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news 14Edição Março de 2016
GABINETE DE ESTUDOS |PROGRAMA SESARRui Carapeto
Briefing | José Miguel Costa Waypoint | Patrícia Marques Ferreira & Jorge Lucas
ON BOARD | OGMA ENTREVISTA ESPECIAL Rodrigo Rosa
Flight Plan | Rogério Pinheiro Debriefing | João Ribeiro da Fonseca
ROTAS EM DESTAQUE
2BRIEFINGJOSÉ MIGUEL COSTA
R
PROPRIEDADE:
APTTA - ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE TRANSPORTE E TRABALHO AÉREO
Rua Henrique Callado, n.º4 - piso 0 - Fração C-04
Edifício Orange - Leião, 2740-303 Porto Salvo, Portugal
WWW.APTTA.NET
COMPOSIÇÃO E GRAFISMO: Andreia Guerreiro
E-mail: [email protected]
Nota - Alguns artigos desta publicação podem não constar ao abrigo do novo
acordo ortográfico.
Empresas Associadas:
3 ON BOARDRODRIGO ROSA
6 FLIGHT PLANROGÉRIO PINHEIRO
7 WAYPOINTPATRÍCIA MARQUES FERREIRAJORGE LUCAS
11GABINETE DE ESTUDOS
RUI CARAPETO
14DIÁRIO DE BORDO
16RADAR APTTA
19DEBRIEFINGJOÃO RIBEIRO DA FONSECA
Agora que o assunto da Privatização da TAP parece estar
concluído, podemos (julgo) pôr um ponto final neste tema e
tão só desejar os maiores êxitos à TAP, aos seus acionistas
e colaboradores com a expetativa de que a TAP floresça e
consiga marcar o seu terreno no mundo da aviação comercial,
que, obviamente, não se resume ao Transporte Aéreo mas
inclui também inúmeras outras valências resultantes de 71
anos de um acumular de experiência internacionalmente
reconhecida.
Apesar do Estado manter 50% do capital, os Privados ficam
com a gestão da companhia. Este facto só por si já deu para
perceber que existe uma dinâmica diferente. E por que não
termos uma TAP como núcleo de toda uma estratégia de
expansão, não só da TAP e de tudo o que representa, mas
também do embrião para a tal política para o setor que há
tanto reclamamos?
Congratulo-me igualmente com o excelente desempenho
da OGMA pós-privatização, conforme refere o seu CEO numa
entrevista incluída nesta edição, mais um excelente exemplo
a agregar ao núcleo a partir do qual toda uma política se
poderá desenvolver para fazer face à procura internacional. E
ainda, para reforçar a ideia da importância e peso na balança
das nossas exportações e do acréscimo previsível a médio
prazo do fluxo de passageiros e carga que, inclusivamente,
fomentou o desenvolvimento de sistemas informatizados
capazes de assegurar a eficácia e a segurança na gestão
deste previsível incremento.
Portugal tem um clima reconhecidamente favorável,
infraestruturas subaproveitadas, recursos humanos
qualificados com bons conhecimentos de Informática e da
língua Inglesa e ainda uma estrutura de custos competitiva.
Para além do mais, tem uma relação privilegiada com os países
da CPLP que podem servir de captação nas suas respetivas
zonas de influência regional. Só em África existem diversos
países na Lista Negra, que restringe a operação de e para a
Europa, todos eles a necessitarem de apoio na formação de
recursos, na operação e na transferência de tecnologia.
Segundo estudos independentes, serão necessários mais
de 500 000 pilotos e 600 000 técnicos de manutenção nos
próximos 20 anos. Só na Europa, prevê-se a necessidade
de 94 000 pilotos e 102 000 técnicos e no continente
africano, as necessidades apontam para 17 000 e 19 000
respetivamente.
O Irão (que esteve largos anos inibido de efetuar aquisições
de aeronaves e peças) acaba de anunciar encomendas à
Airbus e à Boeing de 500 aeronaves, a serem entregues nos
próximos 5 anos, 200 das quais já nos próximos meses.
A Irlanda (o país mais pequeno da Europa com 4,6 milhões de
habitantes) considera a aviação como primordial para a sua
economia. Vem-se especializando há mais de 30 anos neste
setor, particularmente em leasing de aeronaves, manutenção
e serviços complementares. Em 2015, fez aprovar no
Parlamento a sua estratégia quanto a uma política para o
setor que presentemente contribui com €4,6M.
A TAP já contribui aproximadamente com €2000M/ano ao
nível das exportações e 2,5% para o PIB.
Será que alguma vez nos conseguiremos organizar a partir
desta base saudável e com as características enunciadas
acima para entendermos quão importante pode ser o setor?
Como nota final, confesso que não entendia o porquê de
tanto alarido dos pacotes remuneratórios da Administração
doa recém-criada ANAC. Agora entendo. Ouvi, recentemente,
um reputado comentador de televisão referir que não
entendia nem se justificava este nível salarial, até porque a
complexidade do setor nada tinha a ver com a do Banco de
Portugal, ANACOM ou CMVM, por exemplo. Vindo de quem
veio, ou se trata de falta de informação ou de um lapso.
O setor já hoje representa cerca de 3% do PIB e é muito
mais complexo do que nós próprios conseguimos evidenciar.
Trabalhe-se com seriedade num projeto para a criação de uma
política para o setor da aviação civil e os Administradores da
ANAC mais do que justificarão o seu pacote remunerativo.
B
BRIEFING
2
11
14
19
José Miguel Costa
José Miguel CostaPresidente do Conselho de Administração da APTTA
APTTA News - Num quadro de crise económica nacional e internacional, como caracteriza os resultados alcançados pela OGMA no ano passado? Quais as áreas de negócio que tiveram maior crescimento na empresa?
Rodrigo Rosa - Fazemos um balanço positivo da atividade
da OGMA em 2015. Estamos na fase de aprovação das
contas junto dos nossos acionistas mas o balanço é
claramente favorável, revelando que a estratégia definida
foi bem gizada, levando a empresa a atingir os objetivos a
que se propôs.
Gostaria de salientar a aposta reforçada na manutenção de
Aviação Comercial, com uma segunda linha para aeronaves
civis, a aposta na capacitação na área de Componentes,
assim como a construção de um moderno hangar de
pintura, que está em andamento e que vai elevar a nossa
competitividade nos mercados internacionais. Igualmente
importante é o investimento constante e relevante na
formação dos nossos recursos humanos.
Para além disso, mantém-se a aposta na área de negócios
das Aeroestruturas, responsável pelo desenvolvimento do
KC-390, um projeto-chave no qual a OGMA está envolvida
desde a fase inicial de conceção da aeronave.
APTTA News - Sendo uma empresa que atua há quase 97 anos no setor, quais os fatores que, na sua opinião, considera fundamentais para o seu sucesso?
Rodrigo Rosa - A OGMA ocupa um lugar central na indústria
aeronáutica portuguesa e tem dado um importante
contributo para a sua afirmação além-fronteiras, projetando
a experiência, o conhecimento, a inovação e a capacidade
tecnológica que Portugal apresenta nesta área.
Ao longo dos 97 anos de história a OGMA tem sido o
espelho da evolução tecnológica que a aeronáutica e a
aviação têm sofrido. Desde 1918, na altura dos pioneiros
da aviação portuguesa até à atualidade, a empresa tem
demonstrado a capacidade necessária para responder com
sucesso aos desafios que os clientes colocam. Isso não
seria possível sem uma aposta na formação das equipas e
na capacitação tecnológica, duas traves-mestras da nossa
estratégia. Por outro lado, num mundo tão globalizado como
é aquele onde vivemos, a OGMA apresenta características
verdadeiramente diferenciadoras.
