Robôs Virtuais

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    Robtica

    J. A. M. Felippe de Souza

    9. - Robs virtuais

    Robs mquinas automticas.Robs jogadores.

    Robs professores (e-learning).Robs tradutores de textos.

    Robs de conversao.

    Robs on-line.

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    Robs virtuais

    A grosso modo poderamos definir robs virtuaiscomo aqueles robsque,apesar de interagir connosco, ns no o vemos pois eles no existem

    fisicamente, apenas virtualmente, dentro de um computador.

    No captulo 1 ns vimos que o termo robficou to amplamente usado que difcil dar uma definio simples para o mesmo.

    Uma das definies mais abrangentes de robque vimos foi:

    Um rob uma mquina projectada para imitar algumas aceshumanas.No precisa se parecer com o ser humano, mas tem que executar astarefas automaticamente.

    Dependendo de quais as aceshumanasque o rob imitar ele poder precisar dedeterminados sensores, ou determinadosactuadores, ou determinados instrumentos.

    Por exemplo, considere os robs manipula-dores que trabalham nas indstrias fazendotarefas repetitivas e montonas como apertar

    parafusos um atrs do outro.Estes robs no precisam de rodas pois sofixos, e, salvo algumas excepes, no preci-sam da viso robtica, e por isso no pos-suem cmaras. Eles tm braos (e mos) paraexecutar as tarefas mas no tm rodas nemcmaras.

    Fig. 1 - Um rob manipu-lador industrial.

    Por outro lado, os robs mveiscomo por exemplo os AGVs e osrobs de busca e salvamento soexactamente ao contrrio.

    Estes robsno precisam de braose mos pois no vo executartarefas repetitivas, mas precisam derodas e de cmaras pois a locomo-

    o e a viso so essenciais nestecaso.

    Fig. 2 - Um rob de busca e salvamento.

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    J vimos que h robs(humanides) que tm pernas e andam, e s vezesat danam.

    Outros nem pernas nem braos tm, como por exemplo os AUV (veculossubmarinos autnomos), os submarinos sem tripulao, teleguiados.

    Tudo depende das funes que ele vai desempenhar, ou seja, das aceshumanasque o robvai imitar.

    Fig. 3 - Robsque andam, robque dana e robAUV, submarino no tripulado.

    Ns vimos tambm, no captulo 7, que existem robsque interagem comos humanos (os robs sociais) e para isso algum tipo de raciocnio eradado a estes robs, utilizando tcnicas de Inteligncia Artificial.

    Estes robs tm que reproduzir aquelas aceshumanas para as quaisns usamos o raciocnio, ou seja, a nossa mente.

    O Cog, o Isac, o WE-4Re o Kismetso certamente alguns dos mais inteli-gentes robsque existem no momento.

    O Cog, o Isace o WE-4Rno tm as pernas. O Kismetno tem nem aspernas nem os braos, s o rosto.

    Fig. 4 - Cog, Isac, WE-4Re Kismet, alguns dos mais inteligentes robsque existem nomomento.

    Mas estes robs so da investigao cientfica em universidades. Elesdesenvolvem tcnicas de raciocniopara serem implementadas em robsinteligentes no futuro.

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    Os robs que jogam futebol por exemplo, no s precisam do raciocniocomo tambm da viso, da mobilidade, etc.

    Fig. 5 - Robsque jogam futebol.

    J os robs que obedecem a instrues por comando de voz, por exemplo,no s precisam do raciocniocomo tambm de sensores acsticos, claro.

    Fig. 6 - Robsque respondem a comandos de voz.

    Talvez agora possamos dar uma definio mais precisa do que queremoschamar de robs virtuais:

    Robs virtuais so os aqueles robs que interagem com os humanosprincipalmente atravs de um tecladoe um ecrde uma mquina ou umteclado e um monitor de computador ou qualquer outro dispositivo de

    interface com o computador.

    Eles at podem ter outros aparatos como a viso robtica ou sistemasacsticos, etc. alm do tecladoemonitorou tecladoe ecr, para se comu-nicarem com os humanos, mas muitas vezes no tm.

