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VI Congresso da Geografia Portuguesa Lisboa, 17-20 de Outubro de 2007 RISCO DE INCÊNDIO URBANO NO CENTRO HISTÓRICO DE MIRANDELA Maria Manuel Afonso Lopes Gouveia Câmara Municipal de Mirandela, Serviço Municipal de protecção Civil Largo do Município, 5370-288 Mirandela Telefone: 278 200 287, E-Mail: [email protected] RESUMO Os Centro Históricos são áreas vulneráveis que devem ser alvo de um planeamento estratégico forçosamente anterior à ocorrência de fenómenos de origem natural ou antrópica que prejudica a sua individualidade, harmonia e homogeneidade. Com base nos registos das ocorrências de incêndios urbanos no concelho de Mirandela, constata-se que todos os anos se registam ocorrências desta natureza. Assim, justifica-se o desenvolvimento de uma metodologia com vista à elaboração de uma Carta de Risco de Propagação de Incêndio Urbano (CRPIU), pretendendo esta ser um contributo para o estudo da tentativa de minimização do risco de propagação de incêndio urbano, bem como uma base de trabalho para um planeamento adequado e funcional. Pretende-se que a Carta de Risco de Incêndio Urbano (CRPIU), elaborada com recurso aos SIG, ao constituir um meio de classificação dos edifícios em classes de risco fraco, moderado ou elevado, permita uma correcta tomada de decisão relativamente à necessidade de aplicação de medidas estratégicas de prevenção. A aplicação dessas medidas, que ocasionam uma intervenção adequada e eficaz no território, devem ter como objectivo a minimização do risco de incêndio urbano e deverão, necessariamente, envolver a população que reside e/ou que trabalha no Centro Histórico de Mirandela, bem como os técnicos que executam os projectos e os políticos que têm o poder de decisão. Uma vez que uma actuação incorrecta das pessoas que ocupam os edifícios pode ocasionar a rápida propagação de um incêndio urbano, só através do seu envolvimento, consciencialização, sensibilização e responsabilização se poderá iniciar uma cultura de prevenção que, associada à elaboração de um Plano Prévio de Intervenção e de um Plano Especial de Emergência de Risco de Incêndio, originam a diminuição das consequências graves de um incêndio urbano, tais como a destruição do património edificado, a perda de vidas humanas ou das memórias que perduram para além da ocorrência de um incêndio. Palavras-chave: Risco de Incêndio Urbano, SIG, Centro Histórico

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VI Congresso da Geografia Portuguesa Lisboa, 17-20 de Outubro de 2007 RISCO DE INCÊNDIO URBANO NO CENTRO HISTÓRICO DE MIRANDELA

Maria Manuel Afonso Lopes Gouveia

Câmara Municipal de Mirandela, Serviço Municipal de protecção Civil

Largo do Município, 5370-288 Mirandela

Telefone: 278 200 287, E-Mail: [email protected]

RESUMO

Os Centro Históricos são áreas vulneráveis que devem ser alvo de um planeamento

estratégico forçosamente anterior à ocorrência de fenómenos de origem natural ou

antrópica que prejudica a sua individualidade, harmonia e homogeneidade.

Com base nos registos das ocorrências de incêndios urbanos no concelho de Mirandela,

constata-se que todos os anos se registam ocorrências desta natureza. Assim, justifica-se

o desenvolvimento de uma metodologia com vista à elaboração de uma Carta de Risco

de Propagação de Incêndio Urbano (CRPIU), pretendendo esta ser um contributo para o

estudo da tentativa de minimização do risco de propagação de incêndio urbano, bem

como uma base de trabalho para um planeamento adequado e funcional.

Pretende-se que a Carta de Risco de Incêndio Urbano (CRPIU), elaborada com recurso

aos SIG, ao constituir um meio de classificação dos edifícios em classes de risco fraco,

moderado ou elevado, permita uma correcta tomada de decisão relativamente à

necessidade de aplicação de medidas estratégicas de prevenção. A aplicação dessas

medidas, que ocasionam uma intervenção adequada e eficaz no território, devem ter

como objectivo a minimização do risco de incêndio urbano e deverão, necessariamente,

envolver a população que reside e/ou que trabalha no Centro Histórico de Mirandela,

bem como os técnicos que executam os projectos e os políticos que têm o poder de

decisão. Uma vez que uma actuação incorrecta das pessoas que ocupam os edifícios

pode ocasionar a rápida propagação de um incêndio urbano, só através do seu

envolvimento, consciencialização, sensibilização e responsabilização se poderá iniciar

uma cultura de prevenção que, associada à elaboração de um Plano Prévio de

Intervenção e de um Plano Especial de Emergência de Risco de Incêndio, originam a

diminuição das consequências graves de um incêndio urbano, tais como a destruição do

património edificado, a perda de vidas humanas ou das memórias que perduram para

além da ocorrência de um incêndio.