“ENQUANTO EXISTEM EMPRESAS ESPECIALISTAS
APENAS NUM PRODUTO, A OGMA CONCENTRA NUMA
SÓ EMPRESA E NUM SÓ ESPAÇO A CAPACIDADE
PARA REALIZAR DIFERENTES SERVIÇOS E PARA DAR
SUPORTE A DIFERENTES PRODUTOS.
NAS NOSSAS INSTALAÇÕES DE ALVERCA
CONSEGUIMOS RECEBER AERONAVES OU PRODUTOS
POR VIA AÉREA, COM UMA PISTA DISPONÍVEL 24
HORAS POR DIA, POR VIA MARÍTIMA OU TERRESTRE.
CONSEGUIMOS FAZER MANUTENÇÕES MAIS LEVES
OU MAIS COMPLEXAS A AERONAVES MILITARES,
COMERCIAIS E EXECUTIVAS, TEMOS ÁREAS DEDICADAS
À REPARAÇÃO DE MOTORES E COMPONENTES,
DAMOS SUPORTE AO NÍVEL DE ENGENHARIA E
DE DESIGN E CONSEGUIMOS FABRICAR E MONTAR
COMPONENTES AERONÁUTICOS EM MATERIAL
METÁLICO E COMPÓSITO. SÃO CREDENCIAIS QUE NOS
DIFERENCIAM PELA POSITIVA NO MERCADO
Entrevista especial com Rodrigo Rosa | OGMA
ON BOARD
O
Rodrigo Rosa, Presidente do Conselho de Administração da OGMA, S.A.
3
”
“DEZ ANOS DEPOIS DA PRIVATIZAÇÃO, A OGMA É UMA EMPRESA MELHOR PREPARADA, MAIS COMPETITIVA E MAIS MODERNA” RODRIGO ROSA
APTTA News - O processo de privatização teve algum impacto no ambiente interno da empresa?
Rodrigo Rosa - Como em qualquer processo de privatização, é
inevitável haver algum tipo de impacto. No caso da OGMA, após
um percurso de mais de 80 anos na esfera pública, é natural
que possa ter havido algum receio face à transição mas foi algo
circunscrito no tempo.
Se recuarmos um pouco, recordaremos que os tempos antes da
privatização não foram fáceis e geraram alguma apreensão junto
dos trabalhadores. Contudo, com a conclusão do processo, os
trabalhadores compreenderam o passo decisivo que estava a ser
dado para o futuro da empresa e assimilaram que um novo ciclo
na empresa estava prestes a iniciar-se. A transição serviu para
preparar a empresa para as novas exigências do mercado.
A estratégia de expansão da OGMA pode ser vista de dois prismas.
Numa perspetiva geográfica, as prioridades da OGMA passam
pela Europa Continental, Norte de África, Médio Oriente e América
Latina. A região da Ásia-Pacífico é também uma região que
acompanhámos com bastante interesse e na qual não deixaremos
de analisar todas as oportunidades de negócio.
No que concerne a produtos, é reconhecida a experiência e
competência da OGMA no domínio da aviação de defesa, face
à ligação de décadas à Força Aérea Portuguesa mas também
ao portefólio de clientes, onde se incluem outras forças aéreas
estrangeiras, com as quais mantém uma relação de longa duração.
Contudo, a OGMA tem desenvolvido um trabalho para se posicionar
enquanto especialista na área da aviação comercial e executiva,
sendo áreas nas quais vai continuar a apostar, beneficiando
também do facto de ser centro autorizado para aeronaves de
fabricantes de referência, como a EMBRAER, a Airbus, entre
outros.4
”
APTTA News - A OGMA foi privatizada em 2005 com a venda de 65% do capital à EMBRAER, mantendo o Estado Português os restantes 35%. Qual o reflexo da privatização e da nova estrutura acionista nos resultados? Como avalia o possível percurso da OGMA caso não tivesse sido privatizada?
Rodrigo Rosa - Em 2015 assinalámos a primeira década de privatização da OGMA. Mais do que uma simples efeméride, para nós constitui mais um marco da história da empresa e revela que foi tomada a decisão certa para o futuro da empresa.A entrada da EMBRAER enquanto acionista maioritário levou a OGMA a integrar o universo de um dos maiores fabricantes mundiais de aeronaves, abrindo novas oportunidades de negócio, inclusive em pontos do globo onde, de outro modo, seria mais difícil à OGMA lá chegar. Também permitiu à OGMA trabalhar novos produtos, reforçando a sua competitividade. Por outro lado, a OGMA ocupa um papel relevante na estratégia da EMBRAER ao nível da Europa e também do continente africano, em particular nos PALOP e no Norte de África. Importa também realçar que a relação com o nosso acionista Estado é positiva, constituindo uma verdadeira relação de parceria que mantém vivo o relacionamento que a OGMA sempre teve com o Estado, em particular com a Força Aérea Portuguesa, que constitui o nosso principal cliente do mercado nacional.
APTTA News - Perante o contexto económico menos favorável, não só em Portugal, mas um pouco por toda a Europa, como avalia o mercado de atuação da OGMA em particular, e o mercado aeronáutico em geral?
Rodrigo Rosa - O mercado aeronáutico é dinâmico e
naturalmente espelha a realidade vivida no contexto
económico atual. Ao nível das aeronaves de defesa
verifica-se uma retração nos orçamentos das Forças
Aéreas, enquanto ao nível de aviação comercial os
operadores procuram ter as aeronaves em manutenção
o período de tempo mais limitado possível para ter a sua
operacionalidade na capacidade máxima.
Ao nível de aviação executiva, em períodos económicos
menos favoráveis pode haver menor procura por parte
deste tipo de aeronave mas estamos a falar num segmento
mais de nicho e, como tal, onde o contexto económico
influencia numa menor proporção.
Perante este contexto, as empresas têm de ser capazes
de ser mais competitivas, de desenvolver uma intervenção
de forma rigorosa e dentro dos timings definidos e de
criar uma relação de parceria com os clientes, assente na
confiança e no compromisso no cumprimento dos objetivos
do cliente.
APTTA News - É visível a grande aposta da EMBRAER em Portugal. Como caracteriza esta relação de proximidade com Portugal?
Rodrigo Rosa - A vinda de um fabricante com o peso
da EMBRAER para Portugal deve ser visto como um
sinal de confiança na economia portuguesa. Para além
da criação de postos de trabalho, a presença de um dos
maiores fabricantes aeronáuticos mundiais no país é
uma oportunidade para as empresas portuguesas, para
se capacitarem, para se renovarem, para apostarem na
tecnologia, para se posicionarem como fornecedoras e
parceiras de negócio da EMBRAER face às exigentes
especificações do mundo aeronáutico. Também a OGMA
tem beneficiado da presença da EMBRAER em Portugal,
investindo em formação, em infraestruturas e em
recursos humanos, capacitando-se para novos e exigentes
mercados.