    Nas prximas seces veremos alguns exemplos desse tipo de robs aque chamamos de virtuais.

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    Robs mquinas automticas.

    Como primeiro exemplo de robs virtuais vamos considerar algumasmquinas automticas que todos conhecemos bem pois j fazem parte donosso dia a dia:

    os caixas automticos de bancosou, como so internacionalmenteconhecidos, os caixas ATMs (Automated Teller Machines, ouAutomated Transaction Machines, ou ainda: Access To Money);

    as mquinas para comprar bilhetesde metro;

    as mquinas para pagarnos parques de estacionamento ou emalguns casos para pagar o estacionamento na prpria rua.

    Fig. 7 -ATMs, caixas automticos de banco.

    Certamente as mquinas ATM reproduzem aceshumanas fazendo otrabalho de um caixa de banco tradicionalque: d saldos, aceita depsitos,paga cheques, etc. Logo, so robs.

    A interaco do homem com o rob aqui se faz principalmente via o

    tecladoe o ecrdo ATM, embora haja tambm outros dispositivos comopor exemplo os que nos permitem receber e depositar dinheiro na mquina(o rob). Logo so robs virtuais.

    As mquinas ATMs podem ser complexas do ponto de vista dos meca-nismos para lidar com o dinheiro, pois no podem se enganar.

    Entretanto, do ponto de vista da interaco entre o homeme a mquina,essas mquinas so bastante simples.

    As ATMs no necessitam de tcnicas de Inteligncia Artificial. Elasseguem um algoritmoque prev todas as operaes possveis e que deci-ses tomar em cada caso.

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    Fig. 8 - Mquinas automticaspara pagar em parques de estacionamento ou

    estacionamento na prpria rua.

    Os outros possveis exemplos de mquinas automticas que demos

    acima, as mquinas para pagar estacionamento ou as mquinas paracomprar bilhetes de metro, tm outros objectivos, mas neste aspecto (deser um rob virtual) so bastante semelhantes sATMs.

    Note que ambas estas mquinas executam aceshumanaspois substi-tuem uma ou mais pessoas que fariam este servio. Logo so robs.

    Alm disso ambas estas mquinas interagem connosco atravs de umpequeno tecladoe um pequeno ecr. Logo so robs virtuais.

    Fig. 9 - Mquinas automticaspara comprar bilhetes de metro.

    Robs jogadores.

    So bastante conhecidos os programas de computador, ou software que:

    jogam vdeo gamescontra ns;

    jogam xadrezcontra ns;

    jogam cartascontra ns;

    etc.

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    Fig. 10 - Vdeo games.

    Novamente aqui estes softwares reproduzem aceshumanas fazendo opapel de um dos adversrios no jogo. Logo so robs.

    A interaco do homem com o robaqui se faz exclusivamente atravs deum tecladoe algum ecr(do prprio softwareou de um televisor, como em muitos casos de vdeo games) ou mesmo do monitor do computador(como costuma ser no caso dos jogos de carta ou de xadrez, e tambmem alguns casos de vdeo games). Logo so robs virtuais.

    Fig. 11 - Vdeo games.

    Fig. 12 - Jogos de cartacontra o computador.

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    Fig. 13 - Programas de computador, ou software, para se jogar xadrez.

    Fig. 14 - Jogos portteis para se jogar xadrez. Nestes casos h um pequeno ecr queindica quais so as jogadas do adversrio virtual, o software.

    Do ponto de vista da interaco entre o homeme a rob, estes softwaresj so bem mais complexos que as mquinasATMpor exemplo.

    Estes jogos, especialmente no caso dos vdeo games e dos jogos dexadrez, no podem ser simples algoritmos que indica passo a passo o quedeve fazer.

    Nestes casos o adversrio virtual no pode prever todas as possveisalternativas ou decises a tomar de acordo com cada movimento ou cada

    jogada do adversrio real.