Palavras-chave: Risco de Incêndio Urbano, SIG, Centro Histórico

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VI Congresso da Geografia Portuguesa Lisboa, 17-20 de Outubro de 2007

INTRODUÇÃO

O objectivo do presente trabalho prende-se com a elaboração de uma Carta de Risco de

Propagação de Incêndio Urbano (CRPIU) para parte do Centro Histórico de Mirandela,

onde se valorizam os aspectos metodológicos, através da utilização dos Sistemas de

Informação Geográfica (SIG), em detrimento das variáveis que favorecem ou retraem a

propagação de um incêndio urbano.

Através da figura 1 pode localizar-se o concelho de Mirandela no contexto do país,

podendo, ainda, conhecer-se os limites do Centro Histórico de Mirandela (delimitado a

roxo), que tem cerca de 47500 m2, bem como a área que é objecto do presente estudo

(delimitada a castanho), que tem cerca de 9800 m2.

Figura 1 – Concelho de Mirandela, Centro Histórico de Mirandela e área de trabalho

De acordo com o Decreto-Lei nº 426/89, de 6 de Dezembro, totalmente dedicado às

“Medidas Cautelares de Segurança contra Riscos de Incêndio em Centros Urbanos

Antigos”, define-se que os Centros Urbanos Antigos são “conjuntos edificados cuja

homogeneidade permite considerá-los como representativos de valores culturais,

nomeadamente históricos, arquitectónicos, urbanísticos ou simplesmente afectivos, cuja

memória importa preservar”. São, portanto, áreas vulneráveis que devem ser alvo de um

planeamento estratégico, forçosamente anterior à ocorrência de fenómenos de origem

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natural ou antrópica que prejudiquem a sua individualidade, harmonia e

homogeneidade.

Com base nos registos anuais das ocorrências de incêndios urbanos no concelho de

Mirandela (gráfico 1), pode constatar-se que todos os anos se regista esta ocorrência,

sendo o ano de 2003, aquele em que se verificou o maior número de ocorrências.

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1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004

Nº d

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ncia

s

Gráfico 1 – Incêndios Urbanos no Concelho de Mirandela (1998-2004)

Fonte: CDOS de Bragança

Assim, justifica-se o desenvolvimento de uma metodologia com vista à elaboração de

uma Carta de Risco de Propagação de Incêndio Urbano (CRPIU) para parte do Centro

Histórico de Mirandela, pretendendo esta ser um contributo para o estudo da tentativa

de minimização do risco de propagação de incêndio urbano, bem como uma base de

trabalho para um planeamento adequado e funcional.

A metodologia adoptada conta com a utilização de cartografia digital de base e com o

apoio dos SIG que, após a recolha de informação no campo e em gabinete e a sua

posterior introdução numa base de dados, são a ferramenta que torna viável a realização

do presente trabalho.

METODOLOGIA

A recolha de informação bibliográfica relacionada com a propagação de um incêndio

urbano permitiu chegar à conclusão de que existem dois tipos de factores distintos,

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sendo eles de ordem interna e externa (figura 2). Os factores internos que se irão

considerar estão directamente relacionados com as condições dos edifícios e

compreendem: os materiais de construção e a sua reacção ao fogo, o número de pisos e

a sua utilização, a ventilação e as exposições. Enquanto factores externos, vão ter-se em

conta: a disponibilidade de água, a acessibilidade das ruas e o tempo de chegada dos

bombeiros.

