4
Diretor Presidente: Márcio Muniz Fernandes [email protected] Circulação Diária Telefax: 35 3332-1008 São Lourenço, Quinta-feira, 14 de Março de 2019 ANO XXVI - Nº 1304 R$ 2,00 Chamadas Rio vai receber a maior coleção de arte iorubá fora da África Mesmo os mais bem qua- lificados profissionais têm dificuldades para encontrar um emprego no país. Por isso, não é exagero afirmar que o Brasil está formando mestres e doutores para o desemprego. A frase é de Silvio Meira, professor do Centro de Informática da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e da Escola de Direito do Rio da FGV. Os números de- monstram isso friamente: enquanto no mundo a taxa de desocupação desse gru- po gira em torno de 2%, por aqui, a média é de 25%. Os mestres estão em situação ainda pior: 35% fora do mercado de trabalho. “O Brasil forma doutores e, ao mesmo tempo, não tem articulações que envol- vam resoluções de proble- mas como o semiárido e o aproveitamento sustentável das águas marinhas. Esses profissionais podem auxiliar nesses ramos. São assun- tos mundiais e que deman- dam estratégias”, analisa Silvio Meira. Para ele, se- ria natural uma demanda de alto grau em todos os setores. A não existência dessa procura faz com que uma série de perguntas surjam na mente do pro- fessor. “Por que não tem no Brasil? É por que não precisa? Quantas empre- sas brasileiras competem no mercado global? Aprovado projeto de lei que garante coleta de sangue nas residências para pessoas com dificuldade de locomoção Vagas abertas no SINE São Lourenço Analista de Desenvolvimento de Sistemas - Mas- culino/Feminino (Itanhandu) Atendente Balconista - Masculino/Feminino Auxiliar Administrativo - Vaga Exclusiva para De- ficientes - Com Laudo Médico - CID Bilheteiro de Transportes Coletivos - Masculino - Habilitação A e Veículo - Viagens Interestaduais Chapista de Lanchonete - Masculino Cozinheiro (a) de Retaurante Instalador de Alarmes Residenciais (Soledade de Minas) Instalador-Reparador de Linhas de Comunicação de Dados Motofretista - Masculino - Habilitação A e Veículo Motorista Carreteiro - Masculino (Caxambu) Programador (a) de Computador Representante Comercial - Masculino/Feminino Técnico (a) de Enfermagem - Ensino Médio Com- pleto - Habilitação A e Veículo - (Pouso Alto) Vendedor (a) Pracista Veterinário - Masculino(Três Corações) Para maiores detalhes, os candidatos deverão comparecer ao SINE São Lourenço - MG Rua Coronel José Justino, 429 Loja Centro Horário de Atendimento 08:00/17:00 horas Página 03 O Rio de Janeiro vai re- ceber a maior coleção de arte iorubá fora da África. Serão centenas de peças, em processo de escolha e catalogação, que chegarão a partir de agosto. Os arte- fatos milenares devem ser exibidos em um espaço sem correspondente no mundo: a Casa de Herança Oduduwa, um local para exposições, aulas de língua iorubá, cen- tro de estudos e um teatro, num elo permanente de comunicação e intercâmbio entre o Brasil e o povo ioru- bá. Uma forma de aproximar as culturas e auxiliar o povo brasileiro a conhecer melhor suas origens, heranças, his- tórias, e até suas feições. A vinda desse tesouro his- tórico, religioso e cultural é um esforço pessoal do rei de Ifé, Ojaja II, de 44 anos, a maior autoridade tradicional e religio- sa do povo iorubá, que origi- nariamente habitava o Reino de Ketu e o Império do Oyó, áreas atualmente do Benin e da Nigéria. Página 04 Pacientes deverão ter atestado médico que comprove a limitação para que os laboratórios conveniados com o SUS realizem a coleta Desemprego entre mestres e doutores no Brasil chega a 25% Página 02 Opinião: Ana Terra Oliveira Página 03 Rio vai receber a maior coleção de arte iorubá fora da África Página 04 FAÇA JÁ SUA ASSINATURA Receba semanalmente, em sua casa, nossas quatro edições de terça a sexta-feira 35-3332-1008 E-mail: [email protected] Foto: Carta Capital

Rio vai receber a maior coleção - Jornal Correio do Papagaio · 2019. 3. 14. · Silvio Meira, professor do Centro de Informá-tica da Universidade Federal de Pernambu-co (UFPE)

  • Upload
    others

  • View
    0

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Rio vai receber a maior coleção - Jornal Correio do Papagaio · 2019. 3. 14. · Silvio Meira, professor do Centro de Informá-tica da Universidade Federal de Pernambu-co (UFPE)

Diretor Presidente: Márcio Muniz Fernandes [email protected]ção Diária

Telefax: 35 3332-1008São Lourenço, Quinta-feira, 14 de Março de 2019ANO XXVI - Nº 1304 R$ 2,00

ChamadasRio vai receber a maior coleção de arte iorubá fora da África

Mesmo os mais bem qua-lificados profissionais têm dificuldades para encontrar um emprego no país. Por isso, não é exagero afirmar que o Brasil está formando mestres e doutores para o desemprego. A frase é de Silvio Meira, professor do Centro de Informática da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e da Escola de Direito do Rio da FGV. Os números de-monstram isso friamente: enquanto no mundo a taxa de desocupação desse gru-po gira em torno de 2%, por aqui, a média é de 25%. Os mestres estão em situação ainda pior: 35% fora do mercado de trabalho.