“PARA A OGMA É UM MOTIVO DE ORGULHO ESTAR
PRESENTE NA APTTA E INTEGRAR OS SEUS ÓRGÃOS
SOCIAIS. SÓ DESTA FORMA, CONGREGANDO ESFORÇOS
DE TODOS OS AGENTES ENVOLVIDOS NO DOMÍNIO
DA AERONÁUTICA E DA AVIAÇÃO, SERÁ POSSÍVEL
LEGITIMAR E REFORÇAR A NOTORIEDADE DA NOSSA
INDÚSTRIA, DEFENDENDO OS INTERESSES DO
SETOR E REUNINDO MOTIVAÇÃO E AMBIÇÃO PARA
MELHORAR, DIA APÓS DIA, A INDÚSTRIA. EM NOME
DA OGMA, APROVEITO ESTA OPORTUNIDADE PARA
CUMPRIMENTAR OS RESTANTES ASSOCIADOS DA
APTTA E LANÇAR O CONVITE PARA QUE CONHEÇAM A
EMPRESA NUMA PRÓXIMA OPORTUNIDADE ”
“PARA 2016 VAMOS CONTINUAR A TRABALHAR COM DEDICAÇÃO E RIGOR PARA QUE CONTINUEMOS A SER UMA REFERÊNCIA CREDÍVEL E UM PARCEIRO DE CONFIANÇA NO MUNDO AERONÁUTICO. ANO APÓS ANO PROCURAMOS TER UM DESEMPENHO POSITIVO QUE SUPERE AS NOSSAS PREVISÕES”
5
No que diz respeito ao mercado nacional, sabemos
que se trata de um mercado mais pequeno. Sabendo
que 96% da nossa atividade se destina à exportação,
os restantes 4% dizem respeito ao trabalho
desenvolvido para a Força Aérea Portuguesa, bem
como, de forma pontual, para a TAP, PGA, White e
SATA.
Rodrigo Rosa
Os critérios impostos pela DGERT visam garantir, entre outros aspetos, a qualidade técnica e pedagógica da formação ministrada (através da exigência aos formadores do domínio técnico das matérias, mas também de competências pedagógicas), a robustez da organização (plasmada pelas exigências organizativas que impõe à entidade formadora) e a transparência de todo o processo (evidenciada pelos dossiers técnico-pedagógicos existentes para cada curso). A formação certificada é assim uma mais valia para os formandos, mas também para a indústria aeronáutica que desta forma reforça a qualidade dos recursos afetados.Ainda no domínio da atividade formativa da APTTA, a Administração deliberou uma revisão em baixa dos preços praticados, facilitando assim o acesso a esse grande instrumento de desenvolvimento que é a formação.No passado mês de Janeiro, teve lugar nas instalações da Sede da Associação, uma reunião com os Formadores que têm garantido a prestação de ações de Formação desenvolvidas pela APTTA, com a qualidade que lhe é reconhecida. Dessa reunião resultaram duas conclusões que em muito valorizam esta componente associativa.Por um lado, foi proposto e deliberado que os Formadores se disponibilizam para desenvolverem ações do tipo Workshop ou Seminários acerca dos vários temas que fazem parte do portfolio da APTTA e outros que se venham a mostrar interessantes, de caráter eminentemente prático e que possam constituir-se como ações de refrescamento para os postholders que já fizeram a sua Formação de base há algum tempo atrás. Por outro lado, foi colocada à discussão a possibilidade dos Formadores da APTTA participarem noutras atividades enquanto especialistas nas suas áreas de Formação, por exemplo na apreciação de projetos de legislação, nacionais e internacionais.Os Formadores disponibilizaram-se para cumprir essa função de “especialistas “ junto da APTTA, para os efeitos apresentados, pelo que ficamos com a certeza de que a apreciação prévia feita pela APTTA e transmitida para análise aos Associados, ficará certamente enriquecida. Com estes desenvolvimentos esperamos que cada vez mais os Associados sintam conforto e retorno da sua condição junto da APTTA.
FLIGHT PLAN
6
MOVIMENTO ASSOCIATIVO Rogério Pinheiro | Secretário-Geral da APTTA
F
Num futuro muito próximo, iniciaremos contatos com o objetivo de obtermos uma representação significativa dos aeródromos nacionais.No que concerne à atividade de formação e após um processo longo de certificação, a APTTA logrou obter em 24 de Julho, a Certificação DGERT da formação desenvolvida pela Associação desde 2011.Pese embora o avultado investimento financeiro e em matéria de recursos humanos que esta certificação significou, entendeu e entende a APTTA que a mesma é relevante em termos de organização desta atividade, permitindo o cumprimento, pela entidade formadora, de requisitos e critérios de qualidade da formação ministrada.
Provocando um sentimento misto de regozijo e de lamento, a vitalidade da APTTA no que aos movimentos de Associados diz respeito, evidenciou uma situação dupla. Se por um lado perdemos o contributo da euroAtlantic Airways, um Associado de longa data que decidiu, conforme esperamos, fazer um interregno na sua participação associativa. Por outro lado e em contrapartida, pudemos lograr receber no nosso seio como Associados, a OGMA - Indústria Aeronáutica de Portugal, S.A. e a EJME - Executive Jet Management Europe.A decisão de adesão à APTTA que a OGMA tomou, veio consubstanciar um alargamento de âmbito do universo de empresas associadas, pelo que a Associação passa a contar assim com o primeiro representante da indústria da construção e manutenção aeronáutica, na sua história.A adesão da EJME, veio consolidar a representação da aviação executiva, que já era apanágio da Associação desde longa data.Ficam a faltar no nosso conjunto de Associados duas representações de relevo. Estamos a referir o conjunto de empresas que operam helicópteros em trabalho aéreo e os aeródromos e aeroportos.As empresas que operam helicópteros, que foram no passado membros da Comissão Instaladora da APORTAR, como seja a Heliportugal, a INAER e a Helibravo, foram deixando de participar na vida associativa ao longo do tempo. Urge contrariar essa dinâmica. Empresas com um longo historial no transporte e particularmente no trabalho aéreo, devem encontrar junto da APTTA uma representação coincidente com a relevância da sua atividade, no âmbito do setor aeronáutico nacional.Relativamente aos aeródromos e aeroportos é inegável a importância que os mesmos representam no contexto da aviação geral. Por outro lado, no que se refere ao alargamento de âmbito a que a APTTA se propôs, a integração na Associação dos aeródromos é essencial para fortalecer a capacidade de influência junto dos setores de decisão, que se espera da APTTA. Rogério Pinheiro
Ainda assim, a continuidade e aceleração da evolução do
setor leva o Governo, nos anos 70, a reestruturar o setor da
aviação civil, o que faz com base e orientando-se em dois
princípios fundamentais: “separar da Administração Central
o conjunto de Serviços que sendo geradores de receitas,
possam vir a sustentar-se a si próprios”; e “criar uma
Direção-Geral de Aviação Civil com atribuições e meios para
assegurar, de modo efetivo, a orientação, regulamentação
e fiscalização das atividades do sector”.
Para alcançar estes dois princípios são criadas, em julho de
1979, a Direcção-Geral da Aviação Civil e a Empresa Pública
Aeroportos e Navegação Aérea - ANA EP.
Em maio de 1998 é criado o Instituto Nacional de Aviação
Civil (INAC), que assume as funções da anterior Direção-
Geral da Aviação Civil.
Em abril de 2007, é criado o Instituto Nacional de Aviação
Civil, I.P.. A ANAC substitui o INAC, surgindo no âmbito da
NOVA LEI-QUADRO DAS AUTORIDADES REGULADORAS (LEI
N.º 67/2013, DE 28 DE AGOSTO).
A regulação, fiscalização e supervisão do setor da avia-
ção civil cabe hoje à Autoridade Nacional da Aviação Civil
(ANAC). Sucedendo ao Instituto Nacional de Aviação Civil
(INAC), a história da entidade reguladora da aviação civil
em Portugal, começa muito antes, como se pode ler na
breve resenha histórica que a ANAC tem publicada no seu
site.
O início remonta assim ao período pós I Guerra
Mundial, com a criação, em 1929, do Conselho
Nacional do Ar.
Posteriormente, em 1944, Portugal assiste à
criação do Secretariado da Aeronáutica Civil, o qual
era constituído por três órgãos, sendo um deles o
Serviço de Segurança da Navegação Aérea.
Em 1946, o Secretariado da Aeronáutica Civil é
substituído pela Direção-Geral da Aeronáutica Civil.
Sendo este o organismo que existia aquando do
final da II Guerra Mundial, é quem acompanha, a nível
nacional, a fase de grande desenvolvimento que se
sente na aviação civil mundial.
