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Riscos Ergonômicos Paulo H. Santos Ergonomia pode ser considerada uma disciplina que estuda as relações entre o homem e seu ambiente de trabalho. ERGONOMIA ERGOR = TRABALHO NOMOS = LEIS LEIS DO TRABALHO A ergonomia aplicada nas diferentes esferas industriais tem como objetivo prático obter segurança e satisfação e principalmente o bem estar dos colaboradores em seu relacionamento com o sistema produtivo, diminuindo assim o

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Page 1: Riscos Ergonômicos

Riscos Ergonômicos Paulo H. Santos

Ergonomia pode ser considerada uma disciplina que estuda as relações entre o homem e seu ambiente de trabalho.

ERGONOMIAERGOR = TRABALHONOMOS =LEIS

LEIS DO TRABALHO

A ergonomia aplicada nas diferentes esferas industriais tem como objetivo prático obter segurança e satisfação e principalmente o bem estar dos colaboradores em seu relacionamento com o sistema produtivo, diminuindo assim o número de casos de doenças ocupacionais.

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Numa empresa a ergonomia estuda a relação entre trabalho x homem analisando e avaliando os seguintes itens:

Mobiliário; Iluminamento; Organização; Equipamentos; Ferramentas; Temperatura do ambiente; Vestimentas; Velocidade de deslocamento do ar,

dentre outras.

 

A ergonomia contribui também para melhorar a eficiência, confiabilidade, qualidade das operações e cosequente diminuição dos casos de doenças ocupacionais como a D.O.R.T..

 

Vantagens de se aplicar a ergonomia na empresa

Maior produtividade

Menos ações judiciais

Mais motivação

Menos afastamentos

Melhor Menos

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qualidade de vida

insatisfação no trabalho

Melhor condição física e emocional

Menos prejuízos para a empresa e sociedade

Mais segurança

Menos faltas por dispensas médicas

 

Nos dias de hoje, "tempos modernos", as questões relacionadas com a ergonomia estão cada vez mais presentes nos locais de trabalho e a relação "Homem x Máquina" esta cada vez mais harmônica.

Há rumores de que tramita no Congresso Nacional, em Brasília, uma determinação onde todas as empresas serão obrigadas a implantar a ginástica laboral em seus estabelecimento. Se isso for realmente verdade estaremos dando um passo muito importante nas ações em prol do bem estar dos colaboradores em seus postos de trabalho.

Para realizar uma análise ergonomica eficaz num posto de trabalho, diversos

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aspectos humanos devem ser observados, tais como: altura do operador em relação a máquina, tipo de atividade física que o mesmo realiza, peso, etc., bem como outros fatores como por exemplo:

Homem - características físicas, fisiológicas, psicológicas e sociais do trabalho, influência do sexo, idade, treinamento, motivação, etc.;

Máquina - entende-se por máquina toda a ajuda material que o homem utiliza no seu trabalho, englobando os equipamentos, ferramentas, mobiliário e instalação;

Ambiente - características do espaço físico que envolvem o homem durante sua jornada de trabalho, como por exemplo: espaço suficiente para realizar seus movimentos em um posto de trabalho, iluminação adequada e suficiente para uma boa visualização dos equipamentos e materiais dos quais o homem utiliza em sua atividade profissional, temperatura ambiente adequada, etc.;

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Informação - refere-se as comunicações existentes entre os elementos da equipe de trabalho;

Organização - refere-se ao andamento dos setores quanto à limpeza, organização, horários, transmissão correta das informações, sincronia, etc.;

Consequências do trabalho - fadiga, gasto energético, estresse, número de acidentes no setor, etc..

Levando em consideração estes aspectos, podemos observar que uma das causas de inúmeros problemas ergonômicos é a má postura. Geralmente a má postura está relacionada com:

herança genética; maus hábitos; enfermidades; sedentarismo; atitudes mentais; indumentárias impróprias, etc.

Sendo assim as consequências relacionadas com a má postura podem ser exemplificadas com problemas musculares que provocam dores fortes e

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insuportáveis e problemas como cifose e hiponordose.

