Romantismo no Teatro

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  • 8/17/2019 Romantismo no Teatro

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    O eixo deste trabalho consiste em abordar o Romantismo em sua versão teatral.

    Contudo, é importante destacar como foram as outras vertentes, uma vez que todas elas

    tinham um objetivo: a valorizaão do !rasil enquanto uma naão independente. "e,

    sobretudo, na poesia, teremos o patriotismo exacerbado, tendo as #$oesias% de

    &onalves de 'a(alhães como exemplo) no teatro, a estética rom*ntica ser+ no sentido

    de educar  a populaão brasileira, tendo como par*metro a classe senhorial-. Ou seja, se

    na poesia e na prosa se v uma idealizaão da ima(em do ind/(ena, a dramatur(ia

    reforar+ os padr0es estéticos da sociedade brasileira e, dentro de seus di+lo(os e suas

    ceno(rafias, ditar+ como deve ser o comportamento de cada membro da sociedade1.

    $ara se compreender a cultura como fonte de reproduão de padr0es sociais, é

    importante fazer um paralelo do Romantismo com os processos pol/ticos queculminaram na imposião do "e(undo Reinado. 2m tempo: o recorte cronol3(ico

     pol/tico não corresponde ao mesmo recorte liter+rio, pois, se o !rasil se tornou

    independente em 4--, a literatura brasileira o ser+ apenas em 415, com a criaão da

    Revista 6iter3i, de acordo com 7ntonio Candido8. 7ntes disso, por conta da influncia

    europeia na formaão universit+ria 9 muitos dos nossos autores serão formados em

    Coimbra 9 não teremos uma literatura (enuinamente brasileira. O romantismo, com a

    sua busca pelo elemento nacional

    , conforme o par+(rafo anterior, se emancipa da

    ";, C.'.) &7O, 7.'.O) O teatro como estratégia educativa no Segundo

     Império: características de uma dramaturgia idealizada pelo Conservatório Dramático

     Brasileiro. 7rti(o 9 p.

    - '7??O", @.R.) O Tempo Saquarema) "$: ABC@?2C, 4D

    1 Eevemos lembrar que o @mpério do !rasil ser+, de acordo com a Constituião de 4-8

    e com o posterior 7to 7dicional, hierarquizada. Cf. '7??O") @.R., opcit

    8 C76E@EO, 7ntonio) !orma"#o da $iteratura Brasileira %momentos decisivos&) 8F

    edião) "$: D G-H volumeI.

    $aradoxalmente, a pr3pria ori(em do Romantismo na 2uropa é uma busca dessa

    nacionalidade iluminista, conforme

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    influncia portu(uesa e torna a literatura al(o profano, ainda que não se desli(ue

    completamente do clero.

    Candido também nos diz que muitos da chamada primeira (eraão do

    Romantismo se formarão ao lon(o do per/odo joanino, seja em Coimbra, seja nas primeiras faculdades de Eireito do pa/s. 2stabelecendo um di+lo(o com o pensamento

    (ramsciniano, podemos dizer que este (rupo representou a intelectualidade or(*nica5 do

     per/odo que corresponde a Re(ncia e o in/cio do "e(undo Reinado, pois a

    reivindicaão do elemento nacional, sobretudo no que tan(e o per/odo entre 415 e

    48D. 6um primeiro momento, separei este recorte por conta da situaão pol/tica em

    que o pa/s se encontrava, pois, com o advento do 7to 7dicional de 418, houve um

    ensaio do que seria um pa/s federalista, tendo em vista que as assembleias locais(anhavam mais fora, colocando em cheque, na opinião dos conservadores, a unidade

    nacional. 7lém disso, as chamadas revoltas re(enciais demonstravam que as outras

    $rov/ncias demandavam especial atenão. 7inda que liberais em sua maioria, os

    rom*nticos foram importantes a(entes da manutenão do status quo, pois, de acordo

    com @lmar 'attos4, a emancipaão nada mais era do que um projeto reformista, que

    associava elementos anti(os e forjavam uma unidade nacional, dando continuidade Ks

    formas sociais existentes na época colonial. Outro exemplo da manutenão da ordem é acriaão do @A&!, que ter+ E. $edro @@ como o seu mais ass/duo frequentador.

    'artins $ena, ainda que membro da primeira (eraão do Romantismo, fez parte

    de outra etapa do estilo, não apenas em sua forma de escrever, mas no pr3prio recorte

    que este trabalho tenta colocar. "e os membros fundadores da 'iterói se utilizavam do

    elemento ex3tico e da nostal(ia indianista na aborda(em dos seus nacionalismos, dentro

    do contexto da Re(ncia, o teatr3lo(o se utiliza de seu nacionalismo para colocar a

    5 &R7'"C@, 7ntonio) Os Intelectuais e a Organiza"#o da Cultura) RL: Civilizaão

    !rasileira, 4-. ?raduão de Carlos 6elson Coutinho.

    D 6o volume dois da !orma"#o da $iteratura Brasileira, o autor estabelece que esta

    (eraão se(ue até 4. Contudo, enfatizei este per/odo por conta do fim da !alaiada

    G414M48I. 7 Nnica das revoltas que se se(ue ser+ a arroupilha.

    4 '7??O", @.R.) opcit, 4D

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    sociedade brasileira faceMaMface consi(o mesma, tendo as revoltas liberais e a

    he(emonia in(lesa como pano de fundo, bem como o estabelecimento dos "aquaremas.

    7ssim, além de construir uma tradião liter+ria, o romantismo ser+ respons+vel pela

    constituião do teatro brasileiro.

     6a primeira parte, propusemos um primeiro recorte, de 415 a 48. 6a se(unda

     parte, é importante que nos estendamos até, pelo menos, 4P, dois anos ap3s a morte

    do nosso autor. ?anto Rondinelli quanto 7ntonio CandidoP estendem o recorte até

    4. Contudo, politicamente, é um per/odo menos conturbado, tendo em vista que o

    au(e de 'artins $ena est+ em paralelo com as revoltas liberais e com as rela0es

    diplom+ticas com a @n(laterra. ?odas essas quest0es são abordadas em suas peas, de

    forma clara e objetiva, sobretudo a relaão com a @n(laterra, uma vez que podemosdiscutir também a questão da he(emonia in(lesa e a forma como 'artins $ena se

    utilizava do nacionalismo, pois, nas peas em que se é mencionado o elemento in(ls, é

    sempre como uma forma de ridiculariz+Mlo.

    RO6E@62