Em Portugal tal desenvolvimento teve também
reflexos, com a construção de novos e maiores
aeroportos, quer no território de Portugal
Continental, quer nos territórios que, ao tempo,
estavam sob jurisdição portuguesa.
Aviação Civil em Portugal: ANAC sucede ao INAC
Patrícia Marques Ferreira (Assessora Jurídica da APTTA)
Esta Lei-Quadro é um instrumento de vital relevância no qual se tece o quadro do futuro da regulação económica em Portugal (e no contexto da União Europeia). Notemos que numa conjuntura de intensa privatização, como a que vivemos atualmente, o Estado garante, via regulação, a presença em setores essenciais da economia, onde se inclui (entre outros) o setor da aviação civil. Uma adequada regulação económica cumpre o requisito de salvaguarda dos interesses públicos, dos interesses dos consumidores e contribui para o equilíbrio entre operadores económicos. Dos termos da Lei-Quadro destacamos o disposto no artigo 3.º no qual se estipula deverem as entidades reguladoras, a fim de prosseguirem as suas atribuições com independência, dispor de autonomia administrativa e financeira, dispor de autonomia de gestão, possuir independência orgânica, funcional e técnica, possuir órgãos, serviços, pessoal e património próprio, ter poderes de regulação, de regulamentação, de supervisão e de sanção de infrações e garantir a proteção dos direitos e interesses dos consumidores.
LEI N.º 67/2013, DE 28 DE AGOSTO
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7
LEI N.º 67/2013, DE 28 DE AGOSTO
Por determinação da própria Lei-Quadro (número 1 do artigo 3.º), os estatutos das entidades reguladoras deveriam ser adaptados, por decreto-lei, no prazo de 90 dias após entrada em vigor deste diploma. No entanto, só em março de 2015 são publicados os Estatutos da Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC), através do Decreto-Lei n.º 40/2015, de 16 de março.
O Decreto-Lei n.º 40/2015 reconhece desde logo, de acordo com o seu artigo 1.º, que a ANAC tem natureza de entidade administrativa independente, sendo dotada de autonomia administrativa, financeira e de gestão, bem como de património próprio.
No que respeita a atribuições, são formalmente reconhecidas neste diploma aquelas que já cabiam ao INAC e que por este vinham a ser desenvolvidas. No entanto, por via legislativa, reafirmam-se os objetivos da autoridade nacional em matérias de aviação civil e reequacionam-se os meios organizativos e os poderes atribuídos, tudo à luz do novo regime jurídico que enquadra as entidades reguladoras. O diploma reconhece também como prioritário que através da ANAC se garanta uma regulação robusta, isenta e independente, admitindo que, por força de insuficiências estatutárias e orgânicas do INAC I.P., essa realidade não se verificava em sede deste instituto público. Desta forma, o número 2 do artigo 1.º determina, resumidamente, que a ANAC exerce funções de regulação, fiscalização e supervisão do setor da aviação civil.
É neste enquadramento que todo o diploma estatutário é elaborado, visando aumentar a autonomia, a flexibilidade de gestão e as responsabilidades da entidade reguladora, ao mesmo tempo que são propostas simplificações nos processos de decisão, a par da desburocratização de procedimentos.
Assistimos também, por via deste diploma, a um alargamento dos poderes normativos (incentivando a participação dos interessados, através da apresentação de propostas, reflexões e contributos, em momento anterior à aprovação ou alteração de qualquer regulamento) e a um reforço dos poderes de supervisão e inspeção (sobre as organizações que fazem parte do tecido da aviação civil em Portugal, tentando ao máximo promover uma atuação preventiva em detrimento de uma atuação meramente reativa).
Estruturas de regulação económica fortes e eficazes são essenciais em contextos económicos como aquele em que presentemente nos encontramos. O legislador nacional tomou, com esta finalidade, as suas opções nesta sede. Resta agora verificar como se desenvolve a atividade da entidade reguladora neste novo quadro regulamentar, fazendo votos, a bem do desenvolvimento da indústria da aviação civil em Portugal, de que sejam alcançados os objetivos traçados.
Patrícia Marques Ferreira
Relevante também, o artigo 4.º da mesma Lei-quadro, que determina deverem as entidades reguladoras: observar, como princípios de gestão:
- o exercício da respetiva atividade de acordo com elevados padrões
de qualidade; a garantia da eficiência económica no que se refere
à sua gestão e às soluções adotadas nas suas atividades; a
adoção de uma gestão por objetivos, devidamente determinados
e quantificados, bem como a sua avaliação periódica em função
dos resultados; a garantia da transparência da atuação através
da discussão pública de projetos de documentos que contenham
normas regulamentares e da disponibilização pública de
documentação relevante sobre as suas atividades e funcionamento
com impacto sobre os consumidores e entidades reguladas (aqui
incluindo o custo da atividade da entidade reguladora para o setor
regulado); o respeito pelos princípios da prévia cabimentação e
programação da realização das despesas subjacentes à assunção
de compromissos.
DECRETO-LEI N.º 40/2015
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O Fórum dos Serviços da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) desenvolveu ao longo do ano de 2015 um trabalho intitulado “Logística e Infraestrutu-ras ligadas à conectividade – O contributo dos Serviços” com o objetivo de “debater com um número restrito de participantes quais as linhas estratégicas e os desafios que se colocam a este setor de atividade, abordando-o na dupla perspetiva dos prestadores de serviços e dos seus utilizadores”1.Neste enquadramento, o Fórum dos Serviços realizou um conjunto de Workshops ligados aos vários modos de transporte. No dia 24 de Junho de 2015, a APTTA participou no “Workshop sobre o tema do transporte aéreo, na perspetiva da internacionalização da economia portuguesa”1.Durante os trabalhos constatámos que a generalidade dos participantes abordava esta temática na ótica quase exclusiva do transporte de mercadorias não fazendo qualquer referência ao transporte de passageiros. O presente artigo pretende fazer alguma justiça ao enquadrar o transporte aéreo de passageiros na temática em análise.A Balança Comercial Portuguesa ou Balança de Bens e Serviços2 apresentou pela primeira vez em 2013 um saldo positivo. Tendência que se volta a manter em 2014. Tal facto fica a dever-se à conjugação de 2 fatores: por um lado o deficit da Balança de Bens tem vindo a diminuir significativamente deste 2010 e por outro lado a Balança de Serviços mantém um excelente desempenho, sendo o valor dos serviços exportados sensivelmente o dobro dos serviços importados quer em 2013 quer em 2014.
O peso do Transporte Aéreo na Balança Comercial de Portugal
Jorge Lucas(Assessor Técnico da APTTA)
1. Textos entre aspas transcritos do convite endereçado à APTTA para participação no Workshop sobre Transporte Aéreo.2. Wikipedia, Balança Comercial de Portugal, gráfico elaborado por Vitor Augusto Nunes com base em dados da Pordata.3. “Aeroporto da Portela – sua importância para a economia nacional e para a cidade de Lisboa”, APTTA News n. 10, Julho 2012; Atualização – Fonte de dados: Estatísticas do Banco de Portugal.
QUAL A CONTRIBUIÇÃO DOS VÁRIOS MODOS DE TRANSPORTE
NA BALANÇA DE SERVIÇOS?
Aproveitamos para recuperar e atualizar a Balança de Transportes apresentada num artigo anterior3 (ver imagem 1). Desde 2003 a Balança dos Transportes passou a ter um contributo positivo para a Balança dos Serviços. É também notório o contributo cada vez maior do Transporte Aéreo a partir de 2006. Portanto quando se fala do contributo dos Serviços para a internacionalização da economia portuguesa não podemos menosprezar o peso do Transporte Aéreo (de passageiros).