Outro vilão que ronda os postos de trabalho causando inúmeros problemas de ordem ergonomica são os esforços repetitivos. São caracterizados dois tipos de trabalho repetitivo, conforme as características do ciclo de repetição, são eles:

Caracterizando o trabalho repetitivo

Trabalho repetitivo

Ciclo </= 2 minutos

Trabalho altamente repetitivo

Ciclo </= 30

segundos

Através da caracterização dos esforços repetitivos poderemos avaliar um determinado posto de trabalho e os movimentos que o colaborador realiza durante sua jornada de trabalho. Se por intermédio desta avaliação o profissional técnico em segurança chegar a conclusão de que aquele posto de trabalho exige do colaborador inúmeros movimentos idênticos na sua jornada e não fazer nada para amenizar a situação, sem sombra de dúvidas as consequências para este colaborador e tantos outros que realizam a mesma atividade serão as piores possíveis.

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O mais conhecido problema advindo de esforços repetitivos é hoje chamado de D.O.R.T. ou Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho.

Esta doença se desenvolve gradativamente e possui quatro estágios, são eles:

Estágio I

A - Sensação de peso e desconforto no membro afetado;

B - Dor espontânea no local, as vezes com pontadas ocasionais durante a jornada de trabalho, porém ainda não interferem na produtividade. Esta dor é leve e melhora com o repouso.

C - Não há sinais clínicos, a dor pode se manifestar durante um exame clínico à palpação da massa muscular envolvida. Prognóstico bom.

Estágio II

Dores mais persistentes e intensas. Aparece durante a jornada de trabalho de forma intermitente, é tolerável e permite o desempenho da atividade, porém afeta

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o rendimento nos períodos de exacerbação.

É mais localizada e pode vir acompanhada de formigamento e calor, além de leves distúrbios de sensibilidade.

os sinais clínicos de modo geral continuam ausentes. Podem ser observados, por vezes, pequenas nodulações e dor ao apaupar o músculo, prognóstico favorável.

Estágio III

A dor torna-se mais persistente, mais forte e tem irradiação mais definida. O repouso em geral só atenua a intensidade, porém, nem sempre a dor desaparece por completo.

Nesta fase a dor aparece com mais frequência fora da jornada de trabalho, especialmente a noite. Perde-se um pouco da força muscular e causa uma sensível queda de rendimento profissional quando não, impossibilita o colaborador de executar a sua função na empresa.

Os trabalhos domésticos também passam a ser limitados e muitas vezes não podem ser executados. Os sinais clínicos estão

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presentes. O edema é frequente, assim como a transpiração e a alteração de sensibilidade.

A paupação e mobilidade são dolorosas e o retorno ao trabalho neste estágio da doença passa a ser problemático. Prognóstico reservado.

Estágio IV

Neste estágio as dores passam a ser mais fortes e contínua, por vezes insuportável, levando a intenso sofrimento. A dor se acentua com os movimentos estendendo-se a todo o membro afetado.

Perda de força e dos movimentos. Edema persistente e podem aparecer deformidades, hipotrofias por desuso. A capacidade de trabalho é anulada e a invalidez se caracteriza pela impossibilidade de um trabalho produtivo e regular.

As atividades do cotidiano são muito prejudicadas nestes estágios e, são comuns as alterações psicológicas com quadros de depressão, anciedade e angústia.

Normas e prevenção

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Nós, como profissionais da área de segurança do trabalho, devemos nos atentar para as diretrizes da NR-17 que trata sobre os procedimentos relacionados com a Ergonomia, para que possamos transformar o ambiente de trabalho adequado aos colaboradores em seus postos de trabalho. Mas, como este assunto é muito amplo, nós não podemos ficar presos apenas ao conteúdo desta NR, devemos sempre estar atualizados com o assunto, visto que as mudanças neste campo é muito dinâmica. Portanto, para que isso aconteça devemos sempre estar pesquisando em fontes diversas novos procedimentos, surgimento de novos problemas ergonômicos, suas soluções, etc., para que assim consigamos tornar agradável o ato de trabalhar.

Em se tratando de normas, não podemos deixar passar em branco que temos como base legal a NR-17, norma específica para o assunto Ergonomia. Portanto, vou relatar alguns pontos importantes contiddos em suas diretrizes, lembrando que você poderá visualizar a norma completa através do site do Ministério do Trabalho e Emprego - MTE, ou baixá-la

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através da seção de download de mei site.

Esta norma dita procedimentos a serem aplicados nos estabelecimentos onde existam trabalhadores executando qualquer atividade profissional, principalmente aquelas em que exectam-se levantamento, transporte e descarga individual de materiais, diferenciando os casos em que o indivíduo seja mulher, menores e idoses que, nestes casos deverão ser tomados cuidados especiais.