PROPAGAÇÃO DE UM INCÊNDIO

URBANO

Figura 2 – Factores de propagação de um incêndio urbano

Com base na bibliografia, foram reunidos, em gabinete, os elementos que permitiram a

elaboração de uma ficha-inventário tipo (figura 3), a qual se denominou: “Factores de

propagação de um incêndio urbano - Centro Histórico de Mirandela”. Essa ficha é

constituída por quatro partes distintas, mas complementares, sendo elas:

- Identificação - onde se preenchem os campos: ID (número único de identificação de

cada edifício); data em que se realizou a visita ao campo; e localização (morada, mais

completa possível, do edifício);

- Factores internos que influenciam a propagação de um incêndio urbano - que

contemplam: materiais de construção (fazendo-se a distinção entre pedras naturais e

materiais compostos); reacção desses mesmos materiais em relação ao fogo; número de

pisos; utilização de cada piso de cada um dos edifícios; possibilidade ou não de se

efectuar a ventilação pela parte mais alta do edifício; e existência de exposições

(internas e externas).

- Factores externos - em que se consideram: disponibilidade de água num raio de quinze

metros; acessibilidade das ruas face aos meios de combate; e tempo de chegada dos

bombeiros voluntários com os primeiros meios de intervenção e combate, junto de cada

edifício;

FACTORES INTERNOS - Materiais de construção - Reacção ao fogo - Número de pisos - Utilização - Ventilação - Exposições

FACTORES EXTERNOS - Disponibilidade de água - Ruas (acessibilidade) - Tempo de chegada dos bombeiros

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- Fotografia - existe um espaço para a colocação da fotografia da fachada do edifício

que se está a caracterizar.

FACTORES DE PROPAGAÇÃO DE UM INCÊNDIO URBANO - CENTRO HISTÓRICO DE MIRANDELA -

1. IDENTIFICAÇÃO ID Data Localização 2. FACTORES INTERNOS

Granito Pedras naturais Xisto

Materiais de construção

Materiais compostos Betão Reacção ao fogo M0 M1 M2 M3 M4 Nº pisos

Cave R/C 1º Andar

Utilização

2º Andar

Ventilação Pelo topo Sim Não

Exposições Sim Não 3. FACTORES EXTERNOS

Mais de 15 metros Disponibilidade de água Menos de 15 metros

Acessível Ruas - acessibilidades Não acessível

Tempo de chegada dos bombeiros 4. FOTOGRAFIA

Figura 3 – Ficha-inventário tipo

Após se ter reunido toda a informação quer bibliográfica, quer cartográfica, foi, então,

preenchida uma ficha-inventário para cada edifício. A informação obtida para o

preenchimento dos vinte e um edifícios contou com:

- O apoio do, já extinto, Gabinete Técnico Local (GTL) do Município de Mirandela,

nomeadamente para o preenchimento dos campos: ID, localização, materiais de

construção, número de pisos, utilização, ventilação e fotografia;

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- A leitura do Decreto-Lei nº 64/90, de 21 de Fevereiro (ponto 2 do art.º 3), que permitiu

o aclarar de conceitos, nomeadamente para o preenchimento do campo relacionado com

a reacção ao fogo;

- Os SIG, para o preenchimento do campo: disponibilidade de água, através da criação

de um círculo com raio de quinze metros, que permitiu a determinação de quais e

quantos edifícios se encontram a mais ou a menos de quinze metros de distância de uma

boca ou de um marco de incêndio;

- Uma conversa com o Comandante da Associação Humanitária dos Bombeiros

Voluntários e Cruz Amarela de Mirandela, que permitiu tirar conclusões acerca do

acesso dos meios de combate às ruas e do tempo de chegada dos bombeiros voluntários,

com os primeiros meios de intervenção e combate junto de cada edifício;

- Visitas ao Centro Histórico de Mirandela que permitiram a confirmação e a conclusão

do preenchimento de todos os campos.

O software de SIG utilizado foi o programa Arcview, versão 3.3, com a extensão Spatial

Analyst. Sobre a cartografia de base (edifícios e vias principais), que se encontra à

escala 1/2000, foram delimitados o Centro Histórico de Mirandela e a área de trabalho,

seguindo-se o processo de digitalização dos edifícios, isto é, cada edifício foi

transformado num polígono independente. Após esta operação, foi possível introduzir

na tabela interna, de acordo com as ficha-inquérito já preenchidas, a informação

alfanumérica referente a cada edifício. De seguida procedeu-se à elaboração das

diferentes cartas temáticas que permitiram a elaboração da carta final, sendo elas:

• Materiais de construção;

• Reacção ao fogo;

• Número de pisos;

• Utilização - cave;

• Utilização - r/c;

• Utilização - 1º piso;

• Utilização - 2º piso;

• Ventilação;

• Exposições;

• Disponibilidade de água;

• Ruas - acessibilidades;

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• Tempo de chegada dos bombeiros.

