183
ÉRIKA CRISTINA TEIXEIRA DOS ANJOS RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS MICORRÍZICOS ARBUSCULARES NO DESENVOLVIMENTO DE MUDAS MICROPROPAGADAS DE BANANEIRA Recife Maio / 2008

RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

  • Upload
    others

  • View
    3

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

ÉRIKA CRISTINA TEIXEIRA DOS ANJOS

RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE

CRESCIMENTO E FUNGOS MICORRÍZICOS

ARBUSCULARES NO DESENVOLVIMENTO DE

MUDAS MICROPROPAGADAS DE BANANEIRA

Recife

Maio / 2008

Page 2: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

ÉRIKA CRISTINA TEIXEIRA DOS ANJOS

RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE

CRESCIMENTO E FUNGOS MICORRÍZICOS

ARBUSCULARES NO DESENVOLVIMENTO DE

MUDAS MICROPROPAGADAS DE BANANEIRA

Tese de Doutorado apresentada ao Programa de

Pós-Graduação em Ciências Biológicas da

Universidade Federal de Pernambuco,

como parte dos requisitos para

obtenção do grau de Doutor

Orientadora: Drª Leonor Costa Maia

Co-orientadoras: Drª Rosa de Lima Ramos Mariano

Drª Uided Maaze Tiburcio Cavalcante

Recife

Maio / 2008

Page 3: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

Anjos, Érika Cristina Teixeira dos Rizobactérias promotoras de crescimento e fungos micorrízicos arbusculares no desenvolvimento de mudas micropropagadas de bananeira/ Érika Cristina Teixeira dos Anjos. – Recife: O Autor, 2008. 182 folhas : il., fig.

Tese (doutorado) – Universidade Federal de Pernambuco. CCB. Ciências Biológicas, 2008.

Inclui bibliografia.

1. Bananeira - crescimento 2 Rizobactérias 3. Fungos I. Título.

634.772 CDU (2.ed.) UFPE 634.772 CDD (22.ed.) CCB – 2008- 191

Page 4: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated
Page 5: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

Aos meus queridos pais

Paulo e Maria Helena, irmãos

Leonardo e Paulinho e

esposo Júnior, Dedico.

Page 6: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

“O que sabemos é uma gota, o que ignoramos é um oceano”

Isaac Newton

“Não havia nada que eu pudesse fazer, mas eu fiz.

Alcançar tal coisa era impossível, e eu a busquei.

Não havia mais esperanças, e eu as mantive.

Não restava tempo para mais nada, mas eu lutei até a última hora.

A última palavra havia sido dada, mas eu ainda assim falei.

Se nada tenho, por tudo lutei.

E sem me arrepender de nada, num futuro poderei dizer: TENTEI.

Somente a tentativa nos possibilita a conquista”.

J. Cosmo Zaraustra

Page 7: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

AGRADECIMENTOS

A Deus por estar presente em todos os momentos de minha vida, guiando-me e

conduzindo para a tranqüilidade mesmo nos momentos de dificuldade;

Aos meus amados pais que, apesar da distância geográfica, nunca deixaram de

estar no meu coração e por me apoiar e incentivar na ampliação dos meus

conhecimentos;

A meus queridos irmãos, Paulinho e Leonardo, pelo carinho e confiança em mim

depositados;

A Júnior Brandão pelo constante incentivo e companhia, ajuda fiel e dedicação

em todos os momentos que precisei;

À Drª Leonor Costa Maia, pela confiança e paciência durante todo o curso de

Doutorado e na elaboração desta Tese;

À Drª Rosa de Lima Ramos Mariano pela colaboração especial para a execução

deste trabalho nas dependências do Laboratório de Fitobacteriologia, pelos

ensinamentos constantes em Bacteriologia e por toda a paciência e ajuda nos momentos

de dúvidas e questionamentos;

À Drª Uided Maaze Tiburcio Cavalcante, pela grande ajuda, disposição,

incentivo e alegria durante o convívio no Laboratório de Micorrizas;

Aos professores da Pós-Graduação em Ciências Biológicas, pelos ensinamentos;

Ao CNPq pela concessão de bolsa de estudo;

Ás técnicas do Laboratório de Micorrizas (Marilene) e de Fitobacteriologia

(Ivanise) pela ajuda na execução dos experimentos. Em especial a Ivanise por toda a

Page 8: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

coloboração e ensinamentos das técnicas executadas no Laboratório de

Fitobacteriologia e amizade, carinho e compreensão nos momentos mais difíceis;

Aos colegas do laboratório de Micorrizas: Maryluce, Nicácio, Fábio, Danielle,

Indra, Moacir, Cláudia, Renata, pela alegria, descontração e grande ajuda e colaboração

durante várias etapas da tese. Em especial, a Danielle e Nicácio pelos ensinamentos e

ajuda durante a execução das atividades enzimáticas no solo e a Vilma Maria dos Santos

pela boa vontade, disponibilidade e amizade sempre constante em todos os momentos

de convívio durante a realização desta tese;

Aos colegas do laboratório de Fitobacteriologia: Mirzânia, Aldenir, André,

Kátia, Cléidio, Alessandra, Marco, Kirley, Adenilda, pela alegria, ajuda e convívio.

Aos amigos conquistados durante o curso, pelos bons momentos de convivência;

E a todos aqueles que omiti e que direta e indiretamente contribuíram para a

realização desse trabalho e de mais uma etapa da minha vida.

Page 9: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

SUMÁRIO

Páginas

LISTA DE TABELAS

LISTA DE FIGURAS

RESUMO GERAL

10

12

13

ABSTRACT

INTRODUÇÃO

15

17

CAPÍTULO 1 – Fundamentação teórica 20

1. A bananicultura e a micropropagação 21

2. Bactérias Promotoras do Crescimento de Plantas (BPCPs) -

caracterização como microrganismos endofíticos ou epifíticos, efeitos na

promoção de crescimento e mecanismos de ação

28

3. Fungos Micorrízicos Arbusculares: características, mecanismos de ação e

efeitos na promoção do crescimento das plantas

50

4. Interações entre Rizobactérias Promotoras do Crescimento de Plantas

(RPCP) e Fungos Micorrízicos Arbusculares (FMA): influência no

desenvolvimento das plantas

66

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 78

CAPÍTULO 2

Seleção de isolados de bactérias para a promoção do crescimento

de mudas micropropagadas de bananeira cv. Grand Naine

e antagonismo a Fusarium oxysporum f.sp. cubense

101

Page 10: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

RESUMO 102

INTRODUÇÃO 103

MATERIAL E MÉTODOS 105

RESULTADOS 113

DISCUSSÃO 139

REFERÊNCIAS 145

CAPÍTULO 3

Interação rizobactérias e fungos micorrízicos no

desenvolvimento de bananeira micropropagada

153

RESUMO 154

INTRODUÇÃO 155

MATERIAL E MÉTODOS 158

RESULTADOS E DISCUSSÃO 161

REFERÊNCIAS 173

CONCLUSÕES GERAIS 180

Page 11: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

LISTA DE TABELAS

Páginas

CAPÍTULO 1 – Fundamentação teórica

Tabela 1. Grupo genômico e subgrupo das principais cultivares de banana no

Brasil

24

CAPÍTULO 2 - Seleção de isolados de bactérias para a promoção do

crescimento de mudas micropropagadas de bananeira cv. Grand Naine

e antagonismo a Fusarium oxysporum f.sp. cubense

Quadro 1. Processos de desinfestação superficial de raízes testados para

isolamento de bactérias endofíticas de raízes de bananeiras

107

Tabela 1. Isolados bacterianos obtidos de raízes de cultivares de bananeiras

sadias

114

Tabela 2. População de rizobactérias (total, endofítica e epifítica) e freqüência

detectada por hábito e cultivar de bananeira

115

Tabela 3. Características bioquímicas e fisiológicas dos isolados bacterianos

obtidos de raízes sadias de bananeiras de diversas cultivares

117

Tabela 4. Número e freqüência de isolados por cada característica bioquímica

ou fisiológica quanto ao hábito epifítico ou endofítico

125

Tabela 5. Efeito de rizobactérias endofíticas e epifíticas na promoção de

crescimento de mudas micropropagadas de bananeiras cv. Grand Naine aos 75

dias após a bacterização, em casa de vegetação

127

Tabela 6. Efeito de rizobactérias endofíticas e epifíticas na taxa de

crescimento (45, 60 e 75 dias após bacterização) de mudas micropropagadas

133

Page 12: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

de bananeiras cv. Grand Naine, em casa de vegetação

Tabela 7. Inibição do crescimento micelial e biomassa seca de isolados de

Fusarium oxysporum f. sp. cubense causada por isolados de rizobactérias de

bananeiras

138

CAPÍTULO 3 - Interação rizobactérias e fungos micorrízicos no

desenvolvimento de bananeira micropropagada

Tabela 1. Efeito de fungos micorrízicos arbusculares e de rizobactérias

promotoras do crescimento de plantas no desenvolvimento de mudas

micropropagadas de bananeiras cv. Grand Naine 90 dias após as inoculações

163

Tabela 2. Efeito de fungos micorrízicos arbusculares e de rizobactérias

promotoras do crescimento de plantas no desenvolvimento de mudas

micropropagadas de bananeiras cv. Grand Naine 90 dias após as inoculações

166

Tabela 3. Densidade de esporos na rizosfera e colonização micorrízica em

mudas micropropagadas de bananeiras cv. Grand Naine 90 dias após as

inoculações

170

Page 13: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

LISTA DE FIGURAS

Páginas

CAPÍTULO 2 - Seleção de isolados de bactérias para a promoção do

crescimento de mudas micropropagadas de bananeira cv. Grand Naine e

antagonismo a Fusarium oxysporum f.sp. cubense

Figura 1. Aumento (%) da biomassa fresca da parte aérea e raízes de mudas

micropropagadas de bananeira cv. Grand Naine aos 75 dias após bacterização,

em casa de vegetação em relação ao tratamento controle (não bacterizado)

Figura 2. Redução (%) da biomassa fresca da parte aérea e de raízes de mudas

micropropagadas de bananeira cv. Grand Naine bacterizadas aos 75 dias após

a bacterização, em casa de vegetação em relação ao tratamento controle (não

bacterizado)

131

137

CAPÍTULO 3 - Interação rizobactérias e fungos micorrízicos no

desenvolvimento de bananeira micropropagada

Figura 1. Taxa de crescimento (em percentagem) de mudas micropropagadas

de bananeira cv. Grand Naine segundo os tratamentos [(a) RPCPs × G.

etunicatum, (b) RPCPs × G. clarum, (c) RPCPs × controle FMA (não

inoculado) e (d) controle RPCPs (não inoculado) × FMAs], aos 90 dias da

inoculação.

167

Page 14: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

Resumo geral - Objetivando estudar o efeito de isolados de bactérias promotoras

do crescimento de plantas (BPCP) e fungos micorrízicos arbusculares (FMA) foram

realizados três experimentos. Primeiramente, bactérias epifíticas e endofíticas foram

isoladas de raízes de bananeiras sadias de seis cultivares e caracterizadas quanto à

produção de pectinase, celulase, ácido indolacético, β-1,3-glucanase e quitinase. No 1º.

experimento, as rizobactérias foram avaliadas quanto à promoção do crescimento de

bananeiras micropropagadas cv. Grande Naine em casa de vegetação, sendo 74

tratamentos de bacterização + um tratamento controle, com 8 repetições. Mudas com

aproximadamente 10 cm foram transplantadas e bacterizadas em potes contendo 1 kg de

solo desinfestado. No 2º. experimento, foi observada a ação antagônica in vitro das

RPCP selecionadas, contra Fusarium oxysporum f. sp. cubense. No 3º experimento, em

casa de vegetação, foi estudado o efeito da associação RPCP x FMA no

desenvolvimento de mudas de bananeiras cv. Grand Naine. Foi aplicado DIC com 7

tratamentos de bacterização com RPCPs (BAN29, BAN36, BAN81, BAN82, S1, S2 e

controle) × 3 tratamentos de inoculação com FMAs (Glomus etunicatum, Glomus

clarum e controle) × 7 repetições. A inoculação (200 glomerosporos/planta) ocorreu no

transplantio das mudas para sacos contendo 1,5 Kg de solo desinfestado. Em seguida, as

mudas foram bacterizadas com seis isolados pré-selecionados no Experimento 1. As

suspensões bacterianas (50 mL/planta) utilizadas nos experimentos em casa de

vegetação foram preparadas e ajustadas em fotocolorímetro (A580) em água destilada

esterilizada (ADE) visando obter para 108 UFC/mL. O tratamento controle sem FMA e

sem bactérias recebeu ADE. Para o isolamento de bactérias endofíticas foram testados

diferentes substâncias desinfestantes e tempos de exposição, com melhor resultado

obtido com hipoclorito de cálcio a 5%, por 20 minutos. Foram obtidos 80 isolados

bacterianos, com predominância de bactérias epifíticas (53,7%) e de Gram-positivas

(67,1%). Nove isolados produziram pectinase, 37 ácido indolacético e dois β-1,3-

glucanase. Nenhum dos isolados foi capaz de produzir celulase, ácido cianídrico,

quitinase ou solubilizar fosfato. Incrementos no desenvolvimento de mudas

micropropagadas de bananeiras cv. Grand Naine foram evidenciados a partir dos 30 dias

após bacterização com 40 isolados. Houve incremento de até 82% para a biomassa

fresca (BF) da parte aérea e de até 263% para a BF de raízes das mudas associadas com

BAN29, BAN36, BAN81, BAN82, S1 e S2 (Experimento 1). A BAN36 foi capaz de

inibir o crescimento micelial de Fusarium oxysporum f. sp. cubense em placas de Petri

Page 15: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

(até 67%) (Experimento 2). Em geral, a inoculação conjunta RPCP × FMA não

proporcionou incremento no crescimento, sendo observada interação positiva apenas

entre FMAs e os isolados S1 e S2. Apenas na ausência dos FMAs, as mudas tratadas

com BAN29, BAN36, BAN81 e BAN82 diferiram em relação ao controle. Houve

estímulo na colonização das raízes de bananeiras por G. clarum quando associadas com

BAN82. Isolados bacterianos epifíticos e endofíticos de raízes de bananeiras são

capazes de produzir substâncias, in vitro, com potencial uso biotecnológico para

promoção do crescimento de mudas micropropagadas de bananeira da cultivar Grand

Naine visando o controle de F. oxysporum f. sp. cubense. A interação RPCPs e FMAs

demonstrou resultados conflitantes, concluindo-se que o efeito associado depende do

isolado específico de cada microrganismo.

Palavras-chave: Musa, aclimatização, RPCP, FMA, Glomus, Fusarium oxysporum

Page 16: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

Abstract - In order to study the effect of plant growth promoted bacteria (PGPB)

and arbuscular mycorrhizal fungi (AMF) on development of micropropagated banana

seedlings three experiments were performed. Endophytic and epiphytic bacteria were

isolated from roots of six cultivars of banana and characterized regarding production of

pectinase, celulase, indolacetic acid, β-1,3-glucanase and chitinase. In the first

experiment, the rhizobacteria were evaluated regarding growth promotion of

micropropagated seedlings of banana cv. Grand Naine, in a greenhouse, with 74

treatments of bacterization + a control, and 8 replicates. Seedlings with aproximately 10

cm were transplanted and bacterized in pots containing 1 kg of disinfested soil. In the

2nd experiment, the antagonic in vitro effect of selected PGPR against Fusarium

oxysporum f. sp. cubense was evaluated. In the 3th experiment, in a greenhouse, the

associated effect of PGPR and AMF on development of seedlings of banana cv. Grand

Naine was studied. The experimental design was entirely at random, with seven PGPR

bacterization treatments (BAN29, BAN36, BAN81, BAN82, S1, S2 and a control) × 3

inoculation treatments with AMF (Glomus etunicatum, Glomus clarum and a control) ×

7 replicates. The inoculation (200 glomerospores/plant) occurred during the transplant

to pots with 1.5 kg of disinfested soil. The bacterial suspensions (50 mL/plant) were

adjusted to 108 UFC/mL. The control treatment without AMF and PGPR received only

destilled sterilized water. For isolation of the endophytic bactaria different desinfectant

substances and application times were tested. The best result was provided by 5%

calcium hipoclorite during 20 minutes. Eighthy bacterial isolates, mostly epiphytic

(53,7%) and Gram-positive (67,1%) were obtained. Nine isolates produced pectinase,

37 indolacetic acid and two β-1,3-glucanase. No isolate produced celulase, cianidric

acid, chitinase ou solubilized phosphorus. Improvement on development of

micropropagated seedlings of banana cv. Grand Naine were shown 30 days after

bacterization with 40 isolates. There was an increment of up to 82% to the aerial fresh

biomass and up to 263% for fresh biomass of roots associated with BAN29, BAN36,

BAN81, BAN82, S1 e S2 (Experiment 1). The isolate BAN36 was able to inhibit

mycelial growth of Fusarium oxysporum f. sp. cubense in Petri dishes (up to 67%)

(Experiment 2). In general, the joint inoculation of PGPR and AMF did not increment

growth, with interaction observed only between AMF and the isolates S1 and S2. Only

in the absence of AMF the seedlings treated with BAN29, BAN36, BAN81 and

BAN82 differed from the control. There was stimulus on colonization of banana roots

Page 17: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

by G. clarum when associated with BAN82. Epiphytic and endophytic bacterial isolates

are able to produce, in vitro, substances with biotechnological potential to promote

growth of micropropagated seedlings of banana cv. Grand Naine in order to control F.

oxysporum f. sp. cubense. The interaction PGPR and AMF showed conflictant results,

and we conclude that the associated effect depends on the specific isolate of each

microorganism.

Key words: Musa, aclimation, PGPR, AMF, Glomus, Fusarium oxysporum

Page 18: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

Introdução Geral

Page 19: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

INTRODUÇÃO GERAL

A bananicultura se destaca comercialmente no Brasil tendo em vista que seus

frutos são os mais consumidos especialmente entre a população mais carente (Cordeiro,

2000; IBGE, 2007), além da utilização na indústria como matéria-prima na fabricação

de alimentos e bebidas de diversas finalidades (Manica, 1997). Entretanto, ainda é uma

cultura com pouca expressividade no comércio exterior, sendo utilizada apenas 1% de

sua produção nacional para esta finalidade (Manica, 1997).

As cultivares do subgrupo Cavendish são as mais utilizadas para exportação,

especialmente ‘Grand Naine’ que dentre as variedades comerciais é a que apresenta

melhor rendimento, ciclo mais curto e resistência ao vento e ao Mal-do-Panamá (Silva

et al., 1999; Silva, 2000), porém perde espaço em área cultivada para as cultivares Prata

e Pacovan, que respondem pela maior parcela da produção de banana no Brasil. Além

disso, estudos relacionados à adequação do cultivo para diversos tipos de solo e clima e

práticas culturais em distintas regiões do Brasil são realizados para as cultivares do

subgrupo Prata.

As bananeiras (Musa spp.) estão entre as frutíferas mais produzidas atualmente

pela técnica da cultura de tecidos o que contribui para aumento da qualidade e

uniformidade de plântulas obtidas. Porém, este processo apresenta algumas

desvantagens, pois as plântulas são anatômica e fisiologicamente menos desenvolvidas

e quando transplantadas para substratos, no processo de aclimatização, ocorre alta

mortalidade e paralização do crescimento apical. Além disso, neste processo as

plântulas são desprovidas de associações benéficas com microrganismos simbiontes

promotores de crescimento (Lovato et al., 1996; Souza et al., 1999; Lameira et al.,

2000).

Page 20: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

Uma das alternativas para alcançar melhor desenvolvimento e sanidade das

mudas consiste em promover a associação de forma natural ou artificial utilizando

Bactérias promotoras do crescimento de plantas – as BPCPs (Silveira, 2001; Mariano et

al., 2003) e Fungos micorrízicos arbusculares – os FMAs (Declerck et al., 1995; Yano-

Melo et al., 1999; Jaizme-Vega et al., 2002).

Estudos relacionados ao isolamento, seleção e utilização de BPCPs e FMAs,

inoculados isoladamente ou conjuntamente, têm mostrado efeitos variáveis (positivos,

neutros ou negativos) na promoção de crescimento de plantas e no biocontrole de

doenças (Lovato et al., 1996; Vessey, 2003), o que sugere a execução de experimentos

para selecionar isolados de tais microrganismos que promovam incrementos no

desenvolvimento e contribuam para a sanidade, em especial das cultivares de bananeiras

do subgrupo Cavendish. Dentre os efeitos benéficos observados na promoção do

crescimento das plantas estão aumento da taxa de germinação de sementes, crescimento

da parte aérea da planta e raízes, rendimento da cultura, aumento da taxa de

sobrevivência após o transplantio e tolerância à estresses abióticos e bióticos (Silveira,

1996; Vessey, 2003), assim como melhoria no nível de agregação de partículas do solo

e da atividade enzimática.

O estudo teve como objetivo isolar e caracterizar bioquímica e fisiologicamente

rizobactérias endofíticas e epifíticas das bananeiras cv. Pacovan, Prata Anã, Comprida,

Ouro, Prata e Maçã; selecionar isolados efetivos na promoção do crescimento de mudas

micropropagadas de bananeira cultivar Grand Naine; avaliar a capacidade desses

isolados de RPCPs em inibir o crescimento in vitro de Fusarium oxysporum f. sp.

cubense e avaliar o efeito da inoculação conjunta de isolados de RPCPs selecionados

com os fungos micorrízicos, Glomus clarum e Glomus etunicatum.

Page 21: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

CAPÍTULO 1

Fundamentação teórica

Page 22: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

1. A BANANICULTURA E A MICROPROPAGAÇÃO

Dentre as frutíferas, a banana é a cultura mais expressiva comercialmente e constitui

importante fonte de renda entre os pequenos produtores, sendo a fruta mais consumida

no Brasil, especialmente entre as classes mais carentes (Cordeiro, 2000). O Brasil

destaca-se como o segundo produtor mundial de bananas, com área de colheita em 505

mil hectares, produção de 6.997 mil toneladas em 2006 e rendimento médio de 13.844

Kg/ha. É produzida em todos os Estados brasileiros, destacando-se Bahia e São Paulo

(IBGE, 2007).

Destaca-se pelo sabor peculiar e alto valor nutritivo, sendo utilizada

especialmente como alimentos para crianças e bebês devido ao alto teor de açúcar,

vitaminas, sais minerais e por sua digestibilidade facilitada. Ainda pode ser utilizada na

indústria para o preparo de diversos alimentos e bebidas como purê-de-banana

acidificado, néctar de banana, banana-passa, banana aromatizada, banana cristalizada,

banana em calda, bananada, essências, vinho, vinagre, geléia e aguardente. As fibras do

pseudocaule servem ainda para artesanatos e fabricação de diversos utensílios

domésticos (Manica, 1997).

A produção da banana é quase completamente consumida dentro do país, pois

ainda é produzida por pequenos produtores e deixa a desejar como cultura de

exportação. Apesar disso, no comércio internacional, a banana sustenta o maior volume

de comercialização de frutas frescas (Cordeiro, 2000). Isso se deve principalmente ao

grande rendimento por hectare, ciclo curto (12 a 14 meses após o plantio das mudas no

Page 23: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

campo), facilidade de propagação (emite rebentos continuamente) e produção contínua

(produz o ano todo) (Manica, 1997).

A bananicultura tem evoluído consideravelmente nas três últimas décadas como

resultado de estudos científicos para adequar o seu desenvolvimento às diversas regiões

do país e por sua expansão em cultivo comercial, quando se compara ao cultivo

predominantemente doméstico. Apresenta diversas vantagens para os produtores, pois

tem manejo fácil, não necessita de grandes investimentos e pessoal capacitado, sendo

uma cultura perene de rápido retorno do capital investido, por ter fluxo contínuo de

produção já a partir do primeiro ano no campo. Outra vantagem é sua ampla adaptação a

várias condições de solo e climas quentes e de elevada umidade, típicos dos países

tropicais (Alves, 1999).

A banana é originária da Ásia Meridional (regiões tropicais da Índia e Malásia).

Hoje está distribuída por todos os continentes, predominando nas Américas e no

continente de origem (Dantas e Soares Filho, 2000). As cultivares produtoras de frutos

comestíveis são classificadas na Divisão Magnoliophyta, Classe Liliopsida, Subclasse

Zingiberidae, Ordem Zingiberales, Família Musaceae. Diversas cultivares comestíveis

são conhecidas e algumas destas a depender da região do Brasil pode receber

denominações específicas (Tabela 1).

A origem das cultivares comestíveis vem do continente asiático por meio de

cruzamentos ao acaso ou experimentais a partir de espécies diplóides selvagens: a Musa

acuminata Colla (sempre designada pela letra A) e a Musa balbisiana Colla (letra B).

Todas as cultivares conhecidas evoluíram da combinação dos níveis cromossômicos,

originando indivíduos diplóides, triplóides e tetraplóides, que corresponde basicamente

a dois, três e quatro múltiplos de um genoma composto por 11 cromossomos.

Formaram-se então os grupos AA, BB, AB, AAA, AAB, ABB, AAAA, AAAB, AABB

Page 24: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

e ABBB. Quando ocorrem mutações em uma única forma ancestral e estas oferecem

importantes efeitos no uso e comercialização, os pesquisadores referem-se a essas

cultivares como “subgrupo”. Os mais conhecidos são o Cavendish (grupo AAA), o

Plantain ou Terra (grupo AAB) e Prata (grupo AAB) (Dantas et al., 1999; Dantas e

Soares Filho, 2000).

As cultivares mais difundidas no Brasil são: Prata, Pacovan, Prata Anã, Maçã,

Mysore, Terra e D’Angola (grupo AAB) e Nanica, Nanicão, Grande Naine e Williams

Hibrid (subgrupo Cavendish - AAA). As três últimas cultivares são as mais utilizadas

para exportação. No entanto, no Brasil a produção de banana Prata e Pacovan, responde

por cerca de 60% do total (Silva et al., 1999).

O surgimento do subgrupo Cavendish se deve a várias mutações da cultivar Lacatan.

As cultivares se caracterizam por apresentarem frutos delgados, longos, encurvados e

doces quando maduros e estão subdivididas em cinco categorias de acordo com o porte

das plantas, estando a Grand Naine classificada como de porte baixo, intermediário

entre a Nanica e a Nanicão, atingindo altura entre 2,0 e 3,0 metros. O ciclo vegetativo é

de 10 a 12 meses, compreendendo de 7 a 8 meses para o florescimento e 4 meses deste

até a colheita.

O ciclo vegetativo das cultivares do subgrupo Cavendish é o mais curto dentre todas

as variedades comerciais e também apresenta maior produtividade e rendimento,

produzindo cerca de 200 frutos em média e 25 t/ha/ciclo, respectivamente. Além dessas

vantagens a cultivar Grand Naine é resistente ao vento (Silva et al., 1999; Silva, 2000).

A dilaceração das folhas pelo vento altera a fotossíntese da planta, reduz o rendimento

em cerca de 20% (Manica, 1997). Quanto às doenças e pragas, é resistente ao Mal-do-

Panamá, porém é suscetível à Sigatoka amarela, a Sigatoka negra, ao Moko da

bananeira, nematóides e à broca do rizoma (Silva et al., 1999; Silva, 2000).

Page 25: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

Tabela 1. Grupo genômico e subgrupo das principais cultivares de banana no Brasil

Grupo

genômico

Subgrupo Cultivares (Sinonímias)

AA - Ouro (Inajá, Bananinha, Imperador, Ouro Paulista,

Colatina Ouro)

AAA - Yangambi (Caipira)

AAA - Caru Roxa (Vinagre, Roxa), Caru-Verde, São Tomé

AAA Cavendish Nanica (Caturra, Baé, Anã), Nanicão (Caturrão, N.

Jangada, N. Eldorado), Grand Naine, Williams,

Imperial, Valery, Lacatan

AAA Gros Michel Gros Michel, Highgate (Cocos)

AAB - Maçã, Enxerto (Prata-Anã, Prata-Sta. Catarina),

Mysore (Maçã da Índia), Thap Maeo

AAB Prata Prata, Pacovan, Branca, Prata Ponta Aparada, Prata-

Zulu

AAB Terra

(Plantain)

Terra (Comprida, Chifre–de-Boi), Terrinha, Pacovaçu,

Pacova (Farta-Velhaco), D’Angola

ABB Figo Figo vermelha (Coruda), Figo cinza (Marmelo, Figo)

AAAB - Ouro da Mata, Platina

AAAB Híbridos

“artificiais”

Pioneira, FHIA-01, FHIA-18

AAAA Híbrido

“artificial”

IC-2 (Golden Beauty)

Fontes: Silva et al. (1999); Teixeira (2001)

Page 26: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

O desenvolvimento da bananeira depende do potencial genético que determina o

vigor vegetativo da muda, além do clima, solo, incidência de moléstias, pragas e tratos

culturais. A planta é herbácea com tronco curto e subterrâneo, que é o rizoma, de onde

surgem as raízes adventícias e fibrosas. Logo, em seguida, surge o pseudocaule, que é

formado por várias bainhas foliares unidas, culminando na copa com folhas longas e

largas. A inflorescência da bananeira de cor roxo-avermelhada surge do centro da copa.

Das flores propriamente ditas que formam uma penca, surge um número de frutos, que

varia a depender da cultivar (Dantas et al., 1999).

Atualmente, a produção de mudas de bananeiras tem sido realizada, pela técnica de

propagação in vitro através do cultivo em meio de cultura específico de pequenos

segmentos caulinares conhecidos como explantes. Pela alta taxa de diferenciação e

multiplicação, estes são capazes de formar grande quantidade de material propagativo

limpo, ou seja, livre de doenças e pragas, além de conservar as características dos

genótipos selecionados. Após várias etapas do processo de propagação in vitro, como:

coleta do material no campo, preparo do explante, desinfestação, excisão do explante,

incubação no meio de cultura, proliferação dos brotos, isolamento e enraizamento, segue-

se a aclimatização, que se caracteriza pela adaptação da muda em condições não

controladas (Grattapaglia e Machado, 1998).

A propagação de plantas in vitro é realizada por um conjunto de técnicas que

multiplicam rapidamente partes de tecidos, órgãos ou células de uma planta matriz

(explante) em um meio nutritivo em condições assépticas. Esse cultivo é feito sob

condições controladas de luminosidade, temperatura e umidade. Neste processo podem se

utilizar diversas partes da planta como gemas, raízes, folhas, sementes, que são

totipotentes, ou seja, aquelas que regeneram uma planta completa. Dessas condições

heterotróficas, com adequado nível de água, macro e micronutrientes e açúcares uma

Page 27: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

planta, quando transplantada, passa para a condição autotrófica, devendo ser adaptada às

condições ex vitro. As plantas micropropagadas são anatomicamente diferentes e

fisiologicamente mais sensíveis, pois possuem cutícula e estômatos pouco desenvolvidos

e em parte não funcionais, assim como reduzida capacidade de fotossintetizar, além de

apresentarem poucos pêlos radiculares (Carvalho, 1999; Grattapaglia e Machado, 1998;

Lameira et al., 2000). Por outro lado, muitas vantagens são relacionadas ao processo de

micropropagação: multiplicação de grande quantidade de plantas em área reduzida

diminuindo os custos, redução do tempo de multiplicação com obtenção de plantas

geneticamente superiores, maior controle sobre a sanidade do material, facilidade de

transporte para regiões distantes, intercâmbio e manutenção de germoplasmas (Lameira et

al., 2000).

Em bananeiras, a principal fonte de explantes são plantas pequenas (tipo chifre) do

qual se extraem os ápices caulinares. Após o preparo, que inclui a retirada das bainhas

foliares e parte do rizoma até atingir tamanho e dimensões adequadas, desinfesta-se o

material, que é colocado em meio de cultura. Para aclimatização, as plantas já

desenvolvidas são transferidas para bandejas contendo substrato comercial ou substrato

composto de terra preta misturada com vermiculita, areia ou turfa em condições de

umidade e iluminação controladas durante três a cinco dias, para em seguida serem

transferidas para sacos plásticos, em casa de vegetação. Após três meses de aclimatização

as plantas podem ser levadas para o campo (Lameira et al., 2000).

Em bananeiras micropropagadas a aclimatização deve ser realizada em casa de

vegetação ou viveiro de mudas, por um período que varia de 45 a 60 dias a depender do

genótipo, com condições de umidade e temperatura favoráveis (Souza et al., 1999). A

transferência da condição in vitro para ex vitro implica em alta mortalidade das mudas

recém-formadas, que diferem das plântulas desenvolvidas sob condições normais de

Page 28: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

semeadura, além de serem desprovidas de associações com microrganismos benéficos

(Lovato et al., 1996 a). Entre as plantas tropicais, a bananeira é a mais importante em

relação à técnica de micropropagação, sendo produzidas cerca de 40 milhões de

microplantas por ano em todo o mundo (Lovato et al., 1996 a).

No Brasil existem três doenças causadas por fungos fitopatogênicos que

promovem prejuízos no desenvolvimento e produção das variedades de bananeiras, a

Sigatoka-negra, a Sigatoka-amarela e o Mal-do-Panamá. Geralmente afetam todo o

ciclo vegetativo e produtivo e as diversas partes da planta como raiz, pseudocaule, folha

e fruto. O Mal-doPanamá ou a atualmente conhecida murcha de Fusarium configura-se

no cenário nacional como um dos problemas fitossanitários mais sérios que preocupam

os produtores de banana, pois esta doença tem sido detectada até mesmo em variedades

resistentes como as do subgrupo Cavandish. Especula-se o aparecimento de nova raça

do patógeno, o que mostra a necessidade de pesquisas para esta confirmação em busca

de novas alternativas para o controle da doença. Até o momento, o controle do Mal-do-

Panamá é realizado por medidas como aplicação de defensivos, inundação ou práticas

culturais que, no entanto, não tem tido os efeitos desejados. Na maioria dos casos se

recomenda medidas preventivas e caso alguns sintomas da doença comecem a ser

observados em uma área a solução é a erradicação das plantas doentes.

A murcha de Fusarium é causada pelo fungo de solo Fusarium oxysporum

Schlecht. f. sp. cubense (E. F. Smith) Snyd. & Hans pertencente à classe dos

Deuteromycetes. As raças 1, 2 e 4 são as mais importantes para a cultura da bananeira.

Os sintomas da doença iniciam-se como um amarelecimento das folhas mais velhas para

as mais novas, que posteriormente murcham, secam e quebram junto ao pseudocaule.

Em plantas do subgrupo Cavendish observa-se queimadura de folhas e rachaduras do

feixe de bainhas.

Page 29: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

2. BACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO DE PLANTAS

(RPCPs) – CARACTERIZAÇÃO COMO MICRORGANISMOS

ENDOFÍTICOS OU EPIFÍTICOS, EFEITOS NA PROMOÇÃO DE

CRESCIMENTO E MECANISMOS DE AÇÃO

Dentre os microrganismos presentes no solo, as bactérias constituem o grupo mais

abundante e diversificado. Quase 1010 a 1012 bilhão de células bacterianas podem estar

presentes em 1 grama de solo fértil (Banerjee et al., 2006; Lazarovits e Nowak, 1997).

Entretanto, estima-se que se conheça apenas 0,1% da composição desse grupo no solo,

já que grande parte das espécies não é cultivável devido à natureza e exigências

específicas que não encontram em meios de culturas mais tradicionais, o que as

caracteriza como fastidiosas (Hill et al., 2000).

Os microrganismos presentes no solo formam uma comunidade dinâmica e

complexa, onde ocorrem intensas interações na região ao redor das raízes, zona

conhecida como rizosfera, que está sob influência de componentes físicos (textura e

granulometria), químicos (composição de micro e macronutrientes) e biológicos

(espécies de plantas, bactérias, fungos, nematóides e microfauna), sendo governados por

condições ambientais específicas. Alterações em qualquer desses componentes

interferem na qualidade do solo e na estabilidade do desenvolvimento das plantas

(Barea et al., 2005; Johansson et al., 2004).

A rizosfera e seus componentes funcionais são afetados diretamente pela

liberação de exsudatos radiculares e pela disponibilidade de matéria orgânica, que é

consumida e transformada por diversos grupos de microrganismos. A partir dessa

atividade metabólica microbiana, nutrientes importantes tornam-se disponíveis para as

plantas, mantendo o equilíbrio do ambiente (Barea et al., 2005).

Page 30: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

Existem dois tipos de interações entre as bactérias e as raízes das plantas, o que a

depender do tipo de colonização, as caracteriza como epifíticas ou endofíticas. As

bactérias epifíticas colonizam a superfície externa das raízes, o chamado rizoplano e as

endofíticas colonizam os tecidos internos (Barea et al., 2005; Banerjee et al., 2006).

Pesquisas com as rizobactérias começaram em 1885 com a utilização de espécies de

Azotobacter e Bacillus em diversos cultivos, especialmente de hortaliças. Porém, foi

somente nos anos 50 do século XX, através de formulações ou inoculantes aplicados em

mais de 35 milhões de hectares na Rússia e na Índia, que se observou o efeito prático

positivo na promoção do crescimento de plantas e na produtividade das culturas

beneficiadas (Luz, 1996). Na China, a aplicação comercial de bactérias promotoras do

crescimento de plantas, conhecidas como Yield-Increasing Bacteria (YIB), é uma

prática bastante comum, que beneficia mais de 48 culturas por meio da aplicação de

produtos formulados disponibilizados pelo governo (Wenhua e Hetong, 1997). Na

década de 70, os pesquisadores Kloepper e Schroth (1981) denominaram este tipo de

microrganismo como Plant Growth-promoting Rhizobacteria (PGPR). No Brasil passou

a se chamar Bactérias / Rizobactérias Promotoras de Crescimento de Plantas (BPCP /

RPCP). Bashan e Holguin (1998) propuseram a divisão do termo BPCP em dois novos

termos, um referente aos isolados que possuem somente características quanto à

promoção do crescimento de plantas, ou apenas BPCP; e outro para as que também

exercem biocontrole de doenças, as BPCP biocontroladoras.

As RPCPs são exclusivamente bactérias provenientes da rizosfera ou de raízes,

colonizadoras da superfície interna ou externa, que trazem benefícios diversos para as

plantas hospedeiras. Barea et al. (2005) listam três características intrínsecas de uma

RPCP: 1) boa colonizadora de raízes; 2) capaz de sobreviver e se multiplicar em

habitats associados com a superfície das raízes em competição com outros

Page 31: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

microrganismos pelo menos o tempo necessário para promover o crescimento de plantas

ou a proteção a doenças e 3) capaz de promover o crescimento de plantas.

