11
anos Ordem dos Advogados do Brasil - Seção de Goiás Subseção de Anápolis TODOS PELA ADVOCACIA GOIÁS Of. n° 027/2017-Pres. Anápolis, 07 de abril de 2017. A Sua Excelência o Senhor ROBERTO NA VES E SIQUEIRA Prefeito Municipal de Anápolis Brasil, n° 200, Centro, Anápolis/GO Assunto: Solicita providências. Exmo. Senhor Prefeito, Considerando os termos do parecer da Comissão de Direito Tributário desta Subseção acerca da manifestação do Município de Anápolis em resposta ao ofício n° 018/2017-Pres., SOLICITAMOS a Vossa Excelência que, em prazo não superior ao do vencimento das respectivas obrigações - cobrança de tsu e Taxa de Expediente - atenda, ipsis Htteris, os requerimentos contidos no parecer exarado pela Comissão de Direito Tributário em 07/04/2017, em detida análise do Ofício 046- 2017/DR-SEMFAZ, encaminhado pela Diretoria de Receita Municipal. Inobstante, constatada ainda a possibilidade de superávit na arrecadação pelo lançamento da TSU para o exercício de 2017, requer nos seja franqueada a documentação complementar afim de que se conclua a legalidade sobre o respectivo fato. Cumpre-nos reverberar que a Ordem dos Advogados do Brasil é a maior entidade representativa da sociedade civil organizada, e nesse esteio, encontra respaldo tanto na Carta Política quanto no interesse da coletividade para agir nos interesses, na espécie, do contribuinte. Destarte, na expectativa de poder contar com a imprescindível colaboração de Vossa Excelência, reiteramos nossa expressão de real apreço e consideração. Fone/Fax: (62) 3327-0652 - Home Page: www.oabanapolis.org.br- E-mail: [email protected] Jorg^Henrique Elias Presidente em exercício Avenida Faiad Hanna, Qd.B, Lt.08, Cidade Jardim - CEP: 75.080-410 - Anápôiis - GO

ROBERTO NA VES E SIQUEIRA Prefeito Municipal de Anápolis ... · supostamente ao arrepio das normas legais e constitucionais; A COMISSÃO DE DIREITO TRIBUTÁRIO DA ORDEM DOS ... -7

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a n o s

Ordem dos Advogados do Brasil - Seo de Gois Subseo de Anpolis T O D O S P E L A A D V O C A C I A

GOIS

Of. n 027/2017-Pres.

Anpolis, 07 de abril de 2017.

A Sua Excelncia o Senhor ROBERTO NA VES E SIQUEIRAPrefeito Municipal de Anpolis Brasil, n 200, Centro, Anpolis/GO

Assunto: Solicita providncias.

Exmo. Senhor Prefeito,

Considerando os termos do parecer da Comisso de Direito Tributrio desta Subseo

acerca da manifestao do Municpio de Anpolis em resposta ao ofcio n 018/2017-Pres.,

SOLICITAMOS a Vossa Excelncia que, em prazo no superior ao do vencimento das respectivas

obrigaes - cobrana de t s u e Taxa de Expediente - atenda, ipsis Htteris, os requerimentos contidos no

parecer exarado pela Comisso de Direito Tributrio em 07/04/2017, em detida anlise do Ofcio 046-

2017/DR-SEMFAZ, encaminhado pela Diretoria de Receita Municipal.

Inobstante, constatada ainda a possibilidade de supervit na arrecadao pelo

lanamento da TSU para o exerccio de 2017, requer nos seja franqueada a documentao

complementar afim de que se conclua a legalidade sobre o respectivo fato.

Cumpre-nos reverberar que a Ordem dos Advogados do Brasil a maior entidade

representativa da sociedade civil organizada, e nesse esteio, encontra respaldo tanto na Carta Poltica

quanto no interesse da coletividade para agir nos interesses, na espcie, do contribuinte.

Destarte, na expectativa de poder contar com a imprescindvel colaborao de Vossa

Excelncia, reiteramos nossa expresso de real apreo e considerao.