WAYPOINT
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Balança do Transporte Aéreo
Como vimos no gráfico da Balança de transportes, o transporte aéreo é o modo que apresenta a maior contribuição ajudado pelos “Outros modos” excluindo o Marítimo. Importa agora dividir o contributo do modo aéreo em transporte de passageiros, carga e outros.
O grande dinamizador das exportações no transporte aéreo é o transporte de passageiros. O transporte de carga aérea cria alguma resistência a esta contribuição uma vez que apresenta um saldo importador (à semelhança do que acontece com o transporte marítimo). Tal facto é facilmente comprovado uma vez que os operadores de carga aérea em Portugal (integrators: DHL, Fedex, TNT e UPS) operam aeronaves de matrícula estrangeira. Todos recorrem à importação de serviços de transporte aéreo.
Conclusão
É indiscutível a importância de ter bons serviços de transporte internacional de mercadorias para a dinamização da economia nacional. No entanto, não podemos deixar de fora da análise os serviços de transporte aéreo de passageiros os quais contribuem com mais de 2200 milhões de Euros de saldo positivo para a Balança Comercial de Portugal.
QUAL A CONTRIBUIÇÃO DOS VÁRIOS MODOS DE TRANSPORTE NA BALANÇA DE SERVIÇOS?
Jorge Lucas
Gráfico 1 - Balança de TransportesMilhões de Euros
4. O Hypercluster da Economia do Mar, Relatório final, 17.Fevereiro.2009; dados de 2010: IPTM – Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos; dados de 2015: IMT – Instituto da Mobilidade e dos Transportes.
Gráfico 2 - Frota Nacional ao serviço de Armadores Nacionais Vs. Movimentação de carga nos portos portugueses4
Carga (Milhões de ton)
Número de Navios e Carga (Milhões de ton)
Gráfico 3 - Balança do Transporte AéreoMilhões de Euros
Transporte Marítimo Nacional
-500
0
500
1000
1500
2000
2500
Passageiros (Saldo) Carga (Saldo) Outros (Saldo) Contribuição Total
-1000
-500
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
T. Marítimos (Saldo) T. Aéreos (Saldo) T. Outros (Saldo) Contribuição Total
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
0
20
40
60
80
100
120
140
160
1970 1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010 2015
Convencional Madeira Temporário Carga (Milhões ton)
Como podemos constatar no gráfico anterior, Portugal é importador líquido de serviços de transporte marítimo. Trata-se de um meio de transporte indispensável à nossa economia nomeadamente para a importação de bens essenciais assim como para as nossas exportações (utilizadores). No entanto, a prestação de serviços de transporte marítimo está na “mão” de um número muito reduzido de operadores globais. Existem cada vez menos navios de registo nacional. Apresentamos de seguida um gráfico também recuperado de um trabalho anterior devidamente atualizado.
WAYPOINT
W
10
com o crescimento do tráfego aéreo verificado nas últi-
mas décadas na Europa, a gestão do espaço aéreo Europeu
está a atingir o seu limite máximo em termos de capacida-
de. Atualmente e em média, realizam-se na Europa mais de
33.000 voos diários e a densidade de aeroportos é mui-
to elevada contribuindo para uma maior complexidade na
gestão do espaço aéreo. Acresce ainda que com a previsão
de que o número de movimentos de aviões na Europa em
2030 possa ser o dobro do que é hoje, aumenta a pressão
sobre a gestão do tráfego aéreo no espaço aéreo europeu.
A gestão do tráfego aéreo na Europa é também um pro-
cesso de grande exigência tecnológica, sobretudo devido à
inexistência de um espaço aéreo comum com uma estrutu-
ra única e sistemas integrados que possam ser geridos de
forma centralizada e com elevado grau de automatismo. Só
para se ter uma ideia da dimensão do problema, refira-se
que no espaço aéreo europeu, um dos mais saturados do
mundo, realizaram-se em 2013, 9.5 milhões de voos.
CENÁRIOS DE CRESCIMENTO PARA O Nº DE VOOS NA EUROPA
O PROGRAMA SESAR PARA A MODERNIZAÇÃO DA GESTÃO DO TRÁFEGO AÉREO NA EUROPA(RESEARCH E INOVAÇÃO NA INDÚSTRIA AERONÁUTICA NO ÂMBITO DO HORIZONTE 2020)
Rui Carapeto, Economista, Professor Universitário e Consultor
8,5
9,0
9,5
10,0
10,5
11,0
11,5
12,0
12,5
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Milh
ões d
e vo
os
High Base Low
Fonte: EUROCONTROL
1 The Single European Sky (SES).
A iniciativa do Céu Único Europeu1 é uma iniciativa ambiciosa que foi lançada pela Comissão Europeia em 2004 com o objetivo de alterar de forma radical e inovadora a arquitetura da gestão do espaço aéreo e dos seus sistemas de apoio. Tratou-se de uma iniciativa política, que foi acompanhada por um pacote de medidas legislativas que são a base das alterações a implementar e que permitirão no futuro fazer frente aos desafios do aumento de capacidade e da segurança ao nível do espaço aéreo, abordados de uma forma integrada e não individual em cada Estado Membro, como de resto tem acontecido até hoje.
GABINETE DE ESTUDOS
G
11
2012 - 9,6 milhões/ano
2030 - 16,9 milhões/ano
Nº de voos
2012 - 1,6 biliões/ano
2030 - 2,7 biliões/ano
Nº de passageiros
Fonte: EUROCONTROL
2 O EUROCONTROL é a organização internacional responsável pela gestão do tráfego aéreo na Europa. Foi fundada em 1960 é composta 40 Membros incluindo a Comissão Europeia. 3 A SJU é uma parceria constituída pelos 2 membros fundadores (EUROCONTROL e a União Europeia) e 13 membros associados (operadores europeus de navegação,transporte aéreo e de sistemas de comunicação).
01DEFINIÇÃO
2004-2007
02DESENVOLVIMENTO
2008-2013
03IMPLEMENTAÇÃO
2014-2020
3
FASES DO PROGRAMA SESAR
Como pilar tecnológico do ambicionado Céu Único Europeu,
a Comissão Europeia lançou também em 2004 o Programa
SESAR que é o mecanismo de financiamento através do
qual se pretende financiar de uma forma coordenada,
todas as atividades de investigação e desenvolvimento,
na gestão do tráfego aéreo.
Dando continuidade aos esforços já desenvolvidos pelo
EUROCONTROL2 e no sentido da integração e otimização
na gestão do espaço aéreo europeu dentro do calendário
previsto (2020), em 2007, no âmbito do Programa SESAR
foi ainda criada a task force “SJU-SESAR Joint Undertaking3”
que integra a Comissão Europeia, o EUROCONTROL e
os principais stakeholders europeus, para assegurar a
modernização do sistema de gestão do tráfego aéreo.
PRINCIPAIS OBJETIVOS A ATINGIR PELO PROGRAMA SESAR:
- Promover a integração de todas as operações aeroportuárias como parte do controlo e da gestão do tráfego aéreo na Europa;- Melhorar a utilização dos corredores aéreos aumentando a sua eficiência, permitindo uma melhor gestão do tráfego aéreo;- Adotar novos padrões de separação entre aeronaves em voo, permitindo melhorar a segurança, eficiência e aumentar a capacidade de resposta do sistema de gestão de tráfego;- Contribuir para uma automatização crescente das tarefas relacionadas com a gestão do tráfego aéreo, para controladores e pilotos aumentando o nível de segurança.
PARA ATINGIR OS OBJETIVOS ATRÁS ENUNCIADOS, O PROGRAMA SESAR FOI DELINEADO PARA SER DESENVOLVIDO EM TRÊS FASES, ENTRE 2004 E 2020:
1 A fase Inicial ou de Definição, que decorreu
entre 2004 e 2007, consistiu na definição de
um Plano Diretor do sistema de gestão de tráfego aéreo na
Europa. Esta fase foi liderada pelo Eurocontrol e cofinan-
ciada pela Comissão Europeia no âmbito do Programa da
Trans-European Transport Networks e executada por um
consórcio alargado de transportadoras aéreas.