Estas cartas, inicialmente em formato vectorial, foram convertidas para o formato raster,

tendo-se trabalhado numa base com o pixel de 0,5 metros. Essa conversão pressupôs a

ponderação de cada variável, logo, tendo em conta as suas características e a sua

influência na propagação de um incêndio urbano, foram-lhes atribuídos diferentes

valores, conforme os quadros 1 a 7. Os valores atribuídos variam entre 1 e 5, tendo os

valores mais elevados sido atribuídos às características que têm uma maior importância

na propagação de um incêndio urbano, isto é, que facilitam uma propagação mais rápida

e eficaz.

Tendo em conta o ponto 1, do art.º 3 (Materiais de construção), do Decreto-Lei n.º

64/90, de 21 de Fevereiro, considerou-se que o granito é o material que menos

proporciona a propagação de um incêndio, seguido do xisto e do betão, sendo-lhes,

assim, atribuídos os valores 3, 4 e 5 respectivamente.

Classe Granito Xisto Betão

Valor 3 4 5

Quadro 1 – ponderação da variável: materiais de construção

De acordo com ponto 2, do art.º 3 (Materiais de construção), do Decreto-Lei n.º 64/90,

de 21 de Fevereiro, são consideradas cinco classes em relação à reacção ao fogo. Tendo

em conta as características dos edifícios da área de trabalho, considerou-se que aqueles

cujo material constituinte é o granito ou o xisto, se enquadram na classe M0 (materiais

não combustíveis), enquanto aqueles que são constituídos por betão, se enquadram na

classe M1 (materiais não inflamáveis). Assim, aos edifícios constituídos por materiais

incluídos na classe M0, é-lhes atribuído o valor 1 e aos edifícios constituídos por

materiais incluídos na classe M1, é-lhes atribuído o valor 2.

Classe M0 M1

Valor 1 2

Quadro 2 – ponderação da variável: reacção ao fogo

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A definição de número de pisos foi apoiada pelo ponto 1, do art.º 2 (Definição da altura

do edifício), do Decreto-Lei n.º 64/90, de 21 de Fevereiro, onde se refere que “a altura

de um edifício é definida pela diferença entre a cota do último piso coberto susceptível

de ocupação e a cota da via de acesso ao edifício no local donde seja possível aos

bombeiros lançar eficazmente para todo o edifício as operações de salvamento de

pessoas e de combate a incêndio.” Assim, consoante o edifício tenha mais pisos, assim

lhe vai sendo atribuído um valor mais elevado.

Classe 1 piso 2 pisos 3 pisos

Valor 1 3 5

Quadro 3 – ponderação da variável: número de pisos

Foram estabelecidas três classes de utilização, por piso: habitação, edifícios cujos

ocupantes o conhecem bem; estabelecimento que recebe público, edifícios com os

quais, os seus ocupantes não estão familiarizados; devoluto, edifícios que se encontram

em estado de abandono. Assim sendo, os edifícios que mais favorecem a propagação de

um incêndio são que se encontram em estado devoluto, seguidos dos estabelecimentos

que recebem público e dos edifícios de habitação, recebendo estes, os valores 5, 3 e 1,

respectivamente.

Classe Estabelecimento que recebe

público

Habitação Devoluto

Valor 3 1 5

Quadro 4 – ponderação da variável: utilização

Tendo em conta que ”quando a abertura de ventilação é executada na parte mais alta do

edifício, as correntes de ar no seu interior ascendem na direcção da abertura” (GOMES,

2002, pág. 12), a propagação de um incêndio dá-se de forma mais lenta. Assim, quando

num edifício não é permitida a ventilação pelo topo, há mais probabilidades que se

verifique uma propagação rápida do incêndio, logo, são atribuídos os valores 1 e 5,

consoante há possibilidade de desenfumagem pelo topo (valor 1) ou não (valor 5).

Classe Sim Não

Valor 1 5

Quadro 5 – ponderação da variável: ventilação

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Uma vez que todos os edifícios da área de trabalho têm exposições, quer internas, quer

externas, atribui-se o valor 5 a todos eles.

