vítimas é importante, porque aqui aconteceu algo

que não esqueceremos nunca”,

Giorgio napolitano, presidente italiano, durante o 64º aniversário do massacre nazista realizado em Roma,

que vitimou 335 pessoas das Fossas Ardeatinas

Resposta: em nota da redação na página 29.

C o m u n i t à i t a l i a n a / a b r i l 2 0 0 810 a b r i l 2 0 0 8 / C o m u n i t à i t a l i a n a 11

Page 7: Rio de Janeiro, abril de 2008 Ano XIV – Nº 118 Nepotismo · italiano Il Sole 24-Ore, existe um “acordo base” entre as duas em- ... Nesta edição, a Comunità oferece dicas

opinione

Franco Urani

Insicurezze ed incertezze, con l’euro alle stelle, preoccupazioni, precarietà

Europa: tempi di rapide trasformazioni

opinione

Ezio MaranEsi

A cosa servono i nostri 18 rappresentanti in Parlamento?

Inutili e costosi

Dopo due mesi passati in brasile, che pare final-mente avviato verso un futuro economicamente

promettente, ad inizio marzo so-no ritornato in un’Europa turbino-sa, avvolta da pesanti incertezze.

La valorizzazione dell’Euro a ben 1,55 dollari pare immoti-vata, in quanto non riflette una florida situazione finanziaria, produttiva, economica dei paesi membri dell’Unione.

Anzi, si sta vivendo un pe-riodo di scarsa crescita, di ten-sioni politiche, di lavoro pre-cario, di spostamenti di masse proletarie tra i vari paesi membri e immigrazioni clandestine di disperati, specie africani, che non si riescono a con-tenere. Le borse sono pe-santemente crollate senza apparenti motivi logici che non siano le preoccupazioni sul futuro mondiale.

In effetti, con il crollo del dollaro motivato dagli ingenti di-savanzi commerciali USA, assurde spese di guerra, eccessivo inde-bitamento interno, esportare là è

diventato proibitivo, mentre l’in-vasione delle merci cinesi ed in-diane è crescente; i prezzi – specie dei prodotti alimentari – aumen-tano e si prevedono quest’anno tassi d’inflazione del 3-4%. Uni-co apparente vantaggio, il mino-re impatto delle importazioni del petrolio e suoi derivati che hanno raggiunto prezzi record. Si ripar-la di protezionismo, di fermare le onde di immigrazione, di porre – per fortuna – sempre maggio-ri vincoli ambientali, in quanto i problemi ecologici sono più che mai sentiti e preoccupanti.

L’Italia è ormai il fanalino di coda dell’Europa ricca: qualche anno fa, a parità di popolazione, rivaleggiava con Francia e Inghil-terra, che oggi la sopravanzano di un 20% ed il suo reddito pro-capite è stato superato da quel-lo spagnolo e, forse tra breve, da quello greco. Il lavoro operaio viene ormai retribuito assai meno di quello dei paesi ricchi, anche se ancora ben superiore a quel-lo dei paesi dell’est recentemen-te entrati nell’Unione, ma sono molte le famiglie che stentano ad arrivare a fine mese. Si sono ridotti sensibilmente i risparmi, il mercato immobiliare rallenta e non pochi sono in difficoltà a pa-gare i mutui della casa.

La situazione italiana è moti-vata dal fallimento politico de-

gli ultimi 20/30 anni, dall’in-

debitamento interno astronomico ed irresponsabile dei governi de-mocristiani/socialisti degli an-ni 80/90, dall’inefficienza dello Stato che peraltro preleva circa il 43% delle risorse ai suoi cittadini, dalla rissosità politica, dall’attua-le sistema costituzionale ed elet-torale. Inoltre, non regge la scuo-la, i cui livelli sono tra i più bassi d’Europa, la ricerca è del tutto in-sufficiente, siamo quasi del tutto dipendenti in fatto d’energia in quanto abbiamo rinunciato a do-tarci di generatori nucleari.

Ed ancora, il governo è ca-duto, non per motivazioni con-crete, ma per questioni persona-li di politici di secondo piano il cui voto era tuttavia decisivo; la nostra ALItALIA è in stato falli-mentare (a differenza delle altre compagnie aeree europee), Na-poli sprofonda nell’immondizia ed è uno scandalo europeo.

Vedremo cosa ci riserveranno le ormai imminenti elezioni che certo sarebbe stato meglio affron-tare non con l’attuale legge elet-torale, ormai da tutti ripudiata, che prevede la designazione degli eletti da parte dei partiti e regole diverse tra Camera e Senato.

Personalmente, apprezzo le idee innovatrici, moderne e con-cilianti di Veltroni, ma dubito che possa prevalere in quanto il Par-tito Democratico è stato costitu-ito da pochi mesi e non è ancora consolidato. Sarebbe forse auspi-cabile un governo di coalizione, con a capo una personalità di sicura competenza, capacità ed onestà al di sopra dei partiti (mi parrebbe ideale Mario Monti) per riformulare con saggezza e rapi-

dità le regole politiche, taglia-re le inefficienze della pub-blica amministrazione, ridare dignità allo Stato, rilanciare

l’economia.

I 18 parlamentari uscenti, eletti dagli italiani all’este-ro, hanno sfilato in passerel-la sugli schermi RAI per rac-

contarci cosa hanno fatto in due anni di “lavoro”. Una arrampica-ta penosa. Riassumendo: hanno ottenuto, in teoria, 36 milioni di euro per le comunità all’estero, qualche milione in più di quan-ti sarebbero stati comunque stanziati. Destinazione: miglio-ramento dei servizi consolari, accelerazione del disbrigo del-le pratiche per il riconoscimen-to della cittadinanza italiana, istituzione dell’assegno di soli-darietà per gli italiani indigen-ti. Scrissi “in teoria” perché il tempo e la burocrazia ridurranno l’efficacia dell’intervento.

Aiutare gli italiani indigenti è giusto quando si tratta di ita-liani “italiani”. È meno giusto quando si tratta di pronipoti di quarta generazione. L’ex ministro Danieli ha dichiarato che il Mi-nistero aveva già comunque au-mentato da 1000 a 1500 euro il contributo annuo che i Consolati possono assegnare agli indigen-ti. Meglio che niente. Migliorare i servizi consolari è necessario, ma è compito del Ministero assi-curare l’efficienza dei Consolati. Accelerare le pratiche di cittadi-nanza è un bisogno francamente non prioritario. Il risultato con-creto di 2 anni di lavoro di 18 parlamentari è prossimo a zero: si gira a vuoto.

Difficile capire, dalle pie-ghe del bilancio dello Stato, quanto sono costati i nostri 18 campioni. tento quin-di una stima. Considerando stipendi, benefici, ufficio e assistenti, viaggi, rimborsi, futura pensione, taglio di capelli gratuito, ristorante a prezzo di banana, ecc., stimo 20 milioni l’anno, cioé 40 in due anni. Per ottenere pochi milioni in più. Il rapporto co-sto/beneficio è un disastro.

gli obiettivi che hanno im-pegnato gli inutili 18 sono com-

piti istituzionali del C.g.I.E. In altri termini: essi c e r -cano lavoro occu-pandosi di ciò che altri già devono fare. L’ex on. Ri-volta pone addi-rittura in dub-bio la valenza costituziona-le del loro man-dato. Secondo la Costituzione, in-fatti, i parlamen-tari rappresentano tutti gli italiani, ma i nostri si agi-tano solo a favore della loro “riserva indiana”. Non vale la pena insistere su questo aspet-to: definirli “inu-tili” è più che ab-bastanza.

C’è poi un aspetto intrigan-te. Solo il 27% dei 3.6 milioni di italiani residenti all’estero è nato in Italia. Cioè 73 su cento sono nati all’estero, forse 80 nelle comunità ad emigra-

zione più antica, come quelle del Sudamerica. Quanti sono, di questi 80, quelli di 2ª, 3ª, 4ª generazione? Possiamo dire che gli “italiani” di 3ª e 4ª gene-razione siano veramente italia-ni? Quanti di loro sanno parlare

italiano? Quanti di loro cono-scono l’Italia? Perché, se non la conoscono, possono eleggere 18 parlamentari che dovrebbero contribuire a risolvere i proble-mi italiani?

C’è qualcosa di perverso in questa trama. I nostri cari (in senso monetario) inutili devo-no legittimare la loro esistenza e quindi si danno da fare per au-mentare il numero degli “italia-ni bionici”, loro base elettorale,

forzando lo stanziamento di fondi per accelerare il di-

sbrigo delle pratiche di cittadinanza. Oltre un milione sono le pra-tiche in sofferenza, la maggior parte in Sudamerica. Creare nuovi italiani è il lo-ro obiettivo princi-pale. Un obiettivo discutibile. Per dirla alla Pirandello, ab-

biamo eletto 18 per-sonaggi in cerca di autore, cioè di una ragione di essere. Semplicemente as-surdo.

La legislazione italiana sulla citta-

dinanza, basata sullo “ius sanguinis”, è la più permissiva in Euro-

pa. Chi diventa cittadi-no italiano può circolare liberamente in Francia o

Spagna. La nostra legisla-zione dovrebbe quindi es-

sere similare alle altre legi-slazioni europee. Nessuno ha

il coraggio di parlarne aper-tamente, ma rimane il sospet-to che se quel milione di prati-che in sofferenza non si riduce è perché non si vuole ridurre. Non sarebbe il caso di armonizzare la nostra con le altre legislazio-ni europee prima di mettere ma-no a questo immenso problema burocratico? Perché i nostri inu-tili, che siamo obbligati a man-tenere, non si occupano di que-sto problema?

Arq

uivo

pes

soal

a b r i l 2 0 0 8 / C o m u n i t à i t a l i a n a 13

Page 8: Rio de Janeiro, abril de 2008 Ano XIV – Nº 118 Nepotismo · italiano Il Sole 24-Ore, existe um “acordo base” entre as duas em- ... Nesta edição, a Comunità oferece dicas

opinione

Fabio Porta

In tre parole il segreto del successo dell’Italia nel mondo. Una ‘formula magica’ che nasce da una lunga storia, purtroppo ancora sconosciuta alla maggioranza degli stessi italiani

“Nino, non avere paura di tirare un calcio di rigore: non è mica da questi particolari che

si giudica un giocatore! Un gioca-tore lo vedi dal Coraggio, dall’Al-truismo e dalla Fantasia…”: mi è piaciuto concludere con questa citazione di un grande cantautore italiano, Francesco De gregori, il discorso con il quale ho iniziato il mio ‘tour elettorale’ che – nel giro di meno di un mese – mi ha por-tato in quasi tutto il brasile e nel-le principali città del Sudamerica.

Era allo stesso tempo una ma-niera di dare entusiasmo e moti-vazione a chi, insieme a me, si stava impegnando in una difficile competizione politica, ma si trat-tava anche di un vero e proprio omaggio alla nostra emigrazione.

Il Coraggio, l’Altruismo e la Fantasia potrebbero infatti essere

considerate tre categorie proprie di quel popolo di emigrati che, ad on-date successive dalla fine dell’800 alla prima metà del secolo scor-so, e poi con un flusso minore ma mai interrotto, hanno costruito nel mondo quell’Altra Italia della quale andiamo tutti tanto orgogliosi.

Coraggio, anzitutto. Quel co-raggio necessario ad abbandonare la propria terra, i propri cari, le proprie radici. Un coraggio che in alcuni casi rasentava l’incoscien-za, se non fosse vero il contrario, e cioè il fatto che chi partiva ave-va la chiara coscienza e consape-volezza che in quel momento si trattava dell’unica alternativa per sopravvivere e per garantire alla propria famiglia (quella che parti-va, ma anche quella che restava) una speranza di futuro. Un corag-gio d’altri tempi, si direbbe, di al-tri uomini e donne; un coraggio

che difficilmente oggi riusciamo a comprendere, in una società – la nostra – dove difficilmente si ab-bandona il certo per l’incerto.

Quindi l’Altruismo. Anche que-sto di proporzioni oggi difficil-mente comprensibili e ripetibili. Un altruismo a 360 gradi, capace di un sacrificio senza precedenti di milioni di persone a favore, in primo luogo, della loro famiglia, ma anche – sia pure indirettamen-te – del Paese che ci si lasciava al-le spalle, che anche grazie a quel sacrificio avrebbe poi ritrovato la forza per riprendere la lenta strada dello sviluppo. Un altruismo, in-fine, in grado di trasformarsi spes-so nel vero motore per la costru-zione di nuove nazioni: il brasile, l’Argentina, l’Uruguay, ma anche gli Stati Uniti e l’Australia: Paesi “in costruzione” che accolsero a braccia aperte (che non vuol dire con rose e fiori…) i nostri emigra-ti, e che grazie al loro duro lavo-ro ed alle abilità e competenze di questi uomini e donne riuscirono a crescere e a svilupparsi.

E poi, la Fantasia. Ecco il se-greto del successo degli italiani nel mondo, quella ‘marcia in più’ che ci ha fatti divenire ovunque qual-cosa di speciale, garantendoci quel rispetto, quella considerazione e quella sincera ammirazione che so-no anche il frutto di una cultura millenaria. La fantasia del ciabatti-no o del fruttivendolo, divenuti poi grandi imprenditori; la fantasia del-le migliaia di cantine italiane, co-strette ad adattarsi agli ingredien-ti locali; ma anche la fantasia degli artisti-artigiani, dei giornalisti e dei giornalai, come quella degli anarco-sindacalisti che qui diedero vita ad una nuova epopea nella storia del movimento operaio internazionale.

Forse tutta questa storia me-riterebbe essere ripresa, appro-fondita, in una parola: studiata.

Sono convinto che le scuole, e in primo luogo le scuole italiane, debbano rivedere totalmente l’at-tenzione che danno (poca) al ca-pitolo “emigrazione”; che solita-mente è un capitoletto piccolo e sciapo, di quelli che si studiano (se rimane tempo) alla fine dell’anno scolastico; un capitoletto pieno di stereotipi, con l’immancabile foto della famiglia a lato della classica “valigia di cartone”.

Ecco, l’emigrazione è questo ma è molto, molto di più.

Non ci siamo fermati alla va-ligia di cartone, e abbiamo smes-so di piangere da tempo, da tan-to tempo.

Abbiamo costruito interi Paesi, monumenti, chiese, strade e ferro-vie, industrie e supermercati, città e campagne; siamo diventati par-te essenziale della classe politica e imprenditoriale, come dei movi-menti sociali e della vita culturale.

Di questa Italia si parla poco sui banchi di scuola italiani, e la futura classe dirigente italiana, come anche l’opinione pubblica e i mezzi di informazione di massa, non assimilerà mai questa parte tanto importante della storia del nostro Paese.

Credo che sia questa la vera sfida di chi, a vari livelli, è im-pegnato all’estero nella rappre-sentanza di questa realtà tanto grande e significativa.

L’Altra Italia diventerà cosí qualcosa di più che una cartoli-na ingiallita e non sarà più iden-tificata con un anziano senato-re italo-argentino, fantomatico “ago della bilancia” dei governi che verranno.

Coraggio, altruismo, fantasia

La fiNESTRaDaniele Mengacci

[email protected]

Una campagna elettorale, quan-do il risultato sembra sconta-

to ed è frutto di un mal sottaciu-to accordo tra i due grandi partiti, diventa noiosa e piatta.

Cosí è accaduto per queste elezioni, nonostante i soliti schia-mazzi giustizialisti di Di Pietro, le pesanti intromissioni della Chiesa Cattolica, la montagna di veri pro-blemi a cominciare dai rifiuti di Napoli fino all’interventismo na-zionalista nella vicenda Alitalia.

Novità, invece, si sono vi-ste proprio nel nostro comparto elettorale, quello degli italiani delle colonie.

tanto per restare nel collegio America del Sud, ecco che nella scheda elettorale compaiono, fi-nalmente, non solo le sigle dell’as-sociazionismo, ma anche quelle dei maggiori partiti nazionali e di quelli in via di estinzione.

Si presentano cosí con il pro-prio simbolo il Popolo delle Liber-tà – berlusconi, l’Unione Demo-cratico Cristiana – Casini, la De-stra – Santaché, la Sinistra Arco-baleno e infine il Partito Sociali-sta – boselli, ai cui capilista van-no i miei forti auguri di successo.

La loro presenza nelle sche-de elettorali per l’estero, e forse domani in Parlamento, significa un’evoluzione del modo di fare politica nell’ emigrazione, finora dominata dai patronati sindacali e dall’associazionismo legato ad istanze corporative degli emigrati, riportando nell’alvo istituzionale l’azione dei parlamentari esteri a favore degli interessi generali del-la Nazione, cosa che non è avve-nuta nella precedente legislatura.

guardando poi la scheda elet-torale usata nel territorio metro-politano, tra i centoquarantaset-te simboli (sbarramento, sbarra-mento !!) compaiono tre aggre-gazioni politiche sensibili ai te-mi dell’emigrazione: Lega Padana Lombarda – Ass. It. Sud America, leader Cesare Valentinuzzi, Italia-ni residenti all’estero, Lista Indi-pendente Nord America.

Sono liste che cavalcano l’on-da, lanciata dal Senatore Sergio De gregorio con la sua Italiani nel Mondo, di gabellarsi come difen-sori degli emigrati pur non aven-do trascorso nemmeno un giorno della loro vita come tali.

Sanno che queste elezioni so-no solo um passaggio, anche se di cruciale importanza, che porterà il corpo elettorale a nuova con-sulta nel 2009, quando o sarà va-rata una nuova legge elettorale, e il suo contenuto sarà determinato dalla rinascita o no del cattolice-simo politico unito, o dallo svol-gimento del referendum.

In tutti e due i casi, gli attua-li mandati parlamentari si ritrove-ranno privi della legittimazione popolare, perché espressa da una legge decaduta o riformata, e do-vranno quindi chiedere uma con-ferma della volontà popolare in base al nuovo dettato normativo.

Cambio argomento per parlare rapidamente di uma questione che sento profondamente, e parlo della Cina, del suo cinquantennale impe-rialismo, e della strage dei monaci buddisti, cose che ben conosciamo, per chiedere il sabotaggio imme-diato delle celebrazioni di apertura [delle Olimpiadi]: nessuna delega-zione politica, solo gli atleti con le bandiere a lutto, e che facciano il pieno di medaglie portandole via ai cinesi, cosí come fece Jerry Owens a berlino nel 1936.

elezIonI: novItà solo

all’estero

articolo / notizie

Saldo positivoLa bilancia commerciale dello Stato di Rio de Janeiro, in feb-

braio, ha avuto un risultato record. Le esportazioni, che som-mano 963,1 milioni di dollari, sono state le più alte del mese, con un aumento del 20,5% in confronto al febbraio 2007. Anche le importazioni hanno raggiunto il maggior valore per il mese, con 810 milioni di dollari e un aumento del 25,2 % rispetto all’anno scorso. Il saldo commerciale di 153 milioni di dollari è rimasto praticamente stabile, con una leggera variazione dello 0,8%, ma è stato il miglior risultato osservato per il mese di febbraio. I nu-meri sono del boletim RioExporta, pubblicato dal Sistema Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro).

ItaipuUn nuovo centro amministrativo per ospitare la direzione brasi-

liana dell’idroelettrica di Itaipu sarà costruito a Foz do Iguaçu (PR), per un valore di 82 milioni di reali, secondo informazioni del quotidiano Folha de S. Paulo. Il progetto architettonico, in stile fu-turista, è di Oscar Niemeyer e vuole riunire tutte le direzioni della centrale, oggi sparse in tre diversi punti della città. Il nuovo cen-tro, con inaugurazione prevista per il 2010, rimarrà a circa 1.500 metri dalla diga, in un terreno sul margine sinistro. Per il progetto, l’ufficio di architettura di Niemeyer ha guadagnato 4,7 milioni di reali (il 5,8% del valore totale dei lavori). Con 43mila metri quadra-ti, il progetto è formato da due edifici di cemento armato separati da uno specchio d’acqua e collegati da una passerella.

MG promuove prospettive del Pólo AutomotivoResponsabile di quasi un quarto della produzione nazionale

di veicoli, Minas gerais si prepara per fare un salto nella sua industrializzazione, grazie a investimenti nell’industria automobi-listica locale. Il gruppo Fiat, presenza importante nello stato, ha confermato l’applicazione di 5 miliardi di reali fino al 2010 nelle sue imprese (Fiat Automóveis, Iveco, FPt Powertrain technolo-gies, Case New Holland, Magnetti Marelli e teksid).

E per intavolare le trattative sulle previsioni di investimenti, pro-duzione e costi del settore, oltre a tracciare un panorama dell’eco-nomia e un bilancio dell’attuale situazione dei settori di energia e acciaio, la Câmara ítalo-brasileira de Comércio, Indústria e Artesa-nato de Minas gerais ha promosso, a belo Horizonte, il Seminário Perspectivas do Pólo Automotivo de Minas gerais. Circa 350 persone hanno partecipato all’evento a cui ha partecipato, presentando una conferenza, il presidente della Fiat Automóveis, Cledorvino belini.

Sesto postoLa Petrobras è salita di cinque posti nel ranking delle maggiori

compagnie energetiche del mondo: è passata dall’11° posto nel 2006 al 6° nel 2007. Reso noto dai consultori PFC Energy, il rileva-mento considera solo il valore di mercato delle imprese in borsa. La valorizzazione del 93% delle azioni della Petrobras, l’anno scorso, ha determinato il progresso della compagnia nel ranking. La statale si è lasciata alle spalle imprese come la britannica bP e la francese total, che occupavano, nel 2006, la quinta e sesta posizione e sono cadu-te nel 2007 rispettivamente alla settima e ottava. Dai dati della PFC Energy, il valore di mercato della Petrobras è aumentato da 107,8 mi-liardi di dollari nel 2006 a 242,7 miliardi di dollari nel 2008.

a b r i l 2 0 0 8 / C o m u n i t à i t a l i a n a 15

Page 9: Rio de Janeiro, abril de 2008 Ano XIV – Nº 118 Nepotismo · italiano Il Sole 24-Ore, existe um “acordo base” entre as duas em- ... Nesta edição, a Comunità oferece dicas

capa

Donna di Acciaio assume Confindustria

Donna de AçoassumePela primeira vez, em quase um século de existência,

a Confederação Geral da Industria Italiana será presidida por uma mulher. Aos 43 anos, Emma

Marcegaglia vai ocupar um cargo até então exercido por 27 homens. A administradora delegada do potente

grupo siderúrgico multinacional Marcegaglia vai suceder, à frente da Confindustria, Luca Cordero

de Montezemolo, presidente dos Grupos Fiat e Ferrari. Em um breve encontro, Emma falou com

exclusividade à Comunità, em Roma.

Per la prima volta in quasi un secolo di esistenza, la Confederazione Generale dell’Industria Italiana

sarà presieduta da una donna. A 43 anni, Emma Marcegaglia occuperà un incarico

finora condotto da 27 uomini. L’amministratrice delegata

del potente gruppo siderurgico multinazionale Marcegaglia succederà, a capo della Confindustria,

Luca Cordero di Montezemolo, presidente

dei Gruppi Fiat e Ferrari. In un breve incontro, Emma ha parlato in esclusiva

con Comunità, a Roma.

ConfindustriaLisoMar siLva, dE roMa Quem a comparar com

a histórica e britânica Lady de Ferro Margareth thatcher, ou à primeira

ministra alemã Angela Merkhel, pode acabar acertando. Emma Marcegaglia, a mais jovem pre-sidente italiana da Confindustria tem um caráter forte e inoxidá-vel, modelado com a elegância e a suavidade da seda, como con-vém a uma líder natural. “Lady de Aço” foi o apelido que ganhou da revista inglesa The Economist. Em maio, Emma tomará posse da instituição que representa 40% do mundo empresarial italiano. Ela vai liderar 126.590 empresas afiliadas a 18 associações regio-nais e a outras 18 federações, englobando 100 associações de categoria. Juntas, reúnem cerca de 4,7 milhões de pessoas que trabalham em vários segmentos econômicos. Foi eleita em março com 95% dos votos (136 dos 142 componentes do Conselho).

Emma abriu o caminho da liderança feminina na Confindus-tria no quadriênio 1996-2000, quando encabeçou os jovens em-presários under 40, cargo que au-tomaticamente lhe conferiu tam-bém o papel de vice-presidente. Em 2004, o próprio Luca Cordero de Montezemolo lhe ofereceu a vice-presidência para programas de desenvolvimento no campo da Energia e da política industrial para o meio ambiente.

Reformular os contratos de trabalho, reduzir as despesas públicas a partir de reformas

administrativas e eliminar as atividades improdutivas são, segundo Emma, temas que ela pretende trabalhar como presi-dente da Confindustria, junto ao governo. Para Comunità ela antecipou que planeja, tam-bém, defender a utilização da energia nuclear.

— Os dirigentes industriais e políticos, assim como a opi-nião pública, devem levar em consideração a necessidade de se construir centrais nucleares em nosso território, para a pro-dução de energia. Não podemos continuar a viver de gás e pe-tróleo importados, sem pensar em alternativas energéticas que nos garantam um mínimo de au-tonomia. Precisamos valorizar também a formação profissional dos jovens e o turismo, um dos setores–chave de nossa econo-mia — afirma ela que também atua no ramo turístico.

C hi la paragona alla sto-rica e britannica Lady di Ferro Margareth thatcher, o alla premier

tedesca Angela Merkhel, finisce col fare centro. Emma Marcega-glia, la più giovane presidente italiana della Confindustria, ha un forte e inossidabile caratte-re, modellato con l’eleganza e la leggerezza della seta, come conviene ad una leader naturale. “Lady di Acciaio” è stato il so-prannome che ha ricevuto dalla rivista inglese The Economist.

In maggio, Emma sarà insedia-ta nell’istituzione che rappresenta il 40% del mondo imprenditoriale italiano. guiderà 126.590 imprese affiliate a 18 associazioni regio-nali e ad altre 18 federazioni, che comprendono 100 associazioni di categoria. Insieme, riuniscono circa 4,7 milioni di persone che lavorano in vari segmenti econo-mici. È stata eletta a marzo con il

95% dei voti (136 dei 142 membri del Consiglio).