Das bactérias da rizosfera, estima-se que apenas 0,1 – 1% são rizobactérias

promotoras de crescimento de plantas (Haas e Défago, 2005). Não existem estruturas

especializadas como no caso de outros simbiontes como os fungos micorrízicos

arbusculares. Neste sentido, Ping e Boland (2004) afirmam que a maioria das bactérias

associadas às raízes das plantas se comporta como microrganismos livres.

Vessey (2003) denomina as RPCP como biofertilizadoras, pois aumentam a

disponibilidade e a absorção de nutrientes para as plantas atuando diretamente pela

solubilização ou mineralização de nutrientes ou por modificações estruturais nas raízes

ou, ainda, através de mecanismos indiretos que promovem a resistência a patógenos de

plantas e, nesse caso, sugere um novo termo, as RPCP biopesticidas. Propõe também o

termo biofertilizador para as formulações que contêm estes microrganismos para

aplicação em sementes, superfícies de plantas ou do solo.

Segundo Luz (1996), essas RPCPs biofertilizadoras e bioprotetoras podem se

constituir em uma das táticas de manejo integrado mais importantes do século XXI

devido a necessidade de adequação de práticas culturais sustentáveis. Por isso, segundo

Bashan e Holguin (1998) mais de 4000 publicações sobre esse tema haviam surgido

desde a década de 80. Nesta última década são mais de 1000 artigos referentes às

rizobactérias abordando diversos aspectos da sua fisiologia e aplicações em diferentes

segmentos.

Inicialmente foi Brown (1974) que realizou a inoculação bacteriana em plantas

chamando o processo de bacterização. Posteriormente, Nowak (1998) referiu-se ao

método de inoculação de bactérias em plantas desenvolvidas in vitro como Biotização

cuja definição é “resposta metabólica aos inoculantes microbianos, resultando em

Page 32: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

modificações no seu desenvolvimento e na fisiologia, que por sua vez aumentam a

resistência a estresses bióticos e abióticos”.

Os mecanismos de reconhecimento bactéria-planta que culminam na adaptação e

colonização dos tecidos vegetais são bastante específicos e essa interação distingue

simbiontes benéficos de saprófitas ou parasitas patogênicos. Uma interação positiva

entre os microrganismos e as plantas se dá quando os primeiros são capazes de tolerar

ou evitar os mecanismos de defesa das plantas. Entretanto, para que ocorra a penetração

da bactéria no interior de uma raiz um endofítico bem sucedido precisa ser capaz de

colonizar, multiplicar-se, assim como suprimir o sistema de defesa das plantas através

da produção de hormônios e toxinas, além de ser altamente competitivo (Preston, 2004).

Os integrantes da associação planta x bactéria atuam ativamente a nível molecular para

que a interação seja benéfica para ambos.

Acredita-se que existam diferenças químicas sutis nas moléculas de

reconhecimento bactéria-hospedeiro que promovem variações na colonização entre

cultivares evitando, dessa forma, a interação da planta com a grande variedade de

microrganismos que habitam a rizosfera. Além disso, o sistema de defesa da planta é

mais elaborado na rizosfera do que na filosfera, em conseqüência da mais abundante e

diversificada comunidade microbiana presente nesse ambiente (Preston, 2004). Embora

existam grande diversidade e densidade populacional, Gray e Smith (2005) afirmam que

apenas 7 – 15% da superfície das raízes é colonizada por bactérias, que segundo

Bloemberg e Lugtenberg (2001) organizam-se em microcolônias distintas.

Sendo um microambiente tão restrito, as barreiras para a colonização ocorrem

mesmo em nível intraespecífico. Análises sobre a influência de lipopolissacarídeos de

membrana e do envelope celular na colonização mostraram que mesmo isolados

diferentes do gênero Pseudomonas formaram distintas comunidades adaptadas a nichos

Page 33: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

de colonização específicos. Padrões de lipopolissacarídeos, de proteínas do envelope

celular e características bioquímicas são diferentes em isolados epifíticos e endofíticos e

provavelmente, estas funcionam como estruturas seletivas no processo de colonização

(van Peer et al., 1990). Fato que foi comprovado por Duijff et al. (1997) ao investigarem

a ação de antígenos-O da cadeia de lipopolissacarídeos da membrana externa (LPS) de

Pseudomonas fluorescens (Flügge) Migula WCS417r na colonização de raízes de

tomateiro (Lycopersicon esculentum Mill.).

A penetração dos endofíticos na planta se dá no filoplano por estômatos e

hidatódios, ou através do rizoplano, por ferimentos provocados pelo crescimento das

raízes, pela ação de fungos, nematóides e insetos ou tratos culturais. Ainda pode ocorrer

ação direta através da produção de enzimas extracelulares, como as celulases ou

pectinases (Hallman et al., 1997; Sturz et al., 2000; Vessey, 2003). Bell et al. (1995)

observaram que populações microbianas da rizosfera e endofíticas eram distintas quanto

à produção de enzimas hidrolíticas específicas. Da mesma forma, Shishido et al. (1995)

observaram que o isolado endofítico Bacillus polymyxa (Prazmowski) Mace Pw2

(promotor de crescimento) e o B. polymyxa L6-16R, não endofítico, possuíam

metabolismo semelhante, diferindo apenas na metabolização de sorbitol e D-melezitose

(açúcares da seiva) por parte do isolado endofítico.

Para comprovação da existência da interação bactéria-planta recorre-se a vários

métodos que permitem a visualização ou simplesmente a quantificação em meios de

culturas dos microrganismos nativos ou introduzidos. Esses métodos são extremamente

importantes quando se fala em isolados endofíticos, pois a primeira condição para uma

bactéria ser considerada uma RPCP endofítica é a comprovação da colonização interna

dos tecidos vegetais e posterior comprovação de seus efeitos benéficos no crescimento

das plantas. Nesses casos, marcadores específicos são usados, como anticorpos

Page 34: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

monoclonais ou policlonais para as técnicas imunológicas ou marcadores moleculares,

como os cromogênicos, os de bioluminescência, os fluorescentes e os de resistência

espontânea a antibióticos. O último marcador é o mais frequentemente utilizado por sua

facilidade e menor tempo gasto na construção dos mutantes (Gamalero et al., 2003) e

por ser um marcador estável e confiável em condições de campo ou em solos não

desinfestados (Glandorf et al., 1994). Quando se quer avaliar a distribuição e

localização das bactérias introduzidas utilizam-se marcadores mais precisos, como

anticorpos fluorescentes (Gamalero et al., 2003). Um método mais recente inicialmente

utilizado para detectar colonização por Ralstonia solanacearum (Smith) Yabuuchi et al.,

foi adaptado por Silva et al. (2003) visando selecionar, pela comprovação da

colonização, isolados com características de RPCPs. A colonização é visualizada pela

formação de uma zona túrbida ao redor das raízes em gel de ágar pelo método de cultura

de tecidos para a propagação de plantas.

Segundo Hallman et al. (1997), a colonização de tecidos de plantas por parte de

bactérias não patogênicas é verificada em várias culturas e data de 1926 com

observações de Perotti. Entretanto foi na década de 40 que surgiram discussões acerca

da característica patogênica ou não destes isolados, pois até então só se conheciam

isolados endofíticos patogênicos. Afinal, estes isolados eram patógenos latentes ou

habitantes casuais? A partir de alguns estudos descobriu-se alguns benefícios destes

isolados em promover o crescimento vegetal (Luz, 1996), assim como reduzir sintomas

de doenças (Compant et al., 2005) ou estresses abióticos (Marulanda et al., 2006; Vivas

et al., 2005; Vivas et al., 2006) e induzir resistência sistêmica em plantas (Mariano e

Kloepper, 2000; Siddiqui e Shaukat, 2002; Silva et al., 2004).

Hallmann et al. (1997) sugerem uma definição que engloba dentre os

microrganismos endofíticos os “fungos e bactérias isolados de tecidos de plantas

Page 35: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

desinfestados ou extraídos de dentro da planta e que não causam prejuízo visível à

mesma”. Esta definição engloba os microrganismos simbiontes ou aqueles que não

oferecem benefícios às plantas e ainda aqueles que flutuam sua colonização entre a fase

epifítica ou endofítica.

Os métodos de isolamento de endofíticos foram baseados na definição e

características dos mesmos. No momento que se define o órgão e a idade da planta da

qual serão isolados os microrganismos deve-se ajustar o procedimento de desinfestação

da superfície externa do material, etapa imprescindível para assegurar o isolamento

apenas de endofíticos. Normalmente empregam-se substâncias desinfestantes, como

produtos à base de hipoclorito de sódio ou de cálcio, etanol, peróxido de hidrogênio ou

a combinação de dois ou mais destes (Hollis, 1951; Hallmann et al., 1997; Sturz et al.,

2000). Em alguns casos mais críticos, pode-se retirar o tecido superficial ou empregar

flambagem em álcool. No caso do isolamento de bactérias epifíticas não é necessário o

emprego de substâncias desinfestantes, pois se deseja obter a comunidade bacteriana

associada à superfície externa dos tecidos vegetais e, nesse caso, apenas procede-se com

a lavagem em água corrente do órgão sadio da planta (folha, caule, ramo, semente, fruto

ou raiz).

A partir da década de 40 e, com mais afinco na década de 80, inúmeros trabalhos

relataram o isolamento de bactérias endofíticas em algodão (Gossypium hirsutum L.)

(McInroy e Kloepper, 1995; Quadt-Hallman et al., 1997), tomate (van Peer et al., 1990),

batata (Solanum tuberosum L.) (Sturz, 1995), videira (Vitis vinifera L.) (Bell et al.,

1995), abeto híbrido (Chanway et al., 2000) e pepino (Cucumis sativus L.) (Silveira et

al., 2004). Além de diferentes espécies de plantas, foram realizados isolamentos de

sementes (Hollis, 1951; Sturz et al., 2001), tubérculos (Tervet e Hollis, 1948), caules ou

folhas (Berg et al., 2005; McInroy e Kloepper, 1995), raízes (Mantovanello e Melo,

Page 36: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

1994; Siciliano et al., 1998) ou todas as partes da planta (sementes, raízes, caules,

folhas, flores e frutos) (Silveira et al., 2004).

Os primeiros grupos de pesquisadores que se destacaram nos estudos de

biologia, caracterização de isolados de bactérias endofíticas e utilização na promoção de

crescimento de plantas e no biocontrole de doenças de plantas foram: o grupo do Dr. J.

W. Kloepper, da Universidade de Auburn, EUA; o grupo de pesquisas do Canadá

comandado pelo Dr. Jerzy Nowak, Dr. George Lazarovitz e Dr. A.V. Sturz e o terceiro

grupo de importância na área é o do Dr. Christopher P. Chanway, da Alemanha. Três

revisões publicadas por estes pesquisadores e respectivos colaboradores discutem sobre

bactérias endofíticas, englobando diversos temas: origem e distribuição nos

hospedeiros, interação bactéria-planta e seus efeitos na promoção do crescimento e

resistência a patógenos (Chanway, 1998; Hallmann et al., 1997; Sturz et al., 2000).

De modo geral na natureza, as plantas são naturalmente colonizadas por

bactérias epifíticas e endofíticas. Em um levantamento da proporção de plantas

colonizadas internamente ou não, verificou-se que somente 6% de mudas de videira

(Bell et al., 1995) e 16% de mudas de pêras (Pyrus communis L.) (Whitesides e Spots,

1991) não estavam colonizadas por bactérias. De forma geral, os microrganismos

colonizam cerca de 4 a 10% da superfície da raiz formando pequenas colônias (Moreira

e Siqueira, 2002).

A fonte primária dos isolados bacterianos parece ser o solo rizosférico, seguido

por sementes ou material vegetativo. Estudos sobre a ecologia microbiana epifítica e

endofítica compararam a abundância e diversidade dessas comunidades, comprovando-

se semelhanças muito fortes entre os dois tipos e, além disso, observa-se geralmente que

a comunidade endofítica depende da presença e nível de colonização da comunidade

epifítica, pois se sabe que os isolados comumente flutuam entre os dois ambientes

Page 37: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

(Mahaffe e Kloepper, 1997; Hallmann et al., 1997). Comprovando esta teoria,

Kuklinsky-Sobral et al. (2004) verificaram a proximidade filogenética entre populações

endofíticas e epifíticas de soja (Glycine max (L.) Merr.).

A colonização endofítica pode ser sistêmica ou localizada. Após a penetração

nos tecidos, inter ou intracelularmente, e o reconhecimento do hospedeiro na zona de

transição entre a raiz e a parte aérea, ocorre a passagem de células bacterianas através

dos vasos condutores ou apoplasto para a parte aérea (Lamb et al., 1996). As bactérias

não possuem aparato estrutural específico para atravessar a barreira da endoderme;

entretanto, a passagem é facilitada por rupturas naturais em conseqüência do processo

de formação de raízes secundárias (Hallman et al., 1997).

A estrutura da comunidade bacteriana é determinada pela composição química e

quantidade de exsudatos liberados pelas raízes das plantas, que atraem

quimiotaticamente as células bacterianas de acordo com a composição química

diferenciada de ácidos orgânicos (citrato, malato, succinato, piruvato, fumarato, oxalato

e acetato) e açúcares (glicose, xilose, frutose, maltose, sacarose, galactose e ribose)

(Haas e Défago, 2005), que correspondem a 10 – 20% de fotossintatos (Gamalero et al.,

2003). A modificação na qualidade e quantidade dos exsudatos de acordo com o estádio

de desenvolvimento das plantas, também pode alterar diretamente a densidade e a

diversidade de microrganismos associados à rizosfera.

Gamliel e Katan (1991, 1992) comprovaram a ação de exsudatos provenientes

da germinação de sementes e de raízes no desenvolvimento e estabelecimento e

quimiotaxia de Pseudomonas spp. fluorescentes. A composição dos exsudatos

(aminoácidos e açúcares) estava diretamente relacionada com o estímulo e

multiplicação da população bacteriana e capacidade de atração para posterior

colonização das plantas. Da mesma forma, Duineveld e Van Veen (1999) também

Page 38: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

verificaram diferenças no número de bactérias cultiváveis durante fases do

desenvolvimento e para diferentes partes da planta, o que foi provavelmente relacionado

ao padrão de exsudação. O maior ou menor grau de utilização desses compostos foi

correlacionado diretamente com a especificidade da interação e a competência

rizosférica, ou seja, o nível de colonização e benefícios promovidos pelas bactérias.

Kravchenko et al. (2003) observaram que por diferenças na composição dos exsudatos a

proliferação bacteriana foi modificada, ou seja, a fase lag ou a fase estacionária foi

reduzida ou estendida, a depender de qual substância predominava naquele momento do

desenvolvimento da planta.

Lambert et al. (1987) observaram por estudos em biologia molecular que a

população de rizobactérias de milho (Zea mays L.) era bastante heterogênea e

compreendia especialmente Pseudomonas fluorescentes e não fluorescentes. Lalande et

al. (1989) isolaram 477 bactérias epifíticas e endofíticas de 17 diferentes híbridos de

milho. Desse total, 73% eram provenientes do rizoplano e 27% atuavam como

endofíticos. Pseudomonas (63%) foi o gênero predominante, seguido de Bacillus (27%)

e Serratia (5%) na comunidade do rizoplano, enquanto na endorizosfera predominaram

espécies de Bacillus (88%) e Pseudomonas (11%).

Misaghi e Donndelinger (1990) isolaram bactérias endofíticas de algodoeiro e

desenvolveram procedimentos de desinfestação e reisolamentos para verificar a sua

natureza endofítica. Os isolados pertenciam aos gêneros Erwinia, Bacillus,

Brevibacillus, Clavibacter e Xanthomonas, que estavam presentes em todos os estádios

de desenvolvimento das plantas. Alguns foram reisolados quando seus mutantes

resistentes a antibióticos foram inoculados em sementes de algodão.

Sardi et al. (1992) isolaram actinomicetos endofíticos de raízes de 28 espécies de

plantas. Análises realizadas através da microscopia eletrônica revelaram

Page 39: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

desenvolvimento hifálico coberto por uma camada de mucilagem no interior das células

do córtex. Dos 499 isolados de actinomicetos obtidos, 96% eram pertencentes ao gênero

Streptomyces.

McInroy e Kloepper (1995) isolaram 1.078 bactérias endofíticas da parte aérea e

de raízes de algodão e milho doce, compreendendo 36 gêneros, dos quais 23,4% eram

Gram-positivos e 72,2% Gram-negativos. Hallman et al. (1997) relataram em sua

revisão cerca de 129 espécies representando 54 gêneros como microrganismos

endofíticos típicos. Destes, os mais comuns eram Pseudomonas, Bacillus, Enterobacter

e Agrobacterium.

Germida et al. (1998) avaliaram a diversidade bacteriana associada a raízes de

canola (Brassica napus L.) e trigo (Triticum aestivum L.) em diferentes campos de

coleta. Um grupo amplo de rizobactérias foi identificado nas raízes das duas plantas,

com base no sistema FAME (MIDI). Os gêneros encontrados endofiticamente nas raízes

foram diferentes daqueles associados ao rizoplano, onde predominaram espécies de

Curtobacterium, Flavobacterium e Pseudomonas, enquanto espécies de Arthrobacter,

Bacillus e Rathayibacter predominaram como endofíticas. Observou-se também que as

espécies de plantas influenciaram a diversidade de bactérias endofíticas e do rizoplano.

Uma variedade de trabalhos trata das diferenças encontradas nas comunidades

bacterianas associadas com as cultivares de mesmas espécies de plantas. Com esse

objetivo, Siciliano et al. (1998) observaram diferenças nas comunidades bacterianas de

raízes entre três cultivares de canola e três de trigo pelo perfil de ácidos graxos (FAME)

e da utilização de fontes de carbono (BIOLOGTM). Os autores observaram diferenças na

composição microbiana e na diversidade funcional (capacidade de utilizar uma

variedade de substratos de carbono) entre plantas de canola transgênicas e não

Page 40: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

transgênicas. Diferente deste resultado, Kuklinsky-Sobral et al. (2004) não verificaram

diferenças na população bacteriana entre duas cultivares de soja, a Foscarin e Cristalina.

Na prática o efeito das rizobactérias, sejam de hábito epifítico ou endofítico, foi

visto em diversas culturas utilizando-se especialmente os gêneros Pseudomonas,

Bacillus, Acetobacter, Actinomyces, Agrobacterium, Azospirillum, Burkholderia,

Curtobacterium e Xanthomonas (Perotto e Bonfante, 1997).

Em especial, por colonizarem ambientes protegidos e menos competitivos, os

isolados endofíticos apresentam certa vantagem sobre os demais da rizosfera e os

epifíticos. Mudanças de temperatura, umidade, radiação e competição com outros

microrganismos são as principais limitações na sobrevivência e proliferação das

populações bacterianas. Os isolados que conseguem se estabelecer, se manter em níveis

adequados, adaptar-se a diversas modificações do ambiente e multiplicar-se, possuem

competência rizosférica (Hallman et al., 1997). Um estudo aprofundado das

características que governam essa competência frente aos demais microrganismos

indica estratégias para a introdução de novos isolados (Germida et al., 1998).

A seleção de isolados eficientes para o crescimento e desenvolvimento de certas

culturas importantes é um passo importante e inicial para estudos com RPCPs, desde a

verificação da eficiência dos isolados até o último passo da formulação e

comercialização para agricultores (Bettiol, 1991).

Kloepper et al. (1988) testaram 877 isolados obtidos de solo, sendo 222

considerados promotores de crescimento de canola (Brassica campestris L. e B. napus),

com aumentos significativos em altura, área foliar e produtividade. Ao final dos

experimentos em casa de vegetação e campo foram selecionados seis (0,68%) isolados

por sua constância quanto aos resultados na promoção de crescimento. Estes autores

afirmam que somente 1 – 5% dos isolados de rizosfera testados promovem crescimento

Page 41: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

de plantas. Corroborando com esta afirmação van Peer et al. (1990) observaram que 2%

dos isolados de Pseudomonas provenientes do interior de tecidos de raízes foram

benéficos para tomateiros bacterizados, enquanto 4% dos isolados totais do rizoplano e

18% dos isolados endofíticos reduziram o crescimento das mudas. Lalande et al. (1989)

observaram que dentre 477 isolados de bactérias provenientes da rizosfera de milho,

apenas 24 (5%) mostraram efeitos positivos na produtividade. Destes, 17 espécies

pertenciam ao gênero Pseudomonas, quatro de Bacillus e três de Serratia.

Gardner et al. (1984) investigaram o efeito de 43 espécies de Pseudomonas

fluorescentes isoladas de raízes de laranja doce (Citrus sinensis (L.) Osbeck) no

crescimento de mudas de limão rugoso (Citrus jambhiri Lush.) e laranja doce. Houve

estímulo de 116%, bem como inibição no crescimento de 52% em relação ao controle.

Respostas diferenciadas entre as cultivares também foram observadas, pois isolados que

estimularam o crescimento de limão rugoso mostraram efeitos negativos para laranja.

Em estudos conduzidos por Surette et al. (2003) a maioria das bactérias testadas

promoveu o crescimento de plântulas de batata e cenoura (Daucus carota L.), mas 7%

tiveram efeito deletério e 10% efeito neutro.

Frommel et al. (1991) observaram o aumento no desenvolvimento de plântulas de

batata in vitro quando bacterizadas com Pseudomonas sp. PsJN (atualmente identificada

como Burkholderia phytofirmans Sessitsch et al.), em altura, robustez (caules mais

espessos e maior grau de lignificação) e produção de raízes, além da maior resistência à

murcha e dessecação quando transplantadas, pois tinham mais pêlos radiculares e

estômatos funcionais. Os autores atribuem estes benefícios nas plântulas à produção de

fitohormônios, tais como citocinina e ácido indolacético.

Nowak (1998) iniciou a bacterização de plântulas micropropagadas de batata para

aumentar a sobrevivência durante o transplantio pela inoculação do isolado B.

Page 42: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

phytofirmans PsJN. Segundo Nowak (1998), as plântulas bacterizadas com este isolado

apresentavam modificações no sistema radicular: maior comprimento, mais

ramificações e maior quantidade de pêlos radiculares e, na parte aérea, geralmente

observava-se maior altura, caules mais espessos e fisiologicamente, mais depósitos de

ligninas e funcionamento de estômatos semelhantes aos de plântulas não

micropropagadas.

Conn et al. (1997) ao compararem a bacterização do isolado PsJN e um mutante

não promotor de crescimento deste mesmo isolado em plântulas de batata comprovaram

que o efeito na promoção do crescimento foi promovido por esta bactéria, com

especificidade em relação à cultivar. Em geral, a bactéria promoveu aumentos de duas

vezes na parte aérea e de cinco a oito vezes na biomassa seca de raízes, quando

comparados ao tratamento controle ou ao isolado mutante não promotor de crescimento.

RPCPs também podem ser utilizadas como importantes ferramentas em

programas de reflorestamento de áreas degradadas, pois aumentam a sobrevivência das

mudas, a taxa de germinação de sementes e antecipam a emergência. Enebak et al.

(1998) verificaram os efeitos de 12 isolados de RPCPs de origens diferentes com

conhecida capacidade de promover o crescimento de alguns hospedeiros. Os autores

comprovaram a efetividade de alguns isolados em aumentar a velocidade de emergência

das mudas de pinheiro (Pinus taeda L.) e abeto (Pinus elliottii Engelm.). Os efeitos no

desenvolvimento das mudas foram benéficos, neutros ou prejudiciais, a depender da

interação planta × isolado bacteriano.

Mello et al. (2002) selecionaram dezenove isolados bacterianos, endofíticos e

epifíticos e testaram quanto à capacidade de promover o crescimento de mudas

micropropagadas de abacaxizeiro (Ananas comosus (L.) Merr.). Aumentos de 163, 107

e 87% foram observados para algumas variáveis (biomassa seca da parte aérea,

Page 43: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

biomassa seca de raízes e área foliar, respectivamente) quando o isolado RAB9

(Bacillus sp.) foi inoculado nas plântulas. Este isolado bacteriano inoculado

conjuntamente com outros (C210, ENF16 e ENF10) também mostrou resultados

promissores, a partir do qual foi sugerido o uso de formulações mistas. Os autores

afirmaram que os benefícios da bacterização dependem das espécies, das cultivares e

das condições de crescimento. Orhan et al. (2006) também testaram o efeito da co-

inoculação de duas RPCPs, Bacillus OSU-142 e M3, fixadoras de N e solubilizadoras

de P, isoladas ou conjuntamente, no desenvolvimento de plântulas de framboesa (Rubus

idaeus) em condições de cultivo orgânico em campo. Ao longo de dois anos observaram

que todos os parâmetros de crescimento e produtividade foram melhorados,

especialmente quando os isolados bacterianos estavam co-inoculados.

Dey et al. (2004) avaliaram a promoção do crescimento e produtividade de mudas

de amendoim (Arachis hypogaea L.) pela aplicação de RPCP positivas para ACC

deaminase. Nove isolados foram capazes de aumentar significativamente o

comprimento de raízes de mudas de amendoim micropropagadas, sendo todos

pertencentes ao gênero Pseudomonas (fluorescentes ou não fluorescentes). A

bacterização com três isolados mais efetivos (PGPR1, PGPR2 e PGPR4) aumentou

significativamente o comprimento da raiz, a biomassa da planta, a nodulação, a altura da

planta e a produtividade nos bioensaios montados em casa de vegetação e em campo

nos três anos de cultivo consecutivos.

Silveira et al. (2004) selecionaram 32 isolados para verificar a ação promotora de

crescimento de plântulas de pepino e destes oito isolados aumentaram

significativamente o peso seco total (parte aérea + raízes) das plantas. Quando estes oito

isolados foram testados comparando-se o efeito com outros isolados bacterianos

provenientes de diferentes hospedeiros também se observou resultados benéficos no

Page 44: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

crescimento das plântulas. Os autores afirmam que não há especificidade na resposta

das plantas à colonização e promoção do crescimento de plantas.

Çakmakçi et al. (2006) investigaram a efetividade de isolados bacterianos fixadores

de N2 e solubilizadores de P pertencentes aos gêneros Bacillus, Paenibacillus,

Rhodobacter e Pseudomonas no desenvolvimento e produtividade de beterraba

açucareira (Beta vulgaris L.) em condições de casa de vegetação e campo. Com 150

dias de desenvolvimento, a área foliar, as raízes e o conteúdo de açúcares superavam o

tratamento controle. As respostas das plantas foram variáveis e dependentes dos

isolados testados, das datas de colheita e das variáveis de crescimento avaliadas.

Estudos que investigam a densidade populacional bacteriana explicam, em parte,

a inexistência de patogenicidade dos isolados endofíticos (Hallman et al., 1997; Sturz et

al., 2000). Geralmente bactérias fitopatogênicas multiplicam-se abundantemente nos

tecidos vasculares causando o entupimento dos vasos, enquanto as bactérias endofíticas

de tecidos sadios mantêm-se em um nível de densidade baixo e em equilíbrio com o

hospedeiro. Um outro fato interessante sobre a biologia desses endofíticos e que os

caracterizam como organismos não patogênicos é a comprovação de que degradações

da parede celular por ação de enzimas hidrolíticas ocorrem apenas quando estes

colonizam a epiderme, o que não foi detectado quando estavam presentes nos espaços

intercelulares do córtex radicular. Entretanto, maiores detalhes sobre o funcionamento e

especificidade destas enzimas ainda não foram investigados (Hallman et al., 1997).

Trabalhos cujo objetivo é o isolamento ou simplesmente a quantificação

populacional de microrganismos dessa natureza são de difícil comparação, pois não

existe uma padronização nas unidades ou amostragens de raízes. Para isso, a unidade

mais apropriada segundo Duineveld e Van Veen (1999) é a área da superfície de raízes

por comprimento de raiz (mm2/cm) que leva em consideração a arquitetura da raiz em

Page 45: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

comparação com as demais unidades utilizadas em trabalhos deste tipo, como cm de

raiz, peso fresco de raízes (em gramas) e peso seco de solo de rizosfera (em gramas).

A densidade populacional das rizobactérias varia de acordo com as partes das

plantas, o genótipo do hospedeiro e por influência dos fatores do ambiente. Em

trabalhos de isolamento muitas variáveis são analisadas, tais como: espécies (McInroy e

Kloepper, 1995) e cultivares de plantas (Siciliano et al., 1998), partes das plantas

(Silveira et al., 2004) e fase de desenvolvimento das mudas (Kuklinsky-Sobral et al.,

2004; Berg et al., 2005).

Frommel et al. (1991) verificaram que mesmo a bacterização com B.

phytofirmans PsJN em diferentes concentrações resultou em uma densidade final

comum para todas as concentrações, de 1,1 x 105 – 1,0 x 106 UFC / cm de raiz, o que se

correlacionou positivamente com a efetividade no crescimento das plântulas

micropropagadas de batata. Segundo Haas e Défago (2005) a densidade populacional

em condições naturais nas raízes pode chegar a 105 UFC g-1 de raízes, porém entre as

endofíticas introduzidas artificialmente este nível pode estar entre 107 a 108 UFC g-1 de

raízes, diminuindo com o tempo. Nesse sentido, Ping e Boland (2004) afirmam que

existe um nível inicial de inóculo necessário para a colonização e promoção do

crescimento de plantas entre 106 – 107 UFC mL-1 e provavelmente a sua ação benéfica é

disparada por um mecanismo de Quorum sensing. Entretanto, nem sempre se observa

correlação entre densidade bacteriana e promoção do crescimento de plantas, como foi

verificado por Pillay e Nowak (1997), pois plantas mais colonizadas nem sempre

apresentavam os maiores benefícios quanto à promoção de crescimento. Enquanto,

Lucas García et al. (2003) correlacionaram a colonização por um isolado de

Pseudomonas fluorescens com a capacidade de promover crescimento em pimentão

(Capsicum annum L. cv. Roxy), observando que o isolado foi capaz de colonizar,

Page 46: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

proliferar e persistir nas raízes. Alguns autores afirmam que existe um nível de inóculo

ótimo para haver o efeito no crescimento de plantas e mesmo uma colonização maior

que esta não reflete em aumento do benefício (Hallmann et al., 1997; Chanway, 1998).

Estudos sobre a ecologia de isolados tentam esclarecer problemas associados à

ineficiente colonização de raízes por parte de isolados introduzidos. Fatores como

temperatura, pH, tipo de solo, genótipos de plantas e competência de microrganismos

nativos podem afetar o processo de colonização (Jjemba et al., 1999). Para responder a

estas questões, algumas hipóteses têm sido testadas, como a composição das populações

frente a vários tipos de solo e espécies de plantas, assim como a eficiência de isolados

promotores do crescimento de plantas em diferentes condições ambientais. Vários

estudos têm mostrado que a sobrevivência de isolados introduzidos varia em solos de

diferentes texturas e condições ambientais (Dashti et al., 2000; Egamberdiyeva e

Höflich, 2003; Egamberdiyeva e Hölflich, 2004). A sobrevivência e adaptação das

RPCPs no ambiente a ser inoculado é um pré-requisito fundamental para estímulos no

crescimento de plantas ou no biocontrole de doenças.

Lucas García et al. (2003) afirmam que o uso de bactérias na agricultura não tem

obtido o sucesso esperado devido a algumas razões discutidas anteriormente. Quando as

RPCPs são inoculadas em condições ambientais diversas e hostis, as quais não estavam

adaptadas, a colonização e a sobrevivência desses isolados são afetados. Estudos sobre

capacidade de colonização, localização da infecção e grau de persistência do inóculo

são necessários para o uso de RPCPs como agentes de promoção de crescimento de

plantas ou de controle biológico. Weller (1988) afirma que vários fatores bióticos e

abióticos contribuem para a variabilidade e inconsistência dos resultados com RPCPs,

entre eles, tolerância limitada a modificações nas condições do ambiente, produção

Page 47: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

flutuante ou atividade de metabólitos antifúngicos e colonização de raízes muito

variável pelo isolado introduzido.

Latour et al. (1996) observaram a influência do solo na diversidade de

populações de Pseudomonas fluorescentes associadas a tomateiro e linho (Linum

usitatissimum L.). Foram registradas diferenças na composição e diversidade das

populações entre as texturas dos solos e as espécies de plantas, sendo os isolados

espécie-específicos e edáficos-específicos. Os autores sugeriram que tais diferenças se

devem à habilidade de utilização de substratos orgânicos específicos que compõem os

exsudatos das plantas, além da adaptação mais facilitada por determinadas texturas, pH

do solo e níveis de carbono e ferro.

Egamberdiyeva e Höflich (2003) testaram RPCPs de diferentes origens, uma da

Alemanha e outra do Uzbequistão, observando-se que independentemente da origem as

bactérias foram capazes de aumentar o desenvolvimento e a absorção de nutrientes nos

diferentes tipos de solo e temperaturas, embora houvesse tendência para maior benefício

quando os isolados estavam em condições semelhantes às que estavam adaptados. Este

resultado foi semelhante ao evidenciado por Egamberdiyeva e Hölflich (2004).

A dose de inóculo e o método de aplicação também interferem nos resultados da

bacterização. A dose ideal de inoculação de RPCPs para aumento de desenvolvimento e

produtividade de soja foi de 1 x 108 células por muda, aumentando em média de 29 a

55% a resposta (Bai et al., 2002). O método de inoculação pode capacitar o isolado

bacteriano à resistir a competição com a microflora residente e às variações do

ambiente. Ciccillo et al. (2002) testaram a influência de dois métodos de aplicação,

bacterização de sementes e incorporação ao solo, de Burkholderia ambifaria (Palleroni

& Holmes) Coenye et al. MCl 7 sobre o desenvolvimento de plantas de milho e sobre a

diversidade bacteriana. A incorporação da bactéria ao solo foi prejudicial para o

Page 48: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

desenvolvimento de plantas de milho. O método de aplicação foi o fator responsável

pela ação da bactéria como uma RPCP ou como uma rizobactéria deletéria. Mello et al.

(2002) testaram vários métodos de bacterização para promoção de crescimento de

mudas micropropagadas de abacaxizeiro, observando que os métodos de imersão do

sistema radicular e infestação do substrato + imersão do sistema radicular propiciaram

maior crescimento das plantas.

Estudos que investigam o efeito benéfico das rizobactérias na promoção do

crescimento de plantas ou no biocontrole de doenças frequentemente atribuem estes

benefícios a substâncias produzidas pelas próprias bactérias ou estimuladas por elas. O

que ocorre pode ser visualizado como conseqüência de alterações na arquitetura das

raízes e nos padrões de assimilação de nutrientes. Segundo Luz (1996) e Romeiro

(2007) os principais mecanismos de promoção de crescimento de plantas são: produção

de fitohormônios, mobilização de fosfato, produção de sideróforos, de antibióticos,

inibição da síntese do etileno e indução de resistência sistêmica a patógenos.

Cattelan et al. (1999) investigaram a ação de 116 isolados de rizobactérias do

solo ou de raízes de soja quanto à produção de algumas características bioquímicas e

fisiológicas relacionadas à promoção de crescimento ou capacidade biocontroladora de

doenças, como produção de sideróforos, ácido indolacético, quitinase, β-1,3-glucanase,

ACC deaminase, ácido cianídrico, solubilização de fosfato, fixação assimbiótica de N2 e

inibição do crescimento de três fungos fitopatogênicos, a saber, Sclerotium rolfsii Sacc.,

Fusarium oxysporum Schltdl. e Sclerotinia sclerotiorum Lib (de Bary). Os autores

observaram que dos 23 isolados positivos para alguma das características bioquímicas

testadas apenas 7 isolados incrementaram o crescimento de alguma variável das

plântulas de soja. Entretanto, o controle negativo para todas as características in vitro

testadas, o isolado LN1116, promoveu aumento em duas variáveis de crescimento. A

Page 49: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

partir destes resultados, Catellan et al. (1999) acreditam que a confirmação da produção

de algumas das características bioquímicas testadas in vitro não comprova que aquele

isolado será uma BPCP, assim como, o contrário, também não é verdadeiro, o que

precisa ser melhor investigado.

Dey et al (2004) selecionaram isolados de RPCP com capacidade de produzir

ACC deaminase in vitro e também com habilidade de produzir sideróforos, ácido

indolacético, solubilização de fosfato ou fixação de N, além de antagonismo in vitro

contra fungos fitopatogênicos. Ao contrário de Catellan et al. (1999), estes autores

encontraram correlação positiva entre as características bioquímicas estudadas e a

atividade promotora do crescimento de plântulas de amendoim, em especial aquelas

relacionadas com a solubilização de fosfato in vitro.

Khalid et al. (2004) observaram correlação linear significativa entre produção de

auxina in vitro e promoção do crescimento de plântulas de trigo por rizobactérias

isoladas do mesmo hospedeiro. Silveira et al. (2004) encontraram oito isolados de

bactérias promotoras do crescimento de plântulas de pepino; entretanto, ao correlacionar

com os mecanismos de ação investigados como produção de hormônios de crescimento

(ácido indolacético e ácido cianídrico) e a capacidade de solubilizar fosfato não

comprovaram ser os responsáveis por este efeito nas plântulas.

Orhan et al. (2006) testaram o efeito de duas RPCPs, Bacillus OSU-142 e M3,

fixadoras de N e solubilizadoras de P e comprovaram aumentos na absorção de

nutrientes, como N, P e Ca, o que se correlacionou positivamente com a capacidade

destes isolados em solubilizar os nutrientes para as plantas. Sheng (2005) também

observaram o efeito promotor do crescimento de plântulas de algodoeiro de um isolado

de Bacillus edaphicus Shelobolina et al., solubilizador de K, o que foi correlacionado

com a capacidade de absorvê-lo, tornando-o mais disponível para as plantas.

Page 50: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

Opiniões contrastantes referentes aos mecanismos de ação inerentes aos isolados

bacterianos são freqüentes na literatura. Khalid et al (2004) sugeriram que a produção

de auxina in vitro pode constituir uma importante ferramenta para a seleção de isolados

de RPCPs efetivos. Enquanto, Cattelan et al. (1999) afirmaram que produção de ACC

deaminase, de sideróforos, de β-1,3-glucanase ou solubilização de fosfato estão mais

correlacionadas com a promoção de crescimento de plantas do que produção de ácido

indolacético, quitinase ou ácido cianídrico. Já, Dey et al. (2004) afirmaram que a

solubilização de fosfato seria a responsável pelo efeito benéfico no crescimento das

plântulas de amendoim.