O ponto 3, do art.º 47 (Disponibilidades de água e meios de extinção de incêndios), do

Decreto-Lei n.º 64/90, de 21 de Fevereiro, refere que “em regra, o número de bocas-de-

incêndio a prever deve ser de uma por cada 15 m de comprimento de parede”. Assim,

foram definidas duas classes, sendo elas: a menos de 15 metros e a mais de 15 metros,

sendo-lhes atribuídos os valores 1 e 5 respectivamente.

Classe A menos de 15 metros A mais de 15 metros

Valor 1 5

Quadro 6 – ponderação da variável: disponibilidade de água

De acordo com o ponto 1, do art.º 46 (Condições de acesso), do Decreto-Lei n.º 64/90,

de 21 de Fevereiro, “os edifícios devem ser servidos por vias que permitam a

aproximação, o estacionamento e a manobra das viaturas dos bombeiros, com vista a

facilitar o acesso pelo exterior a todas as habitações”. Tendo em conta as considerações

acima descritas, consideraram-se duas classes de acessibilidade às ruas, sendo elas:

acessível ou não acessível, às quais se atribuem os valores 1 e 5 respectivamente.

Classe Acessível Não acessível

Valor 1 5

Quadro 7 – ponderação da variável: ruas - acessibilidades

De acordo com fonte oral (Comandante da Associação Humanitária dos Bombeiros

Voluntários e Cruz Amarela de Mirandela), o tempo de chegada dos bombeiros

voluntários com os primeiros meios de intervenção e combate ao incêndio, a qualquer

um dos edifícios da área de trabalho, é de dez minutos. Este tempo está contabilizado

desde o alerta na central dos bombeiros voluntários até à chegada dos mesmos junto do

edifício em questão. Uma vez que não há diferenças de tempo, atribui-se o valor 3 a

todos os edifícios.

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Tendo em conta os valores de ponderação das variáveis, originaram-se doze cartas em

formato raster, que permitiram a realização de operações de álgebra de mapas. Assim,

foi estabelecida a seguinte expressão para a obtenção da Carta de Risco de Propagação

de Incêndio Urbano (CRPIU) para parte do Centro Histórico de Mirandela:

CRPIU = (MC+RF+NP+Ucave+Ur/c+U1+U2+V+E) x (DA+RA+TB)

em que,

MC = Materiais de construção

RF = Reacção ao fogo

NP = Número de pisos FACTORES INTERNOS

Ucave = Utilização na cave

Ur/c = Utilização no rés-do-chão

U1 = Utilização no 1º piso

U2 = Utilização no 2º piso

V = Ventilação

E = Exposições

DA = Disponibilidade de água

RA = Ruas - acessibilidades FACTORES EXTERNOS

TB = Tempo de chegada dos bombeiros

Com o apoio da função Map Calculator, calculou-se esta expressão e, através do

processo de reclassificação das classes da carta que se obteve, em três classes de risco:

fraco, moderado e elevado, concretizou-se a Carta de Risco de Propagação de Incêndio

Urbano (CRPIU) para parte do Centro Histórico de Mirandela.

RISCO DE PROPAGAÇÃO DE INCÊNDIO URBANO

Com vista à melhor interpretação e conhecimento da área de trabalho, foi elaborado o

quadro 8, onde se sintetiza a informação acerca das características dos vinte e um

edifícios face aos factores internos e externos, que influenciam a propagação de um

incêndio urbano.

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FACTORES INTERNOS Materiais de construção

Granito Xisto Betão 3 14 4

Reacção ao fogo M0 M1 M2 M3 M4 17 4 --- --- ---

Nº pisos 1 2 3 4 11 6

Utilização Est. recebe público Habitação Devoluto

Cave R/C 1º 2º Cave R/C 1º 2º Cave R/C 1º 2º 4 11 4 --- --- 4 9 5 1 6 4 1

Ventilação (pelo topo) Sim Não

4 17

Exposições Sim Não 21 ---

FACTORES EXTERNOS Disponibilidade de água A mais de 15 metros A menos de 15 metros

14 7

Ruas - acessibilidade Acessível Não acessível

15 6

Tempo de chegada dos bombeiros 10 minutos

21

Quadro 8 – Síntese das características dos edifícios face aos factores de propagação de

um incêndio urbano

No que concerne aos factores internos, de acordo com o quadro 8, de um total de vinte e

um edifícios, existem quatro constituídos por betão (figura 4), logo, pertencentes à

classe de reacção ao fogo M1 (figura 5), sendo estes os que apresentam uma maior

probabilidade de propagação de um incêndio urbano. O facto de a maioria dos edifícios

serem constituídos por granito e xisto, constitui uma situação favorável no que respeita

à propagação de um incêndio urbano, uma vez que estes materiais, não são

combustíveis.