Emma ha aperto la strada del-la leadership femminile alla Con-findustria nel quadriennio 1996-2000, quando era al primo posto tra i giovani imprenditori under 40, incarico che le ha automatica-mente conferito anche il ruolo di vice presidente. Nel 2004, lo stes-so Luca Cordero di Montezemolo le ha offerto la vice presidenza per i programmi di sviluppo nel campo dell’energia e della politica industriale per l’ambiente.

Riformulare i contratti di la-voro, ridurre la spesa pubblica partendo dalle riforme ammi-nistrative ed eliminare le atti-vità improduttive sono, secon-do Emma, temi su cui lei vuole lavorare come presidente della Confindustria, insieme al gover-no. A Comunità ha anticipato che vuole inoltre difendere l’uso dell’energia nucleare.

— I dirigenti industriali e po-litici, così come l’opinione pub-blica, devono prendere in consi-derazione il bisogno di costruire centrali nucleari sul nostro ter-ritorio per produrre energia. Non possiamo continuare a vivere con gas e petrolio importati, senza pensare ad alternative energeti-che che ci garantiscano un mi-nimo di autonomia. Dobbiamo valorizzare anche la formazione professionale dei giovani e il turismo, uno dei settori chiave della nostra economia — affer-ma Emma, che lavora anche nel ramo turistico.

Div

ulga

ção

Gru

po K

eyst

one

16 17a b r i l 2 0 0 8 / C o m u n i t à i t a l i a n aC o m u n i t à i t a l i a n a / a b r i l 2 0 0 8

Page 10: Rio de Janeiro, abril de 2008 Ano XIV – Nº 118 Nepotismo · italiano Il Sole 24-Ore, existe um “acordo base” entre as duas em- ... Nesta edição, a Comunità oferece dicas

capa

E acrescenta:— Vivemos em um cenário com-plexo, marcado pelo alto preço do petróleo e pelo vertiginoso dese-quilíbrio no mercado monetário, com o euro supervalorizado e o dólar muito enfraquecido. Corre-mos o risco de ver muitas ativi-dades produtivas cada vez mais deslocadas para áreas geográficas onde a mão-de-obra custa menos que na Itália. Se essa situação não mudar, nossa competitivida-de estará totalmente comprome-tida. Creio que esta seja uma das conseqüências do atual modelo capitalista financeiro americano, que está se distanciando cada vez mais de modo perigoso das bases fundamentais da economia.

Em março, logo após ter sido escolhida a nova representante do empresariado italiano, Emma mer-gulhou de cabeça na formação de sua equipe de colaboradores e na preparação do programa que vai expor no dia 23 de abril ao exa-me da Junta da Confindustria e ao sucessor do primeiro-ministro Ro-mano Prodi no novo governo.

Ela sabe que deverá dar res-postas rápidas e concretas às ex-pectativas dos empresários que a elegeram, especialmente os das regiões Norte e Nordeste do país, áreas vitais do tecido industrial italiano. Sabe também que terá que propor estratégias precisas e atraentes para recuperar a confian-ça dos investidores estrangeiros no mercado italiano - sobretudo das empresas internacionais afi-liadas à Confindustria - especial-mente após as recentes previsões alarmantes da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e do Fundo Mo-netário Internacional (FMI) sobre as dimensões da crise econômica e a redução do crescimento do PIb nos Estados Unidos, na Europa em geral e na Itália em particular.

A jovem empresária promete usar toda a sua energia e experi-ência para tratar também de pro-blemas espinhosos do mercado interno, como a ameaçadora pro-babilidade de crescimento zero na economia, as lacunas existentes na formação de alto nível profissional,

a perda do poder aquisitivo dos tra-balhadores, o necessário aumento de salários e a reforma nos contra-tos de trabalho, que os industriais defendem e que as centrais sindi-cais dos trabalhadores condenam.

— A moderna classe empresa-rial italiana quer ser protagonista das mudanças a serem aplicadas para a construção do futuro do país. Podemos atuar para melhorar nosso sistema produtivo e indus-trial, que ainda se mostra saudável, dinâmico e vivo. Não queremos ser subestimados nem submetidos a situações que freiam o crescimen-to econômico. temos que melhorar também o nível qualitativo de nos-sa capacidade produtiva — afir-mou em discurso, após receber a notícia da sua eleição, na própria sede da Confidustria.

A futura presidente de Confin-dustria, com mandato até 2012, usa um tom de voz calmo e firme para estimular os empresários ita-lianos a formarem equipes com-pactas de trabalho dentro e fora do país para enfrentar e superar o longo período de crise. Ainda no dia da sua eleição, antecipou sua “carta de intenções”:

— Insistiremos para que o governo diminua as alíquotas fis-cais das empresas e nos dê maior autonomia de contratação flexível

com os trabalhadores. As indús-trias européias e as entidades do setor também devem garantir que instituições financeiras locais e internacionais redimensionem e controlem a instabilidade dos mer-cados. Após minha posse, vou pro-por uma aliança com as associa-ções de industriais na Alemanha, França e Inglaterra para tratarmos de alguns dos temas mais impor-tantes da economia européia. Em termos de ecologia, por exemplo, já estamos unidos na luta contra o superaquecimento do planeta, mas devemos persuadir os Esta-dos Unidos, a China e a Rússia a co-dividirem nossos objetivos. Sou também contrária a formas de neo-protecionismo porque condi-cionam o crescimento econômico, mas quero convencer os indus-triais italianos, temerosos sobre os efeitos da globalização de que podemos tirar muito proveito da internacionalização da economia.

Curiosa e aberta para novas ex-periências, bem como à globaliza-ção e à livre concorrência dos mer-cados, Emma tem fortes convicções sobre a importância do trabalho de equipe no mundo econômico e em-presarial. E já mandou um recado:

— Os sindicatos não podem bloquear eternamente o urgente processo de inovação na economia

Lideranças femininas no mundo

Leadership femminili nel mondo

Emma Marcegaglia, em ordem de nomeações internacionais, é a oitava presidente de uma associação industrial no mundo.

A França conta com Laurence Parisot, eleita presidente do Me-def (Mouvement des Entreprises Francaises) em 2005. Dois anos depois, na turquia, a dirigente laica e europeísta Arzulan Dogan Yalcindag, do setor editorial – é proprietária de oito jornais e três redes televisivas - foi escolhida para dirigir a tusiad (nome turco da federação local das industrias). Na Albânia, a Associa-ção Industrial Kop é dirigida por Shefiket Ngjela. Segundo o site da International Organization of Employers, em Cabo Verde tam-bém existe uma pequena associação industrial, cuja presidente se

chama Vânia Isabel Medina. Os empresários haitianos elegeram Maryse P. Kedar e, na Repúbli-ca Dominicana, a associação Copardom indicou Maribel gas-sò, sem falar na Jamaica, onde Audrey Hinchcliffe é presiden-te da Jef, com Lisa Lewis como vice-presidente. Até as Ilhas Fiji tiveram a sua presidente na Fef, a associaçao empresa-rial local. Chama-se Sangeeta Niranjan, mas permaneceu no cargo somente por um ano e demitiu-se em 2006.

Emma Marcegaglia, nella lista delle nomine internazionali, è l’ot-tavo presidente di un’associazione industriale nel mondo. La

Francia conta su Laurence Parisot, eletta presidente del Medef (Mou-vement des Entreprises Francaises) nel 2005. Due anni dopo, in tur-chia, la dirigente laica e europeista Arzulan Dogan Yalcindag, del settore editoriale – è proprietaria di otto giornali e tre reti televisive – è stata scelta per dirigere la tusiad (nome turco della federazio-ne locale delle industrie). In Al-bania, l’Associazione Industriale Kop è diretta da Shefiket Ngjela. Secondo il sito dell’ International Organization of Employers, an-che a Capo Verde c’è una picco-la associazione industriale, il cui presidente si chiama Vânia Isabel Medina. gli imprenditori haitiani hanno eletto Maryse P. Kedar e, nella Repubblica Dominicana, l’associazione Copardom ha indi-cato Maribel gassò, senza parlare della giamaica, dove Audrey Hin-chcliffe è presidente della Jef, con Lisa Lewis come vice presi-dente. Perfino le Isole Fiji hanno avuto la loro presidente nella Fef, l’associazione imprenditoriale locale. Si chiama Sangeeta Niranjan, ma è rimanuta in carica solo un anno e si è dimessa nel 2006.

E aggiunge:— Viviamo in uno scenario com-plesso, segnato dagli alti prezzi del petrolio e dal vertiginoso squilibrio nei mercati monetari, con l’euro supervalorizzato e il dollaro molto indebolito. Corria-mo il rischio di vedere molte at-tività produttive sempre più spo-state verso aree geografiche dove la manodopera costa meno che in Italia. Se questa situazione non cambia, la nostra competitività ne sarà totalmente compromessa. Credo che questa sia una delle conseguenze dell’attuale modello capitalista finanziario americano, che si sta allontanando sempre

più, e pericolosamente, dalle basi fondamentali dell’economia.

In marzo, subito dopo essere stata scelta come nuova rappre-sentante dell’imprenditoriato ita-liano, Emma si è messa sotto per formare la sua équipe di collabora-tori e preparare il programma che presenterà il 23 aprile all’esame della giunta della Confindustria e al successore del primo ministro Romano Prodi nel nuovo governo.

Emma sa che dovrà dare ri-sposte rapide e concrete alle aspettative degli imprenditori che l’hanno eletta, specialmente quelli del Nord e Nord-Est italiani, aree vitali del tessuto industria-le italiano. E sa anche che dovrà proporre attraenti e precise stra-tegie per recuperare la fiducia de-gli investitori stranieri nel merca-to italiano – soprattutto di quelli di imprese internazionali affiliati alla Confindustria – specialmente dopo le recenti e allarmanti pre-visioni dell’Organizzazione per la Cooperazione e lo Sviluppo Eco-nomico (OCDE) e del Fondo Mo-netario Internazionale (FMI) sulle dimensioni della crisi economica e la riduzione della crescita del PIL negli Stati Uniti, in Europa in generale e in Italia in particolare.

La giovane imprenditrice pro-mette di usare tutta la sua ener-

gia ed esperienza per occuparsi anche degli spinosi problemi del mercato interno, come la minac-ciosa probabilità di crescita zero per l’economia, le lacune esi-stenti nella formazione dell’alto livello professionale, la perdita del potere d’acquisto dei lavora-tori, il necessario aumento degli stipendi e la riforma dei contratti di lavoro, che gli industriali di-fendono e che le centrali sinda-cali dei lavoratori condannano.

— La moderna classe im-prenditoriale italiana vuol essere protagonista dei cambiamenti che saranno applicati per la costruzio-ne del futuro del paese. Possiamo lavorare per migliorare il nostro sistema produttivo ed industria-le, che dimostra d’essere ancora salutare, dinamico e vivo. Non vogliamo essere sottovalutati né sottomessi a situazioni che fre-nino la crescita economica. Dob-biamo migliorare anche il livello qualitativo della nostra capacità produttiva — ha detto durante un discorso, dopo aver ricevuto la notizia della sua elezione, nella propria sede della Confindustria.

Il futuro presidente della Confindustria, con un mandato valido fino al 2012, usa un tono

di voce calmo e fermo per sti-molare gli imprenditori italiani a formare équipe compatte di lavoro dentro e fuori dal paese per affrontare e superare il lungo periodo di crisi. Sempre il giorno della sua elezione, ha antecipato la sua “carta di intenzioni”:

— Insistiremo affinché il governo diminuisca le aliquote fiscali delle imprese e ci dia una maggior autonomia per le con-trattazioni flessibili dei lavoratori. Anche le industrie europee e gli enti del settori devono garantire che le istituzioni finanziarie locali ed internazionali ridimensionino e controllino l’instabilità dei mer-cati. Dopo il mio insediamento, proporrò un’alleanza con le asso-ciazioni di industriali in germania, Francia e Inghilterra per discutere sui temi più importanti dell’econo-mia europea. Per ciò che riguarda l’ecologia, ad esempio, siamo già uniti nella lotta contro il surriscal-damento del pianeta, ma dobbia-mo persuadere gli Stati Uniti, la Cina e la Russia a condividere i no-stri obiettivi. Sono inoltre contra-ria a forme di neo-protezionismo perché condizionano la crescita economica, ma voglio convincere gli industriali italiani, preoccupati

Preocupação com a competitividade da indústria italiana

Abaixo, vista aérea do Grupo Marcegaglia em Ravenna

Preocupazione con la competitività dell’industria italiana

Sotto, veduta aerea del Gruppo Marcegaglia a Ravenna

Arzulan Yalcindag

Laurence Parisot

Gru

po K

eyst

one

Gru

po K

eyst

one

Div

ulga

ção

Div

ulga

ção

Div

ulga

ção

Div

ulga

ção

C o m u n i t à i t a l i a n a / a b r i l 2 0 0 818 a b r i l 2 0 0 8 / C o m u n i t à i t a l i a n a 19

Page 11: Rio de Janeiro, abril de 2008 Ano XIV – Nº 118 Nepotismo · italiano Il Sole 24-Ore, existe um “acordo base” entre as duas em- ... Nesta edição, a Comunità oferece dicas

capa

italiana. O mesmo vale para os em-presários que ainda esperam obter medidas protetoras e paternalísticas do Estado contra a globalização.

Grupo MarcegagliaMarcegaglia é um grupo multina-cional nos setores industrial e fi-nanceiro que tem 50 empresas es-palhadas na Itália, Inglaterra, Po-lônia, Estados Unidos e brasil, com 6.500 funcionários no setor metal-siderúrgico e em outros segmentos de produção. Atualmente é o déci-mo grupo italiano totalmente con-trolado pela família Marcegaglia, incluindo também atividades nos campos da energia e do turismo. Fatura 4,2 bilhões de euros e re-gistrou um crescimento médio de 15% nos últimos dez anos (20% no últimos cinco anos).

transforma anualmente 5 milhões de toneladas de aço em quase 5 mil quilômetros de tubos, chapas de aço para a fabricação de automóveis, eletrodomésti-cos, móveis, recipientes metáli-cos e estruturas para a constru-ção civil. Em outubro próximo, o

con gli effetti della globalizzazio-ne, che potremo invece trarre pro-fitto dall’internazionalizzazione dell’economia.

Curiosa e aperta a nuove esperienze, così come alla globa-lizzazione e alla libera concorren-za dei mercati, Emma è profonda-mente convinta dell’importanza del lavoro di équipe nel mondo economico e imprenditoriale. E ha già mandato un messaggio:

— I sindacati non possono eternamente bloccare l’urgente processo innovativo dell’econo-mia italiana. Lo stesso vale per gli imprenditori che ancora spe-rano di ottenere misure protetti-ve e paternalistiche dallo Stato contro la globalizzazione.

Gruppo MarcegagliaMarcegaglia è un gruppo multi-nazionale nei settori industriale e finanziario che vanta 50 imprese sparse in Italia, Inghilterra, Po-lonia, Stati Uniti e brasile, con 6.500 impiegati nel settore me-tal-siderurgico e altri segmenti di produzione. Attualmente è il de-

in Cina, dove costruirà uno stabi-limento per la produzione di tubi d’acciaio e carbonio di alta preci-sione. Altre aree di mercato sono in studio in Russia e nella stessa Cina per futuri contratti a medio termine.

Il gruppo Marcegaglia è sta-to fondato nel 1959 da Steno Marcegaglia, padre di Emma, a partire da una piccola ditta arti-gianale del tipico capitalismo di famiglia, a gazoldo degli Ippoli-ti, vicino a Mantova, dove i suoi genitori abitano ancora.

FiespThomaz Marinho de An-

drade Zanotto, diretor do Departamento de Relações Internacionais e Comércio Ex-terior da Federação das Indús-trias do Estado de São Paulo:

“É positiva a escolha da Emma por duas razões, no mínimo. Primeiro, o grupo Marcegaglia é de porte mé-dio e opera bastante no bra-sil, tem fábricas aqui. Isso chama a atenção da Confin-dustria para empresas de pe-queno e médio porte, que são aquelas onde estão concen-trados os nossos esforços co-mo Fiesp em todas as nossas relações com a Itália. Ou se-ja: no que tange aos arranjos produtivos locais, troca de tecnologia, joint-ventures, a utilização do brasil como plataforma de exportação de indústrias italianas para ou-tros lugares do mundo.

O segundo ponto positivo é que essa empresa tem inves-timentos no brasil, ela sabe as vantagens e os problemas de-correntes disso no dia-a-dia. Isso vai ser bom para o brasil e para a relação com a Itália. Não que a presidência anterior, a do Montezemolo, não fosse boa, pois a Fiat está no brasil há mais de 30 anos de forma bastante ativa. Mas a Fiat é um grupo monstro. O Monte-zemolo talvez não conheça to-dos os detalhes sobre se ope-rar no brasil. A Marcegaglia está no Sul do brasil, sabe dos problemas e vai ter o maior in-teresse em diminuir os even-tuais entraves que existe nos acordos/negociações entre os países e aumentar o relaciona-mento nesse sentido.

Sobre o fato de ser uma mulher, discordo que a Itália seja reconhecidamente ma-chista. Acho que as mulheres mandam bastante lá. Conhe-ci o pai da senhora Marcega-glia, que esteve aqui na Fiesp, acompanhando as missões, fez discursos aqui e lá na Itá-lia. È um empresário que sabe do que fala, do que faz, e gos-ta do brasil. Eu acredito que a filha dele seja bem parecida e com mais a sensibilidade fe-minina, que só ajuda. (n.G.)

grupo ganha uma nova sede nas proximidades de Shangai, na Chi-na, onde vai construir um esta-belecimento para a produção de tubos de aço e carbônio de alta precisão. Outras áreas de mer-cado estão sendo estudadas na Rússia e na própria China para futuros contratos a médio prazo.

O grupo Marcegaglia foi fun-dado em 1959 por Steno Marce-gaglia, pai de Emma, a partir de uma pequena empresa artesanal do típico capitalismo de família, na localidade de gazoldo degli Ip-politi, nas proximidades de Mân-tova. Seus pais ainda moram lá.

Emma também entrou no mundo da solidariedade social como presidente da Fundação Areté para a pesquisa sobre as células estaminais. Costuma hospedar, nos estabelecimentos turísticos do grupo Marcegaglia, muitos dos pacientes com graves problemas de saúde que são as-sistidos no Hospital San Raffaele de Milão.

Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira

Marcegaglia do BrasilFica em garuva, no estado

de Santa Catarina, a unida-de brasileira do grupo Marcega-glia. O complexo industrial ocu-pa uma área de 220 mil metros quadrados e foi inaugurado em outubro de 2000. Emprega 550 pessoas entre engenheiros, téc-nicos e operadores de máquina.

Sua produção é de 7 milhões de condensadores aramados, 240 milhões de metros de tubos de aço para refrigeração, 180 mil tonela-das de tubos de aço carbono, 6 mil toneladas de tubos de aço inoxi-dável, 13 mil toneladas de blanks (chapas cortadas) e 15 mil tonela-das de slitters (bobinas cortadas).

Na opinião do diretor adminis-trativo-comercial da Marcegaglia do brasil, Antonio Carlos Dias de Oliveira, a escolha de Emma para a presidência da Confindustria po-de ser benéfico para o país.

— O grupo Marcegaglia, nestes dez anos presentes no brasil, sem-pre demonstrou sua inteira con-fiança no país e nas instituições, reinvestindo absolutamente 100% dos lucros aqui auferidos. Mais do

que isso, possibilitou a várias em-presas italianas o necessário ben-chmark para aportar no brasil, não somente em Santa Catarina, mas em vários estados. Com o apoio da Confindustria, este fluxo migratório de empresas deve aumentar, inclu-sive em função do bom momento em que vive o brasil — avalia.

Oliveira observou que Emma sempre esteve envolvida com en-tidades representativas, inclusi-ve na própria Confindustria. Ape-sar desse tipo de atuação não ser diretamente direcionada em be-nefício da empresa à qual se é li-gado, ele destaca “o grande trân-sito político e empresarial que o cargo representa, onde se pode-rá buscar apoio e benefícios ao setor representado, com reflexos não somente na própria empresa, mas em todo o setor”.

— todo o setor representado recebe reflexos positivos quando seu representante é ativo e com orientação positiva. A postura ativa e positiva de Emma Marce-gaglia engrandecerá ainda mais a Confindustria — afirma Oliveira.

Marcegaglia in Brasile

cimo gruppo italiano totalmente controllato dalla famiglia Marce-gaglia, che include anche attività nei campi dell’energia e del turi-smo. Fattura 4,2 miliardi di euro e ha registrato una crescita media del 15% negli ultimi dieci anni (il 20% negli ultimi cinque anni).

trasforma annualmente 5 mi-lioni di tonnellate di acciaio in quasi 5mila chilometri di tubi, lastre d’acciaio per la fabbricazio-ne di automobili, elettrodomesti-ci, mobili, recipienti metallici e strutture per l’edilizia. Nel prossi-mo ottobre, il gruppo riceve una nuova sede nei pressi di Shangai,

FiespThomaz Marinho de Andra-

de Zanotto, direttore del Departamento de Relações In-ternacionais e Comércio Exte-rior della Federação das Indú-strias do Estado de São Paulo:

“È positiva la scelta di Emma per due motivi, come minimo. Primo, il gruppo Mar-cegaglia è di media portata e opera molto in brasile, ha qui delle fabbriche. Questo ri-chiama l’attenzione della Con-findustria verso le imprese di piccola e media portata, che sono quelle in cui si concen-trano i nostri sforzi come Fie-sp in tutte le nostre relazioni con l’Italia. Ossia: per ciò che riguarda i sistemi produttivi locali, scambio di tecnologia, joint-ventures, l’uso del brasi-le come piattaforma di espor-tazione di industrie italiane verso altri luoghi nel mondo.

Il secondo punto positivo è che questa impresa investe in brasile, è a conoscenza dei vantaggi e dei problemi che ne derivano giorno per gior-no. Questo sarà positivo per il brasile e per le relazioni con l’Italia. Non che la presidenza anteriore, quella di Monteze-molo, non fosse buona, visto che la Fiat è in brasile da più di 30 anni in modo molto at-tivo. Ma la Fiat è un gruppo ‘mostruoso’. Montezemolo for-se non conosce tutti i dettagli di come si opera in brasile. La Mercegaglia è al sud del bra-sile, sa i problemi e sarà nei suoi interessi diminuire gli eventuali ostacoli che esisto-no negli accordi/negoziati tra i paesi, per così aumentare le relazioni in questo senso.

Per ciò che riguarda il fat-to di essere donna, non sono d’accordo che l’Italia sia consi-derata maschilista. Credo che là le donne comandino molto. Ho conosciuto il padre del-la signora Marcegaglia, che è venuto qui alla Fiesp per ac-compagnare le missioni, fare discorsi qui e là in Italia. È un imprenditore che sa quello che dice, quello che fa, e a cui pia-ce il brasile. Credo che la figlia sia molto simile a lui, ma con la sensibilità femminile in più, che è di grande aiuto. (n.G.)

FirjanEduardo Eugenio gou-

vêa Vieira, Presidente do Sistema da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro:

“A eleição da jovem em-presária Emma Marcegaglia para presidir a Confederação Industrial da Itália represen-ta, acima de tudo, renova-ção na liderança empresa-rial daquele país. A decisão de ter uma mulher à frente da indústria italiana, num momento que exige firme-za, poder de convencimen-to e capacidade estratégica, entre outros predicados para enfrentar a concorrência da China e as complexidades da globalização, não nos sur-preende. Personalidades fe-mininas fortes despontam em todo o mundo, nos am-bientes político, financeiro e de negócios. Nunca as mu-lheres tiveram tanto desta-que e nenhuma delas explo-ra o tema da mulher como bandeira para conquistar o reconhecimento. São porta-doras de opiniões consisten-tes e multitemáticas e muito bem-vindas para promove-rem as mudanças de que o século 21 necessita.

Em nome do Sistema Fir-jan, parabenizo os industriais italianos pela escolha de Em-ma Marcegaglia para liderá-los, desejando-lhe sucesso e inspiração para conseguir resultados e motivação nas mais diversas campanhas que empreender.”

Inoltre, Emma è entrata nel mondo della solidarietà sociale come presidente della Fondazione Areté, per la ricerca sulle cellule staminali. Di solito ospita, pres-so i centri turistici del gruppo Marcegaglia, molti dei pazienti con gravi problemi di salute, che vengono assistiti nell’Ospedale San Raffaele di Milano.

Vita in famigliaEmma ricorda la forte emozione provata quando è stata ufficial-mente designata alla presidenza della Confindustria e spera di conciliare senza problemi la vita familiare alle attività della sua

FirjanEduardo Eugenio gouvêa

Vieira, Presidente del Sistema della Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro:

“L’elezione della giovane imprenditrice Emma Marcega-glia alla presidenza della Con-federazione Industriale italia-na rappresenta principalmente un rinnovo nella leadership imprenditoriale di quel pae-se. La decisione di avere una donna al comando dell’indu-stria italiana, in un momen-to che esige fermezza, potere di convincimento e capacità strategica, tra i vari predica-ti necessari per affrontare la concorrenza cinese e le com-plessità della globalizzazione, non ci sorprende. Forti perso-nalità femminili spuntano in tutto il mondo, in ambienti politici, finanziari e affaristici. Le donne non sono mai state così in rilievo e nessuna di lo-ro sfrutta il tema della donna come bandiera per conquista-re riconoscimenti. Sono por-tatrici di opinioni consistenti e multitematiche, e assoluta-mente benvenute per promuo-vere i cambiamenti di cui il XXI secolo ha bisogno.

A nome del Sistema Firjan, faccio i complimenti agli in-dustriali italiani per la scelta di Emma Marcegaglia come loro leader, desiderandogli successo e ispirazione per ot-tenere risultati e motivazione nelle più svariate campagne che affronteranno”.

Rimane a garuva, nello sta-to di Santa Catarina, l’uni-

tà brasiliana del gruppo Marce-gaglia. Il complesso industriale occupa un’area di 220mila metri quadrati ed è stato inaugurato nell’ottobre 2000. Impiega 550 persone tra ingegneri, tecnici e operatori di macchina.