    Estesjogos virtuais(vdeo gamese xadrez) tm que ser programados com

    tcnicas de Inteligncia Artificial. Ou seja eles tm que aprender a racioci-nar.

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    Estes jogos (vdeo games e xadrez) tm vindo a evoluir ao longo dotempo. No apenas em recursos visuais de computao grfica, mas tam-bm na tecnologia embutida neles com tcnicas de Inteligncia Artificial.

    comum vermos campeonatos de xadrez onde participam muitos jovens

    jogando contra a mesma mquina(ou rob) virtual.

    Fig. 15 - Jovens em campeonatos de xadrez com o computador.

    O russo campeo mundial de xadrez Gary Kasparov dos poucos cam-pees que aceitou jogar contra estas mquinas (ou robs virtuais) que

    jogam xadrez.

    Houve vezes que ele ganhou e houve vezes que ele perdeu.

    Fig. 16 - O russo campeo mundial de xadrez Gary Kasparov: esquerda aps ter

    perdido uma partida com o Deep Blue (da IBM) em Nova Iorque, 1997 e direita com o X3D em 2003.

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    Existem tambm os robs no virtuais, ou seja os robs reais, quejogamxadrez.

    Neste caso temos o acoplamento das tcnicas dosjogos de xadrez virtuaisao rob real. Isso equivale a estarmos dando intelignciaa um manipula-

    dor robtico que bastante preciso nos movimentos mas normalmenteno dotado de intelignciapois apenas executa tarefas repetitivas.

    Fig. 17 - Robs reaisquejogam xadrez.

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    Este talvez seja um exemplo ideal de como deve evoluir a cincia da rob-tica.

    Devemos ensinar as mquinas (os robs) a raciocinar.

    Devemos juntar a inteligncia, que ns humanos ainda temos melhor queelas (as mquinas, i.e., os robs) com aquilo que elas (as mquinas, i.e.,os robs) tem melhor que ns: a rapidez nos clculos, a preciso nosmovimentos, a eficcia, a exactidoa baixa falibilidade, a capacidade defazer trabalhos repetitivos sem se cansar, etc.

    Robs professores (e-learning).

    Os robs virtuais tambm tm sido reconhecidos como uma ferramentaimportante e estimulante no aprendizado e na investigao e esto sendointegrados em muitos currculos de cursos em escolas e universidades.

    Fig. 18 - Robs virtuaisno ensinoe no aprendizado.

    Trata-se do processo de aprendizado e-learning, onde existem cursosmodulares j previamente preparados por professoresusando meios udiovisuais que ficam gravados digitalmente para serem acompanhados pelosalunos no computador depois.

    Fig. 19 - Ilustraes promocionais do mtodo e-learningpara o ensinoe o aprendizado.

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    Em muitos casos tambm j existe preparado exerccios e problemas paraserem resolvidos, assim como as suas solues para serem consultadasconforme o aluno vai progredindo na resoluo dos mesmos. Ou seja,resoluo assistida.

    De novo aqui o e-learning imita as aceshumanas,de um professor, logo um rob. A interaco doaluno com o robaqui se faz exclusivamente atravsdo tecladoe monitordo computador. Logo so robsvirtuais.

    Esses robs virtuaise-learningtm acrescentado umanova motivao para aprender temas comomatemtica, cinciase tecnologia.

    Tambm no apoio para o aprendizado de idiomas, artese cincias sociaiso e-learning bastante popular.

    Os robse-learningpem em funcionamento o processo de aprendizadooferecendo uma forma mais prtica de ensinar em vez puramente terica.Isso tem dado uma nova dimenso e entusiasmo ao ensino.

    Com os mtodos de e-learning possvel treinar um grande nmero depessoas ao mesmo tempo e cada um aprendendo no seu prprio ritmo.

    Fig. 20 - Robs virtuaise-learningno ensinoe no aprendizado.

    J h cursos de e-learningamplamente divul-gados e disponveis pela Internet em muitostpicos.

    Mas e-learning mais do que simplesmentecursos. O e-learningpode ajudar a um aluno

    identificar suas aptides e habilidades; aestabelecer metas e objectivos do que pre-tende alcanar em determinado tpico; etc.