Fone/Fax: (62) 3327-0652 - Home Page: www.oabanapolis.org.br- E-mail: [email protected]

Jorg^Henrique Elias

Presidente em exerccio

Avenida Faiad Hanna, Qd.B, Lt.08, Cidade Jardim - CEP: 75.080-410 - Anpiis - GO

mailto:[email protected]

ILUSTRSSIMO SENHORDr. RONIVAN PEIXOTO DE MORAIS JR.Presidente da Subseo da Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Gois, Subseo de Anpolis.NESTA

&rdem dos AJwqados do O&rasil - Q&e joisQ&ubse de A npolis

CONSIDERANDO as informaes prestadas pela Prefeitura Municipal acerca da apurao do custo do servio prestado e do clculo da Taxa de Servios Urbanos para o exerccio de 2017, realizada por meio do ofcio 046-2017/DR-SEMFAZ;

CONSIDERANDO os lanamentos praticados pela Secretaria Municipal da Fazenda para o exerccio de 2017, tanto da TSU - Taxa de Servios Urbanos quanto da Taxa de Expediente, supostamente ao arrepio das normas legais e constitucionais;

A COMISSO DE DIREITO TRIBUTRIO DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL, Seccional Gois, Subseo de Anpolis,instada pelo dd. Presidente desta Subseo a se manifestar sobre as consideraes alhures, vem, respeitosamente, via de seu Presidente ao final subscrito, o advogado Mateus Carvalho Neto, OAB/GO n. 34.166, submeter PARECER esta insigne Diretoria, quanto concluso preliminar acerca da cobrana da TSU e Taxa de Expediente para o exerccio de 2017, nos seguintes termos:

I - Da Anlise da Taxa de Servios Urbanos para o Exercicio de2017

Para melhor compreenso da problemtica trazida baila, de suma importncia analisarmos com afinco todos os fatores determinantes para a apurao correta da TSU, a qual elucidaremos em duas vertentes imprescindveis, quais sejam o custo do servio apurado e o clculo realizado pela municipalidade.

RECEBI EMO ) / Q

1.1 - Do Real Custo Anual do Servio

Como j elucidado outrora, a Taxa de Servios Urbanos, segundo os incisos I e II do caput do art. 2571 do Cdigo Tributrio e de Rendas do Municpio de Anpolis (CTRMA), a contrapartida realizada pelo contribuinte em funo da coleta e o transporte de resduos slidos e a destinao final e/ou tratamento final dos resduos slidos.

Nesse contexto, aps instada pela Ordem dos Advogados do Brasil, Subseo de Anpolis, a Prefeitura Municipal, por meio da Diretoria de Receita, informa que custo dos servios realizados no ano de 2016 foram de R$ 28.985.873,95 (vinte oito milhes novecentos e oitenta e cinco mil oitocentos e setenta e trs reais e noventa e cinco centavos), no qual supostamente fundamenta o referido valor, apresentando, para tanto, duas relaes das notas fiscais utilizadas como parmetro para cobrana das quais listam 93 documentos. Alm disso, insta frisar, fornece cpias de apenas 11 notas fiscais.

Dito isto, nos compete novamente oficiar a Prefeitura Municipal para que apresente cpia das demais notas fiscais, afim de que possamos averiguar se todas as demais NFs corroboram os critrios fixados pela legislao atinente ao caso.

Contudo, ainda que de posse de poucas notas fiscais possvel concluir que existem irregularidades na apurao do custo do servio prestado, a qual destacamos inicialmente a utilizao de servios realizados no perodo de 01/12/2015 a 31/12/2015, os quais no poderiam ser contemplados dentro do custo do exerccio de 2016, utilizado como parmetro para a cobrana da TSU para o exerccio de 2017.

&rdm dos Advoqados do rasil - O'beo joisQ&ubseo de A.npolis

1 Art. 257. A Taxa de Servios Urbanos, cujo fato gerado a utilizao, efetiva ou potencial., dos servios abaixo relacionados e prestados, aos dom iclios e aos estabelecim entos comerciais, industriais, prestadores de servios e/ou aqueles voltados prtica de atividades de cunho assistencial, educacional e/ou religioso, independentes de sua natureza pblica ou privada. (ALTERADA PELA LEI COM PLEM ENTAR N 262/2011)I - coleta e transporte de resduos slidos; / *II - destinao final e/ou tratam ento final dos residuos slidos. U \J