“O Brasil forma doutores

e, ao mesmo tempo, não tem articulações que envol-vam resoluções de proble-mas como o semiárido e o aproveitamento sustentável das águas marinhas. Esses profissionais podem auxiliar nesses ramos. São assun-tos mundiais e que deman-dam estratégias”, analisa Silvio Meira. Para ele, se-ria natural uma demanda de alto grau em todos os setores. A não existência dessa procura faz com que uma série de perguntas surjam na mente do pro-fessor. “Por que não tem no Brasil? É por que não precisa? Quantas empre-sas brasileiras competem no mercado global?

Aprovado projeto de lei que garante coleta de sangue nas residências para

pessoas com dificuldade de locomoção

Vagas abertas no SINE São Lourenço

Analista de Desenvolvimento de Sistemas - Mas-culino/Feminino (Itanhandu)

Atendente Balconista - Masculino/Feminino

Auxiliar Administrativo - Vaga Exclusiva para De-ficientes - Com Laudo Médico - CID

Bilheteiro de Transportes Coletivos - Masculino - Habilitação A e Veículo - Viagens Interestaduais

Chapista de Lanchonete - Masculino

Cozinheiro (a) de Retaurante

Instalador de Alarmes Residenciais (Soledade de Minas)

Instalador-Reparador de Linhas de Comunicação de Dados

Motofretista - Masculino - Habilitação A e Veículo

Motorista Carreteiro - Masculino (Caxambu)

Programador (a) de Computador

Representante Comercial - Masculino/Feminino

Técnico (a) de Enfermagem - Ensino Médio Com-pleto - Habilitação A e Veículo - (Pouso Alto)

Vendedor (a) Pracista

Veterinário - Masculino(Três Corações)

Para maiores detalhes, os candidatos deverão comparecer

ao SINE São Lourenço - MG Rua Coronel José Justino, 429 Loja Centro Horário de Atendimento 08:00/17:00 horas Página 03

O Rio de Janeiro vai re-ceber a maior coleção de arte iorubá fora da África. Serão centenas de peças, em processo de escolha e catalogação, que chegarão a partir de agosto. Os arte-fatos milenares devem ser exibidos em um espaço sem correspondente no mundo: a Casa de Herança Oduduwa, um local para exposições, aulas de língua iorubá, cen-tro de estudos e um teatro, num elo permanente de comunicação e intercâmbio entre o Brasil e o povo ioru-bá. Uma forma de aproximar as culturas e auxiliar o povo brasileiro a conhecer melhor suas origens, heranças, his-tórias, e até suas feições.

A vinda desse tesouro his-tórico, religioso e cultural é um esforço pessoal do rei de Ifé, Ojaja II, de 44 anos, a maior autoridade tradicional e religio-sa do povo iorubá, que origi-nariamente habitava o Reino de Ketu e o Império do Oyó, áreas atualmente do Benin e da Nigéria.

Página 04

Pacientes deverão ter atestado médico que comprove a limitação para que os laboratórios conveniados com o SUS realizem a coleta

Desemprego entre mestres e doutores

no Brasil chega a 25% Página 02

Opinião: Ana Terra Oliveira Página 03

Rio vai receber a maior coleção de arte iorubá fora da África

Página 04

FAÇA JÁ SUA ASSINATURAReceba semanalmente, em suacasa, nossas quatro edições de

terça a sexta-feira

35-3332-1008E-mail: [email protected]

Foto: Carta Capital

Page 2: Rio vai receber a maior coleção - Jornal Correio do Papagaio · 2019. 3. 14. · Silvio Meira, professor do Centro de Informá-tica da Universidade Federal de Pernambu-co (UFPE)

Quinta-feira, 14 de Março de 2019Pág 2 :: Correio do PapagaioAtos e Gerais

Animal, que está ameaçado de extinção, foi encontrado em

Santa Rita do Sapucaí

Espécie rara de perereca é encontrada em reserva de parque

municipal em MG

Uma espécie rara de perereca foi encontrada em uma reserva do Par-que Municipal de Santa Rita do Sapucaí (MG). O animal, que está amea-çado de extinção, só tem cerca de oito centímetros. A descoberta surpreen-deu até os biólogos, que estavam à procura de espécies comuns.

A espécie é muito di-fícil de ser avistada a olho nu. Por ser uma pe-rereca de folhagem, ela é esverdeada e se con-funde com a vegetação. Ela chega no máximo a oito centímetros.