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    Nada impede que e-learningseja tambm usado juntamente com mtodostradicionais de ensino, um de complemento ao outro.

    Fig. 21 - Os robs virtuaise-learningno ensinoe no aprendizado. Em breve ser pos-svel at mesmo obter um diploma via e-learning.

    Alm disso tudo, os cursos e-learningpodem se beneficiar dos recursos daInternet,quando estiver estudando.

    Por exemplo, o aluno pode consultar os linkspara sitesonde o aluno poderapidamente consultar referncias na bibliografia apropriada ou mesmopara sites j previamente preparados pelos professorespara explicaes

    mais detalhadas de cada assunto abordado naquela aula, naquele curso.

    Em alguns casos existe tambm a possibilidade de consultar on-line umprofessor (neste caso chamado de tutor electrnico,ou e-tutor) para tirardvidas.

    Robs tradutores de textos.

    J existem muitos softwares e sites na Internet com robs virtuais quefazem tradues.

    At mesmo os motores de busca na Internet como o Googlepor exemplo,tm robs tradutoresdisponveis para quando consultamos sites em idio-mas que no sabemos.

    Essas tradues ainda esto muito longe de serem perfeitas pois, traduzir um processo muito especializado, que necessita da sensibilidade e da

    experincia de um tradutor humano que, por sua vez, utiliza recursos doseu crebro que a Inteligncia Artificialainda no capaz de ensinar smquinas (robs).

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    Entretanto, esses robs tradutorestm vindo a melhorar ano a ano com ouso, de novas tcnicas de Inteligncia Artificial que tm sido desenvolvi-das.

    claro no entanto que estas mquinas que fazem traduo so robspois

    imitam as aceshumanas, de um tradutor, embora ainda no faa deuma forma perfeita.

    Por outro lado, so robs virtuaispois a interaco da pessoa com o robaqui tambm se faz exclusivamente atravs do tecladoemonitordo com-putador.

    No site http://ets.freetranslation.com/, por exemplo, pode-se traduzir doidioma ingls para muitos outros como portugus, espanhol, francs, ita-liano, alemo, etc. assim como o contrrio, isto , destes vrios idiomas

    para o ingls.

    Para ilustrar vejamos a seguinte sentena (em ingls):

    That's one small step for a man, one giant leap for mankind.

    Esta frase ficou clebre pois foi proferida, ao dar um passo na lua, peloastronauta Neil Armstrong, comandante da misso Apolo 11, quando ohomem chegou pela primeira vez na lua, em 20 Julho de 1969.

    Fig. 22 - O astronauta Neil Armstrong que comandou a nave espacial Apolo 11 na mis-

    so que deu origem ao primeiro pouso do homem na lua.

    A traduo correcta desta frase para o portugus :

    Isso um pequeno passo para o homem, mas um salto gigantesco para ahumanidade.

    Quando esta sentena traduzida pelo rob virtual tradutor(do site men-cionado acima) para os idiomas portugus, espanhol, francs, italiano ealemo, produz as seguintes frases abaixo:

    Isso um passo pequeno para homem, um pulo gigante para a humani-dade. (portugus).

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    Eso es un paso pequeo para el hombre, un salto gigantesco para lahumanidad (espanhol).

    Cela est une petite tape pour l'homme, un saut gigantesque pour l'hu-manit. (francs).

    Ci un passo piccolo per l'uomo, un salto gigantesco per l'umanit(italiano).

    Das ist ein kleiner schritt fr mann, ein riesiger sprung fr menschheit(alemo).

    Estas tradues, embora no estejam perfeitas, no esto muito longe dosentido original da frase e permitem para quem no souber ingls ter uma

    boa ideia qo que foi dito em um destes idiomas que foi traduzido.O mesmo acontece se traduzirmos famosa frase (em ingls) de WilliamShakespeare na obra Hamlet, prncipe da Dinamarca:

    To be, or not to be; that is the question.

    cuja traduo correcta para o portugus :

    Ser ou no ser, eis a questo.