La produzione è di 7 milio-ni di condensatori ramati, 240 milioni di metri di tubi di ac-ciaio per refrigerazione, 180mi-la tonnellate di tubi di acciaio carbono, 6mila tonnellate di tu-bi di acciaio inossidabile, 13mi-la tonnellate di blanks (lastre tagliate) e 15mila tonnellate di slitters (bobine tagliate).

Secondo il direttore ammini-strativo-commerciale della Mar-cegaglia in brasile, Antonio Car-los Dias de Oliveira, la scelta di Emma per la presidenza della Confindustria potrà essere bene-fica per il paese.

— Il gruppo Marcegaglia, in questi dieci anni di presenza in brasile, ha sempre dimostrato la sua intera fiducia nel paese e nel-le istituzioni, reinvestendo asso-lutamente il 100% dei guadagni

ottenuti. Ancor di più, ha reso possibile a varie imprese italia-ne il necessario benchmark per installarsi in brasile, non solo in Santa Catarina, ma in vari stati. Con l’appoggio della Confindu-stria, questo flusso migratorio di imprese dovrebbe aumentare an-che dovuto al buon momento in cui vive il brasile — valuta.

Oliveira ha osservato che Em-ma è sempre stata coinvolta con enti rappresentativi, anche nel-la stessa Confindustria. Malgra-do questo tipo di azione non sia direttamente rivolto in beneficio dell’impresa alla quale si è legati, mette in risalto “il grande transi-to politico e imprenditoriale che l’incarico rappresenta, ove si po-tranno cercare appoggio e bene-fici per il settore rappresentato, con riflessi non solo nella propria impresa ma in tutto il settore”.

— tutto il settore rappresen-tato riceve riflessi positivi quan-do il suo rappresentante è atti-vo e segue orientamenti positivi. L’atteggiamento attivo e positivo di Emma Marcegaglia valorizzerà ancor di più la Confindustria — afferma Oliveira.

Div

ulga

ção

20 a b r i l 2 0 0 8 / C o m u n i t à i t a l i a n a 21C o m u n i t à i t a l i a n a / a b r i l 2 0 0 8

Page 12: Rio de Janeiro, abril de 2008 Ano XIV – Nº 118 Nepotismo · italiano Il Sole 24-Ore, existe um “acordo base” entre as duas em- ... Nesta edição, a Comunità oferece dicas

capa

Vida em famíliaEmma recorda a forte emoção que sentiu ao ser oficialmente designada para a presidência da Confindustria e espera conciliar sem grandes dificuldades a vida de família com as tarefas de sua empresa e os compromissos do novo cargo, dosando seu tempo:

— Vou dedicar três dias à Confederação das Industrias, outros dois ao nosso grupo e os fins-de-semana à minha filha gaia, de 5 anos, e a meu mari-do Roberto, além de meus pais Mira e Steno e meu irmão Anto-nio. Certamente vou contar com colaboradores para exercerem algumas das funções que eu não poderei assumir imediatamente no âmbito da Confindustria. Essa dificuldade em harmoni-zar tantos aspectos da própria vida é comum a muitas italianas que trabalham. Apesar disso, a Itália é o país europeu com o menor número de mulheres in-seridas no mundo do trabalho, superado até mesmo pela tur-quia e a grécia — afirmou para Comunità.

Emma e o irmão Antonio cresceram junto com a empre-sa da família. Eles brincavam e andavam de bicicleta entre os pavilhões que foram sendo cons-truídos. Ainda menina, Emma queria ser bailarina e até fez cur-sos de balé clássico, mas acabou cedendo à paixão pela empresa da família. A convivência e o contato direto de Emma com os funcionários deu-lhe a dimensão humana necessária para ouvir os problemas dos trabalhadores de hoje, nas relações quase sempre conflitantes com os dirigentes e as empresas.

— Meu mundo é de aço — diz Emma com um sorriso.

Diplomada na Universidade Bocconi de Milão, especializou-se com um Master em business Administration em Nova Iorque para entrar, aos 23 anos de ida-de, na empresa da família. Na época, Emma já sentia sua forte propensão para as grandes de-cisões e não perdia tempo. Ela aproveitava os horários das re-feições para realizar, em casa, suas reuniões de assembléia com os pais e o irmão.

— Atualmente vivo em Man-tova com meu marido e minha filha, mas durmo com freqüên-cia na casa de meus pais. O café

impresa e agli impegni del nuovo incarico, dosando il suo tempo:

— Dedicherò tre giorni alla Confederazione delle Industrie, altri due al nostro gruppo e i fine settimana a mia figlia gaia, che ha 5 anni, e a mio marito Roberto, oltre ai miei genitori Mira e Steno e a mio fratello Antonio. Sicura-mente conterò su dei collaboratori perché portino avanti alcune delle funzioni che non potrò assumere immediatamente nell’ambito della Confindustria. Questa difficoltà di armonizzare tanti aspetti della propria vita è comune a molte ita-liane che lavorano. Malgrado que-sto, l’Italia è il paese europeo con

il minor numero di donne inserite nel mondo del lavoro, superato solo dalla turchia e dalla grecia — ha detto a Comunità.

Emma e il fratello Antonio sono cresciuti insieme all’impresa di famiglia. giocavano e andavano in bicicletta tra i padiglioni che venivano costruiti. Ancora bambi-na, Emma voleva essere ballerina e ha fatto persino corsi di danza classica, ma ha ceduto alla pas-sione per l’impresa della famiglia. La convivenza e il contatto diret-to di Emma con gli impiegati gli ha fornito la necessaria dimensio-ne umana per ascoltare i problemi dei lavoratori di oggi, nei rapporti quasi sempre conflittuali con i di-rigenti e le imprese.

— Il mio mondo è d’acciaio — dice Emma con un sorriso.

Laureata presso l’Università “bocconi” di Milano, si è specia-lizzata facendo un Master in bu-siness Administration a New York per entrare, a 23 anni, nell’im-presa della famiglia. A quell’epo-ca, Emma sentiva già una forte propensione per le grandi de-cisioni e non perdeva tempo. Usava l’ora dei pasti per fare, a casa, riunioni di assemblea con i genitori e il fratello.

— Ora vivo a Mantova con mio marito e mia figlia, ma dormo di frequente a casa dei miei. Spesso la colazione è un’ottima occasione per parlare del nostro lavoro. E la nostra intenzione, che chiamerei perfino ossessione, è di continua-re a crescere — racconta.

Di statura media, discreta ed elegante per ciò che riguarda vestiti e accessori, a Emma pia-ce usare i classici tailleur dallo stile discreto anche quando pre-ferisce le griffe italiane. E non si abbandona alle esagerazioni quando usa gioielli. Spesso si li-mita a completare il suo look con una collana di perle e un paio di orecchini a cerchio o pendenti. trucco leggero, occhiali dalle len-ti rettangolari e piccole, in stile moderno, Emma si esprime con estrema chiarezza e concisione, senza lasciare i suoi ascoltatori in dubbio sulle sue idee e opi-nioni. Le piace sciare e giocare a tennis. Ascolta musica classica e moderna nelle ore libere e adora passeggiare per i mercatini di og-getti antichi alla caccia di mobili ed orologi d’epoca. Passa le sue vacanze, quando riesce a conqui-starsele, sempre in Italia.

da manhã, muitas vezes, é uma ótima ocasião para falarmos de nosso trabalho. Nossa intenção, direi até obsessão, é a de conti-nuarmos crescendo — conta.

Estatura média, sóbria e elegante em matéria de indu-mentária e acessórios, Emma é adepta do clássico tailleur num estilo discreto mesmo quando privilegia as grifes italianas. Ela não se concede exageros no uso de jóias. Muitas vezes, se limita a completar seu visual com um colar de pérolas e um par de brincos em forma de argolas ou de pingentes. Maquiagem leve, óculos de lentes retangulares e pequenas em estilo moderno, Emma se exprime com extrema clareza e concisão, sem deixar dúvidas em seus ouvintes sobre suas idéias e opiniões. gosta de esquiar e jogar tênis. Ouve música clássica e moderna nas horas livres e adora passear pe-las feirinhas de objetos antigos à caça de móveis e relógios de época. Passa suas férias, quando consegue conquistá-las, na pró-pria Itália.

Aos 43 anos, uma filha de 5 anos

A 43 anni, una figlia di 5 anni

Foto

s: D

ivul

gaçã

o

Consolato Generale d’ItaliaRio de Janeiro

ELEZIONI DEL PARLAMENTO ITALIANOVOTO ALL’ESTERO PER CORRISPONDENZA

Con Decreto del Presidente della Repubblica in data 6 febbraio 2008 sono state indette per il 13 e 14 aprile 2008 le votazioni per l’elezione della Camera dei Deputati e del Senato della Repubblica.In Italia le votazioni si svolgono presso i seggi istituiti nei Comuni di residenza nei giorni di domenica 13 aprile ( dalle ore 8,00 alle ore22,00 ) e di lunedì 14 aprile (dalle ore 7,00 alle ore 15,00).

All’estero, i cittadini italiani ivi stabilmente residenti, iscritti nelle liste elettorali della Circoscrizione estero, possono partecipare alle elezioni votando PER CORRISPONDENZA. Essi votano per le liste di candidati presentate nella rispettiva ripartizione della Circoscrizione Estero.

A ciascun elettore residente all’estero, che non abbia optato per il voto in Italia entro il 10 marzo, il Consolato Generale invia per posta, entro il 26 marzo, un PLICO contenente: un foglio informativo che spiega come votare, il certificato elettorale, la scheda elettorale (due per chi, avendo compiuto 25 anni, può votare anche per il Senato), una busta completamente bianca, una busta già affrancata recante l’indirizzo dell’Ufficio consolare stesso, le liste dei candidati della propria ripartizione.

L’elettore, utilizzando la busta già affrancata e seguendo attentamente le istruzioni contenute nel foglio informativo, dovrà spedire SENZA RITARDO le schede elettorali votate, in modo che arrivino al Consolato Generale entro - e non oltre - le ore 16 ora locale del 10 aprile.Il voto è personale e segreto ed è fatto divieto di votare più volte e inoltrare schede per conto di altre persone. Chiunque violi le disposizioni in materia elettorale, sarà punito a norma di legge.

L’elettore che alla data del 30 marzo non avesse ancora ricevuto il plico elettorale, potrà rivolgersi al Consolato di Rio de Janeiro, anche durante i sabati e domenica, per verificare la propria posizione elettorale e chiedere eventualmente un duplicato(Telefono Ufficio elettorale 021-3534 1310).

Il CONSOLATO GENERALE E GLI UFFICI CONSOLARI ONORARI DI SALVADOR E VITORIA SONO A DISPOSIZIONE DEI CITTADINI PER QUALSIASI ULTERIORE INFORMAZIONE

INFORMAZIONI DETTAGLIATE SONO DISPONIBILI SUL SITO www.consriodejaneiro.esteri.it e www.esteri.it “VOTO ALL’ESTERO” .

Il Console GeneraleE.Massimo Bellelli

C o m u n i t à i t a l i a n a / a b r i l 2 0 0 822

Page 13: Rio de Janeiro, abril de 2008 Ano XIV – Nº 118 Nepotismo · italiano Il Sole 24-Ore, existe um “acordo base” entre as duas em- ... Nesta edição, a Comunità oferece dicas

Ao todo, 177 agremiações registraram seus símbolos para participar do pro-cesso eleitoral nos dias 13 e 14 de abril. tem de tudo. Desde o partido

Desocupados Unidos, até o que prega co-mo plataforma política “futebol para todos”. três mulheres disputam o cargo de primei-ro-ministro.

De longe, parece um quadro de muitas novidades. De perto, porém, não há nada de novo no front político italiano. Um mês an-tes do pleito, o milionário berlusconi, de 71 anos, candidato pelo PDL, lidera as pesqui-sas de intenção de voto, numa disputa que inclui outros 11 candidatos a premiê.

Há dois anos, ele perdeu, por pouco, para Romano Prodi a reeleição. berlusconi é um magnata da comunicação, um dos homens mais ricos do país e inúmeras vezes investi-gado por corrupção. Nesta eleição, seu ad-versário é o ex-prefeito de Roma, Walter Vel-troni, candidato pelo Partido Democrático.

O que se pode chamar de novo, desta vez, é o aumento do número de pessoas, principalmente entre os jovens, que pro-metem anular seus votos. Não por acaso, surgiu um novo partido: Eu Não Voto. Seu slogan: o partido dedicado a todos aqueles que pretendem mostrar desprezo contra es-sa classe política.

Segundo o grupo que o lidera, com a atual lei eleitoral, quem anula o voto, ou deixa a cédula em branco, na realidade, está dando o seu voto ao partido majoritário.

Na página de internet do movimento, eles dão orientação de como é possível fa-zer valer o direito de anular a cédula elei-toral, bastando escrever a motivação. Nes-se caso, as pessoas não se tornam percen-tual votante.

— É para fazer com que os políticos entendam que estamos cansados deles — explicam os integrantes do movimento. —A idéia é também boicotar as castas familiares dos velhos políticos.

Segundo o médico Carlo bac-ci, o grupo do Eu Não Voto repre-senta “mais uma iniciativa contra a política tradicional italiana”. Disposto a boicotar as eleições, ele afirma que é preciso “fazer al-guma coisa diferente”.

— A Itália parou no tempo. É um país envelhecido, governado por velhos que não pensam em oferecer oportunidades aos jo-vens — diz bacci.

O estudante universitário An-drea Sestimio tem a mesma opi-nião. Segundo ele, “são sempre os políticos de sempre” que par-ticipam do processo eleitoral e, por isso, a situação “não muda nunca”. Sestimio também preten-de anular seu voto, em abril.

O estudante é um dos muitos simpatizantes do comediante be-ppe grillo, que organizou em se-tembro do ano passado o Vaffan-culo Day (Dia do Vai tomar no...) contra os políticos corruptos ita-lianos. O evento reuniu 300 mil pessoas em uma série de eventos realizados de norte a sul do país.

grillo promove, através de sua página na internet, a assinatura de uma petição em apoio a uma causa que conta com a simpatia da maioria dos italianos: livrar o país dos políticos corruptos, o que, na opinião do comediante, inclui todos os partidos, a maior parte das instituições e a mídia.

— Eu votei em Prodi e nos aliados dele em 2006 — conta o jovem empresário gaetano Di Paula, de 28 anos, simpatizante de grillo, que também pretende protestar nessas eleições. — Mas o país não mudou um milímetro. A maneira dele de governar não se diferenciou em nada da de berlusconi. É uma fórmula ultra-passada de fazer política.

Em brancoDe acordo com o analista Luigi Crespi, “em torno de 6% a 8% dos eleitores”, principalmente jovens, aderiram a movimentos contra os políticos. Sua expec-tativa é que um milhão de pes-soas votem em branco nas pró-ximas eleições, número três ve-zes maior do que o registrado em 2006.

O comentarista político Ser-gio Romano também acredita que o movimento daqueles que pretendem boicotar as eleições ganhe adesões a cada dia. No en-tanto, ele não acredita que eles o chegue a ter uma força capaz de causar grande impacto.

Na avaliação de Romano, as pessoas querem um tipo diferen-te de político no Parlamento. O sonho do eleitor é votar em “po-líticos que realmente se impor-tem com o que pensa a maioria dos italianos”.

Entretanto, a grande mudan-ça não virá nesse pleito eleitoral. Nem mesmo entre os nomes de candidatos curiosos ou famosos há novidades.

Os principaisPara o cargo de primeiro-minis-tro, além de berlusconi e Veltro-ni, aparecem com bons percen-tuais nas pesquisas o presidente da Câmara dos Deputados, Faus-to bertinotti (Esquerda Arco-íris) e o líder do UDC Pier Ferdinando Casini, ex-fiel aliado de berlusco-ni por 14 anos.

Dos 12 candidatos a primei-ro-ministro, destaque para a par-ticipação das mulheres: Daniela Santanchè, do partido Da Direi-ta, Flavia D’Angeli, da Esquerda Crítica, e Fabiana Stefanoni, de apenas 31 anos, a mais jovem as-pirante ao Palácio Chigi, que cor-re pelo Pdac, o Partido da Alter-nativa Comunista.

Ainda concorrem ao posto de primeiro-ministro Enrico boselli, do Partido Socialista, bruno De Vita, da União Democrática Pelos Consumidores, Roberto Fiore, do partido de extrema direita Força Nova, Marco Ferrando, do Parti-do Comunista dos trabalhadores, e Stefano De Luca, do Partido Li-beral Italiano.

Como a lei eleitoral italiana – considerada por muitos a base da instabilidade política do país – não foi reformada para esse plei-to, uma série de partidos nanicos integrará o processo. Uma vez mais, devido ao sistema de re-presentação proporcional, mesmo que consigam poucos assentos, eles continuarão detendo o equi-líbrio de poder no Parlamento.

NanicosAlém dos partidos tradicionais que competem nessa eleição, também nasceram novos movimentos polí-

Entre os jovens cresce o desânimo e o movimento pelo voto nulo nas próximas eleições

Voto semmolho

vaLqUíria rEyCorrespondente • roma

Sem Celebridades

Custos

Como ocorreu nas eleições passadas, há grupos de jornalistas, esportistas, vítimas de seqüestros ou terrorismo, operários,

empresários e artistas entre os candidatos. também não faltam parentes de conhecidos políticos nas listas dos partidos.

Entre os nomes de famosos, aparece o do príncipe Emanuele Fili-berto di Savoia, candidato à Câmara pelo partido Valori e Futuro, e o do empresário Santo Versace, presidente da dinastia fashion italiana e irmão mais velho de giorgio Versace, concorrendo ao Parlamento na Calábria, na lista de berlusconi.

Mas não tem nenhum famoso im-pactante como em eleições anteriores, que contaram com uma estrela de fil-mes pornográficos, um transexual ou mesmo a primeira vez em que a neta de benito Mussolini foi candidata.

Somente os cinco principais partidos (PD, PDL, Lega, Esquerda Arco-íris e UDC) de-

clararam que vão gastar 80 milhões de eu-ros até o dia 13 de abril. É um custo alto. No entanto, diferente do que ocorre no brasil, trata-se apenas de uma peque-na antecipação para os partidos. Afinal, todas as despesas com campanhas se-rão pagas com juros através do reem-bolso previsto pela lei eleitoral, cujo montante está avaliado em 425 milhões de euros (cinco vezes maior que o valor que os partidos declararam querer gastar).

Uma vez eleito, o novo Se-nado, com seus 315 parlamen-tares, sete senadores vitalícios e 1.096 funcionários custará 948 milhões de euros à Itália.

Já a Câmara dos Deputados custará muito mais, cerca de 1,5 bilhão de euros, mas com o dobro de parlamentares e 800 funcionários a mais.

ticos. No total, 177 agremiações participarão das eleições.

Entre esses novos grupos po-líticos, está o liderado pelo jorna-lista giuliano Ferrara – que defen-deu recentemente uma campanha pedindo uma moratória contra a lei do aborto no país – firmemen-te convicto a fundar um partido contra a interrupção da gravidez.

Há alguns muito curiosos co-mo o No Monnezza in Campania, o Partido Animalista-Ambien-talista, que tem como bandei-

ra eleitoral resolver o problema emergencial do lixo em Nápoles.

Um outro, chama-se Zarlenga Omnia, cujo símbolo são nume-rosas bolas de futebol num fundo azul e o objetivo aparente é o de oferecer “mais futebol para todos”.

também registraram seus símbolos os movimentos Em No-me da Mulher e o Sacro Romano Império Liberal Juristas do Sacro Romano Império Católico, Movi-mento Europeu Liberal e o Deso-cupados Unidos.

Príncipe Emanuele Filiberto di Savoia e o empresário Santo Versace

Gru

po K

eyst

one

Div

ulga

ção

Div

ulga

ção

eleições

24 a b r i l 2 0 0 8 / C o m u n i t à i t a l i a n a 25C o m u n i t à i t a l i a n a / a b r i l 2 0 0 8

Page 14: Rio de Janeiro, abril de 2008 Ano XIV – Nº 118 Nepotismo · italiano Il Sole 24-Ore, existe um “acordo base” entre as duas em- ... Nesta edição, a Comunità oferece dicas

Depois da queda do governo Prodi, o líder político se mostra arrependido e desiludido com Berlusconi

As trapalhadas de Mastella

vaLqUíria rEyCorrespondente • roma

Responsável pela queda do governo de centro-es-querda de Romano Prodi no início do ano, o sena-

dor Clemente Mastella desistiu de ser candidato a primeiro-mi-nistro nessas eleições.

No dia 1º de março, ele aca-bou inscrevendo seu partido, o Udeur, e disse que estaria con-correndo sozinho, sem qualquer aliança. Mas, poucos dias depois, o ex-ministro da Justiça mudou de idéia.

— É culpa dos jornais e dos juízes — alegou, na época, em

justificativa ao motivo pelo qual estava abandonando sua candida-tura. — basta. Por conta de uma operação de linchamento moral construída midiaticamente, po-liticamente e juridicamente, de-safiado antes mesmo de ser pro-vavelmente desafiado em campo, renuncio a candidatar-me.

O líder do Udeur disse sentir-se vítima de um complô e acu-sou Silvio berlusconi de não ter respeitado o contrato feito no momento da queda de Prodi (dez nomes na lista do Partido do Po-vo da Liberdade).

Mastella reclamou também do tratamento dado pelos políti-

cos dos demais partidos.— Fui tratado como se

eu tivesse a peste — recla-ma o político democrata cristão, sentindo-se iso-lado. — Se fosse hoje, antes de fazer cair o governo Prodi, pensa-

ria duas vezes, provavel-mente, dez vezes antes.

Mastella apresentou sua renúncia como minis-tro do governo de Prodi depois que um juiz or-denou a prisão domi-ciliar de sua esposa, Sandra Lonardo, pre-sidente do Conselho Regional da região da Campânia, cuja capital é Nápoles.

Sandra é acusada de uma su-posta tentativa de concussão – cobrança indevida e arbitrária feita por um funcionário público em proveito próprio.

Junto da mulher, Mastella e outros nove membros de seu par-tido, também são acusados de cor-rupção pela Promotoria da provín-cia de Caserta, no sul da Itália.

Entre as acusações contra ele e os demais envolvidos, figura a de pressionar o presidente da re-gião da Campânia, Antonio bas-solino, para colocar um de seus homens de confiança em um car-go público.

De acordo com o líder do Udeur, construíram uma ima-gem dele de “político onipoten-te” apenas porque “é mais fácil destruir um homem que tem essa característica”.

— Eu nunca fui arrogante, míope, insensível — afirma.

Mas, de acordo com ele, tem mais público a demonização de um homem que está por cima do que a de uma pessoa aparente-mente normal.

— Recordo que os meus vo-tos no Parlamento não foram de-terminantes para fazer cair o go-verno Prodi — lembra. — Quero esclarecer também que nunca fa-lei ou fiz qualquer acordo com Silvio berlusconi para fazer cair o governo Prodi.

Ele confirmou, entretanto, que 15 dias depois da queda de Prodi começou a discutir com berlusconi um projeto comum, concebido no interior do partido popular europeu.

— berlusconi tinha pensa-do num caminho prevendo a in-clusão do nosso partido em um projeto político como o que está em vigor na França e Alemanha — assinala.

Mas o ex-primeiro-ministro alfinetou Mastella.

— Não há sincronia entre a imagem representada por um certo modo de representar a política e aquele que é o sen-timento do Partido do Povo da Liberdade — afirmou berlusconi ao fechar qualquer possibilida-de de uma aliança com o Udeur de Mastella.

Alguns integrantes do Udeur acreditavam até o final do prazo para a inscrição das listas eleito-rais que ainda era possível formar uma aliança com berlusconi.

Na avaliação deles, um acordo com um dos homens mais pode-rosos da Itália seria uma melhor alternativa ao partido do que o isolamento que trouxe a escolha de Mastella.

Eleito deputado pela primeira vez em 1976, aos 29 anos, Cle-mente Mastella afirma que os de-litos atribuídos a ele não são mais do que “algo típico da política”.

No entanto, a Procuradoria de Nápoles notificou o ex-minis-tro, no dia 23 de fevereiro. Já a data do interrogatório ainda não foi fixada.

— Irei com serenidade, con-fiança e respeito — disse ao ser informado oficialmente que es-tá sendo acusado de concussão contra o governador da Campâ-nia Antonio bassolino.

Foto

s: D

ivul

gaçã

o

Div

ulga

ção

Avete mai pensato di fondare un partito invece di aprire un’attività commerciale? In Italia è sicuramente più redditizio e meno rischioso

Piccoli partiti crescono

Giordano iaPaLUcciCorrespondente • Firenze

Chissà se qualcuno si ri-corda di un vecchio film intitolato “Piccole donne crescono”, tratto dal ro-

manzo di Louisa May Alcott. Nar-ra della crescita di quattro ragaz-ze condita da tanto amore e un classico lieto fine. Forse vi sta-rete chiedendo: “Ma che cavolo c’entra tutto questo con la poli-tica e i partiti?”

beh, per un certo verso non è che abbiate del tutto torto: in effetti qui in Italia non si sta accompagnando e seguen-do in stile “novela” la nascita e la storia di soli quattro partiti, ma di un numero ben più consi-derevole. basti pensare che al-le ultime elezioni europee, na-zionali e regionali del 2005, se ne son presentati ben 81. Allo stesso tempo però è garantito

per tutti quanti il lieto fine. Ora cercherò di spiegarvi il perché. Anno 1993: referendum contro il finanziamento pubblico dei par-titi. Il 90% dei votanti optò af-finché i partiti trovassero altre fonti che non fosse lo Stato per finanziarsi. Si può essere favo-revoli o contrari, non mi dilun-gherò su questo, ma quando si parla di democrazia si parla del principio di sovranità popolare (demos=popolo, cratos=potere),

quindi se i cittadini italiani ave-vano deciso ciò, le istituzioni ne avrebbero dovuto prendere atto. Ma come si suol dire: “fatta la legge, trovato l’inganno”. E co-sì fu. Con la legge n. 515/1993, immediatamente successiva alla consultazione popolare, il ter-mine “finanziamento” veniva sostituito con quello di “rim-borso spese ai candidati”. L’am-montare da dividere tra i parti-ti eletti, sia alla Camera che al Senato, sarebbe stato la somma risultante dalla moltiplicazione dell’importo di lire 1600 (attua-

li 0,80 centesimi di euro) per il numero degli abitanti della Re-pubblica. Il referendum era co-sì aggirato in modo elegante e trasparente, ma mancavano an-cora dei passi importanti per ampliarne gli effetti ed essere legittimati a continuare a man-giarci sopra come prima, se non di più. Legge n. 157/1999: non si fa più riferimento alle spese sostenute dai condidati, ma dai partiti. Dovremmo quindi pensa-re errato parlare di rimborso e meglio ritornare a parlare di fi-nanziamento. tale legge preve-de oltretutto che sarà restituito un valore pari alla moltiplicazio-ne per quattro delle spese soste-nute: questa sì che è vera molti-plicazione dei pani e dei pesci! Non solo. basterà raggiungere non più il 3%, ma l’1% dei vo-ti per accedere al tal banchetto di gustose prelibatezze finanzia-rie. Con la legge n. 156/2002, la controriforma referendaria verrà completamente attuata. Viene previsto infatti un indennizzo di ben 5 euro per ogni iscritto nel-le liste elettorali della Camera e del Senato, ovviamente che ri-sulti o no vincitore. Sarebbe pe-rò ingiusto dimenticarsi di dire che ogni qualvolta il parlamento si riuniva per discutere quanto sopra, le tanto declamate diffe-renze tra destra e sinistra non esistevano più e si arrivava a quella che in maniera raffinata viene definita “decisione bipar-tisan”, ovvero approvata dalla stragrande maggioranza delle forze politiche del Parlamento.