Segundo os biólogos, se trata de uma “Phasmahyla cochranae”, que está em extinção em várias re-giões do Brasil. Apenas 24 desses gêneros são conhecidas no Brasil.

A espécie foi encontrada em uma área que é ecolo-gicamente protegida, em uma reserva onde fica o Parque Municipal da ci-dade, em um espaço que não é aberto ao público.

“Isso mostra como a nossa reserva é preser-vada, porque como é uma espécie sensível, ela pre-

cisa de ambientes bem preservados mesmo para sobreviver. Então quer dizer que se ela está aqui é porque é um ambiente bem preservado mesmo”, explica o biólogo Júlio César de Souza.

O objetivo dos biólogos é continuar explorando a área, através de novas descobertas.

“Como é um bicho mui-to raro e sensível, prova-velmente outras espécies desse parâmetro, com certeza terão outros”, completou o biólogo.

Segundo a prefeitura, apenas pesquisadores, biólogos e representan-tes de universidades têm acesso à área onde a nova espécie foi encontrada.

“Qualquer resultado que eles tenham, eles passam pra gente fazer essa divulgação, porque é importante para que as pessoas possam cons-cientizar como é impor-tante fazer a preservação dessa reserva biológica”, disse o chefe de unidade e conservação, José Al-fredo Carneiro Filho.

Fonte: G1 Sul de Minas

No mundo, a taxa de desocupação desse grupo gira em torno de 2%

Desemprego entre mestres e doutores no Brasil chega a 25%Mesmo os mais bem

qualificados profissio-nais têm dificuldades para encont ra r um emprego no país. Por isso, não é exagero afirmar que o Brasil está formando mestres e doutores para o de-semprego. A frase é de Silvio Meira, professor do Centro de Informá-tica da Universidade Federal de Pernambu-co (UFPE) e da Escola de Direito do Rio da FGV. Os números demons-tram isso friamente: en-quanto no mundo a taxa de desocupação desse grupo gira em torno de 2%, por aqui, a média é de 25%. Os mestres estão em situação ainda pior: 35% fora do merca-do de trabalho.

“O Brasil forma douto-res e, ao mesmo tempo, não tem articulações que envolvam resoluções de problemas como o semiárido e o aprovei-tamento sustentável das águas marinhas. Esses profissionais podem au-xiliar nesses ramos. São assuntos mundiais e que demandam estra-tégias”, analisa Silvio Meira. Para ele, seria natural uma demanda de alto grau em todos os setores. A não exis-tência dessa procura faz com que uma série de perguntas surjam na

mente do professor. “Por que não tem no Brasil? É por que não precisa? Quantas empresas bra-sileiras competem no mercado global? Preci-samos estruturar o país para que a indústria possa competir global-mente e a indústria de-mande conhecimento para competir também fora do Brasil.”

Mais uma vez, dados mostram muitos pós-graduados sem um lugar no mercado de trabalho. Uma pesquisa do Cen-tro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE, do Ministério da Ciên-cia, Tecnologia, Inova-ções e Comunicações) aponta que, em 2014, havia 445.562 mestres titulados contra 293.381 empregados. No mesmo período, foram formados 168.143 contra 126.902 empregados. De acordo com o último levanta-mento da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Supe-rior (Capes, do gover-no federal), em 2017, foram titulados no país 50.306 mestres, 21.591 doutores e 10.841 no mestrado profissional. Segundo a assessoria, nos últimos anos, a Ca-pes tem mantido o orça-mento em cerca de R$ 4 bilhões, e o número de bolsas seguiu estável.

São 93,5 mil bolsistas na pós-graduação no Brasil e no exterior, nú-mero que também tem se mantido estável nos últimos anos.

Saída de cérebrosSe os números são

frios, a realidade é cruel. Doutorando na Univer-sidade de Brasília, Ab-ner Calixter, 34 anos, recebeu retorno de um processo seletivo com a alegação de que seu currículo era “superqua-lificado” para a vaga e, por isso, não foi contra-tado. “O grande proble-ma é que o Brasil não é interdisciplinar. Para ser contratado em uma área determinada, eles olham para a graduação, in-dependentemente do mestrado ou doutorado. Eu, por exemplo, não posso dar aula em uma faculdade de arquitetura porque a minha primeira graduação não é arqui-tetura. Meu mestrado e meu doutorado são em urbanismo sustentável, mas não sou arquiteto. Isso é um atraso”. As universidades do ex-terior, segundo Abner, são extremamente inter-disciplinares. “Se existe esse tipo de abertura, isso reflete em novos modelos, em inovação para o mercado.”