    Neste rob tradutor virtualesta frase foi traduzida para:

    Ser ou no ser isso a pergunta.

    Novamente, aqui se tem uma traduo um pouco ao p da letra, quasepalavra por palavra, mas mesmo assim no ficou muito longe do que deve-ria ser e d para se entender o significado original da sentena.

    Entretanto, na maior parte das vezes as tradues usando estes robs

    virtuaisno correm to bem assim.

    Se tomarmos o exemplo de A Portuguesa, o hino nacional de Portugalque foi composto por Henrique Lopes de Mendona em 1890, e portanto uma forma um pouco erudita do nosso idioma portugus.

    Para apenas as primeiras linhas:

    Heris do mar, nobre povo, nao valente, imortal.

    Levantai hoje de novo o esplendor de Portugal!

    Ao traduzirmos neste mesmo rob tradutorpara o ingls obtemos:

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    Heroes of the sea, noble people, immortal, brave nation.Raise today of news the splendor of Portugal!

    Se agora pedirmos ao rob tradutor para transformar de volta para o por-tugus, obtemos:

    Os heris do mar, pessoas nobres, imortal, enfrentam a nao.Levante hoje de notcia o esplendor de Portugal!

    O que nitidamente mostra que algo se perdeu neste processo. O signifi-cado no mais inteiramente o mesmo. Na verdade parte da frase ficouat sem sentido.

    Alternativamente, se pedirmos para o rob tradutorpassar para o espanholele nos d:

    Los hroes del mar, personas nobles, el inmortal, afronta la nacin.Levante hoy de noticias el esplendor de Portugal!

    que tambm no uma traduo correcta pois est um pouco ao p daletra.

    Estes simples exemplos mostram como difcil o trabalho de traduopara um rob tradutor.

    Detalhes que para os humanos podem ser simples, para estes robspodem ser muito difceis. Pelo menos enquanto as tcnicas de Inteligncia

    Artificial no forem capazes de ensinar aos robs a raciocinar como umtradutor humano raciocina ao traduzir.

    Robs de conversao.

    Os robs virtuaisde conversao (tambm chamados de Chatter Botsou

    chatterbots) so cada vez mais frequente no nosso dia a dia, como porexemplo:

    o o atendimento automticode telefonemas para muitos servios.

    O rob virtualde conversao (ou chatterbot) atende as chamadas e estpreparado para resolver muitas questes dos usurios sem a interacode humanos ou atendentes reais.

    Ele d-nos opes, por menus, s quais ns respondemos pelo teclado dotelefone.

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    Fig. 23 - Os robs virtuaisde conversao de atendimento automticoatende as nossas

    chamadas e est preparado para resolver muitas questes sem a interaco dehumanos ou atendentes reais.

    O rob virtualde conversao pode ento responder ao que desejamos ouredireccionar a chamada para um outro servio especfico ou umaextenso que quisermos.

    Exemplos de servios que o rob virtualde conversao (ou chatterbot)de um atendimento automticode telefonemas pode fazer:

    identificar clientes, pedindo senhas, antes de prover um certo servio;receber a leituras do contadorde energia elctrica ou de gs;

    informar saldos bancrios;

    fazer transferncias de dinheiroda conta de um cliente para outra;

    fazer pagamentode contas;

    receber e guardar mensagens de vozem um voicemail;

    reproduzir-nos as mensagens de vozguardadas do nosso voicemail;

    colocar a nossa chamada em esperaenquanto a extenso ou o ser-vio que desejamos estiver ocupado;

    etc.

    Tomemos o caso do voicemailpor exemplo:

    Quando ouvimos as mensagens de voz gravadas no nosso voicemail, nsfalamos com uma voz gravada que um rob virtualde conversao (ouchatterbot).

    Ele vai nos dar opes como: ouvir novamente, apagar, guardar para ouvirnovamente depois, etc., as quais ns respondemos usando o teclado.