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Figura 4 – Materiais de construção

Figura 5 – Reacção ao fogo

Quanto mais pisos existem num edifício maior é a área por onde um incêndio se pode

alastrar, logo, maior é a probabilidade de propagação de um incêndio urbano, assim,

devem merecer especial atenção os seis edifícios que possuem três pisos (figura 6).

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Figura 6 – Número de pisos

Quanto à utilização de cada piso (figuras 7, 8, 9 e 10), devem constituir especial

preocupação os doze edifícios que têm pisos em estado devoluto, seguidos dos

dezanove edifícios que têm pisos onde se recebe público.

Figura 7 – Utilização – cave

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Figura 8 – Utilização - r/c

Figura 9 – Utilização – 1º piso

Figura 10 – Utilização – 2º piso

A possibilidade de se ventilar pelo topo é de grande importância na retardação da

propagação de um incêndio urbano, sendo de referir que apenas quatro, dos vinte e um

edifícios, permitem a sua realização (figura 11).

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Figura 11 – Ventilação (pelo topo)

Na área de trabalho todos os edifícios apresentam exposições, quer internas, quer

externas (figura 12).

Figura 12 – Exposições

Em relação aos factores externos e, de acordo com o quadro 8, existem apenas sete

edifícios que se encontram a menos de quinze metros de uma boca ou de um marco de

incêndio, estando os restantes (catorze), localizados a mais de quinze metros (figura 13).

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Figura 13 – Disponibilidade de água (bocas e marcos de incêndio)

Verifica-se que existem seis edifícios cujas ruas de acesso não permitem a passagem de

viaturas de combate a um incêndio (figura 14).

Figura 14 – Ruas - acessibilidades

Para todos os edifícios foram considerados dez minutos para a chegada dos bombeiros

com os primeiros meios de intervenção e combate a um incêndio (figura 15).

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Figura 15 – Tempo de chegada dos bombeiros

Tendo em conta as características verificadas em campo e em gabinete, pode dizer-se

que a existência de uma malha urbana estreita, de um conjunto de bocas e de marcos de

incêndio insuficientes e de pisos em estado devoluto, associados à impossibilidade de

ventilação pelo topo, tornam o Centro Histórico de Mirandela num local vulnerável face

ao risco de propagação de um incêndio.

CARTA DE RISCO DE PROPAGAÇÃO DE INCÊNDIO URBANO

A leitura da Carta de Risco de Propagação de Incêndio Urbano (CRPIU) para parte do

Centro Histórico de Mirandela (figura 16), permite identificar e localizar três edifícios

que se encontram mais vulneráveis, pertencendo estes à classe de risco elevado; dez

edifícios que pertencem à classe de risco moderado; e oito edifícios que se encontram na

situação mais aceitável, pertencendo estes à classe de risco fraco.

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Figura 16 – Risco de propagação de incêndio urbano

São três os edifícios (E09, E11 e E16) que merecem especial atenção por se

encontrarem na classe de risco elevado. Estes apresentam três características em

comum, sendo elas a impossibilidade de ventilação pelo topo, a existência de

exposições, quer internas, quer externas e o facto de se encontrarem a mais de quinze

metros de distância de uma boca ou de um marco de incêndio. Aos edifícios E09 e E11

são-lhes, ainda, associados: o facto de serem constituídos por betão e de se encontrarem

localizados em ruas não acessíveis aos meios de combate. Apesar de o edifício E16 se

localizar numa rua acessível aos meios de combate, este encontra-se em estado devoluto

em todos os seus três pisos.