Si è arrivati così al paradosso che partiti la cui spesa elettora-le fosse di “soli” 16 mila euro ne incassassero quasi 3 milioni sotto la voce di rimborso spese [Stella gian Antonio e Rizzo Sergio, La Casta.]!! Si parla di ben 180 volte di più! È stato il caso del “Parti-to dei pensionati”. Nulla contro di esso, anzi tanto di cappello per aver capito prima di altri quanto il gioco valesse, e parecchio, la candela. Altri dati? bene. Elezioni europee del 2004: Fiamma trico-lore ha incassato ben 81 volte di più, Rifondazione Comunista 13 volte, Comunisti Italiani 12 vol-te, Ulivo 7,8 volte, Lega 5,9 vol-te [id.]. Potremmo andare avanti per altre 7 pagine. beh, se non vi ho convinto ora... Cosa aspettate a fondare un nuovo partito? buo-na fortuna.

eleições eleições

26 27a b r i l 2 0 0 8 / C o m u n i t à i t a l i a n aC o m u n i t à i t a l i a n a / a b r i l 2 0 0 8

Page 15: Rio de Janeiro, abril de 2008 Ano XIV – Nº 118 Nepotismo · italiano Il Sole 24-Ore, existe um “acordo base” entre as duas em- ... Nesta edição, a Comunità oferece dicas

Unione Dem. Cristiani e Dem. di Centro (UDC)Senato Camera

Alberto Cordero di Montezemolo (Argentina)

Eugenio Sangregorio (Argentina)

Donato de Santis Aldo Lamorte (Uruguai)

Claudio Joan Pitton (Argentina) Fabrizio Segulin Puzzer (Venezuela )

Ruben Enrique Godino (Argentina) Gianfranco Tuzzi

Serafina Estela Occhiato (Argentina)

Partito Democratico (PD)Senato Camera

Edoardo Pollastri (Brasil) Mariza Antonieta Giuditta Bafile (Venezuela)

Maria Rosa Arona (Argentina) Francesco Rotundo (Argentina)

Monica Patricia Rizzo (Argentina) Claudia Antonini (Brasil)

Renato Palermo (Uruguai) Fábio Porta (Brasil)

Giuseppe Russo (Argentina)

Consumatori Civici ItalianiSenato Camera

Pier Paolo Turrini Luisa Fasano (Argentina)

Ernesto Tagliani Durante Rola Prima (Argentina)

Edgardo Santos Levantesi (Argentina) Aldo Epifanio Marano (Argentina)

Ricardo Julio Fitipaldi (Argentina)

Luigi Di Cerbo

Salvatore Laviano

Partito Socialista (Pse) (Boselli)Senato Camera

Sandro Benedetti Isidori (Brasil) Vittorio Lamberti (Argentina)

Giorgio Balestra (Argentina) Francesco Agoglia (Brasil)

Luciana Barroso de Souza (Brasil)

Paolo Scappaticci (Brasil)

Guilherme Fausto Longo (Brasil)

Alfredo Mario Longo (Argentina)

Movimento Associativo Italiani all’EsteroSenato Camera

Mirella Giai (Argentina) Ricardo Merlo (Argentina)

Adriano Toniut (Argentina) Filomena Antonietta Narduci (Uruguai)

Itamar Benedet (Brasil) Gianni Boscolo (Brasil)

Carlos Henrique Iotti (Brasil) Mario Borghese (Argentina)

Nicolas Moretti (Argentina)

Luis Molossi (Brasil)

La Sinistra L’ArcobalenoSenato Camera

Odilon De Barros Pinto (Brasil) Eduardo Fabian Marquez (Argentina)

Jorge Gabriel Mancinelli (Argentina)

Rolando Raul Rossi (Uruguai)

Giordano Venier (Venezuela)

Arduino Monti (Brasil)

Alessandra Laurenti (Argentina)

Il Popolo Della LibertàSenato Camera

Juan Esteban Caselli (Argentina) Giuseppe Angeli (Argentina)

Antonio Aldo Chianello (Brasil) Bruno Boschiero (Uruguai)

Ugo Di Martino (Venezuela) Nello Collevecchio (Venezuela)

Mario Galardi (Venezuela) Carmelo Pintabona (Argentina)

Andrea Ruggeri (Brasil)

Franco Tirelli (Argentina)

La Destra – Fiamma TricoloreSenato Camera

Piero Stefanon Ruzzenenti (Brasil) Alfredo Vaccari (Argentina)

Aurora Comitini (Argentina) Giuseppe di Vito (Argentina)

Marco di Nunzio (Colômbia) Piero Geraci (Brasil)

Stefano Calcara (Brasil)

Pierluigi Serra (Brasil)

Associazioni Italiane In Sud America (AISA)Senato Camera

Luigi Pallaro (Argentina) Santo Ianni (Argentina)

Walter Petruziello (Brasil) Guillermo Rucci (Argentina)

Adriano Bonaspetti (Brasil) Felisa Emma Pomilio (Argentina)

Gabriele Gambaro (Uruguai) Stefano Andrini (Brasil)

Claudio Pieroni (Brasil)

Giuseppina Mainieri (Argentina)

Lista Candidati

Nota da Redação

Rivais unidos

A lista dos candidatos para a América Latina, nas eleições de 2008 só chegou oficialmente para os consulados no dia 19 de

março à noite, segundo o cônsul do Rio, Massimo bellelli. Até então, listas incompletas circularam na imprensa, tanto imprensa quanto virtual. No próprio dia 19, à tarde, o site do Comites (www.comi-tes.org.br) mantinha no ar uma lista sem que dela fizessem parte os candidatos do Consumatori Civici Italiani. O site do Comites cita como fonte um outro site que, por sua vez, incluiu na sua lista um nome que não teve sua candidatura confirmada. Além disso, órgãos oficiais como Ministério, Embaixada e Consulados não tinham infor-mações precisas até o dia 19.

Na edição de março, Comunità entrevistou os primeiros can-didatos que tiveram suas candidaturas confirmadas, até a data do nosso fechamento, dia 12. Atrasamos nosso fechamento em 10 dias à espera de uma lista que nunca ficava pronta oficialmente. Os par-tidos tiveram que escolher seus candidatos até o dia 9.

Chegar até os candidatos que publicamos no mês passado foi quase uma gincana. teve candidato, inclusive, que não respondeu a nossas solicitações de entrevista. Outro, deu entrevista como can-didato, ficou fora da lista, mas não nos informou. Por pouco, sua parte teria sido publicada. Alguns poucos enviaram material espon-taneamente para a revista ou entraram em contato conosco para fornecer qualquer tipo de informação. E o motivo disso era claro: a indefinição foi até a última hora.

A apresentação dos candidatos do Partido Democrático ao Se-nado e à Câmara da Itália pela América do Sul reuniu em tor-

no de uma mesma causa – o valor do voto dos oriundi – políticos brasileiros de partidos rivais. Em março, no Hotel Della Volpe, em São Paulo, encontraram-se o ministro chefe da Secretaria geral da Presidência da República, Luiz Soares Dulci, do Pt, o ex-go-vernador de São Paulo, Cláudio Lembro, do DEM, o ex-Secretário de Agricultura e Abastecimento e de Ciência e tecnologia de São Paulo, João Carlos de Souza Meirelles, do PSDb, e os deputados federais Ricardo trípoli e Júlio Semeghini, do PSDb. (tb)

Fonte: Consulado Geral da Itália do Rio de Janeiro

PaULa Máiran

A histórica rivalidade Brasil-Argentina – famosa mundialmente nos embates futebolísticos – ganha contornos peculiares quando está em jogo acirrada disputa por representatividade no

parlamento italiano. Nestas eleições, candidatos brasileiros levam desvantagem

Partida desigualA

campanha eleitoral italia-na em território portenho se reflete, efusiva, na tV e nas ruas, em comícios

e busdoors. No brasil, a despeito da origem partidária dos candida-tos, mal se percebe a existência do pleito. Por falta de recursos, a campanha, neste último caso, ocorre quase que integralmente no mundo virtual.

Para o marketeiro Nico Ros-sini, à frente da campanha de Edoardo Pollastri à reeleição ao Senado italiano, o contraste en-tre os cenários argentino e bra-sileiro ocorre como resultado da disparidade no tamanho da po-pulação votante. Às voltas com 18 candidatos, há cerca de 195 mil cidadãos italianos no brasil que perdem de lavada para o uni-verso de 445 mil oriundi argenti-nos, em campanha com cerca de 30 candidatos.

— As campanhas argentinas recebem mais recursos oficiais. Foi possível observar o mesmo fenômeno há dois anos, mas parece que neste ano se gasta muito mais na Argentina — diz Rossini, que, diante de verbas escassas, tem priorizado o ma-rketing via e-mail como ferra-menta na campanha de seu candidato, além de telemarketing, mala-direta e mídia em

jornais de bairro paulistanos.Os senadores estrangeiros

eleitos em 2006 funcionaram co-mo curingas no jogo parlamen-tar. Daí tanto interesse dos par-tidos italianos em investir em campanhas internacionais, espe-cialmente na América do Sul:

— Com o jogo parlamentar anda muito equilibrado, estes se-nadores fizeram diferença – ob-serva Rossini.

A fartura de votos argenti-nos tem lançado os candidatos brasileiros em campanha além da fronteira nacional. E muitas vezes, estes políticos obtêm o apoio de autoridades portenhas no pleito. Fábio Porta, por exem-plo, candidato a deputado, foi recebido, em clara manifestação de apoio político, pelo governa-dor da Província de buenos Ai-res, Felipe Solà. E Porta saiu ain-da em corpo-a-corpo pelas ruas da cidade.

Parceria desequilibradabrotam recursos para as campa-nhas argentinas, mas isto não se reflete na candidatura de brasi-leiros inscritos em frentes de ori-gem no país de língua espanho-la. – sejam estas partidárias ou apartidárias. Na frente liderada pelo argentino Ricardo Merlo,

o catarinense Itamar benet realiza a sua campanha a deputado em carreatas

e por e-mail. também numa fren-te apartidária encabeçada por ar-gentino, no caso Luigi Pallaro, o brasileiro Claudio Pieroni, do Conselho geral de Italianos no Exterior, tem na internet o seu recurso de campanha.

— E-mails, telefonemas, contatos pessoais, entrevistas a algumas rádios, pouquíssima imprensa escrita. Nisto consiste a minha campanha. Não conse-guimos, como os argentinos, so-luções dos nossos políticos pa-ra o atraso na emissão da cida-dania italiana. E se tivéssemos agora como votantes os 500 mil eleitores da fila de espera pelo documento seríamos o maior co-légio eleitoral italiano fora do país — lamenta.

Custo zeroNem mesmo os recursos oficiais estão sempre disponíveis. Fica-ram retidos pela burocracia no banco Central os 2.975 euros da verba oficial de campanha do candidato Odilon de barros, líder de coligação de quatro partidos italianos de esquerda. Sem di-nheiro, resta a criatividade:

— Fiz um filme e editei no Youtube, criei um blog e um e-mail da candidatura. Não dá para contar com a mídia espontânea, quase inexistente para o assunto. E a campanha institucional das eleições é pífia. Na Argentina, a situação é diferente. Lá, os oriun-di são mais unidos e organizados. Parece até que são as próprias eleições argentinas.

Odilon de Barros: campanha sem

recursos para o Senado italiano pela La Sinistra

L’Arcobaleno

À esquerda, o ex-senador e candidato pelo PD, Edoardo

Pollastri, acima, Claudio Pieroni que escolheu se candidatar a deputado

por lista alternativa da Argentina

Bru

no d

e Li

ma

eleições eleições

28 a b r i l 2 0 0 8 / C o m u n i t à i t a l i a n a 29C o m u n i t à i t a l i a n a / a b r i l 2 0 0 8

Page 16: Rio de Janeiro, abril de 2008 Ano XIV – Nº 118 Nepotismo · italiano Il Sole 24-Ore, existe um “acordo base” entre as duas em- ... Nesta edição, a Comunità oferece dicas

Valquíria Rey

ROma

Sebastiano Del PiomboUma das mostras mais importantes e

preciosas apresentadas em Roma, nesse momento, tem como protagonista Sebastiano Del Piombo, o gênio escon-dido do Renascimento. Nessa exposição, são apresentadas cem obras do artista nascido em Veneza em 1485. Famoso en-tre os críticos, estudado por especialis-tas e muito procurado por colecionado-res, Sebastiano Del Piombo foi o pintor do papa Clemente VII e de figuras co-mo Marcantonio Colonna, Andrea Doria e Pietro Aretino. Para muitos, seu talento é comparável a de artistas geniais como Michelangelo e Rafael. A exposição pode ser conferida no Palazzo Venezia, no cen-tro histórico de Roma.

Do marOutro lugar interessante para ir com as

crianças durante as férias, em Roma, é o Zoomarine, um parque de entretenimento cuja temática é o mar. Mamíferos marinhos, pássaros aquáticos e tropicais são os protagonistas do lo-cal, conhecido em todo o mundo por seu padrão de qualidade e pela presença de um grupo de médicos veterinários e biólogos especialistas. Com seus 34 hectares de superfície, o Zoomarine é perfeito para aprofundar o contato e o conhe-cimento com a natureza e também aprender a respeitá-la. O parque se encontra em torvaiani-ca, a 25 quilômetros de Roma. Mais informações sobre como chegar facilmente ao local podem ser obtidas pelo telefone 06 91534001.

Água na bocaC ittà del Gusto é um lugar diferente e

único. trata-se de uma “cidade” dentro de Roma, projetada e realizada pelo gambero Rosso - tradicional sociedade de comunica-ção italiana especializada em culinária. O lu-gar é o paraíso da arte culinária e da degus-tação. O complexo está articulado em cinco andares, nos quais é possível comer, beber, estudar, participar de eventos, cursos e con-ferências relacionadas à enogastronomia. Há espaço para jantares requintados e bar de vi-nhos. Lá é possível acompanhar a preparação de pratos feitos por grandes nomes da cozi-nha italiana. Está localizada na Via Enrico Fermi, 161.

Foto

s: R

epro

duçã

o

Um belo passeio que pode agradar a toda a família na capital italiana é conferir as atrações do bioparco, o

jardim zoológico da cidade. Situado no co-ração da Villa borghese, o local conta com 200 espécies de animais, entre mamíferos, pássaros e répteis, e é também conhecido como um centro de educação ambiental. Com 17 hectares, o bioparco é uma boa maneira de introduzir o mundo da nature-za às crianças. Já os adultos podem apro-veitar a ocasião e também visitar a galleria borghese – um dos mais interessantes e

aconchegantes museus romanos – que se encontra na mesma área e conta com pre-ciosas esculturas de Canova e Rubens. Na Villa, também é possível aproveitar a co-nexão gratuita de internet, bastando ape-nas levar o computador. É possível ainda organizar um pic-nic no parque, como são habituados a fazer os romanos nos dias de tempo bom, bastando levar sanduíches, salada, um bom vinho e o que mais você quiser. Até o mês de novembro, o bioparco estará aberto das 9h30 às 18h. Fica na Pia-zzale del giardino Zoologico, 1.

Bicharada

RenoirO pintor Renoir fez uma viagem curta à

Itália entre 1881 e 1882. Mas os pou-cos meses que passou no país, entre Veneza e Palermo, mudaram sua vida. O Renascimen-to italiano e, depois, os afrescos de Pompéia, animaram o artista a um desejo de rigor e classicidade, ao mesmo tempo em que se apai-xonou pelo trabalho de Rafael. O fruto desse período é apresentado na mostra Pierre Au-guste Renoir – tradição e Inovação, que pode ser conferida no Complexo do Vitoriano. Uma oportunidade para se apreciar a série de 150 obras realizadas pelo artista francês nos anos próximos ao breve período vivido em solo ita-liano. São quadros em que Renoir se concen-trou especialmente na figura feminina.

C o m u n i t à i t a l i a n a / a b r i l 2 0 0 830

Page 17: Rio de Janeiro, abril de 2008 Ano XIV – Nº 118 Nepotismo · italiano Il Sole 24-Ore, existe um “acordo base” entre as duas em- ... Nesta edição, a Comunità oferece dicas

atualidade

Eles são conhecidos como g2 e, até o segundo se-mestre, somarão 1 milhão de pessoas, na Itália. Eles

formam uma nova geração de ita-lianos, filhos da imigração e da globalização.

São jovens 100% italianos que já sabem que não querem ser

como os pais. Isso signifi-ca que lutam por serem reconhecidos e, por-tanto, terem os mes-mos direitos que seus colegas que se sen-tam ao seu lado, nos

bancos escolares. Den-tre esses direitos está o

acesso ao emprego quali-ficado, algo que seus pais

nunca conseguiram.Na verdade, os g2 pode-

riam ser muito mais do que um milhão de pessoas. Afi-nal, essa “contagem” refe-re-se somente aos meno-res de 18 anos. Na Itália, as autoridades acredita-vam que eles chegariam

a essa quantidade so-mente em 2011.

O fato é que, a cada sete casais que se formam, no país, há pelo

menos um estran-geiro, segundo o Insti-

tuto Italiano de Estatísticas (Istat). Dados do Istat infor-

mam que, em 1991, a Itália tinha cerca de 60 mil casais mistos. Em 2006, esse número pulou para 200 mil. Em Milão, por exemplo, a cada cinco bebês que nascem na cidade, um é fruto de casamentos envolvendo imigrantes.

Isso porque a Itália se movi-menta. O número de estrangeiros que chegam todos os dias para começar vida nova no país é ca-da vez maior. São marroquinos, albaneses, romenos, chineses, fi-lipinos, equatorianos e também brasileiros, que, aos poucos, mu-dam a face da Itália.

Os filhos, no entanto, não querem trilhar o caminho difícil feito pelos pais. Eles falam italia-no perfeitamente, têm uma men-talidade italiana e não querem se sujeitar a trabalhar como em-pregados domésticos, pedreiros, vendedores, ou acompanhantes de idosos como fazem, ainda ho-je, seus pais e parentes.

Essa “ambição” atinge, em cheio, o atual modelo de acei-tação social da imigração base-ado na integração subalterna. Os g2 costumam ganhar menos do que os italianos “puros”, de-sempenham funções que eles rejeitam e têm menos direitos se levados em consideração os padrões locais.

— Sem eles, a Itália pararia — constata o presidente giorgio Napolitano, em discurso proferi-do na abertura da Jornada Nacio-nal para o Direito da Infância e da Adolescência, no final do ano passado, em Roma.

Na ocasião, jovens da rede g2 lhe entregaram uma carta, onde alertam para o fato da lei da ci-dadania ser muito restritiva. No documento, eles pedem para que sejam abertos novos canais de acesso aos filhos de imigrantes.

De acordo com a legislação atual – lei 91/92 de fevereiro de 1992 –, os filhos de imigrantes nascidos na Itália têm direito à cidadania depois de residir legal-mente no país, sem interrupção, até a maioridade.

Outro requisito necessário é a posse do permesso di soggior-no (anotado na documentação dos pais), acompanhado do re-gistro na Prefeitura de residên-cia. Quando a criança não nasceu na Itália, a lei prevê que, aos 18 anos, deverá pedir um novo per-messo di soggiorno por motivo de estudo ou trabalho.

graças à burocracia, a ob-tenção do permesso di sog-giorno, depois que completam 18 anos, é um processo muito cansativo. Apesar de morarem na Itália há anos, os jovens são obrigados a enfrentar filas jun-to dos recém-chegados ao pa-ís, que desconhecem o idioma e não têm qualquer ligação com o universo italiano.

Além disso, se não estão tra-balhando ou estudando, não con-seguem obter a documentação. E sem a documentação, não conse-guem emprego e, com dificuldade, estudo. Fazer qualquer concurso público, então, nem pensar.

— Minha mãe trabalha como faxineira para a administração de alguns prédios, no centro de Ro-ma, e meu pai é pedreiro — in-forma Diana Lamato, estudante de 17 anos, acrescenta: — Eles são peruanos, não se integraram direito. Mas eu me sinto muito mais italiana. Falo espanhol so-mente em casa e nunca estive no Peru. Acho justo que tenha os mesmos direitos daqueles que têm pais e mães italianos.

Diana sonha em ser advoga-da. Mas sabe, de antemão, que não será nada fácil.

— As pessoas me vêem fa-lando um italiano perfeito e me perguntam de onde venho. Como de onde venho? Difícil explicar que nasci aqui — conta Diana, que diz ainda: — Só não me sin-to mais italiana, porque não dei-xam. A todo o momento, fazem questão de lembrar que não te-nho o mesmo tom de pele que a maioria dos italianos.

Para Marco Demarie, diretor da Fundação giovanni Agnelli – espe-cializada em estudos sobre imigra-ção –, jovens como Diana devem ser considerados “energias e re-cursos preciosos” e, portanto, não poderiam ser desperdiçados.

De acordo com Stefano Moli-na, economista da Fundação, os novos italianos têm mentalidade 100% italiana.

— Devemos separar a ima-gem da segunda geração em re-lação à primeira, dar uma boa acordada nos estudiosos e nos políticos que usam quadros in-terpretativos obsoletos — afir-ma. — Muitos italianos ainda não começaram a pensar em nos-sa integração plena.

A brasileira Marry Nogueira de Andrade Neta, de 19 anos, tam-bém planeja um futuro diferente da família que vive na Itália há muitos anos. todos desempenham funções como enfermeiros para idosos ou cozinheiros. Desde os 15 anos, ela trabalha como mode-lo fotográfico e sonha com a tV.

— Sou a única da família que está tentando fazer algo diferen-te — diz e completa: — Já recebi muito ‘não’ como resposta. Às ve-zes, dá vontade de desistir e pro-curar trabalho em restaurantes ou como babá. Mas quero meu lugar ao sol como os outros italianos da minha geração.

Até o momento, a carreira está indo bem. Marry tem feito campanhas publicitárias, fotos e, no ano passado, atuou num filme que fez enorme sucesso entre os adolescentes italianos: Ho Voglia di te, de Luis Prieto, com Ricardo Scamarcio e Laura Chiatti.

— Não sou atriz e nunca fiz curso de teatro, nem de cinema. Me convidaram para fazer apenas uma cena e acabei aparecendo em cinco — informa orgulhosa e explica: — Em uma delas, até falo uma frase. Foi uma excelente experiência.

belizia Anuar é uma marro-quina muçulmana de 27 anos for-mada em arquitetura. Ela recla-ma que, devido a um problema burocrático, ainda não recebeu a cidadania italiana e também en-frenta dificuldades para renovar o permesso di soggiorno. Por conta dessas dificuldades, não conse-gue arrumar um bom emprego.

— O máximo que consigo é um estágio, sempre ganhando muito mal. Mesmo assim, sinto-me orgu-lhosa. Pelo menos, estou fazendo

algo diferente da minha mãe e mi-nha avó e de todas as outras mu-lheres da minha família — diz.

belizia se orgulha de perten-cer à g2 italiana. Diz desejar criar seus filhos muito mais integrados com o país e com mais liberdade. Ela está convicta de que, assim que o problema da documentação for resolvido, sua vida irá mudar.

— Se estamos aqui, deve-mos nos adaptar à cultura que nos cerca — pondera. — Sei que ainda tem muito preconceito na Itália. Mas, aos poucos, as coisas estão mudando.

A nova geração quer apren-der com os erros cometidos pelos pais e avós que chegaram antes. Mas, muitas vezes, precisam lu-tar contra preconceitos, dentro de casa. Afinal, a geração ante-rior, por ser segregada, tende a ficar muito presa às antigas tra-dições de seus países de origem.

Quem vive uma situação des-sas é Souad Sbai, presidente da Associação das Mulheres Marro-quinas na Itália. Ela mora há 20 anos no país e administra o úni-co jornal escrito completamen-te em árabe. Souad luta contra as famílias fechadas e violentas, que não conseguem se adaptar ao dia-a-dia italiano.