Na tabela a seguir você poderá visualizar os pesos limites para cada tipo de indivíduo:

 

Peso x limitaçã

o Homens Mulheres

Menores de 16 anos

Proibido Proibido

de 16 a 18 anos

16 kg 8 kg

18 a 35 anos

40 kg 20 kg

Acima Desaconselhá Desaconselhá

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de 35 anos

vel vel

 

Outro ponto importante nesta NR é o seu ítem 17.5.2, onde se faz algumas recomendações relacionadas aos níveis de conforto para a realização de trabalhos que exijam solicitação intelectual e atenção constantes, tais como: salas de controle, laboratórios, escritórios, etc.. Nestes casos são recomendados as seguintes condições de conforto:

Níveis de ruído de acordo com o estabelecido na NBR 10152 ou de 65 dB;

Índice de temperatura efetiva entre 20 e 23 ºC;

Velocidade do ar não superior a 0,75 m/s;

Umidade relativa do ar não inferior a 40%.

Nas atividades de processamento de dados o número máximo de toques reais não poderá ultrapassar a 8.000 por hora trabalhada, considerando que o toque é

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igual a cada movimento de pressão sobre o teclado. O tempo efetivo de entrada de dados ou processamentos diversos não deve exceder o limite máximo de 5 (cinco) horas, sendo que no período de tempo restanto da jornada de trabalho, o colaborador poderá exercer outras

 

 Iluminação

A iluminação de um ambiente pode ser natural, artificial ou ambas simultâneamente. A natural é oferecida pela luz solar. A artificial é a iluminação gerada normalmente por lâmpadas elétricas.

As iluminações artificiais podem ser geral ou suplementar.

Geral - ilumina todo o local de trabalho não objetivando uma única operação, geralmente localizada, afastada do trabalhador.

Suplementar - tem o objetivo de melhorar uma determinada operação complementando no local a iluminação

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geral existente, geralmente é instalada próximo ao trabalhador.

Importância da boa iluminação

A utilização de uma iluminação adequada proporciona um ambiente de trabalho agradável, produtivo e mais seguro. Portanto, é evidente que:

Na segurança - diminui as probabilidades das ocorrências de acidentes, facilitando a visualização de possíveis riscos existentes e das sinalizações de seguança;

Na produtividade - diminui o desperdício de material oriundo de refugar pela não conformidade final de produtos semi acabados ocasionado por falha operacional;

No fator humano - age de forma psiquica ao tornar o ambiente de trabalho mais alegre e agradável.

Fatores de influência

Tipos de lâmpadas ou luminárias

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A escolha do tipo de lâmpadas e liminárias tem fundamental importância para a qualidade final da iluminação. Uma escolha inadequada pode implicar em uma depreciação e, consequentemente, em uma iluminação deficiente ainda que os demais fatores de influência tenham sido adequadamente considerados.

Quantidades de luminárias

As luminárias devem ser distribuídas de forma tal que gerem um nível de iluminação compatível com a necessidade da atividade do ambiente ou posto de trabalho.

Distribuição das luminárias

Devem ser distribuídas no ambiente de forma a proporcionar uma iluminação homogênea e uniforme, com um certo cuidado de não criar sombras ou contrastes nos locais onde se deseja iluminar.

Manutenção

Periodicamente devem ser realizadas

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operações de limpeza das luminárias para evitar acúmulo de poeiras ou insetos e substituição  de lâmpadas defeituosas a fim de obter o mínimo de depreciação do fator de iluminação.

Cores adequadas

As cores das superfícies existentes nos locais de trabalho, tais como: teto, parede, mobiliário, máquinas, etc., devem ser escolhidas de forma a possuirem uma refletância adequada, evitando o ofuscamento da visão do trabalhador.

Refletância Recomendada:

Refletâncias Recomendadas

Superfícies Refletâncias

Teto 80%

Parede 60%

Mesa/bancada 35%

Máquina/equipamento 25%

Piso 15%

Índice de reflexão de cores

Índice de Reflexão das Cores

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CorReflexão em

%

Branco 80%

Amarelo limão 70%

Verde limão, amarelo ouro

65%

Laranja, azul claro 50%

Verde oliva 35%

Azul celeste, cinza escuro

30%

Verde médio 20%

Vermelho 17%

Carmim 10%

Violeta 5%

Preto 0%

 

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Outros fatores importantes

Refletância

É a porcentagem de luz refletida do total incidente sobre uma superfície. Quanto mais clara uma superfície maior será a porcentagem de luz refletida.