2 A fase de Desenvolvimento, que decorreu
entre 2008 e 2013, consistiu na identificação
da tecnologia e sistemas necessários e identificados na
fase anterior.
A última fase, de Implementação, decorrerá de
2014 até 2020. Esta fase consiste na produção
e validação da nova tecnologia para implementação da
infraestrutura de suporte ao novo sistema de gestão
de tráfego aéreo. Este sistema é caracterizado por uma
completa harmonização e integração dos vários sistemas
existentes, e assegurará uma gestão do tráfego aéreo
mais eficiente na Europa.
GABINETE DE ESTUDOS
G
12
1“Innovative Aircraft Demonstrator Platforms (IADPS)
4 O NextGen - Next Generation AirTransportation System, é o novo sistema de gestão do tráfego aéreo nos EUA a ser implementado até 2025. O NextGen propõe transformar o sistema americano de gestão de tráfego aéreo num sistema baseado em satélites. Esta transformação tem por objetivo reduzir o congestionamento quer no ar quer nos aeroportos.
Rui Carapeto
AUMENTO DE 27% DA CAPACIDADE DO
ESPAÇO AÉREO NA EUROPA.
REDUÇÃO DE 40% DO RISCO DE ACIDENTE
POR HORA DE VOO.
REDUÇÃO DE 2,8% DO IMPACTO AMBIENTAL
POR VOO.
REDUÇÃO DE 6% NO CUSTO POR VOO.
01
02
03
04
Os avanços já conseguidos com o Programa SESAR permiti-
ram que em 2010, as autoridades europeias e americanas
chegassem a um entendimento preliminar relativamente à
inter-operacionalidade entre o programa SESAR europeu e
o NextGen4 americano, com vista à inevitável integração
futura destes dois sistemas de gestão do tráfego aéreo.
RAZÕES PARA A UE INVESTIR NUM NOVO SISTEMA DE GESTÃO DO TRÁFEGO AÉREO NA EUROPA:
Em 2010 o sistema de controlo aéreo Europeu
controlou 9.5 milhões de voos chegando nos dias
de maior movimento aos 33.000 voos. As previsões
apontam para um aumento perto dos 17 milhões
de voos por ano em 2030 e 50.000 voos nos dias
de maior movimento.
Em 2010 registaram-se 19,4 milhões de minutos
de atraso em voo. Em média, cada voo teve um
acréscimo de mais 49km do que o inicialmente
previsto.
Os custos estimados resultantes da gestão
fragmentada do tráfego aéreo elevam-se a cerca de
€4 biliões por ano.
O Programa SESAR, como a componente tecnológica da
iniciativa “Céu Único Europeu” cujo objetivo é modernizar
a gestão de tráfego aéreo na Europa e eliminar a atual
fragmentação e os custos elevados de exploração do Céu
Europeu, envolve atualmente mais de 100 empresas de 20
países e conta com cerca de 3.000 especialistas em mais
de 300 projetos.
Reconhecendo a importância estratégica para a Europa,
para a mobilidade dos cidadãos, segurança no espaço aéreo
e competitividade, a UE no âmbito do “Desafio Societal
dos Transportes” do Programa Quadro Horizonte 2020,
assegurou como objetivo estratégico o financiamento
da continuidade do Programa SESAR para além de 2020
através do designado SESAR2.
Como tarefa essencial do SESAR2, será reforçar a execução
do Plano Diretor Europeu de Gestão de Tráfego Aéreo (ATM
Master Plan) para a implementação da nova geração de
sistemas de gestão de tráfego aéreo e que permita pôr em
prática o Céu Único Europeu, a partir de 2020.
PLANO DIRETOR EUROPEU DE GESTÃO DE TRÁFEGO AÉREO – AS METAS A ATINGIR:
Qualquer questão ou comentário sobre o presente artigo,
favor remeter para: [email protected]
GABINETE DE ESTUDOS
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13
1“Innovative Aircraft Demonstrator Platforms (IADPS)
INDICADORES ECONÓMICOS
a) Valor do negócioPara cada segmento de atividade é apresentado o Volume
de negócios e os Proveitos operacionais. Como unidade
de medida do valor do negócio optamos pela escolha dos
Proveitos operacionais uma vez que estes incluem quer as
vendas quer os subsídios à exploração. Embora os subsídios
à exploração sejam cada vez menores devido à liberalização
de várias rotas, existem ainda casos de Operadoras com
atividade muito dependente destes subsídios. O principal
exemplo prende-se com a SATA Açores onde os subsídios
(22 M€ em 2014) correspondem a sensivelmente 40% dos
Proveitos operacionais (55,9 M€ em 2014)2.
b) Valor acrescentado bruto (VAB)Para cada segmento de atividade é também apresentado
o VAB. Este indicador exprime a real contribuição de cada
segmento para o Produto Interno Bruto (PIB).
Referências: 1 www.anac.pt; Publicações; Anuários; Anuário da Aviação Civil – 20142 www.sata.pt/en/relatorio-e-contas
Quanto vale o negócio das Operadoras Aéreas Nacionais?
VALOR DO NEGÓCIO VAB
2014 Anuário da Aviação Civil
FONTE DE DADOS
A ANAC (antigo INAC) publica desde há alguns anos o Anuário
da Aviação Civil1. O último é referente ao ano de 2014 e foi
publicado nos primeiros dias de 2016. O atraso fica a dever-
se ao envio tardio da informação económico-financeira por
parte de algumas Operadoras.
Embora o Anuário apresente informação agregada para 8
segmentos de atividade, na presente análise vamos apenas
considerar 4 desses segmentos:
- TRANSPORTE AÉREO;
- TRABALHO AÉREO;
- AVIAÇÃO EXECUTIVA;
- ORGANIZAÇÕES DE FORMAÇÃO.
Tratam-se dos segmentos onde existe real operação
de aeronaves. Os outros 4 estão relacionados com
entidades que prestam serviços às Operadoras, quer sejam
nacionais ou estrangeiras, que voam sobre e para Portugal
(Navegação aérea, Aeroportos e aeródromos, Manutenção,
Aeronavegabilidade, Produção de aeronaves e Assistência
em escala).
DIÁRIO DE BORDO
D
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Segmento: Prov. Ops % VAB %
Transporte aéreo B2C 2.536,9 70,1%687,7 92,9%
Transporte aéreo B2B 547,0 15,1%
Aviação executiva 473,6 13,1% 43,2 5,8%
Trabalho aéreo 49,4 1,4% 5,7 0,8%
Organizações de formação 13,4 0,4% 3,8 0,5%
TOTAIS: 3.620,3 100,0% 740,4 100,0%
Grupo TAP-TA
Proveitos operacionais 2013 (M€) 2.342,6
TAP-TA/TA B2C 92%
TAP-TA/TA 76%
TAP-TA/TOTAL 65%
VALOR DO NEGÓCIO DAS OPERADORAS AÉREAS NACIONAIS
Referências: 3 www.tapportugal.com/Info/pt/sobre-tap/grupo-tap/relatorios-anuais
Transporte aéreo B2C
Transporte aéreo B2B
Aviação Executiva
Trabalho Aéreo
Organizações de Formação
Jorge LucasAssessor Técnico
2014 OPERADORASAÉREAS NACIONAIS = mais de 3,6 mil milhões de Euros
DIÁRIO DE BORDO
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SEGMENTO TRANSPORTE AÉREO
Dividimos o Transporte aéreo em 2 sub-segmentos
distintos, um referente ao TA presente no mercado do
grande consumo – Mercado Business to Consumer (B2C)
e outro referente ao TA constituído pelas Operadoras
Charter/ACMI – Business to Business (B2B), na linguagem
do marketing.