Doutor em ciências bio-

lógicas, Leonardo Braga Castilho, 31 anos, era professor temporário da UnB. Há dois meses, o contrato acabou. Agora desempregado, ele divi-de o tempo entre distribuir currículos, fazer freelan-cer em cursos e procurar um pós-doutorado fora do país. “O mercado de trabalho não está fácil para ninguém. Mas tem gente com certo nível de qualificação que tam-bém não aceita qualquer emprego. Além disso, a procura específica na área em que se espe-cializou oferece muito menos vagas. Mas acho que as reformas são um começo: podem exonerar o Estado, facilitar as leis de contratação”, aponta.

Para Bruno Gonçal-ves, 32, paleontólogo e doutor pela Univer-sidade de São Paulo, o êxodo intelectual é o mais preocupante: “Acontece uma fuga dos cérebros. Como não existe vaga de emprego, e as pessoas precisam sobreviver, elas vão assumir va-gas no exterior porque as perspectivas aqui são ruins. Não exis-te política pública de inserção no mercado de trabalho: temos um exército de doutores desempregados que não têm onde aplicar

os conhecimentos”.Célio da Cunha, ex-

docente da Faculdade de Educação da UnB e professor do programa de pós-graduação da Universidade Católica de Brasília, aponta que o problema é causado pela crise econômica: “O país está em re-cessão e é natural que o desemprego atinja também os níveis mais altos”. Ele atr ibui o desemprego à falta de infraestrutura e à inca-pacidade do mercado de absorver a mão de obra extremamente qualificada.

“Acho que esse ce-nário é um reflexo da pouca valorização que a educação sofre no país. Lá fora, existe um grande apoio a museus e a centros de ciência. As empresas também investem em pesquisa, inovação. Falta incentivo no Brasil para se investir em ciência”, ressalta Bruno Gonçalves. Ele acredita que o país teria potencial para se tornar uma espécie de Vale do Silício. “Seria muito válido ter incentivos para empresas que trabalham com tecnologia, para contratarem mão de obra qualificada e desenvol-verem conhecimento.”

Fonte: Estado de Minas

Com 500 milhões de abelhas mortas em três meses, agricultura brasileira pode entrar em colapso

Nos últimos três meses, mais de 500 milhões de abelhas foram encontra-das mortas por apicul-tores apenas em quatro estados brasileiros, reve-la reportagem de Pedro Guigori para a Agência Pública e Repórter Bra-sil. Foram 400 milhões no Rio Grande do Sul, 7 milhões em São Paulo, 50 milhões em Santa Catarina e 45 milhões em Mato Grosso do Sul, se-gundo estimativas de As-sociações de apicultura, secretarias de Agricultura e pesquisas realizadas por universidades.

O principal causador, afirmam especialistas e pesquisas laboratoriais analisadas pela repor-tagem, é o contato com agrotóxicos à base de neonicotinoides e de Fi-pronil, produto proibido na Europa há mais de uma década. Esses ingredien-tes ativos são inseticidas, fatais para insetos, como é o caso da abelha, e quando aplicados por pulverização aérea se espalham pelo ambiente, relata o texto.

Recentemente, um grupo de pesquisadores

brasileiros alertaram em relatório que o desmata-mento e o agrotóxico são atualmente os principais inimigos dos agricultores brasileiros.

Por exemplo, em Cruz Alta, município de 60 mil habitantes no Rio Grande do Sul, mais de 20% de todas as colmeias foram perdidas apenas entre o Natal de 2018 e o come-ço de fevereiro. Cerca de 100 milhões de abe-lhas apareceram mortas, segundo a Apicultores de Cruz Alta (Apicruz). “Apareceram uns vene-nos muito bravos. Eles colocam de avião de ma-nhã e à tarde as abelhas já começam a aparecer mortas”, relata o apicultor Salvador Gonçalves, pre-sidente da Apicruz.

“As abelhas são as prin-cipais polinizadores da maioria dos ecossistemas do planeta. Voando de flor em flor, elas polinizam e promovem a reprodução de diversas espécies de plantas. No Brasil, das 141 espécies de plantas cultivadas para alimenta-ção humana e produção animal, cerca de 60% de-pendem em certo grau da

polinização deste inseto. Segundo a Organiza-ção das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), 75% dos cultivos destinados à alimentação humana no mundo dependem das abelhas”, relatam.

Ainda segundo a reporta-gem, no Brasil, há seis es-pécies de abelhas nativas —Melipona scutellaris, Me-lipona quadrifasciata, Meli-pona fasciculata, Melipona rufiventris, Nannotrigona testaceicornis, Tetragonis-ca angustula– e mais de 3 mil estrangeiras. A maioria delas não tem ferrão, ou

tem o órgão atrofiado.“Os principais inimi-

gos das abelhas são os agrotóxicos neonicoti-noides, uma classe de inseticidas derivados da nicotina, como por exemplo o Clotianidina, Imidacloprid e o Tiame-toxam. A diferença para outros venenos é que ele tem a capacidade de se espalhar por todas as partes da planta. Por isso, costuma ser colocado na semente, e tudo acaba com vestígios: flores, ra-mos, raízes e até no néctar e pólen. Eles são usados em diversas culturas como

de algodão, milho, soja, arroz e batata”.