, 'jLtynd, 2 de

JkvenLia ^faia C$6anm, Qsid (58 08, (Pidae jardim, hc; (62) 3327-0652

( )rdcm dos Advogados do rasil - Qeo jois Qfbubseo de Anpolis

Isso porque, de acordo com o Princpio da Competncia, com redao dada pela Resoluo CFC N 1.367/2011 do Conselho Federal de Contabilidade, os custos devem ser reconhecidos nos perodos a que se referem, seno vejamos:

Artigo 9o O Princpio da Competncia determina que os efeitos das transaes e outros eventos sejam reconhecidos nos perodos a que se referem, independentemente do recebimento ou pagamento

Pargrafo nico. O Princpio da Competncia pressupe a simultaneidade da confrontao de receitas e de despesas correlatas.

Perspectivas no Setor Pblico

O Princpio da Competncia apiica-se integralmente ao Setor Pblico (q n.)

No obstante, o Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Pblico- MCASP2, elaborado pelo Ministrio da Fazenda, o qual deve ser aplicado pela Unio, Estados e Municpios, tambm traz o mesmo entendimento, seno vejamos:

2. P L A N O DE C O N TA S A P L IC A D O A O SETOR P B LIC O (PCASP)

O PCASP representa uma das maiores conquistas da contabilidade aplicada ao setor pblico. Alm de ser uma ferramenta para a consolidao das contas nacionais e instrumento para a adoo das normas internacionais de contabilidade, o PCASP permitiu diversas inovaes, por exemplo:

a. S e g re g a o d a s in fo r m a e s o r a m e n t r ia s e p a tr im o n ia is : n o P C A S P as c o n ta s c o n t b e is s o c la s s if ic a d a s segundo a natureza das informaes que evidenciam - oramentria, patrimonial e de controle, de modo que os registros oramentrios no influenciem ou alterem os registros patrimoniais, e vice-versa.

b . R e g i s t r o d o s f a t o s q u e a f e t a m o p a t r im n io p b l i c o s e g u n d o o r e g im e d e c o m p e t n c i a : a s v a r i a e s p a t r i

moniais aumentativas (VPA) e a s variaes patrimoniais diminutivas (YPD) registrai as transaes que a u m e n t a m o u d im in u e m o p a t r im n io l i q u id o , d e v e n d o s e r r e c o n h e c id a s n o s p e r io d o s a q u e s e r e f e r e m ,

segundo seu tato gerador, sejam cias dependentes ou independentes da execuo oramentria.

2 MCASP - 6a Edio. Vlido a partir do exerccio de 2015. Portaria Conjunta STN/SOF n 1, de 10 dedezembro de 2014. Portaria STN n 700, de 10 de dezembro de II 2014.< http://www tesouro, fazenda, gov.br/docum ents/1018 0/4 5 6 7 % 5/(' P l_ M ( ' A S P16% ( 2% A A%2 Oed i %C2%A 7% 3% A3o Republ2/fa 1 ee 7 13-2fd3-4f51-8182-a542cel23773>

Avenida ^faiad (Qd. (S? t/. 08, Cidade ardim, Atipdis^ljfm. (62) 3327-0652

http://www%20tesouro,%20fazenda,%20gov.br/documents/1018%200/4%205%206%207%20%25%205/('%20P%20l_M%20('%20A%20S%20P16%25(%20%e2%80%99%202%25%20A%20A%252%20Oed%20i%20%C2%25A%207%25%c3%87%e2%80%a83%A3o%20Republ2/fa%201%20ee713-2fd3-4f51-8182-a542cel23773http://www%20tesouro,%20fazenda,%20gov.br/documents/1018%200/4%205%206%207%20%25%205/('%20P%20l_M%20('%20A%20S%20P16%25(%20%e2%80%99%202%25%20A%20A%252%20Oed%20i%20%C2%25A%207%25%c3%87%e2%80%a83%A3o%20Republ2/fa%201%20ee713-2fd3-4f51-8182-a542cel23773

&rdem dos Jkdwados do Q&rasil - Qsbeo ^Qjis Qsubse de Jknpolis

Por conseguinte, no pode o ente pblico, no momento da interpretao da norma que rege o caso vertente, divergir da dico da legislao civil, para realizar o clculo do tributo, sob pena de ferir o disposto no vigente artigo 110 do Cdigo Tributrio Nacional3.