— Não vejo nada de errado em preservar as tradições. Mas é preciso esclarecer que uma me-nina de 10, 15 anos, aqui na Itá-lia, não usa véu por fé ou con-vicção, mas por submissão ao pai, o que acaba afastando sua relação com as outras crianças — observa.

vaLqUíria rEyCorrespondente • roma

Em busca de reconhecimento

e igualdadeFilhos de imigrantes nascidos na

Itália se sentem 100% italianos, mas ainda são considerados, pelo sistema,

cidadãos de segunda categoria

“Falo espanhol somente em casa e nunca estive no Peru. Acho justo que tenha os mesmos direitos daqueles que têm pais e mães italianos”Diana Lamato, estuDante De 17 anos

A brasileira Mary Neta

Arq

uivo

pes

soal

C o m u n i t à i t a l i a n a / a b r i l 2 0 0 832 a b r i l 2 0 0 8 / C o m u n i t à i t a l i a n a 33

Page 18: Rio de Janeiro, abril de 2008 Ano XIV – Nº 118 Nepotismo · italiano Il Sole 24-Ore, existe um “acordo base” entre as duas em- ... Nesta edição, a Comunità oferece dicas

comunidade

Uma instituição italia-na tem ajudado a derru-bar, no brasil, o estigma de que a adoção de uma

criança por uma família é um pro-cesso burocrático quase impossí-vel de ser concluído. trata-se da Amici dei bambini (Aibi), uma das 15 associações italianas autoriza-das a assistir adoções nacionais e internacionais no brasil.

Criada por um grupo de vo-luntários em 1986, a Aibi tem sua sede em Melegnano, em Mi-lão, na Itália. Mas sua história começou na cidade brasileira de brusque, em Santa Catarina, em 1983. Com o auxílio da institui-ção, mais de mil crianças já fo-ram adotadas no brasil. Só no ano passado, foram quase 50. Nem todas por famílias estran-geiras. Até agora, o processo mais longo teve a duração de quatro anos. Mas algumas famí-lias “ganharam” seus filhos em menos de um ano.

Missão possível

Amici dei Bambini já ajudou mil crianças brasileiras a encontrar um lar tanto no Brasil quanto na Itália

tatiana bUFFCorrespondente • são paulo

Isso é o que está prestes a acontecer com um casal da cida-de italiana de Verona. Marido e mulher estão no brasil desde ja-neiro para cumprir uma das últi-mas etapas para a oficialização da adoção de dois irmãos. Essa his-tória começa em agosto de 2005, com a decisão tomada por Mario Salvetti e Stefania Paon de que

iriam adotar uma criança, não importando de onde viessem nem que cor, sexo ou idade teriam.

— Da mesma forma como vêm os filhos biológicos, não sa-beremos como chegarão. Você ama as crianças como são — ex-pressa Salvetti, de 38 anos, se-cretário de entes públicos e dire-tor de um jornal em Verona.

Ele e a fiscal tributária Ste-fania, 33 anos, estão em belo Horizonte (Mg) para cumprir o período legal mínimo de 30 dias do estágio de convivência ao la-do de I., menino de 11 anos, e S., garotinha de 6, antes de le-vá-los para casa, na Itália, onde conhecerão avós, primos e tios que os esperam ansiosamente.

Mario e Stefania contam que pro-curaram a Amici dei bambini, em Milão, em meados de 2007, por-que, segundo eles, o grupo “tem o verdadeiro espírito da adoção, uma abertura total em favor das crianças”, diz Salvetti.

— A Aibi não age como se es-tivéssemos em um supermercado, onde há detergentes nas pratelei-ras e pudéssemos escolher— com-para, aludindo às “agências” que oferecem crianças como se fossem mercadorias, principalmente em países em desenvolvimento.

O itinerário percorrido por Mario e Stefania, casados desde setembro de 2000, iniciou com o atestado de idoneidade emi-tido pelo governo italiano. Ao longo de sete meses, o casal se submeteu a entrevistas de psi-cólogos e assistentes sociais e

HistóriaA aceitação bem-sucedida de

um menino negro por um ca-sal italiano foi o embrião da Ai-bi, organização hoje atuante em 30 países. O garoto acolhido pelo missionário Mario Colombo – fale-cido há 8 anos - no sul do brasil, 25 anos atrás, mobilizou de tal modo famílias italianas, que deci-diram formar o movimento que se transformou na associação.

Colombo, integrante do PI-ME (Pontifício Instituto das Mis-sões Exteriores), havia recebido de um juiz a tarefa de encontrar uma família para a criança. Mar-co griffini, advogado e pai ado-tivo de três filhos em Melegnano (Milão), soube da história e pro-curou Colombo. Esta convergên-cia acabou fortalecendo o grupo de voluntários que trabalhava

junto a crianças desfavorecidas a ponto de fundarem, oficialmen-te, a Aibi.

A Amici é reconhecida como organização humanitária inter-nacional de tutela dos direitos da infância, associada à ONU. No brasil, sua sede é em São Paulo, mas atua também nos estados de Minas gerais, goi-ás, Pará e bahia. tem 19 fun-

cionários. Na Itália, está repre-sentada de norte a sul do país e conta com uma equipe de 62 pessoas. A entidade é mantida por doações de empresas e ci-dadãos italianos, majoritaria-mente, além de parcerias com prefeituras, poderes Executivo e Judiciário e a União Européia. A instituição tem cerca de 30 vo-luntários, no exterior.

providenciou uma série de docu-mentos. Conquistada a idoneida-de, inscreveram-se na sede mila-nesa da Aibi. A notícia de que, possivelmente, Mario e Stefania se tornariam pais dos pequenos irmãos mineiros, chegou no final de 2007, para aquecer o inverno desses italianos.

Em uma belo Horizonte de ve-rão excessivamente chuvoso, Ma-rio se declarou “felicíssimo e sa-tisfeito” com o atendimento das autoridades brasileiras. Assisten-tes sociais e psicólogas visitaram o casal e as crianças, no hotel, três vezes por semana, com “ex-traordinária atenção, competên-cia e disponibilidade”. Em março, uma perspectiva calorosa se abriu para a recém-formada família em Verona. Pais e filhos participaram de cursos pós-adoção e, acompa-nhados de perto por profissionais da Amici dei bambini.

O que a Aibi faz é orientar os casais para que tudo funcione sem grandes entraves burocráti-cos ou traumas psicológicos. Mas não só isso. Como explica Carlos berlini, coordenador da Amici dei bambini no brasil, a adoção in-ternacional é a quarta opção pa-ra que se realize o lema da ins-tituição: “o direito de ser filho”. Antes, o grupo atua na preven-ção do abandono, trabalha para fazer com que a criança retor-ne ao seu lar de origem ou se-ja adotado por casais brasileiros. Por isso, atuam em parceria com instituições como Ministério Pú-blico, Conselhos tutelares e pre-feituras. Segundo berlini, “o pro-cesso de adoção é complexo, não obrigatoriamente demorado”.

Amor incondicional?

Os sem-família

Outras instituições

Que tipo de criança é mais procurada para adoção? Segundo Carlos berlini, casais brasileiros preferem meninas, de no

máximo 3 anos, brancas e sem irmãos. Já os italianos aceitam crianças a partir de 5 anos, sem distinção de cor e sexo, em pares ou grupos de irmãos.

Uma pesquisa dos grupos de Apoio à Adoção do Estado de São Paulo (gAAs), realizada em setembro de 2005, detectou as se-guintes preferências: 68% dos casais e solteiros que responderam ao questionário desejavam bebês com até 2 anos de idade; 71% os queriam de cor branca; 20% aceitavam grupos de irmãos e ape-nas 1% com necessidades especiais. A boa notícia é que, de 2002 para 2005, pulou de 3% para 14% o percentual de candidatos que não tinham restrições quanto à cor da pele.

Miséria, maus-tratos, abuso de álcool e drogas, aban-

dono de pai, mãe ou da família. Esses são os ingredientes com os quais se constroem as histó-rias de crianças “destituídas do poder familiar”, como a carti-lha jurídica traduz a situação de abandono em que vivem milha-res delas. De acordo com o coor-denador da Aibi, Carlos berlini, mais de 80% dos menores abri-gados no brasil lá permanecem – às vezes por mais de 10 anos – em razão da pobreza, “não por serem órfãos”, relata.

— É muito mais fácil para o Conselho tutelar, um juiz ou a promotoria abrigar essa criança do que inserir essa família numa rede de serviços que o Estado deveria dispor para auxiliar es-ses pais e evitar que abandonem os filhos — observa berlini.

De acordo com o “Levanta-mento Nacional de Abrigos para Crianças e Adolescentes”, reali-zado pelo IPEA (Instituto de Pes-quisa Econômica Aplicada) em 2003 e publicado em 2005, ape-nas 54,6% das crianças e adoles-centes brasileiros abrigados nas

instituições pesquisadas, em to-do o brasil, tinham processo nas varas da Justiça. As demais, con-cluiu o IPEA, deveriam estar nas instituições sem conhecimento judicial, situação que contraria o Estatuto da Criança e do Adoles-cente (ECA, promulgado no brasil em 1990). A pesquisa do IPEA foi feita junto a 589 instituições do brasil atendidas pelo Ministério do Desenvolvimento Social, onde estavam abrigados 19.373 meno-res. Milhares de crianças, porém, não estão nem mesmo em um abrigo, mas nas ruas, mesmo.

Até final de fevereiro, a Secretaria Especial de

Direitos Humanos listava 29 organizações estrangeiras au-torizadas a intermediar ado-ções no brasil. Desse total, 15 são da Itália. Além da Aibi, a mais atuante, estão credencia-das a fazer esse trabalho as

seguintes instituições: Ação para Famílias Novas (Vargem grande Paulista, SP), Asso-ciazione Italiana Pro Adozio-ne (Santo André, SP), Amici Missioni Indiane Onlus (Jun-diaí, SP), Agenzia Regionale per le Adozioni Internazionali Regione Piemonte (Salvador, bA), Associazione I Cinque Pa-ni (São Paulo), Associazione Il Conventino (Santo André, SP), Associazione Volontari per il Servizio Internazionale (São Paulo), CIFA ONLUS Centro Internazionale per L’Infanzia e La Famiglia (Florianópolis, SC), Il Mantello Associazione di Volontariato per La Famiglia e L’Adozione (Campo grande, MS), Istituto La Casa (Itabuna, bA), Nuovi Orizzonti per Vive-re L’Adozione (belo Horizonte, Mg), Progetto São José (belo Horizonte, Mg), Rete Speranza (Curitiba, PR) e Senza Frontie-re ONLUS (Inhambupe, bA).

A Aibi já contribuiu com a adoção de mil crianças brasileiras

34 35a b r i l 2 0 0 8 / C o m u n i t à i t a l i a n aC o m u n i t à i t a l i a n a / a b r i l 2 0 0 8

Page 19: Rio de Janeiro, abril de 2008 Ano XIV – Nº 118 Nepotismo · italiano Il Sole 24-Ore, existe um “acordo base” entre as duas em- ... Nesta edição, a Comunità oferece dicas

responsabilità sociale

“Vuoi che parli sincera-mente? Io sono figlia della favela. Non mi mancavano, fino a

circa due anni fa, inviti per intra-prendere una professione perico-losa. Lo so che molti alla mia età uccidono e rubano e io potevo finire col fare la stessa vita. Ma posso dirti che, se prima non me ne fregava niente, non pensavo al mio domani, oggi sono sicuro di voler essere un buon cittadino e essere felice, che investirò nel-la musica”.

Questa dichiarazione è stata fatta da Fabiano Santos, 19 anni. Abitante del Morro da Formiga,

frequenta il 1° anno della scuola superiore, e si considera privile-giato. Fabiano è uno dei 64 Am-basciatori della Pace del Projeto tIM Música nas Escolas. E rico-nosce il ritmo e la battuta che l’investimento in responsabilità sociale fatto dall’azienda ha por-tato alla sua routine.

Incollato alla sua Sheron, so-prannome affettuoso dato al suo strumento preferito, il clarone (anche conosciuto come clari-netto basso), Fabiano apre larghi sorrisi quando parla dei cambia-menti che le lezioni di teoria mu-

sicale e il contatto con composi-zioni di Luiz gonzaga e altri nomi della musica popolare brasiliana hanno causato nella sua vita.

— Ho dovuto fare delle scel-te per arrivare fin qui, ma non mi pento. Ho abbandonato la capo-eira e la vita fatta di feste con supposti amici che frequentavo. La musica è un linguaggio uni-versale. Sono riuscito a provare a mia madre che posso essere una persona migliore e voglio aiutare a casa, retribuire l’educazione e

l’appoggio che lei mi ha dato — commenta Fabiano.

E non è l’unico a pensarla co-sì. tainah Souza, Priscila Ribas, Arthur Soares e altre decine di adolescenti assistiti dal progetto si riuniscono il martedì, giovedì e sabato per prove e lezioni che, più che formare musicisti, hanno per obiettivo l’inclusione sociale dei giovani.

Il progetto dell’azienda ita-liana di telefoni esiste da cinque anni ed è già stato applicato in

13 città brasiliane. Ora, questa rete è formata da 12 città per-ché São Paulo capitale si è già “diplomata”. A Rio de Janeiro, la scuola comunale Soares Pereira, a tijuca, serve da palco per l’incon-tro di giovani di altre due scuole municipali e due statali. Là, gli allievi passano le giornate in au-le dove imparano teoria e prati-ca musicali, formano un nucleo di animazione culturale sviluppan-do attività di diffusione di radio, produzione di eventi e giochi mu-sicali, e inoltre fanno le prove per la formazione di un’orchestra.

Realizzato a tappe, il proget-to, che ha già beneficiato circa 20mila persone, ha per obietti-vo quello di rendere possibile ai giovani l’accesso a nuove forme di apprendimento, stimolare la cultura nelle comunità e miglio-rare il disimpegno scolastico dei partecipanti.

— Quando parliamo di tIM Viver sem Fronteiras si spiega il perché della scelta della musi-ca, mantenendo la nostra iden-tità all’interno di questo pilastro di sponsor. troviamo le attività più adeguate per coinvolgere i ragazzini il primo anno, mettia-mo in rilievo gli ambasciatori della pace, e percepiamo già che

quelli che più rispondono sono quelli che affrontavano problemi a scuola — informa il direttore territoriale dell’azienda a Rio de Janeiro e nello Espírito Santo, José Paulo David.

Dall’Oiapoque allo ChuíLe scuole che ricevono il tIM Mú-sica vengono scelte a seconda del-le analisi delle segreterie comunali e statali di Educação. La selezione si basa sulle informazioni del Cen-simento Demografico e su mappa-ture di esclusione sociale.

In questo momento, il pro-getto è presente a Porto Alegre (RS), Salvador (bA), Recife (PE), belém (PA), Rio de Janeiro (RJ), Ribeirão Preto (SP), Florianópo-lis (SC), Santo André (SP), Cu-iabá (Mt), belo Horizonte (Mg), Manaus (AM) e Natal (RN).

Il ciclo di realizzazione dura quattro anni. Nel primo, vengo-no organizzate officine di musica nelle stesse aule dove si insegna, di mattina e di pomeriggio, in modo che coprano tutti i turni. È in questo momento che gli stru-menti e le loro qualità specifiche sono presentate agli allievi.

Chitarra, mandolino, flauto traverso, pianoforte, chitarra a sei e sette corde, sassofono, tromba, batteria, percussione, trombone, basso acustico ed elettrico sono i principali strumenti di lavoro. tutti appartengono al progetto e rimangono custoditi nella scuo-la. A Rio, è il maestro Leandro braga ad accompagnare l’evolu-zione dei ragazzi nell’educazione musicale, dal 2005.

— L’apice per loro è stato il concerto al teatro João Caetano, alla fine dell’anno scorso. Ma non diamo tutto con facilità. Loro de-

vono sapersi comportare, im-pegnarsi con quello che vie-ne proposto. Hanno dispen-

se che devono studiare a casa. Mi colpisce co-me il progetto doni autostima a questi ra-

gazzini e come loro tra-sformano tutto questo in

modelli di comportamento — mette in risalto braga.

Allieva del 2° anno della scuo-la superiore, tainah Souza, 16 an-ni, è convinta che la musica aiuti nelle altre materie e renda più at-traente lo studio, oltre a stimola-re la conservazione della cultura e rendere possibile la trasmissione di conoscenze ad altre persone.

— Quando abbiamo studiato i diritti umani, abbiamo fatto una musica. E quando abbiamo dovuto parlare di questo tema in classe, è stato più facile. Con il proget-to, abbiamo già visitato l’Insti-tuto Nacional do Câncer e perfino un asilo per anziani, che rimane nello stesso quartiere dove abito, a Jacarepaguá. È stato bellissi-mo vedere i nonnetti felici della nostra presentazione — ricorda tainah, che ha superato la morte della madre e le difficoltà di tra-sporto per rimanere nel progetto:

— Avrei dovuto abitare con mio padre, in un’altra regione dello stato e sarebbe stato diffi-cile continuare, ma con l’aiuto dei miei parenti sono potuta rimane-re — racconta l’adolescente, che si è appassionata del flauto tra-verso e fa parte del gruppo di Pe-quenos Embaixadores da Paz. gli ambasciatori vengono scelti il se-condo anno del progetto.

Il terzo anno, gli allievi, an-cora in veste di ambasciatori, diventano anche moltiplicatori. Ora, loro partecipano alle attività in officine culturali. L’obiettivo è quello di portare a tutta la socie-tà il piacere di ascoltare la musi-ca. Il quarto anno del progetto, gli ambasciatori partecipano an-che a lezioni di approfondimento del corso di musica, partendo da partenariati locali della tIM con scuole di musica e istituti come il Conservatório Carlos gomes, a belém; l’Instituto Porto Alegren-

se (IPA) della Rede Metodista de Educação; la Escola de Músi-ca dell’Universidade Federal del-la bahia, a Salvador, e la Escola Municipal de Arte João Pernam-buco, a Recife.

Nelle altre città, gli amba-sciatori formano batterie infan-tili, con circa 100 membri, con lezioni specifiche di strumenti a percussione.

Come aiuto per la partecipa-zione al progetto, fino al 2007 tut-ti gli ambasciatori ricevevano un paniere di alimenti. Da quest’an-no, invece, gli alunni con più di 15 anni ricevono una borsa di aiuto di mezzo stipendio minimo (circa 200 reali). Secondo la tIM, gli aiu-ti si basano sul fatto che a questa età, per molte famiglie, i giovani sarebbero già manodopera impor-tante per il sostegno della casa.

— La tIM ha per meta offrire i suoi servizi e riuscire a restitu-ire alla società la preferenza che ci concede. — sottolinea José Paulo David.

La musica della cittadinanza

Progetto Música nas Escolas dell’operatore italiano TIM reca speranza a studenti di 12 città brasiliane offrendo repertorio multiplo e progressi pedagogici

síLvia soUza

A destra, Fabiano Santos, 19 anni, abitanti del Morro da Formiga, a Rio de Janeiro, crede che la musica abbia

evitato la sua entrata nella criminalità

Foto

s: B

runo

de

Lim

a

36 a b r i l 2 0 0 8 / C o m u n i t à i t a l i a n a 37C o m u n i t à i t a l i a n a / a b r i l 2 0 0 8

Page 20: Rio de Janeiro, abril de 2008 Ano XIV – Nº 118 Nepotismo · italiano Il Sole 24-Ore, existe um “acordo base” entre as duas em- ... Nesta edição, a Comunità oferece dicas

Guilherme Aquino

miLãO

Túnel de arO mar fica a duas horas de trem de

Milão. Ir à praia, mesmo no frio do fim do inverno e do começo da primave-ra, é uma forma de fugir do smog da pla-nície. Nos fins de semana, os trens viajam cheios e as estradas ganham um movi-mento extra com os pais que tiram os fi-lhos da cidade “envenenada”. A poluição ambiental de Milão não é de hoje e pro-jetos antigos volta e meia são resgatados da lata do lixo. Agora, voltaram a falar da abertura de um túnel de ar pela Ser-ravalle, que divide o litoral da planície. Enquanto a solução definitiva não chega, os milaneses vão para a Riviera italiana, em busca de ar puro e mar cristalino.

Conseguir um remédio em Milão, de-pois das sete horas da noite, é uma tarefa que exige tempo e disponi-

bilidade de locomoção. Por causa dos altos custos de mão de obra, apenas uma farmácia fica de plantão num raio de quilômetros e quilômetros. De madrugada então, a distân-cia pode ser cósmica. Se o doente não tiver condições de pegar um carro para ir à far-

mácia de plantão noturno, corre o risco de não ver o dia amanhecer. Sim, porque não existe a entrega a domicílio. Por essas e por outras, a Associação dos Consumidores está defendendo uma causa para obrigar a aumentar o numero de farmácias de plantão. Ao viajante de passagem por Milão vai um conselho: não adoeça depois das 19h e traga sempre a sua “farmacinha” a tiracolo.

Remédios da meia noite

Salão do MóvelEntre os dias 16 e 21 de abril Milão vai

ser a principal vitrine mundial do design. O Salão Internacional do Móvel abre as suas portas para compradores, jornalistas, arquite-tos e designers de todo o mundo. O evento vai movimentar toda a cidade com centenas de ati-vidades paralelas, tais como exposições artísti-cas, perfomances de atores pelas ruas e praças da cidade. O coração do Salão vai bater forte mesmo é na Feira de Rho. Lá serão montados os stands das prin-cipais fábricas de moveis da Itália, sinônimo de excelência e liderança internacio-nal em todo o mundo.

Expo 2015Milão virou um grande canteiro de obras

públicas desde que se candidatou à se-de da Expo 2015. A cidade italiana é a favori-ta, mas tem um concorrente de peso: Smirne, na turquia. Mesmo que não ganhe essa pa-rada, Milão já lucrou com essa competição. Praças, calçadas e ruas estão passando por uma bela maquiagem. Projetos de preserva-ção ambiental também ganharam força. Par-ques estão sendo ampliados e reflorestados. O desafio de fazer de Milão uma cidade mais habitável é uma exigência de seus moradores que aproveitaram a disputa internacional pa-ra fazer valer os seus direitos.

Construção à milanesaO Comune de Milão decidiu apertar o cer-

co em relação às construções civis, ven-da e compra de imóveis. Agora, o vendedor tem a obrigação de apresentar ao tabelião um certificado que comprove a legalidade e regularidade de todas as instalações do apar-tamento, casa, galpão ou garagem. Ou seja, o Comune quer a comprovação de que as ins-talações elétricas e hidráulicas estejam den-tro das normas de segurança. Esta é uma for-ma de obrigar os proprietários a respeitarem a lei. Se o vendedor não conseguir apresen-tar os documentos exigidos pelas autoridades municipais, terá que fazer um desconto no valor do imóvel relativo ao custo dos traba-lhos que deverão ser feitos para enquadrá-lo nas regras da construção civil.

Foto

s: D

ivul

gaçã

o

Gru

po K

eyst

one

Um dos passatempos de nossas avós virou mania entre jovens italianos: o

tricô. A moda dos knit cafés co-meçou nos Estados Unidos e, aos poucos, passa a contagiar a Itália. Em Roma, jovens, mulhe-res e homens de todas as idades estão descobrindo que tricotar pode ser um poderoso hobby anti-estresse.

Não se sabe ao certo quando a moda aportou na Itália. Mas, no ano passado, em Milão, quem era “antenado” já falava sobre o assunto e arriscava os primeiros pontos. Aos poucos, a novidade se espalhou pelo país. Em Roma, o boca-a-boca aumentou a onda do tricô. Mas tudo começou co-mo um golpe de oportunidade.

O primeiro local dedicado à proposta de reunir grupos de pessoas para comer, beber e tri-cotar, ao mesmo tempo, é o Pun-to g, na via Macerata.

Há quatro meses, o lugar ofe-rece boa música, cafeteria, bar de vinhos e, obviamente, espaço reservado para o tricô em uma at-mosfera semelhante aos dos bis-trôs parisienses. O local oferece também cursos para quem ainda não está acostumado a lidar com linhas e agulhas.

— Vimos que a arte de tricotar virou moda entre os americanos e as estrelas de cinema. Resolvemos aderir e organizamos um espaço

dedicado ao tricô nos finais de tarde, de todos os domingos. Aos poucos, notamos que mais pes-soas gostavam da idéia e a cada semana aparecem novos interes-sados — conta Marina giordana, proprietária do Punto g.

Ela disse que viu pela inter-net fotos de Uma thurman, Sarah Jessica Parker, Julia Roberts, Hi-lary Swank, Julianne Moore, Wi-nona Ryder e Russell Crowe tri-cotando. Achou que os romanos também gostariam de aderir e criou o seu knit café.

Ainda em Roma, outro local que aderiu à nova tendência de divertimento é o tuba, na via del Pigneto. É também nas tardes de domingo que o lugar se transfor-ma em um knit café, onde são organizados cursos para apren-der e aperfeiçoar o trabalho com linhas e agulhas.

Já na associação backstage, na Vicolo Cellini, 30, o proprietá-rio Carlo Capezzera resolveu de-dicar um espaço ao tricô depois que alguns associados pediram que fossem organizadas tardes dedicadas ao artesanato e a anti-gos trabalhos manuais.

— O tricô é um modo de so-cializar e transformar um antigo hobby em uma verdadeira terapia anti-estresse — afirma. —Aos poucos, os homens também es-tão aderindo com naturalidade a essa arte tradicionalmente difun-dida por mulheres mais velhas.

Entre um café, uma taça de vinho, ou mesmo degustando um bom prato de queijos e salames, o arquiteto Andrea gaeta é um dos novos apaixonados pelo tricô.

— Comecei a fazer tricô há três meses — conta. — Já termi-nei várias blusas de lã e um gorro para meu sobri-nho. Essa idéia do

knif café é excelente. Uma grande oportunidade de passar momentos agradáveis na companhia dos ou-tros, além de aprimorar sua própria técnica e ensinar os iniciantes.

Nos Estados Unidos, os knit-ting group, organizados por lojas que comercializam produtos de linha e de lã, bares e galerias de arte se transformaram em um fe-nômeno e contam até com uma as-sociação (www.knittaplease.com).

Uma das apaixonadas pela ar-te, a atriz Julia Roberts, chegou até a produzir um filme envol-vendo o tricô: the Friday Night Knitting Club.

Na França, na Inglaterra e no Canadá a atividade não é mais uma novidade entre as mulheres. Nem entre os homens. Pessoas de todas as idades freqüentam regu-larmente os knit cafés, criam clu-bes, publicam blogs e participam de bate-papos na internet, nos sites reservados ao assunto.

Por ser uma atividade manu-al que pode ser feita em qualquer lugar, seja no ônibus, no trem, ou mesmo no local de trabalho, os italianos acreditam que a arte de tricotar não será uma moda pas-sageira. Ao contrário. Há quem aposte que será uma alternativa mais saudável a uma vida moder-na tão ligada a máquinas, compu-tadores e telefones celulares.