Page 51: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

3. FUNGOS MICORRÍZICOS ARBUSCULARES: CARACTERÍSTICAS,

MECANISMOS DE AÇÃO E EFEITOS NA PROMOÇÃO DO

CRESCIMENTO DAS PLANTAS

Em um ambiente tão complexo como o solo, sob influência direta das raízes das

plantas, co-habitam microrganismos que possuem a capacidade de interferir ou

negativamente no desenvolvimento das plantas, como os fungos fitopatogênicos, ou

positivamente, como fazem os fungos micorrízicos arbusculares (FMA). Nesse ambiente,

conhecido como micorrizosfera (volume de solo adjacente a raízes e sob influência de

interações com os fungos micorrízicos), atuam diversos mecanismos que determinam a

disponibilidade de nutrientes para as plantas e consequentemente influenciam no

desenvolvimento e sanidade (Jeffries et al., 2003).

Na rizosfera, os fungos são encontrados em comunidades que variam de 104 a 106

organismos por grama de solo (Siqueira e Franco, 1988). Em particular os FMAs

colaboram e são componentes essenciais da biota do solo, podendo ser encontrados nos

ambientes mais diversificados (Moreira e Siqueira, 2002; Jeffries et al., 2003).

A interação simbiótica mutualista mais comum na natureza é a associação

micorrízica, que constitui regra geral entre plantas e fungos, formada pelos FMAs.

Estima-se que 90% das plantas terrestres são capazes de se associar a estes fungos, sendo

apenas algumas famílias a exceção (Siqueira, 1996). A associação micorrízica é regra

geral, não somente pelo grande número de espécies de plantas suscetíveis à micorrização,

mas pela presença ubíqua dos FMAs em praticamente todos os ambientes (Silveira,

1992), desde restingas até florestas tropicais e campos com cultivo intenso (Douds Jr. e

Millner, 1999). Provavelmente, as plantas evoluíram conjuntamente com os seus

componentes há 460 milhões de anos, quando iniciaram o processo de colonização

Page 52: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

terrestre (Johansson et al., 2004). Aproximadamente 180 espécies de FMA colonizam um

número estimado de plantas da ordem de 250.000, o que leva à conclusão que os FMA

têm amplo grau de hospedeiros e adaptabilidade a diversos ambientes (Gadkar et al.,

2001; Moreira e Siqueira, 2002; Johansson et al., 2004). Atualmente, os FMAs estão

agrupados no filo Glomeromycota, classe Glomeromycetes, da qual fazem parte doze

gêneros: Glomus, Acaulospora, Archaeospora, Entrophospora, Paraglomus,

Scutellospora, Gigaspora (Schübler et al., 2001), Pacispora (Oehl & Sieverding, 2004),

Diversispora (Walker & Schübler, 2004), Intraspora, Kuklospora (Sieverding & Oehl,

2006) e Appendicispora (Spain et al., 2006).

A importância da associação micorrízica para a agricultura se deve a incrementos na

produção de biomassa e produtividade das plantas hospedeiras, redução do uso de

fertilizantes químicos e de pesticidas, práticas que colaboram para uma agricultura mais

sustentável e menos impactante ao ambiente (Azcón-Aguilar e Barea, 1997).

Os FMAs formam associação com a planta através de estruturas específicas e de

colonização inter e intracelular na região do córtex radicular, o que os diferencia dos

patógenos de raízes, que comumente colonizam o sistema vascular das plantas,

interferindo negativamente na sua fisiologia. As estruturas especializadas são os

arbúsculos e as vesículas, que têm como função absorver e armazenar produtos da

fotossíntese das plantas hospedeiras, respectivamente, sem limitar ou prejudicar o

desenvolvimento das mesmas. Ao contrário, através da extensão do sistema radicular, os

FMAs por meio de hifas extraradiculares expandem a área de absorção de nutrientes,

absorvendo e transferindo para a planta por meio de difusão ativa o fósforo,

macronutriente pouco disponível em solos tropicais e essencial para a nutrição das plantas

(Azcón-Aguilar e Barea, 1997; Smith e Read, 1997). A planta hospedeira, por outro lado,

Page 53: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

fornece ao fungo fotossintatos. Estima-se que a associação micorrízica consuma entre 5 e

10% de fotossintatos totais das plantas (Siqueira e Franco, 1988).

O processo de formação da simbiose micorrízica inicia-se com o reconhecimento

mútuo de ambos os associados. Há uma troca de sinais moleculares e o FMA torna-se

parte integral do sistema radicular (Azcón-Aguilar e Barea, 1997). Primeiramente, ocorre

um contato célula a célula, entre a raiz da planta hospedeira e propágulos do fungo no

solo, que podem ser esporos e hifas crescendo de raízes colonizadas, que culmina com a

formação do apressório (Siqueira e Franco, 1988). Estímulos químicos provenientes da

liberação de exsudatos e de degradação enzimática da parede celular vegetal pela

produção de pectinases, celulases e hemicelulases estimulam a relação e posteriormente,

por pressão mecânica, se dá a penetração (Moreira e Siqueira, 2002). A hifa surge nos

espaços intercelulares e penetra no córtex crescendo entre e através das células e em um

estágio mais avançado penetra no interior das células e se ramifica dicotomicamente

formando os arbúsculos. Após o desenvolvimento interno nas raízes, as hifas

extraradiculares também se ramificam. Estima-se que as hifas dos FMAs podem se

estender até 8 cm além da região das raízes (Menge et al., 1983). Alguns gêneros formam

vesículas e células auxiliares no exterior das raízes (Azcón-Aguilar e Barea, 1997).

Algumas diferenças no processo de colonização e ativação de mecanismos

provenientes da formação da simbiose micorrízica ocorrem em comparação à colonização

por fungos fitopatogênicos, como, por exemplo, baixo nível de atividade enzimática e

produção localizada das enzimas, o que evita que a planta ative o seu sistema de defesa e

ainda resguarde a integridade celular, resultando em uma interação duradoura e de alta

compatibilidade (Moreira e Siqueira, 2002).

Essa compatibilidade é manifestada inicialmente pelo reconhecimento do fungo

através de suas hifas infectivas presentes na rizosfera pela diferenciação da parte terminal

Page 54: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

das hifas em apressório funcional. Muitas vezes esses apressórios são evidenciados

mesmo quando não estão em contato com as raízes. Entretanto, a suscetibilidade à

colonização é mais governada pela planta, sendo determinada pelo seu estado nutricional,

ciclo e taxa de crescimento e produção de substâncias alelopáticas ou antifúngicas

(Moreira e Siqueira, 2002).

A simbiose micorrízica vem sendo há tempos estudada intensivamente, devido à sua

ação benéfica no desenvolvimento de diversas espécies de plantas e pela possibilidade de

reduzir o uso de insumos químicos, com potencial para aplicação prática na agricultura.

Azcón-Agular e Barea (1997) mencionam como principais efeitos da micorrização na

agricultura: aumento do desenvolvimento das mudas, redução da necessidade de

fertilizantes fosfatados, aumento da taxa de sobrevivência e desenvolvimento de plantas

micropropagadas, aumento da resistência a patógenos, aumento da resistência a estresses

abióticos, antecipação do florescimento e frutificação; uniformidade no crescimento de

plantas e na produtividade. Raverkar et al. (2005) relacionam outros benefícios, entre os

quais: modificações nas concentrações de substâncias que regulam o desenvolvimento das

plantas (auxinas, citocininas, giberelinas, etc), aumento da taxa de fotossíntese,

permeabilidade da membrana alterada e qualidade e quantidade de exsudatos radiculares.

Independentemente da absorção de nutrientes, são observados na planta inoculada

com FMAs, relacionados à estrutura e fisiologia das raízes: aumento no tecido vascular,

lignificação do xilema e células corticais, além de alteração na nutrição através da

produção de hormônios, como ácido abscísico, giberelina e citocinina (Silveira, 1992).

Efeitos externos, não relacionados ao desenvolvimento das plantas, incluem alteração na

agregação de partículas do solo através da produção de glomalina (Rillig, 2004).

Resistências ao estresse hídrico e a fitopatógenos também são estimuladas pela

micorrização (Augé e Moore, 2005; Maia et al., 2006). Plantas micorrizadas recuperam-se

Page 55: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

mais prontamente de estresses salinos no ambiente, porém os mecanismos que conduzem

a essa resposta ainda não estão devidamente esclarecidos (Maia e Yano-Melo, 2005). Os

mecanismos que atuam na diminuição da incidência de doenças ou no desenvolvimento

do patógeno podem estar relacionados com uma série de benefícios como alterações na

qualidade e quantidade de nutrientes na rizosfera e na própria planta aumentando

conseqüentemente o vigor das plantas, alterações na fisiologia das raízes e aumento de

espessura da parede de células corticais; competição física por espaço na raiz; estímulo da

população rizosférica antagônica; maior lignificação de raízes (Silveira, 1992; Maia et al.,

2006).

Estes efeitos podem se apresentar conjuntamente numa mesma cultura ou podem ser

efeitos isolados em determinadas culturas. Entretanto, para obtenção de tais resultados os

pesquisadores devem selecionar a combinação hospedeiro/fungo para garantir o

estabelecimento da micorriza e efetividade dos FMAs na promoção do crescimento e/ou

resistência a patógenos e/ou estresses ambientais.

Em princípio, não há especificidade entre os associados; entretanto, a suscetibilidade

à colonização pelos FMAs é governada pelo genótipo da planta, formando-se associação

entre espécies compatíveis, o que está diretamente relacionado com a efetividade

funcional (Azcón-Aguilar e Barea, 1997). Assim, preferências associativas com

determinados hospedeiros têm sido observadas. Nos mais diversos ambientes os FMAs

podem formar associação com as plantas e, por vezes, um mesmo isolado pode estar

associado com espécies vizinhas através de pontes de hifas. Entretanto, nem sempre a

efetividade quanto à absorção de nutrientes é semelhante, variando em função da

combinação hospedeiro/FMA/substrato/ambiente. Siqueira (1996) afirma que um FMA

efetivo é aquele capaz de sobreviver, colonizar as raízes, competir com outros

Page 56: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

microrganismos, inclusive com FMAs nativos e produzir grande volume de micélio

externo para estabelecimento de uma relação simbiótica eficiente para a planta.

A resposta das plantas à micorrização é bastante variável, existindo desde espécies

micotróficas obrigatórias, ou seja, que não se desenvolvem na ausência do parceiro

(FMA), até plantas que não se associam a esses fungos (não micorrízicas) (Janos, 1988;

Siqueira e Franco, 1988). Esta característica é definida por Moreira e Siqueira (2002)

como “responsividade, ou seja, a magnitude da resposta da planta à micorrização em uma

dada condição de crescimento”.

Para aumentar a efetividade devem ser selecionados FMA visando não só o aumento

da absorção de nutrientes, mas a persistência do isolado no ambiente de cultivo, ou seja, a

capacidade de formar estruturas de resistência que persistam por longos períodos no solo

(Silveira, 1992). Várias espécies de FMA podem ter boa capacidade de colonização,

porém não são efetivos na promoção do crescimento ou na proteção de plantas contra

fitopatógenos (Siqueira e Franco, 1988).

Os FMAs têm sido bastante utilizados em diversos processos de produção de mudas,

inclusive na micropropagação ou propagação in vitro, no qual são obtidos benefícios no

desenvolvimento e frequentemente antecipação do transplantio das mudas para o campo

(Lovato et al., 1996b).

O efeito da inoculação com FMAs na fase “ex vitro” foi avaliado em várias

frutíferas tais como: videiras (Vitis vinifera L.) e abacaxizeiros (Ananas comosus L.

Merr.) (Lovato et al., 1992), bananeira (Musa) (Yano-Melo et al., 1999), morangueiros

(Fragaria ananassa Duch.) (Taylor e Harrier, 2001), pessegueiros (Prunus persica L.

Batsch) e pereiras (Pyrus communis L.) (Rapparini et al., 1994), macieiras (Locatelli e

Lovato, 2002; Locatelli et al., 2002) e abacateiros (Persea americana Mill.) (Azcón-

Aguillar et al., 1992).

Page 57: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

Em trabalho de revisão, Lovato et al. (1996a) discutem a importância da

micorrização em plantas micropropagadas, citando as espécies ornamentais como

destaque nesse processo. Para a grande maioria das espécies utiliza-se essa forma de

propagação, que requer um longo estágio de adaptação às condições estressantes de um

ambiente não controlado (ex vitro) e a exposição à microbiota benéfica ou prejudicial

presente especialmente na rizosfera. Ao comentar sobre as espécies frutíferas, Lovato et

al. (1996a) destacam a bananeira como a mais importante em produção de mudas

frutíferas que passam pelo processo de micropropagação.

Vários fatores podem afetar a resposta de plantas micropropagadas à micorrízação,

como o momento da inoculação (in vitro ou ex vitro), a espécie vegetal, o isolado do

fungo micorrízico, a composição química e física do substrato e o ambiente (Locatelli e

Lovato, 2002; Lovato et al., 1996b). De acordo com as respostas das plantas à

micorrização, os FMAs podem exercer três funções: biorreguladores, biofertilizadores e

biocontroladores (Lovato et al., 1996b). No caso da ação biorreguladora os FMAs podem

atuar evitando a paralização no desenvolvimento da parte aérea das mudas, o que reduz o

tempo de aclimatização. Modificações no padrão de desenvolvimento radicular

frequentemente ocorrem, havendo aumento da atividade do meristema e

conseqüentemente as raízes tornam-se mais ramificadas e capazes de absorver mais

nutrientes. Entre os nutrientes que podem ser mais absorvidos pela planta em razão da

associação micorrízica destaca-se principalmente o fósforo e também o potássio, o cobre e

o zinco (Lovato et al., 1996b).

Em plântulas microprogagadas a inoculação com FMAs pode ser realizada em três

etapas: na fase de enraizamento in vitro; ou logo após enraizamento e no início da

aclimatização; ou no início da fase de pós-aclimatização sob condições de casa de

vegetação (Azcón-Aguilar e Barea, 1997).

Page 58: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

Plantas micropropagadas são altamente dependentes da inoculação com

microrganismos, pois o seu desenvolvimento é completamente destituído de associações

mutualistas. Tais associações proporcionam maior resistência a patógenos e melhor

adaptação das plantas durante o transplantio para substratos em casa de vegetação ou para

o campo (Varma e Schuepp, 1995). Para cada espécie de planta micropropagada há tempo

e forma mais favorável para inoculação dos FMAs para obtenção do máximo benefício da

micorrização. A maioria dos trabalhos demonstra que a melhor fase de inoculação por

FMA se dá após a fase in vitro e logo no ínicio da fase de aclimatização quando as

plântulas apresentam apenas dois primórdios radiculares, pois a inoculação nesta fase

prolongaria a extensão da raiz (Rapparini et al., 1994; Lovato et al., 1996b; Monticelli et

al., 2000), antecipando o transplantio para o campo.

Entre porta-enxertos de pessegueiros, Monticelli et al. (2000) verificaram o efeito da

micorrização em três fases do processo de aclimatização: 1) no início da fase no

transplantio, 2) 1 mês após o início da aclimatização e 3) concomitantemente nas duas

fases citadas anteriormente. As plantas inoculadas com Scutellospora calospora (Nicol. &

Gerd.) Walker & Sanders obtiveram maior benefício no crescimento quando inoculadas

apenas na fase inicial de aclimatização, apresentando maior produção de biomassa na

parte aérea e raízes.

Sbrana et al. (1994) estudaram a eficiência da inoculação micorrízica em porta-

enxertos de macieiras (Malus pumila L.), ameixeiras (Prunus cerasifera Ehrh.) e

pessegueiros (Prunus persica L. Batsch. x Prunus amygdalus Batsch) no estádio de

enraizamento. Os autores verificaram que a micorrização com Glomus sp. realizada em

mudas com comprimentos de raízes maiores que 1,5 cm tornava-se prejudicial,

aumentando a mortalidade e diminuindo o peso seco de raízes. Este fato também foi

verificado por Varma e Schüepp (1994) em mudas de framboesa, morango e hortênsia

Page 59: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

inoculadas com Glomus intraradices Schenck & Smith sob condições controladas e após

a transferência para o campo.

A sobrevivência e o desenvolvimento de mudas de porta-enxertos de pêssego e pêra

micropropagados e inoculados com Glomus sp., assim como o nível de carboidratos

(açúcares e amido) aumentaram, indicando um estímulo no metabolismo, que refletiu no

crescimento das plantas. Foi demonstrado nesse trabalho que o melhor período para

inoculação era após o transplantio para potes (Rapparini et al., 1994).

A espécie de FMA ou até mesmo isolados de uma mesma espécie provenientes de

locais diferentes podem proporcionar estímulos diferenciados no desenvolvimento de

plântulas, evidenciando-se respostas de preferências associativas ou funcionais, o que é

muito comum no caso das associações micorrízicas. Assim, para garantir melhores

resultados é importante testar a eficiência de um número variado de isolados de FMAs

para selecionar um que seja infectivo (capaz de penetrar e se desenvolver na raiz) e

efetivo (capaz de aumentar o desenvolvimento das plantas). A dominância de estruturas

reprodutivas (esporos) de determinada espécie de FMA na rizosfera é um indicativo da

compatibilidade entre os simbiontes, porém, nem sempre este fator ou maior colonização

nas raízes reflete-se em benefício para o desenvolvimento das mudas (Sieverding, 1991).

Outros fatores estão interligados à eficiência da simbiose, como a rapidez na germinação

do esporo e do crescimento micelial, a capacidade de competir com outros FMAs e

microrganismos e de absorver o fósforo e drenar os fotossintatos da planta (Menge,

1983).

A ação biofertilizadora dos FMAs consiste em aumento na absorção de vários

nutrientes, em geral, de baixa absorção pelas plantas. Esta melhoria nutricional reflete-se

no desenvolvimento da parte aérea e das raízes das plantas em razão da maior extensão do

sistema radicular e do micélio externo. Em porta-enxertos de macieiras micropropagados

Page 60: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

a inoculação com FMA no ínicio da fase de enraizamento proporcionou benefícios na

biomassa seca da parte aérea e de raízes de uma cultivar, mas o mesmo não ocorreu com a

outra cultivar testada (Locatelli e Lovato, 2002). Locatelli et al. (2002) observaram maior

número e comprimento de raízes, com incremento de 50%, em mudas inoculadas no

ínicio da fase de aclimatização com Scutellospora pellucida (Nicol. & Schenck) Walker

& Sanders e Glomus etunicatum Becker & Gerd., e como evidenciado no trabalho

anterior, efeito contrário foi observado em relação ao outro porta-enxerto. Isso confirma

que cada hospedeiro/cultivar possui períodos de inoculação favoráveis e isolados de FMA

compatíveis.

Taylor e Harrier (2001) testaram o efeito de nove espécies de FMAs sobre o

desenvolvimento e a nutrição de plântulas micropropagadas de morango. As respostas

foram muito variadas, com isolados proporcionando efeitos negativos ou positivos em um

ou outro parâmetro de crescimento estudado. Entretanto, de maneira geral, a biomassa

seca e fresca de raízes e da parte aérea foram reduzidos significativamente pela

inoculação com espécies de Scutellospora. Kiernan et al. (1984) ao investigarem o efeito

da inoculação de três espécies de Glomus (G. mosseae, Glomus epigaeum Daniels &

Trappe ou Glomus constrictum Trappe) observaram efeito positivo apenas no crescimento

da parte aérea e a taxa parte aérea/raiz, porém somente em mudas inoculadas com G.

mosseae, o que atribuíram ao nível de colonização nas raízes por este FMA. Vestberg

(1992a) também observaram o efeito de espécies de Glomus spp. sobre o

desenvolvimento de dez cultivares comerciais de morangueiros. Existiram diferenças na

compatibilidade hospedeiro x espécie de FMA, com grupos de FMAs mais e menos

eficiente em todas as cultivares. Em condições de campo, Vestberg (1992b) observou que

o efeito positivo dos isolados mais eficientes de Glomus persistiram até dois anos após o

cultivo.

Page 61: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

Quatrini et al. (2003) observaram certa preferência funcional quando foi inoculada

mistura de espécies de FMA nativos em comparação com G. mosseae em Citrus limon

(L.) Burm. ‘Zagara Bianca’, o que correspondeu a maior colonização por esses isolados

nativos. Em porta-enxertos de abacateiros, Silveira et al. (2002a) observaram melhores

respostas no crescimento das mudas quando inoculadas com G. etunicatum, em relação

aos demais FMAs testados como Glomus clarum Nicol. & Schenck, Scutellospora

heterogama (Nicol & Gerd.) Walker & Sanders, Acaulospora scrobiculata Trappe,

Gigaspora margarita Becker & Hall e Glomus manihotis Howeler, Sieverding &

Schenck, isso se deve provavelmente a maior afinidade entre este isolado de FMA e o

hospedeiro em questão.

Ao investigarem a influência da infectividade no desenvolvimento de pessegueiros,

Fortuna et al. (1992) observaram que Glomus coronatum Giovannetti, de colonização

lenta no ínicio do desenvolvimento das mudas promoveu crescimento semelhante àquelas

inoculadas com G. mosseae, que colonizou extensivamente as raízes desde os primeiros

dias após a inoculação. A intensidade de colonização é outro fator que pode ou não

influenciar o desenvolvimento das mudas. Azcón-Aguilar et al. (1997) verificou que em

mudas micropropagadas de mandioca (Manihot esculenta Crantz.) não houve efeito

diferenciado no crescimento em relação ao nível de colonização apresentado por G.

clarum, Glomus fasciculatum (Thaxter) Gerd. & Trappe emend. Walker & Koske e

Entrophospora colombiana Spain & Schenck. Lovato et al. (1992) investigaram o efeito

de inoculantes comerciais de fungos micorrízicos no estabelecimento de mudas

micropropagadas de videira e abacaxi. Os inoculantes mostraram efeito positivo no

desenvolvimento de mudas de videira, com aumento três vezes superior na parte aérea e

raízes quando comparadas às mudas controle. Esse efeito não foi correlacionado com o

nível de colonização, ao contrário do que ocorreu com mudas de abacaxizeiro; maior

Page 62: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

infectividade reduziu o efeito no crescimento das mudas ocasionando dreno de

fotossintatos maior do que o efeito nutricional nas plantas.

Outro parâmetro influenciado positivamente pela micorrização em plantas

micropropagadas é a resistência ao transplantio, com produção de mudas mais vigorosas e

redução do bloqueio do crescimento apical. Ao inocularem G. fasciculatum em mudas de

Sesbania sesban (L.) Merrill, Subhan et al. (1998) observaram sobrevivência de todas as

mudas, ao contrário do tratamento controle, no qual apenas 30% das mudas sobreviveram.

Também se observou maior desenvolvimento, com incrementos de 37% em altura, 109%

em peso fresco e 52% em peso seco da parte aérea. Sbrana et al. (1994) também

verificaram que 50% das mudas micorrizadas de macieiras, ameixeiras e pessegueiros

apresentavam novas folhas. Após 1 mês, todas estas tinham vencido a dormência apical,

enquanto 40% das mudas controle não tinham emitido novas folhas.

Estrada-Luna e Davies Jr. (2003) verificaram que plântulas micropropagadas de

Capsicum annuum L. cv. San Luis e micorrizadas com mistura de Glomus albidum

Walker e Rhodes, Glomus claroides Schenck e Smith e Glomus diaphanum Morton e

Walker conseguiram se estabelecer mais rapidamente e tiveram menor estresse hídrico

após o transplantio, verificado pelo maior conteúdo de água relativa, transpiração e

fotossíntese. Além dos parâmetros fisiológicos, as plântulas micorrizadas apresentaram

maior produção de frutos, área foliar e biomassa. Os autores sugerem que este resultado

está correlacionado com o aumento na absorção de macronutrientes, como N, P e K, além

de Ca, Mg, Fe, B e Zn.

Espécies do gênero Glomus são frequentemente utilizadas em estudos sobre

aclimatização. Entre essas destacam-se G. mosseae, G. fasciculatum, G. etunicatum e

Glomus tenue (Greenhall) Hall (Rai, 2001), que mostram bons resultados em diversas

culturas, especialmente em bananeiras (Declerck et al., 1995; Yano-Melo et al., 1999).

Page 63: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

Sieverding (1991) sugere que seria mais interessante encontrar um isolado efetivo em

ampla variedade de espécies de plantas.

Vários trabalhos têm mostrado o efeito positivo de isolados de G. etunicatum ou G.

clarum em uma variedade de espécies de plantas. Porém, não existe uma regra no efeito

de tais fungos no desenvolvimento das mudas. Na interação G. etunicatum x mangabeiras

(Hancornia speciosa Gomes), Costa et al. (2003) verificaram efeito neutro da

micorrização no desenvolvimento das mudas da cultivar Barbados. O mesmo na interação

G. etunicatum x maracujazeiro-doce (Passiflora alata Curtis), cujo crescimento foi

estatisticamente semelhante ao das mudas do tratamento controle (Silva et al., 2004).

Efeito negativo no desenvolvimento de morangueiros micropropagados (Fragaria x

ananassa), com reduções na biomassa da parte aérea e de raízes comparados às mudas

controle foram observados quando foi inoculado G. clarum (Taylor e Harrier, 2001). Em

bananeiras cv. Pacovan micropropagadas foram observadas promoção do crescimento e

tolerância a altos níveis de sal quando estavam colonizadas por G. etunicatum ou G.

clarum (Yano-Melo et al., 1999; Yano-Melo et al., 2003).

Azcón-Aguilar et al. (1992) comprovaram a melhoria na adaptação de abacateiros

micropropagados quando micorrizados, com diferenças de acordo com o tipo de substrato

e de FMA, destacando-se Glomus deserticola Trappe, Bloss & Menge que aumentou a

taxa de sobrevivência e o vigor das plântulas.

Os substratos e doses de fertilizantes fosfatados utilizados no processo de

aclimatização em casa de vegetação também é outro fator que pode influenciar a resposta

das plantas micropropagadas à inoculação dos fungos micorrízicos. Lovato et al. (1994)

ao avaliarem o efeito de dois substratos à base de turfa, argila, pedaços de arenito e

madeira suplementados com Osmocote observaram diferenças significativas no

crescimento da parte aérea de Fraxinus excelsior L inoculadas com G. intraradices.

Page 64: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

O primeiro trabalho referente à micorrização de mudas de bananeiras

micropropagada foi o de Declerck et al. (1995) ao determinarem a dependência

micorrízica de sete cultivares de Musa acuminata Colla (grupo AAA), entre elas a

cultivar Grand Naine. Isolados de G. mosseae e Glomus macrocarpum Tulasne & Tulasne

não mostraram efeitos significativos no crescimento das mudas desta cultivar e tiveram os

menores valores de dependência quando comparados às demais cultivares testadas.

Apesar destes resultados G. mosseae absorveu maior nível de fósforo para a parte aérea

quando inoculados e comparando-se com as mudas do tratamento controle e aquelas

inoculadas com G. macrocarpum, provavelmente refletindo o aumento na densidade e

comprimento de pêlos radiculares. Jaizme-Vega et al. (1997) afirmam que as bananeiras

apresentam boa capacidade micotrófica e uma dependência moderada, entre 40 – 50%.

Aspectos relacionados ao crescimento e à fisiologia de mudas de bananeiras foram

avaliados após 3 meses da aclimatização. A altura, área foliar e biomassa seca da parte

aérea foram superiores cerca de 32% a 64%, em mudas micorrizadas com A. scrobiculata,

G. etunicatum ou G. clarum (Yano-Melo et al., 1999). Em outro trabalho, Yano-Melo et

al. (2003) verificaram a tolerância de mudas micropropagadas de bananeiras cv. Pacovan

ao estresse salino. G. clarum e G. etunicatum aumentaram o desenvolvimento das

plântulas de bananeiras em relação ao controle, com incrementos de 79 e 83% na

biomassa seca total, respectivamente; assim como aumentaram a tolerância das mudas

micropropagadas ao estresse salino.

Jaizme-Vega et al. (2002) avaliaram o efeito de dois FMAs (G. intraradices e G.

manihotis) durante três fases de desenvolvimento (enraizamento, viveiro e microparcela)

de mudas micropropagadas das cultivares Grand Naine e Gruesa. Os FMA

proporcionaram resultados positivos na fase de enraizamento com dependência

micorrízica relativa (DMR) de 35 a 50% para os dois FMAs testados. Na cultivar Grand

Page 65: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

Naine, em especial, os autores observaram diferenças na colonização, sendo G. manihotis

mais infectivo do que G. intraradices.

Declerck et al. (2002) verificaram o efeito de G. intraradices, produzido in vitro em

raízes transformadas, e de FMA nativos no desenvolvimento e conteúdo de P de

bananeiras micropropagadas da cultivar Grand Naine em solo pasteurizado e não

pasteurizado. Após quatro semanas foi registrado 85% de colonização nas raízes. As

mudas foram beneficiadas tanto com o inóculo introduzido quanto com o indígeno,

inoculado conjuntamente ou não com o introduzido, embora o melhor efeito tenha sido

observado em mudas inoculadas com G. intraradices na condição de solo pasteurizado.

Lins et al. (2003) utilizaram G. margarita para reduzir o tempo de cultivo in vitro de

bananeiras micropropagadas da cultivar Caipira testando três fases do processo de

micropropagação: plântulas com enraizamento completo, intermediário e sem raízes,

avaliando também o efeito de dois tipos de substratos. Os autores verificaram que os

melhores períodos para inoculação dos FMA são plântulas com enraizamento completo

ou intermediário. G. margarita promoveu o crescimento das mudas, absorvendo mais

fósforo e potássio. Ao contrário dos demais trabalhos anteriormente citados para

bananeiras micropropagadas, Lins et al. (2003) obtiveram alta taxa de colonização de G.

intraradices em ambos os tipos de substratos (turfa + vermiculita média com ou sem

esterco), mesmo em plântulas do tratamento não enraizado.

Trindade et al. (2003) também avaliaram o melhor tipo de substrato para o

desenvolvimento de mudas micropropagadas de bananeiras da cultivar Caipira quando

inoculadas com G. margarita. A interação FMA x substratos foi positiva mostrando

diferenças significativas no crescimento, teor de P e Zn e colonização. Substratos à base

de trufa e vermiculita foram mais promissores, influenciando positivamente a produção de

biomassa nas mudas micorrizadas.

Page 66: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

Levantamentos da comunidade de fungos micorrízicos em plantações nativas de

bananeiras são pouco freqüentes. Melo et al. (1997) realizaram levantamento da rizosfera

de bananeiras cv. Pacovan cultivadas sob irrigação, verificando a presença de 15 espécies

de FMA, com predominância de A. scrobiculata e G. mosseae e colonização micorrízica

em torno de 55%.

Page 67: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

4. INTERAÇÕES ENTRE RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE

CRESCIMENTO DE PLANTAS (RPCP) E FUNGOS MICORRÍZICOS

ARBUSCULARES (FMA): INFLUÊNCIA NO DESENVOLVIMENTO DAS

PLANTAS

Populações microbianas da rizosfera interagem entre si influenciando o

desenvolvimento dos hospedeiros aos quais estão associados. No ambiente sob influência

de propágulos de fungos micorrízicos e raízes de plantas, duas zonas podem ser

distinguidas: aquela sob influência de raízes e estruturas fúngicas dos FMAs

(micorrizosfera) e aquela sob influência apenas do micélio externo dos fungos

micorrízicos, a hifosfera (Andrade et al., 1998; Raverkar et al., 2005). Esta influência, ou

o efeito micorrizosfera, pode modificar a composição de microrganismos na rizosfera, que

são causados especialmente por alterações no padrão de exsudação ou do balanço de

fitohormônios das plantas micorrizadas (Duponnois, 2006).

Duas categorias de microrganismos podem interferir na formação da micorriza,

na ciclagem de nutrientes e no desenvolvimento das plantas, assim como no controle

biológico de patógenos proporcionado pelos FMAs: as “mycorrhiza helper bacteria”

(MHB), termo proposto por Garbaye (1994), e as “deleterious rhizosphere bacteria”

(DRB) ou rizobactérias deletérias (Jeffries et al., 2003; Barea, 1997). As MHB podem

interferir positivamente na associação micorrízica de diversas formas, como por exemplo,

produzindo compostos que aumentam a permeabilidade das raízes e a taxa de exsudação

radicular e conseqüentemente estimulando o desenvolvimento de hifas na rizosfera e a

probabilidade da colonização micorrízica. Outra forma de estímulo acontece na fase pré-

simbiótica, durante a germinação dos esporos e o crescimento do tubo germinativo, com a

Page 68: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

produção de aminoácidos, hormônios, vitaminas, substâncias voláteis e outros (Jeffries et

al., 2003; Garbaye, 1994; Duponnois, 2006).

Bactérias presentes na rizosfera de plantas hospedeiras podem interagir com os

FMA de diversas formas, entre as quais como endossimbiontes que vivem no citoplasma

de esporos, sendo chamadas de “bacteria-like organisms” (BLOs). Análises moleculares

revelaram que estes endossimbiontes pertencem ao gênero Burkholderia, mas atualmente

foram identificadas como Candidatus Glomeribacter gigasporum (Bianciotto et al., 2003).

As BLOs foram encontradas em vários gêneros de FMA, especialmente em G. margarita

e duas espécies de Scutellospora (Bianciotto et al., 2000; Lumini et al., 2006), porém

diferem na forma e densidade, podendo chegar a 2.150.000 UFC em um único esporo de

G. margarita,. Entretanto, o estudo não tem avançado devido a tentativas mal sucedidas

de cultivo in vitro, o que confirma o comportamento fastidioso (Perotto e Bonfante, 1997;

Bianciotto e Bonfante, 2002).

Outra classe de bactérias frequentemente associadas com os FMAs colonizando

externa ou internamente são as rizobactérias, que em alguns casos podem receber

denominações especiais, a depender da sua ação. Segundo Barea (1997) três estágios da

formação da micorriza podem ser influenciados pelas rizobactérias: ativação da

germinação de propágulos na rizosfera, estímulo da produção de micélio na rizosfera e

estímulo da colonização de raízes. Atualmente, a denominação mais utilizada,

independentemente da associação ou não com os fungos micorrízicos é rizobactéria

promotora de crescimento de plantas (RPCP).

Acredita-se que os FMAs têm um importante papel na dispersão dessas

bactérias, fato comprovado por análises em microscopia, onde se observou a adesão de

células bacterianas à superfície de esporos e hifas de FMAs (Bianciotto et al., 1996;

Bianciotto e Bonfante, 2002). O processo da adesão bacteriana, assim como as estruturas

Page 69: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

envolvidas, é muito semelhante ao que ocorre na superfície de raízes de plantas

hospedeiras. Bianciotto et al. (1996) observaram através de microscopia eletrônica e

confocal laser, que células de Pseudomonas fluorescens (Flügge) Migula WCS365

revestiram completamente esporos, aglomerados de células auxiliares e hifas quando

foram embebidos na suspensão. Ao contrário deste isolado de P. fluorescens, os demais

isolados testados, como o CHA0 e F113G22, produtores de uma substância antibiótica, o

diacetilfloroglucinol (DAPG), não se associaram às estruturas fúngicas, apesar dos

autores acreditarem que essa substância não interferiu negativamente no desenvolvimento

do FMA.

Dois passos são necessários para a interação rizobactéria × FMA: a primeira ligação

caracteriza-se por mecanismos eletrostáticos e os dois microrganismos são unidos através

de receptores específicos; em seguida há produção de fibrilas de celulose ou outros

polímeros extracelulares, que os unem mais fortemente. Artursson et al. (2006) afirmam

que bactérias Gram-positivas podem se associar muito mais comumente com os fungos

micorrízicos do que as Gram-negativas.

Andrade et al. (1998) relataram que uma espécie de bactéria isolada da

micorrizosfera de G. mosseae, a Alcaligenes eutrophus Davis, proliferava

abundantemente na presença deste fungo no solo e provavelmente essa preferência era

espécie-específica. Essa interação também interferia no desenvolvimento de outros grupos

de microrganismos presentes no solo, como no caso de Pseudomonas spp. fluorescentes.

A interação entre bactéria e FMA é bastante complexa, o que foi comprovado

por Sood (2003), em trabalho sobre a quimiotaxia de RPCP em raízes de tomateiros

micorrizados. Observou-se que as bactérias eram atraídas pela composição dos exsudatos

específicos das plantas, pois os esxudatos tornam-se mais ricos em aminoácidos, açúcares

e ácidos orgânicos e em quantidade diferenciada, o que pode atrair bactérias específicas.

Page 70: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

Barea (1997) afirma que os FMAs também são estimulados por rizobactérias, pois

compostos por elas liberados aumentam a permeabilidade celular da raiz.

Filion et al. (1999) verificaram a ação de um extrato de raízes transformadas de

cenoura micorrizadas ou não com G. intraradices sobre o desenvolvimento de quatro

microrganismos: dois fungos, um patogênico (Fusarium oxysporum Schl. f. sp.

chrysanthemi G. M. & J. K. Armstrong & Littrell) e um biocontrolador (Trichoderma

harzianum Rifai) e duas bactérias, uma patogênica (Clavibacter michiganensis subsp.

michiganensis (Smith) Davis et al.) e outra, biocontroladora e promotora de crescimento

(Pseudomonas chlororaphis (Guignard & Sauvageau) Bergey et al.). Os autores

observaram que o desenvolvimento do fungo fitopatogênico foi reduzido, enquanto T.

harzianum e P. chlororaphis foram estimulados e C. michiganensis subsp. michiganensis

não foi afetada. Este efeito foi mais pronunciado com o aumento na concentração do

exsudato das raízes micorrizadas. Isto comprova que os exsudatos de plantas micorrizadas

ocasionam um forte efeito na composição e atividade microbiana dos microrganismos

presentes na micorrizosfera.

Trabalhos sobre a interação bactéria e FMA tiveram seu ínicio com o estudo

pioneiro de Linderman, em 1988. Os principais efeitos relacionam-se com a promoção do

crescimento de mudas e o aumento da absorção de nutrientes, podendo existir interações

sinergísticas ou antagonistas. Esses efeitos podem ser afetados por vários fatores como os

isolados específicos de ambos os microrganismos (Medina et al., 2003), o tempo de

inoculação (Krishna et al., 1982) ou de colheita (Staley et al., 1992), uso de fertilizante

químico associado aos microrganismos e presença de metais pesados no solo (Vivas et al,

2005 e 2006).

A compatibilidade funcional entre isolados de FMAs e espécies vegetais é

constantemente relatada em diversos trabalhos (Moreira e Siqueira, 2002). Esta

Page 71: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

compatibilidade também é observada nas interações RPCPs e FMAs, com efeitos

diversificados no desenvolvimento das plantas e destes microrganismos. Vosátka et al.

(1992) ao utilizarem duas espécies de Glomus (G. mosseae e G. etunicatum)

conjuntamente com Pseudomonas putida Trevisan, para incrementar o desenvolvimento e

a produtividade de mudas de morangueiros micropropagados observaram que a co-

inoculação resultou em resposta adicional ao do efeito isolado de ambos os

microrganismos, entretanto, houve efeito negativo para a produtividade. Sastry et al.