Deste modo, considerando apenas os documentos contbeis que nos foram franqueados, percebe-se claramente que as notas fiscais de n s 1377, 1378, 1382, 4665, 4666 e 4669 referem-se ao exerccio de 2015, as quais, de acordo com o Princpio Contbil da Competncia, devem ser registradas no perodo ao qual se referem, no qual colacionamos abaixo apenas uma como exemplo:

C T C T o

Prefeitura de G o i n i a Secretaria Municipal de F i n a n a s

W l I S w f t N o t a F i s c a l d e S e r v i o s E l e t r n i c a - N F S - eAIOF 1 4 4 3 IJ010

N u m e r o tia N o ta 1 3 7 8 D a U E m is s o 0 9 / 0 1 / 2 0 1 6C d ig o V e r i f ic a o 6 V 8 3 - T I K 3

P R E S T A D O R D O S S E R V I O S C P F /C N P J 0 2 - 0 8 3 .7 6 4 /0 0 0 1 - 1 3 M u n io p ,! 1 2 / 2 8 0 N om */R tz& o S o o a Q A E C O M S T R U C A O C C O M E R C IO L T D A E n d e r e o R 31 N . 1 5 0 Q D .A 1 4 LT 2 4 B airro J O G O I A SM u o ic ip o G O I N IA -G O C E P 7 4 0 0 6 3 4 0 T * ie f o n e (6 2 )

T O M A D O R D O S S E R V I O S N o m e /R a x o S o a a l P R E F E IT U R A M U N IC IP A L D E A N A P O L IS C P F /C N P J 0 1 .0 6 7 .4 7 9 /0 0 0 1 - 4 6F n d e r e o A V P R E S ID E N T E V A G A S N OB airro VILA G O IA SM u n icp o A N A P O L IS G O C E P 7 5 1 1 5 3 2 0

1j > 1 8 C M M I N A A o DOS SERVIOS

PFRIOOO D E 0 1 /1 2 / 2 0 1 5 A 3 1 / 1 2 / 2 0 1 5

M U N IC P IO D F A N A PO L IS - G O C O M A M P L iA C A O D O A T E R R O S A N I T A R I o ' C O M BASF 55 A D M IN IS T R A T IV O N 5 6 3 7 /2 0 1 3 C O N T E N D O A C O N C O R R N C IA P U B L 1 C A N 0 0 6 / 2 0 1 3 P R O C E S S O

U R B A O S D O T ,P O D O M IC IL IA R (R E S ID E N C IA IS E C O M E R C IA IS ) T O T A L D O S

^ S ^ R V ^ S l 6 S ^ 7 8 A? 9 ? 3 ' ? S ,D U C MUM * T TAL DOS SEHV,COS 388 07

Assim, considerando que o somatrio das supramencionadas notas fiscais perfazem o montante de R$ 2.049.428,76 (dois milhes quarenta e nove mil quatrocentos e vinte e oito reais e setenta e seis centavos), os quais se subtrados do custo final reduziriam o valor utilizado para R$ 26.936.445,19 (vinte e seis milhes novecentos e trinta e seis mil quatrocentos e quarenta e

3 CTN. Art. 110. A lei tributria no pode alterar a definio, o contedo e o alcance de institutos, conceitos e form as de direito privado, utilizados, expressa ou implicitam ente, pela Constituio Federal, pelas Constituies dos Estados, ou pelas Leis Orgnicas do Distrito Federal ou dos M unicpios, para definir ou limitar cd i^ e t n c ia s tributrias.

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Avenida

rdem dos Advogados do &rasil - O*eo jois Qtubseo de Anpolis

cinco reais e dezenove centavos), sendo este, a princpio, o custo final a ser utilizado para base de clculo.

Nesse interim, se consideramos o clculo padro utilizado pela Prefeitura temos um acrscimo de R$ 0,12 (doze centavos) por metro quadrado cobrado de cada contribuinte em relao TSU para o exerccio de 2017.