Além dos neonicotinoi-des, revela o texto, há casos de mortandade relacionados também ao uso de agrotóxicos à base de Fipronil, inseticida que age nas células nervosas dos insetos e, além de utilizado contra pragas em culturas como maçã, soja e girassol, é usado até mesmo em coleiras antipulgas de animais domésticos. Muitas vezes esse veneno é aplicado em pulverização aérea, o que o expõe diretamente às abelhas.

“A morte dos poliniza-dores por contato com os agrotóxicos pode ocorrer de vários modos. O mais comum é quando a operá-ria sai para a polinização. Muitas acabam morrendo na hora, outras ficam de-sorientadas e infectadas. A partir daquele momen-to elas tentam voltar a colmeia, mas muitas não resistem ao caminho. As que conseguem voltar acabam infectando toda colmeia — o enxame aca-ba morto em pouco mais de um dia.”, anota.

Fonte: Carta Capital

Foto: Unsplash

Principal causador das mortes seria os agrotóxicos

Page 3: Rio vai receber a maior coleção - Jornal Correio do Papagaio · 2019. 3. 14. · Silvio Meira, professor do Centro de Informá-tica da Universidade Federal de Pernambu-co (UFPE)

Correio do Papagaio :: Pág 3Quinta-feira, 14 de Março de 2019São Lourenço e região

Certos usos irracionais“Os animais são seres irra-

cionais”. Essa foi uma máxima cultivada pelos seres humanos durante muito tempo como for-ma de diferenciá-los dos outros animais, afirmando que o ho-mem é o único animal racional. Mas, depois dos estudos sobre inteligência e outras habilidades essa máxima não é uma verdade assim tão máxima. Muitos ani-mais desenvolvem inteligência, capacidades cognitivas, e concei-tos abstratos como demonstrar afetos, cuidado, proteção, cari-nho e sentimentos. Até mesmo podem ser muito mais sensíveis e perceptíveis aos ambientes e aos estados emocionais dos outros.

E vale pensar: o homem com toda a sua razão tem sido razo-ável? Tem utilizado suas capaci-dades para criar uma humanida-de mais equilibrada, coerente, e consciente? Bem sabemos que razão não envolve só o racional. A lógica é apenas uma forma de razão. Mas se olharmos somente pela lógica racional, podemos questionar, temos sido lógicos? Até mesmo a lógica está sendo trocada por comportamentos e hábitos ilógicos.

Por aí é possível ver de tudo, ver pessoas agindo basicamente levadas pelos impulsos mate-riais em busca de prazer que pode gerar muito desprazer. Se formos avaliar melhor, se o ho-mem estivesse conectado com o próprio instinto compreenderia a necessidade de se colocar limi-tes em favor da preservação da vida. E se o homem estivesse conectado com a própria nature-za compreenderia a necessidade de se colocar limites em favor da preservação do equilíbrio biopsicosocioespiritual. Ou seja, o papel do instinto funcionaria para preservar a vida, o papel da cultura funcionaria como for-ma de instruir, educar e formar pessoas conscientes. Instinto, natureza e cultura trabalhando pela integridade hunana.

Mas, para ter uma idéia, estu-diosos dizem que o homem vive desconectado do próprio instinto e para ele não há limites, limites para os abusos que ele tem sub-metido ao corpo, abuso de sen-sações físicas e emocionais, uso de entorpecentes, tudo aquilo que vem causando malefícios à saúde integral. Por exemplo, um pássaro ao experimentar algum alimento em desacordo, tóxico, logo o abandona, pois o instinto mostra que poderá levá-lo à mor-te. Mas o homem, ao contrário, desconectado do instinto segue utilizando tóxicos, seja através de alimentos com agrotóxicos, seja através de cosméticos e uma série de produtos químicos não naturais e prejudiciais, seja explicitamente através de uso indiscriminado de remédios e pior ainda através de drogas. Isso existe, devido também a uma desconexão da cultura de valores humanitários, e valores da natureza consciente.

São os usos. A desconexão. A dissociação. Usos ilógicos. Usos irracionais. Usos nada ra-zoáveis. E se um dia acreditou-se que os homens são animais racionais e os outros animais são seres irracionais este pen-samento fez o homem achar que era uma raça privilegiada e superior. Um certo egocentrismo humano de achar que é o centro do universo e que tudo o mais existe para satisfazê-lo.