(2000) também observaram efeito adicional da co-inoculação de isolados nativos de

FMAs e de Pseudomonas fluorescente apenas na biomassa seca da parte aérea e de raízes.

Também são observados efeitos prejudiciais, como foi relatado por Andrade et al. (1995),

que ao estudarem a interação G. mosseae e Bacillus sp. isolado BH-II no

desenvolvimento de plântulas de ervilha verificaram que houve inibição do

desenvolvimento das plantas e a rizobactéria atuou como uma DRB, reduzindo a

colonização micorrízica; entretanto, a associação de ambos os organismos promoveu o

melhor nível de agregação das partículas do solo.

Edwards et al. (1998) não observaram efeito prejudicial; ao contrário, tanto o

desenvolvimento da planta quanto de G. mosseae foram estimulados por quatro isolados

de Pseudomonas fluorescens, assim como a população bacteriana nas raízes de tomateiro

e alho (Allium porrum L.). Outros trabalhos relataram estímulos na colonização das raízes

por FMAs quando associados a rizobactérias, fato mais comum do que o efeito deletério

(Ravnskov e Jakobsen, 1999; Singh e Kapoor, 1999).

Ao compararem a co-inoculação de Pseudomonas mendocina Palleroni com G.

intraradices com o efeito de um fertilizante inorgânico, Kohler et al. (2006) observaram

que a interação foi tão eficiente quanto à ação do fertilizante. Entretanto, esta RPCP não

Page 72: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

se comportou como uma MHB, pois interferiu negativamente na colonização reduzindo

sua intensidade.

Poucos trabalhos investigaram a ação da interação entre FMAs e actinomicetos.

Entre esses, o de Abdel-Fattah e Mohamedin (2000) estudaram a influência da associação

entre G. intraradices e Streptomyces coelicolor (Muller) Waksman & Henrici no

desenvolvimento de mudas de sorgo (Sorghum bicolor L. Moench) quando no substrato

incorporou-se quitina. O crescimento das plantas foi beneficiado, especialmente na

interação entre os microrganismos, o que provavelmente refletiu o estímulo significativo

na freqüência da colonização, intensidade e desenvolvimento de arbúsculos por parte de

S. coelicolor.

Pouco se conhece de interações entre os FMAs e os actinomicetos e existem muitos

resultados contraditórios a depender dos isolados de ambos os microrganismos. Bagyaraj

e Menge (1978) observaram um estímulo na população de actinomicetos em rizosfera de

tomateiros micorrizados. Entretanto, Krishna et al (1982) ao estudar a interação entre G.

fasciculatum e Streptomyces cinnamomeus observou efeito antagônico por parte de ambos

os microrganismos.

Interação importante existe entre bactérias solubilizadoras de fosfato e os FMAs.

Estas bactérias podem liberar íons fosfato de compostos fosfatados orgânicos ou

inorgânicos presentes no solo, contribuindo para aumentar a disponibilidade destes íons

para as hifas dos fungos, que os transferem para as plantas. Uma variedade de exemplos

cita este tipo de interação. Singh e Kapoor (1999) observaram que a produtividade de

grãos e palha de milho e a absorção de P e N foi melhorada quando inoculou-se

conjuntamente Glomus sp. 88 e Bacillus circulans Jordan, uma bactéria solubilizadora de

fosfato.

Page 73: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

Ravnskov e Jakobsen (1999) avaliaram o efeito da interação de P. fluorescens DF57

no desenvolvimento de plântulas de pepino e na capacidade de absorção de P de dois

FMAs, G. intraradices e G. caledonium (Nicol. & Gerd) Trappe & Gerd. avaliados

através de um sistema de compartimentalização. O conteúdo de P nas plantas não foi

afetado por P. fluorescens, mas a inoculação dupla com G. caledonium aumentou a

absorção de P; entretanto, este efeito aditivo não foi observado no crescimento das

plantas.

Metabólitos bacterianos podem interferir no desenvolvimento das mudas ou de

microrganismos em interação. Vosátka e Gryndler (1999) avaliaram o efeito de frações de

filtrados de suspensões de P. putida no desenvolvimento de mudas de batata e milho

quando inoculadas com Glomus fistulosum Skou & Jakobsen. Observaram que o

crescimento das mudas foi beneficiado apenas pela inoculação da suspensão bacteriana

sem filtração e com G. fasciculatum, promovendo estímulos no comprimento total de

micélio extra-radicular. Xavier e Germida (2003) trabalharam com bactérias isoladas de

esporos de G. clarum e observaram a interferência destas na germinação dos esporos,

especialmente quanto aos metabólitos difundidos ou volatilizados no meio de cultura. As

respostas foram muito variáveis a depender do isolado bacteriano e da substância liberada.

Apenas um isolado bacteriano, o Bacillus pabuli LA3, promoveu o desenvolvimento de

hifas, embora não intensamente e quando testado em mudas de ervilha co-inoculadas com

G. clarum promoveu o desenvolvimento das mudas e a colonização micorrízica.

Outro efeito mencionado nos trabalhos de interação RPCPs × FMAs está

relacionado com modificações na arquitetura da raiz. Gamalero et al. (2002) usaram

alguns parâmetros da arquitetura radicular (comprimento total de raízes, área de superfície

total de raízes, volume total de raízes, número de extremidades radiculares e grau de

ramificação) para avaliar o efeito da inoculação isolada de RPCP e FMA. Algumas destas

Page 74: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

características modificaram-se de acordo com o substrato e o isolado introduzido em

mudas de tomateiros (P. fluorescens A6RI ou G. mosseae BEG12). Neste trabalho os

autores não avaliaram o efeito da interação entre os microrganismos. Gamalero et al.

(2004) verificaram o efeito da interação de dois isolados de P. fluorescens em interação

com G. mosseae no desenvolvimento de raízes de tomateiros. Os autores verificaram que

mudas inoculadas (com os microrganismos isoladamente ou em interações duplas ou

triplas) mostraram claramente um sistema radicular mais desenvolvido do que as mudas

do tratamento controle, se destacando um ou outro parâmetro como o mais beneficiado. O

tratamento que se destacou foi o da interação tripla, indicando que não houve competição

entre os três microrganismos.

Uma preocupação constante em programas de melhoramento e de produção e

aplicação de bioinoculantes em um ecossistema natural ou agroflorestal é com

modificações na comunidade microbiana local que, por sua vez, pode alterar o

desenvolvimento das plantas por estímulos a patógenos radiculares ou então

positivamente aumentar a proporção de populações de microrganismos presentes na

rizosfera. Baseados nesta evidência, Roesti et al. (2006) verificaram que a inoculação de

um consórcio de bactérias (20 isolados de Pseudomonas spp.) e de FMAs nativos em

trigo modificaram a estrutura da comunidade bacteriana, com uma participação muito

mais ativa das RPCP do que dos FMAs, provavelmente pela alta densidade de inóculo das

mesmas verificada nas sementes.

Medina et al. (2003) determinaram a presença de bactérias na rizosfera através da

incorporação de 3H-timidina e de 14C-leucina e a população de FMA através da

quantificação de ergosterol e quitina. Valores diferenciados quanto à incorporação de

timidina e leucina ocorreram a depender do FMA associado. Entretanto, os autores

afirmam que os isolados inoculados não sobreviveram mais do que 1 mês, houve um

Page 75: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

rápido declínio populacional nas primeiras duas semanas do experimento. Quanto à

biomassa fúngica os autores observaram que o nível de quitina na rizosfera do tratamento

com G. intraradices e o de ergosterol em G. mosseae aumentaram quando estes estavam

associados com B. pumillus; entretanto, isto não se correlacionou com a efetividade de

ambos os FMAs.

A interação Enterobacter agglomerans Ewing e Fife × G. etunicatum inoculados em

mudas de tomateiro foi positiva para ambos os microrganismos, havendo um estímulo na

população de E. aglomerans, observando-se sua presença na rizosfera até os 75 dias após

a inoculação. Embora não significativa, a colonização por G. etunicatum foi levemente

estimulada pela interação. Estes resultados refletiram no desenvolvimento do tomateiro,

pois as mudas inoculadas com E. agglomerans e G. etunicatum apresentaram maior

biomassa fresca e seca da parte aérea e raízes, assim como na absorção de P e N (Kim et

al., 1998).

Frequentemente os trabalhos trazem registros dos efeitos modulados por isolados de

bactérias ou de FMA nativos adaptados a condições abióticas estressantes ou de

ambientes no qual serão reintroduzidos. É o caso dos trabalhos de Marulanda et al.

(2006), Vivas et al. (2005) e Vivas et al. (2006). Marulanda et al. (2006) estudaram o

efeito da associação de Bacillus thuringiensis Berliner com G. intraradices isolado de

uma área seca do Mediterrâneo e com isolado de G. intraradices BEG 123, não adaptado

à seca. O isolado nativo de G. intraradices foi mais infectivo e efetivo em promover o

crescimento de Retama sphaerocarpa (L.) Boiss e na absorção hídrica relativa do que o

isolado de referência. A associação deste isolado com o B. thuringiensis propiciou plantas

com maior produção de biomassa. Vivas et al. (2005) verificaram a tolerância e

efetividade de dois microrganismos isolados de solos contaminados por cádmio, uma

bactéria (Brevibacillus brevis (Migula) Shida et al.) e um isolado de FMA (G. mosseae),

Page 76: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

que foi comparado com um isolado de G. mosseae BEG 119 de uma coleção de

referência. A capacidade de absorção de nutrientes do solo e a maior infectividade de

ambos os isolados adaptados provavelmente reduziram a toxicidade do Cd para o

desenvolvimento de trigo. Os mesmos isolados de FMAs foram utilizados em outro

estudo de Vivas et al. (2006) em associação com um isolado de Brevibacillus sp.

proveniente de solo contaminado por Zn. Os resultados foram semelhantes ao trabalho

anterior, com mudas mais vigorosas e tolerantes a altos níveis de Zn no solo. A

associação da Brevibacillus sp. com G. mosseae, ambos adaptados a tais condições,

estimulou aumentos na vitalidade e atividade (abundância de arbúsculos) da micorrização

mais do que a intensidade da colonização. Os autores afirmam que o efeito da MHB foi

mais ativo do que da RPCP.

Considerando as modificações sofridas no ambiente em razão da inoculação

artificial de microrganismos, deve-se também observar o que ocorre nas transformações

químicas e biológicas em que os microrganismos atuam constantemente. Para responder a

essas alterações, são verificadas as atividades enzimáticas do solo, que constituem

indicadores sensíveis de mudanças produzidas no solo por condições ambientais ou

biológicas. Apesar disso, poucos estudos têm sido realizados para responder a estas

questões de qualidade e fertilidade do solo em sistemas tratados com inoculantes

microbianos (Medina et al., 2003), apesar de sua grande importância para a manutenção

de um ecossistema, pois os microrganismos por sua participação fundamental na ciclagem

de nutrientes constituem o principal fator que determina a disponibilidade de nutrientes

para as plantas, atuando diretamente na sua produtividade e sanidade (Kohler et al., 2006).

Trabalhos mais atuais têm tido a preocupação de avaliar o efeito da inoculação

biológica no sistema como um todo, incluindo as influências que podem causar entre si

quando associados, assim como se preocupam com as interferências no desenvolvimento

Page 77: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

das plantas e em outros microrganismos. Estes atuando conjuntamente podem modificar

as atividades biológicas no solo e as comunidades e o nível populacional de isolados

nativos e introduzidos. Em estudos de interações entre RPCPs e FMAs são

frequentemente determinados o conteúdo de ácidos orgânicos, a biomassa microbiana, a

porcentagem de agregados estáveis e de ácido indolacético na rizosfera e também

atividades enzimáticas como desidrogenase, urease, N-α-benzoil-L-argininamida (BAA),

β-glicosidade e fosfatase ácida e alcalina (Kim et al., 1998; Medina et al., 2003; Vivas et

al., 2003; Vivas et al., 2005; Kohler et al., 2006; Marulanda et al., 2006; Vivas et al.,

2006).

A maioria dos trabalhos que avaliam a atividade microbiana demonstra que a

interação RPCPs × FMAs influencia ativamente os processos químicos e biológicos na

rizosfera e ambos atuam para tornar o microambiente mais sustentável e

conseqüentemente isto se reflete em maior desenvolvimento, resistência a estresses

abióticos e bióticos e produtividade das plantas hospedeiras.

Kim et al. (1998) verificaram que a biomassa microbiana e a fosfatase ácida e

alcalina tiveram maiores valores nas mudas da interação E. agglomerans × G. etunicatum.

Kohler et al. (2006) observaram que a maior atividade da desidrogenase e da urease

ocorreu no tratamento com P. mendocina inoculada isoladamente, enquanto para a

fosfatase os melhores tratamentos foram P. mendocina e P. mendocina × G. intraradices,

e que provavelmente houve efeito sinérgico quando os dois microrganismos estavam

associados.

Vivas et al. (2003, 2005, 2006), em três trabalhos, demonstraram o efeito de

diferentes interações RPCPs x FMA na atividade enzimática em diferentes hospedeiros.

Vivas et al. (2003) fazem menção ao efeito de G. mosseae ou G. intraradices × Bacillus

thuringiensis na atividade da desidrogenase e da fosfatase alcalina de acordo com a

Page 78: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

atividade (produção de arbúsculos) e intensidade da colonização micorrízica. Em geral, as

atividades enzimáticas foram maiores na interação destes FMAs com o B. thuringiensis.

Os autores destacam o papel deste isolado de B. thuringiensis como uma MHB por atuar

na atividade metabólica dos FMAs. Vivas et al. (2005) também observaram aumento nas

atividades enzimáticas testadas como fosfatase ácida, β-glicosidase e desidrogenase

quando as mudas estavam associadas com G. mosseae x B. brevis, com aumentos de 1 a 4

vezes quando comparados à inoculação isolada. Os autores atribuem este efeito às

modificações na quantidade e qualidade do padrão de exsudação de plantas associadas

com estes microrganismos, o que tornou as plantas mais desenvolvidas e com mais

nutrientes absorvidos, o que provavelmente se reflete em estímulos na população, assim

como na sua atividade metabólica. Resultado bastante semelhante ocorreu em Vivas et al.

(2006) e neste trabalho os autores atribuíram o maior desenvolvimento radicular como o

responsável pela maior atividade enzimática no tratamento da interação dos

microrganismos nativos.

Page 79: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

REFERÊNCIAS

ABDEL-FATTAH, G.M.; MOHAMEDIA, A.H. Interactions between a vesicular-

arbuscular mycorrhizal fungus (Glomus intraradices) and Streptomyces coelicolor and

their effects on sorghum plants grown in soil amended with chitin of brawn scales. Biol.

Fertil. Soils, v. 32, p. 401 – 409, 2000.

ALVES, E.J. A cultura da banana: aspectos técnicos, socioeconômicos e

agroindustriais. 2ª edição. Brasília: Embrapa – SPI / Cruz das Almas: Embrapa –

CNPMF, 1999, 585 p.

ANDRADE, G.; AZCÓN, R.; BETHLENFALVAY, G.J. A rhizobacterium modifies

plant and soil responses to the mycorrhizal fungus Glomus mosseae. Appl. Soil Ecol.,

v. 2, p. 195-202, 1995.

ANDRADE, G.; LINDERMAN, R.G.; BETHLENFALVAY, G.J. Bacterial

associations with the mycorrhizosphere and hyphosphere of the arbuscular mycorrhizal

fungus Glomus mosseae. Plant Soil, v. 202, p. 79–87, 1998.

ARTURSSON, V.; FINLAY, R.D.; JANSSON, J.K. Interactions between arbuscular

mycorrhizal fungi and bacteria and their potential for stimulating plant growth.

Environ. Microbiol., v. 8, p. 1–10, 2006.

AUGÉ, R.M.; MOORE, J.L. Arbuscular mycorrhizal simbiosis and plant drought

resistance. In: MEHROTRA, V.S. Mycorrhiza: role and applications. New Delhi:

Allied Publishers Pv.t, 2005, p. 136 – 162.

AZCÓN-AGUILAR, C.; BARCELO, A.; VIDAL, M.T.; VINA, G.DE LA. Further

studies on the influence of mycorrhizal on growth and development of micropropagated

avocado plants. Agronomie, v. 12, p. 837 – 840, 1992.

Page 80: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

AZCÓN-AGUILAR, C.; BAREA, J.M. Applying mycorrhiza biotechnology to

horticulture: significance and potentials. Sci. Hortic., v. 68, p. 1 – 24, 1997.

AZCÓN-AGUILAR, C.; CANTOS, M.; TRONCOSO, A.; BAREA, J.M. Beneficial

effect of arbuscular mycorrhizas on acclimatization of micropropagated cassava

plantlets. Sci. Hortic., v. 72, p. 63 – 71, 1997.

BAGYARAJ, D.J.; MENGE, J.A. Interaction between a VA mycorrhiza and

Azotobacter and their effects on rhizosphere microflora and plant growth. New Phytol.,

v. 80, p. 567 – 573, 1978.

BAI, Y.; PAN, B.; CHARLES, T.C.; SMITH, D.L. Co-inoculation dose and root zone

temperature for plant growth promoting rhizobacteria on soybean [Glycine max (L.)

Merr] grown in soil-less media. Soil Biol. Biochem., v. 34, p. 1953–1957, 2002.

BAREA, J.M. Mycorrhiza / bacteria interactions on plant growth promotion. In:

OGOSHI, A.; KOBAYASHI, K.; HOMMA, Y.; KODAMA, F.; KONDO, N.; AKINO,

S. Plant growth-promoting rhizobacteria: present status and future prospects.

Sapporo: OECD, 1997.

BAREA, J.; POZO, M.J.; AZCÓN, R.; AZCÓN-AGUILAR, C. Microbial co-operation

in the rhizosphere. J. Exp. Bot., v. 56, n. 417, p. 1761 – 1778, 2005.

BELL, C.R.; DICKIE, G.A.; HARVEY, W.L.G.; CHAN, J.W.Y.F. Endophytic bacteria

in grapevine. Can. J. Microbiol., v. 41, p. 46 – 53, 1995.

BANERJEE, M.R.; YESMIN, L.; VESSEY, J.K. Plant-Growth-Promoting

Rhizobacteria as Biofertilizers and Biopesticides. In: RAI, M.K. Handbook of

Microbial Biofertilizers. New York: Haworth Press, 2006. p. 137 – 288.

BASHAN, Y.; HOLGUIN, G. Proposal for the division of plant growth-promoting

rhizobacteria into two classifications: biocontrol-PGPB (plant growth-promoting

bacteria) and PGPB. Soil Biol. Bioch., v. 30, n. 8/9, p. 1225-1228, 1998.

Page 81: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

BERG, G.; KRECHEL, A.; DITZ, M.; SIKORA, R.A.; ULRICH, A.; HALLMANN, J.

Endophytic and ectophytic potato-associated bacterial communities differ in structure

and antagonistic function against plant pathogenic fungi. FEMS Microbiol. Ecol., v.

51, p. 215 – 229, 2005.

BETTIOL, W. Componentes do controle biológico de doenças de plantas. In:

BETTIOL, W. (Org.) Controle biológico de doenças de plantas. Jaguariúna:

Embrapa/CNPMA, 1991, p. 1 – 5.

BIANCIOTTO, V.; MINERDI, D.; PEROTTO, S.; BONFANTE, P. Cellular

interactions between arbuscular mycorrhizal fungi and rhizosphere bacteria.

Protoplasma, v. 193, p. 123 – 131, 1996.

BIANCIOTTO, V.; LUMINI, E.; LANFRANCO, L.; MINERDI, D.; BONFANTE, P.;

PEROTTO, S. Detection and identification of bacterial endosymbionts in arbuscular

mycorrhizal fungi belong to the family Gigasporaceae. Appl. Environ. Microbiol. 66,

4503–4509, 2000.

BIANCIOTTO, V.; BONFANTE, P. Arbuscular mycorrhizal fungi: a specialised niche

for rhizospheric and endocellular bacteria. Antonie Leeuwenhoek, v. 81, p. 365–371,

2002.

BIANCIOTTO, V., LUMNI, E., BONFANTE, P. AND VANDAMME, P. Candidatus

Glomeribacter gigasporum gen. nov., sp. nov., an endosymbiont of arbuscular

mycorrhizal fungi. Int. J. Syst. Evol. Microbiol. 53, 121–124, 2003.

BLOEMBERG, G.V.; LUGTENBERG, B.J.J. Molecular basis of plant growth

promotion and biocontrol by rhizobacteria. Curr. Opin. Plant Biol., v. 4, p.343–350,

2001.

BROWN, M.E. Seed and root bacterization. Annu. Rev. Phytopathol., v. 12, p. 181 –

197, 1974.

Page 82: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

ÇAKMAKÇI, R.; DÖNMEZ, F.; AYDIN, A.; SAHIN, F. Growth promotion of plants

by plant growth-promoting rhizobacteria under greenhouse and two different field soil

conditions. Soil Biol. Biochem., v. 38, p. 1482 – 1487, 2006.

CARVALHO, J.M.F.C. Técnicas de micropropagação. Documento 64. Campina

Grande: EMBRAPA – Algodão, 1999. p. 1 – 39.

CATTELAN, A.J.; HARTEL, P.G.; FUHRMANN, J.J. Screening for Plant Growth–

Promoting Rhizobacteria to Promote Early Soybean Growth. Soil Sci. Soc. Am. J., v.

63, p. 1670–1680, 1999.

CHANWAY, C.P. Bacterial endophytes: ecological and practical implications.

Sydowia, v. 50, n. 2, p. 149 – 170, 1998.

CHANWAY, C.P.; SHISHIDO, M.; NAIRN, J.; JUNGWIRTH, S.; MARKHAM, J.;

XIAO, G.; HOLL, F.B. Endophytic colonization and field responses of hybrid spruce

seedlings after inoculation with plant growth-promoting rhizobacteria. For. Ecol.

Manag., v. 133, 81 – 88, 2000.

CICCILLO, F.; FIORE, A.; BEVIVINO, A.; DALMASTRI, C.; TABACCHIONI, S.;

CHIARINI, L. Effects of two different application methods of Burkholderia ambifaria

MCI 7 on plant growth and rhizospheric bacterial diversity. Environ. Microbiol., v. 4,

p. 238–245, 2002.

COMPANT, S.; DUFFY, B.; NOWAK, J.; CLÉMENT, C.; BARKA, E.A. Use of plant

growth-promoting bacteria for biocontrol of plant diseases: principles, mechanisms of

action, and future prospects. Appl. Environ. Microbiol., v. 71, n. 9, p. 4951 – 4959,

2005.

CONN, K.L.; NOWAK, J.; LAZAROVITS, G. A gnotobiotic bioassay for studying

interactions between potatoes and plant growth-promoting rhizobacteria. Can. J.

Microbiol., v. 43, p. 801 – 808, 1997.

Page 83: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

CORDEIRO, Z.J.M. Banana. Produção: aspectos técnicos. Brasília: Embrapa

Comunicação para Transferência de Tecnologia, 2000, 143 p.

COSTA, C.M.C.; MAIA, L.C.; CAVALCANTE, U.M.T.; NOGUEIRA, R.J.M.C.

Influência de fungos micorrízicos arbusculares sobre o crescimento de dois genótipos de

aceroleira (Malpighia emarginata D.C.). Pesq. agropec. bras., v. 36, n. 6, p. 893 – 901,

2001.

DANTAS, J.L.L.; SOARES FILHO, W.S. Classificação botânica, origem e evolução.

In: CORDEIRO, Z.J.M. Banana. Produção: aspectos técnicos. Brasília: Embrapa

Comunicação para Transferência de Tecnologia, 2000, p. 12 – 23.

DANTAS, J.L.L.; SHEPHERD, K.; SILVA, S.O.; SOARES FILHO, W.S.

Classificação botânica, origem, evolução e distribuição geográfica. In: ALVES, E.J. A

cultura da banana: aspectos técnicos, socioeconômicos e agroindustriais. 2ª edição.

Brasília: Embrapa – SPI / Cruz das Almas: Embrapa – CNPMF, 1999, p. 27 – 34.

DASHTI, N.; PRITHIVIRAJ, B.; HYNES, R.K.; SMITH, D.L. Root and rhizosphere

colonization of soybean [Glycine max (L.) Merr.] by plant-growth-promoting

rhizobacteria at low root zone temperatures and under short-season conditions. J.

Agronomy & Crop Science, v. 185, p. 15 – 22, 2000.

DECLECK, S.; PLENCHETTE, C.; STRULLU, D.G. Mycorrhizal dependency of

banana (Musa acuminata, AAA group) cultivar. Plant Soil, v. 176, p. 183 – 187, 1995.

DECLERCK, S.; RISEDE, J-M.; DELVAUX, B. Greenhouse response of

micropropagated bananas inoculated with in vitro monoxenically produced arbuscular

mycorrhizal fungi. Sci. Hrotic., v. 93, p. 301 – 309, 2002.

DEY, R.; PAL, K.K.; BHATT, D.M.; CHAUHAN, S.M. Growth promotion and yield

enhancement of peanut (Arachis hypogaea L.) by application of plant growth-promoting

rhizobacteria. Microbiol. Res., v. 159, p. 371—394, 2004.

Page 84: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

DOUDS JR., D.D.; MILLNER, P.D. Biodiversity of arbuscular mycorrhizal fungi in

agroecosystems. Agric. Ecosyst. Environ., v. 74, p. 77 – 93, 1999.

DUIJFF, B.J.; GIANINAZZI-PEARSON, V.; LEMANCEAU, P. Involvement of the

outer membrane lipopolysaccharides in the endophytic colonization of tomato roots by

biocontrol Pseudomonas fluorescens strain WCS417r. New Phytol., v. 135, p. 325 -

334, 1997.

DUINEVELD, B.M.; VAN VEEN, J.A. The number of bacteria in the rhizosphere

during plant development: relating colony-forming units to different reference units.

Biol. Fertil. Soils, v. 28, p. 285–291, 1999.

DUPONNOIS, R. Mycorrhiza Helper Bacteria: their ecological impact in mycorrhizal

symbiosis. In: RAI, M.K. Handbook of Microbial Biofertilizers. New York: Haworth

Press, 2006. p. 117 – 135.

EDWARDS, S.G.; YOUNG, J.P.W.; FITTER, A.H. 1998. Interactions between

Pseudomonas fluorescens biocontrol agents and Glomus mosseae, an arbuscular

mycorrhizal fungus, within the rhizosphere. FEMS Microbiol. Lett. 166, 297 – 303,

1998.

EGAMBERDIYEVA, D.; HOFLICH, G. Influence of growth-promoting bacteria on the

growth of wheat in different soils and temperatures. Soil Biol. Bioch., v. 35, p. 973–

978, 2003.

EGAMBERDIYEVA, D.; HOFLICH, G. Effect of plant growth-promoting bacteria on

growth and nutrient uptake of cotton and pea in a semi-arid region of Uzbekistan

Environments. J. Arid Environ., v. 56, p. 293–301, 2004.

ENEBAK, S.A.; WEI, G.; KLOEPPER, J.W. Effects of plant growth-promoting

rhizobacteria on loblolly and slash pine seedlings. For. Sci., v. 44, n. 1, p. 139 – 144,

1998.

Page 85: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

ESTRADA-LUNA, A.A.; DAVIES JR., F.T. Arbuscular mycorrhizal fungi influence

water relations, gas exchange, abscisic acid and growth of micropropagated chile ancho

pepper (Capsicum annuum) plantlets during acclimatization and post-acclimatization. J.

Plant Physiol., v. 160, p. 1073 – 1083, 2003.

FILION, M.; ST-ARNAUD, M.; FORTIN, J.A. Direct interaction between the

arbuscular mycorrhizal fungus Glomus intraradices and different rhizosphere

microorganisms. New Phytol., v. 141, 525 - 533, 1999.

FORTUNA, P.; CITERNESI, S.; MORINI, S.; GIOVANNETTI, M.; LORETI, F.

Infectivity and effectiveness of diferent species of arbuscular mycorrhizal fungi in

micropropagated plants of Mr S 2/5 plum rootstock. Agronomie, v. 12, p. 825 – 829,

1992.

FROMMEL, M.I.; NOWAK, J.; LAZAROVITS, G. Growth enhancement and

developmental modifications of in vitro grown potato (Solanum tuberosum ssp.

tuberosum) as affected by a nonfluorescent Pseudomonas sp. Plant Physiol., v. 96, p.

928 – 936, 1991.

GADKAR, V.; DAVID-SCHWARTZ, R.; KUNIK, T. & KAPULNIK, Y. Arbuscular

Mycorrhizal Fungal Colonization. Factors involved in host recognition. Plant Physiol.,

v. 127, p. 1493 – 1499, 2001.

GAMALERO, E.; MARTINOTTI, A.; TROTTA, A.; LEMANCEAU, P.; BERTA, G.

Morphogenetic modifications induced by Pseudomonas fluorescens A6RI and Glomus

mosseae BEG12 in the root system of tomato differ according to plant growth

conditions. New Phytol., v. 155, p. 293 – 300, 2002.

GAMALERO, E.; LINGUA, G.; BERTA, G.; LEMANCEAU, P. Methods for studying

root colonization by introduced beneficial bacteria. Agronomie, v. 23, p. 407 – 418,

2003.

Page 86: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

GAMALERO, E.; TROTTA, A.; MASSA, N.; COPETTA, A.; MARTINOTTI, M.G.;

BERTA, G. Impact of two fluorescent pseudomonads and an arbuscular mycorrhizal

fungus on tomato plant growth, root architecture and P acquisition Mycorrhiza, v. 14,

p. 185 – 192, 2004.

GAMLIEL, A.; KATAN, J. Involvement of fluorescent pseudomonads and other

microorganisms in increased growth response of plants in solarized soils. Phytopathol.,

v. 81, p. 494 – 502, 1991.

GAMLIEL, A.; KATAN, J. Influence of seed and root exudates on fluorescent

pseudomonads and fungi in solarized soil. Phytopathol., v. 82, p. 320 – 327, 1992.

GARBAYE, J. Helper bacteria: a new dimension to the mycorrhizal symbiosis. New

Phytol., v. 128, p. 197 – 210, 1994.

GARDNER, J.M.; CHANDLER, J.L.; FELDMAN, A.W. Growth promotion and

inhibition by antibiotic-producing fluorescent pseudomonads on citrus roots. Plant Soil,

v. 77, p. 103 – 113, 1984.

GERMIDA, J.J.; SICILIANO, S.D.; DE FREITAS, R.; SEIB, A.M. Diversity of root-

associated bacteria associated with field-grown canola (Brassica napus L.) and wheat

(Triticum aestivum L.). FEMS Microbiol. Ecol., v. 26, p. 43 – 50, 1998.

GLANDORF, D.C.M.; SLUIS, I.V.; ANDERSON, A.J.; BAKKER, P.A.H.M.;

SCHIPPERS, B. Agglutination, adherence and root colonization by fluorescent

pseudomonads. Appl. Environ. Microbiol., v. 60, p. 1726 – 1733, 1994.

GRATTAPAGLIA, D.; MACHADO, M.A. Micropropagação. In: TORRES, A.C.;

CALDAS, L.S. (EDS.) Cultura de tecidos e transformação genética de plantas.

Brasília: EMBRAPA – CNPH, 1998. p. 183 – 260.

GRAY, E.J.; SMITH, D.L. Intracellular and extracellular PGPR: commonalities and

distinctions in the plant–bacterium signaling processes. Soil Biol. Bioch., v. 37, p. 395–

412, 2005.

Page 87: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

HAAS, D.; DÉFAGO, G. Biological control of soil-borne pathogens by fluorescent

pseudomonads. Nat. Rev. Microbiol., published online, p. 1 – 13, 2005.

HALLMANN, J.; QUADT-HALLMANN, MAHAFFEE, W.F.; KLOEPPER, J.W.

Bacterial endophytes in agricultural crops. Can. J. Microbiol., v. 43, p. 895 – 914,

1997.

HILL, G.T.; MITKOWSKI, N.A.; ALDRICH-WOLFE, L.; EMELE, L.R.; JURKONIE,

D.D.; FICKE, A.; MALDONADO-RAMIREZ, S.; LYNCH, S.T.; NELSON, E.B.

Methods for assessing the composition and diversity of soil microbial communities.

Appl. Soil Ecol., v. 15, p. 25 – 36, 2000.

HOLLIS, J.P. Bacteria in healthy potato tissue. Phytopathol., v. 41, p. 350 – 366,

1951.

JAIZME-VEGA, M.C.; TENOURY, P.; PINOCHET, J. & JAUMOT, M. Interactions

between the root-knot nematode Meloidogyne incognita and Glomus mosseae in

banana. Plant Soil, v. 196: 27 – 35, 1997.

JAIZME-VEGA, M.C.; DELAMO, M.E.; DOMÍNGUEZ, P.T.; ROMERO, A.S.R.

Efectos de la micorrización sobre el desarrollo de dos cultivares de platanera

micropropagada. Infomusa, v. 11, n. 1, p. 25 – 28, 2002.

JANOS, D.P. Mycorrhiza aplications in tropical forestry: are temperate-zone

approaches appropriate? In: NG F.S.P. Tress and mycorrhiza. Kuala Lumpur: Forest

Research Institute, p. 133 – 188, 1988.

JEFFRIES, P.; GIANINAZZI, S.; PEROTTO, S.; TURNAU, K.; BAREA, J. The

contribution of arbuscular mycorrhizal fungi in sustainable maintenance of plant health

and soil fertility. Biol. Fertil. Soils, v. 37, p. 1–16, 2003.

JJEMBA, P.K.; ALEXANDER, M. Possible determinants of rhizosphere competence of

bacteria. Soil Biol. Bioch., v. 31, n. 4, p. 623 – 632, 1999.

Page 88: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

JOHANSSON, J.F.; PAUL, L.R.; FINLAY, R.D. Microbial interactions in the

mycorrhizosphere and their significance for sustainable agriculture. FEMS Microbiol.

Ecol., v. 48, p. 1 – 13, 2004.

KHALID, A.; ARSHAD, M.; ZAHIR, Z.A. Screening plant growth-promoting

rhizobacteria for improving growth and yield of wheat. J. Appl. Microbiol., v. 96, p.

473 – 480, 2004.

KIERNAN, J.M.; HENDRIX, J.W.; STOLTZ, L.P.; MARONEK, D.M.

Characterization of strawberry plants produced by tissue culture and infected with

specific mycorrhizal fungi. Hortscience, v. 19, n. 6, p. 883 – 885, 1984.

KIM, K.Y.; JORDAN, D.; MCDONALD, G.A. Effect of phosphate-solubilizing

bacteria and vesicular-arbuscular mycorrhizae on tomato growth and soil microbial

activity. Biol. Fertil. Soils, v. 26, p. 79–87, 1998.

KLOEPPER, J.W.; SCHROTH, M.N. Plant growth-promoting rhizobacteria and plant

growth under gnotobiotic conditions. Phytopathol., v. 71, p. 642 – 644, 1981.

KLOEPPER, J.W.; HUME, D.J.; SCHER, F.M.; SINGLETON, C.; TIPPING, B.;

LALIBERTÉ, M.; FRAULEY, K.; KUTCHAW, T.; SIMONSON, C.; LIFSHITZ, R.;

ZALESKA, I.; LEE, L. Plant growth-promoting rhizobacteria on canola (Rapessed).

Plant Dis., v. 72, 42 – 46, 1988.

KOHLER, J.; CARAVACA, F.; CARRASCO, J.; ROLDAN, A. Contribution of

Pseudomonas mendocina and Glomus intraradices to aggregate stabilization and

promotion of biological fertility in rhizosphere soil of lettuce plants under field

conditions. Soil Use Manag., v. 22, p. 298–304, 2006.

KRAVCHENKO, L.V.; AZAROVA, T.S.; LEONOVA-ERKO, E.I.;

SHAPOSHNIKOV, A.I.; MAKAROVA, N.M.; TIKHONOVICH, I.A. Root exudates

Page 89: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

of tomato plants and their effect on the growth and antifungal activity of Pseudomonas

strains. Microbiol., v. 72, n. 1, p. 37 – 41, 2003.

KRISHNA, K.R.; BALAKRISHNA, A.N.; BAGYARAJ, D.J. Interactions between a

vesicular arbuscular mycorrhizal fungus and Streptomyces cinnamomeous and their

effect on finger millet. New Phytol., v. 92, p. 401 – 405, 1982.

KUKLINSKY-SOBRAL, J.; ARAÚJO, W.L.; MENDES, R.; GERALDI, I.O.;

PIZZIRANI-KLEINER, A.A.; AZEVEDO, J.L. Isolation and characterization of

soybean-associated bacteria and their potential for plant growth promotion. Environ.

Microbiol., v. 6, n. 12, p. 1244 – 1251, 2004.

LALANDE, R.; BISSONNETTE, N.; COUTLÉE, D.; ANTOUN, H. Identification of

rhizobacteria from maize and determination of their plant-growth promoting potential.

Plant Soil, v. 115, p. 7 – 11, 1989.

LAMEIRA, O.A.; LEMOS, O.F.; MENEZES, I.C.; PINTO, J.E.B.P. Cultura de

tecidos (manual). Documento 66. Belém: EMBRAPA- Amazônia Oriental. 2000.

LAMB, T. G.; TONKYN, D.W.; KLUEPFEL, D.A. Movement of Pseudomonas

aureofaciens from the rhizophere to aerial plant tissue. Can. J. Microbiol., v. 42, p.

1112 – 1120, 1996.

LAMBERT, B.; LEYNS, F.; ROOYEN, L.V.; GOSSELÉ, F.; PAPON, Y.

Rhizobacteria of maize and their antifungal activities. Appl. Environ. Microbiol., v.

53, n. 8, p. 1866 – 1871, 1987.

LATOUR, X.; CORBERAND, T.; LAGUERRE, G.; ALLARD, F.; LEMANCEAU, P.

The composition of fluorescent pseudomonad populations associated with roots is

influenced by plant and soil type. Appl. Environ. Microbiol., v. 62, n. 7, p. 2449 –

2456, 1996.

Page 90: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

LAZAROVITZ, G.; NOWAK, J. Rhizobacteria for improvement of plant growth and

establishment. Hortscience, v. 32, p. 188 – 192, 1997.

LINDERMAN, R.G. Mycorrhizal interactions with the rhizosphere microflora: The

mycorrhizosphere effect. Phytopathol., v. 78, p. 366 – 371, 1988.

LINS, G.M.L.; TRINDADE, A.V.; ROCHA, H.S. Utilização de Gigaspora margarita

em plantas micropropagadas de bananeira em diferentes estádios de enraizamento. Rev.