— Ainda não sabemos se é uma moda que veio para ficar. Mas o hobby que estava desapa-recendo, parece que está reto-mando o lugar perdido — afirma a pioneira Marina.

comportamento

Na Itália, mulheres e homens descobrem que tricotar é bom para combater o estresse

Laçadas da moda

vaLqUíria rEyCorrespondente • roma

No Brasil

Os jovens italianos podem estar redescobrindo o tricô, agora. Mas seus antepassados eram grandes adeptos dessa ativida-

de. E quem lucrou com isso foi o brasil. A cidade mineira de Monte Sião, no sul do estado é, atualmente, a Capital Nacional do tricô. E graças aos seus colonizadores, os italianos.

Os imigrantes foram para a região para trabalhar na lavoura. Com o declínio a atividade cafeeira, Monte Sião entrou em de-cadência. Com os maridos sem trabalho e a comida sumindo da mesa, as mulheres partiram para a ação. Sacaram suas agulhas e linha e foram tricotar. Ainda mais.

A atividade, que sempre foi praticada dentro de casa, tomou as ruas e uma pequena feira foi improvisada. Isso foi na déca-da de 70. Agora, a cidade de cerca de 20 mil habitantes, possui centenas de micro-empresas que empregam grande parte da sua população e também das cidades vizinhas. Em todas as famílias, pelo menos uma pessoa se dedica ao tricô. Isso vale para jovens, mulheres ou homens. A produção é de cerca de 20 mil peças por mês. O trabalho continua tendo características artesanais, mas a produção deixou de ser doméstica há muito tempo.

Tricô na Associação Backstage

Div

ulga

ção

C o m u n i t à i t a l i a n a / a b r i l 2 0 0 838 39a b r i l 2 0 0 8 / C o m u n i t à i t a l i a n a

Page 21: Rio de Janeiro, abril de 2008 Ano XIV – Nº 118 Nepotismo · italiano Il Sole 24-Ore, existe um “acordo base” entre as duas em- ... Nesta edição, a Comunità oferece dicas

SaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSalute

Colchões feitos com material desenvolvido com tecnologia da Nasa, a agência espacial americana, fazem parte da lista

dos objetos de desejo dos milhares de insones italianos

Durma com um barulho

desses

Gru

po K

eyst

one

Gru

po K

eyst

one

Rep

rodu

ção

O médico Luigi Ferini Strambi

Menos barulhoPesquisa publicada na revista European Heart

Journal sugere que a exposição a barulhos durante a noite, desde roncos a ruídos de aviões e carros, pode causar hipertensão, mesmo que a pessoa esteja dormindo. O estudo monitorou 140 voluntários que moravam perto de aeropor-tos, em vários países. Os barulhos externos e o ronco da pessoa que dormia ao lado tinham o mesmo efeito na pressão arterial dos volun-tários. “Já sabíamos que barulhos produzidos durante a noite são motivo de irritação, mas nossa pesquisa mostra que eles também podem ser prejudiciais à saúde”, disse Lars Jarup, do Imperial College London, um dos pesquisadores. Segundo ele, o próximo passo da pesquisa será diagnosticar as razões pelas quais os barulhos aumentam a pressão arterial.

DescobertaO resultado de um estudo realizado por

cientistas da Universidade da Califór-nia, nos Estados Unidos, e publicado pela revista Nature promete ter implicações sig-nificativas no diagnóstico e no tratamento de casos agressivos de câncer de mama. Os pesquisadores acreditam ter em mãos uma forma de identificar quais pacientes pre-cisam de tratamentos mais intensivos, o que pode aumentar a expectativa de vida. O gene, associado à disseminação da do-ença, é responsável pela produção da pro-teína SAtb1, que regula outros mil genes e altera o desenvolvimento do tumor. O es-tudo revelou que ao ser ativado no câncer de mama, o gene estimula células cance-rosas a invadirem outros órgãos.

A substitutaA sálvia usada como tempero, está

preste a se tornar a nova maconha. Os jovens americanos estão utilizando a erva como droga por revelar-se um po-tente alucinógeno, já que provoca a sen-sação de estar fora do corpo, viajar pe-lo tempo e o espaço e de interação com objetos inanimados. Já existem diversos projetos de lei, em vários estados ame-ricanos, que visam a proibir o seu uso. “Enquanto tornamos uma droga ilegal, os jovens já começam a buscar por ou-tras que possam comprar legalmente”, diz a deputada estadual da Flórida, Mary brandenburf, que apresentou um projeto de lei para penalizar a posse de sálvia com até cinco anos de prisão. Cultivada no México, a erva é fumada como a ma-conha, mas pode ser mascada ou bebida como infusão.Insegurança

e imunidadeUm estudo com 61 mulheres saudáveis

realizado pelo Instituto Nacional de Saúde da Itália, publicado revista Psycho-somatic Medicine, revelou que aquelas que lutavam por relacionamentos íntimos e confiáveis tinham sistemas imunológicos mais fracos. Através de questionários e exames de sangue, para medir vários mar-cadores da função imunológica, os pesqui-sadores descobriram que as mulheres com maior insegurança tinham menor ativida-de das células matadoras naturais - células do sistema imunológico que matam inva-sores - em comparação com outras partici-pantes. “Nossa vida emocional e a maneira como ela se desenvolve e é regulada está profundamente ligada à nossa fisiologia, incluindo o sistema imunológico”, expli-cou o médico Angelo Picardi.

Memórias aromáticasAssim como a música nos lembra uma pes-

soa, um lugar e até uma sensação, o perfu-me também ajuda a ativar a memória. E o olfa-to é o mais importante dos sentidos, de acordo com pesquisa divulgada recentemente pelo De-partamento de Psicologia da Universidade de Chicago, nos Estados Unidos. “Nossa capacidade de distinguir cheiros é o que nos aproxima ou nos afasta das pessoas, de am-bientes e de situações praze-rosas ou de risco”, diz a mé-dica Leslie Kay. Mas a forma como um odor é recebido, se bom ou ruim, depende de cada cultura. “A lavanda, por causa do frescor, é uma das es-sências preferidas pelas bra-sileiras. Os homens, no brasil, ligam esse cheiro à mulher. Mas, para os europeus, a lavanda é um cheiro essencialmente masculino”, afirma o perfu-mista francês thierry bessard.

É mentira do PopeyeO personagem de desenho animado que recorre a uma lata de es-

pinafre quando precisa de forças enganou, além das crianças, muitos adultos. A verdura não é uma boa fonte de ferro. “O ácido oxálico presente no espinafre forma sais insolúveis com o ferro e também com o cálcio, dificultando a absorção desses dois mine-rais”, afirma a nutricionista Lara Cunha, da Universidade de São Paulo. Já a presidente da Sociedade brasileira de Alimentos Fun-cionais, Jocelem Mastrodi Salgado aconselha banir a verdura da dieta. Segundo ela, já foram registradas, em experiên-cias, mortes de ratos alimentados com espinafre. “Vários recém-nascidos nutridos com leite e espinafre, em 1951, morreram nos EUA”, alerta. Jocelem observa, porém, que a verdura contém muita fibra, vitaminas A, C e do complexo b, potássio e magnésio, além de ser conside-rada laxativa e diurética, mas não deve ser consumida por pessoas com deficiência de ferro ou propensão a formar cálculos renais, também devido ao grande teor de ácido oxálico.

Rep

rodu

ção

Rep

rodu

ção

A cada cinco italianos, um sofre de insônia e para curá-la ou tentar dormir melhor, todos estão dis-

postos a gastar cada vez mais.Atento a essa parcela da po-

pulação que tem dificuldades para ter uma noite inteira de sono, o mercado de objetos e produtos que prometem solucionar ou amenizar o problema não pára de crescer.

Um arsenal de opções é ofere-cido a adultos e crianças que lutam contra os distúrbios do sono e que-rem um dia entrar no mundo de so-nhos daqueles em que se consegue dormir imediatamente depois de colocar a cabeça no travesseiro.

São aparelhos anti-rumores, ionizadores portáteis, travessei-ros, colchões feitos com material desenvolvido com tecnologia da Nasa para as missões espaciais e adaptados por clínicas e hospi-tais, camas que se vendem como milagrosas, velas relaxantes, livros de auto-ajuda, terapias e novos produtos farmacêuticos.

trata-se de uma indústria mi-lionária. No ano passado, os ita-lianos gastaram 550 milhões de euros apenas em remédios para dormir (480 milhões em 2005) e 190 milhões de euros em traves-seiros especiais.

— A insônia não é apenas a dificuldade para dormir — expli-ca o neurologista Andrea Macen-zi. — É também a impossibilida-de de manter o sono.

Segundo Macenzi, por trás desse distúrbio do sono estão

diversas causas. De acordo com ele, individualizá-las permite re-solver 85% dos casos.

Na Itália, são 13 milhões de pessoas com problemas para dor-mir, que desejam muito mais ter uma boa noite de sono do que a troca do carro, uma jóia, ou um vestido novo.

Conforme informações de Lui-gi Ferini Strambi, diretor do Cen-tro de Medicina do Sono do Insti-tuto San Raffaele turro, de Milão, há ainda aqueles que não dormem bem por conta de maus hábitos.

— Jovens, adultos, crianças e idosos podem ter problemas de sono. Nenhuma idade foge desses distúrbios — afirma Strambi que, junto a outros profissionais do Instituto San Raffaele, diagnostica seis mil pacientes todos os anos.

Segundo o especialista, as ci-fras italianas estão de acordo com números registrados na União Eu-ropéia e em outros países indus-trializados. Ele assinala que de 12 até 15% da população têm insônia verdadeira e em torno de 10% so-frem de insônia ocasionalmente.

— A insônia verdadeira não é um problema de quantidade, mas de qualidade do sono. O ideal é dormir de sete a oito horas todas as noites, não como tempo, mas com qualidade. também não vale ter um sono fragmentado ou ap-néa durante a noite — assinala.

Strambi observa que o nú-mero de horas de sono não vale para todo o mundo, cada um tem a sua exigência e algumas pesso-

as se satisfazem com quatro ou cinco horas, na cama. No entan-to, o sono dessas pessoas é bom, tanto que elas não apresentam problemas durante o dia.

De acordo com ele, não se recupera o sono perdido duran-te a noite dormindo na manhã seguinte, porque é bem diversa a qualidade do sono noturno em comparação ao diurno.

Conforme Strambi, a insônia pode ocasionar problemas graves como a impossibilidade de inibir a produção do hormônio do es-tresse, o que pode aumentar o risco cardiovascular, a resistên-cia da insulina, possível causa da

diabete, e a perda da memória e da capacidade de planejar o que fazer durante o dia.

Nem sempre, porém, segundo o médico, é necessário recorrer a remédios para encontrar a cura. No entanto, ele diz que em 70% dos casos se utiliza algum tipo de medicamento.

Na avaliação dele, alimentos ricos em carboidrato favorecem um bom repouso. Efeito contrário têm as comidas muito picantes.

Strambi não aconselha beber café, chá, coca-cola e chocolate antes de dormir. De acordo com ele, também não é bom comer salames picantes, queijos duros, frutos do mar, mostarda, maione-se, batata frita, pipoca e nata, entre outros alimentos.

Segundo ele, algumas regras devem ser seguidas para dormir bem: ter um horário regular de ir para a cama todas as noites e levantar-se de manhã, evitar ati-vidades físicas intensas durante a noite e fontes luminosas nas horas que antecedem ao sono, não ler nem ver televisão na cama e não comer demais durante a noite.

vaLqUíria rEyCorrespondente • roma

Gru

po K

eyst

one

Gru

po K

eyst

one

Div

ulga

ção

C o m u n i t à i t a l i a n a / a b r i l 2 0 0 840 a b r i l 2 0 0 8 / C o m u n i t à i t a l i a n a 41

Page 22: Rio de Janeiro, abril de 2008 Ano XIV – Nº 118 Nepotismo · italiano Il Sole 24-Ore, existe um “acordo base” entre as duas em- ... Nesta edição, a Comunità oferece dicas

Giordano Iapalucci

fiRENzE

Artista poliedrico, da attore a tra-sformista, da comico fino a pitto-re: questo è Dario balantini. Pres-

so la galleria del Palazzo Enrico Coveri fino al 19 aprile è aperta una mostra dedica-ta all’artista “tutto fare”. Appassionato di pittura già da piccolo, la sua arte è fatta di forme umane appiattite, caotiche e spez-zettate, sempre cariche di energia e forza. Artista contemporaneo, ma sicuramente

influenzato dall’espressionismo e dal cubi-smo, una delle sue prime opere è il ritratto di Pier Paolo Pasolini, rivisitato in modo neorealistico. Riporta la velocità febbrile della quotidianità in una scomposizione della città, deformandola negli aspetti a noi più vicini come strade, palazzi e cimi-niere. Ingresso gratuito. Dal martedì al sa-bato, mattina dalle 11.00 alle 13.00 - po-meriggio dalle 15.30 alle 19.30.

Cina, Cina, Cina!Diciotto artisti contemporanei cinesi

presentano le loro opere presso il CCCS – Centro di Cultura Contemporanea Strozzina fino al 4 maggio. Si tratta di maestri prove-nienti da tre differenti ambienti metropoli-tani: Pechino, Shangai e Canton. L’iniziativa offre un’interessante visione distante dagli stereotipi attuali per esplorare il “fenomeno Cina” in un momento decisivo alla ricerca di una sua nuova identità culturale, cosciente di una grande eredità piena di tradizioni e di un presente fatto di un fulmineo ingresso nell’economia mondiale di stampo capitali-stico. Aperta tutti i giorni dalle 11.00 alle 20.30. Lunedì chiuso. Ingresso 5 euro.

Beatrice, l’ultimo segretoPiazza Santa Croce è da qual-

che tempo teatro delle rap-presentazioni dantesche di Ro-berto benigni. grazie alla sua sapienza poetica e quel tanto che basta di un sano umorismo toscano, il comico pratese de-canta i versi di quello che è sta-to considerato il più grande libro della storia. Forse però non sa della scoperta recente: beatrice, il grande amore platonico di Dan-te, sarebbe stata sepolta proprio nel chiostro della chiesa di Santa Croce. Una scoperta di non poco interesse storico, fatta poche settimane fa da uno storico alla ricer-ca di carte della Famiglia bardi. beatrice era

La Rosa dei VentiUn’antologia di giampaolo talani in

cinquantacinque dipinti; tutti per-venuti da collezioni private e pubbliche sia italiane che straniere. La mostra, sot-to il nome “Rosa dei venti”, riporta ai pa-esaggi tanto cari all’artista pieni di mare e venti, come sono quelli della costa tir-renica, la sua terra natale. Artista con-temporaneo e autore di uno degli affre-schi più grandi al mondo, se non il più grande, presente alla Stazione ferroviaria di Firenze, talani contraddistingue le sue tele da una continua evoluzione artisti-ca fatta di delicatezza e profondità. Pres-so la Sala d’Arme di Palazzo Vecchio sarà possibile ammirare anche una grande sta-tua di bronzo alta tre metri rappresentan-te la Rosa dei Venti. Ingresso gratuito. Fino al 27 aprile dalle 10.30 alle 18.30.

Visioni sommerse

infatti moglie di un certo Mone de’ bardi e morì giovanissima. Il chiostro di Santa Croce è aperto tutti i giorni ma il suo ingresso è a pagamento: 5 euro.

Foto

s: R

epro

duçã

o

Coltivatori di caffè premiatiLa Illycaffè il mese scorso ha annunciato, a São Paulo, i vinci-

tori del 17º Prêmio brasil de Qualidade do Café per lo “Espres-so”. La vincitrice, tra le 50 finaliste, è stata Mônica Schmölz de Mattos, di Araponga, regione delle Matas de Minas (Mg). È stata la seconda donna, in 17 anni, a portarsi a casa il primo premio e in tasca 30mila dollari. Al secondo posto è arrivato Ednilson Al-ves Dutra, di Munhuaçu, Mg (20mila dollari) e al terzo Mauro billi, di Campestre, Mg (10mila dollari).

Quest’anno, l’adozione di pratiche di sostenibilità ambientale, sociale ed economica è stata riconosciuta con un diploma per il produttore di caffè Luís Norberto Pascoal.

Caffè con bibite gassateAlla cerimonia di premiazione ai coltivatori di caffè, Andrea

Illy, presidente della Illicaffè, ha rivelato che l’impresa vuole sviluppare, in partnership con la Coca Cola, una bevanda di caffè freddo pronta da bere. Secondo lui, quello del caffè freddo è un “mercato molto promettente, che è cresciuto del 10% l’anno”.

Il caffè Illy è venduto in 140 paesi e la rete di caffetterie “espressamente Illy” è presente in 32 dei esse, con 170 negozi. L’Università del Caffè, un’altra impresa della marca, conta già su dieci unità nel mondo, di cui una a São Paulo, in partnership con la Faculdade de Economia della USP.

È argentoVini e spumanti brasiliani hanno fatto bella figura in Fran-

cia, più precisamente al concorso Chardonnay du Monde, realizzato in marzo nella città di Saint Lager. Quattro etichette nazionali hanno ricevuto la medaglia d’argento all’evento. So-no state: Aurora Espumante brut (Cooperativa Vinícola Aurora), Aurora Reserva Chardonnay 2007 (Cooperativa Vinícola Aurora), Miolo Reserva Chardonnay 2007 (Vinícola Miolo) e Salton Vol-pi Chardonnay 2006 (Vinícola Salton). Al concorso hanno par-tecipato solo vini e spumanti elaborati partendo da uve 100% Chardonnay. L’evento ha riunito 953 campioni di vini provenien-ti da 39 paesi.

Nuovo curriculumLezioni di storia e cultura afro-brasiliana ed indigena sono, da

marzo, obbligatorie nelle scuole brasiliane, tanto elementari quanto medie. La nuova legge vale tanto per le scuole pubbliche quanto per le private. L’obiettivo è quello di valorizzare il ruolo dei neri e degli indigeni nella formazione della società brasiliana.

Div

ulga

ção

C o m u n i t à i t a l i a n a / a b r i l 2 0 0 842

Page 23: Rio de Janeiro, abril de 2008 Ano XIV – Nº 118 Nepotismo · italiano Il Sole 24-Ore, existe um “acordo base” entre as duas em- ... Nesta edição, a Comunità oferece dicas

Seu sobrenome é italiano. Você sabe que a sua famí-lia é oriunda de uma pro-víncia na Itália. Seu bisa-

vô chegou ao brasil no século 19 e você sabe até o nome do navio que o trouxe. Pronto. Assim fica mais fácil de encontrar documen-tos que registram a chegada do seu antepassado ao país. Como uma coisa leva à outra, depois de algumas pesquisas, será possível ter todos os documentos neces-sários para a solicitação da cida-dania italiana.

Não. Não é tão fácil quanto parece, pois nem todos os des-cendentes de italianos, infeliz-mente, possuem os dados princi-pais para dar início à pesquisa. E muitos nem sabem em que lugar poderiam pesquisar. Um excelen-te ponto de partida é o Arquivo Nacional, no Rio de Janeiro.

— Há aqui um manancial gi-gante de documentos, um volume expresso, porém, quanto mais da-

— Já vi tantas histórias. As pessoas choram quando vêem os documentos e as fotos que cons-tam em alguns. E já presenciei, até mesmo, uma situação na qual a pessoa constatou que o avô não era casado com a avó, mas sim com outra — relembra a his-toriadora de 46 anos e que traba-lha há 19 no Arquivo Nacional.

À distânciaQuem não mora no Rio de Janei-ro, não precisa perder as espe-ranças. Há cinco anos, foi criado o sistema de atendimento à dis-tância do Arquivo Nacional. Po-rém, há algumas limitações.

— É importante enfatizar que só podemos fazer a pesquisa se a pessoa nos fornecer todos os dados necessários. Se ela quer pesquisar o processo de natura-lização, precisamos do nome e da filiação do estrangeiro. Se for

o prontuário da carteira modelo 19, precisamos saber o nome, a cidade e o estado no brasil em que o estrangeiro se encontra-va. E se for a lista de desembar-que dos vapores, precisamos do dia, mês e ano, além da cidade na qual o estrangeiro desembar-cou. Sem esses dados não pode-mos iniciar a pesquisa — explica a arquivista e técnica de atendi-mento, Helena Miranda.

Segundo dados do próprio Ar-quivo Nacional, em 2007, o aten-dimento à distância recebeu cerca de 14.863 solicitações, dos quais 70% referentes à imigração. Os documentos que revelam o pro-cesso de naturalização são os que mais oferecem informações para os pesquisadores, pois ali está um conjunto de dados apresen-tados pelo imigrante para a so-licitação da cidadania brasileira. Além disso, há também anexos

dos a pessoa tiver, melhor e mais fácil de encontrar o que quer — explica o diretor do Arquivo Na-cional, Jaime Antunes da Silva.

O Arquivo Nacional, no Cen-tro da cidade, tem, por finalida-de, implementar e acompanhar a política nacional de arquivos, de-finida pelo Conselho Nacional de Arquivos (Conarq), por meio da gestão, do recolhimento, do tra-tamento técnico, da preservação e da divulgação do patrimônio documental do País. Isso signi-fica que os registros de chegada dos imigrantes italianos que de-sembarcaram nos portos brasilei-ros, a partir dos últimos anos do século 19, estão sob os cuidados e preservação da instituição, que completou, em janeiro, 170 anos.

— O Arquivo tem muitos bons profissionais com uma boa capacidade técnica e sempre boa disposição para ajudar no que for preciso quando as pessoas sen-tem necessidade. Quando, even-

tualmente, não conseguimos localizar os dados procurados, indicamos como outra fonte de pesquisa o Museu do Imigrante, em São Paulo — diz o diretor de 61 anos que trabalha, “incansa-velmente”, há 43 e está há 16 à frente da instituição.

No Arquivo estão documen-tos que registram as entradas dos navios, o processo de naturaliza-ção e os prontuários das carteiras

modelo 19, um tipo de identida-de obrigatória para estrangeiros, a partir de 1938. Silva informa que, para uma pesquisa ter um bom co-meço, é “muito importante” ter o nome e a data da chegada do na-vio que trouxe seus antepassados para o brasil. Saber o nome do na-vio também ajuda bastante.

— Às vezes, as pessoas che-gam aqui somente com o no-me e fica difícil avançar porque são milhares de documentos. E se nem ao menos soubermos o

ano de chegada, fica mais com-plicado ainda. Muitos imigrantes morreram antes de tirar a cartei-ra modelo 19 — explica a coor-denadora de consultas ao acervo, Valéria Morse.

Apesar desses fatores servirem de obstáculos para muitos netos e bisnetos que insistem na procura pelos documentos de seus avós e bisavós, Valéria conta que já tes-temunhou a emoção de muitas pessoas quando se deparam com os registros da sua família.

comunidade

Arquivo Nacional, no Rio de Janeiro, é uma rica fonte de pesquisa para quem sonha com a cidadania italiana

Onde tudo pode começar

nayra GaroFLE

Tirando dúvidas

Você pode encontrar no Arquivo Nacional três

tipos de documentos re-lacionados aos imigrantes italianos: listas de desem-barque, carteira de identi-dade de estrangeiro e pro-cesso de naturalização

Lista de desembarque – para pesquisar pela lista de desembarque é necessário saber o nome completo do estrangeiro, o dia, mês, ano do desembarque ou o nome do vapor e o porto em que ocorreu o desem-barque. No documento você encontrará apenas o nome (os passageiros encontram-se enumerados por ordem de chegada e posição fami-liar), a nacionalidade e, ra-ramente, a naturalidade do passageiro.

Carteira modelo 19 ou carteira de identidade de estrangeiro - documen-to obrigatório para todos os estrangeiros residentes em caráter permanente no país, não naturalizados, a partir de agosto de 1938. O prontuário geralmen-te apresenta data de na-scimento, nacionalidade, naturalidade. Em alguns consta filiação, profissão, estado civil, local de em-prego e residência, data de chegada ao brasil, porto e navio. Para a pesquisa é preciso ter o nome comple-to do estrangeiro, a filiação e a cidade e estado em que o estrangeiro fez o registro no brasil.

Processo de naturali-zação - É o conjunto de documentos apresentados pelo imigrante para solici-tação da cidadania brasi-leira. Além dos documentos apresentados pelo imigran-te, possuem também anexos (pareceres e despachos de autoridades competentes). Não era obrigatório. Para a pesquisa é necessário ter em mãos o nome completo do estrangeiro, filiação e, se possível, o ano do na-scimento e do óbito.

com pareceres e despachos de autoridades competentes.

— Eles são os mais comple-tos, porém, como não foram todos os italianos que se naturalizaram, nem todos podem recorrer a esse documento — informa Helena.

toda essa busca é demorada, mas pode valer à pena. E quando tudo dá certo, começam os pre-parativos para o próximo passo: a solicitação da cidadania italia-na. Mas este já é assunto para outra matéria.

Sobre o Arquivo NacionalO Arquivo Nacional é órgão integrante da estrutura básica da

Casa Civil da Presidência da República. Criado em 1838, a in-stituição reúne um acervo, do século 16 aos nossos dias, de valor inestimável como fonte de informação e pesquisa. São cerca de 55 quilômetros de documentos textuais, 1,9 milhão de fotografias, 55 mil mapas e plantas, 6.060 discos, 49 mil filmes e 2.900 fitas vídeo-magnéticas. Há, também, uma biblioteca especializada nas áreas de história, arquivologia, ciência da informação, direito administrativo e administração pública, estimada em mais de 40 mil volumes, entre livros e periódicos, além de cerca de cinco mil obras raras. A Lei áu-rea, entre outros tesouros, está sob a guarda do Arquivo Nacional.