Animais existem para servir ao homem? E tal lógica se per-petuou ao ponto da relação do homem com o animal ser pau-tada na exploração e na relação mercadológica. O homem produz animais, o homem cria animais para trabalhar para ele, o ho-mem cuida da saúde do animal para vendê-lo ao consumo. O homem consome animais, usa animais. Para inúmeros fins. Desconhecemos muitos dos fins. Nem temos noção do quanto os

Adolescente é apreendido após tentar deixar celulares no presídio de São Lourenço

Na ocasião foram encontrados cinco celulares, sendo dois com chip, além de cinco carregadores

animais são explorados. Nem proporção. As pessoas também tem animais de estimação como forma de satisfazer as carências emocionais, na maioria das ve-zes isso é bem inconsciente. É verdade que não é sempre assim e nem se pode generalizar, o movimento de uma lógica correta e amorosa para com os animais existe e é forte. Mas, é preciso ver que o velho ainda existe e que precisa ser potencialmente transformado.

Existe! O homem tem privi-legiado ter animais de estima-ção em detrimento de relações humanas. Talvez porque em decorrência do uso, o animal no lugar de objeto, não fala, não expressa opiniões, não incomoda, pois se incomodar é mais fácil controlá-lo. Ou mesmo desfazer-se dele quando neces-sário. Isso é possível na relação com coisas. Coisas podem ser descartadas quando não servem mais. E mesmo assim o animal nunca substituirá a relação que se faz necessária ser estabele-cida entre humanos. De outra forma, um animal quando tratado em sua dignidade pode ser um bom amigo, um bom parceiro, um companheiro, é o caso de animais que verdadeiramente são de estimação, não que são tratados como humanos, isso nunca, mas porque são estima-dos, são tratados como iguais em direito de dignidade.

Apesar de toda a quebra de paradigmas, a crença é arraiga-da e até as intenções elevadas podem estar contaminadas por esta visão de uso e posse, de mercado, de exploração. Es-ses dias eu estava lendo uma matéria sobre gatos onde se dizia que os gatos são seres especiais, capazes de purificar energeticamente o ambiente. Até aí tudo bem, porque os gatos são realmente incríveis, dóceis, amorosos, bons companheiros, ótimas companhias. Mas o que chamou a atenção foi a reco-mendação: se morar mais de uma pessoa na casa o ideal é possuir mais de um gato para que a carga energética negativa gerada seja distribuída. Então pensei: legal não sobrecarregar, mas não seria melhor buscar em primeiro lugar cultivar um am-biente saudável, com relações amorosas para uma atmosfera leve para que o próprio animal possa usufruir desta atmosfera sem precisar ter que servir de uso como purificador?

Se queremos trazer digni-dade para a vida na Terra pre-cisamos ultrapassar essa visão de uso como coisa, exploração e mercado. O animal não existe para ser usado. Ele existe e precisa ser respeitado, viver sua vida de bicho e até mesmo pode contribuir e auxiliar o ho-mem, mas não numa lógica de ser inferior, irracional e objeto, onde ele não será descartado porque não serve mais, não será abatido para consumo, não será explorado para trabalho sofrido, não será aviltado por demandas emocionais humanas, não será abandonado, não será coisifica-do. Nem será humano. É bicho convivendo no planeta, tem fome, tem frio, sente e precisa de amor. Precisa ser bicho!

Ana Terra Oliveira é moradora de São Lourenço, Psicóloga, Es-critora e Contadora de Histórias.

Aprovado projeto de lei que garante coleta de sangue nas residências para pessoas com

dificuldade de locomoção

Agora é lei. Pessoas com deficiência ou que têm dificulda-de de locomoção, como idosos, terão o material para exames médicos coletado em casa. A obrigatoriedade dos laborató-rios contratados pelo município realizarem esse procedimento veio com a aprovação do projeto de lei 2918/2019 nesta segun-da-feira, dia 11, durante a quinta sessão ordinária do ano.

O texto é de autoria do ve-reador Ricardo Luiz Nogueira (MDB). Ele explica que os pacientes deverão ter atestado médico que comprove a limi-tação para que os laboratórios conveniados com o SUS rea-lizem a coleta. “Há inúmeras pessoas que não têm condições de ter um transporte particular para fazer os exames. Já não bastam as dificuldades físicas e de idade, elas têm que pas-sar por esses procedimentos bem no início da manhã. Cabe ao município facilitar cada vez mais a vida de seus habitan-tes”, declarou. O projeto ainda determina o cancelamento de contrato com o poder público caso a rede privada não cumpra

com o estabelecido.Outro projeto aprovado é

do vereador Paulo Gilson Cho-pinho de Castro Ribeiro (PSC). O texto nomeia a atual Rua Pro-jetada 06 do Loteamento Re-sidencial Jardim das Oliveiras de “Alameda Wivalde Ferreira Júnior”. Nascido em Pintos Ne-greiros, distrito de Maria da Fé, o homenageado fez diversos projetos na área da construção civil e faleceu precocemente, aos 21 anos de idade.

Waldinei Alves Ferreira (PV), por meio do projeto 2924/2019, nomeou a Rua Projetada 18 do mesmo loteamento de “Ala-meda Professor Romeu da Silva Olive”, que lecionava a disciplina de história em escolas de São Lourenço. Ele morreu em meados do ano passado, causando uma grande comoção entre seus alunos.