Bras. Frutic., v. 25, n. 1, p. 143 – 147, 2003.

LOCATELLI, L.M.; LOVATO, P.E. Inoculação micorrízica e aclimatização de dois

porta-enxertos de macieira micropropagados. Pesq. agropec. bras., v. 37, p. 177 – 184,

2002.

LOCATELLI, L.M.; VITOVSKI, C.A.; LOVATO, P.E. Sistema radicular de porta-

enxertos micropropagados de macieira colonizados com fungos micorrízicos

arbusculares. Pesq. agropec. bras., v. 37, n. 9, p. 1239 – 1245, 2002.

LOVATO, P.; GUILLEMIN, J.P.; GIANINAZZI, S. Application of commercial

arbuscular endomycorrhizal fungal inoculants to the establishment of micropropagated

grapevine rootstock and pineapple plants. Agronomie, v. 12, p. 873 – 880, 1992.

LOVATO, P.E.; HAMMATT, N.; GIANINAZZI-PEARSON, V.; GIANINAZZI, S.

Mycorrhization of micropropagated mature wil cherry (Prunus avium L.) and common

ash (Fraxinus excelsior L.). Agric. Sci. Finl., v. 3, p. 297 – 301, 1994.

LOVATO, P.E.; GIANINAZZI-PEARSON, V.; TROUVELOT, A.; GIANINAZZI, S.

a. The state of art of mycorrhizas and micropropagation. Advanced Horticultural

Science, v. 10, p. 46 – 52, 1996.

LOVATO, P.E.; TROUVELOT, A.; GIANINAZZI-PEARSON, V.; GIANINAZZI, S.

b. Micorrização de plantas micropropagadas. In: SIQUEIRA, J.O. (ED.) Avanços em

fundamentos e aplicação de micorrizas. Lavras. 1996, p. 175 – 201.

Page 91: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

LUCAS GARCIA, J.A.; SCHLOTER, M.; DURKAYA, T.; HARTMANN, A.;

GUTIERREZ MANERO, F.J. Colonization of pepper roots by a plant growth

promoting Pseudomonas fluorescens strain. Biol. Fertil. Soils, v. 37, p. 381–385, 2003.

LUMINI, E.; GHIGNONE, S.; BIANCIOTTO, V.; BONFANTE, P. Endobacteria or

bacterial endosymbionts? To be or not to be. New Phytol., v. 170, p. 205–208, 2006.

LUZ, W.C. Rizobactérias promotoras de crescimento de plantas e de bioproteção.

Revisão Anual de Patologia de Plantas, v. 4, p. 1 – 49, 1996.

MAHAFFEE, W.F.; KLOEPPER, J.W. Temporal changes in the bacterial communities

of rhizosphere and endorrhiza associated with field-growth cucumber (Cucumis sativus

L.). Microb. Ecol., v. 34, p. 210 – 223, 1997.

MAIA, L.CL; YANO-MELO, A.M. Role of arbuscular mycorrhizal fungi in saline

soils. In: MEHROTRA, V.S. Mycorrhiza: role and applications. New Delhi: Allied

Publishers Pv.t, 2005, p. 282 – 302.

MAIA, L.C.; SILVEIRA, N.S.S.; CAVALCANTE, U.M.T. Interaction between

arbuscular fungi and root pathogens. In: RAI, M.K. Handbook of Microbial

Biofertilizers. New York: Haworth Press, 2006, p. 325 – 351.

MANICA, I. Fruticultura tropical 4. Banana. Porto Alegre: Cinco Continentes, 1997,

485 p.

MANTOVANELLO, C.M.; MELO, I.S. Isolamento e seleção de rizobactérias

promotoras de crescimento de plantas de tomate (Lycopersicon esculentum). Summa

Phytopathol., v. 20, p. 123 – 126, 1994.

MARIANO, R.L.R.; KLOEPPER, J.W. Método alternativo de biocontrole: resistência

sistêmica induzida por rizobactérias. Revisão Anual de Patologia de Plantas, v. 8, p.

121 – 137, 2000.

Page 92: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

MARULANDA, A.; BAREA, J.M.; AZCÓN, R. An Indigenous Drought-Tolerant

Strain of Glomus intraradices Associated with a Native Bacterium Improves Water

Transport and Root Development in Retama sphaerocarpa. Microbial Ecol., v. 52, p.

670–678, 2006.

MCINROY, J.A.; KLOEPPER, J.W. Survey of indigenous bacterial endophytes from

cotton and sweet corn. Plant Soil, v. 173, p. 337 – 342, 1995.

MEDINA, A.; PROBANZA, A.; GUTIERREZ MAÑERO, F.J.; AZCÓN, R.

Interactions of arbuscular-mycorrhizal fungi and Bacillus strains and their effects on

plant growth, microbial rhizosphere activity (thymidine and leucine incorporation) and

fungal biomass (ergosterol and chitin). Appl. Soil Ecol., v. 22, p. 15 – 28, 2003.

MELLO, M.R.F.; MARIANO, R.L.R.; MENEZES, M.; CÂMARA, T.R.; ASSIS,

S.M.P. Seleção de bactérias e métodos de bacterização para promoção de crescimento

em mudas de abacaxizeiro micropropagadas. Summa Phytopathol., v. 28, p. 222 –

228, 2002.

MELO, A.M.Y.; MAIA, L.C.; MORGADO, L.B. Fungos micorrízicos arbusculares em

bananeiras cultivadas no vale do submédio São Francisco. Acta bot. bras., 11, n. 2, p.

115 – 121, 1997.

MENGE, J.A. Utilization of vesicular-arbuscular mycorrhizal fungi in agriculture. Can.

J. Bot., v. 61, p. 1051 – 1024, 1983.

MISAGHI, I.J.; DONNDELINGER, C.R. Endophytic bacteria in symptom-free cotton

plants. Phytopathol., v. 80, p. 808 – 811, 1990.

MONTICELLI, S.; PUPPI, G.; DAMIANO, C. Effects of in vivo mycorrhization on

micropropagated fruit tree rootstocks. Appl. Soil Ecol., v. 15, p. 105 – 111, 2000.

MOREIRA, F.M.S.; SIQUEIRA, J.O. Microbiologia e Bioquímica do Solo. Lavras:

Editora UFLA, 2002, 626 p.

Page 93: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

NOWAK, J. Benefits of in vitro “Biotization” of plant tissue cultures with microbial

inoculants. In Vitro Cell. Dev. Biol. Plant, v. 34, p. 122 – 130, 1998.

OEHL, F.; SIEVERDING, E. Pacispora, a new vesicular arbuscular mycorrhrizal

fungal genus in the Glomeromycetes. J. Appl. Bot., v.78, p.72-82, 2004.

ORHAN, E.; ESITKEN, A.; ERCISLI, S.; TURAN, M.; SAHIN, F. Effects of plant

growth promoting rhizobacteria (PGPR) on yield, growth and nutrient contents in

organically growing raspberry. Sci. Hortic., v. 111, p. 38–43, 2006.

PEROTTI, R. On the limits of biological enquiry in soil science. Proc. Int. Soc. Soil

Sci., v. 2, p. 146 – 161, 1926.

PEROTTO, S.; BONFANTE, P. Bacterial associations with mycorrhizal fungi: close

and distant friends in the rhizosphere. Trends Microbiol., v. 5, n. 12, p. 496 – 501,

1997.

PILLAY, V.K.; NOWAK, J. Inoculum density, temperature, and genotype effects on in

vitro growth promotion and epiphytic and endophytic colonization of tomato

(Lycopersicum esculentum L.) seedlings inoculated with a pseudomonad bacterium.

Can. J. Microbiol., v. 43, p. 354 – 361, 1997.

PING, L.; BOLAND, W. Signals from the underground: bacterial volatiles promote

growth in Arabidopsis. Trends Plant Sci., v. 9, n. 6, p. 263 – 266, 2004.

PRESTON, G.M. Plant perceptions of plant growth-promoting Pseudomonas. Phil.

Trans. R. Soc. Lond.. v. 359, p. 907–918, 2004.

QUADT-HALLMAN, A.; BENHAMOU, N.; KLOEPPER, J.W. Bacterial endophytes

in cotton: mechanisms of entering the plant. Can. J. Microbiol., v. 43, p. 557 – 582,

1997.

QUATRINI, P.; GENTILE, M.; CARIMI, F.; PASQUALE, F.; PUGLIA, A.M. Effect

of native arbuscular mycorrhizal fungi and Glomus mosseae on acclimatization and

Page 94: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

development of micropropagated Citrus limon (L.) Burm. J. Hortic. Sci. Biotechnol.,

v. 78, p. 39 – 45, 2003.

RAI, M.K. Current advances in mycorrhization in micropropagation. In vitro Cell.

Dev. Biol. Plant, v. 37, p. 158 – 167, 2001.

RAPPARINI, F.; BARALDI, R.; BERTAZZA, G.; BRANZANTI, B.; PREDIERI, S.

Vesicular-arbuscular mycorrhizal inoculation of micropropagated fruit tress. J. Hortic.

Sci., v. 69, n. 6, p. 1101 – 1109, 1994.

RAVERKAR, K.; SINGH, A.B.; GANGULI, T.K. Interaction of Arbuscular

Mycorrhiza with Beneficial Microrganisms. In: MEHROTRA, V.S. Mycorrhiza: role

and applications. New Delhi: Allied Publishers Pvt., 2005. p. 204 – 236.

RAVNSKOV, S.; JAKOBSEN, I. Effects of Pseudomonas fluorescens DF57 on growth

and P uptake of two arbuscular mycorrhizal fungi in symbiosis with cucumber.

Mycorrhiza, v. 8, p. 329 – 334, 1999.

RILLIG, M.C. Arbuscular mycorrhizal, glomalin and soil aggregation. Can. J. Soil

Sci., v. 84, p. 355 – 363, 2004.

ROESTI, D.; GAUR, R.; JOHRI, B.N.; IMFELD, G.; SHARMA, S.; KAWALJEET,

K.; ARAGNO, M. Plant growth stage, fertiliser management and bio-inoculation of

arbuscular mycorrhizal fungi and plant growth promoting rhizobacteria affect the

rhizobacterial community structure in rain-fed wheat fields. Soil Biol. Biochem., v. 38,

p. 1111–1120, 2006.

ROMEIRO, R.S. Controle Biológico de enfermidades de plantas: fundamentos.

Viçosa: Ed. UFV, 2007. 269 p.

SARDI, P.; SARACCHI, M.; PETROLINI, B.; BORGONOVI, G.E.; MERLI, S.

Isolation of endophytic Streptomyces strains from surface-sterilized roots. Appl.

Environ. Microbiol., v. 58, n. 8, p. 2691 – 2693, 1992.

Page 95: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

SASTRY, M.S.R.; SHARMA, A.K.; JOHRI, B.N. Effect of an AM fungal consortium

and Pseudomonas on the growth and nutrient uptake of Eucalyptus hybrid.

Mycorrhiza, v. 10, p. 55–61, 2000.

SBRANA, C.; GIOVANNETTI, M.; VITAGLIANO, C. The effect of mycorrhizal

infection on survival and growth renewal of micropropagated fruit rootstocks.

Mycorrhiza, v. 5, p. 153 – 156, 1994.

SCHUβLER, A.; SCHWARZOTT, D. & WALKER, C. A new fungal phylum, the

Glomeromycota: phylogeny and evolution. Mycol. Res., v. 105, n. 12, p. 1413 – 1421,

2001.

SHENG, X.F. Growth promotion and increased potassium uptake of cotton and rape by

a potassium releasing strain of Bacillus edaphicus. Soil Biol. Bioch., v. 37, p. 1918–

1922, 2005.

SHISHIDO, M.; LOEB, B.M.; CHANWAY, C.P. External and internal root

colonization of lodgepole pine seedlings by two growth-promoting Bacillus strains

originated from different root microsites. Can. J. Microbiol., v. 41, p. 707 – 713, 1995.

SICILIANO, S.D.; THEORET, C.M.; DE FREITAS, J.R.; HUCL, P.J.; GERMIDA, J.J.

Differences in the microbial communities associated with the roots of different cultivars

of canola and wheat. Can. J. Microbiol., v. 44, p. 844 – 851, 1998.

SIDDIQUI, I.A.; SHAUKAT, S.S. Rhizobacteria-mediated induction of systemic

resistance (ISR) in tomato against Meloidogyne javanica. J. Phytopathol., v. 150, p.

469 – 473, 2002.

SIEVERDING, E. Vesicular-arbuscular Mycorrhiza Management in Tropical

Agrosystems. Eschbron: GTZ. Detsche Gesellschaft Für Tchnisches. Zuscimmenarbeit,

371 p., 1991.

Page 96: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

SIEVERDING, E.; OEHL, F. Revision of Entrophospora and description of

Kuklospora and Intraspora, two new genera in the arbuscular mycorrhizal

Glomeromycetes. J. Appl. Bot. Food Qual., v. 80 p. 69-81, 2006.

SILVA, S.O.; ALVES, E.J.; SHEPHERD, K.; DANTAS, J.L.L. Cultivares. In: ALVES,

E.J. A cultura da banana: aspectos técnicos, socioeconômicos e agroindustriais. 2ª

edição. Brasília: Embrapa – SPI / Cruz das Almas: Embrapa – CNPMF, 1999, p. 85 –

105.

SILVA, S.O. Cultivares de banana para exportação. In: CORDEIRO, Z.J.M. Banana.

Produção: aspectos técnicos. Brasília: Embrapa Comunicação para Transferência de

Tecnologia, 2000, p. 30 – 38.

SILVA, H.S.A.; ROMEIRO, R.S.; MOUNTEER, A. Development of a root

colonization bioassay for rapid screening of rhizobacteria for potential biocontrol

agents. J. Phytopathol., v. 151, p. 42 – 46, 2003.

SILVA, M.A.; CAVALCANTE, U.M.T.; SILVA, F.S.B.; SOARES, S.A.G.; MAIA,

L.C. Crescimento de mudas de maracujazeiro-doce (Passiflora alata Curtis) associadas

a fungos micorrízicos arbusculares (Glomeromycota). Acta. bot. bras., v. 18, n. 4, p.

981 – 985, 2004.

SILVEIRA, A.P.D. Micorrizas. In: CARDOSO, E.J.B.N.; TSAI, S.M.; NEVES, M.C.P.

Microbiologia do Solo. CARDOSO, E.J.B.N. (Coord.) Campinas: Sociedade Brasileira

de Ciência do Solo, p. 257 - 282, 1992.

SILVEIRA, E.B. Bactérias promotoras de crescimento de plantas e biocontrole de

doenças. In: MICHEREFF, S.J. & BARROS, R. Proteção de plantas na agricultura

sustentável. Recife: UFRPE. Imprensa Universitária. p. 71 – 100, 2001.

Page 97: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

SILVEIRA, S.V.; SOUZA, P.V.D.; KOLLER, O. C. Influência de fungos micorrízicos

arbusculares sobre o desenvolvimento vegetativo de porta-enxertos de abacateiro. Pesq.

agropec. bras., v. 37, n. 3, p. 303 – 309, 2002.

SILVEIRA, E.B.; GOMES, A.M.A.; MARIANO, R.L.R.; SILVA NETO, E.B.

Bacterização de sementes e desenvolvimento de mudas de pepino. Hortic. bras., v. 22,

n. 2, p. 217 – 221, 2004.

SINGH, S.; KAPOOR, K.K. Inoculation with phosphate-solubilizing microorganisms

and a vesicular-arbuscular mycorrhizal fungus improves dry matter yield and nutrient

uptake by wheat grown in a sandy soil. Biol. Fertil. Soils, v. 28, p. 139–144,

1999.ORIGINAL

SIQUEIRA, J.O.; FRANCO, A.A. Ciências agrárias nos Trópicos Brasileiros.

Biotecnologia do solo (Fundamentos e perspectivas). Brasília:

MEC/ESAL/FAEP/ABEAS, p. 125 – 166, 1988.

SIQUEIRA, J.O. Micorrizas e micorrizologia. In: SIQUEIRA, J.O. (Ed.) Avanços em

fundamentos e aplicação de micorrizas. Lavras: Editora UFLA, 1996, p. 1 – 4.

SMITH, S.E. & READ, D.J. Mycorrhizal Simbiosis. Second edition. Califórnia:

Academic Press, 506 p., 1997.

SPAIN, J.L.; SIEVERDING, E.; OEHL, F. Appendicispora: a new genus in the

arbuscular mycorrhiza- forming Glomeromycetes, with a discussion of the genus

Archaeospora. Mycotaxon, v.97, p.163-182, 2006.

SOOD, S.G. Chemotactic response of plant-growth-promoting bacteria towards roots of

vesicular-arbuscular mycorrhizal tomato plants. FEMS Microbiol. Ecol., v. 45, p. 219

– 227, 2003.

SOUZA, A.S.; DANTAS, J.L.L.; SOUZA, F.V.D.; CORDEIRO, Z.J.M.; SILVA

NETO, S.P. Propagação. In: ALVES, E.J. A cultura da banana: aspectos técnicos,

Page 98: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

socioeconômicos e agroindustriais. 2ª edição. Brasília: Embrapa – SPI / Cruz das

Almas: Embrapa – CNPMF, 1999, p. 151 – 195.

STALEY, T.E.; LAWRENCE, E.G.; NANCE, E.L. Influence of a plant growth-

promoting pseudomonad and vesicular-arbuscular mycorrhizal fungus on alfalfa and

birdsfoot trefoil growth and nodulation. Biol. Fertil. Soils, v. 14, p. 175 – 180, 1992.

STURZ, A.V. The role of endophytic bacteria during seed piece decay and potato

tuberization. Plant Soil, v. 175, p. 257 – 263, 1995.

STURZ, A.V.; CHRISTIE, B.R.; NOWAK, J. Bacterial endophytes: potential role in

developing sustainable systems of crop production. Crit. Rev. Plant Sci., v. 19, n. 1, p.

1 – 30, 2000.

STURZ, A.V.; MATHESON, B.G.; ARSENAULT, W.; KIMPINSKI, J.; CHRISTIE,

B.R. Weeds as a source of plant growth promoting rhizobacteria in agricultural soils.

Can. J. Microbiol., v. 47, p. 1013 – 1024, 2001.

SUBHAN, S. SHARMILA, P.; SARADHI, P. Glomus fasciculatum alleviates

transplantation shock of micropropagated Sesbania sesban. Plant Cell Rep., v. 17, p.

268 – 272, 1998.

SURETTE, M.; STURZ, A.V.; LADA, R.R.; NOWAK, J. Bacterial endophytes in

processing carrots (Daucus carota L. var. sativus): their localization, population

density, biodiversity and their effects on plant growth. Plant Soil, v. 253, p. 381 – 390,

2003.

TAYLOR, J.; HARRIER, L.A. A comparison of development and mineral nutrition of

micropropagated Fragaria x ananassa cv. Elvira (strawberry) when colonized by nine

species of arbuscular mycorrhizal fungi. Appl. Soil Ecol., v. 18, p. 205 – 215, 2001.

TEIXEIRA, L.A.J. Cultivares de bananeira. In: RUGGIERO, C. Bananicultura.

Jaboticabal: Funep, 2001, p. 150 – 170.

Page 99: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

TERVET, I.W.; HOLLIS, J.P. Bacteria in the storage organs of healthy plants.

Phytopathol., v. 48, p. 960 – 967, 1948.

TRINDADE, A.V.; LINS, G.M.L.; MAIA, C.S. Substratos e fungo micorrízico

arbuscular em mudas micropropagadas na fase de aclimatação. Rev. Bras. Frutic., v.

25, p. 137 – 142, 2003.

vAN PEER, R.; PUNTE, H.L.M.; DE WEGER, L.; SCHIPPERS, B. Characterization of

root surface and endorhizosphere Pseudomonads in relation to their colonization of

roots. Appl. Environ. Microbiol., v. 56, n. 8, p. 2462 – 2470, 1990.

VARMA, A.; SCHÜEPP, H. Infectivity and effectiveness of Glomus intraradices on

micropropagated plants. Mycorrhiza, v. 5, p. 29 – 37, 1994.

VARMA, A.; SCHUEPP, H. Mycorrhization of the commercially important

micropropagated plants. Crit. Rev. Biotechnol., v. 15, p. 313 – 328, 1995.

VESSEY, J.K. Plant growth promoting rhizobacteria as biofertilizers. Plant Soil, v.

255, p. 571–586, 2003.

VESTBERG, M. a. The effect of vesicular-arbuscular mycorrhizal inoculation on the

growth and root colonization of ten strawberry cultivars. Agric. Sci. Finl., v. 1, p. 527 -

534, 1992.

VESTBERG, M. b. Arbuscular mycorrhizal inoculation of micropropagated strawberry

and field observation in Finland. Agronomie, v. 12, p. 865 – 867, 1992.

VIVAS, A.; MARULANDA, A.; GOMEZ, M.; BAREA, J.M.; AZCON, R.

Physiological characteristics (SDH and ALP activities) of arbuscular mycorrhizal

colonization as affected by Bacillus thuringiensis inoculation under two phosphorus

levels. Soil Biol. Biochem., v. 35, p. 987–996, 2003.

VIVAS, A.; BAREA, J.M.; AZCÓN, R. Interactive effect of Brevibacillus brevis and

Glomus mosseae, both isolated from Cd contaminated soil, on plant growth,

Page 100: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

physiological mycorrhizal fungal characteristics and soil enzymatic activities in Cd

polluted soil. Environ. Pollut., v. 134, p. 257–266, 2005.

VIVAS, A.; BIRO, B.; RUÝZ-LOZANO, J.M.; BAREA, J.M.; AZCÓN, R. Two

bacterial strains isolated from a Zn-polluted soil enhance plant growth and mycorrhizal

eficiency under Zn-toxicity. Chemosphere, v. 62, p. 1523–1533, 2006.

VOSÁTKA, M.; GRYNDLER, M.; PRIKRYL, Z. Effect of the rhizosphere bacterium

Pseudomonas putida, arbuscular mycorrhizal fungi and substrate composition on the

growth of strawberry. Agronomie, v. 12, p. 859 – 863, 1992.

VOSÁTKA, M.; GRYNDLER, M. Treatment with culture fractions from Pseudomonas

putida modifies the development of Glomus fistulosum mycorrhiza and the response of

potato and maize plants to inoculation. Appl. Soil Ecol., v. 11, p. 245 – 251, 1999.

WELLER, D.M. Biological control of soilborne plant pathogens in the rhizosphere with

bacteria. Annu. Rev. Phytopathol., v. 26, p. 379 – 407, 1988.

WENHUA, T.; HETONG, Y. Research and application of biocontrol of plant diseases

and PGPR in China. In: OGOSHI, A.; KOBAYASHI, K.; HOMMA, Y.; KODAMA, F.;

KONDO, N.; AKINO, S. Plant growth-promoting rhizobacteria: present status and

future prospects. Proceedings of the Fourth International Workshop on Plant Growth-

Promoting Rhizobacteria. Sapporo, 1997, p. 2 – 9.

WHITESIDES, S.K.; SPOTTS, R.A. Frequency, distribution and characteristics of

endophytic Pseudomonas syringae in pear trees. Phytopathol., v. 81, p. 453 – 457,

1991.

XAVIER, L.J.C.; GERMIDA, J.J. Bacteria associated with Glomus clarum spores

influence mycorrhizal activity. Soil Biol. Biochem., v. 35, p. 471–478, 2003.

Page 101: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

YANO-MELO, A.M.; SAGGIN, O.J.; LIMA-FILHO, J.M.; MELO, N.F.; MAIA, L.C.

Effect of arbuscular mycorrhizal fungi on the acclimatization of micropropagated

banana plantlets. Mycorrhiza 9, 119 – 123, 1999.

YANO-MELO, A.M.; SAGGIN, O.J.; MAIA, L.C. Tolerance of mycorrhized banana

(Musa sp. cv. Pacovan) plantlets to saline stress. Agric. Ecosyst. Environ. 95, 343 –

348, 2003.

Page 102: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

CAPÍTULO 2

Seleção de isolados de bactérias para a promoção do crescimento

de mudas micropropagadas de bananeira cv. Grand Naine

e antagonismo a Fusarium oxysporum f.sp. cubense

Page 103: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

SELEÇÃO DE ISOLADOS DE BACTÉRIAS PARA A PROMOÇÃO DO

CRESCIMENTO DE MUDAS MICROPROPAGADAS DE BANANEIRA CV.

GRAND NAINE E ANTAGONISMO A Fusarium oxysporum f.sp. cubense

Bactérias epifíticas e endofíticas foram isoladas de raízes de bananeiras sadias de

diferentes cultivares e caracterizadas quanto à fisiologia, promoção do crescimento de

bananeiras cv. Grande Naine e na inibição in vitro de Fusarium oxysporum f. sp.

cubense. Um total de 82 isolados bacterianos foi obtido em diferentes proporções

quanto ao hábito e a cultivar de bananeira. Houve predominância de bactérias epifíticas

(53,7%) e de Gram-positivas (67,1%). Nove isolados produziram pectinase, 37

produziram ácido indolacético e dois produziram β-1,3-glucanase. Nenhum dos isolados

foi capaz de produzir celulase, ácido cianídrico, quitinase ou solubilizar fosfato.

Incrementos de até 82% para a biomassa fresca da parte aérea e de até 263% para a

biomassa fresca de raízes foram observados no desenvolvimento de mudas

micropropagadas de bananeiras cv. Grand Naine quando inoculadas com seis isolados

mais eficientes (BAN29, BAN36, BAN81, BAN82, S1 e S2); assim como, houve

redução no crescimento das mudas de até 45% quando bacterizadas com cinco isolados.

Dentre os seis isolados caracterizados como RPCPs, o BAN36 foi capaz de inibir o

crescimento micelial de Fusarium oxysporum f. sp. cubense em placas de Petri (até

67%). Isolados bacterianos epifíticos e endofíticos de raízes de bananeiras são capazes

de produzir substâncias com potencial biotecnológico, de promover o crescimento de

mudas micropropagadas de bananeiras cultivar Grand Naine e de inibir o crescimento

de F. oxysporum f.sp. cubense in vitro.

Palavras-chave: Musa, Bactérias promotoras de crescimento de plantas, Mal-do-

Panamá

Page 104: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

1. INTRODUÇÃO

A rizosfera é um ambiente rico em quantidade e diversidade de microrganismos,

os quais vivem em constante interação. Rizobactérias são habitantes comuns deste

ambiente e podem colonizar internamente (endofíticas) ou externamente (epifíticas) os

tecidos de várias plantas, influenciando diretamente o desenvolvimento e a sanidade dos

hospedeiros (Barea et al., 2005). Algumas se comportam como bactérias promotoras do

crescimento de plantas (BPCPs) ou biocontroladoras (Kloepper e Schroth, 1981; Bashan

e Holguin, 1998). O isolamento destas rizobactérias tem sido alvo constante de

pesquisas, especialmente em culturas de ciclo curto, como algodão (Gossypium

hirsutum L.) (McInroy e Kloepper, 1995), pepino (Cucumis sativus L.) (Silveira et al.,

2004), soja (Glycine max (L.) Merr.) (Kuklinky-Sobral et al., 2004), alface (Lactuca

sativa L.) (Gomes et al., 2003), entre outros. A utilização de BPCPs para a promoção do

crescimento de diversas culturas ou como microrganismos potenciais para o controle de

doenças constitui uma prática biotecnológica recente que tem contribuído para a

redução de insumos químicos e de agrotóxicos (Luz, 1996). Porém, a utilização

consciente e mais eficiente depende do conhecimento da interação específica bactéria e

planta hospedeira e também da associação com outros microrganismos (Kuklinky-

Sobral et al., 2004).

As BPCPs podem atuar estimulando diretamente o desenvolvimento das plantas

hospedeiras por diversos mecanismos como produção de fitohormônios, aumento da

permeabilidade de raízes, produção de ácido cianídrico ou solubilização de nutrientes

essenciais como fósforo, potássio e ferro ou fixação de nitrogênio. Indiretamente, as

RPCPs podem beneficiar o desenvolvimento das plantas através do biocontrole de

doenças por antibiose, competição por nutrientes e por ferro e indução de resistência,

Page 105: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

entre outros (Luz, 1996; Cattelan e Hartel, 2000; Romeiro, 2007). A caracterização

bioquímica dos isolados de BPCPs constitui passo inicial para a seleção dos isolados

que devem ser testados quanto à promoção do crescimento ou biocontrole de doenças

(Cattelan et al., 1999; Dey et al., 2004).

A propagação in vitro de plantas priva-as da interação com microrganismos

benéficos e as mudas produzidas são mais sensíveis às condições abióticas de ambientes

não controlados e a patógenos radiculares, pois são fisiologicamente menos

desenvolvidas e suscetíveis a doenças. A introdução desses microrganismos na fase in

vitro ou de aclimatização pode corrigir o problema e trazer os benefícios esperados no

vigor e desenvolvimento das mudas e produtividade das plantas, como relatado em

batata (Solanum tuberosum L.), tomateiro (Lycopersicon esculentum Mill.) e pepino

(Cucumis sativus L.) (Frommel et al., 1991; Mantovanello e Melo, 1994; Conn et al.,

1997; Kokalis-Burelle et al., 2002).

Apesar de ser uma frutífera bastante cultivada e consumida nos países tropicais,

a bananeira (Musa spp.) ainda é uma cultura que necessita de pesquisas. Bactérias

associadas a bananeira foram relatadas por Vlassak et al. (1992), Weber et al. (2000) e

Cao et al. (2004). A produtividade da cultura também é frequentemente afetada por

doenças causadas por fungos fitopatogênicos, entre as quais se destaca o Mal-do-

Panamá, cujo agente é o Fusarium oxysporum Schlecht. f. sp. cubense (E. F. Smith)

Snyd. & Hans, de ocorrência ampla em todos os Estados brasileiros (Cordeiro e Matos,

2000; Trindade et al., 2002). Mecanismos que atuam no biocontrole de fungos

fitopatogênicos têm sido evidenciados entre as BPCPs, como antibiose e competição

através da produção de sideróforos (Compant et al., 2005; Haas e Défago, 2005). Cao et

al. (2004) e Mohandas et al. (2004) observaram que a utilização de rizobactérias pode

ser uma alternativa eficiente no controle de F. oxysporum f. sp. cubense.

Page 106: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

Os objetivos deste trabalho foram selecionar, em casa de vegetação, isolados de

bactérias epifíticos e endofíticos efetivos quanto à promoção do crescimento de

bananeira micropropagada da cultivar Grand Naine e testar esses isolados in vitro para

antibiose a F. oxysporum f. sp. cubense.

2. MATERIAL E MÉTODOS

2.1. Seleção do processo de desinfestação superficial de raízes de bananeiras para

isolamento de bactérias endofíticas: adaptando o método de isolamento de bactérias

endofíticas descrito por Gomes et al. (2005) foram testados 12 processos de

desinfestação superficial com diferentes produtos desinfestantes e tempos de exposição

das raízes ao produto (Quadro 1). Fragmentos de raízes de 5 – 10 mm de diâmetro (1 g)

foram submetidos aos diferentes processos de desinfestação superficial, transferidos

para tubos de ensaio contendo 9 mL de água destilada esterilizada (ADE) e submetidos

a banho de ultra-som por 10 minutos. Uma alíquota da suspensão obtida (0,1 mL) foi

depositada em placas de Petri contendo o meio Extrato de levedura-dextrose-ágar

nutritivo (NYDA) (Pusey e Wilson, 1984), com três repetições, que consistiu no teste de

esterilidade. Caso colônias bacterianas fossem observadas, o isolamento não poderia ser

considerado de bactérias endofíticas. Após 36 a 48 h do plaqueamento contaram-se,

quando presentes, o número de colônias, considerando apenas aquelas que continham

entre 1 a 300 colônias por placa. Determinou-se as unidades formadoras de colônias

(UFC) por mL pela fórmula UFC/mL = número médio de colônias x diluição da

amostra x 10. Estimativas do número de colônias foram feitas quando não era possível a

contagem de colônias isoladas. Os melhores métodos que apresentaram ausência de

Page 107: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

colônias bacterianas no teste de esterilidade foram repetidos duas vezes para

confirmação da eficiência do processo de desinfestação.

Page 108: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

Quadro 1. Processos de desinfestação superficial de raízes testados para isolamento de bactérias endofíticas de raízes de bananeiras

Etapas do processo Métodos

1 2 3 4

Referência

I Etanol 75% (1 min) NaOCl 1% (3 min) Etanol 95% (30 s) ADE - 3 x (30s) Photita et al. (2001)

II Etanol 70% (30s) NaOCl 1% (2 min) ADE – 3x (30 s) -1

III Etanol 70% (30 s) NaOCl 4% (3 min) ADE – 3x (30 s) Dobranic et al. (1995)

IV Etanol 50% (30 s) NaOCl 0,7% (3 min) ADE - 3x (30 s) Gomes et al. (2005)

V Etanol 70% (5 min) NaOCl 1,5% (20 min) ADE – 3x (30 s) -

VI Etanol 70% (5 min) NaOCl 0,9% (20 min) ADE – 3x (30 s) -

VII Etanol 70% (5 min) NaOCl 1,5% (30 min) ADE – 3x (30 s) -

VIII Etanol 70% (5 min) NaOCl 0,9% (20 min) NaHCO3 10% (30 s) ADE – 3x (30 s) Cao et al. (2004)

IX Etanol 70% (5 min) NaOCl 0,9% (20 min) Flambagem (5x) -

X Etanol 70% (5 min) CaOCl 2% (20 min) ADE – 4x (30 s) Tervet e Hollis (1948)

XI Etanol 70% (5 min) CaOCl 5% (20 min) ADE – 4x (30 s) -

XII Etanol 70% (5 min) CaOCl 10% (20 min) ADE – 4x (30 s) -

1 (-) processos de desinfestação adaptados, com modificações no tempo de exposição e concentração do produto empregado

Page 109: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

2.2. Isolamento de bactérias endofíticas e epifíticas de raízes de bananeiras: Para o

isolamento foram utilizados fragmentos de raízes de 5 – 10 mm de diâmetro

(aproximadamente 1 g) de cultivares de bananeiras sadias [Ouro – AA, Pacovan e Prata

– AAB (Subgrupo Prata), Prata Anã - AAB, Comprida – AAB (Subgrupo Terra) e Maçã

– AAB], coletados em plantios domésticos do Recife – PE. Para o isolamento de

bactérias epifíticas e endofíticas foi utilizado o método de Gomes et al. (2005), com

modificações para o isolamento de endofíticos no qual foi utilizado hipoclorito de cálcio

(CaOCl) 5% por 20 min. Para o isolamento de Pseudomonas spp. fluorescentes utilizou-

se o meio B de King (KMB) (King et al., 1954). Para o isolamento de bactérias

eutróficas utilizou-se NYDA e Batata-dextrose-ágar (BDA) (Tuite, 1969) para o

isolamento de Bacillus spp. após aquecimento da suspensão em banho-maria a 80 °C.

As placas foram mantidas por 24 - 48 h à temperatura média ambiente de 25 ± 2 °C e as

colônias que se apresentaram distintas quanto aos aspectos morfológicos e coloração

foram purificadas em meio NYDA e preservadas em ADE, sendo armazenadas em

temperatura ambiente. De cada isolado bacteriano obtido morfologicamente diferente

foram contadas as UFC daquela diluição que se obtiveram repetições com colônias

contáveis (até 300 UFC por placa).

2.3. Caracterização bioquímica dos isolados bacterianos: todos os isolados

bacterianos obtidos das raízes de bananeira foram estudados quanto aos mecanismos de

ação: produção de ácido cianídrico (HCN) e ácido indolacético (AIA), solubilização de

fosfato, produção de pectinase e celulase, produção de β-1,3-glucanase e quitinase

(Cattelan, 1999). O delineamento experimental foi inteiramente casualizado com três

repetições, sendo a unidade experimental constituída por uma placa. Como controles

positivos foram utilizados os isolados Burkholderia cepacia (Palleroni and Holmes)

Page 110: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

Yabuuchi et al.) GN1201 (positivo para ácido cianídrico), Pseudomonas chlororaphis

(Guignard and Sauvageau) Bergey et al.) GN1212 (positivo para solubilização de

fosfato) e Chryseobacterium (Flavobacterium) indologenes GW2103 (positivo para

ácido indolacético), cedidos pelo Dr. Catellan (Embrapa Soja) e Bacillus sp. RAB9

(positivo para pectinase) pertencente à Coleção de Culturas do Laboratório de

Fitobacteriologia da UFRPE.

2.4. Seleção dos isolados quanto à promoção de crescimento de bananeiras cv.

Grand Naine: foi realizado um experimento para a seleção de bactérias promotoras de

crescimento de mudas micropropagadas de bananeira, em fase inicial de aclimatização,

em casa de vegetação. Plântulas de bananeira, cv. Grand Naine, com aproximadamente

10 cm de altura, foram obtidas na Multiplanta Tecnologia Vegetal (Andradas, MG) em

bandejas contendo substrato comercial desinfestado. Foram testados 68 isolados obtidos

das raízes de bananeira, dois actinomicetos obtidos em testes de isolamento

preliminares de raízes de bananeira e mais 4 isolados de comprovada efetividade na

promoção do crescimento de bananeira da cultivar Pacovan (Mariano et al., 2003):

RAB9 (isolado epifítico de folha de rabanete [Raphanus sativus L.] identificado como

Bacillus sp.), E2 (isolado não identificado obtido de semente de [Brassica oleraceae

L.], ENF24 (isolado endofítico de semente de feijão [Phaseolus vulgaris L.]

identificado como Bacillus pumilis Meyer & Gottheil) e C210 (isolado epifítico de folha

de couve [Brassica oleraceae L.] identificado como Bacillus cereus Frankland and

Frankland). Todos os isolados testados encontram-se depositados na Coleção de

Culturas do Laboratório de Fitobacteriologia da UFRPE. O experimento foi realizado

seguindo um delineamento inteiramente casualizado, com 74 tratamentos de

bacterização + um tratamento controle e 8 repetições. As suspensões foram preparadas a

Page 111: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

partir de culturas com 36 horas de idade em meio NYDA mantidas em temperatura

ambiente. Foi adicionada ADE e ajustou-se as concentrações para A580 = 0,7 em

fotocolorímetro. A bacterização consistiu na infestação do substrato com 50 mL de

suspensão bacteriana / planta no momento do transplantio das mudas para potes de 1 Kg

contendo solo (Latossolo Amarelo Distrófico Argissólico) coletado em Aldeia

(Camaragibe – PE). Este solo apresentou as seguintes características após a

desinfestação com Basamid® (Dazomet, Ihara Bras.): pH: 5,5, P (mg/dm3): 9, Na+, K+,

Ca+2+Mg+2, Ca+2, Al+3, H+Al (cmolc/ dm3): 0,44, 0,10, 1,95, 1,35, 0,25, 4,19,

respectivamente; C.O. e M.O. (g/Kg): 10,59 e 18,26, respectivamente. O tratamento

controle consistiu na deposição de ADE no substrato com mudas transplantadas nas

mesmas condições anteriores. As mudas foram mantidas em casa de vegetação, em

temperatura e umidade relativa mínima de 27,7°C e 49% e máxima de 31,5°C e 65%,

respectivamente; sendo irrigadas em dias alternados. Para avaliação da promoção do

crescimento das mudas foram realizadas, quinzenalmente, medições de altura (medida

do colo do pseudocaule até o final do comprimento total da última folha emitida

completamente estendida), diâmetro do pseudocaule e número de folhas. Aos 75 dias

após a bacterização e transplantio, realizou-se a coleta das mudas, avaliando-se a

biomassa fresca e seca da parte aérea e biomassa fresca de raízes. A biomassa seca foi

avaliada após secagem em estufa a 60 °C até que o material atingisse peso constante. A

partir dos dados obtidos calculou-se o índice de aumento ou de redução (IA ou IR) da

biomassa fresca da parte aérea e de raízes utilizando-se a fórmula IA ou IR (%) = (Tr –

Test)/ Test x 100; onde Tr = tratamento e Test = testemunha. Também se calculou a

taxa de crescimento aos 45, 60 e 75 dias, utilizando-se a fórmula modificada TC (%) =

π. y2. altura/ dias após a bacterização das mudas, onde y = diâmetro do pseudocaule / 2

(Sieverding, 1991). Para análise estatística, todos os dados foram submetidos à análise

Page 112: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

de variância, sendo as médias comparadas pelo teste de agrupamento de Scott-Knott

(P=0,05) efetuado com o auxílio do programa SAEG (Sistema de Análise Estatística e

Genética, UFV, Viçosa, MG, 2005).