A divisão dos Proveitos Operacionais é simples, uma vez
que as Operadoras do TA B2C nacionais são facilmente
identificáveis (Grupo TAP e Grupo SATA) e publicam
Relatórios e Contas que estão disponíveis na Internet2,3 de
onde é muito fácil extrair o valor dos Proveitos Operacionais.
Quanto à divisão do VAB a tarefa é mais complicada. Os
Relatórios e Contas destes 2 grupos terão com certeza
toda a informação necessária para o cálculo do VAB mas
não apresentam o valor de uma forma direta.
Deixamos aqui o desafio de calcular o VAB do Grupo TAP,
da SATA Internacional e SATA Açores a quem possua
conhecimentos mais avançados de finanças!
Ainda referente ao valor agregado do negócio do Transporte
aéreo poderá existir alguma dupla contabilização de
valores. Em caso de irregularidade pontual (p.ex. em
caso de avaria), as Operadoras B2C subcontratam alguns
voos às Operadoras B2B. Ambas deverão apresentar os
Proveitos operacionais deste voo embora apenas devam
refletir a parte respetiva do VAB. A Operadora B2C terá
como VAB alguma margem que consiga entre a venda
de bilhetes e os custos da subcontratação do voo e a
Operadora B2B terá como VAB a margem que consiga no
negócio nomeadamente a parte relativa à remuneração
dos funcionários intervenientes.
Dados de 2014; valores em Milhões de Euros (M€)
O negócio das Operadoras Aéreas Nacionais valeu em 2014
mais de 3,6 mil milhões de Euros com a distribuição que se
apresenta pelos 5 segmentos de negócio identificados.
Num próximo artigo iremos analisar a evolução dos
principais indicadores económicos em cada segmento ao
longo da última década.
Aproveitamos a oportunidade para quantificar qual o peso
relativo do Transporte aéreo da TAP no Segmento TA B2C,
no global do TA e no Total do negócio das Operadoras
Aéreas Nacionais.
Em tempos de novo equacionamento político no que
respeita à privatização da TAP, importa referir que falar
da TAP é falar de 65% de todo o negócio de operação de
aeronaves de matrícula Portuguesa!
APTTA JÁ É ENTIDADE CERTIFICADA PELA DGERT
Foi concluído em julho de 2015, o processo de certificação da APTTA, enquanto entidade formadora certificada DGERT, iniciado em Novembro de 2014.
No âmbito deste processo ficou a APTTA certificada para dar formação no domínio de Serviços de Transporte.
Respondendo a uma necessidade do mercado (a Formação de “Postholders” no âmbito do regulamento INAC 831/2010), a APTTA iniciou a sua atividade formativa em 2011. Desde esse momento e até hoje já passaram pela Associação cerca de 458 formandos, tendo já sido ministrados mais de 64 cursos, em áreas tão diversas como:
- Legislação e Comportamento Institucional;- Operações de Voo;- Gestão da Continuidade da Aeronavegabilidade;- SAFA – Curso de Familiarização;- Qualidade Operacional, entre outras.
Para 2015/2016 o desafio passa pelo fortalecimento da presença da APTTA no setor de formação profissional, onde a concorrência é todos os dias mais forte, e pelo alargamento do âmbito certificado junto da DGERT, trabalho que já se encontra em fase de implementação.
O feedback recebido pelos formandos após frequência dos cursos ministrados aponta para a excelência dos formadores, interesse da formação, competência do apoio logístico e administrativo. É nos mesmos parâmetros de excelência, interesse e competência que se pretende continuar e alargar a valência formativa da Associação.
2011-2015
aptta lex
aptta flash
aptta training
COURSES
REFRESH DO SITE E NOVOS MODELOS DE COMUNICAÇÃO ONLINE
Acompanhando as tendências comunicacionais atuais, onde a comunicação flui de forma cada vez mais rápida e imediata, decidiu o Conselho de Administração da APTTA apostar, em 2016, no “refresh” do site da associação. Com este projeto pretende-se alcançar diversos objetivos. Pretende-se tornar o site mais apelativo (apostando numa maior componente de âmbito fotográfico), in-tuitivo e de fácil navegação. Pretende-se, também, atribuir um maior destaque no site à atividade formativa da associação (a par do posicionamento da APTTA como parceiro de relevân-cia no âmbito da formação profissional no setor dos transportes). Visa-se ainda dar resposta à tendência atual, adap-tando o site de modo a que possa ser consultado com toda a qualidade e funcionalidades em dispositivos móveis, como sejam os smartphones e tablets.O desenvolvimento da comunicação entre a Associa-ção e os seus associados e não-associados vai tam-bém passar por novos modelos de comunicação via email. Assim, a par do aptta flash, lançado em 11 de novembro de 2014 e cujo propósito é destacar, de forma resumida e rápida, matérias relevantes para a aviação nacional, no início deste ano foi também lan-çado também o aptta lex, com destaque para maté-rias de âmbito jurídico e o aptta training, vocacionado para os cursos de formação ministrados pela APTTA. Notamos que atualmente o aptta flash é já enviado para cerca de 150 endereços de email. Consideramos como estratégica a constante aposta nestes meios de comunicação para difundir o traba-lho desenvolvido pela Associação.
458 FORMANDOS
64 CURSOS
RADAR APTTA
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16
Desde julho de 2015 que a APTTA é uma entidade forma-
dora com certificação atribuída pela Direção-Geral do Em-
prego e das Relações de Trabalho, vulgo DGERT.
O processo de certificação é complexo, moroso e dispen-
dioso. Implica, por parte da entidade que se propõe à certi-
ficação, um esforço de adaptação estrutural aos requisitos,
muito exigentes, impostos pela entidade certificadora e
uma constante monitorização do cumprimento desses re-
quisitos. Para além de ser um processo necessário, para as
entidades que pretendam ministrar formação certificada, é
um processo com inúmeras vantagens, que são destacadas
pela própria DGERT. A este propósito refere-se no site da
DGERT que a certificação traz:
A par dos múltiplos aspetos referidos, focamo-nos no facto
de a certificação constituir, como referido, um referencial
de qualidade. E essa qualidade deve ser uma constante im-
posição do setor da aviação, por natureza muito específico,
muito regulamentado e muitíssimo exigente.
Nesse sentido, em recente contacto com a ANAC alertámos
para o facto de algumas entidades formadoras estarem a
ministrar formação do setor, nomeadamente no âmbito
do regulamento 831/2010, sem possuírem a certificação
DGERT.
Para além de fator deturpador das condições concorren-
ciais entre quem se propõe desenvolver esta atividade, o
ponto para a APTTA mais relevante está relacionado com a
mencionada exigência de qualidade.
A certificação DGERT garante a adequação da estrutura de
formação, a qualidade e requisitos técnicos e pedagógicos
dos formadores, o alinhamento dos conteúdos programáti-
cos dos cursos.
Tratam-se de requisitos essenciais para o setor em que
desenvolvemos atividade e dos quais nenhuma entidade
deve prescindir.
Por considerarmos que cursos ministrados por
entidades sem certificação DGERT não podem, nem
devem, ser reconhecidos pela autoridade, alertámos à
ANAC nesse sentido. Por parte da APTTA os associados
podem contar com uma presença atenta na defesa
dos melhores interesses do setor e da qualidade da
atividade formativa desenvolvida.
- “Reconhecimento de qualidade no mercado: Ser
uma entidade formadora certificada significa que
os seus procedimentos e práticas estão de acordo
com um referencial de qualidade específico para
a formação. Além disso, a formação promovida só
é considerada certificada, nos termos do Sistema
Nacional de Qualificações, se for desenvolvida por
entidade formadora certificada.
