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RISCO E VULNERABILIDADE DO ADOLESCENTE PARA O HIV/AIDS José Ricardo de C. M. Ayres Faculdade de Medicina - USP

RISCO E VULNERABILIDADE DO ADOLESCENTE PARA O HIV/AIDS

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RISCO E VULNERABILIDADE DO ADOLESCENTE PARA O HIV/AIDS. José Ricardo de C. M. Ayres Faculdade de Medicina - USP. Introdução. 50% das novas infecções pelo HIV no mundo ocorrem em jovens 90% em paises não desenvolvidos 90% dos infectados não sabem de sua condição - PowerPoint PPT Presentation

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Page 1: RISCO E VULNERABILIDADE          DO ADOLESCENTE PARA O HIV/AIDS

RISCO E VULNERABILIDADE

DO ADOLESCENTE PARAO HIV/AIDS

José Ricardo de C. M. Ayres

Faculdade de Medicina - USP

Page 2: RISCO E VULNERABILIDADE          DO ADOLESCENTE PARA O HIV/AIDS

Introdução

50% das novas infecções pelo HIV no mundo ocorrem em jovens

90% em paises não desenvolvidos

90% dos infectados não sabem de sua condição

A prevenção é o melhor “remédio”

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Teses O enfoque de risco, base das

estratégias preventivas, apresenta limites práticos

A noção de vulnerabilidade pode ampliar nossa capacidade de conhecimento e controle da aids

Os adolescentes têm aspectos relevantes e peculiares de vulnerabilidade ao HIV/aids

Page 4: RISCO E VULNERABILIDADE          DO ADOLESCENTE PARA O HIV/AIDS

Desenvolvimento

Alcances e limites do enfoque de risco

A proposta das análises de vulnerabilidade

Adolescência e vulnerabilidade nos grandes centros urbanos brasileiros

Os desafios da prevenção

Page 5: RISCO E VULNERABILIDADE          DO ADOLESCENTE PARA O HIV/AIDS

Risco Um poderoso instrumento para a

epidemiologia – especulação causal e avaliação de efeitos

Teoria e prática: dos grupos de risco aos comportamentos de risco

Comportamento de risco: suficiente para a prevenção?

Page 6: RISCO E VULNERABILIDADE          DO ADOLESCENTE PARA O HIV/AIDS

Uma história realFim de tarde de um dia quente de início de dezembro, numa

favela da periferia oeste da cidade de São Paulo.

Joyce, 14 anos, está debruçada na frágil divisória de madeira que separa o barraco onde mora da ruela de barro que

desce até a movimentada avenida de asfalto. No barraco de um cômodo, dentre os poucos móveis velhos, destaca-se a imagem sorridente de seu irmão mais novo, Pedro,

fatalmente atropelado na avenida vizinha. O retrato pende da parede mais importante da casa, aquela onde também

está apoiada a televisão.

Do lado contrário do cômodo a presença (triste? frágil? ameaçadora?) do padrasto, bêbado, deitado no chão feito do mesmo barro da rua, entretido em dizer-se coisas sem

sentido.

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Uma história real (cont.)

Joyce está de costas para sua casa, de frente para a rua. De um lado, meio de longe, vê o prédio pichado da escola pública que chegou a freqüentar por algum tempo. De outro, mais distante ainda, o horizonte recortado de

prédios, onde, em algum lugar, estará sua mãe cuidando de outra casa, certamente maior e mais cheia de móveis.

Entre os passantes, o olhar de Joyce encontra o de João, que desce para a avenida com a urgência alegre dos que

querem aproveitar o resto de dia que é seu. João corresponde ao olhar sem diminuir os passos. Sorri. É

retribuído. O olhar insistente de Joyce o persegue, quase pedinte. Desacelera o passo. Percebe a respiração de

Joyce suspender, segurando momentaneamente aquele sorriso bonito, que volta a se soltar quando resolve parar,

dar meia volta e ir ao seu encontro.