2.5. Antagonismo in vitro de RPCPs contra Fusarium oxysporum f. sp. cubense:

foram utilizadas nos experimentos in vitro rizobactérias promotoras do crescimento de

bananeiras cv. Grand Naine, selecionadas em casa de vegetação, codificadas como

BAN29, BAN36, BAN81, BAN82, S1 e S2. As bactérias preservadas em ADE e foram

transferidas para placas contendo NYDA, sendo colônias isoladas repicadas para tubos

com o mesmo meio. As suspensões bacterianas foram preparadas em ADE a partir de

culturas com 48 horas e a concentração ajustada para 108 UFC/mL em fotocolorímetro

segundo equações pré-determinadas para cada isolado bacteriano. Os isolados de F.

oxysporum f. sp. cubense foram obtidos de mudas de Musa spp. com sintomas do Mal

do Panamá depositados na Micoteca URM da UFPE (Foc2201 e Foc267) e na Coleção

de Fungos do Departamento de Agronomia, Área de Fitossanidade da UFRPE (Foc802

e Foc1236), sendo mantidos em tubos ou placas de Petri com BDA. No teste de

antagonismo in vitro, foram realizados dois experimentos sendo o primeiro pelo método

do pareamento em placas e o segundo pela biomassa seca. No pareamento em placas

utilizou-se o meio BDA no qual as bactérias com 36 h de cultivo em meio NYDA foram

semeadas em risca a 2,5 cm de um dos bordos da placa (9 cm). Na outra extremidade da

placa foi colocado disco de BDA (5 mm de diâmetro) contendo micélio de colônias

jovens do patógeno (7 dias de crescimento). As placas foram incubadas por 9 dias sob

alternância luminosa e temperatura ambiente (25 ± 2 °C). No método da biomassa seca,

em frascos de Erlenmeyer de 125 mL contendo 50 mL do meio BD foram colocados 1

mL da suspensão de cada rizobactéria e dois discos de BDA com o patógeno com 9 dias

Page 113: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

de crescimento. Os tratamentos controles corresponderam à inoculação dos discos de

BDA com o patógeno, sendo o inóculo bacteriano substituído por ADE. Os frascos

foram incubados sob alternância luminosa e temperatura ambiente sendo agitados

manualmente, duas vezes ao dia, durante doze dias. O delineamento experimental foi

inteiramente casualizado correspondendo a 6 tratamentos com as RPCP (BAN29,

BAN36, BAN81, BAN82, S1 e S2) e 4 isolados de F. oxysporum f. sp. cubense

(Foc2201, Foc267, Foc802 e Foc1236), com 4 repetições (pareamento em placas) ou 4

tratamentos com as RPCP (BAN29, BAN36, BAN81, BAN82 e 4 isolados de F.

oxysporum f. sp. cubense (Foc2201, Foc267, Foc802 e Foc1236, com 8 repetições

(antagonismo em meio líquido). No primeiro experimento, as avaliações foram

realizadas pela medição do crescimento fúngico (cm) com régua milimetrada quando o

crescimento do patógeno na testemunha atingiu o bordo da placa. No segundo

experimento foi avaliada a produção da biomassa seca micelial, após filtração em gaze,

lavagem com ADE, transferência do micélio para caixas de papel alumínio previamente

secas e pesadas, sendo posteriormente colocadas novamente em estufa a 60 °C por 24

horas até se obter o micélio seco. A quantificação foi realizada pela diferença entre o

peso da caixa de alumínio + micélio seco e o peso da caixa de alumínio. A percentagem

de inibição do desenvolvimento fúngico em ambos os testes foi calculada conforme

Akköprü e Demik (2005): Inibição (%) = raio/biomassa da colônia fúngica (RCF ou

BCF) sem a rizobactéria – RCF ou BCF com rizobactéria/ RCF ou BCF sem a

rizobactéria x 100. Os experimentos foram repetidos duas vezes. Os dados foram

submetidos à análise de variância utilizando o Programa SAEG (UFV) e as médias

comparadas pelo teste de Tukey (P≤0,05). Os dados da biomassa seca micelial foram

transformados em √x+1.

Page 114: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

3. RESULTADOS

A maioria dos processos de desinfestação superficial de raízes de bananeiras

testados não foi eficiente, pois se observou crescimento bacteriano em geral maior do

que 3 x 104 UFC / mL. Os tratamentos VII, VIII e IX apenas em alguns testes sem

repetibilidade mostraram-se efetivos. Os tratamentos X, XI e XII foram os mais

eficientes eliminando completamente todo crescimento bacteriano epifítico (Quadro 1).

O tratamento selecionado para a realização dos isolamentos de bactérias endofíticas foi

o que empregava a desinfestação com hipoclorito de cálcio (CaOCl) na proporção de

5% durante 20 minutos por consistir de concentração intermediária entre os demais,

comprovando que os isolados assim obtidos eram realmente endofíticos, pois não

ocorria dilaceração de tecidos.

No isolamento das rizobactérias a partir de raízes sadias de bananeiras um total

de 82 isolados foi obtido, sendo 44 epifíticos (53,7%) e 38 endofíticos (46,3%). Destes,

dois isolados de actinomicetos, S1 e S2, foram obtidos na seleção preliminar do

processo de desinfestação para isolamento de bactérias endofíticas. Maior número de

isolados foi obtido no isolamento das cultivares Prata e Maçã. O habitat dos isolados

diferiu em proporção de acordo com as cultivares de bananeira. As maiores

porcentagens de isolados epifíticos obtidos foram da Prata Anã (100%) e Prata (76,2%).

Apenas no isolamento de ‘Pacovan’ e ‘Comprida’ houve maior predominância de

isolados endofíticos do que epifíticos. Na cultivar Ouro a proporção foi de 50% para

bactérias epifíticas e endofíticas (Tabela 1).

Page 115: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

Tabela 1. Isolados bacterianos obtidos de raízes de cultivares de bananeira sadias

Total e freqüência (%) de isolados Cultivar de

bananeira Total Endofíticos Epifíticos

Pacovan 19 (23,2) 12 (63,2) 7 (36,8)

Prata Anã 5 (6,1) - 5 (100,0)

Comprida 10 (12,2) 7 (70,0) 3 (30,0)

Ouro 6 (7,3) 3 (50,0) 3 (50,0)

Prata 21 (25,6) 5 (23,8) 16 (76,2)

Maçã 21 (25,6) 11 (52,4) 10 (47,6)

Total de isolados 82 (100,0) 38 (46,3) 44 (53,7)

Quanto ao número de UFC por cultivar, observou-se que houve maior

representatividade total de bactérias na cultivar Pacovan, com 60,3% das UFC totais,

sendo seguida pela cultivar Ouro (22,9%), enquanto as cultivares Prata, Prata Anã,

Comprida, e Maçã tiveram a menor freqüência, com 6,62; 6,18; 3,20 e 0,64%,

respectivamente. Observou-se também que a proporção de UFC dos isolados epifíticos

foi maior que 93% para todas as cultivares, com exceção da cultivar Comprida que teve

maior número de UFC para isolados endofíticos (69,8%) (Tabela 2).

Page 116: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

Tabela 2. População de rizobactérias (total, endofítica e epifítica) e freqüência

detectada por hábito e cultivar de bananeira

População total População

endofítica

População

epifítica

Cultivar de

bananeira

UFC x 102/g de tecido fresco e freqüência

Pacovan 94.754,1 (60,3) 104,1 (0,1) 94.650,0 (99,9)

Prata Anã 9.710,0 (6,2) - 9.710,0 (100,0)

Comprida 5.032,1 (3,2) 3.512,0 (69,8) 1.520,1 (30,2)

Ouro 36.090,0 (22,9) 90,0 (0,2) 36.000,0 (99,8)

Prata 10.398,9 (6,6) 18,9 (0,2) 10.380,0 (99,8)

Maçã 997,3 (0,6) 57,1 (6,7) 940,2 (93,3)

Total 15699,2 3782,1 153200,3

A origem em relação a cultivar de bananeira, hábito, a população detectada (em

UFC x 102/g de tecido fresco), a reação de Gram e caracterização fisiológica quanto à

produção de pectinase, ácido indolacético e β-1,3-glucanase dos isolados bacterianos

encontram-se na Tabela 3. Do total de 82 isolados, 55 (67,1%) foram Gram-positivos e

27 (32,9%) foram Gram-negativos. Quanto às características fisiológicas verificou-se

que apenas 9 (11%) isolados produziram pectinase (BAN3, BAN6, BAN23, BAN25,

BAN30, BAN36, BAN37 e BAN48). Entretanto, 37 isolados foram produtores de ácido

indolacético, o que corresponde a 45%, dos quais 54% eram endofíticos (Tabelas 3 e 4).

Apenas dois isolados foram capazes de produzir β-1,3-glucanase em meio específico, o

BAN53 e o S2. Nenhum dos isolados foi capaz de produzir celulase, ácido cianídrico,

Page 117: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

quitinase ou solubilizar fosfato. Houve maior proporção de isolados endofíticos

positivos para produção de pectinase e ácido indolacético, com 13,2% e 52,6%,

respectivamente, quando comparado à população epifítica, com 9% e 38,6%,

respectivamente, dos isolados positivos para estas duas características (Tabela 4).

Page 118: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

Tabela 3. Características bioquímicas e fisiológicas dos isolados bacterianos obtidos de raízes sadias de bananeiras de diversas cultivares

Isolados * Origem

(cultivar de

bananeira)

Hábito População

detectada

(UFC × 102/g de

tecido fresco)

Coloração de

Gram

Produção de

Pectinase

Produção de

ácido

indolacético

Produção de

β-1,3-

glucanase

BAN1 Pacovan Endofítica ** 0,2 + - - -

BAN2 Pacovan Endofítica ** 0,2 + - + -

BAN3 Pacovan Endofítica ** 30,0 - + - -

BAN4 Pacovan Endofítica 30,0 - - + -

BAN5 Pacovan Endofítica 0,1 + - + -

BAN6 Pacovan Endofítica 0,1 + + - -

BAN7 Pacovan Endofítica 30,0 - - + -

BAN8 Pacovan Endofítica 5,8 + - - -

BAN9 Pacovan Endofítica 0,1 + - - -

BAN10 Pacovan Endofítica 7,4 - - + -

Page 119: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

Isolados * Origem

(cultivar de

bananeira)

Hábito População

detectada

(UFC × 102/g de

tecido fresco)

Coloração de

Gram

Produção de

Pectinase

Produção de

ácido

indolacético

Produção de

β-1,3-

glucanase

BAN11 Pacovan Endofítica 0,1 + - + -

BAN13 Pacovan Endofítica 0,1 + - - -

BAN14 Pacovan Epifítica 1.000,0 + - - -

BAN15 Pacovan Epifítica 30.000,0 - - + -

BAN16 Pacovan Epifítica 30.000,0 + - + -

BAN17 Pacovan Epifítica 30.000,0 - - - -

BAN18 Pacovan Epifítica 3.000,0 + - + -

BAN19 Pacovan Epifítica 150,0 - - - -

BAN20 Pacovan Epifítica 500,0 - - + -

BAN21 Prata Anã Epifítica 700,0 + - - -

BAN22 Prata Anã Epifítica 3.000,0 + - + -

Page 120: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

Isolados * Origem

(cultivar de

bananeira)

Hábito População

detectada

(UFC × 102/g de

tecido fresco)

Coloração de

Gram

Produção de

Pectinase

Produção de

ácido

indolacético

Produção de

β-1,3-

glucanase

BAN23 Prata Anã Epifítica 10,0 - + + -

BAN24 Prata Anã Epifítica 3.000,0 + - - -

BAN25 Prata Anã Epifítica ** 3.000,0 + + - -

BAN26 Comprida Endofítica 30,0 + - + -

BAN27 Comprida Endofítica 30,0 + - + -

BAN28 Comprida Endofítica 380,0 - - + -

BAN29 Comprida Endofítica ** 3.000,0 + - - -

BAN30 Comprida Endofítica 30,0 + + + -

BAN31 Comprida Endofítica 12,0 + - + -

BAN32 Comprida Endofítica 30,0 - - + -

BAN33 Comprida Epifítica 0,1 - - - -

Page 121: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

Isolados * Origem

(cultivar de

bananeira)

Hábito População

detectada

(UFC × 102/g de

tecido fresco)

Coloração de

Gram

Produção de

Pectinase

Produção de

ácido

indolacético

Produção de

β-1,3-

glucanase

BAN34 Comprida Epifítica 20,0 + - - -

BAN35 Comprida Epifítica 1.500,0 + - - -

BAN36 Ouro Endofítica 30,0 + + - -

BAN37 Ouro Endofítica 30,0 + + + -

BAN38 Ouro Endofítica ** 30,0 - - + -

BAN39 Ouro Epifítica 3.000,0 + - - -

BAN40 Ouro Epifítica 3.000,0 + - - -

BAN41 Ouro Epifítica 30.000,0 - - + -

BAN42 Prata Endofítica 0,7 + - + -

BAN43 Prata Endofítica 0,6 - - + -

BAN44 Prata Endofítica 4,4 + - + -

Page 122: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

Isolados * Origem

(cultivar de

bananeira)

Hábito População

detectada

(UFC × 102/g de

tecido fresco)

Coloração de

Gram

Produção de

Pectinase

Produção de

ácido

indolacético

Produção de

β-1,3-

glucanase

BAN45 Prata Endofítica 12,6 - - + -

BAN46 Prata Endofítica 0,6 + - + -

BAN47 Prata Epifítica 1.200,0 + - + -

BAN48 Prata Epifítica 100,0 - + + -

BAN49 Prata Epifítica 5.000,0 + - - -

BAN50 Prata Epifítica 100,0 + - - -

BAN52 Prata Epifítica 50,0 + - - -

BAN53 Prata Epifítica 20,0 + - + +

BAN54 Prata Epifítica 20,0 - - + -

BAN55 Prata Epifítica 20,0 - - + -

BAN56 Prata Epifítica 10,0 + - + -

Page 123: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

Isolados * Origem

(cultivar de

bananeira)

Hábito População

detectada

(UFC × 102/g de

tecido fresco)

Coloração de

Gram

Produção de

Pectinase

Produção de

ácido

indolacético

Produção de

β-1,3-

glucanase

BAN57 Prata Epifítica 10,0 - - - -

BAN58 Prata Epifítica 10,0 + - - -

BAN59 Prata Epifítica 10,0 - - - -

BAN60 Prata Epifítica 800,0 + - - -

BAN61 Prata Epifítica 20,0 + - - -

BAN62 Prata Epifítica 3.000,0 + - + -

BAN63 Prata Epifítica ** 10,0 - - - -

BAN64 Maçã Endofítica 7,0 - - + -

BAN65 Maçã Endofítica 7,0 - - - -

BAN66 Maçã Endofítica 7,0 - - - -

BAN67 Maçã Endofítica ** 0,1 + - - -

Page 124: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

Isolados * Origem

(cultivar de

bananeira)

Hábito População

detectada

(UFC × 102/g de

tecido fresco)

Coloração de

Gram

Produção de

Pectinase

Produção de

ácido

indolacético

Produção de

β-1,3-

glucanase

BAN68 Maçã Endofítica 30,0 - - - -

BAN69 Maçã Endofítica ** 0,1 - - - -

BAN70 Maçã Endofítica 0,6 + - - -

BAN71 Maçã Endofítica 0,6 + - - -

BAN72 Maçã Endofítica 0,1 + - - -

BAN73 Maçã Endofítica ** 4,5 + - - -

BAN74 Maçã Epifítica 60,0 + - + -

BAN75 Maçã Epifítica 10,0 + - - -

BAN76 Maçã Epifítica 400,0 + - + -

BAN77 Maçã Epifítica 100,0 + - - -

BAN78 Maçã Epifítica ** 100,0 + - - -

Page 125: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

Isolados * Origem

(cultivar de

bananeira)

Hábito População

detectada

(UFC × 102/g de

tecido fresco)

Coloração de

Gram

Produção de

Pectinase

Produção de

ácido

indolacético

Produção de

β-1,3-

glucanase

BAN79 Maçã Epifítica 70,0 + - - -

BAN80 Maçã Epifítica 100,0 + - - -

BAN81 Maçã Epifítica ** 100,0 + - - -

BAN82 Maçã Endofítica 0,1 + - - -

S1 Prata Anã - 0,1 + + + -

S2 Prata Anã - 0,1 + - - +

* Isolados obtidos com característica morfológicas e culturais distintas

** Isolados obtidos após aquecimento em 80 °C

Page 126: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

Tabela 4. Número e freqüência de isolados por cada característica bioquímica ou fisiológica quanto ao hábito epifítico ou endofítico

Número e freqüência (%) de isolados

Total de isolados Isolados endofíticos Isolados epifíticos

Característica

+ - + - + -

Coloração de Gram 55 (67,1) 27 (32,9) 24 (63,2) 14 (36,8) 31 (70,4) 13 (29,5)

Produção de pectinase 9 (11,0) 73 (89,0) 5 (13,2) 33 (86,8) 4 (9,0) 40 (91,0)

Produção de ácido indolacético 37 (45,1) 45 (54,9) 20 (52,6) 18 (47,4) 17 (38,6) 27 (61,4)

Page 127: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

Dos 74 isolados testados para promoção de crescimento de mudas

micropropagadas de bananeira da cultivar Grand Naine, cerca de 40 (54,1%) isolados

proporcionaram aumentos significativos em alguma variável de crescimento quando

comparados ao tratamento sem bacterização após 30 dias do ínicio do transplantio e

bacterização das mudas. Houve diferença significativa entre os isolados de

rizobactérias, observando-se níveis de eficiência altos e intermediários. Também houve

respostas neutras, ou seja, semelhantes ao tratamento controle e negativas, com redução

de crescimento das mudas. Os isolados que mais se destacaram quanto à promoção do

crescimento das mudas foram BAN29, BAN36, BAN81, BAN82, S1 e S2, os quais

induziram aumentos no crescimento em altura, diâmetro do pseudocaule, número de

folhas e biomassa fresca e seca da parte aérea e biomassa fresca de raízes. Também se

destacaram na promoção da biomassa fresca de raízes os isolados ENF24, BAN5,

BAN7 e RAB9 (Tabela 5).

Os aumentos induzidos pelos isolados mais eficientes variaram em torno de 22%

(S2) a 29% (BAN82) para a altura das mudas e de 22% (BAN29) a 25,5% (S1) para o

diâmetro do pseudocaule. Os maiores incrementos promovidos pela bacterização foram

observados na biomassa fresca da parte aérea e de raízes.

Page 128: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

Tabela 5. Efeito de rizobactérias endofíticas e epifíticas na promoção de

crescimento de mudas micropropagadas de bananeiras cv. Grand Naine aos 75

dias após a bacterização, em casa de vegetação

Isolados

bacterianos

Altura

(cm)

Diâmetro do

pseudocaule

(mm)

Número

de folhas

BFPA

(g)

BFR

(g)

BSPA

(g)

BAN82 28,72 a 13,37 a 4,75 a 16,42 a 2,70 b 2,26 a

BAN36 28,52 a 13,27 a 4,75 a 16,59 a 2,27 c 2,20 a

S1 28,30 a 13,46 a 4,40 a 15,43 a 3,30 a 1,66 b

BAN81 28,26 a 13,40 a 4,50 a 15,47 a 3,80 a 2,23 a

BAN29 27,95 a 13,15 a 4,00 a 15,23 a 2,44 b 2,15 a

S2 27,35 a 13,07 a 4,37 a 11,68 b 4,14 a 2,19 a

BAN41 25,45 b 11,97 c 4,00 a 12,23 b 1,45 d 1,59 b

BAN11 25,13 b 12,30 b 4,33 a 9,64 b 2,11 c 1,26 c

BAN80 25,08 b 11,96 c 3,87 a 10,89 b 3,11 b 1,59 b

BAN30 25,06 b 11,55 c 3,50 b 7,40 d 1,20 d 1,20 c

BAN71 25,03 b 11,36 c 3,87 a 9,96 b 1,51 d 1,43 b

BAN69 24,86 b 11,73 c 3,75 b 9,95 b 1,57 c 1,49 b

BAN40 24,85 b 12,03 c 4,25 a 11,62 b 1,52 d 1,56 b

ENF24 24,85 b 11,47 c 4,25 a 10,89 b 3,46 a 1,50 b

BAN37 24,75 b 11,42 c 4,00 a 11,00 b 1,74 c 1,58 b

BAN5 24,62 b 11,51 c 3,62 b 9,97 b 3,68 a 1,70 b

BAN58 24,62 b 11,57 c 3,25 b 10,28 b 1,46 d 1,66 b

BAN39 24,61 b 11,57 c 3,75 b 10,34 b 1,56 c 1,41 b

Page 129: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

Isolados

bacterianos

Altura

(cm)

Diâmetro do

pseudocaule

(mm)

Número

de folhas

BFPA

(g)

BFR

(g)

BSPA

(g)

BAN60 24,50 b 12,11 c 3,66 b 8,64 c 1,13 d 1,47 b

BAN70 24,50 b 10,82 d 3,50 b 4,94 d 0,63 d 0,84 d

BAN33 24,46 b 11,61 c 3,50 b 8,30 c 1,04 d 1,30 c

BAN68 24,43 b 11,75 c 4,25 a 10,42 b 1,69 c 1,54 b

BAN21 24,40 b 11,98 c 4,25 a 10,41 b 1,74 c 1,62 b

BAN6 24,37 b 11,36 c 3,00 b 9,12 c 3,10 b 1,45 b

BAN34 24,25 b 11,04 d 3,57 b 8,86 c 1,62 c 1,40 b

BAN31 24,23 b 11,38 c 3,12 b 10,23 b 1,42 d 1,53 b

BAN28 24,10 b 10,87 d 3,00 b 7,93 c 1,12 d 1,29 c

BAN66 24,08 b 11,48 c 3,50 b 7,07 d 1,00 d 1,12 d

BAN22 24,07 b 11,92 c 4,12 a 10,13 b 1,89 c 1,47 b

BAN23 24,02 b 11,85 c 3,87 a 9,97 b 1,41 d 1,53 b

BAN7 23,97 b 11,30 d 3,62 b 9,79 b 3,35 a 1,42 b

BAN44 23,93 b 10,77 d 3,50 b 9,34 c 1,29 d 1,38 c

BAN20 23,92 b 11,51 c 4,50 a 10,42 b 1,42 d 1,50 b

BAN14 23,90 b 11,98 c 4,37 a 10,79 b 1,89 c 1,52 b

BAN64 23,90 b 11,91 c 4,12 a 11,01 b 1,46 d 1,60 b

E2 23,90 b 11,73 c 4,00 a 10,30 b 2,47 b 1,49 b

BAN42 23,88 b 11,35 c 4,12 a 10,61 b 1,16 d 1,47 b

BAN73 23,88 b 11,30 d 3,62 b 9,08 c 1,54 c 1,40 b

BAN15 23,78 c 11,65 c 3,75 b 9,38 c 2,04 c 1,40 b

BAN50 23,76 c 10,83 d 3,37 b 9,31 c 1,49 d 1,47 b

Page 130: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

Isolados

bacterianos

Altura

(cm)

Diâmetro do

pseudocaule

(mm)

Número

de folhas

BFPA

(g)

BFR

(g)

BSPA

(g)

BAN13 23,75 c 12,65 b 3,50 b 10,70 b 1,60 c 1,69 b

BAN4 23,71 c 11,05 d 2,87 b 8,87 c 2,90 b 1,53 b

BAN48 23,71 c 10,98 d 3,87 a 10,51 b 1,59 c 1,57 b

BAN16 23,68 c 12,27 b 4,25 a 10,80 b 1,57 c 1,45 b

BAN45 23,62 c 10,86 d 3,87 a 9,86 b 1,34 d 1,41 b

BAN55 23,60 c 11,52 c 3,50 b 9,63 b 1,32 d 1,58 b

BAN72 23,53 c 10,98 d 4,00 a 9,10 c 1,60 c 1,32 c

BAN62 23,52 c 11,90 c 4,00 a 10,53 b 1,35 d 1,58 b

RAB9 23,48 c 11,26 d 4,50 a 10,00 b 3,39 a 1,29 c

BAN9 23,45 c 11,66 c 3,37 b 9,99 b 2,20 c 1,57 b

BAN52 23,41 c 11,56 c 3,62 b 9,95 b 1,44 d 1,56 b

BAN74 23,38 c 10,75 d 4,12 a 8,67 c 1,41 d 1,27 c

BAN67 23,37 c 11,15 d 3,50 b 8,50 c 1,68 c 1,26 c

BAN10 23,33 c 11,91 c 3,12 b 9,54 b 1,48 d 1,51 b

BAN59 23,32 c 11,18 d 3,37 b 9,19 c 1,33 d 1,51 b

BAN61 23,30 c 11,32 d 4,25 a 9,95 b 1,31 d 1,54 b

C210 23,25 c 11,42 c 3,62 b 9,60 b 2,86 b 1,42 b

BAN56 23,23 c 11,56 c 3,75 b 10,03 b 1,44 d 1,66 b

BAN2 23,21 c 10,87 d 3,50 b 8,77 c 1,62 c 1,28 c

BAN25 23,18 c 10,98 d 3,85 a 7,53 d 1,13 d 1,06 d

BAN65 23,13 c 11,62 c 4,12 a 9,33 c 1,80 c 1,52 b

BAN18 23,12 c 11,63 c 3,50 b 9,33 c 1,47 d 1,45 b

Page 131: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

Isolados

bacterianos

Altura

(cm)

Diâmetro do

pseudocaule

(mm)

Número

de folhas

BFPA

(g)

BFR

(g)

BSPA

(g)

BAN77 23,02 c 10,62 d 3,25 b 7,81 c 1,19 d 1,26 c

BAN24 22,95 c 11,21 d 4,12 a 9,26 c 1,38 d 1,37 c

BAN75 22,93 c 11,86 c 4,12 a 9,00 c 1,20 d 1,36 c

BAN19 22,83 c 11,48 c 3,50 b 9,09 c 1,69 c 1,40 b

BAN17 22,72 c 11,41 c 3,75 b 9,26 c 1,36 d 1,34 c

BAN79 22,55 c 11,13 d 4,25 a 8,71 c 2,01 c 1,31 c

BAN38 22,44 c 11,10 d 3,20 b 5,84 d 0,82 d 0,82 d

BAN43 22,43 c 11,01 d 2,75 b 9,20 c 1,18 d 1,35 c

BAN53 22,37 c 10,87 d 3,50 b 8,44 c 1,36 d 1,33 c

BAN78 22,18 c 10,88 d 4,25 a 8,33 c 1,87 c 1,21 c

Controle 22,28 c 10,72 d 3,37 b 9,10 c 1,14 d 1,37 c

C.V. (%) 5,62 7,14 23,42 23,37 34,52 22,74

BFPA = Biomassa fresca da parte aérea, BFR = Biomassa fresca radicular; BSPA = Biomassa seca da

parte aérea.

Médias seguidas da mesma letra nas colunas não diferem significativamente entre si ao nível de 5 % de

probabilidade pelo teste de agrupamento Scott-Knott

Page 132: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

O aumento proporcionado na parte aérea foi de 67,3% e 82,3% para mudas

bacterizadas com os isolado BAN29 e BAN36, respectivamente. Para esta variável, o

isolado S1 proporcionou incremento de apenas 28,3%. Os índices de aumento da

biomassa fresca de raízes foram os maiores variando de 189,5% (isolado S1) a 263,1%

(isolado S2) (Figura 1).

0

50

100

150

200

250

300

BAN5BAN7

BAN29

BAN36

BAN81

BAN82 S1 S2RAB9

ENF24

Índi

ce d

e au

men

to d

a bi

omas

sa fr

esca

(%)

Parte aéreaRaízes

Figura 1. Aumento (%) da biomassa fresca da parte aérea e raízes de mudas

micropropagadas de bananeira cv. Grand Naine aos 75 dias após bacterização, em

casa de vegetação em relação ao tratamento controle (não bacterizado)

Page 133: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

As taxas de crescimento das mudas bacterizadas mostraram respostas

significativas, porém diferentes das apresentadas para as demais variáveis de

crescimento. Formaram-se quatro grupos aos 45 d e três aos 60 e 75 d, indicando

respostas efetivas, intermediárias e neutras. Os isolados responsáveis pelas melhores

respostas desta variável foram: BAN81, ENF24 e S2. Observou-se também que a taxa

de crescimento das mudas em resposta à bacterização foi decrescendo de acordo com o

tempo (Tabela 6).

Page 134: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

Tabela 6. Efeito de rizobactérias endofíticas e epifíticas na taxa de crescimento (45,

60 e 75 dias após bacterização) de mudas micropropagadas da cv. Grand Naine,

em casa de vegetação

Taxa de crescimento Isolados

bacterianos 45 dias 60 dias 75 dias

S2 1,91 a 0,66 a 0,18 a

BAN81 1,80 a 0,64 a 0,18 a

ENF24 1,68 a 0,62 a 0,18 a

BAN5 1,56 a 0,49 b 0,12 b

RAB9 1,49 b 0,49 b 0,13 b

BAN6 1,48 b 0,53 b 0,15 a

BAN7 1,42 b 0,45 b 0,11 b

BAN80 1,39 b 0,46 b 0,12 b

S1 1,33 b 0,47 b 0,13 b

BAN82 1,27 b 0,45 b 0,13 b

C210 1,25 b 0,42 b 0,11 b

BAN4 1,23 b 0,39 b 0,10 b

E2 1,11 b 0,38 b 0,10 c

BAN29 1,05 c 0,34 b 0,09 c

BAN36 1,05 c 0,37 b 0,10 b

BAN11 0,99 c 0,35 c 0,10 b

BAN9 0,98 c 0,33 c 0,08 c

BAN79 0,94 c 0,33 c 0,09 c

BAN78 0,90 c 0,33 c 0,09 c

Page 135: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

Taxa de crescimento Isolados

bacterianos 45 dias 60 dias 75 dias

BAN15 0,86 c 0,27 c 0,07 c

BAN22 0,86 c 0,29 c 0,08 c

BAN14 0,86 c 0,29 c 0,08 c

BAN21 0,80 c 0,28 c 0,07 c

BAN49 0,80 c 0,27 c 0,07 c

BAN65 0,79 c 0,26 c 0,07 c

BAN34 0,79 c 0,29 c 0,08 c

BAN19 0,79 c 0,28 c 0,08 c

BAN37 0,79 c 0,27 c 0,07 c

BAN68 0,77 c 0,26 c 0,07 c

BAN13 0,77 c 0,27 c 0,08 c

BAN35 0,77 c 0,28 c 0,08 c

BAN16 0,74 c 0,26 c 0,07 c

BAN67 0,74 c 0,24 c 0,06 c

BAN69 0,73 c 0,26 c 0,07 c

BAN2 0,72 c 0,24 c 0,06 c

BAN48 0,72 c 0,25 c 0,07 c

BAN72 0,70 d 0,23 c 0,06 c

BAN71 0,70 d 0,25 c 0,07 c

BAN50 0,69 d 0,24 c 0,06 c

BAN39 0,69 d 0,23 c 0,06 c

BAN40 0,69 d 0,24 c 0,06 c

BAN10 0,68 d 0,23 c 0,06 c

Page 136: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

Taxa de crescimento Isolados

bacterianos 45 dias 60 dias 75 dias

BAN56 0,67 d 0,24 c 0,06 c

BAN58 0,67 d 0,23 c 0,06 c

BAN31 0,66 d 0,23 c 0,06 c

BAN20 0,66 d 0,23 c 0,06 c

BAN64 0,66 d 0,22 c 0,06 c

BAN18 0,65 d 0,22 c 0,06 c

BAN41 0,65 d 0,22 c 0,06 c

BAN74 0,64 d 0,22 c 0,06 c

BAN73 0,64 d 0,20 c 0,05 c

BAN24 0,64 d 0,22 c 0,06 c

BAN23 0,64 d 0,22 c 0,06 c

BAN17 0,63 d 0,22 c 0,06 c

BAN62 0,62 d 0,21 c 0,06 c

BAN52 0,61 d 0,20 c 0,05 c

BAN55 0,61 d 0,21 c 0,06 c

BAN53 0,60 d 0,19 c 0,05 c

BAN61 0,60 d 0,21 c 0,06 c

BAN59 0,59 d 0,20 c 0,05 c

BAN44 0,58 d 0,20 c 0,05 c

BAN30 0,57 d 0,20 c 0,06 c

BAN45 0,55 d 0,18 c 0,04 c

BAN28 0,55 d 0,20 c 0,06 c

BAN75 0,53 d 0,18 c 0,05 c

Page 137: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

Taxa de crescimento Isolados

bacterianos 45 dias 60 dias 75 dias

BAN42 0,53 d 0,18 c 0,05 c

BAN77 0,52 d 0,17 c 0,04 c

BAN60 0,51 d 0,23 c 0,05 c

BAN43 0,51 d 0,17 c 0,04 c

Controle 0,50 d 0,17 c 0,04 c

BAN25 0,46 d 0,14 c 0,03 c

BAN33 0,46 d 0,16 c 0,04 c

BAN66 0,45 d 0,15 c 0,05 c

BAN38 0,32 d 0,10 c 0,02 c

BAN70 0,29 d 0,10 c 0,02 c

C.V. (%) 37 43 51

Médias seguidas da mesma letra nas colunas não diferem significativamente entre si ao

nível de 5 % de probabilidade pelo teste de agrupamento Scott-Knott

Page 138: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

Reduções nas variáveis de crescimento das mudas micropropagadas de

bananeira cv. Grand Naine também foram observadas em razão da inoculação das

rizobactérias. Os isolados bacterianos prejudiciais quando comparados ao tratamento

controle foram BAN25 e BAN30 (apenas para crescimento da parte aérea), BAN33

(apenas para crescimento radicular) e BAN38, BAN66 e BAN70 (para as biomassas da

parte aérea e de raízes). O mais prejudicial às mudas foi o isolado BAN70 com reduções

da ordem de 45% para ambas as variáveis, sendo seguido pelo BAN38, que reduziu em

torno de 35,8% a biomassa da parte aérea. Outros isolados bacterianos também foram

prejudiciais ao desenvolvimento das mudas, porém não diferiram significativamente do

tratamento controle (Tabela 5 e Figura 2).

-50

-45

-40

-35

-30

-25

-20

-15

-10

-5

0BAN25 BAN30 BAN33 BAN38 BAN66 BAN 70

Red

ução

da

biom

assa

fres

ca (%

)

Parte aéreaRaízes

Figura 2. Redução (%) da biomassa fresca da parte aérea e de raízes de mudas

micropropagadas de bananeira cv. Grand Naine aos 75 dias após a bacterização,

em casa de vegetação em relação ao tratamento controle (não bacterizado)

Page 139: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

Quanto ao antagonismo in vitro, todos os isolados de F. oxysporum f. sp.

cubense foram afetados pelo isolado BAN36, que reduziu tanto o diâmetro médio das

colônias fúngicas quanto a biomassa seca do fungo em meio líquido (Tabela 7). A

porcentagem de inibição de F. oxysporum f. sp. cubense pela rizobactéria BAN36

chegou a 67% e 50%, respectivamente, em placas e meio líquido, para o isolado

Foc802; de 62% e 86%, para Foc2201; de 44% e 100%, para Foc267 e 56% em placas

para Foc1236. Ao contrário do isolado BAN36 que teve ampla eficiência contra todos

os isolados de F. oxysporum f. sp. cubense testados, BAN81 somente afetou o

crescimento micelial de Foc802 (Tabela 7).

Tabela 7. Inibição do crescimento micelial e biomassa seca de isolados de Fusarium

oxysporum f. sp. cubense causada por isolados de rizobactérias de bananeiras

Inibição do crescimento de Fusarium oxysporum f. sp. cubense**

Foc802 Foc2201 Foc267 Foc1236

Isolados

de RPCP

RMC2 BSM RMC BSM RMC BSM RMC BSMns

BAN36 1,28 c 35,0 b 1,26 b 6,6 b 2,08 b 0,0 b 1,68 b 47,5 a

BAN81 3,51 b 82,0 a 3,09 a 48,0 a 3,41 a 68,0 a 3,64 a 45,0 a

S1 3,81ab -1 3,06 a - 3,51 a - 3,76 a -

S2 3,89 a - 3,20 a - 3,59 a - 3,55 a -

BAN82 3,92 a 57,5 ab 3,11 a 35,0 a 3,69 a 42,5 a 3,89 a 38,75 a

BAN29 3,99 a 50,0 ab 3,19 a 42,5 a 3,47 a 117,5 a 3,59 a 43,75 a

Controle 3,92 a 70,0 a 3,30 a 47,0 a 3,77 a 85,71 a 3,81 a 56,25 a

C.V. (%) 5,05 15 11,6 21 10,71 34 6,80 -

1 (-) testes não realizados. 2 RMC = raio médio da colônia fúngica (cm) e BSM = biomassa seca micelial

de F. oxysporum f. sp. cubense (mg), avaliados em dois experimentos separadamente.