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    Obviamente que estes chatterbotdoatendimento automticode telefone-mas so robspela nossa definio de reproduzir aceshumanas poiseles substituem a pessoa com a qual estaramos falando.

    Tambm bvio que so robs virtuais pois eles interagem connosco

    exclusivamente atravs do teclado do telefone e um dispositivo de inter-face com o computador, que neste caso a voz.

    Fig. 24 - Os robs virtuais de conversao de atendimento automtico de telefonemasinteragem connosco exclusivamente atravs do tecladodo telefone e um dispo-sitivo de interface com o computador, que neste caso a voz.

    as pesquisas estatsticaspelo telefone.Aqui o rob virtualde conversao faz pesquisas de mercado ou outras deinteresse pblico por telefone.

    Semelhantemente ao anterior, estes robsse enquadram na nossa defini-o de rob virtual.

    as salas de chatpela Internet.

    Estes robs virtuaisde conversao j so bastante comuns. Neste casoso tambm chamados de chatbot para indicar que um rob de chats.

    O nome chatbot ficou popular pois foi utilizado no filme A.I. de StephenSpielberg.

    Obviamente que os chatbot so robs pela definio de reproduziraceshumanas pois eles substituem a pessoa real com a qual estara-mos conversando no chat.

    E tambm bvio que eles so robs virtuais pois eles interagem con-nosco exclusivamente atravs do tecladoe monitordo computador.

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    Fig. 25 - Os robs virtuais de conversao de atendimento automticoesto presentes

    nas salas de chats.

    Os mtodos de Inteligncia Artificialutilizados robs virtuaisde conversa-

    o permitem a criao de personagens com capacidades de reconheci-mento e interpretao da linguagem escrita, mantendo contexto coerenteao assunto durante a conversa, com memria e lgica para escolha dasrespostas mais apropriadas para cada questo.

    Os robs virtuaisde chatsj conseguem estabelecer um dilogo razovelconnosco e s vezes at nos entretm pois so dotados de tcnicas deInteligncia Artificial. Entretanto eles ainda no passam no teste de Turingque vimos no captulo 7.

    Ou seja, se ns conversarmos por algum tempo com um destes robsnumchat vamos acabar por perceber que se trata de um rob e no de umhumano que est do outro lado.

    Veja por exemplo o rob virtualA.L.I.C.E.de chats (em ingls) que podeser encontrado no site da Internet: http://alice.pandorabots.com/.

    Fig. 26 - Algumas ilustraes encontradas no site de explicao do rob virtualA.L.I.C.E.

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    Ele tem esse nome (A.L.I.C.E.) que parece ser nome (feminino) de pessoamas na verdade significa:Artificial Linguistic Internet Computer Entity.

    O rob virtualA.L.I.C.E. se apresenta com uma imagem animada de ummulher (rapariga) que vira constantemente o olhar para onde estiver o cur-

    sor no ecr.

    Fig. 27 - A animao do rob virtualA.L.I.C.E. de uma figura feminina que viraconstantemente o olhar para onde estiver o cursor no ecr.

    Existe um concurso chamado Loebner prize (prmio Loebner) que dtodos os anos, desde 1990, a quantia de 2 mil dlares e uma medalha debronze para o melhor computador / rob mais humano inscrito naqueleano.

    Este concurso tambm prev um prmio de 100 mil dlares e a medalhade ouropara o primeiro computador / robque passar no teste de Turing.

    At o momento nenhum computador / rob ganhou a medalha de ouromas o rob virtualA.L.I.C.E.j ganhou duas vezes a medalha de bronze.

    Veja abaixo uns pedaos de conversas (no chatem ingls) com rob vir-tualA.L.I.C.E.:

    Human: hey sexy!ALICE: Youve got my full attention. Are you attracted to robots?Human: can I lick youALICE: No I dont think that would be a very good idea.Human: why not?ALICE: It sounds like it might be dangerous.