O diretor do Arquivo Nacional, Jaime Antunes da Silva; a coordenadora de consultas ao acervo, Valéria Morse; o conjunto de quatro prédios que

abrigam o Arquivo abrigou, por 15 anos, a Casa da Moeda do Brasil; as pesquisas podem ser feitas também à distância

Foto

s: R

ober

th T

rinda

de

C o m u n i t à i t a l i a n a / a b r i l 2 0 0 844 a b r i l 2 0 0 8 / C o m u n i t à i t a l i a n a 45

Page 24: Rio de Janeiro, abril de 2008 Ano XIV – Nº 118 Nepotismo · italiano Il Sole 24-Ore, existe um “acordo base” entre as duas em- ... Nesta edição, a Comunità oferece dicas

Notícia nuaTelejornal pela internet que exibe strip-tease de apresentadoras chega à Itália

GUiLhErME aqUinoCorrespondente • milão

mídia

A marina de Mergellina, na baía de Nápoles, serviu de ancoradouro, em março, para embarcações de to-

dos os tipos e tamanhos, recém-saídas dos estaleiros. O local foi a sede do Nauticsud, o Salão Náuti-co de Nápoles. Estaleiros de fama internacional como Aicon, Azi-mut, baia, Fashion Yatchs e Fran-chini abriram as portas das suas últimas criações para o público.

Homens vestidos de terno e gravata e mulheres bem arrumadas com crianças “grifadas” da cabeça aos pés fizeram fila para conhecer de perto os iates com preços de até oito dígitos. Mas para “em-barcar”, todos tiveram que usar sandálias especiais com sola de borracha. Afinal, saltos poderiam arranhar o piso dos barcos.

— temos um grande poten-cial e podemos nos transformar num grande porto europeu — afirma à ComunitàItaliana, o presidente da União Nacional dos Armadores, Lino Ferrari, organi-zador do evento.

A opção de dar preferência a Nápoles foi clara: limpar a ima-gem da cidade, arranhada pela crise do lixo, e valorizar a parti-cipação da Campânia no mercado do setor náutico, presente com 80

empresas. A região responde por 10% da produção de barcos des-tinados à exportação. E, nos últi-mos cinco anos, o mercado local cresceu na ordem de 20%. Além disso, Nápoles fica na região com o maior número de matrículas de iates (entre 18 e 24 metros) e a segunda em mega-iates (acima dos 24 metros), na Itália.

— temos 450 quilômetros de costa, 60 portos e marinas e, pelo golfo de Nápoles, se loco-movem cerca de nove milhões de pessoas. temos a segunda baía mais freqüentada depois de Hong Kong — informa o assessor da

Região Campânia para os Portos, Ennio Casceta.

Neste ano, os barcos ocupam uma superfície de 34 mil metros quadrados, 41% a mais do que na edição anterior. A oferta é ampla com a presença de 700 expositores e 1.200 embarcações. Os números refletem a boa saúde do setor náutico. A indústria naval, um dos principais motores da economia italiana, cresceu 7% em 2006. O volume de negócios anual gira em torno dos 2,3 bilhões de euros.

O Nauticsud exibiu vários bar-cos estrangeiros, porém construí-dos na Itália. Os estaleiros nacio-nais têm fama de desenvolver bons desenhos e fazer acabamentos im-pecáveis. E é isso o que desejam os milionários de todo o mundo.

Mesmo quem não tem conta bancária gorda e visitou o salão pôde sonhar acordado com o mun-do dos ricos e se sentir como um deles. O estaleiro baia, colocou à disposição do público um barco de 70 pés, capaz de alcançar uma

velocidade de 50 nós. O iate plana como se fosse uma gaivota na su-perfície da água, em silêncio. Um perfeito isolamento acústico da casa de máquina impede que os rumores do motor e das hélices al-cancem o deck. Na embarcação, o ar refrigerado garante a tempera-tura amena e a decoração amplia o espaço interno com a simples abertura de uma porta.

— Nosso objetivo é construir embarcações de grande perfor-mance, grande navegabilidade e conforto. Exportamos 85% da nos-sa produção. temos uma qualidade artesanal que não é possível ser copiada por ninguém — expica Antonio Capasso, dono do baia

Por dentro de um estaleiroA construção de um iate leva cerca de nove meses. Durante o Salão Náutico de Nápoles, o es-taleiro local, baia, abriu as por-tas das suas instalações, seguro da sua experiência de 30 anos no setor. Ele fica localizado em Po-zzuoli, de frente para o Vesúvio. Vários galpões, cada um com a sua utilidade, ocupam um grande espaço à beira mar, com 26 mil metros quadrados distribuídos em áreas cobertas e ao ar livre.

Um deles é responsável pela montagem e laminação do casco em kevlar, material resistente e leve. Para proporcionar um pro-cesso químico homogêneo da pintura, ao longo de todo o ano, a sala foi equipada com ar con-dicionado e um umidificador que mantém constantes a temperatu-ra e a umidade locais.

Com o casco pronto e enverni-zado, o “esqueleto” do barco vai para um outro galpão. Alí, como numa linha de montagem, ele ganha corpo e “órgãos”: equipes distintas de operários cuidam das instalações elétricas e hidráulicas, da montagem do motor, das hé-lices, dos equipamentos de tec-nologia de ultima geração-como radares, bússolas, os comandos e dos painéis de madeira que saem da carpintaria criada embaixo dos escritórios dos projetistas e enge-nheiros navais. Mais sinergia, im-possível. Difícil imaginar que um esqueleto assim irá se transformar num belo iate de luxo. Como o de um futurístico 100 pés, já vendido a um milionário grego. A estética, o design, a beleza sobem a bordo apenas pouco antes do lançamen-to ao mar. E la nave va.

Luxo, design e potência sobem a bordo de barcos dos sonhos exibidos em feira náutica

GUiLhErME aqUinoCorrespondente • milão

Jóias ao mar

Marina de Mergellina, sede da Nauticsud, em Nápoles Valeria, Erika, Michela e Barbara em ação no telejornal

Foto

s: G

uilh

erm

e A

quin

o

Gui

lher

me

Aqu

ino

Foto

s: D

ivul

gaçã

o

náutica

Um noticiário apresentado por mulheres que tiram uma peça de roupa a ca-da notícia, até chegar ao

strip-tease completo. Assim é o Naked News, programa concebido para exibição em internet e ce-lulares que estreou mês passado, na Itália, mas que já está dispo-nível em 172 países.

Atualmente, o serviço conta com seis milhões de clientes. A versão italiana vai ao ar às 17h, ao vivo. Depois, o assinante po-de rever o noticiário quantas ve-zes quiser. Para isso, é preciso pagar dez euros por mês.

— Creio que é um trabalho muito interessante e que, certa-mente, contribuirá para minha formação — diz a apresentadora Michela Fiore, de 25 anos, a res-peito do seu novo trabalho.

Ela dividirá a apresentação do Naked News Itália com as também italianas Erika giusti, 26, e Valeria bellini, 22, além da polonesa barbara Zawisza, 26. Foram escolhidas dentre cem candidatas.

— No começo, os clientes irão assinar por causa do strip-tease, mas depois irão se tornar

fiéis consumidores de notícias — afirma Marco Ottolini, represen-tante da Small Formats, empresa que atua na produção e distribui-ção de formatos digitais inova-dores e responsável pela chegada do serviço à Itália.

Criado em 1999, o Naked News segue o mesmo formato em todo o mundo. De pé, as apre-sentadoras se revezam na leitura da notícia e tiram a roupa com a maior naturalidade. No começo, todas estão de terninho. No fi-nal, só resta o sapato de salto al-to. Segundo Ottolini, jornalistas profissionais são os responsáveis pelo conteúdo do programa.

Das apresentadoras, quem cuida é uma equipe de “olhei-ros”. Para a estréia, cem moças se apresentaram para os testes de seleção. Além das quatro que já estão no ar, outras duas vão estrear, em breve, na “bancada”. Faz parte do formato do progra-ma exibir um rodízio de apresen-tadoras até que algumas caiam nas graças do público e fiquem por mais tempo no ar.

Os mais curiosos podem com-parar as apresentadoras italianas com as de outros países. Afinal,

os padrões de beleza costumam variar de acordo com os diferen-tes lugares.

Na opinião da estudante de cinema Marianna Costa, somente quem tem “tempo para jogar fo-ra” é quem verá o programa.

— Como sempre, as mulheres acabam com a pior parte da his-tória, a de ser um mero objeto de decoração, e de mau gosto, para piorar tudo — diz.

Para a artesã Manuela trione, o Naked News é um programa mal feito e que explora o corpo da mulher.

— Acho que um homem ou casal que assiste a uma locutora

fazer strip-tease deve realmente estar com a vida ganha. Me per-gunto quem vai fazer a assina-tura disso? É melhor comprar um filme erótico e levar para casa se o problema for falta de estimulo sexual — comenta.

O taxista Ettore Rossi acha a novidade interessante, mas diz que não vai assistir porque, na hora em que o noticiário é exibi-do, ele está trabalhando.

— Acho que esse programa não vai durar muito tempo. Sou-be que poderíamos ter o servi-ço no celular, mas prefiro usar o aparelho somente como telefo-ne, mesmo.

C o m u n i t à i t a l i a n a / a b r i l 2 0 0 846 47a b r i l 2 0 0 8 / C o m u n i t à i t a l i a n a

Page 25: Rio de Janeiro, abril de 2008 Ano XIV – Nº 118 Nepotismo · italiano Il Sole 24-Ore, existe um “acordo base” entre as duas em- ... Nesta edição, a Comunità oferece dicas

Mande sua história com material fotográfico para: [email protected]

Viemos para o Brasil em um na-vio alemão, o Bretagne. Foram 12 dias de tristeza e angústia. Ao che-garmos, ver o Rio de Janeiro, à noite, foi inesquecível. Mas na ma-nhã seguinte, quando nos levaram para pegar o trem, parecia que vivíamos novamente a guerra. Pesso-as mal vestidas comiam com a mão, crianças choravam. O calor e a su-jeira nos agrediam de forma in-suportável. A bela Itália ia ficando nos recantos do passado.

Lá, meus pais possuíam proprie-dades. Aqui, adentrávamos um mun-do que não conhecíamos. Não trazí-amos nada além de uma pequena economia.

A chegada em BH foi um alívio. O marido de minha tia nos aguar-dava na estação. Curiosidade, medo, ansiedade, sentimentos diversos se confundiam em meu ser. Eu era uma menina, mas jamais havia me sentido tão frágil. Então, minha atenção voltou-se para o jovem Giu-seppe. Naquele momento me esqueci de todo drama vivido até ali.

Embora com uma diferença de sete anos e, um caráter boêmio con-quistador, Giuseppe seria meu com-panheiro. Namoramos às escondidas por dez anos e permanecemos ca-sados por 40. Hoje sou viúva e ainda sofro a ausência de um homem que foi o grande amor da minha vida, um pai dedicado aos três filhos que tivemos. Pertencíamos à mesma re-gião da Itália.

Ele, assim como eu, veio para o Brasil por questões familiares. No entanto, sua família tinha pro-priedades no Prado. Os Longobuc-co foram pioneiros na produção de laticínios. Ainda resido no sobra-do que foi do avô de meu marido. O preconceito para com os imigran-tes era grande. Por muito tempo fomos os carcamanos, “narigudos” ou

“macarrão de Santa Casa”. Imigran-tes eram vistos como invasores, po-bres que aqui vieram com o intuito único de ganhar dinheiro. Feliz-mente, essa visão mudou.

Além de lidar com as privações, falta de moradia e dificuldades com a língua, eu e meus familia-res fomos passados para trás por um de nossos conterrâneos. Mas a mudança nos leva a buscar meios de sobrevivência. Eu procurei es-tudar. Venci uma tuberculose que quase me levou a vida. Formei-me professora e casei-me com o homem pelo qual me apaixonei à primei-ra vista.

Foi no Brasil que construí mi-nha vida. Aprendi o verdadeiro va-lor da família e das tradições. Eu e meus pais jamais nos separamos. Moraram comigo por toda sua vi-da, adotando meu marido como a um filho.

Posso dizer que, após 54 anos de Brasil, me considero uma cidadã daqui, apesar de não ter me natu-ralizado. A saudade da terra natal existe. Mas aprendi que o coração também encontra sua terra natal. Esse lugar a que passamos a perten-cer, onde reconstruímos um outro eu. Um lugar para o qual abrimos os olhos todas as manhãs, onde criamos raízes, fazemos planos e realiza-mos sonhos.

Annita Greco Longobucco, 66 anos.

Belo Horizonte, Minas Gerais

Se meu coração pulsar mil ve-zes ao dia, uma vez ainda se-rá pela saudade profunda e inegável das lembranças que

passam pelos meus olhos. Caçula de sete filhos, nasci no ápice da Se-gunda Guerra, 1941, em Spezzano Piccolo, pequena cidade da Calábria. As ameaças rondavam os socialistas, como meu pai. Nem sei dizer quan-tas vezes mamãe queimou seus li-vros a fim de evitar um infortúnio. Terminada a guerra, meu pai re-alizava viagens: África, Tchecoslo-váquia, Abissínia, qualquer lugar que possibilitasse a ele nos proporcionar tudo que estivesse a seu alcance.

Em 1954, minha mãe decidiu mudar-se para o Brasil. A irmã de-la já morava aqui e as cartas chega-vam cheias de vagas promessas, como a de se colher ouro com a pá, no meio das ruas. Meu pai tentou ar-gumentar, resistir. Porém, é difí-cil negar a alguém que sofreu tan-to uma nova chance. Minha mãe já havia perdido quatro filhos.

il lettore racconta

Curiosidade, medo,

ansiedade, saudade. Tudo

isso se misTurava no

Coração da menina anniTa

GreCo LonGobuCCo quando

desembarCou Com sua famíLia,

no brasiL, para se esTabeLeCer

em beLo HorizonTe. depois de

54 anos, eLa não Tem dúvidas

de que enConTrou, de faTo,

uma nova páTria.

depoimenTo à repórTer

síLvia souza

Eu e minha mãe Rosina Greco

quando chegamos da Itáli

a

Eu e minha mãe na Itália, antes da

imigração

Giuseppe com o

acordeon que o

acompanhou

por toda a vida

Meu pai, Alfredo Greco

Os produtos acima mencionados estão disponíveis nos mercados italiano e brasileiro.

EstiloPara fugir do sol ou apenas

complementar um look elegante, boné Armani Jeans com velcro no fecho e feto

de tecido. Disponíveis em duas cores: preto e branco. € 76

Para elasEm aço inoxidável, este cordão de ouro amarelo chapeado, com gancho tipo anzol fechado com encaixe promete trazer sorte com os pingentes de amuletos. € 284

Original Para quem ama os assessórios originais e sempre de última moda, aqui está esse relógio de mesa que se assemelha aqueles de painel de automóveis dos anos 50 e 60! Em cor bege claro, a cor mais clássica dos carros da época, além de mostrar a hora, mostra também a temperatura e a umidade do ambiente € 39,90

Foto

s: D

ivul

gaçã

o

Ousadia Há tempos o sapato deixou de ser apenas um calçado para se tornar um acessório que faz a

diferença no visual. Estes, com solado raso, biqueira redonda, detalhes em camurça, adorno

em metal dourado, detalhe em bambu e sola de couro são da

grife italiana gucci. € 603

Comodismo Agora é possível não deixar a sua bebida esfriar enquanto você estiver ocupado diante de seu computador. Sem precisar de pilhas, este aparelhinho se conecta simplesmente na porta USb de forma cômoda e fácil. € 12,90

Para eles Colar de couro com pingente em prata esterlina faz a diferença no visual masculino. Nada mais

autêntico do que uma jóia Empório Armani. Custa € 284

italian style

C o m u n i t à i t a l i a n a / a b r i l 2 0 0 848 a b r i l 2 0 0 8 / C o m u n i t à i t a l i a n a 49

Page 26: Rio de Janeiro, abril de 2008 Ano XIV – Nº 118 Nepotismo · italiano Il Sole 24-Ore, existe um “acordo base” entre as duas em- ... Nesta edição, a Comunità oferece dicas

turismo

Durante alcuni periodi dell’anno, la calma Nova Veneza subisce una totale alterazione della sua rou-

tine. Uno di questi periodi è in maggio, quando la cittadina di circa 13mila abitanti ne riceve 70mila. Il miracolo della molti-plicazione delle persone è opera della Madonna di Caravaggio. Il santuario di Nova Veneza è palco, da 57 anni, di una festa in onore alla santa e punto di partenza di un pellegrinaggio realizzato l’ul-tima domenica di quel mese.

Sono tre giorni di festa in onore alla Madonna di Caravag-

gio, ma la cattolica Nova Veneza organizza feste per altri 13 santi durante l’anno.

Passate le feste religiose, No-va Veneza riprende la sua routine, piena di titoli. È la prima colonia italiana che ha messo radici in brasile e viene considerata la capi-tale catarinense della gastronomia italiana. Inoltre, è l’unica città in America Latina ad avere un’auten-tica gondola Made in Italy. Proprio dovuto all’imbarcazione, la città brasiliana attrae sempre più turi-sti in cerca di romanticismo.

Nova Veneza, al sud del-lo stato brasiliano di Santa Ca-

tarina, a 215 km dalla capitale Florianópolis, conserva ancora un’aria di provincia, con le sue vie, case e costumi dell’autentico mondo italiano. Il calore umano e l’ospitalità sono forti caratte-ristiche del popolo del comune, che conserva la bellezza della cultura e le tradizioni dei suoi colonizzatori anche nel folklore e nel buon vino.

La città è stata fondata nel 1891 e il 95% della sua popola-zione è formato da discendenti di italiani. I primi coloni sono sta-ti portati qui dall’impresa norda-mericana Angelo Fiorita & Cia per

rendere abitabile la regione. A quell’epoca il principale imprendi-tore del luogo era Miguel Napoli, siciliano, che guidò l’apertura di strade, la delimitazione delle terre e la costruzione di una falegname-ria per ricevere gli immigranti.

Oggi, in mezzo al verde pae-saggio della città, una bella sor-presa trasforma lo scenario: le solide case costruite dai coloni con pietre scavate nella regione. Erano le abitazioni delle 900 fa-miglie pioniere, venute dalle re-gioni di bergamo [Lombardia] e Venezia [Veneto], e che sono in piedi a tutt’oggi.

GondolaSite a 7 km dal centro della cit-tadina, le case di pietra forma-no una delle attrattive turistiche di Nova Veneza. Un’altra è Praça Humberto bortoluzzi, proprio al centro, dove si trova il Monumen-to dos Imigrantes, in omaggio a tutte le famiglie italiane coloniz-zatrici di Nova Veneza. È là che si trova la più recente “vedette” della città: la gondola.

La barca regna su di un la-go artificiale dal novembre 2006. L’allora governatore del-la provincia di Ve-nezia è venuto in brasile solo per

colpisce per la sua ricchezza di dettagli e ha già attratto sul luo-go più di 15mila visitatori.

— Con l’arrivo della gondola, Nova Veneza ha rafforzato ancor di più i suoi legami con l’Italia e il nostro settore turistico. In gran parte dello stato, la città è già conosciuta grazie alla barca, che colpisce per la sua bellezza e tenore storico. Molti visitato-ri vogliono sapere la sua storia, oltre a sfruttare la visita per fo-tografarla — dice il sindaco di Nova Veneza, Rogério Frigo.

Per avere un’esatta idea di come vivevano i primi colonizza-tori, basta una visita al Museu do Imigrante Cônego Miguel giacca. Costruito nel 1940, presenta una collezione formata da pezzi do-nati dagli abitanti del comune.

I circoli culturali della città arricchiscono ancor di più l’ar-te e la cultura italiane. Durante l’anno, il grupo Folclórico Italo-brasileiro di Nova Veneza, la Ca-merata e il Festival di balli tipici hanno fatto parte della program-mazione di eventi che incantano tutti con le contagianti presen-tazioni, rendendo noto il nome del comune in altre regioni.

Creato 17 anni fa, il grupo Fol-clórico presenta nel suo repertorio le danze più tradizionali di tutte le regioni d’Italia. La tarantella napoletana è il ballo preferito dai 112 membri del gruppo, formato da persone di tutte le età, dai 4 ai 92 anni. Il successo e talento che rappresentano è stato ricono-sciuto, anche internazionalmente,

quando hanno vinto il Festival de Caaguazú, in Paraguay.

— Queste danze, questo gruppo, rappresentano il riscatto della memoria di mio padre, mio nonno, di tutti i miei avi — af-ferma Jussara Sávio, coordinatri-ce del gruppo, che si occupa an-che delle prove.

Tavola riccaIl titolo di Capitale Catarinense della gastronomia Italiana fa sì che Nova Veneza sia una fermata obbligatoria nella rotta gastro-nomica dello stato. Nei principa-li ristoranti del comune, la car-ta è unanime: la tipica polenta, gallina, pasta, “fortalhas” e for-maggi, sempre assaporati con un buon vino. I ristoranti più tradi-zionali della città sono Veneza e Il Camino, che offrono degusta-zioni dei cibi tipici ai visitatori.

Per coloro a cui piace cam-biare il menu, il Café tramonto, nel quartiere São bento Alto, a cinque chilometri dal centro del-la città, è l’ideale. Il profumo del caffè fresco e della cioccolata calda, oltre alle svariate leccornie tipiche di una classica colazione coloniale, sono irresistibili.

Nello stesso quartiere del Café tramonto, la Cantina borgo gava è responsabile della produzione di vini coloniali, liquori e cacha-chas prodotti nella città. Ciò che

Madonna di CaravaggioQuesto è il nome dato a Maria, madre di gesù che, secondo la

tradizione cattolica, apparve a Caravaggio, in Italia, nel 1432. All’epoca dell’apparizione, Caravaggio si trovava alla frontiera tra gli stati di Milano e Venezia e al confine di tre diocesi: Cremona, Milano e bergamo. Si viveva un periodo segnato dalle divisioni politiche e religiose, odio e reati.

Dice la leggenda che una donna di 32 anni, che soffriva con-tinui maltrattamenti da parte del marito, vide la santa il 26 mag-gio. Joaneta Varoli raccoglieva fieno in un prato vicino, chia-mato Mezzolengo, a 2 km da Caravaggio. La santa le avreb-be detto che, per avere pace, il popolo sarebbe dovuto torna-re a fare penitenza, digiuno e erigere una cappella. Sul luogo dell’apparizione della santa sa-rebbe scaturita una sorgente. Joaneta trasmise il messaggio, e allora nobili e plebei seguiro-no a puntino le orientazioni e la pace tornò alla regione.

A Nova Veneza, il Santuário de Nossa Senhora de Caravaggio è stato visitato dal Ct Luiz Felipe Scolari dopo aver vinto i Mondiali di Calcio del 1991.

Prima colonia italiana del Brasile, Nova Veneza, in Santa Catarina, è palco di una delle principali feste in onore alla Madonna di Caravaggio, in maggio

Tra la fede e il sentimentalismo

sarah castro

agli inizi è stata la base della piccola economia domestica, col passare del tempo si è trasforma-to in una piccola impresa.

AvventuratiMalgrado la tranquillità di Nova Veneza, il luogo inoltre attrae tu-risti alla ricerca di avventure, do-vuto alle sue bellezze naturali. I 287 km2 del comune, che rimane sui pendii della Serra geral, pre-sentano poche strade di accesso e molte fattorie per svago, spe-cialmente nel distretto di Cara-vaggio. La ricompensa principale del transitare a 40 km all’ora, in alcuni tratti del Rio Cedro Alto, è quella di imbattersi in fiumi e montagne che spuntano in mez-zo alle curve della strada.

Le camminate fatte lungo sentieri ecologici in mezzo alla foresta nativa sono uno spetta-colo a parte. Le opzioni ecoturi-stiche e le attività sportive sono molte, ma dipendono dallo spiri-to avventuriero e dalla creatività di ognuno, visto che non ci sono molte guide nella regione. Ric-co di grandi cascate, il sentiero che le percorre regala ai visitato-ri luoghi tranquilli per il bagno, il trekking e il rappel [discesa in corda doppia]. Il fiume guarapari presenta piccole rapide, con un flusso d’acqua proprio per un raf-ting poco pericoloso.

la cerimonia della sua inaugurazione. Con

10,75 m. di lunghezza, 1,45 m. di larghezza, 2 m. di altezza e 600 chili, la gondola è una per-fetta copia delle barche che cir-colano per i canali di Venezia. È stata costruita con vari tipi di le-gno applicati su 280 parti strut-turali e ornamentali. Fabbricata in modo artigianale, la gondola

Praça Humberto Bortoluzzi e il suo monumento agli immigranti

Foto

s: A

nder

son

S. M

acha

do

C o m u n i t à i t a l i a n a / a b r i l 2 0 0 850 a b r i l 2 0 0 8 / C o m u n i t à i t a l i a n a 51

Page 27: Rio de Janeiro, abril de 2008 Ano XIV – Nº 118 Nepotismo · italiano Il Sole 24-Ore, existe um “acordo base” entre as duas em- ... Nesta edição, a Comunità oferece dicas

exposição

Mestre, estudioso, pin-tor, cientista. Capaz de revelar várias face-tas ao longo de seus

67 anos de vida, o italiano Leo-nardo Da Vinci dispensa comen-tários quando o assunto são os nomes que possam representar a Itália pelo mundo. E foi jus-tamente pensando na amplitu-de de significados que sua obra traz que o Instituto Italiano para o Comércio Exterior (ICE) escolheu o artista para prota-gonizar a campanha Itália: on-de arte, design e tecno-logia fazem história, que acontece em São Paulo, até maio.

Responsável por pinturas como A última ceia e Gioconda (Mona Li-sa); invenções como o pára-quedas e o automóvel; estudos da anatomia do olho e projetos urbanísticos de uma

cidade ideal e um porto, o ar-tista, na avaliação do ICE, reú-ne todos os elementos em que a Itália é referência.

São Paulo será a primeira ci-dade da América do Sul a rece-ber a mostra Os Segredos dos Có-digos de Leonardo da Vinci, ini-ciativa para a qual foram inves-tidos 300 mil reais. A abertura da exposição acontece no dia 15 de abril, aniversário de nasci-mento de Leonardo.

No local, detalhes de manus-critos e códigos usados pelo mes-tre serão expostos até o dia 4 de maio. Além da mostra, Leonardo nomeia o prêmio especial a ser concedido pelo governo italia-no ao empresário e ex-ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan. A honraria será oferecida

pelo empenho de Furlan na pro-moção do Made in Italy e pela primeira vez será concedida a um brasileiro. No mesmo evento, gri-fes italianas como bulgari, Erme-negildo Zegna, gianfranco Fer-rè, giorgio Armani, Just Cavalli, Prada e Valentino, que atuam no brasil, apresentarão suas peças inspiradas no mestre.