** (P ≤ 0,05) Médias seguidas da mesma letra na mesma coluna não diferem significativamente entre si

pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade; ns não significativo.

Page 140: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

4. DISCUSSÃO

Testes preliminares devem ser realizados para determinação do material, da

concentração e do tempo de exposição para desinfestação superficial de órgãos vegetais

(caule, folhas, raízes, sementes, frutos etc.) visando eliminar os microrganismos

epifíticos sem destruir os endofíticos e sem interferir na estrutura e textura dos tecidos

(Hallmann et al., 1997 e Azevedo, 1998). McInroy e Kloepper (1995) otimizaram os

processos de desinfestação da superfície dos tecidos antes do isolamento, incluindo

desinfestante, duração da imersão e detecção das bactérias epifíticas após desinfestação.

Esta etapa é denominada teste de esterilidade e caracteriza a eficiência do processo de

desinfestação. Geralmente emprega-se hipoclorito de sódio em concentrações que

variam a depender da espécie, idade e parte da planta estudada (Misaghi e

Donndelinger, 1990; Assis et al., 1998); entretanto, neste trabalho o teste de esterilidade

somente foi positivo e com resultados constantes quando se utilizou o hipoclorito de

cálcio, substância comumente empregada para desinfestação de explantes em cultura de

tecidos. A concentração de 5% de hipoclorito de cálcio para o isolamento de bactérias

endofíticas de bananeiras foi mais adequada e indicada para assegurar a desinfestação

superificial das raízes, sem que houvesse dilaceração dos tecidos (Quadro 1).

Grattaplagia e Machado (1998) afirmam que o hipoclorito de cálcio é menos tóxico para

os tecidos do que o hipoclorito de sódio, o que provavelmente oferece certa vantagem

quando se fala em isolamento de microrganismos endofíticos. Tervet e Hollis (1948)

empregaram hipoclorito de cálcio 2% (5-20 minutos) para isolar bactérias endofíticas de

tubérculos e órgãos subterrâneos de batata, cenoura (Daucus carota L.), beterraba (Beta

vulgaris L.) e batata-doce (Ipomoea batata (L.) Lam.). Hollis et al. (1951) também

utilizaram hipoclorito de cálcio 1% para desinfestar pedaços de tubérculos de batata.

Page 141: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

É regra geral na natureza a associação de bactérias, sejam elas de hábito epifítico

ou endofítico, com diversos tecidos de espécies vegetais. Diferenças encontradas na

densidade populacional e diversidade de bactérias associadas entre diferentes espécies

de plantas, como raízes de canola (Brassica napus L.) e trigo (Triticum aestivum L.) por

Germida et al. (1998) e Siciliano et al. (1998) e em raízes de diferentes cultivares de

cenoura por Surette et al. (2003) corroboram com o encontrado neste trabalho quanto à

concentração e diversidade morfológica em meio de cultura de bactérias associadas com

as raízes das cultivares de bananeira. As cultivares que apresentaram maior diversidade

morfológica de isolados bacterianos em meio de cultura foram Prata e Maçã, seguida da

Pacovan. Em relação à comunidade endofítica as que se destacaram foram as cultivares

Pacovan e Comprida (Tabelas 1 e 2). Este fato não é muito comum, pois comumente

encontra-se maior densidade e/ou diversidade bacteriana associada à superfície das

raízes do que no interior dos seus tecidos. Hallman et al. (1997) afirmam ser o rizoplano

ou a própria rizosfera a fonte primária da comunidade endofítica e o interior dos tecidos

das plantas colonizado por algumas bactérias específicas selecionadas entre as

epifíticas. A concentração de rizobactérias variou a depender da cultivar de bananeira,

observando-se maior proporção e freqüência de isolados bacterianos morfologicamente

diferentes em meio de cultura no isolamento de rizobactérias epifíticas, o que

geralmente esteve entre 1 x 103 - 1 x 105 UFC/g de tecido fresco; enquanto a proporção

de rizobactérias endofíticas esteve entre 1 x 102 – 1 x 103 UFC/g de tecido fresco

(Tabela 2). Estes resultados se assemelham aos de Surette et al. (2003) e de van Peer et

al. (1990) quanto à concentração e proporção de isolados epifíticos e endofíticos

isolados de cenoura e tomate, respectivamente.

Os efeitos benéficos promovidos pelas rizobactérias na promoção do

crescimento de plantas ou no biocontrole de doenças podem ser explicados por algumas

Page 142: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

características bioquímicas dos isolados bacterianos, como: produção ou estímulo na

concentração de fitohormônios, como ácido indolacético, giberelina e citocinina;

fixação assimbiótica de N; solubilização de fosfatos e mineralização de potássio e

outros nutrientes, além de antagonismo contra fitopatógenos através da produção de β-

1,3-glucanase, quitinase, sideróforos, antibióticos e ácido cianídrico (Luz, 1996;

Cattelan e Hartel, 2000). Apesar destes mecanismos ser reconhecidos como

responsáveis por respostas nas plantas ou nos fitopatógenos, ainda não são bem

entendidos e nem sempre a produção de alguns destes mecanismos pelos isolados

bacterianos garante que ele possa se comportar como uma RPCP ou um biocontrolador,

assim como o contrário também não é verdadeiro (Cattelan et al., 1999). No entanto, em

alguns estudos com rizobactérias testa-se a capacidade de produção destas substâncias

de interesse biotecnológico (Cattelan et al., 1999; Dey et al., 2004). Neste experimento,

11% dos isolados produziram pectinase e 45,1% produziram ácido indolacético (AIA);

entretanto, nenhum dos isolados foi capaz de solubilizar fosfato ou de produzir celulase

ou ácido cianídrico. Apenas o isolado S1, dentre aqueles considerados mais eficientes

para a promoção do crescimento das mudas neste experimento, produziu ácido

indolacético in vitro. Enquanto, outros isolados, como os BAN30 e BAN41, produziram

AIA in vitro, mas não promoveram crescimento radicular (Tabelas 3 e 4). Alguns

fatores podem estar relacionados com o ocorrido. Penrose e Glick (2003) relataram que

a produção excessiva de AIA inibe o estímulo do desenvolvimento de raízes, o que os

autores atribuem ao estímulo da síntese do etileno. Entretanto, mais recentemente,

Khalid et al. (2004) observaram que dentre RPCPs de trigo, aquelas que promoveram

maior desenvolvimento da parte aérea e de raízes de trigo foram as que mais produziram

AIA (em mg L-1), em comparação àqueles isolados de média ou baixa produção desta

substância. Talvez a determinação quantitativa da capacidade de produzir AIA por cada

Page 143: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

isolado utilizado neste trabalho possa esclarecer melhor o acontecido. Além disso,

outros testes que funcionam como pré-seleção de isolados por terem correlação com a

ação de promoção de crescimento de plantas não foram realizados, tais como produção

de 1-aminociclopropano-1-carboxilato deaminase (ACC), citocinina e giberelina e

fixação assimbiótica de N. Cattelan et al. (1999) também observaram que um dos

isolados bacterianos testados, o LN1116, controle negativo para várias características

fisiológicas, semelhantes às testadas neste trabalho, foi capaz de aumentar o

desenvolvimento de pelo menos duas variáveis do crescimento de plântulas de soja.

Alguns autores também verificaram que isolados não produtores de AIA ou ácido

cianídrico ou solubilizadores de fosfato foram capazes de promover o crescimento de

mudas de abacaxizeiro (Ananas comosus (L.) Merr.) micropropagadas (Mello et al.,

2002) e plântulas de alface (Gomes et al., 2003).

Das 74 rizobactérias testadas, apenas 6 (8%) foram capazes de promover o

crescimento das mudas micropropagadas de bananeira cv. Grand Naine com maior

eficiência e 40 (54,1%) dos isolados totais foram capazes de promover de modo

moderado o crescimento da parte aérea e de raízes quando comparados ao tratamento

não bacterizado (Tabela 5). Esta proporção de isolados benéficos concorda com a

afirmação de Haas e Défago (2005) de que apenas pequena parte dos isolados

bacterianos são capazes de promover o crescimento de espécies vegetais, sendo

classificadas como RPCPs. Também houve respostas benéficas no crescimento das

mudas em relação a outras variáveis de crescimento, como as taxas de crescimento

(Tabela 6). Porém estes benefícios foram proporcionados por isolados que não se

mostraram como os mais eficientes. Reduções na taxa de crescimento das mudas com o

decorrer da duração do experimento podem sugerir que a bacterização pode antecipar o

transplantio das mudas micropropagadas para o campo. A promoção do crescimento de

Page 144: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

plântulas tem sido demonstrada pela bacterização em experimentos gnotobióticos (Conn

et al., 1997), em casa de vegetação (Probanza et al., 2002) ou no campo (Çakmakçi et

al., 2006). Semelhante aos resultados apresentados neste trabalho, Gomes et al. (2003)

ao testarem 80 isolados bacterianos epifíticos e endofíticos obtiveram resultados

benéficos no crescimento de mudas de alface por apenas 5 (6,25%) isolados. Da mesma

forma, Silveira et al. (2004) ao testarem 93 isolados bacterianos endofíticos e epifíticos

de pepino em plântulas do mesmo hospedeiro obtiveram efeitos significativos na

biomassa seca total com apenas 8 (8,6%) isolados. Apesar da relação próxima entre os

isolados bacterianos e o hospedeiro utilizado no presente trabalho, Gomes et al. (2003) e

Silveira et al. (2004) afirmam que os isolados bacterianos geralmente não são

específicos e podem colonizar diferentes hospedeiros, promovendo o crescimento dos

mesmos até mesmo com maior eficiência. É o que foi evidenciado quando mudas

micropropagadas de bananeira foram bacterizadas com isolados provenientes de outros

hospedeiros, como RAB9 e ENF24, provenientes de rabanete e feijão, promovendo

incrementos de 197,4 e 203,5% na biomassa seca das raízes, respectivamente; além de

maior taxa de crescimento aos 45, 60 e 75 dias após as bacterizações, significativamente

diferentes do tratamento controle (Figura 1 e Tabela 6). Incrementos semelhantes, em

torno de 107%, foram observados por Mello et al. (2002) quando mudas

micropropagadas de abacaxizeiro foram bacterizadas com o RAB9. Sugere-se que os

efeitos benéficos na promoção do crescimento de mudas de bananeira cv. Grand Naine

pelos seis isolados caracterizados neste trabalho como RPCPs podem ocorrer também

em outros hospedeiros.

Incrementos em torno de 1 a 119% (biomassa seca de raízes) e 40 a 138%

(biomassa seca da parte aérea), a depender do isolado bacteriano utilizado, foram

evidenciados no crescimento da parte aérea de tomateiro (Mantovanello e Melo, 1994).

Page 145: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

Aumentos em torno de 50% foram induzidos por dois isolados bacterianos na biomassa

fresca total de mudas orgânicas de alface (Gomes et al., 2003). Os incrementos

evidenciados neste experimento ficaram em torno de 67,3 a 82,3% para a biomassa

fresca da parte aérea e 189,5% a 263,1% para a biomassa fresca de raízes, a depender do

isolado bacteriano inoculado (Figura 1). Entretanto, embora os efeitos benéficos no

desenvolvimento das mudas de bananeira tenham sido mais freqüentes, também se

observaram respostas deletérias por parte de pequena proporção dos isolados (6, 8%)

utilizados neste trabalho, com reduções de até 45% pelo isolado mais prejudicial ao

desenvolvimento das mudas de bananeira, o BAN70 (Figura 2). Este efeito é bastante

comum quando se testam várias bactérias com a finalidade de promoção do crescimento

de plantas. Alguns trabalhos têm evidenciado apenas os efeitos das rizobactérias

deletérias no desenvolvimento das plantas e tentam investigar as razões deste efeito

prejudicial. Li et al. (2002) observaram reduções de 50% em bioensaios com

rizobactérias deletérias, o que se asssemelha ao ocorrido neste experimento e atribuíram

este efeito a fatores no cultivo das plantas, como aplicação de matéria orgânica e

redução do pH do solo. Nehl et al. (1996) atribuem outros mecanismos como

responsáveis pelos efeitos das rizobactérias deletérias (RDs) como principalmente a

produção de fitotoxinas, mas também produção excessiva de fitohormônios e

competição por nutrientes.

Das rizobactérias selecionadas como RPCPs, a BAN36, destacou-se como

promissora no controle do patógeno F. oxysporum f. sp. cubense pelos resultados

evidenciados nos experimentos in vitro, constantes para os quatro isolados do patógeno.

As reduções do diâmetro médio da colônia fúngica em placas de Petri variaram de

44,8% a 67,3% (Tabela 7). Inibições no desenvolvimento de F. oxysporum f. sp.

licopersici também foram verificadas em experimento in vitro realizado por Akköprü e

Page 146: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

Demik (2005), com inibições variando de 24 a 32% a depender do isolado de

rizobactéria testado. Os autores verificaram que a produção de sideróforos foi a

responsável pela inibição do patógeno. Mohandas et al (2004) também observaram

inibição in vitro (66% de redução) de Fusarium oxysporum f. sp. cubense utilizando

isolados de Pseudomonas fluorescens obtidos de rizosfera. Mariano et al. (2003)

também observaram reduções na severidade da fusariose em mudas de abacaxizeiro

micropropagadas e bacterizadas.

Supõe-se que substâncias fungitóxicas possam estar envolvidas no controle do

fungo, isoladamente ou conjuntamente com outros mecanismos como a competição por

espaço ou nutrientes (Cattelan e Hartel, 2000; Luz, 1996). Investigações em relação à

produção de substâncias fungicidas ou sideróforos ou à competição por espaço ou

nutrientes devem ser realizadas em experimentos futuros. Apesar de nem sempre os

resultados in vitro corresponderem aos in vivo, a ampla e constante capacidade da

rizobactéria BAN36 em controlar o crescimento de todos os isolados de F. oxysporum f.

sp. cubense testados, é um forte pré-requisito para o sucesso do biocontrole em mudas.

4. REFERÊNCIAS

AKKÖPRÜ, A.; DEMIK, S. Biological control of Fusarium wilt in tomato caused by

Fusarium oxysporum f. sp. lycopersici by AMF Glomus intraradices and some

rhizobacteria. J. Phytopathology 153, 544 – 550, 2000.

ASSIS, S.M.P.; SILVEIRA, E.B.; MARIANO, R.L.R.; MENEZES, D. Bactérias

endofíticas – Método de isolamento e potencial antagônico no controle da podridão

negra do repolho. Summa Phytopathol., v. 24, p. 216 – 220, 1998.

Page 147: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

AZEVEDO, J.L. Microrganismos endofíticos. In: MELO, I.S. de; AZEVEDO, J.L.

(Ed.) Ecologia Microbiana. Jaguariúna: Embrapa – CNPMA, p. 117 – 136, 1998.

BASHAN, Y.; HOLGUIN, G. Proposal for the division of plant growth-promoting

rhizobacteria into two classifications: biocontrol-PGPB (plant growth-promoting

bacteria) and PGPB Soil Biol. Bioch., v. 30, n. 8/9, p. 1225-1228, 1998.

BAREA, J.; POZO, M.J.; AZCÓN, R.; AZCÓN-AGUILAR, C. Microbial co-operation

in the rhizosphere. J. Exp. Bot., v. 56, n. 417, p. 1761 – 1778, 2005.

ÇAKMAKÇI, R.; DÖNMEZ, F.; AYDIN, A.; SAHIN, F. Growth promotion of plants

by plant growth-promoting rhizobacteria under greenhouse and two different field soil

conditions. Soil Biol. Bioch., v. 38, p. 1482 – 1487, 2006.

CAO, L.; QIU, Z.; DAI,X.; TAN, H.; LIN,Y.; ZHOU,S. Isolation of endophytic

actinomycetes from roots and leaves of banana (Musa acuminata) plants and their

activities against Fusarium oxysporum f.sp. cubense. World J. Microbiol. Biotechnol.,

v. 20, p. 501 – 504, 2004.

CATTELAN, A.J. 1999. Métodos quantitativos para determinação de

características bioquímicas e fisiológicas associadas com bactérias promotoras do

crescimento vegetal. Londrina: EMBRAPA Soja. 36 p.

CATTELAN, A.J.; HARTEL, P.G.; FUHRMANN, J.J. Screening for Plant Growth–

Promoting Rhizobacteria to Promote Early Soybean Growth. Soil Sci. Soc. Am. J., v.

63, p. 1670–1680, 1999.

CATTELAN, A.J.; HARTEL, P.G. Traits associated with plant growth-promoting

rhizobacteria (PGPR). In: NOVAIS, R.F.; ALVAREZ, V.V.H.; SCHAEFER, C.E.G.R.

(Eds.) Tópicos em Ciência do Solo, Viçosa, Sociedade Brasileira de Ciência do Solo,

2000, v. 1, p. 213 – 233.

Page 148: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

COMPANT, S.; DUFFY, B.; NOWAK, J.; CLÉMENT, C.; BARKA, E.A. Use of plant

growth-promoting bacteria for biocontrol of plant diseases: principles, mechanisms of

action, and future prospects. Appl. Environ. Microbiol., v. 71, n. 9, p. 4951 – 4959,

2005.

CONN, K.L.; NOWAK, J.; LAZAROVITS, G. A gnotobiotic bioassay for studying

interactions between potatoes and plant growth-promoting rhizobacteria. Can. J.

Microbiol., v. 43, p. 801 – 808, 1997.

CORDEIRO, Z.J.N.; MATOS, A.P. 2000. Doenças. In: CORDEIRO, Z.J.M. (Org.)

Banana. Produção: aspectos técnicos. Brasília: Embrapa Comunicação para

Transferência de Tecnologia, p. 106 – 117.

DEY, R.; PAL, K.K.; BHATT, D.M.; CHAUHAN, S.M. Growth promotion and yield

enhancement of peanut (Arachis hypogaea L.) by application of plant growth-promoting

rhizobacteria. Microbiol. Res., v. 159, p. 371—394, 2004.

DOBRANIC, J.K.; JOHNSON, J.A.; ALIKHAN, Q.R. Isolation of endophytic fungi

from eastern larch (Larix laricina) leaves from New Brunswick, Canada. Can. J.

Microbiol., v. 41, n. 2, p. 194 – 198, 1995.

FROMMEL, M.I.; NOWAK, J.; LAZAROVITS, G. Growth enhancement and

developmental modifications of in vitro grown potato (Solanum tuberosum ssp.

tuberosum) as affected by a nonfluorescent Pseudomonas sp. Plant Physiol., v. 96, p.

928 – 936, 1991.

GERMIDA, J.J.; SICILIANO, S.D.; DE FREITAS, R.; SEIB, A.M. Diversity of root-

associated bacteria associated with field-grown canola (Brassica napus L.) and wheat

(Triticum aestivum L.). FEMS Microbiol. Ecol., v. 26, p. 43 – 50, 1998.

Page 149: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

GOMES, A.M.A.; MARIANO, R.L.R.; SILVEIRA, E.B.; MESQUITA, J.C.P.

Isolamento, seleção de bactérias e efeito de Bacillus spp. na produção de mudas

orgânicas de alface. Hortic. bras., v. 21, n. 4, p. 699 – 703, 2003.

GOMES, A.M.A.; MARIANO, R.L.R.; MICHEREFF, S.; SILVEIRA, E.B.; ASSIS,

S.M.P.A. Isolamento de bactérias para testes de antagonismo. In: MARIANO, R.L.R.;

SILVEIRA, E.B. Manual de práticas em fitobacteriologia. Recife: UFRPE, p. 119 -

123, 2005.

GRATTAPAGLIA, D.; MACHADO, M.A. Micropropagação. In: TORRES, A.C.;

CALDAS, L.S. (EDS.) Cultura de tecidos e transformação genética de plantas.

Brasília: EMBRAPA – CNPH, 1998, p. 183 – 260.

HAAS, D.; DÉFAGO, G. Biological control of soil-borne pathogens by fluorescent

pseudomonads. Nat. Rev. Microbiol., published online, p. 1 – 13, 2005.

HALLMANN, J.; QUADT-HALLMANN, MAHAFFEE, W.F.; KLOEPPER, J.W.

Bacterial endophytes in agricultural crops. Can. J. Microbiol., v. 43, p. 895 – 914,

1997.

HOLLIS, J.P. Bacteria in healthy potato tissue. Phytopathol., v. 41, p. 350 – 366,

1951.

KHALID, A.; ARSHAD, M.; ZAHIR, Z.A. Screening plant growth-promoting

rhizobacteria for improving growth and yield of wheat. J. Appl. Microbiol., v. 96, p.

473 – 480, 2004.

KING, E.O.; WARD, M.K.; BANEY, D.E. Two simple media for the demonstration of

pyocyanin and fluorescein. Journal Labority of Clinical Medical, v. 44, p. 301 – 307,

1954.

KLOEPPER, J.W.; SCHROTH, M.N. Plant growth-promoting rhizobacteria and plant

growth under gnotobiotic conditions. Phytopathol., v. 71, p. 642 – 644, 1981.

Page 150: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

KOKALIS-BURELLE, N.; VAVRINA, E.N.; ROSSKOPF, E.N.; SHELBY, R.A. Field

evaluation of plant growth-promoting rhizobacteria amended transplant mixes and soil

solarization for tomato and pepper production in Florida. Plant Soil, v. 238, p. 257 –

266, 2002.

KUKLINSKY-SOBRAL, J.; ARAÚJO, W.L.; MENDES, R.; GERALDI, I.O.;

PIZZIRANI-KLEINER, A.A.; AZEVEDO, J.L. Isolation and characterization of

soybean-associated bacteria and their potential for plant growth promotion. Environ.

Microbiol., v. 6, n. 12, p. 1244 – 1251, 2004.

LI, J.; KREMER, R.J.; ROSS, L.M. Eletron microscopy of root colonization of Seratia

viridis by deleterious rhizobacteria as affected by soil properties. Symbiosis, v. 32, p. 1

– 13, 2002.

LUZ, W.C. Rizobactérias promotoras de crescimento de plantas e de bioproteção.

Revisão Anual de Patologia de Plantas, v. 4, p. 1 – 49, 1996.

MANTOVANELLO, C.M.; MELO, I.S. Isolamento e seleção de rizobactérias

promotoras de crescimento de plantas de tomate (Lycopersicon esculentum). Summa

Phytopathol., v. 20, p. 123 – 126, 1994.

MARIANO, R.L.R.; MELLO, M.R.F.; ALBUQUERQUE, V.V.; FREIRE, A.M.S.;

MEDEIROS, F.H.V. 2003. Utilização de bactérias na promoção de crescimento e

controle biológico de doenças em plantas micropropagadas. VIII Reunião de

Controle Biológico de Fitopatógenos. Ilhéus: Ceplac/Cepec, 75 – 83.

MCINROY, J.A.; KLOEPPER, J.W. Survey of indigenous bacterial endophytes from

cotton and sweet corn. Plant Soil, v. 173, p. 337 – 342, 1995.

MELLO, M.R.F.; MARIANO, R.L.R.; MENEZES, M.; CÂMARA, T.R.; ASSIS,

S.M.P. Seleção de bactérias e métodos de bacterização para promoção de crescimento

Page 151: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

em mudas de abacaxizeiro micropropagadas. Summa Phytopathol., v. 28, p. 222 –

228, 2002.

MISAGHI, I.J.; DONNDELINGER, C.R. Endophytic bacteria in sysmptom-free cotton

plants. Phytopathol., v. 80, p. 808 – 811, 1990.

MOHANDAS, S.; MANAMOHAN, M.; RAWAL, R.D.; CHAKRABORTY, S.;

SREEKANTAPPA, H.; MANJULA, R.; LAKSHMIKANTHA, H.C. Interaction of

Fusarium oxysporum f.sp. cubense with Pseudomonas fluorescens precolonized to

banana roots. World J. Microb. & Biotech. 20, 651–655, 2004.

NEHL, D.B.; ALTEN, S.J.; BROWN, J.F. Deleterious rhizosphere bacteria: an

integrating perspective. Appl. Soil Ecol., v. 5, p. 1 – 20, 1996.

PENROSE, D.M.; GLICK, B.R. Methods for isolating and characterizing ACC-

deaminase-containing plant growth-promoting rhizobacteria. Physiol. Plant., v. 118, p.,

10 – 15, 2003.

PHOTITA, W.; LUMYONG, S.; LUMYONG, P.; HYDE, K. Endophytic fungi of wild

banana (Musa acuminata) at Doi Suthep Pui National Park, Thailand. Mycol. Res., v.

105, n. 12, p. 1058 – 1513, 2001.

PROBANZA, A.; LUCAS GARCÍA, J.A. PALOMINO, M.R.; RAMOS, B.;

GUTIÉRREZ MAÑERO, F.J. Pinus pinea L. seedling growth and bacterial rhizosphere

structure alter inoculation with PGPR Bacillus (B. licheniformis CECT 5106 and B.

pumilus CECT 5105). Appl. Soil Ecol., v. 20, p. 75 – 84, 2002.

PUSEY, P.L.; WILSON, C.L. Postharvest biological control of stone fruit brown rot by

Bacillus subtilis. Plant Dis., v. 68, n. 9, p. 753 – 756, 1984.

ROMEIRO, R.S. Controle Biológico de enfermidades de plantas: fundamentos.

Viçosa: Ed. UFV, 269 p., 2007.

Page 152: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

SICILIANO, S.D.; THEORET, C.M.; DE FREITAS, J.R.; HUCL, P.J.; GERMIDA, J.J.

Differences in the microbial communities associated with the roots of different cultivars

of canola and wheat. Can. J. Microbiol., v. 44, p. 844 – 851, 1998.

SIEVERDING, E. Vesicular-arbuscular Mycorrhiza Management in Tropical

Agrosystems. Eschbron: GTZ. Detsche Gesellschaft Für Tchnisches. Zuscimmenarbeit,

371 p., 1991.

SILVEIRA, E.B.; GOMES, A.M.A.; MARIANO, R.L.R.; SILVA NETO, E.B.

Bacterização de sementes e desenvolvimento de mudas de pepino. Hortic. bras., v. 22,

n. 2, p. 217 – 221, 2004.

SURETTE, M.; STURZ, A.V.; LADA, R.R.; NOWAK, J. Bacterial endophytes in

processing carrots (Daucus carota L. var. sativus): their localization, population

density, biodiversity and their effects on plant growth. Plant Soil, v. 253, p. 381 – 390,

2003.

TERVET, I.W.; HOLLIS, J.P. Bacteria in the storage organs of healthy plants.

Phytopathol., v. 48, p. 960 – 967, 1948.

TRINDADE, D.R.; TABOSA, S.A.; LEITE, M.A.N.; DUARTE, M.L.R. 2002.

Doenças da bananeira no Estado do Pará. Belém: EMBRAPA (Circular Técnica, 27),

8 p.

TUITE, J. Plant pathological methods: fungi and bacteria. Minneapolis: Burgess,

239 p., 1969.

vAN PEER, R.; PUNTE, H.L.M.; DE WEGER, L.; SCHIPPERS, B. Characterization of

root surface and endorhizosphere Pseudomonads in relation to their colonization of

roots. Appl. Environ. Microbiol., v. 56, n. 8, p. 2462 – 2470, 1990.

Page 153: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

VLASSAK, K.; VANHOLM, L.; DUCHATEAU, L.; VANDERLEYDEN, J.; DEMOT,

R. Isolation and characterization of fluorescent pseudomonas associated with the roots

of rice and banana grown in sri-lanka. Plant Soil, v. 145, p. 51 – 63, 1992.

WEBER, O.B.; BALDANI, J.I.; DÖBEREINER, J. Bactérias diazotróficas em mudas

de bananeira. Pesq. agropec. bras., v. 35, n. 11, p. 2277-2285, 2000.

Page 154: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

CAPÍTULO 3

Interação rizobactérias e fungos micorrízicos no

desenvolvimento de bananeira micropropagada

Page 155: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

INTERAÇÃO RIZOBACTÉRIAS E FUNGOS MICORRÍZICOS NO

DESENVOLVIMENTO DE BANANEIRA MICROPROPAGADA

Resumo

Este trabalho objetivou avaliar a interação entre rizobactérias promotoras do

crescimento de plantas (RPCPs) e fungos micorrízicos arbusculares (FMAs) no

crescimento de bananeira micropropagada cv. Grand Naine. Em casa de vegetação foi

conduzido um experimento em DIC com 7 tratamentos de bacterização com RPCPs

(BAN29, BAN36, BAN81, BAN82, S1, S2 e controle) × 3 tratamentos de inoculação

com FMAs (Glomus etunicatum, Glomus clarum e controle) e 7 repetições. Mudas com

aproximadamente 10 cm foram transplantadas para sacos contendo 1,5 kg de solo

desinfestado. A inoculação com o FMA ocorreu no transplantio das mudas, sendo

aplicados 200 esporos/planta. Após transplantio, as mudas foram bacterizadas com seis

isolados epifíticos ou endofíticos isolados de raízes de bananeira de diferentes

cultivares. Suspensões bacterianas de cada isolado foram ajustadas visando obter 108

UFC/mL, sendo o substrato posteriormente infestado com 50 mL de suspensão/planta.

O tratamento controle sem FMA e sem bactérias recebeu ADE. As mudas micorrizadas

e bacterizadas conjuntamente não apresentaram diferenças em relação às variáveis de

crescimento, apenas a interação BAN29 com G. etunicatum proporcionou aumento no

sistema radicular. Na interação com os FMAs, os tratamentos S1 e S2 foram os únicos a

apresentar interação positiva. Estímulo na colonização das raízes de bananeira cv.

Grand Naine por G. clarum foi observado quando associadas com BAN82. A interação

RPCP e FMA demonstrou resultados neutros, positivos e negativos no desenvolvimento

das mudas e dos FMAs. Conclui-se que o efeito da interação se modifica a depender do

isolado específico de RPCPs e FMAs.

Palavras-chave: Musa, aclimatização, RPCP, FMA, micorriza

Page 156: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

1. INTRODUÇÃO

A rizosfera constitui um ambiente dinâmico e funcional sob influência das raízes

das plantas e seus exsudatos, que interferem diretamente no desenvolvimento dos

microrganismos (Andrade et al., 1998; Johansson et al., 2004). Estes, por sua vez, são

responsáveis pela ciclagem de nutrientes, pelo desenvolvimento, sobrevivência e

nutrição das plantas e pelo controle biológico de patógenos (Jeffries et al., 2003),

contribuindo significativamente para a sanidade das plantas e a fertilidade do solo

(Johansson et al., 2004).

Os microrganismos freqüentes em abundância e diversidade e em constante

interação na rizosfera compreendem duas classes principais, os simbiontes obrigatórios,

os fungos micorrízicos arbusculares (FMAs) e os de vida livre, as rizobactérias

promotoras de crescimento de plantas (RPCPs), ambos presentes em todos os ambientes

(Moreira e Siqueira, 2002; Lucy et al., 2004), associando-se com algumas variedades de

espécies frutíferas, como macieira (Locatelli e Lovato, 2002), morangueiro (Taylor e

Harrier, 2001) e abacaxizeiro (Mello et al., 2002).

Os FMAs formam associação mutualista com quase 90% das espécies de plantas

terrestres na micorrizosfera (Siqueira, 1996; Linderman, 1988) e dentre os seus efeitos

estão aumento no desenvolvimento e nutrição de plantas, resistência a patógenos e

tolerância a condições ambientais desfavoráveis. Entretanto, estes efeitos diferem de

acordo com a espécie ou cultivar da hospedeira e a espécie de FMA; o substrato, o que

inclui grau e o tipo de fertilização (Oehl et al., 2003) e variações do ambiente, como

quantidade disponível de água, temperatura, presença de metais pesados, pH do solo,

entre outros fatores (Moreira e Siqueira, 2002).

Page 157: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

As RPCPs, assim como os FMAs, têm se destacado nas últimas décadas pelos

seus efeitos nas plantas hospedeiras, pela ampla ocorrência como endossimbiontes e

pelos estímulos na associação micorrízica, sendo neste caso denominadas de

“mycorrhiza helper bacteria” (MHB) (Duponnois, 2006). Os benefícios nas plantas se

devem especialmente à solubilização de nutrientes de baixa mobilidade no solo, tais

como fósforo, nitrogênio, potássio e ferro e pela produção de fitohormônios, em

especial as auxinas (Vessey, 2003).

Em bananeira, resultados benéficos no desenvolvimento de mudas

micropropagadas têm sido frequentemente relatados em relação à inoculação de fungos

micorrízicos de diversas espécies, em especial isolados de Glomus spp. Observam-se

incrementos no crescimento da parte aérea das mudas, assim como aumento da

sobrevivência das mudas micropropagadas quando passam da condição autótrofa para a

heterótrofa após transplantio em substratos e tolerância a estresses abióticos (Jaizme-

Vega et al., 1997; Yano-Melo et al., 1999; Declerck et al., 2002; Yano-Melo et al.,

2003). Poucos trabalhos citam a associação de bananeiras com bactérias. Vlassak et al.

(1992) registraram e obtiveram isolados de Pseudomonas fluorescentes de raízes de

bananeiras. Weber et al. (2000) fizeram o primeiro registro de bactérias diazotróficas

associadas com mudas micropropagadas de bananeira e do seu efeito benéfico no

crescimento. Cao et al. (2004) relataram a associação de actinomicetos endofíticos em

raízes de bananeira. A interação entre estes microrganismos, FMA × RPCPs foi

registrada apenas por Rodriguez-Romero et al. (2005) demonstrando benefícios no

desenvolvimento e nutrição de mudas de bananeira.

A influência das bactérias na formação da micorriza está associada com

modificações positivas ou negativas em várias fases do desenvolvimento dos fungos

micorrízicos, desde o processo de esporulação até a colonização nas raízes das plantas

Page 158: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

(Duponnois, 2006). Garbaye (1994) afirmou que as MHB podem alterar o processo de

formação da simbiose micorrízica desde a fase saprofítica no solo até o reconhecimento

e receptividade da planta ao FMA. Estes efeitos dependem dos isolados de RPCPs e

FMAs, do tipo de substrato e da disponibilidade de fósforo. Por outro lado, os FMAs

também interferem na densidade e diversidade populacional bacteriana por modificar a

exsudação de nutrientes das plantas, estimulando ou inibindo o desenvolvimento de

grupos selecionados de rizobactérias, que é chamado “efeito micorrizosfera”

(Linderman, 1988; Duponnois, 2006). Alguns autores indicam aumento populacional

(Andrade et al., 1998) ou decréscimos (Ravnskov et al., 1999) ou efeitos neutros (Vivas

et al., 2005) na população bacteriana associada à plantas micorrizadas.

A interação sinérgica entre FMA e RPCPs, que potencialmente podem ser

bactérias fixadoras de N (Vázquez et al., 2000), solubilizadoras de fosfato (Kim et al.,

1998; Singh e Kapoor, 1999), solubilizadoras de potássio (Kohler et al., 2007) ou

agentes de biocontrole (Edwards et al., 1998; Budi et al., 1999), tem efeitos benéficos

comprovados no desenvolvimento e sobrevivência de plantas das mais diversas espécies

e cultivares, como tomateiro (Kim et al., 1998), alface (Vivas et al., 2003; Kohler et al.,

2007) e amoreira e mamoeiro (Mamatha et al., 2002). Alguns exemplos de interações

entre espécies de Bacillus coagulans Hammer e Glomus caledonium (Nicol. & Gerd.)

Trappe & Gerd. (Mamatha et al., 2002), Enterobacter agglomerans Ewing & Fife, uma

bactéria solubilizadora de fosfato e Glomus etunicatum Becker & Gerdemann (Kim et

al., 1998), Bacillus pumillus Meyer & Gottheil e Bacillus licheniformis (Weigmann)

Chester e Glomus intraradices Schenck & Smith (Medina et al., 2003) e Streptomyces

coelicolor (Muller) Waksman and Henrici e G. intraradices (Abdel-Fattah e

Mohamedia, 2000) mostraram que os efeitos sinérgicos da co-inoculação ocorrem não

Page 159: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

apenas no desenvolvimento e nutrição das plantas hospedeiras associadas, mas também

na proliferação da bactéria no solo e no estabelecimento da simbiose micorrízica.

Outra forma de quantificar o efeito da interação entre os inoculantes microbianos

é verificar alterações da atividade microbiana no solo, pois são indicadores sensíveis de

modificações resultantes de práticas de inoculação de microrganismos, de fertilização

química ou orgânica ou de práticas de manejo. Além disso, é bastante conhecido o

efeito dos fungos micorrízicos e de rizobactérias na conservação da estrutura do solo.

Entretanto, poucos estudos têm visualizado alterações neste sentido quando são

aplicados microrganismos que modificam a qualidade do solo (Kohler et al., 2006).

O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito da interação entre RPCPs de

bananeiras (BAN29, BAN36, BAN81, BAN82, S1 e S2) e FMAs (Glomus etunicatum

Becker & Gerd. e Glomus clarum Nicol. & Schenck) no desenvolvimento de mudas

micropropagadas de bananeiras cv. Grand Naine em fase inicial de aclimatização, além

de avaliar o efeito das RPCPs no desenvolvimento dos FMAs (colonização e produção

de esporos).

2. MATERIAL E MÉTODOS

O experimento em casa de vegetação foi realizado no Departamento de

Micologia (CCB/UFPE), no qual temperatura e umidade foram verificadas diariamente

em termohigrômetro digital, com valores mínimos de 25°C e 54% e máximos de 30,8°C

e 68%, respectivamente. O substrato utilizado foi solo (Latossolo Amarelo Distrófico

Argissólico) coletado em Aldeia (Camaragibe – PE) a uma profundidade de 0 – 20 cm,

apresentando as seguintes características após a desinfestação com Basamid® (Dazomet,

Page 160: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

Ihara Bras.): classe textural arenosa, pH, 4,77; 4 mg/dm3 de P; 0,75, 0,50, 0,02, 0,02,

1,45, 1,27 cmolc/dm3 de Ca, Mg, Na, K, Al e H, respectivamente.

O experimento consistiu de um delineamento inteiramente casualizado em

fatorial: 7 tratamentos de bacterização com rizobactérias promotoras de crescimento de

bananeira cv. Grand Naine (BAN29, BAN36, BAN81, BAN82, S1, S2 e controle não

bacterizado) e 3 tratamentos de inoculação com FMAs [G. etunicatum (UFPE 06) e G.

clarum (UFPE 08) e controle não inoculado], com 7 repetições.