Os seis edifícios mais altos (E04, E05, E12, E16, E18 e E19) têm um total de três pisos,

situação que, aliada ao facto de se localizarem em ruas acessíveis aos meios de combate,

não constitui importante resistência ao combate a um incêndio. Quatro destes edifícios

inserem-se na classe de risco moderado, enquanto um (E18) se encontra na classe de

risco fraco e outro (E16) se encontra na classe de risco elevado. O edifício E18 insere-se

na classe de risco fraco, pois os seus três pisos são apenas para habitação e num raio de

quinze metros é possível encontrar uma boca ou marco de incêndio.

O facto de existirem dezassete edifícios onde não é permitida a realização de ventilação

pelo topo, coloca não só estes edifícios, mas sim o conjunto dos vinte e um edifícios

numa situação de grande probabilidade de propagação rápida de um incêndio, pois, os

fumos e gases tóxicos e inflamáveis que se libertam, propagam-se para as exposições

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quer internas, quer externas que todos os edifícios apresentam. Dos quatro edifícios que

apresentam a possibilidade de ventilação pelo topo, dois encontram-se na classe de risco

moderado (E3 e E13) e outros dois na classe de risco fraco (E6 e E10). Esta diferença

deve-se, sobretudo, ao diferente número de pisos, bem como à sua diferente utilização.

Apenas sete dos vinte e um edifícios se encontram a menos de quinze metros de

distância de bocas e de marcos de incêndios, sendo eles os edifícios E06, E07, E17,

E18, E19, E21 e E23. A maioria destes edifícios (cinco) encontra-se na classe de risco

fraco, existindo apenas dois (E19 e E23) que se encontram na classe de risco moderado,

pois o edifício E19 tem uma cave em estado devoluto e o edifício E23 tem uma cave e

dois pisos destinados a receber público.

O facto de os meios de combate a incêndios não puderem entrar em algumas ruas, nem

estacionar junto a alguns edifícios deveria, por si só determinar risco elevado para os

edifícios que se encontram nessa situação. No total são seis esses edifícios, estando dois

deles na classe de risco elevado (E09 e E11), dois na classe de risco moderado (E08 e

E20) e outros dois na classe de risco fraco (E07 e E10). Estes dois últimos edifícios

incluem-se na classe de risco fraco pelo facto de o edifício E07 se encontrar a menos de

quinze metros de distância de uma boca ou de um marco de incêndio e de o edifício E10

permitir a ventilação pelo topo.

CONCLUSÃO

A gestão do risco de incêndio urbano inclui, obrigatoriamente, a fase de prevenção,

onde se devem identificar, caracterizar e localizar todos os factores internos e externos

que o influenciam. Nesta fase, a utilização dos SIG é de primordial importância, uma

vez que permitirem o tratamento e cruzamento de diversa informação de natureza

variada, bem como a elaboração de cartas de risco com a garantia de rigor, permitindo

uma tomada de decisão fundamentada. Essas cartas não são estáticas, mas sim

dinâmicas, sendo possível uma constante actualização da informação, logo, uma melhor

representação da realidade.

A Carta de Risco de Incêndio Urbano (CRPIU) para parte do Centro Histórico de

Mirandela ao constituir um meio de classificação dos edifícios em classes de risco fraco,

moderado ou elevado, permite uma correcta tomada de decisão relativamente à

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necessidade de aplicação de medidas estratégicas de prevenção. A aplicação dessas

medidas, que ocasionam uma intervenção adequada e eficaz no território, devem ter

como objectivo a minimização do risco de incêndio urbano e deverão, necessariamente,

envolver a população que reside e/ou que trabalha no Centro Histórico de Mirandela,

bem como os técnicos que executam os projectos e os políticos que têm o poder de

decisão. Uma vez que uma actuação incorrecta das pessoas que ocupam os edifícios

pode ocasionar a rápida propagação de um incêndio urbano, só através do seu

envolvimento, consciencialização, sensibilização e responsabilização se poderá iniciar

uma cultura de prevenção que, associada à elaboração de um Plano Prévio de

Intervenção e de um Plano Especial de Emergência de Risco de Incêndio, originam a

diminuição das consequências graves de um incêndio urbano, tais como a destruição do

património edificado, a perda de vidas humanas ou das memórias que perduram para

além da ocorrência de um incêndio.

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riscos de incêndio em centros urbanos antigos.

- Decreto-Lei nº 64/90, de 21 de Fevereiro – Regulamento de segurança contra incêndio

em edifícios de habitação.