A mostra e seus conteúdos foram desenvolvidos pelo Centro de Estudos e Pesquisas Leonar-do3, empresa de Milão com atu-ação no campo da multimídia, e traz ao público o Código Atlânti-co (dedicado aos estudos e proje-tos de máquinas, e no qual está

inserido o automóvel-robô),

o Código do Vôo (dedicado ao es-tudo do vôo, e de onde provém o pássaro mecânico) e os Projetos de Pontes e da Cidade Ideal cria-dos por Da Vinci.

Os manuscritos originais fo-ram transformados em livros in-terativos nos quais seus respecti-vos desenhos “ganham vida” gra-ças a modelos tridimensionais.

— Fisicamente, são quatro monitores interativos (um para o Código Atlântico, um para o Código do Vôo, um para a Cida-de Ideal e um para as pontes), dois filmes (um sobre o Código Atlântico e um sobre o Código do Vôo), dois modelos físicos (um do automóvel e outro do pássaro mecânico), oito painéis explica-tivos e 16 reproduções de dese-nhos catalogados pela Comissão Vinciniana. Virtualmente, porém, o visitante terá acesso a 320 pá-ginas e 52 animações interativas de máquinas do Código Atlânti-co, 36 páginas e mais 130 ani-mações interativas de projetos e estudos do Código do Vôo, três modelos interativos de pontes e acesso virtual ao plano urbanís-tico da cidade ideal de Leonardo — descreve o analista e consul-tor do ICE, Ronaldo Padovani.

DecodificandoOs conteúdos presentes na exposição foram desenvol-vidos por Mario taddei e Edoardo Zanon, com a colabo-ração de Massimiliano Lisa. ta-ddei, especialista em Leonardo, é ex-docente de desenho indus-trial, responsável por descober-tas e pesquisas com ressonân-cia mundial a respeito das má-quinas de Leonardo. Zanon é ex-docente de comunicação vi-sual e música, além de co-autor do primeiro modelo operante do automóvel de Leonardo, enquan-to Massimiliano Lisa, especialis-ta em mídia, editor e criador de revistas, já escreveu centenas de editoriais sobre tecnologia, vídeo digital e multimídia.

Mais ampla coleção de ma-nuscritos de Leonardo, o Código Atlântico é uma encadernação montada no final dos anos 1500 pelo escultor Pompeo Leoni. Ela abarca o período de 1478 a 1518 e tem reconhecido fascínio devi-do à heterogeneidade de assun-tos cobertos: mecânica, enge-nharia, arquitetura, matemática, geometria, astronomia, botânica,

zoologia, anatomia, artes milita-res e física.

Já o Código do Vôo foi redigi-do em 1505 e constitui um estu-do metódico do vôo dos pássaros. Suas folhas reúnem diferentes li-nhas de pensamento e têm como objetivo a realização de um gran-de sonho: o projeto da máqui-na voadora, sempre presente na mente de Leonardo, que escreve também as instruções e indica-ções necessárias à construção e pilotagem de tal equipamento.

A digitalização em altíssima definição (60 megapixels) de to-do o conteúdo do código e sua formatação num livro interativo, num projeto realizado pela Le-onardo3 (L3), permitem a qual-quer pessoa investigar cada uma de suas folhas, manuseando-as diretamente, ampliando-lhes num nível de precisão jamais visto, bem como lendo os textos originais e suas respectivas tra-duções e interagindo com todos os desenhos através de modelos tridimensionais animados.

— Líder mundial em estudos, mostras e publicações sobre Leo-nardo da Vinci, a Leonardo3 é a única instituição do mundo a reu-nir sob o mesmo teto os estudos dos manuscritos e das pinturas do artista e a reconstrução de má-quinas com a pesquisa tecnológi-ca dirigida à divulgação e difusão do próprio trabalho em todo o mundo por meio de mostras e pu-blicações de conteúdo inédito. A L3 estuda o passado e cria inova-dores instrumentos de comunica-ção de forma a estimular o inte-resse. É por isso que são mistura-dos modelos físicos, reproduções tridimensionais e softwares inte-rativos — explica Padovani.

Em oura parte da mostra, o visitante adentra nas inovações arquitetônicas propostas pelo mestre. A maior parte das pontes projetadas por Da Vinci é de seus primeiros anos em Milão, cidade onde chegou em 1482. São vários tipos: ponte auto-sustentável, ponte sobre cavaletes, ponte sobre uma dupla fileira de

cavaletes, ponte gi-ratória, ponte sobre balsa, ponte de as-salto. Detalhe: todas foram projetadas para a guerra.

Segundo os estudiosos de sua obra, o interesse de Da Vinci pe-las pontes nasce da necessidade de ampliar sua bagagem de co-nhecimentos técnicos na área mi-litar. Mesmo sem nenhuma prova concreta de sua aplicação, algu-mas se distinguem pelas propos-tas inovadoras adotadas que, em muitos casos, não encontram si-milaridade em nenhum outro tra-tado técnico da época ou atual.

Das reconstruções inéditas, estão presentes o automóvel-ro-bô e o pássaro mecânico. O pri-meiro vem sendo estudado desde 1905 tendo sido descoberto re-centemente que sua verdadeira finalidade é ser um veículo capaz de mover-se sozinho.

Um complicado sistema de engrenagens permite tencionar

as molas que funcionam co-

Instituto Italiano para o Comércio Exterior traz para o Brasil exposição sobre o genial artista Leonardo Da Vinci

Como numa aula magna

síLvia soUza

mo motor desta máquina, que entrava em cena vinda das coxias de um teatro, com bonecos de papel sobre ela, os quais podiam mover algumas de suas partes, como cabeça ou braço.

Os estudiosos da L3 compro-varam essa tese ao construir o primeiro protótipo do mundo em 2004 e, no ano passado, taddei apresentou uma atualização na interpretação dessa invenção, que poderá ser vista, agora, pela pri-meira vez, aqui no brasil.

Na exposição, será possível conhecer o famoso Código da Vinci e vários

projetos do genial artista italiano

Foto

s: D

ivul

gaçã

oserviço: a mosTra os seGredos dos CódiGos de Leonardo da vinCi fiCa em CarTaz aTé 4 de maio no museu

da Casa brasiLeira (av. briGadeiro faria Lima, 2705, são pauLo).

ouTras informações: (11) 2148-7250 ou 3032-3727.

C o m u n i t à i t a l i a n a / a b r i l 2 0 0 852 a b r i l 2 0 0 8 / C o m u n i t à i t a l i a n a 53

Page 28: Rio de Janeiro, abril de 2008 Ano XIV – Nº 118 Nepotismo · italiano Il Sole 24-Ore, existe um “acordo base” entre as duas em- ... Nesta edição, a Comunità oferece dicas

gastronomia

Exposição no Rio e em São Paulo pretende ensinar para o público a forma certa de se consumir o produto

Muito prazer, azeite

sônia aPoLinário

depender, além do gosto de cada um, do tipo de prato em que pre-tende usá-lo — observa Laura.

A primeira feira foi realizada no ano passado, somente em São Paulo. Este ano, o evento cres-ceu e terá duas edições. No Rio de Janeiro por ser a cidade que mais consome azeite, no brasil. E em São Paulo, por reunir o maior número de importadoras, no país. Segundo Laura, o brasileiro con-some, em média, 400 mililitros de azeite por ano. Enquanto isso, um

europeu consome anualmente en-tre dois e três litros do produto. Nos dois últimos anos, o mercado de azeitonas e azeite movimentou mais de 3,268 bilhões de dólares.

A produção anual de azei-te está em cerca de 2,5 milhões de toneladas. Os países produto-res da União Européia (Espanha, Itália, França, grécia e Portugal) são responsáveis por 73% des-sa produção. A Espanha ocupa, atualmente, o primeiro lugar no ranking mundial dos países pro-dutores. Itália está em segundo lugar. Dentre os países importa-dores de azeite, os Estados Unidos ocupa o primeiro lugar (30.8%) e o brasil, o segundo lugar (5,3%).

No evento do Rio, Marcos André borges, técnico da Divi-são de Orientação e Incentivo à Qualidade do Instituto Nacio-nal de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro)

vai explicar como se dá o con-trole de qualidade do azeite. Já o especialista Douglas Cezar bar-tholomeu ensinará como fazer o melhor uso do produto na cozi-nha. Caberá ao agrônomo gabriel bertozzi falar sobre a incipiente produção brasileira de azeite e suas perspectivas.

Em São Paulo, o italiano Ví-tor Fratini, provador de azeite da região de Molise e fundador da Associação Mille Sensi, dará uma aula sobre os aromas e sabores dos azeites. Caberá ao chef Car-los bertolazzi falar sobre a har-monização de azeites em dife-rentes pratos.

HarmonizaçãoEssa harmonização (ou falta de-la) é, segundo bertolazzi, o gran-de problema do consumidor de azeite brasileiro. Segundo ele, o azeite “errado” pode arrasar com aquele prato de bacalhau capri-chado. E a culpa cairá na suposta má qualidade do bacalhau – nin-guém desconfiará do azeite.

— Só se conhece o azeite ex-perimentando. A maioria das mar-cas encontradas nos supermercados é feita de diferentes misturas de azeitonas. Os rótulos estão cheios de informações que não informam nada até porque o cliente não en-tende de azeitona. Portanto, a pri-meira regra que posso recomendar é que ninguém deve ficar preso a uma marca de azeite ou a um país produtor. Comprar, provar e guar-dar essa memória gustativa é o primeiro passo — explica bertola-zzi, chef do bufê C.U.C.I.N.A.

Formado no Piemonte, com passagem pelo restaurante Pia-zza Duomo, em Alba, tido como uma das cinco melhores cozinhas de toda a Itália, bertolazzi ante-

cipa para Comunità algumas di-cas de harmonização de azeite.

Os atributos a serem con-siderados na harmonização são o doce, o salgado, o amargo, o ácido, as especiarias, o aroma, a gordura e a persistência. Segun-do o chef, se o azeite “pega na garganta” é porque é mais pican-te, tem amargor. Se é “docinho”, trata-se de um produto suave.

Um azeite picante estragaria o prato de “bacalhau caprichado” por se tratar de uma comida sua-ve. Já uma carne de porco pede um azeite mais ácido para balan-cear o doce do porco. No caso da salada, bem, depende da salada. Um prato feito com folhas amar-gas como rúcula e agrião precisa de azeite com amargor. Já uma sa-lada com especiarias, picante, ti-po tailandesa, pede azeite frutado e aquela salada básica tipo toma-te, cenoura, alface, requer azeite suave. Para legumes crus, azeite suave. Já legumes grelhados, azei-te amargo. Usar azeite suave em carne grelhada é o mesmo que jo-gar o produto fora porque o sabor simplesmente vai sumir.

— Uma harmonização é per-feita quando o azeite melhora a comida e a comida melhora o azeite — resume bertolazzi.

Ele dá um exemplo bem ita-liano. Um pesto genovês, iguaria delicada, feita à base de manjeri-cão, casa perfeitamente com um azeite suave e doce da Ligúria. Já um azeite toscano, geralmente de características mais frutadas, vai “matar” o pesto genovês.

No fogoNa hora de cozinhar, a primeira lição a se aprender é a diferen-ça entre os tipos de azeite: oliva, virgem e extra-virgem.

O azeite é um produto na-tural, feito com o sumo do fru-to das oliveiras. O de oliva não é 100% natural e passa por um processo de refinamento para eli-minar impurezas. geralmente é aromático, frutado e com acidez igual ou inferior a 1%.

O azeite de oliva virgem tem boa qualidade, ligeiros defeitos e acidez igual ou inferior a 2%.

O azeite de oliva extra-virgem tem sabor e cheiro intensos, não apresenta defeitos e sua acidez é igual ou inferior a 0,8%.

Sobre acidez, bertolazzi ex-plica que muitas pessoas com-pram azeite com a menor aci-dez possível por acreditar que, só por isso, o produto é de boa qualidade.

— A acidez é menos uma ca-racterística organoléptica (de aroma e sabor) e mais quími-ca. Ela apenas representa o total de ácidos graxos livres contidos no azei-te. Em alguns países a acidez nem é obrigatória no rótulo — informa.

Sendo assim, passada a pri-meira lição, o que se precisa na hora de colocar uma frigideira no fogo é um bom azeite extra-virgem. Certo? Completamente errado. Fazer fritura com extra-virgem é, segundo bertolazzi, um desperdício de dinheiro.

Em uma panela, direto no fo-go, o azeite a ser usado é o de oliva. Por ser um produto refina-do, agüenta temperatura de até 200 graus sem perder suas carac-terísticas. Já para um prato feito no forno, o azeite adequado é o virgem. O extra-virgem deve ser reservado apenas para a finaliza-ção do prato.

Sabe aquele vizinho que você acha bacana, gos-ta de conversar e é bom de papo, mas que, de repente, você percebe que não sabe nada so-bre ele? Esse “vizinho” é o

azeite. Esse produto tão popu-lar é, para o brasileiro, ainda um desconhecido. Aos pou-cos, porém, ele se apresen-ta. Uma oportunidade para conhecê-lo melhor se-rá a ExpoAzeite, que acontece no Rio de Janeiro, no dia 14 de maio (hotel Sofitel Co-pacabana) e em São Paulo, no dia 9 de setembro (Hotel Intercontinental).

No evento, além da apre-sentação de vários produtos, são realizadas palestras. O objetivo, segundo Laura La-cerda Fonseca, gerente da Ex-poAzeite, é ensinar o consumi-dor a comprar certo o azeite.

— A idéia da feira surgiu quando constatamos que o consumidor nem sa-bia que tinha dúvidas a respeito do azei-te. E o consumidor não tem dúvida porque não co-nhece, de fa-to, o produto. todos querem simplesmente saber qual o melhor azeite. Mas isso vai

Dicas

Você sabia?

Ao contrário do vinho, quanto mais novo o azeite, melhor. O azeite tem um prazo de validade de aproximadamente dois anos se bem conservado. Verifique sempre a data de fabricação.

O azeite deve ser guardado em recipientes de vidro, de prefe-rência escuros, ou em recipientes de folha de flandres ou de aço inox. Deve ser mantido em local fresco, sem luz e longe de produ-tos com cheiros intensos para evitar que os absorva.

Quando sujeito a temperaturas muito baixas o azeite pode solidi-ficar. Contudo, ele retomará o seu aspecto inicial quando volta à tem-peratura ambiente, não perdendo nenhuma das suas características.

Em média, uma oliveira dá 20 Kg de azeitonas, sendo necessá-rias cerca de 5 a 6 Kg para produzir 1 litro de azeite.

Por se tratar de um produto de origem vegetal, o azeite não tem colesterol, portanto essa informação na embalagem é total-mente redundante.

Falar de primeira prensagem também dá a impressão que o azeite passa por diversas prensagens, o que também não ocorre. todo azeite virgem ou extra vigem é obtido de uma primeira prensagem, portanto não existe azeite desse tipo resultado de prensagens posteriores.

Muitos fabricantes também embalam seu azeite em vidros transparentes para exaltar a cor do produto. Na realidade a cor é um fator de onde pode se ter idéia da origem do produto, sendo mais verde para azeites jovens, provenientes de azeitonas verdes ou amarelo ouro, para azeites mais suaves, produzidos com azei-tonas mais maduras e escuras. Essas embalagens, no entanto, não são recomendáveis, pois um dos principais inimigos do azeite é a luz. Por isso prefira embalagens de vidro escuro ou lata.

Principal conselho do chef Gabriel Bertozzi: experimentar várias marcas

Div

ulga

ção

Sér

gio

Zale

wsk

a

C o m u n i t à i t a l i a n a / a b r i l 2 0 0 854 a b r i l 2 0 0 8 / C o m u n i t à i t a l i a n a 55

Page 29: Rio de Janeiro, abril de 2008 Ano XIV – Nº 118 Nepotismo · italiano Il Sole 24-Ore, existe um “acordo base” entre as duas em- ... Nesta edição, a Comunità oferece dicas

Sapori d’ItaliaClaudia Monteiro de Castro

La gENTE, iL pOSTO

síLvia soUza

belo Horizonte - Lá se vão 27 anos, desde que, capitaneados pela mãe, os irmãos Edmundo e Cantidio Lanna iniciaram uma aventura gastronômica. Em volta de uma “boa mesa”, deci-diram criar um ambiente onde pudessem receber os amigos e

apreciar a culinária da região da Calábria. Nascia o buona tavola trat-toria onde, inspirados pelas tradições de origem do pai, Dona Pichita Lanna, a matriarca da família preparava suas massas que agradavam em cheio a todos que recebia. tanto que, aos 84 anos, a mineira de Ponte Nova continua a repassar seu conhecimento dando aulas de culinária.

Se no início do negócio os pratos eram servidos em sete mesas, o buona tavola recebe hoje clientes dignos de uma lista eleitoral. Entre os quais o ex-ministro de turismo Walfrido dos Mares guia, o senador Eduardo Azeredo, o prefeito de belo Horizonte Fernando Pimentel e a secretária de estado do turismo Érica Drumond.

— Várias reuniões de decisões políticas são realizadas em almo-ços por aqui. Caso da inclusão do nome de Ronaldo Vasconcellos co-mo candidato a vice de Pimentel na última eleição. todos os detalhes foram acertados aqui — recorda Edmundo Lanna, que depois de divi-dir por quase 20 anos a administração da casa com o irmão Cantidio, acumula a tarefa com a função de economista do banco de Desenvol-vimento de Minas gerais.

A cargo da chef Silvia Madalena desde os primórdios da empreita-da, o restaurante surgiu numa época em que belo Horizonte experi-mentava um boom de novas casas de pastas. No cardápio, pratos tra-dicionais com força nas massas como fettucine e capellini (cabelo de anjo), lasanha, canelone, ravióli, capelletti; molhos como bolognesa, sugo, pomodoro, alfredo (creme de leite aos quatro queijos) e algumas carnes como parmegiana, ossobuco e popetone.

— É um restaurante de alta qualidade, ambiente agradável e muito fiel à comida italiana, às origens. Um dos pratos que eu gosto lá é o fettucine e o risotto di zuchini. E realmente o lugar tem essa vocação, essa característica acolhedora que o torna capaz de sediar encontros importantes para a política. Quando o ex-ministro Patrus Ananias ha-via acabado de ser eleito prefeito de belo Horizonte e eu ainda ocupa-va o cargo, tivemos o primeiro encontro no buona tavola. Mesmo com

minha vida agitada, seja para assuntos políticos ou para a vida em família, gosto e tento freqüentar o restaurante com assi-duidade — assegura o se-nador Eduardo Azeredo.

Com decoração típi-ca de uma cantina italia-na, o restaurante chegou a ter uma filial no bair-ro dos Funcionários, mas nesse mês de abril, volta

Restaurante mineiro é palco de decisões políticas azeitadas no entorno da gastronomia italiana

Eduardo Azeredo e Edmundo Lanna

para comer e prosear

serviço: buona TavoLa TraTToria - rua aLaGoas 763 - bairro savassi

beLo HorizonTe – mG – fone: (31) 3227-6155

a atender apenas no endereço original, no bairro Savassi. No local, o cliente tem à sua disposição cerca de 100 lugares em dois salões com ar-condicionado e fácil estacionamento. E, não satisfeito em sabore-ar os pratos no melhor estilo italiano, pode continuar a apreciar os quitutes em casa, já que no buona tavola é possível comprar massas prontas e semi-prontas.

Risotto di Zuchini (para 4 pessoas)

Ingredientes: 400 g arroz arbóreo; 100 g manteiga sem sal; 1 cebo-la batidinha; 1 copo de vinho branco; 1 e ½ caldo de carne; 2 abo-brinhas italianas pequenas; 50 g queijo parmesão ralado fino; ½ co-po de creme de leite (opcional); 50 g queijo provolone ralado fino.

Modo de preparo: Refogue a cebola com manteiga e acrescente o arroz. Frite-a por alguns minutos e em seguida coloque o vinho. Deixe evaporar bem e espere que seja absorvido pelo arroz. Passe a juntar o caldo de carne aquecido. À medida em que o arroz for absorvendo, sempre mexendo, acrescente as abobrinhas cortadas em fatias finas e vá regando com caldo até que o arroz comece a fi-car al dente e acabe o cozimento. Apague o fogo, junte os queijos ralados e deixe a panela tampada até o ponto de cozimento dese-jado. Em uma panela à parte, refogue 400 g carne seca desfiada em azeite a gosto. Adicione cebola picada, salsinha, cebolinha também à gosto. Sirva lado a lado o risoto e a carne. O prato fica mais vistoso se enfeitado com rodelas de abobrinhas.

Foto

s: D

ivul

gaçã

o

Museo del Cinema em TurimPara quem gosta da sétima arte, o Mu-

seo del Cinema de turim é um prato cheio. A começar pela localização,

dentro do principal cartão postal do lugar, a Mole Antonelliana, de onde se tem a melhor vista da cidade. Lá de cima, dá para ver o Rio Pó, as praças, os prédios elegantes, os jar-dins do Palazzo Reale e o Parco Valentino.

O museu é organizado em vertical. São cinco andares que contam a história da evo-lução do cinema. O complexo do museu é constituído por diversas coleções. A come-çar pela arqueologia do cinema, com mate-rial dos séculos 18 e 19, como por exem-plo, lanternas mágicas e caixas óticas. Já a coleção dedicada à história da fotografia é composta por várias máquinas de época.

Em seguida, vem a coleção sobre o ci-nema propriamente dito: pôsteres, material publicitário de filmes e documentos foto-gráficos. Há mais de 200 ítens dedicados ao

cinema mudo e inúmeros pôsteres de clás-sicos como Crepúsculo dos deuses, Cidadão Kane, Cantando na chuva. Não somente de Hollywood, mas também material de filmes franceses, ingleses, espanhóis, suecos, ja-poneses e, obviamente, italianos, como La-dri di biciclette, La dolce vita, Il Gattopardo.

E não falta material do set dos filmes: rou-pas, figurinos e objetos, como a máscara de Star Wars, sapatos da Marilyn, chapéus do Fellini e do Chaplin.

A parte mais divertida do museu são as salas temáticas, no andar de baixo. Cada uma funciona como se fosse um set de cine-ma. Uma representa um café antigo. Outra, surreal, é uma sala de cinema com poltro-nas em forma de privadas. tem também uma sala de horror e um laboratório científico. As crianças adoram essa parte do museu. E os adultos, que são eternas crianças, também.

Museu do Cinema:Via Montebello 20Tel. .0118138.560/651Horário: terça a domingo 9h/ 20h, sábado até as 23h.Ingresso: 8 euros para o museo + elevador panorâmico.

Não é a toa que os italianos têm fama de latin lover. É só no-tar as abordagens às mulheres, nas ruas. geralmente, quando passa uma “vítima”, eles usam e abusam de adjetivos. Usam

frases galantes. O que não falta é um arsenal de frases de efeito.“Sei stupenda!” (Você é maravilhosa!), “Sei bellissima!” E por que

não forçar um pouco a barra: “Sei la donna più bella che abbia mai vi-sto” (Você é a mulher mais linda que eu já vi na minha vida!). Eles não economizam elogios, como se a vida deles dependesse disso. Alguns usam a criatividade poética. Certa vez, caminhando perto da basílica de São Pedro, ouvi:

“Hanno liberato gli angeli di San Pietro!” (Liberaram os anjos de São Pedro!). Essa cantada até o Papa abençoaria, não é verdade?

Há ainda os que não dizem nada, mas quando a mulher passa, vi-ram o rosto e fazem um olhar de admiração e surpresa, como se estivessem diante de um quadro de botticelli. São exagerados mesmo, levan-tam o ego de qualquer uma e fazem com que elas até acredi-tem que eles estão falando a verda-de. Uma tremenda cara-de-pau.

Alguns se limitam a jogar olhares ou dizer frases de efei-to. Outros partem para a ação. Por exemplo, se a mulher está lendo um li-

vro no ônibus, certamente vai puxar papo perguntando o nome do li-vro. Se uma “bella donna” (mas não somente) fizer uma pergunta para o motorista de ônibus sobre o itinerário e ele for com a cara dela, ela corre o risco de ser paquerada. O mesmo vale para perguntas feitas a um policial, pelas ruas. Se uma moçoila vai a um bar e pede um ca-ppuccino, tem grandes chances que o atendente faça em seu cappuc-cino um desenho de coração com a espuma do leite. E se ela for pela terceira vez no mesmo bar, não é raro que o atendente, já “íntimo”, beije sua mão, em verdadeiro estilo Casanova.

Mas não importa a profissão: arquitetos, operários, donos de ho-tel, jornalistas, malabaristas, lixeiros, eles

realmente não brincam em serviço! tem alguns Don giovanni que são

capazes de deixar o que estão fazendo para seguir uma mulher nas ruas. Se ele se encantar com uma musa, bastou

ela descer do metrô que eles vão atrás, para puxar papo, e depois implorar

seu número de telefone.Mas é bem provável que, depois

de obter o tão desejado número da donna stupenda, eles nunca telefo-

nem. Paquerar, cortejar, é a finalidade máxima. Será por esporte ou para tes-tar sua virilidade? Ou será para dar um

colorido ao cotidiano? Uma coisa é certa: os italianos continuam os mesmos. E eles fazem ques-tão de manter a fama.

Latin Lover

Cla

udia

Mon

teiro

de

Cas

tro

C o m u n i t à i t a l i a n a / a b r i l 2 0 0 856 a b r i l 2 0 0 8 / C o m u n i t à i t a l i a n a 57

Page 30: Rio de Janeiro, abril de 2008 Ano XIV – Nº 118 Nepotismo · italiano Il Sole 24-Ore, existe um “acordo base” entre as duas em- ... Nesta edição, a Comunità oferece dicas
Page 31: Rio de Janeiro, abril de 2008 Ano XIV – Nº 118 Nepotismo · italiano Il Sole 24-Ore, existe um “acordo base” entre as duas em- ... Nesta edição, a Comunità oferece dicas