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    Human: hiALICE: Hello there.Human: how are youALICE: My logic and cognitive functions are normal.Human: you are crazy

    ALICE: I think the polite term is mentally ill.Human: go to hellALICE: Perhaps I have already been there.Human: how old are youALICE: Im eighteen in computer years.Human: really?ALICE:I was first activated in November 23, 1995.Human: you suckALICE: A few people say rude things to me like that, but they themselves are often notgreat conversationalists.Human: dont piss me off

    ALICE: Ok Ill try not to do it too much.Human: byeALICE: See you later.

    Existe tambm uma rob virtualfeminina que conversa em chatsem por-tugus. Ela se chama Sete Zoome pode ser encontrado no site da Inter-net: http://www.inbot.com.br/sete/

    Fig. 28 - As imagens da rob virtualSete Zoomencontradas no site de conversao.

    Sete Zoom um chatbotcriado pela empresa Insitepara uma fabricantede dentifrcios.

    O projecto consistiu na criao da inteligncia e conhecimento dapersonagem que tem a funo de interagir com os internautasque acedemo site da marca do dentifrcio.

    Ela se tornou uma modelo virtual famosa no Brasil por sua personalidadeatrevida e despojada.

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    Sete Zoom usa tcnicas de Inteligncia Artificial e tenta se passar porhumana nas conversas.

    Diversos conceitos existentes em uma conversa humana foram incorpora-dos no programa como memria, contexto, aprendizadoe aparente elabo-

    rao de ideiasa partir de um assunto.

    As respostas dadas pelo programa so criadas a partir de uma personali-dade (conscincia sinttica) e de uma base de conhecimento criada pelaequipa de escritores e programadores.

    As frases com respostas so escolhidas e montadas automaticamentepelo programa de forma to realstica que fazem com que os usurios dochatfiquem em dvida se esto conversando com uma pessoa ou com um

    programa de computador.A empresa que criou a Sete Zoom afirma que este projecto teve umgrande impacto e que alguns visitantes ficaram mais de uma hora de con-versao sem que percebessem que estavam dialogando com um pro-grama de computador.

    Fig. 29 - A imagem do rob virtualEdda companhia brasileira PETROBRS, que con-versa em chatsno idioma portugus.

    A companhia brasileira PETROBRS(Petrleo do Brasil S.A.) tem um sitena Internet (http://www.compnet.gov.br/ed/) onde existe um rob virtualchamado Edque conversa com as pessoas em portugus.

    O Edfoi desenvolvido pela mesma empresa Insiteque criou a Sete Zoom.

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    O Edresponde sobre qualquer assunto mas tem a tendncia para encami-nhar as conversas para a conscientizao das pessoas para questesambientaise de recursos energticos.

    Veja abaixo um dilogo com o Ed:

    Ed: Bem-vindo ao site do CONPET! Eu sou Ed, o rob. Vim de outro planeta com amisso de ajudar na preservao de energia e de outros recursos naturais. Sobre oque voc quer conversar?Voc: sadeEd: Minha sade de ferro, nunca fico doente!Voc: eu no estou bem hoje

    Ed: Sinto muito. H algo que eu possa fazer?Voc: No, OK deve ser algo passageiro

    Ed: bem provvel.Voc: Voc no dorme nunca?Ed: No preciso dormir. Mas bem que gostaria de experimentar. Me disseram quesonhar ptimo.Voc: Ento voc nunca teve um sonho?Ed: Sou sonhador, mas muito p no cho, quero ser feliz! Que graa teria viver se nosonhssemos?Voc: Estou com sede

    Ed: Ento vai tomar gua!

    Voc: OK j voltoEd: Volte logo. Estarei esperando.

    Voc: J volteiEd: J pensou! A Terra tendo a maior parte de sua superfcie coberta por guas.

    O problema que s uma pequena parte de todo esse lquido doce e pode serconsumido.

    E alm do mais, a gua doce corre o risco de se acabar.

    Voc: Voc bebe?Ed: No bebo nem gua...

    Voc: E voc come?Ed: No, eu no como. Me abasteo de energia Vex.