Os fungos micorrízicos pertencentes à coleção do Laboratório de Micorrizas da

UFPE foram multiplicados em vasos de cultura contendo painço (Panicum miliacium

L.) juntamente com sorgo (Sorghum bicolor L.). Os isolados bacterianos depositados na

Coleção de Bactérias do Laboratório de Fitobacteriologia da UFRPE estavam

preservados em água destilada esterilizada. Para utilização foram cultivados em meio

Extrato de levedura-dextrose-ágar nutritivo (NYDA) (Pusey e Wilson, 1984) e mantidos

por repicagens periódicas em tubos de ensaio contendo o mesmo meio. Suspensões

bacterianas foram preparadas em água destilada esterilizada (ADE) a partir de culturas

com 36 horas e concentrações ajustadas para 1x108 UFC mL-1 em espectrofotômetro a

580 nm de acordo com equações pré-determinadas. Para determinação e padronização

do número de células viáveis na suspensão de cada isolado bacteriano utilizado neste

experimento obteve-se a curva de crescimento pelo método da micropipetagem e

calculou-se a equação da reta, plotando-se em gráficos (Mariano et al., 2005).

As mudas micropropagadas de bananeira cv. Grand Naine foram adquiridas na

Multiplanta Tecnologia Vegetal (Andradas, MG) acondicionadas em bandejas contendo

substrato comercial desinfestado. As mudas encontravam-se em período inicial de

aclimatização (15 dias e aproximadamente 10 cm de altura).

Page 161: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

As mudas foram transferidas para sacos pretos contendo o solo desinfestado e

nesse momento receberam o inóculo de ambos os microrganismos. Cada muda recebeu

na região das raízes, solo inóculo correspondendo a 200 esporos de G. etunicatum ou G.

clarum. Após a inoculação micorrízica, as mudas receberam, através da infestação do

substrato, 50 mL de suspensão de seis isolados de RPCPs separadamente. As mudas do

tratamento controle receberam 50 mL de ADE.

As plantas foram irrigadas em dias alternados e quinzenalmente foram tomadas

medidas de altura (do colo da planta até o comprimento final da última folha), diâmetro

do pseudocaule e número de folhas. Aos 90 dias as plantas foram coletadas e avaliadas

quanto à biomassa fresca e seca da parte aérea e raízes. Para a determinação da

biomassa seca, a parte aérea foi colocada em estufa com circulação de ar (60 °C) até

atingir peso constante.

Para avaliação correspondente a micorrização foram verificados o percentual de

colonização micorrízica e a densidade de esporos de FMA na rizosfera das mudas. As

raízes foram clarificadas em KOH (10%) e H2O2 (10%) e coradas com azul de Trypan

(0,05%) em lactoglicerol (Phillips & Hayman, 1970). A colonização micorrízica foi

estimada em 100 fragmentos de 1 cm de raízes dispostos em lâminas e observados em

microscópio estereoscópico para verificação de presença ou ausência de estruturas dos

FMAs (Giovannetti & Mosse, 1980). A densidade de esporos foi avaliada após

extrações por peneiramento úmido (Gerdemann & Nicolson, 1963) seguido de

centrifugação em água e sacarose (Jenkins, 1964) a partir de amostras contendo 50 g de

solo, que em seguida foram contados em placa canaletada sob microscópio

esteroscópico.

Incrementos decorrentes das inoculações foram calculados utilizando-se a

fórmula IA (%) = (Tr – Test)/ Test x 100; onde Tr = tratamento e Test = testemunha,

Page 162: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

tendo por base o valor médio do tratamento específico e da testemunha. A taxa de

crescimento foi calculada segundo a fórmula de Sieverding (1991) modificada, onde TC

(%) = π. y2. altura/ dias após transplantio e inoculações com RPCP e FMA, sendo y =

diâmetro do pseudocaule / 2. Os dados foram submetidos à análise de variância e as

médias comparadas pelo teste de Duncan (P≤ 0,05), utilizando-se o programa Statistica

(Statsoft®, 1995). Para análise, foram transformados os dados do número de folhas e

densidade de esporos em √ (x+0,5) e de colonização de raízes em √ (x/100).

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Diferenças no crescimento das mudas de bananeira micropropagadas inoculadas

com FMAs e RPCPs foram evidenciadas a partir dos 30 dias (dados não apresentados)

até a avaliação final aos 90 dias (Tabela 1). Isoladamente, as RPCPs BAN29 e BAN 81

elevaram a altura das plantas, BAN29, BAN36, BAN81 e BAN82 aumentaram o

diâmetro do pseudocaule e BAN81 e BAN82 acresceram o número de folhas. Desta

forma, apenas BAN81 promoveu o crescimento global da planta, com diferenças em

todas as variáveis analisadas (Tabela 1). Incrementos semelhantes também foram

observados quando mudas micropropagadas de bananeira cv. Pacovan estavam

bacterizadas com RPCPs de eficiência comprovada para o crescimento de outras

culturas (Mariano et al., 2003). Em geral, com a inoculação destes microrganismos

ocorrem aumentos no crescimento da parte aérea, de raízes, de sobrevivência, adaptação

às condições ambientais não controladas e ao estresse biótico sofrido pela presença de

patógenos. Estes efeitos benéficos se dão por modificações estruturais do solo e das

plantas e alterações na produção de hormônios vegetais (Silveira, 1996; Vessey, 2003;

Page 163: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

Lucy et al., 2004). Separadamente, os FMAs G. etunicatum e G. clarum promoveram o

crescimento das plantas considerando todas as variáveis estudadas, com exceção de G.

etunicatum para número de folhas (Tabela 1). Resultados semelhantes foram

evidenciados por Yano-Melo et al. (1999) com a inoculação dos mesmos FMAs

utilizados neste experimento, porém em bananeira da cv. Pacovan. Mudas

micropropagadas de bananeira demonstram resultados promissores no desenvolvimento

quando associadas com isolados de Glomus sp., como evidenciado também por

Declerck et al. (2002) e por Jaizme-Vega et al. (2002).

Considerando os tratamentos com as diferentes RPCPs em relação a cada FMA,

não houve diferença significativa na altura das plantas, diâmetro do pseudocaule e

número de folhas (Tabela 1). De forma similar, considerando os tratamentos com FMAs

em relação a cada RPCP, não foram observadas diferenças para as mesmas variáveis,

exceto com S1 e S2. Estas rizobactérias interagiram com G. etunicatum e G. clarum de

forma que houve promoção de crescimento quando aplicados conjuntamente em relação

ao controle sem os FMAs. Os maiores incrementos foram observados para as variáveis

altura das plantas (32%), diâmetro do pseudocaule (47,5%) e número de folhas (56,8%),

respectivamente nas interações BAN29 × G. clarum, S1 × G. clarum e BAN82 × G.

etunicatum (Tabela 1).

Page 164: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

BAN 29 BAN 36 BAN 81 BAN 82 S1 S2 Controle Tratamentos de

inoculação Altura da planta (cm)

Glomus etunicatum 18,51aA 16,75aA 17,30aA 18,48aA 17,88aA 18,26aA 17,10aA

Glomus clarum 19,30aA 17,73aA 17,88aA 18,05aA 18,42aA 18,01aA 17,98aA

Controle 17,52aA 16,48aAB 17,34aA 16,72aAB 14,64bBC 13,16bC 14,62bBC

Diâmetro do pseudocaule (mm)

Glomus etunicatum 9,71aA 8,50aA 8,03aA 9,83aA 9,68aA 9,81aA 8,88aA

Glomus clarum 9,95aA 9,43aA 9,80aA 8,83aA 9,97aA 9,41aA 9,36aA

Controle 9,27aA 8,70aA 9,08aA 8,75aA 6,88bB 5,80bB 6,76bB

Número de folhas

Glomus etunicatum 4,18aA 4,50aA 4,00aA 5,33aA 5,00aA 5,16aA 4,40abA

Glomus clarum 5,16aA 4,66aA 5,28aA 4,83aA 5,14aA 4,66aA 5,16aA

Controle 4,71aAB 4,28aAB 5,14aA 4,85aA 3,42bBC 2,80bC 3,40bBC

Tabela 1. Efeito de fungos micorrízicos arbusculares e de rizobactérias promotoras de crescimento de plantas no desenvolvimento de mudas

micropropagadas de bananeira cv. Grand Naine 90 dias após as inoculações

Médias seguidas da mesma letra, minúsculas na coluna e maiúsculas na linha, não diferem significativamente pelo teste de Duncan (P ≤ 0,05).

Page 165: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

Algumas RPCPs, isoladamente, promoveram o crescimento em variáveis

distintas, no entanto a BAN29 e a BAN81 consistentemente elevaram a biomassa total

das plantas. Considerando a ação dos FMAs isoladamente, tanto G. etunicatum quanto

G. clarum promoveram aumentos na biomassa seca total e da parte aérea (Tabela 2).

Considerando os tratamentos com as diferentes RPCPs em relação a cada FMA,

não houve diferença significativa de biomassa seca da parte aérea exceto para BAN36 ×

G. etunicatum que conjuntamente causaram redução dessas variáveis. No entanto, a

biomassa seca das raízes foi aumentada pela interação BAN29 × G. etunicatum, embora

este efeito não tenha sido observado nas outras interações (Tabela 2).

De forma similar, considerando os tratamentos com FMAs em relação a cada

RPCP, em geral não foram observadas diferenças para biomassa seca total e da parte

aérea e de raízes, exceto para S1 e S2 (Tabela 2). Estas rizobactérias interagiram com G.

etunicatum e G. clarum de forma que houve promoção de crescimento quando aplicados

conjuntamente em relação ao controle sem os FMAs.

Medina et al. (2003) também observaram resultados contrastantes no

desenvolvimento de Medicago sativa a depender da interação bactéria e FMA, sendo

que Glomus mosseae (Nicol. & Gerd.) Gerd. & Trappe mostrou interação positiva

quando associado com B. pumillus ou B. licheniformis; entretanto, não houve nenhum

efeito sinérgico pela associação de G. intraradices com estas bactérias. Da mesma

forma, Vivas et al. (2005) observaram efeitos neutros a positivos apenas pela

substituição de um isolado de G. mosseae de uma coleção de referência por um isolado

do mesmo FMA adaptado a solo contaminado por Cd quando associados à

Brevibacillus brevis (Migula) Shida et al. Isto demonstrou que a compatibilidade entre

os isolados é fator imprescindível para a interação aditiva e sinérgica, refletindo-se no

aumento do desenvolvimento das plantas inoculadas. Neste trabalho, observaram-se

Page 166: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

interações neutras entre a maioria das interações RPCPs e FMAs, porém também houve

efeito negativo, como o que ocorreu na interação BAN36 × G. etunicatum com redução

de biomassa de raízes e efeito positivo como o observado na interação BAN29 × G.

etunicatum e a interação conjunta S1 e S2 com G. etunicatum e G. clarum.

Os maiores incrementos em biomassa seca da parte aérea (70,6%) e raízes

(411,1%) foram obtidos respectivamente nas interações BAN29 × G. clarum e BAN29

× G. etunicatum (Tabela 2). Interação positiva entre FMAs e RPCPs também foi

observada por Medina et al. (2003). As interações negativas podem ser explicadas,

provavelmente porque houve competição por sítios de colonização (Ames et al., 1984)

ou por fontes de C (Marschner e Crowley, 1996), provavelmente foi o que ocorreu na

interação BAN36 × G. etunicatum. Já os efeitos neutros das interações entre FMAs e

rizobactérias também foram observados no desenvolvimento de trigo (Triticum

aestivum) por Walley e Germida (1997).

Em relação às taxas de crescimento das mudas inoculadas com os

microrganismos testados, as plantas tratadas com a BAN82 e micorrizadas com G.

etunicatum apresentaram maior taxa de crescimento que o controle (Figura 1a), porém

não existiu diferença na associação RPCPs × G. clarum (Figura 1b). Considerando as

RPCPs isoladamente, os tratamentos BAN29 e BAN81 promoveram os maiores

benefícios, diferenciando-se dos outros tratamentos e do controle (Figura 1c).

Considerando os tratamentos com inoculação dos FMA sem a interferência das RPCPs

não houve diferença significativa entre os isolados, porém os dois tratamentos se

destacaram em relação ao controle não inoculado (Figura 1d).

Page 167: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

Tratamentos de

inoculação

BAN29 BAN36 BAN81 BAN82 S1 S2 Controle

Biomassa seca total (g) Glomus etunicatum 1,82aA 1,50aA 1,55aA 1,73aA 1,82aA 1,66aA 1,66aA Glomus clarum 2,02aA 1,75aA 1,89aA 1,62aA 2,00aA 1,73aA 1,67aA

Controle 1,85aA 1,42aAB 1,80aA 1,63aAB 1,25bB 0,87bB 0,94bB

Biomassa seca da parte aérea (g) Glomus etunicatum 1,43aAB 1,15bB 1,35aAB 1,49aAB 1,52abAB 1,66aA 1,57aA Glomus clarum 1,74aA 1,63aA 1,70aA 1,40aA 1,66aA 1,54aA 1,52aA

Controle 1,44aA 1,15bAB 1,48aA 1,34aAB 1,44bABC 0,82bC 1,02bBC

Biomassa seca de raízes (g) Glomus etunicatum 0,46aA 0,34aAB 0,20aB 0,19aB 0,24abB 0,27aB 0,15aB Glomus clarum 0,30aA 0,26aA 0,19aA 0,19aA 0,34aA 0,19aA 0,19aA

Controle 0,40aA 0,26aABC 0,32aA 0,28aAB 0,10bC 0,11aBC 0,09aC

Tabela 2. Efeito de fungos micorrízicos arbusculares e de rizobactérias promotoras de crescimento de plantas no desenvolvimento de mudas

micropropagadas de bananeira cv. Grand Naine 90 dias após as inoculações

Médias seguidas da mesma letra, minúsculas na coluna e maiúsculas na linha, não diferem significativamente pelo teste de Duncan (P ≤ 0,05)

Page 168: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

(a)

0

5

10

15

20

25

BAN29 BAN36 BAN81 BAN82 S1 S2 CB

Taxa

de

cres

cim

ento

(%)

a abab abab

ab b

(b)

0

5

10

15

20

25

BAN29 BAN36 BAN81 BAN82 S1 S2 CB

Taxa

de

cres

cim

ento

(%)

a a a a a a

a

(c)

0

5

10

15

20

25

BAN29 BAN36 BAN81 BAN82 S1 S2 CB

Taxa

de

cres

cim

ento

(%)

a a ab ab

bc bcc

Page 169: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

(d)

0

5

10

15

20

25

Ge Gc CF

Taxa

de

cres

cim

ento

(%)

a a

b

Figura 1. Taxa de crescimento (em percentagem) de mudas micropropagadas de

bananeira cv. Grande Naine segundo os tratamentos (a) RPCPs × G. etunicatum, (b)

RPCPs × G. clarum, (c) RPCPs × controle FMA (não inoculado)], (d) controle RPCPs

(não inoculado) × FMAs, aos 90 dias da inoculação.

CB = tratamento controle, não inoculado com RPCPs; CF = tratamento controle, não inoculado com

FMAs.

Letras semelhantes não diferem significativamente pelo teste de Duncan (P ≤ 0,05).

A colonização de G. etunicatum não foi afetada pelas RPCPs, no entanto a de G.

clarum foi elevada significativamente pelo isolado BAN82. Quatro das RPCPs

(BAN29, BAN81, BAN82 e S2) influenciaram negativamente a densidade de esporos

de G. etunicatum, enquanto duas foram neutras. Já no caso de G. clarum a maioria das

RPCPs foi neutra enquanto apenas S2 reduziu essa densidade (Tabela 3).

Alguns trabalhos correlacionam a compatibilidade entre RPCPs e FMAs através

da taxa de colonização nas raízes de ambos os associados (intensidade de colonização e

produção de arbúsculos), além de produção de micélio extraradicular, proliferação de

células bacterianas no solo e atividade metabólica do solo evidenciada pela produção de

Page 170: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

enzimas específicas, o que pode interferir ou não no desenvolvimento dos hospedeiros

(Marulanda et al., 2006; Vivas et al., 2005; Vivas et al., 2006).

Apesar do estímulo na colonização de G. clarum pelo isolado BAN82, a

interferência negativa na esporulação deste FMA coloca em dúvida o efeito benéfico

desta rizobactéria. Estudos posteriores para avaliar a germinação dos esporos de G.

clarum in vitro quando associados com esta rizobactéria poderão elucidar a existência

ou não de fatores bacterianos interferindo negativamente na esporulação deste FMA.

Estes resultados corroboram com a afirmativa de Duponnois (2006) e Garbaye (1994)

que as rizobactérias presentes na micorrizosfera podem interferir, positiva ou

negativamente, em várias fases do desenvolvimento dos fungos micorrízicos, sendo

espécie-específica. Vários estudos in vitro têm demonstrado a capacidade estimulante

ou inibitória de bactérias sobre a germinação e esporulação de esporos de FMAs

(Carpenter-Boggs et al., 1995; Xavier e Germida, 2003).

Page 171: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

Tratamentos de

inoculação

BAN29 BAN36 BAN81 BAN82 S1 S2 Controle

Colonização micorrízica (%) Glomus etunicatum 36,50aA 22,87aB 27,50aAB 38,00aA 33,50aA 35,16aA 26,80aAB Glomus clarum 24,33aB 21,16aB 28,88aB 48,00aA 24,28aB 21,16bB 27,83aB

Controle 2,85bA 1,71bA 2,42bA 3,14bA 3,28bA 0,00cA 3,40bA

Densidade de esporos 50g-1

Glomus etunicatum 15,42aB 28,57aA 15,14bB 19,33aB 20,85aAB 14,28aB 31,71aA Glomus clarum 12,00abBC 15,57bAB 23,80aA 11,71aBC 17,57aAB 7,16aC 17,14bAB

Controle 0,71bA 1,71cA 0,00cA 0,14bA 0,00bA 0,00bA 0,00cA

Tabela 3. Densidade de esporos na rizosfera e colonização micorrízica em mudas micropropagadas de bananeiras cv. Grand Naine 90 dias após

as inoculações

Médias seguidas da mesma letra, minúsculas na coluna e maiúsculas na linha, não diferem significativamente pelo teste de Duncan (P ≤ 0,05)

Page 172: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

Rizobactérias colonizam os esporos externa e internamente, como os

endossimbiontes do gênero Burkholderia spp. (Bianciotto et al., 2002) e, em especial,

bactérias do gênero Pseudomonas e Bacillus (Singh e Kapoor, 1999; Mamatha et al.,

2002; Kohler et al., 2006), que colonizam a superfície externa das hifas e esporos dos

FMAs, facilitando a germinação e consequentemente a penetração nos tecidos vegetais

dos hospedeiros, talvez foi o que ocorreu na interação BAN82 × G. clarum. Singh e

Kapoor (1999) e Gamalero et al. (2004) afirmaram que o estímulo na colonização das

raízes pelos FMAs pode ser devido a produção de metabólitos que aumentam a

permeabilidade celular e de hormônios pelas rizobactérias, que aparentemente

estimulam a penetração pelo FMA. Semelhante a esta afirmação, Carpenter-Boggs et al.

(1995) observaram estímulos na germinação in vitro de esporos de Gigaspora

margarita Becker & Hall em conseqüência da liberação de substâncias voláteis por

actinomicetos. Acredita-se que substâncias como CO2, etileno, amônia, aminas, álcoois,

compostos sulfurados e ácidos graxos podem ser os responsáveis pela inibição ou

estímulo na germinação de esporos de FMAs (Xavier e Germida, 2003). Estudos

adicionais devem esclarecer melhor essas hipóteses, inclusive com relação aos

resultados apresentados neste trabalho, já que se observou grande complexidade e

especificidade nas interações entre os isolados de RPCPs e FMAs utilizados neste

experimento.

Na maioria dos casos, estímulos na colonização por rizobactérias não resultam

em maior benefício no desenvolvimento dos hospedeiros, como ficou demonstrado

neste trabalho, o que corrobora com trabalhos de Vivas et al. (2006) e Gamalero et al.

(2004). A ausência de diferenças funcionais no processo de micorrização como a

produção de arbúsculos ou extensão do micélio extraradicular em conseqüência da

Page 173: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

interação RPCPs × FMAs podem provavelmente explicar porque não houve efeito

aditivo no crescimento das mudas em conseqüência do aumento da colonização. No

caso da interação BAN36 × G. etunicatum pode ter havido maior competição

provavelmente por sítios de colonização nas raízes, o que fica claro ao observar a

inibição na colonização, mas que não houve em relação à esporulação deste FMA; ao

contrário, do que ocorreu nas demais interações das RPCPs com G. etunicatum. Esta

competição interferiu na produção de biomassa da parte aérea e de raízes das mudas

quando associadas com estes dois microrganismos. Vivas et al. (2003) também não

encontraram correlação entre o estímulo exercido por Bacillus thuringiensis na

colonização por G. intraradices no crescimento de plantas de alface. Efeitos negativos

no desenvolvimento de plântulas de ervilha também foram observados por Andrade et

al. (1995).

Há interações entre vários grupos de rizobactérias e FMAs na literatura, porém

os mecanismos desta interação não são completamente entendidos. Sabe-se que a

sobrevivência de células de bactérias no solo é curta, geralmente dura poucas semanas

(Medina et al., 2003); além disso, a interferência dos exsudatos radiculares cuja

composição química modifica com o desenvolvimento das plantas pode interferir

diretamente na microflora da micorrizosfera (Lynch e Whipps, 1990). Portanto, a

colonização micorrízica e esporulação em estádios mais avançados de desenvolvimento

da planta pode não refletir a real interferência entre estes microrganismos. Gamalero et

al. (2004) afirmam que em estádios iniciais do desenvolvimento da planta a competição

entre os microrganismos pode ser mais forte e em estádios mais avançados, a

capacidade fotossintética maior pode sustentar microflora mais abundantes. A partir dos

resultados deste experimento, sugerem-se o acompanhamento do processo de

colonização por ambos os microrganismos desde o período inicial de desenvolvimento

Page 174: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

da planta de forma a elucidarmos melhor os processos e mecanismos da interação FMA

e RPCP.

REFERÊNCIAS

ABDEL-FATTAH, G.M.; MOHAMEDIA, A.H. Interactions between a vesicular-

arbuscular mycorrhizal fungus (Glomus intraradices) and Streptomyces coelicolor and

their effects on sorghum plants grown in soil amended with chitin of brawn scales. Biol.

Fertil. Soils, v. 32, p. 401 – 409, 2000.

AMES, R.N.; REID, C.P.P.; INGHAM, E.R. Rhizosphere bacterial population

responses to root colonization by a vesicular-arbuscular mycorrhizal fungus. New

Phytol., v. 96, p. 555 – 563, 1984.

ANDRADE, G.; AZCÓN, R.; BETHLENFALVAY, G.J. A rhizobacterium modifies

plant and soil responses to the mycorrhizal fungus Glomus mosseae. Appl. Soil Ecol.,

v. 2, p. 195-202, 1995.

ANDRADE, G.; LINDERMAN, R.G.; BETHLENFALVAY, G.J. Bacterial

associations with the mycorrhizosphere and hyphosphere of the arbuscular mycorrhizal

fungus Glomus mosseae. Plant Soil, v. 202, p. 79–87, 1998.

BIANCIOTTO, V.; BONFANTE, P. Arbuscular mycorrhizal fungi: a specialised niche

for rhizospheric and endocellular bacteria. Antonie Leeuwenhoek, v. 81, p. 365–371,

2002.

BUDI, S.W.; VAN TUINEN, D.; MARTINOTTI, G.; GIANINAZZI, S. Isolation from

the Sorghum bicolor mycorrhizosphere of a bacterium compatible with arbuscular

mycorrhiza development and antagonistic towards soilborne fungal pathogens. Appl.

Environ. Microbiol., v. 65, n. 11, p. 5148 – 5150, 1999.

Page 175: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

CAO, L.; QIU, Z.; DAI,X.; TAN, H.; LIN,Y.; ZHOU,S. Isolation of endophytic

actinomycetes from roots and leaves of banana (Musa acuminata) plants and their

activities against Fusarium oxysporum f.sp. cubense. World J. Microbiol. &

Biotechnol., v. 20, p. 501 – 504, 2004.

CARPENTER-BOGGS, L.; LOYNACHAN, T.E.; STAHL, P.D. Spore germination of

Gigaspora margarita stimulated by volatiles of soil-isolated actinomycetes. Soil Biol.

Bioch., v. 27, n. 11, p. 1445 – 1451, 1995.

DECLERCK, S.; RISEDE, J-M.; DELVAUX, B. Greenhouse response of

micropropagated bananas inoculated with in vitro monoxenically produced arbuscular

mycorrhizal fungi. Sci. Hortic., v. 93, p. 301 – 309, 2002.

DUPONNOIS, R. Mycorrhiza Helper Bacteria: their ecological impact in mycorrhizal

symbiosis. In: RAI, M.K. Handbook of Microbial Biofertilizers. New York: Haworth

Press, 2006, p. 117 – 135.

EDGINTON, L.V.; KHEW, K.L. & BARRON, G.L. Fungitoxic spectrum of

benzinidazol compounds. Phytopathol., v. 61, n. 1, p. 42-44, 1971.

EDWARDS, S.G.; YOUNG, J.P.W.; FITTER, A.H. 1998. Interactions between

Pseudomonas fluorescens biocontrol agents and Glomus mosseae, an arbuscular

mycorrhizal fungus, within the rhizosphere. FEMS Microbiol. Lett. v. 166, p. 297 –

303, 1998.

GAMALERO, E.; TROTTA, A.; MASSA, N.; COPETTA, A.; MARTINOTTI, M.G.;

BERTA, G. Impact of two fluorescent Pseudomonads and an arbuscular mycorrhizal

fungus on tomato plant growth, root architecture and P acquisition. Mycorrhiza, v. 14,

p. 185 – 192, 2004.

GARBAYE, J. Helper bacteria: a new dimension to the mycorrhizal symbiosis. New

Phytol., v. 128, p. 197 – 210, 1994.

Page 176: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

GERDEMANN, J.W.; NICOLSON, T.H. 1963. Spores of mycorrhizal Endogone

extracted from soil by wet sieving and decanting. Trans. Br. Mycol. Soc., v.46, 235-

244, 1963.

GIOVANNETTI, M.; MOSSE, B. An evaluation of techniques for measuring vesicular

arbuscular mycorrhizal infection in roots. New Phytol., v.84, 489-500, 1980.

JAIZME-VEGA, M.C.; DELAMO, M.E.; DOMÍNGUEZ, P.T.; ROMERO, A.S.R.

Efectos de la micorrización sobre el desarrollo de dos cultivares de platanera

micropropagada. Infomusa, v. 11, n. 1, p. 25 – 28, 2002.

JEFFRIES, P.; GIANINAZZI, S.; PEROTTO, S.; TURNAU, K.; BAREA, J. The

contribution of arbuscular mycorrhizal fungi in sustainable maintenance of plant health

and soil fertility. Biol. Fertil. Soils, v. 37, p. 1–16, 2003.

JENKINS, W.R.A. A rapid centrifugal-flotation technique for separating nematodes

from soil. Plant Dis. Rep., v.48, p. 692, 1964.

JOHANSSON, J.F.; PAUL, L.R.; FINLAY, R.D. Microbial interactions in the

mycorrhizosphere and their significance for sustainable agriculture. FEMS Microbiol.

Ecol., v. 48, p. 1 – 13, 2004.

KIM, K.Y.; JORDAN, D.; MCDONALD, G.A. Effect of phosphate-solubilizing

bacteria and vesicular-arbuscular mycorrhizae on tomato growth and soil microbial

activity. Biol. Fertil. Soils, v. 26, p. 79–87, 1998.

KOHLER, J.; CARAVACA, F.; CARRASCO, J.; ROLDÁN, A. Contribution of

Pseudomonas mendocina and Glomus intraradices to aggregate stabilization and

promotion of biological fertility in rhizosphere soil of lettuce plants under field

conditions. Soil Use Manag., v. 22, p. 298–304, 2006.

Page 177: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

KOHLER, J.; CARAVACA, F.; CARRASCO, L.; ROLDÁN, A. Interactions between a

plant growth-promoting rhizobacterium, an AM fungus and a phosphate-solubilising

fungus in the rhizosphere of Lactuca sativa. Appl. Soil Ecol., v. 35, p. 480 – 487, 2007.

LINDERMAN, R.G. Mycorrhizal interactions with the rhizosphere microflora: The

mycorrhizosphere effect. Phytopathol., v. 78, p. 366 – 371, 1988.

LOCATELLI, L.M.; LOVATO, P.E. Inoculação micorrízica e aclimatização de dois

porta-enxertos de macieira micropropagados. Pesq. agropec. bras., v. 37, p. 177 – 184,

2002.

LUCY, M.; REED, E.; GLICK, B.R. Applications of free living plant growth-

promoting rhizobacteria. Antonie Leeuwenhoek, v. 86, p. 1 – 25, 2004.

LYNCH, J.M.; WHIPPS, J.M. Substrate flow in the rhizosphere. Plant Soil, v. 129, p. 1

– 10, 1990.

MAMATHA, G.; BAGYARAJ, D.J.; JAGANATH, S. Inoculation of field-established

mulberry and papaya with arbuscular mycorrhizal fungi and a mycorrhiza helper

bacteria. Mycorrhiza, v. 12, p. 313 – 316, 2002.

MARIANO, R.L.R.; MELLO, M.R.F.; ALBUQUERQUE, V.V.; FREIRE, A.M.S.;

MEDEIROS, F.H.V. 2003. Utilização de bactérias na promoção de crescimento e

controle biológico de doenças em plantas micropropagadas. VIII Reunião de

Controle Biológico de Fitopatógenos. Ilhéus: Ceplac/Cepec, 75 – 83.

MARIANO, R.L.R.; SILVEIRA, E.B. Manual de práticas em fitobacteriologia.

Recife: Universidade Federal Rural de Pernambuco, 2005, 184 p.

MARSCHNER, P.; CROWLEY, D.E. Physiological activity of a bioluminescent

Pseudomonas fluorescens (strin 2-79) in the rhizosphere of mycorrhizal and non-

mycorrhizal pepper (Capsicum annum L.) Soil Biol. Biochem., v. 28, p. 869 – 876,

1996.

Page 178: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

MARULANDA, A.; BAREA, J.M.; AZCÓN, R. An indigenous drought-tolerant strain

of Glomus intraradices associated with a native bacterium improves water transport and

root development in Retama sphaerocarpa. Microbial Ecol., v. 52, p. 670 – 678, 2006.

MEDINA, A.; PROBANZA, A.; GUTIERREZ MAÑERO, F.J.; AZCÓN, R.

Interactions of arbuscular-mycorrhizal fungi and Bacillus strains and their effects on

plant growth, microbial rhizosphere activity (thymidine and leucine incorporation) and

fungal biomass (ergosterol and chitin). Appl. Soil Ecol., v. 22, p. 15 – 28, 2003.

MELLO, M.R.F.; MARIANO, R.L.R.; MENEZES, M.; CÂMARA, T.R.; ASSIS,

S.M.P. Seleção de bactérias e métodos de bacterização para promoção de crescimento

em mudas de abacaxizeiro micropropagadas. Summa Phytopathol., v. 28, p. 222 –

228, 2002.

MOREIRA, F.M.S.; SIQUEIRA, J.O. Microbiologia e Bioquímica do Solo. Lavras:

Editora UFLA, 2002, 626 p.

OEHL, F.; SIEVERDING, E.; INEICHEN, K.; MÄDER, P.; BOLLER, T.; WIEMKEN,

A. Impact of land use intensity on the species diversity of arbuscular mycorrhizal fungi

in agroecosystems of central Europe. Appl. Environ. Microbiol., v. 69, p. 2816 – 2824,

2003.

PHILLIPS, J.M.; HAYMAN, D.S. Improved procedures for clearing roots and staining

parasitic and vesicular arbuscular mycorrhizal fungi for rapid assessement of infection.

Trans. Br. Mycol. Soc., v. 55, n. 1, p. 158 – 161, 1970.

PUSEY, P.L.; WILSON, C.L. Postharvest biological control of stone fruit brown rot by

Bacillus subtilis. Plant Dis., v. 68, n. 9, p. 753 – 756, 1984.

RAVNSKOV, S.; JAKOBSEN, I. Effects of Pseudomonas fluorescens DF57 on growth

and P uptake of two arbuscular mycorrhizal fungi in symbiosis with cucumber.

Mycorrhiza, v. 8, p. 329 – 334, 1999.

Page 179: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

RODRIGUEZ-ROMERO, A.S.; GUERRA, M.S.P.; JAIZME-VEGA, M.D. Effect of

arbuscular mycorrhizal fungi and rhizobacteria on banana growth and nutrition.

Agronomy for sustainable development, v. 25, n. 3, p. 395 – 399, 2005.

SIEVERDING, E. Vesicular-arbuscular Mycorrhiza Management in Tropical

Agrosystems. Eschbron: GTZ. Detsche Gesellschaft Für Tchnisches. Zuscimmenarbeit,

371 p., 1991.

SINGH, S.; KAPOOR, K.K. Inoculation with phosphate-solubilizing microorganisms

and a vesicular-arbuscular mycorrhizal fungus improves dry matter yield and nutrient

uptake by wheat grown in a sandy soil. Biol. Fertil. Soils, v. 28, p. 139–144,

1999ORIGINAL

SIQUEIRA, J.O. Micorrizas e micorrizologia. In: SIQUEIRA, J.O. (Ed.) Avanços em

fundamentos e aplicação de micorrizas. Lavras: Editora UFLA, 1996, p. 1 – 4.

STATISTICA FOR WINDOWS. 1995. StatSoft. Tulsa, USA.

TAYLOR, J.; HARRIER, L.A. A comparison of development and mineral nutrition of

micropropagated Fragaria x ananassa cv. Elvira (strawberry) when colonized by nine

species of arbuscular mycorrhizal fungi. Appl. Soil Ecol., v. 18, p. 205 – 215, 2001.

VÁZQUEZ, M.M.; CÉSAR, S.; AZCÓN, R.; BAREA, J.M. Interactions between

arbuscular mycorrhizal fungi and other microbial inoculants (Azospirillum,

Pseudomonas, Trichoderma) and their effects on microbial population and enzymes

activities in the rhizosphere of maize plants. Appl. Soil Ecol., v. 15, p. 261 – 272, 2000.

VESSEY, J.K. Plant growth promoting rhizobacteria as biofertilizers. Plant Soil, v.

255, p. 571–586, 2003

VIVAS, A.; MARULANDA, A.; GOMEZ, M.; BAREA, J.M.; AZCON, R.

Physiological characteristics (SDH and ALP activities) of arbuscular mycorrhizal

Page 180: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

colonization as affected by Bacillus thuringiensis inoculation under two phosphorus

levels. Soil Biol. Bioch., v. 35, p. 987–996, 2003.

VIVAS, A.; BAREA, J.M.; AZCÓN, R. Interactive effect of Brevibacillus brevis and

Glomus mosseae, both isolated from Cd contaminated soil, on plant growth,

physiological mycorrhizal fungal characteristics and soil enzymatic activities in Cd

polluted soil. Environ. Pollut., v. 134, p. 257–266, 2005.

VIVAS, A.; BIRO, B.; RUÝZ-LOZANO, J.M.; BAREA, J.M.; AZCÓN, R. Two

bacterial strains isolated from a Zn-polluted soil enhance plant growth and mycorrhizal

eficiency under Zn-toxicity. Chemosphere, v. 62, p. 1523–1533, 2006.

VLASSAK, K.; VANHOLM, L.; DUCHATEAU, L.; VANDERLEYDEN, J.; DEMOT,

R. Isolation and characterization of fluorescent pseudomonas associated with the roots

of rice and banana grown in Sri-Lanka. Plant Soil, v. 145, p. 51 – 63, 1992.

XAVIER, L.J.C.; GERMIDA, J.J. Bacteria associated with Glomus clarum spores

influence mycorrhizal activity. Soil Biol. Biochem., v. 35, p. 471 – 478, 2003.

YANO-MELO, A.M.; SAGGIN, O.J.; LIMA-FILHO, J.M.; MELO, N.F.; MAIA, L.C.

Effect of arbuscular mycorrhizal fungi on the acclimatization of micropropagated

banana plantlets. Mycorrhiza 9, 119 – 123, 1999.

YANO-MELO, A.M.; SAGGIN, O.J.; MAIA, L.C. Tolerance of mycorrhized banana

(Musa sp. cv. Pacovan) plantlets to saline stress. Agric. Ecosyst. Environ. 95, 343 –

348, 2003.

WALLEY, F.L.; GERMIDA, J.J. Response of spring wheat (Triticum aestivum) to

interactions between Pseudomonas species and Glomus clarum NT 4. Biol. Fertil.

Soils, v. 24, 365–371, 1997

WEBER, O.B.; BALDANI, J.I.; DÖBEREINER, J. Bactérias diazotróficas em mudas

de bananeira. Pesq. agropec. bras., v. 35, n. 11, p. 2277-2285, 2000.

Page 181: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

CONCLUSÕES GERAIS

Page 182: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

CONCLUSÕES GERAIS

Nas condições em que este trabalho foi realizado conclui-se que:

• Hipoclorito de cálcio (CaOCl) a 5% durante 20 min pode ser recomendado para

isolamento de bactérias endofíticas de raízes de banananeiras;

• A frequência e a densidade da população bacteriana diferem entre as cultivares

de bananeira, onde predominam bactérias epifíticas, Gram-positivas;

• Os isolados bacterianos dessas raízes são capazes de produzir β-1,3-glucanase,

pectinase e ácido indolacético;

• Quarenta isolados de rizobactérias de bananeiras são capazes de promover

incrementos no desenvolvimento de mudas micropropagadas de bananeiras da

cultivar Grand Naine, com destaque para BAN29, BAN36, BAN81, BAN82, S1

e S2;

• Entre os seis isolados mais promissores de RPCP, o BAN36 é o único promissor

como biocontrolador de F. oxysporum f. sp. cubense.

• Dependendo dos isolados, o crescimento de mudas de bananeiras ‘Grand Naine’

é beneficiado pela interação rizobactéria × FMA, a exemplo de BAN29 × G.

etunicatum e dos actinomicetos S1 e S2 × G. etunicatum e G. clarum.

Page 183: RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO E FUNGOS ...€¦ · 2nd experiment, the antagonic effect of selected PGPR against in vitro Fusarium oxysporum f. sp. cubense was evaluated

• Os resultados da relação rizobactérias e FMA dependem dos isolados, podendo

ser positivos ou negativos na colonização micorrízica e na esporulação do fungo.