- Acesso a financiamento público para a formação: A certificação constitui um requisito obrigatório para
o acesso aos programas de financiamento público,
nacional ou comunitário, da formação profissional.
- Acesso e exercício de atividade formativa prevista em legislação setorial: A certificação
em determinada área, curso ou ação de formação,
definida em legislação setorial, habilita a entidade
formadora a desenvolver a atividade de formação
profissional alvo dessa regulamentação.
- Isenção de IVA nos serviços de formação: As
entidades formadoras certificadas estão isentas de
imposto sobre o valor acrescentado (IVA) sobre os
seus produtos e serviços de formação profissional.
- Dedução de despesas com formação profissional no IRS: Os clientes de entidades formadoras
certificadas podem deduzir no imposto sobre o
rendimento singular (IRS) despesas relacionadas com
formação profissional adquirida nas mesmas.”
FORMAÇÃO CERTIFICADA – UM ALERTA PARA A QUALIDADE
RADAR APTTA
R
17
DEBRIEFING
D
18
Falar sobre o que não existe, analisar o que não acontece, é algo que no espaço do teatro que é a nossa vida terá sempre que se situar entre uma tentativa de racionalizar a loucura ou num esforço estético de criar poesia abstrata.Passados longos meses desde a última vez que aqui pensei por escrito, e com os condicionantes que na introdução tentei definir, aqui estou na minha janela do “debriefing” a tentar perceber o que se passou ou não e o que a minha razão me sugere que pode ser para o futuro. O período final do governo que o parlamento derrotou foi, no que à aviação comercial diz respeito e, como sempre, totalmente absorvido pelo processo de privatização da TAP e pela aprovação em última hora dos estatutos da ANAC e da nomeação do seu conselho de administração.À ANAC quero desejar a melhor sorte e ao seu conselho toda a capacidade para, resistindo a todo o lobby populista e do menos bom que há na política, conseguir a construção de uma cultura de competência e eficiência disciplinada que há tantos anos veio faltando ao INAC.O “cluster” da aviação que tão decisivo será para Portugal continua à espera de uma governação atenta e de uma autoridade competente.Nos tempos idos do consulado do Paulo Portas no Ministério da Defesa Nacional, tive alguma responsabilidade no processo de aproximação entre as OGMA e a EMBRAER, de que resultou a compra pela EMBRAER de 65% do capital das OGMA.Na época as OGMA eram uma empresa em queda e a caminho da extinção, que levaria consigo a perca de uma capacidade técnica reconhecida e que desempenhava um papel estratégico muito significativo na história recente de Portugal. Contra esta parceria manifestavam-se ao mesmo tempo ruidosamente e como sempre, todas as forças políticas de esquerda acompanhadas pelas forças sindicais do costume.Passados cerca de 10 anos, as OGMA são hoje uma história de sucesso e dão emprego a mais de 1600 pessoas tecnicamente bem preparadas.Esta evolução levou a EMBRAER a decidir construir em Évora mais duas fábricas de componentes para avião que, com a rede da empresa, participam no desenvolvimento e construção de novos modelos de avião, proporcionando trabalho a mais de 600 jovens engenheiros e técnicos.Sendo naturalmente com satisfação que recordo este capítulo da
história do “cluster” da aviação portuguesa, faço-o também como introdução ao tema da TAP. Há muitos anos que defendo que um futuro para a TAP só pode passar pela sua privatização. Mais, tenho defendido sempre que a estratégia de língua portuguesa, global e baseada em Lisboa/Europa, teria de ter uma perna baseada no mercado chinês.Não vou falar mais sobre o caminho que nos trouxe à privatização a que o governo anterior chegou. Os factos são que a TAP ficou privatizada em 61%+5% = a 66%, a gestão da divida passou para consórcio privado e a responsabilidade da sua capitalização também. Mais ainda todo o conjunto de objetivos estratégicos ficou retido no caderno de encargos cujo não cumprimento daria ao Estado o direito de recuperar o controle da companhia. Mais ainda, o não cumprimento de qualquer dos objetivos financeiros daria ao Estado o direito, também, de recuperação do controle da companhia, sempre sem qualquer compensação. Finalmente surge na vigésima quinta hora uma grande companhia chinesa a tomar forte posição no grupo brasileiro Azul, que é o grande pilar operacional do consórcio “Gateway”. Penso que, nas circunstâncias, melhor não era possível. O governo em exercício resolve então, para responder às imposições da extrema esquerda que o mantém no poder e de um folclore ignorante que se manifesta com o apoio da comunicação social, impor uma negociação para a bem ou a mal reverter o processo.
Factos como os entendo; ou não: - O Estado fica com 50% e direito de veto. Sobre o quê?- Os 5% para o pessoal podem ser sindicalizados?- Se a comissão executiva privada decide a gestão operacional e estratégica sobre que é que o Estado tem o direito de veto?- Com 50% da empresa e direito de veto, o Estado passa naturalmente a ter responsabilidade sobre a divida e a capitalização. Ou não?-Se nada disto é assim, para que são os 6 administradores por parte do Estado?
Sem estes pontos esclarecidos fico-me por aqui, mas com uma sensação amarga de que uma situação que me parecia clara e que abria caminho para um futuro de força e afirmativo para a TAP se vai transformar afinal no calvário a que a gestão politizada sempre conduziu a TAP e, desta vez, talvez ao último capítulo da sua vida.Em Dezembro foi lançada uma rota aérea que liga Portimão a Bragança via Cascais, Viseu e Vila Real. Porque a companhia que opera este serviço está baseada no aeroporto de Cascais, realizou-se nesse dia uma cerimónia em que a “Seven Air” se apresentou ao Público e o Presidente da Câmara de Cascais celebrou com breves palavras o novo serviço público. À Seven Air quero deixar uma palavra de apoio pela sua iniciativa de, aproveitando fundos sociais europeus, se lançar neste projecto que, tendo os seus riscos, pode vir a ter significado na aproximação do litoral ao interior do país, numa afirmação da capacidade da aviação comercial portuguesa.Uma palavra final para o significativo esforço de investimento que a Câmara Municipal de Cascais tem vindo a fazer no seu aeroporto municipal, com o objetivo de o tornar numa apetecida base para a aviação executiva que procura a zona de Lisboa e talvez, num futuro breve, para alguma aviação comercial de dimensão ibérica.
João Ribeiro da Fonseca Presidente da Assembleia Geral da APTTA
João Ribeiro da Fonseca
AFRICAN MRO14 MAR . 16 MAR
FUTURÁLIA 16 MAR . 19 MAR
ABACE - ASIAN BUSINESS AVIATIONCONFERENCE12 APR . 14 APR
QUALIFICA14 APR . 17 APR
AERO FRIEDRICHSHAFEN20 APR . 23 APR
MAINTENANCE MANAGEMENT CONFERENCE 3 MAY–5 MAY
AVIATION FUEL FORUM17 MAY . 19 MAY
EBACE24 MAY . 26 MAY
ILA BERLIN AIR SHOW1 JUN . 4 JUN
HELI UK EXPO01 JUL . 03 JUL
FARNBOROUGH INTERNATIONAL AIRSHOW11 JUL . 17 JUL
LABACE 2016(Latin American Business Aviation Conference & Exhibition)30 AUG . 01 SEP
AFRICA AIR EXPO12 OCT . 14 OCT
MRO EUROPE18 OCT . 20 OCT
BUSINESS AVIATION CONVENTION & EXHIBITION 1 NOV . 3 NOV
MIDDLE EAST & NORTH AFRICA BUSINESS AVIATION ASSOCIATION (MEBAA)06 DEC . 08 DEC
EVENTOS 2016
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