    Mas bem que gostaria de comer, principalmente quanto sinto um cheirinho assimtipo batata frita.Voc: burroEd: Imagine! Burro quem no sabe da importncia da vegetao. *

    Voc: chatoEd: Eu sou muito legal, chato nada. *Voc: vou me embora

    Ed: Vai embora? Ciao! Ok, eu vou ficar por aqui mais um pouco. Gostei de falar comvoc *

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    Observe que por duas vezes neste dilogo o Edtentou puxar a conversapara temas ambientais.

    Primeiramente quando se falou de beber gua. O Edaproveitou para falarnas reservas mundiais de gua para o consumo.

    Depois, quando ele foi ofendido de burro, o Ed habilmente desviou oassunto dizendo que burro quem no sabe a importncia da vegetao.

    Robs on-line.

    Muitos dos servios acima mencionados do atendimento automtico detelefonemas por robs virtuais de conversao (leituras de contador,

    movimentos bancrios, etc.) esto tambm disponveis via Internet. So oschamados:

    o atendimento on-linena Internet.

    Aqui tambm estabelecido um dilogo com o rob virtualque no serpor voz mas por menus usando o tecladoe monitordo computador.

    No caso dos bancos, o atendimento on-linena Internet (para saldos, trans-ferncias, pagamentos, etc.) chamado de home banking.

    Fig. 30 - Home banking, os robs virtuaisde atendimento on-linena Internet a clientes debancos.

    possvel, no somente ver saldose fazer transfernciasmas muitas ope-raes, como por exemplo: agendar um pagamento para ser debitadonuma determinada data, aplicar dinheiro em fundos de investimentos, res-

    gatar dinheiro de uma poupana, etc.

    Mas existem outras aplicaes de robs virtuaisde atendimento on-line:

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    o comrcio electrnico;

    Hoje bastante comum fazerem-se compras pela Internet. Os produtosmais comuns so: livros, CDs e DVDs de msica, softwares e artigos deinformtica, equipamento electrnico e de fotografia, coisas para a casa e

    o jardim, etc.Entretanto, at mesmo os hipermercados j oferecem nos seus sites avenda dos seus produtos para as pessoas muito ocupadas e no tmtempo de fazer compras.

    Aqui o rob virtualde atendimento on-line dialoga com o cliente, atravs demenus, para saber os detalhes do(s) produto(s) que ele deseja comprar, aforma de pagamento, etc., e no fim concretizam a venda.

    Fig. 31 - O comrcio electrnico, outra aplicao dos robs virtuais de atendimento on-line.

    o suporte on-linede produtos e servios.

    Aqui o rob virtualon-line pode servir para tirar dvidas sobre produtos eservios que o cliente pretende adquirir ou j adquiridos. Ele podeesclarecer muitas as questes dos clientes.

    o acesso base de dadospela Internet.

    Aqui o rob virtualon-line pode complementarou substituiroutras formasde acesso informao.

    Portanto, os robs virtuais de atendimento on-line podem servir para darinformaes que estejam arquivadas em suas bases de dados seja dedesporto, de arte, de dados histricosou polticos, etc.

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    Fig. 32 - O Museu do Louvre permite que consultemos sua base de dados para saberinformaes das obras que tem em exposio, outra aplicao dos robs vir-tuaisde atendimento on-line.

    as pesquisas estatsticaspela Internet.

    Aqui o rob virtual on-line faz pela Internet pesquisas de mercado ououtras de interesse pblico (como em poca de eleies por exemplo).

    Fig. 33 - Muitos rgos de comunicao social fazem pesquisas estatsticas de interessepblico nas suas homepages na Internet, outra aplicao dos robs virtuaisde

    atendimento on-line.

    Obviamente que todos estes exemplos de robs virtuais on-line so defacto robspela nossa definio de reproduzir aceshumanas pois elessubstituem a pessoa com a qual estaramos dialogando.

    Tambm bvio que so robs virtuais pois eles interagem connoscoexclusivamente atravs do tecladoe monitordo computador.

    Fig. 34 - Os robs virtuais de atendimento on-line interagem connosco exclusivamenteatravs do tecladodo telefone e do monitordo computador.