ExpedienteAinda entraram em pauta

três projetos. Um deles foi en-viado pela Prefeitura e propõe a obrigatoriedade das drogarias e farmácias da cidade fazerem plantão 24h, em sistema de

rodízio, de forma que sempre haja pelo menos um estabe-lecimento aberto. A medida, caso aprovada, irá substituir a Lei Municipal 2575/2002. Um trecho do texto ressalta que o Poder Executivo quer garantir “o acesso aos medicamentos em horários fora do expediente normal à população de São Lourenço…”

Os outros dois documentos lidos foram da autoria de vere-adores da Casa. Evaldo José Ambrósio (PROS) apresentou o projeto 2928/2019, que dispõe sobre a criação da Semana Municipal “Todos contra a Pe-dofilia”, entre os dias 13 e 19 de maio, inserindo o período no Calendário Oficial de eventos de São Lourenço. O parlamen-tar explica que busca “cons-cientizar a população, através de procedimentos informativos, educativos, organizativos, pa-lestras, audiência pública e con-ferência”, alertando a sociedade em relação a esse crime.

Já Natanael Paulino de Oli-veira (PPS), por meio do projeto 2929/2019, propõe a obrigato-riedade da divulgação de lista-

gens de espera por consultas, exames e cirurgias na rede pú-blica de São Lourenço. O texto determina que a publicação seja feita por meio eletrônico, no site da Prefeitura, com a posição que o cidadão ocupa na fila. “O objetivo é a transparência, mas mantendo a privacidade da pessoa. Então pelo número do cartão do SUS ou através de um protocolo o paciente que está aguardando pode saber a sua posição”, afirmou o vereador.

RequerimentoOs vereadores também fa-

laram sobre os serviços de limpeza no município. O debate veio à tona com a apresentação do requerimento 003/2019, de Rodrigo Martins de Carva-lho (PSB). No documento, ele questionou a Prefeitura sobre a realização da capina. Segun-do o parlamentar, a população tem reclamado da demora de retirada do mato em frente às residências, gerando descon-forto nos moradores de São Lourenço.

Fonte: CMSL

Em São Lourenço, na ma-drugada da última terça-feira, dia 12, a Polícia apreendeu um ado-lescente de 16 anos, quando o mesmo tentava deixar aparelhos celulares no presídio regional.

A PM foi acionada por um agente penitenciário, que in-formou que um cidadão negro, magro, trajando bermuda e blusa escura com capuz, teria

entrado na Delegacia de Po-lícia com aparelhos celulares e carregadores com intuito de ingressá-los no presídio.

Diante das informações repassadas, a equipe poli-cial localizou e abordou um adolescente de 16 anos cami-nhando pelo Bairro Estação, com as mesmas característi-cas repassadas.

Ele foi levado ao presídio e reconhecido pelos agentes, os quais disseram que ele foi surpreendido perto de uma das janelas das celas, mo-mento em que fugiu pulando o muro da Delegacia, indo sentido ao a passarela que dá acesso ao Bairro Barreiro.

Na ocasião foram apre-endidos cinco aparelhos de

telefone celular, sendo dois com chip, cinco carregadores e um pedaço de tecido com vários compartimentos para acondicionar celulares.

Diante do fato o menor in-frator foi conduzido à Delegacia de Polícia, juntamente com o material apreendido, para de-mais providências.

Fonte: 57º BPM

Pacientes deverão ter atestado médico que comprove a limitação para que os laboratórios conveniados com o SUS realizem a coleta

Page 4: Rio vai receber a maior coleção - Jornal Correio do Papagaio · 2019. 3. 14. · Silvio Meira, professor do Centro de Informá-tica da Universidade Federal de Pernambu-co (UFPE)

Quinta-feira, 14 de Março de 2019Pág 4 :: Correio do PapagaioEntretenimento

CruzadinhaRio vai receber a maior coleção de arte iorubá fora da África

O Rio de Janeiro vai receber a maior coleção de arte iorubá fora da África. Serão centenas de peças, em processo de esco-lha e catalogação, que chegarão a partir de agosto. Os artefatos milenares devem ser exibidos em um espaço sem correspondente no mundo: a Casa de Herança Oduduwa, um local para exposições, aulas de língua ioru-bá, centro de estudos e um teatro, num elo permanente de comu-nicação e intercâmbio entre o Brasil e o povo iorubá. Uma forma de aproximar as culturas e auxiliar o povo brasi-leiro a conhecer melhor suas origens, heran-ças, histórias, e até suas feições.

A vinda desse tesou-ro histórico, religioso e cultural é um esforço pessoal do rei de Ifé, Ojaja II, de 44 anos, a maior autoridade tra-dicional e religiosa do povo iorubá, que ori-ginariamente habitava o Reino de Ketu e o Império do Oyó, áreas atualmente do Benin e da Nigéria. Há ainda um grande número de iorubás vivendo no Togo e em Serra Leoa, além de, fora da África, em Cuba, na República Dominicana e no Brasil. O desejo do rei nasce de uma coincidência propiciada pelo fato de o povo brasileiro desco-nhecer seus antepassa-dos africanos.