Idade do trabalhador

Com o aumento da idade o trabalhador vai perdendo a acuidade visual a pequenos detalhes. Portanto, quanto maior for a faixa etária do trabalhador,

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maior deverá ser o nível de iluminamento do ambiente.

Fluxo luminoso (Lumen)

Imagine você chegando em sua chácara ou sítio, da estrada você vê um postinho de luz ao longe, aquele fluxo de luz emanado da lâmpada é chamado de lumem.

1 Lux = 1 Lumen/m²

O melhor aproveitamento de lux é quando conseguimos colocar o posto de trabalho perpendicular ao fluxo luminoso.

LuxímetroExemplo de Luxímetro

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O instrumento utilizado para a realização da avaliação do nível de iluminamento é chamado de luxímetro, que é constituído por uma célula foto-elétrica e um amperímetro. O luxímetro converte o lumem em lux. Por exemplo 50 lumens será convertido em 50 lux por metro quadrado.A finalidade da foto-célula é o de capitar a luz e transformá-la em energia elétrica, neste momento entra em ação o amperímetro que que mede essa energia e nos retorna um valor, que no caso será em lux.

Quando a luz inside sobre a foto-célula ocorre a formação de uma pequena corrente elétrica que é lida no amperímetro. Os resultados obtidos são expressos em Lux (unidade de medida

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para iluminância).

O luxímetro usado para avaliação ocupacional de níveis de iluminamento devem possuir:

Foto-celula corrigida para a sensibilidade do olho humano;

Função do ângulo de incidência.

Alguns cuidados devem ser tomados afim de se obter uma leitura correta dos níveis de iluminamento:

A célula foto-elétrica deve ser exposta por 10 minutos antes de iniciar as leituras, para que haja a estabilização;

A leitura do nível de iluminamento deve ser efetuada no campo de trabalho, ou quando este não for definido, a 75 cm de altura em relação ao piso;

A célula deve ficar em um plano perpendicular a insidência da luz;

O operador do luxímetro deve se posicionar de forma a não criar sombras sobre sobre o aparelho e

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evitar a utilização de roupas claras durante as medições evitando com isso a reflexão da luz sobre a célula foto-elétrica;

As avaliações devem ser realizadas nas circunstâncias mais desfavoráveis, ou seja, em dias escuros e nublados, onde a influência da iluminação natural não influencie positivamente os resultados.

Havendo atividades noturnas no ambiente analisado, as avaliações devem ser realizadas à noite normalmente.

Para uma orientação mais precisa nas questões de imluminação, será imprescindível a leitura da NBR-5413 e NBR-5382.

. O QUE É ERGONOMIA?

Ergonomia (do Grego: Ergon = trabalho + nomos = normas, regras, leis) é o estudo da adaptação do trabalho às características dos indivíduos, de modo a lhes proporcionar um máximo de conforto, segurança e bom desempenho de suas atividades no trabalho.

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A definição oficial de Ergonomia é a seguinte:

"A ergonomia é o estudo científico da relação entre o homem e seus meios, métodos e espaço de trabalho. Seu objetivo é elaborar, mediante a contribuição de diversas disciplinas científicas que a compõem, um corpo de conhecimentos que, dentro de uma perspectiva de aplicação, deve resultar numa melhor adaptação ao homem dos meios tecnológicos e dos ambientes de trabalho e de vida." (Congresso Internacional de Ergonomia, 1969).

Fonte: PUC-Rio

O ergonomista estuda como as pessoas trabalham, a fim de melhorar o seu conforto, a sua saúde e a produtividade. Interfere no ambiente, na organização do trabalho, nas máquinas e na formação das pessoas. O fisioterapeuta, por sua vez, tem o mesmo objetivo, mas trabalha focado na pessoa.

Para saber mais sobre esse fascinante assunto, consulte o site da Associação Brasileira de Ergonomia - ABERGO, leia o Manual de Ergonomia do Ministério do Trabalho e consulte a Norma NR-17 do mesmo Ministério.

POSTURA CORRETA

Dentre os distúrbios dolorosos que afetam a humanidade, a dor lombar (lombalgia, dor nas costas ou dor na coluna) é a grande causadora de morbidade e incapacidade para o trabalho, só perdendo para a cefaléia ou dor de cabeça; e afeta mais os homens do que as mulheres.

Exemplos de Riscos Ergonômicos