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Rogério Menezes
A educação ambiental e os comitês de Bacias: realidade
e perspectivas
Coordenador de Recursos Hídricos da Secretaria de Estado de Recursos Hídricos, Saneamento & Obras
Coordenador Adjunto do Fórum Nacional de Comitês de Bacias
Mestre em Ciências pela Universidade Federal de Rio Grande – RS
O que não é
Educação ambiental ?
Não é disciplina...não é ação pontual com visão
fragmentada...não é aula de meio ambiente !
Conceito de Educação Ambiental
“Processo educacional transdisciplinar que visa ao desenvolvimento da consciência ambiental do indivíduo determinando mudanças comportamentais e filosóficas”
“Processo essencial às transformações de paradigmas necessárias na direção do desenvolvimento sustentável”
No contexto da gestão de recursos hídricos pode ser definida como:
“Processo educativo que visa ao desenvolvimento da consciência sobre a realidade ambiental na bacia
hidrográfica, compreensão dos princípios da gestão por bacia, contribuindo para o desenvolvimento da cidadania”.
Histórico:
-1965- Conferência de Keele-Grã Bretanha: termo Educação Ambiental com enfoque conservacionista
-1972- Conferência de Estocolmo: recomenda PIEA
-1975- Encontro de Belgrado: consolida o PIEA
-1977- Conferência de Tbilisi: transformações conceituais dão novos rumos à Educação Ambiental
-1981- Brasil: EA prevista na Lei 6938
-1988- CF prevê EA em todos os níveis e conscientização pública
-1992- Agenda 21 dedica capítulo 36 à EA
-1994- Proposto o PRONEA
-1997-Parâmetros Curriculares Nacionais do MEC
-1997- Conferência de Tessalônica: enfatiza EA como educação para a sustentabilidade e destaca necessidade de integração interinstitucional e da participação social
- 1999- Lei 9795 define diretrizes da PNEA
NO ESTADO DE SÃO PAULO:
- Lei 7663/91- Artigo 8o das disposições transitórias diz que “a implantação da cobrança pelo uso da água...terá como primeira fase o desenvolvimento de programa de comunicação social sobre a necessidade econômica, social e ambiental da utilização racional e proteção da água, com ênfase para a educação ambiental”.
- Decreto 42798/98: estabelece o programa Núcleos Regionais de EA, sob a Coordenação do CEAM
Características da EA para a Gestão de Recursos Hídricos:
- A bacia hidrográfica é o referencial: ações com visão regional
- deve estar voltada ao desenvolvimento da cidadania na bacia (“cidadãos da bacia”)
- deve promover a “decodificação”das informações em materiais didáticos adequados
- Ações necessariamente contínuas e interinstitucionais
- Ações que promovam a compreensão do significado dos mecanismos (sistema, plano e fundo), instrumentos de gestão (outorga, cobrança, rateio de custos) e princípios da gestão
A Realidade da EA nos Comitês Paulistas:
- 16 Comitês tiveram projetos de EA contratados
-Dos 1122 projetos contratados desde 1995, 74 enfatizaram EA, representando 6,59 % do total
-Dos 74 projetos de EA contratados, 34 foram na bacia do Alto Tietê- Discussão
- Da soma total dos valores dos contratos assinados com o FEHIDRO (106 milhões) foram destinados a projetos de EA 4,7 milhões
- 51 % dos projetos de EA contratados envolvem ações pontuais, não regionais
- Evolução do número de contratos de EA: 1997 (1 contrato)
1998/1999/2000: média de 23 contratos/ano
- CBH Pontal do Paranapanema e CBH Alto Paranapanema mantêm GEAS (Grupos Permanentes de EA)
- CBH Aguapeí-Peixe ; CBH-Médio-Paranapanema ; CBH-Mogi-Guaçu ; CBH-Pardo e CBH Ribeira do Iguape e Litoral Sul ïncorporaram” as suas dinâmicas os Núcleos Regionais de EA do CEAM
- Nos CBH Aguapeí-Peixe e CBH-Médio Paranapanema há reserva de recursos para financiar as ações dos Núcleos Regionais
- Na versão no prelo deste trabalho apresenta-se breve síntese dos projetos regionais de EA dos seguintes comitês:
- CBH SMT ; CBH-AP ; CBH-MP ; CBH-PP e CBH-Pardo
CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES:
1- Os comitês de bacias são as instâncias mais adequadas para a concepção e implementação de projetos regionais de EA que atendam as reais necessidades,por se constituírem espaço privilegiado de articulação e interação horizontal entre entidades públicas e a sociedade organizada e por disporem de autonomia para deliberar sobre o financiamento de projetos e de informações que nos são oferecidas pelos respectivos relatórios zero das bacias
2- Os comitês ainda resistem em financiar com maior intensidade financiamento de projetos de EA: Na hora da definição dos critérios e a priorização de projetos a tendência é de se priorizar obras.
3- Deve-se destacar a decisão de alguns comitês de reservar recursos para projetos regionais de EA, cuja definição do escopo deve ser precedida de discussões e articulações nos GEAS ou NREAS
4- Os NREAS criados em articulação com os CBH têm maiores possibilidades de conquistar espaço político e recursos para tornarem realidade suas propostas de ações
5- Não se pode continuar pulverizando recursos financiando ações pontuais propostas por entidades de forma isolada (por mais qualificadas que sejam), devendo-se sim investir em projetos interinstitucionais que atendam aos interesses regionais da bacia hidrográfica
“Nós devemos ser a mudança que
desejamos ver no mundo”
Gandhi