Lado outro, tendo em vista que as taxas so espcies de tributos vinculados, ou seja, tem receita especfica para custear determinado servio prestado pelo ente pblico, a TSU tem por finalidade exclusiva custear os servios de coleta e o transporte de resduos slidos e a destinao final e/ou tratamento final dos resduos slidos, motivo pelo qual, no se admitindo excees ou sua utilizao para funes arrecadatrias, estirpe essa, prpria dos impostos.

Alinhado a isso, temos o entendimento do Supremo Tribunal Federal, o qual necessrio se faz colacionar:

Taxa: correspondncia entre o valor exigido e o custo da atividade estatal. A taxa, enquanto contraprestao a uma atividade do Poder Pblico, no pode superar a relao de razovel equivalncia que deve existir entre o custo real da atuao estatal referida ao contribuinte e o valor que o Estado pode exigir de cada contribuinte, considerados, para esse efeito, os elementos pertinentes s alquotas e base de clculo fixadas em lei. Se o valor da taxa, no entanto, ultrapassar o custo do servio prestado ou posto disposio do contribuinte, dando causa, assim, a uma situao de onerosidade excessiva, que descaracterize essa relao de equivalncia entre os fatores referidos (o custo real do servio, de um lado, e o valor exigido do contribuinte, de outro), confiqurar-se-, ento, quanto a essa modalidade de tributo, hiptese de ofensa clusula vedatria inscrita no art.

m tida yfard ofanna; (Qd 00 t. 08, ffidade ardim,sfm (62) 3327-0652

150. IV, da CF, (STF

A.ttfxflis-j

ADI 2.551 MC-QO, rei. min. Celso de Mello, j. 2-4-2003,P, DJ de 20-4-2006.)

(grifamos)

Sob esse prisma, temos que a Prefeitura, ao realizar a apurao do custo do servio, o qual deve ser remunerado, infere-se novamente em ilegalidade, pois deixa de deduzir do custo a receita que ela possui em funo da mesma prestao de servio cobrada separadamente dos contribuintes.

Para a assertiva acima o raciocnio simples e no demanda conhecimentos tcnicos, pois, cedio que, quando qualquer contribuinte, seja pessoa fsica ou jurdica, despejar qualquer resduo no aterro sanitrio, ser cobrado por parte da Prefeitura uma taxa, cujo valor calculado por tonelada.

(P)rdcm dos Advogados do &rasil - Qfeo QoisQtubsco de Anpolis

Outrossim, tal fato pode ser facilmente demonstrado pela tabela IX do CTRMA desta municipalidade, o qual fixa os preos do servio pblico, seno vejamos:

TA BELA IX

P R E O P B L IC O PELA PR E ST A O DE SE R V I O S DE R E M O O DE E M L LH O DE IM V E IS PA R T IC U L A R E S E R EPA R A A O 1>E CA LA D A S E M U RO S,

SER V I O S DE C E M IT R IO E IN D EN IZA ES.

ITEM ESPE C I FIC A C >PR E O SM ENSAL

Ol. REM OO E DESTINAO PINAL DE ENTULHOS E OUTROS M ATERIAIS

01.01 RciiHK.o o tu u l etc entulho poi m* < mciri< cbico 4.00Ol .02 Remoo tle lixo midiVorgAnico/seco por tonelada fcO.OOOl .03 DcMinaco final lixo uinidu/rKinicu/scct) ior imicLda 30.00Ol .04 Remoo e Jcsimavo final de expurgos aterro s-imlaim 450.00

da Prefeitura. por tonelada.02.0*1 Execuo de ouin>> servios autorizados em resulam ento Regulamento

Logo, vale destacar que esta municipalidade possui um distrito industrial de grande porte, o qual suas empresas realizam expurgos /de sua

Avenida

produo constantemente no aterro sanitrio, as quais pagam separadamente as referidas taxas.

Porm, o servio de recepo e destinao final desses descartes j fazem parte do custo apurado na TSU, o que se denota que h duas receitas custeando o mesmo servio, motivo pelo qual esta receita extraordinria deve ser deduzida do custo do servio a fim de se apurar o real custo deste.

Portanto, considerando as fundamentaes esposadas, conclui-se que o valor apurado do custo do servio no condiz com os preceitos esculpidos na legislao vigente, fazendo-se necessria a realizao de nova apurao do real custo do mesmo.