Em dezembro de 2015, Adeyeye Enitan Babatunde Ogunwusi, um empresário então com 41 anos, tornou-se o rei de Ifé (Ooni de Efé, em iorubá). O antecessor não era o pai dele, porque o tro-

no não é hereditário. O rei é escolhido entre integrantes das seis famílias reais da cida-de. Mais de 50 iorubás pleitearam a honraria. Feita a seleção pelo Conselho Real, a ceri-mônia de entronização foi transmitida ao vivo por emissoras de tevê da Nigéria e do Benin para cerca de 40 mi-lhões de súditos.

Dois anos depois, o rei iniciou uma cam-panha para agregar os iorubás espalhados pelo mundo. Um diretor de tevê teve a ideia de pedir que mandassem saudações gravadas pelo celular. Ao ver a mensagem que chegou do Brasil, o rei quase pulou da cadeira. Era impressionante a se-melhança entre o seu próprio rosto e o cenário escolhido para a gra-vação: o Monumento a Zumbi dos Palmares, no canteiro central da Ave-nida Presidente Vargas, no Rio de Janeiro.

Na paisagem ca-rioca desde 1986, a identidade da máscara de 3 metros de altura e 800 quilos de bronze é misteriosa. Na época, o jornal O Globo dei-xava claro que não era um busto do homena-geado: “A escultura é réplica de uma cabeça nigeriana esculpida entre os séculos XI e XII. Descoberta em 1938, ela hoje está no British Museum de Londres”. Em texto publicado no livro A Cidade Vaidosa, de 1999, a historiadora e pós-doutora Mariza de Carvalho Soares es-miúça vários aspectos da criação e instala-ção desse monumen-to, mas também não traz a identificação do

dono do rosto.Tudo ind ica que

nem sequer o secre-tário de Cultura do Rio na época da inaugu-ração, o antropólogo Darcy Ribeiro, sabia exatamente de quem se tratava. Em 1995, nos 300 anos da morte de Zumbi, ele declarou à Revista do Senado Federal: “Um dos gos-tos maiores que eu me dei na vida foi erigir no Rio o Monumen-to a Zumbi. Belíssi-mo, porque reproduz, muito ampliada, uma cabeça de bronze do Benim. Não há quem olhe para ele e não se espante com a beleza negra que expressa”. Em outras ocasiões, Darcy fez ilações so-bre o fato de a más-cara “voar” sobre a estrutura de alvenaria, simbolizando a deca-pitação de Zumbi.

Tanta beleza e força fez com que o próprio rei de Ifé quisesse ver a escultura de perto. Em junho do ano pas-sado, ele esteve no Brasil, acompanhado de outros reis e rainhas africanos, para uma série de encontros no Rio de Janeiro e em Salvador. A historiadora Carolina Maíra Morais (que mandou o vídeo do marido para a coro-ação em 2017 e prepara um documentário sobre a saga da cabeça de bronze) fez parte da comitiva, transformou-se em adida cultural do Ooni de Ifé no Brasil e testemunhou a alegria de todos ao “reconhe-cer” os traços do Rei na cabeça de bronze do Monumento a Zumbi. “Eles se sentiram em casa, em solo iorubá”, diz a historiadora. “Foi um momento de ale-

gria. Não havia dúvida para ninguém ali que aquele era o rosto de Oduduwa”.

Na tradição iorubá, Oduduwa é o Senhor da Criação, o Pai de Todos. Para os segui-dores de vários matizes das religiões de matriz africana, o rei de Ifé é o “Sentinela do Trono de Oduduwa” e tem a mesma importância que o papa tem para os católicos. Segundo a tradição, o rei descende diretamente de Odu-duwa, deus do panteão iorubá, reencarnação de outras divindades.

Grande parte dos escravos trazidos ao Brasil Colônia ou no pe-ríodo imperial era iorubá – também chamados de nagôs. A mitologia que originou o candomblé, a umbanda e outras religiões afro-brasileiras tem muita influência nagô, bem como o sam-ba, nascido nas casas de senhoras do século XIX que mantiveram os cantos e os batuques de seus antepassados.

Logo depois de visi-tar o monumento (Ori Olokun, em iorubá), o rei de Ifé consultou seus guias espirituais e rece-beu a ordem de mandar para o Brasil imagens e peças originais do acer-vo milenar da cidade sagrada – e não cópias ou reproduções. São os próprios orixás tentando reforçar a identidade afro-brasileira e fazer com que conheçamos a história da nossa histó-ria. E também com que Oduduwa e Zumbi dos Palmares sejam cada vez mais conhecidos e reconhecidos pelo povo brasileiro, seus diretos descendentes, inclusive nas feições.

Fonte: Carta Capital