Page 8: RISCO E VULNERABILIDADE          DO ADOLESCENTE PARA O HIV/AIDS

Uma história real (cont.)

Os dois conversam. Encontram muitas afinidades. O tempo parece parar. E logo já se tocam. Os lábios, o corpo de

João fazem-na perceber o seu próprio como poucas vezes antes, até que Joyce é “despertada” por gritos e insultos

na voz trôpega e embrulhada do padrasto. Aquela “pouca vergonha” ali devia parar. João quer reagir mas Joyce

teme a conhecida violência do padrasto. Os dois, então, saem dali apressados. Já no escuro da noite procuram a escola vizinha, o pátio atrás de suas paredes pichadas.

“Escola de pobre, qualquer um entra”. Entram. Ali permanecerão até quase o amanhecer.

Transam quase a noite toda. Joyce acha que nem chegou a pensar em aids ou em camisinha.

Page 9: RISCO E VULNERABILIDADE          DO ADOLESCENTE PARA O HIV/AIDS

Ampliando horizontes: do risco à vulnerabilidade

Origens: anos 90 - Coalizão Global de Políticas contra a aids / UNAIDS

Definição: conjunto de aspectos individuais e coletivos, relacionado a maior exposição de indivíduos e populações à infecção e ao adoecimento pelo HIV e, de modo inseparável, a maior ou menor disponibilidade de recursos de todas as ordens para se protegerem de ambos.

Page 10: RISCO E VULNERABILIDADE          DO ADOLESCENTE PARA O HIV/AIDS

Análises de vulnerabilidade

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Componentes de vulnerabilidade

Individual: informação, valores, crenças, afetos, pulsões, etc.

Social: condições de vida e trabalho, cultura, situação econômica, ambiente, relações de gênero, relações de classe, relações geracionais, etc.

Programático: acesso a serviços, existência e sustentação de programas, qualidade da atenção, etc.

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Adolescência e vulnerabilidade

Há informação, mas pouca comunicação efetiva sobre o assunto

Há importantes barreiras ao livre acesso a meios de proteção, de ordem material e cultural

Há, especialmente entre as camadas mais pobres, marcante carência de alternativas, isto é, a distância entre satisfazer necessidades fundamentais e correr riscos tem se estreitado.

Page 13: RISCO E VULNERABILIDADE          DO ADOLESCENTE PARA O HIV/AIDS

Como reduzir a vulnerabilidade dos jovens? Objetivo

Resposta socialResposta social

– sujeitos e intersubjetividades favoráveis:sujeitos e intersubjetividades favoráveis:

indivíduos capazes de buscar as informações

de que precisam para se proteger,

de identificar as barreiras sociais para

acessar e colocar em prática essas

informações e de superar coletivamente

essas barreiras

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Como reduzir a vulnerabilidade dos jovens? Princípios

Sermos interlocutores, não doutrinadores

Agir intersetorialmente

Trabalhar em perspectivas de curto, médio e longo prazo

Page 15: RISCO E VULNERABILIDADE          DO ADOLESCENTE PARA O HIV/AIDS

Como reduzir a vulnerabilidade dos jovens? Estratégias

Ir onde o jovem está Associar a prevenção à vida e ao prazer,

não à morte e à dor Vincular sempre informação a reflexão Possibilitar a educação entre pares Buscar dar o máximo suporte material e

institucional às suas demandas concretas para se defender do HIV e da aids.

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Reduzir a vulnerabilidade dos jovens ao HIV/aids: é possível?

“Conforme nossa coragem ou nossa fadiga nós diremos que o mundo está começado ou que ele está inacabado”

Gaston Bachelard

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Colaboradores:

Ivan França JúniorGabriela Junqueira CalazansHaraldo César Saletti FilhoIara Zito GuerrieroAngela Carvalho FreitasMarco Antônio Santos Silva

[email protected]