1.2 - Do Clculo da TSU

O 4o do artigo 2574 do CTRMA elucida que a base de clculo da Taxa de Servios Urbanos ser o custo anual dos servios prestados, o qual, se alinhado dico do art. 2605 do mesmo diploma legal, informa que a TSU ser calculada em funo da rea construda do imvel e obtida atravs da diviso do valor dos servios prestados pela quantidade de metros quadrados de rea construda dos imveis inscritos no Cadastro Imobilirio Municipal, multiplicando-se o resultado pela varivel de frequncia de coleta.

Nesse sentido, em suas informaes a Prefeitura Municipal demonstra utilizar a referida premissa, mas falha ao tentar acertar o quesito da varivel de coleta, ocasionando um evidente supervit na cobrana da TSU para o exerccio de 2017, o que vedado, ante a impossibilidade de se utilizar a taxa para efeitos arrecadatrios.

Ordem dos AJwqados do &rasil - Qeo ^oisQfubseo de A npolis

4 4o. A base de clculo da Taxa de Servios Urbanos ser o custo anual dos servios discriminados no caput deste artigo.

5 Art. 260. A Taxa de Servios Urbanos ser calculada em funo da rea construda do imvel e ser obtidaatravs da diviso do valor dos servios prestados pela quantidade de m etros quadrados de rea conitruda dos imveis inscritos no Cadastro Imobilirio M unicipal, multiplicando-se o resultado pela varivel de Jjrauncia de coleta. I ^

Fltei r f f i f de

Avenida faiad fanna, (3kd. (53 2l 08, ffidade $ardim, Anplis^puJ(62) 3327-06S 2

(z)rdcm dos Advogados do 8rasil - Q&eo jois Qfbubseo de Anpolis

Assim, para compreenso do paradigma externado, importante elucidar a informao de destaque na resposta da Prefeitura de que 11,5% dos contribuintes atingidos pela cobrana da TSU possuem uma coleta de 06 dias semanais e 88,5% possuem coleta 03 dias por semana.

Nesse sentido, a Prefeitura apura o valor de uma cota padro (custo do servio anual -5* pela metragem quadrada), qual seja, R$ 1,66 por m2, 0 qual ser utilizado para cobrar daqueles com a varivel de 03 coletas semanais e acrescenta 23% sobre essa cota para cobrar daqueles que possuem 06 coletas, perfazendo R$ 2,04 por m2, seno vejamos sua memria de clculo:

TOTAL GERAL RS28.98S.873.95

Xotai Anual dos Gastos = * R$ 2 8 S*i> /3 ,;>

Total da rea Construda (B) 1 7 379 734,86

de Unidades. Imobilirias p/ Tributao 1 3 8 2 2 1 (Imveis Construdos)

D i v i s o E q i t a t i v u p / u n i d a d e i m o b i l i r i a V a l o r d a C o t a P a d r o ^201 ~7

V a l o r d a C o t a P a d r o ( V . C P >/2O 1 7 { . A i< B )

R$1,6S77 (Um raal e sessenta e seis centavos e setenta e sete milsimos de centavos) p/m1

Parmetros de cobrana

Regio Central R$1.6677 X 1.23 R$2,04 p/m* de ron construda

Regio Perifrica R$1 6677 X 1,00 = R$1,66 p/m* de rea construda

Ocorre que, ao utilizarmos os valores fixados pela Prefeitura para verificar o montante cobrado efetivamente dos contribuintes, temos um supervit de R$ 623.980,33 (Seiscentos e vinte e trs mil novecentos e oitenta reais e trinta e trs centavos, conforme explicitado na tabela abaixo:

DESCRIMINAO VALORES FRMULA

( A ) Total Anual dos Gastos R$ 28.985.873,95

(B ) Total da rea Construda 17.379.734,86

(C ) Valor da Cota Padro R$1,6677 (C = A / B )

( D ) Cota da Regio Perifrica (88,50%) R$1,66 (D = C x 1,00)

(E) Cota da Regio Perifrica (11,50%) R$2,04 (E = C x 1,23)

(F) M 2de Imveis com Frequencia de Coleta de 06 Vezes Semanais (11,50%) 1.998.669,51 (F = B x 11,50%)

(G ) M 2de Imveis com Frequencia de Coleta de 03 Vezes Semanais (88,50%) 15.381.065,35 (G = B x 88,50%)

(H ) Valor Cobrado dos C ontribu intes com 06 Coletas Semanais 4.077.285,80

LXLLII:r

(I) Valor Cobrado dos C ontribu intes com 03 Coletas Semanais 25.532.568,48 (1 = G x D)

(J ) Valor Total Cobrado daTSU2017 29.609.854,28 (J = H-H)

(L ) Supervit Auferido na Cobrana da TSU 2017 623.980,33 (M J A )

Avenida ^faiad Q tlmna, (Sld S zt. 08, (Cidade jardim , Anpolis-jfne (62) 3327-0652

(P)rdem dos AJvogados do O&rasil - Qse foisQ&ubseo dc A npolis

Inobstante a irregularidade que se apresenta, temos que no clculo realizado utiliza-se apenas metragem das edificaes averbadas no Cadastrado Tcnico Imobilirio, o que tambm provoca uma injusta cobrana queles que regularizaram sua construo, haja visto que eles pagam por aqueles que no possuem imveis regularizados, ou seja, possuem edificaes, mas na prefeitura consta apenas o terreno.

Nesse sentido, o contribuinte sofre pela ausncia de fiscalizao do ente tributante que possui total condio de apurar a real rea construda das edificaes nos imveis da cidade, ferindo assim o preceito da divisibilidade do servio pblico remunerado fixado pelo artigo 79 do CTN, o que retira a legalidade da cobrana.

Portanto, mister uma reviso para que a cobrana no exceda seus limites previsto na lei, qual seja, o valor do servio prestado, bem como para que o contribuinte no pague pela ausncia de fiscalizao da prefeitura.

II - Da Taxa de Expediente

Ainda que no contemplada na resposta emanada pela Diretoria de Receita, aproveitamos a oportunidade para reiterar nosso entendimento quanto ilegalidade da mesma, nos termos do parecer inicial.

- Da Concluso

Nesses termos, opina-se pela insurgncia quanto ao lanamento da TSU - Taxa de Servios Urbanos para o exerccio de 2017, ante a mcula na apurao do custo do servio prestado, o qual faz parte da base de clculo, bem como no clculo em si, resultando no exacerbado lanamento praticado, bem como pela insurgncia quanto ao lanamento da Taxa de Expediente face a inconstitucionalidade j declarada pelo Excelso Supremo Tribunal Federal, razes pelas quais, buscando-se evitar qualquer prejuzo ao contribuinte, assim como evitar inclusive a imputao de eventual ato de improbidade administrativa, REQUER-SE diretoria que contra /oficie a prefeitura para:

Avenida ^faiad $6anna, (St. (50 . OS, Cidade ^arm, Anpolis-(62) 3327-06S2

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(S>rdem dos Advogados do &ras/l - O faco )oisQfbubseo de A npolis

a) na pessoa do Exmo. Sr. Prefeito Municipal, Roberto Naves e Siqueira, APRESENTE, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, a cpia das demais notas fiscais que detalham a composio da base de clculo para a fixao do valor da TSU para o exerccio de 2017;

b) SUSPENDA, imediatamente, o lanamento da TSU para o exerccio corrente at que se apure o real custo dos servios prestados que, por conseguinte, resultar na escorreita aplicao da base de clculo da referida taxa;

c) CANCELE, imediatamente, o lanamento da Taxa de Expediente incidente sobre os boletos de cobrana do TSU, IPTU, demais tributos e quaisquer documentos emitidos pela municipalidade.

como me pronuncio, submetendo tal entendimento honrosa apreciao desta insigne Diretoria, suplantando o acatamento in totum pela municipalidade e corroborando, por oportuno, o parecer que motivou o presente PAS.

Anpolis, Gois, 07 de abril de 2017.

^ / J$ateusafvEnho Neto( > Rel ator

Presidente da Comisso de ......................... A gados do

Vice-Presidente da Comisso de Direito Tributrio da OAB Subseo deAnpolis

Brasil, Seccion

Bre

Avenida ^faiad ofanna,